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boletim ~ dez 2005
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Ediçao Semestral - Ateneu Comercial do Porto
COMMERCIAL DO PORTO
ATHENEU>> 2 eurosN. 1
Estamos praticamente a chegar ao fim do primeiro ano de mandato dos actuais Corpos Gerentes. Pelo que, sem pretender efectuar neste
espaço um balanço das realizações desenvolvidas pelo Ateneu nos últimos meses - matéria que será devidamente tratada no Relatório e
Contas – importa, porém, sublinhar que estamos orgulhosos do trabalho até agora efectuado.
Foram várias as iniciativas – cívicas, culturais, recreativas e desportivas - entretanto concretizadas. Acções às quais aderiram, com força,
um grande número de associados, mas também muitos milhares de pessoas que nos honraram com a sua visita. Foram os casos, por exemplo,
do grande impacto causado pelas comemorações do 136.º aniversário, do debate com os candidatos à Câmara Municipal do Porto, do Festival
Nacional de Bridge, da edição do Catálogo de Pintura, ou mesmo da reedição do Boletim do ATHENEU, cujo interregno durou bastantes
anos.
Esta constatação, sendo motivo de orgulho, não nos deixa, contudo, tranquilos. Antes pelo contrário. Pelo Ateneu e pelos nossos associados
queremos fazer mais. Haveremos de querer sempre mais. A “inércia” não é palavra que entra nos nossos objectivos. E a motivação que
continuamos a receber por parte de todos vós dá-nos coragem para prosseguir, para realizar, por vezes sonhar, mas acima de tudo concretizar.
Por outro lado, estas realizações assumem um sabor redobrado quando, como todos sabem, os nossos recursos são diminutos. Dependem,
fundamentalmente, dos nossos associados, da ajuda de alguns amigos do ATENEU e das iniciativas que vamos empreendendo. Porque vos
digo isto? Porque até ao momento em que escrevo estas palavras – e digo-o com uma certa tristeza - ainda não obtivemos qualquer ajuda,
ou apoio, de qualquer Instituição ou Organismo público, embora o tenhamos solicitado por diversas vezes. Afinal, pensamos, esse apoio é
justificadamente devido, quer pelas iniciativas desenvolvidas, quer pela disponibilidade demonstrada pelo Ateneu sempre que algo nos é
solicitado por essas instituições, mas acima de tudo porque o Ateneu não é uma instituição corporativa. É um espaço com história que pertence
a um país.
Este facto é ainda mais difícil de entender porque - sendo o Ateneu uma Instituição de Utilidade
Pública, localizada na baixa da cidade do Porto, aberto a toda a população, com um horário
de funcionamento das 10 às 24 horas, todos os dias da semana - ainda não obteve dos responsáveis
eleitos qualquer apoio, designadamente no que se refere ao cumprimento das promessas, ao
Ateneu, efectuadas.
Não serão, no entanto, adversidades como estas que nos farão vergar. A força é inata quando a
causa é justa. Propusemos objectivos, haveremos de os realizar a todos. Um, por um.
É também com esse propósito que a Direcção decidiu colocar à disposição dos senhores associados
e amigos alguns brindes, com a marca do Ateneu. A sua excelente relação/preço/qualidade, faz
com que sejam excelentes prendas de Natal. Por outro lado, originarão uma pequena, mas
preciosa, fonte de receita para a nossa Instituição.
Gostaria ainda de realçar o esforço levado a efeito para melhorar a qualidade gráfica desta revista, visível já neste número. Da mesma forma,
gostaria de sublinhar a enorme receptividade que encontrámos na sua aceitação, o aumento significativo da participação dos senhores
associados e amigos do Ateneu, todos a título gracioso, bem como agradecer o apoio das empresas que, ao associarem o seu nome a esta
iniciativa, permite que a sua concretização - sem que seja mais um encargo – se possa prolongar no próximo ano, com uma periodicidade
quadrimestral.
Por último, e atendendo à época natalícia que se aproxima, aproveito este meio para formular a todos os senhores associados, familiares e
amigos do Ateneu, votos de um Santo e Feliz Natal, com muita Saúde e que o próximo ano seja o da concretização de todos os projectos
pessoais e profissionais.
Muito brigado.
O Presidente da Direcção
Hélder Firmino Ribeiro Pereira
“Pelo Ateneu e pelos nossos associados queremos fazer mais. Haveremos de querer sempre mais. A “inércia” não é
palavra que entra nos nossos objectivos. E a motivação que continuamos a receber por parte de todos vós dá-nos
coragem para prosseguir, para realizar, por vezes sonhar, mas acima de tudo concretizar.”
EDITORIAL
Caros leitores, Estimados Consócios
pags 1
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Não tenho qualquer intenção de recordar o passado como exercício
de saudosismo. Saudosismo de quê, se o passado é, em muitos
aspectos, um estendal de injustiças, carências e baixesas? Basta olhar
as condições da habitação Portuense dos finais do século XIX para
comprovar isso. Basta olhar as infâmias cometidas em nome da luta
política de então, para percebermos que não existem paraísos
depositados nos nossos pretéritos.
De qualquer modo, o conhecimento do passado, desde as suas
realizações materiais às formas de pensamento, dos medos, angústias
e obscurantismos às zonas de luz e aos avanços cívicos que o tempo
foi sedimentando, é fundamental para podermos compreender muitas
dificuldades e contradições do presente e estabelecer termos de
comparação com a bondade ou o retrocesso do viver contemporâneo.
Além de outros factores importantes para a correcta compreensão
da História.
Por exemplo: temos ideia de como hoje transcorre a existência de
um jovem da alta burguesia portuense (se é que ela ainda existe,
numa cidade em que a sua classe progressiva por excelência quase
desapareceu da dinâmica da sociedade tripeira). Mas o que acontecia,
há um século, com uma criança nascida em meio favorável ao
desenvolvimento de uma personalidade destinada ao desempenho
do papel social que lhe fora previamente determinado? Acontece
que certas famílias tinham o hábito (excelente) de, além de álbuns
e diários íntimos, elaborarem registos pormenorizados relativos, por
exemplo, às despesas, aos relatos de viagens ou aos nascimentos
ocorridos. Descobri, no meio dos milhentos papéis que navegam
em minha casa, um desses registos de finais de oitocentos, relativo
a família das minhas relações.
Embora sucinto e reduzido a uma só página, podemos analisar o
resumo de uma vida contada do seu primeiro dia até aos 27 anos,
em permanente ascensão. A partir do casamento o registo cessa.
Considerava o registador a sua missão terminada? Talvez, já que o
jovem estava (bem) criado, (bem) instalado no mundo do trabalho
e na própria sociedade, depois de (bem) sucedida carreira escolar.
Vejamos então o retrato milimétrico de um membro ilustre da austera,
sólida, pragmática e requintada burguesia da Invicta: nasceu em
2.2.1883. Foi baptizado na sé Catedral, em 4 de Abril do mesmo
ano. (E adquire, então, enorme vantagem relativamente à maioria
das crianças: a família tem possibilidades de o vacinar. O relato é
omisso contra qual ou quais doenças). Foi vacinado em 1 de Outubro
de 1883 e apartaram-no (isto é: foi retirado do peito da ama), em 20
do mesmo mês. Apareceu-lhe o primeiro dente em Maio de 1884.
De maleitas - felizmente para ele -, só aparecem registadas uma
bronquite aos 6 e outra aos 25 meses.
DA BURGUESIA PORTUENSE
“…o conhecimento do passado, desde as suas realizações materiais às formas de pensamento, dos medos, angústias
e obscurantismos às zonas de luz e aos avanços cívicos que o tempo foi sedimentando, é fundamental para podermos
compreender muitas dificuldades e contradições do presente e estabelecer termos de comparação com a bondade ou
o retrocesso do viver contemporâneo. Além de outros factores importantes para a correcta compreensão da História.”
