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Ins Escola S O PAP DURANT VENTILAÇÃO DE PRESS Rela Curso de Mestrad Orientador: P stituto Politécnico do Porto Superior de Tecnologia da Saúde do Porto PEL DA PRESSÃO POSITIVA TE A BRONCOFIBROSCOPIA NÃO INVASIVA VS V SÃO POSITIVA CONT atório Final de Estágio do em Fisioterapia Cardio-Re Autor: Tiago Pinto Professor Doutor João Carlo Porto Setembro, 2010 A A: VÁLVULA TÍNUA espiratória os Winck

Relatório Final de Estágio - recipp.ipp.ptrecipp.ipp.pt/bitstream/10400.22/2446/1/DM_TiagoPinto_2010.pdf · pulmonar agudo, síndrome de distress respiratório agudo, desmame ventilatório,

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Instituto Politécnico do Porto

Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Porto

O PAPEL DA

DURANTE A

VENTILAÇÃO

DE PRESSÃO

Relatório Final de Estágio

Curso de Mestrado em Fis

Orientador: Prof

Instituto Politécnico do Porto

Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Porto

APEL DA PRESSÃO POSITIVA

DURANTE A BRONCOFIBROSCOPIA

ENTILAÇÃO NÃO INVASIVA VS V

RESSÃO POSITIVA CONTÍNUA

Relatório Final de Estágio

Curso de Mestrado em Fis ioterapia Cardio- Respiratória

Autor: Tiago Pinto

Professor Doutor João Carlos Winck

Porto

Setembro, 2010

OSITIVA

RONCOFIBROSCOPIA:

VÁLVULA

ONTÍNUA

Respiratória

João Carlos Winck

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I

Agradecimentos

Ao Prof. João Carlos Winck pelo constante disponibilidade, atenção e sapiência

científico-pedagógica e rigor científico que tanto contribuíram para este trabalho

Ao Fisioterapeuta Miguel Gonçalves pelos seus pareces técnicos e demais ajudas

fundamentais para a implementação e realização deste estudo.

A todo o satff do de Serviço de Pneumologia do Hospital São João, EPE.

Aos meus amigos José Miguel Ferraz e Tiago Jacinto pela ajuda preciosa e

conselhos prestados.

À Gasin pelo apoio logístico, em particular ao Sr. José Amorim.

À Marlene pela paciência enquanto esperou, pela dedicação, pelo apoio e pela força

que me deu quando mais precisei.

Aos meus pais e à minha irmã que me transmitiram a calma e a confiança que fui

precisando ao longo deste período de tempo.

A todos os que directa ou indirectamente ajudaram neste trabalho,

O meu Obrigado!

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II

Índice

1 Introdução ........................................................................................................... 1

1.1 Indicações para a aplicação da VMNI ........................................................... 3

1.2 VMNI na Insuficiência Respiratória Aguda .................................................... 4

1.2.1 VMNI na Insuficiência Respiratória Aguda Hipercápnica ........................ 5

1.2.2 VMNI na Insuficiência Respiratória Aguda Hipoxémica .......................... 5

1.3 VMNI no Desmame Ventilatório .................................................................... 6

1.4 Equipamento ................................................................................................. 7

1.5 Pressão Positiva e Broncofibroscopia ........................................................... 7

2 Materiais e Métodos .......................................................................................... 10

2.1 Definição da Amostra .................................................................................. 10

2.2 Desenho do estudo ..................................................................................... 11

2.2.1 Grupo VMNI .......................................................................................... 12

2.2.2 Grupo CPAP Boussignac ...................................................................... 12

2.3 Procedimentos Estatísticos ......................................................................... 13

3 Resultados ........................................................................................................ 14

3.1 Caracterização da Amostra ......................................................................... 14

3.2 Avaliação Inicial ........................................................................................... 14

3.3 Avaliação final ............................................................................................. 16

4 Discussão .......................................................................................................... 22

5 Conclusão ......................................................................................................... 25

6 Referências Bibliográficas ................................................................................. 26

7 Anexos ............................................................................................................... VI

7.1 Anexo I – Broncofibroscópio ......................................................................... VI

7.2 Anexo II – Declaração de Consentimento Informado .................................. VII

7.3 Anexo III – Parecer Favorável da Comissão Ética do Hospital São João, EPE VIII

7.4 Anexo IV – Método de Randomização (http://www.randomization.com) ...... IX

7.5 Anexo V – Oxímetro, KONICA MINOLTA PULSOX®-3i................................ X

7.6 Anexo VI – VBM® Endoscopy Mask ............................................................ XI

7.7 Anexo VII – CPAP Boussignac .................................................................... XII

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III

Resumo

Introdução: A realização de broncofibroscopia (BF) a doentes com insuficiência

Respiratória grave tem riscos e muitas vezes está contra-indicada. A aplicação de

ventilação mecânica não invasiva (VMNI) para assistir a ventilação espontânea

durante a BF pode ser constituir uma boa alternativa .

Objectivo: Comparar a utilização de VMNI e do CPAP Boussignac (CB), durante a

BF, em doentes hipoxémicos e/ou hipercápnicos.

Materiais e Metodos: 9 pacientes (1feminino) com hipoxemia definida por

PaO2/FiO2<200 com necessidade de (BF) foram elegíveis para o estudo. Cinco

indivíduos foram randomizados para o grupo VMNI (G1) e 4 para o grupo CB (G2).

Resultados: A pressão parcial arterial de oxigénio (PaO2) melhorou no grupo total:

65,9 (21,9) vs de 94,4 (75,9) pós BF, p=0,03, assim como a relação PaO2/FiO2:

131,7 (129,0) e 150,7 (161, 3), pós BF, p=0,04. A saturação periférica de O2 média

durante a BF não foi significativamente diferente comparando os dois grupos: 96,1

(6,9) no G1 vs 97,3 (0,3) no G2, (p=0,62). No G1, 1 paciente foi intubado.

Conclusão: Estes resultados sugerem que a pressão positiva tem um papel

importante como técnica coadjuvante da BF em pacientes hipoxémicos graves

(PaO2/FiO2<200). Neste estudo preliminar nenhuma vantagem da VMNI vs CB.

Palavras-Chave: Broncofibroscopia, Ventilação Mecânica Não Invasiva, CPAP

Boussignac, Hipoxémia Grave.

