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Re)pensando a Baixada Fluminense em um contexto da Região Metropolitana do Rio de Janeiro : Sociedade, Território e Representação. André Santos da Rocha Professor Assistente do Departamento de Geografia da Fundação Educacional de Duque de Caxias (FEUDUC), Coordenador e Pesquisador do Núcleo de Estudos Geográficos da Baixada Fluminense (NEG-BF/FEUDUC), Especialista em Políticas Territoriais No Estado do Rio de Janeiro (Departamento de Geografia UERJ) e Mestrando do programa de pós-graduação em Geografia da Universidade Federal Fluminense. e-mail: [email protected] RESUMO: Este artigo tem como objetivo apresentar a construção da representação social da Baixada Fluminense discutindo a partir da sua formação sócio-territorial propondo um (re)pensar sobre sua funcionalidade econômica, política e de suas atuais representações num contexto da Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro. Palavras-chaves: Baixada Fluminense, Região Metropolitana, Representação, Dinâmicas Territoriais. Abstract. This paper aims to present the construction of the social representation of the Baixada Fluminense talking from their training special organization proposing a think about its functionality economic, political and your representations in the context of the Metropolitan Region of the State of Rio de Janeiro. Key-words: Baixada Fluminense, Metropolitan Region of Rio de Janeiro, Representation, Territorial Dinamics

ROCHA, Andre S. Repensando a Baixada Fluminense

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Este trabalho tem como objetivo apresentar a construção da representação social da Baixada Fluminense discutindo a partir da sua formação sócio-territorial propondo um (re)pensar sobre sua funcionalidade econômica, política e de suas atuais representações num contexto da Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro.

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Re)pensando a Baixada Fluminense em um contexto da Regio Metropolitana do Rio de Janeiro : Sociedade, Territrio e Representa

Re)pensando a Baixada Fluminense em um contexto da Regio Metropolitana do Rio de Janeiro : Sociedade, Territrio e Representao.

Andr Santos da Rocha

Professor Assistente do Departamento de Geografia da Fundao Educacional de Duque de Caxias (FEUDUC), Coordenador e Pesquisador do Ncleo de Estudos Geogrficos da Baixada Fluminense (NEG-BF/FEUDUC), Especialista em Polticas Territoriais No Estado do Rio de Janeiro (Departamento de Geografia UERJ) e Mestrando do programa de ps-graduao em Geografia da Universidade Federal Fluminense.

e-mail:[email protected]

RESUMO:

Este artigo tem como objetivo apresentar a construo da representao social da Baixada Fluminense discutindo a partir da sua formao scio-territorial propondo um (re)pensar sobre sua funcionalidade econmica, poltica e de suas atuais representaes num contexto da Regio Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro.

Palavras-chaves: Baixada Fluminense, Regio Metropolitana, Representao, Dinmicas Territoriais.

Abstract.

This paper aims to present the construction of the social representation of the Baixada Fluminense talking from their training special organization proposing a think about its functionality economic, political and your representations in the context of the Metropolitan Region of the State of Rio de Janeiro.

Key-words: Baixada Fluminense, Metropolitan Region of Rio de Janeiro, Representation, Territorial Dinamics

Repensando a Baixada Fluminense em um contexto da Regio Metropolitana do Rio de Janeiro: sociedade, territrio e representao.

(Re) pensar significa pensar de novo, reconsiderar, pensar dentro de um novo contexto. A significncia de tornar a refletir sobre alguma coisa reside, entre muitas coisas, no fato de nossas representaes, criadas sobre determinado fenmeno, no atenderem mais a demanda conceitual, ou mesmo material que est em intensa transformao.

O espao em sua essncia dinmico (SANTOS, 1992), que abriga um acmulo de intencionalidades construdas no seio do tecido social. A sociedade dinmica, portanto em constante transformao. Ao espao, que condicionado e condicionante, atribuindo diferentes usos, estabelecendo diferentes tramas de poder. Assim, o espao transformado por esta sociedade em seuterritrio usado(SANTOS, 2006), tendo sua representao construda a partir da funcionalidade que desempenhe na formao da totalidade social.

desta forma que iniciamos nossas consideraes sobre uma poro territorial do Estado do Rio de Janeiro, a Baixada Fluminense. Tais reflexes se baseiam em uma apurada reviso bibliogrfica e na coleta de dados de jornais de grande circulao no estado do Rio de janeiro e instituies de pesquisa, tais como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), o Centro de Informaes e Dados do Rio de Janeiro (CIDE) e Federao das indstrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

O presente texto tem o objetivo mostrar como se constituiu a representao territorial da Baixada Fluminense como lugar da violncia, medo e o descaso social, esclarecendo a funcionalidade que esta desempenhou no contexto da expanso da urbana da metrpole carioca bem como (re)pensar seu atual papel, versando sobre as atuais dinmicas territoriais que se revelam estratgicas na vitalidade da Regio Metropolitana do Rio de Janeiro.

