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Relatório de Estabilidade FinanceiraBanco Central do Brasil - Abril, 2018
Elaboração: Assessoria Econômica ABBC
Com ênfase nos riscos e nas perspectivas para o sistema bancário, o relatório de estabilidade financeira do Banco Central apresenta o
panorama recente dos seus indicadores mais relevantes. Nesse sentido, em 2017, houve uma mitigação do risco à estabilidade financeira com
a recuperação cíclica da economia, a redução da inflação, a queda da taxa básica de juros e alguma recuperação do mercado de trabalho.
Estáveis em 2017, as captações do sistema mostraram o incremento significativo do estoque dos depósitos a prazo e interfinanceiros, em
detrimento da redução da representatividade das operações compromissadas com lastro em títulos ou aceite de instituições ligadas ao
conglomerado prudencial e os declínios das carteiras de LCA e LCI.
Os níveis de liquidez de curto prazo (IL) e estrutural (ILE) mantiveram-se confortáveis. Na comparação com o 1º semestre, o número de
instituições com IL < 1 aumentou de 18 para 22. Nessa mesma referência, o número de bancos com o ILE <1 diminuiu de 27 para 25. Dessas
instituições, 15 também apresentam insuficiências no curto prazo.
O crescimento do crédito amplo está abaixo da tendência de longo prazo, não sugerindo a necessidade de acionamento do colchão adicional
de capital contracíclico. No ano, notaram-se aspectos positivos para as operações com melhores garantias, para os bancos privados e para as
pessoas físicas (PF). Para as pessoas jurídicas (PJ), a recuperação estaria condicionada a: (1) uma melhora mais prolongada na atividade
econômica e (2) uma melhor geração de caixa pelas firmas.
A geração operacional de caixa das companhias de capital aberto mostrou ligeira recuperação no 2º semestre. O índice de cobertura de juros
registra aumentos consecutivos. Contudo, o seu nível e o das despesas financeiras líquidas ainda permanecem em patamares desconfortáveis.
Para as grandes empresas, o volume de créditos vencidos caiu nesse período, porém a queda foi devida à baixa para prejuízo de operações de
empresas em recuperação judicial. A carteira de ativos problemáticos subiu de 4,9% em dez/16 para 7,2% em dez/17, com o crescimento da
carteira classificada entre E e H adimplente.
SumárioBase: 2º semestre de 2017
Relatório de Estabilidade Financeira - Outubro 2017 | Página 01
Após vários semestres de deterioração, a carteira de crédito imobiliário mostrou no 2º semestre diminuição nos ativos problemáticos e nos
fluxos de reestruturações. A elevada retomada de imóveis contribuiu para a esta redução. Entretanto, com as dificuldades enfrentadas na
venda dos bens não de uso (BNDU), a participação desses ativos nos balanços continua em trajetória de forte crescimento.
A relação entre o nível de provisões e carteira de ativos problemáticos oscilou acima de 80% ao longo de 2017. Esse nível é considerado
elevado, dado que parte desses ativos poderá ser renegociada, ou voltar à normalidade, ou possui garantias ou ainda algum nível de
recuperação.
O Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) do sistema, desconsiderados os resultados não recorrentes, alcançou 13,8% em dez/17, com
aumento de 2,2 p.p. em relação a dez/16. Espera-se um arrefecimento dessa recuperação, dada a provável desaceleração da redução das
provisões e o aumento gradual de pressão sobre as margens de juros. Verifica-se um ritmo de desaceleração da redução das provisões no 2º
semestre. A pressão sobre as margens de crédito de novas concessões e sobre a carteira de títulos reforça a relevância da necessidade da
retomada do crescimento do crédito e da busca por outras fontes de receitas.
A melhora dos índices de capitalização do sistema está presente em todas as métricas, mantendo-se em níveis bastante superiores aos
requerimentos regulatórios. A elevação dos lucros, oriundos principalmente da redução das provisões para perdas de créditos, constituiu o
principal vetor para a elevação dos níveis de capital.
Em relação ao mesmo período de 2016, o Herfindahl-Hirschman (IHH) em dez/17 elevou-se em 0,5% nas operações de crédito, enquanto que
houve queda de 1,1% na dos ativos e de 6,2% na dos depósitos. Entretanto, todos indicadores estão próximos do limite máximo para que a
concentração seja considerada moderada.