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IV

Abstract

Background : Fiberoptic bronchoscopy (FOB) in severe acute respiratory failure

patients may have risks and several times is contraindicated. Noninvasive

Mechanical Ventilation (NIMV) application to assist spontaneous breathing during

(FOB) can be an alternative.

Objective: Compare the application of NIMV vs CPAP Boussignac (CB) during FOB,

in hypoxemic and/or hypercapnic patients.

Patients and Methods: Nine patients (1 female) with severe hypoxemia defined by

PaO2/FiO2<200, who required FOB were eligible to the study. Five patients were

randomized to NIMV group (G1) and 4 to group CB (G2).

Results: The arterial oxygen partial pressure (PaO2) improved after FOB in the

whole group: 65,9 (21,9) vs 94,4 (75,9) post FBO, p=0,03, as well as PaO2/FiO2:

131,7 (129,0) and 150,7 (161, 3) post FBO, p=0,04. Average SpO2 during FBO was

not significantly different in both groups, 96,1 (6,9) in G1 vs 97,3 (0,3) in G2,

(p=0,62). In G1 one patient was intubated.

Conclusion: These results suggest that positive pressure has an important role as

adjunctive technique during FOB in severe hypoxemic patients (PaO2/FiO2<200). In

this preliminary study no advantage of NIMV vs CB.

Key-Words: Fiberoptic Bronchoscopy, Noninvasive Mechanical Ventilation , CPAP

Boussignac, Severe Hypoxemia.

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V

Lista de Abreviaturas

BF - Broncofibroscopia

CB – CPAP Boussignac

CPAP – Continuous Positive Airway Pressure

DPOC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica

EAP – Edema Aguda do Pulmão

FC – Frequência Cardíaca

FiO2 – Fracção inspirada de Oxigénio

FR – Frequência Respiratória

GA – Gasimetria Arterial

LBA – Lavado Broncoalveolar

LBR – Lavado Brônquico

MAD – Máscara de Alto Débito

PA – Pressão Arterial

PaCO2 – Pressão Parcial Arterial de Dióxido de Carbono

PaO2 – Pressão Parcial Arterial de Oxigénio

PaO2/FiO2 – Relação entre a Pressão Parcial Arterial de Oxigénio e a Fracção inspirada de Oxigénio

SaO2 – Saturação arterial de Oxigénio

SpO2 – Saturação periférica de Oxigénio

VM – Ventilação Mecânica

VMNI – Ventilação Mecânica Não Invasiva

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1

1 Introdução

O conceito de Ventilação Mecânica foi pela primeira vez descrito por Theophrastus

Paracelsus em 1530. Paracelsus utilizou um fólio de chaminés com uma peça bucal

para ventilar e reanimar os seus pacientes. Esta técnica de reanimação perdurou na

Europa até ao Século IX. Foi assim estabelecido o princípio básico de assistência

aos músculos inspiratórios e através de diferenças de pressão aplicadas sobre o

sistema pulmonar.

No final do século IX e princípios do século XX, com o crescimento progressivo dos

conceitos de engenharia mecânica, foram construídos os primeiros aparelhos de

ventilação mecânica não invasiva, denominados “tanques ventilatórios”. Estes tipos

de aparelhos eram utilizados inicialmente para vítimas de afogamento e no

tratamento de asfixia infantil. Os “tanques ventilatórios” construídos por John Dalziel

em 1838, Alfred F. Jones em 1864 e Woillez em 1908 estarão sempre ligados à

história da Ventilação Mecânica como principais impulsionadores para a evolução

desta técnica (Corrado and Gorini 2002).

Foi com base nestes “tanques ventilatórios”, que nos anos 30 do século XX, foram

desenvolvidos os primeiros “pulmões de aço”, que se revelaram como fundamentais

para o tratamento da falência respiratória dos pacientes durante o surto de

poliomielite (Bach 1995; Corrado and Gorini 2002). Os pacientes vítimas desta

doença neuromuscular viveram vários anos inseridos em “pulmões de aço” (cilindros

herméticos onde o doente é introduzido da cabeça aos pés) que se concentravam

em enfermarias específicas, foram também descritos casos de pacientes ventilados

com esta modalidade no seu domicílio (Bach 1995). Assim, o primeiro grande grupo

de doentes a beneficiar das vantagens da ventilação mecânica não invasiva (VMNI)

por pressão negativa foi o grupo de doentes neuromusculares.

Com o crescimento do número de pacientes a necessitar de suporte ventilatório o

investimento tecnológico e científico na ventilação mecânica foi crescendo em larga

escala. Assim foram desenvolvidos outros tipos de ventiladores de pressão negativa

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2

denominados “body ventilators”. O primeiro deste tipo de ventiladores foi o ventilador

tipo “couraça” desenvolvido nos anos ´50 pela Monaghan (Portable Respirator). Este

tipo de ventiladores eram utilizados para suporte ventilatório prolongado quer

durante o dia quer durante o sono. Os ventiladores tipo “couraça” consistem numa

concha rígida que se fixa firmemente na parte anterior do tórax e abdómen,

encerrada por tiras adesivas à volta do pescoço, punhos e pernas, unindo-se a um

gerador de pressão negativa intermitente. Outro ventilador que se enquadra neste

grupo é o ventilador tipo “poncho”. Os ventiladores tipo “poncho” consistem em

nylons impermeáveis suspensos sobre o tórax e abdómen por um suporte rígido e

unido a um gerador de pressão negativa intermitente. O princípio de ventilar um

doente utilizando um aparelho deste tipo foi pela primeira vez descrito por Alexander

Graham Bell em 1881.

A ventilação por pressão negativa à medida que era aplicada, novas dificuldades

eram encontradas e foram descritas as suas primeiras desvantagens (Corrado and

Gorini 2002).

Assim sendo, ressurgia um outro tipo de ventilação mecânica não invasiva, aplicada

através de pressão positiva que nessa altura podia servir de alternativa eficaz para

os doentes neuromusculares que a pouco e pouco se transferiam dos ventiladores

de pressão negativa para os ventiladores de pressão positiva regulados por pressão

ou volume através de uma máscara nasal ou peça bucais (Bach, Alba, and Saporito

1993; Elliott and Ambrosino 2002; Leger 1994).

