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    Dedicatria

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    Agradecimentos

    A Deus por ter dado forcas e energia para trabalhar, aos meus Pais por ter dado apoio durante osmeus estudos e por me terem nascido

    A direco da ARA Zambeze

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    Resumo

    O presente Relatrio, produto de Estagio Profissional no mbito de Projecto do Curso com

    durao de 5 (cinco) meses realizado na empresa ARA-Zambeze, localizada na provncia de

    Tete. Este, enquadra-se no mbito de Monitoramento dos recursos Hdricos (Caudal) da bacia

    hidrogrfica do rio Zambeze (em territrio moambicano), onde com base na base de dados da

    instituio (ARA-Zambeze) foi feita uma anlise do procedimento da monitoria do caudal na

    Bacia.

    O monitoramento dos recursos hdricos remete ao conhecimento dos fenmenos hidrolgicos,

    estruturando sua gesto, de forma a atender aos seus usos mltiplos, e ao mesmo tempo permitir

    o controlo e a conservao desse recurso. A eficcia do monitoramento depende da adequao de

    projecto e das condies apropriadas de operao de sistemas de informaes. A rede de

    monitoramento formada pelas estaes dever ser adequada aos seus objectivos e ser ptima em

    sua locao. Os dados gerados devem permitir modelar o comportamento hidrolgico na bacia,

    possibilitando a interpolao dos dados de forma que se obtenha a informao desejada em

    quaisquer pontos da bacia.

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    Lista de Acrnimos

    ADPC(Acoustic Doppler Current Profiler) - Perfiladores de Corrente por efeito Doppler sobre

    ondas Acsticas.

    ARA-ZambezeAdministrao Regional de guas do Zambeze;

    EMAEscoamento Mdio Anual;

    HCBHidroelctrica de Cahora Bassa;

    INGCInstituto Nacional de Gesto de Calamidades;

    PMAPrecipitao Mdia Anual;

    SACSistema de Aviso de Cheias;

    SARCOF (Southern African Regional Climate Outlook Forum) - Frum Regional da frica

    Austral para Previso Climtica;

    ZCITZona De Convergncia Intertropical;

    BRZBacia do Rio Zambeze;

    DRIFT (Downstream Response to Imposed Flow Transformation) - Resposta Jusante da

    transformao imposta de fluxos)

    WMO(World Meteorology Organization) - Organizaao Mundial de Meteorologia;

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    7 ANEXOS ............................................................................................................................................................... 49

    ndice de Figuras

    Figura 1:Bacia hidrogrfica do rio Zambeze.Fonte: xxxxx(ano) ............................................................. 10Figura 2:Bacia hidrogrfica do rio Zambeze em Territrio Moambicano e respectivas estaceshidropluviomtricas. ................................................................................................................................... 13Figura 3:Pluvimetro standard instalado no escritrio sede da ARA-Zambeze usado para recolha dedados da precipitao na BRZ em territrio Moambicano...................................................................... 17Figura 4:Molinete para medio de velocidade da gua.(Fonte: Collischonn & Dornelles, 2013) ......... 20Figura 5:Medidor de velocidade por efeito Doppler em ondas acsticas, indicando o volume de controlopara o qual so vlidas as medies.(Fonte: Collischonn & Dornelles, 2013) ......................................... 21Figura 6: Escala Hidromtrica instalada no pilar de uma ponte no rio Luia. .............................................. 22

    Figura 7:Pontos de medio de velocidade na vertical. Fonte: adaptado de Collischonn & Dornelles,(2013). ......................................................................................................................................................... 24Figura 8: Seco transversal com indicao das verticais onde medida a velocidade. Fonte: adaptado deCollischonn & Dornelles, (2013) ................................................................................................................ 25Figura 9:Exemplo de medio de vazo em seco transversal de um rio, com a indicao das verticais,suas distncias da margem (d) e suas profundidades (p), e dos pontos em que efectivamente medida avelocidade utilizando o mtodo dos dois pontos por vertical.(Fonte: Collischonn & Dornelles, 2013) ... 26Figura 10:Detalhe da rea da seco transversal do rio para qual se considera vlida a velocidademdia da vertical nmero 2.(Fonte: Collischonn & Dornelles, 2013) ....................................................... 26Figura 11:Detalhe da rea da seco transversal do rio para qual se considera vlida velocidade.

    (Fonte: Collischonn & Dornelles, 2013) ..................................................................................................... 27Figura 12:Exemplo de uma medio de vazo com um perfilador acstico Doppler feita no rio Zambeze:cada clula rectangular correspondente a uma velocidade estimada, a zona imediatamente acima do leitoindica a parte da seco em que a velocidade no medida, da mesma forma que a zona prxima superfcie. .................................................................................................................................................... 29Figura 13:Mapa de estaes Pluviomtricas em funcionamento na Bacia do Zambeze em territriomoambicano. ............................................................................................................................................. 37Figura 14:Mapa de estaes hidromtricas em funcionamento.(Fonte: ARA-Zambeze)......................... 40Figura 15: usos e aproveitamentos da gua na BRZ em territrio nacional. .............................................. 44

    http://c/Users/Leudmiro/Documents/SCHOOL/4%C2%BA%20ANO/ESTAGIO/RELATORIO/Relatorio%20(R.B.).docx%23_Toc391413738http://c/Users/Leudmiro/Documents/SCHOOL/4%C2%BA%20ANO/ESTAGIO/RELATORIO/Relatorio%20(R.B.).docx%23_Toc391413738http://c/Users/Leudmiro/Documents/SCHOOL/4%C2%BA%20ANO/ESTAGIO/RELATORIO/Relatorio%20(R.B.).docx%23_Toc391413738http://c/Users/Leudmiro/Documents/SCHOOL/4%C2%BA%20ANO/ESTAGIO/RELATORIO/Relatorio%20(R.B.).docx%23_Toc391413738http://c/Users/Leudmiro/Documents/SCHOOL/4%C2%BA%20ANO/ESTAGIO/RELATORIO/Relatorio%20(R.B.).docx%23_Toc391413738http://c/Users/Leudmiro/Documents/SCHOOL/4%C2%BA%20ANO/ESTAGIO/RELATORIO/Relatorio%20(R.B.).docx%23_Toc391413738
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    ndice de Tabelas

    Tabela 1:rea das sub-bacias e seus respectivos rios afluentes do rio Zambeze em territrioMoambicano. (Fonte: DHI& CONSULTEC) ........................................................................................... 14Tabela 2:Nmero e posio dos pontos de medio de velocidade com relao profundidade (Santoset al.,2008, apud, Collischonn & Dornelles, 2013). .................................................................................... 24Tabela 3:Distncia recomendada entre verticais e nmero de verticais para medio da velocidade dagua em um rio, de acordo com a largura do rio (Santos et al.,2001)....................................................... 25Tabela 4:Rede de estaces pluviomtricas e hidromtricas e sua respectiva localizao na bacia doZambezeem territrio moambicano. (Fonte: ARA-Zambeze) ................................................................. 34

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    1 INTRODUO

    A bacia do rio Zambeze um dos recursos naturais mais diversificados e valiosos do continente

    africano. As suas guas so essenciais para o crescimento econmico sustentado e a reduo da

    pobreza na regio. Alm de atender s necessidades bsicas de cerca de 30 milhes de pessoas e

    suportar um ambiente natural rico e diverso, o rio tem um papel central nas economias dos oito

    pases ribeirinhos: Angola, Botswana, Moambique, Nambia, Tanznia, Zmbia e Zimbbue.

    Ele proporciona regio importantes bens e servios ambientais e essencial para a seguranaalimentar regional e a produo de energia hidroelctrica. Como a Bacia do Rio Zambeze (BRZ)

    caracterizada por extrema variabilidade climtica, o Rio e os seus tributrios so sujeitos a um

    ciclo de cheias e secas que tm efeito devastador sobre as populaes e economias da regio, e

    em especial nos seus membros mais pobres. No entanto, uma melhor gesto e desenvolvimento

    cooperativo dos recursos hdricos da Bacia poderiam aumentar significativamente o rendimento

    da agricultura, a gerao hidroelctrica e as oportunidades econmicas. (Banco Mundial, 2010)

    Fazendo Monitoramento os recursos hdricos (caudal), habilita-se saber se os recursos esto

    sendo bem utilizados e se sero suficientes para o que se pretende fazer (aproveitamento

    hidrulico, por exemplo). Porque o monitoramento criado para melhorar a eficincia e a

    eficcia de um projecto ou organizao, auxiliando a manter o trabalho em sua linha geral

    possibilitando melhor gerenciamento que por sua vez fornece uma base de avaliao muito til.

    A partir dele, possibilita-se identificar quando as coisas no esto andando correctamente. Se

    utilizado correctamente, torna-se uma ferramenta inestimvel para um bom gerenciamento dos

    recursos. O monitoramento dos recursos hdricos subsidia medidas de planeamento, controle,

    recuperao, preservao e conservao dos mesmos. Pode-se citar o monitoramento de um

    recurso hdrico, que tem os seguintes objectivos: Acompanhar as alteraes de sua qualidade e

    quantidade; Elaborar previses de comportamento; Desenvolver instrumentos de gesto;

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    1.1 Problema e Justificao

    Apesar da importncia regional da BRZ, poucos foram os melhoramentos feitos na gesto dos

    seus recursos hdricos nos ltimos 30 anos. Devido a diferenas nas estratgias de

    desenvolvimento ps independncia e na economia poltica dos pases ribeirinhos, assim como

    s diferentes caractersticas fsicas da bacia, as abordagens ao desenvolvimento dos recursos

    hdricos tm-se mantido principalmente unilaterais. No entanto, efectuar o monitoramento,

    permitir uma melhor gesto e desenvolvimento cooperativo dos recursos hdricos da Bacia que

    poderiam aumentar significativamente o rendimento da agricultura, a gerao hidroelctrica e as

    oportunidades econmicas. A colaborao teria o potencial de aumentar a eficincia na utilizao

    dos recursos hdricos, fortalecer a sustentabilidade ambiental, melhorar a regulao da procura derecursos naturais e permitir uma maior atenuao do impacto das secas e cheias.

    1.2 OBJECTIVOS

    1.2.1 Objectivo geral

    O presente trabalho tem como objectivo avaliar o monitoramento hidrolgico de bacia do

    rio Zambeze em territrio Moambicano.