SumárioBase: 2º semestre de 2017
Relatório de Estabilidade Financeira - Outubro 2017 | Página 02
Riscos para a estabilidade financeira
Em 2017, com o crescimento econômico, a redução
da inflação, a queda da taxa básica de juros e
alguma recuperação do mercado de trabalho houve
uma redução do risco à estabilidade financeira .
Entre o 1º e o 2º semestre de 2017 houve um
aumento dos ativos problemáticos das empresas de
grande porte. O volume elevado dessas operações
demandam o monitoramento no curto prazo.
Contudo, as provisões para esse tipo de risco
seguem em nível confortável.
Apesar da queda de 17% do fluxo de reestruturações
de crédito imobiliário no segundo semestre de 2017,
observou-se um aumento do fluxo de retomada de
imóveis. Como agravante, observa-se um ritmo muito
lento de vendas dos imóveis recuperados.
Mercado confia na capacidade de absorção de
choques pelo SFN, mas demonstra preocupação
com o cenário político, a agenda de reformas fiscais
e a conjuntura internacional.
Fonte: Banco Central do Brasil
Relatório de Estabilidade Financeira - Outubro 2017 | Página 03
Captações
Estáveis em 2017, as captações do sistema mostraram entretanto o incremento significativo do estoque dos depósitos a prazo e interfinanceiros,
em detrimento da redução da representatividade das operações compromissadas com lastro em títulos ou aceite de instituições ligadas ao
conglomerado prudencial, com a edição da Resolução nº 4.527/16.
Por sua vez, os declínios das carteiras de LCA e LCI em parte estão relacionados à dinâmica das operações de crédito elegíveis como lastro.
Finalmente, após números negativos em 2015 e 2016, as cadernetas de poupança voltaram a apresentar captação líquida positiva.
Em relação à exigibilidade dos passivos, tem-se uma perspectiva favorável para a sua estabilidade. A participação dos instrumentos com liquidez
imediata e depósitos à vista, mais instáveis em crises, reduziu-se no ano em 4,1 p.p.. Esse movimento foi também favorecido pela recuperação
da caderneta de poupança.
Fonte: Banco Central do Brasil Fonte: Banco Central do Brasil
Relatório de Estabilidade Financeira - Outubro 2017 | Página 04
8,9%
19,0%
-39,8%
2,7%
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0,3%
-8,9%
-3,7%
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17,0%
-0,8%
Poupança
Depósitos a prazo
Compromissadas com títulos privados
Empréstimos e repasses
Captações externas
Outros instrumentos
Depósitos judiciais
LCI
Dívida subordinada
LCA
Depósitos à vista
DI
Captação interna
CaptaçõesVariação anual
7,1%
25,1%
28,8%
2,8%
16,9%19,3%
6,9%
22,6%
32,9%
2,9%
15,1%
19,5%
Depósitosjudiciais
Depósitospoupança
Depósitos àvista +
captações comliquidezimediata
Vencimentode 1 a 30 dias
Vencimentode 30 dias a 1
ano
Vencimentosuperior a 1
ano
Perfil
dez/17 dez/16
Captações externas
A representatividade dos recursos externos em relação às captações totais do sistema bancário manteve-se baixa e estável (15,5%). Do total
das captações externas internalizadas no mercado doméstico (US$ 192 bilhões), 44,8% ingressaram como recursos livres, 16,8% foram
vinculadas a operações de comércio exterior e 38,8% foram mantidas no exterior.
O volume total das captações em dólares apresentou queda de 1,5% em 2017, entretanto as operações para exportações, importações e
empréstimos apresentaram elevação de 1,8% na mesma base comparativa. Esta última evolução, segundo o Banco Central, deve persistir com
a melhora dos indicadores econômicos que deve produzir uma maior demanda interna por recursos.
Fonte: Banco Central do Brasil Fonte: Banco Central do Brasil
Relatório de Estabilidade Financeira - Outubro 2017 | Página 05
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Perfil das captações externasEm US$ bi
mantidas no exterior Vinculadas Livres
4,5% 5,6% 6,7% 7,1% 6,9%
3,2%3,7%
4,9%2,5% 2,5%
6,9%6,2%
8,3%
5,9% 6,0%
dez/13 dez/14 dez/15 dez/16 dez/17
Perfil das captações externasEm relação às captações totais
Livres Vinculadas Mantidas no exterior
Liquidez de curto prazo - IL
Fonte: Banco Central do Brasil Fonte: Banco Central do Brasil
O Índice de Liquidez de curto prazo (IL), que mensura a proporção de ativos líquidos para cobrir as necessidades de caixa de curto prazo em
um cenário de estresse, encerrou dez/17 em 2,38, com aumento de 0,19 pontos em relação a jun/17 (0,02 pts. dez/16). No 2º semestre, houve
aumento real do valor dos ativos líquidos, beneficiado pela queda nas taxas de juros futuras e pela liberação de ativos com a unificação das
câmaras de ações e derivativos da B3. Ademais, a melhor composição das captações e a estabilidade nas exposições a risco de mercado
permitiram que os desembolsos projetados de caixa em um cenário de estresse não fossem alterados significativamente.
