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Universidade Estadual do Ceará - UECE
Pró-Reitoria de Graduação – PROGRAD
Centro de Humanidades - CH
Coordenação de Ciências Sociais
CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS SOCIAIS - (FLUXO 2012)
PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO - VOLUME I
(Versão do PPP revista em SETEMBRO de 2011para atualização de diretrizes e
disciplinas curriculares)
Fortaleza – Ceará
2011
Universidade Estadual do Ceará - UECE
Pró-Reitoria de Graduação – PROGRAD
Centro de Humanidades - CH
Coordenação de Ciências Sociais
REITOR
Prof. Francisco de Assis Moura Araripe
VICE-REITOR
Prof. Antônio de Oliveira Gomes Neto
PRÓ-REITORA DE GRADUAÇÃO
Profa. Josefa Lineuda da Costa Murta
PRÓ-REITOR DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
Prof. José Jackson Coelho Sampaio
PRÓ-REITOR DE PLANEJAMENTO
Prof. Vladimir Spinelli Chagas
PRÓ-REITORA DE EXTENSÃO
Profa. Celina Magalhães Ellery
PRÓ-REITOR DE ASSUNTOS ESTUDANTIS
Prof. João Carlos Holanda Cardoso
COORDENADORIA TÉCNICO-PEDAGÓGICA
Profa. Elivânia da Silva Moraes
2
Universidade Estadual do Ceará - UECE
Pró-Reitoria de Graduação – PROGRAD
Centro de Humanidades - CH
Coordenação de Ciências Sociais
DIRETOR DO CH
Prof. Marcos Antônio Paiva Colares
VICE-DIRETORA DO CH
Profa. Arminda Silva de Serpa
COORDENADORA DO CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS SOCIAIS
Prof.ª. Rosângela Maria Costa Fernandes
VICE-COORDENADOR DO CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS SOCIAIS
Prof. José Maria de Santiago
3
COMISSÃO DE ELABORAÇÃO DO PROJETO
Revisoras
Prof.ª. Adelita Neto Carleial
Prof.ª. Rosemary de Oliveira Almeida
Redatores
Prof. Geovani Jacó de Freitas
Prof. João Bosco Feitosa dos Santos
Prof.ª. Rosemary de Oliveira Almeida
Colaboradores
Prof.ª. Adelita Neto Carleial
Prof.ª. Belisa Maria Veloso Holanda
Prof. Hermano Machado Ferreira Lima
Prof. Janaína Sampaio Zaranza
Prof. João Tadeu de Andrade
Prof. Joubert Max Maranhão Piorsky Aires
Prof.ª.Lucili Grangeiro Cortez
Prof.ª. Ma. Neuma Pereira Lopes
Prof.ª. Mônica Dias Martins
Alunos
Bárbara Diniz Lima Vieira e Silva
David Moreno Montenegro
Felipe Camilo Mesquita Kardoso
Natália Pinheiro Xavier
Saulo de Azevedo Freire
Tiago de Oliveira Fragoso
Diagramação
Luís Fábio Silva Paiva
4
1. INFORMAÇÕES GERAIS
Em 2010, a Universidade Estadual do Ceará retomou a discussão
sobre a atualização dos projetos políticos pedagógicos dos cursos
universitários de licenciaturas, desta vez para responder as demandas do
Ministério de Educação (MEC) de requalificação das universidades, condição
sine qua non para a avaliação institucional obrigatória.
A Pró-Reitoria de Graduação (PROPGPq), representada por sua
Comissão Técnica Pedagógica, acompanhou as comissões pedagógicas dos
diferentes cursos de licenciatura da UECE orientando as propostas oriundas
dos colegiados de graduação, adaptando-as aos disciplinamentos legais.
Além dessa contribuição institucional fundamental, a equipe de
sistematização da proposta de reformulação do PPP da Licenciatura em
Ciências Sociais da UECE recuperou propostas que estavam sendo
problematizadas pelos corpos docente e discente, desde 2005, resultando no
presente documento que se propõe a ser um novo PPP, previsto para
implantação no primeiro semestre de 2012.
1.1 Apresentação
Resultante do Curso de Bacharelado em Ciências Sociais da UECE,
criado em 1989, o Curso de Licenciatura em Ciências Sociais foi formado em
2003, munido do acúmulo de conhecimentos adquiridos pelo corpo docente
existente, que passou a aglutinar as disciplinas dos dois cursos que tinham
dinâmicas compartilhadas e coincidentes, aproveitando-se, desta forma, as
competências existentes e consolidadas durante 13 anos.
O Curso de Licenciatura foi concebido para formar o docente com
sólidos conhecimentos teóricos das Ciências Sociais, acompanhados de um
leque de disciplinas específicas da docência e da prática de ensino. Essa
estratégia pedagógica provocou duas vertentes dentro do Curso de
Licenciatura: uma, que particularizava o professor das áreas de prática de
ensino e estágios supervisionados como sendo especificamente da
5
licenciatura; e, outra, que identificava o professor que ministrava as demais
disciplinas, conjuntamente para alunos de bacharelado e licenciatura, como
professor que não era específico da licenciatura. Essa gênese provocou uma
divisão dentro do próprio curso e, contraditoriamente, juntou alunos de cursos
diferentes sob a responsabilidade de um mesmo professor que não os
diferenciavam como alunos de bacharelado e de licenciatura. Resultou daí a
secundarização da essencialidade da docência no Curso de Licenciatura.
Esses entraves foram sentidos ao longo dos oito anos de existência da
Licenciatura e sistemáticos ajustes tentados na perspectiva de superação
dessa dificuldade.
Essa reformulação no PPP da Licenciatura em Ciências Sociais
propõe-se a redesenhar esse Curso e superar os obstáculos vivenciados pelos
corpos docente e discente, visando à plenitude da licenciatura em termos
teóricos, práticos e profissional.
A Comissão pedagógica do Curso de Ciências Sociais da
Universidade Estadual do Ceará, durante o segundo semestre de 2010 e o
primeiro semestre de 2011, analisou o Projeto Político Pedagógico do Curso
de Licenciatura em Ciências Sociais e, de acordo com diferentes
contribuições e reflexões sobre a formação do aluno, a prática docente e o
nível de desenvolvimento das licenciaturas dos diversos cursos, vem
submeter suas propostas de reformulação ao corpo docente, discente, à
coordenação do curso e a PROGRAD.
Essas propostas se fundamentam nos seguintes princípios:
Autonomia – entendida como independência da Licenciatura em
relação ao Curso de Bacharelado, objetivando ensinar e aprender
Ciências Sociais de modo específico, ao dirigir conteúdos teóricos e
prática dentro da perspectiva pedagógica, formando o aluno para
uma compreensão crítica da educação em Ciências Sociais.
Democratização – redirecionamento do Curso para o desafio de
incorporar o aluno como cidadão, dialogando com suas opiniões
que interferem nas decisões da gestão acadêmica e aprender a
6
ensinar com o discente, permitindo o olhar crítico sobre a docência
e a auto-avaliação, auxiliados pelos saberes estudantis.
Ampliação das perspectivas teórico-metodológicas – atualização da
Licenciatura ao contexto da proliferação de saberes e de novas
tecnologias pedagógicas, incorporando os avanços da educação,
dando respostas às demandas sociais contemporâneas,
valorizando o viés da educação como dimensão humana com
amplas possibilidades de apontar saídas para as crises do início do
século XXI.
Essencialidade da docência – razão de ser do Curso é a docência
que orienta o modo de pensar, sentir e agir no Curso de
Licenciatura, fazendo parte de todas as disciplinas, dando
orientação à prática dos professores para repensar o curso e a ação
docente em sala de aula.
A Licenciatura em Ciências Sociais da UECE, com esses princípios
norteadores se propõe a atuar nas novas oportunidades profissionais na área
de ensino, propiciadas pela lei federal 11.684, de 2 de junho de 2008, que
tornou obrigatório o ensino de Sociologia no nível médio, ampliando ainda mais
esse campo tradicional de emprego para Cientistas Sociais.
Essa proposta de reformulação do PPP do Curso de Licenciatura em
Ciências Sociais vem aspirar aos novos ares que oxigenam a UECE no
cumprimento de sua missão que consiste em “ministrar ensino para a formação
profissional e qualificação acadêmica, estimulando o desenvolvimento do
espírito científico e do pensamento reflexivo, através da articulação entre a
prática docente e a pesquisa, de modo que o profissional contribua com a
formação integral dos jovens ingressos nas escolas do ensino médio” (Estatuto
da UECE, art. 29).
