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The Future Okavango (TFO)
Relatório de Progresso ‐ 2011
BMBF‐Programa de Pesquisa “Gestão Sustentável do Solo” Módulo A2
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The Future Okavango (TFO) Relatório de Progresso ‐ 2011
Requerente: The Future Okavango (TFO) Research Project Universidade de Hamburgo Alemanha Código de apoio:
AZ: LLA2‐012 FKZ: 01LL0912A até 01LL0912L Título do projeto:
The Future Okavango (TFO) Research Project Liderança e coordenação do Projeto:
Prof. Dr. Norbert Jurgens University of Hamburg Department of Biology – Biocentre Klein Flottbek & Botanical Gardens Ohnhorststrase 18 22609 Hamburg Germany Duração do projeto:
01.09.2010 a 31.08.2015 Período oficial do relatório:
01.09.2010 a 31.12.2011 Período real do relatório:
01.09.2010 a 15.11.2011
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The Future Okavango (TFO) Relatório de Progresso2011
Sumário 1. Sumário executivo .......................................................................................................................................... 5
2. Experiência, relevância e metas ..................................................................................................................... 6
3. Conquistas em relação ao plano de trabalho, marcos e objetivos ................................................................. 7
4. Auto reflexão crítica: destaques gerais e dificuldades ................................................................................. 13
5. Envolvimento dos interessados – uma análise atualizada ........................................................................... 14
6. Cooperação com a coordenação científica GLUES ....................................................................................... 17
7. SPC: Coordenação, acesso à informação e divulgação, sistema de banco de dados OBIS........................... 18
8. Posição dos subprojetos: Realizações, resultados, destaques e dificuldades .............................................. 22
SP01 – Mudança climática na região do Okavango .......................................................................................... 22
SP02 – O impacto da gestão dos solos e mudanças climáticas referentes ao ESF e ESS hidrológicos ............. 24
SP03 – Interações dos ESF&S relacionados ao solo com a prática de uso do solo sob mudanças climáticas .. 27
SP04 – Análise do ciclo de nutrientes microbianos, produção de GHG, BNF e promoção de crescimento vegetal .............................................................................................................................................................. 30
SP05 – Impactos causados pelas práticas de uso da terra alteradas sobre os ESF&S relacionados a plantas . 33
SP06 – Conhecimento cultural, avaliação e regulamentação do ESS ............................................................... 36
SP07 – Contribuição da regulamentação da multicamada de recursos naturais para a entrega de ESF&S ..... 39
SP08 – Avaliação ecológica e econômica do ESS .............................................................................................. 42
SP09.1 – Recursos e dinâmicas do ecossistema: Multiescala de produtos de sensoriamento remoto ........... 44
SP09.2 – Análise da paisagem baseada em GIS, modelagem de cenário ambiental e apoio à decisão ........... 46
SP10 – Reger trans‐disciplinaridade e desenvolvimento de capacidade para inovações de gestão ................ 48
9. O caminho adiante, com um trabalho adaptado e planos de marcos ......................................................... 50
10. Referências ................................................................................................................................................... 53
11. Anexos: documentos de verificação adicionais ............................................................................................ 54
Estrutura do projeto interdisciplinar com ligações entre os subprojetos ........................................................ 54
Lista completa dos membros do projeto TFO................................................................................................... 55
Definições usadas no relatório ......................................................................................................................... 59
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Lista de Siglas
Siglas Explicação
ACADIR Associação de Conservação do Ambiente e Desenvolvimento Integrado Rural, Menongue
AFAPAR Quadro analítico para avaliar a pesquisa agrícola participativa
BIOTA Análise e monitoramento de transectos da biodiversidade. Antigo projeto de pesquisa do BMBF na Namíbia e RSA
BMBF Ministério da educação e pesquisa
BNF Fixação de nitrogênio biológico
CBD Convenção da diversidade biológica
CEDP Projeto de desenvolvimento econômico da comunidade, Namíbia
CP Projeto de coordenação
CSC Centro de serviço climático Helmholtz, Hamburgo
DNA Ácido desoxirribonucleico
DNRH Diretório de recursos hídricos, Angola
EPSMO Proteção ambiental e gestão sustentável do projeto da bacia hidrográfica do Okavango
ERP Todo rio tem o seu projeto do povo
ESF Função (s) ecossistêmica (s)
ESS Serviço (s) ecossistêmico (s)
ESF&S Função (s) de serviços (s) ecossistêmico(s)
FAO Organização para Agricultura e Alimentação
FIRM Fórum para pesquisa integrada e gestão de recursos
FSU Universidade Friedrich‐Schiller, Jena
GCM Modelo Climático Global
GHG Gases de efeito estufa
GIS Sistemas de geo‐informação
GLUES Avaliação global das dinâmicas de uso dos solos, emissões de gases de efeito estufa e serviços ecossistêmicos
GPS Sistema de posicionamento global
HOORC Centro de pesquisa do Okavango Harry Oppenheimer, Universidade de Botswana
HRU Unidades de resposta hidrológica
IAD Análise e desenvolvimento institucional
IBN Instituto para a biodiversidade – Rede
IPBES Plataforma intergovernamental relativa à biodiversidade
IPCC Painel intergovernamental sobre mudanças climáticas
ISCED Instituto Superior de Ciências de Educação
ISCTE/CEA Instituto universitário de Lisboa – Centro de estudos africanos
ISSO Organização internacional de padronização
J2000 Sistema de Modelagem hidrológica distribuída com base em processo para água, erosão & modelagem de transporte de soluto pela FSU
JAMS Sistemas de modelagem adaptada de Jena desenvolvidos pela FSU
KAZA TFCA Área de conservação transfronteiriça de Kavango‐Zambezi (Angola, Botswana, Namíbia, Zâmbia, Zimbabwe)
KCS Sociedade de conservação do Kalahari
KDC Corporação de desenvolvimento do Kalahari
LAMA Gestão sustentável do solo
MAWF Ministério da agricultura, recursos hídricos e florestais, Namíbia
MET Ministério do Meio Ambiente e turismo, Namíbia
MEWT Ministério do Meio Ambiente, vida selvagem e turismo, Botswana
MoU Memorando de Entendimento
mRNA Ácido ribonucleico mensageiro
NAM Namíbia
NBRI Instituto nacional de pesquisa botânica, Namíbia
NEPRU Unidade de pesquisa de políticas econômicas da Namíbia
NGO Organização não governamental
NNF Fundação da natureza da Namíbia
OBIS Sistema de Informação da Bacia do OkavangoOBSC Comitê de direção da Bacia do Okavango
ODMP Plano de gestão do Delta do Okavango
OKACOM Comissão Permanente das águas da bacia hidrográfica do Rio Okavango (Angola, Botswana, Namíbia)
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ORB Bacia hidrográfica do Okavango
ORI Instituto de pesquisa do Okavango
PES Pagamento para o ESS
PON Politécnica da Namíbia
RBIS Sistema de informação da bacia hidrográfica
REDD Redução de emissões oriundas do desmatamento e degradação
REMO/ERA Modelo climático regional/centro europeu para reanálise da previsão do tempo a médio prazo
SAP Programa de ação estratégica
SAREP Programa ambiental regional da África do Sul
SES Sistema ecológico social
SOS Serviço de observação por sensor
SP Subprojeto
SPC Coordenação do subprojeto
SST Temperatura da superfície do mar
TODA Avaliação de diagnóstico transfronteiriçoTFO Projeto “The Future Okavango“ (O futuro de Okavango)
TUCSIN Centro Universitário de Estudos da Namíbia
UAN Universidade Agostinho Neto, Luanda, Angola
UNAM Universidade da Namíbia, Windhoek
UHH Universidade de Hamburgo
UJES Universidade José Eduardo dos Santos, Angola
WMO Organização Meteorológica Mundial
WTP Disposição para pagar análises
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1. Sumário executivo O projeto de pesquisa transdisciplinar “The Future Okavango” (TFO), um projeto regional no âmbito da iniciativa de financiamento de “Gestão sustentável dos solos”, dedica‐se a apoiar o uso sustentável dos solos e a gestão de recursos na bacia do rio Okavango. O rio Okavango, que banha os três países (Angola, Namíbia e Botswana), é um “hot‐spot” hidro político global, um potencial indicador de mudanças climáticas e uma referência para o sucesso da gestão sustentável. A multiplicidade de diferentes fatores torna a bacia do Okavango uma região transfronteiriça de estudo que detém grande visibilidade internacional e que representa um enorme potencial no que concerne à transferência de resultados para outras regiões tropicais e subtropicais. Pelo presente documento, relatamos as atividades do projeto TFO no período de 01/09/2010 a 15/11/2011. Descrevemos as nossas conquistas dentro deste período de financiamento para salientar que cumprimos todos os critérios para a aprovação do segundo período de financiamento de 03/2012 a 08/2015, conforme a proposta do PT‐DLR. Tal conquista deve‐se à análise crítica que fizemos sobre o nosso desempenho diante (I) da proposta apresentada pelo TFO em 01/04/2010, (II) às exigências no edital de financiamento de 24/08/2008 para o Módulo A2 e (III) às condições auxiliares para a notificação sublime de 14/09/2010 (ver tabela abaixo)
Exigências do edital para financiamento Onde encontrá‐las Relevância e adequação de região selecionada e adequação para contribuiçõesmodelo para um desenvolvimento sustentável
Capítulo 2
Qualidade científica Capítulos 2, 3, 4, 8, 9Desempenho dos parceiros individuais e do consórcio como um todo Capítulos 5, 7, 8
Qualidade da abordagem multidisciplinar e multi‐setorial (dimensão interdisciplinar)
Capítulos 3, 4, 6, 7, 8
Nível e qualidade da participação dos decisores, usuários e outros interessados Capítulos 5, 8, 9
Aplicação orientada e abordagem transferível de R&D Capítulos 7, 8 Eficácia e eficiência da organização e da gestão Capítulos 2, 3, 4, 7, 9
Viabilidade de cooperação internacional Capítulos 3, 4, 5 Documentamos que: o TFO tem sido bem sucedido no processo em andamento relativo à criação de uma infraestrutura completa de gestão de pesquisa; começou a unir pesquisa interdisciplinar e transdisciplinar de alto nível com os requisitos dos interessados transfronteiros e dos usuários do solo; começou a avaliar os controladores do sistema de linha de base e a coleta de dados para uma avaliação de todos os serviços ecossistêmicos referentes à represa; tem dado passos cruciais para o cumprimento dos objetivos de longo prazo no fornecimento de cenários para processo de decisão política informada, no sentido de utilização sustentável dos recursos na bacia. Alguns dos destaques até agora têm sido o aprimoramento de comunicação eficaz através de reuniões nacionais e internacionais e workshops, o desenvolvimento do site do TFO, a produção de filmes participativos, o lançamento do banco de dados do OBIS, o processo conjunto de seleção de local, a excelente colaboração com para‐ecologistas e a participação no Fórum local para pesquisa integrada e processo de gestão de recursos (FIRM).
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2. Experiência, relevância e metas A África, como muitas outras regiões mundiais em desenvolvimento, está enfrentando sérios desafios para proteger os ecossistemas, e ao mesmo tempo melhorar o bem‐estar das populações. O recente relatório do IPCC destaca a África como uma das regiões mundiais mais afetadas pela mudança climática (IPCC 2007 a, b, c, d). Até 2020, estima‐se que, entre 75 e 250 milhões de pessoas estarão sujeitas ao agravamento de escassez de água causado pelas mudanças climáticas. Eventos climáticos extremos aumentarão em frequência, intensidade e duração, incluindo inundações e secas. Nos termos da globalização, antigas regiões periféricas e os seus recursos são cada vez mais atraídos para o mercado mundial; fato que leva ao crescimento da utilização global de recursos locais. A demanda por solos férteis e água doce, tem transformado antigos locais comuns em mercadorias nacionais e globais, que são contestados por agentes locais, nacionais e internacionais com diferentes acessos à riqueza e ao poder. O impacto sobre os humanos será mais grave e mais generalizado na África subsaariana. Além das mudanças climáticas, o crescimento demográfico e a crescente e conflitante exploração de recursos naturais, a terra e a água também exigem abordagens inovadoras e sustentáveis e mitigação. Como parte do programa internacional de pesquisa “Gestão sustentável dos recursos do solo”, financiado pelo Ministério da Educação e Pesquisa da Alemanha (BMBF), o projeto “The Future Okavango” regional, com base local, se depara com o desafio de compreender as origens e os fatores que contribuem para as mudanças e de desenvolver novos modelos, cenários e estratégias de regulamentação para ajudar a manter o funcionamento do ecossistema e serviços associados e o bem‐estar daquela população. A região está se tornando um foco de atenção global de comercialização, mudanças, e conflito em relação ao uso do solo em aceleração. Ao mesmo tempo, ainda é amplamente dominada por práticas tradicionais de uso do solo, como a agricultura dependente da chuva como principal meio de subsistência para uma população predominantemente rural de cerca de 1.113.000 africanos. Em crescimento, três quartos dessa população, que moram na parte devastada pela guerra de Angola, é amplamente ameaçada pela pobreza, recorrendo ao uso de savanas e das áreas úmidas para assegurar o bem‐estar e os meios de subsistência tradicionais em territórios comuns. Em tal ambiente, usos múltiplos dos serviços ecossistêmicos (ESS) tais como culturas, peixe, vida selvagem, combustível, madeira, fibras, forragens e água para as necessidades básicas de energia, segurança alimentar e do abastecimento de água, estão potencialmente transformando os ecossistemas através da mercantilização e superutilização, com consequências desconhecidas para o ecossistema, bem como para os meios de subsistência locais. Com base nestas condições, o projeto tem como objetivo central, fornecer conhecimento científico para apoiar o desenvolvimento de planos transfronteiriços de gestão integrada para a região do Okavango que permitam utilização sustentável e justa dos serviços ecossistêmicos. Para alcançar este objetivo, o projeto irá avaliar toda a gama dos ESF&S que vai desde a alimentação aos valores espirituais do meio ambiente. A avaliação conta com duas vertentes: por um lado, todos os interessados envolvidos em níveis diferentes (local, regional, nacional, global) atribuem valores para as funções e serviços do meio ambiente. Ao mesmo tempo, a medição cientifica determina a quantidade de funções e serviços oferecidos em regimes diferentes de gestão. A quantidade de serviços oferecidos e os valores atribuídos pelos usuários permitem o desenvolvimento de cenários que modelam as agregações complexas e os compromissos de combinações diferentes de sistemas de gestão do solo da região. Estes cenários mostrarão as vantagens e desvantagens, a todos os envolvidos (do agricultor local ou morador urbano à empresa global agroindustrial), em relação a uma variedade de combinações de estratégias no uso do solo. Esta informação revelará oportunidades e consequências de cenários de utilização de diferentes recursos, para guiar o processo político e informar os decisores em vários níveis de regulamentação. Os objetivos do projeto se encaixam bem na atual estrutura política e transnacional dos interessados. Os três países africanos parceiros, Angola, Botswana e Namíbia, já estabeleceram a Comissão Permanente das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Okavango (OKACOM) e comprometeram‐se, com grandes esforços, para uma avaliação transfronteiriça e um sistema de gestão. A comissão integrou uma avaliação cientifica de base referente ao estado dos recursos e gestão da Bacia do Rio Okavango que identificou lacunas de conhecimento e necessidades por parte dos interessados. Com base nestas expressões detalhadas em relação às necessidades dos interessados e uma vasta gama de tarefas cientificas, o projeto TFO pode centrar‐se diretamente na questão das lacunas identificadas, inserindo‐se assim, no plano de ação estratégica (SAP) da OKACOM para implantação. O TFO irá também acrescentar análise adicional dos elementos do SAP e sua eficácia e, assim, tirar lições que podem ajudar os países membros a perceber o máximo benefício obtido através da implantação do SAP. Além disso, o TFO contribui para o planejamento integrado a nível nacional, tal como o plano de gestão do delta do Okavango (ODMP).
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3. Conquistas em relação ao plano de trabalho, marcos e objetivos Para superar os desafios que temos pela frente, o projeto TFO desenvolveu uma estrutura para o projeto com duração de 5 anos, acompanhada por todos os subprojetos (ver também os marcos atualizados no Capítulo 9):
• Ano 1 – Criação de infraestrutura para pesquisa, avaliações de diagnóstico de base relativas aos
controladores e ao desempenho de sistemas, abordagem do FIRM e envolvimento dos atuantes sociais
• Ano 2 – Intensificação e fase principal da pesquisa: Rumo a uma base de conhecimento integrada e orientada para a solução
• Ano 3 – Conclusão da avaliação e análise de dados: Quantificação das ESF e dos ESS • Ano 4 – Produção de uma avaliação integrada dos ESS e criação de cenário • Ano 5 – Transferência e disseminação de conhecimento multi‐nível: para o uso sustentável do solo
Até a data do balanço atual, o TFO concluiu as tarefas dos 14 primeiros meses com êxito, e os resultados dos próximos meses já foram claramente previstos. Dentro deste período, o TFO enfrentou os desafios na criação de comunicação efetiva, organização e estruturas de gestão; informando e envolvendo os interessados em várias escalas (ver Capítulo 5), criando uma cooperação proveitosa com a GLUES (ver Capitulo 6), identificando unidades locais de pesquisa (ver abaixo) para as atividades transdisciplinares do consórcio e dando início às atividade de pesquisa de base (ver também capítulos dos subprojetos), além do site trilíngue do TFO que funciona como uma plataforma de informação para os membros do projeto, bem como para vários interessados e público em geral (ver Capítulo 7). Na seção seguinte e no Quadro 1, relataremos que o TFO cumpriu as metas sem quaisquer atrasos ou problemas significativos, e que todos os parceiros individuais, bem como toda a equipe, estão desempenhando o seu papel de acordo com o plano. Até agora, o número de participantes do consorcio TFO, de 7 países diferentes, cresceu para 133 (ver lista de participantes no Apêndice e no site). A gestão de uma equipe tão grande como esta, é um desafio complexo, pois envolve organização de comunicação e planejamento. Foi organizada uma série de reuniões e workshops (ver Quadro 1) como atividade central para alinhar e harmonizar as atividades dentro da equipe. Tal atividade foi iniciada com o primeiro workshop do projeto em Pevestorf, apenas nove dias após a sua aprovação, seguida de uma viagem inicial de uma equipe central em setembro/outubro de 2010, um workshop tratando especificamente da experiência meteorológica em fevereiro de 2011 em Braunschweig e várias oficinas ministradas pelos interessados em diferentes níveis de regulamentação em 2011. Recentemente, o TFO organizou, em Maun/Botswana, um workshop abrangendo todo o projeto e reunindo 130 membros do projeto e interessados para intensas discussões sobre as metas do projeto, a qual pode ser considerada como mais um passo muito importante no sentido de cooperação internacional viável entre os parceiros e os interessados, além de servir para o estabelecimento sistemático de uma boa comunicação e confiança. Ao mesmo tempo, na reunião, a questão da cooperação de alto nível com a OKACOM pôde ser aprofundada, e para apoio total ao projeto pelo comitê dirigente da OKACOM, que está prestes a acontecer, medidas cruciais foram tomadas. Além disso, o projeto TFO recebeu o apoio total do governo de Botswana, representado pelo Exmo. Ministro do Meio Ambiente, Vida Selvagem e Turismo, Dr. O.K. Mokaila, que estava presente durante a reunião (ver discurso oficial no site). Vários resultados oriundos da oficina estão disponíveis no site do TFO.
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Quadro 1. Realizações referentes ao TFO nos primeiros 14 meses
Atividade Participantes Data Local Sumário
Início do projeto TFO TFO/PT 01.09.2010 Início oficial do projeto Workshop do projeto TFO
Equipe alemã 09.‐10.09.2010 Pevestorf Reunião geral da equipe, apresentação da agenda de pesquisa, preparação da viagem inicial, preparação de reuniões transdisciplinares na África, trabalho referente à avaliação conjunta do ESS
Viagem inicial do projeto TFO
Equipe central de parceiros africanos e alemães
20.09.2010 –21.10.2010
Angola, Namíbia, Botswana
Visita a toda a captação para inspeção de futuros núcleos em colaboração com especialistas locais, parceiros e interessados
Workshop inicial da LAMA/GLUES
Equipe central de parceiros alemães
11.‐12.11.2010 Bonn Lançamento oficial do Programa de pesquisa do BMBF “gestão sustentável do solo”, apresentação do projeto TFO e interação nos workshops da GLUES
Publicação do relatório da viagem inicial
SPC 18.11.2010 Hamburgo Através de um prospecto, todos os parceiros do programa foram informados sobre os resultados da viagem inicial
Série de reuniões bilaterais
Membros de várias equipes
11/2010 – em andamento
Giessen, Hamburgo, Marburg, Jena, Lisboa
Série de reuniões bilaterais e multilaterais para criação de página da internet, GDI, infraestrutura de comunicação, pesquisa de base socioeconômica e colaboração dos subprojetos
Lançamento do site do TFO
SPS, equipe da Web 21.12.2010 Hamburgo Lançamento oficial da página da internet do TFO
Visita da GLUES Coordenação da GLUES, SPC
21.01.2011 Hamburgo Reunião entre as equipes de coordenação do TFO e da GLUES, relatório sobre as atividades e planos, troca de experiências, discussão de abordagens de transferências
Reunião da equipe de interessados da GLUES
SPC, SP10 17.02.2011 Marburg Relatório sobre a análise dos interessados, atividades em andamento e planejadas e troca de experiências
Workshop do projeto TFO
Equipe alemã liderada pelo SP08
02.‐03.03.2011 Braunschweig Reunião geral da equipe, apresentação da agenda de pesquisa, preparação de reuniões transdisciplinares na África, continuação do trabalho relativo à avaliação conjunta do ESS e construção de cenário
Série de workshops sobre o TFO na Namíbia para os interessados
Equipe mista de parceiros africanos e alemães, SPC + SP10
15.‐16.03.2011 Mashare, Mupapama, Tjeye
Apresentação e discussão de ideias de projetos com um amplo painel de interessados em três vilas. Finalização das opções de núcleos, aprovação pelas comunidades locais
Workshop do TFO para os interessados em Botswana
Equipe mista de parceiros africanos e alemães, liderada pelo SP10
18.‐19.03.2011 Seronga Apresentação e discussão de ideias de projetos com um amplo painel de interessados nas cidades do núcleo, aprovação pela comunidade local
Workshops sobre o TFO para a comunidade em Mashare, Início do projeto de filmagem
SP10 e comunidades locais
11.‐12. 04.2011
Mashare Início de uma série de workshops para envolver comunidades locais no planejamento e participação da pesquisa, início de um projeto de filme participativo para retratar as percepções do ESS pelos usuários locais de recursos do solo
TFO na reunião do OBSC Representantes do TFO, SP10, ORI
14.04.2011 Johanesburgo Apresentação do projeto TFO na reunião oficial do comitê de direção da bacia do Okavango em Johanesburgo para preparar o aval oficial do projeto TFO
Visita do TFO ao PT/DLR SPC, PT 04.05.2011 Bonn Visita oficial de representantes do TFO em Bonn para discutir o status quo, planejamento e infraestrutura de comunicação, com os representantes do PT
O TFO no workshop de cenário da GLUES
SP01, SP02, SP08 25.05.2011 Potsdam Participação no workshop de cenário da GLUES,apresentação dos planos do TFO e acordo relativo à colaboração
O TFO no workshop GDI da GLUES
SP02 24./25.05.2011 Berlim Participação no workshop GDI da GLUES, apresentação dos planos do TFO e acordo sobre colaboração
Fases do trabalho de campo do TFO
Todos os SPs, SPC 03/2011 ‐ em andamento
Angola, Namíbia, Botswana
A partir de março de 2011, todas as equipes, sucessivamente, escolheram trabalho de campo em centros associados nos três países. Em Angola, o trabalho de campo foi introduzido através de reuniões oficiais com os governadores provincianos locais, das províncias de Bié e Kuando Kubango,
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Figura 1. Localização dos locais centrais de pesquisa da bacia do Okavango
lideradas pelo SPC, SP05 e SP06
Workshop da LAMA “Comunicação e divulgação”
SPC 22.09.2011 Berlim Discussão sobre comunicação atual e estratégias de divulgação dos projetos da LAMA e informação para melhorias futuras
Workshop sobre o Projeto TFO
Membros de todos os Sps e painel amplo de interessados
11.‐13.10.2011 Maun Primeira reunião geral da equipe com todas as equipes participantes dos países envolvidos, com discurso do Ministro do Meio Ambiente de Botswana, apresentação da agenda de pesquisa para os interessados e parceiros, preparação de reuniões interdisciplinares na África, continuação do trabalho relativo à avaliação conjunta do ESS e construção de cenário
Workshop sobre o TFO para os interessados em Angola
Equipe mista de parceiros africanos e alemães, liderados pelo SP10
17.11.2011 Chitembo Apresentação e discussão de ideias de projeto com um amplo painel de interessados na cidade do núcleo, aprovação pelas comunidades locais
Workshop TFO sobre transdisciplinaridade efetiva e participação dos interessados
Toda a equipe do TFO
13.12.2011 Marburg Workshop da equipe do TFO no processo de identificar a mais eficiente estratégia de participação. Discussão de um quadro que examine os elementos de pesquisa participativa em diferentes dimensões e atributos e, portanto, que leve em conta a diversidade e dinâmica dos componentes de pesquisa.
Com o processo de identificação e escolha de quatro centros de pesquisa associados, abrangendo toda a bacia (Figura 1), o projeto TFO deu um passo crucial rumo à multidisciplinaridade e interdisciplinaridade multisetorial no local de base (ver na página da internet descrição completa do lugar). A ideia principal, sobre os locais centrais associados, é que todas as disciplinas concentrarão sua força de trabalho e atividades de pesquisa na mesma área, um passo importante para a integração e combinação de dados, nas etapas futuras, referentes à avaliação da criação de cenário.
