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Ano XIV
Nuacutemero 68
Out-Nov-Dez 2014
Releitura da obra ldquoA Redenccedilatildeo de Camrdquo de Modesto Brocos (1895)
paacuteg 12
Cliacutenica Psicoloacutegica em consultoacuterio
Psicologia Religiatildeo e Espiritualidade
como dialogarpaacuteg 19
RELACcedilOtildeES RACIAIS E PRODUCcedilAtildeO DE SUBJETIVIDADE
2 entre linhas | out-nov-dez 2014
Publicaccedilatildeo trimestral do Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul
Comissatildeo Editorial Alessandra Xavier Miron Luciane Engel e Tatiane Baggio
Jornalista Responsaacutevel Aline Victorino ndash Mtb 11602Estagiaacuterio de Jornalismo Juliano Zarembski Redaccedilatildeo Aline VictorinoRelaccedilotildees Puacuteblicas Belisa Giorgis CONRERP4ndash3007Nadia Miola CONRERP4ndash3008Eventos Adriana BurmannComentaacuterios e sugestotildees imprensacrprsorgbr
Endereccedilos CRPRSSede Av Protaacutesio Alves 2854301 Porto AlegreCEP 90410-006 FoneFax (51) 3334-6799crprscrprsorgbr
Subsede Serra Rua Coronel Flores 749505 ndash Caxias do SulCEP 95034-060 FoneFax (54) 3223-7848caxiascrprsorgbr
Subsede Sul Rua Feacutelix da Cunha 772304 ndash Pelotas CEP 96010-000 FoneFax (53) 3227-4197pelotascrprsorgbr
Subsede Centro-Oeste Rua Mal Floriano Peixoto 1709401Santa Maria CEP 97015-373FoneFax (55) 3219-5299santamariacrprsorgbr
Projeto Graacutefico e Diagramaccedilatildeo Tavane Reichert MachadoIlustraccedilotildees Marcia Guimaratildees Spies e Liziane MinuzzoImpressatildeo Graacutefica PallottiTiragem 15000 exemplaresDistribuiccedilatildeo gratuita
wwwcrprsorgbr
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editorial + expediente
Calendaacuterio 2015
O Sistema Conselhos de Psicologia vem haacute alguns anos trabalhando a questatildeo da perspectiva de gecircnero na comunicaccedilatildeo tanto para a catego-ria como para a sociedade Desde setembro o CRPRS passou a utilizar ldquoardquo destacando o artigo feminino em posiccedilatildeo de igualdade afinal as mulheres representam mais de 90 de nossa categoria Entendemos que ao utilizarmos ldquopsicoacutelogo(a)rdquo com o ldquoardquo entre parecircnteses a equivalecircncia entre os gecircneros natildeo eacute respeitada jaacute que esse sinal de pontuaccedilatildeo marca o acreacutescimo de uma informaccedilatildeo acessoacuteria que poderia ser suprimida sem prejuiacutezo Por isso optamos pelo uso de ldquopsicoacutelogoardquo
Assim nesta ediccedilatildeo do EntreLinhas vocecirc psicoacutelogoa eacute convidadoa a pensar sobre as relaccedilotildees raciais e a produccedilatildeo de subje-tividade Como a desigualdade racial pode afetar as diversas aacutereas da vida e o cotidiano Quais os efeitos psicossociais do preconceito racial e do racismo na constituiccedilatildeo da subjetividade tanto daquele que co-mete quanto daquele que recebe essas violecircncias Essas satildeo algumas questotildees abordadas na reportagem principal desta ediccedilatildeo
No espaccedilo dedicado a entrevistas abordamos o tema ldquoPsicolo-gia Religiatildeo e Espiritualidade como dialogarrdquo destacando a opi-niatildeo de quatro psicoacutelogosas sobre essa polecircmica relaccedilatildeo O tema eacute de extrema importacircncia para a profissatildeo pois embora o Brasil seja um paiacutes declaradamente laico algumas religiotildees tentam interferir no Estado e alterar leis e poliacuteticas puacuteblicas Como exemplo podemos citar o Projeto da ldquocura gayrdquo que envolveu diretamente a Psicologia
Aleacutem disso nessa ediccedilatildeo apresentamos informaccedilotildees sobre o Contro-le Social reflexotildees sobre o que eacute ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacute-blicas e orientaccedilotildees aosagraves profissionais que atuam na Cliacutenica Psicoloacutegica em consultoacuterio atendendo a demandas que chegam da categoria
Aproveitamos este espaccedilo para desejar a todas psicoacutelogas e to-dos psicoacutelogos um 2015 de novas mobilizaccedilotildees e articulaccedilotildees em defesa da profissatildeo Venha conosco e participe
Nesta ediccedilatildeo do jornal EntreLinhas vocecirc estaacute recebendo um Ca-lendaacuterio 2015 produzido pelo CRPRS com a participaccedilatildeo da catego-ria A campanha ldquoMostre a Pluralidade do Seu Olharrdquo reuniu fotos de psicoacutelogosas sobre o tema diversidade
Acesse wwwcrprsorgbrcalendario2015 e saiba mais sobre cada uma das fotos selecionadas
entre linhas | out-nov-dez 2014 3
sumaacuterio + comunicados
04 FIQUE ATENTO
05 RELACcedilOtildeES RACIAIS Relaccedilotildees raciais e produccedilatildeo de subjetividade
Racismo Institucional
Psicologia e Relaccedilotildees Raciais
09 ARTIGOImigraccedilatildeo em pauta
Mantenha dados cadastrais atualizados
Pague anuidade com desconto
Sumaacuterio11 RELATO DE EXPERIEcircNCIA
Os fazeres (e prazeres) psi em desvios e contraversos
12 ENTREVISTA Psicologia Religiatildeo e Espiritualidade como dialogar
16 CONTROLE SOCIAL
Controle Social e a Psicologia
Eacute obrigaccedilatildeo de todoa psicoacutelogoa manter seus dados de cadastro junto ao Conselho Re-gional de Psicologia atualizados A obrigatoriedade eacute determinada pela Resoluccedilatildeo do CFP nordm 0052001
Informaccedilotildees de cadastro dos
as inscritosas satildeo fundamentais
para a comunicaccedilatildeo entre a entida-
de e oa profissional pois muitas
vezes o Conselho precisa inter-
mediar a relaccedilatildeo com alguma ins-
18 CREPOPO que eacute ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacuteblicas O que fazer quando se estaacute por laacute
19 ORIENTACcedilAtildeOOrientaccedilotildees aosagraves profissionais que atuam na Cliacutenica Psicoloacutegica em consultoacuterio
20 AGENDA
tituiccedilatildeo Aleacutem disso esse contato eacute fundamental para a permanente atualizaccedilatildeo dosas profissionais so-bre novas resoluccedilotildees e orientaccedilotildees teacutecnicas para o exerciacutecio profissio-nal e para que o Conselho consiga atender agraves demandas da categoria
Mudanccedilas de nome (em casos
de casamento ou divoacutercio) ende-
reccedilo para correspondecircncia telefo-
ne fixo celular e e-mail devem ser
sempre informadas ao CRPRS
Acesse wwwcrprsorgbrsistemacadastro confira seus dados de cadastro junto ao CRPRS e faccedila as atualizaccedilotildees necessaacuterias pela internet Se preferir entre em contato com o setor de Cadastro pelo tele-fone (51) 3334-6799 ou pelo e-mail cadastrocrprsorgbr
Psicoacutelogosas inscritosas no CRPRS que realizarem o paga-mento integral da anuidade 2015 ateacute 3001 tecircm desconto de 10 sobre o valor de R$ 46569 totali-zando R$ 41912 Para pagamen-tos ateacute 2802 o desconto eacute de 5 totalizando R$ 44241
O pagamento do valor inte-gral (R$ 46569) tambeacutem pode ser parcelado em cinco vezes com vencimentos em 3001 (parcela de R$ 9725) e 2802 3103 3004 e 3105 (parcelas de R$ 9211)
Fique atentoa agraves instruccedilotildees descritas no carnecirc enviado pelos
Correios na segunda quinzena de dezembro para garantir o va-lor com desconto
Duacutevidas podem ser esclarecidas com o setor de Cobranccedila do CRPRS
pelo fone (51) 3334-6799 ou pelo e-mail fiqueemdiacrprsorgbr
4 entre linhas | out-nov-dez 2014
Reduccedilatildeo da Maioridade Penal O Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul vem dis-cutindo o tema da reduccedilatildeo da maioridade penal reforccedilando o posicio-namento do Conselho Federal de Psicologia contraacuterio a essa estrateacutegia Eacute preciso considerar alternativas para o adolescente em conflito com a lei como a Justiccedila Restaurativa e a responsabilizaccedilatildeo jaacute prevista pelo proacuteprio Estatuto da Crianccedila e do Adolescente (ECA) Para o CFP manifestaccedilotildees favoraacuteveis agrave reduccedilatildeo da maioridade penal tecircm ocorrido de forma simplista e reducionista em nossa sociedade Por isso eacute fundamental ampliarmos o debate sobre o tema Eacute preocupante o desconhecimento ou a distorccedilatildeo dos dados da realidade a homogenei-zaccedilatildeo dos sujeitos a patologizaccedilatildeo e a criminalizaccedilatildeo das condutas dos adolescentes tudo isso em nome da ldquojusticcedilardquo que vem sendo apresen-tada como sinocircnimo de puniccedilatildeo e aprisionamento
Asseacutedio Moral no Trabalho Psicoacutelogosas devem estar aten-
tosas a situaccedilotildees humilhantes e
constrangedoras repetitivas e pro-
longadas que acontecem durante a
jornada de trabalho desestabilizando
a relaccedilatildeo do trabalhador com o am-
biente e a organizaccedilatildeo O CRPRS vem
discutindo o tema no GT de Psicologia
do Trabalho na Subsede Serra em ro-
das de conversa na Sede com psicoacutelo-
gosas que trabalham com Psicologia
organizacional e do trabalho aleacutem
de acompanhar Projetos de Leis em
diversos municiacutepios e iniciativas do
Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho
Em 1411 o Conselho promoveu em
parceria com o Centro de Referecircncia em
Sauacutede do Trabalhador e Sindicato dos
Metaluacutergicos de Caxias do Sul o I Semi-
naacuterio Meu Trabalho Estaacute me Enlouque-
cendo ndash Intervenccedilotildees em Sauacutede Mental
do Trabalhador em Caxias do Sul Acesse
httpbitlyISeminarioTrabalho e saiba
mais sobre o que foi discutido no evento
fique atento
O Nuacutecleo do Sistema Prisional do CRPRS preparou um texto abordando essa questatildeo Leia em wwwcrprsorgbrentrelinhas68 O Conselho Federal de Psicologia apresenta seu posicionamento no texto ldquoReduccedilatildeo da idade penal socioeducaccedilatildeo natildeo se faz com prisatildeordquo do reflexotildees sobre o tema Confira httpbitlyCFP_reducao_idade_penal
Confira o documentaacuterio A dor (in)visiacutevel ndash Asseacutedio Moral no Trabalho uma realizaccedilatildeo do Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho no RS ndash Procuradoria do Trabalho no Municiacutepio de Caxias do Sul e do Ministeacuterio do Trabalho e Emprego (MTE) ndash Superintendecircncia Regional do Trabalho e Emprego em Caxias do Sul httpbitlyvideo_assedio_moralLegislaccedilatildeo sobre o tema pode ser acessada em wwwassediomoralorg
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relaccedilotildees raciais
Valter da Mata ndash Psicoacutelogo mestre em Psicologia Social estudioso de Psicologia e Relaccedilotildees Raciais professor da Unime ndash Lauro de Freitas e da Faculdade da Cidade do Salvador Membro da Comissatildeo Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia
Conceito utilizado por pesquisadores das relaccedilotildees raciais que diz respeito agrave construccedilatildeo soacutecio-histoacuteria em que ser branco eacute tido como norma essecircncia
SAIBA MAISLeia entrevistas na iacutentegra em wwwcrprsorgbrentrelinhas68
Deacutebora Barbosa Bauermann ndash Psicoacuteloga Analista de Accedilatildeo Social Jr do Nuacutecleo de Estudos Afro-brasileiros e Indiacutegenas ndash Neabi da Unisinos Saiba mais sobre o Neabi em wwwcrprsorgbrentrelinhas68
Relaccedilotildees raciais e produccedilatildeo de subjetividade
A questatildeo racial permeia as relaccedilotildees interpessoais e subjetivas Diante disso de que forma a Psicologia vem discutindo os efeitos do preconceito racial na constitui-ccedilatildeo da subjetividade de negros e brancos Como osas psicoacutelogosas podem contri-buir em seu cotidiano de trabalho ndash seja ele em poliacuteticas puacuteblicas cliacutenicas privadas ou organizaccedilotildees ndash para combater o racismo
Para aqueles que se dedicam ao campo das relaccedilotildees raciais reconhecer que vive-mos em uma sociedade racista eacute o primei-ro passo para enfrentar esse problema e corrigir desigualdades
Valter da Mata defende a necessidade de superar a crenccedila da existecircncia de uma democracia racial ldquoBoa parte dos brasilei-ros acredita que natildeo existe racismo no Brasil e sim discriminaccedilatildeo social Segundo essa
crenccedila negros e indiacutegenas brasileiros natildeo so-freriam discriminaccedilatildeo se tivessem dinheiro e vivessem uma vida que ilustrasse essa pos-serdquo Para o psicoacutelogo muitas vezes as praacuteti-cas racistas fazem parte do repertoacuterio com-portamental doa proacuteprioa psicoacutelogoa
Deacutebora Barbosa Bauermann acredita que o racismo eacute um problema estrutural de nosso paiacutes vivenciado pelos sujeitos negros mas com pouca visibilidade devi-do agrave branquitude normativa em que nos subjetivamos ldquoAfinal o lsquoracismo agrave brasi-leirarsquo pode ser considerado como um lsquora-cismo sem racistasrsquo como aponta pesquisa do Instituto Data Popularrdquo Dados prelimi-nares dessa pesquisa divulgados em 2014 apontam que 92 dos brasileiros conside-ram que existe racismo no Brasil mas so-mente 13 se considera racista
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relaccedilotildees raciais
Isso reflete o pensamento de que ser ra-cista eacute ter uma atitude pontual discrimina-toacuteria contra negros ldquoEacute muito comum escu-tarmos falas como lsquonatildeo sou racista tenho amigos negrosrsquo ou lsquonatildeo sou racista minha bisavoacute era negrarsquo O racismo estaacute sempre fora no outro Muitos de noacutes psicoacutelogosas ainda dizemos lsquonatildeo sou racista trato to-dos usuaacuteriospacientesclientes iguaisrsquo Precisamos avanccedilar nesse sentido e buscar a equidaderdquo afirma Deacutebora
Para Valter a cultura brasileira de uma forma geral eacute atravessada pelo machismo racismo e a homofobia ldquoEstar fora desses grupos de privileacutegio significa em maior ou menor grau ser viacutetima de discrimina-ccedilatildeo As instituiccedilotildees continuam produzin-do discriminaccedilotildees baseadas na cor da pele dentre outros traccedilotildees fenotoacutepicosrdquo
Aleacutem disso a visatildeo eurocecircntrica e detur-pada a respeito da contribuiccedilatildeo dos negros para formaccedilatildeo do Brasil natildeo contempla a diversidade eacutetnico-racial ldquoDissemina estere-oacutetipos negativos de tudo que se refere ao con-tinente africano As escolas ainda hoje repro-duzem a histoacuteria do negro contada somente a partir da escravidatildeo e de forma distorcida como se tivessem aceitado passivamente o re-gime escravocratardquo explica Deacutebora
Surgem a partir disso os efeitos do ra-cismo ou do preconceito que incidem di-retamente na construccedilatildeo da identidade e formaccedilatildeo da autoestima ldquoEmbora a consti-tuiccedilatildeo diga que somos todos iguais perante a lei accedilotildees racistas perpetuadas ao longo dos anos cristalizaram sentimentos de infe-rioridade e de natildeo pertencimento a muitos de noacutes negros brasileirosrdquo afirmam as psi-coacutelogas Glaucia Fontoura e Eliana Xavier
Taiasmin Ohnmacht destaca que haacute um padratildeo social que divide a populaccedilatildeo
em branco e natildeo branco elege o branco como padratildeo de normalidade a ser segui-do e com isso estabelece uma relaccedilatildeo hie-raacuterquica de poder entre esses grupos ldquoO preconceito racial como todos os precon-ceitos conduz a um tipo de negaccedilatildeo das diferenccedilas que acaba por ser um apaga-mento do outro enquanto pessoa que deve ter seus direitos respeitados pelo Estado e pela sociedaderdquo
Devido a isso Valter acredita que os natildeo brancos tendem a se constituir de forma conflituosa e dolorosa ldquoNatildeo res-tando outras formas possiacuteveis de identi-ficaccedilatildeo cabe a esses sujeitos a construccedilatildeo identitaacuteria fragilizada e fundamentada no branqueamentordquo
Para os negros conviver com referecircn-cias na cultura que estejam associadas ape-nas agrave escravidatildeo ou a lugares marginaliza-dos eacute uma violecircncia social intriacutenseca com a qual o negro tem que lidar rdquoNatildeo eacute um percurso que se faccedila sem arranjar algumas feridas eacute preciso reconstruir sua autoesti-ma e o significado de sua identidade negra para si mesmo e ainda sustentaacute-la perante a comunidade brancardquo declara Taiasmin Outro efeito do racismo extremamente perverso eacute a culpabilizaccedilatildeo dos sujeitos negros pela discriminaccedilatildeo sofrida ldquoEscu-tamos muitas falas como lsquoo negro que dis-crimina a si proacutepriorsquo Precisamos ampliar nossa escuta e natildeo sermos reprodutores de ideais como esse em que o branco devolve o problema da discriminaccedilatildeo racial para o sujeito negrordquo afirma Deacutebora
OsAs psicoacutelogosas tecircm importante participaccedilatildeo na mudanccedila dessa realidade Eacute necessaacuterio trabalhar na construccedilatildeo de sentidos positivos centralizados na negri-tude que ande na contramatildeo da construccedilatildeo
Glaucia Fontoura ndash Psicoacuteloga Membro da Articulaccedilatildeo de Psicoacutelogas(os) Negras(os) e Pesquisadoras(es) ndash ANPSINEP Saiba mais sobre a ANPSINEP em wwwcrprsorgbrentrelinhas68
Eliana Xavier ndash Psicoacuteloga mestranda no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Psicologia pela PUCRS Taiasmin Ohnmacht ndash Psicoacuteloga poacutes-graduada em Assessoria Linguiacutestica
SAIBA MAISRelaccedilotildees Raciais Referecircncias Teacutecnicas para a Praacutetica do(a) Psicoacutelogo(a)httpbitlyCREPOP_Relacoes_Raciais
EntreLinhas nordm 61 ndash Reportagem ldquoA questatildeo racial e os Direitos Humanosrdquo httpbitlyentrelinhas61 Debate ldquoRacismo O que a psicologia tem a ver com issordquo realizado no CRPRS em 2012httpbitlydebate_racismo2012
entre linhas | out-nov-dez 2014 7
social do branco como agente central ldquoA construccedilatildeo da identidade positiva somen-te seraacute possiacutevel quando estabelecermos uma relaccedilatildeo profiacutecua com o nosso corpo mesmo que esse corpo natildeo corresponda ao ideaacuterio cultural vigente dessa sociedade racistardquo defendem Glaucia e Eliana
ldquoPrecisamos ser sensiacuteveis ao sofrimen-to psiacutequico e agraves exclusotildees causadas pelo racismo e que muitas vezes os proacuteprios sujeitos negros natildeo conseguiratildeo nomeaacute-lo Trazer agrave tona a suposta neutralidade do branco que faz com que uma grande par-cela da sociedade tenha privileacutegios e natildeo os perceba pois eacute um lugar naturalizado Natildeo podemos ser reprodutores desta ide-ologia em nossas praacuteticas profissionais A branquitude precisa ser desvelada se real-mente buscamos contribuir com a luta an-tirracistardquo acredita Deacutebora
Em 2014 diversos episoacutedios de ra-cismo e injuacuteria racial ocorridos no Rio
Grande do Sul ganharam visibilidade na-cional evidenciando a necessidade de se ampliar o debate
ldquoOs episoacutedios nos mostraram que vive-mos em um estado racista e preconceituo-so de diversas formasrdquo destaca Taiasmin Para ela o apoio aos responsaacuteveis pelos atos discriminatoacuterios procurando rever-ter a agressatildeo culpando a proacutepria viacutetima eacute preocupante ldquoNatildeo considero acaso que um deputado com uma fala extremamente agressiva contra as minorias tenha se elegi-do como um dos mais votados no estadordquo
Na opiniatildeo de Glaucia e Eliana esses episoacutedios representaram uma vitoacuteria do movimento negro ldquoOs recentes eventos escancaram uma parte do que a populaccedilatildeo negra vivencia no seu cotidiano nas rela-ccedilotildees com as instituiccedilotildees da sauacutede traba-lho educaccedilatildeordquo
Como psicoacuteloga negra Taiasmin relata a necessidade que muitos profissionais ne-
ENTRELINHAS RECOMENDA
Blogueiras Negrashttpbitlyblogueiras_negras
Livro ldquoO espelho quebrado da branquidaderdquo de Adevanir Pinheiro
Livro ldquoMinha Famiacutelia Eacute Coloridardquo de Georgina Martins
Documentaacuterio ldquoO Lado Negro do Chocolaterdquo de Miki Mistrati
SAIBA MAISConheccedila o trabalho do GT Relaccedilotildees Raciais do CFP acessando wwwcrprsorgbrentrelinhas68
8 entre linhas | out-nov-dez 2014
relaccedilotildees raciais
Racismo Institucional
Psicologia e Relaccedilotildees Raciais
gros tecircm de comprovar sua competecircncia ldquoO negro natildeo corresponde ao imaginaacuterio que as pessoas tecircm dos psicoacutelogos Dificil-mente uma pessoa me vecirc como psicoacuteloga a menos que eu digardquo
O debate em torno das relaccedilotildees raciais se fortalece na medida em que a presenccedila do negro vai crescendo em diferentes es-
feras sociais por meio de poliacuteticas afirma-tivas ldquoAs universidades antes ocupadas somente por brancos comeccedilam a lsquoenegre-cerrsquo Isso incomoda a quem sempre viveu no lsquomundo dos brancosrsquo Alguns muros entre o lsquomundo dos negrosrsquo e o lsquomundo dos brancosrsquo comeccedilam a ser derrubadosrdquo destaca Deacutebora
Presente em diversas situaccedilotildees de nos-so cotidiano o racismo institucional eacute o mais difiacutecil de ser enfrentado por jaacute estar naturalizado em nossa sociedade ldquoEsse tipo de racismo estaacute no dia a dia e passa indiferente As pessoas condenam atitudes de injuacuteria racial e natildeo o racismo institucio-nal que eacute menos expliacutecitordquo afirma Alisson Batista estudante que integra o Coletivo Negraccedilatildeo e que participou de evento no CRPRS sobre racismo institucional O Coletivo Negraccedilatildeo surgiu em torno do ra-cismo institucional enfrentado pelos estu-dantes negros dentro da universidade
No evento Gleidson Dias assessor da
O estudo das relaccedilotildees raciais comeccedilou a ser favorecido pela Psicologia quando a profissatildeo assumiu as discussotildees pautadas pelos movimentos sociais como pertinen-tes agrave categoria ldquoAteacute entatildeo a profissatildeo natildeo assumia as repercussotildees que as questotildees raciais implicam no tecido social e por sua vez na subjetividade humana Natildeo existe neutralidade nesse debate lsquoneutralidadersquo
Comissatildeo de Direitos Humanos da Pro-curadoria Geral do Estado esclareceu a diferenccedila entre o racismo que acontece na instituiccedilatildeo e o racismo institucional ldquoRa-cismo institucional eacute quando normas ou atitudes da instituiccedilatildeo natildeo tecircm em princiacute-pio a intencionalidade de discriminar mas o resultado eacute a discriminaccedilatildeo Estaacute ligado geralmente a conceitos eurocecircntricos do Estado e a privileacutegios da branquituderdquo Como exemplo Gleidson citou o caso de uma menina negra que foi impedida pela Poliacutecia Federal de tirar seu passaporte porque o sistema natildeo permitia fotos com cabelos black power
significa estar ao lado da discriminaccedilatildeordquo afirma Taiasmin
Valter acredita que a Psicologia teve uma importacircncia muito grande na conso-lidaccedilatildeo do racismo e racialismo no Brasil com estudos enviesados que afirmavam que as raccedilas humanas tinham predispo-
siccedilatildeo a determinadas caracteriacutesticas psi-
coloacutegicas como o caraacuteter e a inteligecircncia
Reuniatildeo temaacutetica sobre o tema Racismo Institucional httpbitlyracismo_institucional
Coletivo Negraccedilatildeo httpcoletivonegracao blogspotcombr
ldquoThe Bell Curve Intelligence and Class Structure in American Liferdquo de Richard J Herrnstein e Charles Murray
PARTICIPE DA DISCUSSAtildeOO CRPRS promove o debate das relaccedilotildees raciais nas Comissotildees e Nuacutecleos de Direitos Humanos e Poliacuteticas Puacuteblicas Participe dos encontros e contribua com este debate Acompanhe agenda de reuniotildees em wwwcrprsorgbrcomissoesegts
entre linhas | out-nov-dez 2014 9
artigo
Imigraccedilatildeo em pautaEncontrar um bom trabalho ajudar a
famiacutelia e viver uma vida digna e em paz eacute a expectativa e o sonho de centenas de imigrantes senegaleses haitianos gane-ses entre outros que vieram para o Bra-sil dirigindo-se especificamente para Caxias do Sul e alguns municiacutepios da Serra gauacutecha Essa expectativa reflete a de muitos europeus brasileiros de outras regiotildees do paiacutes fronteiriccedilos e tantos ou-tros que vieram para Caxias em busca de melhores condiccedilotildees de vida
Vemos poreacutem que a xenofobia e o racismo em nossa sociedade apresentam--se fortemente sinalizando que a presen-ccedila de imigrantes principalmente negros eacute um incocircmodo para muitos de noacutes Com isto nos deparamos com notiacutecias de pro-fissionais de diferentes aacutereas esquecendo--se do seu Coacutedigo de Eacutetica Profissional e se negando a atender imigrantes vemos poliacuteticos que desconhecem totalmente a legislaccedilatildeo brasileira a qual protege aquele que nos pede asilo garantindo o acesso aos
Ir Maria do Carmo Santos Gonccedilalves Coordenadora do Centro de Atendimento ao Migrante (CAM)
Vanessa Perini Moojen ndash Assistente Social do Centro de Atendimento ao Migrante (CAM)
Tatiane Baggio Psicoacuteloga Conselheira do CRPRS
10 entre linhas | out-nov-dez 2014
serviccedilos puacuteblicos na qualidade de cidadatildeo vemos ainda pessoas com medo de que os estrangeiros ldquotiremrdquo seu emprego ou seu lugar na fila do meacutedico e surpreenden-temente vemos pessoas que outrora jaacute sofreram preconceito por sua condiccedilatildeo de precariedade social discriminando aqueles que hoje chegam buscando um lugar de trabalho e desenvolvimento social Mas pensando bem se as coisas estatildeo difiacuteceis seraacute que a culpa eacute dos imigrantes Ao con-traacuterio entendemos que garantir o acesso dos brasileiros aos seus direitos natildeo impli-ca a negaccedilatildeo do direito de outros
Ao mesmo tempo vemos cidadatildeos profissionais poliacuteticos e entidades que natildeo medem esforccedilos para auxiliar os imi-grantes na garantia de seus direitos Que trabalham na perspectiva de melhorias e resoluccedilatildeo na situaccedilatildeo de vulnerabilidade que porventura muitos se encontram e ao mesmo tempo no fortalecimento de uma cidadania no mundo cujos direitos satildeo inviolaacuteveis Com o aumento contiacutenuo do fluxo migratoacuterio internacional para o Bra-sil e para Caxias do Sul mostra-se cada vez mais latente a necessidade de plane-jamento e articulaccedilatildeo intersetorial entre o poder puacuteblico e a sociedade civil A I Con-ferecircncia Municipal de Migraccedilatildeo e Refuacutegio 2014 deliberou a formaccedilatildeo de comitecircs que construam estrateacutegias articuladas de in-clusatildeo e integraccedilatildeo social dos imigrantes de modo que possam continuar a contri-buir econocircmica social e culturalmente para o crescimento de Caxias do Sul terra de imigrantes
O CRPRS juntamente com o Sistema Conselhos de Psicologia desenvolveu a
campanha veiculada nacionalmente com o tiacutetulo ldquoO preconceito humilha e a humi-lhaccedilatildeo social faz sofrerrdquo para discutir as questotildees que envolvem as relaccedilotildees raciais Por meio dessa iniciativa afirmamos a ga-rantia de direitos dos imigrantes e reforccedila-mos que para aleacutem do acolhimento da po-pulaccedilatildeo local sejam tambeacutem viabilizadas poliacuteticas que contemplem accedilotildees efetivas para uma vida menos precarizada do mi-grante em nosso territoacuterio
Com base na garantia de direitos pre-vista na Declaraccedilatildeo Universal dos Direi-tos Humanos na Declaraccedilatildeo de Durban firmada por 173 paiacuteses na I Conferecircncia Mundial contra o Racismo a Discrimina-ccedilatildeo Racial a Xenofobia e as Formas Cone-xas de Intoleracircncia em 2001 na Aacutefrica do Sul reafirmando o principio da igualdade e da natildeo discriminaccedilatildeo entre as pessoas e na Constituiccedilatildeo Federal de 1988 foi redigida a lei sobre o racismo no Brasil acrescentando-se o inciso XLII no artigo 5ordm declarando que o racismo eacute um crime inafianccedilaacutevel imprescritiacutevel e sujeito a pena de reclusatildeo
Portanto seguindo a legislaccedilatildeo vi-gente e conforme o debate jaacute afianccedilado nas instacircncias internacionais de garantia dos direitos humanos o CRPRS aleacutem de convidar a populaccedilatildeo a refletir sobre o tema convida a categoria a conhecer a Resoluccedilatildeo nordm 182002 do CFP que estabe-lece normas para atuaccedilatildeo das psicoacutelogas e dos psicoacutelogos em relaccedilatildeo ao preconceito e agrave discriminaccedilatildeo racial Para o CRPRS eacute urgente discutirmos a nossa praacutetica pro-fissional diante desse tema implicado no compromisso social de nossa profissatildeo
entre linhas | out-nov-dez 2014 11entre linhas | out-nov-dez 2014 11
Os fazeres (e prazeres) psi em desvios e contraversos
Ateacute o uacuteltimo ano do ensino meacutedio eu sempre achei que queria e iria cursar Direito Em setembro quando comeccedilaram as inscri-ccedilotildees da UFRGS me dei conta de que o que eu realmente queria eacute que o tempo daquela juventude natildeo acabasse mais Agrave eacutepoca mi-nhas duas melhores amigas resolveram fazer vestibular para Psicologia Assim o iniacutecio de meu percurso pelas praacuteticas e saberes psi se deu pelos disparos da amizade e do desvio
Nos idos de marccedilo num ano em que o veratildeo insistia em continuar foi que de maneira assustadoramente solitaacuteria em-barquei na errante nau a descobrir o mun-do das teorias e conceitos de uma Psicolo-gia agraves vezes candidata agrave ciecircncia agraves vezes transversada em arte Nessa viagem visi-tei uma infinidade de portos ndash de chegada de partida de parada de encontro Aos poucos a solidatildeo comeccedilou a ser povoada e a travessia tornou-se tempo e espaccedilo de constante reinvenccedilatildeo de saberes e praacuteticas
A aposta na escuta como instrumento da potecircncia criativa e criadora de sujeitos e realidades somada ao flerte com o mundo jus fez com que eu buscasse as veredas so-ciais da Psicologia em suas tessituras com os territoacuterios dos direitos humanos e a in-tencionalidade de um fazer cliacutenico-poliacutetico
Dessa maneira cheguei ao mestrado oportunidade para se conhecer e se cons-truir pesquisador entendendo a trama en-sino-pesquisa-extensatildeo como possibilidade para uma formaccedilatildeo em Psicologia que se propusesse ampliada com mais ineditis-mos e menos assepsias Optei por um cam-po de pesquisa que fizesse laccedilo com algum projeto de extensatildeo e portanto problema-tizasse a inserccedilatildeo acadecircmica na comuni-
dade como um dispositivo de accedilatildeo atraveacutes do qual a universidade pode exercer de forma mais intensa sua funccedilatildeo poliacutetica e social Naquele momento pude me inserir no Grupo ESTACcedilAtildeO PSI (Estudo e Accedilatildeo em Poliacuteticas de Subjetivar e Inventar) que prestava assessoria ao projeto de trabalho educativo com jovens em cumprimento de medida socioeducativa implementado na Procuradoria da Repuacuteblica do RS
Por esse encontro com as formas de um viver juvenil entendido e condenado como desviante as categorias Direito Social Psico-logia Cliacutenica Accedilatildeo Poliacutetica se misturavam e coreografavam movimentos que escapavam aos contornos das praacuteticas profissionais e dos meacutetodos de investigaccedilatildeo tradicionais A anguacutestia gerada pela desconstruccedilatildeo das cer-tezas e das foacutermulas prontas de ser psicoacuteloga logo deu lugar agrave descoberta da potecircncia da invenccedilatildeo de novos caminhos que desviam do instituiacutedo e tem aiacute justamente a sua forccedila de interrogaccedilatildeo do social
Infelizmente o projeto natildeo mais existe na Procuradoria mas a inspiraccedilatildeo dessa experiecircncia permitiu-me a escrita ne-gociaccedilatildeo e implantaccedilatildeo do programa de trabalho educativo do TRT-RS que desde 2013 firmou convecircnio com a FASE-RS
Trabalhando com a perspectiva da Psi-cologia Cliacutenico-Poliacutetica em sua interface com a temaacutetica da Justiccedila e do Direito toda a minha praacutetica eacute orientada por uma eacutetica da ocupacircncia que na construccedilatildeo de terri-toacuterios instituintes ainda que temporaacuterios aposta na criaccedilatildeo de condiccedilotildees de possibi-lidade para a constante reatualizaccedilatildeo de formas e forccedilas mais livres e potentes de expressatildeo da vida
relato de experiecircncia
PARTICIPEVocecirc tambeacutem quer compartilhar sua experiecircncia como psicoacutelogoa Envie um relato para imprensacrprsorgbr destacando sua praacutetica Os textos seratildeo avaliados pela Comissatildeo Editorial do EntreLinhas e poderatildeo ser publicados nas proacuteximas ediccedilotildees do jornal
Paula Goldmeier Graduada em Psicologia mestre em Psicologia Social e Institucional pela UFRGS Atua nas aacutereas de Direitos Humanos e Sauacutede Coletiva
12 entre linhas | out-nov-dez 2014
entrevista
Em sua opiniatildeo o que eacute laicidade
TATIANE ndash A laicidade opotildee-se aos
discursos fundamentalistas ligados agraves vio-
laccedilotildees de direito Assim as leis devem ser
orientadas pelos Direitos Humanos Uni-
versais e pela Constituiccedilatildeo Federal e natildeo
por dogmas e ideologias religiosas Isso
natildeo significa que o Estado negue agrave Igreja
o direito de contribuir para o bem da so-
ciedade Um Estado que natildeo respeita um
espaccedilo para as igrejas na sociedade ou que
negue o direito de expressatildeo acabaria com
a democracia caindo no sectarismo e no
totalitarismo ideoloacutegico
LUCIANA ndash Eacute a natildeo adoccedilatildeo de uma
religiatildeo em particular pelo Estado Isso natildeo
quer dizer que desconsidere as muacuteltiplas
religiotildees que convivem em seu territoacuterio ou
negue a expressatildeo da religiosidade popular
pessoal ou coletivamente mas inclui todas
como representaccedilotildees da diversidade reli-
giosa ou espiritual do seu povo
TATIANA ndash Eacute um dispositivo de pro-
teccedilatildeo agrave livre consciecircncia e expressatildeo de
crenccedilas de modo a garantir o reconheci-
mento da diversidade social em socieda-
des democraacuteticas sem ocircnus moral para
grupos minoritaacuterios em relaccedilatildeo a hegemo-
nias religiosas e morais
Por que eacute importante discutir essa ques-
tatildeo no Sistema Conselhos de Psicologia
EDUARDO ndash A Psicologia precisa
se posicionar frente a projetos de leis que
tecircm uma base fundamentalista ferindo os
direitos humanos e as liberdades indivi-
duais Aleacutem disso muitosas psicoacutelogos
as natildeo tecircm clareza de como se posicionar
Psicologia Religiatildeo e Espiritualidade como dialogarSAIBA MAIS
Nota Teacutecnica do CFP ndash Posicionamento do Sistema Conselhos de Psicologia para a questatildeo da Psicologia Religiatildeo e Espiritualidadehttpbitlynotacfplaicidade
Posicionamento Sistema Conselhos frente uso indiscriminado do discurso religioso na poliacutetica httpbitlyEleicoes_Laicidade
Leia entrevistas na iacutentegra em wwwcrprsorgbrentrelinhas68
entre linhas | out-nov-dez 2014 13
frente a suas proacuteprias religiotildees ou crenccedilas
de seus clientes e instituiccedilotildees
LUCIANA ndash Eacute importante discutir as
implicaccedilotildees das crenccedilas religiosidade ou
espiritualidade do psicoacutelogo na sua praacuteti-
ca profissional E como sua praacutetica acolhe
repudia essas dimensotildees do puacuteblico com
quem trabalha Por exemplo o que signifi-
ca eu me apresentar como psicoacuteloga cristatilde
Apenas explicito minhas crenccedilas ou impor-
to praacuteticas religiosas para minhas interven-
ccedilotildees laborais Toda essa discussatildeo eviden-
cia o quanto reconhecemos essa dimensatildeo
na vida humana e como nos organizamos
para abordaacute-la nos espaccedilos profissionais
em que o psicoacutelogo estaacute inserido e integraacute-
-la agraves demais dimensotildees da vida humana
TATIANA ndash A Psicologia eacute uma ciecircn-
cia laica A religiosidade e a espiritualidade
podem ser objeto de estudo da Psicologia
o que natildeo eacute o mesmo que a Psicologia ado-
tar pressuposto religioso em seus modos
de significar o mundo a condiccedilatildeo huma-
na e as relaccedilotildees sociais A Psicologia deve
se manter laica para que natildeo decorra em
prejuiacutezo nos modos de significaccedilatildeo de dis-
tintas condiccedilotildees de vida e de subjetivaccedilatildeo
considerando especificidades culturais
que tambeacutem podem abranger distintas re-
ferecircncias a doutrinas religiosas e mesmo a
recusa agrave religiosidade ou expressa afirma-
ccedilatildeo da crenccedila de que Deus natildeo existe
Que situaccedilotildees ou demandas atuais a Psi-
cologia tem discutido e que estatildeo ligadas
diretamente ao tema
TATIANE ndash Podemos citar os atuais
discursos fundamentalistas contra o ca-
samento gay e a diversidade sexual e de
gecircnero a questatildeo da legalizaccedilatildeo do aborto
e Lei do Nascituro intoleracircncia religiosa
e racismo aleacutem da discussatildeo sobre a pre-
dominacircncia dos discursos religiosos e im-
posiccedilatildeo de praacuteticas religiosas nas propos-
tas de projeto terapecircutico da maioria das
comunidades terapecircuticas Muitas dessas
demandas estatildeo ligadas a um discurso
preconceituoso que busca se esconder atra-
veacutes de argumentos em defesa de valores
da vida e da famiacutelia e que no fundo im-
potildeem suas proacuteprias ideologias contraacuterias
agraves liberdades de expressatildeo e dos direitos
humanos violando as diferentes formas do
indiviacuteduo ser no mundo
TATIANA ndash O projeto de decreto legis-
lativo que pretendia incidir sobre a normativa
da Psicologia no que se refere agrave homossexu-
alidade e aos paracircmetros eacuteticos para o exer-
ciacutecio profissional eacute um exemplo O discurso
religioso que incide na desqualificaccedilatildeo moral
de demandas de mulheres por direitos repro-
dutivos novas configuraccedilotildees familiares uso
de drogas e seu tratamento todas essas satildeo
questotildees que tangenciam a laicidade da Psi-
cologia A posiccedilatildeo da Psicologia natildeo se pauta
em uma dada moralidade pressuposta como
verdadeira mas leva em consideraccedilatildeo a com-
plexidade das determinaccedilotildees soacutecio-culturais
para compreender a situaccedilatildeo particular de
vida e escolhas de indiviacuteduos
Por que devemos pensar em praacuteticas da
Psicologia baseadas na laicidade
EDUARDO ndash O trabalho doa
psicoacutelogoa deve estar alicerccedilado nas ci-
ecircncias psicoloacutegicas e nos direitos humanos
ao inveacutes de crenccedilas individuais Assim as
praacuteticas psicoloacutegicas estaratildeo promovendo
Tatiane Baggio Psicoacuteloga conselheira do CRPRS membro dos GTs Nacional e Regional de Laicidade
Eduardo HoffmannPsicoacutelogo conselheiro do CRPRS membro dos GTs Nacional e Regional de Laicidade
Luciana Fernandes Marques Psicoacuteloga Mestre em Psicologia Social e da Personalidade e Doutora em Psicologia pela PUCRS Poacutes-Doutorado em Psicologia pela UFRGS e pelo ISCTE-IUL Lisboa Membro do Grupo de Trabalho Psicologia e Religiatildeo da Associaccedilatildeo Nacional de Pesquisa e Poacutes-Graduaccedilatildeo em Psicologia e da International Association for the Psychology of Religion
Tatiana LionccediloPsicoacuteloga Mestre e Doutora em Psicologia pela Universidade de Brasiacutelia conselheira do CRP-01 Integra o GT Nacional ldquoPsicologia Religiatildeo e Laicidaderdquo do CFP
14 entre linhas | out-nov-dez 2014
a sauacutede e a qualidade de vida da popula-
ccedilatildeo para que cada sujeito pense e se po-
sicione de forma criacutetica e consciente sobre
como pretende viver sua crenccedila As praacuteti-
cas psicoloacutegicas devem estar baseadas na
laicidade por um respeito ao ser humano
e toda diversidade de crenccedilas e formas de
expressaacute-la apenas sendo laica a Psicolo-
gia poderaacute acolher essa diversidade
LUCIANA ndash Devemos pensar em
praacuteticas baseadas na laicidade para man-
ter a afiliaccedilatildeo da Psicologia agrave ciecircncia tra-
dicional Mas boa parte da ciecircncia eacute ino-
var desbravar novos caminhos antecipar
problemas e soluccedilotildees entatildeo a boa ciecircncia
eacute provisoacuteria questionaacutevel (auto)reflexi-
va e bastante (auto)criacutetica Nesse sentido
a Psicologia tambeacutem natildeo deve se fechar
demasiadamente em roacutetulos mas manter
foacuteruns de diaacutelogo com a ciecircncia e com a
comunidade estando atenta a exageros no
exerciacutecio profissional
TATIANA ndash A Psicologia reconhe-
ce a diversidade social e portanto tam-
beacutem reconhece a diversidade religiosa e
a existecircncia de grupos e indiviacuteduos que
natildeo adotam religiatildeo A espiritualidade eacute
uma importante dimensatildeo da subjetivi-
dade embora natildeo dependa necessaria-
mente da religiosidade e a Psicologia
expressamente se afirma contraacuteria a toda
forma de fundamentalismo religioso ou
seja modos de imposiccedilatildeo de moralidades
com base em preceitos religiosos resguar-
dando o reconhecimento da diversidade
social cultural e subjetiva
A Psicologia pode dialogar com a espiri-
tualidade e a religiatildeo se mantendo laica
De que forma isso se traduz na praacutetica
doa psicoacutelogoa
EDUARDO ndash A Psicologia dialoga
com a espiritualidade e a religiatildeo se man-
tendo laica quando natildeo induz a convicccedilotildees
religiosas conforme estaacute previsto em nosso
Coacutedigo de Eacutetica art 2ordm aliacutenea b Seus cons-
tructos e epistemologias se originam e se
orientam na ciecircncia e natildeo na teologia Isso
se traduz na praacutetica psicoloacutegica por uma
postura eacutetica em olhar o ser humano em
sua integralidade e natildeo a partir de um vieacutes
religiosoespiritual apenas Tambeacutem se tra-
duz aoagrave psicoacutelogoa quando se utiliza de
intervenccedilotildees e praacuteticas que satildeo aceitas e re-
conhecidas pelas ciecircncias psicoloacutegicas
LUCIANA ndash Enquanto categoria pro-
fissional a Psicologia eacute laica natildeo adota ne-
nhuma religiatildeo em particular mas estuda
a relaccedilatildeo da religiosidadeespiritualidade
com a sauacutede e sua expressatildeo no compor-
tamento humano Por temor da Psicolo-
gia natildeo ser reconhecida como ciecircncia haacute
excessiva cautela em aplicar esse conhe-
cimento na atuaccedilatildeo profissional do psicoacute-
logo ndash embora tenha diminuiacutedo muito na
uacuteltima deacutecada Na praacutetica do psicoacutelogo
isso se traduz no reconhecimento de que
a religiosidadeespiritualidade eacute uma di-
mensatildeo humana imbricada com todas as
outras dimensotildees e que pode ser fonte tan-
to de sauacutede quanto de adoecimento
TATIANA ndash O profissional de Psico-
logia deve considerar a religiosidade e a
espiritualidade quando forem expressas
pelas pessoas como significativas em seus
modos de subjetivaccedilatildeo e vida Assim como
eacute equiacutevoco eacutetico associar a sua proacutepria feacute
religiosa no exerciacutecio profissional o profis-
entrevista
SAIBA MAISCaderno de Deliberaccedilotildees VIII CNP Eixo II ndash Contribuiccedilotildees eacuteticas poliacuteticas e teacutecnicas nos processos de trabalho proposta 214 ldquoOrientaccedilatildeo laicidaderdquo paacutegina 37 httpbitlycad8cnp
Coacutedigo de Eacuteticawwwcrprsorgbrcodigoetica
Movimento Estrateacutegico do Estado Laicowwwmeelorgbr
entre linhas | out-nov-dez 2014 15
sional viola o coacutedigo de eacutetica ao desconsi-
derar inferiorizar ou mesmo patologizar a
expressatildeo de feacute de pessoas que se coloquem
sob seus cuidados A importacircncia da manu-
tenccedilatildeo da laicidade no exerciacutecio profissio-
nal eacute justamente a de garantir o reconheci-
mento de subjetividades na perspectiva da
alteridade ou seja considerando o campo
de significaccedilotildees dos proacuteprios sujeitos em
seus modos de vida e de subjetivaccedilatildeo
De que forma a Psicologia pode contri-
buir para o fortalecimento do Estado Lai-
co e ao mesmo tempo combater situa-
ccedilotildees de violaccedilotildees de direito
TATIANE ndash A consideraccedilatildeo das di-
ferenccedilas morais culturais religiosas e das
praacuteticas sociais eacute fundamental para a cons-
truccedilatildeo da democracia sendo o Estado lai-
co a condiccedilatildeo para que as diferenccedilas natildeo
sejam assoladas por projetos poliacuteticos de
segregaccedilatildeo marginalizaccedilatildeo e desqualifica-
ccedilatildeo Eacute preciso buscar o diaacutelogo entre a Psi-
cologia e outras categorias profissionais
somar-se agraves parcerias com grupos sociais
falar sobre esses temas junto agrave sociedade
LUCIANA ndash A Psicologia pode con-
tribuir para o Estado Laico adotando uma
postura de respeito pela diversidade reli-
giosaespiritual de escuta das variadas
proposiccedilotildees e engajamento em discussotildees
muacuteltiplas que incluam tanto profissionais
pesquisadores quanto pessoas da comuni-
dade e oriundas das variadas tradiccedilotildees
TATIANA ndash A Psicologia eacute um im-
portante ator social de enfrentamento do
fundamentalismo religioso ao reafirmar a
necessidade de reconhecimento e respeito
agrave diversidade social e agrave diversidade subje-
tiva Desde 2013 a Psicologia tem integra-
do o Movimento Estrateacutegico pelo Estado
Laico organizaccedilatildeo que contou com o CFP
em sua articulaccedilatildeo e que agora conta com
apoio do Sistema Conselhos
Como oa psicoacutelogoa pode trabalhar sua
proacutepria crenccedila religiosa e sua espirituali-
dade sem que isso interfira em sua praacutetica
EDUARDO ndash Separando uma da ou-
tra natildeo vinculando em sua praacutetica pro-
fissional e natildeo usando sua proacutepria crenccedila
como um diferencial profissional
LUCIANA ndash Talvez seja interessante
que sua espiritualidade interfira na praacutetica
profissional Natildeo podemos supor que a reli-
giatildeo ou espiritualidade possuem uma inter-
ferecircncia negativa tomando exemplos nega-
tivos como o caso da cura gay O problema
natildeo eacute a religiatildeo eacute o que as pessoas fazem a
partir dela O sujeito fanaacutetico fundamenta-
lista e extremista levaraacute essas caracteriacutesticas
consigo mesmo sendo ateu Se ter crenccedilas
e espiritualidade eacute ter um bom coraccedilatildeo pa-
rece urgente que essa interferecircncia ocorra
Natildeo precisamos de mais profissionais tec-
nicistas e pouco humanizados
TATIANA ndash Como quaisquer outros
fatores pessoais reservando para si espa-
ccedilo de elaboraccedilatildeo de seu proacuteprio campo de
significaccedilotildees sobre o mundo a vida e si
mesmo Como outras convicccedilotildees morais
o profissional deve saber manter distacircn-
cia entre seus proacuteprios valores pessoais e
os valores e modos de vida de outrem de
modo a natildeo reduzir o outro a si mesmo
Este eacute um exerciacutecio eacutetico que exige anaacutelise
pessoal e supervisatildeo-intervisatildeo na condu-
ccedilatildeo dos trabalhos
SAIBA MAISCRPRS participou do Seminaacuterio Nacional do Movimento Estrateacutegico pelo Estado Laico (MEEL) realizado de 26 a 28 de agosto em Brasiacutelia httpbitlyCRPRS_Meel
Manifesto do Movimento Estrateacutegico pelo estado laicohttpbitlymanifesto_MEEL
16 entre linhas | out-nov-dez 2014
controle social
Controle Social e a PsicologiaControle Social eacute aquele que o cidadatildeo
em um contexto democraacutetico pode exercer sobre o Estado por meio da participaccedilatildeo na gestatildeo da fiscalizaccedilatildeo do monitoramento e do controle das accedilotildees da administraccedilatildeo puacuteblica o acompanhamento das poliacuteticas sendo assim um importante mecanismo de fortalecimento da cidadania
De forma geral a participaccedilatildeo no Con-trole Social permite que os cidadatildeos possam intervir na tomada da decisatildeo administrati-va orientando a administraccedilatildeo puacuteblica para que adote medidas que realmente atendam ao interesse puacuteblico e ao mesmo tempo possam exercer controle sobre a accedilatildeo do Es-tado exigindo que o gestor puacuteblico preste contas de sua atuaccedilatildeo Esse envolvimento na gestatildeo puacuteblica eacute um direito assegurado pela Constituiccedilatildeo Federal permitindo que os cidadatildeos natildeo soacute participem da formu-laccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem fiscalizem de forma permanente a aplicaccedilatildeo dos recursos puacuteblicos
O Conselho Regional de Psicologia
do Rio Grande do Sul (CRPRS) e o Con-
selho Federal de Psicologia (CFP) esti-
mulam a participaccedilatildeo dosas psicoacutelogos
as nas instacircncias de controle social por
acreditar que o conhecimento teacutecnico dos
profissionais da aacuterea pode contribuir na
construccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas Aleacutem disso seus representantes a partir de suas regiotildees de intervenccedilatildeo tornam-se inter-locutores e referecircncia para osas demais psicoacutelogosas locais ampliando assim o debate da Psicologia como protagonista das poliacuteticas puacuteblicas das diversas regiotildees
Atualmente o CRPRS possui cadeiras em diversos conselhos de direito e estaacute aberto a assumir novas vagas de acordo com seus posicionamentos Eacute importan-te destacar que a representaccedilatildeo feita pelo profissional da Psicologia nos espaccedilos de controle social natildeo possui caraacuteter indivi-dual deve expressar concepccedilotildees orienta-ccedilotildees e diretrizes formuladas ou definidas pela categoria Ao assumir o lugar de re-presentaccedilatildeo na instacircncia de controle so-cial oa psicoacutelogoa compromete-se a defender necessariamente as orientaccedilotildees e posicionamentos do Conselho Regional de Psicologia assim como os do Conselho Federal de Psicologia frente agraves questotildees que se encontram em debate
SAIBA MAIS Acesse wwwcrprsorgbrcontrolesocial para saber mais sobre Con-trole Social Duacutevidas poderatildeo ser escla-recidas pelo e-mail crepopcrprsorgbr
AacuteREA ABRANGEcircNCIA
Sauacutede Estadual e Municipal
Assistecircncia Social Estadual e Municipal
Direitos da Crianccedila e do Adolescente Municipal
Poliacuteticas sobre Drogas Estadual e Municipal
Direitos da Mulher Municipal
Os espaccedilos de atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos no controle social satildeo
entre linhas | out-nov-dez 2014 17
Municiacutepios onde CRPRS tem representaccedilotildees no Controle Social
Quer representar o CRPRS nos Conselhos de Direito
Conselhos de Direitos
Se vocecirc eacute psicoacutelogoa e tem interesse em re-
presentar o CRPRS em algum conselho de direi-
to acesse o Cadastro de Interesse de Psicoacutelogoa
ndash Representaccedilatildeo no Controle Social
Disponiacutevel em wwwcrprsorgbrcontro-
lesocial O pedido seraacute avaliado considerando
os criteacuterios estabelecidos para se constituir a
representaccedilatildeo e interesses do CRPRS Os repre-
sentantes devem participar das atividades pro-
movidas pelo CRPRS
Criteacuterios para candidatar-se agrave representaccedilatildeo
bull Ser psicoacutelogao devidamente inscrito no
CRPRS
bull Preencher cadastro de interesse em www
crprsorgbrcontrolesocial
bull Ter conhecimentoaproximaccedilatildeo relaciona-
do agrave temaacutetica e ao municiacutepio do Conselho
de direito
bull Estar adimplente com as anuidades do CRPRS
bull Disponibilizar-se a participar sistematica-
mente das reuniotildees da Comissatildeo de Poliacuteticas
Puacuteblicas (sede) ou Nuacutecleos de Poliacuteticas Puacutebli-
cas (subsedes) e dos encontros de discussatildeo
do controle social promovidos pelo CRPRS
O CRPRS recebe pedidos para indicaccedilatildeo de
psicoacutelogosas para assumir vagas em Conselho
de Direitos Apoacutes aprovada a participaccedilatildeo do
CRPRS na instacircncia e realizada a indicaccedilatildeo de ti-
tular e suplente para a vaga por meio da Comis-
satildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas (sede) dos Nuacutecleos de
Poliacuteticas Puacuteblicas (nas subsedes) ou dos nuacutecleos
gestores das subsedes eacute feita a comunicaccedilatildeo ofi-
cial agrave instituiccedilatildeo solicitante
Conselhos de Direito que tenham interesse
em ter o CRPRS compondo seu conjunto de con-
selheiros devem acessar o Cadastro de interesse
de Conselho de Direito ndash Representaccedilatildeo no Con-
trole Social disponiacutevel em wwwcrprsorgbr
controlesocial
18 entre linhas | out-nov-dez 2014
O que eacute ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacuteblicas O que fazer quando se estaacute por laacute
O que satildeo as poliacuteticas puacutebli-cas para osas psicoacutelogosas Aleacutem de um campo de atuaccedilatildeo no qual se materializam direitos constitucionais um mercado de trabalho em franca expansatildeo Eacute possiacutevel pensar o trabalho como sendo um ofiacutecio Enquanto fabri-cam produtos os homens se pro-duzem Pensando sobre o ofiacutecio doa psicoacutelogoa qual o objeto de seu fazer Que ferramentas ele usa Qual meacutetodo orienta sua accedilatildeo Qual objetoobjetivo a ser produzido com o seu trabalho
O contexto que engendrou a profissatildeo do psicoacutelogo definiu o indiviacuteduo e suas relaccedilotildees consigo mesmo como objeto de trabalho a psicoterapia e o aconselhamen-to ndash seja individuais ou grupal ndash orientada por um diagnoacutestico psicopatoloacutegico como instru-mentomeacutetodo de excelecircncia para a intervenccedilatildeo e a diminui-ccedilatildeo do sofrimento daquele que se atende como objetivo a ser alcanccedilado com a intervenccedilatildeo As demandas oriundas das po-liacuteticas puacuteblicas tecircm exigido uma releitura tanto no nosso objetoobjetivo de trabalho quanto do nosso instrumento prioritaacuterio para a intervenccedilatildeo As poliacuteticas puacuteblicas definem em seus mar-
cos normativos accedilotildees intencio-nais do Estado voltadas para as coletividades O objeto de traba-lho desenhado satildeo as relaccedilotildees estabelecidas entre o indiviacuteduo e os coletivos construiacutedas em seus territoacuterios de vida O meacutetodo preconizado eacute o de articulaccedilatildeo de diversas ofertas do Estado e das comunidades para atender as muacuteltiplas necessidades dos sujei-tos dos grupos e dos territoacuterios A produccedilatildeo de autonomia e cons-truccedilatildeo da cidadania estatildeo postas como horizontes aos quais se al-meja chegar com as intervenccedilotildees
Ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacuteblicas significa re-conhecer a mudanccedila da oficina na qual passamos a trabalhar Eacute estar disposto a alinhar nosso objetoobjetivo de trabalho com aquele traccedilados nas diretrizes que orientam a poliacutetica puacuteblica na qual atuamos E ainda colo-car nossas competecircncias e habi-lidades na direccedilatildeo da defesa ra-dical da autonomia dos sujeitos e das coletividades e da construccedilatildeo de uma cidadania ativa
Ainda que as intencionalida-des das poliacuteticas puacuteblicas estejam alinhadas aos marcos constitucio-nais do Estado brasileiro o cam-po do puacuteblico eacute formado por con-
crepop
tradiccedilotildees estruturais e interesses diversos Ele se constroacutei marca-do por disputas Eacute mister analisar com quais interesses nossas praacute-ticas encontram-se alinhadas A que forccedilas estamos servindo Em que direccedilatildeo nossas habilidades e competecircncias estatildeo sendo convo-cadas Que trabalhos essas con-vocaccedilotildees estatildeo produzindo Eacute na leitura cuidadosa deste campo de tensatildeo e na construccedilatildeo de respos-tas a estas e outras questotildees que osas oficineirosas psicoacutelogosas estatildeo trabalhando na remo-delaccedilatildeo da Psicologia enquanto ofiacutecio podendo assim contribuir efetivamente para a consolidaccedilatildeo do Estado Democraacutetico de Direi-to no Brasil
Andreacute Sales Assessor Teacutecnico de Poliacuteticas Puacuteblicas
Edson Knevitz Silva e Fernanda Carrion Estagiaacuterios
Alexandra Ximendes Conselheira de Referecircncia
Acesse wwwcrprsorgbren-trelinhas68 e leia o texto do Crepop na iacutentegra
entre linhas | out-nov-dez 2014 19
Orientaccedilotildees aosagraves profissionais que atuam na Cliacutenica Psicoloacutegica em consultoacuterio
orientaccedilatildeoRe
cort
e e
cole
cion
e
Aacuterea TeacutecnicaLucio Fernando Garcia ndash Coord da Aacuterea Teacutecnica
Adriana Dal Orsoletta ndash Psicoacuteloga FiscalFlavia Cardozo de Mattos ndash Psicoacuteloga Fiscal
Leticia Giannechini ndash Psicoacuteloga FiscalLucia Regina Cogo ndash Psicoacuteloga Fiscal
Para atuaccedilatildeo na Cliacutenica (atendimento psi-coloacutegico avaliaccedilatildeo psicoloacutegica e psicoterapia) oa psicoacutelogoa deve estar regularmente ins-crito no CRPRS no Instituto Nacional de Se-guridade Social (INSS) de sua cidade e junto agrave Prefeitura Municipal para cadastro de ISSQN
OA profissional deve tambeacutem escolher um espaccedilo fiacutesico adequado considerando si-gilo e confidencialidade aleacutem de lugar apro-priado para a guarda do material teacutecnico e de atendimento Eacute obrigatoacuterio o registro docu-mental sobre a prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacute-gicos que natildeo puder ser mantido prioritaria-mente sob a forma de prontuaacuterio psicoloacutegico por razotildees que envolvam a restriccedilatildeo do com-partilhamento de informaccedilotildees com o usuaacuterio eou beneficiaacuterio do serviccedilo prestado
O registro documental em papel ou informatizado tem caraacuteter sigiloso e reuacute-ne informaccedilotildees que contemplam de forma sucinta o trabalho prestado a descriccedilatildeo e a evoluccedilatildeo do caso e os procedimentos teacutecnico-cientiacuteficos adotados Deve ser man-tido permanentemente atualizado e organi-zado peloa psicoacutelogoa que acompanha o procedimento A guarda desses registros de atendimento individual ou de grupo eacute de responsabilidade doa profissional psicoacutelogoa e obedece ao disposto no Coacutedi-go de Eacutetica Profissional e agrave Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Documen-tos Escritos produzidos peloa psicoacutelogoa decorrente de avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
OA psicoacutelogoa ao anunciar seus ser-viccedilos indicaraacute sempre seu nome (pessoa fiacute-sica) e o nuacutemero de inscriccedilatildeo (nordm CRP) bem como as capacitaccedilotildees que possua e endere-ccedilo atualizado para contato
Ao estabelecer um contrato de serviccedilos deveraacute levar em conta os direitos dos usu-
aacuterios ou beneficiaacuterios dos serviccedilos confor-me Artigo 1deg aliacutenea d do Coacutedigo de Eacutetica Profissional doa Psicoacutelogoa Incluindo a atenccedilatildeo a outras legislaccedilotildees como o Coacutedi-go de Proteccedilatildeo e de Defesa do Consumidor
Para pautar seus honoraacuterios oa psicoacutelogoa poderaacute utilizar a Tabela Refe-rencial de Honoraacuterios que eacute disponibilizada pelo Sistema Conselhos sendo sua elabora-ccedilatildeo e atualizaccedilatildeo feitas pela FENAPSI ndash Fe-deraccedilatildeo Nacional dos Psicoacutelogos e CFP Os valores satildeo meramente sugestivos e natildeo haacute obrigatoriedade de adotaacute-los Tambeacutem eacute pos-siacutevel disponibilizar atendimentos psicoloacutegi-cos por meio de planos de sauacutede devendo procurar diretamente a operadora de planos de sauacutede para informaccedilotildees sobre a forma de contrataccedilatildeo Tambeacutem a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) pelo site wwwansgovbr ou pelo telefone 0800-7019656
Lembrando que para o exerciacutecio profissio-nal adequado oa profissional deve pautar-se na constante atualizaccedilatildeo mantendo-se cons-tantemente atualizado teoacuterica teacutecnica e etica-mente e estar atento agraves resoluccedilotildees da profissatildeo e demais legislaccedilotildees que envolvam o atendi-mento de pacientes Afinal oa psicoacutelogoa em seu consultoacuterio tambeacutem eacute uma profissio-nal que se ocupa da sauacutede coletiva
A Aacuterea Teacutecnica do CRPRS estaacute agrave disposiccedilatildeo da categoria e da sociedade para orientaccedilatildeoPelo e-mail orienteccrprsorgbr | Pelo
telefone (51) 3334-6799 | Pessoalmente na sede do CRPRS em Porto Alegre de segunda a quarta das 9h agraves 17h e quinta e sexta das 9h agraves 12h
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USO EXCLUSIVO DOS CORREIOS
[ ] ausente [ ] endereccedilo insuficiente [ ] falecido [ ] natildeo existe o nuacutemero indicado [ ] recusado [ ] desconhecido [ ] natildeo procurado [ ] infporteirosiacutendico [ ] mudou-se [ ] outros (especificar)
______________ _________________________ data rubrica do responsaacutevel
_________________________
VISTO
agenda
Curso
Psicologia Aplicada agrave Aviaccedilatildeo19 a 30012015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 35198221 (51) 95518221bauerrosanagmailcom wwwabordofatoreshumanoscombr
Curso de Aperfeiccediloamento em Terapias CognitivasIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33323249danielalumertzwainerpsicologiacombr wwwwainerpsicologiacombr
ExtensatildeoPrograma de atualizaccedilatildeo em Terapia Cognitiva-comportamentalInscriccedilotildees ateacute 15122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 92514066f3representacaogmailcom
Formaccedilatildeo
Formaccedilatildeo em Terapia do EsquemaIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33323249danielalumertzwainerpsicologiacombr wwwwainerpsicologiacombrensino
Formaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica05032015 a 15122017Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33334801ieppieppcombr wwwieppcombr
Endereccedilo para DevoluccedilatildeoAgecircncia de Correios Avenida Protaacutesio Alves - CEP 90410-970
Formaccedilatildeo em Psicoterapia Psicanaliacutetica Iniacutecio em 10032015 Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33313781 (51) 92497139 contatogaepsicombr wwwgaepsicombr
Especializaccedilatildeo
Especializaccedilatildeo na Teoria e Teacutecnica de Intervenccedilatildeo na Relaccedilatildeo Pais-BebecircsInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica ndash AdultosInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica da AdolescecircnciaInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Neuropsicologia CliacutenicaIniacutecio em 27022015FlorianoacutepolisSC Informaccedilotildees (61) 32263002 (61) 81299428weberibneurocombr wwwibneurocombr
Especializaccedilatildeo Instituiccedilotildees em AnaacuteliseIniacutecio em 13032015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33082926 (somente sextas-feiras agrave tarde)instemanaliseufrgsbr httpbitly1vhZBeB
Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo AnaliacuteticaIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33305655crsilvahcpaufrgsbr wwwcelgorgbr
Especializaccedilatildeo em Psicoterapia PsicanaliacuteticaIniacutecio em 11032015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 32096524esippesippcombr wwwesippcombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia CognitivaIniacutecio em 01042015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 32735224 (51) 80234890portoalegre1institutowpcom wwwinstitutowpcom
Jornada
XI Jornada CELPCYRO sobre Sauacutede Mental26062015Porto Alegre RSInformaccedilotildees (51) 33884944atendimentogweventoscombr wwwcelpcyro2015eventizecombr
2 entre linhas | out-nov-dez 2014
Publicaccedilatildeo trimestral do Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul
Comissatildeo Editorial Alessandra Xavier Miron Luciane Engel e Tatiane Baggio
Jornalista Responsaacutevel Aline Victorino ndash Mtb 11602Estagiaacuterio de Jornalismo Juliano Zarembski Redaccedilatildeo Aline VictorinoRelaccedilotildees Puacuteblicas Belisa Giorgis CONRERP4ndash3007Nadia Miola CONRERP4ndash3008Eventos Adriana BurmannComentaacuterios e sugestotildees imprensacrprsorgbr
Endereccedilos CRPRSSede Av Protaacutesio Alves 2854301 Porto AlegreCEP 90410-006 FoneFax (51) 3334-6799crprscrprsorgbr
Subsede Serra Rua Coronel Flores 749505 ndash Caxias do SulCEP 95034-060 FoneFax (54) 3223-7848caxiascrprsorgbr
Subsede Sul Rua Feacutelix da Cunha 772304 ndash Pelotas CEP 96010-000 FoneFax (53) 3227-4197pelotascrprsorgbr
Subsede Centro-Oeste Rua Mal Floriano Peixoto 1709401Santa Maria CEP 97015-373FoneFax (55) 3219-5299santamariacrprsorgbr
Projeto Graacutefico e Diagramaccedilatildeo Tavane Reichert MachadoIlustraccedilotildees Marcia Guimaratildees Spies e Liziane MinuzzoImpressatildeo Graacutefica PallottiTiragem 15000 exemplaresDistribuiccedilatildeo gratuita
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editorial + expediente
Calendaacuterio 2015
O Sistema Conselhos de Psicologia vem haacute alguns anos trabalhando a questatildeo da perspectiva de gecircnero na comunicaccedilatildeo tanto para a catego-ria como para a sociedade Desde setembro o CRPRS passou a utilizar ldquoardquo destacando o artigo feminino em posiccedilatildeo de igualdade afinal as mulheres representam mais de 90 de nossa categoria Entendemos que ao utilizarmos ldquopsicoacutelogo(a)rdquo com o ldquoardquo entre parecircnteses a equivalecircncia entre os gecircneros natildeo eacute respeitada jaacute que esse sinal de pontuaccedilatildeo marca o acreacutescimo de uma informaccedilatildeo acessoacuteria que poderia ser suprimida sem prejuiacutezo Por isso optamos pelo uso de ldquopsicoacutelogoardquo
Assim nesta ediccedilatildeo do EntreLinhas vocecirc psicoacutelogoa eacute convidadoa a pensar sobre as relaccedilotildees raciais e a produccedilatildeo de subje-tividade Como a desigualdade racial pode afetar as diversas aacutereas da vida e o cotidiano Quais os efeitos psicossociais do preconceito racial e do racismo na constituiccedilatildeo da subjetividade tanto daquele que co-mete quanto daquele que recebe essas violecircncias Essas satildeo algumas questotildees abordadas na reportagem principal desta ediccedilatildeo
No espaccedilo dedicado a entrevistas abordamos o tema ldquoPsicolo-gia Religiatildeo e Espiritualidade como dialogarrdquo destacando a opi-niatildeo de quatro psicoacutelogosas sobre essa polecircmica relaccedilatildeo O tema eacute de extrema importacircncia para a profissatildeo pois embora o Brasil seja um paiacutes declaradamente laico algumas religiotildees tentam interferir no Estado e alterar leis e poliacuteticas puacuteblicas Como exemplo podemos citar o Projeto da ldquocura gayrdquo que envolveu diretamente a Psicologia
Aleacutem disso nessa ediccedilatildeo apresentamos informaccedilotildees sobre o Contro-le Social reflexotildees sobre o que eacute ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacute-blicas e orientaccedilotildees aosagraves profissionais que atuam na Cliacutenica Psicoloacutegica em consultoacuterio atendendo a demandas que chegam da categoria
Aproveitamos este espaccedilo para desejar a todas psicoacutelogas e to-dos psicoacutelogos um 2015 de novas mobilizaccedilotildees e articulaccedilotildees em defesa da profissatildeo Venha conosco e participe
Nesta ediccedilatildeo do jornal EntreLinhas vocecirc estaacute recebendo um Ca-lendaacuterio 2015 produzido pelo CRPRS com a participaccedilatildeo da catego-ria A campanha ldquoMostre a Pluralidade do Seu Olharrdquo reuniu fotos de psicoacutelogosas sobre o tema diversidade
Acesse wwwcrprsorgbrcalendario2015 e saiba mais sobre cada uma das fotos selecionadas
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sumaacuterio + comunicados
04 FIQUE ATENTO
05 RELACcedilOtildeES RACIAIS Relaccedilotildees raciais e produccedilatildeo de subjetividade
Racismo Institucional
Psicologia e Relaccedilotildees Raciais
09 ARTIGOImigraccedilatildeo em pauta
Mantenha dados cadastrais atualizados
Pague anuidade com desconto
Sumaacuterio11 RELATO DE EXPERIEcircNCIA
Os fazeres (e prazeres) psi em desvios e contraversos
12 ENTREVISTA Psicologia Religiatildeo e Espiritualidade como dialogar
16 CONTROLE SOCIAL
Controle Social e a Psicologia
Eacute obrigaccedilatildeo de todoa psicoacutelogoa manter seus dados de cadastro junto ao Conselho Re-gional de Psicologia atualizados A obrigatoriedade eacute determinada pela Resoluccedilatildeo do CFP nordm 0052001
Informaccedilotildees de cadastro dos
as inscritosas satildeo fundamentais
para a comunicaccedilatildeo entre a entida-
de e oa profissional pois muitas
vezes o Conselho precisa inter-
mediar a relaccedilatildeo com alguma ins-
18 CREPOPO que eacute ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacuteblicas O que fazer quando se estaacute por laacute
19 ORIENTACcedilAtildeOOrientaccedilotildees aosagraves profissionais que atuam na Cliacutenica Psicoloacutegica em consultoacuterio
20 AGENDA
tituiccedilatildeo Aleacutem disso esse contato eacute fundamental para a permanente atualizaccedilatildeo dosas profissionais so-bre novas resoluccedilotildees e orientaccedilotildees teacutecnicas para o exerciacutecio profissio-nal e para que o Conselho consiga atender agraves demandas da categoria
Mudanccedilas de nome (em casos
de casamento ou divoacutercio) ende-
reccedilo para correspondecircncia telefo-
ne fixo celular e e-mail devem ser
sempre informadas ao CRPRS
Acesse wwwcrprsorgbrsistemacadastro confira seus dados de cadastro junto ao CRPRS e faccedila as atualizaccedilotildees necessaacuterias pela internet Se preferir entre em contato com o setor de Cadastro pelo tele-fone (51) 3334-6799 ou pelo e-mail cadastrocrprsorgbr
Psicoacutelogosas inscritosas no CRPRS que realizarem o paga-mento integral da anuidade 2015 ateacute 3001 tecircm desconto de 10 sobre o valor de R$ 46569 totali-zando R$ 41912 Para pagamen-tos ateacute 2802 o desconto eacute de 5 totalizando R$ 44241
O pagamento do valor inte-gral (R$ 46569) tambeacutem pode ser parcelado em cinco vezes com vencimentos em 3001 (parcela de R$ 9725) e 2802 3103 3004 e 3105 (parcelas de R$ 9211)
Fique atentoa agraves instruccedilotildees descritas no carnecirc enviado pelos
Correios na segunda quinzena de dezembro para garantir o va-lor com desconto
Duacutevidas podem ser esclarecidas com o setor de Cobranccedila do CRPRS
pelo fone (51) 3334-6799 ou pelo e-mail fiqueemdiacrprsorgbr
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Reduccedilatildeo da Maioridade Penal O Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul vem dis-cutindo o tema da reduccedilatildeo da maioridade penal reforccedilando o posicio-namento do Conselho Federal de Psicologia contraacuterio a essa estrateacutegia Eacute preciso considerar alternativas para o adolescente em conflito com a lei como a Justiccedila Restaurativa e a responsabilizaccedilatildeo jaacute prevista pelo proacuteprio Estatuto da Crianccedila e do Adolescente (ECA) Para o CFP manifestaccedilotildees favoraacuteveis agrave reduccedilatildeo da maioridade penal tecircm ocorrido de forma simplista e reducionista em nossa sociedade Por isso eacute fundamental ampliarmos o debate sobre o tema Eacute preocupante o desconhecimento ou a distorccedilatildeo dos dados da realidade a homogenei-zaccedilatildeo dos sujeitos a patologizaccedilatildeo e a criminalizaccedilatildeo das condutas dos adolescentes tudo isso em nome da ldquojusticcedilardquo que vem sendo apresen-tada como sinocircnimo de puniccedilatildeo e aprisionamento
Asseacutedio Moral no Trabalho Psicoacutelogosas devem estar aten-
tosas a situaccedilotildees humilhantes e
constrangedoras repetitivas e pro-
longadas que acontecem durante a
jornada de trabalho desestabilizando
a relaccedilatildeo do trabalhador com o am-
biente e a organizaccedilatildeo O CRPRS vem
discutindo o tema no GT de Psicologia
do Trabalho na Subsede Serra em ro-
das de conversa na Sede com psicoacutelo-
gosas que trabalham com Psicologia
organizacional e do trabalho aleacutem
de acompanhar Projetos de Leis em
diversos municiacutepios e iniciativas do
Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho
Em 1411 o Conselho promoveu em
parceria com o Centro de Referecircncia em
Sauacutede do Trabalhador e Sindicato dos
Metaluacutergicos de Caxias do Sul o I Semi-
naacuterio Meu Trabalho Estaacute me Enlouque-
cendo ndash Intervenccedilotildees em Sauacutede Mental
do Trabalhador em Caxias do Sul Acesse
httpbitlyISeminarioTrabalho e saiba
mais sobre o que foi discutido no evento
fique atento
O Nuacutecleo do Sistema Prisional do CRPRS preparou um texto abordando essa questatildeo Leia em wwwcrprsorgbrentrelinhas68 O Conselho Federal de Psicologia apresenta seu posicionamento no texto ldquoReduccedilatildeo da idade penal socioeducaccedilatildeo natildeo se faz com prisatildeordquo do reflexotildees sobre o tema Confira httpbitlyCFP_reducao_idade_penal
Confira o documentaacuterio A dor (in)visiacutevel ndash Asseacutedio Moral no Trabalho uma realizaccedilatildeo do Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho no RS ndash Procuradoria do Trabalho no Municiacutepio de Caxias do Sul e do Ministeacuterio do Trabalho e Emprego (MTE) ndash Superintendecircncia Regional do Trabalho e Emprego em Caxias do Sul httpbitlyvideo_assedio_moralLegislaccedilatildeo sobre o tema pode ser acessada em wwwassediomoralorg
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relaccedilotildees raciais
Valter da Mata ndash Psicoacutelogo mestre em Psicologia Social estudioso de Psicologia e Relaccedilotildees Raciais professor da Unime ndash Lauro de Freitas e da Faculdade da Cidade do Salvador Membro da Comissatildeo Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia
Conceito utilizado por pesquisadores das relaccedilotildees raciais que diz respeito agrave construccedilatildeo soacutecio-histoacuteria em que ser branco eacute tido como norma essecircncia
SAIBA MAISLeia entrevistas na iacutentegra em wwwcrprsorgbrentrelinhas68
Deacutebora Barbosa Bauermann ndash Psicoacuteloga Analista de Accedilatildeo Social Jr do Nuacutecleo de Estudos Afro-brasileiros e Indiacutegenas ndash Neabi da Unisinos Saiba mais sobre o Neabi em wwwcrprsorgbrentrelinhas68
Relaccedilotildees raciais e produccedilatildeo de subjetividade
A questatildeo racial permeia as relaccedilotildees interpessoais e subjetivas Diante disso de que forma a Psicologia vem discutindo os efeitos do preconceito racial na constitui-ccedilatildeo da subjetividade de negros e brancos Como osas psicoacutelogosas podem contri-buir em seu cotidiano de trabalho ndash seja ele em poliacuteticas puacuteblicas cliacutenicas privadas ou organizaccedilotildees ndash para combater o racismo
Para aqueles que se dedicam ao campo das relaccedilotildees raciais reconhecer que vive-mos em uma sociedade racista eacute o primei-ro passo para enfrentar esse problema e corrigir desigualdades
Valter da Mata defende a necessidade de superar a crenccedila da existecircncia de uma democracia racial ldquoBoa parte dos brasilei-ros acredita que natildeo existe racismo no Brasil e sim discriminaccedilatildeo social Segundo essa
crenccedila negros e indiacutegenas brasileiros natildeo so-freriam discriminaccedilatildeo se tivessem dinheiro e vivessem uma vida que ilustrasse essa pos-serdquo Para o psicoacutelogo muitas vezes as praacuteti-cas racistas fazem parte do repertoacuterio com-portamental doa proacuteprioa psicoacutelogoa
Deacutebora Barbosa Bauermann acredita que o racismo eacute um problema estrutural de nosso paiacutes vivenciado pelos sujeitos negros mas com pouca visibilidade devi-do agrave branquitude normativa em que nos subjetivamos ldquoAfinal o lsquoracismo agrave brasi-leirarsquo pode ser considerado como um lsquora-cismo sem racistasrsquo como aponta pesquisa do Instituto Data Popularrdquo Dados prelimi-nares dessa pesquisa divulgados em 2014 apontam que 92 dos brasileiros conside-ram que existe racismo no Brasil mas so-mente 13 se considera racista
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relaccedilotildees raciais
Isso reflete o pensamento de que ser ra-cista eacute ter uma atitude pontual discrimina-toacuteria contra negros ldquoEacute muito comum escu-tarmos falas como lsquonatildeo sou racista tenho amigos negrosrsquo ou lsquonatildeo sou racista minha bisavoacute era negrarsquo O racismo estaacute sempre fora no outro Muitos de noacutes psicoacutelogosas ainda dizemos lsquonatildeo sou racista trato to-dos usuaacuteriospacientesclientes iguaisrsquo Precisamos avanccedilar nesse sentido e buscar a equidaderdquo afirma Deacutebora
Para Valter a cultura brasileira de uma forma geral eacute atravessada pelo machismo racismo e a homofobia ldquoEstar fora desses grupos de privileacutegio significa em maior ou menor grau ser viacutetima de discrimina-ccedilatildeo As instituiccedilotildees continuam produzin-do discriminaccedilotildees baseadas na cor da pele dentre outros traccedilotildees fenotoacutepicosrdquo
Aleacutem disso a visatildeo eurocecircntrica e detur-pada a respeito da contribuiccedilatildeo dos negros para formaccedilatildeo do Brasil natildeo contempla a diversidade eacutetnico-racial ldquoDissemina estere-oacutetipos negativos de tudo que se refere ao con-tinente africano As escolas ainda hoje repro-duzem a histoacuteria do negro contada somente a partir da escravidatildeo e de forma distorcida como se tivessem aceitado passivamente o re-gime escravocratardquo explica Deacutebora
Surgem a partir disso os efeitos do ra-cismo ou do preconceito que incidem di-retamente na construccedilatildeo da identidade e formaccedilatildeo da autoestima ldquoEmbora a consti-tuiccedilatildeo diga que somos todos iguais perante a lei accedilotildees racistas perpetuadas ao longo dos anos cristalizaram sentimentos de infe-rioridade e de natildeo pertencimento a muitos de noacutes negros brasileirosrdquo afirmam as psi-coacutelogas Glaucia Fontoura e Eliana Xavier
Taiasmin Ohnmacht destaca que haacute um padratildeo social que divide a populaccedilatildeo
em branco e natildeo branco elege o branco como padratildeo de normalidade a ser segui-do e com isso estabelece uma relaccedilatildeo hie-raacuterquica de poder entre esses grupos ldquoO preconceito racial como todos os precon-ceitos conduz a um tipo de negaccedilatildeo das diferenccedilas que acaba por ser um apaga-mento do outro enquanto pessoa que deve ter seus direitos respeitados pelo Estado e pela sociedaderdquo
Devido a isso Valter acredita que os natildeo brancos tendem a se constituir de forma conflituosa e dolorosa ldquoNatildeo res-tando outras formas possiacuteveis de identi-ficaccedilatildeo cabe a esses sujeitos a construccedilatildeo identitaacuteria fragilizada e fundamentada no branqueamentordquo
Para os negros conviver com referecircn-cias na cultura que estejam associadas ape-nas agrave escravidatildeo ou a lugares marginaliza-dos eacute uma violecircncia social intriacutenseca com a qual o negro tem que lidar rdquoNatildeo eacute um percurso que se faccedila sem arranjar algumas feridas eacute preciso reconstruir sua autoesti-ma e o significado de sua identidade negra para si mesmo e ainda sustentaacute-la perante a comunidade brancardquo declara Taiasmin Outro efeito do racismo extremamente perverso eacute a culpabilizaccedilatildeo dos sujeitos negros pela discriminaccedilatildeo sofrida ldquoEscu-tamos muitas falas como lsquoo negro que dis-crimina a si proacutepriorsquo Precisamos ampliar nossa escuta e natildeo sermos reprodutores de ideais como esse em que o branco devolve o problema da discriminaccedilatildeo racial para o sujeito negrordquo afirma Deacutebora
OsAs psicoacutelogosas tecircm importante participaccedilatildeo na mudanccedila dessa realidade Eacute necessaacuterio trabalhar na construccedilatildeo de sentidos positivos centralizados na negri-tude que ande na contramatildeo da construccedilatildeo
Glaucia Fontoura ndash Psicoacuteloga Membro da Articulaccedilatildeo de Psicoacutelogas(os) Negras(os) e Pesquisadoras(es) ndash ANPSINEP Saiba mais sobre a ANPSINEP em wwwcrprsorgbrentrelinhas68
Eliana Xavier ndash Psicoacuteloga mestranda no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Psicologia pela PUCRS Taiasmin Ohnmacht ndash Psicoacuteloga poacutes-graduada em Assessoria Linguiacutestica
SAIBA MAISRelaccedilotildees Raciais Referecircncias Teacutecnicas para a Praacutetica do(a) Psicoacutelogo(a)httpbitlyCREPOP_Relacoes_Raciais
EntreLinhas nordm 61 ndash Reportagem ldquoA questatildeo racial e os Direitos Humanosrdquo httpbitlyentrelinhas61 Debate ldquoRacismo O que a psicologia tem a ver com issordquo realizado no CRPRS em 2012httpbitlydebate_racismo2012
entre linhas | out-nov-dez 2014 7
social do branco como agente central ldquoA construccedilatildeo da identidade positiva somen-te seraacute possiacutevel quando estabelecermos uma relaccedilatildeo profiacutecua com o nosso corpo mesmo que esse corpo natildeo corresponda ao ideaacuterio cultural vigente dessa sociedade racistardquo defendem Glaucia e Eliana
ldquoPrecisamos ser sensiacuteveis ao sofrimen-to psiacutequico e agraves exclusotildees causadas pelo racismo e que muitas vezes os proacuteprios sujeitos negros natildeo conseguiratildeo nomeaacute-lo Trazer agrave tona a suposta neutralidade do branco que faz com que uma grande par-cela da sociedade tenha privileacutegios e natildeo os perceba pois eacute um lugar naturalizado Natildeo podemos ser reprodutores desta ide-ologia em nossas praacuteticas profissionais A branquitude precisa ser desvelada se real-mente buscamos contribuir com a luta an-tirracistardquo acredita Deacutebora
Em 2014 diversos episoacutedios de ra-cismo e injuacuteria racial ocorridos no Rio
Grande do Sul ganharam visibilidade na-cional evidenciando a necessidade de se ampliar o debate
ldquoOs episoacutedios nos mostraram que vive-mos em um estado racista e preconceituo-so de diversas formasrdquo destaca Taiasmin Para ela o apoio aos responsaacuteveis pelos atos discriminatoacuterios procurando rever-ter a agressatildeo culpando a proacutepria viacutetima eacute preocupante ldquoNatildeo considero acaso que um deputado com uma fala extremamente agressiva contra as minorias tenha se elegi-do como um dos mais votados no estadordquo
Na opiniatildeo de Glaucia e Eliana esses episoacutedios representaram uma vitoacuteria do movimento negro ldquoOs recentes eventos escancaram uma parte do que a populaccedilatildeo negra vivencia no seu cotidiano nas rela-ccedilotildees com as instituiccedilotildees da sauacutede traba-lho educaccedilatildeordquo
Como psicoacuteloga negra Taiasmin relata a necessidade que muitos profissionais ne-
ENTRELINHAS RECOMENDA
Blogueiras Negrashttpbitlyblogueiras_negras
Livro ldquoO espelho quebrado da branquidaderdquo de Adevanir Pinheiro
Livro ldquoMinha Famiacutelia Eacute Coloridardquo de Georgina Martins
Documentaacuterio ldquoO Lado Negro do Chocolaterdquo de Miki Mistrati
SAIBA MAISConheccedila o trabalho do GT Relaccedilotildees Raciais do CFP acessando wwwcrprsorgbrentrelinhas68
8 entre linhas | out-nov-dez 2014
relaccedilotildees raciais
Racismo Institucional
Psicologia e Relaccedilotildees Raciais
gros tecircm de comprovar sua competecircncia ldquoO negro natildeo corresponde ao imaginaacuterio que as pessoas tecircm dos psicoacutelogos Dificil-mente uma pessoa me vecirc como psicoacuteloga a menos que eu digardquo
O debate em torno das relaccedilotildees raciais se fortalece na medida em que a presenccedila do negro vai crescendo em diferentes es-
feras sociais por meio de poliacuteticas afirma-tivas ldquoAs universidades antes ocupadas somente por brancos comeccedilam a lsquoenegre-cerrsquo Isso incomoda a quem sempre viveu no lsquomundo dos brancosrsquo Alguns muros entre o lsquomundo dos negrosrsquo e o lsquomundo dos brancosrsquo comeccedilam a ser derrubadosrdquo destaca Deacutebora
Presente em diversas situaccedilotildees de nos-so cotidiano o racismo institucional eacute o mais difiacutecil de ser enfrentado por jaacute estar naturalizado em nossa sociedade ldquoEsse tipo de racismo estaacute no dia a dia e passa indiferente As pessoas condenam atitudes de injuacuteria racial e natildeo o racismo institucio-nal que eacute menos expliacutecitordquo afirma Alisson Batista estudante que integra o Coletivo Negraccedilatildeo e que participou de evento no CRPRS sobre racismo institucional O Coletivo Negraccedilatildeo surgiu em torno do ra-cismo institucional enfrentado pelos estu-dantes negros dentro da universidade
No evento Gleidson Dias assessor da
O estudo das relaccedilotildees raciais comeccedilou a ser favorecido pela Psicologia quando a profissatildeo assumiu as discussotildees pautadas pelos movimentos sociais como pertinen-tes agrave categoria ldquoAteacute entatildeo a profissatildeo natildeo assumia as repercussotildees que as questotildees raciais implicam no tecido social e por sua vez na subjetividade humana Natildeo existe neutralidade nesse debate lsquoneutralidadersquo
Comissatildeo de Direitos Humanos da Pro-curadoria Geral do Estado esclareceu a diferenccedila entre o racismo que acontece na instituiccedilatildeo e o racismo institucional ldquoRa-cismo institucional eacute quando normas ou atitudes da instituiccedilatildeo natildeo tecircm em princiacute-pio a intencionalidade de discriminar mas o resultado eacute a discriminaccedilatildeo Estaacute ligado geralmente a conceitos eurocecircntricos do Estado e a privileacutegios da branquituderdquo Como exemplo Gleidson citou o caso de uma menina negra que foi impedida pela Poliacutecia Federal de tirar seu passaporte porque o sistema natildeo permitia fotos com cabelos black power
significa estar ao lado da discriminaccedilatildeordquo afirma Taiasmin
Valter acredita que a Psicologia teve uma importacircncia muito grande na conso-lidaccedilatildeo do racismo e racialismo no Brasil com estudos enviesados que afirmavam que as raccedilas humanas tinham predispo-
siccedilatildeo a determinadas caracteriacutesticas psi-
coloacutegicas como o caraacuteter e a inteligecircncia
Reuniatildeo temaacutetica sobre o tema Racismo Institucional httpbitlyracismo_institucional
Coletivo Negraccedilatildeo httpcoletivonegracao blogspotcombr
ldquoThe Bell Curve Intelligence and Class Structure in American Liferdquo de Richard J Herrnstein e Charles Murray
PARTICIPE DA DISCUSSAtildeOO CRPRS promove o debate das relaccedilotildees raciais nas Comissotildees e Nuacutecleos de Direitos Humanos e Poliacuteticas Puacuteblicas Participe dos encontros e contribua com este debate Acompanhe agenda de reuniotildees em wwwcrprsorgbrcomissoesegts
entre linhas | out-nov-dez 2014 9
artigo
Imigraccedilatildeo em pautaEncontrar um bom trabalho ajudar a
famiacutelia e viver uma vida digna e em paz eacute a expectativa e o sonho de centenas de imigrantes senegaleses haitianos gane-ses entre outros que vieram para o Bra-sil dirigindo-se especificamente para Caxias do Sul e alguns municiacutepios da Serra gauacutecha Essa expectativa reflete a de muitos europeus brasileiros de outras regiotildees do paiacutes fronteiriccedilos e tantos ou-tros que vieram para Caxias em busca de melhores condiccedilotildees de vida
