Revista EspiritoLivre 012 Marco2010

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    ENTREVISTAEntrevista com

    Mark Surman, diretor executivoda Fundao Mozilla

    http://revista.espiritolivre.org | #012 | Maro 2010

    SSrrggiioo AAmmaaddeeuu ffaallaa ssoobbrreepprriivvaacciiddaaddee ee rreeddeess PP22PP

    ENTREVISTAEntrevista com

    Adriana Rodriguesmestre e pesquisadora

    GGNNUU//LLiinnuuxx bbrraassiilleeiirroo ee aattooddoo vvaappoorr!!

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    KKrriixx AAppoolliinnrriioo ffaallaa ssoobbrreeoo llaaddoo rroossaa ddaa tteeccnnoollooggiiaa

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    COM LICENA

    Revista Esprito Livre | Maro 2010 | http://revista.espiritolivre.org |0

    http://revista.espiritolivre.org/http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pthttp://revista.espiritolivre.org/
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    Pedras pelo caminho... batalhas. A gente sempre as encontra. Mais cedoou mais tarde. No e nem seria diferente com a Revista Esprito Livre. Aindamais quando estamos a completar nosso primeiro ano, no mais um recm-nasci -

    do... De qualquer forma, aqui estamos, firmes e fortes, j comprando as velinhasdo bolo, com a certeza que ainda h muito a se fazer, muito a mostrar, muito a en -sinar, a proporcionar.

    Nossa capa ilustra um tema bem polmico, bem/mal falado, muito discutidoe pouco conclusivo. A liberdade na Internet, seja atravs da liberdade de expres-so, seja no uso de softwares e alternativas ainda alvo de muita discusso. Mui -tas delas produtivas como esperamos apresentar ao leitor. Para tanto trouxemoscomo principal entrevistado algum que conhece bem a internet, Mark Surman, di-retor executivo da Mozilla Foundation, que est no negcio de ligar as coisas: pes -soas, ideias, tudo. Um ativista comunitrio de tecnologia h quase 20 anos, comfoco em inventar novas maneiras de promover a abertura e as oportunidades naInternet. Mark convoca discusses sobre "tudo aberto" em sua cidade natal de To-ronto e em todo o mundo. Em sua passagem pelo Brasil neste ms de maro para

    a divulgao do Mozilla Drumbeat, Mark concedeu esta entrevista exclusiva Re-vista Esprito Livre, que voc confere aqui. Na mesma linha vrios de nossos colu -nistas tambm atingiram a internet como seu principal foco. Jomar Silva levantaum questionamento interessante: at que ponto a internet culpada pelas falhasdo usurio? Ser que a rede tem culpa? Francilvio Alff faz uma anlise sobre asrestries feitas pelo drago chins em relao a grande rede. Fernando Lemeapresenta em detalhes questes sobre DRM - Digital Rights Management. WalterCapanema apresenta ainda um manual de sobrevivncia sobre a liberdade de ex-presso na Internet.

    Como convidado especial, o socilogo Srgio Amadeu, j conhecido pelacomunidade de software livre do Brasil, fala de como a indstria do copyright ata-ca a privacidade e as redes P2P. Tambm temos colunista nova na rea. KrixApolinrio estar conosco nas prximas edies trazendo ainda mais feminilidade

    nas discusses j apresentadas aqui na publicao. O time feminino est aumen -tando...

    Cristiano Furtado apresenta as novidades da ltima verso do Ekaaty Li-nux, um GNU/Linux feito por mos brasileiras e um time bem coeso. Farid e Nara,figuras conhecidas nas comunidades onde se encontram designer e ilustradores,trazem um panorama sobre as ferramentas de cdigo aberto para computaogrfica em suas vrias ticas. Jorge Augusto e o estreante Fernando Medeiros fa-lam sobre empregabilidade, tema importante que precisa ser recorrentementemencionado. Leandro Leal Parente termina seu artigo sobre o Jack e Patrick Amo -rim tambm finaliza seu artigo sobre o Linux FTDK.

    Andr Farias estreia a seo de quadrinhos com a tira SUPORTE_, queretrata o dia-a-dia de muitos que leem a revista. A agenda de eventos ainda no

    apresenta tantos eventos e em nossa busca pela web no conseguimos sondaroutros alm daqueles publicados na seo.

    E na prxima edio, de nmero 13, que para muitos um numeral amaldi-oado, um smbolo de supertio, sorte e tantos outros predicados, para ns, daequipe da Revista Esprito Livre, e principalmente para mim, ser s alegria, umavitria alcanada.

    EDITORIAL / EXPEDIENTE

    Bits, bytes e pedras...

    Revista Esprito Livre | Maro 2010 | http://revista.espiritolivre.org |0

    Joo Fernando Costa JniorEditor

    EXPEDIENTEDiretor Geral

    Joo Fernando Costa Jnior

    Editor

    Joo Fernando Costa Jnior

    RevisoEliane Domingos

    TraduoPaulo de Souza LimaFrancilvio Roberto Alff

    Arte e DiagramaoJoo Fernando Costa Jnior

    CapaCarlos Eduardo Mattos da Cruz

    Contribuiram nesta edioAdriana RodriguesAlessandro SilvaAlexandre OlivaAndr Farias OliveiraCrlisson GaldinoCarlos Eduardo Mattos da CruzCezar TaurionCristiano FurtadoFarid AbdelnourFernando LemeFernando MedeirosFilipe Saraiva

    Francilvio Roberto AlffJoo Fernando Costa JniorJomar SilvaJorge Augusto M. CarriaKrix ApolinrioLeandro Leal ParenteMark SurmanNara OliveiraPatrick AmorimPaulo de Souza LimaRafael JuqueiraRodrigo CarvalhoSrgio AmadeuWalter Capanema

    Yuri AlmeidaContato

    [email protected]

    O contedo assinado e as imagens que ointegram, so de inteira responsabilidadede seus respectivos autores, norepresentando necessariamente aopinio da Revista Esprito Livre e deseus responsveis. Todos os direitossobre as imagens so reservados a seusrespectivos proprietrios.

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    EDIO 012

    CAPAIndstrias do Copyrightatacam privacidade e redesP2PA Internet sob viglia...

    31

    COLUNASMitologia Grega II:Guerra de Tria

    14Warning ZoneEpisdio 6 - Todos no QG

    18

    Desenvolvimento doOpenSourcePorque alguns softwares despertaminteresse e outros no?

    21

    SUMRIO

    91 AGENDA 06 NOTCIAS

    Educao na rede:A Internet tem culpa?

    37

    O drago no tem medo darede

    Eis o poder do drago...

    42

    Entrevista exclusivacom Mark Surman,

    Diretor Executivo da

    Fundao Mozilla

    PG. 27

    Tem mulher na rea:O que os homens acham disso?25

    MULTIMDIAJack Audio Connection KitParte 2

    52

    O DRM s o comeoO fim o comeo do fim

    45

    Liberdade de expresso naInternet:Um manual de sobrevivncia

    48

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    10 LEITOR 13 PROMOES

    EVENTOS

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    GRFICOSPanorama da ComputaoGrfica:Um breve olhar

    81

    ENTREVISTAAdriana RodriguesInformao em grficos...

    55

    59EMPREGABILIDADE

    QUADRINHOSSuporte_

    DISTRIBUIO

    Ekaaty 4Um GNU/Linux tupiniquim78

    ENTRE ASPASCitao de Guido Van Rossum

    FORUMSoftware Livre:Migrao de Mentalidade

    65

    Percia Forense com LinuxFTDKParte 2

    70

    SEGURANA

    ANLISE

    DIngux

    Eis um pequeno notvel!74

    I VOLDAY - Rio de Janeiro/RJRelato de evento

    90

    91

    Modelagem 2DUm workshop com Gimp

    84

    Justia tenta censurar perfildo TwitterRedes sociais em alerta...67

    62

    Trabalhar por conta prpria:Manual de sobrevivncia

    A preguia tecnolgica e a

    vida resumidaOlha o resumo!

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    Dos trs sites mais visitados no Brasil soda Google

    Ferramentas da Goo-gle respondem por29,83% das visitas se-manais a sites no Bra-

    sil, de acordo com a pesquisa Serasa ExperianHitwise. Em 13 de maro, os sites mais visita-dos do pas eram o Google.com.br (10,69%), o

    Orkut (10,11%) e o Google.com (9,03%). A ferra-menta da pesquisa Hitwise fornece informaessobre a interao de cerca de 100 mil pessoasem 60 mil websites no Brasil e foi lanada no Bra-sil em setembro de 2009. Por meio dela, a Sera-sa Experian apurou que o Orkut superou pelaprimeira vez o Google.com.br, no nmero de visi-tas semanais, entre dezembro e janeiro. Mais in-formaes aqui: http://ur1.ca/rqzg.

    MyFax Enviando Fax gratuitamente pela In-ternetConheam o serviogratuito MyFax, quepermite a qualquerpessoa que tenha

    uma ligao Internet e um Browser, enviar umFax para qualquer local do mundo, gratuitamen-te. Se hoje em dia o e-mail j um substituto doFax, porm existem ainda muitas pessoas e em-presas que no dispem de endereo eletrnico

    e utilizam ainda utilizam o fax para troca de infor-mao e documentos. Atravs do servio My-Fax, o internauta poder enviar fax atravs devrios formatos de arquivo PDF ou JPEG, des-de que no exceda as 10 pginas ou o mximode 10MB, que o servio free disponibiliza. ain-da possvel escrever uma mensagem em vez deanexar um arquivo. Quer saber mais? Visite o si-te oficial do MyFax. (http://www.myfax.com/free/)

    Prefeitura oferece internet gratuita em Arara-quara/SP

    A prefeitura de Araraquara

    quer oferecer servio de inter-net gratuita a toda a popula-o, at o final deste ano.

    Dia 20 de maro, lanou o

    Programa Internet para To-dos, que j cobre 80% da

    rea urbana. O sinal distribudo em rede WiMax,sem fio. A prefeitura contratou da Telefnica um

    link de 15 Mbps, o que permite uma velocidade

    mdia de at 64kbps por IP. Foram instaladas 16

    antenas rdio-base de tecnologia israelense, que

    esto conectadas a uma central que fica na prefei-tura. O acesso para uso residencial, comercial

    ou industrial. Para utilizar o servio entretanto, os

    usurios precisam se cadastrar e assinar o Termo

    de Adeso de Acesso Gratuito Internet Munici-

    pal. Nesse termo, esto descritas as restries doprograma a determinados contedos: no permi-tido, por exemplo, acesso a contedos ilegais, co-mo sites de pedofilia, racismo ou que incitem a

    violncia, nem download de arquivos de filmes ou

    msicas que no sejam de livre acesso e/ou distri-buiao. Uma lei municipal (6.980), aprovada em 4

    de maio de 2009, determina que "a ttulo de con-trole, a prefeitura far periodicamente a verifica-o dos acessos".

    Google vai mesmo sair da ChinaJ era de esperar: o Google.cn fechou mesmo as

    portas. A soluo encontrada foi redirecionar to-dos os acessos ao google.cn para o site de Hong-

    Kong, google.com.hk. Escrito em chins simplifica-do e armazenado em servidores situados em HK,

    o servio de pesquisas parece estar tendo dificul-dades para aguentar a carga de visitantes vindos

    da China. No entanto, o Google j assegurou que

    tudo ir voltar normalidade em breve.

