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Capacidade de investimento será o ponto crucial para definir o futuro daexploração do petróleo no pré-sal. Não por menos este é o tema principal destaedição da Guiaoffshore Magazine, que surge para reunir numa só revista asnossas publicações especializadas Produtos&Serviços e Cursos&Carreiras.

Na linha de frente de busca por recursos, a Petrobras se dispõe, no papel, ainvestir mais de US$ 220 bilhões até 2014. Mas está de mãos atadas por contada capitalização, que ocorrerá a partir da concessão de 5 bilhões de barris pelaUnião, e é tida como a maior operação do gênero no mundo.

Caso não realize rapidamente este lançamento de ações, a Petrobras terá duassaídas: reduzir investimentos ou aumentar a dívida. Se optar pela última, perderáseu grau de investimentos, e com ele os benefícios de tomar financiamentos commelhores condições. Como pano de fundo, para tornar o cenário ainda maisinebriante, estão as eleições, que dão o tom apaixonado das críticas do lado daoposição e cauteloso da parte do governo.

Interessadas em disputar parte dos esperados investimentos que movimentarãoo mercado petrolífero offshore nos próximos anos, as micro, pequena e médiasempresas vão à luta em busca de recursos. E, como avalia as reportagens deRegina Teixeira, os bancos estatais parecem dispostos a participar do jogofinanceiro. O BNDES larga com vantagem, não apenas pela condição de principalagente repassador dos recursos do Fundo da Marinha Mercante, que deverátransferir ao mercado este ano R$ 15 bilhões, mas também por criar condiçõesde crédito específicas para atendimento de diferentes portes dessas empresas.

O Banco do Brasil criou este ano linha de crédito própria para o setor navaloffshore, que em apenas três meses resultaram em R$ 2 bilhões em operações.Mais R$ 2,5 bilhões em crédito serão concedidos ao setor até dezembro. Dispostaa seguir o mesmo caminho, a Caixa também criou um departamento exclusivopara atender ao segmento petrolífero e está prestes a também se tornarrepassadora dos recursos do Fundo da Marinha Mercante.

De olho nas oportunidades de emprego que, certamente, surgirão nos próximosanos, os profissionais do mercado de petróleo e gás ou os que pretendem ingressarnele buscam ampliar a capacitação pessoal. A falta de mão de obra especializadacriou, inclusive, um novo fenômeno no Brasil: a importação de mão de obraestrangeira de alto nível, que aporta no país para trabalhar sobretudo na exploraçãoe produção offshore, como atesta nossa equipe de reportagem.

Para o governo e para especialistas em legalização de estrangeiros, o fenômenose deve à crescente onda de investimentos na indústria petrolífera, e também àrecente consolidação da economia nacional.

Não sabem dizer ao certo se o fato é passageiro, mas os profissionais brasileiroscomeçam a abrir o olho.

A dobradinha capital e trabalho parece que também será decisiva na definição doque a indústria petrolífera offshore poderá dar de retorno à sociedade brasileira.Por enquanto, o que podemos dizer, assim como o tema de capa desta revista, éque o futuro do pré-sal é enigmático.

Boa leitura a todos.

Marco Antonio Monteiro

Redação: Marco Antonio Monteiro (Editor), Regina Teixeira, ThaisFernandes (Repórteres), Luiz Eduardo Velloso (Fotógrafo) MarinaLazzarotto (Pesquisa)

Colaboradores (Artigos): Silvio Celestino e Adriano Bravo

Arte e Diagramação Lourenço Maciel

Publicidade / Comercial: José Zille ([email protected])

Telefone da Redação (21) 2240-5077 – Email: [email protected]

Endereço (sede própria): Rua Evaristo da Veiga, 35 sala 1512 – Centro –Rio de Janeiro – CEP 20031-040

A revista Gui@offshore Magazine é uma publicação da editora MCMComunicação Ltda, proprietária do portal Gui@offshore(www.guiaoffshore.com.br).

A versão digital desta revista pode ser lida no seguinte endereço:http://www.guiaoffshore.com.br/revista_gm.pdf

GUI@@@@@OFFSHOREM A G A Z I N E

EDITOR

O enigma da capitalização da Petrobras

2

A hora e a vez das microempresas noBNDES

4

Caixa cria linha de R$ 2 bilhões parafinanciar a área petrolífera

10

BB financia até 90% do valor do projeto daindústria naval

12

Petrobras quer ampliar sua base defornecedores entre as micro e pequenasempresas

15

Expansão do setor petrolífero impulsionaempresas a realizar novos investimentos

18

Formação de Profissionais com nível deexcelência

20

Uso de mão de obra estrangeira avançavelozmente na área petrolífera

23

AVEVA anuncia parceria com o SENAI paratreinar engenheiros de projeto no Brasil

26

Demanda por mão de obra qualificada estáem alta na área petrolífera

28

O desafio de recrutar profissionaisqualificados para atender a demanda dosetor de óleo e gás

31

Processo seletivo exige múltiplashabilidades de candidato e até empatiacom entrevistador

32

Adaptação é a palavra-chave paraprofissionais offshore

34

A difícil arte de formar o líder vindo dacarreira técnica

35

S U M Á R I O

magazine Produtos, Serviços, Cursos & CarreirasSetembro 2010

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O enigma da capitalizaçãoda Petrobras

FINANÇAS

Administração de gigantesco volume de recursos epolítica partidária nunca combinaram muito no Brasil.E justamente neste momento, no calor do debate pré-eleitoral, tenta-se definir o processo de capitalizaçãoda Petrobras, tido como maior da história da economiamundial, que se dará por meio de cessão onerosa pelaUnião de 5 bilhões de barris. A sua conversão emdinheiro que, para analistas de mercado, poderá chegara até US$ 50 bilhões, servirá para a estatal deslancharinvestimentos superiores a US$ 220 bilhões até 2014.

De um lado, a Petrobras, respaldada por seus acionistasminoritários e mercado financeiro em geral, defendeuma operação rápida, precisa e pelo menor valorpossível a ser pago por barril, para garantir aparticipação de todos no lançamento das ações. Dooutro, o governo federal, com a chance única deaumentar consideravelmente sua fatia no capital daempresa e respaldar o Tesouro Nacional por estaoperação bilionária.

Ambos representam os papéis claros no jogo mercantil.O vendedor quer receber mais e o comprador, pagarmenos. Mas mais do que isso, ambos estão de olhoem como os valores podem suscitar ações judiciais eestender para tribunais uma discussão feita a portasfechadas entre os protagonistas.

Enquanto estas incertezas não se dissipam, as açõesda companhia estão estagnadas e a Petrobras foi apetroleira que mais perdeu patrimônio depois daBP este ano. No caso da britânica, o acidente noGolfo do México fez com que suas açõesdespencassem nos últimos meses e a empresareduzisse em quase 10% seu patrimônio.

Já Petrobras, que tem ações cotadas na casa dos

R$ 26 – menos de um terço do que projetavam analistas para esta época,quando foi anunciada a descoberta do pré-sal – teve uma redução em tornode R$ 60 bilhões em seu capital desde janeiro. O valor equivale ao patrimôniode um banco do porte do Bradesco.

Eric Conrads, gerente de hedge na Cidade do México, destaca em relatóriosque para cada dólar que se negocia o preço do barril, “estamos falando debilhões” que serão movimentados mundo afora. “É preciso mais cuidado emais transparência”, cobra. Também em relatório sobre sua percepção nopaís, Christopher Palmer, gerente para países emergentes da Gartmore In-vestment lembra que o que está “comendo” as ações da Petrobras é o elevadonível de intervenção política. “Isso implica uma considerável perda decredibilidade junto ao mercado financeiro”, comenta.

Para aproveitar um jargão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ehomenageá-lo em seu final de mandato, "nunca antes na história deste país"se viu um período com discussões político-econômicas tão aquecidas. Tantoa Petrobras, quando a Agência Nacional do Petróleo (ANP) – que representao governo – contrataram consultorias independentes para a avaliação dovalor da área que será repassada na cessão onerosa. Este valor, que até o finalda edição não havia sido concluído é a base de sustentação do processo decapitalização da companhia.

Consenso do mercado, este valor poderia ficar entre os US$ 5 e US$ 10. NaPetrobras, segundo fontes, o máximo a ser pago seria US$ 6. Na ANP,julgam os entendidos, não daria para ser menos de US$ 10. Considerandocinco bilhões de barris a serem repassados, o valor a ser recebido pelogoverno, variaria entre US$ 25 bilhões e US$ 50 bilhões.

A Petrobras pode lançar ações até no máximo US$ 80 bilhões. Se o valordefinido ficar na mínima, o governo teria recursos apenas para bancaruma parcela inferior aos 30% que correspondem a sua atual fatia nocapital da empresa. Neste caso teria que recorrer ao Tesouro para emissãode novos títulos para o pagamento de uma parcela extra. No caso dovalor máximo, o governo teria condições de usar todos os recursosrecebidos na cessão onerosa, elevando a participação no capital da estatalem mais de dez pontos porcentuais.

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“Isso não é bom para a Petrobras pelofato de propiciar uma entrada menor derecursos dos acionistas privados, naforma de dinheiro e não de títulospúblicos, não resolvendo a contento oproblema da capacidade de investimentosda empresa”, sinaliza o diretor do CentroBrasileiro de Infraestrutura (CBIE),Adriano Pires. A Petrobras precisa buscarno mercado caixa para cumprir seusinvestimentos de no mínimo US$ 224bilhões nos próximos cinco anos. Alémde caixa direto, a capitalização deveráaumentar o patrimônio líquido da empresao que permitiria a ela tomar novosfinanciamentos sem comprometer índicesde boa governança corporativa e nãoameaçar uma eventual perda do grau deinvestimento obtido a duras penas juntoa três agências de risco.

“Com a Dilma disparando nas pesquisas,tudo o que menos o governo quer é deixararestas para que uma discussão desteporte atravanque as eleições”,confidenciou uma fonte próxima dacampanha da candidata Dilma Rousseff.A ordem, ao que se sabe a bocas pequenasé parar a capitalização se ela manchar detintas mesmo que minimamente acampanha de Dilma.

O tom não é menos preocupante do outrolado da mesa. Os coordenadores dacampanha de José Serra garantem: queremadiar ao máximo esta capitalização. “Sehouver uma vitória do partido, o novo marcoregulatório deixa de existir. Não há porquepressa em negociar assuntos tão sérios parao futuro do país ao apagar das luzes de umgoverno”, garante um assessor.

Aí entra o segundo fator desconcertanteem matéria de capitalização: o prazo. Porenquanto, o lançamento das ações estáprevisto para ocorrer em meados desetembro e a conclusão da operação nofinal do mês, a três dias da eleição. Isso senão houver uma ordem direta dopresidente Lula. Fontes afirmam que oministro Guido Mantega agiu diretamentepara pedir a Lula por um adiamento,

temendo que a operação fracasse tantopor divergências de preços entre asconsultorias da ANP e da estatal, quantopor ações judiciais, e mesmoindisponibilidade de fundos estrangeirosa participar da negociação.

Porém, se a Petrobras não realizarrapidamente este lançamento de ações teráduas saídas: reduzir investimentos ouaumentar a dívida. Se optar pela última,perde seu grau de investimentos, e comele os benefícios de tomar financiamentoscom melhores condições.

Ou seja, só resta à companhia reduzir osinvestimentos e isso implica cortar as duasrefinarias Premium, destinadas aoMaranhão e ao Ceará, que consumiriaminvestimentos de US$ 20 bilhões e sãoalvo de duras críticas do mercadofinanceiro. Na opinião de analistas, trata-se de um gasto muito alto em projetoscom retorno baixo. “O grande foco daPetrobras no refino é difícil de entender”,resumiu o analista de petróleo do CreditSuisse, Emerson Leite, em relatórioenviado a clientes.

Mesmo para especialistas, que discordamda tese dos analistas sobre não investirem refinarias, a escolha do local équestionável. “É justificável que o Brasilinvista em refinarias, mas por que emtantas e por que justamente naquelaregião? Isso é uma decisão política quepode ser questionada”, comentou o con-sultor Luiz Henrique Sanches, ex-diretorcomercial da refinaria de Manguinhos, noRio, a única de controle privado no Brasil.