Em dez/17, os bancos que representavam 97,9% dos ativos do sistema bancário apresentavam IL ≥ 1. Na comparação com o 1º semestre, o
número de instituições com IL menor do que 1 aumentou de 18 para 22. O indicador regulamentar de Liquidez de Curto Prazo (Liquidity
Coverage Ratio – LCR) corrobora o baixo risco de liquidez de curto prazo sinalizado pelo IL. Todos os conglomerados bancários sujeitos ao
cumprimento desse indicador mantiveram o LCR acima do mínimo regulamentar (80%) e em patamares bastante superiores a 100%, nível a ser
exigido a partir de 2019.
Relatório de Estabilidade Financeira - Outubro 2017 | Página 06
2,38
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Índice de Liquidez
15
3
1013
17
73
15
7 610
18
75
IL < 0,8 0,8 ≤ IL < 1,0 1,0 ≤ IL < 1,2 1,2 ≤ IL < 1,6 1,6 ≤ IL < 2,0 IL ≥ 2,0
Distribuição de frequência
Junho 2017 Dezembro 2017
Liquidez estrutural - ILE
Fonte: Banco Central do Brasil Fonte: Banco Central do Brasil
O efeito do aumento dos recursos estáveis compensou o alongamento do prazo residual dos estoques de crédito no 2º semestre, em linha com o
ritmo de retomada do crédito, levando a um crescimento do Índice de Liquidez Estrutural (ILE).
Os bancos que representam 94,4% dos ativos totais do sistema apresentavam ILE > 1,00. Segundo o Banco Central, grande parte das
instituições de maior porte elevou seus indicadores, sinalizando a existência de fontes suficientemente estáveis de recursos (numerador) para
financiar suas atividades de longo prazo (denominador).
Em comparação com o semestre anterior, o número de bancos com ILE < 1 diminuiu de 27 para 25. Desses 25, 15 também apresentam
insuficiências no curto prazo em eventual cenário de estresse (IL < 1), representando 1,68% dos ativos totais do sistema.
Relatório de Estabilidade Financeira - Outubro 2017 | Página 07
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Índice de Liquidez Estrutural
94
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20
14
7
63
10
4
11
1815
9
64
ILE < 0,8 0,8 ≤ ILE < 0,9 0,9 ≤ ILE < 1,0 1,0 ≤ ILE < 1,1 1,1 ≤ ILE < 1,2 1,2 ≤ ILE < 1,3 ILE ≥ 1,3
Distribuição de frequência
Junho 2017 Dezembro 2017
Crédito
Fonte: Banco Central do BrasilFonte: Banco Central do Brasil
O hiato de crédito como proporção do PIB é uma métrica para avaliar se o crescimento da carteira de crédito está acima de sua tendência de
longo prazo. A medida pode sinalizar um aumento excessivo em novos empréstimos por famílias e empresas, com possíveis correções abruptas
e repentina dos agentes econômicos. O Comitê de Basileia indica que hiatos acima de 2,0 p.p. deveriam acionar o colchão adicional de capital
contracíclico (ACCP). No contexto atual, o crescimento do crédito amplo (adiciona-se o crédito tomado por empresas não financeiras e famílias
tomado no exterior e o financiamento de empresas tomado no exterior) está abaixo da tendência de longo prazo, bem como a dinâmica de
diversos outros indicadores também não sugerem a necessidade de acionamento do ACCP.
No ano de 2017, houve um avanço nos indicadores referentes ao crédito, tanto pela queda do risco do portfólio como pelo maior apetite nas
concessões, notadamente nas operações com melhores garantias nos bancos privados e para as pessoas físicas (PF). Para as pessoas
jurídicas (PJ), o comportamento foi negativo. A recuperação desse mercado estaria condicionada a: (1) uma melhora mais prolongada na
atividade econômica e (2) uma melhor geração de caixa pelas firmas.
