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Sobrevida de PacienteS com câncer no eStado de São Paulo:SeiS anoS de Seguimento Pelo regiStro hoSPitalar de câncer
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DE SÃO PAULO
FUNDAÇÃO ONCOCENTRO DE SÃO PAULO
DEZEMBRO DE 2009
cadernoS FoSP volume 5
governo do eStado de São Paulo José Serra
Secretaria de eStado da Saúde de São Paulo
Luiz Roberto Barradas Barata
Fundação oncocentro de São Paulo – FoSP
Conselho CuradorPresidente: Joaquim José Gama Rodrigues
Diretor PresidenteEdmur Flavio Pastorelo
Diretor Técnico-CientíficoJosé Antonio Marques
Diretor Administrativo e FinanceiroSilvia Helena Souza Dias
Diretor Adjunto de Informação e EpidemiologiaLupércio de Souza Cortez Jr
EditoresBruno Zoca de OliveiraValeria Lombardo
ColaboradoresSabina Léa Davidson GotliebJosé Maria Pacheco de Souza
R. Oscar Freire, 2396 – fone: 11-3797-1801 – São Paulo - SPhttp://www.fosp.saude.sp.gov.br
e-mail: [email protected]
Apresentação .....................................................................................................................5
Capítulo 1 - Introdução ......................................................................................................7
Capítulo 2 - Objetivos ......................................................................................................11
Capítulo 3 – Método ........................................................................................................12
Capítulo 4 - Resultados ...................................................................................................15
Capítulo 5 - Tumores de Brônquios e Pulmão ...............................................................17
Capítulo 6 - Tumores da Mama em Mulheres ................................................................35
Capítulo 7 - Tumores da Faringe .....................................................................................42
Capítulo 8 - Tumores de Lábio e Cavidade Oral.............................................................54
Capítulo 9 - Tumores de Estômago ................................................................................66
Capítulo 10 - Tumores de Cólon e Reto ..........................................................................77
Capítulo 11 - Tumores de Pâncreas ................................................................................88
Capítulo 12 - Tumores de Colo do Útero ........................................................................97
Capítulo 13 - Tumores de Endométrio ..........................................................................104
Capítulo 14 - Tumores de Ovário ..................................................................................111
Capítulo 15 - Tumores de Próstata ...............................................................................117
Capítulo 16 - Tumores de Bexiga ..................................................................................123
Capítulo 17 - Tumores de Rim .......................................................................................132
Capítulo 18 - Tumores da Glândula Tireóide ................................................................142
Capítulo 19 - Considerações Finais ...............................................................................151
Capítulo 20 - Referência Bibliográfica ..........................................................................152
Anexo I - Registro Hospitalar de Câncer ......................................................................152
Anexo II - Ficha de Admissão ........................................................................................159
Anexo III - Ficha de Seguimento ...................................................................................160
Anexo IV - Gabarito do Arquivo Tumor.Dbf .................................................................161
Índice
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Apresentação
Este Caderno FOSP Volume 5 é o resultado do trabalho de muitos colaboradores: os pio-neiros dos Registros Hospitalares de Câncer no Brasil, particularmente no Estado de São Paulo; aqueles que conceberam o Registro Hospitalar de Câncer da Fundação Oncocentro de São Paulo; aqueles que o implantaram e iniciaram suas atividades; quem hoje o gerencia e coordena e todos aqueles que contribuem com os dados que o integram e que permitiram a sua existência. Em síntese, os autores desta publicação são os funcionários da Fundação Oncocentro de São Paulo, particularmente, das Diretorias Adjuntas de Epidemiologia e de Laboratório, e os funcionários dos Registros de Câncer dos Hospitais.
Cabe, no final, menção aos professores Sabina Léa Davidson Gotlieb e José Maria Pache-co de Souza, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, cuja orientação foi fundamental para os resultados aqui apresentados. Além destes, o professor Lupércio de Souza Cortez Junior, Diretor Adjunto de Epidemiologia e Informação da Fundação Oncocentro de São Paulo. Por último, agradecimento especial ao funcionário e epidemiologista Bruno Zoca de Olivei-ra, cuja contribuição foi fundamental para a realização deste estudo.
Edmur Flavio PastoreloDiretor Presidente
Introdução
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“Utilização dos dados hospitalares é a única jus-tificativa para a despesa com esta atividade. Em re-sumo, é responsabilidade do registrador, trabalhando em conjunto com o Comitê de Câncer, assegurar que os procedimentos e registros sejam adequados e acu-radamente documentados, de que haja seguimento, que os casos sejam identificados e registrados dentro dos prazos, e que a informação dos registros clínicos seja correta e completamente resumida para uso do Registro de Câncer, de modo que dados de alta qua-lidade estejam disponíveis para utilização” (IARC, 1991). Assim, o trabalho do registrador, nuclear para todas as análises que serão realizadas, condiciona a qualidade de todas as conclusões deste trabalho.
Registro Hospitalar de Câncer do Estado de São Paulo
Em 1998, o Ministério da Saúde (Portaria nº 3.535/1998) definiu critérios para o credenciamento de centros de atendimento em oncologia, denominados Centros de Alta Complexidade em Oncologia (CACON). Da mesma forma, estabeleceu a obrigatoriedade de dispor e manter em funcionamento um Registro Hos-pitalar de Câncer (RHC).
Em agosto de 1999, o Ministério da Saúde publi-cou a primeira lista dos hospitais credenciados como CACON, compreendendo, inicialmente, 42 no Estado de São Paulo. Posteriormente, outros hospitais foram incluídos, de modo que, em 2000, estavam cadastra-dos, no Estado, 50 hospitais. Além disso, algumas ins-tituições foram também credenciadas para atuar como Serviços Isolados de Quimioterapia e/ou Radioterapia.
Em janeiro de 2000, foi publicada Resolução da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (Reso-lução SS-15) que incumbiu a Fundação Oncocentro de São Paulo (FOSP) de coordenar a implantação do RHC para o Estado de São Paulo, tendo como princi-pais tarefas:
• a criação e a manutenção de base estadual de dados referentes ao RHC, definido como alvo
prioritário e inicial para a implantação do Regis-tro nos 50 hospitais cadastrados como CACON;
• a definição da data a partir da qual os casos diagnosticados seriam incluídos na base de da-dos, bem como a periodicidade de envio dos dados à FOSP, sempre em meio magnético;
• a elaboração de instrumentos de coleta de da-dos e rotinas de implantação e manutenção, o mais simples possível, de forma a facilitar o trabalho, principalmente, nos hospitais gerais com pouca ou nenhuma experiência na tarefa, respeitados sempre os padrões definidos in-ternacionalmente (IARC, 1991);
• a elaboração de um sistema informatizado para o RHC, com objetivo de facilitar o proces-so de armazenamento e tabulação dos dados;
• a sistematização de atividades de apoio e mo-nitoramento constante e individualizado a cada um dos hospitais participantes do projeto.
O RHC, então implantado e cujas rotinas e con-ceitos estão descritos no Anexo I, utilizou basicamen-te dois instrumentos para coleta de dados: a Ficha de Admissão e a Ficha de Seguimento.
A Ficha de Admissão (anexo II) contempla ba-sicamente dados sobre a identificação do paciente, a sua situação por ocasião do diagnóstico do tumor e da admissão na Instituição, dados sobre o tumor – topografia, morfologia, estadiamento, localização de metástases – além de informações sobre a proposta de tratamento do paciente. Ela é preenchida para to-dos os casos novos de câncer atendidos no hospital, denominados casos analíticos. Em síntese, pode-se di-zer que os casos analíticos são casos novos de câncer, com ou sem diagnóstico já realizado e sem tratamen-to. O hospital que registra o tumor será o responsável pelo planejamento terapêutico, tratamento do pacien-te e seu seguimento.
Na Ficha de Seguimento (anexo III) colhem-se dados relativos à evolução de cada tumor cadastra-do (tratamentos realizados, aparecimento de recidiva e/ou metástases) e demais informações necessárias
Capítulo 1 - Introdução
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Fundação oncocentro de São Paulo
para análise de sobrevida dos pacientes. São colhidos dados no 1º, 2º, 3º, 4º, 5º, 7º, 10º e 15º anos posteriores à data de diagnóstico do tumor, sendo obtidas, ainda, informações sobre a condição atual do paciente em relação à doença, isto é, vivo, com ou sem evidências de câncer, ou, em caso de óbito, se devido ou não ao tumor em questão.
O principal critério para escolha dos casos a se-rem cadastrados no RHC é o diagnóstico morfológico da neoplasia, de acordo com a Classificação Interna-cional de Doenças para Oncologia (CID-O) 2ª (OMS, 1996) e 3ª edições (OMS, 2005), ressaltando tratar-se sempre de caso novo. Assim, deverão ser cadastradas:
• neoplasias malignas primárias que compreen-dem os diagnósticos morfológicos com código de comportamento /3;
• neoplasias in situ (intra-epitelial, não-infiltrativa e não-invasiva), que compreendem as neopla-sias com código de comportamento /2;
• neoplasias de comportamento incerto (malig-nidade limítrofe borderline e de baixo potencial maligno) que compreendem as neoplasias de comportamento incerto ou desconhecido, classificadas na CID-O com código de compor-tamento /1, desde que tenham sido conside-radas pelo patologista como tendo comporta-mento in situ ou maligno.
Optou-se por incluir os casos de câncer de pele que não melanoma, dentre aqueles elegíveis para cadastramento no banco de dados, embora para os tumores basocelulares não seja exigida a rotina de seguimento.
Em conformidade com o preconizado internacio-nalmente, o RHC baseia-se na Classificação TNM dos Tumores Malignos, 5ª (INCA, 1998) e 6ª edições (INCA, 2004) para registrar o estadiamento dos casos de câncer.
No que se refere a recursos humanos no hospital, definiu-se como equipe mínima aquela composta por um coordenador médico, preferencialmente com ex-periência em Oncologia, e um ou mais registradores, profissionais responsáveis pela operacionalização ro-tineira do RHC na instituição. Foi sugerido que o hos-pital constituísse uma Comissão Assessora multipro-fissional que teria como atribuição principal fornecer todo o suporte técnico ao RHC. Deveriam compor esta
Comissão profissionais das áreas de Anatomia Patoló-gica, Documentação Médica, Enfermagem, Epidemio-logia, Oncologia Clínica, Oncologia Cirúrgica, Radiote-rapia e Serviço Social.
O sistema informatizado desenvolvido pela FOSP denominado SISRHC adotou linguagem Delphi 3.0®, baseado em plataforma Windows® e as bases de da-dos são padrão Paradox®.
A entrada de dados se dá pelas fichas de cole-ta. Em função do ambiente Windows® e da linguagem de programação utilizada, o sistema foi desenvolvido seguindo os padrões atuais de acessibilidade e visu-alização, dentre eles: o ambiente gráfico, menus sus-pensos, barras de navegação, botões de acesso rápido e total interface com o próprio sistema operacional e recursos do Windows®. As fichas de Admissão e Se-guimento são preenchidas nos hospitais.
O aplicativo opera por rotinas (fichas, relatórios, utilitários) e executa um conjunto de consistências na entrada dos dados que buscam garantir maior quali-dade das informações armazenadas. Ao final da digi-tação de cada registro, é emitido um relatório de erros (caso tenham ocorrido) e o registro somente será gra-vado definitivamente após a correção dos erros apon-tados. Desta forma, registros inconsistentes não são considerados quando da exportação dos dados.
Buscou-se facilitar ao máximo o trabalho dos pro-fissionais que atuam diretamente na coleta dos dados e na digitação das fichas. A codificação da topografia e morfologia do tumor, por exemplo, é feita automa-ticamente pelo sistema, que opera com uma série de tabelas internas, tornando desnecessário qualquer tra-balho de pré-codificação das informações.
Outro recurso que visa facilitar a identificação dos casos passíveis de serem cadastrados, principal-mente nos hospitais gerais que atendem várias outras doenças, é a possibilidade de utilização dos arquivos gerados pelas Autorizações de Internações Hospitala-res (AIH) referentes aos casos de câncer. Desta forma, o software prevê uma rotina que permite a importação das informações cadastrais dos pacientes internados por câncer naquele hospital, facilitando a digitação das fichas. Tentou-se implantar rotina semelhante para a base de dados dos pacientes em tratamento ambula-torial quimioterápico e/ou radioterápico (Autorização
Introdução
9
de Procedimentos de Alta Complexidade - APAC), mas a estrutura do banco de dados definida pelo Ministé-rio da Saúde não permitiu a sua viabilização. Também estão disponíveis rotinas para identificar os casos pas-síveis de seguimento.
Um dos objetivos principais do RHC é disponibi-lizar informações para os diferentes setores do hospi-tal. Assim, o software emite um conjunto de relatórios estatísticos que consolidam as principais informações.
O desenvolvimento e a implantação de um sof-tware como este requerem atualizações constantes. Desta forma, modificações, correções e incremento de novas rotinas são constantemente realizados, de modo a aprimorar o aplicativo. Uma das mudanças foi a do padrão usado no banco de dados, que passou de Paradox® para Firebird®. Esta troca acelerou o proces-samento trimestral dos dados, permitindo agilizar o fechamento do banco, em cada envio. Outra alteração significativa foi a inclusão das mais novas edições da CID-O e do TNM, respectivamente, de 2ª para 3ª e de 5ª para 6ª, que passaram a valer nos casos com data de diagnóstico a partir de 1º de janeiro de 2006.
Em fevereiro de 2000, considerou-se finalizada a primeira versão do sistema que foi submetido a um pré-teste para ser avaliado. Foram escolhidos para o trabalho três hospitais do Estado: um deles era hospi-tal geral que não tinha qualquer experiência com RHC. Após avaliação e efetuados os ajustes necessários, em abril de 2000, a versão foi considerada homologada para ser distribuída aos hospitais.
Definidos os conceitos e as rotinas e finalizado o software, foi desencadeado o processo de treinamen-to dos profissionais responsáveis pela implantação e manutenção do RHC nas Instituições. Inicialmente, so-licitou-se ao Diretor Clínico de cada um dos hospitais cadastrados como CACON que definisse o nome do Coordenador médico do RHC.
Em maio de 2000, realizou-se o primeiro encontro com os Coordenadores indicados, quando foram apre-sentados o projeto e sua importância, os recursos neces-sários e o papel do Coordenador. Foram apresentadas e discutidas as Fichas de Admissão e Seguimento, bem como entregue e discutido o Manual de Procedimentos.
Posteriormente, na última semana de junho de 2000, ocorreu treinamento dos registradores, abordan-
do-se os conceitos básicos, apresentando-se as fichas, a CID-O, a classificação TNM e o fluxo das informa-ções. Além da apresentação do software, foram dados o sistema informatizado e o conjunto de manuais rela-tivos à sua operacionalização para cada hospital.
Com o final dos treinamentos e a implantação do aplicativo nos hospitais envolvidos, iniciou-se o efeti-vo trabalho do Registro Hospitalar de Câncer no Esta-do de São Paulo. Em julho de 2000, os CACON começa-ram a coletar os primeiros dados referentes aos casos diagnosticados a partir de 1º de janeiro de 2000. Em setembro, os hospitais enviaram à FOSP o primeiro conjunto de dados relativos aos tumores diagnostica-dos no 1º trimestre, o que se repete a cada três meses. Desde então, a rotina referente ao encaminhamento dos dados à FOSP obedece a um calendário trimestral. Portanto, a cada chegada dos dados enviados pelos hospitais, a equipe do RHC da FOSP desencadeia um trabalho de avaliação das informações recebidas. Os dados registrados são verificados no tocante à sua quantidade e também no que se refere à existência de erros oriundos de conceitos equivocados ou de falhas na digitação, não detectadas pelo software específico.
A análise qualitativa dos dados é uma das etapas mais importantes do processo. O trabalho de verifi-cação das informações permitiu que várias rotinas e consistências fossem incorporadas às novas versões do software, de modo a aprimorar o sistema.
Outra etapa importante do processo de avaliação é a utilização de uma série de indicadores, alguns espe-cíficos, para a avaliação do funcionamento do Registro Hospitalar. Entende-se este processo como contínuo e vem sendo constantemente reformulado e aprimorado.
Pelo processo de avaliação dos dados, muitas vezes são identificados problemas em determinadas instituições, sendo então feito um trabalho com visitas in loco e/ou reuniões e treinamentos específicos.
Em outubro de 2001, a Fundação Oncocentro de São Paulo publicou o “Cadernos FOSP vol. 3 Registro Hospitalar de Câncer no Estado de São Paulo” (FOSP, 2001), com os dados consolidados dos casos de cân-cer registrados pelos hospitais participantes do RHC de São Paulo, diagnosticados no ano de 2000.
Manter política adequada de comunicação com os hospitais sempre foi considerado prioritário para
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Fundação oncocentro de São Paulo
o êxito do trabalho, assim como executar a tarefa de divulgação dos dados da forma mais ágil e transpa-rente possível. Com este objetivo, foi criado o Boletim do Registro Hospitalar de Câncer, periódico trimestral que veicula notícias, informações e dados relativos ao RHC. Pode-se acrescentar que as informações da base estadual do Registro são mantidas pela FOSP no site, http://www.fosp.saude.sp.gov.br.
Aqui está apresentada a base estadual de dados do RHC relativa aos casos analíticos registrados entre janeiro de 2000 e dezembro de 2005 e enviados à FOSP, até março de 2007. A sistemática estabelecida prevê o envio trimestral de dados à FOSP e, atualmente, 75
hospitais alimentam a base estadual do RHC, sendo 70 deles credenciados na Rede de Atenção Oncológica. É importante salientar que os dados do RHC não refle-tem o total de casos novos de câncer diagnosticados e tratados nestes hospitais, mas, sim, os casos registra-dos. Foram armazenados dados referentes a 194.918 tumores de casos novos de câncer diagnosticados en-tre 2000 e 2005 (Tabela 1).
Deve ser ressaltado que os dados do RHC são re-ferentes a tumores e não a pacientes. Portanto, pode acontecer de um mesmo paciente ter mais de um tu-mor, então, seriam registrados tumores diferentes (IARC, 1991).
TABELA 1 - Número de casos analíticos registrados no RHC-SP segundo ano de registro. FOSP, 2000-2005
Ano de Registro Casos analíticos
2000 27.069
2001 29.551
2002 32.345
2003 33.548
2004 35.186
2005 37.219
Total 194.918
objetIvoS
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São objetivos desta publicação:• apresentar os dados relativos aos tumores de
casos registrados de 20 ou mais anos de idade, do Registro Hospitalar de Câncer da FOSP, se-
Capítulo 2 - Objetivos
gundo topografia, sexo, idade, estádio clínico e tratamento proposto;
• analisar a sobrevida destes casos para algu-mas topografias.
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Fundação oncocentro de São Paulo
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O Registro Hospitalar de Câncer da Fundação On-cocentro de São Paulo (RHC/FOSP) utiliza o seu progra-ma SISRHC como base de armazenamento de dados; dois arquivos são gerados: TUMOR.DBF e SEGUIM.DBF, respectivamente, sobre dados de admissão e de seguimento, referentes a todos os casos registrados no RHC até a presente data. Estes arquivos estão em formato de banco de dados, compatível com a maioria dos programas de análise. A identificação do paciente está criptografada, mantendo o sigilo da informação. Foi usado o arquivo TUMOR. DBF, que possui informa-ções do último seguimento registrado. As variáveis de cada arquivo estão descritas no Anexo IV.
Foram considerados todos os casos cujo ano de diagnóstico era anterior a 2006 (variável “ano-diag”). Isto se deve a dois fatores: no começo de 2006, foram instituídas novas edições do TNM e da CID-O, respectivamente, a 6ª e 3ª, como base para classificação dos tumores; além disso, perfazem seis anos completos, possibilitando a análise de so-brevida para esse período. Além dos critérios de se-leção já descritos, foram também excluídos aqueles casos analíticos que, mesmo tendo sido aprovados pelos critérios de consistência contidos no SISRHC, mostravam incompatibilidade, por exemplo, entre topografia e morfologia. Os casos eram re-enca-minhados aos hospitais para verificação e, se a di-vergência persistisse, a critério dos patologistas da FOSP, eram excluídos.
O estadiamento clínico foi agrupado utilizando-se os códigos do sistema TNM (5ª edição), desconsi-derando-se as subclassificações, além dos números romanos. Exemplo: tumores de brônquios e pulmão estadiados em IIa e IIb foram apresentados como es-tádio II. Exceção foi feita para tumores de mama, onde a subclassificação “a” e “b” para o estádio II foi man-tida. Além disso, o estádio Z foi recodificado como X, representando os casos sem informação, por qualquer que fosse a razão, para todos os tumores.
Foram estudados tumores em indivíduos com 20 anos ou mais. A idade foi apresentada em gru-
Capítulo 3 – Método
pos etários decenais, utilizando os intervalos 20 a 29 anos, 30 a 39, 40 a 49, 50 a 59, 60 a 69, 70 a 79 e 80 e mais anos. Os tumores pediátricos não estão incluí-dos neste trabalho, pelo fato de a distribuição segun-do topografias e morfologias destes tumores ser dife-rente em relação à dos adultos. Portanto, decidiu-se que os tumores pediátricos devem ser descritos em outra publicação.
A recodificação das topografias foi feita em cate-gorias, de acordo com o código da CID-O (2ª edição) e do TNM (5ª edição). Para os agrupamentos, foi usada a CID-O. Quando estes agrupamentos da CID-O apre-sentavam-se subdivididos no TNM (5ª edição), esta subdivisão foi repetida, para facilitar a comparação segundo a classificação diagnóstica. Quando a topo-grafia foi C44 – pele, a classificação foi dividida em melanoma e não-melanoma, de acordo com a morfo-logia. Já os linfomas, foram considerados na categoria “32 – Linfomas”, com base na morfologia.
Por outro lado, a morfologia foi recodificada nos mesmos agrupamentos apresentados na CID-O (2ª edição), sem alterações.
Foi criada a variável “Tratamento proposto”, que representa a associação de tratamentos propostos (ci-rurgia, radioterapia e quimioterapia) com as seguintes categorias:
• somente cirurgia;• somente radioterapia;• somente quimioterapia;• cirurgia e quimioterapia;• cirurgia e radioterapia;• quimioterapia e radioterapia;• cirurgia, radioterapia e quimioterapia;• nenhum tratamento.Para a análise de sobrevida, foi criada a variável
“sitfinal”, que descreve a última informação conheci-da do paciente. Esta depende de duas variáveis: “situ-acao”, que mostra a situação do paciente na admissão e foi utilizada para pacientes que ainda não possuíam seguimento informado; “situltseg”, que aponta a si-tuação do paciente no último seguimento informado.
Introdução
13
Método
13
Lista de Agrupamentos de topografiasC00.0-C00.9; C02.0-C05.0; C06.0-C06.9 = “01 – Lábio e cavidade oral”
C01.9; C05.1-C05.9; C09.0-C13.9 = “01 - Faringe”
C07.9-C08.9 = “01 – Glândulas salivares”
C15.0-C15.9 = “02 - Esôfago”
C16.0-C16.9 = “03 - Estômago”
C17.0-C17.9 = “04 - Intestino Delgado”
C18.0-C21.8 = “05 - Cólon e reto”
C22.0-C22.1 = “06 - Fígado”
C23.9 = “07 - Vesícula biliar”
C24.0-C24.9 = “08 - Vias biliares extra-hepáticas”
C25.0-C25.9 = “09 - Pâncreas”
C26.0-C26.9 = “10 - Trato gastrointestinal, SOE”
C33.9 = “11 - Traquéia”
C34.0-C34.9 = “11 – Brônquios e pulmões”
C37.9-C39.9 = “12 - Órgãos intratorácicos”
C40.0-C41.9 = “13 - Ossos, artic e cartil articulares”
C42.0 = “15 - Sistema hemat e reticuloend (exc. medula)”
C42.1 = “14 - Medula óssea”
C42.2-C42.4 = “15 - Sistema hemat e reticuloend (exc. medula)”
C44.0-C44.9 = “16 – Pele melanoma”
C47.0-C47.9 = “17 - Nervos periféricos e SNA”
C48.0-C48.8 = “18 - Retroperitôneo e peritôneo”
C49.0-C49.9 = “19 - Tec conj, subcut e outros tec moles”
C50.0-C50.9 = “20 - Mama”
C51.0-C52.9 = “24 - Órg genit fem (exc. colo do útero e ovário)”
C53.0-C53.9 = “21 - Colo do útero”
C54.0 = “24 - Órg genit fem (exc. colo do útero e ovário)”
C54.1 = “22 - Endométrio”
C54.2-C55.9 = “24 - Órg genit fem (exc. colo do útero e ovário)”
C56.9 = “23 - Ovário”
C57.0-C58.9 = “24 - Órg genit fem (exc. colo do útero e ovário)”
C60.0-C60.9 = “26 - Órg genit masc (exc. próstata)”
C61.9 = “25 - Próstata”
C62.0-C63.9 = “26 - Órg genit masc (exc. próstata)”
C64.9 = “27 - Rim”
C65.9 = “27 – Pelve renal”
C66.9; C67.7; C68.0 = “27 - Trato urinário”
C67.0-C67.6; C67.8-C679= “27 - Bexiga”
C69.0-C69.9 = “28 - Olho”
C70.0-C72.9 = “29 - Cérebro e SNC”
C73.9 = “30 - Tireóide”
C74.0-C74.9 = “30 - Gland suprarenal”
C75.0-C75.9 = “30 - Outras glândulas”
C76.0-C76.8 = “31 - Outras localizações e as mal definidas”
C80.9 = “33 - Localização primária desconhecida”
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Fundação oncocentro de São Paulo
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Fundação oncocentro de São Paulo
A variável “sitfinal” foi codificada “0” para censuras (casos sem óbito ou com óbito por outras causas) e “1” para falhas (óbitos por câncer). A informação do evento e a data de ocorrência foram fornecidas pelo hospital. Não foram usados os registros oficiais (da-dos do Sistema de Informação em Mortalidade - SIM e dados das Autorizações de Internações Hospitalares - AIH do DATASUS) para confirmação.
Foi criada a variável “dtfinal”, que representa a data da última informação conhecida do paciente. Esta variável foi codificada a partir de outras três variáveis:
• “dtobito” - data do óbito;• “dtultseg” - data informada do último contato;• “dtpreenc” - data da admissão, para pacien-
tes que estão vivos e sem seguimentoPara pacientes que faleceram, a data considerada
é a do óbito. Para pacientes sem notificação de óbito, é usada a data do último seguimento para os que pos-suem seguimento e a data da admissão para os que não possuem.
Após as transformações na base de dados, pas-sou-se à apuração, à tabulação e à análise, segundo topografia, sexo e idade. Foram analisadas as topo-grafias em função da vulnerabilidade e da relevância.
Foram consideradas censuras os casos relativos aos pacientes vivos no final do período de observação, os per-didos de seguimento ou óbitos cuja causa declarada não era câncer. Falhas são os casos de pacientes com óbito por câncer. Vale lembrar que os casos do RHC são infor-mados pelo hospital, esta a única fonte de informações.
Para a análise estatística foram utilizadas a téc-nica de Kaplan-Meier (Kaplan & Meier, 1958), regres-são de Cox e a regressão múltipla de Cox (Cox, 1972).
Nos gráficos de Kaplan-Meier é apresentada a so-brevida dos casos, mostrada em forma de proporção, o
que representa uma estimativa da sobrevida, dado um determinado tempo. Os gráficos serão apresentados até os 60 meses de acompanhamento.
Pela razão de riscos (RR), do inglês hazards ratio, compara-se o risco de morte entre as categorias da va-riável escolhida e a categoria de referência, onde valo-res acima de 1 indicam sobre-risco e valores abaixo de 1 indicam proteção (Carvalho, 2005). Outra interpreta-ção semelhante é que RR=1 indica riscos iguais, RR>1 significa que a categoria tem risco maior do que a ca-tegoria de referência e RR<1 significa que a categoria tem risco menor que a categoria de referência. Para considerar diferenças estatisticamente significantes, foi estabelecido um “p” descritivo ≤ 0,05 e o intervalo de confiança para a razão de riscos (IC de 95% para RR) com limite inferior maior que 1 para sobre-risco e limite superior menor que 1 para proteção. Para cada topografia, a primeira análise de Cox será aplicada para a variável sexo. Por definição dos autores, se houver diferença (RR≠1) estatisticamente significante, as análises seguintes serão realizadas para homens e mulheres, separadamente. Nos quadros que apresen-tam os resultados, quando houver significância, have-rá um destaque e quando os valores forem um núme-ro maior que 104, serão representados pelo símbolo “###”. Em algumas análises de Cox, a quantidade de casos da categoria de referência pode deixar o resulta-do não confiável. Nestas, a categoria de referência foi eliminada da análise e a categoria seguinte foi tomada como base.
Nota-se aqui que esta é uma das possíveis for-mas de análise a apresentação. Críticas, sugestões, correções e avaliações ficam a critério dos leitores.
Introdução
15
reSultadoS
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O RHC do Estado de São Paulo, considerando o pe-ríodo entre 2000 e 2005, acumulou informações sobre mais de 200.000 registros de tumores pediátricos e em adultos. Como citado anteriormente, esta publicação tra-tará somente casos com 20 anos ou mais de idade.
Os agrupamentos mais frequentes de tumores foram os de pele não melanoma, de mama, de prós-tata, de colo de útero, de cólon e reto, de brônquios e
Capítulo 4 - Resultados
pulmão, de estômago e os linfomas. Entre as mulhe-res, foram os de mama, de pele não melanoma, do colo do útero, de cólon e reto, de brônquios e pulmão, de estômago, e os linfomas; nos homens, os mais fre-quentes foram os de pele não melanoma, de próstata, de brônquios e pulmão, de cólon e reto, de estômago e de faringe.
TABELA 1- Número e proporção (%) de casos analíticos com 20 anos ou mais de idade segundo agrupamentos de topografia e sexo (RHC/FOSP, 2000 a 2005).
Agrupamentos de Topografia
SexoTotal
Feminino Masculino
nº % nº % nº %
01 - Faringe 736 0,7 5.159 5,4 5.895 3,0
01 - Glândulas salivares 183 0,2 243 0,3 426 0,2
01 - Lábio e cavidade oral 1.126 1,1 4.307 4,5 5.433 2,8
01 - Lábio, cavid oral e far. (outras) 44 0,0 208 0,2 252 0,1
02 - Esôfago 762 0,8 3.676 3,9 4.438 2,3
03 - Estômago 2.724 2,7 5.550 5,8 8.274 4,2
04 - Intestino Delgado 202 0,2 204 0,2 406 0,2
05 - Cólon e reto 6.426 6,5 6.289 6,6 12.715 6,5
06 - Fígado 276 0,3 562 0,6 838 0,4
07 - Vesícula biliar 352 0,4 158 0,2 510 0,3
08 - Vias biliares extra-hepáticas 263 0,3 230 0,2 493 0,3
09 - Pâncreas 818 0,8 961 1,0 1.779 0,9
10 - Trato gastrointestinal, SOE 16 0,0 29 0,0 45 0,0
11 - Brônquios e pulmões 3.380 3,4 7.538 7,9 10.918 5,6
11 - Cavidade nasal, ouvido médio e seios da face 182 0,2 291 0,3 473 0,2
11 - Laringe 512 0,5 3.619 3,8 4.131 2,1
11 - Seio frontal 2 0,0 4 0,0 6 0,0
11 - Traquéia 12 0,0 20 0,0 32 0,0
12 - Órgãos intratorácicos 144 0,1 247 0,3 391 0,2
13 - Ossos, artic e cartil articulares 368 0,4 457 0,5 825 0,4
14 - Medula óssea 2.311 2,3 2640 2,8 4.951 2,5
15 - Sistema hemat e reticuloend (exceto medula) 54 0,1 64 0,1 118 0,1
16 - Pele melanoma 1390 1,4 1159 1,2 2.549 1,3
16 - Pele não melanoma 19.693 19,8 20.073 21,0 39.766 20,4
17 - Nervos periféricos e SNA 21 0,0 30 0,0 51 0,0(continua)
16
Fundação oncocentro de São Paulo
16
Fundação oncocentro de São Paulo
Agrupamentos de Topografia
SexoTotal
Feminino Masculino
nº % nº % nº %
18 - Retroperitônio e peritônio 190 0,2 180 0,2 370 0,2
19 - Tecido conj, subcut e outros tecidos moles 520 0,5 506 0,5 1026 0,5
20 - Mama 27.023 27,2 z z 27.023 13,9
20 - Mama (masc) z z 259 0,3 259 0,1
21 - Colo do útero 13.197 13,3 z z 13.197 6,8
22 - Endométrio 2.264 2,3 z z 2.264 1,2
23 - Ovário 2.683 2,7 z z 2.683 1,4
24 - Órg genit fem (exc. colo do útero, endométrio e ovário) 1.933 1,9 z z 1.933 1,0
25 - Próstata z z 17.902 18,8 17.902 9,2
26 - Órg genit masc (exc. próstata) z z 1.186 1,2 1.186 0,6
27 - Bexiga 844 0,8 2.639 2,8 3.483 1,8
27 - Pelve renal 28 0,0 59 0,1 87 0,0
27 - Rim 683 0,7 1.083 1,1 1.766 0,9
27 - Trato urinário (outros) 33 0,0 45 0,0 78 0,0
28 - Olho 358 0,4 403 0,4 761 0,4
29 - Cérebro e SNC 903 0,9 1.207 1,3 2.110 1,1
30 - Gland supra-renal 35 0,0 25 0,0 60 0,0
30 - Gland tireóide 2.172 2,2 527 0,6 2.699 1,4
30 - Outras glândulas 82 0,1 43 0,0 125 0,1
31 - Outras localiz e as mal def. 258 0,3 324 0,3 582 0,3
32 - Linfomas 2.709 2,7 3.129 3,3 5.838 3,0
32 - Linfonodos 32 0,0 26 0,0 58 0,0
33 - Localiz primária desc. 1.580 1,6 2.133 2,2 3.713 1,9
Total 99.524 100 95.394 100 194.918 100
TABELA 1- Número e proporção (%) de casos analíticos com 20 anos ou mais de idade segundo agrupamentos de topogra-fia e sexo (RHC/FOSP, 2000 a 2005). (Continuação)
17
tuMoreS de brônquIoS e PulMão
No total, houve 10.918 tumores desta localização, sendo 69% dos tumores em homens e 31% em mu-lheres. As topografias mais frequentes foram pulmão,
Quanto à morfologia, adenomas e adenocarci-nomas, neoplasias epiteliais e de células escamosas estavam presentes em 95% do total dos tumores de brônquios e pulmão.
Na análise das proporções segundo sexo e gru-po etário, há um pico de registros no grupo etário
Capítulo 5 - Tumores de Brônquios e Pulmão
TABELA 1 - Número e proporção (%) de tumores de brônquios e pulmão, para o sexo feminino, segundo topografia (RHC-FOSP, 2000-2005).
Topografia Frequência %
C34.9 Pulmão, SOE 2.536 75,0
C34.1 Pulmão, lobo superior do 427 12,6
C34.3 Pulmão, lobo inferior do 234 6,9
C34.8 Pulmão, lesão sobreposta do 71 2,1
C34.0 Brônquio principal 67 2,0
C34.2 Pulmão, lobo médio do 45 1,3
Total 3.380 100
TABELA 2 - Número e proporção (%) de tumores de brônquios e pulmão, para o sexo masculino, segundo topografia (RHC-FOSP, 2000-2005).
Topografia Frequência %
C34.9 Pulmão, SOE 5.578 74,0
C34.1 Pulmão, lobo superior do 1.078 14,3
C34.3 Pulmão, lobo inferior do 471 6,2
C34.0 Brônquio principal 207 2,7
C34.8 Pulmão, lesão sobreposta do 118 1,6
C34.2 Pulmão, lobo médio do 86 1,1
Total 7.538 100
SOE e lobo superior do pulmão, representando apro-ximadamente 88% do total, em cada um dos sexos (Tabelas 1 e 2).
de 60 a 69 anos, em ambos os sexos, seguido pelas altas frequências nas idades de 50 a 59 anos, para as mulheres, e 70 a 79 anos para os homens (Figura 1). Na distribuição segundo grupo etário para cada estádio clínico, esta tendência segue para todos os estádios clínicos, em ambos os sexos.
