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Revista dos antigos alunos do Santo Inácio, edição de março de 2012
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Revista dos antigos alunos do Santo InácioN
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>Transformando pela educação: creche e pré-escola no Santa Marta
>Conheça o novo reitor do CSI
>Presidente da Firjan lembra de seus tempos de aluno
>PUC terá parceria com CSI na área ambiental Um novo ponto
de encontroAntigos alunos ganham uma revista oficial
para manterem-se informados sobre o CSI e os trabalhos feitos por sua associação, além, é claro,
de saber mais sobre seus colegas de colégio
9912290225/2012-DR/RJMotta Lima
» 4 quadras poliesportivas com arquibancada para 500 alunos
» Palco com 18m para atividades sócio-culturais
» Piscina aquecida e coberta
» Espaço de convivência (com jogos como totó e ping-pong)
» Campo de futebol
» Ginásio
» Churrasqueira
» Departamento Médico
» Espaços para múltiplo uso
» Estrutura de som, bebedouros, vestiários, sanitários e equipamentos localizados próximos aos espaços onde as atividades serão realizadas
» 2 salas com equipamento multimídia
Aponte o leitor de QR Code de seu celular e acesse o site de onde você estiver
CESI - Centro Esportivo Santo Inácio
+fotos emwww.revistasino.com.br
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N°1 | março | 2012
Antigos alunos mantêm projeto educacional, com creche e pré-escola, no morro Santa Marta. Os planos são de crescimento e o sonho é dobrar a capacidade de atendimento. Saiba como o espaço funciona atualmente.página 12
Reitor da PUC, padre Josafá fala sobre meio ambiente. Ele parte da Campanha da Fraternidade de 2011, passa pela formação de biólogos e a conscientização da população e finaliza com questão nacionais, como o código florestal.página 20
Neste perfil sobre o novo reitor do CSI é possível conhecer um pouco sobre o padre Monnerat, este jesuíta nascido na Região Serrana do Rio de Janeiro e com passagens por Belo Horizonte, Campinas e Roma. Ele foi reitor do colégio Loyola, em BH.página 9
O antigo aluno que virou matéria nesta primeira edição da revista é o presidente do Sistema Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, formado em 1965. Ele falou de seus tempos de colégio e sobre a importância de sua formação.página 6
Projeto organizado pela equipe de Formação Cristã do CSI tem levado estudantes para conhecer, na prática, questões de relevância social. Um grupo já esteve no lixão de Gramacho e alunos se mobilizaram para ajudar catadores.página 20
Conselho Editorial Pe. Luiz Antonio de Araújo Monnerat, SJ; Vera Porto; Teresa Tang; e Maria José BezerraJornalista Responsável Pedro Motta Lima (JP21570RJ) ([email protected])Projeto Gráfico Ana Mansur ([email protected])Diagramação Daniel Tiriba ([email protected])Fotografia Rafael Wallace ([email protected])Revisão André Motta Lima Contato Publicitário 21 2421 0123Produção ML+ (Motta Lima Produções e Comunicação) Tiragem 6 mil exemplaresGráfica Walprint
Fale Conosco [email protected]
Núcleo de antigos alunos do Colégio Santo InácioRua São Clemente 226 | CEP 22260 000Rio de Janeiro | RJTelefones (21) 2537 8646 | Fax (21) 2266 5367
Anuncie na Sino (21) 2421-0123
Revista dos antigos alunos do Santo Inácio
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A SINO nasce com a intenção de manter o antigo aluno em contato com seus colegas e com o colégio. Mas vai além. A revista, que será bimestral, quer oferecer um material de qualidade, com matérias sobre temas atuais e informações sobre o CSI, para que mesmo fora do colégio saibamos o que acontece dentro da escola. Além disso, vamos abrir espaço para perfis e opiniões de ex-alunos, que é a razão de nossa existência. E tudo isso será feito de forma autossustentável, para usarmos uma palavra que está na moda (merecidamente, diga-se de passagem). A revista não pretende gerar custos para a associação dos antigos alunos, mesmo mantendo a política de entregar o material gratuitamente na casa de todos aqueles que estão cadastrados (por sinal, não deixem de fazer o novo cadastro e de indicar o site para seus colegas: www.santoinacio-rio.com.br/exaluno.html.Por isso, vamos abrir espaço para anúncios e queremos contar com o apoio e a parceria de empresas que queiram divulgar seus produtos e serviços entre os ex-alunos do CSI. Com a receita obtida esperamos,além de cobrir todos os custos da Sino, ampliar os projetos sociais da Asia. Ou seja, o anunciante, além de fazer divulgação também investe em responsabilidade social. Por sinal, o mais antigo projeto social da associação, a creche no Santa Marta, terá, não por acaso, um destaque especial nesta primeira edição.A publicação será bimestral e as sugestões sempre serão muito bem recebidas. Já antecipamos que vamos mostrar todos os trabalhos sociais da associação, como uma prestação de contas. Afinal, queremos que todos colaborem e a transparência é fundamental para obtermos a confiança de vocês.Espero que vocês gostem.
Pedro Motta Lima (94)[email protected]
Uma revista e várias intenções
A Sino é sua: participeEnvie histórias, fotos e informações e ajude a
manter viva a memória dos antigos alunos
[email protected] | facebook.com/RevistaSino
divulgação CSI
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compro livrosAv. Rio Branco, 185 / Loja 10 - Centro
(21) 2215 3528
Compra e venda de livros e CDs usados
Vestibular comunitário faz a diferença e ganha prêmio do jornal O Globo
O curso de pré-vestibular comunitário InVest, que nasceu dentro do CSI, pelas mãos do antigo aluno Fábio Campos (96), ganhou
o prêmio “Faz Diferença”, do Jornal O Globo, na categoria País. Todo feito por voluntários, o curso é voltado para alunos de
baixa renda do Rio de Janeiro. Fundado em janeiro de 1998, o InVest entra no 15º ano de funcionamento tendo recebido mais
de 1.500 alunos, sendo que aproximadamente 200 conseguiram vagas nas melhores universidades do Rio de Janeiro, tanto
públicas quanto privadas. Atualmente o curso oferece 150 vagas por ano. É possível obter mais informações sobre o curso no
endereço http://cursoinvest.wordpress.com, onde interessados podem inscrever-se como voluntários em diversas funções, como:
administração, aulas, monitorias, orientação vocacional, preparação de material didática e psicologia, por exemplo.
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Nos últimos tempos têm sido constantes as aparições na mídia do atual presidente da Federação das Indústrias do Rio
de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira (65). Por vezes ele surge para defender os interesses de sua categoria – nada mais normal para o cargo que ocupa –, mas muitas outras vezes o empresário vem a público para falar de coisas como cursos profissionais em áreas pacificadas da cidade ou investimentos em cultura, como a recente compra pelo Sistema Firjan do casarão da família Guinle Paula Machado (em frente à Igreja do CSI) para a criação de um polo de indústria criativa. Sempre atitudes que procuram fazer com que o Rio de Janeiro aumente sua relevância no cenário nacional e internacional.A explicação para estes atos tem um viés bastante racional – “não existe empresa de sucesso em uma sociedade esgarçada” –, mas não surpreende aqueles que conhecem este morador do bairro do Humaitá e antigo aluno do CSI. “A educação jesuíta me ensinou com clareza a necessidade do ‘bom combate’, que é a luta maior, mais nobre, que deixa de lado um pouco o pessoal pelo coletivo. Por mais que o sujeito não tenha fé, não há como não ter esta influência”, afirma Eduardo Eugênio, que mantém contato com seus colegas de turma. “Pelo menos uma vez por ano, em dezembro, nos encontramos. Tenho um colega, o Eduardo Motta May, que organiza os encontros. Assim mantemos viva a chama”, contou.
