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Reinos das plantas
Nesta seção analisaremos a grande diversidade de plantas e a sua classificação segundo as
semelhanças e as diferenças que elas apresentam. Apresentaremos também o modo de vida desses seres -
como se alimentam, como se reproduzem - e as funções de cada uma de suas partes.
Você poderá perceber como as plantas têm uma importância fundamental para a vida na Terra. Elas
são indispensáveis à vida do homem, fornecendo-lhe não só alimentos mas também
madeira para construção de móveis, telhados, portas, janelas e outras peças de uso doméstico;
materiais para fabricação de papel e carvão;
resinas para a indústria de tintas e vernizes;
substâncias para a fabricação de medicamento.
As plantas (vegetais) estão espalhadas por toda a parte: vivem na terra, na água, nos pântanos e até mesmo nos desertos. São seres pluricelulares e clorofilados, fazem fotossíntese e, por isso, são autotróficos.
Algas pluricelulares, vegetais sem órgãos especializados
Alga é uma palavra que vem do latim e significa "planta marinha". Mas nem todas as espécies de
algas são plantas na atual classificação dos seres vivos e nem todas elas vivem no mar. Uma característica
comum em todas elas é a presença de clorofila em suas células.
Já vimos em capítulos anteriores, as cianofíceas (algas azuis), no reino das moneras, e também as
algas unicelulares eucariontes, no reino dos protistas. Aqui apresentamos as algas pluricelulares, classificadas
dentro do reino das plantas.
Características:
As algas não possuem tecidos e órgãos especializados. Sendo assim, não tem raiz, caule, folha e nem
flor; seu corpo é um talo, e, por isso, são chamadas de talófitas.
Existem algas pluricelulares de diferentes formas e tamanhos. Elas podem ter a forma de filamentos,
lâminas ou ramos. Muitas vezes, tem a forma de uma folha. Mas, se as examinarmos no microscópio, veremos
que elas não apresentam a estrutura das folhas verdadeiras.
Como vivem:
As algas são encontradas em muitos lugares: nos mares, nos rios, nas lagoas, sobre pedras, troncos
de árvores e outras superfícies muito úmidas.
Elas podem viver fixas, por exemplo, no fundo dos mares, dos rios e sobre rochas. Podem também
flutuar na água; neste caso, podem possuir bolinhas como bóias e não as deixam afundar.
As algas absorvem os sais minerais de que precisam através de toda a superfície de seu corpo.
Cor, fator de classificação:
A cor de uma alga é dada por pigmentos especiais. Entre eles, destacam-se os seguintes exemplos:
clorofila - possui cor verde;
ficoeritrina - possui cor vermelha;
fucoxantina - possui cor marrom.
De acordo coma predominância de um certo tipo de pigmento nas suas células, as algas podem ter
várias cores. Assim, as algas pluricelulares compreendem as clorofíceas, rodofíceas e feofíceas.
Clorofíceas (algas verdes):
Por possuírem clorofila, como pigmento predominante em suas células, as clorofíceas são verdes.
Este grupo compreende muitas espécies, que são predominantemente aquáticas, podendo viver em água
salgada e em água doce.
Como exemplo, podemos citar as algas marinhas do gênero Ulva, que possuem representantes
comestíveis e chamados de alfaces-do-mar.
Rodofíceas (algas vermelhas):
As rodofíceas possuem bastante ficoeritrina, embora tenham também clorofila. São algas vermelhas e
geralmente macroscópicas e marinhas, mas existem formas que vivem na água doce. Entre as algas
vermelhas, existem formas comestíveis, como as algas do gênero Porphyra.
Feofíceas (algas pardas ou marrons):
As feofíceas possuem bastante fucoxantina e são geralmente macroscópicas e marinhas. São as
algas pardas ou marrons. Algumas espécies podem medir mais de 50 metros de comprimento.
A alga parda Laminaria é um exemplo de alga comestível; assim como os demais exemplos de algas
comestíveis, essa alga é bastante consumida como alimento, principalmente pelos povos orientais.
Reprodução das algas:
As algas podem se reproduzir de forma sexuada ou assexuada.
A reprodução assexuada se dá, principalmente, através de esporos. Outra forma de reprodução
assexuada ocorre com pedaços destacados da alga, que brotam originando novas algas.
A reprodução sexuada é feita através dos gametas, que são trocados pelas algas.
As algas e o meio ambiente:
As algas oferecem importantes contribuições ao meio ambiente.
Tanto as unicelulares quanto as pluricelulares realizam fotossíntese. Elas são responsáveis por mais
de 70% do gás oxigênio liberado diariamente na Terra, principalmente as unicelulares flutuantes, que fazem
parte do chamado fitoplâncton.
Assim, as algas são responsáveis, em grande parte, pela renovação do oxigênio do ar atmosférico e
daquele que se encontra misturado na água, necessário aos seres aquáticos aeróbicos.
As algas também constituem a fonte mais importante de alimento, direta ou indiretamente, para a
grande maioria dos seres vivos aquáticos.
Algas úteis:
Certas algas marinhas pluricelulares são excelentes fertilizantes. A Sargassum, uma feofíceas, é um
exemplo de alga que, depois de ressecada e moída, fornece um adubo muito rico em sais minerais diversos.
Misturadas ao solo, essas algas o enriquecem com as substâncias necessárias à vida das plantas.
Em certos países, como o Japão, algumas algas são muito usadas na alimentação humana. Nos
restaurantes de dieta macrobiótica é comum o consumo de algas.
As algas podem também ser empregadas na indústria como fontes de alginatos, muito importantes
especialmente na indústria de alimentos - como, por exemplo, dar consistência ao sorvete - e na fabricação de
cosméticos, como sabonetes e pastas de dente.
As algas vermelhas do gênero Gelidium fornecem uma substância chamada ágar, que é aproveitada
como matéria-prima para remédios, laxativos e gomas. O ágar é muito utilizado também em laboratórios e em
faculdades, como meio de cultura para desenvolvimento de microrganismos. O ágar foi usado, na Grécia
antiga, como produto rejuvenescedor e, hoje, vem sendo usado na cicatrização de queimaduras.
As algas e a morte de peixes:
Como você sabe, muitas espécies de algas vivem em água doce. São muito comuns em lagos,
represas e reservatórios. Às vezes, esses ambientes recebem grande quantidade de sais minerais usados
como adubo na agricultura e que são levados até eles pela água de chuvas. Outras vezes, descarregam-se
nesses ambientes lixo, esgoto doméstico e resíduos industriais, materiais geralmente ricos em substâncias
orgânicas. Essas substâncias são decompostas por microrganismos, que liberam sais minerais diversos na
água.
Nessas condições, em presença de grande quantidade de sais minerais, certas algas superficiais
podem se reproduzir intensamente, formando um "tapete" sobre a água. Esse "tapete" de algas dificulta a
penetração de luz na água, o que afeta a atividade fotossintetizante de algas submersas. Assim, as algas
submersas deixam de fazer a fotossíntese e, portanto, deixam de liberar gás oxigênio. Isso provoca a morte de
seres aeróbicos, como os peixes, por asfixia. Além disso, as algas submersas morrem em grande quantidade e
são decompostas; a decomposição libera na água substâncias tóxicas e malcheirosas, tornando-a imprópria
para o consumo. Esse fenômeno tem ocorrido em diversos locais no Brasil, como na represa Guarapiranga, na
cidade de São Paulo, e na lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro.
O gás oxigênio produzido pelas algas do "tapete" superficial é liberado, praticamente em sua
totalidade, para a atmosfera.
Briófitas e Pteridófitas, plantas sem flores
De uma maneira bem simples, podemos dizer que as briófitas e as pteridófitas são
vegetais que não dão flores.
As briófitas:
São plantas pequenas, geralmente com alguns poucos centímetros de altura, que
vivem em lugares úmidos e sombrios.
