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RELATÓRIO DA VISITA AOS MISSIONÁRIOS DA CONSOLATA DE ANGOLA Depois de muitos anos, os Missionários da Consolata cumpriram o sonho do seu fundador, o Beato José Allamano: Criar missões em Angola. Em 1920, por falta de missionários, teve de recusar o convite que lhe fora feito nesse sentido. Finalmente, no Capítulo Geral de 2005 os Missionários da Consolata optaram pela abertura da presença do Instituto num segundo país lusófono em África. Num primeiro momento pensou-se a uma abertura na Guiné-Bissau, onde as Missionárias da Consolata já trabalhavam. Em seguida fez-se a opção por Angola. Os estudos para a abertura da missão em Angola iniciaram em 2009. A atenção, fixou-se sobre três territórios bem distintos: a diocese de Namibe, no sul do país, região pobre e carente de missionários; a diocese de Mbanza- Congo, no norte, também necessitada de pessoal missionário e a periferia urbana em torno da capital Luanda, nas recém-criadas dioceses de Caxito e Viana, onde se concentram cerca de cinco milhões de pessoas, em condições que clamam por uma presença consoladora. Motivos vários, ligados sobretudo à opção pelas periferias urbanas, levaram à escolha da região de Luanda, na Diocese de Viana, para a abertura da primeira missão em 1 de Agosto de 2014. O primeiro grupo de missionários da Consolata destinado abrir a nova missão em Angola preparou-se em Moçambique onde permanecem de Abril a Julho de 2014 para um período de conhecimento recíproco e de estudo da realidade sócio-política e religiosa em Angola. Foram escolhidos três missionários jovens: P. Silvestre Oluoch Ogutu, queniano, P. Fredy Gómez Pérez, colombiano, e o P. Dani Romero Gonzalez, venezuelano. Os Missionários da Consolata assumiram a responsabilidade da quase paróquia de Santo Agostinho de Kapalanga pertencente à Paróquia da Santíssima Trindade, na periferia de Viana. Aqui acompanham a comunidade cristã na sua caminhada de fé e de esperança, sobretudo constituem uma presença de consolação entre os mais pobres. Angola é assim o oitavo país de África onde os missionários da Consolata trabalham, depois do Quénia (1902), Etiópia (1913), Tanzânia (1925), Moçambique (1925), África do Sul (1940), Congo (1972), Uganda (1985) e Costa do Marfim (1996). Quinta-feira, 17 de Dezembro Encontro com D. Jesus Tirso Blanco, Bispo de Lwena. Primeiro encontro comunitário. Início da Novena de Natal. Cheguei a Luanda às 12.30 no voo da Ethipian Airlains com escala em Addis Abeba. No aeroporto estava à minha espera o P. Silvestre Oguto. Conduziu-me à residência da

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RELATÓRIO DA VISITA AOS MISSIONÁRIOS DA CONSOLATA DEANGOLA

Depois de muitos anos, os Missionários da Consolata cumpriram o sonho do seufundador, o Beato José Allamano: Criar missões em Angola. Em 1920, por falta demissionários, teve de recusar o convite que lhe fora feito nesse sentido. Finalmente, noCapítulo Geral de 2005 os Missionários da Consolata optaram pela abertura da presençado Instituto num segundo país lusófono em África. Num primeiro momento pensou-se auma abertura na Guiné-Bissau, onde as Missionárias da Consolata já trabalhavam. Emseguida fez-se a opção por Angola. Os estudos para a abertura da missão em Angolainiciaram em 2009. A atenção, fixou-se sobre três territórios bem distintos: a diocese deNamibe, no sul do país, região pobre e carente de missionários; a diocese de Mbanza-Congo, no norte, também necessitada de pessoal missionário e a periferia urbana emtorno da capital Luanda, nas recém-criadas dioceses de Caxito e Viana, onde seconcentram cerca de cinco milhões de pessoas, em condições que clamam por umapresença consoladora. Motivos vários, ligados sobretudo à opção pelas periferiasurbanas, levaram à escolha da região de Luanda, na Diocese de Viana, para a aberturada primeira missão em 1 de Agosto de 2014.O primeiro grupo de missionários da Consolata destinado abrir a nova missão emAngola preparou-se em Moçambique onde permanecem de Abril a Julho de 2014 paraum período de conhecimento recíproco e de estudo da realidade sócio-política ereligiosa em Angola. Foram escolhidos três missionários jovens: P. Silvestre OluochOgutu, queniano, P. Fredy Gómez Pérez, colombiano, e o P. Dani Romero Gonzalez,venezuelano. Os Missionários da Consolata assumiram a responsabilidade da quase paróquia de SantoAgostinho de Kapalanga pertencente à Paróquia da Santíssima Trindade, na periferia deViana. Aqui acompanham a comunidade cristã na sua caminhada de fé e de esperança,sobretudo constituem uma presença de consolação entre os mais pobres.Angola é assim o oitavo país de África onde os missionários da Consolata trabalham,depois do Quénia (1902), Etiópia (1913), Tanzânia (1925), Moçambique (1925), Áfricado Sul (1940), Congo (1972), Uganda (1985) e Costa do Marfim (1996).

