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Seminário Filosófico Interdiocesano Santo Agostinho - Matola
Disciplina: Filosofia da Religião
Tema: As Grandes Religiões (Judaísmo, Hinduísmo e Budismo)
Discentes:
Dimione Mulauze
Ilídio Bata
Moisés Sande
Classificação: (_________)
Docente: Pe. Manuel Damião
Matola, Agosto de 2018
2
Índice
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 3
JUDAÍSMO ................................................................................................................................... 4
Os Símbolos do Judaísmo ............................................................................................................... 4
Etapas da Vida de um Judeu ........................................................................................................... 5
Ética e Vida Religiosa ..................................................................................................................... 5
Livro Sagrado.................................................................................................................................. 5
Principais Festas.............................................................................................................................. 6
HINDUÍSMO .................................................................................................................................. 6
Livros Sagrados .............................................................................................................................. 7
A Crença dos Hindus ...................................................................................................................... 7
Culto e Festas .................................................................................................................................. 8
BUDISMO ...................................................................................................................................... 9
Doutrina e Pecados ......................................................................................................................... 9
Os Símbolos do Budismo.............................................................................................................. 10
A Vida Religiosa, Doutrina e Ética ............................................................................................... 10
O problema fundamental da vida e os quatro princípios do Budismo .......................................... 11
O pensamento social budista e sua aplicação ............................................................................... 11
CONCLUSÃO .............................................................................................................................. 13
BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................................... 14
3
INTRODUÇÃO
O presente trabalho intitula-se: As grandes Religiões. Nela falar-se-á das religiões que
surgiram antes de Cristo. Com mais detalhes veremos que cada religião confia num ser Absoluto,
em que os seus praticantes adoram e veneram. As religiões que serão detalhadas são estas:
Judaísmo, Hinduísmo e Budismo. A sequência não segue a regra da origem de cada religião, mas
sim os números dos seus adeptos.
Por religião, entendemos como um conjunto de sistemas culturais e de crenças, com os
seus símbolos que relacionam a humanidade com a espiritualidade e os seus valores, morais.
Importa salientar que mesmo com avanço científico, o fenómeno religioso sobrevive e cresce.
Com isso, a maior parte da humanidade professa, alguma crença religiosa directa ou
indirectamente, e a religião continua a promover diversos movimentos humanos e mantendo o
estatuto político e social. Este trabalho é tão relevante para os futuros sacerdotes da Igreja na
medida em que, conhecerão as semelhanças e diferenças de cada religião.
Objectivo primordial deste trabalho é de dar a conhecer as diversas manifestações
religiosas e como cada cultura manifesta a crença no ser Absoluto. Para elaboração deste
trabalho recorreu-se ao método investigativo, pesquisa na internet e em manuais que serão
citados ao longo do desenvolvimento do trabalho. O trabalho está organizado em: introdução,
desenvolvimento, conclusão e bibliografia.
4
JUDAÍSMO
A palavra judeu deriva de judia, nome de uma parte do antigo domínio israelita. Judaísmo
reflecte esta ligação. Ela também é chamada mosaica em virtude a Moisés de ser considerado um
dos seus fundadores1.
A história do Judaísmo começa com o chamamento de Abraão2, que por volta de 1850 a.C.
deixou Harã para se estabelecer na terra de Canaã, hoje Israel. Com a morte de Abraão, Jacob e
os seus 12 filhos emigraram para o Egipto à procura de melhores condições de vida e de
pastagens para os animais. Com o passar do tempo, foram tratados como escravos e obrigados a
construir cidades e silos para armazenagem do cereal. A escravidão durou até 1300 ou 1200 a.C.
quando, guiado por Moisés, o povo judeu conseguiu libertar-se e, passando através do Mar
Vermelho, regressaram novamente a Canaã. A história do povo Judeu é também uma história de
diáspora, isto é, de exílios. Entre 500 a.C. e 100 d.C., sucederam-se, em Israel, as dominações
estrangeiras: primeiro os Babilónicos, depois os Persas, depois Alexandre Magno, os gregos, e
por fim os Romanos. Nos séculos seguintes, a diáspora continuou cada vez mais intensa. Os
livros de História recordam a expulsão dos Judeus de Espanha, em 1494 e o extermínio pelos
nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.3
Os Símbolos do Judaísmo
Os símbolos mais destacados na religião judaica são:
O Muro das Lamentações - em Jerusalém, é o que resta do templo de Herodes, destruído
pelos romanos no ano 70 d.C. Aqui os hebreus vem rezar. É o único lugar sagrado de todo o
Judaísmo.