Uma das características mais marcantes das briófitas é a ausência de vasos para a
condução de nutrientes. Estes são transportados de célula a célula por todo o vegetal. É por
isso que não existem briófitas muito grandes. O transporte de água de célula a célula é muito
lento e as células mais distantes morreriam desidratadas.
O musgos e as hepáticas são os principais representantes das briófitas. O conjunto de
musgos forma uma espécie de "tapete" esverdeado, observado comumente nos solos, muros e
barrancos úmidos. Podem formar uma ampla cobertura sobre o solo, protegendo-o contra a
erosão.
As briófitas não tem raízes. Fixam-se ao solo por meio de filamentos chamados
rizóides, que absorvem a água e os sais minerais de que o vegetal necessita. Também não
possuem verdadeiro caule. Tem uma haste denominada caulóide que não apresenta vasos
para a condução da seiva. Suas "folhas" denominam-se filóides e são apenas partes achatadas
do caulóide.
Reprodução:
A reprodução das briófitas apresenta duas fases: uma assexuada e outra sexuada.Os
musgos verdes que podemos ver num muro úmido são plantas sexuadas que representam a
fase chamada de gametófito, isto é, fase produtora de gametas.
O gametófito masculino produz gametas móveis, com flagelos, chamados de
anterozóides. Já o feminino produz gametas imóveis, chamados de oosferas. Levados pelas
gotas de chuva, os anterozóides alcançam a planta feminina e nadam em direção à oosfera. Da
união de um anterozóide com uma oosfera, surge o zigoto, que, sobre a planta feminina cresce
e forma um embrião, que se desenvolve originando a fase assexuada chamada de esporófito,
isto é, fase produtora de esporos.
O esporófito possui uma haste e uma cápsula, no interior da qual formam-se os
esporos. Quando maduros, os esporos são liberados e podem germinar no solo úmido. Cada
esporo, então, pode formar uma espécie de "broto" chamado de protonema. Cada protonema,
por sua vez, desenvolve-se e origina um novo musgo verde (gametófito).
A relação das briófitas com a água:
As briófitas enfrentam os mesmos problemas de sobrevivência que as plantas
vasculares no ambiente terrestre. A água é essencial para o metabolismo, mas é um
suprimento limitado errático no ambiente acima do solo. Briófitas e plantas vasculares
exemplificam dois padrões alternativos de adaptação a essas condições. As briófitas têm de
utilizar a água onde e quando ela está disponível acima do solo, enquanto as plantas
vasculares possuem raízes e um sistema de condução eficiente.
Muitas briófitas estão confinadas a ambientes úmidos, mas algumas são capazes de
tolerar a deficiência hídrica e outras são extremamente tolerantes à dessecação e altamente
adaptadas a uma existência poiquilo-hídrica, ocorrendo, desse modo, em ambientes hídricos,
mésicos e xéricos.
As briófitas são bastante diversificadas em suas adaptações para a absorção e
condução de água. Nas espécies ditas endo-hídricas, a água é absorvida do substrato e
conduzida internamente até os filídios ou outra superfície evaporante, através de um sistema
condutor, o qual é bem mais simples que o xilema das plantas vasculares. Ocorrem, em geral,
em substratos úmidos, permeáveis e estão bem representadas na base de troncos de árvores,
em brejos e em solos bem drenados. Nas briófitas ecto-hídricas, a água é facilmente absorvida
(e perdida) e conduzida sobre a sua superfície, sendo o movimento desta muito mais difuso.
Ocorrem principalmente em substratos impermeáveis e com pouca disponibilidade de água,
tais como troncos de árvores, rochas e em solos pedregosos e compactados. São capazes de
armazenar grandes quantidades de água após a chuva ou orvalho. Existem muitas briófitas que
combinam mecanismos de condução endo e ecto-hídricos, sendo chamadas, então, de "mixo-
hídricas".
A condução de água nas briófitas, assim, pode se processar pelos seguintes
mecanismos:
a - através de células condutoras especializadas, os hidróides, os quais são desprovidos de
protoplasto vivo na maturidade mas não apresentam paredes celulares lignificadas; existem,
também, células condutoras de fotossintatos, os leptóides, que mantêm vivo o seu protoplasto
na maturidade.
b - através de espaços intercelulares;
c - de célula a célula, através das paredes celulares;
d - por espaços capilares externos;
e - através de células parenquimáticas condutoras;
f - através de células hialinas especializadas, providas de poros.
Um cilindro central bem desenvolvido é característico das briófitas endo-hídricas,
especialmente as de maior dimensão. A condução capilar externa é especialmente importante
em muitas espécies ecto-hídricas. Entretanto, tais caminhos respondem apenas por uma parte
do movimento da água em cada caso. No córtex do caulídio, na lâmina do filídio e nas formas
talosas (hepáticas e antóceros), muita água deve movimentar-se ao longo das paredes
celulares ou de célula a célula.
Os sistemas de condução capilar são diversos e complexos, incluindo os espaços entre
filídios, entre filídios e caulídio e em meio aos rizóides e tomentos, bem como entre as papilas
que cobrem a superfície das células. Poucas são as briófitas que apresentam sistemas
capilares internos formados por células especializadas, podendo-se destacar, nesse aspecto,
as famílias Sphagnaceae, Leucobryaceae e Calymperaceae. Em tais briófitas existem células
hialinas sem conteúdo protoplasmático vivo, providas de poros, denominadas de leucocistos,
que atuam eficazmente na condução célula a célula. O sistema capilar interno também está
representado pelo transporte via parede celular e deve ocorrer, principalmente, entre as
briófitas endo-hídricas.
As pteridófitas:
Na evolução das plantas, as pteridófitas foram os primeiros vegetais a apresentar um
sistema de vasos para conduzir nutrientes. Assim, possuem raiz, caule e folha verdadeiros.
Seu caule é geralmente subterrâneo e é denominado rizoma. A samambaia e a avenca são
exemplos desse grupo de vegetais.
A maioria das pteridófitas é terrestre e habita, de preferência, lugares úmidos e
sombrios. A samambaia e a avenca podem viver sobre outras plantas, mas sem prejudicá-las.
O dendezeiro é uma das hospedeiras preferidas dessas pteridófitas.
Reprodução:
As pteridófitas, como as briófitas, se reproduzem por meio de um ciclo que apresenta
uma fase assexuada e outra sexuada.
Uma samambaia-de-metro, por exemplo, que é comum em residências, é uma planta
assexuada produtora de esporos. Por isso, ela representa a fase chamada de esporófito.
Em certas épocas, na superfície inferior das folhas da samambaia, formam-se pontos
escuros chamados de soros, onde se produzem os esporos.
Quando os esporos amadurecem, os soros abrem-se, deixando-os cair no solo úmido;
cada esporo, então, pode germinar e originar um prótalo, uma plantinha bem pequena em
forma de coração. O prótalo é uma planta sexuada, produtora de gametas; por isso, ele
representa a fase chamada de gametófito.
No prótalo, formam-se os anterozóides e as oosferas. O anterozóides, deslocando-se
em água, nada em direção à oosfera, fecundando-a. Surge, então, o zigoto, que se desenvolve,
transformando-se em uma nova samambaia. Quando adulta, esta planta forma soros, iniciando
novo ciclo de reprodução.
Este processo de reprodução em um ciclo com uma fase assexuada e outra sexuada
denomina-se alternância de gerações.
FONTES: Base de dados do Portal Brasil®, Universidade Federal da Bahia e "Os seres vivos".
Gimnospermas, plantas com sementes, mas sem frutos
As gimnospermas possuem raízes, caule, folhas, flores e sementes, mas não produzem frutos. O nome gimnosperma significa "semente (sperma) nua (gimno)".
Fanerógamas de óvulos nus, desprovidas de um perianto (cálice e corola) e de ovário por não haver enrolamento dos macrosporófilos durante o seu desenvolvimento.
