21
Norma Técnica Sabesp NTS 287 Sistema de desaguamento de lodo utilizando centrífuga tipo decanter Especificação São Paulo Junho - 2011

Sistema de desaguamento de lodo utilizando centrífuga tipo · PDF file7.4 Rosca transportadora ..... 8 7.5 Cálculo do diferencial máximo ... Índice de voláteis relação entre

  • Upload
    dinhbao

  • View
    226

  • Download
    3

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Sistema de desaguamento de lodo utilizando centrífuga tipo · PDF file7.4 Rosca transportadora ..... 8 7.5 Cálculo do diferencial máximo ... Índice de voláteis relação entre

Norma Técnica Sabesp NTS 287

Sistema de desaguamento de lodo utilizando centrífuga tipo decanter Especificação

São Paulo Junho - 2011

Page 2: Sistema de desaguamento de lodo utilizando centrífuga tipo · PDF file7.4 Rosca transportadora ..... 8 7.5 Cálculo do diferencial máximo ... Índice de voláteis relação entre

NTS 287 : 2011 Norma Técnica Sabesp

06/06/11

S U M Á R I O

1 OBJETIVO ........................................ ............................................................................. 1

2 REFERÊNCIAS NORMATIVAS .......................... ........................................................... 1

3 DEFINIÇÕES ................................................................................................................. 1

4 COMPATIBILIDADE DOS EQUIPAMENTOS DO SISTEMA ..... .................................... 3

4.1 Para projeto .................................. ............................................................................. 3

4.2 Para substituição ............................. .......................................................................... 3

5 MATERIAL A SER PROCESSADO ....................... ........................................................ 4

5.1 Lodo de ETA ................................... ........................................................................... 4

5.2 Lodo de ETE ................................... ........................................................................... 4

6 INFORMAÇÕES TÉCNICAS A SEREM FORNECIDAS ......... ....................................... 5

7 CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO .................. .................................................. 6

7.1 Características gerais ........................ ....................................................................... 6

7.2 Motor elétrico ................................ ............................................................................. 7

7.3 Tambor ........................................ ............................................................................... 7

7.4 Rosca transportadora .......................... ..................................................................... 8

7.5 Cálculo do diferencial máximo ................. ................................................................ 9

7.6 Sistema de controle de diferencial de velocidad e/torque automatizado ............. 10

7.7 Sistema de alimentação de lodo e polímero da ce ntrífuga ................................... 10

7.8 Painel elétrico de comando e automação ........ ...................................................... 11

7.9 Nível de ruído ................................ ........................................................................... 12

8 PINTURA ..................................................................................................................... 12

9 INSPEÇÃO E TESTES ................................................................................................ 12

10 MONTAGEM, PARTIDA INICIAL E OPERAÇÃO ASSISTIDA . ................................. 13

11 GARANTIA DE PERFORMANCE ........................ ...................................................... 13

12 DATA BOOK ...................................... ........................................................................ 14

ANEXO A - FOLHA DE DADOS A SER PREENCHIDA PELA SABE SP ....................... 15

ANEXO B – DETERMINAÇÃO DA CAPTURA DE SÓLIDOS ...... .................................. 17

Page 3: Sistema de desaguamento de lodo utilizando centrífuga tipo · PDF file7.4 Rosca transportadora ..... 8 7.5 Cálculo do diferencial máximo ... Índice de voláteis relação entre

Norma Técnica Sabesp NTS 287 : 2011

06/06/11 1

Sistema de desaguamento de lodo utilizando centrífuga tipo decanter

1 OBJETIVO

Esta norma técnica refere-se aos requisitos técnicos necessários para projeto, aquisição e instalação de sistemas para desaguamento de lodos de estações de tratamento de água e esgoto sanitário, utilizando centrífuga tipo decanter.

A descrição dos componentes, a concepção mecânica e a performance operacional do equipamento definem as condições mínimas para o atendimento desta norma.

2 REFERÊNCIAS NORMATIVAS

Manual Orientador de Quadros Elétricos.

NTS 147:2001, Esquema de pintura para equipamentos e materiais em aço-carbono ou ferro fundido novos sujeitos a ambientes úmidos e quimicamente agressivos

NTS 246:2006, Painel de Comando de Motor com Conversor de Frequência até 15 cv - 220/380 V

NTS 247:2006, Painel de Comando de Motor com Conversor de Frequência acima de 15 cv - 220, 380 e 440 V

NTS 255:2006, Norma Geral de Fornecimento de Equipamentos Elétricos

NTS 266:2006, Norma Geral para Quadros

3 DEFINIÇÕES

Base seca quantidade de lodo desconsiderando a massa de água nela presente, obtida pela multiplicação da massa de lodo total pelo seu respectivo teor de sólidos.

