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Salamanca y su universidad en tiempos del Lazarillo de Tormes José María Alegre Peyrón La ciudad renacentista española en tiempos de Lázaro En el siglo XVI se ha realizado ya la transición de la Edad Media a la Moderna y la actividad industrial y mercantil, al romper la hasta entonces cerrada economía agraria del régimen señorial, condena a éste a desaparecer. La ciudad ha cobrado inusitada importancia y la vida se centra en ella. El fortalecimiento de la realeza, al dotar al territorio de una mayor tranquilidad, origina el desarrollo de la ciudad como centro urbano, de vida más estática, decayendo la ciudad-alcázar, símbolo de la vida militar y de conquista. En la Edad Media, la ciudad tiene como centro el alcázar, siempre situado en lugar poco accesible con objeto de servir para la defensa, pero en el siglo XV y XVI ya se le ha relegado de su uso tradicional y no se utiliza con fines militares. A veces se nos cuenta que, dada la frecuencia con que en el casco urbano se producían pestes, los señores se refugiaban en los alcázares donde permanecían hasta meses enteros para evitar el peligro de contagio. Otro edificio importante, la catedral, se levantaba en el punto más alto, en cuyo derredor tenían sus domicilios los canóni- gos y dignidades del Cabildo. Al lado de la ciudad surge a extramuros, el arrabal, que en sucesivos amura- llamientos irá incluyéndose dentro del núcleo urbano. Sus habitantes llegan muchas veces a permanecer al margen de las normas que obligaban a los que vivían dentro del casco, y no les es exigido con igual severidad el cumplimiento de todos los deberes de policía local. Si hasta ahora la conciencia de ciudad, tal como la concebimos nosotros, no se había desarrollado, a partir del siglo XIV cobra nuevo espíritu. Comienzan a cons- truirse las primeras casas consistoriales y los más nobles palacios para cobijar los organismos administrativos y de gobierno. La ciudad se levanta y se afirma como un nuevo poder al lado del real. Tenemos conocimiento del interés que reyes y personajes ponían en el embellecimiento urbanístico, y es que el mundo vivía enton- ces obsesionado por la historia de Roma, simbolizada en una ciudad, la urbs por excelencia, a la que todos pretendían emular. Las industrias de la paz florecen en estas poblaciones. Los artesanos viven, ge- neralmente, agrupados por oficios que dan, a veces, nombre a las calles, esas calles que son el verdadero centro de animación ciudadana —pues las casas, pequeñas, oscuras y poco confortables no son lo suficiente acogedoras para permanecer en ellas mucho tiempo—, y donde los juegos y espectáculos cuentan siempre con un público numeroso ávido de distracciones. La vida al aire libre imprime su sello a los actos públicos. Los torneos y actos caballerescos toman el carácter de espectáculo incluso cuando ventilan cuestiones BOLETÍN AEPE Nº 26. José María ALEGRE PEYRÓN. Salamanca y su universidad en tiempos de «Lazarillo de Tormes»

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Salamanca y su universidad en tiempos del Lazarillo de Tormes

José María Alegre Peyrón

La ciudad renacentista española en tiempos de Lázaro

E n el siglo X V I se h a r ea l i zado ya la t rans ic ión d e la E d a d M e d i a a la M o d e r n a y la a c t i v i d a d i n d u s t r i a l y m e r c a n t i l , al r o m p e r la h a s t a en tonces c e r r a d a e c o n o m í a a g r a r i a de l r é g i m e n señor ia l , c o n d e n a a éste a d e s a p a r e c e r . L a c i u d a d h a c o b r a d o i n u s i t a d a i m p o r t a n c i a y la v ida se c e n t r a en ella. El fo r ta lec imien to d e la r ea leza , al d o t a r a l t e r r i to r io d e u n a m a y o r t r a n q u i l i d a d , o r ig ina el desa r ro l lo d e la c i u d a d c o m o c e n t r o u r b a n o , d e v ida m á s es tá t ica , d e c a y e n d o la c i u d a d - a l c á z a r , s í m b o l o d e la v i d a mi l i t a r y d e c o n q u i s t a .

E n la E d a d M e d i a , la c i u d a d t iene c o m o cen t ro el a l cáza r , s i e m p r e s i t u a d o en l u g a r p o c o acces ib le con ob je to d e servi r p a r a la defensa , p e r o en el siglo X V y X V I y a se le h a r e l e g a d o d e su uso t r ad ic iona l y no se ut i l iza con fines mi l i t a res . A veces se n o s c u e n t a q u e , d a d a la f recuencia con q u e en el casco u r b a n o se p r o d u c í a n p e s t e s , los señores se r e fug iaban en los a l cáza res d o n d e p e r m a n e c í a n h a s t a meses e n t e r o s p a r a ev i t a r el pe l igro d e con tag io . O t r o edificio i m p o r t a n t e , la c a t e d r a l , se l e v a n t a b a en el p u n t o m á s a l to , en cuyo d e r r e d o r t e n í a n sus domic i l ios los c a n ó n i ­gos y d i g n i d a d e s del C a b i l d o .

Al l a d o d e la c i u d a d su rge a e x t r a m u r o s , el a r r a b a l , q u e en suces ivos a m u r a -l l a m i e n t o s i rá i n c l u y é n d o s e d e n t r o del núc l eo u r b a n o . Sus h a b i t a n t e s l legan m u c h a s veces a p e r m a n e c e r al m a r g e n d e las n o r m a s q u e o b l i g a b a n a los q u e v iv ían d e n t r o de l c a sco , y no les es exigido con igual s eve r idad el c u m p l i m i e n t o d e todos los d e b e r e s d e pol ic ía local .

Si h a s t a a h o r a la conc ienc ia d e c i u d a d , tal c o m o la c o n c e b i m o s noso t ros , n o se h a b í a d e s a r r o l l a d o , a p a r t i r del siglo X I V c o b r a n u e v o esp í r i tu . C o m i e n z a n a cons­t r u i r s e las p r i m e r a s casas cons is tor ia les y los m á s nob les pa lac ios p a r a cobi ja r los o r g a n i s m o s a d m i n i s t r a t i v o s y d e g o b i e r n o . L a c i u d a d se l e v a n t a y se a f i rma c o m o u n n u e v o p o d e r al l a d o del real . T e n e m o s c o n o c i m i e n t o del in te rés q u e reyes y p e r s o n a j e s p o n í a n en el e m b e l l e c i m i e n t o u r b a n í s t i c o , y es q u e el m u n d o vivía e n t o n ­ces o b s e s i o n a d o p o r la h i s to r ia de R o m a , s i m b o l i z a d a en u n a c i u d a d , la urbs po r exce lenc ia , a la q u e todos p r e t e n d í a n e m u l a r .

L a s i n d u s t r i a s d e la paz florecen en es tas pob l ac iones . Los a r t e s a n o s v iven, ge­n e r a l m e n t e , a g r u p a d o s p o r oficios q u e d a n , a veces, n o m b r e a las cal les , esas calles q u e son el v e r d a d e r o cen t ro d e a n i m a c i ó n c i u d a d a n a — p u e s las casas , p e q u e ñ a s , o s c u r a s y poco confor tab les no son lo suficiente a c o g e d o r a s p a r a p e r m a n e c e r en el las m u c h o t i e m p o — , y d o n d e los j u e g o s y e spec tácu los c u e n t a n s i e m p r e con u n p ú b l i c o n u m e r o s o á v i d o d e d i s t r acc iones .

L a v i d a al a i r e l ibre i m p r i m e su sello a los ac tos púb l i cos . Los to rneos y ac tos caba l l e r e scos t o m a n el c a r á c t e r de e spec t ácu lo inc luso c u a n d o ven t i l an cues t iones

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d e h o n o r , c o m o en los desafíos. Pero la calle n o e ra sólo u n escenar io d e b a n a l e s d ive r s iones , la v ida d e p r e o c u p a c i ó n po r la g a n a n c i a , fruto del esfuerzo d e c a d a u n o , es dec i r , el comerc io , t a m b i é n se desenvolv ía en la calle t a n t o en inv ie rno c o m o en v e r a n o . El m e r c a d o p r inc ipa l se c e l e b r a b a en la p l aza m a y o r , en d o n d e los m e n e s t r a l e s t e n í a n ob l igac ión de v e n d e r sus m e r c a n c í a s . H a b í a i g u a l m e n t e t i e n d a s a d o s a d a s a los m u r o s d e la c i u d a d y en las n u m e r o s a s y t o r t u o s a s calles.

E n la v ía p ú b l i c a e r a d o n d e se n o t a b a m á s el c o n t r a s t e en t r e las d i s t i n t a s c a p a s d e la p o b l a c i ó n al ser la c u l t u r a social m u y r u d i m e n t a r i a . L a s legis laciones locales e s t á n l l enas d e d i spos ic iones c o n t r a los a l b o r o t a d o r e s y m a t o n e s y p a r a r e g l a m e n t a r o p r o h i b i r el u so d e a r m a s . El a n d a r de n o c h e y sin luz po r las calles e ra c a s t i g a d o t a n t o y e n d o con a r m a s c o m o sin ellas, si b ien en este ú l t i m o caso la p e n a e ra m e n o r . F r e c u e n t e s e r a n las canc iones en p l e n a n o c h e , y n o sólo d e e s t u d i a n t e s y g a l a n t e a d o r e s , los m á s noche rn i egos , s ino, inc luso , d e p e r s o n a s de a l t a esfera a l lega­d a s al t r o n o , c o m o c a n t o r e s del rey, a j u z g a r po r lo q u e nos dice la Crónica d e d o n A l v a r o d e L u n a . I m a g i n e m o s las vías u r b a n a s de p u e b l o s y c i u d a d e s c o m o m a r c o d e la v i d a d e t r a b a j o n o r m a l , i n t e r r u m p i d a por la a legre a l g a z a r a q u e a c o m p a ñ a b a a los e spec t ácu lo s al a i re l ibre , y t e n d r e m o s u n a visión d e lo q u e e ra la c i u d a d en el siglo X V I .

L a c i u d a d se d iv id ía en ba r r io s , c a d a u n o co locado bajo la. a d v o c a c i ó n d e u n s a n t o del q u e rec ib ía n o m b r e . C a d a b a r r i o o «col lac ión» d i s p o n í a d e t e m p l o cor res­p o n d i e n t e , lo q u e nos h a c e cons ide ra r estos ba r r i o s c o m o v e r d a d e r a s p a r r o q u i a s . A d m i n i s t r a t i v a m e n t e , la «col lac ión» c o n t a b a con u n a serie d e ca rgos u oficios, q u e e r a n s o r t e a d o s a n u a l m e n t e en t r e los caba l le ros y b u r g u e s e s d e la m i s m a , tales c o m o j u r a d o s , a l ca ldes o r d i n a r i o s , pe r sone ros , a lca ldes d e a lar i fazgo y d e la a d u a n a , e tc .

A q u e l l a s c i u d a d e s q u e , d e u n m o d o u o t ro , h a b í a n m o s t r a d o a b i e r t a m e n t e su pos ic ión en favor del rey en épocas de t u r b u l e n c i a s pol í t icas sol ían ser p r e m i a d a s p o r el m o n a r c a con d i s t in tos privi legios. Así e ra un h o n o r el p e r m i t i r g r a b a r sobre el e s c u d o d e a r m a s d e la c i u d a d u n a c o r o n a y el c o n c e d e r t í tu los d e « m u y nob le» , « m u y f a m o s a » , e tc . L a exenc ión d e i m p u e s t o s d e p o r t a z g o y a lmojar i fazgo a todos los h a b i t a n t e s d e la c i u d a d y a r r a b a l e s e ra pr ivi legio f recuente conced ido , s i endo el m a y o r d e todos el p e r m i s o d e a c u ñ a r m o n e d a c r e a n d o todo u n c o m p l e t o servicio d e t e so re ro , g u a r d a s , e n s a y a d o r , en t a l l ado r , m a e s t r o de b a l a n z a , fundidor , e tc . , y a u t o ­r i z a n d o a d e s i g n a r con el adje t ivo d e r i v a d o del n o m b r e d e la c i u d a d a las m o n e d a s q u e en la m i s m a se a c u ñ a r a n . T o d a s es tas conces iones se o t o r g a b a n po r m e d i o d e las l l a m a d a s « c a r t a s de pr ivi legio», a u n q u e respec to al p e r m i s o d e a c u ñ a r m o n e d a , los reyes fueron m u y p a r c o s en conceder lo , y fueron m u y pocas las c i u d a d e s q u e g o z a b a n d e este pr ivi legio.

