Upload
daniel-varlese
View
33
Download
0
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Diplomática, codicologia, paleografia
Citation preview
Grande resumo de Filologia Portuguesa
Profª Vanessa
Questões prováveis:
1. Polissemia do termo “filologia”
2. Tipos de edição
3. Paleografia
4. Diplomática
5. Codicologia
POLISSEMIA DO TERMO “FILOLOGIA”.
O termo filologia é ambíguo e se refere a dois tipos de atividade.
A filologia oitocentista baseia-se na noção de que “as línguas traduzem os espíritos das
nações” e investia no conhecimento das línguas de povos antigos para entender a “evolução” da
humanidade e desses tais espíritos, escrevendo dicionários, gramáticas, etc. Linguística pra n00bs.
Com Saussure e a evolução da linguística, foi deixada de lado (em termos, passou só a ser considerada
linguística diacrônica, porque segundo a definição desse texto, os estudos de proto-indoeuropeu,
proto-banto, etc, são todos filológicos). A filologia no sentido estrito, ou ainda filologia Lachmanianna , tem por objetivo verificar se 1
um texto a ser lido e estudado está o mais próximo possível do manuscrito original. É um trabalho
de comparação e reconstrução, que envolve notas, índices, comentários, etc., que culmina na crítica
textual e na edótica. Associada à genealogia do texto, preocupa-se com alterações ortográficas,
gráficas, de pontuação, fonéticas, sintáticas, e de conteúdo. Filologia pode, ainda, significar “letras”: cursos de filologia, no exterior, são equivalentes ao
curso de letras.
CODICOLOGIA
A codicologia (códice+logia) se atém “exclusivamente ao conhecimento do material
empregado na produção do manuscrito, da evolução técnica artesanal e das condições materiais em
que esse trabalho se verificou”, ou seja, estuda a matéria subjetiva (suporte material) e a matéria
aparente (tinta) de um documento. Procura situar no tempo e no espaço os manuscritos, determinar
características das diferentes escolas, determinar a identidade do copista e do decorador, estudar a
qualidade e a preparação do pergaminho, a natureza e a origem do papel, a composição das tintas e
das cores, detalhes de encadernação, modos de numeração, entrelinhamento, colunas, margens,
dimensões da letra, etc.
● Texto: obra fundada na linguagem verbal, que pode existir na forma sonora (oral) ou gráfica
(escrito). Cada registro de um texto é um testemunho. ○ Originais:
■ Testemunho autógrafo: fixado pelo próprio autor. ■ Testemunho idiógrafo: fixado por outra pessoa, com supervisão do autor.
○ Cópia:
1 Karl Lachmann foi quem estabeleceu o método de trabalho da filologia.
■ Testemunho apógrafo: fixado por outra pessoa, sem supervisão do autor.
○ O testemunho utilizado como fonte é chamado de modelo ou antígrafo. ○ Manuscritos ou impressos (datiloscritos e digitoscritos).
● Matéria subjetiva: suporte material para a escrita (papiro, pergaminho, papel).
○ O papiro era obtido trançando-se lâminas do talo de uma planta, posteriormente
prensadas e polidas.
○ O pergaminho consiste da parte intermediária (derme) da pele animal, raspada,
alisada e polida, que apresenta a face pelo e a face carne. Pode ser de ovelha (charta
ovina ou charta pecora), de bezerro (charta vitulina), de cabra (charta caprina), ou de
vitela ou feto de ovelha (charta virginea), os mais apreciados.
○ O primeiro suporte material era o liber, uma película que se formava entre a casca e
o tronco da árvore (tabuinhas).
○ O papel consiste no maceramento de um elemento vegetal com substâncias
aglutinantes e branqueadoras, que é colocado para secar sobre uma tela. A partir do
século XIII, o papel passa a ser mais utilizado na Europa, com o surgimento dos
moinhos de papel. O primeiro deles foi estabelecido na cidade de Fabriano, na Itália.
○ O palimpsesto constitui-se da lavagem da escrita primitiva de um pergaminho para
sua reutilização. ● Matéria aparente: consiste na tinta, que é composta de corante, solvente, aglutinante e
fixador. Seus elementos podem ser de origem vegetal, mineral ou animal. A tinta de carbono
não oxidava, mas borrava, enquano a ferro-gálica não borrava, mas oxidava. Para secar mais
rápido, utilizavam pó de areia.
● Matéria instrumental: utilizada para registrar a escrita sobre o suporte. Sobre suporte duro
(tabuinhas), utilizava-se o estilo de metal ou osso. Sobre suporte brando, empregaram-se o
pincel, o cálamo e a pena de ave. ○ Os instrumentos de escrita eram o stylus ou o graphium para as tabuinhas e o
calamus (pena de caniço), para papiros e pergaminhos. Além disso, utilizavam
sovelas, réguas, esponjas e raspadores.