    1.2.2 Objectivos especficos

    Descrever o funcionamento do sistema de colecta e armazenamento de dados;

    Conhecer situao hidrolgica e meteorolgica;

    Analisar o monitoramento do caudal na bacia;

    Propor medidas para melhorar o monitoramento hidrolgico;

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    2 REVISO BIBLIOGRFICA

    2.1 Descrio geral da bacia do Zambeze

    O Zambeze o 4 maior rio de frica e o que possui maior caudal entre os rios africanos que

    desaguam no ndico. A sua bacia ocupa uma rea de 1.390.000 km2, pouco menos de metade da

    superfcie da bacia do Nilo.

    Figura 1:Bacia hidrogrfica do rio Zambeze.Fonte: xxxxx(ano)

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    Nasce nas montanhas de Kalene na fronteira entre a RDC (Republica Democrtica do Congo) e

    Zmbia a cerca de 1.500 m de altitude, dirige-se para Angola, e depois para Sul e Este ao longo

    das fronteiras de Nambia e Botswana, Zmbia e Zimbabwe e entra finalmente em Moambique,

    indo desaguar no Oceano Indico, perfazendo um percurso de aproximadamente 2.700 km (Jessen

    & Silva, 2008).

    A bacia apresenta trs grandes unidades hidrogrficas: o Alto Zambeze, o Mdio Zambeze e o

    Baixo Zambeze. (DHI & CONSULTEC, 2008).

    Alto Zambeze

    A bacia do Alto Zambeze estende-se por uma rea de 507.200 km2e compreende toda a rede

    hidrogrfica de Angola, Zmbia, Nambia e Botswana at Victoria Falls. A precipitao mdiaanual (PMA) nesta sub-bacia da ordem de 1.000 mm, que gera um escoamento mdio anual

    (EMA) da ordem de 88 mm. A precipitao varia entre 600 mm no Sul, no territrio do Botswana

    e da Nambia, e 1.300 mm no Norte, em territrio Angolano. O pico mximo de cheia para um

    perodo de retorno de 10.000 anos (Q 10.000) estimado com base em mtodos empricos de

    17.286 m3/s.

    Mdio Zambeze

    A bacia do Mdio Zambeze estende-se por uma rea de 543.200 km2e compreende as sub-bacias

    de Kariba, a jusante de Victoria Falls, do Kafue e a de Cahora Bassa, que inclui a sub-bacia do

    Luangwa-Lusemfwa. A PMA da ordem de 916 mm, que gera um EMA da ordem de 87 mm,

    em que a contribuio mais significativa para este escoamento dada pela sub-bacia do Luangwa

    com um valor da ordem de 118 mm. A precipitao anual varia entre 600 mm, a Sul da albufeira

    de Cahora Bassa e 1.300 mm no alto Kafue. O pico de mxima cheia Q 10.000 estimado em

    Cahora Bassa, como seco final desta bacia do Mdio Zambeze, da ordem de 30.000 m 3/s.

    Baixo Zambeze

    O Baixo Zambeze um troo de 650km, desde Cahora Bassa ao Oceano Indico, onde em quase

    toda a sua extenso o rio navegvel, embora seja pouco profundo em algumas regies,

    sobretudo na estao seca. Aos poucos o rio entra num leito plano onde ocupa largas reas, e

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    mantm-se com este aspecto at desaguar no Indico. Apenas na garganta de Lupata, a 350km da

    foz, o rio confina-se entre altas colinas. Tem como principais tributrios os rios Luia, Revubu,

    Luenha e Chire.

    2.2 Caracterizao da rea em estudo

    Em Moambique a Bacia do rio Zambeze est localizada na regio Central do pas entre 14 e

    19 de latitude Sul e 30 12 e 37 12 de longitude Este (Mapa, 1972). Esta bacia estende-se

    desde a localidade de Zumbo at a foz no Oceano ndico, perfazendo um troo de cerca de 800

    km e banhando uma rea de cerca de 163.500 km 2 (Atlas, 1960).

    Em quase toda a sua extenso o rio navegvel (navegao virada ao transporte de pessoas e

    bens), para alm de um grande aproveitamento agrcola, sendo que a maior actividade agrcola

    a produo da cana-de-acar (DHI & CONSULTEC, 2008).

    O rio Zambeze atravessa a provncia de Tete e forma fronteira entre a provncia de Tete a Norte e

    a provncia de Manica e Sofala a Sul e, entre as provncia da Zambzia a Norte e Sofala a Sul. A

    figura 2 um mapa que ilustra a rea da Bacia do rio Zambeze em territrio nacional desde a sua

    entrada em Zumbo at a foz no Oceano ndico.

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    Figura 2:Bacia hidrogrfica do rio Zambeze em Territrio Moambicano e respectivas estaceshidropluviomtricas.

    Dos quatro afluentes ou tributrios principais que entram no Zambeze dentro de Moambique, os

    rios Lua e Revubu tm um regime de caudais diferente do rio Luenha. Estes esto localizados

    na margem esquerda do rio Zambeze e drenam os planaltos de Marvia, Fingo e Angnia,

    enquanto a bacia do Luenha est na margem direita do Zambeze, apresentando caractersticas

    fisiogrficas de relevo menos acentuado. Os rios Lua e Revubu tm tendncia a produzir

    maiores cheias em Janeiro ou Fevereiro. O movimento da Zona de Convergncia Intertropical

    (ZCIT) 1afecta mais tarde o Luenha que tem a sua bacia mais a sul. A cheia deste rio geralmente

    acontece em Fevereiro e Maro. Esta diferena no perodo de ocorrncia da cheia faz com que a

    cheia combinada seja menor que a soma das cheias independentes (DHI & CONSULTEC,2008).

    1Zona de Convergncia Intertropical (ZCIT) - a rea que circunda a Terra, prxima aoequador,onde os ventosoriginrios dos hemisfrios norte e sul se encontram.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Linha_do_Equadorhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Linha_do_Equadorhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Linha_do_Equador
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    A hidrologia do rio Chire completamente diferente da dos outros afluentes por causa do

    tamanho e da natureza de sua bacia, incluindo o Lago Niassa, com a sada regulada e com uma

    extensa rea pantanosa a jusante. Contudo, o rio Chire possui alguns afluentes com reaco

    rpida, por exemplo o rio Ruo que entra em Chiromo e pode contribuir com um pico de cheia de

    aproximadamente 1.000 m3/s com um perodo de retorno de cinco anos. O pico acontece mais

    frequentemente em Maro, mas pode acontecer em qualquer perodo entre Janeiro e Abril (DHI

    & Consultec, 2008).

    Em territrio nacional, a bacia do Zambeze est disposta em sub-bacias onde se encontram osprincipais afluentes.

    Tabela 1:rea das sub-bacias e seus respectivos rios afluentes do rio Zambeze em territrio

    Moambicano. (Fonte: DHI& CONSULTEC)

    Afluente rea (km )Bacia na seco da Albufeira de Cahora Bassa 900.000

    Luia 27.650Revubu 15.550Luenha 54.150Chire 158.300

    Afluentes menores em Moambique 42.650Total 1.198,300

    2.2.1 Caractersticas Geomorfolgicas

    Em Moambique, o Vale do Baixo Zambeze tem uma inclinao noroeste / sudeste e, a jusante

    de Sena, intersecta o Vale do Rift2, inclinado no sentido norte / sul. O rio Chire entra no

    Zambeze ao longo da falha, a norte, e o rio Zangue entra a sul, ao longo da fossa tectnica de

    Urema (vale de fractura) (SADC et al., 2000).

    O Lago Malawi / Niassa ocupa a maior parte da fossa tectnica e, em muitos locais, evidente o

    fenmeno das escarpas limtrofes elevadas acima do nvel do antigo planalto. A jusante de Sena,

    o Zambeze entra no seu delta, que no to amplo como seria de esperar de um rio to vasto. A

    sub-bacia de Tete cobre o Lago de Cahora Bassa e o rio Zambeze a jusante at Sena. A leste, o

    2Vale do Rift- um complexo de falhastectnicas criado h cerca de 35 milhes de anos com a separaodasplacas tectnicasafricana earbica.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Tect%C3%B3nicahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Placa_tect%C3%B3nicahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Placa_africanahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Placa_ar%C3%A1bicahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Placa_ar%C3%A1bicahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Placa_africanahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Placa_tect%C3%B3nicahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Tect%C3%B3nica
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    limite da sub-bacia coincide com a fronteira entre o Malawi e Moambique, atravs das terras

    altas ocidentais do vale de fractura, culminando no elevado planalto de Angnia.

    Os movimentos ascendentes associados ao Vale do Rift a norte do Zambeze, ao longo da

    cordilheira de Morrumbala, constituem a fronteira ocidental da sub-bacia do delta do Zambeze.

    A topografia da sub-bacia determinada pela interseco do vale de fractura com o Baixo

    Zambeze. As maiores elevaes ocorrem na direco norte / sul, atravs de Morrumbala, at

    Inhaminga. O delta propriamente dito comea em Mopeia, a 120 km do mar, e as ondas de mars

    alcanam os ltimos 80 km do percurso. As represas ao longo do Zambeze e dos seus afluentes

    menores e canais antigos, juntamente com vestgios de praias, criaram reas elevadas. Prximo

    da costa, existem dunas elevadas, que so mais proeminentes na parte norte do delta (SADC et

    al., 2000).

    2.2.2 Caractersticas climticas

    A bacia do Zambeze no territrio moambicano localiza-se na zona intertropical, o que lhe

    confere um clima do tipo tropical com quatro variaes: tropical hmido, tropical seco, tropical

    semirido e clima modificado pela altitude. O clima tropical hmido o predominante,

    caracterizado por duas estaes, nomeadamente a fresca e seca que se estende de Abril a

    Setembro e, a quente e hmida entre Outubro e Maro. A precipitao anual na bacia influenciada fundamentalmente pela distncia ao litoral e pela altitude. Assim, a precipitao

    anual mdia elevada no litoral e vai decrescendo medida que se caminha para o interior. Esta

    tendncia contrariada pelo efeito da altitude que faz com que as zonas dos planaltos do norte da

    Provncia de Tete (Angnia, Tsangano, Marvia) tenham valores elevados de precipitao ao

    passo que as zonas baixas dessa Provncia a norte e sobretudo a sul do rio Zambeze tenham

    valores muito baixos (DHI & Consultec, 2008). A assim, a Norte da bacia a precipitao mdia

    anual da ordem dos 1.100 a 1.400 mm, que declina medida que se caminha para Sul, podendo

    atingir cerca de metade deste valor a sudoeste. A precipitao ocorre durante 4 a 6 meses do ano,

    derivado sobretudo do movimento da ZCIT (Zona de Convergncia Intertropical) sobre a bacia.

