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Universidade Federal do Acre Centro de Ciências Biológicas e da Natureza Engenharia Florestal Sistemas Agroflorestais SISTEMAS SILVIPASTORIS Docente: Magdaline Benitez Romero. Discentes: Catherine Claros; Gustavo Menezes; Paulo César; Sandra Pires.

Sistemas Silvipastoris

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Page 1: Sistemas Silvipastoris

Universidade Federal do AcreCentro de Ciências Biológicas e da Natureza

Engenharia FlorestalSistemas Agroflorestais

SISTEMAS SILVIPASTORIS

Docente: Magdaline Benitez Romero.

Discentes: Catherine Claros; Gustavo Menezes; Paulo César; Sandra Pires.

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• Uma das modalidades de sistemas agroflorestais que consistem em associações de pastagens com árvores e/ou, arbustos e animais herbívoros (Castro & Paciullo, 2006);

• Mais produtivos e sustentáveis que os sistemas pecuários tradicionais (Oliveira et al., 2003);

• Potencial de benefícios econômicos e ambientais (Embrapa).

FONTE: Portal do Reflorestamento.

Integração com ovinos. FONTE: Acrissul.

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• A ideia de integrar animais nas atividades florestais já existe em várias partes do mundo, principalmente na Ásia, África, América Central e alguns países da América do Sul (Hernandez, 1977; Coirini et al., 1991; Kass, 1994; Kozarik et al. 1994; Marlats, et al. 1995; Zuberti, 1995; Dubois et al., 1996 in Magalhães et al. 2000);

Sistema silvipastoril em Quindío, Colômbia. FOTO: A. Calle

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• Na década de 1990, na Amazônia, foram identificados diversos tipos de sistemas, cujo componente arbóreo foi plantado ou era proveniente do manejo da regeneração natural (Veiga et al., 2000 in Maneschy et al. 2009).

FONTE: Blog do nelore.

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2. POR QUE IMPLANTAR SISTEMAS SILVIPASTORIS?

• Conservação do solo e dos recursos hídricos;

• Sequestro de carbono;

• Árvores produzem madeira e outros bens florestais (resinas, produtos medicinais);

• Sombreamento;

Aglomeração de animais sob a sombra de poucas árvores em pastagens cultivadas no Acre. FONTE: Embrapa.

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2. POR QUE IMPLANTAR SISTEMAS SILVIPASTORIS?

• Recuperação de pastagens degradadas;

• Diversificação da produção;

• Aumento da renda do produtor;

• Enriquecimento do solo;

• Melhoria do valor nutritivo do pasto (SILVA, 2012).

Constatação do verde mais escuro no capim que cresce debaixo da copa de árvores, demonstrando sua maior riqueza em proteína. FONTE: Embrapa.

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3. ESTUDOSistema silvipastoril na Amazônia: ferramenta para elevar o desempenho produtivo de búfalos

Criação de búfalos. FONTE: Sociedade Nacional de Agricultura.

O desempenho produtivo e o conforto térmico dos animais mantidos em sistema silvipastoril são superiores à média dos sistemas tradicionais por fornecer sombreamento e melhorar o conforto animal e favorecer a sustentabilidade da atividade pecuária nos aspectos produtivos, biológicos, econômicos, sociais e ecológicos (CASTRO et al., 2008)

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4. CLASSIFICAÇÃO DOS SSP

Os sistemas silvipastoris são classificados quanto à duração da integração dos componentes ao longo da exploração da área e quanto à natureza do componente arbóreo (Veiga e Serrão, 1990; Veiga et al.,2000 in Dutra 2007).

Quanto à duração da integração dos componentes ao longo da exploração da área:

a) Sistemas silvipastoris temporários: quando a associação árvore x pastagem x animal ocorre até certo estágio do plantio arbóreo;

b) Sistemas silvipastoris permanentes: quando a integração dos três componentes básicos do sistema (árvore, pastagem e animal) é planejada para funcionar ao longo de um ciclo contínuo de exploração.

FONTE: CIFLORESTAS.

FONTE: FAZENDA TRIQUEDA.

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4. CLASSIFICAÇÃO DOS SSP

Quanto à natureza do componente arbóreo:

a) Sistemas silvipastoris com componente arbóreo não plantado: o componente arbóreo fazia parte ou regenerou da vegetação natural, não sendo plantado;

b) Sistemas silvipastoris com componente arbóreo plantado: o componente arbóreo é introduzido pelo produtor.

FONTE: TECA NO CERRADO.

FONTE: NOVILHOMS.

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5. INTERAÇÕES

De acordo com Dutra (2007), as interações nos SSP são:

a) Interação Árvore x Pastagem: a interação está presente sob a forma de competição por luz, água e nutrientes e por interferências alelopáticas;

b) Interação Árvore x Animal: redução do estresse climático sobre os animais;

c) Interação Pastagem x Animal: a espécie forrageira é a principal fonte de nutrientes para o componente animal.