18
Fundação oncocentro de São Paulo
Detectou-se maior frequência no estádio IV, tanto para homens como para mulheres, havendo, também, alta proporção no estádio III dos tumores para ambos
FIGuRA 1 - Distribuição proporcional (%) dos casos de tumores de brônquios e pulmão segundo grupo etário e sexo (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
20 30 40 50 60 70 80 100
Idade
Prop
orçã
o
Feminino Masculino
FIGuRA 2 - Distribuição proporcional (%) dos casos de tumores de brônquios e pulmão segundo sexo e estádio clínico (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
0 I II III IV X Y
Estádio clínico
Prop
orçã
o
Feminino Masculino
os sexos, mostrando que o diagnóstico tem sido tar-dio (Figura 2).
19
tuMoreS de brônquIoS e PulMão
Proposta de Tratamento
Nos tumores do sexo feminino classificados no es-tádio 0, houve 2 casos, cujos tratamentos propostos fo-ram somente quimioterapia e nenhum tratamento. Para os do estádio I, o tratamento mais frequente foi somente cirurgia, seguido de somente quimioterapia e nenhum tratamento proposto.
Para os registrados como estádio II, houve fre-quências maiores para somente quimioterapia e so-mente cirurgia, seguidas de nenhum tratamento.
Para o estádio III, houve predominância de so-mente quimioterapia, seguidos das associações de qui-mioterapia e radioterapia e de nenhum tratamento.
Para o estádio IV, as propostas tiveram distribui-ção semelhante ao estádio III, com predominância de somente quimioterapia seguido de nenhum tratamen-to, associação de quimioterapia e radioterapia e, por último, somente radioterapia (Figura 3).
FIGuRA 3 - Proporção (%) de casos de tumores de brônquios e pulmão, para o sexo feminino, segundo estádio clínico e proposta de tratamento (RHC-FOSP, 2000-2005).
0,0
50,0
0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
50,0
0
10
20
30
40
50
60
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
50,0
13,5
7,4 9,5
3,7 2,7 0,7
12,5
0
10
20
30
40
50
60
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
19,8 21,4
12,8 11,8
3,2
11,8
2,1
17,1
0
10
20
30
40
50
60
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
4,7
42,5
7,1 5,51,2
22,2
2,2
14,5
0
10
20
30
40
50
60
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
3,8
38,0
11,0
3,1 1,4
19,4
3,5
19,8
0
10
20
30
40
50
60
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
0 I II III IV
20
Fundação oncocentro de São Paulo
Nos tumores do sexo masculino, para aqueles no estádio 0, somente cirurgia, somente quimioterapia e nenhum tratamento tiveram a mesma proporção, ha-vendo um total de 3 casos. Para os tumores no estádio clínico I, houve predominância de somente cirurgia, se-guida de nenhum tratamento e somente radioterapia. Aqui também as frequências foram baixas.
Para os tumores no estádio II, as propostas de somente cirurgia e somente quimioterapia tiveram
valores semelhantes, seguidas pela associação de quimioterapia e radioterapia e nenhum tratamento. As propostas mais frequentes para o estádio III foram somente quimioterapia, associação entre quimiote-rapia e radioterapia, nenhum tratamento. As demais terapias constituem-se em alternativas pouco frequen-tes. Para o estádio IV, a distribuição de propostas de tratamentos é semelhante à dos tumores em estádio III (Figura 4).
FIGuRA 4 - Proporção (%) de casos de tumores de brônquios e pulmão, para o sexo masculino, segundo estádio clínico e proposta de tratamento (RHC-FOSP, 2000-2005).
33,3 33,3
0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
33,3
0
10
20
30
40
50
60
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
48,2
8,8 10,97,2
3,16,1
1,0
14,8
0
10
20
30
40
50
60
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
21,9 19,7
11,7 9,54,4
16,4
2,4
13,9
0
10
20
30
40
50
60
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
4,6
35,9
8,04,1
1,0
27,5
2,0
16,9
0
10
20
30
40
50
60
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
4,1
33,1
11,5
2,9 1,5
22,2
2,6
22,2
0
10
20
30
40
50
60
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
0 I II III IV
21
tuMoreS de brônquIoS e PulMão
Análise de Sobrevida
A análise Kaplan-Meier (Figura 5) mostra que os casos do sexo masculino têm uma sobrevida menor que a do sexo feminino. Este resultado é mostrado também na análise a seguir (Quadro 1).
Pela razão de riscos (RR), o risco de morte de ca-sos do sexo masculino é 1,19 vezes o risco de morte de casos do sexo feminino. Além disso, um “p” des-
critivo menor que 0,05 e o intervalo de confiança para a razão de riscos (IC 95% para RR) com limite inferior maior que 1 indicam que este resultado (RR maior para os homens) pode ser considerado com signifi-cância estatística (Quadro 1). Como consequência, as análises seguintes serão realizadas separadamente para homens e mulheres.
FIGuRA 5 - Sobrevida (%) de casos de tumores de brônquios e pulmão segundo sexo e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
Feminino Masculino
0 12 18 24 30 36 48 54 606
QuADRO 1 - Resultados da regressão de Cox para a variável sexo (feminino como referência) para casos de tumores de brônquios e pulmão (RHC-FOSP, 2000-2005).
Sexo RR pIC 95% para RR
Inferior Superior
Feminino (ref.) 1
Masculino 1,188 0,000 1,124 1,257
22
Fundação oncocentro de São Paulo
Em face da ocorrência de poucos casos de tumo-res no estádio 0, em todos os grupos etários, e nas fai-xas de idade entre 20 e 29 anos, em todos os estádios, e na faixa de 30 a 39 anos, para os estádios 0, I e II, há
de se ter cautela nas conclusões, pois isto pode tornar os resultados pouco confiáveis nestes grupos etários (Tabelas 3 e 4).
TABELA 3 - Casos de tumores de brônquios e pulmão, para o sexo feminino, segundo grupos etários e estádio clínico (RHC-FOSP, 2000-2005).
Grupo etárioEstádio Clínico
Total0 I II III IV
20 a 29 - 3 1 2 6 12
30 a 39 - 10 1 30 52 93
40 a 49 1 29 35 132 243 440
50 a 59 - 68 48 281 386 783
60 a 69 - 92 54 348 415 909
70 a 79 - 74 35 230 291 630
80 e + 1 20 13 59 69 162
Total 2 296 187 1.082 1.462 3.029
TABELA 4 - Casos de tumores de brônquios e pulmão, para o sexo masculino, segundo grupos etários e estádio clínico (RHC-FOSP, 2000-2005).
Grupo etárioEstádio Clínico
Total0 I II III IV
20 a 29 - 1 - 5 14 20
30 a 39 - 6 1 29 58 94
40 a 49 - 33 30 206 331 600
50 a 59 2 93 80 572 786 1.533
60 a 69 1 173 166 981 1.045 2.366
70 a 79 - 160 147 697 762 1.766
80 e + - 22 28 140 136 326
Total 3 488 452 2.630 3.132 6.705
Na análise de Kaplan-Meier segundo estádio clí-nico para o sexo feminino, verifica-se sobrevida maior nos estádios 0 e I, apesar do número pequeno de ca-sos. Os estádios II, III e IV mostram probabilidades de sobrevida progressivamente menor em relação às ca-tegorias (Figura 6). A sobrevida é maior nos grupos de 20 a 29 anos e 30 a 39 anos embora o número de casos seja menor. Os grupos a partir dos 40 anos têm evolu-ção semelhante sendo a sobrevida menor no grupo de 80 anos e mais (Figura 7).
Para o sexo masculino, observam-se proporções semelhantes às do sexo feminino com a sobrevida di-minuindo progressivamente com os estádios ao longo do tempo, com exceção dos estádios II e III que, nos primeiros seis meses, têm probabilidades semelhan-tes (Figura 8). O mesmo vale para as faixas etárias, com distribuição semelhante à do sexo feminino (Fi-gura 9).
23
tuMoreS de brônquIoS e PulMão
FIGuRA 6 - Sobrevida (%) de casos de tumores de brônquios e pulmão, para o sexo feminino, segundo estádio clínico e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
FIGuRA 7 - Sobrevida (%) de casos de tumores de brônquios e pulmão, para o sexo feminino, segundo grupo etário e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
0 I II III IV
0 12 18 24 30 36 48 54 606
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 80 e +
0 12 18 24 30 36 48 54 606
24
Fundação oncocentro de São Paulo
FIGuRA 8 - Sobrevida (%) de casos de tumores de brônquios e pulmão, para o sexo masculino, segun-do estádio clínico e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
FIGuRA 9 - Sobrevida (%) de casos de tumores de brônquios e pulmão, para o sexo masculino, segun-do grupo etário e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
0 I II III IV
0 12 18 24 30 36 48 54 606
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 80 e +
0 12 18 24 30 36 48 54 606
25
tuMoreS de brônquIoS e PulMão
A descrição dos resultados das análises de re-gressão de Cox para o sexo feminino será apresentada nos Quadros 2 a 31. Não houve diferença de risco es-tatisticamente significante ao estudarem-se os riscos de óbito pela regressão de Cox para a variável grupo etário no sexo feminino (Quadro 2).
Se a análise anterior for repetida, tomando-se como base o grupo de 30 a 39 anos para comparação de risco, nota-se (Quadro 3) que, mesmo num grupo
com maior quantidade de casos, não houve diferença estatística no risco de óbito. O mesmo ocorreu para o grupo de 40 a 49 anos.
Na mesma análise para a variável estádio clínico (Quadro 4) nota-se que não houve diferença estatisti-camente significativa no risco de óbito com estádio 0 como referência mas, como mostrado anteriormente, o estádio 0 para o sexo feminino apresentou dois ca-sos, o que torna este resultado não confiável.
QuADRO 2 - Resultados da regressão de Cox para a variável grupo etário (20 a 29 anos como referên-cia), para o sexo feminino, para casos de tumores de brônquios e pulmão (RHC-FOSP, 2000-2005).
Grupo etário RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
20 a 29 (ref.) 1
30 a 39 1,649 0,285 0,659 4,130
40 a 49 1,846 0,174 0,762 4,470
50 a 59 1,729 0,224 0,716 4,173
60 a 69 1,739 0,218 0,721 4,197
70 a 79 1,755 0,212 0,726 4,242
80 e + 1,807 0,198 0,734 4,452
QuADRO 3 - Resultados da regressão de Cox para a variável grupo etário (30 a 39 anos como referên-cia), para o sexo feminino, para casos de tumores de brônquios e pulmão (RHC-FOSP, 2000-2005).
Grupo etário RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
30 a 39 (ref.) 1
40 a 49 1,119 0,458 0,832 1,505
50 a 59 1,048 0,749 0,787 1,396
60 a 69 1,054 0,715 0,793 1,402
70 a 79 1,064 0,678 0,795 1,424
80 e + 1,095 0,603 0,777 1,545
QuADRO 4 - Resultados da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio 0 como referência), para o sexo feminino, para casos de tumores de brônquios e pulmão (RHC-FOSP, 2000-2005).
Grupo etário RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
0 (ref.) 1
I 0,253 0,172 0,035 1,819
II 0,533 0,532 0,074 3,832
III 0,846 0,867 0,119 6,016
IV 1,235 0,833 0,174 8,775
26
Fundação oncocentro de São Paulo
Refazendo-se o cálculo utilizando o estádio I como base para comparação (Quadro 5), nota-se que existem diferenças de risco de óbito estatisticamente significantes para todos os estádios clínicos.
A seguir, será repetida a análise da regressão de Cox para a variável estádio clínico em cada grupo etário. Observa-se que não houve diferença significa-
tiva do ponto de vista estatístico nos riscos de óbito para variável estádio clínico no grupo etário de 20 a 29 anos, ressaltando-se que este grupo apresentou 12 casos para o sexo feminino (Quadro 6).
Nota-se diferença entre riscos de óbito dos está-dios III e IV para o estádio I, para o sexo feminino no grupo de 30 a 39 anos (Quadro 7).
QuADRO 5 - Resultados da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio I como referên-cia), para o sexo feminino, para casos de tumores de brônquios e pulmão (RHC-FOSP, 2000-2005).
Estádio RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
I (ref.) 1
II 2,108 0,000 1,553 2,860
III 3,343 0,000 2,652 4,215
IV 4,880 0,000 3,884 6,130
QuADRO 6 - Resultados da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio I como referên-cia), para o sexo feminino, de 20 a 29 anos, para casos de tumores de brônquios e pulmão (RHC-FOSP, 2000-2005).
Estádio RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
I (ref.) 1
II 0,972 0,998 0,000 ###
III 1,032 0,998 0,000 ###
IV 73,369 0,332 0,013 ###
QuADRO 7 - Resultados da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio I como referên-cia), para o sexo feminino, de 30 a 39 anos, para casos de tumores de brônquios e pulmão (RHC-FOSP, 2000-2005).
Estádio RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
I (ref.) 1
II 14,064 0,063 0,868 227,984
III 8,991 0,033 1,188 68,045
IV 13,336 0,011 1,811 98,226
27
tuMoreS de brônquIoS e PulMão
Para o grupo de 40 a 49 anos (Quadro 8), não houve qualquer diferença significante, com apenas um caso no estádio 0.
Se a análise for aplicada no mesmo grupo etário utilizando-se o estádio I como base, nota-se a diferen-ça de risco estatisticamente significante para todos os outros estádios (Quadro 9).
Nos grupos etários de 50 a 59, 60 a 69 e 70 a 79 anos, notam-se diferenças significativas nos riscos de óbitos entre todos os estádios clínicos (Quadros 10, 11 e 12), com a exceção do grupo de 60 a 69 anos, onde para o estádio II não houve diferença estatisticamente significativa em relação ao estádio I.
QuADRO 8 - Resultados da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio 0 como referên-cia), para o sexo feminino, de 40 a 49 anos, para casos de tumores de brônquios e pulmão (RHC-FOSP, 2000-2005).
Estádio RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
0 (ref.) 1
I 167,701 0,893 0,000 ###
II 649,765 0,865 0,000 ###
III 1187,931 0,853 0,000 ###
IV 1548,264 0,847 0,000 ###
QuADRO 9 - Resultados da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio I como referência), para o sexo feminino, de 40 a 49 anos, para casos de tumores de brônquios e pulmão (RHC-FOSP, 2000-2005).
Estádio RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
I (ref.) 1
II 3,875 0,009 1,406 10,674
III 7,084 0,000 2,870 17,485
IV 9,232 0,000 3,782 22,539
QuADRO 10 - Resultados da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio I como referên-cia), para o sexo feminino, de 50 a 59 anos, para casos de tumores de brônquios e pulmão (RHC-FOSP, 2000-2005).
Estádio RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
I (ref.) 1
II 2,280 0,006 1,262 4,120
III 3,145 0,000 1,953 5,065
IV 4,597 0,000 2,881 7,335
28
Fundação oncocentro de São Paulo
Nos casos de 80 anos e mais (Quadro 13), houve diferença significativa estatisticamente entre os está-dios e, levando-se em conta que houve 1 caso com
QuADRO 11 - Resultados da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio I como referência), para o sexo feminino, de 60 a 69 anos, para casos de tumores de brônquios e pulmão (RHC-FOSP, 2000-2005).
Estádio RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
I (ref.) 1
II 1,543 0,157 0,846 2,815
III 3,156 0,000 2,097 4,750
IV 4,952 0,000 3,299 7,433
QuADRO 12 - Resultados da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio I como referência), para o sexo feminino, de 70 a 79 anos, para casos de tumores de brônquios e pulmão (RHC-FOSP, 2000-2005).
Estádio RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
I (ref.) 1
II 2,229 0,011 1,202 4,132
III 2,793 0,000 1,792 4,353
IV 4,040 0,000 2,609 6,257
estádio 0, a análise refeita (com exclusão deste está-dio) apresenta diferença estatisticamente significante entre os estádios III e IV, em relação ao I (Quadro 14).
QuADRO 13 - Resultados da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio 0 como referência), para o sexo feminino, de 80 anos e mais, para casos de tumores de brônquios e pulmão (RHC-FOSP, 2000-2005).
Estádios RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
0 (ref.) 1
I 0,030 0,002 0,003 0,262
II 0,031 0,002 0,003 0,285
III 0,072 0,013 0,009 0,571
IV 0,092 0,023 0,012 0,720
QuADRO 14 - Resultados da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio I como referência), para o sexo feminino, de 80 anos e mais, para casos de tumores de brônquios e pulmão (RHC-FOSP, 2000-2005).
Estádios RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
I (ref.) 1
II 1,034 0,955 0,327 3,266
III 2,445 0,036 1,059 5,644
IV 3,111 0,007 1,364 7,096
29
tuMoreS de brônquIoS e PulMão
Como citado anteriormente, houve diferença de risco de óbito estatisticamente significante en-tre sexo masculino e feminino (Quadro 1), portanto esta análise a seguir será feita para o sexo masculino (Quadros 15 a 27).
Verifica-se diferença significante entre o grupo etário de 20 a 29 anos e todos os outros (Quadro 15).
QuADRO 15 - Resultados da regressão de Cox para a variável grupo etário (20 a 29 anos como refe-rência), para o sexo masculino, para casos de tumores de brônquios e pulmão (RHC-FOSP, 2000-2005).
Grupo etário RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
20 a 29 (ref.) 1
30 a 39 2,225 0,047 1,010 4,903
40 a 49 2,541 0,014 1,203 5,364
50 a 59 2,463 0,017 1,171 5,181
60 a 69 2,413 0,020 1,148 5,072
70 a 79 2,551 0,014 1,213 5,364
80 e + 2,574 0,014 1,210 5,479
QuADRO 16 - Resultados da regressão de Cox para a variável grupo etário (30 a 39 anos como refe-rência), para o sexo masculino, para casos de tumores de brônquios e pulmão (RHC-FOSP, 2000-2005).
Grupo etário RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
30 a 39 (ref.) 1
40 a 49 1,142 0,372 0,853 1,528
50 a 59 1,107 0,480 0,835 1,467
60 a 69 1,085 0,569 0,820 1,434
70 a 79 1,146 0,341 0,866 1,518
80 e + 1,157 0,358 0,848 1,580
QuADRO 17 - Resultados da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio 0 como referên-cia), para o sexo masculino, para casos de tumores de brônquios e pulmão (RHC-FOSP, 2000-2005).
Estádio RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
0 (ref.) 1
I 0,341 0,284 0,048 2,437
II 0,671 0,690 0,094 4,784
III 0,888 0,905 0,125 6,306
IV 1,361 0,758 0,192 9,665
Para o grupo etário de 30 a 39 anos (Quadro 16) não foi detectada diferença significativa.
Para a análise segundo estádio clínico, usando o estádio 0 como referência, não houve diferença esta-tisticamente significante (Quadro 17). Por outro lado, usando o estádio I como referência, houve diferença para todos os outros estádios (Quadro 18).
30
Fundação oncocentro de São Paulo
Nas análises por estádio clínico para cada grupo etário, não se observam diferenças significativas entre os estádios clínicos para os homens de 20 a 29 anos, de 30 a 39 anos e 50 a 59 anos (Quadros 19, 20 e 22).
Já no grupo de 40 a 49 anos, houve diferença signifi-cante para os estádios II, III e IV em relação ao estádio I (Quadro 21).
QuADRO 19 - Resultados da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio I como referên-cia), para o sexo masculino, de 20 a 29 anos, para casos de tumores de brônquios e pulmão (RHC-FOSP, 2000-2005).
Estádio RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
I (ref.) 1
III ### 0,967 0,000 ###
IV ### 0,964 0,000 ###
QuADRO 20 - Resultados da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio I como referên-cia), para o sexo masculino, de 30 a 39 anos, para casos de tumores de brônquios e pulmão (RHC-FOSP, 2000-2005).
Estádio RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
I (ref.) 1
II 0,981 1,000 0,000 ###
III ### 0,882 0,000 ###
IV ### 0,876 0,000 ###
QuADRO 21 - Resultados da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio I como referên-cia), para o sexo masculino, de 40 a 49 anos, para casos de tumores de brônquios e pulmão (RHC-FOSP, 2000-2005).
Estádio RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
I (ref.) 1
II 6,455 0,001 2,169 19,210
III 7,586 0,000 2,807 20,502
IV 11,845 0,000 4,402 31,874
QuADRO 18 - Resultados da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio I como referência), para o sexo masculino, para casos de tumores de brônquios e pulmão (RHC-FOSP, 2000-2005).
Estádio RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
I (ref.) 1
II 1,967 0,000 1,612 2,399
III 2,601 0,000 2,215 3,056
IV 3,988 0,000 3,399 4,679
31
tuMoreS de brônquIoS e PulMão
Quando a análise para o grupo etário de 50 a 59 anos, sexo masculino, é refeita usando-se o estádio I como referência, há diferença estatisticamente signifi-cativa entres os estádios I, III e o IV (Quadro 23).
Não foram encontradas diferenças significativas entre estádios clínicos nos homens de 60 a 69 anos em
relação ao estádio 0 (Quadro 24), mas estas ocorreram com o estádio I como referência (Quadro 25), e para o grupo etário de 70 a 79 anos (Quadro 26) e, entre o estádio clínico I e estádio clínico IV para 80 anos e mais (Quadro 27).
QuADRO 22 - Resultados da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio 0 como refe-rência), para o sexo masculino, de 50 a 59 anos, para casos de tumores de brônquios e pulmão (RHC-FOSP, 2000-2005).
Estádio RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
0 (ref.) 1
I 0,296 0,230 0,040 2,164
II 0,410 0,379 0,056 2,992
III 0,737 0,761 0,103 5,250
IV 1,236 0,833 0,174 8,792
QuADRO 23 - Resultados da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio I como referên-cia), para o sexo masculino, de 50 a 59 anos, para casos de tumores de brônquios e pulmão (RHC-FOSP, 2000-2005).
Estádio RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
I (ref.) 1
II 1,385 0,174 0,866 2,213
III 2,491 0,000 1,750 3,545
IV 4,177 0,000 2,946 5,922
QuADRO 24 - Resultados da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio 0 como refe-rência), para o sexo masculino, de 60 a 69 anos, para casos de tumores de brônquios e pulmão (RHC-FOSP, 2000-2005).
Estádio RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
0 (ref.) 1
I 6,403 0,903 0,000 ###
II 13,789 0,863 0,000 ###
III 18,191 0,849 0,000 ###
IV 28,008 0,827 0,000 ###
32
Fundação oncocentro de São Paulo
QuADRO 26 - Resultados da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio I como referência), para o sexo masculino, de 70 a 79 anos, para casos de tumores de brônquios e pulmão (RHC-FOSP, 2000-2005).
Estádio RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
I (ref.) 1
II 1,908 0,000 1,377 2,643
III 2,181 0,000 1,672 2,844
IV 3,126 0,000 2,401 4,070
QuADRO 27 - Resultados da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio I como referência), para o sexo masculino, de 80 anos e mais, para casos de tumores de brônquios e pulmão (RHC-FOSP, 2000-2005).
Estádio RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
I (ref.) 1
II 1,123 0,790 0,479 2,634
III 1,859 0,079 0,930 3,714
IV 2,558 0,008 1,281 5,112
QuADRO 28 - Resultados da regressão de Cox para a variável sexo (feminino como referência) para casos de tumores de brônquios e pulmão (RHC-FOSP, 2000-2005).
Sexo RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
Feminino (ref.) 1
Masculino 1,188 0,000 1,124 1,257
QuADRO 25 - Resultados da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio I como referência), para o sexo masculino, de 60 a 69 anos, para casos de tumores de brônquios e pulmão (RHC-FOSP, 2000-2005).
Estádio RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
I (ref.) 1
II 2,158 0,000 1,538 3,026
III 2,846 0,000 2,153 3,763
IV 4,382 0,000 3,317 5,789
A seguir, o quadro 28 repete a análise do quadro 1 (para facilitar a comparação), que mostra diferen-ça de risco estatisticamente significante entre o sexo
masculino e o feminino pela regressão de Cox, apon-tando que o sexo masculino teve risco de óbito 1,188 vezes o do sexo feminino.
33
tuMoreS de brônquIoS e PulMão
No quadro 29, os resultados da regressão de Cox para a variável estádio clínico, nos dois sexos mostra que existe diferença significativa entre os estádios em relação ao estádio 0, diferentemente das anteriores (Quadros 4 e 17).
No quadro 30, tem-se a regressão de Cox para a variável grupo etário, nos dois sexos. Esta análise mostra que existe diferença significativa entre as de-mais categorias desta variável em relação ao grupo de 20 a 29 anos, aqui diferente apenas para o sexo feminino (Quadro 2).
QuADRO 29 - Resultados da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio 0 como referência) para casos de tumores de brônquios e pulmão (RHC-FOSP, 2000-2005).
Estádio RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
0 (ref.) 1
I 3,410 0,000 2,708 4,293
II 10,746 0,000 8,566 13,481
III 33,746 0,000 26,929 42,289
IV 80,321 0,000 64,117 100,619
QuADRO 30 - Resultados da regressão de Cox para a variável grupo etário (20 a 29 anos como referên-cia) para casos de tumores de brônquios e pulmão (RHC-FOSP, 2000-2005).
Grupo etário RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
20 a 29 (ref.) 1
30 a 39 1,306 0,000 1,172 1,455
40 a 49 1,643 0,000 1,486 1,816
50 a 59 1,888 0,000 1,710 2,084
60 a 69 1,827 0,000 1,655 2,016
70 a 79 1,654 0,000 1,498 1,827
80 e + 1,515 0,000 1,364 1,682
Por último, na regressão múltipla de Cox (Qua-dro 31), tem-se a leitura dos resultados semelhante à leitura dos quadros 28 a 30. Nota-se, porém, que os re-sultados que apontam diferença de risco (RR) são dis-tintos, mostrando que estas três variáveis influenciam umas as outras em relação às razões de riscos de suas categorias, em uma análise conjunta. Nota-se que a
razão de riscos entre o sexo feminino e o masculino foi 1,188 no Quadro 28, caindo para 1,131 no Quadro 31, por exemplo.
Assim, os resultados encontrados em análises de variáveis isoladamente devem ser interpretados com cuidado.
34
Fundação oncocentro de São Paulo
Síntese
• Foram registrados 10.918 casos com tumo-res de brônquios e pulmão entre 1 de janei-ro de 2000 e 31 de dezembro de 2005, dos quais 69% em homens e 31% em mulheres.
• a topografia mais frequente é pulmão SOE, re-presentando 75% dos casos no sexo masculi-no e 74% no feminino;
• as morfologias mais frequentes são os adeno-mas e adenocarcinomas, para ambos os se-xos, representando 95% do total de casos;
• o grupo etário mais frequente é a de 60 a 69 anos (29% dos homens e 35% das mulheres), no momento do diagnóstico, o estádio mais frequente é o IV (41% dos homens e 44% nas mulheres);
• a terapêutica variou de acordo com o estádio, com frequência maior da cirurgia em estádios mais precoces, já em estádios mais avança-
dos, maior frequência de quimioterapia isola-damente e associação de quimioterapia com radioterapia;
• a sobrevida foi menor para o sexo masculino, com diagnóstico em estádios mais avançados; em relação à grupo etário, as análises separa-das para cada sexo não apresentaram diferen-ça de riscos entre as categorias; já na regressão múltipla (os dois sexos juntos), apresentaram risco crescente para idade maiores.
• como resultado das análises de regressão, nota-se que as variáveis estudadas (sexo, es-tádio clínico e grupo etário) influenciam umas as outras, alterando as relações de risco entre as categorias de cada variável.
QuADRO 31 - Resultados da regressão múltipla de Cox para as variáveis sexo (feminino como referên-cia), estádio clínico (estádio 0 como referência) e grupo etário (20 a 29 anos como referência) para casos de tumores de brônquios e pulmão (RHC-FOSP, 2000-2005).
Variáveis RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
Sexo
Feminino (ref.) 1
Masculino 1,131 0,000 1,106 1,157
Estádio
0 (ref.) 1
I 3,235 0,000 2,569 4,073
II 10,156 0,000 8,094 12,743
III 32,116 0,000 25,624 40,253
IV 74,197 0,000 59,208 92,981
Grupo etário
20 a 29 (ref.) 1
30 a 39 1,158 0,008 1,040 1,290
40 a 49 1,161 0,004 1,050 1,283
50 a 59 1,212 0,000 1,098 1,338
60 a 69 1,208 0,000 1,095 1,334
70 a 79 1,220 0,000 1,105 1,348
80 e + 1,328 0,000 1,196 1,475
35
tuMoreS da MaMa eM MulhereS
O total deste grupo de tumores foi de 27.023, sendo que as topografias mais frequentes foram Mama, SOE, Quadrante superior externo da mama e Lesão sobreposta da mama, representando 89,4% do total (Tabela 1).
Quanto à morfologia, neoplasias ductais, lobulares e medulares, neoplasias epiteliais e neoplasias de células escamosas representaram 98,5% do total. As proporções segundo grupo etário (Figura 1) mostram que há um pico de ocorrência de registros para o grupo de 50 a 59 anos.
Capítulo 6 - Tumores da Mama em Mulheres
TABELA 1 - Número e proporção (%) de tumores de mama, segundo topografia (RHC-FOSP, 2000-2005).
Topografia Nº %
C50.9 Mama, SOE (exclui pele da mama C44.5) 19.181 71,0
C50.4 Mama, quadrante superior externo da 3.691 13,7
C50.8 Mama, lesão sobreposta da 1.265 4,7
C50.2 Mama, quadrante superior interno da 1.122 4,2
C50.5 Mama, quadrante inferior externo da 597 2,2
C50.1 Mama, porção central da 546 2,0
C50.3 Mama, quadrante inferior interno da 391 1,4
C50.0 Mama, mamilo 176 0,7
C50.6 Mama, porção axilar da 54 0,2
Total 27.023 100
FIGuRA 1 - Distribuição proporcional (%) dos casos de tumores de mama segundo grupo etário (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
20 30 40 50 60 70 80 100
Idade
Prop
orçã
o
36
Fundação oncocentro de São Paulo
Quanto ao estádio, a maior frequência ocorreu no estádio IIA, seguida pelo estádio IIB, onde o tumor é pal-pável, mostrando que o diagnóstico é precoce (Figura 2).
Existe uma concentração de todos os estádios
entre 40 e 59 anos com pico de frequência aos 55 anos. Esta concentração é ainda mais acentuada nos casos com estádio IV e menos acentuada, tendendo a idade menores, nos estádios 0 e IIB.
FIGuRA 2 - Distribuição proporcional (%) dos casos de tumores de mama segundo estádio clínico (RHC-FOSP, 2000-2005).
Prop
orçã
o
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0 I I I A I I B I I I I V X Y
Estádio Clínico
Proposta de Tratamento
No estádio 0, 56% das propostas foram de so-mente cirurgia e 27,2% de cirurgia associada à ra-dioterapia.
Para o estádio I, os tratamentos mais frequentes foram somente cirurgia seguida de cirurgia associa-da à radioterapia, mas com proporções diferentes do estádio 0 (29,8% e 21,2%, respectivamente). Destacou-se também a associação de cirurgia, quimioterapia e radioterapia (20,5%).
Nos tumores registrados com estádio IIA e IIB, houve maior frequência de associação de cirurgia, qui-mioterapia e radioterapia (29,4% e 36,3%, respectiva-mente), seguida por somente cirurgia (24,2% e 18,9%, respectivamente) e associação de cirurgia e quimiote-rapia (20,4% e 21,5%, respectivamente).
Para o estádio III, houve também predominância de associação de cirurgia, quimioterapia e radiotera-pia (32,0%), seguida de associação de cirurgia e qui-mioterapia (23,1%) e somente quimioterapia (18,2%).
Para o estádio IV, as propostas têm um perfil di-ferente, com predominância de quimioterapia somen-te (33,2%), seguida de nenhum tratamento (14,9%) e com proporções semelhantes de associação de cirur-gia e quimioterapia, associação de cirurgia, quimio-terapia e radioterapia e associação de quimioterapia e radioterapia.
Quanto à hormônio terapia, 16% dos tumores diagnosticados no estádio 0 tiveram este tratamen-to proposto, seguido pelos estádios I (15,4%), IV (12,4%) e IIA (11,0%).
37
tuMoreS da MaMa eM MulhereS
FIGuRA 3 - Proporção (%) de casos de tumores de mama segundo estádio clínico e proposta de trata-mento (RHC-FOSP, 2000-2005).
5,7
33,2
6,9
12,5
2,9
11,5 12,414,9
0
10
20
30
40
50
60
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
56,0
0,25,4
2,1
27,2
0,23,5 5,3
0
10
20
30
40
50
60
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
29,8
1,9
7,611,8
21,2
3,2
20,5
4,1
0
10
20
30
40
50
60
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
24,2
4,2 4,6
20,4
9,9
3,8
29,4
3,3
0
10
20
30
40
50
60
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
18,9
6,23,0
21,5
7,33,4
36,3
3,3
0
10
20
30
40
50
60
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
10,9
18,2
2,7
23,1
5,5 3,6
32,0
3,9
0
10
20
30
40
50
60
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
0 I II III IV
38
Fundação oncocentro de São Paulo
Análise de Sobrevida
Houve a ocorrência de menos casos para o está-dio 0 e nos grupos etários de 20 a 29 anos e 80 anos e mais, tornando os resultados destes grupos pouco adequados para análises estatísticas (Tabela 2).
A seguir, foram construídas as figuras a partir da análise de Kaplan-Meier.
Verifica-se sobrevida maior nos estádios 0 e I. Os estádios IIA, IIB, III e IV mostram probabilidade de so-brevida progressivamente menor em relação às cate-gorias (Figura 4).
A sobrevida é maior nos grupos de 40 a 49 anos, mas todos os grupos têm evolução semelhante sen-
TABELA 2 - Número de casos de tumores de mama segundo grupos etários e estádio clínico (RHC-FOSP, 2000-2005).
Grupo etárioEstádio clínico
Total0 I IIA IIB III IV
20 a 29 11 36 65 58 110 45 325
30 a 39 105 297 616 456 720 228 2.422
40 a 49 528 1.163 1.601 1.142 1.768 478 6.680
50 a 59 499 1.238 1.730 1.043 1.796 536 6.842
60 a 69 287 1.007 1.348 699 1.308 466 5.115
70 a 79 149 662 880 514 904 322 3.431
80 e + 36 147 306 172 438 162 1.261
Total 1.615 4.550 6.546 4.084 7.044 2.237 26.076
FIGuRA 4 - Sobrevida (%) de casos de tumores de mama segundo estádio clínico e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
0 I IIA IIB III IV
0 12 18 24 30 36 48 54 606
39
tuMoreS da MaMa eM MulhereS
do a sobrevida menor no grupo de 80 anos e mais (Figura 5).
Os resultados da regressão de Cox para a variável estádio clínico, nota-se que houve diferença significati-va no risco de óbito para todos os estádios (Quadro 1). Refazendo-se o cálculo utilizando o estádio I como base para comparação, nota-se que também há diferença de risco de óbito estatisticamente significante para todos os estádios clínicos, mas com razões menores.
Fazendo-se a mesma análise para a variável gru-po etário (20 a 29 anos como referência), para casos de tumores de mama, mostram que houve diferença nos grupos de 40 a 49 anos e 50 a 59 anos (Quadro 2). Tomando-se como base o grupo de 30 a 39 anos, houve diferença em relação a todos os outros grupos com exceção de 70 a 79 anos.
Nos resultados da análise da regressão de Cox
para a variável estádio clínico (estádio 0 como refe-rência) para cada grupo etário, não houve diferença significante nos riscos de óbito para o grupo etário de 20 a 29 anos, ressaltando-se que este grupo apresen-tou menor quantidade de casos. Se se considerar o estádio I como base, houve diferença estatisticamente significante para todos os outros estádios.