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A escolha destes locais foi guiada por várias reflexões (por exemplo, segurança em virtude das minas terrestres em Angola, a localização entre dois medidores de água na Namíbia, a localização no enclave povoado em Botswana) para, sobretudo, capturar uma variedade de biomas existentes, conjunto de princípios de tipos de uso do solo e intensidades e combinações de impactos econômicos modernos (mercados, novo planejamento de uso do solo, sistemas de irrigação, etc.). Além disso, os locais foram escolhidos de acordo com suas propriedades geográficas (tamanho, acessibilidade), permitindo o mesmo envolvimento de todas as disciplinas. Nesses locais, todos os parceiros envolvidos combinam análise profunda com exploração de dados e aplicação do conhecimento existente na avaliação dos ESS. O trabalho de pesquisa, com base nas avaliações ecológica, cultural e socioeconômica está em andamento em Chitembo, Mashare e Seronga (Ver Capítulo 8: seção subprojeto). O processo de avaliação ecológica na zona do Caiundo começou no início de novembro de 2011. O TFO fez bons progressos em termos de criação e aprofundamento em abordagem multidisciplinar e multi‐setorial, indo além do estabelecimento de núcleos conjuntos. Podemos relatar que todas as disciplinas relevantes das ciências naturais e sociais estão envolvidas na estreita colaboração das atividades de pesquisa no terreno (ver abaixo). A cooperação até agora está funcionando efetivamente e com confiança, e as condições de quadros técnicos e organizacionais estão bem estabelecidas. Demonstramos isso ao delinear nossos procedimentos científicos, juntamente com os primeiros resultados, usando o exemplo do local central Mashare com as figuras seguintes. A figura 2 visualiza a forma como o trabalho interligado dos subprojetos do TFO no terreno é executado. As avaliações da base ecológica e socioeconômica/cultural ocorrem principalmente em local central associado, demarcado pela linha vermelha espessa. Um papel especial é desempenhado pelo SP10, que está integrando trabalho cientifico com as demandas dos interessados através da abordagem da FIRM (ver Capítulo 5).
Figura 2: Trabalho Inter e transdiciplinário no local central Mashare, Namíbia
Com o esforço da equipe específica deste local, em três países, o TFO está atualmente no processo de compreensão e análise i) dos controladores do sistema sócio‐ecológico, num contexto de população em
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crescimento, ii) do crescente envolvimento de antigas configurações locais e mercados em forças a nível global iii) de uma necessidade elevada de recursos como água, alimentos e energia. Isto significa compreender especialmente aqueles fatores que dificultam o desempenho do sistema e levam ao uso ineficaz dos solos e seus recursos (tais como níveis diferentes de conhecimento e melhores práticas de uso do solo). De acordo com os requisitos para financiamento, começamos a trabalhar para compreender, de forma abrangente, os seguintes tópicos: 1) As ESF existentes, suas interações com os ESS, o conhecimento humano, as apropriações e os usos dos ESS, as condições transformadoras do quadro (por exemplo, crescimento da população, mercados globais e comercialização), 2) cenários de integração da GLUES e 3) instituições para regulamentação. Este trabalho continuará em profundidade durante as próximas campanhas de pesquisa. As análises das condições atuais permitirão abordar as solicitações futuras a médio e longo prazo referentes ao financiamento, tais como: 1.) a análise de efeitos acumulativos do uso dos solos em termos de espaço e tempo, nos ecossistemas e registro dos impactos transregionais associados 2.) compromissos e sinergias entre a gestão dos solos que leva em consideração os ESF/ESS e outras metas de uso dos solos (por exemplo, a produção de alimentos, proteção do clima e da biodiversidade, etc.). Além disso, estabelecemos o caminho para desenvolvermos, com sucesso, metodologias de avaliação dos ESF/ESS que serão delineadas no capítulo do SP (Capítulo 8), assim como a sua aplicação no que diz respeito à compreensão do papel dos compromissos dos ESF/ESS nas decisões orientadas em relação ao uso do solo para o mercado. Usando o exemplo de Mashare na Namíbia, a Figura 3 mostra uma análise preliminar de posição, projetando os primeiros resultados do trabalho de campo em andamento em um mapa do Google Earth. Diferentes tipos de uso e impacto relacionados ao solo são visualizados, o que servirá de base para uma discussão mais aprofundada.
Figura 3: Primeiros resultados obtidos através da análise sobre a condição do local central Mashare, Namíbia
A figura 4 oferece uma visualização prévia de negócio potencial como cenário comum a nível local, com base nas primeiras ideias do trabalho de campo em andamento.
A área é caracterizada por tipos diferentes de uso do solo, condições naturais diversas, direitos de propriedade, configurações institucionais e metas de gestão. Estratégias de utilização, conhecimento, poder para tomada de decisão, acesso aos mercados, capital e recursos são claramente estratificadas, o que resulta em vários compromissos.
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A expansão da exploração dos recursos naturais começa a partir de aldeias existentes, e é desencadeada pelo acesso à água potável e à infraestrutura para exportar a produção. O uso do solo se expande desde os locais naturalmente preferidos (várzeas antigas, omuramba) às areias pobres do Kalahari, que é um interior mais vulnerável. Em vista do caráter insustentável do uso do solo, ocorre a acelerada transformação da floresta.
Figura 4: Visualização prévia do cenário de base “negócio como de costume” em Mashare, Namíbia
A figura e a sua história (ver figura 5) serão usados no contexto dos próximos passos referentes à integração dos interessados, e então apresentadas e discutidas no Fórum local para pesquisa integrada e gestão de recursos (FIRM, ver capítulo 5) visando melhorar a história (adicionando mais itens e detalhes quantitativos) e a relevância espacial para o uso dos ESS, como ilustrado no mapa. A discussão será inspirada por diferentes histórias (ver Figura 5 para cenários “negócio como de costume” e “seja ecológico” especialmente para manter o papel dos interessados de diferentes níveis em mente, e estudar, ex.: se os interessados preferem investimento em desenvolvimento econômico ou optam por um caminho mais conservador.
Figura 5: Dois cenários potenciais para o núcleo Mashare na Namíbia
Cenário de uso do solo “Negócio como de costume” (áreas comuns sem iniciativas de desenvolvimento significativas por parte do estado) História:
• Continuação do crescimento da população também em áreas rurais
• Continuação das demandas individuais por
dinheiro, bem‐estar e riqueza e da participação em mercados emergentes
• Continuação da privatização de bens comuns
• Ação insuficiente por parte do estado para criar
regulamentações de proteção dos recursos naturais contra a forte degradação
• Intensificação das necessidades de infraestrutura
(por exemplo, estradas) e urbanismo
• Técnicas aprimoradas para reunir bens naturais
(por exemplo, perfuração de poços, serragem industrial)
Cenário de uso do solo “Seja Ecológico” (alto investimento na conservação da natureza e ecoturismo) História: • Como na história 1, mas com destaque geral na conservação
da natureza e produção de renda através do ecoturismo • Expansão dos parques nacionais nas florestas • Forte apoio para as iniciativas da CBNRM (florestas
comunitárias, unidades de conservação, horticultura, ecoturismo)
• Subsídios para a investigação privada em hospedagem e
outros empreendimentos voltados para o turismo • Investimento em técnicas não‐expansivas de cultivo,
aumentando os rendimentos relacionados aos terrenos • Limitação da captação de água através de técnicas de
irrigação menos intensivas • Melhoria da infraestrutura
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O objetivo, a médio prazo, dos esforços integrados de todos os participantes é: i) mesclar dados em uma análise de posição finalizada que servirá como base para todas as modelagens de cenário; ii) obter um conceito de avaliação monetária e não‐monetária regionalizada, com base em modelos que podem ser então usados para comparar valores dos ESS em cenários diferentes; iii) integrar e visualizar os ESS ao nível da bacia. Neste processo, o SP08, com a contribuição de todos os subprojetos, desempenhará um papel fundamental. O objetivo é mostrar a contingência de valores dos ESS sobre as práticas no solo e na gestão. Cenários são usados como uma ferramenta para visualizar as alternativas regionais, conceitualmente baseadas em diferentes tendências regionais de desenvolvimento (tais como crescimento da população e desenvolvimento econômico), diante das opções de regulamentação para a exploração de recursos versus conservação (como o uso de pagamento para o ESS). Isso acontecerá com foco especial nas diferenças de regulamentação nacional e regional e sobre as estratégias do atuante. Investigaremos os usuários de EES e de recurso como grau de sucesso variável de conservação e fazer a comparação entre ‘inovador’ e as abordagens tradicionais.
4. Auto reflexão crítica: destaques gerais e dificuldades O TFO 1) progrediu de forma rápida e eficaz, 2) recebeu um excelente feedback dos interessados locais sobre as suas atividades, especialmente a abordagem da FIRM, 3) criou uma integração crescente dos subprojetos e 4) conduziu com sucesso o workshop de Maun com grande participação de vários interessados. Estes fatos podem ser considerados como destaques gerais da curta história do projeto. Do ponto de vista metodológico, um grande destaque é o fato de termos atingido um esboço comum dos ESS. Embora seja particularmente difícil trabalhar com os ESS não padronizados, como em nossos projetos interdisciplinares, grandes esforços foram empenhados, nos vários workshops, pela equipe e os interessados, para traçar uma definição dos ESS de forma viável que possa ser usada como base para o trabalho em todos os SPs. Em Angola, os contínuos problemas com visto têm atrasado as atividades, causando dificuldades. Neste sentido, o apoio superior do BMBF seria essencial. A situação geral da Angola pode ser descrita como desafiadora em relação à contratação de pessoal, verificação de riscos de minas terrestres, construção de infraestrutura de pesquisa e aos procedimentos de exportação de amostras. No entanto, podemos relatar que nossos parceiros científicos angolanos estão tendo um ótimo desempenho e estão se esforçando ao máximo para superar os obstáculos administrativos. Vale ressaltar que os interessados angolanos estão bastante positivos em relação ao projeto TFO, um dos poucos projetos com o objetivo de melhorar a situação de um país ainda devastado pela guerra. Num cenário como este, temos sofrido alguns atrasos, mas estamos confiantes de que esta situação não será um motivo para consequências negativas indesejadas. No estado atual, as atividades planejadas em Angola não precisam ser reconsideradas ou abandonadas, no entanto, a evolução da situação administrativa pode causar desafios adicionais também no futuro.
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5. Envolvimento dos interessados – uma análise atualizada Neste capítulo, resumimos o estado atual de uma análise contínua do ambiente dos interessados e o ajuste da estratégia de envolvimento dos interessados no quadro do projeto “The Future Okavango”, que será atualizado continuamente ao longo da implantação de todo o projeto. O projeto “The Future Okavango” beneficia‐se das avaliações anteriores, baseia‐se na estratégia ampla da OKACOM de integração dos interessados e da estratégia de envolvimento dos interessados para a área de conservação transfronteiriça do Kavango‐Zambezi (KAZA TFCA) e faz referência adicional para as normas preparadas por Moll e Zander (2011) para o projeto GLUES. A lógica do envolvimento dos interessados TFO O TFO dedica‐se a apoiar científicamente o uso sustentável do solo e a gestão de recursos na Bacia do Okavango em Angola, Botswana e Namíbia. O TFO compromete‐se a uma abordagem transdisciplinar que ultrapassa as fronteiras das disciplinas científicas, bem como da ciência e outras partes da sociedade (Pohl & Hirsch‐Hadorn 2007). O envolvimento dos interessados no processo de pesquisa é um compromisso para repensar e melhorar a situação pesquisada. Um pré‐requisito importante é que os interessados sejam os donos deste processo, no qual soluções estão sendo desenvolvidas, as quais devem ser adaptadas às suas necessidades. O projeto “The Future Okavango” pretende implantar um modelo onde os diferentes interessados estão envolvidos coletivamente em identificar questões de pesquisa, conceber projetos de pesquisa, implantar pesquisa, bem como desenvolver e testar os resultados da pesquisa. Grande sucesso será alcançado, caso a pesquisa permita que os decisores e pesquisadores entendam como e por que mudanças podem ou não ocorrer, pois ela combina os recursos e pontos de vista dos cientistas, e interessados (Neef e Heidhues 2005). Através do processo participativo, serão identificadas prioridades de pesquisa que são interseções de interesse dos participantes científicos e não‐científicos do projeto (Neef e Heidhues 2005). O primeiro passo para que o envolvimento dos interessados seja bem sucedido, é ter uma visão geral de todos os interessados no campo. Em nossa análise, fizemos uma distinção entre os interessados como beneficiários da pesquisa e os interessados como parceiros da pesquisa. Para as áreas‐chave, o TFO, portanto, analisou o ambiente dos interessados, identificou beneficiários e parceiros, e elaborou uma análise dos interessados, a qual resume o seguinte:
• quais os interessados como beneficiários e parceiros podem obter benefícios do TFO, • como os interessados podem ter o apoio do TFO, • como os interessados podem afetar o TFO e • qual a relação desejada entre os interessados e o TFO
Incluímos os interessados como beneficiários da pesquisa em todo o ciclo de pesquisa para garantir que:
• os interessados tenham expectativas realísticas sobre os resultados do TFO, • os tópicos reflitam as informações de prioridades de grupos‐alvo, • a implantação da pesquisa forneça o desejado apoio à decisão, • os resultados da pesquisa sejam divulgados de uma forma adaptada e • os interessados sintam‐se como donos dos resultados de pesquisa e os aceitem bem
Incluímos os interessados como parceiros em todo o ciclo de pesquisa para garantir que
• a duplicação de esforços seja evitada, • as sinergias entre os parceiros seja otimizada e • os provedores de serviços tenham compromisso no cumprimento dos objetivos do projeto
Exemplo de Análise do interessado Com base em nossa longa experiência de trabalho na área de pesquisa, na estratégia de integração dos interessados da OKACOM e na estratégia de envolvimento dos interessados para KAZA TFCA, identificamos toda uma gama de interessados como sendo relevantes para o projeto “The Future Okavango” desde atuantes governamentais a autoridades tradicionais e incluindo, também, representantes da mídia, atuantes do setor
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privado e interessados regionais e internacionais. Já que, para toda a bacia do Okavango este painel de interessados é bem amplo no estágio atual, um portal de dados para os interessados, capaz de armazenar e gerenciar dados pertinentes, está sendo criado (ver Capítulo 7). O portal funcionará como a ferramenta básica para analisar mais profundamente os interesses e inter‐relações dos interessados, documentar as necessidades e expectativas e refinar nossa compreensão em relação ao panorama dos interessados em processo interativo em andamento. Sem pôr em causa a importância de cada um dos grupos de interessados, o projeto “The Future Okavango”, até o estágio atual, identificou, em especial, dois interessados‐chave que serão integrados intensivamente no processo de pesquisa: i) as comunidades locais e ii) diversos níveis do governo. Envolvimento dos interessados a nível local O projeto “The Future Okavango” dedica‐se a fornecer benefícios relevantes para as comunidades locais, principalmente nos locais de pesquisa, mas também em uma escala maior. Consciente da natureza de pesquisa do projeto e da lacuna de mandato para implantar intervenções, o projeto “The Future Okavango” pretende melhorar a condição de vida dos usuários de recursos locais através de um processo de aprendizado mútuo em que, os sistemas de conhecimentos científicos locais e formais, ajudam, conjuntamente, a identificar gestão sustentável inovadora e abordagens de regulamentação. Adicionalmente, as comunidades podem beneficiar‐se de projetos de treinamento em práticas de gestão de recursos inovadoras. Tornar os resultados de pesquisa disponíveis para as autoridades governamentais e prestadores de serviços, pode servir como uma forma de influir nos interesses da comunidade para que se beneficie de melhorias resultantes de prestação de serviços, como se espera. O projeto “The Future Okavango” tem plena consciência de que seu sucesso depende intensamente do apoio das comunidades locais, pois se elas não tivessem permitido o acesso à sua terra, pastagem e florestas para a equipe de pesquisa, disponibilizando seu tempo e conhecimento, não teria sido possível implantar a pesquisa. Além disso, o projeto está ciente de que são as comunidades que têm um mandato para implantar inovações, e precisam ser convencidas de que abordagens de gestão alternativas valem a pena ser testadas. Uma abordagem determinante para envolver as comunidades locais na pesquisa do TFO, será o fórum para pesquisa integrada e gestão de recursos (FIRM). Fóruns são encontros periódicos com ações consecutivas iniciadas por interessados locais, mas envolvendo todos os prestadores de serviços necessários e envolvidos na solução dos desafios locais na gestão de recursos. Assim, os FIRMs são organizações de gestão com base na comunidade para ultrapassar o tempo de duração do projeto. Em função de uma ampla experiência, o SP10 do TFO ajudará bastante a adotar uma abordagem para o FIRM, principalmente em fase inicial. Os FIRMs irão liderar a organização, planejar e monitorar seu próprio desenvolvimento e pesquisar, enquanto coordenando, as intervenções dos seus prestadores de serviço, como autoridades tradicionais, serviços de extensão governamentais, NGOs, assim como a comunidade científica (Kruger et al. 2003). O TFO, enquanto projeto, atuará como prestador de serviços, entre outros, para FIRMs locais, e os pesquisadores do TFO apresentarão regularmente seus resultados nas reuniões dos FIRM. Além disso, os planos interativos que estão sendo desenvolvidos nesses fóruns são usados para fins de implantação, monitoramento e avaliação. Desta maneira, é possível criar vínculos indiretos com um grande número de interessados locais e regionais. Entretanto, isto não impede que a equipe de projeto também crie vínculos diretos, mas as FIRMs podem servir de catalisador para os esforços de integração por parte dos interessados do TFO. A estrutura das FIRMs será decidida pela comunidade, mas deveria, preferivelmente, basear‐se nas estruturas existentes, tal como o comitê de desenvolvimento das aldeias ou as estruturas CBNRM estabelecidas no quadro do projeto Todo Rio Tem o Seu Povo (ERP). A negociação de memorandos de entendimento servirá de base para uma cooperação estreita. Desta forma, a estruturação de capacitação concedida pelo TFO, assim como a interação com as organizações africanas emergentes (por exemplo, NGOs), irão privilegiar as estruturas para que continuem existindo após o encerramento do projeto e assegurar o impacto sustentável do projeto em longo prazo. O TFO também empregará e treinará os membros das comunidades rurais selecionados que usam o solo, nas três áreas de foco do projeto TFO como para‐ecologistas. Por meio de treinamento no trabalho e durante as oficinas anuais de treinamento na área de pesquisa socioeconômica e ecológica, monitoramento e gestão de serviços ecossistêmicos e aumento da respectiva sensibilização, enquanto radicados nas tais comunidades, os para‐ecologistas ajudarão a formar um elo entre os interessados locais e os pesquisadores acadêmicos. Tal como ocorreu no projeto BIOTA do Sul da África, os para‐ecologistas ajudarão as equipes de projeto a desenvolver um relacionamento estreito com as comunidades, onde estão trabalhando e morando. Ajudarão também a estabelecer uma comunicação com os fazendeiros, particularmente nas áreas comuns, através de tradução dos resultados da pesquisa. Uma ferramenta para estimular o debate com os interessados e a divulgação dos resultados, é a produção de filme com a participação dos membros da comunidade local. Os filmes são usados como meio de envolver os interessados no projeto e para comunicar, ao público diferente, as
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atividades do projeto. Permitir que representantes dos interessados, como por exemplo, usuários de recursos locais, autoridades tradicionais e NGOs conceituem, dirijam e gravem filmes sobre suas preocupações, desencadeará discussões entre interessados científicos e não‐científicos. O processo de produção de filme constitui, portanto, uma plataforma para negociação de perspectivas diferentes e até mesmo conflitantes. O resultado será uma série de filmes relacionados aos serviços ecossistêmicos, analisados pela nossa equipe, o que nos ajudará a entender as complexidades socioeconômicas da região. Participação dos interessados em vários níveis governamentais O projeto TFO tem a intenção de fornecer, sobretudo aos responsáveis políticos, mas também aos decisores governamentais em geral, apoio à decisão pertinente com base na ciência. Neste contexto, a criação de cenários e a previsão das consequências associadas a determinadas intervenções de desenvolvimento, são fatores importantes. Tal apoio tem sido solicitado pelas autoridades governamentais, tanto no nível regional como nacional. Além disso, a pesquisa do TFO pode avaliar o grau de adequação das políticas, atualmente implantadas, para alcançar os objetivos de desenvolvimento governamental. O projeto irá fornecer às autoridades mais dados de base ecológica e socioeconômica, que futuramente serão úteis para monitorar a gestão, a regulamentação e as transformações relacionadas às mudanças climáticas nos sistemas sócio‐ecológicos. Ao mesmo tempo, o projeto TFO depende, em grande medida, do apoio das autoridades governamentais, cujo apoio político é a base para o sucesso do projeto. Em virtude de tal autoridade para regular a gestão dos recursos naturais, o projeto depende de permissão, por parte do governo, para pesquisar estes recursos. Além disso, o projeto está ciente de que as autoridades governamentais, enquanto peça fundamental na regulamentação dos recursos naturais, têm o mandato para implantar e testar inovações políticas. Abordagens em relação às autoridades governamentais são feitas no TFO de várias maneiras. Neste aspecto, temos que destacar a cooperação do TFO com a OKACOM como uma plataforma crítica. Orientados pelo espírito de gestão da Bacia do Rio Okavango como entidade única, os três países soberanos Angola, Botswana e Namíbia concordaram em assinar o “Acordo OKACOM” em 1994, em Windhoek, Namíbia. O Acordo obriga os estados membros a promoverem o desenvolvimento dos recursos hídricos regionais coordenados e ambientalmente sustentáveis, ao mesmo tempo em que procuram satisfazer as necessidades sociais e econômicas legítimas de cada um dos países ribeirinhos. Os três países reconhecem as implicações que os desenvolvimentos a montante do rio podem ter nos recursos a jusante. A maior parte do rio está presentemente sem aproveitamentos hídricos de relevo e é reconhecido como um dos poucos rios em estado “quase inalterado” do mundo (OKACOM 2011b). O projeto “The Future Okavango” está empenhado em apoiar as estruturas da OKACOM nos processos em andamento, o qual inclui adaptar cuidadosamente o plano de pesquisa ao Plano de ação estratégica (SAP) do qual a OKACOM dispõe. Como contribuição para o processo de apoio integral ao TFO, o projeto inclui uma lista detalhada sobre, em que áreas e de que forma, a sua pesquisa pode oferecer suporte na implantação do SAP, a qual está presentemente sendo discutida pela OKACOM. Desta forma, o TFO fornecerá enigmas cruciais, identificados pelos três países ribeirinhos, como sendo importantes no caminho para uma gestão conjunta pacífica e sustentável da bacia. Através das estruturas da OKACOM, o TFO terá condição de canalizar as suas descobertas para todas as estruturas relevantes e unidades no âmbito dos governos de Angola, Botswana e Namíbia. Assim, os vínculos com a OKACOM são novamente um catalisador para a integração muito mais ampla dos interessados. O caminho adiante Considerando a diversidade do TFO, as estratégias de integração dos interessados para cada componente do projeto de pesquisa serão desenvolvidas e adaptadas continuamente. Portanto, o próximo passo importante para atingir a integração significativa e efetiva dos interessados será a criação de estratégias no subprojeto e até mesmo o nível de tarefa. Tipos diferentes de questões relacionadas à pesquisa necessitam de diferentes intensidades e abordagens de pesquisa participativa. Instrumentos como o Quadro analítico para avaliação de pesquisa agrícola participativa (AFAPAR) (Neef e Neubert 2005), podem ajudar a identificar o nível ideal e o tipo de integração dos interessados para todas as equipes de pesquisa do TFO. Nas etapas seguintes, o SP10 planeja: i) organizar um workshop para os pesquisadores do TFO para avaliar, de forma estruturada, as oportunidades de integração dos interessados em dezembro de 2011. ii) continuar com a abordagem do FIRM em Mashare/Seronga e iniciar o estabelecimento em Angola afim de consolidar confiança e confiabilidade entre o TFO e as comunidades locais iii) prosseguir com o envolvimento da OKACOM, especialmente para o total apoio do TFO iv) analisar os interesses das partes entre estes dois níveis Para os passos i) a iv) o workshop em Marburg em dezembro, considerando o quadro da AFAPAR, irá certamente fornecer novas perspectivas.
