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A BORDO REVISTA Fundação Mamíferos Aquáticos | Patrocínio: Petrobras PROJETO VIVA O PEIXE-BOI MARINHO PEIXE-BOI MARINHO O MAMÍFERO AQUÁTICO MAIS AMEAÇADO DE EXTINÇÃO NO BRASIL Conheça as ações da FMA em prol da conservação da espécie no Nordeste do país. Jovens criam projetos em defesa do meio ambiente Saiba como colaborar para proteger a espécie. EDIÇÃO 1 FOTO EDSON ACIOLI

Revista A Bordo - Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho - 1ª Edição

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Periódico de comunicação e pesquisa sobre o Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho, uma estratégia da Fundação Mamíferos Aquáticos em prol da conservação da espécie no Nordeste do Brasil. O projeto é patrocinado pela Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental.

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ABORDOR E V I S T A

Fundação Mamíferos Aquáticos | Patrocínio: Petrobras

P R O J E T O V I V A O P E I X E - B O I M A R I N H O

PEIXE-BOI MARINHOO MAMÍFERO AQUÁTICO MAIS AMEAÇADO DEEXTINÇÃO NO BRASIL

Conheça as ações da FMA em prol da conservação da espécie no Nordeste do país.

Jovens criam projetos em defesa do meio ambiente

Saiba como colaborar para proteger a espécie.

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Há 17 anos investindo esforços em prol da conservação do peixe-boi marinho.

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EQUIPE PROJETO VIVA O PEIXE-BOIMARINHOJoão Carlos Gomes Borges (Coordenador executivo/ Diretor-Presidente da FMA)Maria Elisa Pitanga (Coordenadora técnica)Jociery Vergara-Parente (Coordenadora científica eDiretora Vice-Presidente da FMA)Daniela Araújo (Técnica de Inclusão Social)Maíra Braga (Assessora Técnica de Inclusão Social)Gisela Sertório (Educadora Ambiental)Jaqueline Said Said (Técnica de Pesquisa)Larissa Molinari (Médica Veterinária)Karlilian Magalhães (Assessora de Comunicação)Giovanna Monteiro (Estagiária - Design Gráfico)Patrícia Menezes (Gerente Administrativa e Financeira)Genilson Geraldo (Agente de Campo)Sebastião Silva (Colaborador - Ecólogo Universitário)

REVISTA A BORDOJornalista responsável Karlilian MagalhãesDesign gráfico Giovanna MonteiroRevisão técnica João Carlos Gomes Borges

TAMBÉM COLABORARAM PARA ESTA EDIÇÃO:

Jornalismo Raquel PassosColuna Científica Jociery Vergara-ParenteDiário de Bordo e GPS Maria Elisa PitangaResumo Científico João Carlos Gomes Borges

CAPAPeixe-Boi Marinho

SUSTENTABILIDADESOCIOAMBIENTALMulheres participam de oficina deempreendedorismo

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10 ESPECIALProjeto Viva o Peixe-Boi Marinho

EDUCAÇÃO AMBIENTALJovens criam projetos em defesa do meio ambiente

PESQUISACryptosporidium sp., Giardia sp. E Toxo-plasma gondii ISOLADOS EM MAMÍFE-ROS AQUÁTICOS NO BRASIL

DIÁRIO DE BORDOElisa Pitanga

FOTO REFLEXÃO FMAFundação Mamíferos Aquáticosinaugura base em Aracaju

COLUNA CIENTÍFICAOs impactos antrópicos nosrecursos marinhos

GPS

ILUSTRAÇÃO

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Com a intenção de contribuir com a estratégia de conservação dos peixes-bois marinhos no Brasil, desde 2013 vem sendo desenvolvido o Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho, o qual contempla ações de pesquisa, conservação, educação ambiental e inclusão social. Esta iniciativa foi idealizada pela Fundação Mamíferos Aquáticos e conta com o patrocínio da Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental, que vem proporcionando a execução das diversas atividades desenvolvidas.

Considerando a consistência e a importância das ações geradas pelo Projeto, em conjunto com diversos parceiros Institucionais, mediante a premissa de que a disseminação de informação é uma importante fer-ramenta para sensibilizar e integrar a sociedade na estratégia de conservação dos peixes-bois marinhos, percebemos a necessidade de criar um periódico científico de comunicação.

Neste sentido, temos a grata satisfação de apresentar a “Revista A Bordo”, a qual contempla, nesta sua primeira edição, informações acerca dos peixes-bois marinhos; ações desenvolvidas pelo Projeto Viva o Pei-xe-Boi Marinho; artigos científicos; informações sobre eventos de natureza técnico-cientifica; entre outros.

Sintam-se convidados a mergulhar neste fascinante mundo relacionado à conservação marinha, tendo a Revista A Bordo como guia, com acesso aberto e distribuição gratuita para todos os interessados. Desde já, esperamos encontrá-lo nas próximas edições!

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João Carlos Borges Gomes, Diretor-presidente da Fundação Mamíferos Aquáticos.

EDITORIAL

FOTO LUCIANO CANDISANI

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CAPA

PEIXE-BOIMAR INHO

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FOTO EDSON ACIOLI

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Reino: Animal Filo: Chordata Ordem: SireniaFamília: TrichechidaeGênero: TrichechusEspécie: Trichechus manatus manatusPeso: Até 600 KgComprimento: Até 4 metrosOnde vivem: Rios, mares, estuários,manguezais e áreas próximas às praiasExpectativa de vida: Até 60 anosStatus de conservação da espécie:Criticamente ameaçada de extinção

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CaracterísticasDe cara arredondada, olhos pequenos e corpo ro-liço, os peixes-bois marinhos ganharam esse nome por se alimentar, principalmente, de uma planta cha-mada capim-agulha, encontrada em algumas praias e estuários. Herbívoro, essa espécie também se ali-menta de algas marinhas, macrófitas de água doce e folhas de mangue. Quando adulto, é capaz de consu-mir até 60 kg de plantas aquáticas por dia.

Os peixes-bois marinhos têm a pele rugosa e sua cor varia entre cinza e marrom-acinzentado. No focinho, muitos pelos, chamados vibrissas ou pelos táteis, que são muito sensíveis ao movimento ou ao toque. Suas narinas estão na parte de cima do focinho, com duas grandes aberturas. Ele não tem orelhas, mas conse-gue escutar muito bem. Os ouvidos são dois peque-nos orifícios, localizados um pouco atrás dos olhos.

Para nadar, o peixe-boi marinho impulsiona sua na-dadeira caudal, usando as duas nadadeiras peitorais (que possuem unhas) para controlar os movimen-tos. Apesar de bastante pesado, ele consegue ser bem ágil dentro d’água.