Captura de sólidos

medida de eficiência de processo que relaciona as características físicas do lodo de entrada, do lodo desaguado e do centrado, expressa em %, calculada conforme anexo B.

Centrado ou Clarificado

efluente liquido resultante de um processo de desaguamento de lodo através de centrífuga, normalmente caracterizado através de sólidos em suspensão totais (SST).

Desaguamento

operação unitária pela qual a umidade do lodo é reduzida.

Page 4: Sistema de desaguamento de lodo utilizando centrífuga tipo · PDF file7.4 Rosca transportadora ..... 8 7.5 Cálculo do diferencial máximo ... Índice de voláteis relação entre

NTS 287 : 2011 Norma Técnica Sabesp

06/06/11 2

Índice de voláteis

relação entre sólidos voláteis e sólidos totais expressa em %.

Lodo termo genérico utilizado para designar uma suspensão de sólido e líquido, resultante do processo de tratamento de água e esgoto, podendo ser apresentado nas formas líquida, semisólida ou sólida.

Lodo adensado

lodo resultante de operação de adensamento que visa o aumento da concentração de sólidos.

Lodo de aeração prolongada

lodo biológico gerado no processo de lodos ativados com idade do lodo acima de 18 dias.

Lodo de lagoa de estabilização

lodo removido de lagoa anaeróbia e/ou da facultativa.

Lodo digerido de lagoa aerada

lodo removido da lagoa de sedimentação do sistema de lagoa aerada.

Lodo desaguado

lodo resultante de operação de desaguamento.

Lodo estabilizado

lodo não sujeito à putrefação, sem maus odores, e que não atrai vetores.

Lodo misto

mistura de lodo primário e secundário.

Lodo misto digerido anaeróbio

lodo misto processado em digestores anaeróbios.

Lodo primário ou lodo cru ou lodo bruto

lodo resultante da sedimentação dos sólidos no tratamento primário.

Lodo secundário

lodo produzido em processo biológico

Sólidos totais (ST)

relação entre a massa de resíduo remanescente após secagem em temperatura de 103ºC a 105ºC e o volume da amostra inicial, usualmente expresso em mg/L.

Page 5: Sistema de desaguamento de lodo utilizando centrífuga tipo · PDF file7.4 Rosca transportadora ..... 8 7.5 Cálculo do diferencial máximo ... Índice de voláteis relação entre

Norma Técnica Sabesp NTS 287 : 2011

06/06/11 3

Sólidos em suspensão totais (SST)

relação entre a massa de sólidos retida em papel de filtro com tamanho de poro específico (normalmente 1,58 µm), quando submetida a uma temperatura de 103ºC a 105ºC e o volume da amostra inicial, usualmente expresso em mg/L.

Sólidos em suspensão voláteis (SSV)

relação entre a massa de sólidos em suspensão totais que se volatiliza quando submetida a uma temperatura de 450ºC a 550ºC e o volume da amostra inicial, usualmente expresso em mg/L.

Sólidos voláteis (SV)

relação entre a massa de sólidos totais que se volatiliza quando submetida a uma temperatura de 450ºC a 550ºC e o volume da amostra inicial, usualmente expresso em mg/L.

Solução de Polímero

agente (em pó ou em emulsão) utilizado para realizar o condicionamento do lodo antes do desaguamento.

Teor de sólidos

relação entre a massa de resíduo remanescente após secagem em temperatura de 103ºC a 105ºC e a massa da amostra inicial, expressa em %.

4 COMPATIBILIDADE DOS EQUIPAMENTOS DO SISTEMA

4.1 Para projeto

A projetista do sistema de desaguamento de lodo deve garantir a compatibilidade da centrífuga com os demais componentes do sistema. Em hipótese nenhuma, pode ser alegado desconhecimento das condições, insuficiência de dados e informações.

4.2 Para substituição

Em qualquer circunstância, o fornecedor da centrífuga deve garantir a sua compatibilidade com os demais componentes do sistema. Esta compatibilidade também implica em atender as especificações de capacidade nominal em kg sólidos secos por hora, captura de sólidos no centrado e teor de sólidos do lodo desaguado. O fornecimento dos demais componentes do sistema, se necessário, devem ser de responsabilidade do fornecedor da centrífuga.

Em hipótese nenhuma pode ser alegado desconhecimento das condições, insuficiência de dados e informações para o não atendimento do parágrafo anterior.

