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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
OBJETO DE APRENDIZAGEM COLABORATIVA - OAC
Autores: Maria Goreth da Silva Magatão e Euclides Fontoura da Silva Junior.
Estabelecimento: Instituto de Educação do Paraná Profº Erasmo Pilotto.
Ensino Médio
Conteúdo Estruturante: Implicações dos Avanços Biológicos no Fenômeno Vida.
Conteúdo Específico: “Genética – DNA: A Base Molecular da Vida.”
Palavras chaves: Biologia, Genética, DNA.
PROBLEMATIZAÇÃO DO CONTEÚDO:
É possível tornar as aulas de genética mais envolventes e instigantes para o
aluno?
Vida - Genética - DNA
A disciplina de Biologia estuda o fenômeno VIDA em todos os seus aspectos, o
que por si só, deveria ser algo estimulante para o aluno. Mas, o que vemos em
nossas escolas, são aulas expositivas, descontextualizadas, sem motivação, onde o
aluno limita-se a simples cópia, tanto de textos, como de respostas prontas ao
famoso questionário. A genética é dada como preparação para o vestibular,
desconectada da realidade. Pretende-se neste trabalho, explorar este conteúdo tão
cheio de indagações e contextualizações de forma a torná-lo algo atrativo e
significativo para o aluno. O estudo do DNA é um campo muito rico a ser abordado,
pois são muitas as descobertas neste setor, gerando inúmeras discussões, o que
permite também o desenvolvimento de valores, como ética, respeito, cidadania, meio
ambiente. O presente trabalho pretende abordar este conteúdo especificamente,
como forma de auxiliar os professores na implementação de suas aulas e contribuir
para a melhoria da qualidade do ensino.
Referências:
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da
Educação Básica do Paraná, Curitiba, 2007.
GRIFFITHS, A.J.F. et. al. Introdução à Genética. Rio de Janeiro: Koogan S.A.,
2002.
INVESTIGAÇÃO DISCIPLINAR:
“O Significado do DNA.”
O ser humano possui em suas células um número aproximado de 30.000 genes.
Este número não é muito grande, se comparado a outros seres vivos, como a mosca
que contem 13.000 genes, ou um verme, com cerca de 20.000 genes, animais muito
menos complexos do que o homem. Como podemos explicar então, a complexidade do
ser humano em relação a outros seres vivos?
O estudo do genoma humano revela também, uma grande quantidade de DNA
não-codificante, isto é, seqüências sem sentido que não codificam proteínas. Por que
estas seqüências sem sentido estão presentes em nosso DNA? O que elas podem
significar?
Outra revelação no estudo de nosso genoma é a de que as células reprodutoras
masculinas, os espermatozóides, são os grandes portadores de mutações. Sendo
assim, serão eles os agentes de inovação biológica, uma vez que as mutações são os
principais fatores do desenvolvimento evolutivo?
As pesquisas científicas nesta área são muitas, quem não gostaria de saber
suas virtudes e fraquezas genéticas? Mas até que ponto saber, se terá uma doença ou
não no futuro, pode ser benéfico para uma pessoa? E se esta doença não tem cura
vale a pena saber se tem predisposição para ela?
Referências:
Site: wwwodnavaiaescola.com
Acessado em dezembro de 2007.
SNUSTAD, P.; SIMMONS, M.J. Fundamentos de Genética, Koogan S.A.,2001.
PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR:
“Genética - DNA e as Relações Interdisciplinares”.
O trabalho interdisciplinar tem como objetivo ampliar a abordagem do conteúdo
que está sendo estudado em outras áreas do conhecimento. Neste caso pode-se
trabalhar em conjunto com a disciplina de Química onde o professor vai explorar como
acontecem as ligações químicas entre os átomos de elementos químicos, para a
formação dos nucleotídeos, estrutura da molécula de DNA, bases nitrogenadas,
aminoácidos e finalmente as proteínas. A disciplina de Língua Portuguesa também
poderá ser envolvida no projeto através de poesias, textos e outras formas de
apresentação do conteúdo abordado. Em matemática vários conceitos como
proporções matemáticas, binômio de Newton, erro padrão e testes estatísticos podem
ser desenvolvidos. Dentro da Língua Inglesa o professor poderá explorar textos a
respeito do assunto, pois grande parte dos trabalhos publicados está escrito em Inglês
e seria bastante interessante para os alunos traduzir para nossa língua as novas
descobertas científicas. As disciplinas de História e Geografia poderão envolver-se com
o conteúdo, em seu contexto histórico e geográfico, caracterizando em que local, data,
cientista, se deu a História da Ciência, enfocando a Genética, com ênfase no DNA.