Relatório de Estabilidade Financeira - Outubro 2017 | Página 08
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Evolução anual do crédito
Bancos públicoscomerciais
Bancos públicosde desenvolvimento
Bancosprivados
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Hiato crédito/PIBEm % do PIB
Com variação cambial Sem variação cambial
Crédito PJ
Fonte: Banco Central do BrasilFonte: Banco Central do Brasil
Devido à desalavancagem das empresas e à existência de relevante capacidade ociosa na indústria, o estoque do crédito doméstico para PJ
vem se reduzindo, influenciado principalmente pela queda nas operações com recursos direcionados. O Banco Central observa um movimento
menos negativo para as empresas de pequeno e médio porte (PMEs). Sublinha também o aumento significativo de financiamento no mercado de
capitais, notadamente em setores específicos, como o “Petroquímico”, o de “Energia” e o “Automotivo”.
As empresas que acessaram o mercado de capitais em 2017 (R$ 81,7 bilhões) diminuíram seus passivos em crédito livre (R$12,5 bilhões), em
crédito direcionado (R$17,8 bilhões) e em crédito externo (R$6,2 bilhões), ou seja, ainda que se possa falar em alguma migração das demais
fontes de financiamento, a maior parte do incremento em mercado de capitais refere-se a novos financiamentos.
Relatório de Estabilidade Financeira - Outubro 2017 | Página 09
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Evolução anual – Grandes empresas
Total Livre Direcionado
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7
Evolução anual - PMES
Total Livre Direcionado
Crédito PJ
As melhores condições macroeconômicas têm produzido
impactos positivos na situação econômico-financeira das
empresas. Em 2017, o volume de requerimentos de
recuperação judicial ficou abaixo do observado no ano anterior.
A geração operacional de caixa (earnings before interest,
taxes, depreciation, and amortization – EBITDA) das
companhias de capital aberto mostrou ligeira recuperação no
2º semestre. O índice de cobertura de juros (quociente entre
EBITDA e a despesa financeira bruta) registra aumentos
consecutivos. Contudo, o seu nível e o das despesas
financeiras líquidas ainda permanecem em patamares
desconfortáveis.
Fonte: Serasa Experian
Fonte: Banco Central do Brasil
Relatório de Estabilidade Financeira - Outubro 2017 | Página 10
757
874 828
1.287
1.863
1.420
2012 2013 2014 2015 2016 2017
Recuperações Judiciais RequeridasAcumulado em 12 meses
0,9
0,70,8 0,8
0,7 0,7
0,8
1,0
1,6 1,6
1,8
1,8
2,7
2,1
2,2
6,7
5,3 5,3
4,6
3,8
2,5
3,1 3,4
0
1
2
3
4
5
6
7
8
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
dez-10 dez-11 dez-12 dez-13 dez-14 dez-15 dez-16 set-17
Situação econômico-financeiraEmpresas de capital aberto - dez/2010=1 (mediana)
EBITDA Despesa financeira líquida Indíce de cobertura de juros
Crédito PJ
Fonte: Banco Central do Brasil Fonte: Banco Central do Brasil
Relatório de Estabilidade Financeira - Outubro 2017 | Página 11
Ativos Problemáticos
Por setor dez/16 jun/17 dez/17
Administração Pública e ONGs 1,30 1,81 2,26
Agricultura 5,93 4,99 5,11
Alimentos 7,72 8,73 8,11
Atividades Financeiras 1,07 1,18 2,12
Automotivo 7,66 6,68 5,99
Bebidas e Fumo 7,02 7,73 6,35
Construção, Madeira e Móveis 16,79 18,30 22,32
Criação de Animais 5,21 5,01 4,91
Eletroeletrônico 11,86 12,42 9,33
Energia 2,65 3,11 3,21
Máquinas e Equipamentos 14,67 15,69 14,56
Mídia e Lazer 16,71 16,23 15,22
Outros 17,72 15,31 14,06
Papel e Celulose 1,82 2,05 2,23
Petroquímico 3,30 4,62 4,64
Químico, Farmacêutico e Higiene 8,77 8,27 7,40
Saúde, Saneamento e Educação 6,31 6,77 5,99
Serviços 11,81 12,04 11,58
Siderurgia e Metalurgia 6,37 7,16 6,18
Sucroalcooleiro 16,69 17,49 16,62
Telecomunicações 34,96 35,31 22,38
Têxtil e Couros 15,99 14,93 13,17
Transportes 11,23 12,14 15,25
Varejo 8,80 10,28 8,27
% da carteira ativa
Há uma tendência de queda dos ativos problemáticos (operações com atrasos maiores do que 90 dias e onde existem indícios de que não serão
integralmente honradas) para as PMEs, segundo o Banco Central, com fortes indícios do final da materialização de riscos. Nesse segmento, a
entrada de créditos inadimplentes ao longo do 2º semestre caiu de forma a compensar a redução no estoque de crédito.