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6. Cooperação com a coordenação científica GLUES A cooperação entre o TFO e a GLUES tem sido muito proveitosa até o momento. Visitas pessoais entre a GLUES e a equipe de coordenação do TFO, a SPC, participação mútua em vários workshops e reuniões com os SPs do TFO, cooperação estreita em relação à contribuição e o planejamento do uso de cenários globais para nosso projeto regional, tudo isto, abriu caminho para uma relação de confiança e para que a colaboração no futuro seja bem sucedida. Uma equipe central TFO, incluindo a SPC e os líderes dos subprojetos, participou do lançamento oficial do programa de pesquisa do BMBF “Gestão Sustentável dos Recursos Naturais do Solo (LAMA)” no workshop do BMBF‐GLUES em novembro de 2010 em Bonn‐Bad Godesberg. Os participantes do TFO aproveitaram a oportunidade para estabelecer contatos bilaterais com os representantes da GLUES de diferentes grupos de trabalho e outros participantes da LAMA. Discussões na reunião de Godesberg foram acompanhadas e aprofundadas na reunião da SPC do TFO e da coordenação da GLUES em Hamburgo em janeiro de 2011. Os participantes trocaram experiências, informações sobre os planos, atividades, e discutiram a transferência de abordagens. Estas experiências incluem discussões sobre a contribuição do TFO para a prática das LAMAs, juntamente com a definição dos primeiros produtos/continuações e interessados‐chave a serem envolvidos. Além disso, o TFO convidou o IBN ‐ parceiro da GLUES ‐ a respeito da possibilidade de apresentar o projeto da GLUES, a interface ciência política e o IPBES, no recente workshop para todos os participantes e interessados, em Maun, Botswana em outubro de 2011. A presença dos IBNs e suas apresentações resultaram em uma proveitosa discussão do trabalho da GLUES como prestadora de serviços para o TFO, e outros processos em andamento, nos quais o TFO poderia se tornar ativo. O uso dos cenários da GLUES foi também assunto de vários grupos de trabalho e discussões no workshop, estimuladas por uma apresentação feita pelo SP08 que propôs um processo para a adoção de todo o projeto dos cenários da GLUES. Como resultado do workshop, um cenário de força‐tarefa também foi criado. Vários SPs já estabeleceram comunicação com a GLUES referente à criação de cenário, e já forneceram informações referentes aos cenários a médio‐prazo da GLUES que estavam em fase de revisão. Os participantes do TFO do SP01, SP02 e SP08 participaram do workshop “Cenários e modelos” organizado pela GLUES e pela LAMA em maio deste ano, onde eles confirmaram o acordo do TFO sobre a colaboração com a GLUES. Em fevereiro deste ano, o SP10 sediou a GLUES em uma reunião em Marburg com ênfase na análise das partes interessadas em andamento e nos processos de engajamento dentro do TFO. A linha de comunicação em curso com a GLUES e a confiança e apreciação pelo trabalho mútuo estabelecidas, criou as condições ideais para o intercâmbio de dados e o uso de cenários. A SPC também se beneficiou da participação no “Workshop Comunicações e Divulgação” da LAMA, em Berlim, em novembro, onde contatos com a GLUES e outros membros da LAMA foram fortalecidos, experiências trocadas e uma nova visão para melhores estratégias de divulgação foi obtida.
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7. SPC: Coordenação, acesso à informação e divulgação, sistema de banco de dados OBIS
A equipe de coordenação do TFO, chamada SPC, tem a função principal de coordenar e integrar as atividades científicas, bem como supervisionar a organização do gerenciamento de dados que inclui: design e criação de um sistema de banco de dados integrado, com base em conhecimento, para análise das funções e serviços ecossistêmicos, modelagem e avaliação, documentação da comunicação interna e interação, desenvolvimento de uma base digital de dados dos interessados e protocolo de contato, representação do projeto no público, informação do público sobre o projeto e atividades específicas para aumentar a divulgação. As atividades das SPCs são organizadas em três tarefas: Tarefa 1 + 2 Coordenação do projeto administrativo e logístico, coordenação do projeto científico e integração As tarefas 1 + 2 com base na Universidade de Hamburgo, na Alemanha, onde uma equipe central está cooperando com confiança e eficácia até agora. Na tarefa 1, a SPC está constantemente envolvida na coordenação de pessoal, na manutenção e distribuição de carros, nos relatórios de deveres, tanto quanto em todos os tópicos técnicos e administrativos. Além disso, a SPC está envolvida em questões contratuais (incluindo questões financeiras) com a maioria dos parceiros africanos (ver também relatórios do SP) Na tarefa 2, a SPC está enfrentando um desafio complexo para facilitar e coordenar a comunicação, a integração, o fluxo de dados, os esforços de capacitação e a produção de resultados conjuntos entre todos os parceiros do projeto. Em estreita cooperação com os parceiros o projeto, especialmente o SP08 e o SP10, a equipe co‐organizou workshops interdisciplinares e visitas de campo logo após o inicio de todo o projeto, o que tem ajudado a reforçar o vínculo e identificar tópicos, lugares e escalas de cooperação entre nossos diversos parceiros do projeto (ver Capítulo 3). A segunda atividade central concentra‐se no desenvolvimento e aplicação de ferramentas técnicas, apoiando e incentivando a cooperação interdisciplinar, o monitoramento de agendas de pesquisa conjunta e marcos e relatórios. Como ferramenta central de comunicação, informação e divulgação, a SPC (tarefas 1+2) desenvolveu o site trilíngue do TFO. Esta ferramenta funciona como uma plataforma para a troca de informação e contém todas as informações relevantes sobre as experiências e objetivos do projeto, lista de participantes e função de busca, pesquisa dos subprojetos em andamento, banco de dados de publicações, eventos, notícias, etc. e serve como fonte de informação para os membros do projeto, assim como para vários interessados e o público (ver http://www.future‐okavango.org). Além disso, os resultados e atividades em andamento são constantemente publicados através da página da internet do TFO. O quadro 2 mostra as últimas estatísticas do uso do site. As estatísticas também mostraram um crescimento estável de acesso, com a constante atualização e expansão da página da internet. Assim, a nossa expectativa é a de atingir ainda mais usuários com as próximas e mais recentes adições.
Quadro 2. Estatísticas do site
Período
Acesso ao site (visualizações)
Número geral de visitantes
Dados de download (Mb)
1.1‐17.11.2011 164.181 7.288 16.532 Para coordenar o planejamento das atividades de campo, a página da internet dispõe de uma função de calendário em Excel para a coordenação das atividades de campo entre a equipe (não disponível ao público). Esta função, que é bastante básica, será substituída nas próximas semanas por uma variante mais sofisticada de software de calendário web. Além disso, criamos agora um banco de dados dos interessados e de relatórios que está atualmente sendo alimentado com os dados relacionados às partes interessadas. Esta ferramenta armazena todas as informações relevantes dos interessados do TFO que podem ser identificados e buscados de diversas formas. Eles podem ser identificados através de organizações (doadores ou implementadores), setores, projetos, representantes e foco geográfico. Cada um destes cinco grupos fornece uma visão geral sobre as características principais, incluindo detalhes de contado.
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A figura 6 descreve as múltiplas interligações entre cada um dos grupos que podem ser questionados no portal dos interessados. Por exemplo, cada projeto ou organização pode ser representado por uma ou mais pessoas enquanto uma única pessoa pode também representar vários projetos ou organizações.
Figura 6. Descrição esquemática do portal dos interessados
Doadores Implantadores
Organizações operam como
doadores para os projetos
Organizações que os projetos colocam em
prática
Setores
Organizações Focos geográficos
Áreas de interesse em que as
atividades são enfatizadas
Grupos sociais institucionais com um objetivo em
comum
Principais unidades geográficas em que organizações estão
trabalhando
Projetos Representantes
Empreendimentos para criar produtos,
serviços ou resultados
Pessoas que estão trabalhando em
nome das organizações
Será expandido em breve para integrar um relatório e a função de documentação relativa ao progresso das interações dos interessados, produzido por todos os membros da equipe durante permanências nos três países. O TFO começou a desenvolver várias atividades de acesso comunitário para um público mais amplo, além dos produtos científicos. Um primeiro passo é o folheto trilíngue que está disponível no site do TFO e está sendo distribuído nos três países. O filme participativo ‘Liparu lyetu’, que foi desenvolvido em estreita interação entre o SP10 e os moradores de comunidades do núcleo Mashare, já está disponível online (www.future‐okavango.org/videoalbum_main_tfo.php) e está sendo distribuído na Namíbia. Além disso, o TFO está agora sendo representado no Facebook, uma rede de relacionamento altamente frequentada na internet. Em resumo, pode ser afirmado que todas as atividades planejadas foram iniciadas no prazo e finalizadas dentro da previsão. Os membros da equipe da SPC/OBIS participaram de vários workshops da GLUES para contribuir para a harmonização do armazenamento de dados de todo o programa e serviços relacionados a catálogos. Tal como definido, as dificuldades de organizar informação complexa e fluxo de dados estão constantemente sendo superadas através de novas ideias e melhorias técnicas durante os próximos meses. A SPC também fornece suporte técnico e administrativo para o trabalho do SP10 em termos de envolvimento e integração dos interessados. Como parte desta colaboração, a SPC participará do workshop para os interessados em dezembro em Marburg, sediado pelo SP10. Tarefa 3 – Sistema de gerenciamento de dados e informações OBI Dentro da SPC, a equipe na FSU Jena está implantando e fazendo manutenção do Sistema de informação da bacia do Okavango (OBIS). Com base em normas abertas e software de fonte aberta, o OBIS visa servir de depósito central para todas as informações ambientais e socioeconômicas relacionadas ao projeto, incluindo, por exemplo, dados de série temporal, dados geoespaciais e mapas, dados pontuais de observação e documentos. Oferecendo interfaces de usuários com base na internet e serviços padronizados na internet, o OBIS permitirá acesso a esta informação para parceiros, interessados, decisores e outros usuários finais autorizados. O OBIS está em pleno funcionamento, e acessível online desde setembro de 2011. Além disso, todos os grupos de usuários do OBIS poderão desfrutar de cursos de treinamento para acelerar o uso eficiente do sistema, a divulgação de resultados e o alcance global do TFO. A fim de assegurar o uso sustentável e proveitoso do sistema, o OBIS será implantado no Instituto de Pesquisa do Okavango (ORI), como um portal para a informação ambiental referente a toda a bacia.
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Em detalhes, as etapas principais de trabalho para atingir estes objetivos incluem (i) a implantação do OBIS, (ii) a sua adaptação às demandas do usuário em relação aos tipos de dados, gestão de permissão e serviços, (iii) o desenvolvimento de interfaces para repositórios de dados existentes sobre o meio ambiente, (iv) o desenvolvimento das funções do OBIS para o controle de modelos de simulação e do pré‐processamento de entradas de dados (ver SP02) e (v) treinamento para os usuários do OBIS. Enquanto cada uma dessas etapas de trabalho é concluída através de um marco, apenas o marco da primeira etapa de trabalho é inserido no primeiro ano de execução do projeto. De acordo com o plano de trabalho definido, o OBIS foi criado com base na plataforma do Sistema de informação da bacia hidrográfica (RBIS), na Universidade de Jena (FSU) (WS3.1) e foi disponibilizado para todos os parceiros do projeto no URL http://www.future‐okavango.org/obis. Além disso, o modelo básico de dados do OBIS para representar metadados foi ampliado para cumprir plenamente as especificações do padrão ISSO 19115 em metadados de informação geográfica (WS3.2). A fim de aumentar a usabilidade e flexibilidade geral do OBIS, a integração de várias extensões e funções adicionais foi iniciada (WS3.3). O principal esforço foi atribuído para conceber e adotar uma abordagem flexível para a internacionalização da interface dos usuários do OBIS. Uma vez concluída, esta extensão permitirá a isenção de novas traduções linguísticas, de forma fácil, para auxiliar os usuários que não falam inglês (por exemplo, os angolanos). Outra extensão do OBIS, que já foi concluída, oferece funções para descrever áreas de estudo e observações a ela relacionadas, função que tem como meta, apoiar os cientistas e outros usuários a fazer o upload dos dados de medição do campo para o sistema e acessá‐las, de forma flexível, através de uma interface de mapa com base na internet. Atribuiu‐se mais esforço para atender a demanda para criação e manutenção de cópias múltiplas e distribuídas do OBIS. Esta demanda surge (i) devido à conectividade de rede ocasionalmente baixa do servidor alemão OBIS em algumas partes da região do projeto e (ii) devido ao objetivo de manter o OBIS funcionando após o final do projeto TFO no ORI, como uma plataforma de informação para os interessados, cientistas, planejadores e tomadores de decisão. Contribuindo para o segundo objetivo, os parceiros africanos e os interessados expressaram um forte desejo de manter o OBIS em uma instituição regional já durante o tempo de execução do projeto e desenvolver capacidades, consequentemente. A fim de resolver o problema de baixa conectividade de rede, há uma versão off‐line disponível do OBIS com base em virtualização de hardware com o VirtualBox (https://www.virtualbox.org), e foi desenvolvido um software para importação de dados semi‐automatizados. Usando um servidor virtualizado do OBIS e o software desenvolvido, o conteúdo atual do OBIS pode ser obtido rapidamente e sem problema a partir do servidor principal e importado para o ambiente virtual, resultando em uma cópia idêntica do OBIS que pode ser facilmente instalada e usada localmente. A demanda por uma segunda instância regional do OBIS é suprida pela (i) instalação do OBIS e do ORI e (ii) sincronização de software e dados de ambos os sistemas. O primeiro passo foi dado durante a visita de pesquisa no ORI em outubro de 2011. Durante esta visita, um segundo servidor OBIS com uma cópia de todos os dados atuais do OBIS foi configurado com sucesso, além de um breve treinamento sobre a manutenção e funções do OBIS que foi administrado. O segundo passo, ou seja, a implantação de uma estratégia de sincronização robusta e viável é assunto de atividades de pesquisa em andamento. Para este caso, o desafio principal é a sincronização do conteúdo do banco de dados. Para a réplica do sistema de gestão de banco de dados PostgreSQL, usado no OBIS, a extensão Slony‐I (http://slony.info) foi avaliada e testada, mas foi considerada inadequada devido à sua falta de robustez em caso de falhas de rede e do fato de que só aceita sincronização unidirecional (isto é, um mestre, vários seguidores). As atividades atuais concentram‐se em uma estratégia de sincronização assíncrona e unidirecional, com utilização de atualizações incrementais com base nas diferenças em depósitos de bancos de dados. Após a implantação do OBIS no servidor de Jena, as atividades centraram‐se na identificação de informações ambientais espaço‐temporal sobre a região do projeto e na sua transmissão para o OBIS, cuja realização contou com a cooperação dos parceiros africanos da SPC/OBIS que contribuíram com dados de seus domínios regionais e de pesquisa. Em especial, os dados do OBIS compreendem:
‐ 57 séries cronológicas de parâmetros climáticos com resolução temporal diária a mensal, ‐ 162 séries cronológicas de precipitação com resolução temporal diária a mensal, ‐ 23 séries cronológicas de vazão com resolução temporal diária a mensal e ‐ 118 camadas de dados geoespaciais a partir de categorias por tópico cobrindo biota (vegetação,
biomassa,…), clima (precipitação, temperatura,…), economia (jazidas minerais, minas, …), informação geo‐científica (solo, geologia, …), águas interiores (bacias hidrográficas, rios, …), transporte (estradas, ferrovias, …), elevação do uso/cobertura do solo, agricultura e mapas topográficos,
Todos os conjuntos de dados tiveram controle de qualidade e foram inseridos no OBIS juntamente com abrangente meta‐informação incluindo a sua descrição, informação de contato, criador dos dados, etc. Após o
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upload desses dados para o OBIS, foram disponibilizados para todos os parceiros do projeto que agora são estimulados a contribuir com os seus próprios dados para o sistema. Além destas atividades de pesquisa, as seguintes tarefas, com ênfase principalmente na SPC/OBIS e no fortalecimento da divulgação e resultado de disseminação do TFO, foram conduzidas e realizadas com sucesso pelo consórcio de parceiros do SPC/OBIS.
‐ Contratação de 1 pós‐doutorando para a SPC/OBIS na FSU em dezembro de 2010 ‐ Negociação e assinatura de contratos de cooperação entre a FSU e o ORI e a Politécnica da Namíbia,
bem como um memorando de entendimento (MoU) entre a FSU e o Diretório Nacional Angolano de Recursos Hídricos
‐ Um workshop conjunto dos parceiros da SPC/OBIS com representantes da Politécnica e do ORI foi realizado em junho de 2011. O workshop teve como objetivo a preparação de contratos entre os parceiros, aquisição e processamento de dados, identificação dos interessados, implementação do OBIS e desenvolvimento de capacidade em termos de cursos de programação, envolvimento de estudantes a nível de graduação e pós‐graduação.
‐ Versões Off‐line disponíveis do OBIS foram instaladas em instituições africanas parceiras em outubro/novembro de 2011
‐ Curto treinamento no uso e administração do OBIS foi ministrado pela FSU no ORI em outubro de 2011
‐ Participação em um workshop em desenvolvimento de cenário e infraestruturas de geodados em maio de 2011 (organizado por iniciativa da GLUES)
‐ Apresentação da situação da SPC/OBIS no workshop do TFO em Maun (outubro de 2011) ‐ Apresentação da abordagem da SPC/OBIS no workshop sobre “Depósitos de dados em ciências
ambientais – conceitos, definições, soluções técnicas e requisitos do usuário” em Rauischholzhausen (fevereiro de 2011).
Em resumo, pode‐se afirmar que todas as atividades planejadas foram iniciadas a tempo e finalizadas dentro da previsão. A cooperação com outros subprojetos do TFO foi iniciada através de reuniões individuais. Além disso, membros da equipe da SPC/OBIS participaram de um workshop da GLUES para contribuir com a harmonização do programa de armazenamento de dados e serviços relacionados a catálogos. Para melhorar os esforços em envolver os interessados, um representante da SPC/OBIS participará do workshop participativo dos interessados a ser realizado em Marburg em dezembro de 2011. O problema principal que a SPC/OBIS está enfrentando é a disponibilidade de conexão de rede parcialmente limitada nas instituições parceiras africanas, o que dificulta a implantação de uma metodologia de sincronização simples e robusta para as instâncias distribuídas do OBIS. Como consequência, estratégias de sincronização individuais precisam ser desenvolvidas. As atividades planejadas para os próximos meses incluem (i) a implantação de funcionalidades adicionais cobrindo a sincronização de dados entre as instâncias distribuídas do OBIS e troca de dados com aplicações externas (por exemplo, modelos) utilizando serviços de observação por sensores (SOS) e (ii) um treinamento detalhado do OBIS para os parceiros africanos em Q2/2012.
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8. Posição dos subprojetos: Realizações, resultados, destaques e dificuldades
SP01 – Mudança climática na região do Okavango Experiência Neste subprojeto (SP), condições climáticas presentes e futuras serão analisadas na bacia do Okavango em diferentes cenários e fornecerão dados de mudanças climáticas, incluindo informações de incerteza, para os outros subprojetos. Além disso, estudos serão realizados para fortalecer a compreensão dos processos que determinam o clima da região do Okavango. Esses estudos concentram‐se em influências remotas (por exemplo, transporte de umidade para a região do Okavango), bem como em processos locais, tais como a influencia da Temperatura da Superfície do Oceano Atlântico (SST). Status quo e realizações em relação aos marcos/plano de trabalho No período em análise, a simulação hindcast de alta resolução, com o modelo de clima regional REMO imposto com o ERA ‐ dados de reanálise interinos para o período de 1989‐2008, foi criada e a validação desta operação já teve início. Uma extensão do período da simulação de 1980 a 1988 e 2009 a 2010 está prevista para ser realizada em função da demanda dos parceiros do subprojeto e da nova disponibilidade dos dados de reanalise interinos do ERA para este período. Além disso, a preparação de uma simulação com o REMO, usando os dados de reanálise ERA‐40 no período de 1960 a 2000, está em andamento e será concluída até o final de 2011. As configurações para as simulações hindcast (e mais tarde para as simulações de cenários climáticos) são preparadas de acordo com as especificações do Experimento sobre clima regional em pequena escala (CORDEX). O trabalho acima mencionado está programado na tarefa 1 dos “marcos” e tem que ser finalizado, de acordo com a proposta, até o final do segundo ano (agosto de 2012). Portanto, o trabalho com base em marco, na tarefa 1, pode ser considerado pontual. Resultados científicos intermediários A simulação hindcast com o REMO/ERA‐Interino foi realizada com uma alta resolução espacial (de 25 x 25 km²) e temporal e fornece informações climatológicas mais detalhadas para a região do Okavango, comparada com a aplicação de GCMs (ex., Haensler et al. 2011). Os resultados preliminares da execução da validação mostram que o REMO/ERA‐Interino reproduz muito bem a precipitação média (figura 7), bem como o ciclo de precipitação anual (figura 8) em comparação com os dados de observação da unidade de pesquisa climática (CRU) (Mitchell e Jones, 2005).
Figura 8. Ciclo médio de precipitação anual simulado pelo REMO/ERA‐Interino comparado com o CRU pelo período de 1989 a 2008
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Cooperação Inter e transdisciplinar Este subprojeto distribuirá dados para todos os subprojetos que tratam de possíveis impactos de mudanças climáticas de duas maneiras diferentes. Na primeira, os dados climáticos serão entregues ao SP9.2 (análise e modelagem da paisagem) que estatísticamente reduzirão os dados para uma resolução mais alta da grade com uma análise de paisagem baseada no GIS. Em seguida, o SP9.2 fornecerá os dados climáticos editados para os subprojetos, tais como o SP02 (“água”), SP03 (“solo e culturas”), SP04 (“microrganismos”) e o SP05 (“plantas”). Uma primeira reunião com o SP9.2 e os outros SPs envolvidos, para discutir os requisitos dos dados climáticos, foi realizada em abril de 2011. Uma segunda reunião com o SP9.2 está agendada para o final deste ano. Na segunda maneira, este subprojeto fornecerá os dados climáticos de resolução espacial mais moderada, diretamente para os outros SPs. A primeira provisão de dados de simulação hindcast (REMO/ERA‐Interino) para o SP02 está programada para ser realizada até o final deste ano. Autorreflexão crítica A elaboração dos cenários de mudança climática regional (tarefa 2) não pôde ser iniciada como previsto no plano de trabalho (setembro de 2011) por causa do atraso na criação de cenários globais no projeto CMIP5, que são necessários para forçar os RCMs. Apesar do atraso, o marco tarefa 2 pode ser alcançado até o final do segundo ano do projeto. O caminho adiante No momento, uma adaptação do plano de trabalho não é necessária. As próximas etapas até fevereiro de 2012 serão: ampliar a simulação hindcast do REMO/ERA‐interino de 1980 a 1988 e 2009 a 2010, e iniciar a geração de cenários de mudanças climáticas regionais, usando cenários globais do projeto CMIP5 como força. Além disso, a análise da simulação REMO/ERA‐interina será continuada, e a análise da simulação REMO/ERA40 será iniciada quando finalizada a sua criação.
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SP02 – O impacto da gestão dos solos e mudanças climáticas referentes ao ESF e ESS hidrológicos Experiência O SP02 tem como principais objetivos: melhorar a compreensão da interação relacionada à escala entre a gestão dos solos, as condições climáticas e os ESF&S hidrológicos, e desenvolver métodos e ferramentas adequados e robustos para a avaliação integrada das opções de gestão do solo e dos impactos das mudanças climáticas nos ESF&S hidrológicos a nível local regional e transregional. Tais objetivos serão alcançados através de aplicação de uma abordagem de sistemas holística, interdisciplinar e em multi‐escala com base na análise abrangente do sistema hidrológico e na modelagem hidrológica distribuída em multi‐escala, por meio do sistema de modelagem JAMS/J2000 desenvolvido pela FSU. Satus quo e conquistas em relação às metas/plano de trabalho Após um período de inicialização, o projeto SP02, conduzido pela FSU, evoluiu para a situação atual: (1) Foi estabelecida uma parceria entre a FSU‐Jena e contrapartes‐chave de Angola, Botswana e Namíbia, por meio do MoUs e contratos bilaterais de cooperação. (2) Durante um workshop inicial em Jena, houve acordo em relação ao modo de cooperação, por exemplo, abordagem de modelagem, compartilhamento de dados e desenvolvimento de capacidade, e seis bacias‐teste foram identificadas, pelo parceiro angolano, para aplicação do sistema de modelagem hidrológica JAMS/2000. (3) Discussões com interessados potenciais, por exemplo, a OKACOM e o DNRH (Angola) em relação à implantação dos produtos do SP02 estão em andamento.
Durante o período anterior do projeto, todas as fases de trabalho (WS) foram realizadas conforme o programado, cujas metas definidas foram atingidas. Um banco de dados hidrológico foi criado no Sistema de Informação da Bacia Okavango (OBIS), compreendendo séries temporais hidro meteorológicas e informação homogeneizada espacial do solo, para a avaliação do sistema hidrológico e análise de modelagem (Tarefa 1). Os parceiros africanos forneceram dados dos seus respectivos domínios regionais, que foram complementados por conjuntos de dados globais e regionais coletados pela FSU. Com qualidade comprovada pela FSU, eles estão disponíveis para o consórcio do projeto TFO. Uma avaliação do sistema hidrológico e uma análise de processo para dois afluentes angolanos selecionados, o Rio Longa (LCR) e o Rio Cuiriri (CRC), foi feita e distribuída. As entidades modelo de Unidades de Resposta Hidrológica (HRU) foram delineadas através da análise de GIS (Tarefa 2). Como resultado, um protótipo J2000‐g de modelo hidrológico (tarefa 3) foi implementado para ambas as bacias e os resultados foram apresentados para o parceiro angolano DNRH em outubro de 2011.
Os principais resultados científicos alcançados pelo SP02 até agora são: (1) Construção e revisão de um banco de dados de literatura relacionado às tarefas de trabalho do SP02
(WS1.1) (2) Aquisição, processamento (controle de qualidade, preenchimento de lacunas, upload do OBIS) e análise
das séries temporais de dados hidro meteorológicos de toda a bacia, fornecidos pelos parceiros africanos do SP02: (i) para o Delta Okavango, fornecido pelo ORI, (ii) para os rios angolanos, Longa (em Caqueque: 1.010 km2), Cuiri (em Maseka: 1.400 km2), Caiundo (em Cubango: 38.210km²); Capico (em Cuebe: 10.088km²); Menongue (em Cuebe: 4.500km² e em Luahuca: 10.000km²), visitados junto com membros do DNRH em outubro de 2011 (WS1.2, WS1.3). (3) Processamento e validação de dados derivados do Sistema Global de Assimilação de Dados de
Superfície (GLDAS), fornecendo 16 variáveis relevantes hidrológicamente em etapas mensais e a cada 3 horas, assim como desenvolvimento de séries temporais MODIS e TRMM e séries temporais de chuva RFE para o Delta Okavango (WS1.2, WS1.3).