Vemos poreacutem que a xenofobia e o racismo em nossa sociedade apresentam--se fortemente sinalizando que a presen-ccedila de imigrantes principalmente negros eacute um incocircmodo para muitos de noacutes Com isto nos deparamos com notiacutecias de pro-fissionais de diferentes aacutereas esquecendo--se do seu Coacutedigo de Eacutetica Profissional e se negando a atender imigrantes vemos poliacuteticos que desconhecem totalmente a legislaccedilatildeo brasileira a qual protege aquele que nos pede asilo garantindo o acesso aos
Ir Maria do Carmo Santos Gonccedilalves Coordenadora do Centro de Atendimento ao Migrante (CAM)
Vanessa Perini Moojen ndash Assistente Social do Centro de Atendimento ao Migrante (CAM)
Tatiane Baggio Psicoacuteloga Conselheira do CRPRS
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serviccedilos puacuteblicos na qualidade de cidadatildeo vemos ainda pessoas com medo de que os estrangeiros ldquotiremrdquo seu emprego ou seu lugar na fila do meacutedico e surpreenden-temente vemos pessoas que outrora jaacute sofreram preconceito por sua condiccedilatildeo de precariedade social discriminando aqueles que hoje chegam buscando um lugar de trabalho e desenvolvimento social Mas pensando bem se as coisas estatildeo difiacuteceis seraacute que a culpa eacute dos imigrantes Ao con-traacuterio entendemos que garantir o acesso dos brasileiros aos seus direitos natildeo impli-ca a negaccedilatildeo do direito de outros
Ao mesmo tempo vemos cidadatildeos profissionais poliacuteticos e entidades que natildeo medem esforccedilos para auxiliar os imi-grantes na garantia de seus direitos Que trabalham na perspectiva de melhorias e resoluccedilatildeo na situaccedilatildeo de vulnerabilidade que porventura muitos se encontram e ao mesmo tempo no fortalecimento de uma cidadania no mundo cujos direitos satildeo inviolaacuteveis Com o aumento contiacutenuo do fluxo migratoacuterio internacional para o Bra-sil e para Caxias do Sul mostra-se cada vez mais latente a necessidade de plane-jamento e articulaccedilatildeo intersetorial entre o poder puacuteblico e a sociedade civil A I Con-ferecircncia Municipal de Migraccedilatildeo e Refuacutegio 2014 deliberou a formaccedilatildeo de comitecircs que construam estrateacutegias articuladas de in-clusatildeo e integraccedilatildeo social dos imigrantes de modo que possam continuar a contri-buir econocircmica social e culturalmente para o crescimento de Caxias do Sul terra de imigrantes
O CRPRS juntamente com o Sistema Conselhos de Psicologia desenvolveu a
campanha veiculada nacionalmente com o tiacutetulo ldquoO preconceito humilha e a humi-lhaccedilatildeo social faz sofrerrdquo para discutir as questotildees que envolvem as relaccedilotildees raciais Por meio dessa iniciativa afirmamos a ga-rantia de direitos dos imigrantes e reforccedila-mos que para aleacutem do acolhimento da po-pulaccedilatildeo local sejam tambeacutem viabilizadas poliacuteticas que contemplem accedilotildees efetivas para uma vida menos precarizada do mi-grante em nosso territoacuterio
Com base na garantia de direitos pre-vista na Declaraccedilatildeo Universal dos Direi-tos Humanos na Declaraccedilatildeo de Durban firmada por 173 paiacuteses na I Conferecircncia Mundial contra o Racismo a Discrimina-ccedilatildeo Racial a Xenofobia e as Formas Cone-xas de Intoleracircncia em 2001 na Aacutefrica do Sul reafirmando o principio da igualdade e da natildeo discriminaccedilatildeo entre as pessoas e na Constituiccedilatildeo Federal de 1988 foi redigida a lei sobre o racismo no Brasil acrescentando-se o inciso XLII no artigo 5ordm declarando que o racismo eacute um crime inafianccedilaacutevel imprescritiacutevel e sujeito a pena de reclusatildeo
Portanto seguindo a legislaccedilatildeo vi-gente e conforme o debate jaacute afianccedilado nas instacircncias internacionais de garantia dos direitos humanos o CRPRS aleacutem de convidar a populaccedilatildeo a refletir sobre o tema convida a categoria a conhecer a Resoluccedilatildeo nordm 182002 do CFP que estabe-lece normas para atuaccedilatildeo das psicoacutelogas e dos psicoacutelogos em relaccedilatildeo ao preconceito e agrave discriminaccedilatildeo racial Para o CRPRS eacute urgente discutirmos a nossa praacutetica pro-fissional diante desse tema implicado no compromisso social de nossa profissatildeo
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Os fazeres (e prazeres) psi em desvios e contraversos
Ateacute o uacuteltimo ano do ensino meacutedio eu sempre achei que queria e iria cursar Direito Em setembro quando comeccedilaram as inscri-ccedilotildees da UFRGS me dei conta de que o que eu realmente queria eacute que o tempo daquela juventude natildeo acabasse mais Agrave eacutepoca mi-nhas duas melhores amigas resolveram fazer vestibular para Psicologia Assim o iniacutecio de meu percurso pelas praacuteticas e saberes psi se deu pelos disparos da amizade e do desvio
Nos idos de marccedilo num ano em que o veratildeo insistia em continuar foi que de maneira assustadoramente solitaacuteria em-barquei na errante nau a descobrir o mun-do das teorias e conceitos de uma Psicolo-gia agraves vezes candidata agrave ciecircncia agraves vezes transversada em arte Nessa viagem visi-tei uma infinidade de portos ndash de chegada de partida de parada de encontro Aos poucos a solidatildeo comeccedilou a ser povoada e a travessia tornou-se tempo e espaccedilo de constante reinvenccedilatildeo de saberes e praacuteticas
A aposta na escuta como instrumento da potecircncia criativa e criadora de sujeitos e realidades somada ao flerte com o mundo jus fez com que eu buscasse as veredas so-ciais da Psicologia em suas tessituras com os territoacuterios dos direitos humanos e a in-tencionalidade de um fazer cliacutenico-poliacutetico
Dessa maneira cheguei ao mestrado oportunidade para se conhecer e se cons-truir pesquisador entendendo a trama en-sino-pesquisa-extensatildeo como possibilidade para uma formaccedilatildeo em Psicologia que se propusesse ampliada com mais ineditis-mos e menos assepsias Optei por um cam-po de pesquisa que fizesse laccedilo com algum projeto de extensatildeo e portanto problema-tizasse a inserccedilatildeo acadecircmica na comuni-
dade como um dispositivo de accedilatildeo atraveacutes do qual a universidade pode exercer de forma mais intensa sua funccedilatildeo poliacutetica e social Naquele momento pude me inserir no Grupo ESTACcedilAtildeO PSI (Estudo e Accedilatildeo em Poliacuteticas de Subjetivar e Inventar) que prestava assessoria ao projeto de trabalho educativo com jovens em cumprimento de medida socioeducativa implementado na Procuradoria da Repuacuteblica do RS
Por esse encontro com as formas de um viver juvenil entendido e condenado como desviante as categorias Direito Social Psico-logia Cliacutenica Accedilatildeo Poliacutetica se misturavam e coreografavam movimentos que escapavam aos contornos das praacuteticas profissionais e dos meacutetodos de investigaccedilatildeo tradicionais A anguacutestia gerada pela desconstruccedilatildeo das cer-tezas e das foacutermulas prontas de ser psicoacuteloga logo deu lugar agrave descoberta da potecircncia da invenccedilatildeo de novos caminhos que desviam do instituiacutedo e tem aiacute justamente a sua forccedila de interrogaccedilatildeo do social
Infelizmente o projeto natildeo mais existe na Procuradoria mas a inspiraccedilatildeo dessa experiecircncia permitiu-me a escrita ne-gociaccedilatildeo e implantaccedilatildeo do programa de trabalho educativo do TRT-RS que desde 2013 firmou convecircnio com a FASE-RS
Trabalhando com a perspectiva da Psi-cologia Cliacutenico-Poliacutetica em sua interface com a temaacutetica da Justiccedila e do Direito toda a minha praacutetica eacute orientada por uma eacutetica da ocupacircncia que na construccedilatildeo de terri-toacuterios instituintes ainda que temporaacuterios aposta na criaccedilatildeo de condiccedilotildees de possibi-lidade para a constante reatualizaccedilatildeo de formas e forccedilas mais livres e potentes de expressatildeo da vida
relato de experiecircncia
PARTICIPEVocecirc tambeacutem quer compartilhar sua experiecircncia como psicoacutelogoa Envie um relato para imprensacrprsorgbr destacando sua praacutetica Os textos seratildeo avaliados pela Comissatildeo Editorial do EntreLinhas e poderatildeo ser publicados nas proacuteximas ediccedilotildees do jornal
Paula Goldmeier Graduada em Psicologia mestre em Psicologia Social e Institucional pela UFRGS Atua nas aacutereas de Direitos Humanos e Sauacutede Coletiva
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entrevista
Em sua opiniatildeo o que eacute laicidade
TATIANE ndash A laicidade opotildee-se aos
discursos fundamentalistas ligados agraves vio-
laccedilotildees de direito Assim as leis devem ser
orientadas pelos Direitos Humanos Uni-
versais e pela Constituiccedilatildeo Federal e natildeo
por dogmas e ideologias religiosas Isso
natildeo significa que o Estado negue agrave Igreja
o direito de contribuir para o bem da so-
ciedade Um Estado que natildeo respeita um
espaccedilo para as igrejas na sociedade ou que
negue o direito de expressatildeo acabaria com
a democracia caindo no sectarismo e no
totalitarismo ideoloacutegico
LUCIANA ndash Eacute a natildeo adoccedilatildeo de uma
religiatildeo em particular pelo Estado Isso natildeo
quer dizer que desconsidere as muacuteltiplas
religiotildees que convivem em seu territoacuterio ou
negue a expressatildeo da religiosidade popular
pessoal ou coletivamente mas inclui todas
como representaccedilotildees da diversidade reli-
giosa ou espiritual do seu povo
TATIANA ndash Eacute um dispositivo de pro-
teccedilatildeo agrave livre consciecircncia e expressatildeo de
crenccedilas de modo a garantir o reconheci-
mento da diversidade social em socieda-
des democraacuteticas sem ocircnus moral para
grupos minoritaacuterios em relaccedilatildeo a hegemo-
nias religiosas e morais
Por que eacute importante discutir essa ques-
tatildeo no Sistema Conselhos de Psicologia
EDUARDO ndash A Psicologia precisa
se posicionar frente a projetos de leis que
tecircm uma base fundamentalista ferindo os
direitos humanos e as liberdades indivi-
duais Aleacutem disso muitosas psicoacutelogos
as natildeo tecircm clareza de como se posicionar
Psicologia Religiatildeo e Espiritualidade como dialogarSAIBA MAIS
Nota Teacutecnica do CFP ndash Posicionamento do Sistema Conselhos de Psicologia para a questatildeo da Psicologia Religiatildeo e Espiritualidadehttpbitlynotacfplaicidade
Posicionamento Sistema Conselhos frente uso indiscriminado do discurso religioso na poliacutetica httpbitlyEleicoes_Laicidade
Leia entrevistas na iacutentegra em wwwcrprsorgbrentrelinhas68
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frente a suas proacuteprias religiotildees ou crenccedilas
de seus clientes e instituiccedilotildees
LUCIANA ndash Eacute importante discutir as
implicaccedilotildees das crenccedilas religiosidade ou
espiritualidade do psicoacutelogo na sua praacuteti-
ca profissional E como sua praacutetica acolhe
repudia essas dimensotildees do puacuteblico com
quem trabalha Por exemplo o que signifi-
ca eu me apresentar como psicoacuteloga cristatilde
Apenas explicito minhas crenccedilas ou impor-
to praacuteticas religiosas para minhas interven-
ccedilotildees laborais Toda essa discussatildeo eviden-
cia o quanto reconhecemos essa dimensatildeo
na vida humana e como nos organizamos
para abordaacute-la nos espaccedilos profissionais
em que o psicoacutelogo estaacute inserido e integraacute-
-la agraves demais dimensotildees da vida humana
TATIANA ndash A Psicologia eacute uma ciecircn-
cia laica A religiosidade e a espiritualidade
podem ser objeto de estudo da Psicologia
o que natildeo eacute o mesmo que a Psicologia ado-
tar pressuposto religioso em seus modos
de significar o mundo a condiccedilatildeo huma-
na e as relaccedilotildees sociais A Psicologia deve
se manter laica para que natildeo decorra em
prejuiacutezo nos modos de significaccedilatildeo de dis-
tintas condiccedilotildees de vida e de subjetivaccedilatildeo
considerando especificidades culturais
que tambeacutem podem abranger distintas re-
ferecircncias a doutrinas religiosas e mesmo a
recusa agrave religiosidade ou expressa afirma-
ccedilatildeo da crenccedila de que Deus natildeo existe
Que situaccedilotildees ou demandas atuais a Psi-
cologia tem discutido e que estatildeo ligadas
diretamente ao tema
TATIANE ndash Podemos citar os atuais
discursos fundamentalistas contra o ca-
samento gay e a diversidade sexual e de
gecircnero a questatildeo da legalizaccedilatildeo do aborto
e Lei do Nascituro intoleracircncia religiosa
e racismo aleacutem da discussatildeo sobre a pre-
dominacircncia dos discursos religiosos e im-
posiccedilatildeo de praacuteticas religiosas nas propos-
tas de projeto terapecircutico da maioria das
comunidades terapecircuticas Muitas dessas
demandas estatildeo ligadas a um discurso
preconceituoso que busca se esconder atra-
veacutes de argumentos em defesa de valores
da vida e da famiacutelia e que no fundo im-
potildeem suas proacuteprias ideologias contraacuterias
agraves liberdades de expressatildeo e dos direitos
humanos violando as diferentes formas do
indiviacuteduo ser no mundo
TATIANA ndash O projeto de decreto legis-
lativo que pretendia incidir sobre a normativa
da Psicologia no que se refere agrave homossexu-
alidade e aos paracircmetros eacuteticos para o exer-
ciacutecio profissional eacute um exemplo O discurso
religioso que incide na desqualificaccedilatildeo moral
de demandas de mulheres por direitos repro-
dutivos novas configuraccedilotildees familiares uso
de drogas e seu tratamento todas essas satildeo
questotildees que tangenciam a laicidade da Psi-
cologia A posiccedilatildeo da Psicologia natildeo se pauta
em uma dada moralidade pressuposta como
verdadeira mas leva em consideraccedilatildeo a com-
plexidade das determinaccedilotildees soacutecio-culturais
para compreender a situaccedilatildeo particular de
vida e escolhas de indiviacuteduos
Por que devemos pensar em praacuteticas da
Psicologia baseadas na laicidade
EDUARDO ndash O trabalho doa
psicoacutelogoa deve estar alicerccedilado nas ci-
ecircncias psicoloacutegicas e nos direitos humanos
ao inveacutes de crenccedilas individuais Assim as
praacuteticas psicoloacutegicas estaratildeo promovendo
Tatiane Baggio Psicoacuteloga conselheira do CRPRS membro dos GTs Nacional e Regional de Laicidade
Eduardo HoffmannPsicoacutelogo conselheiro do CRPRS membro dos GTs Nacional e Regional de Laicidade
Luciana Fernandes Marques Psicoacuteloga Mestre em Psicologia Social e da Personalidade e Doutora em Psicologia pela PUCRS Poacutes-Doutorado em Psicologia pela UFRGS e pelo ISCTE-IUL Lisboa Membro do Grupo de Trabalho Psicologia e Religiatildeo da Associaccedilatildeo Nacional de Pesquisa e Poacutes-Graduaccedilatildeo em Psicologia e da International Association for the Psychology of Religion
Tatiana LionccediloPsicoacuteloga Mestre e Doutora em Psicologia pela Universidade de Brasiacutelia conselheira do CRP-01 Integra o GT Nacional ldquoPsicologia Religiatildeo e Laicidaderdquo do CFP
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a sauacutede e a qualidade de vida da popula-
ccedilatildeo para que cada sujeito pense e se po-
sicione de forma criacutetica e consciente sobre
como pretende viver sua crenccedila As praacuteti-
cas psicoloacutegicas devem estar baseadas na
laicidade por um respeito ao ser humano
e toda diversidade de crenccedilas e formas de
expressaacute-la apenas sendo laica a Psicolo-
gia poderaacute acolher essa diversidade
LUCIANA ndash Devemos pensar em
praacuteticas baseadas na laicidade para man-
ter a afiliaccedilatildeo da Psicologia agrave ciecircncia tra-
dicional Mas boa parte da ciecircncia eacute ino-
var desbravar novos caminhos antecipar
problemas e soluccedilotildees entatildeo a boa ciecircncia
eacute provisoacuteria questionaacutevel (auto)reflexi-
va e bastante (auto)criacutetica Nesse sentido
a Psicologia tambeacutem natildeo deve se fechar
demasiadamente em roacutetulos mas manter
foacuteruns de diaacutelogo com a ciecircncia e com a
comunidade estando atenta a exageros no
exerciacutecio profissional
TATIANA ndash A Psicologia reconhe-
ce a diversidade social e portanto tam-
beacutem reconhece a diversidade religiosa e
a existecircncia de grupos e indiviacuteduos que
natildeo adotam religiatildeo A espiritualidade eacute
uma importante dimensatildeo da subjetivi-
dade embora natildeo dependa necessaria-
mente da religiosidade e a Psicologia
expressamente se afirma contraacuteria a toda
forma de fundamentalismo religioso ou
seja modos de imposiccedilatildeo de moralidades
com base em preceitos religiosos resguar-
dando o reconhecimento da diversidade
social cultural e subjetiva
A Psicologia pode dialogar com a espiri-
tualidade e a religiatildeo se mantendo laica
De que forma isso se traduz na praacutetica
doa psicoacutelogoa
EDUARDO ndash A Psicologia dialoga
com a espiritualidade e a religiatildeo se man-
tendo laica quando natildeo induz a convicccedilotildees
religiosas conforme estaacute previsto em nosso
Coacutedigo de Eacutetica art 2ordm aliacutenea b Seus cons-
tructos e epistemologias se originam e se
orientam na ciecircncia e natildeo na teologia Isso
se traduz na praacutetica psicoloacutegica por uma
postura eacutetica em olhar o ser humano em
sua integralidade e natildeo a partir de um vieacutes
religiosoespiritual apenas Tambeacutem se tra-
duz aoagrave psicoacutelogoa quando se utiliza de
intervenccedilotildees e praacuteticas que satildeo aceitas e re-
conhecidas pelas ciecircncias psicoloacutegicas
LUCIANA ndash Enquanto categoria pro-
fissional a Psicologia eacute laica natildeo adota ne-
nhuma religiatildeo em particular mas estuda
a relaccedilatildeo da religiosidadeespiritualidade
com a sauacutede e sua expressatildeo no compor-
tamento humano Por temor da Psicolo-
gia natildeo ser reconhecida como ciecircncia haacute
excessiva cautela em aplicar esse conhe-
cimento na atuaccedilatildeo profissional do psicoacute-
logo ndash embora tenha diminuiacutedo muito na
uacuteltima deacutecada Na praacutetica do psicoacutelogo
isso se traduz no reconhecimento de que
a religiosidadeespiritualidade eacute uma di-
mensatildeo humana imbricada com todas as
outras dimensotildees e que pode ser fonte tan-
to de sauacutede quanto de adoecimento
TATIANA ndash O profissional de Psico-
logia deve considerar a religiosidade e a
espiritualidade quando forem expressas
pelas pessoas como significativas em seus
modos de subjetivaccedilatildeo e vida Assim como
eacute equiacutevoco eacutetico associar a sua proacutepria feacute
religiosa no exerciacutecio profissional o profis-
entrevista
SAIBA MAISCaderno de Deliberaccedilotildees VIII CNP Eixo II ndash Contribuiccedilotildees eacuteticas poliacuteticas e teacutecnicas nos processos de trabalho proposta 214 ldquoOrientaccedilatildeo laicidaderdquo paacutegina 37 httpbitlycad8cnp
Coacutedigo de Eacuteticawwwcrprsorgbrcodigoetica
Movimento Estrateacutegico do Estado Laicowwwmeelorgbr
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sional viola o coacutedigo de eacutetica ao desconsi-
derar inferiorizar ou mesmo patologizar a
expressatildeo de feacute de pessoas que se coloquem
sob seus cuidados A importacircncia da manu-
tenccedilatildeo da laicidade no exerciacutecio profissio-
nal eacute justamente a de garantir o reconheci-
mento de subjetividades na perspectiva da
alteridade ou seja considerando o campo
de significaccedilotildees dos proacuteprios sujeitos em
seus modos de vida e de subjetivaccedilatildeo
De que forma a Psicologia pode contri-
buir para o fortalecimento do Estado Lai-
co e ao mesmo tempo combater situa-
ccedilotildees de violaccedilotildees de direito
TATIANE ndash A consideraccedilatildeo das di-
ferenccedilas morais culturais religiosas e das
praacuteticas sociais eacute fundamental para a cons-
truccedilatildeo da democracia sendo o Estado lai-
co a condiccedilatildeo para que as diferenccedilas natildeo
sejam assoladas por projetos poliacuteticos de
segregaccedilatildeo marginalizaccedilatildeo e desqualifica-
ccedilatildeo Eacute preciso buscar o diaacutelogo entre a Psi-
cologia e outras categorias profissionais
somar-se agraves parcerias com grupos sociais
falar sobre esses temas junto agrave sociedade
LUCIANA ndash A Psicologia pode con-
tribuir para o Estado Laico adotando uma
postura de respeito pela diversidade reli-
giosaespiritual de escuta das variadas
proposiccedilotildees e engajamento em discussotildees
muacuteltiplas que incluam tanto profissionais
pesquisadores quanto pessoas da comuni-
dade e oriundas das variadas tradiccedilotildees
TATIANA ndash A Psicologia eacute um im-
portante ator social de enfrentamento do
fundamentalismo religioso ao reafirmar a
necessidade de reconhecimento e respeito
agrave diversidade social e agrave diversidade subje-
tiva Desde 2013 a Psicologia tem integra-
do o Movimento Estrateacutegico pelo Estado
Laico organizaccedilatildeo que contou com o CFP
em sua articulaccedilatildeo e que agora conta com
apoio do Sistema Conselhos
Como oa psicoacutelogoa pode trabalhar sua
proacutepria crenccedila religiosa e sua espirituali-
dade sem que isso interfira em sua praacutetica
EDUARDO ndash Separando uma da ou-
tra natildeo vinculando em sua praacutetica pro-
fissional e natildeo usando sua proacutepria crenccedila
como um diferencial profissional
LUCIANA ndash Talvez seja interessante
que sua espiritualidade interfira na praacutetica
profissional Natildeo podemos supor que a reli-
giatildeo ou espiritualidade possuem uma inter-
ferecircncia negativa tomando exemplos nega-
tivos como o caso da cura gay O problema
natildeo eacute a religiatildeo eacute o que as pessoas fazem a
partir dela O sujeito fanaacutetico fundamenta-
lista e extremista levaraacute essas caracteriacutesticas
consigo mesmo sendo ateu Se ter crenccedilas
e espiritualidade eacute ter um bom coraccedilatildeo pa-
rece urgente que essa interferecircncia ocorra
Natildeo precisamos de mais profissionais tec-
nicistas e pouco humanizados
TATIANA ndash Como quaisquer outros
fatores pessoais reservando para si espa-
ccedilo de elaboraccedilatildeo de seu proacuteprio campo de
significaccedilotildees sobre o mundo a vida e si
mesmo Como outras convicccedilotildees morais
o profissional deve saber manter distacircn-
cia entre seus proacuteprios valores pessoais e
os valores e modos de vida de outrem de
modo a natildeo reduzir o outro a si mesmo
Este eacute um exerciacutecio eacutetico que exige anaacutelise
pessoal e supervisatildeo-intervisatildeo na condu-
ccedilatildeo dos trabalhos
SAIBA MAISCRPRS participou do Seminaacuterio Nacional do Movimento Estrateacutegico pelo Estado Laico (MEEL) realizado de 26 a 28 de agosto em Brasiacutelia httpbitlyCRPRS_Meel
Manifesto do Movimento Estrateacutegico pelo estado laicohttpbitlymanifesto_MEEL
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controle social
Controle Social e a PsicologiaControle Social eacute aquele que o cidadatildeo
em um contexto democraacutetico pode exercer sobre o Estado por meio da participaccedilatildeo na gestatildeo da fiscalizaccedilatildeo do monitoramento e do controle das accedilotildees da administraccedilatildeo puacuteblica o acompanhamento das poliacuteticas sendo assim um importante mecanismo de fortalecimento da cidadania
De forma geral a participaccedilatildeo no Con-trole Social permite que os cidadatildeos possam intervir na tomada da decisatildeo administrati-va orientando a administraccedilatildeo puacuteblica para que adote medidas que realmente atendam ao interesse puacuteblico e ao mesmo tempo possam exercer controle sobre a accedilatildeo do Es-tado exigindo que o gestor puacuteblico preste contas de sua atuaccedilatildeo Esse envolvimento na gestatildeo puacuteblica eacute um direito assegurado pela Constituiccedilatildeo Federal permitindo que os cidadatildeos natildeo soacute participem da formu-laccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem fiscalizem de forma permanente a aplicaccedilatildeo dos recursos puacuteblicos
O Conselho Regional de Psicologia
do Rio Grande do Sul (CRPRS) e o Con-
selho Federal de Psicologia (CFP) esti-
mulam a participaccedilatildeo dosas psicoacutelogos
as nas instacircncias de controle social por
acreditar que o conhecimento teacutecnico dos
profissionais da aacuterea pode contribuir na
construccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas Aleacutem disso seus representantes a partir de suas regiotildees de intervenccedilatildeo tornam-se inter-locutores e referecircncia para osas demais psicoacutelogosas locais ampliando assim o debate da Psicologia como protagonista das poliacuteticas puacuteblicas das diversas regiotildees
Atualmente o CRPRS possui cadeiras em diversos conselhos de direito e estaacute aberto a assumir novas vagas de acordo com seus posicionamentos Eacute importan-te destacar que a representaccedilatildeo feita pelo profissional da Psicologia nos espaccedilos de controle social natildeo possui caraacuteter indivi-dual deve expressar concepccedilotildees orienta-ccedilotildees e diretrizes formuladas ou definidas pela categoria Ao assumir o lugar de re-presentaccedilatildeo na instacircncia de controle so-cial oa psicoacutelogoa compromete-se a defender necessariamente as orientaccedilotildees e posicionamentos do Conselho Regional de Psicologia assim como os do Conselho Federal de Psicologia frente agraves questotildees que se encontram em debate
SAIBA MAIS Acesse wwwcrprsorgbrcontrolesocial para saber mais sobre Con-trole Social Duacutevidas poderatildeo ser escla-recidas pelo e-mail crepopcrprsorgbr
AacuteREA ABRANGEcircNCIA
Sauacutede Estadual e Municipal
Assistecircncia Social Estadual e Municipal
Direitos da Crianccedila e do Adolescente Municipal
Poliacuteticas sobre Drogas Estadual e Municipal
Direitos da Mulher Municipal
Os espaccedilos de atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos no controle social satildeo
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Municiacutepios onde CRPRS tem representaccedilotildees no Controle Social
Quer representar o CRPRS nos Conselhos de Direito
Conselhos de Direitos
Se vocecirc eacute psicoacutelogoa e tem interesse em re-
presentar o CRPRS em algum conselho de direi-
to acesse o Cadastro de Interesse de Psicoacutelogoa
ndash Representaccedilatildeo no Controle Social
Disponiacutevel em wwwcrprsorgbrcontro-
lesocial O pedido seraacute avaliado considerando
os criteacuterios estabelecidos para se constituir a
representaccedilatildeo e interesses do CRPRS Os repre-
sentantes devem participar das atividades pro-
movidas pelo CRPRS
Criteacuterios para candidatar-se agrave representaccedilatildeo
bull Ser psicoacutelogao devidamente inscrito no
CRPRS
bull Preencher cadastro de interesse em www
crprsorgbrcontrolesocial
bull Ter conhecimentoaproximaccedilatildeo relaciona-
do agrave temaacutetica e ao municiacutepio do Conselho
de direito
bull Estar adimplente com as anuidades do CRPRS
bull Disponibilizar-se a participar sistematica-
mente das reuniotildees da Comissatildeo de Poliacuteticas
Puacuteblicas (sede) ou Nuacutecleos de Poliacuteticas Puacutebli-
cas (subsedes) e dos encontros de discussatildeo
do controle social promovidos pelo CRPRS
O CRPRS recebe pedidos para indicaccedilatildeo de
psicoacutelogosas para assumir vagas em Conselho
de Direitos Apoacutes aprovada a participaccedilatildeo do
CRPRS na instacircncia e realizada a indicaccedilatildeo de ti-
tular e suplente para a vaga por meio da Comis-
satildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas (sede) dos Nuacutecleos de
Poliacuteticas Puacuteblicas (nas subsedes) ou dos nuacutecleos
gestores das subsedes eacute feita a comunicaccedilatildeo ofi-
cial agrave instituiccedilatildeo solicitante
Conselhos de Direito que tenham interesse
em ter o CRPRS compondo seu conjunto de con-
selheiros devem acessar o Cadastro de interesse
de Conselho de Direito ndash Representaccedilatildeo no Con-
trole Social disponiacutevel em wwwcrprsorgbr
controlesocial
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O que eacute ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacuteblicas O que fazer quando se estaacute por laacute
O que satildeo as poliacuteticas puacutebli-cas para osas psicoacutelogosas Aleacutem de um campo de atuaccedilatildeo no qual se materializam direitos constitucionais um mercado de trabalho em franca expansatildeo Eacute possiacutevel pensar o trabalho como sendo um ofiacutecio Enquanto fabri-cam produtos os homens se pro-duzem Pensando sobre o ofiacutecio doa psicoacutelogoa qual o objeto de seu fazer Que ferramentas ele usa Qual meacutetodo orienta sua accedilatildeo Qual objetoobjetivo a ser produzido com o seu trabalho
O contexto que engendrou a profissatildeo do psicoacutelogo definiu o indiviacuteduo e suas relaccedilotildees consigo mesmo como objeto de trabalho a psicoterapia e o aconselhamen-to ndash seja individuais ou grupal ndash orientada por um diagnoacutestico psicopatoloacutegico como instru-mentomeacutetodo de excelecircncia para a intervenccedilatildeo e a diminui-ccedilatildeo do sofrimento daquele que se atende como objetivo a ser alcanccedilado com a intervenccedilatildeo As demandas oriundas das po-liacuteticas puacuteblicas tecircm exigido uma releitura tanto no nosso objetoobjetivo de trabalho quanto do nosso instrumento prioritaacuterio para a intervenccedilatildeo As poliacuteticas puacuteblicas definem em seus mar-
cos normativos accedilotildees intencio-nais do Estado voltadas para as coletividades O objeto de traba-lho desenhado satildeo as relaccedilotildees estabelecidas entre o indiviacuteduo e os coletivos construiacutedas em seus territoacuterios de vida O meacutetodo preconizado eacute o de articulaccedilatildeo de diversas ofertas do Estado e das comunidades para atender as muacuteltiplas necessidades dos sujei-tos dos grupos e dos territoacuterios A produccedilatildeo de autonomia e cons-truccedilatildeo da cidadania estatildeo postas como horizontes aos quais se al-meja chegar com as intervenccedilotildees
Ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacuteblicas significa re-conhecer a mudanccedila da oficina na qual passamos a trabalhar Eacute estar disposto a alinhar nosso objetoobjetivo de trabalho com aquele traccedilados nas diretrizes que orientam a poliacutetica puacuteblica na qual atuamos E ainda colo-car nossas competecircncias e habi-lidades na direccedilatildeo da defesa ra-dical da autonomia dos sujeitos e das coletividades e da construccedilatildeo de uma cidadania ativa
Ainda que as intencionalida-des das poliacuteticas puacuteblicas estejam alinhadas aos marcos constitucio-nais do Estado brasileiro o cam-po do puacuteblico eacute formado por con-
crepop
tradiccedilotildees estruturais e interesses diversos Ele se constroacutei marca-do por disputas Eacute mister analisar com quais interesses nossas praacute-ticas encontram-se alinhadas A que forccedilas estamos servindo Em que direccedilatildeo nossas habilidades e competecircncias estatildeo sendo convo-cadas Que trabalhos essas con-vocaccedilotildees estatildeo produzindo Eacute na leitura cuidadosa deste campo de tensatildeo e na construccedilatildeo de respos-tas a estas e outras questotildees que osas oficineirosas psicoacutelogosas estatildeo trabalhando na remo-delaccedilatildeo da Psicologia enquanto ofiacutecio podendo assim contribuir efetivamente para a consolidaccedilatildeo do Estado Democraacutetico de Direi-to no Brasil
Andreacute Sales Assessor Teacutecnico de Poliacuteticas Puacuteblicas
Edson Knevitz Silva e Fernanda Carrion Estagiaacuterios
Alexandra Ximendes Conselheira de Referecircncia
Acesse wwwcrprsorgbren-trelinhas68 e leia o texto do Crepop na iacutentegra
entre linhas | out-nov-dez 2014 19
Orientaccedilotildees aosagraves profissionais que atuam na Cliacutenica Psicoloacutegica em consultoacuterio
orientaccedilatildeoRe
cort
e e
cole
cion
e
Aacuterea TeacutecnicaLucio Fernando Garcia ndash Coord da Aacuterea Teacutecnica
Adriana Dal Orsoletta ndash Psicoacuteloga FiscalFlavia Cardozo de Mattos ndash Psicoacuteloga Fiscal
Leticia Giannechini ndash Psicoacuteloga FiscalLucia Regina Cogo ndash Psicoacuteloga Fiscal
Para atuaccedilatildeo na Cliacutenica (atendimento psi-coloacutegico avaliaccedilatildeo psicoloacutegica e psicoterapia) oa psicoacutelogoa deve estar regularmente ins-crito no CRPRS no Instituto Nacional de Se-guridade Social (INSS) de sua cidade e junto agrave Prefeitura Municipal para cadastro de ISSQN
OA profissional deve tambeacutem escolher um espaccedilo fiacutesico adequado considerando si-gilo e confidencialidade aleacutem de lugar apro-priado para a guarda do material teacutecnico e de atendimento Eacute obrigatoacuterio o registro docu-mental sobre a prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacute-gicos que natildeo puder ser mantido prioritaria-mente sob a forma de prontuaacuterio psicoloacutegico por razotildees que envolvam a restriccedilatildeo do com-partilhamento de informaccedilotildees com o usuaacuterio eou beneficiaacuterio do serviccedilo prestado
O registro documental em papel ou informatizado tem caraacuteter sigiloso e reuacute-ne informaccedilotildees que contemplam de forma sucinta o trabalho prestado a descriccedilatildeo e a evoluccedilatildeo do caso e os procedimentos teacutecnico-cientiacuteficos adotados Deve ser man-tido permanentemente atualizado e organi-zado peloa psicoacutelogoa que acompanha o procedimento A guarda desses registros de atendimento individual ou de grupo eacute de responsabilidade doa profissional psicoacutelogoa e obedece ao disposto no Coacutedi-go de Eacutetica Profissional e agrave Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Documen-tos Escritos produzidos peloa psicoacutelogoa decorrente de avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
OA psicoacutelogoa ao anunciar seus ser-viccedilos indicaraacute sempre seu nome (pessoa fiacute-sica) e o nuacutemero de inscriccedilatildeo (nordm CRP) bem como as capacitaccedilotildees que possua e endere-ccedilo atualizado para contato
Ao estabelecer um contrato de serviccedilos deveraacute levar em conta os direitos dos usu-
aacuterios ou beneficiaacuterios dos serviccedilos confor-me Artigo 1deg aliacutenea d do Coacutedigo de Eacutetica Profissional doa Psicoacutelogoa Incluindo a atenccedilatildeo a outras legislaccedilotildees como o Coacutedi-go de Proteccedilatildeo e de Defesa do Consumidor
Para pautar seus honoraacuterios oa psicoacutelogoa poderaacute utilizar a Tabela Refe-rencial de Honoraacuterios que eacute disponibilizada pelo Sistema Conselhos sendo sua elabora-ccedilatildeo e atualizaccedilatildeo feitas pela FENAPSI ndash Fe-deraccedilatildeo Nacional dos Psicoacutelogos e CFP Os valores satildeo meramente sugestivos e natildeo haacute obrigatoriedade de adotaacute-los Tambeacutem eacute pos-siacutevel disponibilizar atendimentos psicoloacutegi-cos por meio de planos de sauacutede devendo procurar diretamente a operadora de planos de sauacutede para informaccedilotildees sobre a forma de contrataccedilatildeo Tambeacutem a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) pelo site wwwansgovbr ou pelo telefone 0800-7019656
Lembrando que para o exerciacutecio profissio-nal adequado oa profissional deve pautar-se na constante atualizaccedilatildeo mantendo-se cons-tantemente atualizado teoacuterica teacutecnica e etica-mente e estar atento agraves resoluccedilotildees da profissatildeo e demais legislaccedilotildees que envolvam o atendi-mento de pacientes Afinal oa psicoacutelogoa em seu consultoacuterio tambeacutem eacute uma profissio-nal que se ocupa da sauacutede coletiva
A Aacuterea Teacutecnica do CRPRS estaacute agrave disposiccedilatildeo da categoria e da sociedade para orientaccedilatildeoPelo e-mail orienteccrprsorgbr | Pelo
telefone (51) 3334-6799 | Pessoalmente na sede do CRPRS em Porto Alegre de segunda a quarta das 9h agraves 17h e quinta e sexta das 9h agraves 12h
20 entre linhas | out-nov-dez 2014
USO EXCLUSIVO DOS CORREIOS
[ ] ausente [ ] endereccedilo insuficiente [ ] falecido [ ] natildeo existe o nuacutemero indicado [ ] recusado [ ] desconhecido [ ] natildeo procurado [ ] infporteirosiacutendico [ ] mudou-se [ ] outros (especificar)
______________ _________________________ data rubrica do responsaacutevel
_________________________
VISTO
agenda
Curso
Psicologia Aplicada agrave Aviaccedilatildeo19 a 30012015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 35198221 (51) 95518221bauerrosanagmailcom wwwabordofatoreshumanoscombr
Curso de Aperfeiccediloamento em Terapias CognitivasIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33323249danielalumertzwainerpsicologiacombr wwwwainerpsicologiacombr
ExtensatildeoPrograma de atualizaccedilatildeo em Terapia Cognitiva-comportamentalInscriccedilotildees ateacute 15122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 92514066f3representacaogmailcom
Formaccedilatildeo
Formaccedilatildeo em Terapia do EsquemaIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33323249danielalumertzwainerpsicologiacombr wwwwainerpsicologiacombrensino
Formaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica05032015 a 15122017Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33334801ieppieppcombr wwwieppcombr
Endereccedilo para DevoluccedilatildeoAgecircncia de Correios Avenida Protaacutesio Alves - CEP 90410-970
Formaccedilatildeo em Psicoterapia Psicanaliacutetica Iniacutecio em 10032015 Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33313781 (51) 92497139 contatogaepsicombr wwwgaepsicombr
Especializaccedilatildeo
Especializaccedilatildeo na Teoria e Teacutecnica de Intervenccedilatildeo na Relaccedilatildeo Pais-BebecircsInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica ndash AdultosInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica da AdolescecircnciaInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Neuropsicologia CliacutenicaIniacutecio em 27022015FlorianoacutepolisSC Informaccedilotildees (61) 32263002 (61) 81299428weberibneurocombr wwwibneurocombr
Especializaccedilatildeo Instituiccedilotildees em AnaacuteliseIniacutecio em 13032015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33082926 (somente sextas-feiras agrave tarde)instemanaliseufrgsbr httpbitly1vhZBeB
Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo AnaliacuteticaIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33305655crsilvahcpaufrgsbr wwwcelgorgbr
Especializaccedilatildeo em Psicoterapia PsicanaliacuteticaIniacutecio em 11032015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 32096524esippesippcombr wwwesippcombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia CognitivaIniacutecio em 01042015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 32735224 (51) 80234890portoalegre1institutowpcom wwwinstitutowpcom
Jornada
XI Jornada CELPCYRO sobre Sauacutede Mental26062015Porto Alegre RSInformaccedilotildees (51) 33884944atendimentogweventoscombr wwwcelpcyro2015eventizecombr
entre linhas | out-nov-dez 2014 3
sumaacuterio + comunicados
04 FIQUE ATENTO
05 RELACcedilOtildeES RACIAIS Relaccedilotildees raciais e produccedilatildeo de subjetividade
Racismo Institucional
Psicologia e Relaccedilotildees Raciais
09 ARTIGOImigraccedilatildeo em pauta
Mantenha dados cadastrais atualizados
Pague anuidade com desconto
Sumaacuterio11 RELATO DE EXPERIEcircNCIA
Os fazeres (e prazeres) psi em desvios e contraversos
12 ENTREVISTA Psicologia Religiatildeo e Espiritualidade como dialogar
16 CONTROLE SOCIAL
Controle Social e a Psicologia
Eacute obrigaccedilatildeo de todoa psicoacutelogoa manter seus dados de cadastro junto ao Conselho Re-gional de Psicologia atualizados A obrigatoriedade eacute determinada pela Resoluccedilatildeo do CFP nordm 0052001
Informaccedilotildees de cadastro dos
as inscritosas satildeo fundamentais
para a comunicaccedilatildeo entre a entida-
de e oa profissional pois muitas
vezes o Conselho precisa inter-
mediar a relaccedilatildeo com alguma ins-
18 CREPOPO que eacute ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacuteblicas O que fazer quando se estaacute por laacute
19 ORIENTACcedilAtildeOOrientaccedilotildees aosagraves profissionais que atuam na Cliacutenica Psicoloacutegica em consultoacuterio
20 AGENDA
tituiccedilatildeo Aleacutem disso esse contato eacute fundamental para a permanente atualizaccedilatildeo dosas profissionais so-bre novas resoluccedilotildees e orientaccedilotildees teacutecnicas para o exerciacutecio profissio-nal e para que o Conselho consiga atender agraves demandas da categoria
Mudanccedilas de nome (em casos
de casamento ou divoacutercio) ende-
reccedilo para correspondecircncia telefo-
ne fixo celular e e-mail devem ser
sempre informadas ao CRPRS
Acesse wwwcrprsorgbrsistemacadastro confira seus dados de cadastro junto ao CRPRS e faccedila as atualizaccedilotildees necessaacuterias pela internet Se preferir entre em contato com o setor de Cadastro pelo tele-fone (51) 3334-6799 ou pelo e-mail cadastrocrprsorgbr
Psicoacutelogosas inscritosas no CRPRS que realizarem o paga-mento integral da anuidade 2015 ateacute 3001 tecircm desconto de 10 sobre o valor de R$ 46569 totali-zando R$ 41912 Para pagamen-tos ateacute 2802 o desconto eacute de 5 totalizando R$ 44241
O pagamento do valor inte-gral (R$ 46569) tambeacutem pode ser parcelado em cinco vezes com vencimentos em 3001 (parcela de R$ 9725) e 2802 3103 3004 e 3105 (parcelas de R$ 9211)
Fique atentoa agraves instruccedilotildees descritas no carnecirc enviado pelos
Correios na segunda quinzena de dezembro para garantir o va-lor com desconto
Duacutevidas podem ser esclarecidas com o setor de Cobranccedila do CRPRS
pelo fone (51) 3334-6799 ou pelo e-mail fiqueemdiacrprsorgbr
4 entre linhas | out-nov-dez 2014
Reduccedilatildeo da Maioridade Penal O Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul vem dis-cutindo o tema da reduccedilatildeo da maioridade penal reforccedilando o posicio-namento do Conselho Federal de Psicologia contraacuterio a essa estrateacutegia Eacute preciso considerar alternativas para o adolescente em conflito com a lei como a Justiccedila Restaurativa e a responsabilizaccedilatildeo jaacute prevista pelo proacuteprio Estatuto da Crianccedila e do Adolescente (ECA) Para o CFP manifestaccedilotildees favoraacuteveis agrave reduccedilatildeo da maioridade penal tecircm ocorrido de forma simplista e reducionista em nossa sociedade Por isso eacute fundamental ampliarmos o debate sobre o tema Eacute preocupante o desconhecimento ou a distorccedilatildeo dos dados da realidade a homogenei-zaccedilatildeo dos sujeitos a patologizaccedilatildeo e a criminalizaccedilatildeo das condutas dos adolescentes tudo isso em nome da ldquojusticcedilardquo que vem sendo apresen-tada como sinocircnimo de puniccedilatildeo e aprisionamento
Asseacutedio Moral no Trabalho Psicoacutelogosas devem estar aten-
tosas a situaccedilotildees humilhantes e
constrangedoras repetitivas e pro-
longadas que acontecem durante a
jornada de trabalho desestabilizando
a relaccedilatildeo do trabalhador com o am-
biente e a organizaccedilatildeo O CRPRS vem
discutindo o tema no GT de Psicologia
do Trabalho na Subsede Serra em ro-
das de conversa na Sede com psicoacutelo-
gosas que trabalham com Psicologia
organizacional e do trabalho aleacutem
de acompanhar Projetos de Leis em
diversos municiacutepios e iniciativas do
Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho
Em 1411 o Conselho promoveu em
parceria com o Centro de Referecircncia em
Sauacutede do Trabalhador e Sindicato dos
Metaluacutergicos de Caxias do Sul o I Semi-
naacuterio Meu Trabalho Estaacute me Enlouque-
cendo ndash Intervenccedilotildees em Sauacutede Mental
do Trabalhador em Caxias do Sul Acesse
httpbitlyISeminarioTrabalho e saiba
mais sobre o que foi discutido no evento
fique atento
O Nuacutecleo do Sistema Prisional do CRPRS preparou um texto abordando essa questatildeo Leia em wwwcrprsorgbrentrelinhas68 O Conselho Federal de Psicologia apresenta seu posicionamento no texto ldquoReduccedilatildeo da idade penal socioeducaccedilatildeo natildeo se faz com prisatildeordquo do reflexotildees sobre o tema Confira httpbitlyCFP_reducao_idade_penal
Confira o documentaacuterio A dor (in)visiacutevel ndash Asseacutedio Moral no Trabalho uma realizaccedilatildeo do Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho no RS ndash Procuradoria do Trabalho no Municiacutepio de Caxias do Sul e do Ministeacuterio do Trabalho e Emprego (MTE) ndash Superintendecircncia Regional do Trabalho e Emprego em Caxias do Sul httpbitlyvideo_assedio_moralLegislaccedilatildeo sobre o tema pode ser acessada em wwwassediomoralorg
entre linhas | out-nov-dez 2014 5
relaccedilotildees raciais
Valter da Mata ndash Psicoacutelogo mestre em Psicologia Social estudioso de Psicologia e Relaccedilotildees Raciais professor da Unime ndash Lauro de Freitas e da Faculdade da Cidade do Salvador Membro da Comissatildeo Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia
Conceito utilizado por pesquisadores das relaccedilotildees raciais que diz respeito agrave construccedilatildeo soacutecio-histoacuteria em que ser branco eacute tido como norma essecircncia
SAIBA MAISLeia entrevistas na iacutentegra em wwwcrprsorgbrentrelinhas68
Deacutebora Barbosa Bauermann ndash Psicoacuteloga Analista de Accedilatildeo Social Jr do Nuacutecleo de Estudos Afro-brasileiros e Indiacutegenas ndash Neabi da Unisinos Saiba mais sobre o Neabi em wwwcrprsorgbrentrelinhas68
Relaccedilotildees raciais e produccedilatildeo de subjetividade
A questatildeo racial permeia as relaccedilotildees interpessoais e subjetivas Diante disso de que forma a Psicologia vem discutindo os efeitos do preconceito racial na constitui-ccedilatildeo da subjetividade de negros e brancos Como osas psicoacutelogosas podem contri-buir em seu cotidiano de trabalho ndash seja ele em poliacuteticas puacuteblicas cliacutenicas privadas ou organizaccedilotildees ndash para combater o racismo
Para aqueles que se dedicam ao campo das relaccedilotildees raciais reconhecer que vive-mos em uma sociedade racista eacute o primei-ro passo para enfrentar esse problema e corrigir desigualdades
Valter da Mata defende a necessidade de superar a crenccedila da existecircncia de uma democracia racial ldquoBoa parte dos brasilei-ros acredita que natildeo existe racismo no Brasil e sim discriminaccedilatildeo social Segundo essa
crenccedila negros e indiacutegenas brasileiros natildeo so-freriam discriminaccedilatildeo se tivessem dinheiro e vivessem uma vida que ilustrasse essa pos-serdquo Para o psicoacutelogo muitas vezes as praacuteti-cas racistas fazem parte do repertoacuterio com-portamental doa proacuteprioa psicoacutelogoa
Deacutebora Barbosa Bauermann acredita que o racismo eacute um problema estrutural de nosso paiacutes vivenciado pelos sujeitos negros mas com pouca visibilidade devi-do agrave branquitude normativa em que nos subjetivamos ldquoAfinal o lsquoracismo agrave brasi-leirarsquo pode ser considerado como um lsquora-cismo sem racistasrsquo como aponta pesquisa do Instituto Data Popularrdquo Dados prelimi-nares dessa pesquisa divulgados em 2014 apontam que 92 dos brasileiros conside-ram que existe racismo no Brasil mas so-mente 13 se considera racista
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relaccedilotildees raciais
Isso reflete o pensamento de que ser ra-cista eacute ter uma atitude pontual discrimina-toacuteria contra negros ldquoEacute muito comum escu-tarmos falas como lsquonatildeo sou racista tenho amigos negrosrsquo ou lsquonatildeo sou racista minha bisavoacute era negrarsquo O racismo estaacute sempre fora no outro Muitos de noacutes psicoacutelogosas ainda dizemos lsquonatildeo sou racista trato to-dos usuaacuteriospacientesclientes iguaisrsquo Precisamos avanccedilar nesse sentido e buscar a equidaderdquo afirma Deacutebora
Para Valter a cultura brasileira de uma forma geral eacute atravessada pelo machismo racismo e a homofobia ldquoEstar fora desses grupos de privileacutegio significa em maior ou menor grau ser viacutetima de discrimina-ccedilatildeo As instituiccedilotildees continuam produzin-do discriminaccedilotildees baseadas na cor da pele dentre outros traccedilotildees fenotoacutepicosrdquo
Aleacutem disso a visatildeo eurocecircntrica e detur-pada a respeito da contribuiccedilatildeo dos negros para formaccedilatildeo do Brasil natildeo contempla a diversidade eacutetnico-racial ldquoDissemina estere-oacutetipos negativos de tudo que se refere ao con-tinente africano As escolas ainda hoje repro-duzem a histoacuteria do negro contada somente a partir da escravidatildeo e de forma distorcida como se tivessem aceitado passivamente o re-gime escravocratardquo explica Deacutebora
Surgem a partir disso os efeitos do ra-cismo ou do preconceito que incidem di-retamente na construccedilatildeo da identidade e formaccedilatildeo da autoestima ldquoEmbora a consti-tuiccedilatildeo diga que somos todos iguais perante a lei accedilotildees racistas perpetuadas ao longo dos anos cristalizaram sentimentos de infe-rioridade e de natildeo pertencimento a muitos de noacutes negros brasileirosrdquo afirmam as psi-coacutelogas Glaucia Fontoura e Eliana Xavier
Taiasmin Ohnmacht destaca que haacute um padratildeo social que divide a populaccedilatildeo
em branco e natildeo branco elege o branco como padratildeo de normalidade a ser segui-do e com isso estabelece uma relaccedilatildeo hie-raacuterquica de poder entre esses grupos ldquoO preconceito racial como todos os precon-ceitos conduz a um tipo de negaccedilatildeo das diferenccedilas que acaba por ser um apaga-mento do outro enquanto pessoa que deve ter seus direitos respeitados pelo Estado e pela sociedaderdquo
Devido a isso Valter acredita que os natildeo brancos tendem a se constituir de forma conflituosa e dolorosa ldquoNatildeo res-tando outras formas possiacuteveis de identi-ficaccedilatildeo cabe a esses sujeitos a construccedilatildeo identitaacuteria fragilizada e fundamentada no branqueamentordquo
Para os negros conviver com referecircn-cias na cultura que estejam associadas ape-nas agrave escravidatildeo ou a lugares marginaliza-dos eacute uma violecircncia social intriacutenseca com a qual o negro tem que lidar rdquoNatildeo eacute um percurso que se faccedila sem arranjar algumas feridas eacute preciso reconstruir sua autoesti-ma e o significado de sua identidade negra para si mesmo e ainda sustentaacute-la perante a comunidade brancardquo declara Taiasmin Outro efeito do racismo extremamente perverso eacute a culpabilizaccedilatildeo dos sujeitos negros pela discriminaccedilatildeo sofrida ldquoEscu-tamos muitas falas como lsquoo negro que dis-crimina a si proacutepriorsquo Precisamos ampliar nossa escuta e natildeo sermos reprodutores de ideais como esse em que o branco devolve o problema da discriminaccedilatildeo racial para o sujeito negrordquo afirma Deacutebora
OsAs psicoacutelogosas tecircm importante participaccedilatildeo na mudanccedila dessa realidade Eacute necessaacuterio trabalhar na construccedilatildeo de sentidos positivos centralizados na negri-tude que ande na contramatildeo da construccedilatildeo
Glaucia Fontoura ndash Psicoacuteloga Membro da Articulaccedilatildeo de Psicoacutelogas(os) Negras(os) e Pesquisadoras(es) ndash ANPSINEP Saiba mais sobre a ANPSINEP em wwwcrprsorgbrentrelinhas68
Eliana Xavier ndash Psicoacuteloga mestranda no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Psicologia pela PUCRS Taiasmin Ohnmacht ndash Psicoacuteloga poacutes-graduada em Assessoria Linguiacutestica
SAIBA MAISRelaccedilotildees Raciais Referecircncias Teacutecnicas para a Praacutetica do(a) Psicoacutelogo(a)httpbitlyCREPOP_Relacoes_Raciais
EntreLinhas nordm 61 ndash Reportagem ldquoA questatildeo racial e os Direitos Humanosrdquo httpbitlyentrelinhas61 Debate ldquoRacismo O que a psicologia tem a ver com issordquo realizado no CRPRS em 2012httpbitlydebate_racismo2012
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social do branco como agente central ldquoA construccedilatildeo da identidade positiva somen-te seraacute possiacutevel quando estabelecermos uma relaccedilatildeo profiacutecua com o nosso corpo mesmo que esse corpo natildeo corresponda ao ideaacuterio cultural vigente dessa sociedade racistardquo defendem Glaucia e Eliana
ldquoPrecisamos ser sensiacuteveis ao sofrimen-to psiacutequico e agraves exclusotildees causadas pelo racismo e que muitas vezes os proacuteprios sujeitos negros natildeo conseguiratildeo nomeaacute-lo Trazer agrave tona a suposta neutralidade do branco que faz com que uma grande par-cela da sociedade tenha privileacutegios e natildeo os perceba pois eacute um lugar naturalizado Natildeo podemos ser reprodutores desta ide-ologia em nossas praacuteticas profissionais A branquitude precisa ser desvelada se real-mente buscamos contribuir com a luta an-tirracistardquo acredita Deacutebora
Em 2014 diversos episoacutedios de ra-cismo e injuacuteria racial ocorridos no Rio
Grande do Sul ganharam visibilidade na-cional evidenciando a necessidade de se ampliar o debate
ldquoOs episoacutedios nos mostraram que vive-mos em um estado racista e preconceituo-so de diversas formasrdquo destaca Taiasmin Para ela o apoio aos responsaacuteveis pelos atos discriminatoacuterios procurando rever-ter a agressatildeo culpando a proacutepria viacutetima eacute preocupante ldquoNatildeo considero acaso que um deputado com uma fala extremamente agressiva contra as minorias tenha se elegi-do como um dos mais votados no estadordquo
Na opiniatildeo de Glaucia e Eliana esses episoacutedios representaram uma vitoacuteria do movimento negro ldquoOs recentes eventos escancaram uma parte do que a populaccedilatildeo negra vivencia no seu cotidiano nas rela-ccedilotildees com as instituiccedilotildees da sauacutede traba-lho educaccedilatildeordquo
Como psicoacuteloga negra Taiasmin relata a necessidade que muitos profissionais ne-
ENTRELINHAS RECOMENDA
Blogueiras Negrashttpbitlyblogueiras_negras
Livro ldquoO espelho quebrado da branquidaderdquo de Adevanir Pinheiro
Livro ldquoMinha Famiacutelia Eacute Coloridardquo de Georgina Martins
Documentaacuterio ldquoO Lado Negro do Chocolaterdquo de Miki Mistrati
SAIBA MAISConheccedila o trabalho do GT Relaccedilotildees Raciais do CFP acessando wwwcrprsorgbrentrelinhas68
8 entre linhas | out-nov-dez 2014
relaccedilotildees raciais
Racismo Institucional
Psicologia e Relaccedilotildees Raciais
gros tecircm de comprovar sua competecircncia ldquoO negro natildeo corresponde ao imaginaacuterio que as pessoas tecircm dos psicoacutelogos Dificil-mente uma pessoa me vecirc como psicoacuteloga a menos que eu digardquo
O debate em torno das relaccedilotildees raciais se fortalece na medida em que a presenccedila do negro vai crescendo em diferentes es-
feras sociais por meio de poliacuteticas afirma-tivas ldquoAs universidades antes ocupadas somente por brancos comeccedilam a lsquoenegre-cerrsquo Isso incomoda a quem sempre viveu no lsquomundo dos brancosrsquo Alguns muros entre o lsquomundo dos negrosrsquo e o lsquomundo dos brancosrsquo comeccedilam a ser derrubadosrdquo destaca Deacutebora
Presente em diversas situaccedilotildees de nos-so cotidiano o racismo institucional eacute o mais difiacutecil de ser enfrentado por jaacute estar naturalizado em nossa sociedade ldquoEsse tipo de racismo estaacute no dia a dia e passa indiferente As pessoas condenam atitudes de injuacuteria racial e natildeo o racismo institucio-nal que eacute menos expliacutecitordquo afirma Alisson Batista estudante que integra o Coletivo Negraccedilatildeo e que participou de evento no CRPRS sobre racismo institucional O Coletivo Negraccedilatildeo surgiu em torno do ra-cismo institucional enfrentado pelos estu-dantes negros dentro da universidade
No evento Gleidson Dias assessor da
O estudo das relaccedilotildees raciais comeccedilou a ser favorecido pela Psicologia quando a profissatildeo assumiu as discussotildees pautadas pelos movimentos sociais como pertinen-tes agrave categoria ldquoAteacute entatildeo a profissatildeo natildeo assumia as repercussotildees que as questotildees raciais implicam no tecido social e por sua vez na subjetividade humana Natildeo existe neutralidade nesse debate lsquoneutralidadersquo
Comissatildeo de Direitos Humanos da Pro-curadoria Geral do Estado esclareceu a diferenccedila entre o racismo que acontece na instituiccedilatildeo e o racismo institucional ldquoRa-cismo institucional eacute quando normas ou atitudes da instituiccedilatildeo natildeo tecircm em princiacute-pio a intencionalidade de discriminar mas o resultado eacute a discriminaccedilatildeo Estaacute ligado geralmente a conceitos eurocecircntricos do Estado e a privileacutegios da branquituderdquo Como exemplo Gleidson citou o caso de uma menina negra que foi impedida pela Poliacutecia Federal de tirar seu passaporte porque o sistema natildeo permitia fotos com cabelos black power
significa estar ao lado da discriminaccedilatildeordquo afirma Taiasmin
Valter acredita que a Psicologia teve uma importacircncia muito grande na conso-lidaccedilatildeo do racismo e racialismo no Brasil com estudos enviesados que afirmavam que as raccedilas humanas tinham predispo-
siccedilatildeo a determinadas caracteriacutesticas psi-
coloacutegicas como o caraacuteter e a inteligecircncia
Reuniatildeo temaacutetica sobre o tema Racismo Institucional httpbitlyracismo_institucional
Coletivo Negraccedilatildeo httpcoletivonegracao blogspotcombr
ldquoThe Bell Curve Intelligence and Class Structure in American Liferdquo de Richard J Herrnstein e Charles Murray
PARTICIPE DA DISCUSSAtildeOO CRPRS promove o debate das relaccedilotildees raciais nas Comissotildees e Nuacutecleos de Direitos Humanos e Poliacuteticas Puacuteblicas Participe dos encontros e contribua com este debate Acompanhe agenda de reuniotildees em wwwcrprsorgbrcomissoesegts
entre linhas | out-nov-dez 2014 9
artigo
Imigraccedilatildeo em pautaEncontrar um bom trabalho ajudar a
famiacutelia e viver uma vida digna e em paz eacute a expectativa e o sonho de centenas de imigrantes senegaleses haitianos gane-ses entre outros que vieram para o Bra-sil dirigindo-se especificamente para Caxias do Sul e alguns municiacutepios da Serra gauacutecha Essa expectativa reflete a de muitos europeus brasileiros de outras regiotildees do paiacutes fronteiriccedilos e tantos ou-tros que vieram para Caxias em busca de melhores condiccedilotildees de vida
Vemos poreacutem que a xenofobia e o racismo em nossa sociedade apresentam--se fortemente sinalizando que a presen-ccedila de imigrantes principalmente negros eacute um incocircmodo para muitos de noacutes Com isto nos deparamos com notiacutecias de pro-fissionais de diferentes aacutereas esquecendo--se do seu Coacutedigo de Eacutetica Profissional e se negando a atender imigrantes vemos poliacuteticos que desconhecem totalmente a legislaccedilatildeo brasileira a qual protege aquele que nos pede asilo garantindo o acesso aos
Ir Maria do Carmo Santos Gonccedilalves Coordenadora do Centro de Atendimento ao Migrante (CAM)
Vanessa Perini Moojen ndash Assistente Social do Centro de Atendimento ao Migrante (CAM)
Tatiane Baggio Psicoacuteloga Conselheira do CRPRS
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serviccedilos puacuteblicos na qualidade de cidadatildeo vemos ainda pessoas com medo de que os estrangeiros ldquotiremrdquo seu emprego ou seu lugar na fila do meacutedico e surpreenden-temente vemos pessoas que outrora jaacute sofreram preconceito por sua condiccedilatildeo de precariedade social discriminando aqueles que hoje chegam buscando um lugar de trabalho e desenvolvimento social Mas pensando bem se as coisas estatildeo difiacuteceis seraacute que a culpa eacute dos imigrantes Ao con-traacuterio entendemos que garantir o acesso dos brasileiros aos seus direitos natildeo impli-ca a negaccedilatildeo do direito de outros
Ao mesmo tempo vemos cidadatildeos profissionais poliacuteticos e entidades que natildeo medem esforccedilos para auxiliar os imi-grantes na garantia de seus direitos Que trabalham na perspectiva de melhorias e resoluccedilatildeo na situaccedilatildeo de vulnerabilidade que porventura muitos se encontram e ao mesmo tempo no fortalecimento de uma cidadania no mundo cujos direitos satildeo inviolaacuteveis Com o aumento contiacutenuo do fluxo migratoacuterio internacional para o Bra-sil e para Caxias do Sul mostra-se cada vez mais latente a necessidade de plane-jamento e articulaccedilatildeo intersetorial entre o poder puacuteblico e a sociedade civil A I Con-ferecircncia Municipal de Migraccedilatildeo e Refuacutegio 2014 deliberou a formaccedilatildeo de comitecircs que construam estrateacutegias articuladas de in-clusatildeo e integraccedilatildeo social dos imigrantes de modo que possam continuar a contri-buir econocircmica social e culturalmente para o crescimento de Caxias do Sul terra de imigrantes
O CRPRS juntamente com o Sistema Conselhos de Psicologia desenvolveu a
campanha veiculada nacionalmente com o tiacutetulo ldquoO preconceito humilha e a humi-lhaccedilatildeo social faz sofrerrdquo para discutir as questotildees que envolvem as relaccedilotildees raciais Por meio dessa iniciativa afirmamos a ga-rantia de direitos dos imigrantes e reforccedila-mos que para aleacutem do acolhimento da po-pulaccedilatildeo local sejam tambeacutem viabilizadas poliacuteticas que contemplem accedilotildees efetivas para uma vida menos precarizada do mi-grante em nosso territoacuterio
Com base na garantia de direitos pre-vista na Declaraccedilatildeo Universal dos Direi-tos Humanos na Declaraccedilatildeo de Durban firmada por 173 paiacuteses na I Conferecircncia Mundial contra o Racismo a Discrimina-ccedilatildeo Racial a Xenofobia e as Formas Cone-xas de Intoleracircncia em 2001 na Aacutefrica do Sul reafirmando o principio da igualdade e da natildeo discriminaccedilatildeo entre as pessoas e na Constituiccedilatildeo Federal de 1988 foi redigida a lei sobre o racismo no Brasil acrescentando-se o inciso XLII no artigo 5ordm declarando que o racismo eacute um crime inafianccedilaacutevel imprescritiacutevel e sujeito a pena de reclusatildeo
Portanto seguindo a legislaccedilatildeo vi-gente e conforme o debate jaacute afianccedilado nas instacircncias internacionais de garantia dos direitos humanos o CRPRS aleacutem de convidar a populaccedilatildeo a refletir sobre o tema convida a categoria a conhecer a Resoluccedilatildeo nordm 182002 do CFP que estabe-lece normas para atuaccedilatildeo das psicoacutelogas e dos psicoacutelogos em relaccedilatildeo ao preconceito e agrave discriminaccedilatildeo racial Para o CRPRS eacute urgente discutirmos a nossa praacutetica pro-fissional diante desse tema implicado no compromisso social de nossa profissatildeo
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Os fazeres (e prazeres) psi em desvios e contraversos
Ateacute o uacuteltimo ano do ensino meacutedio eu sempre achei que queria e iria cursar Direito Em setembro quando comeccedilaram as inscri-ccedilotildees da UFRGS me dei conta de que o que eu realmente queria eacute que o tempo daquela juventude natildeo acabasse mais Agrave eacutepoca mi-nhas duas melhores amigas resolveram fazer vestibular para Psicologia Assim o iniacutecio de meu percurso pelas praacuteticas e saberes psi se deu pelos disparos da amizade e do desvio
Nos idos de marccedilo num ano em que o veratildeo insistia em continuar foi que de maneira assustadoramente solitaacuteria em-barquei na errante nau a descobrir o mun-do das teorias e conceitos de uma Psicolo-gia agraves vezes candidata agrave ciecircncia agraves vezes transversada em arte Nessa viagem visi-tei uma infinidade de portos ndash de chegada de partida de parada de encontro Aos poucos a solidatildeo comeccedilou a ser povoada e a travessia tornou-se tempo e espaccedilo de constante reinvenccedilatildeo de saberes e praacuteticas
A aposta na escuta como instrumento da potecircncia criativa e criadora de sujeitos e realidades somada ao flerte com o mundo jus fez com que eu buscasse as veredas so-ciais da Psicologia em suas tessituras com os territoacuterios dos direitos humanos e a in-tencionalidade de um fazer cliacutenico-poliacutetico
Dessa maneira cheguei ao mestrado oportunidade para se conhecer e se cons-truir pesquisador entendendo a trama en-sino-pesquisa-extensatildeo como possibilidade para uma formaccedilatildeo em Psicologia que se propusesse ampliada com mais ineditis-mos e menos assepsias Optei por um cam-po de pesquisa que fizesse laccedilo com algum projeto de extensatildeo e portanto problema-tizasse a inserccedilatildeo acadecircmica na comuni-
dade como um dispositivo de accedilatildeo atraveacutes do qual a universidade pode exercer de forma mais intensa sua funccedilatildeo poliacutetica e social Naquele momento pude me inserir no Grupo ESTACcedilAtildeO PSI (Estudo e Accedilatildeo em Poliacuteticas de Subjetivar e Inventar) que prestava assessoria ao projeto de trabalho educativo com jovens em cumprimento de medida socioeducativa implementado na Procuradoria da Repuacuteblica do RS
Por esse encontro com as formas de um viver juvenil entendido e condenado como desviante as categorias Direito Social Psico-logia Cliacutenica Accedilatildeo Poliacutetica se misturavam e coreografavam movimentos que escapavam aos contornos das praacuteticas profissionais e dos meacutetodos de investigaccedilatildeo tradicionais A anguacutestia gerada pela desconstruccedilatildeo das cer-tezas e das foacutermulas prontas de ser psicoacuteloga logo deu lugar agrave descoberta da potecircncia da invenccedilatildeo de novos caminhos que desviam do instituiacutedo e tem aiacute justamente a sua forccedila de interrogaccedilatildeo do social
Infelizmente o projeto natildeo mais existe na Procuradoria mas a inspiraccedilatildeo dessa experiecircncia permitiu-me a escrita ne-gociaccedilatildeo e implantaccedilatildeo do programa de trabalho educativo do TRT-RS que desde 2013 firmou convecircnio com a FASE-RS
Trabalhando com a perspectiva da Psi-cologia Cliacutenico-Poliacutetica em sua interface com a temaacutetica da Justiccedila e do Direito toda a minha praacutetica eacute orientada por uma eacutetica da ocupacircncia que na construccedilatildeo de terri-toacuterios instituintes ainda que temporaacuterios aposta na criaccedilatildeo de condiccedilotildees de possibi-lidade para a constante reatualizaccedilatildeo de formas e forccedilas mais livres e potentes de expressatildeo da vida
relato de experiecircncia
PARTICIPEVocecirc tambeacutem quer compartilhar sua experiecircncia como psicoacutelogoa Envie um relato para imprensacrprsorgbr destacando sua praacutetica Os textos seratildeo avaliados pela Comissatildeo Editorial do EntreLinhas e poderatildeo ser publicados nas proacuteximas ediccedilotildees do jornal
Paula Goldmeier Graduada em Psicologia mestre em Psicologia Social e Institucional pela UFRGS Atua nas aacutereas de Direitos Humanos e Sauacutede Coletiva
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entrevista
Em sua opiniatildeo o que eacute laicidade
TATIANE ndash A laicidade opotildee-se aos
discursos fundamentalistas ligados agraves vio-
laccedilotildees de direito Assim as leis devem ser
orientadas pelos Direitos Humanos Uni-
versais e pela Constituiccedilatildeo Federal e natildeo
por dogmas e ideologias religiosas Isso
natildeo significa que o Estado negue agrave Igreja
o direito de contribuir para o bem da so-
ciedade Um Estado que natildeo respeita um
espaccedilo para as igrejas na sociedade ou que
negue o direito de expressatildeo acabaria com
a democracia caindo no sectarismo e no
totalitarismo ideoloacutegico
LUCIANA ndash Eacute a natildeo adoccedilatildeo de uma
religiatildeo em particular pelo Estado Isso natildeo
quer dizer que desconsidere as muacuteltiplas
religiotildees que convivem em seu territoacuterio ou
negue a expressatildeo da religiosidade popular
pessoal ou coletivamente mas inclui todas
como representaccedilotildees da diversidade reli-
giosa ou espiritual do seu povo
TATIANA ndash Eacute um dispositivo de pro-
teccedilatildeo agrave livre consciecircncia e expressatildeo de
crenccedilas de modo a garantir o reconheci-
mento da diversidade social em socieda-
des democraacuteticas sem ocircnus moral para
grupos minoritaacuterios em relaccedilatildeo a hegemo-
nias religiosas e morais
Por que eacute importante discutir essa ques-
tatildeo no Sistema Conselhos de Psicologia
EDUARDO ndash A Psicologia precisa
se posicionar frente a projetos de leis que
tecircm uma base fundamentalista ferindo os
direitos humanos e as liberdades indivi-
duais Aleacutem disso muitosas psicoacutelogos
as natildeo tecircm clareza de como se posicionar
Psicologia Religiatildeo e Espiritualidade como dialogarSAIBA MAIS
Nota Teacutecnica do CFP ndash Posicionamento do Sistema Conselhos de Psicologia para a questatildeo da Psicologia Religiatildeo e Espiritualidadehttpbitlynotacfplaicidade
Posicionamento Sistema Conselhos frente uso indiscriminado do discurso religioso na poliacutetica httpbitlyEleicoes_Laicidade
Leia entrevistas na iacutentegra em wwwcrprsorgbrentrelinhas68
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frente a suas proacuteprias religiotildees ou crenccedilas
de seus clientes e instituiccedilotildees
LUCIANA ndash Eacute importante discutir as
implicaccedilotildees das crenccedilas religiosidade ou
espiritualidade do psicoacutelogo na sua praacuteti-
ca profissional E como sua praacutetica acolhe
repudia essas dimensotildees do puacuteblico com
quem trabalha Por exemplo o que signifi-
ca eu me apresentar como psicoacuteloga cristatilde
Apenas explicito minhas crenccedilas ou impor-
to praacuteticas religiosas para minhas interven-
ccedilotildees laborais Toda essa discussatildeo eviden-
cia o quanto reconhecemos essa dimensatildeo
na vida humana e como nos organizamos
para abordaacute-la nos espaccedilos profissionais
em que o psicoacutelogo estaacute inserido e integraacute-
-la agraves demais dimensotildees da vida humana
TATIANA ndash A Psicologia eacute uma ciecircn-
cia laica A religiosidade e a espiritualidade
podem ser objeto de estudo da Psicologia
o que natildeo eacute o mesmo que a Psicologia ado-
tar pressuposto religioso em seus modos
de significar o mundo a condiccedilatildeo huma-
na e as relaccedilotildees sociais A Psicologia deve
se manter laica para que natildeo decorra em
prejuiacutezo nos modos de significaccedilatildeo de dis-
tintas condiccedilotildees de vida e de subjetivaccedilatildeo
considerando especificidades culturais
que tambeacutem podem abranger distintas re-
ferecircncias a doutrinas religiosas e mesmo a
recusa agrave religiosidade ou expressa afirma-
ccedilatildeo da crenccedila de que Deus natildeo existe
Que situaccedilotildees ou demandas atuais a Psi-
cologia tem discutido e que estatildeo ligadas
diretamente ao tema
TATIANE ndash Podemos citar os atuais
discursos fundamentalistas contra o ca-
samento gay e a diversidade sexual e de
gecircnero a questatildeo da legalizaccedilatildeo do aborto
e Lei do Nascituro intoleracircncia religiosa
e racismo aleacutem da discussatildeo sobre a pre-
dominacircncia dos discursos religiosos e im-
posiccedilatildeo de praacuteticas religiosas nas propos-
tas de projeto terapecircutico da maioria das
comunidades terapecircuticas Muitas dessas
demandas estatildeo ligadas a um discurso
preconceituoso que busca se esconder atra-
veacutes de argumentos em defesa de valores
da vida e da famiacutelia e que no fundo im-
potildeem suas proacuteprias ideologias contraacuterias
agraves liberdades de expressatildeo e dos direitos
humanos violando as diferentes formas do
indiviacuteduo ser no mundo
TATIANA ndash O projeto de decreto legis-
lativo que pretendia incidir sobre a normativa
da Psicologia no que se refere agrave homossexu-
alidade e aos paracircmetros eacuteticos para o exer-
ciacutecio profissional eacute um exemplo O discurso
religioso que incide na desqualificaccedilatildeo moral
de demandas de mulheres por direitos repro-
dutivos novas configuraccedilotildees familiares uso
de drogas e seu tratamento todas essas satildeo
questotildees que tangenciam a laicidade da Psi-
cologia A posiccedilatildeo da Psicologia natildeo se pauta
em uma dada moralidade pressuposta como
verdadeira mas leva em consideraccedilatildeo a com-
plexidade das determinaccedilotildees soacutecio-culturais
para compreender a situaccedilatildeo particular de
vida e escolhas de indiviacuteduos
Por que devemos pensar em praacuteticas da
Psicologia baseadas na laicidade
EDUARDO ndash O trabalho doa
psicoacutelogoa deve estar alicerccedilado nas ci-
ecircncias psicoloacutegicas e nos direitos humanos
ao inveacutes de crenccedilas individuais Assim as
praacuteticas psicoloacutegicas estaratildeo promovendo
Tatiane Baggio Psicoacuteloga conselheira do CRPRS membro dos GTs Nacional e Regional de Laicidade
Eduardo HoffmannPsicoacutelogo conselheiro do CRPRS membro dos GTs Nacional e Regional de Laicidade
Luciana Fernandes Marques Psicoacuteloga Mestre em Psicologia Social e da Personalidade e Doutora em Psicologia pela PUCRS Poacutes-Doutorado em Psicologia pela UFRGS e pelo ISCTE-IUL Lisboa Membro do Grupo de Trabalho Psicologia e Religiatildeo da Associaccedilatildeo Nacional de Pesquisa e Poacutes-Graduaccedilatildeo em Psicologia e da International Association for the Psychology of Religion
Tatiana LionccediloPsicoacuteloga Mestre e Doutora em Psicologia pela Universidade de Brasiacutelia conselheira do CRP-01 Integra o GT Nacional ldquoPsicologia Religiatildeo e Laicidaderdquo do CFP
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a sauacutede e a qualidade de vida da popula-
ccedilatildeo para que cada sujeito pense e se po-
sicione de forma criacutetica e consciente sobre
como pretende viver sua crenccedila As praacuteti-
cas psicoloacutegicas devem estar baseadas na
laicidade por um respeito ao ser humano
e toda diversidade de crenccedilas e formas de
expressaacute-la apenas sendo laica a Psicolo-
gia poderaacute acolher essa diversidade
LUCIANA ndash Devemos pensar em
praacuteticas baseadas na laicidade para man-
ter a afiliaccedilatildeo da Psicologia agrave ciecircncia tra-
dicional Mas boa parte da ciecircncia eacute ino-
var desbravar novos caminhos antecipar
problemas e soluccedilotildees entatildeo a boa ciecircncia
eacute provisoacuteria questionaacutevel (auto)reflexi-
va e bastante (auto)criacutetica Nesse sentido
a Psicologia tambeacutem natildeo deve se fechar
demasiadamente em roacutetulos mas manter
foacuteruns de diaacutelogo com a ciecircncia e com a
comunidade estando atenta a exageros no
exerciacutecio profissional
TATIANA ndash A Psicologia reconhe-
ce a diversidade social e portanto tam-
beacutem reconhece a diversidade religiosa e
a existecircncia de grupos e indiviacuteduos que
natildeo adotam religiatildeo A espiritualidade eacute
uma importante dimensatildeo da subjetivi-
dade embora natildeo dependa necessaria-
mente da religiosidade e a Psicologia
expressamente se afirma contraacuteria a toda
forma de fundamentalismo religioso ou
seja modos de imposiccedilatildeo de moralidades
com base em preceitos religiosos resguar-
dando o reconhecimento da diversidade
social cultural e subjetiva
A Psicologia pode dialogar com a espiri-
tualidade e a religiatildeo se mantendo laica
De que forma isso se traduz na praacutetica
doa psicoacutelogoa
EDUARDO ndash A Psicologia dialoga
com a espiritualidade e a religiatildeo se man-
tendo laica quando natildeo induz a convicccedilotildees
religiosas conforme estaacute previsto em nosso
Coacutedigo de Eacutetica art 2ordm aliacutenea b Seus cons-
tructos e epistemologias se originam e se
orientam na ciecircncia e natildeo na teologia Isso
se traduz na praacutetica psicoloacutegica por uma
postura eacutetica em olhar o ser humano em
sua integralidade e natildeo a partir de um vieacutes
religiosoespiritual apenas Tambeacutem se tra-
duz aoagrave psicoacutelogoa quando se utiliza de
intervenccedilotildees e praacuteticas que satildeo aceitas e re-
conhecidas pelas ciecircncias psicoloacutegicas
LUCIANA ndash Enquanto categoria pro-
fissional a Psicologia eacute laica natildeo adota ne-
nhuma religiatildeo em particular mas estuda
a relaccedilatildeo da religiosidadeespiritualidade
com a sauacutede e sua expressatildeo no compor-
tamento humano Por temor da Psicolo-
gia natildeo ser reconhecida como ciecircncia haacute
excessiva cautela em aplicar esse conhe-
cimento na atuaccedilatildeo profissional do psicoacute-
logo ndash embora tenha diminuiacutedo muito na
uacuteltima deacutecada Na praacutetica do psicoacutelogo
isso se traduz no reconhecimento de que
a religiosidadeespiritualidade eacute uma di-
mensatildeo humana imbricada com todas as
outras dimensotildees e que pode ser fonte tan-
to de sauacutede quanto de adoecimento
TATIANA ndash O profissional de Psico-
logia deve considerar a religiosidade e a
espiritualidade quando forem expressas
pelas pessoas como significativas em seus
modos de subjetivaccedilatildeo e vida Assim como
eacute equiacutevoco eacutetico associar a sua proacutepria feacute
religiosa no exerciacutecio profissional o profis-
entrevista
SAIBA MAISCaderno de Deliberaccedilotildees VIII CNP Eixo II ndash Contribuiccedilotildees eacuteticas poliacuteticas e teacutecnicas nos processos de trabalho proposta 214 ldquoOrientaccedilatildeo laicidaderdquo paacutegina 37 httpbitlycad8cnp
Coacutedigo de Eacuteticawwwcrprsorgbrcodigoetica
Movimento Estrateacutegico do Estado Laicowwwmeelorgbr
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sional viola o coacutedigo de eacutetica ao desconsi-
derar inferiorizar ou mesmo patologizar a
expressatildeo de feacute de pessoas que se coloquem
sob seus cuidados A importacircncia da manu-
tenccedilatildeo da laicidade no exerciacutecio profissio-
nal eacute justamente a de garantir o reconheci-
mento de subjetividades na perspectiva da
alteridade ou seja considerando o campo
de significaccedilotildees dos proacuteprios sujeitos em
seus modos de vida e de subjetivaccedilatildeo
De que forma a Psicologia pode contri-
buir para o fortalecimento do Estado Lai-
co e ao mesmo tempo combater situa-
ccedilotildees de violaccedilotildees de direito
TATIANE ndash A consideraccedilatildeo das di-
ferenccedilas morais culturais religiosas e das
praacuteticas sociais eacute fundamental para a cons-
truccedilatildeo da democracia sendo o Estado lai-
co a condiccedilatildeo para que as diferenccedilas natildeo
sejam assoladas por projetos poliacuteticos de
segregaccedilatildeo marginalizaccedilatildeo e desqualifica-
ccedilatildeo Eacute preciso buscar o diaacutelogo entre a Psi-
cologia e outras categorias profissionais
somar-se agraves parcerias com grupos sociais
falar sobre esses temas junto agrave sociedade
LUCIANA ndash A Psicologia pode con-
tribuir para o Estado Laico adotando uma
postura de respeito pela diversidade reli-
giosaespiritual de escuta das variadas
proposiccedilotildees e engajamento em discussotildees
muacuteltiplas que incluam tanto profissionais
pesquisadores quanto pessoas da comuni-
dade e oriundas das variadas tradiccedilotildees
TATIANA ndash A Psicologia eacute um im-
portante ator social de enfrentamento do
fundamentalismo religioso ao reafirmar a
necessidade de reconhecimento e respeito
agrave diversidade social e agrave diversidade subje-
tiva Desde 2013 a Psicologia tem integra-
do o Movimento Estrateacutegico pelo Estado
Laico organizaccedilatildeo que contou com o CFP
em sua articulaccedilatildeo e que agora conta com
apoio do Sistema Conselhos
Como oa psicoacutelogoa pode trabalhar sua
proacutepria crenccedila religiosa e sua espirituali-
dade sem que isso interfira em sua praacutetica
EDUARDO ndash Separando uma da ou-
tra natildeo vinculando em sua praacutetica pro-
fissional e natildeo usando sua proacutepria crenccedila
como um diferencial profissional
LUCIANA ndash Talvez seja interessante
que sua espiritualidade interfira na praacutetica
profissional Natildeo podemos supor que a reli-
giatildeo ou espiritualidade possuem uma inter-
ferecircncia negativa tomando exemplos nega-
tivos como o caso da cura gay O problema
natildeo eacute a religiatildeo eacute o que as pessoas fazem a
partir dela O sujeito fanaacutetico fundamenta-
lista e extremista levaraacute essas caracteriacutesticas
consigo mesmo sendo ateu Se ter crenccedilas
e espiritualidade eacute ter um bom coraccedilatildeo pa-
rece urgente que essa interferecircncia ocorra
Natildeo precisamos de mais profissionais tec-
nicistas e pouco humanizados
TATIANA ndash Como quaisquer outros
fatores pessoais reservando para si espa-
ccedilo de elaboraccedilatildeo de seu proacuteprio campo de
significaccedilotildees sobre o mundo a vida e si
mesmo Como outras convicccedilotildees morais
o profissional deve saber manter distacircn-
cia entre seus proacuteprios valores pessoais e
os valores e modos de vida de outrem de
modo a natildeo reduzir o outro a si mesmo
Este eacute um exerciacutecio eacutetico que exige anaacutelise
pessoal e supervisatildeo-intervisatildeo na condu-
ccedilatildeo dos trabalhos
SAIBA MAISCRPRS participou do Seminaacuterio Nacional do Movimento Estrateacutegico pelo Estado Laico (MEEL) realizado de 26 a 28 de agosto em Brasiacutelia httpbitlyCRPRS_Meel
Manifesto do Movimento Estrateacutegico pelo estado laicohttpbitlymanifesto_MEEL
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controle social
Controle Social e a PsicologiaControle Social eacute aquele que o cidadatildeo
em um contexto democraacutetico pode exercer sobre o Estado por meio da participaccedilatildeo na gestatildeo da fiscalizaccedilatildeo do monitoramento e do controle das accedilotildees da administraccedilatildeo puacuteblica o acompanhamento das poliacuteticas sendo assim um importante mecanismo de fortalecimento da cidadania
De forma geral a participaccedilatildeo no Con-trole Social permite que os cidadatildeos possam intervir na tomada da decisatildeo administrati-va orientando a administraccedilatildeo puacuteblica para que adote medidas que realmente atendam ao interesse puacuteblico e ao mesmo tempo possam exercer controle sobre a accedilatildeo do Es-tado exigindo que o gestor puacuteblico preste contas de sua atuaccedilatildeo Esse envolvimento na gestatildeo puacuteblica eacute um direito assegurado pela Constituiccedilatildeo Federal permitindo que os cidadatildeos natildeo soacute participem da formu-laccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem fiscalizem de forma permanente a aplicaccedilatildeo dos recursos puacuteblicos
O Conselho Regional de Psicologia
do Rio Grande do Sul (CRPRS) e o Con-
selho Federal de Psicologia (CFP) esti-
mulam a participaccedilatildeo dosas psicoacutelogos
as nas instacircncias de controle social por
acreditar que o conhecimento teacutecnico dos
profissionais da aacuterea pode contribuir na
construccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas Aleacutem disso seus representantes a partir de suas regiotildees de intervenccedilatildeo tornam-se inter-locutores e referecircncia para osas demais psicoacutelogosas locais ampliando assim o debate da Psicologia como protagonista das poliacuteticas puacuteblicas das diversas regiotildees
Atualmente o CRPRS possui cadeiras em diversos conselhos de direito e estaacute aberto a assumir novas vagas de acordo com seus posicionamentos Eacute importan-te destacar que a representaccedilatildeo feita pelo profissional da Psicologia nos espaccedilos de controle social natildeo possui caraacuteter indivi-dual deve expressar concepccedilotildees orienta-ccedilotildees e diretrizes formuladas ou definidas pela categoria Ao assumir o lugar de re-presentaccedilatildeo na instacircncia de controle so-cial oa psicoacutelogoa compromete-se a defender necessariamente as orientaccedilotildees e posicionamentos do Conselho Regional de Psicologia assim como os do Conselho Federal de Psicologia frente agraves questotildees que se encontram em debate
SAIBA MAIS Acesse wwwcrprsorgbrcontrolesocial para saber mais sobre Con-trole Social Duacutevidas poderatildeo ser escla-recidas pelo e-mail crepopcrprsorgbr
AacuteREA ABRANGEcircNCIA
Sauacutede Estadual e Municipal
Assistecircncia Social Estadual e Municipal
Direitos da Crianccedila e do Adolescente Municipal
Poliacuteticas sobre Drogas Estadual e Municipal
Direitos da Mulher Municipal
Os espaccedilos de atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos no controle social satildeo
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Municiacutepios onde CRPRS tem representaccedilotildees no Controle Social
Quer representar o CRPRS nos Conselhos de Direito
Conselhos de Direitos
Se vocecirc eacute psicoacutelogoa e tem interesse em re-
presentar o CRPRS em algum conselho de direi-
to acesse o Cadastro de Interesse de Psicoacutelogoa
ndash Representaccedilatildeo no Controle Social
Disponiacutevel em wwwcrprsorgbrcontro-
lesocial O pedido seraacute avaliado considerando
os criteacuterios estabelecidos para se constituir a
representaccedilatildeo e interesses do CRPRS Os repre-
sentantes devem participar das atividades pro-
movidas pelo CRPRS
Criteacuterios para candidatar-se agrave representaccedilatildeo
bull Ser psicoacutelogao devidamente inscrito no
CRPRS
bull Preencher cadastro de interesse em www
crprsorgbrcontrolesocial
bull Ter conhecimentoaproximaccedilatildeo relaciona-
do agrave temaacutetica e ao municiacutepio do Conselho
de direito
bull Estar adimplente com as anuidades do CRPRS
bull Disponibilizar-se a participar sistematica-
mente das reuniotildees da Comissatildeo de Poliacuteticas
Puacuteblicas (sede) ou Nuacutecleos de Poliacuteticas Puacutebli-
cas (subsedes) e dos encontros de discussatildeo
do controle social promovidos pelo CRPRS
O CRPRS recebe pedidos para indicaccedilatildeo de
psicoacutelogosas para assumir vagas em Conselho
de Direitos Apoacutes aprovada a participaccedilatildeo do
CRPRS na instacircncia e realizada a indicaccedilatildeo de ti-
tular e suplente para a vaga por meio da Comis-
satildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas (sede) dos Nuacutecleos de
Poliacuteticas Puacuteblicas (nas subsedes) ou dos nuacutecleos
gestores das subsedes eacute feita a comunicaccedilatildeo ofi-
cial agrave instituiccedilatildeo solicitante
Conselhos de Direito que tenham interesse
em ter o CRPRS compondo seu conjunto de con-
selheiros devem acessar o Cadastro de interesse
de Conselho de Direito ndash Representaccedilatildeo no Con-
trole Social disponiacutevel em wwwcrprsorgbr
controlesocial
