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Sábado 25 | Abril | 2015 Diretor Raul Tavares Semanário | Edição 852 | 9ª série Região de Setúbal Distribuído com o Expresso Venda interdita Pela segunda vez consecutiva, o universo Montepio vai assentar arraiais em Tróia, em mais uma jornada de convívio. O adminis- trador Carlos Beato antecipa a jornada e fala de mutualismo. Os concessionários da Costa da Caparica vão ver as suas ren- das reduzidas e outras benesses para atenuar os prejuízos dos últimos anos. A promessa foi de- xiada esta semana pelo secretá- rio de Estado Castro Guerra. ENTREVISTA CARLOS BEATO SOCIEDADE CONCESSIONÁRIOS DA COSTA GANHAM APOIOS Esta é a madrugada que eu esperava O dia inicial inteiro e limpo Onde emergimos da noite e do silêncio E livres habitamos a substância do tempo Abril 41 anos a comunicar em liberdade 25 Refinaria de Sines Apoiamos o desenvolvimento da atividade cultural, desportiva e social, por um futuro mais positivo para os concelhos de Sines e Santiago do Cacém. semmais A situação vem expressa num relatório da ERSAR e deixa cla- ro uma enoeme insuficiência da cobrança. Alcácer do Sal surge à cabeça, com 65,8 por cento de consumo de água não faturado. SOCIEDADE REGIÃO DEIXA ESCAPAR 40% DA FATURA DA ÁGUA

Semmais 25 abril 2015

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Edição do Semmais de 25 de Abril

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Sábado 25 | Abril | 2015

Diretor Raul TavaresSemanário | Edição 852 | 9ª série

Região de SetúbalDistribuído com o Expresso

Venda interdita

Sophia de Mello Breyner Andresen

Pela segunda vez consecutiva, o universo Montepio vai assentar arraiais em Tróia, em mais uma jornada de convívio. O adminis-trador Carlos Beato antecipa a jornada e fala de mutualismo.

Os concessionários da Costa da Caparica vão ver as suas ren-das reduzidas e outras benesses para atenuar os prejuízos dos últimos anos. A promessa foi de-xiada esta semana pelo secretá-rio de Estado Castro Guerra.

ENTREVISTA CARLOS BEATO

SOCIEDADE CONCESSIONÁRIOS DA COSTA GANHAM APOIOS

1974 | 2015

Esta é a madrugada que eu esperavaO dia inicial inteiro e limpoOnde emergimos da noite e do silêncioE livres habitamos a substância do tempo

Abril 41 anos a comunicar em liberdade

25

Refinaria de SinesApoiamos o desenvolvimento da atividade cultural, desportiva e social,por um futuro mais positivo para os concelhos de Sines e Santiago do Cacém.

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semmais

A situação vem expressa num relatório da ERSAR e deixa cla-ro uma enoeme insuficiência da cobrança. Alcácer do Sal surge à cabeça, com 65,8 por cento de consumo de água não faturado.

SOCIEDADE REGIÃO DEIXA ESCAPAR40% DA FATURA DA ÁGUA

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SOCIEDADE

O novo visto prévio na comunicação social

Os partidos da governação têm sido férteis em parir ideias peregrinas e, não rara-mente, gostam do confron-to. Provoca-o mesmo. É um sentido político, uma forma de estar. E nesta nova cru-zada contam até com o novo PS de Costa.Lembraram-se agora, como se nada mais houvesse a im-portunar os seus ideólogos, de entrar nas comportas da comunicação social e poli-ciá-las previamente. A ideia de obrigar os jornais, as rá-dios e as televisões a entre-gar um plano de tratamento jornalístico antes do início da pré-campanha eleitoral para as próximas legislati-vas, para além de ser uma aberração é repugnante.Uma comissão (mais uma) avaliará, com a chancela de um visto prévio (que coi-sa do passado) as decisões editoriais de como os ór-gãos de comunicação social se aprestam para levar aos portugueses a forma como acompanharão os partidos e seus candidatos. Presume-se, entre arruadas, comí-cios, debates, conferências e, quem sabe, as verborreias mentais que sempre marcam os ciclos eleitorais.As exigências na cobertura das Legislativas são radicais e penetram naquilo que para a comunicação social é ine-gociável: a gestão editorial. E por ser tão radical, perde-se a oportunidade de acertar algumas regras que pode-riam melhorar a proporcio-nalidade de acesso aos ‘me-dia’ de todos os partidos nesta desdita eleitoral.Há, neste plano tripartido, um cerceamento das liber-dades e da autonomia dos órgãos de comunicação so-cial, garante maior do Estado democrático, e um desvirtu-amento do papel do quem legisla e de quem tem por missão informar de forma livre, em nome dos seus lei-tores e demais destinatários.Esperamos, neste caso, que possa haver bom-senso en-tre as partes e que a classe jornalística saiba responder à letra. A avançar, abre-se um perigoso precedente que não mais terá fim. Afinal os guardas-do-portão são os jornalistas e não os políticos.

EDITO

RIAL

Raul TavaresDiretor

Diretor Raul Tavares | Editor-Chefe Roberto Dores | Redação: Anabela Ventura, António Luís, Bernardo Lourenço, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores | Departamento Comercial Cristina Almeida - coordenação | Direção de arte e design de comunicação José Teófilo Duarte com João Silva DDLXServiços Administrativos e Financeiros Mila Oliveira | Distribuição José Ricardo e Carlos Lóio | Propriedade e Editor Mediasado, Lda; NIPC 506 806 537 Concessão Produto Mediasado, Lda NIPC 506 806 537 | Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: [email protected]; [email protected]. | Telefone: 93 53 88 102; Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA. Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Maiscom, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98se

mmais

Uma média de 38,8% da água captada tratada e distribuída pe-los sistemas de abastecimento nos vários concelhos da região não é faturada, segundo os da-dos revelados pela Entidade Re-guladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), o que cor-responde a uma situação «clara-mente insatisfatória», segundo a avaliação da própria ERSAR, após ter realizado uma auditoria aos serviços de abastecimento de água. O município de Alcácer do Sal surge à cabeça da lista, com 65,8% de água não fatu-rada, enquanto Almada merece «nota mais» com apenas 26,7%. A entidade reguladora adianta que a água não faturada inclui

perdas reais através de fissuras, roturas e extravasamentos de água e ainda perdas aparentes devido a imprecisões nas medi-ções, furto ou uso ilícito de água. Há ainda perdas correspon-dentes a consumos autorizados mas não faturados, que corres-pondem a água para lavagem de ruas, rega de espaços ver-des municipais, alimentação de fonte e fontanários, lavagem de condutas e coletores de esgotos e combate a incêndios. Por con-celhos, logo a seguir a Alcácer do Sal, surge Odemira (52,4%), Palmela (43,3), Grândola (42,6). Montijo (42,5) e Sesimbra (40,1). Entre os melhores, surge Setúbal logo a seguir a Almada, com 27% da água não faturada, Alcochete (29,9), Sines (32,5), Seixal (33,1)

AUDITORIA DA ERSAR

Quase 40% da água escapa à fatura na região

O relatório da ERSAR diz que a situação é «insa-

tisfatória» e revela que o município

de Alcácer surge à cabeça, com 65,8

por cento de con-sumo de água não faturado. Almada

é o sistema mais rigoroso, com ape-

nas 26,7 por cento de ‘fugas’.

Moita (34,2), Santiago do Cacém (36) e Barreiro (37,9).Tendência para casos mais gra-vosos em zonas ruraisTal como há um ano, também hoje a entidade reguladora con-cluiu que além das perdas reais e as restantes perdas aparentes, há ainda os consumos autoriza-dos mas não faturados, sendo que a região segue a tendência dos casos mais gravosos nas áreas rurais. Porém, a região fica, ainda assim, uns furos abai-xo da região Norte, onde há mui-tos municípios que não faturam mais de 70% da água, como é o caso de Macedo de Cavaleiros - no topo da lista. Segundo o presidente da ER-SAR, Jaime Melo Baptista, «as perdas comerciais deviam ser

tratadas rapidamente, porque são fáceis de resolver». As recei-tas seriam usadas para comba-ter as perdas reais, nas roturas, que exigem investimentos pre-ventivos na rede. «Tudo isso é mais caro e mais difícil», explica o presidente da ERSAR.Jaime Melo Baptista adianta, ain-da, que não utilizar a rede pública de abastecimento pode ser ilegal. «O que a lei diz é que quando uma habitação tem rede disponível a menos de 20 metros, é obrigatória a ligação», sublinha. Ainda assim, os baixos índices, per-capita, de alguns concelhos revelam proble-mas económicos, em vez de es-quemas de poupança, como seria de prever. A «água não faturada» é um dos indicadores utilizados nas estatísticas da ERSAR.

TEXTO ROBERTO DORES

O Festival da Flor, que termina este domingo no Forum Mon-tijo, está a ser um sucesso em termos de visitantes e de pro-moção da região. «Estamos a promover a região e o que de melhor ela apresenta. Sempre que possível, iremos oferecer o nosso espaço para eventos que dinamizem a região», realça

Sara Santos, a diretora do Fo-rum. Segundo a mesma fonte, foram disponibilizadas mais de 50 mil flores de corte e mais de 2 mil envasadas em todas as pe-ças florais. «Conseguimos pro-mover as flores do Montijo e demonstrar a importância que têm as estufas e que empre-gam mais de mil pessoas na re-

gião», vinca. Devido à receção «fantástica» da iniciativa, Sara Santos revela que «já temos pedidos para dar continuida-de a este evento», sublinhan-do que os workshops de arte floral foram o ponto alto do festival. «As pessoas tiveram gosto em aprender arte floral e em manusear a flor com o

FESTIVAL DA FLOR

Homenagem ao que de melhor se faz na região

cuidado que ela necessita».O Festival da Flor, que nasceu da parceria do Forum Montijo com a marca Flores do Montijo e com a Associação de Produ-tores de Plantas e Flores Na-turais, visou dar a conhecer o Montijo como capital da flor e como a cidade que «mais flores de corte produz».