Quinta-feira, 17 de Dezembro

Encontro com D. Jesus Tirso Blanco, Bispo de Lwena. Primeiro encontrocomunitário. Início da Novena de Natal.Cheguei a Luanda às 12.30 no voo da Ethipian Airlains com escala em Addis Abeba. Noaeroporto estava à minha espera o P. Silvestre Oguto. Conduziu-me à residência da

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comunidade IMC no Bairro de Kapalanga, na periferia de Viana. Pouco antes de mimtinham chegado de Roma, via Lisboa, o Superior Geral, P. Stefano Camarlengo, e oConselheiro Geral para a África, o P. Marco Marini. Fomos bem recebidos pelos nossosconfrades: P. Fredy, P. Dani e P. Silvestre. Esta era primeira visita de um grupo demissionários da Consolata depois da abertura da Missão em Angola. Depois do almoço, veio ao nosso encontro para uma reunião o Bispo de Luena, D.Jesus Tirso Blanco, Salesiano de origem argentina. O objectivo do encontro era dar-nosa conhecer a situação pastoral da sua Diocese e a necessidade de missionários. ADiocese de Luena (antiga Diocese de Luso), encontra-se no extremo leste de Angola, naProvíncia de Moxico, fazendo fronteira com o Congo e a Zâmbia. Região evangelizadapelos Beneditinos, a Diocese de Luena foi criada em 1 de Julho de 1963. Com umaextensão de 223.023 km2, duas vezes e meia maior que o território de Portugal, eapenas 750.000 habitantes, Luena é a maior diocese de Angola. Tem pouco mais de umadezena de sacerdotes diocesanos e 14 sacerdotes religiosos. As paróquias emfuncionamento são 14. Os missionários da Consolata, Pe. Fredy e Pe. Silvestre,visitaram a Diocese de Lwena nos dias 23 a 27 de Novembro de 2015. Visitaram com oBispo duas zonas da Diocese: a Comuna de Cangumbe e o Município de Luacano.A Comuna de Cangumbe, adstrita ao município sede (Moxico), dista a 102quilómetros da cidade do Luena. Tem uma população estimada em 16.504 habitantesque se dedicam à agricultura de subsistência. A vila de Cangumbe é assistidapastoralmente pela equipa missionária da Paróquia de São Paulo e São Pedro de Luena,sendo visitada periodicamente pelo pároco. Em Cangumbe encontra-se umacomunidade de Irmãs Franciscanas Missionarias de Maria. A comunidade cristã contacom uma capela do tempo colonial, uma casa anexa à capela onde moram as irmãs emais uma casa ligada a um projecto de apicultura que é nova e em boas condições. Acomunidade cristã conta ainda com um grande terreno para as estruturas próprias dafutura paróquia. A segunda zona visitada, é o município de Luacano, distante de Cidade de Lwena 280Km. A comunidade cristã conta com uma capela do tempo colonial e com uma casa pararesidência missionária em construção na sede do município, duas casas à espera depoder acolher os Padres e uma congregação de irmãs e um vasto terreno para aconstrução da futura igreja paroquial e outras obras. Além da comunidade na vila-sedede Luacano, existe uma serie de comunidades rurais espalhadas num vasto território,quatro delas ao redor do lago Dilolo a 62 Km de Luacano. Os habitantes desta regiãosofreram muito no tempo da guerra, muitos tiveram de fugir e aqueles que ficaramestiveram muito tempo sozinhos sem acompanhamento pastoral; muitas aldeiasdesapareceram, algumas delas tentam ressurgir aos poucos. É de louvar o trabalho doscatequistas que na ausência de Padres, continuaram, mesmo nas dificuldades, aanimação daqueles que não fugiram. As relações com a administração pública são boas.A questão da distância é remediada pelo comboio que une Luacano a Luena duas vezespor semana. D. Tirso Blanco, Bispo de Luena desde 2008, falou-nos com entusiasmo da sua Diocese.Confia inteiramente na generosidade, solidariedade e espírito de serviço dos seusmissionários, irmãos, irmãs e missionários leigos para garantirem e impulsionarem avida da igreja local. A Diocese de Lwena, a maior de Angola, com uma presença aindapequena de missionários, “uma gota de água num oceano, onde a messe é tão grande,mas os operários são poucos”. A Diocese está numa fase de reconstrução do tecidosocial, dos valores humanos e espirituais, mas também de infra-estruturas. E contatambém com uma serie de projectos pastorais e de promoção humana nomeadamentenas áreas da agricultura e da educação. Comprometeu-se a criar as condições

