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MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA (MCT) Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico - CNPq RELATÓRIO TÉCNICO DE PROJETO DE PESQUISA Observatório de Tecnologias de Informação e Comunicação em Sistemas e Serviços de Saúde: análise e sistematização de recursos tecnológicos utilizados para apoio à gestão de sistemas e ao ensino de trabalhadores em diferentes contextos do Sistema Único de Saúde (SUS) Projeto na modalidade de Auxílio à Pesquisa, Processo Nº 409433/2006-3, Edital CNPq/DECIT n° 23/2006. Alcindo Antônio Ferla Coordenador do Projeto Porto Alegre, novembro de 2009.

RELATÓRIO TÉCNICO DE PROJETO DE PESQUISA · 2013-12-10 · em Sistemas e Serviços de Saúde: análise e sistematização de recursos tecnológicos utilizados para apoio à gestão

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MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA (MCT)

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico - CNPq

RELATÓRIO TÉCNICO DE PROJETO DE PESQUISA

Observatório de Tecnologias de Informação e Comunicação

em Sistemas e Serviços de Saúde: análise e sistematização

de recursos tecnológicos utilizados para apoio à gestão de

sistemas e ao ensino de trabalhadores em diferentes

contextos do Sistema Único de Saúde (SUS)

Projeto na modalidade de Auxílio à Pesquisa, Processo

Nº 409433/2006-3, Edital CNPq/DECIT n° 23/2006.

Alcindo Antônio Ferla

Coordenador do Projeto

Porto Alegre, novembro de 2009.

Resumo:

Entre os avanços obtidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no país nos últimos anos está a

aprovação de política para a área de informação e comunicação, abordando os principais

aspectos apontados como críticos por estudos, pesquisas e análises dos órgãos de gestão e

participação no sistema de saúde. Esta política, em acordo com evidências geradas por

experiências internacionais e por experiências exitosas no âmbito nacional, associa o uso da

informação propriamente dito para apoio à decisão em diferentes níveis do sistema de saúde

com o uso criativo e inovador dos recursos informacionais e de comunicação. O estudo e o

desenvolvimento de tecnologias para fortalecer o cenário indicado por esta política mostram-

se como ações capazes de ampliar os seus efeitos. Esse foi o intuito da primeira fase do Projeto

Observatório de Tecnologias de Informação e Comunicação em Sistemas e Serviços de Saúde

(OTICSSS).

Para a pesquisa e o desenvolvimento nessa área, o projeto buscou operacionalizar propostas

que sugerem a criação de um Observatório capaz de integrar e articular os Sistemas Nacionais

de Informação em Saúde do Ministério da Saúde e os Bancos de Dados Nacionais oriundos dos

inquéritos e levantamentos censitários realizados pelo IBGE, mas ampliou essas propostas ao

associar a elas o desafio da disseminação e produção de conhecimento, contribuindo para a

ampliação da inteligência coletiva sobre a saúde e o sistema de saúde.

O objetivo geral do projeto foi de desenvolver e implementar um Observatório de Tecnologias

de Informação e Comunicação em Sistemas e Serviços de Saúde, composto por um conjunto

de soluções tecnológicas e operacionais que abrangem aspectos tecnológicos e político-

organizacionais, visando qualificar o monitoramento e avaliação de indicadores de saúde, bem

como criar meios que facilitem o acesso e a troca de informações entre os diversos atores

envolvidos direta ou indiretamente com informação em saúde, estabelecendo a base para um

processo permanente e contínuo de gestão e de ensino no sistema de saúde, que se

denominou de ciclo dado-inteligência coletiva. O conceito de “Observatório” engloba um

conjunto de soluções capazes de captar, tratar e disseminar informações e conhecimentos

para suporte à tomada de decisões a uma rede de atores definidos, envolvidos com processos

de gestão e de ensino no sistema de saúde. No caso desta iniciativa, o âmbito de abrangência

foram tecnologias para uso dos indicadores de saúde tratados pela Rede Interagencial para

Informação em Saúde (RIPSA) nas funções de gestão de sistemas e serviços de saúde e para

seu uso nos processos de ensino.

Como resultados do projeto, foram desenvolvidos um portal na internet e um conjunto de

funcionalidades para utilização na gestão e no ensino da saúde. Entre as funcionalidades para

o ensino, estão recursos que permitem avançar do conceito tradicional de ambientes virtuais

de aprendizagem, incluindo atividades em rede e em tempo real, que o colocam em outro

patamar tecnológico, na tipologia de ambientes híbridos, que o projeto auxiliou a definir. Em

relação à gestão, foram desenvolvidas ferramentas para associação de bases de dados para a

produção de indicadores úteis para a avaliação de desempenho dos sistemas de saúde e para

atividades de suporte à educação permanente dos trabalhadores, com formatos diversificados

para consulta, contribuindo para as mediações necessárias para o fortalecimento do uso

cotidiano de informações para a tomada de decisões em diferentes níveis do sistema de saúde.

O projeto também desenvolveu metodologias de associação de bases de dados que auxiliam

na produção indicadores capazes de representar diagnósticos situacionais dos sistemas de

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saúde, de fácil utilização por sujeitos de diferentes inserções (gestão, atenção, participação e

formação). Essas metodologias foram aplicadas aos microdados de diferentes bases de

informação, permitindo o acesso, diretamente no Portal do Observatório, a indicadores para a

avaliação e para o diagnóstico de sistemas e redes de saúde. Além disso, o Observatório

fomentou a criação de grupos de pesquisa e a configuração de uma rede científica envolvendo

instituições de ensino, pesquisa, gestão e serviços de saúde em todas as regiões do estudo.

Essa rede participou ativamente na estruturação das soluções, tecnologias e metodologias

utilizadas, assim como na identificação de experiências para a composição de um repositório

de iniciativas de uso da informação e suas tecnologias e na utilização de recursos

desenvolvidos em atividades de ensino e avaliação. Essa participação constituiu

funcionalidades de suporte à rede científica no Observatório. A síntese entre as metas iniciais

e o resultado alcançado pelo projeto é um saldo positivo, que inclui as condições cognitivas e

materiais para a segunda fase do Projeto OTICSSS. Como conclusão, o projeto logrou uma

aproximação forte entre o uso da informação para a gestão e para o ensino e a concepção da

educação permanente em saúde, conforme anunciava como potencialidade a Política Nacional

de Informação e Informática em Saúde para o SUS, que suscitou o projeto.

Sumário

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 6

O contexto da informação e seus desafios .................................................................... 7

Informação e trabalho em saúde: aspectos micropolíticos ......................................... 11

2. PERCURSO METODOLÓGICO .............................................................................. 14

2.1. Concepção metodológica ..................................................................................... 15

2.1.1. Redes científicas ........................................................................................... 15

2.1.2. A integração de dados no conceito do Observatório .................................... 17

2.1.3. Concepção de ambiente educacional com mediação da tecnologia de

informática .............................................................................................................. 18

2.2. Técnicas de coleta e análise dos dados para a etapa da pesquisa ........................ 20

2.3. Etapas operacionais do projeto ............................................................................ 22

2.4. Dificuldades operacionais.................................................................................... 24

2.5. Resultados alcançados ......................................................................................... 26

2.6. Perspectivas futuras para o Observatório ............................................................ 30

2.7. Equipe técnica...................................................................................................... 30

3. PORTAL DO OTICSSS ............................................................................................. 32

3.1. Introdução ............................................................................................................ 32

3.2. Descrição das bases tecnológicas ........................................................................ 35

3.3. Objetivos .............................................................................................................. 36

3.4. Escopo do projeto ................................................................................................ 36

3.5. Metodologia ......................................................................................................... 37

3.6. Resultados atuais e previstos ............................................................................... 37

3.7. Avaliação da experiência ................................................................................. 39

3.8. Apresentação do Portal do OTICSSS .............................................................. 39

4. USO DA INFORMAÇÃO PARA AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE

SISTEMAS DE SAÚDE ................................................................................................ 42

4.1. Introdução ............................................................................................................ 42

4.2. Considerações metodológicas.............................................................................. 44

4.3. Análise dos dados de mortalidade proporcional .................................................. 47

4.3.1. Estado do Acre - Macrorregião Purus-Acre. ................................................ 48

4.3.2. Estado do Pará - Macrorregião Metropolitana ............................................. 49

4.3.3. Estado de Sergipe – Microrregião de Aracaju .............................................. 50

4.3.4. Estado da Bahia - Macrorregião Centro-Leste, Centro-Norte, Extremo-Sul,

Leste, Nordeste, Norte, Oeste, Sudoeste, Sul ......................................................... 50

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4.5.5. Estado de Minas Gerais - Microrregião de Belo Horizonte ......................... 51

4.3.6. Estado do Rio De Janeiro - Microrregião Metropolitana I E Serrana .......... 52

4.3.7. Estado do Rio Grande do Sul - Macrorregião Metropolitana e Serra .......... 52

4.4. Indicadores, avaliação dos sistemas de saúde e inteligência coletiva ................. 53

ANEXO 1 – Tabelas e gráficos de distribuição da mortalidade proporcional nas

regiões em estudo ....................................................................................................... 57

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 74

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................ 79

1. INTRODUÇÃO

O projeto do Observatório de Tecnologias de Informação e Comunicação em Sistemas e

Serviços de Saúde (OTICSSS) foi proposto e vem sendo implementado considerando-se que o

uso da informação e suas tecnologias para apoio à gestão e ao ensino constituem-se em

prioridades políticas e estratégicas do Sistema Único de Saúde (SUS), conforme apontam a

literatura especializada e documentos institucionais. Mais do que ferramenta tecnológica, o

Observatório pretendia operar como dispositivo para a implementação da Política de

Informação e Informática em Saúde para o SUS, em articulação com a Política de Educação e

Desenvolvimento para o Sistema Único de Saúde – Caminhos para a Educação Permanente em

Saúde, ambas desenvolvidas e aprovadas no ano de 2003. Esse desafio foi tomado pelo

Observatório por meio da necessidade de uma produção em rede, de caráter multidisciplinar e

envolvendo diversas instituições de diferentes localizações e naturezas. O projeto foi

apresentado ao Edital CNPq/DECIT n° 23/2006, tendo sido aprovado na modalidade de Auxílio

à Pesquisa, por meio do Processo nº 409433/2006-3, na linha de comunicação e informação

em saúde, tendo como linha temática principal as análises de usos integrados de sistemas e

metodologias em informação em saúde, informação científica e tecnológica em saúde e

comunicação em saúde. Como linhas temáticas secundárias: desenvolvimento de

metodologias ou de processos de avaliação da informação, dos sistemas de informação e da

comunicação em saúde; diagnóstico de demandas e necessidades de informação e

desenvolvimento de metodologias de comunicação para transferência de informação em

saúde e conhecimento técnico-científico, incluindo tecnologias de informação e comunicação

virtual; e diagnóstico da infra-estrutura de tecnologias de informação e da incorporação da

inovação tecnológica nos processos de gestão da informação em saúde, da informação

científica e tecnológica em saúde e da comunicação em saúde, em âmbito nacional.

O Observatório pretendia - e se vem se constituindo - em uma ferramenta de fortalecimento

do uso da informação e suas tecnologias, além de disponibilizar recursos tecnológicos para a

utilização mais ampliada da informação no cotidiano do SUS. Vem tendo uso como ferramenta

de cooperação técnica mais horizontal entre instituições e sistemas locorregionais de saúde,

constituindo condições para a atuação de uma rede científica envolvendo a participação direta

de instituições de ensino e pesquisa, além de serviços de saúde em diversas regiões

geográficas do país, contemplando contextos bastante heterogêneos, o que responde a uma

perspectiva descentralizadora, conforme determina a política de informação e comunicação. A

escolha por concepções não instrumentais de informação para suporte à gestão alocou à

construção do Observatório a necessidade conceitual de pensar nas relações entre a

informação e as tecnologias de informação e comunicação, em contato com a educação, não

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mais como instrumentos voltados predominantemente à ampliação da racionalidade

cognitivo-instrumental dos processos decisórios na gestão, mas por rever possibilidades de

ampliação da potência da informação, operando também como dispositivo para a produção de

novos padrões para a decisão, para a organização do trabalho e para a construção do sistema

de saúde. Essa construção será sumarizada por uma breve revisão do contexto atual da

questão da informação e de suas tecnologias e, em seguida, da informação como marcador de

modelagens tecnoassistencias em saúde, onde o enfoque é aos processos de trabalho e à

micropolítica do trabalho na saúde.

O contexto da informação e seus desafios

Os Bancos de Dados e Sistemas Nacionais de Informação em Saúde e áreas afins constituem

uma ferramenta importante para avaliação das políticas de saúde, assim como dos serviços,

redes e sistemas de saúde. Até as décadas de 1970 e 1980, eles se encontravam sob gestão do

nível federal, e a tecnologia para processamento dos dados baseava-se em computadores de

grande porte. Mesmo em meados da década de 1990 era muito comum a utilização de

servidores localizados em órgãos centrais como o IBGE e o próprio Ministério da Saúde. Entre

as décadas de 1980 e 1990, com a expansão dos sistemas de morbidade, mortalidade e

nascidos vivos foi possível, com a descentralização dos serviços de saúde proporcionados

principalmente pela atenção básica, a obtenção de dados no âmbito municipal, sob a

coordenação das unidades da federação. No entanto, desde então e ainda hoje, falhas de

cobertura são observadas especialmente nas Regiões Norte e Nordeste, gerando indicadores

que nem sempre reproduzem o quadro real das situações de saúde dessas populações, além

do problema da fragmentação dos dados, com questionamentos sobre a forma de produção

das informações e as competências sobre a quem cabe gerir e como se deve gerir a

informação (Moraes & Santos, 1998, 2001).

Mesmo hoje, em pleno Século XXI, as diversas inovações existentes para disponibilização de

dados em bases locais on-line (DATASUS e sites de Secretarias Estaduais de Saúde, Banco de

Dados Multidimensional – IBGE e Sistema IBGE de Recuperação Automática de Dados – SIDRA,

entre outros) não respondem às demandas dos gestores e usuários em todos os níveis

(federal, estadual e municipal) no que se refere ao planejamento, ao monitoramento, à

avaliação e à regulação do sistema de saúde, bem como ao fortalecimento do controle social.

Os dados apresentados são, na maioria das vezes, “dados brutos”, não gerando dados

estatísticos e informações que possam em seu conjunto, produzir evidências para a tomada de

decisão; tampouco para potencializar os processos de construção de sentidos para essas

decisões e para as intervenções necessárias. Um exemplo dessa situação refere-se ao fato de

que apesar do próprio Censo Demográfico de 2000, realizado pelo IBGE, ter considerado em

seus setores censitários, microáreas que de forma agregada, correspondem muitas vezes às

mesmas microáreas definidas pela Estratégia de Saúde da Família, a equipe de profissionais e

mesmo o gestor municipal os ignora (ou por que não o conhece ou por absoluta falta de

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integração entre os dados). Isto é, perde-se a possibilidade de utilização desses dados para

geração de informações importantes que poderiam ajudar no planejamento das ações de

saúde, especialmente as de caráter municipal, assim como no ensino dos profissionais, já que

essa não é uma competência desenvolvida nos processos de formação acadêmica e de

educação continuada, exceto em cursos pontuais de aperfeiçoamento e nas especializações

voltadas para sanitaristas. Algo mais recentemente, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz),

desenvolve desde 2004 cursos de especialização nessa área, nos âmbitos da pós-graduação

lato senso e para técnicos, inicialmente no município do Rio de Janeiro e, posteriormente, em

Porto Alegre, Manaus e Brasília (Ferla, Guimarães & Seta, 2005), mas ainda com pequena

abrangência. Essas atividades têm servido como laboratório para a construção de novos

sentidos e novas potencialidades para a informação na saúde.

Em período histórico próximo, no ano de 2003, o Ministério da Saúde realizou, em conjunto

com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e com o Conselho Nacional de Saúde

(CNS), uma oficina de trabalho sobre informação em saúde e controle social. As abordagens da

oficina, sumarizadas no seu Relatório Final (Ministério da Saúde, 2003), apontam diretamente

a noção excessivamente instrumental que orienta as ações na área de informação e

informática (colocando à infraestrutura de informática um status de visibilidade bastante

singular na avaliação de acessibilidade às informações e conhecimentos úteis para a

participação no SUS), o caráter político da informação e do conhecimento que advém do seu

domínio, a fragmentação das bases de dados e informações e déficits na articulação entre

informação e informática e a comunicação e a educação. Como principal proposta, a oficina

encaminha sugestões que fortalecem a elaboração de uma política abrangente, criativa e

inovadora para essa área, reconhecendo uma potencialidade na informação para a construção

de novos patamares para a saúde e para a atuação dos diferentes atores.

Assim, em 2004, o Ministério da Saúde, atendendo a um processo de intensa discussão que

culminou com as deliberações da 12ª Conferência Nacional de Saúde, elaborou a Política

Nacional de Informação e Informática do SUS (PNIIS), cujo propósito é o de:

Promover o uso inovador, criativo e transformador da tecnologia da informação,

para melhorar os processos de trabalho em saúde, resultando em um Sistema

Nacional de Informação em Saúde articulado, que produza informações para os

cidadãos, a gestão, a prática profissional, a geração de conhecimento e o controle

social, garantindo ganhos de eficiência e qualidade mensuráveis através da

ampliação de acesso, eqüidade, integralidade e humanização dos serviços e, assim,

contribuindo para a melhoria da situação de saúde da população (Brasil, 2004:15).

Essa definição está de acordo com o contexto internacional, que destaca as possibilidades de

mudanças nos modelos institucionais de gestão e destaca a informação em saúde como uma

área importante a ser considerada (Brender et al, 2000).

A estruturação de um Sistema Nacional de Informação em Saúde seria potencializada pela

criação e monitoramento de duas Bases de Dados Nacionais de forma integrada: (i) Base

Nacional de Identificação (BNAI) – com dados de usuários, profissionais e estabelecimentos de

saúde, (ii) Base Nacional de Atenção à Saúde (BNAS) – com dados da assistência, vigilância em

saúde, reabilitação e promoção da saúde. Essas duas bases associadas às demais fontes de

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informação de interesse à saúde, uma vez que já se identificava que um dos problemas que

caracterizam a área era, justamente, a dificuldade em subsidiar de informações e indicadores

objetivos o conceito ampliado de saúde com o qual o sistema de saúde brasileiro deve operar

por definição constitucional. Mas, como contemplar realidades locais distintas?

O monitoramento dessas duas grandes Bases de Dados Nacionais permitiria a integração das

tabelas dos sistemas hoje existentes, que codificam de forma diferente as mesmas variáveis,

além de integrar uma boa parte dos mais de 300 subsistemas de informação existentes no

DATASUS.

No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), o Ministério da Saúde destaca que diversos

exemplos de iniciativas locais vêm obtendo sucesso na informatização dos dados gerados com

base nas atividades desenvolvidas durante o processo de trabalho em saúde, com um

aumento da qualidade dos serviços de saúde. Por exemplo, Curitiba, Ipatinga, Sobral, Aracaju e

Campo Grande são citados como municípios em que a rede de atenção básica à saúde

encontra-se informatizada, o que leva a uma série de vantagens para a população, os

profissionais de saúde e os gestores.

A interpretação ou o significado dos dados constitui o que podemos chamar de informação.

Com base na articulação e combinação de um conjunto de dados é possível a geração de

informações que nos possibilitem fazer inferências da realidade. Essa interpretação nos dizeres

de Ferreira (1998: 73-74) “pode ser entendida como uma avaliação (que vem de valia, quer

dizer, dar valor)” para formar um juízo sobre uma situação ou contexto determinados. Segue o

autor “Necessariamente, este juízo incorpora nossas concepções, nossos pressupostos, as

referências que fundamentam nossa visão de mundo.” (Ferreira, 1998: 74).

A informação, portanto, pode ser definida como:

“produto obtido a partir de uma determinada combinação de dados e da avaliação e

do juízo que fazemos sobre determinada situação; servindo para apoiar o processo

de tomada de decisão, de execução e de avaliação das ações [de saúde]

desencadeadas.” (Ferreira, 1998:74)

Para a área da saúde é importante precisar qual o conceito de saúde que se está formulando,

pois a partir dele, os dados a serem coletados e as informações que irão subsidiar a gestão dos

sistemas de saúde poderão ser planejados, executados, monitorados e avaliados (Ferla e cols.,

2002a).

Na combinação da utilização de dados individuais e coletivos (dados em níveis ‘ecológicos’), e

construção de indicadores, a literatura epidemiológica reconhece a existência de limitação

para análise dos dados, especialmente no segundo caso, onde a falácia ecológica pode estar

presente. Entretanto concordando com Green et al (2003), existem alguns critérios que podem

ser adotados para validação dos dados, especialmente a estratificação e controle de variáveis

independentes que atuam como importantes fatores de confusão. Também reconhecemos

que para as análises na área da saúde realizadas com desenho de estudo em nível ecológico, a

interpretação ocorre ao nível populacional agregado, sendo atribuída grande importância aos

fatores populacionais e geográficos, conforme apontam Rose (1992) e Wilkinson (1999). O

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nível de agregação dos dados, como apontam esses argumentos, interfere na capacidade de

avaliação dos atores nos diferentes âmbitos do sistema de saúde.

Como se vê, há uma tendência de associar, de forma bastante direta, a informação aos

processos decisórios, onde a avaliação seria o processo cognitivo mais relevante. Mesmo sem

pretender uma construção teórica muito ampla sobre esse tema, preferimos a idéia de

avaliação como dispositivo de movimento, de produção de novos conhecimentos para a

mudança. Contandiopoulos (2006) propõe, para fortalecer a avaliação em saúde, ações para

conceber e implantar uma cultura de avaliação, que auxilia na compreensão da vertente que

se pretende desenvolver no âmbito do Projeto OTICSSS. Segundo o autor,

Para fazer com que a avaliação esteja no cerne das estratégias de transformação do

sistema de saúde, sugere-se criar condições para um julgamento avaliativo

verdadeiramente crítico, com a implementação de estratégias que favoreçam a

formação e o aprendizado, o debate, a reflexão e a abertura de novas frentes de

intervenção. Institucionalizar a avaliação implica antes de tudo se questionar a

capacidade da avaliação de produzir as informações e julgamentos necessários para

ajudar as instâncias decisórias a melhorar o desempenho do SUS. (Contandiopoulos,

2006, pág. 705)

Assim, a avaliação implicaria em processos de aprendizado no cotidiano. De fato, os processos

decisórios nunca estão predominantemente colados em condições ideais dadas, que

normalmente são insumo indisponível na gestão da saúde. Para o autor, essa perspectiva de

avaliação impõe a implementação de estratégias para favorecer “a formação e o aprendizado,

permitindo que todos os atores envolvidos possam adquirir novos modelos intelectuais para

apreender a complexidade da avaliação e do sistema de saúde”, mas também que esse

processo não é – e não pode ser – puramente instrumental, na medida em que “uma mesma

informação [pode] ter sentidos diferentes para pessoas em posições e campos de julgamento

distintos” (Contandiopoulos, 2006, pág. 710-11). Essa construção nos permite transitar para

uma das idéias que se constituíram como centrais na construção teórica do Projeto OTICSSS: o

ciclo de compreensão mais adequado para o processo informacional não será mais restrito ao

intervalo dado-informação ou mesmo dado-conhecimento, como se verifica comumente na

literatura e no escopo da intervenção focada na ciência da informação e/ou nas teorias do

planejamento. O intervalo para a compreensão mais adequada, na perspectiva da gestão da

saúde e dos diferentes atores (gestores, propriamente ditos, trabalhadores, rede de

participação e rede de formação) é: dado-inteligência coletiva. Ou seja, para além do caráter

instrumental, da informação como variável técnica no processo decisório, teríamos um

deslocamento para um conceito de informação como dispositivo, aproximando nossa reflexão

dos conceitos de ator-rede de Latour (1996), das árvores do conhecimento de Lévy (2004), das

mediações na produção de conhecimento (Silva, 2009), no uso da experiência e nas redes de

verdades locais de Boaventura Santos (2000), entre outros. Mas também, e é essa

aproximação que queremos explorar nesse documento, de um conjunto de reflexões que

associam o cotidiano do trabalho em saúde, necessariamente, da produção de conhecimentos.

É essa associação que se pretende construir no próximo item.

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Informação e trabalho em saúde: aspectos micropolíticos

A área da saúde tem se beneficiado, nos últimos anos, de vertentes de produção de

conhecimento que procuram descrever as especificidades da relação entre o mundo do

trabalho e a saúde. Mudanças na compreensão da produção de saúde e seus efeitos no

conhecimento epidemiológico, por exemplo, foram alimentadas pelas análises da relação com

a distribuição de doenças segundo contextos sócio-econômicos e, em particular, dos processos

de trabalho e dos modos de produção, que deram origem à epidemiologia social latino-

americana no final da década de 1970 (Drumond Jr., 2003). Mais ao final da década de 1980 e,

com especial vigor, a partir de meados de 1990, as análises do trabalho em saúde passaram a

ocupar-se também de identificar certos padrões de conexão entre formas de organizar o

cuidado e a predominância de certas naturezas de tecnologias para operar o mesmo. Nesse

campo, Merhy (2002) foi pioneiro em aprofundar as análises no que chamou de micropolítica

dos processos de trabalho, ou seja, a dimensão das relações entre diferentes atores e destes

com recursos tecnológicos e, mesmo, com certas lógicas de organização do cuidado.