    NOTCIAS

    NOTCIASPor Joo Fernando Costa Jnior

    |0Revista Esprito Livre | Maro 2010 | http://revista.espiritolivre.org

    http://ur1.ca/rqzghttp://ur1.ca/rqzghttp://www.myfax.com/free/http://www.myfax.com/free/http://revista.espiritolivre.org/http://revista.espiritolivre.org/http://www.myfax.com/free/http://ur1.ca/rqzg
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    NOTCIAS

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    Universal vai vender CDs de msica por me-nos de US$10

    Depois de passar anos dizen-do que as quebras nas ven-

    das de CDs era culpa (nicae exclusivamente) da pirata-ria, eis que a Universal pare-ce ter sido tomado umaposio diferente diante de to-da a tempestade. A iniciati-

    va, batizada de Velocity, visa vender oslanamentos musicais em CD, a um preo inferi-or a US$10 (fala-se inclusive em preos flutua-rem entre os US$6 e US$10). Isto j devia deter acontecido h uns bons 5 anos. Sim, porque

    no me venham com tretas: no era preciso tercapacidades auditivas sobre-humanas para ou-vir a comunidade queixar-se do preo dos CDs.

    Ubuntu 10.4 j tem primeira verso betaCom lanamento previsto pa-ra o prximo dia 29 de Abril,

    j est disponvel a primeiraverso beta para o Ubuntu10.4. Como novidades nes-

    ta nova verso (que serLTS Long Term Support)podemos contar com a inclu-

    so do kernel Linux na sua verso 2.6.32-16.25,o Gnome 2.30 RC, dois novos temas, um me-lhor suporte para os drivers proprietrios da Nvi-dia, entre outros. O navegador padro, oFirefox, como j deve ser de conhecimento demuitos, traz como motor de busca pr-configura-do para efetuar buscas no servio Yahoo, no

    mais no servio do Google.

    Lets Get Video on WikipediaA Wikipedia quer os seus vdeos e para impulsio-nar este pedido foi criado este endereo, video-onwikipedia.org. Para compartilhar os vdeos naWikipedia, necessrio convert-los num forma-to aberto. Como dica voc pode utilizar o Miro Vi-deo Converter para converter os seus vdeos.Saiba mais em http://www.videoonwikipedia.org.

    eyeOS 2.0 Beta ReleaseJ est disponvel o eye-OS 2.0 beta release, umsistema operacional ba-

    seado na web, que podeser baixado e instaladogratuitamente num servi-dor. O eyeOS 2.0 Beta

    vem com um desktop base, sistema de arquivospor usurios e 5 aplicaes bsicas. Algumasdas aplicaes ainda no esto estveis, como o exemplo das Folhas de Clculo e do Calen-drio. O usurio tem ainda a oportunidade deus-lo nos servidores da prpria eyeOS. O eye-OS j foi tema de entrevista na Revista Esprito

    Livre, ed. n 1, onde conversamos com Pau Gar-cia-Mil. Quer saber mais sobre a verso 2.0, vi-site http://www.eyeos.org.

    Carro sendo criado abertamente, nos moldesda Creative Commons

    Um projeto que utiliza li-cenas Creative Com-mons um projeto maisflexvel quanto aos direi-

    tos autorais. Ao invs de"todos os direitos reserva-dos", como acontece emfilmes e msicas, por ex-emplo, o Creative Com-

    mons trabalha com o conceito de "algunsdireitos reservados". O autor no mais o nicodono da ideia. O projeto Fiat Mio utilizar essaslicenas para agregar e propagar as ideias envi-adas por voc para o site. Atravs delas, junta-

    mente com nossa equipe de engenheirosautomotivos, produziremos um carro conceito, oprimeiro carro do mundo criado pelos e para osusurios. Todo contedo ser livre. A Fiat acredi-ta que o conhecimento gerado neste projeto de-ve ser propagado sem restries, podendo serutilizado por simples usurios ou at mesmo en-genheiros e outros fabricantes de veculos. Quersaber mais?! Visite: http://www.fiatmio.cc/pt/.

    Revista Esprito Livre | Maro 2010 | http://revista.espiritolivre.org

    http://www.videoonwikipedia.org/http://www.videoonwikipedia.org/http://www.eyeos.org/http://www.eyeos.org/http://www.fiatmio.cc/pt/http://www.fiatmio.cc/pt/http://revista.espiritolivre.org/http://revista.espiritolivre.org/http://www.fiatmio.cc/pt/http://www.videoonwikipedia.org/http://www.eyeos.org/
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    Em breve, Open NFe no Linux, atravs do MonoA RDI (Rocha Digital Intelligen-ce Ltda) divulgou recentementeum novo vdeo sobre o Open

    NFe, Servidor de Notas FiscaisEletrnicas Open Source, desta-cando suas principais funcionali-dades. O vdeo encontra-se

    disponvel na pgina principal

    do site www.rochadigital.com, na seo Desta-ques, ou em http://www.youtube.com/wat-ch?v=bsvfjAu6HVw. A empresa tambm se

    prepara para lanar nos prximos dias verso ho-mologada para funcionar no Linux atravs do proje-to Mono. Detalhes em opennfe.codeplex.com.

    Maior empresa de registro de domnios do mun-do deixar de atuar na China

    A GoDaddy, maior em-presa de registros de

    endereos de internet

    do mundo, deixar de

    atuar na China, como

    informa o Washington

    Post. Executivos da

    empresa disseram a congressistas dos EstadosUnidos que a deciso motivada pela crescente vi-gilncia do governo chins sobre a internet. Segun-do a GoDaddy, que gerencia 35 milhes de

    endereos em todo o mundo, a China implantou re-centemente novas regras de registro de domnio

    no pas. Para registrar um endereo com termina-o .cn, o prefixo chins, um indivduo tem que for-necer informaes pessoais detalhadas e at uma

    foto. Com a deciso, a GoDaddy deixar de regis-

    trar domnios com terminao .cn.

    Lanado o gerenciador de lan house e Cyber ca-f - OpenASB-0.3.0Disponvel para download o Gerenciador de Lan

    House e Cyber caf "OpenASB-0.3.0". Esta ver-so est bem completa, estvel e com novos recur-sos. O download pode ser feito aqui:

    http://openasb.cwahi.net/.

    Petrobras instala BrOffice.org em 90 mil PCsA Petrobras inici-ou o processo de

    instalao do

    software de cdi-go aberto BrOffice.org em 90 mil computadores. Aestimativa da BrOffice.org que o processo permi-ta uma reduo de pelo menos 40% nos gastos

    com aquisio de licenas de software propriet-rio. Segundo a Petrobras, o principal motivo da

    mudana foi o econmico. A empresa tambm

    adotar o ODF como padro interno de documen-tos. Como navegador, a Petrobras passou a usar

    o Firefox recentemente. Cada setor ter a chance

    de avaliar se o software atende as suas necessida-des e decidir se fica ou no com o BrOffice.org. OBrOffice.org j utilizado por outras grandes em-presas como Banco do Brasil, Metr de So Pau-lo, Itaipu e Serpro.

    Fundador da Wikipdia elogia deciso do Goo-gle na China

    Jimmy Wales, co-fundador da

    Wikipdia, manifestou seu elo-gio Google pela deciso na

    China, por meio de seus perfisem redes sociais. "Meus para-bns, Google. Yahoo, Micro-soft e Facebook deveriam

    apoiar tambm a liberdadede expresso importante", disse ele em seus

    perfis do Twitter e Facebook. Wales j esteve por

    aqui como entrevistado da edio n 3.

    Hackers fazem overclock no Palm Pre

    Hackers do forum PreCentral.net desenvolverampatches para o kernel do sistema operacional We-bOS que permitem o overclock do Palm Pre. Dos

    500 MHz "de fbrica" o aparelho pode chegar a

    at 800 MHz, um ganho de 60%, com algumas

    ressalvas. O procedimento, claro, no aprovado

    pela Palm, invalida imediatamente a garantia do

    aparelho, tem mais de uma dzia de passos e en-volve vrios comandos em um terminal. Vale lem-brar que o macete a no para qualquer um.

    NOTCIAS

    |0Revista Esprito Livre | Maro 2010 | http://revista.espiritolivre.org

    http://www.rochadigital.com/http://www.rochadigital.com/http://www.youtube.com/watch?v=bsvfjAu6HVwhttp://www.youtube.com/watch?v=bsvfjAu6HVwhttp://www.youtube.com/watch?v=bsvfjAu6HVwhttp://opennfe.codeplex.com/http://opennfe.codeplex.com/http://openasb.cwahi.net/http://openasb.cwahi.net/http://revista.espiritolivre.org/http://revista.espiritolivre.org/http://opennfe.codeplex.com/http://openasb.cwahi.net/http://www.youtube.com/watch?v=bsvfjAu6HVwhttp://www.rochadigital.com/
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    Disponvel beta do JolicloudJ est disponvel pa-ra download o "beta fi-nal" do Jolicloud, um

    sistema operacional ba-seado em Linux desen-volvido sob medidapara netbooks, que

    combina aplicativos locais e o melhor da "web2.0" em um nico ambiente. Esta verso com-patvel com 100% dos netbooks j lanados, ga-rantem os desenvolvedores: desde o primeiroASUS EeePC 701 com processador Celeron atos novssimos modelos com processadoresAtom Pine Trail de baixssimo consumo e acele-

    radoras 3D NVIDIA Ion. O download pode ser fei-to no site oficial: www.jolicloud.com.

    Hacker condenado a 20 anos de cadeia nosEstados UnidosNa maior sentena j aplicada a um hacker nosEstados Unidos, o programador Albert Gonza-lez, de 28 anos, foi condenado a 20 anos de pri-so. Ele comandava uma quadrilha de hackersque usou mais de 40 milhes de nmeros de car-

    tes de crdito e dbito para cometer fraudes.De acordo com fontes da Justia dos EstadosUnidos, os crimes de Gonzalez causaram maisde US$ 200 milhes em prejuzos para empre-sas de varejo como Barnes & Noble e TJX Co.Esse valor no conta o prejuzo para pessoas fsi-cas. Esse, segundo um dos promotores do ca-so, "impossvel de calcular".

    Blender na 1 Semana de Educao e Artes

    DigitaisPalmas sedia entre os dias 5 a 9 de abril a 1.Semana de Educao e Artes Digitais, que reuni-r pesquisadores, artistas e educadores respon-sveis por projetos inovadores desenvolvidosem todas as partes do pas. Realizado pela Ca-sa da rvore Projetos Sociais, em parceria como Instituto Vivo, o evento fruto de esforo coleti-vo dedicado a alargar experincias, trazendo aocerco os novos limites da arte e a educao, con-

    figurados a partir da revoluo tecnolgica digi-tal e da sociedade de rede. A Semana deEducao e Artes Digitais acontece de maneiraintegrada com o Circuito Vivo arte.mov, que vai

    oferecer painis e mostras dedicadas a arte emmdias locativas. Para programao e outras in-formaes visite: http://www.semanaeducacaoe-arte.com.br.

