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RENNAN LUIZ OLIVEIRA DOS SANTOS Estudo da eficiência bactericida do biocida policloreto de dialildimetilamônio em materiais usados para confecção de próteses orais e faciais São Paulo 2016

RENNAN LUIZ OLIVEIRA DOS SANTOS - Biblioteca Digital ... meus amados pais, Maria de Fátima da Silva Santos e Luiz José dos Santos Filho, que sempre me encheram de amor, luz e paz

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  • RENNAN LUIZ OLIVEIRA DOS SANTOS

    Estudo da eficincia bactericida do biocida policloreto de dialildimetilamnio

    em materiais usados para confeco de prteses orais e faciais

    So Paulo

    2016

  • RENNAN LUIZ OLIVEIRA DOS SANTOS

    Estudo da eficincia bactericida do biocida policloreto de dialildimetilamnio

    em materiais usados para confeco de prteses orais e faciais

    Verso corrigida

    Dissertao apresentada Faculdade de Odontologia da Universidade de So Paulo para a obteno do titulo de Mestre em Cincias Odontolgicas. rea de Concentrao: Prtese Bucomaxilofacial. Orientador: Prof. Dr. Reinaldo Brito e Dias.

    So Paulo

    2016

  • Autorizo a reproduo e divulgao total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrnico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.

    Catalogao-na-Publicao Servio de Documentao Odontolgica

    Faculdade de Odontologia da Universidade de So Paulo

    Santos, Rennan Luiz Oliveira dos.

    Estudo da eficincia bactericida do biocida policloreto de dialildimetilamnio em materiais usados para confeco de prteses orais e faciais / Rennan Luiz Oliveira dos Santos ; orientador Reinaldo Brito e Dias. -- So Paulo, 2016.

    109 p. : fig., tab.; 30 cm.

    Dissertao (Mestrado) -- Programa de Ps-Graduao em Cincias Odontolgicas. rea de Concentrao: Prtese Bucomaxilofacial. -- Faculdade de Odontologia da Universidade de So Paulo.

    Verso corrigida

    1. Polmeros. 2. Elastmeros de silicone. 3. Materiais. I. Dias, Reinaldo Brito e. II. Ttulo.

  • Santos RLO. Estudo da eficincia bactericida do biocidas policloreto de dialildimetilamnio

    em materiais usados para confeco de prteses orais e faciais. Dissertao apresentada

    Faculdade de Odontologia da Universidade de So Paulo para obteno do ttulo de Mestre

    em Cincias Odontolgicas.

    Aprovado em: / /2016

    Banca Examinadora

    Prof(a). Dr(a).______________________________________________________

    Instituio: ________________________Julgamento: ______________________

    Prof(a). Dr(a).______________________________________________________

    Instituio: ________________________Julgamento: ______________________

    Prof(a). Dr(a).______________________________________________________

    Instituio: ________________________Julgamento: ______________________

  • Aos meus amados pais, Maria de Ftima da Silva Santos e Luiz Jos dos

    Santos Filho, que sempre me encheram de amor, luz e paz.

    Ao meu irmo, Ruan Henrique Oliveira dos Santos, companheiro de muitas

    aventuras e testemunha do que fomos, do que somos e do que iremos ser.

    Ao meu av e minhas avs; Oliveira Celerino e Maria Otelina ,em memoria, e

    Arlete Gomes; por todos os cuidados, por todos os "xeros" e por tudo construdo na

    famlia.

  • AGRADECIMENTOS

    Comeo esses agradecimentos parafraseando Geraldo Vandr:

    "Prepare seu corao para as coisas que eu vou contar. Eu venho l do serto, eu

    venho do serto. Eu venho l do serto e posso no lhe agradar."

    Como bom Pernambucano e orgulhoso dessa origem, no poderia fazer

    diferente... Agradecerei em forma de Cordel.

    Lembro-me bem do final da faculdade

    Do dia da aprovao na USP e desse novo comear

    Terminar esse ciclo

    de fazer qualquer "cabra" se emocionar

    Comeo agradecendo

    A quem mais devo ateno

    A Deus, meu grande Deus

    Que nunca me deixou na mo

    Sem ti

    No sei como seria

    A vida seria mais feia

    E o cu sem alegria

    Obrigado, meu bom Deus.

    Pois tu fostes o principal disso tudo

    A minha vida devo a ti

    A ti devo tudo

    Obrigado a Maria

    Minha santa de devoo

    Tu s to misericordiosa

    To grande de corao

  • Aos meus pais

    Esses seres de muita luz

    Obrigado por tudo

    Pois sei o quanto vocs me conduz

    Ao meu irmo

    Pessoa difcil e bem emburrada

    Ou ser que sou eu

    Essa pessoa citada?

    Aos meus avs

    Que desde pequeno me ensinam sobre a vida

    Que sempre estiveram do meu lado

    E que livravam de boas brigas

    Ao meu orientador

    O Professor Reinaldo

    Que com seu jeito solene

    Sempre mostrou ser um "cabra arretado"

    A todos os professores que conheci na USP

    Em especial, a Professora Neide

    Pessoa alegre e feliz

    Com uma alma to leve quanto se diz

    A todos os meus professores

    Em especial tenho vrios

    Mas cito o Nelson e a Socorro

    Que so meus grandes amados

    Aos meus amigos e colegas

    Agradeo de corao

    Seriam tantas pessoas citadas

    Que pra no esquecer, no vou citar nenhum no

  • Cada um sabe o quanto me ajudou

    O quanto esteve do meu lado

    Sabe tambm que minha amizade ser eterna

    E que sempre poder contar com esse "cabra" abobalhado

    E no poderia esquecer da minha incrvel madrinha

    Pois grande parte disso tudo devo a essa senhorinha

    Mulher guerreira e amvel

    Um exemplo notvel

    E para terminar esse cordel

    Agradeo aos funcionrios e pacientes

    E do fundo do meu corao

    Obrigado, minha gente.

  • "Eu no tenho paredes.

    S horizontes!"

    Mario de Andrade

  • RESUMO

    Santos RLO. Estudo da eficincia bactericida do biocida policloreto de dialildimetilamnio em materiais usados para confeco de prteses orais e faciais. So Paulo: Universidade de So Paulo, Faculdade de Odontologia; 2016. Verso Corrigida.

    As prteses faciais e intraorais tem um importante papel na devoluo da esttica e

    de algumas funes para os pacientes. Por meio da restaurao da imagem corporal

    possvel reintegr-lo a sociedade, resgatando assim a identidade do indivduo. A

    boa condio dessas prteses primordial para que estas possam exercer suas

    funes adequadamente e manter o local, onde esto inseridas, livre de infeces e

    inflamaes. Portanto, a no formao de colnias e biofilmes bacterianos em

    materiais eleitos para confeco dessas prteses, traro benefcios aos pacientes

    reabilitados. Visando isso, a presente dissertao verificou a capacidade de incluso

    e a eficincia bactericida do biocida policloreto de dialildimetilamnio (PDADMAC)

    em resina acrlica autopolimerizvel (RAAQ) e termopolimerizvel (RAAT), e silicone

    de uso mdico. Os resultados mostraram que o biocida PDADMAC quando

    dissolvido no tetrahidrofurano apresentou boa incorporao tanto nas resinas

    acrlicas, quimicamente ativas e termo ativas, quanto no silicone de uso mdico e

    que apenas os corpos de prova que receberam 2 mililitros do PDADMAC em massa

    polimrica tiveram uma resposta bactericida eficaz.

    Palavras-chaves: Polmeros. Elastmeros de silicone. Materiais.

  • ABSTRACT

    Santos RLO. Study of the bactericidal efficiency of the biocide poly(diallyldimethylammonium chloride) used in materials for the manufacture of oral and facial prostheses. So Paulo: University of So Paulo, College of Dentistry; 2016. Corrected Version.

    The facial and intraoral prosthesis has an important role in the aesthetics and return

    of some functions to patients. Through restoration of the body image can reistante to

    can society , thus recovering the individual's identity . The good condition of these

    prostheses is essential so they can perform their function properly and maintain the

    the area where the prostheses are inserted free of infection and inflammation.

    Therefore, no formation of bacteria colonies and biofilms in the chosen materials for

    making these prostheses , will bring benefits to patients rehabilitated. The present

    work evaluated the capability of inclusion and the bactericidal efficiency of the biocide

    poly(diallyldimethylammonium chloride) ( pDADMAC ) of acrylic resin

    autopolymmerized ( RAAQ ) and thermal polymerized ( RAAT ) , and silicone medical

    use. The results showed that the biocide pDADMAC when dissolved in

    tetrahydrofuran presented a good incorporation in both acrylic resins and in the

    medical grade silicone and that only the samples that received 2 ml of pDADMAC in

    polymer had an effective bactericidal response.

    Keywords: Polymers. Silicone Elastomers. Materials.