As flores (em conjuntos, por isto chamados estróbilos) são formadas apenas de microsporófilos (folhas modificadas que originarão esporos que ao germinarem originarão estruturas masculinas) ou
estames reunidos em inflorescências ou estróbilos e de macrosporófilos (folhas modificadas que originarão esporos que ao germinarem originarão estruturas femininas) ou carpelos, também em geral
agrupados entre si, mas nunca microsporófilos e macrosporófilos no mesmo estróbilo. Os esporângios femininos localizam-se nos cones, freqüentemente recobertos por escamas endurecidas (carpelos). As
escamas encaixam-se perfeitamente umas nas outras e só se abrem depois da fecundação, para liberar a semente. Cones são estróbilos com as flores femininas.
Os esporângios masculinos encontram-se nos órgãos chamados cones masculinos, amentos ou amentilhos, bastante semelhantes às pinhas, mas com escamas menos duras e menores (estames).
Os estróbilos masculinos são estruturas muito mais frágeis, que se abrem para liberar os grãos de pólen. Ocorrida a fecundação originam-se pinhas que são conjuntos de sementes popularmente
denominadas pinhões. Nas Coníferas, os gametas desnudos situam-se acima de escamas consideradas como as folhas modificadas da flor, formando cones. Os cones masculinos são amarelos, formados
por numerosas escamas, com bolsas cheias de pólen, os cones femininos são verdosos formados por escamas nas quais existem óvulos descobertos.
Em sua maturação os cones masculinos ou amentos liberam ao vento milhões de grãos de pólen, que transportados pelo vento caem nos cones femininos, fecundando aos óvulos. Fecundado, o
cone feminino fecha-se formando a pinha, no interior da qual encontram-se os pinhões, produto dos óvulos fecundados. Ao final de um ano, aproximadamente, a pinha abre-se e deixa cair os pinhões que se
dispersam ao vento até caírem num lugar propício para sua germinação.
No pinheiro do Paraná (Araucaria angustifolia) os esporófilos masculinos e femininos encontram-se em indivíduos separados e os estróbilos são diferentes entre si .
Reprodução
a. Cone(estróbilo feminino) com óvulos
b. Uma escama (macrosporófilo) com óvulos
c. Amento produtor de pólen (estróbilo masculino)
c. Ovo-célula
d. Corte através de um microsporângio
e. Grão de pólen (micrósporo)
f. Zigoto
g. Semente madura (pinhão) na escama do cone
h. Plântula (esporófito em início de desenvolvimento)
i. Esporófito maduro
Os micrósporos (grãos de pólen) ainda dentro dos microsporângios iniciam a formação do gametófito masculino que é formado pela célula do tubo e a célula geradora.
A parede do micrósporo desenvolve duas projeções em forma de asa que permitem que ele seja levado pelo vento. Quando ele desenvolve estas projeções passa a ser chamado propriamente de
grão de pólen. Estas projeções aladas foram o fator decisivo para a conquista da terra pelas gimnospermas pois elas não dependem da água para se reproduzir como os criptógamos.
Os macrosporófilos possuem dois ou mais macrosporângios ou óvulos que dão origem às sementes. Os óvulos possuem um tegumento, uma abertura, uma câmara polínica que recebe os grãos de
pólen, um ou mais arquegônios que repousam sobre um prótalo ou endosperma primário. Este é haplóide, pois se origina de um macrósporo do tecido do óvulo, sendo que os três restantes degeneram e
são absorvidos.
Então os grãos de pólen se espalham pelo vento e chegam ao óvulo por meio de tubos polínicos e então a oosfera é fecundada por um gameta masculino. Depois da fecundação, os zigotos
dividiram-se por mitose dando o embrião, que é formado de radícula, caulículo, gêmula e cotilédones, transformando-se o prótalo no endosperma secundário que é um parênquima de reserva, e o
tegumento do óvulo no tegumento da semente. Em geral formam-se muitos embriões, mas só um se desenvolve. A semente ("pinhão") de gimnosperma é formada de:
1) Embrião: esporófito embrionário diplóide;
2) Endosperma: tecido nutritivo, que corresponde ao gametófito, haplóide, no qual está imerso o embrião;
3) Parede do megásporo e megasporângio: estruturas diplóides que protegem o embrião e o endosperma;
4) Casca: estrutura diplóide formada pelo endurecimento do tegumento do óvulo.
Principais representantes
As gimnospermas reúnem grande número de espécies arbóreas, como as coníferas, entre as quais algumas - as sequóias - são as maiores e mais longevas árvores do planeta. Outras são arbustos
e, umas poucas, lianas e cipós. As folhas das gimnospermas são em geral perenes e podem ter aspecto acicular (pinheiros, abetos etc.), escamiforme (ciprestes) ou lobulado (ginkgo), ou ainda se
assemelharem às das palmeiras (cicadáceas). Certas árvores, como os ginkgos e os lariços, são de folhas caducas. As flores não são vistosas e na verdade se reduzem aos elementos reprodutores,
agrupados em massas ou inflorescências. Estas têm a forma de cone em muitas espécies, como nos pinheiros, abetos e cedros, o que originou a denominação de coníferas.
As coniferófitas são as plantas gimnospermas mais representativas e reúnem espécies bastante conhecidas como os pinheiros, abetos, cedros e ciprestes. As cicadófitas, que evoluíram muito pouco
ao longo de milhares de anos, são plantas de zonas tropicais ou subtropicais, com tronco lenhoso sem ramificações, do qual brota um conjunto de folhas semelhantes a um penacho, como o das palmeiras,
pelo que, à primeira vista, podem ser confundidas com estas. As verdadeiras palmeiras, no entanto, são angiospermas e têm características botânicas muito diferentes. As cicadófitas incluem a família das
cicadáceas, conhecidas como saguzinhos - destaca-se a espécie Cycas revoluta, própria do sul do Japão, de cuja medula se obtém um produto alimentício, o chamado sagu do Japão - e a das zamiáceas.
O gênero Zamia, estendido por diversas regiões da África e no México principalmente, apresenta caule muito curto, de que saem pequenas hastes e folhas.
As gnetófitas mostram indiscutíveis afinidades com as angiospermas. Compreendem plantas arbustivas, adaptadas a ambientes desérticos ou de estepe, como os gêneros
outras em forma de liana, como as do gênero Gnetum, de ambientes selváticos. Na região mediterrânea, abunda a espécie
aparência articulada. Em regiões áridas da África há uma espécie curiosa, a tumboa (W. mirabilis), composta de uma grossa porção subterrânea, que emerge até meio metro acima do solo, e de duas folhas
opostas que medem até dois metros de comprimento, rentes ao chão. Os cipós do gênero Gnetum compreendem espécies tropicais típicas da Amazônia, do golfo da Guiné e de selvas asiáticas.
As ginkgófitas, que datam do período permiano, foram abundantes no passado, mas subsistem por meio de apenas uma espécie,
Pinheiro-do-paraná: uma árvore "plantada" por pássaros
Se fôssemos escolher as cinco árvores mais significativas do Brasil, certamente a araucária ou pinheiro-do-paraná seria uma delas (
Além de ser uma bela árvore, a araucária é imponente: com forma de taça, alta, reta e com seu tronco mantém a forma cilíndrica quase perfeita desde a base até o topo, chegando a atingir de vinte a
trinta metros de altura.
Além dos seres humanos, boa parte da fauna brasileira - da anta ao sabiá -, apreciam o pinhão, produzido pelo pinheiro-do-paraná. A gralha, outra ave apreciadora do pinhão, geralmente armazena
mais do que pode comer, ou - como acreditam muitos -, esquece onde enterrou os pinhões e eles acabam germinando e nascendo.
Os novos pinheiros que saem para a vida servem para compensar os que morrem de velhos ou por doença, porém a semeadura das gralhas não compensa os estragos das motosserras (madeira),
pela única razão de que, cortando os pinheiros, acaba-se também com as gralhas.