    Software livre tema de debate na TVNo dia 22/03 foi ao ar um debate bem interes-sante exibido no programa Brasilianas.org daTV Brasil, apresentado pelo Luis Nassif, s 22h.A TV Brasil um canal pblico vinculado Se-

    cretaria de Comunicao So-

    cial da Presidncia daRepblica. O debate foi bemesclarecedor para os queno conheciam o tema discu-tido. Para os que quiseremter acesso ao programa, bas-ta visitar o blog do jornalista

    responsvel pelo programa aqui: http://colunis-tas.ig.com.br/luisnassif/2010/03/23/brasilianas-org-software-livre. Jomar Silva, um dos nossos

    colunistas esteve l. Confira!

    Treinalinux disponibiliza gratuitamente maisde 100 video-aulas

    A equipe Treinalinux, est li-berando mais de 100 vdeoaulas de comandos noshell. Com um mtodo sim-ples e inovador (extrema-mente passo a passo), o

    curso ajudar desde os ini-ciantes, at os veteranosque desejam relembrar alguns comandos. Todoo treinamento foi feito 100% com ferramentas Li-nux, programao web, player de vdeo, hospe-dagem, edio dos vdeos e imagens, gerandoao final um trabalho de alta qualidade em som evdeo. Para ter acesso basta visitar: www.treina-linux.com.br.

    NOTCIAS

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    http://revista.espiritolivre.org/http://www.jolicloud.com/http://www.jolicloud.com/http://www.semanaeducacaoearte.com.br/http://www.semanaeducacaoearte.com.br/http://www.semanaeducacaoearte.com.br/http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2010/03/23/brasilianas-org-software-livrehttp://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2010/03/23/brasilianas-org-software-livrehttp://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2010/03/23/brasilianas-org-software-livrehttp://www.treinalinux.com.br/http://www.treinalinux.com.br/http://www.treinalinux.com.br/http://www.jolicloud.com/http://www.treinalinux.com.br/http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2010/03/23/brasilianas-org-software-livrehttp://www.semanaeducacaoearte.com.br/http://revista.espiritolivre.org/
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    Passa-se o carvanal e j avistando a semanasanta aqui esto os nossos leitores, fiis,escrevendo para a revista. So leitores expondosuas experincias, solicitando matrias,elogiando o trabalho de nossa equipe deredatores e colunistas, com sugestes, opiniesou simplesmente dizendo o que acham da revis-ta. E ns queremos isso: essa troca deinformaes que nos levar ainda mais longe!Ento no fique com vergonha: diga-nos o queachou da ltima edio ou das ltimas matrias!Algo no ficou legal? Alguma matria lhe ajudoumuito? Ficou satisfeito por ter encontrado o queprocurava? Ento manifeste-se e mostre a ns

    e aos demais leitores o quo importante ter o"esprito livre". Abaixo listamos alguns comentri-os que recebemos nos ltimos dias:

    Super Interessante. Matrias muitoinformativas. Conheci a revista no curso tcnicode Informtica, e estou gostando muito de l-la.Caio Campos - So Paulo/SP

    Plenamente Satisfatria. Encontro inmeros

    novidades e contedos de muita qualidade."Mente aberta Esprito Livre"!Douglas da Cunha Borges - Guaba/RS

    Conheci a revista h pouco tempo, por issoainda no tenho uma opinio definitiva, maispelo que j vi, trata-se de uma revista com umcontedo muito bom e seleto. D para aprendermuito sobre o universo do software livre.Lenidas Pinheiro - Belo Horizonte/MG

    Uma revista muito boa e com artigos de muitarelevncia.Claudio Braz - Campinas/SP

    Uma revista de alto nvel do mundo livre, commatrias interessantes sobre o cotidianoopensource.Fernando Gonalves Bona - Vitria/ES

    tima fonte de informao sobre software livre.Alexandre Rossi - Poos de Caldas/MG

    Uma tima revista que informa todos os nerd,geeks e profissionais da rea sobre o mundo

    Linux e Software Livre. Sempre leio suasedies, principalmente sobre programao,linux e design com aplicaes livres. Parabens!Gilson da Silva Borges Filho - Samambaia/DF

    Na minha opinio a melhor revista digital. Umarevista completa de contedo voltado na reade software livre e reas afins, e totalmentegratuita. Muito bom!!!Lailson Henrique Oliveira dos Santos -

    Teresina/PI

    Excelente revista online sobre linux e softwarelivre, belas matrias.Luiz Fernando Petiz - Gravata/RS

    Revista importante para divulgao deconhecimento. Eu iniciei em SLaproximadamente em 1990 e 50% do queaprendi foi lendo revistas especializadas,portanto esto de parabns pelo formato e

    COLUNA DO LEITOR

    EMAILS,SUGESTES ECOMENTRIOS

    |1

    Ayhan YILDIZ - sxc.hu

    Revista Esprito Livre | Maro 2010 | http://revista.espiritolivre.org

    http://revista.espiritolivre.org/http://revista.espiritolivre.org/
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    contedo que apresentado. Eu sei que umtrabalho rduo, mas sigam em frente.Francisco Aparecido da Silva - So Jos dosPinhais/PR

    Descobri a publicao por acaso e veio coincidircom meu ingresso no mundo Linux atravs doUbuntu e tambm de conhecer e trabalhar como BRoffice.org. A revista veio esclarecer minhasdvidas e me dar o apoio necessrio para essamutao de conceitos. Confesso que estouviciado na revista. Tenho lido, comentado comamigos e imprimido os textos para osmomentos de emergncia tanto educacionalcomo profissional.

    Jorge Graciano - Anpolis/GO

    Acompanho a Revista Espirito Livre desde seulanamento e sempre gostei e incentivei abaixarem na faculdade para que todos osalunos possam ter acesso ao material... Comosempre a Revista Espirito Livre segue a linha desimplicidade para os iniciantes e tambm demuita informao para o pessoal j maiscalejado tambm... Abraos a todos os leitores

    e tambm aos colaboradores da revista.Andre Antonio da Silva Neto - Linhares/ES

    o maior cone do software livre que euconheo. Uma revista atualizada, informada eaguardada com ansiedade pelos leitoressedentos de conhecimento.Carlos Alberto Vasconcelos Lages -Santarm/PA

    A revista Esprito Livre uma maneira deexpressar algo que livre para entrar,modificar, participar e compartilhar.Thiago Mishaim de Castro Silva - Teresina/PI

    No mundo LINUX, na minha modesta opinio,uma tima ferramenta para nos atualizarmos doque anda rodando o mundo, alm de um layoutbastante interessante que nos leva a ler cadaletra que nela consta.. PARABNS!

    Thiago Emannuel Ferreira de Sousa Julio -Juazeiro do Norte/CE

    Comecei a ler a revista a pouco tem mas estou

    adorando ainda mais para quem j gosta desoftware livre e afins, possui timas matrias econtedos, alm de tudo isso ainda gratuita.Parabns para toda a equipe que faz a revista.Anderson da Rosa - So Leopoldo/RS

    Gosto muito da revista, contedo muitoproveitoso e estvel, na minha opinio veio praficar... gostaria de ver mais aplicativos pararede de computadores...Everton dos Reis - Santarm/PA

    A Revista maravilhosa. Tenho todas asedies e as matrias so feitas por timosprofissionais na rea de TI. Alm de contribuirpara o conhecimento da comunidade a respeitodo poder do Software Livre, ela est mostrandoque ser livre uma virtude.Jos Raimundo Oliveira - Taguatinga/DF

    Uma excelente fonte de informao sobre a

    comunidade livre, sempre busco informaesnela, e aguardo sempre uma nova edio.Joo Eduardo Borges Benevenuto - CampoGrande/MS

    um portal de conhecimento sobre SL eatualidades culturais livre.Rafael de Almeida Matias - Fortaleza/CE

    Eu sugiro uma matria falando sobre LPI afinal

    muitas pessoas inciantes no segmento de Linuxtem suas duvidas a respeito do assunto.Cleber Antonio Euzebio - Mirassol/SP

    Uma fonte inesgotvel de informao eentretenimento para os afcionados ou no portecnologia e solues open/free.Alex do Nascimento - Senador Canedo/GO

    COLUNA DO LEITOR

    |1Revista Esprito Livre | Maro 2010 | http://revista.espiritolivre.org

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    Depois da descontinuidadedo Kurumin e a RevistaGuia do Hardware, eu tinha

    esfriado muito para o mundo do SoftwareLivre. Ano passado aqui na Bahia teveum encontro de Software Livre e conheciJon Hall e a galera com uma viso amplade liberdade, da qual em dois dias de

    encontro eu aprendi muita coisa boa. Donada dando uma olhada no site do guiado hardware, procurando algo sobre oubuntu que uma das paixes que estouvivendo, vi algo como "Nova RevistaEsprito livre" e fiz o download da versode n08 , da qual me apaixonei. A formaque vocs abordam, a qualidade dasmateriais e do acabamento da revista...Nossa, tm revistas de circulao

    comercial que nem chega aos ps.Adoro as capas, contedo, espao pra sugestes, criticas, novidades, notciais etutoriais, so coisas que encontro em uma s revista. Agradeo desde j por cadaedio que lanada. Toro para que a revista no seja descontinuada, poisconhecimento algo que levamos pra toda vida e, o que vocs esto nos oferecemos algo pra toda vida.

    Everaldo Santos, o "TcVeron" - Salvador/BA

    Revista Esprito Livre: Everaldo, palavras como estas s nos motivam aindamais a trabalhar em prl de um material com o foco na qualidade, na seriedade,mas principalmente, com o foco no leitor, afinal de contas so vocs quefornecem comentrios como este, que funcionam como combustvel para todosns ennvolvidos com a publicao. Somos ns que agradecemos!

    LEITOR DO MS

    |1Revista Esprito Livre | Maro 2010 | http://revista.espiritolivre.org

    LEITOR DO MS

    Nosso leitor Everaldo Santos, juntamente com Jon Maddog Hall

    http://revista.espiritolivre.org/http://revista.espiritolivre.org/http://revista.espiritolivre.org/
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    PROMOES RELAO DE GANHADORES E NOVAS PROMOES

    PROMOES

    Revista Esprito Livre | Maro 2010 | http://revista.espiritolivre.org |1

    Ganhadores da Promoo VirtualLink:

    1. Jorge Graciano - Anpolis/GO2. Thiago Mishaim de Castro Silva - Teresina/PI3. Thiago Emannuel de Sousa Julio - Juazeiro do Norte/CE4. VictorPaulo de Souza Lima - Belm/PA5. Fabricio da Silva Valdares Xavier - Uberlndia/MG

    Ganhadores da promoo Clube do Hacker:

    1. Douglas da Cunha Borges - Guaba/RS2. Lenidas Pinheiro - Belo Horizonte/MG3. Slvio Romero Costa Lima - Recife/PE

    Na edio #011 da Revista Esprito Livre tivemos diversas promoes bem como promoes atravs

    de nosso site e canais de relacionamento com os leitores, como o Twitter e o Identi.ca, ondesorteamos diversos brindes, entre eles associaes, kits, cds, inscries a eventos e camisetas. Apartir da edio n 13 teremos a incluso de novos parceiros, que disponibilizaro ainda maisbrindes. Fiquem atentos! Abaixo, segue a lista de ganhadores de cada uma das promoes.

    A promoo continua! A VirtualLink em parceriacom a Revista Esprito Livre estar sorteando kitde cds e dvds entre os leitores. Basta se inscreve

    neste link e comear a torcer!

