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Instituto Politécnico de Lisboa
Escola Superior de Dança
Relatório de Estágio
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de
Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso
Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de
Música de Coimbra.
Inês Alexandra Correia Ramos Costa
Orientador: Mestre João Fernandes
Relatório Final de Estágio apresentado à Escola Superior de Dança, com vista à
obtenção do grau de Mestre em Ensino de Dança
setembro de 2018
Instituto Politécnico de Lisboa
Escola Superior de Dança
Relatório de Estágio
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de
Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso
Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de
Música de Coimbra.
Inês Alexandra Correia Ramos Costa
Orientador: Mestre João Fernandes
Relatório Final de Estágio apresentado à Escola Superior de Dança, com vista à
obtenção do grau de Mestre em Ensino de Dança
setembro de 2018
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
3 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Agradecimentos
À Escola Superior de Dança que contribuiu para o meu crescimento enquanto
docente, desenvolvendo a minha capacidade de pesquisa e investigação na área do
ensino de dança. Um enorme obrigado ao Mestre João Fernandes que me orientou de
uma forma bastante clara e incentivou com todo o rigor a realização deste Relatório de
Estágio.
A todas as escolas de Ensino Artístico Especializado e regime livre com quem
trabalhei desde o início de 2013 pela confiança e reconhecimento do meu trabalho pois,
sem elas e o incentivo das mesmas, a conclusão deste Mestrado em Ensino de Dança
não teria sido possível.
Um agradecimento especial à Escola Artística de Dança do Conservatório
Nacional (EDCN), pois sem toda a excelência de ensino de dança e dos grandes
professores que tive ao longo dos meus oito anos de estudos tenho certeza de que o
meu trajeto enquanto Bailarina Profissional não teria sido o que foi até aos dias de hoje.
Assim como, não teria adquirido as ferramentas e conhecimento técnico e artístico que
adquiri para a docência desta arte. Um enorme e sincero obrigado, em especial às
professoras Irina Zavialova e Constança Couto que sempre me incentivaram e
mostraram que seria possível, apesar de difícil. Um obrigado especial à professora
Maria Luísa Carles por toda a partilha desde que comecei a lecionar, bem como, aos
colegas Philipp Knapp e Manuel Gomis que desde que iniciei este meu trajeto enquanto
docente foram acompanhando e proporcionando uma partilha enorme, fazendo com que
o meu trabalho fosse a cada ano melhor.
Um agradecimento especial à professora Diana Sábio que me proporcionou com
todo o ‘à vontade’ e delegou com bastante confiança a turma de estágio.
À minha mãe Helena Matos da Conceição, à mana Rita, ao melhor cunhado
(Fábio), à avó Celestina e ao segundo pai Júlio pelo apoio incondicional que me deram,
sempre com bons conselhos e amor incondicional. E ao pai que à sua maneira esteve
presente.
Obrigado meus amigos e colegas, em especial ao Renato Gomes, pela
compreensão e amparo ao longo deste processo.
A todos os estudantes que tive até à data, um enorme obrigado, pois foi com eles
que me apaixonei por esta área e é por eles que resolvi passar por mais esta etapa, o
melhor que me foi possível.
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
4 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Resumo
O presente relatório de estágio insere-se no âmbito do curso de Mestrado em
Ensino de Dança da Escola Superior de Dança – Instituto Politécnico de Lisboa. Aponta
para a lecionação, no ano letivo 2017/2018, da disciplina de técnica de dança
contemporânea e repertório de dança contemporânea, na Escola Artística do
Conservatório de Música de Coimbra. Este relatório tem como objeto de estudo
estudantes do 5º ano do Curso Básico de Dança (9º ano do ensino regular), cujas idades
estão compreendidas entre os 14-15 anos.
A área de intervenção pedagógica em que se insere este estudo decorre na
disciplina de técnica de dança contemporânea, apoiando-se nos conteúdos de
movimento de Graham (Contraction/Release) e Humphrey/Limón (Fall/Recovery).
Pretende-se com esta investigação exponenciar a execução técnica e artística dos
estudantes, através do desenvolvimento e melhoria dos elementos de dança em
contexto de aula, a partir dos conteúdos de movimento das técnicas acima referidas.
Utilizou-se a imagética como estratégia pedagógica para o desenvolvimento e melhoria
destes conteúdos, promovendo assim, uma maior consciência dos estudantes na
aprendizagem das suas competências técnicas e artísticas.
Parte-se de uma revisão bibliográfica sobre a implementação da estratégia
pedagógica (imagética) em estúdio. Não obstante, foi necessário pesquisar também
outras temáticas, tais como: a fase de desenvolvimento dos estudantes desta faixa
etária e da sua fase da adolescência, um breve enquadramento histórico sobre a origem
e conteúdos das técnicas escolhidas para a lecionação e posteriormente a explicação
do conceito da imagética enquanto estratégia pedagógica na aula de técnica de dança.
A metodologia aplicada foi investigação-ação, recorrendo-se a diários de bordo
com tabelas de observação e vídeo como instrumentos de recolha de dados. Após o
período de trabalho de campo no estágio, apresentam-se os resultados adquiridos e as
consecutivas reflexões e conclusões do mesmo.
Palavras-chave: Técnica de Dança Graham, Técnica de Dança Limón, Técnica
de Dança Contemporânea, Imagética e Adolescência.
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
5 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Abstract
This internship report is part of the Master's Degree in Dance Teaching at the
Escola Superior de Dança - Instituto Politécnico de Lisboa. This internship report was
thought to be applyed in the year 2017/2018 in the discipline of Contemporary Dance
Technique and Repertory of Contemporary Dance at Escola Artística do Conservatório
de Música de Coimbra. The internship report is designated for students of the 5th year
of articulated education/9th year of regular education with students in ages between 14-
15 years old – Portugal.
The pedagogical intervention area in which this study is based on is contemporary
dance technique, namely the Graham's movement contents (Contraction/Release) and
Humphrey/Limón (Fall/Recovery).
This research intends to promote the technical and artistic execution of the
students through the development and improvement of the movement contents of dance
in class by compiling the movement contents of the mentioned techniques above.
Imagery will be used as a pedagogical strategy for the development and improvement of
these contents, thus promoting a greater awareness of students in learning their
technical and artistic skills.
It is based on a bibliographical review on the strategy of the implementation of the
imagery tool during a technical class of contemporary. Nonetheless, it is also necessary
to research some themes such as, the development phase of the students of this age
group and their adolescence period, a brief historical background on the origin and
movement contents of the techniques chosen for teaching and the explanation of the
concept from the imagery as a pedagogical strategy.
The methodology applied is based on research-action method, using the data
collection instruments such as logbooks with observation tables and video.
After the fieldwork period, there is the required results and the consecutive
reflections and conclusions.
Keywords: Graham Dance Technique, Limón Dance Technique, Dance
Techniques, Imagery and Adolescence.
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
6 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Abreviaturas, Siglas e Acrónimos
− EACMC: Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra;
− EAE: Ensino Artístico Especializado;
− TDCT: Técnica de Dança Contemporânea;
− TDM: Técnica de Dança Moderna;
− TD: Técnicas de Dança;
− EBSQF: Escola Básica e Secundária Quinta das Flores;
− TDC: Técnica de Dança Clássica;
− EC: Expressão Criativa;
− OC: Oferta Complementar;
− LA: Los Angeles;
− EUA: Estados Unidos da América;
− NY: Nova Yorque;
− MGDC: Martha Graham Dance Company;
− AR: Alto Rendimento;
− N/A: Não aplicável;
− N/S: Não satisfaz;
− S: Satisfaz;
− B: Bom;
− MB: Muito bom;
− E: Excelente.
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
7 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Índice Geral
Introdução ................................................................................................................... 13
1. Enquadramento Geral.......................................................................................... 15
1.1 Caracterização da Escola Cooperante.......................................................... 15
1.2 Plano de Estudos ......................................................................................... 16
1.3 Pertinência do Estudo ................................................................................... 18
1.3.1 Motivação para a realização do estudo ..................................................... 19
2. Objetivos.............................................................................................................. 21
2.1 Geral............................................................................................................. 21
2.2 Específicos ................................................................................................... 21
3. Enquadramento Teórico ...................................................................................... 22
3.1 Técnicas de Dança ....................................................................................... 22
3.2 Técnicas de Dança Moderna ........................................................................ 23
3.2.1 Técnica Humphrey/Limón ......................................................................... 26
3.2.2 Técnica Graham ........................................................................................ 27
3.3 Técnica de Dança Contemporânea .............................................................. 31
4. A Imagética no Ensino de Dança ......................................................................... 33
5. Metodologia de Investigação ............................................................................... 44
5.1 Investigação-Ação ........................................................................................ 44
5.2 Instrumentos de Recolha de Dados .............................................................. 45
6. Caracterização da Amostra e Outros Intervenientes ............................................ 47
6.1 Fase da adolescência e o seu desenvolvimento ........................................... 47
7. Calendarização/Plano de Ação ............................................................................ 51
8. Apresentação e Análise dos dados ...................................................................... 56
8.1 Observação estruturada ............................................................................... 56
8.2 Lecionação Partilhada .................................................................................. 65
8.3 Lecionação autónoma .................................................................................. 72
8.4 Outras atividades (4h) .................................................................................. 82
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
8 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
9 Conclusão ............................................................................................................ 84
10 Referências Bibliográficas ................................................................................ 88
Apêndices ...................................................................................................................... I
Apêndice A - Consentimento livre e informado ........................................................... I
Apêndice B: Plano de Aula – Objetivos específicos 2.2.1.1. e 2.2.1.2. ...................... II
Apêndice C: Plano de Aula – Objetivo específico 2.2.1.3 .......................................... V
Apêndice D :Plano de Aula (Repertório de Dança Contemporânea) – Objetivo
específico 2.2.1.4. .................................................................................................. XIII
Apêndice E: Plano de Aula (Frase Coreográfica)– Objetivo específico 2.2.1.5. ...... XV
Apêndice F - Modalidade de observação estruturada: ........................................... XVI
Diário de Bordo 1 .................................................................................................. XVI
Diário de Bordo 2 ................................................................................................... XX
Diário de Bordo 3 ................................................................................................ XXIII
Diário de Bordo 4 ................................................................................................ XXIV
Diário de Bordo 5 ............................................................................................... XXVII
Apêndice G - Modalidade de lecionação partilhada: ............................................. XXX
Diário de Bordo 1 ................................................................................................. XXX
Diário de Bordo 2 ..............................................................................................XXXIV
Diário de Bordo 3 ..............................................................................................XXXIX
Diário de Bordo 4 ................................................................................................ XLIV
Diário de Bordo 5 .............................................................................................. XLVIII
Apêndice H - Modalidade de lecionação autónoma: ................................................. LI
Diário de Bordo 1 ..................................................................................................... LI
Diário de Bordo 9 .................................................................................................... LII
Diário de Bordo 10 ................................................................................................. LIII
Diário de Bordo 11 ................................................................................................. LVI
Diário de Bordo 15 ................................................................................................ LVII
Diário de Bordo 16 ............................................................................................... LVIII
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
9 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Diário de Bordo 17 .................................................................................................. LX
Diário de Bordo 20 ................................................................................................ LXII
Diário de Bordo 21 ............................................................................................... LXIII
Diário de Bordo 24 .............................................................................................. LXIV
Diário de Bordo 27 ............................................................................................. LXVII
Apêndice I: Guião do Espetáculo – Apresentação de Seminários do 2º período . LXIX
Apêndice J: Cartaz – Apresentação de Seminários do 2º Período EACMC .......... LXX
Apêndice K: Programa de TDCT 5º ano – Curso Básico de Dança ..................... LXXI
Apêndice L – DVD .............................................................................................. LXXV
Apêndice M - Glossário .................................................................................... LXXVII
Anexos ................................................................................................................LXXXV
Anexo A: Portaria nº225/2012 – 30 de julho .....................................................LXXXV
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
10 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Índice de tabela
Tabela 1: Oferta educativa da EACMC ................................................................................ 17
Tabela 2: Características e finalidades do movimento – Limón Technique, segundo
Witte (2010) ............................................................................................................................... 26
Tabela 3: Elementos de Dança – Graham Technique, de acordo com Cohan (1986) . 28
Tabela 4: Sensory Imagery de acordo com Franklin (1996b) ........................................... 36
Tabela 5: Imagery in Choreography and Performance de acordo com Franklin (1996a)
..................................................................................................................................................... 38
Tabela 6: Calendarização do plano de atividades em meses e modalidades do estágio
2017-2018 .................................................................................................................................. 51
Tabela 7: Calendarização dos instrumentos de recolha de dados utilizados nas
modalidades do estágio em 2017-2018 ................................................................................ 52
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
11 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Índice de figuras
Figura 1 - Avaliação de diagnóstico: Princípios Base numa aula de dança
(atitude/comportamento dos estudantes) - Aula 1 ....................................................... 58
Figura 2 - Avaliação de diagnóstico: Princípios base numa aula de dança
(atitude/comportamento dos estudantes) – Aula 2 ...................................................... 58
Figura 3 - Avaliação de diagnóstico: Princípios base numa aula de dança
(atitude/comportamento dos estudantes) – Aula 1 ...................................................... 59
Figura 4 - Avaliação de diagnóstico: Princípios base numa aula de dança
(atitude/comportamento dos estudantes) - Aula 2 ....................................................... 60
Figura 5 - Avaliação de diagnóstico: Alinhamento inerente ao conteúdo de movimento
contraction/release dos estudantes - Aula 4 ............................................................... 61
Figura 6 - Avaliação de diagnóstico: Pontos de iniciação do conteúdo de movimento
contraction/release dos estudantes - Aula 4 ............................................................... 62
Figura 7 - Avaliação de diagnóstico: Execução técnica dos estudantes nos conteúdos
de movimento fall/recovery dos estudantes - Aula 5 ................................................... 63
Figura 8 - Avaliação de diagnóstico: Princípios inerentes à individualidade do bailarino
- Aula 5 ....................................................................................................................... 64
Figura 9 - Alinhamento dos estudantes durante o conteúdo de movimento
contraction/release - Aula 6 ........................................................................................ 65
Figura 10 - Pontos de iniciação dos conteúdos de movimento contraction/release dos
estudantes - Aula 6 ..................................................................................................... 65
Figura 11 - Resultado evolutivo dos estudantes – Alinhamento do conteúdo de
movimento Contraction ............................................................................................... 67
Figura 12 - Resultado evolutivo dos estudantes - Alinhamento do conteúdo de
movimento Release .................................................................................................... 68
Figura 13 - Alinhamento dos estudantes durante o conteúdo de movimento
contraction/release - Aula 10 ...................................................................................... 69
Figura 14 - Pontos de iniciação dos conteúdos de movimento contraction/release dos
estudantes - Aula 10 ................................................................................................... 69
Figura 15 - Resultado evolutivo dos estudantes - Utilização dos pontos de iniciação do
conteúdo de movimento Contraction ........................................................................... 71
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
12 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Figura 16 - Resultado evolutivo dos estudantes - Utilização dos pontos de iniciação do
conteúdo de movimento Release ................................................................................ 72
Figura 17 - Execução técnica dos conteúdos de movimento fall/recovery nos estudantes
- Aula 20 ..................................................................................................................... 73
Figura 18 - Execução técnica dos estudantes nos conteúdos de movimento fall/recovery
- Aula 30 ..................................................................................................................... 74
Figura 19 - Resultado evolutivo dos estudantes - Consciência na utilização dos
movimentos dos estudantes ....................................................................................... 75
Figura 20 - Resultado evolutivo dos estudantes - Utilização dos pontos de iniciação do
movimento .................................................................................................................. 76
Figura 21 - Avaliação das competências artísticas dos estudantes - Aula 21 ............. 77
Figura 22 - Avaliação das competências artísticas dos estudantes - Aula 31 ............. 78
Figura 23 - Resultado evolutivo dos estudantes - Parte artística do aluno ................. 78
Figura 24 - Avaliação dos estudantes inerente às qualidades de movimento – Tempo -
Aula 35 ....................................................................................................................... 79
Figura 25 - Avaliação dos estudantes inerente às qualidades de movimento – Tempo -
Aula 37 ....................................................................................................................... 80
Figura 26 - Resultado evolutivo dos estudantes - Qualidades de movimento – Tempo
................................................................................................................................... 81
Figura 27 - Resultado evolutivo dos estudantes - Consciência da qualidade de
movimento – Tempo ................................................................................................... 82
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
13 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Introdução
Este relatório de estágio insere-se no âmbito do curso de Mestrado em Ensino de
Dança da Escola Superior de Dança – Instituto Politécnico de Lisboa. Visa a preparação
de um plano de trabalho que apoiou a prática de estágio implementado na Escola
Artística do Conservatório de Música de Coimbra (EACMC) no ano letivo 2017/2018.
Esta é a segunda escola pública de Ensino Artístico Especializado (EAE) de Dança, com
enquadramento no sistema de ensino Português, que funciona em regime de ensino
articulado. Este relatório de estágio, está equacionado para estudantes do 3º ciclo,
idades compreendidas entre os 14-15 anos (5º ano do EAE de Dança/9º ano do ensino
regular).
A área de intervenção pedagógica em que se insere este estudo decorre na
disciplina de repertório de dança contemporânea e técnica de dança contemporânea
(TDCT), apoiando-se nos conteúdos de movimento de Martha Graham
(Contraction/Release), e também, de Dóris Humphrey e José Limón (Fall/Recovery). Em
geral, os elementos de dança podem ser aplicados a qualquer técnica de dança,
enquanto os estilos de dança são o passo seguinte, em que o docente define/explica
aos estudantes as várias possibilidades de definição e distinção de movimentos. Para
além destes serem conteúdos técnicos de dança moderna, são também conteúdos que
surgiram com estes coreógrafos e que iniciaram a pesquisa de movimento de
contemporâneo que hoje existe. Contudo, o que se pretende neste estudo é desenvolver
a consciência corporal no contexto de aula, com recurso à imagética associada aos
conteúdos de movimento de contraction/release e fall/recovery.
Neste relatório de estágio, apresenta-se uma calendarização e um plano de ação
que permitiram observar o processo de estágio com os estudantes da EACMC, a
respetiva recolha e tratamento de dados para que este relatório de estágio obtivesse as
conclusões necessárias à investigadora para poder aferir as melhorias da turma, em
concordância com os objetivos específicos definidos. Posteriormente, investigou-se
também, informação sobre a escola cooperante e a amostra pretendida para a
realização deste relatório.
As planificações das aulas de TDCT e repertório de dança contemporânea tiveram
como ponto de partida a exponenciação da utilização da imagética sensorial e
coreográfica e da consciência corporal dos estudantes, utilizando-se os conteúdos de
movimento das técnicas acima referidos. Estabeleceu-se como objetivo geral –
Desenvolver a consciência corporal no contexto da aula de TDCT e repertório, com
recurso à imagética associada aos conteúdos de movimento contraction/release e
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
14 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
fall/recovery. No entanto, a pretensão da utilização dos mesmos nestas aulas, implica
uma estrutura menos direcionada para a técnica de dança moderna (TDM), no que diz
respeito à construção de exercícios devido à faixa etária do público-alvo.
Partiu-se de uma revisão bibliográfica a partir dos autores Franklin (1996a e b),
Franklin (2014), Spessato & Valentinni (2013) e Knapp (2016) para a reflexão sobre a
estratégia de implementação da estratégia pedagógica (imagética) em campo, bem
como, os seus benefícios. Não obstante, foram também pesquisadas outras temáticas
necessárias para se poder iniciar o trabalho em campo, recolhendo informações sobre
a imagética em dança. Neste relatório, são descritas temáticas como, a pesquisa sobre
as Técnicas de Dança (TD), as TDM, as técnicas de Graham e Humphrey/Limón (a
origem e os conteúdos de movimento), as Técnica de Dança Contemporânea, Imagética
no Ensino de Dança e a explicação da mesma enquanto estratégia pedagógica, assim
como, a fase de desenvolvimento dos estudantes do 5º ano do EAE de dança.
A metodologia aplicada foi investigação-ação, recorrendo-se ao uso de
instrumentos de recolha de dados como os diários de bordo com tabelas de observação
e vídeo. Após o período de estágio foram apresentados os resultados obtidos e as
respetivas conclusões.
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
15 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
1. Enquadramento Geral
1.1 Caracterização da Escola Cooperante
De acordo com o Conservatório de Música de Coimbra (2014), este é um
estabelecimento público do ensino artístico especializado de música, criado pela
Portaria n.º 656 de 5 de setembro de 1985. Durante a criação do Conservatório de
Música de Coimbra (CMC), a atual EACMC, existiu a integração de duas escolas
particulares de música em Coimbra.
O Conservatório iniciou a sua atividade letiva em fevereiro (1986), no edifício de
Cerca de S. Bernardo, na Ladeira do Carmo, cedido pela Câmara Municipal. Em outubro
de 1987 mudou-se para o edifício da antiga maternidade, cedido pela Junta Distrital de
Coimbra. Nos anos letivos de 1996/97 a 2002/03, utilizaram-se também instalações do
Instituto de Coimbra, na Rua da Ilha, na continuidade de um protocolo realizado com o
próprio e a Universidade de Coimbra. Este Instituto, de acordo com a informação
disponibilizada pelo sítio da internet - Archeevo (s.d.), estabelece-se como academia
científica e literária em 1851. No ano de 2005 funde-se na orgânica da Universidade de
Coimbra. O património documental desta instituição centenária veio a ser integrado na
Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra para a defesa do mesmo.
A EACMC ocupou provisoriamente as instalações da Escola Secundária Dom
Dinis, desde o início do ano letivo 2003/04, na Rua Adriano Lucas até à conclusão do
novo edifício previsto. Atualmente o Conservatório situa-se nas novas instalações na
Rua Pedro Nunes, 3030-193 em Coimbra.
A implementação do modelo de gestão consagrado no decreto-lei 75/2008, de 22
de abril, atribui à EACMC uma modificação possibilitando-se novos desafios. A escola
compromete-se a atingir desafios como:
1. O encontro com os projetos educativos do Conservatório e da Escola
Básica e Secundária da Quinta das Flores (EBSQF);
2. A integração do ensino de dança, sendo esta a segunda escola de ensino
público de dança. Este tipo de ensino é gratuito e a sua gestão pertence
ao poder governamental;
3. A possibilidade de diversificar a oferta educativa proporcionando-se o
acesso à educação e/ou a certificação de estudantes nas duas áreas, de
música e de dança;
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
16 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
4. A possibilidade de inscrever o auditório do Conservatório na oferta cultural
da cidade e da região.
A EACMC rege-se pela principal prioridade de fortalecer modalidades de ensino
que assumem uma importância central nas sociedades culturalmente desenvolvidas.
Pretendendo assim, levar os estudantes a aquisição de ferramentas/competências de
conhecimento nas áreas artísticas, permitindo-lhes continuar os seus futuros enquanto
artistas profissionalizados nestas duas áreas.
A oferta formativa ao nível do EAE, na área de dança teve início no ano letivo
2010/2011. O curso de dança foi coordenado durante dois anos letivos (de 2015 a 2017)
pela professora Cristina Pereira (professora da Escola Artística de Dança do
Conservatório Nacional).
1.2 Plano de Estudos
Este relatório de estágio insere-se no curso básico de dança da EACMC, que
prevê um regime articulado de dança, sendo esta uma escola do EAE. Os estudantes
detêm um horário misto com a duração de cinco anos, com início no 1º ano do EAE/5º
ano do ensino regular (2º ciclo) e com término no 5º ano do EAE/9º ano do ensino regular
(3º ciclo). Está previsto pela Portaria nº225 de 30 de julho de 2012 (Anexo A), que os
estudantes do curso básico de dança possuem a seguinte carga horária:
− Português: 200 horas;
− Línguas estrangeiras (Inglês e língua estrangeira II): 225 horas;
− Ciências humanas e sociais (história e geografia): 225 horas;
− Matemática: 200 horas;
− Ciências físicas e naturais (ciências naturais e físico-química): 225 horas;
− Educação visual: 90 horas;
− Formação vocacional (técnicas de dança, música e práticas
complementares): 990 horas;
− Educação moral e religiosa: 90 horas.
Os estudantes obtêm assim, uma certificação escolar que lhes atribui a conclusão
do 9º ano de escolaridade, bem como, o curso básico de dança.
A EACMC contém, este ano letivo, o curso de iniciação em dança (3º e 4º anos
do 1º ciclo do ensino básico), o curso especializado de dança do 1º/5º ano ao 8º/12º ano
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
17 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
abrangido pelo o 2º ciclo, 3º ciclo e ensino secundário em regime articulado com a
EBSQF.
O curso de iniciação inclui as disciplinas de Técnica de Dança Clássica (TDC) e
Expressão Criativa (EC).
Tabela 1: Oferta educativa da EACMC
Ciclo de
estudos 2º 3º Ensino Secundário
Disciplinas
1º Ano:
TDC;
EC.
3º Ano:
TDC;
TDCT;
OC1: Criação
Coreográfica;
PCD2: Repertório de
dança clássica.
6º Ano:
TDC e repertório;
TDCT e repertório;
OC: Criação
Coreográfica.
4º Ano:
TDC;
TDCT;
OC: Criação
Coreográfica;
PCD: Repertório de
dança clássica.
7º Ano:
TDC e repertório;
TDCT e repertório;
OC: Criação
Coreográfica.
2º Ano:
TDC,
TDCT;
EC.
5º Ano:
TDC e repertório;
TDCT e repertório;
OC: Criação
Coreográfica.
8º Ano:
TDC e repertório;
TDCT e repertório;
OC: Criação
Coreográfica;
FCT3.
No ensino secundário os estudantes obtêm as mesmas disciplinas do 3º ciclo com
maior número de carga horária previsto pela Portaria nº225 de 30 de julho de 2012.
1 Oferta Complementar (OC). 2 Práticas Complementares de Dança (PCD). 3 Formação em Contexto de Trabalho.
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Este estágio incidiu sobre a disciplina de TD, em TDCT e repertório de dança
contemporânea, que se encontram integradas no plano de estudos do 3º ciclo do curso
básico de dança. Os conteúdos programáticos apresentados para esta disciplina
(Apêndice K), demonstram a pertinência da realização deste trabalho académico. Num
contexto global, e dado que a escola detém autonomia pedagógica, pôde definir as
finalidades, os objetivos, a visão geral dos conteúdos, sendo que estes visam
desenvolver com os estudantes a noção de corpo/postura, a capacidade de adquirir
competências para a perceção temporal, espacial e de dinâmica, bem como, aumentar
e desenvolver as capacidades interpretativas. Não obstante, de existirem outras TDCT
onde estas habilidades são trabalhadas, é importante aumentar a capacidade de
autodescoberta corporal que se espera que leve ao desenvolvimento da consciência
motora dos estudantes.
1.3 Pertinência do Estudo
A pertinência deste relatório evidencia-se pela falta de estudos nesta faixa etária
no nosso país, uma vez que, os outros estudos realizados foram sempre mais
direcionados para o ensino pré-primário, primário, 2º ciclo, 3º ano de dança/7º ano do
ensino regular e o ensino secundário.
Identificam-se alguns dos estudos realizados, no âmbito do Curso de Mestrado
em Ensino de Dança, sobre a imagética, sendo estes no contexto de técnica de dança
clássica:
Abreu (2014), que estuda também o desenvolvimento técnico e artístico dos
estudantes do 7º e 8º anos/11º e 12º ano do ensino regular na Escola Artística
de Dança do Conservatório Nacional;
Pacheco (2014), que estudou a imagética como metáfora para a promoção de
estratégias na transmissão de conteúdos técnicos durante a aula de técnica de
dança para alunos do 1º ano de dança da Escola Ana Luísa Mendonça, atual
Conservatório de Dança do Norte;
Oliveira (2015), tendo o objetivo de melhorar a parte técnica dos alunos do 3º
ano de dança da Academia do Vale do Sousa, atual Conservatório de Dança do
Vale do Sousa. A investigação pretendia melhorar a autonomia dos estudantes
no processo de ensino aprendizagem;
Almeida (2016), que investiga as experiências multissensoriais e o conhecimento
incorporado dos bailarinos profissionais de dança clássica.
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19 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Por outro lado, investigou-se também os estudos feitos em dança contemporânea
que abordassem a imagética no Curso de Mestrado em Ensino de Dança ao nível
nacional e internacional. Assim, identificam-se:
Sílvia (2013), como único estudo utilizando a imagética na técnica de dança
moderna (TDM), que estudou a imagética como promotora do desenvolvimento
técnico dos estudantes do 2º e 3º anos na aula de técnica de dança Graham na
Academia de Dança Contemporânea de Setúbal;
Brampton (2018), que pesquisa um estudo sobre o treino da imagética cognitiva
nos bailarinos de contemporâneo para promover o desenvolvimento das suas
habilidades ao nível da confiança e criatividade.
Este estudo torna-se então pertinente, uma vez que se destina à faixa etária do 5º
ano de dança/9º ano do ensino regular, sendo esta pouco abordada a nível nacional em
TDCT. Seja pela falta de estudos com estas especificidades de objetivos específicos,
seja pela vontade de estudar e promover a consciência e desenvolvimentos técnicos,
das qualidades e dinâmicas de movimento, bem como, promover melhorias nas
competências artísticas nos estudantes desta turma da EACMC.
Este relatório de estágio pretende dar resposta à continuidade dos estudos e
formação dos estudantes do EAE de dança nesta faixa etária e respetiva fase de
desenvolvimento humano (adolescência), uma vez que, concordando com Chair (2000)
se trata de um ciclo com muitas mudanças para os próprios.
1.3.1 Motivação para a realização do estudo
A realização deste trabalho académico pretende aumentar a consciência técnica
e artística de quem faz da dança a sua área de formação.
Foi interessante verificar, à semelhança do que está descrito para os estudos em
TDC, onde os estudantes demonstram resultados positivos pela introdução da
estratégia (imagética), se a mesma tendência de resultados se aplica no contexto da
aula de TDCT e repertório de dança contemporânea. Para tal, foram introduzidos em
contexto de sala de aula, métodos de incorporação da imagética nos exercícios. Esta
estratégia pretende aprimorar a consciência do movimento técnico, na expetativa de
que os estudantes ultrapassassem as dificuldades de execução do mesmo, bem como,
ajudá-los a adquirir a qualidade e dinâmica de movimento que se encontra mais
avançada em relação ao ciclo anterior.
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20 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Espera-se assim, contribuir para a consciencialização dos estudantes desta faixa
etária, através da estratégia pedagógica, contribuindo-se para a evolução das turmas
do EAE de dança que detém o objetivo da formação profissional de bailarinos.
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2. Objetivos
Neste estudo pretendeu-se desenvolver a consciência ao nível corporal, bem
como, do movimento, através do uso da imagética como suporte à execução técnica e
artística dos estudantes.
2.1 Geral
Desenvolver a consciência corporal no contexto da aula de TDCT e repertório,
com recurso à imagética associada aos conteúdos de movimento
contraction/release e fall/recovery.
2.2 Específicos
2.2.1.1 Consolidar e desenvolver a consciencialização da
postura/alinhamento através da imagética;
2.2.1.2 Desenvolver a capacidade de análise do movimento dos
estudantes, no que respeita à sua execução do conteúdo de movimento
Contraction/Release;
2.2.1.3 Solidificar e desenvolver a noção da alternância de dinâmicas do
movimento utilizando a imagética sobre o conteúdo de movimento de
Fall/Recovery;
2.2.1.4 Promover o desenvolvimento de competências artísticas ao nível
do repertório de dança contemporânea;
2.2.1.5 Desenvolver o domínio das diferentes qualidades de movimento,
utilizando a imagética sobre a desconstrução dos conteúdos da aula de
TDCT.
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22 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
3. Enquadramento Teórico
3.1 Técnicas de Dança
As técnicas de dança, de acordo com Dantas (1997), têm como objetivo naturalizar
o movimento, alterando o mesmo que não é natural, mas sim “…motivado e
construído…” (Dantas, 1997, p.56) num movimento que é aparentemente natural e de
fácil execução aos bailarinos. Para além destes conseguirem disfarçar o esforço, o
movimento passa a tornar-se “…parte do seu corpo…” (Dantas, 1997, p.56) e os
bailarinos têm de conseguir “…incorporá-lo e torná-lo dança…” (Dantas, 1997, p.56).
Neste sentido, o corpo do bailarino é um corpo em permanente construção. Não existe
um “…corpo virgem, assim como não há movimento humano natural e universal, pelo
menos em dança.” (Dantas, 1997, p.53-54). Para além disso, é importante esclarecer
que as TD são desde sempre a relação do indivíduo com o seu corpo e todas as
competências físicas e/ou impalpáveis a este associado. Cada TD pressupõe a
construção de um programa que contemple o desenvolvimento de um conjunto de
competências planeadas e estruturadas, como exemplo, temos a força, a flexibilidade,
o alinhamento, a musicalidade, a coordenação, entre outros parâmetros (Fernandes &
Garcia, 2015). As técnicas de dança podem ainda obedecer a uma determinada
nomenclatura e inúmeros conteúdos que, segundo Fazenda (2012), se agrupam a partir
de vários princípios, podendo estes ser anatómicos, filosóficos ou estéticos.
Qualquer aula de técnica de dança, dá ao estudante uma disciplina de excelência
nos termos do treino, disciplina, código4, forma, quadratura musical e regra espacial.
Concordando com Fernandes e Garcia (2015), cada aula de técnica de dança
deve contemplar um processo de treino em que se define os objetivos para a turma. É
possível encontrar, quatro componentes do treino em dança: treino físico, psicológico,
biológico e coreográfico. O autor de referência Xarez (2012), diz ainda que “…os
princípios essenciais que devem orientar os processos de treino são a continuidade, a
progressão, a individualização, a especificidade, a reversibilidade e a periodização.”5
(Xarez, 2012, p.18), podendo-se encontrar estes processos em qualquer técnica de
dança. Entende-se assim, que o treino está ligado a um progresso associado à sua
estrutura.
4 Coleção de regras e preceitos, assim como, um sistema que permite a representação de uma informação. 5Princípios que se explanam detalhadamente no Anexo M – Glossário.