(4) Análise do sistema hidrológico do LRC e CRC através da integração do solo (SOTER), geologia (mapas nacionais), cobertura do solo MODIS, GlobCover, UMD) e informações climáticas (ver acima) (WS1.3)
(5) Processamento e regionalização das variáveis de entradas climáticas e o escoamento para os LCR e CRC angolanos e criação dos dados de entrada para o modelo J2000‐g (WS1.3).
(6) Primeiras avaliações hidrológicas e seleção de locais‐teste para as instalações de campo durante as duas viagens de campo para Seronga, Mashare, Menongue e Caiundo em 2010 (Peter Krause) e apresentação do OBIS e do J2000, em outubro de 2011 (Holm Kipka), para funcionários do DNRH em Angola e da Politécnica na Namíbia (WS1.4).
(7) Avaliação da mudança de cobertura do solo no LRC e CRC entre 2000 e 2010, usando dados MODIS e GlobCover (WS1.3, WS2.2).
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(8) Delineamento de análise de padrões espaço‐temporal de incêndio (áreas queimadas) para ambas as sub‐bacias, baseado em dados MODIS (WS1.3, WS2.2).
(9) Análise topográfica com utilização do modelo de elevação digital CIGAR‐CSI 90m, para fornecer dados para as camadas de dados requisitadas para a delineação de HRU para o LRC e CRC (WS1.3, WS2.1,WS2.2).
(10) Delineação do HRU com base em conhecimento, por meio de análise do GIS para o LRB e CRB, usando uma abordagem de agrupamento de índices topográficos (WS2.1, WS2.2) desenvolvidos na FSU.
(11) Criação de modelo HRU topológico para roteamento de fluxo no LRC e modelos CRC (WS 2.1, WS 2.2) (12) Desenvolvimento e implantação de uma versão protótipo do modelo hidrológico J2000‐g para o LRC e
CRC, fornecendo modelos de operação para o período de 1964‐66 (WS3.2, WS 3.4).
Adicionalmente, as seguintes atividades do projeto foram realizadas com sucesso pelo consórcio de parceiros do SP02 e fortaleceram o processo de construção da equipe, a divulgação de resultados e o desenvolvimento de capacidade: • Assinatura do MoUs e dos contratos de cooperação entre a FSU e o ORI, Politécnica e o DNRH. • Envolvimentos de funcionários/estudantes: FSU: 2 estudantes de PhD, 1 estudante de MSc 2 estudantes
de BSc; ORI: 1 estudante de PhD em supervisão conjunta com a FSU/ORI, 2 estudantes admitidos para o programa ORI MPhil; Politécnica: 2 estudantes de PhD se preparam para admissão na FSU em supervisão conjunta com a FSU.
• O workshop em junho de 2011 em Jena definiu modelo de operação, abordagens metodológicas, aquisição de dados, implementação do OBIS e J2000, desenvolvimento de capacidade e envolvimento dos estudantes a nível de graduação e pós graduação. Identificou também os interessados para a implementação de produtos.
• Cursos de treinamento sobre o OBIS e o modelo JAMS/J2000‐g foram oferecidos aos parceiros africanos pela FSU em junho, outubro e novembro de 2011
• Reuniões dos interessados durante as visitas de campo em 2010 e 2011 em Mashare, Namíbia • Dois BSc, estes fornecendo dados e conhecimento para a avaliação hidrológica do LRC e CRC foram
concluídos na FSU Jena em setembro de 2011. • Participação nos workshops da GLUES sobre desenvolvimento de cenário e estruturas de geodados, os
quais foram iniciados, e acordo de cooperação • Apresentação dos resultados e produtos do SP02 no workshop de status do TFO em Maun (outubro de
2011) e na DNRH e Politécnica em outubro e novembro 2011 respectivamente. • Apresentação do projeto TFO/SP02 e primeiros resultados na Conferência anual do grupo da África dos
geocientistas alemães, em Würzburg, em junho de 2011 (documento para ser apresentado até o final de 2011).
Cooperação Inter e transdisciplinar A cooperação com outros subprojetos do TFO foi criada em especial com o SP03 e SP9.1 e continuará a ser reforçada em 2012. A cooperação será composta por trabalho de campo conjunto e intervenção, identificação de requisitos de dados do grupo de solo a ser fornecido pelo SP02, assim como parâmetros de solo distribuídos pelo SP03 necessários para a modelagem hidrológica no SP02. Estratégias de aquisição e processamento de dados foram alinhadas com o SP9.1 para evitar redundância e inconsistência de dados. Juntamente com o SP08, os primeiros esforços foram realizados para identificar as necessidades para avaliação dos recursos hídricos. Os membros da equipe do SP02 participaram de diversos workshops da GLUES para contribuir para o desenvolvimento de estratégias de modelagem com relação a cenários “e se?” aplicados para a avaliação do impacto devido à mudança no uso do solo e do clima nas bacias do SP02. A cooperação com o SP01 será estabelecida, neste sentido, tão logo que as projeções de modelo para os cenários IPCC estejam disponíveis. Para melhorar os esforços em envolver os interessados, um representante do SP02 participará no workshop participativo dos interessados a ser realizado em Marburg em dezembro de 2011. Autorreflexão crítica: Desafios, limitações e adaptações Os desafios vivenciados foram: (i) Aquisição e disponibilidade de séries temporais hidro meteorológicas confiáveis para toda a Bacia Okavango, particularmente para a parte angolana, que devem ser coletadas em cooperação com o parceiro angolano DNHR através de viagens de campo caras, não previstas no orçamento. (ii) Foi difícil encontrar um estudante de PhD instruído para o salário oferecido, o que causou um atraso no início de algumas atividades do SP02 em maio de 2011. Em compensação, um segundo estudante de PhD foi contratado em agosto de 2011. As limitações são (i) O trabalho de campo em Angola é muito mais caro do que o esperado, restringindo as atividades de viagem. (ii) As minas terrestres dificultam o acesso do campo de
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trabalho às bacias angolanas. As adaptações são: Campanhas de campo de instrumentação previstas para o final de 2011 foram transferidas para o início de 2012. (ii) As instalações de produtos, por exemplo, OBIS e JAMS/J2000, já começaram em outubro de 2011, pois os interessados estavam ansiosos para começar a trabalhar com os protótipos de ferramentas de software. O caminho adiante O SP02 continuará, como previsto no contrato do BMBF, e realizará os exercícios de modelagem para as bacias selecionadas do rio. Em estreita cooperação com o ORI de Botswana, os exercícios de modelagem do Delta Okavango serão vinculados ao sistema JAMS/J2000, para o qual, um software será desenvolvido. Os resultados de modelagem de projeção do IPCC, fornecidos pelas avaliações de impacto do SP01, serão aplicados nos cenários hidrológicos com base no “E se?”. Os resultados serão introduzidos no OBIS, fornecendo suporte de decisão para desenvolver e classificar estratégias de adaptação para a gestão integrada do solo e de recursos hídricos (ILWRM). Atenção especial será atribuída ao treinamento e ao desenvolvimento de capacidade na aplicação do sistema de modelagem JAMS/J2000, nos locais dos parceiros e interessados. Visitas de pesquisa na África e em Jena já foram planejadas para 2012. A supervisão conjunta estabelecida dos estudantes de PhD entre os parceiros do SP02 será intensificada.
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SP03 – Interações dos ESF&S relacionados ao solo com a prática de uso do solo sob mudanças climáticas Experiência Dentro do quadro global do TFO, este subprojeto concentra‐se no papel dos solos em possibilitar o ESS através de uma série de ESF. Visando uma avaliação do ESS relacionado ao solo, um desafio específico é equilibrar as abordagens de análise aprofundada dos padrões e processos no compartimento do solo, com essas técnicas para extrapolar o conhecimento existente em espaço e tempo. Além disso, este subprojeto analisa práticas agrícolas no Kavango da Namíbia e implanta técnicas de conservação de cultivo, para melhorar os rendimentos e salários para as comunidades rurais.
Status quo e realizações em relação às metas/plano de trabalho Com base nos núcleos pré‐selecionados, a pesquisa de base do solo (tarefa 1 a 3) do SP03 começou com uma primeira viagem de campo de cinco semanas (março a abril de 2011) em Mashare (Namíbia) e Seronga (Botswana), e continuou com uma viagem de campo de sete semanas (setembro a outubro de 2011), incluindo também Chitembo (Angola). Em cooperação com outros SPs, os locais centrais foram delineados e estratificados de acordo com a estrutura da paisagem e tipos de uso do solo. Para garantir a comparabilidade de resultados de amostras, estratégias foram harmonizadas com o SP04. No total, 553 amostras do solo foram coletadas em 139 posições em todos os três locais centrais, cuja análise dos parâmetros do solo já está em andamento. A análise é parcialmente feita nas amostras provenientes dos locais centrais da Namíbia e Botswana. O grupo de trabalho em Botswana identificou procedimentos para a exportação de amostras do solo para a Alemanha; espera‐se, portanto, que as amostras cheguem ao final de 2011. Seis das oito estações de monitoramento da água do solo (tarefa 1) foram instaladas nos locais de Chitembo, Mashare e Seronga, para a análise do equilíbrio hídrico em diferentes práticas de uso do solo. A análise laboratorial das propriedades do solo físico e determinação da função de pedotransferência estão em andamento. A análise do carbono orgânico total do solo e as dinâmicas do carbono (tarefa 2) já tiveram início com a análise do carbono orgânico total do solo e com medições de campo das taxas de emissão de carbono, na última viagem de campo (setembro a outubro de 2011). Foram feitas medições em 17 posições nas três áreas de pesquisa nas imediações das estações de monitoramento hídrico seguidas de medições nas várzeas recentes (Mashare, Seronga) e nas zonas úmidas (Chitembo). Os resultados serão discutidos e complementados com o SP04. Uma primeira aproximação dos representantes relacionados ao solo, para indicar o ESS, está elaborada (tarefa 4), e será testada no próximo ano. Em workshops juntamente com o SP10, foram identificados agricultores para a conservação da agricultura e ensaios de correção do solo, pela CDP e a Politécnica da Namíbia, em março de 2011 (Tarefa 5). Foram coletadas amostras do solo dos campos de 16 agricultores de área árida e em 6 campos irrigados, enquanto os agricultores foram entrevistados sobre a gestão atual e os agricultores de área árida treinados em CA. Preparações de campo para os terrenos de demonstração estão em progresso em 9 terrenos de áreas áridas e em 6 de irrigação. No entanto, devido à baixa situação mineral da maioria dos solos, levará muitos anos para construir seguramente o equilíbrio mineral desejado. Além do agricultor de irrigação em grande escala do local central selecionado pelo TFO, a área em destaque foi estendida para incluir os projetos de irrigação verde em grande escala, com suas extensões agrícolas de pequena escala. Resultados científicos intermediários As pesquisas de base, em três locais centrais, resultaram em um entendimento básico das interdependências das propriedades do solo e das respectivas unidades da paisagem. A pesquisa de campo revelou que em relação à estrutura da paisagem e os tipos de solo, dois locais centrais, Mashare e Seronga, são similares, com três unidades principais ocorrendo em um transecto do rio para o interior: várzeas recentes (compostas de Fluvisols nas depressões e Arenosols nos diques), várzeas antigas (Cambisols e Calcisols) e as dunas muito úmidas do Kalahari (Arenosols). As características especiais são: uma zona de transição com solos um pouco mais nutritivos entre as várzeas antigas e as dunas do Kalahari e os leitos secos do rio (Murambas) e as salinas (ambas somente em Mashare). O local central de Chitembo, no entanto, é localizado em um cenário bem diferente. Córregos colaboradores do Okavango formam zonas úmidas nos vales dominados por Gleysols e Histosols, enquanto as colinas são cobertas por diversos tipos de solo, dependendo da espessura da camada de cobertura de areia e da estrutura da zona mais profunda de leito de rocha desgastado por exposição ao tempo. Em todos os locais centrais, os padrões de uso do solo estão fortemente ligados à estrutura da paisagem e à destruição das propriedades do solo, resultando em combinações típicas de uso do solo e características da
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paisagem em diferentes unidades de paisagem (por exemplo, Quadro 1). Várzeas recentes são usadas intensivamente com áreas de pastagem, enquanto os terrenos antigos contêm o solo mais valioso para cultivo. Consequentemente, esta é a área preferida para a agricultura de subsistência de áreas áridas, assim como a agricultura com grandes sistemas de irrigação agroecológico. Os Arenosols das dunas do Kalahari são pobres em nutrientes e em capacidade de retenção de agua, no entanto, eles são utilizados cada vez mais para a agricultura de subsistência. Todas as áreas ao redor das aldeias são afetadas não só pela pastagem e queima da mata, mas também pela extração de produtos como frutas, lenha e sapé. Resultados intermediários de análise do solo para a área Mashare indicam que os solos podem ser separados, a grosso modo, em dois grupos: Os solos escuros em velhos terrenos e em Omurambas (leito seco do rio), com uma grande quantidade de carbono orgânico (média 5.1 ± 2.6 kg m‐2) em comparação com os solos mais arenosos das dunas do Kalahari e os diques com baixos conteúdos de carbono (média 2.6 ± 0.7 kg m‐2). Tabela 3. Esquema de estratificação usando o local de Mashare como um exemplo. Todas as combinações que ocorrem na subunidade de paisagem e tipo relevante de uso do solo foram incluídas na amostra. Os números indicam a quantidade de perfis do solo por combinação
Unidade de paisagem principal
Unidade de uso do solo
Agricultura
irrigada
Agricultura de
sequ
eiro
Pousio
Campina
de
pastagem
Savana
secund
ária
Bosque
±
degrad
ado
total
Subunidade de paisagem
1 Várzea recente 1,1 Dique 3 3
1,2 Depressão 3 3
2 Várzea antiga/terraço
2,1 Dique 2 1 1 4
2,2 Planície 2 1 2 2 1 8
2,3 Depressão (escura) 10 5 3 1 3 1 23
3 Zona de transição 3 4 1 5
4 Dunas Kalahari
4,1 Areas superiores (marrons, avermelhadas))
1 6 5 1 1 7 21
4,2 Areas superiores (sem cor)
1 1 2
4,3 Area inferior (Muramba + Salina)
2 2 2 6
Total 13 21 8 12 10 11 75
A ocorrência de calcretes no subsolo dos terraços antigos leva a um pH ligeiramente mais elevado 6.9 ± 1.0, em comparação com o pH 5.9 ± 1.1 dos solos arenosos. Como esperado, a situação nutricional dos solos amorenados (cátions de acetato de amônio extraível 134.5 ± 90.2 mmoleq. kg
‐1) é bem melhor do que a dos solos arenosos (15.8 ± 8.2 mmoleq. kg
‐1). Estes primeiros resultados salientam a grande variabilidade no solo relacionado à ESF, a qual será analisada em investigações futuras. Cooperação Inter e transdisciplinar Uma ampla colaboração com outros SPs foi iniciada em várias reuniões e workshops. Os membros do SP03 têm participado de todos os workshops do TFO (Pevestorf, Braunschweig, e Maun). Reuniões bilaterais adicionais foram organizadas para harmonizar a pesquisa. Abordagens metodológicas para quantificar o ESS e a ESF estão sendo discutidas e elaboradas com o SP08. Amostragem de dados e trabalho de campo ocorrem em estreita cooperação com o SP04 e o SP05, para garantir a comparabilidade global dos dados. Para a estratificação e mapeamento dos núcleos, o SP03 trabalha em conjunto com o SP09.2. Medições hidrológicas são feitas em cooperação com o SP02. Os fazendeiros serão informados sobre a condição do seu campo através de workshops, realizados juntamente com o SP10, ou por comunicação pessoal dos membros do SP03. A preparação do trabalho de campo, propriamente dita, e a implantação do projeto dentro das comunidades, ocorrem em estreita comunicação com todos os outros SPs.
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Autorreflexão crítica: Destaques e dificuldades Em todos os locais, as investigações do solo são muito bem‐vindas pelos agricultores, que têm conhecimento indígena sobre o papel dos solos para o plantio, mas querem lucrar com o projeto TFO. No entanto, não foram encontrados agricultores que poderiam ser considerados como referência (Tarefa 5). Os agricultores da área árida estavam praticando o cultivo tradicional de corte e queimada, que não é sustentável na densidade aplicada. Os agricultores que utilizam irrigação estão aplicando grandes quantidades de fertilizantes químicos e pesticidas, principalmente através de borrifadores, e estão queimando seus resíduos de trigo do inverno. A pesquisa do local revelou que as queimadas desempenham um importante papel, especialmente nos locais centrais da Namíbia e angola. Estes locais representam um risco para as estações de monitoramento da água do solo, cuja instalação não é totalmente à prova de fogo. Em geral, o acesso aos locais centrais dos angolanos precisa de muito mais cuidado e participação dos interessados, consequentemente, um local em Angola (Caiundo) ainda não foi pesquisado. O caminho adiante Como proposto, até fevereiro de 2012 o SP03 terá atingido todas as metas importantes. No restante do período, até o prazo final original do relatório, continuaremos com as análises de dados e prepararemos a terceira etapa da pesquisa de campo na Namíbia, Bostwana e Angola, a qual começara em março de 2012. Nestas condições, não é necessário adaptação das metas ou calendário. Compreender os recursos naturais, as EF dos solos na área de pesquisa do Okavango e o impacto que estes recursos sofrem com as mudanças de uso do solo, será uma contribuição da pesquisa, além de ajudar a garantir a segurança alimentar e ecossistêmica.
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SP04 – Análise do ciclo de nutrientes microbianos, produção de GHG, BNF e promoção de crescimento vegetal
Experiência O SP04 investiga como os microrganismos, envolvidos no ciclo do carbono e nitrogênio, afetam, tanto o fornecimento de nutrientes, como a estabilidade e as diferentes práticas de uso do solo. A informação adquirida na investigação será usada para desenvolver estratégias de utilização de solo relevante e bactérias associadas a plantas, desenvolver inoculantes para melhorar o rendimento sustentável dos pequenos agricultores, e para desenvolver modelos de previsão para diferentes cenários de uso do solo. Este subprojeto tem quatro tarefas. Status quo e conquistas em relação os marcos/plano de trabalho O projeto conta com cooperação cientifica de parceiros de todos os países participantes. A universidade de Bremen assinou contratos de pesquisa e desenvolvimento com a UNAM (Namíbia) e a ORI/Universidade Gaborone (Botswana) em 2011 (trabalho iniciado). E a assinatura com a UJES (Huambo, Angola) já está em andamento. Tarefa 1: Desenvolvimento de métodos vigorosos para quantificar o carbono microbiano e o ciclo de nitrogênio, e emissão de GHG, como funções cruciais do ecossistema (metas já atingidas) No primeiro ano, métodos adequados foram desenvolvidos para analisar e avaliar a ESF e o ESS em relação às propriedades do solo, em especial para (i) a determinação da biomassa bacteriana do solo (microscopia de epifluorescência, SybrGreen), (ii) a detecção de mudanças na composição das comunidades bacterianas pelo alto rendimento de sequenciamento (Illumina), (iii) a avaliação molecular das bactérias disnitrificantes, nitrificantes e diazotróficas, (iv) o estudo, em cultura de laboratório, do potencial de regeneração de nutrientes de microrganismos relevantes (v) a quantificação, em laboratório, do potencial de emissão de GNH (N2O) através da análise cromatográfica, (vi) a quantificação de emissão de GHN (N2O) no campo, (vii) as medições do fluxo de CO2 no campo e (viii) a quantificação de amonificação líquida (ou seja, a liberação de nutrientes) e a nitrificação (perda de nutrientes), como partes importantes do ciclo de nitrogênio do solo. A composição da comunidade bacteriana ativa do solo é determinada após a extração e purificação das suas moléculas 16S rRNA e após a extração de mRNA com amplificação sucessiva de genes‐chave no N‐ciclo. Um método excelente de extração foi identificado e testado, utilizando‐se material obtido durante a última campanha de amostragem em abril de 2011. Métodos de cultivo em laboratório, para recuperar as bactérias relevantes do solo, foram criados com sucesso, cuja eficiência foi determinada. Um dispositivo espectroscópico de campo (Licor LI 8100A) foi considerado adequado para quantificar a liberação de CO2. A técnica de diluição O
13C e 15N‐pool, para determinar as taxas de amonificação e nitrificação, foi estabelecida com sucesso. Tarefa 2: A interdependência entre o ciclo de nutrientes microbiana/emissão de GHG e biodiversidade, mudanças climáticas e gestão do solo (conquista da meta em andamento, finalização no ano 3.5) Em estreita cooperação com o SP03, SP05 e interessados locais, 23 pontos de amostragem foram cuidadosamente selecionados em Mashare/Namíbia e Seronga/Botswana, para cobrir os diferentes tipos de uso do solo (floresta ribeirinha virgem, arbustos, cultivo de áreas áridas, cultivo de irrigação e pousios) e solos (várzeas escuras, areias Kalahari). Uma análise comparativa usando os métodos desenvolvidos acima está em andamento. Cursos sobre a emissão de GHG (N2O) in situ foram iniciados em novembro de 2011 para três tipos de gestão do solo em Mashare/Namíbia. Tarefa 3: Desenvolvimento de práticas de gestão do solo para segurança alimentar, biodiversidade e proteção do clima (trabalho iniciado mais cedo e algumas metas já atingidas; Metas finalizadas após o ano 3) O rendimento das culturas de subsistência na região‐alvo é extremamente baixo. Grãos (leguminosas) em Kavango mostraram apenas taxas ruins de nodulação com rizóbio, portanto, não estão recebendo altas quantidades de nitrogênio derivado da fixação biológica (BNF). A melhoria de rendimento pelo desenvolvimento de inoculante bacteriano adaptado, pode levar ao rendimento mais sustentável, menos queima de florestas, e assim, a um ESS melhor. Em cooperação com criadores do Centro de Irrigação de Mashare (Namíbia), as plantas Arachis hypogaea, Vigna unguiculata, Vigna subterranaea, e Lablab purpureus, contendo nódulos, foram detectadas. (i) Simbiontes rizóbio foram isolados de todas as plantas de nódulos de superfície esterilizada e culturas puras foram obtidas; (ii) simbiontes de 12 plantas foram caracterizados taxonomicamente por sequenciamento 16S rDNA e por análise da sequência de genes nitrogenase nifH; (iii)
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sistemas de inoculação de laboratório com sementes de feijão namibiano local foram criados em Bremen para testar, inicialmente, a nodulação eficiente e o potencial de fixação de nitrogênio em substrato artificial; (iv) cepas de nodulação eficiente estão sendo atualmente testadas em solo Kavango em Bremen para identificar fatores putativos do solo que podem limitar o BNF; (v) testes de campo com agricultores locais serão iniciados em dezembro de 2011. O nosso parceiro de Botswana, isolou bactérias de mobilização de fosfato do sorgo para melhorar a utilização de fosfato em solos ruins em P. Além disso, bactérias de promoção de crescimento para plantas (PGPR), para cereais do Kavango na Namíbia, foram também previamente isoladas, e agora foram distinguidas por suas características putativas. Os resultados foram publicados recentemente (Grönemeyer et al., 2011). Tarefa 4: Utilização sustentável de recursos microbianos naturais pelos países parceiros (Meta cumprida no ano 3,5) As bactérias isoladas com sucesso, por parceiros alemães, devem ser trocadas e depositadas mutuamente com biorecursos microbianos, em coleções abertas, e inoculantes devem ser produzidos e distribuídos. A NTCCM (Coleta de Tipo de Cultura de Microrganismos Namibiano), no laboratório do parceiro de cooperação Dr. Chimwamurombe, UNAM, foi inaugurada com o apoio e presença do presidente da Universidade de Bremen, Prof. Reinhold. Para apoiar a criação da NTCCM, o Dr. Chimwamurombe visitou o DSMZ (Braunschweig) em abril de 2011, e o Prof. Overmann discutiu pré‐condições legais e práticas (acordos de transferência de material mutuamente benéfico, seguindo as exigências de Nagoia) com o Comitê Interino de Bioprospeccão (IBCP) do governo namibiano. Resultados científicos intermediários A homogeneização e amostragem do solo levaram a um decréscimo de 40 vezes em CO2, comparado com taxas in situ, indicando efeitos importantes na emissão de GHG da microbiota do solo, até mesmo pela manipulação moderada dos solos. A emissão de CO2, portanto, precisa ser quantificada por medições in situ mais demoradas. Este processo será prontamente alcançado através das campanhas de medição de campo que são realizadas alternadamente pelo SP03 e SP04. Os números bacterianos variaram entre 0.4 e 6.4 bilhões de células por grama de solo e, portanto, são totalmente comparáveis com os valores de solos de clima temperado ou outros solos da savana. A biomassa bacteriana mais elevada foi observada no solo de uma floresta virgem ribeirinha, na margem do Okavango. Este solo também exibiu os maiores números transcritos de bactérias 16S rRNA, de taxa de produção de CO2 e de desnitrificação. Os solos virgens de floresta, assim, apoiam a maior biomassa microbiana altamente ativa e o ciclo mais intenso de carbono e nitrogênio. Para a criação de biorecursos, alcançou‐se um sucesso elevado de cultivo de bactéria do solo, resultando em 1263 culturas de enriquecimento mantidas no DSMZ em Braunschweig. O trabalho de isolação concentra‐se em 77 Acidobacteria e 33 Rubrobacteridae que representam as bactérias envolvidas no ciclo de nutrientes do solo. 10 culturas puras foram obtidas e serão depositadas no NTCCM. Os isolados de rizóbio, de nódulos de leguminosas Kavango, pertenciam ao gênero Bradyrhizobium. Baseado em comparações de sequência, estes isolados puderam ser atribuídos a quatro diferentes grupos testados para a BNF simbiótica, comprovando que todos eles nodulam o feijão e fornecem nitrogênio fixo. Foi identificado um total de 44 bactérias isoladas de raízes da superfície esterilizada de milheto (Pennisetum glaucum), sorgo (Sorghum bicolor) e milho (Zea mays) e algumas mostram múltiplas características de promoção de crescimento, tornando‐se promissoras para a aplicação de PGPRs. Cooperação Inter e transdisciplinar O SP04 coopera estreitamente com os cientistas do solo e agrônomos no SP03, assim como com parceiros acadêmicos africanos (ver acima), e taxas de nutrientes/emissão de GHG serão fornecidas para modelagem. A cooperação com os interessados para o trabalho de campo foi bem preparada pelo SP10. Um fator particularmente importante é a nossa aplicação orientada e a abordagem R&D transferível: pequenos agricultores podem adotar as novas tecnologias para a promoção de crescimento agrícola e da BNF, desenvolvidas neste projeto (ver destaques abaixo), para uma produção agrícola mais elevada e sustentável. Os parceiros namibianos facilitarão a transferência de resultados para a propriedade dos interessados através de produção de inoculantes. Além disso, a modelagem de ciclos de nutrientes fornecerá orientações para futuras decisões de gestão. O envolvimento dos interessados na Namíbia já começou e deverá ser estendido para outros países cooperantes.