1.2 Justificativa (do projeto)
O Curso de Licenciatura volta-se para a formação docente dos
estudantes, considerando a sua formação básica cognitiva nas áreas de
7
ciências sociais e educação e, concomitantemente o exercício estratégico
mediante a experiência de iniciação à docência estreitamente relacionada ao
exercício da pesquisa. Trata-se de práticas de docência e pesquisa
desenvolvidas no ambiente escolar, especialmente na rede pública de ensino
médio e em outros espaços educativos de educação informal, educação
diferenciada, entre outros.
O Projeto Pedagógico básico foi elaborado exatamente no período
entre 2005 e 2006 em que se consolidava a luta pela obrigatoriedade do ensino
de sociologia no ensino médio, impulsionando, assim, uma atenção especial
para a trajetória da sociologia e para a legislação que começava a ser alterada.
Neste sentido, o Curso de Licenciatura em Ciências Sociais da UECE passou a
se preocupar com a formação docente de estudantes em relação às
perspectivas da disciplina de sociologia que começava a se institucionalizar.
A história da luta pela inclusão da sociologia no ensino médio é
centenária. Remonta da data de 1890 quando Benjamim Constant, então
ministro da Instrução Pública no primeiro governo republicando, à época,
Floriano Peixoto, criou um plano de educação, durante Reforma da Educação
Secundária, em que obrigava a inclusão da sociologia nos cursos superiores e
secundários. Entretanto, o ministro faleceu na época da implantação nos
currículos, sendo a sociologia desconsiderada. Desde então, houve um
processo de idas e vindas desta disciplina, ora tornando-se parte dos
currículos, ora configurando-se apenas como disciplina optativa, e, ainda,
retirando-a completamente das escolas, dependendo da legislação, em
especial, da LDB vigente e dos diferentes contextos sócio-históricos do Brasil.1.
A mais recente tentativa de reintrodução da disciplina nos
estabelecimentos de ensino médio, que já ocorria em muitas cidades
brasileiras, surge em decorrência do debate para aprovação da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação/LDB (9.394/1996), no que concerne a
determinação em seu texto de que ao final do ensino médio o aluno deve
demonstrar “domínio dos conhecimentos de Filosofia e de Sociologia
1 Ver histórico detalhado do processo de inserção da sociologia nas escolas, nas Orientações Curriculares Nacionais: ciências humanas e suas tecnologias, 2006, especificamente cap. 4, Conhecimentos de Sociologia.
8
necessários ao exercício da cidadania” (art. 36, 1 º, III). A ideia contida no texto
era transformá-las em disciplinas e não em temas transversais.
Já em 1997, luta mais recente, o deputado Padre Roque, formado em
filosofia, apresentou um Projeto de Lei que alterava o artigo 36 da LDB,
modificando o texto para “obrigatório o ensino de sociologia e Filosofia em
todas as escolas de ensino médio”, com intuito de deixar clara a
obrigatoriedade. Tal projeto foi vetado em 2001, pelo então presidente
Fernando Henrique Cardoso, o que desencadeou forte movimento
questionando o veto. Mas somente em 2006, é que foi aprovado um Parecer do
Conselho Nacional de Educação/CNE/CEB Nº 38/2006 que, diante de
documentação somando considerações favoráveis à inclusão das referidas
disciplinas, instituiu a obrigatoriedade da Sociologia e da Filosofia no currículo
de Ensino Médio em todas as escolas do País. Há um projeto de Resolução
que altera o artigo 10 da Resolução CNE/CEB Nº 3/98, que institui as Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Ensino Médio.
“Art. 1º O § 2º do artigo 10 da Resolução CNE/CEB nº 3/98 passa a
ter a seguinte redação:
§ 2ºAs propostas pedagógicas de escolas que adotarem organização
curricular flexível, não estruturada por disciplinas, deverão assegurar
tratamento interdisciplinar e contextualizado, visando ao domínio de
conhecimentos de Filosofia e Sociologia necessários ao exercício da
cidadania.
Art. 2º São acrescentados ao artigo 10 da Resolução CNE/CEB nº
3/98, os § 3º e 4º, com a seguinte redação:
§ 3º - No caso de escolas que adotarem, no todo ou em parte,
organização curricular estruturada por disciplinas, deverão ser
incluídas as de Filosofia e Sociologia”.
Há ainda o artigo 3º e 4º que torna evidente a obrigatoriedade e o
prazo para as escolas incluírem as disciplinas de Sociologia e Filosofia nos
currículos do Ensino Médio:
9
“Art. 3º Os currículos dos cursos de Ensino Médio deverão ser
adequados a estas disposições.
§ Único. No caso do § 3º, acrescentado ao Artigo 10 da Resolução
CNE/CEB nº 3/98, os sistemas de ensino deverão, no prazo de um
ano a contar da publicação desta Resolução, tomar as medidas
necessárias para a inclusão das disciplinas de Filosofia e Sociologia
no currículo das escolas de Ensino Médio.
Art. 4º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação,
revogadas as disposições em contrário”.
Esta aprovação foi fruto de uma luta política em todo o País tendo à
frente o Sindicato Nacional dos Sociólogos que, através de mobilizações e
articulações com outras entidades profissionais e políticos envolvidos no pleito,
conseguiu reunir forças para a aprovação do Projeto.
Entretanto, foi em 2008 que se institui, de fato, a sociologia e a filosofia
como disciplinas obrigatórias no ensino médio, com a aprovação da Lei n.
11.684, de 2 de junho de 2008, que alterou o art. 36 da Lei n. 9.394 (LDB).
Desde então, a sociologia enfrenta desafios institucionais e práticos no
cotidiano escolar.
Neste sentido, as licenciaturas nesta área constituem um canal direto
de comunicação e influência entre o ensino superior e os demais níveis de
ensino, e representam grande responsabilidade social para os cursos
superiores. A formação de professores e a qualidade do ensino fundamental e
médio experimentaram um longo período de esvaziamento e ostracismo,
fundamentalmente pelos reduzidos índices de investimentos em educação e
em qualificação profissional, mas encontram, nos últimos anos, a oportunidade
de ganhar o dinamismo e a qualidade tão necessários para a formação ética e
cidadã, para o despertar do intelecto e do pensamento crítico e, em certo
sentido, de “empregabilidade” de parcela da população brasileira. Desta forma,
o Curso de Licenciatura em Ciências Sociais constitui um canal de formação
fundamental que atende as finalidades e exigências da LDB (Lei n. 9.394/96)
para o Ensino Médio, conforme consta nas Orientações Curriculares Nacionais.
As finalidades do Ensino Médio, em primeiro lugar, são:
10
o aprimoramento do educando como ser humano, sua formação ética,
desenvolvimento de sua autonomia intelectual e de ser pensamento
crítico, sua preparação para o mundo do trabalho e o
desenvolvimento de competências para continuar seu aprendizado
(Art. 35). (Orientações Curriculares para o Ensino Médio: ciências
humanas e suas tecnologias, 2006, p. 7).
É necessário ressaltar que o ensino de Sociologia no nível médio é um
grande espaço a ser conquistado pelos licenciados dessa área no Estado do
Ceará. Na época de implantação do Curso de Licenciatura em Ciências
Sociais, objeto do presente Projeto, em 2003, a Coordenação do Curso de
Bacharelado em Ciências Sociais, desta Universidade, realizou levantamento
de dados feitos em abril do mesmo ano em escolas da rede pública e privada
de Fortaleza, constatando que apenas 6,4% dos colégios de ensino médio
incluem Sociologia como disciplina em seus currículos, mas com um agravante:
grande parte dos profissionais que lecionam essas disciplinas não são
sociólogos, mas filósofos, historiadores, entre outros. Constatamos também
que a disciplina Filosofia está mais freqüentemente incluída na grade curricular
desses colégios do que a Sociologia, perfazendo 8,7% dos colégios
pesquisados. Essa realidade não se modificou no decorrer dos anos, havendo
expectativa de que, por meio de concursos públicos e seleções em escolas
privadas, este quadro se modifique, em razão da aprovação da inclusão
obrigatória de Sociologia no Ensino Médio, sobretudo porque as escolas têm um
prazo determinado para adequarem seus currículos às novas exigências legais.
