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PROJETO DE DIVULGA- ÇÃO DO TURISMO EM UMA PEQUE- NA CIDADE DO RIO GRANDE DO SUL FATOS HISTÓRICOS, CULTURAIS E ECOLÓGICOS DE UMA PEQUE- NA CIDADE NO INTERIOR DO ESTADO, COM PREDOMINÂNCIA RURAL PONTOS TURÍSTICOS ECOLÓGICOS, CULTURAIS E HIS- TÓRICOS, COMO VOCÊ NUNCA VIU ANTES! DIRETO DO CONHECIMENTO DAS FAMÍLIAS DIRETAMENTE ENVOL- VIDAS NO DESENVOLVIMENTO SOCIAL DA CIDADE. REVISTA TUR DESIGN By: CAROLINA SChIMITEz TERRES DE OLIVEIRA

Revista Carolina

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Page 1: Revista Carolina

PROJETO DE

DIVULGA-

ÇÃO DO TURISMO EM UMA PEQUE-

NA CIDADE DO RIO GRANDE DO SUL

FATOS HISTÓRICOS, CULTURAIS

E ECOLÓGICOS DE UMA PEQUE-

NA CIDADE NO INTERIOR DO

ESTADO, COM PREDOMINÂNCIA

RURAL

PONTOS TURÍSTICOS

ECOLÓGICOS, CULTURAIS E HIS-

TÓRICOS, COMO VOCÊ NUNCA

VIU ANTES!

DIRETO DO CONHECIMENTO DAS

FAMÍLIAS DIRETAMENTE ENVOL-

VIDAS NO DESENVOLVIMENTO

SOCIAL DA CIDADE.

REVISTA TUR DESIGN

By: CAROLINA SChIMITEz TERRES DE OLIVEIRA

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RUINAS DE JAGUARÃO

CATEDRAL E CHÂTEAU D’EAUCACHOEIRA DO SUL - RS

O TURISMO NO RIO GRANDE DO SUL E SUAS BELEZAS NATURAIS, ECO-

LÓGICAS, CULTURAIS, HISTÓRICAS. O MAIOR TESOURO DE UM POVO,

SÃO AS SUAS LEMBRANÇAS.

RIO GRANDE DO SUL

REVISTA TUR DESIGN

CATEDRAL DE PEDRA DE CANELA Á NOITE, ILUMINADA.

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SUMARIO

REVISTA TUR DESIGN

INTRODUÇÃO 4

JUSTIFICATIVA 4

PROBLEMATIzAÇÃO 5

OBJETIVO GERAL 5

OBJETIVOS ESPECÍFICOS 5

O QUE É TURISMO E QUANDO ELE SURGIU? 6

LINhA DO TEMPO DA hISTORIA DE CERRO BRANCO 8

MODELO DE PESQUISA 11

RESPOSTAS DAS ENTREVISTAS 12

ANÁLISE DAS ENTREVISTAS 14

TIPOS DE TURISMO 7

A hISTÓRIA DE CERRO BRANCO 8

MÉTODO DE PESQUISA QUALITATIVA 11

ANÁLISE DA CONCORRÊNCIA 14

CONSIDERAÇÕES FINAIS 15

SUGESTÕES DE SOLUÇÃO 15

BIBLIOGRAFIA 15

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INTRODUÇÃO

REVISTA TUR DESIGN

Oturismo possui papel de grande significado na economia de uma região. Ele invadiu o século XXI como uma das mais expressivas forças emergentes in-seridas no mercado globalizado, oferecendo espaço e oportunidades para pequenos e médios investidores. O turismo no Brasil vem apresentado altas taxas de crescimento, e segundo pesquisas realizadas pelo Mi-nistério do Turismo Brasileiro, continuará em expansão, pois existem vários projetos em andamento para au-mentar o investimento do Governo neste segmento.

Mesmo com este crescimento do turismo no Brasil, as pequenas cidades, com grandes potenciais de exploração turística ecológica, cultural, histórica, rural, e outros tipos de turismo, ainda não possuem consciên-cia de como o turismo pode movimentar e fomentar a receita municipal e comercial.

As Prefeituras não investem em divulgação e em estrutura, porque muitas vezes também não pos-suem condições econômicas para tal. E este é o cenário encontrado hoje, no Estado do RS nas pequenas cida-des do interior que são predominantementes rurais e ecológicas.

Também devemos analisar o outro lado do tu-rismo, a divulgação deste segmento, deixa a cidade vul-nerável ao fluxo de turistas, que muitas vezes podem causar degradação ambiental e levantar o descontenta-mento da população, além de, em longo prazo, acabar com o proprio patrimônio turistico.

Este projeto proporcionará alavancar o movi-mento econômico, social e cultural da cidade, além da arrecadação municipal, fazendo com que turistas consumam nos comércios e hotelarias da cidade. O mais importante é criar uma consciência ecológica e de preservação cultural dos turistas, munícipes e governantes, para que a história não se perca entre as gerações, a natureza não se degrade por imprudência e os monumentos culturais e históricos não se estra-guem. Os seus antepassados deixaram seu legado para a posteridade, para seus filhos conhecê-lo, respeitá-lo e cuidá-lo.

Para realizar um planejamento de divulgação de pontos turísticos históricos, culturais e ecológicos em pequenas cidades do interior do Rio Grande do Sul, é preciso conhecer bem a cidade, o seu povo, a demanda potencial do mercado concorrente para que haja ade-quação constante entre os desejos e as necessidades dos clientes, bem como da população local.

JUSTIFICATIVA

Dados como qualidade no atendimento, per-fil do turista que visita a cidade, definição de impactos

positivos e negativos, se houver, na esfera cultural, histórica e ecológica do município, oportunidades de exploração turística, competência distintiva e investi-mento em infra-estrutura, precisam ser pesquisados para que se possa analisar a existência de projetos de divulgação turística adequada hoje na cidade.

Oconhecimento desses fatores possibilita decidir o nivel do projeto, que por sua vez, oportuniza oferecer sugestões para a correta divulgação turísti-ca no município, de modo a não prejudicar de forma alguma os pontos turísticos, culturais e ecológicos, hoje existentes, além de não prejudicar o equilíbrio social dos munícipes, que não estão acostumados com o movimento de turistas.

“Tem alguns segmentos de tu-rismo, como o Ecoturismo, que possui um objetivo maior que o lucro, que é a conscientização do turista que visita o local e a pre-servação do meio ambiente.”

Doris Rucheman

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Como contribuir para a divulgação dos pontos turísticos de uma pequena cidade do Rio Grande do Sul, sem prejudicar seu equilíbrio social, cultural e

ecológico?