Angiospermas, plantas que produzem frutos
Há aproximadamente 3,5 bilhões de anos, surgiam no planeta os primeiros seres vivos,
unicelulares, procariontes e heterotróficos. Mais tarde, alguns deles tornaram-se capazes de
produzir clorofila e sintetizar seu próprio alimento; eram os primeiros organismos autotróficos.
Milhões de anos depois, surgiram os primeiros seres unicelulares e eucariontes. Após este
período o clima esquentou (500 milhões de anos atrás) e houve períodos de seca e várias
plantas ficaram expostas ao ambiente terrestre. Há 300 milhões de anos, é o auge das
pteridófitas, quando o clima da Terra era quente e úmido. Cerca de 50 milhões de anos depois
o clima esfriou um pouco e as gimnospermas, que já existiam, passaram a se dispersar e
constituir a vegetação dominante em ambientes terrestres diversos. Até hoje encontramos as
gimnospermas em algumas regiões frias do planeta.
O clima voltou a esquentar há aproximadamente 130 milhões de anos (*), quando
houve grande explosão de angiospermas. Elas contavam com uma grande vantagem: o fruto.
Além de ser o grupo de plantas que predomina sobre a maioria das comunidades da
Terra, ocorrendo em praticamente todos os biótopos, as angiospermas ou Magnoliophyta
também apresentam grande importância econômica: das 3.000 espécies que são utilizadas
pelo homem, 12 são responsáveis por 70% da movimentação comercial dentro do setor
primário, como o milho, soja, trigo, borracha, açúcar e algodão.
A estrutura definitiva das angiospermas, que a caracteriza como grupo monofilético, é o
desenvolvimento de flores com carpelo. O nome, do grego angeion (urna), se refere ao carpelo.
Dentro deste grupo podem ser encontradas flores monóclinas (hermafroditas) ou díclinas
(unissexuadas), bem como plantas monóicas (que produzem flores masculinas e femininas ou
hermafroditas) ou dióicas (que produzem flores masculinas ou femininas). Outras
características comuns a todas as plantas deste grupo são:
os tubos crivados do floema e suas células anexas se originam de uma só célula;
as flores andróginas sempre têm os estames externos aos carpelos;
os estames sempre possuem 2 grupos de sacos polínicos e endotécio;
os carpelos são tubulosos (megaesporófilo fechado);
o gametófito feminino possui apenas 8 células ou núcleos.
Isso exclui a possibilidade de ter havido convergência evolutiva para todos estes
caracteres entre um número tão grande de plantas.
A xenogamia (reprodução cruzada) dentro do grupo é assegurada por mecanismos
como:
dioicia;
protandria / protoginia (amadurecimento dos órgãos masculinos e femininos em épocas
diferentes);
separação espacial de tais órgãos (flores unissexuadas);
autoincompatibilidade genética.
Discussões sobre a origem das angiospermas
A predominância das plantas com "semente protegida" tem sido justificada por algumas
características, que, no entanto, são discutíveis:
proteção dos óvulos pelo carpelo (que não foi suficientemente provada como superior à
proteção dada por uma escama dos cones);
a existência de um endosperma triplóide resultante da fecundação dupla, aumentando
a velocidade de desenvolvimento do embrião (embora existam dentro do grupo
endospermas diplóides);
vantagem sobre o desperdício de energia e de tempo típicos da reprodução de gingko
e das cicas, que formam praticamente a semente inteira sem que haja a fecundação, o
que pode sugerir que o desenvolvimento acelerado do óvulo das angiospermas seja
uma vantagem adaptativa derivada do modelo cicadiano. O tempo levado para formar
a semente nesse tipo de gimnospermas é provavelmente uma das razões por que as
gimnospermas são sempre lenhosas, enquanto as angiospermas foram capazes de
desenvolver hábitos herbáceos;
a fecundação relacionada a agentes de polinização, que supostamente evoluíram na
mesma época e houve adaptação, como os insetos (uma vez que uma planta que
dependa do vento para a polinização precisa formar populações de indivíduos
preferencialmente próximos uns dos outros, o que pode restringir sua distribuição). No
entanto, esta adaptação não é uma economia de energia propriamente dita, pois a
energia que era gasta produzindo grandes quantidades de pólen nas anemófilas é
comparável ao gasto de energia para produção de atrativos para seres polinizadores,
como néctar, odor e cores;
a evolução de um sistema de condução mais complexo e eficiente, tanto no xilema
quanto no floema. Não há vantagens evidentes na organização do floema, mas o vaso
condutor do xilema é, provavelmente, a maior vantagem adaptativa que as
angiospermas têm sobre as gimnospermas. Não parece, no entanto, que as primeiras
angiospermas tivessem tais vasos, tendo eles aparecido mais tarde, e não só nas
angiospermas, mas também em algumas plantas gneticóides. Esse sistema de
condução permite que as plantas não sejam tão xeromórficas quanto as
gimnospermas, o que é uma vantagem na maioria dos ambientes.
Sugeriu-se também que a potencialidade de especiação (formação de novas espécies
por isolamento genético) das angiospermas num período de tempo relativamente curto
também é um fator que se relaciona à predominância deste grupo e sua diversidade,
permitindo que houvesse espécies em praticamente todos os ambientes ecológicos.
As angiospermas apresentam registro fóssil (folhas, pólen, madeira) confirmado desde
o Cretáceo Inferior. Provavelmente se originaram em algum lugar em Gondwana e dali se
espalharam para o Norte, mas não se é capaz de apontar qual grupo ou qual tipo de fóssil se
constitui num elo entre as plantas dos períodos anteriores e as angiospermas.
A evolução inicial deve ter ocorrido longe das bacias sedimentares, em montanhas e
planaltos tropicais, razão pela qual os fósseis das mais primitivas são praticamente
inexistentes. Existem diversas hipóteses que tentam relacionar os grupos de gimnospermas
com a provável ancestral (veja adiante os caracteres considerados primitivos deste grupo, que
deveriam estar presentes no ancestral). Estas são algumas delas e a principal crítica feita à
hipótese:
Cycadophytina (cicas) - os caules (madeira) e folhas das cicas são distantes dos
das angiospermas, e é improvável que um estróbilo unissexuado, tão desenvolvido
quanto o das cicas fosse capaz de "involuir" a ponto de formar uma estrutura
semelhante a uma flor de Magnólia, que é bissexuada.
Bennettitales - as benetitas tinham estróbilos bissexuados, com as escamas
masculinas abaixo das femininas, e mesmo caules de madeira e ramificação
compatível com a de um provável ancestral das angiospermas. Mas, devido ao aspecto
estrutural dos cones, uma modificação dos esporofilos teria que ser muito grande para
originar um estame e maior ainda para originar um carpelo.
Gnetophytina - apesar da semelhança de diversas estruturas, como as folhas e as
sementes, a ponto de uma planta de Gnetum poder ser confundida por alguns com um
pé de café, é mais provável que este grupo seja "irmão" das angiospermas do que seu
ancestral. Não há registro fóssil de Gnetophytina antes do registro de angiospermas, e
as características de Gnetum que são semelhantes às das angiospermas
correspondem a um grupo de plantas "derivadas" (flores unissexuadas, com brácteas/
escamas e estróbilo composto), e não "primitivas", sendo isso hoje em dia atribuído a
uma convergência evolutiva.
Pteridospermales - este grupo é antigo o suficiente para ter originado cicas,
benetitas e angiospermas e não pertence ao grupo das angiospermas, mas sim ao das
samambaias. Características como madeira, nervuras (algumas), câmbio e ausência
de estróbilo correspondem ao que supostamente seria um ancestral do grupo das
angiospermas. No entanto, essas plantas ainda não haviam desenvolvido vasos. Um
grupo derivado delas parece ter ainda mais semelhanças, mesmo no aspecto dos
frutos.