Dividindo para crescerEduardo Eugênio usa o que aprendeu
no colégio para pautar sua atuação
divu
lgaç
ão Fi
rjan EX-ALUNO EM DESTAQUE
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Durante a conversa com a equipe da
SINO, Eduardo Eugênio lembrou de uma
série de histórias de sua época de aluno
do colégio, quando apenas meninos eram
aceitos pelo CSI. “Engraçado, os meus
amigos, até hoje, são os do colégio, não
da universidade. Não sei se é assim com
todo mundo”, afirmou ele, que é filho de
um antigo aluno e teve filhos estudando
no CSI, assim como irmãos. Segundo Edu-
ardo, os tempos de colégio “eram muito
divertidos”. “O teatro era muito bonito e
sempre passavam filmes de noite. Lembro
que o (Arnaldo) Jabor já era o organizador.
Eu saía da minha casa, de bonde, e ia ver.
Quando tinha alguma cena mais quente
tinha um padre que tocava um sino e a luz
se apagava”, diverte-se.
Eduardo Eugênio ainda lembra de
sua fase como colaborador da revista
A Vitória Colegial. “Era uma publicação
interna sobre esportes, excursões e pas-
seios feitos pelos alunos. Mas o melhor
de tudo é que, por ser colaborador, eu
tinha uma espécie de passe livre para
circular pelos corredores até mesmo nos
horários de aula”, recorda-se. Por sinal,
alguns dos professores continuam con-
vivendo com os alunos de sua turma. “O
Mota, professor de física, ia às nossas
reuniões”, conta ele, que já teve sócios
colegas de colégio. “Eu achava mais fá-
cil. Por mais que tivéssemos diferenças,
eu sabia o que eles tinham aprendido
na escola. Sempre há algo em comum”,
acredita, antes de lembrar das condeco-
rações para os bons alunos. “Era uma
espécie de hierarquia. O máximo que
consegui foi ser ‘lorde’, que era o título
mais rasteiro. Tinha imperador, príncipe,
duque e conde. O pessoal da família
Gadelha era sem-
pre imperador.
Tinham uns caras
que eram feras”.
A religião tam-
bém sempre es-
teve presente em
sua vida. “Meu pai
tinha amigos jesu-
ítas que frequen-
tavam a nossa
casa. Até hoje sei
identificar quando
o padre é jesuíta”,
lembra-se. No co-
légio, toda sexta-
feira era dia de se confessar. “Tinha fila
de gente para os padres mais avançados,
que eram mais populares entre os alunos.
Lembro-me que o padre Leme Lopes era
o mais popular. Ele era muito preparado,
liberal, mas tinha mania de Carlos Lacer-
da (nota do editor: jornalista e político,
foi governador do estado da Guanabara.
Inicialmente ligado ao movimento comu-
nista, rompeu com esta corrente ideológi-
ca e se tornou uma das principais vozes
conservadoras do Brasil)”, conta. E não
eram poucos os padres professores. “A
convivência com eles era ótima. Lembro
do padre Faria, que foi prefeito da escola
e era excelente, e do padre Angelim, que
depois até largou a batina”. Os retiros na
Casa da Gávea também foram lembrados
pelo presidente da Firjan. “Eram três dias
de muito silêncio e reflexão. Para conver-
sarmos, usávamos os canos das pias que
ficavam nos quartos”. O contato com os
jesuítas continuou, mesmo depois de ter
saído do colégio. “Fiquei muito ligado ao
padre Luis Fernando Klein. Nós trocamos
e-mails”, disse.
Como qualquer colégio, principalmen-
te os frequentados apenas por meninos,
volta e meia havia algum desentendimen-
to. “A esquina das ruas Mariana com São
Clemente era o ponto das brigas. Quando
alguém se desentendia soltava logo um
‘te pego na Mariana’”, conta, rindo. Mas,
por acaso, esta esquina voltou ao dia a dia
deste ex- aluno. “Vamos re-
formar o casarão da família
Guinle Paula Machado para
instalar um polo de refe-
rência para a indústria cria-
tiva do Rio de Janeiro, que
engloba cinema, teatro,
televisão, moda, design,
computação... E espero que
o espaço seja bastante fre-
quentado pelos alunos do
Santo Inácio”, contou Edu-
ardo Eugênio.
“Esta casa tem muita
relação com o colégio, pois
dona Celina, a proprietária,
que era amiga de minha mãe, frequenta-
va bastante a igreja do Santo Inácio e foi
responsável pela construção da capela da
Congregação Mariana, que fica logo ao
lado. Quando entrei na casa recentemen-
“Não existe empresa
de sucesso em uma
sociedade esgarçada”
Dividindo para crescerEduardo Eugênio foi colaborador da revista A Vitória Colégial, que circulava internamente, no CSI. Abaixo ele participa da tradicional foto de turma
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te, por conta da compra pela Firjan, pude
ver o que estava escrito no topo da igreja
do colégio”, contou. O palacete em estilo
renascentista francês tem 1,5 mil m² de
área construída em um terreno de 8 mil
m² e foi comprado em 29 de abril do ano
passado por R$ 11 milhões pelo Sistema
Firjan. O local terá um moderno teatro,
salas de aulas e área para exposições. A
expectativa era de que as obras durassem
18 meses. “Para contrastar com o esti-
lo clássico da casa, vamos construir um
prédio bem moderno ao lado”, anunciou
Eduardo Eugênio.
E este não é o único investimento dire-
cionado por ele para o entorno do colégio.
Na comunidade do Santa Marta, a Firjan
se faz presente com aulas de vôlei, cursos
de educação orçamentária e informática,
ginástica e aulas de teatro para a terceira
idade. Também são feitas excursões a te-
atros do Sistema Firjan, que inclui Sesi e
Senai, com as crianças da comunidade. E
o investimento continua, pois está no pla-
nejamento da instituição a instalação do
projeto Indústria do Conhecimento, um
espaço multimeios com acesso gratuito à
informação em diferentes mídias, como li-
vros, periódicos, gibis, CDs e DVDs, além
de acesso à internet e inúmeras atividades
de leitura, lazer e cidadania. “Estamos to-
talmente engajados para transformar as
vidas, principalmente dos jovens, em todas
as esferas da nossa competência, na ques-
tão da educação, do reforço escolar, do
esporte, da saúde e da cultura. Isso é fun-
damental para se viver. É fundamental para
a cidadania”, afirma Eduardo Eugênio.
