View
282
Download
11
Embed Size (px)
Citation preview
1
4 Adoração e
Louvor
Autor: Pb. Nélio
Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-
Poderoso, aquele que era, que é e que há de vir.
(Ap. 4: 8B)
2
Texto áureo: Todo ser que respira
louve ao SENHOR. Aleluia! (Sl.
150: 6)
1. Introdução
Adoração e Louvor - Lição 1: Louvor e Adoração
muitos eventos de louvor e adoração na
vida do povo de Deus.
Ex. 15: 1-21 – O primeiro grande
destaque de louvor na nação de Israel. É
o cântico da libertação da salvação do
povo, de vitória (O cântico de Moisés).
O acontecimento que deu lugar a esse
cântico é um marco que será para sempre
comemorado e relembrado na história do
povo de Deus até os nossos dias.
Juízes 5 – Temos outro cântico, se-
melhante ao primeiro em alguns aspec-
tos, porque fala da salvação, sendo, con-
tudo, diferente, pois conta a vitória de
Deus, que, juntamente com seu povo,
luta pelo reino.
Nesses dois cânticos aprendemos a
lição de que o louvor não deve limitar-se
somente à nossa experiência inicial de
salvação, mas celebrar também a con-
quista do reino, da terra, da nova Canaã e
da derrota do maior inimigo que é sata-
nás.
2Sm. 6: 1-9: Outro ato de louvor.
Davi dança diante de Deus e da arca da
aliança. Neste texto, vemos a celebração
da conquista do reino. Ao levar a arca
para Jerusalém e ao dançar com todas as
suas forças diante do Senhor, Davi co-
memora a conquista definitiva da terra. É
a presença constante de Deus em seu
lugar de habitação.
O templo ainda não estava construí-
do, mas o louvor estava preparado para
Deus. Como consequência de sua visão
de louvor e adoração, Davi institui uma
ordem levítica para o cântico diante de
Deus, a qual se repetirá na história na
reconstrução do templo após o cativeiro
na Babilônia.
2Cr. 5 – O evento da dedicação do
templo. Deus desce no meio dos louvo-
O louvor está sendo objeto de críticas na
igreja. Os motivos são vários; alguns
bem fundamentados outros, não.
Houve época em que o período de
louvor parecia ser usado apenas para
preencher o tempo entre o início do culto
e aquilo que era considerado realmente
importante – a pregação da Palavra. Pro-
porcionava uma atividade para os pre-
sentes enquanto os retardatários iam che-
gando.
Depois, veio a fase em que o pastor,
atendendo aos interesses dos jovens, que
desejavam um culto mais animado, en-
tregava a eles a direção do louvor. Nessa
fase aprendemos a bater palmas, gesticu-
lar e cantar sobre as alegrias de conhecer
Jesus, mas sem muita profundidade.
Agora chegou a vez do louvor espetáculo
e da música de guerra. Cantamos em pé
até cansar, marchamos e até gritamos,
mas, apesar de tanta inspiração, poucos
entram na batalha.
Precisamos aprender a preparar o
coração para o verdadeiro louvor a Deus.
O louvor santo parte do coração de
um povo santo que deseja glorificar um
Deus santo.
2. Eventos de Louvor e Adoração
Texto áureo: O SENHOR é a minha
força e o meu cântico; ele me foi por
salvação (Ex. 15: 2A)
Nas escrituras sagradas encontramos
3
res, confirmando o que Davi disse: Con-
tudo, tu és santo, entronizado entre os
louvores de Israel. (Sl. 22: 3).
Vitória sem armas. Josafá derrotou
com louvores os seus inimigos. Ao invés
de guerreiros irem à frente do exército,
são os levitas que compõem o primeiro
pelotão de guerra. Em suas mãos levam
harpas, címbalos, adufes e instrumentos
de louvor. Em seus lábios têm a expres-
são: Rendei graças ao SENHOR, porque
a sua misericórdia dura para sempre. (2
Cr. 20: 21). Esse registro, juntamente
com o salmo 149, mostra como Deus
obtém a vitória através do louvor de seu
povo. Um louvor ordenado por Deus e
dirigido com sinceridade à sua adoração
tem poder. Deus peleja por nós.
O último ato de louvor registrado no
Antigo testamento foi a festa da dedica-
ção dos muros de Jerusalém no tempo de
Neemias. Depois de anos de cativeiro, e
sem uma adoração congregacional em
nível de nação, o louvor ao Senhor é
restaurado como nos dias de Davi.
Todas essas narrativas são importan-
tes para a igreja e correspondem também
a alguns fatos de nossa vida e da vida da
igreja. Cantamos nos cultos congregacio-
nais e na vida diária, a nossa libertação
do Egito (mundo), agradecendo, tam-
bém, pelas vitórias alcançadas. Esse
evento do tempo de Esdras e Neemias
(no cativeiro na Babilônia) é muito im-
portante para nós, pois, à semelhança de
Israel, estamos reconstruindo nossa Jeru-
salém, a igreja. Assim como o Egito sim-
boliza servidão no pecado, a Babilônia
simboliza o cativeiro espiritual da igreja.
Adoração e Louvor - Lição 1: Louvor e Adoração
Anotações
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
Os louvores são importantes para a edifi-
cação e libertação do povo de Deus.
4
1. O templo do Espírito Santo
Israel acabara de passar 70 anos no cati-
veiro babilônico. Ciro é um rei levantado
por Deus. É o ungido do Senhor em ter-
ras da babilônia. Sob seu governo, o po-
vo tem autorização para voltar à terra.
Deus escolhe alguns líderes, dentre
eles, Zorobabel. Deus desperta o espírito
desse homem e o envia a Jerusalém (Ed.
2: 64) com cerca de quarenta mil pesso-
as. Vão reconstruir Jerusalém. Querem o
governo de Deus. Querem adorá-lo no
lugar da sua habitação.
Assim como Deus despertou o espíri-
to daqueles homens, hoje Deus está des-
pertando o espírito de muitos homens
para voltarem a ser Igreja, a Jerusalém, a
habitação do Senhor. O louvor faz parte
da restauração. O louvor é praticado não
porque é bonito e nos faz bem; nem por-
que ocupa um lugar no culto a Deus, ou
porque serve para atrair pessoas. O lou-
vor é fruto de vidas consagradas. É a
expressão viva do próprio Espírito de
Deus pelos lábios de seu povo.
Deus despertou o seu espírito? Retor-
ne à Jerusalém e reconstrua o lugar da
habitação de Deus! A Jerusalém espiritu-
al, a igreja, é o lugar que Deus quer para
Texto áureo: Então, disse Maria: A
minha alma engrandece ao Senhor, e
o meu espírito se alegrou em Deus,
meu Salvador, (Lc. 1: 46, 47)
Então, se levantaram os cabeças de
famílias de Judá e de Benjamim, e os
sacerdotes, e os levitas, com todos
aqueles cujo espírito Deus despertou,
para subirem a edificar a Casa do
SENHOR, a qual está em Jerusalém.
(Ed. 1: 5)
Adoração e Louvor - Lição 2: O lugar da Adoração
Levantou-se Jesua, filho de Jozadaque, e
seus irmãos, sacerdotes, e Zorobabel,
filho de Sealtiel, e seus irmãos e edifica-
ram o altar do Deus de Israel, para so-
bre ele oferecerem holocaustos, como
está escrito na Lei de Moisés, homem de
Deus. (Ed. 3: 2)
Esdras relata que os grupos que saí-
ram da Babilônia com Zorobabel,
“edificaram o altar do Deus de Israel”.
Nas escrituras, o altar é o símbolo da
nossa comunhão com Deus e, também,
com os irmãos.
Nenhum adorador pode louvar ao
Senhor se sua vida não passar primeiro
pelo altar. Especialmente os que são des-
tacados para o louvor na igreja, precisam
ter primeiramente um altar edificado em
suas vidas. O mundo tem muitos altares
que são edificados para ídolos, cantores,
líderes religiosos e até mesmo evangéli-
cos.
Mas o altar de Deus precisa ser resta-
belecido como lugar de consagração de
cada adorador. É necessário, pois, que
haja um compromisso entre o homem e
Jesus Cristo. Nenhum louvor é eficaz se
o altar da comunhão e do compromisso
com Deus não estiver erguido na vida da
igreja.
Quando se fala de reconstrução do
altar na vida do adorador, não se tem em
mente o “altar dos templos” dos evangé-
licos, nem tampouco o altar de pedras da
cultura judaica, mas sim uma posição de
consagração, em que nos entregamos
como oferta a Deus.