Para o grupo de 30 a 39 anos, nota-se a diferen-ça entre os riscos de óbito dos estádios II a IV para o estádio 0.
Para o grupo de 40 a 49 anos, ocorre diferença significante para todos os estádios. O mesmo acon-teceu nos grupos 50 a 59 e 60 a 69 (com exceção do estádio I para o último). No grupo de 70 a 79 anos não houve diferença entre os estádios e o grupo de 80 e mais anos apresentou diferença significante para os estádios III e IV.
FIGuRA 5 - Sobrevida (%) de casos de tumores de mama segundo grupo etário e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 80 e +
0 12 18 24 30 36 48 54 606
40
Fundação oncocentro de São Paulo
Foi detectada diferença de risco estatisticamente significante entre as categorias da variável estádio clí-nico pela regressão de Cox, apontando que, por exem-plo, o estádio IV tem probabilidade de óbito igual a cerca de 200 vezes a do estádio 0 (com seu respectivo intervalo de confiança) (Quadro 1).
A análise por meio da regressão de Cox para a variável grupo etário mostra que existe diferença sig-nificativa entre as categorias 40 a 49 e 50 a 59 anos em relação ao grupo de 20 a 29 anos (Quadro 2).
Por último, na regressão múltipla de Cox (Quadro 3), tem-se a leitura dos resultados semelhante à leitura dos quadros 1 e 2. Nota-se, porém, que os resultados que apontam a diferença de risco (RR) são diferentes, mostrando que estas três variáveis influenciam umas as outras em relação às razões de riscos de suas cate-gorias, em uma análise conjunta.
QuADRO 1 - Resultados da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio 0 como referência) para casos de tumores de mama (RHC-FOSP, 2000-2005).
Estádio RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
0 (ref.) 1
I 4,392 0,000 2,033 9,485
IIA 13,472 0,000 6,381 28,446
IIB 23,882 0,000 11,315 50,403
III 63,410 0,000 30,182 133,218
IV 199,787 0,000 95,026 420,043
QuADRO 2 - Resultados da regressão de Cox para a variável grupo etário (20 a 29 anos como referência) para tumores de mama (RHC-FOSP, 2000-2005).
Grupo etário RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
20 a 29 (ref.) 1
30 a 39 0,928 0,604 0,701 1,230
40 a 49 0,631 0,001 0,481 0,830
50 a 59 0,757 0,044 0,576 0,993
60 a 69 0,802 0,115 0,610 1,055
70 a 79 0,817 0,154 0,618 1,079
80 e + 1,261 0,121 0,941 1,690
41
tuMoreS da MaMa eM MulhereS
Síntese
• A topografia mais frequente é mama, SOE (71,0%), seguida de quadrante superior exter-no da mama (13,7%)
• as morfologias mais frequentes são as neopla-sias ductais, lobulares e medulares (90,9%);
• o grupo etário mais frequente é a de 50 a 59 anos (26,2%), seguida de 40 a 49 anos (25,5%);
• o estádio mais frequente é o II A (39,3%), se-guido pelo IIB (24,2%);
• a terapêutica varia de acordo com o estádio, houve frequência maior da cirurgia em está-dio mais precoce, com maior proporção para associação de cirurgia, quimioterapia e radio-
QuADRO 3 - Resultados da regressão múltipla de Cox para as variáveis estádio clínico (estádio 0 como referência) e grupo etário (20 a 29 anos como referência) para tumores de mama (RHC-FOSP, 2000-2005).
Variáveis RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
Estádio
0 (ref.) 1
I 4,307 0,000 1,994 9,302
IIA 13,147 0,000 6,226 27,761
IIB 23,433 0,000 11,102 49,459
III 61,804 0,000 29,416 129,851
IV 193,849 0,000 92,193 407,594
Grupo etário
20 a 29 (ref.) 1
30 a 39 1,094 0,532 0,826 1,449
40 a 49 0,808 0,127 0,615 1,062
50 a 59 0,992 0,954 0,756 1,302
60 a 69 1,001 0,996 0,761 1,316
70 a 79 1,005 0,974 0,760 1,327
80 e + 1,250 0,135 0,933 1,676
terapia, à medida que o tumor avança, culmi-nando em maior proporção de quimioterapia no estádio IV;
• a sobrevida é menor em estádios mais avança-dos e há pouca ou nenhuma diferença de ris-cos entre as categorias de grupo etário (análi-se simples e múltipla, respectivamente).
• como resultado das análises de regressão, nota-se que as variáveis estudadas (estádio clínico e grupo etário) inflluenciam umas as outras, alterando as relações de riscos entre as categorias de cada variável.
42
Fundação oncocentro de São Paulo
O total deste grupo de tumores foi de 5.895, sen-do as topografias mais frequentes para o sexo femini-no, nasofaringe, SOE (16,8%), base da língua (15,8%) e palato mole, SOE (12,0%) (Tabela 1). Já nos casos
masculinos, as mais frequentes foram base da língua (18,1%), hipofaringe, SOE (13,3%), orofaringe, SOE (12,4%) e seio piriforme (12,4%) (Tabela 2).
Capítulo 7 - Tumores da Faringe
TABELA 1 - Número e proporção (%) de casos de tumores da faringe, para o sexo feminino, segundo topografia (RHC-FOSP, 2000-2005).
Topografia Nº %
C11.9 Nasofaringe, SOE 116 16,8
C01.9 Língua, base da 124 15,8
C05.1 Palato mole, SOE 88 12,0
C10.9 Orofaringe, SOE 70 9,5
C13.9 Hipofaringe, SOE 65 8,8
C09.9 Valecula 56 7,6
C12.9 Seio piriforme 48 6,5
C09.0 Amigdala, pilar amigdaliano 37 5,0
C05.9 Palato, SOE 27 3,7
C09.1 Amigdala, lesao sobreposta da 13 1,8
C13.1Face hipofaringea da prega ariepiglotica, prega ariepiglotica, SOE
11 1,5
C10.0 Epiglote, face anterior da 10 1,4
C10.2 Orofaringe, parede posterior da 9 1,2
C10.8 Orofaringe, lesao invasiva da 7 1,0
C11.1 Nasofaringe, parede posterior da 7 1,0
C11.3 Nasofaringe, parede anterior da 7 1,0
C11.8 Nasofaringe, lesao sobreposta da 6 0,8
C05.2 Uvula 5 0,7
C09.8 Amigdala, SOE (exclui amig. lingual C02.4 e amigdala 5 0,7
C10.1 Orofaringe, parede lateral da 5 0,7
C11.0 Nasofaringe, parede superior da 4 0,5
C13.2 Hipofaringe, parede posterior da 4 0,5
C10.3 Fenda branquial (local da neoplasia) 3 0,4
C11.2 Nasofaringe, parede lateral da 3 0,4
C13.0 Regiao pos-cricoidea 3 0,4
C13.8 Orofaringe, lesao sobreposta da 2 0,3
C05.8 Palato, lesao sobreposta do 1 0,1
Total 736 100
43
tuMoreS da FarInge
Quanto à morfologia, neoplasias de células es-camosas, neoplasias epiteliais, SOE e adenomas e adenocarcinomas representam 96,7% do total dos casos para o sexo feminino. As mesmas morfologias representaram 98,8% para o sexo masculino. As pro-porções segundo grupo etário apresentam um pico de ocorrência de registros para o grupo etário de 50 a 59 anos para ambos os sexos (Figura 1).
TABELA 2 - Número e proporção (%) de casos de tumores da faringe para o sexo masculino, segundo topografia (RHC-FOSP, 2000-2005).
Topografia Nº %
C01.9 Língua, base da 932 18,1
C13.9 Hipofaringe, SOE 687 13,3
C10.9 Orofaringe, SOE 641 12,4
C12.9 Seio piriforme 641 12,4
C09.9 Valecula 442 8,6
C05.1 Palato mole, SOE 429 8,3
C09.0 Amigdala, pilar amigdaliano 294 5,7
C11.9 Nasofaringe, SOE 280 5,4
C09.1 Amigdala, lesao sobreposta da 138 2,7
C10.0 Epiglote, face anterior da 130 2,5
C05.9 Palato, SOE 96 1,9
C05.2 Ùvula 92 1,8
C10.2 Orofaringe, parede posterior da 55 1,1
C10.1 Orofaringe, parede lateral da 53 1,0
C13.2 Hipofaringe, parede posterior da 48 0,9
C10.3 Fenda branquial (local da neoplasia) 40 0,8
C10.8 Orofaringe, lesao invasiva da 26 0,5
C13.1Face hipofaringea da prega ariepiglotica, prega ariep. SOE
25 0,5
C13.8 Orofaringe, lesao sobreposta da 22 0,4
C11.8 Nasofaringe, lesao sobreposta da 18 0,3
C11.1 Nasofaringe, parede posterior da 14 0,3
C09.8Amigdala, SOE (exclui amigdala lingual C02.4 e amigdala
14 0,3
C11.2 Nasofaringe, parede lateral da 12 0,2
C11.0 Nasofaringe, parede superior da 11 0,2
C13.0 Regiao pos-cricoidea 10 0,2
C11.3 Nasofaringe, parede anterior da 7 0,1
C05.8 Palato, lesao sobreposta do 2 0,0
Total 5.159 100
Quanto ao estádio, as maiores frequências nos estádios IV e mesmo no III mostram que o diagnósti-co é tardio (Figura 2).
Existe uma concentração de todos os estádios entre 50 e 59 anos, principalmente para o sexo mascu-lino; ocorre também para o sexo feminino, mas menos acentuada.
44
Fundação oncocentro de São Paulo
FIGuRA 1 - Distribuição proporcional (%) dos casos de tumores da faringe segundo grupo etário e sexo (RHC-FOSP, 2000-2005).
FIGuRA 2 - Distribuição proporcional (%) dos casos de tumores da faringe segundo sexo e estádio clí-nico (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
20 30 40 50 60 70 80 100
Idade
Prop
orçã
o
Feminino Masculino
0
10
20
30
40
50
60
0 I II III IV X Y
Estádio clínico
Prop
orçã
o
Feminino Masculino
45
tuMoreS da FarInge
Proposta de Tratamento
No estádio 0, para o sexo feminino, 75% das pro-postas foram de cirurgia isoladamente e 25% de radiote-rapia isoladamente, mas houve apenas 4 casos. Já para o sexo masculino, 51,7% das propostas foram de cirur-gia isoladamente e 13,8% de radioterapia isoladamente.
Para o estádio I, tanto para mulheres quanto para homens, o tratamento mais frequente foi cirur-gia seguida de radioterapia isoladamente, mas com proporções diferentes do estádio 0 (50% e 15%, e 36,9% e 25,7% respectivamente), além de casos com nenhum tratamento proposto (15% para mulheres e 11,7% para homens.
No estádio II, em mulheres, as associações de tra-tamento mais frequentes foram cirurgia isoladamente (21,4%) e radioterapia isoladamente, cirurgia com radiote-rapia e quimioterapia com radioterapia, com 19,6% cada. Para o sexo masculino, por outro lado, o tratamento mais frequente foi radioterapia isoladamente (25,0%), seguida de quimioterapia e radioterapia (24,4%), cirurgia isolada-mente (18,5%) e cirurgia com radioterapia (14,1%).
Para o estádio III, para o sexo feminino, houve predominância de associação de quimioterapia e ra-dioterapia (29,4%), seguida de somente radioterapia (22,4%) e associação de cirurgia e radioterapia (11,9%).
FIGuRA 3 - Proporção (%) de casos de tumores de faringe, para o sexo feminino, segundo estádio clí-nico e proposta de tratamento (RHC-FOSP, 2000-2005).
75,0
0,0
25,0
0,0 0,0 0,0 0,0 0,00
10
20
30
40
50
60
70
80
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
50,0
0,0
15,0
0,0
12,5
5,0 2,5
15,0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
21,4
5,4
19,6
1,8
19,6 19,6
1,8
10,7
0
10
20
30
40
50
60
70
80
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
9,8 9,1
22,4
2,1
11,9
29,4
9,1 6,3
0
10
20
30
40
50
60
70
80
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
7,613,2 12,3
2,07,9
37,1
6,713,2
0
10
20
30
40
50
60
70
80
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
0 I II III IV
46
Fundação oncocentro de São Paulo
Para o sexo masculino, houve também predominância de associação de quimioterapia e radioterapia (32,6%), seguida de somente radioterapia (17,8%) e somente cirurgia (11,2%).
Para o estádio IV, existiu predominância de as-sociação de quimioterapia e radioterapia (37,1%), quimioterapia isoladamente e nenhum tratamento
proposto (13,2% cada) e radioterapia isoladamente (12,3%), para o sexo feminino. Para o sexo masculino, a predominância foi de associação de quimioterapia e radioterapia (32,9%), seguida por radioterapia isolada-mente (15,9%), nenhum tratamento proposto (13,9%) e quimioterapia isoladamente (12,3%).
FIGuRA 4 - Proporção (%) de casos de tumores de faringe, para o sexo masculino, segundo estádio clínico e proposta de tratamento (RHC-FOSP, 2000-2005).
51,7
0,0
13,8
0,0 0,03,4 3,4
27,6
0
10
20
30
40
50
60
70
80
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
36,9
4,5
25,7
1,17,3 8,9
3,9
11,7
0
10
20
30
40
50
60
70
80
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
18,5
2,9
25,0
1,5
14,1
24,4
4,78,8
0
10
20
30
40
50
60
70
80
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
11,2 10,417,8
1,3
10,9
32,6
6,19,7
0
10
20
30
40
50
60
70
80
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
6,712,9
15,9
1,58,9
32,9
7,313,9
0
10
20
30
40
50
60
70
80
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
0 I II III IV
47
tuMoreS da FarInge
Análise de Sobrevida
A análise de Kaplan-Meier mostra que os casos do sexo masculino têm uma sobrevida menor que os do sexo feminino (Figura 5).
Este resultado também pode ser observado pela análise a seguir (Quadro 1), onde nota-se, pela razão de riscos (RR) que o risco de morte de casos mascu-linos é 1,38 vezes o risco de morte de casos do sexo
feminino. O “p” menor que 0,05 e o intervalo de con-fiança para a razão de riscos (IC (95%) para RR) com li-mite inferior maior que um indicam que este resultado tem significância estatística. Em consequência, as aná-lises serão realizadas, separadamente, para homens e mulheres.
FIGuRA 5 - Sobrevida (%) de casos de tumores de faringe segundo sexo e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
QuADRO 1 - Resultados da regressão de Cox para a variável sexo (feminino como referência) para casos de tumores de faringe (RHC-FOSP, 2000-2005).
SEXO RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
Feminino (ref.) 1
Masculino 1,381 0,000 1,198 1,592
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
Feminino Masculino
0 12 18 24 30 36 48 54 606
48
Fundação oncocentro de São Paulo
Em face da ocorrência de poucos casos de tumo-res no estádio 0, em todos os grupos etários e nas fai-xas de idade entre 20 e 29 anos, em todos os estádios, e na faixa de 30 a 39 anos, para os estádios 0, I e II, há de se ter cautela nas conclusões, pois estes fatos podem tornar os resultados pouco confiáveis nestes grupos etários (Tabelas 3 e 4).
Verifica-se sobrevida maior nos estádios 0 e I. Os estádios II, III e IV mostram probabilidades de sobrevi-da progressivamente menor em relação às categorias para ambos os sexos (Figuras 6 e 8).
A sobrevida no sexo feminino é maior nos gru-pos de 30 a 39 anos, mas todos os grupos têm evo-lução semelhante sendo a sobrevida menor no grupo de 20 a 29 anos (Figura 7). O mesmo vale para o sexo masculino (Figura 9).
Os resultados da regressão de Cox para a variável grupo etário (20 a 29 anos como base) em tumores da faringe mostram que não houve diferença para o sexo feminino. Para o sexo masculino, detectou-se diferen-ça estatisticamente significante em relação a todas as outras categorias com um risco maior para as últimas. Tomando-se como base o grupo de 30 a 39 anos, não houve diferenças em relação aos outros grupos etários.
TABELA 3 - Casos de tumores da faringe, para o sexo feminino, segundo grupos etários e estádio clínico (RHC-FOSP, 2000-2005).
Grupo etárioEstádio clínico
Total0 I II III IV
20 a 29 - - 1 4 13 18
30 a 39 - 1 9 8 32 50
40 a 49 1 5 9 30 64 109
50 a 59 3 8 15 35 95 156
60 a 69 - 10 10 29 75 124
70 a 79 - 11 7 28 44 90
80 e + - 5 5 9 19 38
Total 4 40 56 143 342 585
TABELA 4 - Casos de tumores da faringe, para o sexo masculino, segundo grupos etários e estádio clí-nico (RHC-FOSP, 2000-2005).
Grupo etárioEstádio clínico
Total0 I II III IV
20 a 29 - 2 2 8 18 30
30 a 39 1 4 12 23 93 133
40 a 49 5 37 66 198 633 939
50 a 59 11 56 108 304 966 1.445
60 a 69 8 52 94 250 678 1.082
70 a 79 4 22 47 123 303 499
80 e + - 6 11 23 47 87
Total 29 179 340 929 2.738 4.215
49
tuMoreS da FarInge
FIGuRA 6 - Sobrevida (%) de casos de tumores de faringe, para o sexo feminino, segundo estádio clínico e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
FIGuRA 7 - Sobrevida (%) de casos de tumores de faringe, para o sexo feminino, segundo grupo etário e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
0 I II III IV
0 12 18 24 30 36 48 54 606
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 80 e +
0 12 18 24 30 36 48 54 606
50
Fundação oncocentro de São Paulo
FIGuRA 8 - Sobrevida (%) de casos de tumores de faringe, para o sexo masculino, segundo estádio clínico e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
FIGuRA 9 - Sobrevida (%) de casos de tumores de faringe, para o sexo masculino, segundo grupo etário e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
0 I II III IV
0 12 18 24 30 36 48 54 606
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 80 e +
0 12 18 24 30 36 48 54 606
51
tuMoreS da FarInge
Fazendo-se a mesma análise para a variável es-tádio clínico, tomando-se o estádio 0 como base, não houve diferença significativa no risco de óbito para to-dos os estádios para o sexo feminino. Já para o sexo masculino, houve diferença estatisticamente significa-tiva para os estádios III e IV. Refazendo-se o cálculo utilizando o estádio I como base para comparação, há diferença de risco de óbito estatisticamente significan-te para os estádios clínicos III e IV, em ambos os sexos.
Nos resultados da análise da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio 0 como refe-rência) em cada grupo etário, não houve diferença sig-nificante no risco de óbito para o grupo etário de 20 a 29 anos, ressaltando-se que este grupo apresentou menor quantidade de casos, tanto para homens quan-to para mulheres.
Para o grupo de 30 a 39 anos para o sexo femini-no, nota-se a diferença entre os riscos de óbito dos es-tádios II a IV para o estádio I (não houve casos com es-tádio 0). Nos sexo masculino, neste grupo etário, com estádio 0 como base, não houve diferença de risco, enquanto que fixando o estádio I como base, houve diferença significante em relação aos estádios III e IV.
Nos casos de 40 a 49 anos, ocorreu diferença signi-ficante para os estádios III e IV, usando o estádio I como base, tanto para homens quanto para mulheres. Usando estádio 0 como base, não houve diferença significante. O mesmo aconteceu para o grupo de 50 a 59 anos (com a exceção que para o sexo feminino com estádio I como base, apenas o estádio IV apresentou diferença de risco).
Nos casos da faixa de 60 a 69 anos femininos, não houve diferença entre os riscos de óbito para o estádio I (não houve casos com estádio 0). Para o sexo masculi-no, casos em estádio 0 como base, não houve diferença de risco, enquanto que no estádio I como base, houve diferenças significativas em relação aos III e IV.
Os grupos de 70 a 79 anos e 80 anos e mais não apresentaram diferença entre os estádios (ausência de ca-sos com estádio 0), nos casos femininos. Nos masculinos, não houve diferenças usando estádio 0 ou I como base para o grupo de 70 a 79 anos e com estádio I como base para 80 anos ou mais (não houve casos com estádio 0).
Há diferença de risco estatisticamente significan-te entre os sexos masculino e o feminino pela regres-são de Cox, apontando que no masculino o risco de óbito é 1,381 vezes o do feminino (Quadro 2).
QuADRO 2 - Resultados da regressão de Cox para a variável sexo (feminino como referência) para tumores de faringe (RHC-FOSP, 2000-2005).
Sexo RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
Feminino (ref.) 1
Masculino 1,381 0,000 1,198 1,592
QuADRO 3 - Resultados da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio 0 como referência) para tumores de faringe (RHC-FOSP, 2000-2005).
Estádio RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
0 (ref.) 1
I 4,363 0,146 0,597 31,858
II 6,322 0,067 0,882 45,346
III 11,792 0,014 1,659 83,827
IV 22,000 0,002 3,101 156,087
52
Fundação oncocentro de São Paulo
A análise por meio da regressão de Cox para a variável estádio clínico, nos dois sexos, aponta que existe diferença significativa entre os estádios III e IV em relação ao estádio 0 (Quadro 3).
A regressão de Cox para grupo etário, nos dois sexos mostra que existe diferença significativa entre as demais categorias desta variável em relação ao gru-po de 20 a 29 anos (Quadro 4).
Na regressão múltipla de Cox (Quadro 5), há resultados semelhantes à leitura das análises de re-gressão com apenas uma variável. Nota-se, porém, que as razões de riscos (RR) são diferentes, mostran-do que estas três variáveis influenciam umas as ou-tras em relação às razões de riscos de suas catego-rias, em uma análise conjunta. Deste modo, a análise da razões de riscos utilizando-se estas três variáveis ao mesmo tempo deve ser feita com cuidado.
QuADRO 4 - Resultados da regressão de Cox para a variável grupo etário (20 a 29 anos como referência) para tumores de faringe (RHC-FOSP, 2000-2005).
Grupo etário RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
20 a 29 (ref.) 1
30 a 39 2,121 0,020 1,125 3,998
40 a 49 2,469 0,003 1,358 4,491
50 a 59 2,517 0,002 1,387 4,566
60 a 69 2,471 0,003 1,360 4,490
70 a 79 2,863 0,001 1,567 5,232
80 e + 2,435 0,008 1,266 4,684
QuADRO 5 - Resultados da regressão múltipla de Cox para as variáveis sexo (feminino como referên-cia), estádio clínico (estádio 0 como referência) e grupo etário (20 a 29 anos como referência) nos casos de tumores de faringe (RHC-FOSP, 2000-2005).
Variáveis RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
Sexo
Feminino (ref.) 1
Masculino 1,300 0,000 1,126 1,501
Estádio
0 (ref.) 1
I 4,316 0,149 0,591 31,524
II 6,240 0,069 0,870 44,756
III 11,672 0,014 1,642 82,982
IV 21,868 0,002 3,082 155,154
Grupo etário
20 a 29 (ref.) 1
30 a 39 2,082 0,023 1,105 3,926
40 a 49 2,452 0,003 1,348 4,462
50 a 59 2,484 0,003 1,369 4,510
60 a 69 2,532 0,002 1,393 4,603
70 a 79 3,063 0,000 1,676 5,600
80 e + 2,924 0,001 1,520 5,624
53
tuMoreS da FarInge
Síntese
• A topografia mais frequente é base da língua (15,8% e 18,1%, para mulheres e homens, res-pectivamente) e ocorrem mais casos para o sexo masculino (87,5%) do que no feminino (12,5%);
• as morfologias mais frequentes são as neopla-sias de células escamosas, para ambos os se-xos (72,3% e 84,9%, para mulheres e homens, respectivamente);
• o grupo etário mais frequente é a de 50 a 59 anos, para ambos os sexos (25,1% e 34,2%, para mulheres e homens, respectivamente);
• o estádio mais frequente é o IV, para ambos os sexos (46,5% e 53,1%, para mulheres e homens, respectivamente);
• a terapêutica varia de acordo com o estádio, com frequência maior da cirurgia em estádios mais precoces e associação de quimioterapia e radioterapia em estádio tardios;
• a sobrevida é menor para o sexo masculino, com estádios mais avançados e não sofre in-fluência pela idade nos casos do sexo feminino, diferentemente dos casos do sexo masculino nos quais a idade influencia a sobrevida.
• na regressão múltipla de Cox, há resultados semelhantes à leitura das análises com apenas uma variável. Nota-se, porém, que as razões de riscos (RR) não são iguais, mostrando que estas três variáveis influenciam umas as outras, alte-rando as razões de riscos de óbito
54
Fundação oncocentro de São Paulo
Este grupo totalizou 5.433 tumores e as topo-grafias mais frequentes para o sexo feminino foram: língua, SOE (24,7%), lábio inferior externo (14,5%) e assoalho da boca, SOE (9,4%) (Tabela1). Para o sexo
Capítulo 8 - Tumores de Lábio e Cavidade Oral
masculino, as mais frequentes foram língua, SOE (26,7%), assoalho da boca, SOE (17,2%) e lábio inferior externo (12,2%) (Tabela 2)
TABELA 1 - Número e proporção (%) de tumores de lábio e cavidade oral, para o sexo feminino, segun-do topografia (RHC-FOSP, 2000-2005).
Topografia Nº %
C02.9 Língua, SOE 278 24,7
C00.1 Lábio inferior externo 163 14,5
C04.9 Assoalho da boca, SOE 106 9,4
C06.9 Boca, SOE 90 8,0
C05.0 Palato duro 87 7,7
C02.1 Língua, borda da 82 7,3
C06.0 Mucosa da bochecha 41 3,6
C06.2 Área retromolar 41 3,6
C00.0 Lábio superior externo 30 2,7
C00.9 Lábio, SOE (exclui pele do labio C44.0) 30 2,7
C03.1 Gengiva inferior 30 2,7
C03.9 Gengiva, SOE 30 2,7
C03.0 Gengiva superior 22 2,0
C04.0 Assoalho anterior da boca 19 1,7
C00.2 Lábio externo, SOE 14 1,2
C02.4 Língua, amigdala lingual 14 1,2
C00.4 Lábio, mucosa inferior do 7 0,6
C02.3 Língua, dois tercos anteriores, SOE 7 0,6
C02.8 Língua, lesao sobreposta da 6 0,5
C06.8 Lesão sobrep. outras partes e não espec. da boca 5 0,4
C00.3 Lábio, mucosa superior do 4 0,4
C00.5 Lábio, mucosa soe 4 0,4
C00.6 Lábio, comissura labial 4 0,4
C02.0 Língua, superficie dorsal da lingua, SOE 4 0,4
C04.1 Assoalho lateral da boca 3 0,3
C06.1 Vestibulo da boca 3 0,3
C02.2 Língua, superficie ventral, SOE 1 0,1
C04.8 Assoalho da boca, lesao sobreposta do 1 0,1
C00.8 Lábio, lesão sobreposta do 0 0,0
Total 1.126 100
55
tuMoreS de lábIo e cavIdade oral
TABELA 2 - Número e proporção (%) de tumores de lábio e cavidade oral para o sexo masculino segun-do topografia (RHC-FOSP, 2000-2005).
Topografia Nº %
C02.9 Língua, SOE 1.151 26,7
C04.9 Assoalho da boca, SOE 740 17,2
C00.1 Lábio inferior externo 525 12,2
C06.9 Boca, SOE 446 10,4
C06.2 Área retromolar 287 6,7
C02.1 Língua, borda da 269 6,2
C05.0 Palato duro 121 2,8
C04.0 Assoalho anterior da boca 96 2,2
C02.4 Língua, amigdala lingual 91 2,1
C06.0 Mucosa da bochecha 83 1,9
C00.9 Lábio, SOE (exclui pele do labio c44.0) 82 1,9
C03.1 Gengiva inferior 81 1,9
C03.9 Gengiva, SOE 68 1,6
C00.0 Lábio superior externo 39 0,9
C00.2 Lábio externo, SOE 38 0,9
C00.4 Lábio, mucosa inferior do 27 0,6
C03.0 Gengiva superior 27 0,6
C02.0 Lingua, superficie dorsal da lingua, SOE 25 0,6
C02.8 Lingua, lesao sobreposta da 23 0,5
C04.1 Assoalho lateral da boca 16 0,4
C02.2 Língua, superficie ventral, SOE 14 0,3
C04.8 Assoalho da boca, lesao sobreposta do 14 0,3
C00.5 Lábio, mucosa soe 12 0,3
C02.3 Língua, dois tercos anteriores, SOE 9 0,2
C00.6 Lábio, comissura labial 8 0,2
C06.8Lesao sobrep. de outras partes e partes não especificadas da boca
6 0,1
C06.1 Vestibulo da boca 5 0,1
C00.3 Lábio, mucosa superior do 3 0,1
C00.8 Lábio, lesao sobreposta do 1 0,0
Total 4.307 100
Quanto à morfologia, as neoplasias de células es-camosas, neoplasias epiteliais, SOE, adenomas e ade-nocarcinomas representam 96,1% do total dos casos femininos. As mesmas morfologias representaram 98,7% para o sexo masculino. Nas proporções segun-do grupo etário (Figura 1) há um pico de ocorrência de registros para os grupos de 50 a 59 anos para o sexo masculino e de 60 a 69 anos no feminino.
Quanto ao estádio, a maior frequência de tumo-res foi diagnosticada no estádio IV, mostrando que o diagnóstico é tardio (Figura 2).
A distribuição dos casos segundo estádios e grupo etário tem o mesmo padrão da distribuição somente por grupo etário, tanto para homens quanto para mulheres. Como exceções, existem picos de concentração para o estádio I entre 70 e 79 anos para o sexo feminino e para o estádio II entre 60 e 69 anos para o sexo masculino.
56
Fundação oncocentro de São Paulo
FIGuRA 1 - Distribuição proporcional (%) dos casos de tumores de lábio e cavidade oral segundo grupo etário e sexo (RHC-FOSP, 2000-2005).
FIGuRA 2 - Distribuição proporcional (%) dos casos de tumores de lábio e cavidade oral segundo sexo e estádio clínico (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
20 30 40 50 60 70 80 100
Idade
Prop
orçã
o
Feminino Masculino
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
0 I II III IV X Y
Estádio clínico
Prop
orçã
o
Feminino Masculino
57
tuMoreS de lábIo e cavIdade oral
FIGuRA 3 - Proporção (%) de casos de tumores de lábio e cavidade oral, para o sexo feminino, segundo estádio clínico e proposta de tratamento (RHC-FOSP, 2000-2005).
Proposta de Tratamento
No estádio 0, para o sexo feminino, 80% das pro-postas de tratamento foram de cirurgia isoladamente, 13,3% de radioterapia isoladamente e 6,7% de nenhum tratamento proposto, entre os 15 casos. Já para o sexo masculino, 75,6% das propostas foram de cirurgia iso-ladamente, 9,8% de radioterapia isoladamente e 9,8% de nenhum tratamento (Figuras 3 e 4).
Para o estádio I, tanto para mulheres quanto para homens, o tratamento proposto mais frequente foi ci-
rurgia isoladamente seguido de nenhum tratamento, mas com proporções diferentes do estádio 0 (81,4% e 78,9%, e 7,5% e 7,6%, respectivamente).
No estádio II, e em mulheres, as associações de tratamento mais frequentes foram cirurgia isoladamente (59,6%), cirurgia com radioterapia (16,0%) e radioterapia isoladamente (13,3%). Para o sexo masculino, a ordem das associações foi a mesma, com proporções diferen-tes (55,5%, 15,3% e 11,1%, respectivamente).
59,6
0,4
13,3
0,4
16,0
1,3 2,26,7
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
80,0
0,0 0,0 0,0
13,3
0,0 0,06,7
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
81,4
0,44,7
1,2 4,00,0 0,8
7,5
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
31,4
4,9
14,6
1,6
25,9
11,44,3 5,9
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
18,9
8,215,8
0,8
17,5 19,4
5,6
13,8
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
0 I II III IV
58
Fundação oncocentro de São Paulo
Para o estádio III, para o sexo feminino, hou-ve predominância de cirurgia isoladamente (31,4%), seguido de associação de cirurgia e radioterapia (25,9%) e radioterapia isoladamente (14,6%). Para o sexo masculino, a ordem das associações foi a mesma, com proporções diferentes (30,1%, 22,8% e 13,8%, respectivamente).
Para o estádio IV, existe predominância de asso-ciação de quimioterapia e radioterapia (19,4%), cirurgia isoladamente (18,9%) e associação de cirurgia e ra-dioterapia (17,5%), para o sexo feminino. Para o sexo masculino, predominância de associação de quimiote-rapia e radioterapia (21,6%), radioterapia isoladamente (17,5%) e associação de cirurgia e radioterapia (14,9%).
75,6
2,49,8
0,0 2,4 0,0 0,0
9,8
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
78,9
0,85,8
0,04,8
1,1 1,07,6
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
55,5
0,9
11,1
1,3
15,3
5,11,5
9,3
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
30,1
8,613,8
3,0
22,8
10,55,0 6,3
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
13,1 11,717,5
1,6
14,921,6
5,4
14,2
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
0 I II III IV
FIGuRA 4 - Proporção (%) de casos de tumores de lábio e cavidade oral, para o sexo masculino, segundo estádio clínico e proposta de tratamento (RHC-FOSP, 2000-2005).
59
tuMoreS de lábIo e cavIdade oral
Análise de Sobrevida
A análise de Kaplan-Meier mostra que os ca-sos masculinos têm uma sobrevida menor que os do sexo feminino.
A razão de riscos (Quadro 1) mostra que o risco de morte de casos masculinos é 1,41 vezes o risco de morte de casos femininos. O ”p” menor que 0,05 e o intervalo de confiança para a razão de riscos com limi-te inferior maior que 1 indicam que este resultado tem significância estatística. Em consequência, as análises
FIGuRA 5 - Sobrevida (%) dos casos de tumores de lábio e cavidade oral segundo sexo e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
QuADRO 1 - Resultados da regressão de Cox para a variável sexo (feminino como referência) para tu-mores de lábio e cavidade oral (RHC-FOSP, 2000-2005).
Sexo RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
Feminino (ref.) 1
Masculino 1,408 0,000 1,240 1,600
seguintes serão realizadas para homens e mulheres, separadamente.
Em face da ocorrência de poucos casos de tumo-res no estádio 0, em todos os grupos etários, e nas idades entre 20 e 29 anos, em todos os estádios, há de se ter cautela nas conclusões, pois estes fatos podem tornar os resultados pouco confiáveis nestes grupos (Tabelas 3 e 4).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
Feminino Masculino
0 12 18 24 30 36 48 54 606
60
Fundação oncocentro de São Paulo
Foram construídas as figuras a partir da análise de Kaplan-Meier. Verifica-se sobrevida maior nos es-tádios 0 e I. Os estádios II, III e IV mostram sobrevi-da progressivamente menor em relação às categorias
(Figuras 6 e 8). Do mesmo modo, verifica-se maior sobrevida em grupos etários mais jovens, tanto para mulheres como para homens (figuras 7 e 9).
TABELA 3 - Casos de tumores de lábio e cavidade oral, para o sexo feminino, segundo grupos etários e estádio clínico (RHC-FOSP, 2000-2005).
Grupo etárioEstádio clínico
Total0 I II III IV
20 a 29 0 2 3 3 4 12
30 a 39 0 15 15 3 13 46
40 a 49 4 31 29 29 47 140
50 a 59 1 53 31 43 83 211
60 a 69 5 56 58 37 88 244
70 a 79 3 67 51 43 79 243
80 e + 2 29 38 27 41 137
Total 15 253 225 185 355 1.033
TABELA 4 - Casos de tumores de lábio e cavidade oral, para o sexo masculino, segundo grupos etários e estádio clínico (RHC-FOSP, 2000-2005).