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«A ideia é ter um retrato, o mais fiel possível, dos nossos alunos para podermos intervir nas mais variadas situações», revelou ao Semmais Natividade Coelho, co-ordenadora do designado Plano para a Igualdade do Agrupamen-to de Escolas Lima de Freitas.O caso do abandono escolar está entre as prioridades. «Vamos querer saber quem abandona mais. Rapazes ou raparigas? Em que idades?», avança a coorde-nadora, enquanto o “sucesso e insucesso» escolar também es-tão na linha da frente. «Onde é que as raparigas são fortes ou claudicam? Onde é que os ra-pazes são fortes ou claudicam? Depois, queremos cruzar uma série de dados estatísticos para que quando formos intervir pos-samos conhecer a realidade».O plano de que se fala não perde de vista a questão da violência entre as quatro paredes da esco-la. «Queremos saber se existem grupos de pressão relativamen-te à violência que condicionem o estabelecimento escolar, per-ceber se começam logo no jar-dim-de-infância, para podermos atuar o mais cedo possível junto dos alunos e famílias. Já temos professores a trabalhar nisso», acrescentou Natividade Coelho.A coordenadora do plano falava à margem de uma conferência que decorreu na escola, inse-rida no projeto «Juventude de Setúbal diz Não à Violência no Namoro», inserida na iniciativa Março Mulher, promovida pela SEIES, com o objetivo de dar vi-sibilidade a dinâmicas locais que aprofundem o exercício da cida-dania pelas mulheres.A campanha realizou-se entre os dias 16 e 20 de Março nas Es-colas Secundárias Sebastião da Gama, Lima de Freitas e D. João II, em Setúbal, segundo explicou a presidente da SEIES, Patrícia Patrício, através de seis sessões de prevenção da violência no

SETÚBAL ESCOLA LANÇA PROJETO-PILOTO A NÍVEL NACIONAL PARA DIAGNÓSTICO DE ABANDONO ESCOLAR E VIOLÊNCIA

Escola Lima de Freitas lança plano para a igualdade entre os alunos

SOCIEDADE

namoro. Há ainda 180 fotogra-fias nas quais os jovens dão a cara contra esta problemática, que continua a somar preocu-pações. Ciúme no namoro não é sinal de amor.Aliás, os dados revelados no en-contro por Sofia Neves, do Ins-tituto Universitário da Maia, fa-lam por si. Quatro em cada dez namoros são marcados por epi-sódios de violência em Portugal, segundo concluiu um recente estudo. Alguns casos assumem particular gravidade com amea-ça de armas e estrangulamento. Ciúmes e tentativa de controlo do parceiro estão na origem das agressões, que muitos casais consideram «normais».E é aqui que reside a maior preocupação de Balbina Silva, representante do núcleo de Se-túbal da Associação de Apoio à Vítima (APAV). «Quando vamos às escolas vemos que este com-portamento, com alguma agres-sividade, é encarado com natu-ralidade pelos alunos. Acham

TEXTO ROBERTO DORESIMAGEM SM

O projeto vai reunir percursos escolares dos 3 aos 21 anos de

idade, o primeiro do país com esta

dimensão. Um retrato estatístico que permite

abordar o fenómeno do abandono escolar e a ajudar a perceber a pressão à violência

que condiciona a escola e o ensino.

É um projeto-piloto nos estabelecimen-tos de ensino do país. O Agrupamen-to de Escolas Lima de Freitas tem em marcha um plano para a igualdade, que ambiciona fazer um diagnóstico det-alhado entre alunos e alunas, dos 3 aos 21 anos. Ou seja, do jardim-de-infância até ao 12º, o plano deverá reunir uma série de dados es-tatísticos para abor-dar, por exemplo, o fenómeno do aban-dono escolar, mas também ajudar a perceber se há gru-pos de pressão rela-tivamente à violên-cia que possam estar a condicionar a escola.

que o ciúme é um sinal de amor, isso começa a ficar enraizado e as pessoas não reagem», des-creveu a dirigente, para quem são estes comportamentos que também explicam o flagelo da violência doméstica.Balbina Silva acrescentou que não há uma solução infalível, justificando que os casos variam segundo as pessoas, mas não

dúvida que quanto mais prema-tura for a intervenção, maiores serão as possibilidades de êxi-to. «Há professores muito em-penhados, mas a escola, no seu todo, deixa passar estes proble-mas. É preciso que todos, escola, professores, pais, se juntem para trabalhar neste assunto, porque as várias campanhas não che-gam a todos», resumiu.

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SOCIEDADE

Com um investimento de 18 mil euros, é inaugurado este sábado, às 12h30, o Espaço de Lazer do Bairro 25 de Abril, com a presen-ça dos presidentes da Câmara de Setúbal, Dores Meira, e da Jun-ta de Freguesia de S. Sebastião, Nuno Costa.A obra, uma iniciativa da Junta de Freguesia de S. Sebastião, em parceria com o município sa-dino, destina-se, sobretudo, ao lazer e atividade física da popu-lação sénior do bairro e zonas envolventes. «Este novo espaço vem eliminar um problema de insalubridade, que, após a re-moção do areal e das grades, foi todo pavimentado», realça Nuno Costa.Além da pavimentação, o espa-

ço ganhou quatro equipamentos geriátricos, duas mesas, rodea-das de quatro cadeiras, e 8 novas árvores. «Este recinto, onde fun-cionou um parque infantil, tinha muitas reclamações e, com base no diálogo com os moradores, quisemos dar-lhe uma nova uti-lidade que pensamos que vai ao encontro das suas expetativas», diz Nuno Costa. Mas antes, às 12 horas, no mes-mo dia, é inaugurada a pista BMX, junto ao Parque Verde da Bela Vista, uma iniciativa do mu-nicípio, com o apoio da Junta de Freguesia de S. Sebastião. «Esta pista reúne todas as caraterísti-cas para acolher provas regio-nais, nacionais e internacionais», frisou o autarca.

Os concessionários das praias da Costa da Caparica vão bene-ficiar de uma redução de rendas de 47% e da extensão do prazo de contratos por mais cinco anos, anunciou esta semana o secretário de Estado do Orde-namento do Território e Con-servação da Natureza, Miguel de Castro Neto.O anúncio foi feito, terça-feira, no âmbito da assinatura de um protocolo entre o Estado e o conjunto de empresários que ocupam a frente urbana dos apoios de praia daquela loca-lidade, que conta ainda com a chancela da Câmara de Almada, Comissão Liquidatária da Cos-tapolis e Agência Portuguesa do Ambiente.

Esta decisão vem no sentido de garantir aos concessionários a minimização de prejuízos por via dos atrasos do Programa Polis da Caparica, que não che-gou a ser concluído, e das últi-mas investidas do mar na frente ribeirinha. «Com esta decisão, estes empresários passam a ter condições de continuar a sua atividade em igualdade de circunstâncias com outros que operam na mesma área», afir-mou Paulo Edson Cunha, o ad-vogado dos concessionários.Segundo o representante dos empresários, o protocolo per-mite assegurar, entre outras correções, «as justas reivindi-cações» dos lesados, que pas-sa por refletir «o investimento

que cada empresário realizou nos seus estabelecimentos», in-cluindo prazo e preço, a supor-tar por cada um. «É uma luta que começa a ter agora reflexos, iniciada há alguns anos, quan-do os concessionários se junta-ram na sequência dos prejuízos causados pela devastação que os seus estabelecimentos so-freram», afirmou Paulo Edson Cunha.Entretanto, o membro do Go-verno anunciou ainda que o Governo vai avaliar a possibi-lidade de incluir algumas obras que estavam previstas para a Caparica no novo Quadro Co-munitário de Apoio, de forma «a garantir o financiamento ne-cessário».

Concessionários da Costa da Caparica ganham fôlego com redução de rendas

Setúbal ganha dois novos espaços de lazer

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Dia 9 de Maio é uma data a su-blinhar no calendário. Quem quiser passar um dia “saboro-so” e recheado de muita anima-ção não deve perder o mercado gourmet do Colégio S. Filipe. Com um vasto e diversificado programa de actividades, o dia, aberto à população, promete ser inesquecível.O mercado gourmet vai colocar à disposição do público, para venda e degustação, os melho-res produtos regionais e biológi-cos, desde os queijos de azeitão, às tortas, ao azeite, passando pelo mel, e não deixando de par-te os morangos, os vinhos e toda a doçaria conventual. Para além de apresentar o que de melhor se faz na região, no que diz respeito à gastronomia, o mercado gourmet tem outro objetivo: dar a conhecer à popu-lação o Colégio S. Filipe, as suas instalações, os seus profissio-nais e todo o trabalho que reali-za ao longo do ano. Susana Alves, responsável de imagem e comunicação da in-tituição, explica como surgiu a

ideia de promover um mercado gourmet dentro da escola. «Nós temos um espaço exterior muito apelativo onde fazemos muitas iniciativas com as nossas crian-ças, com os pais e com toda a comunidade escolar. Numa reu-nião pensámos: por que não fa-zer aqui um mercado gourmet e abrir o colégio ao público, em geral, para que este possa co-nhecer a nossa instituição e a nossa atividade? Resolvemos juntar o útil ao agradável. Será uma espécie de open day».Neste dia, todas as pessoas terão a oportunidade de visitar o colé-gio e de ficar a conhecer todo o espaço envolvente. «Queremos que vejam o colégio de outra perspetiva. Temos as salas de aula, o ginásio, a piscina, a quin-ta pedagógica, o campo aventu-ra. Temos muito para mostrar!».Tendo sempre como pano de fundo as delícias gastronómi-cas da região e os produtos biológicos, vão ser diversas as atividades à disposição da po-pulação. Há iniciativas para to-dos os gostos e idades, tal como

INICIATIVA

No dia 9 de Maio, os produtos regionais e biológicos vão es-tar em destaque no Mercado Gourmet do Colégio S. Filipe. Para além das delí-cias gastronómicas, o dia promete muita animação.

explica Susana Alves. «Vamos ter vários espetáculos realiza-dos por alunos e professores, muitas atividades desportivas no campo aventura, insufláveis, workshops, esculturas». Con-tudo, a oferta não se esgota por aqui, salienta Susana Alves, acrescentando que haverá ainda um almoço convívio. «Vamos ter porco assado no espeto e feijoa-da. Quem quiser, pode aparecer a partir das 11 horas».Parentalidade positiva, para pais de crianças entre os 3 e os 10 anos, música para bebés e comida vegetariana são temas dos workshops agendados para o “dia aberto” (os dois primei-ros requerem inscrição através do nº 927551805). Para além destes, destaque ainda para o Workshop de Sumos Detox, pro-movido pela autora do livro “Su-mos Detox – Um Copo Por Dia Vai Mudar A Sua Vida”.O Mercado Gormet vai contar com cerca de duas dezenas de expositores. À frente de uma das bancas vão estar alguns “pupi-los” do S. Filipe. «Numa das bar-

raquinhas serão apresentados produtos nascidos e criados no próprio colégio. Nós temos uma quinta biológica e são as crian-ças que plantam, semeiam e colhem. Neste dia, elas próprias vão mostrar e vender as suas produções», refere a responsá-vel pela imagem e comunicação do colégio.Para além divulgar a gastrono-mia típica da região e de dar a conhecer o colégio, enquanto instituição escolar, o mercado gourmet assume ainda outro intuito. «Queremos contribuir para a promoção dos produto-res da região. Temos essa sensi-bilidade. Estes eventos, tal como as pequenas feiras, são uma boa forma que os produtores encontram para promoverem e divulgarem os seus produtos e a atividade que desenvolvem», realça Susana Alves.O Mercado Gourmet terá lugar no dia 9 de Maio, das 12 às 19 horas, no Colégio S. Filipe, Es-trada Vale de Mulatas, nº 5, Se-túbal.

TEXTO RITA MATOS

Mercado Gourmet abre colégio à comunidade

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BREV

ÍSSI

MAS O executivo aprovou, por maioria, com abstenção do PS e do CDS-PP,

na sessão de Câmara do dia 15, nos paços do concelho, a Prestação de Contas e Relatório de Gestão de 2014. Luís Franco caracterizou o ano em análise como um exercício de con-tenção e que traduz alguma recuperação financeira do município, ou seja, «uma redução da dívida global de 850 mil euros».«Mas o que é significativo é que a maior redução incida sobre a dívida de médio e longo prazos ao invés de incidir sobre a dívida de curto prazo», enfatizou Luís Franco, que acrescentou que neste contexto se verifica uma maior necessidade no que diz respeito à aprovação do Plano de Saneamento Financeiro, para de forma estruturada, convertendo a dí-vida de curto prazo em dívida de médio e longo prazo, permitir maior desafogo financeiro».