É com elevada honra que, neste momento de grande significado para o Ateneu Comercial do Porto, me associo ao lançamento do nº 1 da
sua Revista. Relevo este momento pois, se é certo que o ATENEU já adquiriu um estatuto muito próprio, não é menos verdade que a palavra
escrita permitirá fortalecer a memória dos seus feitos, legando às gerações futuras um património histórico-cultural notável e, não menos
importante, os valores e os princípios que desde sempre nortearam a Instituição.
O reaparecimento da Revista é revelador da dinâmica a que o Ateneu Comercial do Porto habituou a cidade e que já logrou levar o seu nome
muito além das suas fronteiras. Esta nova forma de comunicação constitui mais um passo no fortalecimento das relações entre os seus membros,
sendo esta a base de toda e qualquer entidade.
Permitam-me que, nestas breves palavras, homenageie aqueles que, ao longo das várias gerações que se cruzaram nessa Casa, têm conseguido
manter um tão elevado sentido cívico e de partilha. Cívico pelo que de serviço público tem a sua intensa actividade; de partilha por sempre
ter tido as suas portas abertas à sociedade.
Em nome do Governo, que represento no Distrito, felicito o Ateneu Comercial do Porto por este projecto que, certamente, irá enriquecer
todos quantos dele beneficiam, e, em particular, os seus corpos dirigentes e associados por mais uma iniciativa que consolida a sua história.
A Governadora Civil do Distrito do Porto
Isabel Oneto
MENSAGEM
Saiu (repare-se no pormenor) “sem ser acompanhado por criada”,
pela primeira vez, em 22 de Maio de 1885 (mas não certamente
sozinho, tal como acontece na importante e primeira viagem). Foi
ao Buçaco e Figueira, em 14 de Agosto seguinte. Rapou o cabelo
(medida higiénica que, como vemos, também as famílias prósperas
praticavam) pela 1.ª vez em 18.6.1886 (mas não se livrou de uma
das pragas de época), teve bexigas loucas em 3 de Outubro. Foi ao
Bom Jesus (passeio obrigatório dos Portuenses) em 10.7.1887; (vem,
depois, a pré-Escola temporã) entrou na Mestra a 1 de Agosto (sendo
mestra-caseira, vemos que trabalhava no Verão). Tirou o 1.º dente
a 31 de Agosto de 1888 e tomou o 1.º banho, na Foz, em 4 de Agosto
de 1889 (aos 6 anos, nada mal). Foi para o Bom Jesus em 12 de
Junho de 1890.
Aos 7 anos, ei-lo no limiar da Instrução Primária: entrou no Colégio
«do Vasconcellos» a 15 de Novembro de 1890; (a seguir, férias)
esteve em Famalicão 8 dias no mesmo mês. Confessou-se pela 1.ª
vez em 1.4.1891, esteve um mês de Vizela, em Julho e (o que era
quase obrigatório na cidade burguesa) entrou para Irmão da Ordem
Terceira da Santíssima Trindade, em Outubro de 1892.
Fez exame de Instrução Primária – Aprovado – em 15.5.1893 e foi
(comemorar?) a Viana, Valença e Vigo, em Junho seguinte. Fez a 1.ª
Comunhão em 8.4.1894, na Igreja de Santo Ildefonso (entretanto a
progressão escolar seguia em crescendo). Fez exame de Português
a 14 e de Francês em 18 de Julho de 1894 - Aprovado -. Entrou no
Colégio Nacional, em Outubro, tendo começado com a Ginástica
em Dezembro.
(Sempre a andar) Exames de Desenho e Inglês (Junho e Julho de
1895) e do 2.º ano de Desenho (8.7.1896). De matemática, Alemão,
Geografia e História (Julho de 1897). E (já antevendo a prática)
«meteu professora de palestras Inglesas», em Outubro. Exames de
Matemática, Álgebra, Economia, Alemão e Física em Junho de 1898,
concluindo o Preparatório para o Instituto Comercial.
(Vida nova) Exame de Direito Comercial Português (26.6.1900 –
Distinto!).
E (além de outras distinções) exame de Contabilidade e Cálculo
Comercial Financeiro, em 25.7.1900 (significando a conclusão do
Curso Superior de Comércio).
Aqui, o registo muda de tom e de figura dizendo «Partiu Sua Ex.ª
para Hamburgo em 10.7.1901, regressando um ano depois». Em
Outubro de 1902 esteve em Bragança 16 dias. «Entra na Vinícola»
(que certamente lhe reservara o lugar) para trabalhar, em 20.7.1904.
Esteve 4 e 6 dias no Bom Jesus (em Maio de 1905 e Julho de 1906),
nas Taipas (Agosto de 1906) e Vizela (Julho de 1910).
Casou em 21 de Maio de 1910, na Igreja de Nevogilde (com as
respectivas escrituras elaboradas, no dia anterior, no tabelião Tibério
– tudo como mandavam as regras). Viagem de núpcias a Vigo (que,
como vemos, era destino apreciado) e férias nas Caldinhas em Julho
seguinte. Infelizmente o relato fica pelo casamento, como quem
diz: casado e arrumado, objectivo cumprido. Ficamos assim com
a curiosidade de saber o que aconteceu a esta vida vocacionada
para o sucesso social.
Na cidade de luz e sombra, claros e escuros, pobreza e prosperidade
é óbvio que carreira tão fulgurante seria uma excepção. Há um
século, as desigualdades de oportunidades eram evidentes. Se
pensarmos que, em 1910, morriam no primeiro ano de vida cerca
de 25% das crianças nascidas no Porto, compreendemos como este
jovem, pelo simples facto de chegar incólume e com posição familiar,
social e profissional assegurada até ao casamento, era um felizardo,
numa cidade onde se morria por quase tudo e vivia por quase nada.
Hélder Pacheco
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ENTRE DOURO E MINHOENTRANDO PELO PORTO
No Minho, o caldo verde a fumegar feito de cebola nova e batatas
esmagadas com finíssimas tiras de couves verdes e a indispensável
tora de chouriço caseiro era comido em malgas de barro vermelho,
o arroz de Lagosta, pescada em Viana, já esperava ao lume e o aroma
da frescura do mar espalhava-se pela salão do Solar setecentista,
onde sobre a lareira o brasão da família lembrava a fidalguia da casa
e de todos os momentos, divino manjar que Neptuno guardava nos
seus mares que pescadores sapientes raptam para nossa delícia. Pela
porta entram os rojões de Porco, soberbos, fumegantes, tal como um
desfile militar, travessas de castanhas, batatinhas, gomos de maçã,
pedaços de carne fritos em banha, redenho, tripa enfarinhada,
belouras, posicionaram-se na mesa de madeira antiga coberta de
linho bordada com as armas de Portugal, os vinhos verdes branco
e tinto enchiam os copos e saciavam a sede alimentando a alma,
elevando-nos à condição de deuses.
O leite creme, acabado de queimar, regado ligeiramente com vinho
do Porto e salpicado subtilmente com canela, perfumou a sala fazendo
inveja às rubras rosas do centro de mesa, enquanto nos copos de
cristal o vinho de Porto com mais de quarenta anos acompanhava
este doce de colher tal como um piano a voz de uma soprano. O
café, servido no jardim da casa sobre o caramanchão, ainda se
atreveu a vir com doces de gema e beijinhos de amor, uma aguardente
de vinho verde acompanhava um soberbo charuto e a paisagem
verde deste Minho, morgado de Portugal, era a moldura perfeita
para este quadro.
Adormecendo num sono leve bafejado pela brisa do mar sonhei e
em sonho visitei castelos e solares, ermidas esquecidas, pontes
romanas, locais de culto Mariano, pequenos mosteiros da estrada
de Santiago, tudo é perfeito neste local... No alto da serra, preste a
entrar na igreja de Santa Luzia, uma noiva vestida de negro toda
bordada a lantejoulas e pedraria, voava para o altar e neste raio de
luz emanado pelo contraste do seu vestido reflectido pelo brilho
do seu traje, vi o sol que sorria nos costumes deste povo que teima
em manter as suas tradições.
É preciso que este Entre Douro e Minho se abra ao Mundo e passe
a mensagem que em Portugal o turismo é único pela forma como
as pessoas se entregam aos visitantes, fazendo-os sentirem-se eleitos
e cada refeição como se fosse um banquete celestial onde nem
sequer falta a música animada e ritmada no colorido dos trajes.