  • LISTA DE ILUSTRAES

    Figura 1.1 - Composio dos procariontes.................................................................39

    Figura 1.2 - Bactrias submetidas a colorao Gram. As bactrias que esto coradas

    de violeta so classificadas como bactrias Gram-positivas. J as que

    esto coradas com o contraste vermelho so classificadas como

    bactrias Gram-negativas.......................................................................40

    Figura 1.3 - Morfologia bacteriana e suas caractersticas..........................................41

    Figura 1.4 - Esquemas das etapas do biofilme..........................................................43

    Figura 1.5 - Locais com potencial ativo nas bactrias para ao dos biocidas........48

    Figura 4.1 - Estrutura qumica do policloreto de diallildimetilamnio.........................57

    Figura 4.2 - Representao da interao entre ctions de amnio (tringulo

    vermelho) e bactrias..............................................................................58

    Figura 4.3 - Estrutura qumica do tetrahidrofurano.....................................................59

    Figura 4.4 - Biocida sendo elevado a temperatura vtrea do material e formando uma

    pelcula no aderente e frivel..............................................................60

    Figura 4.5 - Confeco dos corpos de prova. Adequao da geometria e altura a

    partir de uma forma pr-confeccionada................................................61

    Figura 4.6 - Exemplo de resultado dado pelo teste de superfcie no software

    SurfaceWare9.......................................................................................62

    Figura 4.7 - Interao do raio gama com o eltron que est em orbita.....................63

    Figura 4.8 - Composio do meio Muller Hinton Agar...............................................65

    Figura 4.9 - Meio de cultura preparado e esterilizado................................................66

    Figura 4.10 - Placas de petri recebendo a luz geminicida com o meio Mueller Hinton

    Agar distribudo em toda sua extenso................................................66

    Figura 4.11 - Escherichia coli ATCC 8739 sendo duplicada. A: Bactrias logo depois

    de serem riscadas sobre do meio de cultura. B: Cepas formadas aps

    24 horas na estufa................................................................................67

    Figura 4.12 - Composio do caldo NB 1/500...........................................................67

    Figura 4.13 - Microtubo s submetido ao vibrador para homogeneizao

    da soluo.............................................................................................68

    Figura 4.14 - Corpos de prova separados por grupos, tipo de bactria e presena

    ou no de corante includos em placa de 12 locos....................................69

  • Figura 4.15 - Composio do Caldo SCDLP..............................................................70

    Figura 4.16 - Microtubos organizados e demarcados em uma bandeja com as

    concentraes da soluo Y.............................................................71

    Figura 4.17 - Bancada montada e com as placas de petri j confeccionadas nas

    devidas concentraes que sero posteriormente avaliadas.............72

    Figura 4.18 - Contagem das cepas que se reproduziram no grupo controle 0 horas

    com relao ao corpo de prova da resina termopolimerizvel com e

    sem corante no tempo de 24 horas....................................................73

    Figura 5.1 - Exemplo da comparao entre os materiais testados. A: Resina

    termopolimerizavel sem biocida dissolvido em THF e sem corante. B:

    Resina termopolimerizavel com biocida dissolvido em THF e com

    corante................................................................................................75

  • LISTA DE TABELAS

    Tabela 5.1 - Teste de superfcie nos corpos de prova de resina autopolimerizavel..76

    Tabela 5.2 - Teste de superfcie nos corpos de prova de

    resina termopolimerizavel..................................................................76

    Tabela 5.3 - Teste de superfcie nos corpos de prova de silicone de

    uso mdico.............................................................................................77

    Tabela 5.4 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova

    da resina autopolimerizavel grupo controle sem corante as 0 horas.........78

    Tabela 5.5 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova

    da resina autopolimerizavel grupo controle com corante as 0 horas.........78

    Tabela 5.6 : Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de provada

    resina autopolimerizavel grupo controle sem corante as 24 e 48

    horas.....................................................................................................78

    Tabela 5.7 : Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova

    da resina autopolimerizavel grupo controle com corante as 24 e 48

    horas.....................................................................................................78

    Tabela 5.8 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova

    da resina autopolimerizavel grupo com 1 ml de biocida sem corante as

    24 e 48 horas........................................................................................79

    Tabela 5.9 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova

    da resina autopolimerizavel grupo com 1 ml de biocida com corante as

    24 e 48 horas........................................................................................79

    Tabela 5.10 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova

    da resina autopolimerizavel grupo com 2 ml de biocida sem biocida as

    24 e 48 horas........................................................................................79

    Tabela 5.11 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova

    da resina autopolimerizavel grupo com 2 ml de biocida com corante as

    24 e 48 horas........................................................................................79

    Tabela 5.12 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos

    de prova da resina autopolimerizavel grupo controle sem corante as 0

    horas.....................................................................................................80

  • 22

    Tabela 5.13 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos

    de prova da resina autopolimerizavel grupo controle com corante as 0

    horas.....................................................................................................80

    Tabela 5.14 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos

    de prova da resina autopolimerizavel grupo controle sem corante as 24

    e 48 horas.............................................................................................80

    Tabela 5.15 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos

    de prova da resina autopolimerizavel grupo controle com corante as 24

    e 48 horas.............................................................................................80

    Tabela 5.16 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos

    de prova da resina autopolimerizavel grupo 1 ml de biocida sem

    corante as 24 e 48 horas......................................................................81

    Tabela 5.17 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos

    de prova da resina autopolimerizavel grupo 1 ml de biocida com

    corante as 24 e 48 horas......................................................................81

    Tabela 5.18 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos

    de prova da resina autopolimerizavel grupo 2 ml de biocida as 24 e 48

    horas.....................................................................................................81

    Tabela 5.19 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos

    de prova da resina autopolimerizavel grupo 2 ml de biocida as 24 e 48

    horas.....................................................................................................81

    Tabela 5.20 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova

    da resina termopolimerizavel grupo controle sem biocida as 0 horas..82

    Tabela 5.21 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova

    da resina termopolimerizavel grupo controle com biocida as 0 horas..82

    Tabela 5.22 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova

    da resina termopolimerizavel grupo controle sem corante as 24 e 48

    horas.....................................................................................................82

    Tabela 5.23 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova

    da resina termopolimerizavel grupo controle com corante as 24 e 48

    horas.....................................................................................................82

    Tabela 5.24 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova

    da resina termopolimerizavel grupo com 1 ml de biocida sem corante

    as 24 e 48 hora.....................................................................................83

  • Tabela 5.25 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova

    da resina termopolimerizavel grupo com 1 ml de biocida com corante

    as 24 e 48 horas...................................................................................83

    Tabela 5.26 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova

    da resina termopolimerizavel grupo com 2 ml de biocida sem corante

    as 24 e 48 horas...................................................................................83

    Tabela 5.27 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova

    da resina termopolimerizavel grupo com 2 ml de biocida com corante

    as 24 e 48 horas...................................................................................83

    Tabela 5.28 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos

    de prova da resina termopolimerizavel grupo controle sem corante 0

    hora.......................................................................................................84

    Tabela 5.29 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos

    de prova da resina termopolimerizavel grupo controle com corante 0

    hora.......................................................................................................84

    Tabela 5.30 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos

    corpos de prova da resina termopolimerizavel grupo controle sem

    corante 24 horas...................................................................................84

    Tabela 5.31 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos

    de prova da resina termopolimerizavel grupo controle com corante 24

    horas.....................................................................................................84

    Tabela 5.32 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos

    de prova da resina termopolimerizavel grupo com 1 ml de biocida sem

    corante as 24 e 48 horas......................................................................85

    Tabela 5.33 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos

    de prova da resina termopolimerizavel grupo com 1 ml de biocida com

    corante as 24 e 48 horas......................................................................85

    Tabela 5.34 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos

    de prova da resina termopolimerizavel grupo com 2 ml de biocida sem

    corante as 24 e 48 horas......................................................................85

    Tabela 5.35 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos

    de prova da resina termopolimerizavel grupo com 2 ml de biocida com

    corante as 24 e 48 horas......................................................................85

  • 24

    Tabela 5.36 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova

    de silicone de uso mdico no grupo controle sem corante 0 horas.....86

    Tabela 5.37 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova

    de silicone de uso mdico no grupo controle sem corante 0 horas.....86

    Tabela 5.38 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova

    de silicone de uso mdico no grupo controle sem corante 24 a 48

    horas.....................................................................................................86

    Tabela 5.39 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de

    prova de silicone de uso mdico no grupo controle com corante 24 a

    48 horas................................................................................................86

    Tabela 5.40 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova

    de silicone de uso mdico no grupo com 1 ml sem corante as 24 e 48

    horas.....................................................................................................87

    Tabela 5.41 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova

    de silicone de uso mdico no grupo com 1 ml com corante as 24 e 48

    horas.....................................................................................................87

    Tabela 5.42 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova

    de silicone de uso mdico no grupo de 2ml sem corante as 24 a 48

    horas..............................................................................,......................87

    Tabela 5.43 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova

    de silicone de uso mdico no grupo de 2ml com corante as 24 a 48

    horas.....................................................................................................87

    Tabela 5.44 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos

    de prova de silicone de uso mdico no grupo sem corante 0 horas..88

    Tabela 5.45 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos

    de prova de silicone de uso mdico no grupo com corante 0 horas..88

    Tabela 5.46 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos

    de prova de silicone de uso mdico no grupo controle sem corante 24

    e 48 horas.............................................................................................88

    Tabela 5.47 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos

    de prova de silicone de uso mdico no grupo controle com corante 24

    e 48 horas.............................................................................................88

  • Tabela 5.48 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos

    de prova de silicone de uso mdico no grupo de 1 ml de biocida sem

    corante as 24 e 48 horas......................................................................89

    Tabela 5.49 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos

    de prova de silicone de uso mdico no grupo de 1 ml de biocida com

    corante as 24 e 48 horas......................................................................89

    Tabela 5.50 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos

    de prova de silicone de uso mdico no grupo de 2 ml de biocida as 24

    e 48 horas.............................................................................................89

    Tabela 5.51 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos

    de prova de silicone de uso mdico no grupo de 2 ml de biocida as 24

    e 48 horas.............................................................................................89

    Tabela 5.52 - Eficcia dos corpos de prova confeccionados de resina

    autopolimerizavel com biocida frente a bactria Escherichia coli........90

    Tabela 5.53 - Eficcia dos corpos de prova confeccionados de resina

    autopolimerizavel com biocida frente a bactria Staphylococcus

    aureus...................................................................................................90

    Tabela 5.54 - Eficcia dos corpos de prova confeccionados de resina

    termopolimerizavel com biocida frente a bactria Escherichia coli.....90

    Tabela 5.55 - Eficcia dos corpos de prova confeccionados de resina

    termopolimerizavel com biocida frente a bactria Staphylococcus

    aureus...................................................................................................91

    Tabela 5.56 - Eficcia dos corpos de prova confeccionados de silicone de uso

    mdico com biocida frente a bactria Escherichia coli.........................91

    Tabela 5.57 - Eficcia dos corpos de prova confeccionados de silicone de uso

    mdico com biocida frente a bactria Staphylococcus aureus...........91

  • 22

  • LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    PBMF Prtese Bucomaxilofacial

