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Sitcoms conhecimento e diversão nas aulas de inglês

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Tendo em vista que sitcoms norte-americanas são materiais culturais autênticos capazes de oferecer aos professores de inglês e seus alunos uma aproximação à realidade estadunidense, este artigo resume meu relatório de Estagio Supervisionado II, no qual procurei abordar o comportamento e a cultura de falantes nativos de Inglês, bem como trabalhar a habilidade do listening, de maneira natural, divertida e eficaz, através da apresentação de episódios variados de sitcoms norte-americanas famosas por meio de um televisor e reprodutor de DVD, justificando-se, assim, pela necessidade de promover possíveis mudanças no ensino de língua inglesa, por ter me proporcionado novas dimensões e caminhos para que o processo de aprendizagem do meu aluno inclua questões culturais e não apenas gramaticais e/ou estruturais.

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Sitcoms: conhecimento e diversão nas aulas de Inglês.¹

Roberto Rodrigues Campos.² Universidade do Estado da Bahia – UNEB/ BA.

RESUMO: Dentre os vários componentes considerados importantes para a aprendizagem de línguas estrangeiras, pode-se destacar, por exemplo, as competências gramatical, comunicativa e lingüística. Todavia, tanto os estudiosos quanto os leigos consideram a competência cultural – o conhecimento das convenções, costumes, crenças e sistemas de significado de um determinado país – indiscutivelmente essencial para o aprendizado de línguas estrangeiras, e muitos professores têm tido como objetivo incorporá-la no currículo escolar. Em tese, há uma preocupação quanto à contribuição e integração do ensino da cultura nas aulas de inglês, uma vez que o aprendizado da língua inglesa não equivale apenas a produzir um discurso sob estruturas sintáticas ou estudar isoladamente vocabulário e expressões, mas, principalmente, a incorporar alguns elementos culturais, que estão interligados com a própria língua. Trabalhar com vídeos em sala de aula pode ser considerado um dos métodos mais eficazes no ensino de Inglês como Língua Estrangeira, tanto para jovens quanto para adultos. Tendo em vista que sitcoms norte-americanas são materiais culturais autênticos capazes de oferecer aos professores de inglês e seus alunos uma aproximação à realidade estadunidense, este artigo resume meu relatório de Estagio Supervisionado II, no qual procurei abordar o comportamento e a cultura de falantes nativos de Inglês, bem como trabalhar a habilidade do listening, de maneira natural, divertida e eficaz, através da apresentação de episódios variados de sitcoms norte-americanas famosas por meio de um televisor e reprodutor de DVD, justificando-se, assim, pela necessidade de promover possíveis mudanças no ensino de língua inglesa, por ter me proporcionado novas dimensões e caminhos para que o processo de aprendizagem do meu aluno inclua questões culturais e não apenas gramaticais e/ou estruturais.

PALAVRAS-CHAVE: Sitcoms, Cultura, Americanos.

___________________________________________________________________________

¹Artigo apresentado à Comissão organizadora do I Colóquio de Prática Pedagógica e Estágio - cotidiano escolar e práticas educativas/2010 – UNEB – Campus II – Alagoinhas – BA. ²Graduando do curso de Letras com Habilitação em Língua Estrangeira – UNEB – Campus II;

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INTRODUÇÃO

A priori faz-se necessário chamar a atenção para um determinado verbete o

qual aparece com freqüência neste artigo: americano(a). Conforme o dicionário

eletrônico Miniaurélio (2004), o termo americano(a) faz também uma referência

restrita a tudo o que é “natural ou habitante dos EUA” (FERREIRA, 2004). Assim

sendo, todas as vezes que este verbete for usado neste artigo, terá o significado

especificado acima.

As disciplinas Estágio Supervisionado I e Estágio Supervisionado II, do Curso

de Graduação em Letras com Habilitação em Língua Inglesa da UNEB, estão na

grade curricular dos semestres V e VI, respectivamente, e tem como objetivo formar

professores conscientes de seu papel como educadores e construtores críticos de

uma prática pedagógica teoricamente consistente. Claro que essa construção crítica

não passa de teoria; professores vêm sendo formados através de utopias freirianas,

e quando realmente se deparam com as salas de aula, percebem que tudo não

passa de maquiagem.

No Estágio Supervisionado II, além da teoria estudada, os alunos são

estimulados a preparar e a ministrar um mini-curso ou uma oficina, com carga

horária total de 50 horas. Assim, buscando a integração entre as teorias estudadas

nas diversas disciplinas até então e da prática pedagógica, os alunos têm a

oportunidade de escolher o tipo de mini-curso que queiram ministrar e a instituição

para a realização das atividades teóricas e práticas.

