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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA UESB DEPARTAMENTO DE QUÍMICA E EXATAS DQE CURSO: BACHARELADO EM QUÍMICA 2013.2 DISCIPLINA: ELEMENTOS DA GEOLOGIA DOCENTE: RUI MACEDO AULA DE CAMPO Geovane Santos Souza Jequié - Bahia Agosto de 2014

Relatorio Chapada

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relatório sobre prática de campo na chapada diamantina- ba.

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Page 1: Relatorio Chapada

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA – UESB

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA E EXATAS – DQE

CURSO: BACHARELADO EM QUÍMICA 2013.2

DISCIPLINA: ELEMENTOS DA GEOLOGIA

DOCENTE: RUI MACEDO

AULA DE CAMPO

Geovane Santos Souza

Jequié - Bahia

Agosto de 2014

Page 2: Relatorio Chapada

1.0 INTRODUÇÃO

A aula de campo na disciplina de Geologia é essencial, pois através dela

é possível identificar de fato o que é estudado na sala de aula. No campo é

possível perceber as diversas interações do homem e o meio. A aula de campo

em Geografia tem sido um instrumento metodológico que envolve e motiva,

agregando teoria e prática e ainda é possível avaliar se as atividades

desenvolvidas em sala proporcionaram mudanças nos que participam desse

processo, pois é através desse contato real no campo, que se estabelecem

relações no que é observado. Onde é possível utilizar as situações externas

observando um fato isolado e poder contextualizá-lo no tempo e no espaço.

O trabalho de campo realizado fora da sala de aula é um recurso de estratégia

metodológica, pois é mais uma maneira de despertar o interesse do aluno pelo lugar

de vivência. Portanto, a aula de campo torna o ensino-aprendizagem mais

significativo e interessante, já que o objeto de estudo, não são simplesmente as

trilhas, mas os impactos ambientais que podem ser observados nelas, muitos deles

decorrentes de sua utilização.

Nesse contexto, foi com este objetivo que a viagem para a Chapada

Diamantina foi realizada, especificamente nas cidades de Mucugê, Vila de

Igatu (Município de Andaraí) e Morro do Pai Inácio (cidade de Palmeiras). A

viagem se constituiu uma ótima oportunidade de aproximação do aluno com as

formas de inquiri mento geológico da Natureza e pôde exercer diferentes

funções formativas: aprendizado contextualizado dos conteúdos de pré-

requisito;

Page 3: Relatorio Chapada

2.0 OBJETIVOS

Reconhecer a ação dos fenômenos físicos na paisagem natural atual.

Verificar a ação da água nos processos terrestres, reconhecer a ação do

clima nos processos terrestres.

Reconhecer a ação dos organismos na paisagem natural.

Page 4: Relatorio Chapada

3.0 DESENVOLVIMENTO

No dia 28 de maio de 2014 foi dada início a uma viagem com fins

educativos para alunos de química da Universidade Estadual do Sudoeste da

Bahia-UESB, saindo de Jequié-BA com destino a Mucugê, Chapada

Diamantina-BA, onde foram realizadas aulas de campo nas seguintes trilhas:

Gruta da Mangabeira/Ituaçu, Projeto Sempre Viva/Mucugê, Cachoeira da

Piabinha/Mucugê, Vila de igatu/Andaraí e Morro do Pai Inácio/Palmeiras.

A primeira visita no dia 28 de maio de 2014 foi realizada na Gruta da

Mangabeira, localizada na cidade de Ituaçu/BA. Após a trilha, houve o

direcionamento para a pousada Oliveira, situado em Mucugê-BA. No dia

seguinte, 29/11/2014, pela manhã visitou-se o Projeto Sempre Viva e a

Cachoeira da Piabinha, ambos em Mucugê. A tarde visitou-se a Vila de

Igatu/Andaraí. No dia 30/11/2014, realizou-se a trilha no Morro do Pai

Inácio/Palmeiras e em seguida dirigiu-se para Mucugezinho.

A Chapada Diamantina é na sua maioria formada por rochas

sedimentares (Argila, Silte, e Seixos) de origem Esturiana (sedimentos

depositados entre os rios e os oceanos), Aluvial (sedimentos carregados para

grandes bacias por enxurrada e rios sujeitos a inundações), Fluvial (sedimentos

carregados por córregos e pequenos rios), Glacial (sedimentos depositados em

períodos de congelamento planetário).

Além das intrusões (material depositado em fraturas e falhas, e também

na subducção, quando uma placa tectônica é empurrada para baixo de outra, e

nos soerguimentos (quando a placa é empurrada para cima) e também

sedimentos depositados nos Rilty Valley (abertura na placa tectônica tão

profunda que o mar migra para essa área). A Chapada é tão antiga

geologicamente que existem rochas com idade superior há 3 bilhões de anos.

O fenômeno geológico que deu formato atual da Chapada chama-se

distensão tectônica ocasionadas na criação do Rilt Valley, que separou a

Gondwana (parte sul da Pageia, 1º grande massa continental conhecida) em

Antártida, América do Sul, África, Índia, Madagascar, Nova Guiné, Nova

Zelândia, Austrália, Seyclelles, Nova Caledônia!

Page 5: Relatorio Chapada

As rochas de origem vulcânica encontradas na chapada, assim como

sedimentares foram tão metamorfisadas (alterações causadas pelo tectonismo

variado e pressão hidrostática) que mudaram sua natureza físico-química.

A sílica é o mineral mais abundante do planeta, suas moléculas

associadas somente as de oxigênio sob uma pressão tectônica

transformassem em cristal puro. Aquele branco transparente. Associações

simples da dupla sílica e oxigênio nessas condições com outros minerais dão

origem ao reino das pedras preciosas, por exemplo: moléculas de sílica,

oxigênio, ferro e pressão gera-se a ametista. E assim por diante.

O quartzo possui uma associação molecular que é bastante particular, os

movimentos das suas partículas subatômicos produzem energia. Na Chapada

Diamantina existem milhares de veios de cristais puros e suas montanhas são

também blocos gigantescos de quartzitos.

O clima da Chapada Diamantina é tropical semi-úmido, embora em

algumas regiões predomine o semi-árido. A altitude varia, já que o parque é

uma região de montanhas. Portanto, para entrar no parque é necessário subir a

serra, já que as cidades estão abaixo destas. A média é de 1.000 metros de

altitude, mas os lugares mais baixos estão a 440 metros e os mais altos a

aproximadamente 1.600 metros de altitude. Fora do Parque (a oeste) está o

pico mais alto do nordeste brasileiro, o Pico do Barbado, com 2030 metros de

altitude. O Parque Nacional da Chapada Diamantina fica em uma região de

transição de biomas, por isso abrange áreas de cerrado, caatinga, campos

rupestres e matas de altitude. Há espécies endêmicas que se misturam com

outras e formam um belo cenário que somente quem visita a região pode ter

idéia. Bromélias, Orquídeas, Sempre Vivas e Canelas de Ema são plantas

abundantes e facilmente encontradas nos passeios.

Page 6: Relatorio Chapada

3.1 Ituaçu, trilha na Gruta da Mangabeira:

3.1.1 Caracterização da cidade de Ituaçu.

Ituaçu é um município do estado da Bahia, no Brasil. Sua população

estimada em 2006 era de 17 833 habitantes. Está situado na Serra Geral,

sendo a entrada sul para a Chapada Diamantina.

Originalmente, seu território era habitado por índios maracaiares e

tapajós, nas margens do Rio das Contas, no lugar chamado de Brejo Grande,

primitiva denominação do lugar. A região foi explorada, dentre outros, por

André da Rocha Pinto, a partir de 1720.

Figura 1. Localização da cidade de Ituaçu.

Figura 2. Características geográficas.

Características geográficas

Área 1 216,149 km² 4

População 18 127 hab. IBGE/20105

Densidade 14,91 hab./km²

Altitude 520 m

Clima semiárido

Fuso horário UTC−3

Page 7: Relatorio Chapada

3.1.2 Gruta da mangabeira.

Situada na Serra do Sincorá, a Gruta da Mangabeira possui

aproximadamente 5500 metros de extensão e enorme conjunto de galerias de

alturas variáveis, repletas de estalactites e estalagmites de diversas formas. Da

grande galeria central partem inúmeras grutas subsidiárias, apenas entrevistas,

já que é de todo impossível sua penetração dado o emaranhado de estalactites

formadas pela dissolução constante de carbonato de cálcio do terreno, pelas

águas da chuva que se infiltram e pingam incessantemente no seu interior. As

rochas componente da gruta são na grande maioria composta por calcário.

Na sua entrada, encontra-se um santuário que é motivo de grande e

permanente afluência de romeiros. A Gruta da Mangabeira recebe ainda

grande número de turistas que para ela se dirigem devido a sua beleza natural,

sendo considerada uma das mais belas de toda a América Latina.

A Gruta da Mangabeira foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico

e Artístico Nacional, no ano de 1962, como Patrimônio cultural. O trajeto

percorrido foi de aproximadamente 3.230 metros de extensão, dos quais 850m

são iluminados por um sistema com efeito cênico, dividido em seis circuitos.

Nos 850 metros iniciais fica uma formação que se assemelha a um coração,

considerado sagrado pelos visitantes.

Figura 3. Entrada da gruta da mangabeira.

Page 8: Relatorio Chapada

Figura 4. Estalactites

Figura 5. Estalagmites

Page 9: Relatorio Chapada

3.2 Mucugê

3.2.1 Caracterização da cidade de Mucugê.

Mucugê é um município do estado da Bahia, no Brasil. Localiza-se a

uma latitude 13º00'19" sul e a uma longitude 41º22'15" oeste, estando a uma

altitude de 983 metros. Sua população estimada em 2004 era de 15 400

habitantes. Possui uma área de 2 491,82 km².

A cidade de Mucugê é uma das mais antigas da região da Chapada

Diamantina. De ocupação anterior indígena, foi fundada no fim do século XVIII.

Tem, como característica marcante, os antigos casarões coloniais de estilo

português. O lugar foi um importantíssimo centro comercial no século XIX: a

economia da época girava em torno da mineração de ouro e, sobretudo,

diamantes.

O município mucugeense dispõe de muita água, pois é cortado por

diversos rios e afluentes, sendo a sua principal fonte hídrica o rio Paraguaçu,

responsável pelo fornecimento de água para a cidade e para a agricultura de

larga escala no município.

Figura 6. Localização da cidade de Mucugê.

Page 10: Relatorio Chapada

Figura 7. Características geográficas.

Características geográficas

Área 2 482,204 km² 2

População 18 548 hab. IBGE/20103

Densidade 7,47 hab./km²

Altitude 984 m

Clima semiúmido

Fuso horário

3.2.2. Projeto Sempre Viva.

Localizado no município de Mucugê, Chapada Diamantina – Ba, o Projeto

Sempre Viva, é o mais bem sucedido projeto da linha PED- Projetos de

Execução Descentralizada, firmado pelo convênio MMA/PNMA/PED 96CV

00027/96, que integrou várias esferas do poder público, na construção de

tecnologias e infra-estrutura para gestão dos recursos naturais, sendo os

parceiros: o Ministério do Meio Ambiente, o Governo do Estado da Bahia, a

Universidade Católica do Salvador, a Universidade Estadual de Feira de

Santana, a Caixa Econômica Federal e a Prefeitura Municipal de Mucugê, que

se empenharam para preservar e reproduzir uma variedade de sempre viva

ameaçada de extinção, a Syngonanthus mucugensis Giulietti, ou sempre viva

de Mucugê, implantando um moderno sistema de informação geográfica,

proporcionando educação ambiental para escolas, implantando o Parque

Municipal de Mucugê e promovendo o ecoturismo, com a preocupação de

preservar o meio ambiente do município de Mucugê onde se tornou, um Centro

de Excelência para a conservação da Chapada Diamantina, implicando na

geração e distribuição de renda, qualidade de vida da população e servindo de

modelo de sustentabilidade para o Brasil e para o Mundo.

Com o declínio do Ciclo Diamantífero, a coleta das sempre vivas

exportadas principalmente para o Japão, Estados Unidos e Europa, tornou-se a

principal atividade econômica das populações carentes de Mucugê e de seu

Page 11: Relatorio Chapada

entorno, que durou por mais de trinta anos. Devido a uma atividade de extração

sem controle, a espécie foi dizimada em muitos campos, pondo em risco de

extinção esta planta. Assim, o Projeto Sempre Viva veio com o propósito de

proporcionar uma atividade de reprodução, suficiente para criar uma alternativa

na geração de renda para a população carente, através do artesanato com

caráter sustentável, econômica e ambientalmente, garantindo a sobrevivência

da espécie, repovoando os campos onde a espécie quase que desapareceu.

A área de preservação do Parque é estratégica para o abastecimento hídrico

do Estado, (Rio de Contas e Paraguaçú), constituindo a principal área de carga

destes mananciais e apresenta fatores relevantes como espécies endêmicas.

Figura 8. Variedade de sempre viva, a Syngonanthus mucugensis

Giulietti

Page 12: Relatorio Chapada

Figura 9. Acesso á sede de visitação do Projeto Sempre Viva.

Figura 10. Espaço interno do projeto.

Há também na sede do Projeto Sempre Viva, registros históricos do auge

do garimpo na região de Mucugê. Esses registros são através de fotos e

também de artefatos usados por garimpeiros.

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Figura 11. Utensílios usados na extração do diamante.

3.2.3. Cachoeira da Piabinha.

Mucugê oferece também locais de rara beleza, como cachoeiras,

paisagens, vales e canyons, histórias de lutas pela posse do garimpo, de

defesa contra a invasão da Coluna Prestes e de destemidos coronéis que eram

respeitados pelo poder e riqueza. A flora está repleta de espécies vegetais de

rara beleza, como bromélias, canelas-de-ema, begônias, e as requisitadas

orquídeas.

A Cachoeira da Piabinha está localizada dentro do Parque Municipal

Projeto Sempre Viva e pode ser visitada diariamente. O rio Cumbuca faz parte

da história da cidade, pois foi o primeiro local onde diamantes foram

encontrados no século XIX, dando origem ao garimpo que originou as cidades

de Lençóis, Mucugê e Igatu, além de outras áreas ligadas ao Rio de Contas.

Page 14: Relatorio Chapada

Figura 12. Cachoeira da Piabinha

3.2.4 Igatu

Igatu é um distrito do município de Andaraí, no estado da Bahia, no Brasil.

Possui um casario histórico de pedra, do século XIX, resquício da época do

Ciclo do Diamante na região da Chapada Diamantina.

"Igatu" é um termo de origem tupi, significando "rio bom", através da

junção dos termos 'y (água, rio) e katu (bom)

A "Vila de Igatu", antes denominada "Xique-Xique de Igatu", na primeira

fase do garimpo de diamantes, durante o século XIX, foi um próspero povoado

no alto da serra, perto da cidade de Andaraí. Com o declínio da produção de

diamantes, a cidade praticamente foi abandonada, restando casas fechadas,

ruínas e poucos moradores.

Na área urbana do distrito de Igatu residiam, em 2010, 360 habitantes.

Muito pouco se comparado aos antigos habitantes: outrora, eram cerca de 9

000.

A maioria dos garimpeiros construía suas casas utilizando as rochas

abundantes no local, numa espécie de construção sem argamassa. Depois de

Page 15: Relatorio Chapada

abandonadas, as casas viraram ruínas que lembram as construções de

civilizações remotas.

Figura 13. Casa feita essencialmente de rocha.

3.2.4. Morro do Pai Inácio.

O Morro do Pai Inácio consiste em testemunho erosional situado no flanco

ocidental do Anticlinal do Pai Inácio, Chapada Diamantina, na região central do

Estado da Bahia. Neste dobramento, de eixo norte-sul, está exposto o contato

entre os grupos Paraguaçu e Chapada Diamantina. O primeiro consiste em

arenitos finos, siltitos e argilitos, e o segundo, representado pela Formação

Tombador, é formado por arenitos e conglomerados, ocasionalmente

diamantíferos. O contato entre os dois materializa um limite entre dois tratos de

sistemas deposicionais: um inferior de ambiente transicional e um superior, de

ambiente continental.

A paisagem representada pelo morro do Pai Inácio, a estrutura geológica

e as espécies vegetais que medram na região, constituem um sistema único

para estudos multidisciplinares.

Page 16: Relatorio Chapada

Figura 14. Morro do Pai Inácio

O Morro do Pai Inácio está situado no limite entre o Parque Nacional da

Chapada Diamantina e a Área de Proteção Ambiental Marimbus-Iraquara

sendo classificado como “área de proteção rigorosa”.

A vegetação observada no cume do Morro do Pai Inácio reúne bromélias,

orquídeas, velózias, cactos, líquens e musgos. Algumas destas espécies, como

certas bromélias, colonizam diretamente a superfície lisa das rochas.

Figura 15-a) Vegetação no cume do Morro do Pai Inácio .

Page 17: Relatorio Chapada

Figura 15-b) Vegetação no cume do Morro do Pai Inácio .

Geologicamente, a área está situada no domínio dos metassedimentos

terrígenos da Sinéclise da Chapada Diamantina, e é caracterizada por

dobramentos suaves com eixos grosseiramente orientados norte-sul.

As litologias predominantes são arenitos finos, siltitos e argilitos do Grupo

Paraguaçu, encimados por conglomerados, arenitos e pelitos do Grupo

Chapada Diamantina, representado no Morro do Pai Inácio, pela Formação

Tombador. Os conglomerados desta formação são considerados como

depositários secundá- rios das mineralizações diamantíferas da região.