    A poca de maior precipitao em toda a bacia compreende habitualmente os meses de

    Dezembro a Maro. A taxa de evaporao alta (1.600 a 2.300 mm) e por esta via ocorre muita

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    perda de gua em extensas regies planas inundadas e pntanos, especialmente a sudoeste da

    bacia (Jassen & Silva, 2008).

    As temperaturas na bacia apresentam variaes regionais em funo da interferncia do relevo.

    Em geral os valores da temperatura sobre a bacia tendem a aumentar em direco ao Norte.

    Porm, por interferncia do factor relevo verificam-se menores temperaturas nas regies mais

    altas.(SMEC, 2005).

    2.2.3 Caractersticas hidrolgicas

    Ao entrar em Moambique, o Zambeze um rio amplo com um escoamento mdio anual (EMA)

    de 76.9 x 109 m3 em Cahora Bassa, que representa uma descarga mdia de 2.440 m3/s. A

    descarga varia entre 250 m3/s e 18.000 m3/s aproximadamente, e os meses de grande caudal sode Janeiro a Abril, com uma ponta habitualmente em Fevereiro e Maro. Sobretudo, o regime

    dos seus caudais apresenta mnimos em Setembro e Outubro, com um lento crescimento em

    Novembro e Dezembro e valores mximos entre Janeiro e Abril com um decrscimo at

    Setembro (DHI & Consultec, 2008). Este regime muito varivel de ano para ano e nos ltimos

    anos depende das descargas de Cahora Bassa. As cheias so grandes em termos de volume e de

    longa durao.

    Devido a distribuio da precipitao, por influncia da morfologia e da ZCIT, os tributrios damargem esquerda contribuem com volumes muito maiores de gua do que os da margem direita.

    Assim as suas contribuies de cheia para o Zambeze so relativamente altas em termos de

    pontas de cheias, embora sejam pequenas em volume. Na bacia de Cahora Bassa se gera cerca de

    15% do escoamento mdio anual (de toda a bacia, desde a nascente at a foz) e no Baixo

    Zambeze cerca de 28%. As dcadas de 40 e 50 foram particularmente hmidas. Ao longo do

    ltimo sculo, os registos de caudais na bacia revelam um comportamento sinusoidal, com

    perodos de volumes transitados na seco de Cahora Bassa predominantemente mais baixos (da

    ordem ou inferiores a 75 km3 at 1930 e de 1980 a 2000) e os perodos de volumes mais

    elevados (superiores a 75 km3entre 1930 e 1980 e de 2000 em diante) (Jassen & Silva, 2008).

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    2.3 Monitoramento de Variveis Hidrolgicas

    2.3.1 Precipitao

    A gua da atmosfera que atinge a superfcie na forma de chuva, granizo, neve, neblina

    denominada precipitao. Na realidade moambicana a chuva a forma mais importante de

    precipitao, pois a principal forma de entrada de gua em uma bacia hidrogrfica (balano

    hdrico).

    2.3.1.1 Medio da Chuva

    A chuva medida utilizando instrumentos chamados pluvimetros que no so nada mais do que

    recipientes para colectar a gua precipitada com algumas dimenses padronizadas. Existem

    pluvimetros adaptados para realizar medies de forma automtica, registrando os dadosmedidos em intervalos inferiores a um dia. Estes equipamentos so denominados pluvimetros

    automticos ou pluvigrafos. Os pluvigrafos originalmente eram mecnicos, e utilizavam uma

    Balana para pesar a gua da chuva colectada. Estes pluvigrafos antigos, com registro analgico

    em papel, foram substitudos, nos ltimos anos, por pluvimetros automticos digitais, que

    registram dados em uma memria ou data logger.

    O pluvimetro mais usado na ARA-Zambeze o Standardde 5 (12.7 cm) de boca, como ilustra

    a figura 3. As leituras so efectuadas utilizando uma Proveta especfica para este efeito. Nospluvimetros da rede de observao mantida pela ARA-Zambeze, a medio da quantidade de

    chuva realizada uma vez ao dia, sempre as 9h, por um observador que anota o valor em uma

    caderneta especfica.

    Figura 3: Pluvimetro standard instalado noescritrio sede da ARA-Zambeze usado pararecolha de dados da precipitao na BRZ em

    territrio Moambicano.

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    2.3.1.2 Tratamento de dados pluviomtricos e identificao de erros

    O objectivo da instalao de um posto de medio (estaco pluviomtrica) de chuvas obter

    uma serie ininterrupta de precipitao ao longo dos anos. Ao longo do tempo podem ocorrer

    erros de medio ou pode ocorrer a existncia de perodos sem informaes ou com falhas nas

    observaes, devido a problemas com os aparelhos de registro ou com o operador do posto. A

    anlise de consistncia uma forma de identificar e, eventualmente, corrigir alguns erros e falhas

    desse tipo.

    As causas mais comuns de erros de observaes so:

    Preenchimento errado do valor na caderneta de campo;

    Soma errada do nmero de provetas, quando a precipitao alta;

    Valor estimado pelo observador, por no se encontrar no local no dia da amostragem;

    Crescimento da vegetao ou outra obstruo prxima ao posto de observao;

    Danificao do aparelho;

    Problemas mecnicos no registrador grfico;

    Transcrio incorrecta da planilha do observador para o computador ou banco de dados.

    Um dos mtodos mais conhecidos para anlise de consistncia dos dados de precipitao dos

    dados de precipitao o Mtodo da Dupla-Massa, desenvolvido pelo Geogical Survey (USA).

    A principal finalidade do mtodo identificar se ocorreram mudanas no comportamento da

    precipitao ao longo do tempo, ou mesmo no local de observao.

    Mtodo de Dupla Massa

    O mtodo de Dupla-Massa baseado no princpio que o grfico de uma quantidade acumulada,

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    plotada contra outra quantidade acumulada, durante o mesmo perodo, deve ser uma linha recta,

    sempre que as quantidades sejam proporcionais. A declividade da recta ajustada nesse processo

    representa ento, a constante de proporcionalidade. Especificamente, devem ser selecionados

    postos de uma regio, acumular para cada um deles os valores mensais ou anuais e desenhar em

    um grfico, os valores acumulados correspondentes ao posto a consistir (nas ordenadas) e de um

    outro confivel adoptado como base de comparao (nas abcissas). Pode-se tambm modificar o

    mtodo, considerando valores mdios das precipitaes mensais acumuladas em vrios postos da

    regio, e plotar esses valores no eixo das abcissas.

    Quando no se observa nenhum alinhamento dos dados segundo uma nica recta, podem ter

    ocorrido as seguintes situaes:

    Alteraes de condies climticas ou condies fsicas do local;

    Mudana de observador;

    Ou erros sistemticos de leitura.

    Tendo sido constatada uma inconsistncia nos dados necessrio identificar o factor causador da

    mudana de declividade na curva de Dupla-Massa. A seguir, possvel tentar corrigir os dados

    suspeitos, usando um mtodo semelhante ao de preenchimento de falhas, mas fazendo uso dos

    dados suspeitos.

    2.3.2 Caudal

    O caudal ou vazo de um rio o volume de gua que passa atravs de uma seo transversal na

    unidade de tempo (em geral um segundo).

    2.3.2.1 Medio de Caudal

    Ao contrrio dos pequenos cursos de gua, em rios maiores no possvel utilizar os mtodos de

    medio de caudal/vazo baseados em estruturas como descarregadores ou calhas, excepto em

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    locais especficos onde existem barragens. Na situao normal, o mtodo mais utilizado para a

    medio de vazo o mtodo baseado em medies de velocidade e de rea, e na integrao do

    produto velocidade vezes a rea (Collischonn & Dornelles, 2013).

    2.3.2.1.1 Mtodo de medio de Caudal por rea e velocidade

    Medio de velocidade da gua

    Segundo Boiten (2008), apud Collischonn & Dornelles, (2013) A velocidade da gua pode ser

    medida por instrumentos mecnicos (os molinetes) ou por instrumentos electroacsticos. Em

    algumas situaes emergenciais em que no se dispe dos instrumentos adequados, podem ser

    utilizados flutuadores, porm, com os resultados muito menos precisos.

    Figura 4:Molinete para medio de velocidade da gua.(Fonte: Collischonn & Dornelles, 2013)

    Outro tipo de medidor de velocidade o censor acstico por efeito Doppler. Estes medidores

    funcionam emitindo pulsos acsticos (ultrassom) em uma frequncia conhecida, e recebendo de

    volta o eco de ultrassom, reflectido nas partculas imersas na gua. A diferena das frequncias

    dos sons emitidos e reflectidos proporcional velocidade relativa entre o sensor e as partculas

    imersas na gua. A suposio bsica desse mtodo de que as partculas suspensas na gua se

    deslocam com a mesma velocidade do fluxo.

    Um sistema como o apresentado na figura 5, com um emissor e trs receptores, dispostos damaneira representada na figura, permite estimar a velocidade da gua em um volume de controlo,

    segundo trs eixos, perpendiculares aos sensores. A partir dessas componentes da velocidade no

    sistema de eixos dos instrumentos so calculadas as componentes transversais, longitudinal e

    vertical de velocidade na seco transversal do rio. Este tipo de medidor de velocidade por efeito

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    Doppler em ondas de ultrassom permite conhecer a velocidade de um ponto especfico, que o

    volume de controlo mostrado na figura 5. Outro tipo de medidor de velocidade por efeito

    Doppler em ondas de ultrassom o perfilador, ou ADPC (Acustic Doppler Current Profiler).

    Medio da altu ra h idromtr ica

    A altura medida na vertical entre a superfcie livre do escoamento e uma referncia fixa emdeterminada seco transversal designa-se por altura hidromtrica nessa seco. A altura

    hidromtrica coincide com a altura do escoamento apenas quando a referncia coincide nessa

    seco transversal com a cota do respectivo talvegue. A cota topogrfica da referncia que

    adopta para a altura hidromtrica um dos elementos indispensveis para se conhecer a cota da

    superfcie livre.

    Uma rgua do tipo das que se utilizam para nivelamentos topogrficos onde se leia a altura

    hidromtrica em determinada seco transversal de um curso de gua ou num lago designa-sepor escala hidromtrica. A escala hidromtrica pode ser colocada em pilares de pontes, em

    pilares especialmente construdos para este efeito, ou apoiada no talude um canal ou no talude

    marginal de um curso de gua. Dever ser sempre conhecida a cota do zero da escala e, caso em

    Recepo de ultrassomEmisso de ultrassom

    Volume de controlo

    Figura 5:Medidor de velocidade por efeito Doppler em ondas acsticas, indicando o volume decontrolo para o qual so vlidas as medies.(Fonte: Collischonn & Dornelles, 2013)

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    que a escala esteja inclinada, o angulo que faz com a

    horizontal ou com a vertical.