O estudo dos modelos ou, como preferimos, modelagens tecnoassistenciais, que destaca esses

aspectos, é importante para nossa reflexão, uma vez que permite pensar em duas questões de

relevância para a análise que se está construindo: a relação entre os diferentes atores do

sistema de saúde e o plano da relação que estabelecem com a informação. Interessa aqui

destacar que, com alguma freqüência, ambos os aspectos podem traduzir uma grande

objetivação dessas relações por dimensões tecnológicas bastante similares: no primeiro caso,

por equipamentos, saberes estruturados (em relação à clínica biomédica, às áreas disciplinares

das profissões da saúde e/ou das demais que atuam na cena da saúde, como a administração,

a contabilidade etc.) e procedimentos normativos (seja do ponto de vista legal ou da

evidenciação científica); no segundo caso por soluções tecnológicas, saberes estruturados (em

relação à epidemiologia, à estatística, à informática etc.) e por definições metodológicas,

voltadas à pretensão de desvelar uma essência contida no dado-informação.

No primeiro caso, voltamos às produções de Merhy (2002) que fala em naturezas distintas de

tecnologias que são utilizadas no cuidado e na gestão, onde equipamentos (tecnologias duras)

e saberes estruturados (tecnologias leve-duras) coadjuvam com tecnologias produzidas em ato

e que se materializam nas relações entre os diferentes sujeitos e com os diferentes recursos.

São as tecnologias leves que, segundo o autor, não somente precisam ser consideradas como

tal – porque o são – mas também deveriam comandar a gestão do cuidado que se pretende

integral. Ou seja, o caráter instrumental dos equipamentos e dos saberes biomédicos deveria

ser substituído por um trabalho de natureza viva, criativa, onde saberes estruturados e

equipamentos tecnológicos são reivindicados à cena do cuidado na medida das necessidades

identificadas na relação cuidadora entre profissionais e usuários. Ou seja, o deslocamento

proposto não é de um retorno ao mundo da natureza em estado puro, mas a revisão do lugar

de poder e determinação que os saberes disciplinares e os equipamentos tecnológicos têm no

imaginário hegemônico dos atores que compõem a cena do cuidado e também da gestão. Essa

operação incluiria a negociação de saberes, de interesses e a construção compartilhada de

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projetos de trabalho. No nosso entendimento, a compreensão da informação como um

dispositivo para esses processos de negociação, mudança, produção de novos sentidos para a

atuação no mundo do trabalho não somente é possível, senão que também traz aportes para

esses deslocamentos nas práticas de trabalho.

Para a análise da relação entre a informação e o trabalho em saúde, propomos uma analogia

ao que foi dito: ao invés de um caráter instrumental sistêmico, a informação como dispositivo

para reordenar saberes e práticas. Num texto primoroso sobre o tema da informação, Merhy

& Cols (1997) propõem a “informação como uma ferramenta interrogadora dos sentidos e

significados do agir em saúde, na possibilidade de se buscar novos referenciais ético-políticos,

que se apresentam como ruídos no seu interior” (p. 123). A possibilidade de análise a partir

dos ruídos constitui “aberturas para processos mais públicos, partilháveis entre os operadores

do cotidiano e nos quais se possa, através de uma certa tecnologia, atuar conformando novos

sentidos para o serviço, enquanto uma certa arena institucional” na qual estão em disputa

diversos interesses (p. 118). Ao invés de “portadora” de um conhecimento universal (com

pretensão de verdadeiro), a informação, como processo de tratamento cognitivo da realidade,

seria portadora de capacidade analítica, de reais ou potenciais ruídos na organização do

trabalho.

No contexto dessa problemática, encontramos as definições da política nacional de educação

permanente em saúde, que destaca a necessidade de uma nova aliança entre os operadores

do mundo do trabalho em saúde e o trabalho em si, de maior protagonismo. A nova aliança é,

na verdade, uma relação entre o ator e as evidências da realidade (em oposição às evidências

científicas, que são postas a subjetivar o processo de criar em saúde há algumas décadas)

estabelecendo padrões de falseamento onde, potencialmente, emerge conhecimento que

ressignifica o próprio trabalho. A educação é, assim, permanente na saúde, por abertura

intelectual, por potencial de criação, por reivindicação ética, por ser potencialmente – e

necessariamente – produzida na relação mesma dos indivíduos com o trabalho. O desafio,

nesse caso, é de não naturalizar os processos de trabalho e sua organização e tampouco de

colocar o “fora” do trabalho concreto (conhecimentos e equipamentos tecnológicos) como

capazes de mediá-lo de forma suficiente (Ceccim & Ferla, 2008).

Essas formulações permitem retomar, uma vez mais, a política de informação e informática em

saúde. Nessa política, as diretrizes apontam claramente para a idéia de pôr em circulação as

informações e conhecimentos1, de respeito às realidades e necessidades locais2, de construir

definições de forma ascendente, de constituir o intercâmbio de experiências e de aumentar a

capacidade de aprendizagem para o cotidiano do trabalho.

1 Como se verifica na diretriz nº 06: “Estabelecer mecanismos de compartilhamento de dados de interesse para a

saúde e ampliar a produção e disseminação de informações de saúde de forma a atender tanto às necessidades de usuários, profissionais, gestores, prestadores de serviços e controle social, quanto ao intercâmbio com instituições de ensino e pesquisa, outros setores governamentais e da sociedade e instituições internacionais”, pág. 17).

2 Como se verifica na diretriz 09: “Estimular as iniciativas locais de desenvolvimento de sistemas de informação,

considerando sua potencialidade de melhor atender a diversidade e complexidade dos serviços de saúde, respeitando as características regionais e fortalecendo o desenvolvimento da cultura de informação e informática em saúde” (pág. 17-8).

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Nesse ponto encontramos, provavelmente, a maior inovação operacional que o Observatório

pretendeu: constituir possibilidade para esses conceitos e para as diretrizes das políticas

listadas e, mais do que isso, fortalecer o contexto em que a nova aliança entre o mundo do

trabalho na saúde e os agentes desse trabalho seja possível.

Este relatório não pretende apresentar e/ou sumarizar o conjunto das produções que o

Projeto de Pesquisa alcançou. Os registros nos currículos dos participantes, disponíveis na

Plataforma Lattes terão mais capacidade e mais atualidade para isso. Ele pretende apenas

representar a inovação conceitual e operacional, assim como metodologias e tecnologias

desenvolvidas.

O próximo capítulo apresentará o percurso metodológico do desenvolvimento do

Observatório nesta sua primeira fase. Ele permite um olhar panorâmico sobre as produções

realizadas e a construção intelectual que foi feita.

O capítulo seguinte apresenta o Portal OTICSSS, desenvolvido e implantado no âmbito do

projeto, com a cooperação de instituições parceiras e de outros projetos gerenciados pelos

participantes do mesmo. Além do Portal, propriamente dito, esse capítulo descreverá diversas

das funcionalidades desenvolvidas e oferecerá ao leitor evidências de um profícuo diálogo

travado entre os conhecimentos da área da informática, da informática na educação, da

educação na saúde com a Saúde Coletiva, em particular a gestão na saúde e as ciências sociais

e humanas.

Adiante, o capítulo seguinte descreverá uma metodologia desenvolvida no decurso do projeto

para avaliação de sistemas e serviços de saúde, que configura um dos seus objetivos

específicos, mas que também é uma tecnologia disponibilizada no Portal para as informações

que o compõem. Assim, principalmente em decorrência dos investimentos realizados no

âmbito desta primeira fase do projeto e dos recursos já obtidos para a próxima fase, é possível

afirmar que, para as seis regiões inicialmente definidas e para as que foram incluídas nesta

etapa, além de todas as demais regiões do país, cujos dados já estão disponíveis no Portal, é

possível obter indicações para o diagnóstico do sistema de saúde por parte dos diferentes

atores e também dispositivos para o ensino da saúde.

Por fim, um capítulo de considerações finais procura analisar a experiência da implantação da

primeira fase do Observatório e alguns avanços e desafios que a caracterizaram.

Para finalizar essa introdução, apenas a ressalva que a escolha do que registrar neste relatório

decorreu dos padrões definidos para o mesmo, fundamentalmente o tamanho do arquivo a

ser enviado, e do potencial de indicação dos avanços obtidos. O registro do conjunto da

produção, que se renova a cada momento e que envolve os participantes e trabalhos de

conclusão de cursos de graduação e pós-graduação (lato e stricto sensu), foi transferido para a

Plataforma Lattes e para o próprio Portal do OTICSSS.

2. PERCURSO METODOLÓGICO

O Projeto teve como objetivo geral desenvolver e implementar um Observatório de

Tecnologias de Informação e Comunicação em Sistemas e Serviços de Saúde, composto por

um conjunto de soluções tecnológicas e operacionais abrangendo aspectos tecnológicos e

político-organizacionais, visando qualificar o monitoramento e a avaliação3 de indicadores de

saúde, bem como criar meios que facilitem o acesso e a troca de informações entre os diversos

atores envolvidos direta ou indiretamente com informação em saúde, estabelecendo a base

para um processo permanente e contínuo de gestão. A meta inicial era envolver seis

realidades locorregionais. Como objetivos específicos, foram estabelecidos:

Avaliar o desempenho dos sistemas de saúde, isto é, o grau com que os objetivos e

execução das metas pré-estabelecidas nas políticas nacionais e regionais de saúde são

atingidos;

Fortalecer a criação de grupos de pesquisa na área de informação em saúde nas

instituições parceiras;

Disponibilizar para os alunos dos Cursos de Graduação da área da Saúde das instituições

proponentes, os conselhos municipais de saúde e gestores municipais um diagnóstico

situacional dos respectivos sistemas municipais de saúde, de forma permanente e

atualizada, fortalecendo a divulgação científica em saúde;

Criar uma solução tecnológica para ambiente educacional, integrado ao Observatório

com a finalidade de facilitar o acesso aos alunos dos Cursos de Graduação da área da

saúde dos resultados encontrados.

Os objetivos iniciais foram alcançados e superados, uma vez que os produtos previstos foram

desenvolvidos e a rede de atores que compõe o Observatório superou significativamente a

meta inicialmente prevista. Novos resultados, não previstos inicialmente, foram alcançados e o

Observatório já tem recursos financeiros para a próxima etapa, que incluirá condições de

animação da utilização e ambientes para inglês e espanhol. Como processo contínuo, diversas

3 As expressões “monitoramento” e “avaliação” pretendem compor, aqui, não dois conceitos isolados,

mas um enunciado para o ciclo dado-informação-conhecimento-inteligência coletiva, conforme já foi abordado. Buscam representar, portanto, a idéia de que a gestão da saúde pode ser embasada no conhecimento fornecido pela avaliação, conforme descrito por Contandriopoulos (2006), mas também que as evidências sistematizadas do cotidiano sejam captadas como novos conhecimentos à gestão, como propõem Ceccim e Ferla (2008).

15

iniciativas em andamento ainda não têm resultados mensuráveis, em termos de novos

conhecimentos. A garantia da manutenção do projeto assegura também a possibilidade de

que esses novos conhecimentos sejam produzidos e disponibilizados.

2.1. Concepção metodológica

A expressão “metodologia” busca caracterizar o “caminho do pensamento” percorrido no

processo de pesquisa, como alerta Minayo (2004) e, para tanto, apresenta uma discussão

epistemológica, o detalhamento dos métodos e técnicas, mas também a “criatividade do

pesquisador”, que apresenta as articulações singulares entre os métodos de pesquisa e, no

caso do projeto, também de desenvolvimento de tecnologias, requeridas para o alcance dos

objetivos do projeto que é relatado. Assim, optou-se por apresentar alguns conceitos iniciais

do que se pretende identifique a natureza dos recursos utilizados para a produção e, na

seqüência, se apresentam informações complementares para compreender o percurso

metodológico percorrido.

2.1.1. Redes científicas

O primeiro conceito que caracteriza a produção científica e técnica do projeto Observatório é

de rede científica. E, nesse caso, o conceito absorve da literatura concepções epistemológicas

e operacionais.

Em relação ao primeiro aspecto, ancora-se na idéia da complexidade e da multideterminação

dos fenômenos, utilizando a produção de autores como Morin (1999). Para resolver as

questões teóricas no contexto da complexidade, busca-se amparo das nas proposições de

autores como Boaventura Santos (2000, 2001) e Levy (2004), entre outros. Assim, a produção

de conhecimentos com mediação entre diversas áreas e disciplinas, que no caso do projeto

incluem particularmente a Saúde Coletiva, a Ciência da Informação, a Informática e a

Educação. Esse aspecto é particularmente visível quando se observa a diversidade de áreas de

concentração dos grupos de pesquisadores que compõem a rede que se vincula por meio do

Observatório.

O conceito inicial para a rede científica absorve, nesse aspecto, o âmbito das relações que se

estabelecem entre pesquisadores de diferentes localizações institucionais e áreas para a

produção de conhecimentos, conforme enfocam Silva e Pinheiro (2008). Segundo as autoras,

A construção de fatos científicos – o conhecimento científico – (...), é produto da

articulação dos diferentes elementos: os instrumentos científicos, que ligam a pesquisa ao

metodológico e às referências do mundo da ciência; a comunidade científica e os colegas

das mesmas especialidades, que atestam a validação; as alianças sócio-institucionais,

regionais, nacionais e/ou internacionais, públicas e/ou privadas; as dimensões políticas da

questão pesquisada e suas influências externas e internas ao estudo; e, principalmente, o

16

que sustenta os outros quatro horizontes, mas que só pode ser pensado a partir deles: a

teoria, a idéia, o conceito ou, numa palavra, o conteúdo científico. Dependendo, portanto,

das articulações feitas entre esses horizontes, das escolhas, dos caminhos e do contexto

do seu desenvolvimento, será extremamente diferente a configuração resultante em

termos de conteúdo, desse fato científico. (Pág. 3).

Luís Vasconcelos da Silva (2009), também utiliza, como as autoras citadas, conceitos do francês

Pierre Levy, mas para propor uma interessante dilatação do âmbito das relações: não mais

apenas da comunidade científica, dos efeitos que produz no contexto em que o conhecimento

é aplicado ou das mudanças no próprio conhecimento pelos avanços teórico-metodológicos,

mas em uma natureza ampliada entre a comunidade científica e os demais atores da

sociedade. O conceito de “práticas de mediação”, referido às relações de alteridade entre

diferentes agentes (humanos e não humanos) na produção de conhecimentos, aloca à reflexão

epistêmica aqui colocada uma nova base para o pensamento. As relações entre os diferentes

atores (no conceito de Levy, ou seja, todos os agentes/”coisas” que tenham a capacidade de

produzir impacto ou afete a produção), que permite pensar em co-produção (mediação) entre

atores heterogêneos (humanos e não humanos, diversas localizações institucionais,

pertencimento a diversas culturas epistêmicas) e, assim, aproximar a reflexão da teoria do

“ator-rede” de Pierre Levy (2004). Assim, teremos o conceito de produção em redes científicas

como uma produção orientada pelos processos de mediação entre distintos atores que se

debruçam ou se conectam a situações comuns e pela capacidade de refletir sistematicamente

sobre os contextos que envolvem essas situações e as relações que estabelecem entre os

mesmos.

No caso da pesquisa, um destaque da produção em rede científica é a mediação com

tecnologias de informação e comunicação, não apenas no plano do conhecimento (as áreas da

Saúde Coletiva e Informática ou Ciências da Informação), mas no próprio plano das práticas,

ou seja, da alteridade propriamente dita. E, nesse aspecto, é preciso destacar, novamente, a

heterogeneidade de sujeitos que compõem a rede do Observatório. Esse destaque pretende

apontar o potencial para a validação de conhecimentos e tecnologias para o cotidiano,

conforme já se registrou em outro momento (Ceccim & Ferla, 2008).

Adotar o conceito de produção em rede científica para a abordagem multicêntrica do projeto

teve conseqüências operacionais relevantes. Além do intenso diálogo interdisciplinar, teve

importante acumulação nos diferentes atores individuais e institucionais participantes. Essa

acumulação variou de acordo com as condições de envolvimento local: área de conhecimento

predominante no grupo local, grau de institucionalização e apoio institucional, natureza e grau

de consolidação das experiências com as quais o grupo local se inseriu no projeto, proporção

de membros do grupo local que permaneceu no projeto ao longo desta fase de implantação,

capacidade do grupo local para a captação de recursos complementares, relevância do

investimento feito pelo projeto na base local. Em relação a esse último aspecto, foi uma das

questões críticas do projeto, na medida em que o volume de recursos disponíveis no projeto-

mãe foi modesto para uma ação com tal magnitude. Entretanto, avalia-se que uma das

capacidades melhor exercidas pelo projeto foi relativa à mobilização de conexões e o

aproveitamento de experiências locais para a composição de tecnologias e produção de

conhecimentos. Para isso, foi fundamental a opção por uma diversificada estratégia inicial de

17

reuniões técnicas durante as expedições de coleta de dados, as oficinas e a dedicação da rede

de colaboradores.

Essa abordagem inicial também mobilizou os participantes à utilização de informações no

formato de indicadores, com processos ergonômicos de produção, mobilizando

conhecimentos de informática, de estatística e da Saúde Coletiva, como se verá a seguir.

2.1.2. A integração de dados no conceito do Observatório

Um dos conceitos-chave quando se pensa na construção de um Observatório de Tecnologias

de Informação e Comunicação em Sistemas e Serviços de Saúde com a abrangência já descrita

é o conceito de integração de dados. Em que pesem as críticas recorrentes à qualidade e

capacidade de integração dos dados/microdados existentes nos Sistemas Nacionais de

Informação e outros bancos de dados em saúde e áreas afins (principalmente os do IBGE), sua

diversidade auxilia o processo de monitoramento e avaliação das políticas de saúde no Brasil,

ressaltando seus limites e possibilidades, principalmente utilizando-se técnicas de ‘linkage’ dos

dados brutos disponíveis, otimizando ainda mais o processo de disseminação e facilitando o

longo trabalho de planejamento, coleta, crítica, processamento, análise e, enfim, do próprio

monitoramento e avaliação da atenção à saúde. A ‘linkage’ ou “ligação” pode ser definida

como a unificação de dois ou mais bancos de dados. Sua utilização pressupõe a existência de

dados registrados de forma padronizada, de modo a permitir a identificação da mesma

unidade de análise em dois ou mais bancos. A técnica permite um maior aproveitamento dos

dados existentes nos diferentes subsistemas de informação, com estudos de relativo baixo

custo operacional (Almeida e Mello Jorge, 1996) e vem sendo empregada em estudos

epidemiológicos, como por exemplo, estudos de coorte e outros com desenho longitudinal.

Com isso é possível considerar cinco níveis de análise do macro até o micro, alcançando-se até

os microdados ou setores censitários no caso dos dados do IBGE (Figura 1).

A elaboração dos indicadores para a análise dos sistemas de saúde foi padronizada de forma

semelhante àquela proposta pela RIPSA (2008), com a ficha de qualificação de cada indicador

sendo composta pelos itens: (i) conceituação, (ii) interpretação, (iii) usos, (iv) limitações, (v)

fontes, (vi) método de cálculo, (vii) categorias sugeridas para análise, (viii) dados estatísticos e

comentários. Os indicadores utilizados no Observatório são, predominantemente,

padronizados com base nessas tecnologias, como se poderá ver nos próximos capítulos ou no

Portal OTICSSS. Essa escolha se deve à facilidade com que os atributos descritos pela RIPSA

podem ser processados para uma compreensão crítica do indicador e do seu potencial de

descrição e compreensão da realidade, fomentando a construção compartilhada de

conhecimentos a partir deles e a organização de redes de conversação mais democráticas, sem

bloqueio de acesso por domínios de conhecimentos especializados.

18

FIGURA 2.1 – CAMINHO A SER PERCORRIDO PARA ANÁLISE DOS DADOS

FONTE: Elaboração própria. ESF = Equipes de Saúde da Família

2.1.3. Concepção de ambiente educacional com mediação da tecnologia de informática

Do ponto de vista tecnológico, o projeto teve por meta especificar um ambiente educacional

que integrasse fontes de informação em saúde e tecnologias de informática, satisfazendo

requisitos e demandas específicos do domínio de aplicação e das equipes participantes do

projeto. Essa meta foi observada na construção de funcionalidades do Observatório, como se

verá no próximo capítulo. Aqui se concentra a abordagem metodológica do processo.

Identifica-se quatro tarefas principais que foram utilizadas para a concretização desta meta:

1. desenvolvimento de uma análise conceitual a partir de requisitos e demandas;

2. especificação de uma arquitetura de software para ambientes de aprendizagem em

saúde;

3. implementação de uma maquete e sua validação;

Brasil /

Regiões / Unidades

da federação

Regiões de saúde /

microrregiões /

/ municípios

Áreas

Administrativas /

bairros

Áreas

(ESF)

Setores

censitários

NÍVEL 1

NÍVEL 2

NÍVEL 3

NÍVEL 4

NÍVEL 5

Brasil /

Regiões / Unidades

da federação

Regiões de saúde /

microrregiões /

/ municípios

Áreas

Administrativas /

bairros

Áreas

(ESF)

Setores

censitários

NÍVEL 1NÍVEL 1

NÍVEL 2NÍVEL 2

NÍVEL 3NÍVEL 3

NÍVEL 4NÍVEL 4

NÍVEL 5NÍVEL 5

19

4. realização de seminários para fortalecer a interação entre participantes do projeto.

A natureza complexa do conhecimento a ser ensinado deve guiar todas as etapas da

concepção do ambiente educacional.

2.1.3.1. Análise conceitual

Ambientes educacionais modernos devem ser capazes de oferecer suporte ao ensino e à

aprendizagem em contextos distribuídos, lidando com perfis variados de usuários, e

coordenando o acesso a grandes quantidades e diversidades de informações e conhecimento.

A concepção de um ambiente educacional inicia pela análise de requisitos e demandas, tanto

de ordem do conhecimento a ser ensinado, quanto de ordem tecnológica. Sendo assim, tais

requisitos podem pertencer ao domínio de aplicação, às abordagens educacionais, e às

necessidades tecnológicas, estando, desta forma, relacionado com:

1. a representação de informações e conhecimento do domínio;

2. a existência de padrões, ontologias e sistemas legados a serem considerados;

3. as demandas educacionais;

4. as abordagens educacionais aplicáveis (contextos de aprendizagem, estratégias);

5. os métodos de acompanhamento da aprendizagem;

6. os perfis de usuários;

7. a infraestrutura de serviços necessários (gerenciamento de usuários, autenticação, troca

de mensagens, etc.)

8. os níveis de tratamento da informação (formato, relevância, confiabilidade, direitos

autorais, etc.)

9. a plataforma de software para gerenciamento de informações e conhecimento;

10. a construção e reutilização de objetos de aprendizagem; outros.

A análise detalhada dos requisitos e demandas constitui a primeira etapa do projeto de

concepção de um ambiente educacional, devendo ser realizada com a participação de todas as

equipes participantes através da explicitação de cada um dos itens. No caso deste projeto, o

conceito de rede científica foi utilizado já a partir desta fase, na medida em que a participação

foi viabilizada tanto pelo envolvimento físico e direto de sujeitos, como pela exaustiva

pesquisa documental e análise de diferentes experiências em distintas realidades do país. As

expedições científicas da fase inicial, a localização de experiências em diferentes estágios de

desenvolvimento em congressos e mostras científicas, a pesquisa bibliográfica e a

20

apresentação precoce das idéias do OTICSSS, chamando para interlocuções, foram estratégias

utilizadas para exercitar a alteridade com diferentes experiências, materializando outras

modalidades de participação.

2.1.3.2. Especificação da arquitetura

A etapa de análise foi seguida pela especificação da arquitetura do sistema, detalhando as

funcionalidades dos componentes, e os mecanismos de tratamento de informações. Para a

fase de especificação foram empregadas ferramentas e linguagens formais de modelagem de

software, seguindo padrões de engenharia de software. Esse processo foi constituído em

diferentes etapas:

Maquete: Uma vez especificados cada um dos componentes, os diferentes sistemas e

aplicativos foram desenvolvidas maquetes (mock-up) de forma a ilustrar o

funcionamento do ambiente de aprendizagem. A maquete apresenta funcionalidades

simples, mas que sejam representativas das potencialidades do ambiente educacional.

Foram elaborados procedimentos de avaliação da maquete. Essa estratégia se embasa

em linguagens acessíveis aos diferentes sujeitos que participam do projeto.

Seminários: Os seminários fortalecem as interações entre os participantes do projeto

uma vez que demandas e requisitos precisam ser explicitados de forma conjunta,

integrando diferentes realidades. Os seminários permitiram igualmente o controle da

qualidade e da relevância das tarefas sendo executadas por todos os participantes.

Foram realizados seminários presenciais, entre diversos sujeitos do projeto nas

diferentes etapas, e também desenvolvidas funcionalidades no Portal do OTICSSS, que

permitiram seminários on line e listas de discussão/fóruns sobre o próprio

desenvolvimento do projeto. Ou seja, os seminários foram, ao mesmo tempo, estratégia

de validação de soluções tecnológicas e dispositivo de produção de novos

conhecimentos.

2.2. Técnicas de coleta e análise dos dados para a etapa da pesquisa

As atividades de pesquisa e de desenvolvimento que caracterizam o projeto utilizaram-se de

diferentes técnicas:

Análise documental: documentos contendo projetos, avaliações e diagnóstico

institucional nos sistemas regionais de saúde buscando evidências do uso inovador da

informação e suas tecnologias na gestão e no ensino. Resumos e análises de outras

experiências também foram revisados.