O turismo tem viver de sonhos e emoções pois é isso que as pessoas
procuram nas viagens que fazem.
O Porto, como disse Camilo Castelo Branco, é a Capital do Minho
e a entrada de Portugal para um Norte onde o Douro é um tesouro
por desenterrar, onde para além da paisagem humanizada nas encostas
rasgadas por braços de Homens, conseguiram arrancar às pedras um
vinho único no Mundo, onde o quadro que se nos apresenta nos
esmaga pela beleza e pela certeza de uma tenacidade única.
Dar a conhecer este Norte de Entre Douro e Minho é obrigação de
todos e do qual todos devemos fazer parte deste projecto.
Hélio Loureiro (Sócio do Ateneu)
“ Oh! paisagem etérea e doceDepois do ventre que me trouxea ti eu devo tudo que sou!”
António Nobre - Só
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Aproveitando o tempo precioso das férias, fiz um percurso pelo Norte de Portugal num encontro de sabores e prazeres onde
Baco e Eros se sentaram na mesma mesa e, ébrio das luxuriantes paisagem de entre Minho e Douro, deixei-me levar pelas
mãos da exuberante cozinha onde cada garfada é uma sinfonia ao bom gosto pantagruélico.
Domingos José da Costa Guimarães Júnior
Notável associado do Ateneu, admitido em 1914 com vinte anos de idade, frequentou assiduamente até 1986, data do seu falecimento, a
sala de bilhares da nossa Instituição.
Perdura na memória de todos os que tiveram o privilégio de com ele ter convivido a imagem de um Homem de uma inexcedível integridade,
correcção e humanismo.
Um Grande Senhor.
O interesse pelo bilhar estendia-se também a outros familiares do Senhor Guimarães Júnior, que eram associados do clube e que participavam,
regularmente, nos campeonatos inter-sócios que a casa organizava.
Com boas capacidades técnicas para o bilhar “Livre”, que era a sua modalidade preferida, o Sr. Domingos Guimarães, além de desfrutar de
todo o convívio que o bilhar lhe proporcionava, usava-o, com notoriedade, também como um bom meio para a manutenção da sua invejável
forma física. No fundo, era a procura da “Mente Sana en Corpore Sano”, de que ele foi um excelente exemplo.
Quando faleceu, era o associado mais antigo do Ateneu com 72 anos de filiação.
Honra-nos como associado Seu filho, Sr. Dr. Manuel de Sousa Guimarães, ilustre médico da nossa cidade, a quem enviamos fortes saudações
bilharísticas. Fazemos votos de que tão distinta família nunca perca o vínculo ao Ateneu e que, através das novas gerações, continue ligada
a ele pela via do associativismo que é, no fundo, a sua essência mais genuína e a razão da sua existência.
Manuel Gaspar Abreu Lima Gama
Natural da lindíssima cidade de Viana do Castelo, onde reside, este nosso associado, quer pela sua simpatia, quer pela sua afabilidade, quer
pelo trato amigo que lhe é peculiar, faz de cada um que o conhece um seu incontornável admirador. A juntar a tudo isto, e já não era pouco,
é possuidor de invulgares atributos para a prática do bilhar de competição com evidência para a modalidade de “Pool” - para os menos
conhecedores desta matéria, poder-se-á descrever como um jogo parecido com o popular “Snoocker”.
Jogador de topo no panorama bilharístico Português, ocupa desde há vários anos os lugares cimeiros do ranking oficial da Federação Portuguesa
de Bilhar, tendo atingido, aos 25 anos, o auge da sua ainda curta carreira, ao sagrar-se Campeão Nacional Individual Masters (categoria
máxima no bilhar) da época 2004 / 2005.
Pelo Ateneu e por Equipas já tinha conquistado um Campeonato Nacional da 1.ª Divisão, uma Taça de Portugal, uma Super-Taça e um
Campeonato Nacional da 2.ª Divisão.
A sua vinda para o Ateneu fica a dever-se a um seu conterrâneo, nosso associado, grande amigo da secção e não menos brilhante bilharista
que é o Sr. António Azevedo que, com toda a razão, via no então candidato, Sr. Manuel Gama, uma pessoa com o perfil e com as qualidades
desejáveis para um associado do Ateneu. E em boa hora o propôs.
Com a presença dos Senhores Presidentes da Assembleia Geral, do Conselho Fiscal, da Direcção e de muitos Senhores Associados que
esgotaram todos os lugares disponíveis, realizou-se no passado dia 4 de Novembro, no restaurante do Ateneu, um grandioso jantar de
homenagem a este nosso associado, tendo-se também prestado no decorrer do mesmo um justo e veemente agradecimento ao associado e
reputado bilharista, Sr. Dr. Jorge Tavares Bastos, por toda a disponibilidade que tem tido para com A SECÇÃO DE BILHAR. Os Senhores
Presidentes enalteceram a dedicação e o empenho dos homenageados para com o Ateneu, tendo sido oferecido, a ambos, um livro do espólio
das pinturas do clube: “Percursos – A Pintura do Ateneu Comercial do Porto”.
Um Muito Obrigado e um Bem Hajam por tudo quanto têm feito pelo Ateneu.
José Manuel Barros (Sócio do Ateneu)
DUAS GERAÇÕES DIFERENTES
pags 4, 5
o mesmo prazer pelo BILHAR
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22h00 ABERTURA JANTAR (SERVIÇO DE BUFFET)2 Pratos Quentes, Saladas Variadas, Sobremesas Tradicionais
Vinhos Verdes e Maduros, Águas e Sumos à discrição
12h00 MEIA NOITEUvas Passas, Bolo Rei e Champanhe
1h15 ABERTURA DA MESA DE FRIOSLeitão, perú, salmão, carnes frias, quiches diversos,
mesa de queijos, etc.
3h00 CHOCOLATE QUENTE
INSCRIÇÕES NOS SERVIÇOS DE SECRETARIA ATÉ AO DIA 22 DE DEZEMBRO OU PELOS TELEFONES 223 395 410/2Só serão consideradas reservas contra pagamento. Após o prazo, as inscrições sofrerão uma multa de 5 ATHENEUS
MÚSICA AO VIVOE MUITA ANIMAÇÃO
COMERCIAL DO PORTOATENEU
NÃO SÓCIOS
65 ATENEUS
SÓCIOS
55 ATENEUS
FUNCIONARÁ UM BAR TODA A NOITE PARABEBIDAS ESPIRITUOSAS E LICOROSAS (PAGAS À PARTE)
Quando a crónica histórico-mundana dos meados de 1978 noticiou o casamento da princesa
Carolina do Mónaco, filha do príncipe Rainier e da princesa Grace, não faltou quem associasse
o apelido do seu consorte, Filipe Junot, ao do notável general das hostes napoleónicas
Andoche Junot e se persuadisse que eram ambos da mesma linhagem e, até, que este era
ascendente daquele.
No entanto, nada disso corresponde à realidade, conforme o demonstraram os termos da
entrevista que o conhecido historiador Joseph Valynseele concedeu à revista “Point de VUE
IMAGES du Monde” e que ali vem publicada, no exemplar n.º 1562, de 30 de Junho do
dito ano.
Com efeito, e muito embora as duas famílias procedam da mesma região, qualquer base de
consanguinidade que entre ambas pudesse eventualmente existir, teria de situar-se, necessariamente, para trás de 1623, pois Joseph Valynseele
pesquisou a ancestralidade de Filipe Junot até aquela data, sem que ela se cruzasse com qualquer dos ascendentes do favorito de Napoleão
Bonaparte.
É que, apesar da semelhança dos apelidos, pode perfeitamente dar-se o caso das respectivas linhagens serem de origens diferentes, como
aliás acontece com a maioria das famílias portuguesas de idêntica designação antroponímica.
DUAS FIGURAS DA SOCIEDADE LISBOETA DE HÁ 200 ANOS – DUQUES DE ABRANTES
É muito extensa a bibliografia portuguesa respeitante a Junot e a sua mulher, dado o facto deles terem sido duas figuras com notória implantação
na sociedade lisboeta dos primórdios do século XIX.