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O que eacute ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacuteblicas O que fazer quando se estaacute por laacute
O que satildeo as poliacuteticas puacutebli-cas para osas psicoacutelogosas Aleacutem de um campo de atuaccedilatildeo no qual se materializam direitos constitucionais um mercado de trabalho em franca expansatildeo Eacute possiacutevel pensar o trabalho como sendo um ofiacutecio Enquanto fabri-cam produtos os homens se pro-duzem Pensando sobre o ofiacutecio doa psicoacutelogoa qual o objeto de seu fazer Que ferramentas ele usa Qual meacutetodo orienta sua accedilatildeo Qual objetoobjetivo a ser produzido com o seu trabalho
O contexto que engendrou a profissatildeo do psicoacutelogo definiu o indiviacuteduo e suas relaccedilotildees consigo mesmo como objeto de trabalho a psicoterapia e o aconselhamen-to ndash seja individuais ou grupal ndash orientada por um diagnoacutestico psicopatoloacutegico como instru-mentomeacutetodo de excelecircncia para a intervenccedilatildeo e a diminui-ccedilatildeo do sofrimento daquele que se atende como objetivo a ser alcanccedilado com a intervenccedilatildeo As demandas oriundas das po-liacuteticas puacuteblicas tecircm exigido uma releitura tanto no nosso objetoobjetivo de trabalho quanto do nosso instrumento prioritaacuterio para a intervenccedilatildeo As poliacuteticas puacuteblicas definem em seus mar-
cos normativos accedilotildees intencio-nais do Estado voltadas para as coletividades O objeto de traba-lho desenhado satildeo as relaccedilotildees estabelecidas entre o indiviacuteduo e os coletivos construiacutedas em seus territoacuterios de vida O meacutetodo preconizado eacute o de articulaccedilatildeo de diversas ofertas do Estado e das comunidades para atender as muacuteltiplas necessidades dos sujei-tos dos grupos e dos territoacuterios A produccedilatildeo de autonomia e cons-truccedilatildeo da cidadania estatildeo postas como horizontes aos quais se al-meja chegar com as intervenccedilotildees
Ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacuteblicas significa re-conhecer a mudanccedila da oficina na qual passamos a trabalhar Eacute estar disposto a alinhar nosso objetoobjetivo de trabalho com aquele traccedilados nas diretrizes que orientam a poliacutetica puacuteblica na qual atuamos E ainda colo-car nossas competecircncias e habi-lidades na direccedilatildeo da defesa ra-dical da autonomia dos sujeitos e das coletividades e da construccedilatildeo de uma cidadania ativa
Ainda que as intencionalida-des das poliacuteticas puacuteblicas estejam alinhadas aos marcos constitucio-nais do Estado brasileiro o cam-po do puacuteblico eacute formado por con-
crepop
tradiccedilotildees estruturais e interesses diversos Ele se constroacutei marca-do por disputas Eacute mister analisar com quais interesses nossas praacute-ticas encontram-se alinhadas A que forccedilas estamos servindo Em que direccedilatildeo nossas habilidades e competecircncias estatildeo sendo convo-cadas Que trabalhos essas con-vocaccedilotildees estatildeo produzindo Eacute na leitura cuidadosa deste campo de tensatildeo e na construccedilatildeo de respos-tas a estas e outras questotildees que osas oficineirosas psicoacutelogosas estatildeo trabalhando na remo-delaccedilatildeo da Psicologia enquanto ofiacutecio podendo assim contribuir efetivamente para a consolidaccedilatildeo do Estado Democraacutetico de Direi-to no Brasil
Andreacute Sales Assessor Teacutecnico de Poliacuteticas Puacuteblicas
Edson Knevitz Silva e Fernanda Carrion Estagiaacuterios
Alexandra Ximendes Conselheira de Referecircncia
Acesse wwwcrprsorgbren-trelinhas68 e leia o texto do Crepop na iacutentegra
entre linhas | out-nov-dez 2014 19
Orientaccedilotildees aosagraves profissionais que atuam na Cliacutenica Psicoloacutegica em consultoacuterio
orientaccedilatildeoRe
cort
e e
cole
cion
e
Aacuterea TeacutecnicaLucio Fernando Garcia ndash Coord da Aacuterea Teacutecnica
Adriana Dal Orsoletta ndash Psicoacuteloga FiscalFlavia Cardozo de Mattos ndash Psicoacuteloga Fiscal
Leticia Giannechini ndash Psicoacuteloga FiscalLucia Regina Cogo ndash Psicoacuteloga Fiscal
Para atuaccedilatildeo na Cliacutenica (atendimento psi-coloacutegico avaliaccedilatildeo psicoloacutegica e psicoterapia) oa psicoacutelogoa deve estar regularmente ins-crito no CRPRS no Instituto Nacional de Se-guridade Social (INSS) de sua cidade e junto agrave Prefeitura Municipal para cadastro de ISSQN
OA profissional deve tambeacutem escolher um espaccedilo fiacutesico adequado considerando si-gilo e confidencialidade aleacutem de lugar apro-priado para a guarda do material teacutecnico e de atendimento Eacute obrigatoacuterio o registro docu-mental sobre a prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacute-gicos que natildeo puder ser mantido prioritaria-mente sob a forma de prontuaacuterio psicoloacutegico por razotildees que envolvam a restriccedilatildeo do com-partilhamento de informaccedilotildees com o usuaacuterio eou beneficiaacuterio do serviccedilo prestado
O registro documental em papel ou informatizado tem caraacuteter sigiloso e reuacute-ne informaccedilotildees que contemplam de forma sucinta o trabalho prestado a descriccedilatildeo e a evoluccedilatildeo do caso e os procedimentos teacutecnico-cientiacuteficos adotados Deve ser man-tido permanentemente atualizado e organi-zado peloa psicoacutelogoa que acompanha o procedimento A guarda desses registros de atendimento individual ou de grupo eacute de responsabilidade doa profissional psicoacutelogoa e obedece ao disposto no Coacutedi-go de Eacutetica Profissional e agrave Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Documen-tos Escritos produzidos peloa psicoacutelogoa decorrente de avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
OA psicoacutelogoa ao anunciar seus ser-viccedilos indicaraacute sempre seu nome (pessoa fiacute-sica) e o nuacutemero de inscriccedilatildeo (nordm CRP) bem como as capacitaccedilotildees que possua e endere-ccedilo atualizado para contato
Ao estabelecer um contrato de serviccedilos deveraacute levar em conta os direitos dos usu-
aacuterios ou beneficiaacuterios dos serviccedilos confor-me Artigo 1deg aliacutenea d do Coacutedigo de Eacutetica Profissional doa Psicoacutelogoa Incluindo a atenccedilatildeo a outras legislaccedilotildees como o Coacutedi-go de Proteccedilatildeo e de Defesa do Consumidor
Para pautar seus honoraacuterios oa psicoacutelogoa poderaacute utilizar a Tabela Refe-rencial de Honoraacuterios que eacute disponibilizada pelo Sistema Conselhos sendo sua elabora-ccedilatildeo e atualizaccedilatildeo feitas pela FENAPSI ndash Fe-deraccedilatildeo Nacional dos Psicoacutelogos e CFP Os valores satildeo meramente sugestivos e natildeo haacute obrigatoriedade de adotaacute-los Tambeacutem eacute pos-siacutevel disponibilizar atendimentos psicoloacutegi-cos por meio de planos de sauacutede devendo procurar diretamente a operadora de planos de sauacutede para informaccedilotildees sobre a forma de contrataccedilatildeo Tambeacutem a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) pelo site wwwansgovbr ou pelo telefone 0800-7019656
Lembrando que para o exerciacutecio profissio-nal adequado oa profissional deve pautar-se na constante atualizaccedilatildeo mantendo-se cons-tantemente atualizado teoacuterica teacutecnica e etica-mente e estar atento agraves resoluccedilotildees da profissatildeo e demais legislaccedilotildees que envolvam o atendi-mento de pacientes Afinal oa psicoacutelogoa em seu consultoacuterio tambeacutem eacute uma profissio-nal que se ocupa da sauacutede coletiva
A Aacuterea Teacutecnica do CRPRS estaacute agrave disposiccedilatildeo da categoria e da sociedade para orientaccedilatildeoPelo e-mail orienteccrprsorgbr | Pelo
telefone (51) 3334-6799 | Pessoalmente na sede do CRPRS em Porto Alegre de segunda a quarta das 9h agraves 17h e quinta e sexta das 9h agraves 12h
20 entre linhas | out-nov-dez 2014
USO EXCLUSIVO DOS CORREIOS
[ ] ausente [ ] endereccedilo insuficiente [ ] falecido [ ] natildeo existe o nuacutemero indicado [ ] recusado [ ] desconhecido [ ] natildeo procurado [ ] infporteirosiacutendico [ ] mudou-se [ ] outros (especificar)
______________ _________________________ data rubrica do responsaacutevel
_________________________
VISTO
agenda
Curso
Psicologia Aplicada agrave Aviaccedilatildeo19 a 30012015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 35198221 (51) 95518221bauerrosanagmailcom wwwabordofatoreshumanoscombr
Curso de Aperfeiccediloamento em Terapias CognitivasIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33323249danielalumertzwainerpsicologiacombr wwwwainerpsicologiacombr
ExtensatildeoPrograma de atualizaccedilatildeo em Terapia Cognitiva-comportamentalInscriccedilotildees ateacute 15122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 92514066f3representacaogmailcom
Formaccedilatildeo
Formaccedilatildeo em Terapia do EsquemaIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33323249danielalumertzwainerpsicologiacombr wwwwainerpsicologiacombrensino
Formaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica05032015 a 15122017Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33334801ieppieppcombr wwwieppcombr
Endereccedilo para DevoluccedilatildeoAgecircncia de Correios Avenida Protaacutesio Alves - CEP 90410-970
Formaccedilatildeo em Psicoterapia Psicanaliacutetica Iniacutecio em 10032015 Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33313781 (51) 92497139 contatogaepsicombr wwwgaepsicombr
Especializaccedilatildeo
Especializaccedilatildeo na Teoria e Teacutecnica de Intervenccedilatildeo na Relaccedilatildeo Pais-BebecircsInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica ndash AdultosInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica da AdolescecircnciaInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Neuropsicologia CliacutenicaIniacutecio em 27022015FlorianoacutepolisSC Informaccedilotildees (61) 32263002 (61) 81299428weberibneurocombr wwwibneurocombr
Especializaccedilatildeo Instituiccedilotildees em AnaacuteliseIniacutecio em 13032015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33082926 (somente sextas-feiras agrave tarde)instemanaliseufrgsbr httpbitly1vhZBeB
Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo AnaliacuteticaIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33305655crsilvahcpaufrgsbr wwwcelgorgbr
Especializaccedilatildeo em Psicoterapia PsicanaliacuteticaIniacutecio em 11032015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 32096524esippesippcombr wwwesippcombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia CognitivaIniacutecio em 01042015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 32735224 (51) 80234890portoalegre1institutowpcom wwwinstitutowpcom
Jornada
XI Jornada CELPCYRO sobre Sauacutede Mental26062015Porto Alegre RSInformaccedilotildees (51) 33884944atendimentogweventoscombr wwwcelpcyro2015eventizecombr
4 entre linhas | out-nov-dez 2014
Reduccedilatildeo da Maioridade Penal O Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul vem dis-cutindo o tema da reduccedilatildeo da maioridade penal reforccedilando o posicio-namento do Conselho Federal de Psicologia contraacuterio a essa estrateacutegia Eacute preciso considerar alternativas para o adolescente em conflito com a lei como a Justiccedila Restaurativa e a responsabilizaccedilatildeo jaacute prevista pelo proacuteprio Estatuto da Crianccedila e do Adolescente (ECA) Para o CFP manifestaccedilotildees favoraacuteveis agrave reduccedilatildeo da maioridade penal tecircm ocorrido de forma simplista e reducionista em nossa sociedade Por isso eacute fundamental ampliarmos o debate sobre o tema Eacute preocupante o desconhecimento ou a distorccedilatildeo dos dados da realidade a homogenei-zaccedilatildeo dos sujeitos a patologizaccedilatildeo e a criminalizaccedilatildeo das condutas dos adolescentes tudo isso em nome da ldquojusticcedilardquo que vem sendo apresen-tada como sinocircnimo de puniccedilatildeo e aprisionamento
Asseacutedio Moral no Trabalho Psicoacutelogosas devem estar aten-
tosas a situaccedilotildees humilhantes e
constrangedoras repetitivas e pro-
longadas que acontecem durante a
jornada de trabalho desestabilizando
a relaccedilatildeo do trabalhador com o am-
biente e a organizaccedilatildeo O CRPRS vem
discutindo o tema no GT de Psicologia
do Trabalho na Subsede Serra em ro-
das de conversa na Sede com psicoacutelo-
gosas que trabalham com Psicologia
organizacional e do trabalho aleacutem
de acompanhar Projetos de Leis em
diversos municiacutepios e iniciativas do
Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho
Em 1411 o Conselho promoveu em
parceria com o Centro de Referecircncia em
Sauacutede do Trabalhador e Sindicato dos
Metaluacutergicos de Caxias do Sul o I Semi-
naacuterio Meu Trabalho Estaacute me Enlouque-
cendo ndash Intervenccedilotildees em Sauacutede Mental
do Trabalhador em Caxias do Sul Acesse
httpbitlyISeminarioTrabalho e saiba
mais sobre o que foi discutido no evento
fique atento
O Nuacutecleo do Sistema Prisional do CRPRS preparou um texto abordando essa questatildeo Leia em wwwcrprsorgbrentrelinhas68 O Conselho Federal de Psicologia apresenta seu posicionamento no texto ldquoReduccedilatildeo da idade penal socioeducaccedilatildeo natildeo se faz com prisatildeordquo do reflexotildees sobre o tema Confira httpbitlyCFP_reducao_idade_penal
Confira o documentaacuterio A dor (in)visiacutevel ndash Asseacutedio Moral no Trabalho uma realizaccedilatildeo do Ministeacuterio Puacuteblico do Trabalho no RS ndash Procuradoria do Trabalho no Municiacutepio de Caxias do Sul e do Ministeacuterio do Trabalho e Emprego (MTE) ndash Superintendecircncia Regional do Trabalho e Emprego em Caxias do Sul httpbitlyvideo_assedio_moralLegislaccedilatildeo sobre o tema pode ser acessada em wwwassediomoralorg
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relaccedilotildees raciais
Valter da Mata ndash Psicoacutelogo mestre em Psicologia Social estudioso de Psicologia e Relaccedilotildees Raciais professor da Unime ndash Lauro de Freitas e da Faculdade da Cidade do Salvador Membro da Comissatildeo Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia
Conceito utilizado por pesquisadores das relaccedilotildees raciais que diz respeito agrave construccedilatildeo soacutecio-histoacuteria em que ser branco eacute tido como norma essecircncia
SAIBA MAISLeia entrevistas na iacutentegra em wwwcrprsorgbrentrelinhas68
Deacutebora Barbosa Bauermann ndash Psicoacuteloga Analista de Accedilatildeo Social Jr do Nuacutecleo de Estudos Afro-brasileiros e Indiacutegenas ndash Neabi da Unisinos Saiba mais sobre o Neabi em wwwcrprsorgbrentrelinhas68
Relaccedilotildees raciais e produccedilatildeo de subjetividade
A questatildeo racial permeia as relaccedilotildees interpessoais e subjetivas Diante disso de que forma a Psicologia vem discutindo os efeitos do preconceito racial na constitui-ccedilatildeo da subjetividade de negros e brancos Como osas psicoacutelogosas podem contri-buir em seu cotidiano de trabalho ndash seja ele em poliacuteticas puacuteblicas cliacutenicas privadas ou organizaccedilotildees ndash para combater o racismo
Para aqueles que se dedicam ao campo das relaccedilotildees raciais reconhecer que vive-mos em uma sociedade racista eacute o primei-ro passo para enfrentar esse problema e corrigir desigualdades
Valter da Mata defende a necessidade de superar a crenccedila da existecircncia de uma democracia racial ldquoBoa parte dos brasilei-ros acredita que natildeo existe racismo no Brasil e sim discriminaccedilatildeo social Segundo essa
crenccedila negros e indiacutegenas brasileiros natildeo so-freriam discriminaccedilatildeo se tivessem dinheiro e vivessem uma vida que ilustrasse essa pos-serdquo Para o psicoacutelogo muitas vezes as praacuteti-cas racistas fazem parte do repertoacuterio com-portamental doa proacuteprioa psicoacutelogoa
Deacutebora Barbosa Bauermann acredita que o racismo eacute um problema estrutural de nosso paiacutes vivenciado pelos sujeitos negros mas com pouca visibilidade devi-do agrave branquitude normativa em que nos subjetivamos ldquoAfinal o lsquoracismo agrave brasi-leirarsquo pode ser considerado como um lsquora-cismo sem racistasrsquo como aponta pesquisa do Instituto Data Popularrdquo Dados prelimi-nares dessa pesquisa divulgados em 2014 apontam que 92 dos brasileiros conside-ram que existe racismo no Brasil mas so-mente 13 se considera racista
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relaccedilotildees raciais
Isso reflete o pensamento de que ser ra-cista eacute ter uma atitude pontual discrimina-toacuteria contra negros ldquoEacute muito comum escu-tarmos falas como lsquonatildeo sou racista tenho amigos negrosrsquo ou lsquonatildeo sou racista minha bisavoacute era negrarsquo O racismo estaacute sempre fora no outro Muitos de noacutes psicoacutelogosas ainda dizemos lsquonatildeo sou racista trato to-dos usuaacuteriospacientesclientes iguaisrsquo Precisamos avanccedilar nesse sentido e buscar a equidaderdquo afirma Deacutebora
Para Valter a cultura brasileira de uma forma geral eacute atravessada pelo machismo racismo e a homofobia ldquoEstar fora desses grupos de privileacutegio significa em maior ou menor grau ser viacutetima de discrimina-ccedilatildeo As instituiccedilotildees continuam produzin-do discriminaccedilotildees baseadas na cor da pele dentre outros traccedilotildees fenotoacutepicosrdquo
Aleacutem disso a visatildeo eurocecircntrica e detur-pada a respeito da contribuiccedilatildeo dos negros para formaccedilatildeo do Brasil natildeo contempla a diversidade eacutetnico-racial ldquoDissemina estere-oacutetipos negativos de tudo que se refere ao con-tinente africano As escolas ainda hoje repro-duzem a histoacuteria do negro contada somente a partir da escravidatildeo e de forma distorcida como se tivessem aceitado passivamente o re-gime escravocratardquo explica Deacutebora
Surgem a partir disso os efeitos do ra-cismo ou do preconceito que incidem di-retamente na construccedilatildeo da identidade e formaccedilatildeo da autoestima ldquoEmbora a consti-tuiccedilatildeo diga que somos todos iguais perante a lei accedilotildees racistas perpetuadas ao longo dos anos cristalizaram sentimentos de infe-rioridade e de natildeo pertencimento a muitos de noacutes negros brasileirosrdquo afirmam as psi-coacutelogas Glaucia Fontoura e Eliana Xavier
Taiasmin Ohnmacht destaca que haacute um padratildeo social que divide a populaccedilatildeo
em branco e natildeo branco elege o branco como padratildeo de normalidade a ser segui-do e com isso estabelece uma relaccedilatildeo hie-raacuterquica de poder entre esses grupos ldquoO preconceito racial como todos os precon-ceitos conduz a um tipo de negaccedilatildeo das diferenccedilas que acaba por ser um apaga-mento do outro enquanto pessoa que deve ter seus direitos respeitados pelo Estado e pela sociedaderdquo
Devido a isso Valter acredita que os natildeo brancos tendem a se constituir de forma conflituosa e dolorosa ldquoNatildeo res-tando outras formas possiacuteveis de identi-ficaccedilatildeo cabe a esses sujeitos a construccedilatildeo identitaacuteria fragilizada e fundamentada no branqueamentordquo
Para os negros conviver com referecircn-cias na cultura que estejam associadas ape-nas agrave escravidatildeo ou a lugares marginaliza-dos eacute uma violecircncia social intriacutenseca com a qual o negro tem que lidar rdquoNatildeo eacute um percurso que se faccedila sem arranjar algumas feridas eacute preciso reconstruir sua autoesti-ma e o significado de sua identidade negra para si mesmo e ainda sustentaacute-la perante a comunidade brancardquo declara Taiasmin Outro efeito do racismo extremamente perverso eacute a culpabilizaccedilatildeo dos sujeitos negros pela discriminaccedilatildeo sofrida ldquoEscu-tamos muitas falas como lsquoo negro que dis-crimina a si proacutepriorsquo Precisamos ampliar nossa escuta e natildeo sermos reprodutores de ideais como esse em que o branco devolve o problema da discriminaccedilatildeo racial para o sujeito negrordquo afirma Deacutebora
OsAs psicoacutelogosas tecircm importante participaccedilatildeo na mudanccedila dessa realidade Eacute necessaacuterio trabalhar na construccedilatildeo de sentidos positivos centralizados na negri-tude que ande na contramatildeo da construccedilatildeo
Glaucia Fontoura ndash Psicoacuteloga Membro da Articulaccedilatildeo de Psicoacutelogas(os) Negras(os) e Pesquisadoras(es) ndash ANPSINEP Saiba mais sobre a ANPSINEP em wwwcrprsorgbrentrelinhas68
Eliana Xavier ndash Psicoacuteloga mestranda no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Psicologia pela PUCRS Taiasmin Ohnmacht ndash Psicoacuteloga poacutes-graduada em Assessoria Linguiacutestica
SAIBA MAISRelaccedilotildees Raciais Referecircncias Teacutecnicas para a Praacutetica do(a) Psicoacutelogo(a)httpbitlyCREPOP_Relacoes_Raciais
EntreLinhas nordm 61 ndash Reportagem ldquoA questatildeo racial e os Direitos Humanosrdquo httpbitlyentrelinhas61 Debate ldquoRacismo O que a psicologia tem a ver com issordquo realizado no CRPRS em 2012httpbitlydebate_racismo2012
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social do branco como agente central ldquoA construccedilatildeo da identidade positiva somen-te seraacute possiacutevel quando estabelecermos uma relaccedilatildeo profiacutecua com o nosso corpo mesmo que esse corpo natildeo corresponda ao ideaacuterio cultural vigente dessa sociedade racistardquo defendem Glaucia e Eliana
ldquoPrecisamos ser sensiacuteveis ao sofrimen-to psiacutequico e agraves exclusotildees causadas pelo racismo e que muitas vezes os proacuteprios sujeitos negros natildeo conseguiratildeo nomeaacute-lo Trazer agrave tona a suposta neutralidade do branco que faz com que uma grande par-cela da sociedade tenha privileacutegios e natildeo os perceba pois eacute um lugar naturalizado Natildeo podemos ser reprodutores desta ide-ologia em nossas praacuteticas profissionais A branquitude precisa ser desvelada se real-mente buscamos contribuir com a luta an-tirracistardquo acredita Deacutebora
Em 2014 diversos episoacutedios de ra-cismo e injuacuteria racial ocorridos no Rio
Grande do Sul ganharam visibilidade na-cional evidenciando a necessidade de se ampliar o debate
ldquoOs episoacutedios nos mostraram que vive-mos em um estado racista e preconceituo-so de diversas formasrdquo destaca Taiasmin Para ela o apoio aos responsaacuteveis pelos atos discriminatoacuterios procurando rever-ter a agressatildeo culpando a proacutepria viacutetima eacute preocupante ldquoNatildeo considero acaso que um deputado com uma fala extremamente agressiva contra as minorias tenha se elegi-do como um dos mais votados no estadordquo
Na opiniatildeo de Glaucia e Eliana esses episoacutedios representaram uma vitoacuteria do movimento negro ldquoOs recentes eventos escancaram uma parte do que a populaccedilatildeo negra vivencia no seu cotidiano nas rela-ccedilotildees com as instituiccedilotildees da sauacutede traba-lho educaccedilatildeordquo
Como psicoacuteloga negra Taiasmin relata a necessidade que muitos profissionais ne-
ENTRELINHAS RECOMENDA
Blogueiras Negrashttpbitlyblogueiras_negras
Livro ldquoO espelho quebrado da branquidaderdquo de Adevanir Pinheiro
Livro ldquoMinha Famiacutelia Eacute Coloridardquo de Georgina Martins
Documentaacuterio ldquoO Lado Negro do Chocolaterdquo de Miki Mistrati
SAIBA MAISConheccedila o trabalho do GT Relaccedilotildees Raciais do CFP acessando wwwcrprsorgbrentrelinhas68
8 entre linhas | out-nov-dez 2014
relaccedilotildees raciais
Racismo Institucional
Psicologia e Relaccedilotildees Raciais
gros tecircm de comprovar sua competecircncia ldquoO negro natildeo corresponde ao imaginaacuterio que as pessoas tecircm dos psicoacutelogos Dificil-mente uma pessoa me vecirc como psicoacuteloga a menos que eu digardquo
O debate em torno das relaccedilotildees raciais se fortalece na medida em que a presenccedila do negro vai crescendo em diferentes es-
feras sociais por meio de poliacuteticas afirma-tivas ldquoAs universidades antes ocupadas somente por brancos comeccedilam a lsquoenegre-cerrsquo Isso incomoda a quem sempre viveu no lsquomundo dos brancosrsquo Alguns muros entre o lsquomundo dos negrosrsquo e o lsquomundo dos brancosrsquo comeccedilam a ser derrubadosrdquo destaca Deacutebora
Presente em diversas situaccedilotildees de nos-so cotidiano o racismo institucional eacute o mais difiacutecil de ser enfrentado por jaacute estar naturalizado em nossa sociedade ldquoEsse tipo de racismo estaacute no dia a dia e passa indiferente As pessoas condenam atitudes de injuacuteria racial e natildeo o racismo institucio-nal que eacute menos expliacutecitordquo afirma Alisson Batista estudante que integra o Coletivo Negraccedilatildeo e que participou de evento no CRPRS sobre racismo institucional O Coletivo Negraccedilatildeo surgiu em torno do ra-cismo institucional enfrentado pelos estu-dantes negros dentro da universidade
No evento Gleidson Dias assessor da
O estudo das relaccedilotildees raciais comeccedilou a ser favorecido pela Psicologia quando a profissatildeo assumiu as discussotildees pautadas pelos movimentos sociais como pertinen-tes agrave categoria ldquoAteacute entatildeo a profissatildeo natildeo assumia as repercussotildees que as questotildees raciais implicam no tecido social e por sua vez na subjetividade humana Natildeo existe neutralidade nesse debate lsquoneutralidadersquo
Comissatildeo de Direitos Humanos da Pro-curadoria Geral do Estado esclareceu a diferenccedila entre o racismo que acontece na instituiccedilatildeo e o racismo institucional ldquoRa-cismo institucional eacute quando normas ou atitudes da instituiccedilatildeo natildeo tecircm em princiacute-pio a intencionalidade de discriminar mas o resultado eacute a discriminaccedilatildeo Estaacute ligado geralmente a conceitos eurocecircntricos do Estado e a privileacutegios da branquituderdquo Como exemplo Gleidson citou o caso de uma menina negra que foi impedida pela Poliacutecia Federal de tirar seu passaporte porque o sistema natildeo permitia fotos com cabelos black power
significa estar ao lado da discriminaccedilatildeordquo afirma Taiasmin
Valter acredita que a Psicologia teve uma importacircncia muito grande na conso-lidaccedilatildeo do racismo e racialismo no Brasil com estudos enviesados que afirmavam que as raccedilas humanas tinham predispo-
siccedilatildeo a determinadas caracteriacutesticas psi-
coloacutegicas como o caraacuteter e a inteligecircncia
Reuniatildeo temaacutetica sobre o tema Racismo Institucional httpbitlyracismo_institucional
Coletivo Negraccedilatildeo httpcoletivonegracao blogspotcombr
ldquoThe Bell Curve Intelligence and Class Structure in American Liferdquo de Richard J Herrnstein e Charles Murray
PARTICIPE DA DISCUSSAtildeOO CRPRS promove o debate das relaccedilotildees raciais nas Comissotildees e Nuacutecleos de Direitos Humanos e Poliacuteticas Puacuteblicas Participe dos encontros e contribua com este debate Acompanhe agenda de reuniotildees em wwwcrprsorgbrcomissoesegts
entre linhas | out-nov-dez 2014 9
artigo
Imigraccedilatildeo em pautaEncontrar um bom trabalho ajudar a
famiacutelia e viver uma vida digna e em paz eacute a expectativa e o sonho de centenas de imigrantes senegaleses haitianos gane-ses entre outros que vieram para o Bra-sil dirigindo-se especificamente para Caxias do Sul e alguns municiacutepios da Serra gauacutecha Essa expectativa reflete a de muitos europeus brasileiros de outras regiotildees do paiacutes fronteiriccedilos e tantos ou-tros que vieram para Caxias em busca de melhores condiccedilotildees de vida
Vemos poreacutem que a xenofobia e o racismo em nossa sociedade apresentam--se fortemente sinalizando que a presen-ccedila de imigrantes principalmente negros eacute um incocircmodo para muitos de noacutes Com isto nos deparamos com notiacutecias de pro-fissionais de diferentes aacutereas esquecendo--se do seu Coacutedigo de Eacutetica Profissional e se negando a atender imigrantes vemos poliacuteticos que desconhecem totalmente a legislaccedilatildeo brasileira a qual protege aquele que nos pede asilo garantindo o acesso aos
Ir Maria do Carmo Santos Gonccedilalves Coordenadora do Centro de Atendimento ao Migrante (CAM)
Vanessa Perini Moojen ndash Assistente Social do Centro de Atendimento ao Migrante (CAM)
Tatiane Baggio Psicoacuteloga Conselheira do CRPRS
10 entre linhas | out-nov-dez 2014
serviccedilos puacuteblicos na qualidade de cidadatildeo vemos ainda pessoas com medo de que os estrangeiros ldquotiremrdquo seu emprego ou seu lugar na fila do meacutedico e surpreenden-temente vemos pessoas que outrora jaacute sofreram preconceito por sua condiccedilatildeo de precariedade social discriminando aqueles que hoje chegam buscando um lugar de trabalho e desenvolvimento social Mas pensando bem se as coisas estatildeo difiacuteceis seraacute que a culpa eacute dos imigrantes Ao con-traacuterio entendemos que garantir o acesso dos brasileiros aos seus direitos natildeo impli-ca a negaccedilatildeo do direito de outros
Ao mesmo tempo vemos cidadatildeos profissionais poliacuteticos e entidades que natildeo medem esforccedilos para auxiliar os imi-grantes na garantia de seus direitos Que trabalham na perspectiva de melhorias e resoluccedilatildeo na situaccedilatildeo de vulnerabilidade que porventura muitos se encontram e ao mesmo tempo no fortalecimento de uma cidadania no mundo cujos direitos satildeo inviolaacuteveis Com o aumento contiacutenuo do fluxo migratoacuterio internacional para o Bra-sil e para Caxias do Sul mostra-se cada vez mais latente a necessidade de plane-jamento e articulaccedilatildeo intersetorial entre o poder puacuteblico e a sociedade civil A I Con-ferecircncia Municipal de Migraccedilatildeo e Refuacutegio 2014 deliberou a formaccedilatildeo de comitecircs que construam estrateacutegias articuladas de in-clusatildeo e integraccedilatildeo social dos imigrantes de modo que possam continuar a contri-buir econocircmica social e culturalmente para o crescimento de Caxias do Sul terra de imigrantes
O CRPRS juntamente com o Sistema Conselhos de Psicologia desenvolveu a
campanha veiculada nacionalmente com o tiacutetulo ldquoO preconceito humilha e a humi-lhaccedilatildeo social faz sofrerrdquo para discutir as questotildees que envolvem as relaccedilotildees raciais Por meio dessa iniciativa afirmamos a ga-rantia de direitos dos imigrantes e reforccedila-mos que para aleacutem do acolhimento da po-pulaccedilatildeo local sejam tambeacutem viabilizadas poliacuteticas que contemplem accedilotildees efetivas para uma vida menos precarizada do mi-grante em nosso territoacuterio
Com base na garantia de direitos pre-vista na Declaraccedilatildeo Universal dos Direi-tos Humanos na Declaraccedilatildeo de Durban firmada por 173 paiacuteses na I Conferecircncia Mundial contra o Racismo a Discrimina-ccedilatildeo Racial a Xenofobia e as Formas Cone-xas de Intoleracircncia em 2001 na Aacutefrica do Sul reafirmando o principio da igualdade e da natildeo discriminaccedilatildeo entre as pessoas e na Constituiccedilatildeo Federal de 1988 foi redigida a lei sobre o racismo no Brasil acrescentando-se o inciso XLII no artigo 5ordm declarando que o racismo eacute um crime inafianccedilaacutevel imprescritiacutevel e sujeito a pena de reclusatildeo
Portanto seguindo a legislaccedilatildeo vi-gente e conforme o debate jaacute afianccedilado nas instacircncias internacionais de garantia dos direitos humanos o CRPRS aleacutem de convidar a populaccedilatildeo a refletir sobre o tema convida a categoria a conhecer a Resoluccedilatildeo nordm 182002 do CFP que estabe-lece normas para atuaccedilatildeo das psicoacutelogas e dos psicoacutelogos em relaccedilatildeo ao preconceito e agrave discriminaccedilatildeo racial Para o CRPRS eacute urgente discutirmos a nossa praacutetica pro-fissional diante desse tema implicado no compromisso social de nossa profissatildeo
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Os fazeres (e prazeres) psi em desvios e contraversos
Ateacute o uacuteltimo ano do ensino meacutedio eu sempre achei que queria e iria cursar Direito Em setembro quando comeccedilaram as inscri-ccedilotildees da UFRGS me dei conta de que o que eu realmente queria eacute que o tempo daquela juventude natildeo acabasse mais Agrave eacutepoca mi-nhas duas melhores amigas resolveram fazer vestibular para Psicologia Assim o iniacutecio de meu percurso pelas praacuteticas e saberes psi se deu pelos disparos da amizade e do desvio
Nos idos de marccedilo num ano em que o veratildeo insistia em continuar foi que de maneira assustadoramente solitaacuteria em-barquei na errante nau a descobrir o mun-do das teorias e conceitos de uma Psicolo-gia agraves vezes candidata agrave ciecircncia agraves vezes transversada em arte Nessa viagem visi-tei uma infinidade de portos ndash de chegada de partida de parada de encontro Aos poucos a solidatildeo comeccedilou a ser povoada e a travessia tornou-se tempo e espaccedilo de constante reinvenccedilatildeo de saberes e praacuteticas
A aposta na escuta como instrumento da potecircncia criativa e criadora de sujeitos e realidades somada ao flerte com o mundo jus fez com que eu buscasse as veredas so-ciais da Psicologia em suas tessituras com os territoacuterios dos direitos humanos e a in-tencionalidade de um fazer cliacutenico-poliacutetico
Dessa maneira cheguei ao mestrado oportunidade para se conhecer e se cons-truir pesquisador entendendo a trama en-sino-pesquisa-extensatildeo como possibilidade para uma formaccedilatildeo em Psicologia que se propusesse ampliada com mais ineditis-mos e menos assepsias Optei por um cam-po de pesquisa que fizesse laccedilo com algum projeto de extensatildeo e portanto problema-tizasse a inserccedilatildeo acadecircmica na comuni-
dade como um dispositivo de accedilatildeo atraveacutes do qual a universidade pode exercer de forma mais intensa sua funccedilatildeo poliacutetica e social Naquele momento pude me inserir no Grupo ESTACcedilAtildeO PSI (Estudo e Accedilatildeo em Poliacuteticas de Subjetivar e Inventar) que prestava assessoria ao projeto de trabalho educativo com jovens em cumprimento de medida socioeducativa implementado na Procuradoria da Repuacuteblica do RS
Por esse encontro com as formas de um viver juvenil entendido e condenado como desviante as categorias Direito Social Psico-logia Cliacutenica Accedilatildeo Poliacutetica se misturavam e coreografavam movimentos que escapavam aos contornos das praacuteticas profissionais e dos meacutetodos de investigaccedilatildeo tradicionais A anguacutestia gerada pela desconstruccedilatildeo das cer-tezas e das foacutermulas prontas de ser psicoacuteloga logo deu lugar agrave descoberta da potecircncia da invenccedilatildeo de novos caminhos que desviam do instituiacutedo e tem aiacute justamente a sua forccedila de interrogaccedilatildeo do social
Infelizmente o projeto natildeo mais existe na Procuradoria mas a inspiraccedilatildeo dessa experiecircncia permitiu-me a escrita ne-gociaccedilatildeo e implantaccedilatildeo do programa de trabalho educativo do TRT-RS que desde 2013 firmou convecircnio com a FASE-RS
Trabalhando com a perspectiva da Psi-cologia Cliacutenico-Poliacutetica em sua interface com a temaacutetica da Justiccedila e do Direito toda a minha praacutetica eacute orientada por uma eacutetica da ocupacircncia que na construccedilatildeo de terri-toacuterios instituintes ainda que temporaacuterios aposta na criaccedilatildeo de condiccedilotildees de possibi-lidade para a constante reatualizaccedilatildeo de formas e forccedilas mais livres e potentes de expressatildeo da vida
relato de experiecircncia
PARTICIPEVocecirc tambeacutem quer compartilhar sua experiecircncia como psicoacutelogoa Envie um relato para imprensacrprsorgbr destacando sua praacutetica Os textos seratildeo avaliados pela Comissatildeo Editorial do EntreLinhas e poderatildeo ser publicados nas proacuteximas ediccedilotildees do jornal
Paula Goldmeier Graduada em Psicologia mestre em Psicologia Social e Institucional pela UFRGS Atua nas aacutereas de Direitos Humanos e Sauacutede Coletiva
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entrevista
Em sua opiniatildeo o que eacute laicidade
TATIANE ndash A laicidade opotildee-se aos
discursos fundamentalistas ligados agraves vio-
laccedilotildees de direito Assim as leis devem ser
orientadas pelos Direitos Humanos Uni-
versais e pela Constituiccedilatildeo Federal e natildeo
por dogmas e ideologias religiosas Isso
natildeo significa que o Estado negue agrave Igreja
o direito de contribuir para o bem da so-
ciedade Um Estado que natildeo respeita um
espaccedilo para as igrejas na sociedade ou que
negue o direito de expressatildeo acabaria com
a democracia caindo no sectarismo e no
totalitarismo ideoloacutegico
LUCIANA ndash Eacute a natildeo adoccedilatildeo de uma
religiatildeo em particular pelo Estado Isso natildeo
quer dizer que desconsidere as muacuteltiplas
religiotildees que convivem em seu territoacuterio ou
negue a expressatildeo da religiosidade popular
pessoal ou coletivamente mas inclui todas
como representaccedilotildees da diversidade reli-
giosa ou espiritual do seu povo
TATIANA ndash Eacute um dispositivo de pro-
teccedilatildeo agrave livre consciecircncia e expressatildeo de
crenccedilas de modo a garantir o reconheci-
mento da diversidade social em socieda-
des democraacuteticas sem ocircnus moral para
grupos minoritaacuterios em relaccedilatildeo a hegemo-
nias religiosas e morais
Por que eacute importante discutir essa ques-
tatildeo no Sistema Conselhos de Psicologia
EDUARDO ndash A Psicologia precisa
se posicionar frente a projetos de leis que
tecircm uma base fundamentalista ferindo os
direitos humanos e as liberdades indivi-
duais Aleacutem disso muitosas psicoacutelogos
as natildeo tecircm clareza de como se posicionar
Psicologia Religiatildeo e Espiritualidade como dialogarSAIBA MAIS
Nota Teacutecnica do CFP ndash Posicionamento do Sistema Conselhos de Psicologia para a questatildeo da Psicologia Religiatildeo e Espiritualidadehttpbitlynotacfplaicidade
Posicionamento Sistema Conselhos frente uso indiscriminado do discurso religioso na poliacutetica httpbitlyEleicoes_Laicidade
Leia entrevistas na iacutentegra em wwwcrprsorgbrentrelinhas68
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frente a suas proacuteprias religiotildees ou crenccedilas
de seus clientes e instituiccedilotildees
LUCIANA ndash Eacute importante discutir as
implicaccedilotildees das crenccedilas religiosidade ou
espiritualidade do psicoacutelogo na sua praacuteti-
ca profissional E como sua praacutetica acolhe
repudia essas dimensotildees do puacuteblico com
quem trabalha Por exemplo o que signifi-
ca eu me apresentar como psicoacuteloga cristatilde
Apenas explicito minhas crenccedilas ou impor-
to praacuteticas religiosas para minhas interven-
ccedilotildees laborais Toda essa discussatildeo eviden-
cia o quanto reconhecemos essa dimensatildeo
na vida humana e como nos organizamos
para abordaacute-la nos espaccedilos profissionais
em que o psicoacutelogo estaacute inserido e integraacute-
-la agraves demais dimensotildees da vida humana
TATIANA ndash A Psicologia eacute uma ciecircn-
cia laica A religiosidade e a espiritualidade
podem ser objeto de estudo da Psicologia
o que natildeo eacute o mesmo que a Psicologia ado-
tar pressuposto religioso em seus modos
de significar o mundo a condiccedilatildeo huma-
na e as relaccedilotildees sociais A Psicologia deve
se manter laica para que natildeo decorra em
prejuiacutezo nos modos de significaccedilatildeo de dis-
tintas condiccedilotildees de vida e de subjetivaccedilatildeo
considerando especificidades culturais
que tambeacutem podem abranger distintas re-
ferecircncias a doutrinas religiosas e mesmo a
recusa agrave religiosidade ou expressa afirma-
ccedilatildeo da crenccedila de que Deus natildeo existe
Que situaccedilotildees ou demandas atuais a Psi-
cologia tem discutido e que estatildeo ligadas
diretamente ao tema
TATIANE ndash Podemos citar os atuais
discursos fundamentalistas contra o ca-
samento gay e a diversidade sexual e de
gecircnero a questatildeo da legalizaccedilatildeo do aborto
e Lei do Nascituro intoleracircncia religiosa
e racismo aleacutem da discussatildeo sobre a pre-
dominacircncia dos discursos religiosos e im-
posiccedilatildeo de praacuteticas religiosas nas propos-
tas de projeto terapecircutico da maioria das
comunidades terapecircuticas Muitas dessas
demandas estatildeo ligadas a um discurso
preconceituoso que busca se esconder atra-
veacutes de argumentos em defesa de valores
da vida e da famiacutelia e que no fundo im-
potildeem suas proacuteprias ideologias contraacuterias
agraves liberdades de expressatildeo e dos direitos
humanos violando as diferentes formas do
indiviacuteduo ser no mundo
TATIANA ndash O projeto de decreto legis-
lativo que pretendia incidir sobre a normativa
da Psicologia no que se refere agrave homossexu-
alidade e aos paracircmetros eacuteticos para o exer-
ciacutecio profissional eacute um exemplo O discurso
religioso que incide na desqualificaccedilatildeo moral
de demandas de mulheres por direitos repro-
dutivos novas configuraccedilotildees familiares uso
de drogas e seu tratamento todas essas satildeo
questotildees que tangenciam a laicidade da Psi-
cologia A posiccedilatildeo da Psicologia natildeo se pauta
em uma dada moralidade pressuposta como
verdadeira mas leva em consideraccedilatildeo a com-
plexidade das determinaccedilotildees soacutecio-culturais
para compreender a situaccedilatildeo particular de
vida e escolhas de indiviacuteduos
Por que devemos pensar em praacuteticas da
Psicologia baseadas na laicidade
EDUARDO ndash O trabalho doa
psicoacutelogoa deve estar alicerccedilado nas ci-
ecircncias psicoloacutegicas e nos direitos humanos
ao inveacutes de crenccedilas individuais Assim as
praacuteticas psicoloacutegicas estaratildeo promovendo
Tatiane Baggio Psicoacuteloga conselheira do CRPRS membro dos GTs Nacional e Regional de Laicidade
Eduardo HoffmannPsicoacutelogo conselheiro do CRPRS membro dos GTs Nacional e Regional de Laicidade
Luciana Fernandes Marques Psicoacuteloga Mestre em Psicologia Social e da Personalidade e Doutora em Psicologia pela PUCRS Poacutes-Doutorado em Psicologia pela UFRGS e pelo ISCTE-IUL Lisboa Membro do Grupo de Trabalho Psicologia e Religiatildeo da Associaccedilatildeo Nacional de Pesquisa e Poacutes-Graduaccedilatildeo em Psicologia e da International Association for the Psychology of Religion
Tatiana LionccediloPsicoacuteloga Mestre e Doutora em Psicologia pela Universidade de Brasiacutelia conselheira do CRP-01 Integra o GT Nacional ldquoPsicologia Religiatildeo e Laicidaderdquo do CFP
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a sauacutede e a qualidade de vida da popula-
ccedilatildeo para que cada sujeito pense e se po-
sicione de forma criacutetica e consciente sobre
como pretende viver sua crenccedila As praacuteti-
cas psicoloacutegicas devem estar baseadas na
laicidade por um respeito ao ser humano
e toda diversidade de crenccedilas e formas de
expressaacute-la apenas sendo laica a Psicolo-
gia poderaacute acolher essa diversidade
LUCIANA ndash Devemos pensar em
praacuteticas baseadas na laicidade para man-
ter a afiliaccedilatildeo da Psicologia agrave ciecircncia tra-
dicional Mas boa parte da ciecircncia eacute ino-
var desbravar novos caminhos antecipar
problemas e soluccedilotildees entatildeo a boa ciecircncia
eacute provisoacuteria questionaacutevel (auto)reflexi-
va e bastante (auto)criacutetica Nesse sentido
a Psicologia tambeacutem natildeo deve se fechar
demasiadamente em roacutetulos mas manter
foacuteruns de diaacutelogo com a ciecircncia e com a
comunidade estando atenta a exageros no
exerciacutecio profissional
TATIANA ndash A Psicologia reconhe-
ce a diversidade social e portanto tam-
beacutem reconhece a diversidade religiosa e
a existecircncia de grupos e indiviacuteduos que
natildeo adotam religiatildeo A espiritualidade eacute
uma importante dimensatildeo da subjetivi-
dade embora natildeo dependa necessaria-
mente da religiosidade e a Psicologia
expressamente se afirma contraacuteria a toda
forma de fundamentalismo religioso ou
seja modos de imposiccedilatildeo de moralidades
com base em preceitos religiosos resguar-
dando o reconhecimento da diversidade
social cultural e subjetiva
A Psicologia pode dialogar com a espiri-
tualidade e a religiatildeo se mantendo laica
De que forma isso se traduz na praacutetica
doa psicoacutelogoa
EDUARDO ndash A Psicologia dialoga
com a espiritualidade e a religiatildeo se man-
tendo laica quando natildeo induz a convicccedilotildees
religiosas conforme estaacute previsto em nosso
Coacutedigo de Eacutetica art 2ordm aliacutenea b Seus cons-
tructos e epistemologias se originam e se
orientam na ciecircncia e natildeo na teologia Isso
se traduz na praacutetica psicoloacutegica por uma
postura eacutetica em olhar o ser humano em
sua integralidade e natildeo a partir de um vieacutes
religiosoespiritual apenas Tambeacutem se tra-
duz aoagrave psicoacutelogoa quando se utiliza de
intervenccedilotildees e praacuteticas que satildeo aceitas e re-
conhecidas pelas ciecircncias psicoloacutegicas
LUCIANA ndash Enquanto categoria pro-
fissional a Psicologia eacute laica natildeo adota ne-
nhuma religiatildeo em particular mas estuda
a relaccedilatildeo da religiosidadeespiritualidade
com a sauacutede e sua expressatildeo no compor-
tamento humano Por temor da Psicolo-
gia natildeo ser reconhecida como ciecircncia haacute
excessiva cautela em aplicar esse conhe-
cimento na atuaccedilatildeo profissional do psicoacute-
logo ndash embora tenha diminuiacutedo muito na
uacuteltima deacutecada Na praacutetica do psicoacutelogo
isso se traduz no reconhecimento de que
a religiosidadeespiritualidade eacute uma di-
mensatildeo humana imbricada com todas as
outras dimensotildees e que pode ser fonte tan-
to de sauacutede quanto de adoecimento
TATIANA ndash O profissional de Psico-
logia deve considerar a religiosidade e a
espiritualidade quando forem expressas
pelas pessoas como significativas em seus
modos de subjetivaccedilatildeo e vida Assim como
eacute equiacutevoco eacutetico associar a sua proacutepria feacute
religiosa no exerciacutecio profissional o profis-
entrevista
SAIBA MAISCaderno de Deliberaccedilotildees VIII CNP Eixo II ndash Contribuiccedilotildees eacuteticas poliacuteticas e teacutecnicas nos processos de trabalho proposta 214 ldquoOrientaccedilatildeo laicidaderdquo paacutegina 37 httpbitlycad8cnp
Coacutedigo de Eacuteticawwwcrprsorgbrcodigoetica
Movimento Estrateacutegico do Estado Laicowwwmeelorgbr
entre linhas | out-nov-dez 2014 15
sional viola o coacutedigo de eacutetica ao desconsi-
derar inferiorizar ou mesmo patologizar a
expressatildeo de feacute de pessoas que se coloquem
sob seus cuidados A importacircncia da manu-
tenccedilatildeo da laicidade no exerciacutecio profissio-
nal eacute justamente a de garantir o reconheci-
mento de subjetividades na perspectiva da
alteridade ou seja considerando o campo
de significaccedilotildees dos proacuteprios sujeitos em
seus modos de vida e de subjetivaccedilatildeo
De que forma a Psicologia pode contri-
buir para o fortalecimento do Estado Lai-
co e ao mesmo tempo combater situa-
ccedilotildees de violaccedilotildees de direito
TATIANE ndash A consideraccedilatildeo das di-
ferenccedilas morais culturais religiosas e das
praacuteticas sociais eacute fundamental para a cons-
truccedilatildeo da democracia sendo o Estado lai-
co a condiccedilatildeo para que as diferenccedilas natildeo
sejam assoladas por projetos poliacuteticos de
segregaccedilatildeo marginalizaccedilatildeo e desqualifica-
ccedilatildeo Eacute preciso buscar o diaacutelogo entre a Psi-
cologia e outras categorias profissionais
somar-se agraves parcerias com grupos sociais
falar sobre esses temas junto agrave sociedade
LUCIANA ndash A Psicologia pode con-
tribuir para o Estado Laico adotando uma
postura de respeito pela diversidade reli-
giosaespiritual de escuta das variadas
proposiccedilotildees e engajamento em discussotildees
muacuteltiplas que incluam tanto profissionais
pesquisadores quanto pessoas da comuni-
dade e oriundas das variadas tradiccedilotildees
TATIANA ndash A Psicologia eacute um im-
portante ator social de enfrentamento do
fundamentalismo religioso ao reafirmar a
necessidade de reconhecimento e respeito
agrave diversidade social e agrave diversidade subje-
tiva Desde 2013 a Psicologia tem integra-
do o Movimento Estrateacutegico pelo Estado
Laico organizaccedilatildeo que contou com o CFP
em sua articulaccedilatildeo e que agora conta com
apoio do Sistema Conselhos
Como oa psicoacutelogoa pode trabalhar sua
proacutepria crenccedila religiosa e sua espirituali-
dade sem que isso interfira em sua praacutetica
EDUARDO ndash Separando uma da ou-
tra natildeo vinculando em sua praacutetica pro-
fissional e natildeo usando sua proacutepria crenccedila
como um diferencial profissional
LUCIANA ndash Talvez seja interessante
que sua espiritualidade interfira na praacutetica
profissional Natildeo podemos supor que a reli-
giatildeo ou espiritualidade possuem uma inter-
ferecircncia negativa tomando exemplos nega-
tivos como o caso da cura gay O problema
natildeo eacute a religiatildeo eacute o que as pessoas fazem a
partir dela O sujeito fanaacutetico fundamenta-
lista e extremista levaraacute essas caracteriacutesticas
consigo mesmo sendo ateu Se ter crenccedilas
e espiritualidade eacute ter um bom coraccedilatildeo pa-
rece urgente que essa interferecircncia ocorra
Natildeo precisamos de mais profissionais tec-
nicistas e pouco humanizados
TATIANA ndash Como quaisquer outros
fatores pessoais reservando para si espa-
ccedilo de elaboraccedilatildeo de seu proacuteprio campo de
significaccedilotildees sobre o mundo a vida e si
mesmo Como outras convicccedilotildees morais
o profissional deve saber manter distacircn-
cia entre seus proacuteprios valores pessoais e
os valores e modos de vida de outrem de
modo a natildeo reduzir o outro a si mesmo
Este eacute um exerciacutecio eacutetico que exige anaacutelise
pessoal e supervisatildeo-intervisatildeo na condu-
ccedilatildeo dos trabalhos
SAIBA MAISCRPRS participou do Seminaacuterio Nacional do Movimento Estrateacutegico pelo Estado Laico (MEEL) realizado de 26 a 28 de agosto em Brasiacutelia httpbitlyCRPRS_Meel
Manifesto do Movimento Estrateacutegico pelo estado laicohttpbitlymanifesto_MEEL
16 entre linhas | out-nov-dez 2014
controle social
Controle Social e a PsicologiaControle Social eacute aquele que o cidadatildeo
em um contexto democraacutetico pode exercer sobre o Estado por meio da participaccedilatildeo na gestatildeo da fiscalizaccedilatildeo do monitoramento e do controle das accedilotildees da administraccedilatildeo puacuteblica o acompanhamento das poliacuteticas sendo assim um importante mecanismo de fortalecimento da cidadania
De forma geral a participaccedilatildeo no Con-trole Social permite que os cidadatildeos possam intervir na tomada da decisatildeo administrati-va orientando a administraccedilatildeo puacuteblica para que adote medidas que realmente atendam ao interesse puacuteblico e ao mesmo tempo possam exercer controle sobre a accedilatildeo do Es-tado exigindo que o gestor puacuteblico preste contas de sua atuaccedilatildeo Esse envolvimento na gestatildeo puacuteblica eacute um direito assegurado pela Constituiccedilatildeo Federal permitindo que os cidadatildeos natildeo soacute participem da formu-laccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem fiscalizem de forma permanente a aplicaccedilatildeo dos recursos puacuteblicos
O Conselho Regional de Psicologia
do Rio Grande do Sul (CRPRS) e o Con-
selho Federal de Psicologia (CFP) esti-
mulam a participaccedilatildeo dosas psicoacutelogos
as nas instacircncias de controle social por
acreditar que o conhecimento teacutecnico dos
profissionais da aacuterea pode contribuir na
construccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas Aleacutem disso seus representantes a partir de suas regiotildees de intervenccedilatildeo tornam-se inter-locutores e referecircncia para osas demais psicoacutelogosas locais ampliando assim o debate da Psicologia como protagonista das poliacuteticas puacuteblicas das diversas regiotildees
Atualmente o CRPRS possui cadeiras em diversos conselhos de direito e estaacute aberto a assumir novas vagas de acordo com seus posicionamentos Eacute importan-te destacar que a representaccedilatildeo feita pelo profissional da Psicologia nos espaccedilos de controle social natildeo possui caraacuteter indivi-dual deve expressar concepccedilotildees orienta-ccedilotildees e diretrizes formuladas ou definidas pela categoria Ao assumir o lugar de re-presentaccedilatildeo na instacircncia de controle so-cial oa psicoacutelogoa compromete-se a defender necessariamente as orientaccedilotildees e posicionamentos do Conselho Regional de Psicologia assim como os do Conselho Federal de Psicologia frente agraves questotildees que se encontram em debate
SAIBA MAIS Acesse wwwcrprsorgbrcontrolesocial para saber mais sobre Con-trole Social Duacutevidas poderatildeo ser escla-recidas pelo e-mail crepopcrprsorgbr
AacuteREA ABRANGEcircNCIA
Sauacutede Estadual e Municipal
Assistecircncia Social Estadual e Municipal
Direitos da Crianccedila e do Adolescente Municipal
Poliacuteticas sobre Drogas Estadual e Municipal
Direitos da Mulher Municipal
Os espaccedilos de atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos no controle social satildeo
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Municiacutepios onde CRPRS tem representaccedilotildees no Controle Social
Quer representar o CRPRS nos Conselhos de Direito
Conselhos de Direitos
Se vocecirc eacute psicoacutelogoa e tem interesse em re-
presentar o CRPRS em algum conselho de direi-
to acesse o Cadastro de Interesse de Psicoacutelogoa
ndash Representaccedilatildeo no Controle Social
Disponiacutevel em wwwcrprsorgbrcontro-
lesocial O pedido seraacute avaliado considerando
os criteacuterios estabelecidos para se constituir a
representaccedilatildeo e interesses do CRPRS Os repre-
sentantes devem participar das atividades pro-
movidas pelo CRPRS
Criteacuterios para candidatar-se agrave representaccedilatildeo
bull Ser psicoacutelogao devidamente inscrito no
CRPRS
bull Preencher cadastro de interesse em www
crprsorgbrcontrolesocial
bull Ter conhecimentoaproximaccedilatildeo relaciona-
do agrave temaacutetica e ao municiacutepio do Conselho
de direito
bull Estar adimplente com as anuidades do CRPRS
bull Disponibilizar-se a participar sistematica-
mente das reuniotildees da Comissatildeo de Poliacuteticas
Puacuteblicas (sede) ou Nuacutecleos de Poliacuteticas Puacutebli-
cas (subsedes) e dos encontros de discussatildeo
do controle social promovidos pelo CRPRS
O CRPRS recebe pedidos para indicaccedilatildeo de
psicoacutelogosas para assumir vagas em Conselho
de Direitos Apoacutes aprovada a participaccedilatildeo do
CRPRS na instacircncia e realizada a indicaccedilatildeo de ti-
tular e suplente para a vaga por meio da Comis-
satildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas (sede) dos Nuacutecleos de
Poliacuteticas Puacuteblicas (nas subsedes) ou dos nuacutecleos
gestores das subsedes eacute feita a comunicaccedilatildeo ofi-
cial agrave instituiccedilatildeo solicitante
Conselhos de Direito que tenham interesse
em ter o CRPRS compondo seu conjunto de con-
selheiros devem acessar o Cadastro de interesse
de Conselho de Direito ndash Representaccedilatildeo no Con-
trole Social disponiacutevel em wwwcrprsorgbr
controlesocial
18 entre linhas | out-nov-dez 2014
O que eacute ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacuteblicas O que fazer quando se estaacute por laacute
O que satildeo as poliacuteticas puacutebli-cas para osas psicoacutelogosas Aleacutem de um campo de atuaccedilatildeo no qual se materializam direitos constitucionais um mercado de trabalho em franca expansatildeo Eacute possiacutevel pensar o trabalho como sendo um ofiacutecio Enquanto fabri-cam produtos os homens se pro-duzem Pensando sobre o ofiacutecio doa psicoacutelogoa qual o objeto de seu fazer Que ferramentas ele usa Qual meacutetodo orienta sua accedilatildeo Qual objetoobjetivo a ser produzido com o seu trabalho
O contexto que engendrou a profissatildeo do psicoacutelogo definiu o indiviacuteduo e suas relaccedilotildees consigo mesmo como objeto de trabalho a psicoterapia e o aconselhamen-to ndash seja individuais ou grupal ndash orientada por um diagnoacutestico psicopatoloacutegico como instru-mentomeacutetodo de excelecircncia para a intervenccedilatildeo e a diminui-ccedilatildeo do sofrimento daquele que se atende como objetivo a ser alcanccedilado com a intervenccedilatildeo As demandas oriundas das po-liacuteticas puacuteblicas tecircm exigido uma releitura tanto no nosso objetoobjetivo de trabalho quanto do nosso instrumento prioritaacuterio para a intervenccedilatildeo As poliacuteticas puacuteblicas definem em seus mar-
cos normativos accedilotildees intencio-nais do Estado voltadas para as coletividades O objeto de traba-lho desenhado satildeo as relaccedilotildees estabelecidas entre o indiviacuteduo e os coletivos construiacutedas em seus territoacuterios de vida O meacutetodo preconizado eacute o de articulaccedilatildeo de diversas ofertas do Estado e das comunidades para atender as muacuteltiplas necessidades dos sujei-tos dos grupos e dos territoacuterios A produccedilatildeo de autonomia e cons-truccedilatildeo da cidadania estatildeo postas como horizontes aos quais se al-meja chegar com as intervenccedilotildees
Ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacuteblicas significa re-conhecer a mudanccedila da oficina na qual passamos a trabalhar Eacute estar disposto a alinhar nosso objetoobjetivo de trabalho com aquele traccedilados nas diretrizes que orientam a poliacutetica puacuteblica na qual atuamos E ainda colo-car nossas competecircncias e habi-lidades na direccedilatildeo da defesa ra-dical da autonomia dos sujeitos e das coletividades e da construccedilatildeo de uma cidadania ativa
Ainda que as intencionalida-des das poliacuteticas puacuteblicas estejam alinhadas aos marcos constitucio-nais do Estado brasileiro o cam-po do puacuteblico eacute formado por con-
crepop
tradiccedilotildees estruturais e interesses diversos Ele se constroacutei marca-do por disputas Eacute mister analisar com quais interesses nossas praacute-ticas encontram-se alinhadas A que forccedilas estamos servindo Em que direccedilatildeo nossas habilidades e competecircncias estatildeo sendo convo-cadas Que trabalhos essas con-vocaccedilotildees estatildeo produzindo Eacute na leitura cuidadosa deste campo de tensatildeo e na construccedilatildeo de respos-tas a estas e outras questotildees que osas oficineirosas psicoacutelogosas estatildeo trabalhando na remo-delaccedilatildeo da Psicologia enquanto ofiacutecio podendo assim contribuir efetivamente para a consolidaccedilatildeo do Estado Democraacutetico de Direi-to no Brasil
Andreacute Sales Assessor Teacutecnico de Poliacuteticas Puacuteblicas
Edson Knevitz Silva e Fernanda Carrion Estagiaacuterios
Alexandra Ximendes Conselheira de Referecircncia
Acesse wwwcrprsorgbren-trelinhas68 e leia o texto do Crepop na iacutentegra
entre linhas | out-nov-dez 2014 19
Orientaccedilotildees aosagraves profissionais que atuam na Cliacutenica Psicoloacutegica em consultoacuterio
orientaccedilatildeoRe
cort
e e
cole
cion
e
Aacuterea TeacutecnicaLucio Fernando Garcia ndash Coord da Aacuterea Teacutecnica
Adriana Dal Orsoletta ndash Psicoacuteloga FiscalFlavia Cardozo de Mattos ndash Psicoacuteloga Fiscal
Leticia Giannechini ndash Psicoacuteloga FiscalLucia Regina Cogo ndash Psicoacuteloga Fiscal
Para atuaccedilatildeo na Cliacutenica (atendimento psi-coloacutegico avaliaccedilatildeo psicoloacutegica e psicoterapia) oa psicoacutelogoa deve estar regularmente ins-crito no CRPRS no Instituto Nacional de Se-guridade Social (INSS) de sua cidade e junto agrave Prefeitura Municipal para cadastro de ISSQN
OA profissional deve tambeacutem escolher um espaccedilo fiacutesico adequado considerando si-gilo e confidencialidade aleacutem de lugar apro-priado para a guarda do material teacutecnico e de atendimento Eacute obrigatoacuterio o registro docu-mental sobre a prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacute-gicos que natildeo puder ser mantido prioritaria-mente sob a forma de prontuaacuterio psicoloacutegico por razotildees que envolvam a restriccedilatildeo do com-partilhamento de informaccedilotildees com o usuaacuterio eou beneficiaacuterio do serviccedilo prestado
O registro documental em papel ou informatizado tem caraacuteter sigiloso e reuacute-ne informaccedilotildees que contemplam de forma sucinta o trabalho prestado a descriccedilatildeo e a evoluccedilatildeo do caso e os procedimentos teacutecnico-cientiacuteficos adotados Deve ser man-tido permanentemente atualizado e organi-zado peloa psicoacutelogoa que acompanha o procedimento A guarda desses registros de atendimento individual ou de grupo eacute de responsabilidade doa profissional psicoacutelogoa e obedece ao disposto no Coacutedi-go de Eacutetica Profissional e agrave Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Documen-tos Escritos produzidos peloa psicoacutelogoa decorrente de avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
OA psicoacutelogoa ao anunciar seus ser-viccedilos indicaraacute sempre seu nome (pessoa fiacute-sica) e o nuacutemero de inscriccedilatildeo (nordm CRP) bem como as capacitaccedilotildees que possua e endere-ccedilo atualizado para contato
Ao estabelecer um contrato de serviccedilos deveraacute levar em conta os direitos dos usu-
aacuterios ou beneficiaacuterios dos serviccedilos confor-me Artigo 1deg aliacutenea d do Coacutedigo de Eacutetica Profissional doa Psicoacutelogoa Incluindo a atenccedilatildeo a outras legislaccedilotildees como o Coacutedi-go de Proteccedilatildeo e de Defesa do Consumidor
Para pautar seus honoraacuterios oa psicoacutelogoa poderaacute utilizar a Tabela Refe-rencial de Honoraacuterios que eacute disponibilizada pelo Sistema Conselhos sendo sua elabora-ccedilatildeo e atualizaccedilatildeo feitas pela FENAPSI ndash Fe-deraccedilatildeo Nacional dos Psicoacutelogos e CFP Os valores satildeo meramente sugestivos e natildeo haacute obrigatoriedade de adotaacute-los Tambeacutem eacute pos-siacutevel disponibilizar atendimentos psicoloacutegi-cos por meio de planos de sauacutede devendo procurar diretamente a operadora de planos de sauacutede para informaccedilotildees sobre a forma de contrataccedilatildeo Tambeacutem a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) pelo site wwwansgovbr ou pelo telefone 0800-7019656
Lembrando que para o exerciacutecio profissio-nal adequado oa profissional deve pautar-se na constante atualizaccedilatildeo mantendo-se cons-tantemente atualizado teoacuterica teacutecnica e etica-mente e estar atento agraves resoluccedilotildees da profissatildeo e demais legislaccedilotildees que envolvam o atendi-mento de pacientes Afinal oa psicoacutelogoa em seu consultoacuterio tambeacutem eacute uma profissio-nal que se ocupa da sauacutede coletiva
A Aacuterea Teacutecnica do CRPRS estaacute agrave disposiccedilatildeo da categoria e da sociedade para orientaccedilatildeoPelo e-mail orienteccrprsorgbr | Pelo
telefone (51) 3334-6799 | Pessoalmente na sede do CRPRS em Porto Alegre de segunda a quarta das 9h agraves 17h e quinta e sexta das 9h agraves 12h
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USO EXCLUSIVO DOS CORREIOS
[ ] ausente [ ] endereccedilo insuficiente [ ] falecido [ ] natildeo existe o nuacutemero indicado [ ] recusado [ ] desconhecido [ ] natildeo procurado [ ] infporteirosiacutendico [ ] mudou-se [ ] outros (especificar)
______________ _________________________ data rubrica do responsaacutevel
_________________________
VISTO
agenda
Curso
Psicologia Aplicada agrave Aviaccedilatildeo19 a 30012015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 35198221 (51) 95518221bauerrosanagmailcom wwwabordofatoreshumanoscombr
Curso de Aperfeiccediloamento em Terapias CognitivasIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33323249danielalumertzwainerpsicologiacombr wwwwainerpsicologiacombr
ExtensatildeoPrograma de atualizaccedilatildeo em Terapia Cognitiva-comportamentalInscriccedilotildees ateacute 15122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 92514066f3representacaogmailcom
Formaccedilatildeo
Formaccedilatildeo em Terapia do EsquemaIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33323249danielalumertzwainerpsicologiacombr wwwwainerpsicologiacombrensino
Formaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica05032015 a 15122017Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33334801ieppieppcombr wwwieppcombr
Endereccedilo para DevoluccedilatildeoAgecircncia de Correios Avenida Protaacutesio Alves - CEP 90410-970
Formaccedilatildeo em Psicoterapia Psicanaliacutetica Iniacutecio em 10032015 Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33313781 (51) 92497139 contatogaepsicombr wwwgaepsicombr
Especializaccedilatildeo
Especializaccedilatildeo na Teoria e Teacutecnica de Intervenccedilatildeo na Relaccedilatildeo Pais-BebecircsInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica ndash AdultosInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica da AdolescecircnciaInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Neuropsicologia CliacutenicaIniacutecio em 27022015FlorianoacutepolisSC Informaccedilotildees (61) 32263002 (61) 81299428weberibneurocombr wwwibneurocombr
Especializaccedilatildeo Instituiccedilotildees em AnaacuteliseIniacutecio em 13032015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33082926 (somente sextas-feiras agrave tarde)instemanaliseufrgsbr httpbitly1vhZBeB
Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo AnaliacuteticaIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33305655crsilvahcpaufrgsbr wwwcelgorgbr
Especializaccedilatildeo em Psicoterapia PsicanaliacuteticaIniacutecio em 11032015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 32096524esippesippcombr wwwesippcombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia CognitivaIniacutecio em 01042015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 32735224 (51) 80234890portoalegre1institutowpcom wwwinstitutowpcom
Jornada
XI Jornada CELPCYRO sobre Sauacutede Mental26062015Porto Alegre RSInformaccedilotildees (51) 33884944atendimentogweventoscombr wwwcelpcyro2015eventizecombr
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relaccedilotildees raciais
Valter da Mata ndash Psicoacutelogo mestre em Psicologia Social estudioso de Psicologia e Relaccedilotildees Raciais professor da Unime ndash Lauro de Freitas e da Faculdade da Cidade do Salvador Membro da Comissatildeo Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia
Conceito utilizado por pesquisadores das relaccedilotildees raciais que diz respeito agrave construccedilatildeo soacutecio-histoacuteria em que ser branco eacute tido como norma essecircncia
SAIBA MAISLeia entrevistas na iacutentegra em wwwcrprsorgbrentrelinhas68
Deacutebora Barbosa Bauermann ndash Psicoacuteloga Analista de Accedilatildeo Social Jr do Nuacutecleo de Estudos Afro-brasileiros e Indiacutegenas ndash Neabi da Unisinos Saiba mais sobre o Neabi em wwwcrprsorgbrentrelinhas68
Relaccedilotildees raciais e produccedilatildeo de subjetividade
A questatildeo racial permeia as relaccedilotildees interpessoais e subjetivas Diante disso de que forma a Psicologia vem discutindo os efeitos do preconceito racial na constitui-ccedilatildeo da subjetividade de negros e brancos Como osas psicoacutelogosas podem contri-buir em seu cotidiano de trabalho ndash seja ele em poliacuteticas puacuteblicas cliacutenicas privadas ou organizaccedilotildees ndash para combater o racismo
Para aqueles que se dedicam ao campo das relaccedilotildees raciais reconhecer que vive-mos em uma sociedade racista eacute o primei-ro passo para enfrentar esse problema e corrigir desigualdades
Valter da Mata defende a necessidade de superar a crenccedila da existecircncia de uma democracia racial ldquoBoa parte dos brasilei-ros acredita que natildeo existe racismo no Brasil e sim discriminaccedilatildeo social Segundo essa
crenccedila negros e indiacutegenas brasileiros natildeo so-freriam discriminaccedilatildeo se tivessem dinheiro e vivessem uma vida que ilustrasse essa pos-serdquo Para o psicoacutelogo muitas vezes as praacuteti-cas racistas fazem parte do repertoacuterio com-portamental doa proacuteprioa psicoacutelogoa
Deacutebora Barbosa Bauermann acredita que o racismo eacute um problema estrutural de nosso paiacutes vivenciado pelos sujeitos negros mas com pouca visibilidade devi-do agrave branquitude normativa em que nos subjetivamos ldquoAfinal o lsquoracismo agrave brasi-leirarsquo pode ser considerado como um lsquora-cismo sem racistasrsquo como aponta pesquisa do Instituto Data Popularrdquo Dados prelimi-nares dessa pesquisa divulgados em 2014 apontam que 92 dos brasileiros conside-ram que existe racismo no Brasil mas so-mente 13 se considera racista
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relaccedilotildees raciais
Isso reflete o pensamento de que ser ra-cista eacute ter uma atitude pontual discrimina-toacuteria contra negros ldquoEacute muito comum escu-tarmos falas como lsquonatildeo sou racista tenho amigos negrosrsquo ou lsquonatildeo sou racista minha bisavoacute era negrarsquo O racismo estaacute sempre fora no outro Muitos de noacutes psicoacutelogosas ainda dizemos lsquonatildeo sou racista trato to-dos usuaacuteriospacientesclientes iguaisrsquo Precisamos avanccedilar nesse sentido e buscar a equidaderdquo afirma Deacutebora
Para Valter a cultura brasileira de uma forma geral eacute atravessada pelo machismo racismo e a homofobia ldquoEstar fora desses grupos de privileacutegio significa em maior ou menor grau ser viacutetima de discrimina-ccedilatildeo As instituiccedilotildees continuam produzin-do discriminaccedilotildees baseadas na cor da pele dentre outros traccedilotildees fenotoacutepicosrdquo
Aleacutem disso a visatildeo eurocecircntrica e detur-pada a respeito da contribuiccedilatildeo dos negros para formaccedilatildeo do Brasil natildeo contempla a diversidade eacutetnico-racial ldquoDissemina estere-oacutetipos negativos de tudo que se refere ao con-tinente africano As escolas ainda hoje repro-duzem a histoacuteria do negro contada somente a partir da escravidatildeo e de forma distorcida como se tivessem aceitado passivamente o re-gime escravocratardquo explica Deacutebora
Surgem a partir disso os efeitos do ra-cismo ou do preconceito que incidem di-retamente na construccedilatildeo da identidade e formaccedilatildeo da autoestima ldquoEmbora a consti-tuiccedilatildeo diga que somos todos iguais perante a lei accedilotildees racistas perpetuadas ao longo dos anos cristalizaram sentimentos de infe-rioridade e de natildeo pertencimento a muitos de noacutes negros brasileirosrdquo afirmam as psi-coacutelogas Glaucia Fontoura e Eliana Xavier
Taiasmin Ohnmacht destaca que haacute um padratildeo social que divide a populaccedilatildeo
em branco e natildeo branco elege o branco como padratildeo de normalidade a ser segui-do e com isso estabelece uma relaccedilatildeo hie-raacuterquica de poder entre esses grupos ldquoO preconceito racial como todos os precon-ceitos conduz a um tipo de negaccedilatildeo das diferenccedilas que acaba por ser um apaga-mento do outro enquanto pessoa que deve ter seus direitos respeitados pelo Estado e pela sociedaderdquo
Devido a isso Valter acredita que os natildeo brancos tendem a se constituir de forma conflituosa e dolorosa ldquoNatildeo res-tando outras formas possiacuteveis de identi-ficaccedilatildeo cabe a esses sujeitos a construccedilatildeo identitaacuteria fragilizada e fundamentada no branqueamentordquo
Para os negros conviver com referecircn-cias na cultura que estejam associadas ape-nas agrave escravidatildeo ou a lugares marginaliza-dos eacute uma violecircncia social intriacutenseca com a qual o negro tem que lidar rdquoNatildeo eacute um percurso que se faccedila sem arranjar algumas feridas eacute preciso reconstruir sua autoesti-ma e o significado de sua identidade negra para si mesmo e ainda sustentaacute-la perante a comunidade brancardquo declara Taiasmin Outro efeito do racismo extremamente perverso eacute a culpabilizaccedilatildeo dos sujeitos negros pela discriminaccedilatildeo sofrida ldquoEscu-tamos muitas falas como lsquoo negro que dis-crimina a si proacutepriorsquo Precisamos ampliar nossa escuta e natildeo sermos reprodutores de ideais como esse em que o branco devolve o problema da discriminaccedilatildeo racial para o sujeito negrordquo afirma Deacutebora
OsAs psicoacutelogosas tecircm importante participaccedilatildeo na mudanccedila dessa realidade Eacute necessaacuterio trabalhar na construccedilatildeo de sentidos positivos centralizados na negri-tude que ande na contramatildeo da construccedilatildeo
Glaucia Fontoura ndash Psicoacuteloga Membro da Articulaccedilatildeo de Psicoacutelogas(os) Negras(os) e Pesquisadoras(es) ndash ANPSINEP Saiba mais sobre a ANPSINEP em wwwcrprsorgbrentrelinhas68
Eliana Xavier ndash Psicoacuteloga mestranda no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Psicologia pela PUCRS Taiasmin Ohnmacht ndash Psicoacuteloga poacutes-graduada em Assessoria Linguiacutestica
SAIBA MAISRelaccedilotildees Raciais Referecircncias Teacutecnicas para a Praacutetica do(a) Psicoacutelogo(a)httpbitlyCREPOP_Relacoes_Raciais
EntreLinhas nordm 61 ndash Reportagem ldquoA questatildeo racial e os Direitos Humanosrdquo httpbitlyentrelinhas61 Debate ldquoRacismo O que a psicologia tem a ver com issordquo realizado no CRPRS em 2012httpbitlydebate_racismo2012
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social do branco como agente central ldquoA construccedilatildeo da identidade positiva somen-te seraacute possiacutevel quando estabelecermos uma relaccedilatildeo profiacutecua com o nosso corpo mesmo que esse corpo natildeo corresponda ao ideaacuterio cultural vigente dessa sociedade racistardquo defendem Glaucia e Eliana
ldquoPrecisamos ser sensiacuteveis ao sofrimen-to psiacutequico e agraves exclusotildees causadas pelo racismo e que muitas vezes os proacuteprios sujeitos negros natildeo conseguiratildeo nomeaacute-lo Trazer agrave tona a suposta neutralidade do branco que faz com que uma grande par-cela da sociedade tenha privileacutegios e natildeo os perceba pois eacute um lugar naturalizado Natildeo podemos ser reprodutores desta ide-ologia em nossas praacuteticas profissionais A branquitude precisa ser desvelada se real-mente buscamos contribuir com a luta an-tirracistardquo acredita Deacutebora
Em 2014 diversos episoacutedios de ra-cismo e injuacuteria racial ocorridos no Rio
Grande do Sul ganharam visibilidade na-cional evidenciando a necessidade de se ampliar o debate
ldquoOs episoacutedios nos mostraram que vive-mos em um estado racista e preconceituo-so de diversas formasrdquo destaca Taiasmin Para ela o apoio aos responsaacuteveis pelos atos discriminatoacuterios procurando rever-ter a agressatildeo culpando a proacutepria viacutetima eacute preocupante ldquoNatildeo considero acaso que um deputado com uma fala extremamente agressiva contra as minorias tenha se elegi-do como um dos mais votados no estadordquo
Na opiniatildeo de Glaucia e Eliana esses episoacutedios representaram uma vitoacuteria do movimento negro ldquoOs recentes eventos escancaram uma parte do que a populaccedilatildeo negra vivencia no seu cotidiano nas rela-ccedilotildees com as instituiccedilotildees da sauacutede traba-lho educaccedilatildeordquo
Como psicoacuteloga negra Taiasmin relata a necessidade que muitos profissionais ne-
ENTRELINHAS RECOMENDA
Blogueiras Negrashttpbitlyblogueiras_negras
Livro ldquoO espelho quebrado da branquidaderdquo de Adevanir Pinheiro
Livro ldquoMinha Famiacutelia Eacute Coloridardquo de Georgina Martins
Documentaacuterio ldquoO Lado Negro do Chocolaterdquo de Miki Mistrati
SAIBA MAISConheccedila o trabalho do GT Relaccedilotildees Raciais do CFP acessando wwwcrprsorgbrentrelinhas68
8 entre linhas | out-nov-dez 2014
relaccedilotildees raciais
Racismo Institucional
Psicologia e Relaccedilotildees Raciais
gros tecircm de comprovar sua competecircncia ldquoO negro natildeo corresponde ao imaginaacuterio que as pessoas tecircm dos psicoacutelogos Dificil-mente uma pessoa me vecirc como psicoacuteloga a menos que eu digardquo
O debate em torno das relaccedilotildees raciais se fortalece na medida em que a presenccedila do negro vai crescendo em diferentes es-
feras sociais por meio de poliacuteticas afirma-tivas ldquoAs universidades antes ocupadas somente por brancos comeccedilam a lsquoenegre-cerrsquo Isso incomoda a quem sempre viveu no lsquomundo dos brancosrsquo Alguns muros entre o lsquomundo dos negrosrsquo e o lsquomundo dos brancosrsquo comeccedilam a ser derrubadosrdquo destaca Deacutebora
Presente em diversas situaccedilotildees de nos-so cotidiano o racismo institucional eacute o mais difiacutecil de ser enfrentado por jaacute estar naturalizado em nossa sociedade ldquoEsse tipo de racismo estaacute no dia a dia e passa indiferente As pessoas condenam atitudes de injuacuteria racial e natildeo o racismo institucio-nal que eacute menos expliacutecitordquo afirma Alisson Batista estudante que integra o Coletivo Negraccedilatildeo e que participou de evento no CRPRS sobre racismo institucional O Coletivo Negraccedilatildeo surgiu em torno do ra-cismo institucional enfrentado pelos estu-dantes negros dentro da universidade
No evento Gleidson Dias assessor da
O estudo das relaccedilotildees raciais comeccedilou a ser favorecido pela Psicologia quando a profissatildeo assumiu as discussotildees pautadas pelos movimentos sociais como pertinen-tes agrave categoria ldquoAteacute entatildeo a profissatildeo natildeo assumia as repercussotildees que as questotildees raciais implicam no tecido social e por sua vez na subjetividade humana Natildeo existe neutralidade nesse debate lsquoneutralidadersquo
Comissatildeo de Direitos Humanos da Pro-curadoria Geral do Estado esclareceu a diferenccedila entre o racismo que acontece na instituiccedilatildeo e o racismo institucional ldquoRa-cismo institucional eacute quando normas ou atitudes da instituiccedilatildeo natildeo tecircm em princiacute-pio a intencionalidade de discriminar mas o resultado eacute a discriminaccedilatildeo Estaacute ligado geralmente a conceitos eurocecircntricos do Estado e a privileacutegios da branquituderdquo Como exemplo Gleidson citou o caso de uma menina negra que foi impedida pela Poliacutecia Federal de tirar seu passaporte porque o sistema natildeo permitia fotos com cabelos black power
significa estar ao lado da discriminaccedilatildeordquo afirma Taiasmin
Valter acredita que a Psicologia teve uma importacircncia muito grande na conso-lidaccedilatildeo do racismo e racialismo no Brasil com estudos enviesados que afirmavam que as raccedilas humanas tinham predispo-
siccedilatildeo a determinadas caracteriacutesticas psi-
coloacutegicas como o caraacuteter e a inteligecircncia
Reuniatildeo temaacutetica sobre o tema Racismo Institucional httpbitlyracismo_institucional
Coletivo Negraccedilatildeo httpcoletivonegracao blogspotcombr
ldquoThe Bell Curve Intelligence and Class Structure in American Liferdquo de Richard J Herrnstein e Charles Murray
PARTICIPE DA DISCUSSAtildeOO CRPRS promove o debate das relaccedilotildees raciais nas Comissotildees e Nuacutecleos de Direitos Humanos e Poliacuteticas Puacuteblicas Participe dos encontros e contribua com este debate Acompanhe agenda de reuniotildees em wwwcrprsorgbrcomissoesegts
entre linhas | out-nov-dez 2014 9
artigo
Imigraccedilatildeo em pautaEncontrar um bom trabalho ajudar a
famiacutelia e viver uma vida digna e em paz eacute a expectativa e o sonho de centenas de imigrantes senegaleses haitianos gane-ses entre outros que vieram para o Bra-sil dirigindo-se especificamente para Caxias do Sul e alguns municiacutepios da Serra gauacutecha Essa expectativa reflete a de muitos europeus brasileiros de outras regiotildees do paiacutes fronteiriccedilos e tantos ou-tros que vieram para Caxias em busca de melhores condiccedilotildees de vida
Vemos poreacutem que a xenofobia e o racismo em nossa sociedade apresentam--se fortemente sinalizando que a presen-ccedila de imigrantes principalmente negros eacute um incocircmodo para muitos de noacutes Com isto nos deparamos com notiacutecias de pro-fissionais de diferentes aacutereas esquecendo--se do seu Coacutedigo de Eacutetica Profissional e se negando a atender imigrantes vemos poliacuteticos que desconhecem totalmente a legislaccedilatildeo brasileira a qual protege aquele que nos pede asilo garantindo o acesso aos
Ir Maria do Carmo Santos Gonccedilalves Coordenadora do Centro de Atendimento ao Migrante (CAM)
Vanessa Perini Moojen ndash Assistente Social do Centro de Atendimento ao Migrante (CAM)
Tatiane Baggio Psicoacuteloga Conselheira do CRPRS
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serviccedilos puacuteblicos na qualidade de cidadatildeo vemos ainda pessoas com medo de que os estrangeiros ldquotiremrdquo seu emprego ou seu lugar na fila do meacutedico e surpreenden-temente vemos pessoas que outrora jaacute sofreram preconceito por sua condiccedilatildeo de precariedade social discriminando aqueles que hoje chegam buscando um lugar de trabalho e desenvolvimento social Mas pensando bem se as coisas estatildeo difiacuteceis seraacute que a culpa eacute dos imigrantes Ao con-traacuterio entendemos que garantir o acesso dos brasileiros aos seus direitos natildeo impli-ca a negaccedilatildeo do direito de outros
Ao mesmo tempo vemos cidadatildeos profissionais poliacuteticos e entidades que natildeo medem esforccedilos para auxiliar os imi-grantes na garantia de seus direitos Que trabalham na perspectiva de melhorias e resoluccedilatildeo na situaccedilatildeo de vulnerabilidade que porventura muitos se encontram e ao mesmo tempo no fortalecimento de uma cidadania no mundo cujos direitos satildeo inviolaacuteveis Com o aumento contiacutenuo do fluxo migratoacuterio internacional para o Bra-sil e para Caxias do Sul mostra-se cada vez mais latente a necessidade de plane-jamento e articulaccedilatildeo intersetorial entre o poder puacuteblico e a sociedade civil A I Con-ferecircncia Municipal de Migraccedilatildeo e Refuacutegio 2014 deliberou a formaccedilatildeo de comitecircs que construam estrateacutegias articuladas de in-clusatildeo e integraccedilatildeo social dos imigrantes de modo que possam continuar a contri-buir econocircmica social e culturalmente para o crescimento de Caxias do Sul terra de imigrantes
O CRPRS juntamente com o Sistema Conselhos de Psicologia desenvolveu a
campanha veiculada nacionalmente com o tiacutetulo ldquoO preconceito humilha e a humi-lhaccedilatildeo social faz sofrerrdquo para discutir as questotildees que envolvem as relaccedilotildees raciais Por meio dessa iniciativa afirmamos a ga-rantia de direitos dos imigrantes e reforccedila-mos que para aleacutem do acolhimento da po-pulaccedilatildeo local sejam tambeacutem viabilizadas poliacuteticas que contemplem accedilotildees efetivas para uma vida menos precarizada do mi-grante em nosso territoacuterio
Com base na garantia de direitos pre-vista na Declaraccedilatildeo Universal dos Direi-tos Humanos na Declaraccedilatildeo de Durban firmada por 173 paiacuteses na I Conferecircncia Mundial contra o Racismo a Discrimina-ccedilatildeo Racial a Xenofobia e as Formas Cone-xas de Intoleracircncia em 2001 na Aacutefrica do Sul reafirmando o principio da igualdade e da natildeo discriminaccedilatildeo entre as pessoas e na Constituiccedilatildeo Federal de 1988 foi redigida a lei sobre o racismo no Brasil acrescentando-se o inciso XLII no artigo 5ordm declarando que o racismo eacute um crime inafianccedilaacutevel imprescritiacutevel e sujeito a pena de reclusatildeo
Portanto seguindo a legislaccedilatildeo vi-gente e conforme o debate jaacute afianccedilado nas instacircncias internacionais de garantia dos direitos humanos o CRPRS aleacutem de convidar a populaccedilatildeo a refletir sobre o tema convida a categoria a conhecer a Resoluccedilatildeo nordm 182002 do CFP que estabe-lece normas para atuaccedilatildeo das psicoacutelogas e dos psicoacutelogos em relaccedilatildeo ao preconceito e agrave discriminaccedilatildeo racial Para o CRPRS eacute urgente discutirmos a nossa praacutetica pro-fissional diante desse tema implicado no compromisso social de nossa profissatildeo
entre linhas | out-nov-dez 2014 11entre linhas | out-nov-dez 2014 11
Os fazeres (e prazeres) psi em desvios e contraversos
Ateacute o uacuteltimo ano do ensino meacutedio eu sempre achei que queria e iria cursar Direito Em setembro quando comeccedilaram as inscri-ccedilotildees da UFRGS me dei conta de que o que eu realmente queria eacute que o tempo daquela juventude natildeo acabasse mais Agrave eacutepoca mi-nhas duas melhores amigas resolveram fazer vestibular para Psicologia Assim o iniacutecio de meu percurso pelas praacuteticas e saberes psi se deu pelos disparos da amizade e do desvio
Nos idos de marccedilo num ano em que o veratildeo insistia em continuar foi que de maneira assustadoramente solitaacuteria em-barquei na errante nau a descobrir o mun-do das teorias e conceitos de uma Psicolo-gia agraves vezes candidata agrave ciecircncia agraves vezes transversada em arte Nessa viagem visi-tei uma infinidade de portos ndash de chegada de partida de parada de encontro Aos poucos a solidatildeo comeccedilou a ser povoada e a travessia tornou-se tempo e espaccedilo de constante reinvenccedilatildeo de saberes e praacuteticas
A aposta na escuta como instrumento da potecircncia criativa e criadora de sujeitos e realidades somada ao flerte com o mundo jus fez com que eu buscasse as veredas so-ciais da Psicologia em suas tessituras com os territoacuterios dos direitos humanos e a in-tencionalidade de um fazer cliacutenico-poliacutetico
Dessa maneira cheguei ao mestrado oportunidade para se conhecer e se cons-truir pesquisador entendendo a trama en-sino-pesquisa-extensatildeo como possibilidade para uma formaccedilatildeo em Psicologia que se propusesse ampliada com mais ineditis-mos e menos assepsias Optei por um cam-po de pesquisa que fizesse laccedilo com algum projeto de extensatildeo e portanto problema-tizasse a inserccedilatildeo acadecircmica na comuni-
