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Pittsburgh, PA 15213-3890 CMMI ® para Desenvolvimento – Versão 1.2 CMU/SEI-2006-TR-008 ESC-TR-2006-008 Equipe do Produto CMMI Agosto de 2006 Distribuição ilimitada sujeita a copyright.

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Pittsburgh, PA 15213-3890 CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 6HH|-0EV, V1.2 CMU/SEI-2006-TR-008 ESC-TR-2006-008 Ve|nor|a oe processos v|sanoo me|nores proouros Equipe do Produto CMMI Agosto de 2006 Distribuio ilimitada sujeita a copyright. CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 This work is sponsored by the U.S. Department of Defense. The Software Engineering Institute is a federally funded research and development center sponsored by the U.S. Department of Defense. Copyright 2006 by Carnegie Mellon University. NO WARRANTY THIS CARNEGIE MELLON UNIVERSITY AND SOFTWARE ENGINEERING INSTITUTE MATERIAL IS FURNISHED ON AN AS-IS BASIS. CARNEGIE MELLON UNIVERSITY MAKES NO WARRANTIES OF ANY KIND, EITHER EXPRESSED OR IMPLIED, AS TO ANY MATTER INCLUDING, BUT NOT LIMITED TO, WARRANTY OF FITNESS FOR PURPOSE OR MERCHANTABILITY, EXCLUSIVITY, OR RESULTS OBTAINED FROM USE OF THE MATERIAL. CARNEGIE MELLON UNIVERSITY DOES NOT MAKE ANY WARRANTY OF ANY KIND WITH RESPECT TO FREEDOM FROM PATENT, TRADEMARK, OR COPYRIGHT INFRINGEMENT. Use of any trademarks in this report is not intended in any way to infringe on the rights of the trademark holder. Internal use. Permission to reproduce this document and to prepare derivative works from this document for internal use is granted, provided the copyright and No Warranty statements are included with all reproductions and derivative works. External use. Requests for permission to reproduce this document or prepare derivative works of this document for external and commercial use should be addressed to the SEI Licensing Agent. This work was created in the performance of Federal Government Contract Number FA8721-05-C-0003 with Carnegie Mellon University for the operation of the Software Engineering Institute, a federally funded research and development center. The Government of the United States has a royalty-free government-purpose license to use, duplicate, or disclose the work, in whole or in part and in any manner, and to have or permit others to do so, for government purposes pursuant to the copyright license under the clause at 252.227-7013. For information about purchasing paper copies of SEI reports, please visit the publications portion of our Web site (http://www.sei.cmu.edu/library/). The following service marks and registered marks are used in this document: Capability Maturity Model

CMM

CMM IntegrationSM CMMI

IDEALSM SCAMPISM CMMI, CMM, and Capability Maturity Model are registered in the U.S. Patent and Trademark Office. CMM Integration, SCAMPI, and IDEAL are service marks of Carnegie Mellon University. CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 Sumrio i Sumrio Prefcio xi Objetivo do Modelo xi Agradecimentos xii Pblico-alvo xiii Organizao deste Documento xiii Como Usar este Documento xiv Leitores Iniciantes em Melhoria de Processo xiv Leitores com Conhecimento em Melhoria de Processo xv Leitores Familiarizados com o CMMI xv Informaes Adicionais e Feedback dos Leitores xvi Prefcio Edio em Lngua Portuguesa xvii Sobre o Modelo CMMI para Desenvolvimento 1 1 Introduo 3 Sobre Modelos de Maturidade e de Capacidade 4 Evoluo do CMMI 5 CMMI para Desenvolvimento 7 Escopo do CMMI para Desenvolvimento 8 Grupo de Complementos para IPPD 9 As Diferentes Abordagens dos CMMs 9 Escolha da Representao 10 Representao Contnua 10 Representao por Estgios 10 Comparao entre as Representaes Continua e por Estgios 11 Fatores de Deciso 11 Por que no utilizar as duas representaes? 12 Abordagem para Melhoria de Processo 13 Cenrio 1 13 Cenrio 2 14 2 Componentes das reas de Processo 17 Componentes Requeridos, Esperados e Informativos 17 Componentes Requeridos 17 Componentes Esperados 17 Componentes Informativos 17 Componentes Associados Parte II 18 reas de Processo 19 Objetivo da rea de Processo 20 Notas Introdutrias 20 reas de Processo Relacionadas 20 Metas Especficas 20 Metas Genricas 20 Relao de Metas e Prticas Especficas 21 Prticas Especficas 21 Produtos de Trabalho Tpicos 21 Subprticas 21 Prticas Genricas 22 Orientaes para Aplicao 22 Componentes Informativos de Apoio 23 Notas 23 Exemplos 23 Extenses 23 Referncias a outras reas de Processo 24 Esquema de Numerao 24 Convenes Tipogrficas 25 Material Especfico a uma Representao 28 Complementos 29 3 Nveis de Maturidade e de Capacidade 31 Nveis do CMMI 31 CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 ii Sumrio Estruturas das Representaes Contnua e por Estgios 32 Nveis de Capacidade 34 Nvel de Capacidade 0: Incompleto 34 Nvel de Capacidade 1: Executado 35 Nvel de Capacidade 2: Gerenciado 35 Nvel de Capacidade 3: Definido 35 Nvel de Capacidade 4: Gerenciado Quantitativamente 36 Nvel de Capacidade 5: Em Otimizao 36 Progresso nos Nveis de Capacidade 36 Nveis de Maturidade 37 Nvel de Maturidade 1: Inicial 38 Nvel de Maturidade 2: Gerenciado 38 Nvel de Maturidade 3: Definido 38 Nvel de Maturidade 4: Gerenciado Quantitativamente 39 Nvel de Maturidade 5: Em Otimizao 40 Progresso nos Nveis de Maturidade 40 reas de Processo 42 Metas e Prticas Genricas 44 Comparao entre as Representaes 46 Equivalncia com a Representao por Estgios 46 4 Relacionamento entre reas de Processo 51 Categorias das reas de Processo do CMMI 51 Gesto de Processo 52 reas de Processo de Gesto de Processo Bsicas 52 reas de Processo de Gesto de Processo Avanadas 54 Gesto de Projeto 55 reas de Processo de Gesto de Projeto Bsicas 55 reas de Processo de Gesto de Projeto Avanadas 56 Engenharia 58 Recurso e Iterao dos Processos de Engenharia 61 Suporte 62 reas de Processo de Suporte Bsicas 62 reas de Processo de Suporte Avanadas 64 5 Uso de Modelos CMMI 65 Adoo do CMMI 65 Programa de Melhoria de Processo 66 Escolhas que Impactam o Programa de Melhoria 66 Modelos CMMI 67 Uso das Avaliaes CMMI 68 Requisitos de Avaliao para o CMMI 68 Mtodos de Avaliao SCAMPI 69 Consideraes sobre Avaliaes 69 Treinamento Associado ao CMMI 70 Metas Genricas, Prticas Genricas e reas de Processo 71 Metas e Prticas Genricas 73 Viso Geral 73 Institucionalizao de Processo 73 Processo Executado 74 Processo Gerenciado 74 Processo Definido 75 Processo Gerenciado Quantitativamente 76 Processo em Otimizao 77 Relacionamento entre Processos 78 Metas e Prticas Genricas 79 Aplicao de Prticas Genricas 92 reas de Processo que do Suporte s Prticas Genricas 92 Anlise e Resoluo de Causas 103 Gesto de Configurao 117 Anlise e Tomada de Decises 133 Gesto Integrada de Projeto +IPPD 147 Medio e Anlise 181 Implantao de Inovaes na Organizao 201 Definio dos Processos da Organizao +IPPD 221 Foco nos Processos da Organizao 243 Desempenho dos Processos da Organizao 263 Treinamento na Organizao 277 Integrao de Produto 295 CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 Sumrio iii Monitoramento e Controle de Projeto 315 Planejamento de Projeto 329 Garantia da Qualidade de Processo e Produto 355 Gesto Quantitativa de Projeto 367 Desenvolvimento de Requisitos 391 Gesto de Requisitos 411 Gesto de Riscos 423 Gesto de Contrato com Fornecedores 443 Soluo Tcnica 461 Validao 487 Verificao 501 Apndices e Glossrio 519 A. Referncias 521 Fontes Disponveis Publicamente 521 Fontes Atualizadas Periodicamente 524 B. Acrnimos 525 C. Participantes do Projeto CMMI para Desenvolvimento 529 Equipe de Produto 529 Membros da Equipe do Modelo 529 Membros da Equipe de Atualizao do SCAMPI 530 Membros da Equipe de Treinamento 530 Membros da Equipe de Arquitetura 530 Membros da Equipe de Hardware 531 Membros da Equipe-Piloto 531 Membros da Equipe da Qualidade 531 Patrocinadores 531 Comit Gestor 532 Membros do Comit Gestor 532 Ex-membros do Comit Gestor 532 Suporte ao Comit Gestor: Aquisio 533 Suporte ao Comit Gestor: CCB 533 Comit de Controle de Configurao 533 Membros do Comit de Controle de Configurao 533 Membros No Votantes do Comit de Controle de Configurao 533 D. Glossrio 535 Referncia Cruzada Ordem Alfabtica dos Termos em Ingls 575 CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 iv Sumrio CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 Prefcio xi Prefcio O CMMI (Capability Maturity Model Integration Modelo Integrado de Maturidade e de Capacidade) um modelo de maturidade para melhoria de processo, destinado ao desenvolvimento de produtos e servios, e composto pelas melhores prticas associadas a atividades de desenvolvimento e de manuteno que cobrem o ciclo de vida do produto desde a concepo at a entrega e manuteno. A presente verso do modelo, como representada nesse documento, integra o corpo de conhecimento essencial para desenvolvimento e manuteno. Esses temas foram tratados separadamente no passado, como Engenharia de Software, Engenharia de Sistemas, Engenharia de Hardware e Design, e Aquisio, assim como o tratamento de outros atributos de qualidade de produto (por exemplo, Confiabilidade, Manutenibilidade, Usabilidade etc.). As denominaes anteriores do CMMI para a Engenharia de Sistemas e Engenharia de Software (CMMI-SE/SW) foram substitudas pelo ttulo CMMI para Desenvolvimento com o objetivo de refletir verdadeiramente a ampla integrao destes corpos de conhecimento e a aplicao do modelo nas organizaes. O CMMI para Desenvolvimento (CMMI-DEV) fornece uma soluo integrada e abrangente para as atividades de desenvolvimento e manuteno aplicadas a produtos e servios. O CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 uma continuao e atualizao da verso 1.1, e foi facilitado pelo conceito de constelaes CMMI em que um conjunto de componentes principais pode ser complementado por material adicional a fim de gerar modelos para aplicaes especficas com alto grau de componentes comuns. O CMMI-DEV, primeiro de tais constelaes, representa a rea de interesse de Desenvolvimento. Ob]etivo do Modelo O objetivo do CMMI para Desenvolvimento auxiliar as organizaes na melhoria de seus processos de desenvolvimento e manuteno de produtos e servios. O CMMI para Desenvolvimento um conjunto de melhores prticas gerado a partir do Framework do CMMI1, o qual apoia a Sute de Produtos CMMI, permitindo a gerao de diversos modelos, treinamentos e mtodos de avaliao para reas de interesse especficas. Uma constelao um conjunto de componentes CMMI para uma rea de interesse que inclui um modelo, seu