Grupo etárioEstádio clínico
Total0 I II III IV
20 a 29 1 5 10 6 10 32
30 a 39 3 42 33 25 76 179
40 a 49 9 153 120 175 458 915
50 a 59 16 193 158 233 657 1.257
60 a 69 5 160 187 194 416 962
70 a 79 6 122 127 82 187 524
80 e + 1 36 33 30 45 145
Total 41 711 668 745 1.849 4.014
61
tuMoreS de lábIo e cavIdade oral
FIGuRA 6 - Sobrevida (%) de casos de tumores de lábio e cavidade oral, para o sexo feminino, segundo estádio clínico e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
0 I II III IV
0 12 18 24 30 36 48 54 606
FIGuRA 7 - Sobrevida (%) de casos de tumores de lábio e cavidade oral, para o sexo feminino, segundo grupo etário e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 80 e +
0 12 18 24 30 36 48 54 606
62
Fundação oncocentro de São Paulo
FIGuRA 9 - Sobrevida (%) de casos de tumores de lábio e cavidade oral, para o sexo masculino, segun-do grupo etário e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
FIGuRA 8 - Sobrevida (%) de casos de tumores de lábio e cavidade oral, para o sexo masculino, segundo estádio clínico e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
0 I II III IV
0 12 18 24 30 36 48 54 606
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 80 e +
0 12 18 24 30 36 48 54 606
63
tuMoreS de lábIo e cavIdade oral
Os resultados da regressão de Cox para a variá-vel grupo etário (20 a 29 anos como referência), para tumores de lábio e cavidade oral, mostram que não houve diferença para ambos os sexos. Tomando-se como base o grupo de 30 a 39 anos, também não hou-ve diferença em relação aos outros grupos.
Fazendo-se a mesma análise para a variável está-dio clínico, tomando-se o estádio 0 como base, nota-se que não houve diferença significativa nos riscos de óbito para todos os estádios em ambos os sexos. Re-fazendo-se o cálculo utilizando o estádio I como base para comparação, nota-se que existe diferença na ra-zão de riscos de óbito estatisticamente significante para os estádios clínicos II, III e IV, tanto para homens quanto para mulheres.
Para os casos do sexo feminino nas análises da regressão de Cox segundo estádio clínico para cada grupo etário, não houve diferença estatisticamente significante em nenhuma análise onde o estádio 0 foi usado como referência. Já com o estádio I como refe-rência, nos grupos de 40 a 49, 50 a 59 e 80 e mais anos (estádios III e IV), no grupo de 60 a 69 anos (estádio IV)
e 70 a 79 anos (estádios II, III e IV), houve significância estatística.
Já para o sexo masculino, com o estádio 0 como referência, houve diferença estatisticamente signifi-cante para os grupos de 50 a 59 anos (estádios III e IV) e 80 e mais anos (estádio I). Com estádio I como referência, houve diferença para os grupos 40 a 49, 50 a 59 e 60 a 69 anos (estádios II, III e IV), 70 a 79 anos e 80 e mais anos (estádios III e IV).
Há diferença de risco estatisticamente significan-te entre os sexos masculino e o feminino pela regres-são de Cox, apontando que no masculino o risco de óbito é 1,408 vezes o do feminino (Quadro 2).
A regressão de Cox para a variável estádio clí-nico, nos dois sexos, apontou que existe diferença significativa entre os estádios II, III e IV e o estádio 0 (Quadro 3).
A regressão de Cox para a variável grupo etário, nos dois sexos, mostrou que não existe diferença sig-nificativa entre as demais categorias desta variável em relação ao grupo de 20 a 29 anos (Quadro 4), com ex-ceção do grupo de 50 a 59 anos.
QuADRO 2 - Resultados da regressão de Cox para a variável sexo (feminino como referência) para tu-mores de lábio e cavidade oral (RHC-FOSP, 2000-2005).
Sexo RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
Feminino (ref.) 1
Masculino 1,408 0,000 1,240 1,600
QuADRO 3 - Resultados da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio 0 como referência) para tumores de lábio e cavidade oral (RHC-FOSP, 2000-2005).
Estádio RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
0 (ref.) 1
I 1,146 0,817 0,360 3,649
II 3,207 0,046 1,023 10,054
III 7,714 0,000 2,475 24,043
IV 14,685 0,000 4,729 45,604
64
Fundação oncocentro de São Paulo
Por último, na regressão múltipla de Cox (Qua-dro 5), tem-se a leitura dos resultados semelhante à leitura dos quadros 2, 3 e 4. Nota-se, porém, que os resultados que apontam diferença de risco (RR) são diferentes, mostrando que estas três variáveis
influenciam umas as outras em relação às razões de riscos de suas categorias, em uma análise conjunta. Desta forma, a análise da diferença de riscos utilizan-do-se estas três variáveis deve ser feita com cuidado.
QuADRO 4 - Resultados da regressão de Cox para a variável grupo etário (20 a 29 anos como referência) em tumores de lábio e cavidade oral (RHC-FOSP, 2000-2005).
Grupo etário RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
20 a 29 (ref.) 1
30 a 39 1,449 0,275 0,745 2,819
40 a 49 1,793 0,068 0,957 3,361
50 a 59 1,901 0,044 1,017 3,554
60 a 69 1,712 0,093 0,914 3,206
70 a 79 1,629 0,131 0,865 3,067
80 e + 1,637 0,141 0,849 3,158
QuADRO 5 - Resultados da regressão múltipla de Cox para as variáveis sexo (feminino como refe-rência), estádio clínico (estádio 0 como referência) e grupo etário (20 a 29 anos como referência) para tumores de lábio e cavidade oral (RHC-FOSP, 2000-2005).
Variáveis RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
Sexo
Feminino (ref.) 1
Masculino 1,271 0,000 1,114 1,449
Estádio
0 (ref.) 1
I 1,131 0,835 0,355 3,600
II 3,159 0,049 1,007 9,904
III 7,679 0,000 2,464 23,935
IV 14,593 0,000 4,699 45,323
Grupo Etário
20 a 29 (ref.) 1
30 a 39 1,452 0,273 0,746 2,826
40 a 49 1,410 0,284 0,752 2,644
50 a 59 1,443 0,251 0,771 2,699
60 a 69 1,481 0,220 0,790 2,775
70 a 79 1,680 0,108 0,892 3,164
80 e + 1,993 0,040 1,033 3,848
65
tuMoreS de lábIo e cavIdade oral
Síntese
• Foram registrados 5.433 casos com tumores de lábio e cavidade oral, dos quais 79,3% em ho-mens e 20,7% em mulheres.
• A topografia mais frequente é língua SOE, re-presentando 26,7% dos casos no sexo masculi-no e 24,7% no feminino;
• as morfologias mais frequentes são as neopla-sias de células escamosas, neoplasias epiteliais, SOE e adenomas e adenocarcinomas, para am-bos os sexos, representando 96,1% dos casos do sexo feminino e 98,7% do sexo masculino;
• o grupo etário mais frequente é a de 60 a 69 anos nas mulheres (23,9%) e 50 a 59 anos nos homens (31,2%), no momento do diagnóstico, o estádio mais frequente é o IV (42,9% dos ho-mens e 31,5% nas mulheres);
• a terapêutica variou de acordo com o estádio, com frequência maior da cirurgia em estádios mais precoces, aumentando a importância da radioterapia, isoladamente ou associada, para estádios mais tardios;
• a sobrevida foi menor para o sexo masculino, com diagnóstico em estádios mais avançados; em re-lação à grupo etário, as análises separadas para cada sexo não apresentaram diferença na razão de riscoss entre as categorias; já na regressão múlti-pla (os dois sexos juntos), apresentaram diferença de riscos apenas para a categoria 50 a 59 anos.
• como resultado das análises de regressão, nota-se que as variáveis estudadas (sexo, está-dio clínico e grupo etário) influenciam umas as outras, alterando as relações de riscos entre as categorias de cada variável.
66
Fundação oncocentro de São Paulo
O total deste grupo de tumores foi 8.274, sendo as topografias mais frequentes nos casos do sexo fe-minino, estômago, SOE (72,1%), antro gástrico (15,2%) e corpo do estômago (5,0%) (Tabela 1). Já nos casos do sexo masculino, as mais frequentes foram estôma-go, SOE (68,6%), antro gástrico (15,6%) e cárdia (5,7%) (Tabela 2).
Quanto à morfologia, adenomas e adenocar-cinomas, neoplasias císticas, mucinosas e serosas e neoplasias epiteliais, SOE representam 96,4% do
TABELA 1 - Número e proporção (%) de tumores de estômago para o sexo feminino, distribuídos segun-do topografia (RHC-FOSP, 2000-2005).
Topografia Frequência %
C16.9 Estomago, SOE 1.964 72,1
C16.3 Estomago, antro gastrico 413 15,2
C16.2 Estomago, corpo do 136 5,0
C16.0 Cardia, SOE 97 3,6
C16.5 Estomago, pequena curvatura , SOE 33 1,2
C16.8 Estomago, lesao sobreposta do 28 1,0
C16.1 Estomago, fundo do 26 1,0
C16.6 Estomago, grande curvatura, SOE 17 0,6
C16.4 Estomago, piloro 10 0,4
Total 2.724 100
TABELA 2 - Número e proporção (%) de tumores de estômago para o sexo masculino, distribuídos se-gundo topografia (RHC-FOSP, 2000-2005).
Topografia Frequência %
C16.9 Estomago, SOE 3.806 68,6
C16.3 Estomago, antro gastrico 868 15,6
C16.0 Cardia, SOE 318 5,7
C16.2 Estomago, corpo do 297 5,4
C16.5 Estomago, pequena curvatura , SOE 82 1,5
C16.1 Estomago, fundo do 73 1,3
C16.8 Estomago, lesao sobreposta do 51 0,9
C16.6 Estomago, grande curvatura, SOE 34 0,6
C16.4 Estomago, piloro 21 0,4
Total 5.550 100
Capítulo 9 - Tumores de Estômago
total dos casos para o sexo feminino. As mesmas topografias representaram 97,1% para o sexo mas-culino. As percentagens segundo grupo etário estão representadas na figura 1, sendo que há um pico de ocorrência de registros para o grupo de 60 a 69 anos em ambos os sexos.
Quanto ao estádio, a maior frequência no estádio IV, seguida pelo estádio III, mostra que o diagnóstico é tardio (Figura 2).
67
tuMoreS de eStôMago
FIGuRA 1 - Distribuição proporcional (%) dos casos de tumores de estômago segundo grupo etário e sexo (RHC-FOSP, 2000-2005).
FIGuRA 2 - Distribuição proporcional (%) dos casos de tumores de estômago segundo sexo e estádio clínico (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
20 30 40 50 60 70 80 100
Idade
Prop
orçã
o
Feminino Masculino
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0 I II III IV X Y
Estado Clínico
Prop
orçã
o
Feminino Masculino
68
Fundação oncocentro de São Paulo
A distribuição dos estádios segundo grupo etário tem o mesmo padrão da distribuição somente por gru-po etário, tanto para homens quanto para mulheres. Como exceções, existem picos de concentração para o estádio II entre 70 e 79 anos para ambos os sexos e para o estádio 0 entre 50 e 59 anos para o sexo masculino.
Proposta de Tratamento
No estádio 0, para o sexo feminino (14 casos), 78,6% das propostas foram de cirurgia isoladamente, nenhum tratamento proposto com 14,3% e associa-
ção de cirurgia e radioterapia com 7,1% (Figura 3). Já para o sexo masculino, 96,0% das propostas foram de cirurgia isoladamente e 4,0% de nenhum tratamento proposto (houve 25 casos) (Figura 4).
Para o estádio I, tanto para mulheres quanto para homens, o tratamento mais frequente foi cirurgia iso-ladamente, seguido de nenhum tratamento proposto, mas com proporções diferentes do estádio 0 (81,1% e 76,7%, e 10,9% e 13,7% respectivamente).
No estádio II, e em mulheres, as associações de tratamento mais frequentes foram cirurgia isolada-mente (com 62,3%), cirurgia, quimioterapia e radio-
FIGuRA 3 - Proporção (%) de casos de tumores de estômago, para o sexo feminino, segundo estádio clínico e proposta de tratamento (RHC-FOSP, 2000-2005).
78,6
0,0 0,0 0,07,1
0,0 0,0
14,3
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
81,1
2,3 0,3 3,4 0,3 0,0 1,7
10,9
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
62,3
6,61,9
8,23,1 0,9
9,1 7,9
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
44,7
7,91,6
16,2
2,2 1,8
13,5 12,2
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
25,820,7
2,9
15,5
2,0 2,8 5,1
25,4
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
0 I II III IV
69
tuMoreS de eStôMago
terapia (9,1%) e associação de cirurgia com quimio-terapia (8,2%). Para o sexo masculino, a ordem das associações foi a seguinte: cirurgia isoladamente (com 60,2%), nenhum tratamento proposto (10,7%) e asso-ciação de cirurgia com quimioterapia (9,3%).
No estádio III, sexo feminino, houve predomi-nância de cirurgia isoladamente (44,7%), seguida de associação de cirurgia e quimioterapia (16,2%) e ci-rurgia, quimioterapia e radioterapia (13,5%). Para o sexo masculino, a ordem das associações foi igual,
FIGuRA 4 - Proporção (%) de casos de tumores de estômago, para o sexo masculino, segundo estádio clínico e proposta de tratamento (RHC-FOSP, 2000-2005).
com proporções diferentes, respectivamente, 45,8%, 16,1% e 12,8%.
No estádio IV, existe predominância de cirurgia isoladamente (25,8%), nenhum tratamento proposto (25,4%) e quimioterapia isoladamente (20,7%), para o sexo feminino. Para o sexo masculino, predomi-nância de nenhum tratamento proposto (25,6%), ci-rurgia isoladamente (24,0%) e quimioterapia isola-damente (23,4%).
96,0
0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,04,0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
76,7
2,6 1,0 3,4 0,2 0,9 1,5
13,7
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
60,2
5,3 2,69,3
2,1 1,68,2 10,7
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
45,8
8,32,7
16,1
2,9 2,4
12,8 9,1
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
24,0 23,4
2,9
15,3
1,7 3,2 3,8
25,6
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
0 I II III IV
70
Fundação oncocentro de São Paulo
Análise de Sobrevida
A análise de Kaplan-Meier mostra que os casos do sexo masculino têm uma sobrevida menor que os do sexo feminino (Figura 5).
Este resultado é completado pela análise do qua-dro 1, que mostra, pela razão de riscos (RR), que o risco de morte de casos do sexo masculino é 1,22 ve-zes o risco de morte de casos do sexo feminino. Além
FIGuRA 5 - Sobrevida (%) de casos de tumores de estômago segundo sexo e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
disso, o “p” menor que 0,05 e o intervalo de confiança para a razão de riscos (IC (95%) para RR) com limite inferior maior que 1 indicam que este resultado tem significância estatística. Em consequência, as análises seguintes serão realizadas para homens e mulheres, separadamente.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
Feminino Masculino
0 12 18 24 30 36 48 54 606
QuADRO 1 - Resultados da regressão de Cox para a variável sexo (feminino como referência) para tu-mores de estômago (RHC-FOSP, 2000-2005).
Sexo RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
Feminino (ref.) 1
Masculino 1,220 0,000 1,133 1,314
71
tuMoreS de eStôMago
Em face da ocorrência de poucos casos de tumo-res no estádio 0, em todos os grupos etários, e nas fai-xas de idade entre 20 e 29 anos, em todos os estádios, há de se ter cautela nas conclusões, pois estes fatos podem tornar os resultados pouco confiáveis nestes grupos (Tabelas 3 e 4).
Nas figuras 6 e 8, verifica-se sobrevida maior nos estádios 0 e I. Os estádios II, III e IV mostram probabi-
lidade de sobrevida progressivamente menor em rela-ção às categorias.
Na figura 7, a sobrevida é maior nos grupos de 40 a 49 anos, mas todos os grupos têm evolução seme-lhante sendo a sobrevida menor no grupo de 20 a 29 anos. Para o sexo masculino, a maior sobrevida é do grupo de 20 a 29 anos, com menor sobrevida para o grupo de 80 e mais anos (Figura 9).
TABELA 3 - Casos de tumores de estômago, para o sexo feminino segundo grupos etários e estádio clínico (RHC-FOSP, 2000-2005).
Grupo etárioEstádio clínico
Total0 I II III IV
20 a 29 - 2 2 6 25 35
30 a 39 1 24 14 35 80 154
40 a 49 2 55 37 95 152 341
50 a 59 3 59 59 113 213 447
60 a 69 5 87 76 173 244 585
70 a 79 3 77 90 142 224 536
80 e + - 45 40 60 71 216
Total 14 349 318 624 1.009 2.314
TABELA 4 - Casos de tumores de estômago, para o sexo masculino, segundo grupos etários e estádio clínico (RHC-FOSP, 2000-2005).
Grupo etárioEstádio clínico
Total0 I II III IV
20 a 29 - 4 3 3 21 31
30 a 39 2 9 11 37 76 135
40 a 49 1 69 59 138 290 557
50 a 59 8 131 114 308 599 1.160
60 a 69 7 172 157 395 675 1.406
70 a 79 5 150 166 313 508 1.142
80 e + 2 49 61 89 120 321
Total 25 584 571 1.283 2.289 4.752
72
Fundação oncocentro de São Paulo
FIGuRA 6 - Sobrevida (%) de casos de tumores de estômago, para o sexo feminino, segundo estádio clínico e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
FIGuRA 7 - Sobrevida (%) de casos de tumores de estômago, para o sexo feminino, segundo grupo etário e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
0 I II III IV
0 12 18 24 30 36 48 54 606
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 80 e +
0 12 18 24 30 36 48 54 606
73
tuMoreS de eStôMago
FIGuRA 8 - Sobrevida (%) de casos de tumores de estômago, para o sexo masculino, segundo estádio clínico e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
FIGuRA 9 - Sobrevida (%) de casos de tumores de estômago, para o sexo masculino, segundo grupo etário e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
0 I II III IV
0 12 18 24 30 36 48 54 606
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 80 e +
0 12 18 24 30 36 48 54 606
74
Fundação oncocentro de São Paulo
Os resultados da regressão de Cox para a variá-vel grupo etário (20 a 29 anos como referência), para tumores de estômago, mostram que houve diferença estatisticamente significante para o sexo feminino. Por outro lado, a mesma análise para o sexo mascu-lino e aquelas utilizando-se o grupo de 30 a 39 anos como referência (ambos os sexos) mostraram que não há diferença entre as categorias de grupo etário.
Fazendo-se a mesma análise para a variável está-dio clínico, tomando-se o estádio 0 como base, nota-se que não houve diferença significativa nos riscos de óbito para todos os estádios em ambos os sexos, com exceção dos estádios III e IV para o sexo feminino. Re-fazendo-se o cálculo utilizando o estádio I como base para comparação, nota-se que existe diferença na ra-zão de riscos de óbito estatisticamente significante para os estádios clínicos II, III e IV, tanto para homens quanto para mulheres.
Para os casos do sexo feminino e nas análises da regressão de Cox segundo estádio clínico para cada grupo etário, houve diferença estatisticamente signifi-cante apenas para o estádio IV e para o grupo de 60 a 69 anos, quando o estádio 0 foi usado como referên-cia. Nos grupos de 30 a 39, 40 a 49, 50 a 59 e 70 a 79 anos (estádios II, III e IV) e no grupo de 60 a 69 anos (estádio III e IV).
Já para o sexo masculino, com o estádio 0 como referência, não houve diferença estatisticamente signifi-cante para nenhum grupo etário. Com o estádio I como referência, houve diferença para os grupos 40 a 49, 50 a 59, 60 a 69 anos, 70 a 79 anos e 80 e mais anos (estádios II, III e IV) e para o grupo de 30 a 39 anos (estádio IV).
Há diferença de riscos estatisticamente significan-te entre os sexos masculino e o feminino pela regres-são de Cox, apontando que no masculino o risco de óbito é 1,220 vezes o do feminino (Quadro 2).
No quadro 3, tem-se a regressão de Cox para a variável estádio clínico, nos dois sexos. Esta análise aponta que existe diferença significativa entre os está-dios II, III e IV em relação ao estádio 0.
No quadro 4, tem-se a regressão de Cox para a va-riável grupo etário, nos dois sexos. Esta análise mostra que não existe diferença significativa entre as demais categorias desta variável em relação ao grupo de 20 a 29 anos, com excessão do grupo de 40 a 49 anos.
Por último, na regressão múltipla de Cox (quadro 5), tem-se a leitura dos resultados semelhante à leitura dos quadros 2, 3 e 4. Nota-se, porém, que os resulta-dos que apontam diferença de risco (RR) são diferentes, comprovando que estas três variáveis influenciam umas as outras em relação às razões de riscos de suas catego-rias, em uma análise conjunta. Assim, a análise de dife-renças de risco de óbito deve ser feita utilizando-se estas três variáveis ao mesmo tempo.
QuADRO 2 - Resultados da regressão de Cox para a variável sexo (feminino como referência) para tumores de estômago (RHC-FOSP, 2000-2005).
Sexo RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
Feminino (ref.) 1
Masculino 1,220 0,000 1,133 1,314
75
tuMoreS de eStôMago
QuADRO 3 - Resultados da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio 0 como referência) para tumores de estômago (RHC-FOSP, 2000-2005).
Estádio RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
0 (ref.) 1
I 7,024 0,052 0,983 50,199
II 17,338 0,004 2,434 123,480
III 27,259 0,001 3,836 193,726
IV 56,411 0,000 7,942 400,696
QuADRO 5 - Resultados da regressão múltipla de Cox para as variáveis sexo (sexo feminino como re-ferência), estádio clínico (estádio 0 como referência) e grupo etário (20 a 29 anos como referência) para tumores de estômago (RHC-FOSP, 2000-2005).
Variáveis RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
Sexo
Feminino (ref.) 1
Masculino 1,140 0,001 1,057 1,228
Estádio
0 (ref.) 1
I 6,958 0,053 0,974 49,728
II 16,988 0,005 2,385 120,996
III 27,057 0,001 3,807 192,301
IV 56,128 0,000 7,902 398,700
Grupo etário
20 a 29 (ref.) 1
30 a 39 0,796 0,218 0,553 1,144
40 a 49 0,760 0,109 0,543 1,063
50 a 59 0,780 0,142 0,561 1,086
60 a 69 0,828 0,260 0,595 1,150
70 a 79 0,909 0,570 0,653 1,264
80 e + 1,074 0,687 0,759 1,521
QuADRO 4 - Resultados da regressão de Cox para a variável grupo etário (20 a 29 anos como referência) para tumores de estômago (RHC-FOSP, 2000-2005).
Grupo etário RR pIC (95%) para RR
Inferior Superior
20 a 29 (ref.) 1
30 a 39 0,718 0,074 0,499 1,033
40 a 49 0,689 0,030 0,493 0,965
50 a 59 0,719 0,050 0,517 1,001
60 a 69 0,730 0,060 0,526 1,014
70 a 79 0,772 0,124 0,555 1,073
80 e + 0,814 0,246 0,575 1,152
76
Fundação oncocentro de São Paulo
Síntese
• Foram registrados 8.274 casos com tumores de estômago, dos quais 67,1% em homens e 32,9% em mulheres.
• a topografia mais frequente é estômago SOE, representando 68,6% dos casos no o sexo mas-culino e 72,1% no o feminino;
• as morfologias mais frequentes são os adeno-mas e adenocarcinomas, para ambos os sexos, representando 74,8% dos casos do sexo femini-no e 81,58% do masculino;
• o grupo etário mais frequente é a de 60 a 69 anos (29,2% dos homens e 25,3% das mulhe-res), no momento do diagnóstico, o estádio mais frequente é o IV (41,2% dos homens e 37,0% nas mulheres);
• a terapêutica variou de acordo com o estádio, com frequência maior da cirurgia em estádios mais precoces, com aumento do uso de qui-mioterapia, isoladamente ou associada, em es-tádio tardios;
• a sobrevida foi menor para o sexo masculino, com diagnóstico em estádios mais avançados; em relação à grupo etário, as análises separa-das para cada sexo, não apresentaram diferen-ça de risco entre as categorias; assim como na regressão múltipla.
• como resultado das análises de regressão, nota-se que as variáveis estudadas (sexo, está-dio clínico e grupo etário) influenciam umas as outras, alterando as relações de risco entre as categorias de cada variável.
Tumores de Cólon e reTo
77
O total deste grupo de tumores foi de 12.715, sen-do as topografias mais frequentes nos casos do sexo feminino, reto, SOE (36,3%), cólon, SOE (19,9%) e sig-móide (13,0%) (Tabela 1). Já nos casos do sexo mascu-lino, as mesmas topografias foram as mais frequentes (45,4%, 18,2% e 11,8%, respectivamente) (Tabela 2)
Quanto à morfologia, adenomas e adenocarci-nomas, neoplasias de células escamosas e neopla-sias císticas, mucinosas e serosas representam 96,3% do total dos casos para o sexo feminino. As mesmas morfologias representaram 97,4% para o sexo mas-culino. As percentagens segundo grupo etário estão
Capítulo 10 - Tumores de Cólon e Reto
Topografia Frequência %
C20.9 Reto, SOE 2.332 36,3
C18.9 Cólon, SOE 1.276 19,9
C18.7 Cólon sigmoide 835 13,0
C18.2 Cólon ascendente 486 7,6
C21.1 Canal anal 392 6,1
C19.9 Juncao retossigmoidiana 320 5,0
C18.6 Cólon descendente 243 3,8
C18.4 Cólon transverso 194 3,0
C18.0 Ceco 183 2,8
C21.0 Anus, SOE (exclui pele do anus, pele perianal C44.5) 60 0,9
C18.1 Apendice (vermiforme) 41 0,6
C18.3 Cólon, angulo hepatico do 28 0,4
C18.5 Cólon, angulo esplenico do 17 0,3
C21.2 Zona cloacogenica 8 0,1
C18.8 Cólon, lesao sobreposta do 7 0,1
C21.8 Lesao sobreposta do reto, anus e canal anal 4 0,1
Total 6.426 100
TABELA 1 - Número e proporção (%) de tumores de cólon e reto para o sexo feminino, distribuídos se-gundo topografia (RHC-FOSP, 2000-2005).
representadas na figura 1, sendo que há um pico de ocorrência de registros para o período de 60 a 69 anos em ambos os sexos.
Quanto ao estádio, a maior frequência no estádio II, seguida pelo estádio III, mostra que o diagnóstico não é tardio (Figura 2).
A distribuição dos estádios segundo grupo etário tem o mesmo padrão da distribuição somente por gru-po etário, tanto para homens quanto para mulheres. Como exceções, existem picos de concentração para o estádio I entre 70 e 79 anos para ambos os sexos.
78
Fundação onCoCenTro de são Paulo
FigurA 1 - Distribuição proporcional (%) dos casos de tumores de cólon e reto segundo grupo etário e sexo (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
20 30 40 50 60 70 80 100
Idade
Prop
orçã
o
Feminino Masculino
TABELA 2 - Número e proporção (%) de casos de tumores de cólon e reto para o sexo masculino, distribuídos segundo topografia (RHC-FOSP, 2000-2005).
Topografia Frequência %
C20.9 Reto, SOE 2.853 45,4
C18.9 Cólon, SOE 1.146 18,2
C18.7 Cólon sigmoide 740 11,8
C18.2 Cólon ascendente 396 6,3
C19.9 Juncao retossigmoidiana 322 5,1
C18.6 Cólon descendente 218 3,5
C18.4 Cólon transverso 185 2,9
C21.1 Canal anal 172 2,7
C18.0 Ceco 148 2,4
C18.5 Cólon, angulo esplenico do 33 0,5
C18.3 Cólon, angulo hepatico do 30 0,5
C21.0 Anus, SOE (exclui pele do anus e pele perianal c44.5) 21 0,3
C18.1 Apendice (vermiforme) 11 0,2
C18.8 Cólon, lesao sobreposta do 8 0,1
C21.8 Lesao sobreposta do reto, anus e canal anal 4 0,1
C21.2 Zona cloacogenica 2 0,0
Total 6.289 100
Tumores de Cólon e reTo
79
FigurA 2 - Distribuição proporcional (%) dos casos de tumores de cólon e reto segundo sexo e estádio clínico (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
5
10
15
20
25
30
35
0 I II III IV X Y
Estádio clínico
Prop
orçã
o
Feminino Masculino
Proposta de Tratamento
No estádio 0, para o sexo feminino, 60,5% das pro-postas foram de cirurgia isoladamente, nenhum trata-mento proposto com 30,2% e associação de cirurgia, quimioterapia e radioterapia com 4,7% (Figura 3). Já para o sexo masculino, 60,0% das propostas foram de cirurgia isoladamente e 22,9% de nenhum tratamento proposto, seguido de 8,6% de quimioterapia isolada-mente (Figura 4).
Para o estádio I, no sexo feminino, o tratamento mais frequente foi cirurgia isoladamente (54,7%) se-guido de associação de quimioterapia e radioterapia (9,7%) e cirurgia, quimioterapia e radioterapia (9,1%). No sexo masculino, as associações mais frequentes foram cirurgia isoladamente (53,1%) seguido de cirur-gia, quimioterapia e radioterapia (12,6%) e associação de quimioterapia e radioterapia (9,3%).
No estádio II, e em mulheres, as associações de tratamento mais frequentes foram cirurgia isoladamen-te (com 33,6%), associação da cirurgia e quimioterapia
(23,1%) e associação de quimioterapia e radioterapia (11,8%). Para o sexo masculino, a ordem das associa-ções foi a seguinte: cirurgia isoladamente (com 31,3%), associação de cirurgia e quimioterapia (23,8%) e cirur-gia, quimioterapia e radioterapia (13,6%).
Para o estádio III, no sexo feminino, houve pre-dominância de associação de cirurgia e quimiotera-pia (32,1%), seguido de cirurgia isoladamente (26,8%) e cirurgia, quimioterapia e radioterapia (12,2%). No sexo masculino, a ordem das associações foi a mes-ma, com proporções diferentes (31,2%, 27,5% e 15,7%, respectivamente).
Para o estádio IV, existe predominância de as-sociação de cirurgia e quimioterapia (29,1%), cirurgia isoladamente (21,7%) e quimioterapia isoladamente (17,7%), para o sexo feminino. Para o sexo masculino, a ordem das associações foi a mesma, com proporções diferentes (25,6%, 22,0% e 19,7%, respectivamente).
80
Fundação onCoCenTro de são Paulo
FigurA 3 - Proporção (%) de casos de tumores de cólon e reto, para o sexo feminino, segundo estádio clínico e proposta de tratamento (RHC-FOSP, 2000-2005).
60,5
0,0 0,0 2,3 0,0 2,3 4,7
30,2
0
10
20
30
40
50
60
70
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
54,7
4,6 3,37,9
3,69,7 9,1 7,0
0
10
20
30
40
50
60
70
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
33,6
7,2 6,3
23,1
3,0
11,8 10,54,3
0
10
20
30
40
50
60
70
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
26,8
10,04,7
32,1
2,1
8,412,2
3,7
0
10
20
30
40
50
60
70
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
21,717,7
3,3
29,1
0,86,9 6,3
14,2
0
10
20
30
40
50
60
70
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
0 I II III IV
Tumores de Cólon e reTo
81
FigurA 4 - Proporção (%) de casos de tumores de cólon e reto, para o sexo masculino, segundo estádio clínico e proposta de tratamento (RHC-FOSP, 2000-2005).
60,0
8,6
0,0 0,02,9
5,70,0
22,9
0
10
20
30
40
50
60
70
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
53,1
3,3 4,6 5,6 4,49,3
12,67,3
0
10
20
30
40
50
60
70
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
31,3
8,94,4
23,8
2,6
10,513,6
4,8
0
10
20
30
40
50
60
70
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
27,5
9,13,0
31,2
1,8
8,2
15,7
3,4
0
10
20
30
40
50
60
70
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
22,0 19,7
3,4
25,6
1,1
7,9 6,7
13,5
0
10
20
30
40
50
60
70
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
0 I II III IV
Análise de Sobrevida
A análise de Kaplan-Meier mostra que os casos do sexo masculino têm uma sobrevida menor que os do sexo feminino (Figura 5). Este resultado é verifica-do pela análise a seguir.
O quadro 1 mostra, pela razão de risco (RR), que o risco de morte de casos do sexo masculino é 1,08 ve-zes o risco de morte de casos do sexo feminino. Além disso, o “p” menor que 0,05 e o intervalo de confiança para a razão de risco (IC (95%) para RR) com limite inferior maior que 1 indicam que este resultado tem significância estatística. Em consequência, as análises
seguintes serão realizadas para homens e mulheres, separadamente.
Em face da ocorrência de poucos casos de tumo-res no estádio 0, em todos os grupos etários, há de se ter cautela nas conclusões, pois estes fatos podem tornar os resultados pouco confiáveis nestes grupos (Tabelas 3 e 4).
Foram construídas as figuras a partir da análise de Kaplan-Meier. Nas figuras 6 e 8, verifica-se sobre-vida maior nos estádios 0 e I. Os estádios II, III e IV mostram sobrevida progressivamente menor em rela-
82
Fundação onCoCenTro de são Paulo
FigurA 5 - Probabilidade de sobrevida (%) de casos de tumores de cólon e reto segundo sexo e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
Feminino Masculino
0 12 18 24 30 36 48 54 606
TABELA 3 - Casos com tumores de cólon e reto, para o sexo feminino, distribuídos segundo grupos etários e estádio clínico (RHC-FOSP, 2000-2005).
grupo etárioEstádio clínico
Total0 i ii iii iV
20 a 29 1 9 25 37 44 116
30 a 39 3 38 111 95 98 345
40 a 49 4 75 244 259 199 781
50 a 59 7 166 387 410 281 1.251
60 a 69 13 176 445 429 326 1.389
70 a 79 9 190 444 403 293 1.339
80 e + 6 64 193 139 97 499
Total 43 718 1.849 1.772 1.338 5.720
QuAdro 1 - Resultados da regressão de Cox para a variável sexo (feminino como referência) para tu-mores de cólon e reto (RHC-FOSP, 2000-2005).
Sexo rr piC (95%) para rr
inferior Superior
Feminino (ref.) 1
Masculino 1,080 0,021 1,012 1,153
Tumores de Cólon e reTo
83
TABELA 4 - Casos com tumores de cólon e reto, para o sexo masculino, distribuídos segundo grupos etários e estádio clínico (RHC-FOSP, 2000-2005).
grupo etárioEstádio clínico
Total0 i ii iii iV
20 a 29 - 3 21 25 25 74
30 a 39 2 38 88 94 88 310
40 a 49 4 70 211 220 198 703
50 a 59 8 157 372 384 334 1.255
60 a 69 11 174 465 486 389 1.525
70 a 79 7 192 443 367 291 1.300
80 e + 3 67 155 110 79 414
Total 35 701 1.755 1.686 1.404 5.581
ção às categorias. Na figura 7, a sobrevida é maior nos grupos de 60 a 69 anos, mas todos os grupos têm evo-lução semelhante sendo a sobrevida menor no grupo de 80 e mais anos. Para o sexo masculino, a maior sobrevida é do grupo de 40 a 49 anos, com menor so-brevida para o grupo de 20 a 29 anos (Figura 9).
Os resultados da regressão de Cox para a variá-vel grupo etário (20 a 29 anos como referência), para tumores de cólon e reto, mostram que não houve dife-rença estatisticamente significante para o sexo femini-no. Já para o sexo masculino, houve diferença para os grupos 40 a 49, 50 a 59 e 60 a 69 anos. Utilizando-se o grupo de 30 a 39 anos como referencia, nota-se para o sexo feminino que houve diferença apenas para o grupo de 80 e mais anos. Para o sexo masculino, esta mesma análise mostra que não há diferença para ne-nhum outro grupo.
Fazendo-se a mesma análise para a variável está-dio clínico, tomando-se o estádio 0 como base, nota-se que houve diferença significativa no risco de óbito para os estádios II, III e IV em ambos os sexos. Refa-zendo-se o cálculo utilizando o estádio I como base para comparação, nota-se que existe diferença de riscos de óbito estatisticamente significante também para os estádios clínicos II, III e IV, tanto para homens quanto para mulheres.
