Upload
others
View
14
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
SISTEMAS AGROFLORESTAIS
HELEN MONIQUE NASCIMENTO RAMOS
GYSELLY DE CÁSSIA BASTOS DE MATOS
BELÉM - PARÁ
2020
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS AGROFLORESTAIS (SAFs)............................. 3
CAPITULO 1 - CONCEITOS E DEFINIÇÕES......................................................... 4
1 SISTEMAS AGROFLORESTAIS................................................................................... 4
1.1 Origem e Histórico dos SAFs......................................................................................... 5
1.2 Vantagens e Desvantagens dos SAFs............................................................................ 6
2 AGRICULTURA FAMILIAR......................................................................................... 7
3 ADAPTABILIDADE....................................................................................................... 8
4 CADEIA PRODUTIVA................................................................................................... 8
5 CONSORCIO................................................................................................................... 8
6 MANEJO.......................................................................................................................... 9
7 MITIGAÇÃO.................................................................................................................... 9
8 PRODUTIVIDADE.......................................................................................................... 9
9 RESILIÊNCIA.................................................................................................................. 10
10 SERVIÇOS AMBIENTAIS............................................................................................. 10
11 SISTEMA PRODUTIVO................................................................................................ 11
12 SUCESSÃO VEGETAL ou ECOLÓGICA..................................................................... 12
13 SUSTENTABILIDADE................................................................................................... 12
14 TIPOS DE USO DA TERRA........................................................................................... 13
CAPITULO 2 - TIPOLOGIAS DE SAFs..................................................................... 14
2 CLASSIFICAÇÃO E FUNÇÃO...................................................................................... 14
2.1 Exemplos de SAFs........................................................................................................... 16
2.2 Práticas Agroflorestais................................................................................................... 18
2.3 Práticas Silvipastoris...................................................................................................... 19
2.4 Práticas Agrossilvipastoris............................................................................................. 20
2.5 Práticas Agrossilviculturais........................................................................................... 21
2.6 Técnicas de Manejo em SAFs........................................................................................ 21
CAPITULO 3 - RESULTADOS DE PESQUISAS DE ROCHAGEM EM SAFS.... 23
CASO 1............................................................................................................................. 23
CASO 2............................................................................................................................. 25
CASO 3............................................................................................................................. 26
REFERÊNCIAS.............................................................................................................. 27
ANEXO............................................................................................................................ 32
3
INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS AGROFLORESTAIS (SAFs)
No Brasil, a prática agroflorestal é centenária e na Amazônia, a agricultura familiar é
desenvolvida dentro dos sistemas agroflorestais (SAFs), que foram e são implantados por
comunidades indígenas, caboclas e ribeirinhas. Os SAFs, foram resgatados de culturas antigas e
atualizados para atender às necessidades de evolução no uso da terra, especialmente em regiões
tropicais. Hoje se expandem por praticamente todas as regiões onde sejam possíveis os cultivos
agrícolas e florestais (DANIEL et al, 1999). Podem representar uma resposta ao desafio da
conciliação entre a sustentabilidade na produção de alimentos e a sustentabilidade ambiental.
Os SAFs envolvem princípios de uso da terra com o objetivo de otimizar tanto a produção
agrícola quanto a florestal por meio da garantia de rendimento sustentado, baseado em práticas
agroflorestais que envolvem a presença de árvores, interação positiva entre os componentes
(florestais, frutíferas, culturas anuais, animais etc.), consideração dos processos de sucessão
ecológica, eficiência na ciclagem de nutrientes e no uso dos recursos naturais, presença de espécies
fixadoras de nitrogênio, cobertura de solo e da biodiversidade (ALVES et al, 2015).
Característica importante dos SAFs é a utilização de uma determinada diversidade de plantas,
que se mostram correlacionados à função da espécie no sistema, manejadas para atender às
necessidades vitais da comunidade, isto é, alimentação, saúde (plantas medicinais), confecção de
vestuário, assim como manufatura de diversos objetos de uso comum (BENTES-GAMA, 2003).
Os SAFs são parte de uma estratégia de uso da terra que visa a manutenção do meio ambiente,
especialmente em áreas onde a conversão de terras em sistemas agrícolas e ou pastagens provoca
liberações substanciais de dióxido de carbono (CO2) como na Amazônia. Além de evitar a
degradação e melhorar as condições físicas e químicas do solo através do aumento na quantidade de
matéria orgânica, os SAFs constituem um uso da terra economicamente eficaz, pois a produção por
unidade de área é alto (NOBRE, SAMPAIO, SALAZAR, 2007; MATTOS, 2010; BOLFE, 2020).
As tecnologias agroflorestais são ferramentas potenciais de construção da segurança e
soberania alimentar no Brasil, de melhoria do bem-estar da população e conservação dos recursos
naturais, possibilitando a ampliação das áreas com conservação ambiental, manutenção da
biodiversidade, garantindo a integridade das bacias hidrográficas e a estabilidade do clima (NOBRE,
SAMPAIO, SALAZAR, 2007; MATTOS, 2010; BOLFE, 2020).
Os SAFs apresentam ainda, um grande potencial de manter os serviços prestados pelos
ecossistemas; podem ser uma forma de sustento de famílias ou auxiliar no aumento de renda,
mantendo o agricultor no contexto rural (NOBRE, SAMPAIO, SALAZAR, 2007; MATTOS, 2010;
BOLFE, 2020).
4
CONCEITOS E DEFINIÇÕES
1 SISTEMAS AGROFLORESTAIS (SAFs)
O termo “agrofloresta” surgiu a partir das recomendações de pesquisas feitas em 1977 pelo
Centro Internacional de Pesquisa Agroflorestal – International Center for Research in Agroforestry
(ICRAF), que sugeriam a ampliação do estudo agrícola e florestal em propriedades rurais (YOUNG,
2003). Mais recentemente, também tem sido desenvolvida como uma ciência que se compromete a
ajudar os agricultores a incrementar a produtividade, rentabilidade e sustentabilidade da produção
em sua terra (ROCHA, 2006).
King e Chandler (1978) conceituaram os sistemas agroflorestais - SAF’s (ou Agroflorestas)
como sistemas sustentáveis de uso da terra que combinam a produção de cultivos agrícolas com
plantações de árvores frutíferas ou florestais e/ou animais, utilizando a mesma unidade de terra e
aplicando técnicas de manejo que são compatíveis com as práticas culturais da população local.
Várias definições podem ser utilizadas para descrever e qualificar os SAFs, contudo a mais
aceita e difundida atualmente é a proposta e adotada pelo ICRAF:
“Sistema agroflorestal é o nome coletivo para sistemas de uso da terra e tecnologias em que
plantas lenhosas perenes (árvores, arbustos, palmeiras, bambus, etc.) são intensionalmente usadas
na mesma unidade de manejo de culturas agrícolas e/ou animais, ambas na forma de arranjos
especiais ou sequências temporais. Nos sistemas agroflorestais existem interações ecológicas e
econômicas entre os diferentes componentes” Nair (1984).
Essa definição, de modo simplificado, implica que o SAF, normalmente, envolve duas ou mais
espécies de plantas (ou animais), sendo pelo menos uma perene lenhosa (de ciclo de vida
longo/capaz de produzir madeira); sempre possui duas ou mais saídas (N produtos) e o ciclo dos
SAFs sempre são maiores do que um ano e mais complexos, ecológica e economicamente, do que
os sistemas monoculturais (sistemas de exploração do solo com especialização em um só produto).
SAFs são sistemas de uso da terra em que árvores interagem com os cultivos agrícolas e/ou
animais, simultânea ou sequencialmente, de modo a aumentar a produtividade total de plantas e
animais de forma sustentável por unidade de área (NAIR, 1989). Arco-Verde (2008) descreve os
SAFs como uma opção viável entre os sistemas de produção sustentáveis existentes, contribuindo
para a conservação dos recursos naturais, segurança alimentar e o bem-estar social e econômico dos
produtores rurais, particularmente aqueles de baixa renda.
Em uma perspectiva agroecológica os sistemas agroflorestais são entendidos como arranjos
sequenciais de espécies ou de consórcios de espécies herbáceas, arbustivas e arbóreas, por meio dos
quais se busca, ao longo do tempo, reproduzir uma dinâmica sucessional natural, visando a atender
demandas humanas de modo sustentável (BOLFE, 2010). De acordo com Righi (2013) os SAFs são
CAPITULO 1
5
sistemas baseados em interações, em que as condições climáticas, ambientais e fisiológicas são
determinantes para o crescimento e o desenvolvimento de culturas .
1.1 Origem e Histórico dos SAFs
A prática agroflorestal já era utilizada por povos antigos em todo o mundo. Os sistemas de
integração das práticas agrícolas, pecuárias e florestais já eram conhecidos na Europa desde o século
I d.C. (depois de Cristo), onde escritores romanos fazem referência a sistemas de integração entre
pastagens e árvores. Considerados atualmente como inovadores, esses sistemas foram atualizando-se
com o intuito de atender as demandas atuais em relação a novas formas de utilização do solo e de
estratégias de produção para atender as necessidades humanas (BALBINO et al, 2011).
Na Índia, em torno de 1806, estabeleceu-se um método de plantio florestal juntamente com
culturas anuais denominado taungya, que se popularizou devido a um programa de reflorestamento
com parceria entre governo e produtores, onde era permitido aos agricultores o plantio de culturas de
subsistência entre as árvores e a produção era destinada para alimentação ou para a venda no
comércio local (NAIR, 1987; BRYANT, 1994).
Na Ásia e na América Latina a agrossilvicultura é uma prática milenar, porém, como ciência,
desenvolveu-se a partir da década de 1970, quando as principais hipóteses do papel das árvores
sobre os solos tropicais foram desenvolvidas, e principalmente com a criação de instituições
internacionais voltadas à pesquisa agroflorestal, como o ICRAF (1977, Nairobi/Kenya), com o
objetivo de auxiliar na geração e difusão de tecnologias agroflorestais apropriadas para os
agricultores, buscando reduzir o desmatamento, degradação da terra e a pobreza rural.