2. Vidas consagradas no altar de Deus
morar com o seu povo. Você é igreja do
Senhor, o lugar de adoração.
5
Adoração e Louvor - Lição 3: A motivação para louvar e adorar
porque a sua misericórdia dura para
sempre. (1Cr. 16: 41B) Decorre do fato
de a arca do concerto ocupar o lugar san-
tíssimo do templo, confirmando a pre-
sença de Deus quando uma nuvem enche
a casa do Senhor. (...)porque a glória do
SENHOR encheu a Casa de Deus. (2Cr.
5: 13-14) Para esta ocasião, Davi esco-
lhera líderes de louvor e adoração para
uma adoração contínua ao Senhor.
Em acontecimentos posteriores, o
templo fora destruído e o povo passara
um grande período cativo, mas na volta
do cativeiro, tempo de Esdras e Neemias,
tendo o Senhor se lembrado e dado o
livramento profeticamente prometido, os
alicerces de um novo templo são lança-
dos e a motivação é lembrada, e o povo
canta e rende graças ao Senhor, com
estas palavras: Ele é bom, porque a sua
misericórdia dura para sempre sobre
Israel (2Cr. 5: 13).
Aqui temos um princípio a ser obser-
vado. O louvor a Deus, em primeiro lu-
gar, é por aquilo que ele é e, depois, por
aquilo que ele faz! É um princípio claro e
deve ser lembrado à igreja quando ensi-
nada sobre sua missão de cultuar e ado-
rar a Deus.
A motivação para louvar e adorar
deve ser “com alegria, louvores, canto,
címbalos, alaúdes e harpas” com ações
de graça ao Senhor e se devem fazer
ouvir “com alegria” (Ne. 12: 27; 1Cr. 15:
16).
O salmo 136 é um relato dos feitos de
Deus. Inicia dizendo: “rendei graças ao
Senhor, porque ele é bom, porque a sua
misericórdia dura para sempre”. Depois
faz uma descrição das maravilhas de
Deus, da criação, das vitórias concedidas
a Israel, das promessas futuras, e termina
conclamando: “Oh! Tributai louvores ao
Deus dos céus, porque a sua misericórdia
dura para sempre”.
Texto áureo: Rendei graças ao SE-
NHOR, porque ele é bom, porque a
sua misericórdia dura para sempre.
(Sl. 136: 1) O rei Davi, em 1Cr. 15: 16-24, estabele-
ce toda uma ordem de serviço para o
templo de Jerusalém, visando a adoração
ao Senhor, e que, também deve nos moti-
var em nossa vida de adoração baseada
em três razões: 1ª – Visão da misericór-
dia de Deus; 2ª – a revelação da imutabi-
lidade de Deus e, 3ª – a visão da sobera-
nia de Deus.
1. Quanto à primeira motivação
2. Quanto à segunda motivação
Ter uma revelação da imutabilidade de
Deus, a tônica da escritura é que Deus é
o mesmo, ele jamais muda.
Antes que os montes nascessem e se for-
massem a terra e o mundo, de eternidade
a eternidade, tu és Deus (Sl. 90: 2), pala-
vras de Moisés.
Davi declarou a respeito de Deus,
dizendo: tu, cujos anos se estendem por
todas as gerações. Em tempos remotos
lançaste os fundamentos da terra; e os
céus são obras das suas mãos. Eles pere-
cerão, mas tu permaneces, todos eles
envelhecerão como um vestido, como
roupa os mudarás e serão mudados. Tu,
porém, és sempre o mesmo e os teus
anos jamais terão fim. (Sl. 102: 24-27)
É necessário estabelecermos esse
fundamento da IMUTABILIDADE de
Deus em nossas vidas! Nosso louvor é
vazio e nossa adoração sem sentido, por-
que não vemos a Deus como ele real-
6
mente é. Aqui na terra tudo se transfor-
ma: a montanha, a pedra, o mar, o ho-
mem. Nós envelhecemos, Deus não!
A Moisés, Deus se revela como o
“Eu sou o que sou” (Ex. 3: 14). Essa
declaração faz parte do próprio nome de
Deus. Javé quer dizer: Eu sou o que era,
o que é e o que será. A imutabilidade de
Deus é cantada continuamente diante do
Senhor pelos querubins que proclamam,
dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor
Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era,
que é e que há de vir. (Ap. 4: 8B).
Adoração e louvor - Lição 3: A motivação para louvar e adorar
3. Quanto à terceira motivação
A visão da SOBERANIA de Deus. De-
vemos encará-lo como legítimo governa-
dor da terra, como Senhor e soberano do
universo.
Ao estabelecer os termos de louvor e
adoração para os levitas, Davi tinha uma
visão de Deus em autoridade.
Ele disse: Reina o SENHOR. Reves-
tiu-se de majestade; de poder se revestiu
o SENHOR e se cingiu. Firmou o mundo,
que não vacila. Desde a antiguidade,
está firme o teu trono; tu és desde a eter-
nidade. (Sl. 93: 1-2)
Há uma tendência na igreja de ensi-
nar que o diabo reina e governa sobre
toda a terra. É certo que ele é o príncipe
deste mundo, como disse Jesus, mas o
diabo não governa toda a terra. Satanás é
limitado em sua autoridade, pois Deus é
quem reina absoluto. Deus detém todo o
poder em suas mãos! João viu armado
no céu um trono, e, no trono, alguém
sentado; (Ap. 4: 2). O trono está ocupa-
do! Deus está sentado soberanamente!
Ele próprio declarou Assim diz o SE-
NHOR: O céu é o meu trono, e a terra, o
estrado dos meus pés; (Is. 66: 1).
Uma visão clara da autoridade e so-
berania de Deus deve também funda-
mentar nossa vida de louvor e de adora-
ção.
Assim, de gênesis a apocalipse, en-
contramos essas três bases para a adora-
ção de forma clara e objetiva. Não são
três pontos separados, ou três fundamen-
tos isolados um do outro. É um só funda-
mento visto em três aspectos. A miseri-
córdia de Deus, sua imutabilidade e sua
soberania estão interligadas entre si e só
podem ser entendidas como uma coisa
só!
Todo o crente, para ter uma vida ple-
na de louvor e adoração, precisa entender
esses três aspectos.
4. Conclusão
Todos somos levitas, adoradores! Todo o
crente é chamado para o louvor e a ado-
ração, e não somente alguns irmãos. Po-
rém, jamais poderá haver louvor e adora-
ção completos, se não houver dedicação
de vidas e unidade na igreja. É necessá-
rio, também, a purificação de nossas
vidas para que o louvor seja plenamente
oferecido. Certamente as pessoas que
tocam instrumentos ou cantam em corais,
consideram-se levitas, separados por
Deus. Os demais fazem parte do povo.
Todavia, a igreja toda é uma nação de
levitas, de sacerdotes chamados para a
adoração. Por outro lado, é verdade que
há homens e mulheres especialmente
convocados para ministrar os louvores à
igreja. Não é uma elite que forma o coral
ou um grupo musical, cantando e louvan-
do enquanto a congregação ouve. São,
isto sim, irmãos e irmãs que conduzem a
igreja à presença de Deus em louvor e
adoração. São os primeiros a adorar e
7
Adoração e louvor - Lição 3: A motivação para louvar e adorar
devem levar os demais à adoração. São
canais de bênção para a igreja e, apesar
da responsabilidade, é tarefa, entre ou-
tras, no serviço do Senhor, das mais gra-
tificantes.
Anotações
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
Anotações
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
________________
8
1. Introdução
Nestas lições, baseadas no trabalho do
pr. João A. de Souza, “Com alegria e
louvor”, Editora Betânia, o referido autor
registra com muita propriedade, enrique-
cido de comentários edificantes, de tal
forma que nos conduz a uma reflexão
profunda sobre o louvor que oferecemos
a Deus, o último episódio de louvor no
Antigo Testamento, aqui apresentado em
forma de lição, que é a festa de dedica-
ção aos muros de Jerusalém feita por
Neemias.
Depois de anos de cativeiro e sem
uma adoração congregacional a nível de
nação, o louvor ao Senhor é restaurado
como nos dias de Davi; logo após a con-
clusão dos muros que representavam
unidade para a nação.
Verdades espirituais podem ser ex-
traídas deste texto de poucos, mas ex-
pressivos, versículos do capítulo 12 de
Neemias, que contém temas que, devida-
mente observados e estudados, acarreta-
riam enriquecimento à vida da igreja no
seu serviço a Deus, tais como: dedicação,
ajuntamento, purificação, unidade.