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6. ETAPAS DA IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS SILVIPASTORIS

6.1 ESCOLHA DAS ESPÉCIES

• Objetivos do produtor;

• Optar por árvores de uso múltiplo;

• Árvores com potencial econômico;

• Espécies de crescimento rápido (OLIVEIRA et al., 2003).

Plantio de eucalipto consorciado com as pastagens nas quais o rebanho bovino de corte é criado. FONTE: CPT.

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FONTE: CPT.

A experiência dos produtores do Ramal Sapucaia (Senador Guiomard, AC), na implantação de sistemas silvipastoris em áreas de pastagem, tem mostrado que espécies como baginha, ingá-mirim, ipê e jurema apresentam características importantes na convivência com o gado (OLIVEIRA et al., 2003).

6. ETAPAS DA IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS SILVIPASTORIS

6.1 ESCOLHA DAS ESPÉCIES

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6.1.1. SISTEMAS SILVIPASTORIS

SSP de teca sendo pastejado por bovinos de corte. SSP de freijó sendo pastejado por bovinos de corte.

SSP de paricá sendo pastejado por bovinos de corte. SSP de samaúma sendo pastejado por bovinos de corte. FO

NT

E: E

mbr

apa.

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6. ETAPAS DA IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS SILVIPASTORIS

6.2 FORMAS DE IMPLANTAÇÃO

• Modelos de SSP dependerão dos objetivos do produtor;

• A implantação pode ser feita por meio do plantio de sementes, mudas ou estacas;

• Sugerem-se seis métodos para formar um sistema silvipastoril (OLIVEIRA et al., 2003):

Plantio em linha simples;

Plantio em linha dupla;

Plantio em bosquete;

Plantio disperso na pastagem;

Plantio na cerca;

Condução da regeneração natural.

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6.2. FORMAS DE IMPLANTAÇÃO

PLANTIO EM LINHA SIMPLES

• Espaçamentos regulares entre as linhas e entre plantas em cada linha de plantio;

Representação esquemática de linhas simples de plantio, orientadas no sentido leste-oeste, na implantação de sistemas silvipastoris. FONTE: Embrapa.

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6.2. FORMAS DE IMPLANTAÇÃO

PLANTIO EM LINHA DUPLA

• Duas linhas de árvores plantadas bem próximas;• Sugere-se utilizar espaçamentos de 3 x 2 m ou 3 x 3 m entre as

linhas mais próximas.

Representação esquemática de sistemas silvipastoris com árvores plantadas em linhas duplas. FONTE: Embrapa.

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6.2. FORMAS DE IMPLANTAÇÃO

PLANTIO EM BOSQUETE

• Trata-se de pequenos aglomerados de árvores distribuídos na pastagem. Dentro dos bosquetes, as árvores podem ser plantadas no espaçamento de 3 x 2 m, 3 x 3 m.

Representação esquemática de bosquetes plantados na pastagem para composição de sistemas silvipastoris. FONTE: Embrapa.

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6.2. FORMAS DE IMPLANTAÇÃO

PLANTIO DISPERSO NA PAISAGEM

• As árvores podem ser plantadas em uma distribuição aleatória no pasto.

Representação esquemática de sistemas silvipastoris com árvores plantadas pelo método do plantio disperso na pastagem. FONTE: Embrapa.

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6.2. FORMAS DE IMPLANTAÇÃO

PLANTIO NA CERCA

• Plantio de árvores ao longo das cercas de limite da propriedade ou de divisória das pastagens.

Plantio de mogno ao longo da cerca elétrica divisória de pastos. FONTE: Embrapa.

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6.2. FORMAS DE IMPLANTAÇÃO

CONDUÇÃO DA REGENERAÇÃO NATURAL

• Manter as espécies de árvores que surgem espontaneamente na pastagem;

• Não existem gastos com mudas ou abertura de covas e mão-de-obra para o plantio.

Bosquetes de regeneração natural compostos por uma só espécie como o cajá (A) ou por diversas espécies (B). FONTE: Embrapa.

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7. OCASIÕES PARA IMPLANTAÇÃO

• Pastagens já formadas;

• Integração lavoura-pecuária;

• Roçado (OLIVEIRA et al., 2003).

FONTE: Revista Plantio Direto FONTE: Jornal do Juruá

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8. MANEJO DO SISTEMA

• Facilitar o crescimento das mudas o mais rápido possível, para evitar ou minimizar os danos causados pelos animais;

• Isolamento da área até que as árvores tenham altura e diâmetro suficientes para não serem danificadas;

• Medidas de proteção das mudas que permitam a convivência com o gado (OLIVEIRA et al., 2003).

FONTE: Embrapa.Método de proteção de mudas com gradis de madeira. “Plantio no toco” de mudas de espécies potenciais.

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9. PROBLEMAS

• Altos custos de implantação;

• Abundante queda de folhas cuja decomposição seja lenta, o acúmulo dessa serrapilheira poderá prejudicar o rebrote ou a germinação e crescimento do capim;

• Excesso de sombra ou a constante congregação e trânsito de animais sob a copa das árvores pode provocar o raleamento ou perda total da cobertura vegetal do solo;

• Compactação e erosão devido ao pisoteio do gado (DIAS-FILHO, 2006).