    Figura 6: Escala Hidromtrica instalada no pilar de uma ponteno rio Luia.

    2.3.2.1.1.1 Processamento de dados do Caudal (Clculo do Caudal)

    Distr ibu io da velocidade da gua na seco transversal

    A velocidade da gua no igual em todos os pontos de uma seco transversal. Em funo do

    contacto entre a gua e o fundo e as margens (permetro molhado), a velocidade da gua,

    normalmente, maior no centro de um rio do que junto s margens. Da mesma forma, a

    velocidade mais baixa junto ao fundo do rio do que junto a superfcie.

    Em funo desta variao da velocidade nos diferentes pontos da seco transversal, utilizar

    apenas uma medio de velocidade pode resultar em uma estimativa errada da velocidade mdia

    junto superfcie.

    Para a obter uma boa estimativa da velocidade mdia necessrio repetir a medio de

    velocidade em um grande nmero de pontos da seco. Quanto maior o nmero de pontos de

    medio de velocidade, mais baixo o erro da estimativa da vazo. A velocidade mdia em uma

    vertical pode ser estimada a partir da medio da velocidade em um ou mais pontos de

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    profundidade diferentes, de acordo com o tempo disponvel para realizar a medio e a preciso

    desejada. Obviamente, quanto mais medies de velocidade, melhor a preciso da estimativa

    da vazo, porm, tipicamente so realizadas entre 1 e 6 medies.

    Usando apenas uma medio por vertical, essa medio deve ser realizada numa posio que

    equivale a 60% da profundidade total, ou a uma distncia igual a 0,6.P, isto , se o rio tem 1m de

    profundidade local, a medio de velocidade deve ser realizada a 60 cm da superfcie e a 40 cm

    do fundo. Essa posio a recomendada porque, considerando um tpico perfil de velocidades na

    vertical, nessa profundidade que a velocidade pontual mais se aproxima da mdia. Usando dois

    pontos de medio, em profundidades diferentes, em uma mesma vertical, a melhor estimativa de

    velocidade mdia obtida quando as velocidades so medidas a 20% e a 80% da profundidade

    total. A velocidade mdia na vertical obtida pela mdia aritmtica das duas medies(Collischonn & Dornelles, 2013).

    A tabela 2 , adaptada de Santos et al. (2001) apud, Collischonn & Dornelles,( 2013), apresenta o

    nmero de pontos de medio em uma vertical de acordo com uma profundidade do rio.

    Observa-se que em rios mais profundos devem ser adoptados mais pontos. Em rios com

    profundidade maior do que 4 m, deviam ser realizadas seis medies em pontos dispostos como

    ilustrado na figura 6: na superfcie, a 20%, 40%, 60%, e 80% da profundidade total. De acordo

    com Boiten (2008) apud Collischonn & Dornelles,( 2013) , o erro da estimativa da velocidademdia quando se usa apenas um ponto de medio de 8,2 %, reduzindo para 2,7% quando so

    cinco medies.

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    Figura 7:Pontos de medio de velocidade na vertical. Fonte: adaptado de Collischonn & Dornelles, (2013).

    A tabela 2 mostra que so recomendadas muitas medies na vertical, porm, frequentemente, as

    medies so feitas com apenas dois pontos na mesma vertical, mesmo em rios com

    profundidade maior que 1,2 m, no que conhecido como mtodo de dois pontos. O erro na

    estimativa da velocidade mdia utilizando o mtodo dos dois pontos 4,9% (Boiten, 2008, apud,

    Collischonn & Dornelles, 2013).

    Tabela 2:Nmero e posio dos pontos de medio de velocidade com relao profundidade. Adaptado deSantos et al., (2008), apud, Collischonn & Dornelles, (2013).

    Profundidade (m) Nmero de pontos Posio dos pontos0,15 a 0,60 1 0,6p0,60 a 1,20 2 0,2 e 0,8p1,20 a 2,00 3 0,2; 0,6 e 0,8p2,00 a 4,00 4 0,2; 0,4; 0,6 e 0,8p

    >4,00 6 S; 0,2; 0,4; 0,6; 0,8p e F

    Alm do nmero de pontos de medio de velocidade em uma mesma vertical, fundamental

    para a preciso da estimativa de vazo o nmero de verticais. As verticais so as diferentesposies, a partir da margem, em que so realizados os conjuntos de medies de velocidade,

    conforme mostra a figura 8.

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    Figura 8: Seco transversal com indicao das verticais onde medida a velocidade. Fonte: adaptado deCollischonn & Dornelles, (2013)

    A tabela 3 apresenta o nmero recomendado de verticais para medio de velocidade, de acordo

    com a largura do rio. Os erros de medio da vazo dependem da quantidade de verticais.

    Boiten, (2008), apud, Collischonn & Dornelles, (2013) sugere que medies baseadas em 5

    verticais tm erros mais de duas vezes maiores do que medies de vazo baseadas em 15

    verticais. Utilizando um nmero adequado de pontos de medio de velocidade, a velocidade

    mdia da seco transversal poder ser estimada com boa preciso.

    Tabela 3:Distncia recomendada entre verticais e nmero de verticais para medio da velocidade da gua em umrio, de acordo com a largura do rio. Fonte: adptado de Santos et al., (2001), apud, , Collischonn & Dornelles,(2013).

    Largura do rio (m) Distncia entre verticais (m) Nmero de verticais250 12,0 >20

    Determinao do Caudal total na seco transversal

    Portanto, a medio de Caudal est baseada na medio de velocidade em um grande nmero de

    pontos. Os pontos esto dispostos segundo linhas virtuais com distncias conhecidas na margem

    (d1, d2, d3, etc.) como ilustra a figura 9. A integrao do produto da velocidade pela rea o

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    Caudal do rio.

    Figura 9:Exemplo de medio de vazo em seco transversal de um rio, com a indicao das verticais, suasdistncias da margem (d) e suas profundidades (p), e dos pontos em que efectivamente medida a velocidade

    utilizando o mtodo dos dois pontos por vertical.(Fonte: Collischonn & Dornelles, 2013)

    Um mtodo bastante utilizado o mtodo da meia-seco em que se considera que a velocidade

    mdia calculada numa vertical vlida numa rea prxima a essa vertical, como mostra a figura

    10. Essa rea, denominada subseco, estende-se desde o centro, que a posio da vertical, para

    os dois lados, at a metade da distncia entre a vertical considerada e a anterior, e at a metade

    da distncia entre a vertical considerada e prxima. (Collischonn & Dornelles, 2013)

    Figura 10:Detalhe da rea da seco transversal do rio para qual se considera vlida a velocidade mdia davertical nmero 2.(Fonte: Collischonn & Dornelles, 2013)

    Considerando que, para cada vertical medida sua distncia da margem (di) e a profundidade no

    local (pi), ento a rea de uma subseco, como a apresentada na figura 7 , pode ser calculada

    pela equao abaixo;

    Onde Ai a rea da subseco (m

    2); o ndice i indica a vertical que est sendo considerada; p a

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    profundidade do rio na posio da vertical (m); d a distncia da vertical at a margem (m). Na

    figura 7, por exemplo, a rea da subseco da vertical 2 dada por:

    As pequenas reas prximas as margens, com formato quase triangular, que no so

    consideradas nas subseces da primeira nem da ltima vertical (figura 8), no so consideradas

    no clculo da vazo. Assim, a vazo total do rio dada por:

    Onde a vazo total do rio (m3

    .s-1

    ); a velocidade mdia da vertical i(m.s-1

    ); N o nmerode verticais; eAi a rea da subseco da vertical i(m

    2).

    Figura 11:Detalhe da rea da seco transversal do rio para qual se considera vlida velocidade.(Fonte:Collischonn & Dornelles, 2013)

    Considera-se que os erros cometidos por no incluir as pequenas reas aproximadamente

    triangulares junto s margens na integrao da vazo total da seco so relativamente pequenos,

    desde que a primeira e a ltima verticais estejam locais localizadas prximas margem.

    2.3.2.1.2 Mtodo da rea-velocidade com perfilador acstico Doppler

    O mtodo de medio de velocidade por efeito Doppler sobre ondas de ultrassom emitidas nagua tem sido utilizado em equipamentos, conduzidos por barcos, capazes de medir a velocidade

    em um grande nmero de pontos na seco transversal, enquanto o barco atravessa o rio em uma

    seco. Esses equipamentos so conhecidos como perfilhadores, ou, em alguns casos pela sigla

    em ingls ADPC (Acoustic Doppler Current Profiler), que so os Perfiladores de Corrente por

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    efeito Doppler sobre ondas Acsticas.

    Esses perfiladores contam com emissores e receptores de ultrassom. O equipamento preso no

    barco, de forma que tanto o emissor como os receptores fiquem mergulhados na gua e

    orientados para baixo. Da mesma forma que os medidores de velocidade mencionados antes, os

    perfiladores funcionam emitindo pulsos acsticos (ultrassom) em uma frequncia conhecida, e

    recebendo de volta o eco do ultrassom, reflectindo nas partculas imersas na gua. De acordo

    com o efeito Doppler, a diferena das frequncias dos sons reflectidos e proporcional a

    velocidade relativa entre o barco e as partculas imersas na gua.

    Esses instrumentos so chamados perfiladores, porque permitem medir o perfil de velocidades,

    desde a superfcie at o fundo, com muita rapidez. As medies so realizadas com uma

    resoluo espacial que depende da frequncia do sinal emitido. Considerando que o equipamento

    est parado, a velocidade da gua medida em vrios volumes de controlo. A profundidade do

    volume de controlo estimada pelo tempo de viagem do pulso das ondas acsticas, que depende

    de propagao do som na gua. O volume de controlo aumenta de tamanho a medida que o local

    medido est mais distante do instrumento, porque os receptores das ondas de ultrassom ficam

    orientados na diagonal, de forma a permitir a estimativa da velocidade em trs direces:

    vertical; horizontal paralelo ao plano da seco transversal, e horizontal perpendicular seco

    transversal, que a componente que efectivamente contribui para a vazo do rio.

    Os perfiladores podem ser acoplados a uma embarcao, tripulada ou no, que percorre a seco

    do rio de uma margem at a outra, lentamente, enquanto so realizadas medies em intervalos

    regulares. A velocidade da embarcao medida pelo prprio perfilador, com base na resposta

    (eco) recebida do fundo do rio, cuja intensidade maior do que o eco das partculas imersas na

    gua, e portanto, fcil de distinguir pelo aparelho (Boiten, 2008, apud Collischonn & Dornelles,

    2013). Alm disso, esses instrumentos comunicam-se directamente a computadores, transferem

    os dados de velocidade e calculam o Caudal automaticamente, reduzindo substancialmente otempo necessrio para preencher planilhas no campo e para digitar esses dados posteriormente,

    no escritrio.