material de treinamento e documentos relacionados a avaliaes. Atualmente h trs constelaes 1 O Framework do CMMI a estrutura bsica que organiza os componentes do CMMI e os combina nas constelaes CMMI e seus modelos. CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 xii Prefcio planejadas e compatveis com a verso 1.2 do framework do modelo: desenvolvimento, servios e aquisio. Utilizam-se complementos com o objetivo de expandir as constelaes para um determinado contedo adicional. Este documento contm a constelao CMMI para Desenvolvimento, incluindo o CMMI-DEV base e o CMMI-DEV com o Complemento para IPPD (CMMI-DEV +IPPD). Quando no se utiliza o IPPD, devem ser ignoradas as informaes identificadas como Complemento para IPPD. Diferentemente da verso 1.1 do CMMI, em que as representaes contnua e por estgios para melhoria de processo eram descritas em documentos separados, a verso 1.2 descreve essas representaes em um nico documento. Esta apresentao consolidada do modelo para ambas representaes foi utilizada primeiramente no livro Guidelines for Process Integration and Product Improvement. Agradecimentos a Peter Gordon, parceiro de publicao na Addison-Wesley Professional, e aos autores do livro, Mary Beth Chrissis, Mike Konrad e Sandy Shrum, por permitirem a utilizao dos manuscritos do livro como base para a elaborao da verso 1.2 do CMMI [Chrissis 2003]. Agradecimentos Muitas pessoas talentosas participaram da equipe de produto da Sute de Produtos CMMI v1.2. Trs grupos principais envolvidos neste desenvolvimento foram o Comit Gestor, a Equipe de Produto e o Comit de Controle de Configurao. O Comit Gestor orientou e aprovou os planos da Equipe de Produto, forneceu consultoria sobre as principais questes crticas do projeto CMMI e assegurou envolvimento de uma variedade de comunidades interessadas. A Equipe de Produto escreveu, revisou, atualizou, discutiu e aprovou a estrutura e o contedo tcnico da Sute de Produtos CMMI, incluindo framework, modelos, e materiais de treinamento e avaliao. As atividades de desenvolvimento apoiaram-se em vrios elementos, dentre eles: a Especificao-A e orientao especfica fornecida pelo Comit Gestor para cada liberao, modelos-fonte, solicitaes de mudana recebidas de usurios da comunidade e informaes recebidas de projetos-piloto e de outras partes interessadas [SEI 2004]. O Comit de Controle de Configurao foi o mecanismo oficial adotado para controlar mudanas nos modelos CMMI e no treinamento Introduction to CMMI. Assim, esse grupo assegurou a integridade ao longo do ciclo de vida da sute de produtos por meio da reviso de todas as mudanas propostas no baseline e da aprovao apenas daquelas mudanas que satisfizeram s questes crticas identificadas e aos critrios para release da prxima verso. CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 Prefcio xiii Os membros desses grupos que participaram do desenvolvimento da verso 1.2 do CMMI esto listados no Apndice C. Pblico-alvo O pblico-alvo do modelo constitudo por quaisquer interessados em melhoria de processo em um ambiente de desenvolvimento e manuteno. Este documento til tanto para o leitor que estiver familiarizado com o conceito de modelos de maturidade quanto para o leitor que estiver procurando informaes para iniciar esforos de melhoria. Este modelo tambm recomendado para aqueles que desejam utilizar uma avaliao2 a fim de conhecer o nvel em que a organizao encontra-se, para as organizaes que j sabem o que querem melhorar e para aquelas que esto iniciando e querem obter uma viso geral da constelao CMMI para Desenvolvimento. Organizao deste Documento Este documento, que serve como guia para melhoria de processos da organizao, est disponvel no site do SEI na Web3. Ele est organizado em trs partes principais: Parte I Sobre o Modelo CMMI para Desenvolvimento. Parte II Metas Genricas, Prticas Genricas e reas de Processo. Parte III Apndices e Glossrio. Parte I Sobre o Modelo CMMI para Desenvolvimento. Composta por cinco captulos: Captulo 1 Introduo. Fornece uma viso geral do CMMI e da constelao CMMI para Desenvolvimento, introduz conceitos de melhoria de processo e apresenta a histria dos modelos e das diferentes abordagens utilizadas para melhoria de processo. Captulo 2 Componentes das reas de Processo. Descreve os componentes das reas de processo do CMMI para Desenvolvimento. Captulo 3 Nveis de Maturidade e de Capacidade. Descreve como os componentes do modelo se inter-relacionam e explica os conceitos de nveis de maturidade e nveis de capacidade. Captulo 4 Relacionamento entre reas de Processo. Fornece uma viso do significado e das interaes entre as reas de processo do CMMI para Desenvolvimento. 2 Uma avaliao um exame de um ou mais processos realizado por uma equipe de profissionais treinados, utilizando um modelo de referncia (por exemplo, CMMI) como base para determinar pontos fortes e pontos fracos. 3 O site do SEI na Web http://www.sei.cmu.edu. CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 xiv Prefcio Captulo 5 Uso de Modelos CMMI. Descreve caminhos para adoo e uso do CMMI para melhoria de processo e benchmarking. Parte II Metas Genricas, Prticas Genricas e reas de Processo. Composta por 23 sees, sendo que a primeira contm as metas e prticas genricas, incluindo uma descrio de como elas sero utilizadas e como esto relacionadas s reas de processo4. Cada uma das demais 22 sees representa uma rea de processo do CMMI para Desenvolvimento. Essas reas de processo esto organizadas em ordem alfabtica de seus acrnimos em ingls para facilitar sua localizao. Cada seo contm: descries de metas, melhores prticas e exemplos; todos os componentes requeridos e esperados da constelao CMMI para Desenvolvimento; e componentes informativos relacionados, incluindo nomes, subprticas, notas e produtos de trabalho tpicos. Parte III Apndices e Glossrio. Consiste de trs apndices e o glossrio. Apndice A Referncias. Contm referncias para auxiliar na localizao de fontes de informao documentadas, tais como: relatrios, modelos de melhoria de processo, normas e padres do setor industrial e livros relacionados ao CMMI para Desenvolvimento. Apndice B Acrnimos. Define os acrnimos utilizados no modelo. Apndice C Participantes do Projeto CMMI para Desenvolvimento. Contm uma lista das pessoas, e suas respectivas organizaes, que participaram da elaborao do CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2. Glossrio. Define os principais termos e expresses utilizadas no CMMI. Como Usar este Documento Independentemente do nvel de conhecimento do leitor sobre melhoria de processo ou sobre o prprio modelo CMMI, a Parte I pode auxiliar a entender por que o CMMI para Desenvolvimento o melhor modelo a ser utilizado na melhoria dos processos de desenvolvimento e manuteno. Leitores Iniciantes em Melhoria de Processo Caso o leitor no esteja familiarizado com melhoria de processo ou com o conceito CMM, sugere-se primeiramente a leitura do Captulo 1 Introduo, que fornece uma viso geral sobre melhoria de processo e sobre o CMMI. Em seguida, consulte a Parte II, que inclui metas genricas, prticas genricas, metas especficas e prticas especficas, para ter uma ideia do alcance das melhores prticas contidas no modelo, dedicando ateno especial s sees Objetivo da rea de Processo e Notas Introdutrias localizadas no incio de cada rea de processo. 4 Uma rea de processo um conjunto de melhores prticas relacionadas a uma rea que, quando implementadas, satisfazem a um conjunto de metas consideradas importantes para realizar melhorias significativas naquela rea. CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 Prefcio xv Na Parte III, antes de usar o CMMI para Desenvolvimento, consulte as referncias do Apndice A e selecione fontes adicionais que possam ser teis. Leia os acrnimos e termos do glossrio para se familiarizar com a linguagem do CMMI. Por fim, volte e leia os detalhes da Parte II. Leitores com Conhecimento em Melhoria de Processo Caso no esteja familiarizado com o CMMI, mas tenha experincia com outros modelos de melhoria de processo, tais como CMM para Software (Software CMM SW-CMM) verso 1.1, ou Systems Engineering Capability Model (i.e., EIA 731), o leitor reconhecer, de imediato, muitas semelhanas [EIA 1998]. Sugere-se primeiramente a leitura da Parte I para entender em que o CMMI diferente de outros modelos de melhoria de processo, dedicando ateno especial a sees de sua escolha. Ao ler a Parte II, esteja atento s melhores prticas semelhantes s encontradas em outros modelos nos quais o leitor tenha experincia. A identificao de conceitos com os quais se tenha familiaridade oferece uma boa noo do que novo e do que foi herdado de modelos j conhecidos. Em seguida, consulte a seo Glossrio para entender como a terminologia pode diferir daquela utilizada por outros modelos de melhoria de processo j conhecidos. Haver muitos conceitos em comum, mas com terminologias diferentes. Leitores Familiarizados com o CMMI Caso o leitor conhea ou tenha utilizado anteriormente o modelo CMMI, ser fcil reconhecer os conceitos e as melhores prticas apresentadas. As diferenas entre as verses 1.2 e 1.1 esto explicadas com detalhes no release notes da verso 1.2 no site do SEI na Web. Essas diferenas refletem as melhorias sugeridas pelos usurios da verso 1.1. As seguintes melhorias foram implementadas na verso 1.2: As duas representaes so apresentadas conjuntamente. As prticas avanadas e os conceitos sobre caractersticas comuns foram removidos. As descries das prticas genricas e das metas genricas foram movidas para a Parte II. Foram adicionadas extenses para Hardware. Todas as definies foram concentradas na seo Glossrio. As prticas IPPD foram reorganizadas e simplificadas. No h mais rea de processo especfica que se dedique a IPPD. As reas de processo Gesto de Contrato com Fornecedores (SAM) e Integrated Supplier Management (ISM) foram fundidas e a antiga disciplina Supplier Sourcing (SS) foi removida. Foram adicionadas orientaes para aplicao das prticas genricas de nvel 3. CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 xvi Prefcio Foi adicionada uma explicao sobre como as reas de processo apoiam a implementao das prticas genricas. Foi adicionado material para assegurar que os processos-padro sejam implantados no startup dos projetos. nformaes Adicionais e Feedback dos Leitores O leitor pode encontrar informaes adicionais sobre o CMMI em vrias outras fontes, tais como o background e a histria dos modelos CMMI, assim como os benefcios