No Brasil, o debate sobre “agrículturas alternativas”, contrapondo-se a revolução verde, cujo
modelo baseava-se na agricultura convencional, teve um desenvolvimento mais intenso somente a
partir da década de 1980, impulsionado por estudantes e profissionais das ciências agrárias
(Federação e Estudantes de Agronomia do Brasil e Federação das Associações dos Engenheiros
Agrônomos do Brasil) e por movimentos sociais do campo como o Movimento dos Trabalhadores
Rurais sem Terra (MST) e Movimento das Mulheres Camponesas (MMC) (SARAGOSO,
MACHADO, GARCIA, 2018).
Miller e Nair (2006) destacam que a introdução dos quintais agroflorestais no Brasil ocorreu a
partir de 1740 através dos imigrantes vindos dos Açores, que reproduziram a estrutura e manejo dos
sistemas já implantados na Indonésia. Historicamente, os SAFs são usados no Brasil para algumas
culturas como o cacau e o café. No caso do café, a aplicação do sombreamento era usada desde o final
do século XIX como forma de proteção contra os fatores climáticos (MACIEL, 2014).
O cacaueiro tem a sua mais representativa experiência de cultivo no Brasil sob o sistema
“cabruca”, implementado há mais de 200 anos em meio à Mata Atlântica no sul baiano, considerado
6
um exemplo de conciliação entre produção e conservação (LOBÃO, 2012). Nativo da Amazônia, o
cacau ocorre naturalmente junto de outras espécies em ambiente sombreado e pode ser cultivado com
outras árvores em sistemas agroflorestais (SAF-cacau) (MULLER & GAMA-RODRIGUES, 2012).
1.2 Vantagens e Desvantagens dos SAFs
A Agrofloresta é um sistema que oferece grandes vantagens relacionadas ao meio ambiente,
com destaque para a contribuição para a diversidade de espécies locais (SCHROTH et al, 2011), a
recuperação de áreas degradadas (FAVERO et al, 2008), e por proporcionar viabilidade econômica
e obtenção de renda a partir de diferentes espécies cultivadas e consequentemente de produtos
diversificados durante todos os meses do ano (VIEIRA et al, 2007).
Hoffmann (2013) afirma que apesar do consenso de que os SAFs apresentam vantagens
ecológicas e que podem reduzir os riscos de investimento em uma só cultura, constatase que se
constituem em sistemas complexos que apresentam riscos e incertezas, assim como outros negócios
em atividades agrícolas e florestais.
Os SAFs são reconhecidos como uma prática agrícola que contribui para o desenvolvimento
sustentável, mas que, de acordo com vários autores, apresentam vantagens (Quadro 1) e
desvantagens (Quadro 2), também descritas como limitações, que variam de importância segundo o
contexto socioeconômico e cultural (DANTAS, 1994).
Quadro 1. Principais vantagens dos Sistemas Agroflorestais
VANTAGENS BIOLÓGICAS, FÍSICAS e
AMBIENTAIS VANTAGENS ECONÔMICAS e SOCIAIS
Melhoria das propriedades químicas, físicas e
biológicas do solo
da renda do produtor rural
Controle da erosão do solo Diversificação de produtos e/ou serviços
da produtividade
Melhoria na distribuição de mão-de-obra rural
de variáveis microclimáticas
de riscos de insucesso
do risco de perda de produção
dos custos de plantio
Uso adequado do sombreamento Melhoria da nutrição humana
Conservação de água Redução de gastos com insumos comerciais
Eficiência na ocupação do espaço Resultados econômicos já no primeiro ano de
implantação
Aumento da biodiversidade Manejo da produção para autoconsumo e para fins
comerciais
Sequestro de carbono e Ciclagem de nutrientes
Melhora a segurança alimentar
VANTAGENS BIOLÓGICAS, FÍSICAS e
AMBIENTAIS VANTAGENS ECONÔMICAS e SOCIAIS
7
Quadro 2. Desvantagens ou limitações dos Sistemas agroflorestais
*Alelopatia: capacidade de plantas produzirem substâncias químicas que, liberadas no ambiente de outras, influenciam
de forma favorável ou desfavorável o seu desenvolvimento.
2 AGRICULTURA FAMILIAR
No Brasil, a Lei nº. 11.326/2006, estabelece as diretrizes para a formulação da Política
Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais. Esta lei conceitua como
agricultor familiar e empreendedor familiar rural aquele que desempenha suas atividades no meio
rural, e atenda ao mesmo tempo as seguintes condições: Não possua área maior do que quatro
módulos fiscais (unidade de medida agrária usada no Brasil, expressa em hectares (ha) e variável -
de 5 a 110 hectares, fixada para cada município; no Pará um módulo fiscal varia de 5 ha em Belém
até 75 ha em vários municípios, como São Félix do Xingu); Utilize em suas atividades econômicas
a mão-de-obra da própria família; Que a origem da renda familiar seja resultante de atividades
econômicas vinculadas ao próprio estabelecimento ou empreendimento e que este seja administrado
pela família (BRASIL, 2006).
3 ADAPTABILIDADE
Consorciação de espécies
Participação mais frequente de mulheres no manejo
Mantém e melhoram a capacidade produtiva da
terra
Autonomia produtiva
Produção sem uso de adubos químicos Diminui a penosidade no trabalho
Melhoria de controle fitossanitário Proporciona bem estar e qualidade de vida
DESVANTAGENS ou LIMITAÇÕES
BIOLÓGICAS, FÍSICAS e AMBIENTAIS
DESVANTAGENS ou LIMITAÇÕES
ECONÔMICAS e SOCIAIS
na competição entre os componentes vegetais se
mal dimensionado
Conhecimento limitado de agricultores e técnicos
Potencial para perda de nutrientes se erroneamente
manejado
Manejo mais complexo do que de culturas anuais ou
de ciclo curto
Dificuldade de mecanização e Danos mecânicos
durante a colheita se não planejado para esse
objetivo
Custo de implantação e monitoramento mais elevado
se comparado ao monocultivo
Habitat ou hospedeiros para pragas e doenças Muitos produtos têm mercados limitados
Prejuízos eventuais provocados pelo componente
animal
Cadeias produtivas sem agregação de valor de
produto
Equipamentos e maquinários limitados no
mercado, geralmente importado ou adaptado de
pré-existentes
Baixo acesso ou existência de linhas de creditos e
politicas publicas especificas para esse tipo de
Sistema produtivo
Alelopatia*
Geralmente as despesas são maiores que as receitas
nos primeiros meses de estabelecimento do sistema
8
Aptidão, inerente a numerosas espécies, de viver em condições de ambiente diferentes daquelas
de sua ocorrência natural. É a capacidade de encontrar novos níveis de equilíbrio diante de
alterações no ambiente (ROCHA et al, 2016).
4 CADEIA PRODUTIVA
Cadeia produtiva é o “conjunto de atividades que se articulam progressivamente desde os
insumos básicos até o produto final, incluindo distribuição e comercialização, constituindo-se em
elos de uma corrente” (BRASIL, 2010). De forma simplificada, cadeia produtiva ou cadeia de valor,
pode ser definida como um conjunto de elementos (empresas ou sistemas), organizados em
subsistemas, que interagem em um processo produtivo para oferta de produtos ou serviços ao
mercado consumidor (SILVA, 2005). Veja exemplo de elos (segmentos) de uma cadeia produtiva
como ilustrado abaixo (Figura 1).
Figura 1. Representação de cadeia produtiva genérica do agronegócio no Brasil. Fonte: Autores (2020).
5 CONSORCIO
O consórcio de culturas é caracterizado pela maximização de espaço mediante o cultivo
simultâneo, num mesmo local, de duas ou mais espécies com diferentes características quanto à sua
arquitetura vegetal, hábitos de crescimento e fisiologia, mas que compartilham dos mesmos
recursos ambientais durante grande parte de seus ciclos de vida, fato que leva a forte interatividade
entre as espécies consorciadas e entre elas e o ambiente (IASB, 2009).
Para Oliveira et al (2010) os SAFs podem ser compreendidos, sob o ponto de vista estritamente
agronômico, como sistemas de consórcio entre dois ou mais componentes, em que pelo menos um
deles seja uma planta lenhosa e perene. De acordo com outros autores, os SAFs comerciais, também
conhecidos como consórcios agroflorestais, multiestratos ou multiestratificados, são uma mistura de
um número limitado de espécies (menos de dez) anuais, perenes e semiperenes, de reconhecido
valor comercial, tendo como propósito a exploração agronômica e econômica, formando e
aproveitando diversos estratos verticais (altura da planta em relação às espécies do mesmo
consórcio). Distinguem-se das agroflorestas, pois estas apresentam uma composição muito mais
diversificada (OLIVEIRA et al, 2005; DUBOIS et al, 1996).
6 MANEJO
9
O manejo dos SAFs compreende o controle das plantas daninhas, pragas e doenças, a
ministração da adubação, a realização das podas e desbastes e outras atividades necessárias à boa
condução dos diferentes tipos de sistema (IASB, 2009).
O controle das plantas daninhas nos SAFs pode ser cultural, físico e químico. O controle
cultural pode ser preventivo, por meio de consórcio com lavouras anuais ou pelo pastejo. É a forma
mais barata de evitar a competição das plantas daninhas com as espécies plantadas nos SAFs. O
controle físico pode ser realizado pelo arranquio manual, coroamento das mudas, capina manual ou
mecânica, uso da cobertura morta, bem como por roçagem, aragem, gradagem ou subsolagem. O
controle químico é realizado por meio de herbicidas, em geral utilizados em áreas maiores ou
naquelas com carência de mão de obra (SENAR, 2017).