Desenvolver um projeto de Design que possa contribuir para a divulgação dos pontos turísticos de uma pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul.

OBJETIVOS ESPECÍFICOSMETODOLOGIAS

1 - DEFINIR A CIDADE, PROCURAR LO-CAIS COM ACERVOS DE DOCUMENTAÇÃO hIS-TÓRICA DA CIDADE, SEJA EM BLILIOTECAS, PREFEITURAS, ESCOLAS, JORNAIS E OUTROS DOCUMENTOS RELEVANTES E ANALISAR A NECESSIDADE DE UM PROJETO DE DESIGN PARA DIVULGAÇÃO TURÍSTICA.

Definição da cidade através de conhecimento próprio e pesquisas bibliográficas, que seja rico em diversida-de ecológica e histórica, do interior do Estado do Rio Grande do Sul, de porte pequeno, residentes predomi-nantemente rurais.

Para este objetivo será utilizada a metodologia de pesquisa científica aplicada, exploratória e descritiva, numa abordagem predominantemente qualitativa, com pesquisas bibliograficas e documentais.

Analisar a necessidade através de pesquisas de campo exploratória e bibliográfico documental com prefei-tura, Secretaria de Turismo, investimento financeiro, conhecimento de pontos com potencial de exploração turística e interesse da população com questionários qualitativos e depoimentos.

?

2 - FAzER PESQUISAS DIRETAS COM OS MUNÍCIPES DA CIDADE, PARA COLETAR DA-DOS ATRAVÉS DE DEPOIMENTOS E ExTRAIR CONhECIMENTOS hISTÓRICOS E CULTURAIS E LOCALIzAR OS PONTOS TURÍSTICOS ExIS-TENTES E POSSÍVEIS DA CIDADE.

Para este objetivo utilizarei pesquisa aplicada, explora-toria e descritiva, com abordagem predominantemente qualitativa, mas também quantitativa, com estudo de campo e levantamento de dados através de questioná-rios e depoimentos.

4 - JUNTAR A DOCUMENTAÇÃO, ANO-TAÇÕES, DEPOIMENTOS, FOTOS E DADOS LEVANTADOS DURANTE AS PESQUISAS, ORGANIzAR E ANALISAR AS INFORMAÇÕES RELEVANTES PARA UTILIzAR NO PROJETO.

Organização dos materiais pesquisados, de dados, pesquisas, bibliografias encontradas, verificar o mate-rial reunido e analisar o que realmente interessa para o projeto de divulgação dos pontos turísticos da cidade pesquisada.

3 - VERIFICAR COMO AS CIDADES VIzI-NhAS, COM MAIS OU MENOS O MESMO PORTE hABITACIONAL E DIMENSIONAL DO MUNI-CIPIO ESTUDADO, O QUE ESTÃO FAzENDO PARA RESOLVER ESTA QUESTÃO, VERIFI-CAR OS RESULTADOS, E APROVEITAR OS PONTOS POSITIVOS PARA TENTAR UTILIzAR NO PROJETO DA CIDADE ESCOLhIDA.

Para este objetivo, utilizarei pesquisa científica aplica-da, exploratória, descritiva e explicativa, numa aborda-gem predominantemente qualitativa, mas com analise quantitativa, através de pesquisa expost-facto, estudo de campo e levantamento de dados da concorrência.

5 - INICIAR O PROJETO DE DIVULGAÇÃO TURÍSTICA DA CIDADE PESQUISADA.

Verificar ferramentas de Design para divulgação dos ti-pos de turismo passiveis de exploração na cidade, para aplicar no projeto, com pesquisa bibliográfica, tecnoló-gica e de concorrência. Finalizar com apontamento de possíveis soluções.

PROBLEMATIzAÇÃO

OBJETIVO GERAL

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O QUE É TURISMO E QUANDO ELE SURGIU?

Dá-se o nome de turismo ao conjunto de atividades realizadas pelos indivíduos durante as suas viagens e estadias em lugares diferentes daqueles de seu entorno habitual, por um período de tempo con-secutivo inferior a um ano, por lazer, negócios e outros. (Ministério do Turismo, 2014), (Destino Brasil, 2013).Na Grécia Antiga, no século XIII A.C, já existia um início de atividade turística com os jogos Olímpi-cos, pois de quatro em quatro anos, milhares de

pessoas se deslocavam para assistir o evento.

O registro do primeiro investimento em infra--estrutura em turismo no Brasil surgiu em 1988, com a criação do trem que sobe o Morro do Corcovado, que até hoje se encontra no mesmo local.O turismo, hoje, é sem dúvida, uma atividade sócio-e-conômica, pois gera a produção de bens e de serviços para o homem, visando a satisfação de diversas necessi-dades básicas e secundárias.Hoje existem quase tantos tipos de turismo como inte-resses humanos.

(Maria Claudia Rodrigues, Dissertação de Mestrado “Pedagogias do turismo rural e patrimonialização da natureza: uma análise cultural dos caminhos rurais de Porto Alegre.”).

No Brasil, segundo Ignarra (1999, pag.22), a história do turismo começou com o seu próprio descobrimento. Com o estabelecimentos das Capita-nias Hereditárias surgiu o turismo intelectual, realizado pelos filhos das classes mais privilegiadas que eram mandados para a Europa para estudar.Entretando, o turismo brasileiro era muito precário.

“O turismo tal como percebemos hoje, nasceu no século XIX, na sequencia da revolução industrial, que possibilitou as deslocações tendo por objetivo o descanso, o ócio, ou ainda motivos sociais ou culturais. Anteriormente, as viagens prendiam-se mais com as atividades comerciais, os movimentos migratórios, as conquistas e as guerras.”BENI, Mário Carlos. Análise estrutural do Turis-mo. Ed. São Paulo: SENAC, 2000.

“Após a segunda guerra mundial, com aces-so aos meios de trasnporte mais econômicos e o surgimento das companhias aéreas comerciais, as viagens tornaram-se mais presentes nas vidas das pessoas, intensificando a atividade turística em todo o mundo.”

LEMOS, Leandro de. Turismo: que negócio é este? Uma análise da economia do turismo. Ed. São Paulo: Papirus, 2001.

Após a IIª Guerra Mundial houve um cresci-mento do turismo, justificado pela instituição geral de férias pagas aos trabalhadores, pela elevação geral do nível de renda, pela valorização da mentalidade de se ter direito ao lazer e ao turismo e pela mudança dos hábitos de consumo nas sociedades que, aos poucos, foram se transformando em “pós-industriais”, com o crescimento do setor terciário ou de serviços.

