Upload
others
View
4
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
OS CONCEITOS DE CHEIA E INUNDAÇÃO Cheia: “Subida, geralmente rápida, do nível de um curso de água até a
um máximo, a partir do qual desce, em geral, mais lentamente” (Gloss. Int. Hidrologia – UNESCO);
“Fluxo elevado que extravasa o leito normal de um curso de água” (CHOW, 1956)
Inundação: “Fenómeno ocasional que pode alagar vastas áreas do leito de
inundação ou da planície aluvial, na sequência de uma cheia particularmente importante e do consequente transbordar das águas” (SALOMON, 1997);
“Submersão de áreas fora dos limites normais de um curso de água ou acumulação de água proveniente de drenagens, em zonas que normalmente não se encontram submersas.” (Dicionário Internacional de Hidrologia)
CAUSAS DAS CHEIAS E INUNDAÇÕES
. As cheias provêm de condições excepcionais de alimentação dos cursos de água.
- Meteorológicas (pluviosidade abundante e/ou intensa)
- Fusão da neve e/ou do gelo
- Retenção/libertação abrupta de água
Cheias catastróficas (1950 – 2005)
Adaptado de: 2006, Geo Risk Research, Munich Re
Cheias: um problema crescente
O risco de cheia e inundação reflecte a probabilidade de ocorrência, no espaço
e no tempo, de situações de submersão de terrenos usualmente secos, com
consequências prejudicais para as sociedades humanas.
Em Portugal, as cheias e inundações consequentes são um dos fenómenos
naturais mais recorrentes (anualmente), mais mortíferos (a seguir às ondas de
calor) e os que mais prejuízos provocam.
www.photobucket.com
DATA CONSEQUÊNCIAS
1967 Novembro Rio Tejo
Morreram cerca de 500 pessoas, grande número de casas ficou gravemente danificado e foram destruídos muitos quilómetros de infraestruturas
1979 Fevereiro Rio Tejo.
A cheia durou 9 dias, tendo provocado 2 mortos, 115 feridos, 1 187 evacuados e avultados prejuízos materiais. O distrito de Santarém foi o mais afetado. Considera-se como a maior cheia do século XX;
1983 Novembro Rio Tejo
Morreu uma dezena de pessoas, 610 habitações foram completamente destruídas, 1 800 famílias desalojadas, tendo os prejuízos ascendido a cerca de 18 milhões de contos (valores da época);
O controlo do risco de cheia
Controlo e gestão do
risco
Domínio físico do rio
=
Barragens Diques
Obras de rectificação
medidas estruturais
Redução da exposição ao
risco
= medidas não-estruturais
Regulamentação dos usos do solo Design do edificado
Redução dos impactes do
desastre Planos de emergência
Programas de seguro
= medidas não-
estruturais
INUNDAÇÕES EM COIMBRA
- Inundações do Rio Mondego - Regularizado em 1980 - Importantes cheias em 2001
- Inundação urbanas rápidas - Aumento do escoamento superficial (> impermeabilidade) - Carga sólida transportada
Aumento da erosão nas vertentes Destruição do coberto vegetal
- Ocupação indevida dos leitos de cheia - Canalização deficiente das linhas de água - Criação de estrangulamentos artificais - Sistema de drenagem mal dimensionados (ou mal limpos)
COIMBRA E AS CHEIAS DO MONDEGO O regime hidrológico do Mondego
. Grande irregularidade
0
50
100
150
200
250
1950
/51
1952
/53
1954
/55
1956
/57
1958
/59
1960
/61
1962
/63
1964
/65
1966
/67
1968
/69
1970
/71
1972
/73
1974
/75
1976
/77
1978
/79
1980
/81
1982
/83
1984
/85
1986
/87
1988
/89
1990
/91
1992
/93
1994
/95
1996
/97
1998
/99
2000
/01
2002
/03
m3/s
Caudal médio anual (m3/s) Módulo
1º Período 2º Período
Ano hidrológico de 1965/66
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
O N D J F M A M J J A S
m3/s
Caudal médio mensal 1965/66 Caudal médio mensal