    No ganhou? Voc ainda tem chance! OClube do Hacker em parceria com a RevistaEsprito Livre sortear associaes para o

    clube. Inscreva-se no link e cruze os dedos!

    http://revista.espiritolivre.org/http://www.virtuallink.com.br/http://www.clubedohacker.com.br/http://spreadsheets.google.com/viewform?formkey=cnlQZTZuX2R2TmYwT3ZLZG01T1kxS1E6MA..http://spreadsheets.google.com/viewform?formkey=cnlQZTZuX2R2TmYwT3ZLZG01T1kxS1E6MA..http://spreadsheets.google.com/viewform?formkey=clNodlhzNFZLcUswem9kVGtvM3llMFE6MA..http://www.clubedohacker.com.br/http://www.virtuallink.com.br/http://spreadsheets.google.com/viewform?formkey=clNodlhzNFZLcUswem9kVGtvM3llMFE6MA..http://spreadsheets.google.com/viewform?formkey=cnlQZTZuX2R2TmYwT3ZLZG01T1kxS1E6MA..http://revista.espiritolivre.org/
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    impressionante como ainda tem genteque nem pensa duas vezes antes de trazer umcavalo de madeira para dentro das muralhas dacidade, s porque o cavalo dado. Como tive-ram o infortnio de descobrir os troianos, o pre-sente de grego vinha com uma surpresa.Tivesse casca de chocolate, ao invs de madei-ra, poderia muito bem se chamar Kinder Hippo,ainda que os soldadinhos j viessem, digamos,armados e no estivessem ali para brincadeiras.

    COLUNA ALEXANDRE OLIVA

    Mitologia Grega II:Guerra de Tria

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    Darcy McCarty - Flic

    Revista Esprito Livre | Maro 2010 | http://revista.espiritolivre.org

    Por Alexandre Oliva

    http://revista.espiritolivre.org/http://revista.espiritolivre.org/
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    COLUNA ALEXANDRE OLIVA

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    Presentes semelhantes vm sendo ofereci-dos a cidades-estado em todo o mundo. So ser-vios ou software privativos, sem custossignificativos para o doador, apesar dos vulto-

    sos valores nominais. Tal qual cavalo de madei-ra, aparentam no onerar quem os recebe, masescondem segundas intenes inconfessveisque pem em risco a soberania, a segurana ea economia dos estados que os trazem para den-tro de suas muralhas vir-tuais.

    Ho je em dia, cava-los e-lnicos no trazemmais soldados de carne e

    osso em seu interior, massim e-stratiotis, soldadoseletrnicos. Alguns soespies, que passam areceber e monitorar as co-municaes internas daadministrao pblica.J imaginou, as comuni-caes estratgicas dasforas armadas ou das re-laes exteriores nas gar-ras eletrnicas de umaempresa que mantm pa-ra o governo estaduniden-se uma porta dos fundosaberta, descoberta e utili-zada pelo governo chi-ns? Os troianos dostempos de Helena tive-ram suas prprias mura-lhas abertas pelos

    stratiotis infiltrados para oexrcito inimigo entrar,enquanto neotroianos ingenuamente usam os e-stratiotis infiltrados como mensageiros, que dili-gentemente armazenam cpias das mensagensno quartel general, para deleite de quem tem li-vre acesso pelos fundos. No importa quo quen-te ou G.nial um servio desses possa parecer: fria, do mal. No caia nessa rede.

    Alguns neotroianos escolados no mais

    convidam e-stratiotis a espionar as mensagensda administrao pblica, porm escambam aateno, a privacidade e o futuro de seus docen-tes e discentes pelas algemas digitais que vo

    mant-los, docentes e discentes, aprisionados,dependentes e impotentes. Duplo ganho para oofertante, dupla perda para as vtimas. E quemdeu a canetada, nada? s vezes, nada! Outras,mergulha, voa de primeira classe, vai a festas,

    sem nem falar nas prxi-mas eleies ou no prxi-mo emprego. Deita-sesobre os louros de um pro-blema mal resolvido, quecustar s vtimas anos

    de anlise (de sistemas?)para superar.

    Um exemplo so v-rios estados e municpiosque tm aceito as ofertasde servios de correio ele-trnico e anncios comer-ciais para alunos eprofessores da rede (j es-crevi essa palavra acima,no?) pblica, direcionan-do os anncios atravsda inspeo do contedodas mensagens eletrni-cas.

    Outros aceitam hip-posoftware gratuito (afi-nal, os certificados delicena oferecidos tmcusto de produo pratica-mente nulo) para adestra-mento de alunos, de

    modo que, ao chegarem ao mercado de traba-lho, por causa da deciso que j tomaram poreles, tendero a continuar usando as mesmasalgemas, porm pagaro caro por esse discut-vel privilgio. Chama ateno a semelhanacom a estratgia adotada por narcotraficantesat hoje, e por vendedores de outras drogas ain-da legalizadas, que antigamente ofereciam gra-

    Alguns

    neotroianos escoladosno mais convidam e-stratiotis a espionar asmensagens daadministrao pblica,porm escambam a

    ateno, a privacidadee o futuro de seusdocentes e discentespelas algemasdigitais...Alexandre Oliva

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    tuitamente seus bastes fumacentos a futuros de-pendentes nas sadas das escolas. Hoje, lamen-tavelmente, a escola traz arapucas semelhantespara dentro de suas muralhas, fazendo at con-

    vnio com fornecedores para que, valendo-sedos portes abertos, invadam, conquistem e des-truam a educao, sub jugando geraes intei-ras.

    No seria difcil entender a aceitao des-ses abusos, mesmo na au-sncia de corrupo: osinvasores usam de ardisenganosos para derrotarseus adversrios e distor-

    cer a histria que escre-vem, embelezando asfeias estratgias blicas.Estratgia, do grego stra-tegia, intercede o CapitoNascimento, sem mencio-nar (amo demais a vida pa-ra escrever sem saber) oquanto essa raiz pervadeo vocabulrio marcial hel-nico: stratiotis (soldado),stratiotika (militar), strate-gos (general)...

    Na histria assim es-crita, posam, como heris,crudelssimos strategos dealtas patentes e baixos gol-pes, como o Strategos Fai-lure Reading e o StrategosProtection Fault, aquele damortal Blue Screen of De-ath. Outros, valorosos e ntegros, como o Strate-gos Public License de GNU, grande craque docopyleft, podem ser pintados como viles, porto somente cumprirem seu papel heroico de de-fender os cidados das ameaas dos invasores.Ao estudar to distorcida histria, no surpreen-de que os leitores mais inocentes confundam he-ris com herona, craques com crack. Lance aprimeira pedra aquele que estiver livre!, desafi-am os invasores detrs da droga da cortina fuma-

    centa. E tome injeo de dependncia! Degraa, at injeo na testa!, propem. Que dro-ga, n?

    Assusta que se julgue razovel aceitar

    sem licitao esses presentes de grego, causa-dores de dependncia, apenas porque sua pri-meira dose parece grtis. A lei de licitaes noinvalida o princpio constitucional da impessoali-dade: dispensar de licitao um fornecedor

    quando outros poderiamoferecer produtos ou ser-vios similares pelo mes-mo preo (aparentemen-te grtis) ou at preos

    menores (grtis e Livre,sem custos ocultos, ouat pagando para ofere-cer o servio) falha nocumprimento desse princ-pio.

    Vale ainda questio-nar, j que os inocentesque recebem e aceitamas ofertas parecem no

    se perguntar, por que rai-os companhias com finsde lucro ofertariam produ-tos gratuitos. Afinal,quando a esmola mui-ta, at o santo desconfia!Mas inocente nem sem-pre santo, n? Valei-nos, So IGNcio!

    Que interesses po-

    deria ter qualquer dessascompanhias em espionar as comunicaes inter-nas da administrao pblica? Em armazenaros dados da administrao pblica, de professo-res e estudantes em formatos e cdigos que sessa m companhia saiba decodificar? Em tor-nar funcionrios pblicos, mestres e alunos de-pendentes de suas ferramentas? Em evitar,mediante dumping, o avano de alternativas?Em usar esses cases para vender o mesmo

    Vale ainda

    questionar,j que osinocentes que recebeme aceitam as ofertasparecem no seperguntar, por queraios companhias

    com fins de lucroofertariam produtosgratuitos.

    Alexandre Oliva

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    problema a outros? Em usar a dependncia as-sim estabelecida para cobrar daqueles que ca-ram no conto e descobriram, tarde demais, ques a primeira era grtis? Em usar uma pequena

    frao dos lucros assim auferidos para pagar asmultas das condenaes em processos anti-trus-te?

    uma cilada, Bino!

    Parece at refilmagem de um hit das ma-drugadas de TV aberta da minha adolescncia:Pague para Entrar, Reze para Sair. A diferen-a da adaptualizao que, na verso para .tv.net, a entrada do parque de diverses grtis,atraindo ainda mais vtimas para o monstruoso vi-

    lo realizar suas fantasias pervertidas e desejosperversos.

    Lembrem-se, .gov, .mil e .edu: algum.com interesses e .com alguma estratgia pararecuperar o investimento inicial da primeira gr-tis sempre estar envolvido nessas propostas in-decentes. Tanto nos filmes como na vida real, oque ocorre com as vtimas poderia ser descritomuito bem usando termos de cunho sexual. Afi-nal de contas (que acabam sendo muitas), a pa-

    lavra orgia tambm tem origem grega: festinssexuais a Dionsio, importado para Roma comoBaco, deus do vinho e dos bacanais. (No fiquena mo! www.bacanais.orgy: festas quentssi-mas, com muitos agrados para romanos, gregose troianos! Acesse dj!)

    Deu (ou deram?) para entender por quecautela e licitaes so essenciais, mesmo quan-do o produto ou servio parece dado? Ao contr-rio da oferta de Software Livre ou de servios

    que respeitem a soberania e a autonomia dos cli-entes, inviabilizando estratgias de captura eaprisionamento que garantissem lucros obsce-nos posteriores, software e servios privativos ge-ram monoplios e impem custos, ocultos comoos stratiotis aqueus armados at os dentes no in-terior do cavalo de madeira dado a Tria. Socustos de sada e distores de mercados futu-ros em razo de exclusividades (monoplios, arti-ficiais ou no) na prestao de servios sobre o

    presente de grego ofertado, que devem ser con-siderados parte de seu custo para fins licitatri-os.

    O princpio da impessoalidade o calca-

    nhar dos Aquiles invasores, pois vai bastantealm das insuficientes prticas licitatrias atuais.Deve ser cumprido, ainda que, segundo o dita-do, de cavalo dado no se olhem os dentes. Co-mo alerta, ficaria melhor: de cavalo dado no sevem os dentes. No significaria que os dentes(ou quaisquer outras armas) no estivessem ali,nem que no se os deveriam procurar. Seria, aocontrrio, um lembrete de que podem estar es-condidos, e de que, conforme descobriram os

    troianos aps uma noitada de comemorao ebebemorao pela pretensa oferta de rendiodos aqueus, mordida de cavalo traidor di que uma barbaridade!