● Tipologia do livro manuscrito: apresentam-se em volumes ou códices. ○ Os rolos, ou volumes, eram compostos de diversos papiros ou pergaminhos colados
pelas laterais. Eles diferem entre si pelo modo de leitura:nos volumes, a leitura é
horizontal, enquanto nos rolos, vertical. Podem ser enrolados em varetas de madeira
ou de osso, como a Torá judaica. A folha reforçada inicial é chamada de protocolo, e
a última, escatocolo. Anopistógrafos são os rolos não escritos atrás, e opistógrafos
são os rolos escritos frente e verso. ○ Os códices eram formados a partir da dobra das folhas, formando bifólios, colocadas
umas dentro das outras, formando cadernos, que eram costurados pelo vinco da
dobra.
■ Os códices são classificados pela quantidade de dobraduras, que resulta em
seu formato: 1 dobra é in-fólio; 2 dobras, in-quarto; 3 dobras, in-octavo. ■ Também são classificados pela quantidade de bifólios: singulário, bínio,
térnio, quaterno, quínio, sênio, etc.
● O procedimento de cópia:
○ O scriptorium, surgido na Idade Média, era a oficina dos escribas. O armarius deveria
prover os materiais e instrumentos; os copistas copiavam; os revisores confrontavam
a cópia e o original; o rubricador inseria os títulos, as letras capitais e as epígrafes; e
os iluminadores faziam as decorações (iluminuras e miniaturas).
○ O chefe do escritório escolhia um modelo e iniciava-se a cópia, que poderia ser
realizada por mais de um copista simultâneamente (cópia à pecia). Deveria-se,
anteriormente, estabelecer o pautado, a extensão da mancha e o número previsto de
linhas e colunas. O reclamo era uma estratégia utilizada para a ordenação correta das
páginas: uma palavra fora da mancha que indicava a primeira palavra da página
seguinte
● Livros impressos: ○ Edição: conjunto de impressos através de sistema de reprodução mecânica. Nova
edição: há alteração na matriz. ○ Tiragem: cada leva de reprodução. Nova tiragem: mantém-se a matriz. ○ Exemplar: cada um dos impressos.
○ Composição: montagem tipográfica das páginas na prensa, utilizando tipos para
formar chapas, que formavam matrizes. ● Uma ficha codicológica é o documento que descreve todas as observações codicológicas
sobre dado suporte: sua localização e identificação, data, lugar de origem, fólio de abertura,
suporte material, composição, organização da página, particularidades e conteúdo.
DIPLOMÁTICA
A diplomática “ocupa-se da estrutura formal dos atos escritos de origem governamental
e/ou notarial”. Trata de documentos advindos de autoridades por atos jurídicos ou administrativos,
sistematizados para efeitos de validação, e surgiu como uma disciplina no século XVI, pelo interesse
na falsificação/autenticidade de documentos. “Concentra-se na gênese, na constituição interna, na
transmissão e na relação dos documentos entre seu criador e o seu próprio conteúdo, com a
finalidade de identificar, avaliar e demonstrar a sua verdadeira natureza”.
A tipologia documental é a ampliação da diplomática em direção à gênese documental,
estudando a lógica orgânica dos conjuntos documentais. Também é conhecida como diplomática
arquivística ou diplomática contemporânea.
● Todo documento escrito implica em um suporte, um conteúdo textual e determinada
finalidade e ideologia: “estruturação e formalidades variáveis e identificativas que lhe
servem de garantia”.
○ Os documentos diplomáticos têm construção semântica obrigatória, ou seja,
dados fixos, além dos dados variáveis de cada espécie documental.
● Segundo Spina, documento corresponde “àquelas escrituras que, portadoras de um
caráter histórico e jurídico ao mesmo tempo, estão exaradas numa forma
conveniente”. Podem ser divididos em documentos de prova ou notícias, que
testemunham um ato sucedido ou realizado, ou documentos dispositivos ou cartas,
que registram um testemunho autêntico, que serve como título e fundamento.
● Como fazer análise diplomática: um documento diplomático é composto por
protocolo inicial, texto e protocolo final.
○ Protocolo inicial: invocação (só ocorre em textos mais antigos, toma a forma
de “Em nome de Deus”, etc.), titulação (nome próprio da autoridade que
emana o ato), direção (nomeia a quem o ato se dirige) e saudação. ○ Texto: preâmbulo (justifica a criação do ato), notificação (“tenho a horna de
comunicar a vós”, etc.), exposição (explicita a necessidade do ato), dispositivo
(o assunto propriamente dito, costuma começar com “mando”, “estabeleço”,
“ordeno”, etc.), sanção (assinala penalidades no caso de descumprimento),
corroboração ou cláusulas finais (dispõe sobre meios morais ou materiais que
asseguram a execução). ○ Protocolo final ou escatocolo: assinatura, datação (cronológica e tópica),
precação (assinaturas de testemunhas, carimbos ou selos).
Diplomática
BERWANGER, A. R.; LEAL, J. E. F. Noções de Paleografia e de Diplomática. Santa Maria: Editora da
UFSM, 2008.Páginas: 25 a 36. in
http://issuu.com/tabernadahistoria/docs/no____es_de_paleografia_e_de_diplom
Conceitos
Deriva da palavra latina diploma "escrito dobrado em dois"; ciência dos diplomas - no sentido
moderno, o conjunto de docs de arquivo que podem constituir fontes históricas (doc regio ou
privilégio, Mabillon)
● Diplomatistas: estudiosos da Diplomática
● Docs diplomáticos (Belotto): de natureza jurídica que refletem ações e relações políticas,
legais, sociais e administrativas entre o Estado e os cidadãos, configurando, assim, os docs
públicos.