21

Análise de dados secundários: foram utilizados os dados dos sistemas de informação

em saúde de base nacional para descrever e analisar a capacidade instalada de serviços,

a produção realizada, os indicadores de morbi-mortalidade e a cobertura assistencial.

Coleta de dados sobre iniciativas em informação e comunicação em saúde: para a

análise empírica de iniciativas em andamento nas diversas regiões e bases da pesquisa

foi desenvolvido um instrumento, que, validado em oficina de trabalho, foi

transformado em instrumento eletrônico e está disponível no Portal do OTICSSS,

recebendo continuamente novas experiências (Quadro 1). Esse roteiro também se

constituiu em resultado do projeto, na medida em que apresenta uma tipologia de

interfaces entre as tecnologias de informação e comunicação e a gestão e o ensino na

saúde, assim como uma metodologia de análise de experiências.

QUADRO 2.1. Roteiro da 1ª camada de análise do observatório (análise descritiva das

experiências que compõe o projeto)

PRODUÇÃO DO RELATÓRIO PARCIAL SOBRE TECNOLOGIAS

1. Identificação: (registrar dados de identificação formal) 1.1. Da experiência: 1.2. Da instituição coordenadora: 1.3. De outras instituições participantes: 1.4. Dos responsáveis pelo relato da experiência: 2. Caracterizar a experiência:

2.1. Experiência de uso de tecnologias de informação e comunicação para o ensino:

( ) Ensino a distância;

( ) Ambientes virtuais de aprendizagem;

( ) Uso de informação no ensino/ensino da informação e tecnologia na saúde;

( ) Telesaude;

( ) Interfaces das áreas de informática e de saúde;

( ) Gestão do ensino;

( ) Outras: _______________________________________________ 2.2. Experiência de uso de tecnologias de informação e comunicação para a gestão:

( ) Apoio a decisão administrativa;

( ) Apoio ao planejamento;

( ) Gestão do trabalho;

( ) Regulação assistencial (acompanhamento da oferta, indução de condutas, fluxos de encaminhamentos etc.);

( ) Microrregulação do trabalho/cuidado (decisão clinica, acompanhamento do cuidado, disponibilidade de recursos para assistência);

( ) Controle social;

( ) Avaliação em ciência e tecnologia (DECIT, Centro de informação toxicológica RS);

( ) Outras: ____________________________________________________. 3. Contextualização das experiências: (registrar síntese das principais definições que caracterizam cada item)

3.1. Motivação da experiência: 3.2. Descrição das bases tecnológicas: 3.3. Contexto institucional: 3.4. Caracterização dos atores envolvidos: 3.5. Principais conceitos teóricos e referências: 4. Objetivos: (descrever)

4.1. Objetivo geral: 4.2. Objetivos específicos: 5. Escopo do projeto: (descrever abrangência, nível de envolvimento institucional, grau de institucionalização, natureza do

envolvimento dos diferentes atores da instituição e de outras instituições participantes) 6. Metodologia das experiências: (caracterizar a metodologia utilizada para o desenvolvimento da experiência) 7. Resultados atuais e previstos: (descrever resultados já alcançados e resultados previstos do projeto/iniciativa) 8. Avaliação da experiência: (descrever o resultado de eventuais avaliações institucionais e/ou externas da experiência, assim

como a análise avaliativa dos autores do relato; no caso de experiências com desenvolvimento de novas tecnologias, descrever aspectos da ergonomia das tecnologias – relação com os processos de trabalho – considerando os diferentes usuários – técnicos, gestores do sistema, ensino, controle social etc.).

22

Oficinas locais e regionais: foram realizadas oficinas regionais, com pesquisadores e

com gestores, profissionais, formadores, usuários. As oficinas tiveram o duplo objetivo

de construção compartilhada/validação de conhecimentos e tecnologias, como também,

com técnicas de grupo focal, para coleta de dados. As oficinas do projeto foram o ápice

do modelo de abordagem em rede científica, principalmente nas fases iniciais do

projeto, quando as funcionalidades do Portal ainda não estavam desenvolvidas e em

funcionamento.

2.3. Etapas operacionais do projeto

A fase de coleta e análise dos dados foi feita em etapas durante o progresso do projeto, tendo

sido realizado o direcionamento das etapas subseqüentes a partir da análise das evidências

analisadas em cada etapa:

a) 1ª Etapa: análise quantitativa das informações sobre os sistemas regionais de saúde e

sobre os sistemas de informação de base nacional e início do desenvolvimento de

soluções tecnológicas.

b) 2ª Etapa: análise exploratória sobre o uso da informação e suas tecnologias para a gestão

e para o ensino.

c) 3ª Etapa: análise em profundidade de experiências de uso da informação e suas

tecnologias nos sistemas regionais de saúde selecionados.

d) 4ª Etapa: desenvolvimento de soluções tecnológicas.

e) 5ª Etapa: validação das soluções tecnológicas desenvolvidas e intercâmbio entre as

instituições envolvidas no projeto.

f) 6ª Etapa: documentação e disseminação dos resultados da pesquisa e das tecnologias

desenvolvidas.

As etapas do projeto foram antecedidas de reuniões técnicas entre pesquisadores e

colaboradores de cada região e reuniões técnicas entre os participantes das “bases” regionais.

Esses procedimentos foram possíveis nas diferentes etapas, mas não envolveram todos os

pesquisadores e colaboradores devido a problemas operacionais (custos de deslocamento,

grande número de pessoas envolvidas, disponibilidades pessoais e institucionais) e às

especificidades dos objetos de análise, que mobilizaram seletivamente o interesse dos diversos

participantes.

Para a análise das experiências, foi desenvolvida uma tipologia que considera as seguintes

modalidades:

Experiência de uso de tecnologias de informação e comunicação para o ensino:

o Ensino a distância;

23

o Ambientes virtuais de aprendizagem;

o Uso de informação no ensino/ensino da informação e tecnologia na saúde;

o Telesaude;

o Interfaces das áreas de informática e de saúde;

o Gestão do ensino;

o Outros usos para o ensino.

Experiência de uso de tecnologias de informação e comunicação para a gestão:

o Apoio a decisão administrativa;

o Apoio ao planejamento;

o Gestão do trabalho;

o Regulação assistencial (acompanhamento da oferta, indução de condutas,

fluxos de encaminhamentos etc.);

o Microrregulação do trabalho/cuidado (decisão clinica, acompanhamento do

cuidado, disponibilidade de recursos para assistência);

o Controle social;

o Avaliação em ciência e tecnologia;

o Outros usos para a gestão.

Devido à abrangência dessa iniciativa e a problemas de ordem logística e operacional, a análise

transversal das experiências ainda não foi completamente esgotada, permanecendo o

formulário de coleta de experiências ativo no Portal e o processo de análise em andamento.

Com a viabilização de recursos financeiros e institucionais para a implementação de novas

fases do Observatório, optou-se por manter a coleta de experiências e, em breve, a publicação

de análises para aquelas que podem constituir-se em objeto de cooperação entre diferentes

instituições. A possibilidade que se abre aqui é que o repositório de experiências do Portal se

torne um dispositivo similar à “Rede de Centros Colaboradores” da Política de Informação e

Informática em Saúde, conforme estabelecido na mesma, apenas com gestão em rede de

instituições parceiras do Projeto OTICSSS.

Para o desenvolvimento de algumas das atividades, foi feito o registro em áudio e/ou vídeo.

Esses registros, acervados pela pesquisa, vem sendo transformados em pequenos

documentários e registros magnéticos para utilização em atividades de ensino e para a

disponibilização no Portal do OTICSSS. Assim, estão em áudio e vídeo algo em torno de 90

horas de registro bruto das oficinas e pouco mais de 120 horas de atividades de campo,

principalmente registrando o uso de tecnologias do OTICSSS em cursos e atividades de

educação permanente. Um documentário composto por 10 inserções de aproximadamente 20

minutos sobre a aplicação da metodologia de análise descritiva de sistemas regionais de saúde

no Curso de Gestão Regionalizada do Sistema de Saúde da Bahia também compõe o acervo de

vídeo do Projeto e é um produto com grande capacidade de demonstrar o ciclo conceitual

dado-inteligência coletiva que foi desenvolvido no âmbito do projeto.

24

2.4. Dificuldades operacionais

Situações não previstas no planejamento inicial geraram um atraso na implementação do

projeto e embasaram uma solicitação de prorrogação de prazo, que não pode ser acolhida

pelo CNPq, por questões relacionadas aos prazos previstos na Cooperação entre o CNPq e

Ministério da Saúde. O seu registro neste relatório busca demonstrar dificuldades adicionais

àquelas previstas no planejamento inicial.

Um atraso inicial para a implementação do projeto deu-se no largo ínterim que separou a

aprovação do mesmo, em outubro de 2006, à liberação de recursos financeiros, em final de

agosto de 2007. O longo trâmite do projeto no Comitê de Ética em Pesquisa da instituição do

coordenador/proponente e as questões administrativo-operacionais próprias da liberação de

projetos explicam o decurso de prazo, que foi ampliado, no caso dos recursos de capital, para a

compreensão adequada dos ajustes realizados na aprovação. Mesmo que parcialmente

absorvido no período oficial da vigência do projeto, esse atraso impactou a velocidade na

mobilização das entidades e dos pesquisadores participantes, já iniciada no processo de

elaboração do mesmo.

Além disso, as dificuldades internas das instituições participantes à mobilização proposta, no

formato de rede científica, foram maiores do que o suposto inicialmente. Essa modalidade de

articulação, assim como os procedimentos de disponibilização de carga horária de

pesquisadores, liberação para a participação nas atividades da pesquisa realizadas em

localidades distintas da sede das mesmas, disponibilização de bolsistas para a realização de

atividades específicas, planejamento e logística para as atividades de pesquisa, entre outros,

tornaram necessário um contínuo monitoramento do desenvolvimento do projeto, bem como

constantes ajustes nas estratégias previstas inicialmente. É importante registrar que no

projeto aprovado pelo CNPq não estavam previstos recursos para bolsas e esses tiveram que

ser obtidos diretamente nas instituições participantes.

Um desafio adicional, que impactou nos prazos iniciais, foi a articulação entre instituições

acadêmicas e de gestão e/ou serviços de saúde e entre as áreas de gestão e de educação na

saúde nas instituições de gestão e nos serviços de saúde. Esse desafio não é novidade em

projetos dessa natureza, já que o próprio Edital, resultado de parceria institucional entre CNPq

e DECIT, pretendia justamente diminuir o distanciamento entre esse tipo de instituições. Aliás,

políticas no âmbito dos Ministérios da Saúde, da Educação e da Ciência e Tecnologia têm

buscado esse intento há alguns poucos anos, justamente pelo reconhecimento dessa lacuna. O

que o cotidiano da pesquisa tem demonstrado é que há um potencial relevante e mesmo

inovador para a produção de conhecimentos úteis para a implementação das políticas públicas

em direção aos objetivos das mesmas, mas há diferenças substantivas de agenda, de tempos

institucionais e de expectativas de resultado bem marcadas nesse processo e essas diferenças

impõem uma grande capacidade de ajustar estratégias planejadas, empreender negociações

freqüentes para a manutenção dos objetivos e metas previstos no projeto de pesquisa. Em

alguns momentos, a variável tempo sofre os efeitos da manutenção da direcionalidade do

projeto. Mas, no caso deste projeto de pesquisa e desenvolvimento, o saldo foi positivo em

25

termos de alcance dos objetivos do mesmo e de densidade dos conhecimentos e tecnologias

que estão sendo produzidos.

Uma questão técnica, muito específica, mas que teve grande capacidade de interferir no

desenvolvimento do projeto foi relativo às normas e procedimentos de segurança na área da

informática nas instituições participantes do projeto. A existência de múltiplos padrões

tecnológicos e operacionais e a proliferação diária de riscos virtuais à segurança dos registros

institucionais fez com que houvesse grande dificuldade de organizar a camada tecnológica do

Observatório, que não se restringe à consulta em ambientes virtuais, abrangendo a construção

compartilhada de soluções em ambientes virtuais e, portanto, níveis ampliados de acesso às

tecnologias de informática de cada instituição. A potência de produção em rede científica foi

posta à prova. A estratégia inicial de adquirir servidores específicos para o projeto não se

mostrou suficiente, uma vez que os procedimentos de segurança das instituições que os

hospedariam não garantiria o nível de acesso necessário. A mudança de estratégia, com a

utilização de servidores distribuídos e operando em rede, foi construída em um processo de

discussão entre as áreas técnicas mais demorado do que o previsto inicialmente. A autorização

do CNPq para o ajustamento do plano de aplicação de recursos, próximo à finalização do prazo

de execução, tomou um período de tempo não previsto no cronograma inicial, que impactou

em seu atraso e na devolução, por inviabilidade de tempo para utilização, de parte importante

do recurso aprovado. Atualmente, estão sendo implementadas cinco bases tecnológicas de

replicação dos dados e tecnologias do Observatório, em rede distribuída: a base principal é na

Universidade de Caxias do Sul (UCS), onde foram alocados a quase totalidade dos

equipamentos adquiridos; uma base adicional foi instalada na Universidade Federal do Pará

(UFPA); uma base está sendo implantada no Grupo Hospitalar Conceição (GHC); uma base está

sendo implantada na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); e uma base está

sendo instalada na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Essa ampliação foi possível com a

redistribuição dos recursos previstos inicialmente, com recursos adicionais de outros projetos

e/ou das instituições participantes e de novos recursos, que garantem a manutenção do

Observatório para os próximos três anos. Esses recursos serão operacionalizados pelas

fundações de apoio da UFRGS e da Fiocruz.

A dinâmica interna das instituições também interferiu na fluidez das atividades previstas no

cronograma inicial. Diversos dos interlocutores nas diferentes instituições participantes foram

incumbidos de atividades de direção de serviços, unidades acadêmicas, de atividades de

ensino e de outras atividades adicionais durante o período do projeto, assim como se verificou

a mudança de vínculo institucional em alguns casos. Em particular nos órgãos de gestão de

sistemas locorregionais e de serviços de saúde, principalmente em decorrência das eleições

municipais ocorridas no ano de 2008. O efeito dessas mudanças no projeto foi positivo, na

medida em que novas instituições puderam ser envolvidas, mas também houve certo prejuízo

ao cronograma inicial. Para o gerenciamento dessas situações, foi necessário ampliar o

número de visitas técnicas previsto inicialmente e o número de atores envolvidos.

Entre as mudanças institucionais que interferiram no cronograma previsto inicialmente no

projeto está a do coordenador geral do mesmo. Entre o segundo semestre de 2008 e o

primeiro semestre de 2009 verificou-se a mudança no tipo de vínculo existente com a

Universidade de Caxias do Sul (UCS) e a vinculação na Universidade Federal do Rio Grande do

26

Sul (UFRGS), por meio de concurso público para professor adjunto para atuação no Curso de

Graduação em Análise de Políticas e Sistemas de Saúde – Bacharelado em Saúde Coletiva.

Tiveram efeito no cronograma inicial as negociações para a manutenção da base da pesquisa

na UCS, a estabilização da nova coordenação local, a preparação e realização do concurso, os

trâmites formais para a vinculação na UFRGS e a institucionalização do projeto de pesquisa.

Nesse ínterim, as atividades de pesquisa do coordenador não foram cobertas por nenhuma

instituição. Novamente, o saldo para o projeto foi positivo em termos de alcance de objetivos

e metas, inclusive no potencial ampliado de compartilhamento dos conhecimentos produzidos

com os estudantes do novo curso de graduação, mas houve prejuízo no que se refere ao

estreito cumprimento do cronograma.

Como se pode verificar nos registros anteriores, um conjunto de situações intangíveis no

planejamento inicial interferiu no andamento do projeto, acarretando atraso no andamento

do mesmo. Entretanto, essas alterações em pouco afetaram o alcance dos objetivos

inicialmente previstos, tendo sido maior o efeito apenas em termos da ampliação desses

objetivos, que também é uma característica importante deste projeto.

2.5. Resultados alcançados

Os resultados alcançados serão descritos, com o registro da condição de previsto ou não no

projeto inicial.

o Portal do Observatório de Tecnologias de Informação e Comunicação em Sistemas e

Serviços de Saúde (OTICSSS): previsto inicialmente, o portal foi criado e encontra-se

hospedado atualmente na Universidade de Caxias do Sul (UCS) e na Universidade

Federal do Pará (UFPA) nos servidores das duas instituições. A consulta à parte

significativa das informações e a todos os indicadores construídos é aberta a todos os

interessados; as bases de dados estão integralmente disponíveis aos pesquisadores e

instituições. Os acessos e a utilização de tecnologias não envolvem custos financeiros

para os interessados e as contrapartidas institucionais se restringem à infraestrutura de

pesquisa e manutenção. As funcionalidades do Portal são descritas e analisadas no

capítulo seguinte. Entretanto, podem ser sumarizadas em:

o Funcionalidades previstas inicialmente e alcançadas: disponibilidade de

informações e indicadores para a gestão e para o ensino em relação às regiões

previstas inicialmente. A elaboração dos indicadores foi padronizada de forma

semelhante àquela proposta pela RIPSA. Estão disponíveis todas as fichas de

qualificação de cada indicador sendo composta pelos itens: (i) conceituação,

(ii) interpretação, (iii) usos, (iv) limitações, (v) fontes, (vi) método de cálculo,

(vii) categorias sugeridas para análise, (viii) dados estatísticos e comentários.

Outras publicações para ampliar a capacidade de utilização desses indicadores

foram associadas ao acervo do OTICSSS. Atualmente, o Portal OTICSSS oferece

acesso a informações e indicadores (com microdados não identificados) para

27

os principais sistemas de informação demográfica e epidemiológica. Em breve

serão disponibilizados para consulta pública dados dos inquéritos da Pesquisa

de Assistência Médico-Sanitária do IBGE. A principal limitação, atualmente, é a

autorização para a disponibilização pública das informações. No ambiente

privativo dos pesquisadores, estão disponíveis outras bases de dados ainda em

análise.

o Funcionalidades previstas inicialmente e não alcançadas: todas as

funcionalidades previstas no projeto foram implementadas.

o Funcionalidades não previstas inicialmente e já implementadas: o Portal vem

sendo alimentado constantemente por novas funcionalidades desenvolvidas

pela rede científica. As bases de dados incorporadas nas soluções de análise de

sistemas são constantemente atualizadas e ampliadas. Foram incorporadas

funcionalidades de produção cooperativa entre as bases e instituições e, em

breve, as funcionalidades para o ensino serão ampliadas para a comunicação

em rede das equipes envolvidas em cada sub-projeto. O Portal migrará para

um domínio “.org” brevemente, facilitando o acesso dos interessados.

o Implantação de bases do projeto em diferentes regiões: O projeto previa a implantação

de bases de pesquisa nas regiões envolvidas. Foram implantadas as bases com

pesquisadores de diferentes instituições em Caxias do Sul (UCS, secretarias e serviços de

saúde da Região da Serra), em Belém (UFPA, UEPA, secretarias e serviços de saúde da

Região Metropolitana de Belém), em Belo Horizonte (UFMG e SMS/BH), em Aracaju

(SES/SE e Fundação Hospitalar de SE, UFSE), Tocantins e Teresópolis (Unifeso e SMS),

cumprindo a meta prevista inicialmente. Também foram implantadas adicionalmente às

metas previstas inicialmente, duas bases em Porto Alegre (UFRGS e GHC, com outras

instituições participantes), duas bases no Rio de Janeiro (ICICT/FIOCRUZ e SMSDC-RJ,

com a participação de outros serviços e forte aproximação com a SES/RJ), uma base em

Salvador (EESP/SES). Uma base implantada em Palmas/TO durante a implementação do

Observatório foi desativada pela dispersão da equipe inicial, que estava sediada na

Secretaria de Estado da Saúde, mas o saldo foi a participação de novas instituições de

vínculo dos pesquisadores. Uma base vem sendo implantada em Santa Maria (UFSM e

serviços de saúde da região) e há diversos pesquisadores de outras instituições com

participação isolada no projeto. Conforme previsto no projeto, a composição das bases

procura associar universidades/instituições de ensino e sistema de saúde.

o Metodologias de análise multicêntrica e produção de tecnologias: além de alcançar as

metas físicas previstas, o projeto construiu uma rede científica e metodologias

colaborativas de produção de conhecimentos e desenvolvimento tecnológico na área de

informação em saúde:

o As reuniões técnicas entre os pesquisadores constituíram-se em momentos de

validação dos dados, mas também de intercâmbio entre as diferentes

realidades e áreas de conhecimento. O resultado dessas atividades foi o

alcance das metas, mesmo com alteração do cronograma e do plano de

28

trabalho iniciais, e a ampliação da rede científica, mas também o

desenvolvimento de capacidade de mediação dos diferentes discursos

científicos e saberes do sistema de saúde.

o A consolidação entre os trabalhos das diferentes “bases” regionais do projeto

multicêntrico para a primeira fase resultou em relatórios técnicos e o

desenvolvimento de funcionalidades adicionais no Portal OTICSSS, como o

acervo de publicações, documentos e vídeos do projeto, disponível aos

participantes da rede e, em parte, aos demais usuários do Portal.

o As metodologias de análise comparada de sistemas e redes desenvolvidas no

projeto estão sendo disponibilizadas para acesso público e, em grande parte,

já estão disponíveis para os pesquisadores do projeto. Neste relatório, optou-

se por apresentar a metodologia de avaliação dos sistemas regionais com base

nas informações de mortalidade que foi desenvolvida, com dados

demográficos e do Sistema de Informações de Mortalidade.

o Fortalecimento do uso da informação e de suas tecnologias para a gestão e para o

ensino: o projeto previa que as atividades de planejamento e de pesquisa e

desenvolvimento fortalecessem a atuação multicêntrica e o ensino e a gestão do SUS,

assim como a articulação entre a pesquisa, a gestão setorial e a organização do sistema

de saúde.

o Além das evidências de atuação multicêntrica e em rede, visíveis, entre outras

fontes, na produção compartilhada registrada nos currículos dos

pesquisadores envolvidos, pretende-se aqui destacar as atividades de

integração ensino e sistema de saúde que vem sendo desenvolvidas em Caxias

do Sul, em Porto Alegre, em Salvador e em Belém, onde estão localizadas as

bases mais estruturadas do projeto.

o Utilização dos resultados do projeto em atividades de ensino em saúde: o projeto

previa a utilização dos resultados em atividades de ensino na graduação e pós-

graduação (lato e estrito senso, quando for o caso), bem como em atividades de

educação permanente em saúde nos sistemas regionais de saúde. Para exemplificar o

alcance dessas metas, serão citados alguns usos já consolidados:

o Na Universidade de Caxias do Sul, resultados do projeto vêm sendo utilizados

em atividades nos cursos de graduação (Informática, Enfermagem, Medicina e

Fisioterapia). O curso de especialização em Gestão Participativa em Políticas

Públicas e Saúde, que envolve 80 estudantes de diversas regiões do Estado do

Rio Grande do Sul com atuação na atenção e na gestão em saúde (secretarias

municipais e serviços de saúde), no ensino na saúde (instituições de ensino) e

na participação social (movimentos sociais e conselhos de saúde), utiliza-se de

informações e tecnologias do OTICSSS, além de mobilizar diversos

pesquisadores do Projeto e Trabalhos de Conclusão de Curso. Como resultado

de trabalho de conclusão do curso de especialização, está sendo implantada,

29

inclusive, uma base do Observatório sobre violências e causas externas de

morbi-mortalidade.

o Em Belém, na Universidade Federal do Pará, resultados do projeto são

utilizados no Curso de Mestrado em Psicologia Clínica e Social, no programa de

formação de trabalhadores da atenção básica do sistema estadual de saúde e

em atividades de formação nos hospitais da UFPA. Além disso, um projeto-

piloto dá suporte às análises e processos decisórios na Secretaria de Estado da

Saúde (SES/PA).

o Em Porto Alegre, o uso de resultados no ensino envolve a Universidade

Federal do Rio Grande do Sul e o Grupo Hospitalar Conceição. Na UFRGS,

resultados do projeto são utilizados no curso de Bacharelado em Saúde

Coletiva, na Residência Integrada em Saúde da Faculdade de Educação e nas

atividades do Núcleo de Educação, Avaliação e Produção Pedagógica em Saúde

(EducaSaúde). No GHC, resultados do projeto são utilizados no programa de

educação permanente dos trabalhadores, no Curso de Especialização em

Informação Científica e Tecnológica em Saúde, no Curso de Especialização

Técnica em Informação e Comunicação em Saúde, inclusive mobilizando

diversos Trabalhos de Conclusão de Curso. Destaca-se que o Observatório teve

contribuição significativa na preparação do projeto de implantação do

Instituto Federal de Educação Tecnológica, que foi aprovado pelo Ministério

da Educação em 2009, e inclui diversas formações na área de informação,

registro e comunicação em saúde.

o Em Teresópolis, no Centro Universitário da Serra dos Órgãos, resultados do

Observatório foram absorvidos em atividades do curso de medicina e na

educação dos profissionais de saúde.

o No Rio de Janeiro, resultados são utilizados nas atividades de ensino e

pesquisa do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica

em Saúde (ICICT/FIOCRUZ), em particular no Curso de Especialização em

Informação Científica e Tecnológica em Saúde, e nas atividades de educação

permanente em saúde da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil. A

implantação de uma base do Observatório especializada na atenção primária

em saúde será viabilizada com recursos da SMSDC-RJ, com a sensibilização dos

gestores para potencialidades dos mesmos.

o Em Salvador, resultados estão sendo utilizados pela Escola de Saúde Pública da

Bahia (EESP) e pela Escola de Formação Técnica nos cursos de especialização

em Gestão Regionalizada do SUS, Processos Educativos em Gestão

Regionalizada e Gestão Hospitalar. Uma estação especializada em

Regionalização do Sistema de Saúde está sendo implantada pela

Superintendência de Regulação.