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necessárias para o acolhimento dos Missionários da Consolata seja em Cangumbe sejaem Luacano: reestruturação da residência missionária e dotá-la do necessário paraacolher os missionários e meio de transporte. D. Tirso Blanco conta com a nossacolaboração dos Missionários da Consolata também nos serviços diocesanos, sobretudonas comissões de pastoral. Agradeceu muito a disponibilidade dos Missionários daConsolata pela sua abertura a uma possível e futura presença missionária na diocese eexpressou à nossa comunidade missionária de Santo Agostinho de Kapalanga os votosde boa caminhada comunitária e pastoral.Ficou combinada uma visita do Superior Geral, P. Stefano Camarlengo, e do SuperiorRegional de Moçambique, P. Diamantino Antunes, à Diocese de Luena. A partida ficoumarcada para Domingo de manhã e regresso na Quarta-Feira. D. Tirso Blanco fez deimediato os contactos com os seus colaboradores para prepararem tudo para facultarema nossa visita a Cangumbe e Luacano. À tarde, depois da celebração da Novena nas comunidades, reunimo-nos com acomunidade IMC de Kapalanga. O Padres Fredy, Silvestre e Dani narram a suaexperiência missionária em Angola desde a sua chegada no dia 1 de Agosto de 2014,provenientes de Moçambique. Foram muito bem recebidos pela comunidade dosMissionários Xaverianos de Yarumal, que os acolheram durante 3 meses na suaresidência na cidade de Viana. Evidenciam também o bom acolhimento por parte doBispo de Viana, D. Joaquim Ferreira Lopes, e do clero e religiosos/as da Diocese. Apartir de Viana, usando transporte público, os três missionários dirigiam-se diariamenteà comunidade de Santo Agostinho de Kapalanga para a assistência religiosa e oconhecimento dos seus fiéis. A partir do dia 15 de Outubro passam a viver no bairro deKapalanga, numa casa alugada pela comunidade cristã de Santo Agostinho. Aos poucosos missionários dão-se a conhecer aos católicos do bairro e prestam uma assistênciapastoral a 7 comunidades da Paróquia da Santíssima Trindade. Entretanto, cada um dosmissionários vai inserindo-se na pastoral diocesana e colabora em diferentes comissõesde pastorais: Juventude (P. Dani) e Famílias (P. Fredy). Depois de um 1 ano de trabalhopastoral e vendo a maturidade da comunidade cristã e o bom trabalho realizado pelosMissionários da Consolata, o Bispo de Viana decide a criação da nova Paróquia deSanto Agostinho de Kapalanga. De 28 a 30 de agosto de 2015, a Paróquia de SantoAgostinho, recebeu o Bispo de Viana em visita pastoral, que passou pelas setecomunidades que constituem a nova Paróquia. D. Joaquim Ferreira Lopes ficouimpressionado com o desenvolvimento alcançado em tão pouco tempo. Administrou osacramento do Crisma a um grupo de 90 jovens e adultos. A visita pastoral concluiu-secom a Missa Pontifical durante a qual o Bispo de Viana leu o decreto da criação daParóquia de Santo Agostinho e o Padre Fredy foi empossado como pároco. No decretode ereção da Paróquia, Dom Joaquim Ferreira Lopes salientou o crescimento dacomunidade cristã e o empenho pastoral dos Missionários da Consolata, razão que levouà criação da nova Paróquia: "Tendo sido constituída a Paróquia de Santo Agostinho aos12 de Dezembro de 2014 por divisão da Paróquia da SS. Trindade e entregue à curapastoral dos Missionários da Consolata, a Divina Providência, concedendo-lhe a graçade um crescimento extraordinário, e uma consolidação pastoral verdadeiramenteimpressionante num espaço de tempo muito curto. O selo pastoral dos Missionários daConsolata e a resposta da comunidade do Povo de Deus ao seu empenho, redundou numcrescimento e amadurecimento pastoral dignos de nota".Os Padres Fredy, Dany e Silvestre, destacam o esforço e colaboração da comunidadecristã local: o seu trabalho, a sua generosidade e o carinho que têm demonstrado paracom os Missionários da Consolata. Tudo quanto se tem realizado, tem-se feito comcontribuições locais. Concluem o encontro afirmando que "Árduo tem sido o trabalho

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realizado, mas ainda temos muito para realizar. Este é o compromisso que assumimos.Achamos que estamos fazendo bem feito, como deve ser realizado pelos Missionáriosda Consolata".

