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Saúde Business School 2013: Módulo 1:Objetivos estratégicos alicerçados pelo entendimento da gestão de finanças e a criaçãode valor para as organizações
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C o n t e ú d o :
2 10 3
S a ú d e B u S i n e S S S c h o o lo s m e l h o r e s C o n C e i t o s e p r á t i C a s d e
g e s t ã o a p l i C a d o s À s a ú d e
objetivos estratégiCos aliCerçados pelo entendimento da gestão de finanças e a Criação de valor para as organizações
M DÓ U L 0O 4
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FH | SAÚDE BUSINESS SCHOOL
36 ABRIL 2013 REVISTAFH.COM.BR
*FELIX THEISS JÚNIOR
OBJETIVOS ESTRATÉGICOS ALICERÇADOS PELO ENTENDIMENTO DA GESTÃO DE FINANÇAS E A CRIAÇÃO DE VALOR PARA AS ORGANIZAÇÕES
Seja na fase final da elaboração de um projeto empresarial ou planejamento estratégico (PE), ou na sua
implementação, os objetivos estratégicos corporativos são agrupados de forma a culminar com os resul-
tados econômico-financeiros. Na metodologia do Balanced Scorecard (BSC), da base para o topo, há as
perspectivas “aprendizagem e crescimento”, “processos internos”, clientes e financeira. Nas metodologias
da FDC (Fundação Dom Cabral), também da base para o topo, há os campos de resultado “patrimônio
humano”, “tecnologia e processos”, “valor para o cliente”, “mercado e imagem” e “econômico-financeiro”.
No mapa estratégico da figura 1 pode-se visualizar o anteriormente exposto. A exemplo dele, muitos
outros mapas estratégicos exibem, no campo de resultados econômico-financeiro (ou perspectiva finan-
ceira), os seguintes objetivos estratégicos:
Módulo 1 - Fabian SalumA parceria para o crescimento sustentado e explicação sustentável.
Módulo 2 - Mauricio ValadaresA importância de uma análise de risco nas estratégias de crescimento das organizações.
Módulo 3 - Marcos CarvalhoA gestão estratégica apoiada emprocessos eficientes.
Módulo 4 - Felix JrObjetivos estratégicas alicerçadas pelo entendimento de gestão de finanças e cria-ção de valor para as organizações. Módulo 5 - Acrísio TavaresA governança em TI, seu diferencial e apoio para o crescimento. Módulo 6 - Paulo VillamarimIdentificar talentos e lideranças é a estratégia para crescer.
Módulo 7 - Vincent DuboisA inteligência em força de vendas em mercados competitivos. Módulo 8 - Hugo TadeuA gestão de operações com foco na ino-vação de processos e serviços. Módulo 9 - Marcelo DiasComo evitar erros em decisões que só um CEO pode tomar? Módulo 10 – Newton GarzonA gestão por resultados: o equilíbrio entre curto e longo prazos. Módulo 11 - VérasLeitura de mercado e ações queevidenciem a proposta de valor das organizações. Módulo 12 - Pedro LinsCompetitividade sustentável – o con-ceito Blue nas organizações.
O PROJETO ENVOLVE OS SEGUINTES TEMAS:
Aumentar o faturamento; Aumentar a lucratividade; Aumentar o valor de mercado da empresa.
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Fin
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o
Aumentar ofaturamento
Reduzir o custode overhead
Reduzir o custofinanceiro
Aumentar ovalor de mercado
da empresa
Aumentar alucratividade
Melhorar acomunicação
interna
Aumentar acapacitaçãodos líderes Aumentar a
capacitaçãooperacional
Aumentar asatisfação doscolaboradores
mapa estratégico
Aumentar asvendas para o
setor imobiliário
Aumentar omarket share
Aumentar asatisfação dos
clientes
Aumentar as vendaspara novos clientes
Aumentar arecorrência de
compras
Aumentar aconversão de
propostas
Utilizar novastecnologias
Aumentar aprodutividade
Tendo em vista que aumentar o faturamento,
a lucratividade e o valor de mercado são obje-
tivos estratégicos comuns para a maioria das
empresas, o que se poderia oferecer sob a ótica
financeira que agregasse valor para os execu-
tivos elaboradores e implementadores dessas
estratégias em suas organizações?
