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Lauro de Freitas 2017
FÁBIO HENRIQUE BRITO DA COSTA
ANTIBIOTICOPROFILAXIA NA ODONTOLOGIA:
Revisão de Literatura
FABIO HENRIQUE BRITO DA COSTA
ANTIBIOTICOPROFILAXIA NA ODONTOLOGIA:
Revisão de Literatura
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à instituição UNIME – Lauro de Freitas, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Odontologia.
Orientador: Profo. Dr. Jener Gonçalves de Farias
LAURO DE FREITAS
2017
FABIO HENRIQUE BRITO DA COSTA
ANTIBIOTICOPROFILAXIA NA ODONTOLOGIA:
Revisão de Literatura
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à instituição UNIME – Lauro de Freitas, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Odontologia.
BANCA EXAMINADORA
Prof(ª). Dr. Jener Gonçalves de Farias
Prof(ª). Ms Juliana Andrade Cardoso
Lauro de Freitas, 07 de Dezembro de 2017
AGRADECIMENTOS
Primeiramente а Deus, permitiu qυе tudo isso acontecesse ао longo dе minha
vida, е nãо somente nestes anos como universitário, mаs еm todos оs momentos, é
o maior mestre qυе alguém pode conhecer.
A esta universidade, todo o corpo docente, direção е administração qυе
oportunizaram а janela qυе hoje vislumbro υm horizonte superior.
Ao meu orientador Prof. Dr. Jener Gonçalves de Farias, pelo suporte nо pouco
tempo qυе lhe coube, pelas suas orientações, incentivos e paciência que tornaram
possível este trabalho.
A todos os professores por me proporcionar o conhecimento não apenas
racional, mas a manifestação dо caráter е afetividade dа educação nо processo
dе formação profissional, pоr tanto qυе sе dedicaram а mim, nãо somente pоr terem
mе ensinado, mаs por terem mе feito aprender.
А minha mãe, Sidimar Costa, o sеυ cuidado е dedicação deram, еm alguns
momentos, а esperança pаrа seguir,
Ao meu pai, Lourival Dias Costa, a sυа presença significou segurança е
certeza dе qυе não estou sozinho nessa caminhada.
A minha vó, Valdeci, mulher do coração enorme, me proporcionou um mundo
melhor, me mostrou como amar o próximo, você é muito especial, merece ser
homenageada todos os dias.
A minha namorada, Jaqueline Costa, que nos momentos mais difíceis esteve
ao meu lado me apoiando e apesar das noites perdidas de sono estudando sempre
esteve disposta a me incentivar, qυе dе forma especial е carinhosa me dеυ força е
coragem para continuar.
A minha irmã, Maria de Lara, a quem possuo um carinho, que sempre foi
compreensiva, atendeu meus favores e conselhos.
Ao meu irmão, Júnior Dias, que passou momentos difíceis e felizes ao meu
lado, que a cada dia me ensina algo diferente sobre a vida.
Aos meus amigos de Faculdade, Caio costa, Tamile Prado, Rebeca Carvalho,
Paula Novaes, Alana Cristina, Tayanna Carneiro, irmãos na amizade que fizeram
parte da minha formação e que vão continuar presentes em minha vida com certeza.
A toda minha família, que cоm muito carinho е apoio nãо mediram esforços
para qυе eu chegasse аté esta etapa da minha vida, esta vitória é mais de vocês do
que minha.
Aos meus amigos, Vitur Amorim, Anderson Neves, Kauê Santos, Romario Reis
que nоs momentos dе minha ausência dedicados ао estudo, sеmprе fizeram
entender qυе о futuro é feito а partir dа constante dedicação nо presente.
A todos qυе direta оυ indiretamente fizeram parte dа minha formação, о mеυ
muito obrigado!
COSTA, Fábio Henrique Brito de. Antibioticoprofilaxia na Odontologia: revisão de literatura. 2017. 34f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) – Faculdade de Ciências Agrárias e da Saúde, UNIME, Lauro de Freitas, 2017.
RESUMO Os antibióticos são prescritos por dentistas para tratamento, bem como prevenção de infecção. Fatores epidemiológicos clínicos e bacteriológicos determinam as indicações de antibióticos em odontologia. Os antibióticos são utilizados em adição ao tratamento adequado para auxiliar as defesas do hospedeiro na eliminação de bactérias remanescentes. A indicação para o uso de antibióticos sistêmicos em odontologia são limitadas, geralmente quando há evidência de envolvimento de sinais clínicos e disseminação de infecção, uma vez que a maioria das doenças dentárias e periodontais são melhor administradas por intervenção operatória e medidas de higiene bucal. Os antibióticos são prescritos na prática odontológica para o tratamento de infecções odontogênicas, infecções não odontogênicas, como profilaxia contra infecção focal e local. Contudo, a literatura fornece evidências de práticas inadequadas de prescrição por cirurgiões-dentistas, devido a uma série de fatores que vão do conhecimento inadequado aos fatores sociais. O objetivo analisar e expor através de uma revisão de literatura os protocolos atuais de uso de antibioticoprofilaxia em Odontologia. Os principais defeitos no conhecimento da prescrição de antibióticos são delineados. Os antibióticos devem ser usados apenas como um adjuvante para tratamento odontológico e nunca sozinhos como a primeira linha de cuidados. A principal conclusão é que, infelizmente, as práticas de prescrição dos cirurgiões-dentistas são inadequadas e isso se manifesta com excesso de prescrição. Recomendações para melhorar as práticas de prescrição de antibióticos são apresentadas na tentativa de reduzir a incidência crescente de resistência aos antibióticos e outros efeitos colaterais do abuso de antibióticos. Palavras-chaves: Antibioticoprofilaxia; Antibacterianos; Farmacologia; Odontologia.
COSTA, Fábio Henrique Brito de. Antibiotic Prophylaxis in Dentistry: review of the literature. 2017. 34f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) – Faculdade de Ciências Agrárias e da Saúde, UNIME, Lauro de Freitas, 2017.