Ele, por ter estado entre nós, primeiramente como representante diplomático do governo francês (1804-1805) e, em seguida, como comandante
do exército que invadiu o nosso país de 1807 a 1808 e garantiu o Tratado de Fontainebleau (27.10.1807). E ela, na qualidade de escritora,
através dos seus romances e, principalmente, do seu famigerado e controverso livro de “Memórias”, que, em dados lances, se manifesta tão
pouco lisonjeiro com a mulher portuguesa.
Além disso, em 1808, foram ambos distinguidos com o título português de duques de Abrantes* que, em França e conforme se verá, se
transmitiu oficialmente à respectiva posteridade.
RAMIFICAÇÕES GENEALÓGICAS DE ANDOCHE JUNOT E QUEBRA DA RESPECTIVA VARONIA
1. Oriundo da Borgonha, Jean-Andoche Junot nasceu a 23.10.1771 em Bussy-le-Grand (Côte-d’Or) e suicidou-se em Montbard, a 29.07.1813; e sua mulher,
Laura St.-Martin Permon, nasceu em Montpellier a 06.11.1784 e faleceu em Paris a 07.06.1838.
Do seu casamento, ocorrido em 1800, resultaram duas meninas e dois rapazes:
2 A filha mais velha, chamada Josefina, nascida em Paris em 1802, foi escritora de certa nomeada. Seguiu primeiro a vida religiosa e fez-se irmã de caridade,
em que atingiu o título de cónega, mas depois, reconciliando-se com o mundo, casou em 1841 e teve uma filha de quem descende o conde Jean de
Mouy e a família Grevenkop-Castenkiold, de origem dinamarquesa. Depois de casada, Josefina Junot passou a assinar as suas obras sob o nome de
Madame Amet, cujo apelido lhe adveio do marido.
2 O filho varão mais velho, Napoléon-Andoche Junot, segundo duque de Abrantes, morreu solteiro e sem descendência. Nasceu e faleceu em Paris (1807-
1851), sendo afilhado de Napoleão Bonaparte e da imperatriz Josefina. Dedicando-se às Letras, colaborou em diversas publicações do seu tempo e foi
autor de alguns romances, que o Grand Larousse enuncia. Também seguiu a vida diplomática, mas teve de abandoná-la, por dificuldades surgidas no
seu exercício.
2 O filho mais novo, Alfredo Junot – cujo nome completo, mas menos corrente, era o de Adolphe-Alfred-Michel Junot – nasceu em Ciudad Rodrigo em
1810 e, abraçando a carreira militar, serviu em África, fez parte do estado-maior do exército e faleceu em 1859, no posto de tenente-coronel, em
consequência de ferimentos recebidos em combate, na batalha de Solferino. Foi o Terceiro duque de Abrantes, por morte do antecedente. Casou duas
vezes. Do primeiro matrimónio ficou-lhe uma filha, a que foi dado o nome de Joana e do segundo nasceram-lhe mais dois rebentos:- Margarida e Jerónimo.
Mas Jerónimo morreu com a idade de 3 anos, assim se apagando na família o apelido Junot, procedente do respectivo genearca, Robert Junot, nascido
em 1600 em Fontaine-les-Sèches (Côte-d`Or) e aí proprietário-agricultor.
OS DESCENDENTES PORTUGUESESDO GENERAL NAPOLEÓNICO
pags 6, 7
Andoche Junot
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* Por falta de legitimidade jurídica, o título de duque de Abrantes não é reconhecido em Portugal, sendo, além disso, atentório da nossa identidade nacional, por evocar um períodode usurpação e ameaça para a nossa independência.
Apesar disso, por morte de Alfredo Junot e decreto de 06.10.1869, o título de duque de Abrantes foi restabelecido na pessoa de seu genro, Maurice Le
Ray, marido da sobredita Joana. O sexto e actual duque de Abrantes é neto deste casal, que, aliás, também se encontra simultaneamente representado
pelas famílias Hervé, La Villesbrune, Surmont, Rivet de Chaussepierre, Heliot, Escande, Bès de Berc e Millecam.
Quanto à descendência da segunda filha de Alfredo Junot, acima designada com o nome de Margarida, encontra-se actualmente representada pelas
famílias Jarroson, Olphes Gaulard, Magne e Delafosse.
Posto isto, é chegado o momento de nos debruçarmos sobre a descendência da segunda filha de Andoche Junot, denominada:
2 Constança, a que, de resto, se atribuirá um maior desenvolvimento, por ter sido dela que irradiou um ramo para Portugal.
O REPRESENTANTE DE JUNOT EM PORTUGAL
De George Aubert a D. Jorge de Serpa Pimentel
2. Constança Junot nasceu em Paris em 1803 e a despeito da sua infância ter decorrido sob um clima de luxo e dissipação e da adolescência lhe ser perturbada
por tragédias e decepções, nem se tornou melancólica ou exageradamente introvertida, nem atreita a frivolidades. Pelo contrário, foi uma mulher de talento,
além de espirituosa, inteligente e equilibrada.
Muito perspicaz e vocacionada para as Letras, colaborou em notáveis publicações do seu tempo, tendo
fundado e sido redactora de uma revista intitulada Les Abeilles Illustrées. Além disso, foi autora de Le
Dévouement (1842); de um Manuel d’ Écónomie Élégante (1859); e de Les Femmes Sages et Les Femmes
Folles (1865).
Assinava-se Constance Aubert.
Casou com Louis-Antoine Aubert, ex-oficial do exército, que foi seguidor do general Cavaignac
e renunciou à carreira militar (quando era capitão), apesar de ter adquirido prestígio durante o
seu exercício e de ser condecorado com apenas 23 anos de idade.
A tradição familiar retrata-o psicologicamente como sendo um temperamento fortemente arrebatado
e exageradamente intolerante.
Tiveram os seguintes 3 filhos:
3 George-Auguste-Antoine Aubert, de quem sequentemente falaremos;
3 Alfredo, que não parece ter tido descendência;
3 e Laura, que foi casada e teve geração. Foi um bisneto desta senhora, chamado Raimond, quem
escreveu ao príncipe Rainier, pai de Carolina do Mónaco, a informá-lo de que o seu futuro
genro, Filipe Junot, ao contrário do que então se apregoava, não pertencia à estirpe procedente
de Andoche Junot e Laura Permon.
Este ramo encontra-se actualmente representado pelas famílias Labelle-Rojoux e Riesser.
3. Herdando a audácia e tenacidade do avô materno – cuja extraordinária bravura lhe valeu a alcunha de “La Tempête” – George-Auguste-Antoine Aubert,
que nasceu em Paris em 1838 e faleceu em Donville a 16.04.1899, foi um distintíssimo oficial de “Infantaria de Marinha”, que tendo participado briosamente
em todas as campanhas do segundo Império até à guerra Franco-Prussiana, muito se notabilizou pelo heroísmo e espírito de abnegação, demonstrados na
Batalha de Sedan (01.09.1870), cuja célebre resistência contra os Bávaros seria perpetuada pelo pintor Alphonse de Neuville no seu quadro intitulado “Les
Dernières Cartouches”.
Em 27.08.1967, nas comemorações do 97.º aniversário dos combates de Bazeilles, foi-lhe prestada em Granville, com honras especiais, justa e significativa homenagem,
em que se incluiu, além de outras realizações, a inauguração do seu novo túmulo, no cemitério de Nossa Senhora daquela cidade.
Casou em 1867 com Berthe Maréchal, cuja expressão invulgarmente distinta e anatomicamente encantadora lhe alcançou o cognome de “a duquesa”, com
o qual a alta sociedade parisiense costumava designa-la quando se lhe referia.
Em Portugal, na casa dos seus trisnetos, encontra-se um seu retrato, em que pode contemplar-se tão singular formosura.
Os seus olhos, lindíssimos e muito expressivos, de um castanho dourado pouco vulgar, resplandecem-lhe num rosto perfeitíssimo, emoldurado por excelentes
cabelos, de idêntica tonalidade, levemente acobreados. Tinha, então, 33 ou 34 anos de idade, pois a tela está datada de 1873*.