O Candelabro de sete braços - "Menorah" é o símbolo do Judaísmo. O sete é para os
Judeus o número da plenitude, da perfeição.
A Sinagoga - é o lugar de oração, de estudo e de reunião.
O Rabino - os hebreus não têm sacerdotes. O Rabino é só um mestre, um guia espiritual
para os fiéis na interpretação da Bíblia.
1 cfr. GAARDER, o livro das religiões. 2002,p.110
2 cfr. GÉNESIS, 12,1-2
3 Cf. GAARDER, o livro das religiões, Ed presença, 2002: 112-114
5
O Sábado - é o dia semanal festivo dos judeus. Começa ao pôr-do-sol de Sexta-feira e vai
até ao pôr do-sol de Sábado. É um dia dedicado à oração e ao descanso.
Etapas da Vida de um Judeu
Na vida dos Judeus a circuncisão é um dever fundamental e obrigatório4, através do qual
os pais proclamam a continuidade da sua pertença ao povo judaico. Depois de oito dias do
nascimento, todo menino Hebreu é circuncidado e nesta altura é-lhe dado o nome. A circuncisão
simboliza a Aliança entre Yavhé e Abraão. Aos treze anos, o rapaz hebreu torna-se membro da
comunidade e, por isso, está sujeito aos direitos e aos deveres que a Bíblia lhe indica.
Ética e Vida Religiosa
Na visão de Gaarder, os judeus não estabelecem uma distinção vincada entre vertentes
éticas e religiosas da sua doutrina. Tudo faz parte da lei de Deus. A vida de um judeu é
regulamentada de boas qualidades, do ponto de vista ético: generosidade, hospitalidade,
disposição para ajudar, honestidade e respeitos pelos pais. Um princípio fundamental é amar o
outro como a si mesmo. Dar esmola não é uma espécie de caridade mas um dever destinado a
combater a pobreza. A exigência de justiça tem um lugar primordial na ética onde para além dos
pobres os desprotegidos (viúvas e órfãos) e os estrangeiros: "também vós deveis amar os
forasteiros, pois um dia viveis no Egipto como forasteiros.5”
O estudo da Torá é o principal dever de um judeu. No livro da Lei estão contidas as 613
obrigações que todo o hebreu piedoso deve observar. Quando reza, o hebreu tem a cabeça
coberta com o «Talith», um xaile com franjas brancas e pretas, colocado à testa e braço direito as
«filatérias», pequenas bolsas que contêm orações da Torá escritos em pergaminho.
Livro Sagrado
A lei Torá é a principal fonte da tradição que contém os cinco primeiros livros atribuídos
a Moisés (Livros da Lei). Os profetas (neviimn) livros históricos e proféticos; os escritos
4 Cfr. VV.AA, Religiões, História. Textos. Tradições. 2006 p. 82
5 Deuteronômio 10,19
6
(Ketuvim), os remanescentes6. O Judaísmo é uma religião fortemente monoteísta, eles acreditam
que existe um só Deus eterno: «Escuta, Israel, o Eterno é Um só» (Shemá Israel) Esta oração
resume a fé hebraica: A visão que o Judaísmo tem da vida é optimista, porque Deus criou o
homem livre e responsável. O cumprimento sem reservas das suas obrigações duras e rigorosas
da Torá exprime a submissão humana a Deus e simboliza ao mesmo tempo o respeito pela
Aliança. Os hebreus esperam ainda a vinda do Messias, em que reinará a paz, a justiça e a
fraternidade. E todo mal será eliminado.
