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RENNAN LUIZ OLIVEIRA DOS SANTOS
Estudo da eficincia bactericida do biocida policloreto de dialildimetilamnio
em materiais usados para confeco de prteses orais e faciais
So Paulo
2016
RENNAN LUIZ OLIVEIRA DOS SANTOS
Estudo da eficincia bactericida do biocida policloreto de dialildimetilamnio
em materiais usados para confeco de prteses orais e faciais
Verso corrigida
Dissertao apresentada Faculdade de Odontologia da Universidade de So Paulo para a obteno do titulo de Mestre em Cincias Odontolgicas. rea de Concentrao: Prtese Bucomaxilofacial. Orientador: Prof. Dr. Reinaldo Brito e Dias.
So Paulo
2016
Autorizo a reproduo e divulgao total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrnico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.
Catalogao-na-Publicao Servio de Documentao Odontolgica
Faculdade de Odontologia da Universidade de So Paulo
Santos, Rennan Luiz Oliveira dos.
Estudo da eficincia bactericida do biocida policloreto de dialildimetilamnio em materiais usados para confeco de prteses orais e faciais / Rennan Luiz Oliveira dos Santos ; orientador Reinaldo Brito e Dias. -- So Paulo, 2016.
109 p. : fig., tab.; 30 cm.
Dissertao (Mestrado) -- Programa de Ps-Graduao em Cincias Odontolgicas. rea de Concentrao: Prtese Bucomaxilofacial. -- Faculdade de Odontologia da Universidade de So Paulo.
Verso corrigida
1. Polmeros. 2. Elastmeros de silicone. 3. Materiais. I. Dias, Reinaldo Brito e. II. Ttulo.
Santos RLO. Estudo da eficincia bactericida do biocidas policloreto de dialildimetilamnio
em materiais usados para confeco de prteses orais e faciais. Dissertao apresentada
Faculdade de Odontologia da Universidade de So Paulo para obteno do ttulo de Mestre
em Cincias Odontolgicas.
Aprovado em: / /2016
Banca Examinadora
Prof(a). Dr(a).______________________________________________________
Instituio: ________________________Julgamento: ______________________
Prof(a). Dr(a).______________________________________________________
Instituio: ________________________Julgamento: ______________________
Prof(a). Dr(a).______________________________________________________
Instituio: ________________________Julgamento: ______________________
Aos meus amados pais, Maria de Ftima da Silva Santos e Luiz Jos dos
Santos Filho, que sempre me encheram de amor, luz e paz.
Ao meu irmo, Ruan Henrique Oliveira dos Santos, companheiro de muitas
aventuras e testemunha do que fomos, do que somos e do que iremos ser.
Ao meu av e minhas avs; Oliveira Celerino e Maria Otelina ,em memoria, e
Arlete Gomes; por todos os cuidados, por todos os "xeros" e por tudo construdo na
famlia.
AGRADECIMENTOS
Comeo esses agradecimentos parafraseando Geraldo Vandr:
"Prepare seu corao para as coisas que eu vou contar. Eu venho l do serto, eu
venho do serto. Eu venho l do serto e posso no lhe agradar."
Como bom Pernambucano e orgulhoso dessa origem, no poderia fazer
diferente... Agradecerei em forma de Cordel.
Lembro-me bem do final da faculdade
Do dia da aprovao na USP e desse novo comear
Terminar esse ciclo
de fazer qualquer "cabra" se emocionar
Comeo agradecendo
A quem mais devo ateno
A Deus, meu grande Deus
Que nunca me deixou na mo
Sem ti
No sei como seria
A vida seria mais feia
E o cu sem alegria
Obrigado, meu bom Deus.
Pois tu fostes o principal disso tudo
A minha vida devo a ti
A ti devo tudo
Obrigado a Maria
Minha santa de devoo
Tu s to misericordiosa
To grande de corao
Aos meus pais
Esses seres de muita luz
Obrigado por tudo
Pois sei o quanto vocs me conduz
Ao meu irmo
Pessoa difcil e bem emburrada
Ou ser que sou eu
Essa pessoa citada?
Aos meus avs
Que desde pequeno me ensinam sobre a vida
Que sempre estiveram do meu lado
E que livravam de boas brigas
Ao meu orientador
O Professor Reinaldo
Que com seu jeito solene
Sempre mostrou ser um "cabra arretado"
A todos os professores que conheci na USP
Em especial, a Professora Neide
Pessoa alegre e feliz
Com uma alma to leve quanto se diz
A todos os meus professores
Em especial tenho vrios
Mas cito o Nelson e a Socorro
Que so meus grandes amados
Aos meus amigos e colegas
Agradeo de corao
Seriam tantas pessoas citadas
Que pra no esquecer, no vou citar nenhum no
Cada um sabe o quanto me ajudou
O quanto esteve do meu lado
Sabe tambm que minha amizade ser eterna
E que sempre poder contar com esse "cabra" abobalhado
E no poderia esquecer da minha incrvel madrinha
Pois grande parte disso tudo devo a essa senhorinha
Mulher guerreira e amvel
Um exemplo notvel
E para terminar esse cordel
Agradeo aos funcionrios e pacientes
E do fundo do meu corao
Obrigado, minha gente.
"Eu no tenho paredes.
S horizontes!"
Mario de Andrade
RESUMO
Santos RLO. Estudo da eficincia bactericida do biocida policloreto de dialildimetilamnio em materiais usados para confeco de prteses orais e faciais. So Paulo: Universidade de So Paulo, Faculdade de Odontologia; 2016. Verso Corrigida.
As prteses faciais e intraorais tem um importante papel na devoluo da esttica e
de algumas funes para os pacientes. Por meio da restaurao da imagem corporal
possvel reintegr-lo a sociedade, resgatando assim a identidade do indivduo. A
boa condio dessas prteses primordial para que estas possam exercer suas
funes adequadamente e manter o local, onde esto inseridas, livre de infeces e
inflamaes. Portanto, a no formao de colnias e biofilmes bacterianos em
materiais eleitos para confeco dessas prteses, traro benefcios aos pacientes
reabilitados. Visando isso, a presente dissertao verificou a capacidade de incluso
e a eficincia bactericida do biocida policloreto de dialildimetilamnio (PDADMAC)
em resina acrlica autopolimerizvel (RAAQ) e termopolimerizvel (RAAT), e silicone
de uso mdico. Os resultados mostraram que o biocida PDADMAC quando
dissolvido no tetrahidrofurano apresentou boa incorporao tanto nas resinas
acrlicas, quimicamente ativas e termo ativas, quanto no silicone de uso mdico e
que apenas os corpos de prova que receberam 2 mililitros do PDADMAC em massa
polimrica tiveram uma resposta bactericida eficaz.
Palavras-chaves: Polmeros. Elastmeros de silicone. Materiais.
ABSTRACT
Santos RLO. Study of the bactericidal efficiency of the biocide poly(diallyldimethylammonium chloride) used in materials for the manufacture of oral and facial prostheses. So Paulo: University of So Paulo, College of Dentistry; 2016. Corrected Version.
The facial and intraoral prosthesis has an important role in the aesthetics and return
of some functions to patients. Through restoration of the body image can reistante to
can society , thus recovering the individual's identity . The good condition of these
prostheses is essential so they can perform their function properly and maintain the
the area where the prostheses are inserted free of infection and inflammation.
Therefore, no formation of bacteria colonies and biofilms in the chosen materials for
making these prostheses , will bring benefits to patients rehabilitated. The present
work evaluated the capability of inclusion and the bactericidal efficiency of the biocide
poly(diallyldimethylammonium chloride) ( pDADMAC ) of acrylic resin
autopolymmerized ( RAAQ ) and thermal polymerized ( RAAT ) , and silicone medical
use. The results showed that the biocide pDADMAC when dissolved in
tetrahydrofuran presented a good incorporation in both acrylic resins and in the
medical grade silicone and that only the samples that received 2 ml of pDADMAC in
polymer had an effective bactericidal response.
Keywords: Polymers. Silicone Elastomers. Materials.