Neste artigo, pretende-se oferecer uma con-
tribuição para a perspectiva da aprendi-
zagem e crescimento e provocar no leitor
ref lexões sobre a importância de algumas
questões financeiras estratégicas, que se não
compreendidas como tal, podem comprome-
ter a realização dos objetivos estratégicos da
perspectiva financeira.
Para tanto, apresentar-se-ão respostas para as seguintes perguntas:1. O indicador “faturamento” é realmente do tipo “quanto maior, melhor”?
Ou seja, imaginando uma empresa com excelente performance de ven-
das, ela pode crescer (aumentar o faturamento) o tanto quanto a sua área
comercial julga ser possível?
2. O monitoramento da lucratividade, mesmo que suas metas estejam
sendo atingidas mês após mês, é o suficiente para garantir o aumento do
valor de mercado da organização?
Por mais paradoxal que seja essa recomendação, afirmações do tipo “o céu
é o limite para o nosso faturamento” e “o nosso maior objetivo é a geração de
lucro” devem ser investigadas.
O primeiro paradigma a ser quebrado é o do crescimento sem limite. Na
figura 2 é apresentado um balanço reclassificado, de acordo com o Modelo
Fleuriet, de autoria de Michel Fleuriet.
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FH | saúde business school
38 Abril 2013 revistafh.com.br
FH | saúde business school
InvestImentos(ativo)
AtIvosoperAcIonAIs
40%
pAssIvosoperAcIonAIs
30%
pAssIvoserrátIcos
40%
pAssIvos errátIcos10%
pAssIvospermAnentes
30%
AtIvospermAnentes
50%
(passivo não circulante+ património líquido)
(ativo não circulante)
FInAncIAmentos(passivo)
Balanço reclassificado
Créditos de curto prazo decorren-tes do “negócio”
da empresa
Dívidas de curto prazo decorren-tes do “negócio”
da empresa
Disponibilidades (Caixa, Bancos e
Aplic. Financ). Dívidas onerosas de curto prazo
Realiz. a longo prazo, Investimen-tos, Imobilizados e
IntangíveisDívidas de longo
prazo e capital dos sócios
Esse balanço separa as contas ativas (investi-
mentos) e passivas (financiamentos) em três
grupos com características comuns entre as
contas que os compõem. São eles:
Contas Operacionais Contas Erráticas Contas Permanentes
As contas operacionais são aquelas impacta-
das exclusivamente pelo negócio da empresa,
ou seja, são todas as contas do ativo circulante,
exceto as disponibilidades (do lado do ativo),
e todas as contas do passivo circulante, exceto
as dívidas onerosas (do lado do passivo). A
principal característica das contas operacio-
nais é que elas tendem a apresentar uma varia-
ção semelhante a do faturamento da empre-
sa. Assim, estão sempre presentes no balanço,
mantendo praticamente constante suas partici-
pações percentuais sobre o faturamento.
As contas erráticas são impactadas por outras
operações que não necessariamente o negócio
da empresa, ou seja, são constituídas pelas dis-
ponibilidades (do lado do ativo) e pelas dívidas
onerosas (geradoras de despesas financeiras)
do passivo circulante (do lado do passivo). A
principal característica das contas erráticas é
que apresentam comportamento totalmente
aleatório (errático) em relação ao faturamento
da empresa.
As contas permanentes são de longo prazo,
formadas pelo ativo não circulante (do lado
do ativo), e pelo passivo não circulante mais o
patrimônio líquido (do lado do passivo). A prin-
cipal característica das contas permanentes é
que as decisões sobre suas alterações são estra-
tégicas, geralmente tomadas pelo alto escalão
da empresa.
No exemplo apresentado na figura 2, os investi-
mentos realizados nas contas operacionais ati-
vas não são totalmente financiados pelas con-
tas operacionais passivas. Percebe-se que há
uma diferença equivalente a 10% do total dos
investimentos (40% – 30%) a ser
financiada por outras fontes. Essa
diferença é chamada de – neces-
sidade de capital de giro (NCG).