dade como um dispositivo de accedilatildeo atraveacutes do qual a universidade pode exercer de forma mais intensa sua funccedilatildeo poliacutetica e social Naquele momento pude me inserir no Grupo ESTACcedilAtildeO PSI (Estudo e Accedilatildeo em Poliacuteticas de Subjetivar e Inventar) que prestava assessoria ao projeto de trabalho educativo com jovens em cumprimento de medida socioeducativa implementado na Procuradoria da Repuacuteblica do RS
Por esse encontro com as formas de um viver juvenil entendido e condenado como desviante as categorias Direito Social Psico-logia Cliacutenica Accedilatildeo Poliacutetica se misturavam e coreografavam movimentos que escapavam aos contornos das praacuteticas profissionais e dos meacutetodos de investigaccedilatildeo tradicionais A anguacutestia gerada pela desconstruccedilatildeo das cer-tezas e das foacutermulas prontas de ser psicoacuteloga logo deu lugar agrave descoberta da potecircncia da invenccedilatildeo de novos caminhos que desviam do instituiacutedo e tem aiacute justamente a sua forccedila de interrogaccedilatildeo do social
Infelizmente o projeto natildeo mais existe na Procuradoria mas a inspiraccedilatildeo dessa experiecircncia permitiu-me a escrita ne-gociaccedilatildeo e implantaccedilatildeo do programa de trabalho educativo do TRT-RS que desde 2013 firmou convecircnio com a FASE-RS
Trabalhando com a perspectiva da Psi-cologia Cliacutenico-Poliacutetica em sua interface com a temaacutetica da Justiccedila e do Direito toda a minha praacutetica eacute orientada por uma eacutetica da ocupacircncia que na construccedilatildeo de terri-toacuterios instituintes ainda que temporaacuterios aposta na criaccedilatildeo de condiccedilotildees de possibi-lidade para a constante reatualizaccedilatildeo de formas e forccedilas mais livres e potentes de expressatildeo da vida
relato de experiecircncia
PARTICIPEVocecirc tambeacutem quer compartilhar sua experiecircncia como psicoacutelogoa Envie um relato para imprensacrprsorgbr destacando sua praacutetica Os textos seratildeo avaliados pela Comissatildeo Editorial do EntreLinhas e poderatildeo ser publicados nas proacuteximas ediccedilotildees do jornal
Paula Goldmeier Graduada em Psicologia mestre em Psicologia Social e Institucional pela UFRGS Atua nas aacutereas de Direitos Humanos e Sauacutede Coletiva
12 entre linhas | out-nov-dez 2014
entrevista
Em sua opiniatildeo o que eacute laicidade
TATIANE ndash A laicidade opotildee-se aos
discursos fundamentalistas ligados agraves vio-
laccedilotildees de direito Assim as leis devem ser
orientadas pelos Direitos Humanos Uni-
versais e pela Constituiccedilatildeo Federal e natildeo
por dogmas e ideologias religiosas Isso
natildeo significa que o Estado negue agrave Igreja
o direito de contribuir para o bem da so-
ciedade Um Estado que natildeo respeita um
espaccedilo para as igrejas na sociedade ou que
negue o direito de expressatildeo acabaria com
a democracia caindo no sectarismo e no
totalitarismo ideoloacutegico
LUCIANA ndash Eacute a natildeo adoccedilatildeo de uma
religiatildeo em particular pelo Estado Isso natildeo
quer dizer que desconsidere as muacuteltiplas
religiotildees que convivem em seu territoacuterio ou
negue a expressatildeo da religiosidade popular
pessoal ou coletivamente mas inclui todas
como representaccedilotildees da diversidade reli-
giosa ou espiritual do seu povo
TATIANA ndash Eacute um dispositivo de pro-
teccedilatildeo agrave livre consciecircncia e expressatildeo de
crenccedilas de modo a garantir o reconheci-
mento da diversidade social em socieda-
des democraacuteticas sem ocircnus moral para
grupos minoritaacuterios em relaccedilatildeo a hegemo-
nias religiosas e morais
Por que eacute importante discutir essa ques-
tatildeo no Sistema Conselhos de Psicologia
EDUARDO ndash A Psicologia precisa
se posicionar frente a projetos de leis que
tecircm uma base fundamentalista ferindo os
direitos humanos e as liberdades indivi-
duais Aleacutem disso muitosas psicoacutelogos
as natildeo tecircm clareza de como se posicionar
Psicologia Religiatildeo e Espiritualidade como dialogarSAIBA MAIS
Nota Teacutecnica do CFP ndash Posicionamento do Sistema Conselhos de Psicologia para a questatildeo da Psicologia Religiatildeo e Espiritualidadehttpbitlynotacfplaicidade
Posicionamento Sistema Conselhos frente uso indiscriminado do discurso religioso na poliacutetica httpbitlyEleicoes_Laicidade
Leia entrevistas na iacutentegra em wwwcrprsorgbrentrelinhas68
entre linhas | out-nov-dez 2014 13
frente a suas proacuteprias religiotildees ou crenccedilas
de seus clientes e instituiccedilotildees
LUCIANA ndash Eacute importante discutir as
implicaccedilotildees das crenccedilas religiosidade ou
espiritualidade do psicoacutelogo na sua praacuteti-
ca profissional E como sua praacutetica acolhe
repudia essas dimensotildees do puacuteblico com
quem trabalha Por exemplo o que signifi-
ca eu me apresentar como psicoacuteloga cristatilde
Apenas explicito minhas crenccedilas ou impor-
to praacuteticas religiosas para minhas interven-
ccedilotildees laborais Toda essa discussatildeo eviden-
cia o quanto reconhecemos essa dimensatildeo
na vida humana e como nos organizamos
para abordaacute-la nos espaccedilos profissionais
em que o psicoacutelogo estaacute inserido e integraacute-
-la agraves demais dimensotildees da vida humana
TATIANA ndash A Psicologia eacute uma ciecircn-
cia laica A religiosidade e a espiritualidade
podem ser objeto de estudo da Psicologia
o que natildeo eacute o mesmo que a Psicologia ado-
tar pressuposto religioso em seus modos
de significar o mundo a condiccedilatildeo huma-
na e as relaccedilotildees sociais A Psicologia deve
se manter laica para que natildeo decorra em
prejuiacutezo nos modos de significaccedilatildeo de dis-
tintas condiccedilotildees de vida e de subjetivaccedilatildeo
considerando especificidades culturais
que tambeacutem podem abranger distintas re-
ferecircncias a doutrinas religiosas e mesmo a
recusa agrave religiosidade ou expressa afirma-
ccedilatildeo da crenccedila de que Deus natildeo existe
Que situaccedilotildees ou demandas atuais a Psi-
cologia tem discutido e que estatildeo ligadas
diretamente ao tema
TATIANE ndash Podemos citar os atuais
discursos fundamentalistas contra o ca-
samento gay e a diversidade sexual e de
gecircnero a questatildeo da legalizaccedilatildeo do aborto
e Lei do Nascituro intoleracircncia religiosa
e racismo aleacutem da discussatildeo sobre a pre-
dominacircncia dos discursos religiosos e im-
posiccedilatildeo de praacuteticas religiosas nas propos-
tas de projeto terapecircutico da maioria das
comunidades terapecircuticas Muitas dessas
demandas estatildeo ligadas a um discurso
preconceituoso que busca se esconder atra-
veacutes de argumentos em defesa de valores
da vida e da famiacutelia e que no fundo im-
potildeem suas proacuteprias ideologias contraacuterias
agraves liberdades de expressatildeo e dos direitos
humanos violando as diferentes formas do
indiviacuteduo ser no mundo
TATIANA ndash O projeto de decreto legis-
lativo que pretendia incidir sobre a normativa
da Psicologia no que se refere agrave homossexu-
alidade e aos paracircmetros eacuteticos para o exer-
ciacutecio profissional eacute um exemplo O discurso
religioso que incide na desqualificaccedilatildeo moral
de demandas de mulheres por direitos repro-
dutivos novas configuraccedilotildees familiares uso
de drogas e seu tratamento todas essas satildeo
questotildees que tangenciam a laicidade da Psi-
cologia A posiccedilatildeo da Psicologia natildeo se pauta
em uma dada moralidade pressuposta como
verdadeira mas leva em consideraccedilatildeo a com-
plexidade das determinaccedilotildees soacutecio-culturais
para compreender a situaccedilatildeo particular de
vida e escolhas de indiviacuteduos
Por que devemos pensar em praacuteticas da
Psicologia baseadas na laicidade
EDUARDO ndash O trabalho doa
psicoacutelogoa deve estar alicerccedilado nas ci-
ecircncias psicoloacutegicas e nos direitos humanos
ao inveacutes de crenccedilas individuais Assim as
praacuteticas psicoloacutegicas estaratildeo promovendo
Tatiane Baggio Psicoacuteloga conselheira do CRPRS membro dos GTs Nacional e Regional de Laicidade
Eduardo HoffmannPsicoacutelogo conselheiro do CRPRS membro dos GTs Nacional e Regional de Laicidade
Luciana Fernandes Marques Psicoacuteloga Mestre em Psicologia Social e da Personalidade e Doutora em Psicologia pela PUCRS Poacutes-Doutorado em Psicologia pela UFRGS e pelo ISCTE-IUL Lisboa Membro do Grupo de Trabalho Psicologia e Religiatildeo da Associaccedilatildeo Nacional de Pesquisa e Poacutes-Graduaccedilatildeo em Psicologia e da International Association for the Psychology of Religion
Tatiana LionccediloPsicoacuteloga Mestre e Doutora em Psicologia pela Universidade de Brasiacutelia conselheira do CRP-01 Integra o GT Nacional ldquoPsicologia Religiatildeo e Laicidaderdquo do CFP
14 entre linhas | out-nov-dez 2014
a sauacutede e a qualidade de vida da popula-
ccedilatildeo para que cada sujeito pense e se po-
sicione de forma criacutetica e consciente sobre
como pretende viver sua crenccedila As praacuteti-
cas psicoloacutegicas devem estar baseadas na
laicidade por um respeito ao ser humano
e toda diversidade de crenccedilas e formas de
expressaacute-la apenas sendo laica a Psicolo-
gia poderaacute acolher essa diversidade
LUCIANA ndash Devemos pensar em
praacuteticas baseadas na laicidade para man-
ter a afiliaccedilatildeo da Psicologia agrave ciecircncia tra-
dicional Mas boa parte da ciecircncia eacute ino-
var desbravar novos caminhos antecipar
problemas e soluccedilotildees entatildeo a boa ciecircncia
eacute provisoacuteria questionaacutevel (auto)reflexi-
va e bastante (auto)criacutetica Nesse sentido
a Psicologia tambeacutem natildeo deve se fechar
demasiadamente em roacutetulos mas manter
foacuteruns de diaacutelogo com a ciecircncia e com a
comunidade estando atenta a exageros no
exerciacutecio profissional
TATIANA ndash A Psicologia reconhe-
ce a diversidade social e portanto tam-
beacutem reconhece a diversidade religiosa e
a existecircncia de grupos e indiviacuteduos que
natildeo adotam religiatildeo A espiritualidade eacute
uma importante dimensatildeo da subjetivi-
dade embora natildeo dependa necessaria-
mente da religiosidade e a Psicologia
expressamente se afirma contraacuteria a toda
forma de fundamentalismo religioso ou
seja modos de imposiccedilatildeo de moralidades
com base em preceitos religiosos resguar-
dando o reconhecimento da diversidade
social cultural e subjetiva
A Psicologia pode dialogar com a espiri-
tualidade e a religiatildeo se mantendo laica
De que forma isso se traduz na praacutetica
doa psicoacutelogoa
EDUARDO ndash A Psicologia dialoga
com a espiritualidade e a religiatildeo se man-
tendo laica quando natildeo induz a convicccedilotildees
religiosas conforme estaacute previsto em nosso
Coacutedigo de Eacutetica art 2ordm aliacutenea b Seus cons-
tructos e epistemologias se originam e se
orientam na ciecircncia e natildeo na teologia Isso
se traduz na praacutetica psicoloacutegica por uma
postura eacutetica em olhar o ser humano em
sua integralidade e natildeo a partir de um vieacutes
religiosoespiritual apenas Tambeacutem se tra-
duz aoagrave psicoacutelogoa quando se utiliza de
intervenccedilotildees e praacuteticas que satildeo aceitas e re-
conhecidas pelas ciecircncias psicoloacutegicas
LUCIANA ndash Enquanto categoria pro-
fissional a Psicologia eacute laica natildeo adota ne-
nhuma religiatildeo em particular mas estuda
a relaccedilatildeo da religiosidadeespiritualidade
com a sauacutede e sua expressatildeo no compor-
tamento humano Por temor da Psicolo-
gia natildeo ser reconhecida como ciecircncia haacute
excessiva cautela em aplicar esse conhe-
cimento na atuaccedilatildeo profissional do psicoacute-
logo ndash embora tenha diminuiacutedo muito na
uacuteltima deacutecada Na praacutetica do psicoacutelogo
isso se traduz no reconhecimento de que
a religiosidadeespiritualidade eacute uma di-
mensatildeo humana imbricada com todas as
outras dimensotildees e que pode ser fonte tan-
to de sauacutede quanto de adoecimento
TATIANA ndash O profissional de Psico-
logia deve considerar a religiosidade e a
espiritualidade quando forem expressas
pelas pessoas como significativas em seus
modos de subjetivaccedilatildeo e vida Assim como
eacute equiacutevoco eacutetico associar a sua proacutepria feacute
religiosa no exerciacutecio profissional o profis-
entrevista
SAIBA MAISCaderno de Deliberaccedilotildees VIII CNP Eixo II ndash Contribuiccedilotildees eacuteticas poliacuteticas e teacutecnicas nos processos de trabalho proposta 214 ldquoOrientaccedilatildeo laicidaderdquo paacutegina 37 httpbitlycad8cnp
Coacutedigo de Eacuteticawwwcrprsorgbrcodigoetica
Movimento Estrateacutegico do Estado Laicowwwmeelorgbr
entre linhas | out-nov-dez 2014 15
sional viola o coacutedigo de eacutetica ao desconsi-
derar inferiorizar ou mesmo patologizar a
expressatildeo de feacute de pessoas que se coloquem
sob seus cuidados A importacircncia da manu-
tenccedilatildeo da laicidade no exerciacutecio profissio-
nal eacute justamente a de garantir o reconheci-
mento de subjetividades na perspectiva da
alteridade ou seja considerando o campo
de significaccedilotildees dos proacuteprios sujeitos em
seus modos de vida e de subjetivaccedilatildeo
De que forma a Psicologia pode contri-
buir para o fortalecimento do Estado Lai-
co e ao mesmo tempo combater situa-
ccedilotildees de violaccedilotildees de direito
TATIANE ndash A consideraccedilatildeo das di-
ferenccedilas morais culturais religiosas e das
praacuteticas sociais eacute fundamental para a cons-
truccedilatildeo da democracia sendo o Estado lai-
co a condiccedilatildeo para que as diferenccedilas natildeo
sejam assoladas por projetos poliacuteticos de
segregaccedilatildeo marginalizaccedilatildeo e desqualifica-
ccedilatildeo Eacute preciso buscar o diaacutelogo entre a Psi-
cologia e outras categorias profissionais
somar-se agraves parcerias com grupos sociais
falar sobre esses temas junto agrave sociedade
LUCIANA ndash A Psicologia pode con-
tribuir para o Estado Laico adotando uma
postura de respeito pela diversidade reli-
giosaespiritual de escuta das variadas
proposiccedilotildees e engajamento em discussotildees
muacuteltiplas que incluam tanto profissionais
pesquisadores quanto pessoas da comuni-
dade e oriundas das variadas tradiccedilotildees
TATIANA ndash A Psicologia eacute um im-
portante ator social de enfrentamento do
fundamentalismo religioso ao reafirmar a
necessidade de reconhecimento e respeito
agrave diversidade social e agrave diversidade subje-
tiva Desde 2013 a Psicologia tem integra-
do o Movimento Estrateacutegico pelo Estado
Laico organizaccedilatildeo que contou com o CFP
em sua articulaccedilatildeo e que agora conta com
apoio do Sistema Conselhos
Como oa psicoacutelogoa pode trabalhar sua
proacutepria crenccedila religiosa e sua espirituali-
dade sem que isso interfira em sua praacutetica
EDUARDO ndash Separando uma da ou-
tra natildeo vinculando em sua praacutetica pro-
fissional e natildeo usando sua proacutepria crenccedila
como um diferencial profissional
LUCIANA ndash Talvez seja interessante
que sua espiritualidade interfira na praacutetica
profissional Natildeo podemos supor que a reli-
giatildeo ou espiritualidade possuem uma inter-
ferecircncia negativa tomando exemplos nega-
tivos como o caso da cura gay O problema
natildeo eacute a religiatildeo eacute o que as pessoas fazem a
partir dela O sujeito fanaacutetico fundamenta-
lista e extremista levaraacute essas caracteriacutesticas
consigo mesmo sendo ateu Se ter crenccedilas
e espiritualidade eacute ter um bom coraccedilatildeo pa-
rece urgente que essa interferecircncia ocorra
Natildeo precisamos de mais profissionais tec-
nicistas e pouco humanizados
TATIANA ndash Como quaisquer outros
fatores pessoais reservando para si espa-
ccedilo de elaboraccedilatildeo de seu proacuteprio campo de
significaccedilotildees sobre o mundo a vida e si
mesmo Como outras convicccedilotildees morais
o profissional deve saber manter distacircn-
cia entre seus proacuteprios valores pessoais e
os valores e modos de vida de outrem de
modo a natildeo reduzir o outro a si mesmo
Este eacute um exerciacutecio eacutetico que exige anaacutelise
pessoal e supervisatildeo-intervisatildeo na condu-
ccedilatildeo dos trabalhos
SAIBA MAISCRPRS participou do Seminaacuterio Nacional do Movimento Estrateacutegico pelo Estado Laico (MEEL) realizado de 26 a 28 de agosto em Brasiacutelia httpbitlyCRPRS_Meel
Manifesto do Movimento Estrateacutegico pelo estado laicohttpbitlymanifesto_MEEL
16 entre linhas | out-nov-dez 2014
controle social
Controle Social e a PsicologiaControle Social eacute aquele que o cidadatildeo
em um contexto democraacutetico pode exercer sobre o Estado por meio da participaccedilatildeo na gestatildeo da fiscalizaccedilatildeo do monitoramento e do controle das accedilotildees da administraccedilatildeo puacuteblica o acompanhamento das poliacuteticas sendo assim um importante mecanismo de fortalecimento da cidadania
De forma geral a participaccedilatildeo no Con-trole Social permite que os cidadatildeos possam intervir na tomada da decisatildeo administrati-va orientando a administraccedilatildeo puacuteblica para que adote medidas que realmente atendam ao interesse puacuteblico e ao mesmo tempo possam exercer controle sobre a accedilatildeo do Es-tado exigindo que o gestor puacuteblico preste contas de sua atuaccedilatildeo Esse envolvimento na gestatildeo puacuteblica eacute um direito assegurado pela Constituiccedilatildeo Federal permitindo que os cidadatildeos natildeo soacute participem da formu-laccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem fiscalizem de forma permanente a aplicaccedilatildeo dos recursos puacuteblicos
O Conselho Regional de Psicologia
do Rio Grande do Sul (CRPRS) e o Con-
selho Federal de Psicologia (CFP) esti-
mulam a participaccedilatildeo dosas psicoacutelogos
as nas instacircncias de controle social por
acreditar que o conhecimento teacutecnico dos
profissionais da aacuterea pode contribuir na
construccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas Aleacutem disso seus representantes a partir de suas regiotildees de intervenccedilatildeo tornam-se inter-locutores e referecircncia para osas demais psicoacutelogosas locais ampliando assim o debate da Psicologia como protagonista das poliacuteticas puacuteblicas das diversas regiotildees
Atualmente o CRPRS possui cadeiras em diversos conselhos de direito e estaacute aberto a assumir novas vagas de acordo com seus posicionamentos Eacute importan-te destacar que a representaccedilatildeo feita pelo profissional da Psicologia nos espaccedilos de controle social natildeo possui caraacuteter indivi-dual deve expressar concepccedilotildees orienta-ccedilotildees e diretrizes formuladas ou definidas pela categoria Ao assumir o lugar de re-presentaccedilatildeo na instacircncia de controle so-cial oa psicoacutelogoa compromete-se a defender necessariamente as orientaccedilotildees e posicionamentos do Conselho Regional de Psicologia assim como os do Conselho Federal de Psicologia frente agraves questotildees que se encontram em debate
SAIBA MAIS Acesse wwwcrprsorgbrcontrolesocial para saber mais sobre Con-trole Social Duacutevidas poderatildeo ser escla-recidas pelo e-mail crepopcrprsorgbr
AacuteREA ABRANGEcircNCIA
Sauacutede Estadual e Municipal
Assistecircncia Social Estadual e Municipal
Direitos da Crianccedila e do Adolescente Municipal
Poliacuteticas sobre Drogas Estadual e Municipal
Direitos da Mulher Municipal
Os espaccedilos de atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos no controle social satildeo
entre linhas | out-nov-dez 2014 17
Municiacutepios onde CRPRS tem representaccedilotildees no Controle Social
Quer representar o CRPRS nos Conselhos de Direito
Conselhos de Direitos
Se vocecirc eacute psicoacutelogoa e tem interesse em re-
presentar o CRPRS em algum conselho de direi-
to acesse o Cadastro de Interesse de Psicoacutelogoa
ndash Representaccedilatildeo no Controle Social
Disponiacutevel em wwwcrprsorgbrcontro-
lesocial O pedido seraacute avaliado considerando
os criteacuterios estabelecidos para se constituir a
representaccedilatildeo e interesses do CRPRS Os repre-
sentantes devem participar das atividades pro-
movidas pelo CRPRS
Criteacuterios para candidatar-se agrave representaccedilatildeo
bull Ser psicoacutelogao devidamente inscrito no
CRPRS
bull Preencher cadastro de interesse em www
crprsorgbrcontrolesocial
bull Ter conhecimentoaproximaccedilatildeo relaciona-
do agrave temaacutetica e ao municiacutepio do Conselho
de direito
bull Estar adimplente com as anuidades do CRPRS
bull Disponibilizar-se a participar sistematica-
mente das reuniotildees da Comissatildeo de Poliacuteticas
Puacuteblicas (sede) ou Nuacutecleos de Poliacuteticas Puacutebli-
cas (subsedes) e dos encontros de discussatildeo
do controle social promovidos pelo CRPRS
O CRPRS recebe pedidos para indicaccedilatildeo de
psicoacutelogosas para assumir vagas em Conselho
de Direitos Apoacutes aprovada a participaccedilatildeo do
CRPRS na instacircncia e realizada a indicaccedilatildeo de ti-
tular e suplente para a vaga por meio da Comis-
satildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas (sede) dos Nuacutecleos de
Poliacuteticas Puacuteblicas (nas subsedes) ou dos nuacutecleos
gestores das subsedes eacute feita a comunicaccedilatildeo ofi-
cial agrave instituiccedilatildeo solicitante
Conselhos de Direito que tenham interesse
em ter o CRPRS compondo seu conjunto de con-
selheiros devem acessar o Cadastro de interesse
de Conselho de Direito ndash Representaccedilatildeo no Con-
trole Social disponiacutevel em wwwcrprsorgbr
controlesocial
18 entre linhas | out-nov-dez 2014
O que eacute ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacuteblicas O que fazer quando se estaacute por laacute
O que satildeo as poliacuteticas puacutebli-cas para osas psicoacutelogosas Aleacutem de um campo de atuaccedilatildeo no qual se materializam direitos constitucionais um mercado de trabalho em franca expansatildeo Eacute possiacutevel pensar o trabalho como sendo um ofiacutecio Enquanto fabri-cam produtos os homens se pro-duzem Pensando sobre o ofiacutecio doa psicoacutelogoa qual o objeto de seu fazer Que ferramentas ele usa Qual meacutetodo orienta sua accedilatildeo Qual objetoobjetivo a ser produzido com o seu trabalho
O contexto que engendrou a profissatildeo do psicoacutelogo definiu o indiviacuteduo e suas relaccedilotildees consigo mesmo como objeto de trabalho a psicoterapia e o aconselhamen-to ndash seja individuais ou grupal ndash orientada por um diagnoacutestico psicopatoloacutegico como instru-mentomeacutetodo de excelecircncia para a intervenccedilatildeo e a diminui-ccedilatildeo do sofrimento daquele que se atende como objetivo a ser alcanccedilado com a intervenccedilatildeo As demandas oriundas das po-liacuteticas puacuteblicas tecircm exigido uma releitura tanto no nosso objetoobjetivo de trabalho quanto do nosso instrumento prioritaacuterio para a intervenccedilatildeo As poliacuteticas puacuteblicas definem em seus mar-
cos normativos accedilotildees intencio-nais do Estado voltadas para as coletividades O objeto de traba-lho desenhado satildeo as relaccedilotildees estabelecidas entre o indiviacuteduo e os coletivos construiacutedas em seus territoacuterios de vida O meacutetodo preconizado eacute o de articulaccedilatildeo de diversas ofertas do Estado e das comunidades para atender as muacuteltiplas necessidades dos sujei-tos dos grupos e dos territoacuterios A produccedilatildeo de autonomia e cons-truccedilatildeo da cidadania estatildeo postas como horizontes aos quais se al-meja chegar com as intervenccedilotildees
Ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacuteblicas significa re-conhecer a mudanccedila da oficina na qual passamos a trabalhar Eacute estar disposto a alinhar nosso objetoobjetivo de trabalho com aquele traccedilados nas diretrizes que orientam a poliacutetica puacuteblica na qual atuamos E ainda colo-car nossas competecircncias e habi-lidades na direccedilatildeo da defesa ra-dical da autonomia dos sujeitos e das coletividades e da construccedilatildeo de uma cidadania ativa
Ainda que as intencionalida-des das poliacuteticas puacuteblicas estejam alinhadas aos marcos constitucio-nais do Estado brasileiro o cam-po do puacuteblico eacute formado por con-
crepop
tradiccedilotildees estruturais e interesses diversos Ele se constroacutei marca-do por disputas Eacute mister analisar com quais interesses nossas praacute-ticas encontram-se alinhadas A que forccedilas estamos servindo Em que direccedilatildeo nossas habilidades e competecircncias estatildeo sendo convo-cadas Que trabalhos essas con-vocaccedilotildees estatildeo produzindo Eacute na leitura cuidadosa deste campo de tensatildeo e na construccedilatildeo de respos-tas a estas e outras questotildees que osas oficineirosas psicoacutelogosas estatildeo trabalhando na remo-delaccedilatildeo da Psicologia enquanto ofiacutecio podendo assim contribuir efetivamente para a consolidaccedilatildeo do Estado Democraacutetico de Direi-to no Brasil
Andreacute Sales Assessor Teacutecnico de Poliacuteticas Puacuteblicas
Edson Knevitz Silva e Fernanda Carrion Estagiaacuterios
Alexandra Ximendes Conselheira de Referecircncia
Acesse wwwcrprsorgbren-trelinhas68 e leia o texto do Crepop na iacutentegra
entre linhas | out-nov-dez 2014 19
Orientaccedilotildees aosagraves profissionais que atuam na Cliacutenica Psicoloacutegica em consultoacuterio
orientaccedilatildeoRe
cort
e e
cole
cion
e
Aacuterea TeacutecnicaLucio Fernando Garcia ndash Coord da Aacuterea Teacutecnica
Adriana Dal Orsoletta ndash Psicoacuteloga FiscalFlavia Cardozo de Mattos ndash Psicoacuteloga Fiscal
Leticia Giannechini ndash Psicoacuteloga FiscalLucia Regina Cogo ndash Psicoacuteloga Fiscal
Para atuaccedilatildeo na Cliacutenica (atendimento psi-coloacutegico avaliaccedilatildeo psicoloacutegica e psicoterapia) oa psicoacutelogoa deve estar regularmente ins-crito no CRPRS no Instituto Nacional de Se-guridade Social (INSS) de sua cidade e junto agrave Prefeitura Municipal para cadastro de ISSQN
OA profissional deve tambeacutem escolher um espaccedilo fiacutesico adequado considerando si-gilo e confidencialidade aleacutem de lugar apro-priado para a guarda do material teacutecnico e de atendimento Eacute obrigatoacuterio o registro docu-mental sobre a prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacute-gicos que natildeo puder ser mantido prioritaria-mente sob a forma de prontuaacuterio psicoloacutegico por razotildees que envolvam a restriccedilatildeo do com-partilhamento de informaccedilotildees com o usuaacuterio eou beneficiaacuterio do serviccedilo prestado
O registro documental em papel ou informatizado tem caraacuteter sigiloso e reuacute-ne informaccedilotildees que contemplam de forma sucinta o trabalho prestado a descriccedilatildeo e a evoluccedilatildeo do caso e os procedimentos teacutecnico-cientiacuteficos adotados Deve ser man-tido permanentemente atualizado e organi-zado peloa psicoacutelogoa que acompanha o procedimento A guarda desses registros de atendimento individual ou de grupo eacute de responsabilidade doa profissional psicoacutelogoa e obedece ao disposto no Coacutedi-go de Eacutetica Profissional e agrave Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Documen-tos Escritos produzidos peloa psicoacutelogoa decorrente de avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
OA psicoacutelogoa ao anunciar seus ser-viccedilos indicaraacute sempre seu nome (pessoa fiacute-sica) e o nuacutemero de inscriccedilatildeo (nordm CRP) bem como as capacitaccedilotildees que possua e endere-ccedilo atualizado para contato
Ao estabelecer um contrato de serviccedilos deveraacute levar em conta os direitos dos usu-
aacuterios ou beneficiaacuterios dos serviccedilos confor-me Artigo 1deg aliacutenea d do Coacutedigo de Eacutetica Profissional doa Psicoacutelogoa Incluindo a atenccedilatildeo a outras legislaccedilotildees como o Coacutedi-go de Proteccedilatildeo e de Defesa do Consumidor
Para pautar seus honoraacuterios oa psicoacutelogoa poderaacute utilizar a Tabela Refe-rencial de Honoraacuterios que eacute disponibilizada pelo Sistema Conselhos sendo sua elabora-ccedilatildeo e atualizaccedilatildeo feitas pela FENAPSI ndash Fe-deraccedilatildeo Nacional dos Psicoacutelogos e CFP Os valores satildeo meramente sugestivos e natildeo haacute obrigatoriedade de adotaacute-los Tambeacutem eacute pos-siacutevel disponibilizar atendimentos psicoloacutegi-cos por meio de planos de sauacutede devendo procurar diretamente a operadora de planos de sauacutede para informaccedilotildees sobre a forma de contrataccedilatildeo Tambeacutem a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) pelo site wwwansgovbr ou pelo telefone 0800-7019656
Lembrando que para o exerciacutecio profissio-nal adequado oa profissional deve pautar-se na constante atualizaccedilatildeo mantendo-se cons-tantemente atualizado teoacuterica teacutecnica e etica-mente e estar atento agraves resoluccedilotildees da profissatildeo e demais legislaccedilotildees que envolvam o atendi-mento de pacientes Afinal oa psicoacutelogoa em seu consultoacuterio tambeacutem eacute uma profissio-nal que se ocupa da sauacutede coletiva
A Aacuterea Teacutecnica do CRPRS estaacute agrave disposiccedilatildeo da categoria e da sociedade para orientaccedilatildeoPelo e-mail orienteccrprsorgbr | Pelo
telefone (51) 3334-6799 | Pessoalmente na sede do CRPRS em Porto Alegre de segunda a quarta das 9h agraves 17h e quinta e sexta das 9h agraves 12h
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USO EXCLUSIVO DOS CORREIOS
[ ] ausente [ ] endereccedilo insuficiente [ ] falecido [ ] natildeo existe o nuacutemero indicado [ ] recusado [ ] desconhecido [ ] natildeo procurado [ ] infporteirosiacutendico [ ] mudou-se [ ] outros (especificar)
______________ _________________________ data rubrica do responsaacutevel
_________________________
VISTO
agenda
Curso
Psicologia Aplicada agrave Aviaccedilatildeo19 a 30012015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 35198221 (51) 95518221bauerrosanagmailcom wwwabordofatoreshumanoscombr
Curso de Aperfeiccediloamento em Terapias CognitivasIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33323249danielalumertzwainerpsicologiacombr wwwwainerpsicologiacombr
ExtensatildeoPrograma de atualizaccedilatildeo em Terapia Cognitiva-comportamentalInscriccedilotildees ateacute 15122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 92514066f3representacaogmailcom
Formaccedilatildeo
Formaccedilatildeo em Terapia do EsquemaIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33323249danielalumertzwainerpsicologiacombr wwwwainerpsicologiacombrensino
Formaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica05032015 a 15122017Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33334801ieppieppcombr wwwieppcombr
Endereccedilo para DevoluccedilatildeoAgecircncia de Correios Avenida Protaacutesio Alves - CEP 90410-970
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relaccedilotildees raciais
Isso reflete o pensamento de que ser ra-cista eacute ter uma atitude pontual discrimina-toacuteria contra negros ldquoEacute muito comum escu-tarmos falas como lsquonatildeo sou racista tenho amigos negrosrsquo ou lsquonatildeo sou racista minha bisavoacute era negrarsquo O racismo estaacute sempre fora no outro Muitos de noacutes psicoacutelogosas ainda dizemos lsquonatildeo sou racista trato to-dos usuaacuteriospacientesclientes iguaisrsquo Precisamos avanccedilar nesse sentido e buscar a equidaderdquo afirma Deacutebora
Para Valter a cultura brasileira de uma forma geral eacute atravessada pelo machismo racismo e a homofobia ldquoEstar fora desses grupos de privileacutegio significa em maior ou menor grau ser viacutetima de discrimina-ccedilatildeo As instituiccedilotildees continuam produzin-do discriminaccedilotildees baseadas na cor da pele dentre outros traccedilotildees fenotoacutepicosrdquo
Aleacutem disso a visatildeo eurocecircntrica e detur-pada a respeito da contribuiccedilatildeo dos negros para formaccedilatildeo do Brasil natildeo contempla a diversidade eacutetnico-racial ldquoDissemina estere-oacutetipos negativos de tudo que se refere ao con-tinente africano As escolas ainda hoje repro-duzem a histoacuteria do negro contada somente a partir da escravidatildeo e de forma distorcida como se tivessem aceitado passivamente o re-gime escravocratardquo explica Deacutebora
Surgem a partir disso os efeitos do ra-cismo ou do preconceito que incidem di-retamente na construccedilatildeo da identidade e formaccedilatildeo da autoestima ldquoEmbora a consti-tuiccedilatildeo diga que somos todos iguais perante a lei accedilotildees racistas perpetuadas ao longo dos anos cristalizaram sentimentos de infe-rioridade e de natildeo pertencimento a muitos de noacutes negros brasileirosrdquo afirmam as psi-coacutelogas Glaucia Fontoura e Eliana Xavier
Taiasmin Ohnmacht destaca que haacute um padratildeo social que divide a populaccedilatildeo
em branco e natildeo branco elege o branco como padratildeo de normalidade a ser segui-do e com isso estabelece uma relaccedilatildeo hie-raacuterquica de poder entre esses grupos ldquoO preconceito racial como todos os precon-ceitos conduz a um tipo de negaccedilatildeo das diferenccedilas que acaba por ser um apaga-mento do outro enquanto pessoa que deve ter seus direitos respeitados pelo Estado e pela sociedaderdquo
Devido a isso Valter acredita que os natildeo brancos tendem a se constituir de forma conflituosa e dolorosa ldquoNatildeo res-tando outras formas possiacuteveis de identi-ficaccedilatildeo cabe a esses sujeitos a construccedilatildeo identitaacuteria fragilizada e fundamentada no branqueamentordquo
Para os negros conviver com referecircn-cias na cultura que estejam associadas ape-nas agrave escravidatildeo ou a lugares marginaliza-dos eacute uma violecircncia social intriacutenseca com a qual o negro tem que lidar rdquoNatildeo eacute um percurso que se faccedila sem arranjar algumas feridas eacute preciso reconstruir sua autoesti-ma e o significado de sua identidade negra para si mesmo e ainda sustentaacute-la perante a comunidade brancardquo declara Taiasmin Outro efeito do racismo extremamente perverso eacute a culpabilizaccedilatildeo dos sujeitos negros pela discriminaccedilatildeo sofrida ldquoEscu-tamos muitas falas como lsquoo negro que dis-crimina a si proacutepriorsquo Precisamos ampliar nossa escuta e natildeo sermos reprodutores de ideais como esse em que o branco devolve o problema da discriminaccedilatildeo racial para o sujeito negrordquo afirma Deacutebora
OsAs psicoacutelogosas tecircm importante participaccedilatildeo na mudanccedila dessa realidade Eacute necessaacuterio trabalhar na construccedilatildeo de sentidos positivos centralizados na negri-tude que ande na contramatildeo da construccedilatildeo
Glaucia Fontoura ndash Psicoacuteloga Membro da Articulaccedilatildeo de Psicoacutelogas(os) Negras(os) e Pesquisadoras(es) ndash ANPSINEP Saiba mais sobre a ANPSINEP em wwwcrprsorgbrentrelinhas68
Eliana Xavier ndash Psicoacuteloga mestranda no Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Psicologia pela PUCRS Taiasmin Ohnmacht ndash Psicoacuteloga poacutes-graduada em Assessoria Linguiacutestica
SAIBA MAISRelaccedilotildees Raciais Referecircncias Teacutecnicas para a Praacutetica do(a) Psicoacutelogo(a)httpbitlyCREPOP_Relacoes_Raciais
EntreLinhas nordm 61 ndash Reportagem ldquoA questatildeo racial e os Direitos Humanosrdquo httpbitlyentrelinhas61 Debate ldquoRacismo O que a psicologia tem a ver com issordquo realizado no CRPRS em 2012httpbitlydebate_racismo2012
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social do branco como agente central ldquoA construccedilatildeo da identidade positiva somen-te seraacute possiacutevel quando estabelecermos uma relaccedilatildeo profiacutecua com o nosso corpo mesmo que esse corpo natildeo corresponda ao ideaacuterio cultural vigente dessa sociedade racistardquo defendem Glaucia e Eliana
ldquoPrecisamos ser sensiacuteveis ao sofrimen-to psiacutequico e agraves exclusotildees causadas pelo racismo e que muitas vezes os proacuteprios sujeitos negros natildeo conseguiratildeo nomeaacute-lo Trazer agrave tona a suposta neutralidade do branco que faz com que uma grande par-cela da sociedade tenha privileacutegios e natildeo os perceba pois eacute um lugar naturalizado Natildeo podemos ser reprodutores desta ide-ologia em nossas praacuteticas profissionais A branquitude precisa ser desvelada se real-mente buscamos contribuir com a luta an-tirracistardquo acredita Deacutebora
Em 2014 diversos episoacutedios de ra-cismo e injuacuteria racial ocorridos no Rio
Grande do Sul ganharam visibilidade na-cional evidenciando a necessidade de se ampliar o debate
ldquoOs episoacutedios nos mostraram que vive-mos em um estado racista e preconceituo-so de diversas formasrdquo destaca Taiasmin Para ela o apoio aos responsaacuteveis pelos atos discriminatoacuterios procurando rever-ter a agressatildeo culpando a proacutepria viacutetima eacute preocupante ldquoNatildeo considero acaso que um deputado com uma fala extremamente agressiva contra as minorias tenha se elegi-do como um dos mais votados no estadordquo
Na opiniatildeo de Glaucia e Eliana esses episoacutedios representaram uma vitoacuteria do movimento negro ldquoOs recentes eventos escancaram uma parte do que a populaccedilatildeo negra vivencia no seu cotidiano nas rela-ccedilotildees com as instituiccedilotildees da sauacutede traba-lho educaccedilatildeordquo
Como psicoacuteloga negra Taiasmin relata a necessidade que muitos profissionais ne-
ENTRELINHAS RECOMENDA
Blogueiras Negrashttpbitlyblogueiras_negras
Livro ldquoO espelho quebrado da branquidaderdquo de Adevanir Pinheiro
Livro ldquoMinha Famiacutelia Eacute Coloridardquo de Georgina Martins
Documentaacuterio ldquoO Lado Negro do Chocolaterdquo de Miki Mistrati
SAIBA MAISConheccedila o trabalho do GT Relaccedilotildees Raciais do CFP acessando wwwcrprsorgbrentrelinhas68
8 entre linhas | out-nov-dez 2014
relaccedilotildees raciais
Racismo Institucional
Psicologia e Relaccedilotildees Raciais
gros tecircm de comprovar sua competecircncia ldquoO negro natildeo corresponde ao imaginaacuterio que as pessoas tecircm dos psicoacutelogos Dificil-mente uma pessoa me vecirc como psicoacuteloga a menos que eu digardquo
O debate em torno das relaccedilotildees raciais se fortalece na medida em que a presenccedila do negro vai crescendo em diferentes es-
feras sociais por meio de poliacuteticas afirma-tivas ldquoAs universidades antes ocupadas somente por brancos comeccedilam a lsquoenegre-cerrsquo Isso incomoda a quem sempre viveu no lsquomundo dos brancosrsquo Alguns muros entre o lsquomundo dos negrosrsquo e o lsquomundo dos brancosrsquo comeccedilam a ser derrubadosrdquo destaca Deacutebora
Presente em diversas situaccedilotildees de nos-so cotidiano o racismo institucional eacute o mais difiacutecil de ser enfrentado por jaacute estar naturalizado em nossa sociedade ldquoEsse tipo de racismo estaacute no dia a dia e passa indiferente As pessoas condenam atitudes de injuacuteria racial e natildeo o racismo institucio-nal que eacute menos expliacutecitordquo afirma Alisson Batista estudante que integra o Coletivo Negraccedilatildeo e que participou de evento no CRPRS sobre racismo institucional O Coletivo Negraccedilatildeo surgiu em torno do ra-cismo institucional enfrentado pelos estu-dantes negros dentro da universidade
No evento Gleidson Dias assessor da
O estudo das relaccedilotildees raciais comeccedilou a ser favorecido pela Psicologia quando a profissatildeo assumiu as discussotildees pautadas pelos movimentos sociais como pertinen-tes agrave categoria ldquoAteacute entatildeo a profissatildeo natildeo assumia as repercussotildees que as questotildees raciais implicam no tecido social e por sua vez na subjetividade humana Natildeo existe neutralidade nesse debate lsquoneutralidadersquo
Comissatildeo de Direitos Humanos da Pro-curadoria Geral do Estado esclareceu a diferenccedila entre o racismo que acontece na instituiccedilatildeo e o racismo institucional ldquoRa-cismo institucional eacute quando normas ou atitudes da instituiccedilatildeo natildeo tecircm em princiacute-pio a intencionalidade de discriminar mas o resultado eacute a discriminaccedilatildeo Estaacute ligado geralmente a conceitos eurocecircntricos do Estado e a privileacutegios da branquituderdquo Como exemplo Gleidson citou o caso de uma menina negra que foi impedida pela Poliacutecia Federal de tirar seu passaporte porque o sistema natildeo permitia fotos com cabelos black power
significa estar ao lado da discriminaccedilatildeordquo afirma Taiasmin
Valter acredita que a Psicologia teve uma importacircncia muito grande na conso-lidaccedilatildeo do racismo e racialismo no Brasil com estudos enviesados que afirmavam que as raccedilas humanas tinham predispo-
siccedilatildeo a determinadas caracteriacutesticas psi-
coloacutegicas como o caraacuteter e a inteligecircncia
Reuniatildeo temaacutetica sobre o tema Racismo Institucional httpbitlyracismo_institucional
Coletivo Negraccedilatildeo httpcoletivonegracao blogspotcombr
ldquoThe Bell Curve Intelligence and Class Structure in American Liferdquo de Richard J Herrnstein e Charles Murray
PARTICIPE DA DISCUSSAtildeOO CRPRS promove o debate das relaccedilotildees raciais nas Comissotildees e Nuacutecleos de Direitos Humanos e Poliacuteticas Puacuteblicas Participe dos encontros e contribua com este debate Acompanhe agenda de reuniotildees em wwwcrprsorgbrcomissoesegts
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artigo
Imigraccedilatildeo em pautaEncontrar um bom trabalho ajudar a
famiacutelia e viver uma vida digna e em paz eacute a expectativa e o sonho de centenas de imigrantes senegaleses haitianos gane-ses entre outros que vieram para o Bra-sil dirigindo-se especificamente para Caxias do Sul e alguns municiacutepios da Serra gauacutecha Essa expectativa reflete a de muitos europeus brasileiros de outras regiotildees do paiacutes fronteiriccedilos e tantos ou-tros que vieram para Caxias em busca de melhores condiccedilotildees de vida
Vemos poreacutem que a xenofobia e o racismo em nossa sociedade apresentam--se fortemente sinalizando que a presen-ccedila de imigrantes principalmente negros eacute um incocircmodo para muitos de noacutes Com isto nos deparamos com notiacutecias de pro-fissionais de diferentes aacutereas esquecendo--se do seu Coacutedigo de Eacutetica Profissional e se negando a atender imigrantes vemos poliacuteticos que desconhecem totalmente a legislaccedilatildeo brasileira a qual protege aquele que nos pede asilo garantindo o acesso aos
Ir Maria do Carmo Santos Gonccedilalves Coordenadora do Centro de Atendimento ao Migrante (CAM)
Vanessa Perini Moojen ndash Assistente Social do Centro de Atendimento ao Migrante (CAM)
Tatiane Baggio Psicoacuteloga Conselheira do CRPRS
10 entre linhas | out-nov-dez 2014
serviccedilos puacuteblicos na qualidade de cidadatildeo vemos ainda pessoas com medo de que os estrangeiros ldquotiremrdquo seu emprego ou seu lugar na fila do meacutedico e surpreenden-temente vemos pessoas que outrora jaacute sofreram preconceito por sua condiccedilatildeo de precariedade social discriminando aqueles que hoje chegam buscando um lugar de trabalho e desenvolvimento social Mas pensando bem se as coisas estatildeo difiacuteceis seraacute que a culpa eacute dos imigrantes Ao con-traacuterio entendemos que garantir o acesso dos brasileiros aos seus direitos natildeo impli-ca a negaccedilatildeo do direito de outros
Ao mesmo tempo vemos cidadatildeos profissionais poliacuteticos e entidades que natildeo medem esforccedilos para auxiliar os imi-grantes na garantia de seus direitos Que trabalham na perspectiva de melhorias e resoluccedilatildeo na situaccedilatildeo de vulnerabilidade que porventura muitos se encontram e ao mesmo tempo no fortalecimento de uma cidadania no mundo cujos direitos satildeo inviolaacuteveis Com o aumento contiacutenuo do fluxo migratoacuterio internacional para o Bra-sil e para Caxias do Sul mostra-se cada vez mais latente a necessidade de plane-jamento e articulaccedilatildeo intersetorial entre o poder puacuteblico e a sociedade civil A I Con-ferecircncia Municipal de Migraccedilatildeo e Refuacutegio 2014 deliberou a formaccedilatildeo de comitecircs que construam estrateacutegias articuladas de in-clusatildeo e integraccedilatildeo social dos imigrantes de modo que possam continuar a contri-buir econocircmica social e culturalmente para o crescimento de Caxias do Sul terra de imigrantes
O CRPRS juntamente com o Sistema Conselhos de Psicologia desenvolveu a
campanha veiculada nacionalmente com o tiacutetulo ldquoO preconceito humilha e a humi-lhaccedilatildeo social faz sofrerrdquo para discutir as questotildees que envolvem as relaccedilotildees raciais Por meio dessa iniciativa afirmamos a ga-rantia de direitos dos imigrantes e reforccedila-mos que para aleacutem do acolhimento da po-pulaccedilatildeo local sejam tambeacutem viabilizadas poliacuteticas que contemplem accedilotildees efetivas para uma vida menos precarizada do mi-grante em nosso territoacuterio
Com base na garantia de direitos pre-vista na Declaraccedilatildeo Universal dos Direi-tos Humanos na Declaraccedilatildeo de Durban firmada por 173 paiacuteses na I Conferecircncia Mundial contra o Racismo a Discrimina-ccedilatildeo Racial a Xenofobia e as Formas Cone-xas de Intoleracircncia em 2001 na Aacutefrica do Sul reafirmando o principio da igualdade e da natildeo discriminaccedilatildeo entre as pessoas e na Constituiccedilatildeo Federal de 1988 foi redigida a lei sobre o racismo no Brasil acrescentando-se o inciso XLII no artigo 5ordm declarando que o racismo eacute um crime inafianccedilaacutevel imprescritiacutevel e sujeito a pena de reclusatildeo
Portanto seguindo a legislaccedilatildeo vi-gente e conforme o debate jaacute afianccedilado nas instacircncias internacionais de garantia dos direitos humanos o CRPRS aleacutem de convidar a populaccedilatildeo a refletir sobre o tema convida a categoria a conhecer a Resoluccedilatildeo nordm 182002 do CFP que estabe-lece normas para atuaccedilatildeo das psicoacutelogas e dos psicoacutelogos em relaccedilatildeo ao preconceito e agrave discriminaccedilatildeo racial Para o CRPRS eacute urgente discutirmos a nossa praacutetica pro-fissional diante desse tema implicado no compromisso social de nossa profissatildeo
entre linhas | out-nov-dez 2014 11entre linhas | out-nov-dez 2014 11
Os fazeres (e prazeres) psi em desvios e contraversos
Ateacute o uacuteltimo ano do ensino meacutedio eu sempre achei que queria e iria cursar Direito Em setembro quando comeccedilaram as inscri-ccedilotildees da UFRGS me dei conta de que o que eu realmente queria eacute que o tempo daquela juventude natildeo acabasse mais Agrave eacutepoca mi-nhas duas melhores amigas resolveram fazer vestibular para Psicologia Assim o iniacutecio de meu percurso pelas praacuteticas e saberes psi se deu pelos disparos da amizade e do desvio
Nos idos de marccedilo num ano em que o veratildeo insistia em continuar foi que de maneira assustadoramente solitaacuteria em-barquei na errante nau a descobrir o mun-do das teorias e conceitos de uma Psicolo-gia agraves vezes candidata agrave ciecircncia agraves vezes transversada em arte Nessa viagem visi-tei uma infinidade de portos ndash de chegada de partida de parada de encontro Aos poucos a solidatildeo comeccedilou a ser povoada e a travessia tornou-se tempo e espaccedilo de constante reinvenccedilatildeo de saberes e praacuteticas
A aposta na escuta como instrumento da potecircncia criativa e criadora de sujeitos e realidades somada ao flerte com o mundo jus fez com que eu buscasse as veredas so-ciais da Psicologia em suas tessituras com os territoacuterios dos direitos humanos e a in-tencionalidade de um fazer cliacutenico-poliacutetico
Dessa maneira cheguei ao mestrado oportunidade para se conhecer e se cons-truir pesquisador entendendo a trama en-sino-pesquisa-extensatildeo como possibilidade para uma formaccedilatildeo em Psicologia que se propusesse ampliada com mais ineditis-mos e menos assepsias Optei por um cam-po de pesquisa que fizesse laccedilo com algum projeto de extensatildeo e portanto problema-tizasse a inserccedilatildeo acadecircmica na comuni-
dade como um dispositivo de accedilatildeo atraveacutes do qual a universidade pode exercer de forma mais intensa sua funccedilatildeo poliacutetica e social Naquele momento pude me inserir no Grupo ESTACcedilAtildeO PSI (Estudo e Accedilatildeo em Poliacuteticas de Subjetivar e Inventar) que prestava assessoria ao projeto de trabalho educativo com jovens em cumprimento de medida socioeducativa implementado na Procuradoria da Repuacuteblica do RS
Por esse encontro com as formas de um viver juvenil entendido e condenado como desviante as categorias Direito Social Psico-logia Cliacutenica Accedilatildeo Poliacutetica se misturavam e coreografavam movimentos que escapavam aos contornos das praacuteticas profissionais e dos meacutetodos de investigaccedilatildeo tradicionais A anguacutestia gerada pela desconstruccedilatildeo das cer-tezas e das foacutermulas prontas de ser psicoacuteloga logo deu lugar agrave descoberta da potecircncia da invenccedilatildeo de novos caminhos que desviam do instituiacutedo e tem aiacute justamente a sua forccedila de interrogaccedilatildeo do social
Infelizmente o projeto natildeo mais existe na Procuradoria mas a inspiraccedilatildeo dessa experiecircncia permitiu-me a escrita ne-gociaccedilatildeo e implantaccedilatildeo do programa de trabalho educativo do TRT-RS que desde 2013 firmou convecircnio com a FASE-RS
Trabalhando com a perspectiva da Psi-cologia Cliacutenico-Poliacutetica em sua interface com a temaacutetica da Justiccedila e do Direito toda a minha praacutetica eacute orientada por uma eacutetica da ocupacircncia que na construccedilatildeo de terri-toacuterios instituintes ainda que temporaacuterios aposta na criaccedilatildeo de condiccedilotildees de possibi-lidade para a constante reatualizaccedilatildeo de formas e forccedilas mais livres e potentes de expressatildeo da vida
relato de experiecircncia
PARTICIPEVocecirc tambeacutem quer compartilhar sua experiecircncia como psicoacutelogoa Envie um relato para imprensacrprsorgbr destacando sua praacutetica Os textos seratildeo avaliados pela Comissatildeo Editorial do EntreLinhas e poderatildeo ser publicados nas proacuteximas ediccedilotildees do jornal
Paula Goldmeier Graduada em Psicologia mestre em Psicologia Social e Institucional pela UFRGS Atua nas aacutereas de Direitos Humanos e Sauacutede Coletiva
12 entre linhas | out-nov-dez 2014
entrevista
Em sua opiniatildeo o que eacute laicidade
TATIANE ndash A laicidade opotildee-se aos
discursos fundamentalistas ligados agraves vio-
laccedilotildees de direito Assim as leis devem ser
orientadas pelos Direitos Humanos Uni-
versais e pela Constituiccedilatildeo Federal e natildeo
por dogmas e ideologias religiosas Isso
natildeo significa que o Estado negue agrave Igreja
o direito de contribuir para o bem da so-
ciedade Um Estado que natildeo respeita um
espaccedilo para as igrejas na sociedade ou que
negue o direito de expressatildeo acabaria com
a democracia caindo no sectarismo e no
totalitarismo ideoloacutegico
LUCIANA ndash Eacute a natildeo adoccedilatildeo de uma
religiatildeo em particular pelo Estado Isso natildeo
quer dizer que desconsidere as muacuteltiplas
religiotildees que convivem em seu territoacuterio ou
negue a expressatildeo da religiosidade popular
pessoal ou coletivamente mas inclui todas
como representaccedilotildees da diversidade reli-
giosa ou espiritual do seu povo
TATIANA ndash Eacute um dispositivo de pro-
teccedilatildeo agrave livre consciecircncia e expressatildeo de
crenccedilas de modo a garantir o reconheci-
mento da diversidade social em socieda-
des democraacuteticas sem ocircnus moral para
grupos minoritaacuterios em relaccedilatildeo a hegemo-
nias religiosas e morais
Por que eacute importante discutir essa ques-
tatildeo no Sistema Conselhos de Psicologia
EDUARDO ndash A Psicologia precisa
se posicionar frente a projetos de leis que
tecircm uma base fundamentalista ferindo os
direitos humanos e as liberdades indivi-
duais Aleacutem disso muitosas psicoacutelogos
as natildeo tecircm clareza de como se posicionar
Psicologia Religiatildeo e Espiritualidade como dialogarSAIBA MAIS
Nota Teacutecnica do CFP ndash Posicionamento do Sistema Conselhos de Psicologia para a questatildeo da Psicologia Religiatildeo e Espiritualidadehttpbitlynotacfplaicidade
Posicionamento Sistema Conselhos frente uso indiscriminado do discurso religioso na poliacutetica httpbitlyEleicoes_Laicidade
Leia entrevistas na iacutentegra em wwwcrprsorgbrentrelinhas68
entre linhas | out-nov-dez 2014 13
frente a suas proacuteprias religiotildees ou crenccedilas
de seus clientes e instituiccedilotildees
LUCIANA ndash Eacute importante discutir as
implicaccedilotildees das crenccedilas religiosidade ou
espiritualidade do psicoacutelogo na sua praacuteti-
ca profissional E como sua praacutetica acolhe
repudia essas dimensotildees do puacuteblico com
quem trabalha Por exemplo o que signifi-
ca eu me apresentar como psicoacuteloga cristatilde
Apenas explicito minhas crenccedilas ou impor-
to praacuteticas religiosas para minhas interven-
ccedilotildees laborais Toda essa discussatildeo eviden-
cia o quanto reconhecemos essa dimensatildeo
na vida humana e como nos organizamos
para abordaacute-la nos espaccedilos profissionais
em que o psicoacutelogo estaacute inserido e integraacute-
-la agraves demais dimensotildees da vida humana
TATIANA ndash A Psicologia eacute uma ciecircn-
cia laica A religiosidade e a espiritualidade
podem ser objeto de estudo da Psicologia
o que natildeo eacute o mesmo que a Psicologia ado-
tar pressuposto religioso em seus modos
de significar o mundo a condiccedilatildeo huma-
na e as relaccedilotildees sociais A Psicologia deve
se manter laica para que natildeo decorra em
prejuiacutezo nos modos de significaccedilatildeo de dis-
tintas condiccedilotildees de vida e de subjetivaccedilatildeo
considerando especificidades culturais
que tambeacutem podem abranger distintas re-
ferecircncias a doutrinas religiosas e mesmo a
recusa agrave religiosidade ou expressa afirma-
ccedilatildeo da crenccedila de que Deus natildeo existe
Que situaccedilotildees ou demandas atuais a Psi-
cologia tem discutido e que estatildeo ligadas
diretamente ao tema
TATIANE ndash Podemos citar os atuais
discursos fundamentalistas contra o ca-
samento gay e a diversidade sexual e de
gecircnero a questatildeo da legalizaccedilatildeo do aborto
e Lei do Nascituro intoleracircncia religiosa
e racismo aleacutem da discussatildeo sobre a pre-
dominacircncia dos discursos religiosos e im-
posiccedilatildeo de praacuteticas religiosas nas propos-
tas de projeto terapecircutico da maioria das
comunidades terapecircuticas Muitas dessas
demandas estatildeo ligadas a um discurso
preconceituoso que busca se esconder atra-
veacutes de argumentos em defesa de valores
da vida e da famiacutelia e que no fundo im-
potildeem suas proacuteprias ideologias contraacuterias
agraves liberdades de expressatildeo e dos direitos
humanos violando as diferentes formas do
indiviacuteduo ser no mundo
TATIANA ndash O projeto de decreto legis-
lativo que pretendia incidir sobre a normativa
da Psicologia no que se refere agrave homossexu-
alidade e aos paracircmetros eacuteticos para o exer-
ciacutecio profissional eacute um exemplo O discurso
religioso que incide na desqualificaccedilatildeo moral
de demandas de mulheres por direitos repro-
dutivos novas configuraccedilotildees familiares uso
de drogas e seu tratamento todas essas satildeo
questotildees que tangenciam a laicidade da Psi-
cologia A posiccedilatildeo da Psicologia natildeo se pauta
em uma dada moralidade pressuposta como
verdadeira mas leva em consideraccedilatildeo a com-
plexidade das determinaccedilotildees soacutecio-culturais
para compreender a situaccedilatildeo particular de
vida e escolhas de indiviacuteduos
Por que devemos pensar em praacuteticas da
Psicologia baseadas na laicidade
EDUARDO ndash O trabalho doa
psicoacutelogoa deve estar alicerccedilado nas ci-
ecircncias psicoloacutegicas e nos direitos humanos
ao inveacutes de crenccedilas individuais Assim as
praacuteticas psicoloacutegicas estaratildeo promovendo
Tatiane Baggio Psicoacuteloga conselheira do CRPRS membro dos GTs Nacional e Regional de Laicidade
Eduardo HoffmannPsicoacutelogo conselheiro do CRPRS membro dos GTs Nacional e Regional de Laicidade
Luciana Fernandes Marques Psicoacuteloga Mestre em Psicologia Social e da Personalidade e Doutora em Psicologia pela PUCRS Poacutes-Doutorado em Psicologia pela UFRGS e pelo ISCTE-IUL Lisboa Membro do Grupo de Trabalho Psicologia e Religiatildeo da Associaccedilatildeo Nacional de Pesquisa e Poacutes-Graduaccedilatildeo em Psicologia e da International Association for the Psychology of Religion
Tatiana LionccediloPsicoacuteloga Mestre e Doutora em Psicologia pela Universidade de Brasiacutelia conselheira do CRP-01 Integra o GT Nacional ldquoPsicologia Religiatildeo e Laicidaderdquo do CFP
14 entre linhas | out-nov-dez 2014
a sauacutede e a qualidade de vida da popula-
ccedilatildeo para que cada sujeito pense e se po-
sicione de forma criacutetica e consciente sobre
como pretende viver sua crenccedila As praacuteti-
cas psicoloacutegicas devem estar baseadas na
laicidade por um respeito ao ser humano
e toda diversidade de crenccedilas e formas de
expressaacute-la apenas sendo laica a Psicolo-
gia poderaacute acolher essa diversidade
LUCIANA ndash Devemos pensar em
praacuteticas baseadas na laicidade para man-
ter a afiliaccedilatildeo da Psicologia agrave ciecircncia tra-
dicional Mas boa parte da ciecircncia eacute ino-
var desbravar novos caminhos antecipar
problemas e soluccedilotildees entatildeo a boa ciecircncia
eacute provisoacuteria questionaacutevel (auto)reflexi-
va e bastante (auto)criacutetica Nesse sentido
a Psicologia tambeacutem natildeo deve se fechar
demasiadamente em roacutetulos mas manter
foacuteruns de diaacutelogo com a ciecircncia e com a
comunidade estando atenta a exageros no
exerciacutecio profissional
TATIANA ndash A Psicologia reconhe-
ce a diversidade social e portanto tam-
beacutem reconhece a diversidade religiosa e
a existecircncia de grupos e indiviacuteduos que
natildeo adotam religiatildeo A espiritualidade eacute
uma importante dimensatildeo da subjetivi-
dade embora natildeo dependa necessaria-
mente da religiosidade e a Psicologia
expressamente se afirma contraacuteria a toda
forma de fundamentalismo religioso ou
seja modos de imposiccedilatildeo de moralidades
com base em preceitos religiosos resguar-
dando o reconhecimento da diversidade
social cultural e subjetiva
A Psicologia pode dialogar com a espiri-
tualidade e a religiatildeo se mantendo laica
De que forma isso se traduz na praacutetica
doa psicoacutelogoa
EDUARDO ndash A Psicologia dialoga
com a espiritualidade e a religiatildeo se man-
tendo laica quando natildeo induz a convicccedilotildees
religiosas conforme estaacute previsto em nosso
Coacutedigo de Eacutetica art 2ordm aliacutenea b Seus cons-
tructos e epistemologias se originam e se
orientam na ciecircncia e natildeo na teologia Isso
se traduz na praacutetica psicoloacutegica por uma
postura eacutetica em olhar o ser humano em
sua integralidade e natildeo a partir de um vieacutes
religiosoespiritual apenas Tambeacutem se tra-
duz aoagrave psicoacutelogoa quando se utiliza de
intervenccedilotildees e praacuteticas que satildeo aceitas e re-
conhecidas pelas ciecircncias psicoloacutegicas
LUCIANA ndash Enquanto categoria pro-
fissional a Psicologia eacute laica natildeo adota ne-
nhuma religiatildeo em particular mas estuda
a relaccedilatildeo da religiosidadeespiritualidade
com a sauacutede e sua expressatildeo no compor-
tamento humano Por temor da Psicolo-
gia natildeo ser reconhecida como ciecircncia haacute
excessiva cautela em aplicar esse conhe-
cimento na atuaccedilatildeo profissional do psicoacute-
logo ndash embora tenha diminuiacutedo muito na
uacuteltima deacutecada Na praacutetica do psicoacutelogo
isso se traduz no reconhecimento de que
a religiosidadeespiritualidade eacute uma di-
mensatildeo humana imbricada com todas as
outras dimensotildees e que pode ser fonte tan-
to de sauacutede quanto de adoecimento
TATIANA ndash O profissional de Psico-
logia deve considerar a religiosidade e a
espiritualidade quando forem expressas
pelas pessoas como significativas em seus
modos de subjetivaccedilatildeo e vida Assim como
eacute equiacutevoco eacutetico associar a sua proacutepria feacute
religiosa no exerciacutecio profissional o profis-
entrevista
SAIBA MAISCaderno de Deliberaccedilotildees VIII CNP Eixo II ndash Contribuiccedilotildees eacuteticas poliacuteticas e teacutecnicas nos processos de trabalho proposta 214 ldquoOrientaccedilatildeo laicidaderdquo paacutegina 37 httpbitlycad8cnp
Coacutedigo de Eacuteticawwwcrprsorgbrcodigoetica
Movimento Estrateacutegico do Estado Laicowwwmeelorgbr
entre linhas | out-nov-dez 2014 15
sional viola o coacutedigo de eacutetica ao desconsi-
derar inferiorizar ou mesmo patologizar a
expressatildeo de feacute de pessoas que se coloquem
sob seus cuidados A importacircncia da manu-
tenccedilatildeo da laicidade no exerciacutecio profissio-
nal eacute justamente a de garantir o reconheci-
mento de subjetividades na perspectiva da
alteridade ou seja considerando o campo
de significaccedilotildees dos proacuteprios sujeitos em
seus modos de vida e de subjetivaccedilatildeo
De que forma a Psicologia pode contri-
buir para o fortalecimento do Estado Lai-
co e ao mesmo tempo combater situa-
ccedilotildees de violaccedilotildees de direito
TATIANE ndash A consideraccedilatildeo das di-
ferenccedilas morais culturais religiosas e das
praacuteticas sociais eacute fundamental para a cons-
truccedilatildeo da democracia sendo o Estado lai-
co a condiccedilatildeo para que as diferenccedilas natildeo
sejam assoladas por projetos poliacuteticos de
segregaccedilatildeo marginalizaccedilatildeo e desqualifica-
ccedilatildeo Eacute preciso buscar o diaacutelogo entre a Psi-
cologia e outras categorias profissionais
somar-se agraves parcerias com grupos sociais
falar sobre esses temas junto agrave sociedade
LUCIANA ndash A Psicologia pode con-
tribuir para o Estado Laico adotando uma
postura de respeito pela diversidade reli-
giosaespiritual de escuta das variadas
proposiccedilotildees e engajamento em discussotildees
muacuteltiplas que incluam tanto profissionais
pesquisadores quanto pessoas da comuni-
dade e oriundas das variadas tradiccedilotildees
TATIANA ndash A Psicologia eacute um im-
portante ator social de enfrentamento do
fundamentalismo religioso ao reafirmar a
necessidade de reconhecimento e respeito
agrave diversidade social e agrave diversidade subje-
tiva Desde 2013 a Psicologia tem integra-
do o Movimento Estrateacutegico pelo Estado
Laico organizaccedilatildeo que contou com o CFP
em sua articulaccedilatildeo e que agora conta com
apoio do Sistema Conselhos
Como oa psicoacutelogoa pode trabalhar sua
proacutepria crenccedila religiosa e sua espirituali-
dade sem que isso interfira em sua praacutetica
EDUARDO ndash Separando uma da ou-
tra natildeo vinculando em sua praacutetica pro-
fissional e natildeo usando sua proacutepria crenccedila
como um diferencial profissional
LUCIANA ndash Talvez seja interessante
que sua espiritualidade interfira na praacutetica
profissional Natildeo podemos supor que a reli-
giatildeo ou espiritualidade possuem uma inter-
ferecircncia negativa tomando exemplos nega-
tivos como o caso da cura gay O problema
natildeo eacute a religiatildeo eacute o que as pessoas fazem a
partir dela O sujeito fanaacutetico fundamenta-
lista e extremista levaraacute essas caracteriacutesticas
consigo mesmo sendo ateu Se ter crenccedilas
e espiritualidade eacute ter um bom coraccedilatildeo pa-
rece urgente que essa interferecircncia ocorra
Natildeo precisamos de mais profissionais tec-
nicistas e pouco humanizados
TATIANA ndash Como quaisquer outros
fatores pessoais reservando para si espa-
ccedilo de elaboraccedilatildeo de seu proacuteprio campo de
significaccedilotildees sobre o mundo a vida e si
mesmo Como outras convicccedilotildees morais
o profissional deve saber manter distacircn-
cia entre seus proacuteprios valores pessoais e
os valores e modos de vida de outrem de
modo a natildeo reduzir o outro a si mesmo
Este eacute um exerciacutecio eacutetico que exige anaacutelise
pessoal e supervisatildeo-intervisatildeo na condu-
ccedilatildeo dos trabalhos
SAIBA MAISCRPRS participou do Seminaacuterio Nacional do Movimento Estrateacutegico pelo Estado Laico (MEEL) realizado de 26 a 28 de agosto em Brasiacutelia httpbitlyCRPRS_Meel
Manifesto do Movimento Estrateacutegico pelo estado laicohttpbitlymanifesto_MEEL
16 entre linhas | out-nov-dez 2014
controle social
Controle Social e a PsicologiaControle Social eacute aquele que o cidadatildeo
em um contexto democraacutetico pode exercer sobre o Estado por meio da participaccedilatildeo na gestatildeo da fiscalizaccedilatildeo do monitoramento e do controle das accedilotildees da administraccedilatildeo puacuteblica o acompanhamento das poliacuteticas sendo assim um importante mecanismo de fortalecimento da cidadania
De forma geral a participaccedilatildeo no Con-trole Social permite que os cidadatildeos possam intervir na tomada da decisatildeo administrati-va orientando a administraccedilatildeo puacuteblica para que adote medidas que realmente atendam ao interesse puacuteblico e ao mesmo tempo possam exercer controle sobre a accedilatildeo do Es-tado exigindo que o gestor puacuteblico preste contas de sua atuaccedilatildeo Esse envolvimento na gestatildeo puacuteblica eacute um direito assegurado pela Constituiccedilatildeo Federal permitindo que os cidadatildeos natildeo soacute participem da formu-laccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem fiscalizem de forma permanente a aplicaccedilatildeo dos recursos puacuteblicos
O Conselho Regional de Psicologia
do Rio Grande do Sul (CRPRS) e o Con-
selho Federal de Psicologia (CFP) esti-
mulam a participaccedilatildeo dosas psicoacutelogos
as nas instacircncias de controle social por
acreditar que o conhecimento teacutecnico dos
profissionais da aacuterea pode contribuir na
construccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas Aleacutem disso seus representantes a partir de suas regiotildees de intervenccedilatildeo tornam-se inter-locutores e referecircncia para osas demais psicoacutelogosas locais ampliando assim o debate da Psicologia como protagonista das poliacuteticas puacuteblicas das diversas regiotildees
Atualmente o CRPRS possui cadeiras em diversos conselhos de direito e estaacute aberto a assumir novas vagas de acordo com seus posicionamentos Eacute importan-te destacar que a representaccedilatildeo feita pelo profissional da Psicologia nos espaccedilos de controle social natildeo possui caraacuteter indivi-dual deve expressar concepccedilotildees orienta-ccedilotildees e diretrizes formuladas ou definidas pela categoria Ao assumir o lugar de re-presentaccedilatildeo na instacircncia de controle so-cial oa psicoacutelogoa compromete-se a defender necessariamente as orientaccedilotildees e posicionamentos do Conselho Regional de Psicologia assim como os do Conselho Federal de Psicologia frente agraves questotildees que se encontram em debate
SAIBA MAIS Acesse wwwcrprsorgbrcontrolesocial para saber mais sobre Con-trole Social Duacutevidas poderatildeo ser escla-recidas pelo e-mail crepopcrprsorgbr
AacuteREA ABRANGEcircNCIA
Sauacutede Estadual e Municipal
Assistecircncia Social Estadual e Municipal
Direitos da Crianccedila e do Adolescente Municipal
Poliacuteticas sobre Drogas Estadual e Municipal
Direitos da Mulher Municipal
Os espaccedilos de atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos no controle social satildeo
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Municiacutepios onde CRPRS tem representaccedilotildees no Controle Social
Quer representar o CRPRS nos Conselhos de Direito
Conselhos de Direitos
Se vocecirc eacute psicoacutelogoa e tem interesse em re-
presentar o CRPRS em algum conselho de direi-
to acesse o Cadastro de Interesse de Psicoacutelogoa
ndash Representaccedilatildeo no Controle Social
Disponiacutevel em wwwcrprsorgbrcontro-
lesocial O pedido seraacute avaliado considerando
os criteacuterios estabelecidos para se constituir a
representaccedilatildeo e interesses do CRPRS Os repre-
sentantes devem participar das atividades pro-
movidas pelo CRPRS
Criteacuterios para candidatar-se agrave representaccedilatildeo
bull Ser psicoacutelogao devidamente inscrito no
CRPRS
bull Preencher cadastro de interesse em www
crprsorgbrcontrolesocial
bull Ter conhecimentoaproximaccedilatildeo relaciona-
do agrave temaacutetica e ao municiacutepio do Conselho
de direito
bull Estar adimplente com as anuidades do CRPRS
bull Disponibilizar-se a participar sistematica-
mente das reuniotildees da Comissatildeo de Poliacuteticas
Puacuteblicas (sede) ou Nuacutecleos de Poliacuteticas Puacutebli-
cas (subsedes) e dos encontros de discussatildeo
do controle social promovidos pelo CRPRS
O CRPRS recebe pedidos para indicaccedilatildeo de
psicoacutelogosas para assumir vagas em Conselho
de Direitos Apoacutes aprovada a participaccedilatildeo do
CRPRS na instacircncia e realizada a indicaccedilatildeo de ti-
tular e suplente para a vaga por meio da Comis-
satildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas (sede) dos Nuacutecleos de
Poliacuteticas Puacuteblicas (nas subsedes) ou dos nuacutecleos
gestores das subsedes eacute feita a comunicaccedilatildeo ofi-
cial agrave instituiccedilatildeo solicitante
Conselhos de Direito que tenham interesse
em ter o CRPRS compondo seu conjunto de con-
selheiros devem acessar o Cadastro de interesse
de Conselho de Direito ndash Representaccedilatildeo no Con-
trole Social disponiacutevel em wwwcrprsorgbr
controlesocial
18 entre linhas | out-nov-dez 2014
O que eacute ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacuteblicas O que fazer quando se estaacute por laacute
O que satildeo as poliacuteticas puacutebli-cas para osas psicoacutelogosas Aleacutem de um campo de atuaccedilatildeo no qual se materializam direitos constitucionais um mercado de trabalho em franca expansatildeo Eacute possiacutevel pensar o trabalho como sendo um ofiacutecio Enquanto fabri-cam produtos os homens se pro-duzem Pensando sobre o ofiacutecio doa psicoacutelogoa qual o objeto de seu fazer Que ferramentas ele usa Qual meacutetodo orienta sua accedilatildeo Qual objetoobjetivo a ser produzido com o seu trabalho
O contexto que engendrou a profissatildeo do psicoacutelogo definiu o indiviacuteduo e suas relaccedilotildees consigo mesmo como objeto de trabalho a psicoterapia e o aconselhamen-to ndash seja individuais ou grupal ndash orientada por um diagnoacutestico psicopatoloacutegico como instru-mentomeacutetodo de excelecircncia para a intervenccedilatildeo e a diminui-ccedilatildeo do sofrimento daquele que se atende como objetivo a ser alcanccedilado com a intervenccedilatildeo As demandas oriundas das po-liacuteticas puacuteblicas tecircm exigido uma releitura tanto no nosso objetoobjetivo de trabalho quanto do nosso instrumento prioritaacuterio para a intervenccedilatildeo As poliacuteticas puacuteblicas definem em seus mar-
cos normativos accedilotildees intencio-nais do Estado voltadas para as coletividades O objeto de traba-lho desenhado satildeo as relaccedilotildees estabelecidas entre o indiviacuteduo e os coletivos construiacutedas em seus territoacuterios de vida O meacutetodo preconizado eacute o de articulaccedilatildeo de diversas ofertas do Estado e das comunidades para atender as muacuteltiplas necessidades dos sujei-tos dos grupos e dos territoacuterios A produccedilatildeo de autonomia e cons-truccedilatildeo da cidadania estatildeo postas como horizontes aos quais se al-meja chegar com as intervenccedilotildees
Ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacuteblicas significa re-conhecer a mudanccedila da oficina na qual passamos a trabalhar Eacute estar disposto a alinhar nosso objetoobjetivo de trabalho com aquele traccedilados nas diretrizes que orientam a poliacutetica puacuteblica na qual atuamos E ainda colo-car nossas competecircncias e habi-lidades na direccedilatildeo da defesa ra-dical da autonomia dos sujeitos e das coletividades e da construccedilatildeo de uma cidadania ativa
Ainda que as intencionalida-des das poliacuteticas puacuteblicas estejam alinhadas aos marcos constitucio-nais do Estado brasileiro o cam-po do puacuteblico eacute formado por con-
crepop
tradiccedilotildees estruturais e interesses diversos Ele se constroacutei marca-do por disputas Eacute mister analisar com quais interesses nossas praacute-ticas encontram-se alinhadas A que forccedilas estamos servindo Em que direccedilatildeo nossas habilidades e competecircncias estatildeo sendo convo-cadas Que trabalhos essas con-vocaccedilotildees estatildeo produzindo Eacute na leitura cuidadosa deste campo de tensatildeo e na construccedilatildeo de respos-tas a estas e outras questotildees que osas oficineirosas psicoacutelogosas estatildeo trabalhando na remo-delaccedilatildeo da Psicologia enquanto ofiacutecio podendo assim contribuir efetivamente para a consolidaccedilatildeo do Estado Democraacutetico de Direi-to no Brasil
Andreacute Sales Assessor Teacutecnico de Poliacuteticas Puacuteblicas
Edson Knevitz Silva e Fernanda Carrion Estagiaacuterios
Alexandra Ximendes Conselheira de Referecircncia
Acesse wwwcrprsorgbren-trelinhas68 e leia o texto do Crepop na iacutentegra
entre linhas | out-nov-dez 2014 19
Orientaccedilotildees aosagraves profissionais que atuam na Cliacutenica Psicoloacutegica em consultoacuterio
orientaccedilatildeoRe
cort
e e
cole
cion
e
Aacuterea TeacutecnicaLucio Fernando Garcia ndash Coord da Aacuterea Teacutecnica
Adriana Dal Orsoletta ndash Psicoacuteloga FiscalFlavia Cardozo de Mattos ndash Psicoacuteloga Fiscal
Leticia Giannechini ndash Psicoacuteloga FiscalLucia Regina Cogo ndash Psicoacuteloga Fiscal
Para atuaccedilatildeo na Cliacutenica (atendimento psi-coloacutegico avaliaccedilatildeo psicoloacutegica e psicoterapia) oa psicoacutelogoa deve estar regularmente ins-crito no CRPRS no Instituto Nacional de Se-guridade Social (INSS) de sua cidade e junto agrave Prefeitura Municipal para cadastro de ISSQN
OA profissional deve tambeacutem escolher um espaccedilo fiacutesico adequado considerando si-gilo e confidencialidade aleacutem de lugar apro-priado para a guarda do material teacutecnico e de atendimento Eacute obrigatoacuterio o registro docu-mental sobre a prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacute-gicos que natildeo puder ser mantido prioritaria-mente sob a forma de prontuaacuterio psicoloacutegico por razotildees que envolvam a restriccedilatildeo do com-partilhamento de informaccedilotildees com o usuaacuterio eou beneficiaacuterio do serviccedilo prestado
O registro documental em papel ou informatizado tem caraacuteter sigiloso e reuacute-ne informaccedilotildees que contemplam de forma sucinta o trabalho prestado a descriccedilatildeo e a evoluccedilatildeo do caso e os procedimentos teacutecnico-cientiacuteficos adotados Deve ser man-tido permanentemente atualizado e organi-zado peloa psicoacutelogoa que acompanha o procedimento A guarda desses registros de atendimento individual ou de grupo eacute de responsabilidade doa profissional psicoacutelogoa e obedece ao disposto no Coacutedi-go de Eacutetica Profissional e agrave Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Documen-tos Escritos produzidos peloa psicoacutelogoa decorrente de avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
OA psicoacutelogoa ao anunciar seus ser-viccedilos indicaraacute sempre seu nome (pessoa fiacute-sica) e o nuacutemero de inscriccedilatildeo (nordm CRP) bem como as capacitaccedilotildees que possua e endere-ccedilo atualizado para contato
Ao estabelecer um contrato de serviccedilos deveraacute levar em conta os direitos dos usu-
aacuterios ou beneficiaacuterios dos serviccedilos confor-me Artigo 1deg aliacutenea d do Coacutedigo de Eacutetica Profissional doa Psicoacutelogoa Incluindo a atenccedilatildeo a outras legislaccedilotildees como o Coacutedi-go de Proteccedilatildeo e de Defesa do Consumidor
Para pautar seus honoraacuterios oa psicoacutelogoa poderaacute utilizar a Tabela Refe-rencial de Honoraacuterios que eacute disponibilizada pelo Sistema Conselhos sendo sua elabora-ccedilatildeo e atualizaccedilatildeo feitas pela FENAPSI ndash Fe-deraccedilatildeo Nacional dos Psicoacutelogos e CFP Os valores satildeo meramente sugestivos e natildeo haacute obrigatoriedade de adotaacute-los Tambeacutem eacute pos-siacutevel disponibilizar atendimentos psicoloacutegi-cos por meio de planos de sauacutede devendo procurar diretamente a operadora de planos de sauacutede para informaccedilotildees sobre a forma de contrataccedilatildeo Tambeacutem a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) pelo site wwwansgovbr ou pelo telefone 0800-7019656
Lembrando que para o exerciacutecio profissio-nal adequado oa profissional deve pautar-se na constante atualizaccedilatildeo mantendo-se cons-tantemente atualizado teoacuterica teacutecnica e etica-mente e estar atento agraves resoluccedilotildees da profissatildeo e demais legislaccedilotildees que envolvam o atendi-mento de pacientes Afinal oa psicoacutelogoa em seu consultoacuterio tambeacutem eacute uma profissio-nal que se ocupa da sauacutede coletiva
A Aacuterea Teacutecnica do CRPRS estaacute agrave disposiccedilatildeo da categoria e da sociedade para orientaccedilatildeoPelo e-mail orienteccrprsorgbr | Pelo
telefone (51) 3334-6799 | Pessoalmente na sede do CRPRS em Porto Alegre de segunda a quarta das 9h agraves 17h e quinta e sexta das 9h agraves 12h
20 entre linhas | out-nov-dez 2014
USO EXCLUSIVO DOS CORREIOS
[ ] ausente [ ] endereccedilo insuficiente [ ] falecido [ ] natildeo existe o nuacutemero indicado [ ] recusado [ ] desconhecido [ ] natildeo procurado [ ] infporteirosiacutendico [ ] mudou-se [ ] outros (especificar)
______________ _________________________ data rubrica do responsaacutevel
_________________________
VISTO
agenda
Curso
Psicologia Aplicada agrave Aviaccedilatildeo19 a 30012015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 35198221 (51) 95518221bauerrosanagmailcom wwwabordofatoreshumanoscombr
Curso de Aperfeiccediloamento em Terapias CognitivasIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33323249danielalumertzwainerpsicologiacombr wwwwainerpsicologiacombr
ExtensatildeoPrograma de atualizaccedilatildeo em Terapia Cognitiva-comportamentalInscriccedilotildees ateacute 15122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 92514066f3representacaogmailcom
Formaccedilatildeo
Formaccedilatildeo em Terapia do EsquemaIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33323249danielalumertzwainerpsicologiacombr wwwwainerpsicologiacombrensino
Formaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica05032015 a 15122017Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33334801ieppieppcombr wwwieppcombr
Endereccedilo para DevoluccedilatildeoAgecircncia de Correios Avenida Protaacutesio Alves - CEP 90410-970
Formaccedilatildeo em Psicoterapia Psicanaliacutetica Iniacutecio em 10032015 Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33313781 (51) 92497139 contatogaepsicombr wwwgaepsicombr
Especializaccedilatildeo
Especializaccedilatildeo na Teoria e Teacutecnica de Intervenccedilatildeo na Relaccedilatildeo Pais-BebecircsInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica ndash AdultosInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica da AdolescecircnciaInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Neuropsicologia CliacutenicaIniacutecio em 27022015FlorianoacutepolisSC Informaccedilotildees (61) 32263002 (61) 81299428weberibneurocombr wwwibneurocombr
Especializaccedilatildeo Instituiccedilotildees em AnaacuteliseIniacutecio em 13032015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33082926 (somente sextas-feiras agrave tarde)instemanaliseufrgsbr httpbitly1vhZBeB
Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo AnaliacuteticaIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33305655crsilvahcpaufrgsbr wwwcelgorgbr
Especializaccedilatildeo em Psicoterapia PsicanaliacuteticaIniacutecio em 11032015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 32096524esippesippcombr wwwesippcombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia CognitivaIniacutecio em 01042015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 32735224 (51) 80234890portoalegre1institutowpcom wwwinstitutowpcom
Jornada
XI Jornada CELPCYRO sobre Sauacutede Mental26062015Porto Alegre RSInformaccedilotildees (51) 33884944atendimentogweventoscombr wwwcelpcyro2015eventizecombr
entre linhas | out-nov-dez 2014 7
social do branco como agente central ldquoA construccedilatildeo da identidade positiva somen-te seraacute possiacutevel quando estabelecermos uma relaccedilatildeo profiacutecua com o nosso corpo mesmo que esse corpo natildeo corresponda ao ideaacuterio cultural vigente dessa sociedade racistardquo defendem Glaucia e Eliana
ldquoPrecisamos ser sensiacuteveis ao sofrimen-to psiacutequico e agraves exclusotildees causadas pelo racismo e que muitas vezes os proacuteprios sujeitos negros natildeo conseguiratildeo nomeaacute-lo Trazer agrave tona a suposta neutralidade do branco que faz com que uma grande par-cela da sociedade tenha privileacutegios e natildeo os perceba pois eacute um lugar naturalizado Natildeo podemos ser reprodutores desta ide-ologia em nossas praacuteticas profissionais A branquitude precisa ser desvelada se real-mente buscamos contribuir com a luta an-tirracistardquo acredita Deacutebora
Em 2014 diversos episoacutedios de ra-cismo e injuacuteria racial ocorridos no Rio
Grande do Sul ganharam visibilidade na-cional evidenciando a necessidade de se ampliar o debate
ldquoOs episoacutedios nos mostraram que vive-mos em um estado racista e preconceituo-so de diversas formasrdquo destaca Taiasmin Para ela o apoio aos responsaacuteveis pelos atos discriminatoacuterios procurando rever-ter a agressatildeo culpando a proacutepria viacutetima eacute preocupante ldquoNatildeo considero acaso que um deputado com uma fala extremamente agressiva contra as minorias tenha se elegi-do como um dos mais votados no estadordquo
Na opiniatildeo de Glaucia e Eliana esses episoacutedios representaram uma vitoacuteria do movimento negro ldquoOs recentes eventos escancaram uma parte do que a populaccedilatildeo negra vivencia no seu cotidiano nas rela-ccedilotildees com as instituiccedilotildees da sauacutede traba-lho educaccedilatildeordquo
Como psicoacuteloga negra Taiasmin relata a necessidade que muitos profissionais ne-
ENTRELINHAS RECOMENDA
Blogueiras Negrashttpbitlyblogueiras_negras
Livro ldquoO espelho quebrado da branquidaderdquo de Adevanir Pinheiro
Livro ldquoMinha Famiacutelia Eacute Coloridardquo de Georgina Martins
Documentaacuterio ldquoO Lado Negro do Chocolaterdquo de Miki Mistrati
SAIBA MAISConheccedila o trabalho do GT Relaccedilotildees Raciais do CFP acessando wwwcrprsorgbrentrelinhas68
8 entre linhas | out-nov-dez 2014
relaccedilotildees raciais
Racismo Institucional
Psicologia e Relaccedilotildees Raciais
gros tecircm de comprovar sua competecircncia ldquoO negro natildeo corresponde ao imaginaacuterio que as pessoas tecircm dos psicoacutelogos Dificil-mente uma pessoa me vecirc como psicoacuteloga a menos que eu digardquo
O debate em torno das relaccedilotildees raciais se fortalece na medida em que a presenccedila do negro vai crescendo em diferentes es-
feras sociais por meio de poliacuteticas afirma-tivas ldquoAs universidades antes ocupadas somente por brancos comeccedilam a lsquoenegre-cerrsquo Isso incomoda a quem sempre viveu no lsquomundo dos brancosrsquo Alguns muros entre o lsquomundo dos negrosrsquo e o lsquomundo dos brancosrsquo comeccedilam a ser derrubadosrdquo destaca Deacutebora
Presente em diversas situaccedilotildees de nos-so cotidiano o racismo institucional eacute o mais difiacutecil de ser enfrentado por jaacute estar naturalizado em nossa sociedade ldquoEsse tipo de racismo estaacute no dia a dia e passa indiferente As pessoas condenam atitudes de injuacuteria racial e natildeo o racismo institucio-nal que eacute menos expliacutecitordquo afirma Alisson Batista estudante que integra o Coletivo Negraccedilatildeo e que participou de evento no CRPRS sobre racismo institucional O Coletivo Negraccedilatildeo surgiu em torno do ra-cismo institucional enfrentado pelos estu-dantes negros dentro da universidade
No evento Gleidson Dias assessor da
O estudo das relaccedilotildees raciais comeccedilou a ser favorecido pela Psicologia quando a profissatildeo assumiu as discussotildees pautadas pelos movimentos sociais como pertinen-tes agrave categoria ldquoAteacute entatildeo a profissatildeo natildeo assumia as repercussotildees que as questotildees raciais implicam no tecido social e por sua vez na subjetividade humana Natildeo existe neutralidade nesse debate lsquoneutralidadersquo
Comissatildeo de Direitos Humanos da Pro-curadoria Geral do Estado esclareceu a diferenccedila entre o racismo que acontece na instituiccedilatildeo e o racismo institucional ldquoRa-cismo institucional eacute quando normas ou atitudes da instituiccedilatildeo natildeo tecircm em princiacute-pio a intencionalidade de discriminar mas o resultado eacute a discriminaccedilatildeo Estaacute ligado geralmente a conceitos eurocecircntricos do Estado e a privileacutegios da branquituderdquo Como exemplo Gleidson citou o caso de uma menina negra que foi impedida pela Poliacutecia Federal de tirar seu passaporte porque o sistema natildeo permitia fotos com cabelos black power