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3.2 Técnicas de Dança Moderna
As técnicas de dança moderna, são sistemas estruturantes do princípio do século
vinte, que deram origem às atuais metodologias de dança contemporâneas do século
XXI. Estas TD continham no seu tempo a “…ideia de uma formação baseada nas
técnicas formais e codificadas…” (Fernandes & Garcia, 2015, p.56). Técnicas estas que,
surgiram em ‘oposição’ e mudança à TDC, pois os bailarinos e coreógrafos começaram
a utilizar outro tipo de movimentos, dançavam não só virados para o público (iniciou-se
a pesquisa de movimento noutras possíveis frentes, níveis e planos), utilizando
movimentos no chão e com o chão, entre outros aspetos. Exemplos destas TDM são a
técnica Graham, e Humphrey/Limon, que contêm os conteúdos de movimento
contraction/release (Graham) e fall/recovery (Limón). De acordo com a revisão
bibliográfica efetuada é possível admitir que se:
Por um lado, a diferença e a identidade são substanciais e têm o seu peso no
contexto contemporâneo de dança, por outro, a individualidade do passado não
deve ser um túmulo fechado, mas sim, uma luz constante capaz de realumiar
nas suas mais variadas formas. (Fernandes & Garcia, 2015, p.57)
Torna-se necessário a compreensão histórica do surgimento destes bailarinos e
coreógrafos para um entendimento mais aprofundado das TDM de Graham e Limón. De
acordo com Witte (2010), Doris Humphrey (1895-1958), estudou na escola Denishawn
School of Performing Arts6, foi bailarina nos Estados Unidos da América (EUA) e
pertenceu à segunda geração de coreógrafos como Charles Weidman7 e Martha
Graham, sendo que os três bailarinos e coreógrafos frequentaram a mesma escola
(Denishwan).
Em 1928, segundo Witte (2010), Humphrey fundou com Charles Weidman o
Humphrey Weidman Group, onde José Limón começou a dançar após o visionamento
de um espetáculo de dança que o fascinou em Nova Yorque (NY).
6 Escola fundada por Ruth St. Dénis e Ted Shawn em Los Angeles (LA). Esta escola ensinava vários estilos e técnicas de dança, como, técnica de dança clássica, pantomima, ethnic e folk (de diferentes culturas e países como África, Ásia, Espanha e médio oriente). 7 Começou a sua carreira de estudante na Denishawn e foi bailarino e coreógrafo nos EUA. Mais tarde, contruiu com Doris-Humphrey a Humphrey-Weidman Dance Company. Nesta altura, enquanto coreógrafo, procurou novos estímulos para os seus movimentos nas danças populares. Weidman explorou as rotações com a utilização consciente da gravidade, começou a pesquisar os movimentos articulares do corpo e os gestos. Entre os bailarinos que estudaram com este coreógrafo destacam-se José Limón e Bob Fosse (Lopreto, 2011).
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Anos depois, Limón criou a Limón Dance Company e Humphrey começou a
coreografar para a mesma até à sua morte, desenvolvendo um trabalho com os
conteúdos de movimento Fall/Recovery.
A técnica Limón torna-se, de acordo com Rafferty & Stanton (2017), um bom
exemplo de uma abordagem conceitual, uma vez que, nunca é completamente
codificado tornando-se claro os conteúdos de movimento (fall/recovery, suspension,
release, opposition, succession e rebound). Estes abrem a possibilidade para a
exploração do potencial de movimento.
Martha Graham (1910-1991), segundo Graham (1991) e Witte, 2010, nasce em
Pittsburgh nos EUA. Pertencia à mesma geração e também se focou em distinguir a
maneira como desenvolvia as suas novas ideias sobre o movimento.
Segundo Graham (1991), a família de Martha Graham mudou-se para a Califórnia
e foi em 1911 no Mason Opera House, em LA, onde esta observou pela primeira vez
uma performance de Ruth St. Denis. Depois de visualizar o espetáculo decidiu que iria
ser bailarina, pois para si Ruth St. Dénis era “…a goddess figure” (Graham, 1991, p.56),
que a havia inspirado e despertado o gosto pela dança.
Ruth St. Denis nos seus solos abordava as danças indianas orientais para
encontrar o caminho e o espírito da sua própria criação (Graham, 1991). De acordo com
a autora, foi depois do falecimento do seu pai e da abertura da escola Denishawn, que
esta decide prosseguir a carreira em dança. Esteve na escola primariamente como
estudante e posteriormente como docente. Foi Ted Shawn o responsável pelo
desenvolvimento e melhoria da sua técnica, bem como, do seu início de carreira
enquanto bailarina profissional.
Segundo Martha Graham, a sua técnica baseia-se nos conteúdos de movimento
contraction/release. Inspirou-se nos movimentos do corpo quando este respirava, uma
vez que, quando inspirava surgia o movimento release e quando expirava era alcançado
o movimento contraction (Graham, 1991). Na sua autobiografia, menciona a criação
deste conteúdo de movimento (Contraction/Release) através de um princípio vital do
individuo, pois, qualquer ser humano inspira e expira (Graham, 1991). O que a bailarina,
professora e coreografa fez, foi dar um movimento a cada um destes momentos da
respiração, cujo resultado é extremamente útil à mobilidade articular da coluna
fortalecendo a zona abdominal/core que é o ponto de iniciação do movimento.
Em 1923, é o ano que a bailarina e professora deixa a Denishawn e vai para
Greenwich Village Follies a convite de John Murray Anderson, com o intuito de ampliar
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a sua carreira enquanto bailarina profissional. Em 1925, torna-se docente em Eastman
School of Dance em Rochester, situada em NY. No mesmo ano deixa The Follies para
criar as suas próprias coreografias e movimento. Em seguida, a coreografa cria a sua
própria companhia Martha Graham Dance Company (MGDC), que inicialmente esteve
muito ligada às ideias e pensamentos dos seus docentes da Denishawn. Com o tempo,
Graham abandona estas ideias e inicia o seu próprio vocabulário e linguagem no mundo
da dança (Graham, 1991).
Criou um reportório extenso. Em conformidade com Graham (1991), destaca-se
neste trabalho algumas das suas peças coreográficas/bailados, como:
− Xochitl (1920)8;
− Lamentation (1930);
− Frontier (1935);
− Appalchian Spring (1944).
É considerada por muitos a ‘mãe’ da dança moderna e a sua técnica é reconhecida
mundialmente. A própria dançou até aos sessenta anos e coreografou até próximo da
sua morte em 1991.
A técnica Graham, partilha alguns conceitos com outras técnicas, como o
conteúdo de movimento release na técnica Limón, o que emprega variações nos níveis
e transições para/do trabalho de chão. Esta técnica requer uma consciência forte no
trabalho do centro do corpo (core) e o sentido da tridimensionalidade, “…the navel
radiation that is also importante in somatic work. Graham has a particular strong and
bound dynamic that leads itself very effectively to the dramatic and expressive
highlights.” (Rafferty & Stanton, 2017, pp. 196-197). No caso de Graham, verifica-se a
consolidação dos seus conteúdos técnicos de dança dos anos trinta aos anos quarenta,
procurando refletir com as suas criações as angústias provocadas por uma crise
económica e uma situação política instável que se vivia na altura com o período entre
guerras (Dantas, 1997). O trabalho desenvolvido por esta geração de bailarinos e
coreógrafos foi visto como:
In a departure brom ballet (witch strives for decoration and lightness), from the
Denishawn choreographies with their exotic and folkloric componentes, as well
as from Martha Graham’s powerful, expressive, and forthright dances, Doris
8 Onde a própria se estreou como bailarina devido à escolha de Ted Shawn.
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Humphrey and José Limón sought to develop an aesthetic and a movement
system in wich each person, regardless of age or technical ability, could find a
voice. (Witte, 2010, p.38)
Na técnica de Graham, bem como na de Humphrey/Limón, o bailarino durante a
sua formação de contemporâneo deve adquirir vários elementos técnicos de dança que
contribuem para a eficácia do seu movimento em palco. No entanto, defende-se que a
maior parte dos movimentos reincidem sobre os mesmos elementos, referidos por
Cohan (1986) na tabela 2 deste relatório de estágio.
3.2.1 Técnica Humphrey/Limón
Sabe-se que a técnica Humphrey/Limón, tem como objetivo a promoção da
capacidade articular do corpo ao longo da aula, não se foca apenas nas habilidades
motoras básicas, mas também na habilidade de isolar e separar diferentes formas e
energias. Assim, não deve ser dada nenhuma relevância às habilidades físicas em
particular, pois todas têm a sua importância (Witte, 2010).
Tabela 2: Características e finalidades do movimento – Limón Technique, segundo Witte (2010)
Termos/Elementos de Dança Características e finalidades do movimento
Força/Strengh Energia/Energy: Os bailarinos confrontam a força e
a energia, ou então, consentem-nas (Witte, 2010).
Centro/Core
Lugar neutro/Neutral place: É o lugar em que os
bailarinos se podem mover em determinado
momento, com a parte do corpo que desejem e em
qualquer direção (Witte, 2010).
Peso do corpo e
gravidade/Body weight and
gravity
É uma mudança de peso consciente e bem
controlada. As mudanças de peso geralmente
começam com a pélvis, o que significa que a queda
consciente e bem sucedida inicia um deslocamento
de peso. (Witte, 2010).
Espaço/Space
A sensação de espaço deve ser tão grande e ampla
quanto possível, tendo noção que os bailarinos
enviam e energia para o espaço através de seus
movimentos (Witte, 2010).
Ritmo/Rythm Mudar o ritmo significa mudar a energia do
movimento (Witte, 2010).
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No que diz respeito às características e finalidades do movimento, defende-se
nesta técnica e segundo Witte (2010), que para além da exploração articular do corpo
anteriormente descrita a tensão excessiva deve ser evitada, pois, só assim surtirá o
devido efeito do core/centro. Concorda-se com Allan Danielson, diretor da Limón School
em NY, pois o lema na técnica Limón, como na arte em geral é “…push your limits!”
(Witte, 2010, p.45).
Na técnica Limón, quaisquer partes do corpo devem conseguir iniciar o
movimento. O maior objetivo é atingir o isolamento de cada articulação por forma a
atingir-se o seu maior potencial, sendo que, isso implica uma capacidade de
autoconhecimento. Existem movimentos das pernas e da pélvis, bem como, o trabalho
de core na iniciação de movimento, igual na técnica Graham.
Em Humphrey/Limón technique pretende-se também encontrar a iniciação do
movimento em fatores exteriores ao corpo, como a gravidade, sendo que a relação do
corpo com a mente pode ser de “…engages with gravity and gives in to it.” (Witte, 2010,
p.45). Por sua vez, as falls significam que a gravidade/resistência à mesma, são usadas
em igual medida, com a finalidade de alcançar uma mudança articulada do peso (Witte,
2010).
No que diz respeito à utilização do espaço, as mudanças de direção nas aulas
servem “…to help remember changes of direction in movement combinations, and to
enable students to feel more secure.” (Witte, 2010, p.47), permitindo-se maior atenção
em qualquer que seja a sua direção. De acordo com Danielson, citado por Witte (2010),
uma boa estratégia para esta implementação é o trabalho a pares virando-se um
estudante para o outro enquanto executam os exercícios, para que, os mesmos sejam
desafiados quanto à utilização do peso e oposições espaciais.
Por último, o ritmo é fundamental ao nível do controlo da respiração, pois os
bailarinos conseguem realizar movimento no tempo e qualidade pedidos, uma vez que,
se utiliza a energia e a rapidez de forma adequada. Em concordância com Danielson
chama-se inner rythm, dando a possibilidade aos bailarinos de, simultaneamente,
estarem com energia e capazes de expressar e articular a consciência do tempo e a
precisão dos movimentos (Witte, 2010).
3.2.2 Técnica Graham
Toma-se como referência o autor Cohan (1986), que considera oito elementos e
apresenta-os como vitais, para a formação de dança, são estes:
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Tabela 3: Elementos de Dança – Graham Technique, de acordo com Cohan (1986)
Termos/Elementos
de Dança Características e finalidades do movimento
Centering
O estudante deve aprender o movimento a partir deste
elemento, bem como, a sensação de manutenção do próprio
eixo. Caso saiba executar os movimentos com este elemento
de forma clara, irá poder controlar os mesmos e por sua vez o
seu corpo. Esta aprendizagem, requer muito trabalho físico e
interno, pois é uma aprendizagem mais lenta e difícil. Uma vez
apreendido, torna-se claro e permite ao estudante um
movimento mais livre e rigoroso (Cohan, 1986).
Gravicity
Compreende e designa, as forças que nos fazem ter
contato com todos os elementos existentes ao nível cénico,
como os corpos em redor do bailarino, atraindo-os para o chão.
Promove várias vezes a inibição do movimento. No entanto,
torna-se também uma zona de exploração de movimento feito
fora dos eixos ortogonais (vertical e horizontal). Este momento,
requer aquisição e compreensão do primeiro, uma vez que é
necessário um controlo ao nível do centro e do elemento de
equilíbrio (Cohan, 1986).
Balance
Requer o trabalho do eixo para além do equilíbrio num só
apoio. Dentro desta técnica de dança, verificam-se vários tipos
de apoios. Existem diversas formas de o fazer, não apenas o
convencional equilíbrio através da ½ ponta com um ponto de
apoio (perna de base). O uso do corpo deve ser feito de forma
diferente para a manutenção deste elemento, pode manter-se
alongado em posição vertical com os dois pés, em ½ ponta ou
com o tronco paralelo ao chão (Cohan, 1986).
Posture ou body
alignement
Tem vindo a ser trabalhado nos elementos anteriores, no
entanto, pode e deve ser trabalhado de uma forma individual.
O trabalho mais individual permite que os estudantes adquiram
uma melhor postura e sejam capazes de alterar a perceção do
próprio corpo (Cohan, 1986). Pois, existe uma grande diferença
entre o que sente ou o que parece ser (Cohan, 1986).
Gesture Implica o uso do próprio corpo como instrumento
expressivo para a comunicação de uma ideia, mensagem ou
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sentimento. Sendo esta correspondência feita, através do
corpo individual e/ou coletivo. Consegue associar-se qualidade
e dinâmica a uma emoção/sentimento. Como intérprete, o
estudante e futuro bailarino deve obter consciência disso
expandindo-se a todos os níveis do movimento (Cohan, 1986).
Rhythm
É extremamente importante, uma vez que abarca a
musicalidade. O estudante torna-se capaz de encontrar o seu
nível rítmico, bem como, adequar-se ao ritmo dos outros.
Ao nível musical, o estudante deve ser capaz de obter o
máximo de contato possível com variados compassos
musicais/géneros musicais, conseguindo adquirir um grande
leque musical que será transportado para o movimento.
Este elemento exige cuidado e atenção em tudo o que
este implica, pois acredita-se em concordância com o autor,
que descobrir o seu sentido rítmico é uma questão de prestar
atenção (Cohan, 1986).
Moving in Space
É importante uma vez que trabalha a noção de espaço
(awareness), em relação ao próprio e aos objetos móveis e
imóveis que este contém. Esta componente deve ser
trabalhada, pois uma das características essenciais ao
bailarino é a capacidade de visualização de espaço disponível
para a sua movimentação, bem como, saber trabalhar em
espaço próprio e partilhável (Cohan, 1986).
Breathing
A coordenação da respiração com o movimento é
complexa e de difícil aprendizagem, daí ser fundamental
incutir-se o seu uso logo desde o início da prática de dança do
estudante. Além de ser essencial para a oxigenação muscular,
faz com que a dinâmica do movimento se realize, tornando-o
mais harmonioso ao nível da execução. Assim, sabe-se que se
torna difícil ou quase impossível que tal aconteça sem o correto
uso da respiração (Cohan, 1986).
Esta técnica, segundo Dantas (1997), destaca os seus conteúdos de movimento
por:
1. O ato de respirar como ponto de partida para o movimento, com base no ritmo
existente entre inspiração e expiração e entre a contraction e o release;
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30 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
2. A região pélvica torna-se a base de apoio aos movimentos do corpo, pois
estes têm origem a partir do core, tornam o corpo trabalhado na totalidade,
sem fragmentação entre as partes do mesmo;
3. O movimento torna-se intenso e dinâmico;
4. A relação com o chão é uma presença constante nesta técnica de dança.
De acordo com Knapp (2016), é importante existir a análise e consolidação do
trabalho de TDCT com o foco consistente no trabalho de core, onde se escolhe a
utilização destes conteúdos de movimento (contraction/release) para se verificar como
a imagética pode auxiliar na correta execução e sensação dos mesmos. Sendo que, o
centro de gravidade é a chave para o controlo do corpo. Insistindo-se, na correta
execução dos movimentos, uma vez que, a perda de eficácia técnica e artística dos
mesmos é o resultado de uma distribuição incorreta do peso proveniente da falta de
consolidação e/ou noções do próprio centro.
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31 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
3.3 Técnica de Dança Contemporânea
A dança contemporânea tem se mostrado evolutiva, desde o seu início até à
atualidade, revela ter um desenvolvimento gradual e, por vezes, drástico em termos de
metodologia, estilo e linguagem. Apesar da constante alteração é de extrema
importância não se perder o referencial base das TDM que são “…até aos dias de hoje,
referências metodológicas, pedagógicas e até coreográficas, em todo o mundo.”
(Fernandes & Garcia, 2015, p.48).
As técnicas de dança contemporânea são também influenciadas pelos docentes
das mesmas, ou seja, é facto benéfico e pedagógico, que o professor tenha tido a
oportunidade de executar ou experienciar as novas conceções dos coreógrafos
contemporâneos. Cada educador, adapta-se enquanto profissional da área, uma vez
que, incorporaram e transformaram as informações físicas e mentais que adquiriram ao
longo das suas carreiras profissionais. Pois, as TDCT, são uma consequência dos:
Movimentos dos próprios criadores e professores (…) a importância aqui
refletida da diferença mobiliza o pensamento para a importância da utilização do
passado e do presente e para uma construção plural no futuro, capaz de
iluminar, reciclar e refletir aquilo que posteriormente será a ação pedagógica.
(Fernandes & Garcia, 2015, p.57)
A técnica de dança caracteriza-se pelo movimento, pela capacidade de
imaginação, expressão, criatividade, emoção e sensação que se impõe a esta. Implica
também, uma consciência corporal no seu todo que se exprime numa maior maturidade
do bailarino, uma vez que fará uso do corpo enquanto instrumento para conduzir e
transmitir o movimento executado. Esta noção de movimento só existe se tivermos em
conta a noção de corpo:
O corpo frágil, vulnerável na geografia dos seus músculos, tendões e
articulações. O corpo naïf. O corpo que, para explorar as suas máximas
capacidades físicas e expressivas, para se tornar plástico e eficaz, para ser
resistente e inteligente, terá de ser treinado. (Graça, 2012, p.71)
É essencial que o estudante de dança detenha treino e técnica, para desenvolver
as competências inerentes à futura profissão, contribuindo-se para a ampliação das
competências físicas tornando o corpo eficaz e forte, bem como, para o seu aspeto, que
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segundo Foucalt (1999) é um instrumento dócil com o aumento das competências que
o obriga à conformidade e à submissão.
Outro aspeto importante a referir são as qualidades de movimento. Neste trabalho,
e por força da amplitude dos conceitos das qualidades de movimento, abordar-se-á o
conceito de tempo tendo em conta a sua praticidade no âmbito da lecionação.
O conceito de tempo aplicado às qualidades de movimento perseguirá o estudante
de dança desde a sua formação até ao nível profissional, onde é considerado bailarino.
Dominar a qualidade de movimento – tempo, revela-se uma ferramenta que permitirá
explorar a capacidade mais versátil do estudante, uma vez que está implícito que
domina os conceitos de transições de aceleração, desaceleração, moderado, lento e
rápido, definições imprescindíveis para a execução de um movimento com qualidade
(Smith-Autard, 2010).
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4. A Imagética no Ensino de Dança
Concordando com o autor de referência, a arte deverá ser um dos fatores
principiais da educação (Read, 1943). Uma vez que, é também, através do ensino
artístico em geral que se instruem os sentidos responsáveis pela consciência, a
inteligência e o raciocínio dos indivíduos (Read, 1943).
Segundo o mesmo autor, os níveis subconscientes da personalidade mental são
mais profundos/significativos do que os estados propriocetivos. No que diz respeito aos
níveis de subconsciente da personalidade mental, existem características que
atravessam o primeiro plano da nossa consciência sob a forma de imagens. Estas
imagens são uma forma de expressar, ou seja, uma linguagem que pode ser instruída
(Read, 1943). As imagens obtêm-se muito em todas as formas de atividade artística,
uma vez que, são um dos elementos basilares das mesmas.
A função da imaginação é notória e exposta pelo autor, pois esta identifica e
sugere que as obras de arte se adaptam às leis estruturais. Identifica as leis estruturais
como características do universo físico. No entanto, argumenta que toda a expressão e
perceção contidas no indivíduo são formas artísticas que tendem para investigar uma
forma ou configuração que sacie esteticamente (Read, 1943).
Denota-se assim, a importância do papel da imaginação, sendo esta determinante
para o estudante de dança na perspetiva de adquirir competências a nível profissional.
Parece que a imaginação é tanto mais fecunda, quanto mais o criativo conseguir
manifestar as suas intuições e organizar uma estratégia produtiva que mobilize e
aproveite o potencial de uma prática divergente (Mayer, 1998).
Concordando com os autores Read (1943) e Mayer (1998), observa-se a
pertinência deste estudo em imagética na dança para estimular os estudantes em
termos sensoriais.
Segundo Read (1943), os psicólogos consideram que as imagens nas crianças
estão especialmente vivas, pois através destas o ato da perceção é renovado. Além das
crianças, identificam-se geralmente os artistas com esta capacidade, sendo indivíduos
mais autoanalíticos do que outros sem ‘dons’ criativos.
A relevância das imagens para o pensamento, em concordância com Read (1943),
deve-se ao valor atribuído das imagens visuais para os processos de pensamento. No
entanto, tem de haver distinção entre o processo de imaginação e o pensamento, pois
o primeiro, com imagem pode ficar limitado. Sabe-se, no entanto, de acordo com o
mesmo autor, que as imagens são auxílios visuais do pensamento. A imagem, durante
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o processo de maturação do indivíduo, perde a intensidade, sendo substituída por
conceitos facilitadores do processo de pensamento e raciocínio. Ainda assim, continua
a desempenhar uma função de extrema importância nos processos mais elevados de
pensamento, “…onde a intuição e a percepção do modelo ou totalidade das relações
são chamadas a actuar…” (Read, 1943, p.157). O autor refere ainda que a comunicação
cinética se faz através do gesto, este é elaborado nas artes do ritual e da dança, pois
existe uma comunicação visual onde tem lugar a representação das características
formais da imagem.
Atualmente sabe-se, de acordo com Franklin (2014) e Hanarahan (1995), que são
raros os docentes de dança que não utilizam imagética como promotora para o
desenvolvimento de competências nos seus estudantes, pois é raro o professor de
dança que não tenha descoberto e experimentado os benefícios da imagética nas suas
aulas. No entanto, utilizam-na algumas vezes apenas com conhecimento empírico sobre
o tema, sem conhecimento profundo sobre esta estratégia. Contudo, é importante a
consciência do professor de dança ao utilizar esta estratégia pedagógica, pois:
Important aims include the training of a reflective and active teacher, dancer or
choreographer, and the support of individual’s general development on the
background of acquiring dance technical and compositional knowledge and
skills. The teaching methods assume a dialogue between teachers and students
and openness for the integration of different forms of art. (Sööt & Viskus, 2013,
p.298)
O uso da imagética não se limita apenas ao período da formação, sendo uma
estratégia utilizada recorrentemente por bailarinos profissionais e/ou coreógrafos
durante a sua prática. As pesquisas iniciadas neste tempo, de acordo com Hanarahan
(1995), confirmaram que os docentes de dança usavam a imagética nas aulas nos
diferentes níveis de experiência por parte dos estudantes. Servindo-se assim, diferentes
propósitos à prática da mesma como estratégia de treino mental no ensino e no mundo
profissional inerente ao tipo de processo criativo (devido à especificidade do tipo de
trabalho). Pode constatar-se que, a imagem mental do movimento é frequentemente
usada como uma estratégia para aprender e otimizar os movimentos. Sustenta-se
assim, a importância da imagética na prática de dança (Bläsing, Calvo-Merino, Cross,
Jola, Honisch & Stevens, 2012). Acredita-se também ser necessário:
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Individuality, creativity, and subjectivity approach towards the learner and the
learning process have an essential role to play. (…) A common topic also
includes the dance artist’s relation to pedagogy. In addition to very good
speciality based skills dance artists also need pedagogical support. The
acquired, directed and perceived reflection of one’s studies supports the
speciality based development of the teacher. (Sööt & Viskus, 2013, p.298)
De acordo com Júnior & Pontes (2011) e Leite (2011) o cérebro sofre
alterações/transformações ao longo do tempo, sendo uma estrutura bastante complexa
e plástica. A ciência tem vindo a comprovar através das pesquisas e com o aumento do
conhecimento sobre o sistema cerebral, que o cérebro é uma estrutura mais maleável
e flexível do que se idealizava. Sabe-se que o cérebro se modifica sob o efeito das
experiências vividas sob a forma perceções, das ações e do comportamento. Assim,
entende-se a pertinência de pensar/imaginar certos aspetos sobre os movimentos
físicos que estão a ser apreendidos, consolidados ou praticados.
O estudante de dança usa a mente e o corpo em simbiose, por forma a “…tornar
real o abstracto e o inatingível.” (Graça, 2012, p.70). Para concretizar esta premissa é
importante que exista um trabalho prévio do corpo, com o objetivo de obter a solidez e
as qualidades físicas que permitam desenvolver em simultâneo, as capacidades do
domínio físico e intelectual (Graça, 2012).
Existem vários conceitos inerentes ao treino mental na literatura, de acordo com
Júnior & Pontes (2011), existem termos como: prática mental, imagem mental,
treinamento mental, ensaio mental, visualização e ensaio visual de comportamento
motor.
Para este estudo, irá promover-se uma maior consciência dos movimentos através
da imagética, possibilitando-se como principal objetivo que o estudante se ajude a si
próprio (Franklin, 1996a). A imagética classifica-se em hipóteses fisiológicas, que
atribuem efeitos no treino mental. Existem fatores orgânicos, tais como, a estimulação
subliminar/subconsciente da musculatura envolvida no movimento, que executam o
‘despertar’ sensorial do organismo. Assim como, nas hipóteses psicológicas,
considerando-se que estas procuram explicar a influência do treino mental recorrendo
a fatores tais como a motivação do sujeito, capacidade de imaginação ou atenção
seletiva (Júnior & Pontes, 2011).
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Segundo Eric Franklin, o vocabulário de dança moderna (como os outros estilos
de dança) solicitam a coordenação e flexibilidade, pois o treino das ‘formas’ é essencial
“…by aesthetics, as are movement iniciations, qualities, and metaphors to be
expressed.” (Franklin, 1996a, p.69). Contudo, a imagética utilizada como estratégia que
funciona num determinado dia, pode não conseguir manter a sua utilidade no dia
seguinte e vice-versa. No entanto, a metáfora pode não ser de novo usada desde que
a sensação e a cinestesia sejam alcançadas, pois cumpriu o seu propósito como
estratégia de mudança (Franklin, 1996a).
Considera-se importante uma breve abordagem sobre os tipos de imagética
existentes. A imagética sensorial/sensory imagery, pode atingir qualquer um dos
sentidos dos indivíduos através do treino mental, nomeadamente:
Tabela 4: Sensory Imagery de acordo com Franklin (1996b)
Tipo de
imagética
sensorial
Exemplos práticos em dança:
Visual Imaginar que se vê os dedos a estenderem-se no espaço
(Franklin, 1996b.
Cinestésica
Imaginar como o corpo se sente no ar num determinado
elemento/conteúdo de TD que vai ser trabalhado (Franklin,
1996b).
Tátil
Lembre-se de como um professor ajustou o seu pélvis
para conectar seu alinhamento, assim pode repetir este
processo utilizando na sua mente o seu “tactile eye” (Franklin,
1996b, p.50);
A prática de imagens com o par é auxiliada por imagens
táteis específicas, de onde, o bailarino sente como e quando
toca ou é tocado pelo seu par (Franklin, 1996b).
Propriocetiva
− Levantar os braços e trazê-los de volta para o lado do
corpo. Repetir… Agora imagine que um par de braços de
imagens é colocado acima. Ao levantar os braços reais, baixe
os imaginários e vice-versa (Franklin, 1996b).
Após a imagética leva-se o estudante à reflexão de como
foi executar o movimento com e sem imagética propriocetiva.
Olfativa − Tenta mover através do espaço e imagina que este está
preenchido com um perfume agradável.
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Observa como isso afeta a tua postura (Franklin, 1996b).
Auditiva
− Imagina que ouves/dizes ‘terelefenheque’ quando
aterras no chão após um salto;
Os estudantes ganham maior consciência da qualidade
correta de recessão do salto, não fazendo ‘barulho’ no chão e
melhorando a mobilidade articular do pé. A parte da palavra
‘terele’ serve para ajudar o impulso do salto (saída do chão), e
a outra parte ‘fenheque’ para auxiliar na correta recessão do
mesmo (aterragem no chão).
Gustativa − Imagina que te envolves num movimento como se o
saboreasses (Franklin, 1996b).
Sabe-se ainda, a importância de trabalhar a parte artística nas aulas de TD, pois
treina-se não só as habilidades físicas, mas também, a presença e expressividade dos
estudantes. Concordando com Franklin (1996a), se o docente não cuidar destes dois
aspetos/conceitos em conjunto, será muito mais difícil colocá-los em harmonia numa
fase mais avançada da formação dos estudantes de dança. “This is probably why there
are relatively few “talented” performers out of the dancers in training. The “real”
performers are always performing.” (Franklin, 1996a, p.196).
Para se atingir este tipo de bailarinos, desenvolvidos tanto ao nível da
expressividade como nas habilidades físicas, é necessário treinar os estudantes de
dança para que estes sejam capazes de se auto transformar.
Imagery is about transformation, technical and artistic (…) Even if the dance
“only” requires being in the moment and experiencing the spatial relationships
between the dancers on stage (…) This ability to be instantly identified with a
new state of mind requires a new image of your mental process, which can be
acquired through consistent practice. (Franklin, 1996a, p.196)
Decidiu-se abordar o desenvolvimento das competências artísticas por meio da
estratégia pedagógica imagética. Identificam-se assim, alguns conceitos presentes nos
ideais de Franklin (1996a) que foram utilizados na parte prática deste relatório do
estágio, tornando-se pertinentes de pesquisar para organizar o tipo de imagéticas a
utilizar na aula prática de repertório de dança contemporânea. Assim, observa-se que o
autor identifica conceitos como:
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Tabela 5: Imagery in Choreography and Performance de acordo com Franklin (1996a)
Imagética em
coreografia e
performance
Exemplos práticos em Dança
“Using imagery to teach
choreography”
(Franklin, 1996a,
p.208).9
Imagens combinadas de movimentos poderosos como:
Das máquinas de terraplenagem com modos de
felicidade completa;
De se sentir bem consigo mesmo;
De imaginar a água que relaxa e acalma (Franklin,
1996a).
“Imaging using your
hands”
(Franklin, 1996a, p.232).
Image and touch: O efeito das suas mãos no corpo de
outra pessoa depende muito do seu estado mental. O
melhor é:
Concentrar-se numa imagem, depois visualizá-la no
seu próprio corpo e projetá-la no corpo do par.”
(Franklin, 1996a).
“The performance
environment”
(Franklin, 1996a,
p.219).10
Todo o bailarino quer tornar o palco vivo através de sua
performance. Pode-se assim, pedir para que o intérprete:
Pense em esculpir ou pintar o espaço, de modo a,
quando dançar vá progressivamente moldando e
deixando uma marca permanente no palco/estúdio de
dança (Franklin, 1996a).
“Imaging With or
without the audience”
(Franklin, 1996a,
p.223).11
Respond: O bailarino deve fingir que está a responder
continuamente às perguntas e solicitações do público
(Franklin, 1996a);
Shadow: O intérprete deve imaginar que ‘lança’ uma
enorme sombra enquanto dança. Pode também
imaginar que tem a capacidade de amplificar o que é,
ou não, visível para o público que se encontra mais
distante (Franklin, 1996a).
“Imaging spatial
adjustements”
Sunrise: O bailarino deve imaginar que acontece o
nascer do sol sob o palco/estúdio de dança. O sol
9 Este tipo de imagética pretende que as imagens dadas pelo coreógrafo façam com que os bailarinos apreendam melhor a sequencia coreográfica, bem como, a sua interpretação. 10 Esta imagética pressupõe que o bailarino recorre à imagética para ‘criar’ o ambiente cénico aquando dança, para que o espetáculo não se torne obsoleto/imemorial. 11 Através desta imagética pretende-se dar a conhecimento do público aos bailarinos, tomando-se consciência da expressividade que o bailarino utilizará para chegar até à plateia.
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(Franklin, 1996a,
p.224).12
brilha através do piso do mesmo, acabando por
iluminar também os bailarinos (Franklin, 1996a).
Franklin (1996a) separa a imagética de acordo com as possibilidades de
aplicação, separando-as em: Imagery in improvisation exercises, Imagery and dance
technique classes, Imagery in choreography and performance e Rest and regeneration.
Compreende-se o porquê de o autor subdividir as imagéticas no seu livro, sendo uma
maneira de se obter uma consulta mais eficaz e de se verificar as diferentes imagéticas
de acordo com as necessidades especificas do que está a ser trabalhado. No entanto,
defende-se que as imagéticas escolhidas pelo autor podem unir-se na prática, uma vez
que na aula de TD também se utilizam aspetos relacionados à coreografia e
performance13.