● Categorias de docs
1. Dispositivos
a. Normativos (leis, ordens de serviço, regulamento etc)
b. De ajuste (tratado, convênio, contrato, pacto etc)
c. De correspondência (intimação, circular, edital, portaria, memorando, alvará)
2. Testemunhais
a. De assentamento (atas, termos, autos de infração etc)
b. Comprobatórios (atestados, certidões, traslados, cópias autenticadas)
3. Informativos (pareceres, informação, relatórios etc)
Objetos e fins
● Objetos:
○ fases de elaboração e modos de transmissão dos docs (orioginais ou cópias)
○ organização ee funcionamento das chancelarias (serviço especial a quem era confiada
a expedição dos atos dos soberanos)
○ o estatuto dos Notários que os redigiram
○ os demais problemas que ajudam a julgar a legitimidade e credibilidade dos docs
○ julgar a autenticidade e interpretar seu conteúdo
● Origem e evolução
○ Bulas papais do Papa Inocêncio III (s.XII) que tratavam do modo de e da verificação da
falsificação de bulas papais
○ Ao longo dos séculos, sua aplicação foi mais e menos geral. Após a Segun Guerra
Mundial, no entanto, ela se restringiu à verificação da autenticidade dos docs.
● A Diplomática geral trata dos modos de transmissão de docs e dos caracteres gerais dos atos
● FUNÇÕES (Tanodi)
○ Crítica (autenticidade de docs como fontes históricas ou testemunhos jurídicos)
○ Jurídica? classes documentais como instrumentos jurídicos que comprovem direitos
ou se ocupem de negóicios jurídicos
○ Classificadora
● CRÍTICA
○ Externa: suporte e matéria aparente
○ Estudo do formulário: forma de compor, modelos
○ Devem ser estudados também os caracteres de que a forma se reveste
■ internos/intrínsecos: relativos à língua,ao teor e ao texto
■ externos/extrínsecos: referentes à matéria empregada, à escrita e ao selo
● TIPOS DE DOC
○ Diploma: segundos os Humanistas do SVI, era o ato expedido por altas autoridades.
Trata-se também de um escrito dobrado em dois (de onde vem a etimologia da
palavra), fechado ou selado devido ao seu caráter sigiloso
● Carta: deriva de charta (folha de pergaminho). Um doc dispositivo revestido de todas as
formalidades requeridas para garantir a autenticidade e mediante a qual se completava o ato
jurídico; docs menos solenes e particulares; enfim qualquer doc de mediano valor
● Notícia: instrumento probatório destinado a perpetuar a memória de um ato jurídico já
realizado e a servir de prova, se necessário (ex. Carta de Caminha)
○ Cartulário:livros ou rolos em que se transcreviam ou reuniam privilégio, direitos,
títulos de propriedade de uma pessoa ou corporação para facilitar a consulta dos dos
docs cujos originais se perderam. Da perspectiva estritamente diplomática, devem ser
vistos com certa reserva, pois misturam docs falsos e verdadeiros. São importantes
para conhecermos inúmeros atos hoje desaparecidos.
○ Bula/bolla: doc pontifício relativo a matérias de fé ou de interesse geral, concessão de
graça ou privilégio, assuntos judiciais ou administrativos expedidos pela Chancelaria
Apostólica. Se nome deriva da bola de chumbo com que era selado
○ Registros: livro ou rolo onde se transcereve por extenso ou resumidamente todos os
atos oriundos de uma instituição. O registro é feito pelo expedidor enquanto o
cartulárioi é obra do receptor do doc. Apesar de o registro ser uma cópia, ele gera
originais ou neo-originais
○ Letra: doc particular no qual a garantia é a letra do autor
○ Escritura: termo usado para exprimir contratos particulares passados posteriormente
em ofícios notariais
○ Testamento
○ Ata: doc que realiza um acontecimento concomitante a sua realização
○ Instrumento: para qualquer outro doc se refere a qualquer doc complementar
● Documentação portuguesa
○ Material: até o s.XIII, o pergaminho era o suporte mais utilizado, devido a sua
qualidade ser superior à do papel da época. O doc em papel mais antigo em português
é de 1334
○ Língua: até o s.XII, toda a documentação era escrita em latim vulgar. AA partir dessa
data, com a formação do reino de Portugal, apenas a correspondência internacional
permanece em latim, bem como os docs monacais A partir do s. XIII, toda a comu
documentação nacional passa a ser em português, exceto a clerical, que continu em
latim até o s.XV
● Análise diplomática do doc: a Bruna já resumiu ali em cima, acho que não tem necessidade de
repetir
● Gênese/Elaboração do ato
○ Participantes:
■ Ator/Outorgante: quem elabora ou em nome de quem se elabora o texto;
transmite a outrem direitos e poderes seus
■ Destinário/Outorgado: em favor de quem o doc é lavrado. Normalmente é o
maior interessado e é quem recebe os poderes e direitos.