1950/51-1979/80Ano hidrológico 1971/72
0
200
400
600
800
1000
1200
O N D J F M A M J J A S
m3/s
Caudal médio mensal 1971/72 Caudal médio mensal
1950/51-2003/04Ano hidrológico de 2000/01
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
O N D J F M A M J J A S
m3/s
Caudal médio mensal1980/81-2003/04
Caudal médio mensal 2000/01
COIMBRA E AS CHEIAS DO MONDEGO O regime hidrológico do Mondego
0
500
1000
1500
2000
2500
1950
/51
1952
/53
1954
/55
1956
/57
1958
/59
1960
/61
1962
/63
1964
/65
1966
/67
1968
/69
1970
/71
1972
/73
1974
/75
1976
/77
1978
/79
1980
/81
1982
/83
1984
/85
1986
/87
1988
/89
1990
/91
1992
/93
1994
/95
1996
/97
1998
/99
mm
0
50
100
150
200
250
300
350
400m3/s
Coimbra Gouveia S.Comba Dão Caudal médio anual (m3/s)
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
O N D J F M A M J J A S
mm
0
50
100
150
200
250m3/s
Coimbra Gouveia S. Comba Dão Caudal médio mensal
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
O N D J F M A M J J A S
mm
0
50
100
150
200
250
m3/s
. Forte dependência da precipitação
. Variabilidade sazonal
0
20
40
60
80
100
120
D. 1 7 15 25 6 10 20 22 30
Tempo (dias)
mm
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000m3/s
Coimbra Sta.Comba Dão Caudal médio diário
Pico de cheia (1ª cheia)
Pico de cheia (2ª cheia)
Pico de cheia (Cheia principal)
O exemplo do Inverno de 2000/01
Laminação dos caudais pela barragem e simulação da ponta de cheia (reg. natural) e caudais observados no Açude de Coimbra (Seg. RODRIGUES, BRANDÃO E COSTA – INAG – 2001)
Estudo de caso – as cheias do Inverno 2000/01 no Baixo Mondego
Dia 27 de Janeiro de 2001: Aguieira a partir das 09h – descarga passou de 513 m3/s para 1100 m3/s (a
meio da tarde a barragem estava a 96% da sua capacidade total, a 70 cm do galgamento)
Em Coimbra: Caudal efluente da Aguieira (1100 m3/s) + Caudal proveniente da Barragem das Fronhas (Rio Alva) + Caudal do Ceira (660 m3/s) = 1942 m3/s
Açude de Coimbra Cheia centenária em regime natural 3 663 m3/s Cheia centenária em regime amortecido por barragens
1 200 m3/s
Cheia de 26-29 de Janeiro de 2001 1 942 m3/s
VilaPouca
Choupal
Bencanta
Casais
Cidreira
Fornos
Adémia
Pedrulha
SantaClara
S. Martinho daÁrvore
S. Silvestre
Antuzede
S. João do Campo
Eiras
S. Martinho do Bispo
Ribeira de Frades
Taveiro
Ameal
Coimbra
Leito Periférico Direito
Canal Condutor Geral
Rio Mondego
Rª Eiras
Rª C
ovõe
s
Rª F
rade
sLeito Periférico Esquerdo
Rª Fornos
Rª A
nçã
Reveles
N
Malha UrbanaPlanície aluvial do Mondego e parte vestibular dos principais afluentes a partir de CoimbraConstruções 1947-2004
Construções até 1947
Área afectada pela cheia de 26/27 de Janeiro de 2001 (a partir do limite da Câmara Municipal de Coimbra, modificado)
Rede ferroviária
0 1 Km
INUNDAÇÕES URBANAS NA CIDADE DE COIMBRA
. Dias com precipitação ≥ 10 mm (IGU) . Recolha de informação: - Diário de Coimbra (1950 – 2004) - Diário As Beiras (1994 – 2004) - Bombeiros Sapadores de Coimbra (2000 – 2004)
Diário de Coimbra (15/11/1986)
Diário de Coimbra (24/05/2004)
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
1950
/51
1952
/53
1954
/55
1956
/57
1958
/59
1960
/61
1962
/63
1964
/65
1966
/67
1968
/69
1970
/71
1972
/73
1974
/75
1976
/77
1978
/79
1980
/81
1982
/83
1984
/85
1986
/87
1988
/89
1990
/91
1992
/93
1994
/95
1996
/97
1998
/99
2000
/01
2002
/03
Nº d
e in
unda
ções
Inundações relacionadas com a malha urbanaInundações relacionadas com o rio Mondego
Regime regularizado Regime natural
INUNDAÇÕES URBANAS NA CIDADE DE COIMBRA
0
10
20
30
40
50
Outono Inverno Primavera Verão
%
Antes Depois