Para melhor exposio dividimos o presente trabalho em trs momentos, a saber: 1) Breves notas sobre a formao da regio metropolitana do Rio de Janeiro: uma histria territorial; 2) Baixada Fluminense representaes de uma periferia - a insero na metrpole carioca; 3) Repensando a Baixada Fluminense e suas atuais dinmicas territoriais dentro da metrpole carioca.

1.Breves notas sobre a formao da regio metropolitana do Rio de Janeiro: uma histria territorial.

A definio de Regio metropolitana no Brasil regida por lei estadual, no entanto ela pode ser, informalmente, entendida por uma conurbao (juno material e de interao de fluxos de maneira intensa) entre formaes urbanas. Normalmente essa conurbao fruto da expanso urbana das cidades, em especial aquelas que possuem dinmicas scio-econmicas considerveis.

A Regio Metropolitana do Rio de Janeiro segundo o Centro de Dados e Informaes do Rio de Janeiro formada por 18 municpios1.

Esta por sua vez, possui uma caracterstica intensa, a imensa concentrao populacional, de atividades e recursos(OLIVEIRA, 2006, p.79), tendo cerca de 80% da populao do estado residindo na Regio Metropolitana do Rio de Janeiro, sendo que cerca de 50% deste total reside na rea perifrica, Baixada Fluminense(IBGE, 2000).

A concentrao de servios e atividades industriais so evidentes nos indicadores econmicos, segundo dados do IBGE, cidades como Rio de Janeiro, Niteri, So Gonalo, Belford Roxo, Duque de Caxias, Nova Iguau, presentes na estrutura da regio metropolitana, esto entre as cidades que mais arrecadaram em todo pas no ano de 2002, o que revela a dinmica intensa no interior dessa metrpole2.

Essa dinmica faz desta, a mais concentradora de todas as regies metropolitanas do pas, reflexos da estruturao da expanso urbana e dinmica econmica da cidade do Rio de Janeiro.

A cidade do Rio de Janeiro possui uma centralidade histrica, advinda dos sculos XVII e XVIII quando esta servia como ponto de escoao de ouro provindo de Minas Gerais. Esta importncia ganha verdadeira pujana na vinda da famlia real, na qual fornece cidade do Rio de Janeiro ostatusde capital do Imprio (LESSA, 2003). Desde ento, a cidade do Rio de Janeiro ganha no somente uma visibilidade nacional, mas internacional.

interessante salientar que esta centralidade exercida pela cidade do Rio de Janeiro demandava uma interao scio-territorial intensa com sua hinterlndia3, como era o caso da grande conexo existente entre o Rio e a Baixada da Guanabara, est Baixada toda a poro territorial localizado a oeste da Baia de Guanabara, hoje conhecida popularmente como Baixada Fluminense.

Essa interao econmica se dava pela circulao de produtos que perpassavam as localidades dessa Baixada da Guanabara, por quanto esta servia de entreposto comercial e rea de produo agrcola, tais como a produo da laranja, cana de acar, aipim etc.

Mas somente nas dcadas de 1920 e 1930 que se percebe a expanso urbana da cidade de Rio de janeiro em direo a suahinterlndia(ABREU, 1987), quando a cidade comea a passar por reformas urbansticas importantes como a reforma pereira passos, que surge com o iderio de colocar a cidade do Rio de Janeiro aos moldes da modernidade, o que implicaria a retirada da populao mais pobre da rea central da cidade os expulsando para as reas mais afastadas.