■ (Rogatários/advogados): elaboram o doc a pedido as partes
○ Fases geradoras:
■ Ação/Negócio: todos os momentos anteriores à elaboração propriamente dita
● Petição/Requerimento
● Intercessão
● Permissão
■ Lavratura: em que o doc é elaborado
○ Redação
○ Reconhecimento
○ Validação/Corroboração
● Modos de tradição (transmissão à posteridade) dos docs
○ Originais:
■ Originais múltiplos
■ Pseudo-originais ou falsificações (forjados por interesse-- demonstrar
legitimidade de pessoas), ambição -- mostrar títulos que não possui --,
adulação ou temor)
■ Renovações ou neo-originais: lavrados quando havia problemas com o
original, possuem o mesmo valor
■ Um doc diplomaticamente autêntico pode ser historicamente falso ((lavrado
por alguém ludibriado oubaseado nos novos originais).
○ Confirmações: das graças, doações e outros favores dos predecessores dos reis e
nobres que subiam ao trono, geralmente pedidas pelos interessados
○ Vídimus: no começo do s.XIII, cresce o costume de se transcrever que o autor está
ciente do doc em sua integralidade, como forma de conferir autenticidade ao docé
chamada vídimus. Emanava de soberanos, e seu valor jurídico dependia do primitivo.
Para os diplomatistas, podem ser considerados originais. A partir do s.XVI, são
substituídos pelas cópias
○ Cópias: tudo que é anterior ou posterior ao original é cópia. O objetivo de uma cópia é
reproduzir o original.
■ Figuradas ou imitativas: o que reproduz o teor do diploma é a diguração
gráfica. O valor jurídico depende da autenticidade do doc copiado
■ Livres: não tem formalidade diplomática ou jurídica
■ Autógrafas: são feitas pelo autor, são as mais próximas dos originais, podeno
às vezes ser consideradas como tais, como os originais múltiplos
■ Autênticas ou certificados: feitos e autenticados com sinais públicos da
autoridade de chancelaria ou pelos notários públicos, podendo ser posteriores
ou anteriores ao original. Como no vídimus, o notário só confere
autenticidade à cópia, e não ao original.
■ Registros e cartulários: cópia para expedição e publicação ou para fins
jurídicos e históricos
● Diplomática x Paleografia
● Paleografia: caracteres extrínsecos; doc em si; regras p/ tradução e decodificação formal;
“corpo” do texto
● Diplomática caracteres intrínsecos; interpretação do texto; explora teor e conteúdo; analisa a
língua e o estilo; verifica a autenticidade; “alma” do texto; relações com Antroponímia,
Toponímia e Cronologia; Tipologia
○ Enquanto a Diplomática trata da configuração interna do doc, dando atenção a sua
unidade documental, a Tipologia considera esta unidade integrante de um conjunto
documental acumulado organicamente
Paleografia
https://www.facebook.com/download/146996612321054/PALEOGRAFIA%20revisado.ppt
https://prezi.com/tfcmygr8fqhz/paleografia/?utm_campaign=share&utm_medium=copy
BERWANGER, A. R.; LEAL, J. E. F. Noções de Paleografia e de Diplomática. Santa Maria: Editora da
UFSM, 2008. Páginas: 15 a 21 e 39 a 58.
Conceitos:
Paleografia = estudo da escrita antiga (et. Grega)
● História da escrita
● Evolução das letras
● Instrumentos de escrita
É ciência na aplicação teórica e arte na aplicação prática, mas, acima de tudo, é uma técnica.
Objetos e fins: características extrínsecas dos docs e livros (o que permite sua leitura e transcrição,
além da determinação de sua data e origem)
Características dos docs paleográficos: manuscrito, como suporte pode ter papel, tecido ou matéria
branda (pergaminho e papiro)
Origem e evolução dos estudos: s.XVII. Houvera antes trabalhos de caráter paleográfico, que não
tratados críticos, sem classificação científica nem determinação da antiguidade das escritas. Guerra
dos 30 anos: boom de documentos falsos e falsificados, que atribularam juízes e tribunais europeus
acerca de direitos feudais e eclesiásticos (Guerra Diplomática). A Paleografia surge logo após esse
período.
2 períodos:
1. Formação (final s.XVII - primeiro quartel do s.XVIII)
Nesse período, ela se confunde com a Diplomática. Elas se dividirão após a polêmica dos Acta
Sanctorum, com a obra De re diplomática libri VI (1681),de Mabillon (pai da Diplomática
moderna e da Paleografia) considerada o primeiro tratado de paleografia (embora nela se
encontrem os preceitos da Diplomática também). O termo Paleografia é cunhado por
Montfaucon em 1708.