Em alguns SAFs são possíveis boas colheitas sem o uso de insumos externos, ou seja, apenas
com um bom manejo dos recursos naturais. Determinados SAFs mais intensivos, como com café
sombreado ou cacau, podem necessitar de adubação externa. Os tipos de adubação mais utilizadas
em SAFs são a de cobertura, adubação verde e adubação mecânica (SENAR, 2017).
As plantas dos SAFs podem ser atacadas por pragas e doenças, mas quanto maior a diversidade
de espécies no sistema, menor o nível de ocorrência. As formigas são as principais pragas em SAFs,
uma vez que atacam constantemente as plantas em qualquer fase de desenvolvimento,
representando a maior parte dos custos com esse tipo de controle (SENAR, 2017).
7 MITIGAÇÃO
Entre os diversos sistemas agropecuários de uso da terra, os silviagrícolas são aqueles que
acumulam o maior ativo de biomassa, além de elevar os estoques de carbono (OSTERROHT, 2002;
ROSHETKO et al, 2005). Em um estudo conduzido por Silva et al (2016), no município de
Tomé-Açu/Pa com SAFs integrados com dendezeiros foi demonstrada alta capacidade de
armazenar carbono e aumentar a quantidade de nutrientes no solo, o que contribui na mitigação dos
impactos das mudanças climáticas.
Em meio-ambiente, mitigação consiste em intervenções visando reduzir ou remediar os
impactos ambientais nocivos da atividade humana. A mitigação refere-se aos esforços para limitar a
emissão de gases de efeito estufa, e difere da adaptação às mudanças climáticas, pois esta refere-se
as ações tomadas para diminuir as consequencias negativas das mudanças no clima.
8 PRODUTIVIDADE
A produtividade é um indicador econômico que relaciona valores de produção com quantidades
dos fatores de produção utilizados, sendo, portanto, um indicador importante para a análise
comparativa do desempenho e perspectivas de empresas e setores produtivos. De modo geral a
produtividade do setor agrícola é indicada pelo rendimento do fator terra.
10
O termo Produtividade Verde foi criado e usado pela Organização Asiática de Produtividade
(Asian Productivity Organization [APO]), trata-se de uma estratégia para melhorar a produtividade
e o desempenho ambiental visando ao desenvolvimento socioeconômico global. É a aplicação de
sistemas de gestão, tecnologias e técnicas adequadas para produzir serviços e produtos
ambientalmente responsáveis. Para tanto, tal conceito partiu do pressuposto da integração de
melhoria da produtividade ao desenvolvimento e à proteção ambiental, no qual a produtividade
fornece a estrutura para melhoria contínua, enquanto a proteção ambiental fornece o fundamento ao
desenvolvimento sustentável (MACIEL & FREITAS, 2019). Por meio do Índice de Produtividade
Verde (IPV) foi demonstrada a relação inversamente proporcional existente entre produtividade e
impacto ambiental, ou seja, quanto maior a produtividade de um processo e menor o impacto
ambiental por este gerado, melhor será a sua Produtividade Verde (KIM & HUR, 2003).
9 RESILIÊNCIA
Resiliência é um conceito fortemente associado aos de diversidade, estabilidade e
sustentabilidade e, do ponto de vista ecológico, diz respeito à capacidade de um sistema em
restabelecer seu equilíbrio após a ação de um distúrbio, ou seja, é a capacidade do sistema de se
recuperar, de voltar ao estado anterior (HOLLING, 1973).
Os SAFs são considerados sistemas altamente resilientes às mudanças climáticas, pois suas
práticas estendem a época de colheita, amenizam os efeitos de eventos extremos como secas
prolongadas e enchentes, modificam temperaturas (microclima), proporcionam sombra e abrigo, e
agem como fontes alternativas de alimentos durante os períodos de cheias e secas (LASCO,
DELFINO, ESPALDON, 2014).
10 SERVIÇOS AMBIENTAIS
A natureza tem a capacidade de proporcionar a vida e as comodidades precisas para garanti-la
(ar puro, água limpa, solos férteis, biodiversidade de espécies, alimentos nutritivos e diversos, etc.),
ou seja, a natureza “presta serviços” para a manutenção da vida e seus processos, os quais são
conhecidos como serviços ambientais (RODRIGUEZ, 2015).
Segundo a Avaliação Ecossistêmica do Milênio (AEM, 2005), os serviços ecossistêmicos ou
ambientais são os benefícios que as pessoas obtêm dos ecossistemas. A AEM os classifica de forma
similar às funções ecossistêmicas que realizam, em quatro categorias (Figura 2).
11
A produção sustentável de alimentos e outros materiais para a sobrevivência humana
baseiam-se largamente na integridade dos ecossistemas e na provisão adequada de outros serviços,
notadamente os de regulação e de suporte, como controle biológico, polinização, ciclagem de
nutrientes e formação do solo (ANDRADE, 2010).
Um SAF pode oferecer serviços ambientais como a modificação do microclima, melhorando as
condições para o bom desempenho da cultura; redução do dano causado por ventos e chuvas fortes;
infiltração de água; aumento da matéria orgânica e elevação da biodiversidade. Constituindo-se
ainda, como importantes fixadores de carbono na biomassa e no solo, em razão da capacidade dos
vegetais em utilizar o CO2 atmosférico no processo fotossintético (BOLFE, 2010).
11 SISTEMA PRODUTIVO
De acordo com a Teoria Geral dos Sistemas (TGS), um sistema é definido como a combinação
de partes interligadas formando um todo organizado ou complexo. No cenário agropecuário
padronizou-se o seguinte: i) Sistemas de cultivo, ii) Sistemas de produção, iii) Sistema agrícola e iv)
Bioma. O sistema de produção (SP) é composto pelo conjunto de sistemas de cultivo e/ou de
criação no âmbito de uma propriedade rural, definidos a partir dos fatores de produção (terra,
capital e mão-de-obra) e interligados por um processo de gestão, sendo classificados pela
complexidade e pelo grau de interação entre os sistemas de cultivo e/ou de criação (HIRAKURI et
al, 2012).
Em relação a sua complexidade podem ser classificados como: a) Sistema em monocultura ou
produção isolada; b) Sistema em sucessão de culturas; c) Sistema em rotação de culturas; d)
Sistema em consorciação de culturas ou policultivo; e) Sistema em integração. Um sistema agrícola
De provisão ou de abastecimento:
Relacionados com a capacidade dos
ecossistemas em prover
bens (alimentos, fibras, fitofármacos, etc.)
De regulação:
Purificação do ar, controle de enchentes e de
erosão, tratamento de
resíduos, desintoxicação e controle de pragas
e doenças
Culturais:
Oferecem benefícios
recreacionais, educacionais, estéticos,
espirituais
De suporte:
Ciclagem de nutrientes, a produção primária,
a formação de solos, a polinização e a
dispersão de sementes
SERVIÇOS
ECOSSISTÊMICOS
Figura 2. Classificação dos serviços ambientais de acordo com as funções ecossistêmicas (AEM, 2005).
12
refere-se à organização regional dos diversos sistemas de produção vegetal e/ou animal, que
considera as peculiaridades e similaridades desses diferentes sistemas. Essa organização deve
permitir a construção de modelos e arranjos produtivos que descrevam da forma mais acurada
possível, os sistemas de produção regionais predominantes (HIRAKURI et al, 2012).
12 SUCESSÃO VEGETAL ou ECOLÓGICA
A sucessão vegetal é a sequência de desenvolvimento natural dos seres vivos num ecossistema
florestal. Uma espécie prepara o terreno para o desenvolvimento de outra, e assim por diante, até o
ambiente atingir o clímax e se estabilizar. Cada planta possui um ciclo de vida com ritmos de
crescimento diferentes influenciados pelas características do local. A sucessão natural é o processo
de regeneração natural, que pressupõe mudança da fisionomia e das populações vegetais no espaço
e no tempo, no sentido do aumento de qualidade e quantidade de vida (GÖTSCH, 1997).
Os SAFs orientados pela sucessão ecológica (Figura 3) potencializam os processos da
regeneração florestal devido ao incremento no processo natural de decomposição da matéria
orgânica, acúmulo de serrapilheira e troncos de árvores, abertura de clareiras e demais componentes.
Dessa forma, os SAFs se constituem de um processo sucessional, ou seja, com o passar do tempo
sofrem transformações em sua estrutura, composição e diversidade de espécies, determinadas
principalmente pelas ações de manejo e das próprias condições ambientais locais (ACRE, 2019).
Figura 3. Organização temporal de sucessão ecológica com alguns grupos sucessionais.
Fonte: Lotufo Jr e Trevelin (2019).
13 SUSTENTABILIDADE
O desenvolvimento sustentável, como promotor da sustentabilidade, é definido como o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades das gerações presentes sem comprometer a
capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades. A sustentabilidade
13
encontra-se definida de diversas formas na literatura, pelo fato de, em geral, os autores a
relacionarem diretamente com o objeto de seus estudos. Uma definição simples e genérica, por isto
mesmo adaptável a diversas situações expressa que: "Sustentabilidade é a habilidade de um sistema
em manter sua produtividade quando esta encontra-se sujeita a intenso esforço ou alterações"
(CONWAY, 1986).
Os SAFs contemplam princípios básicos e preenchem muitos requisitos da sustentabilidade,
incluem árvores no sistema de produção, utilizam recursos existentes e práticas de manejo que
otimizam a produção combinada e geram numerosos serviços ambientais (TORQUEBIAU, 1989).
Os SAFs são sistemas produtivos baseados em princípios e processos que satisfazem requisitos
ambientais, combinando tanto elementos do conhecimento tradicional, quanto da ciência moderna
(ALTIERI, 1991), além de possibilitar renda ao longo do ano, por meio da comercialização dos
diferentes produtos obtidos escalonadamente (GLIESSMAN, 2001).
14 TIPOS DE USO DA TERRA
O uso da terra, dentre as várias definições existentes, geralmente associadas às atividades
conduzidas pelo homem relacionadas com uma extensão de terra ou a um ecossistema, foi
considerado como uma série de operações desenvolvidas pelos homens, com a intenção de obter
produtos e benefícios, através do uso dos recursos da terra, ou seja, a atividade do homem que se
acha diretamente relacionada com a terra (BIE; LEEUWEN; ZUIDEMA, 1996).