LISTA DE ILUSTRAES
Figura 1.1 - Composio dos procariontes.................................................................39
Figura 1.2 - Bactrias submetidas a colorao Gram. As bactrias que esto coradas
de violeta so classificadas como bactrias Gram-positivas. J as que
esto coradas com o contraste vermelho so classificadas como
bactrias Gram-negativas.......................................................................40
Figura 1.3 - Morfologia bacteriana e suas caractersticas..........................................41
Figura 1.4 - Esquemas das etapas do biofilme..........................................................43
Figura 1.5 - Locais com potencial ativo nas bactrias para ao dos biocidas........48
Figura 4.1 - Estrutura qumica do policloreto de diallildimetilamnio.........................57
Figura 4.2 - Representao da interao entre ctions de amnio (tringulo
vermelho) e bactrias..............................................................................58
Figura 4.3 - Estrutura qumica do tetrahidrofurano.....................................................59
Figura 4.4 - Biocida sendo elevado a temperatura vtrea do material e formando uma
pelcula no aderente e frivel..............................................................60
Figura 4.5 - Confeco dos corpos de prova. Adequao da geometria e altura a
partir de uma forma pr-confeccionada................................................61
Figura 4.6 - Exemplo de resultado dado pelo teste de superfcie no software
SurfaceWare9.......................................................................................62
Figura 4.7 - Interao do raio gama com o eltron que est em orbita.....................63
Figura 4.8 - Composio do meio Muller Hinton Agar...............................................65
Figura 4.9 - Meio de cultura preparado e esterilizado................................................66
Figura 4.10 - Placas de petri recebendo a luz geminicida com o meio Mueller Hinton
Agar distribudo em toda sua extenso................................................66
Figura 4.11 - Escherichia coli ATCC 8739 sendo duplicada. A: Bactrias logo depois
de serem riscadas sobre do meio de cultura. B: Cepas formadas aps
24 horas na estufa................................................................................67
Figura 4.12 - Composio do caldo NB 1/500...........................................................67
Figura 4.13 - Microtubo s submetido ao vibrador para homogeneizao
da soluo.............................................................................................68
Figura 4.14 - Corpos de prova separados por grupos, tipo de bactria e presena
ou no de corante includos em placa de 12 locos....................................69
Figura 4.15 - Composio do Caldo SCDLP..............................................................70
Figura 4.16 - Microtubos organizados e demarcados em uma bandeja com as
concentraes da soluo Y.............................................................71
Figura 4.17 - Bancada montada e com as placas de petri j confeccionadas nas
devidas concentraes que sero posteriormente avaliadas.............72
Figura 4.18 - Contagem das cepas que se reproduziram no grupo controle 0 horas
com relao ao corpo de prova da resina termopolimerizvel com e
sem corante no tempo de 24 horas....................................................73
Figura 5.1 - Exemplo da comparao entre os materiais testados. A: Resina
termopolimerizavel sem biocida dissolvido em THF e sem corante. B:
Resina termopolimerizavel com biocida dissolvido em THF e com
corante................................................................................................75
LISTA DE TABELAS
Tabela 5.1 - Teste de superfcie nos corpos de prova de resina autopolimerizavel..76
Tabela 5.2 - Teste de superfcie nos corpos de prova de
resina termopolimerizavel..................................................................76
Tabela 5.3 - Teste de superfcie nos corpos de prova de silicone de
uso mdico.............................................................................................77
Tabela 5.4 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova
da resina autopolimerizavel grupo controle sem corante as 0 horas.........78
Tabela 5.5 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova
da resina autopolimerizavel grupo controle com corante as 0 horas.........78
Tabela 5.6 : Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de provada
resina autopolimerizavel grupo controle sem corante as 24 e 48
horas.....................................................................................................78
Tabela 5.7 : Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova
da resina autopolimerizavel grupo controle com corante as 24 e 48
horas.....................................................................................................78
Tabela 5.8 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova
da resina autopolimerizavel grupo com 1 ml de biocida sem corante as
24 e 48 horas........................................................................................79
Tabela 5.9 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova
da resina autopolimerizavel grupo com 1 ml de biocida com corante as
24 e 48 horas........................................................................................79
Tabela 5.10 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova
da resina autopolimerizavel grupo com 2 ml de biocida sem biocida as
24 e 48 horas........................................................................................79
Tabela 5.11 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova
da resina autopolimerizavel grupo com 2 ml de biocida com corante as
24 e 48 horas........................................................................................79
Tabela 5.12 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos
de prova da resina autopolimerizavel grupo controle sem corante as 0
horas.....................................................................................................80
22
Tabela 5.13 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos
de prova da resina autopolimerizavel grupo controle com corante as 0
horas.....................................................................................................80
Tabela 5.14 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos
de prova da resina autopolimerizavel grupo controle sem corante as 24
e 48 horas.............................................................................................80
Tabela 5.15 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos
de prova da resina autopolimerizavel grupo controle com corante as 24
e 48 horas.............................................................................................80
Tabela 5.16 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos
de prova da resina autopolimerizavel grupo 1 ml de biocida sem
corante as 24 e 48 horas......................................................................81
Tabela 5.17 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos
de prova da resina autopolimerizavel grupo 1 ml de biocida com
corante as 24 e 48 horas......................................................................81
Tabela 5.18 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos
de prova da resina autopolimerizavel grupo 2 ml de biocida as 24 e 48
horas.....................................................................................................81
Tabela 5.19 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos
de prova da resina autopolimerizavel grupo 2 ml de biocida as 24 e 48
horas.....................................................................................................81
Tabela 5.20 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova
da resina termopolimerizavel grupo controle sem biocida as 0 horas..82
Tabela 5.21 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova
da resina termopolimerizavel grupo controle com biocida as 0 horas..82
Tabela 5.22 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova
da resina termopolimerizavel grupo controle sem corante as 24 e 48
horas.....................................................................................................82
Tabela 5.23 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova
da resina termopolimerizavel grupo controle com corante as 24 e 48
horas.....................................................................................................82
Tabela 5.24 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova
da resina termopolimerizavel grupo com 1 ml de biocida sem corante
as 24 e 48 hora.....................................................................................83
Tabela 5.25 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova
da resina termopolimerizavel grupo com 1 ml de biocida com corante
as 24 e 48 horas...................................................................................83
Tabela 5.26 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova
da resina termopolimerizavel grupo com 2 ml de biocida sem corante
as 24 e 48 horas...................................................................................83
Tabela 5.27 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova
da resina termopolimerizavel grupo com 2 ml de biocida com corante
as 24 e 48 horas...................................................................................83
Tabela 5.28 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos
de prova da resina termopolimerizavel grupo controle sem corante 0
hora.......................................................................................................84
Tabela 5.29 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos
de prova da resina termopolimerizavel grupo controle com corante 0
hora.......................................................................................................84
Tabela 5.30 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos
corpos de prova da resina termopolimerizavel grupo controle sem
corante 24 horas...................................................................................84
Tabela 5.31 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos
de prova da resina termopolimerizavel grupo controle com corante 24
horas.....................................................................................................84
Tabela 5.32 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos
de prova da resina termopolimerizavel grupo com 1 ml de biocida sem
corante as 24 e 48 horas......................................................................85
Tabela 5.33 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos
de prova da resina termopolimerizavel grupo com 1 ml de biocida com
corante as 24 e 48 horas......................................................................85
Tabela 5.34 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos
de prova da resina termopolimerizavel grupo com 2 ml de biocida sem
corante as 24 e 48 horas......................................................................85
Tabela 5.35 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos
de prova da resina termopolimerizavel grupo com 2 ml de biocida com
corante as 24 e 48 horas......................................................................85
24
Tabela 5.36 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova
de silicone de uso mdico no grupo controle sem corante 0 horas.....86
Tabela 5.37 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova
de silicone de uso mdico no grupo controle sem corante 0 horas.....86
Tabela 5.38 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova
de silicone de uso mdico no grupo controle sem corante 24 a 48
horas.....................................................................................................86
Tabela 5.39 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de
prova de silicone de uso mdico no grupo controle com corante 24 a
48 horas................................................................................................86
Tabela 5.40 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova
de silicone de uso mdico no grupo com 1 ml sem corante as 24 e 48
horas.....................................................................................................87
Tabela 5.41 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova
de silicone de uso mdico no grupo com 1 ml com corante as 24 e 48
horas.....................................................................................................87
Tabela 5.42 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova
de silicone de uso mdico no grupo de 2ml sem corante as 24 a 48
horas..............................................................................,......................87
Tabela 5.43 - Testes biolgicos com a bactria Escherichia coli nos corpos de prova
de silicone de uso mdico no grupo de 2ml com corante as 24 a 48
horas.....................................................................................................87
Tabela 5.44 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos
de prova de silicone de uso mdico no grupo sem corante 0 horas..88
Tabela 5.45 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos
de prova de silicone de uso mdico no grupo com corante 0 horas..88
Tabela 5.46 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos
de prova de silicone de uso mdico no grupo controle sem corante 24
e 48 horas.............................................................................................88
Tabela 5.47 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos
de prova de silicone de uso mdico no grupo controle com corante 24
e 48 horas.............................................................................................88
Tabela 5.48 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos
de prova de silicone de uso mdico no grupo de 1 ml de biocida sem
corante as 24 e 48 horas......................................................................89
Tabela 5.49 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos
de prova de silicone de uso mdico no grupo de 1 ml de biocida com
corante as 24 e 48 horas......................................................................89
Tabela 5.50 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos
de prova de silicone de uso mdico no grupo de 2 ml de biocida as 24
e 48 horas.............................................................................................89
Tabela 5.51 - Testes biolgicos com a bactria Staphylococcus aureus nos corpos
de prova de silicone de uso mdico no grupo de 2 ml de biocida as 24
e 48 horas.............................................................................................89
Tabela 5.52 - Eficcia dos corpos de prova confeccionados de resina
autopolimerizavel com biocida frente a bactria Escherichia coli........90
Tabela 5.53 - Eficcia dos corpos de prova confeccionados de resina
autopolimerizavel com biocida frente a bactria Staphylococcus
aureus...................................................................................................90
Tabela 5.54 - Eficcia dos corpos de prova confeccionados de resina
termopolimerizavel com biocida frente a bactria Escherichia coli.....90
Tabela 5.55 - Eficcia dos corpos de prova confeccionados de resina
termopolimerizavel com biocida frente a bactria Staphylococcus
aureus...................................................................................................91
Tabela 5.56 - Eficcia dos corpos de prova confeccionados de silicone de uso
mdico com biocida frente a bactria Escherichia coli.........................91
Tabela 5.57 - Eficcia dos corpos de prova confeccionados de silicone de uso
mdico com biocida frente a bactria Staphylococcus aureus...........91
22
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
PBMF Prtese Bucomaxilofacial
PDADMAC Policloreto de dialildimetilamnio
RAAQ Resina acrlica autopolimerizvel
RAAT Resina acrlica termopolimerizvel
RTV Vulcanizados temperatura ambiente
m Micromtro
DNA cido desoxirribonucleico
LPS Lipopolissacardio
EPS Substncia polimrica extracelular
PMMA Polimetilmetacrilato
HTV Vulcanizados pelo calor
UTI Unidade de terapia intensiva
THF Tetrahidrofurano
FOUSP Faculdade de Odontologia da Universidade de Pernambuco
CP Corpo de prova
wt Peso
ml Mililitro
IQUSP Instituto de qumica da Universidade de So Paulo
kGy Quilogray
60CO Cobalto
137Cs Csio
MeV Milhes de eltron volts
IPEN Instituto de Pesquisas Energticas Nucleares
USP Universidade de So Paulo
ICB Instituto de Cincias Biolgicas
UFC Unidade formadora de colnia
SCDLP Soya Casein Digest Lecithin Polysorbate Broth
24
SUMRIO
1 INTRODUO ....................................................................................................... 35
2 REVISO DA LITERATURA ................................................................................. 37
2.1 Prtese Bucomaxilofacial ................................................................................. 37
2.2 Bactrias ............................................................................................................ 38
2.3 Biofilme .............................................................................................................. 42
2.4 Principais fatores que influenciam na adeso microbiana ............................ 44
2.4.1 Superfcie do material....................................................................................... 44
2.4.1.1 rugosidade superficial.................................................................................... 45
2.4.1.2 textura superficial .......................................................................................... 45
2.4.1.3 hidrofobicidade superficial ............................................................................. 46
2.4.2 Composio qumica ........................................................................................ 46
2.5 Biocidas ............................................................................................................. 47
3 PROPOSIO ....................................................................................................... 51
4 MATERIAL E MTODOS ...................................................................................... 53
4.1 Materiais ............................................................................................................. 53
4.1.1 Materiais de uso para prtese bucomaxilofacial ............................................... 53
4.1.1.1 Resinas acrlicas ........................................................................................... 53
4.1.1.2 Silicone de uso mdico .................................................................................. 54
4.1.2 Escherichia coli ................................................................................................ 55
4.1.3 Staphylococcus aureus .................................................................................... 56
4.1.4 Biocida .............................................................................................................. 57
4.1.4.1 policloreto de dialildimetilamnio ................................................................... 57
4.1.5 Solventes .......................................................................................................... 58
4.1.5.1 gua ............................................................................................................. 58
4.1.5.2 tetrahidrofurano ............................................................................................. 59
4.2 Mtodos .............................................................................................................. 59
4.2.1 Testes da incluso do material ......................................................................... 59
4.2.2 Testes de superfcie ......................................................................................... 61
4.2.3 Esterilizao com radiao Gama .................................................................... 62
4.2.4 Testes biolgicos .............................................................................................. 63
26
4.2.4.1 produo de placas de petri com meios de culturas ricos ............................. 65
4.2.4.2 duplicao das bactrias Staphylococcus aureus
e Escherichia coli.......................................................................................... 66
4.2.4.3 produo do inoculo ...................................................................................... 67
4.2.4.4 seleo do corpo de prova e colocao nas placas
de 12 locos .................................................................................................... 68
4.2.4.5 colocao do inoculo nos corpos de prova
e logo aps a colocao do meio SCDLP .................................................... 69
4.2.4.6 diluio seriada da soluo formada ............................................................. 70
4.2.4.7 colocao nas placas de petri marcadas com
as diluies, tipo de corpo de prova e data .................................................. 71
4.2.4.8 contagem de cepas ....................................................................................... 71
4.2.4.9 clculos referenciais ...................................................................................... 73
5 RESULTADOS ....................................................................................................... 75
6 DISCUSSO .......................................................................................................... 93
7 CONCLUSO ........................................................................................................ 97
REFERNCIAS..........................................................................................................99
35
35
1 INTRODUO
A Prtese Bucomaxilofacial (PBMF) a especialidade odontolgica que se
destina ao estudo, planejamento, confeco e instalao de prteses intra e
extrabucais, indicadas quando as regies maxilofaciais so perdidas devido a
patologias, traumas ou cirurgias oncolgicas (1,2).
Diante de pacientes mutilados, pode-se recorrer a trs tipos de modalidades
teraputicas: a cirrgica, a prottica e a mista. Visando a reabilitao prottica ou
mista das mutilaes faciais e orais, a Prtese Bucomaxilofacial tem por objetivos
bsicos restaurar a esttica, funo, proteo dos tecidos e auxiliar na terapia
psicolgica (3).
Dentre os materiais de eleio para confeco dessas prteses, os silicones
mdicos e as resinas acrlicas tem um papel de destaque graas a sua
biocompatibilidade, seu custo, sua maleabilidade e fcil uso (3,4).
Como qualquer outra prtese, a PBMF tem seu tempo limitado de uso devido
a fatores como: desadaptao das prteses, proliferao de fungos e bactrias,
perda de esttica e algumas modificaes no estado geral. Assim, o paciente
periodicamente busca trocar ou reparar esse dispositivo para que as funes, que
ele exerce, no sejam comprometidas (1,3,5,6).
Um dos principais fatores que rotineiramente antecipa o retorno do paciente
para a troca da prtese, a proliferao de fungos e bactrias que comprometem a
esttica e portanto trazem incomodo e inflamaes na regio afetada.Essa
proliferao microbiana causada pela falta de higiene do paciente com a prtese,
por excesso de uso do meio qumico para o suporte prottico,pela rotina de uso no
qual o material em seu desgaste agrega cada vez mais ranhuras ou pela juno
desses fatores(3,6).
Isso leva a uma das principais questes da sociedade moderna: o controle
das proliferaes e infeces microbianas. Hoje em dia, esse controle est cada vez
mais difcil graas a resistncia microbiana que se enfrenta. Por isso, alguns agentes
antimicrobianos foram testados e os resultados so os mais variados possveis e
alguns ainda no so totalmente compreendidos (7,8,9).
36
O policloreto de dialildimetilamnio (PDADMAC) possue capacidade
antibacteriana inerente sendo usado pelas indstrias qumicas na purificao de
guas. J foi comprovado, em seu uso isolado,a eficcia contra os microrganismos
B. subtilis, E. coli, and S. aureus, C. albicans, A. flavus e F. oxysporumfungi (10).
A presena desses agentes na superfcie de alguns materiais so capazes de
resolver varias questes importantes como a proliferao de microrganismos nos
equipamentos para intubao, na desinfeco de utenslios domsticos, proliferao
da variada microbiota criada nas prteses, entre outros (4,6,11,12).
Para tanto, os mais diferentes tipos de materiais podero atuar como uma
matriz que prendem os agentes antimicrobianos. Prem, h a necessidade de
anlisar as caractersticas dessa matriz de materiais, pois poder haver uma grande
influncia sobre a atividade antimicrobiana definitiva (10).
Com isso, o presente trabalho busca avaliar a eficcia do biocida PDADMAC
incorporado a resinas acrlicas, termoativadas (RAAT) e autoativadas (RAAQ), e o
silicone mdico RTV, materiais de eleio para a confeco das prteses orais e
faciais.
37
2 REVISO DA LITERATURA
2.1 Prtese Bucomaxilofacial
A face humana provavelmente uma das estruturas mais belas do
universo. Ela composta por tecidos moles e mveis sobre os tecidos duros, que
lhe serve de suporte. Sua funo caracterizar as expresses, graas
movimentao da pele sob o efeito dos msculos, e as percepes. O conjunto
destas duas entidades permite ao homem expressar seus sentimentos, suas
necessidades, suas aspiraes e, sobretudo o poder de comunicao. Em
decorrncia destas funes da face, necessrio reabilit-la quando ocorre algum
tipo de mutilao nessa regio (13,14,15).
Essas mutilaes podem causar defeitos funcionais e cosmticos na regio
maxilofacial pelas mais variadas etiologias, que podem ser congnitas, patolgicas,
traumticas ou iatrognicas, como fissuras orofaciais, exrese de tumor e necrose
ps-radiao, respectivamente(16,17).
Salienta-se ainda que ferimentos diversos como acidentes de trnsitos, armas
de fogo, agresses interpessoais, acidentes esportivos, queimaduras e choques
eltricos tambm podem trazer danos aos tecidos moles e duros de todo o corpo e
da regio maxilofacial, em particular (18).
Antigamente as amputaes, termo usado em cirurgia referente retirada de
um rgo ou de parte dele, eram muito usadas em situaes de extremidade, como
lngua, apndice nasal, pavilho auricular, mama, intestinos, reto, colo uterino, pnis
e membros. Atualmente, o pensamento cirrgico mudou e as cirurgias passaram a
ser reconstrutivas, quando possvel. Esse tipo de cirurgia visa restaurar o membro
"doente" ou planejar para que o coto se transforme em um arcabouo til para
posterior reabilitao prottica (19,20).
Quando a cirurgia plstica invivel ou no consegue obter o devido
sucesso, a reabilitao prottica bucomaxilofacial se torna a melhor soluo para os
38
casos. Portanto, o campo da prtese bucomaxilofacial definido como a
reconstruo prottica de tecidos da cabea e do pescoo perdidos ou desfigurados
(21).
Essas prteses tm um importante papel na devoluo da autoestima do
paciente pois, esses pacientes apresentam importantes caractersticas
comportamentais, tais como: depresso, vergonha, ansiedade, timidez, passividade,
revolta e baixa autoestima. Atravs da restaurao prottica ser possvel reintegr-
lo, buscando assim, resgatar a identidade do indivduo. Alm disso, essas alteraes
tambm precisaram ser trabalhadas psicologicamente, caso contrrio, a reabilitao
prottica no atingir os seus objetivos (1,22,23,24).