Para as grandes empresas, não observa-se melhora no risco. O volume de créditos vencidos caiu no 2º semestre, porém a queda foi devida à
baixa para prejuízo de operações de empresas em recuperação judicial do setor de “Telecomunicações”. A carteira de ativos problemáticos das
grandes firmas subiu de 4,9% em dez/16 para 7,2% em dez/17, com o crescimento da carteira classificada entre E e H adimplente,
principalmente nas operações com os setores de “Construção, Madeira e Móveis” e “Transportes”.
9,4%
13,4%
7,2%
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Ativos problemáticos
Total PME Grande
7,0%
6,0%
6,5%
7,0%
7,5%
8,0%
8,5%
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Ativos problemáticos
Crédito PF
Fonte: Banco Central do Brasil
Fonte: Banco Central do Brasil
Houve, também, queda na inadimplência e nos ativos
problemáticos das principais modalidades para PF, com
destaque para as linhas mais voltadas ao consumo, justamente
as mais sensíveis às condições econômicas. Após vários
semestres de deterioração, a carteira de crédito imobiliário
mostrou no 2º semestre de 2017 diminuição nos ativos
problemáticos e nos fluxos de reestruturações.
O fluxo ainda elevado de retomada de imóveis também contribuiu
para a esta redução. Entretanto, com as dificuldades enfrentadas
pelas instituições financeiras na venda dos bens não de uso
(BNDU), a participação desses ativos nos balanços continua em
trajetória de forte crescimento, embora represente apenas 1,2%
da carteira ativa.
Relatório de Estabilidade Financeira - Outubro 2017 | Página 12
4,2 5,4 4,46,7
9,7 10,5 9,3 7,7
6,86,6 6,9
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1º Sem2014
2º Sem2014
1º Sem2015
2º Sem2015
1º Sem2016
2º Sem2016
1º Sem2017
2º Sem2017
Fluxo de reestruturaçãoPessoa Física - em R$ bi
Imobiliário Demais modalidades
1,2%
0,0%
0,2%
0,4%
0,6%
0,8%
1,0%
1,2%
1,4%
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z/1
7
Bens não de uso próprioImóveis habitacionais - % da carteira ativa
Índice de cobertura - IC
Fonte: Banco Central do Brasil Fonte: Banco Central do Brasil
Relatório de Estabilidade Financeira - Outubro 2017 | Página 13
81,0%
74%
76%
78%
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6
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7
Em relação aos ativos problemáticos
Desde mar/16, o nível de provisões é inferior à carteira E-H ou às operações inadimplentes. Quando comparada com a carteira de ativos
problemáticos, a relação oscilou acima de 80% ao longo de 2017. Para o Banco Central, o nível mostra-se elevado, dado que parte dos ativos
problemáticos será renegociada, ou voltará à normalidade, ou possui garantias ou ainda algum nível de recuperação.
A carteira de ativos problemáticos apresentou sinais positivos no 2º semestre (exceção os bancos de desenvolvimento). Nota-se que as
operações classificadas entre E e H mantiveram seu ritmo de crescimento, enquanto a parcela referente às reestruturações apontou um
arrefecimento no semestre.
6,6%6,9%
8,1%
4,0%
4,5%
5,0%
5,5%
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Provisões Operações classificadasem "E-H" ou inadimplentes
Carteira de ativosproblemáticos
Inadimplência, baixas para prejuízo e reestruturações
Fonte: Banco Central do Brasil Fonte: Banco Central do Brasil
Relatório de Estabilidade Financeira - Outubro 2017 | Página 14
3,25%
3,77%
2,5%
2,7%
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Operaçõesinadimplentes
Baixa para prejuízo12-m seguintes
A inadimplência do setor bancário caiu 0,45 p.p. em 2017 para 3,25%, valor próximo ao vigente em out/15 (exceção os bancos públicos de
desenvolvimento).