    A figura 12 apresenta uma medio de vazo realizada com um perfilador acstico em um rio.

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    Cada clula rectangular caracterizada por uma velocidade. Junto superfcie e junto ao fundo

    existe uma regio em que a velocidade no medida. A espessura dessa faixa depende da

    frequncia com que trabalha o equipamento, e das caractersticas do leito do rio. No caso de

    porfiladores que operam com ultrassom de baixa frequncia, adequados para rios profundos, essa

    faixa relativamente grande. Para equipamento de alta frequncia essa faixa relativamente

    estreita.

    Figura 12: Exemplo de uma medio de vazo com um perfilador acstico Doppler feita no rio Zambeze: cadaclula rectangular correspondente a uma velocidade estimada, a zona imediatamente acima do leito indica a parteda seco em que a velocidade no medida, da mesma forma que a zona prxima superfcie.

    2.3.2.2 Estimativas de Caudal usando a Curva-chave

    O ciclo hidrolgico um processo dinmico e para caracterizar o comportamento hidrolgico de umcurso de gua ou de uma bacia no basta dispor de uma nica medio de caudal, mas sim uma srie de

    medies. As medies de nvel da gua obtidas manualmente, em rguas, ou em equipamentos

    automticos (limngrafos), so transformadas em estimativas de caudal usando uma relao entre

    duas variveis vlidas para o local em que so realizadas as medies de nvel.

    Tr aado da Curva-chave

    Para gerar uma Curva-chave representativa necessrio medir o caudal de um rio num grande

    nmero de vezes, no mesmo local (estaco hidromtrica), em situaes de vazes baixas, mdias

    e altas. No mesmo momento em que realizada cada uma das medies de caudal, tambm

    necessrio fazer a leitura do nvel de gua.

    A Curva-chave uma relao ou equao ajustada aos dados de medio de vazo. Essa curva

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    pode ser ajustada manualmente, de forma grfica, ou podem ser realizadas equaes de ajuste,

    atravs de regresso. Normalmente so utilizadas equaes do tipo potncia, como a equao a

    seguir:

    Onde o caudal; o nvel de gua; o nvel de gua quando o caudal zero (nulo); e eso parmetros ajustados por um critrio, como erros mnimos quadrados. Este tipo de equao preferido porque se assemelha ao tipo de relao entre nvel de gua e vazo encontrado em

    equaes em regime permanente e uniforme, como as frmulas de Manning ou Chezy.

    A curva-chave de uma seco de um rio pode alterar-se com o tempo, especialmente pelos

    processos de eroso e assoreamento em rios de leito arenoso. Por isso, necessrio realizarmedies de caudal regulares, mesmo aps a definio da curva. Novas medies que no

    seguem o comportamento geral das medies das medies anteriores podem indicar alteraes

    na seco ou o trecho de medio. (Collischonn & Dornelles, 2013)

    Ajuste da cur va-chave

    No procedimento de ajuste da curva chave so determinados os valores dos parmetros , e da equao 1, de forma que a equao ajustada se aproxime ao mximo dos dados medidos.

    Normalmente se utiliza um mtodo de minimizao de desvios entre valores previstos pela

    equao e valores medidos, como o mtodo de mnimos desvios quadrados. Para isto,

    normalmente a equao 1 linearizada por uma transformao logartmica, resultando na

    equao a seguir:

    Inicialmente arbitra-se um valor de , o que permite estimar os coeficientes e a partir deuma regresso linear entre e .

    ( ) ( )

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    Onde:

    e

    O valor do coeficiente obtido por:

    Ou seja, Onde: e

    No existe uma forma ideal de encontrar o valor de uma primeira aproximao pode serobtida encontrando o ponto mais baixo da seco transversal, porque se a seco transversal

    estiver completamente seca, a vazo/ Caudal no rio obviamente ser zero. Depois disso o valor

    de pode ser alterado por pequenos incrementos e os valores de e so reajustadossucessivamente, at que se obtenha um mnimo no somatrio de desvios ao quadrado, ou at que,

    numa analise visual do grfico da curva-chave e dos dados a equao encontrada seja

    considerada satisfatria. Uma primeira estimativa de tambm pode ser obtida buscandoidentificar na tabela de medies e no grfico dos valores medidos trs valores de , e ,para os quais o nvel medido foi , , , respectivamente, de tal forma que seja satisfeita,aproximadamente, a equao a seguir (Boiten, 2008, apud, Collischonn & Dornelles, 2013)

    Nesse caso, a primeira estimativa do valor de pode ser obtida resolvendo a equao que sesegue:

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    2.4 Rede de monitoramento

    A World Meteorological Organization(WMO)Organizao Meteorolgica Mundial define que

    uma rede de monitoramento hidromtrica ptima um sistema de monitoramento de dados

    hidrometeorolgicos planejado visando caracterizar e definir perfeitamente os parmetrosutilizados no planeamento, controlo e gerenciamento dos recursos hdricos, de forma directa ou

    por interpolao em quaisquer pontos da bacia. Nessa perspectiva, a rede eficiente quando h a

    instalao adequada das estaes, em especial na densidade e na distribuio espacial dessas. Os

    dados devem oferecer suficiente preciso das caractersticas bsicas dos elementos hidrolgicos

    para fins prticos. Uma rede ptima deve conter tambm uma estao sedimentomtrica para

    cada estao hidromtrica, medindo a descarga total de sedimento ao oceano ou medindo a

    eroso, transporte e deposio de sedimento numa bacia (PAIVA e PAIVA, 2003, apud

    Benassuly, et al, 2011). O monitoramento ideal integra a avaliao das condies da qualidade

    da gua em conjunto com o monitoramento hidrolgico (KOIDE e SOUZA, 2003, Benassuly, et

    al, 2011). Tambm um projecto ideal deve estar baseado na maximizao econmica dos dados

    que so colectados, pois a instrumentao e operao de rede de estaes muito onerosa.

    2.4.1 Objectivos da rede de monitoramento

    O tipo de informao desejada depende directamente dos objectivos da rede, ou seja, os

    objectivos a serem atingidos so em funo dos usos a se fazer das informaes disponibilizadaspor ela. Os objectivos de gesto visam a obter informaes que possam subsidiar a tomada de

    deciso quanto aos usos dos recursos hdricos em determinada bacia, atendendo aos seguintes

    interesses:

    Subsdios para o planeamento de uso dos recursos hdricos, atendendo aos mltiplos

    usurios, s metas de qualidade e quantidade expressas no enquadramento dos corpos de

    gua e compatibilizao com as demais polticas pblicas correlatas3;

    Correlatasrelativo a correlao que significa relao mtua; Relao onde h reciprocidade,

    correspondncia; Relao onde h interdependncia. (Disponvel em:

    http://www.dicionarioinformal.com.br/correlatas/)

    http://www.dicionarioinformal.com.br/correlatas/http://www.dicionarioinformal.com.br/correlatas/
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    ISPSongo ENGENHARIA HIDRULICA 33

    Subsdios regulao dos usos, principalmente quanto: alocao dos recursos

    hdricos, autorizao de seus usos por intermdio da outorga de direito, fiscalizao

    dos usos e investigao de fontes clandestinas;

    Monitoramento preventivo para sistemas de alerta. (Benassuly, et al, 2011)

    2.4.2 Mtodos e procedimentos para estruturao da rede de monitoramento

    A literatura pertinente possui poucos procedimentos e mtodos sistematizados, que sejam

    capazes de direccionar ao adequado planeamento de redes de monitoramento de guas

    superficiais. Para cada etapa de estruturao de uma rede existem mtodos e procedimentos

    especficos, entretanto, eles no esto relacionados directamente com os objectivos aos quais a

    rede deve atender. De um modo geral, os procedimentos devem responder s perguntas

    balizadoras da estruturao da rede (WMO, 1994 apud PAIVA e PAIVA, 2003):

    Quais variveis hidrolgicas necessitam ser observadas?

    Onde elas precisam ser observadas (pontos das observaes)?

    Qual deve ser a frequncia de observao?

    Qual deve ser o perodo do programa de observao?

    Com que preciso devem ser observadas?

    Qual ser o tratamento para os dados?

    3 METODOLOGIA

    3.1 Preenchimento de falhas de dados da precipitao

    Para preenchimento de falhas existentes em duas estaes pluviomtricas (nomeadamente o P-

    788 e P-434) foi usado o mtodo de Regresso Linear Simples que consistiu em correlacionar o

    posto com falhas (Y) com outro vizinho (X). Os parmetros da equao de regresso foram

    estimados por mnimos quadrados. Uma vez definida a equao, as falhas podem ser preenchidas

    por:

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    ISPSongo ENGENHARIA HIDRULICA 34

    Em seguida foi feita a anlise de homogeneidade.

    3.2 Anlise da homogeneidade dos dados de precipitao

    A anlise da homogeneidade dos dados de precipitao com foi feita com base no mtodo de

    Dupla Massa que consistiu em selecionar os postos da regio da Bacia (que deve ser considerada

    homognea do ponto de vista hidrometeorolgico), acumular para cada um deles os valores

    anuais da precipitao, plotar em um grfico cartesiano dos valores acumulados correspondentes

    ao posto a consistir (no eixo das ordenadas) com os valores mdios das precipitaes mensais

    acumuladas em vrios pontos da regio (no eixo das abscissas) que serve como base para

    comparao. Se os valores dos postos a consistir forem proporcionais aos observados na base de

    comparao, os pontos devem se alinhar segundo uma nica recta. A declividade desta reta

    determina o fator de proporcionalidade entre ambas s sries.

    Os dados de precipitao usados para anlise foram obtidos atravs do Banco de dados (no

    formato de EXCEL) da ARA-Zambeze, num perodo de 6 anos (de 2007 2013) e foram

    analisadas 21 estaes (estaes que apresentavam dados informatizados).

    4 ANLISE E DISCUSSO DE RESULTADOS

    4.1 Monitoramento da Precipitao

    A rede de monitoramento da precipitao composta 93 estaes (pluvimetros) dispersas por

    todas as provncias que fazem parte da Bacia do Zambeze em territrio moambicano e mais 5

    estaces Telemtricas que se localizam 4 no curso principal em Zumbo, Caia, Panhame, Tete e

    uma no rio Luia. A tabela 4 apresenta um resumo do total das estaes e suas respectivas

    localizaes.