Finalmente a disciplina de Artes pode contribuir de forma efetiva com esta atividade, na
elaboração de escultura, pintura, origami da molécula de DNA, teatro científico e
músicas sobre o tema.
Em todo trabalho interdisciplinar é importante relacionar os conceitos científicos
com temas do cotidiano para que o aprendizado seja realmente significativo para o
aluno permitindo a construção do conhecimento.
Segundo KUENZER (2005) “Ao mesmo tempo em que se pretende uma ação
interdisciplinar não se pode perder de vista que todo conhecimento deve ser histórica e
socialmente contextualizado. Não se pode deixar de considerar a possibilidade de
transformar os alunos - e muitas vezes também os professores - da situação de
espectadores, para a condição de agentes do processo educativo.”
Referências:
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da
Educação Básica do Paraná, Curitiba, 2007.
KUENZER, A.Z.(Org.). Ensino Médio: construindo uma proposta para os que
vivem do trabalho. São Paulo: Cortez, 2005.
CONTEXTUALIZAÇÃO:
“Genética – DNA e conhecimento histórico-social.”
A Genética é o ramo da Biologia que estuda a forma como se transmitem as
características hereditárias de geração para geração. Os estudos nesta área iniciaram
em 1865, na cidade de Brünn, hoje Brno na República Tcheca, quando Gregor Mendel
um monge agostiniano, descobriu que as características hereditárias eram determinadas
por unidades hereditárias, atualmente conhecidas como genes, que se transmitiam de
uma geração a outra. Com suas pesquisas, Mendel veio a corroborar com a teoria
evolucionista de Charles Darwin, a qual estabelecia que as espécies se modificavam
pela ação seletiva do ambiente e das variações existentes na população (Griffiths et al,
2002).
Sutton e Boveri (1902) reconheceram que o comportamento das partículas de
Mendel durante a produção de gametas em ervilhas, era exatamente paralelo ao
comportamento dos cromossomos na meiose: os genes existem aos pares (como os
cromossomos); os alelos de um gene se segregam igualmente em gametas (como os
membros de um par de cromossomos homólogos); diferentes genes atuam
independentemente (como os diferentes pares de cromossomos). Desta forma, ambos
chegaram à mesma conclusão, de que o comportamento paralelo dos genes e
cromossomos sugere que os genes estão situados nos cromossomos. (Griffiths et al,
2002).
Em 1923, Frederick Griffith realizou experimentos com bactérias que mostravam
que uma cepa inofensiva de bactérias pode se transformar em infecciosa quando
misturada com uma cepa virulenta de bactéria morta. A bactéria morta aparentemente
transferia o que foi chamado de princípio transformante à bactéria inofensiva. Estes
testes foram refeitos novamente por volta de 1940 e chegou-se à conclusão de que não
era a proteína a molécula genética, mas sim o DNA.
Ao analisarmos a história da Ciência ao longo dos tempos, percebemos que ela
não é neutra em relação ao contexto social. Segundo FREIRE-MAIA (1992), “produto da
sociedade, influi nela e dela sofre as influências.” Esta influência pode ser percebida
quando Mendel ao apresentar seu trabalho sobre as principais leis da Genética em 1865,
não obteve credibilidade no meio científico da época. Por muitos anos, os estudos de
Mendel foram esquecidos, pois além de ser padre e não estar ligado a nenhuma
universidade, a análise dos dados era muito complexa e os conceitos matemáticos como
o de probabilidade eram pouco conhecidos. A ciência oficial da época ignorou seus
esforços e somente em 1900 (35 anos depois) as leis de Mendel foram redescobertas
num outro contexto histórico-social.