Percebe-se também que as contas
permanentes passivas não estão
financiando integralmente os
investimentos realizados nas con-
tas permanentes ativas. Há uma
diferença negativa igual a 20%
do total dos investimentos (30% –
50%) a ser financiada por outras
fontes. Essa diferença é chamada
de Capital de Giro (CDG)
Ainda no exemplo da figura 2, as
“outras fontes” comentadas nos
dois parágrafos anteriores se refe-
rem a dívidas onerosas (gerado-
ras de despesas financeiras) de
curto e curtíssimo prazos, num
total equivalente a 30% do total
dos investimentos, sendo 10%
para financeiras o saldo das con-
tas operacionais ativas e 20% para
financiar o saldo das contas per-
manentes ativas. Esses 30% são
chamados de T (tesouraria). Ao
longo do tempo, se o crescimen-
to da NCG for sistematicamente
maior do que o crescimento do
CDG, acarretando na diminuição
contínua do T, tem-se o fenômeno
denominado efeito tesoura, con-
forme se observa na Figura 3.
Figura 2
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39
Efeito tesoura
NCG
CDG
T
A partir dos lucros gerados pela empresa – que aumentam o seu patri-
mônio líquido – e das depreciações e amortizações – que diminuem
seu ativo não circulante, ocorre o incremento natural do CDG. É o que
se chama de autofinanciamento (AF). Quando o autofinanciamento
for maior do que a NCG da empresa, não haverá o efeito tesoura. Isso
porque o próprio negócio estará gerando os recursos necessários para
financiar a NCG. Esta afirmação é verdadeira independentemente do
crescimento da organização. Ou seja, esse crescimento será sustentá-
vel sempre que o autofinanciamento for maior que a NCG. Já a recípro-
ca nem sempre será verdadeira. Ou seja, mesmo que o autofinancia-
mento seja menor do que a NCG, isto não acarretará obrigatoriamente
no efeito tesoura. Mas, para que o efeito tesoura não se “instale”, haverá
um limite superior para o crescimento da organização.
Resumindo:• Se o autofinanciamento for maior do que a NCG não haverá efei-
to tesoura, independentemente do crescimento do faturamento da
empresa.
• Se o autofinanciamento for menor do que a NCG, não haverá efeito tesou-
ra desde que o crescimento do faturamento respeite um limite superior.
• Se o autofinanciamento for menor do que a NCG e a empresa apre-
sentar crescimento de seu faturamento acima de um limite superior,
haverá efeito tesoura.
E como se define esse limite superior do crescimento no caso do autofi-
nanciamento ser menor do que a NCG da empresa? Apesar de esse cálcu-
lo ser possível com os valores do autofinanciamento e da NCG expressos
em unidade monetária (R$, por exemplo), o usual é realizá-lo em valores
percentuais, para incluir o conceito de ciclo financeiro.
Se cada conta operacional do balanço, tanto as ativas, como as passivas,
for convertida em percentual da receita operacional bruta (ROB) e esse
percentual for aplicado sobre a quantidade de dias do período para o qual
essa ROB foi apurada, chega-se ao prazo médio de realização (recebimen-
to ou pagamento) da respectiva conta. Assim, por exemplo, supondo-se
que a ROB anual seja igual a R$ 180 milhões, que a conta clientes (ativo
operacional) seja de R$ 22,5 milhões e que a conta fornecedores (passivo
operacional) seja de R$ 18 milhões, tem-se:
• Clientes = 12,5% da ROB => prazo médio de recebimento = 45 dias (12,5% de 360 dias)
• Fornecedores = 10% da ROB => prazo médio de pagamento = 36 dias (10% de 360 dias)
Da mesma forma como foi feito com essas duas contas operacionais, o
mesmo pode ser feito com as demais contas também operacionais. E
como a NCG é igual à diferença entre as contas operacionais ativas e as
contas operacionais passivas, pode-se fazer o mesmo com a NCG. Desta
constatação, pode-se concluir que:
Nessa fórmula, o ciclo financeiro estará expresso em “dias de ROB”. Na
sequência, contudo, será considerado o ciclo financeiro (CF) expresso em