O fornecedor deve se responsabilizar, através de declaração de visita técnica a ser anexada à proposta.

A visita é obrigatória ao local onde será instalada a centrífuga tipo decanter e deve ser agendada junto à Unidade da Sabesp onde será instalada a centrífuga.

Page 6: Sistema de desaguamento de lodo utilizando centrífuga tipo · PDF file7.4 Rosca transportadora ..... 8 7.5 Cálculo do diferencial máximo ... Índice de voláteis relação entre

NTS 287 : 2011 Norma Técnica Sabesp

06/06/11 4

5 MATERIAL A SER PROCESSADO

A faixa de variação de teor de sólidos do lodo de entrada determina as condições limites de dimensionamento para uma determinada carga de sólidos processada, a saber:

- valor mínimo de teor de sólidos determina a capacidade hidráulica da centrífuga, bem como da capacidade máxima da bomba de alimentação de lodo;

- valor máximo de teor de sólidos determina o torque máximo a ser suportado pela centrífuga.

Deve ser necessariamente informado este valor de variação de teor de sólidos de entrada da centrífuga, baseado nos valores históricos operacionais da planta ou em informações do projeto.

5.1 Lodo de ETA

O teor de sólidos do lodo desaguado deve atender aos requisitos da tabela 1.

Tabela 1 – Requisitos mínimos do teor de sólidos do lodo desaguado.

Teor de sólidos

Produtos Químicos Turbidez

Água Bruta

≤ 10 NTU > 10 NTU

Sulfato de Alumínio ≥ 16% ≥ 18%

Sulfato Férrico ≥ 16% ≥ 18%

Cloreto Férrico ≥ 18% ≥ 25%

PAC ≥ 16% ≥ 18%

O consumo de polímero deve ser:

- para água bruta ≤ 10 NTU: máximo de 10 kg/ton de sólidos (base seca) na alimentação.

- para água bruta ≥ 10 NTU: máximo de 06 kg/ton de sólidos (base seca) na alimentação.

Captura de sólidos mínima de 90%, que deve ser determinada a partir da fórmula constante no anexo B.

5.2 Lodo de ETE

O lodo desaguado deve atender aos requisitos mínimos, constantes na tabela 2, em função do índice de voláteis:

Page 7: Sistema de desaguamento de lodo utilizando centrífuga tipo · PDF file7.4 Rosca transportadora ..... 8 7.5 Cálculo do diferencial máximo ... Índice de voláteis relação entre

Norma Técnica Sabesp NTS 287 : 2011

06/06/11 5

Tabela 2 – Índice de voláteis e teor de sólidos no lodo desaguado Índice de voláteis

SV/ST Teor de sólidos no lodo

desaguado

≤ 45% ≥ 30%

45 a 50% ≥ 28%

50 a 55% ≥ 27%

55 a 60% ≥ 25%

60 a 65% ≥ 23%

65 a 70% ≥ 21%

70 a 75% ≥ 18%

75 a 80% ≥ 16%

≥ 80% ≥ 13%

O consumo de polímero em função do índice de voláteis deve atender a tabela 3.

Tabela 3 – Consumo de polímero em função do índice de voláteis

Índice de voláteis Consumo máximo

≤ 60% 08 kg/ton

60 a 70% 10 kg/ton

≥ 70% 12 kg/ton

Captura de sólidos mínima de 90%, que deve ser determinada a partir da fórmula constante no anexo B.

6 INFORMAÇÕES TÉCNICAS A SEREM FORNECIDAS

Devem ser apresentadas na proposta técnica, as seguintes informações:

- descrição técnica dos equipamentos e de suas características construtivas e operacionais que permita o confronto da proposta com o solicitado nesta norma;

- teor de sólidos do lodo desaguado e captura de sólidos do centrado;

- fluxograma básico do processo e de instrumentação;

- capacidade nominal hidráulica da centrífuga (m³/h);

- capacidade nominal em carga de sólidos da centrífuga (kg/h em base seca);

- vazão de água necessária para a lavagem da centrífuga após cada parada;

- vazão máxima (L/h) x altura manométrica (m.c.a.) da bomba de aplicação da solução de polímero;

- vazão máxima (L/h) x altura manométrica (m.c.a.) da bomba de alimentação de lodo;

- desenho esquemático do sistema completo a ser fornecido, com detalhes e dimensões;

- lista de materiais empregados na construção dos principais componentes do sistema;

- cronograma preliminar de fornecimento;

- catálogos, desenhos e outras informações que auxiliem a análise técnica.

