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Saída de campo: À DESCOBERTA DO SAPAL ESCOLA BÁSICA DA GAFANHA DA NAZARÉ
Autores: Alda Marcelino; Carla Fernandes; Lurdes Vieira; Ondina Bio; Rui Pinheiro Nível de escolaridade a que se destina: 5º ano e 8º ano de escolaridade
PARAGEM N.º 1 – Sapal baixo
Observação de uma espécie representativa da zona cuja influência das marés mais se faz sentir.
Zona a visitar:O local a visitar enquadra-se numa zona típica de sapal, abrangendo todo o Baixo Vouga Lagunar, sendo uma das zonas mais
produtivas da biosfera. Constitui ainda a base da cadeia alimentar para muitas espécies e apresenta uma grande riqueza em
biomassa.
Nestas zonas de sapal o fluxo de marés proporciona a deposição de sedimentos ajudada por plantas halófitas (plantas que
toleram a salinidade e fixam o lodo). Muitas plantas destas zonas são fitodepuradoras, pois fixam nas suas raízes metais pesados
e outras eliminam a matéria orgânica existente na água, diminuindo assim a poluição deste meio.
Este ambiente proporciona a alimentação e a nidificação de várias aves limícolas como por exemplo o Pernilongo
(Himantopus himantopus).
Convém ainda realçar a zonação existente nestes ecossistemas de acordo com a tolerância à salinidade. Desta forma há a
considerar:
- Sapal baixo: predominam as plantas com maior tolerância à salinidade e submersão, destacando-se a morraça (Spartina
maritima) da Família das Gramineae;
- Sapal intermédio: prevalece, para além de outras espécies, a gramata branca (Halimione portulacoides) e a sarcocornia
(Sarcocornia perennis) da Família das Chenopodiacea;
- Sapal alto: são as zonas menos afetadas pelas marés, sendo abundantes os juncos-das-esteiras (Juncus maritimus), plantas
que toleram a salinidade mas não o encharcamento.
É inegável o valor biológico e paisagístico das zonas húmidas. A “Ria de Aveiro” é uma Zona de Proteção Especial sendo a maior
e a mais expressiva das zonas húmidas do litoral português a norte do Tejo o que consubstancia a sua candidatura a S.I.C. (Sitio
de Importância Comunitária).
A zona a visitar situa-se na Gafanha da Boavista, sendo a proximidade à escola um dos critérios determinantes da sua escolha,
bem como a possibilidade de os alunos poderem contactar diretamente com a Natureza sem colocar em risco a sua integridade
física.
Enquadramento Didático e curricular da proposta:Disciplinas intervenientes: -Ciências Naturais (2º e 3º ciclos) – Disciplina dinamizadora;-História e Geografia de Portugal (2º ciclo)/Geografia (3º ciclo);-Matemática (2º e 3º ciclos).
Unidades programáticas:
-Biosfera/Ecossistemas.
Objetivos gerais: -Caracterizar o ecossistema - “Ria de Aveiro”;-Desenvolver o interesse pelo mundo natural e pelo mundo vivo através do contacto com o meio local;
- Integrar conhecimentos de diferentes áreas curriculares.
Objetivos específicos: -Conhecer a fauna e a flora típicas deste ambiente; -Compreender a influência dos fatores do meio ambiente na distribuição dos seres vivos; -Reconhecer a importância ecológica das plantas existentes neste local;-Manifestar atitudes responsáveis face à proteção da Natureza;-Desenvolver metodologia investigativa.
Questões orientadoras: -Qual a importância do sapal?-Que zonas podemos observar no sapal?-Qual a flora característica de cada zona?-Qual a influência da salinidade na distribuição das plantas?-Qual a importância ecológica das plantas halófitas? -Qual a fauna característica deste habitat?
Atividades prévias:Este trabalho tem como finalidade investigar o papel da aula de campo como um mecanismo facilitador no processo de ensino e
de aprendizagem relativamente a ecossistemas lagunares. Para o efeito, é necessário preparar as seguintes atividades:-visita de reconhecimento prévia feita pelos professores;-elaboração de um guia exploratório;-produção de questionários a aplicar após a realização da visita;-consulta da previsão meteorológica (IPMA) e da tabela das marés (Instituto Hidrográfico).
Previsão de calendarização:- 3º período (mês de maio).
Comportamentos a adoptar pelos alunos:Antes da visita:- Levar calçado e roupa confortáveis e de cores discretas;- Levar chapéu de sol e aplicar protetor solar antes da saída;- Levar o seguinte material: água e comida; saco para o lixo; máquina fotográfica; bloco de notas; lápis; guia exploratório.