Nos dias de hoje a ciência está cada vez mais presente no cotidiano das pessoas
interferindo nele e dele retirando subsídios para seu desenvolvimento. Estudos
envolvendo o DNA tem sido destaque dentro das pesquisas científicas. A clonagem, a
produção de alimentos transgênicos, as pesquisas com células-tronco, os testes de
paternidade, as novas descobertas na área médica, são assuntos que fazem parte do
dia-a-dia de nossos alunos e que trazem por si só uma motivação a mais para nossas
aulas. Cabe ao professor aproveitar esta oportunidade para explorar conteúdo de
tamanha importância para a disciplina de Biologia.
Referências:
GRIFFITHS, A.J.F. et. al. Introdução à Genética. Rio de Janeiro: Koogan
S.A.,2002.
FREIRE-MAIA, Newton. A ciência por dentro.Petrópolis: Vozes, 1992.
SNUSTAD, P.; SIMMONS, M.J. Fundamentos de Genética, Koogan S.A., 2001.
SÍTIOS:
1.“O DNA vai à escola.”
http://www.odnavaiaescola.com
Este site é um consórcio internacional sócio-educacional formado por
profissionais de várias áreas que tem como objetivo a educação, buscando informar os
interessados sobre o desenvolvimento da biomedicina. Nele você poderá encontrar
muitos assuntos interessantes ligados a área de Genética, como explicações para
vários conteúdos, textos para debates, sugestões de filmes, e uma série de atividades
práticas que você poderá fazer com seus alunos no laboratório ou mesmo em casa.
Você poderá ainda, inscrever-se para receber o Gene-Papo, um boletim eletrônico
semanal contendo as últimas informações e notícias do mundo da genética.
Professores e alunos poderão participar também das oficinas. Aproveite esta
ferramenta, o site é muito interessante.
Acessado em dezembro de 2007.
2. “Ciência Hoje.”
http://cienciahoje.uol.com.br/
A Biologia de uma forma geral é abordada neste site que possui um arquivo
amplo de publicações. São inúmeras reportagens sobre os mais variados assuntos. No
caso específico da Genética basta digitar a palavra Genética ou DNA no campo busca
e um material diversificado e rico é disponibilizado ao usuário. Para aqueles
professores que trabalham com as séries iniciais do Ensino Fundamental existe um link
que dá acesso à Revista Ciência Hoje para as Crianças, com diversos assuntos para
esta faixa etária. Existe ainda a opção de acessar a Ciência Hoje na Escola, destinada
à Educação Básica. Vale à pena conferir.
Acessado em dezembro de 2007.
SONS E VÍDEOS:
1. Genética.
Este DVD elaborado por professores do Departamento de Genética, do Setor
de Ciências Biológicas, da Universidade Federal do Paraná, tem como objetivo
principal fornecer informações básicas a pessoas interessadas em Genética,
principalmente professores e estudantes de Ensino Médio e Superior. São muitas
opções, entre elas textos, imagens, animação, jogos e vídeos sobre os principais
temas relacionados a esta área. Todas estas ferramentas estão à disposição para
tornar mais interessante e divertido o ensino da Genética. Este material está
disponível no Departamento de Genética da Universidade Federal do Paraná.
Referência: GENÉTICA. Autores: Remy Lessnau e João Carlos Marques
Magalhães. Série Didática I Funpar. Ano: 2004.
2. Gattaca
Este filme dirigido por Andrew Niccol leva às telas um mundo onde apenas os
geneticamente perfeitos conseguem posições de destaque. Elenco: Ethan Hawke,
Uma Thurman e Jude Law. Recebeu uma indicação ao Oscar como melhor direção
de arte. A história estimula reflexões sobre as questões éticas que envolvem os
aspectos genéticos e o professor poderá usar este recurso para promover debates.
Sinopse: Num futuro no qual os seres humanos são criados geneticamente em
laboratórios, as pessoas concebidas biologicamente são consideradas "inválidas".
Vincent Freeman (Ethan Hawke), um "inválido", consegue um lugar de destaque em
uma corporação, escondendo sua verdadeira origem. No entanto sua identidade pode
ser revelada.
Referência: GATTACA. Direção de Andrew Niccol. 1997. (112 min).