Sexta-Feira, 18 de Dezembro: Visita à Diocese de Caxito, encontro com o Bispo D. António Jaca SVD e visita àComuna de Funda

Visitámos hoje Caxito, capital da província do Bengo e sede da Diocese de Caxito. DeKapalanga a Caxito, pela Via Expressa que conduz de Luanda para o Norte de Angola,são menos de 50 km. A Província do Bengo tem 25 139 km² e é composta por seis municípios - Ambriz,Bula Atumba, Dande, Dembos, Nambuangongo e Pango Aluquém - e faz parte dohabitat da etnia dos Ambundu. No entanto, as migrações causadas pela guerra levaram àconstituição de núcleos de Bakongo e de Ovimbundu no seu território. Nas últimasdécadas, o enorme crescimento demográfico de Luanda fez com que uma parte da suapopulação fosse morar no Bengo. A população total da província não para de aumentar.Em 6 de junho de 2007, o Santo Padre Bento XVI erigiu a Diocese de Caxito, comterritório desmembrado da arquidiocese de Luanda. A Diocese de Caxito corresponde aoterritório da Província do Bengo e o território do populoso município de Cacuaco,pertencente à Província de Luanda. Confina a norte com as dioceses de Mbanza Congoe Uije, a leste com a diocese de Ndalatando e a oeste com a arquidiocese de Luanda.Pertencem à nova diocese os seguintes Municípios: Ambriz, Bula Atumba, Dande,Dembos, Nambuangongo, Pango Aluquém e Cacuaco. A igreja paroquial de "SantaAna" de Caxito é a Catedral Diocese de Caxito.O Bispo de Caxito é D. António Francisco Jaca, S.V.D, Missionário Verbita. Recebeu-nos com grande amabilidade no Centro Pastoral Diocesano onde funciona a CuriaDiocesana e a Residência Episcopal. Apresentou-nos a realidade pastoral da sua Diocesedividida em 3 zonas distintas: a zona rural, a zona urbana e a zona litoral. A populaçãoencontra-se distribuida de uma maneira desigual nestas três zonas. A maiorconcentração urbana encontra-se no municipio de Cacuaco. O Município de Cacuaco situa-se no extremo norte da província de Luanda e distaaproximadamente a 20 quilómetros da capital de Angola, fazendo fronteira a norte e aleste com a província do Bengo, a sul com o município de Viana e, a oeste com ooceano atlântico. É atravessado de norte a sul pelo rio Bengo. Tem uma superfícieterritorial de 3.335 km2, repartidos por três (3) comunas: Kikolo, Cacuaco-sede eFunda, com uma densidade populacional de cerca de 1000.000 de habitantes. É justamente a area pastoral de Cacuaco que preocupa o Bispo de Caxito visto que estapopolosa região é atendida pastoralmente apenas por 5 paroquias: 3 na Comuna de

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Kikolo, a Paróquia de Santa Isabel e a Paróquia do Bom Pastor, servidas pelosmissionários da Sociedade Missionária de África (SMA), a Paróquia de Cristo-Rei,confiada a um sacerdote Fidei Donum italiano. 1 Paróqua na Vila de Cacuaco-Centro, aParóquia de São João Baptista, servida pelos missionarios do Verbo Divino (SVD) e 1Paróquia na Comuna da Funda, onde se encontra o santuario de Santo António deKifangondo, ela também é servida pelos missionarios SVD. É urgente criar novasparóquias nesta periferia urbana da grande Luanda.É na Comuna de Funda, a 10 km a leste do Santuario de Santo António de Kifangondo;uma área que está em constante crescimento populacional, que o Bispo de Caxito vêcom bons olhos a presença dos Missionários da Consolata.Com este objectivo convida-nos a visitar aquela zona acompanhados pelo Vigário Geralda Diocese, o Padre Angelo Besenzoni SMA, missionário da Sociedade Missionária deÁfrica. Despedimo-nos de D. António Francisco Jaca e visitamos a catedral dedicada a SantaAna, situada ao lado da antiga capela santuário “Santa Ana”, que também visitámos. Adevoção a Santa Ana é uma herança cultural da Rainha Njinga Mbandi, que no dia doseu baptismo, em Luanda, no ano de 1622 mandou construir uma capela com nome dasanta de que era devota que veio a ser construída em 1885 e elevada a categoria desantuário, lugar de peregrinação de milhares de católicos ao longo do ano.Usando a Via Expresso em direcção de Luanda, atravessámos o rio Bengo, e parámos naParóquia/Santuário de Santo António de Kifangondo, confiada à cura pastoral dosMissionários do Verbo Divino. Aqui almoçamos bem acolhidos pelos Padres Verbitas eas Irmãs Servas do Espírito Santo. O Santuário de Santo António de Kifangondo é umimportante santuário para os peregrinos e devotos de S. António que aí acorrem emgrande número ao longo do ano. Para além da assistência espiritual aos peregrinos, aParóquia atende um número considerável de aldeias e comunidades cristãs na zona daFunda, bem como a região vizinha de Cacuaco. Em Kifangondo, encontra-se também oNoviciado dos Verbitas em Angola. Kifagondo é uma referência histórica em Angolapor ter sido a área onde foram travados violentos combates entre dois Movimentos deLibertação, o MPLA e a FNLA, na véspera da independência de Angola a 11 deNovembro de 1975. As tropas do MPLA, apoiadas por um forte contingente militarcubano venceram as tropas da FNLA vindas do norte, apoiadas pelo Zaire. Depois do almoço, acompanhados pelo P. Angelo Besenzoni, visitamos o centro daComuna de Funda, situado a 15 km de Kifangondo. Seguimos a estrada que ladeia amargem direita do rio Benga. A zona é fértil e propensa à agricultura. Os moradoresvivem da agricultura, da pesca, do comércio e alguns trabalham na função pública ou nafábrica da Coca-Cola. Existem na área uma série de capelas espalhadas para atender acomunidade católica. Na vila da Funda há uma pequena igreja do tempo colonial, masem ruínas. A comunidade católica reune-se numa capela provisória construida ao ladoda antiga capela. Visitamos também a comunidade cristã situada na localidade das CasasNovas onde vive uma comunidade religiosa das Irmãs Franciscanas Reparadoras, umacapela e um terreno amplo reservado para a construcção de uma futura igreja paroquiale casa paroquial. Regressamos a Kapalanga, que dista a cerca de 15 km de Funda, atravessando umazona de assentamento de famílias que saiem dos bairros populares de Luanda e que aquiconstroem as suas casas.