O palacete que fica em frente ao colégio vai se transformar em um complexo com teatro, salas de aula e espaço para exposição
divulgação Firjan
Arquitetura, Matemática, Física ou
o sacerdócio? Como boa parte dos jovens, o Reitor do Colégio Santo Inácio, padre Luiz Antonio de Araújo Monnerat custou a reconhecer que sua vocação principal era a religiosa. O chamado aconteceu em fins da década de 1970, aos 26 anos, quando a proximidade com os jesuítas do Colégio Anchieta, em Nova Friburgo, onde era professor, o levaram a perceber que deveria se entregar ao sacerdócio.
pe
rf
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colégiosPadre Monnerat
tem o primeiro contato com jesuítas em colégio de Nova
Friburgo, Região Serrana do Rio
Históriapormarcada
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Uma entrega à qual chegou a esboçar
alguma resistência, reconhece. Quase de-
sistiu de uma entrevista para o noviciado
da companhia de Jesus, marcada para o
feriado de 7 de setembro, em Itaici, São
Paulo, porque pretendia acampar no Rio
de Janeiro. Um amigo lhe deu uma “bron-
ca vocacional”, lembra: “Ele disse que eu
precisava pensar direito sobre meu futu-
ro”. Durante a noite, então, Monnerat
foi até a capela do Colégio Anchieta, na
esperança de que Deus lhe falasse cla-
ramente. “Fiquei um tempão ali e nada.
Comecei ajoelhado, sentei, deitei e nada!
Deus não abria a boca! Por fim, abri um
livro de santos que ficava sempre ali, na
estante. Lembro-me que era dia 20 de
agosto, dia de São Bernardo. O texto dizia
mais ou menos o seguinte: ‘por que me
resiste? Desposa-me’. Aquilo me tocou
profundamente e me deu uma certeza in-
terior de que o Senhor me chamava”.
Chamado percebido, ele seguiu para
o acampamento com os alunos em Ar-
raial do Cabo. “Chovia muito e, na Praia
Grande, apesar do mar agitado, fui nadar.
Depois de um tempo, não conseguia mais
voltar. Deixava o corpo afundar, tocava o
pé no chão e emergia. Pedi ajuda, mas con-
segui sair sozinho. Foi um susto terrível”,
conta. Salvar-se do afogamento reforçou
a decisão já tomada, mesmo sem o apoio
integral da família. A mãe não gostou, as
irmãs imaginaram que ele desistiria. O pai,
mais religioso, aceitou plenamente a esco-
lha deste fluminense de Cordeiro, cidade
na Região Serrana do Rio de Janeiro, que
assumiu a reitoria do Santo Inácio no pri-
meiro semestre deste ano.
A vida eclesiástica o levou a frequen-
tes mudanças. A adaptação a diferentes
locais alterou um pouco seu sotaque,
que lembra a fala dos mineiros. Afinal,
ele passou cerca de onze anos em Belo
Horizonte, teve diversas atribuições
dentro da Companhia de Jesus até, em
2009, surgir o convite para ser reitor do
Colégio Loyola. “Foi minha volta aos co-
légios. Não esperava isto para a minha
vida. Quando entrei na Companhia de
Jesus queria trabalhar com índios. Depois
quis ser padre operário, por influência da
Teologia da Libertação”, afirma, sem, no
entanto, lamentar os caminhos trilhados:
“Tive experiências riquíssimas em todos
os lugares por onde passei”.
O professor
Nascido em uma família católica,
único filho homem ao lado de sete ir-
mãs, o reitor do CSI recebeu seus pri-
meiros ensinamentos em uma escola
protestante, o Cefel, em Nova Friburgo.
Enquanto estudava, trabalhava como
office boy em uma fábrica de platina-
dos da cidade. Concluiu os estudos em
Niterói, onde pretendia seguir Arqui-
tetura, desejo enfraquecido depois de
trabalhar em um escritório, colaboran-
do no desenho de projetos.
“Descobri as restrições à criatividade
do arquiteto, quando eu sonhava em ser
um Niemeyer na vida”. Decidiu, então,
prestar vestibular para Física, porque a
curiosidade o levava a imaginar “desven-
dar os segredos da natureza”. Um ano
após iniciar o curso, trancou a matrícula e
retornou a Cordeiro. A mãe passava por
sérias dificuldades financeiras na peque-
na confecção que dirigia. O pai, que fica-
ra cego quando Luiz Antonio tinha doze
anos, era aposentado por invalidez. “Fui
ajudar no sustento da casa”, recorda.
Os estudos ficaram em segundo pla-
no até que uma namorada, estudante de
História, conseguiu-lhe uma vaga como
professor de Física na rede pública. “Para
ser contratado eu precisava estar cur-
sando uma faculdade. Comecei, então,
meu curso de Matemática em Friburgo”.
Nessa época, Monnerat fez amizade com
o padre da paróquia de Cordeiro. “Foi o
primeiro momento em que pensei em ser
padre, embora, desde criança cultivasse
planos de casar e ter muitos filhos. Já ha-
via até desenhado a planta da casa onde
iria viver com minha família”, conta.
Em 1975, recusou o convite para le-
cionar no Colégio Anchieta, em Friburgo.
“Não me considerava preparado para o
Anchieta, que estava no topo das insti-
tuições de ensino da região”, explica. No
ano seguinte, aceitou dar aulas de Mate-
mática para a 5ª série. Em 1977, passou
a coordenar a 7ª e a 8ª séries.
Em Roma, com seus colegas de turma da Faculdade Gregoriana
Dando a comunhão durante sua ordenação como padre, em Cordeiro, sua cidade natal
Fotos: Álbum de fam
ília
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A formação para o sacerdócio
As interrupções nos estudos foram
uma constante na vida de Luiz Antonio
Monnerat. Ao decidir abraçar o sacer-
dócio, ele trancou a faculdade no último
período de Matemática, seguindo para
o Noviciado dos jesuítas, em Campinas,
São Paulo. Depois de um ano, interrom-
peu o noviciado para concluir Matemá-
tica. Em 1980, foi fazer o Juniorado em
João Pessoa, vivendo em Bayeus, na pe-
riferia da capital paraibana.
“Estávamos sempre em contato com a
população mais pobre, principalmente na
cidade Cruz do Espírito Santo. Havia muitos
trabalhos de conscientização, inspirados na
Teologia da Libertação. Era uma área de
muitos usineiros. Na época, nos posicio-
návamos contra o Incra, que queria tirar
o pessoal da terra. Foi um período muito
interessante. O bispo de lá era Dom Pelé,
bastante sensibilizado com a situação dos
mais pobres e oprimidos”, conta.
A próxima parada foi em Belo Hori-
zonte, onde começou a estudar filoso-
fia e fez pastoral no bairro de Lindeia,
seguindo, então para São Paulo, onde
cursou três meses de Magistério. De lá,
transferiu-se para Roma a fim de estudar
Teologia na Faculdade Gregoriana. Três
anos mais tarde, retornou ao Brasil para
fazer mestrado em Belo Horizonte, de-
pois de ordenar-se, em 18 de dezembro
de 1988, em sua cidade natal. “Nessa
época minha mãe já tinha se acostuma-
do com minha decisão e estava bastante
orgulhosa do filho”, diverte-se.
De mestre de noviços a diretor de colégio
A primeira missão seria como mes-
tre de noviços em Campinas. “Já sabia
da minha destinação, então direcionei
o mestrado para a área da espiritua-
lidade, em 1989. O tema, ‘Uma nova
leitura das experiências e provas do no-
viciado’, ajudou bastante no desem-
penho da função”. Antes de fixar-se
em Campinas, no entanto, devia cum-
prir algumas etapas de formação. “Eu
precisava me tornar um jesuíta pro-
fesso. Era a minha terceira provação,
uma espécie de segundo noviciado”.
Viajou para Salamanca, na Espanha, e
passou sete meses estudando.