Reprodução O período de gestação dura de 12 a 14 meses. Con-siderando aproximadamente dois anos de amamen-tação, o intervalo entre partos é de três a quatro anos. Nas primeiras semanas, é a mãe quem ensina o filhote os comportamentos de respiração, deslo-camento e alimentação. Nos primeiros dias de vida, o ‘pequeno’ alimenta-se exclusivamente do leite da mãe, fundamental para o seu desenvolvimento. Com o passar do tempo, ele começa a imitar a ali-mentação da matriarca e passa a ingerir também pe-quenas quantidades de algas e capim-agulha.

Comunicação O peixe-boi se comunica através de pequenos ‘gri-tos’, chamados vocalizações. Esta comunicação é muito importante entre a mãe e o filhote. A fêmea é capaz de reconhecer o seu filhote entre muitos outros apenas pela vocalização.

FôlegoOs peixes-bois, quando em atividade, podem ficar de 1 a 5 minutos debaixo d’água, sem respirar. De-pois disso, eles precisam ir à superfície para respirar. Em repouso, eles podem permanecer até 20 minu-tos submersos.

DentiçãoOs peixes-bois marinhos possuem apenas os dentes molares, que são constantemente substituídos. Estes dentes migram horizontalmente no sentido poste-rior-anterior, na ordem de aproximadamente 1mm/mês.

O que fazer, caso encontre um peixe-boi marinho encalhado?

Se estiver vivo1. Se aproxime devagar e fale baixo para não assustá-lo;2. Observe se o animal está respirando e se mexendo;3. Comunique imediatamente ao órgão ambiental atuante na região;4. Proteja do sol: faça uma sombra, cubra com panos claros ou toalhas e molhe a pele sempre, tomando cuidado para não cobrir as narinas;5. Cuidado para não jogar água nas narinas, quan-do estiverem abertas;6. Afaste os curiosos. Se precisar, chame os poli-ciais e bombeiros (ligue 190 ou 193);7. Não devolva o animal para o mar;8. Não alimente.

Se estiver morto1. Se aproxime e veja se o animal respira ou se mexe;2. Comunique imediatamente ao órgão ambiental atuante na região;3. Não toque, você pode pegar alguma doença.

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PROJETO VIVA O PEIXE-BOI MARINHO PROPÕE AÇÕES PARA EVITAR A EXTINÇÃO DA ESPÉCIE NO NORDESTE DO BRASIL Atualmente, o peixe-boi marinho (Trichechus manatus manatus) é o mamífero aquático mais ameaçado de extinção no Brasil. Numa estratégia de conservação e pesquisa para evitar a extinção desta espécie na região Nordeste do país, a Fundação Mamíferos Aquáticos (FMA) elaborou o Projeto Viva o Peixe-Boi Ma-rinho - patrocinado pela PETROBRAS, através do Programa Petrobras Socioambiental e apoio do Governo Federal. A primeira região que está sendo contemplada a abrigar o projeto é a Área de Proteção Ambiental (APA) da Barra do Rio Mamanguape, localizada no litoral norte do Estado da Paraíba.

ESPECIAL

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FOTO GENILSON GERALDO

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A Barra de Mamanguape tem uma grande presença de peixes-bois marinhos, por manter atributos eco-lógicos que asseguram a ocorrência desta espécie. No entanto, a região vem passando por alterações ambientais ligadas a questões antrópicas. Reforçan-do o compromisso institucional da FMA com a es-tratégia de conservação da espécie, foi concebido um novo projeto para ser desenvolvido na região, com referenciais de estratégia internacional e nacio-nal para a conservação dos sirênios.

O Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho apresenta ações inovadoras que vão além do desenvolvimento de pesquisa e tecnologia, contemplando, também, as esferas da educação ambiental, sustentabilidade, promoção da cidadania e inclusão social. Entre as atividades de pesquisa, destacam-se o mapeamento, caracterização e impactos nas áreas de alimentação dos peixes-bois marinhos. Ainda na esfera ambiental, o projeto trabalha no diagnóstico dos indicadores de contaminação aquática no estuário da Barra do Rio Mamanguape, bem como das principais enfermida-des e as causas mortis que acometem a espécie no Estado da Paraíba.

A iniciativa também apoia e participa de projetos de pesquisas acadêmicas para ampliação do conhe-cimento e conservação do peixe-boi marinho, co-laborando na disseminação e intercâmbio científico e aprimoramento profissional. No campo da tec-nológica, o Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho está desenvolvendo uma tecnologia inovadora de mo-nitoramento de peixes-bois marinhos, via satélite. A sociedade civil tem participação fundamental no projeto, seja nas oficinas e ações de educação am-biental, como nas campanhas temáticas de sensibili-zação e informação sobre o peixe-boi marinho.

Nas esferas de cidadania e inclusão social, o Projeto atua na promoção do desenvolvimento das mulhe-res da Barra de Mamanguape, por meio de planos estratégicos de fomento à Eco-Oficina Peixe-Boi & Cia - uma ação de cunho socioambiental desenvolvi-da, desde 1994, pela FMA junto à comunidade local com o objetivo de promover a geração de renda sustentável para mulheres da região a partir da pro-dução de bonecos de pelúcia alusivos ao peixe-boi e outros mamíferos aquáticos.

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Saiba mais sobre o peixe-boi marinhoO peixe-boi marinho (Trichechus manatus manatus) é um mamífero aquático da ordem dos Sirênios, da família Trichechidae. Num ambiente saudável e livre de ameaças, ele pode viver de 50 a 60 anos, che-gando a ter aproximadamente 4 metros e a pesar em torno de 500 kg. Apesar de todo este peso e do corpo volumoso, ele é herbívoro, se alimenta de algas, capim-agulha, folhas de mangue, entre outras plantas aquáticas. É um animal extremamente dócil, mas que não deve ser tocado e nem domesticado pelos seres humanos.

A espécie possui características peculiares quanto à procriação. Uma fêmea tem uma gestação que dura 13 meses e passa cerca de dois anos amamentando o filhote. Ou seja, é preciso três a quatro anos para gerar uma nova vida, o que torna ainda mais delicado o trabalho de conservação da espécie. Neste processo da relação mãe-filhote, é preciso bastante atenção. O ambiente ideal para que a fê-mea cuide do filho é aquele que tenha água calma e alimentos ricos em nutrientes que sejam de fácil acesso, como os estuários e regiões costeiras pro-tegidas. É lá que elas buscam se reproduzir, parir e descansar. Com o comprometimento destas áreas costeiras (em decorrência do assoreamento, polui-ção, entre outros fatores) muitas vezes as fêmeas reproduzem em áreas desprotegidas, o que acaba favorecendo para o encalhe dos filhotes.