significa estar ao lado da discriminaccedilatildeordquo afirma Taiasmin
Valter acredita que a Psicologia teve uma importacircncia muito grande na conso-lidaccedilatildeo do racismo e racialismo no Brasil com estudos enviesados que afirmavam que as raccedilas humanas tinham predispo-
siccedilatildeo a determinadas caracteriacutesticas psi-
coloacutegicas como o caraacuteter e a inteligecircncia
Reuniatildeo temaacutetica sobre o tema Racismo Institucional httpbitlyracismo_institucional
Coletivo Negraccedilatildeo httpcoletivonegracao blogspotcombr
ldquoThe Bell Curve Intelligence and Class Structure in American Liferdquo de Richard J Herrnstein e Charles Murray
PARTICIPE DA DISCUSSAtildeOO CRPRS promove o debate das relaccedilotildees raciais nas Comissotildees e Nuacutecleos de Direitos Humanos e Poliacuteticas Puacuteblicas Participe dos encontros e contribua com este debate Acompanhe agenda de reuniotildees em wwwcrprsorgbrcomissoesegts
entre linhas | out-nov-dez 2014 9
artigo
Imigraccedilatildeo em pautaEncontrar um bom trabalho ajudar a
famiacutelia e viver uma vida digna e em paz eacute a expectativa e o sonho de centenas de imigrantes senegaleses haitianos gane-ses entre outros que vieram para o Bra-sil dirigindo-se especificamente para Caxias do Sul e alguns municiacutepios da Serra gauacutecha Essa expectativa reflete a de muitos europeus brasileiros de outras regiotildees do paiacutes fronteiriccedilos e tantos ou-tros que vieram para Caxias em busca de melhores condiccedilotildees de vida
Vemos poreacutem que a xenofobia e o racismo em nossa sociedade apresentam--se fortemente sinalizando que a presen-ccedila de imigrantes principalmente negros eacute um incocircmodo para muitos de noacutes Com isto nos deparamos com notiacutecias de pro-fissionais de diferentes aacutereas esquecendo--se do seu Coacutedigo de Eacutetica Profissional e se negando a atender imigrantes vemos poliacuteticos que desconhecem totalmente a legislaccedilatildeo brasileira a qual protege aquele que nos pede asilo garantindo o acesso aos
Ir Maria do Carmo Santos Gonccedilalves Coordenadora do Centro de Atendimento ao Migrante (CAM)
Vanessa Perini Moojen ndash Assistente Social do Centro de Atendimento ao Migrante (CAM)
Tatiane Baggio Psicoacuteloga Conselheira do CRPRS
10 entre linhas | out-nov-dez 2014
serviccedilos puacuteblicos na qualidade de cidadatildeo vemos ainda pessoas com medo de que os estrangeiros ldquotiremrdquo seu emprego ou seu lugar na fila do meacutedico e surpreenden-temente vemos pessoas que outrora jaacute sofreram preconceito por sua condiccedilatildeo de precariedade social discriminando aqueles que hoje chegam buscando um lugar de trabalho e desenvolvimento social Mas pensando bem se as coisas estatildeo difiacuteceis seraacute que a culpa eacute dos imigrantes Ao con-traacuterio entendemos que garantir o acesso dos brasileiros aos seus direitos natildeo impli-ca a negaccedilatildeo do direito de outros
Ao mesmo tempo vemos cidadatildeos profissionais poliacuteticos e entidades que natildeo medem esforccedilos para auxiliar os imi-grantes na garantia de seus direitos Que trabalham na perspectiva de melhorias e resoluccedilatildeo na situaccedilatildeo de vulnerabilidade que porventura muitos se encontram e ao mesmo tempo no fortalecimento de uma cidadania no mundo cujos direitos satildeo inviolaacuteveis Com o aumento contiacutenuo do fluxo migratoacuterio internacional para o Bra-sil e para Caxias do Sul mostra-se cada vez mais latente a necessidade de plane-jamento e articulaccedilatildeo intersetorial entre o poder puacuteblico e a sociedade civil A I Con-ferecircncia Municipal de Migraccedilatildeo e Refuacutegio 2014 deliberou a formaccedilatildeo de comitecircs que construam estrateacutegias articuladas de in-clusatildeo e integraccedilatildeo social dos imigrantes de modo que possam continuar a contri-buir econocircmica social e culturalmente para o crescimento de Caxias do Sul terra de imigrantes
O CRPRS juntamente com o Sistema Conselhos de Psicologia desenvolveu a
campanha veiculada nacionalmente com o tiacutetulo ldquoO preconceito humilha e a humi-lhaccedilatildeo social faz sofrerrdquo para discutir as questotildees que envolvem as relaccedilotildees raciais Por meio dessa iniciativa afirmamos a ga-rantia de direitos dos imigrantes e reforccedila-mos que para aleacutem do acolhimento da po-pulaccedilatildeo local sejam tambeacutem viabilizadas poliacuteticas que contemplem accedilotildees efetivas para uma vida menos precarizada do mi-grante em nosso territoacuterio
Com base na garantia de direitos pre-vista na Declaraccedilatildeo Universal dos Direi-tos Humanos na Declaraccedilatildeo de Durban firmada por 173 paiacuteses na I Conferecircncia Mundial contra o Racismo a Discrimina-ccedilatildeo Racial a Xenofobia e as Formas Cone-xas de Intoleracircncia em 2001 na Aacutefrica do Sul reafirmando o principio da igualdade e da natildeo discriminaccedilatildeo entre as pessoas e na Constituiccedilatildeo Federal de 1988 foi redigida a lei sobre o racismo no Brasil acrescentando-se o inciso XLII no artigo 5ordm declarando que o racismo eacute um crime inafianccedilaacutevel imprescritiacutevel e sujeito a pena de reclusatildeo
Portanto seguindo a legislaccedilatildeo vi-gente e conforme o debate jaacute afianccedilado nas instacircncias internacionais de garantia dos direitos humanos o CRPRS aleacutem de convidar a populaccedilatildeo a refletir sobre o tema convida a categoria a conhecer a Resoluccedilatildeo nordm 182002 do CFP que estabe-lece normas para atuaccedilatildeo das psicoacutelogas e dos psicoacutelogos em relaccedilatildeo ao preconceito e agrave discriminaccedilatildeo racial Para o CRPRS eacute urgente discutirmos a nossa praacutetica pro-fissional diante desse tema implicado no compromisso social de nossa profissatildeo
entre linhas | out-nov-dez 2014 11entre linhas | out-nov-dez 2014 11
Os fazeres (e prazeres) psi em desvios e contraversos
Ateacute o uacuteltimo ano do ensino meacutedio eu sempre achei que queria e iria cursar Direito Em setembro quando comeccedilaram as inscri-ccedilotildees da UFRGS me dei conta de que o que eu realmente queria eacute que o tempo daquela juventude natildeo acabasse mais Agrave eacutepoca mi-nhas duas melhores amigas resolveram fazer vestibular para Psicologia Assim o iniacutecio de meu percurso pelas praacuteticas e saberes psi se deu pelos disparos da amizade e do desvio
Nos idos de marccedilo num ano em que o veratildeo insistia em continuar foi que de maneira assustadoramente solitaacuteria em-barquei na errante nau a descobrir o mun-do das teorias e conceitos de uma Psicolo-gia agraves vezes candidata agrave ciecircncia agraves vezes transversada em arte Nessa viagem visi-tei uma infinidade de portos ndash de chegada de partida de parada de encontro Aos poucos a solidatildeo comeccedilou a ser povoada e a travessia tornou-se tempo e espaccedilo de constante reinvenccedilatildeo de saberes e praacuteticas
A aposta na escuta como instrumento da potecircncia criativa e criadora de sujeitos e realidades somada ao flerte com o mundo jus fez com que eu buscasse as veredas so-ciais da Psicologia em suas tessituras com os territoacuterios dos direitos humanos e a in-tencionalidade de um fazer cliacutenico-poliacutetico
Dessa maneira cheguei ao mestrado oportunidade para se conhecer e se cons-truir pesquisador entendendo a trama en-sino-pesquisa-extensatildeo como possibilidade para uma formaccedilatildeo em Psicologia que se propusesse ampliada com mais ineditis-mos e menos assepsias Optei por um cam-po de pesquisa que fizesse laccedilo com algum projeto de extensatildeo e portanto problema-tizasse a inserccedilatildeo acadecircmica na comuni-
dade como um dispositivo de accedilatildeo atraveacutes do qual a universidade pode exercer de forma mais intensa sua funccedilatildeo poliacutetica e social Naquele momento pude me inserir no Grupo ESTACcedilAtildeO PSI (Estudo e Accedilatildeo em Poliacuteticas de Subjetivar e Inventar) que prestava assessoria ao projeto de trabalho educativo com jovens em cumprimento de medida socioeducativa implementado na Procuradoria da Repuacuteblica do RS
Por esse encontro com as formas de um viver juvenil entendido e condenado como desviante as categorias Direito Social Psico-logia Cliacutenica Accedilatildeo Poliacutetica se misturavam e coreografavam movimentos que escapavam aos contornos das praacuteticas profissionais e dos meacutetodos de investigaccedilatildeo tradicionais A anguacutestia gerada pela desconstruccedilatildeo das cer-tezas e das foacutermulas prontas de ser psicoacuteloga logo deu lugar agrave descoberta da potecircncia da invenccedilatildeo de novos caminhos que desviam do instituiacutedo e tem aiacute justamente a sua forccedila de interrogaccedilatildeo do social
Infelizmente o projeto natildeo mais existe na Procuradoria mas a inspiraccedilatildeo dessa experiecircncia permitiu-me a escrita ne-gociaccedilatildeo e implantaccedilatildeo do programa de trabalho educativo do TRT-RS que desde 2013 firmou convecircnio com a FASE-RS
Trabalhando com a perspectiva da Psi-cologia Cliacutenico-Poliacutetica em sua interface com a temaacutetica da Justiccedila e do Direito toda a minha praacutetica eacute orientada por uma eacutetica da ocupacircncia que na construccedilatildeo de terri-toacuterios instituintes ainda que temporaacuterios aposta na criaccedilatildeo de condiccedilotildees de possibi-lidade para a constante reatualizaccedilatildeo de formas e forccedilas mais livres e potentes de expressatildeo da vida
relato de experiecircncia
PARTICIPEVocecirc tambeacutem quer compartilhar sua experiecircncia como psicoacutelogoa Envie um relato para imprensacrprsorgbr destacando sua praacutetica Os textos seratildeo avaliados pela Comissatildeo Editorial do EntreLinhas e poderatildeo ser publicados nas proacuteximas ediccedilotildees do jornal
Paula Goldmeier Graduada em Psicologia mestre em Psicologia Social e Institucional pela UFRGS Atua nas aacutereas de Direitos Humanos e Sauacutede Coletiva
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entrevista
Em sua opiniatildeo o que eacute laicidade
TATIANE ndash A laicidade opotildee-se aos
discursos fundamentalistas ligados agraves vio-
laccedilotildees de direito Assim as leis devem ser
orientadas pelos Direitos Humanos Uni-
versais e pela Constituiccedilatildeo Federal e natildeo
por dogmas e ideologias religiosas Isso
natildeo significa que o Estado negue agrave Igreja
o direito de contribuir para o bem da so-
ciedade Um Estado que natildeo respeita um
espaccedilo para as igrejas na sociedade ou que
negue o direito de expressatildeo acabaria com
a democracia caindo no sectarismo e no
totalitarismo ideoloacutegico
LUCIANA ndash Eacute a natildeo adoccedilatildeo de uma
religiatildeo em particular pelo Estado Isso natildeo
quer dizer que desconsidere as muacuteltiplas
religiotildees que convivem em seu territoacuterio ou
negue a expressatildeo da religiosidade popular
pessoal ou coletivamente mas inclui todas
como representaccedilotildees da diversidade reli-
giosa ou espiritual do seu povo
TATIANA ndash Eacute um dispositivo de pro-
teccedilatildeo agrave livre consciecircncia e expressatildeo de
crenccedilas de modo a garantir o reconheci-
mento da diversidade social em socieda-
des democraacuteticas sem ocircnus moral para
grupos minoritaacuterios em relaccedilatildeo a hegemo-
nias religiosas e morais
Por que eacute importante discutir essa ques-
tatildeo no Sistema Conselhos de Psicologia
EDUARDO ndash A Psicologia precisa
se posicionar frente a projetos de leis que
tecircm uma base fundamentalista ferindo os
direitos humanos e as liberdades indivi-
duais Aleacutem disso muitosas psicoacutelogos
as natildeo tecircm clareza de como se posicionar
Psicologia Religiatildeo e Espiritualidade como dialogarSAIBA MAIS
Nota Teacutecnica do CFP ndash Posicionamento do Sistema Conselhos de Psicologia para a questatildeo da Psicologia Religiatildeo e Espiritualidadehttpbitlynotacfplaicidade
Posicionamento Sistema Conselhos frente uso indiscriminado do discurso religioso na poliacutetica httpbitlyEleicoes_Laicidade
Leia entrevistas na iacutentegra em wwwcrprsorgbrentrelinhas68
entre linhas | out-nov-dez 2014 13
frente a suas proacuteprias religiotildees ou crenccedilas
de seus clientes e instituiccedilotildees
LUCIANA ndash Eacute importante discutir as
implicaccedilotildees das crenccedilas religiosidade ou
espiritualidade do psicoacutelogo na sua praacuteti-
ca profissional E como sua praacutetica acolhe
repudia essas dimensotildees do puacuteblico com
quem trabalha Por exemplo o que signifi-
ca eu me apresentar como psicoacuteloga cristatilde
Apenas explicito minhas crenccedilas ou impor-
to praacuteticas religiosas para minhas interven-
ccedilotildees laborais Toda essa discussatildeo eviden-
cia o quanto reconhecemos essa dimensatildeo
na vida humana e como nos organizamos
para abordaacute-la nos espaccedilos profissionais
em que o psicoacutelogo estaacute inserido e integraacute-
-la agraves demais dimensotildees da vida humana
TATIANA ndash A Psicologia eacute uma ciecircn-
cia laica A religiosidade e a espiritualidade
podem ser objeto de estudo da Psicologia
o que natildeo eacute o mesmo que a Psicologia ado-
tar pressuposto religioso em seus modos
de significar o mundo a condiccedilatildeo huma-
na e as relaccedilotildees sociais A Psicologia deve
se manter laica para que natildeo decorra em
prejuiacutezo nos modos de significaccedilatildeo de dis-
tintas condiccedilotildees de vida e de subjetivaccedilatildeo
considerando especificidades culturais
que tambeacutem podem abranger distintas re-
ferecircncias a doutrinas religiosas e mesmo a
recusa agrave religiosidade ou expressa afirma-
ccedilatildeo da crenccedila de que Deus natildeo existe
Que situaccedilotildees ou demandas atuais a Psi-
cologia tem discutido e que estatildeo ligadas
diretamente ao tema
TATIANE ndash Podemos citar os atuais
discursos fundamentalistas contra o ca-
samento gay e a diversidade sexual e de
gecircnero a questatildeo da legalizaccedilatildeo do aborto
e Lei do Nascituro intoleracircncia religiosa
e racismo aleacutem da discussatildeo sobre a pre-
dominacircncia dos discursos religiosos e im-
posiccedilatildeo de praacuteticas religiosas nas propos-
tas de projeto terapecircutico da maioria das
comunidades terapecircuticas Muitas dessas
demandas estatildeo ligadas a um discurso
preconceituoso que busca se esconder atra-
veacutes de argumentos em defesa de valores
da vida e da famiacutelia e que no fundo im-
potildeem suas proacuteprias ideologias contraacuterias
agraves liberdades de expressatildeo e dos direitos
humanos violando as diferentes formas do
indiviacuteduo ser no mundo
TATIANA ndash O projeto de decreto legis-
lativo que pretendia incidir sobre a normativa
da Psicologia no que se refere agrave homossexu-
alidade e aos paracircmetros eacuteticos para o exer-
ciacutecio profissional eacute um exemplo O discurso
religioso que incide na desqualificaccedilatildeo moral
de demandas de mulheres por direitos repro-
dutivos novas configuraccedilotildees familiares uso
de drogas e seu tratamento todas essas satildeo
questotildees que tangenciam a laicidade da Psi-
cologia A posiccedilatildeo da Psicologia natildeo se pauta
em uma dada moralidade pressuposta como
verdadeira mas leva em consideraccedilatildeo a com-
plexidade das determinaccedilotildees soacutecio-culturais
para compreender a situaccedilatildeo particular de
vida e escolhas de indiviacuteduos
Por que devemos pensar em praacuteticas da
Psicologia baseadas na laicidade
EDUARDO ndash O trabalho doa
psicoacutelogoa deve estar alicerccedilado nas ci-
ecircncias psicoloacutegicas e nos direitos humanos
ao inveacutes de crenccedilas individuais Assim as
praacuteticas psicoloacutegicas estaratildeo promovendo
Tatiane Baggio Psicoacuteloga conselheira do CRPRS membro dos GTs Nacional e Regional de Laicidade
Eduardo HoffmannPsicoacutelogo conselheiro do CRPRS membro dos GTs Nacional e Regional de Laicidade
Luciana Fernandes Marques Psicoacuteloga Mestre em Psicologia Social e da Personalidade e Doutora em Psicologia pela PUCRS Poacutes-Doutorado em Psicologia pela UFRGS e pelo ISCTE-IUL Lisboa Membro do Grupo de Trabalho Psicologia e Religiatildeo da Associaccedilatildeo Nacional de Pesquisa e Poacutes-Graduaccedilatildeo em Psicologia e da International Association for the Psychology of Religion
Tatiana LionccediloPsicoacuteloga Mestre e Doutora em Psicologia pela Universidade de Brasiacutelia conselheira do CRP-01 Integra o GT Nacional ldquoPsicologia Religiatildeo e Laicidaderdquo do CFP
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a sauacutede e a qualidade de vida da popula-
ccedilatildeo para que cada sujeito pense e se po-
sicione de forma criacutetica e consciente sobre
como pretende viver sua crenccedila As praacuteti-
cas psicoloacutegicas devem estar baseadas na
laicidade por um respeito ao ser humano
e toda diversidade de crenccedilas e formas de
expressaacute-la apenas sendo laica a Psicolo-
gia poderaacute acolher essa diversidade
LUCIANA ndash Devemos pensar em
praacuteticas baseadas na laicidade para man-
ter a afiliaccedilatildeo da Psicologia agrave ciecircncia tra-
dicional Mas boa parte da ciecircncia eacute ino-
var desbravar novos caminhos antecipar
problemas e soluccedilotildees entatildeo a boa ciecircncia
eacute provisoacuteria questionaacutevel (auto)reflexi-
va e bastante (auto)criacutetica Nesse sentido
a Psicologia tambeacutem natildeo deve se fechar
demasiadamente em roacutetulos mas manter
foacuteruns de diaacutelogo com a ciecircncia e com a
comunidade estando atenta a exageros no
exerciacutecio profissional
TATIANA ndash A Psicologia reconhe-
ce a diversidade social e portanto tam-
beacutem reconhece a diversidade religiosa e
a existecircncia de grupos e indiviacuteduos que
natildeo adotam religiatildeo A espiritualidade eacute
uma importante dimensatildeo da subjetivi-
dade embora natildeo dependa necessaria-
mente da religiosidade e a Psicologia
expressamente se afirma contraacuteria a toda
forma de fundamentalismo religioso ou
seja modos de imposiccedilatildeo de moralidades
com base em preceitos religiosos resguar-
dando o reconhecimento da diversidade
social cultural e subjetiva
A Psicologia pode dialogar com a espiri-
tualidade e a religiatildeo se mantendo laica
De que forma isso se traduz na praacutetica
doa psicoacutelogoa
EDUARDO ndash A Psicologia dialoga
com a espiritualidade e a religiatildeo se man-
tendo laica quando natildeo induz a convicccedilotildees
religiosas conforme estaacute previsto em nosso
Coacutedigo de Eacutetica art 2ordm aliacutenea b Seus cons-
tructos e epistemologias se originam e se
orientam na ciecircncia e natildeo na teologia Isso
se traduz na praacutetica psicoloacutegica por uma
postura eacutetica em olhar o ser humano em
sua integralidade e natildeo a partir de um vieacutes
religiosoespiritual apenas Tambeacutem se tra-
duz aoagrave psicoacutelogoa quando se utiliza de
intervenccedilotildees e praacuteticas que satildeo aceitas e re-
conhecidas pelas ciecircncias psicoloacutegicas
LUCIANA ndash Enquanto categoria pro-
fissional a Psicologia eacute laica natildeo adota ne-
nhuma religiatildeo em particular mas estuda
a relaccedilatildeo da religiosidadeespiritualidade
com a sauacutede e sua expressatildeo no compor-
tamento humano Por temor da Psicolo-
gia natildeo ser reconhecida como ciecircncia haacute
excessiva cautela em aplicar esse conhe-
cimento na atuaccedilatildeo profissional do psicoacute-
logo ndash embora tenha diminuiacutedo muito na
uacuteltima deacutecada Na praacutetica do psicoacutelogo
isso se traduz no reconhecimento de que
a religiosidadeespiritualidade eacute uma di-
mensatildeo humana imbricada com todas as
outras dimensotildees e que pode ser fonte tan-
to de sauacutede quanto de adoecimento
TATIANA ndash O profissional de Psico-
logia deve considerar a religiosidade e a
espiritualidade quando forem expressas
pelas pessoas como significativas em seus
modos de subjetivaccedilatildeo e vida Assim como
eacute equiacutevoco eacutetico associar a sua proacutepria feacute
religiosa no exerciacutecio profissional o profis-
entrevista
SAIBA MAISCaderno de Deliberaccedilotildees VIII CNP Eixo II ndash Contribuiccedilotildees eacuteticas poliacuteticas e teacutecnicas nos processos de trabalho proposta 214 ldquoOrientaccedilatildeo laicidaderdquo paacutegina 37 httpbitlycad8cnp
Coacutedigo de Eacuteticawwwcrprsorgbrcodigoetica
Movimento Estrateacutegico do Estado Laicowwwmeelorgbr
entre linhas | out-nov-dez 2014 15
sional viola o coacutedigo de eacutetica ao desconsi-
derar inferiorizar ou mesmo patologizar a
expressatildeo de feacute de pessoas que se coloquem
sob seus cuidados A importacircncia da manu-
tenccedilatildeo da laicidade no exerciacutecio profissio-
nal eacute justamente a de garantir o reconheci-
mento de subjetividades na perspectiva da
alteridade ou seja considerando o campo
de significaccedilotildees dos proacuteprios sujeitos em
seus modos de vida e de subjetivaccedilatildeo
De que forma a Psicologia pode contri-
buir para o fortalecimento do Estado Lai-
co e ao mesmo tempo combater situa-
ccedilotildees de violaccedilotildees de direito
TATIANE ndash A consideraccedilatildeo das di-
ferenccedilas morais culturais religiosas e das
praacuteticas sociais eacute fundamental para a cons-
truccedilatildeo da democracia sendo o Estado lai-
co a condiccedilatildeo para que as diferenccedilas natildeo
sejam assoladas por projetos poliacuteticos de
segregaccedilatildeo marginalizaccedilatildeo e desqualifica-
ccedilatildeo Eacute preciso buscar o diaacutelogo entre a Psi-
cologia e outras categorias profissionais
somar-se agraves parcerias com grupos sociais
falar sobre esses temas junto agrave sociedade
LUCIANA ndash A Psicologia pode con-
tribuir para o Estado Laico adotando uma
postura de respeito pela diversidade reli-
giosaespiritual de escuta das variadas
proposiccedilotildees e engajamento em discussotildees
muacuteltiplas que incluam tanto profissionais
pesquisadores quanto pessoas da comuni-
dade e oriundas das variadas tradiccedilotildees
TATIANA ndash A Psicologia eacute um im-
portante ator social de enfrentamento do
fundamentalismo religioso ao reafirmar a
necessidade de reconhecimento e respeito
agrave diversidade social e agrave diversidade subje-
tiva Desde 2013 a Psicologia tem integra-
do o Movimento Estrateacutegico pelo Estado
Laico organizaccedilatildeo que contou com o CFP
em sua articulaccedilatildeo e que agora conta com
apoio do Sistema Conselhos
Como oa psicoacutelogoa pode trabalhar sua
proacutepria crenccedila religiosa e sua espirituali-
dade sem que isso interfira em sua praacutetica
EDUARDO ndash Separando uma da ou-
tra natildeo vinculando em sua praacutetica pro-
fissional e natildeo usando sua proacutepria crenccedila
como um diferencial profissional
LUCIANA ndash Talvez seja interessante
que sua espiritualidade interfira na praacutetica
profissional Natildeo podemos supor que a reli-
giatildeo ou espiritualidade possuem uma inter-
ferecircncia negativa tomando exemplos nega-
tivos como o caso da cura gay O problema
natildeo eacute a religiatildeo eacute o que as pessoas fazem a
partir dela O sujeito fanaacutetico fundamenta-
lista e extremista levaraacute essas caracteriacutesticas
consigo mesmo sendo ateu Se ter crenccedilas
e espiritualidade eacute ter um bom coraccedilatildeo pa-
rece urgente que essa interferecircncia ocorra
Natildeo precisamos de mais profissionais tec-
nicistas e pouco humanizados
TATIANA ndash Como quaisquer outros
fatores pessoais reservando para si espa-
ccedilo de elaboraccedilatildeo de seu proacuteprio campo de
significaccedilotildees sobre o mundo a vida e si
mesmo Como outras convicccedilotildees morais
o profissional deve saber manter distacircn-
cia entre seus proacuteprios valores pessoais e
os valores e modos de vida de outrem de
modo a natildeo reduzir o outro a si mesmo
Este eacute um exerciacutecio eacutetico que exige anaacutelise
pessoal e supervisatildeo-intervisatildeo na condu-
ccedilatildeo dos trabalhos
SAIBA MAISCRPRS participou do Seminaacuterio Nacional do Movimento Estrateacutegico pelo Estado Laico (MEEL) realizado de 26 a 28 de agosto em Brasiacutelia httpbitlyCRPRS_Meel
Manifesto do Movimento Estrateacutegico pelo estado laicohttpbitlymanifesto_MEEL
16 entre linhas | out-nov-dez 2014
controle social
Controle Social e a PsicologiaControle Social eacute aquele que o cidadatildeo
em um contexto democraacutetico pode exercer sobre o Estado por meio da participaccedilatildeo na gestatildeo da fiscalizaccedilatildeo do monitoramento e do controle das accedilotildees da administraccedilatildeo puacuteblica o acompanhamento das poliacuteticas sendo assim um importante mecanismo de fortalecimento da cidadania
De forma geral a participaccedilatildeo no Con-trole Social permite que os cidadatildeos possam intervir na tomada da decisatildeo administrati-va orientando a administraccedilatildeo puacuteblica para que adote medidas que realmente atendam ao interesse puacuteblico e ao mesmo tempo possam exercer controle sobre a accedilatildeo do Es-tado exigindo que o gestor puacuteblico preste contas de sua atuaccedilatildeo Esse envolvimento na gestatildeo puacuteblica eacute um direito assegurado pela Constituiccedilatildeo Federal permitindo que os cidadatildeos natildeo soacute participem da formu-laccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem fiscalizem de forma permanente a aplicaccedilatildeo dos recursos puacuteblicos
O Conselho Regional de Psicologia
do Rio Grande do Sul (CRPRS) e o Con-
selho Federal de Psicologia (CFP) esti-
mulam a participaccedilatildeo dosas psicoacutelogos
as nas instacircncias de controle social por
acreditar que o conhecimento teacutecnico dos
profissionais da aacuterea pode contribuir na
construccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas Aleacutem disso seus representantes a partir de suas regiotildees de intervenccedilatildeo tornam-se inter-locutores e referecircncia para osas demais psicoacutelogosas locais ampliando assim o debate da Psicologia como protagonista das poliacuteticas puacuteblicas das diversas regiotildees
Atualmente o CRPRS possui cadeiras em diversos conselhos de direito e estaacute aberto a assumir novas vagas de acordo com seus posicionamentos Eacute importan-te destacar que a representaccedilatildeo feita pelo profissional da Psicologia nos espaccedilos de controle social natildeo possui caraacuteter indivi-dual deve expressar concepccedilotildees orienta-ccedilotildees e diretrizes formuladas ou definidas pela categoria Ao assumir o lugar de re-presentaccedilatildeo na instacircncia de controle so-cial oa psicoacutelogoa compromete-se a defender necessariamente as orientaccedilotildees e posicionamentos do Conselho Regional de Psicologia assim como os do Conselho Federal de Psicologia frente agraves questotildees que se encontram em debate
SAIBA MAIS Acesse wwwcrprsorgbrcontrolesocial para saber mais sobre Con-trole Social Duacutevidas poderatildeo ser escla-recidas pelo e-mail crepopcrprsorgbr
AacuteREA ABRANGEcircNCIA
Sauacutede Estadual e Municipal
Assistecircncia Social Estadual e Municipal
Direitos da Crianccedila e do Adolescente Municipal
Poliacuteticas sobre Drogas Estadual e Municipal
Direitos da Mulher Municipal
Os espaccedilos de atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos no controle social satildeo
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Municiacutepios onde CRPRS tem representaccedilotildees no Controle Social
Quer representar o CRPRS nos Conselhos de Direito
Conselhos de Direitos
Se vocecirc eacute psicoacutelogoa e tem interesse em re-
presentar o CRPRS em algum conselho de direi-
to acesse o Cadastro de Interesse de Psicoacutelogoa
ndash Representaccedilatildeo no Controle Social
Disponiacutevel em wwwcrprsorgbrcontro-
lesocial O pedido seraacute avaliado considerando
os criteacuterios estabelecidos para se constituir a
representaccedilatildeo e interesses do CRPRS Os repre-
sentantes devem participar das atividades pro-
movidas pelo CRPRS
Criteacuterios para candidatar-se agrave representaccedilatildeo
bull Ser psicoacutelogao devidamente inscrito no
CRPRS
bull Preencher cadastro de interesse em www
crprsorgbrcontrolesocial
bull Ter conhecimentoaproximaccedilatildeo relaciona-
do agrave temaacutetica e ao municiacutepio do Conselho
de direito
bull Estar adimplente com as anuidades do CRPRS
bull Disponibilizar-se a participar sistematica-
mente das reuniotildees da Comissatildeo de Poliacuteticas
Puacuteblicas (sede) ou Nuacutecleos de Poliacuteticas Puacutebli-
cas (subsedes) e dos encontros de discussatildeo
do controle social promovidos pelo CRPRS
O CRPRS recebe pedidos para indicaccedilatildeo de
psicoacutelogosas para assumir vagas em Conselho
de Direitos Apoacutes aprovada a participaccedilatildeo do
CRPRS na instacircncia e realizada a indicaccedilatildeo de ti-
tular e suplente para a vaga por meio da Comis-
satildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas (sede) dos Nuacutecleos de
Poliacuteticas Puacuteblicas (nas subsedes) ou dos nuacutecleos
gestores das subsedes eacute feita a comunicaccedilatildeo ofi-
cial agrave instituiccedilatildeo solicitante
Conselhos de Direito que tenham interesse
em ter o CRPRS compondo seu conjunto de con-
selheiros devem acessar o Cadastro de interesse
de Conselho de Direito ndash Representaccedilatildeo no Con-
trole Social disponiacutevel em wwwcrprsorgbr
controlesocial
18 entre linhas | out-nov-dez 2014
O que eacute ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacuteblicas O que fazer quando se estaacute por laacute
O que satildeo as poliacuteticas puacutebli-cas para osas psicoacutelogosas Aleacutem de um campo de atuaccedilatildeo no qual se materializam direitos constitucionais um mercado de trabalho em franca expansatildeo Eacute possiacutevel pensar o trabalho como sendo um ofiacutecio Enquanto fabri-cam produtos os homens se pro-duzem Pensando sobre o ofiacutecio doa psicoacutelogoa qual o objeto de seu fazer Que ferramentas ele usa Qual meacutetodo orienta sua accedilatildeo Qual objetoobjetivo a ser produzido com o seu trabalho
O contexto que engendrou a profissatildeo do psicoacutelogo definiu o indiviacuteduo e suas relaccedilotildees consigo mesmo como objeto de trabalho a psicoterapia e o aconselhamen-to ndash seja individuais ou grupal ndash orientada por um diagnoacutestico psicopatoloacutegico como instru-mentomeacutetodo de excelecircncia para a intervenccedilatildeo e a diminui-ccedilatildeo do sofrimento daquele que se atende como objetivo a ser alcanccedilado com a intervenccedilatildeo As demandas oriundas das po-liacuteticas puacuteblicas tecircm exigido uma releitura tanto no nosso objetoobjetivo de trabalho quanto do nosso instrumento prioritaacuterio para a intervenccedilatildeo As poliacuteticas puacuteblicas definem em seus mar-
cos normativos accedilotildees intencio-nais do Estado voltadas para as coletividades O objeto de traba-lho desenhado satildeo as relaccedilotildees estabelecidas entre o indiviacuteduo e os coletivos construiacutedas em seus territoacuterios de vida O meacutetodo preconizado eacute o de articulaccedilatildeo de diversas ofertas do Estado e das comunidades para atender as muacuteltiplas necessidades dos sujei-tos dos grupos e dos territoacuterios A produccedilatildeo de autonomia e cons-truccedilatildeo da cidadania estatildeo postas como horizontes aos quais se al-meja chegar com as intervenccedilotildees
Ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacuteblicas significa re-conhecer a mudanccedila da oficina na qual passamos a trabalhar Eacute estar disposto a alinhar nosso objetoobjetivo de trabalho com aquele traccedilados nas diretrizes que orientam a poliacutetica puacuteblica na qual atuamos E ainda colo-car nossas competecircncias e habi-lidades na direccedilatildeo da defesa ra-dical da autonomia dos sujeitos e das coletividades e da construccedilatildeo de uma cidadania ativa
Ainda que as intencionalida-des das poliacuteticas puacuteblicas estejam alinhadas aos marcos constitucio-nais do Estado brasileiro o cam-po do puacuteblico eacute formado por con-
crepop
tradiccedilotildees estruturais e interesses diversos Ele se constroacutei marca-do por disputas Eacute mister analisar com quais interesses nossas praacute-ticas encontram-se alinhadas A que forccedilas estamos servindo Em que direccedilatildeo nossas habilidades e competecircncias estatildeo sendo convo-cadas Que trabalhos essas con-vocaccedilotildees estatildeo produzindo Eacute na leitura cuidadosa deste campo de tensatildeo e na construccedilatildeo de respos-tas a estas e outras questotildees que osas oficineirosas psicoacutelogosas estatildeo trabalhando na remo-delaccedilatildeo da Psicologia enquanto ofiacutecio podendo assim contribuir efetivamente para a consolidaccedilatildeo do Estado Democraacutetico de Direi-to no Brasil
Andreacute Sales Assessor Teacutecnico de Poliacuteticas Puacuteblicas
Edson Knevitz Silva e Fernanda Carrion Estagiaacuterios
Alexandra Ximendes Conselheira de Referecircncia
Acesse wwwcrprsorgbren-trelinhas68 e leia o texto do Crepop na iacutentegra
entre linhas | out-nov-dez 2014 19
Orientaccedilotildees aosagraves profissionais que atuam na Cliacutenica Psicoloacutegica em consultoacuterio
orientaccedilatildeoRe
cort
e e
cole
cion
e
Aacuterea TeacutecnicaLucio Fernando Garcia ndash Coord da Aacuterea Teacutecnica
Adriana Dal Orsoletta ndash Psicoacuteloga FiscalFlavia Cardozo de Mattos ndash Psicoacuteloga Fiscal
Leticia Giannechini ndash Psicoacuteloga FiscalLucia Regina Cogo ndash Psicoacuteloga Fiscal
Para atuaccedilatildeo na Cliacutenica (atendimento psi-coloacutegico avaliaccedilatildeo psicoloacutegica e psicoterapia) oa psicoacutelogoa deve estar regularmente ins-crito no CRPRS no Instituto Nacional de Se-guridade Social (INSS) de sua cidade e junto agrave Prefeitura Municipal para cadastro de ISSQN
OA profissional deve tambeacutem escolher um espaccedilo fiacutesico adequado considerando si-gilo e confidencialidade aleacutem de lugar apro-priado para a guarda do material teacutecnico e de atendimento Eacute obrigatoacuterio o registro docu-mental sobre a prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacute-gicos que natildeo puder ser mantido prioritaria-mente sob a forma de prontuaacuterio psicoloacutegico por razotildees que envolvam a restriccedilatildeo do com-partilhamento de informaccedilotildees com o usuaacuterio eou beneficiaacuterio do serviccedilo prestado
O registro documental em papel ou informatizado tem caraacuteter sigiloso e reuacute-ne informaccedilotildees que contemplam de forma sucinta o trabalho prestado a descriccedilatildeo e a evoluccedilatildeo do caso e os procedimentos teacutecnico-cientiacuteficos adotados Deve ser man-tido permanentemente atualizado e organi-zado peloa psicoacutelogoa que acompanha o procedimento A guarda desses registros de atendimento individual ou de grupo eacute de responsabilidade doa profissional psicoacutelogoa e obedece ao disposto no Coacutedi-go de Eacutetica Profissional e agrave Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Documen-tos Escritos produzidos peloa psicoacutelogoa decorrente de avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
OA psicoacutelogoa ao anunciar seus ser-viccedilos indicaraacute sempre seu nome (pessoa fiacute-sica) e o nuacutemero de inscriccedilatildeo (nordm CRP) bem como as capacitaccedilotildees que possua e endere-ccedilo atualizado para contato
Ao estabelecer um contrato de serviccedilos deveraacute levar em conta os direitos dos usu-
aacuterios ou beneficiaacuterios dos serviccedilos confor-me Artigo 1deg aliacutenea d do Coacutedigo de Eacutetica Profissional doa Psicoacutelogoa Incluindo a atenccedilatildeo a outras legislaccedilotildees como o Coacutedi-go de Proteccedilatildeo e de Defesa do Consumidor
Para pautar seus honoraacuterios oa psicoacutelogoa poderaacute utilizar a Tabela Refe-rencial de Honoraacuterios que eacute disponibilizada pelo Sistema Conselhos sendo sua elabora-ccedilatildeo e atualizaccedilatildeo feitas pela FENAPSI ndash Fe-deraccedilatildeo Nacional dos Psicoacutelogos e CFP Os valores satildeo meramente sugestivos e natildeo haacute obrigatoriedade de adotaacute-los Tambeacutem eacute pos-siacutevel disponibilizar atendimentos psicoloacutegi-cos por meio de planos de sauacutede devendo procurar diretamente a operadora de planos de sauacutede para informaccedilotildees sobre a forma de contrataccedilatildeo Tambeacutem a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) pelo site wwwansgovbr ou pelo telefone 0800-7019656
Lembrando que para o exerciacutecio profissio-nal adequado oa profissional deve pautar-se na constante atualizaccedilatildeo mantendo-se cons-tantemente atualizado teoacuterica teacutecnica e etica-mente e estar atento agraves resoluccedilotildees da profissatildeo e demais legislaccedilotildees que envolvam o atendi-mento de pacientes Afinal oa psicoacutelogoa em seu consultoacuterio tambeacutem eacute uma profissio-nal que se ocupa da sauacutede coletiva
A Aacuterea Teacutecnica do CRPRS estaacute agrave disposiccedilatildeo da categoria e da sociedade para orientaccedilatildeoPelo e-mail orienteccrprsorgbr | Pelo
telefone (51) 3334-6799 | Pessoalmente na sede do CRPRS em Porto Alegre de segunda a quarta das 9h agraves 17h e quinta e sexta das 9h agraves 12h
20 entre linhas | out-nov-dez 2014
USO EXCLUSIVO DOS CORREIOS
[ ] ausente [ ] endereccedilo insuficiente [ ] falecido [ ] natildeo existe o nuacutemero indicado [ ] recusado [ ] desconhecido [ ] natildeo procurado [ ] infporteirosiacutendico [ ] mudou-se [ ] outros (especificar)
______________ _________________________ data rubrica do responsaacutevel
_________________________
VISTO
agenda
Curso
Psicologia Aplicada agrave Aviaccedilatildeo19 a 30012015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 35198221 (51) 95518221bauerrosanagmailcom wwwabordofatoreshumanoscombr
Curso de Aperfeiccediloamento em Terapias CognitivasIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33323249danielalumertzwainerpsicologiacombr wwwwainerpsicologiacombr
ExtensatildeoPrograma de atualizaccedilatildeo em Terapia Cognitiva-comportamentalInscriccedilotildees ateacute 15122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 92514066f3representacaogmailcom
Formaccedilatildeo
Formaccedilatildeo em Terapia do EsquemaIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33323249danielalumertzwainerpsicologiacombr wwwwainerpsicologiacombrensino
Formaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica05032015 a 15122017Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33334801ieppieppcombr wwwieppcombr
Endereccedilo para DevoluccedilatildeoAgecircncia de Correios Avenida Protaacutesio Alves - CEP 90410-970
Formaccedilatildeo em Psicoterapia Psicanaliacutetica Iniacutecio em 10032015 Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33313781 (51) 92497139 contatogaepsicombr wwwgaepsicombr
Especializaccedilatildeo
Especializaccedilatildeo na Teoria e Teacutecnica de Intervenccedilatildeo na Relaccedilatildeo Pais-BebecircsInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica ndash AdultosInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica da AdolescecircnciaInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Neuropsicologia CliacutenicaIniacutecio em 27022015FlorianoacutepolisSC Informaccedilotildees (61) 32263002 (61) 81299428weberibneurocombr wwwibneurocombr
Especializaccedilatildeo Instituiccedilotildees em AnaacuteliseIniacutecio em 13032015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33082926 (somente sextas-feiras agrave tarde)instemanaliseufrgsbr httpbitly1vhZBeB
Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo AnaliacuteticaIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33305655crsilvahcpaufrgsbr wwwcelgorgbr
Especializaccedilatildeo em Psicoterapia PsicanaliacuteticaIniacutecio em 11032015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 32096524esippesippcombr wwwesippcombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia CognitivaIniacutecio em 01042015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 32735224 (51) 80234890portoalegre1institutowpcom wwwinstitutowpcom
Jornada
XI Jornada CELPCYRO sobre Sauacutede Mental26062015Porto Alegre RSInformaccedilotildees (51) 33884944atendimentogweventoscombr wwwcelpcyro2015eventizecombr
8 entre linhas | out-nov-dez 2014
relaccedilotildees raciais
Racismo Institucional
Psicologia e Relaccedilotildees Raciais
gros tecircm de comprovar sua competecircncia ldquoO negro natildeo corresponde ao imaginaacuterio que as pessoas tecircm dos psicoacutelogos Dificil-mente uma pessoa me vecirc como psicoacuteloga a menos que eu digardquo
O debate em torno das relaccedilotildees raciais se fortalece na medida em que a presenccedila do negro vai crescendo em diferentes es-
feras sociais por meio de poliacuteticas afirma-tivas ldquoAs universidades antes ocupadas somente por brancos comeccedilam a lsquoenegre-cerrsquo Isso incomoda a quem sempre viveu no lsquomundo dos brancosrsquo Alguns muros entre o lsquomundo dos negrosrsquo e o lsquomundo dos brancosrsquo comeccedilam a ser derrubadosrdquo destaca Deacutebora
Presente em diversas situaccedilotildees de nos-so cotidiano o racismo institucional eacute o mais difiacutecil de ser enfrentado por jaacute estar naturalizado em nossa sociedade ldquoEsse tipo de racismo estaacute no dia a dia e passa indiferente As pessoas condenam atitudes de injuacuteria racial e natildeo o racismo institucio-nal que eacute menos expliacutecitordquo afirma Alisson Batista estudante que integra o Coletivo Negraccedilatildeo e que participou de evento no CRPRS sobre racismo institucional O Coletivo Negraccedilatildeo surgiu em torno do ra-cismo institucional enfrentado pelos estu-dantes negros dentro da universidade
No evento Gleidson Dias assessor da
O estudo das relaccedilotildees raciais comeccedilou a ser favorecido pela Psicologia quando a profissatildeo assumiu as discussotildees pautadas pelos movimentos sociais como pertinen-tes agrave categoria ldquoAteacute entatildeo a profissatildeo natildeo assumia as repercussotildees que as questotildees raciais implicam no tecido social e por sua vez na subjetividade humana Natildeo existe neutralidade nesse debate lsquoneutralidadersquo
Comissatildeo de Direitos Humanos da Pro-curadoria Geral do Estado esclareceu a diferenccedila entre o racismo que acontece na instituiccedilatildeo e o racismo institucional ldquoRa-cismo institucional eacute quando normas ou atitudes da instituiccedilatildeo natildeo tecircm em princiacute-pio a intencionalidade de discriminar mas o resultado eacute a discriminaccedilatildeo Estaacute ligado geralmente a conceitos eurocecircntricos do Estado e a privileacutegios da branquituderdquo Como exemplo Gleidson citou o caso de uma menina negra que foi impedida pela Poliacutecia Federal de tirar seu passaporte porque o sistema natildeo permitia fotos com cabelos black power
significa estar ao lado da discriminaccedilatildeordquo afirma Taiasmin
Valter acredita que a Psicologia teve uma importacircncia muito grande na conso-lidaccedilatildeo do racismo e racialismo no Brasil com estudos enviesados que afirmavam que as raccedilas humanas tinham predispo-
siccedilatildeo a determinadas caracteriacutesticas psi-
coloacutegicas como o caraacuteter e a inteligecircncia
Reuniatildeo temaacutetica sobre o tema Racismo Institucional httpbitlyracismo_institucional
Coletivo Negraccedilatildeo httpcoletivonegracao blogspotcombr
ldquoThe Bell Curve Intelligence and Class Structure in American Liferdquo de Richard J Herrnstein e Charles Murray
PARTICIPE DA DISCUSSAtildeOO CRPRS promove o debate das relaccedilotildees raciais nas Comissotildees e Nuacutecleos de Direitos Humanos e Poliacuteticas Puacuteblicas Participe dos encontros e contribua com este debate Acompanhe agenda de reuniotildees em wwwcrprsorgbrcomissoesegts
entre linhas | out-nov-dez 2014 9
artigo
Imigraccedilatildeo em pautaEncontrar um bom trabalho ajudar a
famiacutelia e viver uma vida digna e em paz eacute a expectativa e o sonho de centenas de imigrantes senegaleses haitianos gane-ses entre outros que vieram para o Bra-sil dirigindo-se especificamente para Caxias do Sul e alguns municiacutepios da Serra gauacutecha Essa expectativa reflete a de muitos europeus brasileiros de outras regiotildees do paiacutes fronteiriccedilos e tantos ou-tros que vieram para Caxias em busca de melhores condiccedilotildees de vida
Vemos poreacutem que a xenofobia e o racismo em nossa sociedade apresentam--se fortemente sinalizando que a presen-ccedila de imigrantes principalmente negros eacute um incocircmodo para muitos de noacutes Com isto nos deparamos com notiacutecias de pro-fissionais de diferentes aacutereas esquecendo--se do seu Coacutedigo de Eacutetica Profissional e se negando a atender imigrantes vemos poliacuteticos que desconhecem totalmente a legislaccedilatildeo brasileira a qual protege aquele que nos pede asilo garantindo o acesso aos
Ir Maria do Carmo Santos Gonccedilalves Coordenadora do Centro de Atendimento ao Migrante (CAM)
Vanessa Perini Moojen ndash Assistente Social do Centro de Atendimento ao Migrante (CAM)
Tatiane Baggio Psicoacuteloga Conselheira do CRPRS
10 entre linhas | out-nov-dez 2014
serviccedilos puacuteblicos na qualidade de cidadatildeo vemos ainda pessoas com medo de que os estrangeiros ldquotiremrdquo seu emprego ou seu lugar na fila do meacutedico e surpreenden-temente vemos pessoas que outrora jaacute sofreram preconceito por sua condiccedilatildeo de precariedade social discriminando aqueles que hoje chegam buscando um lugar de trabalho e desenvolvimento social Mas pensando bem se as coisas estatildeo difiacuteceis seraacute que a culpa eacute dos imigrantes Ao con-traacuterio entendemos que garantir o acesso dos brasileiros aos seus direitos natildeo impli-ca a negaccedilatildeo do direito de outros
Ao mesmo tempo vemos cidadatildeos profissionais poliacuteticos e entidades que natildeo medem esforccedilos para auxiliar os imi-grantes na garantia de seus direitos Que trabalham na perspectiva de melhorias e resoluccedilatildeo na situaccedilatildeo de vulnerabilidade que porventura muitos se encontram e ao mesmo tempo no fortalecimento de uma cidadania no mundo cujos direitos satildeo inviolaacuteveis Com o aumento contiacutenuo do fluxo migratoacuterio internacional para o Bra-sil e para Caxias do Sul mostra-se cada vez mais latente a necessidade de plane-jamento e articulaccedilatildeo intersetorial entre o poder puacuteblico e a sociedade civil A I Con-ferecircncia Municipal de Migraccedilatildeo e Refuacutegio 2014 deliberou a formaccedilatildeo de comitecircs que construam estrateacutegias articuladas de in-clusatildeo e integraccedilatildeo social dos imigrantes de modo que possam continuar a contri-buir econocircmica social e culturalmente para o crescimento de Caxias do Sul terra de imigrantes
O CRPRS juntamente com o Sistema Conselhos de Psicologia desenvolveu a
campanha veiculada nacionalmente com o tiacutetulo ldquoO preconceito humilha e a humi-lhaccedilatildeo social faz sofrerrdquo para discutir as questotildees que envolvem as relaccedilotildees raciais Por meio dessa iniciativa afirmamos a ga-rantia de direitos dos imigrantes e reforccedila-mos que para aleacutem do acolhimento da po-pulaccedilatildeo local sejam tambeacutem viabilizadas poliacuteticas que contemplem accedilotildees efetivas para uma vida menos precarizada do mi-grante em nosso territoacuterio
Com base na garantia de direitos pre-vista na Declaraccedilatildeo Universal dos Direi-tos Humanos na Declaraccedilatildeo de Durban firmada por 173 paiacuteses na I Conferecircncia Mundial contra o Racismo a Discrimina-ccedilatildeo Racial a Xenofobia e as Formas Cone-xas de Intoleracircncia em 2001 na Aacutefrica do Sul reafirmando o principio da igualdade e da natildeo discriminaccedilatildeo entre as pessoas e na Constituiccedilatildeo Federal de 1988 foi redigida a lei sobre o racismo no Brasil acrescentando-se o inciso XLII no artigo 5ordm declarando que o racismo eacute um crime inafianccedilaacutevel imprescritiacutevel e sujeito a pena de reclusatildeo
Portanto seguindo a legislaccedilatildeo vi-gente e conforme o debate jaacute afianccedilado nas instacircncias internacionais de garantia dos direitos humanos o CRPRS aleacutem de convidar a populaccedilatildeo a refletir sobre o tema convida a categoria a conhecer a Resoluccedilatildeo nordm 182002 do CFP que estabe-lece normas para atuaccedilatildeo das psicoacutelogas e dos psicoacutelogos em relaccedilatildeo ao preconceito e agrave discriminaccedilatildeo racial Para o CRPRS eacute urgente discutirmos a nossa praacutetica pro-fissional diante desse tema implicado no compromisso social de nossa profissatildeo
entre linhas | out-nov-dez 2014 11entre linhas | out-nov-dez 2014 11
Os fazeres (e prazeres) psi em desvios e contraversos
Ateacute o uacuteltimo ano do ensino meacutedio eu sempre achei que queria e iria cursar Direito Em setembro quando comeccedilaram as inscri-ccedilotildees da UFRGS me dei conta de que o que eu realmente queria eacute que o tempo daquela juventude natildeo acabasse mais Agrave eacutepoca mi-nhas duas melhores amigas resolveram fazer vestibular para Psicologia Assim o iniacutecio de meu percurso pelas praacuteticas e saberes psi se deu pelos disparos da amizade e do desvio
Nos idos de marccedilo num ano em que o veratildeo insistia em continuar foi que de maneira assustadoramente solitaacuteria em-barquei na errante nau a descobrir o mun-do das teorias e conceitos de uma Psicolo-gia agraves vezes candidata agrave ciecircncia agraves vezes transversada em arte Nessa viagem visi-tei uma infinidade de portos ndash de chegada de partida de parada de encontro Aos poucos a solidatildeo comeccedilou a ser povoada e a travessia tornou-se tempo e espaccedilo de constante reinvenccedilatildeo de saberes e praacuteticas
A aposta na escuta como instrumento da potecircncia criativa e criadora de sujeitos e realidades somada ao flerte com o mundo jus fez com que eu buscasse as veredas so-ciais da Psicologia em suas tessituras com os territoacuterios dos direitos humanos e a in-tencionalidade de um fazer cliacutenico-poliacutetico
Dessa maneira cheguei ao mestrado oportunidade para se conhecer e se cons-truir pesquisador entendendo a trama en-sino-pesquisa-extensatildeo como possibilidade para uma formaccedilatildeo em Psicologia que se propusesse ampliada com mais ineditis-mos e menos assepsias Optei por um cam-po de pesquisa que fizesse laccedilo com algum projeto de extensatildeo e portanto problema-tizasse a inserccedilatildeo acadecircmica na comuni-
dade como um dispositivo de accedilatildeo atraveacutes do qual a universidade pode exercer de forma mais intensa sua funccedilatildeo poliacutetica e social Naquele momento pude me inserir no Grupo ESTACcedilAtildeO PSI (Estudo e Accedilatildeo em Poliacuteticas de Subjetivar e Inventar) que prestava assessoria ao projeto de trabalho educativo com jovens em cumprimento de medida socioeducativa implementado na Procuradoria da Repuacuteblica do RS
Por esse encontro com as formas de um viver juvenil entendido e condenado como desviante as categorias Direito Social Psico-logia Cliacutenica Accedilatildeo Poliacutetica se misturavam e coreografavam movimentos que escapavam aos contornos das praacuteticas profissionais e dos meacutetodos de investigaccedilatildeo tradicionais A anguacutestia gerada pela desconstruccedilatildeo das cer-tezas e das foacutermulas prontas de ser psicoacuteloga logo deu lugar agrave descoberta da potecircncia da invenccedilatildeo de novos caminhos que desviam do instituiacutedo e tem aiacute justamente a sua forccedila de interrogaccedilatildeo do social
Infelizmente o projeto natildeo mais existe na Procuradoria mas a inspiraccedilatildeo dessa experiecircncia permitiu-me a escrita ne-gociaccedilatildeo e implantaccedilatildeo do programa de trabalho educativo do TRT-RS que desde 2013 firmou convecircnio com a FASE-RS
Trabalhando com a perspectiva da Psi-cologia Cliacutenico-Poliacutetica em sua interface com a temaacutetica da Justiccedila e do Direito toda a minha praacutetica eacute orientada por uma eacutetica da ocupacircncia que na construccedilatildeo de terri-toacuterios instituintes ainda que temporaacuterios aposta na criaccedilatildeo de condiccedilotildees de possibi-lidade para a constante reatualizaccedilatildeo de formas e forccedilas mais livres e potentes de expressatildeo da vida
relato de experiecircncia
PARTICIPEVocecirc tambeacutem quer compartilhar sua experiecircncia como psicoacutelogoa Envie um relato para imprensacrprsorgbr destacando sua praacutetica Os textos seratildeo avaliados pela Comissatildeo Editorial do EntreLinhas e poderatildeo ser publicados nas proacuteximas ediccedilotildees do jornal
Paula Goldmeier Graduada em Psicologia mestre em Psicologia Social e Institucional pela UFRGS Atua nas aacutereas de Direitos Humanos e Sauacutede Coletiva
12 entre linhas | out-nov-dez 2014
entrevista
Em sua opiniatildeo o que eacute laicidade
TATIANE ndash A laicidade opotildee-se aos
discursos fundamentalistas ligados agraves vio-
laccedilotildees de direito Assim as leis devem ser
orientadas pelos Direitos Humanos Uni-
versais e pela Constituiccedilatildeo Federal e natildeo
por dogmas e ideologias religiosas Isso
natildeo significa que o Estado negue agrave Igreja
o direito de contribuir para o bem da so-
ciedade Um Estado que natildeo respeita um
espaccedilo para as igrejas na sociedade ou que
negue o direito de expressatildeo acabaria com
a democracia caindo no sectarismo e no
totalitarismo ideoloacutegico
LUCIANA ndash Eacute a natildeo adoccedilatildeo de uma
religiatildeo em particular pelo Estado Isso natildeo
quer dizer que desconsidere as muacuteltiplas
religiotildees que convivem em seu territoacuterio ou
negue a expressatildeo da religiosidade popular
pessoal ou coletivamente mas inclui todas
como representaccedilotildees da diversidade reli-
giosa ou espiritual do seu povo
TATIANA ndash Eacute um dispositivo de pro-
teccedilatildeo agrave livre consciecircncia e expressatildeo de
crenccedilas de modo a garantir o reconheci-
mento da diversidade social em socieda-
des democraacuteticas sem ocircnus moral para
grupos minoritaacuterios em relaccedilatildeo a hegemo-
nias religiosas e morais
Por que eacute importante discutir essa ques-
tatildeo no Sistema Conselhos de Psicologia
EDUARDO ndash A Psicologia precisa
se posicionar frente a projetos de leis que
tecircm uma base fundamentalista ferindo os
direitos humanos e as liberdades indivi-
duais Aleacutem disso muitosas psicoacutelogos
as natildeo tecircm clareza de como se posicionar
Psicologia Religiatildeo e Espiritualidade como dialogarSAIBA MAIS
Nota Teacutecnica do CFP ndash Posicionamento do Sistema Conselhos de Psicologia para a questatildeo da Psicologia Religiatildeo e Espiritualidadehttpbitlynotacfplaicidade
Posicionamento Sistema Conselhos frente uso indiscriminado do discurso religioso na poliacutetica httpbitlyEleicoes_Laicidade
Leia entrevistas na iacutentegra em wwwcrprsorgbrentrelinhas68
entre linhas | out-nov-dez 2014 13
frente a suas proacuteprias religiotildees ou crenccedilas
de seus clientes e instituiccedilotildees
LUCIANA ndash Eacute importante discutir as
implicaccedilotildees das crenccedilas religiosidade ou
espiritualidade do psicoacutelogo na sua praacuteti-
ca profissional E como sua praacutetica acolhe
repudia essas dimensotildees do puacuteblico com
quem trabalha Por exemplo o que signifi-
ca eu me apresentar como psicoacuteloga cristatilde
Apenas explicito minhas crenccedilas ou impor-
to praacuteticas religiosas para minhas interven-
ccedilotildees laborais Toda essa discussatildeo eviden-
cia o quanto reconhecemos essa dimensatildeo
na vida humana e como nos organizamos
para abordaacute-la nos espaccedilos profissionais
em que o psicoacutelogo estaacute inserido e integraacute-
-la agraves demais dimensotildees da vida humana
TATIANA ndash A Psicologia eacute uma ciecircn-
cia laica A religiosidade e a espiritualidade
podem ser objeto de estudo da Psicologia
o que natildeo eacute o mesmo que a Psicologia ado-
tar pressuposto religioso em seus modos
de significar o mundo a condiccedilatildeo huma-
na e as relaccedilotildees sociais A Psicologia deve
se manter laica para que natildeo decorra em
prejuiacutezo nos modos de significaccedilatildeo de dis-
tintas condiccedilotildees de vida e de subjetivaccedilatildeo
considerando especificidades culturais
que tambeacutem podem abranger distintas re-
ferecircncias a doutrinas religiosas e mesmo a
recusa agrave religiosidade ou expressa afirma-
ccedilatildeo da crenccedila de que Deus natildeo existe
Que situaccedilotildees ou demandas atuais a Psi-
cologia tem discutido e que estatildeo ligadas
diretamente ao tema
TATIANE ndash Podemos citar os atuais
discursos fundamentalistas contra o ca-
samento gay e a diversidade sexual e de
gecircnero a questatildeo da legalizaccedilatildeo do aborto
e Lei do Nascituro intoleracircncia religiosa
e racismo aleacutem da discussatildeo sobre a pre-
dominacircncia dos discursos religiosos e im-
posiccedilatildeo de praacuteticas religiosas nas propos-
tas de projeto terapecircutico da maioria das
comunidades terapecircuticas Muitas dessas
demandas estatildeo ligadas a um discurso
preconceituoso que busca se esconder atra-
veacutes de argumentos em defesa de valores
da vida e da famiacutelia e que no fundo im-
potildeem suas proacuteprias ideologias contraacuterias
agraves liberdades de expressatildeo e dos direitos
humanos violando as diferentes formas do
indiviacuteduo ser no mundo
TATIANA ndash O projeto de decreto legis-
lativo que pretendia incidir sobre a normativa
da Psicologia no que se refere agrave homossexu-
alidade e aos paracircmetros eacuteticos para o exer-
ciacutecio profissional eacute um exemplo O discurso
religioso que incide na desqualificaccedilatildeo moral
de demandas de mulheres por direitos repro-
dutivos novas configuraccedilotildees familiares uso
de drogas e seu tratamento todas essas satildeo
questotildees que tangenciam a laicidade da Psi-
cologia A posiccedilatildeo da Psicologia natildeo se pauta
em uma dada moralidade pressuposta como
verdadeira mas leva em consideraccedilatildeo a com-
plexidade das determinaccedilotildees soacutecio-culturais
para compreender a situaccedilatildeo particular de
vida e escolhas de indiviacuteduos
Por que devemos pensar em praacuteticas da
Psicologia baseadas na laicidade
EDUARDO ndash O trabalho doa
psicoacutelogoa deve estar alicerccedilado nas ci-
ecircncias psicoloacutegicas e nos direitos humanos
ao inveacutes de crenccedilas individuais Assim as
praacuteticas psicoloacutegicas estaratildeo promovendo
Tatiane Baggio Psicoacuteloga conselheira do CRPRS membro dos GTs Nacional e Regional de Laicidade
Eduardo HoffmannPsicoacutelogo conselheiro do CRPRS membro dos GTs Nacional e Regional de Laicidade
Luciana Fernandes Marques Psicoacuteloga Mestre em Psicologia Social e da Personalidade e Doutora em Psicologia pela PUCRS Poacutes-Doutorado em Psicologia pela UFRGS e pelo ISCTE-IUL Lisboa Membro do Grupo de Trabalho Psicologia e Religiatildeo da Associaccedilatildeo Nacional de Pesquisa e Poacutes-Graduaccedilatildeo em Psicologia e da International Association for the Psychology of Religion
Tatiana LionccediloPsicoacuteloga Mestre e Doutora em Psicologia pela Universidade de Brasiacutelia conselheira do CRP-01 Integra o GT Nacional ldquoPsicologia Religiatildeo e Laicidaderdquo do CFP
14 entre linhas | out-nov-dez 2014
a sauacutede e a qualidade de vida da popula-
ccedilatildeo para que cada sujeito pense e se po-
sicione de forma criacutetica e consciente sobre
como pretende viver sua crenccedila As praacuteti-
cas psicoloacutegicas devem estar baseadas na
laicidade por um respeito ao ser humano
e toda diversidade de crenccedilas e formas de
expressaacute-la apenas sendo laica a Psicolo-
gia poderaacute acolher essa diversidade
LUCIANA ndash Devemos pensar em
praacuteticas baseadas na laicidade para man-
ter a afiliaccedilatildeo da Psicologia agrave ciecircncia tra-
dicional Mas boa parte da ciecircncia eacute ino-
var desbravar novos caminhos antecipar
problemas e soluccedilotildees entatildeo a boa ciecircncia
eacute provisoacuteria questionaacutevel (auto)reflexi-
va e bastante (auto)criacutetica Nesse sentido
a Psicologia tambeacutem natildeo deve se fechar
demasiadamente em roacutetulos mas manter
foacuteruns de diaacutelogo com a ciecircncia e com a
comunidade estando atenta a exageros no
exerciacutecio profissional
TATIANA ndash A Psicologia reconhe-
ce a diversidade social e portanto tam-
beacutem reconhece a diversidade religiosa e
a existecircncia de grupos e indiviacuteduos que
natildeo adotam religiatildeo A espiritualidade eacute
uma importante dimensatildeo da subjetivi-
dade embora natildeo dependa necessaria-
mente da religiosidade e a Psicologia
expressamente se afirma contraacuteria a toda
forma de fundamentalismo religioso ou
seja modos de imposiccedilatildeo de moralidades
com base em preceitos religiosos resguar-
dando o reconhecimento da diversidade
social cultural e subjetiva
A Psicologia pode dialogar com a espiri-
tualidade e a religiatildeo se mantendo laica
De que forma isso se traduz na praacutetica
doa psicoacutelogoa
EDUARDO ndash A Psicologia dialoga
com a espiritualidade e a religiatildeo se man-
tendo laica quando natildeo induz a convicccedilotildees
religiosas conforme estaacute previsto em nosso
Coacutedigo de Eacutetica art 2ordm aliacutenea b Seus cons-
tructos e epistemologias se originam e se
orientam na ciecircncia e natildeo na teologia Isso
se traduz na praacutetica psicoloacutegica por uma
postura eacutetica em olhar o ser humano em
sua integralidade e natildeo a partir de um vieacutes
religiosoespiritual apenas Tambeacutem se tra-
duz aoagrave psicoacutelogoa quando se utiliza de
intervenccedilotildees e praacuteticas que satildeo aceitas e re-
conhecidas pelas ciecircncias psicoloacutegicas
LUCIANA ndash Enquanto categoria pro-
fissional a Psicologia eacute laica natildeo adota ne-
nhuma religiatildeo em particular mas estuda
a relaccedilatildeo da religiosidadeespiritualidade
com a sauacutede e sua expressatildeo no compor-
tamento humano Por temor da Psicolo-
gia natildeo ser reconhecida como ciecircncia haacute
excessiva cautela em aplicar esse conhe-
cimento na atuaccedilatildeo profissional do psicoacute-
logo ndash embora tenha diminuiacutedo muito na
uacuteltima deacutecada Na praacutetica do psicoacutelogo
isso se traduz no reconhecimento de que
a religiosidadeespiritualidade eacute uma di-
mensatildeo humana imbricada com todas as
outras dimensotildees e que pode ser fonte tan-
to de sauacutede quanto de adoecimento
TATIANA ndash O profissional de Psico-
logia deve considerar a religiosidade e a
espiritualidade quando forem expressas
pelas pessoas como significativas em seus
modos de subjetivaccedilatildeo e vida Assim como
eacute equiacutevoco eacutetico associar a sua proacutepria feacute
religiosa no exerciacutecio profissional o profis-
entrevista
SAIBA MAISCaderno de Deliberaccedilotildees VIII CNP Eixo II ndash Contribuiccedilotildees eacuteticas poliacuteticas e teacutecnicas nos processos de trabalho proposta 214 ldquoOrientaccedilatildeo laicidaderdquo paacutegina 37 httpbitlycad8cnp
Coacutedigo de Eacuteticawwwcrprsorgbrcodigoetica
Movimento Estrateacutegico do Estado Laicowwwmeelorgbr
entre linhas | out-nov-dez 2014 15
sional viola o coacutedigo de eacutetica ao desconsi-
derar inferiorizar ou mesmo patologizar a
expressatildeo de feacute de pessoas que se coloquem
sob seus cuidados A importacircncia da manu-
tenccedilatildeo da laicidade no exerciacutecio profissio-
nal eacute justamente a de garantir o reconheci-
mento de subjetividades na perspectiva da
alteridade ou seja considerando o campo
de significaccedilotildees dos proacuteprios sujeitos em
seus modos de vida e de subjetivaccedilatildeo
De que forma a Psicologia pode contri-
buir para o fortalecimento do Estado Lai-
co e ao mesmo tempo combater situa-
ccedilotildees de violaccedilotildees de direito
TATIANE ndash A consideraccedilatildeo das di-
ferenccedilas morais culturais religiosas e das
praacuteticas sociais eacute fundamental para a cons-
truccedilatildeo da democracia sendo o Estado lai-
co a condiccedilatildeo para que as diferenccedilas natildeo
sejam assoladas por projetos poliacuteticos de
segregaccedilatildeo marginalizaccedilatildeo e desqualifica-
ccedilatildeo Eacute preciso buscar o diaacutelogo entre a Psi-
cologia e outras categorias profissionais
somar-se agraves parcerias com grupos sociais
falar sobre esses temas junto agrave sociedade
LUCIANA ndash A Psicologia pode con-
tribuir para o Estado Laico adotando uma
postura de respeito pela diversidade reli-
giosaespiritual de escuta das variadas
proposiccedilotildees e engajamento em discussotildees
muacuteltiplas que incluam tanto profissionais
pesquisadores quanto pessoas da comuni-
dade e oriundas das variadas tradiccedilotildees
TATIANA ndash A Psicologia eacute um im-
portante ator social de enfrentamento do
fundamentalismo religioso ao reafirmar a
necessidade de reconhecimento e respeito
agrave diversidade social e agrave diversidade subje-
tiva Desde 2013 a Psicologia tem integra-
do o Movimento Estrateacutegico pelo Estado
Laico organizaccedilatildeo que contou com o CFP
em sua articulaccedilatildeo e que agora conta com
apoio do Sistema Conselhos
Como oa psicoacutelogoa pode trabalhar sua
proacutepria crenccedila religiosa e sua espirituali-
dade sem que isso interfira em sua praacutetica
EDUARDO ndash Separando uma da ou-
tra natildeo vinculando em sua praacutetica pro-
fissional e natildeo usando sua proacutepria crenccedila
como um diferencial profissional
LUCIANA ndash Talvez seja interessante
que sua espiritualidade interfira na praacutetica
profissional Natildeo podemos supor que a reli-
giatildeo ou espiritualidade possuem uma inter-
ferecircncia negativa tomando exemplos nega-
tivos como o caso da cura gay O problema
natildeo eacute a religiatildeo eacute o que as pessoas fazem a
partir dela O sujeito fanaacutetico fundamenta-
lista e extremista levaraacute essas caracteriacutesticas
consigo mesmo sendo ateu Se ter crenccedilas
e espiritualidade eacute ter um bom coraccedilatildeo pa-
rece urgente que essa interferecircncia ocorra
Natildeo precisamos de mais profissionais tec-
nicistas e pouco humanizados
TATIANA ndash Como quaisquer outros
fatores pessoais reservando para si espa-
ccedilo de elaboraccedilatildeo de seu proacuteprio campo de
significaccedilotildees sobre o mundo a vida e si
mesmo Como outras convicccedilotildees morais
o profissional deve saber manter distacircn-
cia entre seus proacuteprios valores pessoais e
os valores e modos de vida de outrem de
modo a natildeo reduzir o outro a si mesmo
Este eacute um exerciacutecio eacutetico que exige anaacutelise
pessoal e supervisatildeo-intervisatildeo na condu-
ccedilatildeo dos trabalhos
SAIBA MAISCRPRS participou do Seminaacuterio Nacional do Movimento Estrateacutegico pelo Estado Laico (MEEL) realizado de 26 a 28 de agosto em Brasiacutelia httpbitlyCRPRS_Meel
Manifesto do Movimento Estrateacutegico pelo estado laicohttpbitlymanifesto_MEEL
16 entre linhas | out-nov-dez 2014
controle social
Controle Social e a PsicologiaControle Social eacute aquele que o cidadatildeo
em um contexto democraacutetico pode exercer sobre o Estado por meio da participaccedilatildeo na gestatildeo da fiscalizaccedilatildeo do monitoramento e do controle das accedilotildees da administraccedilatildeo puacuteblica o acompanhamento das poliacuteticas sendo assim um importante mecanismo de fortalecimento da cidadania
De forma geral a participaccedilatildeo no Con-trole Social permite que os cidadatildeos possam intervir na tomada da decisatildeo administrati-va orientando a administraccedilatildeo puacuteblica para que adote medidas que realmente atendam ao interesse puacuteblico e ao mesmo tempo possam exercer controle sobre a accedilatildeo do Es-tado exigindo que o gestor puacuteblico preste contas de sua atuaccedilatildeo Esse envolvimento na gestatildeo puacuteblica eacute um direito assegurado pela Constituiccedilatildeo Federal permitindo que os cidadatildeos natildeo soacute participem da formu-laccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem fiscalizem de forma permanente a aplicaccedilatildeo dos recursos puacuteblicos
O Conselho Regional de Psicologia
do Rio Grande do Sul (CRPRS) e o Con-
selho Federal de Psicologia (CFP) esti-
mulam a participaccedilatildeo dosas psicoacutelogos
as nas instacircncias de controle social por
acreditar que o conhecimento teacutecnico dos
profissionais da aacuterea pode contribuir na
construccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas Aleacutem disso seus representantes a partir de suas regiotildees de intervenccedilatildeo tornam-se inter-locutores e referecircncia para osas demais psicoacutelogosas locais ampliando assim o debate da Psicologia como protagonista das poliacuteticas puacuteblicas das diversas regiotildees
Atualmente o CRPRS possui cadeiras em diversos conselhos de direito e estaacute aberto a assumir novas vagas de acordo com seus posicionamentos Eacute importan-te destacar que a representaccedilatildeo feita pelo profissional da Psicologia nos espaccedilos de controle social natildeo possui caraacuteter indivi-dual deve expressar concepccedilotildees orienta-ccedilotildees e diretrizes formuladas ou definidas pela categoria Ao assumir o lugar de re-presentaccedilatildeo na instacircncia de controle so-cial oa psicoacutelogoa compromete-se a defender necessariamente as orientaccedilotildees e posicionamentos do Conselho Regional de Psicologia assim como os do Conselho Federal de Psicologia frente agraves questotildees que se encontram em debate
SAIBA MAIS Acesse wwwcrprsorgbrcontrolesocial para saber mais sobre Con-trole Social Duacutevidas poderatildeo ser escla-recidas pelo e-mail crepopcrprsorgbr
AacuteREA ABRANGEcircNCIA
Sauacutede Estadual e Municipal
Assistecircncia Social Estadual e Municipal
Direitos da Crianccedila e do Adolescente Municipal
Poliacuteticas sobre Drogas Estadual e Municipal
Direitos da Mulher Municipal
Os espaccedilos de atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos no controle social satildeo
entre linhas | out-nov-dez 2014 17
Municiacutepios onde CRPRS tem representaccedilotildees no Controle Social
Quer representar o CRPRS nos Conselhos de Direito
Conselhos de Direitos
Se vocecirc eacute psicoacutelogoa e tem interesse em re-
presentar o CRPRS em algum conselho de direi-
to acesse o Cadastro de Interesse de Psicoacutelogoa
ndash Representaccedilatildeo no Controle Social
Disponiacutevel em wwwcrprsorgbrcontro-
lesocial O pedido seraacute avaliado considerando
os criteacuterios estabelecidos para se constituir a
representaccedilatildeo e interesses do CRPRS Os repre-
sentantes devem participar das atividades pro-
movidas pelo CRPRS
Criteacuterios para candidatar-se agrave representaccedilatildeo
bull Ser psicoacutelogao devidamente inscrito no
CRPRS
bull Preencher cadastro de interesse em www
crprsorgbrcontrolesocial
bull Ter conhecimentoaproximaccedilatildeo relaciona-
do agrave temaacutetica e ao municiacutepio do Conselho
de direito
bull Estar adimplente com as anuidades do CRPRS
bull Disponibilizar-se a participar sistematica-
mente das reuniotildees da Comissatildeo de Poliacuteticas
Puacuteblicas (sede) ou Nuacutecleos de Poliacuteticas Puacutebli-
cas (subsedes) e dos encontros de discussatildeo
do controle social promovidos pelo CRPRS
O CRPRS recebe pedidos para indicaccedilatildeo de
psicoacutelogosas para assumir vagas em Conselho
de Direitos Apoacutes aprovada a participaccedilatildeo do
CRPRS na instacircncia e realizada a indicaccedilatildeo de ti-
tular e suplente para a vaga por meio da Comis-
satildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas (sede) dos Nuacutecleos de
Poliacuteticas Puacuteblicas (nas subsedes) ou dos nuacutecleos
gestores das subsedes eacute feita a comunicaccedilatildeo ofi-
cial agrave instituiccedilatildeo solicitante
Conselhos de Direito que tenham interesse
em ter o CRPRS compondo seu conjunto de con-
selheiros devem acessar o Cadastro de interesse
de Conselho de Direito ndash Representaccedilatildeo no Con-
trole Social disponiacutevel em wwwcrprsorgbr
controlesocial
18 entre linhas | out-nov-dez 2014
O que eacute ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacuteblicas O que fazer quando se estaacute por laacute
O que satildeo as poliacuteticas puacutebli-cas para osas psicoacutelogosas Aleacutem de um campo de atuaccedilatildeo no qual se materializam direitos constitucionais um mercado de trabalho em franca expansatildeo Eacute possiacutevel pensar o trabalho como sendo um ofiacutecio Enquanto fabri-cam produtos os homens se pro-duzem Pensando sobre o ofiacutecio doa psicoacutelogoa qual o objeto de seu fazer Que ferramentas ele usa Qual meacutetodo orienta sua accedilatildeo Qual objetoobjetivo a ser produzido com o seu trabalho
O contexto que engendrou a profissatildeo do psicoacutelogo definiu o indiviacuteduo e suas relaccedilotildees consigo mesmo como objeto de trabalho a psicoterapia e o aconselhamen-to ndash seja individuais ou grupal ndash orientada por um diagnoacutestico psicopatoloacutegico como instru-mentomeacutetodo de excelecircncia para a intervenccedilatildeo e a diminui-ccedilatildeo do sofrimento daquele que se atende como objetivo a ser alcanccedilado com a intervenccedilatildeo As demandas oriundas das po-liacuteticas puacuteblicas tecircm exigido uma releitura tanto no nosso objetoobjetivo de trabalho quanto do nosso instrumento prioritaacuterio para a intervenccedilatildeo As poliacuteticas puacuteblicas definem em seus mar-
cos normativos accedilotildees intencio-nais do Estado voltadas para as coletividades O objeto de traba-lho desenhado satildeo as relaccedilotildees estabelecidas entre o indiviacuteduo e os coletivos construiacutedas em seus territoacuterios de vida O meacutetodo preconizado eacute o de articulaccedilatildeo de diversas ofertas do Estado e das comunidades para atender as muacuteltiplas necessidades dos sujei-tos dos grupos e dos territoacuterios A produccedilatildeo de autonomia e cons-truccedilatildeo da cidadania estatildeo postas como horizontes aos quais se al-meja chegar com as intervenccedilotildees
Ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacuteblicas significa re-conhecer a mudanccedila da oficina na qual passamos a trabalhar Eacute estar disposto a alinhar nosso objetoobjetivo de trabalho com aquele traccedilados nas diretrizes que orientam a poliacutetica puacuteblica na qual atuamos E ainda colo-car nossas competecircncias e habi-lidades na direccedilatildeo da defesa ra-dical da autonomia dos sujeitos e das coletividades e da construccedilatildeo de uma cidadania ativa
Ainda que as intencionalida-des das poliacuteticas puacuteblicas estejam alinhadas aos marcos constitucio-nais do Estado brasileiro o cam-po do puacuteblico eacute formado por con-
crepop
tradiccedilotildees estruturais e interesses diversos Ele se constroacutei marca-do por disputas Eacute mister analisar com quais interesses nossas praacute-ticas encontram-se alinhadas A que forccedilas estamos servindo Em que direccedilatildeo nossas habilidades e competecircncias estatildeo sendo convo-cadas Que trabalhos essas con-vocaccedilotildees estatildeo produzindo Eacute na leitura cuidadosa deste campo de tensatildeo e na construccedilatildeo de respos-tas a estas e outras questotildees que osas oficineirosas psicoacutelogosas estatildeo trabalhando na remo-delaccedilatildeo da Psicologia enquanto ofiacutecio podendo assim contribuir efetivamente para a consolidaccedilatildeo do Estado Democraacutetico de Direi-to no Brasil
Andreacute Sales Assessor Teacutecnico de Poliacuteticas Puacuteblicas
Edson Knevitz Silva e Fernanda Carrion Estagiaacuterios
Alexandra Ximendes Conselheira de Referecircncia
Acesse wwwcrprsorgbren-trelinhas68 e leia o texto do Crepop na iacutentegra
entre linhas | out-nov-dez 2014 19
Orientaccedilotildees aosagraves profissionais que atuam na Cliacutenica Psicoloacutegica em consultoacuterio
orientaccedilatildeoRe
cort
e e
cole
cion
e
Aacuterea TeacutecnicaLucio Fernando Garcia ndash Coord da Aacuterea Teacutecnica
Adriana Dal Orsoletta ndash Psicoacuteloga FiscalFlavia Cardozo de Mattos ndash Psicoacuteloga Fiscal
Leticia Giannechini ndash Psicoacuteloga FiscalLucia Regina Cogo ndash Psicoacuteloga Fiscal
Para atuaccedilatildeo na Cliacutenica (atendimento psi-coloacutegico avaliaccedilatildeo psicoloacutegica e psicoterapia) oa psicoacutelogoa deve estar regularmente ins-crito no CRPRS no Instituto Nacional de Se-guridade Social (INSS) de sua cidade e junto agrave Prefeitura Municipal para cadastro de ISSQN
OA profissional deve tambeacutem escolher um espaccedilo fiacutesico adequado considerando si-gilo e confidencialidade aleacutem de lugar apro-priado para a guarda do material teacutecnico e de atendimento Eacute obrigatoacuterio o registro docu-mental sobre a prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacute-gicos que natildeo puder ser mantido prioritaria-mente sob a forma de prontuaacuterio psicoloacutegico por razotildees que envolvam a restriccedilatildeo do com-partilhamento de informaccedilotildees com o usuaacuterio eou beneficiaacuterio do serviccedilo prestado
O registro documental em papel ou informatizado tem caraacuteter sigiloso e reuacute-ne informaccedilotildees que contemplam de forma sucinta o trabalho prestado a descriccedilatildeo e a evoluccedilatildeo do caso e os procedimentos teacutecnico-cientiacuteficos adotados Deve ser man-tido permanentemente atualizado e organi-zado peloa psicoacutelogoa que acompanha o procedimento A guarda desses registros de atendimento individual ou de grupo eacute de responsabilidade doa profissional psicoacutelogoa e obedece ao disposto no Coacutedi-go de Eacutetica Profissional e agrave Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Documen-tos Escritos produzidos peloa psicoacutelogoa decorrente de avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
OA psicoacutelogoa ao anunciar seus ser-viccedilos indicaraacute sempre seu nome (pessoa fiacute-sica) e o nuacutemero de inscriccedilatildeo (nordm CRP) bem como as capacitaccedilotildees que possua e endere-ccedilo atualizado para contato
Ao estabelecer um contrato de serviccedilos deveraacute levar em conta os direitos dos usu-
aacuterios ou beneficiaacuterios dos serviccedilos confor-me Artigo 1deg aliacutenea d do Coacutedigo de Eacutetica Profissional doa Psicoacutelogoa Incluindo a atenccedilatildeo a outras legislaccedilotildees como o Coacutedi-go de Proteccedilatildeo e de Defesa do Consumidor
Para pautar seus honoraacuterios oa psicoacutelogoa poderaacute utilizar a Tabela Refe-rencial de Honoraacuterios que eacute disponibilizada pelo Sistema Conselhos sendo sua elabora-ccedilatildeo e atualizaccedilatildeo feitas pela FENAPSI ndash Fe-deraccedilatildeo Nacional dos Psicoacutelogos e CFP Os valores satildeo meramente sugestivos e natildeo haacute obrigatoriedade de adotaacute-los Tambeacutem eacute pos-siacutevel disponibilizar atendimentos psicoloacutegi-cos por meio de planos de sauacutede devendo procurar diretamente a operadora de planos de sauacutede para informaccedilotildees sobre a forma de contrataccedilatildeo Tambeacutem a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) pelo site wwwansgovbr ou pelo telefone 0800-7019656
Lembrando que para o exerciacutecio profissio-nal adequado oa profissional deve pautar-se na constante atualizaccedilatildeo mantendo-se cons-tantemente atualizado teoacuterica teacutecnica e etica-mente e estar atento agraves resoluccedilotildees da profissatildeo e demais legislaccedilotildees que envolvam o atendi-mento de pacientes Afinal oa psicoacutelogoa em seu consultoacuterio tambeacutem eacute uma profissio-nal que se ocupa da sauacutede coletiva
A Aacuterea Teacutecnica do CRPRS estaacute agrave disposiccedilatildeo da categoria e da sociedade para orientaccedilatildeoPelo e-mail orienteccrprsorgbr | Pelo
telefone (51) 3334-6799 | Pessoalmente na sede do CRPRS em Porto Alegre de segunda a quarta das 9h agraves 17h e quinta e sexta das 9h agraves 12h
20 entre linhas | out-nov-dez 2014
USO EXCLUSIVO DOS CORREIOS
[ ] ausente [ ] endereccedilo insuficiente [ ] falecido [ ] natildeo existe o nuacutemero indicado [ ] recusado [ ] desconhecido [ ] natildeo procurado [ ] infporteirosiacutendico [ ] mudou-se [ ] outros (especificar)
______________ _________________________ data rubrica do responsaacutevel
_________________________
VISTO
agenda
Curso
Psicologia Aplicada agrave Aviaccedilatildeo19 a 30012015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 35198221 (51) 95518221bauerrosanagmailcom wwwabordofatoreshumanoscombr
Curso de Aperfeiccediloamento em Terapias CognitivasIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33323249danielalumertzwainerpsicologiacombr wwwwainerpsicologiacombr
ExtensatildeoPrograma de atualizaccedilatildeo em Terapia Cognitiva-comportamentalInscriccedilotildees ateacute 15122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 92514066f3representacaogmailcom
Formaccedilatildeo
Formaccedilatildeo em Terapia do EsquemaIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33323249danielalumertzwainerpsicologiacombr wwwwainerpsicologiacombrensino
Formaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica05032015 a 15122017Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33334801ieppieppcombr wwwieppcombr
Endereccedilo para DevoluccedilatildeoAgecircncia de Correios Avenida Protaacutesio Alves - CEP 90410-970
Formaccedilatildeo em Psicoterapia Psicanaliacutetica Iniacutecio em 10032015 Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33313781 (51) 92497139 contatogaepsicombr wwwgaepsicombr
Especializaccedilatildeo
Especializaccedilatildeo na Teoria e Teacutecnica de Intervenccedilatildeo na Relaccedilatildeo Pais-BebecircsInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica ndash AdultosInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica da AdolescecircnciaInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Neuropsicologia CliacutenicaIniacutecio em 27022015FlorianoacutepolisSC Informaccedilotildees (61) 32263002 (61) 81299428weberibneurocombr wwwibneurocombr
Especializaccedilatildeo Instituiccedilotildees em AnaacuteliseIniacutecio em 13032015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33082926 (somente sextas-feiras agrave tarde)instemanaliseufrgsbr httpbitly1vhZBeB
Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo AnaliacuteticaIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33305655crsilvahcpaufrgsbr wwwcelgorgbr
Especializaccedilatildeo em Psicoterapia PsicanaliacuteticaIniacutecio em 11032015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 32096524esippesippcombr wwwesippcombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia CognitivaIniacutecio em 01042015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 32735224 (51) 80234890portoalegre1institutowpcom wwwinstitutowpcom
Jornada
XI Jornada CELPCYRO sobre Sauacutede Mental26062015Porto Alegre RSInformaccedilotildees (51) 33884944atendimentogweventoscombr wwwcelpcyro2015eventizecombr
entre linhas | out-nov-dez 2014 9
artigo
Imigraccedilatildeo em pautaEncontrar um bom trabalho ajudar a
famiacutelia e viver uma vida digna e em paz eacute a expectativa e o sonho de centenas de imigrantes senegaleses haitianos gane-ses entre outros que vieram para o Bra-sil dirigindo-se especificamente para Caxias do Sul e alguns municiacutepios da Serra gauacutecha Essa expectativa reflete a de muitos europeus brasileiros de outras regiotildees do paiacutes fronteiriccedilos e tantos ou-tros que vieram para Caxias em busca de melhores condiccedilotildees de vida
Vemos poreacutem que a xenofobia e o racismo em nossa sociedade apresentam--se fortemente sinalizando que a presen-ccedila de imigrantes principalmente negros eacute um incocircmodo para muitos de noacutes Com isto nos deparamos com notiacutecias de pro-fissionais de diferentes aacutereas esquecendo--se do seu Coacutedigo de Eacutetica Profissional e se negando a atender imigrantes vemos poliacuteticos que desconhecem totalmente a legislaccedilatildeo brasileira a qual protege aquele que nos pede asilo garantindo o acesso aos
Ir Maria do Carmo Santos Gonccedilalves Coordenadora do Centro de Atendimento ao Migrante (CAM)
Vanessa Perini Moojen ndash Assistente Social do Centro de Atendimento ao Migrante (CAM)
Tatiane Baggio Psicoacuteloga Conselheira do CRPRS
10 entre linhas | out-nov-dez 2014
serviccedilos puacuteblicos na qualidade de cidadatildeo vemos ainda pessoas com medo de que os estrangeiros ldquotiremrdquo seu emprego ou seu lugar na fila do meacutedico e surpreenden-temente vemos pessoas que outrora jaacute sofreram preconceito por sua condiccedilatildeo de precariedade social discriminando aqueles que hoje chegam buscando um lugar de trabalho e desenvolvimento social Mas pensando bem se as coisas estatildeo difiacuteceis seraacute que a culpa eacute dos imigrantes Ao con-traacuterio entendemos que garantir o acesso dos brasileiros aos seus direitos natildeo impli-ca a negaccedilatildeo do direito de outros
Ao mesmo tempo vemos cidadatildeos profissionais poliacuteticos e entidades que natildeo medem esforccedilos para auxiliar os imi-grantes na garantia de seus direitos Que trabalham na perspectiva de melhorias e resoluccedilatildeo na situaccedilatildeo de vulnerabilidade que porventura muitos se encontram e ao mesmo tempo no fortalecimento de uma cidadania no mundo cujos direitos satildeo inviolaacuteveis Com o aumento contiacutenuo do fluxo migratoacuterio internacional para o Bra-sil e para Caxias do Sul mostra-se cada vez mais latente a necessidade de plane-jamento e articulaccedilatildeo intersetorial entre o poder puacuteblico e a sociedade civil A I Con-ferecircncia Municipal de Migraccedilatildeo e Refuacutegio 2014 deliberou a formaccedilatildeo de comitecircs que construam estrateacutegias articuladas de in-clusatildeo e integraccedilatildeo social dos imigrantes de modo que possam continuar a contri-buir econocircmica social e culturalmente para o crescimento de Caxias do Sul terra de imigrantes