30

o O Portal OTICSSS também vem sendo utilizado em atividades sobre o uso da

informação na gestão dos sistemas de saúde do Mestrado em Gestão de

Políticas de Saúde, na Sede em Buenos Aires da Universidade da Bologna. Foi

utilizado inicialmente em atividades presenciais e atualmente dá suporte a

atividades à distância do módulo de informação em saúde.

o Disseminação científica: resultados parciais e finais vêm tendo circulação por meio de

relatórios, publicações técnico-científicas e apresentação em eventos científicos,

conforme demonstram os dados registrados na Base Lattes dos pesquisadores. Esse

resultado já vem sendo alcançado desde as primeiras etapas do projeto.

2.6. Perspectivas futuras para o Observatório

O Projeto OTICSSS, por meio de contrapartidas institucionais das instituições envolvidas e por

meio de dois projetos com financiamento já aprovado, tem sua manutenção garantida nos

próximos três anos. Além da manutenção do Portal e das funcionalidades já oferecidas, serão

desenvolvidas novas funcionalidades, entre as quais a renovação do design e a animação, a

tradução de partes para espanhol e inglês. Além disso, estão previstos ambientes

especializados em atenção primária em saúde, no Rio de Janeiro; em gestão de recursos físicos

e tecnológicos, em Porto Alegre; em gestão regional, em Salvador; em acidentes e violências,

em Caxias do Sul. Os novos recursos do projeto permitirão a contratação de profissionais para

a manutenção regular do Portal e dos resultados atualmente alcançados com a primeira fase

do projeto.

2.7. Equipe técnica

o Coordenador Geral:

Alcindo Antônio Ferla (UFRGS e UFPA).

o Vice-Coordenador:

Luiz Felipe Pinto (UFV e SMSDC-RJ).

o Demais participantes:

Alaneir de Fátima dos Santos (UFMG

e SMS Belo Horizonte);

Alexandre Lorenzatti (UCS)

Alexandre Moretto Ribeiro (UCS).

Aline Triches Dani (GHC/GEP)

Amanda Pereira de Carvalho Cruz

(UFPA)

Ana Maria Helfher (SESPA)

Anderson Maciel (UCS)

Andréa Cristina Lovatto (UFPA)

Bruna Pinheiro Machado (UCS)

31

Carine Geltrudes Webber (UCS)

Daniela Trevisan (UCS)

Daniel Alvão de Carvalho Júnior

(Fiocruz, Ministério da Saúde)

Daniel Soranz (UNIFESO e SMSDC-RJ)

Diana Adamati (UCS/FURG)

Diana Coeli Paes de Moraes (UFPA)

Diogo Cordeiro (UCS)

Dorneles Tremea (X3NG)

Edmundo de Almeida Gallo (Fiocruz)

Elisa Boff (UCS)

Elisabete Bertele (UCS)

Eliseo Berni Reategui (UFRGS)

Emanuel Paz (BANPARA)

Estevão Toffoli Rodrigues (SES/BA)

Felipi Medeiros Macedo (UCS)

Franciele Leite (UCS)

Guilherme de Souza Müller (UFRGS)

Ilma Horst Noronha (ICICT/FIOCRUZ)

Ismaelino Júnior (R2i)

João Crisóstomo Weyl Albuquerque

Costa (SEDECT/UFPA)

João Luis Tavares da Silva (UCS)

Joel Luis Carbonera (UCS)

Jorge Alberto Azevedo Andrade

(SESPA)

José Maria Spinelli Filho (SESPA)

Josie Vieira (UFPA)

Juliana Loffego Encarnação (UFAC e

SES/AC)

Leonardo Vieira Targa (SMS-Nova

Petrópolis, UFRGS)

Lisiane Bôer Possa (GHC/GEP)

Lucas Dezordi Lopes (UPF)

Lucia Ines Schaedler (UFRGS)

Luciane Silva Ramos (UFSM)

Luciano Camargo Cruz (UCS)

Luisa Regina Pessôa (Fiocruz)

Luis Gonzaga Moura Jr. (UCS)

Luiz Fernando Silva Bilibio (UFRGS)

Marcela Acioli Nazaré (UFPA)

Margarete Isoton De David (UCS)

Maria Cristina Guimarães

(ICICT/FIOCRUZ)

Maria Luiza Jaeger (GHC)

Maria de Fátima Moreira Martins

(Fiocruz/Biblioteca de Saúde Pública)

Maria de Fátima Webber do Prado

Lima (UCS)

Maria Sílvia Martins Comaru Leal

(SESPA)

Mariana Bertol Leal (SESAB)

Marta Helena Buzati Fert (GHC/GEP)

Paulo de Tarso Ribeiro de Oliveira

(UFPA)

Rafael Morais (PRODEPA)

Raíssa Barbieri Ballejo Canto

(UFRGS)

Raoni de Alencar Ceccim (UFRGS)

Renan Cordeiro Lobo (RS)

Renata Bainy (UCS)

Renata Trad Campos (SMS/BH e

UFMG)

Renata Trad Campos (UFMG)

Renato Frances (PRODEPA/UFPA)

Ricardo Burg Ceccim (UFRGS)

Rogerio Bertolin (UCS)

Sérgio Figueiredo (SESPA)

Sérgio Luiz da Silva Brito

(Fiocruz/Videosaúde)

Sidniei da Silva (X3NG)

Silvio Sanfelice (UCS)

Sueli Goi Barrios (UFSM)

Suzete Marchetto Claus (UCS)

Tiago Luiz Schmitz (UCS)

Vanderléia Laodete Pulga Daron

(GHC)

Vinicius Lemos Postali (UCS)

Vinicius Stanguerlini (UCS)

3. PORTAL DO OTICSSS

O Projeto OTICSSS previu, como objetivo geral, o desenvolvimento e a implantação de

soluções tecnológicas e operacionais para suporte à gestão e ao ensino. Entre essas, a criação

de um ambiente na internet para a disponibilização de informações e indicadores de saúde e

de ferramentas para uso educacional. Este capítulo do relatório do projeto de pesquisa e

desenvolvimento apresenta sumariamente esse ambiente e parte das tecnologias às quais dá

suporte.

A ênfase na descrição é relativa às funcionalidades educativas, uma vez que o capítulo

seguinte apresentará uma das funcionalidades para o monitoramento e a avaliação. A

apreensão do conjunto das funcionalidades desenvolvidas e em operação pode ser obtida com

a visualização diretamente no portal, sendo que parte delas é aberta a todos os visitantes e

parte é restrita aos participantes do Projeto. A escolha, nesse momento, é por um nível de

descrição que responda ao objetivo de demonstrar o alcance da meta proposta no projeto.

3.1. Introdução

A aprendizagem vem ganhando novas dimensões com o uso das TICs. Nos primeiros

experimentos do uso do computador na aprendizagem, foram reproduzidos os modelos

conhecidos, usando esta nova mídia. Posteriormente se explorou o desenvolvimento de novos

tipos de ambientes computacionais para fins de ensino, incluindo, por exemplo, técnicas de

Inteligência Artificial. Com o advento da Internet, de um lado, foram desenvolvidos ambientes

virtuais de aprendizagem (AVAs), e de outro foram criados ambientes virtuais para o suporte a

comunidades (CdP).

Ao mesmo tempo em que a educação vem ganhando um caráter permanente, contínuo, e que

transcende o modelo de ensino tradicional, a tecnologia está cada vez mais presente (Demo

2006). Novas instituições estão sendo concebidas, considerando que a Universidade está se

tornando uma instituição cada vez mais virtual e global (Tiffin e Rajasingham 2007). Em

paralelo, a aprendizagem vem ganhando destaque também nos ambientes profissionais, como

pode ser observado pelo surgimento das Universidades Corporativas e dos Living Labs

(ambientes de trabalho virtuais).

33

As TICs têm se configurado como facilitadores no processo de disseminação do conhecimento,

tanto no que diz respeito à distribuição da informação quanto nas alternativas que oferece

para diversificação das estratégias pedagógicas empregadas em AVAs. Nestes ambientes a

mediação da aprendizagem pode ser feita de modo totalmente à distância ou através de

ambientes virtuais que dão apoio à aprendizagem presencial, também chamado de Ensino

Semi-Presencial. Estes ambientes vão além da disponibilização de conteúdo instrucional

através de páginas Web, pois integram ferramentas de interação síncronas e assíncronas a fim

de possibilitar cenários para trocas cognitivo-sociais entre alunos e professores. Nos AVAs, os

papéis tradicionais dos professores e alunos são redefinidos, de forma que o aluno se torna um

agente ativo no processo de aprendizagem, produzindo conhecimento, estabelecendo

relações, colaborando com os colegas e socializando idéias. Para isso, os AVAs devem ser

projetados por uma equipe interdisciplinar. O envolvimento de especialistas da área de

conhecimento e práticas a que se refere o ambiente, da tecnologia, psicólogos e pedagogos dá

condições para a melhor definição dos recursos necessários que levam a efetiva construção

coletiva do conhecimento.

O desenvolvimento de AVAs para apoiar o ensino superior vem crescendo, mas ainda não é

significativo. Podemos encontrar hoje em dia, em algumas das grandes universidades do país,

alunos de medicina que fazem uso destes ambientes. Alunos de instituições como Unicamp

utilizam ambientes desenvolvidos no Teleduc e da UnB

(http://aprender.unb.br/course/category.php?id=47) utilizam ambientes desenvolvidos no

Moodle. Na UFRGS essa tecnologia também é utilizada.

A socialização do conhecimento pode ocorrer de diversas maneiras e por inúmeros meios,

entre estes estão as Comunidades Virtuais, em especial as Comunidades de Prática (CdP). O

conceito de comunidade de prática antecede a web e o surgimento dos portais corporativos e,

conforme Terra (2003), foi “cunhado” pelo teórico organizacional Etienne Wenger, baseado

em comunidades que reuniam pessoas unidas informal e contextualmente por interesses

comuns no aprendizado e, principalmente, em uma determinada prática. Uma comunidade de

prática consiste num grupo de pessoas que compartilham um interesse sobre um assunto ou

problema e aprendem com interações regulares. Este contato entre os membros da

comunidade pode ocorrer de forma presencial ou mesmo virtual, mas deve possibilitar a troca

de informações e conhecimentos, que ao serem postos em prática pelos outros membros,

auxiliam na busca de soluções e das melhores práticas, promovendo o aprendizado do grupo.

Em geral, os cursos da área da saúde e, em particular, de medicina utilizam, no ambiente

educacional, softwares específicos para algumas disciplinas, como softwares de simulação, de

apoio estatístico, de definição de hipóteses diagnósticas ou de revisão de conteúdos de um

determinado assunto. Em Sistemas de Gerenciamento de Conteúdo, estes softwares podem

ser integrados nos AVAs para ampliar a realização de atividades de ensino-aprendizagem. Os

novos currículos que estão sendo implantados em diversas instituições do país em resposta às

Diretrizes Curriculares Nacionais, enfatizam a prática vinculada ao ensino teórico. Esta nova

demanda não só determina uma nova prática pedagógica como um novo ferramental de apoio

(material didático e softwares específicos).

34

Neste novo contexto, os alunos estarão constantemente em contato com a rotina das UBS

(Unidade Básica de Saúde). As UBS agrupam postos de saúde que dão todo o tipo de

atendimento especializado à comunidade. Quando os alunos acompanham o dia-a-dia de uma

UBS, experienciam os conceitos trabalhados nas novas unidades de ensino. As UBS possuem

formulários e documentos que registram o histórico dos pacientes e os tratamentos

conferidos. Estas informações compõem uma preciosa fonte de conhecimento neste novo

contexto de aprendizagem. O Projeto Telesaúde, em Belo Horizonte, ilustra essas

potencialidades.

Normalmente, estas informações são armazenadas em bancos de dados das Secretarias da

Saúde e nas grandes bases de dados nacionais. Fazendo um estudo preliminar sobre as

unidades de ensino das instituições de ensino que estão envolvidas com o projeto de pesquisa

e desenvolvimento e as UBS que se constituem em campo de práticas, pode-se identificar as

demandas dos cursos e modelar ambientes que integrem tanto o conhecimento recuperado

das bases de dados da Secretaria da Saúde, como ferramentas de apoio a aprendizagem. Como

ferramentas de aprendizagem consideram-se os recursos tecnológicos (de software) para

construção de cenários interativos de aprendizagem, a saber, ferramentas de interação

síncrona (chats) e assíncrona (fóruns, editores de textos colaborativos, webfóflios, diários de

bordo, entre outros).

Esses cenários interativos constituem-se também numa estratégia de disseminação dos

resultados para os atores do cotidiano dos sistemas de saúde: profissionais,

estudantes, usuários, conselheiros, trabalhadores e gestores do SUS. Esta abordagem

nos leva em direção a ambientes híbridos, que diferem dos tradicionais AVAs

principalmente com relação a dois aspectos: eles são em parte virtuais e em parte

concretos, e eles não se limitam a ambientes voltados à aprendizagem, mas

estabelecem também uma forte interface com a prática profissional.

Produzir e socializar o conhecimento adquire uma nova dimensão com o uso da

tecnologia. Poucos trabalhos são encontrados que forneçam ferramentas de Gestão de

Conhecimento de uso prático e direcionado ao contexto acadêmico. Agregar uma

ferramenta de gestão da atividade colaborativa de modo que as próprias práticas

(administrativas e pedagógicas) sejam redimensionadas em um contexto de evolução e

detalhamento colaborativo, constitui um atrativo fundamental na socialização do

conhecimento.

O aprender é um ato social. Pessoas que se empenham em atividades conjuntas se

ajudam mutuamente e compartilham informações, cabendo ao moderador da

comunidade fomentar as relações e as trocas entre os indivíduos. Os membros

precisam de atenção, organização e estímulo para definir seus papéis, a freqüência dos

encontros, as formas de interação, as atividades que produzirão energia e confiança, o

equilíbrio entre os vários interesses associados, a forma de atuação diante de conflitos

e as formas de receber os novos admitidos. Estes tópicos permitem que a comunidade

encontre seus meios de operação, a construção dos relacionamentos e cresça.

35

O Portal do Observatório constituiu-se em uma ferramenta de fortalecimento do uso

da informação e suas tecnologias, além de disponibilizar recursos tecnológicos para a

utilização mais ampliada. Tem uso como ferramenta de cooperação técnica mais

horizontal entre instituições e sistemas locorregionais de saúde.

Entende-se aqui que o conceito de “Observatório” engloba um conjunto de soluções

capazes de captar, tratar e disseminar informações e conhecimentos para dar suporte

à tomada de decisões a uma rede de atores definidos, envolvidos com processos de

gestão e de ensino no sistema de saúde. Para esse conceito, a integração de diferentes

bases de dados é um conceito-chave, como se registrou anteriormente.

Além dos problemas conceituais e operacionais já registrados, a integração de bases

de dados por meio de soluções tecnológicas com capacidade ergonômica aos

processos de trabalho na gestão e no ensino constitui um campo problemático pela

necessária construção interdisciplinar, mas também pelo intenso diálogo com a

natureza singular das práticas que se desenvolvem nesses processos. O conceito de

capacidade ergonômica procura absorver:

A facilidade na sua incorporação aos processos de trabalho no ensino e na

gestão, compreendida como a capacidade de não constituir-se como fator de

sobrecarga, mas de otimização desse processo;

A capacidade de tornar visíveis “ruídos” no processo de trabalho, ou seja, de

situações marcadoras de problemas na sua organização, sob a perspectiva dos

seus resultados. Nesse aspecto, há uma tensão com aquele descrito

anteriormente, na medida em que se destaca sua capacidade de dificultar

processo com baixa resolutividade;

A capacidade de auxiliar os diferentes sujeitos a refletirem sobre o trabalho em

si, fortalecendo a sistematização do que pode produzir conhecimento no

processo de trabalho e a atuação crítica dos sujeitos que operam esse trabalho.

Ou seja, a tecnologia torna-se, aqui, um ator, se utilizado o conceito de ator-

rede (Latour, 1996), e um forte dispositivo de educação permanente em saúde.

3.2. Descrição das bases tecnológicas

O Portal é baseado no gerenciador de conteúdo Plone, que disponibiliza a

infraestrutura necessária para o desenvolvimento de ambientes desta natureza. Além

disso, foi criado uma identidade visual para caracterizar o Portal. Por fim, foram

36

instaladas funcionalidades adicionais, que permitem o fácil acesso para a utilização de

fóruns de discussão, salas de bate papo, entre outros recursos.

O portal encontra-se publicado atualmente no endereço

http://www.ucs.br/projetos/OTICSSS. Em breve estará publicado no domínio

http://www.oticsss.org.br.

3.3. Objetivos

Objetivo geral: disponibilizar aos parceiros e colaboradores todas as ferramentas

desenvolvidas no escopo do projeto OTICSSS na Universidade de Caxias do Sul,

servir como suporte para o trabalho colaborativo da equipe, bem como reunir

informações e análises sobre o uso de TICs na área da Saúde.

Objetivos específicos: Disponibilizar os seguintes serviços no portal:

videoconferência, consulta a bases de dados da área da saúde (inicialmente

podem ser feitas consultas ao SIM e ao SINASC) fazendo o seu cruzamento com

dados demográficos (IBGE), edição e publicação de vídeos, mineração de texto,

assistente virtual e Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). No contexto do

AVA, foram desenvolvidas e integradas ferramentas e serviços para mediar a

colaboração entre os participantes de um curso, ou oficina, ou disciplina. Entre

estas ferramentas, prevê-se o uso de mural de avisos, cronograma (agenda),

troca de mensagens, publicação de material (acervo ou repositório de

documentos), fórum de discussão, sala de bate-papo e envio de arquivos (ou

Webfólio).

3.4. Escopo do projeto

Nesta fase do trabalho foi desenvolvido um piloto de portal para o OTICSSS,

envolvendo as páginas com informações públicas, ferramentas de trabalho

colaborativo para os parceiros do Observatório, ferramentas de associação de bases de

dados para avaliação do desempenho de sistemas e redes de saúde, integração de

ferramentas aos portais, entre outras. Já foi realizada a integração com as ferramentas

desenvolvidas pela base de Belém do projeto OTICSSS. A próxima etapa prevê, além da

ampliação das funcionalidades, a fixação das camadas iniciais do portal num domínio

não vinculado a qualquer das instituições (.org), para facilitar o acesso aos produtos e

serviços desenvolvidos.

37

3.5. Metodologia

Inicialmente foram avaliadas as alternativas tecnológicas para o desenvolvimento do

portal e integração com o Ambiente Virtual de Aprendizagem da UCS (UCSvirtual),

assim como outras experiências, e feita uma revisão da literatura.

A etapa seguinte consistiu no desenvolvimento do portal propriamente dito,

observando as fases descritas anteriormente, no capítulo da metodologia.

A etapa final foi de integração dos produtos desenvolvidos no âmbito deste projeto

pela base da UCS: Assistente Pessoal, Interface de Acesso às Bases de Dados,

Videoconferência, Vídeos MPEG7, Mineração e Grafos; e pelas ferramentas

desenvolvidas pela base de Belém.

3.6. Resultados atuais e previstos

O portal foi utilizado inicialmente como ferramenta de apoio para as ações de

capacitação do projeto Pró-Saúde, que envolvia estudantes, professores e

trabalhadores do sistema de saúde envolvidos com o curso de graduação em medicina

da Universidade de Caxias do Sul, tendo sido desenvolvido um AVA para dar suporte às

atividades à distância. Numa destas ações, a I Oficina de Integração Ensino-Serviço,

que tinha como objetivo promover a integração ensino-sistema de saúde como forma

de implementação das orientações do Pró-Saúde, foram desenvolvidas e utilizadas as

seguintes ferramentas: Mural, Acervo, Fórum, Notícias, Webfólio (repositório para

entrega da produção dos participantes da oficina) e Cronograma. Essas

funcionalidades podem ser criadas automaticamente com qualquer ambiente

específico, seja para o ensino ou para a pesquisa, quando se tornam dispositivos para

fortalecer a produção colaborativa.

Mural: ferramenta para a comunicação entre grupos de usuários, por meio da

fixação de recados, orientações gerais e outras informações úteis ao processo

educativo e/ou ao projeto em desenvolvimento. A ferramenta permite níveis

previamente definidos de acesso e registra o autor, a data e a hora das

inserções.

Acervo: ferramenta que permite colecionar artigos, documentos, outras fontes

documentais, vídeos e outros arquivos para suporte ao processo educativo

38

e/ou ao projeto em desenvolvimento. Permite a inclusão de comentários e

apresentação, sendo que igualmente registra

Notícias: ferramenta que permite colecionar notícias relativas ao ambiente

específico, seja ele de ensino ou de produção colaborativa. As notícias podem

ser inseridas juntamente com imagens, ampliando a potencialidade educativa.

Além disso, a definição do serviço de notícias como página inicial de todos os

ambientes dá aos mesmos uma melhor apresentação e o efeito de atualização

do ambiente.

Webfófio: ferramenta para o acervamento das produções individuais de cada

participante do ambiente educativo e/ou de produção colaborativa, podendo

ou não serem compartilhadas com os demais. Para os ambientes educacionais,

essa ferramenta é de grande utilidade para a avaliação processual.

Cronograma de atividades: ferramenta para o gerenciamento e a comunicação

de atividades programadas no ambiente.

Fórum: ferramenta para a troca de mensagens entre os participantes de um

ambiente de aprendizagem ou de colaboração.

Além dessas funcionalidades, um ambiente de serviços permite acessar bases de

dados e de indicadores no Portal, algumas ferramentas de mineração para a avaliação

e monitoramento de sistemas e redes de atenção, algumas ferramentas para avaliação

e monitoramento de serviços de saúde, as diferentes bases do projeto, uma

ferramenta para reuniões virtuais (funcionalidade de telesaúde, que constitui a

potencialidade de ambientes híbridos nas atividades educativas e nos processos

colaborativos), ferramenta de texto colaborativo (para produção compartilhada de

textos, do tipo wiki) e um glossário de termos utilizados no Projeto.

Uma característica importante do portal é a sua flexibilidade, permitindo a criação de

novos ambientes e espaços de trabalho, bem como a sua facilidade de uso, não

necessitando conhecimentos técnicos sobre a plataforma utilizada para poder utilizar

as diversas ferramentas disponíveis.

Outras atividades de ensino foram desenvolvidas posteriormente, conforme já se

registrou, utilizando-se do ambiente como um todo ou de parte de suas

funcionalidades. Na sistemática avaliação que se sucede à utilização, novas

funcionalidades são desenvolvidas, atualizações e ajustes são realizados, num processo

dinâmico e interativo, conforme já foi descrito.

Um dos grandes desafios no momento atual é criar uma comunidade de usuários do

Observatório. Este trabalho vem se desenvolvendo pela disponibilização no portal de

39

material de interesse público (relatórios, artigos, …), notícias sobre o uso de TICs na

Saúde e serviços disponíveis (como por exemplo o acesso a ferramentas de análise de

bases de dados com geo-referenciamento). As próximas etapas do projeto OTICSSS

deverão responder a esse desafio.

3.7. Avaliação da experiência

A fase de projeto do Portal contou com a participação das instituições parceiras, a fim

de levantar os principais requisitos (funcionalidades) que deveriam integrar um portal

para a área da saúde. Esta participação aconteceu através de reuniões regulares e

oficinas ministradas pela equipe de professores envolvidas no desenvolvimento do

portal, assim como em seminários e expedições científicas, conforme já registrado.

As Oficinas de Integração contaram com a participação de colaboradores de

instituições parceiras, todos da área da saúde (entre eles médicos, farmacêuticos,

fisioterapeutas, nutricionistas, enfermeiros). Durante estas oficinas foi possível validar

a aceitabilidade das ferramentas e serviços incluídos no portal do projeto, em cada

uma das experiências de utilização. Foi verificado que tais serviços estão de acordo

com as necessidades reais para o trabalho em rede dos serviços da saúde. A

colaboração entre parceiros, a troca de informações e a constante atualização através

de cursos e oficinas pode ser facilmente mediada pelo AVA proposto no projeto do

Portal do OTICSSS.

Além das oficinas de integração, voltadas para a avaliação das experiências de

utilização das funcionalidades, o projeto foi avaliado pelos diferentes pesquisadores

nas oficinas e reuniões técnicas, em diferentes bases do projeto.

Como já se registrou anteriormente, a modalidade de cooperação em rede científica

foi uma potencialidade do projeto. Entretanto, as modalidades de financiamento, que

incluíram apenas possibilidades pontuais de financiamento para o trabalho de

manutenção regular do projeto e a remuneração pelo trabalho de pesquisas

exclusivamente a cargo das instituições parceiras, desafiou a capacidade organizativa,

de planejamento e de manutenção das atividades regulares necessárias ao projeto.

3.8. Apresentação do Portal do OTICSSS

40

A Figura 1 mostra a tela de entrada do portal do OTICSSS, sendo que está autenticado

um usuário com privilégios de administrador. Na página inicial é mostrados na parte

esquerda da tela o menu de navegação, e na parte de central as notícias e eventos

mais recentes. A idéia é manter esta área constantemente atualizada, mostrando a

evolução da produção dos atores ligados ao Observatório e da atuação de parceiros.