A ventilação mecânica com pressão positiva ganhou destaque após a Segunda

Guerra Mundial, onde os avanços tecnológicos, tornaram os ventiladores artificiais

mais sofisticados devido a instalação de microprocessadores. A ventilação mecânica

nesta altura era realizada de uma forma invasiva por cânulas de traqueostomia ou

pelos tubos endotraqueais. Contudo, embora os tubos endotraqueais garantam o

suporte ventilatório foi demonstrado que, para além de provocar lesões tecidulares

locais, provoca uma diminuição significativa dos mecanismos de defesa pulmonar

levando á ocorrência de infecções respiratórias como a pneumonia nosocomial

(Ambrosino et al. 1994).

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A ventilação por pressão positiva foi acompanhando as actualizações tecnológicas e

evoluindo em termos materiais com o constante aparecimento de novos ventiladores

e modos ventilatórios, novas interfaces, mais e melhores acessórios. Tal evolução

está directamente relacionada com o aumento das indicações clínicas para esta

terapêutica tanto no contexto agudo como crónico (Clinical indications for

noninvasive positive pressure ventilation in chronic respiratory failure due to

restrictive lung disease, COPD, and nocturnal hypoventilation--a consensus

conference report 1999; Brochard 2002; Mehta and Hill 2001).

Hoje em dia a VMNI assume-se como uma técnica credível com evidência científica

suficiente para suportar a sua aplicação nas mais variadas situações e contextos

clínicos cujos sintomas assim o justifiquem. O Fisioterapeuta com formação em

suporte ventilatório e experiência na área da reabilitação respiratória, devido aos

seus conhecimentos e técnicas específicas, é um profissional fundamental como

membro de uma equipa multidisciplinar e deverá assumir o seu papel autónomo na

busca do potencial máximo desta técnica.

1.1 Indicações para a aplicação da VMNI

Em ambiente hospitalar a VMNI começou a ser usada como terapia ventilatória em

pacientes agudizados com insuficiência respiratória de diversas etiologias,

principalmente as de origem cardiovascular ou de doenças pulmonares obstrutivas.

Vários estudos têm sido realizados e publicados, mostrando que em determinados

grupos de doentes a VMNI pode evitar a intubação orotraqueal (Brochard et al.

1995; Domenighetti, Gayer, and Gentilini 2002; Ferrer, Esquinas, Leon, et al. 2003) e

assim, evitar as complicações relacionadas à ventilação mecânica e o tempo de

internamento hospitalar (Chatila and Criner 2002; Mutlu and Factor 2000).

Na insuficiência respiratória crónica a VMNI é utilizada em doentes que

cronicamente não mantém níveis adequados de ventilação alveolar. Estes pacientes

apresentam na sua maioria hipoventilação alveolar nocturna caracterizada pela

presença constante de sintomas compatíveis. Em alguns casos o suporte ventilatório

não invasivo está indicado como complemento da oxigenioterapia (Hill 2000; Jaber

and Chanques 2010).

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As indicações terapêuticas para a VMNI dependem, para além do diagnóstico e dos

critérios clínicos e fisiológicos, da adequada avaliação clínica, sintomática e da

correcta interpretação da mecânica ventilatória. Assim as actuais indicações são

(Mehta and Hill 2001):

- Insuficiência respiratória aguda (asma severa, exacerbação de DPOC, falência

respiratória pós-operatória, pneumonia nosocomial ou da comunidade, edema

pulmonar agudo, síndrome de distress respiratório agudo, desmame ventilatório,

falência pós extubação e em pacientes com ordem de não intubar).

- Insuficiência respiratória crónica (asma, DPOC, doenças neuromusculares, doença

da parede torácica, fibrose quística, bronquiectasias, síndrome de hipoventilação

obesidade, e síndrome de apneia obstrutiva ou central do sono).

- Programas de reabilitação respiratória (treino de tolerância ao exercício em DPOC

e doenças da parede torácica).

1.2 VMNI na Insuficiência Respiratória Aguda

A insuficiência respiratória aguda, caracteriza-se pela incapacidade de manter uma

oxigenação e ventilação adequada durante um espaço de tempo até surgir a falência

ventilatória total e por vezes a paragem cárdio-respiratória. Apresenta-se devido a

várias etiologias, como a agudização de DPOC, infecção respiratória (pneumonia),

edema pulmonar agudo, hemorragia alveolar difusa, atelectasia, obstrução das vias

aérias, fraqueza / paralisia dos músculos respiratórios (doenças neuromusculares,

lesões vertebro-medulares), alterações da parede torácica, dosagem excessiva de

drogas, derrame pleural, pneumotórax etc (Hess and Fessler 2007; Nava and Hill

2009; Penuelas, Frutos-Vivar, and Esteban 2007).

Estas alterações podem exigir ventilação mecânica com suporte de vida quando

condutas terapêuticas médicas conservadoras falham, sendo necessário a intubação

endotraqueal. Este procedimento é acompanhado de grande desconforto para o

paciente além de múltiplos efeitos secundários como a lesão das vias aéreas

superiores, aumento do risco de pneumonia, aumento do tempo de permanência na

unidade de cuidados intensivos e aumento do custo de internamento hospitalar. As

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repercussões funcionais hemodinâmicas, como a diminuição do retorno venoso e a

diminuição do débito cardíaco, estão entre algumas das complicações que motivam

a rápida retirada da ventilação invasiva (Hill 1993).

Novos avanços foram feitos na terapia ventilatória oferecendo como opção para

pacientes com insuficiência respiratória aguda, o uso da ventilação mecânica não-

invasiva evitando a necessidade de intubação endotraqueal (Brochard et al. 1995;

Domenighetti, Gayer, and Gentilini 2002; Ferrer, Esquinas, Leon, et al. 2003). A

VMNI está indicada para pacientes em insuficiência respiratória cujos os sinais e

sintomas clínicos estejam presentes, como: taquipnéia, dispneia severa, hipoxémia,

retenção de dióxido de carbono e consequente acidose respiratória e aumento do

trabalho muscular respiratório com uso dos músculos acessórios. Está demonstrado

que a VMNI é capaz de proporcionar melhoria gasométrica, diminuição do trabalho

dos músculos respiratórios, maior conforto ao paciente, preservação da fala e

deglutição e principalmente evitar os efeitos indesejáveis da ventilação invasiva

(Antonelli et al. 1998; Ambrosino 1994).

No contexto de insuficiência respiratória aguda, as duas principais condições mais

estudadas até o momento são a agudização de DPOC e edema pulmonar agudo

cardiogénico (EAP) (Ambrosino and Vagheggini 2008; Hess and Fessler 2007;

Keenan and Mehta 2009; Nava and Hill 2009; Penuelas, Frutos-Vivar, and Esteban

2007).