O presente artigo tem por objetivo resumir o relatório das atividades

desenvolvidas por mim durante o Estágio Supervisionado II do curso de Letras com

Habilitação em Língua Inglesa – UNEB, da disciplina Estágio Supervisionado II,

ministrada pela professora Ana Angélica de Souza Pinto, como cumprimento da

exigência acima. O estágio foi realizado no Campus II da UNEB, em Alagoinhas-BA.

A ESCOLHA DO TEMA

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A cultura pode ser considerada um componente muito importante na

aprendizagem de uma língua, pois o conhecimento da cultura de um povo permite a

compreensão dos costumes presentes em uma sociedade, orientando melhor o uso

da língua para a comunicação. Para os PCNs:

“O objetivo primordial do professor de língua estrangeira deve ser o de tornar possível ao seu aluno [...] centrar-se na função comunicativa por excelência, visando prioritariamente a leitura e a compreensão de textos verbais orais e escritos – portanto, a comunicação em diferentes situações da vida cotidiana.”(PCN – LEM, 1999).

Neste trabalho, considerando a obrigatoriedade do ensino de habilidades

lingüísticas, da estrutura da língua, da sintaxe e do léxico, bem como desenvolver

interações comunicativas reais e conhecimento cultural, foi apresentada uma

proposta de mini-curso intitulada "Sitcoms: aprendendo inglês rindo”, desenvolvido

com alunos do curso de Letras com Habilitação em Língua Inglesa do Campus II da

Universidade do Estado da Bahia, durante o semestre letivo 2010.1. Nesse mini-

curso foram abordadas questões relacionadas à história e cultura americana a partir

de textos diversos e discussões acerca dos temas trabalhados, em uma tentativa de

apresentar e sensibilizar os alunos quanto aos costumes e valores do povo

americano, conscientizando-os de que qualquer sociedade é formada por pessoas

pertencentes a grupos étnicos diferentes, que possuem cultura e histórias próprias,

que ligadas constroem, em sua nação, sua história.

O PLANEJAMENTO DO MINI-CURSO

O termo sitcom é uma série televisiva de cunho humorístico; trata-se da

abreviatura da expressão inglesa situation comedy, podendo ser traduzida como

comédia de situação. O sitcom tende a mostrar ao seu telespectador, variadas

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situações cotidianas da maneira mais cômica possível, não apenas com o intuito de

“fazer o público rir”, como atesta FURQUIM (1999), mas também atingi-lo de

maneira sutil e sarcástica. De acordo com ela:

“Os sitcoms não visam, basicamente, [a] fazer o público rir. É uma forma de o escritor passar a um grande público suas idéias e opiniões sobre a sociedade em que está inserido. A graça, o riso fácil, é conseqüência de um texto bem escrito e personagens bem elaborados dentro de um contexto bem apresentado. Os sitcoms, retratando o cotidiano de uma família típica de uma sociedade, trazem drama, humor, aventura, ficção e todas as demais abordagens imagináveis, mas acabam, também, assumindo a obrigação de fazer rir. De forma satírica, ele diz a verdade sobre questões sociais, políticas e familiares de uma determinada cultura”. (FURQUIM, 1999, p. 8).

Geralmente possuindo personagens fixos, as histórias baseiam-se no

confronto personagem X problemas pessoais, sempre com um toque de humor.

Assim:

“Os personagens de sitcoms são caricatos, às vezes com mais defeitos do que virtudes (as quais apresentadas do ponto de vista do exagero acabam sendo consideradas defeitos); pessoas em geral, boas, que se envolvem em situações de conflito dentro das quais precisam dar um “jeitinho” a fim de resolvê-las”. (FURQUIM, 1999, p. 15, grifo do autor).

Os sitcoms são uma fonte rica de atividades em sala de aula e certamente

pode-se provar que seu emprego é muito motivador para os alunos. Desvendar o

enredo de uma história curta ou decodificar um diálogo de certos personagens é

mais do que um exercício mecânico. Exige uma resposta pessoal que parta dos

alunos, incentivando-os a elaborar suas próprias experiências. Ao fazer isso, os

alunos se tornam mais pessoalmente investidos no processo de aprendizagem de

línguas e cultura.

Muitas vezes, os professores subestimam a capacidade dos seus alunos de

entender a linguagem autêntica e assim eles evitam esse tipo de material real a

favor dessas gravações feitas de propósito, as quais se encontram em livros

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didáticos. Desta forma, negam às suas aulas a oportunidade de se acostumar a real

pronúncia do Inglês, falado por falantes nativos da língua, em situações realistas.

Quando alguém assiste a seriados americanos em geral observa como os

americanos vivem, o que comem, como eles gastam o seu tempo livre, suas típicas

casas muros e/ou portões, os parques e o clima (neve). Assim, cada aluno pode

confirmar suas percepções sobre os estereótipos americanos e serem surpreendidos

por aspectos da cultura americana que não sabiam antes. Segundo BRAGA (2006):

“[...] o trabalho crítico das práticas midiáticas – além dos objetivos de análise, de busca de conhecimento, de desvendamento das lógicas de um produto (ou de um gênero, ou de um processo) – tende a exercer uma função geral de desenvolvimento de competências de interação na sociedade, no que se refere aos materiais e processos midiáticos que essa sociedade gera, faz circular e usa para os mais diferentes propósitos”. (BRAGA, 2006, p. 47).

A utilização de um sitcom como um recurso em sala de aula é altamente

recomenda. Os estudantes vão apreciar a oportunidade de assistir a algo que é tão

americano quanto a língua que estão aprendendo. Eles terão a oportunidade de

ouvir uma variedade de sotaques e expressões novas. Se eles compartilham o

senso de humor americano, eles vão encontrar a experiência ainda mais gratificante.

Desta forma, foi proposto um mini-curso, voltado a graduandos do curso de

Letras com Habilitação em Língua Inglesa, para tratar de questões relacionadas à

história e cultura americana, bem como os hábitos e valores deste povo, de uma

forma engraçada e interessante, e as atividades elaboradas levaram em

consideração o conhecimento prévio dos alunos acerca dos assuntos e a

abordagem dos mesmos, mostrada nos sitcoms.

A METODOLOGIA

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O mini-curso foi ministrado em uma turma de alunos do curso de Letras com

Habilitação em Língua Inglesa da UNEB – Campus II. Nesta, foram ministradas 16

aulas teóricas de 120 minutos cada, totalizando 32 horas/aula, mais 9 atividades

programadas também de 120 minutos cada, totalizando 18horas/aula, fechando a

carga-horária exigida de 50 horas/aula. Foram selecionados para o mini-curso, cinco

sitcoms americanas de autores, diretores e produtores diferentes (Friends, Will &

Grace, The Nanny, The New Adventures of Old Christine e The Big Bang Theory)

que tendem a mostrar a visão de mundo do próprio americano. Para tanto, fez-se

necessário o uso de um televisor e um reprodutor de DVD, bem como lápis,

borracha, caneta e papel pautado, sendo que estes quatro últimos fizeram parte do

material didático individual.

Para evitar que as aulas ficassem cansativas e tentar envolver os alunos nas

atividades propostas optou-se por buscar uma mudança de paradigma que

influencia a Educação como um todo, tornando o professor um facilitador, um

organizador de conhecimento que propõe conteúdos e atividades, a fim de estimular

a produção de seus alunos, sob a seguinte idéia de Moita Lopes (2001):

[...] uma visão de conhecimento como processo. Nesta visão, a sala de aula deixa de ser o lugar da certeza, ou de aplicação de um conhecimento pronto e acabado, e passa a ser o espaço da procura do conhecimento, em que o professor e os alunos, aqueles mais diretamente interessados no que ocorre em sala de aula, passam a ter papel central na prática social de construção de conhecimento sobre a sala de aula. Este conhecimento, por envolver o professor na produção de conhecimento sobre sua prática social, tem, inclusive, um caráter emancipatório [...]. (MOITA LOPES, 2001, p.184).

O processo, então, se dividiu em quatro etapas:

Primeira etapa – conversa com os alunos do curso de Letras com Habilitação

em Língua Inglesa da UNEB – Campus II, onde foram ministradas as aulas. A

conversa sucedeu-se por via do seguinte argumento: rir é o melhor remédio.

A partir deste argumento, foi possível explicar o projeto de maneira clara e

satisfatória;

Segunda etapa – Execussão do mini-curso;

Terceira etapa – preparação e entrega do relatório completo à professora da

disciplina Estágio Supervisionado II;

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OS RESULTADOS OBTIDOS

A experiência obtida com o mini-curso teve bastantes obstáculos; não se

sabia se iria realmente dar certo, pois tem gente que não gosta de sitcoms

americanas por justamente não entendê-las ou por não ver sentido nelas em sua

vida. O mini-curso, pelo fato de privilegiar os costumes americanos que eu tanto

aprecio, promoveu a minha conscientização acerca da diversidade cultural brasileira,

que se espelha também na dos EUA, e das responsabilidades de minha futura

profissão e das várias competências que a envolvem: professor universitário. Minhas

expectativas, no quesito qualidade das aulas, foram excedidas; sobre a proposta e

os sitcoms, houve grande receptividade por parte dos alunos. O único problema que

encontrei foi uma repentina evasão dos alunos, que, dos 11 inicialmente inscritos,

somente 3 concluíram o mini-curso, por causa de incompatibilidade de horários.