ABSTRACT Antibiotics are prescribed by dentists for treatment as well as infection prevention. Clinical and bacteriological epidemiological factors determine the indications of antibiotics in dentistry. Antibiotics are used in addition to appropriate treatment to aid host defenses in eliminating remaining bacteria. Indications for the use of systemic antibiotics in dentistry are limited, generally when there is evidence of involvement of clinical signs and dissemination of infection, since most dental and periodontal diseases are better managed by operative intervention and oral hygiene measures. Antibiotics are prescribed in dental practice for the treatment of odontogenic infections, non-odontogenic infections, such as prophylaxis against focal and local infection. However, the literature provides evidence of inadequate prescribing practices by dental surgeons, due to a range of factors ranging from inadequate knowledge to social factors. The objective of this study was to analyze and present, through a literature review, the current protocols for the use of antibiotic prophylaxis in dentistry. The main shortcomings in the knowledge of antibiotic prescription are outlined. Antibiotics should be used only as an adjunct to dental treatment and never alone as the first line of care. The main conclusion is that, unfortunately, the dentists' prescribing practices are inadequate and this manifests itself with too much prescribing. Recommendations to improve antibiotic prescribing practices are presented in an attempt to reduce the increasing incidence of antibiotic resistance and other side effects of antibiotic abuse. Key-words: Antibiotic Prophylaxis; Anti-Bacterial Agents; Pharmacology; Dentistry.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Antibióticos comumente utilizados em aplicação para infecções
odontogênicas .......................................................................................................... .14
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AAOS American Academy of Orthopaedic Surgeons
ADA American Dental Association
AHA American Heart Association
AINES
EI Endocardite Infecciosa
IV Via Intravenosa
V.IM. Via Intramuscular
V.O. Via Oral
SUMÁRIO
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE TABELA
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11
2 CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE ANTIBIÓTICO ........................................... 13
2.1 ANTIBIÓTICOS NA PRÁTICA ODONTOLÓGICA .......................................... 14
3 PROFILAXIA ANTIBIÓTICA .................................................................................. 21
3.1 INDICAÇÃO DE ANTIBIÓTICOS .................................................................... 21
3.1.1 Antibióticos para infecções odontogênicas .......................................... 22
3.1.2 Antibióticos para infecções não odontogênicas .................................. 24
3.1.3 Profilaxia antibiótica para prevenir a endocardite infecciosa ............. 24
3.1.4 Profilaxia antibiótica para tratar infecção local..................................... 25
4. ANTIBIÓTICO COM PRECAUÇÃO ...................................................................... 28
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 31
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 32
11
1 INTRODUÇÃO
Cirurgiões-Dentistas prescrevem medicamentos para o tratamento de uma
série de condições orais, principalmente infecções orofaciais. Uma vez que a maioria
das infecções do sistema estomatognático se origina de infecções odontogênicas, a
prescrição de antibióticos por profissionais de Odontologia tornou-se um aspecto
importante da prática odontológica. Por esta razão, os antibióticos representam a
grande maioria dos medicamentos prescritos por dentistas (MARMITT, 2010, p.12-
16; PEDROSO, 2012, p.10-12).
Os dentistas prescrevem entre 7% e 11% de todos os antibióticos comuns
(beta-lactâmicos, macrólideos, tetraciclinas, clindamicina, metronidazol). De acordo
com o Dental Practitioners Formulary (Formulário Clínico Odontológico na
Inglaterra), 33% a 87% dos antibióticos prescritos por dentistas são considerados de
prescrição imprópria (PEDROSO, 2012, p.14-15).
A maioria dos estudos sobre o uso de antibióticos profiláticos foi realizada em
países desenvolvidos, e os resultados geralmente indicaram que os dentistas têm
um bom conhecimento de prescrição (COSTA et al, 2013, p. 173-176; LIA, 2017,
p.2-3; TRENTO et al, 2014, p. 288-292).
Os poucos estudos realizados nos países em desenvolvimento relataram que
o uso abusivo de antibióticos profiláticos foi para prevenir a infecção pós-operatória
após manipulações dentárias cirúrgicas ou para cobrir um defeito na técnica clínica
asséptica ou equipamento inadequado esterilizado. O tipo de antibiótico escolhido e
o seu regime de dosagem dependem da gravidade da infecção e do tipo
predominante de bactérias causadoras.
A prescrição de antibióticos pode estar associada a efeitos adversos
desfavoráveis que vão desde perturbações gastrointestinais até choque anafilático
fatal e principalmente ao desenvolvimento de resistência. Os problemas crescentes
de resistência nos últimos anos provavelmente estão relacionados ao uso excessivo
ou inadequado de agentes de amplo espectro, tais como cefalosporinas e
fluorquinolonas. Iniciamos agora uma era em que algumas espécies bacterianas são
resistentes à gama completa de antibióticos atualmente disponíveis, sendo o
Staphylococcus aureus resistente à meticilina o exemplo mais conhecido de
resistência extensiva (MARMITT, 2010, p.19-21; ROSA, 2011, p.35-41; ZIMERMAN,
2012, p.22-28).
Essas complicações graves associadas com o uso de antibióticos têm
estimulado estudos que investigam as práticas de prescrição de antibióticos na
Odontologia (OLIVEIRA et al. 2011, p.217; TRENTO et al, 2014, p.287).
Os profissionais e pesquisadores da área de saúde estão cada vez mais
preocupados com o uso excessivo de antibióticos e o desenvolvimento resultante de
estirpes resistentes de microrganismos. Outro aspecto importante diz respeito a
prevenção da endocardite bacteriana subaguda após procedimentos cruentos da
Odontologia bem como a prevenção de infecções graves em pós-operatórios de
cirurgia bucal de pacientes imunocomprometidos. Dessa forma o uso de antibióticos
profiláticos na Odontologia pode ser um fator importante que exige a determinação
de protocolos rígidos.
Quais os pacientes com alterações sistêmicas, além dos propensos a
desenvolver a endocardite, devem fazer a antibioticoprofiláxia prévia ao tratamento
odontológico?
Portanto esse trabalho tem como objetivo geral analisar e expor através de
uma revisão de literatura os protocolos atuais de uso de antibioticoprofilaxia em
Odontologia e como objetivos específicos descrever a farmacodinâmica e a
farmacocinética dos antibióticos utilizados na antibioticoprofilaxia em Odontologia
bem como os efeitos adversos do uso inadequado dos antibióticos, relatar o histórico
dos protocolos de uso dos antibioticoprofilaxia, na Odontologia e expor, através de
uma revisão de literatura, como os antibióticos devem ser indicados ou
contraindicados para profilaxia de infecções.
Para isso, será realizado um estudo descritivo (quanto ao objetivo
metodológico), qualitativo (quanto a abordagem da pesquisa), e bibliográfica (quanto
ao procedimento de coleta de dados). Coleta de dados secundários de revisão
bibliográfica sistematizada de artigos científicos, livros-textos, monografias, teses e
dissertações mediante consulta nos centros de referências em saúde, como
PubMed, Bireme, Scielo nos últimos 10 anos utilizando como descritores:
antibioticoprofilaxia, infecção, odontologia, procedimentos.
13
2 CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE ANTIBIÓTICO
Antibióticos são compostos naturais ou sintéticos capazes de inibir o
crescimento ou causar a morte de fungos ou bactérias. Podem ser classificados
como bactericidas, quando causam a morte da bactéria, ou bacteriostáticos, quando
promovem a inibição do crescimento microbiano (YAGIELA et al, 2011; SOUSA,
2015, p.4-6).