1.2.1 VMNI na Insuficiência Respiratória Aguda Hipercápnica

Na DPOC agudizada a VMNI está associada á diminuição da necessidade de

intubação orotraqueal e menor mortalidade dos pacientes (Scala et al. 2005). A

VMNI está directamente associada á melhora clínica e gasométrica, sendo

considerada a primeira opção de suporte ventilatório nesta causa de insuficiência

respiratória aguda (Lightowler et al. 2003; Plant, Owen, and Elliott 2000).

1.2.2 VMNI na Insuficiência Respiratória Aguda Hipoxémica

No EAP cardiogénico a VMNI reduz a necessidade de intubação orotraqueal,

reduzindo significativamente a mortalidade que está normalmente associada a

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complicações cardio-respiratórias da ventilação invasiva (Winck et al. 2006). É

importante ressaltar que a maioria dos estudos foi realizada na modalidade CPAP,

promovendo uma melhoria clínica mais rápida (Masip et al. 2005).

Os subgrupos de pacientes imunocomprometidos, com pneumonia e fibrose

pulmonar com ratios baixos na relação entre a pressão parcial arterial de oxigénio

(PaO2) e a fracção inspirada de O2 (FiO2), encontram-se em alto risco de

desenvolver insuficiencia respiratória aguda durante a broncofibroscopia (BF) (Nava

and Hill 2009).

A VMNI está contra-indicada para os casos de hipoxémia refractária, alteração do

estado de consciência, instabilidade hemodinâmica, paragem cárdio-respiratória e

incapacidade de adaptação ás diversas interfaces (Antonelli et al. 2001; Nava and

Hill 2009).

1.3 VMNI no Desmame Ventilatório

O recurso à VMNI como uma técnica de desmame ventilatório pode justificar-se

através dos mecanismos fisiopatológicos que ocorrem na transição da ventilação

endotraqueal para a ventilação espontânea (Ferrer et al. 2002; Burns et al. 2010). O

processo de desmame ventilatório apenas se inicia se a causa da insuficiência

respiratória estiver solucionada ou em progressiva melhoria. O processo de

desmame ventilatório é iniciado através da realização da prova de ventilação

espontânea onde se torna necessário avaliar a necessidade de suporte ventilatório e

se o tubo endotraqueal é ou não necessário (Girault et al. 1999; Keenan et al. 2002;

Nava 1998).

A utilização da VMNI como técnica de desmame apenas pode ser indicada se existir

um fracasso na prova de ventilação espontânea e o paciente necessitar de suporte

ventilatório sem que haja necessidade de uma via aérea artificial (Ferrer, Esquinas,

Arancibia, et al. 2003; Bach et al. 2010). O fracasso do desmame ventilatório em

doentes com insuficiência respiratória deve-se também à obstrução das vias aéreas

por secreções, principalmente devido à fraqueza dos músculos respiratórios e

consequente ineficácia da tosse (Bach and Saporito 1996).

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7

1.4 Equipamento

Na insuficiência respiratória aguda, a VMNI pode ser aplicada através de

ventiladores de cuidados intensivos ou através de ventiladores específicos para

VMNI. Os aparelhos específicos para VMNI são mais leves, mais pequenos e mais

baratos e geram pressão positiva constante (CPAP) ou em dois níveis (Bi-nível).

Estes ventiladores não permitem a mistura de oxigénio sendo o seu fluxo fornecido

ao paciente a uma fracção inspirada de oxigénio de 21%. O complemento de

oxigénio pode ser feito através de fontes externas conectadas por um cateter

acoplado á saída do ventilador, á válvula expiratória, directamente na máscara ou

em determinados ventiladores directamente na rampa de O2, sendo a mistura, desta

forma, realizada no interior do ventilador, permitindo-se assim fornecer FiO2 até

100%.

O CPAP Boussignac (CB) (Vygon®) () é um dispositivo composto por uma interface

facial, um manómetro de pressão e uma válvula capaz de gerar pressão positiva

contínua utilizando apenas um fluxo constante oxigénio, através de quatro

microcanais afunilados. E são estes microcanais que geram microjactos de alta

velocidade que transformam o fluxo constante de oxigénio em pressão positiva

(Templier et al. 2003). Esta forma de CPAP já foi aplicada em pacientes com

obesidade mórbida no pós-operatório de bipass gástricos, num estudo randomizado,

com resultados positivos na oxigenação sanguínea comparado com oxigenoterapia

convencional (Gaszynski et al. 2007). No EAP foi estudado em ambiente pré-

hospitalar, em 32 pacientes, com melhoria na SpO2 (Dieperink et al. 2009), numa

unidade coronária, com dados de 108 doentes, mostrando-se viável, clinicamente

efectivo e melhor relação custo/eficácia quando comparado com o tratamento

convencional (Dieperink et al. 2007).

1.5 Pressão Positiva e Broncofibroscopia

Desde a sua introdução na década de 1960, a broncofibroscopia (BF) tem sido cada

vez mais utilizada para fins diagnósticos e terapêuticos. A PaO2 geralmente diminui

ente 10 a 20 mm Hg após BF sem complicações (British Thoracic Society guidelines

on diagnostic flexible bronchoscopy 2001), considerando-se a hipoxémia severa em

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8

pacientes não entubados uma contra-indicação para a BF. Esta diminuição da PaO2

é devida ao facto de o broncofibroscópio (Anexo I) ocupar 10 a 15% do normal

lúmen traqueal condicionando um aumento do trabalho respiratório e

consequentemente o risco de complicações respiratórias e arritmias cardíacas

(Payne, Goyal, and Gupta 1986). A hipoxémia ocorre com a introdução do

broncofibroscópio através da glote até à traqueia, tornando-se mais grave quando é

instalada a anestesia local ou solução salina nas vias aéreas inferiores (Katz et al.

1981). A American Thoracic Society recomenda evitar o lavado broncoalveolar (LBA)

em pacientes sob ventilação espontânea com hipercápnia ou hipoxémia que não

possa ser corrigida, a um mínimo de PaO2 de 75 mmHg ou saturação de oxigénio

superior a 90% com oxigénio suplementar (Goldstein et al. 1990; British Thoracic

Society guidelines on diagnostic flexible bronchoscopy 2001).