Além de Franklin, existe também o autor Wayne Macgregorque14, que criou Mind
and Movement com base na pesquisa desenvolvida das ferramentas de pensamento
para o processo coreográfico. Torna-se um recurso prático para o uso num ambiente de
aprendizagem prático e criativo, permitindo que os indivíduos de desenvolvam através
do movimento com inovadoras formas e dinâmicas. Os planos de aulas são de fácil
acesso, assegurando-se a sua relevância na mente e no movimento, chamam-se a
estes a caixa Mind and Movement (em formato A5).
Este estudo, pretende promover o desenvolvimento técnico e artístico dos
estudantes através da estratégia pedagógica imagética, permitindo aos estudantes
corrigir estas valências ao nível do movimento não só pela forma correta, mas pela ação
do mesmo como é esperado em TDCT e repertório de dança contemporânea. A partir
da imagética, promove-se uma maior consciência da sensação do movimento, dando
maiores capacidades à amostra de melhorar a sua performance.
12 Este tipo de imagética pretende que o bailarino esteja focado antes e durante o espetáculo, para que este não se distraia com os ajustes de spacing que tiver de executar durante o espetáculo. 13 Definição explanada no apêndice M – Glossário. 14 Nasceu em Stockport e estudou na José Limón School em NY. Em 1992 fundou o Studio Wayne Macgregor. É um coreógrafo que interage e ‘cruza’ bastantes temáticas nos seus trabalhos coreográficos e já coreografou para as grandes companhias, nomeadamente: NDT1, New York City Ballet, Australian Ballet, English National Ballet, Bolshoi, Royal Danish Ballet, Boston Ballet, entre outras companhias a nível mundial (Royal Opera House, 2013).
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A dança contemporânea atingiu um nível variado de possibilidades que faz com
que os estudantes de dança necessitem de ter grau elevado de coordenação,
versatilidade, capacidade de memorização, competências físicas e técnicas do seu
corpo desenvolvidas, entre outras valências importantes.
Alguns coreógrafos pretendem extrair dos bailarinos coisas interessantes que o
corpo faz, por isso, dão a estes uma imagem ou diálogo interessante que lhes ative na
sua imaginação a riqueza das coisas que fazem, permitindo que os seus movimentos
se tornem mais dinâmicos. Um bailarino profissional deve obter um corpo que se
movimenta organicamente, cuja coordenação lhe permita trabalhar e incorporar os
movimentos necessários nas obras clássicas e contemporâneas, sem hesitação ou
dificuldades e sem perder a individualidade enquanto intérprete (Knapp, 2016).
O estudante do EAE de dança deve obter um treino que, de acordo com Rafferty
& Stanton (2017), implique um grau de aquisição de habilidades no condicionamento
físico apropriado ao corpo para ser capaz de tentar e dominar as habilidades.
An intelligent, thinking body is developed via somatic awareness, healthy
functioning and psychological wellness. However, we also need to think beyond
facility, technicality and mind-body integration and also consider how dancers
learn and teaching strategies or philosophies employed to deliver the technical
information. (Rafferty & Stanton, 2017, p.193)
Independentemente do estilo ou técnica que o docente de TDCT ensine, o docente
‘habilidoso’ irá ter sua própria bibliografia incorporada, um arquivo cumulativo que é
composto pelos seus próprios caminhos de aprendizagem anteriores, suas afinidades e
suas experiências profissionais (Rafferty & Stanton, 2017).
Acredita-se, de acordo com Knapp (2016), que as tarefas mentais contribuem para
que os estudantes compreendam melhor as metodologias e estruturas coreográficas
dos movimentos a serem executados. Assim, o docente ajuda o estudante na sua
formação ao nível do EAE de dança, pois este aprende através de estratégias
pedagógicas como a imagética, a ser mais autónomo e a compreender melhor a sua
própria individualidade enquanto futuro bailarino profissional. Este processo pretende
ainda, evitar qualquer forma de ‘esquema’/bloqueio nos estudantes que possam surgir
quando as técnicas de dança contemporânea são ensinadas somente pelo lado da
execução e repetição, pois a consciência e tentativa da perceção da sensação durante
o movimento faz com que os estudantes evoluam ao nível do mesmo.
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Concordando com Franklin (2014) dar correções é um desafio para os docentes,
pois a aula necessita de ter o seu ritmo através das séries de exercícios sem muitas
interrupções mantendo os estudantes atentos e ativos. Acredita-se que a imagética
pode ser uma estratégia pedagógica promotora de interesse dos estudantes durante a
correção, pois através desta, estes têm uma imagem nítida importante no desempenho
do AR que estão a desenvolver (Fonseca, 2001). Estes aspetos, contribuem assim,
como fator imprescindível para o futuro dos estudantes de dança do EAE enquanto
intérpretes de dança/criadores.
But in dance, imagery is only now gaining acceptance as an important tool for
improving dancers’ skills and well-being (…) Increasing numbers of graduate
students at universities in the United States, Europe, and Asia are writing theses
related to dance imagery. (Franklin, 2014, p.1)
A definição de imagética em dança deve conter aspetos como o espaço, sensory
modalities, bem como, a promoção de habilidades de movimento, alteração de estados
emocionais e definir/atingir objetivos (Franklin, 2014).
Segundo Spessato & Valentini (2013), a instrução da imagem mental tanto é dada
pelo professor através da condução do pensamento do estudante, quanto ao nível de
imagens visuais que auxiliam a compreensão da sensação na realização dos
movimentos. É importante para o docente perceber e conhecer melhor as “…variáveis
que afetam a demonstração, [como a] (…) imagem mental…” (Spessato & Valentinni,
2013, p.7), pois é essencial o cuidado com a demonstração e implementação desta
estratégia pedagógica. O docente deve ser capaz de promover e apresentar os
conteúdos relevantes para a execução do movimento na prática de dança.
Concordando com Spessato & Valentini (2013) e Eric Franklin (o criador do
método Science-Based Imagery), observa-se na sua entrevista, a importância da
imagética para a melhoria da técnica e a sua eficácia nos bailarinos, pois o cérebro
necessita de receber a informação sobre a técnica numa linguagem bastante específica
para controlar o corpo da maneira que se pretende. Franklin define esta linguagem de
imagética (Dance Magazine, 2008). O autor alerta na entrevista, para que não se
confunda este trabalho apenas com imagens na mente, mas que estas têm de servir e
complementar os três aspetos importantes, sendo estes, The meaning (onde se
desenvolve o objetivo), The feeling (exemplo através da imagética) e The positive
imagery (exemplo da imagética tornando-o agradável). “…[F]or a movement to have
benefit, the thought, the picture, and the emotion must be positive and it must make
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anatomical sense.” (Dance Magazine, 2008, p.212). Pretende-se perceber com este
estudo, se os estudantes do 5º/9º ano da EACMC conseguem promover a sua parte
técnica e artística através da promoção de novas sensações no seu corpo, pois não é
possível reproduzir um movimento se nunca o tiver sentido antes. Evitando-se assim,
que os estudantes executem apenas a reprodução do movimento sem o sentir, que é
claramente insuficiente do ponto de vista técnico (Dance Magazine, 2008).
De acordo com Leite (2011), a neurociência dá uma nova perspetiva à
aprendizagem, pois os neurocientistas pretendem investigar a integração dos indivíduos
no meio em que se inserem, reparando nos processos químicos e físicos que
desencadeiam as respostas musculares e glandulares. Por meio deste conhecimento,
bem como, da existência da maturação cerebral, pode-se modificar comportamentos,
uma mudança que ocorre “…no sistema nervoso e pode ser chamada de plasticidade
cerebral.” (Leite, 2011, p.2).
Assim, a imagética enquanto estratégia pedagógica pressupõe, como na
neuroeducação, transformações evolutivas atuando no sistema mental, mais
propriamente, na estruturação do “…caminho de manifestação do potencial inteligente
da consciência.” (Leite, 2011, p.4).
Constata-se assim, que o instrumento mais importante no processo de alcançar
os objetivos de TDCT e repertório de dança contemporânea nos estudantes é a
educação da autoconsciência (consciência somática). Assim como, o apoio ao
desenvolvimento individual dos estudantes, dando a estes um entendimento para a
sensação do movimento apoiando o crescimento da autenticidade somática15. Esta
pretende incidir no trabalho individual dos estudantes sobre a sensação, o pensamento,
o sentimento e a perceção dos movimentos, conteúdos de movimento e/ou elementos
técnicos apreendidos nas aulas de dança (Knapp, 2016).
A imagética torna-se assim, uma metáfora que se estende às ações do corpo e
dá hipótese ao estudante de conseguir atingir novos objetivos, competências
técnicas/expressivas e/ou criativas a partir da experiência pessoal e do conhecimento
do mesmo. Esta estratégia pedagógica, opera sobre o corpo e as suas ações uma
transformação qualitativa, a metáfora torna-se no instrumento da metamorfose
15 A autenticidade somática emerge de uma intimidade com nossos próprios processos internos, sendo estes a fisiologia, a sensação, o sentimento, o pensamento e a perceção. Sem a autenticidade somática como referência, “…nós seríamos apenas máscara, (…) massa. Nós nos definiríamos apenas através do pertencer a um grupo e nossa singularidade seria abortada.” (Bolsanello, 2011, p.314).
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cinestésica que transforma “…o corpo naïf em corpo eficaz e inteligente.” (Graça, 2012,
p.76).
A influência entre a imagem corporal e o movimento sucede-se nos dois sentidos
em simultâneo, pois tanto o movimento é necessário ao desenvolvimento da imagem
corporal, como, esta também se torna precisa para que possamos mover-nos
coordenadamente. Além disso, reproduz-se as nossas características pessoais aos
nossos movimentos (Turtelli, 2003).
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5. Metodologia de Investigação
5.1 Investigação-Ação
A metodologia de investigação-ação, pretende examinar um contexto educativo
específico e estimular tomadas de decisões dos docentes para uma mudança/melhoria
no sistema educativo. Através desta, pretende-se que haja uma reflexão com o grupo
de estudantes, bem como, ao nível individual dos mesmos. Assim, existe a construção
do conhecimento a partir de um confronto que é produzido pela reflexão (Mesquita-
Pires, 2010).
A investigação-ação utiliza-se em contextos particulares e em meios específicos,
fazendo parte do ambiente escolar. Considera-se assim, que esta metodologia serve
“…como contributo para o desenvolvimento profissional, este modelo salienta a
investigação com a qual os professores se devem comprometer, como pesquisadores
ativos, numa lógica que contrarie a sua passividade, enquanto sujeitos de estudo.”
(Mesquita-Pires, 2010, p. 72). Uma vez que, a escola se torna um local importante para
refletir e melhorar práticas, este estudo surge da vontade de pesquisar métodos para
melhorar práticas de ensino TDCT e repertório de dança contemporânea, para que os
estudantes se desenvolvam de forma mais consciente e completa na prática de dança.
Por outro lado, esta metodologia é uma excelente forma para novos pensamentos e
melhorias de práticas. No entanto, tal só acontece, quando toda a comunidade escolar
se envolve na mesma ação, para que haja dinamismo e intervenção.
Coutinho, Sousa, Dias, Bessa, Ferreira & Vieira (2009), fazem referência ao
padrão sócio crítico onde se admite que:
Das práticas investigatórias a concepção ideológica e valorativa está presente a
investigação e que acaba por determinar o conhecimento que dai possa advir
(…) neste contexto teórico de pendor mais interventivo e transformador que
surgem, no campo da investigação educativa, metodologias capazes de
proporcionar uma ação mais profícua e consequente na medida em que se
centram na reflexão crítica, por um lado, e na atitude operacional de práticas que
acabam por ser ponto de partida para emergência de possíveis teorias.
(Coutinho, et al., 2009, p.357)
Um ponto muito importante deste modelo é a valorização da prática, o que é
essencial no ensino da dança, bem como, o facto de esta a tornar a componente
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principal da metodologia. Através desta, existe o pensamento da prática educativa que
está sempre inerente ao conceito de reflexão, sendo esta de extrema importância para
a resolução de problemas na prática do docente.
A investigação-ação é um processo em que se analisa a própria prática educativa
“…de uma forma sistemática e aprofundada, usando técnicas de investigação.”
(Coutinho, et al., 2009, p.360).
5.2 Instrumentos de Recolha de Dados
A observação é uma análise importante na prática deste relatório de estágio, pois
existe a necessidade de verificar aspetos técnicos/artísticos referentes às aquisições e
conhecimentos da amostra, assim, “…através da prática pedagógica de carácter
científico se tornará possível ultrapassar o empirismo e fazer inflectir definitivamente a
atitude tradicional que reduz a pedagogia a uma arte.” (Estrela, 1994, p.26). Após a
observação e problematização, existirá uma intervenção mais assertiva, realizando-se
uma correta avaliação. Concordando com Estrela (1994), o início da investigação
educacional é um requisito à formação de uma consciência importante da reflexão
epistemológica sobre o tema e a sua correta utilização. Esta permitirá a capacidade de
”…diagnóstico e avaliação como fundamento de toda a ação educativa.” (Estrela, 1994,
p.128). A observação executada pelos docentes em formação constitui uma base da
formação dos mesmos, assim sendo, esta irá auxiliar o docente a:
Reconhecer e identificar fenómenos; apreender relações sequências e causais;
ser sensível às reações dos alunos; pôr problemas e verificar soluções; recolher
objetivamente a informação, organizá-la e interpretá-la; situar-se criticamente
face aos modelos existentes; realizar a síntese entre a teoria e prática. (Estrela,
1994, p.58)
Neste relatório de estágio encontra-se um plano de ação que contempla a
avaliação e a maneira como se realizou o processo de estágio, sendo este, previamente
preparado, como existe referência feita por parte de Estrela (1994). Uma vez que, se
pretende observar e descrever os comportamentos da amostra, bem como, transcrever
a análise feita tendo em conta a preparação da mesma.
Os métodos, procedimento e técnicas de recolha de dados pretendem dar uma
perspetiva lógica e fundamentada ao estudo. Assim, pretende-se utilizar um método de
procedimento misto, em que se utilizam instrumentos de recolha de dados como:
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46 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Diários de bordo com tabelas de observação: Os diários de bordo surgiram
durante todo o processo de estágio enquanto instrumento qualitativo de recolha de
dados. Estes, serviram para as notas descritivas pertinentes e em complemento à
análise dos estudantes nas diferentes fases de estágio.
As tabelas de observação, foram um instrumento quantitativo, complementando o
campo de observações qualitativas dos diários de bordo. Estas tabelas, foram utilizadas
em fases específicas para quantificar a apreensão dos movimentos, sem e com
imagética por parte da amostra.
Registo de Vídeo: Surgiu para que se comprove, visualmente, as melhorias
técnicas e artísticas no movimento dos estudantes ao longo do processo de estágio.
Consentimento livre e informado: Após a primeira reunião com a escola
cooperante, no início de setembro de 2017, sobre a prática pedagógica e plano de ação
deste estágio, a investigadora conversou e combinou com a professora cooperante um
dia favorável a ambas para proceder à entrega do consentimento livre e informado aos
estudantes. Posteriormente, antes da fase de observação estruturada, a professora
cooperante apresentou a investigadora à turma. Todos os estudantes entregaram, na
aula primeira aula de observação estruturada, o consentimento informado assinado,
tendo todos os encarregados de educação concordado com a recolha de dados em
formato de vídeo dos seus educandos para a realização deste estudo. Assim, tornou-se
possível o início da modalidade de observação já com a noção predefinida de quais os
estudantes que iriam participar no estudo.
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47 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
6. Caracterização da Amostra e Outros Intervenientes
O público-alvo deste estudo frequenta o 9º ano de escolaridade, correspondente
ao 5º ano do EAE, do Curso Básico de Dança, sendo todas as aulas lecionadas nas
instalações da EACMC em Coimbra.
Observou-se que a turma é composta por 15 estudantes, dos quais 3 são rapazes
e 12 raparigas. A turma é composta por estudantes com boas aptidões físicas, ao nível
da flexibilidade, competências físicas, agilidade e coordenação motora, existindo
algumas exceções. No entanto, são estudantes com facilidade em distrair-se e em
conversar, demonstrando pouco empenho nas aulas. No que diz respeito ao vocabulário
técnico dos estudantes, pode dizer-se que é visível nos seus corpos e execução dos
exercícios a linguagem técnica, assim como, em geral, o domínio dos conteúdos
programáticos inerentes à disciplina de TDCT (parâmetros expostos no Apêndice K).
Existem dois estudantes da turma com menos experiência no curso básico de
dança em relação aos restantes colegas. Os estudantes 1 e 13, frequentam o EAE de
dança da EACMC desde o ano letivo anterior (2016-2017), entrando apenas no 4º ano
do EAE de dança/8º ano do ensino regular.
6.1 Fase da adolescência e o seu desenvolvimento
A amostra deste estudo, situa-se no final do primeiro estádio denominando-se a
adolescência inicial (dos onze aos catorze anos) e o segundo estádio que se designa
adolescência média (dos quinze aos dezasseis anos). Segundo Silva (2001), referindo-
se a Fenwick & Smith (1993), este período é delicado. Por via das alterações hormonais
“…surge, igualmente, um comportamento rebelde, provocador, agressivo e mau humor
geral e os amigos começam a ter maior importância.” (Silva, 2001, pp.41-42).
O segundo estádio refere-se fundamentalmente ao estudante tornando-se este
“…menos autocêntrico, desenvolvendo uma maior capacidade de cedência e aprender
a pensar em si mesmo e a tomar as suas decisões. Em termos morais começa a
questionar conceitos e valores, criando os seus próprios valores.” (Silva, 2001, p.42). O
estudante tende a desenvolver-se através das suas atitudes, ao nível da sexualidade,
pois o adolescente aceita-a, cria relacionamentos sexuais envolvendo-se em
sentimentos desconhecidos em si mesmo. Ao nível intelectual, o jovem inicia interesses
mais abrangentes e de maior curiosidade pelo que o rodeia.
O adolescente passa por muitas mudanças ao nível físico, psicológico e social,
devido ao período da adolescência e que faz com que este se torne frágil, pela existência
de aumentos súbitos de altura e diminuição da força e da coordenação muscular, que
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48 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
são agravados por alterações hormonais drasticamente flutuantes (Chair, 2000). Devido
a todas as alterações que os adolescentes sofrem, necessitam de apoio e orientação,
pois assim e segundo a autora Chair (2000), os próprios em conjunto com os docentes
e familiares devem estar atentos a aspetos como:
Mudanças fisiológicas: Estas ocorrem desde um período de crescimento tanto
ao nível do aumento da massa corporal, como do comprimento dos braços/pernas, bem
como, a mudança ao nível das proporções do tronco. O estudante durante a maturação
cerebral (sistema nervoso) tenta acompanhar as mudanças musculares e ósseas pelas
quais passa, pois, o adolescente experiencia diversas flutuações na coordenação e no
equilíbrio (Chair, 2000). O ‘surto’ de crescimento é um processo individualizado, dando-
se entre a faixa etária dos 11 aos 14 anos (podendo acontecer antes no caso de
indivíduos do género feminino e mais tarde no caso do género masculino);
Problemas psicológicos: Estes devem-se ao fato do adolescente obter muitas
alterações ao seu redor. As pressões existentes tanto por parte hormonal como a
perceção das suas diminuições de capacidades/habilidades podem levar o indivíduo ao
verdadeiro desafio emocional. Podendo o estudante interpretar este facto como uma
perca de talento, principalmente quando os colegas apresentam melhorias. Os docentes
devem então, fazer com que os estudantes percebam que se trata de uma fase
temporária não de um estado permanente, as habilidades voltam assim que o corpo e
mente estabilizarem. Os professores e os encarregados de educação, podem aumentar
a confiança e a moral dos estudantes ao reconhecer o seu esforço e a sua maturidade,
proporcionando uma perspetiva positiva em que se reforça a necessidade da sua
persistência (Chair, 2000);
Nutrição: Torna-se extremamente importante que haja um equilíbrio entre os
níveis do exercício, de nutrição, de hormonas, e de densidade óssea, pois os estudantes
de dança podem desenvolver o Female Athlete Triad, um síndrome composto por
transtornos alimentares, amenorreia e osteoporose (Chair, 2000). Assim, espera-se que
os docentes de dança possam guiar os estudantes neste sentido e que lhes transmitam
o que é saudável para os seus corpos, sendo que, será um trabalho individualizado
devido às características de cada individuo. Os estudantes de dança devem ser
educados sobre hábitos alimentares saudáveis e encorajados a procurar um estilo de
vida equilibrado para prolongar suas carreiras (Chair, 2000).
No contexto deste trabalho, destaca-se o pensamento de Chair (2000), no que diz
respeito a outras temáticas importantes nas aulas de dança, como, dar uma maior
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49 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
importância à consciência cinestésica16. Torna-se relevante e pertinente este estudo
sobre a aplicação da imagética em TDCT e repertório de dança contemporânea, para
que o estudante desenvolva um treino mental consciente, como promoção da maturação
e do seu movimento/elementos técnicos na aula de dança. O desafio para o docente,
será continuar a aula de dança para a maioria dos estudantes, enquanto decorre o
‘surto’ de crescimento dos restantes colegas. Estes estudantes, devem fazer uma
modificação da sua participação individual na aula para conseguirem atingir os objetivos
a longo prazo (Chair, 2000).
O período da adolescência nesta faixa etária dos 14/15 anos é extremamente
importante para o desenvolvimento do individuo. Correspondendo assim, a alterações
muito fortes, tanto ao nível biológico como corporais associadas ao acordar do
metabolismo endócrino (Silva, 2001).
No interior do processo de aprendizagem, entendida como a mudança de
comportamento resultante de uma relação acessível entre a situação e a ação, coloca-
se uma síntese psicomotora que é regulada de forma complexa, autocontrolada do
ponto de vista energético (Fonseca, 2001).
Se a mente não estiver na sua máxima expressão funcional, o corpo, os seus
músculos e os seus fatores de execução motora (…) não são suficientes para
obter grandes resultados ou grandes êxitos, e tal é válido (…) quando todos
estão perante situações de superconcentração em que lhes é exigido um AR ou
um alto desempenho. (Fonseca, 2001, p.122)
A mente é a base da motricidade de sobrevivência e da motricidade expressiva,
em termos de alto rendimento (AR) o treino da psique habita um lugar importante como
complemento do treino físico. Existem várias investigações no desporto de AR onde se
afirmam os dados reconhecidos nas neurociências (Fonseca, 2001). A atividade mental,
verifica-se funcional, pois permite desempenhos de elevada qualidade, bem como, a
emergência de estados de êxtase recorrentes em artistas e não só. Assim, o treino do
bailarino deverá à semelhança do AR deter “…a optimização dos fatores internos e
externos do comportamento do individuo (…) aquisição de atitudes (…) ou seja, uma
16 Consciência cinestésica: É a capacidade de perceção da organização do nosso corpo com o espaço. Tona-se um processo ativo de interpretação da informação sensitiva e representa o conhecimento de um sujeito ou uma experiência corporal. É a capacidade de reconhecer a localização espacial do corpo, a sua posição e orientação, a força exercida pelos membros e a posição de cada parte do corpo em relação às demais sem utilizar a visão, de modo que a situação de nosso corpo seja tão importante quanto a situação e as condições dos objetos percebidos no ambiente. (Castro & Gomes, 2011).
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50 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
síntese psicomotora, na medida em que só com ela se torna possível a performance
maximal.” (Fonseca, 2001, p.135).
De acordo com Wall (1975) e Silva (2001), no estádio da última infância que
decorre entre os doze e os dezanove anos, existem várias transformações no
individuo/adolescente. A puberdade é então um período em que os adolescentes obtêm
diversas transformações complexas, que justificam algumas causas subentendidas aos
processos emocionais, pois existe “…o produto complexo de fatores temperamentais,
ambientais e físicos.” (Wall, 1975, p.16).
Segundo Gomes (2013), os fatores psicológicos detêm importância nos contextos
desportivos e devem ser incorporados nos mesmos, uma vez que, ao nível do desporto
de competição, têm sido implementados programas de treino de competências
psicológicas na prática sistemática e sólida dos fatores mentais com a deliberação de
aumentar o AR dos atletas. As vantagens verificadas desta aplicação do treino mental
revelam-se como promotoras de sucesso na preparação psicológica, exponenciando a
enunciação dos objetivos, de visualizações mentais e do controlo da ativação física e
dos pensamentos durante a mesma. Verifica-se então, a pertinência e vontade de
implementação da imagética neste estudo, testando o treino mental como promotor de
aquisição dos conteúdos de movimentos de Graham e Limón, do desenvolvimento das
qualidades e dinâmicas de movimento, e das competências artísticas dos estudantes
do 5º/9º ano do EAE de dança da EACMC.
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
51 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
7. Calendarização/Plano de Ação
Neste estudo existiu um período de estágio em que se realizou uma prática de
docente, subdividida em horas de estágio com quatro tipos de intervenções diferentes,
nomeadamente: observação, lecionação partilhada, lecionação autónoma e outras
atividades. A investigadora lecionou uma vez na semana (na disciplina de TDCT) e
durante uma fase da lecionação autónoma lecionou duas vezes na semana (aulas de
TDCT e repertório de dança contemporânea). Todas as aulas lecionadas tiveram a
duração de 1h30m.
Em setembro de 2017, foi realizada uma reunião entre a investigadora e a
professora cooperante da turma de estágio, onde se apresentou as ideias pré-
concebidas da investigadora sobre a calendarização deste estudo. A professora
cooperante concordou com a calendarização feita, mas sugeriu alguns ajustes de
acordo com o plano anual de atividades da EACMC, bem como, das planificações dos
conteúdos programáticos feitos pela mesma. Posteriormente, a calendarização foi
retificada e apresentada à professora cooperante, que concordou com as alterações
feitas pela investigadora.
A investigadora, quis ir sempre de encontro ao trabalho que ia sendo realizado e
planeado pela professora cooperante, para que os estudantes não obtivessem
carências, de continuidade do trabalho dos elementos técnicos dados nas aulas de
TDCT, de acordo com os objetivos estipulados pelo programa e planificações desta
disciplina.
Em baixo, encontra-se o esboço do que a investigadora realizou no seu estágio:
Tabela 6: Calendarização do plano de atividades em meses e modalidades do estágio 2017-2018
Horas/
Prática a realizar
Períodos
1º 2º 3º
Set Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abril Maio
8H Observação X
8H Lecionação
partilhada X X
40H Lecionação
autónoma
X X X X
9H Outras
atividades
X
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52 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Tabela 7: Calendarização dos instrumentos de recolha de dados utilizados nas modalidades do estágio em
2017-2018
Modalidade Estratégia
Instrumentos
de recolha de
Dados
Observação
7H30
Avaliação de diagnóstico:
− Numa primeira fase (4h30): Observou-se a
atitude/comportamento da turma e a
imagética utilizada pelo professor
cooperante;
− Numa segunda fase (3h): Verificou-se qual o
nível técnico dos estudantes na execução
dos conteúdos de movimento que se utilizou.
− Diários de
bordo;
− Tabelas de
observação.
Lecionação
Partilhada
7H30
Pretendeu-se verificar a compreensão dos
estudantes sobre os conteúdos de movimento
das técnicas Humprey/Limón e Graham, com a
finalidade de se entender melhor as
observações verificadas na intervenção
anterior. Para o efeito utilizaram-se os
instrumentos de recolha de dados indicados na
tabela lateral:
− Nos diários de bordo e tabelas de observação:
Pretendeu-se averiguar o efeito da imagética
utilizada nos exercícios lecionados que
constam nos objetivos específicos 2.2.1.1. e
2.2.1.2., uma vez que, se apura a importância
quanto à consciencialização da postura17,
através da estratégia da imagética na
execução de todos os movimentos de dança e
− Os diários
de bordo;
− Tabelas de
observação;
− O vídeo.
17 Consciencialização da postura: De acordo com Bläsing, et al. (2012), os bailarinos devem obter noções de posições precisas com base em informações propriocetivas, ou seja, informações cinestésicas que denominam as capacidades de reconhecer as localizações espaciais do corpo, permitindo assim, a manutenção do equilíbrio postural e a realização das atividades práticas. Pois os autores defendem que “dancers seemed to rely more on proprioception even when vision was available, leading to a tendency towards higher error rates in the vision-only condition, in which controls are generally more accurate.” (Bläsing, et al., 2012, p.301). Pretende-se assim, auxiliar os estudantes desta turma a promover a postura correta através da imagética sensorial.
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53 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
a correta consciência e utilização do centro
como criação/sustentação de movimento;
− O registo de vídeo: existiu para se perceber
melhor o efeito surtido nos exercícios
lecionados em partilha com a professora
cooperante com e sem a utilização da
imagética.
Lecionação
Autónoma
36H40
Nesta fase, compreendeu-se a reação dos
estudantes à imagética dada, a fim de se
quantificar e comparar os registos qualitativos
recolhidos no que diz respeito ao desenvolvimento
técnico e artístico dos estudantes, durante a
intervenção pedagógica. Posto isto, através dos
instrumentos de recolha de dados mencionados
na tabela lateral:
− Nos diários de bordo e tabelas de
observação: Analisaram-se as melhorias
quanto aos objetivos específicos 2.2.1.3. e
2.2.1.4. durante o segundo período (de
03/01/18 a 21/03/18), uma vez que se sabe,
a importância do desenvolvimento da
alternância de dinâmicas e qualidades do
movimento18 para a formação de bailarinos;
− Observaram-se as melhorias quanto ao
objetivo específico 2.2.1.5. no terceiro
período (de 02/04/18 a 18/04/18);
− O registo de vídeo: Permitiu que no início e no
final do processo da intervenção pedagógica,
fossem recolhidos dados para a comparação
da utilização da imagética enquanto
estratégia pedagógica, os seus resultados,
− Diários de
bordo;
− Tabelas de
observação;
− Vídeo.
18 Desenvolvimento da alternância de dinâmicas e qualidades do movimento: Bläsing et al. (2012),
referem que na performance do bailarino o timing é essencial, para que se cumpra com os diferentes objetivos como a sincronização do movimento quer seja com outro individuo, quer seja com o a orientação mental. Pretende-se assim, utilizar a imagética como estratégia pedagógica, fomentando estes dois objetivos específicos presentes neste relatório, pois os bailarinos devem seguir o caminho dinâmico que se refere à velocidade e à trajetória do movimento (Bläsing et al., 2012).
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54 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
assim como, a evolução dos estudantes face
à intervenção pedagógica efetuada.
Outras
Atividades
4H
Dia 14/03/18;
Dia 21/03/18;
Nestas horas:
− Auxiliou-se a escola na apresentação de
Seminários do segundo período do ano
letivo 2017/2018 no grande auditório da
EACMC, através da execução de um guião
de espetáculo e apoio na direção de cena
do próprio;
− Findo o processo do objetivo específico
2.2.1.4., pretendeu-se que, através do
registo vídeo desta apresentação, fosse
possível observar e comparar o
desenvolvimento do respetivo objetivo
específico. Os instrumentos utilizados na
implementação da estratégia pedagógica
(imagética) foram os diários de bordo e
tabelas de observação.
− Diários de
bordo;
− Tabelas de
observação
− Vídeo.
A planificação e o plano de ação deste estudo foram cuidadosamente ponderados,
uma vez que, o tempo se revelava reduzido para trabalhar os diferentes objetivos
específicos. Posto isto, a investigadora necessitou planear a sua fase de observação
estruturada pois, era muito importante identificar os pontos a observar na turma que
estivessem ligados ao trabalho que iria ser realizado na prática pedagógica seguinte.
Considera-se que os pontos observados foram uma ‘ponte’ para a planificação dos
exercícios, escolha de algumas imagéticas e até o questionamento da própria
investigadora sobre algum exercício e/ou imagética. Desta forma, optou-se por fazer as
planificações com alternativas em relação à imagética.
Na fase de lecionação partilhada observou-se que a reflexão sobre as
observações retiradas e da investigação previamente feita no enquadramento teórico,
foram benéficas, pois, em determinados momentos-chave das aulas, conseguiu-se
chegar aos estudantes explicando o que com cada exercício pretendia, proporcionando
a reflexão de cada um deles sobre a execução técnica e artística dos movimentos
através das imagéticas escolhidas.
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55 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Verificou-se a pertinência de identificar/conhecer questões mais específicas da
fase da adolescência e desenvolvimento dos estudantes deste 5º ano de dança. Assim
como, se identificaram as questões abordadas por Chair (2000) e Silva (2001), uma vez
que a turma continha estudantes com mudanças fisiológicas a acontecer durante os
meses de estágio, estudantes com antigos problemas psicológicos em tratamento e
alguma falta de informação sobre nutrição. Esta informação prévia foi determinante para
que a investigadora os pudesse auxiliar, para além de todo o trabalho técnico/artístico
que realizou. Só depois de trabalhar a empatia e confiança, conseguiu-se levar esta
turma ao principal objetivo deste estudo - desenvolver a consciência corporal no
contexto da aula de TDCT e repertório, com recurso à imagética associada aos
conteúdos de movimento contraction/release e fall/recovery.
Na última fase de lecionação autónoma, que se misturou com as horas de outras
atividades, percebeu-se que as opções ao nível do planeamento dos objetivos
específicos tinham funcionado para a consciência da turma e melhorias da mesma. A
investigadora explicou aos estudantes a importância da consciência do alinhamento e
postura para todo o tipo de movimentos e desafios da TDCT, bem como, a importância
do desenvolvimento das competências físicas e motoras. Os estudantes, nesta última
fase começaram a fazer questões sobre postura e alinhamento (objetivo específico
2.2.1.1. e 2.2.1.2.) e da consciência da análise do movimento, que foi a primeira parte
trabalhada com a imagética (no 1º período). Posteriormente, os estudantes começaram
a questionar as dinâmicas dos movimentos, que foi o objetivo específico 2.2.1.3 deste
estudo, o que revelou que inconscientemente esta ‘ordem’ de preocupação com o
alinhamento e postura, era a mais indicada. De seguida os estudantes questionaram
acerca das dinâmicas do movimento, em seguida demonstraram preocupação com a
consciência técnico-artística dos movimentos trabalhados na aula e das qualidades de
movimento. Estas noções foram visualizadas pelas questões dos estudantes ao longo
da últimas fase de lecionação nas aulas de TDCT e repertório de dança contemporânea.