Principais Festas
O dia do perdão - «Yom Kippur» - festa de jejum e de expiação. Cada judeu deve
estender ao seu inimigo a mão da reconciliação, esquecendo as ofensas e pedindo desculpas.
A festa da Páscoa - «Pessah» - recorda a saída do povo hebraico do Egipto, guiado por
Moisés. Prolonga-se por oito dias.
A festa do Pentecostes - «Shavuot» - recorda o Dom da Torá (Dez Mandamentos), dada por
Deus a Moisés, no monte Sinai.
HINDUÍSMO
Não se pode indicar a data do nascimento do Hinduísmo. No terceiro milénio a.C. havia,
junto dos rios Indo e Ganges, uma civilização já bastante avançada. Entre 2000 e 1500 a.C. o
povo ariano destrói essa civilização e estabelece ali a religião védica. Veneram muitos deuses.
Entretanto aparecem os Upanishadas que forneceram uma nova direcção para a tradição védica.
O seu estudo deu lugar ao bramanismo (religião dos sacerdotes, Brâhmanes) e depois, no início
da nossa era o hinduísmo. Contrariamente as outras religiões mundiais (budismo, cristianismo e,
islamismo), o Hinduísmo não tem fundador, nem credo determinado ou uma organização7. O
Hinduísmo teve a sua origem numa expressão religiosa, mas antiga designada por vedismo.
6 Cfr. GAARDER, 2002: 116
7 Cfr. GAARDER, 2002:43
7
Livros Sagrados
Os textos mais antigos da tradição hindu remontam a uma cronologia que ultrapassa
alguns milhares de ano a.C. sendo considerados os mais antigos da Humanidade. Designados
como os textos do conhecimento ou vedas.8
Vedas (Palavra sânscrita que significa "conhecimento divino"). Os Vedas são hinos
escritos em sânscrito arcaico do séc. XII ao V a.C. e foram cinco colecções ou Samhita, que
teriam sido reveladas por Brama aos rishi, ou sábios: é o "shruti", ou revelações. Divide-se em
Rig-Veda ou veda das estrofes, composto por mil e vinte e oito hinos dirigidos à divindade;
Yajur-Veda ou Veda das fórmulas sacrificais, composto por cinco colecções de formulação
poética; Sarna-Veda ou Veda das melodias compreende muitas estrofes acompanhadas quase
sempre por notações musicais arcaicas para uso dos cantores. Atharva-Veda ou dos contos
mágicos, composto por trechos cosmogónicos e místicos.
Os Vedas foram comentados, explicados e completado por outras obras. Brâma -Série de
livros que servem de comentários explicativos aos Vedas e de guia aos sacerdotes nos sacrifícios.
Os mais antigos parecem situar-se no séc. VII a.C. Upanixade são textos de doutrina oculta,
compostos entre o VII a.C. e a época medieval que contêm, de forma não sistematizada, os temas
fundamentais, filosofias indianas. Mahabharata longo poema escrito ao longo de alguns séculos;
é constituído por fábulas e dissertações morais sendo a mais célebre a Baghavadgita, ou canto de
bem-aventurado. Fundamento particular de devoção a Krisna, ensina a conduta correcta.
Ramayana é o mais antigo poema épico-religioso. Compõe-se de 5.000 versos e conta as
aventuras do herói Rama, encarnação de Vixnu.
A Crença dos Hindus
O Hinduísmo acredita na existência de vários deuses, mais há três deuses principais:
Brahma, que vem da raiz brah e que significa crescimento. Brahma é a personificação masculina
do Absoluto, pai e origem de todas as coisas, criador do Universo. É representado com quatro
caras e quatro braços para indicar a sua omnipotência. Está presente em todas as coisas podendo
manifestar-se sob qualquer espécie humana, animal (vacas sagradas, elefantes) ou mineral (rio
Ganges). Assim "na sua forma filosófica o conceito divino do Hinduísmo é panteísta."9 Víshnu
8 AA.VV. Religiões. Historia. Textos. Tradições 2006: P. 64
9 Cfr. GAARDER, 2007:51
8
(o conservador) é a divindade solar que preside as coisas criadas, conservando-as e fazendo-as
prosperar. Shiva é oposto a Víshnu, e é chamado o "destruidor". Entre muitos outros deuses
podemos mencionar Rama e Krishna descendente de Vishnu.