Em junho, o próprio presidente declarouhaver ordenado a construção de refinariasno Nordeste, contrariando a orientaçãotécnica defendida pelos dirigentes dogrupo. “O governo é majoritário e deveaumentar sua participação na empresa.Portanto, manda e influencia. Mas o queo mercado quer saber é até quanto estainfluência prejudica a valorização daempresa enquanto companhia de capitalaberto. É preciso transparência e decisõesbaseadas em conceitos técnicos para queesta visão não se torne cada vez maisturva”, avaliou Eduardo Roche, analistasênior da Asset Manager.

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A hora e a vezdas microempresasno BNDES

Por Regina Teixeira

As perspectivas futuras de negócios que se descortinam com a prospecção

do pré-sal não têm escala de comparação com nenhum outro setor. Segundo

estimativas de analistas, o volume de investimento pode ultrapassar a cifra

de US$ 40 bilhões, considerando somente a primeira fase de exploração dos

campos que abrigam as maiores reservas, como Tupi e Iara, na Bacia de

Santos, em São Paulo. Isso faz com que as estimativas de crescimento da

demanda do setor petrolífero por fornecedores de equipamentos, de peças e

serviços também aumentem vertiginosamente, gerando muitas oportunidades

de trabalho, inclusive para as MPMEs (micro, pequenas e médias empresas).

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o

principal banco de financiamento de longo prazo do país, é o agente mais

ativo das MPMEs. O volume de recursos destinados pelo banco, de janeiro

a julho deste ano, somente para esse segmento de empresas, é significativo.

Em apenas sete meses, a instituição realizou 299 mil operações as empresas

de menor porte, representando 92% do volume total de operações realizadas

pelo banco no período. Em valores, isso equivale a R$ 25,6 bilhões (35% do

total de R$ 72,6 bilhões desembolsados pelo BNDES nos primeiros sete

meses do ano) e já supera os R$ 24 bilhões liberados pelo banco às MPMEs

em todo o ano passado, quando foram efetuadas 367 mil operações com

essas empresas. Para 2010, as estimativas de desembolsos totais do BNDES

ultrapassam R$ 130 bilhões.

O PSI (Programa de Sustentação do Investimento), implementado pelo

BNDES, tem tido um importante papel na expansão do crédito. Isso contribui

para que o banco aumente seu apoio às MPMEs e a abrangência de seus

empréstimos. O PSI foi lançado em meados do ano passado para garantir a

oferta de crédito e, com isso, a manutenção dos investimentos diante da

conjuntura de crise internacional. Com taxas de juros atrativas de 5,5% ao

ano para aquisição de máquinas e equipamentos, o

PSI terá vigência até 31 de dezembro deste ano.

Do início de 2008 até o fim do primeiro semestre

deste ano, a participação dos empréstimos concedidos

pelo BNDES às micro, pequenas e médias empresas

é pouco inferior aos financiamentos concedidos aos

dez maiores clientes da instituição. Os dez maiores

tomadores de recursos junto ao banco responderam

por 27,8% das contratações e por 28,6% dos

desembolsos totais do Banco, entre janeiro de 2008 e

junho de 2010.

Excluindo-se do cálculo o empréstimo excepcional de

R$ 25 bilhões concedido à Petrobras em 2009, para

fazer frente crise internacional, o peso das MPMEs

sobre o total dos desembolsos do BNDES supera o

dos dez maiores clientes do Banco. Enquanto os re-

passes aos grandes grupos atingiu 21,8% do total, as

MPMEs ficaram com 25,7% das liberações entre

janeiro de 2008 e junho de 2010.

Em termos relativos, o BNDES mantém, desde 1996,

padrão estável em seus empréstimos por porte de

empresa. Ou seja, nos últimos 15 anos, o banco vem

destinando, em média, recursos em um patamar infe-

rior a 30% de seus desembolsos totais aos seus dez

maiores clientes, com alguns períodos excepcionais

de alta, como o influenciado pelo crédito à Petrobras.

A tendência atual, no entanto, é de desconcentração,

PRODUTOS & SERVIÇOS

INVESTIMENTO

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devido à maior abrangência do crédito do

BNDES, proporcionada principalmente

pelo PSI.

“O fortalecimento das pequenas e médias

empresas é prioridade no BNDES”,

ressalta o gerente do Departamento de Gás

e Petróleo, Vinícius Samu de Figueiredo.

Ele explica que embora o BNDES não

possua programa de financiamento

específico para MPMEs fornecedoras do

setor petrolífero, as políticas operacionais

já contam com linhas de crédito que

atendem às necessidades dessas empresas,

pois as condições para esse segmento de

empresas são consideradas as mais

atrativas do Banco: TJLP (atualmente em

6% ao ano, mais 0,9% ao ano de spread

básico). As MPMES são isentas do

pagamento de taxas de intermediação

financeira do BNDES.

Segundo Samu de Figueiredo, o BNDES

terá recursos para apoiar a demanda

adicional decorrente dos projetos

envolvendo o pré-sal, embora não exista

ainda uma estimativa sobre a dimensão

disso. “O Banco tem entre suas

prioridades o fortalecimento e o

desenvolvimento da indústria nacional”,

diz ele. O aumento do índice de

nacionalização das encomendas da

Petrobras é uma política de governo e está

associado ao trabalho que vem sendo

desenvolvido pelo Promimp (Plano

Nacional de Qualificação Profissional),

que conta também com a participação do

BNDES. Estão sendo mapeados os

segmentos industriais que apresentam

maior potencial de desenvolvimento.

“O banco está disponível e tem recursos

suficientes para financiar investimentos

em capacitação, implantação, expansão e

desenvolvimento tecnológico dessasindústrias, por meio das linhas de créditovoltadas à inovação, que têm taxas de jurosmuito competitivas, instrumentosimportantes para a capacitação dasMPMEs”, ressalta o especialista doBNDES. Dependendo da linha de crédito,como a de inovação tecnológica, a taxa dejuro é fixa em 4,5% ao ano.

O gerente do Departamento de Gás ePetróleo explica que as empresasinteressadas em obter financiamento doBNDES têm duas possibilidades parapleitear recursos: podem fazer isso deforma direta ou indireta. A primeirao p ç ã o é q u a n d o a i n s t i t u i ç ã olibera recursos diretamente para oempreendedor; são geralmente operaçõesde financiamento acima de R$ 10milhões. Na maioria desses casos, aopção é a linha Finem, destinada àrealização de projetos de implantação,expansão e modernização, incluída aaquisição de máquinas e equipamentosnovos de fabricação nacional. Já a formaindireta de financiamento é obtida viaum agente financeiro credenciado que

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assume o risco de crédito da operaçãoperante o BNDES (operações de menorporte, em geral nas linhas Finame (linhade crédito muito uti l izada pelaspequenas e médias empresas, localizadasem qualquer região do país), BNDESAutomático e Cartão BNDES.

O Cartão BNDES, mecanismo de créditoexclusivo às MPMEs, permite limitemáximo de crédito de R$ 1 milhão porbanco emissor (atualmente Banco doBrasil, Caixa Econômica Federal (CEF),Bradesco, Banrisul e Nossa Caixa).

Os prazos de financiamento variam deacordo com a linha de crédito utilizada.No Cartão BNDES, por exemplo, oparcelamento pode ser feito em até 48meses. Já no Finame e no BNDESAutomático, esse prazo se estende até 60meses, incluindo carência de seis meses.Para pleitear financiamento, oempreendedor deve se dirigir ao bancocredenciado para a linha correspondentee lá buscar as informações sobre adocumentação necessária para obter osrecursos - elas variam de acordo com ainstituição financeira.

Estaleiro Atlantico Sul - Promef

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FMM prevê repassar R$ 15 bilhõesO volume de desembolso aguardado pelo Fundo da MarinhaMercante (FMM), destinado a projetos de financiamento aosetor naval – a maior parte deles relacionados direta ouindiretamente ao segmento de petróleo - chega a R$ 15 bilhões.Esse montante foi anunciado em dezembro de 2009 pelo comitêdo Fundo.

Segundo informações do BNDES, grande parte dessa demandadeve ir para o Banco, que é o principal agente repassador derecursos do FMM. Vários setores poderão obter financiamento,pois há projetos para construção e modernização de embarcaçõesde apoio, de carga em geral, cabotagem e longo curso, embarcaçãode transporte de passageiros, navegação de interior e estaleiros,embarcações de apoio marítimo offshore , embarcações de apoioportuário, rebocadores, balsas, embarcações pesqueiras,embarcações de pesquisa hidrográfica e oceanográfica, eembarcações da Marinha do Brasil, além de arsenais e bases navais.

De acordo com o BNDES, as liberações de recursos a projetosapoiados pelo FMM foram crescentes nos últimos cinco anos.Em 2005, o volume de desembolso atingiu R$ 393,7 milhões. Aestimativa em 2010 é que o montante de liberação chegue a R$1,7 bilhão para o setor. Veja no gráfico a seguir a evolução dosdesembolsos ano a ano.

A área técnica do BNDES está realizando estudos para avaliarquais seriam as ‘’dimensões ideais’’ de um parque de construçãonaval para o Brasil. A condição básica considerada pelos técnicosdo banco é a garantia de sustentabilidade de longo prazo da indústrianaval brasileira. A preocupação é evitar super-dimensionamentosde estaleiros e de capacidade de produção, diante da corrida deinvestimentos a ser gerada pelo pré-sal. Com isso, o banco querevitar equívocos do passado, como os ocorridos em décadasanteriores, quando o Brasil viveu um “boom” de investimentosno setor, chegando a empregar mais de 40 mil pessoas no segmentonaval, e, em seguida, essa indústria entrou em colapso.

Em termos de financiamento, a grande parte dos recursos para osetor naval é proveniente do Fundo da Marinha Mercante (FMM)e o BNDES busca atender a demanda de projetos apresentados.Segundo Samu de Figueiredo, a princípio, não está sendo criada

nenhuma nova linha específica para financiar investimentos dopré-sal. Porém, determinados projetos, com grande valor unitário(por exemplo, sondas e FPSOs), poderão ser objeto de estruturaçãofinanceira especial.

A perspectiva é de aumento na demanda de recursos definanciamento em função do grande número de projetos a seremexecutados - sondas, plataformas de produção e embarcações deapoio marítimo. A Petrobras já abriu licitação para fornecedoresde sondas.

Em relação a taxas de juros e carências para o setor naval, asregras atuais atendem os projetos do FMM priorizados a partir dedezembro de 2009. Deve-se ressaltar que o custo financeiro dosfinanciamentos compreende as seguintes alternativas: variaçãodo dólar americano; Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP),atualmente em 6% ao ano, ou uma combinação dos dois anteriores.

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A carteira ativa de projetos do BNDES , com recursos do FMM,soma R$ 11,4 bilhões , englobando operações contratadas e emliberação, Aí estão somados os projetos do Programa deModernização e Expansão da Frota (Promef 1), da Transpetro,a subsidiária de logística e transporte da Petrobras, além deplataformas, navios de apoio, embarcações de navegação de in-terior e estaleiros. Desse total, R$ 9,2 bilhões deverão serdesembolsados ao longo de três anos, à medida da construção dobem financiado. O BNDES está financiando a expansão da frotada Transpetro no âmbito do Promef 1, que licitou 23 navios–tanque. Os financiamentos do BNDES a este programa atingiramR$ 4,7 bilhões, montante em fase de desembolso.

O BNDES aprovou em julho deste ano um financiamento para aconstrução das primeiras embarcações do Promef II, daTranspetro. Foram aprovados R$ 2,6 bilhões, provenientes doFMM, para a aquisição pela subsidiária da Petrobras de setenavios-tanque, encomendados ao estaleiro Atlântico Sul (emPernambuco). Paralelamente, o Banco aprovou crédito de R$1,3 bilhão ao estaleiro Atlântico Sul para financiar parte daconstrução dos sete navios. O Promef II prevê a construção de26 navios-tanque. Grande parte dessa demanda deve ir para oBNDES. Todo esse volume de recursos reforça a atual conjunturade reaquecimento da indústria naval brasileira.