(*) Essa data de 130 milhões de anos tornou-se discutível com a descoberta de fósseis de uma
folha e de flores que datam de 220 milhões de anos. A folha possui o padrão das nervuras das
angiospermas. Portanto, para a confirmação de uma data ou outra, ainda são necessários
novos estudos e a descoberta de novos fósseis. No cálculo da data de fósseis e outros objetos
é utilizado principalmente o Carbono-14.
AngiospermasA raiz
Partes da raiz
A raiz é composta de várias partes: a coifa, a zona lisa (ou de crescimento), a zona
polífera (dos pêlos absorventes), a zona suberosa (ou de ramificação) e o colo (ou coleto).
1) Coifa - È uma espécie de capuz que protege a ponta da raiz. Nessa região,
existem células pequenas e relativamente delicadas que se multiplicam intensamente,
promovendo o crescimento vertical da raiz. A coifa envolve e protege essas células contra o
atrito com as partículas do solo e contra o ataque de microrganismos diversos.
2) Região lisa (ou de crescimento) - É a região onde ocorre o alongamento das
células que foram produzidas na ponta protegida pela coifa; o grande alongamento das
células, nessa região, permite o crescimento da raiz. Assim, para que uma raiz cresça
bem, deve haver: multiplicação de células (na ponta) e alongamento celular (na região
lisa).
3) Região polífera (dos pêlos absorventes) - Nessa região existem pêlos
absorventes, que retiram do solo água e sais minerais, que vão formar a seiva bruta. É
também chamada zona de absorção.
4) Região suberosa (ou de ramificação) - Região na qual a raiz se ramifica,
originando as raízes secundárias, que auxiliam a fixação da planta no solo e aumentam
a superfície da absorção.
5) Colo (ou coleto) - Ponto de encontro da raiz com o caule.
Tipos básicos de raízes
Vimos que as angiospermas podem ser divididas em dois grandes grupos:
monocotiledôneas e dicotiledôneas. Nesses grupos, verificam-se dois tipos básicos de raízes:
fasciculadas e pivotantes.
Raízes fasciculadas
As raízes fasciculadas compõem-se de um conjunto de raízes finas que têm origem
em um único ponto. Não existe nessas raízes uma ramificação mais desenvolvida que outra.
Também chamadas de raízes em cabeleira, as raízes fasciculadas ocorrem nas
monocotiledôneas, como a grama, o milho, a cana, etc.
Raízes pivotantes
Nesse sistema de raízes, existe uma raiz principal, geralmente maior que as demais e
que penetra verticalmente no solo. Da raiz principal partem as raízes laterais, que também se
ramificam. As raízes pivotantes, também chamadas de raízes axiais, ocorrem nas
dicotiledôneas, como o feijão, o café, a laranjeira, o abacateiro, o ipê, etc.
Tipos especiais de raízes
As raízes têm função de absorção e de fixação. Mas algumas plantas possuem tipos
especiais de raízes com outras funções. Passaremos, então, a estudar os seus principais
exemplos: tuberosas, escoras, tabulares, sugadoras e respiratórias.
Raízes tuberosas
As raízes tuberosas contêm grande reserva de substâncias nutritivas e são muito
utilizadas na nossa alimentação. Como exemplos dessas raízes, podemos citar a mandioca, a
cenoura, a beterraba, o cará, a batata-doce e o nabo.
Raízes-escoras
Essas raízes, também chamadas de raízes-suportes, partem do caule e se fixam no
solo, aumentando a superfície de fixação da planta. Geralmente são encontradas nas plantas
que se desenvolvem nos mangues, ambientes de solos movediços; é o caso da planta
chamada de mangue-vermelho, do gênero Rhizophora.
Raízes tabulares
As raízes tabulares são raízes achatadas como tábuas que encontramos em algumas
árvores de grande porte. Auxiliam a fixação da planta no solo e possuem poros que permitem a
absorção de gás oxigênio da atmosfera. A sumaúma, da Amazônia, apresenta raízes tabulares.
Raízes sugadoras
São raízes de plantas parasitas, como a erva-de-passarinho, que penetram no caule
de uma planta hospedeira, sugando-lhe a seiva.
Raízes respiratórias ou pneumatóforas
São raízes de algumas plantas que se desenvolvem em locais alagadiços. Nesses
ambientes, como os mangues, o solo é geralmente muito pobre em gás oxigênio. Essas raízes
partem de outras existentes no solo e crescem verticalmente, emergindo da água; possuem
poros que permitem a absorção de oxigênio atmosférico.
AngiospermasO caule
O caule tem a função de sustentar folhas, flores e frutos, além de conduzir a seiva
bruta e a seiva orgânica, ou elaborada.
A condução das seivas é feita por um sistema de vasos especializados. A seiva bruta
é transportada pelos vasos lenhosos. O conjunto formado por esses vasos é chamado de lenho
ou xilema. Já a seiva orgânica é conduzida pelos vasos liberianos, cujo conjunto é chamado de
líber ou floema. O lenho e o líber existem também no interior de raízes, folhas, flores e frutos.
Partes do caule
O caule é composto de quatro partes: broto terminal, brotos laterais, nó e entrenó.
1) Broto terminal - Situa-se na ponta do caule. Também chamado gema apical, o
broto terminal é formado por milhares de células muito delicadas que podem se
multiplicar intensamente, promovendo o crescimento do caule em comprimento.
2) Brotos laterais - Situados ao longo do caule, esses brotos também são
formados pelos mesmos tipos de células do broto terminal. Quando essas células se
multiplicam, originam ramos, folhas e flores.
3) Nó - É a região onde surgem os brotos laterais e as folhas.
4) Entrenó - Região entre dois nós.
Tipos de caule
Os caules, geralmente, crescem acima da superfície do solo. Mas existem caules que
crescem embaixo da terra ou dentro da água. Portanto eles podem ser aéreos, subterrâneos ou
aquáticos.
Caules aéreos
Crescem acima da superfície do solo. Podem ser: eretos, rastejantes ou trepadores.
Caules eretos
Os caules eretos crescem em posição vertical em relação ao solo. Podem apresentar-
se sob quatro formas: tronco, estipe, colmo ou haste.
Tronco - É um caule resistente e ramificado, típico das plantas arbóreas, como a
mangueira, o jacarandá, a seringueira e o eucalipto.
Estipe - Caule que não apresenta ramificações. As folhas situam-se na extremidade
superior. São exemplos de estipe os caules das palmeiras e dos coqueiros.
Colmo - Caule apresenta nós e entrenós bem visíveis. Pode ser oco, como o bambu,
ou cheio, como a cana-de-açúcar.
Haste - É um tipo de caule frágil, comum nas plantas pequenas, como nas hortaliças
salsa, alface, agrião, etc.
Caules rastejantes
Os caules rastejantes desenvolvem-se horizontalmente em relação ao solo, isto é,
estendem-se pelo chão. Exemplos: caules de melancia, abóbora, melão e pepino.
Caules trepadores
Os caules trepadores crescem apoiando-se num suporte qualquer. Exemplos: caules
de parreira, chuchu e maracujazeiro.
Caules subterrâneos
Crescem embaixo do solo. Podem ser de três tipos: rizomas, tubérculos ou bulbos.
Rizomas
Prolongam-se horizontalmente sob o solo, embora produzam ramos aéreos. Exemplo:
gengibre.
Tubérculos
Caules curtos e grossos, ricos em substâncias nutritivas. Exemplo: batatinha.
Bulbos
São geralmente globosos ou em forma de disco. Na parte inferior apresentam raízes e
na superior, em algumas plantas, possuem folhas modificadas. Nos bulbos tunicados, como a
cebola, as folhas sobrepõem-se umas às outras. Nos bulbos escamosos, como os da açucena,
as folhas têm o aspecto de escamas e dispõem-se como as telhas de um telhado.