E n el siglo X V I , la c i u d a d t iene u n va lor h is tór ico y a d m i n i s t r a t i v o d e p r i m e r o r d e n . A u n q u e en esta c e n t u r i a se consol ida el p o d e r a b s o l u t o del m o n a r c a , sin e m b a r g o , al n o a l c a n z a r el E s t a d o su to ta l desa r ro l lo , m u c h a s d e las funciones i n h e r e n t e s a éste e s t án d i r ig idas , c o n t r o l a d a s o i m p u l s a d a s po r las c i u d a d e s . E n el R e i n o d e Cas t i l l a , Sevilla y C á d i z m o n o p o l i z a n el comerc io con las I n d i a s , Sa la ­m a n c a y Alca l á d e H e n a r e s d i r igen la c u l t u r a un ive r s i t a r i a , Burgos y B i lbao el c o m e r c i o con E u r o p a , y T o l e d o es la cap i t a l del re ino y del i m p e r i o . D u r a n t e el r e i n a d o d e C a r l o s V , las c i u d a d e s e s p a ñ o l a s nos r e c u e r d a n d e lejos la i m p o r t a n t e función d e s e m p e ñ a d a p o r la u r b e en I t a l i a o en la z o n a h a n s e á t i c a del N o r t e de E u r o p a . Fe l ipe I I , al e s tab lece r la c a p i t a l i d a d del re ino en M a d r i d , r e c o r t a r á las func iones d e las c i u d a d e s c e n t r a l i z á n d o l a s en u n E s t a d o m á s fuerte y d e s a r r o l l a d o bajo su es t r ic to con t ro l . Los reyes y la C o r t e h a n d e j a d o d e ser n ó m a d a s y d u r a n t e el siglo X V I T o l e d o y M a d r i d se r e p a r t i r á n la c a p i t a l i d a d del r e ino .

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Geografía urbana

L a geograf ía u r b a n a e s p a ñ o l a del siglo XVI se p r e s e n t a c o m o u n caso p a r t i c u l a r con r e s p e c t o a E u r o p a occ iden ta l . D e n t r o d e su e n t o r n o h a b i t a n t res p u e b l o s dife­r e n t e s : h i s p a n o - c r i s t i a n o s , h i spano - jud íos e h i s p a n o - m u s u l m a n e s . S a l a m a n c a , T o l e ­d o y G r a n a d a ofrecen t res e jemplos t ípicos de esta conf igurac ión u r b a n a e s p añ o l a . L a p r i m e r a , r e c o n q u i s t a d a var ios siglos a n t e s , p r e s e n t a un paisaje u r b a n o m á s un i ­fo rme y u n a p o b l a c i ó n m á s igual . En T o l e d o , a p e s a r del p r e d o m i n i o d e los h i spa -n o - c r i s t i a n o s , la c u l t u r a y r aza j ud í a y m u s u l m a n a es tán m u y p re sen t e s , m i e n t r a s q u e en G r a n a d a , rec ién c o n q u i s t a d a del d o m i n i o m u s u l m á n , el e l e m e n t o c r i s t i ano y j u d í o es inferior al p r i m e r o .

L a i m p r o n t a d e c u l t u r a s y r aza s se ap rec i a pe r f ec t amen te en el m a r c o u r b a n o de la c i u d a d e s p a ñ o l a del siglo X V I h a s t a el p u n t o d e p o d e r d i s t ingu i r t res t ipos d i s t in ­tos d e c i u d a d e s . P a r a c o m p r e n d e r l o mejor nos s i rven los e jemplos de las t res c i u d a ­d e s m e n c i o n a d a s : S a l a m a n c a , T o l e d o y G r a n a d a . L a p re senc ia c o n t i n u a d a d u r a n t e siglos d e la c o m u n i d a d j u d í a , a p e s a r d e su expu ls ión en 1492, h a d e j a d o u n a hue l la i m b o r r a b l e en c i u d a d e s c o m o T o l e d o y Sevilla, con sus ba r r ios t ípicos . L a influen­cia m u s u l m a n a se no t a m á s al a c e r c a r n o s al su r d e E s p a ñ a y c u a n d o la fecha de r e c o n q u i s t a es m á s rec ien te .

E n c o n t r a m o s , p u e s , t res t ipos de c i u d a d h e r e d a d o s en la E d a d M e d i a con fuer­tes c o n t r a s t e s e n t r e sí, q u e rec iben el l egado u r b a n í s t i c o del R e n a c i m i e n t o a p o r t a n ­d o n u e v o s gus tos y n u e v a s so luc iones . La c i u d a d c r i s t i ana forma, en gene ra l , un g r u p o u n i t a r i o s u r c a d o d e u n a red n u m e r o s a d e calles y cal le juelas , m i e n t r a s q u e la m u s u l m a n a y j u d í a cons t i t uyen paisajes u rban í s t i co s p rop ios f o r m a n d o t a m b i é n d é d a l o s d e cal les y cal lejas . L a d i ferencia e n t r e las t res e s t r iba en la i m p o r t a n c i a d a d a a la cal le . E n la c i u d a d h i s p a n a se le a t r i b u y e a ésta la m á x i m a i m p o r t a n c i a p o r q u e d a r á la p a u t a a la cons t rucc ión u r b a n a . La cal le se conc ibe c o m o u n sit io d e p a s o . C o n la i n t r o d u c c i ó n del t r áns i t o r o d a d o d e ca r rozas y ca r rua je s , a q u é l l a se va e n s a n c h a n d o a n t e la ex igencia de vías m á s rec tas y p a v i m e n t a d a s . L a calle se enr i ­q u e c e con edif icaciones d e pa lac ios , iglesias , c o n v e n t o s y m a n s i o n e s m e d i a s . El p a ­lac io de l I n f a n t a d o , en G u a d a l a j a r a , o el d e M o n t e r r e y , en S a l a m a n c a , son e jem­plos i l u s t r a d o r e s .

L a af luencia d e las clases p u d i e n t e s del c a m p o a la c i u d a d o r ig inó el e s p l e n d o r u r b a n í s t i c o del siglo X V I . L a s to r res c u a d r a d a s de los pa lac ios , los pa t ios d e éstos o r n a m e n t a d o s con bajo-rel ieves y los b la sones sobre las p u e r t a s y f a c h a d a s , reve lan la p r e s e n c i a c i d e n t i d a d de los g r a n d e s señores , caba l l e ros c h ida lgos . El c r ec imien ­to d e las c i u d a d e s en E s p a ñ a y el desa r ro l lo de las ó r d e n e s m e n d i c a n t e s fueron a c o m ­p a ñ a d o s d e s d e el siglo X I I I h a s t a finales d e la E d a d M e d i a po r un i m p o r t a n t e m o v i m i e n t o fundac iona l y cons t ruc to r , cuya e d a d d e o ro se s i túa en el siglo XVI y p r i m e r a m i t a d del X V I I . A p a r t i r d e es ta época en el paisaje u r b a n o , en el q u e f o r m a n vas to s y e s p e c t a c u l a r e s enc laves los conven tos con sus d e p e n d e n c i a s , s u r g e n c o m o esp igas n u m e r o s o s c a m p a n a r i o s . D e s d e el siglo X I I I , las cons t rucc iones m á s i m p o r t a n t e s h a b í a n s ido las c a t ed ra l e s , iglesias , c o n v e n t o s , colegios y hosp i t a les , c o n s t r u c c i o n e s és tas q u e se p r o l o n g a n d u r a n t e el XVI y X V I I . E s t a s edif icaciones e s t a b a n m o t i v a d a s po r la r i queza d e u n o s pocos y po r el esp í r i tu religioso d e todos .

L a ex t ens ión topográf ica d e n u m e r o s a s c i u d a d e s e s p a ñ o l a s a l c a n z a d a a finales de l X V I a p e n a s v a r i a r á h a s t a el siglo X I X . A l g u n a s d i s m i n u i r á n inc luso su p e r í m e ­t r o u r b a n o y censo demográ f i co . En el censo d e F l o r i d a b l a n c a del siglo X V I I I , ciu­d a d e s c o m o Avi la , B u r g o s , C á c e r e s , Ecija , J a é n , M e d i n a del C a m p o , M e d i n a d e R i o s e c o , O c a ñ a , S a l a m a n c a , Segovia , T o l e d o y Va l l ado l id n o h a b í a n r e c u p e r a d o el

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censo d e m o g r á f i c o q u e e s t a b a po r deba jo del índice d e 1590, y en a l g u n a s se h a b í a r e d u c i d o a la m i t a d .

L a c i u d a d del siglo X V I p i e rde su función defensiva y desa r ro l l a la de m e r c a d o , i n s t a l a d o en el c o r a z ó n d e la u r b e . L a m u r a l l a h a p e r d i d o su inicial s ignif icado d e de fensa y las cons t rucc iones no neces i t an a p i ñ a r s e a su s o m b r a , d a n d o or igen a n u e v a s pos ib i l i dades d e e x p a n s i ó n . Al d e s b o r d a r s e el caser ío po r el e x t r a r r a d i o ciu­d a d a n o se facili ta la c reac ión d e espacios l ibres en el in te r ior d e las c i u d a d e s y p e r m i t e la c o n s t r u c c i ó n d e g r a n d e s y cen t ra les p l azas . L a cons t rucc ión d e p l azas m a y o r e s influye en la i n s t a u r a c i ó n d e n u e v a s c o s t u m b r e s y m o d o s d e p e n s a r . L a idea v iene d e R o m a , d o n d e la re forma u r b a n í s t i c a o r d e n a d a en 1536 po r P a u l o I I I y e n c a r g a d a a M i g u e l Ánge l con obje to de la visi ta d e C a r l o s V d io c o m o r e s u l t a d o la a c t u a l p l a z a del Cap i to l i o .

L a p l a z a m a y o r f lorecerá con g r a n r ap idez d u r a n t e el siglo X V I en las c i u d a d e s y p u e b l o s d e E s p a ñ a . E n ellas se c o n s t r u i r á n las sedes de la a u t o r i d a d m u n i c i p a l , el A y u n t a m i e n t o , l l a m a d o t a m b i é n C a s a del C o r r e g i m i e n t o po r res idir en ella el co r re ­g idor , figura q u e a p a r e c e en Cas t i l l a hac ia la m i t a d del siglo X V I y q u e es el r e p r e ­s e n t a n t e de l rey en las c i u d a d e s i m p o r t a n t e s c o n t r o l a n d o y p r e s id i endo el consejo m u n i c i p a l , s i e n d o t a m b i é n j u e z de p r i m e r a o s e g u n d a ins t anc ia . L a p l aza m a y o r s i rve d e e scena r io a c e r e m o n i a s civiles — t e a t r o , co r r idas d e t o r o s — , e inc luso a re l ig iosas . S i rve t a m b i é n d e p u n t o a g l u t i n a n t e a las d iversas calles y ba r r io s q u e d u r a n t e siglos l levan el n o m b r e de los oficios d e sus m o r a d o r e s : P la te r í a , Pele ter ía , e t c . Los sopo r t a l e s d e la p l aza m a y o r , t a n t o en regiones h ú m e d a s c o m o secas , s i rven p a r a d a r refugio a los c i u d a d a n o s q u e p a s e a n , d i s cu t en , negoc ian o e n t r e t i e n e n su oc io al r e s g u a r d o del frío o calor , de la l luvia o del b a r r o .

L á z a r o n o m b r a sólo t res c i udades : S a l a m a n c a , su c i u d a d n a t a l , T o l e d o , d o n d e vive p a r t e d e su v ida , y Va l l ado l id , c u n a del e scude ro del t r a t a d o te rcero . L a s pocas a lus iones al pa isa je u r b a n í s t i c o en La vida de Lazarillo de Tomes a p a r e c e n en este t r a t a d o t e rce ro c u a n d o el p i ca ro está en T o l e d o . Es te nos desc r ibe su p a s e a r d e p u e r t a en p u e r t a 1 r e c o r r i e n d o g r a n p a r t e d e la c i u d a d , a t r a v e s a n d o «. . .p lagas d o n ­d e se v e n d í a p a n y o t r a s p rou i s iones» 2 . M e n c i o n a calles e m p i n a d a s 3 y o t r a s l a rgas y a n g o s t a s 4 . D e sopor t a l e s , sólo n o m b r a los d e E s c a l o n a 5 .