Como em todas as reconstrues, a da regio oral e maxilofacial uma tarefa
difcil. Seus aspectos anatmicos, funcionais e estticos tem um papel primordial
durante a realizao de uma reconstruo. Os contornos faciais tm de ser
alcanados, a fala com padres de normalidade, a deglutio adequada e os
movimentos devem ser considerados. A esttica precisa ser mantida e o
comprometimento de estruturas nobres deve ser evitado (25).
2.2 Bactrias
Bactrias so estruturas relativamente simples, unicelulares, medem
normalmente de 0,2 a 1,5 micromtro (m) e podem viver isoladamente ou
agrupadas. Esses organismos so procariontes, no apresentam carioteca e se
reproduzem assexuadamente. Entre as principais estruturas que as formam esto os
retculos endoplasmticos, a parede celular, o material cromossmico, os
ribossomos, os plasmdios, a membrana celular e a parede celular como vemos na
figura 1.1 (26).
39
Fonte: Murray (2006, p. 37) (26)
Figura 1.1 - Composio dos procariontes
O material cromossmico bacteriano um isolado circulo de DNA nico
estando em uma rea chamada de nucleide. Os plasmdios, que so DNAs
extracromossmicos, conferem as bactrias uma resistncia bacteriana elevada,
acarretando em uma vantagem seletiva (27).
J os ribossomos bacterianos so estruturas unidas (30S+50S) que formam
um corpo s, o ribossomo 70S. Essa estrutura de extrema importncia por serem
os principais alvos de drogas antibacterianas. Alm disso, a membrana
citoplasmtica desses microrganismos se diferencia dos eucariontes na sua
composio. Essa membrana tem como base uma bicamada lipdica contendo
protenas de transportes, bombas de ons e enzimas; mas no contm esteris em
sua rede (27).
A parede celular, formada por camadas rgidas e repetitivas de
peptidoglicanos, acarreta respostas imunes inativas protetoras dos seres humanos.
Essa composio importante, pois distingue as bactrias de acordo com a
classificao de colorao Gram (28).
A classificao de colorao Gram um dos diferentes meios de classificar os
tipos bacterianos e se baseia em um teste rpido, fcil e poderoso que com o auxlio
da microscopia ptica permite ao Cirurgio-Dentista e ao Mdico um meio de
direcionamento teraputico. O processo se desenvolve quando as bactrias so
fixadas atravs do calor e coram com a aplicao do corante de cristais violetas.
Logo aps, aplica-se ento o iodo para retirar do excesso de corante e lava-se com
lcool. Dando continuidade, outro corante colocado com contraste vermelho, a
40
safranina, para corar o restante de clulas descoradas(26). Como vemos na figura
1.2:
Fonte:Murray (2006, p. 45) (26) Figura 1.2 - Bactrias submetidas a colorao Gram. As bactrias que esto coradas de violeta so classificadas como bactrias Gram-positivas. J as que esto coradas com o contraste vermelho so classificadas como bactrias Gram-negativas
As bactrias Gram-positivas se tornam violetas, pois o corante fica
aprisionado na grossa camada peptidoglicana que a circunda. J as bactrias Gram-
negativas possuem uma fina camada de peptdeos e no conseguem reter o corante
violeta, mas retm a Safranina, tornando-se vermelhas (26).
As bactrias Gram-positivas possuem uma parede celular de mltiplas
camadas com os peptidoglicanos sendo o principal componente de formao.
Somando a ele, os cidos teicicos, os cidos lipoteicicos e os complexos
polssacardios tambm fazem parte dessa composio da parede celular (27).
J as bactrias Gram-negativas, tem uma composio diferente e bem mais
complexa dessa estrutura. Fundamentalmente, a parede celular desse tipo de
bactria contm duas camadas. A primeira camada uma bastante fina e tem sua
composio formada por uma cadeia de, apenas, peptidoglicanos. Logo em seguida
41
a segunda camada, tambm chamada de membrana externa, se caracteriza por ser
uma barreira assimtrica de permeabilidade para as molculas grandes e se divide
em dois folhetos: o folheto interno e o folheto externo.O folheto interno tem em sua
composio os fosfolipdios e o folheto externo, porm, formado por uma molcula
anfiptica, molcula que possui terminaes hidroflicas e hidrofbicas, nomeadas
de lipopolissacardio (LPS) (27).
Em tempo, os peptidoglicanos que esto presentes nos tipos de bactrias
citados acima so formando por dois tipos de acares, o cido N-acetilmurmico e
a N-acetilglucosamina, e alguns aminocidos. So estruturas importantes para a
replicao, para a sobrevivncia em condies hostis e durante a infeco estimula
a fagocitose e a resposta inativa. A unio desse composto forma uma malha de
superfcie porosa e rgida que permite a difuso dos metablitos para a membrana
plasmtica. Deste modo, o fato do peptidoglicano proporcionar certa rigidez na
estrutura da parede celular faz com que esse composto influencie na geometria da
clula bacteriana (28).
Outra forma de classificar os tipos bacterianos de acordo com sua morfologia.
Dentre os diferentes tipos morfolgicos podemos citar as bactrias esfricas ou
cocos, as bactrias em forma de basto ou bacilos, as bactrias em formato de
cobra ou espirilos, as bactrias em forma de vibries e entre outras formas. Na
figura 1.3 observado os diferentes tipos morfolgicos bacterianos e o como se
caracterizam (26).
Fonte: Murray (2006, p. 52) (26)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Monossacar%C3%ADdeohttps://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=%C3%81cido_N-acetilmur%C3%A2mico&action=edit&redlink=1https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=N-acetilglucosamina&action=edit&redlink=1https://pt.wikipedia.org/wiki/Amino%C3%A1cido
42 Figura 1.3 - Morfologia bacteriana e suas caractersticas
Esses seres habitam vrios tipos ambientes tais como o ar, a terra, as
plantas, a gua, os seres humanos, os alimentos, mas pelo fato da grande maioria
no ter capacidade patognica, no trazem riscos de vida aos diversos seres vivos.
Essas bactrias, por meio de suas toxinas, podem produzir muitas doenas (26).
Portanto, uma das principais razes de se estudar esses microrganismos se
baseia em entender as doenas que eles provocam e a maneira mais correta de
preveni-las e control-las.
2.3 Biofilme
O biofilme definido como um aglomerado de clulas ssseis envoltos por
uma matriz de polmeros extracelulares (29). Sendo acrescido por Donlan e
Costerton (2002) (30) que observou os biofilmes e definiu como uma biocenose
caracterizada por clulas que esto ligadas a um substrato, interface ou a ambas.
Esse composto desfruta de um modo de crescimento bastante seguro e protegido,
isso faz com que ele sobreviva em ambientes hostis. Outrossim, podem consistir em
uma nica espcie bacteriana ou em vrias espcies interagindo cooperativamente
(29,30,31,32).
Essa estrutura preponderantemente constituda por gua. Do seu
arcabouo, 15% correspondem as bactrias e o restante, 85%, em volume de
substncias polimricas extracelulares (EPS) que constituem a matriz (31,33).
Didaticamente, a formao desse composto dividida em cinco etapas. A
primeira etapa, a etapa de formao do filme condicionador, se baseia na cobertura
da superfcie com uma camada de pequenas molculas orgnicas que esto
presentes no meio aquoso que o circunda (34,35,36).
Em seguida, comea-se a segunda etapa caracterizada pela adeso
reversvel de microrganismos superfcie. Esses seres vivos agregam-se uns aos
outros formando conjuntos microbianos, antes de aderirem superfcie do filme
condicionador. Logo aps, aderem-se ao filme condicionador e formam o biofilme
inicial (34,36).
43
Essa adeso inicial reversvel transforma-se em irreversvel, caracterizando a
terceira etapa, sobretudo pela produo de substncias polimricas pelos
microrganismos (35,37).
Portanto, quando aderidas superfcie de maneira irreversivelmente os
microrganismos multiplicam-se e comeam a produzir as EPS, determinando a
quarta etapa. Por fim, a ltima etapa acontece quando se sucede a libertao de
microrganismos ou lascas de biofilme para o meio circundante como vemos na figura
1.4 (34,37,38).
Fonte: Lasa (2006, p 23) (35)
Figura 1.4 - Esquemas das etapas do Biofilme
Com relao aos microrganismos,os que formam o biofilme apresentam a
capacidade de sobrevivncia quando esto aderidos em tecidos duros e moles,
como por exemplo, os dentes ou os revestimentos protticos. Na regio bucal, a
energia livre e a rugosidade superficial tm uma relevncia significativa na aderncia
bacteriana e na maturescncia do biofilme caracterizando o aumento de
microrganismos, o aumento do risco de inflamaes na mucosa, cries e infeces
periodontais (39).
J a poro anterior dos cornetos nasais e as passagens nasais, so
colonizadas por Staphylococcus epidermidis, Streptococcus pneumoniae, Neisseria,
Enterobacter, Candida albicans, entre outros microrganismos. Em relao as
passagens nasais, os seios paranasais quando ntegros so normalmente estreis
(40,41).
Sob o mesmo ponto de vista, estudos com usurios de prteses oculares
elucidaram que as bactrias mais comuns nas cavidades anoftlmicas so o
44
Staphylococcus aureus e Pseudomonas sp. Porm nas duas ltimas dcadas,
observou-se um aumento de infeces nessas cavidades devidas a Staphylococcus
coagulase negativa, em especial com a espcie Staphylococcus epidermidis
(42,43,44,45,46).