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A Caixa Econômica Federal entrou com todo gás no promissor mercado deinvestimentos do setor petrolífero. Só para dimensionar a importância hojedo setor, a Caixa Econômica criou uma superintendência regional para atenderexclusivamente a cadeia de petróleo. A nova divisão tem recursos da ordem deR$ 2 bilhões em projetos concluídos ou em análise para este ano, informa osuperintendente regional do Banco Edalmo Porto Rangel.

Os bancos públicos, Caixa Econômica, Banco do Brasil e BNDES, estãotodos direcionados para um setor que receberá US$ 220 bilhões eminvestimentos apenas da Petrobras. A cadeia produtiva de óleo e gás reúne emtorno de 80 mil empresas. E existe por parte do Governo federal todo uminteresse de impulsionar esse mercado. Um episódio recente que confirmaesse engajamento aconteceu em junho deste ano, quando a Caixa emprestouR$ 2 bilhões à Petrobras, por meio de uma nota de crédito à exportação. Aoperação foi identificada pelo Banco Central coma uma das grandes transaçõesque puxaram os dados de crédito às empresas em junho.

Segundo informações da Caixa, o foco, em um primeiro momento, são aspequenas e médias empresas. Mas a instituição também pretende concluir,em breve, a filiação ao FMM (Fundo da Marinha Mercante), para financiaroperações de grande porte, como estaleiros. "Começamos a estudar os projetose avaliar prazos, carência e taxas", continua Rangel.

Demanda do pré-sal

Somente para atender a demanda do pré-sal, a Caixa desenvolveu um produtode crédito de longo prazo com recursos próprios para suprir a necessidade de

investimento das médias e grandes empresas. SegundoRangel, será lançado, em breve, um produto de capi-tal de giro voltado para as empresas participantes dacadeia do setor petrolífero. Ele não precisou a data delançamento do produto.

Rangel explica que prazos dos financiamentos da Caixasão condizentes com a natureza das operaçõescontratadas pelas empresas. O passo a passo paraobtenção de financiamento não difere muito dasdemais instituições estatais financeiras. Para conseguiruma linha de crédito, a empresa precisa ser aprovadapelo modelo de risco Caixa e deve estar em dia comsuas obrigações contraídas no sistema financeiro.

As linhas de investimento possuem carência e prazopara amortização de até 120 meses. O prazo dacarência é de acordo com a necessidade do projetofinanciado pela Caixa. As linhas de capital de giro têmprazo de até 36 meses, e a forma de amortização éadequada ao fluxo de caixa da empresa.

Para dar conta da nova missão, a Caixa prepara oprimeiro empréstimo da sua história com créditos aperformar. "A área de risco está avaliando como fazerisso. Temos três pilotos com empresas para testar asolução. Até setembro devemos começar a usar a novamodelagem tanto com recursos próprios quando derepasses do BNDES", avisa Rangel. Ainda assim, essesrecursos não serão suficientes, diz ele. A Caixa tambémestuda formas alternativas de funding. "Mesmo se osbancos se unissem, o crédito típico apenas não seria

Caixa cria linha deR$ 2 bilhões para financiar aárea petrolífera

Por Regina Teixeira

INVESTIMENTO

Instituição pretende oferecercrédito para estaleiroscom filiação ao Fundo daMarinha Mercante

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suficiente para financiar os investimentos do pré-sal.Vamos ter de buscar recursos no mercado decapitais, com outra engenharia financeira", afirma.

O primeiro Fundo de Investimento em Participações(FIP), de R$ 400 milhões, já está em operação parafinanciar a construção de sondas. Um novo fundo, deR$ 1,5 bilhão, deve sair até setembro, com aplicaçõesde investidores institucionais, para atuar em todo osetor de óleo e gás.

Outro projeto grande envolvendo a participação daCaixa está ligado ao desenvolvimento das regiõescontempladas com a extração de petróleo. A estatalquer fomentar o desenvolvimento urbano das regiõescom exploração de petróleo para evitar que ofenômeno de degradação ocorra nas cidades onde aexploração será intensa. Para isso o objetivo éfinanciar a infraestrutura e a habitação em locais ondeserão construídos estaleiros e complexospetroquímicos, como Suape, Rio Grande, Niterói,Natal, Salvador, entre outros.

O panorama de concessão de crédito envolvendobancos estatais sofreu uma reviravolta em apenas umano. Em 2009, a demanda por crédito entre as micro epequenas empresas crescia a uma taxa de 26%, quandoaconteceu o impacto da crise internacional. Issoacabou impactando as linhas de crédito para o setor.O resultado foi que, de um saldo de R$ 115,54 bilhões,em novembro de 2009, os financiamentos ao setorrecuaram a R$ 112,78 bilhões, queda de 2,4%. Alémda retração da economia, os empresários passaram aconviver com a desconfiança dos bancos, querestringiram limites de financiamentos pré-aprovados,aumentaram juros e as exigências de garantia,dificultando o acesso a novas linhas de crédito.

Mas desde fevereiro de 2009 a determinação do Governofoi para que os bancos públicos (Banco do Brasil, CaixaEconômica Federal e BNDES) tomassem a frente domercado e fossem mais agressivos. Em agosto de 2009,os empréstimos de até R$ 100 mil, usados pelo ServiçoBrasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas(Sebrae) como referência para avaliar o crédito àspequenas e micro empresas, já somavam R$ 120,08bilhões, uma alta de 6,47% no ano.

O avanço dos bancos estatais, diante da retração dasinstituições privadas, fez com que a participaçãodessas instituições do mercado de crédito, que era de

34,2% em setembro de 2008, chegasse a 40% em setembro de 2009. Para2010 as perspectivas são ainda melhores.

Crédito em alta

Ao alcançar no segundo trimestre de 2010 o lucro líquido de R$ 890 milhões(alta de 14,5% frente ao primeiro trimestre), o banco fechou o semestre comlucro líquido de R$ 1,7 bilhão, variação de 44,1% em relação ao mesmoperíodo de 2009. O patrimônio líquido consolidado atingiu R$ 14,3 bilhõesao final de junho, aumento de 5,9% no semestre, e o retorno sobre o patrimôniolíquido médio alcançou 25,8%. O Índice de Basiléia da CAIXA fechou osemestre em 17,1%, superior aos 11% mínimos exigidos pelo Banco Centraldo Brasil.

A CAIXA está presente em todo o Brasil com uma rede de 36,2 milunidades de atendimento. São 6,6 mil unidades próprias, entre agências,postos e salas de auto-atendimento, e 29,6 mil correspondentes bancários,incluindo 10,5 mil lotéricos.

PRODUTOS & SERVIÇOS

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BB financia até 90% do valordo projeto da indústria naval

Por Regina Teixeira

Recursos são repassados pelo Fundoda Marinha Mercante. Em 2009, obanco financiou seis projetosvinculados à indústria naval e à infra-estrutura portuária por meio do FMM

Maior banco público do país , o Banco do

Brasil criou, em junho deste ano, uma área

específica para analisar projetos de infra-estrutura

na área de petróleo e gás. “A necessidade de

investimentos para viabilizar a exploração de

petróleo na camada do pré-sal representa um

aumento de demanda”, afirma o diretor de crédito

do BB, Walter Malieni. Além do BNDES (Banco

Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social),

o BB também é um dos repassadores dos recursos

do Fundo da Marinha Mercante (FMM). “Esses

recursos financiam indiretamente as médias e

pequenas empresas que fazem parte da cadeia

produtiva da indústria naval”, ressalta o diretor.

O BB passou a ser repassador de recursos do

FMM para a área de petróleo e gás, em 2007.

De acordo com resultados apurados nos primeiros

três meses deste ano, chegou a R$ 2 bilhões o

saldo de empréstimos realizados pela instituição.

O Banco do Brasil dispõe ainda R$ 2,5 bilhões em

operações com funding do FMM - recentemente

capitalizado pela União.

Como um dos agentes financeiros do FMM, o BB

repassa recursos de acordo com os

projetos pr ior i tár ios determinados pelo

Conselho Diretor do Fundo. Os números

indicam que o volume de crédito vem tomando corpo. Em 2009, o BB

financiou seis projetos relacionados à indústria naval e à infra-estrutura

portuária por meio do FMM, totalizando R$ 367,8 milhões em

desembolso. Com isso, a carteira do FMM chegou a R$ 680,5 milhões em

dezembro, evolução de 117,6% em relação a dezembro/2008. “No que diz

respeito ao valor a ser financiado com recursos do FMM pode se chegar a

90% do solicitado”, destacou Malieni.

Segundo o diretor de crédito do BB, o FMM é a fonte convencional para

financiamento à marinha mercante e à construção naval. “Os projetos que

recebem recursos do Fundo são priorizados pelo Conselho Diretor do

Fundo da Marinha Mercante, em reuniões anuais ou, excepcionalmente,

semestrais”, explica.

Mas existem alternativas de captação de recursos, além das clássicas. Uma

alternativa de financiamento às pequenas e médias empresas da cadeia de

petróleo e indústria naval poderia ser feita com uma modalidade do BB

chamada Adiantamento a Fornecedores (AF). Trata-se de uma operação de

antecipação de pagamento a fornecedores e que funciona como um capital

de giro para financiar a produção de um bem ou serviço já negociado com

a empresa compradora. Esse tipo de operação permite a uma empresa âncora,

líder de uma cadeia produtiva, oferecer aos seus fornecedores uma

INVESTIMENTO

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alternativa de financiamento da produçãomais competitiva, sem impacto no seufluxo de caixa.

Os prazos de financiamento para sebuscar crédito no BB depende de diversosfatores. No processo de análise sãoconsideradas as características do clientee da operação. No caso do AF, o pré-requisito é que a empresa âncoracelebre convênio com o BB para esse fim.Segundo Milieni, a solução financeira ”Adiantamento a Fornecedores” nãotem orçamento determinado. “Trata-sede uma linha de financiamento com recursos próprios, destinada aantecipação de valores de bens entreguese serviços prestados”, diz.

Em relação aos encargos financeiros,são avaliados alguns quesitos:como características do cliente e tambémda operação. O custo financeiro do FMM

é equivalente à Taxa de Juros de LongoPrazo - TJLP e/ou índice de variação dataxa de câmbio calculado com basenas cotações de venda do dólar dos EUA,divulgadas pelo Banco Central do Brasil.

Potencial maior do pré-sal

No início de 2010, o BB divulgou naimprensa a avaliação de um longo estudosetorial que fez sobre as perspectivas dosetor naval e as oportunidades que ainstituição terá em participar dessesprojetos até 2020. O estudo, queconsumiu noves meses de trabalho,provou que o potencial de investimentosno pré-sal seria bem maior que asestimativas anunciadas. Foramconsideradas as especificidades daexploração do petróleo, em áreas aindamais profundas e também houve

exigências de equipamentos maissofisticados “, disse . “Trata-se de umnovo ciclo produtivo neste setor, que temuma longa cadeia produtiva”, disse naocasião Malieni.

O estudo setorial do Banco do Brasil tevecomo referência as encomendas licitadas,contratadas e em construção emestaleiros brasileiros. Globalmente, osetor contabiliza 424 encomendas até2020, das quais 146 seriam de apoio paraatuação offshore, 47 plataformas, 164navios offshore, 46 navios tanques, 28sondas (as sondas têm previsão paraoperar a partir de 2013). Além disso,quatro estaleiros brasileiros estãopreparados tecnicamente para construirplataformas. Os estados brasileiros queserão mais agraciados com a injeção deinvestimentos são: Rio de Janeiro, RioGrande do Sul e estados do Nordeste.

Navio plataforma FPSO Petrojarl Cidade de Rio das Ostras

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Petrobras quer ampliar suabase de fornecedores entre asmicro e pequenas empresas

Por Regina Teixeira

Diante do excelente panorama de oportunidades de trabalho que se abre com

a perfuração dos campos do pré-sal, fornecedores de equipamentos, peças e

serviços do setor petrolífero estão de olho no cadastro da Petrobras. As

micro, pequenas e médias empresas também querem fazer parte desse

universo. A Petrobras planeja investir, até 2014, em torno de US$ 220

bilhões na exploração de petróleo. Sendo que mais de US$ 100 bilhões serão

aplicados nas atividades de prospecção da camada pré-sal. De acordo com a

área de materiais da estatal, atualmente o cadastro corporativo possui 5.300

fornecedores qualificados. Número insuficiente para atender toda demanda

que surgirá com a perfuração dos campos. A área de materiais informou que

para atender essa demanda a Petrobras precisará aumentar sua base de

fornecedores.