De certo modo essas intenes foram ao encontro de dois eventos muito importantes na consolidao da integrao da Metrpole, Rio de Janeiro, com suahinterlndia, Baixada Fluminense. A saber:

a.Disposio de sistemas de integrao rodoviria e ferroviria: isto se valida no uso das ferrovias para o deslocamento da populao que antes era utilizado somente para o transporte de mercadorias, e a abertura de importantes rodovias durante as primeiras dcadas do sculo XX, a Avenida Presidente Dutra, Avenida Brasil e Avenida Washington Luiz, que hoje servem como espinhas dorsais na ligao rodoviria das reas perifricas ao ncleo central da cidade;

b.Loteamentos das antigas fazendas na Baixada Fluminense: devido s crises decorrentes nos sistemas agrcolas, em especial na queda da produo da laranja, comea-se uma intensa onda loteadora por todos as reas da Baixada Fluminense (GEIGER &MESQUITA, 1956).

Esses dois eventos propiciaram uma expanso cada vez maior da cidade do Rio de Janeiro em direo conhecida Baixada Fluminense, consolidando aquilo que Maria Terezinha de Segada Soares (1956) chamou de incorporao da clula urbana.

O processo da formalizao poltica da Regio Metropolitana do Rio de Janeiro ainda se projetou de maneira muito singular, pois at o incio dos anos de 1970, a extensa malha urbana do Rio de Janeiro se encontrava recortada por um desafio poltico, proposto pela existncia de dois governos estaduais, um do antigo Estado da Guanabara (atual municpio do Rio de janeiro) e outro do Estado do Rio (composto pelos municpios da periferia da metrpole e do interior do estado).

Essa diviso poltica dentro de uma malha urbana conurbada, onde a resoluo dos problemas estava ligada diretamente a uma gesto participativa desta regio metropolitana, se colocavam como impasse nas resolues de questes como o aumento da miserabilidade e a segregao espacial que se consolidara na dinmica interna desta regio.

A incorporao da periferia, Baixada Fluminense, regio metropolitana estava disposta em uma relao funcional, uma vez que aps as dcadas de 1950 percebe-se um surto industrial nesta regio, como so os exemplos da instalao de indstrias dos ramos do petrleo e qumico-farmacutico, como respectivamente a Reduc, localizado no municpio de Duque de Caxias e o Bayer localizado no municpio de Belford Roxo.

Havia ainda a incorporao nos ramos automobilsticos, como a instalao da Fbrica Nacional de Motores no distrito de Xerm em Duque de Caxias.(ROCHA & SANTOS FILHO, 2006)

Essa nova dinmica fabril colocava a incorporao da periferia com uma funcionalidade importantssima, pois ela alm de abrigar a grande parte da massa trabalhadora serviria como suporte para atuao logstica industrial que vitalizaria a interao scio-econmica da regio metropolitana.

A questo que se constri no imaginrio da populao do fluminense, sobre a Baixada, se forjou em uma representao de violncia, misria e medo, que se processou na incorporao desta poro territorial na categoria de periferia no contexto da metrpole carioca, sem qualquer indagao sobre essa representao construda, e de seu papel, de sua importncia, dentro do contexto fluminense. Desse modo, se torna vlido vislumbrarmos um panorama sobre a construo dessa representao perifrica para a Baixada Fluminense.

2.Baixada Fluminense: representaes de uma periferia - a insero na metrpole carioca.

Mas, o que Baixada Fluminense? Tal questionamento imbudo de uma definio complexa. A problemtica de sua definio territorial possui uma enorme variedade de representaes variando segundo intencionalidades de grupos sociais em temporalidades distintas. Atualmente o desenho territorial intitulado por Baixada Fluminense aquele estabelecido pela Secretaria de Desenvolvimento da Baixada e Regio Metropolitana - SEDEBREM.

A representao construda no perodo hodierno no se constitui no sentido original que se baseia em uma definio sobre sua toponmia. Ao consultarmos a gnese das palavras que do origem ao seu nome perceberemos que se resume em reas limtrofes ao mar. Num sentido geomorfolgico a definio da palavra baixada significa rea baixa em relao a outras, ou rea de deposio. A palavra fluminense vem do radical Latino,Flumem, que significa rio. Para Alexandre Marques(2006, p.7) essa denominao latina se aproxima bastante da denominao iguassu que em tupi significa muita gua.

A Baixada Fluminense poderia nestes moldes ser definida como lugar entre rios ou terras de muitas guas (SANTOS SOUZA, 1996). Assim, a representao territorial para a Baixada Fluminense abarcaria todos os municpios do estado do Rio de Janeiro localizados entre a Serra do Mar e o Oceano Atlntico, indo de Campos dos Goytacazes at Mangaratiba.