Nestes pacientes de alto risco, as opções são a de entubar e aplicar a ventilação

mecânica (VM) para assegurar as adequadas trocas gasosas durante a BF ou evitar

BF e instituir tratamento empírico. Essa limitação foi propulsora do desenvolvimento

de técnicas de suporte ventilatório não invasivo para tornar o procedimento mais

seguro em pacientes hipoxémicos ou em estado crítico, sem recorrer a ventilação

invasiva. Já foi demonstrado que a aplicação de VMNI para assistir a ventilação

espontânea através de uma máscara facial durante a BF com LBA em pacientes não

entubados com hipoxémia grave, pode ser uma alternativa (Antonelli et al. 1996).

Neste estudo a BF foi bem tolerada, melhorou significativamente a relação

PaO2/FiO2 e evitou com sucesso a necessidade de intubação orotraqueal. Dois

estudos randomizados forneceram evidência científica que recomenda a utilização

de VMNI (Antonelli et al. 2002) e o CB (Maitre et al. 2000), durante a BF, através de

uma máscara facial quando comparadas com oxigenoterapia convencional.

Recentemente novos estudos tem sido realizados utilizando e recomendando a

VMNI durante a BF (Murgu, Pecson, and Colt 2010) com novas modificações e

ajustes de interfaces. Num estudo descritivo de dois casos clínicos, a BF foi

realizada com uma abordagem oral com o auxilio de uma goteira e a VMNI foi

aplicada através de uma interface nasal (Chiner et al. 2005); enquanto que numa

série de 12 casos a VMNI foi aplicada através de uma interface facial total

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modificada, que permitia passagem do broncofibroscópio por um cilindro plastificado

colocado na máscara (Heunks et al. 2010).

Foi objectivo do nosso trabalho incluir pacientes com indicação de BF e que se

encontravam hipoxémicos (PaO2/FiO2 < 200) e/ou hipercápnicos (Pressão Parcial

de Dióxido de Carbono (PaCO2)<60mmHg) num estudo randomizado controlado,

confrontado a aplicação de VMNI vs CB através de uma máscara facial, durante a

BF.

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2 Materiais e Métodos

2.1 Definição da Amostra

Esta investigação incidiu sobre uma amostra de 9 doentes adultos recrutados na

Unidade de Broncologia do Serviço de Pneumologia, Unidades de Cuidados

Intensivos e Unidades de Cuidados Intermédios do Hospital S. João, EPE.

Os pacientes eram considerados elegíveis para o estudo de acordo com os

seguintes critérios de inclusão:

1 – Necessidade de BF;

2 – Hipoxémia, definida por PaO2/FiO2 < 200.

Os pacientes foram excluídos se satisfizessem um dos seguintes critérios:

1 – Recente (menos de uma semana) enfarte agudo do miocárdio;

2 – pH inferior a 7.30;

3 – PaCO2 > 60mmHg;

4 – Pressão arterial sistólica < 80mmHg;

5 – encefalopatia ou coma.

Todos os pacientes foram devidamente informados sobre os propósitos do mesmo,

tendo o estudo sido efectuado com o consentimento informado (Anexo II) de acordo

com os pressupostos da Declaração de Helsínquia, garantindo-se a

confidencialidade dos dados. O protocolo foi submetido a avaliação da Comissão de

Ética e Protecção de Dados do Hospital São João EPE, tendo o mesmo obtido um

parecer favorável a 25 de Fevereiro de 2010 (Anexo III).

Somente quando se reunirem os critérios de inclusão, exclusão e a declaração de

consentimento informado devidamente assinada for obtida, os pacientes serão

incluídos no estudo.

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2.2 Desenho do estudo

Entre 26 de Fevereiro e 27 de Agosto de 2010 todos os pacientes com insuficiência

respiratória aguda ou crónica com hipoxémia definida por PaO2/FiO2 < 200 com

necessidade de BF eram elegíveis para o estudo randomizado controlado. A

randomização foi gerada através do computador pelo site

http://www.randomization.com/ para uma amostra de 20 indivíduos para dois grupos

(VMNI e CPAP Boussignac) (Anexo IV).

Antes da BF todos os pacientes foram submetidos a uma avaliação com saturação

periférica de O2 (SpO2) (KONICA MINOLTA PULSOX®-3i) (Anexo V), pressão

arterial (PA), frequência cardíaca (FC), frequência respiratória (FR), ECG e uma

gasimetria arterial (GA). Para os pacientes com SpO2<90%, foi fornecido oxigénio

suplementar até se atingir SpO2 > 92%.

Apenas após a avaliação inicial, os participantes no estudo eram conectados aos

dispositivos fornecedores de pressão positiva (VMNI ou CPAP Boussignac)

respeitando a randomização. Em ambos os grupos foi utilizada uma interface facial

durante a BF.

Durante todo o procedimento, os pacientes eram continuamente monitorizados com

ECG, PA, FC, FR, SpO2 e uma GA 5 minutos após o final do exame. Os pacientes

foram continuamente monitorizados com dois oxímetros de pulso, uma vez que o

primeiro fornecia-nos a SpO2 naquele momento imediato, enquanto que o segundo

tinha a capacidade de registar e guardar em memória interna os dados

continuamente e permitia o download dos mesmos para um software (Konica

MINOLTA PULSOX®SpO2 Analysis DS-3) que gerava uma análise gráfica e cálculo

de parâmetros da oximetria durante todo o procedimento.

Todos estes parâmetros dados foram registados nas seguintes timings do estudo: 1

– avaliação; 2 – imediatamente antes do inicio da BF; 3 – durante a BF; 4 – no final

da BF; 5 – 5, 15, 30, 60 minutos após a BF (Figura 1).

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Figura 1 – Desenho do Estudo

2.2.1 Grupo VMNI

Os pacientes alocados para o grupo da VMNI foram conectados a um ventilador com

capacidade de fornecer FiO2 de 100% através de uma interface facial (VBM®

Endoscopy Mask) (Anexo VI) adaptada à face do paciente pelo investigador. Neste

estudo foram utilizados apenas dois modelos de ventilador (BiPAP® Vision®, Philips®

Respironics® e Supportair™, Airox™). Os parâmetros ventilatórios e o FiO2 foi

titulado pelo investigador com o objectivo de atingir SpO2>92%, e o melhor conforto

possível.

2.2.2 Grupo CPAP Boussignac

Os pacientes do grupo CB (Anexo VII) eram conectados a este dispositivo através

da interface facial recomendada pelo fabricante que foi adaptada à face do paciente

com o recurso a bandas elásticas. O fluxo de oxigénio e a pressão resultante será

titulada pelo investigador para garantir SpO2>92%.