    Tabela 4:Rede de estaces pluviomtricas e hidromtricas e sua respectiva localizao na bacia do Zambeze emterritrio moambicano. (Fonte: ARA-Zambeze)

    Localizao Estaes PluviomtricasTotal de

    EstacesEstaces Hidromtricas

    Total d

    Estac

    TeteZumbo

    Misso Miruru P-s/n; Aru ngua P-387; Zumbo P-44; Zmbu P-60;

    Mucangadzi P-s/n; Muze P-507; Mucanha P-s/n7

    Arungua E-343; Zumbo E-310;

    Mucanha E-6633

    Marvia Fingo P-786; Chipera P-s/n; Chiputo P-s/n; Kassuende P-s/n 4 Capoche E-646 1

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    ChifundeChifunde P-714; Camuenje-Bene P-335; Nsadzo P1275;

    Vila-Muladzi P-861; Luangua P-5235

    Luia E-645; Muende E-326;

    Luangua E-3633

    ChitaManje P-717; Chritse P-s/n; Casula P-714; Muchena P-52;

    Mavudzi-Ponte P-s/n5

    Chiritse E-344; Muchena E-307;

    Mavudzi-Ponte E-3263

    MacangaFurancungo P-788; Chidzolomondo P-1292; Baue ou Moreira P-448;

    Vila

    4 0

    Angnia Mau P-333; Lifidzi P-334; Lizulu P-471; Chiapalula P-432 4 Mau E-367; Lifidzi E-368 2

    TsanganoTsangano P-902; Ntengombalame P-43; Mphulu P-1286; Liverange P-

    4364 Liverange E-s/n 1

    MoatizeNkondedzi P-340; Zobu P; Cateme P-182; Chingodzi P-438; Lizie P-

    213; Cadjia P-649; Chithatha P-1837

    Nkodedzi E-365; Revubu E-

    3022

    MutararaMutarara P-835; Charre P-174; Inhangoma P-168; Doa P-176;

    Lupata P-567; Necungas P-180; Choeza P-1777

    Mutarara E-293; Chire-Batelo

    E-288; Lupata E-3273

    Cidade de Tete Escritrio P-1291; Escola Secundria P-1287 2Cidade de Tete E-320; Matundo

    Cais E-3872

    Changara

    Luenha II P-595; Mazo-ponte P-32; Birira P-461; Nachinanga( Mazo

    II) P-699; Ntemangau P-458; Chioco P-34; Marara Cachembe P-40;

    Mpandankua P-743; Boroma P-37; Dzunga P-631; Matambo P-659

    11

    Luenha II E-296; Luenha I E-

    348; Mazo-Ponte E-548;Chioco E-358; Boroma E-610;

    Mpandankua E-375

    6

    Mgoe Milange P-588; Mucumbura P-893; Mago P-41; Daque P-s/n 4 Mphanhame E-s/n; Daque E-s/n 2

    Cahora Bassa Chitima P-514; Chicoa P-329; Chinhanda P-511; Chintholo P-565 4 0

    Total 1 68 28

    ManicaGuro Guro P-497; Mungari P-834 2 Muira E-661 1

    Tambara Nhacafula P-627; Tambara P-30 2 Tambara E-299 1

    Total 2 4 2

    Sofala

    Chemba Chemba P-28: Chiramba P-29 2 Chemba E-s/n 1

    Caia Caia P-50 1 Caia E-291 1

    inhaminga Inhaminga P-889 1 0

    Marromeu Marromeu P-590 1 Marromeu E-285 1

    Total 3 5 3

    zambezia

    Milange Milange P-1071; Majua P-1288; Itule P-535 3 Milange E-102; Majaua E-658 2

    MorrumbalaDerre P-552; Chilomo P-49; Posto administrativo de Chire P-434;

    Megaza P-51; Morrumbala P-8285

    Derre lualua E-101; Megaza E-

    2892

    Quelimane Quelimane P-151 1 0

    Nicoadala Licuri P-505 1Licuri E-104; Lualua Ponte E-

    4802

    Mopeia Mopeia Captao P-259 1Mopeia Ponte E-403; Chimuara

    E-6572

    chinde Luabo P-185; Chinde P-259 2 Luabo E-284 1

    Total 4 13 9

    NiassaLichinga Lichinga P-s/n 1 0

    Lagos Metangula 1 Metangula E-s/n 1

    Total 5 2 1

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    Total GeralP-s/n 92

    E-s/n 43

    Aval iao da rede pluviomtrica

    Ao longo da extenso geogrfica da BRZ em territrio nacional verificou-se que a rede de

    estaes pluviomtricas (em funcionamento), apresenta algumas lacunas no que tange a

    distribuio espacial (densidade). So consideravelmente representativas as reas com

    inexistncia de monitoramento, isto significa que h necessidade de incrementar a rede de

    estaes pluviomtricas. Existem descontinuidades, nas sries de dados ou informaes sobre

    algumas estaces pluviomtricas, isto , algumas das estaes apresentam perodos (chegando a

    atingir anos) estendidos de falta de dados informatizados. Parte da informao de algumas das

    estaes encontra-se em cadernetas, o que pode dificultar futuras anlises.

    Aps preenchimento de falhas pelo mtodo de Regresso Linear Simples em 2 (duas) estaes

    foi feita a anlise de consistncia dos dados pelo mtodo de Dupla Massa de 21 estaes

    pluviomtricas no perodo de 6 anos (de 2007 2013), as declividades das rectas geradas pelo

    mtodo indicam um fator de proporcionalidade entre as sries em questo e a srie obtida pela

    mdia dos dados das sries de postos vizinhos. Os pontos alinham-se segundo uma linha recta,

    indicando a consistncia dos dados e um grau de homogeneidade de cerca de 99% do coeficientede determinao mdio (R2= 0,9908) de todas estaes, embora que apenas a estao de Maue

    em Angnia (P-333) apresentou um coeficiente de 96%. Os grficos dessa anlise esto

    ilustrados no Anexo I.

    Para estaes a rede de estaes pluviomtricas inspecionada duas vezes ao ano

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    Figura 13:Mapa de estaes Pluviomtricas em funcionamento na Bacia do Zambeze em territrio moambicano.

    Quanti f icao da precipi tao

    A figura 14 mostra a variao da precipitao em diferentes pontos da BRZ. Num perodo de 6

    anos (de 2007 2013) verifica-se que em Morrumbala (P-829), registou-se a precipitaomxima anual da ordem dos 2500 mme a mnima de 195,50mm foi registada em Angnia (P-

    333). As precipitaes mdias na bacia, neste perodo rondaram acima dos 500 mm. Constata-se

    que Morrumbala o local mais chuvoso da bacia.

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    Figura 14:precipitaes mximas mnimas e mdias em 21 pontos da bacia.

    0

    300

    600

    900

    1200

    1500

    1800

    2100

    2400

    2700

    Prec

    ipitao(mm)

    Estaes pluviomtricas

    Precipitao anual

    precipitacaoanual media

    precipitacaoanual maxima

    precipitacaoanual minima

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    4.2 Monitoramento do Caudal

    Avali ao do moni toramento do Caudal

    No mbito da medio do caudal, o mtodo de medio (em uso na ARA-Zambeze) por

    velocidade e rea (usando molinetes), aquando da medio da velocidade, mesmo em Rios em

    que altura hidromtrica encontra-se acima de 1 m (1 metro), a medio da velocidade em cada

    vertical feita apenas em um ponto ( 60% da profundidade ou 0,6.P). A literatura recomenda

    que em rios com nveis hidromtricos acima de 1 m (1 metro) a velocidade de ser medida no

    mnimo em 2 pontos em cada vertical, o contrrio resulta numa estimativa errada do caudal.

    Os nveis hidromtricos so medidos nos perodos de 6h,12h e 18h. Uma frequncia considerada

    ptima

    Aval iao da rede hidr omtr ica

    A rede de monitoramento do Caudal ou rede hidromtrica , composta por 43 estaes (escalas

    hidromtricas) distribudas em toda a bacia. A maior parte das estaes esto localizadas na

    provncia de Tete (com 28 estaes). Na tabela 4 ilustrada no item anterior (4.1), est resumida o

    total das estaes da rede hidromtrica disponveis em toda bacia e as suas respectivas

    localizaes. Actualmente existem em funcionamento em toda a BRZ em territrio nacional, 16estaes hidromtricas, como se pode ver no mapa da figura 15. H relatos de que algumas da

    estaes montadas ao longo da Bacia so arrastadas pelas frias das guas, outras so mesmo

    vandalizadas pela populao a fim de usar o material das escalas para outros fins.

    Quanto a distribuio espacial, notou-se que as estaes de observao apenas esto no curso

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    principal e nos principais afluentes como se pode ver no mapa da figura 15.

    Figura 15:Mapa de estaes hidromtricas em funcionamento.(Fonte: ARA-Zambeze)

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    4.3 Sistema de Aviso prvio de cheias

    O sistema4de aviso ou previso de Cheias funciona com o objectivo informar autoridades e a

    populao quanto a possibilidade de chuvas intensas assim como fracas e de inundaes graduais

    (cheias) que possam subsidiar danos materiais e perdas humanas.

    O sistema de previso hidrolgica actual, utilizado pela ARA-Zambeze e a nvel Nacional

    (tambm pela DNA), o SAC. O modelo de previso utilizado (at Dezembro de 2013) MIKE

    11 que estando operacional, permite avaliar as caractersticas da onda de cheia e o grau de

    inundao que a mesma vai gerar em diferentes troos do Rio. O SAC permite monitorar uma

    onda de cheia desde a Barragem at foz, e permite ainda converter o volume de precipitao

    ocorrido na bacia do Baixo Zambeze em termos de escoamentos.

    O SAC alimentado diariamente, em dois perodos, pelos dados do escoamento efluente de

    Cahora Bassa, que so enviados para a ARA-Zambeze, para complementar os dados recolhidos

    pela ARA-Zambeze em estaes hidromtricas e pluviomtricas para que o referido modelo

    possa determinar em cada momento a natureza do escoamento gerado na Bacia a jusante de

    Cahora Bassa e prever com alguma antecedncia o grau de inundao das zonas de risco. O SAC

    foi concebido para obter dados de escoamento com base nas descargas da HCB e no volume de

    precipitao ocorrido no Baixo Zambeze. Sendo a ARA- Zambeze o rgo que opera este

    modelo, compete a este averiguar se o modelo desenvolvido satisfaz os compromissos e

    necessidades de gesto dos riscos a jusante.(Ribeiro & Dolores, 2011)

    Fazem parte do SAC as estaes de Arungua, zumbo, Luia, Tete, Revubu, Luenha I, Tambara,

    Chemba, Mutarara, caia e Marromeu, o que significa que fazem parte do SAC os principais

    afluentes e o curso principal.

    4Sistema uma estrutura hidrulica formada por vrios componentes que interagem entre si, recebem impulsos,efectuam transformaes e emitem respostas.(N. Campos, 2009)& Segundo Chow et al. (1988) apud N. Campos(2009), um sistema hidrolgico uma estrutura ou volume no espao, limitado por uma fronteira que aceita gua eoutras entradas, opera-se internamente e produz respostas ou sadas.

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    No mbito aviso de previso da situao hidrolgica da Bacia so produzidos diariamente

    Boletins do Monitoramento Hidrolgico da BRZ que tem como objetivo divulgar os dados das

    estaes hidromtricas da ARA-Zambeze. Com a sistematizao e anlise destes dados,

    verificado o comportamento dos regimes hdricos nos rios (rios esses que fazem parte do SAC)

    das reas mais vulnerveis do territrio (atravs dos nveis de alerta definidos para cada rio). A

    informao divulgada (atravs de tabelas dos dados e os respectivos grficos elucidativos), a

    da Precipitao registrada, Nveis Hidromtricos Observados nas ltimas 24 horas e informao

    sobre a Gesto da Albufeira de Cahora Bassa (o Caudal afluente e efluente assim como a cota da

    Albufeira).

    Aval iao do SAC

    Segundo (Ribeiro & Dolores, 2011), foi referido por vrias fontes, entre elas a HCB, que a

    melhoria da rede de estaes hidrometeorolgicas contribuir por certo e de sobremaneira para

    potenciar a utilizao do sistema SAC para as vrias finalidades que pode representar em termos

    de gesto global da Bacia e do troo principal do Zambeze desde que se melhorem certos

    requisitos. Uma vez que os princpios bsicos utilizados em modelos de propagao de cheias

    so normalmente os mesmos, a melhoria do modelo actual ou o sucesso da implementao de um

    novo depende da forma como este ser alimentado, e das condies iniciais para calibrao do

    mesmo (dados topogrficos, vegetao e outros elementos fisiogrficos da Bacia e do leito do

    Rio, quanto mais minuciosos maior a preciso do modelo). Do mesmo modo e em complemento

    deve existir um sistema integrado, com uma componente de previses meteorolgicas que

    permita prever o volume de precipitao com o prazo mais alargado possvel. As previses e o

    volume de precipitao registado em tempo real, colhido da rede de estaes, sobre a regio iro

    servir de inputao modelo de escoamento.

    Com pouco nmero de estaces hidrometeorolgicas em funcionamento, torna-se difcil

    conhecer o comportamento hidrolgico geral da bacia e a informao a usar no suficiente para

    alimentar o modelo de previso hidrolgica em uso na ARA-Zambeze (SAC).

    A HCB dispe tambm de um modelo que permite avaliar as alturas hidromtricas causadas

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    pelas descargas, e o tempo que a referida onda demora a chegar a vrios pontos a jusante,

    constituindo os resultados de simulao hidrolgica obtida pela HCB um suporte tcnico

    relevante para a tomada de deciso por parte da ARA-Zambeze que, utilizando os meios e na sua

    qualidade de autoridade difunde imediatamente aos rgos competentes.

    De acordo com a ARA-Zambeze, o modelo de previso actual (MIKE 11) encontra-se

    inoperacional desde Dezembro de 2013 e segundo esta instituio, pretende-se actualizar este

    modelo para outro melhorado, o MIKE COSTUMIZE, do mesmo fornecedor, porque o MIKE 11

    j no satisfazia as necessidades de gesto da BRZ em territrio nacional.

    4.4 Principais usos e aproveitamentos de gua na BRZ (terr itr io nacional)A utilizao da gua pelo homem depende da sua disponibilidade, da realidade socioeconmica e

    cultural, das formas de captao, tratamento e distribuio.

    Os principais usos da gua na BRZ em territrio Moambicano so:

    Abastecimento pblico;

    Agrcola;

    Gerao de energia elctrica;

    Saneamento - Na diluio e tratamento de efluentes;

    Aquacultura;

    Outras utilizaes (industria, turismo, construes)

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    Figura 16: usos e aproveitamentos da gua na BRZ em territrio nacional.

    530300.00

    88334.27

    316226.00

    11000000.00

    482112.00

    750999.60

    Usos e aproveitamentos da gua (m3/mes)Explorao Mineira

    Outras Utilizaes(Industria, turismo,construes)

    Abastecimento degua

    Agricultura

    Despejo de Efluentes

    Aquacultura

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    5 CONCLUSES E RECOMENDAES

    5.1 Concluses

    De acordo com o departamento dos Servios de Recursos Hdricos da ARA-Zambeze,

    actualmente, a BRZ em territrio nacional possui na sua rede hidrolgica 140 estaces, das quais97 pluviomtricas (92 so pluvimetros convencionais e 5 estaes telemtricas), 48 estaes

    hidromtricas (43 rguas e 5 estaes telemtricas), 4 estaces evaporomtricas e 11 Rdios,

    para transmisso da informao acerca da evoluo hidrolgica de alguns pontos distantes da

    Bacia. Das 140 estaes existentes, em 44 pluviomtricas e 27 hidromtricas no so recolhidas

    as informaes dirias.

    O modelo de previso hidrolgica (MIKE 11) que encontrava-se em funcionamento at

    Dezembro de 2013, no satisfazia as necessidades de gesto de riscos por causa da preciso domesmo, isto , este indicava a altura da onda mas no indicava exactamente o ponto (rea) onde

    esta ira atingir ou a rea de inundao. Tendo em conta que o MIKE 11 no se encontra em

    funcionamento, a ARA-Zambeze pretende actualizar para outro modelo, o MIKE COSTUMIZE,

    mais preciso em relao ao anterior. (ARA-Zambeze, 2014)

    5.2 Recomendaes

    Melhorar o sistema de dados hidrometereolgicos.

    No curso da anlise, tornou-se evidente a existncia de lacunas significativas na extenso

    geogrfica da densidade de rede hidrometereolgica da regio. Algumas estaes esto

    descontinuadas e necessrio fazer a recolha contnua e informatizao dos dados, e caso se

    identifique problemas com o equipamento (aparelho de medio) de recolha necessrio

    reabilit-los ou substitu-los totalmente. Anlises detalhadas futuras dependero da

    disponibilidade e preciso dos dados e informaes sobre recursos hdricos e outros sectores

    relacionados.

    Actualizao do modelo de previso.

    Torna-se imprescindvel que se actualize o modelo actual em utilizao, visto que no satisfaz as

    necessidades de gestao mais no seja aproveitar este mas com maior insero de dados. A

  • 7/21/2019 Relatorio (R.B.)

    47/65

    Relatrio de EstgioMonitoramento de Caudal da bacia do rio Zambeze

    ISPSongo ENGENHARIA HIDRULICA 47

    reviso das escalas hidromtricas e sua localizao tambm um facto inevitvel para que os

    dados a inserir no modelo sejam viveis e sua interpretao e medidas a tomar sejam as mais

    correctas, j que as previses meteorolgicas implicam a existncia de uma rede de estaes bem

    dimensionada a nvel da regio e dados provenientes de observaes por satlite e por uma rede

    de radares meteorolgicos.

  • 7/21/2019 Relatorio (R.B.)

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    Relatrio de EstgioMonitoramento de Caudal da bacia do rio Zambeze

    ISPSongo ENGENHARIA HIDRULICA 48

    6 REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS

    Hiplito Joo R. e Carmo Vaz, lvaro, Setembro de 2011, HIDROLOGIA E

    RECURSOS HDRICOS, 1 edio, IST Press.

    Hidroelctrica de Cahora Bassa S.A., Agosto de 2009, HIDROELCTRICA DE

    CAHORA BASSA-Orgulhosamente Nossa.

    www.arazambeze.gov.mz, 21 de Abril de 2014.

    Collischon, W. & Dornelas, F. 2013 HIDROLOGIA para Engenharia e Cincias

    Ambientais, Porto Alegre.

    DHI Water Environment Health & Consultec Consultores Associados Lda (2008):

    Modelo de Aviso e Controlo de Cheias na Bacia do Rio Zambeze em Moambique.

    Relatrio final. DNA Junho.Jessen G. & Silva H., 2- 4 Setembro de 2008, Explorao da Albufeira de Cahora Bassa

    no Ano Hidrolgico. 5 Congresso Luso-Moambicano de Engenharia 2 Congresso de

    Engenharia de Moambique, Maputo.

    Ribeiro D. & Dolores S., Junho de 2011, Gesto da Bacia Hidrogrfica do Mdio e Baixo

    Zambeze em Perodos Crticos, FOE Moambique, Maputo.

    Benassuly C., Duarte W. & Ferreira M., Junho 2011, Avaliao de redes de

    monitoramento de recursos hdricos: estudo aplicado s guas superficiais na bacia do rio

    Maca, Rio de Janeiro.

    Campos N., 2009, Lies em Modelos e Simulao Hidrolgica, ASTEF, Fortalez

  • 7/21/2019 Relatorio (R.B.)

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    Relatrio de EstgioMonitoramento de Caudal da bacia do rio Zambeze

    ISPSongo ENGENHARIA HIDRULICA 49

    7 ANEXOS

    Anexos

    Anexo I:Anlise de consistncia de dados de precipitao de 21 estaes pluviomtricas

  • 7/21/2019 Relatorio (R.B.)

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    Relatrio de EstgioMonitoramento de Caudal da bacia do rio Zambeze

    ISPSongo ENGENHARIA HIDRULICA 50

    da BRZ em Territrio nacional num perodo de 6 anos (2007-2013)

    0

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000

    0 1,000 2,000 3,000 4,000 5,000

    Precipitaoanualacumulada,mm

    (EstaoP-835)

    Precipitao anual acumulada,mm(mdia de 21 estaes)

    Anlise de Consistncia (Dupla Massa)

    0

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000

    6000

    0 1000 2000 3000 4000 5000 6000

    Precipitaoanual

    acumulada,mm

    (EstaoP

    -1275)

    Precipitao anual acumulada,mm(mdia de 21 estaes)

    Anlise de Consistncia (Dupla Massa)

    0

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000

    0 1000 2000 3000 4000 5000

    Precipitaoanualacumulada,mm

    (EstaoP-434)

    Precipitao anual acumulada,mm(mdia de 21 estaes)

    Anlise de Consistncia (Dupla Massa)

    0

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000

    0 1000 2000 3000 4000 5000

    Precipitaoanualacumulada,mm

    (EstaoP-788)

    Precipitao anual acumulada,mm(mdia de 21 estaes)

    Anlise de Consistncia (Dupla Massa)

  • 7/21/2019 Relatorio (R.B.)