O autor deste esplêndido retrato foi Jean-Marie Fouque, que nasceu em Arles em 1819 e ingressou na Escola de Belas-Artes em 07.10.1846, onde foi discípulo
de Lestang-Parade.
Expôs no Salão de Paris desde o ano em que se matriculou até ao de 1879 e durante as viagens que realizou ao Extremo Oriente, as suas obras despertaram
tal interesse no rei do Sião, que este o nomeou pintor da sua real câmara.
Secretário, lugar-tenente e ajudante de campode Napoleão Bonaparte, comandante geralda Praça de Paris, coronel-general deHussards, general de divisão, embaixador nacorte de Lisboa, governador militar de Paris,comandante em chefe da 1.ª invasão francesade Portugal, grande oficial da Legião deHonra, “duque de Abrantes”, etc.JE
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* Berthe Maréchal nasceu em Lorient a 25.06.1840, sendo filha de Jean-Henri Maréchal, distinto oficial da Marinha, e de sua mulher Jeanne-Eudoxie Verguet.
Ao leitor desprevenido, mas eventualmente interessado na vida e obra deste bom artista, se chama a atenção para o facto de alguns biógrafos seus o tratarem,
erradamente, pelo nome de Jean-Marie Baptiste.
O herói de Sedan, George-Auguste-Antoine Aubert e a sua formosa mulher, Berthe Maréchal, tiveram dois filhos denominados:
› George-Henri, nascido em Lorient a 03.09.1868 e Madeleine-Clemence.
4. Madeleine-Clemence Aubert nasceu na mesma localidade a 08.06.1870 e faleceu em Matosinhos (Portugal), a 17.03.1969, com a provecta idade
de quase 99 anos.
O Jorge, seu irmão, tinha morrido com 18 anos de idade e ela vivia com a mãe, em Paris, na Rua Halelin, n.º 46, quando se relacionou com o marido.
Este, de nacionalidade portuguesa, chamava-se Bernardo Joaquim Vieira de Faria e tendo nascido na rua de Santa Catarina da cidade do Porto, a 23.08.1856,
era filho de Manuel Joaquim de Faria, bacharel-formado em Medicina, natural do Rio de Janeiro (Brasil), e de sua mulher D. Ana Alexandrina Vieira de Araújo,
natural e moradora no Porto.
Proprietário e de boa família, com grande ilustração e sólidos bens de fortuna, Bernardo de Faria costumava estanciar longos períodos em Paris, onde criou
amizades e se enamorou de Madalena Aubert, com quem viria a casar-se em Passy (Seine),
no 1.º de Maio de 1900.
Pouco depois vieram para Portugal e estabeleceram residência em Matosinhos, onde Bernardo
de Faria possuía casa própria e se finou a 26.12.1907.
Foi nessa “casa-museu”, onde havia boas peças de mobiliário francês do século XVII e um
imponente e belíssimo lustre de cobre trabalhado, que Madalena Aubert trouxera de França
consigo, que lhes nasceram, a 09.01.1901 e a 17.11.1903, as suas duas filhas:
5 Marcelle e Georgette. Georgette ficou solteira, mas:
5. Marcelle Aubert de Faria – que faleceu na sua terra natal a 12.03.1984 e foi uma das mulheres
mais elegantes da boa sociedade tripeira e alfacinha de há meio século – casou em Matosinhos,
a 14.09.1922, com D. José de Serpa Pimentel de Sousa Coutinho, sobrinho do marquês de
Gouveia, D. Afonso, e filho primogénito do contra-almirante D. Fernando de Serpa Pimentel
e de sua mulher D. Maria Ana Victória de Sousa Coutinho (filha dos terceiros condes de
Linhares).
D. José de Serpa Pimentel, que nasceu em Lisboa, na freguesia da Estrela, a 24.05.1879 e
faleceu com 50 anos incompletos, na freguesia de Santa Catarina da mesma cidade, a 01.05.1929,
foi coronel de Cavalaria, governador da companhia do Niassa e comendador e cavaleiro da
Ordem da Torre e Espada.
Tomou parte na expedição a Lourenço Marques (1900) e na Campanha da Guiné (1908) e
foi comandante do 1.º batalhão de Dragões de Mocâmedes (Angola) e chefe do estado-maior
do Corpo Expedicionário Português, em França (1917-1918), na primeira guerra mundial.
A forma como se houve no desempenho da comissão de serviço que lhe foi cometida durante
a expedição a Lourenço Marques, mereceu-lhe ser elogiado em portaria do governo-geral de Moçambique.
Além disso, foi condecorado e distinguido com o grau de Oficial da Legião de Honra, de França; com a Medalha de Serviços Distintos, da Grã-Bretanha;
com a Cruz de Guerra de 1.ª classe; com as Medalhas de Campanha e da Victória; com a Medalha de Valor; com a Medalha da Expedição a Lourenço
Marques; com a Medalha D. Amélia (comemorativa de serviços em campanha); com a comenda de S. Bento de Aviz; e, consoante já foi dito, com a da
Torre e Espada.
Tinha os cursos da antiga Academia Politécnica, de Lisboa; o da Arma de Cavalaria da Escola do Exercito; e o do Estado-Maior e jaz sepultado no cemitério
do Alto de S. João da cidade de Lisboa.
Do seu casamento de amor com D. Marcelle Aubert de Faria resultou um único filho denominado:
6. D. Jorge de Serpa Pimentel, que nasceu na freguesia do Bonfim da cidade do Porto, a 07.11.1923 e foi 2.º marquês de Gouveia, por alvará de 01.12.1956,
em sucessão a seu tio-avô, o engenheiro D. Afonso de Serpa Leitão Freire Pimentel.
Foi aluno do Colégio Militar e cursou Engenharia no Instituto Superior Técnico, de Lisboa, tendo sido aspirante miliciano de Cavalaria e ingressado na
companhia de navegação aérea Pan American World Airways (aeroporto de Lisboa), onde foi funcionário superior até 1981.
Faleceu em 1998 e havia casado em Lisboa, na Basílica da Estrela, a 08.03.1954, com D. Maria Alexandra Margarida de Sárrea Brack-Lamy de Paiva Brandão,
de quem teve duas filhas e o licenciado:
7. D. Jorge de Paiva Brandão de Serpa Pimentel, que sendo o actual representante português do general Andoche Junot é, também, o actual marquês de Gouveia
e o principal representante de uma família bem numerosa e multisecular, que muito se empenhou na expulsão dos Franceses do nosso território, quando
eles o invadiram por execranda determinação de Napoleão Bonaparte.
António de Souza-Brandão (Sócio do Ateneu)Do Centro de Estudos de Genealogia, Heráldica e História da Família da Universidade Moderna (actualmente na Lusófona)
pags 8, 9
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Escritora e uma das mulheres mais brilhantesda corte francesa durante o Consuladoe Império. Laura Permon arrogava-se,descendente dos Comnèni. Os seus luxuosossalões eram frequentados pela melhorsociedade bonapartista e por literatos eartistas, e a vida dessa época encontra-sereproduzida nas suas notáveis “Memórias”.
