revista corrosao e protecao - edio-51-bx.pdf

Embed Size (px)

Citation preview

  • ISSN 0100-1485

    entrevista

    Gutemberg de

    Souza Pimenta

    ex-presidente da

    ABRACO

    entrevista

    Ano 11N 51Mar/Abr 2014

    Gutemberg de

    Souza Pimenta,

    ex-presidente da

    ABRACO

    eficincia e proteoambiental

    inibidores de corrosoinibidores de corroso

    eficincia e proteoambiental

    Capa51:Capa35 4/29/14 6:57 PM Page 1

    ,

  • Sumrio

    4Editorial

    INTERCORR: tudo pronto para a largada

    5ABRACO Informa

    ABRACO amplia seu leque de atuao

    6Entrevista

    Um profissional ecltico

    8Inibidores de Corroso

    Eficincia e proteo ambiental

    33Notcias do Mercado

    34OpinioMudasil

    Jus

    C & P Maro/Abril 2014 3

    A revista Corroso & Proteo uma pu bli cao oficial daABRACO Asso ciao Bra sil eira de Corroso, fundada em17 de outu bro de 1968. ISSN 0100-1485

    Av. Venezuela, 27, Cj. 412Rio de Janeiro RJ CEP 20081-311Fone: (21) 2516-1962/Fax: (21) 2233-2892www.abraco.org.br

    Diretoria Executiva Binio 2013/2014PresidenteEng. Rosileia Mantovani Jotun Brasil

    Vice-presidenteDra. Denise Souza de Freitas INT

    DiretoresAcio Castelo Branco Teixeira qumica unioEng. Aldo Cordeiro DutraCesar Carlos de Souza WEG TINTASM.Sc. Gutemberg de Souza Pimenta CENPESIsidoro Barbiero SMARTCOATEng. Pedro Paulo Barbosa LeiteDra. Simone Louise Delarue Cezar Brasil

    Conselho Cientfico M.Sc. Djalma Ribeiro da Silva UFRNM.Sc. Elaine Dalledone Kenny LACTECM.Sc. Hlio Alves de Souza JniorDra. Idalina Vieira Aoki USPDra. Ida Nadja S. Montenegro NUTECEng. Joo Hipolito de Lima Oliver PETROBRS/TRANSPETRODr. Jos Antonio da C. P. Gomes COPPEDr. Lus Frederico P. Dick UFRGSM.Sc. Neusvaldo Lira de Almeida IPTDra. Olga Baptista Ferraz INTDr. Pedro de Lima Neto UFCDr. Ricardo Pereira Nogueira Univ. Grenoble FranaDra. Simone Louise D. C. Brasil UFRJ/EQ

    Conselho EditorialEng. Aldo Cordeiro Dutra INMETRODra. Clia A. L. dos Santos IPTDra. Denise Souza de Freitas INTDr. Ladimir Jos de Carvalho UFRJEng. Laerce de Paula Nunes IECDra. Simone Louise D. C. Brasil UFRJ/EQSimone Maciel ABRACODra. Zehbour Panossian IPT

    Reviso TcnicaDra. Zehbour Panossian (Superviso geral) IPTDra. Clia A. L. dos Santos (Coordenadora) IPTM.Sc. Anna Ramus Moreira IPTM.Sc. Srgio Eduardo Abud Filho IPTM.Sc. Sidney Oswaldo Pagotto Jr. IPT

    Redao e PublicidadeAporte Editorial Ltda.Rua Emboaava, 93So Paulo SP 03124-010Fone/Fax: (11) [email protected]

    DiretoresJoo Conte Denise B. Ribeiro Conte

    EditorAlberto Sarmento Paz Vogal [email protected]

    ReprterCarlos Sbarai

    Projeto Grfico/EdioIntacta Design [email protected]

    GrficaAr Fernandez

    Esta edio ser distribuda em maio de 2014.

    As opinies dos artigos assinados no refletem a posio darevista. Fica proibida sob a pena da lei a reproduo total ouparcial das ma trias e imagens publicadas sem a prvia auto -ri zao da editora responsvel.

    Artigos Tcnicos

    16Perfil de rugosidade de superfcies de

    ao-carbono x espessurade pintura: um tema importante

    para ser debatidoPor Celso Gnecco e Fernando L. de

    Fragata

    24Sensores de monitoramento do risco

    de corroso nas estruturas de concretoatmosfricas

    Por Adriana de Arajo e ZehbourPanossian

    Sumrio51:Sumrio/Expedient36 4/29/14 6:43 PM Page 1

  • ntre os dias 19 e 23 de maio, Fortaleza ser a capital nacional da corroso e proteo.Nesse perodo, est programado o INTERCORR 2014, o maior evento internacional de corrosoque se realiza no Brasil. Reunindo a comunidade tcnica e cientfica das universidades, institutos de

    pesquisas, empresas e profissionais da rea de corroso, o INTERCORR tem tradio de proporcionar umgrande intercmbio de conhecimentos e experincias.

    O INTERCORR rene cinco eventos: 34 Congresso Brasileiro de Corroso, 5th InternationalCorrosion Meeting, X Congreso Iberoamericano de Corrosin y Proteccin, 19 Concurso de Fotografia deCorroso e Degradao de Materiais e a 34 Exposio de Tecnologias para Preveno e Controle daCorroso.

    Nesta edio, tambm ser realizada o evento anual da Asociacin Iberoamericana de Corrosin yProteccin AICOP, consolidando, desta forma, o INTERCORR como referncia para o desenvolvimen-to industrial no Brasil e no exterior, sendo um excelente cenrio para empresas de diversos segmentos apre-sentarem suas tecnologias, divulgarem sua marca e darem visibilidade aos seus negcios, ampliando rela-

    cionamento e conhecimento. E exatamente por isso que a Expo -sio de Tecnologias para Preveno e Controle da Corroso ganha acada edio mais notoriedade, sendo que em 2014 sero 20 empre-sas participantes.

    Deve-se tambm abrir parnteses para o trabalho desenvolvidopelo Co mit Executivo, capitaneado por Neusvaldo Lira de Almeida,do IPT; e Comit Tcnico-Cientfico, tendo frente a pesquisadorada URFJ Simone Louise D. C. Brasil, que buscam aprimorar con-tinuamente o evento, a partir da experincia acumulada nas edies

    anteriores, observaes de congressos mundiais e acompanhamento das inovaes relacionadas corroso.Uma novidade da edio 2014 ser a conferncia de abertura. Sob o ttulo Construindo uma Tropa de

    Elite, ter como palestrante Paulo Storani, ex-capito do BOPE (Batalho de Operaes Policiais Especi -ais) da PM do Rio de Janeiro e o principal consultor para a construo do personagem principal do filmeTropa de Elite. A palestra prope estabelecer uma relao entre a rea lidade do BOPE e a das atividadesdo mundo corporativo, abordando, por exemplo, processos, compromisso com a marca, foco no resultado,trabalho em equipe, superao de limites, autorrealizao no cumprimento da tarefa, misso e liderana.

    A programao tcnica extensa e aborda praticamente todas as reas de interesse (veja programaocompleta no site www.abraco.org.br). So trs painis: Corroso Externa de Dutos: Normalizao, Gestoe Desafios; Galvanizao; e Proteo Passiva contra Fogo; cinco conferncias e a apresentao de trabalhosna forma oral e pster.

    Destaque tambm para os minicursos que sempre so acompanhados por um nmero expressivo deprofissionais. O INTERCORR 2014 tem programado os seguintes: Noes de Revestimento Anticorrosivode Dutos Terrestres (ministrado por Andr Koebsch, da Petrobras), Ensaios em Tintas Anticorrosivas (CelsoGnecco, da Sherwin-Williams), Corroso em Estruturas Martimas Offshore (lvaro Terra, da Petrobras),Uso de Inibidores de Corroso na Indstria (Isabel Correia Guedes, da USP) e Corroso em Sistemas deGerao de Vapor Caldeiras (Hermano Cezar Medaber Jambo, da Petrobras).

    Patrocinadores necessrio sempre reforar a importncia dos patrocinadores para a realizao doINTERCORR. Nesta edio, o evento conta com o apoio da Innospec (patrocinador platina); Inter -national Paint, Tinco Anticorroso, Tintas WEG, Sherwin Williams, Jotun e Blaspint (patrocinadoresouro); e SmartCoat, Air Products, CSP e Tintas Jumbo (patrocinadores prata).

    Boa leitura!

    Os editores

    INTERCORR: tudo pronto para a largada

    Carta ao leitor

    A novidade da edio 2014 ficar por conta da

    palestra de Paulo Storani, ex-capito do BOPE e

    consultor do filme Tropa de Elite, que estabelecer

    uma relao entre o BOPE e o mundo corporativo

    4 C & P Maro/Abril 2014

    Editorial51:Editorial36 4/29/14 5:09 PM Page 1

  • ABRACO Informa

    ABRACO amplia seu leque de atuao

    A ABRACO Associao Brasileira de Cor roso promo -ver, no final de julho, uma votao pa ra alterar sua denomi-nao, ampliando dessa for ma seu escopo. Queremos ampli-ar o nome pa ra Associao Brasileira de Corroso e Deteri -orao de Materiais ABRACO. Alm disso, pre ten de mosestender nosso leque de atendimento no sen tido de promovera capacitao, qualificao e cer tificao de pessoas, em presas,produtos e ser vios relacionados ao controle de corroso edeteriorao de materiais, com todos os benefcios propor-cionados pela associao, revela o gerente geral da entidade,Mar cos Morete.

    Morete informou ainda que a votao ser ele trnica e quea ABRACO receber, por intermdio de e-mail, os votos. Es -tamos disposio para for necer todas as explicaes e proce -dimentos, bem como login e senha para que a votao seja rea -li zada com sucesso. importante que o cadastro dos associados estejam atualizados na associao, prin-cipalmente os e-mails. As inscries para novos scios tambm podem ser feitas atravs do nosso endereoeletrnico: [email protected]., alerta Morete. O gerente lembra que a misso da ABRACO di -fundir e desenvolver o conhecimento da corroso e da proteo anticorrosiva, congregando empresas,entidades e especialistas e contribundo para que a sociedade possa garantir a integridade de ativos e pro-teger as pessoas e o meio ambiente dos efeitos deletrios da corroso e da deteriorao de materiais.

    Mais informaes podem ser obtidas diretamente no site www.abraco.org.br.

    ABRACOInforma51:Mercado36 4/29/14 4:32 PM Page 1

  • Um profissional ecltico

    Passando por todos os segmentos da indstria de pe trleo, Gutemberg de Souza Pimenta esteve

    sempre na linha de frente de diversas pesquisas voltadas para a preveno e o combate

    corroso e hoje dedica-se ao trans porte de petrleo e seus deri vados

    Entrevista

    m dos mais proeminentespesquisadores que atuamna rea de corroso, Gu -

    tem berg gra duado em Enge -nha ria Mecnica pela PontifciaUniversidade Ca tlica do Rio deJaneiro PUC-RJ, com mestra-do em En ge nha ria Metalrgica eCincia dos Materiais pela Uni -versidade Fe deral do Rio de Ja -neiro COPPE. Desde 1979,trabalha na rea de corroso,quando in gressou no Centro dePesquisas da Petrobras CEN-PES, onde seguiu carreira atchegar, no ano 2000, ao cargo deConsultor S nior da Petrobras.

    Desde 2006, responsvelpe la implantao da Rede Tem -ti ca de Materiais e Corroso (redede pesquisa de desenvolvimentointerligada por vrios centrosavan ados de estudos), projetode senvolvido pela Petrobras eANP (Agncia Nacional de Pe -trleo) nas universidades e ins -titutos de pesquisas do Brasil.

    Gutemberg tambm umin centivador da participaodos pro fissionais em associaestcnicas. Ele mesmo atua ativa-mente na ABRACO, Associa -o Brasileira de Corroso, on -de foi pre sidente du rante osanos de 2001 e 2002, e hojeintegra a diretoria, alm de par-ticipar de di versas formas pa -lestrante, con gressista ou orga-nizador de diversos eventos e

    desempenho tive a oportunidade deentrar no Centro de Pes quisas daPetrobras e a vaga era para traba -lhar com pesquisas na ge rncia res -ponsvel pela corroso.