Atualmente, a impossibilidade de vinculação de profissionais da área de comunicação

para a atualização das notícias e de contratação de profissional de design para

adequação estética e funcional do Portal, o mantém com uma aparência pouco

ergonômica com as funcionalidades. Esses problemas serão resolvidos brevemente

com novas fontes de financiamento já obtidas.

Na Figura 3.2 pode ser observada a página de apresentação do OTICSSS, onde consta uma descrição do Observatório. Páginas complementares apresentam os pesquisadores associados ao OTICSSS e os parceiros e apoiadores do projeto.

Figura 3.1: Tela de entrada do Portal do OTICSSS

41

Figura 3.2: Tela de apresentação do Portal do OTICSSS

Para uso em contextos de ensino-aprendizagem, foi disponibilizado um espaço para

construção de AVAs, que pode ser feita diretamente pelos participantes autorizados

do Portal.

Alguns dos principais serviços disponíveis no Portal são as ferramentas de acesso a

bases de dados da área da Saúde. Essas ferramentas permitem acessar as bases com

microdados, e transformá-las em indicadores conforme a metodologia da Ripsa e

representá-las em gráficos e tabelas, além de distribuí-las espacialmente em diferentes

mapas. As bases disponíveis abrangem as regiões previstas inicialmente e utilizadas

para a demonstração, como também todas as demais regiões e municípios brasileiros,

numa etapa que transcende em muito a meta inicialmente proposta.

O próximo capítulo trará um exemplo da utilização de dados para a avaliação dos sistemas de saúde, conforme objetivo específico do projeto de pesquisa.

4. USO DA INFORMAÇÃO PARA AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE SISTEMAS DE SAÚDE

4.1. Introdução

Para responder a um dos objetivos específicos do Projeto, que se refere à avaliação de

desempenho dos sistemas de saúde, isto é, o grau com que os objetivos e execução das metas

pré-estabelecidas nas políticas nacionais e regionais de saúde são atingidos, optou-se pela

seleção de um indicador pactuado pelo Ministério da Saúde, a mortalidade proporcional por

grupos de causas, que pretende ilustrar a metodologia desenvolvida no âmbito do projeto.

Como se viu anteriormente, a potencialidade das funcionalidades criadas no âmbito do Projeto

OTICSSS supera este exemplo, escolhido para demonstrar a aplicação da metodologia

desenvolvida e disponível no Portal OTICSSS. Além da possibilidade de associar diferentes

bases de dados, a metodologia de análise desenvolvida permite georreferenciar os dados e

indicadores e escolher outros indicadores para a análise, conforme se descreveu nas

funcionalidades do Portal.

Em síntese, a metodologia inclui as seguintes etapas: análise e tratamento de bases de dados,

em nível de microdados4; Ou seja, a utilização de informações e indicadores conforme a

metodologia proposta em processos educativos, como nos diversos cursos que foram listados

anteriormente, demonstrou grande capacidade de operar como dispositivo para a produção

de inteligência coletiva para o sistema de saúde.

O indicador “mortalidade proporcional” está caracterizado na Rede Interagencial de

Informações para a Saúde (RIPSA) (OPAS, 2008) e considera os dados relativos ao Sistema

Nacional de Informações sobre Mortalidade (SIM), cuja gestão no nível federal pertence à

Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde. Dessa forma, a mortalidade

proporcional cumpre o papel de ilustrar as potencialidades de avaliação de desempenho dos

sistemas de saúde, na medida em que:

Sua derivação natural para um dos grupos de causas de óbitos (as

chamadas “causas mal definidas”) consiste em um indicador de qualidade

de registro de dados, ao representar a síntese de uma série de fatores – 4 Para a metodologia desenvolvida, que permite associar as informações para a análise da situação dos sistemas de

saúde em nível local, a desagregação de dado é fundamental, como se descreveu anteriormente. Bases de dados agregadas somente permitem utilização da metodologia para o maior nível de agregação do conjunto das bases de dados que serão utilizadas na análise. Evidentemente que, no caso do projeto, as bases de dados disponíveis são de dados não identificados.

43

processo de trabalho, capacidade técnica dos profissionais, condições de

saúde e acesso a diagnósticos;

Pode ser desagregada para unidades de análise geográficas submunicipais,

como bairros, distritos sanitários, áreas ou coordenadorias de saúde,

cumprindo a finalidade de ser exemplo para outras locorregiões do país;

Possui uma sistemática de coleta e registro de dados razoavelmente

padronizada, o que permite comparações entre os grupos de causas de

óbitos, permitindo sua utilização para tomada de decisão por parte dos

gestores de saúde;

Pode ser mensurado sob a forma de séries históricas mensais, o que

possibilita o acompanhamento e a análise de possíveis sazonalidades ou

intervenções específicas para atingir metas especificadas em políticas

públicas de saúde.

O indicador de mortalidade proporcional por grupos de causas é conceituado como a

“distribuição percentual de óbitos por grupos de causas definidas, na população residente em

determinado espaço geográfico, no ano considerado” (OPAS, 2008, pág. 122). De acordo com a

referência já citada, esse indicador tem a capacidade de medir a participação relativa dos

principais grupos de causas de mortalidade no total de óbitos com causas definidas e, assim,

permite analisar a influência de fatores que contribuem para aumentar ou diminuir as causas

de óbito e, dessa forma, alteram a distribuição proporcional das demais. Ele responde

integralmente às definições metodológicas do projeto. A análise comparada e em

profundidade do indicador permitirá compreender as características locais em relação a:

condições socioeconômicas, perfil demográfico, infra-estrutura de serviços, acesso e qualidade

dos serviços de saúde.

Trata-se, portanto, de um indicador muito relevante para a gestão da saúde e para o ensino da

saúde, uma vez que pode significar tanto a elaboração e avaliação de políticas e planos,

serviços e redes, como também para o ensino da avaliação, das políticas específicas e da

análise comparada de sistemas de saúde. Mas, sobretudo, por permitir diferentes olhares que

ampliem as construções explicativas embasadas predominantemente na epidemiologia

tradicional. O olhar em rede de atores pode contribuir para aumentar a potência da gestão da

saúde e a capacidade de construir e significar ações de fortalecimento do SUS. Ou seja, de

produzir conhecimentos e decisões capazes de embasar decisões úteis e efetivas para a

melhoria do sistema de saúde.

Conforme define a metodologia da RIPSA, o cálculo da mortalidade proporcional por grupo de

causas é feito da seguinte forma (OPS, 2008):

Nº de óbitos de residentes por grupo de causas definidas X 100 Nº total de óbitos de residentes, excluídas as causas mal

definidas

44

Tendo em vista uma ainda grande variação na qualidade dos dados no território brasileiro, em

particular em municípios de pequeno porte, é recomendada a utilização desse indicador na

análise de grandes aglomerados populacionais. No caso da pesquisa, optou-se pela sua

utilização nos aglomerados regionais pela utilização na avaliação do sistema locorregional de

saúde e para a análise comparada entre os mesmos, situações em que eventuais imprecisões

poderiam ser superadas pelo conhecimento da realidade de cada local e pela proposta de que

esse indicador seja processado em fluxos comunicacionais que permitam associá-lo a outras

bases para o exercício da inteligência coletiva.

As principais limitações identificadas pela RIPSA ao indicador de mortalidade proporcional por

grupos de causas são: a variação do sub-registro entre os diferentes territórios (especialmente

nas Regiões Norte e Nordeste), a co-relação com a elevada proporção de óbitos sem

assistência e/ou por causas mal definidas, a estrutura populacional por idade e sexo e a análise

de fontes complementares de informação sobre riscos de morte, uma vez que a oscilação do

número de óbitos por determinada causa altera a freqüência das demais. Mesmo com as

limitações apontadas, as evidências obtidas em territórios mais circunscritos, como municípios

e recortes inframunicipais, podem fortalecer a gestão da informação nos sistemas

locorregionais. Nesse caso, as indicações de deficiência nas bases de dados e fluxos do registro

em saúde operam também como indicadores, na medida em que geram evidências da

qualidade do processo informacional.

4.2. Considerações metodológicas

Conforme se registrou anteriormente, a metodologia de análise incluir diversas etapas, sendo

que a primeira delas é a seleção, análise e tratamento de bases de dados, seguida do desenho

de modelos de análise e de indicadores. Nesse caso, que ilustra a metodologia, foi selecionada

a base de microdados do SIM. O primeiro processo de tratamento incluiu a análise de

preenchimento das variáveis e depuração das mesmas. O desenho de análise incluiu a seleção

de bases territoriais, que procuraram suprir a meta apresentada no projeto inicial.

As sete unidades da federação e diferentes arranjos locorregionais selecionados inicialmente

para compor o Observatório de Tecnologias de Informação e Comunicação em Sistemas e

Serviços de Saúde (OTICSSS) foram ampliadas e a pesquisa aprofundou suas análises nas

seguintes áreas:

a. ESTADO DO ACRE - Macrorregião Purus-Acre;

b. ESTADO DO PARÁ - Macrorregião Metropolitana;

c. ESTADO DE SERGIPE - Microrregião Aracaju;

d. ESTADO DA BAHIA - Macrorregião Centro-Leste, Centro-Norte, Extremo-Sul, Leste,

Nordeste, Norte, Oeste, Sudoeste, Sul.

e. ESTADO DE MINAS GERAIS - Microrregião de Belo Horizonte;

f. ESTADO DO RIO DE JANEIRO - Macrorregião Metropolitana I e Região Serrana;

g. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - Macrorregião Metropolitana e Região da Serra.

45

Como se verifica, foram incluídos o Estado da Bahia e todas as suas regiões, além das

macrorregiões metropolitanas dos Estados do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro. Esses

acréscimos foram decorrentes de ajustes durante a pesquisa, em particular de novas inserções

profissionais dos coordenadores do Projeto. No caso da Bahia, a formação em gestão

regionalizada do SUS, envolvendo sujeitos das diferentes macrorregiões, motivou a inserção

do conjunto de territórios regionais do sistema estadual de saúde.

Para essa análise de dados, foi realizada a agregação de alguns grupos de causas da CID-10

conforme Tabela 5.1.

TABELA 4.1. Distribuição dos capítulos da Classificação Internacional de Doenças 10ª revisão

(CID-10), reagrupamento realizado para fins de análise e número de causas por Capítulo

Capítulo CID-

10 Reagrupamento de causas

Nº de

causas (%)

1 Doenças infecto-parasitárias 909 6,4

2 Neoplasias 852 6,0

3 Outras causas definidas 191 1,3

4 Doenças endoc, nutricionais e metab 411 2,9

5 Outras causas definidas 467 3,3

6 Outras causas definidas 386 2,7

7 Outras causas definidas 307 2,2

8 Outras causas definidas 135 1,0

9 Doenças do aparelho circulatório 454 3,2

10 Doenças do aparelho respiratório 276 1,9

11 Doenças do aparelho digestivo 479 3,4

12 Outras causas definidas 395 2,8

13 Outras causas definidas 622 4,4

14 Doenças do aparelho geniturinário 501 3,5

15 Outras causas definidas 487 3,4

16 Afec. origin. período perinatal 386 2,7

17 Outras causas definidas 706 5,0

18 Causas mal definidas 386 2,7

19 Causas externas 1.457 10,3

20 Causas externas 3.681 25,9

21 Outras causas definidas 709 5,0

Total 14.197 100,0 (*) Em 'outras causas definidas' foram agregados os seguintes grupos de causas:

3-Doenças do sangue e dos órgãos hematopoéticos e alguns transtornos imunitários, 5 - Transtornos mentais e

comportamentais, 6-Doenças do sistema nervoso, 7-Doenças do olho e anexos, 8-Doenças do ouvido e da apófise

mastóide, 12-Doenças da pele e do tecido celular subcutâneo, 13-Doenças do sistema osteomuscular e do tecido

conjuntivo, 15-Gravidez, parto e puerpério, 17-Malformações congênitas, deformidades e anomalias

cromossômicas, 21-Fatores que influenciam o estado de saúde e o contato com os serviços de saúde.

46

O objetivo desse processo não se restringia à representação de indicadores, mas suscitar a

produção de conhecimentos úteis para a avaliação. Como já se registrou, o enunciado

“avaliação para subsídio a processos de decisão” não pretende constituir vínculos de sentido

com a idéia de uma produção de verdades para iluminar os processos de tomada de decisão

dos gestores. Modelos cognitivos embasados em condições ideais tendem a não ter

viabilidade, pois as mesmas normalmente estão indisponíveis no cotidiano do trabalho, já nos

diz a literatura especializada. No caso da metodologia produzida, o conceito de avaliação como

subsídio a processos decisórios se aproxima do conceito de “pesquisa avaliativa” utilizada por

alguns autores para designar um conjunto de processos cognitivos realizados de forma

racional e sistemática de análise da realidade e construção de julgamentos voltados para o

subsídio a processos decisórios (Contandriopoulos, 2006). Não se trata aqui de uma avaliação

embasada apenas na aplicação de critérios e normas (avaliação normativa) ou da simples

produção de conhecimentos para o melhor conhecimento da realidade (pesquisa). Trata-se,

isso sim, de produzir conhecimentos com base em metodologias de análise de uma

determinada realidade e capazes de gerar julgamentos úteis para o processo decisório em

relação a intervenções sobre a mesma, de forma mais próxima possível da tomada de

decisões. Ou seja, a concepção aqui não é de que os conhecimentos e julgamentos constituam

a decisão, senão de que a subsidiem.

Essa construção argumentativa coloca em questão não apenas as considerações

metodológicas para as pesquisas avaliativas, mas também políticas, na medida em que

condições de diferentes naturezas constituem viabilidade à decisão na gestão. Essas diferentes

condições e os saberes que lhes dão sustentação constituem mediadores relevantes para a

pesquisa avaliativa. Em um artigo com a experiência de interação entre pesquisadores e

gestores em saúde, Hernández-Bello & Veja-Romero (2006) identificaram que a utilização

plena de conhecimentos gerados pela análise da realidade se dá quando o processo de

pesquisa inclui espaços de intensa interação entre os diferentes sujeitos. Consideramos

possível, por analogia, formular um enunciado de que o melhor juízo da realidade, definindo

que esse juízo seja aquele com maior potencialidade de induzir mudanças que apontem na

direção do que é percebido como mais adequado pelos atores envolvidos, é aquele construído

com intensos processos de mediação de diferentes sujeitos, seus saberes, suas práticas e sua

capacidade de interação. Esse enunciado nos reaproxima das formulações feitas na

introdução, que destaca o plano das relações (as tecnologias leves, nos dizeres de Merhy) para

gerir os processos cognitivos no ciclo dado-inteligência coletiva. Essa concepção faz analogia

ao que Alazraqui, Mota & Spinelli (2006) chamam de sistemas de informação em saúde

abertos e complexos.

A construção da metodologia proposta neste projeto levou em consideração a necessidade de

que o indicador tem uma dimensão técnica, muito relevante na medida em que o

conhecimento disponível já nos permite não cometer mais muitos dos erros evitáveis na

análise e tomada de decisões. Portanto, essa dimensão destaca os recursos informacionais

(tecnologias duras) e os conhecimentos estruturados (no caso das informações na saúde, a

estatística, a epidemiologia, a demografia etc.) ou tecnologias leve-duras. Mas a associação

entre o indicador e o processo decisório, incluindo a construção de sentidos para a avaliação,

está colocada quase que integralmente no âmbito das tecnologias leves. Novamente nos

47

reportamos à teoria do ator-rede ou mesmo das tecnologias da inteligência para demonstrar

que o desafio não é a capacidade de domínio teórico-metodológico sobre o indicador, mas de

tomar o indicador como dispositivo para o pensamento e para a comunicação; portanto a sua

capacidade de interligar (disparar redes) diferentes atores e de e de construir novos sentidos

compartilhados (disparar pensamentos). A descrição do exemplo escolhido ilustra essas idéias.

4.3. Análise dos dados de mortalidade proporcional

A metodologia desenvolvida para a análise dos sistemas de saúde inclui a utilização de

informações obtidas junto aos sistemas nacionais de informação, no formato de microdado, e

a associação das mesmas com base em indicadores que permitam análises descritivas,

conforme foi anunciado anteriormente. O exemplo descrito aqui é somente ilustrativo da

potencialidade da ferramenta desenvolvida, que está disponível no Portal do OTICSSS. O Portal

permite não apenas a linkagem de dados e indicadores, mas a sua representação em

diferentes formatos: gráficos, tabelas e mapas. Essa escolha não foi puramente estética, mas

tem grande efeito conceitual e metodológico neste projeto: relativamente às possibilidades de

mediação de diferentes sujeitos individuais e institucionais do sistema de saúde para a

produção de conhecimentos; referente aos diferentes graus de aprofundamento da análise e

avanços no ciclo dado-inteligência coletiva, conforme se registrou anteriormente;

relativamente à construção de conhecimentos úteis à ação de diferentes coletividades. Enfim,

a proposição aqui é da informação como dispositivo para uma avaliação implicada com as

transformações do sistema de saúde, em particular no que se refere à gestão e ao ensino na

saúde. Os itens que se seguem procuram fazer uma breve análise dos indicadores construídos

e representados nas tabelas e gráficos a seguir. A distribuição espacial foi preterida pelo

tamanho dos arquivos, que ampliariam o tamanho do arquivo desse relatório para um

tamanho incompatível com o máximo definido na plataforma de prestação de contas do CNPq.

O modelo de análise incluiu:

O tratamento dos microdados do sistema de informações de mortalidade, corrigindo

erros e imprecisões da base de dados;

A agregação de dados brutos por unidade geográfica e ano de ocorrência dos óbitos;

A agregação dos dados em comparações para o recorte histórico (período de 2001 a

2007, no caso do indicador de mortalidade proporcional por causas);

A construção do indicador para todos os grupos de causas selecionados em cada uma

das regiões em estudo e para todos os anos do período em análise;

A análise transversal desses dados, por meio da construção de tabelas e gráficos

contendo a distribuição de dados brutos e do indicador em todos os anos do período

em análise;

A avaliação transversal, por meio da análise descritiva com a comparação entre

indicadores de diferentes contextos;

48

A metodologia criada permite assim que a informação se constitua em dispositivo não apenas

técnico-instrumental para a avaliação, mas de mediação entre diferentes sujeitos/atores,

reconhecendo a avaliação e a produção de conhecimentos como prática social (Silva, 2009) e

produzindo condições para a implantação de uma “cultura de avaliação” embasada no

“julgamento avaliativo verdadeiramente crítico” (Contandriopoulos, 2006).

O Portal OTICSSS, nesse caso, se constitui numa ferramenta dessa mediação (ou um ator no

processo de produção de inteligência coletiva, nos dizeres de Levy5), uma vez que permite

superar a concepção de uma essencialidade técnico-instrumental no processo de produção de

indicadores e técnicas de avaliação, aproximando-se de uma avaliação capaz de utilizar a

informação para a qualificação do sistema de saúde, conforme nos aponta Contandriopoulos

(2006). Para o autor, uma cultura de avaliação com essa capacidade incluiria o julgamento

capaz de considerar “além de critérios de eficiência, também critérios que permitissem

apreciar as conseqüências das suas decisões em matéria de equidade de acesso aos serviços e

em relação ao respeito às liberdades individuais dos diferentes atores” (pág. 710). Para essa

finalidade, a avaliação deveria criar a “oportunidade do aprendizado diversificado,

participativo, não hierárquico, portador de sentido, interdisciplinar, válido, prospectivo e

democrático” (idem).

Obviamente, a descrição da tecnologia desenvolvida apenas dá a indicação dessa

potencialidade, dependendo ainda de viabilizar comunidades de usuários para essas

funcionalidades, como se verifica nas atividades de ensino já relatadas. Mas o objetivo aqui é o

de apresentar as principais evidências avaliativas e a tecnologia construída no Projeto. Esse

objetivo será demonstrado pelas análises a seguir, em cada uma das regiões em estudo, e a

apresentação das tabelas e gráficos construídos.

4.3.1. Estado do Acre - Macrorregião Purus-Acre.

As principais questões suscitadas pela análise da distribuição dos indicadores de mortalidade

proporcional no Estado do Acre, em relação ao desempenho do sistema de saúde e à gestão da

informação, são:

A série histórica considera o período de janeiro de 2001 a dezembro de 2007 (dados

mais recentes disponíveis);

Em 2001, o principal grupo de causas de óbitos era o grupo das causas “mal definidas”,

responsável por 23,91% e representando, portanto haver deficiência no registro de

óbitos nesta locorregião de saúde. Progressivamente, este índice evolui e ao final de

2007, apenas 5,26% dos óbitos passam a ter este como grupo de causas;

5 Pierre Levy (2004) define como ator num processo de produção científica tudo (humano, não humano, material,

imaterial) que possa produzir uma diferença numa rede de materiais heterogêneos, em condições de alteridade. A noção de conhecimento aqui se aproxima da noção de inteligência coletiva, uma vez que não se esgota na aplicação para a ação, mas inclui a própria transformação (Ceccim & Ferla, 2006).

49

As doenças do aparelho circulatório que em 2001 formavam o segundo maior grupo

de causas de óbitos (15,75% do total), passa a representar em 2007, o primeiro grupo

de causas, com 22,32% do total dos óbitos;

O grupo de “causas externas” mantém valores entre 12 e 18% para o período

analisado, representando ao final de 2007, o segundo maior grupo de causas, muito

próximo do grupo de causas por neoplasias e doenças do aparelho respiratório;

O grupo de “neoplasias” concentra-se na faixa de 8 a 13% do total de óbitos, oscilando

entre a 4ª e a 6ª posições ao longo da série histórica;

A representação gráfica da série histórica mensal para o período considerado

evidencia a melhoria geral da qualidade de registro dos dados de óbitos na

microrregião de Purus-Acre. Os óbitos por causas “mal definidas”, reduzem-se

drasticamente, demonstrando o esforço dos gestores locais, estadual e federal na

capacitação e sensibilização dos profissionais de saúde para este correto registro.

4.3.2. Estado do Pará - Macrorregião Metropolitana

As principais questões suscitadas pela análise da distribuição dos indicadores de mortalidade

proporcional no Estado do Acre, em relação ao desempenho do sistema de saúde e à gestão da

informação, são:

A série histórica considera o período de janeiro de 2001 a dezembro de 2007 (dados

mais recentes disponíveis);

Em 2001, o grupo das causas “mal definidas”, era responsável por 15,87% dos óbitos,

informando-nos, portanto haver deficiência no registro de óbitos nesta locorregião de

saúde. Progressivamente, este índice evolui e ao final de 2007, atinge ainda 10,59%

dos óbitos;

No início do período em questão, o principal grupo de causas de óbitos era o grupo das

causas de doenças do aparelho circulatório, responsável por 21,94% do total de óbitos.

Este índice mantém-se aproximadamente estável, atingindo em 2007, 23,17% dos

óbitos e permanecendo como a 1ª causa;

O grupo de “causas externas” mantém valores entre 9 e 14% para o período analisado,

representando ao final de 2007, o terceiro maior grupo de causas, muito próximo do

grupo de causas por neoplasias e doenças do aparelho respiratório;

O grupo de “neoplasias” concentra-se na faixa de 12 a 14% do total de óbitos,

oscilando entre a 3ª e a 4ª posições ao longo da série histórica;

A representação gráfica da série histórica mensal para o período considerado

evidencia a melhoria geral da qualidade de registro dos dados de óbitos na

macrorregião metropolitana do Pará. Os óbitos por causas “mal definidas”, reduzem-

se, demonstrando o esforço dos gestores locais, estadual e federal na capacitação e

sensibilização dos profissionais de saúde para este correto registro.

50

4.3.3. Estado de Sergipe – Microrregião de Aracaju

As principais questões suscitadas pela análise da distribuição dos indicadores de mortalidade

proporcional no Estado do Acre, em relação ao desempenho do sistema de saúde, são:

A série histórica considera o período de janeiro de 2001 a dezembro de 2007 (dados

mais recentes disponíveis);

Em 2001, o grupo das causas “mal definidas”, era responsável por 10,40% dos óbitos,

informando-nos, portanto haver deficiência no registro de óbitos nesta locorregião de

saúde. Progressivamente, este índice evolui e ao final de 2007, atinge apenas 4,81%

dos óbitos;

No início do período em questão, o principal grupo de causas de óbitos era o grupo das

causas de doenças do aparelho circulatório, responsável por 23,49% do total de óbitos.

Este índice mantém-se aproximadamente estável, atingindo em 2007, 25,89% dos

óbitos e permanecendo como a 1ª causa;

O grupo de “causas externas” mantém valores entre 12 e 14% para o período

analisado, representando ao final de 2007, o terceiro maior grupo de causas, muito

próximo do grupo de causas por neoplasias;

O grupo de “neoplasias” concentra-se na faixa de 12 a 15% do total de óbitos,

oscilando entre a 2ª e a 4ª posições ao longo da série histórica;

A representação gráfica da série histórica mensal para o período considerado

evidencia a melhoria geral da qualidade de registro dos dados de óbitos na

microrregião de Aracaju. Os óbitos por causas “mal definidas”, reduzem-se

drasticamente, demonstrando o esforço dos gestores locais, estadual e federal na

capacitação e sensibilização dos profissionais de saúde para este correto registro.