Em Campinas tinha como principal
atribuição introduzir os jovens vocaciona-
dos na vida religiosa da Companhia, o que
fez até 2005, quando tirou um semestre
sabático em Roma para estudar “temas
de interesse pessoal”. Na volta ao Brasil,
a experiência de dirigir o Colégio Loyola o
creditou a assumir o Santo Inácio, a con-
vite do antigo reitor, padre Mieczyslaw
Smyda - que acabara de tornar-se provin-
cial da Companhia de Jesus. O volume de
trabalho não o assustou. “Nem tive tempo
de sentir medo. São 4.300 alunos, três tur-
nos de aulas, da manhã até a noite. Mas
sabia que contaria com uma equipe de ex-
celência, desde os professores a todos os
demais colaboradores”, diz.
A preocupação com a preservação
e proteção ao meio ambiente o levou a
determinar que o Santo Inácio se inte-
gre em um grande projeto de sustenta-
bilidade. “Acho que minha grande con-
tribuição, além de manter a qualidade
acadêmica do Colégio, será a de tornar
o Santo Inácio mais verde”, afirma.
As primeiras medidas já estão sendo
traçadas.“Em reunião com o Padre Jo-
safá (reitor da PUC-Rio), começamos a
pensar em montar uma grande parceria.
Ainda estamos conversando para ver o
que faremos, mas o importante é que
existe a vontade de ambos os lados. A
adequação do colégio às boas práticas
ambientais será nosso grande desafio”,
adianta o Reitor do Santo Inácio, que,
nas (poucas) horas vagas aproveita para
ler, assistir a filmes e planejar viagens
de lazer. Entre os destinos, Cordeiro,
para longas caminhadas e o reencontro
com a família.
Cumprimentando o Papa João Paulo II durante a visita anual feita pelos papas à Igreja de Santo Inácio, em Roma
Discursando durante uma cerimônia de formatura de alunos do Colégio Anchieta, em Nova Friburgo
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Há quase 32 anos,
um prédio no pé do
morro Dona Marta
é o porto seguro
para muitas crianças daquela
comunidade. E não só das
crianças, pois os pais sabem
que quando deixam seus
filhos na porta daquele edifício
eles serão bem cuidados e
que, quando forem buscá-
los, encontrarão, a cada dia,
crianças mais bem educadas e
preparadas para buscar uma
vida melhor. “Eu estudei aqui
e isto foi muito importante
para a minha formação. Hoje
em dia trabalho na pré-
escola e meus dois filhos já
passaram por estas salas e
foram para colégios da rede
pública, mas vêm para cá
fazer reforço escolar. Fico
tranquila quando eles entram
neste prédio, pois sei quem
está cuidando deles”, explica
Rose de Carvalho, 33 anos.
Ela é uma das funcionárias
da ASIA responsável pela
limpeza do edifício que abriga
a Unidade de Atendimento
ao Pré-Escolar (Unape), ou
simplesmente a “creche do
Santa Marta”, como o local
era conhecido pela maioria
dos alunos do CSI.
grandeAssociação planeja reformar o prédio que
abriga a pré-escola e sonha em levar ensino fundamental para o Santa Marta
Alunos da Creche Santa Marta preparados para o almoço, uma das refeições oferecidas às crianças
Fotos: Rafael Wallace
Quero serAÇÃO SOCIAL DA ASIA
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O que muitos não sabiam - e talvez
não saibam até hoje - é que o espaço
sedia uma pré-escola para 120 meninos
e meninas entre 2 e 5 anos e um Cen-
tro Complementar de Estudos (CCE),
direcionado aos alunos de 5 a 10 anos,
que atende outras 120 crianças, sempre
no contraturno de suas aulas do nível
fundamental – a maioria deles em es-
colas da rede pública das redondezas.
Além disso, uma outra edificação, esta
um pouco mais adiante, perto da en-
trada da estação do plano inclinado do
morro, sedia uma creche para 57 bebês
de 4 meses a dois anos de idade. Para
manter esta estrutura, a ASIA possui
60 profissionais com carteira assinada
e alguns voluntários. São professores,
pedagogos, assistentes sociais, psicó-
logos, auxiliares de creche, faxineiros,
porteiro, cozinheiros e auxiliares de
cozinha, que diariamente, das 8h às
17h, cuidam das crianças, que, além de
educação, recebem carinho, atenção,
cuidados e alimentação, com direito a
café da manhã, lanche, almoço, outro
lanche e jantar.
Mas nem sempre as coisas funcio-
naram desta forma. Claudete Veiga
sabe bem disso: são 30 anos entrando
e saindo do mesmo prédio. No início,
como auxiliar de turma. Hoje em dia,
como assistente administrativa. “Eu era
baby sitter na escola Edem quando fui
chamada para trabalhar aqui”, contou,
citando a pedagoga Maria Lúcia Lara,
que até hoje ainda está na Unape, como
autora do convite. “As coisas mudaram
muito ao longo desses 30 anos. No iní-
cio, cuidávamos das crianças, com es-
pecial atenção na questão da higiene e
alimentação. Cuidávamos das feridas. A
estrutura, principalmente a questão do
saneamento básico, era muito precária
na comunidade. Hoje em dia, a ques-
tão pedagógica é muito mais forte. Fico
muito orgulhosa quando vejo as crianças
crescerem e se formarem. É um prazer
muito grande”, emociona-se.
E tudo começou com as mães da
comunidade pedindo um espaço para
deixar seus filhos maiores de dois anos
enquanto estavam trabalhando em ca-
sas de família, como empregadas do-
mésticas. “Naquele ano, a ASIA tinha
conseguido uma boa arrecadação na
Fesoi (Feira de Solidariedade Inaciana,
realizada anualmente) e com a rifa.
A instituição resolveu, então, que ti-
nha fôlego para abrir mais uma frente
de trabalho social. Foi até a reunião
de moradores e perguntou o que eles
queriam”, conta Maria Lúcia Lara, que
está no projeto desde o seu início, no
dia 1º de setembro de 1980. “O nome
foi escolhido pela presidente da Organi-
Asia adquiriu o prédio da Ponsa e agora planeja uma ampla reforma no imóvel, que já começou (no detalhe, nova fachada). O objetivo é receber mais crianças
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zação Mundial de Educação Pré-escolar
(Omep), Maria Olímpia da Silveira, que
prestou consultoria para a montagem
do projeto”, recorda-se.
O projeto deu muito certo. E qua-
tro anos depois, com a pré-escola já
consolidada, a ASIA conseguiu montar,
em imóvel próprio, a Casa Santa Marta,
para abrigar crianças menores de dois
anos. “As mães estavam satisfeitas com
a Unape e queriam voltar a trabalhar o
quanto antes. Aí veio o pedido para se
criar a creche”, conta Maria Lúcia, que
nestes 31 anos manteve-se trabalhando
também em creches particulares, o que
lhe permite avaliar os serviços prestados
para a comunidade do Santa Marta.
“Não sinto diferença entre as crianças.
E aqui, por conta do apoio da ASIA,
temos condições de oferecer um servi-
ço de mesmo nível. Além disso, temos
uma parceria muito boa com os pais,
que sempre estão presentes na reunião
e têm voz ativa. Isto, muitas vezes, não
acontece em creches particulares consi-
deradas de alto nível”, conta.