Outros acreditam que os primei-ros viajantes foram os fenícios, por cau-sa do comércio. (De La Torre 1991, pag.12).A palavra deriva de Tour do Latim e do grego Tornus, cujo significado é giro ou círculo. Turismo seria, portan-to, o ato de partir e posteriormente regressar ao pon-to inicial, sendo que o realizador deste giro é o turista.

As pessoas conquistaram o direito ao tempo livre. O individualismo e a possibilidade de se ter pra-zer na vida deixaram de ser algo negativo ou pecami-noso. Enfim, o turismo e as viagens tornaram-se um objeto de consumo do ser humano contemporâneo.

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TIPOS DE TURISMO

Os tipos de turismo estão classificados pelo Ministério do Turismo Brasileiro, dentro de uma segmentação de acordo com a motivação da viagem.

TURISMO ECOLÓGICO

Esse tipo de turismo é praticado por pessoas que

gostam da natureza, tem como objetivo intera-

gir com os elementos que já desapareceram das

grandes cidades.

TURISMO DE AVENTURA

Praticado por pessoas que buscam emoções

radicais.

TURISMO DESPORTIVO

São todas as atividades específicas de viagens

que visem o acompanhamento, desempenho ou

participação em eventos desportivos.

TURISMO CULTURALÉ quando o deslocamento acontece com objeti-

vos artísticos, científicos, de formação ou infor-

mação de diversos ramos.

TURISMO RURAL

Praticado em áreas rurais produtivas, que pas-

sam a oferecer serviços turísticos, possibilitando

a interação com a vida no campo, em várias

atividades.

TURISMO DE SAÚDEConjunto de atividades turísticas exercidas à

procura de manutenção ou aquisição da boa saúde.

TURISMO DE NEGÓCIOSPraticado por pessoas que viajam para partici-

par de reuniões, fechar negócios referentes aos

diversos setores da economia.

TURISMO DE COMPRASPessoas que viajam com finalidade de fazer

compras.

TURISMO GASTRONÔMICO

Praticado por quem deseja conhecer e saborear

pratos típicos de alguma localidade.

TURISMO DE ESTUDOS Realizado por pessoas que estão estudando e

procuram novos conhecimentos em outros paí-

ses, normalmente relacionados á línguas.

TURISMO DE LAzER OU FÉRIAS

Praticados por pessoas que viajam em busca de

prazer, normalmente desejam descançar, e po-

dem ser: de balneário, montanhês e de repouso.

TURISMO SOCIALPraticado por pessoas de baixa renda, com

apoio de algum segmento da sociedade, nor-

malmente para algum local próximo e na baixa temporada.

E outros turismos menores e menos explorados no Brasil.

ECOTURISMOEsse segmento utiliza, de forma sustentável, os

elementos da natureza e incentiva sua conser-

vação e busca a formação de uma consciência ambientalista.

TURISMO RELIGIOSO

Turistas que realizam visitas a receptivos que

expressam sentimentos místicos, de fé, de espe-

rança, de caridade, vinculados á religião.

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A hISTÓRIA DE CERRO BRANCO

Cerro Branco é um município brasileiro, localizado no centro do Estado do Rio Grande do Sul, com 4.454 habitantes, sendo 3.180 pessoas residentes rurais e 1.274 residentes urbanos, segundo o Censo Demográfico do IBGE 2010.O município faz divisa com as cidades de Lagoa Bonita, Passa Sete e Sobradinho ao norte, Novo Cabrais ao Sul, Cande-lária ao leste e Paraíso do Sul ao Oeste, com área total de 156,4km², onde a predominância da área é rural produtiva.Cerro Branco possui 60% de descendentes de imigrantes alemães, 25% de descendentes portugueses e 15% descen-dentes italianos.A primeira denominação da cidade foi “Morro dos Índios”, mas com a chegada dos primeiros imigrantes alemães na região, seu nome passou a ser Cerro Branco, que provém de um cerro de rochas abruptas brancas que são caracterís-ticas no local. As principais culturas são: arroz, fumo, feijão e milho.

LINhA DO TEMPO DA hISTORIA E CULTURA DE CERRO BRANCO

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Foram construídos três galpões, onde hoje é o atual Monu-mento ao Imigrante na cidade de Agudo.À estes imigrantes, na maioria pomeranos, foram destinados lotes de 48 hectares para utilização agrí-cola.O 1º diretor da Colô-nia de Santo Ângelo foi Florian Von Zu-rowski, até dezembro de 1857, sendo substi-tuído pelo Barão Von Kohlden, a personali-dade mais importante da história da colônia, onde atuou como ad-ministrador.

Foi criado pelo Governo Provincial a Colônia de Santo Ângelo, uma colônia de imigrantes ale-mães, localizada na cidade de Cachoeira do Sul. Seu nome foi dado em homenagem ao Presiden-te da Província, Ângelo Muniz da Silva Ferraz

1855

Chegada dos primeiros imigrantes alemães e austríacos, em 1º de novembro, desembarcando no Cerro Chato, margem esquerda do Rio Jacuí. A primeira leva de imigrantes vindos da Grande Alemanha Européia, vindos para a Co-lônia de Santo Ângelo, foram obrigados a descer á força do vapor fluvial Don Pedro, “[...] pois os colonos foram enganados, pois lhe disseram que desem-barcariam em Santa Cruz, para onde constava que seriam destinados. Ao se aproximarem de Rio Pardo, disseram-lhes, o Capitão do fluvial, que devido á cheia do rio Jacuí, deviam ir mais adiante. Ao chegarem ao Cerro Chato (Agu-do), passo sobre o Jacuí, onde deviam desembarcar, os colonos relutaram, tentando revoltar-se. Então a tripulação do vapor fê-los sair á força.

1857

Quase loucos de terror, vendo-se naquele deserto, esmagados pela brutalidade impiedosa da mata virgem, ouvindo ainda os uivos das feras, os colonos queriam voltar novamente para o vapor. A tripulação teve, então, que empenhar-se em luta contra eles, enquanto o vapor largava, deixando-os a sós.” Trecho escrito por Edwald Bruhn no seu livro 75 Jahre Deutschtum,

um dos imigrantes presentes.

Em outro trecho o autor narra: “[...] Agora sim, a preocupação era gran-de, pois uma viagem de volta já não era possível. Providenciaram, então, para que as suas bagagens fossem carregadas nas carretas que haviam che-gado nesse meio tempo, e transportados para a Casa dos Imigrantes, que estaria à sua espera. Aí ocorreu uma nova desilusão para aquela pobre gente: eis que a casa ainda não estava levantada e a parte apenas coberta, já estava, em grande parte, ocupada pelas pessoas que a estava construindo. Resolve-ram, então, por mãos-à-obra, para com o material disponível, construir um telhado provisório para se abrigarem das chuvas, mas para se protegerem do frio, careciam de cobertas e camas para todos os 46 imigrantes...”