4.3.4. Estado da Bahia - Macrorregião Centro-Leste, Centro-Norte, Extremo-Sul, Leste, Nordeste, Norte, Oeste, Sudoeste, Sul

As principais questões suscitadas pela análise da distribuição dos indicadores de mortalidade

proporcional no Estado do Acre, em relação ao desempenho do sistema de saúde e à gestão da

informação, são:

A série histórica considera o período de janeiro de 2001 a dezembro de 2007 (dados

mais recentes disponíveis);

Com exceção da macrorregião Leste da Bahia, todas as demais macrorregiões

apresentam elevadas proporções do grupo das causas “mal definidas”, evidenciando a

necessidade de mudança das estratégias que vem sendo desenvolvidas pelos gestores

dos três níveis de governo;

51

No início do período em questão, o principal grupo de causas de óbitos definidos era o

grupo de doenças do aparelho circulatório (quando se excluem as causas mal

definidas). As únicas exceções a esta tendência referem-se a macrorregião leste e a

macrorregião sul, a partir do ano de 2006, quando há inflexão da série temporal;

O grupo de “causas externas” mantém valores entre 8 e 20% para o período analisado,

considerando-se todas as macrorregiões de saúde;

O grupo de “neoplasias” concentra-se na faixa de 4 a 14% do total de óbitos.

A representação gráfica da série histórica mensal para o período considerado, quando

comparam-se todas as macrorregiões de saúde, evidenciam o comportamento

aleatório em cada caso. Estas localidades precisam de um olhar diferenciado para que

se obtenha melhoria geral da qualidade de seus registros de óbitos. Os óbitos por

causas “mal definidas” apresentam elevadas proporções, com exceção das

macrorregiões leste e sul no final da série temporal.

4.5.5. Estado de Minas Gerais - Microrregião de Belo Horizonte

As principais questões suscitadas pela análise da distribuição dos indicadores de mortalidade

proporcional no Estado do Acre, em relação ao desempenho do sistema de saúde e à gestão da

informação, são:

A série histórica considera o período de janeiro de 2001 a dezembro de 2007 (dados

mais recentes disponíveis);

Em 2001, o grupo das causas “mal definidas”, era responsável por apenas 3,76% dos

óbitos, informando-nos, portanto um elevado grau de eficiência no registro de óbitos

nesta locorregião de saúde. Progressivamente, este índice piora e, atinge ao final de

2007, 7,09% dos óbitos, valor ainda considerado satisfatório;

No início do período em questão, o principal grupo de causas de óbitos era o grupo das

causas de doenças do aparelho circulatório, responsável por 32,45% do total de óbitos.

Este índice apresenta tendência de queda, atingindo em 2007, 27,02% dos óbitos e

permanece como a 1º grupo de causas;

O grupo de “causas externas” mantém valores entre 13 e 16% para o período

analisado, representando ao final de 2007, o terceiro maior grupo de causas, próximo

do grupo de causas por neoplasias;

O grupo de “neoplasias” concentra-se na faixa de 15 a 17% do total de óbitos,

oscilando entre a 2ª e a 3ª posições ao longo da série histórica;

A representação gráfica da série histórica mensal para o período considerado

evidencia uma pequena redução da qualidade de registro dos dados de óbitos na

microrregião de Belo Horizonte. Os óbitos por causas “mal definidas” quase dobram,

passando de 3,76% para 7,09% do total de óbitos. Embora ainda considerado dentro

de limites satisfatórios é importante investigar as causas desse aumento relativo.

52

4.3.6. Estado do Rio De Janeiro - Microrregião Metropolitana I E Serrana

As principais questões suscitadas pela análise da distribuição dos indicadores de mortalidade

proporcional no Estado do Acre, em relação ao desempenho do sistema de saúde e à gestão da

informação, são:

A série histórica considera o período de janeiro de 2001 a dezembro de 2007 (dados

mais recentes disponíveis);

Entre as duas microrregiões – Metropolitana I e Serrana, as proporções do grupo de

causas “mal definidas”, encontram-se dentro de parâmetros considerados aceitáveis,

isto é, abaixo de 10%, tendo a segunda microrregião um desempenho melhor que a

primeira;

Em todo o período em questão, o principal grupo de causas de óbitos era o grupo das

causas de doenças do aparelho circulatório, responsável em média por um terço dos

óbitos;

O grupo de “causas externas” mantém valores entre 9 e 12% para o período analisado,

representando entre a 3ª e a 4ª posição para os grupos de causas de óbitos;

O grupo de “neoplasias” nestas duas microrregiões de saúde é o segundo maior grupo

de causas de óbitos, evidenciando, como demonstram outros dados, o

envelhecimento destas populações, quando comparadas a outras locorregiões do país;

A representação gráfica da série histórica mensal para o período considerado

evidencia uma melhoria na qualidade de registro dos dados de óbitos nas duas

microrregiões: Metropolitana I e Serrana. Os óbitos por causas “mal definidas”

atingem 9,95% do total no primeiro caso e apenas 4,89% no segundo.

4.3.7. Estado do Rio Grande do Sul - Macrorregião Metropolitana e Serra

As principais questões suscitadas pela análise da distribuição dos indicadores de mortalidade

proporcional no Estado do Acre, em relação ao desempenho do sistema de saúde e à gestão da

informação, são:

A série histórica considera o período de janeiro de 2001 a dezembro de 2007 (dados

mais recentes disponíveis);

Entre as duas microrregiões – Metropolitana e Serra, as proporções do grupo de

causas “mal definidas”, encontram-se dentro de parâmetros considerados aceitáveis,

isto é, abaixo de 10%, tendo as duas, desempenho semelhante;

53

Em todo o período em questão, o principal grupo de causas de óbitos era o grupo das

causas de doenças do aparelho circulatório, responsável em média por um terço dos

óbitos;

O grupo de “causas externas” mantém valores entre 10 e 12% para o período

analisado, representando entre a 3ª e a 4ª posição para os grupos de causas de óbitos;

O grupo de “neoplasias” nestas duas microrregiões de saúde é o segundo maior grupo

de causas de óbitos, evidenciando, como demonstram outros dados, o

envelhecimento destas populações, quando comparadas a outras locorregiões do país;

A representação gráfica da série histórica mensal para o período considerado

evidencia uma melhoria na qualidade de registro dos dados de óbitos nas duas

microrregiões: Metropolitana e Serra. Os óbitos por causas “mal definidas” atingem

apenas 3,72% do total no primeiro caso e apenas 3,41% no segundo. Representam,

portanto, o melhor desempenho entre as locorregiões das sete unidades da federação

analisadas.

4.4. Indicadores, avaliação dos sistemas de saúde e inteligência coletiva

A análise da distribuição do indicador de mortalidade proporcional por grupos selecionados de

causas, nas diversas regiões do estudo, permite diversas inferências em relação à gestão do

sistema e à gestão da informação. É possível concluir, por exemplo, que há uma tendência

visível de melhora no perfil de mortalidade proporcional e, portanto, nos fatores que estão

associados a essa distribuição, em todos os sistemas de saúde analisados. O comportamento

dos indicadores também é fortemente sugestivo de melhoras substantivas no desempenho

dos sistemas locorregionais de saúde. A redução da mortalidade proporcional por causas mal

definidas é, provavelmente, o indicador que melhor associa a avaliação de melhora entre

ambos os aspectos da gestão: do fluxo informacional e da qualidade do sistema de saúde.

A constatação das diferenças significativas entre a relevância da mortalidade proporcional por

doenças do aparelho circulatório e neoplasias e as causas externas, demonstra um desafio

singular em cada região, que é relativo à magnitude da distribuição desses grupos de causas,

mas comum a todas e ao sistema nacional de saúde, que é a tendência de crescimento dessas

causas em relação às demais. O padrão de envelhecimento populacional do país, que se

distribui de forma heterogênea nas diferentes regiões, mas que é agudo e progressivo em

todas elas, somado ao crescimento das doenças crônicas, permite afirmar que esse é um

grande desafio aos sistemas de saúde: o crescimento até agora não foi significativamente

produzido pela intervenção do sistema de serviços de saúde na população de faixas etárias

mais elevadas e a qualificação para atuar na atenção a essa população é urgente (Ferla & Cols.,

2007).

54

Essa lógica interpretativa poderia entender-se por diversos parágrafos mais. Mas o que

interessa explorar neste relatório não é o diagnóstico da situação de saúde, propriamente dito,

mas da capacidade da informação, tratada com a metodologia proposta, de disparar a

avaliação compartilhada em diferentes sujeitos dos sistemas de saúde ou, dito de outra forma,

de ativar o pensamento avaliativo, que é marcador da inteligência coletiva.

A expressão “avaliação”, associada ao ciclo dado-inteligência coletiva, quer referir-se a uma

atividade que

consiste fundamentalmente em aplicar um julgamento de valor a uma

intervenção, através de um dispositivo capaz de fornecer informações

cientificamente válidas e socialmente legítimas sobre ela o qualquer um

dos seus componentes, permitindo aos diferentes atores envolvidos, que

podem ter campos de julgamento diferentes, se posicionarem e

constituírem (individual ou coletivamente) um julgamento capaz de ser

traduzido em ação (Contrandiopoulos, 2006).

No contexto da saúde, não bastará ao processo de avaliação, por certo, um juízo embasado

exclusivamente em normas e critérios formais, ou mesmo em cada uma das diferentes áreas

de conhecimento disciplinar. É preciso um conceito ampliado de ciência, que esteja disponível

à construção compartilhada entre os diferentes sujeitos, para construir não metaenunciados,

mas sentidos para a ação no cotidiano, mediados por diferentes posições interpretativas. Em

analogia ao que propõe Boaventura Santos (2000), redes de verdades locais, onde o

conhecimento é mais prudente e voltado a uma vida mais decente. A questão que se coloca,

no contexto desse referencial, é se a tecnologia desenvolvida tem ou não capacidade para

produzir avanços na direção indicada pelos conceitos utilizados.

Preliminarmente, alguns argumentos poderiam ser listados para fortalecer a hipótese de que

essa metodologia permite uma produção em rede envolvendo sujeitos de diferentes inserções:

A construção de indicadores e tabelas/gráficos/mapas com a distribuição

comparada (em série histórica e/ou em relação a diferentes territórios) não inclui a

necessidade de maiores conhecimentos de epidemiologia, uma vez que a técnica de

associação dos mesmos já inclui os cuidados metodológicos em relação à construção

de indicadores em saúde. Ou seja, não se trata apenas de uma solução tecnológica

que operou saberes e práticas da ciência da informação e/ou da informática, mas

também da saúde coletiva e, em particular, da epidemiologia e da estatística.

A apresentação dos indicadores em tabelas, gráficos e mapas, sem o aprisionamento

dos mesmos em cadeias explicativas previamente construídas, permite diferentes

conexões com os saberes dos sujeitos que tiverem contato com esses dados. A

acessibilidade formal, relativa aos formatos de apresentação (linguagem,

apresentação visual), é um dos planos críticos para a mediação na produção de

conhecimentos de base epidemiológica, segundo Silva (2009). Esses pontos críticos

para a produção científica que não se pretende entrópica, para o autor, implicam

em uma “gramática comum de significações” e uma abertura a “novas

possibilidades interpretativas” que tenham capacidade de produzir “novas

55

respostas” ou “futuras promessas” para diferentes comunidades de leitores

(expressão utilizada para designar sujeitos originados de diferentes grupos de

interesse).

O rápido acesso às fichas de qualificação dos indicadores, no formato da RIPSA,

permite buscar evidências para uma interpretação mais instrumental dos

indicadores, assim como para obter registros de limites e possibilidades

interpretativas, contornando, assim, parte do problema da informação

epidemiológica que se apresenta com uma cadeia explicativa sempre construída

com base na técnica matemática e na razão instrumental do conhecimento da área.

A possibilidade de utilização dos demais recursos do Portal para a análise

compartilhada compõe a potência adicional da metodologia proposta, quando se

pode criar um ambiente educacional completo (como se viu no capítulo anterior) ou

mesmo ferramentas isoladas de construção em rede (ferramenta wiki para textos,

glossário, listas de discussão, fóruns, telesaude etc.), permite o segundo aspecto

crítico para a possibilidade de mediação no processo de produção científica: o

convite ao engajamento em uma lógica de construção heterogênea, híbrida, para

além das “fronteiras prescritas pela comunidade científica” (Silva, 2009).

No campo empírico, essa tecnologia foi utilizada em atividades educativas com diferentes

sujeitos. As avaliações sobre a utilização das ferramentas no ensino de graduação, na

formação de médicos, compõem parte dos trabalhos já disseminados sobre essa temática

(Ferla & De David, 2009), assim como no sistema de saúde de Nova Petrópolis (Targa & Cols.,

2008), ou da gestão do trabalho em serviços hospitalares de diferentes naturezas (Ferla, Possa

& Leal, 2008) demonstrando que têm capacidade de mobilizar os diferentes sujeitos e,

portanto, para construir redes interpretativas que ampliam a capacidade de embasar decisões,

mas também que constroem novos sentidos para o cotidiano do sistema de saúde.

A experiência mais densa de exposição dessa metodologia, entretanto, foi no curso de

Especialização em Gestão Regionalizada do SUS na Bahia, junto à Escola de Saúde Pública. O

curso, desenhado com base na educação permanente em saúde, buscou mobilizar novas

formulações para a regionalização do sistema de saúde e maior envolvimento do conjunto dos

sujeitos que o constroem cotidianamente (Ferla & Cols., 2008). O resultado dessa iniciativa

constituiu um evento específico de apresentação de análises avaliativas dos sistemas regionais

de saúde na Bahia e o evento, registrado em vídeo, gerou documentário sobre a metodologia

utilizada. Sem a pretensão de uma análise mais aprofundada, a associação de bases de dados e

a produção de indicadores demonstraram capacidade de mobilização dos diferentes atores,

aproximadamente 250 sujeitos localizados em diferentes lugares da gestão estadual e

municipal e do controle social, a as redes interpretativas não apenas reconstruíram sentidos

para os dados, como identificaram lacunas na sua capacidade de descrever as realidades

vividas e lançaram-se à busca de novas bases de informação, resultando em uma descrição do

sistema regional de saúde que se aproxima do conceito de “território vivo”, associando a

formulação inicial de Milton Santos à idéia de trabalho criativo de Emerson Merhy.

Atualmente, a tecnologia está sendo utilizada no Curso de Especialização em Gestão

Participativa em Políticas Públicas e de Saúde (UCS) e no programa de educação permanente

em atenção básica do Pará (UFPA, UEPA e SES/PA).

56

O que a experiência de uso da informação vivenciada encontra é a formulação da educação

permanente em saúde, que propõe a aprendizagem significativa (vivida, implicada) e a

reflexão sistemática sobre o cotidiano do trabalho como dispositivos para o encontro da

educação e da saúde (Ceccim & Ferla, 2008). Assim, parece que o fortalecimento das políticas

de informação e informática e de educação na saúde e o adensamento de práticas embasadas

nessas políticas têm grande capacidade de fortalecer o sistema de saúde, hipótese, aliás, na

qual ambas se embasam.

57

ANEXO 1 – Tabelas e gráficos de distribuição da mortalidade proporcional nas regiões em estudo

TABELA 4.2. DISTRIBUIÇÃO DA MORTALIDADE PROPORCIONAL POR GRUPO DE CAUSAS - ESTADO DO ACRE - Macrorregião Purus-

Acre (*) - 2001-2007 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Grupo de causas 2001 (%) 2002 (%) 2003 (%) 2004 (%) 2005 (%) 2006 (%) 2007 (%)

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

01. Doenças do aparelho circulatório 301 15,75 272 14,42 309 16,07 293 13,84 510 23,39 497 23,63 484 22,32

02. Causas externas 285 14,91 347 18,40 297 15,44 265 12,52 268 12,29 310 14,74 297 13,70

03. Doenças endoc, nutricionais e metab 70 3,66 87 4,61 100 5,20 107 5,05 165 7,57 150 7,13 161 7,43

04. DIP 126 6,59 106 5,62 120 6,24 136 6,42 176 8,07 156 7,42 135 6,23

05. Neoplasias 166 8,69 168 8,91 185 9,62 167 7,89 253 11,61 271 12,89 269 12,41

06. Doenças do aparelho respiratório 143 7,48 144 7,64 134 6,97 209 9,87 244 11,19 263 12,51 281 12,96

07. Afec. origin. período perinatal 138 7,22 119 6,31 119 6,19 112 5,29 116 5,32 104 4,95 117 5,40

08. Doenças do aparelho geniturinário 35 1,83 32 1,70 30 1,56 33 1,56 41 1,88 35 1,66 32 1,48

09. Doenças do aparelho digestivo 90 4,71 108 5,73 88 4,58 122 5,76 113 5,18 103 4,90 118 5,44

10. Outras causas definidas 100 5,23 99 5,25 102 5,30 105 4,96 138 6,33 124 5,90 160 7,38

11. Causas mal definidas 457 23,91 404 21,42 439 22,83 568 26,83 156 7,16 90 4,28 114 5,26

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Total 1.911 100,00 1.886 100,00 1.923 100,00 2.117 100,00 2.180 100,00 2.103 100,00 2.168 100,00

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Fonte: Elaboração própria, a partir dos dados brutos do SIM, disponibilizados pelo DATASUS. (*) Considerando o local de residência do registro do óbito. Nota: As outras causas

definidas foram agrupadas a partir das demais causas não listadas nos capítulos da CID-10 apresentados.

GRÁFICO 4.1. MORTALIDADE PROPORCIONAL POR GRUPO DE CAUSAS SELECIONADAS

ESTADO DO ACRE - Macrorregião Purus-Acre - 2001-2007

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

0120

01

0520

01

0920

01

0120

02

0520

02

0920

02

0120

03

0520

03

0920

03

0120

04

0520

04

0920

04

0120

05

0520

05

0920

05

0120

06

0520

06

0920

06

0120

07

0520

07

0920

07

(%)

Doenças do aparelho circulatório Causas externas Neoplasias Causas mal definidas

58

TABELA 4.3. DISTRIBUIÇÃO DA MORTALIDADE PROPORCIONAL POR GRUPO DE CAUSAS - ESTADO DO PARÁ - Macrorregião

Metropolitana (*) - 2001-2007 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Grupo de causas 2001 (%) 2002 (%) 2003 (%) 2004 (%) 2005 (%) 2006 (%) 2007 (%)

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

01. Doenças do aparelho circulatório 2.606 21,94 2.356 21,25 2.587 21,25 2.467 20,59 2.576 20,56 2.848 22,42 2.959 23,17

02. Causas externas 1.134 9,55 1.237 11,16 1.314 10,79 1.252 10,45 1.697 13,54 1.774 13,96 1.677 13,13

03. Doenças endoc, nutricionais e metab 577 4,86 484 4,37 524 4,30 541 4,51 533 4,25 641 5,05 698 5,46

04. DIP 731 6,15 676 6,10 785 6,45 822 6,86 829 6,62 792 6,23 786 6,15

05. Neoplasias 1.447 12,18 1.493 13,47 1.591 13,07 1.645 13,73 1.624 12,96 1.778 14,00 1.826 14,30

06. Doenças do aparelho respiratório 1.362 11,46 1.174 10,59 1.315 10,80 1.383 11,54 1.513 12,07 1.323 10,41 1.509 11,81

07. Afec. origin. período perinatal 905 7,62 704 6,35 803 6,59 780 6,51 596 4,76 624 4,91 582 4,56

08. Doenças do aparelho geniturinário 245 2,06 190 1,71 202 1,66 188 1,57 220 1,76 176 1,39 209 1,64

09. Doenças do aparelho digestivo 512 4,31 488 4,40 539 4,43 464 3,87 523 4,17 617 4,86 553 4,33

10. Outras causas definidas 476 4,01 538 4,85 502 4,12 442 3,69 508 4,05 688 5,42 621 4,86

11. Causas mal definidas 1.885 15,87 1.745 15,74 2.014 16,54 2.000 16,69 1.912 15,26 1.443 11,36 1.353 10,59

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Total 11.880 100,00 11.085 100,00 12.176 100,00 11.984 100,00 12.531 100,00 12.704 100,00 12.773 100,00

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

(*) Considerando o local de residência do registro do óbito.

Nota: As outras causas definidas foram agrupadas a partir das demais causas não listadas nos capítulos da CID-10 apresentados.

Fonte: Elaboração própria, a partir dos dados brutos do SIM, disponibilizados pelo DATASUS.

GRÁFICO 4.2. MORTALIDADE PROPORCIONAL POR GRUPO DE CAUSAS SELECIONADAS

ESTADO DO PARÁ - Macrorregião Metropolitana - 2001-2007

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

0120

01

0520

01

0920

01

0120

02

0520

02

0920

02

0120

03

0520

03

0920

03

0120

04

0520

04

0920

04

0120

05

0520

05

0920

05

0120

06

0520

06

0920

06

0120

07

0520

07

0920

07

(%)

Doenças do aparelho circulatório Causas externas Neoplasias Causas mal definidas

59

TABELA 4.4. DISTRIBUIÇÃO DA MORTALIDADE PROPORCIONAL POR GRUPO DE CAUSAS ESTADO DE SERGIPE - Microrregião

Aracaju - 2001-2007 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Grupo de causas 2001 (%) 2002 (%) 2003 (%) 2004 (%) 2005 (%) 2006 (%) 2007 (%)

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

01. Doenças do aparelho circulatório 849 23,49 847 23,65 803 23,63 899 25,76 925 25,91 835 23,97 921 25,89

02. Causas externas 512 14,17 502 14,02 476 14,01 473 13,55 473 13,25 513 14,72 450 12,65

03. Doenças endoc, nutricionais e metab 252 6,97 272 7,60 279 8,21 301 8,62 279 7,82 275 7,89 300 8,43

04. DIP 170 4,70 146 4,08 134 3,94 144 4,13 132 3,70 121 3,47 123 3,46

05. Neoplasias 450 12,45 424 11,84 448 13,18 437 12,52 518 14,51 499 14,32 548 15,41

06. Doenças do aparelho respiratório 294 8,14 327 9,13 299 8,80 356 10,20 301 8,43 294 8,44 349 9,81

07. Afec. origin. período perinatal 273 7,55 260 7,26 184 5,41 200 5,73 209 5,85 184 5,28 163 4,58

08. Doenças do aparelho geniturinário 62 1,72 77 2,15 47 1,38 63 1,81 89 2,49 73 2,10 70 1,97

09. Doenças do aparelho digestivo 196 5,42 213 5,95 188 5,53 196 5,62 211 5,91 212 6,08 209 5,88

10. Outras causas definidas 180 4,98 193 5,39 192 5,65 227 6,50 216 6,05 238 6,83 253 7,11

11. Causas mal definidas 376 10,40 320 8,94 348 10,24 194 5,56 217 6,08 240 6,89 171 4,81

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Total 3.614 100,00 3.581 100,00 3.398 100,00 3.490 100,00 3.570 100,00 3.484 100,00 3.557 100,00

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

(*) Considerando o local de residência do registro do óbito.

Nota: As outras causas definidas foram agrupadas a partir das demais causas não listadas nos capítulos da CID-10 apresentados.

Fonte: Elaboração própria, a partir dos dados brutos do SIM, disponibilizados pelo DATASUS.

GRÁFICO 4.3. MORTALIDADE PROPORCIONAL POR GRUPO DE CAUSAS SELECIONADAS

ESTADO DE SERGIPE - Microrregião Aracaju - 2001-2007

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

0120

01

0520

01

0920

01

0120

02

0520

02

0920

02

0120

03

0520

03

0920

03

0120

04

0520

04

0920

04

0120

05

0520

05

0920

05

0120

06

0520

06

0920

06

0120

07

0520

07

0920

07

(%)

Doenças do aparelho circulatório Causas externas Neoplasias Causas mal definidas

60

TABELA 4.5. DISTRIBUIÇÃO DA MORTALIDADE PROPORCIONAL POR GRUPO DE CAUSAS - ESTADO DA BAHIA - Macrorregião

Centro-Leste (*) - 2001-2007 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Grupo de causas 2001 (%) 2002 (%) 2003 (%) 2004 (%) 2005 (%) 2006 (%) 2007 (%)

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

01. Doenças do aparelho circulatório 1.872 21,97 1.972 22,52 2.030 23,05 1.949 21,75 1.784 19,70 2.519 24,90 2.366 24,24

02. Causas externas 773 9,07 934 10,67 759 8,62 874 9,75 728 8,04 1.162 11,49 1.181 12,10

03. Doenças endoc, nutricionais e metab 419 4,92 396 4,52 427 4,85 457 5,10 425 4,69 611 6,04 617 6,32

04. DIP 350 4,11 326 3,72 401 4,55 363 4,05 387 4,27 442 4,37 400 4,10

05. Neoplasias 603 7,08 630 7,20 661 7,51 739 8,25 744 8,21 983 9,72 1.048 10,74

06. Doenças do aparelho respiratório 562 6,60 551 6,29 622 7,06 581 6,48 576 6,36 685 6,77 629 6,44

07. Afec. origin. período perinatal 267 3,13 245 2,80 283 3,21 322 3,59 383 4,23 458 4,53 391 4,01

08. Doenças do aparelho geniturinário 81 0,95 88 1,01 84 0,95 89 0,99 119 1,31 134 1,32 129 1,32

09. Doenças do aparelho digestivo 315 3,70 323 3,69 344 3,91 353 3,94 317 3,50 393 3,88 475 4,87

10. Outras causas definidas 279 3,28 285 3,26 291 3,30 286 3,19 272 3,00 474 4,69 438 4,49

11. Causas mal definidas 2.998 35,19 3.005 34,32 2.905 32,99 2.947 32,89 3.323 36,69 2.255 22,29 2.088 21,39

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Total 8.519 100,00 8.755 100,00 8.807 100,00 8.960 100,00 9.058 100,00 10.116 100,00 9.762 100,00

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

(*) Considerando o local de residência do registro do óbito.