O primeiro passo para as empresas interessadas em se tornar fornecedoras

da Petrobras é acessar o portal de cadastro (http://cadastro.petrobras.com.br/

portal/), que inclui informações sobre o nível de exigência para a venda de

bens e serviços à estatal. Uma vez incluída na base, a empresa pode candidatar-

se aos cursos de qualificação profissional, oferecidos

em parceria com o Sebrae, ou de iniciativa do Programa

de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e

Gás Natural (de Prominp), lançado pelo governo fed-

eral em 2003.

A partir do momento em que as empresas

fornecedoras entregam todas informações requeridas

no processo de cadastro da Petrobras, a avaliação

leva, em média 30 dias. Nos casos onde se faz

necessária visita técnica de avaliação, este prazo é de

60 a 90 dias. As principais exigências para avaliação

das empresas estão contempladas em cinco critérios

de avaliação, onde são verificados aspectos

Econômicos, Legais, Técnicos, de SMS-Saúde, Meio

Ambiente e Segurança Operacional, e também os

aspectos Gerenciais. Este processo é feito a partir do

Portal de Cadastro (acesso pelo site da Petrobras/

Canal Fornecedor), onde estão detalhados todos os

requisitos e etapas do processo

No entanto, para concorrer a uma oportunidade de

compor também essa lista de fornecedores, as

empresas precisam preparar-se para as exigências da

companhia na qualidade do produto ou serviço

oferecido. Além disso, as informações contábeis e

fiscais também precisam estar em dia. Para orientar e

adequar as empresas candidatas, existe um canal de

orientações do Prominp, que é coordenado pelo

INVESTIMENTO

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Cadastro corporativo temmais de 5 mil fornecedoresqualificados, mas que seriaminsuficientes para atendertoda a demanda que surgirácom a perfuração dos camposdo pré-sal

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Ministério de Minas e Energia (MME).

As empresas podem se cadastrar no sitewww.prominp.com.br.

O Plano Nacional de QualificaçãoProfissional (PNQP) do Prominp visa otreinamento de profissionais de níveis

básico, médio, técnico, inspetor e supe-rior, para atender a demanda de mão-de-obra qualificada oriunda do grande vol-

ume de investimentos projetado pelasoperadoras de petróleo e gás do País.

Os candidatos aprovados para os cursos,após o término do treinamento, serão

eventualmente aproveitados pelasempresas fornecedoras de bens e serviçosdo setor, que são as grandes demandadoras

de profissionais qualificados.

Plano de metas

O Plano de Negócios 2010-2014 daPetrobras, lançado em junho, prevêinvestimentos de US$ 224 bilhões. Isso

equivale a uma média de US$ 44,8 bilhõespor ano. Este montante representa umaumento de 20% em relação ao Plano an-

terior, sendo US$ 31,6 bilhões referentesa novos projetos, dos quais 62%dedicados para a área de E&P (US$ 19,7

bilhões). O Plano de Negócios considerainvestimentos de 95% (US$ 212,3bilhões) aplicados no Brasil e 5% (US$

11,7 bilhões) no exterior, com uma taxade conteúdo local totalizando 67%, o quesignifica um nível de contratação anual no

País de cerca de US$ 28,4 bilhões.

O plano é US$ 50 bilhões maior que o

anterior, de US$ 174,4 bilhões (2009-2013), e ficou no teto da estimativa ante-rior da empresa, que previa investimentos

entre US$ 200 bilhões e US$ 220 bilhõespara o período de 2010 a 2014. As áreas

do pré-sal terão maior peso na produçãosomente depois de 2014. Agora, aempresa tem como foco aperfeiçoar aprodução em áreas que já contam comestruturas em operação.

O objetivo da companhia é de ter 26sondas em operação até 2014 e 53 até2020, além de 504 barcos de apoio até2020 (254 em 2009). A área deAbastecimento (refino, transporte ecomercialização-RTC) vai receberinvestimentos de US$ 73,6 bilhões. Noplano anterior foi de US$ 43,4 bilhões.Esse volume de recursos inclui tambémos projetos de novas refinarias dacompanhia, que foram todos mantidos.

Como comparação, a área de Exploraçãoe Produção (E&P) passou de 59% dosrecursos totais no plano anterior para 53%agora. Abastecimento, que inclui refino,subiu de 25 para 30% do total.

Quando anunciou Plano de Negócios2010-2014, a empresa informou que alémda ampliação de unidades existentes, os

recursos serão destinados à entrada em

operação da Refinaria Abreu e Lima (PE);

as obras da refinaria Premium I e a

primeira fase do Complexo Petroquímico

do Rio de janeiro (Comperj), que ganhou

mais uma refinaria com capacidade de

produzir 165 mil barris de petróleo por

dia (bpd) para produção principalmente

de diesel. "Com esses investimentos, a

carga fresca processada no Brasil em

2014 será de 2,3 milhões bpd",

informou a Petrobras. Mesmo com o

crescimento do refino, a estatal prevê

exportar quase um milhão de barris por

dia de petróleo até 2014.

A meta para a produção de petróleo em

2014 é de 3,9 milhões de barris de óleo

equivalente por dia e em 2020, de 5,4

milhões de boe/d. Para o período pós

2014 está prevista a segunda etapa do

Comperj, com capacidade de 165 mil bpd

para a produção de produtos

petroquímicos básicos, e ainda a Refinaria

Premium II.

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Com a indústria de petróleo pulsando, as empresas jábem estabelecidas no setor também estão revendo seusplanos de investimentos a médio e longo prazos paraaproveitar todas oportunidades de bons negócios quesurgirão. E isso inclui também mão de obra maisqualificada. Entre essas empresas que não estãomedindo esforços para aproveitar a onda decrescimento do setor petrolífero estão a OGX Petróleoe Gás Participações S.A, a EBSE – Engenharia deSoluções, e a Engevix.

Integrante do Grupo EBX, capitaneado peloempresário Eike Batista, a OGX é focada na exploraçãoe produção de óleo e gás natural. Conta com equipe deprofissionais altamente qualificados. Segundo fontesdo mercado, no primeiro semestre deste ano, porexemplo, a Petrobras se ressentiu por perder parte deseu quadro de funcionários para a OGX. Eike Batista,considerado o 8º homem mais rico do mundo, de acordocom a Revista Forbes, já reiterou várias vezes ocompromisso da OGX de fazer encomendas no país,gerando mais empregos e qualificando mão de obra.

Em termos de prospecção, a empresa não poderiaestar em melhor fase. “Os últimos meses forammarcados pelo importante progresso da campanhaexploratória no sul da bacia de Campos, com novasdescobertas de grande relevância, bem como o iníciode novo ciclo com a perfuração em três novas regiões:blocos mais ao norte da bacia de Campos e bacias deSantos e Parnaíba, sendo as duas primeiras já comsucesso. Também ampliamos nossa fronteira de atuaçãocom a aquisição de cinco blocos exploratórios terrestresde grande potencial na Colômbia, mostrando queestamos capacitados para buscar oportunidades em

regiões de alto potencial para as quais tenhamos conhecimento diferenciado”,comentou Paulo Mendonça, Diretor Geral da OGX.

Investimento em Tecnologia

Para complementar a boa fase da empresa, na primeira quinzena de agosto,Eike informou ao mercado a descoberta de "metade de uma Bolívia" em gásnatural no Maranhão, na bacia do Parnaíba, volume que, segundo ele,garantiria pelo menos 25 por cento do consumo de gás no Brasil. Emboraressalte que são apenas estimativas, o empresário acredita que as reservasna região podem atingir 15 trilhões de pés cúbicos, quase dobrando asreservas atuais do Brasil. Segundo ele, a produção poderia chegar a cerca de15 milhões de m³ diários ao longo de 40 anos, volume equivalente à metadeque o gasoduto Brasil-Bolívia pode transportar diariamente. "É uma coisaespecial e pode ter certeza absoluta que essa é uma nova província que seabre no país", disse Eike, que fez inclusive uma visita ao presidente LuizInácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, em Brasília, no dia 19 de agosto,para comunicar pessoalmente a descoberta.

Como principais eventos para os próximos meses, Mendonça destaca otérmino das perfurações dos poços que seguem em andamento nas bacias deCampos, Santos e Parnaíba, assim como o início de mais catorze poços atéo final de 2010. “Estão programados testes e estudos adicionais que serãorealizados a fim de proporcionar um maior conhecimento dos prospectosperfurados”, informou Mendonça. A OGX tem blocos exploratórios nasbacias de Campos, Santos, Espírito Santo, Pará-Maranhão e Parnaíba.

EBSE prevê investimentos de R$ 25 milhões

Na EBSE – Engenharia de Soluções, um dos mais tradicionais fabricantesnacionais de equipamentos industriais – o cronograma de investimento érobusto. Com uma carteira de clientes que inclui entre as grandes empresasa Petrobras, a EBSE vislumbra com a prospecção do pré-sal perspectivas

Por Regina Teixeira

NEGÓCIOS

Expansão do setor petrolíferoimpulsiona empresas a realizarnovos investimentos

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promissoras. A empresa pretende investirR$ 25 milhões nos próximos cinco anospara atender o setor.

“As perspectivas são excelentes tanto emdownstream quanto em upstream, diz odiretor superintendente da empresa,Marcelo Bonilha. Segundo o executivo, aEBSE está preparada para enfrentar osnovos desafios. “Temos uma experiênciade quase cem anos. Fabricamos tubosAPI, temos todas as certificações dequalidade, Selo ASME, ISO até 18.000.Contratamos e treinamos mão de obrajovem, agregamos novos conhecimentosatravés de parcerias com empresasexperientes do exterior. Temos umparque fabril de mais de 100 mil m²,próximo de uma ferrovia, uma rodoviae de portos. A Petrobras e outrasempresas de grande porte confiam emnossa competência. E isto é muitoimportante”, exemplifica Bonilha.

A previsão de crescimento do faturamentochega a 100% nos próximos cinco anos.“O mercado está bastante aquecido e istonos garante um bom futuro. Precisamostrabalhar bastante para isso”, diz.

Em setembro, a EBSE prevê inauguraruma unidade em Pernambuco. Isso jávisando o crescente mercado donordeste. A região terá o Rnest, refinariado Nordeste em construção, subsidiáriada Petrobras; o Estaleiro Atlântico Sul,perspectiva de novas refinarias e alémde outras grandes empresas que quereminstalar-se por lá.

Nicho de mercado

Para atender o setor petrolífero, a EBSEtem um amplo portfólio com fabricaçãode tubos para condução de óleo, gás ederivados, pré-fabricação de spools,fabricação de skids, fabricação deequipamentos caldeirados, montagem demódulos e serviços de montagem eletro-mecânica.

A política de investimento da empresa tema tradição de buscar no mercado apenas oque for rigorosamente necessário. A EBSEem sua cultura tem o departamento depesquisa e desenvolvimento bastanteativo. “Recentemente entregamos umseparador para a plataforma P-55, daPetrobras, com aço cladeado.Tecnologicamente é um passo gigantesco.O pré-sal precisará muito dessesequipamentos. Vamos usar recursospróprios. Os R$ 25 milhões previstos

para os próximos cinco anos compõemesse orçamento”, ressalta Bonilha.

A respeito da mão de obra que todos osprojetos devem demandar, o executivo dizque prevê contratações principalmentenas atividades de montagens, pois é umaunidade nova na empresa, emPernambuco. “O objetivo é contratar etreinar pessoas da região”, avisa.

Engevix espera faturar 20% a mais

A Engevix está envolvida com váriosprojetos de engenharia na área de petróleoe gás, alguns tendo a Petrobras comocliente. Segundo o diretor executivo daempresa, Gerson de Mello Almada, asperspectivas de negócios são boas.“Temos capacitação técnica em trabalhosna área de petróleo e gás”, ressalta oexecutivo que projeta em função da fortedemanda do setor de petróleo aumentode faturamento da ordem de 20%.