O hindu acredita na reencarnação das almas, depois da morte, segundo os méritos.
Acredita também na possibilidade de libertação do homem do ciclo da reencarnação. A doutrina
hinduísta consiste em quatro noções: é preciso aspirar à virtude, mesmo em detrimento de certos
bens materiais; a virtude é a prática da não-violência; tem que sofrer pelos outros; e os vícios
conduzem ao destino demoníaco.
Culto e Festas
Os actos da vida dos hindus revestem-se dum carácter sagrado e devem obedecer a ritos
precisos, públicos ou privados. A oração deve fazer-se, pelo menos duas vezes por dia, ao nascer
e pôr-do-sol. Recitam-se textos dos Vedas e oferecem-se flores e fogo à divindade a que se
presta homenagem. Existem os brâmanes, sacerdotes que consagram a sua vida aos deuses.
Muitos ritos e festas domésticas acompanham a vida, desde a sua concepção até à morte,
passando pelo dom do nome, iniciação religiosa (entre os oito e dez anos), casamento.
Uma religião com tantos deuses tem festas inumeráveis mais de quarenta por ano,
variando segundo as regiões. Embora sendo difícil citá-las, indicaremos aqui as principais:
Durga-puja é a festa em honra de Durga, deusa da fecundidade, esposa de Shiva. Celebra-se em
Outubro e Novembro. São dez dias de procissões e cerimónias, nos templos.
Sivaratri é celebrada em Fevereiro, em honra de Shiva, os fiéis decoram os templos e
passam toda a noite. Diwalí celebra-se em Outubro e Novembro, na lua nova, em honra de
Lakshmi, deusa da prosperidade e da felicidade, é a festa das luzes. Vêem-se lâmpadas, por todos
os lados, nos templos, nas casas, nos caminhos, no mar.
Holi celebra-se em Fevereiro e Março, com danças e procissões, na qual festejam a
primavera, a fecundação, ao deus do amor.
9
BUDISMO
Budismo é uma doutrina religiosa e filosófica, que surgiu dos ensinamentos de Gaudama
Buda (iluminado) em (560-480 a.C.) esta doutrina desenvolveu-se na Índia, China e Japão.10
A
partir do século VI a. C., as crenças e as práticas budistas, os seus livros sagrados e instituições,
estenderam-se, desenvolveram-se e ajustaram-se a diferentes quadros sociais em mais de 30
países da Ásia, onde foram influenciar a cultura e a vida religiosa. Depois do século XIX, as
ideias budistas surgiram na filosofia do Ocidente, na sua literatura, nas suas óperas e noutras
artes.11
O Budismo é a maior religião perfeita ateia, o objectivo do Budismo não é a fusão em
Brama (o Absoluto), nem a união com Deus, mas chegar ao Nirvana que significa apagar os
fogos da saudade e do apego (este, pode ser atingido nesta vida). Ensina a via para fugir ao
sofrimento e à dor. Um dos princípios fundamentais do Budismo é o desenvolvimento de uma
atitude de compaixão ou benevolência, de amor, e de comunidade com todos os seres vivos, sem
ferir, ofender ou depreciar nenhum deles.
Doutrina e Pecados
No compreender de Gaarder (1997:60-63), O credo budista consiste nas «quatro verdades
santas»: primeiro, toda a existência é insatisfatória e cheia de sofrimentos; segundo, este
sofrimento é causado pela ignorância, pelo desejo ardente ou apego e esforço constante para
encontrar algo de eterno e estável num mundo transitório; terceiro, o sofrimento ou insatisfação
pode-se superar na totalidade e por fim é o nirvana este, aposta alcançar a nirvana seguindo o
nobre cominho das oito vias: estas oito vias não têm de ser seguidas por uma ordem estabelecida.
Compreensão certa; pensamento dirigido certo; discurso certo; conduta certa; esforço certo;
vida certa (ou meios de subsistência puros); atenção certa (ou memória pura); concentração certa
(ou meditação pura).