De acordo com a história, o termo inicial proposto por Vuillemin em 1889 era
"antibiose" e que definia o antagonismo dos seres vivos em geral. Em 1910, o
pesquisador Paul Ehrlich, conhecido como o pai da quimioterapia, desenvolveu o
primeiro antibiótico e foi considerado o responsável pelo conceito primário do termo
“antibiótico”, quando este sugeriu que alguns microrganismos são capazes de
produzir substâncias naturais capazes de interferir ou impedir a multiplicação de
outros microrganismos e, dessa maneira, manter determinados equilíbrios
ecológicos (CROTY, 2012, p. 2-3; SOUSA, 2015, p.4-6). Na sequência, em 1928,
Alexander Flemming, de tal conceito considerou a penicilina como o produto
produzido por um microrganismo, o penicillium, capaz de interferir e/ou destruir
bactérias, com o mínimo de efeitos tóxicos para o Homem ou Animal (CROTY, 2012,
p. 3-4).
Atualmente, apesar de com o mesmo objetivo, a maioria dos antibióticos
utilizados clinicamente são semi-sintéticos, pois são obtidos por modificação química
das substâncias naturais produzidas pelos microrganismos. Existem, porém,
antibióticos já produzidos apenas por síntese química, então denominados por
sintéticos (DAVIES; DAVIES, 2010, p.421-424; SOUSA, 2015, p.4-6).
Os antibióticos diferem uns dos outros nas suas propriedades físicas,
químicas, farmacológicas, no espectro e mecanismos de ação. O antibiótico ideal
será aquele que sendo capaz de interferir na função vital da bactéria, não
compromete as células do hospedeiro (DAVIES; DAVIES, 2010, p.421-424;
GUIMARÃES; MOMESSO; PUPO, 2010, p.667-670).
Para que os antibacterianos tenham um efeito eficaz é importante que a sua
concentração no local da infeção seja suficiente. Assim podem ser classificados de
acordo com sua ação, que depende da concentração do fármaco que chega ao
microrganismo, bem como, da sensibilidade deste, existindo dois tipos: 1)
Bactericidas, inativam e destroem a população bacteriana, pois atuam em processos
14
vitais para a célula levando à morte celular; 2) bacteriostáticos, interferem no
crescimento ou na replicação do microrganismo, mas não o matam (DA ROSA,
2011, p.24-31).
Os antibióticos podem atuar segundo vários mecanismos de ação, tais como
inibição da síntese da parede celular; inibição da síntese ou dano da membrana
citoplasmática; inibição da síntese proteica; alterações na síntese dos ácidos
nucleicos; alteração de metabolismos celulares (DA ROSA, 2011, p.24-31; LEITE,
2014, p.20-24).
2.1 ANTIBIÓTICOS NA PRÁTICA ODONTOLÓGICA
Há três indicações principais na área da saúde, mais especificamente na
Odontologia, para uso dos antibióticos no tratamento das infecções dentais agudas
e/ou crônicas, endocardite bacteriana e no comprometimento do sistema
imunológico (BARRETO; PEREIRA, 2008, p. 137-164). Segundo Castro (1998 apud
PEDROSO, 2012, p11), a profilaxia antibiótica para uma cirurgia buco-maxilo-facial
não pode ser considerada um fato rotineiro, já que o efeito da droga pode ser nocivo
para o próprio risco da instalação da infecção, sendo necessário, portanto, fazer uma
avaliação de cada caso em particular.
Tem-se constituído em uma prática comum em cirurgia bucal a administração
profilática de antibióticos, com a finalidade de reduzir a incidência de infecção pós-
operatória. Mas, vale ressaltar que existe baixa incidência de infecções pós-
operatórias sem que o uso profilático de antibiótico tenha sido considerado como o
fator determinante (PEDROSO, 2012, p11).
A maioria das doenças orais apresentadas ao dentista são principalmente as
condições inflamatórias que estão associadas com a dor. Uma porcentagem
considerável da dor dentária origina-se de infecções agudas e crónicas de origem
pulpar, o que necessita de intervenção cirúrgica, em vez de antibióticos (COSTA et
al, 2013, p.175-176). Os casos clínicos não indicados para uso de antibióticos
incluem infecção periapical aguda, alveolite tipo cavidade seca e pulpite (PEDROSO,
2012, p.11-14). As condições periodontais inflamatórias crônicas também não são
indicadas para antibióticos; Os antimicrobianos sistémicos só devem ser utilizados
15
em condições periodontais agudas em que a drenagem ou o desbridamento sejam
impossíveis, onde haja disseminação local da infecção ou onde tenha ocorrido um
colapso sistémico (PEDROSO, 2012, p.20-21).
Antibióticos profiláticos, tomados antes de uma série de procedimentos
dentários, têm sido defendidos para reduzir a probabilidade de complicações locais
pós-operatórias, como infecção, alveolite seca, ou sérias complicações sistêmicas
como endocardite infecciosa (SANTOS, 2015, p.30-33). A evidência de que os
antibióticos atuam para prevenir a infecção de lesões cirúrgicas na boca é
improdutiva ou inexistente, indicando que a profilaxia antibiótica parenteral pré-
operatória para cirurgia de terceiro molar de rotina em pacientes com ajuste médico
é injustificada (PEDROSA et al, 2016, p.108-109). Verificou-se também que uma
dose única de metronidazol era ineficaz na prevenção do desenvolvimento de
alveolite seca. Para a maioria dos procedimentos cirúrgicos dentoalveolar em
pacientes com comprometimento não medico, a profilaxia antibiótica não é
necessária ou recomendada (SANTOS, 2015, p.30-33).
As situações clínicas que requerem terapia antibiótica em base empírica são
limitadas, e incluem infecção oral acompanhada por elevação da temperatura
corporal e evidência de disseminação sistêmica como linfadenopatia e trismo. A
celulite facial que pode ou não estar associada à disfagia é uma doença grave que
deve ser tratada com antibióticos prontamente devido à possibilidade de propagação
da infecção através da linfa e da circulação sanguínea, com desenvolvimento de
septicemia (SANTOS, 2015, p.84-87).
O uso empírico de profilaxia antibiótica para procedimentos dentários,
especialmente aqueles que causam sangramento na boca, tornou-se uma prática
razoavelmente bem estabelecida entre os profissionais. No entanto, muitos dentistas
são confundidos pelas indicações e pela natureza da profilaxia antibiótica. Eles
muitas vezes dependem de recomendações de praticantes que citam evidências
anedóticas ou decidir que, em caso de dúvida, o caminho sábio e conservador é
usar profilaxia antibiótica (TRENTO et al, 2014, p.286-287). Há também um número
limitado de lesões orais localizadas que são indicadas para uso antibiótico e estas
incluem abscesso periodontal, gengivite ulcerativa necrosante aguda e
pericoronarite (ALFENAS et al, 2014, p.120-122; CALDAS, 2007, p.11-14).