A cobertura da terra foi definida como os elementos da natureza como a vegetação (natural e
plantada), água, gelo, rocha nua, areia e superfícies similares, além das construções artificiais
criadas pelo homem, que recobrem a superfície da terra (BIE; LEEUWEN; ZUIDEMA, 1996).
A nomenclatura do Uso e da Cobertura da Terra (Figura 4) foi concebida a partir do esquema
teórico da cobertura terrestre, voltado para os recursos socioeconômicos e ambientais (IBGE, 2013).
Figura 4. Sistema básico de classificação da cobertura e do uso da terra. Fonte: Adaptado de IBGE (2013).
14
TIPOLOGIAS DOS SAFs
2 CLASSIFICAÇÃO E FUNÇÃO
Há uma variedade de arranjos de SAFs, desde sistemas simplificados, com baixa intensidade de
manejo, que utilizam a combinação de espécies para melhor aproveitamento de fatores de produção,
insumos e mão de obra, até sistemas extremamente complexos, com alta biodiversidade e alta
intensidade de manejo (SAFs biodiversos), e entre esses, vários tipos intermediários. Para cada um
deles, existem denominações distintas que variam de acordo com os principais produtos gerados
(MICCOLIS et al., 2016; PADOVAN e CARDOSO, 2013).
Os SAFs simples utilizam pouca variedade de espécies. Geralmente as culturas são plantadas
em faixas ou em linhas. O SAF sucessional (biodiverso ou complexo) apresenta alta diversidade de
espécies, nativas e/ou exóticas, com dinâmica de manejo sucessional e produção escalonada ao
longo do tempo. É mais complexo e exigente em manejo e mão de obra, visando criar abundância
no sistema e otimização da produção agroflorestal (MICCOLIS et al, 2016).
Alguns SAFs são voltados para a criação animal por meio da associação entre pastagens e
árvores, denominados sistemas silvipastoris. Quando há presença de espécies agrícolas e florestais
simultânea ou sequencialmente à criação dos animais, os sistemas são denominados de sistemas
agrossilvipastoris. Já sistemas agrossilviculturais se referem a consórcios em que culturas agrícolas
anuais se associam a espécies florestais (MICCOLIS et al, 2016).
A classificação dos SAFs é complexa e existem várias, de acordo com a proposta e os critérios
considerados. Os principais critérios utilizados para a classificação estão descritos no quadro 3.
Quadro 3. Critérios de classificação dos SAFs (NAIR, 1998).
CRITÉRIO
ESTRUTURAL
CRITÉRIO
FUNCIONAL
CRITÉRIO
ECOLÓGICO
CRITÉRIO
SOCIOECONÔMICO
Refere-se à natureza
dos componentes do
sistema, incluindo o
arranjo espacial do
componente arbóreo,
a estratificação
vertical e o arranjo
temporal dos
diferentes
componentes do
sistema.
Refere-se ao principal
papel ou função do
componente arbóreo
do sistema (proteção
da natureza, por
exemplo,
quebra-vento, faixa
de proteção,
conservação do solo).
Refere-se às condições
ambientais e à
adequação ecológica dos
sistemas: certos tipos
são mais apropriados
para certas condições
ecológicas, SAFs para
terras áridas e
semiáridas, tropicais,
trópicos úmidos, de
planície, etc.
Refere-se ao nível de
dependência de
insumos externos
(input) ou à
intensidade ou à escala
de manejo e à
destinação dos
produtos (subsistência,
comercial,
intermediário).
Dentre os critérios descritos no quadro 3, a forma de classificação mais utilizada é a estrutural,
que agrupa os SAFs em quatro grandes subdivisões de acordo com seus elementos: 1)
Agrossilvicultural; 2) Silvipastoril; 3) Agrossilvipastoril: 4) Outros sistemas (NAIR, 1993;
CAPITULO 2
15
ENGELS, 1999; BALBINO, et al, 2011). Outros sistemas são aqueles como plantios de árvores de
diversas espécies na mesma área, apicultura e aquicultura com árvores, etc. (RIGHI, 2013). Ver
figura 5.
Em qualquer um dos sistemas, a integração de seus componentes ao longo do tempo poderá se
dar em SAFs simultâneos ou concomitantes, onde todos os componentes são associados no mesmo
período de tempo, durante todo o ciclo das culturas existentes; e SAFs sequenciais, onde há uma
relação cronológica entre os componentes do sistema, se sucedendo no tempo.
Figura 5. Classificação dos SAFs segundo os tipos de componentes. Fonte: Adaptado de Nair (1985).
A estrutura do sistema pode ser definida em termos de seus componentes e da função esperada
de cada um manifestada por seus resultados. No entanto, é importante considerar a disposição e os
tipos dos componentes. Em SAFs, existem três conjuntos básicos de elementos que são gerenciados
pelo usuário da terra: a árvore ou lenhosa perene, a erva (culturas agrícolas incluindo espécies de
pastagens) e o animal. Como já mencionado, para que um sistema de uso da terra seja designado
como um SAF, deve ter sempre um lenhoso perene. Na maioria dos SAFs, as espécies herbáceas
também estão envolvidas, já os animais estão presentes apenas em alguns.
A disposição dos componentes refere-se as plantas do sistema. Arranjos espaciais de plantas em
agroflorestas variam de mistos densos (como nos quintais) a pouco mistos (como na maioria dos
sistemas silvipastoris). Além disso, as espécies podem estar em zonas ou faixas de larguras variadas
(aléias). Pode haver várias escalas zonais, variando de arranjos microzonais (como linhas alternadas)
em arranjos macrozonais.
16
Quanto à estrutura espacial e temporal dos SAFs, pode-se classifica-los em: (i) Consórcios
Florestais (poucas espécies de árvores, geralmente em linhas, em meio a pastos ou a cultivos de
espécies agrícolas anuais); (ii) Quintais Agroflorestais ou Quintais Produtivos (árvores, geralmente
fruteiras para fornecimento de alimentos, plantadas nas proximidades das residências de maneira
mais densa ou mais espaçadas, como nos pomares); (iii) Cercas Vivas (uso de árvores para delimitar
áreas, geralmente linhas adensadas de espécies com densa folhagem ou com espinhos); (iv)
Quebra-Ventos (parecido com as cercas vivas, porém com propósito específico de diminuir a força
e velocidade do vento); (v), Curvas de Contenção (linhas de árvores plantadas em curvas de nível,
com propósito de conter erosão do solo) e (vi) Agrofloresta (plantio mais denso de espécies
cultivadas anuais e florestais junto com espécies silvestres, seguindo um padrão que imita a
sucessão natural das florestas nativas do lugar) (PENEIREIRO et al, 2002).
Critérios socioeconômicos como escala de produção e nível de tecnologia e gestão, também
têm sido usados como base para classificar SAFs. Lundgren (1982), por exemplo, agrupou em
sistemas comerciais, intermediários e de subsistência. Um SAF comercial diz respeito a
mão-de-obra contratada, onde um produto para venda representa o principal ganho econômico, e
que a escala operacional é de média a grande. Por sua vez, o termo subsistência refere-se a um
sistema em que o objetivo maior é a satisfação das necessidades básicas e a mão-de-obra envolvida
é familiar. Obviamente, existem os sistemas intermediários em termos de produção e manejo, entre
os dois citados (MEDRADO, 2000).
Considerando aspectos econômicos, os SAFs podem ser classificados de acordo com a relação
entre os fatores de produção: i) Complementar quando a produção de um componente beneficia a
produção de outro (agricultura itnerante); ii) Suplementar, quando o aumento da produção de um
componente não influencia na produção de outro; iii) Competitivo, quando os cultivos competem
entre si pelos inumeros recursos (água, luz, nutrientes, etc.).
Cada um dos critérios comumente usados para classificar os SAFs tem méritos e
aplicabilidades em situações específicas, mas também têm limitações, ou seja, nenhum esquema de
classificação pode ser aceito como universalmente aplicável. Portanto, a classificação dos SAFs tem
de ser orientada para um propósito.
2.1 Exemplos de SAFs
Quintais agroflorestais, quintais caseiros ou pomares domésticos (Figura 6).
Constituem-se no mais antigo exemplo de SAF, formados empiricamente, de forma casual, sem
arranjo definido e, ou delineamento, visando o suprimento da família, sobretudo em frutas, durante
o ano, sem nenhuma preocupação de fundo econômico ou ecológico. No entanto, claramente,
17
observa-se uma combinação de espécies perenes, com espécies temporárias e animais domésticos
(DANTAS, 1994).
Figura 6. Quintal agroflorestal. Fonte: disponível em https://assecom.ufersa.edu.br/2017.
Árvores em associação com culturas anuais.
Sistema de Cultivo em Faixas "Aléias": há uma associação de árvores ou arbustos intercalados
em faixas com culturas anuais (Figura 7). As culturas anuais ou de ciclo curto (Ex.: soja, feijão,
milho), finalizam seu ciclo produtivo em um ano ou em até menos tempo, e após a colheita, há a
necessidade de se realizar todas as etapas do plantio novamente (preparo do solo, adubação,
semeadura, etc). Diferem das culturas perenes ou de ciclo longo, que duram vários anos, ou seja,
após plantadas e com o ciclo produtivo concluído, não necessitam serem replantadas.
Sistema Taungya (Figura 7) tem como objetivo final a produção de madeira, adotando-se, para
tanto, o consórcio de culturas agrícolas de ciclo curto com a espécie florestal por tempo limitado
(em geral, até o fechamento de copas e início de sombreamento).
Figura 7. Sistema Taungya e Cultura em faixas ou Aléias. Fonte: SENAR, 2017.
18
Árvores e Arbustos em Pastagens (Figura 8).