Em ambos os grupos era mantido o suporte ventilatório e de FiO2 através da

interface facial com as mesmas pressões durante pelo menos 30 minutos após a BF,

sendo então substituído, se possível, pelo tipo de ventilação e complemento de

oxigénio prévio à BF.

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Todos os pacientes eram cuidadosamente monitorizados após a BF. O uso de

qualquer tipo de suporte ventilatório posterior era decidido pelo clínico responsável.

A insuficiência respiratória era atribuída à BF, quando tiver sido necessária a

assistência ventilatória nas 6 horas posteriores ao fim do procedimento.

2.3 Procedimentos Estatísticos

Para a caracterização e descrição da amostra foi utilizada a estatística descritiva,

recorrendo-se a medidas de tendência central e de dispersão. Foi também calculada

a variação entre o momento inicial e final, com testes paramétricos (teste t-student

para amostras independentes) e não-paramétricos, (U de Mann-Whitney).

Todos os dados foram analisados para um intervalo de confiança de 95%, utilizando-

se o Statistical Package for the Social Sciences, versão Windows 17.0®.

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3 Resultados

3.1 Caracterização da Amostra

Na Tabela 1 estão definidas as características sócio-demográficas da amostra

constituída por 9 indivíduos.

Tabela 1 - Características Sócio-Demográficas

Caracteristicas VMNI (n = 5) CPAP Boussignac (n = 4)

Idade 72 (29) 60 (34)

Sexo Masculino/Feminino 4/1 4/0

Legenda – Dados da idade expressos em mediana e (in tervalo interquartil).

3.2 Avaliação Inicial

As idades dos indivíduos estavam compreendidas entre um mínimo de 42 e um

máximo de 83 anos. Na amostra encontra-se apenas um individuo do sexo feminino

no grupo da VMNI.

Todos os pacientes encontravam-se sob oxigenoterapia através de diferentes

formas e diferentes FiO2, consoante as suas necessidades clínicas. Quatro dos

pacientes devido ao seu quadro clínico estavam já sob suporte de VMNI (Tabela 2).

Tabela 2 – Caracterização dos indivíduos quanto à V entilação Inicial

Ventilação VMNI (n = 5) CPAP Boussignac (n = 4) p

VMNI 4 0

MAD 1 0

Máscara Venturi 0 3

Cânula Nasal 0 1

FiO2 73 (31) 48 (18) ns

Legenda – Máscara de Alto Débito (MAD) e FiO2 expre ssos em mediana (intervalo interquartil);

não significativo (ns).

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A Tabela 3 mostra os parâmetros ventilatórios dos 4 indivíduos submetidos a VMNI

previamente a serem incluídos no estudo.

Tabela 3 - Parâmetros da VMNI

VMNI (n = 4)

IPAP 24 (8)

EPAP 8 (0)

FR 15 (8)

T.I. 1,1 (0,3)

Legenda – Dados expressos em mediana e (intervalo i nterquartil).

Na Tabela 4 constatamos a homogeneidade da amostra no que diz respeito ás

trocas gasosas avaliadas por uma gasimetria arterial.

Tabela 4 - Gasimetria Inicial

Gasimetria VMNI (n = 5) CPAP Boussignac (n = 4) p

pH 7,42 (0,05) 7,50 (0,08) ns

PaO2 67,5 (30,3) 65,9 (35,6) ns

PaCO2 35,7 (16,6) 33,5 (20,5) ns

SaO2 94,1 (9,4) 95,0 (10,4) ns

HCO3 23,6 (8,4) 26,3 (7,9) ns

PaO2/FiO2 84,1 (30,6) 171,2 (90,1) ns

Legenda – Dados expressos em mediana e (intervalo i nterquartil), não significativo (ns)

O motivo e objectivo da BF foi avaliado e definido pelo Pneumologista, tendo-se

encontrado pontos convergentes em ambos os grupos particularmente em relação

ao objectivo da BF (Tabela 5).

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Tabela 5 - Motivo e Objectivo da Broncofibroscopia

MotivoBF VMNI (n = 5) CPAP Boussignac (n = 4)

Atelectasia 2 1

Consolidação 3 1

Infiltrado Lobar 0 1

Lesões Multiplas 0 1

ObjectivoBF

Aspiração 2 1

Diagnostico 3 3

3.3 Avaliação final

A Tabela 6 apresenta os dados relativos aos parâmetros ventilatórios titulados pelo

investigador durante o estudo.

Tabela 6 – Parâmetros Ventilatórios

VMNI (n = 5) CPAP Boussignac (n = 4) p

IPAP 25 (6) L/min 15 (7,5) n/a

EPAP 8 (3) Pressão 4 (3) n/a

FR 15 (1)

T.I. 1,1 (0,2)

FiO2 70 (45) FiO2 50 (15) ns

Legenda – Dados expressos em mediana e (intervalo i nterquartil), não aplicável (n/a), não

significativo (ns).

Podemos verificar na Figura 2, na Figura 3 e na Figura 4 a tendência da SpO2, da

FR e da FC, respectivamente, durante o estudo em ambos os grupos, constatando

que as diferenças encontradas não foram estatisticamente significativas.

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Figura 2 – Tendência da SpO2

Legenda – Dados expressos em mediana.

Figura 3 – Tendência da Frequência Respiratória

Legenda – Dados expressos em mediana

92

94

96

98

100

VMNI CPAP Boussignac

22

23

24

25

26

27

28

29

30

VMNI CPAP Boussignac

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Figura 4 – Tendência da Frequência Cardíaca

Legenda – Dados expressos em mediana

No entanto, apesar de não encontrarmos diferenças significativas entre os dois

grupos ao nível das tendências, quer em relação à SpO2 quer à FR e FC, na Figura

5 verificamos que no grupo total (VMNI + CB) a PaO2 e a PaO2/FiO2 evoluíram de

forma positiva e de forma estatisticamente significativa entre os dois momentos de

avalição (5 minutos antes da BF e 5 minutos depois da BF).

Figura 5 – Evolução da PaO2 e do Ratio (PaO2/FiO2)

Legenda - * = p<0,05

Na Figura 6 podemos visualizar as alterações ocorridas ao nível gasimétrico entre os

dois momentos de avaliação (5 minutos antes da BF e 5 minutos depois da BF) e os

grupos (VMNI e CB) em relação ao pH, SaO2, PaCO2, PaO2 e PaO2/FiO2, não se

encontrando nenhuma diferença significativa.