    PDADMAC Policloreto de dialildimetilamnio

    RAAQ Resina acrlica autopolimerizvel

    RAAT Resina acrlica termopolimerizvel

    RTV Vulcanizados temperatura ambiente

    m Micromtro

    DNA cido desoxirribonucleico

    LPS Lipopolissacardio

    EPS Substncia polimrica extracelular

    PMMA Polimetilmetacrilato

    HTV Vulcanizados pelo calor

    UTI Unidade de terapia intensiva

    THF Tetrahidrofurano

    FOUSP Faculdade de Odontologia da Universidade de Pernambuco

    CP Corpo de prova

    wt Peso

    ml Mililitro

    IQUSP Instituto de qumica da Universidade de So Paulo

    kGy Quilogray

    60CO Cobalto

    137Cs Csio

    MeV Milhes de eltron volts

    IPEN Instituto de Pesquisas Energticas Nucleares

    USP Universidade de So Paulo

    ICB Instituto de Cincias Biolgicas

    UFC Unidade formadora de colnia

    SCDLP Soya Casein Digest Lecithin Polysorbate Broth

  • 24

  • SUMRIO

    1 INTRODUO ....................................................................................................... 35

    2 REVISO DA LITERATURA ................................................................................. 37

    2.1 Prtese Bucomaxilofacial ................................................................................. 37

    2.2 Bactrias ............................................................................................................ 38

    2.3 Biofilme .............................................................................................................. 42

    2.4 Principais fatores que influenciam na adeso microbiana ............................ 44

    2.4.1 Superfcie do material....................................................................................... 44

    2.4.1.1 rugosidade superficial.................................................................................... 45

    2.4.1.2 textura superficial .......................................................................................... 45

    2.4.1.3 hidrofobicidade superficial ............................................................................. 46

    2.4.2 Composio qumica ........................................................................................ 46

    2.5 Biocidas ............................................................................................................. 47

    3 PROPOSIO ....................................................................................................... 51

    4 MATERIAL E MTODOS ...................................................................................... 53

    4.1 Materiais ............................................................................................................. 53

    4.1.1 Materiais de uso para prtese bucomaxilofacial ............................................... 53

    4.1.1.1 Resinas acrlicas ........................................................................................... 53

    4.1.1.2 Silicone de uso mdico .................................................................................. 54

    4.1.2 Escherichia coli ................................................................................................ 55

    4.1.3 Staphylococcus aureus .................................................................................... 56

    4.1.4 Biocida .............................................................................................................. 57

    4.1.4.1 policloreto de dialildimetilamnio ................................................................... 57

    4.1.5 Solventes .......................................................................................................... 58

    4.1.5.1 gua ............................................................................................................. 58

    4.1.5.2 tetrahidrofurano ............................................................................................. 59

    4.2 Mtodos .............................................................................................................. 59

    4.2.1 Testes da incluso do material ......................................................................... 59

    4.2.2 Testes de superfcie ......................................................................................... 61

    4.2.3 Esterilizao com radiao Gama .................................................................... 62

    4.2.4 Testes biolgicos .............................................................................................. 63

  • 26

    4.2.4.1 produo de placas de petri com meios de culturas ricos ............................. 65

    4.2.4.2 duplicao das bactrias Staphylococcus aureus

    e Escherichia coli.......................................................................................... 66

    4.2.4.3 produo do inoculo ...................................................................................... 67

    4.2.4.4 seleo do corpo de prova e colocao nas placas

    de 12 locos .................................................................................................... 68

    4.2.4.5 colocao do inoculo nos corpos de prova

    e logo aps a colocao do meio SCDLP .................................................... 69

    4.2.4.6 diluio seriada da soluo formada ............................................................. 70

    4.2.4.7 colocao nas placas de petri marcadas com

    as diluies, tipo de corpo de prova e data .................................................. 71

    4.2.4.8 contagem de cepas ....................................................................................... 71

    4.2.4.9 clculos referenciais ...................................................................................... 73

    5 RESULTADOS ....................................................................................................... 75

    6 DISCUSSO .......................................................................................................... 93

    7 CONCLUSO ........................................................................................................ 97

    REFERNCIAS..........................................................................................................99

  • 35

  • 35

    1 INTRODUO

    A Prtese Bucomaxilofacial (PBMF) a especialidade odontolgica que se

    destina ao estudo, planejamento, confeco e instalao de prteses intra e

    extrabucais, indicadas quando as regies maxilofaciais so perdidas devido a

    patologias, traumas ou cirurgias oncolgicas (1,2).

    Diante de pacientes mutilados, pode-se recorrer a trs tipos de modalidades

    teraputicas: a cirrgica, a prottica e a mista. Visando a reabilitao prottica ou

    mista das mutilaes faciais e orais, a Prtese Bucomaxilofacial tem por objetivos

    bsicos restaurar a esttica, funo, proteo dos tecidos e auxiliar na terapia

    psicolgica (3).

    Dentre os materiais de eleio para confeco dessas prteses, os silicones

    mdicos e as resinas acrlicas tem um papel de destaque graas a sua

    biocompatibilidade, seu custo, sua maleabilidade e fcil uso (3,4).

    Como qualquer outra prtese, a PBMF tem seu tempo limitado de uso devido

    a fatores como: desadaptao das prteses, proliferao de fungos e bactrias,

    perda de esttica e algumas modificaes no estado geral. Assim, o paciente

    periodicamente busca trocar ou reparar esse dispositivo para que as funes, que

    ele exerce, no sejam comprometidas (1,3,5,6).

    Um dos principais fatores que rotineiramente antecipa o retorno do paciente

    para a troca da prtese, a proliferao de fungos e bactrias que comprometem a

    esttica e portanto trazem incomodo e inflamaes na regio afetada.Essa

    proliferao microbiana causada pela falta de higiene do paciente com a prtese,

    por excesso de uso do meio qumico para o suporte prottico,pela rotina de uso no

    qual o material em seu desgaste agrega cada vez mais ranhuras ou pela juno

    desses fatores(3,6).

    Isso leva a uma das principais questes da sociedade moderna: o controle

    das proliferaes e infeces microbianas. Hoje em dia, esse controle est cada vez

    mais difcil graas a resistncia microbiana que se enfrenta. Por isso, alguns agentes

    antimicrobianos foram testados e os resultados so os mais variados possveis e

    alguns ainda no so totalmente compreendidos (7,8,9).

  • 36

    O policloreto de dialildimetilamnio (PDADMAC) possue capacidade

    antibacteriana inerente sendo usado pelas indstrias qumicas na purificao de

    guas. J foi comprovado, em seu uso isolado,a eficcia contra os microrganismos

    B. subtilis, E. coli, and S. aureus, C. albicans, A. flavus e F. oxysporumfungi (10).

    A presena desses agentes na superfcie de alguns materiais so capazes de

    resolver varias questes importantes como a proliferao de microrganismos nos

    equipamentos para intubao, na desinfeco de utenslios domsticos, proliferao

    da variada microbiota criada nas prteses, entre outros (4,6,11,12).

    Para tanto, os mais diferentes tipos de materiais podero atuar como uma

    matriz que prendem os agentes antimicrobianos. Prem, h a necessidade de

    anlisar as caractersticas dessa matriz de materiais, pois poder haver uma grande

    influncia sobre a atividade antimicrobiana definitiva (10).

    Com isso, o presente trabalho busca avaliar a eficcia do biocida PDADMAC

    incorporado a resinas acrlicas, termoativadas (RAAT) e autoativadas (RAAQ), e o

    silicone mdico RTV, materiais de eleio para a confeco das prteses orais e

    faciais.

  • 37

    2 REVISO DA LITERATURA

    2.1 Prtese Bucomaxilofacial

    A face humana provavelmente uma das estruturas mais belas do

    universo. Ela composta por tecidos moles e mveis sobre os tecidos duros, que

    lhe serve de suporte. Sua funo caracterizar as expresses, graas

    movimentao da pele sob o efeito dos msculos, e as percepes. O conjunto

    destas duas entidades permite ao homem expressar seus sentimentos, suas

    necessidades, suas aspiraes e, sobretudo o poder de comunicao. Em

    decorrncia destas funes da face, necessrio reabilit-la quando ocorre algum

    tipo de mutilao nessa regio (13,14,15).

    Essas mutilaes podem causar defeitos funcionais e cosmticos na regio

    maxilofacial pelas mais variadas etiologias, que podem ser congnitas, patolgicas,

    traumticas ou iatrognicas, como fissuras orofaciais, exrese de tumor e necrose

    ps-radiao, respectivamente(16,17).

    Salienta-se ainda que ferimentos diversos como acidentes de trnsitos, armas

    de fogo, agresses interpessoais, acidentes esportivos, queimaduras e choques

    eltricos tambm podem trazer danos aos tecidos moles e duros de todo o corpo e

    da regio maxilofacial, em particular (18).

    Antigamente as amputaes, termo usado em cirurgia referente retirada de

    um rgo ou de parte dele, eram muito usadas em situaes de extremidade, como

    lngua, apndice nasal, pavilho auricular, mama, intestinos, reto, colo uterino, pnis

    e membros. Atualmente, o pensamento cirrgico mudou e as cirurgias passaram a

    ser reconstrutivas, quando possvel. Esse tipo de cirurgia visa restaurar o membro

    "doente" ou planejar para que o coto se transforme em um arcabouo til para

    posterior reabilitao prottica (19,20).

    Quando a cirurgia plstica invivel ou no consegue obter o devido

    sucesso, a reabilitao prottica bucomaxilofacial se torna a melhor soluo para os

  • 38

    casos. Portanto, o campo da prtese bucomaxilofacial definido como a

    reconstruo prottica de tecidos da cabea e do pescoo perdidos ou desfigurados

    (21).