Visam fornecer sombra aos animais nas horas mais quentes do dia, além de constituírem-se em
uma maneira de conservação da vegetação arbórea (MEDRADO, 2000). Como exemplo dessa
prática tem-se o uso de árvores de crescimento rápido para cercas e barreiras contra vento.
Figura 8. Pastagem com arborização em linhas simples. Fonte:
2.2 Práticas Agroflorestais
Práticas agroflorestais são formas de uso e manejo de árvores nos agroecossistemas que
permitem a melhoria das condições de fertilidade e preservação do solo, a geração de autonomia e a
maior segurança alimentar das famílias de agricultores, ou seja, prática é a forma como se maneja o
sistema, exemplos: adubação verde, plantio direto, cercas e moirões vivos.
A escolha das espécies que compõem o SAF deve ser estratégica porque apresentam
características que melhoram as condições do solo, geram produtos, favorecem a disponibilidade de
água e potencializam a instalação de outras espécies. O ideal é que as espécies apresentem usos
múltiplos, ou seja, que possam servir tanto para alimentação humana, quanto para alimentar animais,
produção de biomassa, etc. (MICCOLIS et al, 2016).
As plantas de crescimento rápido, por exemplo, são importantes, pois aceleram a produção de
biomassa a ser incorporada no sistema, enquanto as árvores de crescimento lento são sumidouros
constantes de CO2 atmosférico por possuírem ciclos de crescimento de longo prazo, estendendo o
processo de captura e armazenamento de CO2.
Nos sistemas, as espécies podem desempenhar várias funções:
Adubação verde: promovem cobertura vegetal do solo; aumentam os teores de matéria
orgânica; reduzem a erosão; etc. Ex: Leguminosas.
Herbáceas/arbustivas: crotalária, mucuna-preta, mucuna-cinza, feijão guandu, feijão-de-porco,
calopogônio, puerária, amendoim, tefrósia.
19
Arbóreas: glicirídia, Eritrina, leucena, ingá, flemingia, albízia, leucena, samanéia, urucum.
Não leguminosas: milho, sorgo, girassol, capim-elefante, braquiária, margaridão, mandioca.
Plantas medicinais e aromáticas: andiroba, copaíba, alecrim, alfavaca, anis, arnica, arruda,
manjericão, mastruz, boldo, sabugueiro, alfazema, calêndula, hortelã, babosa, etc.
Hortícolas: agrião, alface, batatas, berinjela, beterraba, caruru, cebolinha, cenoura, chicória,
coentro, couve, inhame, pimenta, repolho, rúcula, salsa, taioba, tomate, vagem, etc.
Arbóreas madeira, sementes e produtos: ipê, paricá, acácia, andiroba, cedro, cerejeira,
copaíba, embaúba, eucalipto, figueira, mogno, palmeiras (açai, pupunha, dendê), teca, sabugueiro,
pimenta-do-reino, etc.
Arbóreas frutíferas: cacau, café, cupuaçú, abacate, acerola, amora, araçá, caju, caqui,
carambola, cupuaçu, goiaba, graviola, jabuticaba, jaca, jambo, manga, pitanga, sapoti, siriguela,
tamarindo, tangerina, romã,, etc.
2.3 Práticas Silvipastoris
Sistema silvipastoril (SSP) é a combinação intencional de árvores, pastagem e gado numa
mesma área e ao mesmo tempo e manejada de forma integrada. Pode ser uma alternativa para
incorporar a produção de madeira ao empreendimento pecuário, reunindo as vantagens econômicas
que cada um tem em separado, ou seja, o rápido retorno da atividade pecuária e as características
favoráveis do mercado de produtos florestais madeireiros (PORFÍRIO-DA-SILVA et al, 2010).
Segundo Radomski (2009), o SSP, que também pode constituir uma modalidade de integração
lavoura-pecuária-floresta (ILPF), tem sido visualizado como importante estratégia de uso
sustentado da terra, principalmente em áreas potencialmente sujeitas à degradação e, como uma
nova fonte de agregação de valor econômico à propriedade rural por meio da exploração de madeira.
Dentro desta ampla categoria, vários tipos de sistemas e práticas podem ser identificados
dependendo da função da árvore/arbusto (Quadro 4).
Quadro 4. Práticas agroflorestais - Sistemas Silvipastoris (SSPs).
PRÁTICA
AGROFLORESTAL DESCRIÇÃO COMPONENTES FUNÇÃO
Árvores em pastagens
naturais ou plantadas
Regeneração artificial
ou natural de árvores
em áreas de pastagens
artificiais ou naturais
Arbóreo: uso multiplo e
forrageiro
Agrícola: gramíneas e
leguminosas
Animal: bovino, ovino, suíno
Produtos: madeira,
sementes, forragem,
produtos de origem
animal
Pastejo em áreas
florestadas
Pastejos em
povoamentos
florestais comerciais
Arbóreo: espécies
madeireiras
Agrícola: gramíneas,
leguminosas herbáceas
Animal: bovino, ovino, suíno
Produtos: madeira,
forragem,
produtos de origem
animal
Proteção: melhoria e
manutenção da qualidade
do solo
20
PRÁTICA
AGROFLORESTAL DESCRIÇÃO COMPONENTES FUNÇÃO
Banco de proteína
Plantio de árvores em
área de produção de
proteína p/ corte ou
pastejo direto
Arbóreo: leguminosas
forrageiras
Agrícola: gramíneas
Animal: bovino, caprino,
ovino
Produtos: forragem,
produtos de origem
animal
Proteção: fixação N2
atm, proteção do solo
Pastejo em áreas de
cultivo arbóreo
Áreas de cultivo
arbóreo sob pastejo
Arbóreo: espécies
madeireiras
Agrícola: gramíneas,
leguminosas herbáceas
Animal: bovino, ovino e/ou
suíno
Produtos:madeira,
produtos de origem
animal
Proteção:
sombreamento
Árvores p/ produção
de forragem para
peixes (aquifloresta)
Plantio de árvores nos
taludes de tanques p/
produção de forragem
p/ peixes
Arbóreo: forragem
Animal: peixes
Produto: forragem
Proteção: estabilidade
do talude
2.4 Práticas Agrossilvipastoris
Sistemas agrosilvipastoris (SASP) são associações de espécies florestais produtoras de madeira
ou frutíferas com animais e culturas agrícolas anuais. São praticados em diferentes níveis (Quadro
5), desde as grandes plantações de árvores para fins comerciais e industriais com a inclusão de gado,
até o pastoreio de animais como complemento à agricultura de subsistência (DANIEL et al, 2000).
Exemplos: cercas vivas, cujas principais funções são: delimitação de terras para diferentes usos,
delimitação de propriedade, dificultar a entrada e saída de animais e pessoass e produção de
madeira; quebra ventos são estreitas faixas de árvores e arbustos plantados para proteger campos
de produção agrícola/animal, construções, entre outros, diminuindo a velocidade e modificando a
direção dos ventos, além da função protetora, os quebra ventos podem prover madeira, frutos,
forragem, fibra e mel (MEDRADO, 2000; MACEDO, 2000).
Quadro 5. Práticas agroflorestais - Sistemas Agrossilvipastoris (SASP).
PRÁTICA
AGROFLORESTAL DESCRIÇÃO COMPONENTES FUNÇÃO
Quintais
agroflorestais
Combinação
multiestratificada de
árvore e culturas de ciclo
curto e animais em torno
da casa
Arbóreo: uso multiplo e
frutíferas
Agrícola: espécies de
ciclo curto
Animal: pequeno porte
Produtos:madeira,
sementes, frutos,
proteína animal, etc.
Proteção: conservação
do solo
SASP em áreas de
plantio florestal
Método Taungya seguido
de pastejo durante a fase
de manutenção da floresta
Arbóreo: espécie
comercial madeireira
Agrícola: gramíneas,
leguminosas forrageiras
Animal: bovino, ovino ou
suíno
Produtos: madeira,
diversos
Proteção:
sombreamento
21
2.5 Práticas Agrossilviculturais
Os sistemas de agrosilviculturas se caracterizam por consórcios entre espécies florestais e
agrícolas. Podem ser divididos em baixa, média e alta complexidade biológica.
Quadro 6. Práticas Agrosilviculturais.
PRÁTICA
AGROFLORESTAL DESCRIÇÃO COMPONENTES FUNÇÃO
Pousio
melhorado/enriquecido
Plantio de árvore no
pousio (capoeira)
Arbóreo: leguminosas de
crescimento rápido
Agrícola: cultura de ciclo
curto
Produtos:madeira,
frutos, lenha, etc.
Proteção: melhoria da
qualidade do solo
Taungya
Plantio de espécies
agrícolas (ciclo curto)
nos primeiros anos de
estabelecimento do
povoamento florestal
Arbóreo: espécies
comerciais
Agrícola: cultura de ciclo
curto
Produtos: madeira,
Proteção: conservação
do solo
Aléias (Alley
Cropping)
Plantio de árvores em
fileiras ou faixas e
cultivo agrícola em
fileiras ou faixas
Arbóreo: leguminosas de
crescimento rápido
Agrícola: cultura de ciclo
curto
Produtos: lenha
Proteção: conservação
do solo
Queima/corte e
trituração de capoeira
Queima ou trituração de
árvores
Arbóreo: leguminosas de
crescimento rápido
Agrícola: cultura de ciclo
curto
Proteção: melhoria da
qualidade do solo
Árvores de uso
múltiplo
Árvores plantadas
dispersas aleatoriamente
ou em padrão em bordas,
terraços ou faixas
Arbóreo: uso múltiplo e
frutífero
Agrícola: cultura de ciclo
curto
Produtos: madeira,
frutos, etc.
Proteção: sombreamento,
fixação de N2 atm,
conservação do solo
Culturas perenes
(côco, café, cacau,
etc.)
Plantio multiestratificado
com árvores p/
sombreamento de
culturas arbóreas
Arbóreo: uso múltiplo e
frutífero
Agrícola: cultura perene
Produtos: madeira,
frutos, etc.