Entre os projetos de vulto em que aEngevix faz parte está o do Comperj –Complexo Petroquímico do Rio deJaneiro, da Petrobras. Será construídonuma área de 45 milhões de m², localizadano município de Itaboraí, cominvestimentos previstos em torno de US$8,38 bilhões. A empresa compõe oconsórcio que reúne também a Skanska ea Promon. A obra começou este ano. Paraatender o setor a empresa oferece serviçosde engenharia, gerenciamento e EPC(equipamento de proteção coletiva).

Marcelo Bonilha - Superintendente da EBSE

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2020202020

GUIAAAAAOFFSHOREM A G A Z I N ECURSOS & CARREIRAS

Formação de Profissionaiscom nível de excelência

O crescimento da indústria brasileira de petróleo e gás natural resulta, em

grande parte, da competência e qualificação dos profissionais que se

dedicaram, ao longo dos anos, ao trabalho nas mais diversas funções da

cadeia petrolífera e ao desenvolvimento de tecnologias que permitiram

ultrapassar limites na prospecção e produção de petróleo e gás. A formação

dessa mão-de-obra extremamente capacitada se deve muito à atuação do

Programa de Recursos Humanos da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural

e Biocombustíveis (PRH-ANP), que completou uma década no ano passado.

O PRH-ANP foi implementado em 1999 com o objetivo de estimular a

criação de especializações profissionais – e fortalecer as já existentes – em

áreas consideradas estratégicas para atender às demandas da indústria do

petróleo e gás natural. De acordo com Ana Maria Cunha, coordenadora de

atividades do Programa, naquela época existiam no Brasil apenas 20 ou 30

cursos de especialização voltados para a área. O incentivo à formação de

mão-de-obra especializada era uma resposta à expansão observada no setor

após sua abertura à iniciativa privada, em 1997.

Segundo Anália Francisca Martins, coordenadora de tecnologia e formação

de recursos humanos da ANP, o PRH é um programa pioneiro no setor. Na

década de 1970, existiu um programa similar voltado para a capacitação de

mão-de-obra para a área de energia nuclear, mas ele não teve continuação.

“Esse programa serviu de inspiração para o PRH”, diz.

Para elaborar o Programa, a ANP identificou, junto às empresas, as áreas em

que havia maior carência de profissionais qualificados. Então, por meio de

um sistema de editais públicos, convocou as universidades a criarem

disciplinas de graduação, mestrado e doutorado paralelas aos seus cursos

originais voltadas para as necessidades do setor de petróleo e gás.

Após a realização de três editais públicos (em março e outubro de 1999 e

Em 10 anos deatividade, Programa deRecursos Humanos daANP gerou impactodireto na expansão daindústria do petróleo egás natural no Brasil

Thaís Fernandes

Anália Francisca Martins, coordenadora detecnologia e formação de recursos humanos da ANP

CAPACITAÇÃO

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GUIAAAAAOFFSHOREM A G A Z I N E CURSOS & CARREIRAS

novembro de 2000), foram implementados por meio

do PRH-ANP 36 programas de formação de recursos

humanos em 23 instituições de ensino de nível supe-

rior espalhadas por 13 estados brasileiros (confira a

lista dos programas no quadro 1). O PRH é

administrado pela ANP e executado por essas

instituições, que realizam processos seletivos para a

escolha de alunos que receberão bolsas do Programa.

“Hoje podemos dizer que o número de

especializações no Brasil chega a 400”, estima Ana

Maria Cunha. E avalia: “Diria que o PRH teve um

impacto direto no crescimento do setor de petróleo e

gás no país.”

Resultados expressivos

Ana Maria Cunha ressalta que os programas do PRH-

ANP hoje estão maduros e mostram resultados

expressivos. Nesses 10 anos de atuação, o Programa

já concedeu 4.586 bolsas e formou 2.933 alunos. Desse

total, 2.208 ex-bolsistas foram alocados no setor de

petróleo, gás natural e biocombustíveis. Ao todo, mais

de 170 empresas e instituições estão empregando

atualmente esses profissionais. “O nível médio de

empregabilidade é de 70%”, destaca.

A maior parte dos profissionais consegue uma

colocação na Petrobras, empresa que hoje emprega

234 ex-bolsistas do PRH-ANP. “Os bolsistas do PRH

passam em grande número e nas primeiras colocações

nos concursos da Petrobras”, diz. A própria ANP

também absorve ex-bolsistas do PRH, que hoje

totalizam 24 profissionais do quadro de pessoal da

Agência. “Mas não podemos dizer que estamos

atendendo toda a demanda do setor porque ela é

grande”, ressalta.

O sucesso do PRH-ANP também fica evidente quando

se considera o desenvolvimento científico e

tecnológico proporcionado e alavancado pelo

programa. Esse trabalho de excelente qualidade se

reflete no número de prêmios recebidos por bolsistas:

135 ao todo até 2008. Desses, 90 foram prêmios

nacionais – sendo 26 prêmios Petrobras de Tecnologia – e 45 internacionais.

O conhecimento gerado pelo Programa rendeu, apenas de janeiro a dezembro

de 2008, 104 artigos em publicações indexadas (que contam com corpo de

revisores) brasileiras e 86 em publicações estrangeiras, além de 30 livros

publicados no Brasil e sete no exterior. Em relação a capítulos publicados em

livros, foram 73 no Brasil e 42 no exterior. O número de patentes obtidas no

país somente no ano passado chegou a 11. “Os programas estão crescendo

em qualidade e hoje estão estabilizados”, avalia Ana Maria Cunha.

Segundo a coordenadora de atividades do PRH-ANP, os programas se

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tornaram multidisciplinares e hoje se

alinham à quase totalidade da cadeia

produtiva do petróleo. Apenas áreas

mais recentes, como o pré-sal e

biocombustíveis, não estão cobertas.

“O pré-sal dará origem à maior demanda

para os próximos anos”, avalia Ana

Maria Cunha.

Para preencher essa carência, a ANP

pretende ampliar o PRH. Está previsto o

lançamento ainda em 2009 de um novo

edital, que irá operar em 2010. As linhas a

serem beneficiadas no novo edital já estão

estabelecidas e dão ênfase a temas de

ponta. Além dos programas voltados para

o pré-sal e os biocombustíveis, serão

contemplados aqueles relacionados a

eficiência energética e fontes alternativas

de energia e à saúde ocupacional do

trabalhador da indústria do petróleo e gás

natural. “Serão implementados mais 10

programas, mas ainda não estão definidos

o número de bolsas a serem concedidas e

o montante de recursos a serem aplicados”,

diz Ana Maria Cunha.

Continuidade de recursos

Até 2008, já foram investidos R$ 164.349

milhões nos programas do PRH-ANP.

Esses recursos são direcionados pelo

Fundo Setorial CT-Petro, que gerencia

parte dos royalties pagos pela indústria

do petróleo. Além disso, o PRH-ANP está

sendo reforçado por recursos oriundos das

próprias concessionárias do setor, que são

obrigadas por lei a investir 1% de sua

receita bruta em pesquisa e

desenvolvimento. Desse montante, 50%

devem ser aplicados em instituições de

pesquisa e parte desses recursos está

sendo direcionada ao PRH-ANP.

“O PRH é um programa privilegiado,

porque não tem problemas de

continuidade em relação aos recursos

investidos”, diz Anália Francisca Mar-

tins. Segundo ela, a crise econômica que

afetou o mundo recentemente não

impactou esse setor. “O PRH é, em grande

parte, auto-sustentável. Seus 36

programas conseguem alavancar recursos

de todas as fontes de financiamento

brasileiras para petróleo e gás”, completa.

Os recursos destinados ao PRH-ANP são

aplicados na concessão de bolsas de

estudo (de iniciação científica, mestrado

e doutorado) e bolsas para o coordenador

de cada programa (que deve ser um pro-

fessor da instituição) e para um profes-

sor-visitante (um profissional do mercado

que agregue conhecimento prático ao

ensino). “O valor das bolsas é um dos

maiores do mercado”, destaca Anália Mar-

tins. Também estão previstos recursos

para outros gastos, como material para a

pesquisa, participação em congressos e

cursos, pedidos de patentes e publicações

de livros. (Veja no quadro 2 o valor das

bolsas)

De 2001 a 2004, o PRH-ANP também

teve uma vertente técnica, em que

trabalhou com oito centros federais de

educação tecnológica (Cefets). Nesse

caso, o financiamento era feito apenas pela

ANP, mas sofreu contingenciamento, o

que levou à interrupção do programa.

Agora, segundo Ana Maria Cunha, a

Petrobras está injetando recursos na

implementação de um programa com o

mesmo formato do PRH técnico. “Essa

parceria da ANP com a Petrobras acontece

em uma área essencial para a formação de

recursos humanos”, diz.

Entre os programas atualmente

beneficiados pelo PRH-ANP, o maior

número concentra-se na região Sudeste.

Mas há uma exigência legal de que 40%

dos recursos sejam destinados às regiões

Norte, Nordeste e Centro-Oeste. “A

realidade dessas regiões hoje é

completamente diferente do que era há 8

anos”, afirma Ana Maria Cunha. De

acordo com ela, a Universidade Federal

do Rio Grande do Norte (UFRN), por

exemplo, é a segunda instituição a

alavancar recursos do PRH-ANP para

projetos de pesquisa – só perde para a

Universidade Federal do Rio de Janeiro

(UFRJ). “Estamos conseguindo

descentralizar a formação de recursos

humanos”, comemora.

Anália Martins destaca ainda o duplo

benefício do PRH-ANP à indústria do

petróleo e gás natural. “Além do efeito

do Programa sobre a formação de mão-

de-obra especializada para o mercado, há

o impacto sobre o desenvolvimento

científico e tecnológico do setor”, afirma.

E conclui: “É sem dúvida um programa

de sucesso.”

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GUIAAAAAOFFSHOREM A G A Z I N E

Uso de mão de obraestrangeira avança velozmentena área petrolífera

Especialista emlegalização deestrangeiros consideraque situação se deveao aumento dosinvestimentosexternos no país

Carlos Aud Sobrinho, diretor da CAS

ENTREVISTA

O bom momento da economia brasileira acabou criando um quadro de

importação de mão de obra poucas vezes visto no país. Dados do Ministério

do Trabalho e Emprego (MTE) dão conta que foram concedidas 18,85% a

mais de autorizações de trabalho a estrangeiros no primeiro semestre deste

ano do que no mesmo período de 2009. Foram 3.519 concessões a mais do

que janeiro a junho de 2010, que registrou ao todo 22.188 autorizações,

sendo 20.760 temporárias e 1.428 permanentes. No último mês analisado,

junho, o ministério concedeu 3.497 autorizações - o maior número observado

para este mês em cinco anos. Das concessões temporárias, a maior parte foi

concedida aos que trabalham a bordo de embarcações ou em plataformas

estrangeiras (8.244).

No período de 2005 a 2009, no total foram concedidas 165.993 autorizações.

Por país, os cidadãos dos Estados Unidos foram os que mais tiveram

autorizações para trabalhar em solo brasileiro, 5.590; Filipinas, 4.969; Reino

Unido, 3.496; Índia, 2.630 e França, 1.908, vieram logo atrás.

O setor petrolífero é líder na absorção de estrangeiros no mercado brasileiro

por receber embarcações e plataformas estrangeiras, que já vêm tripuladas

do exterior. Cada embarcação estrangeira chega com uma equipe de

profissionais, que são autorizados a ingressar no Brasil. Como o setor tem

tido um crescimento exponencial, é cada vez maior a presença de embarcações

e plataformas estrangeiras, o que gera aumento no número de autorizações

concedidas.

Em meio a este fenômeno, tramita no Congresso Nacional a Lei do Estrangeiro,

que pretende adequar a nova realidade econômica do país às demandas do

mercado de trabalho atual .Mas o fato é que o quadro acima gera crescente

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preocupação dos profissionais brasileiros, que sentem suas posições

ameaçadas dentro das empresas. Entretanto, na opinião de profissionais

especializados que lidam com a legalização do trabalhador estrangeiro no

país, e inclusive dos próprios representantes do Ministério do Trabalho,

esta situação espelha um momento da economia globalizada, com a realização

de grandes investimentos no país, a exemplo do pré-sal e novos investimentos

no setor siderúrgicos, só para ficar nos dois mais expressivos exemplos. E

para derrubar qualquer argumento mais radical usam um fato irrefutável e

atestado pelo MTE: o número de brasileiros no exterior é quatro vezes maior

que o de estrangeiros trabalhando no Brasil.