Page 8: Sistema de desaguamento de lodo utilizando centrífuga tipo · PDF file7.4 Rosca transportadora ..... 8 7.5 Cálculo do diferencial máximo ... Índice de voláteis relação entre

NTS 287 : 2011 Norma Técnica Sabesp

06/06/11 6

7 CARACTERÍSTICAS DO EQUIPAMENTO

7.1 Características gerais

O sistema de desaguamento de lodo deve ser fornecido completo, com todos os seus componentes, pelo fabricante da centrífuga.

Todas as peças metálicas da centrífuga em contato com o lodo de processo, com exceção das vedações, “o-rings” e das superfícies temperadas, devem ser no mínimo:

- aço inox AISI 304 para uso geral;

- aço inox duplex (resistência à tração mínima de 620 MPa e dureza entre 240 e 270 HB) quando da presença de areia ou outros materiais abrasivos e/ou utilização de cloreto férrico no processo de tratamento de água.

A opção do tipo de aço inox deve ser indicada na folha de dados no anexo A.

Todos os elementos de fixação (parafusos, porcas, arruelas, chumbadores, etc.) devem ser em aço inox AISI 304.

A base da centrífuga deve apresentar, no mínimo, revestimento anticorrosivo conforme NTS 147.

A centrífuga deve possuir um sistema de amortecimento de vibração de modo a reduzir a transmissão de esforços da máquina.

Os mancais do tambor e os rolamentos do parafuso condutor devem ser lubrificados por graxa, além de possuírem dupla vedação, a qual deve assegurar que não haja contaminação externa.

Vida útil mínima dos rolamentos - 10.000 horas.

Deve ser observada no anexo A, a opção da centrífuga possuir um sistema automatizado de lubrificação dos mancais, o qual deve ser detalhado na proposta técnica de fornecimento.

Deve ser informada, no manual de operação e manutenção, a periodicidade de lubrificação dos rolamentos do tambor bem como as características físico-químicas do lubrificante que devem ser compatíveis com os lubrificantes encontrados no mercado nacional.

O redutor de velocidade para a rosca transportadora deve ser lubrificado com graxa ou óleo.

A centrífuga deve ser provida de olhais de içamento na parte superior da estrutura tubular.

Page 9: Sistema de desaguamento de lodo utilizando centrífuga tipo · PDF file7.4 Rosca transportadora ..... 8 7.5 Cálculo do diferencial máximo ... Índice de voláteis relação entre

Norma Técnica Sabesp NTS 287 : 2011

06/06/11 7

A tampa envolvendo o tambor deve ser construída em aço inox com espessura mínima de 8 mm ou em PRFV utilizando resina ester vinílica com espessura entre 5 e 10 mm.

7.2 Motor elétrico

- tipo de motor: indução, rotor de gaiola;

- alto rendimento;

- nº de fases: 3;

- atender a norma ABNT NBR 17094-1:2008;

- frequência nominal: 60 Hz.

O motor deve ser fornecido, no mínimo, com as seguintes características:

- resistência de aquecimento;

- proteção térmica dos enrolamentos;

- fator de serviço: no mínimo 1,15;

- sistema de isolação: classe B ou F;

- grau de proteção do motor: IPW55;

- placa de identificação: aço inoxidável AISI 304;

7.3 Tambor

O tambor da centrífuga deve ser construído em aço inoxidável, AISI 304 ou AISI 316. Quando da presença de areia ou outros materiais abrasivos e/ou utilização de cloreto férrico no processo de tratamento de água, o tambor deve ser em aço inox duplex (resistência à tração mínima de 620 MPa e dureza entre 240 e 270 HB).

Deve possuir cabeçotes reguláveis de descarga dos líquidos, permitindo alterar a altura do líquido na máquina, otimizando os resultados de desaguamento do lodo e da clarificação do líquido.

Para proteção da descarga dos sólidos do tambor devem ser previstos elementos de desgaste substituíveis à base de carbeto de tungstênio.

A parte cilíndrica do tambor e o cone devem ser dotados de ripas ou ranhuras do mesmo material do tambor, para formação de uma camada de sólidos e proteção contra abrasão.

O tempo de residência mínimo de lodo mais solução de polímero alimentado dentro da parte cilíndrica do decanter deve ser no mínimo de 15,5 segundos. O volume útil da parte cilíndrica é calculada da seguinte forma:

Onde:

Vuc é o volume útil do cilindro em Litros.

Lc: é o comprimento da parte cilíndrica em metros.

rt é o raio interno do tambor em metros.

rs é o raio da abertura de descarga de sólidos da parte cônica do tambor em metros.

