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Sir András Schiff 12 FEVEREIRO 2017 andrás schiff © dr

Sir András Schiff · 2017-09-28 · 05 A Suite para Piano, op. 14, de Béla Bartók, data de 1916 e foi estreada em 1919, em Budapeste, com o compositor ao piano. A peça é formada

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Sir András Schiff

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12 DE FEVEREIRODOMINGO19:00 — Grande Auditório

Ciclo de piano

Sir András Schiff Piano

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Johann Sebastian BachSinfonia em Dó maior, BWV 787Sinfonia em Dó menor, BWV 788Sinfonia em Ré maior, BWV 789Sinfonia em Ré menor, BWV 790Sinfonia em Mi bemol maior, BWV 791

Béla BartókSuite para Piano, op. 14

AllegrettoScherzoAllegro moltoSostenuto

Johann Sebastian BachSinfonia em Mi maior, BWV 792Sinfonia em Mi menor, BWV 793Sinfonia em Fá maior, BWV 794Sinfonia em Fá menor, BWV 795Sinfonia em Sol maior, BWV 796

Béla BartókAo ar livre, Sz. 81 (1-3)

Com tambores e flautins: PesanteBarcarolla: AndanteMusette: Moderato

Duração total prevista: c. 2h 10 min.Intervalo de 20 min.

O pianista András Schiff pede para não haver aplausos antes do fim da primeira parte do recital.

Johann Sebastian BachSinfonia em Sol menor, BWV 797Sinfonia em Lá maior, BWV 798Sinfonia em Lá menor, BWV 799Sinfonia em Si bemol maior, BWV 800Sinfonia em Si menor, BWV 801

Béla BartókAo ar livre, Sz. 81 (4-5)

Músicas noturnas: LentoA perseguição: Presto

intervalo

Leos JanácekSonata 1.X.1905

Pressentimento: Con motoMorte: Adagio

Robert SchumannSonata para Piano n.º 1, em Fá sustenido menor, op. 11

Introduzione: Un poco adagio – Allegro vivaceAriaScherzo e Intermezzo: Allegrissimo – LentoFinale: Allegro un poco maestoso

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A imensa obra para tecla de Johann Sebastian Bach comporta uma importante e abrangente parcela pedagógica, bastando para tal dizer que peças suas acompanham todo o percurso de formação de um pianista, desde a iniciação até à conclusão dos estudos superiores.Neste âmbito se inserem as quinze Invenções (a duas vozes) e as quinze Sinfonias (também conhecidas por Invenções a três Vozes), reservadas tradicionalmente para os 3.º e 4.º graus da aprendizagem do instrumento. O segredo de tal longevidade de permanência nos programas prende-se, porém, tanto com a propriedade pedagógica destas trinta peças, como com a sua qualidade artística, com uma perfeição e qualidade de acabamento na escrita musical cabalmente ao nível das mais celebradas obras para tecla do compositor: elas são também um pequeno curso introdutório de escrita contrapontística.O manuscrito é datado de 1723, antecedendo portanto, em pouco tempo, a mudança de J. S. Bach de Cöthen para Leipzig. As peças terão sido destinadas quer aos seus filhos – antes de mais a Wilhelm Friedemann, o mais velho – quer aos seus alunos. Têm a sua origem no Klavierbüchlein

für Wilhelm Friedemann, de 1720, sendo aí designadas, respetivamente, como Praeambulum e Fantasia. O instrumento primordialmente pensado como destinatário seria o clavicórdio, instrumento de tecla doméstico por excelência na Alemanha de então, que primava pela sua capacidade de matizar e gradar subtilmente os sons. São peças breves, monotemáticas (ou de tema e contratema), sem grande complexidade harmónica, mas que ensinam as bases necessárias para acometer depois os Prelúdios e Fugas deO Cravo bem Temperado e demais obras de grande porte de Bach. Falamos, designadamente, da execução cantabile (primeira preocupação de Bach, aqui), do “jogo” polifónico de condução equilibrada das vozes e respetivo relevo na textura (em escrita imitativa ou fugada), bem como da identificação “sonora”, por esse mesmo relevo (por meio da articulação, fraseio ou dinâmica), dos temas, fragmentos de temas e contratemas, onde quer que surjam. Finalmente, ensinar a ornamentar com propriedade, fazendo das fioriture parte integrante do melodismo. Intenção última, enfim, ensinar a cantar com o instrumento e a fazer da sucessão de notas um verdadeiro discurso.

Sinfonias (Invenções a três vozes)BWV 787-801

composição: 1720-1723duração: c. 30 min.

Johann Sebastian BachEisenach, 21 de março de 1685Leipzig, 28 de julho de 1750

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A Suite para Piano, op. 14, de Béla Bartók, data de 1916 e foi estreada em 1919, em Budapeste, com o compositor ao piano. A peça é formada por quatro breves andamentos, em que o primeiro utiliza uma melodia de perfume romeno (que usa a escala acústica) e, na parte central, uma secção marcada por hesitações, balbucios e ostinati. O regresso da primeira parte é feito em fragmentos, fechando com uma coda acórdica. O segundo andamento baseia-se na alternância de um desenho em arpejos quebrados com uma secção mais percussiva e vertical, sendo que cada nova aparição de um e de outro vem sempre variada. Uma breve secção de fusão de ambos os elementos antecede uma coda sobre o material inicial. O terceiro andamento, em jeito de toccata, é dominado por ostinati e padrões escalares de inspiração norte-africana dados em diferentes velocidades. Por fim, o quarto andamento apresenta um mundo totalmente diferente: noturno e aquático, uma quase-barcarola. A sedução sonora lembra por vezes certos prelúdios de Debussy, mas a linguagem é inteiramente pessoal.

A suite Ao ar livre, Sz.81 de natureza programática (rara no autor), data de 1926 e foi estreada pelo compositor em dezembro desse ano. Será talvez, juntamente com a Sonata, escrita no mesmo ano, a mais importante obra para piano solo de Béla Bartók. Está organizada em dois cadernos, o primeiro com as peças 1-3.O todo permite uma alternância de peças mais telúricas (1, 3 e 5) com peças mais “suspensas” (2 e 4). A peça n.º 1, indicada Pesante, é um “festival” de piano percussivo, com um raro desenho melódico assumindo maior relevo na parte central em diálogo contrapontístico entre as duas mãos. Um regresso parcial da textura inicial envereda logo por nova transformação, levada a um paroxismo rítmico que faz lembrar momentos da Sagração da Primavera de Stravinsky. A coda (Meno mosso) introduz uma sonoridade de cymbalom.Na Barcarolla está tudo como manda a tradição: desenhos ondulantes, sugestão da superfície da água, de gotículas de água, de remadas, do movimento da gôndola e até mesmo o canto do gondoliere, mas sempre no vocabulário particular

Béla BartókNagyszentmiklós, 25 de março de 1881Nova Iorque, 26 de setembro de 1945

Suite para Piano, op. 14

Ao ar livre, Sz. 81

composição: 1916estreia: Budapeste, 21 de abril de 1919duração: c. 10 min.

composição: 1926duração: c. 15 min.

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e na escrita pianística característica de Bartók. Mas tudo é atraído, como num maelström (turbilhão de água) para ostinati obsidiantese circulares. Uma reapresentação condensadado material original precede o abrandamentoe a imobilização final da gôndola.Em Musettes estamos de novo em terra bem firme! Aqui, temos uma parte A com dois materiais principais: um desenho em colcheias, mais rítmico, e um outro com seis fusas, mais colorista. Sucede-lhe uma melodia de dança ligeira, combinada com ostinati. O regresso deA faz-se mais pesante e o de B virá a fundir-se com o desenho em fusas, mas agora em quiálteras escalares. A coda volta a sugerir a sonoridade do cymbalom. A peça n.º 4 é uma das obras-primas pianísticas de Bartók. As Músicas Noturnas são os sons/ruídos que se ouvem à noite na natureza, longe de qualquer presença humana. É inevitável pensarmos em Messiaen (também há pássaros, aqui), mas também nas Waldszenen de Schumann, conquanto, como dito, estejamos sempre perante uma linguagem inteiramente pessoal e original. Todo o lado da natureza apresenta uma escrita exclusivamente colorista (A). Estas sonoridades subjazem a toda a peça, pois são o invólucro

onde os demais eventos surgem: uma melodia do tipo coral, pesada, algo fúnebre (B), que surge por duas vezes; e uma melodia de flauta, ligeira e rústica, enunciada por três vezes. Este material é apresentado em sucessão A-B-C (com breves lampejos de A pelo meio), para depois regressar B e ver-se aí combinado/entrelaçado, quer com o material de A, quer com a melodia C. A coda reinstala os sons da natureza, com breve aparição, fragmentária, da melodia C, até que tudo se cala. Após as espantosas Músicas noturnas, surge outra obra-prima de caráter diametralmente diferente, cujas escrita e sonoridade apontam e deixam adivinhar já György Ligeti. Em A perseguição estamos perante um tour de force técnico, numa peça que exibe a indesmentível terribilità do génio. Uma nuvem sonora (rapidíssimas quiálteras de semicolcheias na mão esquerda) precede, envolve e interrompe diversas aparições de uma linha que é um achado, pois tem tanto valor melódico, quanto rítmico e de (potencial) ostinato.O maior paroxismo neste crescendo tensivo, evoluindo por patamares, é seguido de uma acalmia relativa, após o que sobrevém a coda (rallentando) comparativamente seca – é que entretanto tudo já fora dito!

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A Sonata 1.X.1905 estaria hoje perdida se a intérprete da estreia, a pianista Ludmila Tucková, não a tivesse copiado, pois Janácek lançou posteriormente às águas do rio Moldava o manuscrito original, descontente com o que escrevera. A mesma insatisfação já o levara a renegar e destruir irremediavelmente um terceiro andamento (o Finale original: uma Marcha Fúnebre) ainda antes da estreia da obra.A data no título corresponde à data da morte de um jovem checo, František Pavlík (1885-1905), vítima da repressão das autoridades austríacas no curso de uma manifestação pela criação de uma universidade checa em Brno (então Brünn). Esta fatalidade motivou Janácek a escrever a obra, cuja estreia ocorreu a 27 de janeiro de 1906, em Brno. Uma segunda estreia teria lugar em Praga, em 1924, ano do regaste da obra por Ludmila, tendo os andamentos sobreviventes sido finalmente editados pela casa Hudební matice de Praga.

O primeiro andamento, numa forma-sonata bastante clara, é dominado por duas figurações melódicas que constituem o material temático principal, ao qual se junta um segundo tema aparentado a um coral. A exposição é repetida e ao breve desenvolvimento, pontuado de ostinati, segue-se uma recapitulação condensada, fechando-se o andamentocom uma lacónica coda.O segundo andamento, originalmente intitulado Elegia, é um Adagio em jeito de litania fúnebre, cujo material é parcialmente derivado do primeiro andamento. O esquema formal respetivo é também ele claro: uma secção A que é seguidamente expandida e cuja reapresentação leva a uma gradual condensação da textura e do discurso, ligando diretamente a uma coda que funde as duas ideias principais e que procede depois por sequência descendente, entrecortada de silêncios.

Sonata 1.X.1905

composição: 1906estreia: Brno, 27 de janeiro de 1906duração: c. 13 min.

Leoš JanácekHukvaldy, 3 de julho de 1854Ostrava, 12 de agosto de 1928

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Das três sonatas de Schumann, a Sonata em Fá sustenido menor, op. 11, é a única que não sofreu revisões nem substituições de andamentos.Em todo o caso, todas testemunham a dificuldade do compositor em lidar com a herança da sonata tradicional, de um modo que não fosse conservador (no caso de Schumann: que não fosse “filisteu”), nem, por outro lado, epigonal do Beethoven tardio. Nisso, o compositor de Zwickau aparenta-se ao que, pela mesma altura, Chopin também fazia.A origem da obra encontra-se num tema de fandango fixado por Schumann em 1832, mas a composição da sonata propriamente dita iniciou-se em 1833 (ou mesmo em 1834), sendo portanto contemporânea da Sonata n.º 2, op. 22, do Carnaval op. 9 e dos Estudos Sinfónicos op. 13. Coincide ainda com o início da animosidade e da oposição declarada de Friedrich Wieck ao romance da filha com o compositor. Daí, anos mais tarde, Schumann escrever, em carta endereçada à amada, que esta sonata fora “um grito solitário do meu coração por ti”. Clara Wieck foi, como é óbvio, a dedicatária da obra e recebeu-a das mãos de Schumann em agosto de 1835, com a curiosidade da dedicatória enunciar

“para Clara, de Florestan e Eusebius”, sinalizando assim a “presença” dos dois alter ego contrastantes de Schumann na composição da mesma, ao mesmo tempo espécies de “testas de ferro” de Robert na sua comunicação secreta com Clara.Florestan e Eusebius “entram” logo na intensa e arrebatada Introdução de 52 compassos, separada do Allegro vivace por intervalos de 5.ª perfeita descendente na mão esquerda, intervalos esses que terão valor motívico ao longo da obra. Este Allegro é dominado pelo tal tema de fandango, levado a paroxismos febris e extáticos. Umaideia secundária, em Mi bemol menor, antecedea aparição do 2.º tema, no relativo maior,o qual toma a forma de uma singela melodia descendente. O desenvolvimento, numa curiosa forma tripartida, baseia-se no ritmo e no tema do fandango e no intervalo de 5.ª perfeita. Uma falsa recapitulação reintroduz efemeramente o tema principal da Introdução na mão esquerda. A recapitulação final é regular e a repetição do 2.º tema funde-se numa breve coda, onde reaparecem, pontuando na mão esquerda,os intervalos de 5.ª perfeita descendente.A breve Aria, de apenas 45 compassos, tem por tema principal uma melodia ouvida na

Sonata para Piano n.º 1,em Fá sustenido menor, op. 11

composição: 1833-1835estreia: Leipzig, agosto de 1837duração: c. 30 min.

Robert SchumannZwickau, 8 de junho de 1810Endenich, 29 de julho de 1856

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Introdução, originalmente do Lied “An Anna”, sobre poema de Justinus Kerner, de 1828. EmLá maior, este andamento apresenta a formade Lied (ABA), sendo que a parte B introduz uma melodia no baixo. Note-se a presença ominosado intervalo de 5.ª perfeita sob a melodia da ária.O terceiro andamento apresenta-se na forma de um enérgico Scherzo com dois trios (ou intermezzi). O Scherzo propriamente dito é dominado pela rítmica e por grandes aberturas, que tornama execução particularmente difícil. O primeiro Trio (leggierissimo) apresenta um tempo mais rápido e ali reaparece a 5.ª perfeita. O segundo Trio é uma paródia, uma bizarria schumanniana derivada do universo de Carnaval e de Papillons, terminando com um recitativo instrumental e um corolário quase organístico, antes da última apresentação do Scherzo.O Finale, primeiro andamento da obra a ser escrito e todo ele atravessado pelo “sopro” arrebatado e apaixonado de Schumann, é de enorme complexidade de execução e de escrita amiúde de caráter orquestral. Apresenta uma forma livre o suficiente para o tornar no mais “problemático” elemento de uma sonata entendida de forma tradicional. Neste sentido, dá conta de uma

pesquisa formal, por parte do compositor, que culminará na solução original obtida nos andamentos extremos da Fantasia op. 17, poucos anos mais tardia. Há aqui, no fundo, dois grupos temáticos contrastantes, separados por um motivo conector de feição austera, sendo que o segundo grupo tem uma forma tripartida (ABA) e será aquele que sofrerá mais transformações no ulterior decorrer do andamento. Estes grupos vão sendo reiterados e livremente tratados. Um novo elemento temático aparece sob a forma de uma melancólica e tranquila melodia, na segunda e quarta exposições dos referidos grupos (talvez a presença subliminar de Clara?...). A referir ainda duas alusões ao tema de fandango: na quarta exposição e na monumental coda, sendo que esta é preparada por uma expansão (ou livre desenvolvimento) do motivo conector atrás mencionado. O fecho da obra é selado à maneira picarda, isto é, majorando a tonalidade-base.A Sonata op. 11 foi editada em junho de 1836 por Friedrich Kistner, de Leipzig, ocorrendo a estreia em agosto de 1837, também na cidade saxã, por Clara Wieck. notas de bernardo mariano

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Sir András Schiff nasceu em Budapeste em1953 e começou a tocar piano aos cinco anosde idade com Elisabeth Vadász. Prosseguiu os seus estudos na Academia Ferenc Liszt, comPál Kadosa, György Kurtág e Ferenc Rados,e depois em Londres, com George Malcolm.András Schiff tem dedicado uma parte importante da sua atividade artística aos ciclos de recitais em torno das obras para pianode J. S. Bach, J. Haydn, Mozart, Beethoven, Schubert, Chopin, Schumann e Bartók. Interpretou a integral das 32 Sonatas para Piano de Beethoven em vinte cidades, incluindo uma gravação ao vivo no Tonhalle de Zurique. Apresentou-se com muitas das grandes orquestras e maestros de renome nos principais palcos internacionais, tendo atuado também, com regularidade, na Fundação Calouste Gulbenkian, em concerto e em recital. Na atualidade, apresenta-se sobretudo na dupla função de maestro e solista. Entre 1989 e 1998, foi Diretor Artístico do Musiktage Mondsee, um festival de música de câmara que se realiza perto de Salzburgo. Em 1995 fundou, com Heinz Holliger, os Ittinger Pfingstkonzerte, em Kartause Ittingen, na Suíça. Em 1998 iniciou um ciclo

similar, intitulado Omaggio a Palladio, no Teatro Olímpico de Vicenza. Em 1999 fundou a sua própria orquestra de câmara, a Cappella Andrea Barca, constituída por solistas e músicos de câmara. Membro Honorário da Casa Beethoven, em Bona, pelo seu trabalho em torno das obras do compositor alemão, András Schiff recebeu a Medalha do Wigmore Hall em 2008 e o Prémio Schumann da cidade de Zwickau em 2011. Em 2012 foi nomeado Membro Honorário do Konzerthaus de Viena e recebeu a Medalha de Ouro Mozart do Mozarteum de Salzburgo.Em 2013 foi-lhe atribuída a Medalha de Ouro da Royal Philharmonic Society e, em 2014, um doutoramento honorário pela Universidade de Leeds e o título honorífico Knight Bachelor nas Queen's Birthday Honours.Em 2015 recebeu o International Classical Music Award na categoria de “Gravação Instrumentala Solo do Ano” pelo disco (ECM Records) dedicado às últimas obras para piano de Schubert, tocadas num pianoforte vienense de 1820 construído por Franz Broadmann. Em 2012 fora-lhe já atribuído este prémio pela gravação do disco Geistervariationen, preenchido com obras de Robert Schumann.

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14 Fevereiroterça, 19:00

schubert · chostakovitch

Jean-Guihen Queyras

concerto de são valentim

Belcea Quartet

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16 +17 Fevereiroquinta, 21:00 / sexta, 19:00

OrquestraGulbenkian

AlisaWeilerstein

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O BPI foi reconhecido como a marca bancáriade maior confiança em Portugal, de acordocom o estudo Marcas de Confiança que as Selecções do Reader’s Digest organizam há 16 anos em 10 países. O nível de confiançado BPI subiu de 39% para 46%, registandoo melhor resultado alguma vez alcançado em todo o sistema financeiro português desdeo lançamento do estudo em 2001. O BPI agradece este voto de confiança e tudo fará para continuar a merecê-lo.

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BPI é Marca de Confiança na Banca pelo 3º ano consecutivo.

Este prémio é da exclusiva responsabilidade da entidadeque o atribuiu.

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direção criativaIan Anderson

design e direção de arteThe Designers Republic

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tiragem500 exemplares

preço2€

Lisboa, Fevereiro 2017

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