Varias propostas sob a conceituao de Baixada Fluminense foram elaboradas GES (1934), GEIGER & SANTOS (1955), GEIGER & MESQUITA (1956), estando estas primeiras concepes ligadas grande influncia da matriz das escolas tradicionais da geografia, vinculada principalmente a filosofia positivista. Esta por sua vez atribui s cincias naturais o seu maior destaque. Da entende-se que dentro deste direcionamento metodolgico o emprego da regionalizao estava mais ligado particularidade do espao natural (relevo, hidrografia, clima, etc.).

Dentro deste contexto, podemos citar obras clssicas como a de Alberto Ribeiro Lamego: O Homem e o Brejo (1940), O Homem e a Restinga (1946), O Homem e a Guanabara (1948) e O Homem e a Serra (1950). Nestas obras Alberto Lamego atribui a noo de relevo como um fator importante na regionalizao do espao fluminense.

Dentre as concepes sobre a Baixada Fluminense a que toma um olhar mais apurado fora a dos Gegrafos GEIGER & MESQUITA (1956), que embora colocavam a Baixada Fluminense com uma definio geomorfolgica, atribuiu uma regionalizao engendrada a partir da estrutura scio-econmica, com as atividades agrcolas desta regio. Tal tentativa tem validade uma vez que o agrupamento dos municpios nesta regionalizao acontece pelo potencial econmico bem como pelos problemas enfrentados por tais municpios, em especial os ligados exploso de loteamentos que comeara a acontecer.

Nesta concepo Geiger e Mesquita, apontam uma diviso nesta Baixada Fluminense, baseada em quatro regies, a saber: Baixada dos Coitacazes, a Baixada da Araruama, a Baixada de Sepetiba e a Baixada da Guanabara (OLIVEIRA, 2004).

Nossas consideraes sero direcionadas Baixada da Guanabara4, pois a poro que se encontra na hinterlndia da Cidade do Rio de Janeiro e que sofreu o processo mais intenso de marginalizao social.

Segundo Maria Terezinha de Segada Soares (1962) foi esta a poro territorial absorvida pela clula urbana do Grande Rio de Janeiro, intensificado pelos constantes loteamentos, j apontas por Geiger e Mesquita, e pelas implementaes rodo-ferrovirias, servindo esta poro do territrio como um suporte da expanso urbana da metrpole carioca.

Mas afinal, porque esta poro a que recebe o nome de Baixada Fluminense? E por que esta denominao nos representa algo melindroso, como morte, misria e etc? O processo de insero condio de periferia nos traduz uma via para entender o teor de tal representao?

As representaes so um processo de apropriao da realidade e de (re) construo desta atravs de um sistema simblico (MAZZOTTI, 2005). Esse sistema simblico pode se manifestar das mais variadas formas seja por imposio do poder (SACK, 1986) seja por formas de vigilncia (FOUCAULT, 1984) ou mesmo na materializao de nossas intencionalidades criando mltiplas psicosferas (SANTOS, 2002) sendo essas psicosferas responsveis por parte de nossa classificao e conceituao sobre os diferentes espaos que variam segundo a velocidade dos acontecimentos.

O processo de apropriao da realidade, dos acontecimentos, se circunscreve em uma dimenso espacial, estando as representaes conectadas em diversas instncias sociais.

As representaes esto incrustadas em todas as instncias que compe a sociedade, na economia, poltica, na cultura, sempre em constante transformao (S 1998, p.21). Essas representaes so difundidas por diferentes veculos, seja pela mdia que utiliza jornais, revistas, meios televisivos, a internet seja pelos ditos populares da vida cotidiana, que se propaga por contos, lendas, histrias locais passadas nas interlocues dirias das pessoas que compem uma dada sociedade.

Portanto, uma representao sempre construda a partir de uma relao dada de um sujeito ao fenmeno e vice-versa que sempre se constri em uma dada espao-temporalidade, escrevendo-se como uma manifestao imaginria dos sujeitos e da relao destes com o fenmeno que revelam as interaes, os conflitos, as tenses, que problematizam determinado momento, que podem se perpetuar por um longo perodo ou no.