O arcebispo de Évora, D. José Alves, foi recebido esta semana nos Paços do Concelho pelo edil Vítor Proença, e manifestou «abertura e cooperação com o município, em função da melhoria da qualidade de vida das pessoas, porque afinal é isso que a igreja e a autarquia defendem sem perderem a sua identidade».D. José Alves, que iniciou em março uma visita às paróquias do con-celho, já visitou Palma e Vale de Guizo. A visita termina este domin-go.O edil agradeceu a presença do arcebispo em Alcácer, sublinhando ser de «grande importância a sua visita ao terreno, porque a autar-quia e a paróquia querem ambas a melhoria da qualidade de vida da sua população, inteirando-se dos seus problemas e das suas di-ficuldades». O arcebispo frisou que a visita proporcionou um «conhecimento re-alista» do município.

A grande final do 5.º Festival Cantar Abril terá lugar no dia 30, às 21h30, na Academia Almadense. Nesta noite, além de serem conhecidos os vencedores dos prémios Adriano Correia de Oliveira (Recriação), Ary dos Santos (Poesia), José Afonso (Tema Original), Carlos Paredes (Pré-mio Carreira), a cantautora galega Uxía, uma das vozes mais popula-res de Espanha, apresenta “Meu Canto”, o seu mais recente trabalho.O evento é um concurso bienal que pretende valorizar a música de in-tervenção e o seu papel na luta pela liberdade, através da recriação de canções da resistência de autores tão importantes como Zeca Afon-so, Fausto, Sérgio Godinho e José Mário Branco, entre outros, ou da criação de temas inéditos. O júri é constituído por José Manuel David, Amélia Muge, João Afonso, Samuel e André Santos

O executivo aprovou, dia 14, em reunião de Câmara, o Relatório e Contas 2014. O documento, com abstenções do PS e do MIG, espe-lha o esforço realizado pela autarquia liderada por Figueira Mendes para equilibrar contas, reduzir dívida e o prazo médio de pagamen-tos a fornecedores, e desta forma, cumprir com a lei dos compromis-sos e pagamentos em atraso e garantir capacidade de investimento, principalmente, para o novo QCA Portugal 2020.No documento constata-se as muitas ações e atividades implemen-tadas, mesmo com a afetação de verbas para abatimento da dívida e para o pagamento de compromissos assumidos pelo anterior execu-tivo, que rondou 1 milhão de euros, só para obras.O documento refere as muitas “ações de valorização e dinamização das potencialidades do território, e a estimulação da economia lo-cal”.

O Dia B ficou entre os 10 vencedores do prémio “Todos queremos o melhor para o nosso bairro”, organizado pela Comunidade EDP e a “Visão”, com o alto patrocínio da Presidência da República. O pré-mio, de 5 mil euros, reverterá para material a utilizar no DIA B, que terá lugar a 5 (nas escolas) e 6 (espaço público) de junho. O resultado do concurso foi divulgado dia 17, no mesmo dia em que foi apresen-tada publicamente a 4.ª edição deste projeto de voluntariado urbano. Carlos Humberto referiu que os cidadãos podem e devem construir soluções para o Barreiro. «O DIA B é uma forma de dar um contributo e corresponsabilizar todos pelo concelho que vamos construindo», salientando a importância do «ato de participar, em que todos damos um pouco de nós para que todos em conjunto possamos receber algo melhor».

O Fórum Cultural José Manuel Figueiredo, na Baixa da Banheira, vai acolher o debate “Municipalização da Educação?”, promovido pelos Conselhos Municipais de Educação da Moita e do Barreiro e pelo Grupo de Professores em Defesa da Educação Pública e Universal. É já no dia 29, às 16 horas. Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, José Calçada, presi-dente do Sindicato dos Inspetores da Educação e do Ensino, e os pre-sidentes dos municípios da Moita e do Barreiro, Rui Garcia e Carlos Humberto, respetivamente, são os oradores deste debate, aberto à população.A Municipalização da Educação pode colocar em causa a autonomia das escolas e a Escola Pública e é neste âmbito que surge a necessi-dade de promover um amplo debate sobre este tema, bem como a petição pública “Municipalização da Educação?”.

ALCOCHETEaprova contas

e Relatório de Gestão de

2014

ALCÁCER DO SALArcebispo de Évora elogia

dinamismo de Alcácer

ALMADApremeia

cantigas de abril

GRÂNDOLAdiminui dívida em mais de 1,6

milhões de euros

MOITAMoita debate

municipalização da educação

BARREIROpremiado em

projeto de voluntariado

urbano

LOCAL

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A visão estratégica do município para a criação de uma cidade acessível a todos foi des-tacada quarta-feira, à noite, numa conferência que deu a conhecer os projetos em curso e planeados no setor da mobilidade. O vereador André Martins clarificou que as obras em curso ou já concretizadas «obede-cem a uma visão estratégica integrada dinamizada pela autarquia e devidamente enqua-drada na revisão do PDM».Na área dos transportes/mobilidade sustentável foi anunciada a aprovação da candida-tura comunitária promovida pelo município, com investimentos assegurados de 100 mil euros.A deslocalização da estação rodoviária da Av.ª 5 de Outubro para a Praça do Brasil, com a criação de um interface modal nas proximidades da estação ferroviária, num investimen-to de 2,8 milhões de euros, foi igualmente abordado.

O Dia Internacional do Jazz, que se celebra no próximo dia 30 de abril, é comemorado na mesma data com um concerto que marca o regresso de Marta Hugon ao concelho do Seixal, desta vez para apresentar o seu último trabalho discográfico no palco do auditório municipal, pelas 21.30 horas.A cantora e compositora apresenta “Off the Record”, ainda em fase de finalização, onde aparece acompanhada pelos seus companhei-ros do costume, nomeadamente Filipe Melo, no piano, Mário Del-gado, na guitarra, Nelson Cascais, no contrabaixo e baixo elétrico, e Luís Candeias, na bateria. Um disco que reflete a personalidade da vocalista que, para além do jazz, encontrou em Paul Simon, Joni Mitchell e Tom Waits a inspiração para esta nova aventura musical. A entrada para o concerto tem um custo de cinco euros.

SETÚBALSetúbal investe

na área da mobilidade

SEIXALMarta Hugon

celebra no Seixal

o Dia Internacional

do Jazz

LOCALA inauguração da requalificação do mercado municipal, este sábado, às 11 horas, repre-senta investimento de 800 mil euros.O edil Nuno Canta, que «gosta da obra final», considera que o projeto requalifica um edifício de 1957, que foi alvo de profundas obras, com vista a adequar o espaço às exi-gências comerciais, higino-sanitárias e funcionais, permitindo a sua valorização fun-cional e potenciando a sua frequência e utilização. «O projeto, apoiado pela UE, requa-lifica o edifício, dando-lhe um caráter patrimonial e cultural mais elevado», sublinha. A zona das frutas e legumes foi reabilitada; foram criadas novos espaços para as bancas de charcutaria; repavimentado o espaço da peixaria; reformulados os acessos pedo-nais; renovada a rede de telecomunicações, abastecimento de água e eletricidade e a pintura.

MONTIJOinaugura

requalificação do mercado

No âmbito da semana da freguesia de Quinta do Anjo, o município realizou, no dia 15, a reunião pública descentralizada numa coletividade local, tendo o município dis-tribuído, pelo movimento associativo local, apoios que ascendem a mais de 106 mil euros.Bastante participada pela população, que aproveitou a presença do executivo para partilhar necessidades e preocupações, e ficou a conhecer o ponto de situação sobre vários projetos em curso para a freguesia, a reunião foi marcada pela unanimidade gerada em torno das oito propostas que integraram a ordem do dia. Além da aprova-ção do relatório de resultados do período de discussão pública do Plano de Porme-nor de Bacelos e da ratificação da proposta de trabalhos a menos na rotunda da EN 379, que reduziu o valor da empreitada em mais de 24 mil euros.

PALMELAdistribui mais

de 106 mil euros pelo movimento

associativo

O dia 18 marcou a história da freguesia de Ermidas-Sado com a inauguração do Cen-tro Cultural de Ermidas. «Uma mais-valia para a freguesia, sublinhou Carlos Parrei-ra, presidente da Junta de Ermidas- Sado, que esteve acompanhado na cerimónia pelo edil Álvaro Beijinha. O presidente da Junta de Freguesia reforçou que o equipamento é «uma obra muito desejada pela população». Num investimento de 38 mil euros, o projeto foi candida-tado ao Programa de Desenvolvimento Rural (ProDer) e teve a comparticipação da Junta e da Câmara.O novo espaço cultural está instalado no edifício, já existente, no jardim local, que foi agora requalificado, engloba uma sala polivalente que está equipada com sistema de som, projetor e tela elétrica, servirá para exposições, espetáculos, cinema e outras atividades; e um bar.

SANTIAGO DO CACÉMinveste

38 mil euros em novo espaço

cultural

Jéssica Portugal, Karllos, Micaela e Sérgio Rossi vão animar a Festa em Honra do Senhor Jesus das Chagas, padroeiro dos pescadores de Sesimbra, dia 30, às 22 horas, no teatro João Mota, em Sesimbra. O espetáculo, organizado pela Irmandade do Senhor Jesus das Chagas preten-de criar um momento de convívio entre a população local.O certame conta com os habituais divertimentos e vendedores ambulantes. A feira insere-se nas festividades em Honra do Senhor Jesus das Chagas, padro-eiro dos pescadores de Sesimbra, que tem o seu momento alto dia 4 de maio, feriado municipal, com a procissão.O culto ao Senhor Jesus das Chagas, cujo início a tradição oral coloca em 1534, é a festividade mais importante para a comunidade marítima

SESIMBRAvenera Senhor

Jesus das Chagas

Um projeto focado em produtos de design sustentáveis e 100 por cento portugueses conquis-tou o 1.º lugar no Concurso de Ideias do Sines Tecnopolo – CriAtividade.O projeto Matter, desenvolvido por Ana Lima, quer apostar no aproveitamento de desperdícios da indústria agroalimentar para criação de objetos de design sustentáveis.A arquiteta de 34 anos, responsável pelo projeto, referiu que a participação no CriAtividade foi «uma mais-valia, sendo muito importante para a adaptação da ideia ao mercado» e a viagem ao Dubai, prémio que ganhou, «está a gerar enorme entusiasmo», nomeadamente com a pos-sibilidade de «trabalhar a ideia numa das maiores incubadoras do mundo».Em 2.º lugar ficou o Adamastor Smartwind, «um Barco Eco Gerador que transforma a marina num polo distribuidor de energia renovável».

SINESSines premeia

qualidade de produtos de design

sustentáveis

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CULTURA

O novo álbum de António Chai-nho, “Cumplicidades”, que as-sinala os 50 anos de carreira do guitarrista e compositor de San-tiago do Cacém, já chegou ao mercado e conta com a parti-cipação, entre outros, de Ana Bacalhau, Sara Tavares e Pedro Abrunhosa. O CD, editado pela Sony Music, foi produzido por António Chainho e pelo seu di-retor musical Ciro Bertini, com a assistência de Tiago Oliveira, e contém mais de uma dezena de novas canções originais e vários temas instrumentais para guitarra portuguesa, em que o músico é acompanhado, entre outros, pelo acordeonista Kepa Junquera e o trompetista Raul D’Oliveira. “Cumplicidades” sucede ao CD “LisGoa”, e conta ainda com as participações de Rui Veloso, Paulo de Carvalho, Fernando Ribeiro, Hélder Moutinho, Paulo Flores, Filipa Pais e Ana Vieira.António Chainho deposita ex-petativas «elevadas» no álbum, que na semana de saída atingiu

SANTIAGO DO CACÉM ESCOLA DA GUITARRA DO MESTRE ENSINA 16 JOVENS A TOCAR

Chainho celebra 50 anos de carreira com álbum “Cumplicidades”

o 2.º posto do top de vendas da AFP. Neste CD, o artista preten-de transmitir que «a versatilida-de da guitarra em termos gerais» e deixar, também, «uma marca forte» do Alentejo que o viu nas-cer e que tanto ama. Ao fazer o balanço dos 50 anos de carreira, António Chainho confessa que «está feliz», pois a

TEXTO ANTÓNIO LUÍS guitarra portuguesa está a ter «a atenção que merece e, cada vez mais, os jovens estão a aprender a tocar este instrumento, e ho-mens e mulheres a integrarem este instrumento nos seus con-certos». E reconhece que está no bom caminho. «A reação do público tem sido muito caloro-sa que até já me emocionei nos concertos. Por todo o carinho e palavras de incentivo, julgo que estou no bom caminho». A digressão de “Cumplicidades”, que arrancou em Évora, já pas-sou por Beja, Santa Maria da Feira, Estarreja, Loulé, Torres Vedras, Lisboa e Arcos de Valde-vez, sendo que ainda vai passar por Santiago do Cacém, Coim-bra e Lisboa. No estrangeiro estão agendados concertos nos Balcãs, Benelux e, talvez, Brasil e Argentina. A tour dos 50 anos terminará nos coliseus de Lis-boa e do Porto, em finais de Ja-neiro de 2016. António Chainho mantém em atividade uma escola de guitarra portuguesa em Santiago do Ca-cém, onde se encontram a estu-dar 16 jovens.

António Chainho mantém em atividade uma escola de guitarra portuguesa em Santiago do Cacém, onde se encontram a estudar 16 jovens.

Nos dias 25 e 26 de Abril o Teatro Estúdio Fontenova levará à cena “O Homún-culo” de Natália Correia, 50 anos depois da apreensão do texto pela PIDE, no Fórum Municipal Luísa Todi em Setúbal.Uma tragédia jocosa de Natália que subiu ao palco pela primeira vez no Portugal pós-ditadura pelas mãos da companhia. O encenador José Maria Dias diz-nos que “a sátira inspirada na figura de Salazar, não se circunscreve somente ao contexto de época, mental e sociopolítico que a motivou, a sua intemporalidade está na lingua-gem inventiva e ágil com que convoca o fazer teatral, bem como, na denúncia inteli-gente do despotismo repressor do pensamento livre e plural”. Salienta o texto como “uma raridade do teatro português que se situa no cruzamento entre a estética surre-alista, o teatro do absurdo e a sátira política”.A coragem cívica da voz poética de Natália, e o seu singular talento como dramatur-ga, encontra-se bem patente nesta peça em que o reino da Mortocália é a metáfora grotesca de um país onde reina Salarim, uma espécie de novo rei Ubu e seus acólitos, representantes dos poderes eclesial (o Bispo), militar (o General), académico e cor-porativo (o Bobo Mnemésicus).Para José Maria Dias “fazer este espectáculo no dia 25 de Abril é colocar o Teatro ao serviço da memória colectiva, contribuindo para que esta não se apague e muito concretamente estes tempos nunca mais se repitam”.“O Homúnculo” é uma aliciante encenação contemporânea que realça o humor mor-daz de Natália, com as interpretações de Bruno Moraes, Eduardo Dias, Ricardo Cam-pos e Sara Costa que o encenador nos diz “à altura das exigências de um ritmo a que a estética da comédia d’el arte não é estranha”. O espectáculo é provocatório e convida-nos à reflexão sobre o abuso dos poderes do estado face ao exercício da cidadania activa de cada indivíduo.Nos dias 2 e 3 de Maio, o TEF levará ao Teatro Joaquim Benite em Almada o seu es-pectáculo baseado na “Saudação a Walt Whitman” de Àlvaro de Campos.

Texto de Natália Correia que a PIDE proibiu em cena em Setúbal

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CULTURA

Academia de dança com aulas abertas A Academia de Dança Contem-porânea de Setúbal, no âmbito da 15.ª Semana da Dança, está a realizar, nas suas instalações, aulas abertas para crianças, jovens, pais e filhos. Dia 29, das 10h30 às 14h30, no Forum Luísa Todi, tem lugar o espetáculo da Pequena Companhia “His-tórias de Mábi”, para miúdos e graúdos, e no dia 30, às 21h30, no mesmo palco, há espetáculo para o público em geral.

ASA com revista de luxo

A revista popular “Vivá Re-vista, em Santo Amaro, claro!”, de autoria e encenação de João Braga, continua em cena, na Academia de Santo Amaro, em Lisboa, com música e orques-tração de Jorge Magalhães, coreografia de Fernanda Dias e figurinos de Joaquim Castelo.Os bombeiros, o parque Mayer, os polícias da Assembleia da República, os idosos, os investi-dores chineses e o panteão na-cional são alguns dos quadros desta divertida revista que tem como revelações João Amiano (dança, canção e interpretação) e Marta Abreu (fado).Carlos Fonseca, o presidente da ASA, realça que o espetáculo a ter uma «muito boa» adesão do público e que João Braga foi uma «agradável surpresa» na primeira revista que escreve e encena para a ASA, embora seja ator da casa há vários anos. «As críticas têm sido muito favo-ráveis ao espetáculo, estamos muito contentes», refere, com orgulho. A revista fica em cena até aos arraiais dos santos populares, depois faz pausa em agosto e volta em setembro para ficar até haver público.

AGENDA Bruno Munari escreveu este livro. Aqui explica para que servem os objectos e como se devem projectar. Para se conceber algo de novo deve-se entender antes o que já foi feito. Depois devemos perceber todas as envolventes técni-cas, capacidades e limitações, e a que público se destina o utensílio ou o produto de comunicação.Quando o director deste jornal me lançou o desafio de projectar um novo rosto para o objecto em causa, fui pela enésima vez vasculhar o tratado do mestre. Esta obra acompanha-me sempre. Até a casa onde habito lhe deve muito. Um manual útil e interventivo. O design contra o luxo e a estupidez. Por culpa do folhear frequente e do tempo, esse grande escultor, como escreveu Yourcenar, as páginas já caem de maduras. Comprei uma edição mais recente — capa redesenhada pela FBA — para o poder usar de novo com toda a eficácia. E pronto. É inevitável. Sempre que lá volto deparo com qualquer coisa nova. As lições de mestre Munari adaptam-se naturalmente aos desafios contemporâneos. A cabeça de página destas mi-nhas colaborações aqui no jornal são uma homenagem.Este jornal, o nosso caríssimo semmais, foi desenhado em tempos por Edgar Militão, entretanto residente algures na Nova Zelândia, mas responsável, à distância, por um dese-nho gráfico que funcionou. Acontece que a distância dita normas. Torna-se difícil a coerência inicial. Percebe-se. Percebendo isso, agarrei no passado tentando conciliar aspectos do trajecto que envolveram este projecto. Não se vive bem o presente sem se perceber o passado.Na DDLX, empresa que por circunstâncias várias dirigo, pegámos em exemplares anteriores da publicação e decre-támos: está visto. O redesign vai ter em conta este histórico.Refizemos manchas, reordenámos colunas, desenhámos caixas e secções fixas, enfileirámos traçados. Mantivemos a fonte tipográfica. Aliás, promovemo-la à prestigiada categoria de titulo. Acima de tudo refrescámos e disciplinámos o desfile dos caracteres. Acho que a coisa faz-se. E acho que é assim que se faz. Dialogando. O Designer trabalha em grupo, insistia Bruno Munari.Espero que os estimados leitores não tropecem em alaridos visuais inúteis. O novo semmais está aí. Rejuvenescido e atento. Como se quer um jornal contemporâneo.

Os passos em volta Quando alguém diz “isto também eu sei fazer”,quer dizer que o sabe refazer, se não tê-lo-ia já feito antes.Bruno Munari, Da Cosa Nasce Cosa, Laterza, Itália, 1981. Publicado em Portugal, pelas Edições 70, com o título Das Coisas Nascem Coisas.

As iniciativas Muito Cá de Casa, na Casa da Cultura, em Setúbal, conti-nuarão a estar em destaque nesta minha participação. aqui no jornal. A próxima será a exposição de João de Azevedo, autor da capa do disco de José Afonso Com as Minhas Tamanquinhas. O artista aceitou o desafio de desenvolver esse trabalho. Chamámos-lhe, precisamente Com as minhas Tamanquinhas. Abre no dia 6 de Maio. Voltaremos a falar deste assunto.

Das coisas nascem coisasJosé Teófilo Duarte

Designer | Art director

Muito cá de casa

PASSATEMPOSGanhe convites para o teatro

Temos convites para oferecer aos nossos leitores para assis-tirem à representação da peça “O Homúnculo”, de Natália Correia, pelo Teatro Fonteno-va, este domingo, às 21h30, no Forum Luísa Todi, em Setúbal, e, também, para a revista popu-lar “Vivá Revista”, em cena na Academia de Santo Amaro, em Lisboa. Para se habilitarem aos convi-tes, os nossos leitores só terão de ligar 969 431 0 85.

ALMADA26DOMINGO16H00NO ALVOTeatro Joaquim Benite

“No alvo”, de Thomas Bernhard, com encenação de Rui Madei-ra, é a peça que conta a história de uma mãe e filha, que convidam um jovem dramaturgo para as acompanhar durante as férias. A mãe procura encontrar um sentido para o seu passado, recordando a sua relação com o marido falecido.

MONTIJO26DOMINGO17H00CANTO D’AQUIMÚSICA TRADICIONAL PORTUGUESATeatro Joaquim D´Almeida

O grupo de música tradicional Canto D´Aqui, de Braga, volta ao Montijo para a apresentação de um espetáculo comemorativo da ‘Revolução dos Cravos’, num tributo aos principais nomes da música que marcaram a sua posição contra o regime.

ALCÁCER DO SAL26DOMINGO16H30CONCERTO COM GRUPO VOCAL ARSISAuditório de Alcácer do Sal O grupo vocal Arsis dá um concerto único de música vocal ‘a capella´. Constituído em 1978 pelo maestro Francisco d’Orey e alguns membros do Coro da Universidade de Lisboa, é dirigido pelo maestro Paulo Brandão. O Arsis é composto por 35 coralistas das mais variadas origens que têm em comum o gosto pela música.

SEIXAL26DOMINGO16H00O PALÁCIO DO NÃO TE RALESCinema S. Vicente “O Palácio do Não Te Rales” é a peça infantil, inspirada no conto “O Príncipe Feliz”, de Oscar Wild, que estreia este domingo e que nos fala do amor e da amizade entre uma andorinha e uma estátua, a de um príncipe que outrora que vivia no Palácio do Não te Rales.

PALMELA26DOMINGO16H00DUOVIDOSO - DANÇAS TRADICIONAISBiblioteca de Palmela O duo Duovidoso, além de duvidosos, são um duo muito novinho que levam na mochila mais de uma dezena de instrumentos junto de diferentes influências e experiências que permitem criar, interpretar e compor sonoridades.

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Será também aqui que se fazem os primeiros cartazes que nessa tarde serão empu-nhados na rua a exigir “O FIM à Guerra” e a reivindicar o fim da polícia política - “O Povo quer o julgamento dos crimes da PIDE”. O Círculo Cultural de Setúbal vai ser o epicentro de todos os acontecimentos. Já antes do 25 de Abril, o Círculo se havia im-posto como um espaço central de intervenção cívica. Aí se or-ganizavam numa teia informal de sociabilidades várias, jovens operários, estudantes univer-sitários, estudantes liceais e da escola técnica, e outras figuras da elite intelectual setubalense. Politicamente a maioria destes jovens situava-se na orla do Partido Comunista Português, apesar de uma só pequena minoria fazer parte das suas estruturas organizativas. Alguns destes jovens estavam organizados no Movimento da Juventude Trabalhadora (MJT), estrutura semi-legal do PC para os jovens trabalhadores.Mas não só. A paisagem política do Círculo propiciava uma verdadeira mostra da esquer-da destes anos. Aí compare-ciam militantes socialistas, do PRP, da LUAR, e também dos designados grupos de extração marxista-leninista.

Quando Setúbal acordou em Abril

Distrito tem novo sindicato fundado

por dissidentes da UGT

As notícias do golpe militar que ocorria em Lisboa estalaram em Setúbal bem cedo, como se os ecos dos capitães amotinados se ouvissem nesta margem. A cidade ansiosa e tensa seguia a par e passo todos os acontecimentos. Logo no dia 25 surgem pequenas manifestações em vários locais. São promovidas por grupos de jovens que saboreiam pela primeira vez a liberdade, testando a passividade das forças policiais.

POLÍTICA

José Afonso vai ser, sem dúvida, um dos animadores desta tertúlia político-cultural e uma referência fundamental e ini-gualável para estes jovens. Na noite de 25 e nas que se se-guiram, o Círculo Cultural será pequeno para albergar todos os que queriam discutir e fazer o futuro. O jornal O Setubalense, de 29 de Abril, relata assim a primeira reunião ocorrida em liberdade: “A velha casa quase veio abaixo com a entrada de tantos os que queriam escutar, participar. Na rua em frente da Moagem, uma massa de gente, já sem lugar na sala, esperava notícias, enfim, tudo o que se pudesse saber”. Uma das primeiras decisões tomadas nessa reunião foi a ocupação da sede da polícia política e da Legião Portuguesa. A ocupação da sede da PIDE/DGS ocorrerá no dia 27 de Abril. Uma delegação de cidadãos de Setúbal desloca-se ao Quartel de Vale de Zebro, no sentido de pedir ajuda dos fuzileiros para ocupar a sede da polícia política

em Setúbal. Nesta altura, os mi-litares do Quartel do 11 haviam-se declarado “neutrais” face à revolução em marcha.Estes, serão dias de ardência libertadora. Para coordenar todas as acções será criado o “Movimento Democrático de Setúbal”, um espaço frentista, que albergará todas as forças políticas de esquerda. Apesar das diferenças partidárias havia um passado recentíssimo de amizades e cumplicidades que não se desfaziam. Será, mais uma vez, no Círculo que este movimento funcionará.A memória destes dias, dias carregados de toneladas depresságios, esperanças e ur-gências, em que aquilo que se sonhava ficou aquém do que aconteceu, deve ser preservada e divulgada. Preservada, como um patrimó-nio, um tesouro de valor absoluto; divulgada, como a notícia feliz de uma utopia que se cumpriu e ao cumprir-se nos devolveu a liberdade.

HISTÓRIAS COM HISTÓRIA Albérico Afonso Costa

Historiador. Professor da Escola Superior de Educação do IPS

Já antes do 25 de Abril, o Círculo se havia imposto como um espaço central de intervenção cívica.

A primeira grande manifestação de apoio à revolução ocorrerá no dia 26. Será preparada e liderada pelos jovens que então militavam no Círculo Cultural de Setúbal.

Dissidentes da UGT na região avançaram para a criação de uma nova estrutura sindical. Chama-se Sindicato dos Trabalhadores do Concelho de Almada (STCA) e já foi apresentado com o objetivo de poder abranger todos os trabalhadores do município.Aníbal Moreira, um dos fundadores do STCA, explica que em 2013 vários elementos da UGT e SINTAP (Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública) decidiram abandonar a atividade sindical, devido às alegadas ligações partidárias, que «desacreditam os trabalhado-res», sublinham, lançado este novo projeto, que pretende ser distante das forças políticas, vi-sando alcançar uma «maior proximidade», através do slogan «Um sindicalismo de utilidade».Assumir causas com as quais não concordavamOu seja, os dissidentes da UGT assumem que há dois anos atrás se deixaram de rever na central sindical, após uma participação ativa de vários anos, justificando terem chegado a «defender posições que não eram aquelas que melhor defendiam os trabalhadores».Daí que o STCA ambicione agora representar todos os trabalhadores independentemente das profissões e dos sectores de atividade, assumindo ser «o único sindicato que existe no distrito de Setúbal que representa todas as mulheres e homens», estando mesmo aberto aos trabalhadores precários, que «aqui poderão encontrar quem os represente e acompanhe», garante Aníbal Moreira.

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DESPORTO

Com um investimento superior a 39 mil euros, foi inaugurada a obra de recuperação do poli-desportivo do Centro Social de S. Pedro, no Afonsoeiro, na ma-nhã do passado sábado. Contou com financiado do programa CLDS+, da Segurança Social. O equipamento, que estava devo-luto, foi totalmente recuperado desde o pavimento, às estrutu-ras, como os balneários, tendo sido sujeito também a pinturas interiores e exteriores.Catarina Marcelino, diretora do referido centro, reconhe-ceu que o espaço, que esteve fechado durante alguns anos, teve de aguardar financiamento, resultando numa obra de 40 mil euros. «Não queremos que este espaço seja apenas dos utentes do Centro Social de S. Pedro, mas sim de toda a comunidade porque o seu investimento tem de ser rentabilizado e utilizado em prol dos jovens, das crian-ças e da população, com vista à inclusão social e ao combate à pobreza», frisou.Nesse sentido, foi assinado um protocolo com o Estrela Futebol Clube Afonsoeiro, que envolve centenas de jovens, na aprendizagem do futebol, e tem um campo desportivo em terra batida, para que «os jovens possam utilizar o nosso recinto para treinar quando estiver a chover». Foi estabe-lecido também diálogo com a Escola Profissional do Montijo para que a celebração de um protocolo para utilização do mesmo espaço na área das

atividades desportivas. A insti-tuição gostaria também que o município instalasse no espaço um serviço na área desportiva e tenciona abrir uma oficina comunitária de bicicletas e um skate-park amovível, projetos estes que não foram aprova-das pela Segurança Social, mas que a instituição não desiste de procurar novos parceiros. O Centro Social de S. Pedro, que trabalha na área do combate à exclusão social, envolve 120 crianças do Afonsoeiro, Este-val e Pegões, e 100 famílias em várias atividades. «No espaço de um ano já passaram pelo nosso projeto social, cerca de 1 200 pessoas, sendo que 20 delas foram colocadas em estágio e emprego, o que mostra o sucesso deste projeto e a situ-ação grave de desemprego que estamos a viver», vinca Cata-rina Marcelino, que no âmbito do novo Quadro Comunitário tenciona candidatar a institui-

Frederico Venâncio, defesa do V. Setúbal, já gravou a sua cena na telenovela da SIC “Mar Salgado”, líder de audiências televisivas em Portugal. Os fãs poderão ver a participação do

Mais de 39 mil euros dão novo rosto ao polidesportivo do Afonsoeiro

TEXTO ANTÓNIO LUÍS

CENTRO SOCIAL DE S. PEDRO

ção para dar continuidade ao projeto social de instituição que acaba em junho. «Não vamos fechar portas em junho e dentro das nossas possibilidades man-teremos algumas valências a funcionar». Já o edil montijense Nuno Canta considera que o projeto é de «grande importância» para a população do Afonsoeiro, uma vez que «permite a prática do desporto mas, também, esta-belecer laços de amizade e de solidariedade para o futuro» na comunidade. Por seu turno, o presidente da União de Freguesias do Montijo e Afonsoeiro, Fernando Caria, agradeceu o trabalho da insti-tuição em prol do desenvolvi-mento da freguesia e dos mais carenciados. «O vosso trabalho é tão importante e necessário aos jovens, crianças e famílias para que minimizem os proble-mas que encontram no dia-a-dia».

Frederico Venâncio vai entrar na telenovela “Mar Salgado”

futebolista na telenovela duran-te o mês de Julho.O atleta, irmão do nadador Tia-go Venâncio e filho de Pedro Ve-nâncio, ex-jogador do Sporting, trocou os relvados do Estádio

do Bonfim pelos estúdios de gravação da SP Televisão.O futebolista aproveitou a pausa nos trabalhos da equipa orientada por Bruno Ribeiro para fazer uma participação es-pecial em “Mar Salgado”, cujas gravações têm estado a decor-rer, na sua maioria, na cidade de Setúbal e em Troia. «Correu tudo bem, foi uma experiência engraçada e deu-me um gozo enorme», contou o craque ao jornal “Record”, afirmando que está ansioso por ver o resultado final. Venâncio teve, assim, a oportunidade de contracenar com diversos rostos conheci-dos da ficção nacional, como Débora Monteiro, João Ricardo, Gonçalo Diniz e Tiago T. Pereira.