A partir de anlises microscpicas foi descoberto que mais de 99,9% das
bactrias multiplicam-se em biofilmes nas mais variadas de superfcies, incluindo os
tecidos vivos, os dispositivos mdicos, os sistema de canalizao de gua potvel,
os sistemas aquticos naturais, entre muitos outros (30,47).
No entanto, para que essas bactrias consigam se anexar no biofilme existem
alguns elementos que influenciam nessa fixao como a disponibilidade de
nutrientes na superfcie e a sua concentrao, o pH, a temperatura, a concentrao
de eletrlitos, a osmolaridade, o fluxo de materiais e os tipos de superfcie, isso
levando em considerao as individualidades de cada espcie de microrganismo
(31, 48). Outros fatores como a disponibilidade de superfcie, estmulos ambientais e
regulao de genes tambm afetam na construo de um biofilme (47).
2.4 Principais fatores que influenciam na adeso microbiana
2.4.1 Superfcies dos materiais
Existem vrios fatores que influenciam a adeso bacteriana quando os
correlacionamos com as superfcies dos diversos materiais, dentre esses fatores
podemos incluir a composio qumica dos materiais, a carga superficial, a
hidrofobicidade, a rugosidade e a configurao fsica. Acrescenta-se tambm que a
energia da superfcie influncia os stios de adeso, que podem alterar-se mudando
os atributos de hidroflicidade e hidrofbicidade com os diferentes tipos de
biofilme(38).
Portanto, se torna fulcral uma anlise desses pontos importantes para os
diferentes tipos de superfcies dos materiais relacionando com a superfcie das
bactrias que sero encontradas. Visando solues,o pr-tratamento da superfcie
tem um papel primordial na inibio dessa adeso de bactrias (49).
45
A composio qumica dos materiais, a carga superficial, a hidrofobicidade, a
rugosidade e a configurao fsica sero abordadas com maior nfase no decorrer
desse tpico.
2.4.1.1 rugosidade superficial
A rugosidade superficial descreve a distncia medida entre os picos e os
vales na superfcie. Diversos estudos mostram uma proporo direta entre as
rugosidades na superfcie e a adeso de microrganismos. Isto se fomenta pela
menor intensidade das foras de corte e tambm pela rea de superfcie encontrar-
se aumentada(50).
Dentre os diversos tipos de materiais; as prteses clnicas, os instrumentos
mdicos e os materiais de implante tm diferentes rugosidades superficiais.
Portanto, so necessrios cada vez mais estudos para testar as repercusses de
superfcies rugosas e os biofilmes (51).
2.4.1.2 textura superficial
Diferentemente da rugosidade superficial, a configurao fsica se baseia no
desvio da superfcie ou ondulaes com relao a forma ideal que se pretendia ter,
causado; por exemplo, por uma falha no nivelamento. Rotineiramente, as condies
fsicas so avaliadas por microscopia de varredura eletrnica (38,52).
Entretanto, essa textura superficial se comporta como as rugosidades
acumulando e promovendo a adeso bacteriana, com isso a deposio do biofilme,
enquanto que as superfcies lisas tem um comportamento contrrio. Alm disso, as
superfcies porosas tem um acmulo de biofilme em uma velocidade muito mais
elevada, pois as bactrias aderem e colonizam preferencialmente nessas reas (49).
46
2.4.1.3 hidrofobicidade das superfcies
Os materiais podem ser separados em dois grupos: os materiais com alta
energia e os de baixa energia de superfcie. Os primeiros so os materiais
hidroflicos, constantemente carregados negativamente e so usualmente os
materiais inorgnicos como metais ou minerais (49).
Todavia, a segunda classificao se refere normalmente aos materiais
hidrofbicos, com baixa energia eletrosttica sendo, geralmente, polmeros
orgnicos como plsticos e o teflon (52,53).
Dependendo da hidrofobicidade, as bactrias se aderem melhor ou pior as
superfcies dos materiais. Muitos estudos revelam que os materiais hidroflicos so
mais resistentes h adeso bacteriana que os materiais hidrofbicos. A
hidrofobicidade da superfcie determinada por medidas de ngulos de contato
atravs dos mais variados tipos de programas (49,53).
2.4.2 Composio qumica do material
A composio qumica dos materiais um ponto importante para a aderncia
dos biofilmes pois, por exemplo, estudos relatam que os Staphylococcus epidermidis
aderem melhor as superfcies dos polmeros, em contrapartida as S. aureus fixam-se
principalmente em superfcies metlicas (49).
Dessa forma, fica explicitado o fato das infeces por S. epidermidis estarem
ligadas com implantes polimricos enquanto os S. aureus esto associados a
infeces em implantes metlicos. Mais recentemente, foi descoberto que o
Staphylococcus epidermidis adere com maior preciso hidroxipatita do que aos
outros materiais (50, 53).
47
2.5. Biocida
Os biofilmes representam um papel importante em muitos processos como o
equilbrio microbiano dentro de um ser vivo, por exemplo. O seu modo de
crescimento est relacionado com o conhecimento de futuras resistncias
bacterianas. Porm, muito desses aglomerados atuam de maneira indesejada
causando srios impasses em vrias reas, entre elas os campos industriais, os
biomdicos, a sade pblica e os impactos ambientais (30, 54).
Os dispositivos protticos, que podem ser de longa ou curta permanncia,
tm sido primordiais para aumentar e melhorar a expectativa e qualidade de vida de
muitos pacientes. O envelhecimento da populao e crescente necessidade da
utilizao de dispositivos mdicos para substituir e/ou para reparar tecidos tendem a
aumentar consideravelmente a formao do biofilme (30, 31, 55).
Fatores especficos como a durao de utilizao, nmeros e tipo de
organismos qual o dispositivo est exposto, a taxa de fluxo, a composio do
meio, o material de construo do dispositivo e caractersticas fsico-qumicas da
superfcie determinam a suscetibilidade de um dispositivo com a contaminao
microbiana e formao de biofilme (56).
Essa existncia de microrganismos dificulta a aniquilao das mais diversas
infeces, sendo assim, um problema para a sade pblica mundial. Dentre as
demais formas de erradicar os biofilmes, as variaes qumicas constituem a
preponderante estratgia aplicada em dispositivos mdicos de longa e curta
permanncia. Com isso, o uso de agentes antimicrobianos nesses materiais vem
aumentando com o objetivo de controlar a formao desses biofilmes no desejados
(57, 58, 59).
Portanto, de extrema importncia esse processo desde que no haja
alteraes importantes em sua estrutura e nem que se retire a biocompatibilidade
deste artifcio (3,60).
O biocida um termo genrico usado para agentes qumicos, geralmente de
amplo espectro, que inativam ou matam determinados microrganismos. Por isso,
podem ser considerados uma possvel soluo eficiente para esses problemas (12).
48
Na literatura, os biocidas j esto presentes em algumas cincias como a
Qumica, Biologia, Medicina, Geografia, Economia, Ecologia e Agronomia. Elas
relatam a adio desses produtos na vida dos seres humanos nos mais diferentes
nveis e complexidades. Mas na rea Odontolgica ainda no se tem estudos
relevantes sobre o assunto (61).
Portanto, deve-se saber que para a escolha de um biocida, existem certos
requisitos que se deve considerar (62), como ser pontuado a seguir:
Atividade contra uma grande quantidade de microrganismos.
Biocompatvel com o ser humano.
No ser corrosivo.
Biodegradveis, qualquer biocida residual deve ser inofensivo ecologicamente.
Eficcia no comprometida pela presena de materiais orgnicos e inorgnicos.
Estabilidade com relao a temperatura e pH.
No interferir com outras solues presentes nos compostos.
Fcil manuseamento e armazenamento.
Nenhum biocida ir preencher todos os pontos supra citados, portanto, sua
escolha dever ser uma unio dos adequados pontos de acordo com a finalidade
que se queira usar (38).
Esse material reage com os microrganismos e para serem efetivos precisam
causar a morte microbiana. A reao do biocida com a clula microbiana envolve
uma ligao inicial com a superfcie da clula, embora em alguns microrganismos os
locais dessa interao devam ser encontrados no interior da clula. Os locais de
preferncia para a ao dos biocidas so a parede celular, os componentes da
membrana citoplasmtica e o citoplasma (63,64,65).
A Figura 1.5 representa esquematicamente os locais nos quais os biocidas
tem preferncia para interagir nas bactrias gram-positivas e gram-negativas.
49
Fonte: Caador (2009, p. 27) (38)
Figura 1.5 - Locais com potencial ativo nas bactrias para ao dos biocidas
As bactrias gram-positivas so em geral mais sensveis aos biocidas do que
as bactrias gram-negativas devido a falta da membrana exterior. Assim, os biocidas
tendem a requintar o mecanismo de entrada para as bactrias gram-negativas e
com isso conseguir a eficcia desejada (66,67).
Portanto, a juno entre os biocidas e materiais como as resina acrlicas e o
silicone de uso mdico, usados para a confeco de prteses orais e faciais, podem
trazer grandes benefcios aos pacientes portadores desse tipo de prtese.
51
3 PROPOSIO
Verificar a capacidade de incluso e a eficincia bactericida do biocida
policloreto de dialildimetilamnio (PDADMAC) em resina acrlica autopolimerizvel
(RAAQ) e termopolimerizvel (RAAT), e silicone de uso mdico.
53
4 MATERIAL E MTODOS
4.1 Materiais
4.1.1 Materiais de uso para prtese bucomaxilofacial
Atualmente, as prteses bucomaxilofaciais podem ser confeccionadas por
vrios materiais. Entre eles, a resina acrlica e o silicone de uso mdico.