Fatores que ameaçam a vida do peixe-boi marinhoO peixe-boi marinho (Trichechus manatus manatus) ocupa atualmente no Brasil o status de criticamen-te ameaçado de extinção. Isto se deve, em grande parte, aos impactos ambientais decorrentes de ati-vidades humanas. Lixo, esgoto e substâncias tóxicas lançadas nos mares e rios, circulação intensa de em-barcações motorizadas nos locais de ocorrência da espécie, degradação dos manguezais, destruição da mata ciliar, construções desordenadas em praias e estuários, perda de habitats (estuários e áreas cos-teiras), captura acidental em redes de pesca. Todos estes fatores colocam em risco o ambiente, a saúde e a vida do peixe-boi marinho.

A Fundação Mamíferos Aquáticos é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, que há 25 anos trabalha com a missão de promover a conservação dos mamíferos aquáticos e seus habitats, visando a sustentabilidade socioambiental. Atua nacionalmen-te com atividades que envolvem manejo e pesquisa científica, estudando os efeitos antropogênicos nos recursos marinhos, e com parcerias e ações colabo-rativas que promovem mudanças socioambientais. Desde 1997, a FMA conta com esforços significa-tivos do patrocínio da PETROBRAS para as ações de conservação do peixe-boi marinho. A Fundação também está inserida no apoio à construção e exe-cução de políticas públicas e marcos regulatórios.

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FOTO LUCIANO CANDISANI

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Quer ajudar a proteger o peixe-boi marinho?Basta tomar atitudes simples e conscientes:

•Não jogue lixo nas praias, pois o mesmo ocasiona a poluição do mar e estuário, acarretando danos diretos aos peixes-bois marinhos, que acabam confundido o lixo com comida, podendo ficar doentes e até morrer; •Não construa casas e estabelecimentos em áreas de manguezais, pois é lá que se concentram diversos nutrientes necessários para a alimentação do peixe-boi marinho, sendo ainda o local de reprodução e descanso da espécie; •Proteja as matas e os mangues! Ao conservar estas áreas, você evita o assoreamento dos estuários. Esse assoreamento impende a entrada das fêmeas que buscam o estuário e áreas protegidas para parir. Com o com-prometimento destas áreas costeiras, muitas vezes as fêmeas se reprodu-zem em áreas desprotegidas, o que acaba favorecendo para o encalhe dos filhotes;•Ao utilizar embarcações motorizadas, tenha especial atenção nas áreas de ocorrência da espécie, pois a hélice das embarcações pode ferir os animais;•Evite ancorar embarcações nas áreas com bancos de corais, fanerógamas marinhas (capim-agulha) e algas marinhas.

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FOTO FERNANDO CLARK

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JOVENS DA BARRA DE MAMANGUAPE CRIAM PROJETOS EM DEFESA DO MEIO AMBIENTE As temáticas propostas vão desde o enfrentamento à questão do lixo na região a ações de reflorestamento e eventos eco culturais

tamento junto à APA da Barra do Rio Mamanguape/ ICMBio sobre quais espécies podem ser plantadas e também sobre as técnicas de plantio mais indicadas para a região. Outra preocupação deste projeto é sensibilizar e envolver os moradores da comunidade em um processo educativo, para que compreendam a importância do reflorestamento e participem ati-vamente.

A questão do lixo é uma preocupação constante entre os estudantes. A região não possui estrutura para coleta de resíduos sólidos, que acabam ficando concentrados na área, sem um destino adequado. Pensando em minimizar os impactos ambientais em função do descarte de lixo nas localidades, os jovens desenvolveram dois projetos: o de Gestão Comuni-tária dos Resíduos Sólidos, cuja intenção é sensibili-zar as comunidades locais sobre o tema e manter contato com a prefeitura para tratar sobre políticas públicas de saneamento e coleta seletiva; e o Pro-jeto de Reciclagem Artesanal, resultado das aulas que receberam durante a oficina sobre reciclagem e transformação de materiais descartáveis em arte-

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Após três meses de estudo e dedicação, os alunos da Oficina de Agentes Ambientais do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho - patrocinado pela PETROBRAS, através do Programa Petrobras Socioambiental e apoio do Governo Federal - receberam o certifica-do de conclusão de curso da Fundação Mamíferos Aquáticos. Como requisito de aprovação, os 21 jo-vens apresentaram pequenos projetos ambientais para ajudar na conservação da natureza e melhorar a qualidade de vida das comunidades existentes na Área de Proteção Ambiental da Barra do Rio Ma-manguape (PB), um local com atributos ecológicos que propiciam a existência de peixes-bois marinhos. Os jovens se dividiram em grupos e elaboraram quatro projetos, que já estão sendo colocados em prática.

Um dos projetos é o de Reflorestamento do Rio Manimbu, um importante contribuinte do rio Ma-manguape. A proposta é criar um viveiro de mudas a serem plantadas nas margens do rio para recom-por a vegetação da mata ciliar e evitar o assorea-mento. Para isso, os agentes estão fazendo um levan-

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sanato. Neste último, os jovens enfatizam o poten-cial ecológico e a geração de trabalho e renda, onde serão empreendidos esforços para a confecção e comercialização de peças feitas a partir da recicla-gem artesanal de sucata e papel. O grupo já está realizando mini oficinas junto aos moradores locais para incentivar a prática na comunidade.

Já o Projeto Cine Peixe-Boi prevê a realização de exibições itinerantes de filmes com temas ecológi-cos, culturais e socioambientais, nas comunidades localizadas na APA Barra de Mamanguape e entor-no. O projeto também pretende oferecer oficinas de criação de vídeos artesanais, com utilização de equipamentos simples e domésticos, como câmeras de celular, onde a própria comunidade produza seus pequenos filmes e possa se enxergar num processo criativo. Acesse o canal da FMA no Youtube e assista às primeiras produções de vídeo do Cine Peixe-Boi.

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FOTO KARLILIAN MAGALHÃES

FOTO HELENA OLIVEIRA

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FOTO REFLEXÃO

O peixe-boi marinho é um animal extremamente dócil, mas que não deve ser tocado e nem do-mesticado pelos seres humanos. Mesmo com boa intenção, o homem não deve alimentá-lo e nem criar relações de dependência para não deixá-lo vulnerável aos perigos ocasionados pe-las ações humanas, como doenças, alimentos im-próprios e até violência física.Lembre-se: nem todas as pessoas são bem inten-cionadas! Por ter um comportamento pacífico, a espécie se torna vulnerável a estas pessoas. Te-mos registros de peixes-bois marinhos com cor-tes originados por facas, hélices de embarcações e objetos pontiagudos.

FOTO LUCIO BORGES

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A zona costeira constitui-se em uma parcela privi-legiada do território brasileiro quanto aos recursos naturais, econômicos e humanos, configurando-se como patrimônio nacional, segundo a Constituição Federal. Seus ecossistemas são resultantes da inte-ração de ambientes marinhos e terrestres carac-terizados por recortes litorâneos, pela diversidade biológica e fragilidade ambiental que sofre influên-cia tanto de processos naturais quanto antrópicos (Costa et al, 2002).