Reputamos de grande importância para a valorização desse campo de
trabalho um investimento na formação profissional do licenciado no sentido de
prepará-lo melhor para a atividade de ensino, imbuindo-o da responsabilidade
de contribuir positiva e criticamente para a formação de novas gerações de
cidadãos conscientes e atuantes.
Além dessa importante área de trabalho, o profissional licenciado
também tem atuado em organizações governamentais e não governamentais
(muitas dedicadas ao trabalho social e pedagógico), em programas de
qualificação para o trabalho, em pesquisa, assessoria e planejamento
educacional, contribuindo com uma visão interdisciplinar desse processo.
11
Esses dados demonstram que os cursos de Licenciatura em Ciências
Sociais e Filosofia têm recebido uma demanda nada desprezível nos últimos
três anos, o que tende a se manter, se levarmos em conta alguns fatores como:
a elevação do número de concludentes do ensino médio; a aprovação da
obrigatoriedade da disciplina de Sociologia no ensino médio e, ainda, a
perspectiva de introdução de Sociologia no vestibular.
1.3 O Curso
1.3.1 Denominação:
Curso de Licenciatura em Ciências Sociais
1.3.2 Histórico
Depois de treze anos da implantação do Bacharelado em Ciências
Sociais na UECE, foi idealizado o curso de Licenciatura, em 2003, atendendo a
necessidade de expansão das Ciências Sociais e a uma demanda cada vez
maior do mercado de trabalho para esse tipo de profissional formado para a
docência.
No segundo semestre de 2003 foi realizado o primeiro exame de
vestibular, contemplando 40 vagas para a Licenciatura. Nessa oportunidade
não houve oferta de vagas para Bacharelado, o outro curso de graduação em
Ciências Sociais.
No ano de 2004 foi realizada a primeira seleção para plenificação de
bacharéis em Ciências Sociais. O tempo mínimo necessário para concluir o
processo de plenificação era de três semestres e foram ofertadas 20 vagas,
cuja conclusão estava prevista para 2006.
Passados cinco anos esse curso foi submetido a uma avaliação pelo
Conselho Estadual de Educação, vindo a ser reconhecido em 2009,
possibilitando a titulação de seus egressos.
12
Desde sua origem o curso de Licenciatura foi construído numa
perspectiva de unidade com o Bacharelado, tendo diversas disciplinas comuns
destacando-se como específicas as disciplinas: prática de formação, estágios
supervisionados e aquelas de didática e psicologia do aprendizado. Esse vício
originário veio a demonstrar, com o amadurecimento do curso, que haveria de
se propor uma Licenciatura profundamente diferente, separada do Bacharelado
em sua concepção e operacionalização, mantendo as disciplinas teóricas das
áreas de sociologia, antropologia, ciência política e as metodologias,
entretanto, geridas com atividades curriculares organicamente estruturadas
para o ensino, sendo a docência sua essência, vocação e razão de ser.
A gênese siamesa da Licenciatura com o Bacharelado permitiu a prática
da plenificação e da habilitação automática, permitindo alunos de Bacharelado,
ao terminar a graduação, passar para a Licenciatura e vice versa cumprindo
apenas as disciplinas obrigatórias que não tinham sido cursadas no curso de
origem, permitindo uma nova graduação em poucos semestres. Essa prática já
não é mais usual por impedimento institucional ocorrido em 2010, estando o
formado condicionado a ingressar como graduado em nova habilitação. Essa é
mais uma razão para entender esses dois cursos como esferas diferentes e
autônomas de conhecimento, capacidades e habilidades. Daí a importância de
repensar o curso de Licenciatura em seu projeto político para dar conformação
institucional a essa nova percepção da Licenciatura como curso pleno e integral.
A dinâmica assumida pela Coordenação foi a de realizar vestibulares
intercalados, ou seja, um semestre com oferta de vagas para o curso de
Bacharelado e outro semestre para o curso de Licenciatura. A razão principal
desta medida relaciona-se à limitação estrutural do Centro de Humanidades
que dispõe de número insuficiente de salas de aula para atender às
necessidades dos dois cursos de Ciências Sociais, no conjunto dos demais
cursos de graduação e pós-graduação que funcionam nesse Centro. Além
desse motivo, há limites do efetivo corpo docente que já atende ao
Bacharelado e a Licenciatura, tornando-se um desafio para o futuro dos dois
cursos, concurso público para provimento de vagas de professores.
O Curso de Licenciatura não nasceu seguindo os novos Parâmetros
Curriculares Nacionais para a implantação da Licenciatura, pois não havia
13
autonomia da Licenciatura que era apêndice do Bacharelado. Considerando a
importância da formação teórica sólida do cientista social com perfil básico do
licenciado, o currículo de licenciatura precisa repensar o núcleo teórico-
metodológico até então comum aos graduandos da Licenciatura e do
Bacharelado, nas áreas de Sociologia, Antropologia, Ciências Políticas e áreas
afins (História, Filosofia, Literatura, Psicologia Social). Agora, com essa
proposta de reformulação do projeto político pedagógico é preciso articular a este
núcleo teórico-metodológico as disciplinas pedagógicas, além de conceber as
Práticas de Formação como componente curricular e não como disciplinas,
mantendo os Estágios Curriculares Supervisionados na versão atual. Desta forma,
vamos implantar o Curso de Licenciatura no novo formato exigido pelo MEC.
A gestão pedagógica do Curso de Licenciatura passará a realizar-se, a
partir de agora, sob dupla dimensão:
a) Coordenação do Curso, composta de um (a) coordenador (a) e seu
(sua) vice, eleitos em processo de escolha livre e democrática, de acordo com
o Regimento da Universidade, artigo 49.
b) Órgão Colegiado consultivo-deliberativo em matéria de gestão de
ensino, pesquisa e extensão, conforme o artigo 53 do Regimento Geral.
À Coordenação do Curso cabe-lhe resolução de questões
administrativas relativas ao Curso, aos professores, alunos e funcionários.
Ao Colegiado do Curso estão reservadas as tarefas de conteúdo
técnico-científico e acadêmicas, sendo uma instância deliberativa que orienta e
respalda política e administrativamente a Coordenação. Suas decisões são
discutidas e deliberadas por votação ou consenso, registradas em ata, para
efeito de sua implantação, impondo-se um quorum mínimo da metade mais um
dos membros legalmente aptos. Compõem o Colegiado do Curso:
1. Coordenador (a), do Curso, como presidente, com direito a voz e voto.
2. O vice-coordenador (a), do Curso, como vice-presidente com igual
direito a voz e voto, substituindo o presidente em sua ausência.
3. Todos os professores do Curso, em efetivo exercício da função ou
do cargo, com iguais direitos.
14
4. Representação do corpo discente organizado, indicada pelas
entidades estudantis existentes, com cota paritária de participação em
relação ao número de professores do Colegiado, oficialmente
contabilizados, em cada conjuntura específica, com idênticos direitos.
1.3.3 Justificativa (do Curso na UECE)
As Ciências Sociais possibilitam, em especial, o ensino da Sociologia
para jovens, sendo relevante contribuir para a formação de cidadãos críticos
capazes de interpretar a contemporaneidade, de dar respostas aos impasses,
de entender e explicar as crises e os conflitos existentes.
As Ciências Sociais devem transmitir e construir com os alunos conceitos e
teorias que compreendam as relações sociais cotidianas, os jogos de poder
que envolvem as ações sociais, esclarecer as formas de dominação e outros
argumentos científicos resultados das pesquisas sociais e dos ensinamentos
dos clássicos e contemporâneos dessas ciências.
A importância das Ciências Sociais como conteúdo do ensino pode ser
observada no estudo e reflexão crítica sobre os grupos sociais, as classes,
culturas e etnias, as relações entre os indivíduos e a sociedade, permitindo a
desnaturalização que essas práticas, tradicionais ou recentes, provocam no
senso comum.
São Ciências Sociais que articulam saberes, que contextualizam
comportamentos, que enxergam a história e a biografia nos processos sociais
que mudam no tempo e no espaço.
Com essas características a Licenciatura em Ciências Sociais capacita
adequadamente o aluno para o magistério, a vida, o trabalho, a política e para
a convivência social.