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A Colônia de Santo Ângelo se torna parte do 1º Distrito de Cachoeira do Sul, estendendo-se da margem esquer-da do Rio Jacuí até a margem direita do Rio Botucaraí, divisa com a Colônia Germânia (Candelária). A sede da Colônia de Santo Ângelo encontra-se hoje, na cidade de Agudo, enquanto outras partes da Colônia deram ori-gem a municípios como Paraíso do Sul, ou tornaram-se parte dos municípios de Dona Francisca e Nova Palma. Devido á mobilidade dos colonos na busca por melho-res e mais terras, sua influência é presença marcante em várias cidades da região, dentre elas Cerro Branco.

1865

A Colônia de Cerro Branco passou por uma das piores se-cas da sua história, provocando várias mortes na região.

1876

Foi fundada nas terras do município de Cacho-eira do Sul, a colônia particular de Cerro Bran-co, tendo como imigrantes pioneiros, os ale-mães procedentes da Colônia de Santo Ângelo.

1875

Foi criada a 4ª Colônia composta por imigrantes ita-lianos, localizada na Mesorregião do Centro Oriental Rio-Grandense, e que foi o 4º Centro de colonização ita-liana no Estado, apenas depois de Caxias do Sul (Cam-po dos Bugres) e Garibaldi (Conde d’Eu), e a 1ª fora da Serra Gaúcha. O local escolhido, onde hoje engloba vá-rios municípios como Cerro Branco, ficava distante dos demais núcleos de imigração italiana, mas favorecido pelas boas condições da região, que permitia o uso dos cultivos da uva e do fumo. A 4ª Colônia passou a ser chamada de Colônia Silveira Martins, em homenagem ao Senador gaúcho que defendia o processo de imigra-ção italiana para o Estado. Foi composta, inicialmente, por 70 famílias que subiram o Rio Jacuí até o Rio Pardo, percorrendo o restante do caminho em carros de boi.

1877

Estima-se a chegada dos imigrantes italia-nos da 4ª Colônia na Colônia de Cerro Branco.

1878

A Câmara Municipal de Cachoeira do Sul, dividiu o mu-nicípio em seis grandes complexos (Distritos), para ar-recadação de imposto colonial, fracionando a Colônia de Santo ângelo entre os 5º, 6º e 7º Distritos, onde Cer-ro Branco ficou no 7º Distrito juntamente com Rincão dos Cabrais. Essa manobra impossibilitava que a Colô-nia tentasse se tornar um município, a exemplo do que aconteceu com Santa Cruz emancipada de Rio Pardo.

1885

Em 18 de Abril, Cerro Branco se tornou Distrito de Ca-choeira do Sul, separando-se do Rincão dos Cabrais.

1891

1892

Era fundado o 1º Colégio Estadual de Cerro Bran-co, que ainda pertencia a Cachoeira do Sul.

Foi realizado o 1º casamento católico de Cerro Branco, na paróquia Nossa Senhora da Conceição.

1895

Começam a chegar na região, imigrantes árabes e ju-deus, trazidos pela promessa de progresso no comercio.

1906

Iniciou-se a construção da Capela, atual Igre-ja Matriz Católica. Foi inalgurada em 1928, pelo padre Francisco Cassol, de Cachoeira do Sul.

1920

1937

Primeiro sepultamento no cemitério municipal de imigrantes , Alsina Anna Luisa N. Schultz, sem data de nascimento, pois perdeu os documentos quan-do chegou ao Brasil, na primeira leva de imigrantes. Também neste ano, Cerro Branco tornou-se Vila. A partir daí constatou-se crescente desenvolvimento desta região, principalmente no perímetro urbano.

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Começam a circular os primeiros ônibus e bondes en-tre os Distritos e Cachoeira, criando as primeiras linhas.

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Escolha da primeira Soberana da Vila de Cerro Branco, apesar de nao estar documentada, esta foi a data real, pois durante a 2ª Guerra Mundial colo-caram fogo na Biblioteca Municipal, onde queimou todo o acervo histórico e documental da cidade.

O Governo Federal , com a parceria do Ministério da Defesa do Brasil, produziu através do Projeto Rondon e com a ajuda da UNINTER - Universidade Internacional de Curitiba, o Projeto Memória Cultural de Cerro Bran-co, onde alunos da Universidade realizaram um projeto cinematográfico com depoimentos de munícipes ido-sos, sobre sua realidade e o dia-a-dia dessas pessoas.

A Diretoria empossada da Sociedade Beneficen-te Hospitalar recebe um fonograma do Governa-dor Engenheiro Leonel Brizola comunicando o en-vio de verba para a construção do novo hospital.

Iniciam-se os atendimentos clínicos na Sociedade Bene-ficente Silvio Scopel, que recebeu este nome em home-nagem ao médico Silvio Scopel, professor de medicina na Faculdade de Pádua na Itália e grande pesquisador. Foi um dos maiores batalhadores pela existência do Hospital de Caridade Beneficência de Cachoeira do Sul.O médico clínico era o “Dr.” Francisco Holmi Franceschi-ni, enfermeiro italiano que desertou da guerra e fugiu para Cerro Branco, passou a clinicar como médico pois na guerra assumiu o lugar do médico que faleceu. Fran-cisco foi muito famoso em todo Brasil por suas “curas milagrosas”, o mesmo atendeu e curou desde agricul-tores humildes à famílias ricas da região, até políticos famosos, como o ex-Presidente da República Janio Quadros, que sofria de uma doença grave na coluna.

Inalguração oficial da Socieda-de Beneficente Silvio Scopel.

Chega um novo médico em Cerro Branco para clinicar no Hospital Silvio Scopel, Dr. Ilceo Mergen, assumindo a Direção Clínica e ajudando Francisco em documentos.

Quando a Vila apresentava uma estrutura básica para a emancipação política administrativa, formou--se uma comissão pré-emancipação de Cerro Branco, essa comissão realizou um Plebiscito em 1988 em 10 de Abril, tendo como aprovada a emancipação, assim sendo, em 12 de maio do mesmo ano Cerro Branco virou município, transformando a primeira Es-

cola Estadual em primeira Prefeitura Municipal.

Foi sancionada a Lei que determinou as cidades que fazem parte do Geoparque Paleorrota, dentre estas ci-dades, está inclusa Cerro Branco, onde estipula que 2% da arrecadação dos valores cobrados nos pedágios das rodovias localizadas nos municípios integrantes da Pale-orrota, deveria ser repassada para a OSCIP Instituto Pale-orrota, que deveria investir em réplicas de dinossauros, portais nas cidades, placas informativas no decorrer de toda a rodovia , como atrativo turístico. O Rio Grande do Sul é um dos maiores berços dos dinossauros do mundo, mas até o presente momento não foi colocado em prá-tica este projeto. A Rodovia dos Dinossauros garantiria a circulação de turistas e o retorno deste investimento através de impostos. O único e último investimento rea-lizado no Parque Paleorrota, com sede em Santa Maria,

foi em 2004, com a colocação de placas de sinalização.