    Essas prteses tm um importante papel na devoluo da autoestima do

    paciente pois, esses pacientes apresentam importantes caractersticas

    comportamentais, tais como: depresso, vergonha, ansiedade, timidez, passividade,

    revolta e baixa autoestima. Atravs da restaurao prottica ser possvel reintegr-

    lo, buscando assim, resgatar a identidade do indivduo. Alm disso, essas alteraes

    tambm precisaram ser trabalhadas psicologicamente, caso contrrio, a reabilitao

    prottica no atingir os seus objetivos (1,22,23,24).

    Como em todas as reconstrues, a da regio oral e maxilofacial uma tarefa

    difcil. Seus aspectos anatmicos, funcionais e estticos tem um papel primordial

    durante a realizao de uma reconstruo. Os contornos faciais tm de ser

    alcanados, a fala com padres de normalidade, a deglutio adequada e os

    movimentos devem ser considerados. A esttica precisa ser mantida e o

    comprometimento de estruturas nobres deve ser evitado (25).

    2.2 Bactrias

    Bactrias so estruturas relativamente simples, unicelulares, medem

    normalmente de 0,2 a 1,5 micromtro (m) e podem viver isoladamente ou

    agrupadas. Esses organismos so procariontes, no apresentam carioteca e se

    reproduzem assexuadamente. Entre as principais estruturas que as formam esto os

    retculos endoplasmticos, a parede celular, o material cromossmico, os

    ribossomos, os plasmdios, a membrana celular e a parede celular como vemos na

    figura 1.1 (26).

  • 39

    Fonte: Murray (2006, p. 37) (26)

    Figura 1.1 - Composio dos procariontes

    O material cromossmico bacteriano um isolado circulo de DNA nico

    estando em uma rea chamada de nucleide. Os plasmdios, que so DNAs

    extracromossmicos, conferem as bactrias uma resistncia bacteriana elevada,

    acarretando em uma vantagem seletiva (27).

    J os ribossomos bacterianos so estruturas unidas (30S+50S) que formam

    um corpo s, o ribossomo 70S. Essa estrutura de extrema importncia por serem

    os principais alvos de drogas antibacterianas. Alm disso, a membrana

    citoplasmtica desses microrganismos se diferencia dos eucariontes na sua

    composio. Essa membrana tem como base uma bicamada lipdica contendo

    protenas de transportes, bombas de ons e enzimas; mas no contm esteris em

    sua rede (27).

    A parede celular, formada por camadas rgidas e repetitivas de

    peptidoglicanos, acarreta respostas imunes inativas protetoras dos seres humanos.

    Essa composio importante, pois distingue as bactrias de acordo com a

    classificao de colorao Gram (28).

    A classificao de colorao Gram um dos diferentes meios de classificar os

    tipos bacterianos e se baseia em um teste rpido, fcil e poderoso que com o auxlio

    da microscopia ptica permite ao Cirurgio-Dentista e ao Mdico um meio de

    direcionamento teraputico. O processo se desenvolve quando as bactrias so

    fixadas atravs do calor e coram com a aplicao do corante de cristais violetas.

    Logo aps, aplica-se ento o iodo para retirar do excesso de corante e lava-se com

    lcool. Dando continuidade, outro corante colocado com contraste vermelho, a

  • 40

    safranina, para corar o restante de clulas descoradas(26). Como vemos na figura

    1.2:

    Fonte:Murray (2006, p. 45) (26) Figura 1.2 - Bactrias submetidas a colorao Gram. As bactrias que esto coradas de violeta so classificadas como bactrias Gram-positivas. J as que esto coradas com o contraste vermelho so classificadas como bactrias Gram-negativas

    As bactrias Gram-positivas se tornam violetas, pois o corante fica

    aprisionado na grossa camada peptidoglicana que a circunda. J as bactrias Gram-

    negativas possuem uma fina camada de peptdeos e no conseguem reter o corante

    violeta, mas retm a Safranina, tornando-se vermelhas (26).

    As bactrias Gram-positivas possuem uma parede celular de mltiplas

    camadas com os peptidoglicanos sendo o principal componente de formao.

    Somando a ele, os cidos teicicos, os cidos lipoteicicos e os complexos

    polssacardios tambm fazem parte dessa composio da parede celular (27).

    J as bactrias Gram-negativas, tem uma composio diferente e bem mais

    complexa dessa estrutura. Fundamentalmente, a parede celular desse tipo de

    bactria contm duas camadas. A primeira camada uma bastante fina e tem sua

    composio formada por uma cadeia de, apenas, peptidoglicanos. Logo em seguida

  • 41

    a segunda camada, tambm chamada de membrana externa, se caracteriza por ser

    uma barreira assimtrica de permeabilidade para as molculas grandes e se divide

    em dois folhetos: o folheto interno e o folheto externo.O folheto interno tem em sua

    composio os fosfolipdios e o folheto externo, porm, formado por uma molcula

    anfiptica, molcula que possui terminaes hidroflicas e hidrofbicas, nomeadas

    de lipopolissacardio (LPS) (27).

    Em tempo, os peptidoglicanos que esto presentes nos tipos de bactrias

    citados acima so formando por dois tipos de acares, o cido N-acetilmurmico e

    a N-acetilglucosamina, e alguns aminocidos. So estruturas importantes para a

    replicao, para a sobrevivncia em condies hostis e durante a infeco estimula

    a fagocitose e a resposta inativa. A unio desse composto forma uma malha de

    superfcie porosa e rgida que permite a difuso dos metablitos para a membrana

    plasmtica. Deste modo, o fato do peptidoglicano proporcionar certa rigidez na

    estrutura da parede celular faz com que esse composto influencie na geometria da

    clula bacteriana (28).

    Outra forma de classificar os tipos bacterianos de acordo com sua morfologia.

    Dentre os diferentes tipos morfolgicos podemos citar as bactrias esfricas ou

    cocos, as bactrias em forma de basto ou bacilos, as bactrias em formato de

    cobra ou espirilos, as bactrias em forma de vibries e entre outras formas. Na

    figura 1.3 observado os diferentes tipos morfolgicos bacterianos e o como se

    caracterizam (26).

    Fonte: Murray (2006, p. 52) (26)

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Monossacar%C3%ADdeohttps://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=%C3%81cido_N-acetilmur%C3%A2mico&action=edit&redlink=1https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=N-acetilglucosamina&action=edit&redlink=1https://pt.wikipedia.org/wiki/Amino%C3%A1cido

  • 42 Figura 1.3 - Morfologia bacteriana e suas caractersticas

    Esses seres habitam vrios tipos ambientes tais como o ar, a terra, as

    plantas, a gua, os seres humanos, os alimentos, mas pelo fato da grande maioria

    no ter capacidade patognica, no trazem riscos de vida aos diversos seres vivos.

    Essas bactrias, por meio de suas toxinas, podem produzir muitas doenas (26).

    Portanto, uma das principais razes de se estudar esses microrganismos se

    baseia em entender as doenas que eles provocam e a maneira mais correta de

    preveni-las e control-las.

    2.3 Biofilme

    O biofilme definido como um aglomerado de clulas ssseis envoltos por

    uma matriz de polmeros extracelulares (29). Sendo acrescido por Donlan e

    Costerton (2002) (30) que observou os biofilmes e definiu como uma biocenose

    caracterizada por clulas que esto ligadas a um substrato, interface ou a ambas.

    Esse composto desfruta de um modo de crescimento bastante seguro e protegido,

    isso faz com que ele sobreviva em ambientes hostis. Outrossim, podem consistir em

    uma nica espcie bacteriana ou em vrias espcies interagindo cooperativamente

    (29,30,31,32).

    Essa estrutura preponderantemente constituda por gua. Do seu

    arcabouo, 15% correspondem as bactrias e o restante, 85%, em volume de

    substncias polimricas extracelulares (EPS) que constituem a matriz (31,33).

    Didaticamente, a formao desse composto dividida em cinco etapas. A

    primeira etapa, a etapa de formao do filme condicionador, se baseia na cobertura

    da superfcie com uma camada de pequenas molculas orgnicas que esto

    presentes no meio aquoso que o circunda (34,35,36).

    Em seguida, comea-se a segunda etapa caracterizada pela adeso

    reversvel de microrganismos superfcie. Esses seres vivos agregam-se uns aos

    outros formando conjuntos microbianos, antes de aderirem superfcie do filme

    condicionador. Logo aps, aderem-se ao filme condicionador e formam o biofilme

    inicial (34,36).

  • 43

    Essa adeso inicial reversvel transforma-se em irreversvel, caracterizando a

    terceira etapa, sobretudo pela produo de substncias polimricas pelos

    microrganismos (35,37).

    Portanto, quando aderidas superfcie de maneira irreversivelmente os

    microrganismos multiplicam-se e comeam a produzir as EPS, determinando a

    quarta etapa. Por fim, a ltima etapa acontece quando se sucede a libertao de

    microrganismos ou lascas de biofilme para o meio circundante como vemos na figura

    1.4 (34,37,38).

    Fonte: Lasa (2006, p 23) (35)

    Figura 1.4 - Esquemas das etapas do Biofilme

    Com relao aos microrganismos,os que formam o biofilme apresentam a

    capacidade de sobrevivncia quando esto aderidos em tecidos duros e moles,

    como por exemplo, os dentes ou os revestimentos protticos. Na regio bucal, a

    energia livre e a rugosidade superficial tm uma relevncia significativa na aderncia

    bacteriana e na maturescncia do biofilme caracterizando o aumento de

    microrganismos, o aumento do risco de inflamaes na mucosa, cries e infeces

    periodontais (39).

    J a poro anterior dos cornetos nasais e as passagens nasais, so

    colonizadas por Staphylococcus epidermidis, Streptococcus pneumoniae, Neisseria,

    Enterobacter, Candida albicans, entre outros microrganismos. Em relao as

    passagens nasais, os seios paranasais quando ntegros so normalmente estreis

    (40,41).

    Sob o mesmo ponto de vista, estudos com usurios de prteses oculares

    elucidaram que as bactrias mais comuns nas cavidades anoftlmicas so o

  • 44

    Staphylococcus aureus e Pseudomonas sp. Porm nas duas ltimas dcadas,

    observou-se um aumento de infeces nessas cavidades devidas a Staphylococcus

    coagulase negativa, em especial com a espcie Staphylococcus epidermidis

    (42,43,44,45,46).