“% da ROB”, adotando-se a seguinte fórmula:
NCGCiclo Financeiro = ----------- X quantidade de dias do período de apuração da ROB ROB
NCGCiclo Financeiro (CF) = ----------- ROB
Fig
ura
3
Lucros Retidos + DepreciaçãoTaxa de autofinanciamento (AF) = ------------------------------------------------- ROB
A taxa de autofinanciamento (AF), que também será considerada para se determi-
nar o limite superior do crescimento da ROB, é dada pela seguinte fórmula:
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FH | SAÚDE BUSINESS SCHOOL
AFLimite superior do crescimento = --------------- CF – AF
AF 10%Limite superior do crescimento = ------------ = ------------------- = 67% ao ano CF – AF 25% – 10%
Finalmente, conhecidas essas variáveis, pode-se determinar o limite
superior do crescimento no caso do autofinanciamento ser menor do que
a NCG da empresa. Eis a fórmula:
Exemplo: considere-se uma empresa cuja taxa de autofinanciamento seja
de 10% da ROB e que seu ciclo financeiro represente 25% da ROB anual. Com
estas informações, conclui-se que o autofinanciamento é menor do que a
NCG da empresa e, portanto, ela terá um limite superior para que seu cresci-
mento seja sustentável. Esse limite superior é de 67% ao ano, pois:
Para testar essa métrica, apresentar-se-ão duas simulações. Na primeira,
essa empresa crescerá 100% ao ano e, na segunda, 67% ao ano, respeitan-
do o cálculo de seu limite superior de crescimento. Aos dados anterior-
mente apresentados, acrescenta-se ainda: a ROB no ano 1 é de 12 mil e o
CDG (Capital de Giro) é de 4 mil.
Na figura 4, nota-se que a NCG, em todos os anos, equivale a 25% da ROB,
enquanto que o autofinanciamento equivale a 10% da ROB. O CDG de um
ano (exceto do ano 1, que foi dado) é igual ao CDG do ano anterior mais o
autofinanciamento do ano atual (6.400 = 4.000 + 2.400). O T é dado pela
diferença entre CDG e NCG.
Com AF de 10% da ROB e CF de 25% da ROB, essa empresa não poderia cres-
cer mais do que 67% ao ano. Como nesta simulação se prevê um crescimen-
to anual de 100%, percebe-se claramente que ela mergulhou no efeito tesou-
ra, endividando-se cada vez mais com recursos de curto e curtíssimo prazos
para financiar esse crescimento. Provavelmente ela atingirá a insolvência.
Na simulação da figura 5, a empresa respeita o limite superior para o
seu crescimento, pois seu autofinanciamento é menor do que sua NCG.
Desta maneira, ela não incorrerá no efeito tesoura e manterá a sustenta-
bilidade de seu crescimento.
O segundo paradigma a ser quebrado é a crença de que o
monitoramento da lucratividade, com foco exclusivo na per-
formance apresentada na DRE (demonstração de resultados)
já é o suficiente para garantir o aumento do valor de mercado
da organização.
Supondo-se duas empresas com os mesmos faturamentos
periódicos, onde a primeira apresenta o dobro da lucrativi-
dade da segunda, não se pode afirmar que essa primeira tem
maior valor de mercado do que a segunda. Isto dependerá de
outros fatores, tais como os investimentos realizados, os ciclos
financeiros e os custos de capital de cada uma delas.
Se os esforços realizados pela primeira empresa represen-
tarem o quádruplo dos esforços da segunda, esta terá valor
de mercado maior do que aquela, mesmo que gere a meta-
de da lucratividade.
Ou seja, mesmo não restando dúvida de que a análise da DRE
é importantíssima, ela por si só não é suficiente. O executi-
vo financeiro, responsável pelo monitoramento do valor de
mercado da organização, deve contemplar os investimentos
necessários para gerar os resultados corporativos, bem como
os recursos necessários para financiar tais investimentos.
Reflexão final: um sistema orçamentário que considere a pro-
jeção única e exclusiva da DRE não é completo. Ele só o será
se considerar também a projeção do balanço patrimonial, de
forma a permitir o monitoramento dos investimentos, do ciclo
financeiro e da estrutura de capital com respectivo custo.