2. Afirmação (até hoje)
Na segunda metade do s.XVIII, os estudos paleográficos passam a constituir cátedras
universitárias. Na Alemanha, foram organizados os "seminare", em que se procurou classificar
as escritas segundo as leis de Lineu. Lá também ocorre a divisão entre Paleografia e
Diplomática, e uma revisão da classificação da escrita latina (maiúscula, minúscula, cursiva >
apenas maiúscula e minúscula). Características do período:
● A Paleografia latina se afirma como uma ciência distinta das outras
● É aplicada a fotografia na reprodução dos fac-símiles
● Novos materiais paleográficos são descobertos, inclusive palimpsestos
Na segunda metade do s.XX, a Paleografia passa a ser vista mais como técnica, com fins mais
pragmáticos e objetivos.
Divisões da Paleografia:
Quanto ao trabalho desenvolvido
1. Elementar (somente leitura)
2. Crítica (procura deduzir infos sore material, época, tipo de escrita, tintas, autores etc)
Em relação à ciência que apoia
1. Diplomática: textos de docs antigos
2. Bibliográfica: gêneros de letras em livros anteriores à imprensa
3. Numismática: inscrições em moedas, medalhas
4. Epigráfica: escrita de lápides e inscrições
Em relação ao tempo em que foram lavrados os docs
1. Antiga
2. Medieval
3. Moderna (hoje se aplicam técnicas paleográficas a docs contemporâneos, desde que sejam
ilegíveis)
Relações da Paleorafia com outras ciências:
Dela desmembradas:
1. Papirologia
2. Codicologia (códices medievais)
Ciências afins:
1. Epigrafia (matérias não brandas: osso, madeira, mármore, metais, pedra)
2. Numismática
3. Sigilografia/Efragística (selos, sinees, lacres com info escrita)
4. Histórias dos Incunábulos (primeiros livros impressos por Gutenberg/precursores da
imprensa)
A Paleografia serve-se de e também auxilia
1. Diplomática
2. Filologia
3. História
Também tem relação estreita com o Direito (disputas judiciais) e a Arquivologia.
SPINA, S. Introdução à Edótica. São Paulo: Ars Poética Edusp, 1994.
Lecoy de la Marche: 3 períodos de evolução da escrita ocidental:
Tipos de letras:
● Capital/Inicial/Capitular
○ Utilizada nas inscrições, em moedas, medalhas e selos;
○ Utilizada nos frontispícios dos códices, capítulos ou parágrafos;
○ Podendo ser quadrada, redonda, elegante ou rústica;
○ Elegante pela disposição simétrica das linhas; rústica pelo desenho e irregularidade
(essa última desapareceu por volta do séc. XI)
● Uncial
○ Chamada assim pelo seu tamanho, equivalente a uma onça ou meia polegada; é
também maiúscula;
○ Mais arredondada e menor que a capital;
○ Utilizada nos códices.
● Minúscula
○ Também chamada semi-uncial, pois deriva do alfabeto uncial.
○ Utilizada nos códices.
● Cursiva
○ Usada desde o séc. II a.C.;
○ Tornou-se popular entre notários e escrivães pelo seu estilo mais e correntio na
redação dos documentos;
● Carolina
○ Desde o início do reinado carolíngio todas as outras modalidades dão lugar a esta
nova, que se torna popular pelos três séculos seguintes;
○ Dela deriva a gótica.
● Gótica X Humanística
○ A partir do séc. XII a gótica segue triunfante pela Europa até o surgimento da
imprensa;
○ O renascimento relega o estilo gótico pela sua profusão de artifícios;
○ Os novos tempos pedem um estilo de letra mais simples e pura;
○ Dessa exigência surge a letra humanística.
➔ Em Portugal os primeiros documentos conhecidos são chamados impropriamente visigóticos
A foma mecânica dos documentos
● Pautação, divisão entre palavras, pontuação, acentos, abreviaturas
● conhecimento útil para a datação dos docs
● grande parte desses acidentes se tornaram objeto da Codicologia
ABREVIATURAS
● Por apócope: supressão de elementos finais do vocábulo. Ainda que os paleógrafos as
qualifiquem de siglas, remontam também aos gregos e romanos:
● Por síncope: caracterizada pela supressão de elementos gráficos do meio do vocábulo
(Rs= Rodrigues). A fixação da letra inicial e da final no entanto dificultaria a identificação
da palavra. Emprego de características (intermediárias para favorecer a intelecção). Ex.:
gla=gloria ; gra=gratia
● Por siglas : representar a palavra pela sua inicial:
o A: Augustus
Sendo que o redobro da sigla pode representar dois valores: o plural da palavra
ou seu superlativo:
o AA= Augusti
o KK=karissimus
Duas ou mais palavras, que pelo sentido formam um todo, podem também
reduzir-se às suas iniciais. Nesse caso é utilizado o ponto em cada sigla:
o D.N. = Dominus noster
● Por letras sobrepostas: muito raro entre os romanos, bem como nos documentos da
Península Ibérica anteriores ao século XII, generalizou-se a partir dessa época com a
escrita visigótica.
● Por signos especiais de abreviação: utilização de sistemas estenográficos. As notas
tironianas constituíram também um sistema de abreviação tido como a mais antiga
forma de taquigrafia na Europa.