Na dedicação dos muros de Jerusalém,
procuraram aos levitas de todos os seus
lugares, para fazê-los vir a fim de que
fizessem a dedicação com alegria, louvo-
res, canto, címbalos, alaúdes e harpas.
Na dedicação dos muros de Jerusalém
(...) ajuntaram-se os filhos dos cantores
(...) purificaram-se os sacerdotes e (...)
então fiz subir os príncipes de Judá so-
Texto: Neemias 12: 24-43
Texto áureo: Bendirei o SENHOR em
todo o tempo, o seu louvor estará sempre
nos meus lábios. (Sl. 34: 1)
Adoração e Louvor - Lição 4
bre o muro, e formei dois grandes coros
em procissão (...) sobre a muralha para
a banda da Porta do Monturo (...) (Ne.
12: 27, 28, 30, 31)
Dedicação – Jamais poderá haver
louvor e adoração completos, se não
houver dedicação de vidas, de músicas
que falam da nossa unidade na igreja.
Purificação – É necessário, também,
a purificação de vidas para que o louvor
seja plenamente oferecido.
Ajuntamento – Todo o crente é cha-
mado para o louvor e adoração e não
somente alguns irmãos.
Unidade – A unidade da igreja, a
Jerusalém espiritual, está representada
pelos “muros” que a cercam. Há pontos
nestes muros que, assim como os muros
de Jerusalém, têm portas e torres alta-
mente significativos para a vida da igre-
ja.
2. Os muros de Jerusalém
Há realidades espirituais que são extraí-
das deste evento de dedicação
(consagração) dos muros restaurados por
Neemias e pelo povo sob a orientação de
Zorobabel, homem escolhido diretamen-
te por Deus (Ed. 2: 64). Nos muros há
pontos característicos que são portas e
torres cujos nomes têm um significado
espiritual para a vida da igreja. Alguns
destas portas são: 1. A porta do monturo;
2. A porta da Fonte; 3. A porta das
águas; 4. A torre dos fornos; 5. A porta
de Efraim; 6. A porta velha; 7. A porta
do peixe; 8. A torre de Hananel.
9
Adoração e louvor - Lição 4
Ajuntaram-se os filhos dos cantores (...),
sobre a muralha para a banda da Porta
do Monturo (Ne. 12: 28, 31)
Monturo – um lugar onde se amonto-
ava o lixo da cidade. Uma casa, quando
feita no monturo, servia de latrina. Lugar
onde havia lixo e excremento humano.
Espiritualmente, este texto trata da
miséria do homem: pecador, sem valor
algum (não há bem nenhum em nós).
Tanto o rico quanto o pobre terá que se
humilhar no monturo, se quiser crescer
em santidade.
Para louvar a Deus e viver em unida-
de, temos que passar pelo monturo. Re-
conhecer que somos falhos e não passa-
mos de pó. Contemplarmos a brevidade
da vida e nossa triste condição.
Mas é do monturo que o Senhor nos
levanta, e nos eleva à posição espiritual
de membros do corpo de Cristo.
2.1. A Porta do Monturo
2.2. A Porta da Fonte
Nenhum adorador será eficaz no lou-
vor a Deus se não beber de Cristo, o ma-
nancial. É necessário, depois da humilha-
ção do monturo, ir à fonte e beber de
Cristo, o manancial.
Faz parte da restauração do louvor a
Deus na vida da igreja, que cada membro
do corpo beba de Jesus constantemente.
A água que vem da fonte – Jesus – refere
-se também ao Espírito Santo. Cada ado-
rador precisa estar cheio do Espírito San-
to, pois é através do Espírito que pode-
mos, de fato e de verdade, glorificar o
Senhor Jesus Cristo (Jo. 4: 23, 24).
Deixe o manancial fluir em você e a
adoração sobre os muros da unidade da
igreja fluirá de seus lábios num constante
jorrar para Deus e para o seu próximo!
À entrada da Porta da Fonte subiram
diretamente as escadas da Cidade de
Davi, onde se eleva o muro (...) (Ne. 12:
37)
Fonte é manancial que jorra. Em
Deus está o manancial da vida (Sl. 36:
9). Fonte é um lugar onde a água brota.