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Sábado, 19 de Dezembro: Conselho Pastoral Paroquial

Participámos no Conselho Pastoral Paroquial da Paróquia de Santo Agostinho daKapalanga. O Conselho é presidido pelo pároco, P. Fredy, e conta com a participaçãodos outros missionários, dos coordenadores e adjuntos das 7 comunidades cristãs quecompõem a Paróquia – Comunidade de Santo Agostinho, Comunidade de São JoãoBaptista, Comunidade de Nossa Senhora de Fátima, Comunidade de São Pedro,Comunidade de São Mateus, Comunidade de São Paulo e Comunidade de SãoLourenço, os responsáveis das Comissões Pastorais Paroquiais, os responsáveis dosMovimentos laicais existentes na Paróquia. No total cerca de 60 participantes. Oencontro realiza-se no recém-construído salão paroquial que neste momento servetambém de igreja paroquial. Fora, debaixo do grande alpendre e na sombra das árvores,de manhã e de tarde, diferentes grupos de catequese (estão inscritos na catequese 250catequizandos) preparam-se para os sacramentos.Este conselho paroquial é uma espécie de assembleia paroquial de avaliação do anopastoral e de programação do novo ano pastoral. Começam por apresentar os seusrelatórios as comissões paroquiais: Pastoral Litúrgica, Pastoral Familiar, PastoralJuvenil, Pastoral da Criança; Pastoral Bíblica; Pastoral Vocacional; Pastoral daCatequese. Segue-se os relatórios dos diferentes Movimentos existentes na Paróquia:Promoção da Mulher Angolana na Igreja Católica (PROMAICA), RenovamentoCarismático, Apostolado da Oração, Canossianos, Infância e Adolescência Missionária;Legião de Maria. O P. Silvestre, ecónomo paroquial, em nome do Conselho EconómicoParoquial, apresenta o relatório económico da paróquia e os trabalhos realizados:vedação do terreno da paróquia, legalização dos terrenos das comunidades, construçãodo salão-igreja, etc. As entradas correspondem a 12.494.315 Kwanzas (91.000 USD) eas despesas 11.720.470 Kwanzas. As entradas económicas são fruto de ofertóriosespeciais, doações e dízimo. O estado económico da Paróquia é saudável e a suamaturidade e crescimento é possível porque os fiéis sabem partilhar os seus bens. Para opróximo ano a paróquia vai mobilizar-se para recolher fundos para a construção da casaparoquial e a compra de um carro para estar ao serviço dos missionários. A primeiraparte da assembleia, dedicada à avaliação, terminou com o relatório do pároco.Descreveu os primeiros passos dados pelos missionários para a sua inserção missionáriae pastoral na Diocese e no Bairro de Kapalanga; a organização das comunidades, acriação do Conselho Pastoral Paroquial (reúne-se no segundo Domingo de cada mês), adotação da paróquia das estruturas fundamentais, Quanto às preocupações e desafios avencer, destacou: melhorar a pastoral de conjunto com um objectivo pastoral claro;

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comunhão e corresponsabilidade entre todas as pastorais e os movimentos existentes naParóquia. Em seguida, depois do trabalho em grupos, os participantes da assembleia apresentarampropostas concretas para o Ano Pastoral de 2016. Partindo do Plano Pastoral daConferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), a Paróquia como centro deevangelização e do Ano da Misericórdia fez a seguinte programação: formação doscatequistas e diferentes agentes de pastoral, formação bíblica, formação da juventude,peregrinações aos santuários diocesanos, 24 horas para o Senhor durante a Quaresma,expandir a Caritas nas comunidades para a assistência aos pobres e doentes, etc. Os missionários da Consolata dividem entre si a responsabilidade de animar asdiferentes pastorais: o P. Fredy é responsável pela Pastoral da Família, pela Catequese,pelo Apostolado da Oração, pelo Movimento Eucarístico Juvenil e pelo RenovamentoCarismático; o P. Dani é responsável pela pastoral da Juventude, pela InfânciaMissionária e pela PROMAICA e o P. Silvestre é responsável pela Pastoral do Dízimo,pela Liturgia, pela Pastoral da Criança e pela Legião de Maria.