Para os casos do sexo feminino nas análises da regressão de Cox segundo estádio clínico para cada grupo etário, não houve diferença estatisticamente para nenhum grupo etário, quando o estádio 0 foi usa-do como referência. Com o estádio I como referência, houve diferença para os grupos 40 a 49, 60 a 69 anos e 70 a 79 anos (estádios II, III e IV), para os grupos de 30 a 39 anos, 50 a 59 anos e 80 e mais anos (estádio III e IV) e 20 a 29 anos (estádio IV).
Já para o sexo masculino, com o estádio 0 como referência, houve diferença estatisticamente signifi-cante para o grupo de 50 a 59 anos (estádio IV). Com o estádio I como referência, houve diferença para os grupos 40 a 49, 50 a 59, 60 a 69, 70 a 79 e 80 e mais anos (estádios II, III e IV) e para o grupo de 30 a 39 anos (estádio III e IV).
Há diferença de riscos estatisticamente significan-te entre os sexos masculino e o feminino pela regres-são de Cox, apontando que o risco de óbito no sexo masculino é 1,080 vezes o do feminino (Quadro 2).
No quadro 3, tem-se a regressão de Cox para a variável estádio clínico, nos dois sexos. Esta análise aponta que existe diferença significativa entre todos os estádios em relação ao estádio 0.
No quadro 4, tem-se a regressão de Cox para a variável grupo etário, nos dois sexos. Esta análi-
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0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 80 e +
0 12 18 24 30 36 48 54 606
FigurA 7 - Sobrevida (%) de casos de tumores de cólon e reto, para o sexo feminino, segundo grupo etário e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
FigurA 6 - Sobrevida (%) de casos de tumores de cólon e reto, para o sexo feminino, segundo estádio clínico e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
0 I II III IV
0 12 18 24 30 36 48 54 606
Tumores de Cólon e reTo
85
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
0 I II III IV
0 12 18 24 30 36 48 54 606
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 80 e +
0 12 18 24 30 36 48 54 606
FigurA 8 - Sobrevida (%) de casos de tumores de cólon e reto, para o sexo masculino, segundo estádio clínico e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
FigurA 9 - Sobrevida (%) de casos de tumores de cólon e reto, para o sexo masculino, segundo grupo etário e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
86
Fundação onCoCenTro de são Paulo
se mostra que existe diferença significativa entre o grupo de 50 a 59 anos em relação ao grupo de 20 a 29 anos.
Na regressão múltipla de Cox (quadro 5), tem-se a leitura dos resultados semelhante à leitura dos
quadros 2, 3 e 4. Nota-se, porém, que os resultados que apontam diferença de riscos (RR) são diferen-tes, mostrando que estas três variáveis influenciam umas as outras em relação às razões de riscos de suas categorias, em uma análise conjunta.
QuAdro 2 - Resultados da regressão de Cox para a variável sexo (feminino como referência) para tu-mores de cólon e reto (RHC-FOSP, 2000-2005).
Sexo rr piC (95%) para rr
inferior Superior
Feminino (ref.) 1
Masculino 1,080 0,021 1,012 1,153
QuAdro 3 - Resultados da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio 0 como referência) para tumores de cólon e reto (RHC-FOSP, 2000-2005).
Estádio rr piC (95%) para rr
inferior Superior
0 (ref.) 1
I 4,343 0,039 1,077 17,514
II 8,590 0,002 2,144 34,408
III 12,941 0,000 3,232 51,812
IV 42,948 0,000 10,731 171,881
QuAdro 4 - Resultados da regressão de Cox para a variável grupo etário (20 a 29 anos como referência) para tumores de cólon e reto (RHC-FOSP, 2000-2005).
grupo etário rr piC (95%) para rr
inferior Superior
20 a 29 (ref.) 1
30 a 39 0,845 0,239 0,638 1,119
40 a 49 0,797 0,090 0,612 1,037
50 a 59 0,762 0,038 0,589 0,985
60 a 69 0,837 0,172 0,649 1,081
70 a 79 0,958 0,741 0,742 1,237
80 e + 1,191 0,205 0,909 1,560
Tumores de Cólon e reTo
87
QuAdro 5 - Resultados da regressão múltipla de Cox para as variáveis sexo (sexo feminino como re-ferência), estádio clínico (estádio 0 como referência) e grupo etário (20 a 29 anos como referência) para tumores de cólon e reto (RHC-FOSP, 2000-2005).
Variáveis rr piC (95%) para rr
inferior Superior
Sexo
Feminino (ref.) 1
Masculino 1,061 0,074 0,994 1,133
Estádio
0 (ref.) 1
I 4,342 0,039 1,077 17,514
II 8,680 0,002 2,167 34,770
III 13,381 0,000 3,342 53,576
IV 44,647 0,000 11,155 178,691
Grupo etário
20 a 29 (ref.) 1
30 a 39 0,985 0,918 0,744 1,305
40 a 49 0,912 0,491 0,700 1,186
50 a 59 0,914 0,495 0,707 1,183
60 a 69 0,999 0,994 0,774 1,290
70 a 79 1,206 0,151 0,934 1,558
80 e + 1,706 0,000 1,302 2,236
Síntese
• Foram registrados 12.715 casos com tumores de estômago, dos quais 49,5% em homens e 50,5% em mulheres.
• a topografia mais frequente é reto, SOE, re-presentando 45,4% dos casos no sexo mascu-lino e 36,3% no feminino;
• as morfologias mais frequentes são os adeno-mas e adenocarcinomas, para ambos os se-xos, representando 87,6% dos casos do sexo feminino e 91,8% do masculino;
• o grupo etário mais frequente é a de 60 a 69 anos (27,1% dos homens e 24,0% das mulhe-res), no momento do diagnóstico, o estádio mais frequente é o II (27,9% dos homens e 28,8% nas mulheres);
• a terapêutica variou de acordo com o estádio, com frequência maior da cirurgia em estádios mais precoces, com aumento do uso de qui-mioterapia, isoladamente ou associada com cirurgia, em estádio tardios;
• a sobrevida foi menor para o sexo masculi-no, com diagnóstico em estádios mais avan-çados; em relação à grupo etário, as análises separadas para cada sexo, não apresentaram diferença de riscos entre as categorias no sexo feminino; no sexo masculino, algumas diferenças significantes foram encontradas; já na regressão múltipla (os dois sexos juntos), apresentaram risco diferente para o grupo de 50 a 59 anos.
• como resultado das análises de regressão, nota-se que as variáveis estudadas (sexo, es-tádio clínico e grupo etário) influenciam umas as outras, alterando as relações de risco entre as categorias de cada variável.
88
Fundação onCoCenTro de são Paulo
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Fundação onCoCenTro de são Paulo
O total deste grupo de tumores foi de 1.779, sendo as topografias mais frequentes nos casos do sexo feminino, pâncreas, SOE (53,9%), cabeça do pâncreas (36,8%) e corpo do pâncreas (4,8%) (Tabela
1). Já nos casos do sexo masculino, as topografias mais frequentes foram pâncreas, SOE (55,3%), cabe-ça do pâncreas (38,3%) e cauda do pâncreas (2,8%) (Tabela 2)
Capítulo 11 - Tumores de Pâncreas
TABELA 1 - Número e proporção (%) de casos de tumores de pâncreas para o sexo feminino, distribuí-dos segundo topografia (RHC-FOSP, 2000-2005).
Topografia Frequência %
C25.9 Pâncreas, SOE 441 53,9
C25.0 Pâncreas, cabeca do 301 36,8
C25.1 Pâncreas, corpo do 39 4,8
C25.2 Pâncreas, cauda do 30 3,7
C25.8 Pâncreas, lesao sobreposta do 7 0,9
C25.3 Pâncreas, canal pancreacio 0 0,0
C25.4 Ilhotas de langerhans 0 0,0
C25.7 Pâncreas, outras partes especificadas do 0 0,0
Total 818 100
TABELA 2 - Número e proporção (%) de casos de tumores de pâncreas para o sexo masculino, distribuí–dos segundo topografia (RHC-FOSP, 2000-2005).
Topografia Frequência %
C25.9 Pâncreas, SOE 531 55,3
C25.0 Pâncreas, cabeca do 368 38,3
C25.2 Pâncreas, cauda do 27 2,8
C25.1 Pâncreas, corpo do 25 2,6
C25.8 Pâncreas, lesao sobreposta do 7 0,7
C25.3 Pâncreas, canal pancreacio 1 0,1
C25.4 Ilhotas de langerhans 1 0,1
C25.7 Pâncreas, outras partes especificadas do 1 0,1
Total 961 100
Quanto à morfologia, adenomas e adenocarci-nomas, neoplasias, SOE e neoplasias epiteliais, SOE representam 92,4% do total dos casos para o sexo fe-minino. As mesmas morfologias representaram 93,3% para o sexo masculino. As percentagens segundo gru-po etário estão representadas na figura 1, sendo que há um pico de ocorrência de registros para o grupo de 60 a 69 anos em ambos os sexos.
Quanto ao estádio, a maior frequência no estádio IV mostra que o diagnóstico é tardio (Figura 2).
A distribuição dos estádios segundo grupo etário tem o mesmo padrão da distribuição somente por gru-po etário, tanto para homens quanto para mulheres. Como exceções, existem picos de concentração para o estádio I e II entre 50 e 59 anos para o sexo masculino.
Tumores de Cólon e reTo
89
Tumores de PânCreas
89
FigurA 1 - Distribuição proporcional (%) dos casos de tumores de pâncreas segundo grupo etário e sexo (RHC-FOSP, 2000-2005).
FigurA 2 - Distribuição proporcional (%) dos casos de tumores de pâncreas segundo sexo e estádio clínico (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
20 30 40 50 60 70 80 100
Idade
Prop
orçã
o
Feminino Masculino
0
10
20
30
40
50
60
70
0 I II III IV X Y
Estádio clínico
Prop
orçã
o
Feminino Masculino
90
Fundação onCoCenTro de são Paulo
90
Fundação onCoCenTro de são Paulo
FigurA 3 - Proporção (%) de casos de tumores de pâncreas, para o sexo feminino, segundo estádio clínico e proposta de tratamento (RHC-FOSP, 2000-2005).
63,6
3,6 3,67,3 5,5
1,87,3 7,3
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
36,5
19,2
5,8 7,70,0
3,89,6
17,3
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
31,8
18,810,6 8,2 8,2
1,28,2
12,9
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
17,3
30,6
2,1
11,5
1,2 3,9 1,4
32,0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
I II III IV
Proposta de Tratamento
Houve apenas 1 caso no estádio 0, para o sexo feminino. Este foi tratado com cirurgia
Para o estádio I, para o sexo feminino, o tratamen-to mais frequente foi cirurgia isoladamente (63,6%) se-guido de associação de cirurgia e quimioterapia, cirur-gia, quimioterapia e radioterapia e nenhum tratamento proposto, os três últimos com 7,3% cada (Figura 3). Para o sexo masculino, as associações mais frequentes foram cirurgia isoladamente (56,5%) seguido de qui-mioterapia isoladamente (13,0%) e cirurgia, quimiote-rapia e radioterapia (10,9%) (Figura 4).
Para o estádio II, para o sexo feminino, houve pre-dominância de cirurgia isoladamente (36,5%) seguido de quimioterapia isoladamente (19,2%) e nenhum tra-tamento proposto (17,3%). Para o sexo masculino, a
ordem das associações foi a mesma, com proporções diferentes (48,3%, 15,0% e 13,3%, respectivamente).
Também para o estádio III, para o sexo feminino, houve predominância de cirurgia isoladamente (31,8%) seguido de quimioterapia isoladamente (18,8%) e ne-nhum tratamento proposto (12,9%). Para o sexo mas-culino, a ordem das associações foi cirurgia isolada-mente (32,3%) seguido de quimioterapia isoladamente (15,6%) e cirurgia, quimioterapia e radioterapia (13,5%).
Para o estádio IV, existe predominância de ne-nhum tratamento proposto (32,0%), seguido de quimio-terapia isoladamente (30,6%) e cirurgia isoladamente (17,3%), para o sexo feminino. Para o sexo masculino, a ordem das associações foi a mesma, com proporções diferentes (33,2%, 31,3% e 17,5%, respectivamente).
Tumores de Cólon e reTo
91
Tumores de PânCreas
91
FigurA 4 - Proporção (%) de casos de tumores de pâncreas, para o sexo masculino, segundo estádio clínico e proposta de tratamento (RHC-FOSP, 2000-2005).
56,5
13,04,3 4,3 6,5
0,0
10,94,3
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
48,3
15,0
1,76,7
1,710,0
3,313,3
010
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o32,3
15,6
5,210,4
2,19,4
13,5 11,5
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
17,5
31,3
2,07,3
1,1 4,8 2,9
33,2
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
I II III IV
Análise de Sobrevida
A análise de Kaplan-Meier, mostra que os casos do sexo masculino têm uma sobrevida menor que os do sexo feminino (Figura 5).
Já o quadro 1 mostra, pela razão de risco (RR), que o risco de morte de casos do sexo masculino é 1,14 vezes o risco de morte de casos do sexo femi-nino. Apesar disso, o “p” maior que 0,05 e o interva-lo de confiança para a razão de risco (IC (95%) para
RR) englobando 1 indicam que este resultado não tem significância estatística. Em consequência, as análises seguintes serão realizadas para homens e mulheres como um grupo único.
Em face da ocorrência de apenas 3 casos no gru-po de 20 a 29 anos, as análises estatísticas decorrentes deste grupo podem gerar resultados insatisfatórios.
92
Fundação onCoCenTro de são Paulo
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Fundação onCoCenTro de são Paulo
TABELA 3 - Casos de tumores de pâncreas distribuídos segundo grupos etários e estádio clínico (RHC-FOSP, 2000-2005).
grupo etárioEstádio clínico
Totali ii iii iV
20 a 29 - - - 3 3
30 a 39 7 4 3 38 52
40 a 49 15 14 26 157 212
50 a 59 28 28 42 262 361
60 a 69 23 32 59 296 410
70 a 79 21 28 43 201 293
80 e + 7 6 8 37 58
Total 101 112 181 994 1.389
QuAdro 1 - Resultados da regressão de Cox para a variável sexo (feminino como referência) para tu-mores de pâncreas (RHC-FOSP, 2000-2005).
Sexo rr piC (95%) para rr
inferior Superior
Feminino (ref.) 1
Masculino 1,144 0,063 0,993 1,319
FigurA 5 - Sobrevida (%) de casos de tumores de pâncreas segundo sexo e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
Feminino Masculino
0 12 18 24 30 36 48 54 606
Tumores de Cólon e reTo
93
Tumores de PânCreas
93
A seguir, foram construídas as figuras a partir da análise de Kaplan-Meier. Na figura 6, verifica-se sobrevida maior nos estádio I e II. Os estádios III e IV mostram sobre-vida progressivamente menor em relação às categorias.
Na figura 7, a sobrevida é maior nos grupos de 20 a 29 e 30 a 39 anos, mas todos os grupos têm evolução semelhante sendo a sobrevida menor no grupo de 80 e mais anos.
FigurA 6 - Sobrevida (%) de casos de tumores de pâncreas segundo estádio clínico e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
FigurA 7 - Sobrevida (%) de casos de tumores de pâncreas segundo grupo etário e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
I II III IV
0 12 18 24 30 36 48 54 606
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 6 12 18 24 31 37 46 57Tempo
Prop
orçã
o
20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 80 e +
0 12 18 24 30 36 48 54 606
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Fundação onCoCenTro de são Paulo
QuAdro 2 - Resultados da regressão de Cox para a variável sexo (feminino como referência) para tumores de pâncreas (RHC-FOSP, 2000-2005).
Sexo rr piC (95%) para rr
inferior Superior
Feminino (ref.) 1
Masculino 1,144 0,063 0,993 1,319
QuAdro 3 - Resultados da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio I como referência) para tumores de pâncreas (RHC-FOSP, 2000-2005).
rr piC (95%) para rr
inferior Superior
I (ref.) 1
II 1,533 0,037 1,027 2,287
III 1,716 0,004 1,192 2,469
IV 2,409 0,000 1,746 3,323
Os resultados da regressão de Cox para a va-riável grupo etário (20 a 29 anos como referência), para tumores de pâncreas, mostram que não houve diferença estatisticamente significante. O mesmo vale utilizando-se o grupo de 30 a 39 anos como referência.
Fazendo-se a mesma análise para a variável está-dio clínico, tomando-se o estádio 0 como base, nota-se que não houve diferença significativa no risco de óbito. Refazendo-se o cálculo utilizando o estádio I como base para comparação, nota-se que existe dife-rença de riscos de óbito estatisticamente significante também para os estádios clínicos II, III e IV.
Com o estádio I como referência, houve diferença para os grupos 40 a 49, 60 a 69 anos e 70 a 79 anos (es-tádio IV) e para o grupo de 50 a 59 anos (estádio III e IV).
Assim como no quadro 1, não há diferença de ris-cos estatisticamente significante entre os sexos mas-culino e o feminino pela regressão de Cox (Quadro 2).
No quadro 3, tem-se a regressão de Cox para a variável estádio clínico, nos dois sexos. Esta análise aponta que existe diferença significativa entre todos os estádios em relação ao estádio I.
Tumores de Cólon e reTo
95
Tumores de PânCreas
95
QuAdro 4 - Resultados da regressão de Cox para a variável grupo etário (20 a 29 anos como referência) para tumores de pâncreas (RHC-FOSP, 2000-2005).
grupo etário rr piC (95%) para rr
inferior Superior
20 a 29 (ref.) 1
30 a 39 1,036 0,972 0,141 7,600
40 a 49 0,961 0,968 0,134 6,879
50 a 59 1,057 0,956 0,148 7,548
60 a 69 1,154 0,886 0,162 8,233
70 a 79 1,228 0,838 0,172 8,773
80 e + 1,032 0,975 0,140 7,624
No quadro 4, tem-se a regressão de Cox para a variável grupo etário, nos dois sexos. Esta análise mostra que não existe diferença significativa.
Na regressão múltipla de Cox (Quadro 5), tem-se a leitura dos resultados semelhante à leitura dos quadros 2, 3 e 4. Nota-se, porém, que os resultados que apon-tam diferença de riscos (RR) são diferentes, mostrando
que estas três variáveis influenciam umas as outras em relação às razões de riscos de suas categorias, em uma análise conjunta. Assim, análises com a intenção de avaliar diferenças de risco de óbito para estes dados devem ser feitas com cautela, analisando as variáveis ao mesmo tempo.
QuAdro 5 - Resultados da regressão múltipla de Cox para as variáveis sexo (feminino como referência), estádio clínico (estádio I como referência) e grupo etário (20 a 29 anos como referência) para tumores de pâncreas (RHC-FOSP, 2000-2005).
Variáveis rr piC (95%) para rr
inferior Superior
Sexo
Feminino (ref.) 1
Masculino 1,114 0,137 0,966 1,285
Estádio
I (ref.) 1
II 1,489 0,052 0,997 2,224
III 1,687 0,005 1,171 2,431
IV 2,370 0,000 1,716 3,272
Grupo etário
20 a 29 (ref.) 1
30 a 39 1,208 0,853 0,165 8,863
40 a 49 1,098 0,926 0,153 7,868
50 a 59 1,208 0,850 0,169 8,630
60 a 69 1,323 0,780 0,185 9,440
70 a 79 1,442 0,715 0,202 10,308
80 e + 1,193 0,863 0,161 8,813
96
Fundação onCoCenTro de são Paulo
96
Fundação onCoCenTro de são Paulo
Síntese
• Foram registrados 1.779 casos com tumores de pâncreas, dos quais 54,0% em homens e 46,0% em mulheres.
• a topografia mais frequente é pâncreas SOE, representando 55,3% dos casos no sexo mas-culino e 53,9% no feminino;
• as morfologias mais frequentes são os adeno-mas e adenocarcinomas, para ambos os se-xos, representando 72,7% dos casos do sexo feminino e 73,3% do masculino;
• o grupo etário mais frequente é a de 60 a 69 anos (28,0% dos homens e 30,9% das mulhe-res), no momento do diagnóstico, o estádio mais frequente é o IV (58,3% dos homens e 53,1% nas mulheres);
• a terapêutica variou de acordo com o estádio, com frequência maior da cirurgia em estádios mais precoces, com aumento do uso de qui-mioterapia isoladamente, em estádio tardios;
• a sobrevida foi semelhante em ambos os se-xos, menor com diagnóstico em estádios mais avançados; em relação à grupo etário, não houve diferença de riscos entre as cate-gorias;
• como resultado das análises de regressão, nota-se que as variáveis estudadas (sexo, es-tádio clínico e grupo etário) influenciam umas as outras, alterando as relações de risco entre as categorias de cada variável.
Tumores de Cólon e reTo
97
Tumores de Cólo do ÚTero
97
O total deste grupo de tumores foi de 13.197, sendo que a topografia mais frequente, colo do útero, representa 99,1% do total (Tabela 1).
Quanto à morfologia, neoplasias de células esca-mosas, neoplasias epiteliais e adenomas e adenocar-
cinomas representam 97,5% do total. As percentagens segundo grupo etário estão representadas na figura 1, sendo que há um pico de ocorrência de registros para o grupo de 40 a 49 anos.
Capítulo 12 - Tumores de Colo do Útero
TABELA 1 - Número e proporção (%) de casos de tumores de colo do útero, distribuídos segundo topo-grafia (RHC-FOSP, 2000-2005).
Topografia nº %
C53.9 Colo do utero 13.080 99,1
C53.8 Colo do utero, lesao sobreposta do 19 0,1
C53.0 Endocervix 91 0,7
C53.1 Exocervix 7 0,1
Total 13.197 100
FigurA 1 - Distribuição proporcional (%) dos casos de tumores de colo do útero segundo grupo etário (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
20 30 40 50 60 70 80 100
Idade
Prop
orçã
o
98
Fundação onCoCenTro de são Paulo
98
Fundação onCoCenTro de são Paulo
Quanto ao estádio, a maior frequência no está-dio 0, seguida pelo estádio III, mostra que o diagnós-tico é precoce (Figura 2).
Em relação à distribuição dos casos segundo grupo etário e estádio clínico, nota-se que o estádio 0
apresenta um pico de frequência no grupo de 30 a 39 anos. Já para o estádio I, este pico fica entre 40 a 49 anos, enquanto que para os outros estádios, a maior frequência é do grupo de 50 a 59 anos.
FigurA 2 - Distribuição proporcional (%) dos casos de tumores de colo do útero segundo estádio clínico (RHC-FOSP, 2000-2005).
Proposta de Tratamento
No estádio 0, 92,7% das propostas foram de cirurgia isoladamente e 5,9% tiveram nenhum trata-mento proposto (Figura 3).
Para o estádio I, o tratamento mais frequente foi cirurgia isoladamente, seguido de cirurgia associada à radioterapia (49,6% e 22,2%, respectivamente). Tam-bém houve destaque na radioterapia isoladamente (14,7%).
Nos tumores registrados como estádio II houve frequência destacada de radioterapia isoladamente (46,4%), associação de quimioterapia e radiotera-
pia (20,4%) e associação de cirurgia e radioterapia (11,4%).
Para o estádio III, houve também predominân-cia de radioterapia isoladamente (49,3%), seguido de associação de quimioterapia e radioterapia (24,5%) e nenhum tratamento proposto (8,3%).
Para o estádio IV, as propostas têm um perfil um pouco diferente do estádio III, com predominân-cia de radioterapia isoladamente (39,7%), seguido de nenhum tratamento proposto (18,0%) e associação de quimioterapia e radioterapia (17,5%).
0
5
10
15
20
25
30
35
0 I II III IV X Y
Estádio clínico
Prop
orçã
o
Tumores de Cólon e reTo
99
Tumores de Cólo do ÚTero
99
Análise de Sobrevida
A tabela 2 mostra a menor ocorrência de casos para o grupo de 80 e mais anos.
Foram construídas as figuras a partir da análise de Kaplan-Meier. Na figura 4, verifica-se sobrevida maior nos estádios 0 e I. Os estádios II, III e IV mos-
tram sobrevida progressivamente menor em relação às categorias.
Na figura 5, a sobrevida é maior nos grupos de 20 a 29 anos, e vai diminuindo à medida que a idade aumenta.
FigurA 3 - Proporção (%) de casos de tumores de colo do útero segundo estádio clínico e proposta de tratamento (RHC-FOSP, 2000-2005).
92,7
0,0 0,7 0,1 0,6 0,0 0,05,9
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
49,6
2,2
14,7
2,5
22,2
2,2 2,0 4,5
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
6,3 3,3
46,4
2,411,4
20,4
4,4 5,2
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
3,1 4,0
49,3
1,36,0
24,5
3,48,3
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
5,3 7,0
39,7
3,0 5,2
17,5
4,2
18,0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
0 I II III IV
100
Fundação onCoCenTro de são Paulo
100
Fundação onCoCenTro de são Paulo
TABELA 2 - Casos de tumores de colo do útero, distribuídos segundo grupos etários e estádio clínico (RHC-FOSP, 2000-2005).
grupo etárioEstádio Clínico
Total0 i ii iii iV
20 a 29 874 115 35 64 11 1.099
30 a 39 1.366 451 205 274 60 2.356
40 a 49 1.101 606 436 601 136 2.880
50 a 59 499 430 457 649 159 2.194
60 a 69 320 302 372 534 113 1.641
70 a 79 127 151 224 331 90 923
80 e + 25 39 67 118 30 279
Total 4.312 2.094 1.796 2.571 599 11.372
FigurA 4 - Sobrevida (%) de casos de tumores de colo do útero segundo estádio clínico e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
0 I II III IV
0 12 18 24 30 36 48 54 606
Tumores de Cólon e reTo
101
Tumores de Cólo do ÚTero
101
Os resultados da regressão de Cox para a variável grupo etário (20 a 29 anos como referência), para tu-mores de colo do útero, mostram que houve diferença estatisticamente significante nos riscos de óbito para todos os outros grupos etários. Tomando-se como base o grupo de 30 a 39 anos, o resultado se repete, com di-ferença em relação a todos os outros grupos.
Fazendo-se a mesma análise para a variável es-tádio clínico, nota-se que houve diferença significativa no risco de óbito para todos os estádios, tanto com o estádio 0 como referência como com o estádio I.
Nos resultados da análise da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio 0 como refe-rência) para cada grupo etário, não houve diferença
significante no risco de óbito para o grupo etário de 20 a 29 anos. Por outro lado, para os grupos de 30 a 39 anos, 40 a 49 anos, 50 a 59 anos e 60 a 69 anos houve diferença para todos os estádios clínicos.
Se considerarmos o estádio I como base, cuja análise foi aplicada para os grupos de 70 a 79 anos e de 80 e mais anos, houve diferença para os estádios II, III e IV e para os estádios III e IV, respectivamente.
A seguir, o quadro 1 mostra diferença de riscos estatisticamente significante entre as categorias da variável estádio clínico pela regressão de Cox, apon-tando que, por exemplo, o estádio IV tem risco de óbi-to 164,659 vezes o do estádio 0 (com seu respectivo intervalo de confiança).
FigurA 5 - Sobrevida (%) de casos de tumores de colo do útero segundo grupo etário e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 80 e +
0 12 18 24 30 36 48 54 606
102
Fundação onCoCenTro de são Paulo
102
Fundação onCoCenTro de são Paulo
No quadro 2, tem-se a regressão de Cox para a variável grupo etário. Esta análise mostra que existe diferença significativa entre todas as categorias de grupo etário, em relação à categoria de referência.
Na regressão múltipla de Cox (quadro 3), tem-se a leitura dos resultados semelhante à leitura dos quadros 1 e 2. Nota-se, porém, que os resultados que apontam a diferença de riscos (RR) são diferentes,
mostrando que estas duas variáveis influenciam uma a outra em relação às razões de riscos de suas catego-rias, em uma análise conjunta, além do fato do grupo etário perder peso na diferença de riscos de óbito. Isto mostra que o análise das diferenças de riscos de óbito deve ser feita considerando-se as duas variá-veis ao mesmo tempo, para esta topografia.
QuAdro 1 - Resultados da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio 0 como referência) para tumores de colo do útero (RHC-FOSP, 2000-2005).
Estádio rr piC (95%) para rr
inferior Superior
0 (ref.) 1
I 13,441 0,000 7,652 23,609
II 32,210 0,000 18,504 56,069
III 68,023 0,000 39,322 117,674
IV 164,659 0,000 94,539 286,785
QuAdro 2 - Resultados da regressão de Cox para a variável grupo etário (20 a 29 anos como referência) para tumores de colo do útero (RHC-FOSP, 2000-2005).
grupo etário rr piC (95%) para rr
inferior Superior
20 a 29 (ref.) 1
30 a 39 1,925 0,000 1,400 2,648
40 a 49 2,447 0,000 1,799 3,329
50 a 59 2,735 0,000 2,008 3,727
60 a 69 3,199 0,000 2,342 4,368
70 a 79 4,106 0,000 2,982 5,653
80 e + 4,946 0,000 3,417 7,159
Tumores de Cólon e reTo
103
Tumores de Cólo do ÚTero
103
QuAdro 3 - Resultados da regressão múltipla de Cox para as variáveis estádio clínico (estádio 0 como referência) e grupo etário (20 a 29 anos como referência) para tumores de colo do útero (RHC-FOSP, 2000-2005).
Variáveis rr piC (95%) para rr
inferior Superior
Estádio
0 (ref.) 1
I 13,787 0,000 7,836 24,257
II 33,613 0,000 19,246 58,707
III 71,092 0,000 40,949 123,423
IV 170,700 0,000 97,665 298,351
Grupo etário
20 a 29 (ref.) 1
30 a 39 1,082 0,628 0,786 1,489
40 a 49 0,949 0,738 0,696 1,292
50 a 59 0,813 0,193 0,596 1,110
60 a 69 0,932 0,657 0,681 1,274
70 a 79 1,043 0,798 0,756 1,439
80 e + 1,162 0,430 0,801 1,685
Síntese
• Foram registrados 13.197 casos com tumores de colo do útero;
• a topografia mais frequente é colo do útero, representando 99,1% dos casos;
• as morfologias mais frequentes são as neo-plasias de células escamosas representando 69,1% dos casos;
• o grupo etário mais frequente é a de 40 a 49 anos (25,1% dos casos), no momento do diagnóstico, o estádio mais frequente é o 0 (32,7%);
• a terapêutica variou de acordo com o estádio, com frequência maior da cirurgia em estádios mais precoces, com aumento do uso de radio-terapia, isoladamente ou associada com qui-
mioterapia, em estádio tardios;• a sobrevida foi menor em casos com diagnós-
tico em estádios mais avançados; em relação à grupo etário, a análise isolada apresentou diferença de riscos entre as categorias; já na regressão múltipla, não apresentou riscos di-ferentes;
• como resultado das análises de regressão, no-ta-se que as variáveis estudadas (estádio clí-nico e grupo etário) influenciam uma a outra, alterando as relações de risco entre as catego-rias de cada variável.
104
Fundação onCoCenTro de são Paulo
104
Fundação onCoCenTro de são Paulo
O total deste grupo de tumores foi de 2.264, sen-do que existe apenas este código de topografia.
Quanto à morfologia, adenomas e adenocarcino-mas, neoplasias epiteliais, SOE e neoplasias comple-
xas mistas e do estroma representam 95,5% do total. As percentagens segundo grupo etário estão repre-sentadas na figura 1, sendo que há um pico de ocor-rência de registros para o grupo de 60 a 69 anos.
Capítulo 13 - Tumores de Endométrio
FigurA 1 - Distribuição proporcional (%) dos casos de tumores de endométrio segundo grupo etário (RHC-FOSP, 2000-2005).
Quanto ao estádio, a maior frequência no estádio I mostra que o diagnóstico é precoce (Figura 2).
Em relação à distribuição dos casos segundo grupo etário e estádio clínico, a distribuição para to-
dos os estádios é parecida, com picos no grupo de 60 a 69 anos.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
20 30 40 50 60 70 80 100
Idade
Prop
orçã
o
Tumores de Cólon e reTo
105
Tumores de endoméTrio
105
Proposta de Tratamento
No estádio 0, 80,0% das propostas foram de cirur-gia isoladamente e 20,0% tiveram nenhum tratamento proposto, entre os 10 casos desta categoria (Figura3).
Para o estádio I, o tratamento mais frequente foi cirurgia associada à radioterapia, seguido de cirurgia isoladamente (48,4% e 38,4%, respectivamente). Tam-bém houve destaque na radioterapia isoladamente (6,8%). A mesma ordem vale para o estádio II, com as seguintes proporções: 51,5%, 23,3% e 16,5%.
Para o estádio III, houve predominância de asso-ciação de cirurgia e radioterapia (47,7%), seguido de radioterapia isoladamente (20,2%) e cirurgia isolada-mente (16,9%).
Para o estádio IV, as propostas têm predominân-cia de nenhum tratamento proposto (22,6%), seguido de cirurgia isoladamente (18,3%) e radioterapia isola-damente (17,7%).
FigurA 2 - Distribuição proporcional (%) dos tumores de endométrio segundo estádio clínico (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
0 I II III IV X Y
Estádio clínico
Prop
orçã
o
106
Fundação onCoCenTro de são Paulo
106
Fundação onCoCenTro de são Paulo
FigurA 3 - Proporção (%) de casos de tumores de endométrio segundo estádio clínico e proposta de tratamento (RHC-FOSP, 2000-2005).
Análise de Sobrevida
A tabela 1 mostra a ocorrência de poucos casos para o estádio 0 e para o grupo de 20 a 29 anos. Isto pode tornar os resultados pouco adequados para as análises estatísticas destes grupos.
Foram construídas as figuras a partir da análi-se de Kaplan-Meier. Na figura 4, verifica-se sobrevida
maior nos estádios 0 e I. Os estádios II e III mostram sobrevida progressivamente menor em relação às ca-tegorias, com acentuada diferença para o estádio IV.
Na figura 5, a sobrevida é maior nos grupos de 30 a 49 anos, e vai diminuindo à medida que a idade aumenta.
80,0
0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
20,0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
38,4
0,16,8
0,6
48,4
0,0 1,04,8
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
23,3
0,4
16,5
1,5
51,5
0,4 2,6 3,8
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
16,9
1,3
20,2
3,0
47,7
1,34,6 5,0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
18,3
7,9
17,7
9,114,0
4,9 5,5
22,6
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
0 I II III IV
Tumores de Cólon e reTo
107
Tumores de endoméTrio
107
TABELA 1 - Casos de tumores de endométrio, distribuídos segundo grupos etários e estádio clínico (RHC-FOSP, 2000-2005).
grupo etárioEstádio Clínico
Total0 i ii iii iV
20 a 29 - - 1 3 - 4
30 a 39 2 23 2 1 3 31
40 a 49 - 69 15 24 5 113
50 a 59 4 273 55 64 34 430
60 a 69 4 369 87 108 61 629
70 a 79 - 247 81 81 52 461
80 e + - 63 25 21 9 118
Total 10 1.044 266 302 164 1.786
FigurA 4 - Sobrevida (%) de tumores de endométrio segundo estádio clínico e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
0 I II III IV
0 12 18 24 30 36 48 54 606
108
Fundação onCoCenTro de são Paulo
108
Fundação onCoCenTro de são Paulo
FigurA 5 - Sobrevida (%) de casos de tumores de endométrio segundo grupo etário e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
Os resultados da regressão de Cox para a variável grupo etário (20 a 29 anos como referência), para tu-mores de endométrio, mostram que não houve diferen-ça estatisticamente significante no risco de óbito para nenhum dos outros grupos etários. Tomando-se como base o grupo de 30 a 39 anos, o resultado se repete, sem diferença em relação a todos os outros grupos.
Fazendo-se a mesma análise para a variável está-dio clínico, nota-se que houve diferença significativa no risco de óbito apenas para o estádio IV com o estádio 0 como referência. Já com o estádio I como referência, houve diferença para todos os outros estádios.
Nos resultados da análise da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio 0 como referên-
cia) para os grupos etários 30 a 39 anos, 50 a 59 anos e 60 a 69 anos, onde houve casos, não houve diferença de riscos de óbito.