4.1.1.1 resinas acrlicas
As resinas acrlicas so compostos orgnicos classificados como polmeros.
Sua estrutura qumica produzida de maneira sinttica e em sua composio
carbono, o hidrognio e elementos no metlicos. Podem apresentar caractersticas
fibrosas, borrachides, resinosas e rgidas, estas sendo determinadas por sua
morfologia molecular (68).
Nos anos de 1937 e 1940, o avano tecnolgico a partir de estudos levaram a
resina base de polimetilmetacrilato (PMMA) ou resina acrlica a ser uma
surpreendente alternativa para confeco de prteses odontolgicas e tambm para
uso em outras reas (69).
Entre as principais caractersticas que levaram ao sucesso e difuso desse
material por todo mundo esto a biocompatibildade, a ausncia de sabor e odor, as
propriedades trmicas adequadas, a estabilidade dimensional, o bom potencial de
polimento, a esttica agradvel e o fcil manuseio. Atualmente, as resinas acrlicas
vm sendo aprimoradas com relao a suas propriedades fsicas e mecnicas para
que ento as indstrias consigam ampliar cada vez mais seu uso (70,71).
Por ser um compsito, este material est predisposto a modificaes de
temperatura, tenses e tambm a presena de lquidos oriundos das mais diversas
origens. Esses acontecimentos ocasionam diversos tipos de degradao como
54
alterao de cor, desgaste, infiltrao marginal, absoro de contaminantes
(3,72,73,74).
Essas resinas tem uma ampla aplicao na odontologia como na confeco
da base de prteses bucais, placas miorelaxantes, moldeiras individuais, padres
fundio, prteses faciais, prteses provisrias imediatas, coroas provisrias, dentes
artificiais, reparo de prteses no geral, acrilizao de aparelhos ortodnticos,
confeco de prteses internas, prteses oculares, obturadores palatinos, entre
outros. Por todos esses fatores, os dentes artificiais confeccionados com esse
material, por exemplo, chegam a marca de 60% dos vendidos nos Estados Unidos
da Amrica (3,75,76).
4.1.1.2 silicones de uso mdico
Os silicones so polmeros de alto peso molecular que se constituem em uma
repetio de unidades bsicas que formam longas linhas ou cadeias cclicas. Esse
composto muito bem tolerado pela pele, relativamente duradouro, so resistentes
ao atrito, de fcil higienizao, flexveis e no condutores de calor. So classificados
no tipo HTV, os vulcanizados pelo calor, ou do tipo RTV, os vulcanizados
temperatura ambiente. O HTV mais durvel e resistente quando comparado com o
RTV, porm exige uma tcnica de trabalho muito mais sofisticada e rebuscada (77).
Neves e Vilella (1998), em meados da dcada de 80, desenvolveram uma
escala de silicone nas tonalidades da pele humana. Nesse estudo foram
confeccionados vinte e sete corpos-de-prova em silicone actico e incrementados os
pigmentos xidos de ferro e o dixido de titnio. O volume de silicone actico foi
mantido constante em todos os corpos de prova e os pigmentos foram aplicados
vrias propores at a obteno de vinte e sete diferentes tonalidades. Com isso,
as tonalidades dos corpos de prova foram comparadas com a cor de pele dos
pacientes, compondo desta forma um a escala de tonalidade. Esse estudo foi de
extrema importncia para a Prtese Bucomaxilofacial, pois evidenciou a possvel
definio das tonalidades da pele com esse material, alm de facilitar essa definio
para as confeces dessas prteses em silicone (78).
55
Uma vantagem do silicone essa disponibilidade de uma colorao intrnseca
por pigmentos durante o preparo. Todavia, essa adio na massa do material
poder modificar suas propriedades fsicas e mecnicas (77,78).
Segundo a literatura, os problemas mais rotineiros associados s prteses
faciais confeccionadas em silicone so a perda das propriedades fsicas quando
comparada com as resinas, a dificuldade de reparo, a descolorao da prtese
continua e o pequeno tempo de vida til que depende dos hbitos pessoais do
indivduo, do clima e do meio ambiente(79).
4.1.2 Escherichia coli
Dentre o gnero Escherichia existem cinco tipos de espcies bacterianas, a
mais comum se denomina a Escherichia coli. Esse tipo de bactria esta classificada
na famlia das Enterobacteriaceae sendo um bastonete Gram-negativo de tamanho
moderado e de grande importncia clnica (26).
As bactrias que formam essa famlia so imveis ou se movimentam atravs
de flagelos peritrquios, no so esporulados, so anaerbios facultativos, presentes
em grande parte da microbiota endgena e podem ser proliferados em ambos os
meios - seletivos e no seletivos -, por possurem necessidades nutricionais
simples(26).
Essa espcie est relacionada tambm com a instalao de diversas doenas
no ser humano, entre elas esto a sepse, a infeco do trato urinrio, a meningite
neonatal e a gastroenterite. Alm disso, ela est associada a cerca de 80% de todas
as infeces em unidades de terapia intensiva (UTI) comunitrias em pases
desenvolvidos (80,81).
Acrescentando, quando essa espcie bacteriana causa a gastroenterite, elas
so divididas em cinco tipos de organismos diferentes; a E. coli enteropatognica, E.
coli enterotoxignica, E. coli enterohemorrgica, E. coli enteroinvasora, E. coli
enteroagregativa. Essa diviso se baseia no local de ao, no aspecto clnico da
doena e na patognese desses microrganismos (82).
O diagnstico deve ser feito e pode ser fechado com alguns procedimentos
laboratoriais. A cultura de bactrias um meio eficaz para esse tipo de diagnstico,
56
pois como dito acima essas bactrias proliferam nos dois tipos de meio de cultura.
Alm dele, existem tambm a identificao bioqumica e a classificao sorolgica
que explanam uma grande taxa de sucesso nesse tipo de diagnstico (81).
O tratamento para essas infeces deve seguir cautelosamente os testes de
suscetibilidade in vitro e a experincia clnica. Aplica-se estar atento para as
concentraes subteraputicas, pois essa famlia bacteriana tem uma capacidade de
desenvolver bactrias resistentes rapidamente (81).
4.1.3 Staphylococcus aureus
Essa bactria faz parte de um grupo heterogneo aonde existem algumas
atribuies gerais, e dessas caractersticas destacam-se: so cocos gram-positivos,
com ausncia de endsporos, com tamanho variando de 0,5 a 1,5 m, so imveis e
so aerbicas facultativas (26).
O nome do gnero Staphylococcus vem do grego staphyl, que tem como
significado "cacho de uva". Portanto, esse nome surgiu pela forma de crescimento
que essa bactria adere. Esse gnero, atualmente, contm 35 espcies e 17
subespcies e podem ser encontradas em interao com os seres humanos (26).
Normalmente, so encontradas na epiderme e nas membranas mucosas
podendo causar uma relao patolgica atravs da produo de toxinas, na violao
direta ou na presena de leses nos tecidos. Dentre as patologias que esse
microrganismo pode causar esto: a sndrome da pele escaldada estafiloccica,
intoxicao alimentar estafiloccica, sndrome do choque txico, terol, foliculite,
infeces cutneas, endocardite, pneumonia, empiema, osteomielite e artrite sptica
(83).
O diagnstico, assim como a Escherichia coli, se baseia em exames
laboratoriais como a microscopia, a cultura, a sorologia e os testes bioqumicos para
a identificao (83).
O tratamento sofreu varias evolues no decorrer do tempo. Antigamente, as
penicilinas eram muito usadas para a cura das infeces causadas por essas
espcies. Porm, atualmente, menos de 10% das cepas bacterianas de
Staphyloccus so sensveis a esse tipo de medicamento. Graas a resistncia
57
bacteriana muitas estruturas qumicas vm sendo testadas para que criao de
novas estratgias de tratamento (84).
4.1.4 Biocida
4.1.4.1 policloreto de dialildimetilamnio
O policloreto de diallildimetilamnio (PDADMAC) um polmero hidrossolvel
usado para purificao de gua e na fabricao de papel (Figura 4.1). Graas as
suas molculas de sais de amnio quaternrio esse composto apresenta a ao
biocida (85,86).
Fonte: Turrer (2004, p. 39) (89)
Figura 4.1 - Estrutura qumica do policloreto de diallildimetilamnio
Um dos mecanismos mais aceito para essa ao ruptura da membrana
celular causada pela a interao eletrosttica entre a carga positiva do ction
amnio com as cargas negativas da membrana celular, como mostra a figura 4.2.
(87,88,89,90)
58
Fonte: Siedenbiedel (2012, p.59) (87)
Figura 4.2 - Representao da interao entre ctions de amnio (tringulo vermelho) e bactrias
4.1.5 Solventes
4.1.5.1 gua
A gua considerada um dos maiores solventes encontrados na natureza,
capaz de dissolver as mais diferentes substncias como os sais, os gases, os
aucares,as protenas, os aminocidos, por isso, ela recebe o nome de solvente
universal. Portanto, se caracteriza por ser um solvente polar, alm de ser inorgnico,
no txico, no inflamvel, de baixo custo, baixa periculosidade operacional e no
poluente (91,92,93).
Essa capacidade de solvatao bastante elevada graas sua alta
polaridade. As ligaes hidrognio so ligaes qumicas formadas por um tomo de
hidrognio que se posiciona entre dois tomos fortemente eletronegativos; estes
podem estar em molculas diferentes ou em posies diferentes na mesma
molcula (94).
Hoje, a gua tem sido bastante visada graas ao campo da qumica verde.