Domingo, 20 de Dezembro: Abertura da Porta Santa na Catedral de Viana e Missa

O P. Stefano e eu, bem cedo, dirigimo-nos para o aeroporto 4 de Fevereiro de Luandapara viajar para Luena como estava programado. No aeroporto são informados de quenão podem viajar. Regressam a casa e vão a tempo de celebrar a Eucaristia numa dascomunidades da Paróquia.Às 10.00, dirigimo-nos para a cidade de Viana para participar na cerimónia de aberturada Porta Santa na Catedral dedicada a São Francisco de Assis. A celebração é presididapor D. Joaquim Ferreira Lopes OFMcap, Bispo de Viana. Depois da bênção da PortaSanta, o presidente da celebração acompanhado pelos sacerdotes diocesanos e religiososdirige-se para o espaço onde presidiu à Missa campal participada por milhares de fiéisoriundos das diferentes paróquias da Diocese. A celebração litúrgica é animada com oscânticos executados pelo coro diocesano. Uma celebração bem participada e bemorganizada.

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Segunda-Feira, 21 de Dezembro:

Encontro com o Bispo de Viana, D. Joaquim Ferreira Lopes, Visita ao Santuário deNossa Senhora da Muxima

Os estudos para a abertura da presença dos Missionários da Consolata em Angolainiciaram em 2009 através da primeira visita do P. Francisco Lerma, então superiorRegional de Moçambique. A atenção, originalmente, fixou-se na periferia urbana emtorno da capital Luanda, onde se concentram cerca de 5 milhões de pessoas. Para aabertura da primeira Missão foi escolhida a jovem diocese de Viana. Fundada no iníciodo século XX por António Viana, agulheiro dos caminhos-de-ferro, Viana fica a 10quilómetros de Luanda. Esta pacata vila do tempo colonial assistiu nos últimos anos atransformações radicais e desordenadas que mudaram a realidade económica e sociallocal. Hoje é uma cidade dormitório dominada pela economia informal, onde fervilhauma população que já ronda quase dois milhões de habitantes e onde grandes estruturasestão implantadas, como o novo aeroporto internacional de Luanda, o estádio nacionalde futebol, o campus da Universidade Nacional.A diocese de Viana foi criada em 2007 e cobre uma superfície de 17.206 km2 e totaliza500.000 católicos. Do ponto vista religioso, conta com 170 comunidades cristãs, 18paróquias, 8 escolas católicas. Confina a norte com a arquidiocese de Luanda e a leste esul com a diocese de Sumbe. Pertencem à nova diocese os seguintes Municípios:Palanca, Bom Jesus, Calumbo, Catete, Barra di Kuanza, Cabo Ledo, Mumbondo,Kilamba Kiaxi, Demba Chio, Muxima e Massangano. O capuchinho português, D.Joaquim Ferreira Lopes, é o bispo diocesano desde a criação da diocese em 6 deJunho de 2007. Antes tinha sido Bispo das Diocese de Dundo, no nordeste de Angola.Missionário com longa experiência pastoral em Angola, homem culto e organizado,recebe-nos com grande cortesia e simplicidade na Curia Diocesana. Manifestou o seuapreço pela presença dos Missionários da Consolata na sua Diocese e verifica que osnossos três missionários estão bem inseridos. Apresentou em traços largos ocrescimento da sua Diocese com a criação de novas paróquias, o aumento do clerodiocesano, a vivacidade dos movimentos laicais e a riqueza espiritual dos doissantuários diocesanos: Mãe Muxima e São José de Calumbo. Chamou a atenção para anecessidade do Instituto se implantar em Moçambique de modo seguro e criativo: ocarisma é um das maiores riquezas que podeis dar a esta Igreja local.