Realizada a 1ª Edição da Fest Feira, que acontece no município a cada dois anos e coincide com o aniversário da cidade. Possui inúmeras atrações como shows, bai-les, expositores, e outras. Outro evento que acontece em Cerro Branco também, e chega a atrair em torno de 7.000 pessoas para a cidade, é a escolha do Broto Cristal das Águas, ocorre anualmente e tem a participação mé-

dia de 20 candidatas de vários municípios da região.

1938

1950

1961

1965

1969

1977

1987

2002

2003

2009

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MÉTODO DE PESQUISA QUALITA-TIVA COM ENTREVISTAS

Este projeto utilizou de uma metodologia de pesquisa qualitativa com entrevistas, utilizando 18 questões, aplicadas ao Prefeito Municipal, Sr. Marlon Leandro Melchior, Secretario de Turismo Luiz Linder-mann, a proprietária da pousada localizada no centro urbano de Cerro Branco, onde todos que chegam á cidade, se hospedam, Sra. Lili Loni Scheidt e a funcio-nária do Hospital há 25 anos Marcia Pettermann.O intuito da entrevista é buscar informações quanto á orientação turística e histórica, pela falta de informa-ção bibliográfica e documental, eventos, e ao plane-jamento estratégico da cidade quanto ao turismo, abordando assuntos como:

• A importância da divulgação dos pontos turísti-cos culturais e históricos de Cerro Branco;

• O histórico familiar e a influência dos antepassa-dos imigrantes na realidade atual da cidade;

• A forma de divulgação que a Secretaria de Turismo utiliza;

• Identificar moradores rurais e urbanos, profissão, nível de escolaridade, para analisar as respostas dentro do conhecimento de cada um;

• Analisar a opinião sobre o turismo em Cerro Bran-co e identificar se há pontos negativos no movi-mento turistico na cidade.

As pessoas entrevistadas foram escolhidas com o intuito de abranger o maior número de re-presentatividade possível dentre as instituições que pudessem estar realizando ou ter realizado ações vol-tadas à divulgação turística na cidade. Foi importante entrevistar representantes do poder público, um repre-sentante do setor privado, principalmente hoteleiro e uma cidadã comum, que já contribuiu muito para a construção da história da cidade.

MODELO DE ENTREVISTA

Dados do entrevistadoNOME:IDADE:ESCOLARIDADE:PROFISSÃO:

1 - Qual seu histórico familiar?2 - Qual a influência dos seus antepassados na história de Cerro Branco?3 - Desde quando você reside em Cerro Branco?4 - Você é residente urbano ou rural?5 - Se rural, qual a cultura que cultiva e se é agricultura familiar?6 - O que você sabe sobre Ecoturismo rural, e se acha interessante o município explorar este tipo específico de turismo, já que a cidade é predominantemente de áreas rurais.7 - Se urbano, qual sua profissão, e qual influência exerce hoje no município?8 - Qual a sua opinião sobre Turismo em Cerro Branco?9 - Quais pontos turísticos, ecológicos e culturais você conhece no município?10 - Quais eventos existem na cidade que atraem turistas?11 - Como estes eventos são divulgados para atrair os turistas?12 - Existem projetos especiais de conscientização turística e ecológica hoje no município?13 - Qual o diferencial turístico da ciade de Cerro Bran-co perante as outras cidades?14 - qual o perfil dos turistas que vêm á cidade hoje?15 - Em sua opinião, seria importante ter uma estraté-gia de divulgação para atrair turistas à cidade?16 - Você acredita que o movimento de turistas na cidade traria um impacto positivo ou negativo aos pon-tos turísticos ecológicos e culturais de Cerro Branco?17 - Existe hoje no município um projeto para alavan-car o desenvolvimento turístico na cidade?18 - Defina, em poucas palavras, Cerro Branco como cidade turística.

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RESPOSTAS DAS QUESTÕES DA EN-TREVISTA

ENTREVISTADO 1 - Marlon Leandro Melchior, 43 anos, ensino médio completo, Prefeito Municipal de Cerro Branco.PERGUNTA 1 - “Sou de origem alemã, minha bisavó chegou da alemanha na primeira leva de imigrantes em 1872 mais ou menos, na Colônia de Santo Ângelo, onde depois virou Cerro Branco.”PERGUNTA 2 - “Meu avô foi o primeiro a construir uma olaria, construiu o salão de bailes Diehl, em 1950, que é a construção original até hoje.”PERGUNTA 3 - “Resido em Cerro Branco desde que nasci.”PERGUNTA 4 - “Sou residente rural.”PERGUNTA 5 - “Apesar de residente rural, arrendo minhas terras para plantação de arroz.”PERGUNTA 6 - “Meu conhecimento sobre Ecoturismo rural é o que vejo na televisão e reportagens. Acho importantíssimo esse tipo de turismo, mas acredito em unir mais municípios e fazer uma rota com pontos turísticos, pois a área rural do município é linda.”PERGUNTA 7 - “Sou Prefeito Municipal, então exerço influência política, social e cultural sobre toda a cidade, principalmente nas áreas rurais e naturais.”PERGUNTA 8 - “Hoje o turismo em Cerro Branco está estagnado. Necessita de participação da iniciativa pri-vada para poder explorá-lo.”PERGUNTA 9 - “Conheço a Gruta dos Índios, Cascata da Linha Negra, Morro do Cerro Branco, Vertentes, Nascentes no pé do Cerro e muitas Trilhas ecológicas.”PERGUNTA 10 - “Existe a Fest Feira, Campeonatos intermunicipais de futsal, festas e bailes da comunida-de, onde resgatamos os cerrobranquences que já não moram mais no município.”PERGUNTA 11 - “São divulgados em meios de comu-nicação tais como: rádio, jornais, visitas com mate-rial plublicitário em festas e prefeituras das cidades vizinhas, Assembléia Legislativa e locais públicos em geral.”PERGUNTA 12 - “Hoje não existem. Mas haverá, pois juntamente com a Associação dos Municípios da AM-SERRA, um projeto para essa exploração e conscienti-zação.”PERGUNTA 13 - “Os morros, a parte serrana, muita di-versidade ecológica, com muitas áreas de mata virgem original da região.”PERGUNTA 14 - “São turistas que visitam parentes, ou conhecer a terra natal de seus pais, avós, etc...e turis-tas que procuram descanço.”PERGUNTA 15 - “Acho que caberia, mas antes deveria ter estruturação dos locais para receber os turistas, como hotelaria, restaurantes e guias.”PERGUNTA 16 - “Impacto positivo com certeza, Porque a própria população do município iria preservar essas áreas, e ampliariam outros locais com possibilidade de exploração turística.”PERGUNTA 17 - “Não. Hoje não existe.”PERGUNTA 18 - “Turismo inexplorado por pessoas de fora do município, possui belezas exuberantes, mas primeiramente necessita de projetos para buscar re-

cursos para estruturação e organização.”