3. Código 46
Este filme dirigido por Michael Winterbottom mostra um futuro onde a entrada
nas cidades é controlada, e para viajar as pessoas precisam de salvo-conduto. O
elenco conta com Tim Robbins e Samantha Morton e apresenta algumas cenas que
precisam ser avaliadas antes de serem mostradas aos alunos, mas é um filme de
ficção que estimula muitas reflexões.
Sinopse: Num futuro não muito distante, o controle para entrada e saída das
cidades é muito rígido, feito através de pontos de checagem. Para viajar as pessoas
precisam do salvo-conduto, um seguro especial de viagem. Os cidadãos sem seguro
são segregados em bairros pobres, pois ao redor das cidades o deserto tomou conta.
William (Tim Robbins) é um investigador de seguros e foi designado por sua empresa
para resolver um caso de salvo-condutos forjados em outra cidade onde encontra
Maria (Samantha Morton). Ele se apaixona por ela e, mesmo sabendo que Maria é a
culpada pelas fraudes, não a denuncia. O salvo-conduto forjado provoca uma morte,
ele é obrigado a retornar à cidade para reencontrar Maria.
Referência: CÓDIGO 46. Direção de Michael Winterbottom. 2003. (90 min).
4. Filhos da Esperança
Este filme de ficção, dirigido por Alfonso Cuarón recebeu 3 indicações ao
Oscar. No elenco, Clive Owen, Julianne Moore, Michael Caine e Chiwetel Ejiofor. É
um material rico, que também poderá ser usado em debates, estimulando os alunos à
reflexões e questionamentos sobre os limites do ser humano.
Sinopse: No ano de 2027 sem uma razão aparente, as mulheres não
conseguem mais ficar grávidas. São muitas as discussões sobre a possibilidade de
extinção da espécie humana. Na cidade de Londres, arrasada pela violência e pelas
seitas nacionalistas em guerra, vive Theodore Faron (Clive Owen), ex-ativista
desiludido que se tornou um burocrata. Ele e sua ex-esposa Julian (Julianne Moore),
passam a proteger a qualquer custo uma jovem que misteriosamente aparece
grávida, pois acreditam que a criança seja a salvação da humanidade. O filme é de
excelente qualidade.
Referência: FILHOS DA ESPERANÇA. Direção de Alfonso Cuarón. 2006. (109
min).
PROPOSTA DE ATIVIDADES:
As atividades sugeridas têm como objetivo principal trabalhar alguns
conhecimentos básicos da Genética através de uma ação prática, destacando a
interação entre professor e aluno.
1. O DVD Genética citado no item sons e vídeos apresenta uma série de
atividades que podem ser aproveitadas pelo professor em sala de aula, como laboratório
virtual para observação de algumas descobertas científicas, simulador, animações,
jogos, enfim várias opções onde os alunos podem aprender Genética brincando.
2. Transcrição e Tradução: O Jogo do Código Genético
Sabe-se da importância para ensino da Biologia do trabalho de estruturação e
replicação do DNA e dos seus mecanismos de transcrição em RNA mensageiro, de
tradução do RNA mensageiro em proteínas e as propriedades do código genético e
sabe-se também, das dificuldades encontradas por muitas escolas que não possuem
laboratórios aparelhados para ofertar condições de aulas práticas. No livro Exercícios
Práticos de Genética de João Lúcio de Azevedo e Sérgio Olavo Pinto da Costa, você
poderá encontrar uma sugestão de jogo de cartas, que não necessita de muitos recursos
e que pode ser confeccionado facilmente por professores e alunos. As cartas do baralho
representam as bases nitrogenadas encontradas tanto no DNA como no RNA e os
aminoácidos que formam as proteínas. O objetivo deste jogo é trabalhar estes
mecanismos de uma forma interativa, onde os alunos poderão iniciar a atividade
preparando as cartas do baralho. Os materiais e métodos poderão ser encontrados a
partir da página 199 do livro sugerido, no capítulo ação gênica.
Referência: AZEVEDO, J. L.; COSTA, S. P. Exercícios Práticos de Genética.
São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1973.