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Autorreflexão crítica: Destaques e dificuldades Para transformar conhecimento em ação, nossos primeiros resultados positivos de laboratório na BNF, através de rizóbio de feijão nodular, serão transferidos para o campo em dezembro de 2011. M. Simfukwe e colegas do CEDP na Namíbia testarão nosso inoculante de rizóbio no campo com agricultores de subsistência em Mashare. Principalmente por problemas de linguagem, estabelecer uma cooperação com contrapartes angolanas em Huambo revelou‐se difícil, mas agora a assinatura do contrato está a caminho. A obtenção de permissão para que apliquemos os nossos resultados, de forma ampla, em diferentes países da área Kavango, pode ser um obstáculo: as bactérias benéficas isoladas em um dos países não podem ser facilmente transferidas para outro devido a problemas legais causados por supostos direitos de IP e CBD. Se esses problemas forem resolvidos, todos os países parceiros poderão beneficiar‐se dos mesmos recursos biológicos. O caminho adiante Taxas de amonificação, nitrificação, desnitrificação e BNF serão determinadas durante a próxima estação de plantio e comparadas em terrenos com diferente uso do solo. Coleções de tensões bacterianas serão transferidas do DSMZ em Braunschweig e de Bremen para o NTCCM. Serão feitos testes inoculantes no feijão plantado nas parcelas dos agricultores.
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SP05 – Impactos causados pelas práticas de uso da terra alteradas sobre os ESF&S relacionados a plantas Experiência O SP05 visa integrar as funções e serviços do ecossistema em uma abordagem ecológica e econômica para a gestão sustentável do solo em escala regional. Isto envolve a) análise qualitativa e quantitativa e avaliação das funções e serviços ecossistêmicos baseadas na vegetação, b) análise das interdependências entre a vegetação e os responsáveis por mudanças, c) análise das tendências atuais com relação aos cenários possíveis e suas consequências cumulativas e d) o estudo das oportunidades para o desenvolvimento sustentável. Status quo e realizações em relação às metas/plano de trabalho Os coordenadores do subprojeto (Pós‐doutores), da Universidade de Hamburgo, foram contratados em outubro de 2010. Durante os primeiros meses do TFO, os coordenadores do subprojeto concentraram‐se na negociação dos acordos de cooperação com as instituições de contraparte africanas e em obter autorizações para pesquisa nos respectivos países. Dentro do período do relatório, os contratos de cooperação com o Instituto de Pesquisa Okavango (Maun, Botswana), o ISCED (Lubango, Angola) e a Politécnica da Namíbia (Windhoek, Namíbia) foram assinados. As propostas do contrato com a MAWF (Namíbia) continuam em análise pelos respectivos departamentos jurídicos. Contratos adicionais de cooperação estão previstos com a Faculdade Agrária da Universidade Eduardo dos Santos (U.E.S.) e o Instituto de Pesquisa Agrária (I.I.A) em Huambo. Antes da participação do ISCED ser formalizada através da assinatura dos contratos de cooperação em setembro de 2011, A. Gomez participou da primeira campanha de campo pelo SP05, investigando os padrões de vegetação e o local central Cusseque em maio/junho de 2011, representando os parceiros angolanos do projeto. F. Maiato e A. Gomez participaram no Workshop de Maun em outubro de 2011 e visitaram os locais centrais de Mashare e Seronga para obter uma visão geral dos processos na escala da captação. Os procedimentos de permissão de pesquisa do SP05 tiveram início em Botswana através do ORI. A abordagem conceitual para analisar os ESF&S baseados na vegetação da bacia do Okavango, foi apresentada em conferências na Alemanha e na África do Sul. Durante o primeiro mês, o SP05 contribuiu com conteúdo, conceitos e com a apresentação do SP05 para o site do TFO. O SP05 começou a amostragem da vegetação no local central Mashare da Namíbia em março de 2011 (UHH) e, além disso, o grupo NBRI coletou uma grande quantidade de dados, a despeito da indisponibilidade de recursos do projeto nessa fase. Nos dois locais centrais angolanos as primeiras atividades de pesquisa foram realizadas pela UHH e ICSED. Coletamos perfis e amostras do solo e fizemos o levantamento da vegetação em 32 parcelas em maio e junho de 2011, baseados em um modelo de amostragem estratificada. Para a tarefa 6, o esquema de amostragem preliminar foi estabelecido, as primeiras medições de campo nos bosques de Burkea foram feitas, e os experimentos de germinação de mudas foram conduzidos (Politécnica, NAM). O cargo de PhD na UHH foi preenchido por R. Revermann em março de 2011. Acordos em relação às áreas temáticas para os projetos angolanos de PhD de A. Gomez e F. Maiato foram firmados, além da primeira visita à UHH que foi agendada para o inicio do próximo ano. O doutorando de Botswana, treinado em primeiro de outubro de 2011 para a Tarefa 1 (mapeamento), está atualmente fazendo análises de grupo sobre um conjunto de dados existente proveniente das várzeas de Panhandle. O trabalho começou com a coleta de todos os conjuntos de dados e avaliação de abordagens diferentes de sensoriamento remoto. O estudante da MPhil de Botswana, contratado em 1º de julho de 2011 para a tarefa 4 (evapotranspiração), está atualmente desenvolvendo uma proposta de programa de estudo e encomendando o equipamento de fluxo de seiva. O subprojeto está no caminho certo, com as principais atividades e metas para o ano 1. Em relação à Tarefa 1, já concluímos a estratificação inicial de ambos os locais centrais em Angola, e completamos o primeiro trabalho de campo. Em relação à Tarefa 2, identificamos as primeiras espécies‐chave para futuras avaliações de biomassa. Na Tarefa 3, realizamos uma pesquisa inicial, sobre composição das espécies, nas principais unidades de vegetação do local central do TFO Cusseque (Angola) e no local central do TFO em Mashare (Namíbia). A Tarefa 5 continua pendente em grande parte por causa do atraso da assinatura do contrato, mas a estratificação das unidades de paisagem, como base para a seleção de locais de amostra, foi feita para os locais centrais angolanos. Na Tarefa 6, foram alcançadas todas as metas para o ano 1. Para a Tarefa 8, realizamos a primeira avaliação das unidades de vegetação natural e degradada/modificada no local central do TFO em Cusseque. O inicio do trabalho do ORI atrasou cerca de um quarto na tarefa 4 e dois quartos na tarefa 1, em função de vários fatores, incluindo atrasos na emissão de uma autorização para pesquisa em Botswana. No entanto, agora as coisas estão caminhando, e antecipamos um extenso trabalho de campo em 2012.
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Resultados científicos intermediários Análises do local central de Cusseque (Angola) nos permitiram obter a primeira compreensão sobre as interdependências entre as características da paisagem, as condições do solo e as características da vegetação nesse local (Tarefa 1). A avaliação dos padrões de vegetação espacial, florística e estrutural realizada nos locais centrais é pré‐condição necessária para as avaliações subsequentes de biomassa permanente em diferentes unidades de vegetação. A UHH identificou algumas espécies lenhosas dominantes para futuras avaliações da biomassa e cálculos do estoque de carbono na vegetação (Tarefa 2). O primeiro trabalho de campo em Cusseque, permitiu identificar as práticas predominantes de uso do solo que impactam a biodiversidade no local central (UHH). A agricultura de corte e queimada predomina na bacia superior do Okavango. Apesar da baixa densidade populacional no local central de 100 km², cerca de 50% da área florestal evidenciam estruturas de impactos relacionados ao corte e queimada, ou seja, altura do dossel reduzida, dossel aberto, predominância de árvores de multi‐hastes e ocorrência frequente de sinais de incêndio na base das árvores. Práticas adicionais de uso do solo incluem a extração de madeira para a construção local, e colheita da casca, já que quase todo o material de construção das aldeias é retirado das florestas ao seu redor (Tarefa 3, UHH). Animais domésticos e grandes herbívoros selvagens estão quase ausentes do local central do TFO Cusseque, cuja causa, os moradores locais atribuem aos pós‐efeitos provenientes da guerra civil que devastou a região (Tarefa 5). Os dados coletados foram amostrados de forma a permitir futuras análises das mudanças na estrutura da vegetação e dinâmica de regeneração das espécies lenhosas (Tarefa 8). Em Mashare (Namíbia), o primeiro trabalho de campo foi realizado com sucesso pela equipe do NBRI de fevereiro a abril de 2011. Foi feito um total de 122 levantamentos topográficos (20m x 50m) para dados fito‐sociológicos, nos quais 284 espécies foram registradas. Dois estudantes coletaram dados para seus projetos: a) o estudante de graduação em gestão ambiental fez uma pesquisa em espécies exóticas invasoras, b) o estudante de graduação em ciências vegetais coletou sementes de 4 espécies selecionadas, que terão o teor de óleo, a viabilidade e a germinação testados na NBRI. As análises continuam em andamento. Para a Tarefa 6, a equipe da Politécnica estabeleceu um esquema de amostragem preliminar para avaliar a vegetação lenhosa no local central namibiano Mashare, que tem como objetivo refletir as mudanças na vegetação devido ao impacto causado pelo humano, a distancia do rio, dunas/interdunas e a distância das omurabas (leito seco do rio). Dois trabalhos de campo foram realizados de abril a junho de 2011, período no qual foi medida a vegetação lenhosa em 31 lotes de amostra. Os dois primeiros experimentos de germinação com a Pterocarpus angolensis (Kiaat) foram criados: um em Windhoek em janeiro de 2011 e outro na Estação de Pesquisa da Floresta Hamoye (perto de Rundu) em julho de 2011. O experimento em Windhoek produziu uma germinação de 29% das 82 sementes. O experimento de Rundu continua em andamento, mas o primeiro lote de sementes mostrou apenas uma germinação de 10 % das 132 sementes. Cooperação Inter e transdisciplinar M. Finckh e A. Gomez representaram o SP05 na viagem inicial do TFO, em outubro de 2010, que visava, com a ajuda dos parceiros africanos do projeto, o desenvolvimento de critérios para a identificação de locais centrais e a pré‐seleção de locais. O SP05 explorou e desenvolveu a sequência de etapas necessárias e os contatos para requerimento de alvará de pesquisa em Angola, sendo a Prof. F. Lages, a peça‐chave de todas as atividades do projeto naquele país e o apoio para todos os SPs na obtenção dos vistos. Além disso, a professora facilitou o estabelecimento de contatos com as autoridades do governo local, em Cuando‐Cubango, por exemplo, em setembro de 2011 em uma reunião com o vice‐governador. No workshop do TFO em Braunschweig (março de 2011), M Finckh apresentou a abordagem do SP05 para a avaliação ecológica e a análise de risco ecológico no contexto do TFO. Detalhes sobre cooperação foram discutidos em várias reuniões na Alemanha e em viagens conjuntas de campo, com os subprojetos SP03, SP06, SP09 e SP10. A amostragem da vegetação na Tarefa 1 (NBRI, UHH BEE), Tarefa 2 (Politécnica) e a amostragem do solo no SP03 (UHH Ciência do solo) foram feitas nas mesmas posições, na medida do possível, para comparações futuras. As coordenadas das parcelas foram enviadas à SPC. Uma viagem de campo conjunta de V. De Cauwer (Politécnica), J. Stoffels (SP09.1) e R. Revermann (BEE/UHH) objetivou permitir o desenvolvimento de técnicas adequadas de classificação da vegetação por sensoriamento remoto (SP09) e a amostragem harmonizada da vegetação ao alcance do SP05. Foram iniciadas as discussões sobre a estreita cooperação com os especialistas em sensoriamento remoto (A. Roeder/ M. Stellmes, Univ. de Trier, SP09.1) e J. Wehberg (Geografia da UHH, SP09.2), nas reuniões de 02/08/2011 (NBRI, Windhoek) e 14/10/2011 (ORI, Maun), respectivamente. Esta última foi uma reunião do SP05 para coordenação interna do subprojeto com parceiros de todos os países envolvidos. Autorreflexão critica: Destaques e dificuldades O destaque mais importante durante o período do relatório foi o progresso feito pelo SP05 em termos de visto, autorizações de pesquisa e outras logísticas dos pesquisadores e a construção de cooperação em Angola. O
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SP05, em particular, foi o primeiro subprojeto a começar o trabalho de campo em Angola e, posteriormente, outros subprojetos seguiram os procedimentos de pedido de visto delineados por ele. Com este progresso, as atividades de pesquisa do TFO planejadas para Angola podem ser conduzidas sem mais nenhum outro obstáculo administrativo. O caminho adiante A reunião da equipe do SP05 no ORI em Maun em 24 de outubro de 2011 foi um importante passo à frente, com relação ao processo de montagem da equipe. Discutimos dificuldades em diferentes tarefas, etapas do processo de visto e, particularmente, discutimos e entramos em acordo em relação à metodologia padronizada de amostragem de vegetação no âmbito do projeto. Houve consenso em relação ao fato de que a amostragem da vegetação, em todas as parcelas, deveria ser feita pelo menos em 10 m x 10 m para permitir comparações de parâmetros diferentes. Assim, esta amostragem será incorporada aos métodos de amostragem do NBRI em Mashare, Namíbia (além do aplicado até agora, de 20 m x 50 m).
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SP06 – Conhecimento cultural, avaliação e regulamentação do ESS
Experiência Nosso projeto antropológico analisa a forma como os usuários de recursos locais veem, valorizam, utilizam e regulam o ESS. Uma abordagem orientada para o indivíduo e com base no local concentra‐se em quatro tarefas interligadas; na primeira tarefa, (que até agora combina as duas primeiras tarefas da nossa proposta em uma única) exploramos o conhecimento ecológico local sobre os serviços fornecidos pelo meio‐ambiente. Como parte disto, investigamos a avaliação êmica das pessoas sobre o ESS material e não‐material, como identificado no quadro cientifico geral através de uma serie de workshops. Com base nesses resultados, na segunda tarefa mais ampla, exploramos a forma como os indivíduos e as famílias decidem quais recursos naturais utilizar. Focamos especialmente na questão de como a transformação das condições de vida muda os padrões de consumo da família e a função que o ESS desempenha nas economias domésticas estratificadas. A terceira tarefa analítica mostrará como os indivíduos negociam regimes institucionais ao nível da comunidade para regular o ESS e quais destes regimes permitem uma gestão sustentável e justa, além da distribuição de recursos. As três tarefas cientificas, só podem ser atingidas através do envolvimento ativo e do fortalecimento das capacidades locais, envolvimento que é garantido através da quarta tarefa, nossa participação ativa e permanente com a construção de capacidade através do treinamento de para‐ecologistas e o forte envolvimento da abordagem do FIRM do SP10. Desenho da Pesquisa O SP06 trabalha com um desenho de estudo comparável para facilitar a similaridade através de toda a bacia do Okavango, ao mesmo tempo em que mantém em mente as peculiaridades específicas do local. Em Angola, Namíbia e Botswana, os três locais centrais ‐ Chitembo/Cusseque, Mashare e Seronga ‐ estão sendo estudados intensivamente através de trabalho de campo etnográfico. Investigamos todas as principais atividades de uso do solo e do ESS nos locais centrais e avaliamos todos os serviços ecossistêmicos localmente importantes e proeminentes. Estamos avaliando a estrutura do conhecimento ambiental, com lista livre e análise de relevância, e em seguida apurando as avaliações êmicas do ESS através de entrevistas e técnicas de mapeamento de avaliação. Simultaneamente, estamos investigando economias domésticas com registros sobre o papel do ESS em bens domésticos e nos processos de consumo das famílias. Os estudos de caso são feitos por equipes mistas de PhD e/ou estudantes de mestrado da Alemanha e África que estão em estreito intercâmbio através de reuniões regulares. Status quo e conquistas em relação às metas/plano de trabalho Dentro da proposta do TFO, comprometemo‐nos com os seguintes objetivos: Fim do ano 1 – Todas as tarefas: Foram realizados workshops preparatórios envolvendo todos os SPs, sob a orientação da SPC e do SP08, bem como viagens iniciais, incluindo reuniões com os interessados e seleção de locais. Foram realizados preparativos e o trabalho de campo nas primeiras tarefas foi iniciado. Final do ano 2 – Tarefas 1+2: Foi realizado trabalho de campo, e iniciou‐se a análise e registro dos resultados pelos candidatos de MA/MSc. Foram realizados workshops adicionais, com toda a equipe e os interessados, sobre os resultados e procedimentos.
Após 14 meses executando o projeto, podemos relatar que estamos à frente do cronograma. O SP06 contratou pessoal para todas as atividades, e seus membros participaram de todos os abrangentes workshops preparatórios do TFO (Pevestorf, Braunschweig, Maun), bem como dos workshops preparatórios do grupo de ciência‐social (SP07‐10) e do workshop preparatório com parceiros da USCTE em Lisboa. Além disso, M. Pröpper participou da viagem inicial para identificar e selecionar os locais centrais de pesquisa e, o trabalho de campo já começou em todos os três locais centrais. Na Namíbia, a primeira fase de pesquisa da tarefa 2 foi realizada, e as análises e as preparações para as próximas fases de coleta dos dados, já estão em andamento. Os estudantes do nosso parceiro namibiano TUCSIN foram envolvidos na pesquisa. O trabalho de campo da tarefa 1, por um estudante alemão de mestrado, está em andamento e será finalizado até o final de 2011. Foi cumprida a tarefa 1 em Angola. Em particular, foi concluída a pesquisa sobre o conhecimento ambiental local e os sistemas sociais de valorização da natureza circundante da região de Chitembo/Cusseque. Outras coletas de dados, com ênfase nas práticas de consumo (tarefa 2), serão realizadas em Angola a partir de janeiro. Em Botswana, o trabalho de campo atual de dois estudantes alemães de mestrado, está destacando as duas primeiras tarefas e será cumprido até o final de 2011. Nosso parceiro de Botswana, a KCS, contratou um
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estudante de mestrado, que está no momento apoiando o trabalho de campo em Botswana e fará um curso de mestrado em “Cultura e desenvolvimento na África”, pela Universidade de Colônia em 2012, como parte da nossa construção acadêmica de capacidade. Os membros do SP06 estão intensamente envolvidos em todos os contatos dos interessados ao nível da comunidade local, e participaram da criação da abordagem da FIRM na Namíbia. Devido às características sócio‐políticas da Angola em geral, e em particular da província de Bié, o fortalecimento de vínculos entre as autoridades governamentais e o pesquisador, foi também o centro da primeira fase do trabalho de campo. A seleção do futuro local para pesquisa, tarefa 2, foi possível devido à estreita cooperação entre as autoridades locais e o pesquisador. Em Botswana, nossa parceira KCS está intensamente envolvida no trabalho dos interessados, e os membros do SP06 estão contribuindo ativamente para criar sinergias. Resultados científicos intermediários Em Cusseque/Angola, o conhecimento ecológico dos moradores é uma consequência do contexto histórico. Em parte, isto explica por que a natureza é hoje localmente encarada como “ajuda de emergência” (“o nosso pronto socorro”). Além disso, a crescente difusão de demandas translocais, ideais e modos de “fazer parte do mundo” no cerne da sociedade de Cusseque, estão conducentes a novas aspirações individuais e coletivas que, em última análise, estão construindo valores locais em relação natureza. Em Mashare/Namíbia, o conhecimento ecológico dos moradores, valoriza a natureza como uma contribuição para o bem‐estar humano, abrangendo nutrição e abrigo, segurança, senso de propriedade, espiritualidade e participação política. Novas aspirações, frequentemente estimuladas por imaginários globais, transformam a economia doméstica e levam à forte extração de ESS. Os padrões de consumo mostram uma forte disparidade de riqueza e dependências diferentes do ESS entre os domicílios. Em Seronga/Botswana o crescente turismo de negócios parece mudar lentamente o caráter do conhecimento ambiental, de um conhecimento “praticado” para “exposto”. Padrões de consumo “tradicionais” estão atualmente sendo substituídos e ampliados. O dinheiro é proveniente principalmente do trabalho formal, serviços (sociais) do governo e receitas do turismo direto e indireto, o que permite que as pessoas adquiram mais bens de consumo “industriais” e transforma hierarquias locais de valores ligados ao meio ambiente. Cooperação Inter e transdisciplinar Em relação à cooperação interdisciplinária, o SP06 está cooperando estreitamente com todas as avaliações feitas pelos SPs. Uma visita de campo conjunta com o SP09.1 foi muito proveitosa em relação às classificações de mapeamento da realidade do solo. Dentro do grupo de ciência social dos SPs 07, 08 e 10, em especial, os parceiros vêm cooperando intensamente em uma série de workshops sobre o desenvolvimento de uma pesquisa conjunta de base socioeconômica. Esta pesquisa está sendo executada em Botswana (SP07) e Namíbia (SP08) e fornecerá uma ampla base de dados para o TFO. Esta ferramenta avaliará dados de base em demografia, economia doméstica, sistema de cultivo e decisões relacionadas aos recursos para cerca de 300 domicílios por local, usando uma ferramenta de avaliação digital por computador e uma versão de software especialmente projetada. O SP06 irá executar a pesquisa em Angola em 2012, com forte apoio do nosso parceiro, o Centro de Estudos Africanos em Lisboa, Portugal (ISCTE/CEA), que é a instituição de construção de capacidade para o estudante angolano da Universidade Agostinho Neto (UAN). A equipe do ISCTE e o estudante da UAN estão atualmente em processo de preparação para esta etapa de trabalho de campo. Devido à nossa abordagem, em longo prazo, do trabalho de campo participativo, o SP06 funciona como um elo entre as comunidades de usuários locais e o TFO, em todos os núcleos, através da adoção de uma forte participação na abordagem do FIRM, estabelecida pelo SP10 em uma série de workshops dos interessados. Autorreflexão crítica, Destaques e dificuldades O SP06 está à frente do cronograma e está progredindo muito bem no que diz respeito à contribuição antropológica para os objetivos – especialmente a contribuição para aprofundar a compreensão das avaliações êmicas do ESS local, como parte das avaliações e cenários do TFO. No entanto, a emissão de vistos de longo prazo para Angola, trouxe problemas que dificultaram o trabalho do SP06. Isto significa que, a princípio, atualmente só é possível contar com um mês de visto, com a possibilidade de extensão para mais dois meses – para cada fase do trabalho de campo. O ISCTE/CEA, que está recebendo o estudante angolano de mestrado, encontra problemas na obtenção do visto, o que alterou o início do curso. No entanto, adaptando‐se às circunstâncias, a equipe reestruturou a pesquisa para ser realizada com sucesso. Temos planejado estender a nossa pesquisa ao longo do curso médio do rio Okavango, dando atenção especial aos lados namibianos e angolanos do rio, já que culturalmente o rio não é uma fronteira, mas um elemento de conexão de residências e famílias. Do ponto de vista antropológico faria muito sentido fazer pesquisas nas duas
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margens do rio e comparar o impacto da legislação nacional, regulamentos e tradições sobre as culturas locais e usos de recursos. Os membros do SP06 começaram a estabelecer contatos com o lado angolano da área de pesquisa, mas até agora as dificuldades de visto têm realmente nos impedido de expandir a nossa pesquisa naquele lado. Em relação à contratação de pessoal, tivemos alguns atrasos devido ao fato de que o nosso parceiro em Botswana mudou. Com o nosso novo parceiro, a KCS, que substituiu o ORI, estamos agora de volta às atividades acima descritas. O caminho adiante De acordo com as condições atuais, não são necessárias alterações no plano de trabalho. Durante os meses que faltam até o prazo final original do relatório, finalizaremos a primeira fase das atividades de trabalho de campo mencionadas acima, prosseguiremos com as análises de dados e prepararemos o segundo período da pesquisa de campo da tarefa 2, na Namíbia e em Angola, que terá inicio em fevereiro de 2012.