A pedagoga, no entanto, diz que a
grande diferença está na formação cul-
tural e nas oportunidades. “O acesso ao
teatro, ao cinema ou a uma exposição
faz muita diferença na formação das
crianças. Por isso, sempre fazemos pas-
seios com nossas crianças. Mesmo que
elas não estejam a cada final de semana
vendo um espetáculo, é importante que
conheçam, saibam como é”. O atendi-
mento médico ou psicológico é outro
problema enfrentado pelas crianças e
suas famílias. “Nós tentamos minimizar
isto com o serviço do ambulatório São
Luiz Gonzaga, da ASIA, mas a criança
ter acesso imediato a um fonoaudiólo-
go, quando precisa, ou a um terapeuta,
também faz diferença”, afirma.
O ambiente de paz mudou muito
desde 2008, quando a comunidade re-
cebeu a primeira Unidade de Polícia Pa-
cificadora (UPP) do Estado. Até então,
as crianças eram obrigadas a conviver
com traficantes armados circulando li-
vremente pela comunidade. “Mas eles
sempre respeitaram demais este espaço.
Não só os prédios, como as pessoas que
vinham fazer doações ou trabalhos vo-
luntários. Agora, é inegável que houve
melhora. As crianças estão muito mais
tranquilas, dormem melhor”, conta
Claudete. Não foi apenas no sono dos
alunos que a UPP influenciou: o núme-
ro de voluntários aumentou depois da
instalação da unidade, em 2008. “Os
voluntários são muito bem-vindos, mas
tem que haver comprometimento, pois
passamos a contar com aquela pessoa.
Os interessados podem fazer contato
pelo seguinte telefone: 2286-5748”,
explica Claudete.
Segundo Maria Lúcia, a manuten-
ção dos voluntários também sempre foi
um grande desafio de quem trabalha
na Unape. “Mantê-los motivados não
é uma tarefa simples. Temos o cuidado
de fazer com que as pessoas sintam-se
parte do nosso projeto pedagógico. E
acho que tem dado certo, pois há se-
nhoras que estão conosco desde o
início”, conta. Quem não tiver tempo
para ser voluntário tem outras formas
Alunos da pré-escola se divertem com as professoras. Estavam todos vendo um filme infantil antes de fazer a foto
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de contribuir. Entre elas está a entrega
de livros para a biblioteca ou a contri-
buição financeira, que pode ser feita
através de depósito na conta 17996-5
da agência 2781-2 do banco Bradesco.
Outra opção é se tornar sócio da
ASIA e contribuir mensalmente com a
associação. Para isso basta mandar um
e-mail para [email protected] com
nome completo, endereço e o valor
com que deseja ajudar. Um boleto de
cobrança será enviado todo mês. “Hoje
em dia conseguimos manter este serviço
porque trabalhamos em várias frentes.
A prefeitura nos repassa um valor para
cada criança de até 3 anos e 11 meses e,
anualmente, apresentamos um projeto
para a Associação Nóbrega de Educação
e Assistência Social (Aneas), que é liga-
da aos jesuítas, para o pagamento dos
professores”, explica Maria José Bezerra,
vice-presidente da ASIA.
A associação tem conseguido man-
ter os serviços já existentes. A nova
meta, no entanto, é reformar o velho
prédio que fica ao pé do morro. E para
isto será importante ampliar a arrecada-
ção. Como recentemente a associação
incorporou a Pequena Obra de Nossa
Senhora Auxiliadora (Ponsa), que era
dona do imóvel e cedia o quarto andar
e o terraço para a Asia, enquanto man-
tinha cursos de reforço escolar e pré-es-
cola nos outros pisos, a organização dos
antigos alunos do Santo Inácio passou
a ser responsável por todo o prédio.
“Há um grande desafio pela frente.
Queremos reformar as salas e toda a
estrutura do imóvel, além de unificar as
cozinhas, pois cada instituição tinha a
sua. O refeitório também será bastante
ampliado. Enfim, nosso objetivo é ofe-
recer às crianças da Unape o mesmo
que têm os alunos do Santo Inácio”,
diz Maria José, já antecipando o próxi-
mo sonho. “Desejamos muito dobrar a
nossa capacidade de atendimento”.
O responsável pelos serviços gerais
da Unape, Erico Robson do Amaral, ou
Dida, de 30 anos, foi outro funcionário
que também frequentou o prédio como
aluno. “Fiz a creche aqui e depois fui para
a escola pública. Parei na antiga 4ª série
e, aos 17 anos, voltei a estudar no su-
pletivo. É claro que a Unape influenciou
demais na minha decisão. Quem passa
por aqui tem uma história”, diz orgulho-
so, antes de lembrar que a irmã também
estudou naquele mesmo prédio que hoje
em dia ajuda a cuidar. “Todas as mães
queriam que seus filhos viessem para cá.
Eu posso dizer que 90% das pessoas da
minha geração não se envolveram com
o tráfico de drogas por causa da Unape.
Os professores sempre foram excelentes
e ajudavam a colocar a cabeça das crian-
ças no lugar. Posso até deixar de traba-
lhar aqui um dia, mas a Unape sempre
terá um lugar no meu coração”.
Claudete Veiga está há 30 anos na Unape, onde entrou como auxiliar. Hoje é responsável pela área administrativa
Um campinho de futebol no terraço do prédio faz a alegria das crianças. No local há brinquedos e área livre para banhos de mangueira
Os corredores ficam tomados por mochilas e trabalhos feitos pelas crianças atendidas pela Unape
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“
Dedicação total sem perder a motivação
Não é difícil saber quem é a pedagoga Maria
Lúcia Lara quando se faz uma visita à Casa Santa
Marta ou à Unape. Ela é aquela que está com uma
faixa na cabeça e um largo sorriso no rosto. Mes-
mo após 31 anos subindo e descendo as ladeiras
da comunidade, esta jovem de 61 anos, única fun-
cionária que está no projeto desde a sua criação,
ainda tem a empolgação de uma recém-formada
ao falar sobre o projeto social mais antigo da ASIA.
“Quando começamos, o quadro era tão complexo
que os vermes, literalmente, saltavam pela boca
das crianças. Era impossível não ter 80% do nosso
olhar para estas questões, deixando a pedagogia
em segundo plano. Eram doenças de pele, como
sarna, vermes e diarreia. O ambulatório da comu-
nidade vivia cheio”, lembra.
Isso tudo era reflexo da situação precária da
comunidade, no que se refere a infraestrutura. A
maioria das casas era de madeira, sem banheiro. O saneamento não existia. O esgoto
fazia parte do cenário, ali, a céu aberto. “Durante os primeiros cinco anos a nossa
mão de obra foi leiga, na sua maioria composta por pessoas da comunidade, que
foram sendo formadas com a prática. A ASIA subsidiou a formação das pessoas”,
conta, antes de lembrar como foi difícil fazer com que as mulheres tivessem uma ati-
tude profissional dentro da pré-escola. “Muitas vezes as professoras eram tias, mães
ou madrinhas das crianças que estavam cuidando. Mas o tratamento não podia ser
o mesmo. Elas não estavam em casa”. O treinamento incluía a mudança de vocabu-
lário e passava pela roupa que deveriam usar. “Formar este pessoal foi um grande
desafio. Mas valeu a pena”, acredita.
Não foram poucos os casos que a marcaram nestes quase 32 anos, mas um em
particular a emociona mais. “Teve uma criança que eu quis adotar, cuidar. Foi lá no
início do projeto. Era um menino, filho de pais alcoólatras, que apanhava muito.