Caules aquáticos
Crescem dentro da água. Geralmente são pouco desenvolvidos e tenros. Exemplo:
aguapé.
Modificações do caule
Em algumas plantas, o caule se modifica, desenvolvendo ramificações especiais.
Observe, por exemplo, a parreira. Note que certos raminhos são enrolados em espiral,
possibilitando a fixação da planta em um suporte. Essas ramificações modificadas denominam-
se gavinhas.
Outra modificação que alguns caules apresentam são os espinhos ramos curtos,
resistentes e pontiagudos, que funcionam como órgãos de defesa da planta. Veja, por exemplo,
um tronco de laranjeira. Os espinhos, neste caso, são prolongamentos do caule. As folhas de
certas plantas também podem se transformar em espinhos, como você verá no próximo
capítulo.
Caules comestíveis
Existem caules que reservam substâncias nutritivas. Por isso podem ser utilizados
na alimentação das pessoas e dos animais. São bons exemplos a batatinha (ou batata-inglesa)
e a cana-de-açúcar.
AngiospermasA folha
A folha geralmente tem forma de lâmina e apresenta a cor verde, devido a presença
de clorofila.
Funções da folha
A folha desempenha basicamente duas funções importantíssimas para a vida das
plantas: fotossíntese e transpiração.
Para que seja entendido como a folha realiza essas funções, vamos conhecer os
estômatos.
Os estômatos são estruturas existentes na epiderme das folhas, constituídas de
duas células especiais, as células-guardas. Entre essas duas células, existe uma abertura que
comunica o interior da folha com o ambiente externo. Essa abertura é chamada ostíolo. Através
dos ostíolos, as folhas fazem as trocas gasosas entre a planta e o meio externo.
O controle de abertura e fechamento dos ostíolos é feito pelas células-guardas.
Quando se enchem de água, elas empurram a parede oposta ao ostíolo para as laterais e
abrem o orifício. Quando falta água, elas murcham e fecham o ostíolo.
Fotossíntese
A fotossíntese é uma das funções mais importantes da folha. É por meio dela que a
planta produz o alimento de que necessita para se manter viva. Para a ocorrência da
fotossíntese, uma planta necessita de gás carbônico, de água e de energia luminosa. Então,
acontecem os seguintes eventos.
· O vegetal absorve o gás carbônico do ar atmosférico através dos
estômatos.
· A água, que a raiz retira do solo, é conduzida até às folhas.
· A clorofila, pigmento verde presente nas folhas, absorve a energia da luz
solar.
· Com o auxílio dessa energia, o gás carbônico e a água são transformados
em glicose e oxigênio.
· A glicose é utilizada como “combustível” pelas células fotossintetizantes ou
é “exportada” para as demais partes da planta através da seiva orgânica. O
oxigênio é liberado para o meio ambiente, contribuindo para a renovação do
ar, e pode também ser utilizado na respiração da própria planta.
Transpiração
Nos dias quentes, principalmente, a maior parte da água absorvida do solo pela
planta e que chega até às células da folha se evapora. Então a água, em forma de vapor, é
eliminada para a atmosfera. Esse processo denomina-se transpiração e é realizado
principalmente pelos estômatos.
O processo de evaporação da água retira calor da folha. A transpiração, então,
“refresca” a folha, contribuindo para manter a temperatura em níveis que permitam a atividade
de suas células. Se a temperatura de uma folha ficar muito alta, suas células podem morrer e a
fotossíntese logicamente cessa.
A saída dos vapores de água, da folha para o meio externo, é “facilitada” quando a
umidade relativa do ar é baixa. Por isso, a transpiração é geralmente mais intensa nos dias
quentes e com baixa umidade do ar.
Para repor a água evaporada e perdida para o meio ambiente na transpiração, as
folhas exercem uma espécie de força de sucção sobre os vasos lenhosos da planta,
provocando a subida da seiva bruta.
As folhas respiram?
A respiração celular é um fenômeno que permite extrair a energia contida em
substâncias orgânicas diversas, como a glicose. Na respiração aeróbica, a “queima” da glicose
ocorre com a participação do gás oxigênio retirado do ambiente. No final do processo formam-
se gás carbônico e água; a energia extraída é utilizada para o desempenho das diversas
atividades das células.
As plantas são seres aeróbicos. Assim, todas as células vivas de uma planta
respiram, utilizando gás oxigênio. Logo, as células vivas de uma folha respiram, como respiram
também as células vivas da raiz, do caule, etc.
Acontece que, para as células respirarem, a planta precisa absorver oxigênio do
ambiente, ao mesmo tempo que elimina gás carbônico. Essas trocas gasosas entre a planta e
o meio ambiente é que ocorrem principalmente nas folhas, através dos estômatos. Mas uma
raiz, por exemplo, também realiza essas trocas gasosas necessárias para a respiração. É por
isso que um solo fértil precisa conter, entre outras coisas, uma quantidade razoável de ar
atmosférico.
Sudação: a eliminação de água em gotas
A sudação ou gutação é a eliminação de água em forma de gotículas. Essas gotículas
de água, que também contêm alguns sais minerais dissolvidos, saem por aberturas especiais
que se encontram principalmente nos bordos e nas pontas das folhas.
A sudação ocorre quando o solo está bem suprido de água. Ao contrário da
transpiração, é mais intensa à noite, com grande umidade do ar. Através da sudação, uma
planta elimina o excesso de água e de sais minerais absorvidos do solo. Esse fenômeno
representa mais uma função que se pode atribuir às folhas de uma planta.
Partes da folha
A folha é composta de três partes principais: limbo, pecíolo e bainha.
1) Limbo:
O limbo é a região mais larga da folha. Nele encontram-se os estômatos e as
nervuras, que contêm pequenos vasos por onde correm a seiva bruta e a seiva elaborada.
2) Pecíolo:
É a haste que sustenta a folha prendendo-a ao caule.
3) Bainha:
Dilatação do pecíolo, a bainha serve para prender a folha ao caule.
Classificação das folhas
Uma folha que tenha todas as partes (limbo, pecíolo e bainha) é uma folha completa.
Mas nem todas as folhas são assim. Repare as folhas do fumo e as do milho.
Folha séssil e folha invaginante
Na folha do fumo faltam o pecíolo e a bainha. O limbo prende-se diretamente no
caule. Ela é uma folha séssil.
Na folha do milho falta o pecíolo. A bainha é bem desenvolvida e fica em volta do
caule. Neste caso, a folha é invaginante.
Folha reticulinérvea e paralelinérvea
Nas folhas de dicotiledôneas em geral (feijão, laranjeira, etc.), as nervuras se
ramificam no limbo, formando uma rede delas; a folha é, então, chamada de reticulinérvea. Já
nas monocotiledôneas (milho, arroz, etc.) é comum as nervuras do limbo se apresentarem
paralelas umas às outras; neste caso, a folha é chamada de paralelinérvea.
Modificações da folha
Algumas plantas apresentam folhas modificadas, isto é, adaptadas para
desempenhar funções específicas.
· Brácteas - São folhas geralmente coloridas e grandes que protegem as
flores. A planta denominada três-marias apresenta brácteas que protegem
suas pequenas flores. No anúncio e no copo-de-leite existe uma grande
bráctea envolvendo o conjunto de flores miúdas.
· Gavinhas - São folhas modificadas formando espirais que auxiliam a planta
a se prender a um suporte. As gavinhas do chuchu e do maracujazeiro são folhas modificadas.
· Espinhos foliares - Neste caso, toda a folha ou uma parte dela se
transforma em espinhos. Nos cactos, os espinhos são folhas modificadas.
Folhas comestíveis
Muitas folhas são usadas em nossa alimentação diária. Durante as suas refeições,
você deve comer alface, couve, acelga, espinafre ou agrião, por exemplo. Outras folhas, como
as da erva-cidreira, do mate, da camomila, do capim-santo e da hortelã, são utilizadas para
preparar chás. Para isso, elas podem ser cultivadas em casa ou encontradas embaladas em
saquinhos e em caixinhas nos supermercados. Podem ser cozidas inteiras ou trituradas.
AngiospermasA flor
Você conhece muitas flores. Geralmente elas são bonitas, coloridas e perfumadas.
Nas matas, nos jardins, nas ruas e nas casas, contribuem para tornar o ambiente mais bonito e
alegre. Flores como as do capim, do milho, do arroz, entre outras, não têm atrativos, como
perfume e coloração vistosa. Mas, bonitas ou não, as flores têm a função de permitir a
reprodução sexuada das plantas em que elas ocorrem.
A flor é o sistema reprodutor de uma planta (gimnospermas e angiospermas). É
nela que ocorre a fecundação, ou seja, a união de uma célula sexual masculina com uma
feminina. Depois da fecundação, nas angiospermas, formam-se frutos e sementes. A semente
contém o embrião, que dará origem a uma nova planta, da mesma espécie daquela da qual se
originou.
Cálice
O cálice é formado por um conjunto de folhas modificadas, as sépalas, quase sempre
verdes. Em algumas flores, como o cravo, as sépalas são unidas, formando uma peça única.
Em outras, como a rosa, elas são separadas.
Corola
A corola é a parte geralmente mais bonita e colorida da flor. Constitui-se de folhas
modificadas chamadas pétalas. Como as sépalas, também as pétalas podem ser unidas
(campânula) ou separadas (cravo e rosa).
O conjunto formado pelo cálice e pela corola é chamado perianto. Ele envolve e
protege os órgãos reprodutores da flor, o androceu e o gineceu.
Androceu
O androceu é o órgão masculino da flor. Compõe-se de uma ou várias pecinhas
alongadas, os estames. Cada estame é formado de antera, filete e conectivo.
Antera - Região dilatada que se situa na ponta do estame; é aí que se formam os grãos
de pólen; o pólen é o pozinho amarelo que você pode ver facilmente no miolo das
flores e é uma estrutura reprodutora masculina.
Filete - Haste que sustenta a antera.
Conectivo - Região onde se ligam o filete e a antera.
Gineceu
O gineceu é o órgão feminino da flor. Constitui-se de um ou mais carpelos. Os
carpelos são folhas modificadas e possuem estigma, estilete e ovário.
Estigma - Parte achatada do carpelo, situada na sua extremidade superior; possui um
líquido pegajoso que contribui para a fixação do grão de pólen.
Estilete - Tubo estreito que liga o estigma ao ovário.
Ovário - Parte dilatada do carpelo, geralmente oval, onde se formam os óvulos.
A flor que possui apenas o androceu é uma flor masculina. A flor feminina tem apenas
o gineceu. Se os dois órgãos reprodutores estiverem presentes na flor, ela é hermafrodita.
Como as flores se prendem no caule
As flores estão presas no caule ou nos ramos por uma haste denominada pedúnculo,
que se dilata na parte superior formando o receptáculo floral. No receptáculo prendem-se todos
os verticilos florais.
As vezes, as flores estão sozinhas no caule. São flores solitárias, como as do mamão,
da laranja, a violeta, a rosa, o cravo, etc.
Outras vezes, várias flores estão presas no mesmo lugar do caule. Neste caso, elas
formam uma inflorescência. As inflorescências são diferentes umas das outras.
Fecundação na flor
As angiospermas produzem gametas: os gametas masculinos são chamados núcleos
espermáticos; os gametas femininos são as oosferas.
As células reprodutoras masculinas e femininas encontram-se, respectivamente, no
tubo polínico e no óvulo.
A fusão dessas células sexuais é chamada fecundação. Para que a fecundação
ocorra, é necessário que haja um transporte dos grãos de pólen para o estigma, podendo isso
acontecer numa mesma flor (hermafrodita) ou de uma flor masculina para uma flor feminina.
O transporte dos grãos de pólen até o estigma é chamado polinização. Esse
transporte é realizado por vários agentes polinizadores, tais como o vento, a água, o homem,
pássaros, insetos, morcegos, etc.
As flores polinizadas por animais, como as flores da laranjeira e da margarida,
costumam ser dotadas de vários atrativos: possuem pétalas vistosas, produzem perfume e um
líquido açucarado chamado néctar. Já as flores polinizadas pelo vento, como as flores do milho
ou do trigo, não possuem esses atrativos.
O mecanismo da fecundação
Quando uma abelha pousa em uma flor em busca de néctar, muitos grãos de pólen
colam-se em seu corpo. Ao pousar em outra flor, o inseto leva os grãos de pólen, que caem
sobre o estigma dessa flor e ficam colados nele.
Depois de atingir o estigma transportado por uma abelha, por exemplo, o grão de
pólen sofre modificações. Emite um tubo, chamado tubo polínico, que penetra no estilete e
atinge o ovário. O núcleo reprodutivo ou gerador divide-se em dois, dando origem a gametas
masculinos. Um dos gametas masculinos vai unir-se à oosfera do óvulo. Dessa união origina-
se o zigoto que, juntamente com as outras partes do óvulo, se desenvolve formando a
semente.
Depois da fecundação, a flor murcha. Então as sépalas, as pétalas, os estames e o
estilete caem. O ovário desenvolve-se formando o fruto, dentro do qual ficam as sementes
(óvulos desenvolvidos depois da fecundação).
FONTES: Base de dados do Portal Brasil® e "Os seres vivos".
ONTES: Base de dados do Portal Brasil® e "Os seres vivos".
AngiospermasO fruto e a semente
Vamos aprender direito o que é fruto?
Você está acostumado a chamar de frutas a laranja, o mamão, a manga, o cajá, entre
muitos outros exemplos. Você também chama de legumes a abóbora, o chuchu, o quiabo, a
berinjela, entre outros exemplos. E o carrapicho, o melão-de-são-caetano e a mamona são
frutos?
Você já sabe que o ovário da flor, desenvolvido depois da fecundação, dá origem ao
fruto. Então, se a laranja, o mamão, a manga, o cajá, a abóbora, o chuchu, o quiabo, a
berinjela, o carrapicho, o melão-de-são-caetano e a mamona são originados do ovário
fecundado de uma flor, todos eles são frutos.
Você ainda tem dúvidas? O que acontece é que as pessoas usam o termo fruta para
designar os órgãos vegetais comestíveis e adocicados, de sabor agradável. Mas o termo fruto
aplica-se a todos os órgãos vegetais que se originam do desenvolvimento do ovário. Assim, a
goiaba, o mamão e a laranja são frutas e também frutos. A berinjela e o carrapicho não são
frutas, mas são frutos.
De que é formado o fruto?
O fruto geralmente é formado de pericarpo e semente. O pericarpo origina-se do
ovário da flor, que se desenvolve depois da fecundação, e apresenta três partes: epicarpo,
mesocarpo e endocarpo.
O epicarpo é a porção externa, a casca. O mesocarpo é a parte muitas vezes carnosa
e comestível. O endocarpo é a camada interna que envolve a semente. Às vezes, o endocarpo
é bem duro, e forma um caroço, como o da manga, do pêssego e da azeitona.
Frutos carnosos e frutos secos
Os frutos que apresentam o pericarpo relativamente macio e suculento são chamados
frutos carnosos. Os frutos que têm pericarpo seco são chamados frutos secos.
Frutos carnosos
Geralmente comestíveis, os frutos carnosos são ricos em substâncias nutritivas e
classificam-se em bagas e drupas.
Bagas – São frutos que têm uma ou várias sementes soltas, como é o caso do mamão, do
tomate, da laranja, da melancia e da goiaba, entre outros.
Drupas – Têm um endocarpo duro, dentro do qual há uma semente. É o caso da manga, do
pêssego, do abacate e da azeitona.