● Letras numerais: constituem as abreviaturas de numerações, designativas de
quantidades e de marcos cronológicos. Das letras I, V, X, L, C, D e M serviram-se os
romanos para indicar respectivamente 1, 5, 10, 50, 10, 500 e 1000. Uma letra de menor
valor colocada antes de outra de maior valor significa subtração (XL=40); a sucessão
indica soma e a sobreposição de uma barra horizontal à letra simboliza a multiplicação
por 1000.
CAMBRAIA, C. N. Introdução à Crítica Textual. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
Páginas: 23 a 25.
● Classificação da escrita, localização e datação
● Descrição sucinta das característica
○ morfologia das letras
○ seu traçado/ductus
○ ângulo
○ módulo
○ peso
● Descrição sucinta do sistema de sinais abreviativos empregados na referida obra;
● Descrição de outros elementos não-alfabéticos existentes e de seu valor geral;
● Descrição do ponto de dificuldade na leitura e as soluções adotadas.
TIPOS DE EDIÇÃO
● Tipos gerais de edição:
○ baseada no material: ■ dimensão (de bolso, compacta, diamante), qualidade do suporte (popular, de
luxo).
○ baseada no sistema de registro: ■ digital, impressa.
○ baseada na publicação: ■ prínceps (primeira), limitada, extra, comemorativa.
○ baseada na permissão: ■ autorizada ou clandestina.
○ baseada na integralidade do texto: ■ integral, abreviada ou expurgada (censurada). reinvidicação
○ baseada na reelaboração: ■ original, atualizada, ampliada ou modernizada.
● Tipos fundamentais de edição: devem levar em conta o público-alvo e a existência de edições
anteriores.
○ Monotestemunhais: levam em consideração um único testemunho de texto.
■ Fac-similar (reprodução mecânica): grau zero de mediação, reproduz a
imagem de um testemunho. Problema: apenas especialistas conseguiriam ler.
■ Diplomática: grau baixo de mediação, transcrição rigorosamente
conservadora. Na modernidade, é considerada um atraso, pois há
reproduções facsimilares de extrema qualidade, que não dependem do bom
senso e capacidade de um editor. É apenas vantajosa para o estudo histórico
de uma língua.
■ Paleográfica: grau médio de mediação, desenvolve abreviaturas, corrige
repetições e supressões. Spina chama essa edição de
diplomática-interpretativa, enquanto para ele a paleográfica inclui anotações
codicológicas e caligráficas.
■ Interpretativa: grau máximo de mediação admissível, uniformização gráfica
(mas não mordenizadora) que permite acesso a um público mais amplo.
○ Politestemunhais: levam em consideração mais de um testemunho.
■ Crítica: confronto de mais de um testemunho, geralmente apógrafos (=sem
supervisão do autor), para separar elementos não genuínos.
● Uma edição crítica deve inicialmente realizar a fixação do texto
(preparo segundo as normas da crítica textual, considerando a época
de produção do texto -- o que altera os procedimentos edóticos a
serem seguidos --, a quantidade de testemunhos e o suporte
material), para depois realizar a apresentação do texto (organização
técnica do texto e de seus elementos elucidativos).
■ Genética: mesma coisa que a crítica, mas com testemunhos autógrafos ou
idiógrafos (originais, com supervisão do autor). Apresenta a forma final de um
texto com anotações referentes às transformações.
● Campo bibliográfico: conjunto estruturado de unidades bibliográficas em torno de um
determinado texto (edições existentes), organizado de acordo com a capacidade para difusão
pública.
○ Deve-se identificar as características específicas do texto (época de publicação
determina o tratamento editorial), o tipo de leitor que compõe o público, as edições já
existentes e se há leitores privados do tipo de edição que lhes convém.
■ Um campo aberto é um que apresenta lacuna nessas categorias, enquanto um
campo completo ou perfeito é aquele que tem todas as lacunas preenchidas.
NORMAS DE EDIÇÃO
● Princípios norteadores: as normas devem ser apropriadas ao tipo de edição, devem ser
internamente coerentes, explícitas e rigorosamente aplicadas.
● Procedimentos básicos: transcrição (ver tipos de edição).
○ Caracteres alfabéticos: podem variar quanto a tipo (fonte, negrito, itálico, etc.) e
módulo (maiúsculas e minúsculas). No caso de alfabetos não latinos (hebraico, árabe,
cirílico), há ainda a transliteração.
■ Problema: reconhecimento de maiúsculas e minúsculas dado pelo tamanho
(ex: o e O), o que fazer com as intermediárias? Nos textos medievais, os
períodos eram determinados pelas maiúsculas, não necessariamente
demarcados pela pontuação.
○ Abreviaturas: podem ser compostas de grafemas alfabéticos e não-alfabéticos.
■ Por sinal geral: têm um traço sobreposto que indica tratar-se de abreviatura,
sem indicar quantas e quais letras foram suprimidas. Pode ser uma sigla
(mantém-se apenas a inicial), uma apócope (suprime-se a parte final), ou por
contração (retiram-se as letras intermediárias). Há também a abreviatura
mista, que se constitui de contração e apócope.