Pais e FilhosUma boa série

QUATRO LINHAS

DAVID SEQUERRAColaborador

A série é boa e deu-nos o mote para a crónica de hoje. Compõem-na Tiago Pinto (Rio Ave), Gonçalo Paciên-cia (F.C. Porto), André André (V. Guimarães), Frederico Venâncio (V. Setúbal), Afonso Taira (Estoril Praia) e Rui Correia (Nacional), todos na 1ª Divisão, além do muito cotado Bruno Alves a actuar na Turquia, sendo ainda possível citar alguns casos de boa transição familiar no âmbito da Divisão secundária de tão bom nível compe-titivo.Sem garantias de alcance total de memória quanto a progenitores que conheci melhor ainda cito os caos de Roderick (Rio Ave) e de João Novais (Leixões). Estou convicto de que há mais casos de sequência gera-cional. Da omissão involuntária antecipo desculpas.Também nos escalões dos mais jovens vão aparecen-do promessas dignas de antecipada atenção. Apenas alguns exemplos para aguçar curiosidades: Bruno Wilson (filho e neto dos dois Wilson bem conhecidos) e os muito “miúdos” Folha (12 anos), ainda infantil do F.C. Porto, filho do treinador dos juniores “azuis e brancos”, António Folha, campeão mundial de 1989 e Conceição (11 anos), também infantil e filho de Sérgio Conceição, treinador do Sp. Braga.Estou certo que nas camadas jovens haverá outros va-lores a despontar para natural orgulho de seus pais. Daí que vos prometa que daqui a algum tempo voltemos a este tema, em jeito de mera curiosidade.Além fronteiras, ao mais alto nível competitivo, tam-bém há exemplos a referir, tais como Thiago Alcântara (Bayern de Munique), J. Cruiff (na Holanda) e Schmei-chel (Inglaterra).Há mais, certamente, sem registado acesso a primeirís-simas figuras, nestes últimos tempos.Uma referência final bem pouco agradável: a de Edinho, filho de “Rei Pelé”, que falhou uma desejável carreira e enveredou por maus caminhos, torturando seu Pai. Preso, julgado, condenado a 33 anos de prisão efectiva, voltou à liberdade por concessão especial (o poder das “cunhas” do seu progenitor) e ressurgiu em diversos “media” porque através de Rivaldo, o “craque” da última década, vai ter uma recuperante oportunidade como treinador-adjunto de uma boa equipa. Será desta a re-cuperação. Talvez…

Com a frequente citação popular de que “filhos de peixe sabem nadar” não pode constituir novidade de vulto o relembrar situações de fu-tebolistas de qualidade descendentes directos de progenitores também famosos tais como João Vieira Pinto, Domingos Paciência, Pedro Venâncio e André, a actuarem em Portugal e os filhos de António Veloso, Arnaldo Silva, Nelson Moutinho e Washington, ao serviço de Clubes estrangeiros de reconhecida nomeada.

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Em vésperas de mais uma ‘reunião’ da família Montepio, que ocorre pela segunda vez em Tróia, numa iniciativa dos Serviços Sociais da institui-ção, o responsável da tutela mutualista, Carlos Beato, explica como tem crescido o número de associados, a dimensão solidária e os projetos futuros. Sem esquecer as ligações à região.

Que balanço genérico é possível fazer

agora no quadro das suas competências

e tutelas da Associação Mutualista?

O Montepio Geral – Associação Mutualista, que comemora, este ano, os seus 175 anos de ativi-dade, tem por missão responder às necessidades dos seus as-sociados, aprofundar a econo-mia social, a solidariedade, o associativismo e a cidadania, promovendo um crescimento sustentado e coeso e colocan-do a economia ao serviço das pessoas.A missão que tenho empre-endido nesta que é a maior associação portuguesa define-se, fundamentalmente, pelo aprofundamento do quadro de serviço, benefício e bem-estar de uma comunidade que se aproxima dos 650 mil associa-dos e que usufrui de vantagens, descontos, condições especiais de utilização de um sem núme-ro de produtos, serviços e dinâ-micas só possíveis a partir de uma gestão dedicada e atenta, mas também de uma rede sóli-da de parcerias, que tem vindo a ser alargada e consolidada. Há um crescimento notório do número

de associados. Isso deve-se a quê?

Diria, antes de mais, que se deve ao reconhecimento do valor, da importância e da dimensão

de resposta que a Associação Mutualista garante aos seus membros, correspondendo às suas expectativas, necessidades e ambições. A Associação Mutualista Montepio, com os seus 650 mil associados, é a maior associa-ção do país e uma das maiores da Europa. Não é provável que todas estas pessoas tenham decidido associar-se a este pro-jeto, se a diferença, pertinência e os resultados do trabalho realizado não fossem notórios. Somos uma instituição do setor social da economia, disponibili-zamos soluções de poupança e proteção e é o reconhecimento da diferença que geramos e afirmamos que tem contribu-ído também para promover o crescimento.

Para além das questões de apoio social,

que outras iniciativas quer destacar na

decorrência das suas funções e compe-

tências?

Lembro a abertura do Espaço m, em Lisboa...Além das mais de mil parce-rias que temos ativas e que proporcionam vantagens aos associados na aquisição de bens e serviços, da área da saúde à cultura, das telecomunicações aos combustíveis, destacaria os projetos que concretizamos – os espaços atmosfera m, insta-lados nas cidades de Lisboa e Porto, são disso exemplo – e que têm por objetivo promover, ainda mais, a cidadania ativa, a intervenção cívica, a solidarie-dade, a partilha e o estreitamen-te de laços com a comunidade de associados.Temos desenvolvido uma aposta forte na dinamização associativa, em projetos na área da comunicação associativa, na participação dos associados na vida da Associação. Natural-mente, que há sempre muito a fazer, mas penso estarmos no bom caminho.

Em que medida as ações sociais, que são

a base da existência da Associação, têm

concorrido para auxiliar o país nesta

fase de crise financeira e económica das

famílias e das instituições que operam

no mercado da beneficência e do volun-

tariado?

Quando desenvolvemos trabalho orientado para uma comunidade tão significativa de pessoas e famílias, estamos naturalmente a contribuir para impactar o País. As soluções que o Montepio Geral – Asso-

ciação Mutualista disponibiliza vão ao encontro das necessi-dades das famílias, protegendo o imprevisto e preparando o futuro. Por outro lado, enquan-to instituição do setor social da economia construímos, com as pessoas e para as pessoas, uma economia de dimensão humana, ajudando a fortalecer as estruturas que se dedicam à ação social e solidária. Depois de um período de crise que atingiu o movimento asso-ciativo, os últimos anos foram marcados por uma renovada confiança da população nas suas associações e nas institui-ções da economia social.

Que projetos novos podemos antecipar

no âmbito das suas tutelas?

É objetivo da Associação Mu-tualista Montepio, reforçar e alargar as parcerias que firma-mos com entidades e que, sob essa perspetiva, possam vir a beneficiar os nossos associados. Nesta região, que é a terceira maior em termos de expressão associativa do Montepio, temos vindo a firmar parcerias que beneficiam os associados e de que, entre outros, constituem exemplos o acesso gratuito às Ruínas Romanas da Península de Tróia ou a aplicação de pre-ços diferenciados na utilização dos ferries.Para o futuro, gostaria de destacar, por exemplo, uma outra parceria que estamos em vias de estabelecer com a Santa Casa da Misericórdia de Azeitão, cujos espaços visitei recentemente a convite do seu Provedor e da Mesa Adminis-trativa, parceria essa destinada a assegurar vantagens aos asso-ciados Montepio, quer no novo e moderno Hospital da Mise-ricórdia de Azeitão, quer nas valências de âmbito residencial, ou, um outro exemplo, o Campo de Férias que estamos a cons-truir em Silves e que se destina a acolher as crianças filhas de associados ou de colaboradores Montepio.

Do ponto de vista da coesão do mundo

Montepio quais foram as apostas e o

que espera em termos de futuro?

O crescimento do “mundo” Montepio, seja em termos associativos seja da contínua adequação das soluções que garantimos a quantos se juntam a nós, são apostas claras – o Montepio tem todas as condi-ções para poder vir a ser uma

instituição com mais de um milhão de associados, com in-tervenções nas áreas nas quais já opera, mas com aprofunda-mentos na área da saúde, por exemplo, e em novas áreas de intervenção, como o turismo, indo ao encontro das necessi-dades das pessoas, de um modo cada vez mais alargado e em termos complementares à ofer-ta do Estado Social.

O ano passado, e pela primeira vez, os

Serviços Sociais do Montepio, organiza-

ram o seu encontro convívio anual em

Tróia, com mais de um milhar de cola-

boradores, o que significou um grande

êxito para a iniciativa. Este ano, vão

voltar de novo a Tróia. Haverá aqui um

dedo do ex-Presidente da Câmara de

Grândola, que guindou o ‘Novo Ciclo’,

actual Administrador com a tutela da

Associação Mutualista?

Os Serviços Sociais do Monte-pio procuravam um local que permitisse acolher mais de mil pessoas no seu Encontro Anual de Colaboradores e vieram falar-me porque entenderam que eu reunia condições para agregar parcerias e soluções que pudessem garantir resposta a esta necessidade.Conhecendo a região como conheço e tendo tido o papel que tive na sua afirmação e desenvolvimento, não seria compreensível não respondesse afirmativamente ao solicitado. Assim, em 2014 reuniram-se no Complexo de Tróia os colabo-radores e famílias e, este ano, os Serviços Sociais do Monte-pio preparam-se para repetir a iniciativa, o que naturalmente me deixa muito satisfeito. Todos reconheceram a localização pri-vilegiada, riqueza e beleza desta região e, no fundo, a região também beneficia da presença de um número tão significativo de famílias.

Pode dizer-se, então, que nunca perdeu

o contacto com ‘Grândola Vila Morena’,

nem com a nossa região...

Naturalmente que não podia esquecer-me de uma região que tanto contribuiu para a minha vida, para as minhas memórias. Entendo que a memória curta não é boa conselheira. Sou um homem do Ribatejo, com mais de 40 anos de ligação a Grândola, à região de Setúbal e ao Alentejo. Não poderia ter perdido o contacto. Muito da minha vida, da minha carreira e dos projetos de que me orgulho está nesta região.

ENTREVISTA EM VÉSPERA DE MAIS UMA REUNIÃO DA “FAMÍLIA MONTEPIO”EM TRÓIA

Carlos Beato

Geramos confiança, promovemos crescimento e praticamos cidadania ativaTEXTO ROBERTO DORESIMAGEM DR

Relações com o distrito passam pela dimensão cultural, solidariedade e parcerias.

A Instituição tem relações de parceria muito ativas na re-gião, com um forte incremen-to nos últimos anos. Carlos Beato, que foi presidente da Câmara de Grândola em três mandatos, destaca «além das dimensões culturais, com realce para as Ruínas Ro-manas que já referi ou para o transporte nos ferries para Tróia», a parceria e o acordo, que está a ser ultimado com a Santa Casa da Misericórdia de Azeitão. «Trata-se de uma parceira que visa a utilização do seu hospital, um equi-pamento social de elevada e reconhecida qualidade que em muito poderá beneficiar os associados deste distrito que é, aliás, o terceiro do país em número de associados e, como tal, ainda mais rele-vante para o Montepio».

Uma comunidade igualitá-ria e com marca de futuro

A comunidade associativa do Montepio tem, na sua maioria, idades compreendi-das entre os 20 e os 60 anos, sendo preponderante a faixa entre os 20 e os 40, represen-tando 35,5% dos associados.Sob os ideais de pertença, da partilha e da solidarie-dade, o Montepio afirma-se, ainda, como associação igualitária no que toca ao género dos seus associados, com a percentagem de homens e mulheres a diferir muito pouco: 50,7% associa-das e 49,3% associados.

NEGÓCIOS

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SEMMAIS | SÁBADO | 25 DE ABRIL | 2015 | 13

NEGÓCIOS

A iniciativa, organizada pelo município, em parceria com a Associação da Baía de Se-túbal com o objetivo de pro-mover atividades destinadas à participação, envolvimen-to e troca de experiências dos profissionais do setor, é aberta ao público em geral e de entrada paga com oferta de um copo.O festival dispõe de feira de exposição e venda consti-

ProgramaDia 30 ABRIL17 horas - Inauguração oficial;18 horas - Momento musical;19 horas - O chef Vasco Alves inaugura o espaço dedicado à apresentação de cozinha ao vivo;21 horas - O enólogo Nuno Rodrigues divulga os vinhos Tripé; 24 horas – Encerramento. Dia 1 MAIO10h30 - O enólogo Mário Louro desen-volver uma prova de vinhos;11 horas - Momento gastronómico dedicado a Cáceres, pelo chef Pedro Galan; 15 horas – Atuação do coral de Re-guengos de Monsaraz;16 horas - O chef António Latas dá a conhecer criações de autor;17 horas – Apresentação dos vinhos de Reguengos de Monsaraz;18 horas - Divulgação do livro “Óbvio”, de três participantes no “MasterChef 2014”;19 horas - Cozinha dedicada a Cáceres chega pelo chef José Manuel Galan;20 horas – Promoção dos vinhos da região da Extremadura espanhola;22 horas – Fados com Deolinda de Jesus. Dia 2 MAIO14 horas - Abertura do recinto;16 horas - Cozinha ao vivo, com o chef Rita Neto, vencedora do “Masterchef 2014”;17 horas - Mostra vitivinícola da Península de Setúbal, com o enólogo João Palhoça a apresentar vinhos da Adega Fernão Pó; 17h30 - Cozinha ao vivo, pelo chef Osvaldo Piuza;18 horas - Prova de vinhos ibéricos;20 horas - O enólogo António Sara-mago e o chef Nuno Gil apresentam “Harmonização de Sabores – Dueto Moscatel de Setúbal e Pastel D. Filipe”;22 horas - Sevilhanas da Humanitária, de Palmela. Dia 3 MAIO14 horas – Abertura do recinto;15 horas – Atuação do Grupo de Dan-ças e Cantares do Faralhão;15h30 - Cozinha ao vivo com a chef Cristina Alves. 16 horas - O enólogo António Sarama-go divulga os vinhos da Casa António Saramago;17 horas - O chef Blanquet dinamiza uma criação de autor. 19h30 – Encerramento.

O 2.º Festival Ibérico do Vinho,

mostra com os melhores

produtos vinícolas e gastronó-

micos portugueses e espanhóis,

realiza-se de 30 de abril e 3 de

maio, na Escola de Hotelaria e

Turismo de Setúbal.

SETÚBAL 2.º FESTIVAL IBÉRICO DO VINHO

Promove néctares de qualidade tuída por 34 expositores, a maioria de produtores de vi-nho da Península de Setúbal, de Reguengos de Monsaraz e das cidades espanholas de Cáceres e Almendralejo, mas também dedicados a licores, ostras, queijos, enchidos, do-çaria e editoras da especiali-dadeNo evento são desenvolvidas diversas atividades, algumas mediante inscrição prévia e

pagamento, como provas de vinhos, sessões de cozinha ao vivo, workshops e apre-sentações, a par de musica e dança.A internacionalização dos produtos vinícolas é um dos principais objetivos traçados para o festival, assim como a expansão comercial dos pro-dutores vinícolas de Portugal e Espanha.Nesta edição é dado espe-

cial destaque a Reguengos de Monsaraz, eleita Cidade Europeia do Vinho 2015, e a Cáceres, nomeada também para este ano cidade espa-nhola da gastronomia.Os bilhetes custam 3,5 eu-ros para um dia, e 12 para os quatro dias. Há ainda entra-das duplas, com direito e dois copos, a 6 euros para um dia, e a 20 para os quatro. Até aos 16 anos não pagam.

McDonald´s leva clientes a jantar com os D.A.M.A. A McDonald’s e os D.A.M.A. juntaram vários clientes e fãs, no dia 18, ao jantar, no restaurante McDonald’s do Barreiro Retail Planet, para a realização do terceiro concerto da “D.A.M.A. Road Trip”, que irá passar por dez restaurantes nacionais.Estes concertos, que decorrem entre 16 de abril e 30 de maio, inserem-se na mais recente campanha da McDonald’s, que visa dar a conhecer a nova oferta da McBox, direcionada ao público jovem, promovendo momentos de confraternização em torno da hora do jantar.Inês Lima, diretora de Marketing da McDonald´s, afir-mou que o objetivo da iniciativa é o de «surpreender e promover eventos de proximidade junto dos nossos clientes». Por outro lado, acrescentou, «queremos que as pessoas vejam os nossos restaurantes como um destino para estar com os amigos e para o convívio». A ação está a «superar as nossas expetativas e esta-mos a conseguir momentos de grande emoção aos nossos clientes». Já Damásio Nogueira, o franquiado da McDonald´s no Seixal e Barreiro, realçou que a iniciativa foi «aca-rinhada de início», na medida em que envolve «um target jovem muito importante para a marca», e que «deve ser repetida» em anos vindouros.No Barreiro, o grupo esteve sempre bem disposto e interagiu bastante com os admiradores, tendo os fãs cantado e acompanhado os êxitos “Às Vezes”, “Luí-sa” e “Balada do Desajeitado” com aplausos. Um dos elementos da banda confessou: «Geralmente, escreve-mos, nas nossas canções, coisas que já vivemos». O álbum de estreia “Uma questão de princípio”, dos D.A.M.A., constituídos por Francisco Pereira, Miguel Coimbra e Miguel Cristovinho, tem estado no top das vendas nacionais e já é disco de ouro.

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À excepção do Terminal de Con-tentores, inicialmente previsto para a Trafaria e agora tudo in-dica poder vir a ser construído no Barreiro, com o apoio unâ-nime das forças politicas repre-sentadas nos órgãos municipais (CDU, PS, PSD, BE, Movimento de Cidadãos Independente Pa-lhais e Coina) não se conhecem outros projectos. No espaço ter-ritorial do Arco Ribeirinho Sul, o espaço público propriedade do Estado, de enorme potencial para a instalação de empresas e múltiplas actividades, desta-cam-se os terrenos da Marguei-ra em Almada, da Siderurgia Nacional no Seixal, Quimipar-que no Barreiro. Para estes ter-renos abrem-se potencialidades de captação de investimento susceptíveis de promover a sua reconversão económica para novos usos, bem assim a sua regeneração e qualificação ur-banística.

OUTRA MARGEM Maria Amélia Antunes

Advogada, Presidente da Assembleia Municipal do Montijo

OPINIÃO

O projecto do Arco Ribeirinho Sul que abrange os territó-rios de Alcochete a Almada, na Penín-sula de Setúbal; já conheceu mais entusiasmo no passado recente do que no presente.

ARCO RIBEIRINHO SUL VALORIZA

Área Metropolitana de Lisboa

A ligação Barreiro Seixal e a ligação Barreiro Montijo com acesso à Ponte Vasco da Gama, permitirá melhorar as acessibi-lidades, o serviço de transportes e a mobilidade não só na Península de Setúbal mas também entre as duas margens do Tejo, Lisboa, bem como novo acesso, uma nova entrada, na cidade do Montijo.Esta melhoria na acessibilidade e transporte está indissociavel-mente ligada a projectos e acções de qualificação e regeneração urbana ,ao aumen-to do emprego, bem como à melhoria do transporte de mercadorias de forma a garantir e proporcionar o acesso a um conjunto de bens e serviços às populações.Cuidar dos espaços do Arco Ribeirinho Sul significa poten-ciar o seu desenvolvimento no plano económico, social e cultural; investir, empregar

distribuir, de forma sustentável, equilibrada e justa permitirá a coesão social e territorial, a igualdade de oportunidades. Valoriza e defende os recursos naturais, o Estuário do Tejo, contribui decisivamente para a Valorização da AML.O Arco Ribeirinho Sul é um espaço privilegiado para desenvolver a estratégia da Politica Urbana da União Europeia, no Horizonte 2020. De facto, a melhoria das acessibilidades numa perspecti-va integrada de ordenamento do território, permite um trabalho em rede e complemen-taridade entre as diversas áreas, assegura um desenvolvimento mais equilibrado e a sua competitividade com equidade, segurança e justiça, valoriza e salvaguarda os recursos naturais, ambientais, culturais, paisagísticos, mas principal-mente os Recursos Humanos, as pessoas, como a mais importante riqueza da comuni-dade.É neste quadro que o Arco Ribeirinho Sul pode desempe-nhar um papel de catalisador, de valorização da Área Metro-politana de Lisboa.

AbrilVivíamos numa escuri-dão de quase meio século, agravada com uma guerra colonial que nos últimos treze anos nos matou uma dezena de milhar de jovens de pouco mais de vinte anos de idade e fez também um sem número de estropiados, mas na madrugada de Abril foi-nos dada a luz que nos haveria de possibilitar viver sem as correntes que nos limitavam a esperança de construir um futuro baseado no constante polir da pedra bruta, seguindo a experiên-cia dos mestres pedreiros.Um ano volvido sobre o fim do obscurantismo, passou-se ao grau seguinte, com a realização das primeiras

FIO D

E PRU

MO

Jorge SantosJornalista

eleições livres e a Assem-bleia Constituinte reflectia a vontade de um povo que, nas urnas, dava mostras de ter força para ir cons-truindo uma sociedade mais justa. A Constituição, aprovada em 2 de Abril de 1976, era o reflexo da força de um povo que continuava a dar mostras de que sabia e queria ser livre.É natural que no nosso dia-a-dia nem sempre consigamos caminhar em frente e com os passos adequados, mas é necessá-rio que saibamos, quando nos é exigido, parar e, al-gumas vezes dar um passo atrás, para podermos criar condições para, de modo firme, retomar o caminho do futuro.Quatro décadas volvidas da conquista da Liberdade, é necessário que tenhamos a sabedoria de escolher quem consiga ter a força de vontade de acabar com a fome que cada vez mais assola as camadas mais desprotegidas da nossa população e, em simultâ-neo a criação de postos de trabalho, para podermos continuar a dizerViva a Liberdade!

É natural que no nosso dia-a-dia nem sempre consigamos caminhar em frente e com os passos adequados

EDUCAÇÃO & CIDADANIA João Couvaneiro

Professor do Ensino Superior

As instituições de educação e formação têm a responsabilidade de preparar os seus alunos para os diversos papéis e funções sociais. Pelo menos desde a Antiguidade Clássica que à escola foi confiada a missão de formar os cidadãos para a participação na vida pública, o exercício dos seus direitos e o cumprimento dos seus deveres.

Transformar a Escola, a Democracia e a Sociedade para construir a Terra da Fraternidade

Durante o Estado Novo, a doutri-nação nos princípios ideológi-cos do regime foi evidente. À escola confiava-se a formata-ção das crianças e jovens para que se ajustassem aos esquemas de funcionamento e relações de poder gerados pelo salazarismo. O ensino era largamente elitiza-do, espelhando e perpetuando as desigualdades existentes. Vigorava uma política de livro único, sendo os manuais escolares autênticos missais, que prescreviam um ensino ritualizado destinado a consa-grar o ditador e o regime.A implantação da democracia trouxe modificações assinalá-veis em muitos setores da sociedade portuguesa. Entre as portas que Abril abriu contam-se as do sistema educativo. Nestas instituições as transfor-mações foram profundas. Hoje, a escola continua permeá-vel às disfunções que existem fora dela, mas os seus benefí-cios democratizaram-se. Entre as grandes conquistas realizadas pela revolução de Abril surge a assinalável diminuição das taxas de analfabetismo. Com efeito, no início da década de setenta, o número de analfabetos ultrapassava os 25%. Hoje esse valor é residual. No Estado Novo a maioria dos que estudavam ficavam-se pelo ensino primário. Hoje o ensino obrigatório é de 12 anos e cresceu exponencialmente o número de portugueses com formação superior. Desde 1974 que os valores que

norteiam a organização e as finalidades da educação pública passam pelo desenvolvimento da capacidade de pensar e agir sobre o quotidiano, com vista à construção de uma cidadania ativa, no quadro de uma democracia participativa. Não obstante, é evidente o divórcio entre as pessoas e o sistema político, estando distante a realização da sua cidadania plena. Muitos portugueses estão descontentes com o regime democrático, não se sentem representados, desconfiam dos políticos, sentem que o governo traiu a sua confiança, quebrou as suas promessas e não explicou as suas decisões. Segundo dados do European Social Survey, em comparação com os outros europeus, os portugueses são os que revelam menos interesse pela política. São também os que apresentam menor confiança nas institui-ções. Estes sentimentos e este descrédito, constituem ameaças que podem colocar em causa o regime.A escola, a organização política e a sociedade têm de se conti-nuar a transformar, para se tornarem realidades mais justas e coerentes; para ganharem sentido e serem entendidos pelos portugueses como instrumentos ao serviço da liberdade, da democracia e do desenvolvimento integral. Têm de continuar a trabalhar para que se cumpra Abril. Têm de continuar a trabalhar para que se cumpra Portugal.

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E Sines aqui tão perto

A VERDADE DAS COISAS SIMPLESJosé António Contradanças

Economista

Muitas têm sido as opiniões manifestadas acerca dum novo terminal de con-tentores a construir na margem esquerda do rio Tejo, antes num local da Trafa-ria e agora previsto para as antigas instalações da Quimigal, no Barreiro. Umas mais técnicas, outras mais políticas e até aquelas de índole estratégica que olham para Portugal num contexto mais vasto do que existe e pode existir nos portos do Mediterrâneo e da Europa do sul, ao nível de terminais de conten-tores, interpretando qualquer escolha neste domínio como sendo difícil num quadro de racionalidade de investimento num projeto desta envergadura.

Como disse os argumentos re-partem-se e todos eles procu-ram fundamento e legitimida-de. Tanto aqueles que do lado da defesa do projeto mostram os benefícios decorrentes para uma região que é, naturalmente, o maior centro produtor e con-sumidor de Portugal, com escala e dimensão na procura de servi-ços a serem prestados por uma infraestrutura desta natureza, essencial às grandes cadeias de abastecimento, num mundo global e interdependente; como os que pensam que será um erro avançar para um projeto complexo, tecnicamente difícil e caro, com custos associados imprevisíveis e dificilmente ex-plicável à luz dum retorno fi-nanceiro desejável para o futuro concessionário. E ainda, outros, que tentarão mostrar os benefí-cios de conciliar a necessidade dum terminal de contentores que satisfaça a região na im-portação e exportação dos seus produtos, com o aproveitamen-to de facilidades portuárias já disponíveis e subaproveitadas.A meu ver muita água correrá sob a ponte até que haja matéria palpável e se tenha uma decisão definitiva concretizada. Outro tanto não direi dos efeitos que parecem fazer-se sentir em decisões que se vão toman-do, tipo remendos, em muito condicionados por esta saga do dito terminal de contentores de Lisboa a construir na margem sul, ao que se sabe no Barreiro.Atrevo-me até a pensar que o recente anúncio, feito com pompa e circunstância, duma pequena obra para operacio-nalizar um pequeno cais para feeder no Terminal de Con-tentores de Sines, possa estar relacionado com as indecisões do atual governo, uma vez que estava previsto e anunciado no PETI, um investimento de cerca de 139 milhões de euros, correspondentes à 3ª fase de expansão do Terminal XXI, que o colocaria num patamar de quase 3 milhões de TEU’s, con-tribuindo decisivamente para a sua afirmação na concorrência e competição com terminais congéneres.Não me querendo intrometer nesta discussão que traz à tona muito lodo e muita necessida-de de dragar fundos e almas confusas, gostaria apenas de fazer alguma reflexão sobre a discussão que deveria merecer-nos atenção no que respeita à oportunidade de se construírem outros terminais de contentores em Portugal.Sendo esta uma questão impor-

tante, que não poderá apenas encontrar resposta na oportu-nidade de ter interessados em investir, assumindo todos os custos associados à constru-ção e operacionalização duma infraestrutura portuária de grandes dimensões. Fazendo-se crer que, por ser um investi-mento totalmente privado, tem que ser forçosamente interes-sante e bom para o país. Como se não houvesse investimento privado motivado por outros interesses ou que nos confronte com o abandono de projetos que se venham a revelar pouco rentáveis no futuro.Recentemente, interessei-me pelo tema e conhecendo o tra-balho duma especialista portu-guesa a lecionar numa universi-dade de Antuérpia, avancei para a pesquisa e coligi dados sobre terminais de contentores na Eu-ropa & Mediterrâneo, tomando o pulso à sua localização, ca-pacidade instalada e principais operadores/concessionários, bem como as linhas de navega-ção que lhe estão associadas ou que consigo trabalham.Mesmo considerando a intensi-ficação dos fluxos do comércio internacional e uma crescente procura no transporte con-tentorizado de mercadorias na bacia do mediterrâneo, ambos concordamos que um novo ter-minal de contentores em Por-tugal é uma escolha difícil e que acarreta riscos significativos, tendo em conta a elevada oferta existente e a prevista, o que levará a uma concorrência feita através de custos portuários baixos, caso contrário corre-se o risco de perder mercado para portos com taxas mais baixas e capacidade disponível. É uma escolha difícil para qualquer das opções, seja ela privilegiando o transhipment ou querendo satisfazer tráfegos de origem/destino local. Se uma se confronta com uma estra-tégia competitiva agressiva de portos como Algeciras, Tanger, Gioia Tauro, Malta ou FOS/Marselha, a outra é colocada perante a realidade dum país pequeno sem dimensão nas suas trocas comerciais que justifiquem tráfegos de import – export, incapaz de alargar o seu hinterland por falta duma boa

conetividade com locais mais distantes da vizinha Espanha. A par disto tudo acresce que, como sempre, partimos com alguns anos de atraso, verifi-cando-se que em termos de Pe-nínsula Ibérica, os grandes ope-radores portuários de terminais de contentores (Hutchison Port Holdings; APM Terminals; NO-ATUM e Dubai Port World) têm efetiva presença nos principais portos espanhóis e o governo espanhol está, neste momento, decidido a investir largas somas através dum fundo de conetivi-dade que vai permitir melhores e mais rápidas ligações rodofer-roviárias, diminuindo os custos logísticos associados ao trânsito das mercadorias. Assumindo contornos de grande dificuldade a construção dum novo terminal de contentores em Portugal, seria avisado que no plano interno se procurassem alternativas sustentadas para melhorar a oferta de serviços portuários na área metropolitana de Lisboa, procurando aproveitar a capacidade instalada no Porto de Setúbal e por outro lado, de-cididamente continuar a apostar no Porto de Sines para tráfegos de transhipment.Penso que ainda se irá a tempo se quisermos ser ambicio-sos e projetarmos para Sines um grande hub portuário na movimentação de contentores, porque contamos com o maior operador mundial de carga contentorizada, a PSA – Port Singapore Authority Internatio-nal, com um investimento total realizado na infraestrutura exis-tente, à volta dos 329,9 milhões de euros e com projetos firmes para mais 200 milhões de euros de investimento, projetando o Terminal XXI para uma catego-ria igual à dos seus principais concorrentes na bacia do medi-terrâneo. E como, neste caso, a ambição é legítima, podemos mesmo pre-pararmos para atrair os grandes players internacionais e criar oportunidade para a concreti-zação de outros investimentos, que nos posicionem no ranking dos maiores terminais tranship-ment de contentores no Medi-terrâneo e na Europa.

OPINIÃO

SEIXAL

A propósito do Relatório e Contas de 2014

UM CAFÉ E DOIS DEDOS DE CONVERSA

Edson Cunha Economista

A verdade é que aferirmos se um orçamento é bom ou mau, está dependente de critérios subjectivos – políticos e de crité-rios objectivos – os números finais e a obra realizada.Está igualmente dependente de factores como a realização do que o executivo inicialmente se propõe e também da obra realizada, da sua qualidade, da sua mais-valia para a popula-ção, do acerto nas prioridades definidas, de factores externos, como receitas e despesas extraordinárias e imprevistas, da conjuntura nacional, etc, etc.Ora, no caso concreto da Câmara Municipal do Seixal, num período de transição, onde vigora um Plano de Consolidação, fruto de um empréstimo concedido por um sindicato ban-cário, que impõe um conjunto de regras muito especificas e igualmente fortemente controlado pelas regras impostas pelo Governo, muitas delas reflexo da presença em Portugal da Troika com o seu famoso Memorando de Entendimento, levaram a uma alteração do paradigma da gestão comunistaa-panágio de anos e anos de despesismo e escolhas erradas.Mais, com a nova postura, o executivo comunista, viu-se num dilema de praticar, no seu dia a dia, tudo aquilo que critica na política do governo central. Investiu pouco ou nada, aumen-tou impostos, veja-se o caso do IMI, onde a apesar da receita ter sido superior ao previsto em quase dois milhões de euros, a política castigadora da população não permitiu baixar esse imposto, bem pelo contrário, ou o que se passou em relação à derrama, ao não ter reduzido o imposto, conforme o PSD tão veementemente pugnou e como se impunha e como os resultados agora demonstram, pois a mesma proporcionou um encaixe superior a 100%, mais do que dobrando o valor orçamentado que era, recorde-se de € 800.000,00, quando o resultado final ficou a escassos cinquenta mil euros dos dois milhões de euros).Um executivo que se diz de esquerda, da esquerda mais amiga dos trabalhadores e que critica duramente um governo de direita e apelidado de liberal, mas que na prática não baixa os impostos, mesmo quando eles são positivos e permitiam essa redução, não pode nunca merecer o nosso aplauso.Assim como não pode merecer o nosso aplauso que esse mes-mo executivo que enche a boca para falar mal da política do governo e das reduções das transferências orçamentais, seja o mesmo que nas suas previsões e nas receitas onde tem uma responsabilidade directa, onde lhe cabe ser o impulsionador da economia local, falha redondamente, perdendo quatro mi-lhões de euros na receita de loteamento e obras e um milhão e duzentos e cinquenta mil euros no saneamento. Naturalmente que estou a falar de previsões do próprio executivo, portanto, ou eram irrealistas e isso se deve a sua responsabilidade directa o que é mau, ou foram mal execu-tadas o que mau é. Já se referiu aqui o nível quase nulo de investimento e de obra visível que este executivo apresentou em 2014.

Votar o exercício camarário de um ano civil é um acto aparentemente simples e ao mesmo tempo demasiado complexo.Aliás, deveria ser simples, porque deveria ser a simples confirmação de que as contas que nos são apresentadas são correctas e de que a taxa de execução seja, ou não aceitável.Mas todos sabemos que não é assim tão simples e que o que está em causa, em primeiro lugar não é um exercício puramente matemático, senão limitar-nos-íamos a ter uma tabela, com determinados valores, a partir dos quais apro-varíamos determinado exercício e outros em que não o aprovaríamos.

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