O nível das baixas para prejuízo mantém-se alinhado com o indicador de inadimplência, com ambos encontrando-se significativamente abaixo
do volume de provisões.
Verificou-se uma queda no montante financeiro das reestruturações nos bancos privados, ao contrário dos bancos públicos comerciais.
9,12 9,77 9,17 9,267,77 7,73 7,40 6,42
8,769,05 9,47 9,89
10,22 10,71 11,1411,37
0,040,04 0,06 0,08
0,08 0,13 0,150,14
1º Sem2014
2º Sem2014
1º Sem2015
2º Sem2015
1º Sem2016
2º Sem2016
1º Sem2017
2º Sem2017
Fluxo de reestruturações Acumulado no semestre - em R$ bi
Bancosprivados
Bancos públicoscomerciais
Bancos públicosde desenvolvimento
Retorno sobre o patrimônio líquido (ROE)
O Retorno sobre o patrimônio líquidos (ROE) do sistema, desconsiderados os resultados não recorrentes, alcançou 13,8% em dez/17, o que
representou um aumento de 2,2 p.p. em relação a dez/16. Quando comparado com a proxy para a taxa livre de risco, houve elevação de 2,5 p.p.
no prêmio, devido à redução da Selic.
Em 2017, todos os bancos sistemicamente importantes apresentaram rentabilidade acima da proxy para a taxa livre de risco. Adicionalmente, a
quantidade dos bancos nesta situação aumentou e houve também a redução das instituições com prejuízo. Segundo o Banco Central, a
recuperação dos bancos de menor porte, os mais afetados pelo período de ambiente econômico instável, reforça a resiliência e a estabilidade do
sistema bancário.
O Banco Central espera um arrefecimento da recuperação da rentabilidade, dada a provável desaceleração da redução das provisões e o
aumento gradual de pressão sobre as margens de juros, ainda que compensados por potencial redução das despesas administrativas e o
crescimento do crédito.
Fonte: Banco Central do BrasilFonte: Banco Central do Brasil
Relatório de Estabilidade Financeira - Outubro 2017 | Página 15
13,8%
3,24%
0%
2%
4%
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Retorno sobre patrimônio líquidoAcumulado nos últimos 12 meses
Lucro líquido R$ bi ROE (%) Prêmio do ROE/tx livre de risco
30
5150
26
42
63
RSPL < 0 0 < RSPL < 0,85 * Selic RSPL > 0,85 * Selic
Frequência do ROE anual
Junho 2017 Dezembro 2017
Margens de crédito e despesas de provisão
A margem bruta de juros mantém-se praticamente estável. Apesar da redução da rentabilidade das operações de crédito, esse efeito é mais do
que compensado pela redução dos custos de captação, resultando algum ganho na margem bruta de crédito. Entretanto, a queda no spread na
intermediação de Títulos e Valores Mobiliários (TVM) praticamente anula esse ganho.
A menor necessidade de provisões manteve a margem líquida de juros em movimento ascendente ao longo de 2017, com efeito positivo sobre
o lucro líquido. Não obstante, verifica-se um ritmo de desaceleração da redução das provisões no 2º semestre. A pressão sobre as margens de
crédito de novas concessões e sobre a carteira de títulos reforça a relevância da necessidade da retomada do crescimento do crédito e da
busca por outras fontes de receitas.
Fonte: Banco Central do Brasil Fonte: Banco Central do Brasil
Fonte: Banco Central do Brasil
Relatório de Estabilidade Financeira - Outubro 2017 | Página 16
5,7%
3,8%
7,0%
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Margem de jurosAcumulado em 12 meses
Margem bruta Margem líquida Custo de captação
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Despesas de provisãoEm R$ bi
Acumulado em 12 meses Acumulado em três meses
Cobertura de despesas administrativas por receita de serviços
As receitas com serviços mantiveram o seu crescimento, com o gradual aumento das rendas de tarifas bancárias e das rendas de
administração de fundos. No último trimestre de 2017, a métrica de eficiência operacional começou a refletir os efeitos positivos nos bancos que
realizaram redução no quadro de pessoal e o fechamento de agências.