de utiliz-los. Muitas dessas fontes esto listadas no Apndice A e publicadas no site do CMMI na Web http://www.sei.cmu.edu/cmmi/ [SEI 2]. Sugestes para melhoria do CMMI so bem-vindas. Para informaes sobre como fornecer feedback, consulte o site do CMMI na Web http://www.sei.cmu.edu/cmmi/tools/cr/. Caso o leitor tenha dvidas sobre o CMMI, envie um e-mail para [email protected]. CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 Prefcio xvii Prefcio Edio em Lngua Portuguesa A traduo do CMMI-DEV v1.2 para o portugus foi uma iniciativa conjunta da Fundao CPqD e da Integrated System Diagnostics Brasil - ISD Brasil, com apoio do Ministrio de Cincia e Tecnologia. O CPqD tem um longo histrico de interesse e envolvimento com qualidade de software, documentos normativos e modelos de maturidade. Desde 1993, vrios de seus profissionais participaram das comisses do CB-21 da ABNT, no trabalho de traduo de normas internacionais da ISO/IEC na rea de Engenharia de Software. A partir do ano 2000, dois profissionais do CPqD (Andr Villas-Boas e Jos Marcos Gonalves) realizaram tradues informais do SW-CMM v1.1 e do CMMI v1.1, no mbito dos projetos do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade em Software, da SEPIN/MCT (Secretaria de Poltica de Informtica Ministrio de Cincia e Tecnologia). Essas tradues foram disponibilizadas no site do CPqD e da SEPIN/MCT. O interesse da comunidade foi muito grande, e o texto traduzido do modelo foi uma das pginas do site do CPqD com a maior taxa de acesso, inclusive com consultas originadas em outros pases. Esse fato um claro indicador das dificuldades encontradas pelos profissionais de Engenharia de Software na utilizao de textos tcnicos em ingls. Simultaneamente, o uso dos modelos CMM no Brasil cresceu de forma expressiva. Muito disso est associado ao estabelecimento da ISD Brasil como SEI Partner no Pas, tornando-se a primeira empresa brasileira a realizar avaliaes oficiais com avaliadores brasileiros habilitados e certificados pelo SEI (Software Engineering Institute). O fato de as atividades de avaliao, treinamento e consultoria terem sido realizadas em portugus por profissionais locais da ISD Brasil certamente contribuiu significativamente para a disseminao do modelo. Dessa trajetria paralela do CPqD e da ISD Brasil, surgiu a idia de empreender a traduo oficial do modelo CMMI, tendo o CPqD como executor, devido sua experincia com modelos de maturidade e com documentos normativos de qualidade de software, e a ISD Brasil como responsvel pela verificao independente da traduo, devido sua ampla experincia na aplicao prtica dos conceitos de CMM/CMMI em centenas de organizaes brasileiras e devido tambm ao seu longo histrico de relacionamento com o SEI fruto de sua condio pioneira de SEI Partner no Brasil. Em 2008, foi firmado um contrato entre o CPqD e o SEI para a traduo oficial do modelo. A ISD Brasil ficou responsvel pela verificao independente, e o CPqD celebrou Convnio de Cooperao com a SEPIN/MCT para cobrir parte dos custos da traduo. Os custos da verificao independente foram absorvidos pela ISD Brasil como contribuio comunidade brasileira e de lngua portuguesa. CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 xviii Prefcio Os benefcios para a comunidade brasileira de desenvolvimento de software, sistemas e produtos so claros, visto que muito mais fcil trabalhar com documentos e normas em portugus, seja para implantao, treinamento ou avaliao. Alm disso, todos os outros pases de lngua portuguesa tambm so beneficiados. O trabalho de traduo no CPqD usou como base de referncia a traduo informal feita pelo prprio CPqD no passado e as tradues oficiais do CMMI existentes para outros idiomas latinos (francs e espanhol). Alm disso, a equipe de traduo contou com a consultoria de dois autores do modelo, Mike Konrad e Sandy Shrum, que auxiliaram no esclarecimento de questes de interpretao do texto original e na adoo de solues alternativas, alm da verificao progressiva realizada pela equipe da ISD Brasil. Desta forma, as dvidas e questes crticas foram sendo sanadas ao longo do processo de traduo, evitando erros e retrabalho. A traduo de textos tcnicos uma tarefa bastante complexa, o que ainda mais crtico quando consideramos que o texto final dever ser utilizado em avaliaes oficiais e, portanto, deve ser completamente fiel ao esprito do original e no deve conter ambiguidade alguma. Em muitas situaes em que o texto original utilizava expresses idiomticas sem equivalentes em portugus, a equipe de traduo buscou textos alternativos (aps consultar o SEI) e decidiu utilizar termos e expresses j consagrados pelo uso da comunidade brasileira, seja na prtica ou seja em textos normativos j existentes. Em situaes em que no havia um nico termo consagrado, decidiu-se manter o termo em ingls. Esse o caso das palavras design e baseline, por exemplo. Em alguns casos, para esclarecer alguma deciso de traduo ou terminologia, a equipe de traduo lanou mo de notas de rodap identificadas pelo acrnimo NT Notas de Traduo, lembrando que as demais notas de rodap sem esta identificao esto presentes tambm no original. Alm disso, o material produzido foi submetido consulta pblica da comunidade brasileira de Engenharia de Software. Isso foi feito em dois momentos. Primeiramente, foi submetido consulta pblica o glossrio do modelo CMMI e o dicionrio de termos tcnicos e expresses. Em um segundo momento, foi submetido o texto completo da traduo. As sugestes e comentrios da comunidade contriburam para o aprimoramento do texto traduzido. Outras decises da equipe de traduo referentes estrutura e organizao do texto tambm foram baseadas nas tradues para o francs e o espanhol. Foram mantidos os acrnimos originais das reas de processo (por exemplo, REQM para Gesto de Requisitos), das metas especficas e genricas (por exemplo, SG para meta especfica) e das prticas especficas e genricas (por exemplo, SP para prtica especfica). As reas de processo foram dispostas no texto na mesma ordem do original, de acordo com a ordem alfabtica dos acrnimos da rea de processo (CAR, CM, etc.). Caso sejam encontrados problemas na traduo, o leitor deve encaminhar sua solicitao via mecanismo descrito no site do SEI, utilizando o "Formulrio para solicitao de alterao" (http://www.sei.cmu.edu/downloads/cmmi/cr-v12-port.doc). Alm disso, o leitor pode se comunicar diretamente com a equipe de traduo pelo CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 Prefcio xix endereo eletrnico [email protected], ou com a equipe de reviso pelo endereo eletrnico [email protected]. Os responsveis pelo projeto de traduo esperam que o trabalho seja til para a comunidade, contribua para a evoluo das prticas de Engenharia de Software no Brasil e em outros pases de lngua portuguesa, e desejam a todos uma boa leitura. O projeto de traduo foi patrocinado pelo CPqD, na figura de seu Vice-Presidente de Tecnologia, Claudio Aparecido Violato, e pela ISD Brasil, na figura de seu Diretor-Executivo, Carlos Alberto Caram. Segue a relao das equipes envolvidas do CPqD traduo/redao e da ISD Brasil verificao independente da traduo. CPqD ISD Brasil Mario Lcio Crtes Gerente do Projeto de Traduo Claudia Mendona Camargo Gerente do Projeto de Verificao Renato Chaves Vasques Responsvel Tcnico pela Verificao Independente Equipe de tradutores Equipe de revisores Andr Luiz de Castro Villas-Boas Ana Paula Eugnia Jos Marcos Gonalves Arthur Maria do Valle Mario Lcio Crtes Carlos Alberto Caram Patrcia Ribeiro Claudia Mendona Camargo Silvia de Oliveira Espada Renato Chaves Vasques CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 Sobre o Modelo CMMI para Desenvolvimento 1 PARTE I Sobre o Modelo CMMI para Desenvolvimento CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 Sobre o Modelo CMMI para Desenvolvimento 2 CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 Captulo 1 Introduo 3 1 Introduo Atualmente, mais do que nunca, as empresas desejam entregar melhores produtos e servios, mais rapidamente e com melhor preo. Ao mesmo tempo, no ambiente de alta tecnologia do sculo XXI, quase todas as organizaes esto envolvidas no desenvolvimento de produtos e servios cada vez mais complexos. Hoje, normalmente uma empresa no desenvolve sozinha todos os componentes de um produto ou servio. O mais comum que alguns componentes sejam produzidos internamente e alguns sejam adquiridos. Posteriormente, todos os componentes so integrados ao produto ou servio final. As organizaes devem ser capazes de gerenciar e controlar esse complexo processo relacionado a desenvolvimento e manuteno. Os problemas que essas organizaes tratam atualmente envolvem solues que abrangem toda a corporao, exigindo uma abordagem integrada de tratamento. A gesto eficaz dos ativos da organizao crtica para o sucesso do negcio. Essencialmente, essas organizaes desenvolvem produtos e servios e, como tal, necessitam de formas de gesto integrada para suas atividades de desenvolvimento a fim de alcanar seus objetivos estratgicos. No mercado atual, existem modelos de maturidade, padres, metodologias e diretrizes que podem auxiliar uma organizao a melhorar sua forma de fazer negcios. Entretanto, a maioria das abordagens disponveis para melhoria tem seu foco em uma parte especfica do negcio e no utilizam uma abordagem sistmica em relao aos problemas enfrentados por grande parte das organizaes. Ao focar na melhoria de uma nica rea do negcio, esses modelos infelizmente tm ajudado a perpetuar as barreiras e compartimentalizaes que existem nas organizaes. O CMMI (Capability Maturity Model Integration) oferece uma oportunidade de evitar ou eliminar essas barreiras e compartimentalizaes por meio de modelos integrados que transcendem as disciplinas. O CMMI para Desenvolvimento consiste das melhores prticas relativas s atividades de desenvolvimento e manuteno aplicadas a produtos e servios. Ele abrange prticas que cobrem o ciclo de vida do produto desde a concepo at a entrega e manuteno, e se concentra no trabalho necessrio para construo e manuteno do produto em sua totalidade. CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 Captulo 1 Introduo 4 8obre Modelos de Maturidade e de Capacidade Em suas pesquisas para auxiliar organizaes a desenvolver e manter produtos e servios com qualidade, o SEI (Software Engineering Institute) encontrou vrias dimenses em que uma organizao pode focar esforos para melhorar seus negcios. A Figura 1.1 ilustra as trs dimenses crticas nas quais as organizaes geralmente concentram-se: pessoas, procedimentos e mtodos, e ferramentas e equipamentos. Figura 1.1 As Trs Dimenses Crticas Mas o que mantm a coeso dessas trs dimenses? So os processos utilizados na organizao. Os processos permitem alinhar a maneira de fazer negcio. Permitem tambm explorar a escalabilidade e facilitam a incorporao do conhecimento e das melhores prticas. Processos permitem a otimizao de recursos e uma melhor compreenso das tendncias de negcio. Isso no quer dizer que pessoas e tecnologia no sejam importantes. Estamos vivendo em um mundo onde tecnologias sofrem mudanas que alcanam uma ordem de grandeza a cada dez anos. Da mesma forma, comum que pessoas trabalhem para vrias empresas ao longo de suas carreiras profissionais. Vivemos em um mundo dinmico. Ao focar em processo, obtm-se os fundamentos necessrios para enfrentar um mundo em constante mudana e para maximizar a produtividade das pessoas e o uso da tecnologia, visando maior competitividade. O setor de manufatura j reconheceu a importncia da eficincia e eficcia dos processos. Atualmente, muitas organizaes dos setores de manufatura e servios reconhecem a importncia de processos da qualidade. Os processos auxiliam a fora de trabalho da organizao a alcanar seus objetivos estratgicos, ajudando-a a trabalhar de forma mais inteligente, com menor esforo e melhor consistncia. Processos efetivos tambm fornecem um meio para introduo e utilizao de novas Procedimentos e mtodos que definem o relacionamento das tarefas Ferramentas e equipamentos Pessoas com competncias, treinamento e motivao AB CDPROCESSOCMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 Captulo 1 Introduo 5 tecnologias de modo a promover um melhor alinhamento com os objetivos estratgicos da organizao. Nos anos 30, Walter Shewhart comeou a trabalhar em melhoria de processo utilizando princpios de controle estatstico da qualidade [Shewhart 1931]. Esses princpios foram refinados por W. Edwards Deming [Deming 1986] e Joseph Juran [Juran 1988]. Watts Humphrey, Ron Radice e outros estenderam esses princpios ainda mais e comearam a aplic-los a software em seus trabalhos na IBM e no SEI [Humphrey 1989]. O livro Managing the Software Process de Humphrey apresenta os princpios e conceitos bsicos nos quais muitos dos modelos de maturidade e de capacidade (CMMs) esto baseados. O SEI baseou-se na premissa de gesto de processo de que a qualidade de um sistema ou produto altamente influenciada pelo processo utilizado para desenvolv-lo e mant-lo e definiu CMMs que a incorporam. A crena nessa premissa largamente difundida na comunidade internacional da qualidade, como evidenciado pelo conjunto de padres da ISO/IEC (International Organization for Standardization/International Eletrotechnical Commission Organizao Internacional de Normalizao/Comisso Internacional Eletrotcnica). Os CMMs focam na melhoria de processo em uma organizao. Eles contm os elementos essenciais de processos efetivos para uma ou mais disciplinas e descrevem um caminho de melhoria evolutiva desde processos imaturos, ou ad hoc, at processos maduros, disciplinados, com qualidade e eficcia melhoradas. O SEI criou o primeiro CMM, concebido para organizaes de software e publicou-o no livro The Capability Maturity Model: Guidelines for Improving the Software Process [SEI 1995]. O livro do SEI aplicou os princpios introduzidos h quase um sculo a este ciclo contnuo de melhoria de processo. O valor dessa abordagem de melhoria de processo tem sido confirmado ao longo do tempo. As organizaes tm observado aumento de produtividade e qualidade, melhorias no tempo de ciclo (cycle time) e prazos, e oramentos mais precisos e previsveis [Gibson 2006]. Evoluo do CMM Desde 1991, foram desenvolvidos CMMs para uma gama de disciplinas. Alguns dos mais conhecidos foram os modelos para Engenharia de Sistemas, Engenharia de Software, Aquisio de Software, Gesto e Desenvolvimento de Fora de Trabalho, e Desenvolvimento Integrado de Processo e Produto (IPPD). Embora esses modelos tenham se mostrado teis para muitas organizaes, o uso de mltiplos modelos tem sido problemtico. Muitas organizaes gostariam que seus esforos de melhoria pudessem englobar diferentes grupos na organizao. Entretanto, as diferenas entre esses modelos especficos orientados a disciplinas e utilizados por CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 Captulo 1 Introduo 6 cada equipe, quanto arquitetura, ao contedo e abordagem, tm limitado a capacidade dessas organizaes em ampliar com sucesso a abrangncia de suas melhorias. Alm disso, a aplicao de vrios modelos no integrados em uma organizao dispendiosa em termos de treinamento, avaliaes e atividades de melhoria. O projeto CMM IntegrationSM foi constitudo para resolver o problema originado com o uso de mltiplos CMMs. A misso inicial da Equipe do Produto CMMI era combinar trs modelos: 1. O Capability Maturity Model for Software (SW-CMM) v2.0 draft C [SEI 1997b]. 2. O Systems Engineering Capability Model (SECM) [EIA 1988]5. 3. O Integrated Product Development Capability Maturity Model (IPD-CMM) v0.98 [SEI 1997a]. A combinao desses modelos em um framework nico visava permitir sua utilizao pelas organizaes na sua busca pela melhoria de processo no mbito da corporao como um todo. Esses trs modelos utilizados como base foram escolhidos pela sua popularidade nas comunidades de Software e de Engenharia de Sistemas, e em funo de suas diferentes abordagens para a melhoria de processo em uma organizao. Utilizando informaes desses modelos populares e bem aceitos como base, a Equipe do Produto CMMI criou um conjunto coerente de modelos integrados que podem ser adotados tanto por aqueles que j esto utilizando os modelos originrios, quanto por aqueles que ainda no conhecem o conceito do CMM. Portanto, o CMMI resultado da evoluo do SW-CMM, do SECM e do IPD-CMM. O desenvolvimento de um conjunto integrado de modelos significou mais do que simplesmente a combinao de modelos existentes. Utilizando processos que promovem o consenso, a Equipe do Produto CMMI construiu um framework que acomoda mltiplas disciplinas e suficientemente flexvel para apoiar as diferentes abordagens dos modelos que o antecederam [Ahern 2003]. 5 O modelo Systems Engineering Capability conhecido tambm como Electronic Industries Alliance 731 (EIA 731). CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 Captulo 1 Introduo 7 Figura 1.2 Histria dos CMMs Desde a publicao do CMMI v1.1, observou-se que esse framework de melhoria pode ser aplicado a outras reas de interesse [SEI 2002a, SEI 2002b]. Para se aplicar a vrias reas de interesse, o framework agrupa melhores prticas nas assim chamadas constelaes. Uma constelao um conjunto de componentes CMMI utilizados para construir modelos, materiais de treinamento e documentos de avaliao. Recentemente, a arquitetura do modelo CMMI foi aprimorada para dar apoio a vrias constelaes e permitir o compartilhamento das melhores prticas entre constelaes e seus modelos. Foi iniciado um trabalho com duas novas constelaes: uma para servios (CMMI for Services) e outra para aquisio (CMMI for Acquisition). Embora incorpore o desenvolvimento de servios, incluindo a combinao de componentes, bens de consumo e pessoas, visando satisfazer aos requisitos de servios, o CMMI para Desenvolvimento diferente do CMMI voltado a servios (CMMI-SVC), que tem seu foco na prestao de servios. Os modelos CMMI que estavam disponveis para a comunidade antes de 2006 so considerados atualmente como parte da constelao do CMMI para Desenvolvimento. CMM para Desenvolvimento A constelao do CMMI para Desenvolvimento consiste de dois modelos: CMMI para Desenvolvimento +IPPD e CMMI para Desenvolvimento, sem IPPD. Os dois modelos compartilham grande parte do seu material e so idnticos nessas reas compartilhadas. Contudo, o CMMI para Desenvolvimento +IPPD contm metas e prticas adicionais que cobrem IPPD. Atualmente, apenas o modelo CMMI para Desenvolvimento +IPPD est publicado e contm todo o conjunto de prticas disponveis nessa Development CMMv1.02 (2000) v1.02 (2000) v1.1 (2002) v1.1 (2002) Histria dos CMMsCMM for Software v1.1 (1993) CMM for Software v1.1 (1993) Systems Engineering CMM v1.1 (1995) Systems Engineering CMM v1.1 (1995) EIA 731 SECM (1998) EIA 731 SECM (1998) INCOSE SECAM (1996) INCOSE SECAM (1996) Integrated Product Development CMM(1997)Integrated Product Software CMM v2, draft C (1997)Software CMM v2, draft C (1997)CMMI for Development v1.2 (2006) CMMI for Acquisition v1.2 (2007) CMMI for Acquisition v1.2 (2007) CMMI for Services v1.2 (2007) CMMI for Services v1.2 (2007) CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 Captulo 1 Introduo 8 constelao. Outros modelos podem ser derivados desse material. Quando no se utiliza o IPPD, devem ser ignoradas as informaes identificadas como Complemento para IPPD. Se surgir necessidade ou se a constelao para desenvolvimento for expandida, a arquitetura permitir que outros modelos sejam gerados e publicados. O CMMI para Desenvolvimento o sucessor dos trs modelos que o antecederam. O SEI descontinuou o Software CMM e o IPD-CMM. O EIA descontinuou o SECM. Todos esses trs modelos foram substitudos pelo CMMI para Desenvolvimento. As melhores prticas contidas nos modelos CMMI passaram por um profundo processo de reviso. O CMMI verso 0.2 foi revisado publicamente e utilizado em atividades-piloto. A Equipe do Produto CMMI analisou mais de 3.000 solicitaes de mudana ao criar a verso 1.0 do CMMI. Logo em seguida, foi publicada a verso 1.02, que incorporou uma grande quantidade de pequenas melhorias. A verso 1.1 incorporou melhorias a partir do feedback proveniente de utilizaes iniciais, com mais de 1.500 solicitaes de mudana submetidas como parte da reviso pblica e centenas de comentrios como parte do processo de controle de mudanas. A verso 1.2 do CMMI foi elaborada levando em considerao cerca de 2.000 solicitaes de mudana submetidas por usurios do CMMI. Mais de 750 dessas solicitaes eram referentes ao contedo do modelo CMMI. Como se pode constatar, o CMMI no s largamente adotado, como tambm aprimorado com base no feedback da comunidade. Escopo do CMM para Desenvolvimento O CMMI para Desenvolvimento um modelo de referncia que cobre as atividades de desenvolvimento e manuteno aplicadas tanto a produtos quanto a servios. Organizaes de muitos setores, tais como aeroespacial, bancrio, hardware de computador, software, defesa, indstria automobilstica e telecomunicaes, utilizam o CMMI para Desenvolvimento. Os modelos que fazem parte da constelao do CMMI para Desenvolvimento contm prticas que cobrem Gesto de Projeto, Gesto de Processo, Engenharia de Sistemas, Engenharia de Hardware, Engenharia de Software e outros processos de suporte utilizados em desenvolvimento e manuteno. O modelo CMMI para Desenvolvimento +IPPD cobre tambm a utilizao de equipes integradas para atividades de desenvolvimento e manuteno. CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 Captulo 1 Introduo 9 Grupo de Complementos para PPD No CMMI, complementos so utilizados para incluir o material que pode ser de interesse para usurios especficos. Na constelao do CMMI para Desenvolvimento, foi includo material adicional para tratar IPPD. O conjunto de Complementos para IPPD cobre uma abordagem IPPD que inclui prticas para auxiliar as organizaes na colaborao das partes interessadas, considerando restries e dependncias de tempo, ao longo do ciclo de vida do produto, visando satisfazer s necessidades, expectativas e aos requisitos dos clientes [DoD 1996]. Ao utilizar processos que apoiam uma abordagem IPPD, recomenda-se integr-los com outros processos da organizao. Para apoiar aqueles que utilizam processos associados a IPPD, a constelao do CMMI para Desenvolvimento permite que as organizaes selecionem o grupo de complementos para IPPD. Ao se optar pelo uso do CMMI para Desenvolvimento +IPPD, selecionam-se o modelo CMMI para Desenvolvimento e todos os complementos para IPPD. Se a opo for pelo CMMI para Desenvolvimento, seleciona-se o modelo CMMI para Desenvolvimento, sem os complementos para IPPD. No texto da Parte I deste documento, por conciso, utiliza-se a expresso CMMI para Desenvolvimento com o intuito de fazer referncia a quaisquer desses modelos. As Diferentes Abordagens dos CMMs A definio de um CMM permite que a comunidade desenvolva modelos que apoiem diferentes abordagens para a melhoria de processo. Desde que um modelo contenha os elementos essenciais de processos efetivos para uma ou mais disciplinas e descreva um caminho de melhoria evolutiva desde processos imaturos, ad hoc, at processos maduros, disciplinados, com qualidade e eficcia melhoradas, ele considerado um CMM. O CMMI possibilita abordar melhoria e avaliao de processos utilizando duas representaes diferentes: contnua e por estgios. A representao contnua permite que a organizao escolha uma determinada rea de processo (ou grupo de reas de processo) e melhore processos relacionados a ela. Essa representao utiliza nveis de capacidade para caracterizar a melhoria associada a uma rea de processo em particular. A representao por estgios utiliza conjuntos predefinidos de reas de processo para definir um caminho de melhoria para uma organizao. Esse caminho de melhoria caracterizado por nveis de maturidade. Cada nvel de maturidade contm um conjunto de reas de processos que caracterizam diferentes comportamentos organizacionais. CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 Captulo 1 Introduo 10 Escolha da Representao Em organizaes em que o processo de melhoria ainda uma novidade e no se est familiarizado nem com a representao por estgios, nem com a representao contnua, no se incorrer em erro ao escolher qualquer uma delas. Existem muitas razes para se escolher uma representao ou outra. Se algum CMM j foi utilizado e se o leitor est familiarizado com uma representao em particular, recomendvel continuar utilizando essa representao porque isso tornar mais fcil a transio para o CMMI. Uma vez que se esteja inteiramente vontade com o CMMI, pode-se, ento, optar pelo uso da outra representao. Como cada representao apresenta vantagens sobre a outra, algumas organizaes utilizam as duas representaes para tratar necessidades especficas em momentos diversos em seus programas de melhoria. Nas sees a seguir, so descritas as vantagens e desvantagens de cada representao para auxiliar na escolha da melhor representao para uma organizao. Representao Contnua A representao contnua oferece mxima flexibilidade na utilizao de um modelo CMMI para melhoria de processo. Uma organizao pode focar na melhoria do desempenho de um ponto problemtico associado a um processo isolado, ou pode trabalhar em vrias reas que estejam fortemente ligadas aos objetivos estratgicos da organizao. A representao contnua tambm permite que uma organizao melhore diferentes processos com diferentes nfases ao longo do tempo. Existem algumas limitaes nas escolhas de uma organizao devido a dependncias entre algumas reas de processo. Se os processos da organizao que precisam ser melhorados so conhecidos e se as dependncias entre as reas de processo descritas no CMMI so bem compreendidas, a representao contnua uma boa escolha para essa organizao. Representao por Estgios A representao por estgios oferece uma forma sistemtica e estruturada para abordar a melhoria de processo, baseada em modelo, enfocando um estgio por vez. A conquista de cada estgio assegura que foi estabelecida uma infraestrutura adequada de processos que servir de base para o prximo estgio. As reas de processo so organizadas em nveis de maturidade, o que reduz a necessidade de escolhas associadas melhoria de processo. A representao por estgios prescreve uma ordem de implementao das reas de processo de acordo com nveis de maturidade, definindo um caminho de melhoria para a organizao, do nvel inicial ao nvel em otimizao. A conquista de cada nvel de maturidade assegura que foi CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 Captulo 1 Introduo 11 estabelecida uma base de melhoria adequada para o prximo nvel de maturidade, permitindo uma melhoria incremental e duradoura. Se no se sabe por onde comear e quais processos escolher para serem melhorados, a representao por estgios uma boa opo. Ela fornece um conjunto especfico de processos para melhorar em cada estgio, determinado por mais de uma dcada de experincia e pesquisas em melhoria de processo. Comparao entre as Representaes Continua e por Estgios A Tabela 1.1 compara as vantagens de cada representao e pode auxiliar na determinao da representao mais adequada para a organizao. Tabela 1.1 Comparao das vantagens entre as representaes continua e por estgios Representao Contnua Representao por Estgios Permite livre escolha da sequncia de melhorias, de forma a melhor satisfazer aos objetivos estratgicos e mitigar as reas de risco da organizao. Permite que as organizaes tenham um caminho de melhoria predefinido e testado. Permite visibilidade crescente da capacidade alcanada em cada rea de processo. Foca em um conjunto de processos que fornece organizao uma capacidade especfica caracterizada por cada nvel de maturidade. Permite que melhorias em diferentes processos sejam realizadas em diferentes nveis. Resume os resultados de melhoria de processo em uma forma simples: um nico nmero que representa o nvel de maturidade. Reflete uma abordagem mais recente que ainda no dispe de dados para demonstrar seu retorno do investimento. Baseia-se em uma histria relativamente longa de utilizao, com estudos de casos e dados que demonstram o retorno do investimento. Fatores de Deciso Trs categorias de fatores podem influenciar na deciso de qual representao escolher: estratgia, cultura e legado. Fatores estratgicos Uma organizao com um conhecimento maduro de seus prprios objetivos estratgicos provavelmente possui um forte mapeamento entre esses e seus processos. Essa organizao pode preferir a representao contnua para avaliar seus processos e para determinar quanto seus processos contribuem para a satisfao dos objetivos estratgicos. Se uma organizao com foco em linha de produto decidir melhorar seus processos na organizao como um todo, pode ser mais bem atendida CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 Captulo 1 Introduo 12 pela representao por estgios. A representao por estgios auxilia na escolha dos conjuntos de processos onde focar a melhoria. A mesma organizao pode optar por melhorar processos por linha de produto. Nesse caso, ela pode escolher a representao contnua e uma classificao distinta de capacidade pode ser obtida na avaliao de cada linha de produto. As duas abordagens so vlidas. A considerao mais importante a ser feita a identificao dos objetivos estratgicos a serem apoiados pelo programa de melhoria de processo e a forma como esses objetivos estratgicos se alinham s duas representaes. Fatores Culturais Os fatores culturais a serem considerados na escolha de uma representao esto relacionados com a capacidade da organizao em relao implantao de um programa de melhoria de processo. Por exemplo, uma organizao pode escolher a representao contnua se sua cultura corporativa basear-se em processos e for experiente em melhoria de processo ou se existir um processo que precise ser melhorado rapidamente. Uma organizao pouco experiente em melhoria de processo pode escolher a representao por estgios, uma vez que essa representao fornece orientaes adicionais sobre a sequncia em que as mudanas devem ocorrer. Legado Se a organizao tiver experincia com outro modelo que utiliza uma representao por estgios, pode ser mais prudente continuar utilizando essa representao no CMMI, especialmente se j fez investimentos e implantou processos associados representao por estgios. O mesmo raciocnio pode ser aplicado para a representao contnua. Por que no utilizar as duas representaes? Seja para melhoria de processo ou para avaliao, as duas representaes foram concebidas para oferecer resultados essencialmente equivalentes. Quase todo o contedo do modelo CMMI comum a ambas representaes. Portanto, uma organizao no precisa escolher uma representao em detrimento da outra. Na realidade, uma organizao pode encontrar utilidade em ambas representaes. raro uma organizao implementar uma dessas representaes exatamente conforme prescritas. As organizaes bem-sucedidas em melhoria de processo frequentemente definem um plano de melhoria que foca suas necessidades especficas e ento utilizam os princpios tanto da representao contnua como da representao por estgios. Por exemplo, as organizaes que escolhem a representao por estgios e esto no nvel de maturidade 1 frequentemente implementam as reas de processo do nvel 2 e tambm a rea de processo Foco nos Processos da Organizao, que pertence ao nvel de maturidade 3. Outro exemplo uma organizao que escolhe a representao contnua para CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 Captulo 1 Introduo 13 orientar seu esforo interno de melhoria de processo e depois escolhe a representao por estgios para realizar uma avaliao. Abordagem para Melhoria de Processo Para demonstrar como utilizar este modelo, apresentam-se dois diferentes cenrios. No cenrio 1, uma organizao desenvolve sistemas eletrnicos e quer melhorar seus processos relacionados a desenvolvimento de produto utilizando a abordagem contnua. No cenrio 2, uma empresa de desenvolvimento de software que utiliza IPPD, j aplica o CMM para Software, e agora quer utilizar o CMMI. Esta empresa alcanou recentemente o nvel 3 de maturidade de acordo com a verso 1.1 do CMM para Software (SW-CMM). Cenrio 1 Neste cenrio, est sendo utilizada a abordagem contnua e, portanto, devem ser escolhidos os processos que so importantes para os objetivos estratgicos. Como existem 22 reas de processo que podem ser selecionadas, isso representa muito para ser focado logo de incio. Pode ser necessrio focar em um nmero menor de reas de processo. Por exemplo, pode-se descobrir que o seu concorrente sempre lana o produto dele primeiro. Nesse caso, pode-se escolher como foco de melhoria os processos de Engenharia e de Gesto de Projeto. Ao considerar esta deciso, selecionam-se todas as reas de processo de Engenharia como pontos de partida: Integrao de Produto, Desenvolvimento de Requisitos, Gesto de Requisitos, Soluo Tcnica, Validao e Verificao. Tambm so selecionadas as reas de processo Planejamento de Projeto e Monitoramento e Controle de Projeto. A partir desse momento, pode-se julgar que oito reas de processo ainda so um nmero excessivo para se focar inicialmente, e por isso, decidir que nos processos relacionados a requisitos que se concentram os problemas. Consequentemente, selecionam-se as reas de processo Desenvolvimento de Requisitos e Gesto de Requisitos para iniciar os esforos de melhoria. Em seguida, decide-se o quanto de melhoria necessrio na rea de requisitos. J existem quaisquer processos devidamente implementados? Se no h, o objetivo de melhoria de processo pode ser alcanar o nvel de capacidade 1. Os processos relacionados a desenvolvimento e gesto de requisitos esto adequados para cada projeto, mas no so processos gerenciados? Por exemplo, polticas, treinamentos e ferramentas no esto implementados para dar suporte aos processos. Se os processos relacionados a requisitos esto adequados, mas no h infraestrutura de suporte, seu objetivo de melhoria de processo pode ser alcanar o nvel de capacidade 2. CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 Captulo 1 Introduo 14 Os processos relacionados a desenvolvimento e gesto de requisitos e sua gesto esto adequados, mas cada projeto executa tais processos de forma diferente? Por exemplo, o processo de levantamento de requisitos no realizado de forma sistemtica no contexto da organizao. Se este o caso, o objetivo de melhoria de processo pode ser alcanar o nvel de capacidade 3. Os processos relacionados a desenvolvimento e gesto de requisitos so gerenciados e executados de forma sistemtica, mas no h um modo objetivo de controlar e melhorar esses processos? Se este o caso, o objetivo de melhoria de processo pode ser alcanar o nvel de capacidade 4. A organizao deseja assegurar que os subprocessos mais indicados para melhoria foram selecionados, com base em objetivos quantitativos para maximizar o negcio? Se esse o caso, o objetivo de melhoria de processo pode ser alcanar o nvel de capacidade 5 para os processos selecionados. Na descrio de cada rea de processo, importante observar no modelo as extenses introduzidas pelas frases Extenso para Engenharia de Hardware, Extenso para Engenharia de Sistemas e Extenso para Engenharia de Software. Deve-se utilizar todas as informaes que no possuem marcaes especficas e o material contido nas caixas de texto intituladas Apenas para Representao Contnua. Como se pode observar a partir desse cenrio, necessrio entender quais processos precisam ser melhorados e quanto se deseja que cada processo amadurea. Essa forma de proceder reflete o princpio fundamental da representao contnua. Cenrio 2 No segundo cenrio, uma empresa de desenvolvimento de software utiliza IPPD, aplica o CMM para Software (SW-CMM) e deseja utilizar o CMMI. As reas de processo nos nveis de maturidade 2 e 3 so selecionadas e escolhe-se o modelo CMMI para Desenvolvimento +IPPD. Esta seleo inclui as sete reas de processo do nvel de maturidade 2: Gesto de Requisitos, Planejamento de Projeto, Monitoramento e Controle de Processo, Gesto de Contrato com Fornecedores, Medio e Anlise, Garantia da Qualidade de Produto e Processo, e Gesto de Configurao. Alm disso, inclui as onze reas de processo do nvel de maturidade 3: Desenvolvimento de Requisitos, Soluo Tcnica, Integrao de Produto, Verificao, Validao, Foco nos Processos da Organizao, Definio dos Processos da Organizao +IPPD, Treinamento na Organizao, Gesto Integrada de Projeto +IPPD, Gesto de Riscos, e Anlise e Tomada de Decises. Os complementos para IPPD tambm devem ser includos. Como essa organizao j alcanou o nvel de maturidade 3 do CMM para Software (SW-CMM), deve-se considerar as reas de processo do CMMI que no esto no CMM para Software (SW-CMM). Essas reas incluem Medio e Anlise, Desenvolvimento de Requisitos, Soluo Tcnica, Integrao de Produto, Verificao, Validao, Gesto de CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 Captulo 1 Introduo 15 Riscos, e Anlise e Tomada de Decises. Determine se existem esses processos na organizao, embora eles no estejam descritos no CMM para Software. Se algum dos processos corresponde quelas reas de processos ou a outras reas de processo que eram do CMM para Software (SW-CMM), realize a anlise de gap em relao s metas e prticas para se certificar de que a inteno de cada rea de processo do CMMI seja satisfeita. Deve-se observar que, em cada rea de processo selecionada, necessrio procurar informaes identificadas por Extenso para Engenharia de Software e Complemento para IPPD. Utilize todas as informaes que no possuem marcaes especficas e tambm o material contido nas caixas de texto intituladas Apenas para Representao por Estgios. Como se pode observar, as informaes fornecidas por este documento podem ser utilizadas de diversas formas, dependendo das necessidades de melhoria da organizao. O objetivo geral do CMMI fornecer um framework que apresente, de forma consistente, as melhores prticas e abordagens para processo, mas que tambm possa ser flexvel para tratar rapidamente as necessidades de mudana da comunidade. CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 Captulo 2 Componentes das reas de Processo 17 2 Componentes das reas de Processo Este captulo descreve os componentes das reas de processo, das metas genricas e das prticas genricas. A compreenso do significado desses componentes fundamental para utilizar, de forma efetiva, as informaes contidas na Parte II. Caso o leitor no esteja familiarizado com a Parte II, antes de ler este captulo, sugere-se que conhea as sees Metas e Prticas Genricas e algumas sees das reas de processo para se ter uma viso geral da sua estrutura e contedo. Componentes Requeridos, Esperados e nformativos Os componentes do modelo so agrupados em trs categorias requeridos, esperados e informativos de acordo com a maneira de interpret-los. Componentes Requeridos Os componentes requeridos descrevem o que uma organizao deve realizar para implementar uma rea de processo. Isso deve estar visivelmente implementado nos processos da organizao. Os componentes requeridos no CMMI so as metas especficas e as metas genricas. A satisfao de metas o critrio utilizado nas avaliaes para decidir se uma rea de processo foi implementada de maneira adequada. Componentes Esperados Os componentes esperados descrevem o que uma organizao pode implementar para satisfazer um componente requerido, orientando os responsveis por implementar melhorias ou executar avaliaes. Os componentes esperados so constitudos pelas prticas especficas e prticas genricas. Antes que as metas possam ser consideradas satisfeitas, as prticas, conforme descritas ou na forma de alternativas aceitveis, devem estar presentes nos processos planejados e implementados da organizao. Componentes Informativos Os componentes informativos fornecem detalhes s organizaes para auxili-las na implementao dos componentes requeridos e esperados. So exemplos de componentes informativos do modelo: subprticas, produtos de trabalho tpicos, extenses, orientaes para aplicao de prtica genrica, ttulos de metas e prticas, notas de metas e prticas, e referncias a outras reas de processo. CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 Captulo 2 Componentes das reas de Processo 18 O glossrio de termos do CMMI no deve ser considerado um componente requerido, esperado ou informativo dos modelos CMMI. Recomenda-se que os termos contidos na seo Glossrio sejam interpretados no contexto dos componentes do modelo nos quais eles apaream. Componentes Associados a Parte A Figura 2.1 a seguir ilustra os componentes do modelo associados Parte II e como eles se relacionam. Figura 2.1 Componentes do Modelo CMMI As sees a seguir detalham os componentes do modelo. rea de Processo Esperado Informativo Requerido LEGENDA: Subprticas Produtos de Trabalho Tpicos Prticas Especficas Prticas Genricas Subprticas Orientaes para Aplicao Metas Especficas Metas Genricas Objetivo da rea de Processo Notas Introdutrias reas de Processo Relacionadas CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 Captulo 2 Componentes das reas de Processo 19 reas de Processo Uma rea de processo um conjunto de prticas relacionadas a uma rea que, quando implementadas, satisfazem a um conjunto de metas consideradas importantes para realizar melhorias significativas naquela rea. O modelo CMMI-DEV composto por 22 reas de processo, apresentadas na ordem alfabtica de seus acrnimos em ingls: Anlise e Resoluo de Causas (CAR) Gesto de Configurao (CM) Anlise e Tomada de Decises (DAR) Gesto Integrada de Projeto +IPPD (IPM +IPPD)6 Medio e Anlise (MA) Implantao de Inovaes na Organizao (OID) Definio dos Processos da Organizao +IPPD (OPD +IPPD)6 Foco nos Processos da Organizao (OPF) Desempenho dos Processos da Organizao (OPP) Treinamento na Organizao (OT) Integrao de Produto (PI) Monitoramento e Controle de Projeto (PMC) Planejamento de Projeto (PP) Garantia da Qualidade de Processo e Produto (PPQA) Gesto Quantitativa de Projeto (QPM) Desenvolvimento de Requisitos (RD) Gesto de Requisitos (REQM) Gesto de Riscos (RSKM) Gesto de Contrato com Fornecedores (SAM) Soluo Tcnica (TS) Validao (VAL) Verificao (VER) 6 Esta rea de processo tem +IPPD ao lado de seu nome porque contm uma meta e prticas que so especficas a IPPD. O material especfico para IPPD denominado Complemento para IPPD. Todas as reas de processo com Complemento para IPPD tm +IPPD ao lado de seu nome. CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 Captulo 2 Componentes das reas de Processo 20 Objetivo da rea de Processo O texto da seo Objetivo da rea de Processo um componente informativo das reas de processo. Por exemplo, o texto da seo Objetivo da rea de Processo Definio dos Processos da Organizao (OPD) : O objetivo da rea de processo Definio dos Processos da Organizao (OPD) fornecer subsdios para estabelecer e manter um conjunto utilizvel de ativos de processo da organizao e de padres de ambiente de trabalho. Notas Introdutrias A seo Notas Introdutrias um componente informativo que descreve os principais conceitos abordados nas reas de processo. Por exemplo, o contedo das notas introdutrias da rea de processo Planejamento de Projeto : O planejamento tem incio com os requisitos que caracterizam o produto e o projeto. reas de Processo Relacionadas A seo reas de Processo Relacionadas um componente informativo que apresenta referncias s reas de processo relacionadas e reflete o relacionamento de alto nvel entre as reas de processo. Por exemplo, uma referncia encontrada na seo reas de Processo Relacionadas da rea de processo Planejamento de Projeto : Consulte a rea de processo Gesto de Riscos para mais informaes sobre identificao e gesto de riscos. Metas Especficas Uma meta especfica descreve as caractersticas que devem estar presentes para uma implementao adequada de uma rea de processo. Ela um componente requerido do modelo utilizada nas avaliaes para determinar se uma rea de processo est implementada. Por exemplo, uma meta especfica da rea de processo Gesto de Configurao : A integridade dos baselines estabelecida e mantida. Apenas a declarao da meta especfica, logo em seguida ao seu ttulo, um componente requerido do modelo. O ttulo da meta especfica (precedido pelo nmero da meta) e quaisquer notas associadas meta so considerados componentes informativos do modelo. Metas Genricas As metas genricas so componentes requeridos do modelo utilizadas nas avaliaes para determinar se uma rea de processo est implementada e so denominadas genricas porque a mesma declarao de meta se aplica a vrias reas de processo. Elas descrevem as caractersticas necessrias para institucionalizar os processos que CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 Captulo 2 Componentes das reas de Processo 21 implementam a rea de processo em questo. (Consulte a primeira seo (Metas e Prticas Genricas) da Parte II, para uma descrio mais detalhada das metas e prticas genricas). Um exemplo de meta genrica : O processo institucionalizado como um processo definido. Apenas a declarao da meta genrica, logo em seguida ao seu ttulo, um componente requerido do modelo. O ttulo da meta genrica (precedido pelo nmero da meta) e quaisquer notas associadas meta so considerados componentes informativos do modelo. Relao de Metas e Prticas Especficas A seo Relao de Metas e Prticas Especficas um componente informativo das reas de processo que lista as metas especficas (componentes requeridos) e as prticas especficas (componentes esperados). Prticas Especficas A prtica especfica a descrio de uma atividade considerada importante para a satisfao da meta especfica associada. As prticas especficas so componentes esperados do modelo que descrevem as atividades esperadas visando satisfao das metas especficas de uma rea de processo. Por exemplo, uma prtica especfica da rea de processo Monitoramento e Controle de Projeto : Monitorar os compromissos com relao aos identificados no plano de projeto. Apenas a declarao da prtica especfica, logo em seguida ao seu ttulo, um componente esperado do modelo. O ttulo da prtica especfica (precedido pelo nmero da prtica) e quaisquer notas associadas a ela so considerados componentes informativos do modelo. Produtos de Trabalho Tpicos A seo Produtos de Trabalho Tpicos relaciona exemplos de sadas de uma prtica especfica. Esses exemplos so denominados produtos de trabalho tpicos porque existem outros que no fazem parte da lista, mas so to representativos quanto os listados. Produtos de trabalho tpicos so componentes informativos do modelo. Por exemplo, um produto de trabalho tpico da prtica especfica Monitorar os valores reais dos parmetros de planejamento de projeto em relao ao plano de projeto, na rea de processo Monitoramento e Controle de Projeto, : Registros de desvios significativos. Subprticas A subprtica uma descrio detalhada que orienta a interpretao e implementao de uma prtica especfica ou uma prtica genrica. CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 Captulo 2 Componentes das reas de Processo 22 Subprticas podem ser expressas de forma prescritiva, mas, na verdade, so componentes informativos que apenas visam fornecer ideias que sejam teis para melhoria de processo. Por exemplo, uma subprtica para a prtica especfica Implementar aes corretivas para tratar as questes crticas identificadas, na rea de processo Monitoramento e Controle de Projeto, : Determinar e documentar as aes apropriadas necessrias para tratar as questes crticas identificadas. Prticas Genricas As prticas genricas so componentes esperados do modelo e so denominadas genricas porque a mesma prtica se aplica a vrias reas de processo. Elas descrevem uma atividade considerada importante para a satisfao da meta genrica associada. Por exemplo, uma prtica genrica da meta genrica O processo institucionalizado como um processo gerenciado : Fornecer os recursos adequados para execuo do processo de monitoramento e controle de projeto, envolvendo o desenvolvimento de produtos de trabalho e fornecimento dos servios do processo. Apenas a declarao da prtica genrica, logo em seguida ao seu ttulo, um componente esperado do modelo. O ttulo de uma prtica genrica (precedido pelo nmero da prtica) e quaisquer notas associadas a ela so considerados componentes informativos do modelo. Para reduzir a repetio desta informao e manter o nmero de pginas necessrias para apresent-la, apenas o ttulo da prtica genrica, a declarao e as orientaes para aplicao da prtica genrica aparecem nas reas de processo. (Consulte a primeira seo (Metas e Prticas Genricas) da Parte II, para uma descrio mais detalhada das metas e prticas genricas). Orientaes para Aplicao A seo Orientaes para Aplicao um componente esperado do modelo e, em uma rea de processo, aparecem aps a prtica genrica para fornecer orientao para a aplicao da prtica genrica na rea de processo conforme as recomendaes do modelo CMMI. Por exemplo, as orientaes para aplicao de prtica genrica que sucedem a prtica genrica Estabelecer e manter uma poltica organizacional para planejamento e execuo do processo de planejamento de projeto, na rea de processo Planejamento de Projeto, so: Esta poltica estabelece as expectativas da organizao em relao estimativa dos parmetros de planejamento, ao estabelecimento de compromissos internos e externos e elaborao do plano para gerenciar o projeto. CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 Captulo 2 Componentes das reas de Processo 23 Componentes nformativos de Apoio Em muitos trechos do modelo, so necessrias informaes adicionais para descrever um conceito. Este material informativo fornecido pelos seguintes componentes: Notas. Exemplos. Extenses. Referncias. Notas Uma nota um componente informativo do modelo, na forma de um texto, que pode acompanhar qualquer outro componente do modelo, podendo fornecer detalhes, background ou fundamentao. Por exemplo, a nota que acompanha a prtica especfica Implementar propostas de ao selecionadas que foram desenvolvidas durante anlise de causa, na rea de processo Anlise e Resoluo de Causas, : Recomenda-se implementar em larga escala apenas as mudanas que realmente possam agregar valor. Exemplos Exemplos so componentes informativos do modelo que incluem texto, e s vezes, uma relao de itens geralmente apresentados em uma caixa de texto, que podem acompanhar qualquer outro componente e visam esclarecer um conceito ou uma atividade descrita. A seguir, apresenta-se um exemplo que acompanha a subprtica Documentar as no conformidades que no puderem ser resolvidas no projeto da prtica especfica Comunicar as questes crticas relativas qualidade e assegurar a soluo de no conformidades com a equipe e com os gerentes, na rea de processo Garantia da Qualidade de Processo e Produto: Exerp|os de rare|ras de lralar rao corlorr|dades derlro do projelo: Corr|g|r a rao corlorr|dade. Vod|l|car as descr|oes de processos, padroes ou proced|rerlos que lorar v|o|ados. 0oler ura d|spersa da recess|dade de corr|g|r a rao corlorr|dade. Extenses Uma extenso uma nota ou exemplo que relevante para uma determinada disciplina. As disciplinas tratadas neste modelo so Engenharia de Hardware, Engenharia de Sistemas e Engenharia de Software. CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 Captulo 2 Componentes das reas de Processo 24 Extenses so componentes informativos do modelo e so caracterizados por um cabealho que indica a disciplina qual ela se aplica. Por exemplo, uma extenso para Engenharia de Software caracterizada como Extenso para Engenharia de Software. Um exemplo de extenso o que acompanha a prtica especfica Estabelecer e manter o plano global do projeto, na rea de processo Planejamento de Projeto. A Extenso para Engenharia de Hardware faz a seguinte complementao: Para hardware, o documento de planejamento frequentemente denominado de plano de desenvolvimento de hardware. Atividades de desenvolvimento durante a preparao para produo podem ser includas no plano de desenvolvimento de hardware ou definidas em um plano de produo separado. Referncias a outras reas de Processo So componentes informativos do modelo que apontam para informaes adicionais ou mais detalhadas nas reas de processo relacionadas, podendo acompanhar qualquer componente do modelo. Por exemplo, uma referncia a outra rea de processo que acompanha a prtica especfica Selecionar subprocessos que compem o processo definido para o projeto com base em dados histricos de estabilidade e de capacidade, na rea de processo Gesto Quantitativa de Projeto, : Consulte a rea de processo Definio dos Processos da Organizao para mais informaes sobre a biblioteca de ativos de processo da organizao, que podem incluir elementos de processo com capacidade conhecida e necessria. Esquema de Numerao As metas especficas e as metas genricas esto numeradas de forma sequencial. Cada meta especfica inicia-se com o prefixo SG (por exemplo, SG 1). Cada meta genrica iniciada pelo prefixo GG (por exemplo, GG 2). Cada prtica especfica inicia-se com o prefixo SP, seguida de um nmero na forma x.y (por exemplo, SP 1.1). O x corresponde ao nmero da meta com a qual a prtica especfica relaciona-se. O y corresponde ao nmero sequencial da prtica especfica qual pertence a meta especfica x. Um exemplo de numerao de prtica especfica o da rea de processo Planejamento de Projeto. A primeira prtica especfica identificada por SP 1.1 e a segunda identificada por SP 1.2. Cada prtica genrica iniciada pelo prefixo GP, seguida de um nmero na forma x.y (por exemplo, GP 1.1). O x corresponde ao nmero da meta genrica. O y corresponde ao nmero sequencial da prtica genrica qual pertence a meta genrica CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 Captulo 2 Componentes das reas de Processo 25 x. Por exemplo, a primeira prtica genrica associada GG 2 identificada por GP 2.1 e a segunda identificada por GP 2.2. Convenes Tipograficas As convenes tipogrficas utilizadas neste modelo foram concebidas para facilitar a localizao do trecho desejado e seu uso efetivo. Os componentes do modelo so apresentados em formatos que permitem ao leitor encontr-los rapidamente. As figuras de 2.2 a 2.4 so exemplos de pginas de reas de processo da Parte II que apresentam os diferentes componentes da rea de processo identificadas para facilitar sua localizao. Observe que os componentes usam convenes tipogrficas distintas para que seja possvel identific-los mais facilmente. CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 Captulo 2 Componentes das reas de Processo 26 Figura 2.2 Exemplo de pgina da rea de processo CAR CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 Captulo 2 Componentes das reas de Processo 27 Figura 2.3 Exemplo de pgina da rea de processo VER CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 Captulo 2 Componentes das reas de Processo 28 Figura 2.4 Exemplo de pgina da rea de processo IPM +IPPD Material Especfico a uma Representao Na Parte II, observa-se que muitos componentes da seo Prticas Genricas por Meta de cada rea de processo so apresentados dentro de uma caixa de texto e intitulados Apenas para Representao por Estgios, Apenas para Representao Contnua ou Apenas para Representao Contnua/Nveis de Maturidade de 3 a 5. Os componentes que no esto destacados aplicam-se a ambas representaes. Os componentes destacados com a expresso Apenas para Representao por Estgios aplicam-se apenas no caso de se CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 Captulo 2 Componentes das reas de Processo 29 utilizar a representao por estgios. Os componentes destacados com a expresso Apenas para Representao Contnua aplicam-se apenas no caso de se utilizar a representao contnua. (Veja exemplo na Figura 2.4). Os componentes destacados pela expresso Apenas para Representao Contnua/Nveis de Maturidade de 3 a 5 aplicam-se tanto queles que utilizam a representao contnua quanto queles que buscam alcanar os nveis de maturidade 3, 4 ou 5 utilizando a representao por estgios. Entretanto, esses componentes no se aplicam caso o intuito seja alcanar o nvel de maturidade 2 utilizando a representao por estgios. Complementos Complementos so constitudos de materiais informativos, prticas especficas, metas especficas ou reas de processo que ampliam o escopo de um modelo ou enfatizam um determinado aspecto de seu uso. Neste documento, todos os complementos aplicam-se a IPPD. Um exemplo de complemento o da rea de processo Treinamento na Organizao que aparece aps a primeira meta especfica, Estabelecer uma Capacidade de Treinamento na Organizao. O complemento afirma Treinamentos necessrios aos membros das equipes integradas incluem: treinamento cruzado entre funes, treinamento para desenvolvimento de liderana e treinamento para desenvolvimento de habilidades de inter-relacionamento e de habilidades para integrar adequadamente funes tcnicas e de negcio. Como normalmente h uma gama significativa de variao tanto da experincia dos participantes quanto dos requisitos, pode ser necessrio que as partes interessadas no envolvidas na elaborao dos requisitos recebam treinamento cruzado nas vrias disciplinas envolvidas no design do produto, a fim de promover o seu comprometimento com os requisitos, por meio de uma compreenso completa da gama de variao e dos inter-relacionamentos desses requisitos. CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 Captulo 3 Nveis de Maturidade e de Capacidade 31 3 Nveis de Maturidade e de Capacidade Feita a apresentao inicial sobre os componentes dos modelos CMMI, necessrio entender como todos eles se encaixam para satisfazer s necessidades de melhoria de processo [Dymond 2004]. Este captulo apresenta o conceito de nveis e demonstra como as reas de processo esto organizadas e como so utilizadas. Para isso, interessante relembrar a discusso iniciada no Captulo 1. Niveis do CMM No modelo CMMI, utilizam-se nveis para descrever um caminho evolutivo recomendado para uma organizao que deseja melhorar os processos utilizados para desenvolver e manter seus produtos e servios. Os nveis tambm podem resultar de classificaes obtidas por meio de avaliaes7realizadas em organizaes compreendendo a empresa toda (normalmente pequenas), ou grupos menores, tais como um grupo de projetos ou uma diviso de uma empresa. O CMMI apresenta dois caminhos para melhoria. Um caminho permite que as organizaes melhorem de forma incremental os processos correspondentes a uma ou mais reas de processo individualmente selecionadas pela organizao. O outro caminho permite que as organizaes melhorem um conjunto de processos inter-relacionados e, de forma incremental, tratem sucessivos conjuntos de reas de processo. Esses dois caminhos de melhoria associam-se aos dois tipos de nveis correspondentes s duas representaes apresentadas no Captulo 1. Para a representao contnua, emprega-se a expresso nvel de capacidade e para a representao por estgios, emprega-se a expresso nvel de maturidade. Independentemente da representao escolhida, o conceito de nveis o mesmo. Os nveis caracterizam melhorias a partir de um estado em que processos esto mal definidos em direo a um estado que utilize informaes quantitativas a fim de determinar e gerenciar melhorias necessrias para satisfazer aos objetivos estratgicos da organizao. Para alcanar um determinado nvel, uma organizao deve satisfazer a todas as metas associadas rea de processo ou ao conjunto de reas de processo que constituem o alvo para melhoria, independentemente de se tratar de um nvel de capacidade ou de um nvel de maturidade. 7 Para mais informaes sobre avaliaes, consulte Appraisal Requirements for CMMI e Standard CMMI Appraisal Method for Process Improvement Method Definition Document [SEI 2006a, SEI 2006b]. CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 Captulo 3 Nveis de Maturidade e de Capacidade 32 Ambas representaes permitem a implementao de melhorias de processo visando satisfazer aos objetivos estratgicos e apresentam essencialmente a mesma filosofia, utilizando os mesmos componentes do modelo. Estruturas das Representaes Continua e por Estagios A Figura 3.1 ilustra as estruturas das representaes contnua e por estgios. As diferenas aparecem imediatamente quando se observa a estrutura de ambas representaes: enquanto a representao por estgios utiliza nveis de maturidade, a representao contnua utiliza nveis de capacidade. reas de Processo Representao Contnua Representao por Estgios Nveis de Capacidade Prticas Genricas Metas Genricas Metas Especficas Prticas Especficas reas de Processo Nveis de Maturidade Metas Especficas Metas Genricas Prticas Especficas Prticas Genricas Figura 3.1 Estruturas das Representaes Contnua e por Estgios O que pode chamar ateno ao comparar essas duas representaes a semelhana entre elas. Ambas tm os mesmos componentes (por CMMI para Desenvolvimento Verso 1.2 Captulo 3 Nveis de Maturidade e de Capacidade 33 exemplo, reas de processo, metas especficas e prticas especficas), e esses componentes tm a mesma hierarquia e configurao. O que pode no ficar aparente primeira vista ao analisar a Figura 3.1 que a representao contnua foca na capacidade de reas de processo medida pelos nveis de capacidade, enquanto a representao por estgios foca na maturidade da organizao medida pelos nveis de maturidade. Essas dimenses do CMMI, capacidade e maturidade, so utilizadas tanto para benchmarking e atividades de avaliao, quanto para orientar os esforos de melhoria da organizao. Nveis de capacidade, associados representao contnua, aplicam-se melhoria de processo da organizao em reas de processo individuais. Esses nveis so um meio para melhorar, de forma incremental, os processos correspondentes a uma determinada rea de processo. H seis nveis de capacidade, numerados de 0 a 5. Nveis de maturidade, associados representao por estgios, aplicam-se melhoria de processo da organizao em um conjunto de reas de processo. Esses nveis auxiliam na previso dos resultados de futuros projetos. H cinco nveis de maturidade, numerados de 1 a 5. A Tabela 3.1 compara os seis nveis de capacidade com os cinco nveis de maturidade. Deve-se observar que h quatro nveis com os mesmos nomes em ambas representaes. As diferenas so: no existe nvel de maturidade 0 para a representao por estgios, e no nvel 1, o nvel de capacidade Executado, ao passo que o nvel de maturidade Inicial. Portanto, o ponto de partida diferente para as duas representaes. Tabela 3.1 Comparao entre os Nveis de Capacidade e os Nveis de Maturidade. Nvel Representao Contnua Nveis de Capacidade Representao por Estgios Nveis de Maturidade Nvel 0 Incompleto No se aplica Nvel 1 Executado Inicial Nvel 2 Gerenciado Gerenciado Nvel 3 Definido Definido Nvel 4 Gerenciado Quantitativamente Gerenciado Quantitativamente Nvel 5 Em Otimizao Em Otimizao A representao contnua preocupa-se tanto com a seleo de uma determinada rea de processo para realizar melhorias quanto com a definio do nvel de capacidade desejado para aquela rea de processo. Nesse contexto, importante saber se um processo executado ou incompleto. Portanto, o ponto de partida da representao contnua