ENTREVISTADO 2 - Lili Loni Scheidt, 81 anos, ensi-no fundamental incompleto, proprietária da pousada “Varandas da Tia Lili”, no centro de Cerro Branco, onde todos os turistas se hospedam.PERGUNTA 1 - “Sou descendente de alemães, meu avô veio da Alemanha com 4 anos, em 1889, em uma Ca-ravela, lutaram contra tubarões em águas brasileiras. O vento atrasou a sua chegada em uma semana, onde os tripulantes passaram muita fome e ocorreram óbitos.”PERGUNTA 2 - “Na agricultura, suinocultura, e pecu-ária. O 1º hotel de Cerro Branco, foi comprado pelo meu avô, onde hoje é a Rodoviária, após, minha mãe assumiu o hotel, onde criou em anexo a rodoviária, e minha irmã vendeu quando minha mãe faleceu. Sou sócia do Clube, onde era a antiga biblioteca que pegou fogo, para pagar a jóia, que era muito cara na época, hospedei e alimentei quatro pedreiros durante um ano e meio, em meados de 1953. A Linha Serraria Scheidt possui esse nome por causa da serraria que o meu marido possuía. Na 1ª Edição da Fenarroz em Cachoei-ra, Cerro Branco ainda era Distrito desta cidade, e foi considerado a Capital do Arroz Semente, e meu marido e seu irmão possuiam a maior propriedade de planta-ção de arroz de semente, isso em 1941, tinhamos uma estande na feira e ganhamos o prêmio de melhor arroz semente da cidade.”PERGUNTA 3 - “Toda minha vida. Nasci em Cerro Bran-co”PERGUNTA 4 - “Hoje sou residente urbana, mas sem-pre vivi na área rural.”PERGUNTA 5 - “Plantávamos tudo para comermos.”PERGUNTA 6 - “Conheço pouco, mas, acho muito im-portante e interessante para acalentar o turismo, aqui mesmo na pousada, estou adquirindo um cavalo para andar de charrete e oferecer o passeio aos hóspedes.”PERGUNTA 7 - “Sou aposentada e empresária, minha influência é turística e hoteleira.”PERGUNTA 8 - “Cerro Branco deve trabalhar em cima do turismo com todas as forças, usando a beleza da nossa natureza e agradecer a Deus por ter nos abenço-ado.”PERGUNTA 9 - “Alto do Cerro, onde a 1ª vez que fui abri com facão a mata virgem para chegar lá, hoje subimos de carro, pois já há acesso, Gruta dos Índios, Cascata, Nascente do Cerro.”PERGUNTA 10 - “Vôos de asa delta do topo do Cerro, Motocross, Gipecross, Festa de aniversário do municí-pio, fest feira.”PERGUNTA 11 - “Muito pouco divulgado, mais pela rádio e verbalmente.”PERGUNTA 12 - “Que eu saiba não.”PERGUNTA 13 - “Beleza natural preservada, o turismo não é incentivado para exploração.”PERGUNTA 14 - “A maioria dos turistas vêm a traba-lho.”PERGUNTA 15 - “Sim, claro, com certeza!”PERGUNTA 16 - “Impacto positivo claro. Em todos os sentidos, econômicos, educação, desenvolvimento e conscientização ecológica, aumentar a sociabilidade.”PERGUNTA 17 - “Não tenho este conhecimento.”PERGUNTA 18 - “Por enquanto pedra bruta, mas tenho esperança, que futuramente, tendo as pessoas certas para realizar o que queremos, Cerro Branco se tornará em um diamante lapidado.”

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ENTREVISTADO 4 -Marcia Petermann, 43 anos, ensino médio completo, técnica de enfermagem no Hospital Silvio Scopel, há 25 anos.PERGUNTA 1 - “Sou de origem alemã.”PERGUNTA 2 - “No caso, a minha família eram agricul-tores, pois morávamos na área rural.”PERGUNTA 3 - “Desde que nasci, pois nasci no Hospital Silvio Scopel.”PERGUNTA 4 - “Residente urbano.”PERGUNTA 5 - “Não tenho terras.”PERGUNTA 6 - “Sim, conheço. Acho importante porque o Ecoturismo é o segmento de atividade turística que utiliza de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural.”PERGUNTA 7 - “Técnica de enfermagem, e minha in-fluência na sociedade é ajudar a preservar e cuidar da saúde das pessoas.”PERGUNTA 8 - “Acho que é bom, pois o município de Cerro Branco iria crescer mais.”PERGUNTA 9 - “A Barragem, o morro, Gruta dos Índios, Balneário da Tia Zina, Cascata da Linha Negra.”PERGUNTA 10 - “Fest Feira, Carroçacross, trilheiros, desfile do Broto Cristal das Águas.”PERGUNTA 11 - “No rádio, jornal e cartazes.”PERGUNTA 12 - “Acredito que deve existir sim.”PERGUNTA 13 - “O que mais se destaca na nossa cida-de é o morro Cerro Branco.”PERGUNTA 14 - “Educados.”PERGUNTA 15 - “Sim, acho muito importante divulgar o turismo na cidade.”PERGUNTA 16 - “Eu acredito que positivo, porque traria bastante turistas, ou seja, a cidade iria se desen-volver.”PERGUNTA 17 - “Acredito que as festas que ocorrem na cidade é um ponto de estratégia .”PERGUNTA 18 - “Mais empregos e uma cidade mais bela.