    Copyright 2010 Alexandre Oliva

    Cpia literal, distribuio e publicao da ntegra deste artigo

    so permitidas em qualquer meio, em todo o mundo, desde que

    sejam preservadas a nota de copyright, a URL oficial do docu-

    mento e esta nota de permisso.http://www.fsfla.org/svnwiki/blogs/lxo/pub/guerra-de-troia

    ALEXANDRE OLIVA conselheiro daFundao Software Livre Amrica Latina,mantenedor do Linux-libre, evangelizadordo Movimento Software Livre e engenheirode compiladores na Red Hat Brasil.Graduado na Unicamp em Engenharia deComputao e Mestrado em Cincias daComputao.

    http://revista.espiritolivre.org/http://www.gnu.org/philosophy/who-does-that-server-really-serve.htmlhttp://www.fsfla.org/svnwiki/blogs/lxo/pub/guerra-de-troiahttp://www.fsfla.org/svnwiki/blogs/lxo/pub/guerra-de-troiahttp://www.fsfla.org/http://www.gnu.org/philosophy/who-does-that-server-really-serve.htmlhttp://www.fsfla.org/svnwiki/blogs/lxo/pub/guerra-de-troiahttp://revista.espiritolivre.org/
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    No episdio anterior, Pandora e Darrel foram Sysatom Technology na inteno de resgatarLouise, quando so descobertos por Oliver ecompanhia.

    Pandora e Darrel abraados encaram Oliver,totalmente feito de metal, Valdid com jeito deminotauro e Arsen com corpo rochoso. Todoseles enormes e tapando a sada. Do lado,Louise se espreguia, terminando ainda deacordar.

    Tungstnio: Ento finalmente os pombinhosapareceram...

    COLUNA CRLISSON GALDINO

    Por Carlisson Galdino

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    Episdio 06

    Todos no QG

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    COLUNA CRLISSON GALDINO

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    Gn: hehehe...

    Darrel: , Oliver. Estamos aqui para saber oque est acontecendo. E que histria essa de

    voc querer dar umjeito em ns?Tungstnio: Ei, para tudo! Quem Oliveraqui? Vocs esto vendo algum Oliver?

    Arsen e Valdid gesticulam concordando com ochefe, enquanto Louise abaixa a cabea,colocando a mo na testa, como quem diz Queidiota...

    Tungstnio: Meu nome Tungstnio. Esse Montanha, esse Gn...

    Gn: Chefe?

    Tungstnio: Que ?

    Gn: que no quero ser mais Gn.

    Tungstnio: E o qu agora?

    Tungstnio encara Gn com ar de tdio e deincmodo.

    Gn: Gn aquela licena chata do Linux.

    Pandora: Voc no sabe de nada. Gn umprojeto...

    Gn: Falei contigo, fa? No? Ento pronto!

    Darrel: Vamos parar...

    Tungstnio: Para todo mundo! Diz logo qual onome que voc escolheu agora e no enrola!

    Gn: Bull!

    Tungstnio: Bull?!

    Bull: ! Bull!

    Tungstnio: Ok ento. Voltando... Tungstnio,Bull, Montanha e Seamonkey, ali sentada.

    Precisamos saber como vocs se chamam.

    Pandora: Bem... ... Meu nome vai ser emingls tambm! chique, n Bem? Quero ser adanarina da tempestade! Stormdancer! !

    Tungstnio: E voc?

    Darrel: E que diferena isso faz? Nossosnomes so s bytes em uma varivel, temosoutros assuntos mais importantes pra tratar.

    Tungstnio: Vocs nunca aplicavam regras decodificao? Padres de nome so uma dascaractersticas mais importantes, sabia?

    Bull: Verdade...

    Stormdancer: Bem... Vai... Escolhe um vai!

    Darrel olha para o ba julador Bull e at Pandorasorrindo, esperando um nome.

    Darrel: Louise, voc vem conosco?

    Tungstnio: Como assim?! O nome dela Seamonkey!

    Darrel: Louise?

    Seamonkey: Vou nada! Fazer o qu? Vou ficarpor aqui mesmo.

    Darrel: Ento vamos indo. Voc fez suaescolha. No ter liberdade tambm umaescolha, de certa forma...

    Seamonkey: No fim das contas ningum livrenessa merda de mundo. Nem aqui nem naInternet, nem em canto nenhum.

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    COLUNA CRLISSON GALDINO

    Darrel: Uns so menos livres que outros,dependendo do caminho que escolhem.

    Tungstnio: Vamos parar de filosofia que isso

    aqui no LUG!Darrel: Tem razo. Ento vamos embora.Entendam isso como um unsubscribe.

    Tungstnio e os outros dois se afastam umpouco uns dos outros para poderem taparmelhor a sada.

    Tungstnio: Quem disse que vocs vo sairdaqui? Ainda no disseram claramente de que

    lado esto.

    Montanha: Como no esto colaborando, achoque nem precisam dizer.

    Tungstnio: , no precisam.

    Stormdancer: E agora, Bem? Que a gente faz?

    Darrel: Primeiro, no vamos pactuar com suas

    idias loucas de dominao mundial. Segundo,que se quer me chamar de outro nome, podeme chamar de Cigano.

    J est entardecendo na Praa Pimentel e emum dos bancos, um casal ofegante olha para ovazio.

    Pandora: Bem, como foi isso? Como a gente

    veio parar aqui? No faz sentido.

    Darrel: Amor, j viu o nome dessa srie? Warning Zone! Numa zona de warnings, nadaprecisa fazer sentido!

    Pandora: Faz sentido...

    Darrel: Eu tenho poderes como todos ns.

    Pandora: Eu no tenho. S tenho essa vozmedonha...

    Darrel: Voc vai ver que tem. Mas vamosprocurar uma pousada pra dormirmos.

    Pandora: Pousada?

    Darrel: Acha seguro voltar pra casa?

    Pandora: Ih, verdade...

    Darrel: Ento vamos. Estou com a carteira e osdocumentos ainda...

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    CARLISSON GALDINO Bacharel emCincia da Computao e ps-graduadoem Produo de Software com nfaseem Software Livre. J manteve projetoscomo IaraJS, Enciclopdia Omega eLosango. Hoje mantm pequenosprojetos em seu blog Cyaneus. Membroda Academia Arapiraquense de Letras e

    Artes, autor do Cordel do SoftwareLivre e do Cordel do BrOffice.

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    Embora Open Source ve-nha se expandindo exponencial-mente, ainda existem alguns

    mitos que precisam ser derruba-dos... Bem, primeiro vamos lem-brar que nem todo pro jeto deopen source ter sucesso. Mui-tos no atraem interesse da co-munidade e tendem adesaparecer. Para cada projetode sucesso existem milhares deprojetos que fracassam. Poucosprojetos despertam interesse e

    atraem um nmero expressivode voluntrios. Muitos projetosso iniciativas isoladas e perma-necem desta maneira at desa-parecerem. No sobrevivem verso alfa. Portanto, no se po-de replicar automaticamente o su-cesso do Linux, do Apache, doEclipse e outros a todos os de-mais projetos de open source.

    Algumas pesquisas temsido efetuadas para identificarporque alguns projetos Open

    Source despertam interesse eoutros no, e j comeamos adispor de informaes razoa-velmente confiveis para me-lhor compreendermos estefenmeno. medida que estu-damos o tema open source,compreendemos que existemmuitas diferenas entre a teo-ria e a prtica. O mundo real

    diferente do mundo romnticoe idealista visualizado por al-guns idelogos do software li-vre.

    No modelo tradicional, odesenvolvimento de um softwa-re segue um padro bastanteconhecido. Uma empresa es-creve o software segundo me-todologias e ob jetivos claros e

    COLUNA CEZAR TAURION

    Desenvolvimento do

    open source:porque algunssoftwares despertaminteresse e outros no?Por Cezar Taurion

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    Svilen Milev - sx

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    COLUNA CEZAR TAURION

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    bem definidos, e o comerciali-za. O cdigo fonte proprieda-de particular e consideradosegredo de estado. O open

    source tem outro paradigma. Ocdigo fonte desenvolvido emantido por uma comunidadede voluntrios e est dispon-vel a todos.

    Outros estudos susten-tam que os ganhos indiretos ea busca por status so os princi-pais motivadores dos voluntri-os. o que os motiva a

    investir seu tempo e at dinhei-ro para contribuir voluntariamen-te em um pro jeto de opensource. Existe tambm um as-pecto pouco conhecido: o pa-pel e a motivao domantenedor do pro jeto deopen source. Este indivduo o responsvel por assumir pa-pel de liderana e responsabili-dade, com muito maiorinvestimento de tempo e dedica-o que os demais voluntrios.Por que assume este papel?

    Estudar este fenmenono fcil. Nem todos os proje-tos de Open Source apontamde maneira clara e estruturadaseus autores. Mas analisando-se o cdigo fonte a partir de si-tes repositrios de movimentosde projetos Open Source comoSourceForge (http://sourcefor-ge.net/) pode-se tirar algumasconcluses relevantes. Uma ins-peo nos seus projetos cadas-trados nos mostra que umaminoria deles se encontra noestgio de maturidade.

    A prtica vem mostrandoresultados interessantes quan-

    to ao processo de produo desoftwares abertos. J se identifi-cou que a contribuio da co-munidade distribuda de

    forma desigual entre os colabo-radores. Na maioria dos proje-tos de Open Source, umapequena parcela de desenvol-vedores contribui com a maiorparte do cdigo. Em nmerosestimados, cerca de 10% dosvoluntrios contribuem comquase 75% de todo o cdigo es-crito. O fato que apenas umpequeno e seleto grupo de de-senvolvedores arca com maiorparte do cdigo, na imensa mai-oria dos projetos de Open Sour-ce.

    Estudos que pesquisam oSourceforge mostram que amaioria dos projetos desenvol-vido por um grupo muito peque-no de voluntrios. Estes

    estudos tambm chegam a ob-servaes interessantes: proje-tos com muitos download no

    significam necessariamenteprojetos com intensa atividadede programao. Softwares co-mo sistemas operacionais atra-em o interesse dedesenvolvedores, que por suavez geram muita atividade deprogramao. Por outro lado,softwares mais focados nousurio final demandam maisdownloads de interessados emseu uso, mas no atraem mui-tos voluntrios para seu desen-volvimento e manuteno.

    Outra observao interes-sante que na maioria dos pro- jetos que envocomunidades mais amplas decolaboradores, como o Linux,a contribuio ao pro jeto

    ...estudos sustentam

    que os ganhos indiretos e a buscapor status so os principaismotivadores dos voluntrios. oque os motiva a investir seu tempoe at dinheiro para contribuir

    voluntariamente em um projeto deopen source.

    Cezar Taurion

    Revista Esprito Livre | Maro 2010 | http://revista.espiritolivre.org

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    COLUNA CEZAR TAURION

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    massiva, mas a colaborao en-tre a comunidade acontece ape-nas entre grupos pequenos dedesenvolvedores, que estejamtrabalhando na programaodos mesmos pedaos de cdi-go. Na prtica, embora a comu-nidade possa ser muito

    grande, a colaborao aconte-ce apenas entre grupos reduzi-dos, envolvidos nas mesmastarefas.

    De maneira geral a maio-ria dos pro jetos de software li-vre so de pequeno tamanho ea maior contribuio inicialvem do seu prprio autor eque esta sua contribuio e en-

    tusiasmo crucial para mantero pro jeto vivo e atraente paraatrair novos colaboradores. Omodelo de desenvolvimentoadotado pelo Open Source,em comunidade e colaborati-vo, depende de alguns fatorespara deslanchar. Um deles aatratividade do pro jeto. Quantomais popular e atrativo o proje-to, maior a comunidade envolvi-

    da. Por outro lado, projetoscom pouca atrao no conse-guem aglutinar uma comunida-de significativa.