0
5
10
15
20
25
30
O N D J F M A M J J A S
%
Antes Depois
. Carácter aleatório
. Forte dependência da pluviosidade
. Chuvadas muito intensas
INUNDAÇÕES URBANAS NA CIDADE DE COIMBRA A precipitação: factor genético
0
5
10
15
20
25
30
35
40
<5 5-10 10-15 15-20 20-25 >25
l/m2/h
%
Precipitação máxima horária das chuvadas que causaram inundação (1950/51 – 2003/2004)
0
5
10
15
20
25
30
35
<30 30-50 50-70 70-90 90-100
Precipitação máxima horária/precipitação diária (%)
%
Relação da precipitação máxima horária com a precipitação diária
Rua Olímpio Nicolau Rui Fernandes
INUNDAÇÕES URBANAS NA CIDADE DE COIMBRA A malha urbana e os pontos críticos
Praça 8 de Maio Confluência R. Combatentes/ R. do Brasil
INUNDAÇÕES URBANAS NA CIDADE DE COIMBRA A malha urbana e os pontos críticos
Vale das Flores
Av. Fernando Namora
Solum
CONCLUSÕES
. O rio Mondego continua a ser um rio de forte irregularidade e variabilidade sazonal, decalcando a distribuição estacional da precipitação.
. A entrada em funcionamento das estruturas de regularização a montante de Coimbra (Aguieira-Raiva e Fronhas) reduziu consideravelmente as cheias do Mondego e praticamente baniu o problema das inundações na planície aluvial.
. Expansão urbana para áreas com risco de inundação na margem esquerda do Mondego no concelho de Coimbra.
. O risco de inundação não foi totalmente eliminado do Baixo Mondego, como confirma a cheia de 26/27 de Janeiro de 2001.
. Incapacidade da tecnologia em resolver por completo os problemas relacionados com a ocorrência de cheias e inundações.
. Importância fulcral do Mondego nas inundações urbanas na cidade de Coimbra até à década de 80. A Baixa era a área da cidade mais afectada.
. A partir dos anos 80, ocorrência de situações pontuais ligadas à progressiva impermeabilização nas áreas de expansão da cidade.
. Deslocalização dos principais pontos críticos. O Vale das Flores, a Casa Branca e a Solum são as novas áreas afectadas.
. Importância da topografia, traçado urbano e impermeabilização no agravamento da susceptibilidade à ocorrência de inundações urbanas na cidade de Coimbra.
. Reconhecida importância da inventariação e localização das áreas problemáticas em termos de gestão e planeamento urbanos.
CONCLUSÕES
Perigosidade enquanto vetor de territoralização Susceptibilidade a inundações na R. Centro
Susceptibilidade
Áreas inundáveis 590,8 km2
Número de barragens 41 (INAG)
Número de mini hídricas 35 (INAG)
Troços de rotura de barragens 522 km
Incidência: - Baixo Vouga - Vales dos rios Águeda e Cértima - Baixo Mondego e bacias dos rios Arunca e Pranto, Foja, Ança e Fornos - Vales dos rios Alva e Ceira - Vale do rio Lis - Bacia do Alto Zêzere - Vales dos rios Tejo e Ponsul - Depressões de Alvados e Minde
INUNDAÇÕES EM TORRES NOVAS (L.CUNHA, C. LEAL)
Objetivos Identificar as áreas suscetíveis a inundação devido a: - Cheias, para um período de retorno de 100 anos, - Má drenagem por subida da toalha freática; e - Obstrução e/ou sobrecarga dos sistemas de drenagem dos aglomerados urbanos (inundações urbanas);
Avaliar a suscetibilidade à ocorrência de cheias e inundações de forma diferenciada para o município e para as principais áreas urbanas (Torres Novas e Lapas);
Avaliar a vulnerabilidade dos elementos expostos e o risco de inundação, indicativos das potenciais consequências prejudiciais associadas aos diferentes cenários de inundações.
E, por fim, deixar algumas recomendações e medidas de condicionamento e restrição ao uso e ocupação do solo no sentido de reduzir as situações de risco.