Nota: As outras causas definidas foram agrupadas a partir das demais causas não listadas nos capítulos da CID-10 apresentados.

Fonte: Elaboração própria, a partir dos dados brutos do SIM, disponibilizados pelo DATASUS.

GRÁFICO 4.4. MORTALIDADE PROPORCIONAL POR GRUPO DE CAUSAS SELECIONADAS

ESTADO DA BAHIA - Macrorregião Centro-Leste - 2001-2007

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

45,0

50,0

0120

01

0520

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0520

02

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02

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03

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03

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03

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0520

04

0920

04

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05

0520

05

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06

0520

06

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06

0120

07

0520

07

0920

07

(%)

Doenças do aparelho circulatório Causas externas Neoplasias Causas mal definidas

61

TABELA 4.6. DISTRIBUIÇÃO DA MORTALIDADE PROPORCIONAL POR GRUPO DE CAUSAS - ESTADO DA BAHIA - Macrorregião Centro-Norte (*) - 2001-2007

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Grupo de causas 2001 (%) 2002 (%) 2003 (%) 2004 (%) 2005 (%) 2006 (%) 2007 (%)

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

01. Doenças do aparelho circulatório 557 17,96 616 20,05 537 16,99 581 17,79 565 16,96 828 25,28 971 29,43

02. Causas externas 268 8,64 278 9,05 265 8,38 312 9,55 338 10,15 343 10,47 357 10,82

03. Doenças endoc, nutricionais e metab 120 3,87 142 4,62 126 3,99 133 4,07 134 4,02 146 4,46 191 5,79

04. DIP 210 6,77 181 5,89 197 6,23 213 6,52 178 5,34 200 6,11 185 5,61

05. Neoplasias 184 5,93 179 5,83 163 5,16 196 6,00 186 5,58 253 7,73 326 9,88

06. Doenças do aparelho respiratório 175 5,64 171 5,57 135 4,27 172 5,27 172 5,16 184 5,62 206 6,24

07. Afec. origin. período perinatal 127 4,09 130 4,23 154 4,87 178 5,45 154 4,62 144 4,40 169 5,12

08. Doenças do aparelho geniturinário 21 0,68 31 1,01 30 0,95 27 0,83 44 1,32 35 1,07 49 1,49

09. Doenças do aparelho digestivo 93 3,00 113 3,68 101 3,20 119 3,64 105 3,15 130 3,97 136 4,12

10. Outras causas definidas 70 2,26 85 2,77 98 3,10 97 2,97 107 3,21 112 3,42 154 4,67

11. Causas mal definidas 1.277 41,17 1.146 37,30 1.355 42,87 1.238 37,91 1.348 40,47 900 27,48 555 16,82

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Total 3.102 100,00 3.072 100,00 3.161 100,00 3.266 100,00 3.331 100,00 3.275 100,00 3.299 100,00

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

(*) Considerando o local de residência do registro do óbito.

Nota: As outras causas definidas foram agrupadas a partir das demais causas não listadas nos capítulos da CID-10 apresentados.

Fonte: Elaboração própria, a partir dos dados brutos do SIM, disponibilizados pelo DATASUS.

GRÁFICO 4.5. MORTALIDADE PROPORCIONAL POR GRUPO DE CAUSAS SELECIONADAS

ESTADO DA BAHIA - Macrorregião Centro-Norte - 2001-2007

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

45,0

50,0

0120

01

0520

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01

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0520

02

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0520

03

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03

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0520

06

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06

0120

07

0520

07

0920

07

(%)

Doenças do aparelho circulatório Causas externas Neoplasias Causas mal definidas

62

TABELA 4.7. DISTRIBUIÇÃO DA MORTALIDADE PROPORCIONAL POR GRUPO DE CAUSAS - ESTADO DA BAHIA - Macrorregião Extremo-Sul (*) - 2001-2007

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Grupo de causas 2001 (%) 2002 (%) 2003 (%) 2004 (%) 2005 (%) 2006 (%) 2007 (%)

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

01. Doenças do aparelho circulatório 544 19,84 609 20,83 581 19,21 713 21,77 666 20,56 848 24,49 886 24,48

02. Causas externas 376 13,71 462 15,80 513 16,96 606 18,50 595 18,36 764 22,06 760 20,99

03. Doenças endoc, nutricionais e metab 109 3,98 121 4,14 136 4,50 165 5,04 166 5,12 202 5,83 197 5,44

04. DIP 150 5,47 123 4,21 160 5,29 156 4,76 139 4,29 153 4,42 168 4,64

05. Neoplasias 145 5,29 174 5,95 199 6,58 232 7,08 259 7,99 318 9,18 335 9,25

06. Doenças do aparelho respiratório 154 5,62 133 4,55 183 6,05 244 7,45 228 7,04 231 6,67 222 6,13

07. Afec. origin. período perinatal 154 5,62 166 5,68 186 6,15 185 5,65 205 6,33 158 4,56 163 4,50

08. Doenças do aparelho geniturinário 18 0,66 19 0,65 20 0,66 26 0,79 39 1,20 49 1,41 33 0,91

09. Doenças do aparelho digestivo 95 3,46 143 4,89 112 3,70 131 4,00 149 4,60 176 5,08 179 4,94

10. Outras causas definidas 135 4,92 125 4,27 122 4,03 155 4,73 146 4,51 155 4,48 177 4,89

11. Causas mal definidas 862 31,44 849 29,04 813 26,88 662 20,21 648 20,00 409 11,81 500 13,81

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Total 2.742 100,00 2.924 100,00 3.025 100,00 3.275 100,00 3.240 100,00 3.463 100,00 3.620 100,00

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

(*) Considerando o local de residência do registro do óbito.

Nota: As outras causas definidas foram agrupadas a partir das demais causas não listadas nos capítulos da CID-10 apresentados.

Fonte: Elaboração própria, a partir dos dados brutos do SIM, disponibilizados pelo DATASUS.

GRÁFICO 4.6. MORTALIDADE PROPORCIONAL POR GRUPO DE CAUSAS SELECIONADAS

ESTADO DA BAHIA - Macrorregião Extremo-Sul - 2001-2007

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

0120

01

0520

01

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01

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0520

02

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03

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03

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04

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06

0520

06

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06

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07

0520

07

0920

07

(%)

Doenças do aparelho circulatório Causas externas Neoplasias Causas mal definidas

63

TABELA 4.8. DISTRIBUIÇÃO DA MORTALIDADE PROPORCIONAL POR GRUPO DE CAUSAS - ESTADO DA BAHIA - Macrorregião Leste (*) - 2001-2007

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Grupo de causas 2001 (%) 2002 (%) 2003 (%) 2004 (%) 2005 (%) 2006 (%) 2007 (%)

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

01. Doenças do aparelho circulatório 5.599 27,89 5.646 27,16 5.296 25,95 5.383 26,17 5.491 26,09 6.173 28,49 5.827 26,36

02. Causas externas 2.342 11,67 2.671 12,85 2.758 13,52 2.595 12,61 2.771 13,17 2.862 13,21 3.428 15,51

03. Doenças endoc, nutricionais e metab 1.329 6,62 1.474 7,09 1.466 7,18 1.491 7,25 1.437 6,83 1.575 7,27 1.574 7,12

04. DIP 1.270 6,33 1.248 6,00 1.337 6,55 1.252 6,09 1.290 6,13 1.321 6,10 1.274 5,76

05. Neoplasias 2.472 12,31 2.563 12,33 2.626 12,87 2.692 13,09 2.822 13,41 3.148 14,53 3.233 14,62

06. Doenças do aparelho respiratório 1.948 9,70 2.103 10,12 2.020 9,90 2.196 10,67 2.143 10,18 2.076 9,58 1.989 9,00

07. Afec. origin. período perinatal 1.339 6,67 1.233 5,93 1.117 5,47 1.011 4,91 963 4,58 957 4,42 824 3,73

08. Doenças do aparelho geniturinário 366 1,82 381 1,83 411 2,01 421 2,05 421 2,00 354 1,63 337 1,52

09. Doenças do aparelho digestivo 964 4,80 1.056 5,08 1.008 4,94 1.108 5,39 1.108 5,26 1.121 5,17 1.141 5,16

10. Outras causas definidas 840 4,18 1.012 4,87 899 4,41 865 4,20 906 4,30 1.141 5,27 1.140 5,16

11. Causas mal definidas 1.608 8,01 1.399 6,73 1.467 7,19 1.558 7,57 1.696 8,06 940 4,34 1.340 6,06

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Total 20.077 100,00 20.786 100,00 20.405 100,00 20.572 100,00 21.048 100,00 21.668 100,00 22.107 100,00

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

(*) Considerando o local de residência do registro do óbito.

Nota: As outras causas definidas foram agrupadas a partir das demais causas não listadas nos capítulos da CID-10 apresentados.

Fonte: Elaboração própria, a partir dos dados brutos do SIM, disponibilizados pelo DATASUS.

GRÁFICO 4.7. MORTALIDADE PROPORCIONAL POR GRUPO DE CAUSAS SELECIONADAS

ESTADO DA BAHIA - Macrorregião Leste - 2001-2007

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

0120

01

0520

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0920

01

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06

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06

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07

0520

07

0920

07

(%)

Doenças do aparelho circulatório Causas externas Neoplasias Causas mal definidas

64

TABELA 4.9. DISTRIBUIÇÃO DA MORTALIDADE PROPORCIONAL POR GRUPO DE CAUSAS - ESTADO DA BAHIA - Macrorregião Nordeste (*) - 2001-2007

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Grupo de causas 2001 (%) 2002 (%) 2003 (%) 2004 (%) 2005 (%) 2006 (%) 2007 (%)

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

01. Doenças do aparelho circulatório 640 20,26 683 20,49 657 19,73 681 20,40 639 17,88 900 23,82 1.012 27,00

02. Causas externas 290 9,18 345 10,35 359 10,78 401 12,01 367 10,27 380 10,06 429 11,45

03. Doenças endoc, nutricionais e metab 214 6,77 248 7,44 220 6,61 242 7,25 221 6,18 257 6,80 276 7,36

04. DIP 141 4,46 125 3,75 144 4,32 114 3,42 152 4,25 155 4,10 157 4,19

05. Neoplasias 216 6,84 240 7,20 239 7,18 234 7,01 293 8,20 404 10,69 422 11,26

06. Doenças do aparelho respiratório 200 6,33 197 5,91 172 5,17 196 5,87 207 5,79 225 5,95 265 7,07

07. Afec. origin. período perinatal 143 4,53 119 3,57 153 4,59 171 5,12 166 4,64 176 4,66 139 3,71

08. Doenças do aparelho geniturinário 27 0,85 32 0,96 49 1,47 31 0,93 42 1,18 61 1,61 43 1,15

09. Doenças do aparelho digestivo 112 3,55 149 4,47 141 4,23 140 4,19 162 4,53 160 4,23 178 4,75

10. Outras causas definidas 109 3,45 123 3,69 132 3,96 140 4,19 140 3,92 171 4,53 218 5,82

11. Causas mal definidas 1.067 33,78 1.072 32,16 1.064 31,95 988 29,60 1.185 33,16 890 23,55 609 16,25

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Total 3.159 100,00 3.333 100,00 3.330 100,00 3.338 100,00 3.574 100,00 3.779 100,00 3.748 100,00

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

(*) Considerando o local de residência do registro do óbito.

Nota: As outras causas definidas foram agrupadas a partir das demais causas não listadas nos capítulos da CID-10 apresentados.

Fonte: Elaboração própria, a partir dos dados brutos do SIM, disponibilizados pelo DATASUS.

GRÁFICO 4.8. MORTALIDADE PROPORCIONAL POR GRUPO DE CAUSAS SELECIONADAS

ESTADO DA BAHIA - Macrorregião Nordeste - 2001-2007

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

45,0

50,0

0120

01

0520

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0920

01

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0520

02

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03

0520

03

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03

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04

0520

04

0920

04

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05

0520

05

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05

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06

0520

06

0920

06

0120

07

0520

07

0920

07

(%)

Doenças do aparelho circulatório Causas externas Neoplasias Causas mal definidas

65

TABELA 4.10. DISTRIBUIÇÃO DA MORTALIDADE PROPORCIONAL POR GRUPO DE CAUSAS - ESTADO DA BAHIA - Macrorregião Norte (*) - 2001-2007

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Grupo de causas 2001 (%) 2002 (%) 2003 (%) 2004 (%) 2005 (%) 2006 (%) 2007 (%)

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

01. Doenças do aparelho circulatório 607 15,30 645 15,86 669 15,26 718 17,41 672 15,69 980 23,44 1.065 24,95

02. Causas externas 540 13,61 515 12,67 588 13,41 516 12,51 489 11,42 492 11,77 626 14,67

03. Doenças endoc, nutricionais e metab 167 4,21 159 3,91 177 4,04 172 4,17 158 3,69 209 5,00 247 5,79

04. DIP 151 3,81 185 4,55 195 4,45 207 5,02 175 4,09 171 4,09 184 4,31

05. Neoplasias 184 4,64 187 4,60 234 5,34 245 5,94 257 6,00 383 9,16 426 9,98

06. Doenças do aparelho respiratório 161 4,06 209 5,14 220 5,02 216 5,24 181 4,23 218 5,21 241 5,65

07. Afec. origin. período perinatal 230 5,80 247 6,07 265 6,04 242 5,87 258 6,03 242 5,79 245 5,74

08. Doenças do aparelho geniturinário 37 0,93 38 0,93 42 0,96 59 1,43 53 1,24 52 1,24 44 1,03

09. Doenças do aparelho digestivo 98 2,47 124 3,05 136 3,10 125 3,03 133 3,11 146 3,49 187 4,38

10. Outras causas definidas 124 3,13 135 3,32 152 3,47 158 3,83 141 3,29 184 4,40 196 4,59

11. Causas mal definidas 1.668 42,05 1.622 39,89 1.706 38,91 1.466 35,55 1.765 41,22 1.104 26,41 807 18,91

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Total 3.967 100,00 4.066 100,00 4.384 100,00 4.124 100,00 4.282 100,00 4.181 100,00 4.268 100,00

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

(*) Considerando o local de residência do registro do óbito.

Nota: As outras causas definidas foram agrupadas a partir das demais causas não listadas nos capítulos da CID-10 apresentados.

Fonte: Elaboração própria, a partir dos dados brutos do SIM, disponibilizados pelo DATASUS.

GRÁFICO 4.9. MORTALIDADE PROPORCIONAL POR GRUPO DE CAUSAS SELECIONADAS

ESTADO DA BAHIA - Macrorregião Norte - 2001-2007

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

0120

01

0520

01

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01

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0520

02

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02

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03

0520

03

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03

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0520

04

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04

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05

0520

05

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05

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06

0520

06

0920

06

0120

07

0520

07

0920

07

(%)

Doenças do aparelho circulatório Causas externas Neoplasias Causas mal definidas

66

TABELA 4.11. DISTRIBUIÇÃO DA MORTALIDADE PROPORCIONAL POR GRUPO DE CAUSAS - ESTADO DA BAHIA - Macrorregião Oeste (*) - 2001-2007

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Grupo de causas 2001 (%) 2002 (%) 2003 (%) 2004 (%) 2005 (%) 2006 (%) 2007 (%)

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

01. Doenças do aparelho circulatório 364 13,06 465 14,99 525 16,78 491 15,66 433 15,12 844 25,56 703 24,01

02. Causas externas 315 11,30 343 11,06 317 10,13 344 10,97 324 11,32 396 11,99 375 12,81

03. Doenças endoc, nutricionais e metab 62 2,22 71 2,29 95 3,04 107 3,41 78 2,72 140 4,24 125 4,27

04. DIP 127 4,56 155 5,00 142 4,54 144 4,59 154 5,38 180 5,45 148 5,05

05. Neoplasias 122 4,38 141 4,55 153 4,89 142 4,53 144 5,03 287 8,69 226 7,72

06. Doenças do aparelho respiratório 132 4,73 153 4,93 149 4,76 163 5,20 174 6,08 195 5,91 157 5,36

07. Afec. origin. período perinatal 134 4,81 173 5,58 177 5,66 189 6,03 173 6,04 185 5,60 168 5,74

08. Doenças do aparelho geniturinário 28 1,00 21 0,68 20 0,64 26 0,83 32 1,12 34 1,03 39 1,33

09. Doenças do aparelho digestivo 82 2,94 76 2,45 82 2,62 97 3,09 92 3,21 119 3,60 120 4,10

10. Outras causas definidas 84 3,01 91 2,93 90 2,88 108 3,44 99 3,46 158 4,78 135 4,61

11. Causas mal definidas 1.338 47,99 1.413 45,55 1.379 44,07 1.324 42,23 1.160 40,52 764 23,14 732 25,00

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Total 2.788 100,00 3.102 100,00 3.129 100,00 3.135 100,00 2.863 100,00 3.302 100,00 2.928 100,00

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

(*) Considerando o local de residência do registro do óbito.

Nota: As outras causas definidas foram agrupadas a partir das demais causas não listadas nos capítulos da CID-10 apresentados.

Fonte: Elaboração própria, a partir dos dados brutos do SIM, disponibilizados pelo DATASUS.

GRÁFICO 4.10. MORTALIDADE PROPORCIONAL POR GRUPO DE CAUSAS SELECIONADAS

ESTADO DA BAHIA - Macrorregião Oeste - 2001-2007

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

0120

01

0520

01

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01

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0520

02

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02

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03

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03

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03

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0520

04

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04

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0520

05

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05

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06

0520

06

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06

0120

07

0520

07

0920

07

(%)

Doenças do aparelho circulatório Causas externas Neoplasias Causas mal definidas

67

TABELA 4.12. DISTRIBUIÇÃO DA MORTALIDADE PROPORCIONAL POR GRUPO DE CAUSAS - ESTADO DA BAHIA - Macrorregião Sudoeste (*) - 2001-2007

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Grupo de causas 2001 (%) 2002 (%) 2003 (%) 2004 (%) 2005 (%) 2006 (%) 2007 (%)

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

01. Doenças do aparelho circulatório 1.473 19,90 1.420 18,83 1.500 18,93 1.598 19,13 1.495 19,12 2.428 29,06 2.300 28,03

02. Causas externas 658 8,89 693 9,19 756 9,54 776 9,29 816 10,44 872 10,44 941 11,47

03. Doenças endoc, nutricionais e metab 263 3,55 271 3,59 251 3,17 317 3,79 300 3,84 477 5,71 436 5,31

04. DIP 279 3,77 305 4,04 314 3,96 337 4,03 309 3,95 394 4,72 367 4,47

05. Neoplasias 495 6,69 483 6,40 552 6,97 595 7,12 594 7,60 894 10,70 885 10,78

06. Doenças do aparelho respiratório 382 5,16 379 5,03 443 5,59 492 5,89 376 4,81 663 7,93 589 7,18

07. Afec. origin. período perinatal 359 4,85 357 4,73 376 4,75 362 4,33 364 4,66 352 4,21 335 4,08

08. Doenças do aparelho geniturinário 53 0,72 74 0,98 73 0,92 85 1,02 86 1,10 90 1,08 80 0,97

09. Doenças do aparelho digestivo 239 3,23 261 3,46 287 3,62 298 3,57 307 3,93 375 4,49 356 4,34

10. Outras causas definidas 253 3,42 280 3,71 281 3,55 312 3,73 263 3,36 453 5,42 455 5,54

11. Causas mal definidas 2.949 39,84 3.019 40,03 3.089 38,99 3.182 38,09 2.908 37,20 1.358 16,25 1.462 17,82

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Total 7.403 100,00 7.542 100,00 7.922 100,00 8.354 100,00 7.818 100,00 8.356 100,00 8.206 100,00

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

(*) Considerando o local de residência do registro do óbito.

Nota: As outras causas definidas foram agrupadas a partir das demais causas não listadas nos capítulos da CID-10 apresentados.

Fonte: Elaboração própria, a partir dos dados brutos do SIM, disponibilizados pelo DATASUS.

GRÁFICO 4.11. MORTALIDADE PROPORCIONAL POR GRUPO DE CAUSAS SELECIONADAS

ESTADO DA BAHIA - Macrorregião Sudoeste - 2001-2007

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

45,0

50,0

0120

01

0520

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01

0120

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0520

02

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03

0520

03

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03

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04

0520

04

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04

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05

0520

05

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06

0520

06

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06

0120

07

0520

07

0920

07

(%)

Doenças do aparelho circulatório Causas externas Neoplasias Causas mal definidas

68

TABELA 4.13. DISTRIBUIÇÃO DA MORTALIDADE PROPORCIONAL POR GRUPO DE CAUSAS - ESTADO DA BAHIA - Macrorregião Sul (*) - 2001-2007

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Grupo de causas 2001 (%) 2002 (%) 2003 (%) 2004 (%) 2005 (%) 2006 (%) 2007 (%)

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

01. Doenças do aparelho circulatório 1.863 21,87 1.949 21,48 1.884 20,47 1.939 21,06 1.941 21,50 2.531 27,97 2.569 27,91

02. Causas externas 875 10,27 934 10,29 927 10,07 990 10,76 1.080 11,96 1.036 11,45 1.165 12,65

03. Doenças endoc, nutricionais e metab 524 6,15 615 6,78 656 7,13 646 7,02 663 7,34 738 8,16 862 9,36

04. DIP 406 4,77 418 4,61 445 4,84 389 4,23 428 4,74 444 4,91 416 4,52

05. Neoplasias 632 7,42 674 7,43 712 7,74 737 8,01 770 8,53 901 9,96 914 9,93

06. Doenças do aparelho respiratório 561 6,58 629 6,93 553 6,01 611 6,64 549 6,08 655 7,24 598 6,50

07. Afec. origin. período perinatal 411 4,82 496 5,47 474 5,15 486 5,28 458 5,07 409 4,52 401 4,36

08. Doenças do aparelho geniturinário 88 1,03 119 1,31 105 1,14 98 1,06 113 1,25 116 1,28 113 1,23

09. Doenças do aparelho digestivo 328 3,85 310 3,42 372 4,04 318 3,45 364 4,03 418 4,62 389 4,23

10. Outras causas definidas 305 3,58 339 3,74 369 4,01 302 3,28 330 3,65 391 4,32 391 4,25

11. Causas mal definidas 2.527 29,66 2.590 28,55 2.705 29,40 2.689 29,21 2.334 25,85 1.409 15,57 1.388 15,08

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Total 8.520 100,00 9.073 100,00 9.202 100,00 9.205 100,00 9.030 100,00 9.048 100,00 9.206 100,00

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

(*) Considerando o local de residência do registro do óbito.

Nota: As outras causas definidas foram agrupadas a partir das demais causas não listadas nos capítulos da CID-10 apresentados.

Fonte: Elaboração própria, a partir dos dados brutos do SIM, disponibilizados pelo DATASUS.

GRÁFICO 4.12. MORTALIDADE PROPORCIONAL POR GRUPO DE CAUSAS SELECIONADAS

ESTADO DA BAHIA - Macrorregião Sul - 2001-2007

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

45,0

0120

01

0520

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01

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02

0520

02

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02

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03

0520

03

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03

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04

0520

04

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04

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05

0520

05

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06

0520

06

0920

06

0120

07

0520

07

0920

07

(%)

Doenças do aparelho circulatório Causas externas Neoplasias Causas mal definidas

69

TABELA 4.14. DISTRIBUIÇÃO DA MORTALIDADE PROPORCIONAL POR GRUPO DE CAUSAS - ESTADO DE MINAS GERAIS - Microrregião de Belo Horizonte (*) - 2001-2007

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Grupo de causas 2001 (%) 2002 (%) 2003 (%) 2004 (%) 2005 (%) 2006 (%) 2007 (%)

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

01. Doenças do aparelho circulatório 5.314 32,45 5.195 32,03 5.097 29,27 5.052 28,38 4.661 26,87 5.043 27,65 4.871 27,02

02. Causas externas 2.130 13,01 2.210 13,63 2.753 15,81 2.916 16,38 2.687 15,49 2.682 14,70 2.676 14,85

03. Doenças endoc, nutricionais e metab 763 4,66 671 4,14 744 4,27 734 4,12 762 4,39 833 4,57 809 4,49

04. DIP 859 5,25 802 4,95 886 5,09 822 4,62 816 4,70 803 4,40 793 4,40

05. Neoplasias 2.556 15,61 2.557 15,77 2.621 15,05 2.716 15,26 2.883 16,62 3.011 16,51 3.189 17,69

06. Doenças do aparelho respiratório 1.778 10,86 1.736 10,70 1.738 9,98 1.800 10,11 1.732 9,99 1.783 9,78 1.738 9,64

07. Afec. origin. período perinatal 436 2,66 402 2,48 455 2,61 408 2,29 423 2,44 336 1,84 292 1,62

08. Doenças do aparelho geniturinário 287 1,75 255 1,57 261 1,50 313 1,76 342 1,97 329 1,80 339 1,88

09. Doenças do aparelho digestivo 794 4,85 801 4,94 843 4,84 808 4,54 839 4,84 835 4,58 835 4,63

10. Outras causas definidas 844 5,15 893 5,51 982 5,64 1.024 5,75 1.055 6,08 1.226 6,72 1.205 6,69

11. Causas mal definidas 615 3,76 695 4,29 1.035 5,94 1.206 6,78 1.146 6,61 1.359 7,45 1.278 7,09

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Total 16.376 100,00 16.217 100,00 17.415 100,00 17.799 100,00 17.346 100,00 18.240 100,00 18.025 100,00

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

(*) Considerando o local de residência do registro do óbito.