Esse campo busca a preveno da poluio causada pelas diversas reas da
qumica. Esse setor vem crescendo bastante devido a nova poltica ambiental que
visa a proteo do meio ambiente e da sade do trabalhador. Com isso, fica notria
a importncia desse material como solvente na sociedade atual (95).
59
4.1.5.2 tetrahidrofurano
O tetrahidrofurano, que tem como sigla o THF, fundamenta-se em um
composto orgnico heterocclico que se assemelha ao composto acetona na sua
predisposio a evaporao. Trata-se de um solvente polar aprtico, contm uma
molcula de H+ dissocivel, capaz de dissolver componentes polares e apolares
(96).
Esse composto apresenta caractersticas que se aproximam das propriedades
dos solventes empregados nas formulaes de diversos materiais. Alguns estudos j
foram desenvolvidos como o de Fontes em 2009, como mostra a figura 4.3, mas,
ainda hoje, as informaes encontradas com relao a esse solvente sobre a sua
atuao nos materiais odontolgicos pouco conhecida (97,98).
Fonte: Fontes (2009, p 15)
Figura 4.3 - Estrutura qumica do tetrahidrofurano
4.2 Mtodos
4.2.1 Testes da incluso do material
Foi realizado um pr-teste para avaliar o mtodo de incluso dos biocidas nos
materiais, resina acrlica e silicone mdico. Essa etapa foi realizada a partir da
criao e realizao da Iniciao Cientfica na Faculdade de Odontologia da
Universidade de So Paulo (FOUSP). A ideia foi pincelar o biocida na superfcie dos
materiais e elevar a temperatura vtrea para assim conseguir a interao entre esses
dois compostos. Porm, os resultados mostraram que o biocida pincelado nas
60
superfcies tornava-se frivel, sem aderncia e comprometia a esttica do material
(Figura 4.4).
Figura 4.4 - Biocida sendo elevado a temperatura vtrea do material e formando uma pelcula no aderente e frivel
Logo em seguida, foi pensado na utilizao desses biocidas no momento da
manipulao desses materiais. Desta maneira, foram utilizados para os testes de
interao o polictions policloreto de dialildimetilamnio (PDADMAC) na
concentrao 4% em peso (wt) por 10 milimetros (ml) de solvente, gua ou
tetrahidrofurano, e aplicados durante a manipulao dos corpos de prova (CP)
confeccionados nesses materiais (Figura 4.5). Os materiais usados foram as resinas
acrlicas Jet auto e termopolimerizaveis da Clssico e silicone de uso mdico da
Factor II respeitando as propriedades dos fabricantes.
61
Figura 4.5 - Confeco dos corpos de prova. Adequao da geometria e altura a partir de uma forma pr-confeccionada
A incluso da soluo de biocida no material se caracteriza como um
importante passo para que se obtenha sucesso no presente estudo.
4.2.2 Teste de superfcie
Os corpos de prova foram submetidos a testes de superfcies visando saber
como as solues com o biocida estavam distribudas na matria. Esse teste foi
realizado no Instituto de Qumica (IQUSP) com o auxilio do programa de
computao SurfaceWare9 Phoenix como mostra a figura 4.6.
62
Figura 4.6 - Exemplo de resultado dado pelo teste de superfcie no software SurfaceWare9
Esse teste se baseia na comparao entre os corpos de prova sem biocida,
com solvente gua mais o biocida e com o solvente THF mais o biocida para
verificar se os biocidas esto na superfcie desse material. O biocida por ser um
composto hidrfilo tende a interagir melhor com a gua, com isso, quando o biocida
estiver na superfcie do corpo de prova o ngulo formado entre o corpo de prova e a
gota d'gua ser menor do que quando o biocida no estiver.
Portanto, os ngulos foram formandos e o programa SurfaceWare9 que aferiu
e obteve o ngulo formado entre a gota d'gua e a superfcie do corpo de prova do
lado direito e o ngulo do lado esquerdo. O prprio programa calculou uma mdia
aritmtica dos valores dos ngulos e tambm o volume da gota d'gua.
4.2.3 Esterilizao com radiao Gama
A esterilizao a partir da radiao gama usada h mais de 45 anos e na
ltima dcada tem crescido as suas aplicaes. Dentre elas, os dispositivos
mdicos, produtos farmacuticos e tecidos biolgicos tem usufrudo desse processo
com uma dose mnima de 25quiloGray (kGy) (99).
63
Esse processo de radiao parte do princpio bsico de aproveitar a radiao,
onde energia emitida na forma de energia eletromagntica ou partculas para um
determinado fim. Atualmente, utilizada a radiao gama emitida a partir da
desintegrao radioativa do cobalto de massa 60 (60CO) ou do csio de massa 137
(137Cs)(100).
A esterilizao ocorre atravs de colises entre a radiao e os eltrons dos
tomos do material irradiado, fazendo assim com que o tomo do material perca
seus eltrons e formem ons, caracterizando essa radiao como ionizante. Alm
disso, essa radiao altamente penetrante, conseguindo quase alcanar a
velocidade da luz e eliminando qualquer presena de ser vivo mesmo em
embalagens lacradas (101) (Figura 4.7). Por isso, qualquer produto que seja
irradiado estar estril ate que a embalagem seja violada.
Fonte: Da Silva (2014, p. 1630) (102)
Figura 4.7 - Interao do raio gama com o eltron que est em orbita
Esse tipo de radiao consegue matar qualquer componente vital por dois
processos distintos. O primeiro nomeado de ao direta, esse faz com que a
radiao colida diretamente com a clula e acarrete uma falncia ou inibio da sua
reproduo e o segundo tipo denominado de ao indireta, que visa a formao de
radicais qumicos altamente ativos, produzindo assim uma interao com as
molculas de gua dos organismos ali presentes (102,103).
64
Quanto aos nveis de energia que so empregados para os compostos das
diversas indstrias e pesquisas, eles so extremamente baixos, no acarretando
assim nenhum risco ao meio externo. Esses material no se tornam radioativos
desde que seja dada uma radiao de at 10 milhes de eltron volts (MeV) (101).
Assim, os corpos de prova foram submetidos a radiao gama na dosagem
de 25kGy, no Instituto de Pesquisas Energticas Nucleares (IPEN - USP), para sua
esterilizao. Os corpos de prova foram enviados em sacos devidamente lacrados.
4.2.4 Testes biolgicos
Os corpos de prova foram submetidos presena das bactrias
Staphylococcus aureus e Escherichia coli para verificar a eficcia biocida. Esses
testes foram realizados no Instituto de Cincias Biolgicas (ICB - USP)
departamento de microbiologia no laboratrio de resistncia bacteriana e alternativas
teraputicas.
Os testes biolgicos se baseiam no protocolo da Japanese Industrial Standard
nomeado Antibacterialproducts - Test for antibacterialactivity and efficacy JIS Z
2801: 2010.
O protocolo segue a seguintes etapas:
4.2.4.1 produo de placas de petri com meios de culturas ricos.
4.2.4.2 duplicao das bactrias Staphylococcus aureus e Escherichia coli.
4.2.4.3 produo do inculo.
4.2.4.4 seleo do corpo de prova e colocao nas placas de 12 locos.
4.2.4.5 colocao do inculo nos corpos de prova e logo aps a colocao do
meio SCDLP.
4.2.4.6 diluio seriada da soluo formada.
4.2.4.7 colocao nas placas de petri marcadas com as diluies, tipo de
corpo de prova e data.
4.2.4.8 contagem de cepas.
4.2.4.9 clculos referenciais.
Aps isso, os resultados sero tabulados e avaliados para ver se os biocidas
so eficazes com relao as bactrias.
65
4.2.4.1 produo de placas de petri com meio de cultura rico
Para a produo das placas de petri com meio de cultura foram usadas cento
e quarenta e quatro placas de petri, pois para cada corpo de prova utilizado foram
usadas trs placas de petri com meio de cultura.
A escolha do meio de cultura depende do tipo de bactria que se quer a
proliferao e do que ser feito com elas. Existem dois tipos de meios de cultura
com relao aos nutrientes dissolvidos na soluo: os meios seletivos e os meios
ricos. Como o presente trabalho usou as bactrias Staphylococcus aureus e
Escherichia coli que so de diferentes tipos, Gram + e Gram - respectivamente, foi
utilizado ento um meio de cultura rico. Os meios ricos se caracterizam pelo
crescimento de qualquer tipo de bactria, pois o prprio meio apresenta nutrientes
para ambas. (104)
Os meios tambm podem ser classificados de acordo com seu estado de
matria em meios lquidos e slidos. Entre eles o meio slido foi escolhido pela a
vantagem de imobilizar as clulas permitindo um crescimento de forma visvel.
Essas massas isoladas so chamadas de cepas ou colnias, dependendo do
conhecimento ou no da sua espcie bacteriana (104).
Dentre os meios que so slidos e ricos, o Mueller Hinton Agar (Figura 4.8)
foi o escolhido para a cultura bacteriana. Ele se apresenta em forma de p e deve
ser dissolvido em gua destilado na proporo de 38 gramas para 1 litro. Aps ser
feita a mistura deve-se homogeneizar e levar a autoclave para a esterilizao
(Figura 4.9).
Figura 4.8 - Composio do meio Muller Hinton Agar
66
Figura 4.9 - Meio de cultura preparado e esterilizado
Com isso, o meio foi distribudo nas placas de petri e depois submetidas a luz
germicida. Essa luz faz com que o meio, que se encontrava no estado lquido fosse
gelificados. Em tempo, a mesma luz tambm tem um poder bactericida (Figura 4.10).