Dr. Carlos Aud Sobrinho, diretor da CAS, empresa com 38 anos de experiência

na legalização de documentação de estrangeiros, é um dos adeptos desta

linha de raciocínio, do tipo via de mão dupla. “O Brasil cada vez mais ganha

projeção Internacional, em toda área energética. Temos a tecnologia em águas

profundas, temos energia alternativa e isso ajuda a atrair mais estrangeiros

para cá”, argumenta, para em seguida lançar um vaticínio: “Estimamos que o

advento do pré-sal vai fazer com que pelo menos 10% dos empregos diretos

e indiretos sejam ocupados por estrangeiros”. Leia a seguir a entrevista

concedida pelo executivo à Revista Guiaoffshore Magazine.

Guiaoffshore: A entrada de mão obra estrangeira no país na área petrolífera

cresce ano a ano. No período de 2005 a 2009, no total foram concedidas

165.993 autorizações As autorizações concedidas apenas ao setor petrolífero

passaram de 33% em 2009 para 45,5% nos três primeiros meses de 2010. O

sr. não considera esses números um pouco preocupantes para o trabalhador

brasileiro?

Carlos Aud: É preciso analisar também a outra ponta da saída de trabalhadores

brasileiros para o exterior. Anualmente, há uma saída de 3 milhões de

brasileiros para trabalhar no exterior e em grande parte é contratada pela

indústria petrolífera, que é uma das áreas que mais emprega atualmente no

mundo. Muitos profissionais brasileiros se especializam e vão trabalhar em

multinacionais lá fora. A própria Petrobras tem uma extensa atividade no

exterior e contrata brasileiros para trabalhar lá fora.

A entrada de 5 mil a 11 mil trabalhadores estrangeiros por trimestre no

Brasil, especialmente na área petrolífera, é para atender uma enorme

demanda por técnicos e profissionais qualificados e altamente

especializados nesta indústria. Além disso, o Brasil cada vez mais ganha

projeção Internacional, em toda área energética. Temos a tecnologia em

águas profundas, nós temos energia alternativa e isso ajuda a atrair mais

estrangeiros para cá, não concorda? O crescimento da siderurgia no Brasil

também contribuiu para o aumento da demanda de profissionais.

Guiaoffshore: Qual é em sua opinião o maior

problema enfrentado pelas empresas com a

contratação de mão de obra estrangeira?

Carlos Aud: É quando termina o visto de uma

tripulação fixa indispensável, pois para obter um novo

visto existe um prazo de 90 dias de carência, ou seja,

o estrangeiro tem que sair do País e aguardar 90 dias

antes de poder retirar um novo visto. E isso às vezes

cria um hiato que prejudica a produção.

Guiaoffshore: Como as empresas que precisam de

mão de obra estrangeira devem se portar? O que o sr.

sugere?

- É preciso planejar com muita antecedência. Pelo

menos seis meses antes de quando quiser trazer mão

de obra estrangeira. Procurar auxílio de consultores

experientes na área, para adequar a operação às normas

e legislação vigentes. Nunca pedir o visto em cima da

hora. Com a limitação feita à manutenção dos

estrangeiros, de acordo com o tempo de operação para

possam permanecer com o visto, seria importante

uma flexibilização e isso não diminuiria a demanda

por mão de obra brasileira.

Guiaoffshore: O Sr. acha que não há razão para o

trabalhador brasileiro se preocupar então?

Carlos Aud: Não, porque quando entra uma empresa

estrangeira no Brasil ela gera centenas de milhares de

empregos diretos e indiretos. Quando se traz uma

plataforma, por exemplo, usam-se estaleiros, posto

de gasolina, lavagem de roupa, comida, hotelaria, além

dos transportes marítimo, aéreo e terrestre.

Estimamos que o advento do pré-sal vai gerar no

mínimo 7 milhões e meio de empregos diretos e

indiretos para brasileiros, enquanto para a fatia de

estrangeiros não compreenderá nem 10% desse total.

Guiaoffshore: Qual é a sua análise a respeito da

carência de mão de obra qualificada no país?

Carlos Aud: Existe a falta de mão de obra qualificada

em alguns setores e, no caso da área petrolífera, isso

se agravará com a prospecção no pré-sal. O processo

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de nacionalização muito acelerado junto com o rápido

crescimento e a saída de técnicos brasileiros para o

exterior fazem surgir o perigo de acidentes, que não

podemos dimensionar, pois a área de petróleo exige

uma experiência de longo prazo.

Guiaoffshore: A lei do estrangeiro altera a

proporcionalidade da CLT, que estabelece 2/3 de

empregados brasileiros numa empresa?

Carlos Aud: A proporcionalidade tratada na CLT

relaciona-se ao estrangeiro que é empregado por

empresa brasileira. A legislação que rege o contrato de

estrangeiros para oo segmento offshore é diferenciada,

pois em sua maioria se trata de estrangeiro trabalhando

para empresa estrangeira. A CLT entra no caso de

contrato de trabalho estrangeiro em empresas

brasileiras, porém se aplica a outras áreas, pois o

contrato da área offshore se equipara com o contrato

de assistência técnica.

Guiaoffshore: A penalidade para situação de

irregularidades na mão de obra estrangeira é grande?

Carlos Aud - A penalidade vai desde multas diárias

altíssimas (tanto para a empresa quanto para o

empregado) até a extradição. Segundo o Código Pe-

nal, a empresa que contratar ilegalmente um

estrangeiro terá a responsabilidade recaída

diretamente em seu presidente. Os valores são

arbitrados pelas autoridades de acordo com a

gravidade da infração.

Guiaoffshore: Qual é sua opinião a respeito dessas mudanças advindas com

a nova lei do estrangeiro?

Carlos Aud - Acho que toda a área de imigração está sendo bem conduzida

pelo governo brasileiro e que nós apenas devemos, no caso da indústria

petrolífera, acompanhar esse desenvolvimento do pré-sal, para que não haja

qualquer empecilho. E que possamos proteger nossas embarcações e nossos

técnicos mais experientes, principalmente, ao não se abrir mão da mão de

obra nacional. Mas já sabemos que realmente no médio prazo, se esse

progresso continuar, faltará mão de obra especializada e precisaremos evitar

problemas semelhantes ao ocorrido no Golfo do México, que para mim se

deveu à pressa e à falta de pessoas experientes. Temos que tirar uma lição

desta tragédia, ao se empregar pessoal mais experiente, para evitar problemas

sérios e, às vezes, irreversíveis. Se nacionalizarmos nossa produção com

muita rapidez, haverá o perigo de ocorrer sérios problemas na prospecção

offshore, com acidentes que não poderemos dimensionar.

Guiaoffshore: O que o Sr. tem a dizer aos profissionais brasileiros que estão

preocupado com a grande entrada de estrangeiros no Brasil?

Carlos Aud – Não deveríamos criar barreiras, uma vez que a cada prospecção

que é feita gera-se milhões de empregos diretos e indiretos n o Brasil, além de

que com o convívio e com a tecnologia, cria-se também uma melhor qualificação

da nossa mão de obra. A tendência é aumentar cada vez mais o número de

empregos no Brasil.

A lei do estrangeiro que está em tramitação no Congresso adapta a legislação

do estrangeiro com a legislação dos países que recebem imigração e vivem a

globalização. Estamos vivenciando um momento diferente na economia, por

que o Brasil é um dos poucos paises do mundo que não está em crise e

quando atrai mão de obra, atrai também capital. Com isso, o brasileiro se

beneficia direta e indiretamente. Isso inclusive aumenta muito os valores

salariais, porque entrará em parâmetro internacional.

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AVEVA anuncia parceria com oSENAI para treinar engenheirosde projeto no Brasil

A empresa AVEVA, fornecedora de ferramentas paraprojetos de engenharia e gerenciamento de informaçõespara plantas, geração de energia e indústria marítima,firmou com o SENAI uma parceria para treinamentoindustrial. Consciente da necessidade urgente nomercado de mais engenheiros de projeto e tubulação, aAVEVA e o SENAI uniram-se para treinar candidatosao mercado de trabalho em tecnologia AVEVA PDMSem desenho de plantas.

A parceria fornecerá aos engenheiros a oportunidadede aprender o software e alinhar suas habilidades comos pré-requisitos e necessidades dos empregadores dehoje. O curso será ministrado em 20 unidades nasdependências do Senai, em várias cidades do Brasil.

"Existe no Brasil uma demanda real por engenheiros

treinados em PDMS. Poderíamos vislumbrar uma escassez no horizonteenquanto a economia global melhora. Nossa parceria com o SENAI visa re-solver esse problema em potencial e proporcionar à indústria os trabalhadoresqualificados dos quais necessita para continuar a expansão econômica e indus-trial. Estamos satisfeitos por trabalhar com o Senai para atender a essa crescentenecessidade da indústria por engenheiros qualificados", frisa Santiago Pena,Vice-presidente da AVEVA para a América Latina.

O SENAI e AVEVA têm realizado treinamentos em PDMS em São Paulo eSalvador, mas o acordo de expansão abrange a partir de novembro todas asunidades SENAI, dando cobertura total ao mercado Brasileiro.

"Nossa nova parceria com a AVEVA irá proporcionar aos estudantes deengenharia uma importante vantagem competitiva. Tendo engenheiros maisqualificados em PDMS que possam apoiar projetos 3D beneficiará não só aosseus empregadores, mas também ao país", explica José Manuel de AguiarMartins, diretor-geral do SENAI.

O AVEVA PDMS é uma solução de gerenciamento de projetos e detalhamentode instalações industrias. O sistema é baseado na modelagem de sólidos emambiente multidisciplinar tridimensional em escala. O processo dedetalhamento do projeto é baseado na utilização de componentes de bibliotecaparametrizada, sendo as informações centralizadas em banco de dadosrelacional com possibilidade de trabalho sincronizado em diferente localidadessimultaneamente. As diversas disciplinas envolvidas no projeto são tubulação,equipamentos, estruturas metálicas, civil, bandejamento, dutos de ventilação,ar condicionado e ventilação (HVAC) entre outras.

O sistema AVEVA PDMS tipicamente é utilizado por profissionais comoEngenheiros, Técnicos Projetistas nas mais diferentes áreas, profissionaisligados a área de gerenciamento de materiais entre outras. Portanto acaracterística do sistema permite sua utilização nas diferentes etapas de execuçãode um projeto de uma planta industrial, desde a fase de projeto conceitualpassando pelas etapas de projeto básico, detalhamento, construção, montagem,comissionamento, operação e manutenção.

CURSOS & CARREIRAS

TREINAMENTO

Santiago Pena, Vice-presidente da AVEVA para a América Latina

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Demanda por mão de obraqualificada está em alta naárea petrolífera

Pesquisa inédita realizada pela HAYS, empresa especializada em recrutamento

de executivos de alta e média gerência, com mais de 7 mil profissionais, em

30 países, revelou que as empresas brasileiras pagam em média US$ 72,5 mil

anuais aos seus colaboradores em posições de gerência, ligeiramente abaixo

da média mundial, de US$ 75 mil. O Brasil está em oitavo lugar, se comparado

aos demais países pesquisados.

“Há uma grande diferença entre os salários pagos pela indústria de alguns

países, como a Austrália e a Indonésia, que chega a 400%. Por essa razão,

não é difícil entender porque há tanta transferência de mão de obra pelo

mundo”, comenta Alexia Franco, diretora da HAYS no Rio de Janeiro, onde

a divisão de petróleo e gás da empresa opera desde junho de 2009.

Para a executiva, o mercado brasileiro está aquecido e vai crescer muito nos

próximos anos, principalmente por causa das recentes descobertas na camada

pré-sal. “Observamos que a disputa por profissionais especializados nesse

setor está bastante acirrada. O Brasil não tem mão de obra qualificada na

quantidade necessária para atender à demanda interna”, afirma Alexia. Estima-

se que haja um déficit de 207 mil trabalhadores qualificados no setor.