Para Jodelet (1989) a representao social e sua abordagem nos permitem uma apreenso das formas e contedos da construo coletiva da realidade social. Esta realidade social se manifesta espacialmente, portanto passvel de apreenso pela lente da cincia geogrfica (LIMA, 2006). Se o espao entendido como um produto social (SANTOS, 1992) ela passvel de ser moldada por representaes que se revelam no processo de produo do mesmo, caracterizando uma dimenso simblica de referenciamento.

Assim, as concepes que temos do espao so representaes construdas a partir das interaes scio-espaciais produzidas no seio do tecido social, seja pela dinmica de fixos e fluxos materiais e materiais, ou seja, pela disposio de formas-contedos, objetos e aes, que fazem desta produo espacial uma produo ideolgica, carregada de representaes. O espao pode, a partir do sistema de produo, ter suas representaes construdas pela funcionalidade que desempenhem numa dada estrutura espao-temporal.

Estando a Baixada Fluminense inserida na Grande Clula Urbana do Rio de Janeiro, ela vai abarcar dimenses representacionais que iro ao encontro de suas funcionalidades dentro desta estrutura, que num primeiro momento se concentrou em um processo de periferizao, que num processo de produo dos espaos e de suas representaes, tiveram no Estado, nos veculos difusores miditicos e nos proprietrios de um poder local (sejam imobilirios e/ou fundirios locais) a solidificao desta representao perifrica ao longo da segunda metade do sculo XX.

O processo de periferizao da Baixada Fluminense.

Construo da Baixada Fluminense enquanto periferia da cidade do Rio de Janeiro, tem seu processo intensificado aps os anos de 1950 (LAZARONI,1990). A incorporao clula urbana ocorreu a partir das necessidades de absorver o crescimento populacional que os municpios sofreram nos anos 1940 e 1950, em especial, com a chegada de imigrantes de diversas partes do estado do Rio de Janeiro (regio sul, noroeste e norte fluminense) e o Brasil (regio nordeste, por exemplo).

Algumas localidades da Baixada apresentaram um considervel ndice de crescimento populacional neste perodo, a saber: Inhomirim, com 423%; Vila de Cava, com 306%; Queimados, com 372%; Duque de Caxias, com 226% (ALVEZ, 2003, p.62).

O surto de crescimento da populao desencadeado ao longo da segunda metade do sculo XX atribui ao territrio um uso intenso e desordenado, que em sua maior parte no houve um amparo em infra-estrutura bsica, demonstrando a consolidao de expresses scio-territoriais aos municpios da Baixada Fluminense atrelando-os a condio de periferia da periferia (SANTOS DE SOUZA, 2002).

A produo deste espao se constri totalmente marginalizada das instncias reguladoras de ordem estatal, o exemplo dos loteamentos que no receberam nenhuma implementao de infra-estrutura bsica como esgoto e gua tratada, sendo construdas ainda em terrenos de solos hidromficos, pe em questo uma fragilidade do processo de intensa urbanizao se repercutindo em verdadeiros impactos scio-ambientais em dias de chuva intensa, provocando enchentes, doenas, danos materiais e etc. (FIALHO et all, 2005).

Toda a ausncia poltica promoveu um crescimento de um poder local, que se estruturou no vazio deixado pelo Estado, dando cabo a uma ao de um poder marginal marcado pelos domnios dos esquadres da morte.

Para Alves (2003) cria-se um cenrio timo para a presena destes novos coronis que se caracterizam pela imposio de sua supremacia poltica pautada na violncia. Assim, em toda a Baixada Fluminense se consolidam espaos de violncia e medo social. Tal perspectiva obteve tal evidncia que um de seus municpios, Belford Roxo, foi colocada entre as cidades mais violentas do mundo durante os anos 1980.

Alguns ttulos de reportagens de Jornais revelam isto: Baixada, debate da criminalidade5, Baixada, em 6 meses: 198 homicdios, 136 misteriosos6, Baixada tenta mudar a imagem violenta7Comisso de Justia e Paz pede a ministro medidas contra crime na Baixada8Os mitos da Baixada Fluminense9, este ttulos reforam o imaginrio da violncia. Em um caso mais recente, no ano de 2005, ocorre na Baixada Fluminense mais um cenrio desta violncia com um chacina que ocorreu em vrios bairros, obtendo uma repercusso internacional10, o que solidifica mais ainda esse tipo de representao.