1.3.4 Dinâmica do Curso de Licenciatura em Ciências Sociais
A consolidação do curso de Licenciatura em Ciências Sociais na
Universidade Estadual do Ceará revela-se como mais um instrumento de
reforço ao processo de transição da Universidade que sinaliza em direção à
15
afirmação de uma instituição voltada para o ensino, para a pesquisa e para a
extensão e, neste esteio, focada na formação e qualificação de profissionais
capacitados para atender às demandas acadêmicas, de formação de
professores e aos novos desafios do mercado de trabalho atuais.
Portanto, o Curso segue uma estrutura curricular própria das ciências
sociais, constituída especialmente em três áreas afins, que são Sociologia,
Antropologia e Ciências Políticas, mediante a pesquisa e o ensino de suas
disciplinas e afins, com a finalidade de formar professores capacitados nas três
áreas básicas. De forma relacional, essas áreas são intrinsecamente
conectadas a área da Educação e da Pesquisa, por meio das disciplinas
didáticas, de Práticas de Formação como componente curricular, dos estágios
supervisionados e das metodologias de ensino e de pesquisa em educação.
Assim, no que concerne a formação voltada para as competências e
habilidades necessárias ao professor, busca seguir as diretrizes das
Orientações Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, atentando para as
propostas construídas para o ensino de Sociologia, relacionadas a três
recortes: temas, conceitos e teorias que, embora se configurem como
didaticamente separados, a orientação é que sejam “tomados como
mutuamente referentes, isto é, rigorosamente seria impossível trabalhar com
um recorte sem se referir a outros”. (Orientações Curriculares Nacionais, 2006,
p. 117). Os conceitos são a própria formatação do discurso científico que
tornam a Sociologia para além do senso comum contribuindo para que os
alunos dominem uma linguagem específica e exercitem a capacidade de
abstração necessária para desenvolverem a análise da sociedade em que
vivem. Assim, ao trabalhar com temas, que podem ser da realidade específica
dos alunos, se poderá fazer a relação com os conceitos e com as teorias sociológicas clássicas e contemporâneas para contribuir com a compreensão
das situações e problemáticas da realidade. Com os temas, a ideia é articular
conceitos, teorias e realidade social, partindo-se de casos concretos da
realidade vivenciada pelos alunos. Para tanto, o Curso de formação de
professores, no caso do Curso de Licenciatura em Ciências Sociais, têm a
missão de contribuir com a formação de profissionais analíticos da realidade
social, que conheçam aprofundadamente as teorias clássicas e
16
contemporâneas e seus conceitos fundamentais. Trata-se de desafio
fundamental, quando percebemos as dificuldades do professor que atua no
ensino médio de recompor sua formação e sua linguagem de forma que
desenvolvam competências e habilidades acadêmicas necessárias ao
professor, mas que sejam apropriadas para o ensino médio, já que lidarão com
adolescentes e jovens diversificados, cujos interesses, formas de pensar e agir
estão condicionadas pela diversidade das culturas juvenis no Brasil.
Ainda seguindo as Orientações Curriculares, o Curso volta-se para a
Pesquisa como mediadora da formação de professores que será elemento
fundamental para a sua vida acadêmica e para a atuação dos profissionais, em
especial, no ensino médio ao seguirem os três recortes: conceitos, temas e teorias.
A Pesquisa deve estar presente nos três recortes, ou seja, ela pode
ser um componente muito importante na relação dos alunos com o
meio em que vivem e com a ciência que estão aprendendo. Assim,
partindo de conceitos, de temas ou de teorias, a pesquisa pode ser
um instrumento importante para o desenvolvimento da compreensão
e para explicação dos fenômenos sociais. (Orientações Curriculares
Nacionais, 2006, pp. 125-126).
Enfim, importante frisar que a UECE vem se afirmando como uma
Instituição de Ensino Superior cuja missão tem sido a de contribuir com
estudos e pesquisas sobre as especificidades do desenvolvimento do Estado,
estratégia esta que se configura pela sua estruturação em campi nas principais
regiões do Ceará. Nesta perspectiva, no campo da Educação, sem a qual não
há desenvolvimento, a UECE tem o desafio de atender o fortalecimento de
seus cursos de Licenciatura. No caso das Ciências Sociais, com a abertura de
mercado de trabalho advinda da obrigatoriedade da disciplina de Sociologia no
currículo do ensino médio, a UECE tem papel crucial na formação de cientistas
sociais capazes de, com competência, contribuir para que o ensino das
Humanidades venha proporcionar uma nova qualidade à formação e
desenvolvimento de uma sociedade sustentável no Estado do Ceará.
17
1.3.5 Formas de ingresso, número de vagas, divisão de turmas por turno.
Formas de ingresso: Através de um concurso Vestibular por
ano, no segundo semestre; como Graduado, ou por transferência de outro IES.
Vagas Ofertadas: 45 (quarenta e cinco) vagas por vestibular,
ofertadas no segundo semestre.
Turno: noturno (Campus Fátima)
Integralização: 8 (oito) semestres.
Equivalência: Não haverá equivalências entre cursos de
bacharelado e licenciatura em Ciências Sociais. Os alunos que estejam
cursando Licenciatura na data da implantação deste novo projeto político e
pedagógico serão incorporados às novas disposições do PPP-Licenciatura.
1.3.6 Carga horária: horas e créditos
a) Diretrizes Curriculares
A formação dos profissionais licenciados em Ciências Sociais será
realizada em curso de graduação que conferirá o título de Licenciado em
Ciências Sociais, com aprofundamento em campos definidos de aplicação
profissional, de modo a atender às diferentes manifestações da cultura em
níveis local, regional e nacional. A graduação compreende uma formação geral
comum e necessária a qualquer campo definido de aplicação profissional, e
formação docente voltada em especial para o ensino médio, estruturando a
formação humanística articulada a técnico-científica.
O curso de graduação de Licenciatura em Ciências Sociais, seguindo
as normas do Conselho Nacional de Educação, terá duração mínima de quatro
anos (oito semestres), compreendendo uma carga horária total de 2.924 horas,
destinadas à formação geral, conhecimentos específicos em articulação teoria-
prática e créditos de atividades acadêmico-científico-culturais. O currículo está
planejado de modo a possibilitar oferta de disciplinas eletivas durante os
18
períodos letivos e, extraordinariamente, durante as férias, além de seminários e
oficinas voltadas para o ensino e debate sobre metodologias e recursos
didáticos em uso no ensino médio.
A carga horária do Curso de Licenciatura em Ciências Sociais está
conformado às orientações do Conselho Nacional de Educação, Conselho
Pleno, Resolução CNE/CP 2, de 19 de fevereiro de 2002, em seu art. 1º:
a carga horária dos cursos de formação de professores de
educação básica, em nível superior, em curso de licenciatura, de
graduação plena, será efetivada mediante a integralização de, no
mínimo, 2800 horas, nas quais a articulação teoria-prática garanta,
nos termos dos seus projetos pedagógicos, as seguintes dimensões
dos componentes comuns:
I – 400 horas de prática como componente curricular, vivenciadas ao
longo do curso;
II – 400 horas de estágio curricular supervisionado a partir do início
da segunda metade do curso;
III – 1800 horas de aulas para os conteúdos curriculares de natureza
científico-cultural;
IV – 200 horas para outras formas de atividades acadêmico-
científico-culturais. (Diário Oficial da União, Brasília, 4.03.2002,
seção 1, p. 9).
b) Distribuição da carga-horária do Curso
A carga horária total do Curso de Licenciatura em Ciências Sociais
será de 2.924 horas, distribuídas da seguinte forma: 1.904 horas destinadas ao
desenvolvimento de conteúdos curriculares de natureza científico-cultural; 408
horas destinadas a Prática como Componente Curricular e 408 horas
destinadas ao Estágio Curricular Supervisionado Obrigatório. Serão também
reservadas 204 horas de atividades complementares de natureza
acadêmico-científico-culturais, as quais deverão ser utilizadas ao longo do
curso, de forma articulada ao conteúdo teórico e à prática profissional.
A carga horária da Prática como Componente Curricular (PCC) é
distribuída da seguinte forma: 272 horas como parte orgânica integrante de
19
disciplinas teóricas do Curso, nas áreas de Sociologia, Antropologia, Ciências
Políticas e Metodologia, articulando conteúdo e prática docente durante toda a
trajetória do aluno no Curso; 68 horas de Seminários de Docência e 68 horas
de Seminários de Metodologias de Ensino, totalizando, assim, 408 horas de
Prática como Componente Curricular.