    A partir de anlises microscpicas foi descoberto que mais de 99,9% das

    bactrias multiplicam-se em biofilmes nas mais variadas de superfcies, incluindo os

    tecidos vivos, os dispositivos mdicos, os sistema de canalizao de gua potvel,

    os sistemas aquticos naturais, entre muitos outros (30,47).

    No entanto, para que essas bactrias consigam se anexar no biofilme existem

    alguns elementos que influenciam nessa fixao como a disponibilidade de

    nutrientes na superfcie e a sua concentrao, o pH, a temperatura, a concentrao

    de eletrlitos, a osmolaridade, o fluxo de materiais e os tipos de superfcie, isso

    levando em considerao as individualidades de cada espcie de microrganismo

    (31, 48). Outros fatores como a disponibilidade de superfcie, estmulos ambientais e

    regulao de genes tambm afetam na construo de um biofilme (47).

    2.4 Principais fatores que influenciam na adeso microbiana

    2.4.1 Superfcies dos materiais

    Existem vrios fatores que influenciam a adeso bacteriana quando os

    correlacionamos com as superfcies dos diversos materiais, dentre esses fatores

    podemos incluir a composio qumica dos materiais, a carga superficial, a

    hidrofobicidade, a rugosidade e a configurao fsica. Acrescenta-se tambm que a

    energia da superfcie influncia os stios de adeso, que podem alterar-se mudando

    os atributos de hidroflicidade e hidrofbicidade com os diferentes tipos de

    biofilme(38).

    Portanto, se torna fulcral uma anlise desses pontos importantes para os

    diferentes tipos de superfcies dos materiais relacionando com a superfcie das

    bactrias que sero encontradas. Visando solues,o pr-tratamento da superfcie

    tem um papel primordial na inibio dessa adeso de bactrias (49).

  • 45

    A composio qumica dos materiais, a carga superficial, a hidrofobicidade, a

    rugosidade e a configurao fsica sero abordadas com maior nfase no decorrer

    desse tpico.

    2.4.1.1 rugosidade superficial

    A rugosidade superficial descreve a distncia medida entre os picos e os

    vales na superfcie. Diversos estudos mostram uma proporo direta entre as

    rugosidades na superfcie e a adeso de microrganismos. Isto se fomenta pela

    menor intensidade das foras de corte e tambm pela rea de superfcie encontrar-

    se aumentada(50).

    Dentre os diversos tipos de materiais; as prteses clnicas, os instrumentos

    mdicos e os materiais de implante tm diferentes rugosidades superficiais.

    Portanto, so necessrios cada vez mais estudos para testar as repercusses de

    superfcies rugosas e os biofilmes (51).

    2.4.1.2 textura superficial

    Diferentemente da rugosidade superficial, a configurao fsica se baseia no

    desvio da superfcie ou ondulaes com relao a forma ideal que se pretendia ter,

    causado; por exemplo, por uma falha no nivelamento. Rotineiramente, as condies

    fsicas so avaliadas por microscopia de varredura eletrnica (38,52).

    Entretanto, essa textura superficial se comporta como as rugosidades

    acumulando e promovendo a adeso bacteriana, com isso a deposio do biofilme,

    enquanto que as superfcies lisas tem um comportamento contrrio. Alm disso, as

    superfcies porosas tem um acmulo de biofilme em uma velocidade muito mais

    elevada, pois as bactrias aderem e colonizam preferencialmente nessas reas (49).

  • 46

    2.4.1.3 hidrofobicidade das superfcies

    Os materiais podem ser separados em dois grupos: os materiais com alta

    energia e os de baixa energia de superfcie. Os primeiros so os materiais

    hidroflicos, constantemente carregados negativamente e so usualmente os

    materiais inorgnicos como metais ou minerais (49).

    Todavia, a segunda classificao se refere normalmente aos materiais

    hidrofbicos, com baixa energia eletrosttica sendo, geralmente, polmeros

    orgnicos como plsticos e o teflon (52,53).

    Dependendo da hidrofobicidade, as bactrias se aderem melhor ou pior as

    superfcies dos materiais. Muitos estudos revelam que os materiais hidroflicos so

    mais resistentes h adeso bacteriana que os materiais hidrofbicos. A

    hidrofobicidade da superfcie determinada por medidas de ngulos de contato

    atravs dos mais variados tipos de programas (49,53).

    2.4.2 Composio qumica do material

    A composio qumica dos materiais um ponto importante para a aderncia

    dos biofilmes pois, por exemplo, estudos relatam que os Staphylococcus epidermidis

    aderem melhor as superfcies dos polmeros, em contrapartida as S. aureus fixam-se

    principalmente em superfcies metlicas (49).

    Dessa forma, fica explicitado o fato das infeces por S. epidermidis estarem

    ligadas com implantes polimricos enquanto os S. aureus esto associados a

    infeces em implantes metlicos. Mais recentemente, foi descoberto que o

    Staphylococcus epidermidis adere com maior preciso hidroxipatita do que aos

    outros materiais (50, 53).

  • 47

    2.5. Biocida

    Os biofilmes representam um papel importante em muitos processos como o

    equilbrio microbiano dentro de um ser vivo, por exemplo. O seu modo de

    crescimento est relacionado com o conhecimento de futuras resistncias

    bacterianas. Porm, muito desses aglomerados atuam de maneira indesejada

    causando srios impasses em vrias reas, entre elas os campos industriais, os

    biomdicos, a sade pblica e os impactos ambientais (30, 54).

    Os dispositivos protticos, que podem ser de longa ou curta permanncia,

    tm sido primordiais para aumentar e melhorar a expectativa e qualidade de vida de

    muitos pacientes. O envelhecimento da populao e crescente necessidade da

    utilizao de dispositivos mdicos para substituir e/ou para reparar tecidos tendem a

    aumentar consideravelmente a formao do biofilme (30, 31, 55).

    Fatores especficos como a durao de utilizao, nmeros e tipo de

    organismos qual o dispositivo est exposto, a taxa de fluxo, a composio do

    meio, o material de construo do dispositivo e caractersticas fsico-qumicas da

    superfcie determinam a suscetibilidade de um dispositivo com a contaminao

    microbiana e formao de biofilme (56).

    Essa existncia de microrganismos dificulta a aniquilao das mais diversas

    infeces, sendo assim, um problema para a sade pblica mundial. Dentre as

    demais formas de erradicar os biofilmes, as variaes qumicas constituem a

    preponderante estratgia aplicada em dispositivos mdicos de longa e curta

    permanncia. Com isso, o uso de agentes antimicrobianos nesses materiais vem

    aumentando com o objetivo de controlar a formao desses biofilmes no desejados

    (57, 58, 59).

    Portanto, de extrema importncia esse processo desde que no haja

    alteraes importantes em sua estrutura e nem que se retire a biocompatibilidade

    deste artifcio (3,60).

    O biocida um termo genrico usado para agentes qumicos, geralmente de

    amplo espectro, que inativam ou matam determinados microrganismos. Por isso,

    podem ser considerados uma possvel soluo eficiente para esses problemas (12).

  • 48

    Na literatura, os biocidas j esto presentes em algumas cincias como a

    Qumica, Biologia, Medicina, Geografia, Economia, Ecologia e Agronomia. Elas

    relatam a adio desses produtos na vida dos seres humanos nos mais diferentes

    nveis e complexidades. Mas na rea Odontolgica ainda no se tem estudos

    relevantes sobre o assunto (61).

    Portanto, deve-se saber que para a escolha de um biocida, existem certos

    requisitos que se deve considerar (62), como ser pontuado a seguir:

    Atividade contra uma grande quantidade de microrganismos.

    Biocompatvel com o ser humano.

    No ser corrosivo.

    Biodegradveis, qualquer biocida residual deve ser inofensivo ecologicamente.

    Eficcia no comprometida pela presena de materiais orgnicos e inorgnicos.

    Estabilidade com relao a temperatura e pH.

    No interferir com outras solues presentes nos compostos.

    Fcil manuseamento e armazenamento.

    Nenhum biocida ir preencher todos os pontos supra citados, portanto, sua

    escolha dever ser uma unio dos adequados pontos de acordo com a finalidade

    que se queira usar (38).

    Esse material reage com os microrganismos e para serem efetivos precisam

    causar a morte microbiana. A reao do biocida com a clula microbiana envolve

    uma ligao inicial com a superfcie da clula, embora em alguns microrganismos os

    locais dessa interao devam ser encontrados no interior da clula. Os locais de

    preferncia para a ao dos biocidas so a parede celular, os componentes da

    membrana citoplasmtica e o citoplasma (63,64,65).

    A Figura 1.5 representa esquematicamente os locais nos quais os biocidas

    tem preferncia para interagir nas bactrias gram-positivas e gram-negativas.

  • 49

    Fonte: Caador (2009, p. 27) (38)

    Figura 1.5 - Locais com potencial ativo nas bactrias para ao dos biocidas

    As bactrias gram-positivas so em geral mais sensveis aos biocidas do que

    as bactrias gram-negativas devido a falta da membrana exterior. Assim, os biocidas

    tendem a requintar o mecanismo de entrada para as bactrias gram-negativas e

    com isso conseguir a eficcia desejada (66,67).

    Portanto, a juno entre os biocidas e materiais como as resina acrlicas e o

    silicone de uso mdico, usados para a confeco de prteses orais e faciais, podem

    trazer grandes benefcios aos pacientes portadores desse tipo de prtese.

  • 51

    3 PROPOSIO

    Verificar a capacidade de incluso e a eficincia bactericida do biocida

    policloreto de dialildimetilamnio (PDADMAC) em resina acrlica autopolimerizvel

    (RAAQ) e termopolimerizvel (RAAT), e silicone de uso mdico.