Diversos problemas ambientais são identificados na zona costeira devido a sua característica de instabi-lidade (Vidigal et al, 2006). Impactos decorrentes da poluição das águas, contaminação do solo, pressão populacional e especulação imobiliária, entre outros fatores, são especialmente verificados nesta região. Além disso, a população residente na área costeira está entre as mais afetadas pelas mudanças ambien-tais associadas ao efeito estufa, consequente eleva-ção do nível do mar, com submersão de parte do litoral (IBGE, 2010).

A discussão do crescimento econômico atrelado à preservação ambiental tem sido observada nas di-ferentes atividades de exploração de minerais mari-nhos como no caso de hidrocarbonetos de petróleo (gás e óleo), onde essa preocupação em conjugar eficiência econômica e energética com menor agressão ao meio ambiente tornou-se mais efetiva somente no final dos anos 1980 – apesar de já ser tema de discursos em escala mundial desde a década

de 1970 (Leite, 1997; Gomes et al, 2000; Vidigal et al, 2006).

As atividades de mineração no mar podem causar diversos tipos de impactos ambientais aos ecossis-temas marinhos, principalmente devido à destrui-ção de habitas, que é um dos principais fatores que causam declínio do número de espécies em todo o globo (Gomes et al, 2000).

No tocante a indústria petrolífera, nos últimos anos têm se observado o desenvolvimento de vários estu-dos referente à etapa de prospecção sísmica (Paren-te et al, 2007; 2011; 2012; Guimarães, 2007), porém nas fases de extração e produção, publicações cientí-ficas relacionadas aos mamíferos aquáticos ainda são tímidas e, assim, as recomendações dos programas de condicionamento ambiental ainda são elaboradas utilizando o princípio da precaução.

Entende-se que, com exceção dos episódios de der-rame de óleo onde o impacto negativo é direto, a identificação dos efeitos desta atividade sobre os animais necessita de estudos de longo prazo decor-rente das possíveis bioacumulações nos organismos que estão envolvidos na cadeia trófica, a qual os mamíferos estão no topo. Outra possível interação relacionada aos animais é quanto ao tráfico de em-barcações que a presença das plataformas e navios requer, podendo aumentar as chances de atropela-mento dos animais.

OS IMPACTOS ANTRÓPICOS NOS RECURSOS MARINHOSPOR JOCIERY EINHARDT VERGARA-PARENTEPós-Drª, médica veterinária

COLUNA CIENTÍFICA

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FOTO ARQUIVO PESSOAL

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MULHERES DA BARRA DE MAMANGUAPE PARTICIPAM DEOFICINA DE EMPREENDEDORISMO

Despertar nas mulheres a identidade feminina, de modo a fortalecer a autoestima e fomentar o em-preendedorismo. Este foi o objetivo da “Oficina Mu-lher Empreendedora - Fortalecendo a Identidade Feminina para os Negócios”. A ação, promovida pela Fundação Mamíferos Aquáticos (FMA), em parceria com o SEBRAE da Paraíba, contou com a participa-ção de vinte e cinco mulheres da Área de Proteção Ambiental da Barra do Rio Mamanguape (PB). A iniciativa fez parte das atividades de desenvolvimen-to comunitário e inclusão social do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho, patrocinado pela PETROBRAS, através do Programa Petrobras Socioambiental.

A oficina foi ministrada pela consultora do SEBRAE da Paraíba Taciana Coutinho. Durante o encontro, as participantes – com idades entre 19 e 60 anos – tra-balharam em grupo, vivenciaram a importância do associativismo, identificaram habilidades e possíveis oportunidades de negócios na região. “A maioria das habilidades apontadas pelo grupo foi cozinha e ar-tesanato. Mas ainda é preciso desenvolver melhor essas habilidades. Notei um interesse grande do grupo. Existem muitas possibilidades que podem ser trabalhadas aqui na região”, diz a consultora.

O encontro abordou temas como a necessidade de se trabalhar em equipe, de buscar a diferença com-petitiva, o conhecimento sobre a região, o negócio a ser desenvolvido, os clientes potenciais, a impor-tância de se fazer um plano de ação. “Tomamos uma injeção de ânimo. A oficina serviu para abrir a mente de muita gente. A partir de agora, acho que alguns grupos vão ser formados para trabalhar habilidades em comum”, disse a comerciante Marília de Aquino, de 31 anos. Para a artesã Maria José, de 51 anos, a oficina trouxe conhecimento: “Eu não sabia nem o que significava a palavra empreendedora. Foi muito importante o que aprendemos aqui. Surgiram várias ideias, mas precisamos trabalhar em grupo para que dê certo”. Foi o que reforçou também a jovem Éri-ca Silva, de 19 anos: “Sozinha não vamos conseguir nada. Para conseguir alguma coisa, temos que nos unir”.

SUSTENTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

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O evento aconteceu na Associação Eco-Oficina da Barra de Mamanguape, em quatro encontros te-máticos: Fortalecendo a identidade feminina; Culti-vando a autoestima; A mulher empreendedora; e Tornando-se uma mulher empreendedora. “Acre-ditamos que oficinas como esta venham reforçar e resgatar o papel da mulher como protagonista no contexto social e na ampliação de geração de renda, o que contribui com um de nossos objetivos que é promover o desenvolvimento comunitário nos lo-cais onde há a ocorrência do peixe-boi marinho”, disse Daniela Araújo, técnica de Inclusão Social do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho.

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FOTO KARLILIAN MAGALHÃES

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A relação que tenho com o peixe-boi marinho é de carinho e admiração. São animais que por serem dóceis, carismáticos, inofensivos ao homem, se tor-naram alvo fácil ao longo de décadas (mas que ainda não estão “livres” dessas ameaças) e que, atualmen-te, pertencem a uma população reduzida, distribuída em nossas regiões costeiras. A “luta” desses animais pela sobrevivência diante de tanto caos em nosso meio ambiente me faz considerá-los “fortes” frente às adversidades.

Comecei a trabalhar pela espécie, em 2005, quan-do realizei um estágio, coordenado pela Fundação Mamíferos Aquáticos, para monitorar a qualidade da alimentação que estava sendo fornecida a pei-xes-bois marinhos em cativeiro. Em 2011, integrei a equipe técnica de um projeto em que a Funda-ção era uma das instituições parceiras. Em 2013, fui convidada pela FMA a fazer parte da equipe técni-ca do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho, para atuar nas áreas de alimentação dos peixes-bois marinhos no litoral da Paraíba, com foco na APA da Barra do Rio Mamanguape. No ingresso ao PVPBM, ocupava a função de Técnica de Pesquisa e, após mudanças na composição da equipe, fui convidada a ocupar o cargo de Coordenadora Técnica.

Assim que cheguei à Barra de Mamanguape, a im-pressão que tive foi de ser uma região um pouco isolada, de difícil acesso, com estrutura simples e um ritmo próprio. Tive receio de não ser fácil a adap-tação. Contudo, a beleza natural do lugar me con-quista diariamente, assim como os seus moradores, que possuem um sentimento acolhedor e espírito de solidariedade. Isso me fez ter uma outra visão, deixando as “dificuldades” em segundo plano. Tra-balhar e morar na Barra vem me proporcionando

uma intensificação de bons sentimentos, inúmeros desafios e conquistas também. Considero aqui um “paraíso” (dentre inúmeros outros existentes no Brasil), que possui características singulares e uma beleza de encher os olhos.Este é o cenário onde trabalho, coordenando uma equipe composta por uma técnica de Pesquisa, uma Médica Veterinária, uma Educadora Ambiental, um Agente de Campo, uma Técnica de Inclusão Social, uma Coordenadora Científica e uma Assessora de Comunicação. Aqui são realizados planejamentos e execução das atividades, sistematização de dados e elaboração de relatórios técnicos, bem como tex-tos técnico-científicos. Organizo também a logística e infraestrutura necessária para o ideal funciona-mento da equipe e das atividades, das quais procuro participar ativamente: pesquisa de campo, proces-samento de material coletado nos laboratórios em que temos cooperação técnica, educação ambiental, inclusão social e demandas burocráticas - que ocu-pam tempo, mas que são fundamentais para o bom funcionamento das atividades.

Gerenciar uma equipe, considero como um dos principais desafios. Ninguém nasce com essa habili-dade. O trabalho exige uma visão estratégica, a cur-to e a longo prazo, para o sucesso na execução das atividades planejadas. Está sendo uma experiência muito significativa. Ficar longe da família também é um desafio que vem acompanhado da saudade. Mas sempre aceitei convites de trabalho que considero importante para o crescimento profissional e que me deixam realizada, pois o amor pelo que faço me ajuda a superar os obstáculos.

POR MARIA ELISA PITANGABióloga e Coordenadora Técnica do PVPBMEspecialista em Ecologia e Meio Ambiente | Especialista e Mestra em Oceanografia

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DIÁRIO DE BORDO

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FOTO KARLILIAN MAGALHÃES

Esta é minha segunda experiência direta com um projeto de conservação que desenvolve estratégias para proteger uma espécie ameaçada de extinção, mas que ao mesmo tempo consegue desenvolver ações que englobam o meio ambiente como um todo. Isso é que é interessante e relevante, pois não se pode “trabalhar” isoladamente com uma espécie que faz parte de um todo. Estou vivendo um lindo e rico aprendizado que me deixa mais certa de onde realmente quero atuar: em prol da conservação do meio ambiente!

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A cada edição, a Revista A Bordo trará artigos e resumos científicos relacionados à conservação do peixe-boi marinho e seus habitats. Confira agora o resumo científico elaborado por João Carlos Gomes Borges, médico veterinário e coordenador executivo do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho e doutorando na Universidade Federal Rural de Pernambuco.

INTRODUÇÃOAbrigando cinco importantes biomas e o maior sistema fluvial do mundo, o Brasil tem a mais rica biota continental do planeta. Como parte desta di-versidade, 50 espécies de mamíferos aquáticos fo-ram registradas em águas brasileiras, porém estas estão submetidas a diversos fatores antropogênicos, como as capturas incidentais, a degradação dos ha-bitats e a ocorrência de diversos agentes etiológicos (ICMBio, 2011).

Entre os agentes etiológicos, alguns estudos vêm despertando a atenção para as infecções ocasiona-das por Cryptosporidium spp., Giardia spp. e Toxo-plasma gondii, possuindo estes um potencial zoonó-tico de transmissão (Dubey et al., 2003; Appelbee et al., 2010). Pesquisas realizadas com cetáceos, sirênios e pinípedes apontam a ingestão de água e alimentos contaminados como as principais formas de transmissão destes coccídeos. Além disto, a resis-tência destes nos ambientes contribui para a disse-minação aos rios, lagoas, estuários e águas oceânicas, o que pode representar um risco ainda maior para os mamíferos aquáticos (Dubey et al., 2003).

A possibilidade de ocorrência destes coccídeos sem manifestações clínicas evidentes reforça a necessida-de de monitorar a sanidade das populações de ma-míferos aquáticos, através da realização de exames laboratoriais, sobretudo das populações cativas. Mo-nitoramentos desta natureza contribuem para uma maior eficiência nos procedimentos de reabilitação de mamíferos aquáticos, além de evitar a dissemina-ção dos oocistos e cistos para o ambiente, através de animais reintroduzidos.

Além dos esforços para avaliar a sanidade dos es-pécimes de mamíferos aquáticos mantidos em ca-tiveiro, existe a necessidade de melhor entender as populações de vida livre, contribuindo assim para os objetivos preconizados com o Plano de Ação Nacio-nal para a Conservação dos Sirênios (ICMBio, 2011). No Brasil, estudos já evidenciaram a ocorrência de Cryptosporidium spp., Giardia spp. e Toxoplasma gon-dii acometendo o boto-cinza, os peixes-bois mari-nhos e amazônicos, representando um risco direto para a infecção de outros animais que utilizam os mesmos recursos hídricos e para a população huma-na (Altieri et al., 2007; Borges et al. 2007).

João Carlos G. Borges¹ ² ³; Leucio C. Alves²; Daniela C . Ribeiro ; Beatriz M. Calera³; Danielle S. Lima³.

1. Fundação Mamíferos Aquáticos. Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho;2. Universidade Federal Rural de Pernambuco;3. Grupo de Pesquisa em Mamíferos Aquáticos Amazônicos. Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá4. Centro de Preservação e Pesquisa de Mamíferos e Quelônios Aquáticos (CPPMQA)/ELETROBRAS Amazonas Energia

PESQUISA

Cryptosporidium sp., Giardia sp.e Toxoplasma gondii ISOLADOS EMMAMÍFEROS AQUÁTICOS NO BRASIL

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4, ,

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Este fato reforça a importância dos mamíferos aquá-ticos atuarem como sentinelas ambientais (Bossart, 2011), fornecendo assim um indicativo da qualidade dos ambientes onde vivem e permitindo uma me-lhor caracterização e gestão dos impactos que afe-tam a saúde animal, humana e dos recursos fluviais e marinhos, haja visto que, trata-se de espécies de vida longa, com alimentação em nível trófico eleva-do, resistentes a diversas doenças e que utilizam os ambientes costeiros, estuarinos e fluviais (Bossart, 2001).