Jardins domésticos
Combinação
multiestratificada de
árvores e cultura
agrícolas em torno da
propriedade
Arbóreo: uso múltiplo e
frutífero
Agrícola: culturas
comuns de ciclo curto
Produtos: vários
produtos de árvores
Proteção: conservação
do solo
Plantio de árvores p/
melhoria da qualidade
e conservação do solo
Plantio em faixas ou
terraços
Arbóreo: leguminosas de
crescimento rápido
Agrícola: culturas
comuns de ciclo curto
Produtos: vários
produtos de árvores
Proteção: fixação de N2
atm, conservação do solo
2.6 Técnicas de Manejo em SAFs
As principais práticas de manejo em SAFs estão descritas abaixo:
Roçagem: é feita por meio de corte de plantas adubadeiras como capins e margaridão. Pode ser
efetuada por máquinas (roçadeira ou motoserra) ou manualmente com facão, alfanje, serra, tesoura
de poda ou ainda com um machado (MICCOLIS et al, 2016).
Capina seletiva: é a prática do arranquio ou corte de plantas herbáceas como capins e outras
que se desenvolvem próximas às mudas de árvores, de maneira seletiva, deixando as plantas que
22
permanecerão na área. Ela pode ser feita arrancando as plantas com as mãos, ou ainda cortando com
facão ou tesoura de poda (MICCOLIS et al, 2016).
Desbaste ou raleio: é feito quando o plantio ocorreu de maneira adensada e as plantas passam
por um processo de seleção dos indivíduos, deixando-se os mais vigorosos e saudáveis, enquanto
que os menos desenvolvidos são cortados rente ao chão. O desbaste geralmente é realizado quando
as copas das árvores que ocupam o mesmo estrato estão sobrepostas e há concorrência por luz
(MICCOLIS et al, 2016).
Poda: auxilia na manutenção da produtividade e de funções ecológicas importantes para a
conservação ambiental. Permitem entrada de luz e, portanto, o desenvolvimento de plantas em
diferentes estratos, promove aporte de nutrientes e melhora a estrutura do solo (melhora da
fertilidade e qualidade), e aumenta a capacidade do sistema de se adaptar a eventos climáticos
extremos, como secas e chuvas torrenciais (MICCOLIS et al, 2016).
As podas podem ser de formação e de estratificação, quando são suprimidos os galhos laterais
e inferiores visando à estruturação da copa da planta, direcionamento do caule e formação da copa;
de limpeza, para retirar as partes secas e velhas da planta, folhas amareladas e galhos doentes; de
renovação, que são intervenções no sistema como um todo e visa produzir grande quantidade de
biomassa (MICCOLIS et al, 2016).
O material podado é picado/triturado e disposto de forma a facilitar o processo de
decomposição (Figura 9), garantir a cobertura do solo, ampliando a concentração de biomassa e
reduzir a regeneração de espécies inadequadas, considerando-se a adaptação ou não delas aos
diferentes estágios de sucessão da agrofloresta (STEENBOCK et al, 2013).
Figura 9 . Prática de poda e trituração de biomassa. Fonte: Soares (2018).
23
3 ESTUDOS DE CASOS - SAFs e ROCHAGEM
CASO 1: SAFS ALIADOS À ROCHAGEM PARA RECUPERAÇÃO DE ÁREAS
DEGRADADAS. MEDEIROS, F. P. (DF, 2014)
OBJETIVO: avaliar a eficácia de tecnologias de fertilização nos processos de revegetação de áreas
degradadas na Estação Ecológica Pirapitinga (EEP), localizada no reservatório da Usina
Hidrelétrica de Três Marias, Morada Nova, Minas Gerais.
METODOLOGIA:
1) Características da área: EEP localizada em uma ilha do cerrado; vegetação de densidade variável;
solo do tipo Latossolo Vermelho distrófico, textura muito argilosa, com relevo suave ondulado.
2) Material para fertilização do solo: pó de rochas (6,48% de CaO, 8,50% de K2O e 2,14% de
K2O5), sedimentos acumulados no reservatório e composto orgânico (esterco bovino).
3) Delineamneto experimental: o SAF foi implantado em local com acúmulo de sedimento na área
do resesrvatório; aplicou-se 07 tratamentos com 03 repetições (Quadro 7), totalizando 21 parcelas
(Figura 10); foram semeadas 03 hortaliças (cenoura/salsa/rúcula), 02 culturas agrícolas
(milho/quiabo), 02 leguminosas (feijão guandú/feijão de porco) e 06 espécies florestais
(cedro/jatobá/copaíba/Gonçalo Alves/mutamba/baru) (Figura 11); variáveis avaliadas: taxa de
germinação e de crescimento das mudas, mudas sobreviventes, fertilidade do solo.
Quadro 7. Tratamentos (T) utilizados em cada uma das parcelas do experimento.
TRATAMENTOS PARCELAS TRATAMENTOS PARCELAS
T1: composto orgânico (C) P1, P11, P17 T5: sedimento + composto orgânico (SC) P5, P13, P15
T2: pó de rocha (R) P2, P12, P20 T6: sedimento + composto orgânico +
rocha (SCR) P6, P8, P19
T3: sedimento (S) P3, P14, P16
T4: sedimento + rocha (SR) P4, P10, P21 T7: somente solo da área - testemunha (T) P7, P9, P18
Figura 10. Croqui esquemático do delineamento da área do experimento.
CAPITULO 3
24
Figura 11. Localização de cada espécie plantada dentro da parcela. A: Gonçalo Alves; B: Baru; C: Jatobá; D:
Mutamba; E: Copaíba; F: Cedro.
RESULTADOS: os principais resultados estão descritos no quadro 8.
Quadro 8. Variáveis estudadas e resultados obtidos de acordo com o tratamento empregado.
Taxa de germinação
Mudas sobreviventes Taxa de crescimento de
mudas
Fertilidade do solo*
Maior no T3 (S) Do inicio do
experimento até a última
medição, o tratamento
que obteve maior
número de individuos
vivos entre as espécies
florestais foi o de SR,
seguido pelo SRC, com
16 e 13 mudas
sobreviventes
Maior crescimento do
jatobá no T3 (S)
pH em água subiu de
4,9 para 6,3 no T2 (R)
Menor no T2 (R) Maior crescimento da
copaíba no T6 (SCR)
Maiores valores de
cálcio no T3 (S)
A espécie florestal
que melhor germinou
em todos os
tratamentos foi
Gonçalo Alves
Maior crescimento da
mutamba e Gonçalo Alves
no T4 (SR)
A acidez potencial
diminuiu até 6x em R, S,
SR, SC e T
Maior crescimento do baru
no T1
do fósforo (P) de 3,2
p/ 30mg/dm3 no T1 (C)
Maior crescimento do
cedro no T7
do potássio (K) no T6
(SRC)
*Comparação entre os resultados na análise do solo da EEP, do sedimento, do composto orgânico, do pó de
rocha e das misturas de substratos utilizados no inicio do experimento com aquela realizada aos 26 meses.
CONCLUSÕES: Gonçalo Alves foi a espécie que mais germinou; o tratamento T6
(sedimento+composto+rocha) se mostrou mais eficiente para a germinação de sementes em campo,
dentro dos parâmetros analisados; o tratamento T4 sedimento+rocha se mostrou mais eficiente para
o crescimento de mudas, com maior quantidade de individuos vivos até a última medição; o uso de
sedimentos misturados com pó de rochas mostrou ser uma tecnologia alternativa e sustentável como
insumo agrícola, notando-se sua otimização nos processos de revegetação de áreas degradadas.
25
CASO 2: INFLUÊNCIA DA ROCHAGEM NO DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS
AGROFLORESTAIS E NA CAPTURA DE DIÓXIDO DE CARBONO ATMOSFÉRICO.
SORES,G. J. (DF, 2018)
OBJETIVOS: comparar os dados físico-químicos do solo considerando o uso ou a ausência dos
remineralizadores e estimar a retenção de CO2 em espécies chaves em SAFs.
METODOLOGIA:
1) Àrea de estudo: quatro SAFs no Distrito Federal. O tipo de solo e o remineralizador utilizado em
cada SAF estão descritos no quadro 9.
Quadro 9. Identificação do sistema, tipo de solo e remineralizador utilizado.
SAF LOCAL Tipo de solo Remineralizador
SAF1 - Sítio Pinheiro Brazlândia Latossolo vermelho amarelo Não aplicado
SAF2 - Sítio Raiz Lago Oeste Latossolo vermelho Remix*
SAF3 - Sítio Semente Lago Oeste Latossolo vermelho Remix - calcário
SAF4 - Fazenda Inkora Planaltina Latossolo vermelho MB-4* - calcário
*Remix: pó de rocha derivado de um xisto carbonático (MISTEL), com composição básica de CaO, K2O,
MgO, Si 2 , Al2O3 ,FeO (total), TiO2 , CO2 e H2O.
**MB-4: farinha de rocha composta por Biotitaxisto e o Serpentinito, com traços de silica, alumínio, ferro,
cálcio, magnésio e outros 24 elementos.
2) Delineamneto do estudo: Foram realizadas duas amostragens para acompanhar as alterações no
solo (01/2017 e 10/2017); Para cada SAF analisado havia uma área testemunha; Foram monitoradas
06 espécies vegetais (abacate, baru, café, eucalipto, jaca e jatobá) para acompanhamento do DAP,
acúmulo de biomassa e de carbono e a fixação de CO2.
RESULTADOS PRINCIPAIS: descritos no quadro 10.