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SP07 – Contribuição da regulamentação da multicamada de recursos naturais para a entrega de ESF&S Experiência e Criação de pesquisa O SP07 centra‐se nos efeitos das instituições econômicas, legais e sociais sobre as ações individuais e coletivas no abastecimento dos ESF&S na bacia do Okavango. O impacto destas instituições é estudado em três níveis. Nos domicílios a nível local, são identificadas instituições sociais influenciando a gestão e facilitando a adoção de inovações favoráveis ao ES. Atenção especial, a nível local e nacional, em como as ações coletivas entre usuários de recursos, bem como leis consuetudinárias e estatutárias, influenciam os incentivos para a gestão do solo favorável ao ESF&S. Ao nível transnacional, são examinadas as iniciativas de cooperação entre Angola, Botswana e Namíbia (ex., em conexão com a OKACOM), assim como os regimes e leis internacionais. Finalmente, a economia política global, no sentido de proporcionar sistemas de administração de multicamadas do ES, do nível local para o transfronteiriço, é analisada com base no quadro da IAD. Status quo e conquistas em relação aos marcos/planos de trabalho Marco 1: As entrevistas e modelos de status quo podem ser usados como base para outros subprojetos. A Tarefa 1 do SP07 visa reforçar a análise do status quo a partir de uma perspectiva teórica e empírica. Com base na literatura sobre o processo de decisão nos domicílios de Botswana, foi desenvolvido o primeiro modelo institucional‐econômico sobre as influências das instituições sociais (em especial das atribuições de regras de herança e direitos de propriedade) no comportamento individual. Este modelo teórico enfatiza a gestão dos recursos atuais, como meio de garantir a disponibilidade futura de recursos, e permite avaliar reações individuais às configurações institucionais. No momento, a estrutura do modelo (como uma tese de mestrado) está disponível para os outros subprojetos. Quanto à parte empírica, a tarefa 1 organizou duas reuniões com o SP06 e SP08 em maio e agosto de 2011 a fim de desenvolver o trabalho interdisciplinar e uma pesquisa conjunta de base socioeconômica. O questionário visa avaliar as estruturas demográficas de status quo, bem como estratégias de subsistência e gestão de recursos dos três locais de pesquisa. A pesquisa de base, tornando possível acompanhar domicílios específicos, é uma ferramenta para ligar dados de diferentes subprojetos socioeconômicos e científicos naturais. A Tarefa 1 implantou também a solução técnica para esta pesquisa. As entrevistas supervisionadas pelo SP07 começaram no final de outubro de 2011 em Seronga/Botswana. Os quadros teóricos e as estratégias empíricas para a próxima análise de dados estão sendo revistos, desenvolvidos e testados. Os resultados da pesquisa, assim como os resultados do modelo teórico, estarão disponíveis para os outros subprojetos na primavera de 2012. Além disso, a Tarefa 1 participou dos workshops da comunidade realizados pelo SP10 em Mashare/Namíbia, Seronga/Botswana e Chitembo/Angola, contribuindo com a introdução do projeto TFO em geral e do SP07 em particular. Vínculos pessoais foram estabelecidos entres os interessados e os parceiros do TFO nos países africanos. Com um ligeiro atraso, um doutorando foi contratado para iniciar as atividades da tarefa 2 em novembro de 2011. A tarefa 3 enfatiza as leis hídricas internacionais e nacionais (angolanas, namibianas e botswanas). Um componente da análise é a lei hídrica consuetudinária a nível local (Prof. MO Hinz e CT Mukuve). Há informações substanciais sobre uso consuetudinário de recursos naturais em geral, mas não muito sobre a lei hídrica consuetudinária. Para superar esta lacuna, materiais comparativos estão sendo coletados e um trabalho de campo, sobre as percepções das pessoas em relação ao Rio Okavango, está sendo realizado na Namíbia e em Botswana. O trabalho empírico contribui para a avaliação das leis hídricas consuetudinárias já existentes e será finalizado até o final de 2011. Como resultado, normas para pesquisa empírica sobre a lei hídrica consuetudinária estão sendo desenvolvidas, e uma revisão dos materiais existentes sobre a lei hídrica consuetudinária na Namíbia e Botswana, estará disponível no final de 2012. Marco 2: Elaborada e apresentada a sistemática de gestão de recursos relacionada aos padrões de regulamentação Um segundo componente de trabalho da Tarefa 3 é a pesquisa dos doutorandos Clever Mapaure (supervisionado pelo Prof. MO Hinz, Universidade da Namíbia) e Tiego Mpho (Universidade de Botswana/Instituto de Pesquisa Okavango), que se centra nos padrões relevantes de regulamentação transfronteiriça. O papel e a função da OKACOM será uma parte importante da dissertação de ambos os estudantes. O trabalho do Sr. Mapaure enfatiza a lei de cursos hídricos compartilhados internacionalmente. O estudo concentra‐se no conceito de igualdade hídrica transfronteiriça na bacia do rio Okavango e analisa criticamente as dinâmicas de conflito e cooperação entre os três países ribeirinhos. A elaboração da tese atingiu um estágio avançado, e será concluída no primeiro semestre de 2012. Uma análise abrangente do
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regime hídrico legal, nacional e internacional da bacia do Okavango será fornecida ao TFO. Atualmente, um projeto de pesquisa está sendo desenvolvido pelo Sr. Mpho. O seu trabalho enfatiza a contribuição do quadro transfronteiriço institucional e de regulamentação (em especial do papel da OKACOM) para a distribuição sustentável de ESF&S e redução da pobreza na bacia do rio Okavango.
Marco 3: Preparação do primeiro desenvolvimento de cenários para a bacia do Okavango em cooperação com todos os outros SPs
Na Tarefa 4, continuamos a contribuir para o desenvolvimento do IAD e quadros do SES e participamos de dois workshops internacionais relacionados a estas questões em Bloomington/EUA e Bodo/Noruega, em novembro de 2010 e junho de 2011. Além disso, uma ampla revisão da literatura científica e cinzenta sobre as opções de desenvolvimento na bacia do Okavango foi realizada, a qual é permanentemente atualizada. Esta revisão formará a base para o desenvolvimento de um projeto de pesquisa para analisar as preferências pelas opções e desenvolvimento, com uso de abordagens conjuntas de medição. Além disso, esta tarefa contribui para o desenvolvimento e a realização da pesquisa de base socioeconômica.
Resultados científicos intermediários A nível doméstico (Tarefa 1), foram adquiridas as primeiras percepções sobre reações individuais em relação às instituições sociais existentes que regulam a disponibilidade dos recursos atuais e futuros. A provisão de recursos externos em particular (ex., Certificado do Comitê de Terras/Contrato de concessão) e regras de herança existentes (sociedades matriarcais ou patriarcais) determinam os incentivos individuais de trabalho no domicílio, e assim o bem estar individual. Os resultados deste trabalho serão sintetizados na primeira publicação sobre “regras de herança e processos de decisão interfamiliar” (esperado para o início de 2012). Para a tarefa 4, duas publicações sobre a estrutura da IAD e do SES encontram‐se em preparação. Um documento foi submetido ao “International Journal of the Commons” e está convidado para reapresentação. Além disso, os resultados das opções de desenvolvimento para a bacia do rio Okavango, sustentam o desenvolvimento de cenários multi‐escala realizado pela força tarefa interdisciplinar de cenário do TFO. Há uma coordenação permanente pelo SP08, das futuras avaliações das preferências de diferentes grupos de interesse em cenários de desenvolvimento e da análise de vários critérios (MCA). Cooperação Inter e transdiciplinária O SP07 está empenhado em contribuir para o trabalho Inter e transdiciplinário do TFO. A interação formal e informal contínua e a exploração de oportunidades de pesquisa conjunta estão sendo adotadas. Pode ser apontada, por exemplo, a cooperação entre o SP07 e SP08 em relação ao desenvolvimento de pesquisa de base socioeconômica e da força tarefa do cenário. Além disso, a tarefa 1 exige opinião de especialistas etnológicos do SP06, a fim de modelar as normas informais existentes dentro de diferentes grupos étnicos na área da pesquisa. Neste aspecto, o workshop do TFO em Maun foi usado para estabelecer os vínculos necessários com outros subprojetos e tarefas, interessados e parceiros africanos (ORI, OKACOM, etc.). Por natureza, a pesquisa do SP07 faz das interações permanentes com um grande número de interessados, uma necessidade. O comitê gestor da bacia do Okavango solicitou o apoio do SP07 no quadro da sua força tarefa institucional. Este apoio será dado assim que o TFO for oficialmente endossado pela OKACOM. Autorreflexão crítica: Destaques e dificuldades Uma experiência valiosa referente ao primeiro ano foi, por um lado, a cooperação construtiva entre os subprojetos de ciência social e, por outro, entre cientistas sociais e naturais. Em especial, no workshop em Braunschweig em março de 2011, as ciências sociais tomaram mais conhecimento das necessidades de informação dos cientistas naturais, ao mesmo tempo em que as ciências naturais tomaram conhecimento das questões de avaliação. Estes novos conhecimentos foram traduzidos na abordagem conjunta dos subprojetos socioeconômicos alemães 6, 7 e 8, na concepção e condução de entrevistas de pesquisa de base. Reuniões regulares de pessoal (uma vez a cada 2 meses) foram estabelecidas e tornaram‐se um investimento valioso nas fases posteriores do projeto. A união de forças melhorou a qualidade do questionário de forma considerável, no entanto, este ganho em qualidade teve um preço. No final do ano 1, as entrevistas de status quo ainda não foram concluídas em função do custo de coordenação entre os projetos de ciência social. Adversidades adicionais também contribuíram para o atraso: o anúncio tardio do início do projeto atrasou a contratação de pessoal e, consequentemente o planejamento da pesquisa. O processo de pedidos de visto e acordos de contrato na Namíbia e Botswana demoraram mais do que o previsto, mas já está resolvido. Além do mais, a pesquisa empírica em Angola teve que ser adiada por causa do banco de dados secundário deficiente, desafios de segurança, infraestrutura ruim
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e objeções administrativas. Para superar estas dificuldades, atividades foram coordenadas com o projeto SAREP e a local NGO ACADIR. Além disso, a Universidade de Marburg comprou para o projeto um veículo adequado para viagens a Angola. O caminho adiante Após analisar novamente a situação atual do trabalho e dos problemas enfrentados, o SP07 terá que adaptar as metas para o final do ano 2. Marco 2: Workshops de cenário e análise conjunta com atuantes em diferentes níveis através da bacia, foram realizados – A fim de coordenar melhor o projeto de pesquisa com a Força Tarefa de Cenário (marco 6 e 8 dos marcos gerais do projeto) foi sugerida a transferência deste marco/meta para o ano 3. Marco 3: Modelos de processos de decisão local foram desenvolvidos; montagem para testes empíricos e experimentos a nível doméstico foram realizados – Por causa das dificuldades em Angola, este marco deve ser adiado para o terceiro ano.
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SP08 – Avaliação ecológica e econômica do ESS Experiência Este subprojeto investiga valores de uso direto (avaliação privada e monetária) e indireto (preferências sociais e classificação ecológica) associados à prestação de ESS no âmbito da ORB. Portanto, diferentes métodos de pesquisa de avaliação monetária e não‐monetária são usados, indo desde a disposição para pagar análise através de questionário, até a modelagem bioeconômica com a utilização dos modelos de computador. Status quo e conquistas em relação aos marcos/plano de trabalho No período coberto pelo relatório, nossa equipe dedicou‐se a quatro tarefas principais, para as quais recebemos os primeiros resultados: (1) Construção de capacidade disciplinar que incluiu atividades de adquirir habilidades (ex., modelagem bioeconômica, programação de GAMS, análise de fluxo), de definir o ESS (ver resultados de workshops) e de gerir interações entre os interessados e a ciência; (2) Integração interdisciplinar e cooperação, assim como esclarecer o conceito do ESS na equipe do TFO (co‐organização de workshops em Braunschweig e Maun em 2011; (3) Contribuição para desenvolvimento de uma pesquisa de base socioeconômica e cultural e sua implantação na Namíbia; (4) Constituição da equipe internacional do SP08 e atribuição de tarefas na análise de sistemas de cultivo e avaliação monetária e não‐monetária. Nossas metas e respectivas conquistas são apresentadas no quadro a seguir.
Quadro 4: Visão geral referentes às conquistas, destaques, problemas e adaptações do plano de trabalho
Metas Conquistas Destaques Problemas, Adaptação do plano de trabalho
Tarefa 1: Traduzindo o ESF e as abordagens disciplinarias em ESS para avaliação econômica
Workshop com outras disciplinas para desenvolver uma compreensão comum em relação aos ESF e ESS
1) Organização do workshop de Braunschweig (março de 2011) sobre os conceitos dos ESF, ESS e a integração de resultados em torno deles; 2) Organização da sessão “A ESF para o ESS” no workshop de Maun (Outubro de 2011)
A compreensão comum em relação às funções e aos serviços do ES foi obtida durante os workshops do TFO. Impulsos importantes para a identificação dos tipos‐chave de ESS foram criados: relacionados ao solo e à água, dependentes da agricultura e relacionados à cultura
Inclusão de reuniões bilaterais para a definição do ESS
Pequenos workshops no local com cada SP para identificar os indicadores de ESF e ESS
Visita à pesquisa do SP05 em Angola; Visita às pesquisas do SP03 e SP04 na Namíbia
Indicadores de ESS são parcialmente identificados em workshops
Tarefa 2: Análise do sistema de cultivo e pesquisa de campo
Pesquisa de campo Estabelecida a cooperação interdisciplinária com o SP06, SP07 e SP08, para a criação de uma pesquisa de base cultural e socioeconômica para ser aplicada em cada local central
1)Pesquisa iniciada em novembro de 2011 em Mashare, Namíbia. 2) Trabalho de campo para a análise de material e fluxo de energia iniciado em Seronga (BO) em out. e Mashare em nov. de 2011
Pesquisa sendo integrada na cooperação
Conceito de sistema de cultivo ampliado para técnicas melhoradas
Revisão de literatura e exploração de adoções sobre os sistemas de cultivo do Kavango (NA) e Seronga (BO)
Entrevistas com especialistas em nov. de 2011 em Mashare (NA) e em dez. em Seronga (BO)
Atraso na nomeação de pessoal na Politécnica da Namíbia
Tarefa 3: Análise de propensão a pagar pelo ESS
Questionário elaborado O estudante MPhil (BO) está frequentando o curso de metodologia de pesquisa. Preparada a proposta de pesquisa
Consulta intensiva melhorou a compreensão. Visita ao local central de Seronga (BO) com a equipe do SP08
Relatório sobre a propensão a pagar
Elaborado esquema conceitual de disposição a pagar com base em experimentos com turistas
Atrasos esperados.
Entrevistas em fazendas sobre valores de nutrientes
Com parceiros no ORI, acordou em focar em serviços recreativos ligados à biodiversidade
Tarefa 4: Modelagem bioeconômica e programação para detecção de“shadow price”
Modelo de agricultura familiar programado
Revisão de literatura sobre família e modelagem socioeconômica
Habilidades de programação de GAMS adquiridas, e primeiro trabalho com modelo existente de
Conclusão da programação adiada para após a primeira viagem de campo
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M46
Primeiro funcionamento do modelo
Adiado para 2012
Modelo de operação adaptado para entrada de dados a partir de outro SP
Interface para troca de dados do TFO é criado Entrada de índice de qualidade do
solo para diferentes unidades de paisagem do SP03 e SP04
Concentração em ESS‐chaves
Modelo de agricultura familiar estendido para madeira, biocombustível e ESS das florestas
Decisão sobre a extensão do modelo em 2012
Aspectos hidrológicos Adiado para o início de 2012
Tarefa 5: Simulações de divisão de benefícios de serviços para comunidades a montante
O ESS e a água Questões institucionais transfronteiriças complexas são estudadas, incluindo revisão de literatura
Ênfase em REDD+ para 2011; conceito em revisão
Resultados dos custos de viagem
Conceito em revisão
Adição: Pagamento por sequestro de carbono REDD+
Estudo MSc sobre a aplicação de REDD+ a nível de florestas comunitárias no Okavango
Trabalho de campo de out 2011 até o final de nov. de 2011
Adicionado ao plano de trabalho
Tarefa 6: Avaliação das opções de uso do solo pela sintetização de abordagens de avaliação não‐monetária e monetária (meta‐análise)
Workshop com os interessados e o SP10
1)Co‐organizacão do workshop de Maun 2) Reunião de vários interessados durante o primeiro trabalho de campo em Mashare 3) Workshop em Angola
Coordenação de uma força de tarefa recém‐criada para o desenho participativo dos cenários de uso do solo
Adiado até o início de 2012
Estabelecemos com sucesso, para todas as tarefas (1 a 6), a colaboração com os parceiros de Angola, Botswana e Namíbia. Durante o período relatado, a maioria das metas foi alcançada e, após melhoramentos do plano de trabalho, criamos uma plataforma viável para a continuação das tarefas. Cooperação Inter e transdisciplinar A cooperação interdisciplinar é essencial para todas as abordagens de avaliação usadas pelo SP08. No contexto da modelagem econômica (tarefa 4) e divisão de benefícios (tarefa 5) isto será adotado em reuniões bilaterais com parceiros relevantes (SP02, 03, 04, 05, 06 e 07). Mais trabalhos de cooperação Inter e transdisciplinar assumirão a forma de reuniões virtuais e pessoais, com os membros de todos os SPs e os interessados que participam do processo de construção de cenário e da valorização deliberativa no projeto. Atualmente, por exemplo, buscamos isso com o PES. Autorreflexão crítica: Destaques e dificuldades Um grande resultado e destaque é que um entendimento comum sobre o ESS e a priorização foi alcançado. No entanto, uma vez que para muitos ESS relevantes, a avaliação não segue uma fórmula padrão, o desafio é encontrar definições apropriadas dentro dos métodos de avaliação fornecidos e aprova‐las com todos os interessados envolvidos. O caminho adiante Atribuiremos atenção especial às atividades que estão sendo as mais importantes para o projeto. Assim, na tarefa 6, todas as atividades visando a síntese dos resultados do projeto, como a Análise de Multicritério (MCA, serão priorizadas em cima da avaliação monetária do ESS individual ou uma análise de acesso aos recursos do ponto de vista da ecologia política. Os ESS priorizados estão de acordo e em prefeita adição à Avaliação Econômica Total do Ess no Delta Okavango, que será preparada em um projeto da RAMSAR em 2012 e 2013 (Comentário Pessoal ‐ Barnes 2011). Na tarefa 5, em vez de considerar a água e serviços relacionados ao carbono, focaremos no ESS oferecendo o maior potencial. Esta escolha será feita através dos resultados de uma tese de mestrado realizada sobre a REDD+. Em relação ao modelo bioeconômico (na tarefa 4), existe um alcance e uma necessidade de reduzi‐lo à fertilidade do solo e da água que é chave para o ESS. A modelagem (tarefa 4) continuará a ser realizada em cada núcleo, para os principais tipos de uso do solo, e irá incorporar opções de uso alternativo do solo. O PES (tarefa 5) continua em revisão.
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SP09.1 – Recursos e dinâmicas do ecossistema: Multiescala de produtos de sensoriamento remoto
Experiência Na estrutura do SP09.1, um grande número de produtos de informação explícita espacial será obtido como, por exemplo, mapas da cobertura do solo e mudanças do uso do solo, tipos de vegetação funcional, tipos de cobertura florestal, estimativas de biomassa florestal e produtividade da pastagem. Estes produtos servirão de informação de base para o planejamento de gestão do solo em diferentes níveis e escalas. Até agora o trabalho do SP09.1 está de acordo com o programa de trabalho e metas previstos para primeira fase do projeto. Durante a primeira fase do TFO, grande ênfase foi dada em avaliar fontes de dados disponíveis, iniciar o pré‐processamento técnico destes dados (filtragem de séries temporais, correção radiométrica e topográfica) e criar interfaces dentro e através dos SPs, para facilitar a cooperação eficiente e a troca de conhecimento. Os principais resultados alcançados até agora estão detalhados abaixo de acordo com tarefas individuais. Status quo e conquistas em relação aos marcos/plano de trabalho As conquistas do SP09.1 estão, na sua maioria, de acordo com, e parcialmente até mesmo superando, a programação de metas planejada: arquivos de dados de longo prazo via satélite em escala local e regional foram baixados e o pré‐processamento foi concluído. O processamento de dados em ambas as escalas já começou. Além disso, as campanhas de solo têm sido realizadas para reunir dados de referência e validação. Resultados científicos intermediários Tarefa1: Mapeamento de sistemas de uso do solo e tipos de vegetação funcional a nível da captação, em uma grade especial de 0.5 a 1.0 km A aquisição de imagem de observação da terra do MODIS para a captação do Okavango foi concluída. Uma série de dados temporais foi gerada, cobrindo o período de julho de 2000 a julho de 2011 ao compor os quadrantes importantes, o estabelecimento do local central e filtragem do arquivo usando um filtro Savitzky‐Golay. Com base nestes arquivos de observação da terra, uma análise de séries temporais foi iniciada com a utilização dos dados MODIS para caracterizar o estado e desenvolvimento da vegetação na escala da bacia, com base em descritores de fenologia. Mapas preliminares de distribuição dos principais tipos de vegetação funcional foram liberados para o SP06, para comentários e para refinar a metodologia aplicada. Tarefa 2: Análise da dinâmica local/regional de uso do solo dentro dos três locais centrais representativos da Bacia do Okavango (Cubango superior, Angola / Kavango, Namíbia / Okavango, Botswana) Os dados apropriados Landsat TM/ETM+ foram identificados para as áreas de teste do projeto em Angola, Botswana e Namíbia. Mais de 100 conjuntos de dados de livre acesso, fornecidos pela Pesquisa Geológica americana, foram baixados e estão sendo processados. As classificações de uso do solo foram iniciadas para serem geradas para a área teste de Mashare e Botswana. Uma viagem de campo para o local central Mashare foi realizada em estreita cooperação com o SP06. Como parte deste esforço, foram medidas características relevantes da superfície e materiais, usando‐se um espectroradiômetro, que formarão o banco de dados de referência para a interpretação espectral adicional das imagens, com o uso das abordagens de análise de classificação ou de mistura espectral.
Tarefa 3: Criação e validação de inventário regional aprimorado, auxiliado por satélite, dos recursos florestais nas florestas Kavango (apoio à REDD) O SP05 realizou um inventário florestal perto de Mashare, Namíbia em estreita cooperação com o SP09.1. O trabalho de campo centrou‐se principalmente em fazer inventário das áreas com diferentes graus de interação humana e área em diferentes estágios de desenvolvimento florestal. 23 parcelas de amostragem foram inventariadas para caracterizar a composição das espécies arbóreas e a condição de suporte. Além disso, foram tiradas fotos hemisféricas para caracterizar a estrutura de suporte e derivar a fração de cobertura da coroa. Adicionalmente, dados disponíveis do inventário florestal nacional, de florestas comunitárias na região do Kavango, foram obtidos de diferentes arquivos e estão sendo homogeneizados para permitir mais integração com informações multiespectrais derivadas de conjuntos de dados de satélite. Testes iniciais foram realizados através de uma abordagem simples de classificação, com um pequeno conjunto de referências já processadas e dados de satélite. Os resultados representaram bem os gradientes espaciais encontrados na área, sugerindo que a aproximação é consistente e pode ser aperfeiçoada para melhor atender dinâmicas florestais específicas na região teste.
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Tarefa 4: Criação de conceitos de gestão adaptativa de pastoreio na área de transição entre o Delta Okavango e as savanas ao redor O objetivo da tarefa 4 na primeira fase do projeto era coletar dados da realidade do solo, servindo de base para o projeto em questão, e a avaliação de conceitos de gestão adaptativos de pastagem. Em agosto de 2011, uma viagem de campo em comum do ORI e da Universidade de Trier foi realizada. Assim, as medições de refletância e outras medidas da realidade do solo foram coletadas em algumas das 80 parcelas na área de Botswana. Este trabalho de conjunto de campo também ajudou a facilitar a compreensão interdisciplinar entre o sensoriamento remoto e a ecologia da vida selvagem, assim, aprofundando e avançando a interação dentro do SP09.1. Os resultados mostraram que a espectroscopia de campo é muito capaz de rastrear gradientes de espécies de gramíneas altamente, ou menos, palatáveis e discriminar diferentes tipos de material de fundo. Estas investigações preliminares servem como uma referência para comparar com imagens de satélite. O processo de compra dos colares de GPS para rastrear as várias espécies de vida selvagem foi iniciado pelo ORI. Os colares para zebra, búfalo e para o gado foram encomendados e serão colocados nos animais em meados de novembro de 2011. Adicionalmente, um censo aéreo de animais foi realizado pelo ORI. Além disso, permissões de pesquisa foram obtidas das administrações relevantes. Cooperação Inter e transdisciplinar Durante o primeiro período do relatório, foram feitas duas viagens de campo para os locais centrais da Namíbia e Botswana. Assim, trabalhamos intensivamente com os parceiros dos projetos do SP05, SP06 e SP09.1. Por exemplo, em Mashare, a ligação temática possível do SP06 e SP09 foi iniciada com foco em conectar técnicas de sensoriamento remoto para detectar mudanças de uso do solo e os resultados de pesquisas domiciliares para avaliar os serviços ecossistêmicos na área teste de Mashare. Além de coletar dados da realidade do solo em Botswana e na Namíbia, as viagens de campo serviram de oportunidade para organizar várias reuniões com os parceiros de projeto de diferentes SPs. Assim, ocorreram reuniões no ORI em Maun e na Politécnica da Namíbia em Windhoek, entre os parceiros do projeto dos SPs SP02, SP05 e SP09.1, para discutir mais cooperação científica, bem como o intercâmbio técnico de dados e produtos. Da mesma forma, uma reunião foi realizada em Trier com os parceiros do projeto da Universidade de Hamburgo (SP05) para discutir diferentes produtos do SP05 e SP09.1 e as possibilidades de unificar o trabalho nos núcleos do projeto TFO.