Para alcançar a purificação absoluta e, por conseguinte, a iluminação, o Budismo propõe
numerosos exercícios. O «Yoga» é o principal. O Budismo acredita que um ser humano antes de
atingir o Nirvana, lugar de absoluta tranquilidade, onde o sofrimento não existe, passa por
10
Cfr. GAARDER, o livro das Religiões. 2002:56 11
Richard Gard A. As grandes Religiões do mundo: Budismo. Editorial VERBO. Lisboa/São Paulo.1981, p. 21
10
diversos renascimentos.12
No interior de roda da vida jazem as seis esferas de existência onde os
seres podem ser obrigados a renascer: o reino dos deuses, o dos asuras ou deuses rebeldes e
ciumentos; a dos famintos (pretas); o dos infernos, a dos animais ou dos seres humanos,
caracterizado pelo nascimento, velhice, doença, mal-estar e morte.
No Budismo não existe a alma. Há somente a sequência de um momento de aparecimento
que dá origem ao seguinte, de forma que a morte representa simplesmente uma nova forma de
aparecimento, como ser humano ou animal, no céu ou no inferno.
Os três pecados principais do Budismo são a ganância (representada pelo porco), o ódio
(representado pela serpente) e a ilusão (representada pelo galo).
Os Símbolos do Budismo
Os símbolos mais notáveis do budismo são: a roda da vida é a roda simbólica do
renascimento. O templo ou santuário budista é o lugar de culto; o Bonzo é o nome dado aos
monges budistas.
A Vida Religiosa, Doutrina e Ética
Para o Budismo há duas categorias de fiéis: os monges e os leigos. Os monges possuem
apenas uma túnica amarelada ou alaranjada, e vivem em comunidades ou juntos aos templos e
santuários. O seu dia começa com as orações, os mesmos saem pelas ruas com a tigela de arroz a
pedir esmola. Depois, retiram-se para a sua cela, onde comem a refeição que lhe foi dada.
O monge, de facto, não deve distrair- se com coisas terrenas. A sua pobreza é absoluta,
caminha sempre descalço, dorme numa esteira.13
À tarde, os monges dedicam-se a várias
actividades, conforme o gosto ou a iniciativa do abade. Ao cair da noite, reúnem-se de novo para
recitar os louvores a Buda. As crianças, embora se vistam como bonzos, não serão
obrigatoriamente monges para toda a vida. No mosteiro recebem a formação e são iniciadas à
vida espiritual. Acções meritórias para os leigos budistas (deste modo o budista laico certifica-se
de um futuro nascimento favorável). Dar dinheiro aos monges e pobres; dar roupa e alojamento
aos monges e pobres; dar medicamentos aos monges e pobres; praticar ritos e devoções através
12
Cfr. GARD, As grandes Religiões do Mundo. Budismo. 1981:139 13
Cfr. GAARDER, o livro das Religiões. 2002: 68-69
11
de textos sagrados e cânticos; A religião budista exige como comportamento que não se mate,
não se roube, não se minta, não se tenha ligações amorosas com homem e mulher fora do
casamento, e não se tome bebidas alcoólicas.
O problema fundamental da vida e os quatro princípios do Budismo
Uma vez que o ponto de vista budista se abre com a máxima "aqui e agora", o
pensamento budista se relaciona essencialmente com a natureza da existência. Começa-se a
pensar em termos budistas quando se toma conhecimento de si próprio, física e mentalmente, no
seu quadro natural e social. Todavia, no Budismo pensa-se que a vida foi correctamente
apreendida e plenamente realizada quando ela se liberta da existência perfeita.
Neste sentido, o buda ensinou quatro princípios essenciais que assentam na sua própria
experiência e na sua visão interior, são característicos do Budismo; são chamados colectivamente
Cattarī-ariya-saccāri:
3.1. Dukkha-ariya-sacca, a natureza da existência perfeita;
3.2. Dukkha-samudaya- ariya-sacca, a natureza das coisas que afectam a existência
imperfeita;
3.3. Dukkha-nirodha-ariya-sacca, a rejeição da causalidade, a supressão da existência
imperfeita e a tomada de consciência da liberdade última na existência perfeita: nirvā.