    As pesquisas e a prticanos sinalizam algumas primei-ras pistas que nos ajudam aidentificar porque um projeto ob-

    tm sucesso e outros fracas-sam. Uma primeira observaocontraria a teoria inicial, quan-do do surgimento dos primei-ros pro jetos, que propunhaque o open source seria desen-volvido por uma comunidadede adolescentes e estudantescom pouca experincia em pro-gramao. No verdade: os

    projetos de sucesso so frutoprincipalmente da contribuiode desenvolvedores profissio-nais. Conclui-se que open sour-ce coisa de profissional eno de amadores. Um estudointeressante sobre o Linux, pu-blicado pela prpria Linux Foun-dation, mostra este fato deforma inquestionvel(http://www.linuxfoundation.org

    /publications/whowriteslinux.pdf). O estudo diz The top 10contributors, including thegroups unknown and none

    make up nearly 70% of the to-tal contributions to the kernel.It is worth noting that, even ifone assumes that all of theunknown contributors wereworking on their own time, over70% of all kernel developmentis demonstrably done by deve-lopers who are being paid fortheir work.

    Outra observao prticademonstra que um fator crticode sucesso o papel executa-do pelo mantenedor. Uma cla-ra, slida e reconhecidaliderana essencial ao suces-so do pro jeto. E, ao contrriodo que se imagina popularmen-te, um projeto de sucesso de-pende de uma estruturahierrquica para ser concludoa contento. Deve haver umaclara e reconhecida regra desubordinao entre o mantene-dor, os lderes e os demaiscontribuidores para que o proje-to obtenha sucesso. O exem-plo do Linux emblemtico.Existe uma hierarquia, com Li-nus Torvalds decidindo em lti-ma instncia que patches

    sero aceitos na nova versodo kernel e quais no o sero.Ou seja, o projeto de opensource no catico e desor-ganizado. Por outro lado a hie-rarquia no formal, mas aceita por fatores como compe-tncia e mritos profissionais. meritocrtica por excelncia.

    Mas, um dos aspectos

    Uma clara, slida e

    reconhecida liderana essencial aosucesso do projeto. E, ao contrriodo que se imagina popularmente, umprojeto de sucesso depende de umaestrutura hierrquica...

    Cezar Taurion

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    COLUNA CEZAR TAURION

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    ainda pouco conhecidos dosprojetos de open source a re-al motivao dos voluntrios.O que os motivam a dedicar

    tempo e esforo a colaborarcom um projeto em que aparen-temente no obtm ganhos fi-nanceiros?

    Conhecer esta motivao importante para conhecer asustentabilidade do modelo.

    Muitos esforos tem sidofeitos nesta direo. Pesquisascom comunidades de desenvol-

    vedores j tem apontado algu-mas pistas. Uma fortemotivao a intrnseca, ondeo desenvolvedor desenvolve ati-vidades que considera agrad-veis. Como no existempresses por prazo ou cobran-as por tarefas alm da capaci-dade individual (o limite dacompetncia e do desafio tcni-

    co determinado pelo prpriodesenvolvedor), participar deum pro jeto de open source tor-na-se um trabalho agradvel. diferente de um trabalho en-quanto empregado em uma em-presa, pois neste as pressespor prazo e exigncias acimada capacidade tcnica tornam-se altamente estressantes. Exis-te tambm a motivao causa-da pelo senso de participaoem uma comunidade, com su-as obrigaes e recompensas.Participar de uma comunidadede open source e ser reconheci-do pelos pares torna-se um fa-tor altamente motivador.

    Mas existe tambm a moti-vao extrnseca, que se refle-te em compensaes como

    evoluo profissional (chancede participar de um pro jeto co-nhecido internacionalmente),evoluo tcnica (chance de de-

    senvolver tcnicas de progra-mao que no podem serobtidos em trabalhos regula-res) e obviamente oportunida-des de melhorempregabilidade, pela exposi-o a uma rede de contatosmuito maior e influente. Existetambm, claro a compensa-o financeira pela oportunida-de de explorar servios em

    torno do open source.

    As pesquisas demons-tram claramente que uma comu-nidade envolvida em um opensource de sucesso abriga cola-boradores com diversas e varia-das motivaes. umacomunidade heterognea pelasua prpria natureza e as moti-vaes no podem ser foca-das apenas em um ou outroaspecto.

    medida que o projetodo open source evolui e obtmuma maior utilizao e reconhe-cimento pelo mercado, torna-se parte importante do conjun-to de softwares essenciais sempresas, como o Eclipse, Apa-che e o Linux. Nesta situaoidentifica-se que uma parcelasignificativa dos seus desenvol-vedores so remunerados, mui-tas vezes pelas empresas daprpria indstria, que j cria-ram dependncia do softwaree no podem se dar o luxo dever o projeto desaquecer.Alm disso, pela experincia etecnologia que agregam co-

    munidade, acabam por influen-ciar, direta ou indiretamente,os rumos do projeto.

    Como no poderia deixar

    de ser, as pesquisas demons-tram que os colaboradores querecebem remunerao (diretaou indireta) pela sua colabora-o tendem a dedicar muitomais horas e energia ao proje-to de open source que os quecontribuem apenas por prazere diverso.

    Entender o processo

    Open Source abre novas opor-tunidades de desenvolvimentode projetos por parte de empre-sas de software, que mesmosem capital suficiente, poderi-am, sob o abrigo do modelo co-laborativo desenvolver projetosque seriam impossveis no mo-delo tradicional.

    indiscutvel que as inte-

    raes entre projetos de opensource e empresas de softwa-re privadas esto se tornandocada vez mais comuns. O mo-vimento do open source j no mais visto como um romnti-co movimento ideolgico e sim j encarado como alavanca-dor de modelos de negciossustentveis e complementa-

    res aos tradicionais modelosda indstria de software.

    CEZAR TAURION Gerente de NovasTecnologias da IBMBrasil.Seu blog estdisponvel emwww.ibm.com/developerworks/blogs/page/ctaurion

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    Oi pessoal, tudo bom?Sou a Krix e moro em Recife-PE, atualmente atuo comoAdministradora de SistemasUnix/Linux no C.E.S.A.R. Apartir desta edio da revistaestarei todos os meses com

    vocs, procurando sempretrazer alguma matria comtemas interessantes e aguardoas crticas cronstrutivas esugestes de todos vocs...

    Pois ento... No de ho- je que as mulheres vem con-quistando seu espao emdiversas reas e podemos darclaros exemplos aqui como, na

    medicina, advocacia, jornalis-mo, arte e diversas outras masem TI, ser que so tantas co-mo nas outras? Infelizmenteainda no e podemos ver issonos cursos universitrios ondede uma turma 50 alunos 3 so

    do sexo feminino.Nesses ambientes mascu-

    linos normalmente acontecemdiversos tipos de brincadeirase piadinhas das mais inconve-nientes possveis e isso comcerteza afasta boa parte dasmulheres, principalmente quan-do no tem nenhuma outra nosetor. No podemos esquecer

    COLUNA TEM MULHER NA REA: O QUE OS HOMENS ACHAM DISSO?

    TTeemm mmuullhheerr nnaarreeaa::OO qquuee oo hhoommeennss aacchhaamm ddiissssoo??PPoorr KKrriixx AAppoolliinnrriioo

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    Jorge Vicente

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    tambm da sociedade que recri-

    mina logo quando a mulhertem que ficar at mais tarde notrabalho o que acontece combastante frequncia em algunssetores.

    Para entrar e se manternessa rea alm de seu conhe-cimento, ela tem que ter um pul-so firme e muitas vezes ser achata, para que ela possa ter

    respeito e reconhecimento pro-fissional e por conta da mu-lher, normalmente ter umadupla jornada de trabalho ondeuma em casa e a outra na em-presa faz com que ela tenhaum destaque maior que o ho-mem, por ser mais organizada,paciente, dedicada e saber ou-vir mais o que de grande va-

    lor principalmente em cargos

    de gesto e liderana.Conversando com alguns

    rapazes e perguntando sobresuas opinies sobre as mulhe-res que eles conhecem e/ou tra-balham com eles, algumas desuas opinies foram que noolham a mulher nessa rea co-mo uma pessoa do sexo femini-no mas sim como um

    profissional do sexo femininoonde toda e qualquer atividadetcnica pode ser realizada comcompetncia, pois na verdade uma questo de aptido eno de sexo.

    Outros ressaltaram o fatode serem caprichosas e preo-culpadas com detalhes almde quebrarem a atmosfera

    sombria com enfeites e bichi-nhos em suas mesas e dandomais vida e alegria as empre-sas. Falaram tambm da garra

    e dedicao a vida profissionale acadmica que para elas an-dam lado a lado, pelo menospara a maioria, fazendo comque elas ganhem ainda maisdestaque.

    J outro comentou algobastante interessante dizendoque as mulheres tem um pro-cessamento multi-tarefa, ao

    contrrio do homem que procu-ram normalmente focar somen-te uma coisa.

    Um dos comentrios queachei bem interessante foi ode que para as mulheres mais difcil aguentar a rotinade trabalho alta, precisando al-gumas vezes passar noites naempresas ou em clientes, sem

    contar algumas viagens de lti-ma hora que muitas vezesacontecem.

    Como mulher posso dizerque o mercado est de portasabertas e a espera de profissio-nais independentementes dosexo, o que preciso compe-tncia, garra e principalmentegostar de desafios, pois isso

    algo comum nessa rea.

    Conversando

    com alguns rapazes e perguntandosobre suas opinies sobre asmulheres que eles conhecem e/outrabalham com eles, algumas desuas opinies foram que no olham

    a mulher nessa rea como umapessoa do sexo feminino, massim um profissional do sexofeminino...

    KRIX APOLINRIO graduada emInternet e Redes deComputadores eatua comoAdministradora deSistemas Unix/Linuxdo C.E.S.A.R.

    Krix Apolinrio

    COLUNA TEM MULHER NA REA: O QUE OS HOMENS ACHAM DISSO?

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    Mark Surman est no ne-gcio de ligar as coisas: pesso-as, ideias, tudo. Um ativistacomunitrio de tecnologia hquase 20 anos, Mark atual-mente o diretor executivo daFundao Mozilla, com focoem inventar novas maneirasde promover a abertura e asoportunidades na Internet. Poroutro lado, Mark convocadiscusses sobre "tudo aberto"em sua cidade natal de Toron-to e em todo o mundo. Em suapassagem pelo Brasil nestems de maro para a divulga-o do Mozilla Drumbeat, Markconcedeu esta entrevista exclu-siva Revista Esprito Livre.

    Revista Esprito Livre:Quem Mark Surman? Apre-sente-se aos nossos leitores.

    Mark Surman: Huuum...Acredito ser uma pessoa quese preocupa que todos no mun-do sejam ouvidos, oportuna-mente podendo modificar,modelar o seu mundo e um lu-gar melhor.

    Foi por isso, que quandoadolescente participei umaespecie de Cinema-Punk. Is-so tambm um motivo peloqual amo a internet e o opensource, porque nos permite demodificar o mundo, de inventarhistrias novas.

    EEnnttrreevviissttaaccoomm MMaarrkk SSuurrmmaann,,ddiirreettoorr eexxeeccuuttiivvoo ddaaFFuunnddaaoo MMoozziillllaaPPoorr FFiilliippee SSaarraaiivvaaee JJoooo FFeerrnnaannddoo CCoossttaaJJnniioorr

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    Photo by

    CCAAPPAA EENNTTRREEVVIISSTTAA CCOOMM MMAARRKK SSUURRMMAANN

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    Se quiser mais informa-es ve ja o link: http://com-monspace.wordpress.com/about/.