16
Há alguns anos, a American Heart Association (AHA) e a American Dental
Association (ADA) mudaram seus protocolos recomendados para profilaxia
antibiótica contra a endocardite bacteriana. A ADA e a American Academy of
Orthopaedic Surgeons (AAOS) também emitiu uma nova recomendação contra o
uso rotineiro de profilaxia antibiótica em pacientes com substituição da prótese
articular. Isso reflete na mudança de atitudes em relação ao uso de antibióticos em
pacientes com risco de desenvolver bacteremias em procedimentos odontológicos
(PALMER, 2015). A AHA e a ADA recomendam o uso de antibióticos antes de
procedimentos odontológicos para pacientes com válvulas cardíacas artificiais,
história anterior de endocardite, determinadas doenças cardíacas congênitas e
pacientes com transplante de coração que desenvolvem problemas com uma válvula
cardíaca (BRANCO-DE-ALMEIDA et al, 2009, p.8-9). A correlação entre infecção bacteriana e endocardite foi descrita antes da
virada do século XX. No entanto, não foi até a década de 1920 que a relação causal
entre bacteremia, procedimentos cirúrgicos e endocardite infecciosa (EI) foi
proposta. Desde os anos 1930 e 1940, quando os estudos indicaram uma correlação
significativa entre procedimentos dentários que causam sangramento, bacteremia e
o desenvolvimento de EI, o uso de antibióticos tem sido uma prática padrão para
pacientes identificados como tendo risco de desenvolver endocardite (GRINBERG &
SOLIMENE, 2011, p.229-231) Esta prática tem se expandido para incluir pacientes
em risco de desenvolver infecções em torno de articulações protéticas e aqueles
com sistemas imunológicos deprimidos (IBIDE et al, 2015, p.11-13). Além disso,
muitos médicos e odontólogos usam antibióticos em conjunto com procedimentos
cirúrgicos para outros pacientes saudáveis na crença de que tal terapia irá reduzir a
incidência de infecções perioperatórias (ROSSINI, 2016, p.19).
A prescrição de antibióticos pelo cirurgião-dentista é empírica, uma vez que
as culturas de pus ou exsudatos não são comumente feitas. Com base em dados
epidemiológicos, os germes responsáveis pelo processo infeccioso são suspeitos, e
o tratamento é decidido de forma presuntiva, fundamentado no raciocínio
probabilístico (ANDRADE SANTOS et al, 2017, p.3-6; LIA, 2017, p.2).
Como resultado do exposto, os antibióticos de amplo espectro são
tipicamente prescritos. Uma ampla gama de organismos pode ser isolada da
17
cavidade oral e, embora nem todos sejam patógenos humanos potenciais, a lista de
bactérias relacionadas com infecções bucais é relativamente longa (cocos, bacilos,
organismos grampositivos e gramaticais, aeróbios e anaeróbios). Além disso, uma
gama muito limitada de produtos medicamentosos é tipicamente usada, geralmente
dois ou três antibióticos. Por sua vez, a prescrição é caracteristicamente feita por
curtos períodos de tempo, tipicamente não mais que 7 a 10 dias. (ANDRADE
SANTOS et al, 2017, p.3-6).
A sensibilidade antibiótica das bactérias encontradas dentro da cavidade oral
está diminuindo gradualmente e um número crescente de cepas resistentes é
detectado, particularmente Porphyromona e Prevotella, embora o fenômeno também
tenha sido relatado para Streptoccocus viridans e para drogas como os macrólidos,
penicilina e clindamicina. Essa resistência microbiana refere-se a cepas de
microrganismos que se multiplicam em presença de concentrações de antibióticos
mais altos do que as que provêm de doses terapêuticas administradas a seres
humanos (VALENTE, 2015, p.33; VIEIRA; SANTOS; SILVA, 2017, p27).
A prescrição de antibióticos quase sempre está associada à prescrição de
medicamentos antiinflamatórios não esteróides (AINEs). Existem muitas interações
potenciais entre essas duas categorias de medicamentos - a situação mais comum
sendo uma redução mediada por AINE de biodisponibilidade antibiótica e, portanto,
efeito, embora algumas combinações de drogas como cefalosporinas e ibuprofeno,
ou tetraciclinas com naproxeno ou diclofenaco , demonstraram exercer o efeito
oposto, ou seja, um aumento na biodisponibilidade do antibiótico (VIEIRA; SANTOS;
SILVA, 2017, p.29-32).
A cavidade oral humana contém uma gama muito ampla de germes. Na
verdade, alguns autores falam de mais de 500 espécies diferentes, e Liebana até
informa que todos os microorganismos conhecidos relacionados às espécies
humanas estão isolados em algum momento da cavidade oral como espécies
transitórias (a maioria) ou residentes (apenas algumas) (12). Apesar desta grande
variedade de germes, os mais comumente isolados de exsudados orais, dentários,
apical e periodontais e pus são mais limitados em organismos que compõem um
número considerado mais patogênicos e que focalizam a maioria dos estudos sobre
a eficácia antibiótica.
18
A Tabela 1 reporta os antibióticos mais utilizados na prática odontológica, com
indicação das doses correspondentes.
Tabela 1. Antibióticos comumente utilizados em aplicação para infecções odontogênicos
Substância Via de administração
Posologia Efeitos colaterais
Amoxicilina v.o. 500 mg/8h 1000 mg/12h
Diarreia, náuseas, reações de hipersensibilidade
Amoxicilina-Ácido
Clavulânico
v.o.* ou iv** 500-875 mg/8h* 2000 mg/12h*
1000-2000 mg/8h**
Diarreia, náusea, candidíase, reações de hipersensibilidade
Clindamicina v.o*. ou iv** 300 mg/8h* 600 mg/8h**
Colite pseudomembranosa
Azitromicina v.o. 500 mg/24h 3 dias consecutivos
Distúrbios gastrointestinais
Ciprofloxacina v.o. 500 mg/12h Distúrbios gastrointestinais
Metronidazol v.o. 500-750 mg/8h Convulsões, anestesia ou parestesia dos membros,
incompatíveis com a ingestão de álcool
Penicilina v.im*** ou iv** 1.2-2.4 milhões de IU/24h***
24 milhões IU/24h**
Reações de hipersensibilidade, alterações
gástricas * v.o.: via oral; * * iv: via intravenosa; ***v.im: via intramuscular.