3. Extração de DNA de Cebola
Esta atividade é uma sugestão de prática onde os alunos, através da observação,
poderão conhecer a estrutura do DNA (ácido desoxirribonucleico). O trabalho pode ser
desenvolvido em grupos de 4 alunos. O material é de baixo custo e fácil obtenção.
Material:
1 cebola picada
copo
1 colher de sopa de detergente
Água quente (70o – 75o C)
Papel de filtro
2 colheres de sopa de álcool (conservado no congelador)
Palito japonês
Procedimento
Colocar a cebola picada no copo e acrescentar detergente e a água quente e
esperar 15 minutos. Em seguida colocar sob gelo. Filtrar a mistura e acrescentar álcool.
Observar o aparecimento de duas fases. A solução aquosa contendo o DNA ficará na
fase que está embaixo.
Com o auxílio do palito, faça movimentos giratórios e observar-se-á a adesão dos
filamentos (moléculas de DNA) no palito.
4. Origami de DNA
Esta atividade foi apresentada no 53º Congresso Nacional de Genética, em
setembro de 2007, no Rio de Janeiro e é para aqueles professores que possuem dons
artísticos e habilidade para dobrar o papel. O origami é uma arte de origem japonesa,
importante no desenvolvimento intelectual, pois exige concentração, estimula a
imaginação e desenvolve a destreza manual. As regras básicas são: usar folhas de
papel quadrado e não cortar o papel. Os passos para montar sua molécula de DNA você
poderá encontrar no site www.odnavaiaescola.com, no link atividades práticas. Para
quem tem habilidade, esta atividade tem baixo custo e poderá ser uma boa opção para
aqueles professores que não possuem em sua escola equipamentos de laboratório.
Referências:
Site: www.odnavaiaescola.com
Acessado em dezembro de 2007.
IMAGENS:
Referências:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:DNA_Overview.png
Acessado em janeiro de 2008.
SUGESTÕES DE LEITURA:
1. Engenharia Genética: O Sétimo Dia da Criação
Este livro escrito pela médica Fátima Oliveira é indicado para quem deseja
entender melhor a engenharia genética e temas relacionados. É um livro didático que
aborda o assunto com eficiência, desde os aspectos biológicos e evolutivos até os
relativos à bioética, passando por pontos polêmicos importantes da atualidade. A forma
contextualizada com que é trabalhado torna-o mais próximo da vida dos leitores em
geral. Isso permite que a informação científica seja compreendida pelas pessoas com
mais facilidade, contribuindo para melhorar a qualidade das discussões sobre o assunto.
Referência:
OLIVEIRA, F. Engenharia Genética: O Sétimo Dia da Criação. São Paulo:
Moderna, 2004.
2. Alteração de cinco genes pode provocar o mal de Alzheimer
Este artigo disponível em www.folha.uol.com.br é uma reportagem sobre a doença
neurodegenerativa do Alzheimer que tem afetado aproximadamente 20 milhões de
pessoas em todo mundo. Além desta notícia você poderá encontrar muitas outras
reportagens sobre diversos assuntos na área da ciência. Vale à pena conferir.
Referência:
http://www.folha.uol.com.br/
Acessado em dezembro de 2007
3. Revista Ciência Hoje
A Revista Ciência Hoje é um veículo de divulgação científica do Instituto Ciência
Hoje (ICH), vinculada à Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
Publicada desde 1982, oferece um panorama completo da produção científica das
universidades, institutos e centros de pesquisa nacionais e dos avanços da ciência
internacional. A revista é direcionada à comunidade acadêmica, aos professores e
estudantes de ensino médio e à sociedade em geral. Além da Revista Ciência Hoje, o
Instituto publica outros veículos de comunicação como Ciência Hoje Para Crianças,
Ciência Hoje na Escola entre outros.
Na edição nº 241 você poderá encontrar uma reportagem sobre a enxaqueca,
reconhecida hoje como um sério problema de saúde que afeta milhões de pessoas em
todo mundo. A influência dos genes na doença é abordada e poderá auxiliar o aluno no
entendimento de que a genética não determina somente características externas como a
cor dos olhos, mas também se relaciona a diversos aspectos.
Referência:
CIÊNCIA HOJE. Rio de Janeiro: Instituto Ciência Hoje, nº 241/2007.