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8. Apresentação e Análise dos dados
Escala de Medida: Não Satisfaz (N/S), Satisfaz (S), Bom (B), Muito Bom (MB),
Excelente (E) e Não Aplicável (N/A – Estudantes que não participaram na aula prática).
8.1 Observação estruturada
A investigadora analisou todo o programa de TDCT da turma que iria estagiar,
percebeu que os programas estavam construídos com rigor, organização, progressão e
continham objetivos bem definidos para o ano do regime de curso em questão.
Iniciou-se um processo de reconhecimento dos conteúdos programáticos para que
o trabalho feito ao nível da investigadora fosse de encontro à necessidade do programa
dos estudantes, bem como, da professora cooperante. A investigadora observou que os
elementos técnicos a trabalhar previam uma abordagem técnica ao trabalho de Graham
e apercebeu-se que os conteúdos de Limón também poderiam estar presentes.
A professora cooperante conversou com a investigadora e esta apresentou-lhe o
plano de ação e calendarização explicando-lhe os objetivos específicos do seu estudo.
A professora cooperante concordou com tudo o que havia sido previsto pela
investigadora e pediu ainda que, os exercícios dados nas aulas pela mesma, fizessem
parte dos testes de final de cada período dos estudantes desta turma. Esta decisão por
parte da professora cooperante, expressou a relevância da estratégia proposta neste
estudo.
No início desta fase de observação estruturada (Apêndice F), a professora
cooperante apresentou a investigadora à turma. De seguida procedeu-se à escolha dos
nomes fictícios/alcunhas da turma sendo os próprios estudantes a escolher o/a que mais
gostassem (Apêndice F - Diário de Bordo 1).
Na primeira aula de observação direta, tendo em conta que não se verificou a
presença na aula prática de 100% dos estudantes, a amostra foi calculada apenas com
base em 14 elementos.
Observou-se alguma falta de domínio e de consciência do alinhamento postural
nas mudanças de nível a realizar na fase seguinte – lecionação partilhada (objetivo
específico 2.2.1.1.), carência na consciência da distribuição do peso (uma das
premissas inerentes aos conteúdos de movimento fall/recovery, a ser usado durante o
estágio na fase de lecionação autónoma) e nos conteúdos de movimento da técnica
Graham contraction/release trabalhados na fase de lecionação partilhada (objetivo
específico 2.2.1.2.).
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Apesar da forte base da turma nas competências motoras e técnica em alguns
estudantes, encontrou-se dificuldades ao nível das qualidades de movimento
trabalhadas neste estágio na fase de lecionação autónoma (objetivo específico
2.2.1.5.). Assim como, na coordenação dos elementos técnicos, uma vez que apenas
detinham controlo quando o elemento técnico era trabalhado separadamente. Verificou-
se alguma incerteza/’confusão’ na execução dos elementos técnicos afetando a sua
qualidade técnica, que por sua vez, não ajudou no desenvolvimento artístico de alguns
estudantes. Apesar destas dificuldades, observou-se que a turma tinha potencial técnico
e artístico para atingir os objetivos propostos neste estudo, contribuindo-se para o
desenvolvimento da consciência corporal19 destes estudantes.
A turma revelou-se interessada em melhorar e atingir novos desafios, no entanto,
como é normal nesta faixa etária segundo Wall (1975), apesar de começarem a querer
revelar autonomia demonstram-na da maneira menos funcional. Os estudantes
tentaram tirar dúvidas uns aos outros de forma pouco disciplinada, ao invés de
perguntarem à professora cooperante e estarem atentos ao seu feedback20 (individual
e para todo o grupo). Ao mesmo tempo a turma revelou alguma impaciência nos
períodos de pausa em que, a professora cooperante fazia o esclarecimento de dúvidas
para o aperfeiçoamento dos movimentos.
Constatou-se que houve uma evolução da primeira para a segunda aula, como é
possível verificar nas figuras 1 e 2, existiu uma melhoria no comportamento dos
estudantes de 100% em relação ao parâmetro, tomam atenção até ao fim da aula
devido às conversas entre os mesmos e a professora cooperante, sobre o seu
comportamento/disciplina durante o trabalho em estúdio. Verificou-se melhorias a este
nível no geral e em especial nos elementos masculinos da mesma.
19 Consciência corporal: É quando o individuo tem consciência das partes do corpo e noção da sua adaptação ao movimento, para que a sua execução seja conseguida, sem recorrer ao movimento pela cópia. 20 Feadback: É uma palavra de origem inglesa com o significado realimentar ou dar resposta a determinado pedido/acontecimento. Pode também significar resposta ou reação, sendo esta positiva ou negativa (feadback positivo/negativo). Na área da comunicação esta palavra é vista como um processo de comunicação, sendo o feadback um elemento entre um emissor e um recetor. No presente relatório de estágio, pretende usar-se esta palavra para realçar o esclarecimentos da docente sobre questões adicionais à marcação do exercício e/ou em relação à turma/estudante.
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58 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Figura 1 - Avaliação de diagnóstico: Princípios Base numa aula de dança (atitude/comportamento dos estudantes) - Aula 1
Figura 2 - Avaliação de diagnóstico: Princípios base numa aula de dança (atitude/comportamento dos estudantes) – Aula 2
A professora cooperante segue uma estrutura de aula formal, que não se vincula
a um método específico, mas sim, a conteúdos de movimento das técnicas Graham,
Cunningham e Release Techniques. A professora cooperante optou por dar uma base
mais sólida aos estudantes, de acordo com o programa da escola (parâmetros expostos
no Apêndice K), enriquecendo os estudantes com conteúdos de movimento/conceitos,
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
N/A N/S S B MB E
Atitude positiva nas tarefas propostas Respeito pela docente
Estudantes atentos durante a aula Quando necessário manteve-se silêncio
Tomam atenção até ao fim da aula
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
N/A N/S S B MB E
Atitude positiva nas tarefas propostas Respeito pela docente
Estudantes atentos durante a aula Quando necessário manteve-se silêncio
Tomam atenção às indicações até ao fim
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
59 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
necessários para o próximo ciclo de estudos (ensino secundário) dando-lhes uma
abordagem diferente do meio para o final da aula/na parte final da mesma.
Nos finais das aulas, colocou a turma a executar exercícios para exponenciar o ‘à
vontade’ com o toque e a confiança entre os estudantes, assim como o movimento do
corpo dos estudantes. Nas primeiras aulas existiu alguma inquietação e conversa por
parte destes, mas posteriormente, com o apelar da docente à concentração e escuta do
corpo que estavam a manipular, a turma atingiu um maior nível de concentração,
verificando-se desta forma uma melhoria em relação ao objetivo dos exercícios
propostos. Assim como, melhorias na concentração, entusiasmo e preocupação com as
dificuldades adquiridas ao longo da aula. Estes factos constatam-se nas figuras 3 e 4.
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
N/A N/S S B MB E
Realizam os exercícios com concentração
Demonstram entusiasmo
Demonstram preocupação quando encontram dificuldades
Demonstram compreensão sobre o movimento
Figura 3 - Avaliação de diagnóstico: Princípios base numa aula de dança (atitude/comportamento dos estudantes) – Aula 1
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
60 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Na terceira aula (Apêndice F - Diário de Bordo 3), observou-se o tipo de imagética
que a professora cooperante utilizou nas aulas, constatou-se que não foi um elemento
estratégico consciente para a melhoria técnico-artística dos estudantes. Pois a
investigadora questionou a professora cooperante, sobre a utilização da imagética em
aula, e esta, respondeu à investigadora que não utilizava imagética nas suas aulas.
Na quarta aula (Apêndice F - Diário de Bordo 4). A professora cooperante utilizou
apenas o conteúdo de movimento contraction/release, durante três exercícios, sendo
estes:
1. Primeiro exercício de chão;
2. Exercício de swings21 com scoop22 no chão;
3. Exercício de pliés23 de centro, com salto em contraction24 no paralelo25
(braços com swing).
Apesar de não ter existido um exercício de contractions nesta aula observada, a
professora cooperante utilizou o seu conteúdo de movimento nos exercícios descritos
21 Elemento técnico explanado no apêndice M – Glossário. 22 Elemento técnico explanado no apêndice M – Glossário. 23 Elemento técnico explanado no apêndice M – Glossário. 24 Elemento técnico explanado no apêndice M – Glossário. 25 Elemento técnico explanado no apêndice M – Glossário.
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
N/A N/S S B MB E
Realizam os exercícios com concentração
Demonstram entusiasmo
Demonstram preocupação quando encontram dificuldades
Demonstram compreensão sobre o movimento
Figura 4 - Avaliação de diagnóstico: Princípios base numa aula de dança (atitude/comportamento dos estudantes) - Aula 2
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
61 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
acima. Observou-se nos estudantes alguma falta de consciência do core como ponto
importante nas suspensões entre níveis (baixo, médio e alto), nos saltos, no trabalho de
rolamentos nos exercícios de chão e slides, como se pode constatar nas figuras 5 e 6.
Existiram estudantes com percentagem reduzida de N/S nos parâmetros
alinhamento ombros/pélvis – trabalho de chão (contraction) e alinhamento
ombros/pélvis – vertical release (contraction). No parâmetro alinhamento
ombros/pélvis – trabalho de chão (release) e alinhamento ombros/pélvis – vertical
release (release) a percentagem de N/S aumentou, mas verificou-se que a turma tem
classificação positiva na execução dos pontos de iniciação da contraction/release.
Reparou-se ainda, que os estudantes revelaram pouca consciência na utilização do
ponto de iniciação da contraction/scoop e realizaram o release26 como um ‘desmanchar’
e não uma ‘reconstrução’/sustentação da volta da coluna ao vertical release.
26 Elemento técnico explanado no apêndice M – Glossário.
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
N/A N/S S B MB E
Alinhamento ombros/pélvis - Trabalho de Chão (Contraction)
Alinhamento ombros/pélvis - Trabalho de Chão (Release)
Alinhamento ombros/pélvis - Vertical Release (Contraction)
Alinhamento ombros/pélvis - Vertical Release (Release)
Figura 5 - Avaliação de diagnóstico: Alinhamento inerente ao conteúdo de movimento contraction/release dos estudantes - Aula 4
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
62 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
A turma revelou falta de consciência do conteúdo de movimento
contraction/release, demonstrou falta de definição nos movimentos, bem como, do
percurso do movimento no tempo e no espaço. Este fator prejudicou a qualidade de
movimento, ou seja, existia carência de consciência por parte da turma durante a
execução dos pontos de iniciação deste elemento técnico.
Na quinta aula (Apêndice F - Diário de Bordo 5), ao nível do conteúdo de
movimento fall/recovery, constatou-se que nenhum dos estudantes atingiu o parâmetro
de E, no que diz respeito à consciência do peso do corpo. Este parâmetro é de
extrema importância, uma vez que os estudantes necessitam de conhecer os seus
limites ao nível do movimento – figura 7.
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
Utilização dospontos de
iniciação dacontraction -
Pélvis
Utilização dospontos de
iniciação dacontraction -
Zona abdominal
Utilização dospontos de
iniciação dacontraction -
Externo
Utilização dospontos de
iniciação doRelease -
Pélvis
Utilização dospontos de
iniciação doRelease - Zona
abdominal
Utilização dospontos de
iniciação doRelease -Externo
N/A N/S S B MB E
Figura 6 - Avaliação de diagnóstico: Pontos de iniciação do conteúdo de movimento contraction/release dos estudantes - Aula 4
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
63 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
No que toca à consciência do alinhamento do corpo no chão, nenhum dos
estudantes obteve avaliação N/S, existiu ainda uma baixa percentagem de S e MB, mais
de 50% dos estudantes foram avaliados com B. No entanto nenhum estudante chegou
a atingir a classificação de E.
Quanto ao parâmetro da consciência do alinhamento do corpo na vertical,
observou-se uma baixa percentagem de estudantes com avaliação N/S, B e MB e mais
de 50% com S. Nenhum estudante obteve avaliação de E.
Relativamente aos pontos de iniciação das extremidades do corpo dos
estudantes observou-se uma baixa percentagem de estudantes com N/S e com S. Por
outro lado, 60% da amostra obteve avaliação de B. No entanto, nenhum dos estudantes
alcançou avaliação de MB e/ou E neste parâmetro.
No que diz respeito ao ponto de iniciação do movimento - core, verificou-se
uma baixa percentagem de estudantes com N/S, mais de 50% dos estudantes com S e
40% com avaliação B. Continuou a não existir avaliação MB e E para nenhum estudante
da turma.
No último parâmetro ponto de iniciação de movimento - corpo na totalidade,
apurou-se que existem estudantes com baixa percentagem de N/S, aproximadamente
50% da turma apresentou avaliação de S e uma baixa percentagem da turma foi
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
Consciência -Peso do corpo
Consciência -Alinhamento
do corpo(chão)
Consciência -Alinhamento
do corpo(vertical)
Pontos deiniciação
(extremidadesdo corpo)
Pontos deiniciação(Core)
Pontos deiniciação(corpo natotalidade)
N/A N/S S B MB E
Figura 7 - Avaliação de diagnóstico: Execução técnica dos estudantes nos conteúdos de movimento fall/recovery dos estudantes - Aula 5
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
64 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
classificada com B. Nenhum dos estudantes obteve avaliação MB e E à semelhança
dos parâmetros anteriores.
Existiram quatro estudantes que se destacaram pela negativa na turma. Os
estudantes 1 e 13, detinham problemas ao nível técnico e artístico, reflexo da falta de
consciência dos conceitos basilares das TD, por apenas terem integrado no ano letivo
anterior (4º ano do EAE de dança/8º ano do ensino regular). O estudante 10, revelou ter
dificuldades de controlo, coordenação e flexibilidade. Estas dificuldades advinham do
rápido crescimento do seu corpo, como referiu a coordenadora do departamento de
dança à investigadora. Este pensamento é apoiado por Chair (2000), pois nesta fase
etária e sobretudo no género masculino, os estudantes tendem a ter um ‘surto de
crescimento num curto espaço de tempo. O estudante revelou falta de consolidação das
competências técnicas e artísticas, devido à falta de consciência e aquisição dos
conceitos basilares. A estudante 12 detinha falhas ao nível técnico e artístico devido à
sua falta de concentração e interesse durante as aulas.
Estes dados podem ser observados nas figuras 7 e 8. Os estudantes
demonstraram dificuldades em avançar para os conteúdos de movimento lecionados no
presente ano (5º ano do EAE de dança/9º ano do ensino regular):
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
40,00%
45,00%
50,00%
N/A N/S S B MB E
Parte artística do aluno
Qualidade do movimento
Consciência do movimento na execução do aluno
Qualidade das dinâmicas de movimento do aluno
Figura 8 - Avaliação de diagnóstico: Princípios inerentes à individualidade do bailarino - Aula 5
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65 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
8.2 Lecionação Partilhada
Nesta fase de lecionação partilhada, foi decidido com a professora cooperante que
a investigadora iria apresentar três exercícios (Apêndice B), para analisar as melhorias
da turma no que toca aos objetivos específicos 2.2.1.1. e 2.2.1.2. deste relatório de
estágio (Apêndice G). Na primeira aula de lecionação partilhada (Apêndice G - Diário de
Bordo 1), os estudantes aprenderam os três exercícios da investigadora sem a utilização
da imagética (apêndice L – DVD: Objetivos Específicos 2.2.1.1. e 2.2.1.2.) e
demonstraram os resultados expostos nas figuras 9 e 10.
Figura 9 - Alinhamento dos estudantes durante o conteúdo de movimento contraction/release - Aula 6
Figura 10 - Pontos de iniciação dos conteúdos de movimento contraction/release dos estudantes - Aula 6
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
40,00%
45,00%
50,00%
N/A N/S S B MB E
Alinhamento ombros/pélvis - Trabalho de Chão (Contraction)
Alinhamento ombros/pélvis - Trabalho de Chão (Release)
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
Utilização dospontos de
iniciação dacontraction -
Pélvis
Utilização dospontos de
iniciação dacontraction -
Zonaabdominal
Utilização dospontos de
iniciação dacontraction -
Externo
Utilização dospontos de
iniciação doRelease -
Pélvis
Utilização dospontos de
iniciação doRelease -
Zonaabdominal
Utilização dospontos de
iniciação doRelease -Externo
N/A N/S S B MB E
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
66 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
No que diz respeito ao nível do alinhamento ombros/pélvis – trabalho de chão,
verificou-se que durante a contraction existiu uma minoria de estudantes com N/S, S e
MB. Observou-se perto de 40% da avaliação de B e nenhum estudante atingiu o nível
de E.
No alinhamento ombros/pélvis – trabalho de chão durante o release observou-
se uma minoria de estudantes com classificação de N/S, S e MB, sendo que, quase
metade da turma obteve avaliação de B e 0% dos estudantes obtiveram a classificação
de E.
Quanto aos três pontos de iniciação do movimento contraction verificou-se ao
nível da pélvis uma minoria da turma com N/S, S, B, MB e 0% de estudantes avaliados
com E. No que diz respeito à zona abdominal, apurou-se uma percentagem reduzida
da turma com N/S, S e uma minoria foi avaliada com B. Nenhum estudante da turma
obteve a classificação de E. No parâmetro externo, observou-se uma percentagem
reduzida da turma com avaliação de N/S e B. Os estudantes revelaram 40% de S e uma
minoria da turma revelou a classificação de MB. A turma continua a não adquirir
classificação de E neste parâmetro.
Em relação aos três pontos de iniciação do movimento release, verificou-se ao
nível da pélvis, que mais de metade da turma obteve a classificação de 60% de N/S,
uma minoria dos estudantes com S e menos de metade dos estudantes foram
classificados com nível B. Existiram 0% de estudantes com avaliação de MB ou E.
Quanto à zona abdominal foram poucos os estudantes com classificação de N/S, S, B
e nenhum estudante obteve avaliação de MB ou E. No parâmetro externo, observou-
se que poucos estudantes têm nível N/S, quase metade da turma foi classificada com S
e 40% com B, mas continuaram a não existir estudantes classificados com MB ou E.
Os estudantes, de forma geral, não conseguiram utilizar o movimento em
compassos compostos (exemplo, 12/8), uma vez que é um compasso com alguma
complexidade de identificação e que exige concentração e coordenação para conseguir
trabalhar com este tipo de música.
Também se constatou algumas dificuldades quanto à mobilização articular de uma
parte do corpo sem influenciar o alinhamento do resto do mesmo, bem como, as
capacidades de sentir o espaço intervertebral nos rolls27.
27 Elemento técnico explanado no apêndice M – Glossário.
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
67 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
No alinhamento dos membros inferiores aquando da execução dos runs28 e/ou
dos walks também se observou frágil, apesar de ter melhorado com as correções da
investigadora. O trabalho da spiral do tronco mantendo a oposição e alinhamento dos
membros inferiores, é também um trabalho, que apesar das melhorias não se mostrou
significativo, bem como, a execução dos três pontos da contracion/release. O ponto que
apresentou mais fragilidades no conteúdo movimento contraction foi o externo e no
conteúdo de movimento release foi a pélvis. O toque e a manipulação do colega, no
trabalho a pares, revelou melhorias ao longo do processo, mas não se revelaram
significativas.
Observa-se na figura 11, que o trabalho da imagética levou à melhoria dos
estudantes no que diz respeito ao parâmetro alinhamento do conteúdo de
movimento- Contraction apesar da amostra não ter sido realizada com 100% no dia
da avaliação do conteúdo de movimento com imagética29. Verificou-se também, que os
estudantes evoluíram no global da turma, pois constataram-se menos estudantes com
as avaliações em todas as escalas de medida à exceção da classificação de E que
exponenciou significativamente. Observou-se neste parâmetro, que os estudantes 2, 4,
14, e 15 evoluíram duas escalas de medida com a introdução do trabalho da imagética,
saindo da norma pela positiva. Assim, constata-se a pertinência desta estratégia
pedagógica com a turma a este nível.
Figura 11 - Resultado evolutivo dos estudantes – Alinhamento do conteúdo de movimento Contraction
28 Elemento técnico explanado no apêndice M – Glossário. 29 A turma revelou uma amostra de apenas 93%, faltando uma estudante no dia da avaliação, como se pode observar em N/A da respetiva figura.
7,14%
-6,19% -5,71%
-18,57%
-5,24%
35,71%
-30,00%
-20,00%
-10,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
N/A N/S S B MB E
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
68 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Observou-se na figura 12, que o trabalho da imagética levou à melhoria dos
estudantes no que diz respeito ao parâmetro alinhamento do conteúdo de movimento
- Release, apesar da amostra não ter sido realizada com 100% no dia da avaliação do
conteúdo de movimento com imagética30. Verificou-se que os estudantes progrediram
no global da turma, pois existiram menos estudantes com as avaliações de N/S e S,
assim como, mantiveram a percentagem dos estudantes com avaliação de S.
Constatou-se uma melhoria nas escalas de medida dos estudantes com classificações
de MB e E. Observou-se neste parâmetro, que os estudantes 2, 3, 8, 14 e 15 evoluíram
duas escalas de medida com a introdução do trabalho da imagética, o que permite
constatar a pertinência desta estratégia pedagógica com a turma, uma vez que esta saiu
da norma por motivos positivos.
Figura 12 - Resultado evolutivo dos estudantes - Alinhamento do conteúdo de movimento Release
Na última aula de lecionação partilhada, (Apêndice G - Diário de Bordo 5), tendo
em conta que não se verificou a presença na aula prática de 100% dos estudantes, a
amostra será calculada apenas com base em 14 estudantes. Os estudantes haviam
trabalhado nas duas aulas anteriores a utilização da imagética associada aos exercícios
(apêndice L – DVD: Objetivos Específicos 2.2.1.1. e 2.2.1.2.), observando-se melhorias
que podem ser interpretadas nas figuras 13 e 14.
30 A turma revelou uma amostra de apenas 93%, faltando uma estudante no dia da avaliação, como se pode observar em N/A da respetiva na figura.
7,14%
-6,19%
1,43%
-25,71%
-5,24%
35,71%
-30,00%
-20,00%
-10,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
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69 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Figura 13 - Alinhamento dos estudantes durante o conteúdo de movimento contraction/release - Aula 10
Ao nível do alinhamento ombros/pélvis, no trabalho de chão durante a
contraction existiu uma redução de estudantes com avaliação de N/S e S. Observa-se
uma redução dos estudantes classificados com B, os estudantes conseguiram atingir
melhores resultados atingindo uma baixa percentagem de níveis de MB e E. No trabalho
de chão durante o release existiram melhorias, pois visualiza-se a redução da
percentagem de estudantes classificados com N/S, S, bem como, uma redução de S,
porque existiu o aumento de estudantes a atingirem a classificação MB e E apesar da
baixa percentagem.
Figura 14 - Pontos de iniciação dos conteúdos de movimento contraction/release dos estudantes - Aula 10
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
40,00%
N/A N/S S B MB E
Alinhamento ombros/pélvis - Trabalho de Chão (Contraction)
Alinhamento ombros/pélvis - Trabalho de Chão (Release)
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
40,00%
45,00%
Utilização dospontos de
iniciação dacontraction -
Pélvis
Utilização dospontos de
iniciação dacontraction -
Zonaabdominal
Utilização dospontos de
iniciação dacontraction -
Externo
Utilização dospontos de
iniciação doRelease -
Pélvis
Utilização dospontos de
iniciação doRelease - Zona
abdominal
Utilização dospontos de
iniciação doRelease -Externo
N/A N/S S B MB E
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70 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Quanto aos três dos pontos de iniciação do movimento contraction constatou-
se que no trabalho da pélvis existiram melhorias nos estudantes avaliados com N/S.
Houve uma diminuição dos estudantes avaliados com S e B devido à existência de
estudantes classificados com MB e E. No que diz respeito à zona abdominal,
visualizou-se uma melhoria na classificação de N/S, a ausência de estudantes
classificados com S e o aumento dos níveis de MB e E. No parâmetro externo,
observou-se uma melhoria na turma, existindo 0% de classificados com N/S, a
diminuição da avaliação de S e B, pois os níveis de MB e E passaram a existir, embora
em baixas percentagens.
Já os três pontos de iniciação do movimento release verificou-se ao nível da
pélvis uma melhoria das classificações de N/S e à semelhança do parâmetro anterior
observou-se a diminuição da classificação de S e B, pois os estudantes evoluíram nas
avaliações de MB e E. Quanto à zona abdominal existiu a redução da classificação de
N/S, não existindo estudantes com avaliação de S, mas houve um aumento de
estudantes com a classificação de B, MB e E. No parâmetro externo, observou-se à
semelhança do parâmetro anterior, a diminuição da avaliação de N/S, nenhum
estudante obteve S, existindo assim o aumento da avaliação de B para quase metade
dos estudantes e melhorias da amostra em MB, bem como, a evolução na classificação
de E.
Os estudantes exponenciaram, devido à imagética, a execução e consolidação do
conteúdo de movimento contraction/release, tanto no alinhamento ombros/pélvis como
na execução dos pontos de iniciação do movimento. Melhoraram também a execução
da qualidade, dinâmica e consciência do trabalho muscular dos movimentos inerentes
aos exercícios, fazendo com que os movimentos evoluíssem no que respeita à
consciência do movimento dos pontos de iniciação do core e do corpo na totalidade. Os
estudantes que detinham boas competências técnicas exponenciaram o seu trabalho e
os estudantes que obtinham problemáticas a este nível conseguiram também melhorar
a sua execução. Existiram, no entanto, algumas exceções, como é o caso dos
estudantes 10 e 13, pois estes não demonstraram o empenho e disciplina necessários
para melhorarem as suas dificuldades ao nível técnico-artístico, bem como, não se
verificou melhorias ao nível das competências destes estudantes.
Concluiu-se assim, que os estudantes melhoraram em todos os parâmetros
avaliados nos objetivos específicos 2.2.1.1. e 2.2.1.2., pois observa-se na figura 15, que
o trabalho da imagética levou à melhoria dos estudantes no que diz respeito ao
parâmetro utilização dos pontos de iniciação do conteúdo de movimento -
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
71 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Contraction, apesar da amostra não ter sido realizada com 100% no dia da avaliação
do conteúdo de movimento com imagética31. Confirmou-se também, que os estudantes
evoluíram no global da turma, pois existiu uma redução na percentagem das avaliações
de N/S, S e B. Observou-se que os estudantes evoluíram significativamente em MB e
E.
Figura 15 - Resultado evolutivo dos estudantes - Utilização dos pontos de iniciação do conteúdo de movimento Contraction
Neste parâmetro os estudantes 2, 3, 4, 8, 9, 12, 13, 14 e 15 evoluíram duas
escalas de medida com a introdução do trabalho da imagética, permitindo constatar-se
a pertinência da estratégia da imagética, pois uma maioria dos estudantes a
destacaram-se da norma espectável pela positiva.
Observa-se na figura 16, que o trabalho da imagética levou à melhoria dos
estudantes no que diz respeito ao parâmetro utilização dos pontos de iniciação de
movimento - Release, apesar da amostra não ter sido realizada com 100% no dia da
avaliação do conteúdo de movimento com imagética32. Pôde verificar-se também, que
os estudantes evoluíram no global da turma, pois existiram menos estudantes com as
avaliações de N/S e S. Constatou-se uma melhoria na avaliação das escalas de medida
dos estudantes com MB e E. Os estudantes 2, 3, 6, 7, 8, 9, 12, 13, 14 e 15 revelaram o
aumento da avaliação de duas escalas de medida. Constatando-se assim, os benefícios
para a maioria da turma da estratégia pedagógica implementada.
31 A turma revelou uma amostra de apenas 93%, faltando uma estudante no dia da avaliação, como se pode observar em N/A da respetiva na figura. 32 A turma revelou uma amostra de apenas 93%, faltando uma estudante no dia da avaliação, como se pode observar em N/A da respetiva na figura.
7,14%
-21,91%-26,04%
-7,46%
22,06%
33,33%
-30,00%
-20,00%
-10,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
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A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
72 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Figura 16 - Resultado evolutivo dos estudantes - Utilização dos pontos de iniciação do conteúdo de movimento Release
8.3 Lecionação autónoma
Esta fase de lecionação concretizou-se ao longo do segundo período, a
investigadora lecionou uma vez na semana, e trabalhou o objetivo específico 2.2.1.3.
(Apêndice C), numa primeira fase não foi utilizada a imagética para o auxílio de
possíveis melhorias da turma (Apêndice H: Diário de Bordo 16).
Observou-se, de acordo com a figura 17, nesta primeira fase sem a utilização da
imagética associada aos exercícios (apêndice L – DVD: Objetivos Específicos 2.2.1.3),
que os estudantes revelaram ao nível do parâmetro consciência e utilização – peso
do corpo uma percentagem reduzida de N/S, S, e 60% de B, sendo que, não existiram
estudantes a atingir a classificação de MB ou E.
No parâmetro consciência e utilização – movimento na execução, os foram
poucos os estudantes que obtiveram avaliação de N/S e S, 40% dos estudantes
apresentaram classificação B e uma minoria foi classificada com MB. Nenhum estudante
da amostra apresentou nível E.
Quanto ao parâmetro consciência e utilização – qualidades das dinâmicas do
movimento, uma minoria dos estudantes foram classificados com N/S, quase metade
dos estudantes obtiveram na avaliação nível S e existiu uma baixa percentagem de B e
MB. A amostra continuou a não obter a classificação E.
No que diz respeito ao critério consciência dos pontos de iniciação –
extremidades do corpo, a turma apresentou uma minoria na avaliação de N/S, 60%
7,14%
-21,75%
-35,40%
0,00%
23,81%
33,33%
-40,00%
-30,00%
-20,00%
-10,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
N/A N/S S B MB E
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
73 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
da amostra obteve classificação S, uma percentagem reduzida foi classificada com B e
não existiu qualquer percentagem de estudantes com as classificações MB ou E.
A amostra revelou no parâmetro utilização dos pontos de iniciação de
movimento – core, cerca de 50% com avaliação de N/S, uma baixa percentagem de
classificações S e B. Manteve-se à semelhança do parâmetro anterior 0% nas
avaliações de MB e E.
A turma demonstrou em relação ao parâmetro utilização dos pontos de
iniciação de movimento – corpo na totalidade, uma percentagem mínima de
estudantes com classificação de N/S, 60% de S, uma percentagem reduzida de B e 0%
da turma atingiu as classificações de MB ou E.
Figura 17 - Execução técnica dos conteúdos de movimento fall/recovery nos estudantes - Aula 20
Posteriormente, após a interrupção letiva do carnaval, os estudantes
desenvolveram um trabalho orientado pelo auxílio da estratégia pedagógica imagética
(apêndice L – DVD: Objetivos Específicos 2.2.1.3.). Neste período observou-se
melhorias, presentes na figura 18. A turma adquiriu uma maior tomada de consciência
e em alguns casos, como os estudantes 3, 6, 8 e 14 começaram a questionar mais os
movimentos/elementos técnicos ensinados durante a aula de TDCT dada pela
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
Consciencia eutilização -
Peso do corpo
Consciencia eutilização -
Movimento naexecução
Consciencia eutilização -Qualidades
das dinâmicasdo movimento
Utilização dospontos de
iniciação demovimento -
Extremidadesdo corpo
Utilização dospontos de
iniciação demovimento -
Core
Utilização dospontos de
iniciação demovimento -
Corpo natotalidade
N/A N/S S B MB E
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74 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
investigadora.
Figura 18 - Execução técnica dos estudantes nos conteúdos de movimento fall/recovery - Aula 30
Pôde observar-se que a amostra apresentou no parâmetro consciência e
utilização – peso do corpo, uma redução na percentagem estudantes com N/S, uma
percentagem reduzida de S e B, assim como, uma minoria com a classificação de MB
e cerca de 50% de estudantes atingiram E.
No parâmetro consciência e utilização – movimento na execução, a amostra
revelou 0% de N/S, sendo que os estudantes diminuíram a percentagem de S,
aumentaram a classificação de B e 40% da amostra atingiu a classificação de E. Quanto
ao parâmetro consciência e utilização – qualidades das dinâmicas do movimento,
à semelhança do parâmetro anterior, observou-se 0% de classificação de N/S, sendo
que os estudantes diminuíram a percentagem de S, aumentaram a classificação de B e
40% atingiu a classificação E.
No que diz respeito ao parâmetro consciência dos pontos de iniciação –
extremidades do corpo, pôde visualizar-se uma redução de N/S, S e B, sendo que a
amostra obteve baixa classificação de MB e cerca de 50% de E.
A amostra revelou ao nível do critério utilização dos pontos de iniciação de
movimento – core, uma redução na classificação de S e existiu uma redução da
percentagem da classificação S e existiu uma redução da percentagem de B. No
entanto, existiu uma baixa percentagem de MB e um aumento na amostra na
classificação E.
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
Consciencia eutilização -
Peso do corpo
Consciencia eutilização -
Movimento naexecução
Consciencia eutilização -Qualidades
das dinâmicasdo movimento
Utilização dospontos de
iniciação demovimento -
Extremidadesdo corpo
Utilização dospontos de
iniciação demovimento -
Core
Utilização dospontos de
iniciação demovimento -
Corpo natotalidade
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A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
75 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Quanto ao parâmetro utilização dos pontos de iniciação de movimento –
corpo na totalidade, observou-se uma percentagem mínima com a classificação de
N/S e B, reduzindo-se para metade a classificação de S, os estudantes conseguiram
mais uma vez, atingir resultados de MB e 40% da amostra obteve a classificação de E.
A figura 19, indica que a utilização da imagética no parâmetro consciência na
utilização dos movimentos dos estudantes, levou os mesmos à diminuição da
percentagem de todas as escalas de medida e exponenciou a avaliação de E para
quase 50% da turma. Visualizou-se neste parâmetro que os estudantes 1, 3, 6, 7, 8, 9,
11, 12, 14 e 15 exponenciaram em duas escalas de medida este parâmetro sobre a
consciência do peso do corpo e do movimento na sua execução. Concluiu-se que, a
estratégia pedagógica evoluiu a maioria da turma neste parâmetro.