A carga horária do Estágio Curricular Supervisionado Obrigatório é
distribuída da seguinte forma: 102 horas de Estágio Curricular Supervisionado
I, 136 horas de Estágio Curricular Supervisionado II e 170 horas de Estágio
Curricular Supervisionado III, totalizando 408 horas.
O Estágio Curricular Supervisionado Não Obrigatório deverá ser
incentivado pela Coordenação do Curso, garantindo ao aluno
acompanhamento de professor orientador designado, conforme Lei de Estágios
nº 11.788/2008.
O conjunto da distribuição da carga-horária do Curso está conforme
demonstrado no quadro abaixo:
QUADRO 1 – CARGA HORÁRIA E CRÉDITOS DOS CONTEÚDOS
PEDAGÓGICOS DO CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS SOCIAIS - 2012
ESTRUTURA DOS CONTEÚDOS PEDAGÓGICOS CH CR
Conteúdos curriculares de natureza científico-
cultural
1.904 112
Práticas de Formação* 408 -
Estágio Curricular Supervisionado 408 24
Atividades complementares de natureza
acadêmico-científico-culturais
204 12
TOTAL GERAL 2.924 172
Obs: 1 (um) crédito = 17 (dezessete) horas-aula
20
(*) A Prática de Formação não se constitui em disciplina específica e isolada, mas
como componente curricular, que significa conteúdo e atividades práticas integradas
às disciplinas teóricas das áreas de Sociologia, Antropologia, Ciências Políticas e
Metodologia Científica, de pesquisa e de ensino. A Prática de Formação não
contabiliza créditos a mais às disciplinas teóricas das áreas, mas somam horas
específicas destinadas às atividades em campo, isto é, de formação e experiência
docente.
c) Tempo de Integração:
O Curso de Licenciatura em Ciências Sociais deverá ter uma duração
total de 4 (quatro) anos, com tempo máximo de integralização de 7 (sete) anos.
2. ESTRUTURA DO CURSO
2.1. Perfil do Profissional a ser formado
2.1.1. Capacidades gerais
As capacidades do licenciado permitem o trato cidadão com o outro e
sua inserção consciente e responsável no mundo em que vive e trabalha:
a) Discentes que compreendam o que seja cidadania e
intervenham na realidade para ampliar o exercício de deveres e
demandas de direitos.
b) Futuros docentes interdisciplinares com conhecimentos
articulados, múltiplos, plurais e transversais em Ciências Sociais
e áreas correlatas.
c) Profissionais criativos, éticos e democratas que reproduzam nas
escolas os replicadores dessas práticas multiplicando as
possibilidades do ensino em Ciências Sociais.
21
2.1.2 Habilidades e competências
O Licenciado em Ciências Sociais deverá ter competência e
habilidade, segundo a Lei Federal 6.888/80, em:
a) “elaborar, supervisionar, orientar, coordenar, planejar,
programar, implantar, controlar, dirigir, executar, analisar ou avaliar
estudos, trabalhos, [...], planos, programas e projetos atinentes à
realidade social”.
b) ensinar nos estabelecimentos de ensino conteúdos de sua formação.
c) pesquisar a realidade social, conhecendo os procedimentos
científicos adequados, aplicando teorias das Ciências Sociais,
atualizando o pensamento social, desvelando os significados das
práticas coletivas.
d) “assessorar e prestar consultoria a empresas, órgãos da
administração pública direta e indireta, entidades e associações,
relativamente à realidade social”.
e) “participar da elaboração, supervisão, orientação, coordenação,
planejamento, programação, implantação, direção, controle, execução,
análise ou avaliação de qualquer estudo, trabalho, [...], plano, programa ou
projeto global, regional ou setorial, atinente à realidade social.”
f) comunicar e interpretar de forma artística conteúdos, para envolver o
aluno, ser professor/ator em sala de aula, para conquistar a platéia,
atrair e encontrar o aluno em sua prática docente.
2.1.3 Campo de atuação profissional
Diversificado é o mundo do trabalho do licenciado em Ciências Sociais,
porque a lei de reconhecimento da profissão lhe assegura o exercício de
atividades relacionadas à pesquisa e à prestação de serviços técnico-
científicos, além do magistério:
22
a) Magistério em estabelecimentos de ensino públicos e privados,
ministrando em diversos níveis – fundamental, médio e superior – os
conhecimentos das Ciências Sociais.
b) Pesquisa social que investigue os fatos sociais, as ações sociais, as
relações de poder, os conflitos, a dinâmica social e todas as práticas
culturais e étnicas que envolvam grupos sociais, comunidades,
sociedades e quaisquer outros agrupamentos humanos.
c) Assessoramento/ Consultoria a empresas governamentais ou não
governamentais, órgãos públicos, entidades privadas, associações e
outros, disponibilizando os conhecimentos em Ciências Sociais do
profissional a serviço da coletividade.
d) Planejamento de planos, programas e projetos socioeconômicos de
âmbitos local, regional, nacional e internacional, baseados em diagnósticos
sobre a realidade social para empresas privadas e órgãos públicos.
e) Políticas públicas na área social dirigidas às demandas das populações,
relativas às ações governamentais passíveis de avaliação do profissional
no tocante a responsabilidade e justiça sociais, preservação ambiental, e
viabilidade e cumprimento de objetivos e metas.
2.2 Objetivos do Curso
O Curso de Licenciatura em Ciências Sociais terá como objetivos:
a) Desenvolver a vocação para a ciência no estudante e a capacidade
de transmitir esse desenvolvimento intelectual ao outro.
b) Ser instrumento de transformação da educação integrando os
currículos dos cursos de ensino fundamental, médio e superior,
conectados com a conjuntura e as inquietações contemporâneas.
c) Formar, cientificamente, o docente em Ciências Sociais em
conhecimentos específicos e gerais, na pesquisa social e no conteúdo
da prática pedagógica.
23
d) Permitir ao educando o domínio do conhecimento interdisciplinar
das Ciências Humanas e das práticas pedagógicas para sua
transmissão às gerações futuras.
2.3 Estrutura Curricular
2.3.1 Fluxo do curso
a) Fluxo da Matriz Curricular
Primeiro semestre
DISCIPLINA CH CR
Introdução à Sociologia e Prática como Componente Curricular (PCC) (17h/a)
68 4
Introdução à Antropologia e PCC (17h/a) 68 4
Introdução às Ciências Políticas e PCC (17h/a) 68 4
Metodologia do Trabalho Científico e PCC (17h/a) 68 4
Filosofia da Educação 68 4
Total das disciplinas teóricas 340 20
Total da PCC 68 -
Total Semestre 408 20
Segundo semestre
DISCIPLINA CH CR
Literatura 68 4
Psicologia do Desenvolvimento 68 4
Teoria Sociológica e PCC (34h/a) 68 4
Teoria Antropológica e PCC (17h/a) 68 4
Lab. de Pesq. Bibliográfica e Produção textual 34 2
24
Total das disciplinas teóricas 306 18
Total da PCC 51 -
Total Semestre 357 18
Terceiro semestre
DISCIPLINACH CR
História da Educação no Brasil e no Ceará68 4
Teoria Política e PCC (17h/a) 68 4
Psicologia da Aprendizagem 68 4
Didática Geral 68 4
Laboratório de Pesquisa Qualitativa e Quantitativa 34 2
Total das disciplinas teóricas 306 18
Total da PCC 17 -
Total Semestre 323 18
Quarto semestre
DISCIPLINA CH CR
Questões Sociológicas Contemporâneas e PCC (34h/a)
68 4
Questões Antropológicas Contemporâneas e PCC (17h/a)
68 4
Questões Políticas Contemporâneas e PCC (17h/a) 68 4
Didática das Ciências Sociais 68 4
Sociologia da Educação 68 4
Total das disciplinas teóricas 340 20
Total da PCC 68 -
Total Semestre 408 20
Quinto semestre
DISCIPLINA CH CR
Sociologia Brasileira e PCC (34h/a) 68 4
25
Antropologia Brasileira e PCC (17h/a) 68 4
Política Brasileira e PCC (17h/a) 68 4
Lab. de Pesq. de Campo e Etnografia 34 2
Estágio Curricular Supervisionado I 102 6
Total das disciplinas teóricas 238 14
Total Estágio 102 6
Total da PCC 68 -
Total Semestre 408 20
Sexto semestre
DISCIPLINA CH CR
Lab. de Pesq. Projeto de Pesquisa e RedaçãoMonográfica
68 4
Optativa 68 4
Seminários de Docência (Prática como componente curricular)
68 -
Estágio Curricular Supervisionado II 136 8
Total das disciplinas teóricas 136 8
Total Estágio 136 8
Total da PCC 68 -
Total Semestre 340 16
Sétimo semestre
DISCIPLINA CH CR
Libras 68 4
Estágio Curricular Supervisionado III 170 10
Seminários de Metodologia de Ensino (Prática como componente curricular)
68 -
Total das disciplinas teóricas 68 4
Total Estágio 170 10
Total da PCC 68 -
26
Total Semestre 306 14
Oitavo semestre
DISCIPLINA CH CR
Monografia 102 6
Optativa 68 4
Total das disciplinas teóricas 170 10
Total Semestre 170 10
Observação: O estudante deverá cursar duas disciplinas optativas de 68 h/a,
de sua livre escolha dentro da lista de opções do Curso.