3.4. Dukkha-nirodha-gāminī- patipadā- ariya-sacca, a via que permite conhecer e
realizar esta transformação da existência, a via da vida suprema.
Estes quatro princípios são essencialmente etapas progressivas na realização do ponto de
vida budista (aspecto psico epistemológico), bem como estados sucessivos da existência na
obtenção da liberdade suprema (aspecto metafísico-existencial).
O pensamento social budista e sua aplicação
Entre os textos pāli que relatam as instruções que Buda dirige aos leigos quanto a conduta
diária, e importante citar alguns extractos que ilustram perfeitamente o pensamento social
travada e a sua aplicação, tais como ainda hoje se encontram largamente espalhados pelo Sul e
Sudeste da Ásia.
12
Não cultivar a sociedade dos loucos, mas cultivar a dos sábios venerando aqueles que são
veneráveis.
Conhecer-se perfeitamente a si próprio.
Adquirir um grande saber e uma grande habilidade, uma disciplina e palavras sensatas.
Servir pai e mãe, proteger mulher e filhos, gozar dum bom nome.
Dar esmolas, viver piedosamente, proteger o próximo, agir sem incorrer em culpa.
Deixar de pecar e deixar de afastar-se do mal, não tomar bebidas alcoólicas, perseverar
nos Dhammas.
Cultivar a reverência e a humildade, o contentamento e a gratidão.
A paciência e as palavras agradáveis, as conversas religiosas nas épocas exigidas.
A penitência e castidade, conhecimento das coisas nobres.
Permanecer firme no contacto com as coisas do mundo, liberto de tristeza, isento de
sujidade e em segurança.
Depois de cumprir estas coisas, permanecer sempre não vencido, caminhar na segurança.
Às mulheres:
Qualquer que seja o marido que os nossos pais nos dêem, por ele levantar-nos-emos cedo,
seremos as últimas a retirar-nos, seremos trabalhadoras esmeradas, ordenaremos tudo
com doçura e manteremos sempre um tom de voz agradável.
Honraremos, veneraremos, estimaremos e respeitaremos todos aqueles que o nosso
esposo honra, venera estima e respeita, pai e mãe, recluso ou homem de bem. À sua
chegada ofereceremos cadeira e água.
Seremos rápidas e hábeis na confeição das roupas do nosso marido, comprometendo-nos
a estar a altura da nossa tarefa e de a realizar.
O grão, o ouro que o nosso marido trouxer para casa, será por nós guardado e velado, não
roubaremos, não esbanjaremos os bens e não abusaremos deles.
13
CONCLUSÃO
Neste trabalho abordamos assuntos referentes as grandes religiões do mundo, de modo
particular o Judaísmo, Hinduísmo e Budismo. Concluímos que todas as religiões têm em comum
a busca do ser absoluto, nessa busca a uma divergência, pois cada religião tem seus ritos,
doutrinas e textos totalmente diferentes uma da outra. Os Judeus não acreditam no Messias, nem
como profeta e nem como Deus, ainda esperam a vinda do Messias, o libertador. Para judeus a
circuncisão é obrigatória para todas as crianças de sexo masculino, logo a pois o nascimento. Isto
de certa forma pode prejudicar a saúde das crianças, os que não fizeram a circuncisão não são
considerados como membros.
14
BIBLIOGRAFIA
ANTISERI Dário, REALE Giovanni. HISTÓRIA DA FILOSOFIA Do Humanismo a
Kant. Vol.2, 4ª ed. Verbo São Paulo, 1990.
AA.VV. RELIGIOES.HISTORIA.TEXTOS.TRADICOES. Paulinas, são Paulo, 2006.
GAARDER, Jostein o Livro das Religiões. Trad. Ana Paula Tanque. 3 ª Ed. Presença
Lisboa, 2007.
GARD, A. Richard, A s grandes religiões do mundo Budismo. Verbo, Lisboa, 198.