1. Caracterização da dinâmica hidrológica do município;
2. Recolha de registos históricos de inundações nos jornais locais O Almonda e Torrejano, de 1970 a 2010, bem como realização de fotografias e de inquéritos simples às populações locais;
3. Construção de um modelo geomorfológico de áreas inundáveis, com base nas características topográficas, hidrológicas, litológicas, pedológicas e interpretação estereoscópica de fotografia área (voo 1958, escala 1:26 000);
4. Construção de um modelo hidráulico de áreas inundáveis (HEC-RAS) para um período de retorno de 100 anos. - Modelos à escala 1:10000 para os troços mais críticos do rio Almonda e da Ribeira do Alvorão e
- Modelos à escala 1:2000 para as áreas urbanas (Lapas e Torres Novas).
5. Trabalho de campo para leitura dos pormenores topográficos dos fundos de vale e avaliação dos riscos através da observação do tipo de ocupação dos leitos de cheia, com vista ao ajustamento e validação dos modelos.
6. Avaliação e representação cartográfica da suscetibilidade a cheias e inundações, com base na síntese dos modelos geomorfológicos, hidrodinâmico, análise cartográfica de pormenor e trabalho de campo.
7. Validação do modelo através de referências jornalísticas, testemunhos da população local e da informação de estudos regionais disponibilizada pelo Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH).
8. Avaliação da vulnerabilidade a cheias e inundações.
9. Avaliação do risco de inundação.
METODOLOGIA
ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO ESBOÇO GEOLÓGICO
Área:269 km² População: 36 837 hab. Dens. Pop: 136,9 hab/km² INE, 2011
TORRES NOVAS
Unidade Planície Aluvial
Unidade Colinas Greso-calcárias
Perfil longitudinal do Rio Almonda
[1] Fonte: Simões, J. S. (2003) – Caracterização Física do concelho de Torres Novas: Contributos de geografia Física para sua interpretação. Câmara Municipal de Torres Novas, Torres Novas, 107p.
BACIA HIDROGRÁFICA ÁREA TOTAL DA BACIA (KM²)
ÁREA NO MUNICÍPIO (KM²) (%)
ALMONDA 205 155 49
ALVIELA 331 29 9
NABÃO 1102 32 10
PERNES 163 2 0,6
TEJO 84 35 11
VALE DA SERRA 24 16 5
SUB-BACIA DO ALVORÃO 50 50 16
BACIAS HIDROGRÁFICAS
TORRES NOVAS
HISTÓRICO DE OCORRÊNCIAS (1970 – 2011): IMPRENSA DIÁRIA E INQUÉRITOS À POPULAÇÃO LOCAL
Nov 2006
Fev 1979
Nov 2006
Dez 2000
Dez 2000
Nov 1983
Fonte: Artigos dos jornais locais O Almonda e o Torrejano (1970 – 2011)
MODELO HIDRÁULICO
Lapas Torres Novas Almonda
(montante) Almonda (jusante)
Rib.ª do Alvorão
1: 2000 1: 10000
Comprimento do troço (m)
1373,59 2719,96 13819,97 8601,01 5476,40
Cota início do troço (m)
47,09 34,30 68,68 28,00 43,00
Cota final do troço (m)
40,85 25,04 28,00 13,00 28,00
Declive do troço (m/m)
0,0045413 0,0034044 0,00294435 0,0017439 0,0027390
Construção de um modelo hidráulico de áreas inundáveis para um período de retorno de 100 anos, nos troços mais críticos da rede hidrográfica do concelho de Torres Novas:
MODELO HIDRÁULICO
PREPARAÇÃO DE DADOS
• Cálculo dos caudais de cheia; • Definição das características geométricas e hidráulicas do canal a modelar;
MODELAÇÃO HIDRÁULICA HEC-RAS
•Ajuste e completagem dos dados geométricos; •Definição dos dados de escoamento; •Definição do plano geral da modelação hidráulica;
ANÁLISE E VISUALIZAÇÃO DOS RESULTADOS
•Exportação dos resultados; •Visualiação e validação dos resultados; •Produção da cartografia das zonas inundáveis.
