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Relatório de Actividades 2010-2011 do Serviço de Educação e Mediação do Museu Nacional do Traje
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ÍNDICEAs vantagens da relação entre o Museu Nacional do Traje e a Mapa das Ideias
O Serviço de Educação e Mediação do Museu Nacional do Traje
O visitante-modelo do Serviço de Educação e Mediação
A estratégia do Serviço de Educação e Mediação para a comunidade escolar
A modalidade Docente Amigo
As publicações do Serviço de Educação e Mediação
O potencial da Relação do Museu com os seus públicos
Programação do Serviço de Educação e Mediação
Actividades nas escolas: “O Museu vai à minha Escola”
Projecto Educativo Integrado: “O Museu é a minha segunda Casa”
Actividades no Museu - Visitas: “Vem ao Museu”
Actividades no Museu - Oficina: “A Viagem da T-shirt”
Actividades para famílias: “Férias SEM Stress”
Museus e sustentabilidade
Um serviço educativo com futuro
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O serviço público que qualquer museu presta não se esgota na apresentação da
sua colecção, qualquer que seja o seu modelo. Já há muito é consensual que a área
da educação, a que mais recentemente se juntou a valência de mediação, são
cruciais no relacionamento com os públicos, quer pelos serviços que directamente
podem prestar, quer pelo contributo indirecto que podem desenvolver.
A implementação destes serviços carece da existência de uma equipa com
formação adequada e vocacionada para esta área. A sua dimensão e articulação
com outra oferta certamente diferirão de caso para caso e consoante os
modelos de gestão ou de funcionamento adoptados. A coordenação do seu
programa de actividades deve ser, penso, sempre articulada directamente com
a programação do museu e assegurada por este no quadro de funcionamento
que entender implementar. A colecção é, seguramente, o elemento aglutinador
de toda e qualquer programação e, no caso deste Museu, o edifício e o parque
botânico são mais valias que não se podem ignorar.
“O serviço público que qualquer museu presta não se esgota na apresentação da sua colecção, qualquer que seja o seu modelo.”
As vantagens da relação entre o Museu Nacional do TrAje
e a Mapa das Ideiaspor Clara Vaz Pinto
Neste quadro, era imperativo que o Museu Nacional do Traje estruturasse e
consolidasse uma oferta nesta matéria. Todavia, já há longos anos que não
contava com nenhum elemento da sua equipa afecto exclusivamente a esta
área de trabalho, pelo que a oferta existente era sempre precária e sem um fio
condutor que se mantivesse. Em 2009, identificámos serviços desta natureza
que podíamos disponibilizar com recurso à equipa – as visitas guiadas temáticas
-, iniciámos a tentativa para reforçar a equipa com elementos especializados e
avaliámos ainda as cooperações que então existiam, orientadas para valorização
de eventos (festas de aniversário e similares). Restava todo um imenso espaço
onde cabia o trabalho orientado para públicos específicos e onde não tínhamos
competências residentes.
A equação era simples: aguardar resultados com 50% de resultados bons/maus
de concursos e não prestar o serviço público desejável ou procurar parcerias
que garantissem esse serviço público e depois, com 50% de sorte, conseguir
potenciar esses resultados com o reforço da equipa interna?
“(...) iniciámos a tentativa para reforçar a equipa com elementos especializados e avaliámos ainda as cooperações que então existiam, orientadas para valorização de eventos.”
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Optámos por procurar parceiros e desejar que o concurso de reforço da equipa
tivesse sucesso. Acompanhámos a oferta existente no mercado durante algum
tempo antes de fazer opções e, simultaneamente, fomos ponderando um
modelo de relacionamento interessante para todos.
Actualmente, o Museu Nacional do Traje conta, entre os seus parceiros, com a Mapa
das Ideias numa parceria que vem sendo construída na base de uma partilha tão
equilibrada quanto possível dos riscos e benefícios e das responsabilidades e no
respeito pelas competências e capacidades de cada parceiro.
A oferta criada é assumidamente da responsabilidade das duas entidades, que
cooperam em tudo o necessário para a sua concretização e está direccionada
para um público jovem, em idade escolar e associada quer ao tempo escolar quer
aos tempos de férias. Está intimamente associada à colecção, ao edifício e ao
espaço. Permite ao Museu Nacional do Traje complementar a sua oferta própria
de visitas guiadas por temas, um serviço muito procurado pelo público escolar.
Procurou-se equilibrar as lógicas de serviço público com as lógicas de mercado
e, neste ponto de vista, a oferta total disponibilizada actualmente pelo Museu
Nacional do Traje é qualificada, coerente e complementar.
A aventura de partilhar uma área de actividade com o sector privado é um
espaço de posicionamento difícil mas onde, todavia, se pode vir a conjugar
positivamente e não de forma concorrencial dois mundos aparentemente
diferentes com resultados positivos para a sociedade que, finalmente, é a nossa
comunidade de legitimação.
Em 2010, perante o desafio lançado pela própria Direcção do Museu Nacional do
Traje, a Mapa das Ideias inicia uma colaboração no Serviço Educativo, criando
e implementando uma parceria de educação e mediação multi-segmentado,
com um plano de desenvolvimento a três anos e que levou à implementação do
SEM – Serviço de Educação e Mediação.
Este projecto foi encarado com um grande entusiasmo, tendo em consideração
as suas enormes potencialidades, com a possibilidade de trabalhar uma
Colecção e uma envolvente únicas com grande liberdade. Como sempre, com
a liberdade vem uma enorme responsabilidade.
Tendo plena consciência daquilo que a relação com os públicos representa
para um Museu, da aplicação do próprio capital de conhecimento da Mapa
da Ideias, deslocámo-nos do confortável papel de consultor e criador de
ferramentas educativas para a implementação da oferta estruturante de um
serviço com novas ambições.
Esta possibilidade quase quotidiana de falar sobre roupa, que é, acima de tudo,
a pele da cultura, encerra em si infinitos universos feitos de rotinas e de festas, de
classes sociais e de revoluções. Tocando no traje, discutimos o corpo, o pudor, o
direito e a norma, o interdito, o privado e o público e, sob tantas formas, o Belo.
Serviço de educação e mediaçãodo Museu Nacional do Traje
por Inês Câmara
“Esta possibilidade quase quotidiana de falar sobre roupa, que é, acima de tudo, a pele da cultura, encerra em si infinitos universos feitos de rotinas e de festas, de classes sociais e de revoluções.”
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Depois de estabilizar a relação do Museu com
as escolas e as famílias, o SEM vai investir no
público adulto, criando, a par de actividades e
eventos, projectos de média e longa duração. A
filosofia de uma segunda casa junta-se à ideia
de tempo para mim, tornando as colecções uma
fonte de prazer e de conhecimento e, também,
de auto-descoberta e expressão pessoal.
Conceito importante em museologia, diz respeito à análise
das poéticas expositivas, tal como são realizadas pelos
organizadores do planeamento museológico. Corresponde ao
tipo de visitante que os organizadores têm em mente quando
preparam a mostra e compreende o conjunto de instituições
que acompanham a própria mostra. Apropriámo-nos deste
conceito para reflectir sobre o nosso público-alvo.
O Visitante-Modelo do Serviço de Educação e Mediação
Nas escolas, um benefício claro para o
professor é o facto de receber materiais
para a preparação da visita, construindo
uma grelha interpretativa que estimula
o olhar crítico e que proporciona uma
experiência mais enriquecedora.
A colecção tem um enorme potencial
no trabalho com os públicos com
necessidades educativas especiais.
Para esta segunda fase, está a ser
estudado um projecto interdisciplinar
para estes visitantes, articulando os
tempos do Museu com os ritmos das
instituições de acolhimento.
Na relação com as famílias, privilegiam-se as
dimensões social e funcional do Museu.
Visitas e actividades para as crianças e
para as famílias são parte estruturante
da programação, apostando na
diversidade sensorial e no prazer da
descoberta, assim como na interacção
social e familiar.
Tendo sido feito um inquérito junto da
comunidade docente, foram identificados
factores críticos de sucesso:
A relação directa com o currículo.
Os processos de empowerment de
professores e alunos.
A liberdade de fruição no espaço Museu.
A estratégia do SEM foi definida em três planos temporais que permitem investir
e avaliar a relação com cada segmento de público. Estruturou-se o plano em
actividades e contactos eventuais, serviços e, por fim, projectos de média e
longa duração.
As escolas são essenciais, podendo estabelecer uma relação fundamentada
em actividades e projectos de média duração (mais apropriados para os tempos
lectivos). O tempo médio permite inserir momentos de avaliação, fundamentais
para a renovação do plano educativo, partilhando esses indicadores com os
professores - parceiros fundamentais.
Para concretizar os objectivos do primeiro ciclo de programação do Serviço
de Educação e Mediação, o professor é a figura central quer no plano de
comunicação, quer no próprio desenho das actividades.
“As escolas são essenciais, podendo estabelecer uma relação fundamentada em actividades e projectos de média duração.”
A estratégia do serviço de educação e mediação para
a comunidade escolar
O SEM posiciona-se como um parceiro do docente e da comunidade
escolar, com a função de contribuir para o enriquecimento da vida escolar,
através de dimensões que são quase exclusivas dos Museus:
Ligação ao currículo escolar, através de temas e de ferramentas,
trazendo benefícios imediatos e facilmente identificados por parte da
comunidade docente.
Conhecer os objectos que viveram a História, quer através dos seus
atributos intrínsecos, quer através das suas histórias.
Ver uma cronologia e/ ou organização temática nesses mesmos objectos,
tornando tangíveis dados e factos.
A experiência total resultante da interacção entre o espaço, a colecção,
os conteúdos e a dinâmica do grupo (programada e espontânea).
Viver um contexto educativo não-formal, orientado por uma perspectiva
construtivista do conhecimento.
Trabalhar os temas com rigor científico (assumindo a dificuldade inerente
à investigação e ao trabalho conceptual) e dentro de uma perspectiva de
Educação para os Valores, criando pontes entre o Passado, o Presente
e o Futuro.
Neste âmbito, é fundamental:
Valorizar os indivíduos pela experiência imediata
e pelo seu capital de conhecimento individual e,
em simultâneo, valorização dos conhecimentos
adquiridos dentro do contexto escolar.
Criar mecanismos ou momentos de aferição
dos outputs da experiência no Museu. Neste
caso, esta necessidade foi articulada com a
possibilidade de:
Criar objectos únicos, que os visitantes podem
levar para casa e que funcionam como uma
âncora afectiva e simbólica da visita.
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A modalidade de “Docente Amigo do Serviço de Educação e Mediação” foi
criado com dois objectivos:
Neste âmbito, os professores podem partilhar projectos, descobertas e críticas,
usufruindo de um conjunto de benefícios quer a nível profissional, quer a nível pessoal:
Quando marca uma visita, cada docente recebe:
A fidelização da comunidade docente, através da oferta de actividades e
ferramentas complementares, mostrando os benefícios directos para a acção
profissional do professor.
Criação de uma comunidade de estudo entre Docentes e Museu que permitisse
um desenvolvimento do SEM e de algumas exposições apoiadas por estratégias
de avaliação e discussão (front end evaluation e formative evaluation).
Descontos nas actividades para o público-adulto (conferências, cursos,
oficinas, eventos).
Descontos nas Férias no Museu para crianças e adolescentes entre os 5 e
os 15 anos.
Entrada gratuita com o grupo escolar.
Roteiro de actividades na marcação da actividade,
enviado por correio. Aqui encontra propostas de trabalho
que permitem a contextualização no currículo escolar.
Através do website da Mapa das Ideias, o docente
pode encontrar fichas (a preto e branco) em PDF,
prontas a imprimir. Estas estão organizadas por
temas e por faixas etárias, estabelecendo um
primeiro vínculo com o Museu, através de trabalho
no contexto da educação formal.
A modalidade Docente Amigo
Ainda no âmbito da relação com o docente, é organizado um encontro anual, à
semelhança de outros museus e instituições.
O roteiro para docentes do Ensino Básico e Secundário para o ano lectivo 2010-2011
teve como tema Paisagens do Traje, explorando as diferentes escalas de análise
(pormenor, função, local, global), numa relação directa com o currículo escolar.
Através do traje, percebem-se as relações do Homem com o Mundo, quer através
do detalhe de uma flor, da tecnologia têxtil ou da análise dos fluxos do comércio
global. Num traje encontramos as nossas paisagens, entre a relação com o meio,
as matérias-primas e as inovações tecnológicas, entre o símbolo e a palavra.
O roteiro é uma publicação impressa enviada por correio mediante pedido ou
marcação de actividade. Também pode ser encontrada no website da Mapa
das Ideias, no espaço do Museu Nacional do Traje, em formato PDF, para
descarregamento imediato. É uma publicação A4 com 20 páginas de consulta
fácil. Tratando-se de um produto técnico, exclusivamente dedicado a adultos,
os conteúdos são o suporte privilegiado de comunicação.
Aqui o docente encontra a informação necessária para a preparação da sua
visita. Uma primeira parte é dedicada ao Museu, à sua colecção e ao magnífico
Parque Botânico. Em seguida, são sugeridas actividades em sala de aula, com
ligações directas a fichas de trabalho que estão disponíveis nos websites do
Museu e da Mapa das Ideias.
As fichas de trabalho estão organizadas por tema e faixa etária, possibilitando a
escolha por parte do docente. Estando online, sob a forma de um PDF, permitem
adaptações e um crescimento gradual à medida de actividades e sugestões.
As publicações do Serviço de Educação e Mediação
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O potencial da relação do Museu com os seus públicos
antes davisita
no museu
Tal como foi explicado anteriormente, o primeiro ano do Serviço de Educação e
Mediação centrou-se no público das escolas. Esta opção deveu-se a conjunto
de factores:
Neste âmbito, o objectivo foi criar um portefólio de actividades que seja um
suporte para todo o potencial de relação entre o Museu e o público escolar.
a relação anterior entre o Museu e as escolas,
os resultados de um estudo feito pela Mapa das Ideias,
o enquadramento territorial do Museu: a freguesia do Lumiar tem o maior número
de estabelecimentos de ensino de Lisboa, contando com uma população de
cerca de 10 mil estudantes do pré-escolar ao Ensino Universitário.
no regressoÀ ESCOLA
Também foi privilegiada a abordagem transversal das colecções e espaço
envolventes: o Museu, o Palácio Angeja-Palmela e o Parque Botânico do
Monteiro-Mor. Ou seja, a experiência do Museu é vista como uma experiência
total, que é iniciada muito antes da visita com o trabalho em sala de aula (ou uma
actividade) e, depois da experiência no Museu, que é ancorada no quotidiano
do visitante, através de um objecto-criação-recordação.
No que diz respeito ao segmento das famílias, as férias foram consideradas como
o primeiro projecto para a cativação de públicos, permitindo o desenvolvimento
de projectos simultâneamente criativos, com conteúdos e com uma componente
de Educação para a Cidadania muito elevada, tal como será explicado adiante.
“No que diz respeito ao segmento das famílias, as férias foram consideradas como o primeiro projecto para a cativação de públicos (...).”
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Por conseguinte, a programação do SEM - Serviço de Educação e Mediação
consiste em:
Com este programa, pretende-se que o Museu seja um espaço socioeducativo
de expressão e de aprendizagem cultural, inscrito numa comunidade (histórica e
socialmente identificada), favorecedor de aprendizagens inovadoras, educando
a inteligência, a sensibilidade e a emoção.
Oficinas estruturadas para o desenvolvimento criativo da expressão e da
reflexão, que podem ser realizadas no espaço do Museu ou na escola. Neste
tipo de actividade existem duas dimensões de trabalho: descoberta e criação.
Um projecto educativo integrado em que o Museu e a Escola trabalham
lado-a-lado para oferecer uma experiência integrada que torna as fronteiras
entre a educação formal e não-formal fluidas, ao serviço de um grupo de
alunos durante um ano lectivo.
Visitas dinâmicas e de pormenor, em que o visitante explora peças específicas
da colecção, pormenores da arquitectura do palácio e também descobre o
ecossistema único do parque. É dado um especial ênfase à importância da
conservação do património, principalmente através da preservação do traje
(a fragilidade da roupa, o desgaste, etc.) e da dimensão histórica.
Programas de férias para grupos de crianças e jovens entre os 5 e os 15
anos. Durante uma semana, um grupo desenvolve um projecto, promovendo
o trabalho de equipa e a interacção entre as diferentes faixas etárias.
Programação do Serviço de Educação e Mediação
Dentro de uma lógica de maleta pedagógica, em que as colecções do Museu
são exploradas fora de portas, foi criada a oficina “O Rei vai Nu!”. O público-
alvo desta actividade são os grupos do Pré-Escolar e do 1.º Ciclo do Ensino
Básico, que usufruem de um dia especial dentro de portas.
O suporte de um conto tradicional como O Rei vai Nu foi escolhido por várias razões:
A oficina está dividida em duas fases com objectivos e dinâmica próprios. Na
primeira fase, a história é contada, com elementos cénicos que são retirados de
uma caixa decorada como o Palácio.
Depois do conto, várias amostras de tecido são manuseadas, discutindo as
diferenças entre matéria-prima, tecnologia e a função do mesmo.
O MUSEU VAI À MINHA ESCOLAactividades nas escolas
Antes de mais, o contar histórias é uma prática pedagógica muito utilizada
nestes universos escolares, oferecendo um território de interacção familiar
para os mediadores e o seu público.
A narrativa oferece um espaço amplo para a exploração dos elementos da
colecção que são levados para a escola.
O tema permite trabalhar os Valores (vaidade e o poder, por exemplo), assim
como conceitos de inovação, conforto, originalidade.
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Durante a actividade plástica, cada criança pode decorar o seu próprio chapéu
(oferecido no âmbito do evento), recorrendo a uma diversidade de técnicas
artísticas - pintura, carimbos, stencil, colagens - e de materiais - tecidos, lã,
adereços, existindo a oportunidade de discutir a utilidade da moda, a identidade
e o corpo, por exemplo.
O chapéu serve como elemento de apropriação e, simultaneamente, de
memória, sintetizando as dimensões cognitiva, afectiva e de acção.
Cerca de um terço das escolas que participaram nesta actividade fizeram,
depois, marcações para actividades no Museu.
O MUSEU VAI À MINHA ESCOLA!
Terças-feiras das 10h às 17h.
O Museu visita a escola com um espectáculo e uma oficina. Depois do
espectáculo “O Rei vai Nu!”, cada sala poderá usufruir da oficina em torno de
um chapéu! No final da actividade, cada criança tem um chapéu original.
Projecto criado para o Pré-escolar e para o 1º Ciclo do Ensino Básico.
Duração: 60 a 90 minutos.
Preço: €5/criança.
Inclui:
* Espectáculo “O Rei vai Nu!”.
* Material de apoio e consumíveis usados na oficina do Museu.
* Cada aluno tem direito a descontos nas Férias e nas Festas no Museu.
O Projecto Educativo Integrado relacionou-se com a necessidade de estabelecer
uma relação mais profunda com um grupo escolar. Aqui o Museu trabalha em
torno das necessidades e expectativas de um determinado grupo, guiado pelo
diagnóstico feito pelo próprio professor.
Ao longo de um ano lectivo, ajustando o ritmo ao quotidiano da comunidade
escolar, o Serviço de Educação e Mediação tem sessões de trabalho,
alternadamente no Museu e na Escola.
Inicialmente, o projecto “O Museu é a minha segunda Casa!” foi pensado tendo
em conta a proximidade de escolas e focando o 1.º Ciclo do Ensino Básico, por
causa da elasticidade deste horário escolar.
Contra as expectativas, a Escola Secundária Gama Barros, localizada no
Cacém, concelho de Sintra, tomou a iniciativa de contactar o SEM com um
problema concreto: tinham um elevado grupo de alunos no Ensino Secundário
(de áreas científicas distintas) que integravam as aulas de Português como
Língua Não Materna. O grupo de docentes gostaria de ter um suporte diferente
para promover, em simultâneo, a proficiência em Português, a integração social
e a autonomia.
O MUSEU é a minha segunda casaprojecto educativo integrado
“Aqui o Museu trabalha em torno das necessidades e expectativas de um determinado grupo, guiado pelo diagnóstico feito pelo próprio professor.”
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Com o apoio da Direcção da Escola e da Junta de Freguesia, foi possível
implementar o projecto que resultou na exposição itinerante “O Nosso Traje”.
Esta exposição esteve exposta no Museu, na Direcção Regional de Educação de
Lisboa e Vale do Tejo (como exemplo de boas práticas) e, presentemente, está
na própria Escola.
O grupo de trabalho era constituído por alunos oriundos, na sua maioria, de
África (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e S. Tomé e Príncipe), mas também
da Ásia (Paquistão) e da Europa Central (Holanda e Roménia). A média etária
é de 16,5 anos.
A adesão ao projecto foi voluntária e o grupo de trabalho tinha sessões mensais,
intercalando como espaços de trabalho, o Museu e a Escola. De acordo com as
premissas pedagógicas deste projecto, o papel dos adultos - dos professores e
da mediadora - consiste na mediação da dinâmica do grupo, mantendo sempre
uma dinâmica de participação e decisão de grupo.
Neste âmbito, o grupo, depois de uma visita ao Museu orientada pela Directora,
optou por criar uma exposição sobre os trajes tradicionais de cada país, “O
Nosso Traje”. Importa aqui salientar novamente que o papel dos adultos é o
de fornecerem conteúdos, apoio técnico e mediar a relação do grupo, dando
espaço para a expressão de ideias e opiniões, defesa de pontos de vista, crítica
construtiva e gestão do projecto.
“Neste âmbito, o grupo (...) optou por criar uma exposição sobre os trajes tradicionais de cada país, “O Nosso Traje.”
A partir do calendário escolar, foram marcadas as sessões no Museu Nacional
do Traje, assim como sessões na escola, onde foram definidos o conceito, guião
e percurso expositivo. Toda a equipa foi também movimentada para a montagem
da exposição no Museu, na DRELVT e na Escola.
No âmbito das sessões no Museu foi dada particular atenção aos aspectos
relacionados com a conservação e investigação, com trabalho na Biblioteca. A
exposição permanente também foi visitada e analisada em diversos momentos,
com o objectivo de mostrar aspectos técnicos como a legendagem ou mesmo
a iluminação.
Foi da responsabilidade dos alunos uma enorme variedade de decisões criativas
e tarefas no âmbito deste projecto:
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Seleccionaram as peças e objectos que gostariam de expor, fazendo uma
investigação sobre as mesmas.
Escreveram os textos sobre os respectivos países, assim como todas as legendas.
Recuperaram e pintaram os manequins cedidos pelo Museu para este projecto.
Decidiram todo o discurso expositivo, tomando decisões sobre a posição
relativa dos manequins.
“No âmbito das sessões no Museu foi dada particular atenção aos aspectos relacionados com a conservação e investigação, com trabalho na Biblioteca.”
Para além do programa previamente estipulado, o grupo de trabalho (alunos,
docentes e mediador) criou ainda outros elementos para completar o projecto:
Os docentes da disciplina Português como Língua Não Materna que participaram
neste projecto consideraram que todo este processo, que se prolongou de
Novembro de 2010 até Outubro deste ano, trouxe enormes proveitos para o
grupo de alunos, nomeadamente:
Criação de um blog que acompanhou o processo.
Produção de um programa específico para o dia da inauguração (que incluiu
um pequeno teatro, uma dança com desfile, o discurso da directora do museu
e do director da escola e a apresentação e visita à exposição).
Produção de um filme complementar à exposição.
Um convite do museu para uma participação activa (através de uma visita
guiada pelos comissários) nas celebrações do Dia Internacional dos Museus.
Maior domínio da Língua Portuguesa - leitura, escrita e oralidade.
Maior autonomia e confiança na tomada de decisões.
Capacidade de diálogo e maior tolerância em relação às diferenças - entre
géneros, em relação à auto-imagem, em relação à cultura e à religião.
Por estas razões, a Direcção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo
optou por incorporar este projecto, como estudo de caso de boas práticas, na
sua programação de exposições, no edifício sede em Alvalade, Lisboa.
Dentro do contexto do SEM, considerou-se que este era um projecto de grande
valor, em que o Museu, através das suas múltiplas valências, contribui para o
desenvolvimento pessoal e social de um grupo de cidadãos com necessidades
e características muito específicas, com outputs concretos e mensuráveis.
O MUSEU É a minha segunda casa!
Projecto Educativo Integrado
Uma quinta-feira por mês (Outubro a Abril).
O Museu torna-se uma actividade extra-curricular. Uma vez por mês o Museu
Nacional do Traje é o espaço de eleição para a sua turma. Numa ligação
muito estreita com a programação da escola, começamos num piquenique e
acabamos a montar uma exposição!
Para cada turma é criado um programa específico.
Duração: das 10h às 12.30h ou das 15h às 17.30h.
Preço: €6 por mês/aluno.
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Na estruturação das actividades com carácter irregular, como as visitas e as
oficinas, a reflexão centrou-se na análise do pormenor, estimulando o regresso
ao Museu para novas descobertas, assim como numa actividade multi-sensorial
e dinâmica, privilegiando o olhar e o tacto, mas também o movimento e a
interacção social.
O jogo é fundamental para o desenvolvimento do ser humano, especialmente
nas faixas etárias mais jovens, ao transpor a informação para um contexto amigo,
criando um ambiente informal, despertando o interesse pelo conhecimento e
criando chaves de interpretação. Ultrapassando os limites convencionais, as
visitas dinâmicas possibilitam uma abordagem atractiva a temas, por vezes
complexos, e transformam estes momentos em experiências memoráveis.
De entre as propostas de visitas jogadas ou de pormenor desenhadas pelo
SEM, as mais requisitadas foram as direccionadas ao Pré-Escolar e 1º Ciclo
do Ensino Básico, nas quais as crianças assumem o papel de investigador,
decifrando pistas, construindo narrativas e explorando sensorialmente objectos
de diferentes materiais e técnicas, relacionando-os com as peças expostas,
pormenores decorativos no interior do Palácio ou no exterior, no Parque.
Actividades no museuvisitas: “vem ao museu”
Graças à metodologia utilizada, é possível estimular o pensamento
convergente e, também divergente, dentro de uma perspectiva em que o
contributo de cada participante é valorizado e que o conhecimento científico
e factual estimula a criatividade.
VEM AO MUSEU!
Visitas Dinâmicas e de Pormenor
Quartas e sextas-feiras das 10h às 17h.
Existem novas visitas no Museu: através de jogos criados especificamente
para cada público, descobrem-se peças de roupa, ouvem-se aves canoras e
resolvem-se mistérios. Também pode escolher um tema do plano educativo e
conhecer a colecção sob esse prisma.
Conceitos criados para o Pré-escolar e para cada ciclo do Ensino Básico e
Secundário.
Duração: 45 a 60 minutos.
Preço: €6 / aluno.
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A ideia de oficina, em que a passagem do saber é aliada a uma perspectiva de
hands-on, foi considerada como a adequada para o trabalho com o público do
3.º Ciclo do Ensino Básico e do Ensino Secundário.
Usando uma t-shirt como ponto de partida para a discussão e recorrendo a
painéis concebidos pelo SEM, é delineado o circuito de produção, demonstrando
a “viagem” das matérias-primas, os grandes centros industriais ao nível do globo
e os rituais do consumo.
Fenómenos como o consumismo, a moda, a globalização e a sustentabilidade
são discutidos, enquanto se faz a própria história desta peça de roupa, símbolo
de uma sociedade de consumo em que a classe média é o motor.
Depois desta discussão, os participantes são convidados a decorar a sua
própria t-shirt (oferecida no âmbito desta actividade), estimulando-se a
discussão criativa, a análise de cores e de símbolos, recorrendo a outros tecidos
e adereços.
À semelhança de outras actividades, a t-shirt fará uma ligação entre o Museu e
o quotidiano do participante.
of cina do museu: a viagem da t-shirt
Quartas e sextas-feiras das 10h às 17h.
A oficina genérica é dedicada à viagem da t-shirt. Mostra-se a
cadeia de produção de uma simples camisola de algodão,
mostrando a quantidade de quilómetros que percorre
e de pessoas que intervêm numa peça tão simples.
Dependendo do nível de ensino, trabalham-se aspectos
tão diferentes como a biodiversidade, a globalização, as
mudanças sociais, a economia de escala ou a t-shirt como
um fenómeno de design de moda.
Os participantes são desafiados a intervir na sua t-shirt
(branca com logótipo), podendo decorá-la com tinta,
apliques, usando técnicas de stencil, desenho, bordados.
Conceitos criados para o Pré-escolar e para cada ciclo
do Ensino Básico e Secundário.
Duração: 60 a 90 minutos.
Preço: €7,5 / aluno.
ia viagem da t-shirtactividades no museu
Férias sem stress programa de férias no museu
O próprio nome das “Férias SEM stress” pretende reflectir a filosofia deste
programa de actividades. O principal objectivo é o de privilegiar os aspectos
mais felizes das férias, nomeadamente o lazer e a interacção social.
O trabalho do SEM tem aqui uma dimensão particularmente inovadora, quando
comparado com a oferta de outros serviços educativos. Contrariando a lógica
etária da escola, em que as crianças são divididas em grupos estritos por idade,
aqui privilegia-se a actividade, a individualidade e a autonomia. Crianças e
adolescentes entre os 5 e os 15 anos (é estimulada a inscrição de irmãos, primos
e amigos) interagem livremente, estimulando o respeito mútuo, a originalidade
de pensamento e a responsabilidade.
Tal como acontece no Projecto Educativo Integrado, o adulto assume o papel
de mediador do grupo, marcando os ritmos e gerindo as dinâmicas do mesmo.
Cada projecto de férias desenvolve-se ao longo de cinco dias, com uma rotina
comum, independente do tema:
No primeiro dia, é feita uma visita ao espaço, orientada pela própria
Directora do Museu, em que se visita não só a exposição, como todo os
espaços funcionais. Desta forma, fala-se da função do Museu e, também,
da complexidade inerente à sua gestão. Depois há o almoço-piquenique
no Parque (durante o qual também se fala na história e na importância de
conservar estes jardins históricos) que se prolonga sempre por duas horas e
em que há muito tempo para a brincadeira livre. À tarde, o grupo reúne-se
em assembleia para discutir - dentro da abordagem artística - qual o tema e
o projecto que irão desenvolver ao longo da semana.
ACTIVIDADES PARA FAMÍLIAS
Ao longo da semana, outros interlocutores técnicos (da
banda desenhada, da animação, de canto e dança, por
exemplo) trabalham com o grupo, mostrando as técnicas
e guiando o projecto criativo.
Ao longo de cada dia, as manhãs consistem num trabalho
mais estruturado, privilegiando a hora do almoço para a
brincadeira livre. Os participantes são divididos de acordo
com as suas competências (muitas vezes, relacionadas
com a própria faixa etária) e apetências, privilegiando as
qualidades de cada um.
No final de sexta-feira, a família é convidada a assistir à
apresentação do projecto, valorizando cada participante e
o próprio Museu, como um espaço de estar e de partilha.
Neste programa, foi privilegiada a abordagem transversal da colecção e espaço
envolventes: o Museu, o Palácio Angeja-Palmela e o Parque Botânico do Monteiro-Mor.
Esta abordagem surgiu como uma resposta de continuidade, a fim de promover
relações estreitas e duradouras entre o público e o património. Partindo de diferentes
temas e/ou técnicas de expressão artística, o grupo parte à descoberta Museu
Nacional do Traje, aprofundando os seus conhecimentos e interesses, a fim de
elaborar um produto final que é avaliado e mostrado no final da semana.
A diferença no cuidado e no gosto de cuidar que os participantes no programa foram
mostrando foi notória. O interesse em perceber para que serve um museu, para que
servem as suas peças, para que serve preservar, foi uma das referências constantes.
Alguns dos participantes mostraram também interesse em visitar outros museus
durante o programa Férias SEM Stress, no Museu Nacional do Traje.
No museu, as férias são sem stress
De 14 de Junho a 13 de Agosto, o SEM oferece um
programa variado, divertido e criativo, para diferentes
faixas etárias: dos 5 aos 15 anos.
Explorando a colecção, o edifício e o Parque propomos,
em cada semana, um tema diferente!
Cada oficina tem a duração de 5 dias, de Segunda a
Sexta-feira.
Museu aos quadradinhos
Associando a Fotografia à Banda Desenhada, os
participantes criam uma história a partir do traço, do
desenho e da imagem; misturam personagens com
trajes de época, militares ou regionais com enredos
que abraçam a colecção, o Palácio ou o Parque. Na
Sexta-feira, todos os trabalhos estarão expostos para
que os possa conhecer!
14 a 18 de Junho
5 a 9 de Julho
26 a 30 de Julho
Público-alvo: 5 aos 15 anos (actividades adequadas
a cada faixa etária)
o museu é o palco
Nesta semana, as Artes Dramáticas unem-se à tua voz
e o Museu transforma-se. O traje ganha vida própria
a partir das personagens que compõem o musical
criado pelos participantes. Na Sexta-feira, venha
assistir a este espectáculo!
21 a 25 de Junho
12 a 16 de Julho
2 a 6 de Agosto
Público-alvo: 5 aos 15 anos (actividades adequadas
a cada faixa etária)
o museu move-se
O cinema de animação vai ficar a ganhar com este
encontro com as Artes Plásticas. Durante esta semana,
os participantes observam a colecção ao pormenor ao
mesmo tempo que seleccionam materiais, tecidos e
bordados; já que o objectivo é animar uma narrativa
que não quer estar parada.
O resultado será projectado para todos, na Sexta-feira!
28 a 2 de Julho
19 a 23 de Julho
9 a 13 de Agosto
Público-alvo: 5 aos 15 anos (actividades adequadas
a cada faixa etária)
Horário: 9h00 às 17h30
Preço: €120/participante (almoço não incluído)
€145/participante (almoço incluído)
Sustentabilidade é uma palavra que se tornou recorrente no nosso vocabulário
e conheceu recentemente uma notável difusão no discurso e, desejavelmente,
também na prática.
Contudo, e especialmente no que este conceito se relaciona com as gerações
vindouras, é o que os museus fazem desde há muito: recolhem o património
cultural material e imaterial das sociedades, associam o conhecimento
necessário para o compreender e apreciar e procuram as melhores condições
para o preservar para as gerações vindouras. Ao garantir o acesso ao património
cultural, seja para educação e formação, seja para estudo e investigação, para
enriquecer o nosso olhar sobre o outro ou sobre nós próprios, ou simplesmente
para fruição, os museus estão a cumprir com o que podemos designar de
responsabilidade social neste aspecto específico e que está no seu ADN.
Se a preocupação com a sustentabilidade deste recurso único e não renovável
que é o património cultural - em contínuo enriquecimento -, é nuclear ao conceito
de museu e enforma a sua prática de funcionamento, as várias correntes
museológicas que se vêm sentindo reflectem não só a abertura dos museus
à sociedade e às suas questões mas também o profundo sentimento de uma
necessidade de mudança.
museus e sustentabilidade
“Ao garantir o acesso ao património cultural (...) os museus estão a cumprir com o que podemos designar de responsabilidade social neste aspecto específico e que está no seu ADN.”
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Esta mudança no relacionamento com a sociedade, ao tornar os museus em
ouvintes, trouxe também para o seu centro de preocupações a sustentabilidade
num mundo em mudança, num mundo onde os recursos financeiros são cada
vez mais escassos e num mundo onde a assumpção da responsabilidade se
torna uma exigência e uma necessidade cada vez maior.
É neste âmbito que as práticas de uma gestão sustentável dos recursos afectos
aos museus se tornam fundamentais. A gestão de qualquer organização obriga à
consideração cuidada da forma de afectação dos activos entregues aos museus,
sejam eles as suas colecções, o seu equipamento ou as infraestruturas com que
foram dotados. É na sua gestão com vista à realização de valor cultural que os
museus cumprem a sua vocação ao se tornarem socialmente úteis e valiosos.
“A gestão de qualquer organização obriga à consideração cuidada da forma de afectação dos activos entregues aos museus, sejam eles as suas colecções, o seu equipamento ou as infraestruturas com que foram dotados.”
Um serviço educativo tem que se pautar por uma missão, valores próprios, pela
capacidade de estabelecer relações de longo prazo com os seus públicos. Do
ponto de vista da instituição cultural, encontra-se na intercepção da sua missão
entre colecções e públicos.
Mas é também um dos corolários de uma estratégia de marketing, de branding
que, estando na linha da frente da mediação cultural, estabelece em simultâneo
compromissos e cria expectativas nos seus públicos.
Um serviço educativo cria públicos, baseia-se no conceito de que toda a vida é
um acto criativo e que, para a sua plena realização, estes actos têm que estar
apoiados no conhecimento, na melhor compreensão daquilo que nos rodeia,
oferecendo ferramentas de conceptualização e, também, de acção.
Neste âmbito, acreditamos que o outsourcing e as parcerias podem ser uma
mais-valia organizacional, preservando sempre o conhecimento como o fulcro
da acção. Um plano de acção educativa deve ter o contributo do curador e
do investigador, mas também do pedagogo e do comunicador, melhorando a
experiência da visita numa lógica de fruição multidimensional.
Um serviço educativocom futuro
“Um serviço educativo cria públicos, baseia-se no conceito de que toda a vida é um acto criativo e que, para a sua plena realização, estes actos têm que estar apoiados no conhecimento (...).”
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por Inês Câmara
Aqui e noutras instituições culturais, a criação de um serviço educativo à medida
da sua missão, sem constrangimentos organizacionais, capitalizando sempre
as políticas de marketing e de comunicação, traz valor para o Museu. Uma
parceria permite que uma entidade mais pequena e mais ágil seja um mediador
eficiente e atento, criando riqueza intelectual e afectiva, com claros benefícios
económicos numa lógica de sustentabilidade.
Será que o Museu pode capitalizar o factor “preço”, na medida em que oferece
um investimento competitivo em relação a outros operadores culturais (teatro,
música, cinema) e a disponibilidade do potencial visitante? Acreditamos que
sim. Principalmente junto de dois segmentos muito importantes: jovens famílias
com crianças, em que existe um investimento claro no lazer e na cultura dos
mais novos; novos seniores, que usufruem de tempo e de rendimentos, assim
como de uma grande abertura para novas experiências.
Do mesmo modo, um Museu pode ser território de inclusão, alicerçando a
sua relação com públicos especiais com técnicos especializados, capazes
de transformar o contexto do espaço e da peça em matéria de reflexão e
de descoberta.
Para tal, a sustentabilidade financeira e o acompanhamento e divulgação dos
“resultados” são ferramentas essenciais para chegar a um serviço público
de qualidade, em que o acesso acaba por ser universal, com uma gestão
porventura mais rigorosa do investimento e dos benefícios, graças à intervenção
de agentes externos.
“Uma parceria permite que uma entidade mais pequena e mais ágil seja um mediador eficiente e atento.”
Ficha técnica do serviço de educação e mediação
Coordenação Geral: Museu Nacional do Traje e Mapa das Ideias
Concepção e conteúdos: Mapa das Ideias
Supervisão Científica: Museu Nacional do Traje
Mediadores:
André Oliveira
André Viamonte
Eduardo Amaro
Isabel Avillez
João Vasco Leal
Madalena Marques
Margarida Ataíde
Vera Sales Baptista
Design: Design, Etc.
Subsolo - Design e Animação
2010 - 2011
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Tel: 214 262 650 - 214 263 212 Fax: 214 264 428
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