■ Por sinal especial: têm um sinal que indica quais as letras suprimidas (ex.:
can’t). São subdivididas em com significado próprio e absoluto, ou seja, o sinal
sempre significa uma sequência determinada (ex.: p2 = por) e significado
relativo, ou seja, o símbolo muda de valor (9tra=contra e cuj9=cujos).
■ Por letra sobreposta: sobreposição de uma ou duas das letras que fazem parte
da sequência suprimida (ex.: Sr). ■ Nomina sacra: abreviações que só são entendidas em sua origem, cuja forma
se mantém (ex.: xpo = cristo e ihu = jesus).
■ Problema: como desenvolver abreviaturas em transcrições uniformizadoras? É
preciso evitar anacronismos, desenvolvendo-as com formas por extenso
presentes no modelo ou em textos da mesma região ou autor. No caso de
haver duas formas no modelo, escolhe-se a mais frequente.
○ Separação vocabular: deve-se manter a separação original ou a do uso
contemporâneo da língua?
■ Problema: como determinar o que está junto e o que está separado? Em
textos manuscritos o tamanho dos espaços não é constante.
○ Diacríticos: sinais como cedilha, til, acento agudo e vogais do árabe e do hebraico.
■ Problema: detectar sua presença, pois são discretos e a tinta pode
desaparecer, além da confusão de manchas e borrões com diacríticos.
■ Problema 2: substituição pelo acento corrente. É difícil determinar a função do
diacrítico, já que seu valor não é claro (ex.: til pode ser sinal abreviativo ou
indicar nasalização).
○ Pontuação:
■ Problema na uniformização quanto aos usos atuais (ex.: vírgula é mais
recente, antigamente utilizava-se o ponto em seu lugar).
○ Paragrafação: não se marcavam parágrafos da forma atual. Havia símbolos, a palavra
Iteim ou sua abreviação It, letras maiores ou com cor distinta, de forma que nem
sempre são fáceis de identificar.
○ Sinais especiais: não há uniformização em seu uso na edição, pois deve-se avaliar sua
ambiguidade em relação ao texto (ex.: se há uso vasto de colchetes no texto original,
não faz sentido utilizar colchetes para as notas, já que não ficará claro para o leitor o
que é do texto e o que é intervenção).
● Propostas de normas gerais: há diversas normas diferentes estabelecidas e cada editor segue
a que quiser, basicamente.
● Cambraia propõe algumas normais gerais para edições diplomáticas:
○ Caracteres alfabéticos: transcrever como caracteres romanos redondos,
reproduzindo-se diferenças de módulos e dos alógrafos.
○ Sinais abreviativos, diacríticos, sinais de pontuação: transcrever fielmente.
○ Caracteres de leitura duvidosa: transcrever entre parênteses ( ).
○ Caracteres de leitura impossível: transcrever como pontos dentro de colchetes
prececidos pela cruz ✝, sendo que o número de pontos deve ser igual ao de
caracteres não legíveis.
○ Caracteres riscados: transcrever com tachado).
○ Caracteres apagados, modificados, nas entrelinhas ou nas margens: informar em nota.
○ Separação vocabular e paragrafação: reproduzir fielmente.
○ Inserções e supressões conjecturais: não realizar nenhuma.
○ Mudança de fólio, face e coluna: informar na margem de cabeça, em itálico e entre
colchetes simples [ ].
○ Mudança de punho, de tinta ou qualquer outra particularidade: informar em nota.
○ Numeração de linha: inserir na margem externa, de 5 em 5, de forma contínua em
todo o documento.
● Cambraia também propõe normas universais para edição paleográfica (vou colocar aqui
apenas as que diferem da diplomática):
○ Caracteres alfabéticos: transcrever como caracteres romandos redondos,
reproduzindo-se diferenças de módulo, uniformizando os alógrafos contextuais
segundo a forma mais moderna. Informar quando houver mais de um tipo de
caractere no modelo (como capitulares).
○ Sinais abreviativos: desenvolver todos com base nas formas por extenso presentes no
modelo, colocando os caracteres acrescentados em itálico.
○ Diacríticos: transcrever uniformizando segundo a forma atual (mas mantendo seu uso
como no original).
○ Caracteres riscados: transcrever entre chaves duplas {{ }}.
○ Caracteres nas margens: transcrever no ponto do texto perinente, entre parenteses
uncinados seguidos de chaves <{}>. Quando não fizer parte do texto, informar em
nota.
○ Inserções conjecturais: por força do contexto entre parênteses uncinados < > e por
desgaste do suporte entre colchetes [ ].
○ Supressões conjecturais: transcrever erros por repetição entre colchetes duplos [[ ]] e
erros de outra natureza entre chaves simples { }.
● Ele também propõe regras para transcrições interpretativas mas elas são óbvias (transformar
o texto pra língua de hoje, uniformizar).
PHPB
● Corpus histórico do português do Brasil.
● Edições diplomático-interpretativas oriundas de teses, dissertações, livros, CDs,
relatórios etc.
● Normas de transcrição estabelecidas em 2001 pela comissão de estabelecimento de
normas. (Nova versão das normas foi proposta em 2010, mas posteriormente decidiu-se por voltar a
utilizar as normas de 2001.)