ENTREVISTADO 3 - Luis Lindermann, 53 anos, ensino fundamental completo, Secretário do Turismo e Desporto da cidade.PERGUNTA 1 - “Sou de origem alemã, meus bisavós vieram da alemanha”PERGUNTA 2 - “A influência maior foi na agricultura, onde toda a minha geração antepassada era de agri-cultores, desde agricultura familiar até fumo.”PERGUNTA 3 - “Nasci aqui em Cerro Branco.”PERGUNTA 4 - “Residente rural.”PERGUNTA 5 - “Arrendo minhas terras para plantação de fumo.”PERGUNTA 6 - “Tenho algum conhecimento sobre Ecoturismo rural, acho interessante explorar este tipo de turismo em Cerro Branco, pois área rural produtiva temos muito, o problema é incentivo financeiro para estruturação, divulgação e a aceitação da população rural.”PERGUNTA 7 -”Sou Cargo Comissionado na Prefeitura como Secretario do Turismo e Desporto, e até ago-ra consegui movimentar muitos eventos, e realizar negociações e projetos, encaminhando ao Governo do Estado em busca de recursos para área turística, mas as cidades pequenas não são vistas pelo Governo, e até agora não consegui nada,”PERGUNTA 8 - “A minha opinião é que Cerro Branco tem muito potencial turístico, principalmente ecológi-co e rural, pois oos monumentos culturais e históricos estão muito velhos, desgastados, sem dinheiro para restaurar esses prédios antigos e documentos anti-gos que foram todos queimados. É como se a cidade começou a existir no meio da IIª Guerra.”PERGUNTA 9 - “ Cascata da linha negra, gruta dos ìndios, alto do Cerro, Centro de eventos onde são reali-zados rodeios, trilhas ecológicas e de corridas.”PERGUNTA 10 - “ A Fest Feira, campeonatos intermuni-cipais de futebol e futsal, bailes, festas dos vizinhos.”PERGUNTA 11 - “São divulgados através de folders, revistas, jornais, rádio da cidade, cartazes nas escolas e no comércio.”PERGUNTA 12 - “Especificamente para conscientização ecológica, não.”PERGUNTA 13 - “O diferencial do município hoje são os próprios moradores, que divulgam os eventos no boca-a-boca, organizam eventos também.”PERGUNTA 14 - “Os turistas de hoje em Cerro Branco, vêm principalmente á trabalho, e acabam conhecendo alguma coisa da beleza daqui.”PERGUNTA 15 - “Com certeza temos de ter uma estra-tégia de divulgação do turismo, mas primeiramente, temos que estruturar o proprio turismo e treinar as pessoas diretamente envolvidas.”PERGUNTA 16 - “Impacto positivo, com toda certeza, movimentaria o comercio, a hotelaria, aumentar a oferta nesses ramos, trazer renda e novos empregos.”PERGUNTA 17 - “Sim, existe um projeto da Prefeitura Municipal e Secretaria de Turismo, juntamente com as cidades vizinhas para criar uma rota turística que pas-sará por dentro de Cerro Branco em direção á Sobradi-nho e até Santa Maria, está em andamento”PERGUNTA 18 - “Cidade extremamente linda em re-cursos naturais e culturais, com pessoas hospitaleiras e educadas, cultura alemã para todos os lados, só falta explorar tudo isso de forma correta e consciente.”

Marlon Leandro MelchiorPrefeito Municipal de Cerro Branco

“Hoje o turismo em Cerro Branco está estagnado. Necessita de participação da iniciativa privada para poder explorá-lo.”

Marlon Leandro Melchior

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ANÁLISE DA CONCORRÊNCIA

Resultados obtidos na análise da divulga-ção turísticas nas cidades vizinhas. Foram realizadas pesquisas bibliográficas sobre pontos turísticos nas cidades, divulgação, visitação á Secretaria de Turismo de algumas cidades, sao elas:• Novo Cabrais;• Paraíso do Sul;• Agudo;• Candelária.Em todas essas cidades, foram identificados pontos de exploração turística, tais como: balneários naturais, museus, cascatas, trilhas, corredeiras, portais, estátuas em homenagem aos imigrantes, bustos, arquiteturas antigas, morros, entre outros. Em nenhuma dessas cidades há uma estratégia de divulgação desses pontos turísticos, projetos ou ferramentas de Design para divulgação, nem mesmo exploração por parte das autoridades.Em todas as cidades, as secretarias de turismo, promo-vem e organizam eventos, festas, feiras, mas nada de turismo.A única destas cidades analisadas que pude verificar e aceitar como “divulgação de turismo” é Candelária, que possui o pórtico de entrada principal da cidade voltada para a Paleorrota, com réplicas de animais extintos.

Em agudo, tem o Museu do Imigrante, entre outros pontos turísticos, mas não há divulgação de nada, nem mesmo placas sinalizadoras, ou na própria cidade.

Em Novo Cabrais, são pontos mais ecológicos, trilhas, morros, assim como Paraíso do Sul.Baseada nestas pesquisas, visitas e informações, pude constatar que todas as cidades vizinhas e Cerro Branco enfrentam as mesmas dificuldades e priorizam outras áreas, deixando o turismo com importância menor, utilizando, realmente, o marketing boca-a-boca para divulgação. Em Agudo somente pude ver no site da Prefeitura uma divulgação muito desatualizada de três lugares atrativos, como balneários e uma Gruta. Nada sobre o museu ou o Monumento ao Imigrante, tão importante na história da região.Não houveram dados relevantes que pudesse utilizar na minha pesquisa. Mas por outro lado, pude consta-tar que será um projeto pioneiro não só para a cidade, mas que poderá ser analisado por toda a região.

