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Salmo 16 (17)
Salmo 16 (17)
DEUS NÃO É DEUS DOS MORTOS,
MAS DOS VIVOS !
A liturgia deste domingo propõe-nos uma reflexão sobre os horizontes últimos do homem
e garante-nos a vida que não acaba.
Jesus afirma claramente o mistério da ressurreição dos
mortos, contra certa maneira de pensar em contrário de alguns daqueles com quem falava. A “ressurreição da carne” é, por
isso, um dos pontos do Símbolo da fé cristã, o "Credo".
Na primeira leitura, temos o testemunho de sete irmãos que
deram a vida pela sua fé, durante a perseguição movida contra os judeus por Antíoco IV Epifanes.
Aquilo que motivou os sete irmãos mártires, que lhes deu
força para enfrentar a tortura e a morte foi, precisamente, a
certeza de que Deus reserva a vida eterna àqueles que, neste
mundo, percorrem, com fidelidade, os seus caminhos.
Como é que termina a nossa vida? Os
sonhos que procuramos
concretizar, as nossas realizações
mais queridas, que é que valem se nos
espera um dia, inevitavelmente, a morte? Estamos
condenados a deixar e a perder tudo aquilo
que amamos? A nossa morte é uma
viagem fatal em direção ao nada?
Estas perguntas são eternas; e, há
cerca de 2100 anos, um
catequista de Israel já as
colocava… A sua fé ditou-lhe, no
entanto, a certeza de que a vida
continua para além desta terra. É essa certeza que ele nos deixa, neste texto;
e é essa experiência de fé
que ele nos convida a fazer.
Na segunda leitura temos um convite a manter o diálogo e a
comunhão com Deus, enquanto esperamos que
chegue a segunda vinda de Cristo e a vida nova que Deus nos reserva. Só com a oração será possível mantermo-nos
fiéis ao Evangelho e ter a coragem de anunciar a todos
os homens a Boa Nova da salvação.
É com a ajuda de Deus que o missionário tem a coragem de anunciar fielmente o
Evangelho e de vencer as dificuldades, as injustiças, as incompreensões, as oposições que são obstáculo ao seu trabalho e ao seu
testemunho. Tenho consciência de que é na
oração – minha e dos meus irmãos – que encontro a força de Deus?
Quando, como apóstolo, tenho de enfrentar a oposição e a
incompreensão do mundo, confio em Deus, peço-Lhe ajuda, ou deixo que o medo e o desânimo tomem conta do meu coração e me levem a desistir da missão que Deus me
confiou?
No Evangelho, Jesus garante que a ressurreição é a realidade que nos espera. No entanto, não vale a pena estar a julgar e a
imaginar essa realidade à luz das categorias que marcam a nossa existência finita e limitada neste mundo; a nossa
existência de ressuscitados será uma existência plena, total, nova. A forma como isso acontecerá é um mistério; mas a
ressurreição é uma certeza absoluta no horizonte do crente.
A questão da ressurreição não é uma questão pacífica e clara para a maioria dos homens do nosso tempo. Há quem
veja na esperança da ressurreição apenas um “ópio do povo”, destinado a adormecer a justa vontade de lutar pela
construção de um mundo mais justo; há quem veja na ressurreição uma forma de evasão, face aos problemas que a vida apresenta; há quem veja na ressurreição uma ilusão
onde o homem projeta os seus desejos insatisfeitos… Convencidos de que a vida
se resume aos 70/80 anos que vivemos neste mundo, muitos dos nossos contemporâneos constroem a sua
existência tendo apenas em conta os valores deste mundo, sem quaisquer
horizontes futuros.
Que sentido é que isto faz, na perspectiva da nossa fé?
A ressurreição é, no entanto, a esperança que dá sentido a toda
a caminhada do cristão. A fé cristã torna a esperança da ressurreição uma certeza
absoluta, pois Cristo ressuscitou e quem se identifica
com Cristo nascerá com Ele para a vida nova e definitiva. A nossa vida presente deve ser,
pois, uma caminhada tranquila, confiante, alegre – ainda quando
feita no sofrimento e na dor – em direção a essa nova
realidade.
BILHETE DE EVANGELHO.Os saduceus, que não acreditam na ressurreição, procuram ridicularizar Jesus, que a defende. A mensagem de Jesus é
uma mensagem de esperança. Ele quer ajudar os seus ouvintes a erguer os olhos, isto é, a não ficarem agarrados
aos bens materiais e unicamente a esta vida na terra. Ele veio anunciar um Reino no qual a única filiação real e eterna é
aquela que nos liga a Deus
Ele apresenta Deus como um ser de relação: relação do Pai
com o Filho na comunhão realizada pelo Espírito. Mas
relação também de Deus com a humanidade: o nosso Deus é sempre o Deus de alguém,
Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacob. E é
numa relação de Aliança que Deus Se situa. A relação com Deus não conhece a morte: se o homem é chamado a
ressuscitar, é porque Deus quer selar uma aliança eterna
à qual Ele é sempre fiel.
Temos de ter muito
cuidado com a forma como falamos
da ressurreição aos homens
do nosso tempo, pois podemos pensá-
la, explicá-la e projetá-la
à luz da nossa vida atual e corremos sérios
riscos de nos tornarmos ridículos.
O que podemos fazer é afirmar a nossa certeza na
ressurreição; depois, temos de confessar a nossa incapacidade de conceber e de explicar esse
mundo novo que nos espera (como a criança no seio
da mãe não compreende nem sabe explicar a
vida que a espera no mundo exterior).
TEXTOS EXTRAIDOS DO:
- PORTAL DEHONIANOS
SACERDOTES DO SAGRADO CORAÇÃO
DE JESUS