L á z a r o c u e n t a los p r i m e r o s d ías p a s a d o s con el h ida lgo s igu iendo el h o r a r i o del reloj y así d ice : « D e s t a m a n e r a a n d u u i m o s h a s t a q u e dio las onze . . .» 6 , « E n este t i e m p o d io el relox la v n a d e s p u é s d e m e d i o d ia . . .» , « . . .por ser ya casi las dos» 8 , « . . . que a u n n o e r a n d a d a s las ocho» 9 . El reloj , s i t u a d o en la to r re d e la c a t e d r a l l ü , se rv ía p a r a d a r a los c i u d a d a n o s u n a c la ra concienc ia de las h o r a s . Pe ro n o h a y q u e gene ra l i z a r , p u e s sólo las g r a n d e s c i u d a d e s t en ían relojes públ icos q u e se e s t ropea ­b a n con f recuencia . Y esto t a m p o c o o c u r r í a en todas p u e s H e n r y Cock , oficial d e los a r q u e r o s d e la g u a r d i a de Fel ipe I I , d u r a n t e su e s t anc ia en Va l l ado l id en 1591 o b s e r v ó q u e en la c i u d a d no sólo f a l t aban fuentes s ino t a m b i é n relojes « q u e p e r m i -

1 La vida de Lazarillo de Tormes, Clásicos Castellanos, 25, Espasa-Calpe, Madrid, 1969, p. 148. 2 Ib., pp . 149 y 183. : t /*., pp . 150, 161 v 183. 4 /*., p . 164. 5 Ib., p . 104. 6 Ib., p . 150. 7 Ib., p . 151. 8 Ib., p . 152. 9 Ibídem. 10 Ib., p. 150.

3H BOLETÍN AEPE Nº 26. José María ALEGRE PEYRÓN. Salamanca y su universidad en tiempos de «Lazarillo de Tormes»

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" J . G A R C I A M E R C A D A L , Viajes de extranjeros por España y Portugal, Madrid, 1952, tomo I, p. 1422. 1 2 A H N , Inquisición, Icg. 1842, fol. 2 (1608). " A H N , Inquisición, Icg. 519, loi. 13.Vcasc Bartolomé BENNASSAR, Los españoles, Barcelona, 1975, p . 32. 1 4 L. PFANDL, op. cit., p. 203. 1 5 La vida de Lazarillo de Tormes, op. cit.. p. 66.

Ib., p. 68. 17 Ib., p. 112. 18 Ib., p. 151. 19 Ib., p. 235. 2 1 1 L. PFANDL, Introducción al Siglo de Oro, Barcelona, 1959, p. 204.

t i e r a n conoce r , o í r y ver la h o r a » 1 1 a pe sa r d e ser u n a d e las m a y o r e s c o n g l o m e r a ­c iones u r b a n a s d e Cas t i l l a en es ta época . Las a lus iones h o r a r i a s d e L á z a r o son u n a excepc ión en o b r a s l i t e ra r ias del t i empo . Ni s iqu ie ra en los Regis t ros d e la I n q u i s i ­c ión , t a n p r e o c u p a d o s po r el de ta l l e y exac t i t ud in fo rmat iva , se e n c u e n t r a n con profus ión p rec i s iones h o r a r i a s . E n casos excepc iona les , c o m o fueron las c i r c u n s t a n ­c ias d e la m u e r t e d e u n sob r ino d e G ó n g o r a a consecuenc ia d e u n a pe lea en C ó r d o ­b a a c o m i e n z o s del siglo X V I I , se h a c e u n a referencia exac t a a la h o r a , y Ba r to lo ­m é B e n n a s s a r a l u d e a o t ro caso d e finales del siglo X V I I e n c o n t r a d o en el Reg i s t ro d e la I n q u i s i c i ó n d e V a l e n c i a 1 3 .

L . Pfandl d ice q u e «las c i u d a d e s e s p a ñ o l a s d e los siglos XVI y X V I I e s t a b a n por lo g e n e r a l m a l c o n s t r u i d a s , m a l p l a n e a d a s y m a l d i s p u e s t a s » . E n las v iv iendas o r d i n a r i a s p r e d o m i n a n el ladr i l lo y a d o b e . L a p i e d r a se e m p l e a en edif icaciones ec les iás t icas — c a t e d r a l e s , iglesias, c o n v e n t o s — , y en pa lac ios reales y nob i l i a r ios . E n La vida de Lazarillo de Tormes a b u n d a n a lus iones a iglesias. T a m b i é n a v iv iendas p a r t i c u l a r e s d e clases h u m i l d e s . L á z a r o a l u d e a la casa d e sus p a d r e s en al in te r io r d e u n m o l i n o a or i l las del T o r m e s . Al q u e d a r v i u d a su m a d r e d ice q u e «. . .vínose a v iu i r a la c i u d a d e a lqu i ló v n a casi l la» en S a l a m a n c a . H a b l a de la casa del c lé r igo en M a q u e d a 1 7 y d e la del e scude ro en T o l e d o . D e és ta d ice: « . . . l l egamos a v n a casa , a n t e la q u a l mi a m o se p a r ó y yo con él, d e r r i b a n d o el c a b o d e la c a p a s o b r e el l a d o y z q u i e r d o , sacó v n a Uaue d e la m a n g a y a b r i ó su p u e r t a y e n t r a m o s en ca sa . L a q u a l t en ía la e n t r a d a o b s c u r a y lób rega d e tal m a n e r a , q u e pa resc i a q u e p o n i a t e m o r a los q u e en ella e n t r a u a n ; a u n q u e d e n t r o de l la e s t a u a vn pa t io p e q u e ­ñ o y r a z o n a b l e s c á m a r a s » ' 8 . El p i ca ro , ya c a s a d o y en T o l e d o m e n c i o n a su n u e v a c a s a d e es ta m a n e r a : « E h izonos a l q u i l a r v n a casi l la p a r d e la s u y a »

E n la c i u d a d d e finales de la E d a d M e d i a y del siglo X V I , las v iv i endas o r d i n a ­r ias se a l i n e a n r a r a vez a lo l a rgo de las calles. E r a c o s t u m b r e cons t ru i r l a s en a p e l o t o n a m i e n t o s d e s o r d e n a d o s , sin o r d e n ni conc ie r to . Es t a s casas a p e n a s t en í an v i s t a s al ex te r io r . D e o r d i n a r i o d a b a n al in te r ior , a u n pa t i o cen t ra l , al cual conver ­g í a n v a n o s y v e n t a n a s de todos los pisos . Pfandl d ice q u e este p a t i o e ra el c en t ro d o n d e se d e s a r r o l l a b a la v ida d o m é s t i c a en u n a especie d e c l a u s u r a y con f inamien to m u c h o m a y o r q u e en los r e s t an tes países d e E u r o p a .

E n las c i u d a d e s cas t e l l anas y a n d a l u z a s , las casas q u e t en í an v e n t a n a s y ba lco ­nes al ex te r io r sol ían ser unos y o t ros d e d i m e n s i o n e s r e d u c i d a s p ro t eg idos po r lo g e n e r a l d e fuertes rejas d e h ie r ro descr i tos en la l i t e r a tu ra c o m o lugares d e f recuentes c i t as a m o r o s a s . Los ba r r ios m u s u l m a n e s o mor i scos d e las c i u d a d e s del siglo X V I p r e s e n t a b a n u n a spec to ca rac te r í s t i co . Las casas ba jas y sin v e n t a n a s al ex te r io r se a l i n e a b a n en cal les t o r t u o s a s y e s t r echas d o n d e con f recuencia se t e n d í a n l ienzos d e t e j a d o a t e jado p a r a r e s g u a r d a r s e d e los a r d o r e s del sol.

El m o b i l i a r i o , t a n t o en las casas nobi l ia r ias c o m o en las d e v e c i n d a d era , en g e n e r a l , p a r c o y senci l lo . M á s t a r d e , a p a r t i r d e la s e g u n d a m i t a d del siglo X V I , los n o b l e s t r a s l a d a d o s del c a m p o a la c i u d a d se p r e o c u p a r o n d e o r n a m e n t a r sus n u e -

BOLETÍN AEPE Nº 26. José María ALEGRE PEYRÓN. Salamanca y su universidad en tiempos de «Lazarillo de Tormes»

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vos pa l ac io s y m a n s i o n e s señor ia les con ricos m u e b l e s , p o r c e l a n a s , t ap ices y c u a d r o s , i m i t a n d o los gus tos flamencos, franceses c i ta l ianos . L á z a r o desc r ibe m i n u c i o s a m e n ­te el m o b i l i a r i o d e la casa del e scude ro en T o l e d o : « T o d o lo q u e yo a u i a vis to — d i c e — , e r a n p a r e d e s , sin ver en ella sil leta ni tajo ni v a n e o ni m e s a ni a u n tal a r c a z c o m o el d e m a r r a s . F i n a l m e n t e , ella pa resc ia casa e n c a n t a d a » 2 I " ' . Se en t i en­d e q u e es la desc r ipc ión d e u n mobi l i a r io q u e b r i l l aba po r su ausenc ia y q u e e ra el i m p r e s c i n d i b l e q u e a c o s t u m b r a b a a h a b e r en las casas . C u a n d o n o m b r a la c a m a d ice : « P u s e m e d e vn c a b o y el del o t ro y hez imos la n e g r a c a m a . E n la q u a l n o a u i a m u c h o q u e haze r . P o r q u e ella ten ia sobre vnos vancos vn cañ izo , sob re el cua l e s t a u a t e n d i d a la r o p a e n c i m a d e vn n e g r o co lchón . Q u e , po r no e s t a r m u y cont i ­n u a d a h á l ava r se , no pa resc i a co lchón; a u n q u e se ru ia del , con h a r t a m e n o s l a n a q u e e r a m e n e s t e r . A q u e l t e n d i m o s , h a z i e n d o c u e n t a d e a b l a n d a l l e . Lo q u a l e ra i m p o s i b l e , p o r q u e d e lo d u r o m a l se p u e d e haze r b l a n d o . El d i ab lo del e n x a l m a m a l d i t a la cosa ten ia d e n t r o d e si. Q u e p u e s t o sobre el cañ izo , t odas las c a ñ a s se s e ñ a l a u a n , y p a r e s c i a n a lo p r o p i o en t r ecues to d e flaquissimo p u e r c o . Y sobre a q u e l h a m b r i e n t o co lchón vn a l f amar del m i s m o j a e z , del q u a l el color ya n o p u d e a l c a n g a r » 2 1 .

C u a n d o L á z a r o es tá con el clérigo d e M a q u e d a h a b l a sólo d e un «a rzaz viejo y c e r r a d o con su l laue» 2 2 , y en la c á m a r a s i t u a d a en lo a l to d e la casa s o l a m e n t e « h a u i a v n a h o r c a d e cebol las» 2 i , y l u e g o c o n f i r m a « . . . c o n n o a u c r en la d i c h a c á m a ­ra , c o m o d ixc , m a l d i t a la o t r a cosa q u e las cebol las co lgadas d e vn c lauo» 2 4 . El p i c a r o , en casa del h ida lgo , d u e r m e en la m i s m a c a m a d e su a m o : «Y acos tóse en la c a m a , p o n i e n d o p o r c a b e c e r a las caigas y el j u b ó n . Y m a n d ó m e e c h a r a sus pies , lo q u a l yo h ize . M a s ¡ma ld i to el s u e ñ o q u e yo d o r m i ! P o r q u e las c a ñ a s y mis sa l idos h u e s o s en t o da la n o c h e d e x a r o n de rifar y encende r se» ¿ J , m i e n t r a s q u e en M a q u e -d a , con el c lér igo, d u e r m e en el suelo sobre u n a s pa jas 2 t \

L a l imp ieza p ú b l i c a d e las c i u d a d e s e s p a ñ o l a s deja m u c h o q u e d e s e a r en el siglo X V I . Se a r r o j a n a la cal le sin cons ide rac ión a l g u n a desechos , b a s u r a s y a g u a s fecales q u e en t i e m p o s d e s equ í a la conv ie r t en en foco malo l i en te , y con la l luvia en ester­co le ro n a u s e a b u n d o . L a s ace ras no se conocen h a s t a el siglo X V I I I , en t i empos d e C a r l o s I I I . Es te m o n a r c a m a n d ó in t roduc i r l a s en las c i u d a d e s , p r e c i s a n d o inc luso la a n c h u r a q u e d e b í a ser d e u n a v a r a . El a l c a n t a r i l l a d o es m u y r u d o y def iciente c u a n d o lo h a y . Es u n s imple r eguero ab i e r to s i t u a d o en el c en t ro d e la c a l z a d a , p u d i é n d o n o s i m a g i n a r los olores d e s p e d i d o s . N o existe la conducc ión d e a g u a a domic i l i o . Los m á s a f o r t u n a d o s t ienen un pozo en el pa t i o d e la casa , pe ro la m a y o ­r ía e s t a b a o b l i g a d o a b u s c a r el a g u a a la fuente m á s c e r c a n a , o al r ío, p u e s las fuentes e scascan en las c i u d a d e s , c o m o h e m o s d i cho . L á z a r o va al río a l lenar el c á n t a r o c u a n d o sirve al h ida lgo en T o l e d o 2 7 . Es ta p e n u r i a d a lugar al oficio d e a g u a d o r , e s t a m p a co r r i en te en las c i u d a d e s e spaño la s del siglo X V I . H o m b r e s y m u c h a c h o s , a c o m p a ñ a n d o a un b u r r o c a r g a d o d e c á n t a r o s de a g u a , r ecor ren la c i u d a d p a r a v e n d e r l a a voz en gr i to . L á z a r o conoció el oficio y en el t r a t a d o sexto , d e s p u é s d e h a b e r se rv ido a un m a e s t r o de p i n t a r p a n d e r o s dice: «S i endo ya en este

QUEVEDO, La vida del Buscón llamado Pablos. Salamanca. 1965, pp. 85 y ss. y 278. 2 1 La vida de Lazarillo de Tormes. op. cit.. pp. 156-157. 2 2 Ib., p. 111.