  • 53

    4 MATERIAL E MTODOS

    4.1 Materiais

    4.1.1 Materiais de uso para prtese bucomaxilofacial

    Atualmente, as prteses bucomaxilofaciais podem ser confeccionadas por

    vrios materiais. Entre eles, a resina acrlica e o silicone de uso mdico.

    4.1.1.1 resinas acrlicas

    As resinas acrlicas so compostos orgnicos classificados como polmeros.

    Sua estrutura qumica produzida de maneira sinttica e em sua composio

    carbono, o hidrognio e elementos no metlicos. Podem apresentar caractersticas

    fibrosas, borrachides, resinosas e rgidas, estas sendo determinadas por sua

    morfologia molecular (68).

    Nos anos de 1937 e 1940, o avano tecnolgico a partir de estudos levaram a

    resina base de polimetilmetacrilato (PMMA) ou resina acrlica a ser uma

    surpreendente alternativa para confeco de prteses odontolgicas e tambm para

    uso em outras reas (69).

    Entre as principais caractersticas que levaram ao sucesso e difuso desse

    material por todo mundo esto a biocompatibildade, a ausncia de sabor e odor, as

    propriedades trmicas adequadas, a estabilidade dimensional, o bom potencial de

    polimento, a esttica agradvel e o fcil manuseio. Atualmente, as resinas acrlicas

    vm sendo aprimoradas com relao a suas propriedades fsicas e mecnicas para

    que ento as indstrias consigam ampliar cada vez mais seu uso (70,71).

    Por ser um compsito, este material est predisposto a modificaes de

    temperatura, tenses e tambm a presena de lquidos oriundos das mais diversas

    origens. Esses acontecimentos ocasionam diversos tipos de degradao como

  • 54

    alterao de cor, desgaste, infiltrao marginal, absoro de contaminantes

    (3,72,73,74).

    Essas resinas tem uma ampla aplicao na odontologia como na confeco

    da base de prteses bucais, placas miorelaxantes, moldeiras individuais, padres

    fundio, prteses faciais, prteses provisrias imediatas, coroas provisrias, dentes

    artificiais, reparo de prteses no geral, acrilizao de aparelhos ortodnticos,

    confeco de prteses internas, prteses oculares, obturadores palatinos, entre

    outros. Por todos esses fatores, os dentes artificiais confeccionados com esse

    material, por exemplo, chegam a marca de 60% dos vendidos nos Estados Unidos

    da Amrica (3,75,76).

    4.1.1.2 silicones de uso mdico

    Os silicones so polmeros de alto peso molecular que se constituem em uma

    repetio de unidades bsicas que formam longas linhas ou cadeias cclicas. Esse

    composto muito bem tolerado pela pele, relativamente duradouro, so resistentes

    ao atrito, de fcil higienizao, flexveis e no condutores de calor. So classificados

    no tipo HTV, os vulcanizados pelo calor, ou do tipo RTV, os vulcanizados

    temperatura ambiente. O HTV mais durvel e resistente quando comparado com o

    RTV, porm exige uma tcnica de trabalho muito mais sofisticada e rebuscada (77).

    Neves e Vilella (1998), em meados da dcada de 80, desenvolveram uma

    escala de silicone nas tonalidades da pele humana. Nesse estudo foram

    confeccionados vinte e sete corpos-de-prova em silicone actico e incrementados os

    pigmentos xidos de ferro e o dixido de titnio. O volume de silicone actico foi

    mantido constante em todos os corpos de prova e os pigmentos foram aplicados

    vrias propores at a obteno de vinte e sete diferentes tonalidades. Com isso,

    as tonalidades dos corpos de prova foram comparadas com a cor de pele dos

    pacientes, compondo desta forma um a escala de tonalidade. Esse estudo foi de

    extrema importncia para a Prtese Bucomaxilofacial, pois evidenciou a possvel

    definio das tonalidades da pele com esse material, alm de facilitar essa definio

    para as confeces dessas prteses em silicone (78).

  • 55

    Uma vantagem do silicone essa disponibilidade de uma colorao intrnseca

    por pigmentos durante o preparo. Todavia, essa adio na massa do material

    poder modificar suas propriedades fsicas e mecnicas (77,78).

    Segundo a literatura, os problemas mais rotineiros associados s prteses

    faciais confeccionadas em silicone so a perda das propriedades fsicas quando

    comparada com as resinas, a dificuldade de reparo, a descolorao da prtese

    continua e o pequeno tempo de vida til que depende dos hbitos pessoais do

    indivduo, do clima e do meio ambiente(79).

    4.1.2 Escherichia coli

    Dentre o gnero Escherichia existem cinco tipos de espcies bacterianas, a

    mais comum se denomina a Escherichia coli. Esse tipo de bactria esta classificada

    na famlia das Enterobacteriaceae sendo um bastonete Gram-negativo de tamanho

    moderado e de grande importncia clnica (26).

    As bactrias que formam essa famlia so imveis ou se movimentam atravs

    de flagelos peritrquios, no so esporulados, so anaerbios facultativos, presentes

    em grande parte da microbiota endgena e podem ser proliferados em ambos os

    meios - seletivos e no seletivos -, por possurem necessidades nutricionais

    simples(26).

    Essa espcie est relacionada tambm com a instalao de diversas doenas

    no ser humano, entre elas esto a sepse, a infeco do trato urinrio, a meningite

    neonatal e a gastroenterite. Alm disso, ela est associada a cerca de 80% de todas

    as infeces em unidades de terapia intensiva (UTI) comunitrias em pases

    desenvolvidos (80,81).

    Acrescentando, quando essa espcie bacteriana causa a gastroenterite, elas

    so divididas em cinco tipos de organismos diferentes; a E. coli enteropatognica, E.

    coli enterotoxignica, E. coli enterohemorrgica, E. coli enteroinvasora, E. coli

    enteroagregativa. Essa diviso se baseia no local de ao, no aspecto clnico da

    doena e na patognese desses microrganismos (82).

    O diagnstico deve ser feito e pode ser fechado com alguns procedimentos

    laboratoriais. A cultura de bactrias um meio eficaz para esse tipo de diagnstico,

  • 56

    pois como dito acima essas bactrias proliferam nos dois tipos de meio de cultura.

    Alm dele, existem tambm a identificao bioqumica e a classificao sorolgica

    que explanam uma grande taxa de sucesso nesse tipo de diagnstico (81).

    O tratamento para essas infeces deve seguir cautelosamente os testes de

    suscetibilidade in vitro e a experincia clnica. Aplica-se estar atento para as

    concentraes subteraputicas, pois essa famlia bacteriana tem uma capacidade de

    desenvolver bactrias resistentes rapidamente (81).

    4.1.3 Staphylococcus aureus

    Essa bactria faz parte de um grupo heterogneo aonde existem algumas

    atribuies gerais, e dessas caractersticas destacam-se: so cocos gram-positivos,

    com ausncia de endsporos, com tamanho variando de 0,5 a 1,5 m, so imveis e

    so aerbicas facultativas (26).

    O nome do gnero Staphylococcus vem do grego staphyl, que tem como

    significado "cacho de uva". Portanto, esse nome surgiu pela forma de crescimento

    que essa bactria adere. Esse gnero, atualmente, contm 35 espcies e 17

    subespcies e podem ser encontradas em interao com os seres humanos (26).

    Normalmente, so encontradas na epiderme e nas membranas mucosas

    podendo causar uma relao patolgica atravs da produo de toxinas, na violao

    direta ou na presena de leses nos tecidos. Dentre as patologias que esse

    microrganismo pode causar esto: a sndrome da pele escaldada estafiloccica,

    intoxicao alimentar estafiloccica, sndrome do choque txico, terol, foliculite,

    infeces cutneas, endocardite, pneumonia, empiema, osteomielite e artrite sptica

    (83).

    O diagnstico, assim como a Escherichia coli, se baseia em exames

    laboratoriais como a microscopia, a cultura, a sorologia e os testes bioqumicos para

    a identificao (83).

    O tratamento sofreu varias evolues no decorrer do tempo. Antigamente, as

    penicilinas eram muito usadas para a cura das infeces causadas por essas

    espcies. Porm, atualmente, menos de 10% das cepas bacterianas de

    Staphyloccus so sensveis a esse tipo de medicamento. Graas a resistncia

  • 57

    bacteriana muitas estruturas qumicas vm sendo testadas para que criao de

    novas estratgias de tratamento (84).

    4.1.4 Biocida

    4.1.4.1 policloreto de dialildimetilamnio

    O policloreto de diallildimetilamnio (PDADMAC) um polmero hidrossolvel

    usado para purificao de gua e na fabricao de papel (Figura 4.1). Graas as

    suas molculas de sais de amnio quaternrio esse composto apresenta a ao

    biocida (85,86).

    Fonte: Turrer (2004, p. 39) (89)

    Figura 4.1 - Estrutura qumica do policloreto de diallildimetilamnio

    Um dos mecanismos mais aceito para essa ao ruptura da membrana

    celular causada pela a interao eletrosttica entre a carga positiva do ction

    amnio com as cargas negativas da membrana celular, como mostra a figura 4.2.

    (87,88,89,90)

  • 58

    Fonte: Siedenbiedel (2012, p.59) (87)

    Figura 4.2 - Representao da interao entre ctions de amnio (tringulo vermelho) e bactrias

    4.1.5 Solventes

    4.1.5.1 gua

    A gua considerada um dos maiores solventes encontrados na natureza,

    capaz de dissolver as mais diferentes substncias como os sais, os gases, os

    aucares,as protenas, os aminocidos, por isso, ela recebe o nome de solvente

    universal. Portanto, se caracteriza por ser um solvente polar, alm de ser inorgnico,

    no txico, no inflamvel, de baixo custo, baixa periculosidade operacional e no

    poluente (91,92,93).

    Essa capacidade de solvatao bastante elevada graas sua alta

    polaridade. As ligaes hidrognio so ligaes qumicas formadas por um tomo de

    hidrognio que se posiciona entre dois tomos fortemente eletronegativos; estes

    podem estar em molculas diferentes ou em posies diferentes na mesma

    molcula (94).