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10. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O reconhecimento do valor potencial dos sistemas agroflorestais está em crescimento no Brasil, mas a utilização desses sistemas ainda é muito baixa, e depende da geração de maior volume de informações e da divulgação dos seus benefícios (Castro & Carvalho, 1999 in Embrapa Florestas, 2005).

O sistema silvipastoril é do ponto de vista econômico, social e ambiental, bom para a região bem como para o produtor, numa perspectiva de melhoria da qualidade de vida, assim aumentando a sua produtividade com a exploração da madeira, do melhor desempenho produtivo e reprodutivo dos animais e da conservação dos recursos naturais desse ecossistema (Lopes et al., 2011).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CASTRO, C. R. T.; PACIULLO, D. S. C. Boas práticas para implantação de

sistemas silvipastoris. EMBRAPA, Juiz de Fora, MG, p. 1-6, Ago 2006.

CASTRO, A. C.; LOURENÇO JÚNIOR, J. B.; SANTOS, F. A.; MONTEIRO, E. M. M.; AVIZ, M. A. B. de; GARCIA, A. R.. Sistema silvipastoril na Amazônia: ferramenta para elevar o desempenho produtivo de búfalos. Ciência Rural, v.38, n.8, P.2395-2402, nov, 2008.

 

DIAS-FILHO, M.B. Sistemas silvipastoris na recuperação de pastagens tropicais degradadas. SIMPÓSIOS DA REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 43. João Pessoa, Anais…João Pessoa: SBZ: UFPB, 2006 (Suplemento Especial da Revista Brasileira de Zootecnia, v.35, 2006). p. 535-553.

DULEBA, S. Primeira etapa de implantação do sistema silvipastoril. Jardim, Mato Grosso do Sul, 2009.

 

DUTRA, Saturnino; VEIGA, Jonas Bastos da; MANESCHY, Rosana. Estrutura de Sistemas Silvipastoris na Região Nordeste Paraense. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento 64. Embrapa Amazônia Oriental. Belém, PA. 2007.

 

EMBRAPA: Sistemas Silvipastoris. Disponível em: <www.cnpf.embrapa.br>. Acesso em 02 de junho de 2014.

EMBRAPA FLORESTAS. Sistemas Silvipastoris: árvores e pastagens, uma combinação possível. Anais do Zootec, 2005, Campo Grande. MS.

LAMÔNICA, K. R.; BARROSO, D. G. Sistemas agroflorestais: aspectos básicos e recomendações. Niterói: Programa Rio Rural, 2008. 12p. (Manual Técnico 7).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LOPES, Fernanda; POSTAY, Ethiane; ARALDI, FURIAN Daniele. Produção Silvipastoril. XVI Seminário Interinstitucional de Ensino, Pesquisa e Extensão. UNICRUZ, 2011.

MAGALHÃES, J. A.; COSTA, N. de L.; PEREIRA, R. G. de ARAÙJO.; TOWNSEND, C. R.; BIANCHETTI, A. Sistemas silvipastoris: alternativa para Amazônia. Disponível em: <http://www.beefpoint.com.br/radares-tecnicos/sistemas-de-producao/sistemas-silvipastoris-alternativa-para-amazonia-5138>. Acesso em 17 de junho de 2014.

 

MANESCHY, R. Q.; SARMENTO, C. M. B.; BRIENZA JUNIOR, S.; YARED, J. A. G.; VEIGA, J. B. da. Uma análise sobre sistemas silvipastoris na Amazônia brasileira. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE AGROECOLOGIA, 3.; SEMINÁRIO ESTADUAL DE AGROECOLOGIA, 3., 2005, Florianópolis.

MANESCHY, R. Q.; SANTANA, A. C.; VEIGA, J. B. Viabilidade Econômica de Sistemas Silvipastoris com Schizolobium parahyba var. amazonicum e Tectona grandis no Pará. Pesquisa Florestal Brasileira, n. 60, p. 49-56, 2009.

OLIVEIRA, Tadário Kamel de; FURTADO, Sérvulo Casas; ANDRADE, C. M. S.; FRANKE, Idésio Luís; Sugestões para implantação de sistemas silvipastoris. Rio Branco, AC: Embrapa Acre, 2003. 28 p. (Embrapa Acre. Documentos, 84) il.

SILVA, André de Almeida. Sistema Silvipastoril como alternativa de manejo sustentável de pastagem para produção de leite na Região Central do estado de Rondônia / André de Almeida Silva. 2012. 84 f. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente), Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho.

 

VEIGA, J. B. da; PEREIRA, C. A.; MARQUES, L. C. T.; VEIGA, D. F. Sistemas Silvipastoris na Amazônia Oriental. Belém: Embrapa Amazônia Oriental, 2000. 62 p.

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