Fonte: FACO, 2006
A desvantagem para os benefícios evidentes do tratamento antibiótico é
representada pelos efeitos indesejáveis de seu uso. Por um lado, há efeitos
colaterais com repercussões para o paciente, como distúrbios gástricos,
hematológicos, neurológicos, dermatológicos, alérgicos e outros. Por outro lado, o
desenvolvimento de resistências bacterianas é de grande importância tanto para
pacientes individuais quanto para saúde pública - o paradigma neste caso sendo a
cepa bacteriana produzindo ß-lactamase (BUFFE; ARAUJO; DALLA COSTA, 2001;
ELLISON, 2009).
O uso racional de antibióticos é exigido na prática clínica, para garantir a
máxima eficácia, ao mesmo tempo em que minimiza os efeitos colaterais e o
aparecimento de resistências. Os antibióticos são normalmente prescritos na prática
odontológica para alguns dos seguintes propósitos: (a) como tratamento para
infecções odontogênicas agudas; (b) como tratamento para infecções não
odontogênicas; (c) como profilaxia contra infecção focal em pacientes em risco
19
(endocardite e próteses articulares); e (d) como profilaxia contra infecção local e
disseminação sistêmica na cirurgia oral (FACO, 2006, p.13-32).
Apesar da alta incidência de infecções odontogênicas, não há critérios
uniformes quanto ao uso de antibióticos para tratá-los. Bascones Martínez et
al. (2004 apud FACO, 2006, p.19-23), em um documento de consenso sobre o
assunto, sugeriu que o tratamento deveria ser fornecido em algumas situações
agudas de infecção odontogênica da origem da polpa como complemento do
tratamento do canal radicular, gengivite necrotizante ulcerativa, abscessos
periapicais, periodontite agressiva e em infecções graves das camadas fasciais e
tecidos profundos da cabeça e pescoço.
Existe um acordo considerável de que os derivados de beta-lactam são os
antibióticos de escolha para esses processos, desde que não haja alergias ou
intolerâncias. No entanto, há menos consenso sobre qual droga pertencente a essa
família deve ser prescrita. Enquanto alguns autores consideram que as penicilinas
naturais e semi-sintéticas (amoxicilina) são as opções de primeira escolha
(BASCONES et al, 2004), outras preferem a associação de amoxicilina-clavulanato,
devido ao crescente número de resistência bacteriana, bem como ao seu amplo
espectro, perfil farmacocinético, tolerância e características de dosagem. Como já foi
comentado, alguns autores propuseram a clindamicina como a droga de escolha,
tendo em vista a boa absorção, a baixa incidência de resistências bacterianas e as
altas concentrações de antibióticos atingidas no osso (FACO, 2006, p.108-109).
As infecções não odontogênicas incluem infecções específicas da cavidade
oral (tuberculose, sífilis, lepra) e infecções inespecíficas das membranas, mucosas,
músculos faciais, glândulas salivares e ossos. As infecções ósseas são incluídas
alegando que muitas delas podem ser de origem odontológica (VIEIRA; SANTOS;
SILVA, 2016). Esses processos exigem tratamentos prolongados e são usadas
associações de medicamentos que geralmente incluem clindamicina, devido à sua
capacidade de atingir altas concentrações no osso e fluorquinolonas (ciprofloxacina,
norfloxacina, moxifloxacina) para ampliar o espectro bacteriano para incluir bacilos
gram-negativos, cocos aeróbicos gram-positivos e, no caso de fluorquinolonas de
terceira geração (moxifloxacina), anaeróbios (BASCONES MARTÍNEZ et al, 2004;
FACO, 2006).
20
Recomenda-se que o tratamento empírico com betalactamas associados a
fluorquinolonas seja limitado, uma vez que ambos os grupos de antibióticos ativam
mecanismos comuns de resistência - favorecendo a aparência de resistências em
patógenos importantes como Pseudomona aeruginosa e Acinetobacter spp (DA
ROSA, 2011, p.24-31; LEITE, 2014, p.20-24).
O tratamento de infecções específicas causadas por micobactérias requer o
uso de antibióticos por longos períodos de tempo (de 6 meses a 2 anos) e inclui a
administração de dapsona (um análogo de sulfamida), clofazimina (um corante com
ação bactericida) e rifampicina para lepra e associações de etambutol, isoniazida,
rifampicina, pirazinamida e estreptomicina para tuberculose (DA ROSA, 2011, p.24-
31; LEITE, 2014, p.20-24).
21
3 PROFILAXIA ANTIBIÓTICA
O uso de antibióticos como profilaxia para infecção focal é uma prática
comum e tem sido amplamente aceito na profissão odontológica. O paradigma deste
modelo de tratamento é a prevenção da endocardite bacteriana, indicada em
pacientes de risco no contexto de qualquer procedimento invasivo dentro da
cavidade oral - e seguindo as diretrizes da AHA (ANDRADE, 2014; WILSON et al,
2007).
No entanto, há dúvidas em relação a essa prática. Em primeiro lugar, a
bacteremia transitória ocorre não apenas após tratamentos dentários, como
extrações (35-80%) ou cirurgia periodontal (30-88%). Também ocorre no contexto da
escovação dentária (40%) ou ao mastigar gengiva (20%) e é proporcional ao trauma
causado e ao número de germes que colonizam a zona afetada (VIEIRA; SANTOS;
SILVA, 2016). Em segundo lugar, não só as bactérias causam endocardite e
daqueles que causam a doença, muitas são resistentes aos antibióticos
administrados como profilaxia (fundamentalmente amoxicilina). Por fim, sabe-se que
a maioria dos casos de endocardite bacteriana não está relacionada com
procedimentos invasivos e que o atendimento odontológico é apenas responsável
por uma porcentagem mínima de casos da doença (VIEIRA; SANTOS; SILVA, 2016;
LIMA; ALMEIDA; FELINO, 2014)
Apesar dos inconvenientes mencionados, a profilaxia antibiótica ainda é
recomendada em pacientes em risco (FACO, 2006).
De acordo com a American Dental Association e a American Academy of
Orthopaedic Surgeons, é necessária uma avaliação da profilaxia antibiótica em
pacientes com próteses articulares totais na presença de deficiência imune, quando
se contempla procedimentos dentários de alto risco em pacientes com próteses no
local por menos de dois anos , e em pacientes que já sofreram infecções anteriores
da prótese articular (ANDRADE, 2014; WILSON et al, 2007).
3.1 INDICAÇÃO DE ANTIBIÓTICOS
22
Os antibióticos não são uma alternativa à intervenção odontológica, eles são
adjuntos. Os antibióticos são indicados quando os sinais clínicos de envolvimento
são evidentes. O principal uso da profilaxia antibiótica para procedimentos dentários,
são casos que causam sangramento na cavidade bucal, tornou-se uma prática
comum entre dentistas. Os antibióticos são indicados na prática odontológica para o
tratamento de pacientes imunocomprometidos, sinais evidentes de infecção
sistêmica e se os sinais e sintomas da infecção progridem rapidamente (ANDRADE,
2014; ANDRADE SANTOS, 2017, p.1-6).