Quadro 10. Resultados obtidos no experimento comparados com os verificados nas testemunhas
pH do solo Carbono Fertilidade do solo Micronutrientes Crescimento da planta
Superiores nos SAFs
adubados com
remineralizadores
Aumento no teor de P e de
K e dos nutrientes Ca e Mg
nos SAFs remineralizadores
Aumento no teor de Zn, B,
Cu, Mn, F com aplicação
do pós de rocha
DAPs no SAF2
(71,74%; abacate) e
SAF3 (78,29%; café)
CONCLUSÕES: SAFs que utilizaram remineralizadores na sua implantação mostraram plantas
com maiores taxas de crescimento, quando comparados com um Sistema que não fez uso deste tipo
de adubação; O uso de remineralizadores favorece o desenvolvimento das árvores, o que contribui
no processo de sequestro de CO2.
26
CASO 3: Stonemeal of amazon soils with sediments from reservoirs: a case study of
remineralization of the tucuruí degraded land for agroforest reclamation. THEODORO et al, 2013.
An Acad Bras Cienc (2013) 85 (1).
OBJETIVO: Estudar o potencial de uso dos sedimentos acumulados no reservatório da Hidrelétrica
de Tucuruí como fertilizante.
METODOLOGIA:
1) Área de estudo: Reservatório de Tucuruí localizado dentro de uma àrea de proteção ambiental
(APA) no estado do Pará
2) Delineamento do estudo: Foi realizada amostragem do solo e sedimento ao redor do reservatório
em abril e novembro; Utilizou-se uma mistura de sedimentos, rochas trituradas e esterco em
diferentes proporções para avaliar seu efeito no desenvolvimento da planta e da fertilidade do solo.
O SAF foi dividido em 12 parcelas, que receberam 3 tratamentos em 03 repetições (Quadro 10).
Quadro 10. Tratamentos utilizados no SAF, densidade de plantas e espécies plantadas.
TRATAMENTOS DENSIDADE DE PLANTAS ESPÉCIES PLANTADAS (n= 104)
T1: sedimento + pó de rocha B1 (maior) Copaíba, jenipapo, mogno, ingá,
andiroba, cupuaçú, paricá; Feijão
guandu, feijão-de-porco, leucena e
crotália; Milho; Quiabo e abóbora
T2: sedimento + pó de rocha + NPK B2 (intermediária)
T3: sedimento + pó de rocha + estrume
T0: solo natural B3 ( menor)
RESULTADOS:
- Os solos das parcelas T3 revelaram maior aumento de macronutrientes (K, Ca e Mg), melhorando
as condições de pH
- O bloco 1 (B1), apresentou uma taxa de resistência média de 60% das espécies
- As espécies arbóreas apresentaram melhor desempenho e taxa de crescimento mais rápida nos
blocos de maior densidade
- Paricá, uma das espécies com melhor índice de crescimento, apresentou as maiores taxas nos
blocos que receberam organominerais na fertilização (B1-T3, B2-T3, B3-T3), independente da
densidade.
CONCLUSÕES: as quantidades de macronutrientes na amostras de sedimento do reservatório
foram maiores do que nos solos; a análise de fertilidade mostrou que as misturas formadas pelos
sedimentos, rochas trfituradas e esterco tiveram a melhor resposta para remineralizar os solos locais;
nas parcelas com tratamentos as espécies agrícolas, leguminosas e florestais apresentaram um
desenvolvimento muito mais rápido e robusto quando comparado com as parcelas de controle.
27
REFERÊNCIAS
ACRE. Secretaria de Estado de Meio Ambiente – SEMA. Sistemas agroflorestais indicados para
o Acre: Catálogo. SEMA: GOVERNO DO ESTADO DO ACRE, Rio Branco- AC, 40p. 2019.
AEM (Avaliação Ecossistêmica do Milênio) - Ecossistema e bem-estar humano: síntese.
Washington, D.C.: Island Press. 57p. 2005.
ALTIERI, M.A. ¿Por que estudiar la agricultura tradicional"? Agroecología y Desarollo, Santiago,
v.1, n.1, p.16-24. 1991.
ALVES, F. V., LAURA, V. A., ALMEIDA, R. G. Sistemas agroflorestais: A agropecuária
sustentável. -- Brasília: Embrapa. 2015.
ANDRADE, D. C. Modelagem e valoração de serviços ecossistêmicos: uma contribuição da
economia ecológica. 2010. 268 f. Tese (Doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto
de Geociências, Campinas. 2010.
ARCO-VERDE, M. F. Sustentabilidade Biofísica e Socioeconômica de Sistemas Agroflorestais
na Amazônia Brasileira. Universidade Federal do Paraná – UFPR. Curitiba, PR. (tese doutorado).
188 p. 2008.
BALBINO, L.C.; BARCELLOS, A. O. de; STONE, L. F. Marco referencial: integração
lavoura-pecuária-floresta (ILPF). Brasília, DF: Embrapa, 130p. 2011.
BENTES-GAMA, M.M. Análise técnica e econômica de sistemas agroflorestais em
Machadinho D’Oeste, Rondônia. Tese de Doutorado, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa,
MG. 115pp.3. 2003.
BIE, C. A. J. M. de; LEEUWEN, J. A. van; ZUIDEMA, P. A. The land use database: a
knowledge-based software program for structured storage and retrieval of user defined land
use data sets: user’s reference manual. Version 1.04 for MS-DOS. [Enschede, The Netherlands]:
International Institute for Geo-Information Science and
Earth Observation: Food and Agriculture Organization: United Nations Environment
Programme: Wageningen University, 41 p. 1996.
BOLFE, E. L. Desenvolvimento de uma metodologia para a estimativa de biomassa e de
carbono em sistemas agroflorestais por meio de imagens orbitais. 2010. 233 f. Tese (Doutorado)
– Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociências, Campinas. 2010.
BOLFE, E. L. Applications of satellite images and field databases to analyze agroforestry systems
in Brazil. International Journal of Advanced Engineering Research and Science (IJAERS).
Vol-7, Iss-4. 2020.
BRASIL. Lei nº 11.326 de 24 de julho de 2006. Estabelece as diretrizes para a formulação da
Política Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais. Diário Oficial da
União, v. 25. 2006.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Conceituação.
Brasília, DF. 2010.
28
BRYANT. R.L.The rise and fall of taungya forestry: social forestry in defence of the empire. The
Ecologist, vol.24, n.1, p.21-26. 1994.
CONWAY, G. R. 1986. Agroecosystems analysis. Agricultural Administration 20: 31-55. FAO. A
Framework for Land Evaluation. FAO Soils Bulletin 32. FAO, Rome, Italy. 1976.
DANIEL, O., COUTO, L., GARCIA, R., PASSOS, C.A.M. Proposta para padronização da
terminologia empregada em sistemas agroflorestais no Brasil. Revista Árvore, Viçosa, v.23, n.3,
p.367-370. 1999.
DANIEL, O. (2000) Definição de indicadores de sustentabilidade para sistemas agroflorestais.
Tese (Doctor Scientiae) - Viçosa – MG. Universidade Federal de Viçosa (Departamento de
Engenharia Florestal), 112p. 2000.
DANTAS, M. Aspectos ambientais dos sistemas agroflorestais. In: CONGRESSO
BRASILEIRO SOBRE ECOSSISTEMAS AGROFLORESTAIS, I. Porto Velho. Anais..., Colombo:
EMBRAPA-CNPF, 1994. p.433-453. (Documentos, 27). 1994.
DUBOIS, J.C.L.; VIANA, V.M.; ANDERSON, V.M. Manual Agroflorestal para a Amazônia.
Rio de Janeiro: REBRAF/Fundação Ford, V.1, 228 p. 1996.
ENGELS, V.L. Introdução aos Sistemas Agroflorestais. FEPAF, Botucatu, 70 p. 1999.
HIRAKURI, M. H. et al. Sistemas de produção: conceitos e definições no contexto agrícola.
Londrina: Embrapa Soja, 2012. 24 p. (Documentos/ Embrapa Soja, ISSN : 2176-2937 ; n.335).
1.Sistema de produção. I.Título. II.Série.2012.
FAVERO, C.; LOVO, I. C. & MENDONCA, E. S. Recuperação de área degradada com sistema
agroflorestal no Vale do Rio Doce, Minas Gerais. Revista Árvore, 32:861-868. 2008.
GLIESSMAN, S. R. (2001) Agroecologia: Processos ecológicos em agricultura sustentável.
Porto Alegre, Universidade Federal do Rio Grande do Sul / UFRGS, p.653. 2001.
GÖTSCH, E. Homem e Natureza Cultura na Agricultura. 2ª Edição Centro de Desenvolvimento
Agroecológico Sabiá, Recife, Pe. 1997.
HOFFMANN, M. R. M., et al. Agrofloresta pra todo lado. Brasília: Emater- DF, 2010.
HOFFMANN, M.R.H. Sistemas Agroflorestais para Agricultura Familiar: análise econômica.
Dissertação (Mestrado em Agronegócio) – Universidade de Brasília, 140p, 2013.
HOLLING, C. S. Resilience and stability of ecological systems. Annual Review of Ecology and
Systematics, v. 4, p. 1-23, 1973. INSTITUDO DAS ÁGUAS DA SERRA DA BODOQUENA -
IASB. Sistemas agroflorestais: Uma tentativa para manter a floresta em pé. Bonito, MS. 2009.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Manual Técnico de Uso
da Terra. 3ª edição, RJ. 2013.
KING, K. F. e CHANDLER, N. T. The wasted lands: The program of work of the International
Council for Research in Agro forestry (ICRAF). Nairobi, Kenya. 1978.
29
KIM, I., & HUR, T. An attempt to measure Green Productivity. Tokyo: Asian Productivity
Organization. Recuperado em 26 de abril de 2013, de http://www.
apo-tokyo.org/gp/manila_conf02/resource_papers/ narrative/tak_hur.pdf. 2003.
LASCO, R. D.; DELFINO, R. J. P.; ESPALDON, M. L. O. Agroforestry systems: helping
smallholders adapt to climate risks while mitigating climate change. Wiley Interdisciplinary
Reviews: Climate Change, v. 5, p. 825–833. 2014.
LOBÃO, D. E.; VALERI, S. V.; LOBÃO, E. S. P.; CURVELO, K.; SETENTA, W. C. A.