    Quais foram seus mestres e co -mo eles lhe influenciaram?Pimenta Isto teve um grandepeso na minha deciso de traba -lhar com corroso, pois sempre fi -quei ligado aos mestres que eramreferncia em corroso na Petro -bras, no Brasil e no mundo.Apren di muito com eles os quaistam bm confiaram no meu traba -lho, na postura profissional e navontade de atuar com pesquisas emtemas ainda desconhecidos na d -cada de 1980. Devo muito aosmeus trs grandes mestres: o Dr.Pau lo Cesar Loyola, o Dr. Mar cioAlmeida Ramos e o Dr. Fernan doBene dito Mainier.

    Quais as principais linhas depesquisa a que se dedicou?Pimenta Sempre procurei tra -ba lhar com pesquisas de alto riscoe grande valor agregado para asati vidades da empresa. Comeceimi nha linha de pesquisa em sis-temas de produo, plataformasfixas, estudando os efeitos do H2Sna corroso sob tenso nos mate -ri ais de li nha de produo. Parti -ci pei da cons truo de um siste -ma mooring de corroso paraes tudar a perfor mance da prote -

    aes relevan tes para a consoli-dao da entidade.

    Nesta entrevista, Gutem bergconta um pouco de sua histria.

    Conte um pouco da sua opopela engenharia e a especializa-o em corroso?Gutemberg Pimenta Desenvol -ver e construir sistemas de testessem pre foi um exerccio que prati-cava muito na minha adolescncia,razo pela qual optei pela me c -nica. Ainda na PUC, participeicomo monitor de dois laboratriosnovos e tinha como tarefa principalestudar e especificar procedimentosde testes para as aulas pr ticas dodepartamento. Isto me fez buscarconhecimentos necessrios pa ra asatividades atravs de pes quisas,con sultas a normas tcnicas, almde conhecer no mercado do Rio deJaneiro empresas que trabalhassemcom os sistemas que eu estava mon-tando. Outro fato im portante foi omeu trabalho fi nal de curso, noqual tive como responsabilidade oprojeto de uma es tei ra rolante, queme levou a fa zer tambm umagrande pesquisa na literatura exis-tente e conhecer mquinas e aces -srios existentes no mercado. Aotr mino do curso de engenhariapas sei por outros na Petrobras, o deEngenharia e Ins peo de Equipa -mentos, e l tive diversas matriasde corroso que no existiam nauniversidade. Em razo do meu

    6 C & P Maro/Abril 2014

    Gutemberg deSouza Pimenta

    Entrevista51:Entrevista36 4/29/14 4:35 PM Page 1

  • o catdica e corroso sob frestaem at mil metros de profundi-dade. Outro pro jeto de pesquisafoi a de estudar inibidores de cor-roso para poos onshore, on deau mentamos a vida til das co -lunas. Coordenei o projeto de pes -quisas de corroso sob tenso emetanis, mostrando que o meca -nis mo de falha que estava ocor-rendo nos EUA no acontecia emetanol de cana-de-acar, par -ceria reali zada com o INT, IPTe UFGRS. Tambm coordenei opro jeto de cor roso e medidas pre-ventivas em dutos e tanques ondeforam geradas vrias solues pa raos nossos sistemas, evitando fa lhas emelhoria da nossa logstica detrans porte e armazenamento de pe -trleo e seus derivados. Esta ati -vidade teve como grande parceiro oIPT. Mi nhas principais linhas depesquisa foram o moni toramento egerenciamento e ini bio da cor-roso. Pas sei por to dos os segmentosda indstria de pe trleo. Hoje euestou vol tado mais ao trans porte depetrleo e seus deri vados, etanol,bio diesel e produtos cidos geradospelas petroqumicas.

    O que se discute hoje a respei -to da corroso?Pimenta Meio ambiente e quali -dade do produto so dois fatos queno Brasil sempre esto em pauta. Ovalor do ativo, equipamentos eaces srios, fica em segundo plano. Aao corrosiva degenera o produto eo vazamento de fluidos, por exem-plo, em dutos pode causar proble-mas graves ao meio ambiente.

    O pas est no mesmo patamardo que os pases mais desen-volvidos? Como o senhor ava -lia essa questo?Pimenta No que se refere com-parao entre os pesquisadores doBrasil e no exterior estamos nomes mo patamar. O nosso grandepro blema ainda o apoio do go -ver no em pesquisa e a infraestru-

    tura. No exterior, alm de apresen -ta rem equipamentos de pesqui sasde ltima gerao, os pesquisa doresain da tm como caractersticaapre sentarem pesquisas com umcus to baixo, funo esta devido aoapoio muito maior dos rgos go -vernamentais nos EUA e Europa.

    O senhor tem uma destacadaatuao associativa. Na sua vi -so, qual a importncia de par-ticipar ativamente de associa -es profissionais?Pimenta A associao deve tersempre como meta principal a di -vulgao dos temas ligados a suasatividades, como congressos, semi-nrios, cursos e normas tcnicas.Tu do isto s possvel se tivermosuma equipe de trabalho muito boae que consiga sempre enxergar nomercado os temas que esto empauta. Eu tenho esta caractersticae gosto de estar sempre em contatocom os pesquisadores e manter-meatualizado na atividade. atravsda associao que devemos realizareste trabalho. Fui um dos princi-pais articuladores de trazer o LA -TINCORR para o Brasil, assimcomo da elaborao do COTEQ,onde participam a ABRACO,ABENDE e IBP, evento bianualque realizado nos anos impares.

    De quais associaes parti ci -pou e quais cargos ocupou?Pimenta Participei sempre daABRACO e ocupei todos os cargosnela existentes: diretor, vi ce-presi -dente, presidente e ain da coorde -nei o projeto de recupe rar a via -bi lidade financeira da entida de.Este foi meu grande le ga do naasso ciao.

    Sobre a ABRACO, conte comoe porque chegou entidade, e oque destacaria em sua atuao frente da associao.Pimenta Este foi o meu destino,no vejo muita explicao. Aps aentrada no setor de corroso fiz

    C & P Maro/Abril 2014 7

    todos os cur sos existentes de corrosopela ABRACO e pelas entidades depes quisas externas: INT e IPT.Meu crescimento na carreira decor roso tambm teve como grandeinput os cursos gerenciais e de rela-cionamento com empresas e pessoas.A participao nesses cursos associ-ada a outros diversos que fiz naPetrobras (passando pela produo,transporte e refino de petrleo e seusderivados, biocombustvel e gs eenergia), foi de ex trema importn-cia para a evoluo da minha car-reira e, por isso, considero-me umEngenheiro de Cor roso completo.Parte disso vem desse conhecimentoadquirido via ABRACO e, depoisde algum tem po, passei a orientarcursos e pa lestras como uma formalevar meu conhecimento comu-nidade.

    Conte sobre sua experincia naRede Temtica de Corroso.Pimenta Antes da criao daRe de Temtica de Corroso eu jhavia tido uma grande experi -ncia na construo de dois labo-ratrios de corroso: um com aUFRJ e o outro em Natal, RN. Aescolha de outras entidades para aconstruo dos labora trios foifcil, pois eu j conhecia, pormeio dos Congressos de Corro so,os pesquisadores das universi dadese institutos de pesquisas que tra-balhavam com o tema assim co -mo a experincia de cada pes qui -sa dor. Ficou apenas como ta refaver e conhecer as especialidades decada entidade e o que j tinha deinfraestrutura implantada. Par -ti ci pei de todos os projetos. Hojej temos uma infraes trutura sufi-ciente para atender as demandasde pesquisas em todas as ativi-dades da Petrobras, com a exceoda capacitao nos processos deuma indstria de petrleo. Estademanda atendida com a con-tratao de projetos, onde os pes -quisadores so ento treinadosnestas atividades.

    Entrevista51:Entrevista36 4/29/14 4:35 PM Page 2

  • Inibidores de Corroso

    ema de relevncia na in -dstria qumica e petro -qu mica, principalmente

    no transporte e armazenamentode combustveis, como forma deminimizar a corroso interna dedutos, os inibidores de corrosotm ampliado suas aplicaes.Pa ra debater um pouco mais so -bre sua eficincia, impotncia deensaios laboratoriais antes de suaaplicao, segurana e implica -es ambientais envolvidos naoperao, a Revista Corroso &Proteo consultou pesquisado -res, usurios e fabricantes de ini -bi dores de corroso para obterum painel atualizado sobre opro cesso.

    Pesquisadores e usuriosOs inibidores volteis de corro -so (IVC), geralmente so cons -titudos de sais orgnicos vo l teiscom caractersticas de alta pressode vapor, permitindo as sim queos vapores se espalhem e saturemo ar do interior das em balagenspara proteo de peas, conjun-tos acabados ou semiaca bados, eeletroeletrnicos. Os ini bidoresde corroso podem ser aplicadosnos itens em operaes de ar ma -zenamento e transporte, seja eleareo, terrestre ou martimo. OIVC tambm tem sua utilizaoem processos que exigem con -tinuidade, dispensando a ne -cessidade de opera es de desen-graxe e ou remo o da pelculaprotetiva, em chapas e conjuntoslavados e protegidos com em -bala gem IVC, que aps trans-porte so entregues di re tamenteno pro cesso de solda gem, revelaMarco Antnio Mo ra es de Bar -

    Os inibidores de corro so encontram um amplo e muito diversificado campo de atuao,

    mas certamente o seu maior uso na indstria qu mica e petroqumica

    Eficincia e proteo ambiental

    ros, analista de materiais da Mer cedes Benz do Brasil.Segundo Barros, para utilizao dos inibidores volteis de corroso,

    em substituio aos meios protetivos formadores de pelcula (protetivospor imerso ou asperso), devem ser tomadas algumas precaues. importante efetuar, em laboratrio, os ensaios iniciais de corrosividade,para ava liar o tipo de IVC mais adequado aos materiais dos compo-nentes a serem protegidos (ao, ferro fundido, chapa zincada, lato,cobre, bronze). Devemos tambm ana li sar a compatibilidade dos res-duos remanescentes dos materiais utilizados no pro cesso produtivo(fluido de corte, leos de estampagem, desengraxante da mquina delavar). imprescindvel dimensionar a quantidade de IVC por metrocbico da embalagem, pois esta quantidade varia para cada fornecedore tipo de IVC disponvel no mercado, cabendo assim um teste piloto. recomendvel a realizao de um lote experimental para assegurar emcondies de processo e reais condies de intempries climticos queestaro expostos os itens analisados, com maior criticidade quando sub-metidos a longos perodos de exporta o/importao via martima.Esto disponveis no mercado embalagens especiais para proteo anti-corrosiva de materiais eletro/eletrnicos. A utilizao do IVC para estaaplicao tem apresentado excelentes resultados de custo beneficio.

    muito importante saber quais so os principais atributos nahora de escolher um inibidor de corroso. A deciso de utilizaodo IVC deve ser baseado na qualidade, ou seja, dever atender anecessidade de proteo das peas e componentes, valorizando asegurana e sade ocupacional, gerando menor impacto ao meioambiente, com melho res resultados aos colaboradores/usuriosfinais. Em relao aos meios pro tetivos convencionais, tambm de -ver trazer vantagens em segurana se comparado com produtoscombustveis ou inflamveis (protetivos base solvente). Reduzindoetapas no processo, gerando praticidade com vantagens ao eliminartanques de protetivos, consequentemente a manuteno dos mes-mos (algumas vezes combustveis ou inflamveis), estas qualidadestrazem ganho ao ambiente de trabalho, eliminando o contato dosoperadores com leo mineral e possveis odores desagradveis, con-sequentemente diminui riscos e acidentes de trabalho, eliminadescarte de ma terial e emisso de VOC, ex plica Barros.

    Com base nos comentrios anteriores, normalmente os for ne -cedores oferecem produtos IVC reciclveis, atxicos e reali zam cons -tantes pesquisas para aten derem as legislaes, necessidades dos clientese normas regidas pelos rgos ambientais conforme determina a legis-lao bra sileira. Em muitos casos de usu rios de IVC, comum aexistncia de normas de especificao de fornecimentos com lista ne -ga tiva de produtos declarveis e uso proibido, baseado em normas in -ternacionais como, por exem plo, GADSL/VDA 232-101 que renesubstncias/classes de substncias, visando a proteo das pessoas e domeio ambiente, re gu lamentando os componentes de formulao conti -

    Por Alberto Paz

    8 C & P Maro/Abrilereiro 2014

    MateriaCapa51:MateriaCapa37 4/29/14 6:06 PM Page 1

  • C & P Maro/Abril 2014 9

    das nas formulaes utilizadas, comenta Mar co Antnio Moraes de Bar ros, acrescentan-do que os produtos IVC atualmente disponveis para consumo atendem s normasnacionais e internacionais, mesmo assim pesquisas em no vos componentes para substitui -o destes esto sendo feitas, e o impacto da nanotecnologia nesta rea de atuao tendea trazer grandes vantagens.

    LegislaoDe acordo com o engenheiro Marcelo Schultz da Petrobras, o mais importante quan-

    to s normas vigentes so as novas legislaes colocadas em vigor, para o setor de leo egs, pela Agncia Nacional de Petrleo ANP. Todos os regulamentos em vigor, sejam oSGSO (Sistema de Gesto de Segurana Operacio nal), o RTSGI (Regula men to Tcnicodo Sistema de Ge rencia men to de Integridade), o RTDT (Regulamento Tcnico de DutosTerrestres), quanto ou tros ainda em elaborao, visam a implantao da gesto de segu-rana operacional, obrigando os operadores a um processo de adequao nova legislao.Neste caso em especial, no tero futuro prspero os inibi dores de corroso que sejampre judiciais ao homem e ao meio ambiente, comenta Schultz.

    EficinciaPara Lorena Cristina de Oli vei ra Tiroel, engenheira de Ter mi nais e Dutos TRANSPE -

    TRO/PRES/SE/ENG/STSPPCO/INSP, na aplicao em dutos de transporte, os ini -bidores de corroso so utilizados em dutos ou polidutos de transporte de claros (leodiesel, nafta e gasolina). Estes produtos, quando isen tos de inibidores de corroso, pos-suem um alto potencial de corrosividade devido gua resi dual que pode decantar na ge -ratriz inferior em pontos baixos do duto e ser um meio de transporte de ons dispersos nocombustvel. Estes ons dispersos em contato com a parede do duto formam uma clulaeletrol tica desencadeando um processo corrosivo na parede interna do duto. De todos osderivados cla ros transportados o mais agressivo para os dutos de transporte a nafta-petro-qumica porque ela capaz de dissolver grandes quantidades de O2 e CO2 da atmosferae alimentar a fase aquosa com estes gases, de modo a estabelecer condies aeradas, cau-sando a corroso do ferro tendo a reao de reduo do oxignio como a principal reaocatdica. Devido a esta agressividade a nafta petroqumica o derivado padro utilizadonos processos de qualificao de inibidor de corroso. A dosagem de inibidor de corrosodefi nida para a nafta-petroqumica adotada para todos os demais derivados claros,comenta Lorena.

    A eficincia destes produtos satisfatria no combate ao processo corrosivo internode dutos de transporte desde que sejam observadas algumas condies tais como: produ-to correto, ou seja, um produto prprio para dutos de transporte de claros, dosagem cor-reta, aplicao contnua e sem interrupo, tempo de contato suficiente para a formaodo filme na parede do duto, ausncia de produtos que possam desativar o inibidor de cor-roso, ausncia de produtos que tenham uma ao inibidora e que possam competir como inibidor comercial e monitoramento contnuo da eficincia do produto. Quando a apli-cao do produto feita de uma forma adequada a vida til do duto pode ser ampliada eos prazos de inspees internos podem ser estendidos, reduzindo o custo de manuteno,comenta a engenheira.

    Lorena Tiroel avalia que a escolha de um inibidor de corroso deve ser um produto

    prprio para utilizao em dutosde transporte de claros, ser efi-ciente em baixas concentra es,fcil aplicao sem a necessidadede pr-diluio, o filme deve teruma boa permanncia na pa re -de do duto, no deve promoveralte raes na qualidade do pro-duto transportado, insolvel nafase aquosa, dispersvel na faseaquosa e totalmente solvel nocombustvel.

    A eficincia de um inibidorde corroso verificada por meiodo ensaio NACE TM-0172(2001) intitulado DeterminingCorrosive Properties of Cargoes inPetroleum Product Pipelines. Oensaio NACE avalia a corrosivi-dade do derivado em condiesno estagnadas e na presena degua aerada, condio esta co -mum em dutos. Neste ensaiove rifica-se as alteraes visuaisque ocorrem em corpos de provade ao-carbono padronizadosimersos durante quatro ho ras,com agitao, no derivado de pe -trleo em estudo no qual so adi-cionados 10 % de gua (compH = 4,5), explica Lorena.

    Por meio da porcentagemda rea corroda (ver Tabela 1), eno da intensidade da coloraodos produtos de corroso ou daperda de massa, avalia-se a cor -rosivida de do derivado, atri bu -indo-se a es ta porcentagem umgrau de cor rosividade. Cabe ci -tar, que a gua adicionada, poisa corrosividade dos derivados depetr leo devida presena dagua de formao pro venientedo processo de extra o/refinodo petrleo e da gua incorpora-da durante o armaze namento emtanques no hermticos. Esteensaio feito de forma peridicae os pontos de amostragenslocalizam-se ao lon go do duto.Os nveis acei t veis de corrosivi-dade para um produto cominibidor de corroso so as classi-ficaes (A ou B++), acrescentaLorena.

    Ainda sobre o processo de

    TABELA 1 AVALIAO DOS CORPOS DE PROVA DE AO-CARBONO NACE TM-0172 (2001)Avaliao Porcentagem da superfcie corroda (%)

    A 0B++ Menos que 0,1 (2 ou 3 manchas de no mais que 1 mm de dimetro)B+ Menos que 5B 5 a 25C 25 a 50D 50 a 75E 75 a 100

    MateriaCapa51:MateriaCapa37 4/29/14 6:06 PM Page 2

  • de corroso tem sido um grande aliado das empresas no controledos pro cessos de corroso, em parti cu lar para minimizar problemasde corroso interna de dutos de transpor te. A indstria de tintasanticorrosivas tambm um campo de aplicao. Outra aplicaoim portante dos inibidores, neste ca so dos inibidores volteis de cor -roso, nas emba la gens de pe as e equipamentos para ex por ta o.Enfim, na maioria dos casos on de a corroso est presente, os ini -bidores so conside rados como uma alternativa eficaz de con trole.

    Para Neusvaldo, um dos principais fatores para se avaliar a eficin-cia dos inibidores, saber qual a aplicao especfica e a que se destina.Em funo da aplica o que se define a metodologia de avaliao, queso vrias. Ou tro aspecto a ser considerado a concentrao que deveser utilizada, pois os inibidores tm que ser eficientes em concentraesmais baixas possveis. Ser efici ente em altas concentraes inviabiliza ouso. J sobre o impacto ambiental, acredito que a evo luo neste seg-mento como em todos os demais setores, onde h uma busca per-manente por tecnologias consideradas no agres sivas ao meio ambi-ente. Atual men te j existem vrias tecnologias que foram desenvolvidascom esta preocupao. certo que ainda temos vrios deles para osquais no foram desenvolvidos substitutos. Mas um processo. Aindanesse sentido, a utilizao de nanotecnologia um assunto um tantoquanto controverso no que diz respeito s questes ambientais. Existemgrupos que esto estudando este assunto e certamente devero surgirrespostas a estas questes. Elas so importantes e de certa formaurgentes porque os estudos de aplicaes de nanotecnologia seguemem alta velocidade. Com relao ao uso de extratos naturais, hoje noBrasil, em particular na Universidade Federal do Cear h um grupoenvolvido com este tema; inclusive devemos ter alguns trabalhos noINTERCORR, em maio em Fortaleza, explica o pesquisador.

    Sobre as demandas dos usurios finais, assim como as exignciascom o cuidado ambiental e eficincia, Neusvaldo avalia que evi-dente que a primeira est relacionada com a eficincia, mas a questoambiental e a eficincia tm que andar juntas. No se concebe usarum inibidor de baixo desempenho s porque ecologicamente cor-reto. Ento o caminho continuar desenvolvendo tecnologias ino-vadoras, que estejam em sintonia com estas questes. Do lado de nor-mas e le gislaes, desconheo que existem legislaes que regulam aproduo de determinadas classes de inibidores no Brasil. No caso daindstria de tintas, este assunto tem evoludo tanto pelo lado dos fa -bricantes como dos consumidores mais importantes. Agora se com-pararmos s tecnologias disponveis no Brasil com pases mais indus-trializados, eu diria que praticamente no h diferenas. Mas eu nosei se isto importante. Hoje, no mundo em que vivemos, estaquesto tem que ser re lativizada.

    Segundo informaes da pes qui sadora do IPT, Anna Ramos Mo -reira, a corroso metlica a transformao de um metal (ou ligametlica) em um on metlico pela sua interao (atravs de reaes deoxirreduo de natu reza qumica ou eletroqumica) com o meio emque se encontra no Metal (ou liga metlica) + Meio, ons metlicos +Energia, Interao qumica ou eletroqumica. Sendo assim, as quatroformas de combate corroso so modificar o metal: substituir o metal(ou liga) por um outro que no reaja com o meio ou reaja com veloci-dade de reao desprezvel ou modificar o meio: condicionando omeio, por exemplo, com adio de inibidores. Cabe ressaltar que estetipo de procedimento adequado a sistemas fechados ou interpor bar-reira entre o metal e o meio: aplicao de revestimentos orgnicos (tin-

    qua lificao de um inibidor decorroso para utilizao em dutosde transporte de claros, gostariade ressaltar que para estabelecerum inibidor de corroso para usoem oleodutos de transporte umproduto deve possuir as caracte -rsticas j comentadas e passarpor um processo de qua li ficao.Neste processo os fabricantesque possuem inibidor de corro -so para dutos so convidados aparticiparem deste processo. Osin teressados devem ceder amos -tras de produtos informando ado sagem mnima que atenda osnveis aceitveis de corrosividadeNACE. As amostras so enviadaspara um laboratrio id neo ecom qualificao tcnica na avali-ao de inibidores de corrosoonde so dosadas em nafta-petro-qumica e posteriormente sub -me tidas ao ensaio de corrosivida -de ao ao-carbono NACE TM-0172 (2001) intitulado Deter -min ing Corrosive Properties ofCargoes in Petroleum ProductPipe lines. Estes ensaios so reali -zados em duplicatas e triplicatas eo(s) produto(s) que atingir(em)os padres de aceitabilidade (Aou B++) com a menor dosagemso qualificados para utilizaonos dutos, conclui Lorena.

    Aplicaes mais relevantesPara o pesquisador e chefe

    do Laboratrio de Corroso eTra ta mento de Superfcie doInstituto de Pesquisas Tecno -l gicas do Estado de So Paulo IPT, Neusvaldo Lira de Al -meida, os inibidores de corro -so encontram um amplo emuito diversificado campo deatuao, mas certamente o seumaior uso na indstria qu -mica e petroqumica. Nes sessegmentos os problemas decor roso so mais nu merosose, portanto, medidas pre ven -tivas so mandatrias. Nos sis-temas de transportes e arma ze -namento de petrleo e seusderi va dos, o uso de inibi dores

    10 C & P Maro/Abril 2014

    MateriaCapa51:MateriaCapa37 4/29/14 6:06 PM Page 3

  • Motores | Automao | Energia | Transmisso & Distribuio | Tintas

    A WEG possui uma linha completa de produtos em tintas lquidas e em p para proteo anticorrosiva de estruturas e perfis metlicos, estruturas offshore, mquinas e equipamentos nas mais diversas aplicaes.

    para diversas estruturasProteo total

    Tintas oferecendo proteo total. www.weg.net

    de oleodutos, torres de resfria-mento, hibernao de torres dedestilao, vasos e caldeiras, pro-teo de fundos e topos de tan-ques atmosfricos de armaze na -mento de petrleo, unies flan - geadas, vlvulas e instrumentoetc. A indstria automobilstica um setor industrial ousado e co -meou a utilizar largamente ini -bidores de corroso na ex por -tao de componentes metli-cos, eliminando um grande pas -sivo que o leo protetivo no in-cio da dcada de 90. Na indstriade O&G, os inibido res de corro -so so utilizados para mitigarprincipalmente os processos cor-rosivos re la ciona dos ao sul feto dehi dro g nio (H2S), di xi do decarbono (CO2) e cidos geradosao longo dos pro cessos de pro-duo e refino.