Com o intuito de avaliar o potencial zoonótico das infecções ocasionadas por Cryptosporidium spp., Giardia spp. e Toxoplasma gondii nos mamíferos aquáticos com ocorrência no Brasil, e contribuir para elucidar os fatores epidemiológicos associados à disseminação destes protozoários, surge à necessi-dade de caracterização genética do agente.

Neste sentido, este trabalho tem por objetivo rea-lizar a genotipagem de Cryptosporidium spp., Giar-dia spp. e Toxoplasma gondii isolados em mamíferos aquáticos no Brasil e avaliar a freqüência da infecção dos referidos agentes etiológicos nas espécies de mamíferos aquáticos de distribuição costeira, oceâ-nica e fluvial.

MATERIAL E MÉTODOSAs coletas estão sendo realizadas nas regiões nor-deste (Alagoas, Sergipe, Bahia, Paraíba e Ceará) e norte (Amapá, Pará, Amazonas e Rondônia) do Bra-sil, por meio do atendimento aos encalhes de ma-

míferos aquáticos, bem como durante o manejo de espécimes mantidos em cativeiro e de populações em vida livre (Figuras 1 e 2).

O material biológico coletado contemplou espécies de hábitos costeiros (peixe-boi marinho, Trichechus manatus; boto-cinza, Sotalia guianensis), oceânicos (golfinho-de-climene, Stenella clymene; baleia-bicu-da-de-cuvier, Ziphius cavirostris, cachalote-anão, Ko-gia simus; baleia-jubarte, Megaptera novaengliae) e fluvial (lontra, Lontra longicaudis; ariranha, Pteronura brasiliensis; peixe-boi-amazônico, Trichechus inun-guis).

Foram coletadas amostras fecais (Borges et al., 2009) e conteúdo fecal do trato intestinal das car-caças resgatadas e necropsiadas (Santín et al., 2005), sendo este material conservado em potes contendo solução AFA. Além destas amostras, nas ocasiões em que ocorreu a contenção de espécimes para as atividades de manejo, foi realizada a coleta de oito mililitros (mL) de sangue (Bossart et al., 2001), acon-dicionado em frascos de vidro estéril, sendo os so-ros sanguíneos obtidos e congelados a -20 °C até a realização dos exames.

Em casos de carcaças, estas foram necropsiadas e as amostras biológicas coletadas em duplicatas, sendo uma parte destas fixadas e preservadas em formol 10%. A outra parte (especialmente as amostras de fígado, baço, pulmão, linfonodos, músculo e cére-bro quando possível) foi conservada sob refrigera-ção 4°C, e transportado para o laboratório, sendo

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Figuras 1 e 2: Coleta de amostras biológicas provenientes de filhote de baleia jubarte em Sergipe (A) e amostras fecais de lontra no estado do Pará (B)

A B

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posteriormente armazenadas a - 20°C até a análise molecular para a pesquisa de T. gondii (Pretti et al., 2010).

Até o presente momento, 282 amostras foram co-letadas, sendo estas submetidas ao processamento laboratorial.

PROCESSAMENTO LABORATORIALAs amostras obtidas encontram-se em processa-mento laboratorial, sendo estas destinadas para a pesquisa de Cryptosporidium spp., de modo que es-tas serão centrifugadas e submetidas à sedimenta-ção pelo formol-éter com posterior confecção dos esfregaços e coloração através da técnica de Kinyoun (Brasil, 1996) (Figuras 3 e 4). Ao que concerne a pesquisa para Giardia spp., as amostras coletadas se-rão submetidas a técnica de centrífugo-flutuação em solução de sulfato de zinco (Appelbee et al., 2010).Todas as amostras decorrente do processamento do material fecal, serão submetidas à confirmação através da técnica de imunofluorescência direta, conforme as recomendações do fabricante do kit Merifluor – Meridian Bioscience Diagnostics, Cin-cinnati, Ohio (Olson et al., 1997; Machado, 2006) (Figuras 5 e 6).

A detecção de anticorpos anti-T.gondii será feita como Teste de Aglutinação Modificada (MAT) devi-do ao fato deste exame não necessitar de conjugado específico para a espécie animal. O título de 1:20 será considerado indicativo para uma prévia infecção pelo T. gondii (Dubey et al., 2003).Extração de DNA e caracterização molecularAs amostras obtidas serão submetidas as análises moleculares, conforme procedimentos descritos abaixo:Cryptosporidium spp.: As amostras previamente con-

centradas pelo formol-éter serão submetidas ao processo de purificação. A extração do DNA será realizada diretamente das 122 fezes por meio de um kit comercial, seguindo as recomendações do fabri-cante com pequenas modificações, as quais inclui-rão ciclos de congelamento e descongelamento em nitrogênio líquido. O DNA das amostras extraídas será armazenado a -20°C até o uso nas análises mo-leculares (Paz e Silva, 2007). As amostras serão sub-metidas ao isolamento e amplificação do DNA do parasita através da técnica de NESTED-PCR desen-volvida para a detecção do gene 18S small Subunit (SSU) rRNA e para diferenciação entre as espécies e genótipos de Cryptosporidium spp. (Xiao et al., 2001).

Giardia spp.: Após os cistos de Giardia sp. serem isolados por meio da técnica do gradiente de sa-carose, estes serão lavados e submetidos à extra-ção de DNA. O DNA obtido será submetido à PCR padronizada para os iniciadores GGL405-433/GGR592-622 e ABB97F/ABB220R. Será extraído de trofozoítos da cepa Portland-1 (ATCC 30888) como controle positivo e água pura como controle negativo (Paulino, 2005).

Toxoplasma gondii: DNA e taquizoítos serão extra-ídos das amostras de tecidos em tampão de lise de guanidina precipitado com isopropanol e dissolvido em água deionizada. Pellets de DNA serão ressus-pendido em tampão TE e concentração avaliada pela absorbância UV em 260 nm. O DNA será diluído para 10ng/ml com água e armazenado a -20°C. Dois pares de primers oligonucleotídeo serão utilizados para o gene B1 do T. gondii para a realização de uma Nested PCR. Os processos de purificação, desnatu-ração, extensão e amplificação seguirão os procedi-mentos descritos por Pretti et al. (2010).

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Figuras 3 e 4: Processamento laboratorial pela técnica de Kinyoun Figuras 5 e 6: Técnica de imunofluorescência direta utilizada na identifica-ção de cistos de Giardia sp (A) e oocistos de Cryptosporidium spp. (B).

A BFOTOS JOÃO BORGES

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASALTIERI, B. L.; VIANNA, D. A.; MEIRELLES, A. C. O. Isolation of Giardia sp. from an estuarine dolphin (Sotalia guianensis) in Ceará state, Northeastern Brazil. LAJAM, v. 6, n. 1, p. 113-116, 2007.