Se o estádio I for considerado como base, nos grupos de 30 a 39 anos, 50 a 59 anos, 60 a 69 anos e 70 a 79 anos houve diferença para os estádios II, III e IV e para os grupos 40 a 49 anos e 80 anos e mais, houve diferença para o estádio III e IV.
O quadro 1 mostra diferença de riscos estatisti-camente significante apenas para o estádio IV, apon-tando que o mesmo tem risco de óbito 9,408 vezes o do estádio 0 (com seu respectivo intervalo de con-fiança).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 80 e +
0 12 18 24 30 36 48 54 606
Tumores de Cólon e reTo
109
Tumores de endoméTrio
109
QuAdro 1 - Resultados da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio 0 como referência) para tumores de endométrio (RHC-FOSP, 2000-2005).
Estádio rr piC (95%) para rr
inferior Superior
0 (ref.) 1
I 0,539 0,540 0,075 3,888
II 1,181 0,870 0,162 8,626
III 3,152 0,254 0,439 22,652
IV 9,408 0,026 1,309 67,628
No quadro 2, tem-se a regressão de Cox para a variável grupo etário. Esta análise mostra que não existe diferença significativa entre as categorias de grupo etário.
Por último, na regressão múltipla de Cox (quadro 3), tem-se a leitura dos resultados semelhante à leitura dos quadros 1 e 2. Nota-se, porém, que os resultados
que apontam a diferença de riscos (RR) são diferentes, mostrando que estas duas variáveis influenciam uma a outra em relação às razões de riscos de suas catego-rias, em uma análise conjunta. Este resultado destaca o fato de que, em uma análise de diferenças de risco de óbito para esta topografia, as duas variáveis devem ser avaliadas em conjunto.
QuAdro 2 - Resultados da regressão de Cox para a variável grupo etário (20 a 29 anos como referência) para tumores de endométrio (RHC-FOSP, 2000-2005).
grupo etário rr piC (95%) para rr
inferior Superior
20 a 29 (ref.) 1
30 a 39 263,553 0,826 0,000 ###
40 a 49 251,743 0,827 0,000 ###
50 a 59 286,103 0,823 0,000 ###
60 a 69 429,200 0,811 0,000 ###
70 a 79 563,337 0,802 0,000 ###
80 e + 651,456 0,798 0,000 ###
110
Fundação onCoCenTro de são Paulo
110
Fundação onCoCenTro de são Paulo
QuAdro 3 - Resultados da regressão múltipla de Cox para as variáveis estádio clínico (estádio 0 como referência) e grupo etário (20 a 29 anos como referência) para tumores de endométrio (RHC-FOSP, 2000-2005).
Variáveis rr piC (95%) para rr
inferior Superior
Estádio
0 (ref.) 1
I 0,469 0,455 0,064 3,415
II 0,976 0,981 0,132 7,213
III 2,786 0,311 0,383 20,257
IV 7,908 0,041 1,088 57,495
Sexo
20 a 29 (ref.) 1
30 a 39 720,148 0,790 0,000 ###
40 a 49 498,706 0,802 0,000 ###
50 a 59 577,762 0,797 0,000 ###
60 a 69 822,342 0,786 0,000 ###
70 a 79 958,861 0,781 0,000 ###
80 e + 1.382,380 0,770 0,000 ###
Síntese
• Foram registrados 2.264 casos com tumores de endométrio, apresentando apenas um có-digo para esta topografia;
• as morfologias mais frequentes são os ade-nomas e adenocarcinomas, representando 89,1% dos casos;
• o grupo etário mais frequente é a de 60 a 69 anos (34,5% das mulheres), no momento do diagnóstico, o estádio mais frequente é o I (46,1% dos casos);
• a terapêutica variou de acordo com o estádio, com frequência maior da cirurgia em estádios mais precoces, com aumento do uso de radio-
terapia, isoladamente ou associada com cirur-gia, em estádio tardios;
• a sobrevida foi menor em casos com diagnós-tico no estádio IV; em relação à grupo etário, não apresentaram diferença de riscos entre as categorias, tanto na análise simples quanto na regressão múltipla;
• como resultado das análises de regressão, nota-se que as variáveis estudadas (estádio clínico e grupo etário) influenciam uma a ou-tra, alterando as relações de risco entre as ca-tegorias de cada variável.
111
Tumores de ovário
O total deste grupo de tumores foi de 2.683, sen-do que existe apenas este código de topografia.
Quanto à morfologia, neoplasias císticas, muci-nosas e serosas, adenomas e adenocarcinomas, neo-plasias epiteliais, SOE e neoplasias de células germi-nativas representam 89,6% do total. As percentagens segundo grupo etário estão representadas na figura 1, sendo que há um pico de ocorrência de registros para o grupo de 50 a 59 anos.
Quanto ao estádio, a maior frequência no estádio III, seguida pelo estádio IV, mostra que o diagnóstico é tardio (Figura 2).
Em relação à distribuição dos casos segundo grupo etário e estádio clínico, a distribuição para to-dos os estádios é parecida, com picos no grupo de 50 a 59 anos.
Capítulo 14 - Tumores de Ovário
FigurA 1 - Distribuição proporcional (%) dos casos de tumores de ovário segundo grupo etário (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
20 30 40 50 60 70 80 100
Idade
Prop
orçã
o
112
Fundação onCoCenTro de são Paulo
Proposta de Tratamento
Para o estádio I, o tratamento mais frequente foi ci-rurgia isoladamente, seguido de cirurgia associada à qui-mioterapia (52,5% e 33,7%, respectivamente). Também houve destaque na quimioterapia isoladamente (8,8%) (Figura 3).
Já no estádio II, o tratamento mais frequente foi cirurgia associada à quimioterapia (58,2%), seguido de cirurgia isoladamente (22,4%) e quimioterapia isolada-mente (13,9%).
Para o estádio III, houve predominância de ci-rurgia associada à quimioterapia (50,8%), seguido de quimioterapia isoladamente (22,7%) e cirurgia isolada-mente (18,2%).
Para o estádio IV, segue a mesma ordem do es-tádio III, com proporções diferentes (35,9%, 32,9% e 17,2%, respectivamente).
FigurA 2 - Distribuição proporcional (%) dos tumores de ovário segundo estádio clínico (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
5
10
15
20
25
30
35
I II III IV X Y
Estádio clínico
Prop
orçã
o
113
Tumores de ovário
FigurA 3 - Proporção (%) de tumores de ovário segundo estádio clínico e proposta de tratamento (RHC-FOSP, 2000-2005).
Análise de Sobrevida
A tabela 1 mostra a ocorrência de poucos casos para os grupos de 20 a 29 anos e 80 anos e mais. Isto
pode tornar os resultados pouco adequados para as análises estatísticas destes grupos.
TABELA 1 - Casos de tumores de ovário, distribuídos segundo grupos etários e estádio clínico (RHC-FOSP, 2000-2005).
grupo etárioEstádio Clínico
Totali ii iii iV
20 a 29 34 6 16 7 63
30 a 39 53 10 50 18 131
40 a 49 112 31 166 103 412
50 a 59 140 47 235 177 599
60 a 69 91 42 204 152 489
70 a 79 59 24 135 93 311
80 e + 10 5 25 19 59
Total 499 165 831 569 2.064
52,5
8,8
0,6
33,7
0,4 0,2 0,8 3,0
0
10
20
30
40
50
60
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
22,4
13,9
0,0
58,2
1,2 0,6 0,63,0
0
10
20
30
40
50
60
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
18,222,7
0,1
50,8
0,7 0,4 1,65,5
0
10
20
30
40
50
60
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
17,2
32,9
0,7
35,9
0,2 1,4 1,2
10,5
0
10
20
30
40
50
60
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
I II III IV
114
Fundação onCoCenTro de são Paulo
A seguir, foram construídas as figuras a partir da análise de Kaplan-Meier. Na figura 4, verifica-se sobre-vida maior no estádio I. Os estádios II e III mostram sobrevida progressivamente menor em relação às ca-tegorias, com acentuada diferença para o estádio IV.
Na figura 5, a sobrevida é maior nos grupos de 20 a 29 anos, e vai diminuindo à medida que a idade aumenta.
FigurA 4 - Sobrevida (%) de casos de tumores de ovário segundo estádio clínico e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
FigurA 5 - Sobrevida (%) de casos de tumores de ovário segundo grupo etário e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
I II III IV
0 12 18 24 30 36 48 54 606
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 80 e +
0 12 18 24 30 36 48 54 606
115
Tumores de ovário
QuAdro 1 - Resultados da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio I como referência) para tumores de ovário (RHC-FOSP, 2000-2005).
Estádio rr piC (95%) para rr
inferior Superior
I (ref.) 1
II 2,968 0,000 1,778 4,954
III 7,990 0,000 5,552 11,498
IV 15,748 0,000 10,940 22,667
No quadro 2, tem-se a regressão de Cox para a variável grupo etário. Esta análise mostra que existe diferença significativa entre todas as categorias de grupo etário, com exceção do grupo de 30 a 39 anos.
Na regressão múltipla de Cox (Quadro 3), tem-se a leitura dos resultados semelhante à leitura dos quadros 1 e 2. Nota-se, porém, que os resultados que
apontam a diferença de riscos (RR) são diferentes, mostrando que estas duas variáveis influenciam uma a outra em relação às razões de riscos de suas catego-rias, em uma análise conjunta. Este resultado mostra a importância de avaliar-se as duas variáveis ao mesmo tempo ao se fazer uma análise da diferença de riscos de óbito.
QuAdro 2 - Resultados da regressão de Cox para a variável grupo etário (20 a 29 anos como referência) para tumores de ovário (RHC-FOSP, 2000-2005).
grupo etário rr piC (95%) para rr
inferior Superior
20 a 29 (ref.) 1
30 a 39 1,677 0,229 0,723 3,893
40 a 49 2,950 0,005 1,376 6,326
50 a 59 3,642 0,001 1,714 7,737
60 a 69 4,589 0,000 2,159 9,752
70 a 79 4,880 0,000 2,279 10,446
80 e + 8,730 0,000 3,842 19,838
Os resultados da regressão de Cox para a variá-vel grupo etário (20 a 29 anos como referência), para tumores de ovário, mostram que houve diferença es-tatisticamente significante no risco de óbito para to-dos os outros grupos etários, com exceção do grupo de 30 a 39 anos. Tomando-se como base o grupo de 30 a 39 anos, o resultado se repete, com diferença em relação a todos os outros grupos.
Fazendo-se a mesma análise para a variável es-tádio clínico, nota-se que houve diferença significativa no risco de óbito para todos os estádios, com o está-dio I como referência.
Se o estádio I for considerado como base, nos grupos de 50 a 59 anos e 70 a 79 anos houve diferença para os estádios II, III e IV; para os grupos 30 a 39 anos, 40 a 49 anos e 60 a 69 anos, houve diferença para o estádio III e IV; e para os grupos 20 a 29 anos e 80 anos e mais, para o estádio IV.
A seguir, o quadro 1 mostra diferença de riscos estatisticamente significante para todos os estádios, apontando que, por exemplo, o estádio IV tem risco de óbito 15,748 vezes o do estádio 0 (com seu respectivo intervalo de confiança).
116
Fundação onCoCenTro de são Paulo
QuAdro 3 - Resultados da regressão múltipla de Cox para as variáveis estádio clínico (estádio I como referência) e grupo etário (20 a 29 anos como referência) para tumores de ovário (RHC-FOSP, 2000-2005).
Variáveis rr piC (95%) para rr
inferior Superior
Estádio
I (ref.) 1
II 2,785 0,000 1,668 4,652
III 7,426 0,000 5,155 10,698
IV 14,609 0,000 10,132 21,063
Sexo
20 a 29 (ref.) 1
30 a 39 1,437 0,399 0,619 3,337
40 a 49 1,865 0,110 0,869 4,002
50 a 59 2,149 0,047 1,010 4,570
60 a 69 2,540 0,016 1,193 5,404
70 a 79 2,984 0,005 1,392 6,396
80 e + 5,208 0,000 2,289 11,851
Síntese
• Foram registrados 2.683 casos com tumores de ovário, apresentando apenas um código para esta topografia;
• as morfologias mais frequentes são as neo-plasias císticas, mucinosas e serosas, repre-sentando 42,6% dos casos;
• o grupo etário mais frequente é a de 50 a 59 anos (27,2% das mulheres), no momento do diagnóstico, o estádio mais frequente é o III (31,0% dos casos);
• a terapêutica variou de acordo com o estádio, com frequência maior da cirurgia em estádios mais precoces, com aumento do uso de qui-mioterapia, isoladamente ou associada com cirurgia, em estádio tardios;
• a sobrevida foi menor em casos com diagnós-tico mais tardio; em relação à grupo etário, apresentaram diferença de riscos entre as ca-tegorias para maiores de 40 anos na análise isolada e maiores de 50 anos na regressão múltipla ;
• como resultado das análises de regressão, nota-se que as variáveis estudadas (estádio clínico e grupo etário) influenciam uma a ou-tra, alterando as relações de risco entre as ca-tegorias de cada variável.
117
Tumores de PrósTaTa
O total deste grupo de tumores foi de 17.902, sendo que existe apenas este código de topografia.
Quanto à morfologia, adenomas e adenocarci-nomas, neoplasias de células acinosas e neoplasias de células escamosas representam 98,9% do total. As percentagens segundo grupo etário estão representa-das na figura 1, sendo que há um pico de ocorrência de registros para o grupo de 70 a 79 anos.
Quanto ao estádio, a maior frequência no estádio II mostra que o diagnóstico é precoce (Figura 2).
Em relação à distribuição dos casos segundo grupo etário e estádio clínico, a distribuição para to-dos os estádios é parecida, com picos no grupo de 70 a 79 anos.
Capítulo 15 - Tumores de Próstata
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
20 30 40 50 60 70 80 100
Idade
Prop
orçã
o
FigurA 1 - Distribuição proporcional (%) dos casos de tumores de próstata segundo grupo etário (RHC-FOSP, 2000-2005).
118
Fundação onCoCenTro de são Paulo
Proposta de Tratamento
Para o estádio I, o tratamento mais frequente foi cirurgia isoladamente, seguido de nenhum tratamen-to proposto (33,8% e 32,1%, respectivamente). Tam-bém houve destaque para radioterapia isoladamente (31,4%) (Figura 3).
Os estádios II e III apresentaram a mesma ordem de importância de associações de tratamento em relação
ao estádio I, com proporções diferentes (42,7%, 30,3% e 24,3%, respectivamente para o estádio II e 35,2%, 31,4% e 27,3%, respectivamente para o estádio III).
Para o estádio IV, nenhum tratamento proposto (42,3%) teve maior importância, seguido de cirurgia isoladamente (28,3%) e radioterapia isoladamente (14,1%).
FigurA 2 - Distribuição proporcional (%) dos tumores de próstata segundo estádio clínico (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
I II III IV X Y
Estádio clínico
Prop
orçã
o
119
Tumores de PrósTaTa
Análise de Sobrevida
A tabela 1 mostra a ocorrência de apenas 2 casos para o grupo de 20 a 29 anos. Isto pode tornar os resul-
tados pouco adequados para as análises estatísticas deste grupo.
FigurA 3 - Proporção (%) de tumores de próstata segundo estádio clínico e proposta de tratamento (RHC-FOSP, 2000-2005).
33,8
1,2
31,4
0,2 0,9 0,4 0,0
32,1
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
42,7
0,8
24,3
0,3 1,1 0,5 0,1
30,3
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
35,2
2,0
27,3
0,72,6
0,6 0,1
31,4
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
28,3
5,1
14,1
2,04,6
2,70,9
42,3
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
I II III IV
TABELA 1 - Casos de tumores de próstata, distribuídos segundo grupos etários e estádio clínico (RHC-FOSP, 2000-2005).
grupo etárioEstádio clínico
Totali ii iii iV
20 a 29 - 2 - - 2
30 a 39 6 15 6 5 32
40 a 49 18 146 33 40 237
50 a 59 110 1197 359 405 2.071
60 a 69 335 3.106 1.086 1.151 5.678
70 a 79 377 3.247 1.139 1.475 6.238
80 e + 91 777 316 511 1.695
Total 937 8.490 2.939 3.587 15.953
120
Fundação onCoCenTro de são Paulo
A seguir, foram construídas as figuras a partir da análise de Kaplan-Meier. Na figura 4, verifica-se sobre-vida maior no estádio I. Os estádios II e III mostram sobrevida progressivamente menor em relação às ca-tegorias, com acentuada diferença para o estádio IV.
Na figura 5, a sobrevida é maior nos grupos de 50 a 69 anos, e vai diminuindo à medida que a idade aumenta.
FigurA 4 - Sobrevida (%) de casos de tumores de próstata segundo estádio clínico e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
FigurA 5 - Sobrevida (%) de casos de tumores de próstata segundo grupo etário e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
I II III IV
0 12 18 24 30 36 48 54 606
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 80 e +
0 12 18 24 30 36 48 54 606
121
Tumores de PrósTaTa
Os resultados da regressão de Cox para a vari-ável grupo etário para tumores de próstata mostram que não houve diferença estatisticamente significan-te no risco de óbito para nenhum dos outros grupos etários, tanto com 20 a 29 anos como referência como com 30 a 39 anos como referência. Só utilizando-se 40 a 49 anos como referência, encontra-se diferença, e apenas para o grupo de 80 anos e mais.
Fazendo-se a mesma análise para a variável es-tádio clínico, nota-se que houve diferença significativa no risco de óbito para os estádios III e IV, com o está-dio I como referência.
Se o estádio I for considerado como base, no grupo de 50 a 59 anos, houve diferença apenas para o estádio IV. Para os grupos, 60 a 69 anos, 70 a 79 anos e 80 anos e mais houve diferença para os estádios III e IV.
A seguir, o quadro 1 mostra diferença de riscos
estatisticamente significante para os estádios III e IV, apontando que , por exemplo, o estádio IV tem risco de óbito 12,161 vezes o do estádio I (com seu respecti-vo intervalo de confiança).
No quadro 2, tem-se a regressão de Cox para a variável grupo etário. Esta análise mostra que não existe diferença significativa para nenhuma das cate-gorias de grupo etário.
Na regressão múltipla de Cox (quadro 3), tem-se a leitura dos resultados semelhante à leitura dos quadros 1 e 2. Nota-se, porém, que os resultados que apontam a diferença de riscos (RR) são diferentes, mostrando que estas duas variáveis influenciam uma a outra em re-lação às razões de riscos de suas categorias, em uma análise conjunta. Apesar do resultado final ser pareci-do, vale ressaltar que, em uma análise de diferenças de risco de óbito, é importante considerar as duas variá-veis ao mesmo tempo.
QuAdro 1 - Resultados da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio I como referência) para tumores de próstata (RHC-FOSP, 2000-2005).
Estádio rr piC (95%) para rr
inferior Superior
I (ref.) 1
II 1,402 0,074 0,968 2,032
III 2,731 0,000 1,874 3,980
IV 12,161 0,000 8,466 17,470
QuAdro 2 - Resultados da regressão de Cox para a variável grupo etário (20 a 29 anos como referência) para tumores de próstata (RHC-FOSP, 2000-2005).
grupo etário rr piC (95%) para rr
inferior Superior
20 a 29 (ref.) 1
30 a 39 33,151 0,703 0,000 ###
40 a 49 17,675 0,754 0,000 ###
50 a 59 15,539 0,765 0,000 ###
60 a 69 16,712 0,759 0,000 ###
70 a 79 23,676 0,730 0,000 ###
80 e + 43,592 0,681 0,000 ###
122
Fundação onCoCenTro de são Paulo
QuAdro 3 - Resultados da regressão múltipla de Cox para as variáveis estádio clínico (estádio I como re-ferência) e grupo etário (20 a 29 anos como referência) para tumores de próstata. (RHC-FOSP, 2000-2005).
Variáveis rr piC (95%) para rr
inferior Superior
Estádios
I (ref.) 1
II 1,591 0,018 1,082 2,338
III 4,088 0,000 2,778 6,015
IV 11,535 0,000 7,906 16,830
Grupo etário
20 a 29 (ref.) 1
30 a 39 12,553 0,779 0,000 ###
40 a 49 8,170 0,816 0,000 ###
50 a 59 6,383 0,837 0,000 ###
60 a 69 6,730 0,832 0,000 ###
70 a 79 8,855 0,809 0,000 ###
80 e + 14,359 0,767 0,000 ###
Síntese
• Foram registrados 17.902 casos com tumo-res de próstata, apresentando apenas um có-digo para esta topografia;
• as morfologias mais frequentes são os ade-nomas e adenocarcinomas, representando 58,8% dos casos;
• o grupo etário mais frequente é a de 70 a 79 anos (39,0% dos homens), no momento do diagnóstico, o estádio mais frequente é o II (47,4% dos casos);
• a terapêutica variou de acordo com o estádio, com frequência maior da cirurgia isoladamen-te e radioterapia isoladamente em estádios mais precoces, com aumento de nenhum tra-tamento proposto em estádio tardios;
• a sobrevida foi menor em casos com diag-nóstico no estádio III e IV em análise simples e incluindo II na análise múltipla; em relação ao grupo etário, não apresentaram diferença de riscos entre as categorias, tanto na análise simples quanto na regressão múltipla ;
• como resultado das análises de regressão, nota-se que as variáveis estudadas (estádio clínico e grupo etário) influlenciam uma a outra, alterando as relações de risco entre as categorias de cada variável.
123
Tumores de Bexiga
O total deste grupo de tumores foi de 3.483, sen-do as topografias mais frequentes nos casos do sexo feminino, bexiga, SOE (89,1%), colo da bexiga (3,6%) e parede lateral da bexiga (2,8%) (Tabela 1). Já nos ca-sos do sexo masculino, as topografias mais frequen-tes foram bexiga, SOE (90,0%), parede lateral da bexi-ga (4,1%) e colo da bexiga (2,5%) (Tabela 2)
Quanto à morfologia, papilomas e carcinomas de células transicionais, neoplasias de células escamosas e neoplasias epiteliais, SOE representam 94,7% do to-tal dos casos para o sexo feminino. As mesmas morfo-
logias representaram 96,3% para o sexo masculino. As percentagens segundo grupo etário estão representa-das na figura 1, sendo que há um pico de ocorrência de registros para o grupo de 70 a 79 anos em ambos os sexos.
Quanto ao estádio, a maior frequência no estádio I mostra que o diagnóstico é precoce (Figura 2).
A distribuição dos estádios segundo grupo etário tem o mesmo padrão da distribuição somente por gru-po etário, tanto para homens quanto para mulheres.
Capítulo 16 - Tumores de Bexiga
TABELA 1 - Número e proporção (%) de tumores de bexiga para o sexo feminino, distribuídos segundo topografia (RHC-FOSP, 2000-2005).
Topografia Frequência %
C67.9 Bexiga, SOE 752 89,1
C67.5 Bexiga, colo da 30 3,6
C67.2 Bexiga, parede lateral da 24 2,8
C67.0 Bexiga, trigono da 17 2,0
C67.4 Bexiga, parede posterior da 12 1,4
C67.3 Bexiga, parede anterior da 5 0,6
C67.8 Bexiga, lesao sobreposta da 2 0,2
C67.1 Bexiga, cupula da 1 0,1
C67.6 Orificio ureteral 1 0,1
Total 844 100
TABELA 2 - Número e proporção (%) de tumores de bexiga para o sexo masculino, distribuídos segundo topografia (RHC-FOSP, 2000-2005).
Topografia Frequência %
C67.9 Bexiga, SOE 2.376 90,0
C67.2 Bexiga, parede lateral da 107 4,1
C67.5 Bexiga, colo da 66 2,5
C67.0 Bexiga, trigono da 46 1,7
C67.4 Bexiga, parede posterior da 18 0,7
C67.8 Bexiga, lesao sobreposta da 10 0,4
C67.3 Bexiga, parede anterior da 9 0,3
C67.1 Bexiga, cupula da 7 0,3
C67.6 Orificio ureteral 0 0,0
Total 2.639 100
124
Fundação onCoCenTro de são Paulo
FigurA 1 - Distribuição proporcional (%) dos casos de tumores de bexiga segundo grupo etário e sexo (RHC-FOSP, 2000-2005).
FigurA 2 - Distribuição proporcional (%) dos casos de tumores de bexiga segundo sexo e estádio clínico (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
20 30 40 50 60 70 80 100
Idade
Prop
orçã
o
Feminino Masculino
0
5
10
15
20
25
30
35
0 I II III IV X Y
Estádio clínico
Prop
orçã
o
Feminino Masculino
125
Tumores de Bexiga
Proposta de Tratamento
Para o estádio 0, tanto para o sexo feminino quanto para o masculino, grande destaque para cirur-gia isoladamente (72,1% e 68,7%, respectivamente) (Figuras 3 e 4) .
Para o estádio I, para o sexo feminino, o tratamen-to mais frequente foi cirurgia isoladamente (67,8%) se-guido de quimioterapia isoladamente (10,7%) e asso-ciação de cirurgia e quimioterapia (9,9%). Para o sexo masculino, houve a mesma ordem de tratamentos, com as seguintes proporções: 66,3%, 11,9% e 10,2%.
Para o estádio II, para o sexo feminino, houve pre-dominância de cirurgia isoladamente (66,4%) seguido de quimioterapia isoladamente (11,2%) e nenhum tratamento proposto (9,7%). Para o sexo masculino, a ordem das associações foi diferente, com predomi-nância de cirurgia isoladamente (66,6%) seguido de nenhum tratamento proposto (13,1%) e quimioterapia isoladamente (5,7%).
Também para o estádio III, para o sexo femini-no, houve predominância de cirurgia isoladamen-te (39,4%) seguido de nenhum tratamento propos-
FigurA 3 - Proporção (%) de tumores de bexiga, para o sexo feminino, segundo estádio clínico e pro-posta de tratamento (RHC-FOSP, 2000-2005).
72,1
5,80,0
11,6
0,0 0,0 0,0
10,5
0
10
20
30
40
50
60
70
80
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
67,8
10,7
1,3
9,9
0,9 0,0 0,4
9,0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
66,4
11,25,2 3,7 3,0 0,7 0,0
9,7
0
10
20
30
40
50
60
70
80
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
39,4
8,7 10,6 12,5
2,9 4,8 6,7
14,4
0
10
20
30
40
50
60
70
80
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
36,9
15,6 13,9 14,8
4,10,8 2,5
11,5
0
10
20
30
40
50
60
70
80
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
0 I II III IV
126
Fundação onCoCenTro de são Paulo
to (14,4%) e associação de cirurgia e quimioterapia (12,5%). Para o sexo masculino, a ordem das asso-ciações foi cirurgia isoladamente (50,2%) seguido de quimioterapia isoladamente (13,4%) e associação de cirurgia e quimioterapia (11,7%).
Para o estádio IV, existe predominância cirurgia isoladamente (36,9%) seguido de quimioterapia isolada-mente (15,6%) e associação de cirurgia e quimioterapia (14,8%), para o sexo feminino. Para o sexo masculino, a ordem das associações foi cirurgia isoladamente (37,3%) seguido de nenhum tratamento proposto (16,1%) e asso-ciação de cirurgia e quimioterapia (13,6%).
Análise de SobrevidaA análise de Kaplan-Meier, mostra que os casos
do sexo masculino têm uma sobrevida maior que os do sexo feminino (Figura 5).
O quadro 1 mostra, pela razão de risco (RR), que o risco de morte de casos do sexo masculino é 0,853 vezes o risco de morte de casos do sexo feminino. Apesar dis-so, o “p” maior que 0,05 e o intervalo de confiança para a razão de risco (IC (95%) para RR) englobando 1 indi-cam que este resultado não tem significância estatística. Em consequência, as análises seguintes serão realizadas para homens e mulheres como um grupo único.
FigurA 4 - Proporção (%) de tumores de bexiga, para o sexo masculino, segundo estádio clínico e proposta de tratamento (RHC-FOSP, 2000-2005).
68,7
8,0
0,6
13,9
0,6 0,0 0,0
8,3
0
10
20
30
40
50
60
70
80
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
66,3
11,9
1,0
10,2
1,1 0,4 0,2
8,9
0
10
20
30
40
50
60
70
80
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
66,6
5,7 3,6 4,3 2,6 3,1 1,0
13,1
0
10
20
30
40
50
60
70
80
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
50,2
13,48,2
11,7
3,4 3,8 2,76,5
0
10
20
30
40
50
60
70
80
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
37,3
11,7 9,213,6
5,1 4,1 2,8
16,1
0
10
20
30
40
50
60
70
80
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
0 I II III IV
127
Tumores de Bexiga
FigurA 5 - Sobrevida (%) de casos de tumores de bexiga segundo sexo e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
Feminino Masculino
0 12 18 24 30 36 48 54 606
QuAdro 1 - Resultados da regressão de Cox para a variável sexo (feminino como referência) para tu-mores de bexiga (RHC-FOSP, 2000-2005).
Sexo rr piC (95%) para rr
inferior Superior
Feminino (ref.) 1
Masculino 0,853 0,055 0,724 1,004
A tabela 3 mostra a ocorrência de apenas 8 casos no grupo de 20 a 29 anos. Isto pode tornar
os resultados pouco adequados para as análises estatísticas envolvendo este grupo.
TABELA 3 - Casos de tumores de bexiga distribuídos segundo grupos etários e estádio clínico (RHC-FOSP, 2000-2005).
grupo etárioEstádio clínico
Total0 i ii iii iV
20 a 29 - 2 2 1 3 8
30 a 39 11 13 5 7 4 40
40 a 49 32 69 19 25 35 180
50 a 59 92 175 77 63 90 497
60 a 69 118 298 147 117 129 809
70 a 79 115 339 205 136 134 929
80 e + 56 163 98 45 42 404
Total 424 1.059 553 394 437 2.867
128
Fundação onCoCenTro de são Paulo
FigurA 6 - Sobrevida (%) de casos de tumores de bexiga segundo estádio clínico e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
0 I II III IV
0 12 18 24 30 36 48 54 606
A seguir, foram construídas as figuras a partir da análise de Kaplan-Meier. Na figura 6, verifica-se sobre-vida maior nos estádios 0 e I. Os estádios II, III e IV mostram sobrevida progressivamente menor em rela-ção às categorias.
Na figura 7, a sobrevida é maior no grupo de 30 a 39 anos, mas todos os grupos têm evolução se-melhante sendo a sobrevida menor no grupo de 80 e mais anos.
Os resultados da regressão de Cox para a variável
grupo etário (20 a 29 anos como referência), para tumo-res de bexiga, mostram que não houve diferença estatis-ticamente significante, com exceção do grupo de 30 a 39 anos. O mesmo vale utilizando-se o grupo de 30 a 39 anos como referencia, com exceção do grupo 80 anos e mais.
Fazendo-se a mesma análise para a variável está-dio clínico, tomando-se o estádio 0 como base, nota-se que houve diferença significativa no risco de óbito para todas as categorias. O mesmo vale com a análise com o estádio I como referência.
129
Tumores de Bexiga
FigurA 7 - Sobrevida (%) de casos de tumores de bexiga segundo grupo etário e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
QuAdro 2 - Resultados da regressão de Cox para a variável sexo (feminino como referência) para tumores de bexiga (RHC-FOSP, 2000-2005).
Sexo rr piC (95%) para rr
inferior Superior
Feminino (ref.) 1
Masculino 0,853 0,055 0,724 1,004
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 80 e +
0 12 18 24 30 36 48 54 606
Com o estádio 0 como referência, houve diferen-ça para todas os grupos etários (estádios II, III e IV), com exceção dos grupos 20 a 29 anos e 30 a 39 anos, onde não foram encontradas diferenças significativas entre as categorias de estádio clínico.
O quadro 2 mostra que não há diferença de riscos de óbito entre os sexos.
No quadro 3, tem-se a regressão de Cox para a variável estádio clínico, nos dois sexos. Esta análise aponta que existe diferença significativa entre todos os estádios em relação ao estádio 0.
No quadro 4, tem-se a regressão de Cox para a variável grupo etário, nos dois sexos. Esta análise
mostra que existe diferença significativa entre o grupo de 30 a 39 anos em relação ao grupo de 20 a 29 anos.
Na regressão múltipla de Cox (quadro 5), tem-se a leitura dos resultados semelhante à leitura dos quadros 2, 3 e 4. Nota-se, porém, que os resultados que apontam diferença de riscos (RR) são diferentes, mostrando que estas três variáveis influenciam umas as outras em relação às razões de riscos de suas ca-tegorias, em uma análise conjunta. Apesar de con-firmar os resultados anteriores, a regressão múltipla mostra que é importante avaliar as três variáveis ao mesmo tempo, ao se analisar se existe diferença de riscos de óbito.
130
Fundação onCoCenTro de são Paulo
QuAdro 4 - Resultados da regressão de Cox para a variável grupo etário (20 a 29 anos como referência) para tumores de bexiga (RHC-FOSP, 2000-2005).
grupo etário rr piC (95%) para rr
inferior Superior
20 a 29 (ref.) 1
30 a 39 0,290 0,048 0,085 0,991
40 a 49 0,373 0,061 0,133 1,047
50 a 59 0,439 0,105 0,162 1,189
60 a 69 0,490 0,157 0,182 1,317
70 a 79 0,596 0,305 0,222 1,601
80 e + 0,675 0,439 0,249 1,827
QuAdro 5 - Resultados da regressão múltipla de Cox para as variáveis sexo (feminino como refe-rência), estádio clínico (estádio 0 como referência) e grupo etário (20 a 29 anos como referência) para tumores de bexiga (RHC-FOSP, 2000-2005).
Variáveis rr piC (95%) para rr
inferior Superior
Sexo
Feminino (ref.) 1
Masculino 0,932 0,400 0,791 1,098
Estádio
0 (ref.) 1
I 1,962 0,002 1,288 2,989
II 6,160 0,000 4,074 9,313
III 9,336 0,000 6,166 14,137
IV 19,886 0,000 13,260 29,822
Grupo etário
20 a 29 (ref.) 1
30 a 39 0,629 0,460 0,183 2,155
40 a 49 0,595 0,324 0,212 1,672
50 a 59 0,752 0,576 0,277 2,040
60 a 69 0,816 0,687 0,303 2,197
70 a 79 1,029 0,954 0,383 2,766
80 e + 1,361 0,545 0,501 3,696
QuAdro 3 - Resultados da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio 0 como referência) para tumores de bexiga (RHC-FOSP, 2000-2005).
Estádio rr piC (95%) para rr
inferior Superior
0 (ref.) 1
I 2,053 0,001 1,348 3,126
II 6,622 0,000 4,383 10,003
III 9,577 0,000 6,328 14,495
IV 19,631 0,000 13,100 29,416
131
Tumores de Bexiga
• a terapêutica variou de acordo com o está-dio, com frequência maior da cirurgia em es-tádios mais precoces, com aumento do uso de quimioterapia e radioterapia, isoladamen-te ou associadas, em estádio tardios;
• a sobrevida não apresentou diferença entre os sexos, foi menor com diagnóstico em es-tádios mais avançados; em relação à grupo etário, não houve diferença de riscos entre as categorias, tanto na análise simples quanto na múltipla;
• como resultado das análises de regressão, nota-se que as variáveis estudadas (sexo, estádio clínico e grupo etário) influenciam umas as outras, alterando as relações de ris-co entre as categorias de cada variável.
Síntese
• Foram registrados 3.483 casos com tumores de bexiga, dos quais 75,8% em homens e 24,2% em mulheres.
• a topografia mais frequente é bexiga SOE, re-presentando 90,0% dos casos no sexo mas-culino e 89,1% no feminino;
• as morfologias mais frequentes são os pa-pilomas e carcinomas de células transicio-nais, para ambos os sexos, representando 64,2% dos casos do sexo feminino e 68,1% do masculino;
• o grupo etário mais frequente é a de 70 a 79 anos (32,0% dos homens e 32,2% das mulhe-res), no momento do diagnóstico, o estádio mais frequente é o I (31,3% dos homens e 27,6% nas mulheres);
132
Fundação onCoCenTro de são Paulo
O total deste grupo de tumores foi de 1.766, sen-do que só existe um código de topografia. Foram 683 casos para o sexo feminino e 1.083 casos para o sexo masculino.