3.1.1 Antibióticos para infecções odontogênicas
A penicilina é a droga de escolha no tratamento de infecções odontogênicas,
pois é propenso a aerobias gram positivas e anaeróbios intraorais, organismos
encontrados no abscesso alveolar, abscesso periodontal e pastas necróticas. Ambos
os microrganismos aeróbicos e anaeróbicos são suscetíveis à penicilina . A
penicilina resistente à penicilinase ou um derivado de tipo ampicilina é prescrito para
infecções causadas por estafilococos produtores de penicilinase ou aqueles que
envolvem bactérias gram negativas (ANDRADE, 2014; ANDRADE SANTOS, 2017,
p.1-6).
Uma combinação de penicilina e ácido clavulânico pode ser preferida para
infecções causadas por estafilococos, estreptococos e pneumococos. Os doentes
alérgicos à penicilina são tratados com clindamicina 300 mg (65%), que é a droga
ideal de escolha e seguida de azitromicina (15%) e metronidazol-espiraicina
(13%) . As cefalosporinas de primeira geração como cefadroxil, cephadrine fornecem
um antibiótico de amplo espectro quando se suspeita que organismos grampositivos
sejam o fator causador da infecção. A cefalosporina é aconselhável para reações
alérgicas de tipo retardado à penicilina e quando a eritromicina não pode ser
utilizada (ANDRADE, 2014). A cefalosporina é indicada na prática endodôntica, pois
apresentam boa penetração óssea. As tetraciclinas são antibióticos bacteriostáticos
que inibem especificamente a ligação de sintetases de aminoacil-RNAt ao local
aceitador ribossômico. Para os casos de gengivite ulcerativa necrosante aguda que
23
requerem terapia antibiótica sistêmica em que a penicilina é impedida, as
tetraciclinas são mais benéficas (PEDROSO, 2012, p.15-18).
Os efeitos colaterais encontrados com maior frequência pelo uso da penicilina
são hipersensibilidade, que é encontrado aproximadamente em 3%-5% da
população (PEDROSO, 2012, p.16-18). Tal como acontece com a maioria dos
antibióticos, a ocorrência de reações alérgicas de todos os graus de gravidade é
comum. As penicilinas, seguidas pelas cefalosporinas e tetraciclinas, são mais
frequentemente envolvidas nestas reações. Azitromicina mostrou uma
farmacocinética aprimorada ao encontrar os anaeróbios envolvidos na infecção
endodôntica. A dose oral de azitromicina é de 500 mg de dose de carga seguida de
250 mg uma vez por dia durante cinco a sete dias. A ciprofloxacina é uma das
drogas comuns utilizadas para infecções endodônticas. A ação efetiva contra
anaeróbios orais, organismos aeróbicos gram positivos (Staphylococcus
aureus, Enterobacter species e Pseudomonas) exige a necessidade de
ciprofloxacina para infecções endodônticas (ANDRADE, 2014; ANDRADE SANTOS,
2017, p.1-6; PEDROSO, 2012, p.15-18).
O metronidazol é um agente antimicrobiano sintético, que é bactericida e mais
eficaz contra anaeróbios. Baumgartner (2006) mostrou número efetivo de bactérias
resistentes a metronidazol. A dose recomendada é de 1000 mg de dose de carga
seguida de 500 mg a cada seis horas por cinco a sete dias.
A clindamicina continua a ser a segunda droga de escolha ao lado da
penicilina no tratamento de infecções odontogênicas. Observou-se que 10% da
bactéria Streptococcus viridans eram resistentes à clindamicina. Gilad et al (1999)
desenvolveram novas fiberas impregnadas com clindamicina, um medicamento
intracanal, que é eficaz contra outros patógenos endodônticos comuns. Devido aos
seus efeitos colaterais adversos, o uso rotineiro da clindamicina não é
aconselhável. Contudo, os antibióticos de b lactum continuam a ser a droga de
escolha em infecções odontogênicas entre os profissionais de saúde (BARRETO;
PEREIRA, 2008; COSTA, 2013; FACO, 2006; PEDROSO, 2012, p.15-18).
24
3.1.2 Antibióticos para infecções não odontogênicas
As infecções não odontogênicas requerem um tratamento prolongado. Eles
incluem infecções como tuberculose, sífilis, lepra e infecções não específicas do
osso. Novos antibióticos sintéticos como as fluoroquinolonas são a droga de escolha
para o manejo de infecções não odontogênicas. As fluoroquinonas são indicadas
para infecções ósseas e articulares, infecções do trato genitourinário e infecções do
trato respiratório. Eles têm um amplo espectro de ação e inibem a replicação do
DNA bacteriano. As infecções ósseas e anaeróbicas são gerenciadas prescrevendo
clindamicina (oralmente) ou lincomicina (parenteralmente). O manejo da tuberculose
requer um longo período de tratamento com antibióticos, que inclui etambutol,
isoniazida, rifampicina, pirazinamida e estreptomicina. A penicilina G benzatina é
administrada no tratamento da sífilis. Clofazimina, dapsona e rifampicina são usadas
para tratar a lepra (BARRETO; PEREIRA, 2008; COSTA, 2013; FACO, 2006;
PEDROSO, 2012, p.15-18).
3.1.3 Profilaxia antibiótica para prevenir a endocardite infecciosa
A endocardite infecciosa é uma condição pouco comum, mas grave e muitas
vezes fatal. A patogênese da endocardite infecciosa é constituída por uma
sequência complexa de eventos. A localização anatômica da infecção é determinada
pela adesão de microorganismos a vários locais. A coincidência entre infecção
bacteriana e endocardite foi descrita antes da virada do século 20. Estudos têm
demonstrado que os procedimentos dentários são fatores desencadeantes para
alguns casos de endocardite. Uma condição ruim da saúde periodontal é um fator de
risco substancial (IBIDE et al, 2015). Lockhart (1996) relatou mais incidência de
endocardite infecciosa após a extração dentária e cirurgia periodontal. A bacteremia
foi associada a 74% dos pacientes após a extração dentária.
A profilaxia antibiótica não só age destruindo bactérias, mas também inibindo
a adesão bacteriana. É indicado em procedimentos dentários de alto risco em
pacientes com distúrbios cardíacos de alta frequência pré-existentes. O regime
padrão inclui altas doses de amoxicilina em crianças e adultos, uma hora antes do
25
tratamento odontológico. 2 g de amoxicilina oral devem ser administrados aos
adultos antes do início do procedimento odontológico (ROSSINI, 2016; VALENTE et
al, 2015).