b) Organização curricular
A definição da política de formação profissional tem sido tarefa
assumida pelos cursos de graduação da Universidade Estadual do Ceará que
busca aprimorar o processo de redimensionamento de sua dinâmica curricular
e de sua estrutura organizacional e física. Este esforço permanente tem caráter
inovador, com preocupações político-sociais contemporâneas. A formação
profissional é uma construção coletiva conseqüente de um conjunto de
pressupostos, diretrizes e ações que orienta a prática pedagógica a partir de
objetivos educacionais.
A implantação curricular aqui é analisada sob as perspectivas
conceitual, metodológica, estrutural e política. O currículo deve ser
compreendido como processo de construção social, integrando conhecimentos
e práticas pedagógicas, visando resultados cognitivos na aprendizagem. Assim
compreendido, o currículo é um instrumento agregador de tradições culturais e
de experiências vividas pelos sujeitos, devendo estar adequado às exigências
do tempo presente e às demandas em tempo futuro. Deverá ser discutido como
conjunto de ações integradas com o Ensino, Pesquisa e Extensão.
Os créditos referentes à prática curricular (408 horas) estão
distribuídos, ao longo da matriz curricular, em Práticas de Formação como componente curricular, Seminários de docência e Seminários de
27
metodologia de ensino, que serão vivenciadas por meio da realização de
debates reflexivos, em sala de aula, acerca de temáticas próprias das ciências
sociais e da docência. De forma concomitante, serão realizadas, com
prioridade fundamental, a cada semestre, atividades práticas extra-sala de
aula, onde os alunos exercitarão incursões empíricas nos espaços de
educação formais e não formais até chegarem aos estágios, momento mais
bem concentrado na escola, repercutindo em profunda interação e vivência da
prática escolar. Desta forma, poderão articular os conteúdos teóricos e
pedagógicos explorados em sala durante o transcorrer do Curso e do cotidiano
na escola e em outros espaços de educação. As referidas Práticas de
Formação como componente curricular serão desenvolvidas sob uma
perspectiva interdisciplinar, sendo parte integral, a cada semestre
correspondente, das disciplinas teóricas vinculadas às áreas da Antropologia,
Ciências Políticas e Sociologia e Metodologia.
Para aprofundar a formação docente à luz da relação teoria e prática, e
em articulação com as problemáticas das Ciências Sociais, os alunos deverão
vivenciar mais 408 horas de Estágio, distribuídos em três Estágios Curriculares Supervisionados, somando, assim, 816 horas de Prática-
Estágio Docência em Ciências Sociais. Desta forma, os estudantes terão
oportunidade de experimentar, durante todo o Curso de Licenciatura em
Ciências Sociais, a dimensão cotidiana da relação teoria e prática, seja no
espaço da escola formal, seja em outros espaços educacionais onde se
desenvolvem práticas pedagógicas de formação humana.
As resoluções CNE/CP 2, de 19 de Fevereiro de 2002 e 2471/CEPE,
de 04 de Setembro de 2002, prevêem, ainda, o cômputo de 200 horas para
atividades complementares denominadas acadêmico-científica-culturais. As
atividades podem ser diversas tais como: atividades artístico-culturais (teatro,
coral, cinema, produção de vídeo etc.); participação em grupos de Pesquisa
vinculados ao Curso; atividades de extensão; iniciação científica (IC, PIBIC
etc.); Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID);
Programa de Educação Tutorial (PET); atividades desenvolvidas na Semana
Universitária da UECE; participação em conferências, palestras, debates,
painéis ou mesas redondas e participação em comissões organizadoras de
eventos científicos; exercício da monitoria; cursos de línguas estrangeiras;
28
participação em equipe desportiva da UECE e participação no Centro
Acadêmico.
Para que essas atividades sejam consideradas válidas para fins de
créditos curriculares, os alunos devem requerer, mediante comprovação de
participação, a consignação desses créditos comprovados conforme formulário
próprio de cômputo de horas deliberado pela Coordenadoria Técnico-
Pedagógica da Universidade.
Para contribuir com o desenvolvimento de atividades práticas e
acadêmicas, científicas e culturais, o Curso procura desenvolver uma política
de parcerias com instituições tais como: escolas públicas e privadas, escolas
diferenciadas (indígenas, agrícolas, especiais etc.); Organizações não-
governamentais, órgãos públicos da gestão municipal e estadual, Laboratórios
de Pesquisa, Laboratórios de Pesquisa e Ensino, Sindicatos, Igrejas,
Associações, Federações e outras instituições vinculadas aos movimentos
sociais. Trata-se de entidades que podem oferecer ao aluno do Curso de
Licenciatura oportunidades para desenvolvimento de atividades
complementares curriculares. A Coordenação procura manter comissões para
articular e implementar parcerias, a fim de aumentar o leque de oportunidades.
2.3.2 Plano de estágio: estágio curricular supervisionado obrigatório e não obrigatório
O Currículo do Curso de Licenciatura em Ciências Sociais traz a
compreensão da Prática Docente do educando como um ato de integração
entre reflexão e ação. O Estágio Curricular Supervisionado Obrigatório é,
portanto, um exercício de conteúdos ministrados de forma interdisciplinar entre
as áreas de Sociologia, Antropologia e Ciência Política no espaço institucional
da Escola e em espaços da prática docente, como escolas diferenciadas e
especiais, escolas indígenas, escolas agrícolas, ONG etc.
O Estágio Supervisionado Obrigatório deve ser visto como vivência
intensiva de inserção no campo profissional que se pauta pela busca
permanente de articulação entre teoria e prática, procurando sempre construir
liames entre ensino, pesquisa e extensão. O conhecimento da arte de ensinar
29
deve ser exercitado com o subsídio de reflexões e atividades práticas em todas
as disciplinas da formação básica e complementar do Curso de Licenciatura,
na medida em que os temas-problemas focados possibilitem essa articulação.
Para isso é fundamental que as aulas teóricas “expositivas” não
ocupem o espaço principal do processo formativo e que o formando exercite,
inicialmente junto com o professor, sua capacidade reflexiva e crítica, para,
assim, construir progressivamente sua formação intelectual, política, ética e
estética. É importante, também, que o aluno desenvolva sua capacidade e
atitude de interação, de comunicação, domínio pedagógico dos recursos
didáticos, atualizando-os e reinventando-os, de modo que sejam capazes de
realizar experiências interdisciplinares e atividades curriculares diversificadas.
Cabe ao professor, segundo o educador Paulo Freire, criar
possibilidades de aprendizagem, formando uma “ambiência e troca de saberes
e atitudes, pautados pela competência, curiosidade, criticidade, humildade e
amorosidade. O educador não é aquele que transmite conhecimentos, mas
aquele que cria possibilidades para a sua própria produção ou sua construção”.
Neste sentido, a reflexão do educador em Ciências Sociais volta-se
para elevar a reflexão-ação sobre cidadania, seguindo, desta forma, o que reza
a Lei de Diretrizes e Bases 9394/96, no seu art. 36 e, posteriormente a Lei
11.684, de 2 de junho de 2008, que instituiu a obrigatoriedade da Sociologia no
Ensino Médio, conforme consta no item Justificativa do Curso neste Projeto.
Esta argumentação é pertinente para assegurar aos alunos do curso de
Licenciatura em Ciências Sociais, na fase do Estágio Supervisionado
Obrigatório, a sua participação efetiva nas escolas que já vêm adotando
obrigatoriamente, a disciplina de Sociologia. Desta feita, os alunos deverão
integrar-se às salas de aula que estão ministrando a disciplina específica de
Sociologia para fazer seus estágios-docência.
