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O dia que virou um dia Os primeiros raios de sol, brandos como um leve toque, anunciam um novo dia de uma preguiçosa segunda-feira. Maria acorda, ingere algum pão e café, despede-se da família e se põe a caminhar em direção ao ponto de ônibus. Não tão longe dela, José executa as mesmas ações, porém, não se sabe se desperdiçou os mesmos momentos de adeus. Maria cumpre mais uma jornada de trabalho e, cansada, roga a volta a casa. Entra então, em um aotação, cujos passageiros a rotina os fez conhecer. José, bandido inveterado, passa o mesmo dia a caminhar, tramar e agir. Todavia, finda-se a data para ele também e, não estando satisfeito com as finanças adquiridas, envolve-se em dantescos pensamentos. Vem lá o transporte com Maria. O mesmo é avistado pelo marginal, que logo conclui seu plano iminente de execução. E o faz. O aceno com a mão indica ao motorista que pare o veículo e o deixe entrar. As vistas de Maria mudam imediatamente de direção e cruzam-se com as de José. Este segue, como quem mede os passos, ao encontro daquela. Fita-lhe mais uma vez os olhos e estende-lhe os braços. Aquelas magras mãos tocam a moça e, brutalmente, puxam-na para o mais perto de si: tem uma refém. José anunciou o assalto e obrigou o condutor a parar. Endiabrado, mostra a sua arma e faz com que Maria a sinta na nuca. O tumulto chama, com brevidade, a atenção do povo e, consequentemente a da polícia. E nesta hora que começam algumas negociações. Com prontidão chega a imprensa. Passadas já muitas horas, o bandido põe em prática um novo plano: tentar sair do ônibus com a sua refém. Ouve-se um tiro, que atinge Maria. Vendo que iria ser baleado, José dispara mais três tiros de sua arma, que ferem mortalmente as costas da moça. O criminoso é dominado e posto na viatura, onde sorrateiramente morre. A defunta vira manchete, heroína. Passa-se uma semana e aquela foi apenas mais uma segunda-feira em uma grande metrópole.

Redação Narrativa

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  • O dia que virou um dia

    Os primeiros raios de sol, brandos como um leve toque, anunciam um novo dia de uma preguiosa segunda-feira. Maria acorda, ingere algum po e caf, despede-se da famlia e se pe a caminhar em direo ao ponto de nibus. No to longe dela, Jos executa as mesmas aes, porm, no se sabe se desperdiou os mesmos momentos de adeus.

    Maria cumpre mais uma jornada de trabalho e, cansada, roga a volta a casa. Entra ento, em um aotao, cujos passageiros a rotina os fez conhecer. Jos, bandido inveterado, passa o mesmo dia a caminhar, tramar e agir. Todavia, finda-se a data para ele tambm e, no estando satisfeito com as finanas adquiridas, envolve-se em dantescos pensamentos.

    Vem l o transporte com Maria. O mesmo avistado pelo marginal, que logo conclui seu plano iminente de execuo. E o faz. O aceno com a mo indica ao motorista que pare o veculo e o deixe entrar. As vistas de Maria mudam imediatamente de direo e cruzam-se com as de Jos. Este segue, como quem mede os passos, ao encontro daquela. Fita-lhe mais uma vez os olhos e estende-lhe os braos. Aquelas magras mos tocam a moa e, brutalmente, puxam-na para o mais perto de si: tem uma refm.

    Jos anunciou o assalto e obrigou o condutor a parar. Endiabrado, mostra a sua arma e faz com que Maria a sinta na nuca. O tumulto chama, com brevidade, a ateno do povo e, consequentemente a da polcia. E nesta hora que comeam algumas negociaes. Com prontido chega a imprensa.

    Passadas j muitas horas, o bandido pe em prtica um novo plano: tentar sair do nibus com a sua refm. Ouve-se um tiro, que atinge Maria. Vendo que iria ser baleado, Jos dispara mais trs tiros de sua arma, que ferem mortalmente as costas da moa. O criminoso dominado e posto na viatura, onde sorrateiramente morre. A defunta vira manchete, herona. Passa-se uma semana e aquela foi apenas mais uma segunda-feira em uma grande metrpole.

  • Narrativa 1. Apresentao

    Caracterizao dos personagens no espao-tempo. no s aspectos fsicos so importantes, mas tambm aspectos psicolgicos e de tipos humanos. 2. Complicao

    Acontecimento de causa da trama, ou seja, quem so os personagens envolvidos e a forma de como acontecem todos os episdios e lugares onde acontece, bem como ou em que momento acontecem os fatos ou porque eles acabaram acontecendo. 3. Clmax

    o momento chave da narrativa, onde est o pice da trama, deve ser dinmico e conduzir o leitor ao final. Aqui, normalmente so respondidas as perguntas O que aconteceu? Como aconteceu? Por que aconteceu? 4. Desfecho

    Onde so concludos os acontecimentos, quais so as consequncias deles.

    Exerccio

    Descreva um acontecimento dado na sua viagem para o Brasil. Depois, coloque essa descrio numa narrativa.

  • Explique o humor das tirinhas: