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Seminário Latino-americano de doença meningocócica 2018 Resumo das apresentações Rio de Janeiro, Brasil | 12 a 13 de dezembro de 2018

Seminário Latino-americano de doença meningocócica 2018Slide cortesia de Olivier Ronveaux. A incidência global varia por região Globalmente, a incidência e a taxa de mortalidade

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Seminário Latino-americano de doença meningocócica 2018

Resumo das apresentaçõesRio de Janeiro, Brasil | 12 a 13 de dezembro de 2018

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos às seguintes pessoas por suas generosas contribuições técnicas

para este relatório:

Dra. Lúcia Helena de Oliveira

Dr. Norberto Giglio

Redatora: Dana Trevas

Desenho: Daniel Essrow

© 2019 Sabin Vaccine Institute. Todos os direitos reservados. O material

deste documento pode ser usado livremente para fins educacionais ou não

comerciais, desde que seja acompanhado de um reconhecimento.

O Sabin Vaccine Institute é um dos principais defensores da expansão do

acesso e aceitação de vacinas em todo o mundo, promovendo pesquisa e

desenvolvimento, e ampliando o conhecimento e a inovação de vacinas.

Destravando o potencial das vacinas por meio de parcerias, o Sabin construiu

um ecossistema robusto de financiadores, inovadores, implementadores,

prestadores de serviços de saúde, formuladores de políticas e partes interessadas

do setor público, para promover sua visão de um futuro livre de doenças que

possam ser prevenidas. Como uma organização sem fins lucrativos com mais de

duas décadas de experiência, o Sabin está empenhado em encontrar soluções

que durem e estendam todos os benefícios das vacinas para todas as pessoas,

independentemente de quem sejam ou onde vivam. No Sabin, acreditamos no

poder das vacinas para mudar o mundo. Para mais informações, visite www.

sabin.org e siga-nos no Twitter, @SabinVaccine.

Citação recomendada: Sabin Vaccine Institute. Seminário latino-americano de

doença meningocócica: Resumo das apresentações. Washington, D.C.; 2019.

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ÍNDICE

AGRADECIMENTOS 2

INTRODUÇÃO 5

ESTIMAR A CARGA DA MENINGITE MENINGOCÓCICA 5

A incidência global varia por região 7

Europa 9

Estados Unidos 9

América Latina e Caribe 10

Argentina 11

Brasil 11

O papel crítico do diagnóstico e da vigilância 12

CIÊNCIA E POLÍTICA DA VACINA MENINGOCÓCICA 14

Os dados epidemiológicos respaldam as políticas de vacinação 14

A epidemiologia orienta a política: O caso da imunização de adolescentes 14

As vacinas de proteína recombinante contra meningite B são eficazes e podem oferecer proteção cruzada 15

Ter como alvo as populações de alto risco para vacinação 16

Promovendo conscientização e educação aos pacientes e profissionais 16

Oferecer orientação e educação 17

Garantir o acesso, informar a política 18

Tomada de decisões na ausência de dados locais 18

O eterno desafio do programa de sustentabilidade 20

MODELOS DE VIGILÂNCIA E APLICAÇÕES 20

Implementar programas de vigilância eficazes 20

A biologia molecular fornece os detalhes necessários 21

Alavancar dados de vigilância para responder às perguntas de pesquisa e levantar novos questionamentos: Um estudo de caso dos Estados Unidos 22

Considerações para melhorar a vigilância e suas aplicações 23

LIÇÕES APRENDIDAS COM OS SURTOS DE MENINGITE 24

Colaboração e comunicação são ferramentas eficazes no Chile 24

O insucesso em vacinar os portadores limita a resposta aos surtos no Brasil 25

A abordagem direcionada mitiga os efeitos de surtos nos Estados Unidos 26

Estar preparado para os surtos 28

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GERENCIAR OS DESAFIOS DE UM PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO 28

Expansão da divulgação ao público e profissionais da saúde no Brasil 29

Criar bases para a imunização de adolescentes 30

Custos e deficiências entram em ação 30

Influência da tecnologia e criatividade para o engajamento 31

COMPREENDER O ÔNUS ECONÔMICO DA DOENÇA MENINGOCÓCICA 31

PRINCIPAIS TEMAS, SUGESTÕES E CONCLUSÕES 34

Entender a carga total da doença é complicado, principalmente na América Latina 34

A falta de sistemas de vigilância abrangentes dificulta para alguns países da América Latina tomar decisões locais relativas à prevenção, controle e resposta 34

Sustentabilidade é um desafio enorme nos níveis local, estadual e nacional 35

Os profissionais da saúde e a população precisam de educação e conscientização sobre a doença e a vacinação 36

FONTES 38

RECURSOS RELACIONADOS 39

ANEXO A: PAUTA: SEMINÁRIO LATINO-AMERICANO DE DOENÇA MENINGOCÓCICA, 12 A 13 DE DEZEMBRO DE 2018 41

ANEXO B: PARTICIPANTES: SEMINÁRIO LATINO-AMERICANO DE DOENÇA MENINGOCÓCICA, 12 A 13 DE DEZEMBRO DE 2018 44

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Sabin Vaccine Institute • Seminário Latino-americano de doença meningocócica 2018 5

INTRODUÇÃO

O Sabin Vaccine Institute juntamente com o Instituto Oswaldo Cruz (Brasil), Fundação

Oswaldo Cruz (Brasil) e a Faculdade de Medicina da Universidade Austral (Argentina),

reuniram-se com especialista da América Latina e funcionários públicos e com outras partes

interessadas das Américas no Rio de Janeiro, Brasil, entre 12 e 13 de dezembro de 2018, para

um seminário regional sobre a doença e vacina meningocócica e vacinação. Os participantes

compartilharam os dados mais recentes e as melhores práticas na doença meningocócica e

sua prevenção na América Latina, com foco na vigilância da doença, o tratamento de surtos

e a vacinação. Um total de 57 participantes representando 14 países discutiu a vigilância e

epidemiologia da doença na região (incluindo a carga econômica da doença meningocócica

e suas sequelas), a ciência das vacinas meningocócicas, a eficácia de estratégias atuais de

vigilância e as implicações de intervenções para controle e prevenção. (A pauta da reunião

aparece no Anexo A e uma lista dos participantes aparece no Anexo B. Os slides das

apresentações podem ser encontrados no site do Sabin.)

Dois temas principais surgiram nesse seminário, e os participantes deram várias sugestões

para abordá-los:

• A capacidade dos países de tomar decisões quanto às ameaças de saúde

pública é dificultada pela falta de capacidade de apoiar uma vigilância

abrangente em nível nacional e local.

• Para melhor entender a saúde, a carga econômica e social da doença

meningocócica na América Latina, os países precisam compreender

melhor a vigilância epidemiológica, as definições de caso padronizadas,

melhorar o diagnóstico laboratorial e aumentar a qualidade dos dados.

ESTIMAR A CARGA DA MENINGITE MENINGOCÓCICA

A incidência geral de meningite meningocócica é baixa, mas a taxa de mortalidade é

alta. Além disso, as sequelas podem ser graves e ter consequências duradouras. Apesar

de a meningite ocorrer raramente, ela tem um impacto social significativo: quando os

casos surgem em escolas, por exemplo, comunidades e pais se mobilizam e agências de

saúde pública e prestadores de serviços de saúde são chamados para pronunciarem-se

rapidamente. A doença meningocócica invasiva (DMI) causa principalmente meningite

meningocócica e septicemia, mas também artrite e pneumonia e isso ocorre em todo o

mundo.

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Sabin Vaccine Institute • Seminário Latino-americano de doença meningocócica 2018 6

Entender a carga total da doença é complicado, pois os pesquisadores geralmente usam

diferentes metodologias, ferramentas e definições, tornando difíceis as comparações entre

os países. Como parte de sua nova iniciativa, Erradicar a meningite até 2030, a Organização

Mundial de Saúde (OMS) solicitou que cinco organizações estimassem a carga global da

doença como uma avaliação basal para medir o impacto de futuras iniciativas (ver Caixa 1,

OMS: Erradicar a meningite até 2030).

A disponibilidade de antibióticos para tratar a meningite bacteriana diminuiu o medo que

envolve a doença. O desenvolvimento e o uso de vacinas para vários patógenos que causam

a meningite bacteriana, incluindo Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae

tipo b (Hib), levaram a uma redução da meningite nos últimos 25 anos. Em 2015, estimou-

CAIXA 1: OMS: ERRADICAR A MENINGITE ATÉ 2030

Em 2017, a OMS lançou uma campanha para resolver a meningite ao redor do mundo. Um grupo

de especialistas está elaborando uma estratégia abrangente para erradicar a meningite no mundo

todo, a qual será enviada à Assembleia Mundial de Saúde em 2020. Especificamente, este relevante

esforço pretende realizar o seguinte em 2030:

• Eliminar a epidemia de meningite

• Reduzir os casos e as mortes por meningite evitável por vacinação em 80 por

cento

• Diminuir o impacto das sequelas em 50 por cento

O esforço se concentra nos quatro microrganismos responsáveis pela meningite bacteriana, todos

já evitáveis por vacinação ou provavelmente evitáveis em breve:

• Neisseria meningitidis

• Streptococcus pneumoniae

• Haemophilus influenzae tipo b

• Streptococcus agalactiae (estreptococos do grupo B)

A OMS concluiu uma análise inicial e constituiu uma força tarefa composta por partes interessadas

em saúde pública internacional, vacina e meningite, que desenvolverá o roteiro da iniciativa. Além

disso, a OMS está apoiando o desenvolvimento de uma vacina conjugada pentavalente (para os

sorogrupos NmA, C, W, X e Y) direcionada à África. Um caso de uso foi criado para estimular o

desenvolvimento de um teste de diagnóstico rápido de meningite, juntamente com uma biblioteca

global de genoma para ajudar a pesquisa e o diagnóstico. Além disso, a OMS está trabalhando

para definir melhor a carga da doença. O roteiro de 2030 abrangerá cinco categorias: prevenção e

controle da epidemia, diagnóstico e tratamento, vigilância, informações e amparo, e apoio e pós-

tratamento (ou seja, tratamento de acompanhamento) para os sobreviventes.

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Sabin Vaccine Institute • Seminário Latino-americano de doença meningocócica 2018 7

se que ocorreram 1,6 milhão de casos de meningite (e 288.000 mortes) por pneumococos,

meningococos e Hib em todo o mundo. Embora os dados globais sobre o risco, as

consequências à saúde e a carga econômica das sequelas da doença sejam limitados,

estima-se que 10 a 20 por cento dos sobreviventes apresentem sequelas permanentes.

Incidência e mortalidade Número Fonte

Todas as idades

Mortes devido à meningite bacteriana 288.600 OMS GHE

Casos de meningite devido ao pneumococos, meningococos, Hib 1.670.200 IHME

Crianças com 1 a 59 meses

Mortes devido à meningite bacteriana 94.900 IHME

Mortes devido à meningite pneumocócica 37.900 JHU

Mortes devido à meningite meningocócica por confirmar JHU

Mortes devido à meningite por Hib 7.200 JHU

Casos de meningite devido ao pneumococos, meningococos, Hib 850.000 IHME

Incidência e mortalidade global da meningite Indicadores basais propostos (2015) e fontes de dados para monitorar o progresso até 2030

Fonte: World Health Organization. Defeating meningitis by 2030: Baseline situation analysis. https://www.who.int/immunization/research/BSA_20feb2019.pdf?ua=1&ua=1. Accessed February 20, 2019.

Abreviações: IHME, Instituto de Métricas e avaliações de saúde (Institute for Health and Evaluation Métrica); JHU, Universidade Johns Hopkins (Johns Hopkins University); OMS GHE, Estimativa de saúde global da Organização Mundial de Saúde (World Health Organization Global Health Estimate).

Slide cortesia de Olivier Ronveaux.

A incidência global varia por região

Globalmente, a incidência e a taxa de mortalidade da doença meningocócica são mais

elevadas na África subsaariana, espalhada por 26 países, do Senegal à Etiópia, conhecida

como “cinturão da meningite”. Lá, a epidemia sazonal ocorre frequentemente durante a

temporada de seca, com taxas de incidência de até 10 casos por 100.000 habitantes. As

principais epidemias ocorrem aproximadamente a cada 10 anos, com taxas de incidência de

até 100 casos por 100.000 habitantes.

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Fora do cinturão da meningite, as taxas de incidência são variáveis, mas não está claro

até que ponto elas são diferenças reais na epidemiologia ou um reflexo de diferenças nos

sistemas de vigilância e na qualidade dos dados. Alguns países relatam taxas de incidência de

quatro casos por 100.000 habitantes, mas, na maioria dos países, a taxa de incidência é, em

geral, estimada como sendo de cerca de dois casos por 100.000 habitantes ou menos.

B, C, Y, w

B, C, w

A, C

B, W, YB, C, w

B, C, w, Y

B, c, w

C, W, X, A

B, C, W, A

Epidemiologia global A carga das cepas meningocócicas é altamente variável por região geográfica

Fonte: WHO WME February 2018.

Slide cortesia de Olivier Ronveaux.

• A prevalência de MenA no cinturão da meningite da África foi bastante diminuída devido à introdução de MenAfrivac.

• A prevalência de MenA A diminuiu na China.

• A prevalência do tipo B está crescendo em muitas regiões do mundo.

Letra maior = maior carga

A prevalência de infecção meningocócica do sorogrupo A diminuiu ao redor do mundo,

principalmente como resultado da introdução de vacinas. Esta diminuição tem sido

reforçada, mais recentemente, pelo desenvolvimento, introdução e uso generalizado da

vacina MenAfriVac® (Instituto do soro da Índia [Serum Institute of India]) para combater

a meningite A na África (consulte a Caixa 2). A China também introduziu as vacinas para

meningite A, resultando em reduções significativas na incidência. No entanto, a taxa de

incidência do sorogrupo B está aumentando em todo o mundo.

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Europa

Na Europa, a DMI afeta principalmente bebês (com menos de 1 de idade) e adolescentes.

A taxa de incidência geral é inferior a um caso por 100.000 habitantes. Em toda a Europa,

a taxa de incidência em 2016 variou de 0,1 a 2,4 casos por 100.000 habitantes. A taxa de

mortalidade na Europa é de 9,3 por cento.

Estados Unidos

Nos Estados Unidos, a taxa de incidência da doença meningocócica diminuiu de

aproximadamente 1,2 casos por 100.000 habitantes em 1996 a um registro abaixo de cerca

de 0,1 caso por 100.000 habitantes em 2017. Desde 2006, a maior taxa de incidência da

doença meningocócica foi em bebês com até 1 ano de idade, seguida por um pico de

meningite B em pessoas de 17 a 21 anos de idade.

CAIXA 2: MenAfriVac: UMA ESTÓRIA DE SUCESSO DA VACINA

Em resposta a uma epidemia de meningite, que matou 25.000 pessoas na África subsaariana

de 1996 a 1997, os líderes africanos se voltaram para a OMS em busca de uma solução. Houve

necessidade de uma vacina de longa duração, que fosse fácil de transportar, fácil de administrar e

— o que é mais importante — acessível. Em 2001, a Bill & Melinda Gates Foundation financiou um

esforço conjunto entre OMS e PATH para desenvolver e testar uma nova vacina para meningite.

O Projeto de Vacina contra meningite (Meningitis Vaccine Project) logo passou a produzir uma

vacina estável com a temperatura e de baixo custo, através de parcerias com o Instituto de Soro da

Índia (Serum Institutte of India), pavimentando o caminho para a MenAfriVac. Os estudos clínicos

começaram em 2005, e quando uma nova epidemia de meningite apareceu na África em 2006, os

pesquisadores aproveitaram a oportunidade para iniciar os testes da vacina. Esses estudos iniciais

mostraram que a vacina é segura e altamente eficaz na produção de anticorpos contra a meningite

A. Ela foi aprovada em 2010 e a vacinação começou em três países e depois se expandiu para 19

até o final de 2016. Até 2018, a meningite A estava praticamente eliminada no chamado cinturão

da meningite.

The Meningitis Vaccine Project: A groundbreaking partnership. PATH. June 13, 2015. Available from: https://www.path.org/articles/about-meningitis-vaccine-project/. Accessed February 20, 2019.

Zilber C. World Meningitis Day 2018: Eliminating epidemics of meningococcal a meningitis. CDC Foundation. April 24, 2018. Available from: https://www.cdcfoundation.org/blog/world-meningitis-day-2018-eliminating-epidemics-meningococcal-meningitis. Accessed February 20, 2019.

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0

0,05

0,1

0,15

0,2

0,25

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26

B C W Y

Doença meningocócica entre adolescentes e jovens adultos por sorogrupo, Estados Unidos, 2014-2017

Fonte: Sorogrupos desconhecidos e outros sorogrupos excluídos do Sistema Nacional de Vigilância de doenças notificáveis (National Notifiable Diseases Surveillance System, NNOSS) com dados adicionais sobre o sorogrupo dos dados da Vigilância central bacteriana ativa (Active Bacterial Core surveillance, ABCs) e os Departamentos estaduais de saúde.

Sorogrupo desconhecido e outros serogrupos excluídos.

Slide cortesia de Lucy McNamara.

Cas

os

po

r 10

0.0

00

Idade (anos)

América Latina e Caribe

A incidência anual relatada de doença meningocócica na América Latina varia amplamente.

Argentina, Brasil, Chile e Uruguai têm as maiores taxas de incidência, mas esses achados

podem estar relacionados à melhor vigilância epidemiológica nesses países. O Brasil é o

único país que registra as taxas de incidência por idade e sorogrupo.

Na América Latina, as taxas de mortalidade variam entre 10 e 20 por cento. Alguns dados

específicos do país são os seguintes (todos os sorogrupos):1

• Chile: 14 por cento (em 2010, após a epidemia do sorogrupo W)

• Argentina: 7 a 15 por cento

• Panamá: 12,5 por cento

• México: 18 por cento (de 2005 a 2008)

• Uruguai: 15 por cento

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Sabin Vaccine Institute • Seminário Latino-americano de doença meningocócica 2018 11

Argentina

Na Argentina, a taxa de incidência caiu de 289 casos (0,72 por 100.000 habitantes) em 2012

para 121 casos (0,28 por 100.000 habitantes) em 2016 — com um ligeiro aumento para 161

casos (0,4 por 100.000 habitantes) em 2017.

O sistema de vigilância ativo da Argentina determinou que 60 a 70 por cento dos casos

ocorrem em bebês com menos de 7 meses de idade, destacando como a vigilância revela os

padrões epidemiológicos que podem fornecer informações para a formulação de políticas.

Com base nesses achados, a Argentina decidiu iniciar a vacinação aos 3 meses de idade.

2012

289

0,72

Casos

Taxa de (100.000 habitantes)

0

50

100

150

200

250

300

2013

287

0,72

2014

272

0,68

2015

175

0,44

2016

121

0,28

2017

161

0,40

Cas

os

Taxa

s

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

Argentina: Situação de casos epidemiológicos de DMI e taxas de incidência 2012-2017

Fonte: Malbran-SNVS-Health Ministry Analysis. Developed by DiCEI.

Slide cortesia de Angela Gentile.

Casos

Taxa de 100.000 habitantes

Brasil

A taxa de incidência de meningite C teve um pico no Brasil em 2010 com 1,54 casos por

100.000 habitantes. Isso levou à introdução da vacina para meningite C, que abaixou a taxa

de incidência para 0,5 casos por 100.000 habitantes em 2017.

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Sabin Vaccine Institute • Seminário Latino-americano de doença meningocócica 2018 12

No Brasil, a importância de um sistema

robusto de vigilância foi evidenciada

em 2017, quando foram relatados

aproximadamente 26 mil casos de suspeita

de meningite. Dos 5.386 casos bacterianos

confirmados, 42% foram causados

pelas bactérias Neisseria meningitidis, S.

pneumoniae ou Hib, 25% por outra bactéria

identificada e 33% não apresentaram um

agente etiológico identificado.

De 2007 a 2017, a taxa de incidência do

sorogrupo B e do sorogrupo C foi maior

em crianças com menos de 5 anos de idade, com declínios consistentes iniciados em 2010. A

taxa de mortalidade média de todas as doenças meningocócicas é de 20 por cento no Brasil.

O papel crítico do diagnóstico e da vigilância

Dependendo das circunstâncias, o diagnóstico de meningite pode ser difícil. Hemoculturas

são caras e não estão disponíveis universalmente, pois exigem laboratórios microbiológicos

especializados e equipe treinada. As técnicas de biologia molecular podem detectar os

clones virulentos que circulam em diferentes áreas e podem ajudar a identificar a doença que

não se apresenta com manifestações clínicas geralmente reconhecidas. Vale destacar que a

sensibilidade do teste de reação em cadeia da polimerase (polymerase chain reaction, PCR)

diminui com o tempo, a partir do início da doença.

Para compreender melhor a carga da doença, a vigilância exige uma clara definição dos

casos, equipe de saúde treinada e acesso aos laboratórios coordenados com os hospitais

para avaliar as amostras para o sorogrupo e imunotipo (consulte a Caixa 3, Definição de

casos de amostra para vigilância epidemiológica). A vigilância que incorpora achados

laboratoriais oferece uma percepção da real evolução da doença e do impacto das vacinas

ou de outras intervenções.

Os sistemas de dados efetivos e a capacidade adequada de análise desempenham um papel

importante na política de informações e avaliação do impacto. É importante implementar

programas de vigilância epidemiológica antes que novas vacinas sejam introduzidas, de

modo que o impacto possa ser avaliado.

Dr. Bruce Gellin de Sabin apresentando no Seminário Latino-americano de doença meningocócica.

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Sabin Vaccine Institute • Seminário Latino-americano de doença meningocócica 2018 13

Além da carga da doença e dos dados microbiológicos para ajudar os estados e municípios a

identificar e responder a surtos existe uma necessidade de pesquisa para entender melhor o

impacto na saúde, econômico e social das sequelas da doença meningocócica.

Embora tenha havido forte concordância entre os participantes do seminário em relação

à necessidade de melhor vigilância, observou-se que nem todos os países atualmente têm

capacidade de implementar um programa de vigilância abrangente. Em condições em que os

recursos não dão apoio robusto a sistemas de vigilância, pode ser adequado simplesmente

incentivar a vigilância básica de modo a fornecer informações sobre o escopo do problema.

CAIXA 3: DEFINIÇÃO DE CASOS DE AMOSTRA PARA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

Suspeita de caso de meningite ou doença meningocócica (DM): Qualquer paciente com 15 anos

de idade ou menos, com sinais ou sintomas de meningite ou DM.

Provável caso de meningite bacteriana aguda (MBA): Qualquer suspeita de caso com achados

característicos no líquido cefalorraquidiano (LCR) de meningite bacteriana: aspecto turvo, aumento

de glóbulos brancos do sangue (>100/μl) ou glóbulos brancos do sangue entre 10 e 100/μl e

aumento da concentração de proteína (>100 mg/dl) ou diminuição da concentração de glicose

(<40 mg/dl).

Caso confirmado de MBA: Qualquer caso provável ou suspeito com resultado positivo para os

isolados bacterianos (Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae, Neisseria meningitidis,

etc.) do LCR e/ou sangue ou negativo para culturas, e positivo para reação em cadeia da

polimerase (PCR).

Confirmação de caso de meningite meningocócica: Qualquer caso suspeito ou provável de

MBA com resultado positivo para N. meningitidis de isolados de LCR ou sangue ou negativo para

culturas de N. meningitidis, mas resultados positivo de PCR.

Provável caso de DM: Qualquer caso de resultado positivo. Antígenos polissacarídeos de N.

meningitidis, detectados no LCR (p. ex., por aglutinação de látex) ou presença clínica de púrpura

fulminante na ausência de uma cultura positiva.

Caso confirmado de DM: Presença de N. meningitidis isolada de um local normalmente estéril (p.

ex., sangue, LCR ou fluido articular) ou cultura negativa e um resultado positivo no teste de PCR de

uma pessoa com doença clinicamente compatível — incluindo meningite sem meningococcemia,

meningococcemia com meningite, meningococcemia sem meningite, pneumonia, artrite ou

outras condições.

Fonte: Gentile A, Bakir J, Agosti MR, Ensinck G, Abate H, Gajo Gane A, et al. Meningococcal disease in children in Argentina a 3-year active sentinel hospital surveillance study. Pediatr Infect Dis J. 2017;36: 296–300. Doi:10.1097/INF.0000000000001429.

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Sabin Vaccine Institute • Seminário Latino-americano de doença meningocócica 2018 14

CIÊNCIA E POLÍTICA DA VACINA MENINGOCÓCICA

Os dados epidemiológicos respaldam as políticas de vacinação

À medida que novas vacinas são desenvolvidas, os programas de vacina as incorporam

na base de dados que corrobora o seu uso, levando em conta os recursos financeiros, a

capacidade do sistema e outros fatores.

O desenvolvimento e uso de vacina meningocócica conjugada têm demonstrado que ela

possui impacto e eficácia significativamente maiores e uma proteção mais longa do que a

vacina polissacarídica.1

Uma análise recente constatou que o impacto das vacinas polissacarídicas variou de 65

por cento no Canadá a 83,7 por cento na Espanha. As estimativas de eficácia das vacinas

conjugadas variaram de 66 por cento no Reino Unido a 100 por cento na Espanha. A redução

na incidência variou de 77 por cento no Canadá a 100 por cento na Espanha. Em Cuba, um

estudo conduzido em 1999 com a vacina VA-MENGOC-BC® (Finlay Institute, Cuba) mostrou

que a taxa de incidência diminuiu de 10,8 por 100.000 habitantes em 1991 para 0,67 em

1995 e 0,68 por 100.000 habitantes em 1996. Os benefícios das vacinas conjugadas foram

claramente determinados em crianças com menos de 2 anos de idade. A capacidade de

reduzir a carga fornece benefícios indiretos significativos através de imunidade coletiva, a

qual reduz a transmissão de meningococos e enfatiza a importância da vacinação de reforço

(“catch-up”) em adolescentes.

Apenas quatro dos 32 estudos na análise eram da América Latina e três ocorreram no Brasil.

No entanto, a variabilidade na qualidade da vigilância epidemiológica na América Latina

dificulta a interpretação dos estudos destinados a fornecer percepções sobre a prevalência da

doença e padrões locais.1

A epidemiologia orienta a política: O caso da imunização de adolescentes

Os países que têm sucesso na diminuição da doença meningocócica muitas vezes fornecem

a imunização de rotina para adolescentes, portanto, obtêm proteção geral direta e indireta.

Por exemplo, a França introduziu a vacinação de rotina para meningite C em bebês e crianças

pequenas em 2010, mas os adolescentes apresentavam taxas de cobertura ruim e o país

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Sabin Vaccine Institute • Seminário Latino-americano de doença meningocócica 2018 15

viu a taxa de incidência de meningite C aumentar. Em contraste, no cinturão africano da

meningite, as populações totalmente vacinadas contra o sorogrupo A viram a meningite A ser

eliminada de circulação em apenas dois anos.

O Brasil não tem os recursos para vacinar rotineiramente crianças mais velhas e adolescentes.

No entanto, a cidade de El Salvador vacinou crianças de até 5 anos de idade e ofereceu

vacinas de reforço (“catch-up”) para pessoas com 10 a 24 anos de idade. Como resultado,

a meningite C praticamente desapareceu na cidade — mas não em outras áreas do estado.

Esses achados levaram o Brasil a começar a ofertar doses de reforço da vacina conjugada

contra meningite C para as crianças com 9 a 13 anos de idade.

O sorogrupo W, que circula na América do Sul e no Reino Unido, possui as maiores taxas

de mortalidade por caso e também uma apresentação clínica incomum, incluindo sintomas

gastrointestinais, complicando ainda mais o diagnóstico. Em 2015, o Reino Unido iniciou a

vacina conjugada ACWY para meningite em adolescentes e obteve sucesso na diminuição

da doença e alcançou alguma imunidade coletiva. A Austrália está enfrentando um aumento

semelhante no sorogrupo W, e seis estados estão implementando a vacinação com ACWY

conjugada contra meningite em populações afetadas, incluindo adolescentes mais velhos.

Em 2017, a Holanda decidiu mudar para a vacina ACWY contra meningite.

As vacinas de proteína recombinante contra meningite B são eficazes e podem oferecer proteção cruzada

As atuais vacinas conjugadas protegem contra sorogrupos específicos (A, C, W e Y); as

vacinas mais recentes à base de proteínas do sorogrupo B têm o potencial de oferecer

proteção cruzada contra outros sorogrupos meningocócicos. Uma nova proteína

recombinante do sorogrupo B, 4CMenB, demonstrou induzir anticorpos de proteção cruzada

contra a cepa hipervirulenta ST-11 do sorogrupo W atualmente circulante no Reino Unido.

Estudos laboratoriais usando o ensaio de sistema de tipagem do antígeno meningocócico

previram que aproximadamente 81 por cento das cepas do sorogrupo B circulantes no Brasil

terão cobertura da vacina 4CMenB (disponível nos Estados Unidos, Europa, Brasil, Argentina e

Chile, entre outros). O potencial efeito sobre as taxas de carga permanece incerto.

O Canadá e os Estados Unidos inicialmente introduziram a vacina B contra meningite em

resposta a surtos, com resultados efetivos. Dados do impacto provenientes do Reino Unido

revelaram que a vacina 4CMenB levou a uma redução de 50% nas taxas de meningite B na

coorte elegível para vacinação. Um estudo nacional de coorte observacional na Inglaterra,

mostrou que a segunda dose da vacina 4CMenB em bebês aumentou substancialmente a

eficácia contra todos os casos do sorogrupo B — de 22 a quase 83 por cento.

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Sabin Vaccine Institute • Seminário Latino-americano de doença meningocócica 2018 16

Notavelmente, no Reino Unido, após a introdução da vacinação de rotina de ACWY contra

meningite em adolescentes, as taxas do sorogrupo W da meningite aumentaram entre todas

as faixas etárias, exceto naquelas direcionadas para a vacinação. Após a implementação da

vacinação contra meningite B, a pesquisa demonstrou potencial proteção cruzada contra,

pelo menos, um clone do sorogrupo W, pois os antígenos na vacina contra meningite B são

compartilhados com os sorogrupos meningocócicos não-B, que sinaliza o potencial para

proteção além da doença do sorogrupo B.

A pesquisa no México demonstrou a segurança e a imunogenicidade da coadministração de

vacinas contra meningite B (BEXSERO®, GSK) e contra meningite ACWY. O mesmo estudo

sugeriu que a vacina contra meningite B fosse mais reatogênica do que a da meningite ACWY

(e a experiência adicional no Reino Unido corrobora esse achado).

Um achado inesperado observado na Nova Zelândia pode oferecer novas percepções sobre

a resposta imune à vacina contra a meningite B e seu impacto mais amplo. A vacina, que foi

concebida para proteger contra Neisseria meningitidis, demonstrou ter um efeito protetor

contra Neisseria gonorrhoeae (bactéria que causa a gonorreia) em pessoas com idade entre

15 e 30 anos. Considerando o aumento da resistência antibiótica à gonorreia, este achado

demonstra o impacto de amplo espectro que a vacinação pode ter sobre a resistência a

antibióticos.

Ter como alvo as populações de alto risco para vacinação

Uma pesquisa recente trouxe à luz alguns grupos de população que estão em risco elevado

de doença meningocócica. No entanto, mais de 90 por cento dos casos ocorrem em

pessoas anteriormente saudáveis, sem fatores de risco identificados.2

Crianças e adultos infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), homens que

tenham relações sexuais com homens (HSH), pessoas com deficiência de complemento

e aqueles que receberam eculizumabe (Soliris® da Alexion) possuem risco elevado de

doença meningocócica. Os países enfrentam uma série de desafios para implementar

as recomendações da vacina para esses grupos de alto risco, incluindo conscientização,

educação e acesso.

Promovendo conscientização e educação aos pacientes e profissionais

Os médicos devem permanecer em estado de alerta quanto ao fato de que os pacientes

imunossuprimidos ou submetidos à esplenectomia não devem ter recebido a vacina contra

a meningite, de acordo com um calendário de vacinação de rotina. Na prática diária, os

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Sabin Vaccine Institute • Seminário Latino-americano de doença meningocócica 2018 17

médicos não devem recomendar a vacinação a pacientes imunocomprometidos, pois eles

ainda não conhecem o suficiente sobre a maneira como a vacina afetaria o quadro clínico do

paciente.

No Brasil, as vacinas contra a meningite estão disponíveis em centros especiais de referência

em imunobiologia para pessoas de alto risco, de acordo com as diretrizes nacionais de

imunização. No entanto, muitos profissionais da saúde não estão cientes das diretrizes e não

usam os recursos disponíveis. Muitos profissionais também não sabem que é recomendável

que certos pacientes sejam vacinados antes de serem submetidos a outro tratamento. O

Brasil oferece as diretrizes descrevendo todas as vacinas e suas indicações; os pediatras

geralmente têm conhecimento das diretrizes, mas outros profissionais da saúde podem não

ter.

Alterações adquiridas

• HIV-AIDS (Vírus da imunodeficiência humana – Síndrome da imunodeficiência adquirida)

• Malignidades

• Transplantes

• Terapia imunossupressora

• Radioterapia

Alterações congênitas

• Células B:

• Agamaglobulinemia

• Deficiência da subclasse de imunoglobulina G (IgG)

• Deficiência de imunoglobulina A (IgA)

• Linfócitos T

• Suplemento

• Fagocitose

Alterações específicas

• Corticoterapia

• Asplenia

• Alterações hemostáticas

• Pacientes com doenças crônicas:

• Doença hepática

• Nefropatia

• Cardiopatia

• Pacientes reumáticos

• Implante coclear ou fístula do LCR

Classificação de hospedeiros especiais

Slide cortesia de Angela Gentile.

Oferecer orientação e educação

Profissionais da saúde precisam de diretrizes para guiá-los nas tomadas de decisões clínicas.

A Sociedade de Pediatria do Uruguai definiu as indicações para o uso de vacinas contra

meningite ACWY e meningite B, particularmente no caso de surtos e epidemias.

A Universidade Austral da Argentina fornece um guia para tratamento de pacientes

imunocomprometidos, o qual inclui vacinações. A Argentina oferece um amplo acesso

a informações para a tomada de decisões sobre a vacinação em pacientes em risco. A

Argentina também possui uma estrutura legal para ação em ambientes de saúde públicos e

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Sabin Vaccine Institute • Seminário Latino-americano de doença meningocócica 2018 18

privados, bem como diretrizes para os ambientes incomuns. Além disso, o Chile começou

um programa informal relativo a vacinas especiais, editando instruções sobre as vacinas

disponíveis, indicações e dosagens.

Os profissionais frequentemente adotam uma abordagem em equipe para tratar pacientes

imunocomprometidos, especialmente populações pediátricas, para as quais as evidências

tendem a estar ausentes. Enquanto algumas práticas escolhem vacinar os contatos familiares

dos pacientes imunocomprometidos e membros da equipe médica para melhor proteger

esses pacientes, há a necessidade de uma melhor evidência para corroborar tal abordagem.

Garantir o acesso, informar a política

Muitos grupos conhecidos por estarem em risco elevado são claramente definidos e as

recomendações são semelhantes em todos os países. Incluir vacinas nos calendários

nacionais de imunização garante que elas sejam gratuitas e estejam disponíveis para

o público. No entanto, no Uruguai, por exemplo, as vacinas contra meningite ACWY e

meningite B são licenciadas, mas não fazem parte do calendário de imunização de rotina,

pois a meningite é rara (menos de um caso por 100.000 habitantes). O Uruguai apresentou

um aumento nos casos em 2017 e 2018; o país recomenda vacinas anti-meningocócicas para

aqueles que possuem risco elevado, mas que não pagam por elas, portanto, é provável que a

cobertura de vacina seja baixa.

A Argentina está debatendo quais profissionais da saúde vacinar. O Uruguai prioriza os

funcionários de laboratórios para a vacinação e também considera vacinar os professores.

No Chile, as autoridades de saúde pública têm demorado a reconhecer o papel dos hospitais

na vacinação. Um hospital contratou especialistas em vacinação, que estabeleceram um

processo para pleitear com sucesso a cobertura vacinal junto ao Ministério da Saúde.

Tomada de decisões na ausência de dados locais

Para ajudar na tomada de decisão sobre políticas de vacinação, são necessárias mais

informações de outros países sobre a disponibilidade de vacinas contra meningite,

a cobertura, as regulamentações e o impacto. Por exemplo, em Honduras, não há

dados epidemiológicos sobre a carga da doença e, como resultado, não há nenhum

reconhecimento do problema de saúde pública. Em muitos países, a falta de vigilância

significa que não há dados com os quais se justifique a compra de vacinas. Mesmo em

países como o Uruguai, onde há robustas evidências locais, o foco está na incidência geral,

minimizando o impacto da meningite em populações vulneráveis, como os pacientes

imunossuprimidos.

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Sabin Vaccine Institute • Seminário Latino-americano de doença meningocócica 2018 19

Mesmo sem dados locais, os dados da literatura podem corroborar a necessidade de se

vacinar crianças e adultos em risco. A literatura indica que a vacinação naqueles em risco

elevado protege o indivíduo, reduz os custos hospitalares e melhora a qualidade de vida. Os

países provavelmente possuem dados que podem ser usados para determinar o custo do

tratamento adicional de pacientes com comorbidades que são infectados por uma doença

evitável por vacinas. Esses dados poderiam ajudar a justificar o fornecimento de vacina para

aqueles em risco.

O valor dos dados específicos de cada país foi destacado em vários países em 2014, quando

a doença meningocócica estava se espalhando no Brasil e Chile, e a Argentina identificou

um leve aumento da doença em bebês e crianças pequenas. Um grupo de trabalho de

especialistas avaliou as evidências e verificou-se que 85 por cento da doença ocorreu em

bebês com menos de 9 meses de idade. O grupo fez recomendações para a Comissão

Nacional de Vacinação com base nos dados e na vacina disponível, sugerindo diversos

regimes por faixa etária e carga da doença. Em 2017, a Argentina incorporou a vacina

tetravalente conjugada em seu calendário de vacinação.

2.aReunião do CoNaln em agosto de

2014

Apresentação da situação epidemiológica de DMI

Apresentação de evidências científicas referentes às vacinas

Evidência científica apresentada e avaliada pelo grupo de trabalho ou pelo CoNaln

Situação regulatória, apresentação e atualização da disponibilidade da vacina Bexsero

A implementação da vacinação meningocócica com vacina tetravalente é anunciada em janeiro de 2017

Resolução ministerial outubro de 2015

Criação de um grupo de trabalho para avaliar as estratégias de inclusão no calendário nacional de vacinação

Novas recomendações do CoNaln para o Ministério da Saúde

foi tomada a decisão de aguardar o resultado da cepa correspondente

2.a Reunião do CoNaln em

dezembro de 2014

Inclusão no Calendário Nacional de

Vacinação em outubro de

2015

1.a Reunião do CoNaln em março de

2016

3.a Reunião do CoNaln em

novembro de 2016

Início da vacinação

com vacina tetravalente

conjugada em janeiro de

2017

Evolução da estratégia da vacinação meningocócica

Slide cortesia de Christian Biscayart.

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Sabin Vaccine Institute • Seminário Latino-americano de doença meningocócica 2018 20

O eterno desafio do programa de sustentabilidade

A viabilidade e a sustentabilidade da rotina de vacinação de adolescentes representam

uma barreira para muitos países. Vacinas são caras — até mesmo em países com fundos

suficientes, o suprimento é insuficiente, independentemente do preço. Além disso, mesmo

atingindo um número suficiente de vacina, a cobertura é um desafio. Por exemplo, muitos

países têm adquirido vacina contra papilomavírus humano (HPV), mas a cobertura ainda

permanece muito baixa. Esses problemas destacam a importância de pensar em todos

os desafios que cercam a vacinação antes da introdução de uma nova vacina, incluindo a

maneira como o programa de vacinação será mantido ao longo do tempo e a necessidade

de divulgação da vacina quando ela é introduzida.

Como os dados são capazes de orientar a tomada de decisões, eles serão importantes

para os países justificarem a solicitação de vacinas a custos acessíveis para o Fundo

Rotativo (Revolving Fund) da Organização Pan-Americana de Saúde (Pan American Health

Organization, PAHO).

MODELOS DE VIGILÂNCIA E APLICAÇÕES

Implementar programas de vigilância eficazes

O Grupo de Consultoria Técnica PAHO recomenda vigilância nacional da meningite

bacteriana para compreender melhor a epidemiologia e carga da doença de modo a

corroborar a tomada de decisões sobre a introdução da vacina meningocócica, detectar

os surtos em tempo hábil e identificar os sorogrupos envolvidos. (Consulte a Caixa 4,

Recomendações para Vigilância do Grupo de Consultoria Técnica da PAHO). A vigilância

sentinela é uma opção, mas é cara, pois exige exames laboratoriais e equipe exclusiva.

Enquanto a OMS está usando a abordagem de vigilância em sua iniciativa de meningite

(consulte a Caixa 1), países com recursos muito limitados devem enfrentar os desafios na

implementação de sistemas e programas para atingir os objetivos descritos.

Os parâmetros dos dados de alta qualidade incluem integralidade, duplicação mínima,

pontualidade e consistência. Os critérios selecionados de vigilância precisam refletir não

apenas fatores importantes para a saúde pública — tais como, a magnitude da doença e

o potencial para uma epidemia — mas também o possível impacto econômico e social da

doença e a percepção do risco pela população.

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Sabin Vaccine Institute • Seminário Latino-americano de doença meningocócica 2018 21

Dados secundários reunidos a partir de jornais, por exemplo, podem melhorar o

entendimento das informações. A opinião que os profissionais da saúde recebem em relação

aos achados de vigilância ajudam a demonstrar como os dados que eles enviam são usados

para informar a medida.

A biologia molecular fornece os detalhes necessários

Os pesquisadores têm usado os dados de vigilância laboratorial combinados com análises

genéticas sofisticadas para melhor entender a evolução da meningite, o que pode esclarecer

os padrões da infecção e as vias da doença, bem como informar as estratégias de prevenção,

incluindo o melhor momento para a vacinação e os alvos. O sequenciamento de próxima

geração e o sequenciamento de todo o genoma permitem que os laboratórios conduzam

o sequenciamento maciço de muitos genomas em poucas horas. Novas abordagens

de sequenciamento são essenciais para a compreensão da circulação de cepas durante

epidemias e surtos.

CAIXA 4: RECOMENDAÇÕES PARA VIGILÂNCIA DO GRUPO DE CONSULTORIA TÉCNICA DA PAHO

Em 2017, o Grupo de Consultoria Técnica em Doenças Evitáveis por Vacinação da PAHO estimulou

os países a estenderem a vigilância da meningite bacteriana de um nível sentinela para um nível

nacional (universal) de modo a entender melhor a epidemiologia da doença e sua carga, a apoiar

a tomada de decisões relativa à introdução da vacina meningocócica e a detectar os surtos em

tempo hábil.

Os países devem registrar o seguinte:

• Epidemiologia da doença, especificamente a ocorrência de surtos e a distribuição

da doença por idade e sorogrupos

• Carga e custos da doença, incluindo a eficácia, segurança e preço da vacina, e a

duração da proteção

• Aspectos logísticos e operacionais do programa de imunização além do custo das

vacinas de modo a avaliar a possível introdução da vacina meningocócica

Para melhorar os resultados dos estudos de custo-eficácia, recomenda-se incorporar nas análises

descritas acima as avaliações das sequelas de longo prazo da doença meningocócica.

O Grupo de Consultoria Técnica lembra os países que os estudos em portadores fornecem

informações valiosas sobre a transmissão da doença, mas não são essenciais para tomar

decisões sobre o uso de uma vacina em particular. Vale destacar que esses estudos tendem a ser

dispendiosos, complexos e difíceis de interpretar.

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Sabin Vaccine Institute • Seminário Latino-americano de doença meningocócica 2018 22

Entre as várias abordagens para sequenciamento está o sequenciamento Nanopore, que

pode ser alcançado com um dispositivo portátil conectado a um laptop e usado no campo.

Uma solução de menor custo para ampla vigilância da doença meningocócica que pareia a

PCR em tempo real com a fusão de alta resolução também poderia ser uma opção, visto que

tem a mesma sensibilidade e especificidade da PCR em tempo real, mas não exige provas

dispendiosas e usa reagentes de baixo custo.

Os conhecimentos adicionais, provenientes dessas tecnologias avançadas, permitem o

diagnóstico direto do material clínico, incluindo sorogrupos e marcas moleculares e a

avaliação da suscetibilidade a antimicrobianos.

Alavancar dados de vigilância para responder às perguntas de pesquisa e levantar novos questionamentos: Um estudo de caso dos Estados Unidos

Vigilância: dados para ação, pesquisa e futuras colaborações

Slide cortesia de Lucy McNamara.

Vigilância

Ação

Novas perguntas Novas perguntas

Colaboração e pesquisa

Ação

Ação

Os Estados Unidos possuem dois sistemas de vigilância complementar da meningite: o

Sistema Nacional de Vigilância de Doenças Notificáveis e o Sistema Central de Vigilância

Ativa de Bactérias. Para abordar deficiências no conhecimento, os Centros de Controle

e Prevenção de Doenças, Estados Unidos da América realizam projetos especiais de

vigilância, entrando em contato com departamentos de saúde estaduais e locais, para

obter informações para responder às novas perguntas. Tais projetos forneceram detalhes

específicos sobre surtos específicos. Em 2015, o CDC aperfeiçoou sua vigilância de doença

meningocócica através da coleta de dados e isolados de departamentos de saúde de grandes

cidades e da combinação desses achados com os dados do Sistema Central de Vigilância

ativa de Bactérias, captando, assim, 95 por cento dos casos de meningite.

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Sabin Vaccine Institute • Seminário Latino-americano de doença meningocócica 2018 23

Para entender a eficácia da vacina contra a meningite B — apesar da baixa aceitação

da vacina — o CDC iniciou um projeto especial sobre as características de estudantes

universitários que contraíram meningite B, o que pode ajudar a fornecer informações para a

tomada de decisões clínicas. Além disso, o CDC está pesquisando isolados para entender o

quanto de proteção a vacina contra a meningite B oferece.

Em outros casos, o CDC tem se baseado em dados de vigilância para entender as populações

especiais, tais como HSH e pessoas que tomam eculizumabe. Esses achados atualizaram as

recomendações sobre vacinação contra meningite em pessoas em alto risco para a doença.

Devido aos relatos de sintomas gastrointestinais associados com casos fatais de meningite W,

o CDC está compilando informações sobre os sintomas em seus sistemas de vigilância para

compreender melhor o problema.

Considerações para melhorar a vigilância e suas aplicações

A combinação de melhor vigilância e novas tecnologias de biologia molecular pode

ajudar os pesquisadores a entenderem o motivo por trás do declínio na incidência global

de meningite. Uma possibilidade é explorar a viabilidade do uso de plataformas virtuais

para a vigilância de modo a aumentar os tamanhos da amostra e tirar conclusões mais

amplas. A Argentina possui um sistema de informações de saúde integrado que combina

informações laboratoriais e clínicas e está funcionando em nível nacional. Uma plataforma

unificada também poderia se conectar a outras fontes, tais como sistemas de registros de

hospitalização e mortalidade.

Vigilância epidemiológica em tempo real representa uma meta viável, mas a tecnologia exige

treinamento e uma compreensão detalhada de bioinformática. Além disso, as organizações

precisam levar em consideração as exigências de armazenamento de dados relacionadas a

tecnologias avançadas. A maioria dos países possui planos nacionais para a abordagem da

resistência antimicrobiana que incluem a vigilância de patógenos evitáveis pelo sistema imune

tratados com antibióticos. Um número crescente de relatos identificou que o meningococos

é resistente à penicilina; outros identificaram resistência à rifampicina, que é usada para

profilaxia nos contatos de pessoas com meningite.

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Sabin Vaccine Institute • Seminário Latino-americano de doença meningocócica 2018 24

LIÇÕES APRENDIDAS COM OS SURTOS DE MENINGITE

Colaboração e comunicação são ferramentas eficazes no Chile

Em 2011, o Chile observou um aumento nos casos de sorogrupo W e mortalidades em que

o sorogrupo B havia sido dominante; tais achados levaram ao reconhecimento de uma cepa

hipervirulenta, que estimulou o desenvolvimento de um plano de ação nacional.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

A B C W Y Outros Não agrupável

Total de casos de DMI: 799

Casos de homenscom W: 413

Casos não W: 386

Bebês: 25%

Crianças 1 – 9 a: 10%

Adolescentes 10 – 19 a:

7,5%

≥ 20 a: 57,6%

Confirmação microbiológica: 95%:

• MenW: 51,6%

• MenW: Complexo clonal ST 11: 94,6%

MD 2009 – 2016, Chile Distribuição do sorogrupo meningocócico por ano, Chile 2009 a 2016

Fonte: Villena R., EMGM Prague 2017.

Slide cortesia de Rodolfo Villena.

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Sabin Vaccine Institute • Seminário Latino-americano de doença meningocócica 2018 25

Ao trabalhar diretamente com o Instituto de Saúde Pública para usar técnicas de biologia

molecular para uma melhor identificação e confirmação, o Ministério da Saúde determinou

que casos fatais fossem relacionados principalmente à meningite W. Após a vacinação, a taxa

de mortalidade caiu para zero.

Para se comunicar de forma eficaz com o público, o governo tinha um porta-voz designado

que lidava diariamente com as coletivas de imprensa. O governo também trabalhou

estreitamente com a comunidade científica para garantir que uma mensagem coesa fosse

comunicada e para ter clareza acerca das etapas seguintes. O sistema de vigilância funcionou

bem e a equipe de epidemiologia conseguiu prevenir que os contatos adoecessem.

A única vacina disponível destinava-se para crianças muito jovens — ela foi inicialmente

administrada na área metropolitana, mas, por fim, em todo país de modo a diminuir o medo.

A ansiedade em relação à doença ajudou o país a alcançar grande cobertura em um curto

período de tempo. Em 2014, a vacina meningocócica conjugada ao toxoide tetânico foi

adicionada ao cronograma nacional para crianças com 1 ano de idade.

Como resultado da epidemia, o Chile ampliou sua definição de doença meningocócica para

incorporar as síndromes sépticas observadas. A discussão continua sobre a estratégia de

vacinação ter fornecido ou não proteção à população, pois as taxas da doença persistem

em crianças com menos de 1 ano de idade. O Chile está considerando vacinar bebês com

menos de 1 ano de idade e também adolescentes com cerca de 14 anos de idade.

O insucesso em vacinar os portadores limita a resposta aos surtos no Brasil

De 2007 a 2009, o Brasil se deparou com surtos de meningococos C, principalmente na

região sudeste. No final de 2010, o país instituiu um programa de vacinação para todas as

crianças com menos de 2 anos de idade, pois não havia disponibilidade de vacina suficiente

para as crianças mais velhas. De forma semelhante ao Chile, o Brasil priorizou os grupos

etários, com incidência mais elevada, embora essa estratégia não fornecesse o benefício da

imunidade indireta. O impacto da estratégia de vacinação foi aparente nos dois primeiros

anos após a administração da vacina nas faixas etárias que haviam sido vacinadas. Em

crianças mais velhas, não houve impacto observável, e as taxas de carga persistiram em pré-

adolescentes e adolescentes. Apesar da introdução da vacinação contra meningite C em

2010, o sorogrupo C permanece dominante no Brasil, principalmente em bebês com menos

de 1 ano de idade que não foram vacinados.

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Impacto inicial sobre as taxas de incidência da doença meningocócica observado apenas nas faixas etárias orientadas para a vacinação.

Taxas de incidência antes e após a vacinação contra Men C Brasil, 2008 a 2015

Fonte: Safadi M, et al. JPIDS. 2014;3:91-93 SINAN, MS 2015.

Slide cortesia de Marco Sáfadi.

0

2

4

6

8

10

12

14

16

< 1 a 1 a 2 a 2 a 3 a 3 a 4 a 4 a 5 a 5 a 9 a 10 a 14 a 15 a 19 a 20 a 30 a 30 a 40 a 40 a 50 a 50 a 60 a > 60 a

2008-2010 (pré-vacina)

2011

2012

2013

2014

2015

Cas

os/

100

.00

0

De 2015 a 2017, o Brasil enfrentou novamente surtos de meningite C no sudeste. O país

recentemente recomendou a vacinação de adolescentes e direcionando aqueles que haviam

sido vacinados em 2010, mas as taxas de cobertura em adolescentes permanecem baixas.

A abordagem direcionada mitiga os efeitos de surtos nos Estados Unidos

Desde 2013, os Estados Unidos tiveram onze surtos do sorogrupo B em universidades em

diferentes regiões do país, em escolas de todos os tamanhos e tipos. A tipagem molecular

tem sido útil para distinguir as cepas envolvidas. Em resposta a esses surtos, autoridades

de saúde pública recomendaram a vacinação contra meningite B para todos os estudantes

das universidades afetados que vivem em alojamentos estudantis e para outros estudantes,

docentes e equipe em risco elevado (com base nos quadros clínicos). Até o momento,

nenhuma evidência sugere que as vacinas contra o sorogrupo B reduzem a carga ou

diminuem a transmissão.

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Sabin Vaccine Institute • Seminário Latino-americano de doença meningocócica 2018 27

Vacinação contra o sorogrupo B: Grupos alvo

Slide cortesia de Lucy McNamara.

Todos os estudantes de

graduação

Estudantes de graduação em alojamentos

Qualquer pessoa com

condições de alto risco

Cônjuges / cuidadores

Relações íntimas

Equipe/estudantes de graduação ≤

25 a

Algumas universidades têm realizado grandes campanhas de vacinação no campus,

enquanto outras ajudaram a financiar o programa de vacinação. No entanto, a cobertura

vacinal varia após os surtos nas universidades. Vale destacar que parece mais fácil conseguir

ampla cobertura em faculdades menores e mais integradas do que naquelas grandes e mais

diversificadas. A demanda pela vacina é maior quando os casos são contínuos. Evidências

não comprovadas enfatizam a importância de fornecer informações claras sobre o custo,

assim como se os estudantes devem pagar ou não pela vacina. Os custos médicos diretos e

da vacinação em uma universidade pequena foram estimados em mais de US$ 1 milhão.

Dos cinco surtos em HSH, todos apresentaram taxas de mortalidade elevadas e afetaram

predominantemente homens negros ou afrodescendentes. Para os primeiros dois surtos,

a vacinação foi recomendada para HSH portadores de HIV ou que estavam envolvidos

com comportamentos sexuais de alto risco. Para os últimos três, as recomendações

foram expandidas para todos os HSH para abordar as preocupações sobre o estigma de

identificação como sendo de alto risco. Para alcançar a cobertura, o Departamento de Saúde

de Nova York ofereceu a vacinação em clínicas temporárias, mas apresentou uma resposta

ruim até que conseguirem trazer médicos com credibilidade na comunidade.

A divulgação foi um desafio para os profissionais de saúde pública que tentaram entrar

em contato com aqueles em risco durante os surtos em HSH. Um departamento de saúde

fez parceria com sites e aplicativos de relacionamentos direcionados para notificar seus

integrantes por e-mail. A cobertura total média dos surtos ajudou a estimular o reforço da

vacinação.

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Sabin Vaccine Institute • Seminário Latino-americano de doença meningocócica 2018 28

Em 2017, o CDC atualizou suas orientações sobre surtos de modo a, entre outras alterações,

fornecer um limiar menor e mais flexível para declarar uma situação de surto.

Estar preparado para os surtos

Antes de uma vacina ser introduzida, uma avaliação basal é importante para ajudar no

monitoramento da cobertura e do impacto da vacina. Informações claras ajudam os

profissionais de saúde pública para determinar se deve repensar as estratégias ou ajustar

o calendário de vacinação. Além disso, estudos complementares são necessários, pois a

vigilância isoladamente não fornecerá respostas completas em situações complexas.

Os funcionários de serviços de saúde pública precisam de orientação clara para controlar os

surtos que permita que eles se comuniquem com os profissionais de saúde e as populações

afetadas sobre a necessidade de vacinação. As orientações devem ser formalizadas com

antecedência, uma vez que é difícil lidar com esses problemas no meio de uma crise. Por

fim, muitos países não têm acesso suficiente às vacinas para reagir totalmente aos surtos. De

modo geral, sintomas gastrointestinais não estão associados à doença meningocócica, mas

são proeminentes na meningite do sorogrupo W e devem ser reconhecidos como tal.

Países com recursos financeiros limitados têm optado por se concentrarem na vacinação

de pessoas diretamente afetadas pela doença durante os surtos; no entanto, vacinar os

portadores (normalmente adolescentes) poderia reduzir as mortes, hospitalizações e outros

custos. Um suprimento limitado de vacinas também impede que alguns países realizem

campanhas de vacinação mais amplas.

Alguns dados comparam os custos de gestão e de contenção de surtos em países de renda

alta e baixa, mas, é importante observar que os custos com cuidados com a saúde sofrerão

variação nestes diferentes contextos. Por conta do impacto que os surtos podem ter sobre

os custos de cuidados com a saúde e as campanhas de saúde pública, os surtos devem ser

levados em consideração ao estimar os custos gerais de programas de prevenção e controle

da doença.

GERENCIAR OS DESAFIOS DE UM PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO

Os países enfrentam um número de barreiras comuns para atingir ampla cobertura por

meio de seus programas nacionais de vacinação. Além dos altos custos e do suprimento

limitado de vacinas, as autoridades de saúde pública citaram restrição de recursos humanos

e infraestrutura, a complexidade do calendário de vacinação, a falta de conscientização do

público, e informações incorretas, entre os desafios que eles tentam superar.

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Sabin Vaccine Institute • Seminário Latino-americano de doença meningocócica 2018 29

Expansão da divulgação ao público e profissionais da saúde no Brasil

A aderência da população ao calendário de vacinação deve ser considerada. Quanto mais

vacinas o calendário inclui, mais difícil é para os profissionais da saúde garantir uma cobertura

completa.

Muitos pais se recusam a permitir que profissionais da saúde administrem quatro ou cinco

doses de uma só vez a suas crianças pequenas. Cada vez que a vacinação é adiada, há um

risco de vacinação atrasada ou incompleta. As autoridades de saúde pública devem fornecer

treinamento e educação para ajudar os profissionais da saúde a administrar as vacinas de

acordo com o calendário. Idealmente, todos os bebês devem ser vacinados contra meningite

C antes de completar 1 ano de idade, mas se isso não acontecer, os profissionais da saúde

são incentivados a identificar modos de atrair as crianças até garantir a ampla cobertura em

toda a população.

O Brasil ainda não se deparou com o problema dos pais recusarem a vacina, mas as

autoridades de saúde pública precisam continuar a considerar as estratégias de comunicação

para aumentar a adesão ao calendário de vacinação recomendado.

É essencial que os profissionais de saúde pública e os formuladores de políticas colaborem

com agências científicas para promover, educar e aumentar a conscientização sobre as

vacinas. O envolvimento de associações cívicas e escolas melhora a cobertura da vacina.

O Ministério da Saúde do Brasil tem ferramentas online para ajudar os profissionais da

saúde a se comunicarem sobre vacinas. A hesitação dos profissionais em recomendar

uma vacina ou sua relutância em administrar vacinas de acordo com o calendário tem

um impacto negativo significativo sobre o programa de vacinação. O Ministério oferece

também informações online sobre as vacinas para a população. Para combater o aumento

de informações incorretas, o Ministério criou um canal de comunicação no qual as

pessoas contribuem com novos tópicos e a equipe responde confirmando ou refutando a

legitimidade do tópico.

O Ministério está envolvendo a população diretamente através do Facebook, Twitter e

WhatsApp para responder às perguntas. Usar a mídia social é uma estratégia para atualizar os

mecanismos de comunicação e populações alvo.

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Sabin Vaccine Institute • Seminário Latino-americano de doença meningocócica 2018 30

Criar bases para a imunização de adolescentes

A vacinação obrigatória para estudantes foi proposta como um modo para atingir mais pré-

adolescentes e adolescentes. No entanto, essas exigências poderiam impedir que algumas

crianças frequentassem a escola, o que é uma preocupação séria em um país como Brasil

que enfrenta problemas sociais significativos.

No Brasil, o Ministério da Saúde está trabalhando com o Ministério da Educação para

expandir a cobertura da vacina. Por exemplo, poderá ser possível exigir que as escolas

analisem as carteiras de vacinação dos estudantes e encaminhem aqueles que estão com o

calendário atrasado ao departamento de saúde local.

O Congresso da Argentina introduziu uma nova lei que deve modificar e melhorar a lei

de 1983, tornando a vacinação obrigatória. Às vezes os estados e municípios adaptam as

estratégias nacionais; na Argentina, algumas regiões fornecem a vacina contra HPV na

escola por meio de programas de divulgação e os municípios podem optar por tornar a

vacinação obrigatória para entrar na escola. Em alguns casos, não são as escolas, mas sim

o departamento de saúde local que resiste a campanhas de vacinação nas escolas, pois o

mesmo não possui equipe e recursos financeiros para apoiar esforços externos.

Custos e deficiências entram em ação

No Brasil, o governo federal paga pelas vacinas, mas os municípios são responsáveis

pelos custos associados com a administração e muitos praticamente não têm recursos

nem para a folha de pagamento. Custo e capacidade são considerações importantes,

especialmente quando outras vacinas aparecem no mercado. É de pouca utilidade aumentar

a conscientização sobre a vacinação se não houver uma equipe treinada disponível para

fornecer as vacinas. O declínio na cobertura da vacina pode estar relacionado ao fato de que

o número de vacinas no calendário aumentou, enquanto a força de trabalho não. A Argentina

está enfrentando restrições de orçamento adicionais devido às dificuldades da desvalorização

do peso. Estes problemas financeiros, provavelmente terão um efeito sobre a cobertura da

vacina meningocócica.

O Brasil apresentou uma redução do estoque de vacina meningocócica em todos os meses

de 2018, destacando a necessidade de uma discussão em nível global sobre a manutenção

do fornecimento de vacinas para garantir a ampla cobertura da vacina. A Argentina enfrenta

problemas semelhantes com a demanda de vacina em decorrência da escassez.

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Sabin Vaccine Institute • Seminário Latino-americano de doença meningocócica 2018 31

Influência da tecnologia e criatividade para o engajamento

A tecnologia das informações sobre a saúde oferece o potencial para abordagens criativas

para identificar indivíduos suscetíveis. A padronização dos registros médicos pode ajudar a

abordar lacunas na vacinação.

Alguns municípios exigem vacinação para crianças muito jovens e para ingressar na escola;

a forte colaboração entre escolas e centros de saúde comunitária locais ajuda na cobertura.

Um exemplo de divulgação criativa e bem-sucedida ocorreu em uma pequena cidade

argentina que mobilizou adolescentes para realizar pesquisas, organizar as oportunidades de

vacinação e estimular os familiares em risco a receber a vacina.

Durante a Semana de vacinação nas Américas, Córdoba sediou eventos sociais noturnos

(shows, apresentações, etc.) e administrou uma série de vacinas a milhares de pessoas. O

sucesso deste esforço enfatiza a importância do envolvimento das pessoas e comunidades.

No Peru, uma autoridade de saúde proeminente usou sua filha adolescente como o rosto de

uma campanha de vacinação contra HPV.

Na Argentina, o aumento do sarampo incitou uma campanha de vacinação; apesar de não

atingir a meta de 95 por cento de cobertura, houve uma cobertura de 86 por cento em

apenas oito semanas. Isto é difícil, mas necessário para divulgar os benefícios da vacina para

aqueles que não foram acometidos nem apresentaram a doença.

COMPREENDER O ÔNUS ECONÔMICO DA DOENÇA MENINGOCÓCICA

Poucos estudos abordam os aspectos farmacoeconômicos da doença meningocócica e

menos ainda incorporam um ponto de vista latino americano. Uma vez que a meningite é

imprevisível, é difícil construir modelos confiáveis. Outros obstáculos ao desenvolvimento de

uma abordagem baseada em evidências encontram-se a seguir:

• É difícil encontrar informações sobre o uso de recursos de saúde, tais

como o número de dias de internação, quantos pacientes são submetidos

a terapia intensiva ou quantos pacientes ambulatoriais são hospitalizados.

Esses fatores são importantes para a avaliação econômica.

• As listas de preço e as tabelas de preço não fornecem uma

imagem detalhada dos custos reais. Além disso, as tabelas de preço

frequentemente superestimam os custos. Nos países com sistemas de

saúde públicos e privados, é desafiador definir os custos gerais.

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Sabin Vaccine Institute • Seminário Latino-americano de doença meningocócica 2018 32

• A ausência de diagnósticos leva a uma ausência de dados específicos da

doença em relação a tratamento, hospitalização e outras questões.

• A falta de dados eletrônicos dificulta as pesquisas.

• É difícil acompanhar as despesas correntes, tais como os custos indiretos

com transporte para buscar tratamento e a proporção dos custos

correntes em relação à renda familiar.

• Flutuações econômicas afetam as avaliações; embora as projeções de

longo prazo possam ser aplicáveis em economias estáveis; isso pode não

ser o caso de economias instáveis.

Outras questões que complicam as análises econômicas são específicas da meningite:

• Há poucos sinais clínicos da doença confiáveis; a manifestação da

doença varia em cada indivíduo. O sequenciamento genético é

necessário para identificar as cepas específicas circulantes.

• A carga da meningite é baixa, em comparação com outras doenças

evitáveis por vacinas.

• A taxa de mortalidade e a taxa de sequelas são altas, aumentando os

custos relacionados à doença.

• O impacto em uma comunidade é importante para a tomada de decisões

e as opiniões de cada indivíduo são também importantes. A meningite

precisa de mais alcance público do que outras doenças.

• A doença se manifesta como surtos, o que pode ser dispendioso.

A Iniciativa ProVac (estabelecida pela PAHO) promoveu a tomada de decisões baseada

em evidências e aplicou uma fórmula para análise de custo-eficácia que leva em conta

a economia de custos com tratamento e qualidade de vida-anos. Os denominadores do

benefício de saúde derivam da taxa de incidência. No caso da meningite, uma taxa de

incidência de 0,6 casos por 100.000 habitantes gera uma vacina extremamente cara — ou

seja, a vacina é eficaz, mas não satisfaz um limiar de custo-eficácia.

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Sabin Vaccine Institute • Seminário Latino-americano de doença meningocócica 2018 33

Como a avaliação econômica é alcançada?

Slide cortesia de Norberto Giglio.

CustosTratamentosB – CustosTratamentosA ∆ Custo

∆ QALYICER ==

QALYsTratamentosB – QALYsTratamentosA

Avaliar os custos e resultados dos tratamentos alternativos

A lucratividade ajuda a responder à pergunta: O benefício à saúde compensa os custos?

Além da relação custo-benefício, outras considerações justificam atenção, tais como as

recomendações internacionais, efetividade do programa de vacinação, prioridades nacionais,

métodos de gerenciamento, viabilidade de distribuição, medidas tomadas em outros países

e carga da doença. Os dados sobre meningite na América Latina e no Caribe apresentados

em 2012 mostraram custos entre US$ 4.000 e US$ 6.500 por paciente, com os custos de

controle de surtos atingindo mais de US$ 3 milhões em algumas regiões.

O cronograma da análise importa. Por exemplo, no curto prazo (p. ex., ao longo de um

período de 5 anos), a sequela da meningite mais economicamente significativa é a otite.

Ao longo de um período de 25 anos, as sequelas de longo prazo — perda de audição,

convulsões, comprometimento da visão ou motor ou sepse associada à amputação —

superam em muito os custos relacionados às sequelas agudas. Um estudo analisou todos

os custos associados com as sequelas de longo prazo durante um período de 5 anos e

encontrou um custo médio de US$ 12.000 por paciente por ano.

É importante que os pesquisadores trabalhem com os familiares para obter informações

detalhadas, pois as famílias são as únicas pessoas a checarem todos os custos relacionados.

Escalas validadas para medir o impacto da meningite sobre a qualidade de vida devem ser

adaptadas para a captura de alguns desses custos.

São necessárias mais pesquisas sobre o impacto da DMI em indivíduos, familiares, sistemas

de saúde e comunidades. A região da América Latina e Caribe deve trabalhar em direção à

melhora dos sistemas de manutenção de registros e adaptá-los às necessidades de pesquisa

farmacoeconômicas de modo a fornecer evidências de alta qualidade que possam trazer

informações para o processo de tomada de decisão.

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Sabin Vaccine Institute • Seminário Latino-americano de doença meningocócica 2018 34

PRINCIPAIS TEMAS, SUGESTÕES E CONCLUSÕES

Alguns dos principais temas surgiram no seminário e através das apresentações e discussões;

uma série de sugestões foi feita para abordar esses temas. Embora o seminário não tenha

incluído um processo formal para o desenvolvimento de recomendações, os participantes

identificaram muitas ideias que valem a pena perseguir em nível local, nacional e global.

Entender a carga total da doença é complicado, principalmente na América Latina

• Os pesquisadores usam diferentes metodologias, ferramentas e

definições, o que impede as comparações entre os dados.

• O diagnóstico da doença meningocócica é difícil e os testes diagnósticos

são dispendiosos.

• Os dados são insuficientemente detalhados em relação aos fatores que

influenciam a relação custo-eficácia, p. ex., utilização de recursos, custos

indiretos, despesas correntes e a carga econômica de longo prazo das

sequelas.

• A falta de sistemas eletrônicos de dados dificulta a pesquisa.

Conclusão

• A OMS busca abordar definições, diagnóstico e necessidades de vigilância

como parte de sua Iniciativa para Erradicar a Meningite até 2030.

A falta de sistemas de vigilância abrangentes dificulta para alguns países da América Latina tomar decisões locais relativas à prevenção, controle e resposta

• Os países não têm a capacidade de uma vigilância abrangente, incluindo

equipe treinada, laboratórios adequadamente equipados e sistemas de

coleta de dados abrangentes.

• A falta de dados locais minimiza o impacto da doença, assim, a vacinação

não é coberta pelos programas nacionais de vacinação.

• A tecnologia de sequenciamento avançado é necessária para

compreender melhor os padrões, vias e evolução da doença.

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Sabin Vaccine Institute • Seminário Latino-americano de doença meningocócica 2018 35

Sugestões

• Não espere por dados locais para implementar as recomendações de

vacinação para aqueles em risco elevado de doença meningocócica;

a literatura é suficiente para apoiar a vacinação nessas populações,

independentemente da localização.

• Padronize os prontuários médicos para melhor identificar os indivíduos

suscetíveis.

• Reivindique as medidas legais nacionais para apoiar a vigilância e os

programas de vacinação.

• Implemente a vigilância quando as vacinas forem introduzidas, de modo

a avaliar o impacto das mesmas e divulgar as estratégias de vacinação.

Sustentabilidade é um desafio enorme nos níveis local, estadual e nacional

• Garantir amplo acesso às vacinas necessárias exige recursos financeiros

para vacinas e infraestrutura, bem como para investimento na força de

trabalho.

• Muitos países não têm recursos suficientes para vacinar rotineiramente

os pré-adolescentes e adolescentes, populações que são as principais

portadoras da doença meningocócica.

• O suprimento de vacina meningocócica é insuficiente e precisa ser

abordado em nível mundial.

• O acesso à vacina gratuita é essencial para garantir que a maioria das

populações vulneráveis a recebam.

• O aumento da amplitude e complexidade do calendário de vacinação

significa que os custos aumentam constantemente.

Sugestões

• Um plano antecipado deve levar em conta o modo de manutenção dos

programas de vacinação ao longo do tempo, especialmente à medida

que novas vacinas são introduzidas.

• Considerar uma colaboração entre vários países para compra de vacinas

(p. ex., através do Fundo Rotativo da PAHO).

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Sabin Vaccine Institute • Seminário Latino-americano de doença meningocócica 2018 36

• A colaboração entre escolas e profissionais de saúde pública (do nível

local até o nível nacional/federal) pode ajudar no aumento das taxas de

vacinação em crianças em idade escolar.

Os profissionais da saúde e a população precisam de educação e conscientização sobre a doença e a vacinação

• Os profissionais da saúde carecem de evidências e conhecimentos a

respeito da vacinação de pacientes imunocomprometidos e de outras

pessoas em risco elevado (apesar das várias diretrizes e recursos

disponíveis).

• A complexidade do calendário de vacinação afeta a aceitação pelos pais

e as atividades dos profissionais da saúde.

Sugestões

• Facilite a colaboração entre autoridades de saúde pública, comunidades

científicas e médicas e a mídia para garantir o recebimento de mensagens

coesas e uma abordagem unificada para combater a doença.

• Comunique frequentemente com a população durante os surtos.

• Envolva os profissionais da saúde locais de confiança para agir durante os

surtos.

• Busque novos métodos para se comunicar, tais como a mídia social, bem

como as abordagens tradicionais, como os meios de comunicação em

massa.

• Capacite e treine os profissionais da saúde sobre controle de surtos,

abordagem de populações de alto risco e adesão ao calendário de

administração das doses inicial e reforços da vacina.

• Prepare os profissionais da saúde para responder às dúvidas e

preocupações dos pais em relação à vacinação.

• Trate as informações incorretas (p. ex., usando mídias sociais) fornecendo

informações precisas e desfazendo mitos.

• Mobilize as partes interessadas envolvidas, incluindo membros da

população, para que se envolvam com a educação de seus familiares e

comunidades.

• Ofereça vacinas e capacitação em eventos sociais.

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Sabin Vaccine Institute • Seminário Latino-americano de doença meningocócica 2018 37

Ao considerar uma futura programação sobre doença meningocócica, um componente

essencial para desenvolver um programa baseado em evidências inclui sistemas robustos de

vigilância epidemiológica com vigilância da DMI específica do sorogrupo; dados precisos,

confiáveis e oportunos sobre a carga da doença meningocócica e planos de comunicação

informativos que envolvam a comunidade mais ampla nos níveis local e nacional, incluindo

os tomadores de decisão. À medida que a programação do país evolui, os recursos,

metodologias e abordagens terão que se adaptar e fomentar a colaboração cruzada entre as

partes interessadas. Com uma decisão por uma melhor vigilância para informar os programas

e monitorar o impacto, bem como a implementação da Iniciativa de Erradicar a Meningite

até 2030 da OMS, há um roteiro claro para a comunidade de saúde relativa ao controle e

prevenção da meningite.

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Sabin Vaccine Institute • Seminário Latino-americano de doença meningocócica 2018 38

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Sabin Vaccine Institute • Seminário Latino-americano de doença meningocócica 2018 39

RECURSOS RELACIONADOS

Os seguintes materiais foram recomendados aos participantes antes do Seminário Latino-

americano de doença meningocócica da América Latina, de 12 a 13 de dezembro de 2018.

Anonychuk A, Woo G, Vyse A, Demarteau N, Tricco AC. The cost and public health burden of

invasive meningococcal disease outbreaks: a systematic review. Pharmacoecon. 2013;31:563–

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Sabin Vaccine Institute • Seminário Latino-americano de doença meningocócica 2018 41

ANEXO A: PAUTA: SEMINÁRIO LATINO-AMERICANO DE DOENÇA MENINGOCÓCICA, 12 A 13 DE DEZEMBRO DE 2018

33

ANEXO A: PAUTA: SEMINÁRIO LATINO-AMERICANO DE DOENÇA MENINGOCÓCICA, 12 A 13 DE DEZEMBRO DE 2018

12 de dezembro de 2018 8:15 às 8:30 Inscrição

Sessão I – Carga da doença meningocócica Moderada por Norberto Giglio, Hospital de Niños Ricardo Gutiérrez

8:30 às 9:00 Observações de boas-vindas Bruce Gellin, Sabin Vaccine Institute

9:00 às 9:30 Carga globa da doença meningocócica invasiva Oliver Ronveaux, Organização Mundial de Saúde

9:30 às 10:00 Epidemiologia da doença meningocócica na região da América Latina

Lúcia Helena de Oliveira, Organização Pan-Americana de Saúde

10:00 às 10:30 Epidemiologia da doença meningocócica na Argentina e no Brasil

Angela Gentile, Hospital de Niños Ricardo Gutiérrez e Camile de Moraes, Ministério da Saúde, Brasil

10:30 às 11:00 Discussão

11:00 às 11:30 INTERVALO

Sessão II – Vacinas meningocócicas Moderada por Isabella Ballalai, Sociedade Brasileira de Imunização

11:30 às 12:00 Vacinas meningocócicas Marco Aurélio P. Sáfadi, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa

12:00 às 12:30 Vacinas meningocócicas: Uma análise da eficácia e impacto

Lúcia Helena de Oliveira, Organização Pan-Americana de Saúde

12:30 às 13:00 Discussão

13:00 às 14:00 ALMOÇO

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Sabin Vaccine Institute • Seminário Latino-americano de doença meningocócica 2018 42

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Sessão III – Recomendações de vacinação para grupos em risco aumentado de DM Painel de discussão moderado por Angela Gentile, Hospital de Niños Ricardo Gutiérrez

14:00 às 14:30 Painel de participantes: Maria Catalina Pírez, Universidad de la República Uruguay e Enrique Casanueva, Universidade Austral

14:30 às 15:00 Discussão

Sessão IV – Modelos de vigilância epidemiológica Moderada por Lúcia Helena de Oliveira, Organização Pan-Americana de Saúde

15:00 às 15:30 Visão geral dos sistemas de vigilância Maria Tereza da Costa Oliveira, Organização Pan-Americana de Saúde

15:30 às 16:00 Análise da vigilância epidemiológica da doença meningocócica Olivier Ronveaux, Organização Mundial de Saúde

16:00 às 16:30 INTERVALO

16:30 às 17:00 Análise da vigilância laboratorial da doença meningocócica Márcio Galvão Pavan, Fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ

17:00 às 17:30 Novas ferramentas moleculares para vigilância da doença meningocócica

Ivano de Filippis, Fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ

17:30 às 18:00 Discussão

18:00 às 19:00 RECEPÇÃO DE BOAS-VINDAS

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Sabin Vaccine Institute • Seminário Latino-americano de doença meningocócica 2018 43

Este workshop e o relatório do encontro foram parcialmente apoiados por um subsídio

educacional da GlaxoSmithKline, que não teve influência ou envolvimento no conteúdo,

organização ou preparação de quaisquer atividades.

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13 de dezembro de 2018

Sessão V – Como lidar com um surto Moderada por Carla Domingues, Ministério da Saúde, Brasil

9:00 às 9:30 Surto de doença meningocócica no Chile Rodolfo Villena, Universidade do Chile

9:30 às 10:00 Surto de doença meningocócica no Brasil Marco Aurélio P. Sáfadi, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa

10:00 às 10:30 Percepções sobre os surtos de doença meningocócica Lucy McNamara, Centros de Controle e Prevenção de Doenças

10:30 às 11:00 Discussão

11:00 às 11:30 INTERVALO

Sessão VI – Vacinas meningocócicas na Argentina e no Brasil, a experiência do programa nacional de imunização Painel de discussão moderado por Olivier Ronveaux, Organização Mundial da Saúde

11:30 às 12:30 Painel de participantes: Cristian Biscayart, Ministério da Saúde, Argentina e Carla Domingues, Ministério da Saúde, Brasil

12:30 às 13:00 Discussão

13:00 às 14:00 ALMOÇO

Sessão VII – Desafios da pesquisa Moderada por Norberto Giglio, Hospital de Niños Ricardo Gutiérrez

14:00 às 14:30 Aspectos farmacoeconômicos da doença meningocócica Norberto Giglio, Hospital de Niños Ricardo Gutiérrez

14:30 às 15:00 Sistemas de vigilância meningocócica: fundamento para abordar questões mais amplas

Lucy McNamara, Centros de Controle e Prevenção de Doenças

15:00 às 15:30 Discussão

15:30 às 16:00 Resumo e considerações finais Co-presidentes do seminário

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ANEXO B: PARTICIPANTES: SEMINÁRIO LATINO-AMERICANO DE DOENÇA MENINGOCÓCICA, 12 A 13 DE DEZEMBRO DE 20181. Adriana M. Efron, Ministério da Saúde, Argentina

2. Adyen Pericón, Ministério da Saúde, Bolívia

3. Alvaro Whittembury, Organização Pan-Americana de Saúde, Peru

4. Ana María Moreno Leon, Hospita l Santa Bárbara, Bolívia

5. Andrea Villa lobos, Organização Pan-Americana de Saúde, Estados Unidos da América

6. Angela Gentile, Hospita l de Niños Ricardo Gutiérrez, Argentina

7. Bruce Gellin, Sabin Vaccine Institute, Estados Unidos da América

8. Camile de Moraes, Ministério da Saúde, Brasil

9. Carla Magda S. Domingues, Ministério da Saúde, Brasil

10. Carlos Terán Escalera, Hospita l Albina Patiño en Cochabamba, Bolívia

11. Carolina Duarte, Instituto Nacional de Sa lud, Colômbia

12. Claudia Ortiz, Organização Pan-Americana de Saúde, Estados Unidos da América

13. Claudia Vanessa González Fleitas, Hospita l Instituto de Previsión Socia l, Paraguai

14. Cristian Biscayart, Ministério da Saúde, Argentina

15. Dina Jeanette Castro, Ministério da Saúde, Honduras

16. Enrique Casanueva, Hospita l Universitario Austra l, Argentina

17. Faviola Valdivia Guerrero, Instituto Nacional de Salud, Peru

18. Flor de María Peceros Peláez, Instituto Nacional de Salud, Peru

19. Helena Salas, Instituto Nacional de Salud, Colômbia

20. Hugo Mezarina Esquivel, Hospital de Emergencias Pediátricas, Peru

21. Ida Berenice Molina, Ministério da Saúde, Honduras

22. Isabella Ballalai, Sociedade Brasileira de Imunização, Brasil

23. Ivano de Filippis, Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ, Brasil

24. Ivy Lorena Talavera, Organização Pan-Americana de Saúde, Colômbia

25. Jazmina Del Rosario Umaña Rivera, Ministério da Saúde, Nicarágua

26. José Paulo Gagliardi Leite, Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Ministério da Saúde, Brasil

27. Juan Carlos Mercado Lopez, Ministério da Saúde, Nicarágua

28. Juana Rosario Rodríguez Rivera, Hospital Goyeneche, Peru

29. Karen Eliana Vargas Ramirez, Hospital Fundación de la Misericordia, Colômbia

30. Lorena Grau Merlo, Hospital General Pediátrico Acosta Ñu, Paraguai

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Sabin Vaccine Institute • Seminário Latino-americano de doença meningocócica 2018 45

31. Lúcia Helena de Oliveira, Organização Pan-Americana de Saúde, Estados Unidos da América

32. Lucy McNamara, Centros de Controle e Prevenção de Doenças, Estados Unidos da América

33. Luis Ángel Ordóñez Ibargüen, Ministério da Saúde, Peru

34. Márcio Galvão Pavan, Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ, Brasil

35. Marco Aurélio P. Sáfadi, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa, Brasil

36. Maria Catalina Pirez, Universidad de la República Uruguai, Uruguai

37. Maria Del Valle Juarez, Ministério da Saúde, Argentina

38. Maria Enilda Vega Bogado, Hospital Nacional, Paraguai

39. María Eugenia León Ayala, Ministério da Saúde, Paraguai

40. Maria Liz Gamarra Ramírez, Ministério da Saúde, Paraguai

41. Maria Tereza da Costa, Organização Pan-Americana de Saúde, Estados Unidos da América

42. Martha Sanchez Domenech, Ministério da Saúde, Equador

43. Marta Von Horoch, Ministério da Saúde, Paraguai

44. Mirta Magariños, Organização Pan-Americana de Saúde, Argentina

45. Nancy Lizeth Avila Rodríguez, Instituto Hondureño de Seguridad Social, Honduras

46. Norberto Giglio, Hospital de Niños Ricardo Gutiérrez, Argentina

47. Odalys Garcia, Organização Pan-Americana de Saúde, Honduras

48. Olivier Ronveaux, Organização Mundial da Saúde, Suíça

49. Oscar Herminio Lopez, Hospital de Pediatría Dr. Fernando Barrero, Argentina

50. Rodolfo Villena Martinez, Universidade do Chile, Chile

51. Rosario Quiroga, Organização Pan-Americana de Saúde, Bolívia

52. Roxana Castillo, Ministério da Saúde, Honduras

53. Saúl Soto, Hospital Escuela, Honduras

54. Soraya del Carmen Solano López, Hospital Infantil Manuel de Jesús Rivera, Nicarágua

55. Teresa Encina, Hospital de Niños Dr. Víctor J. Vilela, Argentina

56. Yenny Rodriguez, Hospital Fundación de la Misericordia, Colômbia

57. Yolanda Narvaez San Martín, Ministério da Saúde, Equador