Figura 16-a). Litologias observadas

Page 18: Relatorio Chapada

Figura 16-b). Litologias observadas.

Esta região de uma beleza natural ímpar, tem como destaques a

morfologia de seus morros e montanhas, de seus vales íngremes e profundos,

de suas cachoeiras, corredeiras e cursos d‟água esculpidos em rochas

metassedimentares dos grupos Paraguaçu e Chapada Diamantina,

depositados há mais de um bilhão de anos.

Saindo de Lençóis em direção a Seabra pela BR-242, logo após a ponte

sobre o rio Mucugezinho, descortina-se, à direita da estrada, em frente a uma

pousada e posto de gasolina, a imponência do Morro do Pai Inácio.

Atualmente, o acesso ao morro foi facilitado em virtude de construção de uma

estrada até próximo ao seu topo, que leva a uma torre da Telebahia (atual

Telemar). A estrada é mantida em excelentes condições, permitindo a subida e

manobras de ônibus. A partir da torre de telecomunicações a subida até o pico

é efetuada a pé, através de trilha bem marcada, num tempo estimado de 20

minutos. Do topo do morro, vislumbra-se espetacular visão da serra do Sincorá

. Em sua base, serpenteia a rodovia BR-242 (Salvador-Brasília) e para sul tem-

se excelente observação do Anticlinal do Pai Inácio erodido ao longo do seu

eixo (vale do Cercado) e do Morrão. Para o norte avista-se o Morro do Camelo

ou Calumbi.

Page 19: Relatorio Chapada

Figura 17. Vista do cume do Morro do Pai Inácio.

3.2.5. Mucugezinho

Situado dentro da área do município de Lençóis e à beira da BR-242, o

balneário do rio Mucugezinho é um local de intensa visitação turística. Trata-se

de um trecho onde este rio corre sobre o plano de estratificação da rocha,

formando um escorregador natural. À jusante, tem-se um poço com uma

cachoeira, conhecido como „Poço do Diabo‟, que também é bastante visitado.

Face ao elevado número de turistas que frequentam o local, moradores da

região instalaram bares e pousadas, construídos sob os planos de

estratificação e cavidades da rocha, que constituem mais um atrativo turístico

daquela zona, em função do seu aspecto peculiar.

Segundo Funch et al. (2008), o local está inserido na APA Marimbus

Iraquara, sendo a gestão da área feita pela Associação de Comerciantes e

Moradores do Vale do Mucugezinho - COMOVAN, que vem assegurando a sua

limpeza e conservação. Todavia, não existem estimativas do número de

visitantes daquele sítio, que constitui um dos principais atrativos turísticos dos

Page 20: Relatorio Chapada

arredores de Lençóis. Os caminhos de acesso ao Mucugezinho foram

reconhecidos como sendo de servidão pública, pela Prefeitura de Lençóis,

garantindo a livre passagem dos visitantes. A importância turística deste

geossítio motivou a sua inclusão no inventário.

O Mucugezinho se enquadra na categoria temática das Coberturas

Mesoproterozóicas e foi formado a partir do entalhamento vertical do vale, de

modo que, ao atingir o plano de estratificação dos arenitos da Formação

Tombador, o rio passou a correr sobre esta superfície, aproveitando-se da sua

inclinação.

Figura 18. Mucugezinho.

Page 21: Relatorio Chapada

4.0 Considerações finais

Durante as trilhas foi possível identificar na prática a ação dos fenômenos

de intemperismo e erosão, e também, reconhecer os diferentes tipos de

minerais e rochas e reconhecer a ação do clima, organismos e da água nos

processos terrestres. Dentre os vários benefícios alcançados durante a Prática

de Campo, sem dúvidas, houve a ampliação dos conhecimentos teóricos já

adquiridos em sala de aula, ao longo da disciplina Elementos da Geologia.

Page 22: Relatorio Chapada

5.0 Referências bibliográficas:

Formações rochosas da Chapada Diamantina. Disponível em:

<http://sigep.cprm.gov.br/sitio072/sitio072.pdf>

Acessado em: 14/12/2014.

Localização e características geográficas de Mucugê. Disponível em:

<http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?codmun=292190>

Acessado em: 14/12/2014.

Projeto Sempre viva.

Disponível em: <http://www.projetosempreviva.com.br/info1.php>

Acessado em: 14/12/2014.

Morro do Pai Inácio. Marco morfológico da Chapada Diamantina.

Disponível em: <http://sigep.cprm.gov.br/sitio072/sitio072.pdf>

Acessado em: 14/12/2014.