Uma vez ele chegou aqui com a marca de uma cintada no rosto. Infelizmente nós o
perdemos, pois ele entrou para o tráfico e morreu. Aprendi que temos que ser sen-
síveis a tudo que acontece, mas não é possível levar todas estas crianças para casa”,
diz, ainda num tom de lamentação, mesmo tantos anos depois. Desde então ela diz
“procurar o interruptor” que há em cada pessoa. “Temos que manter a luz de cada
ser humano acessa, para que ele se mantenha no rumo e motivado”.
Mas também não são poucos os casos de vitória. “Atualmente temos entre os
voluntários uma menina que foi daqui, depois entrou para o Santo Inácio, se formou,
completou o nível superior, faz pós graduação e voltou para nos ajudar. É filha do
verdureiro que tem uma barraca aqui ao lado”, conta, sem esconder o orgulho. “Fico
especialmente feliz quando vejo meus ‘netos’ entrando aqui”, diz ela, se referindo
aos filhos das crianças que passaram pelas salas da Unape ou da creche. E pelo jeito,
pode ser que ainda veja alguns “bisnetos”, pois a aposentadoria não passa por sua
cabeça. “Enquanto meu corpo permitir eu vou continuar. Sou privilegiada, pois esco-
lhi fazer isto e passei por lugares muito legais ao longo da minha carreira”.
DOAÇÕESNome: Asia - Associação
dos Antigos Alunos dos
Padres Jesuítas
Banco: Bradesco
Agência: 2781-2
Conta: 17996-5
CNPJ: 34.114.470/0001-06
Tel: (21) 2527-3502 | 3184-6202
Rua São Clemente, 216 -
Botafogo Rio de Janeiro – RJ
Temos que manter a luz de cada ser humano acessa, para que ele se mantenha no rumo e motivado”
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Comunidades pacifi cadas atendidas pelo SESI Cidadania: Andaraí, Babilônia/Chapéu Mangueira, Borel, Cidade de Deus, Complexo de São Carlos, Coroa/Fallet/Fogueteiro, Formiga, Jardim Batan, Macacos, Pavão-Pavãozinho/Cantagalo, Prazeres/Escondidinho, Providência, Salgueiro, Santa Marta,São João, Tabajaras/Cabritos, Turano e a comunidade do Morro Azul atendida pelo 2º Batalhão da PM.
As UPPs trouxeram paz para o Rio de Janeiro e abriram as portas de muitas comunidades para o SESI Cidadania entrar. Com o SESI Cidadania,
entraram cursos gratuitos de educação básica e profi ssional do SESI e do SENAI. Entraram espetáculos teatrais e espetáculos reais como
cidadania, saúde, Indústria do Conhecimento (nossas bibliotecas), Feira das Profi ssões (para orientação profi ssional), os programas da 3ª
Idade (multiatividades para idosos) e o Atleta do Futuro. E pensando nos alunos que não podem estudar durante o dia, oferecemos o Corujão
e o Galo da Madrugada, cursos profi ssionalizantes de madrugada, que já mudaram a vida de muita gente. Somadas, informação e formação
trazem transformação. Melhoram a vida das pessoas. Dão esperança, fé no futuro, sorriso no rosto. Em outros lugares do estado do Rio, o Sistema
FIRJAN fez o mesmo trabalho, que muito nos orgulha. Porque transformar é da natureza da indústria. Informar, formar, transformar, verdadeiramente
e para sempre, é o nosso projeto. Nosso projeto da vida inteira. SESI CIDADANIA. Educação. Saúde. Esporte. Lazer. CIDADANIA TRANSFORMA.
COM INFORMAÇÃO E FORMAÇÃOO SESI CIDADANIA AJUDA A TRANSFORMAR
A VIDA DE MILHARES DE PESSOAS.
DPZ
ANJ SESI CIDADANIA 21x14cm.indd 1 10/10/11 6:51 PM
Comunidades pacifi cadas atendidas pelo SESI Cidadania: Andaraí, Babilônia/Chapéu Mangueira, Borel, Cidade de Deus, Complexo de São Carlos, Coroa/Fallet/Fogueteiro, Formiga, Jardim Batan, Macacos, Pavão-Pavãozinho/Cantagalo, Prazeres/Escondidinho, Providência, Salgueiro, Santa Marta,São João, Tabajaras/Cabritos, Turano e a comunidade do Morro Azul atendida pelo 2º Batalhão da PM.
As UPPs trouxeram paz para o Rio de Janeiro e abriram as portas de muitas comunidades para o SESI Cidadania entrar. Com o SESI Cidadania,
entraram cursos gratuitos de educação básica e profi ssional do SESI e do SENAI. Entraram espetáculos teatrais e espetáculos reais como
cidadania, saúde, Indústria do Conhecimento (nossas bibliotecas), Feira das Profi ssões (para orientação profi ssional), os programas da 3ª
Idade (multiatividades para idosos) e o Atleta do Futuro. E pensando nos alunos que não podem estudar durante o dia, oferecemos o Corujão
e o Galo da Madrugada, cursos profi ssionalizantes de madrugada, que já mudaram a vida de muita gente. Somadas, informação e formação
trazem transformação. Melhoram a vida das pessoas. Dão esperança, fé no futuro, sorriso no rosto. Em outros lugares do estado do Rio, o Sistema
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ba
da
la
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Conheça a distribuição dos jesuítas pelo mundoA distribuição da Companhia de Jesus
pelo mundo, com a concentração dos
padres por faixa etária, são algumas
das curiosidades apresentadas pela
edição 270 da revista Jesuítas do Brasil.
Espalhados pelos cinco continentes,
os jesuítas estão reunidos em 85
províncias.A idade média dos religiosos
é de 57 anos. Os mais jovens atuam na
África, enquanto os mais velhos ficam
na Europa Meridional.
O quadro de jesuítas atual é o seguinte:
Ásia Meridional: 4.018 Estados Unidos:
2.610 Europa Meridional: 2.133 Europa
Ocidental: 1.726 Europa Central e
Oriental: 1.706 Região Ásia-Pacífico:
1.649 África: 1.481 América Latina
Meridional: 1.312 América Latina
Setentrional: 1.262
Saiba mais sobre os padres da
Companhia de Jesus no site da Cúria
dos Jesuítas em Roma: www.sjweb.info
Restauração de imagensO CSI iniciou, no meio do ano passado, o processo de restauração do seu conjunto
de esculturas que ocupa o saguão principal da escola. As três imagens do calvário
- Cristo Crucificado, Nossa Senhora e São João – são remanescentes do antigo
Colégio dos Jesuítas, do morro do Castelo, e datam do século XVII. O processo,
com previsão de sete meses de duração (abril é o prazo), vem sendo acompanhado
pelos alunos do colégio, que estão tendo uma excelente oportunidade de aprender
sobre a história das imagens, da arte e da cultura da época em que foram feitas,
além de aprender sobre o processo de restauração. Entre as técnicas utilizadas
estão a remoção de sujeiras, polimento, imunização e até mesmo o uso de
aparelhos portáteis de fluorescência, de raios-x e de radiografia computadorizada.
divulgação CSI
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Em 1995, a 34ª Congregação Geral da Companhia
de Jesus, no seu Decreto 13, tratou especificamente
da colaboração com leigos sugerindo a criação de uma
“rede apostólica inaciana”, formada por pessoas e gru-
pos que encontram na Experiência dos Exercícios Espiritu-
ais de Santo Inácio uma base comum de espiritualidade
e apostolado.
Já um ano depois, em 1996, no Rio de Janeiro, a Pro-
víncia Jesuita do Brasil Centro-Leste deu início à formação
de uma rede quando um grupo de leigos, que partilha-
vam a espiritualidade de Inácio de Loyola, comprometeu-
se publicamente a caminhar em colaboração com os
jesuitas no serviço da missão, aproveitando os diversos
carismas pessoais, comunitários e dispondo a assumir o
protagonismo apostólico.
Nascia então a RAI – Rede Apostólica Inaciana, que
não é um movimento, nem uma associação, mas, sobre-
tudo, uma rede de articulação e colaboração orientada
para a missão de evangelizar e transformar a sociedade.
O grupo se reúne mensalmente no Colégio Santo
Inácio partilhando idéias, experiências e informações so-
bre os principais eventos que cada frente realiza, sempre
motivados pelo Magis Inaciano: doar o melhor de nós ao
amor a Deus e serviço ao próximo.
apostólica inaciana
es
pi
ri
tua
li
da
de
A RAI é formada pelos seguintes grupos de espiritualidade inaciana:
AA - Antigos Alunos Jovens
ACVM – Associação das Comunidades de Vida Mariana
ASIA – Associação dos Antigos Alunos dos Padres Jesuitas
CL – Centro Loyola de Fé e Cultura
CM – Federação das Congregações Marianas-RJ
CSI – Colégio Santo Inácio-Formação Cristã
CVX – Comunidades de Vida Cristã-
EPC – Encontro de Pais com Cristo do CSI
ISI – Igreja Santo Inácio
JA – Jornada da Acolhida do CSI
JIP – Jornada Inaciana de Pais do CSI
PUC – Centro de Pastoral Anchieta da PUC-RJ
MIR – Movimento Integra Rio
Pe. Luis Fernando Klein, SJ é o Assistente Espiritual da rede.
Fotos: divulgação CSI
Rede
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Sigla
AA
ACVM
CL
CCMM
CSI
CVX
EPC
ISI
JA
JIP
ASIA – Projetos sociais
PUC
Liderança
Teresa Tang e Rafael Frota
José Batista Sobrinho
Sonia Fontes
Marcio Blois
Vera Porto
Heloísa Charbel
Bento e Lu Pamplona
P. Walter Falchi Honorato
Celso do Paço e Rosângela do Paço
Mª Aparecida Stallivieri Tiaraju
Maria José Bezerra
P. Alfredo Sampaio Costa
P. Luiz Fernando Klein
e.mail
Frente ou Movimento
Antigos Alunos do CSI
Associação das Comunidades de Vida Mariana
Centro Loyola de Fé e Cultura
Federação das Congregações Marianas R.J.
Departamento de Formação Cristã do CSI
Comunidades de Vida Cristã R.J.
Encontro de Pais com Cristo do CSI
Igreja Santo Inácio
Jornada da Acolhida do CSI
Jornada Inaciana de Pais do CSI
Casa Santa Marta, UNAPE e CCE
Ambulatório São Luís Gonzaga
Centro de Pastoral Anchieta da PUC
Assistente Espiritual
RAI
Quem somos?Somos um grupo
de leigos, religiosos
e religiosas, que
tem encontrado na
espiritualidade de Santo
Inácio de Loyola uma
inspiração para a sua vida
cristã no mundo de hoje.
Procuramos tecer
uma rede de atuação
apostólica no Rio de
Janeiro, a partir dos
desejos, talentos e
esforços de pessoas,
grupos, movimentos civis
e eclesiais e congregações
religiosas que se nutrem
da mesma espiritualidade.
Por que?Porque respostas iniciais
e fragmentadas não dão
conta de oferecer soluções
eficazes para os problemas
da atualidade, globalizados
e urgentes.
Como ‘enRAIzar-se’?Dado que a RAI é uma
associação espontânea e
não um movimento nem
associação, entram na
rede, de modo temporário
ou permanente, as
pessoas e/ou grupos
que se dispõem a realizar
um trabalho articulado, a
partir de programas
e iniciativas que vão
sendo sugeridas e
aparecem no blog:
www.rai-riodejaneiro.
blogspot.com.
Podem ser contatados os integrantes do Grupo de Animação da RAI/Rio de Janeiro, que busca estimular a articulação de várias frentes de trabalho, setores apostólicos e movimentos apostólicos no Rio de Janeiro:
apostólica inaciana
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en
tre
vi
sta
SagradaReitor da PUC fala sobre meio-ambiente, tema que foi trabalhado pela Campanha da Fraternidade de 2011
A preservação do meio ambiente e as ati-
tudes ecologicamente corretas talvez sejam os
assuntos mais discutidos na sociedade nos úl-
timos anos. Não à toa, a sociedade tem dado
bastante valor às instituições que se preocu-
pam em preservar o meio ambiente, seja atra-
vés do uso de papel reciclado, energia solar ou
coleta seletiva. No ano em que a Campanha
da Fraternidade foi “Fraternidade e a Vida no
Planeta”, em que se discutiu o novo Código
Florestal e que a Pontifícia Universidade Cató-
lica (PUC) consolidou o seu curso de Biologia
(2011), a Sino foi até o gabinete do reitor da
universidade, padre Josafá Carlos de Siqueira,
para uma entrevista sobre meio-ambiente. O
tema não é novidade para este doutor em
Biologia Vegetal e professor e pesquisador do
Departamento de Geografia e Meio Ambiente
da PUC há mais de 20 anos.
Por que o senhor se preocupa em abordar o
tema ambiental como uma questão ética?
Esta questão, tanto em âmbito mundial,
quanto local, passa pela ética, que é o campo
de saber dos atos e costumes. Se queremos
criar costumes corretos e justos, temos que
corrigir nossos atos. E isto é fundamental
para se iniciar um processo de mudança. Afi-
nal, os ecossistemas têm seus limites, e temos
crescido sem observar isto. Hoje, a escala
de tempo para mudarmos já é bem menor,
pois já há um passivo ambiental. Em menos
de 100 anos não será possível retirar todo o
CO2 da atmosfera. Para criarmos medidas
mitigatórias temos que nos adaptar. A forma
de se viver tem que mudar e temos que nos
acostumar com isso, pois os desequilíbrios cli-
máticos, com muita chuva em um local e seca
em outros, já são uma realidade.
E como fazer para mudar as pessoas?
Bom, aí existem as abordagens. Há o pon-
to de vista político, que vem sendo contem-
plado com encontros internacionais, debates
e algumas medidas de governo. O primeiro
passo foi dado na Rio 92 e agora teremos uma
nova oportunidade com a Rio+20. Hora nos
deparamos com avanços, hora com recuos.
Tem a abordagem científica, que conside-
ro fundamental neste processo, pois a criação
de novas tecnologias e as técnicas biológicas,
assim como sociais e humanas devem contri-
buir neste processo de mudanças. Os dados e
os detalhes vêm da ciência. E temos, no Bra-
sil, uma relevância internacional, pois temos
muita biodiversidade. Tenho participado de
muitos congressos e vemos que as mudanças
estão acontecendo, como a migração dos pás-
saros. Há um tempo atrás tínhamos 120 es-
pécies ameaçadas de extinção no País. Hoje já
são mais de 400. Estes são dados concretos.