Segundo a diretora da HAYS, as empresas que atuam na indústria de petróleo

e gás são mundiais e, por isso, as buscas por profissionais são realizadas de

forma global. “Além do Brasil, atuamos no Oriente Médio, África, Europa,

Ásia e Oceania. Por isso, os resultados da pesquisa nos ajudaram a entender

o mercado como um todo, o que nos permite atender a contratos

internacionais, prospectar profissionais em outros países e oferecer

trabalhadores brasileiros para multinacionais”, diz a diretora.

Como estratégia para reter talentos, as empresas lançam mão de vários tipos

de benefícios. “As empresas do setor de petróleo e gás consultadas pela

Estudo da HAYSregistra que profissõesmais demandadasserão geólogos,geofísicos,especialistas emperfuração eequipamentos, egerentes de projetos

Alexia Franco, diretora da HAYS no Rio de Janeiro

CURSOS & CARREIRAS

PESQUISA

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GUIAAAAAOFFSHOREM A G A Z I N E

pesquisa oferecem benefícios de forma

consistente. Mas os profissionais de

grandes empresas globais recebem mais

se compararmos com a média das

indústrias (51% dos colaboradores têm

plano de saúde, 50% recebem bônus, 47%

têm ajuda de custo para moradia, 30%

têm habitação paga pela empresa e 36%

têm carro ou transporte oferecidos pela

empresa), diz Alexia.

Áreas mais aquecidas

A pesquisa apontou que os profissionais

mais demandados nos próximos meses

pelo mercado de petróleo e gás no Brasil

na cadeia de exploração (upstream) serão:

geólogos, geofísicos, especialistas em

perfuração, especialistas em

equipamentos e gerentes de projetos. No

setor de distribuição (downstream),

haverá uma procura crescente por

profissionais da área de infraestrutura,

visando a construção de refinarias e

gasodutos. “As empresas estão se

consorciando para atuar em grandes

projetos, por isso, as áreas de orçamento

e planejamento de obras industriais estão

em alta”, explica a diretora da HAYS. No

mundo, as regiões que abrirão mais

oportunidades, segundo a pesquisa, são:

Oriente Médio, África, Ásia, Austrália,

Reino Unido e Norte da Europa, Leste

Europeu e América do Sul.

O levantamento também registrou

otimismo entre os colaboradores da

indústria de petróleo e gás para os

próximos meses. A maioria dos

entrevistados (75%) acredita que o

mercado vai se recuperar em menos de 12

meses e apenas 15% descreve sua

confiança no mercado de trabalho no setor

de forma negativa.

A área de expertise Hays Oil & Gas no

Brasil, baseada no Rio de Janeiro, é um

dos dez polos mundiais da empresa e

atende toda a América do Sul, em

sintonia com outros escritórios da

HAYS no mundo. A equipe de

consultores é 100% dedicada ao setor.

“Nossa expectativa é fazer com que a

divisão Hays Oil & Gas chegue a 30%

do total de posições trabalhadas pela

HAYS no Rio de Janeiro e, em cinco

anos, represente 50% do faturamento

do escritório carioca”, diz Alexia Franco.

Em 2008 a HAYS foi responsável por

cerca de 50 mil contratações em regime

permanente e 270 mil assinaturas de vagas

temporárias no mundo todo. No ano fis-

cal encerrado em junho de 2009, seu

faturamento mundial alcançou £ 2,4

bilhões, com lucro líquido de £ 670,8

milhões e lucro operacional de £ 158

milhões. Seu modelo de negócios tem

como foco os resultados, base de sua

prática comercial, e é 100% voltado ao

sucesso da missão e à parceria de longo

prazo com as empresas empregadoras.

Isso é resultado do exercício diário de seus

valores corporativos: transparência,

excelência, paixão pelo negócio e

construção de relações duradouras.

Chegou ao Brasil em 2006, estabelecendo-

se primeiro em São Paulo e em seguida no

Rio de Janeiro. No País, a HAYS atua em

12 áreas de expertise independentes: Hays

Accountancy & Finance, Hays Banking,

Hays Engineering, Hays Human Resources,

Hays Legal, Hays Logistics, Hays Pro-

curement, Hays Pharma, Hays Sales &

Marketing, Hays Taxation, Hays Oil &

Gas e Hays Information Technology.

CURSOS & CARREIRAS

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O desafio de recrutarprofissionais qualificadospara atender a demandado setor de óleo e gás

Por Adriano Bravo*

ARTIGO

Com a descoberta da camada pré-sal, o setorde óleo e gás ficou reaquecido e elevou oBrasil a um dos principais países produtoresde petróleo. O bom momento deveprosseguir até 2020, com investimentostotais estimados em U$ 210 bilhões e no-vas posições abertas para o mercado – cercade 200 mil novas vagas, diretas e indiretas.A meta do Governo é utilizar 80% de mãode obra local, mas a falta de profissionaisqualificados virou um desafio também paraas empresas do setor que precisam encontrarrapidamente perfis que se encaixem emáreas peculiares do projeto Pré-sal.Atualmente, o maior déficit é deengenheiros, profissionais de pesquisa deexploração e desenvolvimento(engenheiros de reservatório, geofísicos,petrofísicos e geólogos de petróleo e gás),e profissionais voltados para as sondas deperfuração e para as plataformas deprodução. Esse é um setor da economiaformado por profissões que eram poucoatraentes ou desconhecidas do público gerale que não ofereciam, até então, amplasoportunidades. Para se ter uma ideia, em1991 as universidades formaram sete vezesmais advogados do que engenheiros. Mascom as profundas mudanças ocorridas dedez anos para cá, principalmente nosúltimos cinco anos, baseadas nas novasdescobertas da Petrobras e de empresasinternacionais, ocorreu o rápidocrescimento do setor, que começou ademonstrar estrangulamento muito rápidode profissionais plenos e seniores,principalmente quando as empresaspassaram a demandar mão de obra nacional.Um estudo do Instituto de PesquisaEconômica Aplicada (IPEA) feito no iníciodeste ano mostrou que o Brasil não temnúmero suficiente de engenheiros para darconta dos novos postos que devem surgir

com o crescimento econômico. No Brasil,cerca de 30 mil engenheiros saem dasuniversidades por ano. De cada seteengenheiros formados no país, apenas doisestão formalmente empregados em funçõestípicas da profissão. É muito pouco secompararmos com outros países. Na Coreiado Sul, por exemplo, este número chega a80 mil e na Rússia, 140 mil. China e Índiavão mais além: por ano se formam 600 mile 250 mil engenheiros, respectivamente.Devido a essa falta de profissionaisespecializados, a remuneração para quematua nesses segmentos está elevada. Umasérie de posições para a área de pesquisa dereservas chega a atingir cerca de R$ 30 mil.Recém-formados em engenharia com inglêsfluente e que pretendem trabalhar em re-gime offshore chegam a ganhar em tornode R$ 7 mil. A carência só começará aequilibrar-se dentro de cinco a 10 anos,dependendo da área de formação.As empresas especializadas emrecrutamento vêm aumentando seucontingente, até mesmo de engenheiros,para dar conta do entendimento técnicodas posições e da demanda contínua. Estademanda já ultrapassou a simples procuralocal e passou até mesmo a focar a buscaem profissionais, brasileiros, alocados emprojetos no exterior e em profissionaisoriundos de países do Mercosul. Para seter uma ideia, em algumas posiçõesespecializadas contamos apenas comquatro ou cinco profissionais em todoterritório nacional para uma demanda quesupera seu número físico. Muitas das vezesesbarramos em questões como a falta dedomínio do inglês ou a falta experiênciarelevante no setor de upstream paraposições de alta gerência.Com esta lacuna a ser preenchida, a saídatem sido a contratação de mão de obra

estrangeira. Segundo relatório recente doMinistério do Trabalho, mais de 90% dosquase 180 mil estrangeiros que receberam,ao longo dos últimos cinco anos, algum tipode visto de trabalho para atuar em terrasbrasileiras, têm diploma universitário,ensino médio completo ou algum grau deespecialização técnica. Isto infelizmentedemonstra que e a mão de obra nacionalnão está preparada para competir com aestrangeira. Essa demanda por trabalhadoresmais bem qualificados é infelizmente umatendência, pois o nosso sistema educacionalnão reage na velocidade exigida pelomercado. Assim, a vinda de trabalhadoresexpatriados para o Brasil tem funcionadocomo um ‘pulmão’ enquanto ostrabalhadores locais vão sendo encontradosou qualificados. Os custos destesprofissionais estrangeiros no Brasil sãomuito maiores que trabalhadores com omesmo grau de qualificação, e isto torna aideia de qualificar os profissionais brasileiroscompensadora.A boa notícia é que o setor de petróleo e gásimplica na vinda do exterior deequipamentos sofisticados, como navios-sonda para coleta de dados geofísicos eunidades de perfuração. Na medida em queesses barcos ingressam no Brasil comestrangeiros a bordo vão, gradualmente,incorporando profissionais brasileiros àstripulações por conta das regras de conteúdonacional, sindicatos, governo e pelasempresas. Além disso, Governo, ANP,Universidades e SENAI uniram esforçospara elevar o número de formandos de 30mil para 100 mil nos próximos cinco anos.Estas são soluções eficazes para evitar quenão somente o Pré-Sal, mas a economiabrasileira como um todo não trave seucrescimento por falta de profissionais paracuidar dos principais empreendimentos deinfraestrutura do país.

*Headhunter, CEO da Petra Executive Search

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GUIAAAAAOFFSHOREM A G A Z I N ECURSOS & CARREIRAS

Processo seletivo exige múltiplashabilidades de candidato eaté empatia com entrevistador

Por Fernando Montero da Costa

ARTIGO

O que passar como primeira imagemnum processo seletivo? Qual aimportância do primeiro contato como entrevistador ou dono de uma vagaa emprego? De que vale compreenderas necessidades da empresa no quetange à vaga que se pleiteia? Por quesaber se inter-relacionar eestabelecer certa proximidade comnosso entrevistador pode valer oêxito na conquista da vaga deemprego?

Com base nestas e em outrasindagações é que possível entenderum pouco melhor as nuances eparticularidades dos processosseletivos, cuja atenção pode (ou não)levar o candidato à conquista da tãoalmejada vaga de emprego.

Fernando Montero da Costa, Diretorde Operações da Human Brasil(empresa especializada na seleção erecrutamento de talentos, formação,desenvolvimento e consultoriaestratégica de pessoas nasorganizações), relata abaixo algumas

situações e problemas usuais ementrevistas e dá dicas para se obtersucesso:

Coerência com as informações jápassadas anteriormente: ou seja, oconteúdo da entrevista nãorepresenta uma contradição ouinconsistência em relação ao CV,histórico ou quaisquer outrasreferências profissionais préviasfornecidas.

Ausência de informação prévia: oentrevistador não tem como balizarou validar a entrevista com quaisquer

outras informações préviasfornecidas pelo candidato. Ocandidato não conhece oentrevistador: o momento daentrevista é de incerteza, pois, regrageral, não há qualquer informação arespeito do selecionador.

Nível profissional do entrevistador:não se sabe ao certo qual é o níveldo selecionador e isto tende a deixaro candidato inseguro. Exemplo: se oentrevistador é um analista ou umdiretor, um gerente ou um assistente,um trainee ou coordenador, um su-pervisor ou um estagiário. Qualquerum desses níveis / cargos pode estarà sua frente e expressando atitudesvariadas durante a entrevista. E, emmuitos casos, o selecionador sequerrevela o seu papel na organização, oque, dependendo das colocações,pode colocar o candidato em “saiasjustas”.

Utilização de diferentes linguagens:no caso de algumas vagas de carátermais técnico, esse fator exerce par-

Fernando Montero da Costa, Diretor deOperações da Human Brasil

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ticular influência no contexto daentrevista. Caso o candidato não sejada área, restará pouca chance deseguir no processo, pois sequer estáem condições de entender o linguajaradotado pelo entrevistador.

A interação com o entrevistador podeprovocar conflitos ou situaçõesdifíceis: a busca de uma maiorinteração ou intimidade com oentrevistador pode colocar ocandidato em situações delicadas,especialmente quando contextualizacasos pessoais que possam induziro selecionador a juízo de valor forade um contexto profissional.