Autorreflexão crítica: Destaques e dificuldades Além da conclusão das tarefas previstas no plano de trabalho do SP, foram desenvolvidas mais técnicas e métodos durante a primeira fase do projeto. Por exemplo, um método semiautomático foi desenvolvido e implantado para extrair frações de cobertura arbórea de imagens de alta resolução do Google Earth© e parametrizar modelos de interpretação baseados na fenologia, para dados de escala irregular. Além disso, com base em fotos hemisféricas, um método está sendo desenvolvido para extrair um índice de abertura para caracterizar a estrutura e densidade de diferentes parcelas do campo. Os primeiros resultados são bastante promissores e o método deve ser uma técnica adequada para ser aplicada em inventários florestais e de campo. Embora um grande número de imagens Lansat pudesse ser obtido para os locais centrais e já está sendo pré‐processado, são necessários mais dados para completar os objetivos da tarefa 2 do SP09.1. Os dados necessários serão adquiridos através do CSIR. A compra dos colares demorou mais do que o esperado devido a atrasos do departamento financeiro do campus principal do ORI, em liberar os recursos para o fornecedor. Esperava‐se a finalização da colocação de colares nos animais para o início de outubro. O caminho adiante Apesar de mais dados Landsat terem que ser comprados, não se espera atraso e, assim, não é necessária nenhuma adaptação do plano de trabalho. Por causa do atraso na colocação dos colares, a aquisição de dados referentes aos movimentos dos animais começará algumas semanas após o planejado inicialmente. Como o atraso é pequeno, não causará grande impacto no trabalho do SP09.1 em relação à gestão de pastoreio em Botswana.
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SP09.2 – Análise da paisagem baseada em GIS, modelagem de cenário ambiental e apoio à decisão Experiência: Tarefas Em geral, o tema do SP09.2 é o desenvolvimento e implantação de uma análise integrada de dados geoespaciais e um sistema de apoio à decisão com um ambiente GIS, a análise das características da paisagem, aplicações de modelagem e de uma avaliação integrada e otimização da paisagem e a estratégias de gestão de recursos para cenários climáticos alternativos e de uso do solo. As tarefas a serem cumpridas dentro do primeiro ano são: Tarefa 1: Coleção e suplementação de geodados, ou seja, triagem de dados e identificação de lacunas, identificação de locais centrais e planos de amostragem Tarefa 2: Análise da paisagem, isto é, regionalização de observações de ponto de origem e análise da estrutura da paisagem Tarefa 3: Modelagem ambiental, ou seja, downscaling estatístico e modelagem topoclimática Status quo e conquistas em relação aos marcos/plano de trabalho Para o final do ano 1 dentro da Tarefa 1, estava planejada a avaliação de fontes de geodados disponíveis e a identificação de lacunas importantes. Além disso, estava programada a determinação de locais representativos de teste e a definição de esquemas adequados de amostragem. Várias fontes foram verificadas a fim de atingir esta meta. Os dados meteorológicos da WMO e da FAO são de interesse geral, pois podem ser integrados nos modelos climáticos e cenários futuros. Devido à pequena presença de estações na bacia do Okavango, será útil encontrar registros de instituições locais ou interessados e esta tarefa ainda está em andamento. Alguns dados da parte angolana da bacia podem estar disponíveis na Universidade de Lisboa. O SP está em estreito acordo com pessoas e instituições em Angola, Namíbia e Botswana para completar o banco de dados. A triagem de dados e a complementação serão muito mais eficazes, uma vez que o banco de dados do OBIS funcione totalmente. Outros dados selecionados incluem imagens de satélite, fotografias aéreas, modelos digitais de elevação (DEM), mapas topográficos (digital ou papel), unidades geológicas e de solo, tráfego de rede e unidades administrativas. Além de imagens de satélite gratuitas disponíveis, tais como cenas Landsat, o SP comprou um SpotMap de alta resolução para a pesquisa do sítio Seronga. O SpotMap mostra ser uma base comparativamente barata e útil para uma derivação automática de topografia detalhada. Infelizmente os locais em Angola não são cobertos pelo SpotMap. O SP reuniu uma grande coleção de mapas topográficos, fotografias aéreas e outros materiais de várias fontes, incluindo parceiros do projeto. A criação de mapas topográficos e temáticos detalhados, como base para o trabalho de campo, está em processo constante. Embora a identificação de locais centrais seja feita principalmente pelos parceiros do projeto TFO que trabalham no campo, o SP09.2 contribuiu para a preparação de informação digital e mapas impressos para os outros membros do TFO, bem como para o portal de geodados da GLUES. Para o downscaling estatístico (downscaling = previsões de modelos climáticos regionais) que irá gerar a base para os modelos e cenários (conforme tarefa 3), a base de dados deverá ser de dados do RMO fornecidos pelo SP01 e que serão entregues em breve. Até agora as capacidades de computação do CSC estavam ocupadas com o quinto relatório de avaliação do IPCC. A tarefa 2 compreende a regionalização de observações de ponto da fonte e a análise da estrutura da paisagem. Esta análise está sendo executada em estágio inicial. Como mostrado no workshop de Maun, a primeira análise de paisagem de relevo essencialmente orientada foi realizada com base no SRTM DEM (o semelhante ASTER DEM mostrou uma qualidade relativamente ruim, de modo que o SP09.2 sugere não usá‐lo para investigações sucessivas). Temos atingido resultados preliminares sobre vários parâmetros de terreno, por exemplo, medidas de altitude relativa, índice de umidade topográfica, isolação potencial, divisão e classificação da paisagem e a importante delineação da bacia de captação (apresentação e pôster no workshop de Maun). Nesta fase é necessário um entendimento comum sobre a classificação do tipo do solo com outros parceiros do projeto. Todas as análises de geodados foram feitas com o software gratuito e de fonte aberta SAGA. Dentro da Tarefa 3, para a satisfação dos membros do SP, a downscaling estatístico e a modelagem ambiental estão até agora em andamento. O SP09 criará um modelo baseado em rede com uma resolução espacial de um quilometro quadrado e uma resolução temporal de um mês. Este objetivo tem que ser atingido até o primeiro semestre do terceiro ano do projeto. Como primeiro passo para atingir este objetivo, ocorreram conversas de expediente com outros parceiros do TFO da CSC do SP01. No futuro próximo, receberemos dados REMO para executar a tarefa (ver também tarefa 1). Um princípio de cadeia de modelagem e processamento já pôde ser estabelecido e está atualmente em fase de teste. No workshop de Maun em outubro, apresentamos os
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resultados preliminares de uma modelagem ambiental, ou seja, demos os primeiros passos para a modelagem de temperaturas, regime de vento e precipitação. Já que a subtarefa da tarefa 3, a avaliação do risco de degradação e a modelagem dos ESF&S, assim como a Tarefa 4, apoio à decisão para gestão integrada da paisagem e recursos, serão finalizadas numa fase posterior do projeto, pode‐se dizer que o SP09 está dentro do programado. O SP09.2 tem perspectivas de alcançar os marcos do projeto dentro do período de custo indicado e não são necessárias alterações nos marcos. Resultados científicos intermediários O SP09.2 estabeleceu um fluxo de trabalho para a regionalização de dados climáticos combinando derivados da análise de terreno, tal como entrada de radiação solar, efeitos do vento com observações meteorológicas e dados de reanálise (NOAA/NCAR) baseados em GCM. Os resultados compreendem apresentar mensalmente taxas de temperatura e precipitação em uma resolução de 1000m. A análise do terreno, assim como imagens de satélite baseadas na classificação da cobertura do solo, tem sido usada para definir unidades de paisagem ao nível da captação e em uma escala maior para os locais de pesquisa selecionados do TFO. Cooperação Inter e transdiciplinária Os dados coletados e criados pelo SP09.2 tem um papel importante, não apenas no âmbito deste subprojeto, mas também para a maioria dos outros subprojetos. Portanto, há um contato estreito com a equipe da SPC/OBIS para ocupar o banco de dados OBIS. Outras conquistas O SP09.2 realizou uma excursão estudantil aos locais de Mashare, Namíbia e Seronga, Botswana, para entrar em contato com a situação local e introduzir o projeto aos estudantes, como possíveis contribuintes para a produção cientifica através de graduação ou tese de mestrado. Até agora, dois trabalhos complementares estão em andamento (“Das Okavango Delta: Konsequenzen von Klima‐ und Nutzungswandel für die rezente und potentielle zukünftige Wasserverfügbarkeit.“ e "Integrated Water Resource Management in the Okavango Catchment") e uma tese de PhD está prevista (“Das Okavango Delta: Agenten basierte Modellierung der Defragmentierung naturnaher Ökosysteme und Okösystemfunktionen für die zukünftige Landnutzung.“). Além disso, parece ter sido encontrado um candidato para a vaga de PhD (tarefa 3 e 4). Reuniões: O SP09.2 participou da reunião do TFO em Braunschweig em março de 2011. Além disso, participamos no workshop “Avaliando a Avaliação Econômica da Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos“ na “Biodiversität und Klima Forschungszentrum” em Frankfurt em fevereiro de 2011. Finalmente o SP09.2 participou da reunião do “Afrikagruppe deutscher Geowissenschaftler” em Würzburg em junho de 2011. Para fortalecer a posição cientifica do Instituto de Geografia, e assim do SP09.2, a próxima reunião será realizada em Hamburgo em junho de 2012. O instituto de Ciência do Solo (SP03) também será o organizador deste evento. Uma reunião com os membros do TFO na Uniffersidade de Jena foi realizada em agosto de 2011 para coordenar a contribuição ao OBIS. O caminho adiante Após ter estabelecido um procedimento consistente de regionalização climática, um dos próximos passos é substituir o GCM global por dados REMO, primeiro para melhorar e validar os resultados para o clima atual e segundo para adaptar o procedimento para futuros cenários climáticos. Outro aspecto é integrar mais os dados do trabalho de campo executado para modelar e regionalizar as observações de fonte pontual, como as propriedades do solo.
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SP10 – Reger trans‐disciplinaridade e desenvolvimento de capacidade para inovações de gestão Experiência Este subprojeto visa à integração contínua dos interessados no projeto TFO, como já descrito no Capítulo 2. Aqui sumarizamos as conquistas referentes às metas e plano de trabalho propostos. Os esforços e compromisso da equipe do SP10 levaram aos resultados apresentados. O SP10 estabeleceu para si mesmo metas bastante ambiciosas que foram amplamente alcançadas durante o primeiro ano da implantação do projeto. Status quo e conquistas em relação aos marcos/plano de trabalho Tarefa 1 O SP10 organizou workshops para os interessados em todos os três locais centrais do TFO. O projeto foi introduzido para interessados‐chave regionais e locais que apoiaram o TFO na realização de pesquisas nas áreas respectivas e expressaram seu apreço à abordagem do TFO de entrar em discussões sobre como a pesquisa pode beneficiar as comunidades locais e como as comunidades podem contribuir para a implementação do projeto. O projeto TFO, e em particular o SP10, esteve, desde o estágio inicial de planejamento do projeto, em contato contínuo com o secretariado da OKACOM. O TFO foi apresentado ao Comitê de Diretoria da Bacia do Okavango (OBSC), em Johanesburgo na África do Sul, em 14 de abril de 2011 e para a OKACOM em Swakopmund na Namíbia em 27 de maio de 2011. Por solicitação da comissão, foi preparado um documento pelo projeto TFO, descrevendo as contribuições potenciais do TFO para a implantação do Plano de Ação Estratégica da Bacia Okavango. O endosso do TFO está marcado para o dia 24 de novembro de 2011 na próxima reunião da OKACOM em Windhoek, Namíbia, onde esperamos que as decisões sobre as modalidades de cooperação sejam finalizadas. O próximo passo será assinar um MoU com a OKACOM, algo que o SP10 está confiante em realizar em 2012. Os parceiros africanos (DRFN, KCS, NNF e ACADIR) têm uma experiência longa e duradoura de trabalho comunitário na região do projeto. Em um local (Mashare, Namíbia) os Comitês de Desenvolvimento da Aldeia foram recomendados pela comunidade local para ser a plataforma ideal para adotar a abordagem do Fórum para a Gestão Integrada de Recursos (FIRM). O FIRM foi introduzido como uma plataforma participativa, criada para permitir o planejamento conjunto entre representantes da comunidade local e os pesquisadores do projeto, facilitando o envolvimento da comunidade local nas atividades de pesquisa e na aplicação das descobertas, visando fortalecer os meios de subsistência da comunidade local nas aldeias do projeto. O processo de desenvolver uma visão, foi iniciado, sendo o primeiro passo para que os representantes da comunidade estabeleçam planos de desenvolvimento para suas aldeias, em estreita cooperação com os fornecedores de serviço locais, incluindo o projeto TFO, e para identificar como o projeto TFO e a comunidade podem otimizar a cooperação. Seronga (Botswana) já tem uma organização baseada na comunidade (CBO), conhecida como o Fundo da Comunidade do Okavango. A CBO não tem capacidade de gestão e desenvolvimento e o TFO identificará oportunidades para o desenvolvimento apropriado de capacidade. O importante neste contexto é que o para‐ecologista do TFO é um membro do conselho do fundo. O KFS está em processo de revigorar o Fórum de toda a bacia como um FIRM regional, cujo processo inicial será apoiado pelo TFO juntamente com o SAREP. O SP10 desenvolveu um esboço da estratégia de integração dos interessados do TFO, incluindo uma análise dos interessados (ver também Capítulo 2), que foi apresentado à equipe do projeto durante o workshop de Maun, Botswana de 11 a 13 de outubro de 2011. Com base nesta análise, percebeu‐se que haveria diferentes interessados para diferentes componentes de pesquisa, e a realização de um workshop, com pesquisadores individuais do TFO, está planejado para 13 de dezembro de 2011, com o Prof. Dr. Andreas Neef. Ele tem o objetivo de otimizar o perfil de participação de grupos de trabalho específicos. Os resultados deste workshop serão utilizados na estratégia de integração dos interessados do TFO. Tarefa 2 Um filme participativo foi produzido em colaboração com os interessados na área de Mashare, Namíbia, entre março e junho de 2011. O filme foi criado e filmado inteiramente por representantes da comunidade Mashare. Ele retrata diferentes formas em que os recursos naturais contribuem para a subsistência de fazendeiros e destaca as mudanças na gestão de recursos naturais. O filme foi exibido e discutido com os representantes comunitários e os decisores das três aldeias. Está disponível no site do TFO e tem sido amplamente distribuído para interessados‐chave.
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Tarefa 3 Os para‐ecologistas na Namíbia e Botswana foram contratados e seus contratos foram assinados entre as NGOs anfitriãs (NNF na Namíbia e KSC em Botswana) e a Universidade de Hamburgo. Os primeiros passos foram dados para desenvolver uma estrutura para a contratação do para‐ecologista em Chitembo/Angola e um possível candidato está reservado. Os para‐ecologistas contratados participaram do workshop do TFO em Maun, se apresentaram para a comunidade de pesquisa e de interessados e foram introduzidos às suas obrigações e tarefas. Robert Mukuya participou do workshop do SAREP em gestão integrada dos recursos naturais em Rundu/Namíbia de 19 a 21 de outubro de 2011 e de dois workshops sobre a abordagem da FIRM em Mashare. O primeiro curso completo para para‐ecologista para os três para‐ecologistas do TFO, está agendado para março de 2012, quando o terceiro para‐ecologista em Angola será contratado. Em junho de 2011 o Dr. Schmiedel organizou um workshop internacional sobre experiências com programas para para‐ecologistas. O workshop, que foi patrocinado pela Fundação Volkswagen, forneceu uma plataforma para trocas e reflexões sobre os benefícios e desafios de programas para para‐ecologistas em pesquisa e implementação de projetos. O programa do TFO para para‐ecologistas se beneficiará das lições aprendidas na troca de experiências com outras iniciativas neste campo. Cooperação Inter e transdisciplinar O SP10 é um prestador de serviços para a equipe do TFO. Em primeiro lugar, reduz os custos de transação da transdisciplinaridade em termos de conhecer as prioridades dos interessados, envolvendo‐os no processo de pesquisa, divulgando resultados de maneira adaptada, e preparando o trabalho de base para a implantação de inovações potenciais técnicas e institucionais. É tarefa principal dos para‐ecologistas, facilitar a comunicação entre cientistas de todos os subprojetos e vários interessados. Desde março de 2011, o para‐ecologista namibiano apoiou a organização de workshops para os interessados, trabalho de campo do SP03, SP04, SP05 e SP06, assim como a produção do filme participativo. Desde outubro de 2011, o para‐ecologista de Botswana apoia as atividades de pesquisa do SP03, SP06, SP07 e SP08 em Seronga. O SP10 depende do compromisso contínuo de cada membro do TFO para a trans‐disciplinaridadede. Autorreflexão crítica ‐ O aviso tardio do início do projeto atrasou os processos de finalizar contratos com os parceiros e,
consequentemente, suas atividades; ‐ O trabalho dos interessados em Angola começou lentamente pelas seguintes razões:
• Desafio de segurança (ex. minas terrestres); • Infraestrutura ruim (ex. comunicação, acomodação e transporte); • Locadoras de veículos não permitem que eles sejam levados para Angola; • Desafios administrativos, estruturas de regulamentação não‐transparentes e burocráticas; • Qualquer atividade do SP10 em Angola envolve a coordenação com a SPC e o PT, pois o SP10 não tem
recursos para as atividades em Angola e deve fazer uma solicitação à SPC para cada uma delas.
Alterações necessárias dos marcos e/ou plano de trabalho Final do Ano 1 Por razões logísticas (avaliações, permissão de filmagem, contratação de para‐ecologistas), decidiu‐se continuar com os workshops de cinema em Botswana e Angola no início de 2012. Um desafio foi comunicar ao governo de Botswana que o filme não tem fins comerciais. Após o êxito na comunicação, a autorização de filmagem pôde ser solicitada. Devido a restrições de orçamento, o SP10 priva‐se da contratação do quarto para‐ecologista. A identificação de opções e cronometragem para cursos adicionais de treinamento credenciado foi adiada até a contratação do para‐ecologista angolano, para identificar os cursos que melhor se adequam às suas necessidades de desenvolvimento de capacidades. Final do Ano 2. O SP10 esperava condições de trabalho difíceis na parte angolana da bacia, no entanto, não estava consciente da sua extensão. A fim de conseguir concentrar‐se no desenvolvimento sustentável dos FIRMs na Namíbia e Botswana, o estabelecimento de um FIRM em Angola foi adiado para 2013. O SP10 colocará bastante esforço no apoio à equipe do TFO, na definição de estudos conjuntos com plena participação dos interessados não‐científicos. A fim de assegurar a implantação efetiva de tais estudos, a equipe do TFO planeja concentrar‐se nas primeiras oportunidades que aparecerem e reduzir a pressão para iniciar os estudos participativos em todos os locai, adiando esta meta para 2013.
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9. O caminho adiante, com um trabalho adaptado e planos de marcos Os marcos, conforme a lista na visão geral seguinte, são definidos como as principais conquistas em relação aos objetivos e demandas do projeto. Os marcos #1 a #5 foram alcançados durante o período deste relatório, os marcos #6 a #15 formam uma lista atualizada que leva em consideração o progresso do projeto, bem como o potencial cientifico e problemas logísticos. Os marcos são definidos igualmente para todas as áreas de estudo do projeto TFO. Devido ao progresso que fizemos recentemente para a superação de obstáculos administrativos sobre o trabalho de campo em Angola, isto parece ser viável. No entanto, deve‐se enfatizar que os obstáculos que existem para o trabalho científico em Angola, mencionados ao longo do relatório, ainda podem causar atraso no alcance dos marcos de pesquisa em Angola.
Quadro 5: Visão geral de marcos abrangentes adaptados ao tempo restante do projeto
Marcos 2010‐2011 2012 2013 2014 2015 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 41 Workshops consecutivos para a integração do projeto, construção de forças tarefa 2 Criação da estrutura de funcionários do TFO, GDI, presença na internet 3 Escolha de locais de pesquisa e início de trabalho transdisciplinar em todos os locais 4 Iniciada análise dos interessados e seu envolvimento a curto e longo‐prazo através de abordagem do FIRM – abordagem iniciada 5 Participação nas atividades da GLUES e integração de resultados 6 Realizado desenvolvimento de cenários em uma série de workshops 7 Série de workshops em cenário de força tarefa nos locais centrais, com os interessados 8 Concluída a execução de modelos climáticos e hidrológicos na escala da captação 9 Concluída a análise qualitativa e quantitativa da bacia e avaliação das funções e serviços ecossistêmicos de tipos atuais de uso do solo 10 Conferência de status 11 Abordagem transdiciplinar do FIRM completamente estabelecida, filmes dos interessados finalizados 12 Avaliados os métodos para a quantificação do ESS 13 ESS para cenários de uso do solo quantificados e opções de uso do solo baseadas em cenário analisadas e preparadas para apresentação 14 Ferramentas para a implantação de gestão sustentável do uso do solo desenvolvidas, apresentadas e discutidas com os decisores 15 Publicação final conjunta e produção de relações públicas; séries de extensão e divulgação de convenções da UN e dos interessados; conferências
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Plano de trabalho para atingir os marcos Final de 2012 Marco 6: Realizado o roteiro para desenvolvimento de cenários, em uma série de workshops O desenvolvimento de cenários segue a ideia de que, para diferentes cenários, têm que haver um consenso em pelo menos três escalas geográficas: a global (cenários da GLUES), a regional (a Bacia do Rio Okavango) e a escala local (núcleos do TFO). Na escala local, os cenários podem variar entre os locais. Durante o workshop de Maun, o SP08 organizou uma sessão de criação de cenários, através do fornecimento de exemplos de cenários existentes e potenciais nestas escalas, usando dados da GLUES para a escala global e resultados da TDA (Análise de Diagnostico Transfronteiriça encomendada pela OKACOM) para a regional. O SP08 também resumiu os papéis‐chave sobre a construção de cenários para a avaliação das opções de uso do solo e centrou‐se em destacar os diferentes tipos de cenário, o processo de construção de cenário e suas etapas‐chave, bem como sua dimensão participativa. Eles organizaram uma sessão de trabalho em grupo que resultou na primeira série de quatro pontos focais para estes cenários para cada local central. Foi criada uma força tarefa de construção de cenário, que o SP08 coordenará, consistindo em membros de todos os subprojetos. Como passos para o Marco 6, esta força‐tarefa realizará uma série de workshops em 2013 para desenvolver o primeiro esboço baseado em dados de um cenário de base, para ser usado para modificações futuras. Os resultados da força‐tarefa de criação de cenários formarão a base para os workshops dos interessados (ver marco 7). Final de 2013 Marco 7: Série de workshops de cenários da força‐tarefa em núcleos com os interessados Com base no trabalho preparatório dos grupos de trabalho do TFO em desenvolvimento de cenários (ver marco 6), até o final de 2012 uma série de workshops serão realizados no âmbito dos locais centrais para integrar os interessados de diferentes níveis de autoridade na definição de cenários e na formulação de roteiros. Os workshops visam definir cenários para a escala local e para a captação de todo o Okavango, e levam em conta o cenário global (preparado pela GLUES). De acordo com o trabalho substancial, logístico e preparatório, serão dados passos pela força‐tarefa de cenário, SPC, SP08 e SP10. Marco 8: Modelo climático e hidrológico completado e em funcionamento na escala da captação Os modelos climáticos regionais serão finalizados (SP01), produzindo conhecimento detalhado sobre o papel dos ciclos hidrológicos para a situação climática local. Baseado neste condutor, a execução do modelo de fluxo de água na bacia (SP02) resultará em uma primeira análise da interação entre o clima, o uso do solo e o equilíbrio hídrico. Estes resultados são integrados na análise do ESS e ESS (marco 9) Marco 9: Concluía a análise qualitativa e quantitativa e a avaliação das funções e serviços do ecossistema de tipos atuais de uso do solo A análise interdisciplinar e a avaliação das funções ecossistêmicas, bem como a análise socioeconômica e cultural, a avaliação do ESS e as interações com o uso do solo nas áreas estudadas, serão concluídas como uma colaboração de todos os SPs. Os resultados serão inseridos na quantificação de ESF/ESS para as áreas de estudo, e serão apresentados e discutidos na conferência de status (marco 10). Marco 10: Conferência de Status A conferência dará um amplo relatório sobre a situação do projeto TFO em geral e em detalhes. O papel estratégico da conferência será apresentar os resultados do período de avaliação para a ampla comunidade de pesquisa africana e internacional do TFO, e receber um retorno imediato dos resultados interinos alcançados. Além disso, a conferência de status funcionará como uma plataforma para discutir métodos consistentes de análise dos ESF&S, assim como a resiliência dos ecossistemas estudados. Ela também oferece aos interessados uma plataforma para comentar sobre as etapas alcançadas e para integrar mais os interessados no processo de implantação planejado. De acordo com o conteúdo relacionado, a logística e o trabalho preparatório, serão tomados passos por todos os subprojetos. Final de 2014 Marco 11: Abordagem transdisciplinar do FIRM plenamente estabelecida, e filmes dos interessados finalizados Até o final de 2014, o ‘Fórum para Pesquisa integrada e Gestão de Recursos’ (FIRM) estará totalmente estabelecido em todos os países. Ele será funcional para assegurar a continuação sustentável da iniciativa após
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a conclusão do projeto. Os filmes dos interessados em todos os países serão finalizados e usados para a transferência de amplo conhecimento transcultural na bacia e para o aumento de sensibilização em relação à interação entre o uso do solo e os ecossistemas. Ambas as etapas de trabalho serão lideradas pelo SP10 com o apoio de toda a equipe. Marco 12: Métodos para a quantificação do ESS avaliados e adaptados Com base nos resultados da pesquisa disciplinar e transdisciplinar do ESF e ESS em escala local e regional e a interação em andamento com os interessados, os métodos para a quantificação monetária e não‐monetária do ESF/ESS, bem como os dados subjacentes das ciências naturais e sociais, serão avaliados criticamente, e serão elaboradas sugestões para melhoria. As vantagens e desvantagens da abordagem metodológica serão usadas para comunicar a incerteza de resultados dentro da esfera de aplicação política. As etapas de trabalho para este marco serão lideradas pelo SP08. Marco 13: Quantificado o ESS para cenários de uso do solo e opções de cenário baseado no uso do solo no local e em escala regional analisadas e preparadas para apresentação Os cenários e roteiros para a captação e a escala local, preparados pela força‐tarefa em cooperação com os interessados (marco 6 + 7), serão integrados no desenvolvimento das opções de uso do solo. Estas opções levam em consideração as interações e retorno entre diferentes serviços ecossistêmicos e principais sistemas de uso do solo, o trade‐off e sinergias entre o ESF/ESS na escala espacial, assim como os efeitos cumulativos entre as sub‐regiões da ORB, e oferecem caminhos para a ação. Estes produtos serão preparados para apresentação aos decisores. Etapas de trabalho rumo a este marco serão feitas pelo SP08, e a força‐tarefa de cenário com participação de todos os SPs. Agosto de 2015 Marco 14: Ferramentas para a implantação de gestão sustentável do solo desenvolvidas, apresentadas e discutidas com decisores de diferentes níveis de governo Sugestões de ferramentas, regulamentos e estratégias baseadas no conhecimento e estratégias alternativas para a consideração do ESF/ESS em práticas de gestão sustentável do solo, serão desenvolvidas, apresentadas e discutidas com os decisores de diferentes níveis de autoridade (local a transnacional). As etapas de trabalho preparatório para este marco serão feitas através do marco 13 e a execução vai exigir etapas relacionadas ao conteúdo e a logística a serem feitas pela SPC e o SP10. Marco 15: Publicação final conjunta e rendimento de relações públicas; série de convenções de extensão e divulgação dos interessados e da UN; conferência final A documentação de todos os dados do TFO é entregue às respectivas instituições dos países envolvidos. Os produtos finais do TFO são publicados cientificamente e de forma orientada para os interessados. A execução desta meta exigirá etapas de trabalho relacionadas ao conteúdo e logística, a serem feitas por todos os SPs sob a liderança da SPC.