4. Revista Ciência Hoje das Crianças.
“Já viu porco com patas e focinho coloridos? E cabra que dá leite capaz acelerar a
cicatrização de ferimentos? Ao contrário do que você possa estar pensando, não
estamos falando de criaturas de filmes de ficção. Esses animais são resultado de
experimentos científicos de verdade! Se você tiver curiosidade, podemos conversar
sobre como essas e outras modificações nos seres vivos são possíveis e por que os
cientistas fazem isso. Que tal?”
Este é um fragmento de uma reportagem veiculada na Revista Ciência Hoje das
Crianças nº 122. Esta revista apesar de ser direcionada para o público infantil apresenta
uma série de reportagens com linguagem acessível, que pode levar os alunos a
compreensão de assuntos ligados à genética, além de trazer algumas sugestões de
atividades práticas bem interessantes. A revista estimula a curiosidade e é distribuída
pelo MEC a muitas escolas como material paradidático.
Referência:
CIÊNCIA HOJE DAS CRIANÇAS. Rio de Janeiro: Instituto Ciência Hoje, nº
122/2002.
NOTÍCIA:
1. Banco de DNA ajuda na localização de menores desaparecidos.
Esta notícia foi retirada na íntegra do site www.comciencia.br. A reportagem
mostra a inter-relação existente entre a Ciência e a sociedade. O projeto Caminho de
Volta desenvolvido pela Faculdade de Medicina da USP tem como objetivo principal
montar um banco de DNA com a finalidade de contribuir na localização de crianças
desaparecidas. Trabalhando em conjunto com a Secretaria de Segurança Pública do
Estado de São Paulo, o projeto atua na capital paulista, em algumas cidades do Estado
de São Paulo e também no Paraná.
“O uso da tecnologia pode ajudar na busca de crianças e adolescentes
desaparecidos. Com a criação de um banco de DNA dos pais ou parentes próximos do
desaparecido é possível avaliar o vínculo genético com indivíduos que forem localizados.
O projeto Caminho de Volta, criado em 2004 na Faculdade de Medicina da USP
em parceria com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, possui um
banco de DNA e um banco de dados destinados a auxiliar no processo de busca dos
desaparecidos, pelo uso de técnicas de biologia molecular, genética e informática.
Estima-se que no Brasil cerca de 40 mil crianças e adolescentes desaparecem por
ano, sendo oito mil somente no Estado de São Paulo. Dentre as principais causas dos
desaparecimentos estão as fugas de lares violentos, que correspondem a cerca de 70%
dos casos. O DNA, que pode auxiliar nas buscas, é a abreviatura de ácido
desoxirribonucleico, uma molécula orgânica que reproduz o código genético e contém
toda a informação genética de um indivíduo. Os bancos de DNA ou bancos de material
genético são arquivos de amostras biológicas, ou seja, de DNA ou seqüências de DNA
para diferentes finalidades.
O banco de DNA permite a rápida e ágil avaliação de vínculo genético das
crianças e adolescentes encontrados. Além disso, a coleta de dados pessoais do
desaparecido, com informações sobre a organização familiar e sobre as circunstâncias
do desaparecimento compõem o banco de dados que possibilita o cruzamento das
informações armazenadas.
O projeto atinge oito cidades e a capital paulista e, desde agosto, também o
Paraná. O banco de DNA do Caminho de Volta é o primeiro do país com a finalidade de
encontrar crianças e adolescentes desaparecidos e a idéia é que seja estendido para o
Brasil inteiro; porém, ainda não há previsão para sua implantação em outros estados. O
banco de DNA desse projeto conta hoje com 560 famílias cadastradas e sob
acompanhamento. Cerca de 60% das crianças são encontradas ou voltam
espontaneamente para casa. O banco de DNA identificou até o momento quatro
crianças, sendo que três delas foram encontradas mortas. A quarta criança esteve em
um abrigo enquanto estava desaparecida. No Paraná, 30 famílias foram recentemente
cadastradas.