POESIA
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Manuel Barroca (Sócio do Ateneu)
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o dia de severinoa expressão fixa do poeta severino
encontrado domingo cerca do meio dia
ainda na cama morto por cima a sorrir
exprime num lance a imaginação com que
inventara passar o dia sentar-se à brisa abrir
um livro aconchegar a malha tecida por
mariana fixar no horizonte um petroleiro a
sair do terminal em leça o cigarro esquecido
até á hora do almoço ela quase a chegar
havia de sentir a eau de toilette pour femme
touch of pink oferecida a crédito enquanto
as suas mãos alissavam a barba dependurada
numa escada por onde ela costumava subir
até ficar no patamar ao nível daqueles olhos
poeticamente tristes pateticamente poetas
umas rimas aqui umas dicas ali a beberem
um chá uma tisana como ela dizia e depois
caminharem sobre a areia para quase em
segredo murmurar-lhe com as vagas um
conto de natal acabado “eramos tão pobres
a miséria era tanta que não tinhamos nada
para pôr na chaminé nem botas nem
sapatilhas nem alparcatas ou socos o pai
natal quando chegou à nossa casa fez um
desvio pensando que estava desabitada”
mas nem naquele sorriso desistiu quando
veio para ouvir o saibro da sua entrada no
cemitério e sentir os beijos de mariana que
ponteavam o seu poético corpo em confetis
de sangue mesmo morto ficou a dançar com
um cravo um abril uma revolução as barbas
fitas de carnaval até que no ar ficou suspenso
para amar no dia da ressureição os poetas
hão-de chegar uns virão com deus outros
pela sua mão acenando ao amor
entre as estações coimbra está suspensa num retrato de lídia uma jovem vivida
à travessa dos martas onde dormia foi urbanizada elevou-se imóvel perdeu a virgindade
perto do portugal dos pequeninos não se dislumbra el rei d. Sebastião voltando com o
corpo dela ainda esbelto coberto de pó estampado no calor de alcacer quibir a leveza de
nevoeiro a subir recria nos cabelos húmidos a minha brilhantina anos sessenta a brisa de
sais de banho dela enquanto quatro cavalos fugidos galopavam em direcção ao jardim num
alvoroço em frente ao hotel astória numa manhã espantados de portugal em vertigem uma
tarde perdi os sentidos copiei do vinicius de morais cadernos de poesia 4 o poeta mais
brasileiro de mais directa comunicação com o público e mandei um postal parecia a
liberdade a chegar elegante com parte do poema desespero da piedade tende piedade
senhor das primeiras namoradas de corpo hermético e coração patético que saem à rua
felizes mas entram sempre desgraçadas que se crêm vestidas mas que
em verdade vivem nuas e quando voltei lídia estava ausente pelo chão corria um silêncio
calmo sem resposta então o verão secou naquela cidade branca e preta donde voltei fazia
tanto tempo mas revolto á cidade em defesa dum fabricante de decotes não facturados um
vento de memórias embaraça a sala de audiências esvoaça a demência naquela escrivã de
direito que passa ondulada em tabu aprisionada em cortina de tabaco embrulhada numa
capa coçada pelo movimento dos tributos em fuga ela será a sombra de lídia sentada no
quarto a escrever-me envio-te como prova de nosso amor esta folha que apanhei no recreio
se passar anti tache pelas manchas de pigmentação na face se encaixar as ancas escancaradas
de partos se estilizar as sobrancelhas se limar as unhas roídas se esmaltar os dentes e
substituir o terceiro molar do primeiro quadrante se passar pó de limpar pratas a polir o
olhar baço de cansaço se libertar aquele ventre jesus dum inchaço surge então lídia saída
da poesia brasileira nua namorada aberta e coração sintético bendita dum vinicius renascido
no palco aplaudido mais o copo de whisky no prazer da palavra dançarina em volta dum
astor piazolla contorcendo o tango pelas argentinas e pelo silêncio das palavras amarguradas
todos libertando notas de sensualidade anotações á margem sobre a paixão prescrita não
garanto se reconhecido neste local ficarei sob prisão no seu domicilio para presenciar o
descalçar os joanetes o desabrochar das rendas em campos de celulite o escurecer dos
mamilos metamorfoseados duas máscaras voltadas para o soalho que se aproximam
desavergonhadas num abraço sem elasticidade nem plasticidade oh jesus corta-me a
placenta embrulha-me este filme em papel seda para alcançar no espaço a sublimação de
amar o nada de subir ao amor perfeito quero ser absolvido da poesia com que escureci o
seu retrato preto e branco excepto a dedicatoria como prova de nossa amizade eterna para
que nunca te esqueças estou a suar neste cenário o horizonte destas imagens asfixia o
ambiente quase fulmina até chegar um arcanjo de luto que primeiro lavou as mãos à pilatos
a seguir admirado sintetizou nem tinham dinheiro para telefonar ou selo para colar
evidentemente não se podiam enamorar nesta cidade é absolvido do crime de olhar a
paixão vai regressar pela noite
esta noite vieste-me esperar noutro amor ao porto regressei era madrugada apreciava o porte
fino na pele das tuas luvas a proteger carícias promessas de porcelana enquanto me conduzias
no teu lancia pelo brilho da estrada molhada presentia o vigor das tuas mudanças a humidade
dos vidros o limpa pára-brisas em gritos de borracha esmagada do coração até ao teu
Património Mundial da Cultura, cioso dos
seus bairros antigos de ruelas entrançadas,
do fulgor místico das suas igrejas de talha
dourada, da ribeira cosmopolita, o Porto é
a sua gente “gente de um só rosto, de uma
só fé, de antes quebrar que torcer”. Gente
que sabe dizer sim e gritar não, que se atreve,
sonha, espera mas não desespera, age, ousa
ser sujeito determinante da história da sua
cidade. Gente que flui nas ruas e avenidas,
cruza-se nas escadas rolantes dos shoppings,
que se toca nas mágicas noites de S. João,
cheira a alho porro e a erva cidreira,
emociona-se com as cascatas, orgulha-se
de ser tripeiro, grita “ O Porto é uma nação”,
“ até os comemos”, “campeões, nós somos
campeões”!
O Porto é o ruído de quotidianos apressados
de percursos e destinos de trabalho, de
palavras que se trocam, dos táxis, dos
autocarros, dos eléctricos, do metro...
O Porto é o Douro sinuoso de pontes
imponentes espreitando-o expectantes e
aplaudindo a ternura com que abraça a zona
ribeirinha nos dias preguiçosos de verão e
se espantam e revoltam com a sua violência
nos dias tempestuosos de Inverno.
Falar do Porto é falar da Torre dos Clérigos,
elegante e majestosa, em desafio com o
céu ora azul solarengo, ora cinzento
pedrento e frio.
É lembrar a estação de S. Bento, lugar de
chegadas e partidas, de encontros e
desencontros, de emoções e sentimentos
vários.
É deixar-se seduzir pelos jardins do Palácio
de Cristal, encantar-se com as tílias vestidas
de verde na Primavera, provocantemente
nuas no Outono.
É maravilhar-se com os arcos de Miragaia,
admirar o estranho bailado das roupas que,
nas varandas, secam ao vento e ao tempo.
É sentir o perfume, o sabor, o colorido do
seu vinho que, generoso, se oferece às suas
gentes e àqueles, viajantes de mil caminhos,
desembocam no seu território em busca de
um “ Porto sentido”, “Porto vivo e vivido”.
É sentir a força avassaladora da Praça da
Liberdade, lugar de eleição onde as gentes
se unem para festejar datas marcantes -
25 de Abril, 1º de Maio, vitórias e
conquistas dos seus ídolos, ovacionar o
F.C.P. ,defender e lutar pelos valores e
tradições da sua cidade.
Mas o Porto também é a Foz, a Foz onde o
Douro, depois de louca cavalgada por
montes agrestes e vales profundos, se
abandona, cansado, no Atlântico.
A Foz do Douro das manhãs de brumas
misteriosas, das praias orvalhadas onde o
mar se espreguiça languidamente e se
confunde com a areia.
A Foz do Douro onde, quem sabe, talvez
Sofia, menina do mar, etérea, em noites de
lua cheia, vestida de ondas, cabelos
enfeitados de luar dança na praia e canta “
Se em frente do esplendor do mundo nos
alegramos com paixão, também em frente
do sofrimento do mundo, nos revoltamos
com paixão”.
Também nas margens do Douro, em
Sobreiras, destaca-se, pela beleza, paz que
irradia do rosto, olhar, postura das mãos,
um Anjo. Anjo esculpido por Irene Vilar, que
muita da sua arte tem oferecido
discretamente à cidade, e aí escolheu o lugar
onde as suas cinzas serão lançadas e
descansarão no regaço do rio que tanto ama.
Anjo, qual mensageiro, parece querer dizer
ao Porto, que mesmo nos piores momentos,
enquanto houver quem ame perdidamente
esta cidade, as suas gentes farão com que o
milagre aconteça.