60708090

100110120

VMNI CPAP Boussignac

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Figura 6 – Evolução gasimétrica 5 min. pré e 5 min . pós BF em ambos os grupos

Os dados presentes na Tabela 7, resultam da utilização de um oxímetro com

capacidade de efectuar o download dos dados referentes ao registo da oximetria

continuamente durante todo o procedimento.

Tabela 7 – Registo Oxímetro durante todo o estudo

Registo Oxímetro VMNI (n = 5) CPAP Boussignac (n = 4) P

Tempo Registo Total 49,1 (25,4) 35,4 (9,0) ns

SpO2 média 92,7 (4,3) 96,2 (2,8) ns

SpO2 mediana 95,0 (3,5) 97,5 (1,8) ns

SpO2 Percentil 95 99,0 (3,0) 100,0 (0,8) ns

SpO2 minima 74,0 (31,5) 90 (7,0) ns

Tempo SpO2<90% 7,0 (9,1) 0,8 (2,8) ns

%Tempo SpO2<90% 26,0 (32,4) 3,1 (9,0) ns

FC média 84,8 (32,3) 97,4 (25,1) ns

FC mediana 83,0 (35,0) 94,0 (26,3) ns

FC máxima 107,0 (40,5) 117,5 (34,0) ns

Legenda – Dados expressos em mediana e (intervalo i nterquartil), não significativo (ns).

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Apesar de verificarmos a existência de algumas diferenças entre os dois grupos,

estas não são estatisticamente significativas quer no registo da oximetria durante

todo o procedimento, quer no registo da oximetria apenas durante a BF, como

apuramos na Tabela 8.

Tabela 8 – Registo Oxímetro durante a BF

Registo durante a BF VMNI (n = 5) CPAP Boussignac (n = 4) P

SpO2 média 96,1 (6,9) 97,3 (0,3) ns

FC média 90,0 (35,6) 103,4 (24,6) ns

Tempo BF 9,55 (9,8) 7,84 (2,8) ns

Legenda – Dados expressos em mediana e (intervalo i nterquartil), não significativo (ns)

Uma vez que se encontraram pontos convergentes na nossa amostra de 9 doentes,

como o motivo e particularmente o objectivo da BF, por conseguinte o tipo de

técnicas executadas durante o procedimento também não diferiu (Figura 7). O

lavado brônquico (LBR) + LBA foram as técnicas predominantes, sendo as únicas

técnicas efectuadas aos pacientes do grupo CB .

Figura 7 – Técnicas executadas durante a BF

Por fim, averiguamos os nossos resultados finais nestes grupos de doentes em

relação ao sucesso do modelo apresentado e estudado. Verificamos uma taxa de

sucesso na ordem dos 89%, uma vez que 6 horas após o fim do procedimento,

apenas 1 paciente necessitou de ser novamente re-intubado e conectado a

0 1 2 3 4 5

Aspiration

LBR + Aspiration

LBR + LBA

CPAP Boussignac VMNI

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ventilação mecânica invasiva

respiratória.

Figura 8 – «Outcomes » 6 horas após o fim da BF

Analisando a sobrevida hospitalar da nossa amostra (

dos doentes do grupo VMNI (n=5)

no grupo CB (n=4) faleceu 1 paciente.

Figura 9 – Dados Sobrevida Hospitalar

0

1

2

3

4

VMNI (n = 5)

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

ventilação mecânica invasiva (Figura 8) devido a um agravamento da insuficiência

» 6 horas após o fim da BF

Analisando a sobrevida hospitalar da nossa amostra (Figura 9), confirmamos que 3

dos doentes do grupo VMNI (n=5) faleceram durante o internamento, enquanto que

no grupo CB (n=4) faleceu 1 paciente.

Dados Sobrevida Hospitalar

VMNI (n = 5) CPAP Boussignac (n = 4)

Sucesso Re-Intubação

VMNI (n = 5)

CPAP Boussignac (n = 4)

Vivo Óbito

21

devido a um agravamento da insuficiência

), confirmamos que 3

faleceram durante o internamento, enquanto que

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4 Discussão

Os resultados presentes demonstram que em doentes hipoxémicos severos

(PaO2/FiO2<200) quer a VMNI quer o CB através de uma interface facial permitem

aumentar a tolerância e segurança durante a BF e uma melhoria significativa das

trocas gasosas no final do procedimento.

A hipoxémia é uma contra-indicação para a broncoscopia devido ao risco de

insuficiência respiratória aguda, isquémia cardíaca e arritmias durante e após o

procedimento (Goldstein et al. 1990). Diversos investigadores demonstraram que a

broncoscopia está associada a alterações temporárias ao nível hemodinâmico,

mecânica pulmonar e das trocas gasosas (Lindholm et al. 1978; Matsushima et al.

1984; Trouillet et al. 1990; Verra et al. 1992).

Um estudo sobre o risco cardiopulmonar da BF (Trouillet et al. 1990) em 107

pacientes sob VM, foi verificada hipoxémia significativa em 13%, relacionando-se

com a severidade da disfunção pulmonar e com a diminuição da ventilação alveolar.

No presente estudo o reduzido tamanho amostral é uma das principais limitações

desta investigação, reduzindo a qualidade dos resultados, assim como o poder da

análise estatística. O projecto e randomização inicial previam a inclusão de um total

de 20 indivíduos (10 para cada grupo) conduzindo a que esta investigação e por

conseguinte os dados apresentados se considerem preliminares.

No entanto, e apesar de não se constatarem diferenças significativas, no primeiro

momento de avaliação, constata-se elevada gravidade dos doentes do grupo VMNI

(n=5), uma vez que 4 dos mesmos já se encontravam sob esta forma de suporte

ventilatório previamente à avaliação efectuada versus 0 do grupo CB. O FiO2 inicial

era superior no grupo VMNI, 73 (31), enquanto que no outro grupo era de 48 (18) e

particularmente, o mesmo acontecendo em relação às trocas gasosas em que a

PaO2/FiO2 no grupo CB foi 171,2 (90,1) e no grupo VMNI era de 84,1 (30,6).

De notar, que a randomização tinha sido previamente gerada através de computador

pelo site previamente descrito, contudo a distribuição da amostra pelos dois grupos

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não foi homogénea, visto que a totalidade dos 4 indivíduos já sob VMNI foram todos

alocados ao grupo VMNI.