Esse marco, a Porta da Fonte, pode
muito bem falar do nosso nascimento, e,
por outro, do beber constante de Jesus, a
água viva. Todos que fazem parte da
igreja devem beber de Cristo e ter a fonte
jorrando em si mesmo. A água que eu
lhe dei será nele uma fonte a jorrar para
a vida eterna (Jo. 4: 11)
2.3. A Porta das Águas
À entrada da Porta da Fonte subiram
diretamente as escadas da Cidade de
Davi (...) até à Porta da Águas, da banda
do oriente (Ne. 12: 37)
Porta das águas – não é uma fonte
(onde brotam águas), mas um lugar de
águas correntes. Ao olhar a caminhada
na vida cristã e a vida da igreja como
povo adorador, não podemos ver outra
coisa que não as águas do batismo. Se,
por um lado, na experiência regenerado-
ra, o batismo é importante porque simbo-
liza a salvação e purificação de pecados,
por outro lado, essa corrente de águas na
Porta das Águas tem que ser com o esco-
amento constante do Espírito na vida do
cristão. É necessário passar pelas águas
do batismo para que o adorador dê teste-
munho de sua purificação, mas é também
10
de vital importância que todos os dias
nos banhemos nas águas que correm do
trono de Deus, antes de nos colocarmos
diante dele em adoração e serviço.
Nestes dias em que tanta ênfase é
dada sobre o louvor na igreja, este fato
precisa pender nossa atenção. As pessoas
que têm responsabilidade na igreja, diri-
gindo o louvor e a adoração, precisam de
santificação. Tudo o que é humano, natu-
ral, carnal e toda a motivação egoística
têm que passar pela Porta das Águas.
Adoração e louvor - Lição 4
O segundo coro ia em frente, e eu, após
ele; metade do povo ia por cima do mu-
ro, desde a Torre dos Fornos (...) (Ne.
12: 38)
Na Torre dos Fornos, a primeira im-
pressão que temos é a de sentir o cheiro
de coisas que queimam. Forno traz a
ideia de uma panela no fogo. Nessa torre
tudo é queimado. Para a restauração de
uma vida de louvor e adoração na igreja
é necessária a passagem pelo fogo. No
texto bíblico em muitos casos o fogo
representa a ação do Espírito Santo (At.
3: 2; Mt. 3: 11).
O fogo representa juízo, mas também
significa purificação. Ele é o agente puri-
ficador. Queima toda a impureza e per-
mite aproveitar-se o metal puro. Deus
quer conduzir cada músico, cantor e ado-
rador até a Torre dos Fornos para queimá
-lo e purifica-lo. Deus quer deixar sua
marca de fogo na vida de cada adorador,
assim como o pastor marca cada ovelha
que lhe pertence.
O crente que foi provado no fogo,
disciplinado pelo Senhor, tem um louvor
que não flui só de lábios, é refinado e
procede do mais íntimo do seu ser.
2.5. A Porta de Efraim
O segundo coro ia em frente, e eu após
ele; metade do povo ia por cima do muro
(...) e desde a Porta de Efraim (Ne. 12:
38, 39)
De acordo com Gênesis 41: 52,
Efraim quer dizer “duplamente frutífe-
ro”. Temos, então, por sobre os muros de
Jerusalém, na passagem dos homens que
consagram os muros, um marco que
mostra nossa dupla frutificação em Cris-
to. O louvor produz frutos na vida da
igreja. O povo de Deus precisa descobrir
que o louvor, a adoração e a ministração
ao Senhor são tão importantes no culto
quanto a Palavra.
Muitas congregações gastam com o
louvor um tempo muito longo, como se o
tempo de duração tivesse influência na
vida da igreja. Pouco louvor, pouca vida.
Mas não é bem assim, o louvor deve ser
resultado da vida frutífera da igreja. As
pessoas louvam e adoram porque têm
vida e não porque há um bloco de louvor
e outro de pregação. Pode ser que, às
vezes, o tempo muito longo de louvor
traga mais cansaço do que vida, enquan-
to um tempo menor tenha mais impacto
que uma hora inteira com o povo em pé!
Não podemos colocar o louvor e a
adoração no culto a Deus como forma de
negócio, isto é, louvamos e adoramos e
Ele nos dá a bênção. Deus não se deixa
enganar. Ele saberá dar a resposta de
acordo com o coração do povo. A con-
gregação, e igreja do Senhor, pratica a
adoração e louvor independente de Deus
2.4. A Torre dos Fornos
11
Adoração e louvor - Lição 4
abençoar ou não.