Conservação de espécies arbóreas em SAGs cacau-cabruca. In: Anais do 10º Seminário Anual
de Iniciação Científica da UFRA. Belém, PA. 2012.
LOTUFO JR, J. P .B. & TREVELIN. Agrofloresta em quadrinhos: Pequeno manual prático. Ed.
Jabuticabal. 2019.
LUNDGREN, B. O. The use of agroforesty to improve the productivity of converted tropical
land. Nairobi, ICRAF: 37-49. 1982.
MACEDO, M. C. M. A. Integração Lavoura E Pecuária Como Alternativa De Recuperação De
Pastagens Degradadas. In: Workshop Nitrogênio Na Sustentabilidade De Sistemas Intensivos de
Produção Agropecuária, 2000, Dourados. Anais... Dourados: Embrapa Agropecuária Oeste;
Seropédica: Embrapa Agrobiologia. P. 90-104. 2000.
MACIEL, H.L. Arranjos Agroflorestais no Contexto da Agroecologia – O Caso dos
Agricultores do Assentamento Agroextrativista do Maracá, Médio Rio Preto, Município do
Mazagão – Amapá. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal Do Amapá. 2014.
MACIEL, D. S. C. & FREITAS, L. S. Mensurando a Produtividade Verde: uma proposta de métrica.
Gestão & Produção, 26(1), e1618. 2019.
MATTOS, L. M. Decisões sobre usos da terra e dos recursos naturais na agricultura familiar
amazônica: o caso do PROAMBIENTE. 2010. 458 f. Tese (Doutorado) – Universidade Estadual
de Campinas, Instituto de Economia, Campinas. 2010.
MEDEIROS, Fernanda D. P. Sistemas agroflorestais aliados à rochagem para recuperação de
áreas degradadas, Trabalho de Conclusão de Curso: EFL/FT/UnB – Universidade de Brasília,
Faculdade de Tecnologia, 2014.
MEDRADO, M.J.S. Sistemas agroflorestais: aspectos básicos e indicações. In: Antonio Paulo
Mendes Galvão. (Org.) Reflorestamento de propriedades rurais para fins produtivos e ambientais:
um guia para ações municipais e regionais. 1ed. Brasília, DF: Embrapa Comunicação para
Transferência de Tecnologia. p. 269-312. 2000.
MICCOLIS, A., et al. Restauração Ecológica com Sistemas Agroflorestais: como conciliar
conservação com produção. Opções para Cerrado e Caatinga. Brasília: Instituto Sociedade,
População e Natureza – ISPN/Centro Internacional de Pesquisa Agroflorestal – ICRAF, 2016.
MILLER, R. P.; NAIR, P.K.R. Indigenous Agroforestry Systems in Amazonia: From
Prehistory to Today. Agroforestry Systems, v. 66, n. 01, p. 151-164. 2006.
MULLER, M. W. & GAMA-RODRIGUES. Sistemas agroflorestais com cacaueiro. In: Valle, R. R.
Ciência, tecnologia e manejo. Brasília: CEPLAC/CEPEC. 2018.
30
NAIR, P.K.R. Soil productive aspects of agroflorestry. ICRAF, Neirobi. 1984.
NAIR, P.K.R. Classificação de sistemas agroflorestais. Agroforest Syst 3, 97-128. 1985.
NAIR, P.K.R. Agroforestry systems inventory. Agroforestry Systems, v. 5, n. 1, p.301-317. 1987.
NAIR, P.K.R. (ed.) Agroforestry systems in the tropics. Kluwer: Dordrecht, 664 p. 1989.
NAIR, P.K.R. Introduction to Agro forestry. Kluwer Academic Publishers, Dordrecht. 1993.
NAIR, P.K.R. Diretrizes em pesquisa agroflorestal tropical: passado, presente e futuro. Em:
Nair PKR, Latt CR (eds) Directions in Tropical Agroforestry Research. Ciências Florestais, vol 53.
Springer, Dordrecht. 1998.
NOBRE, C. A.; SAMPAIO, G.; SALAZAR, L. Mudanças climáticas e Amazônia. Ciência e
Cultura. v.59 (3), p.22-27. 2007.
OLIVEIRA, T. K. de; FURTADO, S. C.; MACEDO, R. L. G.; AMARAL, E. F. do; FRANKE, I. L.
Manejo da fertilidade do solo em sistemas agroflorestais. In: WADT, P. G. S. (Ed.). Manejo do
solo e recomendação de adubação para o estado do Acre. Rio Branco: Embrapa Acre. p. 375-412.
2005.
OLIVEIRA, T.K. de; SÁ, C.P. de; OLIVEIRA, T.C. de; LUZ, S.A. da. Caracterização de dois
modelos de Consórcios Agroflorestais, índices técnicos e indicadores de viabilidade financeira.
Rio Branco, AC: Embrapa Acre, 2010. (Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento / Embrapa Acre,
ISSN 0101-5516; 45). 2010.
OSTERROHT, M. V. Implantação de agroflorestas. Agroecologia Hoje 3(15): 8-19, 2002.
PADOVAN, M. P.; CARDOSO, I. M. Panorama da Situação dos Sistemas Agroflorestais no
Brasil. In: CBSAF, 9. Ilhéus, Ba, 2013. Anais/Palestra. Ilhéus, Ba: Instituto Cabruca. 2013.
PENEIREIRO, F. M.; RODRIGUES, F. Q.; BRILHANTE, M. de O.; LUDEWINGS, T. Apostila
do Educador Agroflorestal: Introdução aos Sistemas Agroflorestais, um Guia técnico. Universidade
Federal do Acre, UFAC. Arboreto. 76 p. 2002.
PORFÍRIO-DA-SILVA, V.; MEDRADO, M. J. S.; NICODEMO, M. L. F. F.; DERETI, R. M.
Arborização de pastagens com espécies florestais madeireiras: implantação e manejo.
Colombo: Embrapa Floresta, 2010.
RADOMSKI, M., I. Sistemas silvipastoris: aspectos da pesquisa com eucalipto e grevílea nas
Regiões Sul e Sudeste do Brasil: dados eletrônicos. Colombo: Embrapa Florestas. (Embrapa
Florestas, 191). 2009.
RIGHI, C.A. Aulas da disciplina “Sistemas Agroflorestais”. ESALQ/USP. 2013.
ROCHA, J. P. L., Agroflorestas sucessionais no assentamento Fruta D’anta/MG: Potenciais e
limitações para a transição ecológica. Dissertação de mestrado Centro de Desenvolvimento
Sustentável- UNB, Brasilia. 2006.
31
ROCHA et al. Adaptability and stability of progenies of Jatropha curcas L. in different regions of
Brazil. Rev. Ceres vol. 63 no.2 Viçosa. 2016.
RODRIGUEZ, C. A. S. Serviços ambientais em sistemas agroflorestais. In: Cadernos da
Disciplina Sistemas Agroflorestais [recurso eletrônico] / edição de Ciro Abbud Righi e Marcos
Silveira Bernardes. Piracicaba. 108 p. : il. (Série Difusão, v. 1) 65-85. 2015.
ROSHETKO, J.; LASCO, R.; ANGELES, M. Smallholder agroforestry systems for C storage.
Mitigation and Adaptation Strategies for Global Change, v.12(2), p. 219-242. 2005.
SARAGOSO, T. M. R., MACHADO, L. G., GARCIA, E. G. M. Agroecologia: uma ciência
interdisciplinar. Revista Pesquisa Interdisciplinar. V.3, n. 1, 107-113. 2018.
SCHROTH, G.; FARIA, D.; ARAUJO, M.; BEDE, L.; BAEL, S.A.; CASSANO, C.R.; OLIVEIRA,
L.C.; DELABIE, J.H.C. Conservation in tropical landscape mosaics: the case of the cacao
landscape of southern Bahia, Brazil. Biodiversity and conservation, p. 1635-1654. 2011.
SENAR - SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL. Sistemas Agroflorestais (SAFs):
conceitos e práticas para implantação no bioma amazônico/ Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
(SENAR). 1. ed. Brasília: SENAR. 2017.
SILVA, L. C. da. Cadeia Produtiva de Produtos Agrícolas. Universidade Federal do Espírito
Santo: Departamento de Engenharia Rural. Boletim Técnico: MS: 01/05 em 21/04/2005.
SILVA, C. M.V. et al. Variação temporal do efluxo de CO 2 do solo em sistemas agroflorestais com
palma de óleo na Amazônia Oriental. Acta Amazônica. v. 46(1): 1 - 12. 2016.
SOARES, G. J. Influência da rochagem no desenvolvimento de sistemas agroflorestais e na
captura de dióxido de carbono atmosférico. 2018. xv, 101 f., il. Dissertação (Mestrado em Meio
Ambiente e Desenvolvimento Rural)—Universidade de Brasília, Brasília. 2018.
STEENBOCK, W; SEOANE, C. E, FROUFE, L. C. M. Agrofloresta, ecologia e sociedade.
Curitiba: Kairós. 2013.
THEODORO, S.H., LEONARDOS, O. H., ROCHA, E. L., MACEDO, I., REGO, K.,
Stonemeal of amazon soils with sediments from reservoirs: a case study of remineralization of the
Tucuruí degraded land for agroforest reclamation. Acad. Brasil. Ciênc. 85(1):23-34. 2013.
TORQUEBIAU, E. Sustainability indicators in agroforestry. In: HUXLEY, P.A. (Ed.). View
points and issues on agroforestry and sustainability. Nairobi, Kenya: ICRAF, 14p. 1989.
VIEIRA, T. A. et al. Sistemas agroflorestais em áreas de agricultores familiares em Igarapé-Açu,
Pará: caracterização florística, implantação e manejo. Acta Amaz. [online]. vol.37, n.4, pp.549-557.
2007.
YOUNG, A. Agroforestry research, then and now: the evolution of research by the World
Agroforestry Centre (formerly ICRAF). 2003.
32
ANEXO
33
34
35
36
37
38
39