O CRPRS juntamente com o Sistema Conselhos de Psicologia desenvolveu a
campanha veiculada nacionalmente com o tiacutetulo ldquoO preconceito humilha e a humi-lhaccedilatildeo social faz sofrerrdquo para discutir as questotildees que envolvem as relaccedilotildees raciais Por meio dessa iniciativa afirmamos a ga-rantia de direitos dos imigrantes e reforccedila-mos que para aleacutem do acolhimento da po-pulaccedilatildeo local sejam tambeacutem viabilizadas poliacuteticas que contemplem accedilotildees efetivas para uma vida menos precarizada do mi-grante em nosso territoacuterio
Com base na garantia de direitos pre-vista na Declaraccedilatildeo Universal dos Direi-tos Humanos na Declaraccedilatildeo de Durban firmada por 173 paiacuteses na I Conferecircncia Mundial contra o Racismo a Discrimina-ccedilatildeo Racial a Xenofobia e as Formas Cone-xas de Intoleracircncia em 2001 na Aacutefrica do Sul reafirmando o principio da igualdade e da natildeo discriminaccedilatildeo entre as pessoas e na Constituiccedilatildeo Federal de 1988 foi redigida a lei sobre o racismo no Brasil acrescentando-se o inciso XLII no artigo 5ordm declarando que o racismo eacute um crime inafianccedilaacutevel imprescritiacutevel e sujeito a pena de reclusatildeo
Portanto seguindo a legislaccedilatildeo vi-gente e conforme o debate jaacute afianccedilado nas instacircncias internacionais de garantia dos direitos humanos o CRPRS aleacutem de convidar a populaccedilatildeo a refletir sobre o tema convida a categoria a conhecer a Resoluccedilatildeo nordm 182002 do CFP que estabe-lece normas para atuaccedilatildeo das psicoacutelogas e dos psicoacutelogos em relaccedilatildeo ao preconceito e agrave discriminaccedilatildeo racial Para o CRPRS eacute urgente discutirmos a nossa praacutetica pro-fissional diante desse tema implicado no compromisso social de nossa profissatildeo
entre linhas | out-nov-dez 2014 11entre linhas | out-nov-dez 2014 11
Os fazeres (e prazeres) psi em desvios e contraversos
Ateacute o uacuteltimo ano do ensino meacutedio eu sempre achei que queria e iria cursar Direito Em setembro quando comeccedilaram as inscri-ccedilotildees da UFRGS me dei conta de que o que eu realmente queria eacute que o tempo daquela juventude natildeo acabasse mais Agrave eacutepoca mi-nhas duas melhores amigas resolveram fazer vestibular para Psicologia Assim o iniacutecio de meu percurso pelas praacuteticas e saberes psi se deu pelos disparos da amizade e do desvio
Nos idos de marccedilo num ano em que o veratildeo insistia em continuar foi que de maneira assustadoramente solitaacuteria em-barquei na errante nau a descobrir o mun-do das teorias e conceitos de uma Psicolo-gia agraves vezes candidata agrave ciecircncia agraves vezes transversada em arte Nessa viagem visi-tei uma infinidade de portos ndash de chegada de partida de parada de encontro Aos poucos a solidatildeo comeccedilou a ser povoada e a travessia tornou-se tempo e espaccedilo de constante reinvenccedilatildeo de saberes e praacuteticas
A aposta na escuta como instrumento da potecircncia criativa e criadora de sujeitos e realidades somada ao flerte com o mundo jus fez com que eu buscasse as veredas so-ciais da Psicologia em suas tessituras com os territoacuterios dos direitos humanos e a in-tencionalidade de um fazer cliacutenico-poliacutetico
Dessa maneira cheguei ao mestrado oportunidade para se conhecer e se cons-truir pesquisador entendendo a trama en-sino-pesquisa-extensatildeo como possibilidade para uma formaccedilatildeo em Psicologia que se propusesse ampliada com mais ineditis-mos e menos assepsias Optei por um cam-po de pesquisa que fizesse laccedilo com algum projeto de extensatildeo e portanto problema-tizasse a inserccedilatildeo acadecircmica na comuni-
dade como um dispositivo de accedilatildeo atraveacutes do qual a universidade pode exercer de forma mais intensa sua funccedilatildeo poliacutetica e social Naquele momento pude me inserir no Grupo ESTACcedilAtildeO PSI (Estudo e Accedilatildeo em Poliacuteticas de Subjetivar e Inventar) que prestava assessoria ao projeto de trabalho educativo com jovens em cumprimento de medida socioeducativa implementado na Procuradoria da Repuacuteblica do RS
Por esse encontro com as formas de um viver juvenil entendido e condenado como desviante as categorias Direito Social Psico-logia Cliacutenica Accedilatildeo Poliacutetica se misturavam e coreografavam movimentos que escapavam aos contornos das praacuteticas profissionais e dos meacutetodos de investigaccedilatildeo tradicionais A anguacutestia gerada pela desconstruccedilatildeo das cer-tezas e das foacutermulas prontas de ser psicoacuteloga logo deu lugar agrave descoberta da potecircncia da invenccedilatildeo de novos caminhos que desviam do instituiacutedo e tem aiacute justamente a sua forccedila de interrogaccedilatildeo do social
Infelizmente o projeto natildeo mais existe na Procuradoria mas a inspiraccedilatildeo dessa experiecircncia permitiu-me a escrita ne-gociaccedilatildeo e implantaccedilatildeo do programa de trabalho educativo do TRT-RS que desde 2013 firmou convecircnio com a FASE-RS
Trabalhando com a perspectiva da Psi-cologia Cliacutenico-Poliacutetica em sua interface com a temaacutetica da Justiccedila e do Direito toda a minha praacutetica eacute orientada por uma eacutetica da ocupacircncia que na construccedilatildeo de terri-toacuterios instituintes ainda que temporaacuterios aposta na criaccedilatildeo de condiccedilotildees de possibi-lidade para a constante reatualizaccedilatildeo de formas e forccedilas mais livres e potentes de expressatildeo da vida
relato de experiecircncia
PARTICIPEVocecirc tambeacutem quer compartilhar sua experiecircncia como psicoacutelogoa Envie um relato para imprensacrprsorgbr destacando sua praacutetica Os textos seratildeo avaliados pela Comissatildeo Editorial do EntreLinhas e poderatildeo ser publicados nas proacuteximas ediccedilotildees do jornal
Paula Goldmeier Graduada em Psicologia mestre em Psicologia Social e Institucional pela UFRGS Atua nas aacutereas de Direitos Humanos e Sauacutede Coletiva
12 entre linhas | out-nov-dez 2014
entrevista
Em sua opiniatildeo o que eacute laicidade
TATIANE ndash A laicidade opotildee-se aos
discursos fundamentalistas ligados agraves vio-
laccedilotildees de direito Assim as leis devem ser
orientadas pelos Direitos Humanos Uni-
versais e pela Constituiccedilatildeo Federal e natildeo
por dogmas e ideologias religiosas Isso
natildeo significa que o Estado negue agrave Igreja
o direito de contribuir para o bem da so-
ciedade Um Estado que natildeo respeita um
espaccedilo para as igrejas na sociedade ou que
negue o direito de expressatildeo acabaria com
a democracia caindo no sectarismo e no
totalitarismo ideoloacutegico
LUCIANA ndash Eacute a natildeo adoccedilatildeo de uma
religiatildeo em particular pelo Estado Isso natildeo
quer dizer que desconsidere as muacuteltiplas
religiotildees que convivem em seu territoacuterio ou
negue a expressatildeo da religiosidade popular
pessoal ou coletivamente mas inclui todas
como representaccedilotildees da diversidade reli-
giosa ou espiritual do seu povo
TATIANA ndash Eacute um dispositivo de pro-
teccedilatildeo agrave livre consciecircncia e expressatildeo de
crenccedilas de modo a garantir o reconheci-
mento da diversidade social em socieda-
des democraacuteticas sem ocircnus moral para
grupos minoritaacuterios em relaccedilatildeo a hegemo-
nias religiosas e morais
Por que eacute importante discutir essa ques-
tatildeo no Sistema Conselhos de Psicologia
EDUARDO ndash A Psicologia precisa
se posicionar frente a projetos de leis que
tecircm uma base fundamentalista ferindo os
direitos humanos e as liberdades indivi-
duais Aleacutem disso muitosas psicoacutelogos
as natildeo tecircm clareza de como se posicionar
Psicologia Religiatildeo e Espiritualidade como dialogarSAIBA MAIS
Nota Teacutecnica do CFP ndash Posicionamento do Sistema Conselhos de Psicologia para a questatildeo da Psicologia Religiatildeo e Espiritualidadehttpbitlynotacfplaicidade
Posicionamento Sistema Conselhos frente uso indiscriminado do discurso religioso na poliacutetica httpbitlyEleicoes_Laicidade
Leia entrevistas na iacutentegra em wwwcrprsorgbrentrelinhas68
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frente a suas proacuteprias religiotildees ou crenccedilas
de seus clientes e instituiccedilotildees
LUCIANA ndash Eacute importante discutir as
implicaccedilotildees das crenccedilas religiosidade ou
espiritualidade do psicoacutelogo na sua praacuteti-
ca profissional E como sua praacutetica acolhe
repudia essas dimensotildees do puacuteblico com
quem trabalha Por exemplo o que signifi-
ca eu me apresentar como psicoacuteloga cristatilde
Apenas explicito minhas crenccedilas ou impor-
to praacuteticas religiosas para minhas interven-
ccedilotildees laborais Toda essa discussatildeo eviden-
cia o quanto reconhecemos essa dimensatildeo
na vida humana e como nos organizamos
para abordaacute-la nos espaccedilos profissionais
em que o psicoacutelogo estaacute inserido e integraacute-
-la agraves demais dimensotildees da vida humana
TATIANA ndash A Psicologia eacute uma ciecircn-
cia laica A religiosidade e a espiritualidade
podem ser objeto de estudo da Psicologia
o que natildeo eacute o mesmo que a Psicologia ado-
tar pressuposto religioso em seus modos
de significar o mundo a condiccedilatildeo huma-
na e as relaccedilotildees sociais A Psicologia deve
se manter laica para que natildeo decorra em
prejuiacutezo nos modos de significaccedilatildeo de dis-
tintas condiccedilotildees de vida e de subjetivaccedilatildeo
considerando especificidades culturais
que tambeacutem podem abranger distintas re-
ferecircncias a doutrinas religiosas e mesmo a
recusa agrave religiosidade ou expressa afirma-
ccedilatildeo da crenccedila de que Deus natildeo existe
Que situaccedilotildees ou demandas atuais a Psi-
cologia tem discutido e que estatildeo ligadas
diretamente ao tema
TATIANE ndash Podemos citar os atuais
discursos fundamentalistas contra o ca-
samento gay e a diversidade sexual e de
gecircnero a questatildeo da legalizaccedilatildeo do aborto
e Lei do Nascituro intoleracircncia religiosa
e racismo aleacutem da discussatildeo sobre a pre-
dominacircncia dos discursos religiosos e im-
posiccedilatildeo de praacuteticas religiosas nas propos-
tas de projeto terapecircutico da maioria das
comunidades terapecircuticas Muitas dessas
demandas estatildeo ligadas a um discurso
preconceituoso que busca se esconder atra-
veacutes de argumentos em defesa de valores
da vida e da famiacutelia e que no fundo im-
potildeem suas proacuteprias ideologias contraacuterias
agraves liberdades de expressatildeo e dos direitos
humanos violando as diferentes formas do
indiviacuteduo ser no mundo
TATIANA ndash O projeto de decreto legis-
lativo que pretendia incidir sobre a normativa
da Psicologia no que se refere agrave homossexu-
alidade e aos paracircmetros eacuteticos para o exer-
ciacutecio profissional eacute um exemplo O discurso
religioso que incide na desqualificaccedilatildeo moral
de demandas de mulheres por direitos repro-
dutivos novas configuraccedilotildees familiares uso
de drogas e seu tratamento todas essas satildeo
questotildees que tangenciam a laicidade da Psi-
cologia A posiccedilatildeo da Psicologia natildeo se pauta
em uma dada moralidade pressuposta como
verdadeira mas leva em consideraccedilatildeo a com-
plexidade das determinaccedilotildees soacutecio-culturais
para compreender a situaccedilatildeo particular de
vida e escolhas de indiviacuteduos
Por que devemos pensar em praacuteticas da
Psicologia baseadas na laicidade
EDUARDO ndash O trabalho doa
psicoacutelogoa deve estar alicerccedilado nas ci-
ecircncias psicoloacutegicas e nos direitos humanos
ao inveacutes de crenccedilas individuais Assim as
praacuteticas psicoloacutegicas estaratildeo promovendo
Tatiane Baggio Psicoacuteloga conselheira do CRPRS membro dos GTs Nacional e Regional de Laicidade
Eduardo HoffmannPsicoacutelogo conselheiro do CRPRS membro dos GTs Nacional e Regional de Laicidade
Luciana Fernandes Marques Psicoacuteloga Mestre em Psicologia Social e da Personalidade e Doutora em Psicologia pela PUCRS Poacutes-Doutorado em Psicologia pela UFRGS e pelo ISCTE-IUL Lisboa Membro do Grupo de Trabalho Psicologia e Religiatildeo da Associaccedilatildeo Nacional de Pesquisa e Poacutes-Graduaccedilatildeo em Psicologia e da International Association for the Psychology of Religion
Tatiana LionccediloPsicoacuteloga Mestre e Doutora em Psicologia pela Universidade de Brasiacutelia conselheira do CRP-01 Integra o GT Nacional ldquoPsicologia Religiatildeo e Laicidaderdquo do CFP
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a sauacutede e a qualidade de vida da popula-
ccedilatildeo para que cada sujeito pense e se po-
sicione de forma criacutetica e consciente sobre
como pretende viver sua crenccedila As praacuteti-
cas psicoloacutegicas devem estar baseadas na
laicidade por um respeito ao ser humano
e toda diversidade de crenccedilas e formas de
expressaacute-la apenas sendo laica a Psicolo-
gia poderaacute acolher essa diversidade
LUCIANA ndash Devemos pensar em
praacuteticas baseadas na laicidade para man-
ter a afiliaccedilatildeo da Psicologia agrave ciecircncia tra-
dicional Mas boa parte da ciecircncia eacute ino-
var desbravar novos caminhos antecipar
problemas e soluccedilotildees entatildeo a boa ciecircncia
eacute provisoacuteria questionaacutevel (auto)reflexi-
va e bastante (auto)criacutetica Nesse sentido
a Psicologia tambeacutem natildeo deve se fechar
demasiadamente em roacutetulos mas manter
foacuteruns de diaacutelogo com a ciecircncia e com a
comunidade estando atenta a exageros no
exerciacutecio profissional
TATIANA ndash A Psicologia reconhe-
ce a diversidade social e portanto tam-
beacutem reconhece a diversidade religiosa e
a existecircncia de grupos e indiviacuteduos que
natildeo adotam religiatildeo A espiritualidade eacute
uma importante dimensatildeo da subjetivi-
dade embora natildeo dependa necessaria-
mente da religiosidade e a Psicologia
expressamente se afirma contraacuteria a toda
forma de fundamentalismo religioso ou
seja modos de imposiccedilatildeo de moralidades
com base em preceitos religiosos resguar-
dando o reconhecimento da diversidade
social cultural e subjetiva
A Psicologia pode dialogar com a espiri-
tualidade e a religiatildeo se mantendo laica
De que forma isso se traduz na praacutetica
doa psicoacutelogoa
EDUARDO ndash A Psicologia dialoga
com a espiritualidade e a religiatildeo se man-
tendo laica quando natildeo induz a convicccedilotildees
religiosas conforme estaacute previsto em nosso
Coacutedigo de Eacutetica art 2ordm aliacutenea b Seus cons-
tructos e epistemologias se originam e se
orientam na ciecircncia e natildeo na teologia Isso
se traduz na praacutetica psicoloacutegica por uma
postura eacutetica em olhar o ser humano em
sua integralidade e natildeo a partir de um vieacutes
religiosoespiritual apenas Tambeacutem se tra-
duz aoagrave psicoacutelogoa quando se utiliza de
intervenccedilotildees e praacuteticas que satildeo aceitas e re-
conhecidas pelas ciecircncias psicoloacutegicas
LUCIANA ndash Enquanto categoria pro-
fissional a Psicologia eacute laica natildeo adota ne-
nhuma religiatildeo em particular mas estuda
a relaccedilatildeo da religiosidadeespiritualidade
com a sauacutede e sua expressatildeo no compor-
tamento humano Por temor da Psicolo-
gia natildeo ser reconhecida como ciecircncia haacute
excessiva cautela em aplicar esse conhe-
cimento na atuaccedilatildeo profissional do psicoacute-
logo ndash embora tenha diminuiacutedo muito na
uacuteltima deacutecada Na praacutetica do psicoacutelogo
isso se traduz no reconhecimento de que
a religiosidadeespiritualidade eacute uma di-
mensatildeo humana imbricada com todas as
outras dimensotildees e que pode ser fonte tan-
to de sauacutede quanto de adoecimento
TATIANA ndash O profissional de Psico-
logia deve considerar a religiosidade e a
espiritualidade quando forem expressas
pelas pessoas como significativas em seus
modos de subjetivaccedilatildeo e vida Assim como
eacute equiacutevoco eacutetico associar a sua proacutepria feacute
religiosa no exerciacutecio profissional o profis-
entrevista
SAIBA MAISCaderno de Deliberaccedilotildees VIII CNP Eixo II ndash Contribuiccedilotildees eacuteticas poliacuteticas e teacutecnicas nos processos de trabalho proposta 214 ldquoOrientaccedilatildeo laicidaderdquo paacutegina 37 httpbitlycad8cnp
Coacutedigo de Eacuteticawwwcrprsorgbrcodigoetica
Movimento Estrateacutegico do Estado Laicowwwmeelorgbr
entre linhas | out-nov-dez 2014 15
sional viola o coacutedigo de eacutetica ao desconsi-
derar inferiorizar ou mesmo patologizar a
expressatildeo de feacute de pessoas que se coloquem
sob seus cuidados A importacircncia da manu-
tenccedilatildeo da laicidade no exerciacutecio profissio-
nal eacute justamente a de garantir o reconheci-
mento de subjetividades na perspectiva da
alteridade ou seja considerando o campo
de significaccedilotildees dos proacuteprios sujeitos em
seus modos de vida e de subjetivaccedilatildeo
De que forma a Psicologia pode contri-
buir para o fortalecimento do Estado Lai-
co e ao mesmo tempo combater situa-
ccedilotildees de violaccedilotildees de direito
TATIANE ndash A consideraccedilatildeo das di-
ferenccedilas morais culturais religiosas e das
praacuteticas sociais eacute fundamental para a cons-
truccedilatildeo da democracia sendo o Estado lai-
co a condiccedilatildeo para que as diferenccedilas natildeo
sejam assoladas por projetos poliacuteticos de
segregaccedilatildeo marginalizaccedilatildeo e desqualifica-
ccedilatildeo Eacute preciso buscar o diaacutelogo entre a Psi-
cologia e outras categorias profissionais
somar-se agraves parcerias com grupos sociais
falar sobre esses temas junto agrave sociedade
LUCIANA ndash A Psicologia pode con-
tribuir para o Estado Laico adotando uma
postura de respeito pela diversidade reli-
giosaespiritual de escuta das variadas
proposiccedilotildees e engajamento em discussotildees
muacuteltiplas que incluam tanto profissionais
pesquisadores quanto pessoas da comuni-
dade e oriundas das variadas tradiccedilotildees
TATIANA ndash A Psicologia eacute um im-
portante ator social de enfrentamento do
fundamentalismo religioso ao reafirmar a
necessidade de reconhecimento e respeito
agrave diversidade social e agrave diversidade subje-
tiva Desde 2013 a Psicologia tem integra-
do o Movimento Estrateacutegico pelo Estado
Laico organizaccedilatildeo que contou com o CFP
em sua articulaccedilatildeo e que agora conta com
apoio do Sistema Conselhos
Como oa psicoacutelogoa pode trabalhar sua
proacutepria crenccedila religiosa e sua espirituali-
dade sem que isso interfira em sua praacutetica
EDUARDO ndash Separando uma da ou-
tra natildeo vinculando em sua praacutetica pro-
fissional e natildeo usando sua proacutepria crenccedila
como um diferencial profissional
LUCIANA ndash Talvez seja interessante
que sua espiritualidade interfira na praacutetica
profissional Natildeo podemos supor que a reli-
giatildeo ou espiritualidade possuem uma inter-
ferecircncia negativa tomando exemplos nega-
tivos como o caso da cura gay O problema
natildeo eacute a religiatildeo eacute o que as pessoas fazem a
partir dela O sujeito fanaacutetico fundamenta-
lista e extremista levaraacute essas caracteriacutesticas
consigo mesmo sendo ateu Se ter crenccedilas
e espiritualidade eacute ter um bom coraccedilatildeo pa-
rece urgente que essa interferecircncia ocorra
Natildeo precisamos de mais profissionais tec-
nicistas e pouco humanizados
TATIANA ndash Como quaisquer outros
fatores pessoais reservando para si espa-
ccedilo de elaboraccedilatildeo de seu proacuteprio campo de
significaccedilotildees sobre o mundo a vida e si
mesmo Como outras convicccedilotildees morais
o profissional deve saber manter distacircn-
cia entre seus proacuteprios valores pessoais e
os valores e modos de vida de outrem de
modo a natildeo reduzir o outro a si mesmo
Este eacute um exerciacutecio eacutetico que exige anaacutelise
pessoal e supervisatildeo-intervisatildeo na condu-
ccedilatildeo dos trabalhos
SAIBA MAISCRPRS participou do Seminaacuterio Nacional do Movimento Estrateacutegico pelo Estado Laico (MEEL) realizado de 26 a 28 de agosto em Brasiacutelia httpbitlyCRPRS_Meel
Manifesto do Movimento Estrateacutegico pelo estado laicohttpbitlymanifesto_MEEL
16 entre linhas | out-nov-dez 2014
controle social
Controle Social e a PsicologiaControle Social eacute aquele que o cidadatildeo
em um contexto democraacutetico pode exercer sobre o Estado por meio da participaccedilatildeo na gestatildeo da fiscalizaccedilatildeo do monitoramento e do controle das accedilotildees da administraccedilatildeo puacuteblica o acompanhamento das poliacuteticas sendo assim um importante mecanismo de fortalecimento da cidadania
De forma geral a participaccedilatildeo no Con-trole Social permite que os cidadatildeos possam intervir na tomada da decisatildeo administrati-va orientando a administraccedilatildeo puacuteblica para que adote medidas que realmente atendam ao interesse puacuteblico e ao mesmo tempo possam exercer controle sobre a accedilatildeo do Es-tado exigindo que o gestor puacuteblico preste contas de sua atuaccedilatildeo Esse envolvimento na gestatildeo puacuteblica eacute um direito assegurado pela Constituiccedilatildeo Federal permitindo que os cidadatildeos natildeo soacute participem da formu-laccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem fiscalizem de forma permanente a aplicaccedilatildeo dos recursos puacuteblicos
O Conselho Regional de Psicologia
do Rio Grande do Sul (CRPRS) e o Con-
selho Federal de Psicologia (CFP) esti-
mulam a participaccedilatildeo dosas psicoacutelogos
as nas instacircncias de controle social por
acreditar que o conhecimento teacutecnico dos
profissionais da aacuterea pode contribuir na
construccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas Aleacutem disso seus representantes a partir de suas regiotildees de intervenccedilatildeo tornam-se inter-locutores e referecircncia para osas demais psicoacutelogosas locais ampliando assim o debate da Psicologia como protagonista das poliacuteticas puacuteblicas das diversas regiotildees
Atualmente o CRPRS possui cadeiras em diversos conselhos de direito e estaacute aberto a assumir novas vagas de acordo com seus posicionamentos Eacute importan-te destacar que a representaccedilatildeo feita pelo profissional da Psicologia nos espaccedilos de controle social natildeo possui caraacuteter indivi-dual deve expressar concepccedilotildees orienta-ccedilotildees e diretrizes formuladas ou definidas pela categoria Ao assumir o lugar de re-presentaccedilatildeo na instacircncia de controle so-cial oa psicoacutelogoa compromete-se a defender necessariamente as orientaccedilotildees e posicionamentos do Conselho Regional de Psicologia assim como os do Conselho Federal de Psicologia frente agraves questotildees que se encontram em debate
SAIBA MAIS Acesse wwwcrprsorgbrcontrolesocial para saber mais sobre Con-trole Social Duacutevidas poderatildeo ser escla-recidas pelo e-mail crepopcrprsorgbr
AacuteREA ABRANGEcircNCIA
Sauacutede Estadual e Municipal
Assistecircncia Social Estadual e Municipal
Direitos da Crianccedila e do Adolescente Municipal
Poliacuteticas sobre Drogas Estadual e Municipal
Direitos da Mulher Municipal
Os espaccedilos de atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos no controle social satildeo
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Municiacutepios onde CRPRS tem representaccedilotildees no Controle Social
Quer representar o CRPRS nos Conselhos de Direito
Conselhos de Direitos
Se vocecirc eacute psicoacutelogoa e tem interesse em re-
presentar o CRPRS em algum conselho de direi-
to acesse o Cadastro de Interesse de Psicoacutelogoa
ndash Representaccedilatildeo no Controle Social
Disponiacutevel em wwwcrprsorgbrcontro-
lesocial O pedido seraacute avaliado considerando
os criteacuterios estabelecidos para se constituir a
representaccedilatildeo e interesses do CRPRS Os repre-
sentantes devem participar das atividades pro-
movidas pelo CRPRS
Criteacuterios para candidatar-se agrave representaccedilatildeo
bull Ser psicoacutelogao devidamente inscrito no
CRPRS
bull Preencher cadastro de interesse em www
crprsorgbrcontrolesocial
bull Ter conhecimentoaproximaccedilatildeo relaciona-
do agrave temaacutetica e ao municiacutepio do Conselho
de direito
bull Estar adimplente com as anuidades do CRPRS
bull Disponibilizar-se a participar sistematica-
mente das reuniotildees da Comissatildeo de Poliacuteticas
Puacuteblicas (sede) ou Nuacutecleos de Poliacuteticas Puacutebli-
cas (subsedes) e dos encontros de discussatildeo
do controle social promovidos pelo CRPRS
O CRPRS recebe pedidos para indicaccedilatildeo de
psicoacutelogosas para assumir vagas em Conselho
de Direitos Apoacutes aprovada a participaccedilatildeo do
CRPRS na instacircncia e realizada a indicaccedilatildeo de ti-
tular e suplente para a vaga por meio da Comis-
satildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas (sede) dos Nuacutecleos de
Poliacuteticas Puacuteblicas (nas subsedes) ou dos nuacutecleos
gestores das subsedes eacute feita a comunicaccedilatildeo ofi-
cial agrave instituiccedilatildeo solicitante
Conselhos de Direito que tenham interesse
em ter o CRPRS compondo seu conjunto de con-
selheiros devem acessar o Cadastro de interesse
de Conselho de Direito ndash Representaccedilatildeo no Con-
trole Social disponiacutevel em wwwcrprsorgbr
controlesocial
18 entre linhas | out-nov-dez 2014
O que eacute ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacuteblicas O que fazer quando se estaacute por laacute
O que satildeo as poliacuteticas puacutebli-cas para osas psicoacutelogosas Aleacutem de um campo de atuaccedilatildeo no qual se materializam direitos constitucionais um mercado de trabalho em franca expansatildeo Eacute possiacutevel pensar o trabalho como sendo um ofiacutecio Enquanto fabri-cam produtos os homens se pro-duzem Pensando sobre o ofiacutecio doa psicoacutelogoa qual o objeto de seu fazer Que ferramentas ele usa Qual meacutetodo orienta sua accedilatildeo Qual objetoobjetivo a ser produzido com o seu trabalho
O contexto que engendrou a profissatildeo do psicoacutelogo definiu o indiviacuteduo e suas relaccedilotildees consigo mesmo como objeto de trabalho a psicoterapia e o aconselhamen-to ndash seja individuais ou grupal ndash orientada por um diagnoacutestico psicopatoloacutegico como instru-mentomeacutetodo de excelecircncia para a intervenccedilatildeo e a diminui-ccedilatildeo do sofrimento daquele que se atende como objetivo a ser alcanccedilado com a intervenccedilatildeo As demandas oriundas das po-liacuteticas puacuteblicas tecircm exigido uma releitura tanto no nosso objetoobjetivo de trabalho quanto do nosso instrumento prioritaacuterio para a intervenccedilatildeo As poliacuteticas puacuteblicas definem em seus mar-
cos normativos accedilotildees intencio-nais do Estado voltadas para as coletividades O objeto de traba-lho desenhado satildeo as relaccedilotildees estabelecidas entre o indiviacuteduo e os coletivos construiacutedas em seus territoacuterios de vida O meacutetodo preconizado eacute o de articulaccedilatildeo de diversas ofertas do Estado e das comunidades para atender as muacuteltiplas necessidades dos sujei-tos dos grupos e dos territoacuterios A produccedilatildeo de autonomia e cons-truccedilatildeo da cidadania estatildeo postas como horizontes aos quais se al-meja chegar com as intervenccedilotildees
Ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacuteblicas significa re-conhecer a mudanccedila da oficina na qual passamos a trabalhar Eacute estar disposto a alinhar nosso objetoobjetivo de trabalho com aquele traccedilados nas diretrizes que orientam a poliacutetica puacuteblica na qual atuamos E ainda colo-car nossas competecircncias e habi-lidades na direccedilatildeo da defesa ra-dical da autonomia dos sujeitos e das coletividades e da construccedilatildeo de uma cidadania ativa
Ainda que as intencionalida-des das poliacuteticas puacuteblicas estejam alinhadas aos marcos constitucio-nais do Estado brasileiro o cam-po do puacuteblico eacute formado por con-
crepop
tradiccedilotildees estruturais e interesses diversos Ele se constroacutei marca-do por disputas Eacute mister analisar com quais interesses nossas praacute-ticas encontram-se alinhadas A que forccedilas estamos servindo Em que direccedilatildeo nossas habilidades e competecircncias estatildeo sendo convo-cadas Que trabalhos essas con-vocaccedilotildees estatildeo produzindo Eacute na leitura cuidadosa deste campo de tensatildeo e na construccedilatildeo de respos-tas a estas e outras questotildees que osas oficineirosas psicoacutelogosas estatildeo trabalhando na remo-delaccedilatildeo da Psicologia enquanto ofiacutecio podendo assim contribuir efetivamente para a consolidaccedilatildeo do Estado Democraacutetico de Direi-to no Brasil
Andreacute Sales Assessor Teacutecnico de Poliacuteticas Puacuteblicas
Edson Knevitz Silva e Fernanda Carrion Estagiaacuterios
Alexandra Ximendes Conselheira de Referecircncia
Acesse wwwcrprsorgbren-trelinhas68 e leia o texto do Crepop na iacutentegra
entre linhas | out-nov-dez 2014 19
Orientaccedilotildees aosagraves profissionais que atuam na Cliacutenica Psicoloacutegica em consultoacuterio
orientaccedilatildeoRe
cort
e e
cole
cion
e
Aacuterea TeacutecnicaLucio Fernando Garcia ndash Coord da Aacuterea Teacutecnica
Adriana Dal Orsoletta ndash Psicoacuteloga FiscalFlavia Cardozo de Mattos ndash Psicoacuteloga Fiscal
Leticia Giannechini ndash Psicoacuteloga FiscalLucia Regina Cogo ndash Psicoacuteloga Fiscal
Para atuaccedilatildeo na Cliacutenica (atendimento psi-coloacutegico avaliaccedilatildeo psicoloacutegica e psicoterapia) oa psicoacutelogoa deve estar regularmente ins-crito no CRPRS no Instituto Nacional de Se-guridade Social (INSS) de sua cidade e junto agrave Prefeitura Municipal para cadastro de ISSQN
OA profissional deve tambeacutem escolher um espaccedilo fiacutesico adequado considerando si-gilo e confidencialidade aleacutem de lugar apro-priado para a guarda do material teacutecnico e de atendimento Eacute obrigatoacuterio o registro docu-mental sobre a prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacute-gicos que natildeo puder ser mantido prioritaria-mente sob a forma de prontuaacuterio psicoloacutegico por razotildees que envolvam a restriccedilatildeo do com-partilhamento de informaccedilotildees com o usuaacuterio eou beneficiaacuterio do serviccedilo prestado
O registro documental em papel ou informatizado tem caraacuteter sigiloso e reuacute-ne informaccedilotildees que contemplam de forma sucinta o trabalho prestado a descriccedilatildeo e a evoluccedilatildeo do caso e os procedimentos teacutecnico-cientiacuteficos adotados Deve ser man-tido permanentemente atualizado e organi-zado peloa psicoacutelogoa que acompanha o procedimento A guarda desses registros de atendimento individual ou de grupo eacute de responsabilidade doa profissional psicoacutelogoa e obedece ao disposto no Coacutedi-go de Eacutetica Profissional e agrave Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Documen-tos Escritos produzidos peloa psicoacutelogoa decorrente de avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
OA psicoacutelogoa ao anunciar seus ser-viccedilos indicaraacute sempre seu nome (pessoa fiacute-sica) e o nuacutemero de inscriccedilatildeo (nordm CRP) bem como as capacitaccedilotildees que possua e endere-ccedilo atualizado para contato
Ao estabelecer um contrato de serviccedilos deveraacute levar em conta os direitos dos usu-
aacuterios ou beneficiaacuterios dos serviccedilos confor-me Artigo 1deg aliacutenea d do Coacutedigo de Eacutetica Profissional doa Psicoacutelogoa Incluindo a atenccedilatildeo a outras legislaccedilotildees como o Coacutedi-go de Proteccedilatildeo e de Defesa do Consumidor
Para pautar seus honoraacuterios oa psicoacutelogoa poderaacute utilizar a Tabela Refe-rencial de Honoraacuterios que eacute disponibilizada pelo Sistema Conselhos sendo sua elabora-ccedilatildeo e atualizaccedilatildeo feitas pela FENAPSI ndash Fe-deraccedilatildeo Nacional dos Psicoacutelogos e CFP Os valores satildeo meramente sugestivos e natildeo haacute obrigatoriedade de adotaacute-los Tambeacutem eacute pos-siacutevel disponibilizar atendimentos psicoloacutegi-cos por meio de planos de sauacutede devendo procurar diretamente a operadora de planos de sauacutede para informaccedilotildees sobre a forma de contrataccedilatildeo Tambeacutem a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) pelo site wwwansgovbr ou pelo telefone 0800-7019656
Lembrando que para o exerciacutecio profissio-nal adequado oa profissional deve pautar-se na constante atualizaccedilatildeo mantendo-se cons-tantemente atualizado teoacuterica teacutecnica e etica-mente e estar atento agraves resoluccedilotildees da profissatildeo e demais legislaccedilotildees que envolvam o atendi-mento de pacientes Afinal oa psicoacutelogoa em seu consultoacuterio tambeacutem eacute uma profissio-nal que se ocupa da sauacutede coletiva
A Aacuterea Teacutecnica do CRPRS estaacute agrave disposiccedilatildeo da categoria e da sociedade para orientaccedilatildeoPelo e-mail orienteccrprsorgbr | Pelo
telefone (51) 3334-6799 | Pessoalmente na sede do CRPRS em Porto Alegre de segunda a quarta das 9h agraves 17h e quinta e sexta das 9h agraves 12h
20 entre linhas | out-nov-dez 2014
USO EXCLUSIVO DOS CORREIOS
[ ] ausente [ ] endereccedilo insuficiente [ ] falecido [ ] natildeo existe o nuacutemero indicado [ ] recusado [ ] desconhecido [ ] natildeo procurado [ ] infporteirosiacutendico [ ] mudou-se [ ] outros (especificar)
______________ _________________________ data rubrica do responsaacutevel
_________________________
VISTO
agenda
Curso
Psicologia Aplicada agrave Aviaccedilatildeo19 a 30012015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 35198221 (51) 95518221bauerrosanagmailcom wwwabordofatoreshumanoscombr
Curso de Aperfeiccediloamento em Terapias CognitivasIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33323249danielalumertzwainerpsicologiacombr wwwwainerpsicologiacombr
ExtensatildeoPrograma de atualizaccedilatildeo em Terapia Cognitiva-comportamentalInscriccedilotildees ateacute 15122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 92514066f3representacaogmailcom
Formaccedilatildeo
Formaccedilatildeo em Terapia do EsquemaIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33323249danielalumertzwainerpsicologiacombr wwwwainerpsicologiacombrensino
Formaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica05032015 a 15122017Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33334801ieppieppcombr wwwieppcombr
Endereccedilo para DevoluccedilatildeoAgecircncia de Correios Avenida Protaacutesio Alves - CEP 90410-970
Formaccedilatildeo em Psicoterapia Psicanaliacutetica Iniacutecio em 10032015 Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33313781 (51) 92497139 contatogaepsicombr wwwgaepsicombr
Especializaccedilatildeo
Especializaccedilatildeo na Teoria e Teacutecnica de Intervenccedilatildeo na Relaccedilatildeo Pais-BebecircsInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica ndash AdultosInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica da AdolescecircnciaInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Neuropsicologia CliacutenicaIniacutecio em 27022015FlorianoacutepolisSC Informaccedilotildees (61) 32263002 (61) 81299428weberibneurocombr wwwibneurocombr
Especializaccedilatildeo Instituiccedilotildees em AnaacuteliseIniacutecio em 13032015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33082926 (somente sextas-feiras agrave tarde)instemanaliseufrgsbr httpbitly1vhZBeB
Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo AnaliacuteticaIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33305655crsilvahcpaufrgsbr wwwcelgorgbr
Especializaccedilatildeo em Psicoterapia PsicanaliacuteticaIniacutecio em 11032015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 32096524esippesippcombr wwwesippcombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia CognitivaIniacutecio em 01042015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 32735224 (51) 80234890portoalegre1institutowpcom wwwinstitutowpcom
Jornada
XI Jornada CELPCYRO sobre Sauacutede Mental26062015Porto Alegre RSInformaccedilotildees (51) 33884944atendimentogweventoscombr wwwcelpcyro2015eventizecombr
10 entre linhas | out-nov-dez 2014
serviccedilos puacuteblicos na qualidade de cidadatildeo vemos ainda pessoas com medo de que os estrangeiros ldquotiremrdquo seu emprego ou seu lugar na fila do meacutedico e surpreenden-temente vemos pessoas que outrora jaacute sofreram preconceito por sua condiccedilatildeo de precariedade social discriminando aqueles que hoje chegam buscando um lugar de trabalho e desenvolvimento social Mas pensando bem se as coisas estatildeo difiacuteceis seraacute que a culpa eacute dos imigrantes Ao con-traacuterio entendemos que garantir o acesso dos brasileiros aos seus direitos natildeo impli-ca a negaccedilatildeo do direito de outros
Ao mesmo tempo vemos cidadatildeos profissionais poliacuteticos e entidades que natildeo medem esforccedilos para auxiliar os imi-grantes na garantia de seus direitos Que trabalham na perspectiva de melhorias e resoluccedilatildeo na situaccedilatildeo de vulnerabilidade que porventura muitos se encontram e ao mesmo tempo no fortalecimento de uma cidadania no mundo cujos direitos satildeo inviolaacuteveis Com o aumento contiacutenuo do fluxo migratoacuterio internacional para o Bra-sil e para Caxias do Sul mostra-se cada vez mais latente a necessidade de plane-jamento e articulaccedilatildeo intersetorial entre o poder puacuteblico e a sociedade civil A I Con-ferecircncia Municipal de Migraccedilatildeo e Refuacutegio 2014 deliberou a formaccedilatildeo de comitecircs que construam estrateacutegias articuladas de in-clusatildeo e integraccedilatildeo social dos imigrantes de modo que possam continuar a contri-buir econocircmica social e culturalmente para o crescimento de Caxias do Sul terra de imigrantes
O CRPRS juntamente com o Sistema Conselhos de Psicologia desenvolveu a
campanha veiculada nacionalmente com o tiacutetulo ldquoO preconceito humilha e a humi-lhaccedilatildeo social faz sofrerrdquo para discutir as questotildees que envolvem as relaccedilotildees raciais Por meio dessa iniciativa afirmamos a ga-rantia de direitos dos imigrantes e reforccedila-mos que para aleacutem do acolhimento da po-pulaccedilatildeo local sejam tambeacutem viabilizadas poliacuteticas que contemplem accedilotildees efetivas para uma vida menos precarizada do mi-grante em nosso territoacuterio
Com base na garantia de direitos pre-vista na Declaraccedilatildeo Universal dos Direi-tos Humanos na Declaraccedilatildeo de Durban firmada por 173 paiacuteses na I Conferecircncia Mundial contra o Racismo a Discrimina-ccedilatildeo Racial a Xenofobia e as Formas Cone-xas de Intoleracircncia em 2001 na Aacutefrica do Sul reafirmando o principio da igualdade e da natildeo discriminaccedilatildeo entre as pessoas e na Constituiccedilatildeo Federal de 1988 foi redigida a lei sobre o racismo no Brasil acrescentando-se o inciso XLII no artigo 5ordm declarando que o racismo eacute um crime inafianccedilaacutevel imprescritiacutevel e sujeito a pena de reclusatildeo
Portanto seguindo a legislaccedilatildeo vi-gente e conforme o debate jaacute afianccedilado nas instacircncias internacionais de garantia dos direitos humanos o CRPRS aleacutem de convidar a populaccedilatildeo a refletir sobre o tema convida a categoria a conhecer a Resoluccedilatildeo nordm 182002 do CFP que estabe-lece normas para atuaccedilatildeo das psicoacutelogas e dos psicoacutelogos em relaccedilatildeo ao preconceito e agrave discriminaccedilatildeo racial Para o CRPRS eacute urgente discutirmos a nossa praacutetica pro-fissional diante desse tema implicado no compromisso social de nossa profissatildeo
entre linhas | out-nov-dez 2014 11entre linhas | out-nov-dez 2014 11
Os fazeres (e prazeres) psi em desvios e contraversos
Ateacute o uacuteltimo ano do ensino meacutedio eu sempre achei que queria e iria cursar Direito Em setembro quando comeccedilaram as inscri-ccedilotildees da UFRGS me dei conta de que o que eu realmente queria eacute que o tempo daquela juventude natildeo acabasse mais Agrave eacutepoca mi-nhas duas melhores amigas resolveram fazer vestibular para Psicologia Assim o iniacutecio de meu percurso pelas praacuteticas e saberes psi se deu pelos disparos da amizade e do desvio
Nos idos de marccedilo num ano em que o veratildeo insistia em continuar foi que de maneira assustadoramente solitaacuteria em-barquei na errante nau a descobrir o mun-do das teorias e conceitos de uma Psicolo-gia agraves vezes candidata agrave ciecircncia agraves vezes transversada em arte Nessa viagem visi-tei uma infinidade de portos ndash de chegada de partida de parada de encontro Aos poucos a solidatildeo comeccedilou a ser povoada e a travessia tornou-se tempo e espaccedilo de constante reinvenccedilatildeo de saberes e praacuteticas
A aposta na escuta como instrumento da potecircncia criativa e criadora de sujeitos e realidades somada ao flerte com o mundo jus fez com que eu buscasse as veredas so-ciais da Psicologia em suas tessituras com os territoacuterios dos direitos humanos e a in-tencionalidade de um fazer cliacutenico-poliacutetico
Dessa maneira cheguei ao mestrado oportunidade para se conhecer e se cons-truir pesquisador entendendo a trama en-sino-pesquisa-extensatildeo como possibilidade para uma formaccedilatildeo em Psicologia que se propusesse ampliada com mais ineditis-mos e menos assepsias Optei por um cam-po de pesquisa que fizesse laccedilo com algum projeto de extensatildeo e portanto problema-tizasse a inserccedilatildeo acadecircmica na comuni-
dade como um dispositivo de accedilatildeo atraveacutes do qual a universidade pode exercer de forma mais intensa sua funccedilatildeo poliacutetica e social Naquele momento pude me inserir no Grupo ESTACcedilAtildeO PSI (Estudo e Accedilatildeo em Poliacuteticas de Subjetivar e Inventar) que prestava assessoria ao projeto de trabalho educativo com jovens em cumprimento de medida socioeducativa implementado na Procuradoria da Repuacuteblica do RS
Por esse encontro com as formas de um viver juvenil entendido e condenado como desviante as categorias Direito Social Psico-logia Cliacutenica Accedilatildeo Poliacutetica se misturavam e coreografavam movimentos que escapavam aos contornos das praacuteticas profissionais e dos meacutetodos de investigaccedilatildeo tradicionais A anguacutestia gerada pela desconstruccedilatildeo das cer-tezas e das foacutermulas prontas de ser psicoacuteloga logo deu lugar agrave descoberta da potecircncia da invenccedilatildeo de novos caminhos que desviam do instituiacutedo e tem aiacute justamente a sua forccedila de interrogaccedilatildeo do social
Infelizmente o projeto natildeo mais existe na Procuradoria mas a inspiraccedilatildeo dessa experiecircncia permitiu-me a escrita ne-gociaccedilatildeo e implantaccedilatildeo do programa de trabalho educativo do TRT-RS que desde 2013 firmou convecircnio com a FASE-RS
Trabalhando com a perspectiva da Psi-cologia Cliacutenico-Poliacutetica em sua interface com a temaacutetica da Justiccedila e do Direito toda a minha praacutetica eacute orientada por uma eacutetica da ocupacircncia que na construccedilatildeo de terri-toacuterios instituintes ainda que temporaacuterios aposta na criaccedilatildeo de condiccedilotildees de possibi-lidade para a constante reatualizaccedilatildeo de formas e forccedilas mais livres e potentes de expressatildeo da vida
relato de experiecircncia
PARTICIPEVocecirc tambeacutem quer compartilhar sua experiecircncia como psicoacutelogoa Envie um relato para imprensacrprsorgbr destacando sua praacutetica Os textos seratildeo avaliados pela Comissatildeo Editorial do EntreLinhas e poderatildeo ser publicados nas proacuteximas ediccedilotildees do jornal
Paula Goldmeier Graduada em Psicologia mestre em Psicologia Social e Institucional pela UFRGS Atua nas aacutereas de Direitos Humanos e Sauacutede Coletiva
12 entre linhas | out-nov-dez 2014
entrevista
Em sua opiniatildeo o que eacute laicidade
TATIANE ndash A laicidade opotildee-se aos
discursos fundamentalistas ligados agraves vio-
laccedilotildees de direito Assim as leis devem ser
orientadas pelos Direitos Humanos Uni-
versais e pela Constituiccedilatildeo Federal e natildeo
por dogmas e ideologias religiosas Isso
natildeo significa que o Estado negue agrave Igreja
o direito de contribuir para o bem da so-
ciedade Um Estado que natildeo respeita um
espaccedilo para as igrejas na sociedade ou que
negue o direito de expressatildeo acabaria com
a democracia caindo no sectarismo e no
totalitarismo ideoloacutegico
LUCIANA ndash Eacute a natildeo adoccedilatildeo de uma
religiatildeo em particular pelo Estado Isso natildeo
quer dizer que desconsidere as muacuteltiplas
religiotildees que convivem em seu territoacuterio ou
negue a expressatildeo da religiosidade popular
pessoal ou coletivamente mas inclui todas
como representaccedilotildees da diversidade reli-
giosa ou espiritual do seu povo
TATIANA ndash Eacute um dispositivo de pro-
teccedilatildeo agrave livre consciecircncia e expressatildeo de
crenccedilas de modo a garantir o reconheci-
mento da diversidade social em socieda-
des democraacuteticas sem ocircnus moral para
grupos minoritaacuterios em relaccedilatildeo a hegemo-
nias religiosas e morais
Por que eacute importante discutir essa ques-
tatildeo no Sistema Conselhos de Psicologia
EDUARDO ndash A Psicologia precisa
se posicionar frente a projetos de leis que
tecircm uma base fundamentalista ferindo os
direitos humanos e as liberdades indivi-
duais Aleacutem disso muitosas psicoacutelogos
as natildeo tecircm clareza de como se posicionar
Psicologia Religiatildeo e Espiritualidade como dialogarSAIBA MAIS
Nota Teacutecnica do CFP ndash Posicionamento do Sistema Conselhos de Psicologia para a questatildeo da Psicologia Religiatildeo e Espiritualidadehttpbitlynotacfplaicidade
Posicionamento Sistema Conselhos frente uso indiscriminado do discurso religioso na poliacutetica httpbitlyEleicoes_Laicidade
Leia entrevistas na iacutentegra em wwwcrprsorgbrentrelinhas68
entre linhas | out-nov-dez 2014 13
frente a suas proacuteprias religiotildees ou crenccedilas
de seus clientes e instituiccedilotildees
LUCIANA ndash Eacute importante discutir as
implicaccedilotildees das crenccedilas religiosidade ou
espiritualidade do psicoacutelogo na sua praacuteti-
ca profissional E como sua praacutetica acolhe
repudia essas dimensotildees do puacuteblico com
quem trabalha Por exemplo o que signifi-
ca eu me apresentar como psicoacuteloga cristatilde
Apenas explicito minhas crenccedilas ou impor-
to praacuteticas religiosas para minhas interven-
ccedilotildees laborais Toda essa discussatildeo eviden-
cia o quanto reconhecemos essa dimensatildeo
na vida humana e como nos organizamos
para abordaacute-la nos espaccedilos profissionais
em que o psicoacutelogo estaacute inserido e integraacute-
-la agraves demais dimensotildees da vida humana
TATIANA ndash A Psicologia eacute uma ciecircn-
cia laica A religiosidade e a espiritualidade
podem ser objeto de estudo da Psicologia
o que natildeo eacute o mesmo que a Psicologia ado-
tar pressuposto religioso em seus modos
de significar o mundo a condiccedilatildeo huma-
na e as relaccedilotildees sociais A Psicologia deve
se manter laica para que natildeo decorra em
prejuiacutezo nos modos de significaccedilatildeo de dis-
tintas condiccedilotildees de vida e de subjetivaccedilatildeo
considerando especificidades culturais
que tambeacutem podem abranger distintas re-
ferecircncias a doutrinas religiosas e mesmo a
recusa agrave religiosidade ou expressa afirma-
ccedilatildeo da crenccedila de que Deus natildeo existe
Que situaccedilotildees ou demandas atuais a Psi-
cologia tem discutido e que estatildeo ligadas
diretamente ao tema
TATIANE ndash Podemos citar os atuais
discursos fundamentalistas contra o ca-
samento gay e a diversidade sexual e de
gecircnero a questatildeo da legalizaccedilatildeo do aborto
e Lei do Nascituro intoleracircncia religiosa
e racismo aleacutem da discussatildeo sobre a pre-
dominacircncia dos discursos religiosos e im-
posiccedilatildeo de praacuteticas religiosas nas propos-
tas de projeto terapecircutico da maioria das
comunidades terapecircuticas Muitas dessas
demandas estatildeo ligadas a um discurso
preconceituoso que busca se esconder atra-
veacutes de argumentos em defesa de valores
da vida e da famiacutelia e que no fundo im-
potildeem suas proacuteprias ideologias contraacuterias
agraves liberdades de expressatildeo e dos direitos
humanos violando as diferentes formas do
indiviacuteduo ser no mundo
TATIANA ndash O projeto de decreto legis-
lativo que pretendia incidir sobre a normativa
da Psicologia no que se refere agrave homossexu-
alidade e aos paracircmetros eacuteticos para o exer-
ciacutecio profissional eacute um exemplo O discurso
religioso que incide na desqualificaccedilatildeo moral
de demandas de mulheres por direitos repro-
dutivos novas configuraccedilotildees familiares uso
de drogas e seu tratamento todas essas satildeo
questotildees que tangenciam a laicidade da Psi-
cologia A posiccedilatildeo da Psicologia natildeo se pauta
em uma dada moralidade pressuposta como
verdadeira mas leva em consideraccedilatildeo a com-
plexidade das determinaccedilotildees soacutecio-culturais
para compreender a situaccedilatildeo particular de
vida e escolhas de indiviacuteduos
Por que devemos pensar em praacuteticas da
Psicologia baseadas na laicidade
EDUARDO ndash O trabalho doa
psicoacutelogoa deve estar alicerccedilado nas ci-
ecircncias psicoloacutegicas e nos direitos humanos
ao inveacutes de crenccedilas individuais Assim as
praacuteticas psicoloacutegicas estaratildeo promovendo
Tatiane Baggio Psicoacuteloga conselheira do CRPRS membro dos GTs Nacional e Regional de Laicidade
Eduardo HoffmannPsicoacutelogo conselheiro do CRPRS membro dos GTs Nacional e Regional de Laicidade
Luciana Fernandes Marques Psicoacuteloga Mestre em Psicologia Social e da Personalidade e Doutora em Psicologia pela PUCRS Poacutes-Doutorado em Psicologia pela UFRGS e pelo ISCTE-IUL Lisboa Membro do Grupo de Trabalho Psicologia e Religiatildeo da Associaccedilatildeo Nacional de Pesquisa e Poacutes-Graduaccedilatildeo em Psicologia e da International Association for the Psychology of Religion
Tatiana LionccediloPsicoacuteloga Mestre e Doutora em Psicologia pela Universidade de Brasiacutelia conselheira do CRP-01 Integra o GT Nacional ldquoPsicologia Religiatildeo e Laicidaderdquo do CFP
14 entre linhas | out-nov-dez 2014
a sauacutede e a qualidade de vida da popula-
ccedilatildeo para que cada sujeito pense e se po-
sicione de forma criacutetica e consciente sobre
como pretende viver sua crenccedila As praacuteti-
cas psicoloacutegicas devem estar baseadas na
laicidade por um respeito ao ser humano
e toda diversidade de crenccedilas e formas de
expressaacute-la apenas sendo laica a Psicolo-
gia poderaacute acolher essa diversidade
LUCIANA ndash Devemos pensar em
praacuteticas baseadas na laicidade para man-
ter a afiliaccedilatildeo da Psicologia agrave ciecircncia tra-
dicional Mas boa parte da ciecircncia eacute ino-
var desbravar novos caminhos antecipar
problemas e soluccedilotildees entatildeo a boa ciecircncia
eacute provisoacuteria questionaacutevel (auto)reflexi-
va e bastante (auto)criacutetica Nesse sentido
a Psicologia tambeacutem natildeo deve se fechar
demasiadamente em roacutetulos mas manter
foacuteruns de diaacutelogo com a ciecircncia e com a
comunidade estando atenta a exageros no
exerciacutecio profissional
TATIANA ndash A Psicologia reconhe-
ce a diversidade social e portanto tam-
beacutem reconhece a diversidade religiosa e
a existecircncia de grupos e indiviacuteduos que
natildeo adotam religiatildeo A espiritualidade eacute
uma importante dimensatildeo da subjetivi-
dade embora natildeo dependa necessaria-
mente da religiosidade e a Psicologia
expressamente se afirma contraacuteria a toda
forma de fundamentalismo religioso ou
seja modos de imposiccedilatildeo de moralidades
com base em preceitos religiosos resguar-
dando o reconhecimento da diversidade
social cultural e subjetiva
A Psicologia pode dialogar com a espiri-
tualidade e a religiatildeo se mantendo laica
De que forma isso se traduz na praacutetica
doa psicoacutelogoa
EDUARDO ndash A Psicologia dialoga
com a espiritualidade e a religiatildeo se man-
tendo laica quando natildeo induz a convicccedilotildees
religiosas conforme estaacute previsto em nosso
Coacutedigo de Eacutetica art 2ordm aliacutenea b Seus cons-
tructos e epistemologias se originam e se
orientam na ciecircncia e natildeo na teologia Isso
se traduz na praacutetica psicoloacutegica por uma
postura eacutetica em olhar o ser humano em
sua integralidade e natildeo a partir de um vieacutes
religiosoespiritual apenas Tambeacutem se tra-
duz aoagrave psicoacutelogoa quando se utiliza de
intervenccedilotildees e praacuteticas que satildeo aceitas e re-
conhecidas pelas ciecircncias psicoloacutegicas
LUCIANA ndash Enquanto categoria pro-
fissional a Psicologia eacute laica natildeo adota ne-
nhuma religiatildeo em particular mas estuda
a relaccedilatildeo da religiosidadeespiritualidade
com a sauacutede e sua expressatildeo no compor-
tamento humano Por temor da Psicolo-
gia natildeo ser reconhecida como ciecircncia haacute
excessiva cautela em aplicar esse conhe-
cimento na atuaccedilatildeo profissional do psicoacute-
logo ndash embora tenha diminuiacutedo muito na
uacuteltima deacutecada Na praacutetica do psicoacutelogo
isso se traduz no reconhecimento de que
a religiosidadeespiritualidade eacute uma di-
mensatildeo humana imbricada com todas as
outras dimensotildees e que pode ser fonte tan-
to de sauacutede quanto de adoecimento
TATIANA ndash O profissional de Psico-
logia deve considerar a religiosidade e a
espiritualidade quando forem expressas
pelas pessoas como significativas em seus
modos de subjetivaccedilatildeo e vida Assim como
eacute equiacutevoco eacutetico associar a sua proacutepria feacute
religiosa no exerciacutecio profissional o profis-
entrevista
SAIBA MAISCaderno de Deliberaccedilotildees VIII CNP Eixo II ndash Contribuiccedilotildees eacuteticas poliacuteticas e teacutecnicas nos processos de trabalho proposta 214 ldquoOrientaccedilatildeo laicidaderdquo paacutegina 37 httpbitlycad8cnp
Coacutedigo de Eacuteticawwwcrprsorgbrcodigoetica
Movimento Estrateacutegico do Estado Laicowwwmeelorgbr
entre linhas | out-nov-dez 2014 15
sional viola o coacutedigo de eacutetica ao desconsi-
derar inferiorizar ou mesmo patologizar a
expressatildeo de feacute de pessoas que se coloquem
sob seus cuidados A importacircncia da manu-
tenccedilatildeo da laicidade no exerciacutecio profissio-
nal eacute justamente a de garantir o reconheci-
mento de subjetividades na perspectiva da
alteridade ou seja considerando o campo
de significaccedilotildees dos proacuteprios sujeitos em
seus modos de vida e de subjetivaccedilatildeo
De que forma a Psicologia pode contri-
buir para o fortalecimento do Estado Lai-
co e ao mesmo tempo combater situa-
ccedilotildees de violaccedilotildees de direito
TATIANE ndash A consideraccedilatildeo das di-
ferenccedilas morais culturais religiosas e das
praacuteticas sociais eacute fundamental para a cons-
truccedilatildeo da democracia sendo o Estado lai-
co a condiccedilatildeo para que as diferenccedilas natildeo
sejam assoladas por projetos poliacuteticos de
segregaccedilatildeo marginalizaccedilatildeo e desqualifica-
ccedilatildeo Eacute preciso buscar o diaacutelogo entre a Psi-
cologia e outras categorias profissionais
somar-se agraves parcerias com grupos sociais
falar sobre esses temas junto agrave sociedade
LUCIANA ndash A Psicologia pode con-
tribuir para o Estado Laico adotando uma
postura de respeito pela diversidade reli-
giosaespiritual de escuta das variadas
proposiccedilotildees e engajamento em discussotildees
muacuteltiplas que incluam tanto profissionais
pesquisadores quanto pessoas da comuni-
dade e oriundas das variadas tradiccedilotildees
TATIANA ndash A Psicologia eacute um im-
portante ator social de enfrentamento do
fundamentalismo religioso ao reafirmar a
necessidade de reconhecimento e respeito
agrave diversidade social e agrave diversidade subje-
tiva Desde 2013 a Psicologia tem integra-
do o Movimento Estrateacutegico pelo Estado
Laico organizaccedilatildeo que contou com o CFP
em sua articulaccedilatildeo e que agora conta com
apoio do Sistema Conselhos
Como oa psicoacutelogoa pode trabalhar sua
proacutepria crenccedila religiosa e sua espirituali-
dade sem que isso interfira em sua praacutetica
EDUARDO ndash Separando uma da ou-
tra natildeo vinculando em sua praacutetica pro-
fissional e natildeo usando sua proacutepria crenccedila
como um diferencial profissional
LUCIANA ndash Talvez seja interessante
que sua espiritualidade interfira na praacutetica
profissional Natildeo podemos supor que a reli-
giatildeo ou espiritualidade possuem uma inter-
ferecircncia negativa tomando exemplos nega-
tivos como o caso da cura gay O problema
natildeo eacute a religiatildeo eacute o que as pessoas fazem a
partir dela O sujeito fanaacutetico fundamenta-
lista e extremista levaraacute essas caracteriacutesticas
consigo mesmo sendo ateu Se ter crenccedilas
e espiritualidade eacute ter um bom coraccedilatildeo pa-
rece urgente que essa interferecircncia ocorra
Natildeo precisamos de mais profissionais tec-
nicistas e pouco humanizados
TATIANA ndash Como quaisquer outros
fatores pessoais reservando para si espa-
ccedilo de elaboraccedilatildeo de seu proacuteprio campo de
significaccedilotildees sobre o mundo a vida e si
mesmo Como outras convicccedilotildees morais
o profissional deve saber manter distacircn-
cia entre seus proacuteprios valores pessoais e
os valores e modos de vida de outrem de
modo a natildeo reduzir o outro a si mesmo
Este eacute um exerciacutecio eacutetico que exige anaacutelise
pessoal e supervisatildeo-intervisatildeo na condu-
ccedilatildeo dos trabalhos
SAIBA MAISCRPRS participou do Seminaacuterio Nacional do Movimento Estrateacutegico pelo Estado Laico (MEEL) realizado de 26 a 28 de agosto em Brasiacutelia httpbitlyCRPRS_Meel
Manifesto do Movimento Estrateacutegico pelo estado laicohttpbitlymanifesto_MEEL
16 entre linhas | out-nov-dez 2014
controle social
Controle Social e a PsicologiaControle Social eacute aquele que o cidadatildeo
em um contexto democraacutetico pode exercer sobre o Estado por meio da participaccedilatildeo na gestatildeo da fiscalizaccedilatildeo do monitoramento e do controle das accedilotildees da administraccedilatildeo puacuteblica o acompanhamento das poliacuteticas sendo assim um importante mecanismo de fortalecimento da cidadania
De forma geral a participaccedilatildeo no Con-trole Social permite que os cidadatildeos possam intervir na tomada da decisatildeo administrati-va orientando a administraccedilatildeo puacuteblica para que adote medidas que realmente atendam ao interesse puacuteblico e ao mesmo tempo possam exercer controle sobre a accedilatildeo do Es-tado exigindo que o gestor puacuteblico preste contas de sua atuaccedilatildeo Esse envolvimento na gestatildeo puacuteblica eacute um direito assegurado pela Constituiccedilatildeo Federal permitindo que os cidadatildeos natildeo soacute participem da formu-laccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem fiscalizem de forma permanente a aplicaccedilatildeo dos recursos puacuteblicos
O Conselho Regional de Psicologia
do Rio Grande do Sul (CRPRS) e o Con-
selho Federal de Psicologia (CFP) esti-
mulam a participaccedilatildeo dosas psicoacutelogos
as nas instacircncias de controle social por
acreditar que o conhecimento teacutecnico dos
profissionais da aacuterea pode contribuir na
construccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas Aleacutem disso seus representantes a partir de suas regiotildees de intervenccedilatildeo tornam-se inter-locutores e referecircncia para osas demais psicoacutelogosas locais ampliando assim o debate da Psicologia como protagonista das poliacuteticas puacuteblicas das diversas regiotildees
Atualmente o CRPRS possui cadeiras em diversos conselhos de direito e estaacute aberto a assumir novas vagas de acordo com seus posicionamentos Eacute importan-te destacar que a representaccedilatildeo feita pelo profissional da Psicologia nos espaccedilos de controle social natildeo possui caraacuteter indivi-dual deve expressar concepccedilotildees orienta-ccedilotildees e diretrizes formuladas ou definidas pela categoria Ao assumir o lugar de re-presentaccedilatildeo na instacircncia de controle so-cial oa psicoacutelogoa compromete-se a defender necessariamente as orientaccedilotildees e posicionamentos do Conselho Regional de Psicologia assim como os do Conselho Federal de Psicologia frente agraves questotildees que se encontram em debate
SAIBA MAIS Acesse wwwcrprsorgbrcontrolesocial para saber mais sobre Con-trole Social Duacutevidas poderatildeo ser escla-recidas pelo e-mail crepopcrprsorgbr
AacuteREA ABRANGEcircNCIA
Sauacutede Estadual e Municipal
Assistecircncia Social Estadual e Municipal
Direitos da Crianccedila e do Adolescente Municipal
Poliacuteticas sobre Drogas Estadual e Municipal
Direitos da Mulher Municipal
Os espaccedilos de atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos no controle social satildeo
entre linhas | out-nov-dez 2014 17
Municiacutepios onde CRPRS tem representaccedilotildees no Controle Social
Quer representar o CRPRS nos Conselhos de Direito
Conselhos de Direitos
Se vocecirc eacute psicoacutelogoa e tem interesse em re-
presentar o CRPRS em algum conselho de direi-
to acesse o Cadastro de Interesse de Psicoacutelogoa
ndash Representaccedilatildeo no Controle Social
Disponiacutevel em wwwcrprsorgbrcontro-
lesocial O pedido seraacute avaliado considerando
os criteacuterios estabelecidos para se constituir a
representaccedilatildeo e interesses do CRPRS Os repre-
sentantes devem participar das atividades pro-
movidas pelo CRPRS
Criteacuterios para candidatar-se agrave representaccedilatildeo
bull Ser psicoacutelogao devidamente inscrito no
CRPRS
bull Preencher cadastro de interesse em www
crprsorgbrcontrolesocial
bull Ter conhecimentoaproximaccedilatildeo relaciona-
do agrave temaacutetica e ao municiacutepio do Conselho
de direito
bull Estar adimplente com as anuidades do CRPRS
bull Disponibilizar-se a participar sistematica-
mente das reuniotildees da Comissatildeo de Poliacuteticas
Puacuteblicas (sede) ou Nuacutecleos de Poliacuteticas Puacutebli-
cas (subsedes) e dos encontros de discussatildeo
do controle social promovidos pelo CRPRS
O CRPRS recebe pedidos para indicaccedilatildeo de
psicoacutelogosas para assumir vagas em Conselho
de Direitos Apoacutes aprovada a participaccedilatildeo do
CRPRS na instacircncia e realizada a indicaccedilatildeo de ti-
tular e suplente para a vaga por meio da Comis-
satildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas (sede) dos Nuacutecleos de
Poliacuteticas Puacuteblicas (nas subsedes) ou dos nuacutecleos
gestores das subsedes eacute feita a comunicaccedilatildeo ofi-
cial agrave instituiccedilatildeo solicitante
Conselhos de Direito que tenham interesse
em ter o CRPRS compondo seu conjunto de con-
selheiros devem acessar o Cadastro de interesse
de Conselho de Direito ndash Representaccedilatildeo no Con-
trole Social disponiacutevel em wwwcrprsorgbr
controlesocial
18 entre linhas | out-nov-dez 2014
O que eacute ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacuteblicas O que fazer quando se estaacute por laacute
O que satildeo as poliacuteticas puacutebli-cas para osas psicoacutelogosas Aleacutem de um campo de atuaccedilatildeo no qual se materializam direitos constitucionais um mercado de trabalho em franca expansatildeo Eacute possiacutevel pensar o trabalho como sendo um ofiacutecio Enquanto fabri-cam produtos os homens se pro-duzem Pensando sobre o ofiacutecio doa psicoacutelogoa qual o objeto de seu fazer Que ferramentas ele usa Qual meacutetodo orienta sua accedilatildeo Qual objetoobjetivo a ser produzido com o seu trabalho
O contexto que engendrou a profissatildeo do psicoacutelogo definiu o indiviacuteduo e suas relaccedilotildees consigo mesmo como objeto de trabalho a psicoterapia e o aconselhamen-to ndash seja individuais ou grupal ndash orientada por um diagnoacutestico psicopatoloacutegico como instru-mentomeacutetodo de excelecircncia para a intervenccedilatildeo e a diminui-ccedilatildeo do sofrimento daquele que se atende como objetivo a ser alcanccedilado com a intervenccedilatildeo As demandas oriundas das po-liacuteticas puacuteblicas tecircm exigido uma releitura tanto no nosso objetoobjetivo de trabalho quanto do nosso instrumento prioritaacuterio para a intervenccedilatildeo As poliacuteticas puacuteblicas definem em seus mar-
cos normativos accedilotildees intencio-nais do Estado voltadas para as coletividades O objeto de traba-lho desenhado satildeo as relaccedilotildees estabelecidas entre o indiviacuteduo e os coletivos construiacutedas em seus territoacuterios de vida O meacutetodo preconizado eacute o de articulaccedilatildeo de diversas ofertas do Estado e das comunidades para atender as muacuteltiplas necessidades dos sujei-tos dos grupos e dos territoacuterios A produccedilatildeo de autonomia e cons-truccedilatildeo da cidadania estatildeo postas como horizontes aos quais se al-meja chegar com as intervenccedilotildees
Ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacuteblicas significa re-conhecer a mudanccedila da oficina na qual passamos a trabalhar Eacute estar disposto a alinhar nosso objetoobjetivo de trabalho com aquele traccedilados nas diretrizes que orientam a poliacutetica puacuteblica na qual atuamos E ainda colo-car nossas competecircncias e habi-lidades na direccedilatildeo da defesa ra-dical da autonomia dos sujeitos e das coletividades e da construccedilatildeo de uma cidadania ativa
Ainda que as intencionalida-des das poliacuteticas puacuteblicas estejam alinhadas aos marcos constitucio-nais do Estado brasileiro o cam-po do puacuteblico eacute formado por con-
crepop
tradiccedilotildees estruturais e interesses diversos Ele se constroacutei marca-do por disputas Eacute mister analisar com quais interesses nossas praacute-ticas encontram-se alinhadas A que forccedilas estamos servindo Em que direccedilatildeo nossas habilidades e competecircncias estatildeo sendo convo-cadas Que trabalhos essas con-vocaccedilotildees estatildeo produzindo Eacute na leitura cuidadosa deste campo de tensatildeo e na construccedilatildeo de respos-tas a estas e outras questotildees que osas oficineirosas psicoacutelogosas estatildeo trabalhando na remo-delaccedilatildeo da Psicologia enquanto ofiacutecio podendo assim contribuir efetivamente para a consolidaccedilatildeo do Estado Democraacutetico de Direi-to no Brasil
Andreacute Sales Assessor Teacutecnico de Poliacuteticas Puacuteblicas
Edson Knevitz Silva e Fernanda Carrion Estagiaacuterios
Alexandra Ximendes Conselheira de Referecircncia
Acesse wwwcrprsorgbren-trelinhas68 e leia o texto do Crepop na iacutentegra
entre linhas | out-nov-dez 2014 19
Orientaccedilotildees aosagraves profissionais que atuam na Cliacutenica Psicoloacutegica em consultoacuterio
orientaccedilatildeoRe
cort
e e
cole
cion
e
Aacuterea TeacutecnicaLucio Fernando Garcia ndash Coord da Aacuterea Teacutecnica
Adriana Dal Orsoletta ndash Psicoacuteloga FiscalFlavia Cardozo de Mattos ndash Psicoacuteloga Fiscal
Leticia Giannechini ndash Psicoacuteloga FiscalLucia Regina Cogo ndash Psicoacuteloga Fiscal
Para atuaccedilatildeo na Cliacutenica (atendimento psi-coloacutegico avaliaccedilatildeo psicoloacutegica e psicoterapia) oa psicoacutelogoa deve estar regularmente ins-crito no CRPRS no Instituto Nacional de Se-guridade Social (INSS) de sua cidade e junto agrave Prefeitura Municipal para cadastro de ISSQN
OA profissional deve tambeacutem escolher um espaccedilo fiacutesico adequado considerando si-gilo e confidencialidade aleacutem de lugar apro-priado para a guarda do material teacutecnico e de atendimento Eacute obrigatoacuterio o registro docu-mental sobre a prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacute-gicos que natildeo puder ser mantido prioritaria-mente sob a forma de prontuaacuterio psicoloacutegico por razotildees que envolvam a restriccedilatildeo do com-partilhamento de informaccedilotildees com o usuaacuterio eou beneficiaacuterio do serviccedilo prestado
O registro documental em papel ou informatizado tem caraacuteter sigiloso e reuacute-ne informaccedilotildees que contemplam de forma sucinta o trabalho prestado a descriccedilatildeo e a evoluccedilatildeo do caso e os procedimentos teacutecnico-cientiacuteficos adotados Deve ser man-tido permanentemente atualizado e organi-zado peloa psicoacutelogoa que acompanha o procedimento A guarda desses registros de atendimento individual ou de grupo eacute de responsabilidade doa profissional psicoacutelogoa e obedece ao disposto no Coacutedi-go de Eacutetica Profissional e agrave Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Documen-tos Escritos produzidos peloa psicoacutelogoa decorrente de avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
OA psicoacutelogoa ao anunciar seus ser-viccedilos indicaraacute sempre seu nome (pessoa fiacute-sica) e o nuacutemero de inscriccedilatildeo (nordm CRP) bem como as capacitaccedilotildees que possua e endere-ccedilo atualizado para contato
Ao estabelecer um contrato de serviccedilos deveraacute levar em conta os direitos dos usu-
aacuterios ou beneficiaacuterios dos serviccedilos confor-me Artigo 1deg aliacutenea d do Coacutedigo de Eacutetica Profissional doa Psicoacutelogoa Incluindo a atenccedilatildeo a outras legislaccedilotildees como o Coacutedi-go de Proteccedilatildeo e de Defesa do Consumidor
Para pautar seus honoraacuterios oa psicoacutelogoa poderaacute utilizar a Tabela Refe-rencial de Honoraacuterios que eacute disponibilizada pelo Sistema Conselhos sendo sua elabora-ccedilatildeo e atualizaccedilatildeo feitas pela FENAPSI ndash Fe-deraccedilatildeo Nacional dos Psicoacutelogos e CFP Os valores satildeo meramente sugestivos e natildeo haacute obrigatoriedade de adotaacute-los Tambeacutem eacute pos-siacutevel disponibilizar atendimentos psicoloacutegi-cos por meio de planos de sauacutede devendo procurar diretamente a operadora de planos de sauacutede para informaccedilotildees sobre a forma de contrataccedilatildeo Tambeacutem a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) pelo site wwwansgovbr ou pelo telefone 0800-7019656
Lembrando que para o exerciacutecio profissio-nal adequado oa profissional deve pautar-se na constante atualizaccedilatildeo mantendo-se cons-tantemente atualizado teoacuterica teacutecnica e etica-mente e estar atento agraves resoluccedilotildees da profissatildeo e demais legislaccedilotildees que envolvam o atendi-mento de pacientes Afinal oa psicoacutelogoa em seu consultoacuterio tambeacutem eacute uma profissio-nal que se ocupa da sauacutede coletiva
A Aacuterea Teacutecnica do CRPRS estaacute agrave disposiccedilatildeo da categoria e da sociedade para orientaccedilatildeoPelo e-mail orienteccrprsorgbr | Pelo
telefone (51) 3334-6799 | Pessoalmente na sede do CRPRS em Porto Alegre de segunda a quarta das 9h agraves 17h e quinta e sexta das 9h agraves 12h
20 entre linhas | out-nov-dez 2014
USO EXCLUSIVO DOS CORREIOS
[ ] ausente [ ] endereccedilo insuficiente [ ] falecido [ ] natildeo existe o nuacutemero indicado [ ] recusado [ ] desconhecido [ ] natildeo procurado [ ] infporteirosiacutendico [ ] mudou-se [ ] outros (especificar)
______________ _________________________ data rubrica do responsaacutevel
_________________________
VISTO
agenda
Curso
Psicologia Aplicada agrave Aviaccedilatildeo19 a 30012015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 35198221 (51) 95518221bauerrosanagmailcom wwwabordofatoreshumanoscombr
Curso de Aperfeiccediloamento em Terapias CognitivasIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33323249danielalumertzwainerpsicologiacombr wwwwainerpsicologiacombr
ExtensatildeoPrograma de atualizaccedilatildeo em Terapia Cognitiva-comportamentalInscriccedilotildees ateacute 15122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 92514066f3representacaogmailcom
Formaccedilatildeo
Formaccedilatildeo em Terapia do EsquemaIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33323249danielalumertzwainerpsicologiacombr wwwwainerpsicologiacombrensino
Formaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica05032015 a 15122017Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33334801ieppieppcombr wwwieppcombr
Endereccedilo para DevoluccedilatildeoAgecircncia de Correios Avenida Protaacutesio Alves - CEP 90410-970
Formaccedilatildeo em Psicoterapia Psicanaliacutetica Iniacutecio em 10032015 Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33313781 (51) 92497139 contatogaepsicombr wwwgaepsicombr
Especializaccedilatildeo
Especializaccedilatildeo na Teoria e Teacutecnica de Intervenccedilatildeo na Relaccedilatildeo Pais-BebecircsInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica ndash AdultosInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica da AdolescecircnciaInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Neuropsicologia CliacutenicaIniacutecio em 27022015FlorianoacutepolisSC Informaccedilotildees (61) 32263002 (61) 81299428weberibneurocombr wwwibneurocombr
Especializaccedilatildeo Instituiccedilotildees em AnaacuteliseIniacutecio em 13032015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33082926 (somente sextas-feiras agrave tarde)instemanaliseufrgsbr httpbitly1vhZBeB
Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo AnaliacuteticaIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33305655crsilvahcpaufrgsbr wwwcelgorgbr
Especializaccedilatildeo em Psicoterapia PsicanaliacuteticaIniacutecio em 11032015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 32096524esippesippcombr wwwesippcombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia CognitivaIniacutecio em 01042015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 32735224 (51) 80234890portoalegre1institutowpcom wwwinstitutowpcom
Jornada
XI Jornada CELPCYRO sobre Sauacutede Mental26062015Porto Alegre RSInformaccedilotildees (51) 33884944atendimentogweventoscombr wwwcelpcyro2015eventizecombr
entre linhas | out-nov-dez 2014 11entre linhas | out-nov-dez 2014 11
Os fazeres (e prazeres) psi em desvios e contraversos
Ateacute o uacuteltimo ano do ensino meacutedio eu sempre achei que queria e iria cursar Direito Em setembro quando comeccedilaram as inscri-ccedilotildees da UFRGS me dei conta de que o que eu realmente queria eacute que o tempo daquela juventude natildeo acabasse mais Agrave eacutepoca mi-nhas duas melhores amigas resolveram fazer vestibular para Psicologia Assim o iniacutecio de meu percurso pelas praacuteticas e saberes psi se deu pelos disparos da amizade e do desvio
Nos idos de marccedilo num ano em que o veratildeo insistia em continuar foi que de maneira assustadoramente solitaacuteria em-barquei na errante nau a descobrir o mun-do das teorias e conceitos de uma Psicolo-gia agraves vezes candidata agrave ciecircncia agraves vezes transversada em arte Nessa viagem visi-tei uma infinidade de portos ndash de chegada de partida de parada de encontro Aos poucos a solidatildeo comeccedilou a ser povoada e a travessia tornou-se tempo e espaccedilo de constante reinvenccedilatildeo de saberes e praacuteticas
A aposta na escuta como instrumento da potecircncia criativa e criadora de sujeitos e realidades somada ao flerte com o mundo jus fez com que eu buscasse as veredas so-ciais da Psicologia em suas tessituras com os territoacuterios dos direitos humanos e a in-tencionalidade de um fazer cliacutenico-poliacutetico
Dessa maneira cheguei ao mestrado oportunidade para se conhecer e se cons-truir pesquisador entendendo a trama en-sino-pesquisa-extensatildeo como possibilidade para uma formaccedilatildeo em Psicologia que se propusesse ampliada com mais ineditis-mos e menos assepsias Optei por um cam-po de pesquisa que fizesse laccedilo com algum projeto de extensatildeo e portanto problema-tizasse a inserccedilatildeo acadecircmica na comuni-
dade como um dispositivo de accedilatildeo atraveacutes do qual a universidade pode exercer de forma mais intensa sua funccedilatildeo poliacutetica e social Naquele momento pude me inserir no Grupo ESTACcedilAtildeO PSI (Estudo e Accedilatildeo em Poliacuteticas de Subjetivar e Inventar) que prestava assessoria ao projeto de trabalho educativo com jovens em cumprimento de medida socioeducativa implementado na Procuradoria da Repuacuteblica do RS
Por esse encontro com as formas de um viver juvenil entendido e condenado como desviante as categorias Direito Social Psico-logia Cliacutenica Accedilatildeo Poliacutetica se misturavam e coreografavam movimentos que escapavam aos contornos das praacuteticas profissionais e dos meacutetodos de investigaccedilatildeo tradicionais A anguacutestia gerada pela desconstruccedilatildeo das cer-tezas e das foacutermulas prontas de ser psicoacuteloga logo deu lugar agrave descoberta da potecircncia da invenccedilatildeo de novos caminhos que desviam do instituiacutedo e tem aiacute justamente a sua forccedila de interrogaccedilatildeo do social
Infelizmente o projeto natildeo mais existe na Procuradoria mas a inspiraccedilatildeo dessa experiecircncia permitiu-me a escrita ne-gociaccedilatildeo e implantaccedilatildeo do programa de trabalho educativo do TRT-RS que desde 2013 firmou convecircnio com a FASE-RS
Trabalhando com a perspectiva da Psi-cologia Cliacutenico-Poliacutetica em sua interface com a temaacutetica da Justiccedila e do Direito toda a minha praacutetica eacute orientada por uma eacutetica da ocupacircncia que na construccedilatildeo de terri-toacuterios instituintes ainda que temporaacuterios aposta na criaccedilatildeo de condiccedilotildees de possibi-lidade para a constante reatualizaccedilatildeo de formas e forccedilas mais livres e potentes de expressatildeo da vida
relato de experiecircncia
PARTICIPEVocecirc tambeacutem quer compartilhar sua experiecircncia como psicoacutelogoa Envie um relato para imprensacrprsorgbr destacando sua praacutetica Os textos seratildeo avaliados pela Comissatildeo Editorial do EntreLinhas e poderatildeo ser publicados nas proacuteximas ediccedilotildees do jornal
Paula Goldmeier Graduada em Psicologia mestre em Psicologia Social e Institucional pela UFRGS Atua nas aacutereas de Direitos Humanos e Sauacutede Coletiva
12 entre linhas | out-nov-dez 2014
entrevista
Em sua opiniatildeo o que eacute laicidade
TATIANE ndash A laicidade opotildee-se aos
discursos fundamentalistas ligados agraves vio-
laccedilotildees de direito Assim as leis devem ser
orientadas pelos Direitos Humanos Uni-
versais e pela Constituiccedilatildeo Federal e natildeo
por dogmas e ideologias religiosas Isso
natildeo significa que o Estado negue agrave Igreja
o direito de contribuir para o bem da so-
ciedade Um Estado que natildeo respeita um
espaccedilo para as igrejas na sociedade ou que
negue o direito de expressatildeo acabaria com
a democracia caindo no sectarismo e no
totalitarismo ideoloacutegico
LUCIANA ndash Eacute a natildeo adoccedilatildeo de uma
religiatildeo em particular pelo Estado Isso natildeo
quer dizer que desconsidere as muacuteltiplas
religiotildees que convivem em seu territoacuterio ou
negue a expressatildeo da religiosidade popular
pessoal ou coletivamente mas inclui todas
como representaccedilotildees da diversidade reli-
giosa ou espiritual do seu povo
TATIANA ndash Eacute um dispositivo de pro-
teccedilatildeo agrave livre consciecircncia e expressatildeo de
crenccedilas de modo a garantir o reconheci-
mento da diversidade social em socieda-
des democraacuteticas sem ocircnus moral para
grupos minoritaacuterios em relaccedilatildeo a hegemo-
nias religiosas e morais
Por que eacute importante discutir essa ques-
tatildeo no Sistema Conselhos de Psicologia
EDUARDO ndash A Psicologia precisa
se posicionar frente a projetos de leis que
tecircm uma base fundamentalista ferindo os
direitos humanos e as liberdades indivi-
duais Aleacutem disso muitosas psicoacutelogos
as natildeo tecircm clareza de como se posicionar
Psicologia Religiatildeo e Espiritualidade como dialogarSAIBA MAIS
Nota Teacutecnica do CFP ndash Posicionamento do Sistema Conselhos de Psicologia para a questatildeo da Psicologia Religiatildeo e Espiritualidadehttpbitlynotacfplaicidade
Posicionamento Sistema Conselhos frente uso indiscriminado do discurso religioso na poliacutetica httpbitlyEleicoes_Laicidade
Leia entrevistas na iacutentegra em wwwcrprsorgbrentrelinhas68
entre linhas | out-nov-dez 2014 13
frente a suas proacuteprias religiotildees ou crenccedilas
de seus clientes e instituiccedilotildees
LUCIANA ndash Eacute importante discutir as
implicaccedilotildees das crenccedilas religiosidade ou
espiritualidade do psicoacutelogo na sua praacuteti-
ca profissional E como sua praacutetica acolhe
repudia essas dimensotildees do puacuteblico com
quem trabalha Por exemplo o que signifi-
ca eu me apresentar como psicoacuteloga cristatilde
Apenas explicito minhas crenccedilas ou impor-
to praacuteticas religiosas para minhas interven-
ccedilotildees laborais Toda essa discussatildeo eviden-
cia o quanto reconhecemos essa dimensatildeo
na vida humana e como nos organizamos
para abordaacute-la nos espaccedilos profissionais
em que o psicoacutelogo estaacute inserido e integraacute-
-la agraves demais dimensotildees da vida humana
TATIANA ndash A Psicologia eacute uma ciecircn-
cia laica A religiosidade e a espiritualidade
podem ser objeto de estudo da Psicologia
o que natildeo eacute o mesmo que a Psicologia ado-
tar pressuposto religioso em seus modos
de significar o mundo a condiccedilatildeo huma-
na e as relaccedilotildees sociais A Psicologia deve
se manter laica para que natildeo decorra em
prejuiacutezo nos modos de significaccedilatildeo de dis-
tintas condiccedilotildees de vida e de subjetivaccedilatildeo
considerando especificidades culturais
que tambeacutem podem abranger distintas re-
ferecircncias a doutrinas religiosas e mesmo a
recusa agrave religiosidade ou expressa afirma-
ccedilatildeo da crenccedila de que Deus natildeo existe
Que situaccedilotildees ou demandas atuais a Psi-
cologia tem discutido e que estatildeo ligadas
diretamente ao tema
TATIANE ndash Podemos citar os atuais
discursos fundamentalistas contra o ca-
samento gay e a diversidade sexual e de
gecircnero a questatildeo da legalizaccedilatildeo do aborto
e Lei do Nascituro intoleracircncia religiosa
e racismo aleacutem da discussatildeo sobre a pre-
dominacircncia dos discursos religiosos e im-
posiccedilatildeo de praacuteticas religiosas nas propos-
tas de projeto terapecircutico da maioria das
comunidades terapecircuticas Muitas dessas
demandas estatildeo ligadas a um discurso
preconceituoso que busca se esconder atra-
veacutes de argumentos em defesa de valores
da vida e da famiacutelia e que no fundo im-
potildeem suas proacuteprias ideologias contraacuterias
agraves liberdades de expressatildeo e dos direitos
humanos violando as diferentes formas do
indiviacuteduo ser no mundo
TATIANA ndash O projeto de decreto legis-
lativo que pretendia incidir sobre a normativa
da Psicologia no que se refere agrave homossexu-
alidade e aos paracircmetros eacuteticos para o exer-
ciacutecio profissional eacute um exemplo O discurso
religioso que incide na desqualificaccedilatildeo moral
de demandas de mulheres por direitos repro-
dutivos novas configuraccedilotildees familiares uso
de drogas e seu tratamento todas essas satildeo
questotildees que tangenciam a laicidade da Psi-
cologia A posiccedilatildeo da Psicologia natildeo se pauta
em uma dada moralidade pressuposta como
verdadeira mas leva em consideraccedilatildeo a com-
plexidade das determinaccedilotildees soacutecio-culturais
para compreender a situaccedilatildeo particular de
vida e escolhas de indiviacuteduos
Por que devemos pensar em praacuteticas da
Psicologia baseadas na laicidade
EDUARDO ndash O trabalho doa
psicoacutelogoa deve estar alicerccedilado nas ci-
ecircncias psicoloacutegicas e nos direitos humanos
ao inveacutes de crenccedilas individuais Assim as
praacuteticas psicoloacutegicas estaratildeo promovendo
Tatiane Baggio Psicoacuteloga conselheira do CRPRS membro dos GTs Nacional e Regional de Laicidade
Eduardo HoffmannPsicoacutelogo conselheiro do CRPRS membro dos GTs Nacional e Regional de Laicidade
Luciana Fernandes Marques Psicoacuteloga Mestre em Psicologia Social e da Personalidade e Doutora em Psicologia pela PUCRS Poacutes-Doutorado em Psicologia pela UFRGS e pelo ISCTE-IUL Lisboa Membro do Grupo de Trabalho Psicologia e Religiatildeo da Associaccedilatildeo Nacional de Pesquisa e Poacutes-Graduaccedilatildeo em Psicologia e da International Association for the Psychology of Religion
Tatiana LionccediloPsicoacuteloga Mestre e Doutora em Psicologia pela Universidade de Brasiacutelia conselheira do CRP-01 Integra o GT Nacional ldquoPsicologia Religiatildeo e Laicidaderdquo do CFP
14 entre linhas | out-nov-dez 2014
a sauacutede e a qualidade de vida da popula-
ccedilatildeo para que cada sujeito pense e se po-
sicione de forma criacutetica e consciente sobre
como pretende viver sua crenccedila As praacuteti-
cas psicoloacutegicas devem estar baseadas na
laicidade por um respeito ao ser humano
e toda diversidade de crenccedilas e formas de
expressaacute-la apenas sendo laica a Psicolo-
gia poderaacute acolher essa diversidade
LUCIANA ndash Devemos pensar em
praacuteticas baseadas na laicidade para man-
ter a afiliaccedilatildeo da Psicologia agrave ciecircncia tra-
dicional Mas boa parte da ciecircncia eacute ino-
var desbravar novos caminhos antecipar
problemas e soluccedilotildees entatildeo a boa ciecircncia
eacute provisoacuteria questionaacutevel (auto)reflexi-
va e bastante (auto)criacutetica Nesse sentido
a Psicologia tambeacutem natildeo deve se fechar