Tudo isto é o Porto, e o mais que as palavras
não podem traduzir mas que vivem
perpetuamente nos corações dos tripeiros.
Isaura de Melo (Sócia do Ateneu)
PORTO
pags 10, 11
“O Porto é o ruído de quotidianos apressadosde percursos e destinos de trabalho,
de palavras que se trocam,dos táxis, dos autocarros, dos eléctricos, do metro...”
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O Porto, cidade de perfil granítico e barroco, afirma-se na sua singularidade,identitária, numa das mais belas e antigas cidades da Europa.
“Estes nomes são cortados. Estes escritores
morreram”. Para António de Oliveira Salazar,
escritores e livros eram tão diabólicos e
“subversivos”, como o eram as obras
enumeradas no “Índex”, o famoso e triste
livro negro da Inquisição, criado
explicitamente para dar a conhecer os livros
proibidos, considerados como “desviadores
da fé”. Afinal, argumentava reiteradamente
o antigo presidente do Conselho Nacional,
“Autoridade e Liberdade são dois conceitos
incompatíveis. Onde existe uma não pode
existir a outra”. Perante isto, todos os escritos,
incluindo os livros, a Imprensa e os próprios
autores, deveriam ser sujeitos - ficou decidido
pelo Governo de Salazar - à Censura prévia,
porque “a liberdade não se mede pelos
textos, mas pelos seus costumes”, sublinhava
o governante do regime, que durou quase
40 anos em Portugal.
Muitos dos escritores das obras que integram
o vasto espólio da Biblioteca do Ateneu
Comercial do Porto passaram, nesses anos
em que vigorava o corte de textos a azul ou
vermelho, pelos carimbos tortuosos das
comissões de Censura. Pela escuridão à qual
Salazar decidiu votá-los. Ferreira de Castro,
Aquilino Ribeiro, Sofia de Mello Breyner,
Jorge Amado, José Saramago, Fernanda
Botelho, Marx, Lenine, Trotsky, Mão Tsé-
Tung, Tolstoi, Zola, Malraux, Camus ou Egas
Moniz. Um rol de nomes ligados à cultura
– essa actividade “subversiva” – interditos,
pelo regime, de circular e de serem lidos.
Escritores e livros assinalados num “Index”
mais moderno, onde constavam, sobretudo,
os nomes daqueles que a Censura garantia
estarem conotados com a “esquerda”. Como
era o caso de Ferreira de Castro, cuja obra
mereceu longos cortes dos censores. Em
1959, o escritor, então recém-chegado do
Brasil, viu-se rodeado de cuidados especiais
por parte das comissões censórias. De tal
forma que, em 9 de Novembro desse ano,
a Censura fez chegar às redacções dos jornais
nacionais uma informação peculiar: “A
notícia da chegada do escritor Ferreira de
Castro é cortada quase totalmente e o pouco
que fica deve ser encabeçado com este título:
‘Ferreira de Castro regressou do Brasil’”.
No Brasil, recordava Manuel Ramos, antigo
director do Jornal de Notícias, “o público
tinha recebido o autor de ‘A Selva’, como
se fosse um rei”. Mas “em Portugal, era a
tristeza que se via. E assim decorria a vida
cultural no nosso país”.
Muita dessa cultura – impedida de circular
por Salazar – continuou, no entanto, a fazer
sonhar centenas de mentes. A Biblioteca do
Ateneu foi, nesses anos, um espaço onde os
cidadãos acediam, livremente, à leitura, sem
que, por isso, estivessem sob a alçada do
olhar fiscal da Censura.
Tanto tempo depois, a Biblioteca do Ateneu
continua a ser o mesmo espaço de liberdade
e acesso. Hoje, porém, parte deste espólio
não pode ser consultado. Não por motivos
censórios, mas por imposições físicas e
práticas, que se prendem com a brutalidade
do tempo e as chagas que vai espalhando e
cravando em algumas das mais importantes
obras históricas que incluem o espólio da
Biblioteca do Ateneu. Cuidar de mais de 40
mil títulos e mais de 80 mil volumes – onde
se inclui a primeira edição de “Os Lusíadas”,
uma Bíblia de 1500 ou velhos manuscritos
de Fernão Lopes, que fazem desta Biblioteca
uma das melhores da Península Ibérica –
não é tarefa fácil. Implica imenso tempo,
imenso dinheiro e, sobretudo, depende da
ajuda – que ainda não chegou – de
organismos públicos. É que a Biblioteca do
Ateneu não é só nossa. Faz parte da história
deste país.
A Direcção do Ateneu, no entanto, não
desiste. Dia, após dia, dá mais um passo no
sentido de revitalizar a Biblioteca. De a
tornar num verdadeiro espaço difusor de
cultura. E, para isso, o futuro da Biblioteca
pas sa pe la modern ização , pe la
informatização, de forma a ligá-la à Rede
Municipal de Leitura e, mais tarde, à
Biblioteca da Universidade do Porto e à
própria Rede Nacional de Leitura. A ideia
não é megalómana. É justa, é real, é solidária,
é nacional. Como os valores que sempre
estiveram na base do trabalho do Ateneu
Comercial do Porto.
Isabel Forte (Jornalista)
“… a Biblioteca do Ateneu continua a ser o mesmo espaço de liberdade e acesso. Hoje, porém, parte deste espólio não podeser consultado. Não por motivos censórios, mas por imposições físicas e práticas, que se prendem com a brutalidade do tempoe as chagas que vai espalhando e cravando em algumas das mais importantes obras históricas que incluem o espólio daBiblioteca do Ateneu.”
UMA BIBLIOTECA ONDE NÃO ENTRAA PALAVRA CENSURA
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Este ano o Programa iniciar-se-á, como já
é tradicional, com um almoço oferecido aos
senhores Associados com pelo menos 50
anos de filiação, seguindo-se uma palestra
pelo Dr. António Arnaut subordinada ao
tema “Estado de Direito, Autoridade e Ética”.
No final, proceder-se-á à entrega das
medalhas de 25 e 50 anos de filiação.
De referir que, para além dos senhores
Associados com 50 anos de filiação, no
almoço podem também participar todos os
Associados e Amigos do Ateneu, bastando
para o efeito que efectuem a sua inscrição
nos Serviços de Secretaria até ao dia 8 de
Dezembro e ainda que procedam ao
pagamento de € 15,00 (Quinze Euros).
PARTICIPE!
12 DE DEZEMBROFESTA DA BIBLIOTECA
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O Ateneu Comercial do Porto vai festejar, no próximo dia 12 de Dezembro, mais um aniversário da sua Biblioteca,
efeméride há muitos anos designada como “Festa da Biblioteca”.
pags 12, 13
COM 50 ANOS
Silvino Aníbal Neves de Sousa
COM 25 ANOS
Júlia Pereira Gonçalves
José Lourenço Pinto (Dr.)
Maria Helena Valdrez Silva Cepeda
Alberto Eduardo Matos Camacho (Dr.)
Francisco Manuel Espinha Almeida
António Martins Moutinho (Eng.)
Carlos Manuel Silva Milho (Dr.)
Artur Francisco Oliveira Santos (Dr.)
Maria Margarida Vasconcelos Patrício Albuquerque (Dra.)
Carlos Miguel Martins Ramalho Fernandes
Mário Ramiro Gonçalves Trigo
Maria José Alves Moura Direito
Rui Filipe Vasconcelos Patrício Albuquerque (Dr.)
Olívia Flora Silva Monteiro Carvalho (Dra.)
Luís Filipe Pereira Domingues Ponce Medeiros
Alice Maria Sousa Oliveira Soares (Dra.)