    Hoje, a gua tem sido bastante visada graas ao campo da qumica verde.

    Esse campo busca a preveno da poluio causada pelas diversas reas da

    qumica. Esse setor vem crescendo bastante devido a nova poltica ambiental que

    visa a proteo do meio ambiente e da sade do trabalhador. Com isso, fica notria

    a importncia desse material como solvente na sociedade atual (95).

  • 59

    4.1.5.2 tetrahidrofurano

    O tetrahidrofurano, que tem como sigla o THF, fundamenta-se em um

    composto orgnico heterocclico que se assemelha ao composto acetona na sua

    predisposio a evaporao. Trata-se de um solvente polar aprtico, contm uma

    molcula de H+ dissocivel, capaz de dissolver componentes polares e apolares

    (96).

    Esse composto apresenta caractersticas que se aproximam das propriedades

    dos solventes empregados nas formulaes de diversos materiais. Alguns estudos j

    foram desenvolvidos como o de Fontes em 2009, como mostra a figura 4.3, mas,

    ainda hoje, as informaes encontradas com relao a esse solvente sobre a sua

    atuao nos materiais odontolgicos pouco conhecida (97,98).

    Fonte: Fontes (2009, p 15)

    Figura 4.3 - Estrutura qumica do tetrahidrofurano

    4.2 Mtodos

    4.2.1 Testes da incluso do material

    Foi realizado um pr-teste para avaliar o mtodo de incluso dos biocidas nos

    materiais, resina acrlica e silicone mdico. Essa etapa foi realizada a partir da

    criao e realizao da Iniciao Cientfica na Faculdade de Odontologia da

    Universidade de So Paulo (FOUSP). A ideia foi pincelar o biocida na superfcie dos

    materiais e elevar a temperatura vtrea para assim conseguir a interao entre esses

    dois compostos. Porm, os resultados mostraram que o biocida pincelado nas

  • 60

    superfcies tornava-se frivel, sem aderncia e comprometia a esttica do material

    (Figura 4.4).

    Figura 4.4 - Biocida sendo elevado a temperatura vtrea do material e formando uma pelcula no aderente e frivel

    Logo em seguida, foi pensado na utilizao desses biocidas no momento da

    manipulao desses materiais. Desta maneira, foram utilizados para os testes de

    interao o polictions policloreto de dialildimetilamnio (PDADMAC) na

    concentrao 4% em peso (wt) por 10 milimetros (ml) de solvente, gua ou

    tetrahidrofurano, e aplicados durante a manipulao dos corpos de prova (CP)

    confeccionados nesses materiais (Figura 4.5). Os materiais usados foram as resinas

    acrlicas Jet auto e termopolimerizaveis da Clssico e silicone de uso mdico da

    Factor II respeitando as propriedades dos fabricantes.

  • 61

    Figura 4.5 - Confeco dos corpos de prova. Adequao da geometria e altura a partir de uma forma pr-confeccionada

    A incluso da soluo de biocida no material se caracteriza como um

    importante passo para que se obtenha sucesso no presente estudo.

    4.2.2 Teste de superfcie

    Os corpos de prova foram submetidos a testes de superfcies visando saber

    como as solues com o biocida estavam distribudas na matria. Esse teste foi

    realizado no Instituto de Qumica (IQUSP) com o auxilio do programa de

    computao SurfaceWare9 Phoenix como mostra a figura 4.6.

  • 62

    Figura 4.6 - Exemplo de resultado dado pelo teste de superfcie no software SurfaceWare9

    Esse teste se baseia na comparao entre os corpos de prova sem biocida,

    com solvente gua mais o biocida e com o solvente THF mais o biocida para

    verificar se os biocidas esto na superfcie desse material. O biocida por ser um

    composto hidrfilo tende a interagir melhor com a gua, com isso, quando o biocida

    estiver na superfcie do corpo de prova o ngulo formado entre o corpo de prova e a

    gota d'gua ser menor do que quando o biocida no estiver.

    Portanto, os ngulos foram formandos e o programa SurfaceWare9 que aferiu

    e obteve o ngulo formado entre a gota d'gua e a superfcie do corpo de prova do

    lado direito e o ngulo do lado esquerdo. O prprio programa calculou uma mdia

    aritmtica dos valores dos ngulos e tambm o volume da gota d'gua.

    4.2.3 Esterilizao com radiao Gama

    A esterilizao a partir da radiao gama usada h mais de 45 anos e na

    ltima dcada tem crescido as suas aplicaes. Dentre elas, os dispositivos

    mdicos, produtos farmacuticos e tecidos biolgicos tem usufrudo desse processo

    com uma dose mnima de 25quiloGray (kGy) (99).

  • 63

    Esse processo de radiao parte do princpio bsico de aproveitar a radiao,

    onde energia emitida na forma de energia eletromagntica ou partculas para um

    determinado fim. Atualmente, utilizada a radiao gama emitida a partir da

    desintegrao radioativa do cobalto de massa 60 (60CO) ou do csio de massa 137

    (137Cs)(100).

    A esterilizao ocorre atravs de colises entre a radiao e os eltrons dos

    tomos do material irradiado, fazendo assim com que o tomo do material perca

    seus eltrons e formem ons, caracterizando essa radiao como ionizante. Alm

    disso, essa radiao altamente penetrante, conseguindo quase alcanar a

    velocidade da luz e eliminando qualquer presena de ser vivo mesmo em

    embalagens lacradas (101) (Figura 4.7). Por isso, qualquer produto que seja

    irradiado estar estril ate que a embalagem seja violada.

    Fonte: Da Silva (2014, p. 1630) (102)

    Figura 4.7 - Interao do raio gama com o eltron que est em orbita

    Esse tipo de radiao consegue matar qualquer componente vital por dois

    processos distintos. O primeiro nomeado de ao direta, esse faz com que a

    radiao colida diretamente com a clula e acarrete uma falncia ou inibio da sua

    reproduo e o segundo tipo denominado de ao indireta, que visa a formao de

    radicais qumicos altamente ativos, produzindo assim uma interao com as

    molculas de gua dos organismos ali presentes (102,103).

  • 64

    Quanto aos nveis de energia que so empregados para os compostos das

    diversas indstrias e pesquisas, eles so extremamente baixos, no acarretando

    assim nenhum risco ao meio externo. Esses material no se tornam radioativos

    desde que seja dada uma radiao de at 10 milhes de eltron volts (MeV) (101).

    Assim, os corpos de prova foram submetidos a radiao gama na dosagem

    de 25kGy, no Instituto de Pesquisas Energticas Nucleares (IPEN - USP), para sua

    esterilizao. Os corpos de prova foram enviados em sacos devidamente lacrados.

    4.2.4 Testes biolgicos

    Os corpos de prova foram submetidos presena das bactrias

    Staphylococcus aureus e Escherichia coli para verificar a eficcia biocida. Esses

    testes foram realizados no Instituto de Cincias Biolgicas (ICB - USP)

    departamento de microbiologia no laboratrio de resistncia bacteriana e alternativas

    teraputicas.

    Os testes biolgicos se baseiam no protocolo da Japanese Industrial Standard

    nomeado Antibacterialproducts - Test for antibacterialactivity and efficacy JIS Z

    2801: 2010.

    O protocolo segue a seguintes etapas:

    4.2.4.1 produo de placas de petri com meios de culturas ricos.

    4.2.4.2 duplicao das bactrias Staphylococcus aureus e Escherichia coli.

    4.2.4.3 produo do inculo.

    4.2.4.4 seleo do corpo de prova e colocao nas placas de 12 locos.

    4.2.4.5 colocao do inculo nos corpos de prova e logo aps a colocao do

    meio SCDLP.

    4.2.4.6 diluio seriada da soluo formada.

    4.2.4.7 colocao nas placas de petri marcadas com as diluies, tipo de

    corpo de prova e data.

    4.2.4.8 contagem de cepas.

    4.2.4.9 clculos referenciais.

    Aps isso, os resultados sero tabulados e avaliados para ver se os biocidas

    so eficazes com relao as bactrias.

  • 65

    4.2.4.1 produo de placas de petri com meio de cultura rico

    Para a produo das placas de petri com meio de cultura foram usadas cento

    e quarenta e quatro placas de petri, pois para cada corpo de prova utilizado foram

    usadas trs placas de petri com meio de cultura.

    A escolha do meio de cultura depende do tipo de bactria que se quer a

    proliferao e do que ser feito com elas. Existem dois tipos de meios de cultura

    com relao aos nutrientes dissolvidos na soluo: os meios seletivos e os meios

    ricos. Como o presente trabalho usou as bactrias Staphylococcus aureus e

    Escherichia coli que so de diferentes tipos, Gram + e Gram - respectivamente, foi

    utilizado ento um meio de cultura rico. Os meios ricos se caracterizam pelo

    crescimento de qualquer tipo de bactria, pois o prprio meio apresenta nutrientes

    para ambas. (104)

    Os meios tambm podem ser classificados de acordo com seu estado de

    matria em meios lquidos e slidos. Entre eles o meio slido foi escolhido pela a

    vantagem de imobilizar as clulas permitindo um crescimento de forma visvel.

    Essas massas isoladas so chamadas de cepas ou colnias, dependendo do

    conhecimento ou no da sua espcie bacteriana (104).

    Dentre os meios que so slidos e ricos, o Mueller Hinton Agar (Figura 4.8)

    foi o escolhido para a cultura bacteriana. Ele se apresenta em forma de p e deve

    ser dissolvido em gua destilado na proporo de 38 gramas para 1 litro. Aps ser

    feita a mistura deve-se homogeneizar e levar a autoclave para a esterilizao

    (Figura 4.9).

    Figura 4.8 - Composio do meio Muller Hinton Agar

  • 66

    Figura 4.9 - Meio de cultura preparado e esterilizado

    Com isso, o meio foi distribudo nas placas de petri e depois submetidas a luz

    germicida. Essa luz faz com que o meio, que se encontrava no estado lquido fosse

    gelificados. Em tempo, a mesma luz tambm tem um poder bactericida (Figura 4.10).