Ib., pp. 111-112. 2 4 Ibídem. 2 5 Ib., p. 158. 2" Ib., pp. 138, 140, 142. 2 7 /*.. p. 161.

BOLETÍN AEPE Nº 26. José María ALEGRE PEYRÓN. Salamanca y su universidad en tiempos de «Lazarillo de Tormes»

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t i e m p o m o g u c l o , e n t r a n d o vn d ia en la yglcsia m a y o r , vn cape l l án dcl la m e rec ibió p o r suyo . Y p ú s o m e en p o d e r vn a s n o y q u a t r o c á n t a r o s y vn aco te y c o m e n c é a e c h a r a g u a p o r la c i b d a d » 2 Í ! . P r i m e r oficio luc ra t ivo e jercido po r el p i ca ro p o r q u e a c o n t i n u a c i ó n a c l a r a : «Es te fué el p r i m e r esca lón , q u e y o ' s u b i p a r a ven i r a a l c a f a r b u e n a v i d a , p o r q u e m i boca e ra m e d i d a . D a u a c a d a d ia a mi a m o t r c y n t a m a r a u e -dis. g a n a d o s y los s á b a d o s g a n a u a p a r a mi y todo lo d e m á s , en t r e s e m a n a , d e t r e y n t a m a r a u e d i s . F u e m e tan bien el oficio q u e al c a b o d e q u a t r o a ñ o s , q u e lo vsé, con p o n e r en la g a n a n c i a b u e n r e c a u d o , a h o r r é p a r a m e vest i r m u y h o n r r a d a m e n t e d e la r o p a vieja» 2 9 . P a l a b r a s es tas q u e d e m u e s t r a n los p ingües r e n d i m i e n t o s del negoc io q u e c o m o b ien v e m o s pe r t enece a u n clér igo.

A d e m á s d e la suc i edad d e las c i u d a d e s hay q u e r e c o r d a r la pe l ig ros idad al l legar la n o c h e . El a l u m b r a d o cons is t ía en a l g u n a s r a r a s l a m p a r i l l a s de acei te q u e d e s p e ­d í a n u n a c l a r i d a d m o r t e c i n a y al n o a b u n d a r las l á m p a r a s en las noches sin l u n a las c i u d a d e s q u e d a b a n e n v u e l t a s en d e n s a s t in ieb las . La o s c u r i d a d , la a n g o s t u r a y tor­t u o s i d a d d e las cal les favorecía la prol i feración d e gen tes del h a m p a , pe l igro cons­t a n t e q u e a c e c h a b a al i n f o r t u n a d o t r a n s e ú n t e n o c t u r n o . Los q u e se a v e n t u r a b a n a sa l i r d e c a s a p o r la n o c h e lo h a c í a n provis tos de l i n t e rnas , y según el e s t a d o social del p e r s o n a j e , és te se hac í a a c o m p a ñ a r de c r i ados con h a c h o n e s . El h ida lgo dice a L á z a r o la p r i m e r a n o c h e p a s a d a en T o l e d o : « L á z a r o , ya es t a r d e y d e a q u i a la p l a g a ay g r a n t r echo . T a m b i é n , en es ta c i u d a d a n d a n m u c h o s l a d r o n e s , q u e s i endo d e n o c h e c a p e a n » . L a s cal les t o r t u o s a s y o s c u r a s sol ían ser test igos d e e scenas v io l en t a s , r i ñ a s , r obos , c a p e a s y a se s ina tos . L a s c i u d a d e s o r g a n i z a b a n r o n d a s noc ­t u r n a s p a r a ve la r po r el o r d e n . R o n d a s q u e en t i empos d e L á z a r o o r g a n i z a n los c o r r e g i d o r e s y se e n c o m i e n d a n a los a lguac i les . El p i ca ro c o l a b o r a r á en es tas mis io­n e s c u a n d o es tá en T o l e d o d e s p u é s d e de ja r el oficio de a g u a d o r y así d ice: « D e s p e ­d i d o del c a p e l l á n , a s sen t é p o r h o m b r e d e j u s t i c i a con vn a lguaz i l . M a s m u y poco viui con él, p o r p a r e s c e r m e oficio pe l igroso . M a y o r m e n t e , q u e v n a noche nos cor r ie ­r o n a m i y a m i a m o h á p e d r a d a s y a pa los vnos r e t r a y d o s . Y a mi a m o , q u e e spe ro , t r a t a r o n m a l ; m a s a m i no m e a l c a n z a r o n . C o n esto r e n e g u é del t r a t o » . L a pel i ­g r o s i d a d del oficio q u e d a mani f ies ta en las p a l a b r a s del p i c a r o . Es t a s r o n d a s d e la j u s t i c i a n o l o g r a r o n a c a b a r con la gen te del h a m p a , ni devo lve r la t r a n q u i l i d a d a la v i d a n o c t u r n a . E n m u c h o s casos , los m a l e a n t e s b u r l a b a n las p a t r u l l a s del o r d e n , y en o t ro s se les e n f r e n t a b a n a b i e r t a m e n t e , h a z a ñ a s és tas q u e a p a r e c e n con f recuencia en la nove la p i ca r e sca 3 2 .

P e r o t a m p o c o d u r a n t e el d ía r e i n a b a la t r a n q u i l i d a d en las c i u d a d e s . El e scude ­ro r e c u e r d a a L á z a r o la exis tencia de l ad rones en T o l e d o . R a t e r o s , m e n d i g o s , deso­c u p a d o s , s o l d a d o s sin servicio d e a r m a s , fulleros, t i m a d o r e s y un l a rgu í s imo e tcé te ­r a d e gen t e s d e m a l vivir a c e c h a b a n po r d o q u i e r al d e s p r e v e n i d o c i u d a d a n o c o m e ­t i e n d o u n s i n n ú m e r o d e a t rope l los .

El h a m b r e e r a u n a d e las a m e n a z a s c o n s t a n t e s d e las c i u d a d e s . En los a ñ o s de m a l a s c o s e c h a s — y és tas se s u c e d í a n con d e m a s i a d a f recuenc ia—, los meses de m a y o a j u l i o e r a n un p e r í o d o m u y d u r o d e sobre l levar . El h a m b r e d e b i l i t a b a los o r g a n i s m o s q u e con las fiebres del v e r a n o no p o d í a n l u c h a r c o n t r a u n a m u e r t e s e g u r a . El índ ice d e m o r t a l i d a d crecía en la época est ival — a ello c o n t r i b u í a la s u c i e d a d d e las c i u d a d e s en t i empos d e s e q u í a — , y en las épocas d e h a m b r e . L á z a -

2 8 /*., p. 229. 2 9 Ib., pp . 229-230. 3 0 /*., p . 157. 31 Ib., p . 231. 3 2 Q U E V E D O , La vida del Buscón.... op. cit., p. 152.

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ro a l u d e a u n a d e és tas c u a n d o sirve al e s cude ro , y así d ice: « P u e s , e s t a n d o yo en tal e s t a d o , p a s s a n d o la v ida q u e d igo , qu i so mi m a l a fo r tuna , q u e d e p e r s e g u i r m e no e r a sa t i s fecha , q u e en aque l l a t r a b a j a d a y ve rgonzosa b i u i e n d a no d u r a s s e . Y fue, c o m o el a ñ o en es ta t ie r ra fuesse estéril de p a n , a c o r d a r o n el a y u n t a m i e n t o q u e todos los p o b r e s e x t r a n g e r o s se fuessen de la c iudad . . . » 3 3 .

El crecimiento demográfico ciudadano y sus consecuencias

El c r e c i m i e n t o c i u d a d a n o r eg i s t r ado en E s p a ñ a en el siglo XVI ocas ionó graves p r o b l e m a s d e a b a s t e c i m i e n t o . Si b ien el v o l u m e n de las c i u d a d e s e s p a ñ o l a s es r edu­c ido a finales d e este siglo — s ó l o M a d r i d y Sevilla s u p e r a n los 100.000 h a b i t a n t e s ; B a r c e l o n a , T o l e d o , V a l e n c i a y G r a n a d a c u e n t a n d e 50 a 100.000; Z a r a g o z a , V a l l a -do l id , C ó r d o b a , M á l a g a y J e r e z de 25 a 50.000; m i e n t r a s q u e S a l a m a n c a , Burgos , Avi la , Segovia , M e d i n a del C a m p o , T o l e d o , Bada joz , P a m p l o n a , Lé r ida , M u r c i a , P a l m a d e M a l l o r c a , Lo rca , J a é n , Baeza , U b c d a , Ecija , M o n t i l l a , L u c e n a , R o n d a y A n t e q u e r a n o p a s a n d e los 10 a los 25 .000—, el peso de es ta pob lac ión u r b a n a e ra d e s p r o p o r c i o n a d o a su n ú m e r o , a los p r o d u c t o s agr íco las d e las zonas c i r c u n d a n t e s y a la red p r i m i t i v a d e c o m u n i c a c i o n e s . Por ello, c u a n d o la c o m a r c a agr ícola q u e r o d e a b a a u n a c i u d a d p a d e c í a un a ñ o de m a l a s cosechas , és ta sufría las consecuen ­c ias , y el h a m b r e con toda su secuela de miser ias se d e j a b a sen t i r en ella. Y con el h a m b r e ven ía el éxodo de los d e s h e r e d a d o s d e la for tuna hac ia zonas m e n o s cas t iga­d a s . L a s c i u d a d e s se de fend ían y d i c t a b a n o r d e n d e expuls ión d e todos los desocu­p a d o s q u e n o e r a n o r ig ina r ios de ellas. El m i e d o de L á z a r o , q u e t e m e ser e x p u l s a d o d e T o l e d o po r ex t r an je ro , e ra rea l , b a s a d o en f recuentes p r e c e d e n t e s .

L a n o b l e z a , el a l t o clero y la r ica b u r g u e s í a d e las c i u d a d e s se p r e o c u p a n del a b a s t e c i m i e n t o d e sus casas . J u n t o a éstas se c o n s t r u y e n caba l le r i zas p a r a los a snos , m u l o s y caba l los e m p l e a d o s en el t r a n s p o r t e in ter ior de prov is iones . I nc lu so bajo un a s p e c t o social , la casa del r ico se diferencia d e la del h u m i l d e po r ca rece r és ta de caba l l e r i z a s p r o p i a s . L a s calles d e las c i u d a d e s , a d e m á s d e la e s t a m p a ya conoc ida d e los a g u a d o r e s , p r e s e n t a o t r a f o r m a d a po r u n a legión d e ca r ros y caba l l e r í a s q u e a c a r r e a n víveres y leña .

El h a m b r e y la e n f e r m e d a d fueron las p l agas e n d é m i c a s d e c ier tos sectores d e p o b l a c i ó n c i u d a d a n a . A d e m á s de las infecciones t ípicas d e la es tac ión y d e la sucie­d a d y mise r i a , la pes te h a c e es t ragos con u n a a s i d u i d a d per iód ica . Seg ú n B a r t o l o m é B e n n a s s a r , és ta a l c a n z a b a su p l en i tud d u r a n t e el v e r a n o , d e j u l i o a s e p t i e m b r e , d iez­m a n d o las pob l ac iones , c o m o ocur r ió en los años 1506, 1530, 1557, 1566 (en la reg ión d e B u r g o s ) , y 159 9 3 4 . C u a n d o se conocía al b ro t e d e pes te en a lgún luga r c e r c a n o a la c i u d a d , és ta pon ía en m a r c h a un p l a n d e defensa m u y r iguroso . Se p r o h i b í a la e n t r a d a a p e r s o n a s e x t r a ñ a s y la u r b e se a i s l aba h a s t a p a s a d o el pe l igro . Si h a b í a m u r a l l a s , se c e r r a b a n y se es tab lec ían t u rnos de g u a r d i a en los q u e todos c o l a b o r a b a n . D e n t r o de la c i u d a d se a d o p t a b a n m e d i d a s e x t r e m a s d e h ig iene y se q u e m a b a n las r o p a s y enseres de los a p e s t a d o s

El fuego e r a o t ro de los pel igros q u e a c e c h a b a a las c i u d a d e s . El 21 de sep t i em­b re d e 1561, d í a d e San M a t e o , un voraz incend io d e s t r u y ó la m a y o r p a r t e del

1 1 La vida de Lazarillo de Tormes. op. cit.. pp. ) 7 8 - 1 7 9 . " B . BENNASSAR, Valladolid au siècle d'Or. París y La Haya. 1 9 6 7 , pp. 1 0 0 - 1 0 1 : muy importante para

el estudio de la peste en España es el libro del mismo autor: Recherches sur les grandes épidémies dans le Nord de l'Espagne à la fin du XVIè siècle, París. SEVPEN. 1 9 6 9 .