    REL: Como comeouseu trabalho de "conectarpessoas, ideias e tudomais"? Ele surge necessaria-mente de sua relao com atecnologia ou voc j era ati-vista antes de mexer comcomputadores e software li-vre/open source?

    MS: Sinceramente nosei se fui um "bom rapaz", massempre fui interessado a conec-tar coisas, particularmente pes-soas e ideias, e o OpenSourceme deu essa possibilidade. Tal-vez isso se ja resultado do meuativismo precoce, e do meu inte-resse na literatura de pessoascomo Gandhi, que me fizeram

    entender que somos melhoresjuntos do que sozinhos, que so-mos maiores quando somosum grupo.

    REL: Como sua partici-pao em organizaes filan-trpicas, voluntariado eprojetos sociais o ajudaram

    a trabalhar e desenvolver pro- jetos na Mozilla? Voc achaque sua experincia adquiri-da nessas instituies o fazrealizar um trabalho melhorcomo diretor executivo daFundao Mozilla?

    MS: Obviamente! Somosuma organizao sem fins lucra-tivos, somos uma comunidade

    que existe com o propsito deproteger a natureza livre da in-ternet. Precisamos trabalhar co-mo uma iniciativa filantrpica

    mesmo de umjeito muito inova-dor, por isso as minhas experi-ncias passadas me ajudammuito por aqui.

    REL: Nos fale um pou-co sobre os projetos que aFundao Mozilla desenvol-ve com foco para uma Inter-net mais livre, participativa e

    includente.MS: Praticamente todo

    mundo conhece o Firefox. Es-se um projeto que a Mozillainiciou com o ob jetivo focadoao manter a Web livre e aber-ta. O Internet Explorer foi o lea-der por muito tempo, e comisso Microsoft sempre manteveos padres livres/abertos lon-

    ge da web, impedindo o traba-lho desse gigantescomecanismo de criatividade einovao (internet). Com o de-senvolvimento de um browserque era melhor, que as pesso-as queriam, mais seguro e orga-nizado ns contribumosdiretamente para uma webmais livre.

    REL: Durante este msde maro, voc esteve no Bra-sil para o lanamento do Mozil-la Drumbeat. Nos fale umpouco sobre este projeto eseus objetivos, e como se da-r a relao entre a FundaoMozilla e a comunidade quese formar em torno dele.

    MS: Mozilla Drumbeattem como ob jetivo ajudar aspessoas que querem utilizar astecnologias da web em novas

    maneiras para melhorar e pro-teger a internet aberta, no setrata somente de softwares, is-so vai alm, como na educa-o, na produocinematogrfica, na prpria ar-te. Drumbeat /ser feita porpessoas que criam coisas mui-to concretas e que de formaconcreta contribuem para man-ter a rede sempre livre.

    No centro de tudo isso,existe uma srie de pro jetos eeventos que todos podem parti-cipar e at mesmo ajudar a or-ganizar. A ideia fazer comque ele funcione nos moldesdos projetos open source, coma participao e trabalho cola-borativo como o "motor" princi-pal de nosso carro. Osprimeiros eventos sobre Drum-beat aconteceram na ltima se-mana, em So Paulo e Rio deJaneiro.

    Citando um exemplo: umdos pro jetos no qual estamosenvolvidos se chama "Web Ma-de Movies", trata-se de uma s-rie de documentarios online,onde a "legiao" (as pessoas)da web pode a judar a contar ahistria da web at ho je, comogostaramos que fosse daqui aum sculo, basicamente ummodo open source de fazer ci-nema, onde todos que conse-guem apertar o boto recpodem contribuir. Tambm um espao aonde os "hackers"podem demonstrar todas as

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    CAPA ENTREVISTA COM MARK SURMAN

    http://commonspace.wordpress.com/about/http://commonspace.wordpress.com/about/http://commonspace.wordpress.com/about/http://commonspace.wordpress.com/about/http://commonspace.wordpress.com/about/http://commonspace.wordpress.com/about/http://revista.espiritolivre.org/http://commonspace.wordpress.com/about/http://revista.espiritolivre.org/
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    possibilidades criativas que po-demos ter quando nos libera-mos de tecnologias comoFlash. E como tudo isso pode

    a judar a web? A juda principal-mente compreend-la, mascom certeza far luz sobre osnovos usos de tecnologias li-vres na web, iluminaro pala-vras como "Isso possivel".

    REL: Durante sua visitaao Brasil no ano passado, du-rante o FISL, voc deu uma

    palestra sobre educao pa-ra uma Web aberta, inclusivefalando sobre a iniciativa Mo-zilla Education. Nos fale umpouco sobre este projeto.

    MS: Mozilla Education foi(em parte ainda ) um mix detentativas e experimentos volta-dos educao atravs doopen source. Alguns deles con-

    tinuam at ho je a usar essabandeira, um caso especial dis-so o "Seneca College", ondeos estudantes podem contri-buir com o desenvolvimento deFirefox e outros softwares Mozil-la, outros tambm migraram aoprojeto Drumbeat. Outro exem-plo o Peer2Peer, um progra-ma universitrio que ensina a

    elaborar o desenvolvimentodas capacidades.

    REL: Voc acredita quea web pode ser usada comouma importante ferramentade ensino e educao de pes-soas distantes dos grandescentros? Como voc imagi-na uma poltica pblica para

    a educao que pudesse fa-zer um inteligente uso destatecnologia?

    MS: Talvez eu no tenhaentendido bem, mas acredito

    cegamente que o uso corretoda tecnologia para a instruo(formao participativa atravsda tecnologia possa abrir no-vas oportunidades para as pes-soas que no esto nosgrandes centros. Acredito tam-bm, que o uso educacionaldas tecnologias podem contri-buir para a formao das capa-

    cidades criativas dos jovens.Os governos deveriam apoiare ajudar todos os projetos e ini-ciativas que tem isso como ob-jetivo.

    REL: Voc acha que asuniversidades deveriam in-vestir mais no desenvolvi-mento e uso de softwares

    livres? O que voc percebena relao entre estas insti-tuies e a comunidade dedesenvolvimento?

    MS: Para mim depende

    muito da universidade. A Mozil-la colabora com grandes uni-versidades em todo o mundoatravs de inmeras iniciativasopen source, seja como desen-volvimento ou como uso final.Mas concordo que o nmeropoderia ser muito maior.

    Para mim, a grande dife-rena no que o open source

    esteja presente nas universida-des, mas sim que esteja pre-sente o open sourcedirecionado para educao eensino. A ideia verdadeira desoftware livre e "hacking" den-tro das universidades umamaneira de permitir que existaum processo natural de apren-dizado, e no somente atravs

    Acredito que o uso

    educacional das tecnologias podemcontribuir para a formao dascapacidades criativas dosjovens. Osgovernos deveriam apoiar e ajudartodos os projetos e iniciativas que

    tem isso como objetivo.Mark Surman

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    CAPA ENTREVISTA COM MARK SURMAN

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    dos mtodos velhos com apre-sentaes em um formato qua-se cientificamenteincompreensvel, com o opensource conseguimos aprenderatravs de cdigos verdadei-ros e comunidades que real-mente existem.

    REL: H vrios projetostramitando ou aprovados emgovernos espalhados pelomundo que criam uma postu-ra de vigilncia e ateno so-bre os usos que osinternautas fazem da rede.Como voc avalia essa situa-o?

    MS: A internet nasceu ecresceu como algo a que to-dos teriam acesso, como umarede neutra. Aonde no seja ne-cessrio uma autorizao paracriar uma pgina, ou para de-senvolver um novo aplicativo.A origem de toda a criatividadee inovao da internet, est no

    prprio fator liberdade. No po-dem ser criadas leis para des-truir essa liberdade.

    REL: Recentemente, oGoogle retirou o filtro oficialde contedo imposto pelo go-

    verno chins naquele territ-rio. Como voc avalia estapostura? E quanto a outrasempresas com servios debusca, e contas de e-mailque filtram contedo e, inclu-sive, tem histrico de colabo-rao com o governodaquele pas?

    MS: Mais uma vez, acredi-

    to que a posio neutra da re-de e a liberdade este jam nabase de tudo o que permite in-ternet de ser assim to til e im-portante. Devemos mant-lalivre se queremos que ela conti-nue a existir.

    REL: Compartilhe conos-co: qual a viso da web do fu-

    turo, segundo Mark Surman?

    MS: Bem, eu ve jo um ce-nrio cheio de esperana, quea web ser ainda mais livre a

    aberta que ho je. Vejo que acultura de colaborao e parti-cipao que comeamos aconstruir conseguiu realmenteatingir toda a sociedade, edu-cao, arte, cincia, governo.

    Mas do outro lado, as coi-sas tambm poderiam andarmal, muito mal. Corremos o ris-co de viver a censura e a filtra-

    gem, mesmo acreditando queas pessoas no permitiriam is-so. O risco maior perder a li-berdade, com cada vez maisdados e informaes pessoaisna "nuvem" estamos su jeitos aver o prestador de servio sen-tado no banco do motorista, eisso no pode acontecer, deve-mos sempre ter o controle total

    do que temos na nuvem.

    REL: Para finalizar, dei-xe algumas palavras para osnossos leitores.

    MS: A coisa principal lembrar sempre que a liberdadena web tao importante como aliberdade que temos no nosso

    prprio computador e que os en-tusiastas do OpenSource, temum papel fundamental em man-ter a web livre e aberta por umlongo perodo.

    Acredito que a posioneutra da rede e a liberdadeestejam na base de tudo o quepermite internet de ser assim totil e importante.

    Mark Surman

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    CAPA ENTREVISTA COM MARK SURMAN

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    A internet uma estrutu-ra de comunicao distribuda.Ela no uma nica rede, masuma rede de redes. Exatamen-te por isso, uma estruturabem flexvel e que se expandeindependentemente da autoriza-o de um centro. Para poderfuncionar e articular todos osseus ns, a internet tambmuma estrutura de controle. Nose navega na internet sem umnmero IP (Internet Protocol).Para se ligar Internet preci-so aceitar suas regras de con-trole que esto consolidadasno con junto de protocolosTCP/IP e em diversos outros.

    Afirmar que a internet uma estrutura de controle nosignifica dizer que o contedode sua comunicao seja con-trolado. Significa que o contro-le tcnico vital paraassegurar a comunicao ve-loz e relativamente precisa en-tre pontos distantesconectados rede das redes.Implica dizer que um computa-dor s pode interagir em redese puder ser de algum modoidentificado para receber o re-torno da informao solicitada.Sem dvida, o controle tcnicopode ser usado para se obteroutros tipos de controle.

    INDSTRIAS DO COPYRIGHTATACAM PRIVACIDADE EREDES P2PPor Srgio Amadeu de Almeida

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    Asif Akbar - s

    CAPA INDSTRIAS DO COPYRIGHT ATACAM PRIVACIDADE E REDES P2P

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    O governo chins utiliza aestrutura de controle da inter-net para perseguir o rastro digi-tal daqueles que enviam

    mensagens ou fazem postsque so considerados agressi-vos ao Estado. Na China, o con-trole da camada fsica dainternet realizada pelos prove-dores de contedos utilizadopara identificar pessoas queso consideradas inimigas doregime. O rastro digital, comoescreveu Alexander Galloway, como uma srie de pegadas

    na neve e permite que os admi-nistradores dos provedores debackbone (das redes de alta ve-locidade) e dos provedores deacesso saibam qual o pontode conexo que est com umdeterminado IP, bem como, per-mite saber todos os sites aces-sados por aquele IP.