    Figura 4.10 - Placas de petri recebendo a luz geminicida com o meio Mueller Hinton Agar distribudo em toda sua extenso

    4.2.4.2 duplicao das bactrias Staphylococcus aureus e Escherichia coli

    A duplicao das bactrias se caracteriza num processo simples e rpido.

    coletada uma cepa da bactria e em seguida riscam-se as bactrias na superfcie do

  • 67

    meio sem rasga-lo. Logo aps, essa placa levada para a estufa a 36C e aguarda-

    se 24 horas para que as novas cepas sejam formadas (Figura 4.11).

    Figura 4.11 - Escherichia coli ATCC 8739 sendo duplicada. A: Bactrias logo depois de serem riscadas sobre do meio de cultura. B: Cepas formadas aps 24 horas na estufa

    4.2.4.3 produo do inculo

    Seguindo o protocolo, o inculo se caracteriza pela produo de uma

    substncia que esteja com a concentrao bacteriana de 1 x 106unidade formadora

    de colnia por mililitro (UFC/ml) aonde o caldo usado para diluio ser o NB 1/500

    (Figura 4.12).

    Figura 4.12 - Composio do caldo NB 1/500

    Ser adicionado em um microtubo, tambm chamado de eppendorf,1 ml de

    NB 1/500 e uma cepa da bactria desejada. Deve-se ento levar ao vibrador para

    que se homogeneze toda essa soluo (figura 4.13).

  • 68

    Figura 4.13 - Microtubo s submetido ao vibrador para homogeneizao da soluo

    Logo aps, ser realizada a leitura no espectrofotmetro ( = 625 nm) para

    alcanar absorvncia de 0,12 (A=0,12). O valor obtido ir equivaler,

    aproximadamente, a escala 0.5 de Mc Farland que por sua vez equivalente a 1 x 108

    UFC/mL. A partir dessa concentrao sero realizadas diluies seriadas at

    obtermos 1 x 106 UFC/mL como concentrao final do inculo.

    4.2.4.4 seleo do corpo de prova e colocao nas placas de 12 locos

    Os corpos de prova foram selecionados e colocados dentro de uma placa

    com 12 locos para melhor distribuio e organizao. Depois sero demarcados por

    tipo de bactria, Staphylococcus aureus ou Escherichia coli, e por grupos: controle 0

    horas, controle 24 horas, 1 ml de biocida aglutinado e 2 ml de biocida aglutinado.

    Todos esses sendo um lado com corante e sem corante, como podemos ver na

    figura 4.14.

  • 69

    Figura 4.14 - Corpos de prova separados por grupos, tipo de bactria epresena ou no de

    corante;includos em placa de 12 locos

    4.2.4.5 colocao do inculo nos corpos de prova e logo aps a colocao do meio

    SCDLP

    Aps a seleo do material foi realizada a aplicao em cada corpo de prova

    de 100 microlitros (l) da inculo. Com isso, os locos que iram ser avaliados em 24

    horas da aplicao dessa soluo no material, foram condicionados por um papel

    metlico com medidas de 1,5 centmetro (cm) x 1,5 cm, ao necessria para evitar

    a evaporao da soluo. Em seguida foram levados para estufa a 36C.

    J os corpos de prova que foram avaliados de imediato, o grupo controle 0

    horas, sofreram uma aplicao de 2,5 ml de caldo SCDLP (Figura 4.15).

  • 70

    Figura 4.15 - Composio do caldo SCDLP

    Houve uma homogeneizao dessa soluo formada pelo inculo mais o

    caldo SCDLP formando ento a soluo Y. A partir de ento deu-se continuidade

    para prxima etapa: a diluio seriada da soluo Y.

    4.2.4.6 diluio seriada da soluo Y

    A soluo Y sofreu uma diluio seriada visando sua aplicao nas placas de

    petri com meio Muller Hinton gar. Essa diluio se baseia na seguinte tcnica:

    Foram colocados 900 microlitros do tampo Fosfato Salino PBS com pH 7,0 em trs

    microtubos. Cada microtubo foi marcado com 10-1, 10-2, 10-3 e organizados em uma

    bandeja (Figura 4.16).

  • 71

    Figura 4.16 - Microtubos organizados e demarcados em uma bandeja com as concentraes da soluo Y

    Depois de organizado o microtubo com 10-1 recebeu 100 microlitros da

    soluo Y e foi levado ao vibrador para a homogeneizao. Logo aps, foram pegos

    100 microlitros do microtubo 10-1 e colocados no microtubo 10-2. O microtubo 10-2

    sofreu o mesmo processo para homogeneizao e com isso foram recolhidos 100

    microlitros dele e colocado no microtubo 10-3. Esse ltimo microtubo foi

    homogeneizado e 100 microlitros foram recolhidos e descartados. Isso foi repetido

    para cada corpo de prova testado.

    4.2.4.7 colocao nas placas de petri marcadas com as diluies, tipo de corpo de

    prova e data

    A partir disso, foram depositados 100 microlitros de cada microtubo nas

    respectivas placas. Usando como exemplo o microtubo 10-1, foram recolhidos 100

    microlitros desse dispositivo e colocado na placa demarcada com o nome da

    bactria que foi usada, a concentrao da soluo Y, a data, o material testado e a

    presena ou no de corante (Figura 4.17).

  • 72

    Figura 4.17 - Bancada montada e com as placas de petri j confeccionadas nas devidas concentraes que sero posteriormente avaliadas

    Assim sendo, todas as placas foram levadas para a estufa na temperatura de

    36 C por 24 e 48 horas.

    4.2.4.8 contagem de cepas

    Com os tempos decorridos, foram realizadas as duas contagens de cepas.

    A primeira contagem foi com o tempo de 24 horas aps o depsito das placas na

    estufa e a segunda contagem aps 48 horas (Figura 4.18).

  • 73

    Figura 4.18 - Contagem das cepas que se reproduziram no grupo controle 0 horas com relao ao corpo de prova da resina termopolimerizvel com e sem corante no tempo de 24 horas

    4.2.4.9 clculos referenciais

    Para termos os resultados requeridos precisamos calcular a partir dos

    nmeros de colnias contados.

    Clculo de nmero de bactrias viveis:

    N de colnias contadas x Fator de diluio x Volume do SCDLP usado na lavagem

    rea do filme colocado na superfcie do corpo de prova

    O resultado ser multiplicado pelo fator de diluio da soluo lquida que foi

    colocada para semear em Miller Hinton gar.

    Observao 1: Deve-se usar o nmero de bactrias que estejam entre os valores de

    30 a 300. E com isso, o fator de diluio selecionado.

    Observao 2: Quando o valor de nmero de colnias contadas for

  • 74

    Com esse resultado, foi calculado a porcentagem de eficincia bactericida.

    Esse clculo se baseia na seguinte formula:

    Calculo porcentual de eficincia:

    UFC Corpo de prova Branco 24h - UFC Corpo de prova com biocida

    UFC Corpo de prova Branco 24h

    Observao 1: A sigla UFC significa Unidades Formadoras de Colnias.

    Observao 2: O resultado estar em casas decimal

  • 75

    5 RESULTADOS

    Os primeiros testes foram realizados durante a confeco dos corpos de prova

    para evidenciar qual dos solventes testados com biocida o PDADMAC tinham

    melhor capacidade de se aglutinar s cadeias polimricas das resinas acrlicas e as

    cadeias cclicas dos silicones.

    Durante o processo de aglutinao do biocida com o material ficou evidente que

    o Policloreto de dialildimetilamnio quando dissolvido em gua tinha uma maior

    dificuldade na incorporao quando comparado com o solvente THF, ficando grande

    parte desse biocida precipitado.

    Porm, para termos a confirmao desse achado foram feitos os testes de

    superfcie no software SurfaceWare9 Phoenix. Como explicado nos mtodos, esse

    teste se baseia na comparao dos ngulos de contato criados entre a gota de gua

    e o corpo de prova (Figura 5.1). Os grupos avaliados foram os corpos de prova sem

    biocida, os corpos de provas com biocida dissolvidos em gua e os corpos de prova

    com biocida dissolvidos em THF. Sendo cada grupo ainda subdividido em com

    corante e sem corante.

    Figura 5.1 - Exemplo da comparao entre os materiais testados. A: Resina termopolimerizavel sem biocida dissolvido em THF e sem corante. B: Resina termopolimerizavel com biocida dissolvido em THF e com corante

  • 76

    Realizado o teste, quando comparados os corpos de prova sem biocida e os

    com biocida dissolvidos em gua ficou evidente a sua no incorporao na massa,

    como j havia sido notado durante a manipulao do material, pois o ngulo de

    contato em ambos os corpos de prova foram iguais.

    Quando testados os corpos de prova sem biocida versus os corpos de prova

    com biocida dissolvidos em THF notamos uma significativa diferena entre os

    ngulos de contatos formados. Como evidenciamos nas tabelas 5.1 a 5.3.

    Tabela 5.1 - Teste de superfcie nos corpos de prova de resina autopolimerizavel

    Resina acrlica autopolimerizavel

    Grupo ngulo de contato

    Sem corante e sem biocida 73,8

    Com corante e sem biocida 68,5

    Sem corante e com biocida in THF 69,2

    Com corante e com biocida in THF 56,5

    Tabela 5.2 - Teste de superfcie nos corpos de prova de resina termopolimerizavel

    Resina acrlica termopolimerizavel

    Grupo ngulo de contato

    Sem corante e sem biocida 75

    Com corante e sem biocida 62,7

    Sem corante e com biocida in THF 66,6

    Com corante e com biocida in THF 60,6

  • 77

    Tabela 5.3 - Teste de superfcie nos corpos de prova de silicone de uso mdico

    Silicone de uso mdico

    Grupo ngulo de contato

    Sem corante e sem biocida 86,6

    Com corante e sem biocida 85,1

    Sem corante e com biocida in THF 78,3

    Com corante e com biocida in THF 69,1

    Esses resultados mostraram que os corpos de pro