A proposta geral de trabalho foi transmitir aos alunos certos costumes,

tradições e comportamentos dos americanos sob um material super autêntico capaz

de fazê-los se familiarizarem com o jeito e o sotaque real do falante nativo de Língua

Inglesa: os sitcoms. Ainda fazia parte da proposta, induzir os alunos a praticar

produção textual, visto que no Brasil, boa parte das pessoas não sabe se expressar

através de textos. Nestes textos, cada aluno deveria registrar o que aprenderam

durante cada aula do mini-curso e suas impressões acerca de cada tema

selecionado. Eis uma parte do texto de uma das alunas:

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Sobre o tema “Assalto”, a aluna deu seu testemunho. Em seguida ela começa

a trazer para a sua produção textual, elementos do tema “Assalto” que continham

nos episódios assistidos:

Por fim, a mesma expressa sua opinião:

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Acredita-se que isso permitir que os alunos refletissem sobre os temas

abordado no mini-curso de maneira crítica, expondo suas idéias para os demais

colegas e estabelecendo um paralelo entre a cultura americana e a brasileira.

Acredita-se, também, que eles tenham gostado e aproveitado a idéia central do mini-

curso:

AS CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na faculdade, aprende-se que não é possível preparar alunos capazes de

encarar e entender problemas sócio-históricos e políticos, ensinando apenas

conceitos gramaticais desvinculados da realidade, ou que se mostrem sem

significado para eles, esperando que saibam como utilizá-los no futuro. Por isso, os

professores nos fazem pensar em como tornar o ensino do Inglês uma das formas

de preparar os alunos para a participação ativa dentro da sociedade. O desafio para

os estudantes de licenciatura em Língua inglesa é mudar a forma de pensar e de

ensinar o Inglês. E o estágio possibilitou um repensar da educação e uma conclusão

um tanto inesperada.

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Os professores de Inglês constantemente ouvem, de um ou de outro aluno,

que o inglês “é uma disciplina difícil de ser entendida”; “é muito complicada”; “esta

matéria não serve para nada”, além de outras afirmações. Entretanto, as piores e

mais comuns de todas as afirmações, são: “Eu não sei Português, quanto mais

Inglês” e “E não gosto de Inglês”. Para mudar a didática do ensino da Língua Inglesa

na escola tornando-a dinâmica, rica, viva, acredita-seque é preciso mudar antes o

conceito que se tem dessa disciplina; que é preciso reconhecer que ela é fruto de

uma diferente cultura e, como tal, está sujeita a erros e acertos; que é preciso

também reconhecer que ela evolui e se modifica no tempo, em função do uso que se

faz dela, e, principalmente, que somo fluentes em Língua Portuguesa porque

nascemos e crescemos falando-a, mas que podemos nos tornar falantes nativos em

Língua Inglesa se a mesma prática e o mesmo empenho forem dados no estudo da

mesma.

O Mini-curso teve, então, o objetivo de mostrar a professores em formação

que existe uma maneira super divertida de sair da monotonia gramatical e que cada

aula ministrada pode ser adaptada a todas as séries de nível fundamental e médio

de maneira significativa. Claro que há a possibilidade de utilizar seriados de drama,

de romance, etc. O importante é quebrar a monotonia da sala de aula convencional

e saber fazer com que os alunos consigam posicionar-se criticamente a respeito do

tema proposto.

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REFERÊNCIAS

BRAGA, José Luiz. A sociedade enfrenta sua mídia: dispositivos sociais de crítica midiática. São Paulo: Paulus, 2006.

BRASIL. Ministério da Educação e Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros curriculares nacionais, códigos e suas tecnologias. Língua estrangeira moderna. Brasília: MEC, 1999.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio Eletrônico. POSITIVO

INFORMÁTICA LTDA. Versão 5.12, 2004. CD-ROM.

FURQUIM, Fernanda. Sitcom: definição & história. Porto Alegre: FCF, 1999.

MOITA LOPES, L. P. Oficina de lingüística aplicada. 3ed. Campinas: Mercado de Letras, 2001.