O projeto atende famílias que tiveram seus filhos desaparecidos, desde que com
idade inferior a 18 anos, mas é preciso que seja feito um boletim de ocorrência do
desaparecimento. Casos antigos também são aceitos, desde que estes pré-requisitos
sejam atendidos. “Após o esclarecimento sobre o projeto, as famílias que desejam
participar assinam um termo de consentimento, respondem a um questionário
estruturado sobre o desaparecimento, a estrutura familiar e o perfil emocional da
criança”, explica Gilka Gattás, professora da Faculdade de Medicina da USP e
coordenadora do projeto Caminho de Volta. Então, uma gota de sangue dos pais é
coletada em um papel de filtro especial para análise do DNA, que pode ser guardado por
até 20 anos.
A família volta a conversar com o mesmo psicólogo que a atendeu por pelo menos
três entrevistas na própria delegacia. Uma vez identificada uma possível forma de ajuda
a esses familiares, eles são encaminhados para uma rede de atendimento psicossocial
tão próxima quanto possível de suas casas. “Uma criança desaparecida, quando
encontrada, está sob a responsabilidade de uma autoridade policial ou judicial e são eles
os responsáveis pelo encaminhamento das crianças ou mesmo de amostras de sangue
para inclusão no banco de DNA”, afirma a coordenadora.
Os dados obtidos são confidenciais, sem acesso aberto ao sistema do banco de
dados que é usado somente pela equipe do projeto. “Nós fazemos os cruzamentos e
informamos as autoridades solicitantes”, garante Gattás. Após a resolução dos casos de
desaparecimento, o DNA armazenado é retirado do banco apenas quando a pessoa é
encontrada morta. Nos outros casos, porém, esse DNA tem sido mantido, “pois existe
uma alta taxa de reincidência de fuga dessas crianças”, explica a coordenadora.
Além de servirem para ajudar na busca de desaparecidos, bancos de DNA podem
ser usados na identificação de pessoas em casos de catástrofes naturais, guerras,
extermínios, acidentes e assassinatos que desfiguram a pessoa. Também podem ser
usados para pesquisa e diagnóstico de doenças genéticas, ou ainda, para identificação
de criminosos, como ocorre nos Estados Unidos e na Inglaterra. Os ingleses possuem a
maior base de dados do mundo com informações de DNA que podem ser analisadas
independentemente do consentimento do indivíduo. O Brasil ainda não possui banco de
DNA criminal, mas a Polícia Federal já pediu ao Congresso a aprovação de um projeto
de lei que trata do assunto.
Muitas questões éticas estão envolvidas na criação de bancos de DNA e cuidados
especiais devem ser tomados em relação ao sigilo dos dados. Empresas poderiam se
negar a contratar pessoas e companhias seguradoras e planos de saúde poderiam, por
exemplo, recusar a fazer um contrato com alguém cujo exame do DNA apontasse o risco
de alguma doença grave, ou ainda aumentar o valor de sua apólice. Antes de o
Congresso aprovar o banco de DNA criminal, portanto, deve deixar bem clara a
regulamentação sobre o sigilo dos dados.”
Referência:
http://www.comciencia.br/comciencia/?section=3¬icia=363
Acessado em dezembro de 2007.
DESTAQUE:
O texto que segue é um fragmento de uma reportagem veiculada na Revista
Ciência Hoje do mês de junho de 2007 que trata de um tema bastante polêmico – as
pesquisas com células-tronco. Assuntos desta natureza podem ser explorados através
do debate em sala de aula. A reportagem traz além de um apanhado geral sobre o tema,
informações quanto ao uso de sangue do cordão umbilical como fonte de células-tronco,
a aplicação destas em portadores de cardiopatias e diabetes, os bancos públicos e
privados e as perspectivas para o futuro.
1. Células-tronco: cura para muitos males.
“Diversas pesquisas com células-tronco vêm sendo feitas no país, e algumas já
incluem testes em humanos. Esse é o caso da aplicação das células-tronco em
portadores de cardiopatias – infarto, Doença de Chagas e outras. Para o procedimento,
células da medula óssea são retiradas do paciente e as células-tronco presentes entre
elas são isoladas por processos laboratoriais e depois injetadas diretamente nas artérias
coronárias.