Esse cenrio ainda construdo na ambigidade poltica para regio metropolitana que comeara a se forja no estado do Rio de Janeiro, pois a mesma ainda possua uma demarcao simblica entre o estado da Guanabara e o antigo estado do Rio de Janeiro, mesmo depois da fuso no ano de 1974 entre esses dois domnios polticos, as representaes scio-territoriais dos espaos eram bem definidos, coincidindo com as palavras de Milton Santos (2005), sobre uma distino territorial dentro da regio metropolitana entre um espao luminoso e um espao opaco.

O espao luminoso marcado pela centralidade cultural e econmica de uma metrpole nacional, a cidade do Rio de Janeiro, estabelecida como uma vitrine do Brasil para o mundo (LESSA, 2003). O Espao opaco aquele entendido como o marginalizado, periferia, lugar forjado pelo processo de produo que se revela desigual e combinado, o que podemos, de certa forma, enquadrar a Baixada Fluminense.

A representao de um espao opaco, marginalizado, perifrico construdo sobre a Baixada Fluminense vai ser predominante, especialmente pela promoo da ausncia do poder poltico estatal, em vias de abrigo para infra-estrutura social: saneamento bsico, pavimentao de ruas, iluminao pblica, reas de lazer de domnio pblico, etc. , portanto com essa representao, que as principais notcias de jornais e revistas se voltavam para a qualificao da Baixada Fluminense.

Segundo Alvez (2003) em uma reportagem sobre a chacina na Favela de Vigrio Geral, esta localizada no municpio do Rio de Janeiro, obteve um comentrio que muito chamou ateno do autor, onde diante de uma entrevista uma deputada federal verbalizou que lamentava o que ocorria em uma favela da Baixada Fluminense.

A questo que se processa : ser que a violncia e o medo so as diretrizes da representao da Baixada Fluminense?

Esse aspecto da representao acaba se confundindo com o estabelecimento de limites claros, dando ao que sistematiza tal representao uma construo no muito precisa sobre o que seja realmente Baixada Fluminense. A caracterizao atribuda Baixada, numa representao perifrica da pobreza, pode ser ainda revelada em ndices alarmantes da pobreza. Em 1991, sua populao era de 2541574 habitantes, sendo que do total de famlias moradoras da regio, 22,95% viviam em condies de indigncia, representando 33,48% dos indigentes da Regio Metropolitana.(FLORNCIO et al.1995, p.19)

A associao do descaso poltico, ndices gritantes de pobreza e misria a o reforo miditicos dos jornais sempre confabularam para essa formao uma representao da periferia da periferia, que tem trazido profundas tenses para insero ou no de territrios nesta composio territorial de Baixada Fluminense, como o exemplo de cidades como Guapimirim que para a secretaria de turismo se tornar muito melindroso afirmar que este faz parte da Baixada, pois poderia acarretaria numa suposta baixa de turista para esse municpio, se afirmando ento enquanto regio serrana, embora na diviso do SEDEBREM Guapimirim seja pertencente suposta composio territorial de Baixada. J em sentido contrrio para a secretaria de planejamento e infra-estrutura, Guapimirim faz parte desta composio territorial, pois dessa forma se beneficiar da onda de investimento que vem ocorrendo nas ltimas dcadas para os municpios pertencentes Baixada Fluminense, revelando o papel destas localidades e de suas atuais dinmicas territoriais no contexto da regio metropolitana.

3 - Repensando a Baixada Fluminense e suas atuais dinmicas territoriais dentro da metrpole carioca.

A Baixada Fluminense, quela estabelecida pelo SEDEBREM, est toda inserida no corpo da regio metropolitana. Este vem demonstrando um sucesso econmico que anunciado pelos ltimos dados censo do IBGE. Mesmo com toda a promoo econmica no se percebe melhorias nas condies de vida. Tais dados refletem o papel desempenhado e a fora da Baixada Fluminense dentro da composio econmica da Regio Metropolitana. Como bem exposto, temos os municpios de Belford Roxo, Nova Iguau e Duque de Caxias que se encontram, segundo dados do IBGE, entre os 100 maiores PIB municipais do pas no ano de 2002, paralelamente com os municpios Rio de Janeiro, Niteri e So Gonalo.

Esses dados referenda a importncia da insero da Baixada Fluminense na clula urbana do Rio de Janeiro, pois acoplar reas que desempenhem funcionalidades dinmica do capital no urbano se faz mister, mesmo que seja de forma perversa.