Crescimento de 100% ao ano
Crescimento de 67% ao ano
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5ROB anual 12.000 20.000 33.333 55.556 92.593
NCG 3.000 5.000 8.333 13.889 23.148
Autofinanciamento 1.200 2.000 3.333 5.556 9.259
CDG 4.000 6.000 9.333 14.889 24.148
T 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5ROB anual 12.000 24.000 48.000 96.000 192.000
NCG 3.000 6.000 12.000 24.000 48.000
Autofinanciamento 1.200 2.400 4.800 9.600 19.200
CDG 4.000 6.400 11.200 20.800 40.000
T 1.000 400 (800) (3.200) (8.000)
Figura 4
Figura 5
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4141
Quando se aplica essa visão ao setor da saúde, consi-derando um setor que tem muitas instituições filan-trópicas e depende de repasse do governo, quais são as principais dificuldades?Considerando duas situações: as instituições filantrópicas
que têm nos repasses governamentais sua única fonte de
receita e aquelas que, além dos repasses governamentais,
buscam outras fontes de receita.
No primeiro caso, a dificuldade e o risco são muito grandes,
devido às incertezas quanto ao recebimento dessas receitas
(mesmo que definidas por legislação). Neste caso, resta aos
gestores um rígido controle sobre os custos e despesas, além
da formação de uma reserva para fazer frente aos atrasos nos
repasses e/ou aos cancelamentos dos mesmos.
Já no segundo caso, o risco do negócio se torna menor
e o senso de responsabilidade tende a ser maior quanto
menor for a dependência dos recursos governamentais.
Aqui, a maior dificuldade é justamente a busca sistemáti-
ca de inspiração e transpiração para procurar essas outras
fontes de receitas.
É fundamental que tais entidades estejam conscientes de
suas responsabilidades sociais.
2. No texto você coloca que o primeiro paradigma a ser quebrado é o do crescimento sem limite. Por quê?Muitas empresas ignoram os impactos no caixa gerados pelo
crescimento organizacional. É realmente um paradigma a
ser quebrado, pois muitos gestores, de forma equivocada,
acreditam que quanto maior for o faturamento da empresa,
melhor será a sua performance. O crescimento acima da
capacidade da empresa torná-la-á vítima do Efeito Tesoura.
3. Em um BSC de cinco anos, o executivo financei-ro identifica que o planejamento financeiro deve ser mudado por conta do resultado no ano analisado. Como ele deve agir?O executivo financeiro é o responsável pela gestão dos ati-
vos (investimentos) e passivos (financiamentos) da empresa.
Dos investimentos, obtém-se o retorno. Dos financiamentos,
tem-se o custo do dinheiro. Num planejamento financeiro
deve-se contemplar que o retorno gerado pelos investimen-
tos seja maior do que o custo do dinheiro utilizado para
financiar tais investimentos. Se ele perceber que a execução
do planejamento não proporcionará esse ganho, cabe a ele
reunir as áreas geradoras de resultados na empresa e apre-
sentar a situação. Dessa forma, evitar-se-ão os insucessos do
planejamento estratégico e do orçamento empresarial.
4. Como fazer com que BSC e balanço patrimonial este-jam alinhados?É importante esclarecer que o BSC é uma peça do planeja-
mento estratégico (PE), que é o início de tudo. O BSC objetiva
permitir a medição e gestão de desempenho, a partir do
apontamento dos objetivos estratégicos agrupados em qua-
tro perspectivas. Após a elaboração do PE, o próximo passo
é a elaboração do orçamento empresarial, composto pela
demonstração de resultados (DRE), balanço patrimonial e
fluxo de caixa.
O orçamento empresarial, então, pode ser encarado como
a quantificação dos objetivos estratégicos da perspectiva de
finanças do BSC. Se não houver o alinhamento entre PE, BSC
e as peças do orçamento, a empresa não terá um modelo de
gestão em sua plenitude.
Entrevista com o autor
Sobre o autor:Professor de Finanças da Fundação Dom Cabral, Consultor Financeiro e Diretor da Felix Theiss & Associados S/C. Também é mestre em Administração de
Negócios.
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