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Depois do encontro com o Bispo de Viana, realizámos uma Peregrinação Consolatinaao Santuário de Muxima, que fica a 120 Km de Kapalanga e pertence à Diocese deViana. O Santuário de Mamã Muxima ou de Nossa Senhora da Muxima é o santuáriomariano mais importante da África Subsaariana. Muxima, em língua quimbundo, querdizer Coração. Na peregrinação anual de Setembro o Santuário da Muxima chega areceber 1 milhão de peregrinos.Como peregrinos, nós Missionários da Consolata, fomos para agradecer a Deus einterceder à Mamã Muxima/Coração pela nossa missão em Angola. O Santuário estásituado num lugar paradisíaco, na margem esquerda do rio Kwanza, um dos maioresrios de Angola. O rio nasce no Planalto Central. O seu curso de 960 km desenha umacurva para o Norte e para o Oeste, antes de desaguar no Oceano Atlântico, na Barra doKwanza, a Sul de Luanda. Foi uma das vias de penetração dos portugueses em Angolano Século XVI. O rio dá o nome à moeda nacional de Angola, o Kwanza. As origens do santuário remontam a construção da Igreja de Nossa Senhora daConceição na localidade conhecida como Muxima em 1599. O santuário logo seconverteu num importante centro de cristianização, sendo o lugar onde se batizavam osafricanos antes de embarcá-los como escravos para diversas localidades, mas emespecial para as Américas. Tornou-se, igualmente, um importante espaço devocionalpara as populações cristãs autóctones, que logo atribuíram à Senhora da Muxima arealização de diversos milagres. Os rumores de realização de prodígios logo seespalharam pelas regiões circunvizinhas, levando à organização de atos de piedadepopular, quer baseados na tradição portuguesa, quer totalmente inovadoras oureminiscentes de antigas religiões africanas. A mais importante dessas tradições, aRomaria de Nossa Senhora da Conceição da Muxima, remonta ao ano de 1833, atraindomilhares de peregrinos todos os anos, em fins de Agosto e início de Setembro.Celebrámos a Eucaristia, com a presença de um bom grupo de fiéis; o Superior Geralpartilhou a Palavra de Deus, em atitude de agradecimento e de interpelação. O Santuárioestá a cargo dos padres Josefinos, mexicanos, que aí estão em nome da Diocese. Fazemum bom trabalho de acolhimento dos peregrinos e ocupam-se das quase duas centenasde comunidades espalhadas por esse extenso e belo parque florestal. Brindaram-noscom um abundante almoço.Depois do almoço, subimos ao monte e visitámos a fortaleza de Muxima iniciada pelosportugueses em 1589 e que se encontram em bom estado. Daí contemplamos o vale dorio Kwanza, com a sua bonita paisagem.

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Terça-Feira, 22 de DezembroCumprimentos de Natal e de fim de ano na Sé Catedral de Viana, Almoço na casados Padres Xaverianos de Yarumal, encontro comunitário.De manhã dirigimo-nos para a sede da Diocese de Viana para uma sessão decumprimentos de Natal e votos de um feliz ano ao Senhor Bispo, D. Joaquim FerreiraLopes. Numa das salas da Cúria Diocesana, representantes dos sacerdotes diocesanos,religiosos e religiosas e responsáveis dos movimentos diocesanos saúdam o Bispo edeseja-lhe boas festas. O Bispo aproveita a ocasião para fazer um balanço do anopastoral que termina e apresenta os objectivos para o novo ano pastoral. Seguiu-se umlanche partilhado no salão da paróquia da Catedral. Um momento significativo decomunhão afectiva e efectiva a nível diocesano.Em seguida, dirigimo-nos à casa dos Padres Xaverianos de Yarumal, SociedadeMissionária de Origem Colombiana fundada em 1927, que acolheram os primeirosMissionários da Consolata chegados a Angola. A Paróquia de Santo Agostinho confiadaaos Missionários da Consolata foi desmembrada da Paróquia da Santíssima Trindadeque está sob a responsabilidade pastoral dos Padres Xaverianos. Foi uma oportunidadepara Direcção Geral agradecer o acolhimento e ajuda prestado pelos MissionáriosXaverianos aos Missionários da Consolata na sua inserção em Angola. Oferecem-nos oalmoço e depois visitamos a Paróquia da Santíssima Trindade. Depois da celebração da Novena de Natal nas comunidades reunimo-nos com osconfrades de Kapalanga para, à luz dos contactos factos com os Bispos, decidir qual aDiocese que deveremos escolher para abertura da segunda comunidade IMC em Angolae quais os passos a dar no futuro no sentido de consolidar a nossa presença neste país.Inspirando-nos em Actos 16, 6-10 manifestamos a nossa convicção de que a acçãomissionária é dirigida pelo Espírito Santo, que está presente e age através dacomunidade. Tratava-se de optar entre uma abertura na vizinha Diocese de Caxito,pastoral numa periferia urbana e com algumas comunidades rurais, ou na distanteDiocese de Luena, pastoral “ad gentes” num contexto rural e numa diocese comescassez de clero. Cada um de nós deu a sua opinião apresentando as vantagens eoportunidades de uma abertura numa ou noutra diocese. No final chegou-se a umconsenso sobre a Diocese na qual abrir a nova comunidade IMC em 2016. Tratou-setambém da questão da pertença jurídica do grupo IMC de Angola à Região deMoçambique e as implicações práticas dessa pertença.