Neste contexto, o dado de maior surpresa , sem dvida, o da situao do municpio de Duque de Caxias, pois sendo este localizado nesta regio, trs certos mritos a Baixada Fluminense uma vez que se situa na 6 posio geral do pas onde o mesmo acaba por derrubar capitais j consagradas como Curitiba em 7, Recife em 11 e Salvador em 15.

Ainda sobre o perfil socioeconmico da Baixada Fluminense salutar uma anlise de do IDH - ndice de Desenvolvimento Humano - de seus municpios. Mesmo obtendo uma evoluo econmica o quadro social desses municpios permanece mergulhado em situaes alarmantes, como exemplo, o prprio caso do municpio de Duque de Caxias. Mesmo estando na 6 posio em relao ao PIB nacional seu ndice de Desenvolvimento Humano no reflete o mesmo seu desempenho econmico, no caso do municpio de Duque de Caxias ele se encontra na 1796 colocao, a mesma dicotomia ocorre nos municpios de Nova Iguau e Belford Roxo, que embora permaneam entre as melhores arrecadaes do pas, tais municpios se vem presos a severos contrastes sociais, econmicos e territoriais.

Essa atual promoo econmica se d pelas inmeras externalidades positivas que se consolidaram nesta regio, o que leva a grandes vantagens comparativas aos que nela investem.

Como externalidades positivas podemos citar: a) a proximidade com a metrpole nacional, o Rio de Janeiro; b) a presena de rodovias federais que possibilitam a circulao de mercadorias, como a BR-116(via Dutra), a BR-101(AV. Brasil) e a BR-040(Av. Washington Luiz), mais ainda se colocarmos a presena do projeto da RJ -109 - Anel-arco rodovirio que faria a interligao destas rodovias federais (ver representao 3); c) a presena de investimentos por parte do governo estadual e federal, como, por exemplo, a implantao recente do Plo Gs-qumico em Duque de Caxias, o complexo industrial de Japeri, a Usina termoeltrica TERMORIO; d) presena ativa da iniciativa privada, na ampliao dos Shopping's Grande Rio, localizado no municpio de So Joo de Meriti, do TOP Shopping localizado em Nova Iguau, na instalao de trs novas fbricas: a Ebamag Logstica; a Geoplan e a Metalrgica Barra do Pira em Belford Roxo , instalao do galpo logstico das Casas Bahia em Mag, etc.

O princpio locacional para a circulao de bens e servios atribui Baixada Fluminense uma funcionalidade de suma importncia.

A localizao na rea de entorno de uma metrpole nacional e ser servida de vias de circulao que do acesso a grandes mercados consumidores do pas, basta lembrar que A BR-040 leva at Belo Horizonte e a BR-116 leva at So Paulo. Faz com que a Baixada adquira uma posio privilegiada na circulao de bens e servios, servindo de grande atrativo investimentos empresariais. Um dado ainda importante que afirma as idias mencionadas o fato de Duque de Caxias ser atualmente o 3 maior exportador do pas (PMDC, 2007).

Esse teor locacional e sua funcionalidade so mais aguados perante a vitalizao do antigo porto de Sepetiba, agora chamado porto de Itagua, conjuntamente com a Implementao no Anel Arco-Rodovirio, RJ-109, contribuir para que a movimentao de fluxos dentro desta rea se torne ainda mais intenso, possibilitando uma potencialidade produtora-exportadora, que beira at mesmo a um nvel internacional via a utilizao do porto de Itagua. Cabe lembrar que este projeto da RJ-109 pode at mesmo dinamizar a outra poro da regio metropolitana, o leste metropolitano, onde estar localizada a refinaria de Itabora.

Segundo dados da FIRJAN, na Baixada Fluminense foi registrada a maior alta segundo a sondagem econmica regional do primeiro trimestre de 2007, merecendo uma titulao Em expanso: estudo da Firjam revela um crescimento da indstria e do emprego na Baixada contida no caderno especial do Jornal do Dia de 1 de julho de 2007.