Frutos secos
Os frutos secos podem ser deiscentes ou indeiscentes.
Frutos deiscentes - São aqueles que, quando maduros, se abrem liberando as
sementes. As vagens das leguminosas (flamboyant, feijão, soja, ervilha, etc.) são um bom
exemplo.
Frutos indeiscentes - São aqueles que não se abrem quando maduros. Os grãos de
milho, arroz e trigo, a avelã e a noz são exemplos de frutos indeiscentes.
Frutos falsos
Toda vez que a parte carnosa do fruto, geralmente comestível, for originada de outra
parte da flor que não seja o ovário, o fruto não é verdadeiro. É por isso que eles são chamados
falsos frutos.
A maçã e o morango, por exemplo, são falsos frutos, porque a sua porção carnosa se
origina do receptáculo da flor. Na maçã, o verdadeiro fruto é a parte interna, uma espécie de
“bolsa” que envolve as sementes. No morango, os verdadeiros frutos são vistos como
pequenos pontos escuros espalhados por toda a parte vermelha. O caju também é um falso
fruto, pois a parte carnosa resulta do desenvolvimento do pedúnculo floral. Nele, o verdadeiro
fruto, que representa ovário desenvolvido, é a castanha.
A semente
A semente é o óvulo da flor desenvolvido após a fecundação. É a semente que abriga o
embrião, a futura planta. O processo pelo qual o embrião da semente se desenvolve originando
uma nova planta denomina-se germinação.
O que é preciso para que uma semente germine?
Para uma semente poder germinar é necessário a contribuição de fatores internos
(condições da própria semente) e externos (condições do meio ambiente).
Condições da própria semente:
· Estar madura;
· Estar inteira;
· Não ser muita velha;
· Possuir reservas de substâncias nutritivas.
Condições do meio ambiente:
· Oxigênio (o solo deve estar fofo para permitir a penetração do ar à semente);
· Temperatura adequada;
· Umidade (presença de água no solo).
A semente e a dormência
Muitas sementes não germinam, mesmo que as condições ambientais citadas sejam
adequadas. Neste caso, diz-se que elas se encontram em estado de dormência. Para
germinar, precisam de outras condições, que podem variar de uma espécie para outra.
Sementes de certas variedades de alface, por exemplo, só germinam em presença de luz. Já
as sementes de certas variedades de melancia só germinam no escuro. Para quebrar a
dormência das sementes da leucena (uma leguminosa), elas devem ser colocadas em água
quente durante alguns minutos.
De que compõe a semente?
A semente é composta de tegumento e amêndoa. O tegumento é a camada externa da
semente - a casca, que cobre a amêndoa, parte principal da semente. A amêndoa apresenta
duas partes:
Embrião - Forma a nova planta quando a semente germina.
Albúmen - Contém as substâncias nutritivas que vão alimentar a plantinha nas
primeiras fases de desenvolvimento.
No embrião existe um órgão muito importante chamado cotilédone. É ele que absorve
as substâncias nutritivas do albúmen para alimentar a nova planta, enquanto ela não tiver
raízes nem folhas.
Você verificou que os grupos de angiospermas se dividem em monocotiledôneas e
dicotiledôneas. O que significa isso? Algumas plantas, como o milho, o arroz e outras tantas
enumeradas, têm apenas um cotilédone; por isso denominam-se monocotiledôneas. Outras,
como o feijão, o amendoim e a ervilha, apresentam dois cotilédones; são as dicotiledôneas.
Nas monocotiledôneas, o albúmen é muito desenvolvido. Nas dicotiledôneas, ele
geralmente é pouco desenvolvido. Neste caso, as substâncias nutritivas ficam armazenadas
nos próprios cotilédones.
Os Vegetais e o Homem
Os vegetais na alimentação
Os vegetais devem ser consumidos na nossa alimentação diária. Com eles podemos ter
tudo o que o organismo precisa para se nutrir: proteínas, carboidratos, lipídios, vitaminas e sais
minerais.
Fontes e proteínas
As leguminosas são uma das principais fontes de proteínas vegetais. O feijão, a soja. A
ervilha e o grão-de-bico são muito ricos em proteínas. As proteínas são indispensáveis ao
crescimento e à reparação dos órgãos. Por isso, elas são consideradas alimentos plásticos ou
estruturais.
Fontes de carboidratos
Carboidratos são alimentos que fornecem energia para o funcionamento do organismo.
Por isso, eles são chamados de alimentos energéticos. O amido, a sacarose, a glicose e a
frutose são tipos de carboidratos.
Amido – é encontrado na batatinha, na mandioca, nos grãos de milho, trigo e arroz,
entre outras fontes.
Sacarose – extraída da cana-de-açúcar, é o açúcar que usamos para adoçar sucos,
café, etc.
Glicose – é um açúcar encontrado em frutos diversos.
Frutose – também é encontrada em frutos diversos.
Fontes de lipídios
Entre os lipídios, destacam-se os óleos e as gorduras, que são também alimentos
energéticos. O coco, o dendê, o girassol, a soja e o milho são vegetais muito ricos em lipídios.
Com eles fabricam-se os diferentes óleos usados na nossa alimentação.
Fontes de vitaminas
As vitaminas são substâncias indispensáveis ao bom funcionamento do nosso corpo. As
mais comuns são: a vitamina A, as vitaminas do complexo B e as vitaminas C, D, E e K.
Fontes de sais minerais
Os sais minerais também são importantes para o funcionamento do organismo. Eles
fortalecem os ossos, colaboram no crescimento e na formação dos glóbulos vermelhos, entre
outros benefícios. São exemplos de sais minerais os sais de fósforos, de nitrogênio, de cálcio e
de ferro.
Encontramos grandes quantidades de sais minerais nos legumes, nas verduras, nos
grãos e nas frutas.
Os vegetais na medicina popular
Você já tomou algum chá? Alguns mal-estares podem ser aliviados com um bom chá.
Por exemplo:
Mal-estar da digestão e do fígado: chá de boldo ou chá de capim-santo;
Cólicas com gases: chá de erva-doce;
Tosse e secreção nos brônquios: chá de agrião;
Dores dos rins: chá de quebra-pedra.
Há também plantas que são utilizadas na medicina popular de modo diferente. Por
exemplo:
Folhas de mal-me-quer trituradas e misturadas com álcool são usadas sobre uma
região do corpo que se machucou ou levou uma pancada.
Mastruço com leite é muito usado como fortificante.
Vegetais perigosos
Existem vegetais que podem causar algum mal quando manipulados ou introduzidos no
organismo de maneira inadequada. Nesse caso, podem ser tóxicos ao organismo. De modo
geral, eles provocam tonturas, vômitos, intoxicações ou alucinações. Alguns deles são:
Urtiga
A urtiga fabrica uma substância tóxica que provoca urticárias, coceiras e sensações de
queimadura. As folhas desta planta têm pêlos urticantes, que, ao penetrar em nossa pele, se
quebram e injetam um líquido que produz essa sensação.
Cicuta
O veneno da cicuta tem uma ação paralisadora geral, que começa pelos membros
inferiores. Quando a paralisia atinge o sistema respiratório, a pessoa morre por asfixia.
Comigo-ninguém-pode
É uma planta muito comum nos jardins e é usada também para ornamentação de
interiores. Suas folhas são verdes com manchas brancas e, se mastigadas, provocam irritações
na boca e no estômago, deixando os lábios e a língua inchados e doloridos.
Espirradeira
A espirradeira também é muito comum nos jardins e produz flores vermelhas, brancas e
rosas. Tanto as flores quanto os demais órgãos dessa planta são tóxicos. Por isso devemos ter
muito cuidado para não a colocarmos na boca.
Mamona
Se ingeridos, os frutos desta planta podem provocar diarréia grave e conseqüente
desidratação do organismo. É das suas sementes que se extrai o óleo de rícino, usado como
medicação laxativa e também como óleo lubrificante.