demasiadamente em roacutetulos mas manter
foacuteruns de diaacutelogo com a ciecircncia e com a
comunidade estando atenta a exageros no
exerciacutecio profissional
TATIANA ndash A Psicologia reconhe-
ce a diversidade social e portanto tam-
beacutem reconhece a diversidade religiosa e
a existecircncia de grupos e indiviacuteduos que
natildeo adotam religiatildeo A espiritualidade eacute
uma importante dimensatildeo da subjetivi-
dade embora natildeo dependa necessaria-
mente da religiosidade e a Psicologia
expressamente se afirma contraacuteria a toda
forma de fundamentalismo religioso ou
seja modos de imposiccedilatildeo de moralidades
com base em preceitos religiosos resguar-
dando o reconhecimento da diversidade
social cultural e subjetiva
A Psicologia pode dialogar com a espiri-
tualidade e a religiatildeo se mantendo laica
De que forma isso se traduz na praacutetica
doa psicoacutelogoa
EDUARDO ndash A Psicologia dialoga
com a espiritualidade e a religiatildeo se man-
tendo laica quando natildeo induz a convicccedilotildees
religiosas conforme estaacute previsto em nosso
Coacutedigo de Eacutetica art 2ordm aliacutenea b Seus cons-
tructos e epistemologias se originam e se
orientam na ciecircncia e natildeo na teologia Isso
se traduz na praacutetica psicoloacutegica por uma
postura eacutetica em olhar o ser humano em
sua integralidade e natildeo a partir de um vieacutes
religiosoespiritual apenas Tambeacutem se tra-
duz aoagrave psicoacutelogoa quando se utiliza de
intervenccedilotildees e praacuteticas que satildeo aceitas e re-
conhecidas pelas ciecircncias psicoloacutegicas
LUCIANA ndash Enquanto categoria pro-
fissional a Psicologia eacute laica natildeo adota ne-
nhuma religiatildeo em particular mas estuda
a relaccedilatildeo da religiosidadeespiritualidade
com a sauacutede e sua expressatildeo no compor-
tamento humano Por temor da Psicolo-
gia natildeo ser reconhecida como ciecircncia haacute
excessiva cautela em aplicar esse conhe-
cimento na atuaccedilatildeo profissional do psicoacute-
logo ndash embora tenha diminuiacutedo muito na
uacuteltima deacutecada Na praacutetica do psicoacutelogo
isso se traduz no reconhecimento de que
a religiosidadeespiritualidade eacute uma di-
mensatildeo humana imbricada com todas as
outras dimensotildees e que pode ser fonte tan-
to de sauacutede quanto de adoecimento
TATIANA ndash O profissional de Psico-
logia deve considerar a religiosidade e a
espiritualidade quando forem expressas
pelas pessoas como significativas em seus
modos de subjetivaccedilatildeo e vida Assim como
eacute equiacutevoco eacutetico associar a sua proacutepria feacute
religiosa no exerciacutecio profissional o profis-
entrevista
SAIBA MAISCaderno de Deliberaccedilotildees VIII CNP Eixo II ndash Contribuiccedilotildees eacuteticas poliacuteticas e teacutecnicas nos processos de trabalho proposta 214 ldquoOrientaccedilatildeo laicidaderdquo paacutegina 37 httpbitlycad8cnp
Coacutedigo de Eacuteticawwwcrprsorgbrcodigoetica
Movimento Estrateacutegico do Estado Laicowwwmeelorgbr
entre linhas | out-nov-dez 2014 15
sional viola o coacutedigo de eacutetica ao desconsi-
derar inferiorizar ou mesmo patologizar a
expressatildeo de feacute de pessoas que se coloquem
sob seus cuidados A importacircncia da manu-
tenccedilatildeo da laicidade no exerciacutecio profissio-
nal eacute justamente a de garantir o reconheci-
mento de subjetividades na perspectiva da
alteridade ou seja considerando o campo
de significaccedilotildees dos proacuteprios sujeitos em
seus modos de vida e de subjetivaccedilatildeo
De que forma a Psicologia pode contri-
buir para o fortalecimento do Estado Lai-
co e ao mesmo tempo combater situa-
ccedilotildees de violaccedilotildees de direito
TATIANE ndash A consideraccedilatildeo das di-
ferenccedilas morais culturais religiosas e das
praacuteticas sociais eacute fundamental para a cons-
truccedilatildeo da democracia sendo o Estado lai-
co a condiccedilatildeo para que as diferenccedilas natildeo
sejam assoladas por projetos poliacuteticos de
segregaccedilatildeo marginalizaccedilatildeo e desqualifica-
ccedilatildeo Eacute preciso buscar o diaacutelogo entre a Psi-
cologia e outras categorias profissionais
somar-se agraves parcerias com grupos sociais
falar sobre esses temas junto agrave sociedade
LUCIANA ndash A Psicologia pode con-
tribuir para o Estado Laico adotando uma
postura de respeito pela diversidade reli-
giosaespiritual de escuta das variadas
proposiccedilotildees e engajamento em discussotildees
muacuteltiplas que incluam tanto profissionais
pesquisadores quanto pessoas da comuni-
dade e oriundas das variadas tradiccedilotildees
TATIANA ndash A Psicologia eacute um im-
portante ator social de enfrentamento do
fundamentalismo religioso ao reafirmar a
necessidade de reconhecimento e respeito
agrave diversidade social e agrave diversidade subje-
tiva Desde 2013 a Psicologia tem integra-
do o Movimento Estrateacutegico pelo Estado
Laico organizaccedilatildeo que contou com o CFP
em sua articulaccedilatildeo e que agora conta com
apoio do Sistema Conselhos
Como oa psicoacutelogoa pode trabalhar sua
proacutepria crenccedila religiosa e sua espirituali-
dade sem que isso interfira em sua praacutetica
EDUARDO ndash Separando uma da ou-
tra natildeo vinculando em sua praacutetica pro-
fissional e natildeo usando sua proacutepria crenccedila
como um diferencial profissional
LUCIANA ndash Talvez seja interessante
que sua espiritualidade interfira na praacutetica
profissional Natildeo podemos supor que a reli-
giatildeo ou espiritualidade possuem uma inter-
ferecircncia negativa tomando exemplos nega-
tivos como o caso da cura gay O problema
natildeo eacute a religiatildeo eacute o que as pessoas fazem a
partir dela O sujeito fanaacutetico fundamenta-
lista e extremista levaraacute essas caracteriacutesticas
consigo mesmo sendo ateu Se ter crenccedilas
e espiritualidade eacute ter um bom coraccedilatildeo pa-
rece urgente que essa interferecircncia ocorra
Natildeo precisamos de mais profissionais tec-
nicistas e pouco humanizados
TATIANA ndash Como quaisquer outros
fatores pessoais reservando para si espa-
ccedilo de elaboraccedilatildeo de seu proacuteprio campo de
significaccedilotildees sobre o mundo a vida e si
mesmo Como outras convicccedilotildees morais
o profissional deve saber manter distacircn-
cia entre seus proacuteprios valores pessoais e
os valores e modos de vida de outrem de
modo a natildeo reduzir o outro a si mesmo
Este eacute um exerciacutecio eacutetico que exige anaacutelise
pessoal e supervisatildeo-intervisatildeo na condu-
ccedilatildeo dos trabalhos
SAIBA MAISCRPRS participou do Seminaacuterio Nacional do Movimento Estrateacutegico pelo Estado Laico (MEEL) realizado de 26 a 28 de agosto em Brasiacutelia httpbitlyCRPRS_Meel
Manifesto do Movimento Estrateacutegico pelo estado laicohttpbitlymanifesto_MEEL
16 entre linhas | out-nov-dez 2014
controle social
Controle Social e a PsicologiaControle Social eacute aquele que o cidadatildeo
em um contexto democraacutetico pode exercer sobre o Estado por meio da participaccedilatildeo na gestatildeo da fiscalizaccedilatildeo do monitoramento e do controle das accedilotildees da administraccedilatildeo puacuteblica o acompanhamento das poliacuteticas sendo assim um importante mecanismo de fortalecimento da cidadania
De forma geral a participaccedilatildeo no Con-trole Social permite que os cidadatildeos possam intervir na tomada da decisatildeo administrati-va orientando a administraccedilatildeo puacuteblica para que adote medidas que realmente atendam ao interesse puacuteblico e ao mesmo tempo possam exercer controle sobre a accedilatildeo do Es-tado exigindo que o gestor puacuteblico preste contas de sua atuaccedilatildeo Esse envolvimento na gestatildeo puacuteblica eacute um direito assegurado pela Constituiccedilatildeo Federal permitindo que os cidadatildeos natildeo soacute participem da formu-laccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem fiscalizem de forma permanente a aplicaccedilatildeo dos recursos puacuteblicos
O Conselho Regional de Psicologia
do Rio Grande do Sul (CRPRS) e o Con-
selho Federal de Psicologia (CFP) esti-
mulam a participaccedilatildeo dosas psicoacutelogos
as nas instacircncias de controle social por
acreditar que o conhecimento teacutecnico dos
profissionais da aacuterea pode contribuir na
construccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas Aleacutem disso seus representantes a partir de suas regiotildees de intervenccedilatildeo tornam-se inter-locutores e referecircncia para osas demais psicoacutelogosas locais ampliando assim o debate da Psicologia como protagonista das poliacuteticas puacuteblicas das diversas regiotildees
Atualmente o CRPRS possui cadeiras em diversos conselhos de direito e estaacute aberto a assumir novas vagas de acordo com seus posicionamentos Eacute importan-te destacar que a representaccedilatildeo feita pelo profissional da Psicologia nos espaccedilos de controle social natildeo possui caraacuteter indivi-dual deve expressar concepccedilotildees orienta-ccedilotildees e diretrizes formuladas ou definidas pela categoria Ao assumir o lugar de re-presentaccedilatildeo na instacircncia de controle so-cial oa psicoacutelogoa compromete-se a defender necessariamente as orientaccedilotildees e posicionamentos do Conselho Regional de Psicologia assim como os do Conselho Federal de Psicologia frente agraves questotildees que se encontram em debate
SAIBA MAIS Acesse wwwcrprsorgbrcontrolesocial para saber mais sobre Con-trole Social Duacutevidas poderatildeo ser escla-recidas pelo e-mail crepopcrprsorgbr
AacuteREA ABRANGEcircNCIA
Sauacutede Estadual e Municipal
Assistecircncia Social Estadual e Municipal
Direitos da Crianccedila e do Adolescente Municipal
Poliacuteticas sobre Drogas Estadual e Municipal
Direitos da Mulher Municipal
Os espaccedilos de atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos no controle social satildeo
entre linhas | out-nov-dez 2014 17
Municiacutepios onde CRPRS tem representaccedilotildees no Controle Social
Quer representar o CRPRS nos Conselhos de Direito
Conselhos de Direitos
Se vocecirc eacute psicoacutelogoa e tem interesse em re-
presentar o CRPRS em algum conselho de direi-
to acesse o Cadastro de Interesse de Psicoacutelogoa
ndash Representaccedilatildeo no Controle Social
Disponiacutevel em wwwcrprsorgbrcontro-
lesocial O pedido seraacute avaliado considerando
os criteacuterios estabelecidos para se constituir a
representaccedilatildeo e interesses do CRPRS Os repre-
sentantes devem participar das atividades pro-
movidas pelo CRPRS
Criteacuterios para candidatar-se agrave representaccedilatildeo
bull Ser psicoacutelogao devidamente inscrito no
CRPRS
bull Preencher cadastro de interesse em www
crprsorgbrcontrolesocial
bull Ter conhecimentoaproximaccedilatildeo relaciona-
do agrave temaacutetica e ao municiacutepio do Conselho
de direito
bull Estar adimplente com as anuidades do CRPRS
bull Disponibilizar-se a participar sistematica-
mente das reuniotildees da Comissatildeo de Poliacuteticas
Puacuteblicas (sede) ou Nuacutecleos de Poliacuteticas Puacutebli-
cas (subsedes) e dos encontros de discussatildeo
do controle social promovidos pelo CRPRS
O CRPRS recebe pedidos para indicaccedilatildeo de
psicoacutelogosas para assumir vagas em Conselho
de Direitos Apoacutes aprovada a participaccedilatildeo do
CRPRS na instacircncia e realizada a indicaccedilatildeo de ti-
tular e suplente para a vaga por meio da Comis-
satildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas (sede) dos Nuacutecleos de
Poliacuteticas Puacuteblicas (nas subsedes) ou dos nuacutecleos
gestores das subsedes eacute feita a comunicaccedilatildeo ofi-
cial agrave instituiccedilatildeo solicitante
Conselhos de Direito que tenham interesse
em ter o CRPRS compondo seu conjunto de con-
selheiros devem acessar o Cadastro de interesse
de Conselho de Direito ndash Representaccedilatildeo no Con-
trole Social disponiacutevel em wwwcrprsorgbr
controlesocial
18 entre linhas | out-nov-dez 2014
O que eacute ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacuteblicas O que fazer quando se estaacute por laacute
O que satildeo as poliacuteticas puacutebli-cas para osas psicoacutelogosas Aleacutem de um campo de atuaccedilatildeo no qual se materializam direitos constitucionais um mercado de trabalho em franca expansatildeo Eacute possiacutevel pensar o trabalho como sendo um ofiacutecio Enquanto fabri-cam produtos os homens se pro-duzem Pensando sobre o ofiacutecio doa psicoacutelogoa qual o objeto de seu fazer Que ferramentas ele usa Qual meacutetodo orienta sua accedilatildeo Qual objetoobjetivo a ser produzido com o seu trabalho
O contexto que engendrou a profissatildeo do psicoacutelogo definiu o indiviacuteduo e suas relaccedilotildees consigo mesmo como objeto de trabalho a psicoterapia e o aconselhamen-to ndash seja individuais ou grupal ndash orientada por um diagnoacutestico psicopatoloacutegico como instru-mentomeacutetodo de excelecircncia para a intervenccedilatildeo e a diminui-ccedilatildeo do sofrimento daquele que se atende como objetivo a ser alcanccedilado com a intervenccedilatildeo As demandas oriundas das po-liacuteticas puacuteblicas tecircm exigido uma releitura tanto no nosso objetoobjetivo de trabalho quanto do nosso instrumento prioritaacuterio para a intervenccedilatildeo As poliacuteticas puacuteblicas definem em seus mar-
cos normativos accedilotildees intencio-nais do Estado voltadas para as coletividades O objeto de traba-lho desenhado satildeo as relaccedilotildees estabelecidas entre o indiviacuteduo e os coletivos construiacutedas em seus territoacuterios de vida O meacutetodo preconizado eacute o de articulaccedilatildeo de diversas ofertas do Estado e das comunidades para atender as muacuteltiplas necessidades dos sujei-tos dos grupos e dos territoacuterios A produccedilatildeo de autonomia e cons-truccedilatildeo da cidadania estatildeo postas como horizontes aos quais se al-meja chegar com as intervenccedilotildees
Ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacuteblicas significa re-conhecer a mudanccedila da oficina na qual passamos a trabalhar Eacute estar disposto a alinhar nosso objetoobjetivo de trabalho com aquele traccedilados nas diretrizes que orientam a poliacutetica puacuteblica na qual atuamos E ainda colo-car nossas competecircncias e habi-lidades na direccedilatildeo da defesa ra-dical da autonomia dos sujeitos e das coletividades e da construccedilatildeo de uma cidadania ativa
Ainda que as intencionalida-des das poliacuteticas puacuteblicas estejam alinhadas aos marcos constitucio-nais do Estado brasileiro o cam-po do puacuteblico eacute formado por con-
crepop
tradiccedilotildees estruturais e interesses diversos Ele se constroacutei marca-do por disputas Eacute mister analisar com quais interesses nossas praacute-ticas encontram-se alinhadas A que forccedilas estamos servindo Em que direccedilatildeo nossas habilidades e competecircncias estatildeo sendo convo-cadas Que trabalhos essas con-vocaccedilotildees estatildeo produzindo Eacute na leitura cuidadosa deste campo de tensatildeo e na construccedilatildeo de respos-tas a estas e outras questotildees que osas oficineirosas psicoacutelogosas estatildeo trabalhando na remo-delaccedilatildeo da Psicologia enquanto ofiacutecio podendo assim contribuir efetivamente para a consolidaccedilatildeo do Estado Democraacutetico de Direi-to no Brasil
Andreacute Sales Assessor Teacutecnico de Poliacuteticas Puacuteblicas
Edson Knevitz Silva e Fernanda Carrion Estagiaacuterios
Alexandra Ximendes Conselheira de Referecircncia
Acesse wwwcrprsorgbren-trelinhas68 e leia o texto do Crepop na iacutentegra
entre linhas | out-nov-dez 2014 19
Orientaccedilotildees aosagraves profissionais que atuam na Cliacutenica Psicoloacutegica em consultoacuterio
orientaccedilatildeoRe
cort
e e
cole
cion
e
Aacuterea TeacutecnicaLucio Fernando Garcia ndash Coord da Aacuterea Teacutecnica
Adriana Dal Orsoletta ndash Psicoacuteloga FiscalFlavia Cardozo de Mattos ndash Psicoacuteloga Fiscal
Leticia Giannechini ndash Psicoacuteloga FiscalLucia Regina Cogo ndash Psicoacuteloga Fiscal
Para atuaccedilatildeo na Cliacutenica (atendimento psi-coloacutegico avaliaccedilatildeo psicoloacutegica e psicoterapia) oa psicoacutelogoa deve estar regularmente ins-crito no CRPRS no Instituto Nacional de Se-guridade Social (INSS) de sua cidade e junto agrave Prefeitura Municipal para cadastro de ISSQN
OA profissional deve tambeacutem escolher um espaccedilo fiacutesico adequado considerando si-gilo e confidencialidade aleacutem de lugar apro-priado para a guarda do material teacutecnico e de atendimento Eacute obrigatoacuterio o registro docu-mental sobre a prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacute-gicos que natildeo puder ser mantido prioritaria-mente sob a forma de prontuaacuterio psicoloacutegico por razotildees que envolvam a restriccedilatildeo do com-partilhamento de informaccedilotildees com o usuaacuterio eou beneficiaacuterio do serviccedilo prestado
O registro documental em papel ou informatizado tem caraacuteter sigiloso e reuacute-ne informaccedilotildees que contemplam de forma sucinta o trabalho prestado a descriccedilatildeo e a evoluccedilatildeo do caso e os procedimentos teacutecnico-cientiacuteficos adotados Deve ser man-tido permanentemente atualizado e organi-zado peloa psicoacutelogoa que acompanha o procedimento A guarda desses registros de atendimento individual ou de grupo eacute de responsabilidade doa profissional psicoacutelogoa e obedece ao disposto no Coacutedi-go de Eacutetica Profissional e agrave Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Documen-tos Escritos produzidos peloa psicoacutelogoa decorrente de avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
OA psicoacutelogoa ao anunciar seus ser-viccedilos indicaraacute sempre seu nome (pessoa fiacute-sica) e o nuacutemero de inscriccedilatildeo (nordm CRP) bem como as capacitaccedilotildees que possua e endere-ccedilo atualizado para contato
Ao estabelecer um contrato de serviccedilos deveraacute levar em conta os direitos dos usu-
aacuterios ou beneficiaacuterios dos serviccedilos confor-me Artigo 1deg aliacutenea d do Coacutedigo de Eacutetica Profissional doa Psicoacutelogoa Incluindo a atenccedilatildeo a outras legislaccedilotildees como o Coacutedi-go de Proteccedilatildeo e de Defesa do Consumidor
Para pautar seus honoraacuterios oa psicoacutelogoa poderaacute utilizar a Tabela Refe-rencial de Honoraacuterios que eacute disponibilizada pelo Sistema Conselhos sendo sua elabora-ccedilatildeo e atualizaccedilatildeo feitas pela FENAPSI ndash Fe-deraccedilatildeo Nacional dos Psicoacutelogos e CFP Os valores satildeo meramente sugestivos e natildeo haacute obrigatoriedade de adotaacute-los Tambeacutem eacute pos-siacutevel disponibilizar atendimentos psicoloacutegi-cos por meio de planos de sauacutede devendo procurar diretamente a operadora de planos de sauacutede para informaccedilotildees sobre a forma de contrataccedilatildeo Tambeacutem a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) pelo site wwwansgovbr ou pelo telefone 0800-7019656
Lembrando que para o exerciacutecio profissio-nal adequado oa profissional deve pautar-se na constante atualizaccedilatildeo mantendo-se cons-tantemente atualizado teoacuterica teacutecnica e etica-mente e estar atento agraves resoluccedilotildees da profissatildeo e demais legislaccedilotildees que envolvam o atendi-mento de pacientes Afinal oa psicoacutelogoa em seu consultoacuterio tambeacutem eacute uma profissio-nal que se ocupa da sauacutede coletiva
A Aacuterea Teacutecnica do CRPRS estaacute agrave disposiccedilatildeo da categoria e da sociedade para orientaccedilatildeoPelo e-mail orienteccrprsorgbr | Pelo
telefone (51) 3334-6799 | Pessoalmente na sede do CRPRS em Porto Alegre de segunda a quarta das 9h agraves 17h e quinta e sexta das 9h agraves 12h
20 entre linhas | out-nov-dez 2014
USO EXCLUSIVO DOS CORREIOS
[ ] ausente [ ] endereccedilo insuficiente [ ] falecido [ ] natildeo existe o nuacutemero indicado [ ] recusado [ ] desconhecido [ ] natildeo procurado [ ] infporteirosiacutendico [ ] mudou-se [ ] outros (especificar)
______________ _________________________ data rubrica do responsaacutevel
_________________________
VISTO
agenda
Curso
Psicologia Aplicada agrave Aviaccedilatildeo19 a 30012015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 35198221 (51) 95518221bauerrosanagmailcom wwwabordofatoreshumanoscombr
Curso de Aperfeiccediloamento em Terapias CognitivasIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33323249danielalumertzwainerpsicologiacombr wwwwainerpsicologiacombr
ExtensatildeoPrograma de atualizaccedilatildeo em Terapia Cognitiva-comportamentalInscriccedilotildees ateacute 15122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 92514066f3representacaogmailcom
Formaccedilatildeo
Formaccedilatildeo em Terapia do EsquemaIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33323249danielalumertzwainerpsicologiacombr wwwwainerpsicologiacombrensino
Formaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica05032015 a 15122017Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33334801ieppieppcombr wwwieppcombr
Endereccedilo para DevoluccedilatildeoAgecircncia de Correios Avenida Protaacutesio Alves - CEP 90410-970
Formaccedilatildeo em Psicoterapia Psicanaliacutetica Iniacutecio em 10032015 Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33313781 (51) 92497139 contatogaepsicombr wwwgaepsicombr
Especializaccedilatildeo
Especializaccedilatildeo na Teoria e Teacutecnica de Intervenccedilatildeo na Relaccedilatildeo Pais-BebecircsInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica ndash AdultosInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica da AdolescecircnciaInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Neuropsicologia CliacutenicaIniacutecio em 27022015FlorianoacutepolisSC Informaccedilotildees (61) 32263002 (61) 81299428weberibneurocombr wwwibneurocombr
Especializaccedilatildeo Instituiccedilotildees em AnaacuteliseIniacutecio em 13032015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33082926 (somente sextas-feiras agrave tarde)instemanaliseufrgsbr httpbitly1vhZBeB
Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo AnaliacuteticaIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33305655crsilvahcpaufrgsbr wwwcelgorgbr
Especializaccedilatildeo em Psicoterapia PsicanaliacuteticaIniacutecio em 11032015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 32096524esippesippcombr wwwesippcombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia CognitivaIniacutecio em 01042015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 32735224 (51) 80234890portoalegre1institutowpcom wwwinstitutowpcom
Jornada
XI Jornada CELPCYRO sobre Sauacutede Mental26062015Porto Alegre RSInformaccedilotildees (51) 33884944atendimentogweventoscombr wwwcelpcyro2015eventizecombr
12 entre linhas | out-nov-dez 2014
entrevista
Em sua opiniatildeo o que eacute laicidade
TATIANE ndash A laicidade opotildee-se aos
discursos fundamentalistas ligados agraves vio-
laccedilotildees de direito Assim as leis devem ser
orientadas pelos Direitos Humanos Uni-
versais e pela Constituiccedilatildeo Federal e natildeo
por dogmas e ideologias religiosas Isso
natildeo significa que o Estado negue agrave Igreja
o direito de contribuir para o bem da so-
ciedade Um Estado que natildeo respeita um
espaccedilo para as igrejas na sociedade ou que
negue o direito de expressatildeo acabaria com
a democracia caindo no sectarismo e no
totalitarismo ideoloacutegico
LUCIANA ndash Eacute a natildeo adoccedilatildeo de uma
religiatildeo em particular pelo Estado Isso natildeo
quer dizer que desconsidere as muacuteltiplas
religiotildees que convivem em seu territoacuterio ou
negue a expressatildeo da religiosidade popular
pessoal ou coletivamente mas inclui todas
como representaccedilotildees da diversidade reli-
giosa ou espiritual do seu povo
TATIANA ndash Eacute um dispositivo de pro-
teccedilatildeo agrave livre consciecircncia e expressatildeo de
crenccedilas de modo a garantir o reconheci-
mento da diversidade social em socieda-
des democraacuteticas sem ocircnus moral para
grupos minoritaacuterios em relaccedilatildeo a hegemo-
nias religiosas e morais
Por que eacute importante discutir essa ques-
tatildeo no Sistema Conselhos de Psicologia
EDUARDO ndash A Psicologia precisa
se posicionar frente a projetos de leis que
tecircm uma base fundamentalista ferindo os
direitos humanos e as liberdades indivi-
duais Aleacutem disso muitosas psicoacutelogos
as natildeo tecircm clareza de como se posicionar
Psicologia Religiatildeo e Espiritualidade como dialogarSAIBA MAIS
Nota Teacutecnica do CFP ndash Posicionamento do Sistema Conselhos de Psicologia para a questatildeo da Psicologia Religiatildeo e Espiritualidadehttpbitlynotacfplaicidade
Posicionamento Sistema Conselhos frente uso indiscriminado do discurso religioso na poliacutetica httpbitlyEleicoes_Laicidade
Leia entrevistas na iacutentegra em wwwcrprsorgbrentrelinhas68
entre linhas | out-nov-dez 2014 13
frente a suas proacuteprias religiotildees ou crenccedilas
de seus clientes e instituiccedilotildees
LUCIANA ndash Eacute importante discutir as
implicaccedilotildees das crenccedilas religiosidade ou
espiritualidade do psicoacutelogo na sua praacuteti-
ca profissional E como sua praacutetica acolhe
repudia essas dimensotildees do puacuteblico com
quem trabalha Por exemplo o que signifi-
ca eu me apresentar como psicoacuteloga cristatilde
Apenas explicito minhas crenccedilas ou impor-
to praacuteticas religiosas para minhas interven-
ccedilotildees laborais Toda essa discussatildeo eviden-
cia o quanto reconhecemos essa dimensatildeo
na vida humana e como nos organizamos
para abordaacute-la nos espaccedilos profissionais
em que o psicoacutelogo estaacute inserido e integraacute-
-la agraves demais dimensotildees da vida humana
TATIANA ndash A Psicologia eacute uma ciecircn-
cia laica A religiosidade e a espiritualidade
podem ser objeto de estudo da Psicologia
o que natildeo eacute o mesmo que a Psicologia ado-
tar pressuposto religioso em seus modos
de significar o mundo a condiccedilatildeo huma-
na e as relaccedilotildees sociais A Psicologia deve
se manter laica para que natildeo decorra em
prejuiacutezo nos modos de significaccedilatildeo de dis-
tintas condiccedilotildees de vida e de subjetivaccedilatildeo
considerando especificidades culturais
que tambeacutem podem abranger distintas re-
ferecircncias a doutrinas religiosas e mesmo a
recusa agrave religiosidade ou expressa afirma-
ccedilatildeo da crenccedila de que Deus natildeo existe
Que situaccedilotildees ou demandas atuais a Psi-
cologia tem discutido e que estatildeo ligadas
diretamente ao tema
TATIANE ndash Podemos citar os atuais
discursos fundamentalistas contra o ca-
samento gay e a diversidade sexual e de
gecircnero a questatildeo da legalizaccedilatildeo do aborto
e Lei do Nascituro intoleracircncia religiosa
e racismo aleacutem da discussatildeo sobre a pre-
dominacircncia dos discursos religiosos e im-
posiccedilatildeo de praacuteticas religiosas nas propos-
tas de projeto terapecircutico da maioria das
comunidades terapecircuticas Muitas dessas
demandas estatildeo ligadas a um discurso
preconceituoso que busca se esconder atra-
veacutes de argumentos em defesa de valores
da vida e da famiacutelia e que no fundo im-
potildeem suas proacuteprias ideologias contraacuterias
agraves liberdades de expressatildeo e dos direitos
humanos violando as diferentes formas do
indiviacuteduo ser no mundo
TATIANA ndash O projeto de decreto legis-
lativo que pretendia incidir sobre a normativa
da Psicologia no que se refere agrave homossexu-
alidade e aos paracircmetros eacuteticos para o exer-
ciacutecio profissional eacute um exemplo O discurso
religioso que incide na desqualificaccedilatildeo moral
de demandas de mulheres por direitos repro-
dutivos novas configuraccedilotildees familiares uso
de drogas e seu tratamento todas essas satildeo
questotildees que tangenciam a laicidade da Psi-
cologia A posiccedilatildeo da Psicologia natildeo se pauta
em uma dada moralidade pressuposta como
verdadeira mas leva em consideraccedilatildeo a com-
plexidade das determinaccedilotildees soacutecio-culturais
para compreender a situaccedilatildeo particular de
vida e escolhas de indiviacuteduos
Por que devemos pensar em praacuteticas da
Psicologia baseadas na laicidade
EDUARDO ndash O trabalho doa
psicoacutelogoa deve estar alicerccedilado nas ci-
ecircncias psicoloacutegicas e nos direitos humanos
ao inveacutes de crenccedilas individuais Assim as
praacuteticas psicoloacutegicas estaratildeo promovendo
Tatiane Baggio Psicoacuteloga conselheira do CRPRS membro dos GTs Nacional e Regional de Laicidade
Eduardo HoffmannPsicoacutelogo conselheiro do CRPRS membro dos GTs Nacional e Regional de Laicidade
Luciana Fernandes Marques Psicoacuteloga Mestre em Psicologia Social e da Personalidade e Doutora em Psicologia pela PUCRS Poacutes-Doutorado em Psicologia pela UFRGS e pelo ISCTE-IUL Lisboa Membro do Grupo de Trabalho Psicologia e Religiatildeo da Associaccedilatildeo Nacional de Pesquisa e Poacutes-Graduaccedilatildeo em Psicologia e da International Association for the Psychology of Religion
Tatiana LionccediloPsicoacuteloga Mestre e Doutora em Psicologia pela Universidade de Brasiacutelia conselheira do CRP-01 Integra o GT Nacional ldquoPsicologia Religiatildeo e Laicidaderdquo do CFP
14 entre linhas | out-nov-dez 2014
a sauacutede e a qualidade de vida da popula-
ccedilatildeo para que cada sujeito pense e se po-
sicione de forma criacutetica e consciente sobre
como pretende viver sua crenccedila As praacuteti-
cas psicoloacutegicas devem estar baseadas na
laicidade por um respeito ao ser humano
e toda diversidade de crenccedilas e formas de
expressaacute-la apenas sendo laica a Psicolo-
gia poderaacute acolher essa diversidade
LUCIANA ndash Devemos pensar em
praacuteticas baseadas na laicidade para man-
ter a afiliaccedilatildeo da Psicologia agrave ciecircncia tra-
dicional Mas boa parte da ciecircncia eacute ino-
var desbravar novos caminhos antecipar
problemas e soluccedilotildees entatildeo a boa ciecircncia
eacute provisoacuteria questionaacutevel (auto)reflexi-
va e bastante (auto)criacutetica Nesse sentido
a Psicologia tambeacutem natildeo deve se fechar
demasiadamente em roacutetulos mas manter
foacuteruns de diaacutelogo com a ciecircncia e com a
comunidade estando atenta a exageros no
exerciacutecio profissional
TATIANA ndash A Psicologia reconhe-
ce a diversidade social e portanto tam-
beacutem reconhece a diversidade religiosa e
a existecircncia de grupos e indiviacuteduos que
natildeo adotam religiatildeo A espiritualidade eacute
uma importante dimensatildeo da subjetivi-
dade embora natildeo dependa necessaria-
mente da religiosidade e a Psicologia
expressamente se afirma contraacuteria a toda
forma de fundamentalismo religioso ou
seja modos de imposiccedilatildeo de moralidades
com base em preceitos religiosos resguar-
dando o reconhecimento da diversidade
social cultural e subjetiva
A Psicologia pode dialogar com a espiri-
tualidade e a religiatildeo se mantendo laica
De que forma isso se traduz na praacutetica
doa psicoacutelogoa
EDUARDO ndash A Psicologia dialoga
com a espiritualidade e a religiatildeo se man-
tendo laica quando natildeo induz a convicccedilotildees
religiosas conforme estaacute previsto em nosso
Coacutedigo de Eacutetica art 2ordm aliacutenea b Seus cons-
tructos e epistemologias se originam e se
orientam na ciecircncia e natildeo na teologia Isso
se traduz na praacutetica psicoloacutegica por uma
postura eacutetica em olhar o ser humano em
sua integralidade e natildeo a partir de um vieacutes
religiosoespiritual apenas Tambeacutem se tra-
duz aoagrave psicoacutelogoa quando se utiliza de
intervenccedilotildees e praacuteticas que satildeo aceitas e re-
conhecidas pelas ciecircncias psicoloacutegicas
LUCIANA ndash Enquanto categoria pro-
fissional a Psicologia eacute laica natildeo adota ne-
nhuma religiatildeo em particular mas estuda
a relaccedilatildeo da religiosidadeespiritualidade
com a sauacutede e sua expressatildeo no compor-
tamento humano Por temor da Psicolo-
gia natildeo ser reconhecida como ciecircncia haacute
excessiva cautela em aplicar esse conhe-
cimento na atuaccedilatildeo profissional do psicoacute-
logo ndash embora tenha diminuiacutedo muito na
uacuteltima deacutecada Na praacutetica do psicoacutelogo
isso se traduz no reconhecimento de que
a religiosidadeespiritualidade eacute uma di-
mensatildeo humana imbricada com todas as
outras dimensotildees e que pode ser fonte tan-
to de sauacutede quanto de adoecimento
TATIANA ndash O profissional de Psico-
logia deve considerar a religiosidade e a
espiritualidade quando forem expressas
pelas pessoas como significativas em seus
modos de subjetivaccedilatildeo e vida Assim como
eacute equiacutevoco eacutetico associar a sua proacutepria feacute
religiosa no exerciacutecio profissional o profis-
entrevista
SAIBA MAISCaderno de Deliberaccedilotildees VIII CNP Eixo II ndash Contribuiccedilotildees eacuteticas poliacuteticas e teacutecnicas nos processos de trabalho proposta 214 ldquoOrientaccedilatildeo laicidaderdquo paacutegina 37 httpbitlycad8cnp
Coacutedigo de Eacuteticawwwcrprsorgbrcodigoetica
Movimento Estrateacutegico do Estado Laicowwwmeelorgbr
entre linhas | out-nov-dez 2014 15
sional viola o coacutedigo de eacutetica ao desconsi-
derar inferiorizar ou mesmo patologizar a
expressatildeo de feacute de pessoas que se coloquem
sob seus cuidados A importacircncia da manu-
tenccedilatildeo da laicidade no exerciacutecio profissio-
nal eacute justamente a de garantir o reconheci-
mento de subjetividades na perspectiva da
alteridade ou seja considerando o campo
de significaccedilotildees dos proacuteprios sujeitos em
seus modos de vida e de subjetivaccedilatildeo
De que forma a Psicologia pode contri-
buir para o fortalecimento do Estado Lai-
co e ao mesmo tempo combater situa-
ccedilotildees de violaccedilotildees de direito
TATIANE ndash A consideraccedilatildeo das di-
ferenccedilas morais culturais religiosas e das
praacuteticas sociais eacute fundamental para a cons-
truccedilatildeo da democracia sendo o Estado lai-
co a condiccedilatildeo para que as diferenccedilas natildeo
sejam assoladas por projetos poliacuteticos de
segregaccedilatildeo marginalizaccedilatildeo e desqualifica-
ccedilatildeo Eacute preciso buscar o diaacutelogo entre a Psi-
cologia e outras categorias profissionais
somar-se agraves parcerias com grupos sociais
falar sobre esses temas junto agrave sociedade
LUCIANA ndash A Psicologia pode con-
tribuir para o Estado Laico adotando uma
postura de respeito pela diversidade reli-
giosaespiritual de escuta das variadas
proposiccedilotildees e engajamento em discussotildees
muacuteltiplas que incluam tanto profissionais
pesquisadores quanto pessoas da comuni-
dade e oriundas das variadas tradiccedilotildees
TATIANA ndash A Psicologia eacute um im-
portante ator social de enfrentamento do
fundamentalismo religioso ao reafirmar a
necessidade de reconhecimento e respeito
agrave diversidade social e agrave diversidade subje-
tiva Desde 2013 a Psicologia tem integra-
do o Movimento Estrateacutegico pelo Estado
Laico organizaccedilatildeo que contou com o CFP
em sua articulaccedilatildeo e que agora conta com
apoio do Sistema Conselhos
Como oa psicoacutelogoa pode trabalhar sua
proacutepria crenccedila religiosa e sua espirituali-
dade sem que isso interfira em sua praacutetica
EDUARDO ndash Separando uma da ou-
tra natildeo vinculando em sua praacutetica pro-
fissional e natildeo usando sua proacutepria crenccedila
como um diferencial profissional
LUCIANA ndash Talvez seja interessante
que sua espiritualidade interfira na praacutetica
profissional Natildeo podemos supor que a reli-
giatildeo ou espiritualidade possuem uma inter-
ferecircncia negativa tomando exemplos nega-
tivos como o caso da cura gay O problema
natildeo eacute a religiatildeo eacute o que as pessoas fazem a
partir dela O sujeito fanaacutetico fundamenta-
lista e extremista levaraacute essas caracteriacutesticas
consigo mesmo sendo ateu Se ter crenccedilas
e espiritualidade eacute ter um bom coraccedilatildeo pa-
rece urgente que essa interferecircncia ocorra
Natildeo precisamos de mais profissionais tec-
nicistas e pouco humanizados
TATIANA ndash Como quaisquer outros
fatores pessoais reservando para si espa-
ccedilo de elaboraccedilatildeo de seu proacuteprio campo de
significaccedilotildees sobre o mundo a vida e si
mesmo Como outras convicccedilotildees morais
o profissional deve saber manter distacircn-
cia entre seus proacuteprios valores pessoais e
os valores e modos de vida de outrem de
modo a natildeo reduzir o outro a si mesmo
Este eacute um exerciacutecio eacutetico que exige anaacutelise
pessoal e supervisatildeo-intervisatildeo na condu-
ccedilatildeo dos trabalhos
SAIBA MAISCRPRS participou do Seminaacuterio Nacional do Movimento Estrateacutegico pelo Estado Laico (MEEL) realizado de 26 a 28 de agosto em Brasiacutelia httpbitlyCRPRS_Meel
Manifesto do Movimento Estrateacutegico pelo estado laicohttpbitlymanifesto_MEEL
16 entre linhas | out-nov-dez 2014
controle social
Controle Social e a PsicologiaControle Social eacute aquele que o cidadatildeo
em um contexto democraacutetico pode exercer sobre o Estado por meio da participaccedilatildeo na gestatildeo da fiscalizaccedilatildeo do monitoramento e do controle das accedilotildees da administraccedilatildeo puacuteblica o acompanhamento das poliacuteticas sendo assim um importante mecanismo de fortalecimento da cidadania
De forma geral a participaccedilatildeo no Con-trole Social permite que os cidadatildeos possam intervir na tomada da decisatildeo administrati-va orientando a administraccedilatildeo puacuteblica para que adote medidas que realmente atendam ao interesse puacuteblico e ao mesmo tempo possam exercer controle sobre a accedilatildeo do Es-tado exigindo que o gestor puacuteblico preste contas de sua atuaccedilatildeo Esse envolvimento na gestatildeo puacuteblica eacute um direito assegurado pela Constituiccedilatildeo Federal permitindo que os cidadatildeos natildeo soacute participem da formu-laccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem fiscalizem de forma permanente a aplicaccedilatildeo dos recursos puacuteblicos
O Conselho Regional de Psicologia
do Rio Grande do Sul (CRPRS) e o Con-
selho Federal de Psicologia (CFP) esti-
mulam a participaccedilatildeo dosas psicoacutelogos
as nas instacircncias de controle social por
acreditar que o conhecimento teacutecnico dos
profissionais da aacuterea pode contribuir na
construccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas Aleacutem disso seus representantes a partir de suas regiotildees de intervenccedilatildeo tornam-se inter-locutores e referecircncia para osas demais psicoacutelogosas locais ampliando assim o debate da Psicologia como protagonista das poliacuteticas puacuteblicas das diversas regiotildees
Atualmente o CRPRS possui cadeiras em diversos conselhos de direito e estaacute aberto a assumir novas vagas de acordo com seus posicionamentos Eacute importan-te destacar que a representaccedilatildeo feita pelo profissional da Psicologia nos espaccedilos de controle social natildeo possui caraacuteter indivi-dual deve expressar concepccedilotildees orienta-ccedilotildees e diretrizes formuladas ou definidas pela categoria Ao assumir o lugar de re-presentaccedilatildeo na instacircncia de controle so-cial oa psicoacutelogoa compromete-se a defender necessariamente as orientaccedilotildees e posicionamentos do Conselho Regional de Psicologia assim como os do Conselho Federal de Psicologia frente agraves questotildees que se encontram em debate
SAIBA MAIS Acesse wwwcrprsorgbrcontrolesocial para saber mais sobre Con-trole Social Duacutevidas poderatildeo ser escla-recidas pelo e-mail crepopcrprsorgbr
AacuteREA ABRANGEcircNCIA
Sauacutede Estadual e Municipal
Assistecircncia Social Estadual e Municipal
Direitos da Crianccedila e do Adolescente Municipal
Poliacuteticas sobre Drogas Estadual e Municipal
Direitos da Mulher Municipal
Os espaccedilos de atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos no controle social satildeo
entre linhas | out-nov-dez 2014 17
Municiacutepios onde CRPRS tem representaccedilotildees no Controle Social
Quer representar o CRPRS nos Conselhos de Direito
Conselhos de Direitos
Se vocecirc eacute psicoacutelogoa e tem interesse em re-
presentar o CRPRS em algum conselho de direi-
to acesse o Cadastro de Interesse de Psicoacutelogoa
ndash Representaccedilatildeo no Controle Social
Disponiacutevel em wwwcrprsorgbrcontro-
lesocial O pedido seraacute avaliado considerando
os criteacuterios estabelecidos para se constituir a
representaccedilatildeo e interesses do CRPRS Os repre-
sentantes devem participar das atividades pro-
movidas pelo CRPRS
Criteacuterios para candidatar-se agrave representaccedilatildeo
bull Ser psicoacutelogao devidamente inscrito no
CRPRS
bull Preencher cadastro de interesse em www
crprsorgbrcontrolesocial
bull Ter conhecimentoaproximaccedilatildeo relaciona-
do agrave temaacutetica e ao municiacutepio do Conselho
de direito
bull Estar adimplente com as anuidades do CRPRS
bull Disponibilizar-se a participar sistematica-
mente das reuniotildees da Comissatildeo de Poliacuteticas
Puacuteblicas (sede) ou Nuacutecleos de Poliacuteticas Puacutebli-
cas (subsedes) e dos encontros de discussatildeo
do controle social promovidos pelo CRPRS
O CRPRS recebe pedidos para indicaccedilatildeo de
psicoacutelogosas para assumir vagas em Conselho
de Direitos Apoacutes aprovada a participaccedilatildeo do
CRPRS na instacircncia e realizada a indicaccedilatildeo de ti-
tular e suplente para a vaga por meio da Comis-
satildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas (sede) dos Nuacutecleos de
Poliacuteticas Puacuteblicas (nas subsedes) ou dos nuacutecleos
gestores das subsedes eacute feita a comunicaccedilatildeo ofi-
cial agrave instituiccedilatildeo solicitante
Conselhos de Direito que tenham interesse
em ter o CRPRS compondo seu conjunto de con-
selheiros devem acessar o Cadastro de interesse
de Conselho de Direito ndash Representaccedilatildeo no Con-
trole Social disponiacutevel em wwwcrprsorgbr
controlesocial
18 entre linhas | out-nov-dez 2014
O que eacute ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacuteblicas O que fazer quando se estaacute por laacute
O que satildeo as poliacuteticas puacutebli-cas para osas psicoacutelogosas Aleacutem de um campo de atuaccedilatildeo no qual se materializam direitos constitucionais um mercado de trabalho em franca expansatildeo Eacute possiacutevel pensar o trabalho como sendo um ofiacutecio Enquanto fabri-cam produtos os homens se pro-duzem Pensando sobre o ofiacutecio doa psicoacutelogoa qual o objeto de seu fazer Que ferramentas ele usa Qual meacutetodo orienta sua accedilatildeo Qual objetoobjetivo a ser produzido com o seu trabalho
O contexto que engendrou a profissatildeo do psicoacutelogo definiu o indiviacuteduo e suas relaccedilotildees consigo mesmo como objeto de trabalho a psicoterapia e o aconselhamen-to ndash seja individuais ou grupal ndash orientada por um diagnoacutestico psicopatoloacutegico como instru-mentomeacutetodo de excelecircncia para a intervenccedilatildeo e a diminui-ccedilatildeo do sofrimento daquele que se atende como objetivo a ser alcanccedilado com a intervenccedilatildeo As demandas oriundas das po-liacuteticas puacuteblicas tecircm exigido uma releitura tanto no nosso objetoobjetivo de trabalho quanto do nosso instrumento prioritaacuterio para a intervenccedilatildeo As poliacuteticas puacuteblicas definem em seus mar-
cos normativos accedilotildees intencio-nais do Estado voltadas para as coletividades O objeto de traba-lho desenhado satildeo as relaccedilotildees estabelecidas entre o indiviacuteduo e os coletivos construiacutedas em seus territoacuterios de vida O meacutetodo preconizado eacute o de articulaccedilatildeo de diversas ofertas do Estado e das comunidades para atender as muacuteltiplas necessidades dos sujei-tos dos grupos e dos territoacuterios A produccedilatildeo de autonomia e cons-truccedilatildeo da cidadania estatildeo postas como horizontes aos quais se al-meja chegar com as intervenccedilotildees
Ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacuteblicas significa re-conhecer a mudanccedila da oficina na qual passamos a trabalhar Eacute estar disposto a alinhar nosso objetoobjetivo de trabalho com aquele traccedilados nas diretrizes que orientam a poliacutetica puacuteblica na qual atuamos E ainda colo-car nossas competecircncias e habi-lidades na direccedilatildeo da defesa ra-dical da autonomia dos sujeitos e das coletividades e da construccedilatildeo de uma cidadania ativa
Ainda que as intencionalida-des das poliacuteticas puacuteblicas estejam alinhadas aos marcos constitucio-nais do Estado brasileiro o cam-po do puacuteblico eacute formado por con-
crepop
tradiccedilotildees estruturais e interesses diversos Ele se constroacutei marca-do por disputas Eacute mister analisar com quais interesses nossas praacute-ticas encontram-se alinhadas A que forccedilas estamos servindo Em que direccedilatildeo nossas habilidades e competecircncias estatildeo sendo convo-cadas Que trabalhos essas con-vocaccedilotildees estatildeo produzindo Eacute na leitura cuidadosa deste campo de tensatildeo e na construccedilatildeo de respos-tas a estas e outras questotildees que osas oficineirosas psicoacutelogosas estatildeo trabalhando na remo-delaccedilatildeo da Psicologia enquanto ofiacutecio podendo assim contribuir efetivamente para a consolidaccedilatildeo do Estado Democraacutetico de Direi-to no Brasil
Andreacute Sales Assessor Teacutecnico de Poliacuteticas Puacuteblicas
Edson Knevitz Silva e Fernanda Carrion Estagiaacuterios
Alexandra Ximendes Conselheira de Referecircncia
Acesse wwwcrprsorgbren-trelinhas68 e leia o texto do Crepop na iacutentegra
entre linhas | out-nov-dez 2014 19
Orientaccedilotildees aosagraves profissionais que atuam na Cliacutenica Psicoloacutegica em consultoacuterio
orientaccedilatildeoRe
cort
e e
cole
cion
e
Aacuterea TeacutecnicaLucio Fernando Garcia ndash Coord da Aacuterea Teacutecnica
Adriana Dal Orsoletta ndash Psicoacuteloga FiscalFlavia Cardozo de Mattos ndash Psicoacuteloga Fiscal
Leticia Giannechini ndash Psicoacuteloga FiscalLucia Regina Cogo ndash Psicoacuteloga Fiscal
Para atuaccedilatildeo na Cliacutenica (atendimento psi-coloacutegico avaliaccedilatildeo psicoloacutegica e psicoterapia) oa psicoacutelogoa deve estar regularmente ins-crito no CRPRS no Instituto Nacional de Se-guridade Social (INSS) de sua cidade e junto agrave Prefeitura Municipal para cadastro de ISSQN
OA profissional deve tambeacutem escolher um espaccedilo fiacutesico adequado considerando si-gilo e confidencialidade aleacutem de lugar apro-priado para a guarda do material teacutecnico e de atendimento Eacute obrigatoacuterio o registro docu-mental sobre a prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacute-gicos que natildeo puder ser mantido prioritaria-mente sob a forma de prontuaacuterio psicoloacutegico por razotildees que envolvam a restriccedilatildeo do com-partilhamento de informaccedilotildees com o usuaacuterio eou beneficiaacuterio do serviccedilo prestado
O registro documental em papel ou informatizado tem caraacuteter sigiloso e reuacute-ne informaccedilotildees que contemplam de forma sucinta o trabalho prestado a descriccedilatildeo e a evoluccedilatildeo do caso e os procedimentos teacutecnico-cientiacuteficos adotados Deve ser man-tido permanentemente atualizado e organi-zado peloa psicoacutelogoa que acompanha o procedimento A guarda desses registros de atendimento individual ou de grupo eacute de responsabilidade doa profissional psicoacutelogoa e obedece ao disposto no Coacutedi-go de Eacutetica Profissional e agrave Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Documen-tos Escritos produzidos peloa psicoacutelogoa decorrente de avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
OA psicoacutelogoa ao anunciar seus ser-viccedilos indicaraacute sempre seu nome (pessoa fiacute-sica) e o nuacutemero de inscriccedilatildeo (nordm CRP) bem como as capacitaccedilotildees que possua e endere-ccedilo atualizado para contato
Ao estabelecer um contrato de serviccedilos deveraacute levar em conta os direitos dos usu-
aacuterios ou beneficiaacuterios dos serviccedilos confor-me Artigo 1deg aliacutenea d do Coacutedigo de Eacutetica Profissional doa Psicoacutelogoa Incluindo a atenccedilatildeo a outras legislaccedilotildees como o Coacutedi-go de Proteccedilatildeo e de Defesa do Consumidor
Para pautar seus honoraacuterios oa psicoacutelogoa poderaacute utilizar a Tabela Refe-rencial de Honoraacuterios que eacute disponibilizada pelo Sistema Conselhos sendo sua elabora-ccedilatildeo e atualizaccedilatildeo feitas pela FENAPSI ndash Fe-deraccedilatildeo Nacional dos Psicoacutelogos e CFP Os valores satildeo meramente sugestivos e natildeo haacute obrigatoriedade de adotaacute-los Tambeacutem eacute pos-siacutevel disponibilizar atendimentos psicoloacutegi-cos por meio de planos de sauacutede devendo procurar diretamente a operadora de planos de sauacutede para informaccedilotildees sobre a forma de contrataccedilatildeo Tambeacutem a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) pelo site wwwansgovbr ou pelo telefone 0800-7019656
Lembrando que para o exerciacutecio profissio-nal adequado oa profissional deve pautar-se na constante atualizaccedilatildeo mantendo-se cons-tantemente atualizado teoacuterica teacutecnica e etica-mente e estar atento agraves resoluccedilotildees da profissatildeo e demais legislaccedilotildees que envolvam o atendi-mento de pacientes Afinal oa psicoacutelogoa em seu consultoacuterio tambeacutem eacute uma profissio-nal que se ocupa da sauacutede coletiva
A Aacuterea Teacutecnica do CRPRS estaacute agrave disposiccedilatildeo da categoria e da sociedade para orientaccedilatildeoPelo e-mail orienteccrprsorgbr | Pelo
telefone (51) 3334-6799 | Pessoalmente na sede do CRPRS em Porto Alegre de segunda a quarta das 9h agraves 17h e quinta e sexta das 9h agraves 12h
20 entre linhas | out-nov-dez 2014
USO EXCLUSIVO DOS CORREIOS
[ ] ausente [ ] endereccedilo insuficiente [ ] falecido [ ] natildeo existe o nuacutemero indicado [ ] recusado [ ] desconhecido [ ] natildeo procurado [ ] infporteirosiacutendico [ ] mudou-se [ ] outros (especificar)
______________ _________________________ data rubrica do responsaacutevel
_________________________
VISTO
agenda
Curso
Psicologia Aplicada agrave Aviaccedilatildeo19 a 30012015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 35198221 (51) 95518221bauerrosanagmailcom wwwabordofatoreshumanoscombr
Curso de Aperfeiccediloamento em Terapias CognitivasIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33323249danielalumertzwainerpsicologiacombr wwwwainerpsicologiacombr
ExtensatildeoPrograma de atualizaccedilatildeo em Terapia Cognitiva-comportamentalInscriccedilotildees ateacute 15122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 92514066f3representacaogmailcom
Formaccedilatildeo
Formaccedilatildeo em Terapia do EsquemaIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33323249danielalumertzwainerpsicologiacombr wwwwainerpsicologiacombrensino
Formaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica05032015 a 15122017Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33334801ieppieppcombr wwwieppcombr
Endereccedilo para DevoluccedilatildeoAgecircncia de Correios Avenida Protaacutesio Alves - CEP 90410-970
Formaccedilatildeo em Psicoterapia Psicanaliacutetica Iniacutecio em 10032015 Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33313781 (51) 92497139 contatogaepsicombr wwwgaepsicombr
Especializaccedilatildeo
Especializaccedilatildeo na Teoria e Teacutecnica de Intervenccedilatildeo na Relaccedilatildeo Pais-BebecircsInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica ndash AdultosInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica da AdolescecircnciaInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Neuropsicologia CliacutenicaIniacutecio em 27022015FlorianoacutepolisSC Informaccedilotildees (61) 32263002 (61) 81299428weberibneurocombr wwwibneurocombr
Especializaccedilatildeo Instituiccedilotildees em AnaacuteliseIniacutecio em 13032015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33082926 (somente sextas-feiras agrave tarde)instemanaliseufrgsbr httpbitly1vhZBeB
Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo AnaliacuteticaIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33305655crsilvahcpaufrgsbr wwwcelgorgbr
Especializaccedilatildeo em Psicoterapia PsicanaliacuteticaIniacutecio em 11032015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 32096524esippesippcombr wwwesippcombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia CognitivaIniacutecio em 01042015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 32735224 (51) 80234890portoalegre1institutowpcom wwwinstitutowpcom
Jornada
XI Jornada CELPCYRO sobre Sauacutede Mental26062015Porto Alegre RSInformaccedilotildees (51) 33884944atendimentogweventoscombr wwwcelpcyro2015eventizecombr
entre linhas | out-nov-dez 2014 13
frente a suas proacuteprias religiotildees ou crenccedilas
de seus clientes e instituiccedilotildees
LUCIANA ndash Eacute importante discutir as
implicaccedilotildees das crenccedilas religiosidade ou
espiritualidade do psicoacutelogo na sua praacuteti-
ca profissional E como sua praacutetica acolhe
repudia essas dimensotildees do puacuteblico com
quem trabalha Por exemplo o que signifi-
ca eu me apresentar como psicoacuteloga cristatilde
Apenas explicito minhas crenccedilas ou impor-
to praacuteticas religiosas para minhas interven-
ccedilotildees laborais Toda essa discussatildeo eviden-
cia o quanto reconhecemos essa dimensatildeo
na vida humana e como nos organizamos
para abordaacute-la nos espaccedilos profissionais
em que o psicoacutelogo estaacute inserido e integraacute-
-la agraves demais dimensotildees da vida humana
TATIANA ndash A Psicologia eacute uma ciecircn-
cia laica A religiosidade e a espiritualidade
podem ser objeto de estudo da Psicologia
o que natildeo eacute o mesmo que a Psicologia ado-
tar pressuposto religioso em seus modos
de significar o mundo a condiccedilatildeo huma-
na e as relaccedilotildees sociais A Psicologia deve
se manter laica para que natildeo decorra em
prejuiacutezo nos modos de significaccedilatildeo de dis-
tintas condiccedilotildees de vida e de subjetivaccedilatildeo
considerando especificidades culturais
que tambeacutem podem abranger distintas re-
ferecircncias a doutrinas religiosas e mesmo a
recusa agrave religiosidade ou expressa afirma-
ccedilatildeo da crenccedila de que Deus natildeo existe
Que situaccedilotildees ou demandas atuais a Psi-
cologia tem discutido e que estatildeo ligadas
diretamente ao tema
TATIANE ndash Podemos citar os atuais
discursos fundamentalistas contra o ca-
samento gay e a diversidade sexual e de
gecircnero a questatildeo da legalizaccedilatildeo do aborto
e Lei do Nascituro intoleracircncia religiosa
e racismo aleacutem da discussatildeo sobre a pre-
dominacircncia dos discursos religiosos e im-
posiccedilatildeo de praacuteticas religiosas nas propos-
tas de projeto terapecircutico da maioria das
comunidades terapecircuticas Muitas dessas
demandas estatildeo ligadas a um discurso
preconceituoso que busca se esconder atra-
veacutes de argumentos em defesa de valores
da vida e da famiacutelia e que no fundo im-
potildeem suas proacuteprias ideologias contraacuterias
agraves liberdades de expressatildeo e dos direitos
humanos violando as diferentes formas do
indiviacuteduo ser no mundo
TATIANA ndash O projeto de decreto legis-
lativo que pretendia incidir sobre a normativa
da Psicologia no que se refere agrave homossexu-
alidade e aos paracircmetros eacuteticos para o exer-
ciacutecio profissional eacute um exemplo O discurso
religioso que incide na desqualificaccedilatildeo moral
de demandas de mulheres por direitos repro-
dutivos novas configuraccedilotildees familiares uso
de drogas e seu tratamento todas essas satildeo
questotildees que tangenciam a laicidade da Psi-
cologia A posiccedilatildeo da Psicologia natildeo se pauta
em uma dada moralidade pressuposta como
verdadeira mas leva em consideraccedilatildeo a com-
plexidade das determinaccedilotildees soacutecio-culturais
para compreender a situaccedilatildeo particular de
vida e escolhas de indiviacuteduos
Por que devemos pensar em praacuteticas da
Psicologia baseadas na laicidade
EDUARDO ndash O trabalho doa
psicoacutelogoa deve estar alicerccedilado nas ci-
ecircncias psicoloacutegicas e nos direitos humanos
ao inveacutes de crenccedilas individuais Assim as
praacuteticas psicoloacutegicas estaratildeo promovendo
Tatiane Baggio Psicoacuteloga conselheira do CRPRS membro dos GTs Nacional e Regional de Laicidade
Eduardo HoffmannPsicoacutelogo conselheiro do CRPRS membro dos GTs Nacional e Regional de Laicidade
Luciana Fernandes Marques Psicoacuteloga Mestre em Psicologia Social e da Personalidade e Doutora em Psicologia pela PUCRS Poacutes-Doutorado em Psicologia pela UFRGS e pelo ISCTE-IUL Lisboa Membro do Grupo de Trabalho Psicologia e Religiatildeo da Associaccedilatildeo Nacional de Pesquisa e Poacutes-Graduaccedilatildeo em Psicologia e da International Association for the Psychology of Religion
Tatiana LionccediloPsicoacuteloga Mestre e Doutora em Psicologia pela Universidade de Brasiacutelia conselheira do CRP-01 Integra o GT Nacional ldquoPsicologia Religiatildeo e Laicidaderdquo do CFP
14 entre linhas | out-nov-dez 2014
a sauacutede e a qualidade de vida da popula-
ccedilatildeo para que cada sujeito pense e se po-
sicione de forma criacutetica e consciente sobre
como pretende viver sua crenccedila As praacuteti-
cas psicoloacutegicas devem estar baseadas na
laicidade por um respeito ao ser humano
e toda diversidade de crenccedilas e formas de
expressaacute-la apenas sendo laica a Psicolo-
gia poderaacute acolher essa diversidade
LUCIANA ndash Devemos pensar em
praacuteticas baseadas na laicidade para man-
ter a afiliaccedilatildeo da Psicologia agrave ciecircncia tra-
dicional Mas boa parte da ciecircncia eacute ino-
var desbravar novos caminhos antecipar
problemas e soluccedilotildees entatildeo a boa ciecircncia
eacute provisoacuteria questionaacutevel (auto)reflexi-
va e bastante (auto)criacutetica Nesse sentido
a Psicologia tambeacutem natildeo deve se fechar
demasiadamente em roacutetulos mas manter
foacuteruns de diaacutelogo com a ciecircncia e com a
comunidade estando atenta a exageros no
exerciacutecio profissional
TATIANA ndash A Psicologia reconhe-
ce a diversidade social e portanto tam-
beacutem reconhece a diversidade religiosa e
a existecircncia de grupos e indiviacuteduos que
natildeo adotam religiatildeo A espiritualidade eacute
uma importante dimensatildeo da subjetivi-
dade embora natildeo dependa necessaria-
mente da religiosidade e a Psicologia
expressamente se afirma contraacuteria a toda
forma de fundamentalismo religioso ou
seja modos de imposiccedilatildeo de moralidades
com base em preceitos religiosos resguar-
dando o reconhecimento da diversidade
social cultural e subjetiva
A Psicologia pode dialogar com a espiri-
tualidade e a religiatildeo se mantendo laica
De que forma isso se traduz na praacutetica
doa psicoacutelogoa
EDUARDO ndash A Psicologia dialoga
com a espiritualidade e a religiatildeo se man-
tendo laica quando natildeo induz a convicccedilotildees
religiosas conforme estaacute previsto em nosso
Coacutedigo de Eacutetica art 2ordm aliacutenea b Seus cons-
tructos e epistemologias se originam e se
orientam na ciecircncia e natildeo na teologia Isso
se traduz na praacutetica psicoloacutegica por uma
postura eacutetica em olhar o ser humano em
sua integralidade e natildeo a partir de um vieacutes
religiosoespiritual apenas Tambeacutem se tra-
duz aoagrave psicoacutelogoa quando se utiliza de
intervenccedilotildees e praacuteticas que satildeo aceitas e re-
conhecidas pelas ciecircncias psicoloacutegicas
LUCIANA ndash Enquanto categoria pro-
fissional a Psicologia eacute laica natildeo adota ne-
nhuma religiatildeo em particular mas estuda
a relaccedilatildeo da religiosidadeespiritualidade
com a sauacutede e sua expressatildeo no compor-
tamento humano Por temor da Psicolo-
gia natildeo ser reconhecida como ciecircncia haacute
excessiva cautela em aplicar esse conhe-
cimento na atuaccedilatildeo profissional do psicoacute-
logo ndash embora tenha diminuiacutedo muito na
uacuteltima deacutecada Na praacutetica do psicoacutelogo
isso se traduz no reconhecimento de que
a religiosidadeespiritualidade eacute uma di-
mensatildeo humana imbricada com todas as
outras dimensotildees e que pode ser fonte tan-
to de sauacutede quanto de adoecimento
TATIANA ndash O profissional de Psico-
logia deve considerar a religiosidade e a
espiritualidade quando forem expressas
pelas pessoas como significativas em seus
modos de subjetivaccedilatildeo e vida Assim como
eacute equiacutevoco eacutetico associar a sua proacutepria feacute
religiosa no exerciacutecio profissional o profis-
entrevista
SAIBA MAISCaderno de Deliberaccedilotildees VIII CNP Eixo II ndash Contribuiccedilotildees eacuteticas poliacuteticas e teacutecnicas nos processos de trabalho proposta 214 ldquoOrientaccedilatildeo laicidaderdquo paacutegina 37 httpbitlycad8cnp
Coacutedigo de Eacuteticawwwcrprsorgbrcodigoetica
Movimento Estrateacutegico do Estado Laicowwwmeelorgbr
entre linhas | out-nov-dez 2014 15
sional viola o coacutedigo de eacutetica ao desconsi-
derar inferiorizar ou mesmo patologizar a
expressatildeo de feacute de pessoas que se coloquem
sob seus cuidados A importacircncia da manu-
tenccedilatildeo da laicidade no exerciacutecio profissio-
nal eacute justamente a de garantir o reconheci-
mento de subjetividades na perspectiva da
alteridade ou seja considerando o campo
de significaccedilotildees dos proacuteprios sujeitos em
seus modos de vida e de subjetivaccedilatildeo
De que forma a Psicologia pode contri-
buir para o fortalecimento do Estado Lai-
co e ao mesmo tempo combater situa-
ccedilotildees de violaccedilotildees de direito
TATIANE ndash A consideraccedilatildeo das di-
ferenccedilas morais culturais religiosas e das
praacuteticas sociais eacute fundamental para a cons-
truccedilatildeo da democracia sendo o Estado lai-
co a condiccedilatildeo para que as diferenccedilas natildeo
sejam assoladas por projetos poliacuteticos de
segregaccedilatildeo marginalizaccedilatildeo e desqualifica-
ccedilatildeo Eacute preciso buscar o diaacutelogo entre a Psi-
cologia e outras categorias profissionais
somar-se agraves parcerias com grupos sociais
falar sobre esses temas junto agrave sociedade
LUCIANA ndash A Psicologia pode con-
tribuir para o Estado Laico adotando uma
postura de respeito pela diversidade reli-
giosaespiritual de escuta das variadas
proposiccedilotildees e engajamento em discussotildees
muacuteltiplas que incluam tanto profissionais
pesquisadores quanto pessoas da comuni-
dade e oriundas das variadas tradiccedilotildees
TATIANA ndash A Psicologia eacute um im-
portante ator social de enfrentamento do
fundamentalismo religioso ao reafirmar a
necessidade de reconhecimento e respeito
agrave diversidade social e agrave diversidade subje-
tiva Desde 2013 a Psicologia tem integra-
do o Movimento Estrateacutegico pelo Estado
Laico organizaccedilatildeo que contou com o CFP
em sua articulaccedilatildeo e que agora conta com
apoio do Sistema Conselhos
Como oa psicoacutelogoa pode trabalhar sua
proacutepria crenccedila religiosa e sua espirituali-
dade sem que isso interfira em sua praacutetica
EDUARDO ndash Separando uma da ou-
tra natildeo vinculando em sua praacutetica pro-
fissional e natildeo usando sua proacutepria crenccedila
como um diferencial profissional
LUCIANA ndash Talvez seja interessante
que sua espiritualidade interfira na praacutetica
profissional Natildeo podemos supor que a reli-
giatildeo ou espiritualidade possuem uma inter-
ferecircncia negativa tomando exemplos nega-
tivos como o caso da cura gay O problema
natildeo eacute a religiatildeo eacute o que as pessoas fazem a
partir dela O sujeito fanaacutetico fundamenta-
lista e extremista levaraacute essas caracteriacutesticas
consigo mesmo sendo ateu Se ter crenccedilas
e espiritualidade eacute ter um bom coraccedilatildeo pa-
rece urgente que essa interferecircncia ocorra
Natildeo precisamos de mais profissionais tec-
nicistas e pouco humanizados
TATIANA ndash Como quaisquer outros
fatores pessoais reservando para si espa-
ccedilo de elaboraccedilatildeo de seu proacuteprio campo de
significaccedilotildees sobre o mundo a vida e si
mesmo Como outras convicccedilotildees morais
o profissional deve saber manter distacircn-
cia entre seus proacuteprios valores pessoais e
os valores e modos de vida de outrem de
modo a natildeo reduzir o outro a si mesmo
Este eacute um exerciacutecio eacutetico que exige anaacutelise
pessoal e supervisatildeo-intervisatildeo na condu-
ccedilatildeo dos trabalhos
SAIBA MAISCRPRS participou do Seminaacuterio Nacional do Movimento Estrateacutegico pelo Estado Laico (MEEL) realizado de 26 a 28 de agosto em Brasiacutelia httpbitlyCRPRS_Meel
Manifesto do Movimento Estrateacutegico pelo estado laicohttpbitlymanifesto_MEEL
16 entre linhas | out-nov-dez 2014
controle social
Controle Social e a PsicologiaControle Social eacute aquele que o cidadatildeo
em um contexto democraacutetico pode exercer sobre o Estado por meio da participaccedilatildeo na gestatildeo da fiscalizaccedilatildeo do monitoramento e do controle das accedilotildees da administraccedilatildeo puacuteblica o acompanhamento das poliacuteticas sendo assim um importante mecanismo de fortalecimento da cidadania
De forma geral a participaccedilatildeo no Con-trole Social permite que os cidadatildeos possam intervir na tomada da decisatildeo administrati-va orientando a administraccedilatildeo puacuteblica para que adote medidas que realmente atendam ao interesse puacuteblico e ao mesmo tempo possam exercer controle sobre a accedilatildeo do Es-tado exigindo que o gestor puacuteblico preste contas de sua atuaccedilatildeo Esse envolvimento na gestatildeo puacuteblica eacute um direito assegurado pela Constituiccedilatildeo Federal permitindo que os cidadatildeos natildeo soacute participem da formu-laccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem fiscalizem de forma permanente a aplicaccedilatildeo dos recursos puacuteblicos
O Conselho Regional de Psicologia
do Rio Grande do Sul (CRPRS) e o Con-
selho Federal de Psicologia (CFP) esti-
mulam a participaccedilatildeo dosas psicoacutelogos
as nas instacircncias de controle social por
acreditar que o conhecimento teacutecnico dos
profissionais da aacuterea pode contribuir na
construccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas Aleacutem disso seus representantes a partir de suas regiotildees de intervenccedilatildeo tornam-se inter-locutores e referecircncia para osas demais psicoacutelogosas locais ampliando assim o debate da Psicologia como protagonista das poliacuteticas puacuteblicas das diversas regiotildees
Atualmente o CRPRS possui cadeiras em diversos conselhos de direito e estaacute aberto a assumir novas vagas de acordo com seus posicionamentos Eacute importan-te destacar que a representaccedilatildeo feita pelo profissional da Psicologia nos espaccedilos de controle social natildeo possui caraacuteter indivi-dual deve expressar concepccedilotildees orienta-ccedilotildees e diretrizes formuladas ou definidas pela categoria Ao assumir o lugar de re-presentaccedilatildeo na instacircncia de controle so-cial oa psicoacutelogoa compromete-se a defender necessariamente as orientaccedilotildees e posicionamentos do Conselho Regional de Psicologia assim como os do Conselho Federal de Psicologia frente agraves questotildees que se encontram em debate
SAIBA MAIS Acesse wwwcrprsorgbrcontrolesocial para saber mais sobre Con-trole Social Duacutevidas poderatildeo ser escla-recidas pelo e-mail crepopcrprsorgbr
AacuteREA ABRANGEcircNCIA
Sauacutede Estadual e Municipal
Assistecircncia Social Estadual e Municipal
Direitos da Crianccedila e do Adolescente Municipal
Poliacuteticas sobre Drogas Estadual e Municipal
Direitos da Mulher Municipal
Os espaccedilos de atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos no controle social satildeo
entre linhas | out-nov-dez 2014 17
Municiacutepios onde CRPRS tem representaccedilotildees no Controle Social
Quer representar o CRPRS nos Conselhos de Direito
Conselhos de Direitos
Se vocecirc eacute psicoacutelogoa e tem interesse em re-
presentar o CRPRS em algum conselho de direi-
to acesse o Cadastro de Interesse de Psicoacutelogoa
ndash Representaccedilatildeo no Controle Social
Disponiacutevel em wwwcrprsorgbrcontro-
lesocial O pedido seraacute avaliado considerando
os criteacuterios estabelecidos para se constituir a
representaccedilatildeo e interesses do CRPRS Os repre-
sentantes devem participar das atividades pro-
movidas pelo CRPRS
Criteacuterios para candidatar-se agrave representaccedilatildeo
bull Ser psicoacutelogao devidamente inscrito no
CRPRS
bull Preencher cadastro de interesse em www
crprsorgbrcontrolesocial
bull Ter conhecimentoaproximaccedilatildeo relaciona-
do agrave temaacutetica e ao municiacutepio do Conselho
de direito
bull Estar adimplente com as anuidades do CRPRS
bull Disponibilizar-se a participar sistematica-
mente das reuniotildees da Comissatildeo de Poliacuteticas
Puacuteblicas (sede) ou Nuacutecleos de Poliacuteticas Puacutebli-
cas (subsedes) e dos encontros de discussatildeo
do controle social promovidos pelo CRPRS
O CRPRS recebe pedidos para indicaccedilatildeo de
psicoacutelogosas para assumir vagas em Conselho
de Direitos Apoacutes aprovada a participaccedilatildeo do
CRPRS na instacircncia e realizada a indicaccedilatildeo de ti-
tular e suplente para a vaga por meio da Comis-
satildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas (sede) dos Nuacutecleos de
Poliacuteticas Puacuteblicas (nas subsedes) ou dos nuacutecleos
gestores das subsedes eacute feita a comunicaccedilatildeo ofi-
cial agrave instituiccedilatildeo solicitante
Conselhos de Direito que tenham interesse
em ter o CRPRS compondo seu conjunto de con-
selheiros devem acessar o Cadastro de interesse
de Conselho de Direito ndash Representaccedilatildeo no Con-
trole Social disponiacutevel em wwwcrprsorgbr
controlesocial
18 entre linhas | out-nov-dez 2014
O que eacute ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacuteblicas O que fazer quando se estaacute por laacute
O que satildeo as poliacuteticas puacutebli-cas para osas psicoacutelogosas Aleacutem de um campo de atuaccedilatildeo no qual se materializam direitos constitucionais um mercado de trabalho em franca expansatildeo Eacute possiacutevel pensar o trabalho como sendo um ofiacutecio Enquanto fabri-cam produtos os homens se pro-duzem Pensando sobre o ofiacutecio doa psicoacutelogoa qual o objeto de seu fazer Que ferramentas ele usa Qual meacutetodo orienta sua accedilatildeo Qual objetoobjetivo a ser produzido com o seu trabalho
O contexto que engendrou a profissatildeo do psicoacutelogo definiu o indiviacuteduo e suas relaccedilotildees consigo mesmo como objeto de trabalho a psicoterapia e o aconselhamen-to ndash seja individuais ou grupal ndash orientada por um diagnoacutestico psicopatoloacutegico como instru-mentomeacutetodo de excelecircncia para a intervenccedilatildeo e a diminui-ccedilatildeo do sofrimento daquele que se atende como objetivo a ser alcanccedilado com a intervenccedilatildeo As demandas oriundas das po-liacuteticas puacuteblicas tecircm exigido uma releitura tanto no nosso objetoobjetivo de trabalho quanto do nosso instrumento prioritaacuterio para a intervenccedilatildeo As poliacuteticas puacuteblicas definem em seus mar-
cos normativos accedilotildees intencio-nais do Estado voltadas para as coletividades O objeto de traba-lho desenhado satildeo as relaccedilotildees estabelecidas entre o indiviacuteduo e os coletivos construiacutedas em seus territoacuterios de vida O meacutetodo preconizado eacute o de articulaccedilatildeo de diversas ofertas do Estado e das comunidades para atender as muacuteltiplas necessidades dos sujei-tos dos grupos e dos territoacuterios A produccedilatildeo de autonomia e cons-truccedilatildeo da cidadania estatildeo postas como horizontes aos quais se al-meja chegar com as intervenccedilotildees
Ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacuteblicas significa re-conhecer a mudanccedila da oficina na qual passamos a trabalhar Eacute estar disposto a alinhar nosso objetoobjetivo de trabalho com aquele traccedilados nas diretrizes que orientam a poliacutetica puacuteblica na qual atuamos E ainda colo-car nossas competecircncias e habi-lidades na direccedilatildeo da defesa ra-dical da autonomia dos sujeitos e das coletividades e da construccedilatildeo de uma cidadania ativa
Ainda que as intencionalida-des das poliacuteticas puacuteblicas estejam alinhadas aos marcos constitucio-nais do Estado brasileiro o cam-po do puacuteblico eacute formado por con-
crepop
tradiccedilotildees estruturais e interesses diversos Ele se constroacutei marca-do por disputas Eacute mister analisar com quais interesses nossas praacute-ticas encontram-se alinhadas A que forccedilas estamos servindo Em que direccedilatildeo nossas habilidades e competecircncias estatildeo sendo convo-cadas Que trabalhos essas con-vocaccedilotildees estatildeo produzindo Eacute na leitura cuidadosa deste campo de tensatildeo e na construccedilatildeo de respos-tas a estas e outras questotildees que osas oficineirosas psicoacutelogosas estatildeo trabalhando na remo-delaccedilatildeo da Psicologia enquanto ofiacutecio podendo assim contribuir efetivamente para a consolidaccedilatildeo do Estado Democraacutetico de Direi-to no Brasil
Andreacute Sales Assessor Teacutecnico de Poliacuteticas Puacuteblicas
Edson Knevitz Silva e Fernanda Carrion Estagiaacuterios
Alexandra Ximendes Conselheira de Referecircncia
Acesse wwwcrprsorgbren-trelinhas68 e leia o texto do Crepop na iacutentegra
entre linhas | out-nov-dez 2014 19
Orientaccedilotildees aosagraves profissionais que atuam na Cliacutenica Psicoloacutegica em consultoacuterio
orientaccedilatildeoRe
cort
e e
cole
cion
e
Aacuterea TeacutecnicaLucio Fernando Garcia ndash Coord da Aacuterea Teacutecnica
Adriana Dal Orsoletta ndash Psicoacuteloga FiscalFlavia Cardozo de Mattos ndash Psicoacuteloga Fiscal
Leticia Giannechini ndash Psicoacuteloga FiscalLucia Regina Cogo ndash Psicoacuteloga Fiscal
Para atuaccedilatildeo na Cliacutenica (atendimento psi-coloacutegico avaliaccedilatildeo psicoloacutegica e psicoterapia) oa psicoacutelogoa deve estar regularmente ins-crito no CRPRS no Instituto Nacional de Se-guridade Social (INSS) de sua cidade e junto agrave Prefeitura Municipal para cadastro de ISSQN
OA profissional deve tambeacutem escolher um espaccedilo fiacutesico adequado considerando si-gilo e confidencialidade aleacutem de lugar apro-priado para a guarda do material teacutecnico e de atendimento Eacute obrigatoacuterio o registro docu-mental sobre a prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacute-gicos que natildeo puder ser mantido prioritaria-mente sob a forma de prontuaacuterio psicoloacutegico por razotildees que envolvam a restriccedilatildeo do com-partilhamento de informaccedilotildees com o usuaacuterio eou beneficiaacuterio do serviccedilo prestado
O registro documental em papel ou informatizado tem caraacuteter sigiloso e reuacute-ne informaccedilotildees que contemplam de forma sucinta o trabalho prestado a descriccedilatildeo e a evoluccedilatildeo do caso e os procedimentos teacutecnico-cientiacuteficos adotados Deve ser man-tido permanentemente atualizado e organi-zado peloa psicoacutelogoa que acompanha o procedimento A guarda desses registros de atendimento individual ou de grupo eacute de responsabilidade doa profissional psicoacutelogoa e obedece ao disposto no Coacutedi-go de Eacutetica Profissional e agrave Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Documen-tos Escritos produzidos peloa psicoacutelogoa decorrente de avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
OA psicoacutelogoa ao anunciar seus ser-viccedilos indicaraacute sempre seu nome (pessoa fiacute-sica) e o nuacutemero de inscriccedilatildeo (nordm CRP) bem como as capacitaccedilotildees que possua e endere-ccedilo atualizado para contato
Ao estabelecer um contrato de serviccedilos deveraacute levar em conta os direitos dos usu-
aacuterios ou beneficiaacuterios dos serviccedilos confor-me Artigo 1deg aliacutenea d do Coacutedigo de Eacutetica Profissional doa Psicoacutelogoa Incluindo a atenccedilatildeo a outras legislaccedilotildees como o Coacutedi-go de Proteccedilatildeo e de Defesa do Consumidor
Para pautar seus honoraacuterios oa psicoacutelogoa poderaacute utilizar a Tabela Refe-rencial de Honoraacuterios que eacute disponibilizada pelo Sistema Conselhos sendo sua elabora-ccedilatildeo e atualizaccedilatildeo feitas pela FENAPSI ndash Fe-deraccedilatildeo Nacional dos Psicoacutelogos e CFP Os valores satildeo meramente sugestivos e natildeo haacute obrigatoriedade de adotaacute-los Tambeacutem eacute pos-siacutevel disponibilizar atendimentos psicoloacutegi-cos por meio de planos de sauacutede devendo procurar diretamente a operadora de planos de sauacutede para informaccedilotildees sobre a forma de contrataccedilatildeo Tambeacutem a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) pelo site wwwansgovbr ou pelo telefone 0800-7019656
Lembrando que para o exerciacutecio profissio-nal adequado oa profissional deve pautar-se na constante atualizaccedilatildeo mantendo-se cons-tantemente atualizado teoacuterica teacutecnica e etica-mente e estar atento agraves resoluccedilotildees da profissatildeo e demais legislaccedilotildees que envolvam o atendi-mento de pacientes Afinal oa psicoacutelogoa em seu consultoacuterio tambeacutem eacute uma profissio-nal que se ocupa da sauacutede coletiva
A Aacuterea Teacutecnica do CRPRS estaacute agrave disposiccedilatildeo da categoria e da sociedade para orientaccedilatildeoPelo e-mail orienteccrprsorgbr | Pelo
telefone (51) 3334-6799 | Pessoalmente na sede do CRPRS em Porto Alegre de segunda a quarta das 9h agraves 17h e quinta e sexta das 9h agraves 12h
20 entre linhas | out-nov-dez 2014
USO EXCLUSIVO DOS CORREIOS
[ ] ausente [ ] endereccedilo insuficiente [ ] falecido [ ] natildeo existe o nuacutemero indicado [ ] recusado [ ] desconhecido [ ] natildeo procurado [ ] infporteirosiacutendico [ ] mudou-se [ ] outros (especificar)
______________ _________________________ data rubrica do responsaacutevel
_________________________
VISTO
agenda
Curso
Psicologia Aplicada agrave Aviaccedilatildeo19 a 30012015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 35198221 (51) 95518221bauerrosanagmailcom wwwabordofatoreshumanoscombr
Curso de Aperfeiccediloamento em Terapias CognitivasIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33323249danielalumertzwainerpsicologiacombr wwwwainerpsicologiacombr
ExtensatildeoPrograma de atualizaccedilatildeo em Terapia Cognitiva-comportamentalInscriccedilotildees ateacute 15122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 92514066f3representacaogmailcom
Formaccedilatildeo
Formaccedilatildeo em Terapia do EsquemaIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33323249danielalumertzwainerpsicologiacombr wwwwainerpsicologiacombrensino
Formaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica05032015 a 15122017Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33334801ieppieppcombr wwwieppcombr
Endereccedilo para DevoluccedilatildeoAgecircncia de Correios Avenida Protaacutesio Alves - CEP 90410-970
Formaccedilatildeo em Psicoterapia Psicanaliacutetica Iniacutecio em 10032015 Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33313781 (51) 92497139 contatogaepsicombr wwwgaepsicombr
Especializaccedilatildeo
Especializaccedilatildeo na Teoria e Teacutecnica de Intervenccedilatildeo na Relaccedilatildeo Pais-BebecircsInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica ndash AdultosInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica da AdolescecircnciaInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Neuropsicologia CliacutenicaIniacutecio em 27022015FlorianoacutepolisSC Informaccedilotildees (61) 32263002 (61) 81299428weberibneurocombr wwwibneurocombr
Especializaccedilatildeo Instituiccedilotildees em AnaacuteliseIniacutecio em 13032015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33082926 (somente sextas-feiras agrave tarde)instemanaliseufrgsbr httpbitly1vhZBeB
Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo AnaliacuteticaIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33305655crsilvahcpaufrgsbr wwwcelgorgbr
Especializaccedilatildeo em Psicoterapia PsicanaliacuteticaIniacutecio em 11032015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 32096524esippesippcombr wwwesippcombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia CognitivaIniacutecio em 01042015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 32735224 (51) 80234890portoalegre1institutowpcom wwwinstitutowpcom
Jornada
XI Jornada CELPCYRO sobre Sauacutede Mental26062015Porto Alegre RSInformaccedilotildees (51) 33884944atendimentogweventoscombr wwwcelpcyro2015eventizecombr
14 entre linhas | out-nov-dez 2014
a sauacutede e a qualidade de vida da popula-
ccedilatildeo para que cada sujeito pense e se po-
sicione de forma criacutetica e consciente sobre
como pretende viver sua crenccedila As praacuteti-
cas psicoloacutegicas devem estar baseadas na
laicidade por um respeito ao ser humano
e toda diversidade de crenccedilas e formas de
expressaacute-la apenas sendo laica a Psicolo-
gia poderaacute acolher essa diversidade
LUCIANA ndash Devemos pensar em
praacuteticas baseadas na laicidade para man-
ter a afiliaccedilatildeo da Psicologia agrave ciecircncia tra-
dicional Mas boa parte da ciecircncia eacute ino-
var desbravar novos caminhos antecipar
problemas e soluccedilotildees entatildeo a boa ciecircncia
eacute provisoacuteria questionaacutevel (auto)reflexi-
va e bastante (auto)criacutetica Nesse sentido
a Psicologia tambeacutem natildeo deve se fechar
demasiadamente em roacutetulos mas manter
foacuteruns de diaacutelogo com a ciecircncia e com a
comunidade estando atenta a exageros no
exerciacutecio profissional
TATIANA ndash A Psicologia reconhe-
ce a diversidade social e portanto tam-
beacutem reconhece a diversidade religiosa e
a existecircncia de grupos e indiviacuteduos que
natildeo adotam religiatildeo A espiritualidade eacute
uma importante dimensatildeo da subjetivi-
dade embora natildeo dependa necessaria-
mente da religiosidade e a Psicologia
expressamente se afirma contraacuteria a toda
forma de fundamentalismo religioso ou
seja modos de imposiccedilatildeo de moralidades
com base em preceitos religiosos resguar-
dando o reconhecimento da diversidade
social cultural e subjetiva
A Psicologia pode dialogar com a espiri-
tualidade e a religiatildeo se mantendo laica
De que forma isso se traduz na praacutetica
doa psicoacutelogoa
EDUARDO ndash A Psicologia dialoga
com a espiritualidade e a religiatildeo se man-
tendo laica quando natildeo induz a convicccedilotildees
religiosas conforme estaacute previsto em nosso
Coacutedigo de Eacutetica art 2ordm aliacutenea b Seus cons-
tructos e epistemologias se originam e se
orientam na ciecircncia e natildeo na teologia Isso
se traduz na praacutetica psicoloacutegica por uma
postura eacutetica em olhar o ser humano em
sua integralidade e natildeo a partir de um vieacutes
religiosoespiritual apenas Tambeacutem se tra-
duz aoagrave psicoacutelogoa quando se utiliza de
intervenccedilotildees e praacuteticas que satildeo aceitas e re-
conhecidas pelas ciecircncias psicoloacutegicas
LUCIANA ndash Enquanto categoria pro-
fissional a Psicologia eacute laica natildeo adota ne-
nhuma religiatildeo em particular mas estuda
a relaccedilatildeo da religiosidadeespiritualidade
com a sauacutede e sua expressatildeo no compor-
tamento humano Por temor da Psicolo-
gia natildeo ser reconhecida como ciecircncia haacute
excessiva cautela em aplicar esse conhe-
cimento na atuaccedilatildeo profissional do psicoacute-
logo ndash embora tenha diminuiacutedo muito na
uacuteltima deacutecada Na praacutetica do psicoacutelogo
isso se traduz no reconhecimento de que
a religiosidadeespiritualidade eacute uma di-
mensatildeo humana imbricada com todas as
outras dimensotildees e que pode ser fonte tan-
to de sauacutede quanto de adoecimento
TATIANA ndash O profissional de Psico-
logia deve considerar a religiosidade e a
espiritualidade quando forem expressas
pelas pessoas como significativas em seus
modos de subjetivaccedilatildeo e vida Assim como
eacute equiacutevoco eacutetico associar a sua proacutepria feacute
religiosa no exerciacutecio profissional o profis-
entrevista
SAIBA MAISCaderno de Deliberaccedilotildees VIII CNP Eixo II ndash Contribuiccedilotildees eacuteticas poliacuteticas e teacutecnicas nos processos de trabalho proposta 214 ldquoOrientaccedilatildeo laicidaderdquo paacutegina 37 httpbitlycad8cnp
Coacutedigo de Eacuteticawwwcrprsorgbrcodigoetica
Movimento Estrateacutegico do Estado Laicowwwmeelorgbr
entre linhas | out-nov-dez 2014 15
sional viola o coacutedigo de eacutetica ao desconsi-
derar inferiorizar ou mesmo patologizar a
expressatildeo de feacute de pessoas que se coloquem
sob seus cuidados A importacircncia da manu-
tenccedilatildeo da laicidade no exerciacutecio profissio-
nal eacute justamente a de garantir o reconheci-
mento de subjetividades na perspectiva da
alteridade ou seja considerando o campo
de significaccedilotildees dos proacuteprios sujeitos em
seus modos de vida e de subjetivaccedilatildeo
De que forma a Psicologia pode contri-
buir para o fortalecimento do Estado Lai-
co e ao mesmo tempo combater situa-
ccedilotildees de violaccedilotildees de direito
TATIANE ndash A consideraccedilatildeo das di-
ferenccedilas morais culturais religiosas e das
praacuteticas sociais eacute fundamental para a cons-
truccedilatildeo da democracia sendo o Estado lai-
co a condiccedilatildeo para que as diferenccedilas natildeo