Figura 19 - Resultado evolutivo dos estudantes - Consciência na utilização dos movimentos dos estudantes
Concluiu-se que a imagética contribuiu para exponenciar a utilização dos pontos
de iniciação do movimento, uma vez que se observa na figura 20 a diminuição das
percentagens de estudantes das classificações de N/S, S e B. Verificou-se também o
aumento das avaliações de MB em 15% dos estudantes e a progressão significativa de
40% destes na classificação de E. Este parâmetro também foi alvo de aumentos em
duas escalas nos estudantes 3, 4, 6, 7, 8, 9, 11, 14 e 15. Este facto, neste parâmetro,
evidenciou-se na maioria da turma.
0,00%
-15,56%
-8,89%
-20,00%
-2,22%
46,67%
-30,00%
-20,00%
-10,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
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Figura 20 - Resultado evolutivo dos estudantes - Utilização dos pontos de iniciação do movimento
Posteriormente, nesta fase de lecionação, a investigadora deu também aula uma
vez na semana de repertório de dança contemporânea, no intuito de trabalhar o objetivo
específico 2.2.1.4., onde os estudantes aprenderam a coreografia Monger de Barak
Marshall33 no início do terceiro período.
Neste período sem a utilização da imagética (apêndice L – DVD: Objetivos
Específicos 2.2.1.4.), observou-se alguma insegurança, ‘vergonha’/timidez na execução
dos movimentos da coreografia, uma vez que esta contém movimentos precisos ao nível
da zona da pélvis devido à descendência israelita do coreógrafo. Talvez por isso, os
estudantes tenham apresentado dificuldades ao nível da consciência técnica na
execução dos movimentos, o que provocou alguma instabilidade no respetivo
desenvolvimento das competências artísticas dos mesmos (Apêndice H- Modalidade de
observação autónoma: Diário de Bordo 1).
A amostra demonstrou, resultados visíveis na figura 21, uma baixa percentagem
de estudantes classificados com N/S e S, assim como, 40% dos estudantes com
classificação de B e 0% de classificações ao nível de MB e E.
33 É filho de um coreografo, músico e ‘ex-estrela’ do Inbal Dance Theatre Company – Margalit Oved. Barak Marshall entrou-se na área da dança em 1995 e ganhou imensos prémios enquanto coreografo ao nível mundial, o que fez com que seja um coreógrafo israelita conhecido. Em 1999 foi convidado por Ohad Naharin para ser coreografo da Bat Sheva Dance Company, onde permaneceu até ter uma lesão na perna em 2001. Em 2008, retorna à coreografia a pedido de Suzanne Dellal Centre para coreografar a peça Monger. Além de coreografo tornou-se também cantor e estudou áreas como a teoria social e a filosofia na Harvard University. Atualmente divide-se entre Tel Aviv e LA (Barak Marshall Dance Theatre, S.d.).
0,00%
-20,00% -20,00%-15,55%
15,56%
40,00%
-30,00%
-20,00%
-10,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
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77 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Figura 21 - Avaliação das competências artísticas dos estudantes - Aula 21
Posteriormente, a investigadora introduziu a estratégia pedagógica imagética, e
os estudantes começaram a ter mais ‘à vontade’ com a coreografia e o tipo de trabalho
e/ou movimentos, mostrando mais interesse pela coreografia à medida que a
investigadora ia esclarecendo algumas particularidades coreográficas, algumas
intenções, dinâmicas dos movimentos, entre outros (Apêndice H – Diário de Bordo 9).
A investigadora sentiu os estudantes mais esclarecidos quanto à origem e
percurso dos movimentos, sendo auxiliados na intenção da reprodução do mesmo. A
imagética ‘Hey!’ ao passar a ser verbalizada auxiliou os estudantes na diferenciação da
intenção desse gesto em particular, atribuindo a correta intenção do mesmo (Apêndice
H – Diário de Bordo 15).
A utilização da imagética, presente no apêndice D: Plano de Aula (Repertório de
Dança Contemporânea) – Objetivo Específico 2.2.1.4., levou os estudantes a melhorar
a capacidade de suportar e apoiar durante o trabalho com o par, bem como, visualizou-
se uma maior consciência das mãos como parte do corpo ao longo da coreografia,
dando a devida interpretação aos movimentos.
Destacam-se pela positiva os estudantes 3, 6, 7, 8, 9, 11, 14, 15. Os estudantes 1
e 2 obtiveram melhorias significativas. Os estudantes 4, 5, 10, 12 e 13 não obtiveram
resultados relevantes devido à sua falta de empenho, assiduidade ou disciplina em aula.
Constatou-se que a amostra, no dia 21 de março de 2018 (na apresentação de
seminários do 2º período do curso básico 3º ciclo e secundário da EACMC presente no
apêndice L – DVD: Objetivos Específicos 2.2.1.3.), baixou para a percentagem mínima
de N/S, ao mesmo tempo que revelou uma baixa percentagem de S, B e MB.
0,00%
26,67%
33,33%
40,00%
0,00% 0,00%0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
40,00%
45,00%
N/A N/S S B MB E
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78 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
No final deste processo, a amostra revelou que mais de metade da turma
conseguiu atingir resultados de E, como se pode visualizar na figura 22.
Figura 22 - Avaliação das competências artísticas dos estudantes - Aula 31
Observa-se na figura 23, que a imagética foi promotora do desenvolvimento da
parte artística dos estudantes, pois estes diminuíram significativamente as
classificações de N/S, S e B. Visualizou-se também, que os estudantes aumentaram a
avaliação de MB e exponenciaram significativamente a avaliação de E. Constatou-se
ainda que, também neste parâmetro,os estudantes 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 11, 14 e 15
evoluíram duas escalas de medida.
Como se observa na figura 20 e 23, a imagética é uma estratégia pedagógica que
atua na promoção do desenvolvimento dos objetivos específicos 2.2.1.3. e 2.2.1.4.
presentes neste relatório de estágio.
Figura 23 - Resultado evolutivo dos estudantes - Parte artística do aluno
0,00%
6,67%
13,33% 13,33% 13,33%
53,33%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
N/A N/S S B MB E
0,00%
-20,00% -20,00%-26,67%
13,33%
53,33%
-40,00%
-30,00%
-20,00%
-10,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
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79 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
O objetivo específico 2.2.1.5. foi trabalhado duas vezes por semana para a frase
coreográfica da Prova Global de TDCT do terceiro período, sem imagética associada
até metade do mês de abril (Apêndice L – DVD: Objetivo Específico 2.2.1.5.). Neste
relatório de estágio, focou-se as qualidades de movimento – tempo, pois o estágio
prático com os estudantes do 5º ano da EACMC iria incidir nesta alternância especifica,
dentro das qualidades de movimento de tempo de Laban, sistematizadas como: lento,
rápido, moderado, aceleração e desaceleração (Smith-Autard, 2010).
Observa-se, de acordo com a figura 24, que 40% dos estudantes foram avaliados
com N/S, os restantes foram avaliados entre S, B e MB nos parâmetros qualidade de
movimento – tempo e consciência do movimento na execução dos estudantes. Não
existiram estudantes classificados com E.
Os estudantes apresentaram fragilidades ao nível da utilização das qualidades de
movimento - tempo, bem como, na utilização e mudança das qualidades de movimento
durante a execução na frase coreográfica. Os estudantes que não obtiveram tanta
consciência das qualidades de movimento, mas estavam menos seguros e mais
confusos durante a frase coreográfica.
Figura 24 - Avaliação dos estudantes inerente às qualidades de movimento – Tempo - Aula 35
Posteriormente, a investigadora utilizou a imagética como estratégia pedagógica
(Apêndice L – DVD: Objetivo Específico 2.2.1.5.), presente no apêndice E até ao final
do mês de abril.
Observou-se, de acordo com a figura 25, que nesta fase os estudantes revelaram
melhorias nestes dois parâmetros. Nomeadamente no que toca às qualidades de
0,00%
40,00%
20,00%
33,33%
6,67%
0,00%0,00%
40,00%
20,00%
33,33%
6,67%
0,00%0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
40,00%
45,00%
N/A N/S S B MB E
Qualidades de movimento - Tempo Consciencia do movimento na execução do aluno
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80 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
movimento – Tempo, a percentagem de N/S reduziu significativamente,
permanecendo uma percentagem mínima de estudantes com essa classificação -
apenas um estudante. Observou-se que a turma não conteve a classificação de S, tendo
reduzido a percentagem de B e elevando a percentagem de MB, assim como, também
se observou quase 50% da turma com avaliação de E.
Quanto ao parâmetro consciência do movimento na execução do estudante, pôde
observar-se que existiu uma baixa de percentagem à semelhança do parâmetro anterior,
manteve-se a baixa classificação de S e a classificação B ficou reduzida a 0%. No
entanto, a classificação de MB aumentou para quase 50% da turma, bem como, a
classificação de E. Isto revela que em alguns casos, os estudantes através da imagética
chegaram a melhores classificações, associando uma melhor qualidade dos
movimentos e respetiva consciência dos detalhes do mesmo. Noutros estudantes
observou-se melhorias na qualidade dos movimentos, mas estes não acompanharam a
consciência do detalhe dos mesmos. Existiram também casos que exponenciaram a
consciência dos movimentos, mas não conseguiram executar plenamente as qualidades
dos movimentos inerentes à Frase Coreográfica. Ao longo deste processo foi notório um
ajuste na explicação de alguns tipos de imagéticas aos diferentes estudantes, pois
quando um estudante não demonstrava resultados maiores ou melhor execução do
movimento, a investigadora fazia um acompanhamento individual ao mesmo. Pretendia-
se que este compreendesse a imagética que estava a ser utilizada e em que momento
do exercício e/ou movimento desconstruído teria de pensar na mesma.
Figura 25 - Avaliação dos estudantes inerente às qualidades de movimento – Tempo - Aula 37
Pode aferir-se, que a estratégia pedagógica imagética é útil para a evolução dos
estudantes de dança no que toca aos parâmetros visualizados anteriormente, bem
0,00%
6,67%
0,00%
26,67%
20,00%
46,67%
0,00%
6,67%
20,00%
0,00%
46,67%
26,67%
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
40,00%
45,00%
50,00%
N/A N/S S B MB E
Qualidades de movimento - Tempo Consciencia do movimento na execução do aluno
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81 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
como, na aquisição de competências físicas e artísticas. No entanto, o docente tem de
estar preparado para auxiliar o estudante individualmente de acordo com as suas
fragilidades, pois a imagética que é utilizada como estratégia que funciona num
determinado dia, pode não conseguir manter a sua utilidade no dia seguinte e vice-versa
(Franklin, 1996b). Constata-se a pertinência do pensamento de Franklin (1996b), porque
a metáfora pode não ser de novo usada, desde que a sensação e a cinestesia sejam
alcançadas. Constata-se que, a investigadora usou as imagéticas como estratégia de
mudança provocando melhorias no trabalho dos estudantes, apesar de cada um destes
ter graus diferentes de execução técnico-artística, o que vai de encontro ao pensamento
de Hanarahan (1995) e Bläsing et al. (2012), pois a imagética auxiliou-os a apreenderem
e a otimizarem os movimentos dados pela investigadora. Por sua vez, a teoria de Knapp
(2016) também se verificou com a amostra, sendo que a maioria destes estudantes se
tornaram mais autónomos e compreenderam melhor a sua própria individualidade em
dança e/ou na aula de dança.
Verificou-se, de acordo com a figura 26, que existiu uma melhoria significativa no
aumento da percentagem da avaliação no parâmetro das qualidades de movimento –
Tempo. Constatou-se que posteriormente à introdução da imagética, existiu uma
redução significativa na avaliação de N/S, S e B, enquanto que, as escalas de medida
de MB e E aumentaram. Neste parâmetro observou-se que toda a turma, à exceção de
um estudante, evoluiu duas escalas de medida. Foi possível de constatar os resultados
desta ferramenta pedagógica, pois os estudantes saíram da norma espetável pela
positiva.
Figura 26 - Resultado evolutivo dos estudantes - Qualidades de movimento – Tempo
Observou-se melhorias significativas no parâmetro consciência da qualidade de
movimento – Tempo presentes na figura 27 posteriormente ao uso da imagética, uma
vez que a percentagem S não sofreu alteração, mas constatou-se a subida significativa
0,00%
-33,33%
-20,00%
-6,67%
13,33%
46,67%
-40,00%
-30,00%
-20,00%
-10,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
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A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
82 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
de 40% dos estudantes na classificação de MB, assim como, se visualizaram melhorias
de percentagem em E. Neste parâmetro da consciência do movimento na execução das
qualidades de movimento, pôde observar-se que os estudantes 2, 3, 4, 8, 9, 11, 12 e 15
evoluíram duas escalas de medida, deixando a maioria da turma de pertencer à norma
pela positiva.
Figura 27 - Resultado evolutivo dos estudantes - Consciência da qualidade de movimento – Tempo
8.4 Outras atividades (4h)
Estas horas tiveram como objetivo o suporte à logística da apresentação dos
seminários do segundo período. A investigadora efetuou direção de cena, dando
indicações ao operador de luz e esteve no lançamento de som durante o espetáculo. A
apresentação iniciou-se às 18h e terminou às 19h30 (Apêndice L – DVD: Objetivo
Específico 2.2.1.4.).
A coordenadora do curso de dança da EACMC delegou este cargo à
investigadora, uma vez que, esta já tinha experiência na área enquanto bailarina que
coreografou alguns trabalhos e professora de dança em anos anteriores.
Enquanto a investigadora estava a realizar ensaio aos estudantes do 5º ano do
curso de dança da EACMC a partir da régie, observou que os estudantes estavam
entusiasmados e preparados para a apresentação. A investigadora deu mais ênfase às
marcações de spacing34 dos estudantes uma vez que só teriam um ensaio de 45 minutos
antes da apresentação.
A pedido da coordenação do curso de dança foi também elaborado um guião de
ordem de espetáculo (Apêndice I) para as professoras e auxiliares de palco terem em
consideração questões importantes em relação à ordem do mesmo. Nomeadamente,
34 Conceito explanado no apêndice M – Glossário.
0,00%
-33,33%
0,00%
-33,33%
40,00%
26,67%
-40,00%
-30,00%
-20,00%
-10,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
N/A N/S S B MB E
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
83 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
que turmas preparar, como as organizar em entradas/saídas de palco, e também ,para
que os estudantes soubessem quanto tempo faltava para a próxima entrada em cena,
evitando atrasos na apresentação das coreografias, assim como, na preparação, na
troca de figurinos e/ou penteados. Posto isto, auxiliou-se a organização do dia da
apresentação evitando-se a desordem durante a mesma.
A investigadora verificou que os estudantes do 5º ano estavam confiantes e
motivados para esta apresentação e apesar de não poder estar com eles, devido à sua
tarefa na direção de cena, foi bastante positivo visualizá-los da perspetiva da plateia,
ainda que, estivesse preocupada com as deixas de luz ao técnico do auditório da
EACMC.
Neste sentido, a investigadora constatou que estes estavam mais autónomos,
conscientes e motivados, pois mostraram-se preocupados com o seu desempenho e,
quando não estavam em tempo de ensaio, procuram a mesma para esclarecer algumas
dúvidas de spacing. A investigadora aproveitou o entusiasmo da maioria dos estudantes
e orientou-os, com o consentimento e apoio da coordenação do curso de dança, para
que revissem, num estúdio, algumas partes coreográficas e que no final alongassem.
Em seguida, quando a investigadora os alertou para a importância de estarem
alongados e quentes para o espetáculo, todos concordaram.
Correu tudo bem com a parte técnica do espetáculo e a investigadora tentou
enriquecer tanto o ambiente coreográfico, como dar aos estudantes a sensação de ter
um dia de ensaios com boa disposição, em que estes pudessem usufruir da experiência
de palco. Os estudantes foram responsabilizados pela investigadora, que deu a
entender o que aconteceria em termos de luz nas diversas secções da coreografia, pois
os estudantes não podiam ficar desconfortáveis com as entradas da luz ou não estar no
spacing correto de modo a não ficarem em black out.
No final, a investigadora ficou bastante satisfeita com a autonomia dos estudantes
apesar de, num determinado momento da coreografia, não terem feito o uníssono
esperado, no entanto, resolveram a situação sem saírem da interpretação.
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
84 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
9 Conclusão
Verificou-se que para os estudantes do 5º ano da EACMC, numa primeira fase de
transmissão de conteúdos sem a utilização da imagética, executavam os movimentos
pela cópia, ficando ‘aquém’ a sensação e a consciência dos pontos de iniciação dos
movimentos, a intenção, as qualidades/dinâmicas de movimento e a interpretação.
Posto isto, a investigadora identificou que esta falta de consciência por parte dos
estudantes estava a influenciar negativamente a prestação dos mesmos, encontrando
dificuldades em transpor os conhecimentos da aula de TDCT para as aulas de repertório
de dança contemporânea.
Nestas aulas de repertório, os estudantes exponenciaram os conteúdos e
movimentos ao nível coreográfico, dando-se destaque ao trabalho das competências
artísticas. Este trabalho foi agregado a um trabalho de consolidação técnica dos
movimentos coreografados, assim como, se observou que os estudantes detinham falta
de confiança no seu trabalho e que uma minoria da turma havia perdido o interesse pelo
curso de dança no regime do EAE (decidindo assim, concluir o 3º ciclo de estudos da
EACMC e ingressar no ensino secundário num curso diferente). A investigadora
trabalhou, com esta minoria, aspetos como a disciplina, participação, motivação e
interesse na aula de dança.
A falta de domínio técnico e artístico constatado acima, levou a investigadora no
primeiro período a observar que apesar da maioria dos estudantes ser detentor de
favoráveis competências físicas, artísticas e técnicas, não conseguiam trabalhá-las em
simultâneo. No decorrer deste estágio e com as diferentes fases de lecionação
observou-se que a ordem que foi planeada e trabalhada nos objetivos específicos
deste relatório de estágio levou a resultados positivos na maneira como os estudantes
começavam a pensar no seu trabalho em relação aos diferentes exercícios e
coreografia. Estes dados, podem ser analisados com detalhe também nos diários de
bordo com o tipo de questões que os estudantes iniciaram em relação à matéria de
movimento dada pela investigadora, sendo este um fator bastante positivo e alcançado
neste estágio com a turma do 5º ano da EACMC.
Outro fator positivo, foi a ocorrência dos estudantes identificados com maior
desmotivação no que diz respeito ao interesse e participação, começarem a trabalhar
com mais disciplina e consciência na postura correta a ter nas aulas de dança. Apesar
do seu desinteresse compreenderam que o caminho que tinham iniciado ao nível do
comportamento no início do ano não era benéfico para os mesmos. No final do ano a
turma começou a demonstrar mais interesse e consciência dos movimentos e objetivos
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
85 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
promovidos pela investigadora através da compreensão e utilização das imagéticas
dadas em aula.
Posteriormente, foram visíveis as melhorias na turma em todos os objetivos
específicos e fases de lecionação partilhada e autónoma observadas no ponto 9.
Apresentação e análise de dados, bem como, se verificaram estas melhorias por parte
da professora cooperante nos momentos de avaliação nos testes de final de período,
apresentações de seminários e espetáculo final do ano letivo 2017/2018.
Os estudantes demonstraram mais clareza na execução dos conteúdos de
movimento quando lhes foi apresentado exercícios com imagéticas. Foi notório o
aumento do entusiamo dos estudantes nas aulas seguintes recordando a utilização dos
vários tipos de imagéticas para a progressão dos exercícios em aula. Existiram
melhorias ao nível da memorização dos exercícios e maior consciência na execução
técnica dos conteúdos de movimento e coreografia lecionados.
A turma do 5º ano do EAE de dança da EACMC atingiu melhorias nos domínios
das competências artísticas, bem como, nas competências físicas e técnicas através da
estratégia pedagógica – imagética. Os estudantes evoluíram na execução dos
conteúdos de movimento e/ou movimentos coreografados nas aulas de TDCT e
repertório de dança contemporânea. Constatou-se assim o pensamento de Franklin
(2014), em que a imagética trabalhou nos estudantes a incorporação dos movimentos
pelo lado cognitivo, criando analogias para a contribuição da execução física, técnica e
artística. Neste estudo pretendeu-se promover a ideia de Franklin, pois “[i]f you want to
change your body, first change your mind.” (Dance Magazine, 2008, p.212).
Verificou-se também de acordo com as tabelas de observação (presentes nos
diários de bordo dos dias de avaliação e no ponto 9. Apresentação e análise de dados),
que existiram sempre em cada parâmetro avaliado um número mínimo de quatro ou
cinco estudantes que saíram da norma pela positiva. Este facto, revelou-se importante,
uma vez que existiu um aumento da avaliação significativo em vários estudantes através
da subida de duas escalas de medida, exponenciando o seu desenvolvimento técnico e
artístico através da imagética. Pode concluir-se, que a imagética é uma estratégia
pedagógica que permite desenvolver as competências técnicas e artísticas dos
estudantes, pois verificaram-se melhorias alcançadas em todos os parâmetros
avaliados com a turma de estágio do 5º ano da EACMC.
Espera-se que este estudo auxilie outros professores e estudantes de dança, a
conhecer os benefícios da utilização da imagética, como recurso importante para o
alcance de competências técnicas e artísticas nesta faixa etária. Assim como, potencie
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
86 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
a possibilidade de implementação da imagética em aula, como meio para melhorar a
técnica dos estudantes, exponenciando a sua parte artística e consciencialização dos
movimentos/elementos técnicos e das coreografias.
Apesar das dificuldades encontradas ao longo deste ano letivo com a turma de
estágio pretendeu-se sempre contorná-las, tentando levar esta proposta em frente, da
forma mais benéfica e positiva possível. Como disse Martha Graham, “How does it all
begin? I suppose it never begins. It just continues.” (Graham, 1991, p.276), pois, a
investigação e a prática de docente têm sempre como finalidade a preparação dos
estudantes tendo em vista o mercado de trabalho, com um bom nível profissional de
desenvolvimento técnico-artístico, criativo e crítico.
A investigadora observou a importância deste processo para o crescimento da sua
prática pedagógica, através das potencialidades desta estratégia na sua prática de
lecionação, contribuindo para os conhecimentos adquiridos enquanto estudante,
bailarina profissional e docente. É objetivo da investigadora, que a incorporação da
aprendizagem na parte prática em TDCT e repertório de dança contemporânea, seja
executada através da sensação, com o auxílio e objetividade oral da mesma enquanto
moderadora recorrendo-se à estratégia pedagógica imagética.
Foi extremamente importante a pesquisa e estudo desta estratégia pedagógica,
pois compreendeu-se a importância da aplicação consciente da mesma, concordando
com Franklin (1996a), já que durante a escolha das imagéticas é necessário ter a
capacidade de, por vezes, escolher mais do que uma para o mesmo
movimento/elemento técnico.
Neste ano curricular, as imagéticas escolhidas tinham de recorrer ao auxílio e
compreensão das dinâmicas/qualidades de movimento/pontos de iniciação do
movimento (tanto ao nível muscular como articular), potenciando o sucesso da aplicação
deste estudo na turma. Foi de extrema importância, a consciência por parte de quem
verbaliza as imagéticas de modo a que se possam obter melhores resultados por parte
de quem as recebe.
A investigadora sabe agora, com rigor científico, que esta estratégia pedagógica
é um processo que necessita de tempo para que as melhorias sejam verificadas e para
que os estudantes ganhem interesse pela pertinência dos resultados dos movimentos
que advém da consciência de cada um. No início do estágio, os estudantes tinham
dificuldade em memorizar os exercícios mas, com o tempo e com a utilização da
imagética, os estudantes tornaram-se mais autónomos, tendo na memória as imagens
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
87 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
mentais providenciadas. Por isso, conclui-se que é uma estratégia a manter, sempre
com consciência de que irão ser encontrados desafios técnicos e artísticos.
Os professores poderão investigar sobre esta temática, clarificando algumas
noções já adquiridas através da sua experiência profissional, que é tão importante e
válida para o crescimento dos estudantes, contribuindo para a criação de novas ideias
e formas de utilizar esta estratégia pedagógica.
No contexto deste trabalho académico, que procurou evidências na vantagem do
uso da imagética nos alunos, não deixa de ser pertinente, no contexto de trabalhos
futuros estudar a consciência dos professores de dança na utilização da imagética.
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
88 Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
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A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
I Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Apêndices
Apêndice A - Consentimento livre e informado
Mestrado em Ensino de Dança (6ª Edição) - Instituto Politécnico de Lisboa,
Escola superior de dança
Este estudo realiza-se no âmbito do Mestrado em Ensino de Dança da Escola
Superior de Dança, realizado por Inês Alexandra Costa, tendo como objetivo geral:
− Desenvolver a consciência corporal no contexto da aula de TDCT, com recurso à
imagética associada aos conteúdos de movimento contraction/release e
fall/recovery.
Este estudo não trará qualquer risco ou custo a si ou ao seu educando. As
informações recolhidas por meio da captação de imagem através da gravação de vídeo
são apenas destinadas à elaboração deste estudo científico. Para além disso, garante-
se o anonimato e confidencialidade sobre os dados recolhidos.
A autorização e participação do seu educando neste estudo é voluntária, assim,
segue-se abaixo o protocolo da autorização necessária para que a investigadora saiba
se pode contar ou não, com a participação de todos os elementos da turma do 5º/9º ano
do Conservatório de Música de Coimbra, onde irá realizar a sua intervenção pedagógica
na disciplina de Técnica de Dança Contemporânea.
A investigadora está extremamente grata pelo tempo despendido na realização
desta autorização. Denota extrema importância na participação de toda a turma no seu
estudo com a finalidade de obter o maior número de resultados/recolha de dados
possíveis para o mesmo, chegando-se assim, a uma conclusão/reflexão no final deste,
que auxilie a investigação do Ensino de Dança ao nível nacional e internacional.
Depois de ler as informações referidas a este estudo, eu,
____________________________________________________________________,
Encarregado/a de Educação do/a aluno/a
_____________________________________________________________________
do ensino de dança do Conservatório de Música de Coimbra, declaro que autorizo o
meu educando/a a participar nesta investigação, sob anonimato.
Data: 02/10/2017.
Assinatura: __________________.
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
II Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Apêndice B: Plano de Aula – Objetivos específicos 2.2.1.1. e 2.2.1.2.
Fases da Aula Exercícios/Conteúdos
de movimento
Quadratura
musical/
Imagética
Competências Objetivos
Aquecimento
Exercício 1 – Warm up:
− Correr - imagética 1 a);
− Walk - imagética 1 a);
− Alternância de níveis;
− Abdominais - imagética 3;
− Mobilização articular -
imagética 2;
− Roll down - imagética 4 e 5;
− Roll up - imagética 5.
12/8
Kevin Sport –
Combination
on twelve eight
/
Imagética:
35 a)/ 36/ 37/ 38/
39/
− Progressão da
flexibilidade do corpo em
movimento;
− Consciência da força e
controlo do core;
− Compreensão da
coordenação;
− Promoção do
alongamento dinâmico.
− Elevar a temperatura
corporal;
− Elevar o ritmo
cardíaco;
− Promover a
flexibilidade;
− Promover a
consciência postural;
− Reforçar o controlo do
core.
35 a) “Your head floats up and your body dangles easily from your head” (Franklin, 1996b, p.18).
b) “Think of the body providing support for the head (Franklin, 1996b, p.18)
36 a) e b) “Mixed postural model” (Franklin, 1996b, p.18).
37 “Geyser” (Franklin, 1996b, p.140).
38 Gelo a derreter.
39 Espaço entre a coluna tem berlindes que enchem de água e a coluna ganha espaço entre vértebras (Franklin, 1996b, p.199).
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III Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Fortalecimento
(Strenghthening)
Exercício 2 – Contractions:
− Contratcions/release -
imagética 6 e 7;
− High lift - imagética 5;
− Tilt à frente;
− Spiral;
− Pulses - imagética 8 e 9.
2/4
Divan –
Zabumgal
/
Imagética:
5/ 40/ 41/ 42/ 43/
− Consciência dos
conteúdos de movimento,
da flexão e extensão de
todo o corpo e coluna a
partir do centro;
− Conhecimento do
alongamento
intervertebral durante o
movimento.
− Promover a
mobilidade articular
da coluna vertebral.
Cool Down
Exercício 3 – Stretching and
ending of the class:
− Roll Down - imagética 4 e
5;
− Roll up - imagética 5;
− Alongamentos das partes
do corpo - imagética 1 a);
− Révérence.
3/4
Arvo Part –
Smoke
/
Imagética:
1 a)/ 4/ 5/
− Consciência da
respiração durante o
alongamento;
− Compreensão do peso e
alinhamento do corpo no
alongamento;
− Exploração do
alongamento a pares;
− Desenvolver a
flexibilidade;
− Desenvolver o ‘à
vontade’ do toque e
recessão do mesmo
no corpo;
− Consciencializar o
alinhamento e
40 Apertar um tubo de pasta de dentes com a tampa virada para cima.
41 Voltar a encher o tubo vazio com pasta de dentes com a tampa virada para cima.
42 Pensar no movimento e resistência do yoyo.
43 Pensar no batimento cardíaco.
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
IV Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
− Retorno à calma;
− Consciência do
alinhamento no vertical
release.
distribuição do peso
em vertical release.
Nota: A seleção de músicas para esta aula foi feita através de uma mistura de várias faixas de diversos CD’s que a docente detinha. Assim,
faz-se a referência das mesmas, sendo os álbuns originais indicados a baixo:
1. Sport, K. (s.d.). On Sacred Garment, Percussion and Piano Music for Martha Graham [CD]. Local e editor: S.l.
2. Cecchi, R., Trinquinato, L., & Divan. (2002). On Música Dança Contemporânea. Manaus: Maximus Com. E Repres. Ltda.
3. Arash A. (2010, Abril 29). Smoke, Part 3/3: “Choreographed by Mats EK, performed in 1995 by Sylvie Guillem and Niklas EK. Music:
Spiegel im by Arvo Pärt.” [Ficheiro de audio]. Disponível em
https://www.youtube.com/watch?v=D646MfCoAyY&list=PLB39C2B2ED66D8185
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
V Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Apêndice C: Plano de Aula – Objetivo específico 2.2.1.3
44 Bola de gelado.
45 Cubo mágico a rodar no plano horizontal com a resistência de um elástico.
46 Os braços desenham um círculo no plano sagital.
47 Água a sair do chafariz.
Fases da Aula Exercícios/Conteúdos
de movimento
Quadratura
musical/
Imagética
Competências Objetivos
Fortalecimento (Strenghthening)
Exercício 1 – 4ª posição-
scoop-leg lift-sitting fall
com spiral:
− Contraction (1 e 2);
− Leg lift em attitudes
através da contraction
e release em tilt à
frente;
− Uso do movimento
pendular do braço para
rolamentos e ‘pushes’
(3 e 4).
2/4
Divan – Guem
/
Imagética:
44/ 45/ 46/ 47
− Coordenação;
− Consciência da suspensão
no nível baixo;
− Perceção ao nível das
dinâmicas diferentes;
− Projeção espacial;
− Mobilidade articular;
− Consciência das mudanças
do plano vertical para o
plano horizontal.
− Dominar a alternância
entre as diferentes
dinâmicas do
movimento;
− Dominar as mudanças
de direção;
− Promover a consciência
do movimento
fall/recovery.
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
VI Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
48 Gato assanhado.
49 Bicho de conta: para executar o high release.
50 Cão a correr atrás da cauda.
51 Posição fetal.
52 Desenhar com a zona pélvica e o braço um arco-íris.
Exercício 2 - Exercício a
6:
− 1ª Parte do exercício é o
Set exercise de Martha
Graham (5 e 6);
− Utilização de voltas no
joelho através do
movimento em twist (7);
− Rolls com costas no chão
(8);
− 4ª posição slide e com
salto (9).
2/4
Kevin Sport –
Exercise on 6
/
Imagética:
48/ 49/ 50/ 51/ 52
− Consciencialização do final
do último movimento como
preparação para o seguinte.
− Promover a mobilidade
articular da coluna;
− Desenvolver o domínio
das transferências de
peso em diferentes
apoios, passagens pelo
chão e respetivas
recuperações.
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
VII Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
53 Zona dos metatarsos têm ventosas.
54 Executar o movimento de uma onda a partir do topo da cabeça.
55 Compasso: sendo que a mão e a cabeça são o lápis e a zona pélvica e o coxis são a agulha.
56 Espiral.
57 Apertar os atacadores dos ténis.
58 Serem puxados pela mão de lado.
Saltos e deslocações
espaciais
Exercício 3 - Brushes:
− Brushes à frente (10);
− ‘Waving’ (11);
− Passos no nível médio
laterais com arm e back
circle (12);
− ‘Chassé’ à 2ª posição
(13);
− Pino com uma perna
dobrada com ½ tour (14);
− Fall/Recovery através da
lateral do corpo (15).
7/8
Divan – T por 4
/
Imagética:
53/ 54/ 55/ 56/ 57/ 58
− Consolidação dos
conteúdos;
− Domínio de pontos de
iniciação de movimento;
− Domínio da pulsação e
receção do pé.
− Desenvolver o domínio
de fall/recovery pela
lateral do corpo;
− Desenvolver a tatilidade
do pé.
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
VIII Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
59 ‘Terelefenheque’ - Imagética auditiva, exemplo dado na Tabela 4: Sensory Imagery de Franklin (1996b) do presente relatório de estágio.
60 Pratos de bateria nas pernas.
Exercício 4 - Pequenos
saltos:
− Pequenos saltos em
paralelo, 1ª, 2ª e 5ª
posição (16) em turn out;
− Echappés battu à 2ª
posição com e sem meia
volta (17);
− Saltos do nível alto para o
nível baixo (fall/recovery).
¾
Divan – Boca
(rápida)
/
Imagética:
59/ 60
− Domínio da pulsação e
receção do pé;
− Domínio da mobilidade do
trabalho de pernas;
− Domínio das mudanças de
direção.