ANÁLISE DAS ENTREVISTAS

Com base nos dados levantados durante as entrevistas, pude constatar que o turismo, em Cerro Branco, está, no momento, parado, estagnado.Sem recursos públicos o Executivo Municipal não faz investimentos, o Governo federal não investe em turismo, mesmo tendo leis aprovadas, com recursos direcionados, nada é feito na região, e isso não vem de alguns anos para cá, são décadas de abandono, de estagnação comercial, hoteleira, documentos impor-tantes perderam-se no meio da evolução da cidade e nada foi buscado ou feito para que as crianças da ge-ração passada e dessa geração, conheçam seu próprio passado e suas raízes. As mesmas vêm os prédios anti-gos, mas para eles são apenas entulhos, não existe no currículo escolar história da cidade de Cerro Branco. O conhecimento esta detido com a terceira geração antes dessas crianças, com seus avós, em fotos e documentos que os mesmos guardaram em casa, alguns contam o que sabem para os filhos, outros não, morrem e levam o conhecimento consigo.Moradores de Cerro Bran-co, que hoje estão na faixa etária de 20, 25 anos, não conhecem os pontos turísticos ecológicos do município, nem mesmo o cerro que dá nome á cidade, so conhe-cem o clube onde acontecem os bailes, as trilhas onde acontecem as corridas, o Centro de eventos onde acon-tecem os rodeios, somente os atuais. Não há consciên-cia ecológica entre os cidadães Cerrobranquences, não já projetos para despertar essa consciência ecológica, essa integração junto á natureza, que é tão abundan-te em Cerro Branco, muito menos projetos, a curto e médio prazo para estruturação dos pontos turisticos existentes hoje e os que ainda podem ser explorados.Para os comerciantes, há uma necessidade enorme de crescimento e desenvolvimento da cidade, atrair pesso-as como turistas. Cerro Branco grita e clama por uma divulgação de seus eventos, de sua cultura, de sua história, de seus artesanatos, gastronomia típicas da região, prédios e casas históricas, que podem virar museus, há sim, uma necessidade muito grande de meios de divulgação para atrair turistas. Em sua principal festividade, Cerro Bran-co esta organizando para este ano, um mega evento, mas e a divulgação? Ninguem pensou nisso ainda. De que adianta a Feira, se ninguem souber que ela esta ocorrendo na cidade? Somente os habitantes da cidade não movimentam a economia.Cerro Branco possui hoje um diferencial turístico perante as suas vizinhas, a vontade de alavancar o turismo, a vontade de investir e o inicio de tudo, o pro-jeto de estruturação, enquanto que as outras cidades nem pensam nisso. Há uma negociação de fazer uma rota turistica entre essas cidades da região, mas pára diante da falta de interesse de alguns e de investimen-to de outros. A cidade é rica em diversidade ecológica intocada, beleza natural original da época dos índios e escravos fugitivos, arquiteturas e culturas deixadas pelos imigrantes que vieram da Europa. Cerro Branco ainda não entendeu que a Secretaria de Turismo deve ser priorizada, deve ter recursos maiores, projetos mais simples, profissionais qualificados, para fazer aconte-cer, deve preparar sua propria população para receber e atender da melhor maneira possível os turistas quan-do começarem a chegar na cidade.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O turismo, é hoje, um dos principais ramos de negócios em todo o mundo. Movimenta milhões de reais todo ano.Temos que valorizar o que temos no Brasil, o que te-mos no nosso Estado, que é tão rico em beleza natural, cultura e história.As histórias e culturas gaúchas já estiveram presentes em diversos filmes, novelas, séries de televisão, perso-nagens, livros, e por ai vai.O Pampa gaúcho é rico, em diversidade cultural, costu-mes, misturas de raças, belezas naturais exuberantes e maravilhosas de encher os olhos de todos.Mas falta investimento para estrutura, exploração consciente, pessoas qualificadas, e DIVULGAÇÂO.A divulgação é a alma do turismo, sem apresentar seu produto ao público-alvo, não há venda, não há conhe-cimento.O Design possui inúmeras ferramentas que podem interferir neste problema ajudando as cidades a mos-trarem para todos no Estado, no Brasil e, porque não, ao mundo, as maravilhas gaúchas e a natureza divina que temos aqui. O povo acolhedor, educado e cultural-mente diferente de todas as demais regiões com suas peculiaridades herdadas de antepassados guerreiros e imigrantes europeus.

Conceitos como Ecodesign, design social, de-sign cultural, design gráfico, entre outros, não precisam ser temáticas apresentadas no curso do projeto, mas sim linguagens presentes e associadas ao projeto, seja qual for a solução adequada para esta cidade em questão.Na região Central do Estado, onde localiza-se Cerro Branco, não consegui identificar este tipo de preocu-pação entre governantes e população, mas deve-se começar de algum ponto, e quem sabe este ponto não pode ser este município, que de longe é o mais magní-fico. Um dia Gramado começou, um dia Canela come-çou, um dia Caxias do Sul, Garibaldi, Bento Barbosa começaram seus projetos turísticos e sua divulgação em massa e bem direcionada, e hoje são as regiões mais procuradas no Rio Grande do Sul, trazendo turista até de outros países, e não só turistas, mas também investidores da iniciativa privada, movimentando a economia dessas regiões em milhões de reais todos os anos.Deve-se começar, divulgando o que existe hoje, e assim crescendo, desenvolvendo e investindo aos poucos, assim o processo será mais lento, a população poderá se preparar para o movimento turistico, o comercio e o ramo hoteleiro tambem poderá acompanhar o cresci-mento de acordo com a realidade. A realidade de uma pequena cidade no interior do Rio Grande do Sul.

As sugestões de ação de divulgação dos pontos turísticos para Cerro Branco, que pude verificar após levantamento de dados, pesquisas documentais e bibliográficas, pesquisas de campo com entrevistas e exploratórias com a concorrência, saõ citadas abaixo, levando em conta a realidade do municipio.• Folders para divulgar os pontos turísticos e even-

tos;• Folhetos maiores e mais elaborados apresentado

os pontos turísticos ecológicos, culturais, eventos e com trechos da história da cidade;

• Revista periódica, com muita iconografia e atua-lização dos eventos e chamadas apresentando os pontos turísticos;

• Guia turístico que será distribuido e também ficará á disposição da Secretaria de educação e escolas, pois já seria um material mais aprofundado na história do município e de cada ponto turístico, também gerando uma conscientização ecológica com os pontos naturais;

• Site somente para divulgar os eventos e pontos turísticos da cidade de Cerro Branco.

SUGESTÕES PARA SOLUÇÃO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASwww.turismo.gov.br;www.setur.rs.gov.br;www.infoescola.com;www.turismo.gov.br;www.embratur.gov.br;www.conceito.de/turismo;www.sebrae.com.br/setor/turismo;www.dadosefatos.turismo.gov.br/dadosefatos/deman-da;www.revistapegn.globo.com;www.museufo.org.br;www.revistaecoturismo.com.br/turismowww.portaldigital.com.br/turismo;www.cultura.gov.br;www.portal,iphan.gov.br;www,portalmunicipal.org.br/entidades/famurs/muni-cipio;www.ibge.gov.brwww.pmcerrobranco.rs.gov.br;PELLANDO, Ernest.Aspectos Gerais da Colonização Italiana no Rio Grande do Sul. Ed. Globo, 1950.SELBACH, Jeferson. Muito Além da Praça José Bonifácil.Atas originais da Sociedade Beneficente Silvio Scopel desde 1952.ANDRADE, José Vicente. Turismo:fundamentos e di-mensões. São Paulo: Ática, 1999;GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesqui-sa. São Paulo: Atlas, 1991;KOTLER, Philip. Administração de marketing: análise, planejamento, implementação e controle. Tradução Ailton Bonfim Brandão. 4ª Ed. São Paulo: Atlas,1994;LEMOS,Leandro de. Turismo, que negócio é esse? uma análise da economia do turismo. Campinas: Papirus, 1999;ALMEIDA,Mario de Souza. Elaboração de Projeto, TCC, Dissertação e Tese. Uma abordagem simples, prática e Objetiva. Atlas, 2011.

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CERRO BRANCO PONTOS TURÍSTICOS

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Decoração na Praça CentralGruta dos Índios

Cascata da linha negra

Casarão de 1911

Trilha do Morro da Aparecida