sejam assoladas por projetos poliacuteticos de
segregaccedilatildeo marginalizaccedilatildeo e desqualifica-
ccedilatildeo Eacute preciso buscar o diaacutelogo entre a Psi-
cologia e outras categorias profissionais
somar-se agraves parcerias com grupos sociais
falar sobre esses temas junto agrave sociedade
LUCIANA ndash A Psicologia pode con-
tribuir para o Estado Laico adotando uma
postura de respeito pela diversidade reli-
giosaespiritual de escuta das variadas
proposiccedilotildees e engajamento em discussotildees
muacuteltiplas que incluam tanto profissionais
pesquisadores quanto pessoas da comuni-
dade e oriundas das variadas tradiccedilotildees
TATIANA ndash A Psicologia eacute um im-
portante ator social de enfrentamento do
fundamentalismo religioso ao reafirmar a
necessidade de reconhecimento e respeito
agrave diversidade social e agrave diversidade subje-
tiva Desde 2013 a Psicologia tem integra-
do o Movimento Estrateacutegico pelo Estado
Laico organizaccedilatildeo que contou com o CFP
em sua articulaccedilatildeo e que agora conta com
apoio do Sistema Conselhos
Como oa psicoacutelogoa pode trabalhar sua
proacutepria crenccedila religiosa e sua espirituali-
dade sem que isso interfira em sua praacutetica
EDUARDO ndash Separando uma da ou-
tra natildeo vinculando em sua praacutetica pro-
fissional e natildeo usando sua proacutepria crenccedila
como um diferencial profissional
LUCIANA ndash Talvez seja interessante
que sua espiritualidade interfira na praacutetica
profissional Natildeo podemos supor que a reli-
giatildeo ou espiritualidade possuem uma inter-
ferecircncia negativa tomando exemplos nega-
tivos como o caso da cura gay O problema
natildeo eacute a religiatildeo eacute o que as pessoas fazem a
partir dela O sujeito fanaacutetico fundamenta-
lista e extremista levaraacute essas caracteriacutesticas
consigo mesmo sendo ateu Se ter crenccedilas
e espiritualidade eacute ter um bom coraccedilatildeo pa-
rece urgente que essa interferecircncia ocorra
Natildeo precisamos de mais profissionais tec-
nicistas e pouco humanizados
TATIANA ndash Como quaisquer outros
fatores pessoais reservando para si espa-
ccedilo de elaboraccedilatildeo de seu proacuteprio campo de
significaccedilotildees sobre o mundo a vida e si
mesmo Como outras convicccedilotildees morais
o profissional deve saber manter distacircn-
cia entre seus proacuteprios valores pessoais e
os valores e modos de vida de outrem de
modo a natildeo reduzir o outro a si mesmo
Este eacute um exerciacutecio eacutetico que exige anaacutelise
pessoal e supervisatildeo-intervisatildeo na condu-
ccedilatildeo dos trabalhos
SAIBA MAISCRPRS participou do Seminaacuterio Nacional do Movimento Estrateacutegico pelo Estado Laico (MEEL) realizado de 26 a 28 de agosto em Brasiacutelia httpbitlyCRPRS_Meel
Manifesto do Movimento Estrateacutegico pelo estado laicohttpbitlymanifesto_MEEL
16 entre linhas | out-nov-dez 2014
controle social
Controle Social e a PsicologiaControle Social eacute aquele que o cidadatildeo
em um contexto democraacutetico pode exercer sobre o Estado por meio da participaccedilatildeo na gestatildeo da fiscalizaccedilatildeo do monitoramento e do controle das accedilotildees da administraccedilatildeo puacuteblica o acompanhamento das poliacuteticas sendo assim um importante mecanismo de fortalecimento da cidadania
De forma geral a participaccedilatildeo no Con-trole Social permite que os cidadatildeos possam intervir na tomada da decisatildeo administrati-va orientando a administraccedilatildeo puacuteblica para que adote medidas que realmente atendam ao interesse puacuteblico e ao mesmo tempo possam exercer controle sobre a accedilatildeo do Es-tado exigindo que o gestor puacuteblico preste contas de sua atuaccedilatildeo Esse envolvimento na gestatildeo puacuteblica eacute um direito assegurado pela Constituiccedilatildeo Federal permitindo que os cidadatildeos natildeo soacute participem da formu-laccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem fiscalizem de forma permanente a aplicaccedilatildeo dos recursos puacuteblicos
O Conselho Regional de Psicologia
do Rio Grande do Sul (CRPRS) e o Con-
selho Federal de Psicologia (CFP) esti-
mulam a participaccedilatildeo dosas psicoacutelogos
as nas instacircncias de controle social por
acreditar que o conhecimento teacutecnico dos
profissionais da aacuterea pode contribuir na
construccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas Aleacutem disso seus representantes a partir de suas regiotildees de intervenccedilatildeo tornam-se inter-locutores e referecircncia para osas demais psicoacutelogosas locais ampliando assim o debate da Psicologia como protagonista das poliacuteticas puacuteblicas das diversas regiotildees
Atualmente o CRPRS possui cadeiras em diversos conselhos de direito e estaacute aberto a assumir novas vagas de acordo com seus posicionamentos Eacute importan-te destacar que a representaccedilatildeo feita pelo profissional da Psicologia nos espaccedilos de controle social natildeo possui caraacuteter indivi-dual deve expressar concepccedilotildees orienta-ccedilotildees e diretrizes formuladas ou definidas pela categoria Ao assumir o lugar de re-presentaccedilatildeo na instacircncia de controle so-cial oa psicoacutelogoa compromete-se a defender necessariamente as orientaccedilotildees e posicionamentos do Conselho Regional de Psicologia assim como os do Conselho Federal de Psicologia frente agraves questotildees que se encontram em debate
SAIBA MAIS Acesse wwwcrprsorgbrcontrolesocial para saber mais sobre Con-trole Social Duacutevidas poderatildeo ser escla-recidas pelo e-mail crepopcrprsorgbr
AacuteREA ABRANGEcircNCIA
Sauacutede Estadual e Municipal
Assistecircncia Social Estadual e Municipal
Direitos da Crianccedila e do Adolescente Municipal
Poliacuteticas sobre Drogas Estadual e Municipal
Direitos da Mulher Municipal
Os espaccedilos de atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos no controle social satildeo
entre linhas | out-nov-dez 2014 17
Municiacutepios onde CRPRS tem representaccedilotildees no Controle Social
Quer representar o CRPRS nos Conselhos de Direito
Conselhos de Direitos
Se vocecirc eacute psicoacutelogoa e tem interesse em re-
presentar o CRPRS em algum conselho de direi-
to acesse o Cadastro de Interesse de Psicoacutelogoa
ndash Representaccedilatildeo no Controle Social
Disponiacutevel em wwwcrprsorgbrcontro-
lesocial O pedido seraacute avaliado considerando
os criteacuterios estabelecidos para se constituir a
representaccedilatildeo e interesses do CRPRS Os repre-
sentantes devem participar das atividades pro-
movidas pelo CRPRS
Criteacuterios para candidatar-se agrave representaccedilatildeo
bull Ser psicoacutelogao devidamente inscrito no
CRPRS
bull Preencher cadastro de interesse em www
crprsorgbrcontrolesocial
bull Ter conhecimentoaproximaccedilatildeo relaciona-
do agrave temaacutetica e ao municiacutepio do Conselho
de direito
bull Estar adimplente com as anuidades do CRPRS
bull Disponibilizar-se a participar sistematica-
mente das reuniotildees da Comissatildeo de Poliacuteticas
Puacuteblicas (sede) ou Nuacutecleos de Poliacuteticas Puacutebli-
cas (subsedes) e dos encontros de discussatildeo
do controle social promovidos pelo CRPRS
O CRPRS recebe pedidos para indicaccedilatildeo de
psicoacutelogosas para assumir vagas em Conselho
de Direitos Apoacutes aprovada a participaccedilatildeo do
CRPRS na instacircncia e realizada a indicaccedilatildeo de ti-
tular e suplente para a vaga por meio da Comis-
satildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas (sede) dos Nuacutecleos de
Poliacuteticas Puacuteblicas (nas subsedes) ou dos nuacutecleos
gestores das subsedes eacute feita a comunicaccedilatildeo ofi-
cial agrave instituiccedilatildeo solicitante
Conselhos de Direito que tenham interesse
em ter o CRPRS compondo seu conjunto de con-
selheiros devem acessar o Cadastro de interesse
de Conselho de Direito ndash Representaccedilatildeo no Con-
trole Social disponiacutevel em wwwcrprsorgbr
controlesocial
18 entre linhas | out-nov-dez 2014
O que eacute ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacuteblicas O que fazer quando se estaacute por laacute
O que satildeo as poliacuteticas puacutebli-cas para osas psicoacutelogosas Aleacutem de um campo de atuaccedilatildeo no qual se materializam direitos constitucionais um mercado de trabalho em franca expansatildeo Eacute possiacutevel pensar o trabalho como sendo um ofiacutecio Enquanto fabri-cam produtos os homens se pro-duzem Pensando sobre o ofiacutecio doa psicoacutelogoa qual o objeto de seu fazer Que ferramentas ele usa Qual meacutetodo orienta sua accedilatildeo Qual objetoobjetivo a ser produzido com o seu trabalho
O contexto que engendrou a profissatildeo do psicoacutelogo definiu o indiviacuteduo e suas relaccedilotildees consigo mesmo como objeto de trabalho a psicoterapia e o aconselhamen-to ndash seja individuais ou grupal ndash orientada por um diagnoacutestico psicopatoloacutegico como instru-mentomeacutetodo de excelecircncia para a intervenccedilatildeo e a diminui-ccedilatildeo do sofrimento daquele que se atende como objetivo a ser alcanccedilado com a intervenccedilatildeo As demandas oriundas das po-liacuteticas puacuteblicas tecircm exigido uma releitura tanto no nosso objetoobjetivo de trabalho quanto do nosso instrumento prioritaacuterio para a intervenccedilatildeo As poliacuteticas puacuteblicas definem em seus mar-
cos normativos accedilotildees intencio-nais do Estado voltadas para as coletividades O objeto de traba-lho desenhado satildeo as relaccedilotildees estabelecidas entre o indiviacuteduo e os coletivos construiacutedas em seus territoacuterios de vida O meacutetodo preconizado eacute o de articulaccedilatildeo de diversas ofertas do Estado e das comunidades para atender as muacuteltiplas necessidades dos sujei-tos dos grupos e dos territoacuterios A produccedilatildeo de autonomia e cons-truccedilatildeo da cidadania estatildeo postas como horizontes aos quais se al-meja chegar com as intervenccedilotildees
Ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacuteblicas significa re-conhecer a mudanccedila da oficina na qual passamos a trabalhar Eacute estar disposto a alinhar nosso objetoobjetivo de trabalho com aquele traccedilados nas diretrizes que orientam a poliacutetica puacuteblica na qual atuamos E ainda colo-car nossas competecircncias e habi-lidades na direccedilatildeo da defesa ra-dical da autonomia dos sujeitos e das coletividades e da construccedilatildeo de uma cidadania ativa
Ainda que as intencionalida-des das poliacuteticas puacuteblicas estejam alinhadas aos marcos constitucio-nais do Estado brasileiro o cam-po do puacuteblico eacute formado por con-
crepop
tradiccedilotildees estruturais e interesses diversos Ele se constroacutei marca-do por disputas Eacute mister analisar com quais interesses nossas praacute-ticas encontram-se alinhadas A que forccedilas estamos servindo Em que direccedilatildeo nossas habilidades e competecircncias estatildeo sendo convo-cadas Que trabalhos essas con-vocaccedilotildees estatildeo produzindo Eacute na leitura cuidadosa deste campo de tensatildeo e na construccedilatildeo de respos-tas a estas e outras questotildees que osas oficineirosas psicoacutelogosas estatildeo trabalhando na remo-delaccedilatildeo da Psicologia enquanto ofiacutecio podendo assim contribuir efetivamente para a consolidaccedilatildeo do Estado Democraacutetico de Direi-to no Brasil
Andreacute Sales Assessor Teacutecnico de Poliacuteticas Puacuteblicas
Edson Knevitz Silva e Fernanda Carrion Estagiaacuterios
Alexandra Ximendes Conselheira de Referecircncia
Acesse wwwcrprsorgbren-trelinhas68 e leia o texto do Crepop na iacutentegra
entre linhas | out-nov-dez 2014 19
Orientaccedilotildees aosagraves profissionais que atuam na Cliacutenica Psicoloacutegica em consultoacuterio
orientaccedilatildeoRe
cort
e e
cole
cion
e
Aacuterea TeacutecnicaLucio Fernando Garcia ndash Coord da Aacuterea Teacutecnica
Adriana Dal Orsoletta ndash Psicoacuteloga FiscalFlavia Cardozo de Mattos ndash Psicoacuteloga Fiscal
Leticia Giannechini ndash Psicoacuteloga FiscalLucia Regina Cogo ndash Psicoacuteloga Fiscal
Para atuaccedilatildeo na Cliacutenica (atendimento psi-coloacutegico avaliaccedilatildeo psicoloacutegica e psicoterapia) oa psicoacutelogoa deve estar regularmente ins-crito no CRPRS no Instituto Nacional de Se-guridade Social (INSS) de sua cidade e junto agrave Prefeitura Municipal para cadastro de ISSQN
OA profissional deve tambeacutem escolher um espaccedilo fiacutesico adequado considerando si-gilo e confidencialidade aleacutem de lugar apro-priado para a guarda do material teacutecnico e de atendimento Eacute obrigatoacuterio o registro docu-mental sobre a prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacute-gicos que natildeo puder ser mantido prioritaria-mente sob a forma de prontuaacuterio psicoloacutegico por razotildees que envolvam a restriccedilatildeo do com-partilhamento de informaccedilotildees com o usuaacuterio eou beneficiaacuterio do serviccedilo prestado
O registro documental em papel ou informatizado tem caraacuteter sigiloso e reuacute-ne informaccedilotildees que contemplam de forma sucinta o trabalho prestado a descriccedilatildeo e a evoluccedilatildeo do caso e os procedimentos teacutecnico-cientiacuteficos adotados Deve ser man-tido permanentemente atualizado e organi-zado peloa psicoacutelogoa que acompanha o procedimento A guarda desses registros de atendimento individual ou de grupo eacute de responsabilidade doa profissional psicoacutelogoa e obedece ao disposto no Coacutedi-go de Eacutetica Profissional e agrave Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Documen-tos Escritos produzidos peloa psicoacutelogoa decorrente de avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
OA psicoacutelogoa ao anunciar seus ser-viccedilos indicaraacute sempre seu nome (pessoa fiacute-sica) e o nuacutemero de inscriccedilatildeo (nordm CRP) bem como as capacitaccedilotildees que possua e endere-ccedilo atualizado para contato
Ao estabelecer um contrato de serviccedilos deveraacute levar em conta os direitos dos usu-
aacuterios ou beneficiaacuterios dos serviccedilos confor-me Artigo 1deg aliacutenea d do Coacutedigo de Eacutetica Profissional doa Psicoacutelogoa Incluindo a atenccedilatildeo a outras legislaccedilotildees como o Coacutedi-go de Proteccedilatildeo e de Defesa do Consumidor
Para pautar seus honoraacuterios oa psicoacutelogoa poderaacute utilizar a Tabela Refe-rencial de Honoraacuterios que eacute disponibilizada pelo Sistema Conselhos sendo sua elabora-ccedilatildeo e atualizaccedilatildeo feitas pela FENAPSI ndash Fe-deraccedilatildeo Nacional dos Psicoacutelogos e CFP Os valores satildeo meramente sugestivos e natildeo haacute obrigatoriedade de adotaacute-los Tambeacutem eacute pos-siacutevel disponibilizar atendimentos psicoloacutegi-cos por meio de planos de sauacutede devendo procurar diretamente a operadora de planos de sauacutede para informaccedilotildees sobre a forma de contrataccedilatildeo Tambeacutem a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) pelo site wwwansgovbr ou pelo telefone 0800-7019656
Lembrando que para o exerciacutecio profissio-nal adequado oa profissional deve pautar-se na constante atualizaccedilatildeo mantendo-se cons-tantemente atualizado teoacuterica teacutecnica e etica-mente e estar atento agraves resoluccedilotildees da profissatildeo e demais legislaccedilotildees que envolvam o atendi-mento de pacientes Afinal oa psicoacutelogoa em seu consultoacuterio tambeacutem eacute uma profissio-nal que se ocupa da sauacutede coletiva
A Aacuterea Teacutecnica do CRPRS estaacute agrave disposiccedilatildeo da categoria e da sociedade para orientaccedilatildeoPelo e-mail orienteccrprsorgbr | Pelo
telefone (51) 3334-6799 | Pessoalmente na sede do CRPRS em Porto Alegre de segunda a quarta das 9h agraves 17h e quinta e sexta das 9h agraves 12h
20 entre linhas | out-nov-dez 2014
USO EXCLUSIVO DOS CORREIOS
[ ] ausente [ ] endereccedilo insuficiente [ ] falecido [ ] natildeo existe o nuacutemero indicado [ ] recusado [ ] desconhecido [ ] natildeo procurado [ ] infporteirosiacutendico [ ] mudou-se [ ] outros (especificar)
______________ _________________________ data rubrica do responsaacutevel
_________________________
VISTO
agenda
Curso
Psicologia Aplicada agrave Aviaccedilatildeo19 a 30012015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 35198221 (51) 95518221bauerrosanagmailcom wwwabordofatoreshumanoscombr
Curso de Aperfeiccediloamento em Terapias CognitivasIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33323249danielalumertzwainerpsicologiacombr wwwwainerpsicologiacombr
ExtensatildeoPrograma de atualizaccedilatildeo em Terapia Cognitiva-comportamentalInscriccedilotildees ateacute 15122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 92514066f3representacaogmailcom
Formaccedilatildeo
Formaccedilatildeo em Terapia do EsquemaIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33323249danielalumertzwainerpsicologiacombr wwwwainerpsicologiacombrensino
Formaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica05032015 a 15122017Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33334801ieppieppcombr wwwieppcombr
Endereccedilo para DevoluccedilatildeoAgecircncia de Correios Avenida Protaacutesio Alves - CEP 90410-970
Formaccedilatildeo em Psicoterapia Psicanaliacutetica Iniacutecio em 10032015 Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33313781 (51) 92497139 contatogaepsicombr wwwgaepsicombr
Especializaccedilatildeo
Especializaccedilatildeo na Teoria e Teacutecnica de Intervenccedilatildeo na Relaccedilatildeo Pais-BebecircsInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica ndash AdultosInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica da AdolescecircnciaInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Neuropsicologia CliacutenicaIniacutecio em 27022015FlorianoacutepolisSC Informaccedilotildees (61) 32263002 (61) 81299428weberibneurocombr wwwibneurocombr
Especializaccedilatildeo Instituiccedilotildees em AnaacuteliseIniacutecio em 13032015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33082926 (somente sextas-feiras agrave tarde)instemanaliseufrgsbr httpbitly1vhZBeB
Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo AnaliacuteticaIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33305655crsilvahcpaufrgsbr wwwcelgorgbr
Especializaccedilatildeo em Psicoterapia PsicanaliacuteticaIniacutecio em 11032015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 32096524esippesippcombr wwwesippcombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia CognitivaIniacutecio em 01042015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 32735224 (51) 80234890portoalegre1institutowpcom wwwinstitutowpcom
Jornada
XI Jornada CELPCYRO sobre Sauacutede Mental26062015Porto Alegre RSInformaccedilotildees (51) 33884944atendimentogweventoscombr wwwcelpcyro2015eventizecombr
entre linhas | out-nov-dez 2014 15
sional viola o coacutedigo de eacutetica ao desconsi-
derar inferiorizar ou mesmo patologizar a
expressatildeo de feacute de pessoas que se coloquem
sob seus cuidados A importacircncia da manu-
tenccedilatildeo da laicidade no exerciacutecio profissio-
nal eacute justamente a de garantir o reconheci-
mento de subjetividades na perspectiva da
alteridade ou seja considerando o campo
de significaccedilotildees dos proacuteprios sujeitos em
seus modos de vida e de subjetivaccedilatildeo
De que forma a Psicologia pode contri-
buir para o fortalecimento do Estado Lai-
co e ao mesmo tempo combater situa-
ccedilotildees de violaccedilotildees de direito
TATIANE ndash A consideraccedilatildeo das di-
ferenccedilas morais culturais religiosas e das
praacuteticas sociais eacute fundamental para a cons-
truccedilatildeo da democracia sendo o Estado lai-
co a condiccedilatildeo para que as diferenccedilas natildeo
sejam assoladas por projetos poliacuteticos de
segregaccedilatildeo marginalizaccedilatildeo e desqualifica-
ccedilatildeo Eacute preciso buscar o diaacutelogo entre a Psi-
cologia e outras categorias profissionais
somar-se agraves parcerias com grupos sociais
falar sobre esses temas junto agrave sociedade
LUCIANA ndash A Psicologia pode con-
tribuir para o Estado Laico adotando uma
postura de respeito pela diversidade reli-
giosaespiritual de escuta das variadas
proposiccedilotildees e engajamento em discussotildees
muacuteltiplas que incluam tanto profissionais
pesquisadores quanto pessoas da comuni-
dade e oriundas das variadas tradiccedilotildees
TATIANA ndash A Psicologia eacute um im-
portante ator social de enfrentamento do
fundamentalismo religioso ao reafirmar a
necessidade de reconhecimento e respeito
agrave diversidade social e agrave diversidade subje-
tiva Desde 2013 a Psicologia tem integra-
do o Movimento Estrateacutegico pelo Estado
Laico organizaccedilatildeo que contou com o CFP
em sua articulaccedilatildeo e que agora conta com
apoio do Sistema Conselhos
Como oa psicoacutelogoa pode trabalhar sua
proacutepria crenccedila religiosa e sua espirituali-
dade sem que isso interfira em sua praacutetica
EDUARDO ndash Separando uma da ou-
tra natildeo vinculando em sua praacutetica pro-
fissional e natildeo usando sua proacutepria crenccedila
como um diferencial profissional
LUCIANA ndash Talvez seja interessante
que sua espiritualidade interfira na praacutetica
profissional Natildeo podemos supor que a reli-
giatildeo ou espiritualidade possuem uma inter-
ferecircncia negativa tomando exemplos nega-
tivos como o caso da cura gay O problema
natildeo eacute a religiatildeo eacute o que as pessoas fazem a
partir dela O sujeito fanaacutetico fundamenta-
lista e extremista levaraacute essas caracteriacutesticas
consigo mesmo sendo ateu Se ter crenccedilas
e espiritualidade eacute ter um bom coraccedilatildeo pa-
rece urgente que essa interferecircncia ocorra
Natildeo precisamos de mais profissionais tec-
nicistas e pouco humanizados
TATIANA ndash Como quaisquer outros
fatores pessoais reservando para si espa-
ccedilo de elaboraccedilatildeo de seu proacuteprio campo de
significaccedilotildees sobre o mundo a vida e si
mesmo Como outras convicccedilotildees morais
o profissional deve saber manter distacircn-
cia entre seus proacuteprios valores pessoais e
os valores e modos de vida de outrem de
modo a natildeo reduzir o outro a si mesmo
Este eacute um exerciacutecio eacutetico que exige anaacutelise
pessoal e supervisatildeo-intervisatildeo na condu-
ccedilatildeo dos trabalhos
SAIBA MAISCRPRS participou do Seminaacuterio Nacional do Movimento Estrateacutegico pelo Estado Laico (MEEL) realizado de 26 a 28 de agosto em Brasiacutelia httpbitlyCRPRS_Meel
Manifesto do Movimento Estrateacutegico pelo estado laicohttpbitlymanifesto_MEEL
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controle social
Controle Social e a PsicologiaControle Social eacute aquele que o cidadatildeo
em um contexto democraacutetico pode exercer sobre o Estado por meio da participaccedilatildeo na gestatildeo da fiscalizaccedilatildeo do monitoramento e do controle das accedilotildees da administraccedilatildeo puacuteblica o acompanhamento das poliacuteticas sendo assim um importante mecanismo de fortalecimento da cidadania
De forma geral a participaccedilatildeo no Con-trole Social permite que os cidadatildeos possam intervir na tomada da decisatildeo administrati-va orientando a administraccedilatildeo puacuteblica para que adote medidas que realmente atendam ao interesse puacuteblico e ao mesmo tempo possam exercer controle sobre a accedilatildeo do Es-tado exigindo que o gestor puacuteblico preste contas de sua atuaccedilatildeo Esse envolvimento na gestatildeo puacuteblica eacute um direito assegurado pela Constituiccedilatildeo Federal permitindo que os cidadatildeos natildeo soacute participem da formu-laccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem fiscalizem de forma permanente a aplicaccedilatildeo dos recursos puacuteblicos
O Conselho Regional de Psicologia
do Rio Grande do Sul (CRPRS) e o Con-
selho Federal de Psicologia (CFP) esti-
mulam a participaccedilatildeo dosas psicoacutelogos
as nas instacircncias de controle social por
acreditar que o conhecimento teacutecnico dos
profissionais da aacuterea pode contribuir na
construccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas Aleacutem disso seus representantes a partir de suas regiotildees de intervenccedilatildeo tornam-se inter-locutores e referecircncia para osas demais psicoacutelogosas locais ampliando assim o debate da Psicologia como protagonista das poliacuteticas puacuteblicas das diversas regiotildees
Atualmente o CRPRS possui cadeiras em diversos conselhos de direito e estaacute aberto a assumir novas vagas de acordo com seus posicionamentos Eacute importan-te destacar que a representaccedilatildeo feita pelo profissional da Psicologia nos espaccedilos de controle social natildeo possui caraacuteter indivi-dual deve expressar concepccedilotildees orienta-ccedilotildees e diretrizes formuladas ou definidas pela categoria Ao assumir o lugar de re-presentaccedilatildeo na instacircncia de controle so-cial oa psicoacutelogoa compromete-se a defender necessariamente as orientaccedilotildees e posicionamentos do Conselho Regional de Psicologia assim como os do Conselho Federal de Psicologia frente agraves questotildees que se encontram em debate
SAIBA MAIS Acesse wwwcrprsorgbrcontrolesocial para saber mais sobre Con-trole Social Duacutevidas poderatildeo ser escla-recidas pelo e-mail crepopcrprsorgbr
AacuteREA ABRANGEcircNCIA
Sauacutede Estadual e Municipal
Assistecircncia Social Estadual e Municipal
Direitos da Crianccedila e do Adolescente Municipal
Poliacuteticas sobre Drogas Estadual e Municipal
Direitos da Mulher Municipal
Os espaccedilos de atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos no controle social satildeo
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Municiacutepios onde CRPRS tem representaccedilotildees no Controle Social
Quer representar o CRPRS nos Conselhos de Direito
Conselhos de Direitos
Se vocecirc eacute psicoacutelogoa e tem interesse em re-
presentar o CRPRS em algum conselho de direi-
to acesse o Cadastro de Interesse de Psicoacutelogoa
ndash Representaccedilatildeo no Controle Social
Disponiacutevel em wwwcrprsorgbrcontro-
lesocial O pedido seraacute avaliado considerando
os criteacuterios estabelecidos para se constituir a
representaccedilatildeo e interesses do CRPRS Os repre-
sentantes devem participar das atividades pro-
movidas pelo CRPRS
Criteacuterios para candidatar-se agrave representaccedilatildeo
bull Ser psicoacutelogao devidamente inscrito no
CRPRS
bull Preencher cadastro de interesse em www
crprsorgbrcontrolesocial
bull Ter conhecimentoaproximaccedilatildeo relaciona-
do agrave temaacutetica e ao municiacutepio do Conselho
de direito
bull Estar adimplente com as anuidades do CRPRS
bull Disponibilizar-se a participar sistematica-
mente das reuniotildees da Comissatildeo de Poliacuteticas
Puacuteblicas (sede) ou Nuacutecleos de Poliacuteticas Puacutebli-
cas (subsedes) e dos encontros de discussatildeo
do controle social promovidos pelo CRPRS
O CRPRS recebe pedidos para indicaccedilatildeo de
psicoacutelogosas para assumir vagas em Conselho
de Direitos Apoacutes aprovada a participaccedilatildeo do
CRPRS na instacircncia e realizada a indicaccedilatildeo de ti-
tular e suplente para a vaga por meio da Comis-
satildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas (sede) dos Nuacutecleos de
Poliacuteticas Puacuteblicas (nas subsedes) ou dos nuacutecleos
gestores das subsedes eacute feita a comunicaccedilatildeo ofi-
cial agrave instituiccedilatildeo solicitante
Conselhos de Direito que tenham interesse
em ter o CRPRS compondo seu conjunto de con-
selheiros devem acessar o Cadastro de interesse
de Conselho de Direito ndash Representaccedilatildeo no Con-
trole Social disponiacutevel em wwwcrprsorgbr
controlesocial
18 entre linhas | out-nov-dez 2014
O que eacute ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacuteblicas O que fazer quando se estaacute por laacute
O que satildeo as poliacuteticas puacutebli-cas para osas psicoacutelogosas Aleacutem de um campo de atuaccedilatildeo no qual se materializam direitos constitucionais um mercado de trabalho em franca expansatildeo Eacute possiacutevel pensar o trabalho como sendo um ofiacutecio Enquanto fabri-cam produtos os homens se pro-duzem Pensando sobre o ofiacutecio doa psicoacutelogoa qual o objeto de seu fazer Que ferramentas ele usa Qual meacutetodo orienta sua accedilatildeo Qual objetoobjetivo a ser produzido com o seu trabalho
O contexto que engendrou a profissatildeo do psicoacutelogo definiu o indiviacuteduo e suas relaccedilotildees consigo mesmo como objeto de trabalho a psicoterapia e o aconselhamen-to ndash seja individuais ou grupal ndash orientada por um diagnoacutestico psicopatoloacutegico como instru-mentomeacutetodo de excelecircncia para a intervenccedilatildeo e a diminui-ccedilatildeo do sofrimento daquele que se atende como objetivo a ser alcanccedilado com a intervenccedilatildeo As demandas oriundas das po-liacuteticas puacuteblicas tecircm exigido uma releitura tanto no nosso objetoobjetivo de trabalho quanto do nosso instrumento prioritaacuterio para a intervenccedilatildeo As poliacuteticas puacuteblicas definem em seus mar-
cos normativos accedilotildees intencio-nais do Estado voltadas para as coletividades O objeto de traba-lho desenhado satildeo as relaccedilotildees estabelecidas entre o indiviacuteduo e os coletivos construiacutedas em seus territoacuterios de vida O meacutetodo preconizado eacute o de articulaccedilatildeo de diversas ofertas do Estado e das comunidades para atender as muacuteltiplas necessidades dos sujei-tos dos grupos e dos territoacuterios A produccedilatildeo de autonomia e cons-truccedilatildeo da cidadania estatildeo postas como horizontes aos quais se al-meja chegar com as intervenccedilotildees
Ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacuteblicas significa re-conhecer a mudanccedila da oficina na qual passamos a trabalhar Eacute estar disposto a alinhar nosso objetoobjetivo de trabalho com aquele traccedilados nas diretrizes que orientam a poliacutetica puacuteblica na qual atuamos E ainda colo-car nossas competecircncias e habi-lidades na direccedilatildeo da defesa ra-dical da autonomia dos sujeitos e das coletividades e da construccedilatildeo de uma cidadania ativa
Ainda que as intencionalida-des das poliacuteticas puacuteblicas estejam alinhadas aos marcos constitucio-nais do Estado brasileiro o cam-po do puacuteblico eacute formado por con-
crepop
tradiccedilotildees estruturais e interesses diversos Ele se constroacutei marca-do por disputas Eacute mister analisar com quais interesses nossas praacute-ticas encontram-se alinhadas A que forccedilas estamos servindo Em que direccedilatildeo nossas habilidades e competecircncias estatildeo sendo convo-cadas Que trabalhos essas con-vocaccedilotildees estatildeo produzindo Eacute na leitura cuidadosa deste campo de tensatildeo e na construccedilatildeo de respos-tas a estas e outras questotildees que osas oficineirosas psicoacutelogosas estatildeo trabalhando na remo-delaccedilatildeo da Psicologia enquanto ofiacutecio podendo assim contribuir efetivamente para a consolidaccedilatildeo do Estado Democraacutetico de Direi-to no Brasil
Andreacute Sales Assessor Teacutecnico de Poliacuteticas Puacuteblicas
Edson Knevitz Silva e Fernanda Carrion Estagiaacuterios
Alexandra Ximendes Conselheira de Referecircncia
Acesse wwwcrprsorgbren-trelinhas68 e leia o texto do Crepop na iacutentegra
entre linhas | out-nov-dez 2014 19
Orientaccedilotildees aosagraves profissionais que atuam na Cliacutenica Psicoloacutegica em consultoacuterio
orientaccedilatildeoRe
cort
e e
cole
cion
e
Aacuterea TeacutecnicaLucio Fernando Garcia ndash Coord da Aacuterea Teacutecnica
Adriana Dal Orsoletta ndash Psicoacuteloga FiscalFlavia Cardozo de Mattos ndash Psicoacuteloga Fiscal
Leticia Giannechini ndash Psicoacuteloga FiscalLucia Regina Cogo ndash Psicoacuteloga Fiscal
Para atuaccedilatildeo na Cliacutenica (atendimento psi-coloacutegico avaliaccedilatildeo psicoloacutegica e psicoterapia) oa psicoacutelogoa deve estar regularmente ins-crito no CRPRS no Instituto Nacional de Se-guridade Social (INSS) de sua cidade e junto agrave Prefeitura Municipal para cadastro de ISSQN
OA profissional deve tambeacutem escolher um espaccedilo fiacutesico adequado considerando si-gilo e confidencialidade aleacutem de lugar apro-priado para a guarda do material teacutecnico e de atendimento Eacute obrigatoacuterio o registro docu-mental sobre a prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacute-gicos que natildeo puder ser mantido prioritaria-mente sob a forma de prontuaacuterio psicoloacutegico por razotildees que envolvam a restriccedilatildeo do com-partilhamento de informaccedilotildees com o usuaacuterio eou beneficiaacuterio do serviccedilo prestado
O registro documental em papel ou informatizado tem caraacuteter sigiloso e reuacute-ne informaccedilotildees que contemplam de forma sucinta o trabalho prestado a descriccedilatildeo e a evoluccedilatildeo do caso e os procedimentos teacutecnico-cientiacuteficos adotados Deve ser man-tido permanentemente atualizado e organi-zado peloa psicoacutelogoa que acompanha o procedimento A guarda desses registros de atendimento individual ou de grupo eacute de responsabilidade doa profissional psicoacutelogoa e obedece ao disposto no Coacutedi-go de Eacutetica Profissional e agrave Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Documen-tos Escritos produzidos peloa psicoacutelogoa decorrente de avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
OA psicoacutelogoa ao anunciar seus ser-viccedilos indicaraacute sempre seu nome (pessoa fiacute-sica) e o nuacutemero de inscriccedilatildeo (nordm CRP) bem como as capacitaccedilotildees que possua e endere-ccedilo atualizado para contato
Ao estabelecer um contrato de serviccedilos deveraacute levar em conta os direitos dos usu-
aacuterios ou beneficiaacuterios dos serviccedilos confor-me Artigo 1deg aliacutenea d do Coacutedigo de Eacutetica Profissional doa Psicoacutelogoa Incluindo a atenccedilatildeo a outras legislaccedilotildees como o Coacutedi-go de Proteccedilatildeo e de Defesa do Consumidor
Para pautar seus honoraacuterios oa psicoacutelogoa poderaacute utilizar a Tabela Refe-rencial de Honoraacuterios que eacute disponibilizada pelo Sistema Conselhos sendo sua elabora-ccedilatildeo e atualizaccedilatildeo feitas pela FENAPSI ndash Fe-deraccedilatildeo Nacional dos Psicoacutelogos e CFP Os valores satildeo meramente sugestivos e natildeo haacute obrigatoriedade de adotaacute-los Tambeacutem eacute pos-siacutevel disponibilizar atendimentos psicoloacutegi-cos por meio de planos de sauacutede devendo procurar diretamente a operadora de planos de sauacutede para informaccedilotildees sobre a forma de contrataccedilatildeo Tambeacutem a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) pelo site wwwansgovbr ou pelo telefone 0800-7019656
Lembrando que para o exerciacutecio profissio-nal adequado oa profissional deve pautar-se na constante atualizaccedilatildeo mantendo-se cons-tantemente atualizado teoacuterica teacutecnica e etica-mente e estar atento agraves resoluccedilotildees da profissatildeo e demais legislaccedilotildees que envolvam o atendi-mento de pacientes Afinal oa psicoacutelogoa em seu consultoacuterio tambeacutem eacute uma profissio-nal que se ocupa da sauacutede coletiva
A Aacuterea Teacutecnica do CRPRS estaacute agrave disposiccedilatildeo da categoria e da sociedade para orientaccedilatildeoPelo e-mail orienteccrprsorgbr | Pelo
telefone (51) 3334-6799 | Pessoalmente na sede do CRPRS em Porto Alegre de segunda a quarta das 9h agraves 17h e quinta e sexta das 9h agraves 12h
20 entre linhas | out-nov-dez 2014
USO EXCLUSIVO DOS CORREIOS
[ ] ausente [ ] endereccedilo insuficiente [ ] falecido [ ] natildeo existe o nuacutemero indicado [ ] recusado [ ] desconhecido [ ] natildeo procurado [ ] infporteirosiacutendico [ ] mudou-se [ ] outros (especificar)
______________ _________________________ data rubrica do responsaacutevel
_________________________
VISTO
agenda
Curso
Psicologia Aplicada agrave Aviaccedilatildeo19 a 30012015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 35198221 (51) 95518221bauerrosanagmailcom wwwabordofatoreshumanoscombr
Curso de Aperfeiccediloamento em Terapias CognitivasIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33323249danielalumertzwainerpsicologiacombr wwwwainerpsicologiacombr
ExtensatildeoPrograma de atualizaccedilatildeo em Terapia Cognitiva-comportamentalInscriccedilotildees ateacute 15122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 92514066f3representacaogmailcom
Formaccedilatildeo
Formaccedilatildeo em Terapia do EsquemaIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33323249danielalumertzwainerpsicologiacombr wwwwainerpsicologiacombrensino
Formaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica05032015 a 15122017Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33334801ieppieppcombr wwwieppcombr
Endereccedilo para DevoluccedilatildeoAgecircncia de Correios Avenida Protaacutesio Alves - CEP 90410-970
Formaccedilatildeo em Psicoterapia Psicanaliacutetica Iniacutecio em 10032015 Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33313781 (51) 92497139 contatogaepsicombr wwwgaepsicombr
Especializaccedilatildeo
Especializaccedilatildeo na Teoria e Teacutecnica de Intervenccedilatildeo na Relaccedilatildeo Pais-BebecircsInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica ndash AdultosInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica da AdolescecircnciaInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Neuropsicologia CliacutenicaIniacutecio em 27022015FlorianoacutepolisSC Informaccedilotildees (61) 32263002 (61) 81299428weberibneurocombr wwwibneurocombr
Especializaccedilatildeo Instituiccedilotildees em AnaacuteliseIniacutecio em 13032015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33082926 (somente sextas-feiras agrave tarde)instemanaliseufrgsbr httpbitly1vhZBeB
Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo AnaliacuteticaIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33305655crsilvahcpaufrgsbr wwwcelgorgbr
Especializaccedilatildeo em Psicoterapia PsicanaliacuteticaIniacutecio em 11032015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 32096524esippesippcombr wwwesippcombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia CognitivaIniacutecio em 01042015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 32735224 (51) 80234890portoalegre1institutowpcom wwwinstitutowpcom
Jornada
XI Jornada CELPCYRO sobre Sauacutede Mental26062015Porto Alegre RSInformaccedilotildees (51) 33884944atendimentogweventoscombr wwwcelpcyro2015eventizecombr
16 entre linhas | out-nov-dez 2014
controle social
Controle Social e a PsicologiaControle Social eacute aquele que o cidadatildeo
em um contexto democraacutetico pode exercer sobre o Estado por meio da participaccedilatildeo na gestatildeo da fiscalizaccedilatildeo do monitoramento e do controle das accedilotildees da administraccedilatildeo puacuteblica o acompanhamento das poliacuteticas sendo assim um importante mecanismo de fortalecimento da cidadania
De forma geral a participaccedilatildeo no Con-trole Social permite que os cidadatildeos possam intervir na tomada da decisatildeo administrati-va orientando a administraccedilatildeo puacuteblica para que adote medidas que realmente atendam ao interesse puacuteblico e ao mesmo tempo possam exercer controle sobre a accedilatildeo do Es-tado exigindo que o gestor puacuteblico preste contas de sua atuaccedilatildeo Esse envolvimento na gestatildeo puacuteblica eacute um direito assegurado pela Constituiccedilatildeo Federal permitindo que os cidadatildeos natildeo soacute participem da formu-laccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem fiscalizem de forma permanente a aplicaccedilatildeo dos recursos puacuteblicos
O Conselho Regional de Psicologia
do Rio Grande do Sul (CRPRS) e o Con-
selho Federal de Psicologia (CFP) esti-
mulam a participaccedilatildeo dosas psicoacutelogos
as nas instacircncias de controle social por
acreditar que o conhecimento teacutecnico dos
profissionais da aacuterea pode contribuir na
construccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas Aleacutem disso seus representantes a partir de suas regiotildees de intervenccedilatildeo tornam-se inter-locutores e referecircncia para osas demais psicoacutelogosas locais ampliando assim o debate da Psicologia como protagonista das poliacuteticas puacuteblicas das diversas regiotildees
Atualmente o CRPRS possui cadeiras em diversos conselhos de direito e estaacute aberto a assumir novas vagas de acordo com seus posicionamentos Eacute importan-te destacar que a representaccedilatildeo feita pelo profissional da Psicologia nos espaccedilos de controle social natildeo possui caraacuteter indivi-dual deve expressar concepccedilotildees orienta-ccedilotildees e diretrizes formuladas ou definidas pela categoria Ao assumir o lugar de re-presentaccedilatildeo na instacircncia de controle so-cial oa psicoacutelogoa compromete-se a defender necessariamente as orientaccedilotildees e posicionamentos do Conselho Regional de Psicologia assim como os do Conselho Federal de Psicologia frente agraves questotildees que se encontram em debate
SAIBA MAIS Acesse wwwcrprsorgbrcontrolesocial para saber mais sobre Con-trole Social Duacutevidas poderatildeo ser escla-recidas pelo e-mail crepopcrprsorgbr
AacuteREA ABRANGEcircNCIA
Sauacutede Estadual e Municipal
Assistecircncia Social Estadual e Municipal
Direitos da Crianccedila e do Adolescente Municipal
Poliacuteticas sobre Drogas Estadual e Municipal
Direitos da Mulher Municipal
Os espaccedilos de atuaccedilatildeo dos psicoacutelogos no controle social satildeo
entre linhas | out-nov-dez 2014 17
Municiacutepios onde CRPRS tem representaccedilotildees no Controle Social
Quer representar o CRPRS nos Conselhos de Direito
Conselhos de Direitos
Se vocecirc eacute psicoacutelogoa e tem interesse em re-
presentar o CRPRS em algum conselho de direi-
to acesse o Cadastro de Interesse de Psicoacutelogoa
ndash Representaccedilatildeo no Controle Social
Disponiacutevel em wwwcrprsorgbrcontro-
lesocial O pedido seraacute avaliado considerando
os criteacuterios estabelecidos para se constituir a
representaccedilatildeo e interesses do CRPRS Os repre-
sentantes devem participar das atividades pro-
movidas pelo CRPRS
Criteacuterios para candidatar-se agrave representaccedilatildeo
bull Ser psicoacutelogao devidamente inscrito no
CRPRS
bull Preencher cadastro de interesse em www
crprsorgbrcontrolesocial
bull Ter conhecimentoaproximaccedilatildeo relaciona-
do agrave temaacutetica e ao municiacutepio do Conselho
de direito
bull Estar adimplente com as anuidades do CRPRS
bull Disponibilizar-se a participar sistematica-
mente das reuniotildees da Comissatildeo de Poliacuteticas
Puacuteblicas (sede) ou Nuacutecleos de Poliacuteticas Puacutebli-
cas (subsedes) e dos encontros de discussatildeo
do controle social promovidos pelo CRPRS
O CRPRS recebe pedidos para indicaccedilatildeo de
psicoacutelogosas para assumir vagas em Conselho
de Direitos Apoacutes aprovada a participaccedilatildeo do
CRPRS na instacircncia e realizada a indicaccedilatildeo de ti-
tular e suplente para a vaga por meio da Comis-
satildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas (sede) dos Nuacutecleos de
Poliacuteticas Puacuteblicas (nas subsedes) ou dos nuacutecleos
gestores das subsedes eacute feita a comunicaccedilatildeo ofi-
cial agrave instituiccedilatildeo solicitante
Conselhos de Direito que tenham interesse
em ter o CRPRS compondo seu conjunto de con-
selheiros devem acessar o Cadastro de interesse
de Conselho de Direito ndash Representaccedilatildeo no Con-
trole Social disponiacutevel em wwwcrprsorgbr
controlesocial
18 entre linhas | out-nov-dez 2014
O que eacute ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacuteblicas O que fazer quando se estaacute por laacute
O que satildeo as poliacuteticas puacutebli-cas para osas psicoacutelogosas Aleacutem de um campo de atuaccedilatildeo no qual se materializam direitos constitucionais um mercado de trabalho em franca expansatildeo Eacute possiacutevel pensar o trabalho como sendo um ofiacutecio Enquanto fabri-cam produtos os homens se pro-duzem Pensando sobre o ofiacutecio doa psicoacutelogoa qual o objeto de seu fazer Que ferramentas ele usa Qual meacutetodo orienta sua accedilatildeo Qual objetoobjetivo a ser produzido com o seu trabalho
O contexto que engendrou a profissatildeo do psicoacutelogo definiu o indiviacuteduo e suas relaccedilotildees consigo mesmo como objeto de trabalho a psicoterapia e o aconselhamen-to ndash seja individuais ou grupal ndash orientada por um diagnoacutestico psicopatoloacutegico como instru-mentomeacutetodo de excelecircncia para a intervenccedilatildeo e a diminui-ccedilatildeo do sofrimento daquele que se atende como objetivo a ser alcanccedilado com a intervenccedilatildeo As demandas oriundas das po-liacuteticas puacuteblicas tecircm exigido uma releitura tanto no nosso objetoobjetivo de trabalho quanto do nosso instrumento prioritaacuterio para a intervenccedilatildeo As poliacuteticas puacuteblicas definem em seus mar-
cos normativos accedilotildees intencio-nais do Estado voltadas para as coletividades O objeto de traba-lho desenhado satildeo as relaccedilotildees estabelecidas entre o indiviacuteduo e os coletivos construiacutedas em seus territoacuterios de vida O meacutetodo preconizado eacute o de articulaccedilatildeo de diversas ofertas do Estado e das comunidades para atender as muacuteltiplas necessidades dos sujei-tos dos grupos e dos territoacuterios A produccedilatildeo de autonomia e cons-truccedilatildeo da cidadania estatildeo postas como horizontes aos quais se al-meja chegar com as intervenccedilotildees
Ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacuteblicas significa re-conhecer a mudanccedila da oficina na qual passamos a trabalhar Eacute estar disposto a alinhar nosso objetoobjetivo de trabalho com aquele traccedilados nas diretrizes que orientam a poliacutetica puacuteblica na qual atuamos E ainda colo-car nossas competecircncias e habi-lidades na direccedilatildeo da defesa ra-dical da autonomia dos sujeitos e das coletividades e da construccedilatildeo de uma cidadania ativa
Ainda que as intencionalida-des das poliacuteticas puacuteblicas estejam alinhadas aos marcos constitucio-nais do Estado brasileiro o cam-po do puacuteblico eacute formado por con-
crepop
tradiccedilotildees estruturais e interesses diversos Ele se constroacutei marca-do por disputas Eacute mister analisar com quais interesses nossas praacute-ticas encontram-se alinhadas A que forccedilas estamos servindo Em que direccedilatildeo nossas habilidades e competecircncias estatildeo sendo convo-cadas Que trabalhos essas con-vocaccedilotildees estatildeo produzindo Eacute na leitura cuidadosa deste campo de tensatildeo e na construccedilatildeo de respos-tas a estas e outras questotildees que osas oficineirosas psicoacutelogosas estatildeo trabalhando na remo-delaccedilatildeo da Psicologia enquanto ofiacutecio podendo assim contribuir efetivamente para a consolidaccedilatildeo do Estado Democraacutetico de Direi-to no Brasil
Andreacute Sales Assessor Teacutecnico de Poliacuteticas Puacuteblicas
Edson Knevitz Silva e Fernanda Carrion Estagiaacuterios
Alexandra Ximendes Conselheira de Referecircncia
Acesse wwwcrprsorgbren-trelinhas68 e leia o texto do Crepop na iacutentegra
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Orientaccedilotildees aosagraves profissionais que atuam na Cliacutenica Psicoloacutegica em consultoacuterio
orientaccedilatildeoRe
cort
e e
cole
cion
e
Aacuterea TeacutecnicaLucio Fernando Garcia ndash Coord da Aacuterea Teacutecnica
Adriana Dal Orsoletta ndash Psicoacuteloga FiscalFlavia Cardozo de Mattos ndash Psicoacuteloga Fiscal
Leticia Giannechini ndash Psicoacuteloga FiscalLucia Regina Cogo ndash Psicoacuteloga Fiscal
Para atuaccedilatildeo na Cliacutenica (atendimento psi-coloacutegico avaliaccedilatildeo psicoloacutegica e psicoterapia) oa psicoacutelogoa deve estar regularmente ins-crito no CRPRS no Instituto Nacional de Se-guridade Social (INSS) de sua cidade e junto agrave Prefeitura Municipal para cadastro de ISSQN
OA profissional deve tambeacutem escolher um espaccedilo fiacutesico adequado considerando si-gilo e confidencialidade aleacutem de lugar apro-priado para a guarda do material teacutecnico e de atendimento Eacute obrigatoacuterio o registro docu-mental sobre a prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacute-gicos que natildeo puder ser mantido prioritaria-mente sob a forma de prontuaacuterio psicoloacutegico por razotildees que envolvam a restriccedilatildeo do com-partilhamento de informaccedilotildees com o usuaacuterio eou beneficiaacuterio do serviccedilo prestado
O registro documental em papel ou informatizado tem caraacuteter sigiloso e reuacute-ne informaccedilotildees que contemplam de forma sucinta o trabalho prestado a descriccedilatildeo e a evoluccedilatildeo do caso e os procedimentos teacutecnico-cientiacuteficos adotados Deve ser man-tido permanentemente atualizado e organi-zado peloa psicoacutelogoa que acompanha o procedimento A guarda desses registros de atendimento individual ou de grupo eacute de responsabilidade doa profissional psicoacutelogoa e obedece ao disposto no Coacutedi-go de Eacutetica Profissional e agrave Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Documen-tos Escritos produzidos peloa psicoacutelogoa decorrente de avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
OA psicoacutelogoa ao anunciar seus ser-viccedilos indicaraacute sempre seu nome (pessoa fiacute-sica) e o nuacutemero de inscriccedilatildeo (nordm CRP) bem como as capacitaccedilotildees que possua e endere-ccedilo atualizado para contato
Ao estabelecer um contrato de serviccedilos deveraacute levar em conta os direitos dos usu-
aacuterios ou beneficiaacuterios dos serviccedilos confor-me Artigo 1deg aliacutenea d do Coacutedigo de Eacutetica Profissional doa Psicoacutelogoa Incluindo a atenccedilatildeo a outras legislaccedilotildees como o Coacutedi-go de Proteccedilatildeo e de Defesa do Consumidor
Para pautar seus honoraacuterios oa psicoacutelogoa poderaacute utilizar a Tabela Refe-rencial de Honoraacuterios que eacute disponibilizada pelo Sistema Conselhos sendo sua elabora-ccedilatildeo e atualizaccedilatildeo feitas pela FENAPSI ndash Fe-deraccedilatildeo Nacional dos Psicoacutelogos e CFP Os valores satildeo meramente sugestivos e natildeo haacute obrigatoriedade de adotaacute-los Tambeacutem eacute pos-siacutevel disponibilizar atendimentos psicoloacutegi-cos por meio de planos de sauacutede devendo procurar diretamente a operadora de planos de sauacutede para informaccedilotildees sobre a forma de contrataccedilatildeo Tambeacutem a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) pelo site wwwansgovbr ou pelo telefone 0800-7019656
Lembrando que para o exerciacutecio profissio-nal adequado oa profissional deve pautar-se na constante atualizaccedilatildeo mantendo-se cons-tantemente atualizado teoacuterica teacutecnica e etica-mente e estar atento agraves resoluccedilotildees da profissatildeo e demais legislaccedilotildees que envolvam o atendi-mento de pacientes Afinal oa psicoacutelogoa em seu consultoacuterio tambeacutem eacute uma profissio-nal que se ocupa da sauacutede coletiva
A Aacuterea Teacutecnica do CRPRS estaacute agrave disposiccedilatildeo da categoria e da sociedade para orientaccedilatildeoPelo e-mail orienteccrprsorgbr | Pelo
telefone (51) 3334-6799 | Pessoalmente na sede do CRPRS em Porto Alegre de segunda a quarta das 9h agraves 17h e quinta e sexta das 9h agraves 12h
20 entre linhas | out-nov-dez 2014
USO EXCLUSIVO DOS CORREIOS
[ ] ausente [ ] endereccedilo insuficiente [ ] falecido [ ] natildeo existe o nuacutemero indicado [ ] recusado [ ] desconhecido [ ] natildeo procurado [ ] infporteirosiacutendico [ ] mudou-se [ ] outros (especificar)
______________ _________________________ data rubrica do responsaacutevel
_________________________
VISTO
agenda
Curso
Psicologia Aplicada agrave Aviaccedilatildeo19 a 30012015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 35198221 (51) 95518221bauerrosanagmailcom wwwabordofatoreshumanoscombr
Curso de Aperfeiccediloamento em Terapias CognitivasIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33323249danielalumertzwainerpsicologiacombr wwwwainerpsicologiacombr
ExtensatildeoPrograma de atualizaccedilatildeo em Terapia Cognitiva-comportamentalInscriccedilotildees ateacute 15122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 92514066f3representacaogmailcom
Formaccedilatildeo
Formaccedilatildeo em Terapia do EsquemaIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33323249danielalumertzwainerpsicologiacombr wwwwainerpsicologiacombrensino
Formaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica05032015 a 15122017Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33334801ieppieppcombr wwwieppcombr
Endereccedilo para DevoluccedilatildeoAgecircncia de Correios Avenida Protaacutesio Alves - CEP 90410-970
Formaccedilatildeo em Psicoterapia Psicanaliacutetica Iniacutecio em 10032015 Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33313781 (51) 92497139 contatogaepsicombr wwwgaepsicombr
Especializaccedilatildeo
Especializaccedilatildeo na Teoria e Teacutecnica de Intervenccedilatildeo na Relaccedilatildeo Pais-BebecircsInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica ndash AdultosInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica da AdolescecircnciaInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Neuropsicologia CliacutenicaIniacutecio em 27022015FlorianoacutepolisSC Informaccedilotildees (61) 32263002 (61) 81299428weberibneurocombr wwwibneurocombr
Especializaccedilatildeo Instituiccedilotildees em AnaacuteliseIniacutecio em 13032015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33082926 (somente sextas-feiras agrave tarde)instemanaliseufrgsbr httpbitly1vhZBeB
Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo AnaliacuteticaIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33305655crsilvahcpaufrgsbr wwwcelgorgbr
Especializaccedilatildeo em Psicoterapia PsicanaliacuteticaIniacutecio em 11032015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 32096524esippesippcombr wwwesippcombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia CognitivaIniacutecio em 01042015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 32735224 (51) 80234890portoalegre1institutowpcom wwwinstitutowpcom
Jornada
XI Jornada CELPCYRO sobre Sauacutede Mental26062015Porto Alegre RSInformaccedilotildees (51) 33884944atendimentogweventoscombr wwwcelpcyro2015eventizecombr
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Municiacutepios onde CRPRS tem representaccedilotildees no Controle Social
Quer representar o CRPRS nos Conselhos de Direito
Conselhos de Direitos
Se vocecirc eacute psicoacutelogoa e tem interesse em re-
presentar o CRPRS em algum conselho de direi-
to acesse o Cadastro de Interesse de Psicoacutelogoa
ndash Representaccedilatildeo no Controle Social
Disponiacutevel em wwwcrprsorgbrcontro-
lesocial O pedido seraacute avaliado considerando
os criteacuterios estabelecidos para se constituir a
representaccedilatildeo e interesses do CRPRS Os repre-
sentantes devem participar das atividades pro-
movidas pelo CRPRS
Criteacuterios para candidatar-se agrave representaccedilatildeo
bull Ser psicoacutelogao devidamente inscrito no
CRPRS
bull Preencher cadastro de interesse em www
crprsorgbrcontrolesocial
bull Ter conhecimentoaproximaccedilatildeo relaciona-
do agrave temaacutetica e ao municiacutepio do Conselho
de direito
bull Estar adimplente com as anuidades do CRPRS
bull Disponibilizar-se a participar sistematica-
mente das reuniotildees da Comissatildeo de Poliacuteticas
Puacuteblicas (sede) ou Nuacutecleos de Poliacuteticas Puacutebli-
cas (subsedes) e dos encontros de discussatildeo
do controle social promovidos pelo CRPRS
O CRPRS recebe pedidos para indicaccedilatildeo de
psicoacutelogosas para assumir vagas em Conselho
de Direitos Apoacutes aprovada a participaccedilatildeo do
CRPRS na instacircncia e realizada a indicaccedilatildeo de ti-
tular e suplente para a vaga por meio da Comis-
satildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas (sede) dos Nuacutecleos de
Poliacuteticas Puacuteblicas (nas subsedes) ou dos nuacutecleos
gestores das subsedes eacute feita a comunicaccedilatildeo ofi-
cial agrave instituiccedilatildeo solicitante
Conselhos de Direito que tenham interesse
em ter o CRPRS compondo seu conjunto de con-
selheiros devem acessar o Cadastro de interesse
de Conselho de Direito ndash Representaccedilatildeo no Con-
trole Social disponiacutevel em wwwcrprsorgbr
controlesocial
18 entre linhas | out-nov-dez 2014
O que eacute ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacuteblicas O que fazer quando se estaacute por laacute
O que satildeo as poliacuteticas puacutebli-cas para osas psicoacutelogosas Aleacutem de um campo de atuaccedilatildeo no qual se materializam direitos constitucionais um mercado de trabalho em franca expansatildeo Eacute possiacutevel pensar o trabalho como sendo um ofiacutecio Enquanto fabri-cam produtos os homens se pro-duzem Pensando sobre o ofiacutecio doa psicoacutelogoa qual o objeto de seu fazer Que ferramentas ele usa Qual meacutetodo orienta sua accedilatildeo Qual objetoobjetivo a ser produzido com o seu trabalho
O contexto que engendrou a profissatildeo do psicoacutelogo definiu o indiviacuteduo e suas relaccedilotildees consigo mesmo como objeto de trabalho a psicoterapia e o aconselhamen-to ndash seja individuais ou grupal ndash orientada por um diagnoacutestico psicopatoloacutegico como instru-mentomeacutetodo de excelecircncia para a intervenccedilatildeo e a diminui-ccedilatildeo do sofrimento daquele que se atende como objetivo a ser alcanccedilado com a intervenccedilatildeo As demandas oriundas das po-liacuteticas puacuteblicas tecircm exigido uma releitura tanto no nosso objetoobjetivo de trabalho quanto do nosso instrumento prioritaacuterio para a intervenccedilatildeo As poliacuteticas puacuteblicas definem em seus mar-
cos normativos accedilotildees intencio-nais do Estado voltadas para as coletividades O objeto de traba-lho desenhado satildeo as relaccedilotildees estabelecidas entre o indiviacuteduo e os coletivos construiacutedas em seus territoacuterios de vida O meacutetodo preconizado eacute o de articulaccedilatildeo de diversas ofertas do Estado e das comunidades para atender as muacuteltiplas necessidades dos sujei-tos dos grupos e dos territoacuterios A produccedilatildeo de autonomia e cons-truccedilatildeo da cidadania estatildeo postas como horizontes aos quais se al-meja chegar com as intervenccedilotildees
Ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacuteblicas significa re-conhecer a mudanccedila da oficina na qual passamos a trabalhar Eacute estar disposto a alinhar nosso objetoobjetivo de trabalho com aquele traccedilados nas diretrizes que orientam a poliacutetica puacuteblica na qual atuamos E ainda colo-car nossas competecircncias e habi-lidades na direccedilatildeo da defesa ra-dical da autonomia dos sujeitos e das coletividades e da construccedilatildeo de uma cidadania ativa
Ainda que as intencionalida-des das poliacuteticas puacuteblicas estejam alinhadas aos marcos constitucio-nais do Estado brasileiro o cam-po do puacuteblico eacute formado por con-
crepop
tradiccedilotildees estruturais e interesses diversos Ele se constroacutei marca-do por disputas Eacute mister analisar com quais interesses nossas praacute-ticas encontram-se alinhadas A que forccedilas estamos servindo Em que direccedilatildeo nossas habilidades e competecircncias estatildeo sendo convo-cadas Que trabalhos essas con-vocaccedilotildees estatildeo produzindo Eacute na leitura cuidadosa deste campo de tensatildeo e na construccedilatildeo de respos-tas a estas e outras questotildees que osas oficineirosas psicoacutelogosas estatildeo trabalhando na remo-delaccedilatildeo da Psicologia enquanto ofiacutecio podendo assim contribuir efetivamente para a consolidaccedilatildeo do Estado Democraacutetico de Direi-to no Brasil
Andreacute Sales Assessor Teacutecnico de Poliacuteticas Puacuteblicas
Edson Knevitz Silva e Fernanda Carrion Estagiaacuterios
Alexandra Ximendes Conselheira de Referecircncia
Acesse wwwcrprsorgbren-trelinhas68 e leia o texto do Crepop na iacutentegra
entre linhas | out-nov-dez 2014 19
Orientaccedilotildees aosagraves profissionais que atuam na Cliacutenica Psicoloacutegica em consultoacuterio
orientaccedilatildeoRe
cort
e e
cole
cion
e
Aacuterea TeacutecnicaLucio Fernando Garcia ndash Coord da Aacuterea Teacutecnica
Adriana Dal Orsoletta ndash Psicoacuteloga FiscalFlavia Cardozo de Mattos ndash Psicoacuteloga Fiscal
Leticia Giannechini ndash Psicoacuteloga FiscalLucia Regina Cogo ndash Psicoacuteloga Fiscal
Para atuaccedilatildeo na Cliacutenica (atendimento psi-coloacutegico avaliaccedilatildeo psicoloacutegica e psicoterapia) oa psicoacutelogoa deve estar regularmente ins-crito no CRPRS no Instituto Nacional de Se-guridade Social (INSS) de sua cidade e junto agrave Prefeitura Municipal para cadastro de ISSQN
OA profissional deve tambeacutem escolher um espaccedilo fiacutesico adequado considerando si-gilo e confidencialidade aleacutem de lugar apro-priado para a guarda do material teacutecnico e de atendimento Eacute obrigatoacuterio o registro docu-mental sobre a prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacute-gicos que natildeo puder ser mantido prioritaria-mente sob a forma de prontuaacuterio psicoloacutegico por razotildees que envolvam a restriccedilatildeo do com-partilhamento de informaccedilotildees com o usuaacuterio eou beneficiaacuterio do serviccedilo prestado
O registro documental em papel ou informatizado tem caraacuteter sigiloso e reuacute-ne informaccedilotildees que contemplam de forma sucinta o trabalho prestado a descriccedilatildeo e a evoluccedilatildeo do caso e os procedimentos teacutecnico-cientiacuteficos adotados Deve ser man-tido permanentemente atualizado e organi-zado peloa psicoacutelogoa que acompanha o procedimento A guarda desses registros de atendimento individual ou de grupo eacute de responsabilidade doa profissional psicoacutelogoa e obedece ao disposto no Coacutedi-go de Eacutetica Profissional e agrave Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Documen-tos Escritos produzidos peloa psicoacutelogoa decorrente de avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
OA psicoacutelogoa ao anunciar seus ser-viccedilos indicaraacute sempre seu nome (pessoa fiacute-sica) e o nuacutemero de inscriccedilatildeo (nordm CRP) bem como as capacitaccedilotildees que possua e endere-ccedilo atualizado para contato
Ao estabelecer um contrato de serviccedilos deveraacute levar em conta os direitos dos usu-
aacuterios ou beneficiaacuterios dos serviccedilos confor-me Artigo 1deg aliacutenea d do Coacutedigo de Eacutetica Profissional doa Psicoacutelogoa Incluindo a atenccedilatildeo a outras legislaccedilotildees como o Coacutedi-go de Proteccedilatildeo e de Defesa do Consumidor
Para pautar seus honoraacuterios oa psicoacutelogoa poderaacute utilizar a Tabela Refe-rencial de Honoraacuterios que eacute disponibilizada pelo Sistema Conselhos sendo sua elabora-ccedilatildeo e atualizaccedilatildeo feitas pela FENAPSI ndash Fe-deraccedilatildeo Nacional dos Psicoacutelogos e CFP Os valores satildeo meramente sugestivos e natildeo haacute obrigatoriedade de adotaacute-los Tambeacutem eacute pos-siacutevel disponibilizar atendimentos psicoloacutegi-cos por meio de planos de sauacutede devendo procurar diretamente a operadora de planos de sauacutede para informaccedilotildees sobre a forma de contrataccedilatildeo Tambeacutem a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) pelo site wwwansgovbr ou pelo telefone 0800-7019656
Lembrando que para o exerciacutecio profissio-nal adequado oa profissional deve pautar-se na constante atualizaccedilatildeo mantendo-se cons-tantemente atualizado teoacuterica teacutecnica e etica-mente e estar atento agraves resoluccedilotildees da profissatildeo e demais legislaccedilotildees que envolvam o atendi-mento de pacientes Afinal oa psicoacutelogoa em seu consultoacuterio tambeacutem eacute uma profissio-nal que se ocupa da sauacutede coletiva
A Aacuterea Teacutecnica do CRPRS estaacute agrave disposiccedilatildeo da categoria e da sociedade para orientaccedilatildeoPelo e-mail orienteccrprsorgbr | Pelo
telefone (51) 3334-6799 | Pessoalmente na sede do CRPRS em Porto Alegre de segunda a quarta das 9h agraves 17h e quinta e sexta das 9h agraves 12h
20 entre linhas | out-nov-dez 2014
USO EXCLUSIVO DOS CORREIOS
[ ] ausente [ ] endereccedilo insuficiente [ ] falecido [ ] natildeo existe o nuacutemero indicado [ ] recusado [ ] desconhecido [ ] natildeo procurado [ ] infporteirosiacutendico [ ] mudou-se [ ] outros (especificar)
______________ _________________________ data rubrica do responsaacutevel
_________________________
VISTO
agenda
Curso
Psicologia Aplicada agrave Aviaccedilatildeo19 a 30012015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 35198221 (51) 95518221bauerrosanagmailcom wwwabordofatoreshumanoscombr
Curso de Aperfeiccediloamento em Terapias CognitivasIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33323249danielalumertzwainerpsicologiacombr wwwwainerpsicologiacombr
ExtensatildeoPrograma de atualizaccedilatildeo em Terapia Cognitiva-comportamentalInscriccedilotildees ateacute 15122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 92514066f3representacaogmailcom
Formaccedilatildeo
Formaccedilatildeo em Terapia do EsquemaIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33323249danielalumertzwainerpsicologiacombr wwwwainerpsicologiacombrensino
Formaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica05032015 a 15122017Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33334801ieppieppcombr wwwieppcombr
Endereccedilo para DevoluccedilatildeoAgecircncia de Correios Avenida Protaacutesio Alves - CEP 90410-970
Formaccedilatildeo em Psicoterapia Psicanaliacutetica Iniacutecio em 10032015 Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33313781 (51) 92497139 contatogaepsicombr wwwgaepsicombr
Especializaccedilatildeo
Especializaccedilatildeo na Teoria e Teacutecnica de Intervenccedilatildeo na Relaccedilatildeo Pais-BebecircsInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica ndash AdultosInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica da AdolescecircnciaInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Neuropsicologia CliacutenicaIniacutecio em 27022015FlorianoacutepolisSC Informaccedilotildees (61) 32263002 (61) 81299428weberibneurocombr wwwibneurocombr
Especializaccedilatildeo Instituiccedilotildees em AnaacuteliseIniacutecio em 13032015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33082926 (somente sextas-feiras agrave tarde)instemanaliseufrgsbr httpbitly1vhZBeB
Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo AnaliacuteticaIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33305655crsilvahcpaufrgsbr wwwcelgorgbr
Especializaccedilatildeo em Psicoterapia PsicanaliacuteticaIniacutecio em 11032015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 32096524esippesippcombr wwwesippcombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia CognitivaIniacutecio em 01042015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 32735224 (51) 80234890portoalegre1institutowpcom wwwinstitutowpcom
Jornada
XI Jornada CELPCYRO sobre Sauacutede Mental26062015Porto Alegre RSInformaccedilotildees (51) 33884944atendimentogweventoscombr wwwcelpcyro2015eventizecombr
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O que eacute ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacuteblicas O que fazer quando se estaacute por laacute
O que satildeo as poliacuteticas puacutebli-cas para osas psicoacutelogosas Aleacutem de um campo de atuaccedilatildeo no qual se materializam direitos constitucionais um mercado de trabalho em franca expansatildeo Eacute possiacutevel pensar o trabalho como sendo um ofiacutecio Enquanto fabri-cam produtos os homens se pro-duzem Pensando sobre o ofiacutecio doa psicoacutelogoa qual o objeto de seu fazer Que ferramentas ele usa Qual meacutetodo orienta sua accedilatildeo Qual objetoobjetivo a ser produzido com o seu trabalho
O contexto que engendrou a profissatildeo do psicoacutelogo definiu o indiviacuteduo e suas relaccedilotildees consigo mesmo como objeto de trabalho a psicoterapia e o aconselhamen-to ndash seja individuais ou grupal ndash orientada por um diagnoacutestico psicopatoloacutegico como instru-mentomeacutetodo de excelecircncia para a intervenccedilatildeo e a diminui-ccedilatildeo do sofrimento daquele que se atende como objetivo a ser alcanccedilado com a intervenccedilatildeo As demandas oriundas das po-liacuteticas puacuteblicas tecircm exigido uma releitura tanto no nosso objetoobjetivo de trabalho quanto do nosso instrumento prioritaacuterio para a intervenccedilatildeo As poliacuteticas puacuteblicas definem em seus mar-
cos normativos accedilotildees intencio-nais do Estado voltadas para as coletividades O objeto de traba-lho desenhado satildeo as relaccedilotildees estabelecidas entre o indiviacuteduo e os coletivos construiacutedas em seus territoacuterios de vida O meacutetodo preconizado eacute o de articulaccedilatildeo de diversas ofertas do Estado e das comunidades para atender as muacuteltiplas necessidades dos sujei-tos dos grupos e dos territoacuterios A produccedilatildeo de autonomia e cons-truccedilatildeo da cidadania estatildeo postas como horizontes aos quais se al-meja chegar com as intervenccedilotildees
Ser uma psicoacutelogoa das poliacuteticas puacuteblicas significa re-conhecer a mudanccedila da oficina na qual passamos a trabalhar Eacute estar disposto a alinhar nosso objetoobjetivo de trabalho com aquele traccedilados nas diretrizes que orientam a poliacutetica puacuteblica na qual atuamos E ainda colo-car nossas competecircncias e habi-lidades na direccedilatildeo da defesa ra-dical da autonomia dos sujeitos e das coletividades e da construccedilatildeo de uma cidadania ativa
Ainda que as intencionalida-des das poliacuteticas puacuteblicas estejam alinhadas aos marcos constitucio-nais do Estado brasileiro o cam-po do puacuteblico eacute formado por con-
crepop
tradiccedilotildees estruturais e interesses diversos Ele se constroacutei marca-do por disputas Eacute mister analisar com quais interesses nossas praacute-ticas encontram-se alinhadas A que forccedilas estamos servindo Em que direccedilatildeo nossas habilidades e competecircncias estatildeo sendo convo-cadas Que trabalhos essas con-vocaccedilotildees estatildeo produzindo Eacute na leitura cuidadosa deste campo de tensatildeo e na construccedilatildeo de respos-tas a estas e outras questotildees que osas oficineirosas psicoacutelogosas estatildeo trabalhando na remo-delaccedilatildeo da Psicologia enquanto ofiacutecio podendo assim contribuir efetivamente para a consolidaccedilatildeo do Estado Democraacutetico de Direi-to no Brasil
Andreacute Sales Assessor Teacutecnico de Poliacuteticas Puacuteblicas
Edson Knevitz Silva e Fernanda Carrion Estagiaacuterios
Alexandra Ximendes Conselheira de Referecircncia
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Orientaccedilotildees aosagraves profissionais que atuam na Cliacutenica Psicoloacutegica em consultoacuterio
orientaccedilatildeoRe
cort
e e
cole
cion
e
Aacuterea TeacutecnicaLucio Fernando Garcia ndash Coord da Aacuterea Teacutecnica
Adriana Dal Orsoletta ndash Psicoacuteloga FiscalFlavia Cardozo de Mattos ndash Psicoacuteloga Fiscal
Leticia Giannechini ndash Psicoacuteloga FiscalLucia Regina Cogo ndash Psicoacuteloga Fiscal
Para atuaccedilatildeo na Cliacutenica (atendimento psi-coloacutegico avaliaccedilatildeo psicoloacutegica e psicoterapia) oa psicoacutelogoa deve estar regularmente ins-crito no CRPRS no Instituto Nacional de Se-guridade Social (INSS) de sua cidade e junto agrave Prefeitura Municipal para cadastro de ISSQN
OA profissional deve tambeacutem escolher um espaccedilo fiacutesico adequado considerando si-gilo e confidencialidade aleacutem de lugar apro-priado para a guarda do material teacutecnico e de atendimento Eacute obrigatoacuterio o registro docu-mental sobre a prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacute-gicos que natildeo puder ser mantido prioritaria-mente sob a forma de prontuaacuterio psicoloacutegico por razotildees que envolvam a restriccedilatildeo do com-partilhamento de informaccedilotildees com o usuaacuterio eou beneficiaacuterio do serviccedilo prestado
O registro documental em papel ou informatizado tem caraacuteter sigiloso e reuacute-ne informaccedilotildees que contemplam de forma sucinta o trabalho prestado a descriccedilatildeo e a evoluccedilatildeo do caso e os procedimentos teacutecnico-cientiacuteficos adotados Deve ser man-tido permanentemente atualizado e organi-zado peloa psicoacutelogoa que acompanha o procedimento A guarda desses registros de atendimento individual ou de grupo eacute de responsabilidade doa profissional psicoacutelogoa e obedece ao disposto no Coacutedi-go de Eacutetica Profissional e agrave Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Documen-tos Escritos produzidos peloa psicoacutelogoa decorrente de avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
OA psicoacutelogoa ao anunciar seus ser-viccedilos indicaraacute sempre seu nome (pessoa fiacute-sica) e o nuacutemero de inscriccedilatildeo (nordm CRP) bem como as capacitaccedilotildees que possua e endere-ccedilo atualizado para contato
Ao estabelecer um contrato de serviccedilos deveraacute levar em conta os direitos dos usu-
aacuterios ou beneficiaacuterios dos serviccedilos confor-me Artigo 1deg aliacutenea d do Coacutedigo de Eacutetica Profissional doa Psicoacutelogoa Incluindo a atenccedilatildeo a outras legislaccedilotildees como o Coacutedi-go de Proteccedilatildeo e de Defesa do Consumidor
Para pautar seus honoraacuterios oa psicoacutelogoa poderaacute utilizar a Tabela Refe-rencial de Honoraacuterios que eacute disponibilizada pelo Sistema Conselhos sendo sua elabora-ccedilatildeo e atualizaccedilatildeo feitas pela FENAPSI ndash Fe-deraccedilatildeo Nacional dos Psicoacutelogos e CFP Os valores satildeo meramente sugestivos e natildeo haacute obrigatoriedade de adotaacute-los Tambeacutem eacute pos-siacutevel disponibilizar atendimentos psicoloacutegi-cos por meio de planos de sauacutede devendo procurar diretamente a operadora de planos de sauacutede para informaccedilotildees sobre a forma de contrataccedilatildeo Tambeacutem a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) pelo site wwwansgovbr ou pelo telefone 0800-7019656
Lembrando que para o exerciacutecio profissio-nal adequado oa profissional deve pautar-se na constante atualizaccedilatildeo mantendo-se cons-tantemente atualizado teoacuterica teacutecnica e etica-mente e estar atento agraves resoluccedilotildees da profissatildeo e demais legislaccedilotildees que envolvam o atendi-mento de pacientes Afinal oa psicoacutelogoa em seu consultoacuterio tambeacutem eacute uma profissio-nal que se ocupa da sauacutede coletiva
A Aacuterea Teacutecnica do CRPRS estaacute agrave disposiccedilatildeo da categoria e da sociedade para orientaccedilatildeoPelo e-mail orienteccrprsorgbr | Pelo
telefone (51) 3334-6799 | Pessoalmente na sede do CRPRS em Porto Alegre de segunda a quarta das 9h agraves 17h e quinta e sexta das 9h agraves 12h
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USO EXCLUSIVO DOS CORREIOS
[ ] ausente [ ] endereccedilo insuficiente [ ] falecido [ ] natildeo existe o nuacutemero indicado [ ] recusado [ ] desconhecido [ ] natildeo procurado [ ] infporteirosiacutendico [ ] mudou-se [ ] outros (especificar)
______________ _________________________ data rubrica do responsaacutevel
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VISTO
agenda
Curso
Psicologia Aplicada agrave Aviaccedilatildeo19 a 30012015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 35198221 (51) 95518221bauerrosanagmailcom wwwabordofatoreshumanoscombr
Curso de Aperfeiccediloamento em Terapias CognitivasIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33323249danielalumertzwainerpsicologiacombr wwwwainerpsicologiacombr
ExtensatildeoPrograma de atualizaccedilatildeo em Terapia Cognitiva-comportamentalInscriccedilotildees ateacute 15122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 92514066f3representacaogmailcom
Formaccedilatildeo
Formaccedilatildeo em Terapia do EsquemaIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33323249danielalumertzwainerpsicologiacombr wwwwainerpsicologiacombrensino
Formaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica05032015 a 15122017Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33334801ieppieppcombr wwwieppcombr
Endereccedilo para DevoluccedilatildeoAgecircncia de Correios Avenida Protaacutesio Alves - CEP 90410-970
Formaccedilatildeo em Psicoterapia Psicanaliacutetica Iniacutecio em 10032015 Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33313781 (51) 92497139 contatogaepsicombr wwwgaepsicombr
Especializaccedilatildeo
Especializaccedilatildeo na Teoria e Teacutecnica de Intervenccedilatildeo na Relaccedilatildeo Pais-BebecircsInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica ndash AdultosInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica da AdolescecircnciaInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Neuropsicologia CliacutenicaIniacutecio em 27022015FlorianoacutepolisSC Informaccedilotildees (61) 32263002 (61) 81299428weberibneurocombr wwwibneurocombr
Especializaccedilatildeo Instituiccedilotildees em AnaacuteliseIniacutecio em 13032015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33082926 (somente sextas-feiras agrave tarde)instemanaliseufrgsbr httpbitly1vhZBeB
Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo AnaliacuteticaIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33305655crsilvahcpaufrgsbr wwwcelgorgbr
Especializaccedilatildeo em Psicoterapia PsicanaliacuteticaIniacutecio em 11032015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 32096524esippesippcombr wwwesippcombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia CognitivaIniacutecio em 01042015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 32735224 (51) 80234890portoalegre1institutowpcom wwwinstitutowpcom
Jornada
XI Jornada CELPCYRO sobre Sauacutede Mental26062015Porto Alegre RSInformaccedilotildees (51) 33884944atendimentogweventoscombr wwwcelpcyro2015eventizecombr
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Orientaccedilotildees aosagraves profissionais que atuam na Cliacutenica Psicoloacutegica em consultoacuterio
orientaccedilatildeoRe
cort
e e
cole
cion
e
Aacuterea TeacutecnicaLucio Fernando Garcia ndash Coord da Aacuterea Teacutecnica
Adriana Dal Orsoletta ndash Psicoacuteloga FiscalFlavia Cardozo de Mattos ndash Psicoacuteloga Fiscal
Leticia Giannechini ndash Psicoacuteloga FiscalLucia Regina Cogo ndash Psicoacuteloga Fiscal
Para atuaccedilatildeo na Cliacutenica (atendimento psi-coloacutegico avaliaccedilatildeo psicoloacutegica e psicoterapia) oa psicoacutelogoa deve estar regularmente ins-crito no CRPRS no Instituto Nacional de Se-guridade Social (INSS) de sua cidade e junto agrave Prefeitura Municipal para cadastro de ISSQN
OA profissional deve tambeacutem escolher um espaccedilo fiacutesico adequado considerando si-gilo e confidencialidade aleacutem de lugar apro-priado para a guarda do material teacutecnico e de atendimento Eacute obrigatoacuterio o registro docu-mental sobre a prestaccedilatildeo de serviccedilos psicoloacute-gicos que natildeo puder ser mantido prioritaria-mente sob a forma de prontuaacuterio psicoloacutegico por razotildees que envolvam a restriccedilatildeo do com-partilhamento de informaccedilotildees com o usuaacuterio eou beneficiaacuterio do serviccedilo prestado
O registro documental em papel ou informatizado tem caraacuteter sigiloso e reuacute-ne informaccedilotildees que contemplam de forma sucinta o trabalho prestado a descriccedilatildeo e a evoluccedilatildeo do caso e os procedimentos teacutecnico-cientiacuteficos adotados Deve ser man-tido permanentemente atualizado e organi-zado peloa psicoacutelogoa que acompanha o procedimento A guarda desses registros de atendimento individual ou de grupo eacute de responsabilidade doa profissional psicoacutelogoa e obedece ao disposto no Coacutedi-go de Eacutetica Profissional e agrave Resoluccedilatildeo CFP nordm 072003 que institui o Manual de Documen-tos Escritos produzidos peloa psicoacutelogoa decorrente de avaliaccedilatildeo psicoloacutegica
OA psicoacutelogoa ao anunciar seus ser-viccedilos indicaraacute sempre seu nome (pessoa fiacute-sica) e o nuacutemero de inscriccedilatildeo (nordm CRP) bem como as capacitaccedilotildees que possua e endere-ccedilo atualizado para contato
Ao estabelecer um contrato de serviccedilos deveraacute levar em conta os direitos dos usu-
aacuterios ou beneficiaacuterios dos serviccedilos confor-me Artigo 1deg aliacutenea d do Coacutedigo de Eacutetica Profissional doa Psicoacutelogoa Incluindo a atenccedilatildeo a outras legislaccedilotildees como o Coacutedi-go de Proteccedilatildeo e de Defesa do Consumidor
Para pautar seus honoraacuterios oa psicoacutelogoa poderaacute utilizar a Tabela Refe-rencial de Honoraacuterios que eacute disponibilizada pelo Sistema Conselhos sendo sua elabora-ccedilatildeo e atualizaccedilatildeo feitas pela FENAPSI ndash Fe-deraccedilatildeo Nacional dos Psicoacutelogos e CFP Os valores satildeo meramente sugestivos e natildeo haacute obrigatoriedade de adotaacute-los Tambeacutem eacute pos-siacutevel disponibilizar atendimentos psicoloacutegi-cos por meio de planos de sauacutede devendo procurar diretamente a operadora de planos de sauacutede para informaccedilotildees sobre a forma de contrataccedilatildeo Tambeacutem a Agecircncia Nacional de Sauacutede Suplementar (ANS) pelo site wwwansgovbr ou pelo telefone 0800-7019656
Lembrando que para o exerciacutecio profissio-nal adequado oa profissional deve pautar-se na constante atualizaccedilatildeo mantendo-se cons-tantemente atualizado teoacuterica teacutecnica e etica-mente e estar atento agraves resoluccedilotildees da profissatildeo e demais legislaccedilotildees que envolvam o atendi-mento de pacientes Afinal oa psicoacutelogoa em seu consultoacuterio tambeacutem eacute uma profissio-nal que se ocupa da sauacutede coletiva
A Aacuterea Teacutecnica do CRPRS estaacute agrave disposiccedilatildeo da categoria e da sociedade para orientaccedilatildeoPelo e-mail orienteccrprsorgbr | Pelo
telefone (51) 3334-6799 | Pessoalmente na sede do CRPRS em Porto Alegre de segunda a quarta das 9h agraves 17h e quinta e sexta das 9h agraves 12h
20 entre linhas | out-nov-dez 2014
USO EXCLUSIVO DOS CORREIOS
[ ] ausente [ ] endereccedilo insuficiente [ ] falecido [ ] natildeo existe o nuacutemero indicado [ ] recusado [ ] desconhecido [ ] natildeo procurado [ ] infporteirosiacutendico [ ] mudou-se [ ] outros (especificar)
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VISTO
agenda
Curso
Psicologia Aplicada agrave Aviaccedilatildeo19 a 30012015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 35198221 (51) 95518221bauerrosanagmailcom wwwabordofatoreshumanoscombr
Curso de Aperfeiccediloamento em Terapias CognitivasIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33323249danielalumertzwainerpsicologiacombr wwwwainerpsicologiacombr
ExtensatildeoPrograma de atualizaccedilatildeo em Terapia Cognitiva-comportamentalInscriccedilotildees ateacute 15122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 92514066f3representacaogmailcom
Formaccedilatildeo
Formaccedilatildeo em Terapia do EsquemaIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33323249danielalumertzwainerpsicologiacombr wwwwainerpsicologiacombrensino
Formaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica05032015 a 15122017Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33334801ieppieppcombr wwwieppcombr
Endereccedilo para DevoluccedilatildeoAgecircncia de Correios Avenida Protaacutesio Alves - CEP 90410-970
Formaccedilatildeo em Psicoterapia Psicanaliacutetica Iniacutecio em 10032015 Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33313781 (51) 92497139 contatogaepsicombr wwwgaepsicombr
Especializaccedilatildeo
Especializaccedilatildeo na Teoria e Teacutecnica de Intervenccedilatildeo na Relaccedilatildeo Pais-BebecircsInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica ndash AdultosInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo Psicanaliacutetica da AdolescecircnciaInscriccedilotildees ateacute 12122014Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33113008itipoaitipoacombr wwwitipoacombr Especializaccedilatildeo em Neuropsicologia CliacutenicaIniacutecio em 27022015FlorianoacutepolisSC Informaccedilotildees (61) 32263002 (61) 81299428weberibneurocombr wwwibneurocombr
Especializaccedilatildeo Instituiccedilotildees em AnaacuteliseIniacutecio em 13032015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 33082926 (somente sextas-feiras agrave tarde)instemanaliseufrgsbr httpbitly1vhZBeB
Especializaccedilatildeo em Psicoterapia de Orientaccedilatildeo AnaliacuteticaIniacutecio em marccedilo de 2015Porto Alegre RS Informaccedilotildees (51) 33305655crsilvahcpaufrgsbr wwwcelgorgbr
Especializaccedilatildeo em Psicoterapia PsicanaliacuteticaIniacutecio em 11032015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 32096524esippesippcombr wwwesippcombr Especializaccedilatildeo em Psicoterapia CognitivaIniacutecio em 01042015Porto AlegreRS Informaccedilotildees (51) 32735224 (51) 80234890portoalegre1institutowpcom wwwinstitutowpcom
Jornada
XI Jornada CELPCYRO sobre Sauacutede Mental26062015Porto Alegre RSInformaccedilotildees (51) 33884944atendimentogweventoscombr wwwcelpcyro2015eventizecombr
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Especializaccedilatildeo
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