Dados do crescimento econmicos tm atrado no somente o ramo industrial, mas, tambm investimentos na rea da construo civil, como so os casos de uma intensa implementao de condomnios de porte da classe mdia alta na Baixada. Vale salientar como exemplo o atual empreendimento da GAFISA, Aqua, localizado no municpio de Nova Iguau que tem Porte de condomnios da Barra da Tijuca, estilo nobre11, na qual o preo mais em conta de um apartamento custa 170 mil reais, alm deste empreendimento existem mais projetos em bairros de Duque de Caxias e mesmo em Nova Iguau onde casas podem chegar ao valor de 300 500 mil reais, como o caso do condomnio Residencial Afrnio localizado na rea central de Nova Iguau.

Essa intensa valorizao do solo urbano contido na zona perifrica coloca novos padres na oferta de servios como localizaes de universidades publicas e privadas e mesmo de reas de compras como shopping centers, ate mesmo a realizaes de eventos de projeo internacional como o Frum Mundial de Educao realizado no ano de 2006 no municpio de Nova Iguau.

Desta forma, no de se surpreender o aparecimento no cenrio nacional nas disputas polticas pelo domnio de prefeituras como Duque de Caxias e Nova Iguau, nas ltimas eleies, que alm de serem importantes colgios eleitorais dentro do estado do Rio de Janeiro apresentam grandes projees econmicas de suma importncia no seio da regio metropolitana deste estado.

4) Para no concluir.... A Baixada deixa de ser Baixada?

A funcionalidade perifrica comea a ganhar novos contornos, via aos investimentos proporcionados pelo princpio da localizao, que a Baixada Fluminense privilegiada. A insero da Baixada Fluminense regio metropolitana do Rio de Janeiro advinha de uma questo estratgica, que hoje se projeta na disposio da circulao de bens e servio proporcionado pelas interaes existentes entre a periferia e a metrpole, seja na concentrao de mo-de-obra seja na circulao de produtos.

Atualmente a prpria mdia vm colocando novas representaes sobre esta poro territorial, a ponto de vrios jornais, direcionarem um caderno especial todos os domingos aos acontecimentos desta rea, abordando cultura, lazer, poltica e especialmente economia.

Desse modo, se fez importante um (re)pensar sobre insero da Baixada fluminense na posio de periferia bem como aludir sobre suas atuais dinmicas territoriais, que vm sobre a aes de diversos atores, que promovem sobre esta rea diferentes representaes.

Assim algumas questes sobre a Representao da Baixada Fluminense afloram:

Como o choque de representaes pode proporcionar diferentes desenhos Baixada Fluminense?

Ser que a Baixada est deixando a sua imagem perifrica para assumir uma posio diferente da que foi circunscrita ao longo ao sculo XX ?

Ser que novos traados econmicos e polticos vm proporcionando Baixada Fluminense uma nova representao?

De qualquer modo o presente texto no tem a finalidade de esgotar tais questionamentos, mas se de alguma forma podemos contribuir para um (re)pensar a Baixada Fluminense e suas dinmicas e representaes territoriais j nos damos por satisfeitos.

REFERNCIAS

ABREU, Maurcio de Almeida.Evoluo urbana do Rio de Janeiro.Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1987.

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NOTAS

1Os municpio que compem a regio metropolitana para o CIDE so: Rio de Janeiro, Niteri , So Gonalo, Itabora, Tangu, Nova Iguau, Belford Roxo, Duque de Caxias, So Joo de Meriti, Japeri, Queimados, Nilpolis, Paracambi, Seropdica, Mag, Guapimirim, Mesquita e Itagua.

2Segundo Miguel ngelo Ribeiro & etall, em seu livro Rio de Janeiro e Regies de governo(2006) - destaca existncias de dinmicas produtivas que se dinamizam no interior do estado com a produo petrolfera no Norte Fluminense e a produo metal mecnica no Sul Fluminense e vale mdio do paraba

3Hinterlndia significa rea subordinada economicamente a um centro urbano (CORREA, 2000, p.86)

4A esta poro ainda percebe-se a designao de Tabuleiro da Guanabara utilizada por memorialistas como Ney Alberto, Ruy Afrnio, Guilherme Peres e etc.

5Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 14/04/1980

6Jornal do Brasil, Rio de Janeiro. 18/06/1975

7Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 03/09/1984

8Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 31/031978

9Jornal O Globo, Rio de Janeiro, 21/04/1979

10Caderno especial sobre a chacina na Baixada Fluminense, Jornal EXTRA, 02/04/2005

11Comentrio da Reportagem do jornal valor Econmico de 29/03/2007