    51/65

    Relatrio de EstgioMonitoramento de Caudal da bacia do rio Zambeze

    ISPSongo ENGENHARIA HIDRULICA 51

    R = 0.9925

    0

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000

    6000

    0 1000 2000 3000 4000 5000 6000Precipitaoanualacumulada,mm

    (EstaoP-60)

    Precipitao anual acumulada,mm(mdia de 21 estaes)

    Anlise de Consistncia (Dupla Massa)

    R = 0.9895

    0

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000

    0 1000 2000 3000 4000Precipitaoanualacum

    ulada,mm

    (EstaoP-51)

    Precipitao anual acumulada,m(mdia de 21 estaes)

    Anlise de Consistncia (Dupla M

    R = 0.9947

    0

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000

    0 1000 2000 3000 4000 5000

    Precipitaoanualacumulada,mm

    (EstaoP-41)

    Precipitao anual acumulada,mm(mdia de 21 estaes)

    Anlise de Consistncia (Dupla Massa)

    R = 0.9951

    0

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000

    0 1000 2000 3000 4000

    Precipitaoanualacumulada,mm

    (EstaoP-717)

    Precipitao anual acumulada,m(mdia de 21 estaes)

    Anlise de Consistncia (Dupla Ma

  • 7/21/2019 Relatorio (R.B.)

    52/65

    Relatrio de EstgioMonitoramento de Caudal da bacia do rio Zambeze

    ISPSongo ENGENHARIA HIDRULICA 52

    R = 0.9983

    0

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000

    0 1000 2000 3000 4000 5000

    Precipitaoanualac

    umulada,mm

    (EstaoP-29)

    Precipitao anual acumulada,mm(mdia de 21 estaes)

    Anlise de Consistncia (Dupla Massa)

    R = 0.9989

    0

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000

    6000

    0 1,000 2,000 3,000 4,000 5,000 6,000Precipitaoanualacum

    ulada,mm

    (EstaoP-507)

    Precipitao anual acumulada,mm(mdia de 21 estaes)

    Anlise de Consistncia (Dupla Massa)

    R = 0.9984

    0

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000

    0 1000 2000 3000 4000 5000Precipitaoanualacumulada,mm

    (EstaoP-714)

    Precipitao anual acumulada,mm(mdia de 21 estaes)

    Anlise de Consistncia (Dupla Massa)

    R = 0.9969

    0

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000

    0 1000 2000 3000 4000 5000

    Precipitaoanualacumulada,m

    m

    (EstaoP-40)

    Precipitao anual acumulada,mm(mdia de 21 estaes)

    Anlise de Consistncia (Dupla Massa)

    R = 0.9994

    0

    1,000

    2,000

    3,000

    4,000

    5,000

    0 1000 2000 3000 4000 5000

    Precipitaoanualacumulada

    ,mm

    (EstaoP-44)

    Precipitao anual acumulada,mm(mdia de 21 estaes)

    Anlise de Consistncia (Dupla Massa)

    R = 0.9599

    0

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000

    0 1,000 2,000 3,000 4,000Precipitaoanualacumulada,mm

    (EstaoP-333)

    Precipitao anual acumulada,mm(mdia de 21 estaes)

    Anlise de Consistncia (Dupla Mass

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    Relatrio de EstgioMonitoramento de Caudal da bacia do rio Zambeze

    ISPSongo ENGENHARIA HIDRULICA 53

    R = 0.9994

    0

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000

    0 1000 2000 3000 4000 5000Precipitaoanualacumulada,mm

    (EstaoP-438)

    Precipitao anual acumulada,mm(mdia de 21 estaes)

    Anlise de Consistncia (Dupla Massa)

    R = 0.9851

    0

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000

    0 1000 2000 3000 4000 5000Precipitaoanualacumulada,mm

    (EstaoP-1287)

    Precipitao anual acumulada,mm(mdia de 21 estaes)

    Anlise de Consistncia (Dupla Massa)

    R = 0.9702

    0

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000

    6000

    7000

    0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000Precipitaoanua

    lacumulada,mm

    (EstaoP-50)

    Precipitao anual acumulada,mm(mdia de 21 estaes)

    Anlise de Consistncia (Dupla Massa)

  • 7/21/2019 Relatorio (R.B.)

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    Relatrio de EstgioMonitoramento de Caudal da bacia do rio Zambeze

    ISPSongo ENGENHARIA HIDRULICA 54

    R = 0.9964

    0

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000

    6000

    7000

    0 1,000 2,000 3,000 4,000 5,000 6,000 7,000Precipitaoanualacumulada,mm

    (EstaoP-902)

    Precipitao anual acumulada,mm(mdia de 21 estaes)

    Anlise de Consistncia (Dupla Massa)

    R = 0.9869

    0

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000

    6000

    7000

    0 1,000 2,000 3,000 4,000 5,000 6,000 7,000

    Precipitaoanualacumulada,mm

    (EstaoP-786)

    Precipitao anual acumulada,mm(mdia de 21 estaes)

    Anlise de Consistncia (Dupla Massa)

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    Relatrio de EstgioMonitoramento de Caudal da bacia do rio Zambeze

    ISPSongo ENGENHARIA HIDRULICA 55

    R = 0.9896

    0

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000

    6000

    7000

    8000

    0 1,000 2,000 3,000 4,000 5,000 6,000 7,000

    Precipitaoanualacumulada,mm

    (EstaoP-829)

    Precipitao anual acumulada,mm(mdia de 21 estaes)

    Anlise de Consistncia (Dupla Massa)

    R = 0.9989

    0

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000

    6000

    7000

    8000

    0 1,000 2,000 3,000 4,000 5,000 6,000 7,000 8,000

    Precipitaoanualacumulada,mm

    (EstaoP-714)

    Precipitao anual acumulada,mm(mdia de 21 estaes)

    Anlise de Consistncia (Dupla Massa)

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    Relatrio de EstgioMonitoramento de Caudal da bacia do rio Zambeze

    ISPSongo ENGENHARIA HIDRULICA 56

    Anexo II:Comportamento hidrometeorolgico (precipitao) de algumas estaes da

    BRZ.

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    ISPSongo ENGENHARIA HIDRULICA 57

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    300

    350

    400

    OutNovDez Jan Fev MarAbrMai Jun Jul Ago Set

    precipitao(mm)

    Tete P-1287

    2007/08 2008/09 2009/10

    2010/11 2011/12 2012/13

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    300

    350

    OutNovDez Jan Fev MarAbr Mai Jun Jul Ago Set

    precipitao(mm)

    P-438 Chingodzi

    2007/08 2008/09 2009/10

    2010/11 2011/12 2012/13

    0

    100

    200

    300

    400

    500

    600

    700

    800

    OutNov Dez Jan Fev MarAbr Mai Jun Jul Ago Set

    precipitao(mm)

    P-333 Angnia

    2007/08 2008/09 2009/10

    2010/11 2011/12 2012/13

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    300

    350

    400

    450

    500

    Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set

    Tprecipitao(mm)

    P-44 Zumbo

    2007/08 2008/09 2009/10

    2010/11 2011/12 2012/13

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    150

    200

    250

    300

    350

    400

    450

    500

    Out Nov Dez Jan Fev MarAbr Mai Jun Jul Ago Set

    precipitao(mm)

    P-507 Muze

    2007/08 2008/09 2009/10

    2010/11 2011/12 2012/13

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    300

    350

    400

    Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set

    precipitao(mm)

    P-40 Marara

    2007/08 2008/09 2009/10

    2010/11 2011/12 2012/13

    0

    50

    100

    150200

    250

    300

    350

    400

    450

    500

    OutNovDez Jan Fev MarAbr Mai Jun Jul Ago Set

    precip

    itao(mm)

    P-714 Chifunde

    2007/08 2008/09 2009/10

    2010/11 2011/12 2012/13

    0

    100

    200

    300

    400

    500

    600

    Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set

    precip

    itao(mm)

    P-861 V. Mualadzi

    2007/08 2008/09 2009/10

    2010/11 2011/12 2012/13

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    ISPSongo ENGENHARIA HIDRULICA 60

    0

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    400

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    Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set

    precipitao(mm)

    P-50 Caia

    2007/08 2008/09 2009/10

    2010/11 2011/12 2012/13

    0

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    100

    150

    200

    250

    300

    350

    Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set

    precipitao(mm)

    P-29 Chiramba

    2007/08 2008/09 2009/10

    2010/11 2011/12 2012/13

    0

    100

    200

    300

    400

    500

    600

    700

    Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set

    precipitao(m

    m)

    P-786 Fingoe

    2007/08 2008/09 2009/10

    2010/11 2011/12 2012/13

    0

    50

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    150

    200

    250

    300

    350

    400

    450

    500

    Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set

    precipitao(mm)

    P-902 Tsangano

    2007/08 2008/09 2009/10

    2010/11 2011/12 2012/13

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    600

    700

    800

    900

    1000

    OutNov Dez Jan Fev MarAbr Mai Jun Jul Ago Set

    precipitao(mm)

    P-829 Morrumbala

    2007/08 2008/09 2009/10

    2010/11 2011/12 2012/13

    0

    100

    200

    300

    400

    500

    600

    Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set

    precipitao(mm)

    P-60 Zambue

    2007/08 2008/09 2009/10

    2010/11 2011/12 2012/13

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    300

    350

    400

    450

    OutNov Dez Jan Fev MarAbr Mai Jun Jul Ago Set

    precipitao(mm)

    P-51 Megaza

    2007/08 2008/09 2009/10

    2010/11 2011/12 2012/13

    0

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    150

    200

    250

    300

    350

    400

    450

    500

    Out Nov Dez Jan Fev MarAbr Mai Jun Jul Ago Set

    precipitao(m

    m)

    P-41 Magoe

    2007/08 2008/09 2009/10

    2010/11 2011/12 2012/13

  • 7/21/2019 Relatorio (R.B.)

    62/65

    Relatrio de EstgioMonitoramento de Caudal da bacia do rio Zambeze

    ISPSongo ENGENHARIA HIDRULICA 62

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    300350

    400

    450

    OutNov Dez Jan Fev MarAbr Mai Jun Jul Ago Set

    precipitao(mm)

    P-717 Manje

    2007/08 2008/09 2009/10

    2010/11 2011/12 2012/13

    0

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    150

    200

    250

    300

    350

    Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set

    precipitao(mm)

    P-835 Mutrara

    2007/08 2008/09 2009/10

    2010/11 2011/12 2012/13

    0

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