O povo adora e proclama o senhorio,
o governo de Cristo, seu domínio sobre a
igreja. Devemos servi-lo com ações de
graça sem a preocupação de recebermos
algo em troca. Esse é o verdadeiro servi-
ço a Deus. Você o serve sem esperar ser
recompensado.
2.6. A Porta Velha
E desde a Porta de Efraim, passaram
por cima da Porta Velha (...) (Ne. 12:
39)
O adjetivo usado na identificação da
porta – velha – não tem como significado
de algo velho, usado, gasto, mas sim, no
sentido de experiência e antiguidade.
A Porta Velha fala-nos, portanto, de
experiência; de antiguidade; uma porta
que teria presenciado lutas, vitórias, bem
como derrotas. Teria resistido ao poder e
à queda de reis. Gerações passaram, e a
Porta Velha adquiriu experiência e sabe-
doria. Foi destruída na queda de Jerusa-
lém e reconstruída nos dias de Neemias e
Esdras (Ne. 6: 3).
Essa porta pode significar muito a
respeito da experiência da restauração
dos hinos antigos na vida da igreja.
Quando somos renovados, temos a ten-
dência de nos apegar somente ao novo.
No decorrer dos dias, contudo, o Espírito
de Deus nos mostra que há elementos do
passado que não precisam ser lançados
fora e esquecidos, e que ele, restaura à
vida da igreja os que são necessários
para uma renovação contínua.
O Espírito de Deus está fluindo, ins-
pirando cânticos novos. Pessoas sem
muito conhecimento musical são inspira-
das a escrever lindas canções. Com isso,
há uma tendência de nos atermos aos
novos cânticos, esquecendo-nos de al-
guns antigos que o Espírito Santo inspi-
rou.
Deus inspirou muitos dos seus servos
com hinos que falam de sua santidade,
senhorio, majestade e glória, e o uso do
retroprojetor pode facilitar o tomar esses
cânticos antigos e torna-los novos para a
congregação, restaurando-os, assim, ao
louvor da igreja.
Nesta marcha dos louvores sobre os
muros de Jerusalém, a Porta Velha res-
taura o que de bom e melhor Deus pre-
servou no decorrer dos séculos. Por
exemplo, quando cantamos o hino
“Castelo forte”, escrito por Lutero, ou o
hino “Santo” (Salmos e Hinos/Cantor
cristão), eles adquirem outro vigor. São
cânticos antigos, experimentados pelo
amor, aprovados como parte integrante
de nossa hinologia, e cheios de vigor
espiritual.
Assim sucede com a Palavra de
Deus. Jamais envelhece. Cantamos tex-
tos bíblicos que são sempre novos para
nós.
Na Porta Velha, curvamo-nos ante a
experiência do “Ancião de dias” (Dn 7:
9); dobramo-nos ao Senhor da Igreja e
restauramos as verdades antigas.
Estejamos sempre abertos ao que é
novo, sem, contudo, abandonar a herança
de Deus para a Igreja.
2.7. A Porta do Peixe
O segundo coro ia em frente, e eu após
ele (...) e desde a Porta de Efraim, pas-
saram por cima da Porta Velha e da
Porta do Peixe (...) (Ne. 12: 38, 39)
12
Adoração e louvor - Lição 4
A Porta do Peixe era o local por onde
entrava a mercadoria e onde o comércio
era feito.
O peixe nas Escrituras fala de ali-
mento, e, no ministério de Jesus, ele apa-
rece muitas vezes. Não é o alimento que
nos chama a atenção nessa porta, mas a
nossa vocação. Duas vezes no novo tes-
tamento, o peixe aparece ligado ao cha-
mado dos discípulos. (Lc. 5: 1-11). Os
peixes estão ligados à vocação dos discí-
pulos: deixam de serem pescadores de
peixes para serem pescadores de homens.
A última pesca foi o teste que confirmou
a vocação. O peixe tem a capacidade de
alta reprodutividade. Ao chegarmos à
Porta do Peixe sabemos que temos ali-
mento. Somos convencidos pelo milagre
e chamados à reprodução de vidas.