Page 10: Sistema de desaguamento de lodo utilizando centrífuga tipo · PDF file7.4 Rosca transportadora ..... 8 7.5 Cálculo do diferencial máximo ... Índice de voláteis relação entre

NTS 287 : 2011 Norma Técnica Sabesp

06/06/11 8

O volume útil é ilustrado na parte em amarelo do desenho abaixo:

rt

Lc

rs

O tempo de residência deve ser calculado com base na carga de sólidos e no menor teor de sólidos do lodo de entrada, que resulta na máxima vazão de entrada. O tempo mínimo de residência é calculado dividindo-se o volume útil pela máxima vazão de entrada.

Na proposta técnica do fornecimento deve ser apresentada a memória de cálculo do tempo de residência.

A rotação de operação da centrífuga deve produzir uma “força” G com no mínimo 2.500 x aceleração da gravidade (g) na parede interna do tambor, conforme fórmula abaixo.

G = rpm2 x D / 1800

Onde:

G = número de vezes da aceleração da gravidade (x g)

D = diâmetro interno do tambor em metros

rpm = rotação do tambor

O nível de líquido no tambor dever ser ajustado por vertedores ou bocais de descarga de centrado.

7.4 Rosca transportadora

Deve ser em aço inox AISI 316.

Havendo menção na folha de dados no anexo A quanto a presença de areia ou outros materiais abrasivos e/ou utilização de cloreto férrico no processo de tratamento de água, deve ser em aço inox duplex (resistência à tração mínima de 620 MPa e dureza entre 240 e 270 HB).

Para proteção das aberturas de alimentação do transportador devem ser previstos elementos de desgaste substituíveis à base de carbeto de tungstênio.

Page 11: Sistema de desaguamento de lodo utilizando centrífuga tipo · PDF file7.4 Rosca transportadora ..... 8 7.5 Cálculo do diferencial máximo ... Índice de voláteis relação entre

Norma Técnica Sabesp NTS 287 : 2011

06/06/11 9

Para proteção das arestas do helicóide, deve ser aplicado revestimento ou elementos de desgaste substituíveis, ambos com espessura mínima de 5 mm e a base de carbeto de tungstênio.

O helicóide deve ser projetado para garantir resistência mecânica contra esforço do transporte de lodo, sendo que a espessura da chapa deve ser compatível com o porte do equipamento.

Deve ser informada no manual de operação e manutenção, a periodicidade de e lubrificação dos rolamentos da rosca transportadora bem como as características físico-químicas do lubrificante.

7.5 Cálculo do diferencial máximo

Em operação, a centrífuga não deve apresentar um diferencial superior a 30 rpm entre o tambor e a rosca transportadora. O diferencial teórico é calculado da seguinte forma:

1 - Cálculo da capacidade de transporte de lodo da rosca transportadora: 2 2s r

t r

(d d )V p 1000

4π × −

= × ×

Onde:

Vt.: volume de transporte de lodo da rosca transportadora em litros.

ds: Diâmetro da descarga de sólidos do tambor em metros.

dr: Diâmetro do corpo da rosca na descarga de sólidos em metros.

pr: Passo da rosca transportadora em metros.

2 - Cálculo da vazão do lodo desaguado:

ald

t

R Q CQ

C× ×

=

Onde:

Qld: Vazão de lodo desaguado em litros por hora.

R: Captura de sólidos na centrífuga.

Q: Vazão afluente de lodo em l/h.

Ca: Concentração de sólidos em suspensão na alimentação.

Ct: Concentração de sólidos em suspensão da torta desaguada.

Page 12: Sistema de desaguamento de lodo utilizando centrífuga tipo · PDF file7.4 Rosca transportadora ..... 8 7.5 Cálculo do diferencial máximo ... Índice de voláteis relação entre

NTS 287 : 2011 Norma Técnica Sabesp

06/06/11 10

3 - Cálculo do diferencial teórico:

ld

t

QDif.

V 60=

×

Onde:

Dif.: Diferencial em rpm

Na proposta técnica de fornecimento deve ser apresentada a memória de cálculo do diferencial teórico calculado.

7.6 Sistema de controle de diferencial de velocidade/torque automatizado

Deve ser observada no anexo A, a opção da centrífuga possuir um sistema de controle de diferencial de velocidade/torque automatizado, o qual deve ser detalhado na proposta técnica de fornecimento.

Este sistema permite uma melhor operação de modo que se possa trabalhar com diferentes teores de sólidos na alimentação da centrífuga. Normalmente obtém-se um maior teor de sólidos na torta final quanto maior for o torque. Por outro lado, um torque muito elevado pode tornar o centrado/clarificado mais sujo, prejudicando assim a captura de sólidos.

Este sistema, através da lógica do CLP do painel, deve realizar o monitoramento e controle de diferencial de velocidade/torque entre a rosca transportadora e o tambor de modo automático e sem necessidade de parada do equipamento.

Os tipos de controle automatizados devem apresentar os seguintes modos, no mínimo:

- torque constante;

- velocidade diferencial constante.

7.7 Sistema de alimentação de lodo e polímero da centrífuga

Em conjunto com cada centrífuga devem ser fornecidos os equipamentos (bombas, medidores de vazão, misturadores, etc.), tubulações e demais acessórios que compõem o sistema de alimentação de lodo e o sistema de alimentação de polímero.

Os sistemas de alimentação de lodo e polímero devem ser dimensionados em função das características da centrífuga, utilizando bombas de deslocamento positivo (do tipo helicoidal ou lobular), controladas por inversores de frequência.

O grau de automação mínimo deve constar de:

- transmissores de vazão com indicação local e totalizadores de volume nas tubulações de alimentação de lodo e de dosagem de solução de polímero;

Page 13: Sistema de desaguamento de lodo utilizando centrífuga tipo · PDF file7.4 Rosca transportadora ..... 8 7.5 Cálculo do diferencial máximo ... Índice de voláteis relação entre

Norma Técnica Sabesp NTS 287 : 2011

06/06/11 11

- controlador lógico programável para estabelecer uma proporcionalidade entre as vazões da bomba de alimentação de lodo, da bomba de dosagem de solução de polímero, teor de sólidos do lodo de entrada e saída da centrífuga.

A tubulação de lodo deve ser dimensionada desde o tanque de lodo até a centrífuga.

A tubulação de alimentação de polímero deve ser dimensionada desde o tanque de solução de polímero até o ponto de dosagem na tubulação de lodo.

Como o fornecimento é completo, com todos os seus componentes, deve ser indicado o melhor ou melhores pontos de injeção para dosagem do polímero.

7.8 Painel elétrico de comando e automação

O painel deve ser montado de acordo com as normas técnicas da ABNT e as normas técnicas Sabesp (NTS 246, NTS 247, NTS 255 e NTS 266), além do Manual Orientador de Quadros Elétricos.

O fornecimento do painel deve ser parte integrante do sistema, contemplando no mínimo os componentes listados a seguir:

- Controlador Lógico Programável (CLP),

- Interface Homem-Máquina (IHM),

- lógica de operação e intertravamento (entre o sistema de preparo de polímero, bombas de polímero, eventual sistema de lubrificação dos mancais por graxa, bombas de lodo e centrífuga decanter),

- inversores de frequência,

- horímetro de operação da centrífuga,

- partida e proteção das centrífugas e dos motores que fazem parte do sistema,

- leitura do sinal de todos os sensores e comunicação com o sistema supervisório central da ETE incluindo status de funcionamento (ligado/desligado) e status de defeito,

- elementos de proteção,

- chaves de comando,

- sinalizadores,

- botão de desligamento em caso de emergência,

- lâmpadas sinalizadoras para indicação de operação e falhas,

- demais componentes necessários.

Na lógica do CLP do painel deve ser incluído o monitoramento eletrônico da velocidade diferencial entre tambor e rosca e o torque exercido, quando aplicável (indicado no anexo A). As variáveis devem ser monitoradas e alarmar em caso de alteração devido à sobrecarga da centrífuga.

No projeto do painel, deve ser previsto comando local para eventual operação manual dos equipamentos.

Page 14: Sistema de desaguamento de lodo utilizando centrífuga tipo · PDF file7.4 Rosca transportadora ..... 8 7.5 Cálculo do diferencial máximo ... Índice de voláteis relação entre

NTS 287 : 2011 Norma Técnica Sabesp

06/06/11 12

Antes do início da fabricação, deve ser enviado à Sabesp para análise e aprovação, no mínimo, os seguintes documentos e desenhos referentes ao painel:

- descritivo completo/características construtivas;

- desenho dimensional;

- diagrama trifilar/unifilar;

- diagramas funcionais;

- régua de bornes,

- desenhos de interligação da centrífuga com o sistema de alimentação de lodo e polímero;

- lista de materiais e componentes;

- sequência de operações incluindo lista de funções monitoradas, controladas e com alarme;

- detalhamento da lógica do sistema.

Os CLPs do painel devem ser compatíveis e manter comunicação com os CLPs e sistemas supervisórios existentes no local de instalação.

7.9 Nível de ruído

O nível máximo de emissão de ruídos para cada centrífuga deve ser de 85 dBA a 1 metro da máquina.

8 PINTURA

Deve ser informado e detalhado todo o sistema de pintura da centrífuga e sistemas auxiliares, para análise da Sabesp.

9 INSPEÇÃO E TESTES

O sistema de desaguamento deve ser objeto de inspeção por parte da Sabesp.

O fornecedor deve permitir livre acesso do inspetor a todas as dependências da fábrica onde será realizada a Inspeção, como também a todas as informações relativas ao fornecimento, inclusive desenhos de fabricação, memoriais técnicos, etc.

A solicitação para a inspeção deve ser encaminhada à Sabesp com antecedência mínima de 10 dias úteis.

Deve ser apresentado um plano de inspeções e testes (PIT), a ser analisado pela Sabesp, onde devem ser apontados os testes a serem realizados nos equipamentos do sistema de desaguamento e normas aplicáveis. O PIT deve explicitar todos os testes testemunhados a serem realizados.

Page 15: Sistema de desaguamento de lodo utilizando centrífuga tipo · PDF file7.4 Rosca transportadora ..... 8 7.5 Cálculo do diferencial máximo ... Índice de voláteis relação entre

Norma Técnica Sabesp NTS 287 : 2011

06/06/11 13

Se, durante a realização dos testes, não for atendido qualquer dos requisitos especificados, o fabricante deve efetuar as alterações necessárias e repetir os testes até que os resultados atendam aos requisitos especificados.

A inspeção dos equipamentos não isenta o fornecedor de total responsabilidade pelo fornecimento.

Independente dos testes e ensaios serem testemunhados, no mínimo, devem ser apresentados à Inspeção Sabesp, os seguintes certificados:

- certificados de matéria prima dos principais componentes do sistema de desaguamento;

- certificado de balanceamento do tambor;

- certificado de dureza do tambor;

- certificado de balanceamento da rosca em baixa rotação (<1.000 rpm) e em alta rotação (pelo menos 2/3 da velocidade máxima da centrífuga);

- certificado de balanceamento do conjunto rotativo da centrífuga;

- certificado de vibração final da centrífuga (< 6,2 mm/s RMS medido diretamente acima dos mancais principais) com a centrífuga em vazio;

- certificado de qualificação dos soldadores e procedimento de soldagem;

- certificado do plano de pintura dos principais componentes do sistema de desaguamento;

- certificado de matéria prima do carbeto de tungstênio;

- certificado de dureza superficial do carbeto de tungstênio;

- certificado de teste hidrostático e de performance das bombas de deslocamento positivo.

10 MONTAGEM, PARTIDA INICIAL E OPERAÇÃO ASSISTIDA

O fornecedor do sistema de desaguamento deve ser responsável pela sua completa montagem e partida inicial.

A operação assistida, por no mínimo 5 dias, somente deve ser realizada quando houver disponibilidade de lodo em quantidade suficiente, que será informada pela Sabesp ao fornecedor.

11 GARANTIA DE PERFORMANCE

O fornecedor, em sua proposta técnica, deve apresentar uma garantia de performance para a centrífuga, levando em conta todas as características e condições apresentadas nessa norma. Assim sendo, o fornecedor não poderá alegar posteriormente, insuficiência de dados ou informações pertinentes ao fornecimento do sistema.

Page 16: Sistema de desaguamento de lodo utilizando centrífuga tipo · PDF file7.4 Rosca transportadora ..... 8 7.5 Cálculo do diferencial máximo ... Índice de voláteis relação entre

NTS 287 : 2011 Norma Técnica Sabesp

06/06/11 14

12 DATA BOOK

Para todos os equipamentos do sistema de desaguamento deve ser entregue uma via do Data Book no formato impresso e outra em meio digital contendo, no mínimo, os seguintes documentos:

- manual de instalação, operação e manutenção em português;

- desenhos “as built”;

- lista de materiais e peças devidamente codificadas;

- todos os documentos de inspeção e testes conforme item 9.

- certificado de garantia de performance;

- termo de garantia de todos os componentes do sistema de desaguamento.

Page 17: Sistema de desaguamento de lodo utilizando centrífuga tipo · PDF file7.4 Rosca transportadora ..... 8 7.5 Cálculo do diferencial máximo ... Índice de voláteis relação entre

Norma Técnica Sabesp NTS 287 : 2011

06/06/11 15

ANEXO A - FOLHA DE DADOS A SER PREENCHIDA PELA SABESP

Lodo proveniente de:

( ) ETA ( ) ETE

Lodo de ETA

Produtos químicos utilizados:

( ) Sulfato de Alumínio

( ) Cloreto Férrico

( ) PAC

( ) Sulfato Férrico

Lodo de ETE

( ) Lodo primário

( ) Lodo digerido anaeróbio misto

( ) Lodo de aeração prolongada

( ) Lodo de lagoa de estabilização

( ) Lodo digerido de lagoa aerada

( ) Outro: __________________________________

Característica do lodo através da relação SV/ST (Índice de Voláteis) = ____%, onde:

SV - sólidos voláteis (mg/L)

ST - sólidos totais (mg/L)

Para o dimensionamento da capacidade mínima de processamento do equipamento deve ser levado em conta os seguintes parâmetros:

- produção diária de lodo - ______ kg/dia (base seca)

- regime operacional:

( ) intermitente _______ horas/dia, durante ______ dias por semana

( ) contínuo

Informações sobre o polímero a ser utilizado:

( ) polímero em pó, adotar concentração de solução a 0,2%

( ) polímero em emulsão, adotar concentração de solução a 0,3%

( ) outro: _________________________________________________________

Page 18: Sistema de desaguamento de lodo utilizando centrífuga tipo · PDF file7.4 Rosca transportadora ..... 8 7.5 Cálculo do diferencial máximo ... Índice de voláteis relação entre

NTS 287 : 2011 Norma Técnica Sabesp

06/06/11 16

Características da centrífuga

( x ) mangote flexível de alimentação

( ) aço inox AISI 304 para condições normais de uso

( ) aço inox duplex (resistência à tração mínima de 620 MPa e dureza entre 240 e 270 HB) quando da presença de areia ou outros materiais abrasivos e/ou utilização de cloreto férrico no processo de tratamento de água

( ) sensor de tampa aberta

( ) sensor de sobretorque

( ) sensor de sobrerotação

( ) sensor de vibração

( ) sensor de temperatura dos mancais

Inclusão de sistema automatizado de lubrificação dos mancais

( ) Sim ( ) Não

Inclusão de sistema de controle de diferencial de velocidade/torque automatizado

( ) Sim ( ) Não

Motor(es) elétrico(s) da centrífuga

tensão de trabalho: __________ V

enrolamento: __________ V

( ) sensor de monitoramento da temperatura dos mancais

( ) sensor de temperatura do enrolamento

Potência e rotação devem ser definidas pelo fabricante.

Para acessar a folha de dados clique aqui.

Page 19: Sistema de desaguamento de lodo utilizando centrífuga tipo · PDF file7.4 Rosca transportadora ..... 8 7.5 Cálculo do diferencial máximo ... Índice de voláteis relação entre

Norma Técnica Sabesp NTS 287 : 2011

06/06/11 17

ANEXO B – DETERMINAÇÃO DA CAPTURA DE SÓLIDOS

A captura de sólidos é calculada pela expressão:

Fonte: WATER ENVIRONMENT RESEARCH FOUNDATION (1996)

Page 20: Sistema de desaguamento de lodo utilizando centrífuga tipo · PDF file7.4 Rosca transportadora ..... 8 7.5 Cálculo do diferencial máximo ... Índice de voláteis relação entre

NTS 287 : 2011 Norma Técnica Sabesp

06/06/11 18

Sistema de desaguamento de lodo utilizando centrífuga tipo decanter

Considerações finais:

1) Esta norma técnica, como qualquer outra, é um documento dinâmico,

podendo ser alterada ou ampliada sempre que for necessário. Sugestões e comentários devem ser enviados ao Departamento de Acervo e Normalização Técnica – TXA.

2) Tomaram parte na elaboração desta Norma.

ÁREA UNIDADE DE TRABALHO NOME

T TXE Ana Lúcia Silva

C CSQ Carlos Alberto Guia Pereira

R REQ Carlos Almir de Carvalho Dias T TXE Marcelo Kenji Miki

T TGT Marcio Fimiani Melli

T TXA Reinaldo Putvinskis M MTP Wagner Cocchi

Page 21: Sistema de desaguamento de lodo utilizando centrífuga tipo · PDF file7.4 Rosca transportadora ..... 8 7.5 Cálculo do diferencial máximo ... Índice de voláteis relação entre

Norma Técnica Sabesp NTS 287 : 2011

06/06/11

Sabesp - Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo Diretoria Tecnologia, Empreendimentos e Meio Ambiente – T Superintendência de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – TX Departamento de Acervo e Normalização Técnica – TXA Rua Costa Carvalho, 300 - CEP 05429-900. São Paulo - SP - Brasil

- Palavras-chave: Lodo, Centrífuga. - 17 páginas