4
RESUMO NOVO TESTAMENTO HALE CRÍTICA DA FONTE A tradição oral A Teoria dos dois documentos. A teoria de Karl Lachmann de que marcos veio primeiro exclui a teoria de Agostinho. Ele conseguiu demonstrar isso a partir dos pontos seguintes: Grande parte dos assuntos de marcos consta em Mateus e Lucas com linguagem muito aproximada; a maioria das palavras utilizadas por marcos é reproduzidas em Mateus e Lucas; a ordem dos eventos de Marcos é apoiada por Mateus e Lucas, onde um falha o outro apoia; a substituição de palavras ofensivas ou atenuadas por Mateus e Lucas, a rudeza de estilo e gramática e a utilização do aramaico confirmam o caráter primitivo de Marcos; a forma como as informações de marcos e as que não foram tiradas de marcos são dispostas em Mateus e Lucas levam a crer que eles possuíam o material de marcos à sua frente tentando combiná-lo com outras fontes; Mateus sempre contém a narrativa mais curta, em outras palavras ele resumiu passagens de Marcos. Bernard Weiss apoiou Marcos como o primeiro e sustentou a ideia de uma segunda fonte que continha o material em comum entre Mateus e Lucas. Essa fonte foi chamada de “Q”. A teoria dos dois documentos fala de documentos escritos. Mas fica a incógnita a respeito dos versículos que não são de Marcos nem da fonte “Q”. A Teoria dos documentos múltiplos. Nessa teoria afirma-se que existiam quatro documentos escritos usados na confecção dos Evangelhos sinóticos. O primeiro é o livro de Marcos, o segundo é a fonte “Q”, o terceiro é chamado de “M” (Que contém as informações de Mateus que não estão em marcos nem em “Q”) e o quarto é chamado “L” (que contém as informações de Lucas que não estão nem em marcos nem em “Q”). Contudo fica impossível provar a existências de tais documentos. O que a Crítica da Fonte conclui é que: É quase Universalmente aceito que marcos veio primeiro; é quase universalmente aceito que Mateus e Lucas

Resumo Novo Testamento Hale

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Resumo Novo Testamento Hale

RESUMO NOVO TESTAMENTO HALE

CRÍTICA DA FONTE

A tradição oral

A Teoria dos dois documentos. A teoria de Karl Lachmann de que marcos veio primeiro exclui a teoria de Agostinho. Ele conseguiu demonstrar isso a partir dos pontos seguintes: Grande parte dos assuntos de marcos consta em Mateus e Lucas com linguagem muito aproximada; a maioria das palavras utilizadas por marcos é reproduzidas em Mateus e Lucas; a ordem dos eventos de Marcos é apoiada por Mateus e Lucas, onde um falha o outro apoia; a substituição de palavras ofensivas ou atenuadas por Mateus e Lucas, a rudeza de estilo e gramática e a utilização do aramaico confirmam o caráter primitivo de Marcos; a forma como as informações de marcos e as que não foram tiradas de marcos são dispostas em Mateus e Lucas levam a crer que eles possuíam o material de marcos à sua frente tentando combiná-lo com outras fontes; Mateus sempre contém a narrativa mais curta, em outras palavras ele resumiu passagens de Marcos. Bernard Weiss apoiou Marcos como o primeiro e sustentou a ideia de uma segunda fonte que continha o material em comum entre Mateus e Lucas. Essa fonte foi chamada de “Q”. A teoria dos dois documentos fala de documentos escritos. Mas fica a incógnita a respeito dos versículos que não são de Marcos nem da fonte “Q”. A Teoria dos documentos múltiplos. Nessa teoria afirma-se que existiam quatro documentos escritos usados na confecção dos Evangelhos sinóticos. O primeiro é o livro de Marcos, o segundo é a fonte “Q”, o terceiro é chamado de “M” (Que contém as informações de Mateus que não estão em marcos nem em “Q”) e o quarto é chamado “L” (que contém as informações de Lucas que não estão nem em marcos nem em “Q”). Contudo fica impossível provar a existências de tais documentos. O que a Crítica da Fonte conclui é que: É quase Universalmente aceito que marcos veio primeiro; é quase universalmente aceito que Mateus e Lucas tiveram acesso a Marcos; é quase universalmente aceito que Mateus e Lucas usaram uma segunda fonte, a fonte “Q”; é quase universalmente aceito que além dessas houve outras fontes, mas não se pode afirmar se foram escritas ou orais; a única certeza é que o documento de Marcos é autêntico, as demais são conjecturas. CRÍTICA DA FORMA. É um método de estudo que analisa as fontes antes dos evangelhos terem sido escritos, ou seja, quando eram transmitidos. Wilhelm Wrede escreveu em 1901 sobre o segredo messiânico e buscou provar que Marcos não merecia confiança, historicamente. Para ele tudo a que se refere ao segredo messiânico foi criado e adicionado pela igreja primitiva. Com isso, Lucas e Mateus sofreriam o mesmo julgamento. Em 1903 Julius Wellhausen concordou com Wrede sobre Marcos e afirmou que o documento “Q” também não era digno de confiança. Johannes Weiss defendeu a ideia da autenticidade de Marcos fazendo concessão de que algum material poderia ter sido acrescentado pela igreja primitiva. Afirmou que ele recorreu a duas fontes orais e as uniu imperfeitamente. Muitos outros pesquisadores escreveram sobre a tradição oral e dentre seus escritos pode-se concluir que nessa tradição algumas formas predominaram. História Simples. É, segundo a crítica, a forma que mais se aproxima dos fatos acontecidos. São histórias breves, simples, sem muitos detalhes e seus personagens são descritos pelo nome.

Page 2: Resumo Novo Testamento Hale

História Elaborada. Possuem riqueza de detalhes. Elas se concentram no milagre e deixam os ditos de Jesus em segundo plano. Tiveram a intenção de satisfazer a curiosidade dos ouvintes. Segundo a crítica, são menos confiáveis e estão mais afastadas dos eventos. Quando se compara passagens de Lucas e Marcos conclui-se que Lucas reduziu algumas passagens para histórias simples. Lenda Sagrada. São histórias contadas em torno de pessoas que tiveram contato com Jesus e que enfatizam essa pessoa ao invés de Cristo. História Mítica. Este tipo de narrativa é semelhante aos que, em outras religiões, relatam sobre deuses que aparecem em meio aos homens. Gunther Bornkamm as chamou de histórias de Cristo. O mito puro não é encontrado no novo testamento, mas sim a ideia do Filho de Deus que desce a terra e manifesta seu poder. CRÍTICA DA REDAÇÃO. Consiste na análise dos propósitos que levaram o autor a incluir em sua narrativa os textos selecionados e que deram um padrão teológico no texto como um todo. Wilhelm Wrede deu significativa contribuição para o surgimento da crítica da redação quando traz o entendimento de que Marcos deveria ser interpretado com base no propósito doutrinário do autor e defende esta afirmativa com o argumento de que existe uma tendência doutrinária ao longo de todo livro que nos possibilita ter uma visão total do mesmo. Segundo Wrede, a análise da Crítica da Forma tem relevante importância para a Crítica da redação, existindo já uma gama de elementos da Crítica da Forma que são aceitos como base para a Crítica da Redação, que serão listados a seguir. A) Os evangelhos são coletâneas selecionadas e organizadas pelo autor, onde Marcos é a influência primária, tendo ele criado a forma literária “evangelho”. B) Os evangelhos circularam na forma de unidades individuais oriundas de uma história anterior de transmissão oral. C) Os menores substratos dos evangelhos têm formas bem definidas, que podem ser estudadas e cada uma dessas formas atendeu a uma função dentro de determinada situação. A Crítica da Redação possui quatro suposições básicas. A primeira diz que os resultados da Crítica da Forma são a base e vitais para a análise da Crítica da Redação. A segunda afirma que os evangelistas agiram como editores que selecionaram, abstraíram e organizaram as unidades individuais no texto final de acordo com seus propósitos teológicos. A terceira alega que a comparação das unidades reconstruídas de tradição pode ajudar na elucidação da teologia primitiva da igreja. E a quarta suposição enumera que: A proposta de dois documentos está provada e é necessária à compreensão das modificações realizadas pelos evangelistas; a prioridade de Marcos deve ser mantida e o documento “Q” bem definido, para que sejam identificáveis as diferenças entre o autor e sua fonte; os materiais-fonte de Marcos são unidades orais e, por isso, a Crítica da Redação de Marcos deverá ser menos objetiva que em Mateus e Lucas. A seguir ilustraremos uma técnica usada na Crítica da redação. Primeiro passo é ler cada substrato cuidadosamente, desprezando os discernimentos já conhecidos em outras literaturas. O segundo passo consiste em observar as peculiaridades do material sem perder de vista que esses materiais refletem a inclinação teológica do editor. O terceiro é analisar os substratos em relação ao restante do Evangelho em estudo. O último passo consiste em formular uma hipótese do padrão teológico do editor e confrontá-la com o de outros substratos. Esta discussão da Crítica da Redação não nos dá subsídios para conclusões finais do problema sinótico, mas nos direciona no sentido de compreender os principais percalços neste tipo de análise.