No sistema, as despesas do 2º semestre ainda superaram as do primeiro, por causa dos gastos extraordinários relacionados aos próprios
programas de reestruturação e também ao aumento sazonal de final de ano. O Banco Central assinala a perspectiva de ganho gradual de
eficiência operacional ao longo de 2018, com os reflexos positivos para o índice de cobertura de despesas administrativas por receitas de
serviços, relacionados às reestruturações e aos ganhos de sinergia nos processos de aquisições.
Fonte: Banco Central do Brasil Fonte: Banco Central do Brasil
Relatório de Estabilidade Financeira - Outubro 2017 | Página 17
65,3%
67,2%
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Índice de CoberturaDespesa administrativas/receita de serviços
Sistema bancário Bcs com reestruturações
Bcs sem reestruturações
111,9115,6 119,4
120,9122,0 121,2
97,1100,5
100,899,0 101,0 101,8
dez/15 jun/16 dez/16 jun/17 set/17 dez/17
Componentes das despesasEm R$ bi - acumulada em 12 meses
Com pessoal Administrativas
Solvência
A melhora dos índices de capitalização está presente em todas as métricas que permanecem em níveis bastante superiores aos requerimentos
regulatórios, com destaque para os bancos públicos. A elevação dos lucros, oriundos principalmente da redução das provisões para perdas de
créditos, constituiu o principal vetor para a elevação dos níveis de capital, especialmente o Capital Principal. Os Ativos Ponderados pelo Risco
(RWA), por sua vez, reportaram leve queda (-0,5%), com movimentos diferentes dos bancos públicos (-5,5%) e privados (+2,4%).
A simulação da plena implementação de Basileia III resulta em crescimento em todos os índices de capitalização e na RA. A distribuição de
frequência para a projeção do Índice de Capital Principal (ICP) evidencia crescimento na faixa mais elevada em decorrência da movimentação
ascendente de uma instituição de grande porte. Verifica-se ainda expressiva redução da necessidade projetada de capital, de R$10,1 para
R$1,1 bilhão no semestre, o equivalente a 0,2% do patrimônio de referência (PR) do sistema.
Em resumo, a solvência não constitui risco para a estabilidade financeira. O sistema deve se manter adequadamente capitalizado nos próximos
períodos, mesmo diante dos efeitos advindos da plena implementação de Basileia III, da retomada na concessão de crédito e da estabilização
dos níveis de rentabilidade.
Fonte: Banco Central do Brasil Fonte: Banco Central do Brasil
Relatório de Estabilidade Financeira - Outubro 2017 | Página 18
13,5%
14,5%
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Índices de capitalização e exigência regulatória
Capital principal PR nível 1 Basileia
3 0 0
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112
3 0 0
13
115
Cap. Principal <4,5
4,5 <= Cap.Principal < 5,125
5,125 <= Cap.Principal < 7
7 <= Cap.Principal < 10,5
Cap. Principal >=10,5
ICP – Projeção para 2019Distribuição de frequência
jun/17 dez/17
Concentração
Os índices de Herfindahl-Hirschman (IHH) e RC4 são utilizados como acessórios na avaliação de níveis de concentração. O IHH é obtido pelo
somatório do quadrado da participação de cada IF no mercado considerado. A metodologia considera que mercados que registram valores para o
IHH situados entre 0 e 1.000 são de baixa concentração; entre 1.000 e 1.800 de moderada concentração; e acima de 1.800 de elevada
concentração. Já o RC4 representa a participação acumulada das quatro maiores instituições de mercado.
Em relação ao mesmo período de 2016, o IHH em dez/17 ficou estável nas operações de crédito, enquanto que houve queda de 0,4% para os
ativos e de 5,1% para os depósitos. Entretanto, todos indicadores estão próximos do limite máximo para que a concentração seja considerada
moderada.
Na métrica RC4, o nível de concentração para as operações de crédito é de 78,5%, de 76,3% para os depósitos e de 72,7% para os ativos. O
indicador para os ativos permaneceu relativamente estável. O RC4 apresentou em 2017 uma queda de 2,1 p.p. para os depósitos e de 0,5 p.p.
para as operações de crédito.
Após a crise de 2008, foram observadas fusões, aquisições e privatizações, contribuindo para a concentração. Espera-se que uma melhora no
ambiente econômico doméstico e a agenda BC+ possa aumentar a concorrência.
Fonte: Banco Central do Brasil Fonte: Banco Central do Brasil
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IHH
Ativos Operações de crédito Depósitos
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55
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65
70
75
80
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CR4 (%)
Ativos Operações de crédito Depósitos
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