Quanto à morfologia, adenomas e adenocarci-nomas, neoplasias epiteliais, SOE e neoplasias, SOE representam 93,1% do total dos casos para o sexo fe-minino. As mesmas morfologias representaram 92,2% para o sexo masculino. As percentagens segundo gru-po etário estão representadas na figura 1, sendo que há um pico de ocorrência de registros para o grupo de 50 a 59 anos para o sexo feminino e 60 a 69 anos para o sexo masculino.
Quanto ao estádio, a maior frequência no estádio II para o sexo feminino, seguida pelo estádio Y. Para o sexo masculino, o estádio mais frequente foi o Y, seguido pelo estádio IV (Figura 2).
A distribuição dos estádios segundo grupo etá-rio tem distribuição diferente por estádio clínico, tanto
para homens quanto para mulheres. Existem picos de concentração para o estádio II e IV entre 50 e 59 anos, I e III entre 60 a 69 anos, para o sexo feminino. Para o sexo masculino, com exceção do estádio I (pico de 50 a 59 anos), todos tem picos entre 60 a 69 anos.
Proposta de Tratamento
Para o estádio I, para o sexo feminino, o tra-tamento mais frequente foi cirurgia isoladamente (96,4%) seguido de nenhum tratamento proposto (3,6%) (Figura 3). Para o sexo masculino, as mesmas associações mais frequentes com as seguintes pro-porções: 96,8% e 1,6% (Figura 4).
Já no estádio II, e em mulheres, as associações de tratamento mais frequentes foram cirurgia isolada-mente (95,5%) e associação de cirurgia e radioterapia (1,9%). Para o sexo masculino, as associações foram
Capítulo 17 - Tumores de Rim
FigurA 1 - Distribuição proporcional (%) dos casos de tumores de rim segundo grupo etário e sexo (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
20 30 40 50 60 70 80 100
Idade
Prop
orçã
o
Feminino Masculino
133
Tumores de rim
cirurgia isoladamente seguido de nenhum tratamento proposto com as seguintes proporções: 92,1% e 4,2%.
Para o estádio III, para o sexo feminino, houve predominância de cirurgia isoladamente (85,7%) se-guido de associação de cirurgia e quimioterapia e ne-nhum tratamento proposto, ambos com 5,2%. Para o sexo masculino, houve predominância de cirurgia iso-ladamente (89,5%) seguido de associação de cirurgia e quimioterapia e associação de cirurgia e radioterapia, ambos com 3,2%.
Para o estádio IV, existe predominância de cirur-gia isoladamente (29,2%), seguido de nenhum trata-mento proposto (20,0%) e associação de cirurgia e
quimioterapia e quimioterapia isoladamente, os dois últimos com 13,8% cada, para o sexo feminino. Para o sexo masculino, a ordem das associações foi a seguin-te: cirurgia isoladamente (34,2%), seguido de nenhum tratamento proposto (16,7%) e quimioterapia isolada-mente (11,7%).
Por último, para o estádio Y para o sexo femi-nino, tem-se cirurgia isoladamente (60,0%), nenhum tratamento proposto (17,9%) e quimioterapia isolada-mente (10,0%). Para o sexo masculino, houve a mes-ma ordem das associações de tratamento com as pro-porções 50,4%, 25,4% e 7,8%, respectivamente.
FigurA 2 - Distribuição proporcional (%) dos casos de tumores de rim segundo sexo e estádio clínico (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
5
10
15
20
25
30
I II III IV X Y
Estádio clínico
Prop
orçã
o
Feminino Masculino
134
Fundação onCoCenTro de são Paulo
FigurA 3 - Proporção (%) de casos de tumores de rim, para o sexo feminino, segundo estádio clínico e proposta de tratamento (RHC-FOSP, 2000-2005).
96,4
0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 3,6
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
95,5
0,0 0,0 1,3 1,9 0,0 0,0 1,30
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
85,7
0,0 0,05,2 3,9
0,0 0,05,2
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
29,2
13,8 11,5 13,8
3,8 1,56,2
20,0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
60,0
10,05,0 2,9 1,4 1,4 1,4
17,9
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
I II III IV
135
Tumores de rim
FigurA 4 - Proporção (%) de casos de tumores de rim, para o sexo masculino, segundo estádio clínico e proposta de tratamento (RHC-FOSP, 2000-2005).
96,8
0,0 0,5 0,5 0,5 0,0 0,0 1,60
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
92,1
0,5 0,0 0,5 1,6 0,5 0,54,2
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
89,5
1,6 0,8 3,2 3,2 0,0 0,0 1,60
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
34,2
11,7 8,3 8,8 8,8 5,4 6,3
16,7
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
50,4
7,83,0 5,6 4,1 2,2 1,5
25,4
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
I II III IV
Análise de Sobrevida
A análise de Kaplan-Meier mostra que os casos do sexo masculino têm uma sobrevida menor que os do sexo feminino. Este resultado é completado pela análise seguinte
O quadro 1 mostra, pela razão de risco (RR), que o risco de morte de casos do sexo masculino é 1,298 ve-zes o risco de morte de casos do sexo feminino. Além disso, o “p” menor que 0,05 e o intervalo de confiança para a razão de risco (IC (95%) para RR) com limite inferior maior que 1 indicam que este resultado tem
significância estatística. Em consequência, as análises seguintes serão realizadas para homens e mulheres, separadamente.
A tabela 1 mostra a ocorrência de poucos casos para o sexo feminino para o grupo de 20 a 29 anos e de 80 anos e mais. Isto pode tornar os resultados pou-co adequados para estas análises estatísticas. A tabela 2 mostra a mesma descrição, para o sexo masculino, apontando distribuição semelhante de casos.
136
Fundação onCoCenTro de são Paulo
TABELA 1 - Casos de tumores de rim, para o sexo feminino, distribuídos segundo grupos etários e estádio clínico (RHC-FOSP, 2000-2005).
grupo etárioEstádio clínico
Totali ii iii iV
20 a 29 3 3 - 3 9
30 a 39 12 11 1 8 32
40 a 49 20 22 13 20 75
50 a 59 34 47 19 40 140
60 a 69 43 39 29 27 138
70 a 79 24 28 12 28 92
80 e + 3 5 3 4 15
Total 139 155 77 130 501
FigurA 5 - Sobrevida (%) de casos de tumores de rim segundo sexo e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
QuAdro 1 - Resultados da regressão de Cox para a variável sexo (feminino como referência) para tumores de rim (RHC-FOSP, 2000-2005).
Sexo rr piC (95%) para rr
inferior Superior
Feminino (ref.) 1
Masculino 1,298 0,033 1,022 1,648
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
Feminino Masculino
0 12 18 24 30 36 48 54 606
137
Tumores de rim
A seguir, foram construídas as figuras a partir da análise de Kaplan-Meier. Nas figuras 6 e 8, verifica-se sobrevida maior nos estádios I e II. Os estádios III e IV mostram sobrevida progressivamente menor em rela-ção às categorias. A sobrevida do estádio Y fica entre os estádios III e IV.
Na figura 7, a sobrevida é maior nos grupos de 30 a 39 anos, mas todos os grupos têm evolução se-melhante sendo a sobrevida menor no grupo de 80 e mais anos. Para o sexo masculino, a mesma distribui-ção é apresentada (Figura 9).
TABELA 2 - Casos de tumores de rim, para o sexo masculino, distribuídos segundo grupos etários e estádio clínico (RHC-FOSP, 2000-2005).
grupo etárioEstádio clínico
Totali ii iii iV
20 a 29 4 2 - 2 8
30 a 39 17 12 2 6 37
40 a 49 43 45 15 42 145
50 a 59 50 49 33 63 195
60 a 69 43 49 53 77 222
70 a 79 28 29 21 41 119
80 e + 3 5 - 9 17
Total 188 191 124 240 743
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
I II III IV Y
0 12 18 24 30 36 48 54 606
FigurA 6 - Sobrevida (%) de casos de tumores de rim, para o sexo feminino, segundo estádio clínico e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
138
Fundação onCoCenTro de são Paulo
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 80 e +
0 12 18 24 30 36 48 54 606
FigurA 7 - Sobrevida (%) de casos de tumores de rim, para o sexo feminino, segundo grupo etário e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
FigurA 8 - Sobrevida (%) de casos de tumores de rim, para o sexo masculino, segundo estádio clínico e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
I II III IV Y
0 12 18 24 30 36 48 54 606
139
Tumores de rim
Os resultados da regressão de Cox para a variá-vel grupo etário (20 a 29 anos como referência), para tumores de rim, mostram que não houve diferença estatisticamente significante para o sexo feminino ou para o sexo masculino. Utilizando-se o grupo de 30 a 39 anos como referencia, nota-se para o sexo femini-no que não houve diferença para nenhuma categoria. Para o sexo masculino, esta mesma análise mostra que há diferença para os grupos 60 a 69 anos, 70 a 79 anos e 80 anos e mais.
Fazendo-se a mesma análise para a variável está-dio clínico, tomando-se o estádio I como base, nota-se que houve diferença significativa no risco de óbito para os estádios II, III e IV em ambos os sexos.
Para os casos do sexo feminino nas análises da regressão de Cox segundo estádio clínico para cada grupo etário, com o estádio I como referência, houve diferença para os grupos 40 a 49 (estádio IV) e para o grupo 60 a 69 anos (estádios III e IV).
Já para o sexo masculino, com o estádio I como referência, houve diferença estatisticamente signifi-
cante para os grupos de 50 a 59 anos, 60 a 69 anos e 70 a 79 anos (estádios III e IV).
Assim como no quadro 1, há diferença de riscos estatisticamente significante entre os sexos masculino e o feminino pela regressão de Cox (Quadro 2).
No quadro 3, tem-se a regressão de Cox para a variável estádio clínico, nos dois sexos. Esta análise aponta que existe diferença significativa entre todos os estádios em relação ao estádio I.
No quadro 4, tem-se a regressão de Cox para a vari-ável grupo etário, nos dois sexos. Esta análise mostra que não existe diferença significativa para nenhum grupo.
Por último, na regressão múltipla de Cox (quadro 5), tem-se a leitura dos resultados semelhante à leitura dos quadros 2, 3 e 4. Nota-se, porém, que os resultados que apontam diferença de riscos (RR) são diferentes, mostrando que estas três variáveis influenciam umas as outras em relação às razões de riscos de suas catego-rias, em uma análise conjunta. Deste modo, aponta-se a necessidade de se avaliar as três variáveis ao mesmo tempo, quando se analisa diferença de riscos de óbito.
FigurA 9 - Sobrevida (%) de casos de tumores de rim, para o sexo masculino, segundo grupo etário e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 80 e +
0 12 18 24 30 36 48 54 606
140
Fundação onCoCenTro de são Paulo
QuAdro 2 - Resultados da regressão de Cox para a variável sexo (feminino como referência) para tu-mores de rim (RHC-FOSP, 2000-2005).
Sexo rr piC (95%) para rr
inferior Superior
Feminino (ref.) 1
Masculino 1,298 0,033 1,022 1,648
QuAdro 3 - Resultados da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio I como referência) para tumores de rim (RHC-FOSP, 2000-2005).
Estádio rr piC (95%) para rr
inferior Superior
I (ref.) 1
II 3,980 0,000 1,928 8,217
III 10,910 0,000 5,378 22,132
IV 34,203 0,000 17,491 66,883
QuAdro 4 - Resultados da regressão de Cox para a variável grupo etário (20 a 29 anos como referência) para tumores de rim (RHC-FOSP, 2000-2005).
grupo etário rr piC (95%) para rr
inferior Superior
20 a 29 (ref.) 1
30 a 39 0,489 0,301 0,127 1,893
40 a 49 1,098 0,875 0,342 3,529
50 a 59 1,216 0,739 0,384 3,858
60 a 69 1,386 0,578 0,439 4,382
70 a 79 1,775 0,332 0,558 5,650
80 e + 1,647 0,455 0,446 6,084
141
Tumores de rim
Síntese
• Foram registrados 1.766 casos com tumores de rim, dos quais 61,3% em homens e 38,7% em mulheres, com código único para a topografia;
• as morfologias mais frequentes são os ade-nomas e adenocarcinomas, para ambos os sexos, representando 82,1% dos casos do sexo feminino e 79,2% do masculino;
• o grupo etário mais frequente é a de 50 a 59 anos para mulheres (26,8%) e 60 a 69 anos para homens (29,1%), no momento do diag-nóstico, o estádio mais frequente é o II para mulheres (22,7%) e Y para homens (24,7%);
• a terapêutica variou de acordo com o estádio, com frequência maior da cirurgia em estádios mais precoces, com aumento de nenhum tra-tamento proposto, em estádio tardios e no Y;
• a sobrevida foi menor para o sexo masculi-no, com diagnóstico em estádios mais avan-çados; em relação à grupo etário, as análises separadas para cada sexo, não apresentaram diferença de riscos entre as categorias no sexo feminino; no sexo masculino, algumas diferenças significantes foram encontradas; já na regressão múltipla (os dois sexos jun-tos), não houve diferença de riscos;
• como resultado das análises de regressão, nota-se que as variáveis estudadas (sexo, estádio clínico e grupo etário) influenciam umas as outras, alterando as relações de ris-co entre as categorias de cada variável.
QuAdro 5 - Resultados da regressão múltipla de Cox para as variáveis sexo (feminino como referên-cia), estádio clínico (estádio I como referência) e grupo etário (20 a 29 anos como referência) para tumo-res de rim (RHC-FOSP, 2000-2005).
Variáveis rr piC (95%) para rr
inferior Superior
Sexo
Feminino (ref.) 1
Masculino 1,114 0,384 0,873 1,422
Estádios
I (ref.) 1
II 3,944 0,000 1,910 8,146
III 10,573 0,000 5,201 21,490
IV 32,942 0,000 16,832 64,469
Grupo etário
20 a 29 (ref.) 1
30 a 39 0,603 0,465 0,155 2,342
40 a 49 0,971 0,961 0,300 3,149
50 a 59 0,994 0,992 0,311 3,173
60 a 69 1,072 0,907 0,335 3,425
70 a 79 1,428 0,548 0,446 4,568
80 e + 1,148 0,837 0,309 4,263
142
Fundação onCoCenTro de são Paulo
O total deste grupo de tumores foi de 2.699, sendo que existe apenas um código para esta topografia. Fo-ram 2.172 casos em mulheres e 527 casos em homens.
Quanto à morfologia, neoplasias de células es-camosas, adenomas e adenocarcinomas e neopla-sias epiteliais, SOE representam 97,1% do total dos casos para o sexo feminino. As mesmas morfologias representaram 92,0% para o sexo masculino. As per-centagens segundo grupo etário estão representa-das na figura 1, sendo que há um pico de ocorrência de registros para o período de 40 a 49 anos para ambos os sexos.
Quanto ao estádio, as maiores frequências nos estádios I e II mostram que o diagnóstico é precoce (Figura 2).
Cada estádio apresenta uma distribuição diferen-te, segundo grupo etário. O estádio I apresenta pico de frequência dos 30 aos 39 anos; o estádio II tem picos entre 50 e 59 anos; o estádio III entre 50 e 59 anos; o
estádio IV entre 60 e 69 anos. Esta distribuição vale para ambos os sexos.
Proposta de Tratamento
No estádio I, para o sexo feminino, 91,7% das propos-tas foram de cirurgia isoladamente e 6,0% de associação de cirurgia e radioterapia (Figura 3). Já para o sexo mascu-lino, 85,9% das propostas foram de cirurgia isoladamente e 10,2% de associação de cirurgia e radioterapia (Figura 4).
O estádio II apresentou a mesma ordem em rela-ção ao estádio I, com as seguintes proporções: 87,9% e 5,4% respectivamente para o sexo feminino e 84,7% e 5,1% para o sexo masculino. No último grupo, ainda houve 5,1% de nenhum tratamento proposto.
O mesmo vale para o estádio III, com as seguintes proporções: 83,0% de cirurgia isoladamente 8,8% de as-sociação de cirurgia e radioterapia para o sexo feminino e 69,3% e 13,3% respectivamente, para o sexo masculino.
Capítulo 18 - Tumores da Glândula Tireóide
FigurA 1 - Distribuição proporcional (%) dos casos de tumores da glândula tireóide segundo grupo etário e sexo (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
20 30 40 50 60 70 80 100
Idade
Prop
orçã
o
Feminino Masculino
143
Tumores da glândula Tireóide
FigurA 2 - Distribuição proporcional (%) dos casos de tumores de glândula tireóide segundo sexo e estádio clínico (RHC-FOSP, 2000-2005).
FigurA 3 - Proporção (%) de casos de tumores da glândula tireóide, para o sexo feminino, segundo estádio clínico e proposta de tratamento (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
10
20
30
40
50
60
I II III IV X Y
Estádio clínico
Prop
orçã
o
Feminino Masculino
91,7
0,1 0,0 0,36,0
0,0 0,0 1,90
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
87,9
0,0 0,8 0,85,4
0,8 0,34,1
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
83,0
0,5 2,7 0,08,8
0,5 0,5 3,8
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
49,0
8,2 8,2 6,1 8,22,0 0,0
18,4
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
I II III IV
144
Fundação onCoCenTro de são Paulo
Por último, para o estádio IV no sexo femini-no, existe predominância de cirurgia isoladamente (49,0%) e nenhum tratamento proposto (18,4%). Para
FigurA 4 - Proporção (%) de casos de tumores de glândula tireóide, para o sexo masculino, segundo estádio clínico e proposta de tratamento (RHC-FOSP, 2000-2005).
85,9
0,0 0,0 0,0
10,2
0,0 0,03,9
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
84,7
1,0 2,0 2,0 5,10,0 0,0
5,1
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
69,3
1,3 1,3 2,7
13,3
4,00,0
8,0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
60,0
4,0 4,00,0
8,0 8,00,0
16,0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
CI QT RT CI e QT CI e RT QT e RT CI, QT eRT
Nenhum
Tratamento
Prop
orçã
o
I II III IV
o sexo masculino, as mesmas associações com as se-guintes proporções: 60,0% e 16,0%, respectivamente.
Análise de Sobrevida
A análise de Kaplan-Meier mostra que os casos do sexo masculino têm uma sobrevida menor que os do sexo feminino (Figura 5).
Da mesma forma, o quadro 1 mostra, pela razão de risco (RR), que o risco de morte de casos do sexo masculino é 3,358 vezes o risco de morte de casos do sexo feminino. Além disso, o “p” menor que 0,05 e o in-tervalo de confiança para a razão de risco (IC (95%) para RR) com limite inferior maior que 1 indicam que este re-sultado tem significância estatística. Em consequência, as análises seguintes serão realizadas para homens e mulheres, separadamente.
A tabela 1 mostra a ocorrência de poucos casos para o sexo feminino para o estádio IV e nos grupos etários de 70 a 79 e 80 e mais anos. Isto pode tornar os resultados pouco adequados para estas análises es-tatísticas. A tabela 2 mostra a mesma descrição, para o sexo masculino, apontando distribuição semelhante de casos.
A seguir, foram construídas as figuras a partir da análise de Kaplan-Meier. Nas figuras 6 e 8, verifica-se sobrevida maior nos estádios I e II. Os estádios III e IV mostram sobrevida progressivamente menor em rela-ção às categorias.
145
Tumores da glândula Tireóide
FigurA 5 - Sobrevida (%) de casos de tumores de glândula tireóide segundo sexo e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
QuAdro 1 - Resultados da regressão de Cox para a variável sexo (feminino como referência) para tumores de glândula tireóide (RHC-FOSP, 2000-2005).
Sexo rr piC (95%) para rr
inferior Superior
Feminino (ref.) 1
Masculino 3,358 0,000 2,071 5,545
TABELA 1 - Casos de tumores da glândula tireóide para o sexo feminino, distribuídos segundo grupos etários e estádio clínico (RHC-FOSP, 2000-2005).
grupo etárioEstádio clínico
Totali ii iii iV
20 a 29 202 32 8 2 244
30 a 39 362 47 7 1 417
40 a 49 333 101 48 7 489
50 a 59 151 124 56 12 343
60 a 69 61 62 30 17 170
70 a 79 27 20 27 7 81
80 e + 2 3 6 3 14
Total 1.138 389 182 49 1.758
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
Feminino Masculino
0 12 18 24 30 36 48 54 606
146
Fundação onCoCenTro de são Paulo
TABELA 2 - Casos de tumores da glândula tireóide para o sexo masculino, distribuídos segundo grupos etários e estádio clínico (RHC-FOSP, 2000-2005).
grupo etárioEstádio clínico
Totali ii iii iV
20 a 29 43 8 2 2 55
30 a 39 70 6 5 3 84
40 a 49 58 21 20 2 101
50 a 59 18 32 20 5 75
60 a 69 13 20 16 9 58
70 a 79 2 8 10 3 23
80 e + 1 3 2 1 7
Total 205 98 75 25 403
FigurA 6 - Sobrevida (%) de casos de tumores de glândula tireóide, para o sexo feminino, segundo estádio clínico e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
I II III IV
0 12 18 24 30 36 48 54 606
Na figura 7, a sobrevida é maior nos grupos de 20 a 29 anos e 30 a 39 anos, mas todos os grupos têm evolução semelhante sendo a sobrevida menor no
grupo de 80 anos e mais. O mesmo vale para o sexo masculino (figura 9).
147
Tumores da glândula Tireóide
FigurA 7 - Sobrevida (%) de casos de tumores de glândula tireóide, para o sexo feminino, segundo grupo etário e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 80 e +
0 12 18 24 30 36 48 54 606
FigurA 8 - Sobrevida (%) de casos de tumores da glândula tireóide, para o sexo masculino, segundo estádio clínico e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
I II III IV
0 12 18 24 30 36 48 54 606
148
Fundação onCoCenTro de são Paulo
FigurA 9 - Sobrevida (%) de casos de tumores da glândula tireóide, para o sexo masculino, segundo grupo etário e tempo em meses (RHC-FOSP, 2000-2005).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Tempo
Prop
orçã
o
20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 80 e +
0 12 18 24 30 36 48 54 606
Os resultados da regressão de Cox para a variável grupo etário (20 a 29 anos como referência), para tumores da glândula tireóide, mostram que não houve diferença para o sexo feminino. Para o sexo masculino, houve dife-rença estatisticamente significante em relação aos grupos 60 a 69 anos, 70 a 79 anos e 80 anos e mais. Tomando-se como base o grupo de 30 a 39 anos, tanto para o sexo femi-nino quanto para o masculino, houve diferença em relação aos grupos 60 a 69 anos, 70 a 79 anos e 80 anos e mais.
Fazendo-se a mesma análise para a variável está-dio clínico, tomando-se o estádio I como base, nota-se que houve diferença significativa no risco de óbito para todos os estádios em ambos os sexos.
Nos resultados da análise da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio I como referên-cia) para cada grupo etário, tem-se que houve diferença apenas no grupo de 40 a 49 anos (estádio IV), para o sexo feminino.
Já para o sexo masculino, nenhum grupo etário apresentou diferença de riscos para os estádios clínicos.
A seguir, tem-se no quadro 2 a repetição da aná-lise do quadro 1, que mostra diferença de riscos es-tatisticamente significante entre o sexo masculino e o feminino pela regressão de Cox, apontando que o sexo masculino tem risco de óbito 3,358 vezes o do feminino.
QuAdro 2 - Resultados da regressão de Cox para a variável sexo (feminino como referência) para tumores de glândula tireóide (RHC-FOSP, 2000-2005).
Sexo rr piC (95%) para rr
inferior Superior
Feminino (ref.) 1
Masculino 3,358 0,000 2,071 5,545
149
Tumores da glândula Tireóide
No quadro 3, tem-se a regressão de Cox para a va-riável estádio clínico, nos dois sexos. Esta análise apon-ta que existe diferença significativa entre os estádios II, III e IV em relação ao estádio I.
No quadro 4, tem-se a regressão de Cox para a variável grupo etário, nos dois sexos. Esta análise mostra que existe diferença significativa entre o grupo de 20 a 29 anos e os grupos de 60 a 69 anos, 70 a 79 anos e 80 anos e mais.
Por último, na regressão múltipla de Cox (quadro 5), tem-se a leitura dos resultados semelhante à leitura dos quadros 2, 3 e 4. Nota-se, porém, que os resultados que apontam diferença de riscos (RR) são diferentes, mostrando que estas três variáveis influenciam umas as outras em relação às razões de riscos de suas ca-tegorias, em uma análise conjunta. Apesar dos resul-tados serem semelhantes, nota-se a importância de se avaliarem as três variáveis ao mesmo tempo, em uma análise de diferença de riscos de óbito.
QuAdro 3 - Resultados da regressão de Cox para a variável estádio clínico (estádio I como referência) para tumores de glândula tireóide (RHC-FOSP, 2000-2005).
Estádio rr piC (95%) para rr
inferior Superior
I (ref.) 1
II 12,411 0,001 2,682 57,442
III 79,936 0,000 19,103 334,489
IV 304,466 0,000 72,231 1.283,371
QuAdro 4 - Resultados da regressão de Cox para a variável grupo etário (20 a 29 anos como referência) para tumores de glândula tireóide (RHC-FOSP, 2000-2005).
grupo etário rr piC (95%) para rr
inferior Superior
20 a 29 (ref.) 1
30 a 39 2,459 0,421 0,275 22,000
40 a 49 4,232 0,174 0,529 33,838
50 a 59 6,318 0,082 0,790 50,521
60 a 69 28,543 0,001 3,830 212,692
70 a 79 65,166 0,000 8,721 486,945
80 e + 123,339 0,000 15,156 1.003,748
150
Fundação onCoCenTro de são Paulo
Síntese
• Foram registrados 2.699 casos com tumores da glândula tireóide, dos quais 19,5% em ho-mens e 80,5% em mulheres, em um código único para topografia;
• as morfologias mais frequentes são as ne-oplasias de células escamosas, para ambos os sexos, representando 69,4% dos casos do sexo feminino e 61,9% do masculino;
• o grupo etário mais frequente é a de 40 a 49 anos (23,3% dos homens e 26,1% das mulhe-res), no momento do diagnóstico, o estádio mais frequente é o I (38,9% dos homens e 52,4% nas mulheres);
• a terapêutica variou de acordo com o está-dio, com frequência maior da cirurgia em todos os estádios, com aumento do uso de radioterapia associada com cirurgia ou qui-mioterapia, em estádio tardios;
QuAdro 5 - Resultados da regressão múltipla de Cox para as variáveis sexo (sexo feminino como re-ferência), estádio clínico (estádio I como referência) e grupo etário (20 a 29 anos como referência) para tumores de glândula tireóide (RHC-FOSP, 2000-2005).
Variáveis rr piC (95%) para rr
inferior Superior
Sexo
Feminino (ref.) 1
Masculino 1,860 0,013 1,143 3,030
Estádio
I (ref.) 1
II 9,263 0,006 1,921 44,665
III 47,894 0,000 10,747 213,447
IV 139,115 0,000 30,589 632,666
Grupo etário
20 a 29 (ref.) 1
30 a 39 3,325 0,283 0,371 29,820
40 a 49 2,346 0,423 0,292 18,863
50 a 59 2,054 0,499 0,255 16,572
60 a 69 5,469 0,100 0,724 41,321
70 a 79 12,819 0,014 1,694 97,025
80 e + 12,905 0,018 1,557 106,936
• a sobrevida foi menor para o sexo masculi-no, com diagnóstico em estádios mais avan-çados; em relação à grupo etário, as análises separadas para cada sexo, algumas diferen-ças significantes foram encontradas; já na regressão múltipla (os dois sexos juntos), apresentaram risco diferente para os grupos de 70 a 79 anos e 80 anos e mais;
• como resultado das análises de regressão, nota-se que as variáveis estudadas (sexo, estádio clínico e grupo etário) influenciam umas as outras, alterando as relações de ris-co entre as categorias de cada variável.
151
Considerações Finais
Este texto teve um objetivo e são esperadas vá-rias consequências. Como estudo, vem se somar a 242.599 citações existentes no início de 2008 no sítio www.pubmed.gov, sendo, porém, um dos poucos es-tudos brasileiros. Mostra a sobrevida dos portadores de alguns dos tumores malignos registrados no Regis-tro Hospitalar de Câncer na Fundação Oncocentro de São Paulo. Mostra a importância do estádio clínico na definição do tempo de sobrevida nestes tumores, rei-terando a importância do diagnóstico precoce, função das redes de atenção primária e secundária, além da já conhecida necessidade de assistência hospitalar de boa qualidade.
Por ser uma amostra grande, mesmo merecendo os cuidados de interpretação das estatísticas hospita-lares de unidades não homogêneas, sugere caminhos para pesquisa nesta mesma amostra com variáveis aqui não estudadas, mas também com amostras me-nores dos hospitais componentes do RHC-FOSP, tendo o conjunto maior como referência.
Procurou, apesar do grande número de publica-ções, concentrar os métodos de estudo nos textos da Agência Internacional de Investigação sobre o Câncer (IARC) – Organização Mundial da Saúde, no Progra-ma de Vigilância, Epidemiologia e Resultados Finais (SEER) do National Cancer Institute e da União Inter-nacional Contra o Câncer (UICC).
Na análise de sobrevida, foram mostrados da-dos para os tumores que, segundo o livro Evidence – Based Cancer Prevention: Strategies for NGOs, da International Union Against Cancer, têm aumento de sobrevida atribuível ao diagnóstico precoce e cuja fre-quência foi considerada entre as mais altas.
Capítulo 19 - Considerações Finais
Vale reiterar que, apesar de semelhanças de distri-buição de frequências entre os tumores desta amostra e de outras citadas na literatura brasileira ou internacio-nal, a mesma não pode ser considerada representativa da população do Estado como um todo. As técnicas estatísticas utilizadas estão descritas no item Método.
Buscou-se mostrar que o trabalho conjunto com a Universidade permite às instituições que cuidam do problema “tumores malignos”, em pessoas e popula-ções no Estado de São Paulo, um enriquecimento tan-to metodológico quanto de conteúdo.
Buscou-se, ainda, mostrar que uma instituição pública (FOSP) pode contribuir com análise de dados e não apenas coleta e armazenamento. Mesmo tra-balhando com amostra que não permite estimativas de probabilidade de ocorrência de câncer (incidência e prevalência) mostrou o potencial de dados como os do RHC-FOSP para estudos epidemiológicos va-lorizando as características de pessoas – idade, sexo, ocupação, sua doença, quanto às topografias e mor-fologias –; lugar de nascimento, de residência, de tra-balho, onde foram realizados diagnóstico e tratamen-to e tempo – momento do diagnóstico, tempo para o diagnóstico e tratamento – além de permitir estudos de fatores condicionantes e determinantes das ma-neiras de se tratar tumores.
Estes fatores estimulam a continuidade do traba-lho de manutenção e aprimoramento do Registro Hos-pitalar de Câncer do Estado de São Paulo, ressaltando mais uma vez a importância do trabalho de quem dele cuida na Fundação Oncocentro de São Paulo e dos co-ordenadores, registradores e dos responsáveis pelos arquivos de prontuários.
152
Fundação onCoCenTro de são Paulo
Capítulo 20 - Referências Bibliográficas
1. JENSEN, O.M. et al. Cancer registration: principles and methods. IARC Scientific Publications. n. 95. Lyon, 1991.
2. ORGANIZAÇAO MUNDIAL DA SAÚDE. CID-O Clas-sificação internacional de doenças para oncologia. 2ª Ed. EDUSP. São Paulo, 1996.
3. ORGANIZAÇAO MUNDIAL DA SAÚDE. CID-O Clas-sificação internacional de doenças para oncologia. 3ª Ed. EDUSP. São Paulo, 2005.
4. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saú-de. Instituto Nacional de Câncer. TNM: classifica-ção de tumores malignos. 5ª ed. INCA. Rio de Ja-neiro, 1998.
5. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saú-de. Instituto Nacional de Câncer. TNM: classifica-ção de tumores malignos. 6ª ed. INCA. Rio de Ja-neiro, 2004.
6. SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DE SÃO PAULO. Fundação Oncocentro de São Paulo. Re-gistro hospitalar de câncer no estado de São Pau-lo. 2000. Cadernos FOSP. Vol. 3. São Paulo, 2001.
7. KAPLAN E.L. & MEIER P., 1958. Nonparametric es-timation from incomplete observations. Journal of the American Statistical Association, 53: 4457 - 4481
8. COX D.R., 1972. Regression Models on life tables. Journal of the Royal Statistical Society, Series B, 34: 187-220
9. CARVALHO, Marília de Sá et all. Análise de sobre-vida: teoria e aplicações em saúde. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2005.
153
anexo i
O Registro Hospitalar de Câncer - RHC constitui-se em fonte de informações sistemáticas dos casos novos de neoplasias malignas tratados por determi-nado Hospital.
Tem como um dos objetivos principais cadastrar todos os casos novos atendidos e, a partir daí, conhe-cer a assistência prestada aos pacientes. Desta forma, busca atingir a melhoria da atenção médica dispen-sada ao paciente oncológico, pelo conhecimento da assistência oferecida.
Por outro lado, um Registro Hospitalar de Câncer tem também outras finalidades importantes, dentre as quais destacam-se:
• servir como fonte de informações para o plane-jamento administrativo da Instituição;
• estimular investigações clínicas sobre câncer; • permitir a troca de informações com outros re-
gistros hospitalares e a organização de estudos colaborativos;
• efetuar um controle eficiente do seguimento dos pacientes atendidos;
• estimular a melhoria do prontuário médico, principal fonte de dados para o Registro Hos-pitalar de Câncer.
Um outro ponto a destacar é que apenas através do RHC é possível efetuar, ao longo do tempo, segui-mento dos casos cadastrados o que possibilita, sobre-tudo, análise de sobrevida dos pacientes.
Destacamos, abaixo, alguns pontos em relação as principais funções e atividades de trabalho do RHC e etapas na sua construção.
Principais Funções do Registro Hospitalar de Câncer
O RHC tem várias funções, mas podem ser cita-das quatro como as principais:
• a coleta de dados de casos novos de câncer, • o seguimento dos casos cadastrados, • a emissão de relatórios e estatísticas a partir
dos dados coletados, • servir de base para pesquisas e levantamentos
epidemiológicos sobre câncer.
Anexo I - Registro Hospitalar de CâncerRotinas e Conceitos
A coleta de dados se dá pela utilização de dois instrumentos principais - a Ficha de Admissão e a Fi-cha de Seguimento.
O seguimento dos casos registrados busca docu-mentar a doença e a condição do paciente ao longo do tempo, acompanhando a progressão do tumor e o sur-gimento de recidivas ou metástases. Estas informações são extremamente importantes, pois, além de possibi-litar análises de sobrevida, permitem avaliar resulta-dos de diferentes tipos de tratamento por topografia, e podem servir como base para medir a qualidade do próprio registro hospitalar e do atendimento prestado.
O processamento dos dados coletados irá for-necer relatórios e estatísticas que trarão um perfil do atendimento prestado na Instituição, que tanto pode ser descritivo (tipos mais frequentes de câncer, trata-mentos realizados para cada um deles, diagnósticos realizados na Instituição) como servir para avaliação da assistência (tempo decorrido entre a chegada à Ins-tituição e diagnóstico, entre diagnóstico e início de tra-tamento, tratamentos propostos para diferentes tipos de câncer, tempo de sobrevida desde o diagnóstico e a partir de determinadas ocorrências).
A maior justificativa para implantação do RHC é a utilização de todos os dados e relatórios gerados por este no âmbito hospitalar. Portanto, é muito importante que a equipe (coordenador e registradores) busque for-mas de divulgação frequente das informações geradas para as diversas áreas da Instituição, o que, ao longo do tempo, acaba funcionando, inclusive, como instru-mento de melhoria na própria qualidade dos dados. No Estado de São Paulo, por exemplo, já existem Institui-ções que trabalharam na criação de Boletins RHC, que, em alguns casos, divulgam dados não só internamente, mas também para outros Hospitais, onde é visível o sal-to de qualidade alcançado a partir desta iniciativa.