Em um estudo, DA SILVA PEDROSA (2016) relatou que 2 g de amoxicilina
fornece várias horas de cobertura antibiótica. A clindamicina é recomendada em
pacientes alérgicos a beta-lactâmicos. Além disso, os melhores resultados foram
alcançados pelo uso de clindamicina no tratamento de infecções odontogênicas. Em
pacientes alérgicos a penicilina ou amoxicilina, a cefalosporina oral de primeira
geração é recomendada. A vancomicina e a estreptomicina são utilizadas
profilaxicamente para prevenção de endocardite infecciosa em pacientes com
válvulas cardíacas protéticas. É possível ocorrer uma falha profilática em pacientes
com doença cardíaca congênita se o antibiótico adequado não for
selecionado. Cunha et al (2010) documentou um caso semelhante que, resultou em
acidente vascular cerebral, oclusão embólica da perna e substituição valvar
mitral. Por outro lado, uma redução de 78,6% na prescrição de antibióticos foi notada
após o lançamento da diretriz NICE. A agência francesa do Health Product Health
Safety advoga contra ou contraindica a cirurgia facial dentária, cirurgia do osso,
cirurgia periodontal e tratamento do canal radicular nesses pacientes, exceto em
situações de emergência, pois esses pacientes são propensos a alto risco de
infecção (GRINBERG; SOLIMENE, 2010, p. 667-677; IBIDE et al, 2015; WILSON et
al, 2007)
3.1.4 Profilaxia antibiótica para tratar infecção local
Existem vários procedimentos cirúrgicos e condições médicas que são
rotineiramente cobertas por antimicrobianos sistêmicos que incluem terceiros
molares impactados, cirurgia ortognática, cirurgia de implante, cirurgia periapical,
tumores trombólicos benignos e pacientes imunocomprometidos (DA SILVA
PEDROSA, 2016).
O serviço de antibióticos em endodontia deve ser indicado para pacientes
com sinais de infecção local e febre. Evidências mostram que prescrever antibióticos
após a remoção dos terceiros molares impactados reduzem a gravidade da dor pós-
26
operatória. Adde (2009) compararam os benefícios dos antibióticos pré e pós-
operatórios em pacientes submetidos a cirurgia periodontal. Quanto aos antibióticos
pós-operatórios, notável redução no desconforto pós-operatório foi notada. A
amoxicilina 2000 mg durante cinco dias a uma dose e intervalo adequados ajuda a
cobrir os requisitos de tratamento após a cirurgia do terceiro molar. Estudos mostram
uma diminuição na infecção pós-operatória, após o uso de antibióticos após cirurgia
ortognática (DA SILVA PEDROSA, 2016). Danda et al (2010) avaliaram o valor
profilático da profilaxia antibiótica de dose única na infecção pós-operatória em
pacientes submetidos a cirurgia ortognática, em comparação com antibióticos de um
dia. Os resultados documentados foram clinicamente significativos.
Caiazzo et al (2011) enfatizaram a necessidade de profilaxia antibiótica para
cirurgia de implante. Estudos revelam que 2 g de amoxicilina administrados
oralmente 1 hora pré-operativamente reduzem significativamente a falha de
implantes dentários (DA SILVA PEDROSA, 2016).
Rizzo et al (2010) analisaram 521 implantes endósseos colocados sob
cobertura antibiótica e relataram redução eficiente em infecções pós-
operatórias. Binahmed, Stoykewych e Peterson (2011) mencionaram que a maioria
dos cirurgiões prescreveu antibióticos pré e pós operacionais, ainda a incidência de
infecção é menor na cirurgia de implante.
O uso de antibióticos profiláticos na cirurgia de implante foi de nenhum crédito
em relação a um regime antibiótico pré-operatório de dose única em pacientes
submetidos à cirurgia de implante. Além disso, a revisão da literatura realizada por
Sharaf et al (2011) também sustenta que a única dose de cobertura antibiótica pré-
operatória pode reduzir ligeiramente a taxa de falha de implantes dentários. Nabeel
Ahmad et al (2012) realizou uma revisão da literatura sobre os efeitos dos
antibióticos em 11 406 implantes. Bastante nenhuma vantagem foi evidente a partir
do uso de regime antibiótico. O uso de regime antibiótico durante a colocação do
implante é controverso. Como o local cirúrgico da cirurgia periodontal está
contaminado com microrganismos, o uso de antibióticos é bastante necessário.
Pacientes imunológicos comprometidos representam uma divisão especial
para profissionais dentários, pois são mais propensos a bacteremia, que podem
levar rapidamente à septecemia. O procedimento dentário invasivo, como a extração
27
dentária, a escala profunda periodontal deve ser evitado sempre que possível. Os
procedimentos odontológicos realizados para os pacientes com comprometimento
imune devem ser realizados após a interação com consultores hematológicos,
oncológicos e microbiológicos. Outras indicações que exigem a necessidade de um
regime de antibióticos antes do início dos procedimentos dentários incluem a
colocação de implantes dentários, cirurgia além do ápice do dente, injeções
anestésicas locais intraligamentares e colocação subgerival de fibras antibióticas. A
cobertura antibiótica também é obrigatória para pacientes diabéticos não
controlados, que são mais propensos a tratamento odontológico invasivo. Desde que
os fatores de risco estejam sob controle, pacientes com doença periodontal e
diabetes podem sofrer tratamento de implante. Os dentistas desempenham um
papel vital no tratamento de pacientes com problemas médicos submetidos a
tratamento odontológico. Porque a detecção precoce de diabetes é descartada
durante o período de tratamento. É o trabalho do dentista estar envolvido na equipe
de cuidados de saúde para reduzir ainda mais as consequências da
diabetes. Numerosos estudos foram realizados sobre a correlação entre a infecção
da prótese articular e o procedimento dentário.
A cefalexina 2 g, dada uma hora pré-operatória (procedimento odontológico) é
sugerida para pacientes não alérgicos a penicilina e clindamicina 600 mg, uma hora
pré-operatória para pacientes alérgicos a penicilina. Os dados estatísticos coletados
do Medicare Beneficiary Survey relataram que os procedimentos dentários não
representam risco para pacientes submetidos à reposição de articulação protética. A
profilaxia antibiótica não é recomendada para todos os pacientes dentários com
substituição total de articulações, mas é aconselhável para pacientes com risco
aumentado de infecções hematogênicas de articulações protéticas (BRATZLER,
2013, p.77-150).
28
4. ANTIBIÓTICO COM PRECAUÇÃO
Considerações sobre profilaxia antibiótica devem ser administradas para
pacientes com insuficiência renal, insuficiência hepática e gravidez. Os tecidos duros
ou moles da boca são afetados em pacientes com insuficiência renal crônica. A
consulta do médico é recomendada antes e após o transplante de órgãos. Os
pacientes tratados com corticosteróides por um longo período de tempo podem
exigir uma necessidade adicional de corticosteróides para prevenir a crise adrenal. A
dose é dobrada se o paciente estiver em 30-40 mg por dia de hidrocortisona por um
mês. Não é necessário um suplemento adicional se a dose for até 30 mg por dia de
hidrocortisona (GUEVARA, 2014).