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10. Referências Biggs R., Raudsepp‐Hearne C., Atkinson‐Palombo C., Bohensky E., Boyd E., Cundill G., Fox H., Ingram S., Kok K.; Spehar S., Tengo M., Timmer D., and M. Zurek (2007) Linking futures across scales: a dialog on multi‐scale scenarios. Ecology and Society, 12:1:art17. http://www.ecologyandsociety.org/vol12/iss1/art17. Domptail S.E. (2011) Towards rangeland conservation strategies: case study and bio‐economic modelling of farms in southern Africa. Dissertation ‐ Universität Giessen. Landwirtschaft und Umwelt – Schriften zur Umweltökonomik. Wissenschaftsverlag Vauk Kiel KG. Gamboa G. (2006) Social multi‐criteria evaluation of different development scenarios of the Aysen region, Chile. Ecoloigcal Economics 59:157‐170. Grönemeyer, J.L., Burbano, C.S., Hurek, T., and Reinhold‐Hurek, B. (2011) Isolation and characterization of root‐associated bacteria from agricultural crops in the Kavango region of Namibia. Plant Soil, DOI 10.1007/s11104‐011‐0798‐7. Grünbühel C., Haberl H., Schandl H., and Winiwarter V. (2003) Socio‐economic Metabolism and Colonization of Natural Processes in SangSaeng Village: Material and Energy Flows, Land Use, and Cultural Change in Northeast Thailand. Human Ecology, 31:53‐85. Haensler, A., Hagemann, S., and D. Jacob (2011) The role of the simulation setup in a long‐term high‐resolution climate change projection for the southern African region. Theoretical and Applied Climatology, 106, 153‐169. Hecht J. (2010) Decision Making of Rural Farm Households in Namibia: Lessons Learned From Multi‐Annual Programming Optimisation Models. Dissertation – University of Giessen. Cuvilier Verlag. IPCC (2007a) Climate Change 2007 ‐ The Physical Science Basis: Contribution of Working Group I to the Fourth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change, 2007. Solomon, S., D. Qin, M. Manning, Z. Chen, M. Marquis, K.B. Averyt, M. Tignor and H.L. Miller (eds.) Cambridge University Press, Cambridge, United Kingdom and New York, NY, USA. IPCC (2007b) Climate Change 2007 ‐ Impacts, Adaptation and Vulnerability: Contribution of Working Group II to the Fourth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change, 2007. M.L. Parry, O.F. Canziani, J.P. Palutikof, P.J. van der Linden and C.E. Hanson (eds) Cambridge University Press, Cambridge, United Kingdom and New York, NY, USA. IPCC (2007c) Climate Change 2007 – Mitigation of Climate Change: Contribution of Working Group III to the Fourth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change, 2007. B. Metz, O.R. Davidson, P.R. Bosch, R. Dave, L.A. Meyer (eds) Cambridge University Press, Cambridge, United Kingdom and New York, NY, USA. IPCC (2007d) Climate Change 2007 – Synthesis Report. Contribution of Working Groups I, II and III to the Fourth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change. Core Writing Team, Pachauri, R.K. and Reisinger, A. (Eds.)IPCC, Geneva, Switzerland. Jones B.T.B., and J.I. Barnes (2009) Preparing for REDD in dry land forests: investigating the options and potential synergy for REDD payments in the Miombo eco‐region (Namibia country study). International Institute for Environment & Development (IIED), London, UK. KAZA TFCA (undated): Stakeholder Engagement Strategy for the Kavango Zambezi Transforntier Conservation Area, Kasane, Botswana. Kruger A.S., Gaseb N., Klintenberg P., and M. Seely (2003) Community Based Natural Resource Management in Namibia ‐ The FIRM Example. Paper presented at the Arid Zone Ecology Forum, 25‐28. August 2003. Kathu/South Africa. Mitchell, T. D., and P. D. Jones (2005) An improved method of constructing a database of monthly climate observations and associated high‐resolution grids. International Journal of Climatology, 25:693–712. Moll P., and U. Zander (2011) Analyse potenzieller Stakeholder für das BMBF Programm Nachhaltiges Landmanagement (NLM) „Gelbe Seiten“ Stand August 2011. Report provided to the Regional Projects. Wuppertal. Neef, A., and F. Heidhues (2005) Getting priorities right: Balancing farmers’ and scientists’ perspectives in participatory agricultural research, in: Neef, A. (ed.) Participatory approaches for sustainable land use in Southeast Asia, Bangkog: White Lotus Press. Neef A., and D. Neubert (2005) Assessing participation in agricultural research projects: An analytical framework. Institute of Agricultural Economics and Social Sciences in the Tropics and Subtropics (Ed.), Chair Agricultural Development Theory and Policy, Prof. F. Heidhues Forschung zur Entwicklungsökonomie und Politik – Research in Development Economics and Policy, Discussion Paper 6/2004. OKACOM (2011a): Stakeholder Integration Strategy – Final Draft, Kalahari Conservation Society, Gaborone, Botswana. OKACOM (2011b): http://www.okacom.org/okacom.htm; site visited on the 05th October 2011. Pohl C., and G. Hirsch‐Hadorn (2007) Principles for Designing Transdisciplinary Research. Munich: Oekom.
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11. Anexos: documentos de verificação adicionais
Estrutura do projeto interdisciplinar com ligações entre os subprojetos
Significado das flechas no gráfico 1. A compreensão dos padrões e processos do ESF e ESS integra‐se à análise de mecanismos sociais e
econômicos e às medidas para otimizar as práticas de uso do solo. Pontos de referências fornecem locais onde o ESF e ESS podem ser avaliados comparativamente. Dados sociais são usados para melhorar a pesquisa de campo científica da natureza.
2. Indicadores para avaliar o ESS estão ajustados. Dados climáticos medidos e modelados “in situ” são fornecidos para a avaliação do ESS
3. Análises da paisagem baseadas em GIS são usadas para a seleção de locais centrais. Dados medidos “in situ” são ampliados para áreas maiores, usando informações baseadas em satélite e mapas baseados em RS, e estimativas de produção são fornecidas para fins de estratificação. Dados medidos “in situ” e dados climáticos são fornecidos para análise de paisagem baseada em GIS. Dados de modelo ambiental baseados em GIS são introduzidos de volta nas medidas “in situ”
4. Análises de paisagem baseadas em GIS de ESS avaliados são introduzidas de volta para otimização do uso do solo
5. Análises de paisagem baseadas em GIS são usadas para a seleção de locais centrais, mapas são re‐introduzidos ao local de pesquisa de uso de solo e regulamentos institucionais. Resultados sócio‐econômicos são integrados em análise espacial
6. Descobertas em dimensões culturais e sócio‐econômicas de mudanças de uso do solo, melhorias institucionais e alternativas de regulamentação, irão suprir a avaliação econômica. A avaliação irá gerar uma retroinformação.
7. Descobertas em dimensões ecológicas, culturais e sócio‐econômicas das mudanças de uso do solo, melhorias institucionais e alternativas de regulamentação irão suprir os produtos relacionados aos interessados; os interessados serão envolvidos em estudos locais
8. Descobertas e implicações de avaliação econômica, valores, custos e benefícios suprem os produtos relacionados aos interessados. Teste de intervenções
9. A análise de cenário baseado em GIS de ESS avaliado será usada para produtos relacionados aos interessados e para implicações políticas
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Lista completa dos membros do projeto TFO
Sobrenome Nome Título País Instituição
SPC
Dhliwayo Masego Botswana Universidade de Botswana
Flügel Wolfgang‐Albert Prof. Dr. Alemanha FSU‐Jena
Gröngröft Alexander Dr. Alemanha Universidade de Hamburgo
Helmschrot Jörg Dr. Alemanha FSU‐Jena
Homburg Ingo Dr. Alemanha Universidade de Hamburgo
Jürgens Norbert Prof. Dr. Alemanha Universidade de Hamburgo
Kohrs Bertchen Namíbia Oficial de contato do TFO na Namíbia
Kralisch Sven Dr. Alemanha FSU‐Jena
Mtuleni Vilho (Snake) Namíbia Fundação de Pesquisa do Deserto da Namíbia
Muche Gerhard Dr. Alemanha Universidade de Hamburgo
Petersen Monika Alemanha Universidade de Hamburgo
Pröpper Michael Dr. Alemanha Universidade de Hamburgo
Ringrose Susan Prof. Dr. Botswana Universidade de Botswana
Seidel Henrike Alemanha Universidade de Hamburgo
Vanderpost Cornelis Prof. Dr. Botswana Universidade de Botswana
SP01
Brasseur Guy Prof. Dr. Alemanha Centro de Serviço Climático
Jacob Daniela Prof. Dr. Alemanha Centro de Serviço Climático
Pfeifer Susanne Dr. Alemanha Centro de Serviço Climático
Weber Torsten Dr. Alemanha Centro de Serviço Climático
SP02
Diskin Sorcha Dr. Botswana Instituto de Pesquisa Okavango
Flügel Wolfgang‐Albert Prof. Dr. Alemanha FSU‐Jena
Helmschrot Jörg Dr. Alemanha FSU‐Jena
Kipka Holm Alemanha FSU‐Jena
Kralisch Sven Dr. Alemanha FSU‐Jena
Mashauri Damas Alfred Prof. Namíbia Politécnica da Namíbia (PON)
Mazvimavi Dominic Prof. Dr. África do sul Earth Science
Miguel Gabriel Angola
Mosimanyana Edwin Botswana Universidade de Botswana
Mwewa Lameck Namíbia Politécnica da Namíbia (PON)
Ortmann Cynthia Namíbia Ministério da Agricultura, Recursos Hídricos e Florestais (MAWF)
Quintino Manuel Angola Ministério de Água e Energia
Vanderpost Cornelis Prof. Dr. Botswana Universidade de Botswana
Wolski Piotr Dr. Botswana Universidade de Botswana
SP03
Eschenbach Annette Prof. Dr. Alemanha Universidade de Hamburgo
Gröngröft Alexander Dr. Alemanha Universidade de Hamburgo
Knoblauch Christian Dr. Alemanha Universidade de Hamburgo
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Kudumo Theobald Namíbia Politécnica da Namíbia
Landschreiber Lars Alemanha Universidade de Hamburgo
Luther‐Mosebach Jona Alemanha Universidade de Hamburgo
Masamba Wellington Dr. Botswana Universidade de Botswana
Moleele Nkobi Dr. Botswana Universidade de Botswana
Mubyana‐John Tabo Dr. Botswana Universidade de Botswana
Phillips Ron Namíbia Projeto de Desenvolvimento Econômico da Comunidade (CEDP)
Samwaka Vasco Namíbia Projeto de Desenvolvimento Econômico da Comunidade (CEDP)
Simatende Benedicto Namíbia Projeto de Desenvolvimento Econômico da Comunidade (CEDP)
Simfukwe Maxon Namíbia Projeto de Desenvolvimento Econômico da Comunidade (CEDP)
Zimmermann Ibo Dr. Namíbia Politécnica da Namíbia
SP04
Chimwamurombe Percy Dr. Namíbia UNAM
Fösel Bärbel Dr. Alemanha Instituto Leibniz
Grönemeyer Janne Alemanha Laboratório Geral de Microbiologia
Huber Katharina Alemanha Instituto Leibniz
Hurek Thomas Dr. Alemanha Universidade de Bremen
Mubyana‐John Tabo Dr. Botswana Universidade de Botswana
Overmann Jörg Prof. Dr. Alemanha Instituto Leibniz
Perreira Guilherme Prof. Dr. Angola
Reinhold Barbara Prof. Dr. Alemanha Universidade de Bremen
Wüst Pia Dr. Alemanha Instituto Leibniz
SP05
Bonyongo Mpaphi Casper Dr. Botswana Universidade de Botswana
De Cauwer Vera Namíbia Politécnica da Namíbia
Kamwi Jonathan Mutau Namíbia Inventário Florestal Nacional
Vanderpost Cornelis Prof. Dr. Botswana Universidade de Botswana
Costa Esperanca Prof. Dr. Angola Universidade Agostinho Neto (UAN)
Da Silva Firmino Raquel Kissanga Vicente Angola Universidade Agostinho Neto (UAN)
Fanta Demel Teketay Dr. Botswana Universidade de Botswana
Finckh Manfred Dr. Alemanha Universidade de Hamburgo
Gomes Amândio Angola Faculdade de Ciências da Universidade Agostinho Neto
Gorgulho Padgurschi Maira Campos Brasil Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Hillmann Thomas Alemanha Universidade de Hamburgo
Joly Carlos Prof. Dr. Brasil Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Jürgens Norbert Prof. Dr. Alemanha Universidade de Hamburgo
Kangombe Fransiska Namíbia Instituto Nacional de Pesquisa Botânica (NBRI)
Klaassen Esmerialda Namíbia Instituto Nacional de Pesquisa Botânica (NBRI)
Kwembeya Ezekeil Dr. Namíbia Instituto Nacional de Pesquisa Botânica (NBRI)
Lages Fernanda Prof. Dr. Angola Instituto Superior de Ciências de Educação (ISCED)
Loutchanska Elissaveta Prof. Dr. Angola Universidade Agostinho Neto (UAN)
Lubbe Leon Namíbia Instituto Nacional de Pesquisa Botânica (NBRI)
57
Maiato Francisco Angola Instituto Superior de Ciências de Educação (ISCED)
Murray‐Hudson Mike Dr. Botswana Universidade de Botswana
Ngwenya Barbara Dr. Botswana Universidade de Botswana
Pereira Marinho Aidar Marcos Dr. Brasil Instituto de Botânica
Revermann Rasmus Alemanha Universidade de Hamburgo
Rudolph Barbara Dr. Alemanha Universidade de Hamburgo
Schmidt Sonja Alemanha Universidade de Hamburgo
Schmiedel Ute Dr. Alemanha Universidade de Hamburgo
Strohbach Ben Namíbia Instituto Nacional de Pesquisa Botânica (NBRI)
Suwald Andrzej Alemanha Universidade de Hamburgo
SP06
Aço Samuel Dr. Angola Centro de Estudos do Deserto
Adriano Otto Jacinto Maria Dr. Angola [email protected]
Baptista João Alemanha Universidade de Hamburgo
Haupts Felix Alemanha Universidade de Hamburgo
Herold Björn Alemanha Universidade de Hamburgo
Kontle Ntlotlang Osman Botswana Sociedade de Conservação do Kalahari (KCS)
Monggae Felix Botswana Sociedade de Conservação do Kalahari (KCS)
Pröpper Michael Dr. Alemanha Universidade de Hamburgo
Rieprich Robin Alemanha Universidade de Hamburgo
Rodrigues Cristina Prof. Dr. Portugal ISCTE‐IUL
Sandelowsky Beatrice Dr. Namíbia TUCSIN + UNAM
Schnegg Michael Prof. Dr. Alemanha Universidade de Hamburgo
SP07
Azebaze Nadege Alemanha Universidade Philipps de Marburg
Brown Lawrence Derek Alemanha Universidade Philipps de Marburg
Falk Thomas Dr. Alemanha Universidade de Marburg
Große Laura Marlene Alemanha Universidade Philipps de Marburg
Hayo Bernd Prof. Dr. Alemanha Universidade Philipps de Marburg
Hinz Manfred O. Prof. Dr. Alemanha UNAM
Kirk Michael Prof. Dr. Alemanha Universidade Philipps de Marburg
Korn Evelyn Prof. Dr. Alemanha Universidade Philipps de Marburg
Magole Lapo Dr. Botswana Universidade de Botswana
Mapaure Clever Zimbabwe Universidade da Namíbia
Mashauri Damas Alfred Prof. Namíbia Politécnica da Namíbia (PON)
Mbaiwa Joseph Prof. Dr. Botswana Universidade de Botswana
SP08
Barnes Jonathan Dr. Namíbia
Boehm Daniela Alemanha Institut für Agrarpolitik und Marktforschung
Domptail Stephanie Dr. Alemanha Institut für Agrarpolitik und Marktforschung
Eigner Amanda Alemanha JLU Giessen
Kgathi Donald L. Prof. Dr. Botswana Universidade de Botswana
Kowalski Benjamin Alemanha Justus Liebig Universidade de Giessen
58
Matlhola Dimpho M. Botswana Universidade de Botswana
Mmopelwa Gagoitseope Dr. Botswana Universidade de Botswana
Nuppenau Ernst‐August Prof. Dr. Alemanha Institut für Agrarpolitik und Marktforschung
Petrus Erich‐D. Namíbia Ministério da Agricultura, Recursos Hídricos e Florestais (MAWF)
Ribeiro Carlos Dr. Angola
Sikongo Stefanus Namíbia Politécnica da Namíbia
SP09.1
Bonyongo Mpaphi Casper Dr. Botswana Universidade de Botswana
Cassidy Lin Dr. Botswana Universidade de Botswana
De Cauwer Vera Namíbia Politécnica da Namíbia
Fynn Richard W. Dr. Botswana Universidade de Botswana
Hill Joachim Prof. Dr. Alemanha Universidade de Trier
Kamwi Jonathan Mutau Namíbia Inventário Nacional Florestal
Mader Sebastian Alemanha Universidade de Trier
Morais Miguel Dr. Angola
Röder Achim Dr. Alemanha Universidade de Trier
Stellmes Marion Dr. Alemanha Universidade de Trier
Stoffels Johannes Dr. Alemanha Universidade de Trier
Vanderpost Cornelis Prof. Dr. Botswana Universidade de Botswana
SP09.2
Böhner Jürgen Prof. Dr. Alemanha Universidade de Hamburgo
Conrad Olaf Dr. Alemanha Universidade de Hamburgo
Mashauri Damas Alfred Prof. Namíbia Politécnica da Namíbia (PON)
Otto Jonathan Alemanha Universidade de Hamburgo
Wehberg Jan Dr. Alemanha Universidade de Hamburgo
SP10
Dracklé Dorle Prof. Dr. Alemanha Universidade de Bremen
Falk Thomas Dr. Alemanha Universidade de Marburg
Ganeb Kenneth Lucky Namíbia Fundação de Pesquisa do Deserto da Namíbia(DRFN)
Gruber Martin Alemanha Institut für Kulturwissenschaft
Kinyaga Vivane Namíbia Fundação de Pesquisa do Deserto da Namíbia (DRFN)
Klintenberg Patrik Dr. Namíbia Fundação de Pesquisa do Deserto da Namíbia (DRFN)
Kontle Ntlotlang Osman Botswana Sociedade de Conservação do Kalahari (KCS)
Monggae Felix Botswana Sociedade de Conservação do Kalahari (KCS)
Mukuya Robert Namíbia Para‐ecologista
Phillips Ron Namíbia Projeto de Desenvolvimento Econômico da Comunidade (CEDP)
Schmiedel Ute Dr. Alemanha Universidade de Hamburgo
59
Definições usadas no relatório
Termo Explicação
Bacia Hidrográfica Área com uma saída comum para seu escoamento de superfície
Captação Usado para denotar a captação do rio Okavango. Sinônimo de bacia
Comunidade Usado frequentemente como sinônimo de vila. Descrição de um grupo de pessoas coabitando numa certa área espacial. Comunidade implica um sentido de “pertencer” e de interesses comuns de seus membros, mas que não precisa ser necessariamente dessa forma.
Local central Empregado de forma similar ou apenas adicionalmente indicando o lugar especial de pesquisa interdisciplinária no âmbito de um local.
Êmico Um modelo êmico é o que explica a ideologia ou comportamento de membros de uma cultura segundo definições indígenas
Etnografia Método antropológico para descrever grupos sociais e sua cultura, fundamentado em observações participativas e questionamento.
Ético Um modelo ético é aquele que se baseia em critérios fora de uma determinada cultura (ver êmico)
Avaliar Julgar ou calcular a qualidade, a importância, a quantidade ou o valor de alguma coisa.
Avaliação Ver avaliar
Foromani Autoridade Tradicional da Namíbia, Chefe da Comunidade
Residência Representa a unidade de habitação de um grupo de pessoas, o espaço e os edifícios habitados, mas não as pessoas.
Família Unidade básica residencial de indivíduos que vivem na mesma habitação. A família é uma unidade na qual a produção econômica, o consumo, a herança, a criação dos filhos e o abrigo são organizados e realizados em combinações culturalmente diferentes. É uma das unidades básicas de análise em muitas disciplinas das ciências sociais. Ver também →residência
Interface Usada no TFO no sentido de 'Schnittstelle', que em alemão significa o espaço/local dentro
de um sistema onde duas partes se encontram, se tocam e se comunicam
Uso do solo Ato de usar porções especiais da terra, ex.: pastoral, colheita, áreas florestais.
Local Nível inferior de escala especial usado para descrever o nível de lares e comunidades
Medida Determinação de magnitude ou qualidade.
Modelo Uma representação simplificada usada para explicar a dinâmica estrutural de um sistema real do mundo ou evento
Omuramba/Omiramba Rio seco ou braço de um rio fluindo apenas em épocas de chuva
Paraecologista Funcionário do projeto que recebe treinamento para assistente de pesquisa facilitador de campo em ciência natural e social
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Filme participativo Método de filmagem envolvendo → os interessados na produção do produto final
Terreno Unidade de pesquisa espacial muito pequeno, por exemplo, um poço sendo cavado pelos cientistas
Região Termo usado em diferentes escalas espaciais (Região SADC, Região Kavango). Região no TFO usualmente significa a região da Bacia do Okavango, a menos que esteja caracterizada diferentemente
Resiliência Habilidade do ecossistema de suportar stress, perturbações, etc., até um certo ponto
Escala Usada no sentido de níveis espaciais diferentes, ou distâncias temporais, por exemplo, escalas espaciais de pesquisa podem ser locais, regionais, nacionais ou globais
Cenário Os cenários foram definidos como: “… descrições plausíveis e frequentemente simplificadas sobre como o futuro pode se desenvolver, com base em um conjunto internamente consistente de suposições sobre forças‐chave e relacionamentos”. (cf. Rounsevell e Metzger 2010:606)
Lugar Para o TFO um lugar descreve um dos quatro locais centrais onde a pesquisa Inter e transdisciplinar estão concentradas
Interessado Qualquer pessoa ou organização que apoia ou tem uma reinvindicação, um interesse, um envolvimento em uma área e o curso dos eventos ou resultados relacionados a ela
História O componente qualitativo dos cenários. “As histórias dos cenários desempenham um papel importante quando limitamos a compreensão de relacionamentos casuais dentro de um sistema que impede a quantificação destes relacionamentos. Embora as histórias dos cenários tentem abrir nossos olhos para diferentes maneiras de perceber o nosso mundo, elas não são previsões, nem procuram a verdade. O que elas tentam é estimular, provocar e comunicar visões do que o futuro poderia nos trazer. Elas buscam criatividade, rigor, coerência interna e plausibilidade. Como uma ferramenta, quanto mais explorarmos o futuro, mais as histórias de cenários são úteis, já que as incertezas também aumentam e as previsões tornam‐se inconsistentes” (cf. Rounsevell e Metzger 2010:606f)
Estratégias Combinações de opções de uso do solo complexas e a longo prazo e complexas. Ligadas com a tomada de decisão. Ex., estratégias de subsistência: estratégias para ganhar a vida; estratégia para lidar com a variação de chuva
Métodos de parametrização da superfície
Métodos para parametrizar o sistema de modelagem JAMS/J2000 com parâmetros de superfície
Transdiciplinaridade O trabalho integrando não apenas disciplinas científicas, mas todos os tipos de interessados em esforços científicos e não ‐científicos
Valorizar Acrescentar valor a alguma coisa. Ex: Fazer geleia de mangas acrescenta valor às mangas
Avaliar Estimar o valor de algo, avaliar. Mais preciso, mas não apenas monetário
Apreciação 1. A ação de apreciar; o processo de fixar o valor de algo. 2. Valor específico de natureza material. 3. Apreciação ou estimativa de qualquer coisa em respeito à excelência ou mérito
Preço Meio de troca; valor, utilidade; julgamento de importância; o valor é contextual; Julgamento flutuante da sociedade baseado em indicadores
Apreciar Apreciar ou estimar como sendo uma soma ou montante específicos. Considerar de valor ou importância; taxar alto; estimar