    Singh avalia que a eficinciados inibi do res pode ser quantita-

    tas, leos, materiais a base de borracha) ou inorgnicos (metlicos e deconverso) e finalmente fornecer energia nos processos de corrosoespontneos, o sistema metal/meio perde energia, podendo-se inter-romper esta interao fornecendo energia ao sistema. Como exemplo,cita-se a aplicao de um sistema de proteo catdica. Dessa forma, autilizao de inibidores de corroso se constitui em uma das maneiraspossveis de se combater a corroso. Os inibidores de corroso so subs -tncias qumicas que, sob determinadas condies e num meio que sejacorrosivo, eliminam ou pelo menos reduzem significativamente a in -tensidade do processo corrosivo. Portanto, de grande importncia nocombate e na preveno da corroso.

    Fabricantes de inibidores de corroso

    Avaliao da eficinciaNa viso de Ronnie Singh, da empresa Zerust Preveno de Cor -

    roso, importante definir que um inibidor de corroso uma subs -tncia qumica que, quando adicionados em pequenas concentraes aum meio ambiente corrosivo que envolve o metal, minimiza ou reduza taxa de corroso. As aplicaes dos inibidores de corroso so muitoamplas, e novas reas de aplicao so descobertas todos os anos. Tra -dicionalmente, os inibidores de corroso so utilizados na indstria deleo e gs, siderrgica, automobilstica, metal me c nica, e mais recente-mente novos setores esto sendo explorados como a da construo civil,minerao, etc. As aplicaes so as mais amplas, como na preservao

    MateriaCapa51:MateriaCapa37 4/29/14 6:06 PM Page 4

  • tiva ou qualitativa. Do ponto devista quantitativo, po demos clas-sificar os inibidores segundo aquantidade dosada, no caso deini bidores l quidos, para atingir ameta de re duo da taxa de cor-roso segundo prescrito em nor -ma e ma nu teno desta taxaabaixo do valor mximo admiti-do. Entre tan to, em casos particu-lares, po de-se as sumir uma taxamais alta do que prescrito emnorma em funo de uma anlisetcnica-econmica, prevendo-seuma vida til me nor, porm comganho na re du o da quantidadede inibidor dosado. Outra formade se avaliar a eficincia dos ini -bidores pela anlise qualitativa ecomparativa entre inibidores dediferentes for necedores, na qualse avalia quais sero mais efi-cientes na reduo da taxa de cor-roso, mesmo que no se consigaatingir o patamar desejado e pres -crito em norma. Em todas estasanlises so utilizados, normal-mente, corpos de prova de me ta -lurgia similar ao equipamen -to/tubulao/duto em questode mo do que se pos sa medir ataxa de corroso do cor po deprova em teste, fazendo-se umainferncia a partir des te pon to deque o mesmo pos sa es tar aconte-cendo no equi pamen to/tubu la -o/du to. Novos e mais eficazesinibi dores de corroso tm sidodesenvolvidos co mo re sultado deseu de sempe nho em laboratrio,no entanto, muitos no tm con -se guido uma performance com -pa rvel no cam po. A incapacida -de de reproduzir e transferir ode sempenho dos ini bidores dola boratrio pa ra o cam po con-tinua a ser um desafio hoje.

    Ronnie Singh acredita queum dos grandes desafios de se tra-balhar com inibidores de corro -so que a grande maioria dosinibidores produzido a partir desolues qumicas, algumas nocompatveis com o homem e omeio ambiente. Por isso, deve-seter normalmente um cuidado

    muito grande na seleo, transporte, armazenamento e uso des tassolues qumicas que, ape sar do resultado obtido na reduo da taxade corroso e/ou na ma nuteno da proteo que proporciona ainibio do pro cesso de corroso, requerem um cuidado meticuloso.

    A denominao inibidores ver des ou green inhibitors foi cria-da para caracterizar inibidores de corroso que seguem certos re -quisitos ambientais. Esses re qui sitos ambientais ainda esto sen dodiscutidos e desenvolvidos, mas alguns elementos foram estabelecidosco mo o BOD (Bio lo gical Oxygen Demand). A bio degradao ou ademanda de oxi gnio biolgico (BOD), deve ser de pelo menos60 %, e os inibi dores devem ser no txicos. A BOD uma medi-da de quanto tempo o ini bidor vai persistir no meio ambiente. A to -xi cidade medida como LC50 ou EC50. LC50 a concentrao doini bidor neces sria para matar 50 % da populao total da espcie emcontato com o inibidor. O EC50 a concentrao eficaz de ini bi dorde capaz de afetar adversamente 50 % da populao. H uma procu-ra crescente de inibi do res de corroso que so menos txicos e biode-gradveis em comparao com as formulaes tra dicionais. Inibi do -res verdes exi bin do substancialmente melhores propriedades de im -pacto ambiental sero os inibidores mais amplamente utilizados nofuturo, explica Ronnie Singh.

    Singh no tem dvida de que os processos de inibio da corrosode materiais metlicos e suas ligas no tm que necessariamenteagredir o meio ambiente. Segundo ele, a sociedade e a indstria jno admitem mais a utilizao de subs tncias como DICHAN (dici-clohexilamina), nitrosaminas, aminas secundri as, que eram muitoutilizadas na passivao de metais ferrosos e suas ligas. Clientes,fornecedores e o meio acadmico vm trabalhando nos ltimos anosno desenvolvimento de novas formulaes que no agridam o serhumano e o meio ambiente. Esse um dos desafios da indstria deinibidores de corroso: desenvolver novos produtos de alta perfor -man ce que no afetem o meio ambiente e principalmente o ser hu -mano. Acredito ainda que novas fronteiras de pesquisa e desenvolvi-mento em diferentes reas de ini bidores de corroso esto exploran-do novos mtodos de aplica o e formulaes. Inibidores inor gnicosconvencionais continuam sendo um componente importante emmui tas combina es de inibido res patenteados.

    As patentes mais recentes tratam principalmente de novos mto-dos de aplicao. Poucas pa tentes esto explorando, por exem plo, ananotecnologia para melhorar o efeito de inibio de corroso. Novastecnologias em embalagens foram patenteadas nos ltimos trs anosutilizando a tecnologia dos inibidores volteis de corroso. O desen-volvimento de novos inibidores como o caso dos extratos naturaisainda incipiente, porm j uma realidade. A Escola de Qumicada UFRJ fez uma pes quisa cientfica com extrato de repolho roxo econcluiu que a inibio de um determinado processo corrosivo foiatingindo pelo uso deste extrato, conclui Ron nie Singh.

    Antonio Ricardo Pereira de Car valho, diretor tcnico da Ku rit a doBrasil , acredita que quando se tem em um mesmo sistema gua e ao-carbono (ou outros metais como cobre, alumnio, e diversas ligasmetlicas), a corro so uma preocupao cons tan te. A utilizao deinibidores de corroso solveis em gua tem aplicao nos mais diver-sos pro ces sos, como sistemas de resfriamento, caldeiras, processos pe -tro qumicos, siderrgicos, de pro duo de papel e celulose, galvano -plastia, entre outros. A corroso um processo espontneo e, assimsendo, praticamente impossvel na maior parte dos casos torn-la zero

    12 C & P Maro/Abril

    MateriaCapa51:MateriaCapa37 4/29/14 6:06 PM Page 5

  • Tel.: (47) 3029 3484www.narus.com.br

    Inspeo e anlise defalhas em pintura naval,industrial por meio deInspetor Certificado.

    Percias sobre corroso eintegridade de estruturase equipamentos de ao.

    Elaborao deespecificaes parapintura em projetosindustriais.

    Programas demanuteno derevestimentosanticorrosivos.

    INSPEO DE PINTURA

    descarte de efluen tes. Estes doisativos so muito utilizados parainibir corroso com elevada efi-cincia, e so conside ra dos comoelementos qu mi cos essenciais vida. Porm, em al tas concen -tra es em ambientes aqu -ticos, podem ocasionar pro ble -mas como a eutrofizao em la -gos e envenenamento em pei -xes, revela Carvalho.

    O diretor da Kurita tambmconfirma que as exigncias estofo cadas na eficincia e no cuida-do ambiental. O atendimento feito com pesquisa e desenvolvi-mento de pro dutos (e tecnologiade aplica o) compatveis com ademanda (no s dos usurios,como de toda a sociedade) porum maior cuidado e respeito aomeio ambiente. O desenvolvi-mento tem maior im pacto nautilizao final dos nossos produ-tos por parte dos usu rios, com a

    ou inexistente. Desta forma, nas condies de processo (temperatura,presso, concentrao de sais e contaminantes etc.), a funo dosinibidores de corroso minimizar o processo corrosivo e prolongar avida til dos equipamentos. Dependendo da aplicao, h testespadronizados para avaliao da eficincia dos produtos anticorrosivosutilizados, comenta Carvalho.

    Carvalho acredita que, no caso de produtos qumicos para trata-mento de gua, a preocupao com o descarte dos efluentes lquidos.A legislao de descarte de efluentes vem se tornando cada vez maisrestritiva, no Brasil e no mundo. Este fato tem reflexo imediato nosinibidores de corroso, pois o tratamento qumico da gua do sistemade resfriamento de uma indstria (por exemplo, por se tratar em algu-mas empresas de uma parcela expressiva do efluente total gerado) nopode ter parmetros em desacordo com a legislao vigente de descartede efluentes da regio onde a mesma est instalada. E as restries nalegislao tm levado a empresas como a Kurita a desenvolver novosprodutos para atendimento a estas legislaes, acrescenta Carvalho.

    No h duvida que hoje os inibidores de corroso obrigatoria-mente no podem agredir o meio ambiente. Ainda nesse sentido den-tre os principais itens, destaco o desenvolvimento especfico de produ-tos para indstrias alimentcias e bebidas (onde h maiores restries,pois os inibidores de corroso po dem ter contato direto com ali -mentos), onde as exigncias so cada vez mais elevadas. Tambm pro-dutos para tratamento de sistemas de resfriamento isentos de fsforo ezinco (non-P/non-Zn), em funo de legislao mais res tritiva para

    MateriaCapa51:MateriaCapa37 4/29/14 6:06 PM Page 6

  • SMARTCOATTecnologia em hidrojateamento e preocupao com meio ambiente.

    Taubat: Rua Duque de Caxias, n 331, sala 711Centro - Taubat-SP | Cep: 12.020-050TEL: +55 (12) [email protected]

    Maca: Rodovia Amaral Peixoto, N 4885, Km 183,5Barreto - Maca-RJ | Cep: 27.965-250TEL: +55 (22) [email protected]

    Somos especializados em revestimentos, com tcnicas modernas para preparao de superfcie

    por hidrojateamento e aplicao de tintas anticorrosivas, minimizando os resduos e os danos

    ambientais. Atuamos na manuteno de plataformas martimas e navios de petrleo.

    www.smartcoat.com.br

    Tecnologia em hidrojateamento e preocupao com meio ambiente.

    Somos especializados em revestimentos, com tcnicas modernas para preparao de superfcie

    preocupao com meio ambiente.Somos especializados em revestimentos, com tcnicas modernas para preparao de superfcie Somos especializados em revestimentos, com tcnicas modernas para preparao de superfcie Somos especializados em revestimentos, com tcnicas modernas para preparao de superfcie Somos especializados em revestimentos, com tcnicas modernas para preparao de superfcie Somos especializados em revestimentos, com tcnicas modernas para preparao de superfcie

    Rua Duque de Caxias, n 331, sala 711Centro - Taubat-SP | Cep: 12.020-050

    Rodovia Amaral Peixoto, N 4885, Km 183,5Barreto - Maca-RJ | Cep: 27.965-250

    por hidrojateamento e aplicao de tintas anticorrosivas, minimizando os resduos e os danos

    ambientais. Atuamos na manuteno de plataformas martimas e navios de petrleo.

    contato com o combus tvel. J sobre a questo da eficincia dos inibi -dores, eu acredito que efetiva men te eles protegem os equipamentos dosefeitos da corroso. Ao escolher uma das formas de proteo, define-sequais fatores sero crticos para avaliao da eficcia do inibidor de cor-roso. Os inibi dores de corroso tm acom pa nhado a redu o no con-tedo de enxofre e uma nova gerao de inibidores de corroso sintti-cos tem como objetivo a reduo do problema de formao de depsi-tos em mo tores, reduzindo as emis ses de gases, esclarece Jaconi.

    J sobre a questo do meio ambiente acredito que haja uma ligaoentre proteo ao meio ambiente e inibio da corroso. Em nosso casode proteo de pipe lines, ao evitar que essas li nhas te nham um alto n -dice de corroso, reduz-se o risco de va zamentos e a necessidade desubs tituio das partes etc. Quanto s demandas, elas esto muito fo -cadas em manuteno dos ativos. Realmente, o usurio quer garantirque os equipamentos per mane ce ro em seu melhor estado de conser-vao, no questionando problemas ambientais. Todavia quanto snormas e legislaes, h reduo do contedo de enxofre no diesel. Osproblemas advindos dessa reduo de enxofre tem afetado essa inds-tria. Os inibidores agora possuem, no mximo, 15 ppm de enxofre etemos partido para produo de inibidores sintticos para melhorar aperfor man ce e principalmente a intera o com outros aditivos e outroscontaminantes presentes no com bustvel. Ainda se compararmos oBrasil em relao aos pases mais industriali zados, temos uma indstriacom grande conhecimento sobre inibidores de corroso. Infelizmen te,no existe produo local de ini bidores de corroso para pipe lines com

    aplicao que proporcione maioreficincia, me nor custo e comtecnologia mais amigvel ao meioambiente. H pases com legis-lao mais res tritiva que o Brasil,sendo o me lhor exemplo os pa -ses da Uni o Europeia. Porm,tambm nessa rea avanos fo -ram feitos, tanto por parte dogoverno (via legislaes) quantopor parte das em presas (algumasadotam limites mais restritivosque a legislao; filiais brasileirasde multinacio nais europeias soexemplos desta postura), con-clui Carvalho.

    Segundo o diretor de vendasda Innospec Fuel Specialties, Adri -ano Jaconi, existem vrios tiposde inibidores de corroso. Osapli cados em combustveis tem oobjetivo de proteger os ativos depro blemas com corroso. Porexemplo, pipelines, fittings, e ou -tros equipamentos que tenham

    MateriaCapa51:MateriaCapa37 4/29/14 6:06 PM Page 7

  • Brasil existe resoluo fe deral quelimita o descarte do zin co(< 5,0 ppm); na Europa j se limi-ta o uso de molibdato e serestringe o uso de inibidores ba -se de fosfato. A reduo do im -pacto ambiental tem levado aode senvolvimento pela Nalco denovas tecnologias como o PSO(oligmero do cido fosfino-suc-cnico) como substituto tanto dozinco como do molib dato. E estem curso o desenvolvimento detecnologias phosphate-free paraatender s novas demandas ambi-entais, ressalta Santiago.

    A sustentabilidade umadas principais demandas dosusu rios finais e hoje existe tec -no logia suficiente para atend-la, sem comprometer a bus ca daefi cincia produtiva e a manu -ten o ou mes mo melhoria dosndices de ava liao de perfor -mance (KPI) do processo ondese aplica o tratamento qu micopara inibio da corroso. OBra sil tem acompanhado as li -mitaes de des car tes dos pasesmais desenvolvidos, sen do queh es tados nacionais onde estesli mites so ain da mais restritosdo que se ob serva mundialmen -te. Is to aju da a desenvolver no -vas tec no logias de produtos eequipamentos visando a mini-mizar o descarte de gua (con-servao) e ao seu reaproveita-mento (reuso e reciclo) de for -ma mais intensa. Certamente,meio ambiente ser favoreci-do, conclui San tiago.

    certificao militar, mas o usu rio tem um bom conhe cimento e a in -ds tria se preocupa com o uso e com a boa manu ten o dos seusativos, conclui Jaconi.

    O gerente da Nalco, Paulo Sergio Soares Santiago, acre di ta que osinibi dores de corroso tm inmeras aplicaes no mercado industrial,tanto na parte de processos como em tratamento de gua. Especi fi ca -mente falando de inibidores usados no tratamento de gua in dustrialutilizada em sistemas de resfriamentos, so aplicados para prevenir des-gaste por pro ces so corrosivo em diversas meta lurgias normalmenteusadas em sistemas de resfriamento de ao-carbono, ao galvanizado,cobre e suas li gas, entre outros. O principal ob jetivo de um inibidor decorroso passivar uma superfcie metlica. A passivao umacondio da superfcie metlica onde a taxa de corroso muito baixae onde ocorre uma diminuio da rea tividade qumica que poderia le -var ao processo corrosivo, co men ta Santiago.

    A natureza da passivao pode ser descrita como a for ma o de umfilme protetor de xido metlico que reduz as taxas de corroso (fatorescinticos). H metais que so autopassivantes, como o ao inoxidvel,mas metais de uso mais comum, como o ao-carbono, no o so. Entoexiste uma variedade de inibidores de corroso, tanto oxidantes (nitri-to, por exemplo) como no-oxidantes (fosfatos, fosfonatos, zin co) quepodem ser aplicados. De forma geral estes inibidores rea gem com oFe+2 dissolvido da superfcie metlica (produto do processo corrosivo)para formar um filme inibidor insolvel. E esta passivao mantidacom a aplicao continuada destes ini bi dores, explica Santiago.

    Normalmente so utilizados cupons-teste da metalurgia que se queravaliar (ao-carbono, ao inoxidvel, cobre e suas ligas, alumnio) e queso adaptados em uma rvore de medio de corroso por um perodode medio que varia de 30 a 90 dias; este cupom pesado antes e apso perodo de medio e com isto determina-se a chamada taxa de cor-roso mdia generalizada, que costuma ser medida em unidades de mpy(milsimo de polegada por ano). Existem outras metodologias mais efi-cientes onde utilizada a me dio desta taxa de corroso pela medioda resistncia por polari zao linear, com eletrodos de metalurgia espec-fica (ao-carbono, cobre); es ta medio pode ser feita em linha, de formacontnua, indicando de forma imediata se ocorrem distrbios no sis-tema que possam afetar a sua tendncia corrosiva, o que permite aadoo de aes corretivas mais imediatas, acrescenta Santiago.

    Quanto preocupao com o desenvolvimento de produtos queminimizem o impacto ambiental, Santiago comenta que esta preo cu -pao existe e tem se ampliado mundialmente, embora a maioria dosprodutos inibidores usados no mercado sejam biodegrad veis. No

    MateriaCapa51:MateriaCapa37 4/29/14 6:06 PM Page 8

    Elastmero Securit 2Tecnologia pioneira e lder. Agregando valor na proteo anticorrosiva de flanges e vlvulas.

    Tel.: +5521 2215-4760 Fax: +5521 2215-4759 [email protected] www.tinocoanticorrosao.com.br

  • 16 C & P Maro/Abril 2014

    Artigo Tcnico

    Perfil de rugosidade de superfciesde ao-carbono x espessura

    de pintura: um tema importantepara ser debatido

    surface roughness profile of metalsubstrates , especially carbon steel,is an important factor to providegood adhesion to paints and paintsystems. A typical criterion used toestablish the roughness profile isthat it is comprised 1/4 to 1/3 ofthe thickness of the coating.However, with the development ofnew paint technologies, there hasbeen a substantial change in theirphysico chemical properties such ashigher solids content and highcoat thicknesses. Thus, the thick-ness of organic coatings increaseddramatically, while the roughnessof the substrate changed little. Dueto these factors, a survey was doneto investigate the thickness of cer-tain paints and paint systems andthe surface roughness profilerequired for the application. Theresults showed the necessity of con-ducting a debate on the subject inquestion, with the participation ofprofessionals and companies in -volv ed in the application of paintsand paint systems. The aim of thisdebate is to establish technical cri-teria for specification roughnessprofile, depending on the thicknessand the technical characteristics ofanticorrosive coatings.

    Introduo amplamente conhecido

    que a aderncia uma proprie -dade essencial durabilidade dosrevestimentos por pintura, espe-cialmente aqueles utilizados naproteo anticorrosiva de subs -tratos metlicos, embora se re -conhea que ela por si s no responsvel pelo desempenhodos mesmos. Logo, o fato de umrevestimento possuir uma exce-

    lente aderncia inicial no sig-nifica que o mesmo ir apresen-tar um bom desempenho, hajavista que este pode ser afetado,de forma negativa, por outros fa -tores como, por exemplo, pelapresena de contaminantes sali-nos e de leos e gorduras nasuperfcie 1,2. Porm, um revesti-mento com fraca aderncia ini-cial pode vir a apresentar falhasprematuras em curto espao detempo, principalmente quandoexposto a condies de imersoou a meios com alta umidade re -lativa. Nestes casos, um dosprimeiros sintomas o apareci -mento de bolhas (empolamento)no revestimento e, posterior-mente, descascamento e/ou cor-roso, dependendo da agressivi-dade do meio. Mesmo quando asuperfcie pintada no estiver emcondies de imerso, mas ex -pos ta ao tempo com variao detemperatura entre dias e noitesque podem ser significativas, aconsequente alterao dimensio -nal do substrato nestas condiespode levar a tinta ou o esquemade pintura a apresentar falhas sedestacando, se o mesmo no esti -ver bem ancorado (com perfil derugosidade adequado).Um dos fatores mais impor-

    tantes para se obter uma boaade rncia dos revestimentos pormeio da pintura dos substratos,sem dvida alguma, a prepa -rao da superfcie. No caso dechapas e perfis de ao-carbononovos, temos que considerartam bm a presena de carepa delaminao que deve ser removidapor jateamento abrasivo compres so ou com turbinas cen-

    Por Celso Gnecco

    Resumo amplamente conhecido

    que o perfil de rugosidade dossubstratos metlicos, em especialos de ao-carbono, um fatorim portante para proporcionarboas condies de aderncia stintas e aos esquemas de pintura.Um critrio utilizado, ainda queantigo, para se estabelecer o per-fil de rugosidade, que este este-ja compreendido entre 1/4 a 1/3da espessura do revestimento.Com o desenvolvimento de no -vas tecnologias de tintas, houveuma mudana substancial naspropriedades fsico-qumicas dasmesmas como, por exemplo,mai or teor de slidos e altasespessuras por demo. Com isso,a espessura dos revestimentospor pintura aumentou de formaexpressiva, enquanto a rugosida -de do substrato alterou pouco.Diante destes fatos, foi feito umlevantamento para se conhecer aespessura de certas tintas e esque-mas de pintura e o perfil derugosidade exigido para a apli-cao dos mesmos. Os resultadosobtidos mostraram a necessidadeda realizao de um amplo de ba -te sobre o tema em questo, coma participao de profissionais eempresas envolvidas com a apli-cao de tintas e esquemas depin tura, com o objetivo de se es -tabelecer critrios tcnicos bemfun damentados para a especifica -o do perfil de rugosidade, emfuno da espessura e das carac-tersticas tcnicas dos revesti -men tos anticorrosivos.

    AbstractIt is widely known that the

    Surface roughness profile of carbon steel x thickness of paint system: an important topic for discussion

    Fernando de L.

    Fragata

    Fragatta51:Cristiane43 4/29/14 7:22 PM Page 1

  • trfugas para criar o perfil de ru -go sidade adequado.A limpeza de superfcie

    uma etapa da preparao dosubs trato para a pintura que visaremover os contaminantes da su -perfcie como, por exemplo, le -os, graxas, sais, produtos de cor-roso e pintura envelhecida noaderente e/ou com fissuras, queso extremamente prejudiciais aodesempenho dos revestimentos,principalmente em relao pro-teo anticorrosiva e criar con -dies adequadas para a adern-cia dos mesmos aos substratos,independentemente do mecanis-mo de aderncia envolvido.Existem, basicamente, trs

    me canismos pelos quais os reves-timentos por pintura podemade rir aos substratos metlicos, asaber:

    Aderncia qumica: ocorrequando a tinta reage quimica-mente com o substrato metlico.

    Um exemplo tpico a adernciaque ocorre quando se aplica umwash-primer (tinta condiciona -do ra de aderncia que contm emsua composio, dentre ou troscons tituintes, cido fosfrico,tetroxicromato de zinco e resinade polivinilbutiral (ver nota) so -bre superfcies de ao galvanizado.A reao qumica do cido fos-frico com o revestimento dezinco, de forma conjunta com otetroxicromato de zin co e com aresina de polivinilbutiral, conduz converso su per ficial do metalfazendo com que uma fina cama-da de tinta fi que aderida quimica-mente ao substrato.

    Nota: por causa do cromoque um metal pesado, esta tintano est mais sendo utilizada.

    Aderncia polar: neste caso, aaderncia ocorre devido atra oentre grupos polares das mo l -culas da resina com grupos po la -res, de carga oposta, do subs tra to.

    Por isso, a tendncia que quan-to maior for o nmero de gru pospolares na resina melhor ser aaderncia dos revestimentos aossubstratos metlicos. Por exem -plo, as resinas epxis possuem ex -ce lente aderncia aos substratosde ao carbono. Um dos fatoresque contribui para isso a pre-sena de grupos hidroxila (-OH)na estrutura da resina epxi. importante destacar que somen tea aderncia polar pode no sersuficiente, em muitos casos, paragarantir uma longa durabilidadeaos revestimentos por pintura,pois as foras de Van der Waals eLondon envolvidas so fracas ecom isso as ligaes podem serdestrudas com maior ou menorgrau de dificuldade, em funodas condies de agressividade domeio no qual os revestimentosficaro expostos 3,4.

    Aderncia mecnica: este ti -po de aderncia, motivo da reali -

    C & P Maro/Abril 2014 17

    Espessura Faixa de ProporoTinta Funo mdia da rugosidade aproximada

    pelcula (m) (m) (**)1. Epxi 100% slidos DF* 175 25 a 50 1/7 a 1/3,52. Epxi surface tolerant DF* 185 25 a 50 1/7,4 a 1/3,73. Epxi novolac DF* 325 50 a 100 1/6,5 a 1/3,3

    4. Epxi secagem rpida DF* 500 50 a 75 1/10 a 1/6,75. Epxi novolac + flocos de vidro DF* 875 75 a 125 1/11,7 a 1/76. IMO PSPC MSC.215 (epxi) DF* 300 30 a 75 1/10 a 1/4

    TABELA I RUGOSIDADE E ESPESSURA INFORMADAS NAS RESPECTIVAS FICHAS TCNICAS DAS TINTAS ANALISADAS

    DF*(dupla funo): Pode ser aplicada diretamente sobre o substrato e atuar como tinta de fundo e acabamento.(**) A proporo foi obtida dividindo-se a espessura mdia pelos dois valores da faixa de rugosidade.

    Figura 1 Representao esquemtica da aderncia mecnica de um revestimento ao substrato de ao

    Fragatta51:Cristiane43 4/29/14 7:22 PM Page 2

  • descrito anteriormente, a tec no -logia de tintas evoluiu mui to nosltimos anos, especialmente noque diz respeito ao te or de slidose espessura por demo. Entre -tanto, os requisitos com re laoao perfil de rugosidade mu doupou co e, mesmo as sim, sem umcritrio bem estabelecido. Nopre sente trabalho, apresenta-seum levantamento sobre as exi -gncias atuais no Bra sil com re la -o ao binmio es pes sura do re -ves timento x perfil de rugosida -de. Os resultados des te levanta -men to mostram a necessidade deuma ampla discusso, com a par-ticipao de es pecialistas do se tor,sobre este te ma to importantena durabili dade dos revestimen-tos anticorrosivos.

    Rugosidade x AdernciaA altura do perfil de rugosi-

    dade tem uma influncia subs -tancial na aderncia dos revesti-mentos aos diferentes tipos desubs trato metlico, especialmen -te os de ao-carbono. Neste sen-tido, um conceito ainda muitoutilizado de que quando se au -menta a espessura do revesti -men to h que se aumentar o per-fil de rugosidade, tal como ilus -tra do na Figura 3.De certa forma, h quem as -

    socie o perfil de rugosidade aoalicerce de uma construo e,nes te aspecto, a pergunta que sefaz a seguinte: voc construiriaum edifcio de 15 andares sobreo alicerce de um sobrado? Ob -ser vando a ilustrao da Figura4, a resposta no, pois para umedifcio alto o alicerce tem queser mais profundo e melhor cal-culado para resistir ao peso mai -or e carga de ventos, principal-mente laterais.Os fatos apresentados mos -

    tram como importante o con -trole do perfil de rugosidade dassuperfcies metlicas. Conformeilustraes da Figura 5, a rugosi-dade muito elevada pode resultarna presena de picos com espes-

    Vale ainda ressaltar que, almda preparao da superfcie, aspropriedades fsico-qumicas dastintas, especialmente com rela os resinas e aditivos utilizados emsua fabricao, podem melhorar,de forma significativa, a adern-cia das mesmas aos subs tratos.Neste sentido, sabe-se que as resi -nas com maior nmero de gru-pamentos polares tendem a me -lhorar a aderncia das tintas, as -sim como o uso de aditivos de no -minados promotores de ade rn -cia como, por exemplo, os sila -nos 3,4. Portanto, os qumicos dasempresas ao desenvolverem no -vas frmulas de tintas esto sem-pre atentos a estes detalhes im -portantes para que os produtospropiciem a aderncia desejadaaos diferentes tipos de substrato.Com base no que foi apresen-

    tado, possvel observar que operfil de rugosidade um fatorimportante para a aderncia me -cnica dos revestimentos. Ocor reque no existe uma regra bsicapara estabelecer a altura ideal doperfil em funo da espessura dosrevestimentos. O que existe soin formaes tcnicas, muitas de -las antigas, que preconizam de -terminados valores, independen-temente do tipo e natureza qu -mica dos revestimentos. Co mo

    zao do presente trabalho, estbaseado na rugosidade superfi-cial do substrato (Figura 1). Nes -te sentido, a limpeza das superf-cies metlicas por meio de jatea-mento abrasivo uma das for-mas mais eficientes para se obterboa aderncia mecnica e qumi-ca dos revestimentos aos subs -tratos, principalmente metlicos.Pode-se dizer que a adernciame cnica se associa aos outrosdois mecanismos de aderncia.Alm de propiciar excelentescon dies para a aderncia me -cnica, a limpeza por meio de ja -teamento abrasivo contribui paraaumentar a rea superficial dosubstrato, o que aumenta o n -mero de locais para o estabeleci-mento de ligaes polares 3,4. Lo -go, a associao destes dois tiposde aderncia extremamentebenfica para a durabilidade dosrevestimentos por pintura. Umasuperfcie de ao polida (ver ilus-trao B da Figura 2), ainda quetotalmente limpa, pode no pro -piciar boas condies de adern-cia para determinados esquemasde pintura. A condio ideal aquela em que a superfcie en -con tra-se isenta de contami-nantes e com rugosidade ade-quada, conforme ilustrao C daFigura 2.

    18 C & P Maro/Abril 2014

    Figura 2 Ilustrao de aspectos superficiais de substratos de ao

    Fragatta51:Cristiane43 4/29/14 7:22 PM Page 3

  • tintas epxis mencionadas. Almdisso, a diferena entre este cri -trio e os valores de rugosidadeindicados nas fichas tcnicas dosprodutos tende a ser maior como aumento da espessura. Logo, um ponto importante para serdiscutido entre os profissionaisda rea de pintura anticorrosiva.Isto fica bem evidenciado nocaso da tinta 5 (epxi Novolaccom flocos de vidro). Se o cri -trio de 1/4 a 1/3 fosse utilizado,para a espessura de 875 m, arugosidade teria que estar com-preendida entre 219 m e292 m, que totalmente dife -ren te do valor especificado,75 m a 125 m. Logo, istorefora a necessidade de se deba -ter o tema em questo.Outro fato que chama a

    ateno diz respeito s faixas derugosidade das tintas 3 (epxiNo volac) e 4 (epxi de secagemrpida). No primeiro caso, para aespessura de 325 m, exigidauma faixa de rugosidade de50 m a 100 m. No segundo,para uma espessura de 500 m, arugosidade exigida de 50 m a75 m. De imediato, observa-seque h uma inverso nos valoresde rugosidade em relao es pes -sura. Embora sejam tintas comcaractersticas diferentes, as mes-mas so de mesma natureza qu -mica. Logo, verifica-se que noh um critrio bem estabelecidopara definir a rugosidade dasuperfcie em funo da espessu -ra do revestimento. Isto fica bemevidenciado pelas prprias faixasde rugosidade. No caso da tinta

    em questo, tendo como base asinformaes contidas nos bole tinstcnicos de alguns produtos co -merciais e em esquemas de pin -tura normalizados pela Petrobras.

    Espessura versus PerfilObservando-se as informa -

    es de fichas tcnicas de produ-tos e itens de normas, constatou-se que a espessura das tintas e dosesquemas de pintura tem au -mentado sistematicamente. Hcerca de 50 anos atrs a espessuramxima das tintas eram da or -dem de 50 micrometros, de poisvieram as tintas HB HighBuild, cujas espessuras eram de75 m a 120 m por demo. Emseguida, surgiram as tintas com,aproximadamente, 400 m pordemo e atualmente tem-se astin tas com 800 m at 1250 mpor demo. Quanto ao perfil derugosidade, o au mento foi feitomais na base do "sentimento" doque com base em algum critriotcnico bem es tabelecido, con-forme poder ser constatado nosexemplos a seguir.

    Tintas comerciais e perfis derugosidade exigidosNa Tabela I, mostram-se os

    perfis de rugosidade exigidos poralguns fabricantes e/ou normastcnicas para a aplicao de di -ver sos tipos de tinta epxi.Pelos resultados apresentados

    na Tabela I, observa-se que o cri -trio de 1/4 a 1/3 da espessurado revestimento para se estabele-cer a rugosidade do substratono se enquadrou nos casos das

    sura de tinta muito baixa, ou atmesmo descobertos, o que secons titui num ponto vulnervelpara o aparecimento prematurode pontos de corroso. J umaru gosidade muito baixa podepre judicar a aderncia dos reves-timentos aos substratos. Logo, arugosidade ideal aquela quepro picia boas condies de ade -rncia e boa cobertura aos picosdo perfil de rugosidade.Na norma ABNT NBR

    7348:07 5, verso corrigida em2010, no item 6.2.2.1, h umainformao de que o valor mdiodo perfil de rugosidade deve es tarcompreendido entre 1/4 e 1/3 daespessura total do esquema depintura. Assim, se um es quemade pintura possuir espessura totalde 120 m (duas demos com60 m por demo), o perfil derugosidade dever es tar com-preendido entre 30 m e 40 m,conforme ilustrado na Figura 6.Nessa norma h tambm du -

    as notas que dizem:a. em caso de longo intervalo detempo entre a primeira e a se -gun da demos, em ambientecor ro sivo, pode-se adotar umper fil de ru go sidade de aproxi-madamente 2/3 da espessurada primeira demo;

    b. para esquemas de pintura dealta espessura (> 300 m), operfil de rugosidade deve serestabelecido atra vs de acordoentre as partes en volvidas noprocesso de pintura.No item a seguir, sero mos -

    trados os resultados de um levan-tamento feito a respeito do tema

    C & P Maro/Abril 2014 19

    Espessura Faixa de ProporoTinta Funo mdia da rugosidade aproximada

    pelcula (m) (m) (**)N 2680 DF* 450 50 a 70 1/9 a 1/6,4N 2912 III DF* 800 50 a 100 1/16 a 1/8

    TABELA II RUGOSIDADE E ESPESSURA INFORMADAS NAS NORMAS N 2680 6 E N 2912 III 7, PARA AREALIZAO DOS ENSAIOS DE DESEMPENHO DAS RESPECTIVAS TINTAS EM LABORATRIO

    DF*(dupla funo): Pode ser aplicada diretamente sobre o substrato e atuar como tinta de fundo e acabamento.(**) A proporo foi obtida dividindo-se a espessura mdia pelos dois valores da faixa de rugosidade.

    Fragatta51:Cristiane43 4/29/14 7:22 PM Page 4

  • que precisa ser discutido. A nor -ma N 2680 6, para uma es pessuramdia de 450 m, exige uma fai -xa de rugosidade entre 50 m e70 m, enquanto que a N 2912III 7, para uma espessura mdiade 800 m, uma faixa de rugosi-dade entre 50 m a 100 m.Numa anlise bem simples dosvalores mencionados, ob serva-seque a faixa mais am pla de rugosi-dade da tinta de maior espes-sura, o que no est errado.Ocorre que, do ponto de vistatcnico, a diferena entre as duasfaixas quase nenhuma. Tal co -mo no caso anterior, todos os va -lo res da faixa de rugosidade datinta N 2680 atendem aos danorma N 2912 III 7. A nica di -ferena que a N 2912 III 7 pos-sui o limite mximo de rugosi-dade ligeiramente maior que o daN 2680. Como se pode cons tatar,o perfil de rugosidade de um re -vestimento com 450 m atendeao de um revestimento com800 m. Isto um ponto impor-tante para ser debatido no sentidode se estabelecer as faixas de ru -gosidade ideais em funo da es -pessura e das caractersticas fsico-qumicas dos revestimentos.

    Condies de esquemas depintura e rugosidadeNa Tabela III, mostram-se

    diversas condies de esquemasde pintura especificados na nor -ma Petrobras N 2913 8, a cerca derevestimentos anticorrosivos paratanque, esfera e ci lin dro de arma -zenamento, bem como os per fisde rugosidade exigidos.Como pode ser observado,

    tambm aqui o conceito de 1/4 a1/3 da espessura do esquema depintura, para se estabelecer o per -fil de rugosidade, no se en -quadrou, especialmente no casodos esquemas de alta espessuracomo, por exemplo, os das con -dies 1 a 6. Portanto, isto re foraa necessidade de um amplo de -bate sobre o assunto, apesar danor ma ABNT NBR 7348 5 re co -

    pe nho das tintas em laboratrio,as chapas de ao-carbo no, paracon feco dos corpos-de-prova,tm que ser submetidas ao jatea-mento abrasivo. A faixa de rugosi-dade exigida e a espessura das tin-tas esto mostradas na Tabela II.Tal como no caso anterior,

    ob serva-se que, o critrio de seuti lizar 1/4 a 1/3 da espessura dorevestimento para definir a faixaou perfil de rugosidade do subs -trato necessita ser discutido, prin-cipalmente para revestimentos dealta espessura. Na realidade, ob -serva-se que as tintas, em funodo avano tecnolgico, permitema obteno de altas espessuras pordemo e, como con sequncia, osesquemas de pin tura tambm setornaram mais espessos e eficien -tes no com bate corroso. Ocor -re que o aumento de rugosidadefoi pe queno em relao ao au -mento de espessura dos revesti-mentos. En to, preciso discutireste tema de forma profunda paraque se possa elaborar as especifi-caes de tintas e de esquemas depintura com respaldo tcnicobem fundamentado, mesmo quese che gue a concluso de que osvalores atuais so os mais corretos.Tal como mencionado anteri-

    ormente em Tintas comerciais eperfis de rugosidade exigidos, afaixa de rugosidade um tema

    3, a faixa de 50 m a 100 m eno da tinta 4, de 50 m a 75 m.Em termos tcnicos, po de-se di -zer que a diferena entre as duasfaixas de rugosidade quase ne -nhuma, uma vez que o perfil derugosidade exigido para a tinta 3atende ao da tinta 4. Portanto, outro ponto que me rece ser de -ba tido, ou seja, estabelecer de for -ma fundamentada os limites derugosidade.

    Tintas normalizadas pelaPetrobrasA norma N 2680 6 corres -

    ponde tinta epxi sem solven testolerante a superfcies midas e aN 2912 III 7 tinta epxi No vo -lac com flocos de vidro. Pa ra area lizao dos ensaios de desem -

    20 C & P Maro/Abril 2014

    Figura 3 Ilustrao de umconceito utilizado com relao espessura do revestimento xaltura do perfil de rugosidade

    Figura 4 Ilustrao comparativa de um alicerce de sobrado paraum edifcio de 15 andares

    Fragatta51:Cristiane43 4/29/14 7:22 PM Page 5

  • dem a espessura do re vesti mentoacima dos picos. Com is so, teori-camente, no h risco dos picosmais altos ficarem com menor es -pessura de revestimento.Porm, h que se ter em

    mente que um perfil muito eleva-do pode ocasionar um consumoadicional de tinta de fundo e comisso aumentar o custo da pintura.Utilizando-se metodo lo gia de cl-

    rentes como, por exemplo, no ca -so das condies 6 (espessura de800 m), 7 (espessura de190 m) e 13 (espessura de170 m). Do ponto de vista tc-nico, os esquemas das duas lti-mas condies no so afetadosem termos de proteo anticorro-siva, uma vez que os medidoresde espessura que atuam pelo prin -cpio de induo magntica, me -

    mendar que, acima de 300 m deespessura, o perfil de rugosidadeseja acordado previamente entreas partes envolvidas na apli caodos esquemas de pintura.Outro aspecto que chama a

    ateno para um debate, tal co momencionado em itens anteriores, a utilizao da mesma fai xa derugosidade para esquemas de pin-tura com espessuras muito dife -

    C & P Maro/Abril 2014 21

    Finalidade Condio Espessura total Perfil de Proporo Proporodo esquema (m) rugosidade (m) aproximada 1/4 a 1/3 (m)

    1 450 70 a 100 1/6 a 1/4 112 a 150Revestimento 2 450 70 a 100 1/6 a 1/4 112 a 150interno 3 500 70 a 100 1/7 a 1/5 125 a 166de tanques 4 450 70 a 100 1/6 a 1/4 112 a 150

    5 500 70 a 100 1/7 a 1/5 125 a 1666 800 70 a 100 1/11 a 1/8 200 a 2667 190 70 a 100 1/3 a 1/2 47 a 63

    Revestimento 8 120 70 a 100 1/2 a 1/1,2 30 a 40externo 9 150 70 a 100 1/2 a 1/1,5 37 a 50de tanques Costado: 175 1/2.5 a 1/1,7 44 a 58

    10 Teto: 350 70 a 100 1/5 a 1/3,5 88 a 117Teto c/ isol.: 300 1/4,3 a 1/3 75 a 100

    Revestimento 11 400 70 a 100 1/6 a 1/4 100 a 133internode esferas 12 400 70 a 100 1/6 a 1/4 100 a 133e cilindrosRevestimentoexterno 13 170 70 a 100 1/2 a 1/1,7 42 a 57(equip. semisolamento 14 155 70 a 100 1/2,2 a 1/1,5 39 a 52trmico)

    Revestimento 15 200 70 a 100 1/3 a 1/2 50 a 67externo 16 150 70 a 100 1/2 a 1/1,5 37 a 50

    (equip. com 17 200 70 a 100 1/3 a 1/2 50 a 67isolamento 18 30 70 a 100 (*) (*)trmico) 19 200 70 a 100 1/3 a 1/2 50 a 67

    TABELA III ESPESSURA DE ESQUEMAS DE PINTURA E RUGOSIDADE DO SUBSTRATOPREVISTAS NA NORMA PETROBRAS N 2913 8

    (*) Por se tratar de uma condio que difere totalmente das demais, pois o revestimento decorrente da aplicaode duas demos de tinta indicadora de temperatura, que possui caractersticas muito especficas, as informaes nosero analisadas.

    Figura 5 Comparao entre perfis de rugosidade

    Fragatta51:Cristiane43 4/29/14 7:22 PM Page 6

  • questes necessitam ser debati-das, como, por exemplo: Quais so os fatores que devemnortear a seleo do perfil deru gosidade? Qual a influncia das pro-priedades fsico-qumicas datinta de fundo na seleo doperfil de rugosidade? Como estabelecer o perfil deru gosidade baseado numa fai -xa de valores mnimo e mxi-mo, ou, fixando apenas o va -lor m nimo?Portanto, um debate neste

    sen tido certamente traria umacon tribuio muito importantepara todos os rgos e profissio -nais envolvidos com a proteoan ticorrosiva, por meio de reves-timentos orgnicos, no Brasil.Alm de gerar critrios tcnicospara se estabelecer o perfil de ru -gosidade, permitiria obter da dospara a seleo de abrasivos e dagranulometria mais adequadapa ra se atingir os valores deseja-dos de rugosidade.

    ConclusesBaseado nos resultados apre -

    sen tados, na discusso dos mes -mos e considerando a im por tn -cia da rugosidade do subs trato naaderncia dos re vesti men tos anti-corrosivos, po de-se concluir que:a. Em funo das novas tecno -logias de tintas que surgiramnos ltimos anos, impor tan tea realizao de debates, com apar ticipao de empresas eprofissionais envolvidos com apintura anticorrosiva, no senti-

    mente, se manteve em valorespr ximos dos convencionais dealguns anos atrs. As faixas derugosidade sofreram poucas alte -ra es. Na poca em que a areiapodia ser utilizada como abrasivo,o perfil de rugosidade exigido poralgumas empresas era de 30 m a70 m e, no caso da granalha deao, 30 m a 85 m. Posterior -mente, em funo do surgimentode novas tecnologias de tintas, operfil passou a ser de 40 m a85 m, depois de 50 m a100 m e atualmente, em certosesquemas de pintura, de 70 m a100 m. importante destacarque estes dados so es pecficos daPetrobras em fun o dos esque-mas utilizados pe la empresa e,portanto, no po dem ser utiliza-dos de forma in dis criminada.Alm dos fatos mencionados,

    h certos valores de rugosidadeque geram algumas dvidas, co -mo, por exemplo, o esquema depintura da condio 6 da Tabela3, cuja espessura do revestimento de 800 m e o perfil de rugosi-dade exigido de 50 m a100 m. O esquema de pintura7, cuja espessura de 190 m, operfil exigido o mesmo, ou seja,50 m a 100 m. Ser que para190 m de espessura necessita-sede um perfil alto, igual ao dorevestimento com 800 m? Co -mo se sabe, o perfil alto gera ummaior consumo de tinta e istosig nifica gasto de dinheiro. Ouento, ser que o perfil estabeleci-do suficiente para um revesti-mento de 800 m? Estas e outras

    culo de rendimento prtico detintas publicado pelo GCOI(Ele trobras) 9, um perfil de ru -gosidade mdio de 85 m podeocasionar um consumo adi-cional de tinta de fundo da or -dem de 12 %, em relao a umperfil mdio de 45 m. Por -tanto, uma diferena que nopode ser desprezada.

    Consideraes finaisCom a apresentao deste tra -

    balho no se pretende de for maalguma fazer quaisquer crticas srecomendaes dos fabricantes derevestimentos e nem s especifi-caes das empresas. O objetivo mostrar a necessidade de se deba -ter um tema importante que obinmio espessura do revestimen-to x perfil de rugosidade do subs -trato. Nos l ti mos anos, comocomentado ao longo deste traba -lho, os avanos tecnolgicos nosetor de tintas anticorrosivas noBrasil foram marcantes, especial-mente impulsionados pela Petro -bras, atravs de seu Centro de Pes -quisas (CENPES). Neste aspecto,as tintas modernas so mais ade -rentes, mais coesas, mais imper-meveis, de menor impacto am -biental e permitem a obten o dealtas espessuras por demo. Porisso, pode-se especificar e aplicares quemas de pintura com altasespessuras (at 1250 m) e commenor nmero de demos.Diante do que foi apresenta-

    do, observa-se que as espessurasdos revestimentos aumentaramenquanto a rugosidade, pratica-

    Figura 6 Perfis de rugosidade para atender ao requisito de 1/4 a 1/3 da espessura total do esquema depintura (120 m), previsto na ABNT NBR 7348 5

    22 C & P Maro/Abril 2014

    Fragatta51:Cristiane43 4/29/14 7:22 PM Page 7

  • 8. Petrobras N 2913 Rev.A, Revesti mentosanticorrosivos para tanque, esfera e cilin-dro de armazenamento, Rio de Janeiro,Agosto (2011).

    9. SCM-053, Critrios para a determi-nao do rendimento de tintas, Ele tro -bras gcoi, Subcomit de Manu -teno, Rio de Janeiro, maio (1987).

    Referncias Bibliogrficas1. SSPC 91-07, Effect of surface contami-nants on coatings life, SSPC, 134 p.(1991).

    2. F. L. Fragata, M. J. Saad, C. C.Amorim, Desempenho de esquemas depintura aplicados em superfcies ferrosascom mesmo grau de limpeza visual, po -rm com diferentes concentraes de con-taminantes salinos, latincorr 2006,abra co/aicop/nace, Fortaleza (2006).

    3. V. Gentil, Corroso, ltc editora, 5aedio, Rio de Janeiro (2007).

    4. C. Munger, Corrosion prevention bypro tective coatings, nace, Houston(1984).

    5. ABNT NBR 7348:2007, verso cor-rigida em 2010, Pintura Industrial -Preparao de superfcie com jato abrasi-vo e hidrojateamento.

    6. Petrobras N 2680, Tinta epxi sem sol-vente, tolerante a superfcies molha das,Rio de Janeiro, Abril (2011).

    7. Petrobras N 2912, Tinta epxi "Novo -lac", Rio de Janeiro, Agosto (2010).

    do de se estabelecer os par me -tros ou critrios que devemnor tear a seleo do perfil deru gosidade do substrato em re -lao espes su ra dos revesti-mentos.

    b. A realizao de debates sobre otema em questo pode trazeruma srie de benefcios tcni-cos e econmicos para as em -presas, bem como melhorar acapacitao tcnica dos profis-sionais, pois o assunto faz par -te do programa dos cur sos deFor mao de Ins petores dePin tura da ABRACO.

    c. O critrio de se utilizar 1/4 a1/3 da espessura da espessurado revestimento para se esta be -lecer o perfil de rugosidade, emfuno do que foi mostradoneste trabalho, precisa ser am -pla mente discutido, principal-mente para re ves timentos comespessuras elevadas.

    Fernando de Loureiro FragataEngenheiro qumico pela UniversidadeFederal Rural do Rio de Janeiro UFRRJ. Psquisador da rea de corrosoda Eletrobras-Cepel de 1979 a 2013.Atual instrutor do curso de inspetores depintura ABRACO/PETROBRAS

    Celso GneccoEngenheiro Qumico pela Escola Superiorde Qumica Oswaldo Cruz.Gerente deTreinamento Tcnico da Sherwin-Williams. Professor da ABRACO,ABRAFATI e ABENDI.Contatos: [email protected] [email protected]

    Fragatta51:Cristiane43 4/29/14 7:22 PM Page 8

  • 24 C & P Maro/Abril 2014

    Artigo Tcnico

    Sensores de monitoramento dorisco de corroso nas estruturas

    de concreto atmosfricas

    vida til e nos custos totais daconstruo, alm de acarretar noaumento do perodo de conser-vao do seu aspecto estticooriginal 1-3.Na prtica, o risco de corro -

    so avaliado por meio da verifi-cao peridica do estado da ar -madura e das alteraes nas pro-priedades do concreto. Isso podeser feito por meio do embuti-mento no concreto de cobrimen-to de sensores de aquisio con-tnua de dados. Esses sensorestm denominao varivel, sendomuitas vezes chamados de acordocom a sua geometria ou com oparmetro a ser monitorado.Segundo Goltermann, Jen sen

    e Andersen 4, os sensores de mo -nitoramento permanente souma ferramenta valiosa, pois per -mitem o melhor conheci men todos mecanismos de deterioraodas estruturas de concreto. Nocaso da corroso, se gun do estu-dos tericos de Schiegg eSteiner 5, esta detectada pelossensores quando 5 % da estrutu-ra esta deteriorada, enquantoque, em inspees tradicionais,essa porcentagem seria de 25 %.Outras vantagens do uso de

    sensores so as seguintes 4,6-7: maior conhecimento do com-portamento da estrutura aolon go dos anos, podendo osda dos obtidos serem usados emmodelos matemticos bastanteseguros para a previso de vidatil da estrutura; otimizao e melhor planeja-mento das intervenes de ins -peo e de reparo da estrutura,incluindo interrupes de tr -fego e instalaes de infraestru-

    tura de apoio e de retirada detes temunhos em componentesda estrutura. A reduo doscus tos estimada entre 10 % e20 % por Bssler et al. 7 e entre25 % e 40 % por Goltermann,Jensen e Andersen 4; avaliao de diferentes cen -rios, por exemplo, mudana dosistema de tratamento superfi-cial, troca de material ou inter-rupo da proteo catdica.Os sensores so usados para o

    monitoramento do risco de cor-roso tanto em estruturas novascomo em estruturas existentes.Em estruturas novas, os sensoresso posicionados sobre as arma -duras antes da concretagem. Emestruturas existentes, so intro-duzidos em furos realizados aolongo da espessura do concretode cobrimento da armadura. Se -gundo Raupach, Gulikers eReichling 8, os sensores so espe-cialmente adequados para moni-torar estruturas existentes emque um estado crtico de deterio-rao pode ser atingido em tem -po relativamente curto. Nessasestruturas, os sensores, alm demonitorar o risco de corroso,po dem fornecer a taxa de corro -so e podem permitir a verifica -o da eficincia/durabilidade dereparos.O monitoramento do risco de

    corroso pode ser feito em es tru -turas atmosfricas, enterradas ousubmersas, sendo mais frequenteem estruturas atmosfricas. Nes -sas estruturas, os sensores soem butidos em diferentes com-ponentes, especialmente na que -les expostos a uma forte agres-sividade ambiental. Nota-se que,

    Por Adriana de

    Arajo

    ResumoAtualmente, os sensores so

    um instrumento valioso para omo nitoramento das estruturasde concreto. Dentre as possveisfi nalidades dos sensores, destaca-se o seu embutimento no con -cre to para a avaliao do risco decorroso das armaduras. Saben -do-se esse risco, medidas de pre-veno ou de controle da cor-roso em curso podem ser de fi ni -das corretamente e realizados emperodo programado. Neste arti-go, diferentes tipos de sensoresde permanente aquisao de da -dos so apresentados.

    AbstractCurrently, sensors are valuable

    instrument for monitoring of con-crete structures. Among the possiblepurposes of the sensors, the evalua-tion of the risk of reinforcementcorrosion is one of the most impor-tant. Knowing this risk, the pre-vention or the control of a corro-sion process in progress can beproperly defined and be performedin a scheduled period. In this arti-cle, different types of sensors forpermanent acquisition data arepresented.

    IntroduoO monitoramento das estru-

    turas de concreto armado possi-bilita que o risco de corroso sejaestimado ao longo dos anos desua utilizao. Com o conheci-mento desse risco, intervenesde preveno da corroso ou decontrole da corroso j estabele-cida podem ser programadas erealizadas em perodos adequa-dos. Isso reflete positivamente na

    Sensors for monitoring the risk of corrosion in atmospheric concrete structures

    Co-autora:ZehbourPanossian

    Adriana51:Cristiane43 4/29/14 4:12 PM Page 1

  • tanto as caractersticas da es -trutura como as condies agres-sivas s quais a mesma est ex -posta so fatores importantes naseleo do tipo de sensor e nametodologia da anlise dos da -dos obtidos. Como exemplo, ci -ta-se o estudo de Polder, Peelen eLeegwater 9 que observaram quenem todos os parmetros usu al -mente monitorados por sensoresembutidos em estruturas atmos-fricas so significativos para ava -liar o risco de corroso de arma -duras de paredes de tneis.Nos sensores, os dados po -

    dem ser obtidos por meio de lei -turas feitas manualmente ou pormeio de sistema eletrnico. Noprimeiro caso, as leituras so fei -tas em campo, diretamente nossensores cujos terminais so co -nectados a um painel individualou a um painel central. No se -gundo caso, as leituras so feitasautomaticamente e armazenadaseletronicamente (software ehard ware), tendo-se um gerenci-amento contnuo dos dados. Asleituras podem ainda ser dispo -nibilizadas por meio de sistemade transmisso remota de dados,o que permite o monitoramentoda estrutura em tempo real.Nota-se que, atualmente, a

    implantao de sistemas eletr -ni cos apresenta custo bem supe-rior ao uso de sensores com lei -turas manuais. No entanto, oscustos de automao devemdiminuir decorrente do crescentedesenvolvimento de equipamen-tos eletrnicos 8. Isso deve tam-bm resultar em disponibilidadeno mercado internacional desen sores cada vez mais eficientese durveis.

    Sensores galvnicosA maioria dos sensores dis po -

    nveis no mercado internacionalpara avaliao do risco da cor-roso em estruturas de concretofundamenta-se no monitora-mento da variao da correntegalvnica. A corrente galvnica

    aparece quando, em um mesmomeio condutivo, se faz o contatoeltrico entre dois metais distin-tos ou entre dois metais simi-lares, porm em estados distintos(estado ativo ou passivo) decor-rente das alteraes do meiojunto a um dos metais 10. Paraessa medio, usa-se um amper -metro de resistncia zero, conhe -cida como tcnica ZRA (Zero-Resistance Ammeter).Usualmente, a medio da

    cor rente galvnica em estruturasde concreto feita pelo contatoeltrico entre uma barra de ao-carbono do sensor e/ou da arma -dura com outra barra de metalmais nobre que apresenta poten-cial eletroqumico estvel emcon creto (estado passivo). Na au -sncia de barra de metal mais no -bre, a medio pode ser feia entreo sensor e a armadura (em estadopassivo).Na prtica, para a avalio do

    risco de corroso nas estruturasde concreto, os sensores galvni-cos constam de um conjunto debarras de ao-carbono, eletrica-mente isoladas. Com o embuti-mento do sensor no concreto, es -sas barras ficam posicionadas emdiferentes profundidades, sem-pre menores do que a da arma -dura. Esse conjunto de barras dosensor tambm denominadode anodo.Na proximidade do anodo,

    embutida a mencionada barra demetal mais nobre, denominadade catodo. Em geral, como cato-do utilizam-se aos inoxidveisaltamente resistentes corrosoaos ons cloreto ou titnio reves -tido com platina ou com mistu-ra de xidos de metais nobres(MMO).A corrente galvnica medi-

    da entre cada barra de ao-car-bono do anodo e o catodo. Emconcreto ntegro, essa corrente desprezvel, ou seja, muito baixa.Isso porque, as barras de ao-car-bono esto em estado passivo,por tanto, apresentando uma di -

    fe rena de potencial desprezvelem relao ao catodo tambmpassivo. O mesmo no ocorrequando um processo corrosivo estabelecido nas barras. Nesse ca -so, a corrente galvnica apresen-ta um valor significativo em de -corrncia da variao do poten-cial do anodo que assume valoresmais negativos em relao ao ob -tidos inicialmente, em seu es tadopassivo.O processo corrosivo nas bar-

    ras do anodo do sensor ocorregradativamente, conforme oavan o da frente de agentesagres sivos no concreto de cobri-mento. Sendo assim, a correntegalvnica aumenta no sentido dabarra que foi embutida maisprxima superfcie do concretopara a barra embutida em maiorprofundidade. Esse avano