A fiabilidade e viabilidade da VMNI e do CB como coadjuvantes da BF já foram

previamente publicadas na literatura (Antonelli et al. 1996; Antonelli et al. 2002;

Maitre et al. 2000). Estes estudos randomizados comprovaram que a VMNI e o CB

mantêm a oxigenação durante a BF. Antonelli et al. em 1996, originalmente,

descreveram a aplicação de VMNI durante a BF num grupo de 8 doentes

imunocomprometidos hipoxémicos (PaO2/FiO2<100) com suspeita de pneumonia.

Neste estudo verificaram melhoria significativa da relação PaO2/FiO2 durante todo o

procedimento, sem aumento da PaCO2 e ainda uma diminuição da FR e da FC

imediatamente após a adaptação a VMNI. O mesmo grupo de autores em 2002,

comparou num estudo randomizado a VMNI (n=13) vs oxigenoterapia convencional

(n=13) durante a BF, em pacientes com suspeita de pneumonia nosocomial. No

primeiro momento de avaliação (sob máscara de Venturi, com FiO2 ≥ 0,5) apurou-se

PaO2/FiO2 de 143±32 e 155±24 no grupo VMNI e oxigenoterapia convencional,

respectivamente. Progredindo significativamente, no grupo de VMNI, durante

(261±100) e 1 hora após a BF (176±62), enquanto que no outro grupo diminui para

139±38 (durante a BF) e para 140±38 (1 hora após BF). Por sua vez Maitre et al.

reportou resultados de um estudo randomizado duplamente cego avaliando o CB

durante a BF em 30 pacientes com PaO2/FiO2<300. Durante a BF e 30 minutos

depois a SpO2 foi significativamente superior no grupo sob CB, assim como a PaO2

avaliada 15 min. após a BF (10,5±16,9%) enquanto que no grupo de oxigénio

diminui em 15±16,6% (p=0,01).

O presente estudo surge, uma vez que não existem estudos randomizados que

comparem estes dois métodos coadjuvantes da BF em pacientes hipoxémicos

graves com PaO2/FiO2<200.

Não limitamos a indicação de BF somente para LBA, embora sabendo da indução

de shunt e possível resposta inflamatória (de Fijter et al. 1993; Krause et al. 1997;

Standiford, Kunkel, and Strieter 1991), bem como a recomendação de monitorização

durante aproximadamente 24 horas (Bauer et al. 2001; Pugin and Suter 1992), com

o objectivo da possibilidade de ambos os suportes ventilatórios em estudo,

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reproduzirem resultados diferentes em diversas patologias e motivos de BF. No

entanto, num grupo de indivíduos com PaO2/FiO2 < 200, esperava-se que os dois

principais motivos para este procedimento invasivo seriam a atelectasia e a

consolidação, assim com os seus objectivos passariam sobretudo pela aspiração e

diagnostico.

Conferimos, efectivamente, um maior suporte ventilatório durante o procedimento,

no grupo VMNI, ao nível do IPAP, EPAP, e de FiO2, corroborando a nossa

constatação de elevada gravidade deste grupo.

Contudo, apesar desta elevada gravidade os resultados finais não foram

significativamente diferentes. Estatisticamente apenas podemos afirmar que a PaO2

e a PaO2/FiO2 melhoraram significativamente no grupo total (n=9). Por conseguinte,

analisamos as tendências e demonstrou-se que uma diminuição da FR, da FC, da

PA sistólica e diastólica (não apresentado), assim como ligeiro aumento da SpO2

durante e no final da BF, no grupo VMNI. Todavia, este mesmo grupo teve piores

desempenhos ao nível da SpO2 mínima, tempo SpO2<90% e %tempo SpO2<90%.

Apenas um individuo foi considerado insucesso (re-intubado) justificando em parte

os desempenhos acima discutidos, contribuindo para uma tendência de maior

severidade no grupo VMNI, e relacionando-se com o facto de ser a BF que decorreu

durante maior período de tempo (16,55min.).

Estes resultados sugerem que a pressão positiva tem definitivamente um papel

importante como técnica coadjuvante da BF em pacientes hipoxémicos graves

(PaO2/FiO2<200). No entanto, e apesar de constatarmos elevada gravidade nos

indivíduos do grupo VMNI, não podemos concluir o principal objectivo do estudo que

era o de descobrir qual destes dois métodos seria mais eficaz e seguro neste tipo de

pacientes durante a BF. Contudo foi demonstrado que a VMNI poderá ser mais

efectiva uma vez que foi aplicada em indivíduos com elevada gravidade e com

resultados semelhantes. Novos estudos são necessários com amostras mais

alargadas para uma melhor exploração das variáveis em estudo.

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25

5 Conclusão

Este estudo indicia que em pacientes hipoxémicos graves (PaO2FiO2<200) com

indicação para a realização de BF a aplicação de pressão positiva durante este

procedimento, confere-lhe maior eficácia e segurança.

Salientamos que as limitações do estudo se centrarem sobretudo na reduzida

amostra, o que pode ter perturbado os resultados obtidos, não lhes conferindo ainda

significado estatístico. Mesmo assim, encontrámos resultados positivos no grupo

total ao nível da PaO2, SaO2 e PaO2/FiO2, quando comparados os dois momentos

de avaliação (5 minutos antes e após a BF). Também as tendências analisadas da

SpO2, FR e FC durante todo o procedimento, favorecem o grupo VMNI.

Em termos gerais, ainda que sem poder estatístico, os dados obtidos neste estudo

sugerem um papel eficaz da pressão positiva na BF (em particular da VMNI)

contribuindo para a segurança desta técnica mesmo quando esta se aplica em

doentes com Insuficiência Respiratória grave. O recrutamento de uma amostra mais

alargada (que ainda decorre) poderá permitir conclusões mais segura no futuro.

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7 Anexos

7.1 Anexo I – Broncofibroscópio

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7.2 Anexo II – Declaração de Consentimento Informado

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7.3 Anexo III – Parecer Favorável da Comissão Ética do Hospital São João, EPE

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7.4 Anexo IV – Método de Randomização (http://www.randomization.com)

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7.5 Anexo V – Oxímetro, KONICA MINOLTA PULSOX®-3i

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7.6 Anexo VI – VBM® Endoscopy Mask

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XII

7.7 Anexo VII – CPAP Boussignac