O tratamento odontológico é mais seguro, quando realizado três meses após
a cirurgia. Seis meses é considerado o melhor momento e a profilaxia antibiótica é
necessária se qualquer tratamento dentário invasivo for realizado. Os ajustes de
dose são necessários em pacientes com insuficiência renal para evitar o aumento da
concentração de drogas plasmáticas. A penicilina, a clindamicina e a cefalosporina
são os antibióticos preferidos, com o intervalo de dosagem em um período
prolongado (PEDROSO, 2012, p.15-18). Gudapati et al (2001) sugeriram que doses
de indometacina, ibuprofeno, naproxeno e diclofenaco de sódio fossem reduzidas ou
evitadas em estágios avançados de insuficiência renal. A codéína, a morfina, o
fentanil são prescritos sem redução na dosagem . A presença de periodontite
perturba a função renal em transplantes renais. Os pacientes dializados são
aconselhados a realizar o tratamento odontológico em dias de não diálise, para
garantir a ausência de heparina circulante. Sekiguchi et al (2012) atualizou que a
desmopressina é eficaz para controlar o sangramento grave em pacientes renais. A
profilaxia antibiótica é aconselhável antes que os procedimentos dentários invasivos
sejam realizados, pois esses pacientes transplantados são mais suscetíveis à
infecção. Os primeiros seis meses, após transplante renal, são considerados
29
desfavoráveis para fazer qualquer tratamento eletivo 25 mg de hidrocortisona
administrada por via intravenosa reduz o risco de crise adrenal em pacientes com
insuficiência renal com estresse.
No que diz respeito ao transplante de rim, a prevenção da inflamação
odontogênica deve ser iniciada no período pré-diálise, pois as doenças periodontais
são a etiologia predisponente da aterosclerose. Pacientes com insuficiência hepática
exigem uma redução da dose de eritromicina, clindamicina, metronidazol e drogas
antituberculosas. A suplementação oral de zinco é eficaz na encefalopatia hepática e
consequentemente melhora a qualidade de vida relacionada à saúde dos
pacientes. Pesquisas recentes confirmam ainda que o tratamento de HE com L-
ornitina e L-aspartato oral em pacientes cirróticos melhorou consideravelmente a
qualidade de vida relacionada à saúde (ÁLAMO; ESTEVE; PÉREZ, 2011, p.112-118;
ZIEBOLZ et al, 2012, p.69-75). Moreira (2012) contraindica o uso de tetraciclinas e
drogas antituberculosas em pacientes com insuficiência hepática
A categoria final compreende a gravidez, onde o uso de tetraciclinas e
aminoglicosídeos está contraindicado, pois conduz a efeitos teratogênicos no
feto. Do Nascimento et al (2016, p.98-110) enfatizaram a necessidade de profilaxia
antibiótica para pacientes grávidas, uma vez que reduz a carga bacteriana de
patógenos periodontais, além de garantir bons hábitos de higiene
bucal. Azitromicina, cefalosporina, eritromicina, penicilina com ou sem inibidores de
beta-lactamase são prescritos com precaução durante a gravidez. Ribeiro, Leite e
Pontes (2013, p.11) discutiram sobre as drogas contraindicadas para uma paciente
lactante e grávida onde os benzodiazepenos são contraindicados devido ao risco de
desenvolvimento da fenda oral durante o primeiro trimestre. O uso de AINEs de
nonaspirina durante a gravidez precoce está associado a risco estatisticamente
significativo (aumento de 2,4 vezes) de ter um aborto espontâneo. O risco de ter um
aborto espontâneo também foi associado ao uso gestacional de diclofenaco,
naproxeno, celecoxib e ibuprofeno sozinhos ou em combinação. No entanto, toda
mulher gestacional deve ser instruída para obter cuidados médicos e dentários
durante a gravidez, uma vez que a falta de fazê-lo pode afetar a saúde tanto da mãe
como do feto (DEL FIOL; SILVA, 2015).
30
A terapia com antibióticos é obrigatória e essencial na medicina e na
odontologia. A penicilina é a droga de escolha no tratamento de infecções
dentárias. Os pacientes de alto risco incluem aqueles com endocardite infecciosa,
condições imunocomprometidas e procedimentos dentários que podem produzir
bacterêmias (DUARTE et al, 2003). Os procedimentos dentários invasivos, se
realizados em tais pacientes, devem ser precedidos de uma profilaxia antibiótica. É
necessária consulta com os médicos e especialistas antes de qualquer tratamento
odontológico ser realizado em transplante de órgãos e em pacientes
grávidas. Precaução especial deve ser dirigida aos pacientes acima para determinar
o melhor resultado do procedimento dentário e para fornecer os ajustes de dose
necessários e, assim, prevenir as complicações na clínica odontológica (IBIDE et al,
2015; ROSSINI, 2016). E, portanto, é claro que, além dos procedimentos dentários
invasivos em pacientes de alto risco, nem todos os procedimentos dentários exigem
a necessidade de profilaxia antibiótica. As recomendações sobre a prescrição de
antibióticos são essenciais para prevenir a prescrição excessiva de antibióticos. A
prescrição de antibióticos deve ser considerada adjuvante ao tratamento
odontológico (ARCHER; POLK, 2015, p.318).
31
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar de existir uma ampla possibilidade de formulações medicamentosas, a
farmacologia é uma área pouco explorada por profissionais da área de odontologia,
requer uma maior divulgação do entendimento para estabelecer uma correta prática
clínica quando administrar antimicrobianos. Há uma falta de evidência para apoiar
orientações publicadas anteriormente, portanto, deve ser dada uma maior
importância à investigação científica nesta área.
O cirurgião-dentista deve fazer sempre uma avaliação aprofundada do
paciente e relembrar-se que a terapia cirúrgica cobre geralmente a maioria das
situações clínicas. A antibióticoterapia só deve ser implementada quando
estritamente comprovada a sua necessidade, nomeadamente em locais com difícil
acesso a procedimentos cirúrgicos ou infeções com manifestações sistémicas.
Em conclusão, as práticas de prescrição podem ser melhoradas, aumentando
a conscientização entre os profissionais das diretrizes recomendadas. Além disso, a
importância de iniciar programas de conscientização entre o público em geral não
deve ser ignorada. Os profissionais precisam discutir os potenciais benefícios e
danos da profilaxia antibiótica com seus pacientes antes de tomar uma decisão
sobre a administração.
32
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