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Salamanca, Toledo y Valladolid, ciudades del «Lazarillo»

T r e s son las c i u d a d e s — c o m o ya d i j i m o s — q u e a p a r e c e n en La vida de Lazarillo de Tormes, S a l a m a n c a , T o l e d o y Va l l ado l id . El p i c a r o vive en las d o s p r i m e r a s , s i e n d o V a l l a d o l i d la c u n a del e scude ro . L á z a r o n a c e a or i l las del T o r m e s ce rca d e S a l a m a n c a , p e r o al q u e d a r v i u d a su m a d r e , a m b o s se t r a s l a d a n a la c i u d a d c u a n d o el n i ñ o c u e n t a d iez a ñ o s d e e d a d . L a m a d r e a lqu i l a u n a c a s a y se d e d i c a a t ene r e s t u d i a n t e s y a l a v a r la r o p a d e unos mozos d e caba l los del C o m e n d a d o r d e la M a g d a l e n a . El m u c h a c h o p e r m a n e c e en S a l a m a n c a h a s t a la l l egada de l ciego a la c a s a d e h u é s p e d e s r e g e n t a d a p o r su m a d r e . Poco d e s p u é s , és ta e n t r e g a a L á z a r o al c iego p a r a q u e le s i rva d e c r i ado y gu ía , d e s p u é s d e ped i r l e q u e lo t r a t a s e b ien . L á z a r o a b a n d o n a la c i u d a d s igu iendo al ciego y y a no vo lverá m á s a ella, s u p o n i e n ­d o q u e a c a b a r í a sus d í a s en la i m p e r i a l T o l e d o c o n v e n c i d o d e h a b e r m e d r a d o en la e sca l a social con oficio y mu je r q u e le d a b a n d e c o m e r . D e s p u é s d e a b a n d o n a r S a l a m a n c a n o vue lve a h a b l a r m á s d e ella en el r e l a to d e su v ida .

S a l a m a n c a , e m p l a z a d a en u n val le fértil, se ex t i ende sobre t res co l inas en la or i l la d e r e c h a de l r ío T o r m e s , a m i t a d d e c a m i n o e n t r e el D u e r o y el S i s t e m a C e n ­t r a l . Los o r ígenes d e la c i u d a d son m u y oscuros . A n t e r i o r a la a n t i g u a E l m á n t i c a , i m p o r t a n t e c i u d a d d e los ve tones , se s u p o n e q u e exis t ía ya en su p e r í m e t r o u n c a s t r o p r e r r o m a n o q u e p e n e t r a en la h i s to r ia u n i d o al n o m b r e d e A n í b a l al l og ra r és te r e n d i r l o p o r c a p i t u l a c i ó n en el a ñ o 217 a. C . D u r a n t e la época r o m a n a fue u n i m p o r t a n t e c e n t r o comerc ia l . D e esta época son los res tos q u e q u e d a n del p u e n t e y d e la m u r a l l a en las p r o x i m i d a d e s d e la P u e r t a d e S a n P e d r o . Se s a b e m u y p o c o d e la h i s to r i a d e la c i u d a d en época v is igoda y en los t res p r i m e r o s siglos d e d o m i n a ­ción m u s u l m a n a . E n 1065 es r e c o n q u i s t a d a p o r las t r o p a s c r i s t i anas a u n q u e la r e p o b l a c i ó n n o se hizo efectiva en tonces , s ino a ñ o s d e s p u é s c u a n d o Alfonso V I la e n c o m e n d ó a su y e r n o , el c o n d e R a i m u n d o d e B o r g o ñ a , a p r inc ip ios del siglo X I I . E l c o n d e d io a la c i u d a d sus p r i m e r o s F u e r o s con los q u e d e b í a n regirse las pe r so ­n a s d e las s iete n a c i o n a l i d a d e s d i s t i n t a s e s t ab lec idas en la c i u d a d : cas t e l l anos , se­r r a n o s , to reses , ga l legos , f rancos, b r a g a n c i a n o s y p o r t u g u e s e s , sin o lv ida r a m o z á r a ­bes y j u d í o s q u e d u r a n t e todo el siglo af luyen a S a l a m a n c a . D u r a n t e los siglos X I I y X I I I , la r e p o b l a c i ó n rec ibe n u e v o i m p u l s o y la c i u d a d c o n s t r u y e u n n u e v o r ec in to .

E n 1179 se funda el E s t u d i o d e S a l a m a n c a , y en el siglo X I I I , Alfonso I X c r ea su f a m o s a u n i v e r s i d a d 3 6 . Los reyes cas te l lanos F e r n a n d o I I I el S a n t o y su hijo Alfon­so X el S a b i o c o n c e d e n a la c i u d a d i m p o r t a n t e s pr ivi legios , en especia l a la u n i v e r s i d a d 3 7 , q u e l lega a e s t a r en t r e las c u a t r o m á s i m p o r t a n t e s d e E u r o p a . H a c i a 1400, d a d o el c r e c i m i e n t o e x p e r i m e n t a d o , vue lven a ser a m p l i a d a s las m u r a l l a s d e la c i u d a d 3 8 .

El d e v e n i r h i s tó r ico d e S a l a m a n c a se h a c o m p a g i n a d o con su desa r ro l l o a r t í s t i co y u n i v e r s i t a r i o en el co r r e r d e los siglos. T o d a la c i u d a d es u n m o n u m e n t o q u e c o m i e n -

3 5 Véase: F . ARRIBAS, El incendio de Valladolid en 1561, Valladolid, 1960. 3 6 Véase: S. L. LAPUZA, La Universidad de Salamanca y la cultura española en el siglo XIII, París, 1900. 3 7 Cfr. § 5 de este trabajo.

Vide: C. M O R A N , Reseña histórico-artística de la provincia de Salamanca, Universidad de Salamanca, 1946, Filosofía y Letras, tomo I I , n." 1; Hellmuth H O P F N E R , Salamanca, en Homenaje a Fritz Kruger, U N C , tomo I I , Mendoza, 1954.

c e n t r o d e V a l l a d o l i d , y a ñ o s an t e s M e d i n a del C a m p o h a b í a co r r i do la m i s m a s u e r t e .

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za en el r o m á n i c o y a l c a n z a sus ú l t imos vest igios ar t í s t icos en nues t ro s d í a s . L a fiebre c o n s t r u c t o r a q u e e m p i e z a en época r o m á n i c a se d e b e al e s t ímu lo d e los d i fe ren tes sec to res d e la p o b l a c i ó n , s i endo los siglos X I I y X V I los d e m a y o r e x p a n s i ó n u r b a ­n í s t i ca con sus d o s esti los ca rac te r í s t i cos : el r o m á n i c o y el p l a t e resco . De l p r i m e r o , a p e s a r d e los m o n u m e n t o s d e s a p a r e c i d o s , q u e d a n b a s t a n t e s m u e s t r a s , c o m o la ca t e ­d r a l vieja, iglesias d e S a n M a r t í n , S a n t o T o m á s C e n t u a r i e n s e , S a n C r i s t ó b a l , San M a r c o s , S a n J u a n B a u t i s t a , S a n t a M a r í a d e los C a b a l l e r o s , San J u l i á n y S a n t a Bas i l i a , S a n t a B á r b a r a , S a n t a C a t a l i n a , San B a r t o l o m é , S a n M i l l á n , S a n t i a g o y S a n t a M a r í a M a g d a l e n a .

P e r o m á s q u e n a d a , S a l a m a n c a es la c i u d a d de l p la te resco , esti lo o r n a m e n t a l q u e se d e s b o r d a l u j u r i o s a m e n t e en f achadas d e iglesias y edificios civiles, con profu­s ión d e e l e m e n t o s deco ra t i vos . El p la te resco s a l m a n t i n o del p r i m e r tercio del siglo X V I t i ene u n o d e sus mejores e j empla res en la f a c h a d a d e la universidad, d e t res c u e r p o s s e p a r a d o s p o r frisos. El con jun to de l edificio se c o m p o n e d e dos edificios: e scue las m a y o r e s y escue las m e n o r e s . L a s p a r t e s m á s o r n a m e n t a l e s del i n t e r io r d e la u n i v e r s i d a d son la ga le r ía super io r , la b ib l io teca y la esca le ra del edificio d e las e scue la s m a y o r e s . El convento de las Bernardas, f u n d a d o en 1542, t iene iglesia con p l a n t a d e c ruz l a t i na c u b i e r t a p o r seis b ó v e d a s ojivales y p o r t a d a p la te resca . El convento de las Dominicas, o d e las D u e ñ a s , f u n d a d o hac i a 1419, con iglesia d e p l a n t a c u a d r a d a c u b i e r t a p o r c inco b ó v e d a s gó t icas , t iene p o r t a d a y c l aus t ro p la t e rescos .

D u r a n t e los p r i m e r o s a ñ o s de la v ida d e L á z a r o en S a l a m a n c a — s e ca lcu la q u e n a c e h a c i a 1500—, y poco d e s p u é s d e a b a n d o n a r la c i u d a d , se de sa r ro l l a en és ta u n a g r a n a c t i v i d a d c o n s t r u c t o r a de estilo p l a t e re sco sobre todo en m o n u m e n t o s civi les . A d e m á s d e la u n i v e r s i d a d , los edificios m á s no t ab l e s son el colegio del Arzo ­b i spo , la c a s a d e las M u e r t e s , el pa lac io d e M o n t e r r e y , la casa d e las C o n c h a s , d e los A b a r c a - M a l d o n a d o , d e G a r c i - G r a n d e , d e los T e j a d a , d e los A m a y a y el pa l ac io d e los F o n s e c a o c a s a d e la Sa l ina 4 0 .

E n t i e m p o s d e L á z a r o , S a l a m a n c a y Alca lá d e H e n a r e s son la sede d e las dos u n i v e r s i d a d e s e s p a ñ o l a s d e m á s pres t ig io . E n el siglo X V I , la u n i v e r s i d a d s a l m a n t i ­n a l legó a c o n t a r con m á s d e 10.000 e s t u d i a n t e s , y el n ú m e r o d e c á t e d r a s e ra : 10 de leyes , 10 d e c á n o n e s , 7 d e teología, 7 de m e d i c i n a , 11 d e lógica, 11 d e filosofía, 17 de r e tó r i ca y g r a m á t i c a , 4 d e l engua gr iega , 2 d e h e b r e a y ca ldea , 1 d e as t ro log ía y 1 d e m ú s i c a . E n to ta l 81 c á t e d r a s , en las q u e se f o r m a r o n las élites d e la E s p a ñ a del Siglo d e O r o .

E n el siglo X V I , el c u e r p o u r b a n o de S a l a m a n c a es tá f o r m a d o p o r p l a t a f o r m a s e s c a l o n a d a s q u e le d a n a spec to d e c i u d a d es t ra tég ica . L a s t res col inas sobre las q u e se a s i e n t a la c i u d a d n o i m p i d e n su desa r ro l lo . L a morfología u r b a n a fo rma u n t r a z a d o i r r e g u l a r en sus calles y casas e n t r a m a d a s d e m a d e r a j u n t o a o t ros edificios m o n u m e n t a l e s d e p i e d r a de v a r i a d a a r q u i t e c t u r a * ' . D u r a n t e la E d a d M e d i a , la c i u d a d d e b e su desa r ro l l o a la i n d u s t r i a y a ser p o b l a c i ó n d e e s t u d i a n t e s , mi l i t a res , p a s t o r e s y caba l l e ros . E n el siglo X V I , S a l a m a n c a c u e n t a con u n o s 25.000 h a b i t a n ­tes , d e los cua les ce rca d e 10.000 son escolares y profesores , u n o s 300 nob les , 150 m a g n a t e s ecles iás t icos , u n n ú m e r o de sconoc ido d e clérigos y ce rca d e 1.000 rel igio­sos.