Nota: As outras causas definidas foram agrupadas a partir das demais causas não listadas nos capítulos da CID-10 apresentados.

Fonte: Elaboração própria, a partir dos dados brutos do SIM, disponibilizados pelo DATASUS.

GRÁFICO 4.13. MORTALIDADE PROPORCIONAL POR GRUPO DE CAUSAS SELECIONADAS

ESTADO DE MINAS GERAIS - Microrregião de Belo Horizonte - 2001-2007

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

(%)

Doenças do aparelho circulatório Causas externas Neoplasias Causas mal definidas

70

TABELA 4.15. DISTRIBUIÇÃO DA MORTALIDADE PROPORCIONAL POR GRUPO DE CAUSAS - ESTADO DO RIO DE JANEIRO - Macrorregião Metropolitana I (*) - 2001-2007

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Grupo de causas 2001 (%) 2002 (%) 2003 (%) 2004 (%) 2005 (%) 2006 (%) 2007 (%)

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

01. Doenças do aparelho circulatório 20.762 28,34 21.577 28,50 20.524 27,48 21.468 28,53 20.600 28,18 21.735 28,76 21.584 28,18

02. Causas externas 9.012 12,30 9.715 12,83 9.597 12,85 9.231 12,27 9.192 12,58 9.067 12,00 9.101 11,88

03. Doenças endoc, nutricionais e metab 4.367 5,96 4.585 6,06 4.563 6,11 4.692 6,24 4.531 6,20 5.057 6,69 5.354 6,99

04. DIP 3.764 5,14 3.906 5,16 4.058 5,43 4.117 5,47 3.933 5,38 3.879 5,13 3.908 5,10

05. Neoplasias 10.540 14,38 10.540 13,92 10.591 14,18 10.977 14,59 10.866 14,87 11.399 15,08 11.682 15,25

06. Doenças do aparelho respiratório 7.805 10,65 7.981 10,54 8.004 10,72 7.875 10,47 7.679 10,51 7.804 10,33 7.754 10,12

07. Afec. origin. período perinatal 1.525 2,08 1.433 1,89 1.433 1,92 1.376 1,83 1.280 1,75 1.182 1,56 1.133 1,48

08. Doenças do aparelho geniturinário 1.270 1,73 1.437 1,90 1.417 1,90 1.584 2,11 1.690 2,31 1.637 2,17 1.637 2,14

09. Doenças do aparelho digestivo 3.075 4,20 3.109 4,11 2.942 3,94 3.235 4,30 3.138 4,29 3.270 4,33 3.329 4,35

10. Outras causas definidas 2.691 3,67 2.718 3,59 2.689 3,60 2.985 3,97 2.908 3,98 3.360 4,45 3.488 4,55

11. Causas mal definidas 8.462 11,55 8.696 11,49 8.869 11,87 7.701 10,24 7.272 9,95 7.183 9,50 7.617 9,95

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Total 73.273 100,00 75.697 100,00 74.687 100,00 75.241 100,00 73.089 100,00 75.573 100,00 76.587 100,00

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

(*) Considerando o local de residência do registro do óbito.

Nota: As outras causas definidas foram agrupadas a partir das demais causas não listadas nos capítulos da CID-10 apresentados.

Fonte: Elaboração própria, a partir dos dados brutos do SIM, disponibilizados pelo DATASUS.

GRÁFICO 4.14. MORTALIDADE PROPORCIONAL POR GRUPO DE CAUSAS SELECIONADAS

ESTADO DO RIO DE JANEIRO - Macrorregião Metropolitana I - 2001-2007

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

0120

01

0520

01

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01

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02

0520

02

0920

02

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0520

03

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03

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0520

04

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04

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0520

05

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0520

06

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06

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07

0520

07

0920

07

(%)

Doenças do aparelho circulatório Causas externas Neoplasias Causas mal definidas

71

TABELA 4.16. DISTRIBUIÇÃO DA MORTALIDADE PROPORCIONAL POR GRUPO DE CAUSAS - ESTADO DO RIO DE JANEIRO - Macrorregião Serrana (*) - 2001-2007

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Grupo de causas 2001 (%) 2002 (%) 2003 (%) 2004 (%) 2005 (%) 2006 (%) 2007 (%)

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

01. Doenças do aparelho circulatório 2.290 35,04 2.364 36,70 2.352 35,34 2.492 36,51 2.342 35,70 2.498 36,51 2.305 34,04

02. Causas externas 715 10,94 670 10,40 691 10,38 663 9,71 648 9,88 633 9,25 696 10,28

03. Doenças endoc, nutricionais e metab 347 5,31 373 5,79 401 6,03 411 6,02 369 5,63 446 6,52 425 6,28

04. DIP 222 3,40 216 3,35 238 3,58 207 3,03 231 3,52 211 3,08 211 3,12

05. Neoplasias 930 14,23 989 15,35 994 14,94 1.011 14,81 1.052 16,04 1.058 15,46 1.110 16,39

06. Doenças do aparelho respiratório 717 10,97 662 10,28 729 10,95 764 11,19 674 10,27 757 11,06 709 10,47

07. Afec. origin. período perinatal 191 2,92 170 2,64 159 2,39 160 2,34 140 2,13 121 1,77 122 1,80

08. Doenças do aparelho geniturinário 119 1,82 84 1,30 107 1,61 121 1,77 119 1,81 122 1,78 156 2,30

09. Doenças do aparelho digestivo 332 5,08 274 4,25 309 4,64 306 4,48 328 5,00 347 5,07 331 4,89

10. Outras causas definidas 278 4,25 291 4,52 326 4,90 357 5,23 359 5,47 365 5,33 375 5,54

11. Causas mal definidas 395 6,04 348 5,40 349 5,24 333 4,88 298 4,54 284 4,15 331 4,89

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Total 6.536 100,00 6.441 100,00 6.655 100,00 6.825 100,00 6.560 100,00 6.842 100,00 6.771 100,00

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

(*) Considerando o local de residência do registro do óbito.

Nota: As outras causas definidas foram agrupadas a partir das demais causas não listadas nos capítulos da CID-10 apresentados.

Fonte: Elaboração própria, a partir dos dados brutos do SIM, disponibilizados pelo DATASUS.

GRÁFICO 4.15. MORTALIDADE PROPORCIONAL POR GRUPO DE CAUSAS SELECIONADAS ESTADO DO RIO DE JANEIRO - Macrorregião Serrana - 2001-2007

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

45,0

0120

01

0520

01

0920

01

0120

02

0520

02

0920

02

0120

03

0520

03

0920

03

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0520

04

0920

04

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0520

05

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05

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0520

06

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06

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07

0520

07

0920

07

(%)

Doenças do aparelho circulatório Causas externas Neoplasias Causas mal definidas

72

TABELA 4.17. DISTRIBUIÇÃO DA MORTALIDADE PROPORCIONAL POR GRUPO DE CAUSAS - ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - Macrorregião Metropolitana (*) - 2001-2007

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Grupo de causas 2001 (%) 2002 (%) 2003 (%) 2004 (%) 2005 (%) 2006 (%) 2007 (%)

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

01. Doenças do aparelho circulatório 9.047 31,95 8.939 31,05 8.680 29,69 8.600 28,69 8.602 28,89 8.969 29,30 9.484 29,82

02. Causas externas 2.942 10,39 3.219 11,18 3.103 10,61 3.183 10,62 3.085 10,36 3.141 10,26 3.464 10,89

03. Doenças endoc, nutricionais e metab 1.353 4,78 1.497 5,20 1.479 5,06 1.667 5,56 1.723 5,79 1.668 5,45 1.684 5,29

04. DIP 1.539 5,43 1.578 5,48 1.689 5,78 1.690 5,64 1.716 5,76 1.773 5,79 1.767 5,56

05. Neoplasias 5.378 18,99 5.457 18,96 5.601 19,16 5.828 19,44 6.042 20,29 6.215 20,31 6.362 20,00

06. Doenças do aparelho respiratório 3.613 12,76 3.346 11,62 3.444 11,78 3.653 12,18 3.493 11,73 3.560 11,63 3.711 11,67

07. Afec. origin. período perinatal 510 1,80 477 1,66 466 1,59 486 1,62 443 1,49 430 1,40 406 1,28

08. Doenças do aparelho geniturinário 397 1,40 427 1,48 380 1,30 460 1,53 412 1,38 519 1,70 466 1,47

09. Doenças do aparelho digestivo 1.486 5,25 1.458 5,06 1.469 5,02 1.445 4,82 1.403 4,71 1.537 5,02 1.506 4,74

10. Outras causas definidas 1.295 4,57 1.358 4,72 1.419 4,85 1.488 4,96 1.504 5,05 1.588 5,19 1.771 5,57

11. Causas mal definidas 757 2,67 1.030 3,58 1.508 5,16 1.480 4,94 1.351 4,54 1.208 3,95 1.183 3,72

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Total 28.317 100,00 28.786 100,00 29.238 100,00 29.980 100,00 29.774 100,00 30.608 100,00 31.804 100,00

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

(*) Considerando o local de residência do registro do óbito.

Nota: As outras causas definidas foram agrupadas a partir das demais causas não listadas nos capítulos da CID-10 apresentados.

Fonte: Elaboração própria, a partir dos dados brutos do SIM, disponibilizados pelo DATASUS.

GRÁFICO 4.16. MORTALIDADE PROPORCIONAL POR GRUPO DE CAUSAS SELECIONADAS

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - Macrorregião Metropolitana - 2001-2007

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

0120

01

0520

01

0920

01

0120

02

0520

02

0920

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03

0920

03

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0520

04

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05

0520

05

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05

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06

0520

06

0920

06

0120

07

0520

07

0920

07

(%)

Doenças do aparelho circulatório Causas externas Neoplasias Causas mal definidas

73

TABELA 4.18. DISTRIBUIÇÃO DA MORTALIDADE PROPORCIONAL POR GRUPO DE CAUSAS - ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - Macrorregião da Serra (*) - 2001-2007

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Grupo de causas 2001 (%) 2002 (%) 2003 (%) 2004 (%) 2005 (%) 2006 (%) 2007 (%)

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

01. Doenças do aparelho circulatório 1.757 32,11 1.659 30,61 1.688 29,52 1.879 31,10 1.658 28,46 1.713 27,75 1.760 29,28

02. Causas externas 667 12,19 641 11,83 691 12,08 646 10,69 720 12,36 752 12,18 687 11,43

03. Doenças endoc, nutricionais e metab 254 4,64 262 4,83 291 5,09 302 5,00 325 5,58 316 5,12 362 6,02

04. DIP 142 2,60 150 2,77 186 3,25 152 2,52 164 2,81 159 2,58 161 2,68

05. Neoplasias 1.101 20,12 1.151 21,24 1.230 21,51 1.303 21,57 1.295 22,23 1.459 23,64 1.400 23,29

06. Doenças do aparelho respiratório 647 11,83 555 10,24 628 10,98 647 10,71 573 9,84 645 10,45 552 9,18

07. Afec. origin. período perinatal 99 1,81 100 1,85 92 1,61 123 2,04 110 1,89 109 1,77 90 1,50

08. Doenças do aparelho geniturinário 72 1,32 92 1,70 90 1,57 97 1,61 91 1,56 94 1,52 112 1,86

09. Doenças do aparelho digestivo 316 5,78 325 6,00 300 5,25 314 5,20 307 5,27 331 5,36 321 5,34

10. Outras causas definidas 250 4,57 288 5,31 283 4,95 296 4,90 319 5,48 361 5,85 361 6,01

11. Causas mal definidas 166 3,03 196 3,62 240 4,20 282 4,67 264 4,53 234 3,79 205 3,41

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Total 5.471 100,00 5.419 100,00 5.719 100,00 6.041 100,00 5.826 100,00 6.173 100,00 6.011 100,00

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

(*) Considerando o local de residência do registro do óbito.

Nota: As outras causas definidas foram agrupadas a partir das demais causas não listadas nos capítulos da CID-10 apresentados.

Fonte: Elaboração própria, a partir dos dados brutos do SIM, disponibilizados pelo DATASUS.

GRÁFICO 4.17. MORTALIDADE PROPORCIONAL POR GRUPO DE CAUSAS SELECIONADAS

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - Macrorregião da Serra - 2001-2007

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

0120

01

0520

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07

0520

07

0920

07

(%)

Doenças do aparelho circulatório Causas externas Neoplasias Causas mal definidas

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este relatório descreveu parte dos resultados do projeto de pesquisa e desenvolvimento

“Observatório de Tecnologias de Informação e Comunicação em Sistemas e Serviços de Saúde

(OTICSSS)”, financiado com recursos provindos do Edital CNPq/DECIT nº 23/2006. O conceito

utilizado para o Observatório foi de um conjunto de soluções tecnológicas e operacionais

abrangendo aspectos tecnológicos e político-organizacionais, visando qualificar o

monitoramento e a avaliação de indicadores de saúde, bem como criar meios que facilitem o

acesso e a troca de informações entre os diversos atores envolvidos direta ou indiretamente

com informação em saúde, estabelecendo a base para um processo contínuo de gestão e para

a educação permanente em saúde.

O resultado alcançado foi a plena implantação do Portal do Observatório e, além das

dimensões tecnológicas e operacionais previstas inicialmente, constituiu uma rede científica

de pesquisa, produção de conhecimentos e desenvolvimento de tecnologias para a gestão e

para o ensino na saúde envolvendo sujeitos e instituições de ensino e pesquisa, de gestão, de

serviços e de participação distribuídas pelo país. Em termos de produção conceitual, o projeto

ampliou e adensou o conceito de ambientes educacionais híbridos, de ciclo informacional

constituído pelo intervalo dado-inteligência coletiva, de perspectivas teórico-conceituais de

aproximação do ensino na saúde com a informação e a comunicação e de avaliação em saúde.

Em termos de desenvolvimento de tecnologias e metodologias, foram considerados os eixos

indicados pelos objetivos específicos:

a) Avaliar o desempenho dos sistemas de saúde, isto é, o grau com que os objetivos e

execução das metas pré-estabelecidas nas políticas nacionais e regionais de saúde são

atingidos:

Em relação a esse eixo, foram desenvolvidas, conforme o previsto,

metodologias de avaliação de sistemas e serviços de saúde, com base em

bases de dados dos sistemas nacionais de informação. A metodologia

desenvolvida permite a associação de informações, com a produção de

indicadores em relação a diferentes dimensões do sistema de saúde,

inclusive com outras bases de dados, desde que com o mesmo nível de

granulação dos microdados. Neste relatório a metodologia foi apresentada

por meio dos indicadores de mortalidade proporcional em 17 (dezessete)

regiões de saúde de 07 (sete) Unidades da Federação, ampliando-se a meta

prevista inicialmente de 06 (seis) regiões em distintos estados. No Portal do

OTICSSS estão disponíveis outros indicadores definidos e caracterizados pela

75

RIPSA que abrangem a totalidade das regiões de saúde do país, na totalidade

dos Estados. Mais do que metodologia de avaliação com base na criação de

indicadores, o projeto viabilizou a avaliação da metodologia com base no uso

da mesma em diferentes atividades de ensino e de gestão, que validaram a

metodologia e, mais do que isso, demonstraram um grande potencial para

avanços em uma “cultura de avaliação”. Assim, foram desenvolvidos usos

desses indicadores para o ensino em diferentes cursos na área da saúde,

para a gestão da informação científica e tecnológica, para a gestão do

trabalho, para a regulação de redes e serviços, para a gestão regionalizada,

para o controle social e a participação em saúde, entre outros. O objetivo

específico definido no projeto foi, portanto, superado na medida em que não

somente se fez a avaliação, como também se desenvolveu uma metodologia

de análise, acessível para o ensino e para a gestão, que está disponível no

Portal OTICSSS e com atualização constante.

b) Fortalecer a criação de grupos de pesquisa na área de informação em saúde nas

instituições parceiras:

A meta de criação de grupos de pesquisa nas instituições parceiras também

foi superada. O Projeto OTICSSS foi institucionalizado em diversas

instituições e atualmente envolve um grupo de pesquisadores com os mais

diversos níveis de formação acadêmica e distintas inserções institucionais,

incluindo instituições de ensino e de atenção e gestão do sistema de saúde.

Aproximadamente 80 (oitenta) participantes estão vinculados diretamente

ao projeto. As instituições parceiras contribuíram com o pagamento de horas

de pesquisa de diversos participantes vinculados às mesmas, principalmente

no caso da UFRGS, do GHC, da UCS, da UFPA, da FIOCRUZ, da FESO, da

Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro, do Hospital

Barros Barreto, da UFMG, da SES/BA, da SES/TO e do Ministério da Saúde.

Diversas instituições parceiras também viabilizaram parte das oficinas, das

reuniões técnicas e das expedições técnicas realizadas, por meio do custeio

de deslocamentos e hospedagem, de infra-estrutura para as atividades, do

deslocamento de alguns colaboradores convidados para os seminários. Por

fim, diversos trabalhos de conclusão de cursos de graduação, de

especializações e de mestrados tomaram/vêm sendo realizados com

interfaces com o Observatório. Mas a institucionalização do projeto, o apoio

financeiro e operacional e o envolvimento de professores, pesquisadores,

estudantes, técnicos e trabalhadores dos serviços para viabilizar o expressivo

volume de participantes do projeto nas diversas instituições não esgota a

base de avaliação do cumprimento e superação da meta definida no

enunciado do objetivo específico. O conceito de produção em rede científica,

desenvolvido no projeto, permitiu a criação e vinculação de diversos sub-

projetos de interesse institucional dos diferentes participantes, visíveis nos

indicadores de produção dos pesquisadores, assim como a viabilidade de

manutenção financeira do projeto nos próximos anos. Avalia-se, nesse

momento, a criação de um Grupo de Pesquisas no Diretório do CNPq.

76

c) Criar uma solução tecnológica para ambiente educacional, integrado ao Observatório

com a finalidade de facilitar o acesso aos alunos de cursos de graduação da área da

saúde dos resultados encontrados:

O Portal OTICSSS incorpora diversas soluções tecnológicas desenvolvidas com

a metodologia proposta no projeto e incrementada no decorrer desta

primeira etapa do projeto. Conforme descrito no terceiro capítulo, o

ambiente educacional não foi ofertado apenas aos alunos de cursos de

graduação, senão também de especialização, residências multiprofissionais e

mestrados. O ambiente criado contém diversas soluções criativas para o

aprendizado, que põe a ciência da informação e a informática em intenso

diálogo com a educação e a saúde coletiva, em particular com as concepções

atuais de ensino problematizador, educação permanente e pedagogias ativas

de aprendizagem. Um uso piloto no mestrado internacional em gestão em

saúde, promovido pela Universidade de Bologna – Sede em Buenos Aires,

com participantes de diversos países da América Latina, fortaleceu uma das

prioridades para a próxima etapa: a criação de ambientes em inglês e

espanhol para ampliação dos usos do Portal, já em domínio mais facilmente

acessível (.org). Além da oferta de funcionalidades e acesso a indicadores

para estudantes da área da saúde, o Portal desenvolveu funcionalidades para

apoio a atividades de educação permanente em saúde de trabalhadores dos

mais diversos tipos de serviço e também para o suporte às atividades de

produção de conhecimentos da própria rede científica que o mantém. Foi

amplamente superada a proposição inicial contida nesse objetivo específico

d) Disponibilizar para os alunos dos cursos de graduação da área da Saúde das

instituições proponentes, os conselhos municipais de saúde e gestores municipais um

diagnóstico situacional dos respectivos sistemas municipais de saúde, de forma

permanente e atualizada, fortalecendo a divulgação científica em saúde:

Esse objetivo também foi plenamente alcançado, conforme já se definiu. Os

indicadores, atualizados constantemente na medida do acesso a microdados

dos sistemas de informação, estão disponíveis para todo o território

nacional. Além de informações e indicadores com base nos sistemas de

informação, o Portal OTICSSS também disponibiliza publicações e

documentos com informações adicionais em relação ao diagnóstico da

situação de sistemas municipais e regionais de saúde, além de outros

documentos de apoio.

Conforme se pode verificar, a primeira fase do Projeto OTICSSS alcançou e superou os objetivos

previstos inicialmente. Merecem destaque algumas tecnologias produzidas e que permitem avanços

no que se refere ao contexto da informação em saúde. Entre elas:

A tipologia de classificação e a metodologia de análise de experiências em informação

e informática em saúde para utilização no ensino e na gestão em saúde: essa

tecnologia, desenvolvida e implementada no projeto, permite a avaliação das

experiências em múltiplas localizações com base em disposições da política nacional

de informação e informática e, mais do que isso, permite alimentar o repositório de

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soluções que, a exemplo da rede de centros colaboradores proposta naquela política,

fomenta o intercâmbio de experiências entre os participantes da rede. Além disso,

permite uma análise com maior detalhe de experiências, associando a camada de uso

da informação e a camada tecnológica, que ainda é infreqüente na produção de

conhecimentos desta área, mantendo particularidades em grandes agregados de usos.

A utilização em âmbito locorregional dos conceitos e metodologias de definição e uso

de indicadores em saúde desenvolvidos pela Rede Interagencial de Informações para a

Saúde (RIPSA).

A ampliação e diversificação de soluções tecnológicas e operacionais que compõem os

chamados ambientes virtuais de aprendizagem, permitindo funcionalidades de usos

em tempo real e a mixagem de atividades presenciais e à distância, constituindo o

conceito de ambientes híbridos de aprendizagem.

Desenvolvimento e implantação de funcionalidades para suporte à produção

multicêntrica, por meio de atividades presenciais e não presenciais, à distância, como

videoconferências, chats, listas de discussão, glossário, construção compartilhada de

textos etc.

Desenvolvimento de ferramenta para a disseminação científica de produções em

texto, em voz e em imagem (vídeos e fotografias), disponíveis no Portal OTICSSS.

Mas os avanços que mais surpreendem os coordenadores do projeto, entretanto, são relativos à

dimensão das diferentes mediações que foram produzidas nas práticas cotidianas dos participantes

do projeto e avanços conceituais no campo da informação em saúde. Em relação ao primeiro

aspecto, a produção em rede científica envolveu um número expressivo de participantes e

instituições de diferentes naturezas nas diversas regiões. Mesmo tendo sido uma aposta desde o

início do projeto, a integração – prudente designar por produção de diversos pontos de contato –

entre instituições acadêmicas e serviços superou a expectativa inicial, não somente em termos

quantitativos, mas também em termos de alteridade à produção. Ações multiinstitucionais de

caráter solidário no campo da produção científica são escassas ou, pelo menos, pouco visíveis. Nesse

caso, envolveram o ensino na saúde e a gestão, provocando um deslocamento conceitual nas

formulações sobre a educação na saúde: não apenas restringiu-se à rede de serviços de saúde, que

responde ao paradigma da integração ensino-serviços, mas abrangeu outras dimensões do sistema

de saúde, constituindo-se num novo paradigma, de integração ensino-sistema de saúde.

Um segundo aspecto da mediação à qual nos referíamos no parágrafo anterior é relativo ao caráter

interdisciplinar da produção. Se a condição de multiprofissionalidade é facilmente visível pela

formação diversa dos participantes, a superação da lógica disciplinar terá que ser buscada nas

diferentes correntes teóricas, na heterogeneidade de campos em que se buscaram conceitos e

abordagens metodológicas, nos diversos links entre a informática e o ensino, a informática e a

gestão, a informação e a informática, a informação e a comunicação, a saúde e a sociologia do

trabalho, a saúde e a educação. Enfim, a construção de produção em rede assumiu um caráter de

produção com base em pensamentos heterogêneos que, por um lado, desafiou a coordenação de

forma intensa, mas, de outro motivou pelo sempre renovado potencial de criação e de produção de

novos planos para o pensamento. O que se denominou de ciclo dado-inteligência coletiva foi

construído com base numa cartografia de práticas heterogêneas, com capacidade de falseamento

recíproco com base na vinculação ao cotidiano. Assim, esse conceito tem, atualmente, o sentido de

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uma rede distribuída de saberes, coordenada em tempo real e mobilizada pelo enriquecimento e

crescimento mútuo, como nos disse Lévy (1998), mas também é expressão da implicação ética dos

indivíduos e coletivos com a invenção de novas possibilidades de saúde e, portanto, com um plano

estético para a mesma (Ceccim & Ferla, 2009).

Para finalizar a análise das contribuições do projeto, além do cumprimento e da superação das metas

e as contribuições metodológicas e conceituais já brevemente descritas, esta primeira fase teve

capacidade de mobilizar recursos cognitivos e institucionais suficientes para a garantia da viabilidade

da próxima fase, que se desenvolverá nos próximos três anos. A consolidação das tecnologias

produzidas, a disponibilização mais ampliada das mesmas, o aprofundamento analítico das grandes

bases de informações do trabalho empírico e disponível, o aprofundamento na pesquisa e no

desenvolvimento das interfaces entre a informação e suas tecnologias, a gestão e o ensino em áreas

específicas do campo da saúde, como a atenção básica, a gestão da incorporação de novas

tecnologias e a regionalização, entre outras abordagens, estão no escopo das produções planejadas

para o próximo período.

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