Durante a visita:- Respeitar a propriedade privada;
- Evitar barulho e atitudes que perturbem a paz local;- Não recolher plantas, nem outro tipo de amostras;- Fazer um registo fotográfico dos aspetos mais relevantes; - Colaborar com os elementos do grupo fazendo registos oportunos que facilitem a realização do trabalho final;- Não deitar lixo para o chão, colocar no saco trazido para o efeito;- Seguir pelo trilho principal;- Preservar e responsabilizar-se pelo material cedido para as atividades (binóculos e lupa manual), entregando-o no final da visita
aos professores.
Depois da visita:
- Organizar as fotografias;- Selecionar a informação recolhida durante a visita.
Duração da saída de campo:A visita será realizada durante a manhã.
Hora prevista de saída: 8 horas e 30 minutos.
Hora prevista de chegada: 12 horas e 30 minutos.
Produtos a apresentar para a avaliação:-Preenchimento dos questionários;-Elaboração de um artigo para o jornal da escola;-Elaboração de um trabalho de grupo alusivo a cada paragem (enquadramento teórico e fotografias), para expor na escola.
Avaliação: - Capacidade de observação;
- Conhecimento da biologia/ecologia do local;- Capacidade de pesquisa e seleção de informação.
Tarefa para alunos que não vão à visita:Os alunos que não participarem, devem fazer um trabalho de pesquisa orientada sobre as características do sapal.
Fontes usadas/programas informáticos utilizados:•Pinho, Rosa M. Ferreira (2010) – Monitorização da flora e vegetação dos sistemas húmidos do Baixo Vouga Lagunar.
Dissertação de Mestrado (on-line), Departamento de Biologia, Universidade de Aveiro.
•Blogue “Aprender com saídas de campo” http://saidaslagunadeaveiro.wordpress.com/
•https://www.google.com/earth/
Figura 1 - Zona de sapal – Gafanha da Boavista
Os pontos assinalados na figura 1 serão os locais a explorar.
PARAGEM N.º 3 – Sapal altoZona menos afetada pelas marés, onde abundam
plantas que toleram a salinidade, mas não o encharcamento permanente.
PARAGEM N.º 2 – Sapal intermédio
Predominam plantas da Família Chenopodiacea, nomeadamente a Sarcocornia (Sarcocornia perennis) e a Gramata branca (Halimione portulacoides).
PARAGEM Nº 4 – Plantas invasoras
Figura 4 – Gramata branca (Halimione portulacoides)
Figura 7 – Acácia - Acacia sp.
Figura 6 – Junco-das-esteiras (Juncus maritimus)
Figura 3 – Morraça (Spartina maritima)
Na Ria de Aveiro, o sapal embora tenha diminuído nas últimas décadas, em particular devido à construção portuária, ainda circunda muitos canais (entre eles o Rio Boco) e cobre parte das ilhas da laguna.
Desta forma, a zonação nem sempre se torna evidente, situação acentuada pelo efeito das marés.
Atividades a desenvolver/Articulação interdisciplinar:
- Determinar a distância real a percorrer a partir dos dados fornecidos pelo mapa que consta no guia exploratório (Matemática);
- Pesquisar sobre o Rio Boco – nascente, foz e outras características (História e Geografia de Portugal/Geografia);
- Inquirir a população local mais idosa sobre a importância das plantas do sapal na sua atividade agrícola (História).
INÍCIO DO PERCURSO
Atividades a desenvolver:
- Fotografar as plantas mais características desta zona;
- Registar informações relevantes sobre este local.
Termos ou conceitos a mobilizar:
- Fatores do meio (água e salinidade).
Figura 2 – Vista panorâmica do sapal.
Figura 5 - Sarcocornia (Sarcocornia perennis)
Atividades a desenvolver:
- Fotografar as plantas características desta zona;
- Registar informações relevantes sobre este local.
Termos ou conceitos a mobilizar:
- Fatores do meio (água e salinidade).
Atividades a desenvolver:-Fotografar as plantas características desta zona;-Registar informações relevantes sobre este local.
Termos ou conceitos a mobilizar:-Fatores do meio (água e salinidade);-Plantas halófitas e seu papel na ecologia do meio.
Atividades a desenvolver:
- Fotografar as plantas invasoras existentes;
- Registar informações relevantes sobre este local.
Termos ou conceitos a mobilizar:
- Espécies invasoras e respetiva influência nos ecossistemas.
Rio Boco, outrora conhecido por Rio Salgado