− Desenvolver a pulsação
e receção dos saltos;
− Desenvolver o domínio
de pequenos com
médios saltos;
− Desenvolver a
coordenação do trabalho
de pernas.
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
IX Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
61 Alguém puxa a zona pélvica para cima.
62 Os braços são um pêndulo.
63 Sempre em pé (boneco).
Exercício 5 - Walks:
− Walk com mudança de
direção a partir do centro
(18);
− Introdução do uso
pendular dos braços
influenciando o
movimento do
tronco/torso nas várias
direções (19 e 20).
3/4
Divan – Faltou
algo (versão
rápida)
/
Imagética:
61/ 62/ 63
− Transferência de peso;
− Consciência do peso dos
braços e respetivo
movimento residual;
− Coordenação motora;
− Fall/Recovery;
− Mudanças de direção.
− Projeção e domínio
espacial;
− Interação de movimento
entre os estudantes;
− Memorização;
− Desenvolvimento
cognitivo;
− Coordenação;
− Desenvolvimento do
trabalho simétrico e
assimétrico do/s braço/s.
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
X Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
64 Soluço gigante.
65 Passar uma pequena cerca.
66 Passar um grande buraco no chão para o outro lado.
67 Bonecas que rodam e ‘voam’ para cima.
Exercício 6 – Jetés
saltados:
− Saltos nos dois pés com
¼ e ½ volta (20);
− Jetés en avant com e sem
mudanças de direção ¼
de volta (21);
− ‘Glissade’ de lado (22);
− Salto com ¾ de volta en
tournant paralelo (23).
¾
Divan – Boca
/
Imagética:
64/ 65/ 66/ 67
− Consciencialização do peso
e do eixo;
− Uso de fall através do
centro/core e cabeça para
aterragem do salto no nível
baixo.
− Manutenção da posição
correta na aterragem dos
saltos (Vertical release);
− Desenvolver a qualidade
das idas para o chão
depois dos saltos.
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
XI Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
68 Alguém puxa a zona pélvica para o lado e o tronco inclina para o outro: com o máximo da extensão da perna de apoio.
69 Passar a ferro os braços com as mãos.
70 Gato atrás da cauda.
Exercício 7 - Step draw:
− Step draw (24);
− Tour em atittude derrière
com spiral no plié;
− Atittude derrière com
spiral (25 e 26).
3/4
Divan – Faltou
algo
/
Imagética:
68/ 69/ 70
− Controlo do domínio da
transferência de peso: Off
balance através da
lateralidade do corpo;
− Uso do centro para a
recolha do off balance do
movimento anterior para o
alinhando na vertical.
− Progressão espacial do
movimento;
− Projeção espacial.
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
XII Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Nota: A seleção de músicas para esta aula foi feita através de uma mistura de várias faixas de diversos CD’s que a docente detinha. Assim,
faz-se a referência das mesmas, sendo os álbuns originais indicados a baixo:
1. Cecchi, R., Trinquinato, L., & Divan. (2002). On Música Dança Contemporânea. Manaus: Maximus Com. E Repres. Ltda.
2. Sport, K. (s.d.). On Sacred Garment, Percussion and Piano Music for Martha Graham [CD]. Local e editor: S.l.
3. Cecchi, R., Trinquinato, L., & Divan. (2002). On Música Dança Contemporânea. Manaus: Maximus Com. E Repres. Ltda.
4. Cecchi, R., Trinquinato, L., & Divan. (2002). On Música Dança Contemporânea. Manaus: Maximus Com. E Repres. Ltda.
5. Cecchi, R., Trinquinato, L., & Divan. (2002). On Música Dança Contemporânea. Manaus: Maximus Com. E Repres. Ltda.
6. Cecchi, R., Trinquinato, L., & Divan. (2002). On Música Dança Contemporânea. Manaus: Maximus Com. E Repres. Ltda.
71 Empurrar o colega.
72 Deixar o desenho do contorno do tronco no chão.
Cool Down
Exercício 8 – Stretching
and ending of the class:
− Alongamentos das
partes do corpo a pares
e/ou individualmente (27
e 28);
− Révérence.
Música
ambiente 3/4
Mário Laginha
– Berenice
/
Imagética:
71/ 72
− Consciência da respiração
durante o alongamento;
− Compreensão do peso e
alinhamento do corpo no
alongamento;
− Exploração do alongamento
a pares;
− Retorno à calma;
− Consciência do
alinhamento em vertical
release.
− Desenvolver a
flexibilidade;
− Desenvolver o ‘à
vontade’ do toque e
recessão do mesmo no
corpo;
− Consciencializar o
alinhamento e
distribuição do peso em
vertical release.
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
XIII Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
7. Cecchi, R., Trinquinato, L., & Divan. (2002). On Música Dança Contemporânea. Manaus: Maximus Com. E Repres. Ltda.
8. Arriazu, M. (2011, Abril 8). Mario Laginha – Berenice. [Ficheiro de audio]. Disponível em
https://www.youtube.com/watch?v=y2tkDujzJYc
Apêndice D :Plano de Aula (Repertório de Dança Contemporânea) – Objetivo específico 2.2.1.4.
Partes Coreográficas Imagética Competências Objetivos
Gestos da Peça Monger 73/ 74/ 75/ 76
Consciência da
interpretação pretendida
nos gestos;
Perceção das diferentes
dinâmicas;
Consolidação dos
conteúdos técnicos
através da manutenção
da interpretação da peça
coreográfica.
Promover o
desenvolvimento de
competências
artísticas/interpretativas por
meio da estratégia
pedagógica nos estudantes
ao nível do repertório de
dança contemporânea.
73 Imaging with or without the audience: Respond - Tabela 5: Imagery in Choreography and Performance de acordo com Franklin (1996a).
74 Using imagery to teach choreography - Tabela 5: Imagery in Choreography and Performance de acordo com Franklin (1996a).
75 Imaging using your hands – Tabela 5: Imagery in Choreography and Performance de acordo com Franklin (1996a).
76 The performance environment – Tabela 5: Imagery in Choreography and Performance de acordo com Franklin (1996a).
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
XIV Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Frases coreográficas da Peça
Monger 2/ 3/ 4/ 77/
Perceção das diferentes
dinâmicas e qualidades
de movimento;
Consolidação dos
conteúdos técnicos
através da manutenção
da interpretação da peça
coreográfica.
Promover o
desenvolvimento de
competências
artísticas/interpretativas por
meio da estratégia
pedagógica nos estudantes
ao nível do repertório de
dança contemporânea.
Trabalho de duetos/ Partnering 2/ 3/ 4/ 78
Perceção das diferentes
dinâmicas e qualidades
de movimento;
Consolidação dos
conteúdos técnicos
através da manutenção
da interpretação da peça
coreográfica.
Promover o
desenvolvimento de
competências
artísticas/interpretativas por
meio da estratégia
pedagógica nos estudantes
ao nível do repertório de
dança contemporânea.
Nota: A seleção de músicas para esta aula foi feita através de uma mistura de várias faixas de diversos CD’s que a docente detinha. Assim,
faz-se a referência das mesmas, sendo o álbum original: Toreishiko (2012, março 31). Title: Adir Adrim: Artist/Album: Balkan Beat Box [Ficheiro
de áudio]. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=RGuoCOc2NcA
77 Imaging with or without the audience: Shadow - Tabela 5: Imagery in Choreography and Performance de acordo com Franklin (1996a).
78 Imaging Spatial Adjustments: Sunrise - Tabela 5: Imagery in Choreography and Performance de acordo com Franklin (1996a).
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
XV Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Apêndice E: Plano de Aula (Frase Coreográfica)– Objetivo específico 2.2.1.5.
Partes da Frase Coreográfica Imagética Competências Objetivos
Parte I - Qualidade de movimento:
rapidez e pausa;
79 Consciência da interpretação e
execução técnica pretendida nos
gestos e movimentos;
Perceção das diferentes
qualidades de movimento e
possibilidades de interação entre
elas.
Desenvolver o
domínio das
diferentes qualidades
de movimento
(tempo), utilizando a
imagética sobre a
desconstrução dos
conteúdos da aula
de TDCT.
Parte II – Qualidade de
movimento: Lento e contínuo;
80
Parte III - Qualidades de
movimento: Passagem da rapidez
para o lento e vice-versa.
81/ 82/ 83
Nota: A seleção de músicas para esta aula foi feita através de uma mistura de várias faixas de diversos CD’s que a docente detinha. Assim,
faz-se a referência das mesmas, sendo o álbum original: Ampro26 (2010, junho 16). Zoe Keating – We Insist. Album: One Cello x 16: Natoma
(2005) [Ficheiro de áudio]. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=w482tCxom64
79 Movimento direto e claro para a posição de uma fotografia.
80 Movimento como se estivessem dentro de água, continuo e denso.
81 Imaginem que estão a rebobinar para a frente um vídeo (rapidez) sem deixar de se perceber o movimento e respetivos detalhes do mesmo.
82 Imaginem que estão a ver uma parte de um vídeo mais lento e observem a desaceleração em relação ao tempo normal (lento e contínuo) sem deixar de se
perceber o movimento e respetivos detalhes do mesmo.
83 Explosão do centro do corpo e cada um reage a esta como sentir até às extremidades do corpo.
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
XVI Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Apêndice F - Modalidade de observação estruturada:
Escala de Medida: Não Satisfaz (N/S), Satisfaz (S), Bom (B), Muito Bom (MB),
Excelente (E) e Não Aplicável (N/A – Estudantes que não fazem a aula prática).
Diário de Bordo 1 Aula: Nº 1.
Hora: 12h/13h30.
Local: EACMC.
Data: 2 de outubro de 2017.
Turma: 5ºA/9ºA.
Curso: 3º ciclo do EAE de Dança.
Escola: Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra.
Unidade Curricular: Técnica de Dança Contemporânea.
Professora cooperante: Mestre Diana Sábio.
Investigadora: Inês Costa.
Observação estruturada/Reflexão geral da aula
No início da aula a professora cooperante apresentou-me à turma como estagiária
naquela disciplina, todos os estudantes me entregaram o consentimento informado
assinado e em concordância com o que lá estava escrito, ou seja, todos os
encarregados de educação deram autorização para a recolha de dados em formato de
vídeo dos seus educandos para a realização deste estudo.
De seguida procedeu-se à escolha dos nomes fictícios/alcunhas da turma e foram
os próprios que escolheram o/a que mais gostaram, ficando assim:
Aluno 1 – Azenha;
Aluno 2 – Amaral;
Aluno 3 – Cams;
Aluno 4 – Caty;
Aluno 5 – Chena;
Aluno 6 – Di;
Aluno 7 – Zyl;
Aluno 8 – Loura;
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
XVII Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Aluno 9 – Ju;
Aluno 10 – Salgado;
Aluno 11 – Léo;
Aluno 12 – MJ;
Aluno 13 – Poças;
Aluno 14 – Sása;
Aluno 15 – N/A.
Nesta primeira aula de observação direta, constatei que a turma esteve à vontade
com a minha presença. A aluna 15 faltou à aula por motivos de consulta médica, mas
deixou recado à professora cooperante, professora titular da turma, através de uma
colega. A amostra de 15 alunos passou assim para 14 alunos.
Esta é composta por 15 alunos, dos quais 3 são rapazes. É detentora de alunos
com boas capacidades físicas, existindo algumas exceções. No entanto, são alunos com
facilidade em cair na distração e na conversa. No que diz respeito ao vocabulário técnico
dos estudantes, pode dizer-se que é visível nos seus corpos e execução dos exercícios
a linguagem técnica, assim como, em geral, o domínio dos conteúdos programáticos
inerentes à disciplina de TDCT.
Observa-se alguma falta de domínio na limpeza/consciência do alinhamento
postural na mudança de nível/consciência da distribuição do peso e no conteúdo de
movimento de Graham contraction/release. Na aula da professora cooperante os alunos
só executarão um tipo de contraction (vinda de segunda posição em grand plié) e sendo
um elemento técnico novo, os alunos estarão a tentar encontrar a maneira correta de o
executar.
Acredita-se que esta turma, apesar da sua forte base técnica, encontra
dificuldades ao nível das qualidades de movimento e coordenação dos elementos
técnicos, uma vez que, obtém controlo quando o elemento técnico é trabalhado
separadamente. O mesmo não acontece quando estão a executar mais do que um
elemento técnico, verificando-se alguma incerteza/’confusão’ na execução dos
movimentos afetando a sua qualidade técnica. O que, por sua vez, não ajuda na
construção da parte artística de alguns alunos.
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
XVIII Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Apesar disto, denota-se que esta turma contém um excelente potencial, técnico-
artístico, acreditando-se que o mesmo ao ser trabalhado fará com que os estudantes
atinjam os objetivos propostos neste estudo, contribuindo para o desenvolvimento da
consciência corporal destes estudantes.
Avaliação de diagnóstico dos estudantes – Tabelas de observação
Estudantes
Atitude
positiva
nas tarefas
propostas
Respeito
pela
docente
Estudantes
atentos
durante a
aula
Quando
necessário
manteve-se
silêncio
Tomam
atenção às
indicações
até ao fim
Azenha B S S B S
Amaral B B B B S
Cams MB MB MB B MB
Caty B B MB B B
Chena B S S B N/S
Di B S S B S
Zyl B S B B B
Loura MB MB MB MB MB
Ju S B MB B MB
Salgado B B B B B
Léo B S S B N/S
MJ S B B MB B
Poças S B B B B
Sása MB MB MB B MB
Teka N/A N/A N/A N/A N/A
Tabela 1: Avaliação de diagnóstico: Princípios base numa aula de dança
(atitude/comportamento dos estudantes) - Aula 1.
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
XIX Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Estudantes
Realizam os
exercícios com
concentração
Demonstram
entusiasmo
Demonstram
preocupação
quando
encontram
dificuldades
Demonstram
compreensão
sobre o
movimento
Azenha B MB S N/S
Amaral B B B S
Cams MB MB MB B
Caty B MB B S
Chena B S S B
Di B MB B B
Zyl MB MB B MB
Loura MB B MB MB
Ju MB S MB S
Salgado B S S N/S
Léo B S B B
MJ MB S B B
Poças MB S MB N/S
Sása MB B MB MB
Teka N/A N/A N/A N/A
Tabela 2: Avaliação de diagnóstico: Princípios base numa aula de dança
(atitude/comportamento dos estudantes) - Aula 1.
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
XX Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Diário de Bordo 2 Aula: Nº 2.
Hora: 12h/13h30.
Local: EACMC.
Data: 9 de outubro de 2017.
Turma: 5ºA/9ºA.
Curso: 3º ciclo do EAE de Dança.
Escola: Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra.
Unidade Curricular: Técnica de Dança Contemporânea.
Professora cooperante: Mestre Diana Sábio.
Investigadora: Inês Costa.
Observação estruturada/Reflexão geral da aula
A aluna Chena faltou à aula por motivos de doença, assim, a amostra de 15 alunos
passou para 14 alunos. A aluna número 15 escolheu a sua alcunha de Teka, devido à
falta na aula anterior, por motivos de consulta médica.
Nesta aula de observação direta, constatei que a professora titular da turma havia
tido uma conversa com os alunos sobre o seu comportamento/disciplina durante o
trabalho no estúdio, verificando-se melhorias a este nível no geral e em especial nos
elementos masculinos da mesma (Azenha, Di e Salgado).
A turma revela-se interessada em melhorar e atingir novos desafios, no entanto,
como é normal nesta faixa etária, apesar de começarem a querer revelar autonomia
demonstram-na da maneira menos funcional, pois tentam tirar dúvidas uns aos outros
ao invés de perguntarem à professora titular e estarem atentos ao feedback da mesma
em relação aos outros colegas. Ao mesmo tempo a turma revela alguma falta de
paciência para os períodos de pausa em que a docente faz o esclarecimento de dúvidas
e limpeza dos movimentos.
Nos exercícios de final de aula, a professora cooperante colocou a turma a
executar exercícios para exponenciar o ‘à vontade’ com o toque e a confiança. Este
exercício consistia numa pessoa no meio ‘em bloco’, que caía para um lado e depois
para o outro e era agarrado por colegas que o empurravam de novo para o outro lado
(este empurrar consistia em frente/trás).
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
XXI Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Outro exercício foi com todos num ‘molho’ e ia um a um ao meio, e os colegas
tocavam no corpo do que estivesse no centro para influenciar o seu movimento residual.
No início existiu alguma inquietação e conversa, mas depois, com o apela da docente à
concentração e escuta do corpo que estavam a manipular, a turma conseguiu um maior
nível de concentração que se verificou numa melhoria em relação ao pretendido no
exercício.
Avaliação de diagnóstico dos estudantes – Tabelas de observação
Estudantes
Atitude
positiva
nas tarefas
propostas
Respeito
pela
docente
Estudantes
atentos
durante a
aula
Quando
necessário
manteve-se
silêncio
Tomam
atenção às
indicações
até ao fim
Azenha B B B B B
Amaral MB MB B S B
Cams MB MB MB MB MB
Caty MB MB MB B B
Chena N/A N/A N/A N/A N/A
Di B B B B B
Zyl MB MB MB B B
Loura MB MB MB MB MB
Ju S MB MB MB MB
Salgado S B S S S
Léo B MB MB S B
MJ S MB B B B
Poças B MB MB B B
Sása MB MB MB MB MB
Teka MB MB MB B MB
Tabela 1: Avaliação de diagnóstico: Princípios base numa aula de dança
(atitude/comportamento dos estudantes) - Aula 2.
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
XXII Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Estudantes
Realizam os
exercícios com
concentração
Demonstram
entusiasmo
Demonstram
preocupação
quando
encontram
dificuldades
Demonstram
compreensão
sobre o
movimento
Azenha B B B S
Amaral B B B S
Cams MB MB MB B
Caty B B B S
Chena N/A N/A N/A N/A
Di MB MB MB B
Zyl MB MB B MB
Loura MB MB MB MB
Ju MB S B S
Salgado B B S S
Léo B B B B
MJ B S B S
Poças MB MB B S
Sása MB MB MB MB
Teka MB MB MB B
Tabela 2: Avaliação de diagnóstico: Princípios base numa aula de dança
(atitude/comportamento dos estudantes) - Aula 2.
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
XXIII Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Diário de Bordo 3 Aula: Nº 3.
Hora: 12h/13h30.
Local: EACMC.
Data: 16 de outubro de 2017.
Turma: 5ºA/9ºA.
Curso: 3º ciclo do EAE de Dança.
Escola: Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra.
Unidade Curricular: Técnica de Dança Contemporânea.
Professora cooperante: Mestre Diana Sábio.
Investigadora:: Inês Costa.
Observação estruturada/Reflexão geral da aula
Nesta aula observou-se o tipo de imagética que a professora cooperante utiliza,
dano os seguintes exemplos:
• Contraction: “A coluna tem a forma de banana”;
• ‘Shua’: imagética auditiva para a abertura das pernas em segunda
posição;
• Swing lateral do tronco: “Vamos ser gigantes”. A professora cooperante
pretendia com esta imagética que os alunos procedessem primeiro ao
crescimento da coluna antes e durante o movimento;
• Posição paralela das pernas em vertical release: “Não há pernas aos dez
minutos para as duas da tarde”. A docente tentou apelar assim, à correta
manutenção do paralelo e respetivo alinhamento pés, joelhos e ancas;
• 1ª posição: “Agarra a bola de pilates [bola suíça]”. A docente titular
pretendia que os alunos no final e início do próximo salto en tournant, obtivessem
a forma arredondada dos braços e a contraction para que os alunos obtenham
no próximo release e braços à 2ª posição no salto seguinte;
• Runs: “Os braços têm sacos de compras pesados”. O objetivo aqui era
que os alunos mantivessem braços alongados ao lado do corpo enquanto
correm.
Apesar da utilização da imagética ser inconsciente, observa-se um bom feedback
quanto às correções/dificuldades importantes a ter em consideração durante os
exercícios. A professora titular demonstra também assertividade na explicação ou nas
correções, mas apenas utilizou duas imagéticas para auxiliar o exercício de contractions
em 2ª posição.
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
XXIV Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Diário de Bordo 4 Aula: Nº 4.
Hora: 12h/13h30.
Local: EACMC.
Data: 23 de outubro de 2017.
Turma: 5ºA/9ºA.
Curso: 3º ciclo do EAE de Dança.
Escola: Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra.
Unidade Curricular: Técnica de Dança Contemporânea.
Professora cooperante: Mestre Diana Sábio.
Investigadora: Inês Costa.
Observação estruturada/Reflexão geral da aula
Nesta aula observada dos alunos do 5ºA, observei que o conteúdo de movimento
contraction/release existiu apenas no:
4. Primeiro exercício de chão;
5. Exercício de swings com scoop no chão;
6. Exercício de pliés de centro, com salto em contraction no paralelo (braços
com swing).
Apesar de não existir um exercício de contractions nesta aula que observei, a
docente titular utilizou o seu conteúdo de movimento nos quatro exercícios descritos
acima. Observa-se alguma falta de consciência do core como ponto importante nas
suspensões do nível baixo para o nível médio, nos saltos e no trabalho deslizado dos
rolamentos nos exercícios de chão. Repara-se ainda, que os estudantes compreendem
pouco a utilização do ponto de iniciação da contraction (scoop) e realizam o release
como um ‘desmanchar’ e não uma ‘reconstrução’/sustentação da volta da coluna ao
vertical release.
O aluno Salgado revela uma grande falta de consolidação e fortalecimento do
centro, daí a sua avaliação N/S, pois os movimentos têm de existir a partir/com a
contribuição do mesmo até às extremidades (corpo na totalidade), para que o corpo se
movimente num todo. Destaca-se a aluna Teka em oposição ao seu colega Salgado,
mas que, mesmo esta, poderá melhorar a sua consciência e execução técnica
contribuindo para a melhoria da sua performance.
A turma ao mostrar falta de consciência deste conteúdo de movimento, demonstra
falta de definição nos movimentos, bem como por onde estes devem passar. Este fator
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XXV Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
faz com que haja falta de qualidade de movimento, ou seja, existe alguma carência de
consciência somática por parte da turma execução dos movimentos.
Avaliação de diagnóstico dos estudantes – tabelas de observação
Estudantes
Alinhamento Ombros/Pélvis
Trabalho de chão
Alinhamento Ombros/Pélvis
Vertical Release
Contraction Release Contraction Release
Azenha B N/S B S
Amaral S S S S
Cams S S S S
Caty S S S S
Chena S N/S S N/S
Di B S B S
Zyl B S S S
Loura B S S S
Ju S S B S
Salgado N/S N/S N/S N/S
Léo S S B S
MJ S N/S S S
Poças S N/S S S
Sása B S S S
Teka B B B B
Tabela 3: Avaliação de diagnóstico - Alinhamento inerente aos conteúdos de
movimento contraction/release dos estudantes (aula 4).
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
XXVI Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Estudantes
Utilização dos pontos da
Contraction
Utilização dos pontos do
Release
Pélvis Zona
abdominal Externo Pélvis
Zona
abdominal Externo
Azenha B S S S S S
Amaral B S S S S S
Cams B S S S S S
Caty B S S S S S
Chena S S S S S S
Di B S S S S S
Zyl MB S S S S S
Loura MB S S S S S
Ju S S S S S S
Salgado N/S N/S N/S N/S N/S N/S
Léo B S S S S S
MJ B S S S S S
Poças S S S S S S
Sása B S S S S S
Teka MB S S S S S
Tabela 4: Avaliação de diagnóstico – Pontos de iniciação dos conteúdos de
movimento contraction/release dos estudantes (aula 4).
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
XXVII Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Diário de Bordo 5 Aula: Nº 5.
Hora: 12h/13h30.
Local: EACMC.
Data: 30 de outubro de 2017.
Turma: 5ºA/9ºA.
Curso: 3º ciclo do Ensino Artístico Especializado de Dança.
Escola: Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra.
Unidade Curricular: Técnica de Dança Contemporânea.
Professora cooperante: Mestre Diana Sábio.
Investigadora: Inês Costa.
Observação estruturada/Reflexão geral da aula
O aluno Azenha demonstra bom potencial físico, no entanto, iniciou os seus
estudos na EACMC em dança o ano letivo passado (no 4º/8º ano), daí necessitar de
tempo para a repetição e incorporação dos movimentos. Necessita de desenvolver a
consciência do que realmente os movimentos necessitam para serem executados, bem
como, recuperar todo o tempo perdido em relação aos colegas. Assim, justifica-se
também a sua avaliação negativa no parâmetro Parte Artística.
A estudante MJ tem pouca consciência dos exercícios devido à sua tendência
para a distração, por isso, não consegue mover-se com a qualidade esperada ao nível
do uso de dinâmicas mais rápidas nos movimentos executados.
A aluna Poças tem alguns problemas de coordenação, não conseguindo conjugar
a qualidade de movimentos quando existe mudanças de dinâmicas no mesmo exercício.
Os estudantes obtêm avaliação negativa (N/S) no parâmetro Parte Artística por
diversas razões. A aluna MJ, porque não revela muito empenho nos exercícios, que
conjugado com a sua falta de consciência de movimento não se revela a favor da sua
presença e postura durante os exercícios. Em oposição, as alunas Ju, Poças e Sása
são muito empenhadas, mas um pouco introvertidas, o que faz com que as estudantes
não consigam obter avaliação positiva neste parâmetro, uma vez que, nunca
demonstram no máximo das suas capacidades os movimentos dos exercícios.
O estudante Salgado encontra dificuldades de controlo, coordenação e
flexibilidade. O estudante cresceu muito neste último ano de repente e não demonstra
a consolidação de competências técnicas e artísticas ao nível que deveria dos anos
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XXVIII Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
anteriores. Por isso, está a demonstrar mais dificuldade em avançar para os conteúdos
de movimento deste 5º/9º ano de dança.
Avaliação de diagnóstico dos estudantes – Tabelas de observação:
Estudantes
Parte
artística do
aluno
Qualidade de
movimento do
aluno
Consciência do
movimento na
execução do
aluno
Qualidade das
dinâmicas de
movimento do
aluno
Azenha N/S S N/S S
Amaral S B B B
Cams B MB MB MB
Caty S S B B
Chena S B S B
Di S B B B
Zyl B B B MB
Loura S B MB MB
Ju N/S B B B
Salgado N/S N/S N/S N/S
Léo S B B MB
MJ N/S N/S S S
Poças N/S N/S N/S N/S
Sása N/S MB MB MB
Teka B MB MB MB
Tabela 5: Avaliação de diagnóstico dos estudantes – Princípios inerentes à
individualidade do bailarino (aula 5)
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
XXIX Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Estudantes
Consciência Utilização de pontos de iniciação
de movimento
Peso do
corpo
Alinhamento do
corpo Extremidades
do corpo Core
Corpo na
totalidade No
Chão
Na
Vertical
Azenha S B S S S N/S
Amaral S S S S S S
Cams MB MB MB B B B
Caty B B S S S S
Chena S B S B S S
Di B B S B S S
Zyl B B S B B B
Loura B MB B B B S
Ju B B S B S S
Salgado N/S S N/S N/S N/S N/S
Léo MB MB B B B S
MJ N/S B S N/S S N/S
Poças N/S B N/S S S N/S
Sása MB MB MB B B B
Teka MB MB MB B B B
Tabela 6: Avaliação de diagnóstico - Execução técnica dos alunos nos conteúdos de
movimento Fall/Recovery dos estudantes (aula 5)
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XXX Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Apêndice G - Modalidade de lecionação partilhada:
Diário de Bordo 1 Aula: Nº 6.
Hora: 12h/13h30.
Local: EACMC.
Data: 6 de novembro de 2017.
Turma: 5ºA/9ºA.
Curso: 3º ciclo do EAE de Dança.
Escola: Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra.
Unidade Curricular: Técnica de Dança Contemporânea.
Professora cooperante: Mestre Diana Sábio.
Investigadora: Inês Costa.
Lecionação partilhada/Reflexão geral da aula
Ao nível da consciência pélvica aquando os estudantes estão deitados no chão,
verifica-se alguma falta de colocação da mesma, sendo que os estudantes não colocam
bem o coxis no chão quando é suposto e o mesmo se verifica no exercício 1 – warm up
(Apêndice B: Plano de aula – Objetivos específicos A e B), observa-se que:
▪ Os estudantes demonstram falta de consciência, como havia sido analisado na
observação de diagnóstico (apêndice F: Modalidade de observação estruturada:
Diário de Bordo - Apêndice 1 ao 5, durante nas primeiras cinco aulas de
observação estruturada), em relação ao uso do trabalho de core e o movimento
de contraction das costas.
▪ O exercício era composto por um compasso 12/8, ao qual é normal haver
enganos uma vez que os alunos não estejam habituados a isso.
Quando têm de demorar mais tempo durante o movimento articular em
deslocação (walk ou run), observa-se no apêndice L - DVD, que alguns
estudantes detenham problemas de coordenação entre a maneira de locomoção
e a dinâmica do movimento articular que está a ser feito nas partes do corpo
(membros superiores).
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XXXI Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
▪ Deu-se correções para que os estudantes estejam atentos a erros como:
1. Utilização de todos os pontos pelos quais a cabeça deve passar ao fazer um
círculo, para o alongamento e mobilização articular do pescoço através do peso
da cabeça e manutenção da colocação do tronco;
2. Roll down deverá ser a sentir melhor a independência intervertebral aquando os
estudantes enrolam a coluna;
3. Deu-se indicações sobre a colocação dos joelhos, pés, pernas dobradas e juntas
para a execução dos abdominais. A noção da colocação dos pés nos walks e
runs, bem como, toda a postura e alinhamento a ter durante estes movimentos;
4. Colocação do tronco deitados no chão antes e durante os abdominais dando
enfoque à correta colocação da pélvis;
5. Alertou-se também, para a correta colocação do tronco no chão antes e durante
os abdominais, dando importância à correta colocação da pélvis;
6. No exercício de contraction alertou-se os estudantes para a utilização dos três
pontos da mesma, para a manutenção do primeiro ponto deste movimento
durante o drop da parte superior do tronco, assim como, no roll down.
7. Falou-se também do ponto de iniciação da spiral, sendo este a zona pélvica (no
chão), bem como, a utilização de todo o release para a construção do máximo
desta spiral;
No exercício 2 - contractions (apêndice B: Plano de aula – Objetivos específicos
A e B), observa-se que a turma revelou falta de prática ao nível destes conteúdos, mas
ao nível teórico detinham algum conhecimento sobre o movimento contraction/release.
Os estudantes revelam mais consciência ao nível do alinhamento dos ombros/pélvis no
movimento do que na correta execução dos pontos de iniciação.
Os alunos MJ e Salgado demonstram mais dificuldades na tomada de consciência
de ambos os parâmetros avaliados. As alunas Zyl e Léo mostram facilidade na
compreensão do alinhamento, mas ao nível dos pontos de iniciação do release ambas
as estudantes têm avaliação B. No entanto, ao nível dos pontos de iniciação da
contraction a estudante Zyl detêm MB na ação do movimento. Já a aluna Léo baixa para
B também neste parâmetro.
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XXXII Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Estudantes
Alinhamento Ombros/Pélvis
Trabalho de chão
Contraction Release
Azenha S S
Amaral S S
Cams MB B
Caty S S
Chena B S
Di B B
Zyl MB MB
Loura MB B
Ju B B
Salgado N/S N/S
Léo MB MB
MJ N/S N/S
Poças B B
Sása B B
Teka B B
Tabela 3: Avaliação de diagnóstico - Alinhamento inerente aos conteúdos de
movimento contraction/release dos estudantes (aula 6).
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
XXXIII Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Estudantes
Utilização dos pontos da
Contraction
Utilização dos pontos do
Release
Pélvis Zona
abdominal Externo Pélvis
Zona
abdominal Externo
Azenha S S S N/S S S
Amaral S N/S N/S N/S S S
Cams B B B B B B
Caty S S N/S S S S
Chena B B S B S S
Di S B B N/S S S
Zyl MB MB MB B B B
Loura B B B N/S S B
Ju S S S N/S S S
Salgado N/S N/S N/S N/S N/S N/S
Léo B B B B B B
MJ N/S N/S S N/S N/S N/S
Poças N/S N/S S N/S S S
Sása MB S N/S B B B
Teka N/S S S N/S S B
Tabela 4: Avaliação de diagnóstico – Pontos de iniciação dos conteúdos de
movimento contraction/release dos estudantes (aula 6).
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
XXXIV Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Diário de Bordo 2 Aula: Nº 7.
Hora: 12h/13h30.
Local: EACMC.
Data: 13 de novembro de 2017.
Turma: 5ºA/9ºA.
Curso: 3º ciclo do EAE de Dança.
Escola: Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra.
Unidade Curricular: Técnica de Dança Contemporânea.
Professora cooperante: Mestre Diana Sábio.
Investigadora: Inês Costa.
Lecionação partilhada/Reflexão geral da aula
A aluna Chena faltou à aula. A estudante Zyl assistiu à aula, porque não tinha
chaves do cacifo, não tendo assim a indumentária necessária para a prática da aula de
TDCT. A estudante Léo faltou por motivos de doença, ficando uma amostra de 12 alunos
em vez de 15.
Quanto ao objetivo específico B (exercício 2 contractions do apêndice B Plano de
aula – Objetivos específicos A e B), pretende-se que:
▪ Existam melhorias ao nível do alinhamento ombros/pélvis:
▪ Os estudantes compreendam melhor os pontos de iniciação do movimento,
contraction, mas detêm ainda dificuldades ao nível da qualidade do mesmo, o
que faz com que a sua execução não obtenha melhorias visíveis do motion, mas
sim ao nível da colocação e alinhamento do tronco (ombros/pélvis);
Denota-se que os estudantes revelam melhorias no release em spiral, mas não tanto
ao nível do release em tilt à frente. Pensa-se que poderá ser pela dificuldade da
transferência de peso a partir do centro, donde estes necessitam de maior controlo.
Ao nível do objetivo específico A (exercícios 1 warm up e 3 Stretching and ending
of the class do apêndice B: Plano de aula – Objetivos específicos A e B):
▪ Os estudantes revelam falta de coerência de manutenção postural nos
deslocamentos (walks e runs), bem como, na colocação de decúbito dorsal.