Figura 4.10 - Placas de petri recebendo a luz geminicida com o meio Mueller Hinton Agar distribudo em toda sua extenso
4.2.4.2 duplicao das bactrias Staphylococcus aureus e Escherichia coli
A duplicao das bactrias se caracteriza num processo simples e rpido.
coletada uma cepa da bactria e em seguida riscam-se as bactrias na superfcie do
67
meio sem rasga-lo. Logo aps, essa placa levada para a estufa a 36C e aguarda-
se 24 horas para que as novas cepas sejam formadas (Figura 4.11).
Figura 4.11 - Escherichia coli ATCC 8739 sendo duplicada. A: Bactrias logo depois de serem riscadas sobre do meio de cultura. B: Cepas formadas aps 24 horas na estufa
4.2.4.3 produo do inculo
Seguindo o protocolo, o inculo se caracteriza pela produo de uma
substncia que esteja com a concentrao bacteriana de 1 x 106unidade formadora
de colnia por mililitro (UFC/ml) aonde o caldo usado para diluio ser o NB 1/500
(Figura 4.12).
Figura 4.12 - Composio do caldo NB 1/500
Ser adicionado em um microtubo, tambm chamado de eppendorf,1 ml de
NB 1/500 e uma cepa da bactria desejada. Deve-se ento levar ao vibrador para
que se homogeneze toda essa soluo (figura 4.13).
68
Figura 4.13 - Microtubo s submetido ao vibrador para homogeneizao da soluo
Logo aps, ser realizada a leitura no espectrofotmetro ( = 625 nm) para
alcanar absorvncia de 0,12 (A=0,12). O valor obtido ir equivaler,
aproximadamente, a escala 0.5 de Mc Farland que por sua vez equivalente a 1 x 108
UFC/mL. A partir dessa concentrao sero realizadas diluies seriadas at
obtermos 1 x 106 UFC/mL como concentrao final do inculo.
4.2.4.4 seleo do corpo de prova e colocao nas placas de 12 locos
Os corpos de prova foram selecionados e colocados dentro de uma placa
com 12 locos para melhor distribuio e organizao. Depois sero demarcados por
tipo de bactria, Staphylococcus aureus ou Escherichia coli, e por grupos: controle 0
horas, controle 24 horas, 1 ml de biocida aglutinado e 2 ml de biocida aglutinado.
Todos esses sendo um lado com corante e sem corante, como podemos ver na
figura 4.14.
69
Figura 4.14 - Corpos de prova separados por grupos, tipo de bactria epresena ou no de
corante;includos em placa de 12 locos
4.2.4.5 colocao do inculo nos corpos de prova e logo aps a colocao do meio
SCDLP
Aps a seleo do material foi realizada a aplicao em cada corpo de prova
de 100 microlitros (l) da inculo. Com isso, os locos que iram ser avaliados em 24
horas da aplicao dessa soluo no material, foram condicionados por um papel
metlico com medidas de 1,5 centmetro (cm) x 1,5 cm, ao necessria para evitar
a evaporao da soluo. Em seguida foram levados para estufa a 36C.
J os corpos de prova que foram avaliados de imediato, o grupo controle 0
horas, sofreram uma aplicao de 2,5 ml de caldo SCDLP (Figura 4.15).
70
Figura 4.15 - Composio do caldo SCDLP
Houve uma homogeneizao dessa soluo formada pelo inculo mais o
caldo SCDLP formando ento a soluo Y. A partir de ento deu-se continuidade
para prxima etapa: a diluio seriada da soluo Y.
4.2.4.6 diluio seriada da soluo Y
A soluo Y sofreu uma diluio seriada visando sua aplicao nas placas de
petri com meio Muller Hinton gar. Essa diluio se baseia na seguinte tcnica:
Foram colocados 900 microlitros do tampo Fosfato Salino PBS com pH 7,0 em trs
microtubos. Cada microtubo foi marcado com 10-1, 10-2, 10-3 e organizados em uma
bandeja (Figura 4.16).
71
Figura 4.16 - Microtubos organizados e demarcados em uma bandeja com as concentraes da soluo Y
Depois de organizado o microtubo com 10-1 recebeu 100 microlitros da
soluo Y e foi levado ao vibrador para a homogeneizao. Logo aps, foram pegos
100 microlitros do microtubo 10-1 e colocados no microtubo 10-2. O microtubo 10-2
sofreu o mesmo processo para homogeneizao e com isso foram recolhidos 100
microlitros dele e colocado no microtubo 10-3. Esse ltimo microtubo foi
homogeneizado e 100 microlitros foram recolhidos e descartados. Isso foi repetido
para cada corpo de prova testado.
4.2.4.7 colocao nas placas de petri marcadas com as diluies, tipo de corpo de
prova e data
A partir disso, foram depositados 100 microlitros de cada microtubo nas
respectivas placas. Usando como exemplo o microtubo 10-1, foram recolhidos 100
microlitros desse dispositivo e colocado na placa demarcada com o nome da
bactria que foi usada, a concentrao da soluo Y, a data, o material testado e a
presena ou no de corante (Figura 4.17).
72
Figura 4.17 - Bancada montada e com as placas de petri j confeccionadas nas devidas concentraes que sero posteriormente avaliadas
Assim sendo, todas as placas foram levadas para a estufa na temperatura de
36 C por 24 e 48 horas.
4.2.4.8 contagem de cepas
Com os tempos decorridos, foram realizadas as duas contagens de cepas.
A primeira contagem foi com o tempo de 24 horas aps o depsito das placas na
estufa e a segunda contagem aps 48 horas (Figura 4.18).
73
Figura 4.18 - Contagem das cepas que se reproduziram no grupo controle 0 horas com relao ao corpo de prova da resina termopolimerizvel com e sem corante no tempo de 24 horas
4.2.4.9 clculos referenciais
Para termos os resultados requeridos precisamos calcular a partir dos
nmeros de colnias contados.
Clculo de nmero de bactrias viveis:
N de colnias contadas x Fator de diluio x Volume do SCDLP usado na lavagem
rea do filme colocado na superfcie do corpo de prova
O resultado ser multiplicado pelo fator de diluio da soluo lquida que foi
colocada para semear em Miller Hinton gar.
Observao 1: Deve-se usar o nmero de bactrias que estejam entre os valores de
30 a 300. E com isso, o fator de diluio selecionado.
Observao 2: Quando o valor de nmero de colnias contadas for
74
Com esse resultado, foi calculado a porcentagem de eficincia bactericida.
Esse clculo se baseia na seguinte formula:
Calculo porcentual de eficincia:
UFC Corpo de prova Branco 24h - UFC Corpo de prova com biocida
UFC Corpo de prova Branco 24h
Observao 1: A sigla UFC significa Unidades Formadoras de Colnias.
Observao 2: O resultado estar em casas decimal
75
5 RESULTADOS
Os primeiros testes foram realizados durante a confeco dos corpos de prova
para evidenciar qual dos solventes testados com biocida o PDADMAC tinham
melhor capacidade de se aglutinar s cadeias polimricas das resinas acrlicas e as
cadeias cclicas dos silicones.
Durante o processo de aglutinao do biocida com o material ficou evidente que
o Policloreto de dialildimetilamnio quando dissolvido em gua tinha uma maior
dificuldade na incorporao quando comparado com o solvente THF, ficando grande
parte desse biocida precipitado.
Porm, para termos a confirmao desse achado foram feitos os testes de
superfcie no software SurfaceWare9 Phoenix. Como explicado nos mtodos, esse
teste se baseia na comparao dos ngulos de contato criados entre a gota de gua
e o corpo de prova (Figura 5.1). Os grupos avaliados foram os corpos de prova sem
biocida, os corpos de provas com biocida dissolvidos em gua e os corpos de prova
com biocida dissolvidos em THF. Sendo cada grupo ainda subdividido em com
corante e sem corante.
Figura 5.1 - Exemplo da comparao entre os materiais testados. A: Resina termopolimerizavel sem biocida dissolvido em THF e sem corante. B: Resina termopolimerizavel com biocida dissolvido em THF e com corante
76
Realizado o teste, quando comparados os corpos de prova sem biocida e os
com biocida dissolvidos em gua ficou evidente a sua no incorporao na massa,
como j havia sido notado durante a manipulao do material, pois o ngulo de
contato em ambos os corpos de prova foram iguais.
Quando testados os corpos de prova sem biocida versus os corpos de prova
com biocida dissolvidos em THF notamos uma significativa diferena entre os
ngulos de contatos formados. Como evidenciamos nas tabelas 5.1 a 5.3.
Tabela 5.1 - Teste de superfcie nos corpos de prova de resina autopolimerizavel
Resina acrlica autopolimerizavel
Grupo ngulo de contato
Sem corante e sem biocida 73,8
Com corante e sem biocida 68,5
Sem corante e com biocida in THF 69,2
Com corante e com biocida in THF 56,5
Tabela 5.2 - Teste de superfcie nos corpos de prova de resina termopolimerizavel
Resina acrlica termopolimerizavel
Grupo ngulo de contato
Sem corante e sem biocida 75
Com corante e sem biocida 62,7
Sem corante e com biocida in THF 66,6
Com corante e com biocida in THF 60,6
77
Tabela 5.3 - Teste de superfcie nos corpos de prova de silicone de uso mdico
Silicone de uso mdico
Grupo ngulo de contato
Sem corante e sem biocida 86,6
Com corante e sem biocida 85,1
Sem corante e com biocida in THF 78,3
Com corante e com biocida in THF 69,1
Esses resultados mostraram que os corpos de pro