Pesquisas isoladas que utilizaram a técnica indicaram uma melhora significativa
em pessoas com insuficiência cardíaca, levando o Brasil a iniciar, em 2005, o Estudo
Multicêntrico Randomizado de Terapia Celular em Cardiopatias (EMRTCC). Nele, 1.200
voluntários selecionados foram divididos em dois grupos: um recebe células-tronco e o
outro, placebo. “Assim poderemos comparar a evolução dos pacientes e afirmar que
uma possível melhora foi fruto da aplicação das células-tronco e não de outro fator”,
explica o cientista Antônio Carlos Campos de Carvalho, do Instituto Nacional de
Cardiologia (INC), no Rio de Janeiro, e coordenador geral do programa.
Os resultados do EMRTCC sairão em 2008 e até lá os pesquisadores esperam
esclarecer muitas dúvidas. “Temos certeza de que a aplicação de células-tronco não traz
prejuízos, mas ainda não sabemos se traz benefícios. Caso sejam de fato benéficas,
será preciso esclarecer exatamente como as células-tronco regeneram a capacidade de
bombeamento do coração,” enfatiza Campos de Carvalho.”
Referência:
CIÊNCIA HOJE. Rio de Janeiro: Instituto Ciência Hoje, 1993/2007
RESUMO OAC
O presente Objeto de Aprendizagem Colaborativa (OAC) tem como fundamentos
teórico-metodológicos as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do
Paraná e como conteúdo estruturante as Implicações dos Avanços Biológicos no
Fenômeno Vida. O objeto de estudo deste trabalho é o DNA: a base molecular da vida.
A disciplina de Biologia estuda o fenômeno VIDA em todos os seus aspectos, entre eles
os relacionados com as questões genéticas. Neste trabalho pretende-se explorar este
conteúdo tão cheio de indagações e contextualizações de forma a torná-lo algo atrativo e
significativo para o aluno, auxiliando professores na incrementação de suas aulas. O
estudo do DNA é um campo muito rico a ser abordado, pois são muitas as descobertas
neste setor, gerando inúmeras discussões, o que permite também o desenvolvimento de
valores, como ética, respeito, cidadania e meio ambiente. As pesquisas científicas são
muitas, quem não gostaria de saber suas virtudes e fraquezas genéticas? Mas até que
ponto saber, se terá uma doença ou não no futuro, pode ser benéfico para uma pessoa?
E se esta doença não tem cura vale a pena saber se tem predisposição para ela? Esta e
outras reflexões podem ser estimuladas pelo professor aproveitando temas do cotidiano
dos alunos para discussão em sala de aula. O professor poderá também utilizar
recursos audiovisuais para estimular o aprendizado. Um recurso bastante interessante
apresentado neste OAC é o uso de filmes relacionados ao conteúdo, como “Os filhos da
Esperança”, “Código 46”, “Gattaca”. Estes filmes de ficção trazem à tona uma série de
discussões que poderão contribuir para a construção do conhecimento e também da
cidadania. Além dos filmes sugerem-se alguns sítios de busca que servirão de subsídios
ao professor, na preparação de suas aulas como o site www.odnavaiaescola.com e o
www.cienciahoje.com.br. Uma série de atividades vem contribuir para o trabalho do
professor como a extração de DNA de cebola, origami de DNA, o jogo do código
genético, além do DVD “Genética” que possui uma série de sugestões em que o aluno
pode aprender genética brincando. Neste trabalho você poderá encontrar também
sugestões de leitura como o livro “Engenharia Genética - O Sétimo Dia da Criação” e a
revista “Ciência Hoje”, meio de comunicação para dar apoio a professores e comunidade
em geral. Algumas notícias relacionadas ao tema são listadas como o uso do banco de
DNA na localização de menores desaparecidos e a aplicação de células-tronco em
portadores de cardiopatias – infarto, Doença de Chagas e outras. Espera-se contribuir de
forma efetiva para a melhoria da escola pública do Paraná.
MARIA GORETH DA SILVA
GENÉTICA – DNA: A BASE MOLECULAR DA VIDA
Objeto de Aprendizagem Colaborativa (OAC)apresentado ao Programa de DesenvolvimentoEducacional (PDE) da Secretaria de Estado daEducação do Governo do Estado do Paraná.
Orientador: Profº Euclides Fontoura da SilvaJunior
CURITIBA2008