Falta de habilidade para tratar osaspectos não-técnicos ou de ordemmais comportamental: estaocorrência é especialmente comumnas chamadas “entrevistas porcompetências”, nas quais oentrevistador convida o candidato acontextualizar alguma situação decunho comportamental e/ou decompetências vividas em algummomento no passado e que sãonecessárias para o adequadoexercício do cargo que pleiteia naempresa.

Falta de química com o entrevistador:a ausência de química ou empatia como entrevistador pode tirá-lo doprocesso seletivo em questão.

Fernando Montero lista também doisdos principais indícios que sinalizamque um candidato irá à frente noprocesso seletivo: “A capacidade detransmitir confiança e a habilidade degerar credibilidade.”

O diretor da Human Brasil ressata

que, de acordo com estudos deanálise comportamental desenvolvidospelos cientistas de renome, existemalguns fatores preponderantes queafetam mais ou menos os resultadosdas entrevistas de emprego,particularmente no que tange a car-gos executivos, de gerência oudiretoria de alto nível. Isto porque aexpectativa gerada num processo deentrevista é diferente dos candidatosa vagas mais operativas ou defunções menos seniores.

“Aspectos comportamentais, taiscomo de iniciativa própria,competitividade, orientação aresultados, elevada capacidade deauto-estima e auto-motivação eobjetividade, são muito apreciadosem executivos”, explica.

“Esses mesmos aspectos, quandocombinados com habilidades deinfluência, medidas através do nívelde empatia, capacidade de gerar eestabelecer relações de confiança,facilidade para relacionar-se,otimismo, persuasão e excelentecomunicação, fecham o perfil do líderou gestor para o cargo almejado”,completa o especialista.

Este tipo de expectativa de perfilcomportamental tem sido buscadatanto por empresas multinacionaisquanto por empresas 100%brasileiras. “O que normalmentemuda é o tempo do processo, númerode entrevistas, questionários deavaliação aplicados, etc. Em muitoscasos, por mais sui generis que possaparecer, empresas 100% nacionais,inspiradas nas novas tendências de

RH internacionais, acabam até certoponto sendo tanto ou mais exigentesem termos de perfil comportamentalquanto as multinacionais.”

O mesmo tipo de expectativacomportamental pode ou não variarem se tratando de diferentessegmentos setoriais, por exemplo: Nosetor industrial, engenharia/construção civil e financeiro, nosquais a questão do componentetécnico são preponderantes, além dosfatores já citados anteriormente,acrescenta-se o perfil de precisão,precaução, uniformidade e visão deprocessos, perfeccionismo emeticulosidade.

Já nos setores comercial e de serviços,nos quais a pressão dorelacionamento externo e muitas vezescontato direto com clientes exigemmais de seus profissionais, acresce-se ao perfil dominante e influentecertas características de auto-controle, estabilidade, paciência,amabilidade, tenacidade eponderação.

No que diz respeito aosempreendedores ou empresáriosfundadores de novos negócios, alémda dominância e influência,acrescenta-se fatores comportamentaisque fazem a diferença, tais como:adaptabilidade, vigor, alto nível deenergia, capacidade de lidar com adiversidade, f lexibil idade e emparticular, aspectos de firmeza,independência e capacidade deassunção de riscos.

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GUIAAAAAOFFSHOREM A G A Z I N E

Adaptação é a palavra-chavepara profissionais offshore

Por Villela da Matta*

ARTIGO

CURSOS & CARREIRAS

Planejamento e gerenciamento da carreira,a partir da delimitação de metas eobjetivos claros são fundamentais,sobretudo no mercado de trabalho atual,no qual as mudanças ocorrem de formacada vez mais rápida.

Para os profissionais offshore esseplanejamento é ainda mais relevante, umavez que estes colaboradores precisamestar preparados para os impactosocasionados por essa atividade em sua vidapessoal e profissional.

Segundo pesquisa, os grandes problemasque acometem o trabalhador offshore sãoirritabilidade, ansiedade, depressão,impaciência e insônia, causados,principalmente, pela distância dos amigos,da família e da rotina com a qual estavaacostumado, bem como pela escala de 12horas ininterrupta, o austero modelo detrabalho e exposição ao risco. Por isso, éessencial que esses profissionais tenhamum coach que otimize seudesenvolvimento profissional e aumentesua performance.

O problema é que geralmente as pessoasnão gostam de mudanças, por maisnecessárias que sejam, pois o conceitode mudança remete a sensação denovos desafios e ainda provocadiferentes sensações e entendimentoscomportamentais.

E quando essas mudanças são malconduzidas tornam as pessoas inseguras,

pessimistas, negativas, desmotivadas, oque mexe com o entusiasmo e,consequentemente, com sua habilidade delidar com pessoas.

É por isso que processo de coaching é tãorelevante para a empresa e para oprofissional, pois quando aplicado comresponsabilidade e utilizando asferramentas corretas, pode ser a soluçãoquando um trabalhador ou uma equipeestá em falta de sintonia e pode acabar emdescarrilamento.

O coaching é uma ferramenta modernacom comprovações científicas capaz dereverter qualquer quadro negativo de umacorporação, em um curto espaço de tempo.É uma espécie de assessoria individual oude grupo que foca em planejamento e

resultados, contribuindo com performancee qualidade de vida.

Motivação

Para que não haja arrependimento e“surpresas” com a profissão, é fundamen-tal que o funcionário saiba exatamente noque consiste seu trabalho e atividade naempresa, conheça detalhadamente qual afinalidade da ação que está exercendo esua importância para a corporação. Issodeve ocorrer antes e durante o exercícioda função.

Vale ressaltar que também é importanteque o funcionário tenha em mente que asatisfação no trabalho, acabará por refletirem sua vida pessoal, e que odesenvolvimento profissional e o aumentodo seu desempenho irão gerar maisoportunidades, reconhecimento esucesso.

Mas para que isso aconteça, é necessáriocriar condições para que o colaborador seadapte à condição de confinamento, re-gime de turnos, afastamento do convíviofamiliar e social, utilização do tempo livre,entre outras, e o coach é fundamental paraque o trabalhador enxergue essa novarealidade e se adeque a ela, examinando osprós e contras da profissão por eleescolhida, e trabalhando, principalmente,para que ele não pratique umaautosabotagem inconsciente, visandoretornar a sua “zona de conforto”.

* Fundador e Presidente da Sociedade Brasileirade Coaching®. É Certified Master Coach pelo Be-havioral Coaching Institute e Graduate School ofMaster Coaches e membro do ICC.

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GUIAAAAAOFFSHOREM A G A Z I N E

A difícil arte de formar o lídervindo da carreira técnica

Por Silvio Celestino*

ARTIGO

CURSOS & CARREIRAS

Por vezes a promoção de um

profissional a um cargo de liderança

faz a empresa perder um técnico nota

10 e ganhar um líder nota 1. Existem

muitos fatores a se considerar

quando decidimos promover

alguém a um posto no qual

estará responsável por

pessoas e pela obtenção de

resultados por meio delas. O

principal é despertar no

indivíduo sua capacidade de

sair da esfera técnica e

interessar-se por desenvolver

outros e integrá-los aos

propósitos da empresa e

principalmente dos clientes.

O desafio começa quando

observamos que em sua vida

voltada para máquinas e

processos, o profissional evolui

adquirindo o conhecimento clássico

- aquele que pode ser obtido em livros

ou em cursos. Seu mundo possui uma

lógica que é expressa a partir de uma

sequência de ações que, quando

repetidas, produzem o mesmo

resultado. Por isto a segurança de um

indivíduo oriundo da carreira técnica

está em seu conhecimento. Quanto

mais sólido ele for, quanto mais

profundo e preciso, maior a velocidade

com que consegue resolver os

problemas que lhe são apresentados

e mais valioso se sente para a empresa

e para si mesmo. Entretanto, ao

ingressar na carreira de liderança as

máquinas e os processos vão para o

cenário, ou seja, o indivíduo

deixa de interagir com eles e

passa a lidar com pessoas de

um modo muito específico:

obter resultados por meio

delas. Neste contexto o

conhecimento clássico já não

conta tanto, pois cada

indivíduo é um ser único e

portanto, a melhor forma de

conhecê-lo é conversando

com ele, observando suas

ações e refletindo sobre seus

propósitos - que podem

mudar de um momento a outro

e por fatores desconhecidos

por estarem fora da esfera

profissional. Além disso, nem todos

os comportamentos são lógicos, o que

é incompreensível para aqueles

formados tecnicamente. Para piorar

*Silvio Celestino - Senior Partner da Alliance Coaching

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uma mesma pessoa que o novo líder

conseguia fazer mover-se no passado

com uma frase inspiradora, agora

considera esta mesma mensagem

inócua, enfadonha e desmotivadora.

E finalmente chega o fator da maior

complexidade para o técnico em cargo

de liderança: a emoção. Seres

humanos são máquinas geradoras de

emoção. Se em um dado instante a

pessoa produzir uma que seja

disfuncional, seu trabalho e por vezes

o da equipe estará irremediavelmente

perdido. Neste fator reside a maior

parte do dispêndio de energia do líder,

seu estresse e, no longo prazo, seu

esgotamento. Por exemplo, um

engenheiro que "dirigia-se a um

computador" com palavrões quando

este demorava para responder a um

comando, ao tomar a mesma atitude

com um de seus liderados gera as

condições para que este último

produza medo e se paralise. Um

técnico que conseguia consertar

velozmente vários equipamentos ao

mesmo tempo, ao tentar fazer sua

equipe realizar muitos projetos em

paralelo gera as condições para que

ela fique frustrada, ansiosa e

estressada. Nestes exemplos o

resultado fica comprometido por sua

não realização, qualidade ou atraso. É

quando o líder tem de enfrentar a mais

difícil das emoções: a sua própria. O

desenvolvimento intelectual na

carreira técnica faz o indivíduo

acreditar que tudo pode ser aprendido

estudando e lendo. Na verdade por

maior que seja seu conhecimento

sobre inteligência emocional - e há

muitos livros consagrados a respeito,

se a pessoa não se sujeitar à interação

com outros com os propósitos de

dominar suas emoções e amadurecer,

dificilmente conseguirá exercer a

liderança sem tornar-se disfuncional.

Nas organizações observamos

gestores, inclusive no mais alto posto

da empresa, que são capazes de gerar

excelentes resultados financeiros, mas

estão profundamente estressados e

alguns com doenças em decorrência

d i s s o . L a m e n t a v e l m e n t e e m

muitos casos são eficientes

profissionalmente mas ineficientes na

vida pessoal, o que é uma forma

terrível de fracasso. A passagem da

carreira técnica para a de liderança

exige que o indivíduo se exponha a

experiências que possam aprimorá-lo

no trato das emoções, principalmente

nos momentos críticos, que são

aqueles onde os resultados não estão

acontecendo, o clima organizacional

está negativo, ou há uma crise em

curso. A capacidade de dominá-las e

lidar com as dos subordinados,

superiores, pares e clientes

desempenha um papel fundamental

nestas ocasiões e é um fator-chave

para o desenvolvimento de sua

carreira. Nestes quase 10 anos de

experiência como coach de líderes

empresariais, observo que o papel da

empresa é oferecer um sistema que

permita a existência de um fluxo

constante de novas lideranças (pipe-

line de líderes). Nele, de acordo com o

nível hierárquico da pessoa, ela tem

acesso a palestras, workshops e

cursos que a despertem para estas

questões do auto-desenvolvimento,

emoções e maturidade. Mas,

complementariamente, a partir de uma

certo ponto em sua carreira, tem a

possibilidade de submeter-se a uma

metodologia específica de formação

de liderança: o coaching. Em linhas

gerais é o processo de

desenvolvimento de competências do

líder e que pode ser utilizado também

de forma abrangente para que o

indivíduo possa desenvolver outras

esferas de sua vida. Entretanto, todas

estas ações devem ser integradas à

estratégia da empresa de forma

a auxiliar o profissional a

paulatinamente ter uma visão cada vez

maior de si mesmo e de seu papel

frente aos desafios da corporação.

Apesar da relevância incontestável da

carreira técnica, o que se espera de um

profissional ao chegar à maturidade é

que seja capaz de se responsabilizar

por pessoas e desenvolvê-las. Daí a

importância de todos se inspirarem a

enfrentar este desafio fundamental

para as organizações e o país: a

formação de líderes.

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