APPELBEE, A. J.; THOMPSON, R. C. A.; MEASURES, L. M.; OL-SON, M. E. Giardia and Cryptosporidium in harp and hooded seals from the Gulf of St. Lawrence, Canada. Veterinary Parasitol., v. 173, p. 19-23, 2010.

BORGES, J. C. G.; ALVES, L. C.; LIMA, D. S.; et al. Ocurrencia de Cryptosporidium spp. em manatí Amazônico (Trichechus inunguis, NATTERER, 1883). Biotemas, v. 20, n. 3, p. 63-66, 2007.

BORGES, J. C. G.; ALVES, L. C.; et al. Ocorrência de infecção Cryp-tosporidium spp. em peixe-boi marinho (Trichechus manatus). Rev. Bras. Parasitol. Vet., v. 18, n. 1, p. 60-61, 2009.

BOSSART, G. D.; REIDARSON, T. H.; DIERAUF, L. A.; et al. Clinical Pathology. In: DIERAUF, L. A.; GULLAND, F, M. D. CRC Handbook of Marine Mammal Medicine. Second Edition. 2001.

BOSSART, G. D. Marine mammals as sentinel species for ocean and human health. Veterinary Pathology, v. 48, n. 3, p. 676-690, 2011.

BRASIL. Ministério da Saúde. Infecções oportunistas por parasitas em AIDS: técnicas de diagnóstico. Brasília, DF, 1996, 27p.

DUBEY, J. P.; ZARNKE, R.; THOMAS, N. J.; et al. Toxoplasma gondii, Neospora caninum, Sarcocystis neurona, and Sarcocystis canis-like infections in marine mammals. Vet. Parasitol., n. 116, p. 275-296, 2003.

ICMBio. Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Sirênios: peixe-boi da Amazônia: Trichechus inunguis e peixe-boi marinho: Trichechus manatus. III versão. 80 p., 2011.

MACHADO, E. C. L. Ocorrência de oocistos de Cryptosporidium spp. em águas superficiais na região metropolitana de Recife/PE. Tese em Nutrição. Universidade Federal de Pernambuco. 141p. 2006.

PAULINO, R. C. Detecção molecular de Giardia sp. em amostras fecais e água: extração de DNA genômico, PCR e RFLP. Tese de doutorado. 122p. 2005

PRETTI, C.; MANCIANTI, F.; NARDONIS, S.; et al. Detection of Toxoplasma gondii infection in dolphin stranded along the Tuscan Coast, Italy. Revue Méd. Vét., v. 161, n.10, p. 428-431, 2010.

SANTÍN, M.; DIXON, B. R.; FAYER, R. Genetic Characterization of Cryptosporidium Isolates From Ringed Seals (Phoca hispida) in Northern Québec, Canada. J. Parasitology, v. 91, n. 3, p. 712-716, 2005.

XIAO, L.; SINGH, A.; LIMOR, J.; et al. Molecular characterization of Cryptosporidium oocysts in samples of raw surface water and wastewater. Appl. Environ. Microbiol., v.67, n.3, p.1097-1101, 2001.

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AGRADECIMENTOSAs equipes de campo da Fundação Mamíferos Aquáticos, Aquasis, STCP, Sete Soluções e Tec-nologia Ambiental, Biolex, os quais participaram ativamente da coleta de amostras biológicas. Os autores agradecem ainda, todo o suporte logístico e apoio concedido pelo Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho, patrocinado pela PETROBRAS, através do Programa Petrobras Socioambiental, ao Pro-grama de Pós-Graduação em Ciência Animal Tro-pical e a CAPES.

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Para melhor acomodar a equipe técnica e de supor-te administrativo da Fundação Mamíferos Aquáticos (FMA) em Aracaju, a organização inaugurou sua mais nova base no mês de abril, já em alusão à celebração de seus 25 anos de atividades em território nacional – com ações mais sistemáticas realizadas pelo esta-do sergipano desde 1998. Nessa perspectiva, sur-ge a campanha ‘Eu Apoio a Conservação Marinha em Sergipe’, envolvendo instituições e parceiros no sentido de mobilizar recursos e difundir meios para inserir a prática na realidade sergipana. Para o Diretor-Presidente, João Carlos Gomes, a oportunidade é um marco na história da Fundação. “Esse espaço representa a ampliação dos esforços que proporcionaram o crescimento da Fundação já compartilhado com vários parceiros e instituições ao longo do tempo. É um momento bastante especial e isso só foi possível mediante a novas parcerias es-tabelecidas entre empresas que reconhecem a cau-sa, como é o caso da Pisolar, Celi Básica, Caderode, esquadrias São José, Trimídia Comunicação Visual e Totaline”, pontua o Diretor-Presidente João Carlos Gomes, lembrando dos parceiros Petrobras, Proje-to Tamar, Faculdade Pio Décimo, GEOPLAN-UFS, FAPESE e o Instituto de Tecnologia e Pesquisa - ITP.

De acordo com a Coordenadora dos Projetos de Monitoramento da Petrobras, Graziella Feitoza, o atual momento vivenciado pela área marítima em Sergipe representa um marco na ciência por ainda possuir poucos projetos voltados para o segmento e a FMA faz parte desse processo. “Nunca tivemos tantos dados coletados do meio marítimo desde que os projetos de licenciamento ambiental da Pe-trobras começaram a ser aprovados. Esses projetos fomentam uma série de incentivos, tanto dentro das Universidades Federais, quanto em organizações ambientais, que têm como missão a conservação do meio marinho”, avalia Graziella Feitoza.

Segundo ela, é a partir de parcerias bem sucedidas como a existente entre a Petrobras e a FMA que esses dados, representando o ambiente marítimo, são gerados com qualidade. “Com esses projetos crescendo em escopo e quantidade de organismos estudados, a FMA tem um papel preponderante em sua execução – uma vez que ela têm a conservação como missão. A parceria entre a Petrobras e FMA é de longa data, de confiabilidade no trabalho e a gente espera que essa parceria seja duradoura e que se fo-mente outros projetos que estejam inclusive fora do licenciamento e sejam propriamente de conservação.

FUNDAÇÃO MAMÍFEROS AQUÁTICOS INAUGURA BASE EM ARACAJU E LANÇA CAMPANHA PELA CONSERVAÇÃO MARINHA

FMA

POR RAQUEL PASSOS

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Padrinhos da campanhaDentro da campanha permanente de conservação marinha em Sergipe, foram firmadas parcerias íco-nes para apoiar a FMA a difundir a prática no Estado. Na ação, foram consagrados padrinhos. Um deles é o arquiteto Antônio Cabral, que, se diz honrado em participar de algo que impacta tão positivamente na natureza. “Fico feliz por conta da confiança deposi-tada em mim, pela FMA acreditar no meu trabalho e nas soluções criativas desenvolvidas para conseguir-mos fazer um ambiente que todo mundo trabalhe e se sinta bem. Minha satisfação é ver todo mundo usufruindo do espaço que foi pensado e desenvolvi-do com carinho”, considera.