A implantação de um Registro Hospitalar de Cân-cer passa por algumas etapas importantes para garan-tir seu sucesso e as melhores condições de operacio-nalização.
A primeira etapa consiste em avaliar as reais con-dições que o hospital oferece para implantação do RHC
154
Fundação onCoCenTro de são Paulo
e quais as melhores estratégias a seguir, principalmen-te para garantir a coleta de dados a serem registrados. Desta avaliação, deverão fazer parte o levantamento da quantidade de atendimentos, principalmente de ca-sos novos, recursos disponíveis (humanos, materiais e de informática), áreas a serem envolvidas dentro da instituição, condições e organização do arquivo médi-co, dentre outros.
A integração com o Serviço de Arquivo Medico (SAME) do hospital é fundamental, uma vez que este será a principal fonte de dados para o RHC e também com outras áreas (se for o caso) identificadas como “notificadoras” de casos novos de câncer, como por exemplo, a Anatomia Patológica.
Como segunda etapa, é importante que seja defi-nida uma Comissão Assessora que terá como atribuição principal fornecer todo suporte técnico ao RHC. É im-portante que a Comissão seja criada tão logo se efeti-ve a decisão de implantação do RHC e participe desde o início desta implantação, pois, desta forma, além de obter a necessária integração entre as áreas, estará sen-do garantida a uniformidade nos procedimentos e nas decisões técnicas. Esta comissão deverá contar com re-presentação das diversas áreas envolvidas, tais como Anatomia Patológica, Oncologia Clínica, Oncologia Ci-rúrgica, Radioterapia, Epidemiologia, Documentação Médica, Enfermagem e Assistência Social dentre outras.
A terceira etapa constitui-se em definir uma equi-pe que irá operacionalizar o Registro Hospitalar, com-posta basicamente de um coordenador e um ou mais registradores, além da Comissão Assessora.
O coordenador deverá ser um profissional médi-co, com experiência em oncologia. Caberá a ele, dentre outras atribuições, coordenar a implantação do RHC, supervisionar e avaliar periodicamente os procedimen-tos realizados, elaborar o manual interno de rotinas e procedimentos, cuidar da preparação e divulgação dos relatórios emitidos através do Sistema, manter conta-tos periódicos e, sempre que necessário, com a Comis-são Assessora e intercâmbio com outras instituições.
O registrador, sendo devidamente treinado para desenvolvimento adequado de suas funções, será o responsável pela operacionalização rotineira do RHC.
Na fase de implantação, a atividade principal do registrador será o cadastro de casos novos e, a partir
do segundo ano, terá também a atividade de registrar o seguimento dos casos cadastrados.
Para que o trabalho do RHC se desenvolva de maneira mais produtiva e desejável, sempre que pos-sível, contar com uma sala que acomode a equipe, equipamentos de informática e materiais de utilização rotineira. É necessário, ainda, contar com pelo menos um microcomputador com configuração mínima ne-cessária para operar o software a ser utilizado para processamento de dados e uma impressora.
Atividades de Trabalho do Registro Hospitalar de Câncer
O Registro Hospitalar de Câncer baseia-se funda-mentalmente na busca ativa dos casos a serem noti-ficados e, ao longo do tempo, irá levantar a situação de cada caso registrado, ou seja, além de registrar tu-mores, realizar o seguimento dos mesmos no decorrer dos anos.
Cada hospital poderá adotar diferentes estraté-gias para identificação dos casos a serem registrados, sendo as mais comuns: a busca direta em todos os prontuários abertos a partir da data definida como inicial para o RHC, a notificação pelo corpo clínico do hospital de casos novos de câncer e/ou pelos serviços de anatomia patológica. Algumas instituições utilizam também como “sinais de alerta” para o registrador os laudos referentes a câncer de alguns serviços, como, por exemplo, da radiologia e da endoscopia.
De qualquer maneira, a equipe do RHC deve identificar cada uma das fontes de captação de da-dos e as formas de garantir acesso a estes. Neste aspecto, é muito importante o papel do Coordena-dor do RHC e até mesmo da Comissão Assessora, no sentido de garantir a maior cobertura possível para o registro de casos e acesso aos dados, facilitando o trabalho de coleta.
A seleção dos prontuários que se referem aos ca-sos novos a serem cadastrados pode ser considerada como uma das tarefas mais trabalhosas no RHC, prin-cipalmente por constituir-se em verdadeira pesquisa em fontes e áreas diversas dentro da instituição. E, mais uma vez aqui, se destaca o papel do Coordena-dor ou de outros profissionais médicos para assesso-rar o trabalho do registrador na seleção de casos.
155
anexo i
Uma vez identificado o tumor a ser cadastrado, cabe ao registrador principalmente transcrever da-dos a partir do prontuário, sem fazer inferências ou interpretações em relação aos casos. Mas ele pode e deve solicitar a um profissional médico a análise da informação contida no prontuário, principalmente quando esta estiver incompleta ou não registrada de maneira clara.
Como rotina de trabalho, deve ser definida também a forma de coleta de dados de seguimento dos casos registrados, uma vez que, conforme es-tabelecido, deve ser informada a situação de cada tumor em determinados períodos subsequentes ao cadastro inicial.
Finalmente, como salientado anteriormente, além de coletar dados, proceder à digitação e proces-samento dos mesmos, outra atividade importante do Registro é a divulgação dos dados coletados, buscan-do sempre estimular a sua utilização, não apenas pela administração do hospital, como por toda equipe em suas diferentes áreas.
Num plano ideal, um trabalho conjunto e sincro-nizado da equipe do RHC deve assegurar que todos os casos sejam identificados e registrados no devido tempo, de maneira adequada e completa, que cada caso registrado tenha a respectiva informação de se-guimento cadastrada, e que as informações geradas sejam de fato divulgadas e utilizadas pela instituição.
Principais Procedimentos e DefiniçõesApresentam-se, a seguir, as principais definições,
critérios e procedimentos relativos ao Registro Hos-pitalar de Câncer, tendo como base o planejamento realizado pela equipe da FOSP e os padrões e normas internacionais.
Data de Início do RegistroAo ser implantado um Registro Hospitalar de
Câncer, é necessário estabelecer uma data a partir da qual os casos começarão a ser selecionados. É im-portante que seja estabelecido um ano-calendário e, desta forma, no caso da implantação no Estado de São Paulo, ficou estabelecido como data de início do Registro todos os tumores malignos diagnosticados a partir de 1° de janeiro de 2000.
Base do Registro Hospitalar de CâncerEmbora, conforme citado anteriormente, o RHC
possa se valer de várias fontes de coleta de dados, a principal delas é sempre o prontuário médico. Outras fontes podem servir de parâmetros para levantamen-to de casos, mas, sejam elas quais forem, em última instância, levarão ao prontuário, onde serão coletados os dados relativos ao tumor a ser cadastrado. E, desta forma, o RHC acaba funcionando como instrumento para melhoria da qualidade dos prontuários, pois sen-do a principal fonte de coleta, a qualidade das infor-mações do Registro depende muito do conteúdo dos prontuários. Além disso, sendo a função do registra-dor basicamente transcrever as anotações do prontu-ário, o seu trabalho será bastante facilitado se estes contiverem os dados mínimos necessários anotados de forma clara e organizada.
Casos Analíticos e Não-AnalíticosOs casos de câncer atendidos num Hospital são,
em geral, classificados nas seguintes situações: 1. caso novo de câncer diagnosticado e tratado
no Hospital; 2. caso novo de câncer diagnosticado no Hospital,
mas com início ou parte da terapêutica realizada em ou-tra Instituição (segundo planejamento do Hospital) e que retomam a este para acompanhamento e seguimento;
3. caso novo de câncer diagnosticado em outra Instituição, mas com toda ou parte da primeira tera-pêutica realizada no Hospital e que ficam sendo acom-panhados por este;
4. caso diagnosticado e com toda primeira etapa terapêutica feita em outra Instituição (pacientes aten-didos no hospital para complementação de uma mo-dalidade específica de tratamento e aqueles que rece-bem apenas tratamento de apoio);
5. caso de câncer diagnosticado e tratado no hospital antes da data de inclusão (inicial) no registro hospitalar.
Os casos classificados nas categorias 1, 2 e 3 são chamados de analíticos e constituem-se no alvo prio-ritário do RHC, sobre os quais são computadas todas as estatísticas e a análise de casos. Os casos 4 e 5 são os não analíticos, sendo o seu registro opcional. Estes podem ser incluídos nas tabulações quando se dese-ja avaliar, por exemplo, volume de atendimentos de
156
Fundação onCoCenTro de são Paulo
forma geral ou a magnitude que os casos de câncer representam no total de atendimentos, mas devem ser excluídos das análises que buscam avaliar eficiência da instituição em relação aos cuidados com os pacien-tes com diagnóstico de câncer e principalmente dos cálculos de sobrevida.
Em resumo, os casos analíticos referem-se aos casos novos de neoplasias malignas com planejamen-to de tratamento e acompanhamento realizados pelo hospital e casos não analíticos são os que já chegam ao hospital tratados, os admitidos apenas para com-plementação de uma modalidade de tratamento ou para receber tratamento de apoio.
Fonte de Coleta de DadosO registro dos casos é efetuado por dois instru-
mentos: Ficha de Admissão e Ficha de Seguimento.Os dados coletados pela Ficha de Admissão tra-
zem, basicamente, a identificação do paciente, sua situação por ocasião do diagnóstico do tumor e con-sequente entrada no serviço, informações sobre a doença (caracterização do tumor, localização, estadia-mento, eventuais localizações de metástase) e eventos do atendimento.
A partir da Ficha de Seguimento, passa-se a ob-ter dados relativos à evolução do tumor, que servirão como base para análise de sobrevida por tipo espe-cifico de câncer, condições gerais dos pacientes após início do tratamento, dentre outros. O seguimento se inicia após um ano da data de diagnóstico, coletando-se os dados então no 1°, 2°, 3°, 4°, 5°, 7°, 10° e 15° anos posteriores à data do tumor em seguimento.
Os modelos das fichas propostas pela FOSP para o Estado de São Paulo estão apresentados no final deste documento.
Caracterização do Tratamento Recebido Na Ficha de Admissão, no bloco “Eventos des-
se Atendimento” é coletado o dado sobre tratamento proposto. Este deve ser entendido como primeiro tra-tamento proposto para o tumor diagnosticado. Assim, devem ser informadas todas as modalidades terapêu-ticas administradas e propostas para tratar o tumor, inclusive as já iniciadas e ainda não-concluídas. De-vem ser considerados os tratamentos realizados com
o objetivo de tratar o tumor ou suas metástases, não devendo ser considerados os tratamentos sintomáti-cos ou de complicações do tumor.
Deve-se ressaltar que as anotações no prontuário em relação a tratamento deverão ser cuidadosamente avaliadas, pois, algumas vezes, pode ter sido proposto determinado tratamento que não foi realizado, por exem-plo, por intolerância do paciente ou outra razão qualquer ou que tenha havido troca de conduta. Sendo assim, cabe informar sempre o efetivamente proposto/realizado. Caso não tenha sido realizado nenhum tratamento num perí-odo de 8 meses a partir da data de diagnóstico, o cam-po “tratamento recebido” deve ser anotado como “ne-nhum”, mesmo que realizado após este período.
Informações de Obitos A informação de ocorrência de óbito é de grande
importância e no Registro Hospitalar de Câncer pode ser feita através da Ficha de Admissão e também pela Ficha de Seguimento. É comum aparecer a dúvida de quando anotar numa ficha e quando anotar em outra. O óbito deve ser informado na Ficha de Admissão nos casos em que o paciente tenha vindo a falecer entre a data do diagnóstico e a data de início da cobrança da Ficha de Seguimento, isto é, dez meses após a data de diagnóstico. Caso o óbito venha a ocorrer após este período, deve ser informado pela Ficha de Seguimento.
O objetivo principal de se coletar o dado referen-te à base do diagnóstico e o de conhecer o exame que foi mais importante para estabelecer o diagnóstico do tumor em questão. Esta informação é coletada dos lau-dos dos diferentes recursos auxiliares de diagnóstico ou através de relatórios, laudos ou cópias de exames ane-xados ao prontuário do paciente. O grau máximo de cer-teza no diagnóstico de uma neoplasia maligna é dado pelo exame citológico ou anatomopatológico de ma-terial coletado através de biópsia, peça cirúrgica ou do exame post-mortem. Porém, isto não significa que os ca-sos sem diagnóstico citológico ou histológico devam ser excluídos, pois aqueles diagnosticados em outras bases não podem ser perdidos. Outro fato a atentar é que nem sempre a realização de um exame mais específico indica ser ele a base mais importante do diagnóstico, pois este pode ter sido inconclusivo ou a amostra, por exemplo, ter sido considerada insatisfatória.
157
anexo i
Caracterização da Clínica de Atendimento na Admissão
A caracterização da clínica de atendimento deve indicar a principal clínica, responsável pelo tratamen-to do tumor que esta sendo cadastrado. Nos casos em que o atendimento tenha sido executado por mais de uma clínica, deve ser informada a que assumiu o pa-pel primordial no tratamento. Exemplo: um paciente internado pela clínica médica, com quadro de tosse e emagrecimento. Feito diagnóstico de câncer de pul-mão, este é transferido para Cirurgia Torácica para realização de tratamento cirúrgico. Devera ser infor-mado como clínica de atendimento na admissão a Ci-rurgia Torácica.
DatasO RHC coleta algumas datas que se constituem
em dados importantes para análises posteriores. Na Ficha de Admissão, basicamente a data da primeira consulta, a data de diagnóstico e a data de início do tratamento permitirão calcular intervalos de tempo que irão refletir a rapidez com que é feito o diagnósti-co (intervalo entre a data da primeira consulta e a de diagnóstico) ou tempo decorrido até que seja iniciado a tratamento (intervalo entre o diagnóstico e início do tratamento). A importância de conhecer e analisar es-tes intervalos está no fato de serem fatores que podem interferir no prognóstico do paciente e indicar grau de qualidade no atendimento prestado. Algumas obser-vações são importantes em relação a estas datas:
• o objetivo principal de coletar a data da 1ª consul-ta é o de registrar o primeiro atendimento presta-do ao paciente referente ao tumor que está sen-do cadastrado, ou seja, a “chegada” do paciente à instituição para diagnóstico e/ou tratamento do tumor. Desta forma, não deve ser confundida com a primeira vez que o paciente esteve no hos-pital por qualquer outra razão ou patologia.
• a data do 1° diagnóstico deve ser coletada pre-ferencialmente através da confirmação anato-mopatológica, devendo ser registrada a data de coleta do material enviado para exame (e não a de expedição do laudo que, em alguns casos, pode apresentar uma diferença significativa em termos de tempo). Na ausência do exame ana-
tomopatológico, será registrada a data do diag-nóstico clínico ou de outro exame que tenha ser-vido como base para o diagnóstico.
• a data de início do tratamento irá registrar o mo-mento em que o tratamento proposto foi de fato iniciado; nos casos em que o tratamento se com-põe de mais de uma modalidade, logicamente será registrada a data da que ocorrer primeiro.
Classificação e Codificação das NeoplasiasEmbora com a utilização do software desenvolvido
pela FOSP para processamento de dados do RHC não seja necessário o trabalho de codificação prévia dos tu-mores, é importante destacar os principais instrumentos utilizados para sua classificação e codificação.
As neoplasias podem ser classificadas de formas diversas, mas para os registros de câncer consideram-se tais itens como os mais importantes: a localização do tumor primário ou topografia e a aparência celular do tumor, quando examinado microscopicamente ou morfologicamente, sendo que, a partir desta última é determinado o comportamento do tumor: benigno, maligno, in situ ou incerto.
O principal instrumento utilizado para codificação de doenças é a Classificação Internacional de Doenças - CID, atualmente em sua 10ª Revisão (publicação da Organização Mundial da Saúde). Esta contém capítu-lo específico para neoplasias (Capítulo II), dividindo-as nos quatro grupos acima citados, de acordo com seu comportamento. Como extensão ou suplemento do capítulo das neoplasias, é utilizada pelos Registros Hospitalares de Câncer a Classificação Internacional de Doenças para Oncologia - CID-O, 2ª e 3ª edições (conforme a data de diagnóstico do tumor). Através da CID-O, é possível codificar todas as neoplasias por:
• topografia (quatro dígitos), que define a locali-zação do tumor,
• morfologia (cinco dígitos), que caracteriza o diagnóstico histológico do tumor, incluindo o seu comportamento biológico (um digito após a barra - /), ou seja, se maligno, benigno, in situ, incerto se maligno ou benigno,
• grau de diferenciação do tumor (1 digito), que varia de I (bem diferenciado) a IV (indiferencia-do ou anaplásico).
158
Fundação onCoCenTro de são Paulo
OBS.: este grau de diferenciação não aparece na codificação gerada através do software SISRHC da FOSP.
Exemplo: um adenocarcinoma de pulmão será codificado como: C34.9, M-8140/3, onde C34.9 corres-ponde à topografia (pulmão,SOE) e M-8140/3 a morfo-logia (Adenocarcinoma, SOE).
Estadiamento Clínico e TNmOs diversos nomes ou designações de tumores
podem ser agrupados em classes que irão formar um sistema de nomenclatura uniforme, a partir do qual se baseia uma classificação utilizada e reconhecida inter-nacionalmente.
O estadiamento clínico do tumor constitui-se numa forma de dividir os casos de câncer em grupos, de acordo com os chamados estádios. A codificação de estadiamento varia de 0 a IV, sendo:
0- tumores primários, classificados como in situ; I - tumores localizados; II - tumores com envolvimento regional por ex-
tensão direta;III - tumores com envolvimento regional de lin-
fonodos; IV - tumores com metástase a distância. É importante que o estadiamento seja estabeleci-
do e anotado no prontuário tão logo seja feito o diag-nóstico, pois se trata de uma informação que reflete um momento específico e que não tem como ser resgatada posteriormente, uma vez que a própria evolução da do-ença pode modificá-la. A informação referente a esta-diamento é extremamente importante, constituindo-se inclusive em indicador de qualidade para o RHC.
A base para a codificação de grande parte dos tumores é a Classificação dos Tumores Malignos - TNM – 5ª e 6ª edições (conforme a data de diagnóstico do tumor), da União Internacional Contra o Câncer – UICC. Através do sistema TNM, é possível descrever a extensão clínica do tumor maligno, baseada na avalia-ção de três componentes:
T - a extensão do tumor primário, N - a ausência ou presença, e a extensão de me-
tástases em linfonodos regionais M - a ausência ou presença de metástase a distância Cada componente tem uma variação numérica
- T = 0, 1, 2, 3, 4, N = 0, 1, 2,3 e M = 0,1 e a combina-
ção de letras e números fornece uma informação mais precisa sobre a extensão da doença para cada locali-zação anatômica.
Exemplo: um tumor de esôfago (topografia C15 na CID-O), classificado como estádio I, T1 N0M0, in-dica tratar-se de um tumor localizado (estádio I), que invade a lâmina própria ou a submucosa (T1), com au-sência de metástase em linfonodos regionais (N0) e ausência de metástase a distancia (M0).
Trabalhar com informações padronizadas e preci-sas em relação à extensão da doença pode servir a di-versos objetivos, dentre os quais, ajudar o médico no planejamento do tratamento, fornecer indicação do prognóstico, ajudar na avaliação dos resultados do trata-mento, facilitar a troca de informações entre centros de tratamento e contribuir para pesquisas sobre o câncer.
Seleção dos Casos a Serem CadastradosO principal critério para escolha dos casos a se-
rem cadastrados no RHC é o diagnóstico morfológico da neoplasia de acordo com a CIO-O, 2a ou 3a edição (conforme a data de diagnóstico do tumor), ressaltan-do tratar-se sempre de casos novos. Dentro dos cri-térios abaixo relacionados, deverão ser incluídos os casos de pacientes atendidos em regime ambulatorial e em internações, bem como os casos diagnosticados por óbito. Desta forma, deverão ser cadastrados:
• neoplasias malignas primárias - que compre-endem os diagnósticos morfológicos com có-digo de comportamento /3;
• neoplasias in situ (intra-epitelial, não infiltrati-vo e não invasivo) - que compreendem as neo-plasias com código de comportamento /2;
• neoplasias de comportamento incerto (malig-nidade limítrofe - “boderline” - e de baixo po-tencial maligno) ou de comportamento desco-nhecido - que compreendem as neoplasias com código de comportamento /1, desde que tenham sido consideradas pelo patologista como tendo comportamento in situ ou maligno.
Ressalta-se, portanto, que, em relação à morfolo-gia do tumor, seguindo conduta internacional preconi-zada pela CID-O, o Registro Hospitalar de Câncer não utiliza os códigos de morfologia /6 (maligno, localiza-ção metastática e secundaria) e /9 (maligno, incerto se
159
anexo i
primário ou metastástico). Não havendo informações sobre o tumor primário e tendo sido o caso diagnos-ticado através de uma metástase, devera ser anotada “localização primária desconhecida” ao informar a lo-calização primaria do tumor, substituindo o último dígi-to correspondente ao comportamento do tumor por /3 (maligno declarado ou presumido como primário). Os órgãos comprometidos por metástase serão anotados em campo especifico da Ficha de Admissão, que per-mite discriminar até quatro localizações de metástase.
SeguimentoOs dados relativos ao seguimento de cada tumor
cadastrado são extremamente importantes e um RHC que não contemple informações de seguimento não pode ser considerado como efetivamente implantado
O seguimento consiste em efetuar um acompa-nhamento temporal dos casos cadastrados na admis-são. Este acompanhamento se realiza através da Ficha de Seguimento, sendo que os dados começam a ser coletados a partir de um ano da data de diagnóstico do tumor, o que comumente é chamado de “aniversário” do tumor. Este seguimento se realiza ao longo do tem-po, de forma pontual, coletando-se os dados no 1°, 2°, 3°, 4°, 5°, 7°, 10° e 15° ano e para tumores de mama e realizado seguimento também no 20° ano.
Todos os casos analíticos registrados devem ter uma informação anual de seguimento, exceto os carci-nomas in situ de colo de útero e carcinomas basocelu-lares. Além disso, sendo o RHC um registro de tumores, pacientes com mais de um tumor registrado deverão ter um seguimento informado para cada tumor.
A rotina consiste em registrar a situação atual do tumor e os eventos ocorridos no último ano em relação à doença, sendo que, além de tratamentos eventualmente efetuados, três eventos são conside-rados os mais importantes: aparecimento de recidiva, de metástase e óbito. O registro dos dados de segui-mento deve ser efetivado no período compreendido entre dois meses antes até dois meses depois do mês de “aniversário” do tumor, devendo ser registrada apenas uma informação dentro do período, com ex-ceção de óbito, que pode ser informado a qualquer tempo. Uma vez informado óbito, fica encerrada a ro-tina de seguimento.
A identificação dos tumores para os quais deve ser informado seguimento pode ser facilmente obtida pelo software desenvolvido pela FOSP, que oferece um relatório denominado “Cobrança de Seguimento”, onde são listados todos os casos que se encontram em período de informar seguimento até aquele momento.
Descrevem-se abaixo o significado de siglas utili-zadas neste Manual e outras que são referência quan-do se trata de câncer:
CID-10 - Classificação Internacional de Doenças – 10ª revisão. Classificação elaborada pela Organização Mun-dial de Saúde, destinada à codificação de diagnósticos.
FIGO - Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia - Organismo responsável pelo estabeleci-mento de estadiamento utilizado para os tumores gi-necológicos.
IACR - International Association of Cancer Regis-tries - Organismo internacional que congrega os regis-tros de câncer (populacionais e hospitalares), com o objetivo de padronizar condutas, disseminar material técnico e promover congressos.
IARC - International Agency for Research on Cancer - Agência Internacional para Pesquisa sobre o Câncer - Organismo da Organização Mundial de Saú-de responsável por pesquisas e orientações voltadas para a área de câncer.
INCA - Instituto Nacional do Câncer - Órgão da estrutura do Ministério da Saúde responsável pela gestão da política de câncer no País, e que possui unidades hospitalares destinadas ao atendimento do paciente com câncer, entre elas o Hospital do Câncer.
OMS – Organização Mundial de Saúde – organis-mo internacional da Organização das Nações Unidas (ONU) com sede em Genebra e que se dedica ao estu-do global das questões relacionadas à saúde.
TNM - Classificação desenvolvida pela UICC (União Internacional Contra o Câncer) utilizada para estabelecer o grau de evolução do câncer (estadia-mento), levando-se em consideração o tamanho do tumor primário (T), o comprometimento ganglionar (N) e a ocorrência de metástase (M).
UICC - União Internacional Contra o Câncer – or-ganismo internacional vinculado à Organização Mun-dial de Saúde responsável pela elaboração do sistema TNM para estadiamento de tumores.
160
Fundação onCoCenTro de são Paulo anexo ii
Anexo II
Instituição: N° RHC: -
IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE
Prontuário:
Documento: 1. PIS/PASEP / 2. RG / 3. Certidão de Nascimento / 4. CPF / 5.Cartão SUS
Nº:
Data de nascimento: / / Sexo: 1. Masculino / 2. Feminino
Nome: ___________________________________________________________________________________________
Escolaridade: 1.Analfabeto / 2.Primeiro Grau Incompleto / 3.Primeiro Grau Completo / 4.Segundo Grau / 5.Superior / 9.Ignorado
Estado / País de nascimento: __________________________________________________________________________ Residência Atual - Logradouro: _________________________________________________________________________
Nº: __________ Complemento: __________________ Tel: ____________________ CEP: -
Cidade: ______________________________________________________________________________________ UF:
SITUAÇÃO DO PACIENTE À ADMISSÃO
Data 1ª Consulta: / / Clínica do Atendimento: ________________________________________
Diag. Trat. Anterior: 1. sem diagnóstico/sem tratamento / 2. com diagnóstico/sem tratamento / 3.com diagnóstico/com tratamento / 4.outros
INFORMAÇÕES SOBRE A DOENÇA
Data 1º diagnóstico: / /
Base diagnóstico: 1.exame clínico / 2.recursos auxiliares não microscópicos / 3.confirmação microscópica / 9.sem informação
Caracterização do tumor principal
Localização primária: _________________________________________________________________________
Tipo histológico: _____________________________________________________________________________
Estádio clínico: T:
N: M:
Outro estadiamento:____________________
Estádio pTNM: pT: pN:
pM:
Metástase:______________________________________ _____________________________________
_______________________________________ _____________________________________
EVENTOS DESSE ATENDIMENTO
Data Início do Tratamento: / /
Tratamento Recebido: 1.Nenhum
2.Cirurgia 3.Radioterapia
4.Quimioterapia
5.Hormonioterapia
6.TMO
7.Imunoterapia 8.Outros
9.Sem Informação
Razão para não realização do tratamento:
1.Recusa do tratamento/ 2.Doença avançada, Falta de condições clínicas/3.Outras doenças associadas/ 4.Abandono tratamento/ 5.Óbito por câncer/ 6.Óbito por outras causas SOE/ 7 Outras / 8 Não se aplica / 9 Sem infomação
Estado da doença ao final do tratamento:
1.Sem evidência da doença / 2.Remissão parcial / 3.Doença estável /4.Doença em progressão / 5.Fora de possibilidade / 6.Óbito por câncer / 7.Óbito por outras causas, SOE / 8.Tratamento não concluído / 9.Não se
Data Do Óbito: / /
Data De Preenchimento: / / Registrador:___________________________
OBSERVAÇÕES
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Secretaria de Estado da Saúde Fundação Oncocentro de São Paulo Registro Hospitalar de Câncer
161
anexo iii
Anexo III
Instituição: N° RHC: -
IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE
Prontuário:
Documento: 1. PIS/PASEP / 2. RG / 3. Certidão de Nascimento / 4. CPF / 5.Cartão SUS
Nº
Data de nascimento: / / Sexo: 1. Masculino / 2. Feminino
Nome: ___________________________________________________________________________________________
ÚLTIMA INFORMAÇÃO DO PACIENTE
Data: / /
Tratamento Realizado: 1.Nenhum
2.Cirurgia 3.Radioterapia
4.Quimioterapia 5.Hormonioterapia
6.TMO
7.Imunoterapia 8.Outros
9.Sem Informação
Recidiva: 1.Local / 2.Regional / 3.Não / 9.Sem Infomação
Metástase:______________________________________ _____________________________________
_______________________________________ _____________________________________
Data da Recidiva/Metástase: / /
Situação Atual:
1.Vivo com câncer / 2.Vivo, SOE / 3.Óbito por câncer / 4.Óbito por outras causas, SOE / 5. Liberado de seguimento / 9.Sem informação
Data do Óbito: / /
Data de Preenchimento: / / Registrador:___________________________
OBSERVAÇÕES
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
Secretaria de Estado da Saúde Fundação Oncocentro de São Paulo Registro Hospitalar de Câncer
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Fundação onCoCenTro de são Paulo anexo iv
Anexo IV - Gabarito do Arquivo Tumor.Dbf
CAMPO DESCRIÇÃO
INSTITU Código da Instituição
RHC Número seqüencial que compõem a parte interna do número RHC (RHC: xx/XXXXX-xx)
ADM Dois últimos dígitos do número RHC: xx/xxxxx-XX
ANO Dois primeiros dígitos do número RHC: XX/xxxxx-xx
IBGE Código do município brasileiro, segundo o IBGE, onde se localiza a instituição
ESCOLARI
Escolaridade:
1 – Analfabeto 2 – Primeiro grau incompleto
3 – Primeiro grau completo 4 – Segundo grau
5 – Superior 9 – Ignorado
IDADE Idade do paciente
TIPODOC
Tipo Documento:
1 – PIS / PASEP 2 – RG
3 – Certidão de nascimento 4 – CPF
5 – Cartão SUS
NMRDOC Número do documento
DTNASC Data do nascimento
SEXOSexo do paciente:
1 – Masculino 2 – Feminino
UFNASC Estado (UF) de nascimento
ENDEREÇO Endereço do paciente
NUMERO Número da residência
COMPLEMENT Complemento do endereço
CEP CEP da residência
163
anexo iv
UFRESID Estado (UF) da residência
PRONTUAR Número do prontuário do paciente na instituição
DTOBITO Data do óbito
DIAGPREV
Diagnóstico e tratamento anterior:
1 – Sem diagnóstico e sem tratamento 2 – Com diagnóstico e sem tratamento
3 – Com diagnóstico e com tratamento 4 – Outros
SITUACAO
Estado atual após o primeiro tratamento:
01 – Sem evidência da doença 06 – Óbito por câncer
02 – Remissão parcial 07 – Óbito por outras causas
03 – Doença estável 08 – Tratamento não concluído
04 – Doença em progressão 09 – Não se aplica
05 – Fora de possibilidades terapêuticas 10 – Sem informação
NAOTRAT
Razão para não realização do tratamento:
1 – Recusa do tratamento 6 – Óbito por outras causas
2 – Doença avançada, falta de condições clínicas 7 – Outras razões
3 – Outras doenças associadas 8 – Não se aplica
4 – Abandono do tratamento 9 – Sem informação
5 – Óbito por câncer
BASEDIAG
Base utilizada para o diagnóstico:
1 – Exame clínico 3 – Confirmação microscópica
2 – Recursos auxiliares não microscópicos 9 – Sem informação
TOPO Topografia. Localização do tumor primário (CID-O)
MORFO Morfologia. Tipo histológico do tumor primário (CID-O)
164
Fundação onCoCenTro de são Paulo anexo iv
CLÍNICA
Clínica do primeiro atendimento:
001 – Alergia / Imunologia 002 – Cirurgia Cardíaca 003 – Cirurgia Cabeça/Pescoço
004 – Cirurgia Geral 005 – Cirurgia Pediátrica 006 – Cirurgia Plástica
007 – Cirurgia Torácica 008 – Cirurgia Vascular 009 – Clínica Médica
010 – Dermatologia 011 – Endocrinologia 012 – Gastrocirurgia
013 – Gastroenterologia 014 – Geriatria 015 – Ginecologia
016 – Ginecologia / Obstetrícia 017 – Hematologia 018 – Infectologia
019 – Nefrologia 020 – Neurocirurgia 021 – Neurologia
022 – Oftalmologia 023 – Oncologia Cirúrgica 024 – Oncologia Clínica
025 – Oncologia Pediátrica 026 – Ortopedia 027 – Otorrinolaringologia
028 – Pediatria 029 – Pneumologia 030 – Proctologia
031 – Radioterapia 032 – Urologia 033 – Mastologia
034 – Oncologia Cutânea 035 – Cirurgia Pélvica 036 – Cirurgia Abdominal
037 – Odontologia 038 – Transplante Hepático 999 – Ignorada
DTCONSULTA Data da primeira consulta
DTDIAG Data do diagnóstico
EC Estádio clínico (TNM)
T Código T (TNM)
N Código N (TNM)
M Código M (TNM)
OUTRACLA Outra classificação usada para o estadiamento
PT Código pT (pós-cirúrgico) (TNM)
PN Código pN (pós-cirúrgico) (TNM)
PM Código pM (pós-cirúrgico) (TNM)
DTTRAT Data do início do primeiro tratamento
165
anexo iv
TRATAMENTO
Tipo(s) de tratamento(s) proposto(s):
A – Cirurgia G – Cirurgia + Radio + Quimio
B – Radioterapia H – Cirurgia+Radio+Quimio+Hormonio
C – Quimioterapia I – Outras combinações de tratamento
D – Cirurgia + Radioterapia J – Nenhum tratamento realizado
E – Cirurgia + Quimioterapia K – Sem informação do tratamento
F – Radioterapia + Quimioterapia
NENHUMNenhum tratamento proposto
0 – Não 1 – Sim
CIRURGIATratamento proposto: Cirurgia
0 – Não 1 – Sim
RADIOTratamento proposto: Radioterapia
0 – Não 1 – Sim
QUIMIOTratamento proposto: Quimioterapia
0 – Não 1 – Sim
HORMOTratamento proposto: Hormonioterapia
0 – Não 1 – Sim
TMOTratamento proposto: Transplante de medula óssea
0 – Não 1 – Sim
IMUNOTratamento proposto: Imunoterapia
0 – Não 1 – Sim
OUTROSTratamento proposto: Outros
0 – Não 1 – Sim
SEMINFORMATratamento proposto: Sem informação
0 – Não 1 – Sim
META01 Localização da metástase (CID-O)
166
Fundação onCoCenTro de são Paulo anexo iv
META02 Localização da metástase (CID-O)
META03 Localização da metástase (CID-O)
META04 Localização da metástase (CID-O)
DTULTSEG Data do último seguimento informado
SITULTSEG
Situação do paciente no último seguimento informado:
1 – Vivo com câncer 3 – Óbito por câncer 5 – Liberado de seguimento
2 – Vivo, SOE 4 – Óbito, SOE 9 – Sem informação
TPOOBITOIndica em qual ficha foi informada a data do óbito:
A – Ficha de admissão B – Ficha de seguimento
DTPREENC Data do preenchimento (digitação) da ficha
CONSDIAG Tempo (meses) entre a data do diagnóstico e a data da consulta
TRATCONS Tempo (meses) entre a data da consulta e a data do início do tratamento
TRATDIAG Tempo (meses) entre a data do diagnóstico e a data do início do tratamento
ANODIAG Ano do diagnóstico
MESANODIAG Mês e ano do diagnóstico
ECGRUP Estadiamento TNM agrupado
TOPOGRUP Topografia. Localização do tumor primário (CID-O) com 3 dígitos
OBITO1ANO
Indica se ocorreu óbito no primeiro ano da doença:
C – Ocorreu óbito por câncer
O – Ocorreu óbito SOE (outras causas)
N – Não ocorreu óbito no 1º ano da doença
CICI Estadiamento Infantil – Grupo + Subgrupo
CICIGRU Descrição do Estadiamento Infantil (CICI) – Grupo
CICISUBGRU Descrição do Estadiamento Infantil (CICI) – Subgrupo
REGISTRADO Código do registrador
DTENVIO Data do envio dessa ficha à FOSP