Assim, para bem formar o cientista social para atuar no Ensino Médio,
o Curso segue as orientações do Conselho Nacional de Educação, Conselho
Pleno, Resolução CNE/CP nº 2, de 19 de fevereiro de 2002, em seu art. 1º,
conforme já referido, neste Projeto, no item sobre carga horária: 400 horas para
30
Prática de Formação, 400 horas para Estágio Supervisionado e 200 horas para
atividades científico-culturais.
Especificamente, em relação ao Estágio Supervisionado Obrigatório, o
Curso estabeleceu 408 horas de estágio curricular supervisionado a partir do
início da segunda metade do curso. As disciplinas de Estágio Supervisionado
Obrigatório, assim como as de Prática de Formação (408 horas), e ainda, o
conjunto das atividades complementares científico-culturais (204 horas) têm
nas Ciências Sociais o desafio de possibilitar ao educando, com sua
participação ativa e crítica, uma formação alçada na compreensão e
intervenção sobre a realidade social, visando sua transformação.
Esta carga horária dos Estágios obrigatórios está dividida em três
disciplinas, a saber: Estágio Curricular Supervisionado I, Estágio Curricular
Supervisionado II e Estágio Curricular Supervisionado III. Esta divisão tem o
objetivo de atender às exigências legais, bem como subsidiar os discentes na
articulação dos conteúdos das disciplinas teóricas das áreas de Sociologia,
Antropologia e Ciências Políticas com a prática docente, estimulando a
pesquisa como eixo norteador do cientista social, garantindo a constante
reflexão-ação sobre o ato de educar, a pesquisa e as habilidades e
competências do profissional cientista social e sua relação com o Ensino,
especificamente, o Ensino Médio. Além disto, tais exigências curriculares estão
em acordo com as Diretrizes Curriculares do Curso de Ciências Sociais.
Assim, o campo de exercitar as atividades de Estágio é formado
prioritariamente pelas escolas públicas conveniadas, de Nível Médio, e por
escolas de formação especial (educação camponesa, indígena, de
remanescentes de quilombolas etc.), podendo também ser incluídos outros
espaços de aprendizagem e formação cidadã como ONG, programas e
projetos para formação e qualificação de adolescentes.
Tal desafio exige das disciplinas de Estágio Supervisionado Obrigatório
uma relação orgânica não vinculada apenas a contatos formais com as
escolas, mas também com a promoção de encontros de intercâmbios de
experiências com grupos de pesquisa do Curso de Ciências Sociais e com
outras universidades e instituições públicas e privadas e com ONG que
vivenciam o espaço da experiência de processos educativos diferenciado,
31
buscando, com isso, alargar as possibilidades de observação empírica e
atividades práticas no campo social e educativo onde esses grupos atuam.
Conforme Resolução CNE/CP 2, de 19 de Fevereiro de 2002, será
aproveitada a experiência anterior dos formandos que exerçam atividades
docentes regulares na Educação Básica: “os alunos que exerçam atividade
docente regular na educação básica poderão ter redução da carga horária de
estágio curricular supervisionado até o máximo de 200 (duzentas) horas”.
O sistema de supervisão dos estágios fica a cargo de um professor e
requer plano de trabalho e avaliação elaborado em conjunto com o aluno
estagiário. O aproveitamento final do aluno resultará da média aritmética das
atividades realizadas em cada Estágio e da avaliação feita pelo seu professor
supervisor. Desta feita, a carga horária dos Estágios está organizada de acordo
com as unidades de conteúdos contempladas por cada plano de curso
correspondente a cada semestre da disciplina, podendo ser visualizada da
seguinte forma:
a) Estágio Curricular Supervisionado I (102 horas):
Haverá a supervisão de um professor do Curso disponibilizado para
orientar e acompanhar o processo de inserção e vivência dos estudantes na
escola, mediando o contato com a instituição e seus profissionais. Serão
desenvolvidas as seguintes atividades e estudos: processo de inserção no
cotidiano da escola e participação em seus eventos; Diagnóstico escolar
comportando: impressões iniciais sobre a escola; infra-estrutura e estatísticas,
tomando a escola como objeto empírico de pesquisa e ensino; projeto político-
pedagógico, gestão escolar e seus profissionais e estudantes; aproximação da
sala de aula e do professor de sociologia, o entorno da escola, seu bairro e
equipamentos sociais e observação minuciosa do cotidiano escolar, seus
lugares e seus grupos. Haverá também encontros periódicos para discussão e
troca de experiência sobre a prática nos estágios, seminários, oficinas etc.
b) Estágio Curricular Supervisionado II (136 horas)
32
Haverá a supervisão de um professor do Curso disponibilizado para
orientar e acompanhar a continuidade do estágio na escola, ampliando o
espectro de relações estabelecidas com a escola e seus profissionais, em
especial com o professor de sociologia. Serão desenvolvidas as seguintes
atividades e reflexões: pesquisas sobre Educação, Escola e suas
possibilidades e problemáticas; participação nos eventos da escola;
observação e análise crítica sobre a prática de ensino de Sociologia em
Escolas de Nível Médio; observação específica da sala de aula e das
atividades de ensino e pesquisa, entre outras, desenvolvidas na disciplina de
sociologia; a relação com o professor da disciplina; planos de unidades e
planos de aula; oficinas de instrumentos didáticos e metodológicos; oficinas
temáticas sobre as pesquisas dos estagiários. Haverá também encontros
periódicos para discussão e troca de experiência sobre a prática nos estágios,
seminários, oficinas etc.
c) Estágio Curricular Supervisionado III (170 horas)
Haverá a supervisão de um professor do Curso disponibilizado para
orientar e acompanhar, em especial, a regência do estudante na escola que se
desenvolverá mediante a realização de aulas, oficinas e mini-cursos. Serão
desenvolvidas, ainda, outras atividades como continuidade da observação e
análise crítica sobre a prática de ensino de Sociologia em Escolas de Nível
Médio; regência de classe em espaços diferenciados de educação, quando for
necessário; pesquisas e práticas de extensão, conforme planejamento e
atividades do Curso e da Escola. Haverá também encontros periódicos para
discussão e troca de experiência sobre a prática nos estágios, seminários,
oficinas etc.
d) Aproveitamento de experiência no magistério
Os alunos que já exercem o magistério, no ensino médio nas áreas de
Sociologia, Antropologia e Ciências Políticas, ficam desobrigados de cumprir
carga horária destinada ao Estágio Curricular Supervisionado III (170h).
33
e) Estágio Curricular Supervisionado Não Obrigatório
O estágio curricular supervisionado não obrigatório é uma atividade
opcional, acrescida à carga horária regular e obrigatória, segundo reza o §2º do
art. 2º da Lei nº 11.788/2008. Será incentivado pelo Curso de Licenciatura em
Ciências Sociais, tendo em vista que possibilita ao estudante vivências e
experiência profissional, devendo firmar um termo de compromisso o aluno, a
concedente do estágio e a UECE, em conformidade com as atividades
escolares.
2.3.3 Conclusão do Curso: Monografia
O estudante desenvolverá uma Monografia de conclusão do curso
podendo articular temáticas das ciências sociais à educação. Poderão
desenvolver diferentes temas relacionados à Educação em geral, à formação
docente, à juventude escolar, à escola e à sociologia no ensino médio, entre
outros, como também temas mais gerais, amplos dentro do espectro de
estudos e pesquisas das áreas das ciências sociais (Antropologia, Sociologia e
Ciências Políticas), articulados a problemáticas, sujeitos, lugares e espaços
educacionais.
O Curso deverá disponibilizar um professor orientador cujas pesquisas
se relacionem a área de pesquisa escolhida pelo estudante. Esta escolha se
dará mediante alguns critérios: acadêmicos (afinidades do tema trabalhado
pelo professor com as preocupações investigativas do aluno); critérios técnicos
(disponibilidade de tempo do professor para assumir a orientação do aluno), e
subjetivos (simpatia e adequação das escolhas de cada aluno com cada
professor).