1. A transcrição será conservadora.
2. As abreviaturas, alfabéticas ou não, serão desenvolvidas, marcando-se, em itálico, as letras
omitidas na abreviatura, obedecendo aos seguintes critérios:
a. respeitar, sempre que possível, a grafia do manuscrito, ainda que manifeste
idiossincrasias ortográficas do escriba, como no caso da ocorrência "munto", que leva
a abteviatura "m.to" a ser transcrita "munto";
b. no caso de variação no próprio manuscrito ou em coetâneos, a opção será para a
forma atual ou mais próxima da atual, como no caso de ocorrências "Deos" e "Deus",
que levam a abreviatura "D.s " a ser transcrita "Deus".
3. Não será estabelecida fronteira de palavras que venham escritas juntas, nem se introduzirá
hífen ou apóstrofo onde não houver. Exemplos: "epor" "ser"; "aellas"; "daPiedade";
"omtónino"; "dosertaõ"; "mostrandoselhe"; "achandose"; "sesegue".
4. A pontuação original será rigorosamente mantida. No caso de espaço maior intervalar deixado
pelo escriba, será marcado: [espaço]. Exemplo: "que podem perjudicar. [espaço] Osdias
passaõ eninguem comparece"
5. A acentuação original será rigorosamente mantida, não se permitindo qualquer alteração.
Exemplos: "aRepublica; "docommercio"; "edemarcando também lugar"; "Rey D. Jose"; "oRio
Pirahy"; "oexercicio; "que hé munto conveniente".
6. Será respeitado o emprego de maiúsculas e minúsculas como se apresentam no original. No
caso de alguma variação física dos sinais gráficos resultar de fatores cursivos, não será
considerada relevante. Assim, a comparação do traçado da mesma letra deve propiciar a
melhor solução.
7. Eventuais erros do escriba ou do copista serão remetidos para nota de rodapé, onde se
deixará registrada a lição por sua respectiva correção. Exemplo: "nota 1. Pirassocunda por
Pirassonunga"; "nota 2. deligoncia por deligencia"; "nota 3. adverdinto por advertindo".
8. Inserções do escriba ou do copista na entrelinha ou nas margens superior, laterais ou inferior
entram na edição entre os sinais < >, na localização indicada. Exemplo: .
9. Supressões feitas pelo escriba ou pelo copista no original serão tachadas. Exemplo: "todos
ninguem dospresentes assignarom; sahiram sahiram aspressas para oadro". No caso de
repetição que o escriba ou o copista não suprimiu, passa a ser suprimida pelo editor que a
coloca entre colchetes duplos. Exemplo: fugi[[gi]]ram correndo [[correndo]] emdireçaõ opaço.
10. Intervenções de terceiros no documento original devem aparecer no final do documento,
informando-se a localização.
11. Intervenções do editor hão de ser raríssimas, permitindo-se apenas em caso de extrema
necessidade, desde que elucidativas a ponto de não deixarem margem a dúvida. Quando
ocorrerem, devem vir entre colchetes. Exemplo: "naõ deixe passar neste [registo] de Areas".
12. Letra ou palavra não legível por deterioração justificam intervenção do editor na forma do
item anterior, com a indicação entre colchetes: [ilegível].
13. Trecho de maior extensão não legível por deterioração receberá a indicação [corroídas + 5
linhas]. Se for o caso de trecho riscado ou inteiramente anulado por borrão ou papel colado
em cima, será registrada a informação pertinente entre colchetes e sublinhada.
14. A divisão das linhas do documento original será preservada, ao longo do texto, na edição, pela
marca de uma barra vertical: entre as linhas. A mudança de fólio receberá a marcação com o
respectivo número na sequência de duas barras verticais: ||1v. ||2r. ||2v. ||3r.
15. Na edição, as linhas serão numeradas de cinco em cinco a partir da quinta. Essa numeração
será encontrada à margem direita da mancha, à esquerda do leitor. Será feita de maneira
contínua por documento.
16. As assinaturas simples ou as rubricas serão sublinhados. Os sinais públicos serão indicados
entre colchetes. Exemplos: assinatura simples: Bernardo Jose de Lorena: sinal público:
[Bernardo Jose de Lorena].
PHPP
● “Projeto caipira”.
● Ataliba Teixeira de Castilho (USP)
● 2006 a 2010.
● Estuda a formação e a expansão das variedades do português paulista, paralelamente
à formação da sociedade paulista.
● Mudança linguística, léxico, mudança fonológica etc.
PHPP II
● José da Silva Simões (USP)
● Atual.
● Selecionar, coletar e editar textos de interesse para a história do Português Paulista
do século XVI ao XX.
● Consenso em relação à constituição de corpora de tipologia textual diversificada;
registro de diversas normas presentes nos textos.
● História social específica de cada região e subregião.
● Fatores determinantes da produção de textos paulistas ao longo de 5 séculos; papel
das escolas como propagadoras da norma culta; papel da imprensa como modelo de norma
culta a partir do séc. XIX; perfil das pessoas letradas; mobilidade social como fator de
divulgação das normas escritas e faladas.