O artista plástico Willy Valenzuela também é pa-drinho da campanha ‘Eu Apoio a Conservação Am-biental em Sergipe’. “Muito me honra ser padrinho da campanha, por estar com a FMA neste momen-to, por ter aprendido com a Fundação, essa lição de vida e conhecimento no amor que a instituição tem com os seres marinhos”, comenta Valenzuela.

Independente do segmento de atuação, a campanha da FMA foi abraçada por diversas áreas, uma delas também foi o da comunicação, por meio da Revista Arteambiente. De acordo com o diretor operacio-nal do periódico, Leonardo Mittaraquis, é necessário prestar serviço à sociedade a partir de uma união que tem tudo para se consolidar.

“A gente acredita que toda empresa tem sua res-ponsabilidade social para retornar com um pouco do que a gente constrói no dia-a-dia de uma forma que promove integração entre classes da socieda-de. A Revista tem tradição de se envolver em causas sociais e apoiar uma causa que além de social, vai cuidar também do nosso meio ambiente, ainda mais o marinho, que está degradado, nos deixa animados por ser uma causa perfeitamente justa”, avalia Mit-taraquis.

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GPS

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Este guia de campo sobre cetáceos é uma valiosa ferramenta de identificação das 44 espécies e um gênero com ocorrência confirmada no Brasil. O guia descreve com precisão científica, numa linguagem compreensível e concisa, a morfologia externa e padrão de coloração característicos; comportamentos típicos; comprimentos; massas corporais; tamanho de grupo; distribui-ção geográfica; hábitat e outras informações úteis para a posi-tiva distinção das espécies, incluindo uma chave de identificação abrangente e simples de usar. O livro aborda, ainda, informações básicas sobre os aspectos da taxonomia; biologia; ecologia; ame-aças; conservação; legislação brasileira de proteção aos cetáceos; onde observá-los; listas de bibliografias e web sites interessantes. Contém 360 fotografias e 48 mapas coloridos, 185 ilustrações (105 coloridas e 80 em preto e branco) e 17 reproduções de selos brasileiros com estampas de cetáceos. Autores: Liliane Lodi e Monica Borobia

O livro apresenta a descrição de diversas espécies de mamíferos aquáticos, com base na mais recente taxonomia, e uma série de informações acerca dos aspectos biológicos, ecológicos, anato-mia, comportamento e interações com o homem. Estas infor-mações são fruto da contribuição de autores especializados. O livro contempla ainda, um rico acervo fotografico, que poderá contribuir para diversas finalidades científicas.Autores: William F. Perrin, Bernd Wursig, J. C. G. Thewissen

BALEIAS, BOTOS E GOLFINHOS DO BRASIL:GUIA DE IDENTIFICAÇÃO

ENCYCLOPEDIA OF MARINE MAMMALS – SEGUNDA EDIÇÃO

INDICAÇÕES

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III ENCONTRO REGIONAL DE ECOLO-GIA (III ERECO) – UFPB/CAMPUS IVData: 15 a 19 de julho de 2014 Local: Rio Tinto (PB)www.erecopbrt.blogspot.com.br

17º SIMPÓSIO DE BIOLOGIA MARINHAData: 21 a 25 de julho de 2014 (Santos)Local: Santos (SP)www.sites.unisanta.br/simposiobiomar/2014

SIMPÓSIO INTERNACIONAL DEECOLOGIA E CONSERVAÇÃOData: de 25 a 27 de agostoLocal: Universidade Federal de Minas Geraiswww.simposioecmvs2014.wordpress.com

III ENCONTRO PERNAMBUCANODE RESÍDUOS SÓLIDOS (III EPERSOL)Data: 27 e 28 de agosto de 2014Local: Universidade Federal Rural de Pernambucowww.eventioz.com.br/e/iii-encontro-pernambucano-de-residuos-solidos

II SIMPÓSIO DE ZOOLOGIA DA UFPB Data: 25 a 29 de agosto de 2014Local: João Pessoa (PB)www.simpzoo.wix.com/2014

AQUACIÊNCIAData: 01 a 05 de setembro de 2014Local: Foz do Iguaçu (PR)www.aquaciencia.aquabio.com.br

IV SIMPÓSIO DE ANIMAIS SILVESTRES:ECOTURISMO E PRESERVAÇÃO DABIODIVERSIDADE (IV SIMAS)Data: 29 de setembro a 01 de outubro de 2014Local: Universidade Federal Rural de Pernambucowww.ivsimas.webnode.com

X CONGRESSO DE FICOLOGÍA DE LATI-NOAMÉRICA Y EL CARIBE / VIII REUNI-ÓN IBERAMERICANA DE FICOLOGÍAData: 05 a 10 de outubro de 2014 Local: Méxicowww.congreso.sofilac.com/1ercircular.pdf

ADVANCED TOPICS IN ETHNOBIOLOGYData: 06 a 10 de outubro de 2014 Local: Universidade Federal Rural de Pernambucowww.ateschool.com

XI CONGRESO LATINOAMERICANODE BOTÁNICA /LXV CONGRESSONACIONAL DE BOTÂNICAData: 19 a 24 de outubro de 2014Local: Salvador (BA)www.65cnbot.com.br

IV CONGRESSO BRASILEIRO DEOCEANOGRAFIA (CBO)Data: 25 a 29 de outubro de 2014Local: Itajaí (SC)www.cbo2014.com/site

A CONFERÊNCIA DA TERRA:FÓRUM INTERNACIONAL DO MEIOAMBIENTEData: 12 a 15 de novembro de 2014Local: João Pessoa (PB)www.conferenciadaterra.com

IV CONGRESSO COLOMBIANO DEZOOLOGIAData: 01 a 05 de dezembro de 2014Local: Colômbiawww.congresocolombianozoologia.org/

Programe-se para os eventos técnico-científicos previstos para 2014 nas áreas de Medi-cina Veterinária, Biologia, Ciências Biológicas, Ecologia e campos afins.

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EVENTOS

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ILUSTRAÇÃO

ILUSTRAÇÃO MAIARA LIZANDRA

A cada edição, a Revista A Bordo trará ilustrações que abordem o universo do peixe-boi marinho e de seu habitat, como forma de reflexão sobre a importância da conservação do meio ambiente. Aproveite!

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FUNDAÇÃO MAMÍFEROS AQUÁTICOS

Av. 17 de Agosto - 2001/1º andarCasa Forte - Recife - PE

+55 (81) 3304 1443 | [email protected] | www.vivaopeixeboimarinho.org

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