E há a questão religiosa. O diálogo intra-
religioso é muito importante, pois a relação
entre a natureza e as religiões é muito dire-
ta. Quando se trata de igreja Católica isto é
muito forte, pois há a tradição profética, de
chamar a atenção. Em 1979 já tivemos uma
Campanha da Fraternidade tendo o meio
ambiente como tema, que nem era tão dis-
cutido. Depois tivemos outra campanha, em
2004, sobre a água e o valor dos recursos hí-
dricos. Em 2007 foi a vez de discutirmos sobre
natureza
Padre Josafá Carlos Siqueira considera o tema ambiental uma questão ética
Fotos: divulgação PUC
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a amazônia, sua internacionalidade, riqueza
cultural e biodiversidade. E agora temos a
campanha sobre as mudanças climáticas. Te-
mos que repensar nossa postura e a relação
com o criador e a natureza. E esta campanha
apenas começou, pois a Igreja está atenta e
tentando dar respostas. É uma reflexão teo-
lógica, mas com ciência.
E como o senhor vê o debate sobre o novo
código ambiental?
Acho fundamental o debate, pois é o
código que regula as relações em nosso
país. Se a lei diz que pode reduzir a ve-
getação nas margens dos rios há algo de
errado. Quem estuda sabe que temos que
ampliar. E esta posição vai de encontro ao
que o Brasil prega no cenário internacional.
Acredito que há pontos vulneráveis, uma
visão utilitarista e imediatista da natureza.
E isto deveria ser superado. Acredito ser
fundamental a incorporação de dados cien-
tíficos. Os cientistas estão alertando para
muitas questões. E este não é apenas um
debate político, mas social e científico. De-
pois o preço a ser pago por decisões sobre
o meio ambiente, como neste caso do có-
digo, pode ser muito alto, pois elas afetam
o futuro do nosso planeta.
O novo curso de Biologia da PUC já é um
reflexo da necessidade de se debater o as-
sunto na sociedade?
Sem dúvida. Não tínhamos um curso
na área biológica e também não queríamos
repetir o que havia por aí. Nossa preocu-
pação era formar um biólogo preocupado
com as questões do futuro. Um profissio-
nal que terá excelência em sua área, mas
que tenha condições de dialogar com os
diferentes campos, que tenha uma visão
do conjunto. Não à toa, temos sete depar-
tamentos da universidade atuando juntos,
no curso de Biologia, que é o mais inter-
disciplinar da PUC. Nós contemplamos a
questão tecnológica, a humana e, claro,
a biológica. Afinal, os
problemas ambientais
passam por questões so-
ciais. A Ecologia é uma
só, envolvida por vários
saberes integrados.
A faculdade acaba atin-
gindo pessoas que já
têm um interesse no
tema. Como chegar a
toda a sociedade?
Acredito que o me-
lhor a se fazer é a edu-
cação ambiental, pois
forma pessoas com uma
outra visão de mun-
do, pessoas capazes de
mudar os atos que vêm
dentro de casa. Todas
as escolas deveriam se
adaptar para mudar seus
jovens. É importante
mostrar a importância da
reciclagem, de não deixar
as luzes acessas, de plan-
tar árvores, de investir
na energia solar, em economizar água. Mas
isto não precisa ser feito apenas nas escolas.
Pode acontecer também nas comunidades,
nas paróquias.
E isto acontece nas escolas da Compa-
nhia de Jesus?
Sim. Nossos colégios já possuem esta
preocupação, mas acho que podemos am-
pliar. Na PUC, por exemplo, temos uma
agenda ambiental com metas que vão ge-
rando importantes mudanças de hábito. Já
temos coleta seletiva no prédio Kennedy,
conseguimos reduzir o nosso gasto com
papel e vamos começar um projeto com
energia solar. Vamos fazer projetos co-
muns com o Santo Inácio na linha de sus-
tentação ambiental. E a Igreja está fazen-
do um esforço para dar o seu testemunho.
Tem prédio no Vaticano com captação de
energia solar. E isto tem que acontecer.
Tem que dar exemplo e mostrar para a so-
ciedade que está fazendo.
natureza
Alunos da PUC aproveitam as áreas verdes a universidade, que ganhou um curso de Biologia
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Formação integralProjeto de formação social faz alunos do CSI se envolverem com questões relevantes e atuais
Com o objetivo de oferecer uma
formação plena para seus alu-
nos, o Colégio Santo Inácio
está fazendo com que seus es-
tudantes entrem em contato direto com
questões relevantes para a sociedade bra-
sileira. Através de um programa iniciado
no ano passado pela equipe de Forma-
ção Cristã, os estudantes estão tendo a
oportunidade de conhecer de perto, por
exemplo, a vida dos catadores de lixo que
atuam no lixão de Gramacho, em Duque
de Caxias. Este foi o tema escolhido para
ser aprofundado pelos alunos do 1º ano
do ensino médio, mas o projeto começa a
partir do 6º ano do ensino fundamental,
neste primeiro momento com reflexões e
estudos em sala de aulas. A partir do 8º
ano os estudantes têm a oportunidade de
extrapolar os muros do colégio na busca
por conhecimento, sendo esta sempre
uma atividade extracurricular, ou seja, vai
quem quiser.
“A escolha depende do que vem sendo
trabalhado em cada série. Como estávamos
trabalhando a Campanha da Fraternidade,
cuja questão central era o meio ambiente,
e a nossa diretora, Vera Porto, nos trouxe o
contato da empresa que está cuidando do
passivo ambiental do aterro sanitário, que
está sendo fechado, partimos para a elabo-
ração de um projeto”, contou a assessora de
formação cristã e professora de religião do 1º
ano do ensino médio, Ana Lúcia de Oliveira
Vieira. O primeiro passo foi levar os catadores
para dentro da escola, para que conhecessem
os alunos. “Já tínhamos passado o filme do
Vic Muniz, sobre o atero sanitário, antes e re-
ceber a visita e depois levamos os alunos até
Gramacho”, contou a professora.
O próximo passo vai instigar os jovens
a elaborar projetos de reinserção social para
os catadores, que, com o fim do aterro, po-
dem ficar sem uma atividade que lhes pro-
porcione algum retorno financeiro. A res-
posta foi tão positiva que a experiência da
série está servindo de exemplo para o resto
do colégio. Os estudantes mobilizaram suas
famílias e os próprios professores para que
passassem a comprar o material produzido
pela cooperativa que foi montada pelos ca-
tadores de Gramacho, além de ajudarem
no recolhimento de matéria-prima, como
garrafas pet. “O envolvimento foi maior
do que esperávamos e queremos manter o
projeto. Isto muda a percepção de vida dos
nossos alunos”, afirmou Ana Lúcia, antes
de contar que os jovens ainda “adotaram”
304 filhos de catadores, que ganharam
presentes no Natal do ano passado.
Fotos: divulgação CSI
Compartilhe conosco suas memórias inacianas
Quais professores marcaram sua vida? Quais colegas de turma se tornaram grandes amigos?
Com quem você perdeu contato e gostaria de reencontrar?
Envie fotografias antigas e recentes, conte as histórias de época de colégio e diga como está sua vida agora.
Você também pode comentar as notícias da Revista Sino e sugerir pautas para as próximas edições, além de enviar artigos
sobre temas de seu interesse.
O material enviado poderá ser publicado nesta revista e em nossa página no Facebook.
Saudações inacianas!
facebook.com/RevistaSino
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