Observaram-se falta de consciência na mobilização articular da cabeça e da
consciência dos braços durante os movimentos de deslocação anteriormente
referidos.
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XXXV Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
▪ No exercício 3 (a pares) observa-se maior cuidado e atenção com este objetivo
específico A, pois uma vez que, têm de manipular outro corpo, focam a
consciência para executar o correto toque, no entanto, observa-se pouco ‘à
vontade’ e hábito com este tipo de tarefa.
Quanto às melhorias verificadas sem imagética, estas revelam-se em diferentes
parâmetros nos estudantes. Por exemplo:
▪ O estudante Azenha melhorou para nível B os parâmetros do alinhamento
ombros/pélvis no trabalho de chão da contraction/release, bem como, nos
pontos de iniciação do movimento da contraction (zona abdominal) e do release
(zona abdominal e externo).
▪ A aluna Amaral também obteve melhorias, passando para positiva S nos
parâmetros zona abdominal e pélvis (pontos de iniciação do release), mas não
no parâmetro externo (pontos de iniciação da contraction);
▪ A aluna Caty melhorou bastante em todos os parâmetros, revelando apenas
alguma falta de compreensão para com o ponto de iniciação do externo na
contraction;
▪ O estudante Di melhorou a execução do ponto de iniciação da contraction
(pélvis) para B, mas mantém-se visível a sua dificuldade no controlo e mobilidade
articular da coluna nos pontos de iniciação do release, especialmente na zona
da pélvis (parâmetro onde o estudante continuou com o nível N/S);
▪ A estudante Loura melhorou a perceção e execução do ponto de iniciação pélvis
no release, demonstrando apenas o nível S, pois apesar de obter o release da
coluna nesta zona não o inicia daí o movimento como é suposto, mas sim da
zona abdominal;
▪ A estudante Ju melhorou o parâmetro do release na pélvis obtendo classificação
S;
▪ O estudante Salgado obteve avaliação S ao parâmetro externo no movimento
de contraction;
▪ A aluna Poças revela melhorias ao nível dos parâmetros dos pontos de iniciação,
que obteve N/S na 1ª aula de lecionação partilhada (apêndice 1), exceto no ponto
de iniciação do externo durante a contraction;
▪ A estudante Sása revela melhorias significativas ao nível dos pontos de iniciação
da contraction (obtendo avaliação MB) e nos parâmetros do release obteve MB
no primeiro ponto de iniciação do movimento (pélvis). No entanto, baixou para S
ao nível do parâmetro de iniciação do release (externo);
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XXXVI Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
▪ A aluna Teka continua a demonstrar algumas dificuldades ao nível do ponto de
iniciação externo durante a contraction, obtendo melhorias para MB durante o
ponto de iniciação da mesma e B ao nível do movimento da zona abdominal
deste movimento. No movimento release, obteve S nos pontos de iniciação do
mesmo, mas demonstra mais consciência da utilização muscular durante o
movimento;
Apesar das melhorias observadas a turma revela falta de qualidade de movimento
durante a execução dos conteúdos de movimento contraction/release, facto este que se
deve á falta de consciência das noções posturais e de alinhamento durante o movimento
dos estudantes.
No que toca ao objetivo específico A, consolidar e desenvolver a
consciencialização da postura através da estratégia (imagética), observam-se melhorias
apesar de alguma falta de consciência de alinhamento em vertical release e no trabalho
de chão, assim como na análise de diagnóstico (vídeo: exercício 1 sem imagética do
apêndice L - DVD). Onde se observam menos melhorias a este nível é durante o
trabalho de mobilização articular dos braços.
Ao nível do objetivo específico B, desenvolver a capacidade de análise do
movimento dos estudantes no que diz respeito à sua execução dos conteúdos de
movimento de Contraction/Release, observou-se mais atenção por parte dos
estudantes ao realizar o movimento, pois estavam a pensar nas correções dadas pela
investigadora. No entanto e apesar de se notar algumas melhorias de
consciencialização, não se observou melhorias nas qualidades de movimento dos
estudantes (vídeo exercício 2 sem imagética do apêndice L - DVD).
No exercício 3 – stretching and ending of the class (apêndice B: Plano de aula
– Objetivos específicos A e B), observa-se entusiasmo por parte dos estudantes na
execução do mesmo, no entanto, não se observam melhorias ao nível da
consciencialização do toque e receção do mesmo (vídeo exercício 3 sem imagética do
apêndice L DVD). O que se verifica é uma atenção/cuidado especial à parte inicial do
exercício, donde os estudantes têm de manipular em ‘auxílio’ do alinhamento, colocação
e alongamento do colega.
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
XXXVII Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Estudantes
Alinhamento Ombros/Pélvis
Trabalho de chão
Contraction Release
Azenha B S
Amaral B B
Cams B B
Caty B B
Chena N/A
Di S B
Zyl N/A
Loura B B
Ju B B
Salgado N/S S
Léo N/A
MJ N/S N/S
Poças S S
Sása B S
Teka B B
Tabela 10: Avaliação de diagnóstico - Alinhamento inerente aos conteúdos de
movimento contraction/release dos estudantes (aula 7).
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
XXXVIII Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Estudantes
Utilização dos pontos da
Contraction
Utilização dos pontos do
Release
Pélvis Zona
Abdominal Externo Pélvis
Zona
Abdominal Externo
Azenha S B S S B B
Amaral S S N/S S S S
Cams MB MB MB MB B MB
Caty MB MB B MB MB MB
Chena N/A
Di B B B N/S S S
Zyl N/A
Loura MB MB MB S B B
Ju B B S S S S
Salgado N/S N/S S N/S N/S N/S
Léo N/A
MJ S S S S S S
Poças S S N/S S S S
Sása MB MB MB MB B S
Teka B MB S S S S
Tabela 11: Avaliação de diagnóstico – Pontos de iniciação do conteúdo de movimento
contraction/release dos estudantes (aula 7).
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
XXXIX Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Diário de Bordo 3 Aula: Nº 8.
Hora: 12h/13h30.
Local: EACMC.
Data: 20 de novembro de 2017.
Turma: 5ºA/9ºA.
Curso: 3º ciclo do EAE de Dança.
Escola: Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra.
Unidade Curricular: Técnica de Dança Contemporânea.
Professora cooperante: Mestre Diana Sábio.
Investigadora: Inês Costa.
Lecionação partilhada/Reflexão geral da aula
Nesta aula faltaram as alunas Chena e Léo por motivos de doença. Foi a primeira
aula de lecionação dos exercícios com imagética.
Foram dadas as imagéticas:
▪ 1,2 e 3 (no exercício 1 do apêndice B: Plano de aula – Objetivos
específicos A e B): Neste exercício as imagéticas 4 e 5 não foram dadas para
não ser muita informação no mesmo dia e para que os estudantes se
concentrassem mesmo na sensação das imagéticas dadas, melhorando assim
correta consciência inerente ao objetivo específico A;
▪ 6, 5 e 8 (no exercício 2 do apêndice B: Plano de aula – Objetivos
específicos A e B): No exercício designado as imagéticas 7 e 9 não foram dadas,
uma vez que, a imagética 9 era uma alternativa à imagética 8 e a imagética 7
poderia retirar o ‘foco de atenção’ do movimento contraction que é mais difícil de
executar com correção em relação ao release. Na próxima aula será dada a
imagética 7 para o elemento técnico release;
▪ 5 e 2 (no exercício 3 do apêndice B: Plano de aula – Objetivos específicos
A e B): Neste exercício referido não foi dada a imagética 4 para não ser muita
informação para os estudantes. Assim adquire-se primeiro a consciência do
alongamento intervertebral nos rolamentos e na próxima aula a imagética 4 irá
auxiliar os estudantes na correta direção dos mesmos, promovendo-se a
qualidade de movimento do elemento técnico.
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
XL Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Os estudantes mantiveram as avaliações da aula anterior, mas observou-se
melhorias na qualidade de movimento dos exercícios propostos aquando a
investigadora utilizou as diversas imagéticas previstas para os elementos técnicos
observados no apêndice B: Plano de aula – Objetivos específicos A e B.
Quanto às melhorias verificadas com imagética, estas revelam-se em diferentes
parâmetros nos estudantes. Por exemplo:
▪ A estudante Zyl obteve classificação MB aos vários parâmetros da
contraction/release e alinhamento da mesma e revelou conhecimento do
que se havia trabalhado na aula anterior. Assim, sabe-se que a estudante
apesar de estar apenas a assistir na aula passada revelou estar atenta às
professoras e aos colegas de turma;
▪ A estudante Cams melhorou a qualidade de movimento, mas com o
‘entusiasmo’ desrespeitou um pouco o alinhamento da contraction/release.
No entanto, este facto não é assim tão relevante para que a estudante
baixe a sua avaliação B, pois esta soube controlar o alinhamento quando
a docente estagiária dava feedback em alguns momentos do exercício 2
do apêndice B: Plano de aula – Objetivos específicos A e B;
▪ A estudante Caty melhorou ao nível do alinhamento da contraction/release,
pois após a imagética conseguiu atingir a classificação MB neste
parâmetro;
▪ A estudante Ju obteve melhorias ao nível dos pontos de iniciação da
contraction, obtendo B nos três parâmetros, mas mantem a falta de
consciência ao nível dos três pontos de iniciação do release, obtendo
nestes parâmetros S;
▪ O estudante Salgado melhorou ao nível do alinhamento da contraction,
mas manteve o N/S neste parâmetro ao nível do elemento técnico release.
No que diz respeito aos pontos de iniciação, não se observam melhorias
nos movimentos, pois o estudante demonstra a compreensão da
manutenção dos ombros/pélvis, mas não do que é necessário para a
correta ação, ativação e execução do movimento contraction/release;
▪ A estudante MJ melhorou ao nível do alinhamento contraction/release,
após a imagética e o feedback sobre a mesma dado pela investigadora
passou de N/S para S;
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
XLI Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
▪ A estudante Sása revelou melhorias ao nível da utilização dos pontos de
iniciação do release, passando de S para B com a estratégia pedagógica
imagética;
▪ A estudante Teka manteve a sua falta de exploração do movimento da
coluna vertebral, mas nota-se melhorias ao nível da consciência do que é
suposto acontecer durante esse movimento, pois quando a investigadora
a questionou sobre o assunto a estudante soube responder. A
investigadora auxiliou assim a estudante, através do toque para que esta
pode-se arriscar mais na execução do elemento técnico
contraction/release. Assim, observa-se que a imagética 5 (apêndice B:
Plano de aula – Objetivos específicos A e B) fez com que a aluna
melhorasse a sua consciência ao nível do alinhamento deste movimento,
evoluindo de B para MB nos parâmetros dos pontos de iniciação com a
exceção da zona abdominal no release. A estudante deve adquirir a
sensação de pull up nesta região durante o ‘desenrolar’ da coluna sem
deixar abrir a zona da grelha costal para que atinja o vertical release.
Acredita-se que com a prática a aluna irá atingir as melhorias
correspondentes ao seu excelente potencial físico, uma vez que, existe da
sua parte a consciência do que deve fazer para superar as dificuldades.
O exercício 3 do (Apêndice B: Plano de aula – Objetivos específicos A e B), revela
que os estudantes MJ e Salgado ainda detêm algum desconforto e tendência para se
distraírem não obtendo consciência nem o ‘à vontade’ para com o exercício. O resto da
turma mais concentrada e consciente da importância deste exercício. Observa-se que
os estudantes dão correções de alinhamento e colocação de partes do corpo que a
investigadora não havia alertado neste exercício, mas sim nos outros dois, o que
demonstra que a turma está a amadurecer tanto no sentido da responsabilização e
consciência da importância do toque em dança, como também da respetiva sensação e
auxílio causado pelo mesmo para promover mais tarde a autocorreção.
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
XLII Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Estudantes
Alinhamento Ombros/Pélvis
Trabalho de chão
Contraction Release
Azenha B S
Amaral B B
Cams B B
Caty MB MB
Chena N/A
Di B B
Zyl MB MB
Loura MB MB
Ju B S
Salgado S N/S
Léo N/A
MJ S S
Poças S S
Sása MB MB
Teka MB MB
Tabela 3: Avaliação de diagnóstico - Alinhamento inerente ao conteúdo de movimento
contraction/release dos estudantes (aula 8).
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
XLIII Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Tabela 4: Avaliação de diagnóstico – Pontos de iniciação do conteúdo de movimento
contraction/release dos estudantes (aula 8).
Estudantes
Utilização dos pontos da
Contraction
Utilização dos pontos do
Release
Pélvis Zona
Abdominal Externo Pélvis
Zona
Abdominal Externo
Azenha S B S S B B
Amaral S S N/S S S S
Cams MB MB MB MB B MB
Caty MB MB B MB MB MB
Chena N/A
Di B B B N/S S S
Zyl MB MB B MB MB MB
Loura MB MB MB S B B
Ju B B B S S S
Salgado N/S N/S S N/S N/S N/S
Léo N/A
MJ S S S S S S
Poças S S N/S S S S
Sása MB MB MB MB B B
Teka B MB S B B B
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
XLIV Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Diário de Bordo 4 Aula: Nº 9.
Hora: 12h/13h30.
Local: EACMC.
Data: 27 de novembro de 2017.
Turma: 5ºA/9ºA.
Curso: 3º ciclo do EAE de Dança.
Escola: Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra.
Unidade Curricular: Técnica de Dança Contemporânea.
Professora cooperante: Mestre Diana Sábio.
Investigadora: Inês Costa.
Lecionação partilhada/Reflexão geral da aula
Foi a segunda aula de lecionação dos exercícios com imagética.
Esta foi a aula antes do exame. As alunas Chena e Léo compareceram em
conjunto com toda a turma após a passada segunda-feira de estágio e preparam-se o
melhor possível para o teste de avaliação do final do período.
A estudante Zyl caiu das escadas e tinha um pequeno traumatismo com nódoa
negra no gémeo e articulação posterior do tornozelo. No entanto, notou-se que apesar
de toda a situação, a estudante tem consciência e vontade em fazer a aula, o que lhe
permite manter a sua avaliação e desempenho, apesar de em alguns movimentos não
utilizar tanto quanto necessita a região do pé e parte inferior da perna esquerda.
A estudante Léo regressou na passada terça-feira às aulas após um período de
doença complicado e detém avaliação B nos parâmetros do alinhamento
contraction/release. No entanto, devido à falta de prática e frequência nas aulas de
TDCT, a estudante obteve S nos parâmetros de iniciação do movimento de
contraciton/release, à exceção dos parâmetros pélvis e zona abdominal da contraction.
A estudante Chena também regressou após o mesmo período e demonstrou
avaliação N/S na manutenção do alinhamento contraction, mas revelou B no
alinhamento do release. Revela também ao nível dos pontos de iniciação uma avaliação
de B nos parâmetros da contraction e S nos parâmetros do release.
A aula foi contínua sem paragens para existir uma simulação da prova e observou-
se que os estudantes mantiveram as melhorias de uma maneira geral sobre a
consciência da contraction/release (objetivo especifico B - Desenvolver a capacidade de
análise do movimento dos estudantes, no que diz respeito à sua execução do princípio
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XLV Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
de Contraction/Release) e o seu alinhamento (objetivo especifico A - Consolidar e
desenvolver a consciencialização da postura através da estratégia imagética) durante o
movimento. No entanto, observou-se a falta de consciência do limite e utilização dos
limites articulares do corpo durante o movimento de cada estudante. Assim, os
estudantes comprometem a sua consolidação de postura e alinhamento durante os
movimentos de mobilização articular dos braços (exercício um do apêndice B: Plano de
aula – Objetivos específicos A e B).
Constatou-se ainda, nos exercícios do teste da professora titular as melhorias
visualizadas ao nível da utilização do corpo na totalidade e consciencialização do
movimento a partir do core que era o objetivo da utilização da imagética como estratégia
pedagógica nesta fase de lecionação partilhada.
Foram dadas todas as imagéticas que faltavam da aula anterior.
No exercício 3 (apêndice B: Plano de aula – Objetivos específicos A e B), existe
um trio que teve indicações para fazer o exercício um pouco mais rápido para dar tempo
de todos passarem pelo toque durante o teste de avaliação. Existiu melhorias no
exercício, mas os estudantes MJ, Salgado e Chena, não revelam consciência nem a
utilização das melhorias do trabalho feito neste exercício. No caso da aluna Chena deve-
se devido à sua falta de frequência nas aulas. Notou-se que, em geral, os estudantes
não estão concentrados durante as tarefas estabelecidas do exercício.
Após o run through do teste a professora cooperante deu espaço para que a
investigadora fizesse alguns comentários à turma em relação aos seus exercícios. A
mesma, refez os exercícios relembrando a sensação das imagéticas dadas na aula
passada, apelou à consciencialização dessa sensação durante o movimento e aferiu as
melhorias visualizadas, bem como, os pontos onde poderiam melhorar.
Pode dizer-se que existem mais estudantes que atingiram o nível B em relação à
aula passada (apêndice 3 da fase de lecionação partilhada), revelando-se uma melhoria.
O estudante Salgado continua com avaliação N/S devido à sua falta de concentração e
vontade durante as aulas de TDCT.
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XLVI Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Estudantes
Alinhamento Ombros/Pélvis
Trabalho de chão
Contraction Release
Azenha B S
Amaral B B
Cams B B
Caty MB MB
Chena N/S B
Di B B
Zyl MB MB
Loura MB MB
Ju B S
Salgado S N/S
Léo B B
MJ S S
Poças S S
Sása MB MB
Teka MB MB
Tabela 3: Avaliação de diagnóstico - Alinhamento inerente ao conteúdo de movimento
contraction/release dos estudantes (aula 9).
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XLVII Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Estudantes
Utilização dos pontos da
Contraction
Utilização dos pontos do
Release
Pélvis Zona
Abdominal Externo Pélvis
Zona
Abdominal Externo
Azenha S B S S B B
Amaral S S N/S S S S
Cams MB MB MB MB B MB
Caty MB MB B MB MB MB
Chena B B B S S S
Di B B B N/S S S
Zyl MB MB B MB MB MB
Loura MB MB MB S B B
Ju B B B S S S
Salgado N/S N/S S N/S N/S N/S
Léo B B S S S S
MJ S S S S S S
Poças S S N/S S S S
Sása MB MB MB MB B B
Teka B MB S B B B
Tabela 4: Avaliação de diagnóstico – Pontos de iniciação do conteúdo de movimento
contraction/release dos estudantes (aula 9).
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XLVIII Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Diário de Bordo 5 Aula: Nº 10.
Hora: 12h/13h30.
Local: EACMC.
Data: 4 de dezembro de 2017.
Turma: 5ºA/9ºA.
Curso: 3º ciclo do EAE de Dança.
Escola: Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra.
Unidade Curricular: Técnica de Dança Contemporânea.
Professora cooperante: Mestre Diana Sábio.
Investigadora: Inês Costa.
Lecionação partilhada/Reflexão geral da aula
Nesta última aula de lecionação partilhada os estudantes utilizaram os exercícios
dados pela investigadora para aquecerem na primeira parte da aula, uma vez que a
professora titular queria fazer uma passagem das coreografias que a turma irá fazer na
apresentação de seminários (dia 13/12/17).
A aluna Chena não fez aula devido a falta de material, porque se esqueceu da
chave do cacifo, tornando a amostra igual a 14 alunos em vez de 15.
No entanto, os restantes elementos da turma demonstraram consolidação do
movimento contraction/release, tanto no alinhamento dos ombros/pélvis, como na
execução correta dos pontos de iniciação do mesmo.
Observa-se maior consciência e qualidade de movimento, bem como, de
dinâmicas do mesmo. Os estudantes de uma maneira geral demonstram também
melhor colocação e presença antes, durante e após o exercício. O que faz com que se
note mais a parte artística dos mesmos no que toca à presença/’estar em cena’.
Quanto às melhorias verificadas com imagética, nesta última aula de lecionação
partilhada, estas revelam-se em diferentes parâmetros nos estudantes observando-se:
▪ Melhorias nos melhores alunos neste conteúdo de movimento, pois estes
conseguem chegar à avaliação E. Os estudantes Cams, Zyl, Loura, Sása
e Teka estão de parabéns pela maturidade e crescimento desenvolvido a
este nível;
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XLIX Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
▪ Denota-se também melhorias nos alunos Poças e Salgado, pois apesar de
continuarem com N/S obtiveram pelo menos um S tanto no alinhamento
do elemento técnico, como nos pontos de iniciação do mesmo;
▪ A aluna Poças e MJ melhoraram ainda a sua execução dos pontos de
iniciação do elemento técnico contraction/release para B, com a exceção
do ponto de iniciação externo na contraction;
▪ A estudante MJ evoluiu ainda os pontos de iniciação do release para MB.
A estudante está mais focada desde uma semana antes do teste de
avaliação o que abona a favor da mesma para se concentrar e trabalhar
no máximo das suas capacidades.
Estudantes
Alinhamento Ombros/Pélvis
Trabalho de chão
Contraction Release
Azenha B S
Amaral MB MB
Cams E E
Caty MB B
Chena N/A
Di B B
Zyl E E
Loura E E
Ju B MB
Salgado S N/S
Léo MB MB
MJ S S
Poças N/S S
Sása E E
Teka E E
Tabela 3: Avaliação de diagnóstico - Alinhamento inerente ao conteúdo de movimento
contraction/release dos estudantes (aula 10).
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L Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Estudantes
Utilização dos pontos da
Contraction
Utilização dos pontos do
Release
Pélvis Zona
Abdominal Externo Pélvis
Zona
Abdominal Externo
Azenha S B S S B B
Amaral MB MB MB MB MB B
Cams E E E E MB E
Caty MB MB MB B B B
Chena N/A
Di B B B B B B
Zyl E E E E E E
Loura E E E E E E
Ju MB MB MB MB B B
Salgado N/S N/S S N/S N/S N/S
Léo MB MB MB MB MB MB
MJ B B B MB MB MB
Poças B B S B B B
Sása E E E E E E
Teka E E MB E E E
Tabela 4: Avaliação de diagnóstico – Pontos de iniciação do conteúdo de movimento
contraction/release dos estudantes (aula 10).
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LI Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Apêndice H - Modalidade de lecionação autónoma:
Diário de Bordo 1 Aula: Nº 11.
Hora: 14h30h/16h.
Local: EACMC.
Data: 3 de janeiro de 2018.
Turma: 5ºA/9ºA.
Curso: 3º ciclo do EAE de Dança.
Escola: Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra.
Unidade Curricular: Técnica de Dança Contemporânea.
Professora cooperante: Mestre Diana Sábio.
Investigadora: Inês Costa.
Lecionação autónoma/Reflexão geral da aula:
Esta primeira aula de repertório de dança contemporânea com uma hora e trinta
minutos, irá contribuir para esta fase de lecionação autónoma com o propósito de
trabalhar o objetivo específico D deste estudo (promover o desenvolvimento de
competências artísticas/interpretativas por meio da estratégia pedagógica nos
estudantes ao nível do repertório de dança contemporânea).
Observou-se que os estudantes não estão habituados ao tipo de movimento do
coreógrafo Barak Marshall. Pois, durante a aprendizagem da primeira parte da peça
Monger os estudantes mostraram dificuldades ao nível do movimento do tronco e da
zona pélvica (revelando vergonha). A investigadora deu indicações à cerca do
alinhamento da segunda posição paralela em plié/no nível médio e da utilização das
costas neste tipo movimentos. Alertou-se também os estudantes para a utilização do
externo, pois a maioria deles não detém facilidade na sua movimentação, bem como,
na execução do movimento com a dinâmica rápida. A investigadora optou por treinar
com os estudantes sem música. Corrigindo individualmente através do toque os
estudantes que revelaram mais dificuldades ao nível dos movimentos de costas.
No final da aula, os estudantes executaram com a música e fizeram por partes
muito reduzidas o inicio dos gestos em staccato da peça.
O objetivo de estarem todos em uníssono não se pôde visualizar, mas acredita-se
que com o treino e prática da coreografia irão surgir melhorias.
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LII Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Diário de Bordo 9 Aula: Nº 19.
Hora: 14h30/16h.
Local: EACMC.
Data: 31 de janeiro de 2018.
Turma: 5ºA/9ºA.
Curso: 3º ciclo do EAE de Dança.
Escola: Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra.
Unidade Curricular: Técnica de Dança Contemporânea.
Professora cooperante: Mestre Diana Sábio.
Investigadora: Inês Costa.
Lecionação autónoma/Reflexão geral da aula:
Nesta quinta aula de repertório de dança contemporânea a estudante Sása faltou
por motivos de doença e a estudante Zyl ficou a assistir pelo mesmo motivo.
Os estudantes aprenderam o final do repertório Monger de Barak Marshall e
adquiriram feadback da investigadora para corrigirem os momentos mais frágeis na
execução da parte coreográfica dada na aula anterior (Apêndice H: Modalidade de
lecionação autónoma: Diário de bordo - Apêndice 7).
Notou-se melhorias ao nível da memorização e intenção na realização dos
movimentos/gestos inerentes à coreografia.
Os estudantes Poças, Salgado, Caty e Azenha revelam pouca consciência
durante a realização dos movimentos, bem como, falta de qualidade durante o uso da
dinâmica rápida e de movimentos staccato realizados. Os estudantes Azenha e Salgado
demonstram mais interesse e participação do que as colegas acima referidas. No
entanto, o estudante Salgado detém muitas dificuldades na execução correta dos
movimentos e respetivas qualidades/dinâmicas de movimento. Contudo, revelou
facilidade no trabalho de lift do seu par Chena.
São de destacar pela positiva os estudantes Teka, Ju, Di, Chena, Cams, Loura e
Amaral pelo empenho, maturidade e questões pertinentes colocadas durante o
processo de aprendizagem da nova parte de duetos. Estes colocaram questões como:
O movimento inicia de onde?
Qual a duração deste movimento?
Como e por que parte do corpo troca o sentido do movimento?
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
LIII Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Onde troca a dinâmica do movimento?
Pela primeira vez, a investigadora observou que os estudantes começam a fazer
questões mais conscientes do que está realmente a falhar e é importante no movimento.
Acredita-se então, que apesar de não se verem as melhorias ao nível da execução os
estudantes estão a ficar mais conscientes do que têm de fazer/saber para uma melhor
execução.
Os estudantes Amaral, Di e Cams revelaram uma excelente capacidade de
memorização, no entanto, devem trabalhar a amplitude e definição dos seus
movimentos.
A estudante Léo deve ter mais atenção nas aulas e ser mais autónoma quanto às
correções gerais que a investigadora dá, pois tem um enorme talento e competências,
mas não trabalha no máximo do seu potencial técnico e artístico.
Diário de Bordo 10 Aula: Nº 20.
Hora: 12h/13h30.
Local: EACMC.
Data: 5 de fevereiro de 2018.
Turma: 5ºA/9ºA.
Curso: 3º ciclo do EAE de Dança.
Escola: Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra.
Unidade Curricular: Técnica de Dança Contemporânea.
Professora cooperante: Mestre Diana Sábio.
Investigadora: Inês Costa.
Lecionação autónoma/Reflexão geral da aula:
Nesta aula observa-se que os estudantes executam melhor a consciência e a
utilização do peso do corpo e que ao nível dos outros parâmetros avaliados se
encontram com fragilidades, nomeadamente no que diz respeito à consciência da
utilização do movimento na sua execução, das qualidades das dinâmicas de movimento,
bem como na utilização dos pontos de iniciação de movimento através das
extremidades, do core e do corpo na totalidade.
Verifica-se também que existem poucos alunos com avaliação MB, o que
demonstra que o potencial dos estudantes da turma não está a ser utilizado no seu
máximo e que estes necessitam melhorar a sua consciência sobre a sensação durante
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
LIV Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
a execução dos movimentos. Constata-se à semelhança dos objetivos específicos A e
B que foram trabalhados anteriormente, que os estudantes Poças e Salgado detêm falta
de competências técnicas para o ano que frequentam e que os estudantes Caty e Chena
não se empenham o quanto deveriam para desenvolver o seu trabalho ao nível
esperado no 5º ano do curso de dança. Apesar da falta de bases apresentadas pelo
estudante Azenha este revela melhorias e empenho para com o seu trabalho em
estúdio.
Existe a preocupação por parte da investigadora em relação à percentagem de
estudantes com N/S na utilização dos pontos de iniciação de movimento a partir do core,
pois, esta base deveria de estar mais consciente e trabalhada.
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
LV Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Estudantes
Consciência e utilização Utilização de pontos de
iniciação de movimento
Peso
do
corpo
Movimento
na
execução
do aluno
Qualidades
das
dinâmicas
de
movimento
do aluno
Extremidades
do corpo Core
Corpo na
totalidade
Azenha N/S N/S S N/S N/S S
Amaral S S S S S S
Cams B B B S N/S S
Caty B N/S S S N/S S
Chena S S S S S N/S
Di B B B S B S
Zyl B B MB S N/S B
Loura B B S B S B
Ju B B S B B B
Salgado N/S N/S N/S N/S N/S N/S
Léo B S MB B N/S S
MJ S S S B B S
Poças B N/S N/S S N/S S
Sása B MB MB S S B
Teka S B B S N/S S
Tabela 6: Avaliação da execução técnica dos alunos no conteúdo de movimento
Fall/Recovery dos estudantes (aula 20).
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LVI Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Diário de Bordo 11 Aula: Nº 21.
Hora: 14h30/16h.
Local: EACMC.
Data: 7 de fevereiro de 2018.
Turma: 5ºA/9ºA.
Curso: 3º ciclo do EAE de Dança.
Escola: Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra.
Unidade Curricular: Técnica de Dança Contemporânea.
Professora cooperante: Mestre Diana Sábio.
Investigadora: Inês Costa.
Lecionação autónoma/Reflexão geral da aula:
Nesta aula foram filmados os exercícios dados pela investigadora, sendo os
estudantes avaliados de acordo com a tabela abaixo.
Estudantes
Parte
artística/interpretativa
do aluno
Azenha S
Amaral N/S
Cams B
Caty N/S
Chena S
Di B
Zyl B
Loura S
Ju B
Salgado N/S
Léo B
MJ S
Poças N/S
Sása B
Teka S
Tabela 5: Avaliação dos princípios inerentes à individualidade do bailarino (aula 21).
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
LVII Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
A investigadora espera que estes valores se alterem e que os estudantes
melhorem esta parte inerente à formação e ao bailarino profissional, para que os
estudantes desfrutem e evoluam as suas dinâmicas e execução de movimento, uma vez
que, a parte técnica está sempre aliada à parte artística/interpretativa do estudante.
Diário de Bordo 15 Aula: Nº 25.
Hora: 14h30/16h.
Local: EACMC.
Data: 28 de fevereiro de 2018.
Turma: 5ºA/9ºA.
Curso: 3º ciclo do EAE de Dança.
Escola: Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra.
Unidade Curricular: Técnica de Dança Contemporânea.
Professora cooperante: Mestre Diana Sábio.
Investigadora: Inês Costa.
Lecionação autónoma/Reflexão geral da aula:
A aluna Chena faltou à aula.
Nesta aula os estudantes apresentaram melhorias na execução dos movimentos,
melhorando ligeiramente a parte artística e interpretativa dos movimentos coreográficos
que tinham imagética dada na última aula pela investigadora.
No entanto, os estudantes Salgado, Poças e Caty necessitam de maior segurança
na execução dos movimentos durante a coreografia, pois a definição do foco e dos
movimentos de gestos não se encontram como seria espectável.
Os estudantes ficaram mais esclarecidos quanto à origem, percurso e destino dos
movimentos quando eram relembrados das imagéticas dadas pela investigadora. No
entanto, na imagética dada pela investigadora ‘Hey!’, denotou-se que os estudantes têm
‘vergonha’ de utilizar a parte vocal. A investigadora não desistiu da ideia e tentou colocar
os estudantes mais ‘à vontade’ pedindo para dizerem ‘Hey!’ ao colega do lado. Foram
obtidos melhores resultados, mas a investigadora pretende ver numa próxima aula se
serão mantidas/melhoradas as aquisições que se visualizaram na aula de hoje.
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LVIII Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Diário de Bordo 16 Aula: Nº 26.
Hora: 12h/13h30.
Local: EACMC.
Data: 5 de março de 2018.
Turma: 5ºA/9ºA.
Curso: 3º ciclo do EAE de Dança.
Escola: Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra.
Unidade Curricular: Técnica de Dança Contemporânea.
Professora cooperante: Mestre Diana Sábio.
Investigadora: Inês Costa.
Lecionação autónoma/Reflexão geral da aula:
A estudante Chena assistiu à aula devido à falta de material.
Nesta aula não houve tempo para fazer o exercício 8 – Cool down, pois a
professora cooperante pediu à investigadora para ter a parte final da aula para conversar
com os estudantes sobre as notas dos testes de avaliação do final de período.
Todos os estudantes se relembravam das imagéticas atribuídas pela
investigadora com entusiasmo e consciência do que estão a trabalhar ao nível da
execução do movimento.
A turma no geral revela melhorias na execução técnica dos
movimentos/elementos técnicos, bem como, na qualidade das dinâmicas dos mesmos.
Existem algumas exceções, pode observar-se que:
No exercício 1: a estudante Poças não demonstrou melhorias na
manutenção da contraction com a imagética 2 (Apêndice B: Plano de aula
– Objetivo específico C), a aluna Teka necessita melhorar execução do
elemento técnico contraction em tilt e o estudante Salgado necessita
melhorar a consciência do alinhamento do tronco em tilt;
No exercício 2: Os estudantes Poças, Salgado, Léo, Azenha, Amaral,
Caty e MJ demonstram melhorias significativas após a investigadora
questionar os alunos sobre as imagéticas associadas ao exercício;
No exercício 3: As estudantes Cams, Salgado e Poças necessitam
melhorar a imagética 11 (Apêndice B: Plano de aula – Objetivo específico
C). No resto da turma verificam-se melhorias significativas;
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
LIX Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
No exercício 4: Existiram melhorias nos saltos que ‘juntam’ as pernas no
ar e na correta execução do plié para os saltos mais lentos. A investigadora
acredita que poderão ainda existir melhorias mais significativas;
No exercício 5: Os estudantes Azenha, Amaral, Salgado e MJ podem
melhorar o movimento pendular do braço e do tronco (fall/recovery).
Verificam-se melhorias significativas das alunas Teka e Sása;
No exercício 6: A estudante Léo apresenta melhorias após a investigadora
a questionar sobre as imagéticas dadas ao exercício. Os estudantes MJ,
Poças e Salgado apresentam dificuldades na aterragem do salto ¾ de
volta en tournant;
No exercício 7: As estudantes Zyl, Sása, Teka, Cams, Loura e Ju
apresentam melhorias significativas inerentes à execução técnica e
dinâmica do exercício, os colegas Salgado e Poças revelam algumas
melhorias aquando relembrados das imagéticas e considera-se que a
estudante Caty deverá ter mais atenção à consciência do movimento e
executá-lo no máximo no seu potencial;
Verifica-se assim, que os estudantes demonstram empenho no global da turma,
durante a execução dos exercícios, à exceção dos estudantes Salgado, Poças, Caty e
Chena. Na maioria dos estudantes observam-se melhorias após a utilização das
imagéticas presentes no apêndice C: Plano de aula – Objetivo específico C.
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
LX Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Diário de Bordo 17 Aula: Nº 27.
Hora: 14h30/16h.
Local: EACMC.
Data: 7 de março de 2018.
Turma: 5ºA/9ºA.
Curso: 3º ciclo do EAE de Dança.
Escola: Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra.
Unidade Curricular: Técnica de Dança Contemporânea.
Professora cooperante: Mestre Diana Sábio.
Investigadora: Inês Costa.
Lecionação autónoma/Reflexão geral da aula:
Verificou-se nesta aula, que existem melhorias no movimento dos estudantes
após a entrega das imagéticas presentes no Apêndice D: Plano de aula (Repertório de
Dança Contemporânea) – Objetivo específico D. As imagéticas presentes neste
apêndice contribuíram para melhorias significativas no global da turma durante os
movimentos. Os estudantes Poças, Caty e MJ continuam a não executar a posição
inicial com a forma correta das costas. A estudante Zyl esquece-se por vezes de colocar
as mãos nos joelhos, assim como, as estudantes MJ, Léo, Zyl e Poças não executam a
correta posição da cabeça (derivado à errada projeção do foco, que está para baixo em
vez de estar para a diagonal de baixo). Aquando alertadas pela investigadora notou-se
melhorias.
No trabalho de duetos, a estudantes Chena demonstrou falta de consciência e
memorização dos movimentos devido a ter faltado na última aula (Apêndice H:
Modalidade de lecionação autónoma do Diário de bordo - Apêndice 15).
A investigadora relembrou os estudantes e melhorou o spacing da coreografia. Na
última passagem pela coreografia visualizaram-se na maioria da turma as melhorias
nesta parte da coreografia, não só em relação à correta manutenção do spacing como
também, em relação à consciência e execução técnica e artística/interpretativa dos
estudantes. Os estudantes Cams, Azenha, Di e Teka melhoraram significativamente a
manutenção da posição final, o que revela que os estudantes estão a confiar e a
perceber melhor o trabalho em pares. A investigadora teve de limpar a utilização do foco
da estudante Zyl no inicio do trabalho de duetos e a aluna consolidou a correção e
apresentou-a na última passagem da aula.
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
LXI Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Observaram-se melhorias nos movimentos, parte artística e interpretativa dos
estudantes considerando as melhorias:
Muito significativas nos estudantes Zyl, Sása, Teka, Cams, Léo, Loura, Ju
e Di;
Significativas nos estudantes: Azenha e Amaral;
Pouco significativas nos estudantes Caty e Poças;
Não significativas nos elementos da turma MJ, Salgado e Chena.
A imagética como estratégia pedagógica nas aulas de Técnica de Dança Contemporânea do 5º ano do Curso Básico de Dança da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra
LXII Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Diário de Bordo 20 Aula: Nº 30.
Hora: 12h/13h30.
Local: EACMC.
Data: 19 de março de 2018.
Turma: 5ºA/9ºA.
Curso: 3º ciclo do EAE de Dança.
Escola: Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra.
Unidade Curricular: Técnica de Dança Contemporânea.
Professora cooperante: Mestre Diana Sábio.
Investigadora: Inês Costa.
Lecionação autónoma/Reflexão geral da aula:
Estudantes
Consciência e utilização Utilização de pontos de iniciação
de movimento
Peso do
corpo
Alinhamento do
corpo Extremidades
do corpo Core
Corpo na
totalidade No
Chão
Na
Vertical
Azenha S B B S S S
Amaral B B B B B B
Cams MB E E E E E
Caty B S S MB S S
Chena S S S S S S
Di E E E E MB E
Zyl E E E E E E
Loura E E MB E E E
Ju E E MB E MB MB
Salgado N/S S S N/S N/S N/S
Léo E E E MB MB E
MJ B S B S B S
Poças S S B S S S
Sása E E E E E E
Teka E E E E E MB
Tabela 6: Avaliação de diagnóstico - Execução técnica dos estudantes nos princípios
base Fall/Recovery dos estudantes (aula 30).
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LXIII Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Diário de Bordo 21 Aula: Nº 31.
Hora: 18h30-20h.
Local: EACMC.
Data: 21 de março de 2018.
Turma: 5ºA/9ºA.
Curso: 3º ciclo do EAE de Dança.
Escola: Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra.
Unidade Curricular: Técnica de Dança Contemporânea.
Professora cooperante: Mestre Diana Sábio.
Investigadora: Inês Costa.
Lecionação autónoma/Reflexão geral da aula:
Estudantes
Parte
artística do
aluno
Azenha MB
Amaral MB
Cams E
Caty B
Chena S
Di E
Zyl E
Loura E
Ju E
Salgado N/S
Léo E
MJ B
Poças S
Sása E
Teka E
Tabela 5: Avaliação dos princípios inerentes à individualidade do bailarino (aula 31).
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LXIV Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Diário de Bordo 24 Aula: Nº 34.
Hora: 12h/13h30.
Local: EACMC.
Data: 16 de abril de 2018.
Turma: 5ºA/9ºA.
Curso: 3º ciclo do EAE de Dança.
Escola: Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra.
Unidade Curricular: Técnica de Dança Contemporânea.
Professora cooperante: Mestre Diana Sábio.
Investigadora: Inês Costa.
Lecionação autónoma/Reflexão geral da aula:
Nesta aula, a investigadora procedeu à limpeza e passagens dos exercícios da
aula de técnica da professora cooperante, como a mesma havia pedido. Os estudantes
revelaram dificuldades:
Na correta execução do movimento de braços e na falta de precisão do
trajeto que estes executaram;
Na qualidade de movimento dos elementos técnicos bounces os
estudantes Azenha, Salgado, Poças e Chena encontram maiores
dificuldades;
Nos exercícios de pliés a estudante Ju necessita de manter o alinhamento
das ancas com os pés enquanto o tronco acompanha os braços na
execução de arm e back circle;
No exercício de swings, os estudantes não estavam a usar a qualidade do
rebound para retirar a perna para a frente, bloqueando os joelhos em vez
de utilizarem o mesmo na posição de flexão dos joelhos em
paralelo/’cócoras’;
No exercício de deslocação da professora cooperante observa-se que os
estudantes aquando rebolam/executam rolamentos no chão perdem o
contacto com o corpo no chão, o que faz com que percam a direção que
desejam terminar (por exemplo, os pés na 4ª posição mantêm-se e é o
rolamento pelas costas que faz com que a recuperação para a ‘posição de
V’ seja na diagonal);
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LXV Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Os estudantes estavam a executar o fouetté para a frente em vez de para
cima e não estavam a efetuar o grand allegro que deve existir.
Na frase coreográfica, os estudantes revelaram dificuldades na alteração das
qualidades de movimento, sendo que o tempo é a categoria a trabalhar nesta sequência
coreográfica. A investigadora procedeu às correções dos movimentos e deu consciência
aos estudantes do tempo dos movimentos e os estudantes melhoraram alguns aspetos.
No entanto, observaram-se nos estudantes:
Salgado, Azenha, Poças e Chena têm falta de coordenação e problemas
ao nível da execução dos movimentos no tempo que se esperava;
Amaral, Teka, Léo. Loura, MJ e Ju obtiveram dificuldades de
memorização da frase coreográfica e não conseguiram focar-se ao
executar os movimentos nas qualidades de movimento – tempo, que
foram pedidos pela investigadora na frase coreográfica;
Sása, Zyl, Di e Cams foram os estudantes que apesar de terem de
trabalhar a limpeza do movimento e no caso do aluno Di das suas
dificuldades físicas, conseguiram demonstrar consciência durante a
execução dos movimentos e da troca de tempo das qualidades de
movimento pretendidas na frase coreográfica. Acredita-se que com o
esclarecimento e maior consciência poderá melhorar as qualidades de
movimento presentes na frase coreográfica;
Caty executou toda a frase coreográfica no mesmo registo de tempo, o
que demonstra a sua falta de consciência das qualidades de movimento
inerentes à técnica de execução dos movimentos em TDCT.
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LXVI Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Estudantes
Qualidades de
movimento do
aluno
Consciência do
movimento na
execução do
aluno
Azenha N/S N/S
Amaral S S
Cams B B
Caty N/S N/S
Chena N/S N/S
Di B B
Zyl B B
Loura B B
Ju B B
Salgado N/S N/S
Léo S S
MJ N/S N/S
Poças N/S N/S
Sása MB MB
Teka S S
Tabela 7: Avaliação dos estudantes inerente às qualidades de movimento - Tempo
(aula 34).
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LXVII Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Diário de Bordo 27 Aula: Nº 37.
Hora: 12h/13h30.
Local: EACMC.
Data: 30 de abril de 2018.
Turma: 5ºA/9ºA.
Curso: 3º ciclo do EAE de Dança.
Escola: Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra.
Unidade Curricular: Técnica de Dança Contemporânea.
Professora cooperante: Mestre Diana Sábio.
Investigadora: Inês Costa.
Lecionação autónoma/Reflexão geral da aula:
Nesta última aula de lecionação autónoma pôde-se observar melhorias ao nível
das qualidades de movimento – tempo pretendidas a trabalhar neste objetivo
específico E.
No entanto, o estudante Salgado continua a demonstrar um trabalho frágil de
acordo com estes parâmetros.
A turma evidencia alterações não visualizadas na primeira análise de dados
antes da transmissão da imagética associada à Frase Coreográfica.
Estudantes evoluíram:
Mais nas qualidades de movimento do que na consciência do movimento;
Por oposição, mais na consciência do movimento do que nas qualidades
do mesmo;
Nos resultados de excelência, mantiveram-se muito bons resultados em
ambos os parâmetros.
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LXVIII Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Estudantes
Qualidades de
movimento do
aluno
Consciência do
movimento na
execução do
aluno
Azenha B S
Amaral E MB
Cams E E
Caty B MB
Chena B S
Di MB MB
Zyl E MB
Loura E E
Ju E E
Salgado N/S N/S
Léo MB MB
MJ MB MB
Poças B S
Sása E E
Teka E MB
Tabela 7: Avaliação dos estudantes inerente às qualidades de movimento - Tempo
(aula 37).
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Apêndice I: Guião do Espetáculo – Apresentação de Seminários do
2º período
Guião – Ordem da Apresentação de Seminários
1. 3º Grau – Giselle;
2. 8º Grau – Giselle;
3. 4º Grau – Giselle;
4. Secundário – Giselle;
5. 5º Grau – Corsário;
6. 5º Grau – James Variation;
7. Secundário – Rosas danst Rosas;
8. 5º Grau – Monger;
9. Secundário – Vertical Road.
INTERVALO 5 MIN
10. 3º, 4º e 5º Graus – As Tribos;
11. Secundário – EGO.
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LXX Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Apêndice J: Cartaz – Apresentação de Seminários do 2º Período
EACMC
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LXXI Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Apêndice K: Programa de TDCT 5º ano – Curso Básico de Dança
Finalidades
− Atribuição ao estudantes de um papel ativo na sua formação;
− Disponibilizar a dança através da autodescoberta corporal;
− Desenvolver a noção de dança como forma de arte;
− Motivar e desenvolver uma sensibilidade estética, expressiva
e artística, fomentando a criação de novos públicos;
− Desenvolver consciência corporal e motora;
− Desenvolver a sensibilidade musical;
− Fomentar a comunicação e a socialização – ser social;
− Formar profissionais de dança.
Objetivos
gerais:
− Compreensão teórica e prática de todos os conteúdos
programáticos;
− Adquirir novas competências técnicas e artísticas;
− Adquirir noção corporal;
− Desenvolver as capacidades motoras;
− Desenvolver a capacidade de memorização;
− Desenvolver as noções de tempo, espaço e dinâmica;
− Desenvolver as capacidades interpretativas;
− Dominar o vocabulário técnico;
− Desenvolver o Contato-Improvisação;
− Consolidar o conhecimento do Repertório;
− Realizar apresentações públicas de Repertório.
Objetivos
específicos:
− Identificar e dominar o vocabulário específicos dos
conteúdos programáticos;
− Consolidação de todos os exercícios realizados no chão,
centro e em deslocação;
− Execução dos exercícios na vertical, bem como na
horizontal;
− Fortalecimento da capacidade de execução de combinações
em crescente complexidade;
− Aumento progressivo da velocidade na execução de cada
exercício;
− Desenvolver o sentido da utilização do espaço e da
musicalidade;
− Desenvolver o trabalho de contato;
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LXXII Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
− Aprofundar o conteúdo histórico de cada coreógrafo, e das
suas próprias peças;
− Experimentação prática da evolução técnica e artística de
diferentes peças coreográficas;
− Apresentações do estudo das obras propostas aos
estudantes;
− Desenvolver nos estudantes a sua atitude, postura e
qualidade de interpretação perante o trabalho desenvolvido.
Visão Geral
dos
conteúdos
− Noção de corpo/Postura;
− Perceção temporal, espacial e de dinâmica;
− Capacidades interpretativas;
− Terminologia;
− Repertório;
− Apresentações Públicas.
Conteúdos
programáticos
Chão:
− Pulses;
− Rolamentos;
− Breathings com espirais e developpés;
− Drop-release-contract com espirais;
− Deep contractions com desenvolvimentos;
− Feet coming forward + long leans;
− Turns around the back até strike;
− Back leg extension – com desenvolvimentos;
− Pleadings com spiral;
− Sitting fall com spiral;
− 4ª posição com scoup do pélvis e preparação para stading
fall;
− Pretzel;
− Exercício a 6 tempos com transição a 6/2 para o centro 2/4;
− Swings;
− Piqués.
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Centro:
− High contractions – 1ª, 2ª e 4ª posições;
− Flatback;
− Brushes;
− Hip-swings: com hop, contractions side to side, turns (1/2
volta);
− Tilts;
− Walks com desenvolvimentos;
− Prances + Saltos;
− Pirouettes - dupla com tronco;
− Slides.
Deslocações/Diagonais:
− Tilt;
− Transferências de peso;
− Exercícios de elevação – saltos com diferentes dinâmicas e
acentuações.
Frase coreográfica.
Repertório de técnica de dança contemporânea:
− Rui Horta – Ordinary Events;
− Caroline Carlson – Eau;
− Caroline Carlson – Ice;
− Martha Graham - Steps in the street;
− Martha Graham – Night Journey.
Competências
− Disciplina;
− Envolvimento;
− Desempenho;
− Espaço/Tempo;
− Conhecimento dos conteúdos técnico-práticos.
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LXXIV Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Tipos de
avaliação
− Avaliação de diagnóstico;
− Avaliação formativa;
− Avaliação sumativa;
− Avaliação normativa;
− Autoavaliação;
− Percentagens de avaliação de testes e provas globais: de 0
a 19% - 1 (Não satisfaz), de 20 a 49% - 2 (Insuficiente), de
50 a 69% - 3 (Satisfaz), de 70 a 89% - 4 (Bom) e de 90 a
100% - 5 (Muito bom).
Tabela 8: Especificidades do programa do 5º/9º Ano do EAE de dança da EACMC.
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Apêndice L – DVD
Menu Principal:
Objetivo Específico 2.2.1.1. e 2.2.1.2.
Aquecimento Strenghthening Cool Down
Exercício 1 – Warm up Exercício 2 – Contraction Exercício 3 – Stretching and Ending of the Class
Sem Imagética Sem Imagética Sem Imagética
Com Imagética Com Imagética Com Imagética
Objetivo Específico 2.2.1.3
Strenghthening Saltos e Deslocações Cool Down
Exercício 1 – Contractions Exercício 3 – Brushes Exercício 8 – Stretching and Ending of the Class:
Sem Imagética Sem Imagética Exemplo de Exercício
Com Imagética Com Imagética
Exercício 2 – Exercício a 6 Exercício 4 – Pequenos Saltos
Sem imagética Sem Imagética
Com imagética Com Imagética
Exercício 5 – Walks
Sem imagética
Com Imagética
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Exercício 6 – Jetés Saltados
Sem Imagética
Com Imagética
Exercício 7 – Step Draw
Sem Imagética
Com Imagética
Objetivo Específico 2.2.1.4.
Repertório de Contemporâneo Repertório de Contemporâneo
Coreografia Monger de Barak Marshall Coreografia Monger de Barak Marshall
Sem imagética Com Imagética
Objetivo Específico 2.2.1.5.
Frase Coreográfica: Prova Global 3º Período
Sem Imagética
Com Imagética
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LXXVII Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Apêndice M - Glossário
Atittude: Nas atittudes encontramos o croisé e effacé. Nas atittudes croisé, sejam
devant ou derriére, os braços são ‘abertos’, e nas atittudes effacé, devant ou
derriére, os braços são ‘fechados’. Pode ser considerado uma atittude toda a pose
que apresente um joelho esticado e o outro fletido en l’air. Na sua realização deverá
existir uma coordenação entre braços e pernas, sendo na atittude devant o braço
contrário à perna fletida e na atittude derriére o mesmo braço da perna fletida. A
attitude derrière utilizada na aula de TDCT (Apêndice C: Plano de Aula - Objetivo
específico 2.2.1.3. deriva da posição utilizada na TDC, mas realiza-se a volta com
o joelho fletido e em spiral das costas - Minden (2005);
Bend: Adota o mesmo princípio do plié, no entanto, executa-se também no paralelo
e 6ª posição em oposição à técnica de dança clássica no trabalho de técnica de
dança contemporânea (TDCT) – Shurr & Yocom (1980) e - Minden (2005);
Contraction: É um movimento da coluna com três pontos de iniciação (pélvis, zona
abdominal e externo) formando uma curva na mesma com a ordem descriminada e
mantendo-se o alinhamento dos ombros com a pélvis. Ao analisarmos com atenção
vemos que a parede abdominal é fortemente utilizada por este movimento. Sendo
desta maneira, nesta técnica a contraction um movimento essencial e importante
para o desenvolvimento do corpo e como este se mexe no espaço com esta. Ao
fazermos o exercício sentados no chão vai permitir que o estudante consiga
concentrar-se neste movimento, que é de difícil perceção e encontra-se nas
primeiras aulas, como também, perceber como este afeta o corpo. Este movimento
forte e vigoroso consegue ativar o corpo na sua totalidade, uma vez que utiliza um
grande grupo muscular que é responsável pela execução de determinadas partes
do corpo - Shurr & Yocom (1980);
Dança Contemporânea: Valerie Preston-Dunlop (1995) indica que o termo atribuído
ao estilo que inclui as técnicas de coreógrafos da dança moderna, como o exemplo
de Merce Cunningham, Graham, entre outros, no sentido de as desenvolver
conjuntamente com as técnicas pós-modernistas e as técnicas baseadas na release
technique;
Dança Moderna: Segundo Valerie Preston-Dunlop (1995), o termo atribuído a um
novo estilo de dança que se diferencia do Ballet nos anos 1930;
En dedans: Caminho inverso do movimento em rotação externa do en dehors -
Minden (2005);
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En tournant: Movimento em rotação que é designado também por volta/tour -
Minden (2005);
Fall: Movimento consequente de um off balance ou drop. Acontece quando o
movimento ‘cai’ de um nível e/ou plano;
‘Glissade’: Este movimento foi utilizado utilizando o princípio da glissade clássica,
mas exponenciou-se a deslocação lateral da mesma;
Grand rond jambe: É necessário explicar que este movimento deriva do Rond
Jambe à Terre. Para uma melhor realização do movimento rond jambe, o estudante
deverá manter constantemente a consciencialização de que a perna mexe num todo
e que as ancas não sobem nem descem. Sempre que se realiza um rond jambe à
terre os pés têm que passar sempre por primeira posição, sem que façam desvios
no percurso. O Grand Rond Jambe, ao contrário do rond jambe à terre, é realizado
fora do chão e poderá ter várias amplitudes desde o 30º até acima do 90º. Tal como
o rond jambe à terre este poderá ser realizado en dehors e en dedands. Aqui o
estudante deverá ter especial atenção à relação de peso e contrapeso - Minden
(2005);
High Lift: Movimento da parte superior do tronco com início de uma pequena curva
para trás na zona dos ombros e zonas dorsal e cervical da coluna - Shurr & Yocom
(1980);
Jetés saltados: são saltos derivados dos trotes, que consistem numa pequena
suspensão sur place (no sítio) de um pé para o outro. Nos jetés podemos encontrar
várias formas (devant, à la second e derriére) - Minden (2005). Os jetés utilizados
nesta aula de TDCT derivam dos jetés ordinaires a partir de 5ª posição. O salto
começa com um demi-plié e é precedido de uma extensão com o pé de trás para
battement jeté à la second. A perna, que estava inicialmente à frente empurra o
chão elevando o corpo no ar. O salto termina com a perna de trás em fondu e com
a outra na posição de sur le cou de pied derriére. Os braços completam a ação das
pernas. Os jetés ordinaires têm quatro formas: devant, derriére, en avant e en
arriére. Os jetés saltados utilizados na aula de TDCT (plano de aula – objetivo
específico C) derivam da posição paralela e são executados em paralelo;
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Leg circle: Deriva do rond jambe da técnica de dança clássica, no entanto, na TDCT
utiliza-se o termo leg circle, porque não se necessita de manter sempre a rotação
externa (en dehors). Assim, a perna pode executar um ‘círculo’ em en dehors, em
paralelo e/ou de en dehors para paralelo e o inverso - Minden (2005);
Long walk em plié: Elemento técnico utilizado na técnica Graham, são ‘passos’
para as várias direções que fazem push com a perna de trás e utilizam o core para
a sua deslocação. Tornam-se passos mais longos e deslizados sem dobrar ambas
as pernas durante a transferência de peso, pois a perna que dá o passo só dobra
para chegar à nova direção e de seguida os joelhos não dobram durante a
transferência de peso. Na 2ª posição e na 4ª posição aberta no grand-plié os
calcanhares não perdem o contacto com o chão uma vez que são posições abertas
e precisam de um maior apoio e também ajuda a manter o alinhamento das ancas.
A dinâmica no plié e no grand-plié são sempre iguais, é um movimento contínuo,
fluído, ligado, respirado e lento daí ser também o primeiro exercício da barra para
ajudar a um melhor aquecimento das articulações. No exercício de pliés o estudante
deverá ter sempre em atenção a quadratura das ancas e joelhos com os pés -
Minden (2005);
Off balance: É quando se encontra o momento de desequilíbrio. Este momento é
necessário aos bailarinos muitas vezes para criar as suspensões e consciência das
oposições em movimentos de grandes posições, preparações para mudanças de
nível e/ou planos, troca de dinâmicas, entre outros;
Paralelo: Alinhamento da perna do dedo grande-joelho-ancas através da
manutenção do desenho de uma linha das pernas abaixo da largura das ancas.
Podem criar-se linhas paralelas em todo o corpo e pensar-se no paralelo de
quaisquer uma das partes para iniciar, rececionar e/ou terminar movimentos em
contemporâneo;
Partnership: Valerie Preston-Dunlop (1995) diz que é o trabalho de dueto criado
pelos bailarinos principais. No caso da dança contemporânea este tipo de trabalho
envolve explorações de movimentos inerentes ao estilo de dança e princípios que
são explorados nele;
Performance: De acordo com Valerie Preston-Dunlop (1995) este termo é a
capacidade dos intérpretes fazerem live art/’arte ao vivo’ e que qualquer termo mais
rigoroso negará a possibilidade deste desempenho;
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LXXX Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Período da especificidade: Xarez (2012) afere que, este princípio leva os bailarinos
a especializar as suas habilidades motoras, como o saltar, as voltas, os gestos,
entre outros aspetos utilizados em dança que, com o treino, se executam de forma
mais específica e/ou codificada. “Trata-se de especializações que florescem a partir
de uma raiz comum, mas com um grau de autonomia tal que os traços comuns são
menores que os traços que as diferenciam” (Xarez, 2012, p.19). Assim como, de
acordo com Xarez (2012), as habilidades de dança que contêm a ação de saltar
são especializações de saltos (de um para dois pés, de dois para um pé, entre
outros), que são completamente dispares de saltos do atletismo;
Plié: O movimento de plié vem dos sete movimentos básicos em dança, plier que
quer dizer fletir, no movimento de plié podemos encontrar o demi-plié e o grand-
plié. No demi-plié existe uma flexão das pernas sem que os calcanhares percam o
contato com o chão, os joelhos deverão estar no alinhamento dos pés,
impulsionando-os sempre para fora e o estudante deverá pensar sempre numa
contra força ou na oposição de forças, uma vez que, da cintura para baixo a força
exercida é apontada para baixo e da cintura para cima a força exercida é apontada
para cima. Esta oposição vai liderar forças e a energia sem que estas sejam um
peso para as articulações. No grand-plié encontramos uma extensão ainda maior
das pernas para que estas fiquem quase paralelas ao chão. Para que o estudante
realize um bom grand-plié deverá ir à extensão máxima do seu plié e a partir de aí
levantar um pouco os calcanhares do chão, mas sem que estes percam a força
contra o mesmo que exerciam anteriormente. Na subida do grand-plié os
calcanhares são os primeiros a ter contato com o chão chegando novamente à
extensão máxima do plié. Todos estes aspetos são aplicáveis para a 1ª posição, 3ª
posição, 5ª posição e 4ª posição cruzada;
Princípio da continuidade: De acordo com Xarez (2012), que para conseguir
resultados a médio/longo prazo é necessário obter uma frequência de estímulos
que provoquem ajustes necessários a uma melhoria relevante do rendimento. Este
princípio cai sobre o aumento da frequência do treino semanal, pois este, irá manter
uma estimulação positiva e alguma constância do trabalho que permite que as
adaptações “perdurem no tempo. A melhoria não advém apenas da manipulação
desta variável, mas a continuidade está profundamente associada ao sucesso
profissional (…) de tal modo que o peso desta prática deliberada pode competir (…)
o peso dos fatores genéticos e hereditários.” (Xarez, 2012, p.19);
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LXXXI Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Princípio da individualização: Este princípio defende todas as particularidades
inerentes ao estudante de dança, que permitirão fazer a diferença nos aspetos
artísticos (Xarez, 2012). Afere-se aqui a importância dos estudantes nas aulas de
grupo melhorarem “cada um (…) individualmente os aspetos que os afastam do
resultado esperado coletivamente (…) As tarefas motoras são variadas (…) [Assim,
a individualização pretende a] adaptação das cargas de trabalho, dos
constrangimentos específicos de cada tarefa motora às características individuais
de cada um.” (Xarez, 2012, p.20-21);
Princípio da periodização: Segundo Xarez (2012), este é o princípio que orienta os
processos de treino, donde assenta a organização/planeamento do mesmo por
ciclos de trabalho, bem como, a maneira de se obter o melhor rendimento no
momento correto. “A manipulação da densidade do treino, reduzindo a duração e
aumentando a intensidade em períodos prévios à realização de espetáculos, a
introdução de mesociclos de aperfeiçoamento, de controlo, de transição, são
apenas alguns exemplos” (Xarez, 2012, p.23) da utilidade deste princípio;
Princípio da progressão: Xarez (2012) diz que, este princípio é fundamental no
percurso de um bailarino a progressão das cargas de trabalho, utilizando-se uma
maior intensidade, duração/frequência dos estímulos. Durante a evolução do corpo,
este adapta-se a uma determinada carga e, caso não haja um acréscimo, não
existirá a melhoria do nível alcançado (exemplo, trabalho de força). “No universo da
dança existem múltiplas situações em que este princípio deve ser seguido, não
apenas no âmbito das qualidades físicas, mas também a nível técnico e
coreográfico” (Xarez, 2012, p.21). Assim, será possível “estimular as
potencialidades de cada um e ir sucessivamente vencendo a margem de
progressão que vai sugerindo na trajetória para a excelência.” (Xarez, 2012, p.22);
Princípio da reversibilidade: Este princípio demonstra a preocupação necessária a
ter nos períodos de paragem, para que estes não se tornem totalmente passivos.
“Uma recuperação ativa pode diminuir os estragos de uma recuperação total”
(Xarez, 2012, p.22). Percebemos neste ponto, de acordo com Xarez (2012), que a
planificação desta fase é importante para o bailarino, mas também para os
bailarinos em final de carreira;
Push: Ação que provoca movimento. Este é proveniente do ‘empurrar’ de partes do
corpo com o mesmo e/ou com o espaço físico/indivíduos;
Recovery: Acontece por oposição ao fall, ou seja, é o movimento em ‘recuperação’
do movimento que ‘caiu’;
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LXXXII Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Release: É o movimento consequente da contraction para o ‘desenrolar’ da coluna
na mesma ordem referida em cima no elemento técnico contraction - Shurr & Yocom
(1980);
Repertório: Uma série de trabalhos coreográficos que a companhia ou bailarino está
preparado para colocar em cena - Preston-Dunlop (1995);
Révérence: Agradecimento final da aula;
Roll down: Rolamento da coluna para cima procurando sempre o espaço
intervertebral;
Roll up: Rolamento da coluna para baixo procurando sempre o espaço
intervertebral;
Run: Correr de acordo com o correto alinhamento inerente à TDCT e respetiva
transferência de peso através do core e consciencialização do vertical release. Os
estudantes podem fazer run em todas as direções e com ou sem plié/bend;
Scoop: Início da contraction, ou seja, o ‘enrolamento’ da zona pélvica até à zona
abdominal;
Slide: Movimento que desliza, donde, poderá deslizar-se apenas uma e/ou várias
partes do corpo;
Spacing: Marcação/posicionamento de espaço dos intérpretes durante a
coreografia - Minden (2005);
Staccato: À semelhança da música, é quando cada movimentos deve ser salientado
com nitidez (Infopédia, 2018);
Step draw: Elemento técnico da técnica de dança Graham. Utiliza um passo para o
lado ficando a perna oposta (de trabalho) após o passo esticada ao lado (degagé à
la second) e posteriormente existe o recolher desta para a perna fletida à frente com
o pé a desenhar uma linha com a ½ ponta enquanto a anca e costas fazem tilt de
lado criando o off balance. Após atingir o off balance o bailarino deve utilizar
novamente dois passos com ½ volta para recomeçar o elemento técnico do outro
lado;
Swing: Movimento pendular dos membros superiores e/ou inferiores - Shurr &
Yocom (1980);
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LXXXIII Inês Costa | MED – 6ª edição | 2018
Tilt: Movimento que provem do relevé lent à la seconde e que tem como ponto de
iniciação a inclinação das costas na lateral, enquanto a perna alonga e atinge o
máximo da amplitude/’altura’ possível ao lado. O Tilt é uma ‘inclinação’ das costas,
em que estas mantem o alinhamento cabeça-ombros-ancas, e neste relatório de
estágio utilizou-se o tilt à frente em alguns exercícios com a amostra – Shurr &
Yocom (1980);
Tour/Turn: tem o princípio de uma pirouette/volta - Minden (2005). Neste relatório
de estágio utiliza-se o Tour com salto - Minden (2005);
Turn out: Rotação externa da articulação coxofemoral – Minden (2005);
Vertical Release: Capacidade do bailarino estar alinhado na vertical com a
consciência postural inerente a esta posição;
Volta/pirouette: Movimentos que giram. Em TDC, a diferença entre uma pirouette e
uma volta é o fato de a perna de apoio estar ou não no chão. Enquanto as voltas
têm as duas pernas assentes no chão as pirouettes têm apenas uma. Em TDCT
mantem-se a importância do foco e a cabeça são muito importantes, a cabeça deve
ser a última a sair e a primeira a chegar ao ponto de foco, a perna de apoio deve
fazer força para o chão e manter-se no eixo central do corpo. Para a realização de
uma pirouette, não é necessário exercer muito força, a força necessária vem do
impulso que é feito pelo joelho da perna de trabalho, que ainda no seu en dehors
máximo volta para o lado em que a pirouette está a ser executada. Os braços são
outro ponto importante uma vez que são eles que nos indicam o sentido que vamos
tomar, estes devem ser fortes à frente do corpo. A respiração é controlada e
enquanto o bailarino está a rodar não deve respirar para que possa existir
suspensão. Uma boa pirouette é aquela que tem todos os pontos acima referidos
executados ao mesmo tempo. As pirouettes podem ser também en dehors e en
dedans. Uma pirouette en dehors é aquela em que o joelho de trabalho roda num
sentido ‘aberto’, e a pirouette en dedans é aquela em que o joelho de trabalho roda
num sentido ‘fechado’ (em relação ao eixo do corpo). Os braços podem ajudar a
perceber melhor uma vez que nas pirouettes, mas em TDCT os braços podem criar
novas posições inerentes à TDCT, bem como, as preparações normalmente são de
4ª ou 5ª posição,entre outras posições, mas podem acontecer de/em paralelo. O
fulcro do movimento nas pirouettes en dehors é o joelho de trabalho e nas pirouettes
en dedans e o calcanhar de apoio. Em TDCT podem existir pirouettes em posições
paralelas e com outra utilização do trabalho de costas, como é o caso no plano de
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aula – objetivo específico C, que a pirouette atittude derrière é executada em en
dedans e por spiral - Minden (2005);
Warm up: Aquecimento - Minden (2005).
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Anexos
Anexo A: Portaria nº225/2012 – 30 de julho
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