L a e c o n o m í a s a l m a n t i n a , ya d e s d e el p r inc ip io , es f u n d a m e n t a l m e n t e agr íco la y

3 9 Cfr., nota 37. 4 0 J . D O M Í N G U E Z BERRUETA, Salamanca, guía sentimental, Salamanca, 1 9 5 2 ; Rufino A G U I R R E IBÁÑEZ,

Arte y espíritu de la ciudad y su provincia, Salamanca, 1 9 5 4 ; Rafael SANTOS T O R R O E L L A , Salamanca, Barcelo­na, 1 9 5 8 ; Antonio GARCÍA D O I Z A , Salamanca monumental, Madrid, 1 9 5 9 .

4 1 Vide: G . IGLESIAS L O R E N Z O , Ensayo sobre el urbanismo salmantino, Salamanca, 1 9 5 1 .

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*2 La vida de Lazarillo de. Tormes, op. cit., p. 66. ' La vida de Lazarillo de Tormes, op. cit., p. 68.

g a n a d e r a . Po r ello n o es d e e x t r a ñ a r q u e el p a d r e de L á z a r o ejerciera el oficio d e m o l i n e r o q u e « t en í a c a r g o d e p r o u e e r v n a m o l i e n d a d e v n a h a z e ñ a , q u e es tá r i be ra d e a q u e l r ío , en la q u a l fué m o l i n e r o m á s d e q u i n z e años» 4 2 . E n el siglo X I I I e s t a b a b a s t a n t e d e s a r r o l l a d a la i n d u s t r i a d e la p l a t e r í a , a c a r g o de j u d í o s . D u r a n t e el rei­n a d o d e Alfonso I X se f ab r i caba m o n e d a , y a finales del siglo X V se ins ta ló la i m p r e n t a , p e r o a u n q u e en 1481 se i m p r i m i ó Introducciones latinas d e Nebr i j a , es ta i n d u s t r i a n o se i n a u g u r ó of ic ia lmente h a s t a 1497 bajo la p ro tecc ión d e los Reyes C a t ó l i c o s . El negoc io d e la i m p r e s i ó n d e l ibros fue m u y p r ó s p e r o y en a u g e d u r a n t e los siglos X V I y X V I I . D e s d e el X V g o z a b a n d e f ama las e n c u a d e m a c i o n e s d e m a ­n u s c r i t o s , sob re t o d o los d e esti lo m u d e j a r . O t r a s i n d u s t r i a s d e i m p o r t a n c i a e r a n las d e a l fa re r ía , l encer ía y cu r t i dos d e pieles. E n 1609, con la expu ls ión d e los mor i scos , se inic ió u n l a rgo p e r í o d o d e d e c a d e n c i a .

Lázaro y los estudiantes de la Universidad de Salamanca

« M i b i u d a m a d r e , c o m o sin m a r i d o y sin ab r igo se viesse, d e t e r m i n ó a r r i m a r s e a los b u e n o s p o r ser v n o del los y v ínose a v iu i r a la c i u d a d e a lqu i ló v n a casi l la y m e t i ó s e a g u i s a r d e c o m e r a c ier tos e s tud ian tes . . . » 4 3 , d ice L á z a r o . El t r a s l a d o a S a l a m a n c a y la v ida en c o m ú n con los e s t u d i a n t e s en la pens ión r e g e n t a d a p o r la m a d r e d e p a r a n al p i c a r o la ocas ión d e conocer a este g r u p o especia l , los e s t u d i a n ­tes , y d e fami l i a r i za r se con sus fo rmas d e v ida . El m u c h a c h o es al m i s m o t i e m p o tes t igo d e las a n d a n z a s e s tud ian t i l e s . Es te c o n t a c t o d i a r i o d e L á z a r o con los escola­res h o s p e d a d o s en la pens ión m a t e r n a e s c u c h a n d o el r e c u e n t o d i a r io d e sus a v e n t u ­r a s p i c a r e s c a s p o r la c i u d a d y v e n t a s c e r c a n a s le lleva al c o n o c i m i e n t o d e u n m u n d o d e s c o n o c i d o p a r a él. El p i c a r o a p r e n d e , sin d u d a , las p r i m e r a s lecciones d e un «a r t e d e vivir» q u e luego i m i t a r í a y s u p e r a r í a en su l a rga v ida de p i ca ro e r r a n t e .

N o p o d í a fa l tar en La vida de Lazarillo de Tormes u n a a lus ión al m u n d o e s tud i an t i l d e S a l a m a n c a po r ser la c i u d a d sede d e u n a d e las m á s famosas e i m p o r t a n t e s u n i v e r s i d a d e s d e su t i e m p o , c u y a t r ad ic ión un ive r s i t a r i a se r e m o n t a a finales del siglo X I I y a t oda la c e n t u r i a s igu ien te .

E n t i e m p o s d e L á z a r o d e T o r m e s , la u n i v e r s i d a d s a l m a n t i n a conoce su m a y o r e s p l e n d o r . Los reyes c o m p i t e n en a u m e n t a r el p res t ig io del c e n t r o . D o ñ a J u a n a la L o c a n o m b r a al o b i s p o R a m í r e z d e Vi l l aescusa p r i m e r v i s i t ador real d e la un ivers i ­d a d y le facul ta p a r a i n t r o d u c i r en ella c u a n t a s re formas j u z g a s e necesa r i a s . C a r l o s V se p r e o c u p a d e la conse rvac ión d e sus fueros y d e s i g n a d e l e g a d o s p a r a la fo rmu­lac ión d e los n u e v o s Estatutos. U n o s años m á s t a r d e , en 1651, se e s t ab l ecen los Estatutos q u e en u n i ó n d e las Constituciones del p a p a M a r t i n o V , d e 1423, r igen h a s t a finales del siglo X V I I I .

D u r a n t e el siglo X V I p a s a n po r la u n i v e r s i d a d s a l m a n t i n a , c o m o profesores o c o m o a l u m n o s , u n o d e los g r u p o s d e e spaño les m á s i lus t res del Siglo de O r o . E n t r e los p r i m e r o s , el r e s t a u r a d o r d e los es tud ios d e J u r i s p r u d e n c i a civil y ecles iás t ica A n t o n i o A g u s t í n , C o v a r r u b i a s , M e l c h o r C a n o , P e d r o C i r u e l o — l l e g a d o d e s d e la u n i v e r s i d a d d e Pa r í s p a r a ser el p r i m e r c a t e d r á t i c o d e m a t e m á t i c a s — , el g r a n p ro ­p u l s o r d e los e s tud ios d e á r a b e , C l c n a r i o , q u e con su g r a m á t i c a gr iega c o n t r i b u y e al c o n o c i m i e n t o y difusión d e la l engua he lén ica , el p o e t a fray Lu i s d e León , el g r a m á ­t ico N e b r i j a , el i n v e n t o r d e un m é t o d o d e c o m u n i c a c i ó n p a r a s o r d o m u d o s P e d r o

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P o n c e d e L e ó n , el i lus t re a r t i s t a y m ú s i c o F ran c i s co d e Sa l inas , D o m i n g o d e Soto q u e sos t i ene c o n t r a S e p ú l v e d a la d o c t r i n a c r i s t i ana d e los d e r e c h o s de l h o m b r e , el f amoso e r u d i t o Alfonso el T o s t a d o y el r e s t a u r a d o r d e la T e o l o g í a d o g m á t i c a , V i t o ­r ia . E n t r e los s e g u n d o s , eclesiást icos d e r e n o m b r e c o m o J i m é n e z d e C i s n e r o s , p r e d i ­c a d o r e s c o m o S a n t o T o m á s d e V i l l a n u e v a y fray H o r t e n s i o Félix P a r a v i c i n o , h u m a ­n i s t a c o m o Luc io M a r i n e o Sículo y J u a n d e M a l - L a r a , h i s to r i ado re s c o m o Diego H u r t a d o d e M e n d o z a , B a r t o l o m é de las C a s a s , Nico lás A n t o n i o G o n z á l e z D á v i l a , A m b r o s i o d e M o r a l e s y J e r ó n i m o Z u r i t a , legis tas c o m o Lu i s M o l i n a , R a m o s d e M a n z a n o y J u a n So ló r zano , méd icos c o m o L a g u n a , O r o z c o , Pérez d e H e r r e r a y F r a n c i s c o d e Vi l l a lobos , m é d i c o d e C a r l o s V , escr i tores , novel i s tas , p o e t a s , d r a m a ­tu rgos c o m o A r i a s M o n t a n o , C h u m a c e r o , S a a v e d r a F a j a r d o , J u a n del E n c i n a , C e r ­v a n t e s , e tc .

A d e m á s d e la u n i v e r s i d a d , en S a l a m a n c a exis t ían los colegios m a y o r e s y m e n o ­res , los d e las ó r d e n e s mi l i t a res , los s e m i n a r i o s y los q u e va r i a s ó r d e n e s mi l i t a re s t e n í a n en sus m o n a s t e r i o s i n c o r p o r a d o s a la u n i v e r s i d a d .

N a d i e me jo r q u e el a u t o r d e La tía fingida h a desc r i to a los e s t u d i a n t e s d e Sa la ­m a n c a de l siglo X V I , c o n t e m p o r á n e o s d e L á z a r o y pup i los a l g u n o s en la casa d o n d e se rv ía su m a d r e . S e g ú n este a u t o r de sconoc ido , d e s p u é s d e a c l a r a r q u e e s t u d i a n d e d iez a d o c e mil esco lares , los califica d e gen te m o z a , a n t o j a d i z a , a r r o j a d a , l ibre , a f i c ionada , g a s t a d o r a , d i sc re ta , d iabó l i ca y d e b u e n h u m o r .

Y a d e s d e el p r inc ip io , en t i empos d e la fundac ión d e la u n i v e r s i d a d d e S a l a m a n ­ca, los e s t u d i a n t e s se benef ic iaban d e conces iones y privi legios rea les . E n 1252, Alfonso X el S a b i o d a u n pr ivi legio al Conse jo d e S a l a m a n c a , d o n d e se d ice : « E t m a n d o et de f i endo firme m i e n t e q u e n i n g u n o n o n sea o s a d o d e p r e s t a r a r m a s n in d e fazer a y u d a n i n g u n a d e h o m e s nin d e o t r a cosa a los escolares pe l eado re s ca el q u e lo fiziese a b r i e m i i ra» 4 4 y o r d e n a cas t iga r a los infractores d e es ta o r d e n a n z a con u n a m u l t a d e cien m a r a v e d í e s . Es te m o n a r c a se p r e o c u p a t a m b i é n del a l o j a m i e n t o d e los e s t u d i a n t e s y d e los a lqu i le res a p a g a r , y en u n a c a r t a de 1252 m a n d a a los c o n s e r v a d o r e s del Estudio o c u p a r s e de las casas d e a lqu i le r , f i jando en 17 m a r a v e ­díes el a lqu i l e r m á s a l to , q u e d a n d o exen ta s a d e m á s d e p a g a r p o r t a z g o s las casas d e la c i u d a d d e s t i n a d a s a t ene r e s t u d i a n t e s en pupi la je .

E n el siglo X I V , a p a r t i r d e 1333, los g r a d u a d o s d e doctor y maestro g o z a n j u n t o con sus d e s c e n d i e n t e s del pr ivi legio d e los nobles d e q u e d a r l ibres d e pechas, medidas y monedas. E n 1388, el rey J u a n I concede a los un ive r s i t a r ios el pr iv i legio d e p o d e r i n t r o d u c i r v inos y a l i m e n t o s en la c i u d a d sin neces idad de l icencia del J u s t i c i a . E n 1381 , E n r i q u e I I I concede a los escolares y a sus famil iares la facul tad d e q u e d a r e x e n t o s d e la j u s t i c i a secu la r y rese rva és ta al maes t r e - e scue l a cance l a r io . D i s p e n s a , a d e m á s , a las p e r s o n a s de la un ive r s idad y e s t u d i a n t e s del servicio d e r o n d a s , cen t i ­ne las y d e la nece s idad d e g u a r d a r las p u e r t a s d e la c i u d a d .

E n el siglo X V , J u a n I I m a n d a en 1409 a los reg idores d e S a l a m a n c a q u e n o di f icul ten ni p o n g a n i m p e d i m e n t o s a la u n i v e r s i d a d p a r a es tab lece r y regir sus p r o ­p i a s c a r n i c e r í a s , y en 1413 concede al m a e s t r e escuela el d e r e c h o d e p e d i r auxi l io al b r a z o secu la r p a r a cas t iga r del i tos y excesos d e los e s t u d i a n t e s .

Los Estatutos se o c u p a r o n d e la i n d u m e n t a r i a d e los escolares q u e d e b í a n u s a r p a r a as is t i r a clase u n t ra je de d i a r io cons i s t en te en la loba, s o t a n a co r t a sin m a n g a s , g r egüescos o ca lzones y m a n t e o d e p a ñ o v e n t i d o s e n o d e Segovia . E n las fiestas d e b í a n ves t i r o t r o t raje d e g a l á n , s egún las impos ic iones de la m o d a y las pos ib i l ida ­d e s d e sus bolsi l los. C a d a colegio m a y o r y m e n o r , los d e las ó r d e n e s mi l i t a re s e

J . G A R C I A MKRCADAL, Estudiantes, sopistas y picaros, Madrid , 1954, p. 45.

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i n s t i t u to s rel igiosos i m p o n í a u n color d e t e r m i n a d o al ves t ido d e sus colegiales . C o ­n o c e m o s las p r e n d a s , el color y h a s t a la m a t e r i a d e los trajes d e los e s t u d i a n t e s d e los colegios m a y o r e s , y y a en las p r i m i t i v a s Constituciones d e la u n i v e r s i d a d se p r o h i ­b e a los escolares u s a r r o p a s d e seda , pieles p rec iosas y c a b a l g a d u r a s , q u e d a n d o e x c e p t u a d o s los nob les y a l tos d i g n a t a r i o s . L a p r e n d a m á s co r r i en te y d e la cua l h a b l a n m u c h a s o b r a s l i t e ra r ias d e la época e ra el m a n t e o q u e p o r su fo rma de l l evar lo d i s t i n g u í a al e s t u d i a n t e n o v a t o del v e t e r a n o . El b o n e t e e m p e z ó a u sa r se en el s iglo XV, con excepc ión d e los e s t u d i a n t e s del Colegio Anaya q u e u t i l i z ab an en su l u g a r la rosca, s i gu i endo la c o s t u m b r e d e los l e t r ados y j u r i s t a s i t a l i anos .

S e g ú n J . G a r c í a M e r c a d a l :

En el siglo X V I clérigos y legos, catedráticos y estudiantes, usaban siempre indistintamente los manteos y el antiguo bonete chato o de celemín, puesto en uso el siglo anterior. Los únicos que podían usar borlas o caperuzas eran los que sirvie­ren a otro o los que estuvieren de luto. Prohibidos tenían los sayos de color, las ropas de seda, las cueras de cuello acuchilladas, así como las camisas labradas de color, las polainas, los guantes adobados, los talabartes y los cinchos. Los regulares no usaban muceta, sino solamente la borla. Los médicos y legistas que no eran, por lo menos, tonsurados, no usaban la borla sobre bonete, sino sobre el sombrero de ala ancha, que comenzaron a usar más tarde, abandonando el bonete chato que cubre la cabeza de los estudiantes, reproducidos en el sello grande de la universi­dad salmantina 4 5 .

El pensum s egu ido en S a l a m a n c a se l i m i t a b a en el siglo X I I I al trivio: g r a m á t i c a , r e t ó r i c a y lógica, p a r a los q u e d e s e a b a n ser l e t r ados o c lér igos. Los q u e a s p i r a b a n a m á s y q u e r í a n goza r d e beneficios d e b í a n e s t u d i a r el cuatrivio: a r i t m é t i c a , g e o m e t r í a , a s t r o n o m í a y m ú s i c a . T e r m i n a d o s estos e s tud ios , se c u r s a b a n las c a r r e r a s q u e e r a n D e r e c h o Civi l , D e r e c h o C a n ó n i c o , Fís ica o M e d i c i n a y Teo log ía . En el siglo X V I , en l a U n i v e r s i d a d d e S a l a m a n c a se i m p a r t í a n las F a c u l t a d e s d e C á n o n e s , Leyes , T e o l o ­g ía , Filosofía N a t u r a l y M o r a l , L e n g u a s , Re tó r i ca , M a t e m á t i c a s y M e d i c i n a . E n los colegios m e n o r e s se e n s e ñ a b a Ar t e , G r a m á t i c a y M ú s i c a . L a m a t r í c u l a se p u b l i c a b a t res veces al a ñ o : el 11 d e n o v i e m b r e , d e s p u é s d e N a v i d a d y p a s a d a la P a s c u a d e R e s u r r e c c i ó n . El cu r so a c o s t u m b r a b a a e m p e z a r el 18 d e o c t u b r e , fes t ividad d e S a n L u c a s , y t e r m i n a b a el 24 d e j u n i o , d ía d e San J u a n . Al t e r m i n a r la c a r r e r a , los e s t u d i a n t e s sa l í an con el t í tu lo d e Bachiller, d e r e c o n o c i m i e n t o un ive rsa l .

C u a n d o u n e s t u d i a n t e l l egaba po r p r i m e r a vez a S a l a m a n c a p a r a c u r s a r es tu­d ios en la u n i v e r s i d a d , d e b í a p r e s e n t a r s e al cance la r io y al j u e z de l Estudio ves t ido d e s o t a n a y m a n t e o , los cua les , d e s p u é s d e e x a m i n a r el ves t ido y d e e n c o n t r a r l o en reg la , le e n t r e g a b a n u n a p a p e l e t a con la inscr ipc ión : « V a a r r e g l a d o en t ra je», sin la cua l n o p o d í a inscr ib i r se en la m a t r í c u l a . Los d e r e c h o s d e m a t r í c u l a e r a n d e 4 m a r a v e d í e s p a r a los g r a m á t i c o s , 6 p a r a los e s t u d i a n t e s d e c a r r e r a y 8 p a r a los q u e d e s e a b a n ser bach i l l e res .

El rey Alfonso X el Sab io se o c u p a en las Partidas d e los l ibros d e los e s t u d i a n t e s y d i s p o n e q u e las u n i v e r s i d a d e s t e n g a n l ibros p a r a p r e s t a r a los escolares a fin d e q u e és tos p u e d a n cop ia r los . Es ta c o s t u m b r e d u r a h a s t a el i nven to d e la i m p r e n t a p u e s , d a d o el a l to cos te d e los l ibros m a n u s c r i t o s , los e s t u d i a n t e s pref ieren cop ia r ellos m i s m o s los e j empla re s d e p o s i t a d o s en las b ib l io tecas un ive r s i t a r i a s , reconoc i ­d o s c o m o textos d e clase. C o n la i n t roducc ión d e la i m p r e n t a se a b a r a t a el p rec io del l ib ro y los e s t u d i a n t e s e m p i e z a n a c o m p r a r l o s . Según L o r e n z o P a l m e y r o , los escola­res so l ían l levar los l ibros a las au l a s a t a d o s con c in tas o co r reas 4 6 , c o s t u m b r e q u e

4 5 Ib., P P . 4 9 - 5 0 . ** Lorenco PALMEIRO, El estudiante de la aldea. Valencia, 1568, p p . 132 -133 .

BOLETÍN AEPE Nº 26. José María ALEGRE PEYRÓN. Salamanca y su universidad en tiempos de «Lazarillo de Tormes»

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e n c o n t r a m o s desc r i t a po r C e r v a n t e s en El coloquio de los perros, p e r o m u c h a s veces t e r m i n a b a n e m p e ñ a d o s en casas de p r e s t a m i s t a s , t i endas d e l ib reros , pas t e l e r í a s , b u ñ o l e r í a s y t a b e r n a s , c o m o leemos en Guzmán de Alfarache 4 7 .

N o todos los e s t u d i a n t e s consegu ían p l aza en colegios y la m a y o r í a vivía hospe ­d a d a en casas d e los l l a m a d o s «bachi l le res de pup i los» , casas es tas d e pup i l a je g e n e r a l m e n t e m o d e s t a s . El c a r d e n a l C i sne ros , falto d e m e d i o s , fue u n t i e m p o «ba ­chi l ler d e pup i lo s» p a r a g a n a r s e el sus t en to . El 5 de ju l io d e 1538 se d ic tó u n a o r d e n g e n e r a l con re lac ión a es tas casas de hospeda je , con el n o m b r e d e Instrucción para los bachilleres de pupilos.

L a Instrucción se o c u p a d e todo lo r e l ac ionado con el e s t u d i a n t e a lo jado en p u p i ­lajes y es, a la vez , u n v e r d a d e r o r e g l a m e n t o d e c o n d u c t a y d isc ip l ina . Pe ro su c u m p l i m i e n t o n o se l l evaba s i e m p r e a r a j a t ab l a pues ba s t a leer el Buscón 4 8 , a u n q u e Q u e v e d o h a g a u n a c a r i c a t u r a del dómine C a b r a . A p e s a r d e la p roh ib i c ión d e j u g a r , los e s t u d i a n t e s se s a l t a b a n a la to re ra la o r d e n y ya no se c o n t e n t a b a n con o r g a n i z a r t i m b a s en las casas d e pupi la je s ino q u e inc luso lo h a c í a n en la p r o p i a u n i v e r s i d a d , d o n d e se j u g a b a a los d a d o s y a los na ipes . Se les p e r m i t í a j u g a r los d o m i n g o s , p e r o sólo a los bolos , a rgo l la y pe lo ta .

Los «bach i l l e res de -pup i lo s» no fueron m u y met icu losos en el c u m p l i m i e n t o de sus ob l igac iones e s t ab lec idas en la Instrucción de 1538 y a l o j a b a n a los e s t u d i a n t e s , h a c i n a d o s c o m o s a r d i n a s en t ina , en cua r to s m á s pa r ec idos a gar i tos de l a d r ó n q u e a d o r m i t o r i o s d e c e n t e s 4 9 . T a m b i é n los m a t a b a n d e h a m b r e c o m o nos d ice Q u e v e d o en el Buscón 5 0 .

La Vida del Buscón, d e Q u e v e d o ; La vida del escudero Marcos de Obregón, d e V i c e n t e E s p i n e l ; El donado hablador, d e J e r ó n i m o d e Alca lá ; Guzmán de Alfarache, d e M a t e o A l e m á n ; El diablo Cojuelo, d e Vélez de G u e v a r a ; El Licenciado Vidriera, d e C e r v a n t e s ; La cueva de Salamanca, d e Ru iz d e A la rcón y u n sin n ú m e r o d e o b r a s del Siglo d e O r o nos h a b l a n d e la v ida y mi lag ros d e los e s t u d i a n t e s ricos y p o b r e s , b u e n o s y ma los , y nos d e s c r i b e n su exis tencia a legre y d ive r t i da . E n sus a n d a n z a s se s i rven d e sus c r i a d o s , si los t i enen , o a c t ú a n en g r u p o s . C a m i n o d e S a l a m a n c a , se d iv ie r t en ro­b a n d o a m e s o n e r o s o viajeros , b u r l á n d o s e d e rús t icos y a r r i e ros , e n a m o r a n d o a m e s o n e r a s y c r i a d a s , e m b o r r a c h á n d o s e sin cont ro l y a r m a n d o trifulcas en v e n t a s , p o s a d a s , b o d e g a s y figones..., y s a c a n d o con facil idad cuch i l los 'o d a g a s p a r a i m p o ­ne r su c r i te r io . P e r o al l legar al colegio o pupi la je p a g a n c o m o nova tos el t r i b u t o d e las b u r l a s d e sus c o m p a ñ e r o s , q u e se rep i ten c u a n d o a p a r e c e n po r la u n i v e r s i d a d . Son b r o m a s g rose ra s y d e m a l gus to q u e d e b e n a g u a n t a r h a s t a ser a d m i t i d o s en la «g lor iosa o r d e n d e la u n i v e r s i d a d » .

El n ú m e r o d e e s t u d i a n t e s perezosos e ra , con f recuencia , m u y supe r io r al d e los a p l i c a d o s . M u c h o s a c u d í a n a la u n i v e r s i d a d po r impos ic ión p a t e r n a y en vez d e e s t u d i a r se d a b a n a g a s t a r las r en t a s a s i g n a d a s y a vivir en el ocio. Los m á s , des ­p u é s d e va r ios a ñ o s d e vege ta r en S a l a m a n c a o en Alca lá sin asist i r a c lase , vo lv ían a sus l uga re s d e or igen m á s i gno ran t e s q u e c u a n d o sa l ie ron , pe ro con m á s p i c a r d í a y m a l d a d . O t r o s , f r acasados c o m o e s t u d i a n t e s , se a l i s t a b a n en la mil ic ia , m a r c h a ­b a n a I n d i a s , se d a b a n a la v ida p i c a r a o v a g a b u n d a o se u n í a n a g r u p o s d e g i t anos p a r a h a c e r v ida n ó m a d a . L a s l is tas d e m e n d i g o s y c r imina les se n u t r e n t a m b i é n de e s t u d i a n t e s fall idos. S i e m p r e e n d e u d a d o s , al no bas t a r l e s la pens ión p a t e r n a q u e

4 7 Mateo A L E M Á N , Guzmán de Alfarache, Parte segunda, lib. I I I , cap. IV. 4 8 Lib. I, cap. V: «De la entrada en Alcalá, patente y burlas que me hicieron por nuevo.» 4 9 Véase V. LAFUEÑ'TE, Historia de las universidades, colegios y demás establecimientos de enseñanza en España,

4 vols., Madr id , 1884, en especial el vol. I. 5 0 Lib. I, cap. I I I : «De cómo fui a un pupilaje por criado de don Diego Coronel.»

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e s p e r a b a n con i m p a c i e n c i a c a d a vez q u e l l egaba la estafeta c o m o m a n á del cielo, se d e d i c a b a n al j u e g o o a e n a m o r a r c a s a d a s , m o z a s d e servicio y h a s t a m o n j a s p a r a s aca r l e s d i n e r o . F igones , p o s a d a s , ven t a s y m e s o n e s e r a n el t ea t ro d e sus h a z a ñ a s y S a l a m a n c a se l l e n a b a del eco d e sus a v e n t u r a s n o c t u r n a s , d e sus d i s p u t a s , y d e sus e n f r e n t a m i e n t o s con las r o n d a s de la j u s t i c i a , con f recuentes desafíos s ang r i en to s q u e o r i g i n a b a n e n f r e n t a m i e n t o s g raves en t r e las a u t o r i d a d e s a c a d é m i c a s y las c iu­d a d a n a s . El m a n e j o d e las a r m a s les e ra famil iar , y m á s d e u n a v í c t ima inocen te p a g a b a sus b r a v a t a s a p e s a r d e es tar les t e r m i n a n t e m e n t e p r o h i b i d o en los Estatutos el u s o d e a r m a s 5 1 . E n Don Quijote, los dos e s t u d i a n t e s q u e v a n a las b o d a s d e C a m a c h o , a l omos d e a snos , l levan c o m o ún ico equ ipa je dos e s p a d a s de e s g r i m a n e g r a s 5 2 .

L a s r i ña s e n t r e e s t u d i a n t e s , e n t r e éstos y la p o b l a c i ó n civil d e S a l a m a n c a o los a lguac i l e s , co rche te s , co r reg idores y gen t e d e golil la, e r a n h a s t a tal p u n t o f recuentes en la c i u d a d q u e ni la p r o p i a u n i v e r s i d a d q u e d a b a a sa lvo , y u n a d e sus p u e r t a s q u e d a b a al Patio de las Escuelas l l evaba el n o m b r e d e Puerta del Desafiadero. J u a n d e M a l - L a r a , p r e c l a r o h u m a n i s t a del siglo X V I y e s t u d i a n t e en S a l a m a n c a , e x c l a m a r í a al p r e s e n c i a r las c o n t i n u a s trifulcas y p e n d e n c i a s d e sus c o m p a ñ e r o s : « ¡ M á s l ibros y m e n o s violencia!» N o con t en to s con e m p r e n d e r l a c o n t r a sus c o m p a ñ e r o s o c o n t r a los pacíf icos c i u d a d a n o s , o s a r á n l evan t a r s e , inc luso , c o n t r a u n j u e z d e V a l l a d o l i d d e s p l a z a d o a S a l a m a n c a p a r a i n s t ru i r p rocesos p o r v iolencias e s tud ian t i l e s e in t en ­t a r á n l i ncha r l e . E n 1592, d u r a n t e u n m o t í n e s tud ian t i l m a t a n al a l ca lde m a y o r d e S a l a m a n c a .

L a s c i u d a d e s con u n i v e r s i d a d , a d e m á s d e m e n d i g o s , p i ca ros y gen t e de l h a m p a t r a d i c i o n a l e s , p r e s e n t a b a n la e s t a m p a d e e s t u d i a n t e s ociosos , fol loneros, a r r o g a n t e s , c a m o r r i s t a s y p e n d e n c i e r o s , e m b o z a d o s en sus c a p a s al a c e c h o del mejor sit io y m o m e n t o p a r a d a r el golpe d e m a n o . C u a n d o p a s a b a n h a m b r e , h a c í a n cola j u n t o con los i nd igen t e s a la p u e r t a d e los conven tos p a r a a l i m e n t a r s e d e la sopa d i a r i a . N o c o n t e n t o s con el á r e a u r b a n a d i r ig ían sus co r re r í a s hac i a los p u e b l o s , v e n t a s y c o n v e n t o s d e las c e r c a n í a s , s i endo p l a g a t e m i d a d e h o r t e l a n o s , m e s o n e r o s , p a n a d e ­ros , p a s t e l e ro s , b o d e g o n e r o s , donce l l a s , v e n t e r a s , m o z a s d e servicio y m o n j a s . L a f o r t u n a les e r a des favorab le con f recuencia y conocen el a p r i e t o del h a m b r e y d e la m i se r i a . C e r v a n t e s en El coloquio de los perros d ice n o conceb i r u n e s t u d i a n t e sin h a m b r e y sin s a r n a , y a p r inc ip ios del siglo X V I I , el inglés W i l l i a m L i t h g o w , viajero p o r E s p a ñ a , d ice q u e « S a l a m a n c a es la un ive r s idad s ace rdo t a l d e E s p a ñ a , d e d o n d e d e r i v a n esos r e b a ñ o s d e e s t u d i a n t e s q u e infestan la t i e r ra con sus be l l aque r í a s , h u r ­tos y p o r d i o s e o s » 5 3 .

L a fácil v ida de l e s t u d i a n t e p ro t eg ido p o r beneficios y m e r c e d e s reales i n d u c e a m u c h a s p e r s o n a s a m a t r i c u l a r s e en la u n i v e r s i d a d p a r a d i s f ru ta r d e ellos y p o d e r c a m p a r mejo r a sus a n c h a s . A n t o n i o G a r c í a Boiza , h a b l a n d o d e és tas d ice : «Se a c o g í a n al fuero a c a d é m i c o p e r s o n a s t o t a l m e n t e a jenas al e s tud io , c o m o t a b e r n e r o s , a r r i e r o s , fe r ian tes , e tc . , q u e se m a t r i c u l a b a n no p a r a a c u d i r a las a u l a s , s ino p a r a g r a n j e a r las p r e e m i n e n c i a s y d e r e c h o s q u e g a r a n t i z a n el fuero escolar , con el q u e se figuraban t ene r p a t e n t e d e corso en sus a n d a n z a s po r el m u n d o » S 4 .

5 1 Con relación a Salamanca, la X X I de las Constituciones del papa Mart ino V llevaba por título: De armis non portandis el de concubinis exterminandis.

5 2 Don Quijote, II parte, cap. X I X . 5 3 Vide W. C H A N D L E R , La novela picaresca, Londres, 1962, p. 113. 5 4 A . G A R C I A B O I Z A , Intervención de los estudiantes en la Universidad de Salamanca en el siglo XVI, Salaman­

ca, 1933, p . 7.

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Pocos h a n desc r i to me jo r q u e V i c e n t e Esp ine l el e s t ado d e pos t r ac ión y las secue las s íqu icas del e s t u d i a n t e i nd igen te , c u a n d o dice: «Si los t raba jos y neces ida ­d e s q u e los e s t u d i a n t e s p a s a n n o los l levase de b u e n a e d a d en q u e los coge , no h a b í a v i d a p a r a sufrir t a n t a s mise r i a s y d e s c o m o d i d a d e s c o m o se p a s a n o r d i n a r i a ­m e n t e . . . ; p e r o con ser en la puer ic ia y ado lescenc ia , e d a d t an q u i t a d a d e c u i d a d o s y s e n t i m i e n t o s , se h a c e gus to del ac íba r , r isa y p a s a t i e m p o d e la neces idad , con q u e se va p a s a n d o a q u e l espac io en q u e se s a z o n a e h i n c h a de d o c t r i n a el e n t e n d i m i e n t o , q u e , con la e s p e r a n z a del p r e m i o , todo se h a c e sufrible. N i n g u n o h a y q u e n o se p r o m e t a g r a n d e s cosas en los p r i m e r o s a ñ o s , q u e , en c o m e n z a n d o a g u s t a r o d i sgus ­t a r se d e la m a l a c o r r e s p o n d e n c i a , p o r la t a r d a n z a d e los a r r i e ros , o del o lv ido d e los p a d r e s y p a r i e n t e s , po r la m a y o r p a r t e se encogen y d e s a n i m a n , e spec i a lmen te aqué l l o s q u e , p o r ser p o b r e s , no t i enen q u i é n les a c u d a con lo necesar io , o p a r t e de ello; q u e c ie r to de s j a r r e t a m u c h o la neces idad al q u e con b u e n o s p e n s a m i e n t o s c o m i e n z a los e s tud ios . L a falta de m a n t e n i m i e n t o s , el ca recer de l ibros , la d e s n u d e z , la p o c a e s t i m a c i ó n q u e consigo t r a e n estas cosas , t iene m u c h o s y g r a n d e s ingenios a c o b a r d a d o s , a r r i n c o n a d o s , y a u n d i s t r a ídos po r la p r ivac ión d e sus e s p e r a n z a s m a l l o g r a d a s . . . H a l l á m o n o s u n a noche , en t r e o t r a s m u c h a s , t a n r e m a t a d o s de d ine ros y d e p a c i e n c i a , q u e nos sa l imos d e casa m e d i o d e s e s p e r a d o s sin cena r , sin luz p a r a a l u m b r a r n o s , sin l u m b r e p a r a c a l e n t a r n o s , h a c i e n d o u n frío q u e en e c h a n d o el a g u a a la cal le se t o r n a b a cr is ta l . . . Y si an tes n o c e n a m o s po r n o t ene r q u é , d e s p u é s n o c e n a m o s p o r eso. . .» 5 5 .

Poco nos cues t a i m a g i n a r q u e las escenas p r e s e n c i a d a s po r L á z a r o en sus p r i m e ­ros a ñ o s , c u a n d o vive en la pens ión de e s t u d i a n t e s en S a l a m a n c a r e g e n t a d a p o r su m a d r e , se le q u e d a r í a n m u y g r a b a d a s en su m e n t e d e n iño . Sin d u d a tuvo allí l u g a r su p r i m e r c o n t a c t o d i r ec to con la v ida golfante y p ica resca . A u n q u e n o se d i g a n a d a d e es to en La vida de Lazarillo de Tormes, la novela p i ca re sca pos te r io r d e d i c a sin excepc ión n u m e r o s a s p á g i n a s a las « h a z a ñ a s » d e e s t u d i a n t e s poco e j empla res .

P e r o n o todos los escolares e r a n de la m i s m a c a l a ñ a y no h a y q u e med i r lo s a todos p o r el m i s m o ra se ro . Los h a b í a e j empla res , m o d e l o d e v i r tud y c iencia , t a n t o e n t r e los p e r t e n e c i e n t e s a las clases a l t as c o m o a las inferiores. Sus v idas h a n t en ido m e n o s n a r r a d o r e s po r ser u n a exis tencia sin e x t r a v a g a n c i a s , d e d i c a d a po r c o m p l e t o al e s t ud io . A c u d í a n con a s i d u i d a d a clase y d e s p u é s c o m p a r t í a n con in terés con los m a e s t r o s sob re los t e m a s exp l i cados . Se les veía con f recuencia en iglesias a s i s t i endo a func iones re l ig iosas , y los r a tos l ibres — l o s j u e v e s n o e r a n d ías l ec t ivos—, los a p r o v e c h a b a n p a r a e s tud ia r , conver sa r , pa sea r , as is t i r a r ep re sen tac iones t ea t ra l e s o c o m p o n e r versos con la e s p e r a n z a de g a n a r p r e m i o s honoríf icos en las fiestas flora­les d e la c i u d a d . Es tos j ó v e n e s q u e p a s a r o n p o r las au las d e las un ive r s idades con a p r o v e c h a m i e n t o y ded icac ión f o r m a r o n la legión d e v a r o n e s i lus t res q u e floreció en la E s p a ñ a del Siglo d e O r o .

Vida del escudero Marcos de Obregón, descanso X I I (Relación I) , escrito en 1618.

BOLETÍN AEPE Nº 26. José María ALEGRE PEYRÓN. Salamanca y su universidad en tiempos de «Lazarillo de Tormes»


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Lazarillo de los ciegos caminantes · concolorcorvo . el lazarillo de ciegos

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Lazarillo de tormes_adaptacion

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