Quarta-Feira, 23 de Dezembro: Visita ao Santuário de São José de Calumbo eabertura da Porta Santa

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Hoje peregrinámos até ao Santuário diocesano de São José de Calumbo, situado a 45km da Paróquia de Kapalanga. Calumbo é uma Comuna do Município de Viana. AIgreja de São José de Calumbo, localizada na margem direita do Rio Kwanza, éconsiderada património histórico-cultural de Angola. Um templo de pequenasproporções, com nave e capela-mor, apresenta características dos princípios do séculoXVIII. Milhares de peregrinos acorrem anualmente a este santuário para prestar culto aopapá São José e pedir a sua ajuda e proteção. Os peregrinos apresentam dificuldades denatureza financeira, no relacionamento familiar e desemprego e pedir a intercessão deDeus para poderem resolver o mal que afecta as suas vidas.Chegámos cedo para ajudar nas confissões. Já um grande número de peregrinos seencontrava no átrio do santuário em oração. Às 10.00 iniciámos a cerimónia litúrgica daabertura da Porta Santa do Ano da Misericórdia, presidida por Dom Joaquim FerreiraLopes. Seguiu-se a Eucaristia concelebrada por um bom número de sacerdotes. Durantea homília um autêntico dilúvio caiu sobre esta região. A celebração foi interrompidadurante alguns minutos sem que os fiéis arredassem pé. A Missa continua depois numamplo espaço coberto anexo ao santuário. O Bispo de Viana apelou aopovo a cultivar oamor ao próximo para a consolidação de uma sociedade mais humana.Depois da celebração almoçámos na casa dos Padres Passionistas responsáveis peloSantuário de São José de Calumbo e que estão a levar para a frente a execução doprojecto de requalificação do santuário para melhorar as condições de acolhimento dosperegrinos.

Quinta-Feira, 24 de Dezembro: Visita do terreno da futura Casa IMC noMunicípio de Belas, Visita a Luanda, Missa da Noite de Natal na Paróquia deSanto Agostinho.Em angola o Instituto precisa de ter uma casa própria para o acolhimento dosmissionários e uma futura casa de formação. Já há jovens que manifestam a intenção deser missionários da Consolata. Um das questões práticas que decidimos é a compra deum terreno para o IMC. Os nossos confrades de Kapalanga, com a ajuda de algunsparoquianos, já tinham identificado um terreno nos arredores de Luanda.Acompanhados por eles visitamos este terreno situado no Bairro de Quenguela, naComuna de Benfica, no Município de Belas, a pouco mais de 10 km de Luanda. É umazona que está a ser urbanizada e onde está prevista a construção de moradias e edifícioscomerciais. Identificámos os 4 lotes de terreno que em seguida serão comprados.Aproveitámos a proximidade da cidade de Luanda para visitarmos a capital de Angola.Luanda é a capital e a maior cidade de Angola. Localizada na costa do OceanoAtlântico, é também o principal porto e centro económico do país. Foi fundada a 25 dejaneiro de 1576 pelo português Paulo Dias de Novais, sob o nome de São Paulo daAssunção de Loanda, conta com uma população de aproximadamente 8,3 milhões dehabitantes, o que a torna a terceira mais populosa cidade lusófona do mundo, apenasatrás de São Paulo e Rio de Janeiro, ambas no Brasil. Depois de 2002 a cidadetransformou-se com a construção de novos prédios e grandes infra-estruturas. Umacidade onde convivem o antigo e o moderno, a riqueza e a pobreza. O trânsito é muitointenso e caótico. Percorremos as principais artérias da cidade e fomos até à ponta dailha de Luanda. Regressámos à tarde a casa e preparámo-nos para as celebrações daVigília de Natal. Celebro a Missa do Galo com os Padres Stefano e Marini na sedeparoquial de Santo Agostinho de Kapalanga. A igreja-salão, que tem a capacidade paraacolher 600 pessoas, estava bem cheia.

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Sexta-Feira, 25 de DezembroSolenidade de Natal, Missa em São Mateus e em São Pedro, partida do P. Stefano edo P. Marini para Roma.Cada missionário celebrou a Eucaristia de Natal numa das 7 comunidades da Paróquia.Eu celebrei 2 missas, uma na comunidade de São Mateus e outra na capela de SãoPedro. Em Angola, mesmo no dia de Natal, ao contrário de Moçambique, as igrejasestão cheias de fiéis. Almoçamos na casa de uma família. Nestes dias as refeições têmsido quase sempre fora de casa. Muito bom o acolhimento e ajuda que estas famíliasprestam aos missionários.À tarde, acompanhamos ao aeroporto 4 de Fevereiro os Padres Stefano e Marini queregressam a Roma.

ConclusãoForam dias de intenso trabalho, entre escuta, reflexão e partilha; como fruto destetrabalho foram feitas opções e dadas orientações que iluminarão a nossa presençamissionária neste país. A nossa breve presença em Angola é uma história com futuro.Uma palavra de agradecimento e reconhecimento pelo acolhimento dos nossosconfrades e pelo excelente trabalho pastoral e missionário que estão fazendo em Angola,mais concretamente na Paróquia de Santo Agostinho de Kapalanga.Parabéns

P. Diamantino Antunes