    Por isso, recentemente,no dia 2 de maro de 2010, omais alto Tribunal do Poder Ju-dicirio alemo declarou incons-titucional a lei que obrigava osprovedores de internet daquelepas a armazenarem os logsde seus usurios. O log o da-do que o provedor possui queidentifica de quem a contaque usou um determinado IP.

    Esses dados eram guardadospor seis meses, incluindo, a ge-olocalizao de quem os usou.O Tribunal alemo considerouque fazer isso generalizada-mente equivaleria a tornar to-dos os internautas alemessuspeitos de crimes, inverten-do a lgica da Justia e abrin-do espaos inaceitveis para a

    violao da privacidade.(http://bugbrother.blog.lemon-de.fr/2010/03/02/la-cybersurveil-lance-est-anticonstitutionnelle-e

    n-allemagne/#xtor=RSS-32280322)

    Sem dvida, necessrioimpedir que as possibilidadesde controle tcnico da internetse transformem em controle po-ltico ou em controle criativo.Existem poderosos interessesque foram afetados pela comu-nicao distribuda, principal-

    mente das corporaes quecontrolavam os canais de pro-duo e distribuio de bensculturais. Existem ainda gru-pos conservadores que que-rem levar o mundo a umestado de total vigilantismocom o pretexto de combater oterrorismo. Neste sentido, a in-ternet uma construo inc-moda. As grandescorporaes da velha indstriacultural e os grupos ultraconser-vadores querem mudar a din-mica da rede, principalmentesuperdimensionando os aspec-tos de controle e reduzindo aspossibilidades de comunicaolivre. Por isso, importante ob-servar o que Bruce Schneier,um dos maiores especialistas

    em segurana de computado-res escreveu em seu blog(http://www.schneier.com/blog/archives/2008/05/our_data_our-sel.html). O trecho longo,mas extremamente esclarece-dor:

    "Na era da informao, to-dos ns temos uma sombra de

    dados.

    Deixamos de dados ondequer que formos. No so so-mente as nossas contas banc-

    rias e carteiras de aes, ouas nossas faturas detalhadas,listando todas as compras docarto de crdito e telefone-mas que fazemos. So tam-bm sistemas automticos decobrana de pedgios, cartesde afinidade dos supermerca-dos, caixas eletrnicos e assimpor diante.

    Os dados so tambmnossa vida. Nossas cartas deamor e conversas amigveis.Nossos e-mails e mensagensde SMS. Nossos planos de ne-gcios, estratgias e conver-sas pessoais. Nossasinclinaes polticas e posi-es. E estes so apenas osdados que so registrados de

    nossas interaes. Temos nos-sas sombras de informaesnos bancos de dados de cente-nas de corretores de corpora-es ... e nem podemos saberse os dados que possuem so-bre ns so corretos.

    O que acontece com osnossos dados acontece conos-co.

    ... Quando so aplicadospara se obter um emprstimobancrio, os nossos dados de-terminam se somos ou no ca-pazes de obt-lo. Quandotentamos embarcar em umavio, so nossos dados quedeterminam se somos procura-dos... Se o governo quer nosinvestigar eles esto mais pro-

    Revista Esprito Livre | Maro 2010 | http://revista.espiritolivre.org

    CAPA INDSTRIAS DO COPYRIGHT ATACAM PRIVACIDADE E REDES P2P

    http://bugbrother.blog.lemonde.fr/2010/03/02/la-cybersurveillance-est-anticonstitutionnelle-en-allemagne/#xtor=RSS-32280322http://bugbrother.blog.lemonde.fr/2010/03/02/la-cybersurveillance-est-anticonstitutionnelle-en-allemagne/#xtor=RSS-32280322http://bugbrother.blog.lemonde.fr/2010/03/02/la-cybersurveillance-est-anticonstitutionnelle-en-allemagne/#xtor=RSS-32280322http://bugbrother.blog.lemonde.fr/2010/03/02/la-cybersurveillance-est-anticonstitutionnelle-en-allemagne/#xtor=RSS-32280322http://bugbrother.blog.lemonde.fr/2010/03/02/la-cybersurveillance-est-anticonstitutionnelle-en-allemagne/#xtor=RSS-32280322http://bugbrother.blog.lemonde.fr/2010/03/02/la-cybersurveillance-est-anticonstitutionnelle-en-allemagne/#xtor=RSS-32280322http://www.schneier.com/blog/archives/2008/05/our_data_oursel.htmlhttp://www.schneier.com/blog/archives/2008/05/our_data_oursel.htmlhttp://bugbrother.blog.lemonde.fr/2010/03/02/la-cybersurveillance-est-anticonstitutionnelle-en-allemagne/#xtor=RSS-32280322http://bugbrother.blog.lemonde.fr/2010/03/02/la-cybersurveillance-est-anticonstitutionnelle-en-allemagne/#xtor=RSS-32280322http://bugbrother.blog.lemonde.fr/2010/03/02/la-cybersurveillance-est-anticonstitutionnelle-en-allemagne/#xtor=RSS-32280322http://bugbrother.blog.lemonde.fr/2010/03/02/la-cybersurveillance-est-anticonstitutionnelle-en-allemagne/#xtor=RSS-32280322http://bugbrother.blog.lemonde.fr/2010/03/02/la-cybersurveillance-est-anticonstitutionnelle-en-allemagne/#xtor=RSS-32280322http://bugbrother.blog.lemonde.fr/2010/03/02/la-cybersurveillance-est-anticonstitutionnelle-en-allemagne/#xtor=RSS-32280322http://www.schneier.com/blog/archives/2008/05/our_data_oursel.htmlhttp://www.schneier.com/blog/archives/2008/05/our_data_oursel.htmlhttp://www.schneier.com/blog/archives/2008/05/our_data_oursel.htmlhttp://www.schneier.com/blog/archives/2008/05/our_data_oursel.htmlhttp://revista.espiritolivre.org/http://bugbrother.blog.lemonde.fr/2010/03/02/la-cybersurveillance-est-anticonstitutionnelle-en-allemagne/#xtor=RSS-32280322http://www.schneier.com/blog/archives/2008/05/our_data_oursel.htmlhttp://revista.espiritolivre.org/
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    pensos a pegar nos computado-res do que ir procur-los emnossas casas. Ele possui umagrande quantidade de dados so-

    bre ns e nem sequer preci-sam de um mandado.

    Quem controla nossos da-dos controla as nossas vidas.

    verdade. Quem contro-la nossos dados pode decidirse podemos obter um emprsti-mo bancrio, se podemos em-barcar em um avio ou entrarem um pas. Ou, ainda, definirque tipo de desconto recebere-mos de um comerciante ou co-mo ns seremos tratadoscomo clientes. Um potencial em-pregador pode, ilegalmentenos Estados Unidos, analisarnossos dados mdicos e deci-dir se quer ou no nos ofere-cer um emprego. A polcia, deposse dos nossos dados, pode

    decidir se h ou no o risco desermos terroristas. Se um crimi-noso se apossar de muitos dosnossos dados, poder abrir os

    cartes de crdito em nosso no-me, retirar quantias de dinheirodas nossas contas de investi-mento e, mesmo, vender nos-sa propriedade. O roubo deidentidade a prova definitivade que o controle de nossos da-dos um meio de controle dasnossas vidas.

    Precisamos ter de volta

    nossos dados.Nossos dados so parte

    de ns. Eles so ntimos e pes-soais. Temos os direitos bsi-cos sobre eles. Eles devem serprotegidos do contato indeseja-do. Precisamos de uma leiabrangente de privacidade dedados. Esta lei deve proteger to-das as nossas informaes,

    no se limitando apenas s in-formaes financeiras ou desade. Deve limitar a capacida-de dos outros para comprar e

    vender nossas informaessem o nosso conhecimento econsentimento. Deve nos asse-gurar o direito de saber quaisinformaes os outros detmsobre nossas vidas, bem co-mo, de corrigi-las quando en-contramos falhas em suasdescries. Deve evitar que ogoverno acesse nossas infor-maes sem superviso judici-

    al."

    (Traduo livre retiradado texto "Our Data, Oursel-ves", disponvel:http://www.schneier.com/blog/archives/2008/05/our_data_our-sel.html).

    O alerta de Bruce Schnei-

    er nos permite compreenderos motivos pelos quais captu-rar os fluxos de informao di-gital to importante do pontode vista econmico e poltico.Para evitar que nosso perfil enosso comportamento sejammapeados pelas grandes cor-poraes e governos, dadasas facilidades existentes a par-

    tir de nossa vida digital, preci-so aprovar leis que garantamcondies bsicas de privacida-de. Todavia, a defesa da priva-cidade, ho je, consideradasecundria diante da defesado sistema de copyright. Emvrios pases do mundo, a jun-o de interesses das indstri-as da intermediao de bensculturais e das operadoras de

    As grandes corporaes

    da velha indstria cultural e osgrupos ultraconservadores queremmudar a dinmica da rede,principalmente superdimensionandoos aspectos de controle e

    reduzindo as possibilidades decomunicao livre.Srgio Amadeu

    Revista Esprito Livre | Maro 2010 | http://revista.espiritolivre.org

    CAPA INDSTRIAS DO COPYRIGHT ATACAM PRIVACIDADE E REDES P2P

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    telecom tem gerado ataquessistemticos a dinmica origi-nal da Internet. As operadorasquerem cobrar de modo diferen-

    ciado o trfego de pacotes deinformaes em suas redes,por isso, querem cobrar maispelo uso de redes P2P. As in-dstrias do copyright acredi-tam que se no bloquearem ocompartilhamento de arquivosdigitais perdero lucratividadee inviabilizaro seus negcios,por isso, querem mecanismosque permitam identificar os in-

    ternautas que trocam msicase vdeos na rede. Em sntese,tal coligao de interesses visaatacar o princpio da neutralida-de na rede e garantir leis quemantenham os internautas iden-tificados, para poderem ser aci-onadosjudicialmente.

    HADOPI DE SARKOZYNO PASSA PELA CMARADOS LORDES

    Em 2009, o presidente daFrana, Nicholas Sarkozy, con-seguiu aprovar uma lei contraas redes P2P, em particular, econtra o compartilhamento dearquivos digitais, em geral. Alei chama-se HADOPI que o

    acrnomo de Haute Autoritpour la diffusion des oeuvreset la protection des droits sur In-ternet, a alta autoridade pela di-fuso das obras e a proteodos direitos na internet, nomedo organismo criado por ela pa-ra aplicar as sanes previstaspela mesma.

    A lei HADOPI permite

    que a comisso receba das gra-

    vadoras e empresas de copy-right listas de IPs suspeitos deviolar os direitos de autores.Alm disso, os provedores te-ro que investigar o fluxo de da-dos de quem estiverparticipando de uma rede P2P. importante notar que o nicomodo dos provedores fazeremisto violando a privacidade eolhando o contedo dos arqui-vos que estiverem sendo com-partilhados. Pela lei