Maria Odete Magalhães da Cunha Campos Albuquerque Carvalho
12h30ALMOÇO
14h30PALESTRA PELO DR. ANTÓNIO ARNAUT
15h30ENTREGA DE MEDALHAS AOS SÓCIOS COM 25 E 50 ANOS DE FILIAÇÃO
PROGRAMA
DE REFERIR QUE SERÃO GALARDOADOS NESTA CERIMÓNIA OS SÓCIOS
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO
16 às 19h30
ACESSO
A Biblioteca está aberta a toda a
população que requisite o acesso e
desde que o mesmo seja autorizado
pela Direcção do Ateneu. De qualquer
forma, existe a possibilidade de se
frequentar, habitualmente, a Biblioteca,
desde que se seja sócio. Ou seja, ao
pagar uma quota anual de dois euros
e 50 cêntimos (2,50 euros), recebe-se
um cartão de acesso única e
exclusivamente para a Biblioteca.
LEITORES ASSÍDUOS
Estudantes - que recolhem informação
para mestrados, doutoramentos ou teses
- mas também por professores
universitários, ávidos de informação
para trabalhos de investigação.
PROVENIÊNCIA
De todo o país, com destaque para
cidadãos do Grande Porto, Lisboa,
Aveiro e Coimbra.
OBRAS MAIS PROCURADAS
Ciências histórico-geográficas, Ciências
filosófico-sociais; Poligrafia; Belas-Artes,
Didáctica; Indústrias, Amena,
Manuscritos, Religiões.
O Núcleo Filatélico já organizou 42 leilões. O primeiro teve lugar
há mais de vinte anos, mais precisamente no dia 23 de Abril de
1983, numa altura em que não havia tradição de realizar leilões.
Todos decorreram nas instalações do Ateneu Comercial do Porto.
Realizaram-se dois por ano e o último foi a 15 de Novembro de
2003. Houve uma interrupção, em parte devida ao falecimento
do sócio que foi o mentor de mais esta actividade, o Eng. Armando
Mário O. Vieira. Mas uma nova equipa de sócios decidiu retomar
esta iniciativa e encontra-se a preparar o 43.º leilão, que irá ter
lugar no Sábado, dia 1 de Abril de 2006. O espírito dos nossos
leilões é o de permitir a troca de material filatélico, não só de
selos, como de cartas, postais e literatura filatélica, principalmente
de filatelia portuguesa e das ex-colónias. Apesar de Macau já ter
passado para administração chinesa há alguns anos, ainda continua
a ser muito procurado a nível filatélico. Como ilustração apresenta-
se na figura um exemplo de uma peça vendida no nosso 32.º leilão
(a 14 de Novembro de 1998).
Há muitas raridades mundiais que passam pelos nossos leilões.
Assim, também o catálogo é distribuído por todo o mundo, por
mais de 800 clientes, uma oportunidade de intercâmbio que faz
com que várias pessoas das diferentes partes do mundo (Inglaterra,
Espanha, Macau, África do Sul, Estados Unidos da América) venham
até cá, proporcionando a oportunidade de dar a conhecer um
pouco da história postal e, para os que cá se deslocam, o próprio
Ateneu Comercial do Porto, alguns dos quais acabam mesmo por
se tornar sócios.
O Núcleo Filatélico pretende sempre contribuir para o
desenvolvimento e divulgação da filatelia, através das diferentes
iniciativas: leilões, publicação de livros, mostras filatélicas sem
carácter competitivo, seminários, palestras e com os encontros
regulares das quintas-feiras à noite.
O NÚCLEO FILATÉLICOE OS LEILÕES
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Fazendo jus a uma tradição que se vem
mantendo ao longo dos anos, vai realizar-
se mais um Jantar de Natal dos Associados
e Familiares do Ateneu Comercial do
Porto no próximo dia 17 de Dezembro,
a partir das 20.00 horas.
Também como mandam as (boas) regras
da tradição nacional, o repasto terá como
ementa o denominado Bacalhau com
Todos e as sobremesas a condizer com
a respectiva quadra natalícia. Um vinho
“Ateneu” de excelente qualidade regará
o jantar e, no final, os habituais presentes-
surpresa serão distribuídos a todos os
participantes.
No entanto, para dar ainda maior brilho
a esta Festa, este ano, por volta das
21h.30, os senhores Associados poderão
assistir à actuação do excelente grupo
coral do “Orfeon Portus Cale” do Grupo
Cultural e Desportivo dos Empregados
do Banco BPI.
Por isso, caro Consócio, não se deixe
para a última hora. As inscrições estão
abertas nos Serviços de Secretaria, onde
deverá efectuar o pagamento da multa
para o jantar e que é de
20 “ateneus”
18 DEZEMBROJantar de Natal
PRODUTOS
pags 14, 15
Vinho AteneuEngarrafado por Bago de TourigaVinhos, Lda.Santa Marta de PenaguiãoTinto de 200313% vol.Garrafa de 75 cl.
Preço 1 grf. € 6,00 6 grfs. € 33,00
6
BrindesConjunto de bar em caixa de madeira deluxo para garrafa
5 peças em metal e madeira365x 115x 111 mm
Preço € 50,00
7
BrindesJogo de cartas e póker com caixa emmadeira
90x 100x 27 mm
Preço € 5,00
8
BrindesEstação de secretária dispõe de calculadora,relógio com várias horas mundiais, alarme,data e calendárioduas pilhas LR-44 incluídas
Aberta: 86x 106x 80 mm
Preço € 15,00
9
BrindesPrata › Estojo com esferográfica e rollerem caixa forrada a veludo e fecho comíman
Caixa: 180x 70x 25 mm
Preço € 15,00
10
Medalha Comemorativados 125 AnosDo Ateneu Comercial do Porto
Módulo ›100 x 80 mm (trapezoidal)Metal › Latão
Preço € 7,50
4
Percursos › A PinturaDo Ateneu Comercial do Porto
Catálogo › InventárioCapa dura com sobrecapa
Com 204 páginas e 236 ilustraçõesSobre o património pictórico do Ateneu
Preço € 30,00
1
Álbum de MemóriasDo Ateneu Comercial do Porto (1869-1994)
DocumentoCapa dura com sobrecapa couché mate de 160 gr. einterior em papel couché mate de 160 gr.
Com 336 páginas e 324 ilustraçõesA História do Ateneu ao longo dos seusprimeiros 125 anos de existência
Preço € 50,00
2
Faiança PortuguesaDo Ateneu Comercial do Porto
Catálogo › InventárioEm edição bilingue (Português e Inglês)Capa dura com sobrecapa couché mate de 160 gr. einterior em papel couché mate de 160 gr.
Com 192 páginas e 165 ilustraçõesSobre a Colecção de Faiança do Ateneu
Preço € 10,00
3
Medalha Evocativa da Memóriade João Araújo CorreiaMódulo › 80 mm (redonda)Metal › Latão com banho em prata
Preço € 10,00
5
PARA OFERTAS DE NATAL
Proponho para sócio o Exmo(a). Sr.(a)
Profissão
Empresa
Com sede em Telef.
Ramo de Actividade
Data do Nascimento
Bilhete de Identidade n.º do Arq.º , de / /
Filiação
Estado Cônjuge
Residência Telef.
Cobrança por conta bancária
Banco
NIB
Quais as colectividades de que faz ou fez parte
Porto, de de 200
Aprovado em sessão de Direcção
de de de 200
O Secretário,
Sócio n.º
Anexo 2 fotos tipo passe
CARO CONSÓCIO
Só com a sua colaboração podemos tornar o Ateneu Comercial do Porto ainda maior. Proponha mais um Associado.Para tal, basta que nos envie, devidamente preenchida, esta PROPOSTA DE ADESÃO
COMERCIAL DO PORTOATENEU REGISTO ANUAL N.º
O Proponente
Sócio n.º
Assinatura do Proposto,
Ficha Técnica | Periodicidade Semestral Distribuição Correio de Sede de Redacção Rua de Passos Manuel, 44 - 4000-381 PortoTelefone 22 339 5410/2 Fax 22 339 5419 E-mail [email protected] Site www.ateneucomercialporto.pt DirectorDr. Hélder Firmino Ribeiro Pereira Director Adjunto Dra. Iza Maria Barbosa Flores Marcos Vieira Editor Ateneu Comercial do Porto ResponsávelEditorial Direcção Ateneu Grafismo, Pré-impressão, Impressão e Acabamento Empresa Diário do Porto, Lda. Depósito Legal 231656/05