A escolha do tema da monografia será orientada especialmente por
professores que acompanharam as Práticas de Formação como componente
curricular das áreas do Curso que, a cada semestre, conduzem o aluno para o
aprofundamento de suas questões intelectuais e investigativas, de forma
34
processual e consolidada com a ação efetiva do professor orientador. O
princípio da formulação da temática de cada trabalho é o de que cada aluno
desenvolva seu processo de elaboração/orientação de modo mais próximo
possível com a área de concentração técnico-científico do professor- orientador
eleito para tal fim.
2.3.4 Linhas de pesquisa
Os professores do Curso de Licenciatura em Ciências Sociais têm
desenvolvido investigações em diferentes perspectivas que podem ser
agrupadas nas seguintes linhas de pesquisa:
- Educação, Cultura e Comunicação – Políticas educacionais e
culturais. Comunicação e mídia. Inclusão social, educação e arte. Educação
diferenciada.
- Formação docente – Ensino e aprendizagem. Metodologias e
recursos didáticos. Ensino superior e médio.
- Trabalho docente – Condições do trabalho docente. Organização
docente e lutas sociais.
- Interdisciplinaridade nas Ciências Sociais - Transversalidade de
saberes. Antropologia cultural. Cultura política. Sociologia política.
2.3.5 Proposta de monitoria e iniciação científica e outras formas de apoio ao aluno
a) Plano-Orientação para Monitoria
A monitoria no curso de Licenciatura em Ciências Sociais tem por
objetivos: Estabelecer uma relação pedagogia produtiva e científica entre
professor e aluno; Orientar o aluno em atividades relativas ao ensino, pesquisa
e extensão; e incentivar o aprendizado prático da docência e da produção
científica de alunos monitores.
O Plano-orientação, elaborado anualmente e submetido à
Coordenação do Curso, leva em consideração atividades voltadas ao
35
aprendizado da docência, participação em pesquisa científica e em atividades
de extensão universitária, sob a supervisão do professor orientador.
O aluno deverá realizar pesquisas bibliográficas, interpretações de
texto, analisar e refletir sobre temas da disciplina; estudar os conceitos
fundamentais da teoria e interpretá-los criticamente em sua aplicação para a
compreensão da realidade social.
O monitor tem por tarefa subsidiar o trabalho do professor, excluindo a
prática docente. Ele deverá apresentar sua produção científica em encontros
acadêmicos, eventos e congressos. Também deve participar de treinamentos
universitários, reuniões e discussões sobre a monitoria.
O monitor deverá ser avaliado pelo professor-orientador,
semestralmente, levando-se em consideração os seguintes critérios:
aperfeiçoamento do aluno, domínio do conteúdo, participação nas discussões,
responsabilidade, iniciativa e capacidade de dar respostas, disponibilidade e
habilidade na resolução de problemas, assiduidade, e pontualidade.
b) Plano-Orientação para Iniciação Científica
O programa de iniciação científica tem como objetivos: Formar
graduando-pesquisador; Orientar o aluno em atividades relativas à pesquisa e
à extensão; e incentivar a investigação no curso de graduação, construindo
escola com mestres e discípulos, formando um pensamento científico inovador
e criativo.
O Plano-orientação, elaborado anualmente e submetido à
Coordenação do Curso, visa promover atividades de pesquisa científica,
potencializando o aprendizado em sala de aula, refletindo sobre os resultados
da investigação, interpretando os dados, com apresentação de artigos
científicos, de co-autoria com o coordenador da investigação e apresentando-
os em eventos científicos.
O professor coordenador da pesquisa orientará o aluno fornecendo
indicações bibliográficas, elaborando o projeto de pesquisa para ser
encaminhada às agências financiadoras, incluindo em sua equipe de
36
pesquisadores alunos de graduação, acompanhando o trabalho de campo,
supervisionando a elaboração de planilhas, tabelas e quadros resumos dos
dados levantados, discutindo roteiro para a elaboração de artigos científicos.
Cabendo ao professor orientador, exclusivamente, a elaboração do relatório
final da pesquisa e o seu encaminhamento às autoridades acadêmicas.
O graduando-pesquisador tem por tarefa elaborar seu relatório de
atividades realizadas, mensalmente.
A avaliação do graduando-pesquisador será feita pelo professor-
orientador, semestralmente, levando-se em consideração os seguintes
critérios: aperfeiçoamento do aluno, domínio do conteúdo, participação nas
discussões, responsabilidade, iniciativa e capacidade de dar respostas,
disponibilidade e habilidade na resolução de problemas, assiduidade,
produtividade e pontualidade.
2.3.7 Plano de avaliação
A UECE implantou o processo de autoavaliação institucional em 2011
refletindo sobre suas potencialidades e vulnerabilidades, possibilitando
correções de ações nos diversos âmbitos universitários: ensino, pesquisa e
extensão. Essa avaliação interna permite a participação de professores,
estudantes e servidores na análise do cumprimento das finalidades da
Universidade, identificando os pontos fortes e frágeis da instituição. Faz parte
integrante do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – SINAES/
Ministério da Educação – MEC (Lei N.º10.861 de 14/04/2004).
A importância da autoavaliação está na possibilidade de democratizar o
processo de tomada de decisões, no estabelecimento de estratégias
apropriadas, e na formulação de políticas acadêmicas adequadas às
demandas de seus partícipes.
2.3.8 Extensão
A extensão universitária em Ciências Sociais da UECE, segundo o MEC
(Edital N.º6/2009), é uma atividade acadêmica que obedece: ao preceito da
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indissociabilidade entre extensão, ensino e pesquisa; a integração da formação
estudantil técnica e cidadã; a produção e difusão de conhecimentos e
metodologias; a interdisciplinaridade de ações interprofissionais e
interinstitucionais; a ação transformadora dos problemas sociais com impactos
sociais que inclua grupos sociais, que transfira conhecimentos e que amplie
oportunidades de acesso de formação educacional; a parcerias
interinstitucionais, principalmente as escolas da rede pública estadual; a
relações bilaterais com outros grupos da sociedade; a interação entre saberes
da academia e populares; a contribuição com as políticas públicas.
É preciso que o Curso de Licenciatura em Ciências Sociais além de
transmitir conhecimento crítico sobre a realidade e incentivar a reflexão crítica
de seus alunos, baseado em pesquisas empíricas e teóricas que fundamentam
as interpretações científicas sobre os fenômenos sociais, divulgue esses
saberes para a comunidade visando influenciar nos processos sociais.
Entende-se a extensão universitária como práxis acadêmica a serviço da
coletividade. É a inter-relação entre a universidade, escola e outros grupos
sociais externos ao campus.
É uma ação social que tem natureza científica associada com a política,
pois exerce a responsabilidade social de dispor recursos da universidade ao
alcance de estudante, pré-universitário e ao público em geral.
A extensão transforma quem a pratica, tanto seus promotores, quanto os
receptores e participantes. A extensão é um momento de aprendizagem do
universitário que repensa seus saberes no contato com a comunidade. É uma
oportunidade de olhar para si mesmo e para o tipo de formação recebida e
avaliar sua utilidade, seu sentido. É, também, contato com a realidade que se
estuda. É compreensão do papel social e político da universidade.
É um campo complexo que requer experimentações, revisões, possível
de erros e acertos, construindo um processo democrático de maior diálogo
entre universidade e sociedade em geral.
É, também, mobilização, movimento que transforma todos os
participantes e que atualiza os conhecimentos com os novos rumos que a
realidade social está tomando.
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É abrir as portas da universidade para a sociedade, colocando ao
público a produção científica disponível, realizando pesquisa que depois são
socializadas com os grupos envolvidos, discutindo questões candentes em
seminários abertos, que interessam ao público e que tratam do cotidiano, da
política e dos problemas existentes, promovendo cursos para a população,
dentre outras possibilidades.
Alguns exemplos de extensão universitária podem ser mencionados na
experiência das Ciências Sociais da UECE:
O Núcleo de Estudos, Pesquisa e Extensão em Gestão Pública e
Desenvolvimento Urbano (GPDU) capacitou pesquisadores populares,
na Quadra Santa Cecília (Conjunto São Vicente de Paulo) e no Bairro
Bom Jardim. Estas atividades foram participativas, sendo planejadas
com pessoas do bairro, geralmente jovens.
O GPDU realizou pesquisas chamadas "Diagnóstico Sócio-participativo
do Bom Jardim" e "Ser de Dentro e Estar de Fora: diagnóstico socio-
participativo do Conjunto Habitacional São Vicente de Paulo”, onde
jovens foram capacitados para serem pesquisadores populares.
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