CAUDAIS DE PONTA DE CHEIA ESTIMADOS
Estação hidrométrica PO 100 anos - estimado (m3/s)
C.N.F.T. – Torres Novas 80,94
Torres Novas – Pt Nova 198,48
-1200
-1000
-800
-600
-400
-200
0
200
400
600
0
20000
40000
60000
80000
100000
1977
1978
1979
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
Precipitação (mm
)
Esco
amen
to (d
am/3
)
Precipitação e Escoamento do rio Almonda
E.H. Ponte Nova E.H. C.N.F.T. E. U.Pedrógão
E.U. Alcorochel E.U.Torres Novas
SEQUÊNCIA METODOLÓGICA ADOTADA
Fonte: (SANTOS, 2009)
[1] Santos, P. M. P. (2009) - Cartografia de áreas inundáveis a partir do método de reconstituição hidrogeomorfológica e do método hidrológico-hidráulico : estudo comparativo na bacia hidrográfica do rio Arunca. Dissertação de mestrado.
MODELO HIDRÁULICO
Ocupação do solo segundo dados da shapefile fornecida
Terminologia adoptada Valor
n
Área Agrícola-Florestal Geral
Oc. Agr.-Florest. Predomínio Estrato Arbóreo
0.050
Oc. Agr.-Florest. Predomínio Estrato Herbáceo
0.040
Azinheiras Ocupação arbórea com arbustos 0.055
Carvalhos Ocupação arbórea com arbustos 0.055
Eucaliptos Ocupação arbórea com arbustos 0.055
Leito natural em terra Leito natural em terra 0.030
Leito artificializado Leito artificializado 0.020
Mata Vegetação arbórea e arbustiva densa
0.070
Mato Vegetação arbórea e arbustiva densa
0.070
Olival Ocupação arbórea com arbustos 0.050
Pinheiros Ocupação arbórea com herbáceas 0.040
Pomar Ocupação arbórea com herbáceas 0.040
Regadio/horta Áreas cultivadas 0.030
Sequeiro Áreas cultivadas 0.030
Sobreiros Ocupação arbórea com arbustos 0.050
Solo urbano e rede viária Solo urbano 0.060
Vinha Vegetação arbustiva média a densa 0.055
COEFICIENTE DE RUGOSIDADE (VALOR N DE MANNING) Os dados geométricos: declive; topografia do canal; caudal; rugosidade): • MODELOS DIGITAIS DE TERRENO (escalas 1:10000 e 1:2000) • CARTOGRAFIA DE OCUPAÇÃO DO SOLO, a partir da qual se extraíram os coeficientes de rugosidade da superfície (valor n de Manning). A partir da informação geográfica fornecida referente ao edificado criaram-se ainda layers correspondentes a blocked obstructions, isto é, espaços por onde não é fisicamente possível a ocorrência de escoamento. A informação geométrica é referenciada a um layer de secções transversais (cross-sections) traçados de acordo com a morfologia do plaino aluvial. Nas modelações realizadas com recurso à cartografia na escala 1:2000 definiram-se secções transversais com distância média entre si de 34,34 metros e 37,78m para os troços de Lapas e Torres Novas respectivamente. Na modelação realizada tendo por base a cartografia na escala 1:10000 usaram-se secções transversais espaçadas em média por 48,65 metros.
SUSCETIBILIDADE A CHEIAS E INUNDAÇÕES
CAUSA DE
INUNDAÇÃO
ÁREA
(km²)
ÁREA
(%) SECTORES CRÍTICOS
Cheias 15,6 5,7
- Planície aluvial do Rio Almonda;
- Vale da Rib.ª do Alvorão e da Rib.ª
da Bezelga
- Áreas ribeirinhas
Má drenagem Subida da toalha freática
9,57 3,5
- Fundo de vales
- Superfícies aplanadas
- Depressões topográficas Inundações urbanas - Cidade de Torres Novas
MÁ DRENAGEM
CHEIAS INUNDAÇÕES URBANAS
1
1 2
2
3
3
VALIDAÇÃO
Inundação no Bom Amor em Dezembro de 2006 Fonte: Jornal Torrejano de 1 de Dezembro de 2006
Inundação a jusante da Fábrica da RENOVA n.º 1 em Novembro de 2006 Fonte: Jornal O Almonda de 3 de Novembro de 2006
Inundação no Boquilobo a 5 Março de 2010 Fonte: Jornal O Almonda, do dia 5 de Março de 2010
Inundação no jardim das rosas na cidade de Torres Novas Fonte: Jornal O Almonda de 3 de Novembro de 2006
Inundações na várzea do Rio Almonda Fonte: Jornal O Almonda de 5 Março de 2010
Inundação na localidade de Bezelga de Cima Fonte: Jornal O Almonda de 3 de Novembro de 2006
VULNERABILIDADE
Fonte: Fotografias do Arquivo Histórico Municipal de Torres Novas Parque de Campismo em leito de cheia da Rib.ª do Alvorão
Fonte:http://ucatn.blogspot.com/2009_05_01_archive.html
Parque de Estacionamento subterrâneo junto ao Rio Almonda
Biblioteca a Municipal junto ao Rio Almonda Habitação junto ao Rio Almonda Estrada do Boquilobo submersa
Inundação de habitação pela Rib.ª do Alvorão
Inundação de habitação pela Rib.ª do Alvorão
Estrada do Bairro do Nicho submersa (área urbana)
EQUIPAMENTOS HABITAÇÕES VIAS DE COMUNICAÇÃO
12% (32,5 km2) do território concelhio de Torres Novas apresenta condições para a ocorrência de cheias e
inundações, tendo por base um período de retorno de 100 anos.