O louvor, além de trazer a “bênção
dobrada” à igreja, como na Porta do
Efraim, leva a igreja ao crescimento nu-
mérico. A igreja que louva e adora cresce
rapidamente. O louvor cativa os homens,
traz os jovens para Deus. Atrai as pesso-
as para o Reino e as levas a uma con-
frontação com as exigências de Deus.
Muitos hoje estão comprometidos com o
Reino e foram trazidos para Deus como
resultado de louvor e adoração.
igreja, temos que confessar que somente
pela graça, e abundante graça que vem
de Deus é que somos capacitados a estar
juntos.
Muitas vezes somos tentados a desa-
nimar. Lutamos em favor da igreja e
vemo-la fragmentada. Sabemos que o
louvor é de importância vital para a res-
tauração da igreja e leva-la à unidade.
Contudo, ficamos desanimados ante os
constantes ataques de satanás contra ela.
Sabemos que o louvor e a adoração são
importantes no culto a Deus, mas fica-
mos envolvidos em pequenos detalhes
sobre o que serve ou não. Por isso, para
vencer todo e qualquer ataque, seja de
ordem satânica ou das investidas de nos-
sa carne, dependemos, dia a dia, da graça
que vem de Deus!
Aqui na Torre de Hananel, há um
lugar de parada. É um lugar de reflexão.
A graça torna-se o pensamento dominan-
te. A misericórdia de Deus ocupa a moti-
vação dos louvores. Nessa parada, rende-
mo-nos ante a soberania de Deus e Sua
graça salvadora.
Há um cântico que expressa essa
verdade: “Foi graça, graça, superabun-
dante graça, foi só pela graça de Jesus,
que venci e cheguei aqui”. O dia a dia
dos louvores e adoração está permeado
da misericórdia e da graça de Deus.
3. Conclusão
E desde a Porta de Efraim, passaram
por cima da Porta Velha e da Porta do
Peixe, e pela Torre de Hananel (...) (Ne.
12: 39)
A Torre de Hananel é a torre da gra-
ça de Deus! Na caminhada espiritual, na
restauração de louvores e adoração na
2.8. A Torre de Hananel
Alegrei-me quando me disseram: vamos
à casa do Senhor. (Sl. 122: 1)
O culto é para Deus!
Quando os irmãos se reúnem em um
só lugar, seja em uma casa, salão, templo
ou ginásio de esportes, o fazem com um
só propósito: servir a Deus.
13
Adoração e louvor - Lição 4
Na atualidade, os programas dos cultos
são feitos para pessoas. Preparamos a
música, os hinos, as cadeiras e a orna-
mentação para as pessoas. Não se diz que
não vamos cantar para as pessoas, mas a
prioridade deve ser Deus. Resumimo-nos
para Ele. O louvor, os cânticos, a música,
tudo é para Deus. Quando isto for restau-
rado na igreja, tanto individual como
coletivamente, ocuparemos, em escala
maior, a posição de adoradores que os
filhos de Hemã, Asafe e Jedutum toma-
ram diante de Deus nos tempos de Nee-
mias e Esdras.
Ao prestar culto, cada pessoa deve
ter como motivação a adoração e o servi-
ço a Deus. Vou ao culto porque amo a
Deus. Toda reunião, cuja motivação é
pessoal ou comunitária, não é culto: é um
encontro. Pode ser convenção, congres-
so, conferência, mas não é culto. Ir às
reuniões da igreja com o fim de “buscar”
alguma coisa, seja uma bênção, na forma
de cura, ou satisfação espiritual, ou na
forma de “encontro com Deus” não é a
motivação correta para o culto. A moti-
vação deve ser cultuar a Deus. Essa bus-
ca de satisfação nos cânticos, na mensa-
gem e na alegria do encontro com os
irmãos não caracteriza o verdadeiro cul-
to.
Essas coisas podem acontecer em
decorrência do culto a Deus, mas não
devem ser a preocupação principal de um
membro do corpo de Cristo. Davi podia
dizer “Alegrei-me quando me disseram,
vamos à casa do Senhor”, porque sua
motivação era o Senhor e não o que po-
deria lucrar com isso.
Ao Senhor toda a honra, toda a gló-
ria, todo o louvor e toda a adoração!
Amém!
deria lucrar com isso.
Ao Senhor toda a honra, toda a gló-
ria, todo o louvor e toda a adoração!
Amém!