Elevada suscetibilidade natural a inundações, correspondentes a áreas de inundação frequentes e/ou
resultantes de grandes cheias ou de cheias rápidas, assumem maior relevância espacial:
1) no leito maior (leito de cheia) do rio Almonda;
2) nas áreas marginais do vale da Ribeira do Alvorão e da Ribeira da Bezelga pela torrencialidade dos seus
caudais,
que geralmente originam cheias rápidas e perigosas;
3) nas áreas deprimidas de fundo de vale das ribeiras de maior ordem e sectores de confluência dos
principais cursos
de água porque favorecem a concentração e retenção das águas pluviais;
4) e nas áreas urbanas, onde o elevado índice de impermeabilização das pequenas bacias hidrográficas, a
ocupação das margens e leito de cheia e a deficiente drenagem pluvial promovem o desenvolvimento
natural de cheias rápidas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A vulnerabilidade e o risco é maior nos campos agrícolas e atividades localizados em leito de cheia visto que correspondem a mais de 90% das áreas potencialmente ameaçadas. Pelo contrário, é nos centros urbanos, com menor área total, que acresce o risco, devido à maior concentração e valor dos elementos expostos.
Foram identificados em zona de risco potencial, elementos de elevada vulnerabilidade, tais como: áreas residenciais, áreas industriais, áreas comerciais e de serviços, equipamentos sociais, educativos e de saúde; infraestruturas básicas e viárias e alguns sítios arqueológicos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
MEDIDAS ESTRUTURAIS: Intervenções nos troços mais críticos das ribeiras e do rio Almonda, com aumento da secção de vazão; Análise da eficiência mitigadora dos diques de proteção e fixação de margens nos troços já artificializados/urbanizados, com redefinição de perfis e secção de escoamento, nomeadamente em locais densamente povoados, como por exemplo em Beselga de Cima. Construção de muros drenantes (p. ex. com gabiões) nas margens dos cursos de água mais suscetíveis a deslizamentos ou à erosão basal fluvial, de forma a facilitar a drenagem dos terrenos e impedir o sapamento das margens. Redimensionamento dos sistemas pluviais e residuais para as condições de pico de cheia.
MEDIDAS DE ORDENAMENTO: Aplicação em Regulamento Municipal de Urbanização e Edificação (RMUE) de um conjunto de normas específicas para a edificação, sistemas de proteção e de drenagem nas áreas urbanas e áreas urbanizáveis visando a redução do risco de cheias e inundações. Intervenções periódicas de limpeza e regularização dos canais de escoamento. Revegetação das áreas com maior risco de erosão hídrica. Estabelecer medidas para a manutenção e recuperação das condições de permeabilidade dos solos, nos espaços urbanos. Proibir a edificação em vales de ribeiras que registam caudais reduzidos, ou que raramente possuem escoamento, o que geralmente conduz a uma sensação de “falsa segurança”. Estabelecer medidas de conservação e reabilitação da rede hidrográfica e zonas ribeirinhas. Promover ações de sensibilização e informação junto dos cidadãos e comunidades sobre os processos de cheias e inundações e dos impactos associados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS