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CÍRCULO POÉTICO UM PASSEIO PELA POESIA
MINISTRANTES:Elisângela e Joelma Oliveira
O TEXTO IMAGÉTICO - A LEITURA A PARTIR DA IMAGEM
Texto imagético é todo texto que contém imagens que servem como uma narrativa.
Alfredo Bosi afirma: Toda imagem pode fascinar como uma aparição capaz de perseguir. O enlevo ou o mau-estar suscitado pelo outro, que impõe a sua presença, deixa a possibilidade, sempre reaberta, da evocação.Pra nossa experiência, o que dá o ser á imagem acha-se necessariamente medido pela finitude do corpo que a olha(Bosi.2000).
A influência da tecnologia na leitura.
Tem se discutido muito a respeito da mídia e as novas tecnologias, pois tem exercido forte influência sobre a vida das pessoas.
Nota-se que a atualidade encontra-se a era da imagem, essa novidades, proporciona interatividade entre o homem e o mundo, afetando o comportamento do sujeito, refletindo nas escolhas da vida, em especial na leitura de textos. A partir desses eventos , surge a preocupação de inserir o texto poético nesse contexto virtual ,,O TEXTO poético ganha novas formas.
Um pouco de História
Parnasianismo : Características• Estética/Culto à forma: a estética é muito
valorizada. • Aspectos importantes para essa estética
perfeita são:• Rimas Ricas:• Valorização dos Sonetos:• Metrificação Rigorosa:
Profissão de Fé.
• "Invejo ourives quando escrevoImito o amorCom que ele, em ouro, o alto relevoFaz de uma flor.(...)
• Por isso, corre por servir-meSobre o papelA pena, como em prata firmeCorre o cinzel(...)
• Torce, aprimora, alteia, limaA frase; e, enfimNo verso de ouro engasta a rimaComo um rubim Olavo Bilac (...)
O Modernismo no Brasil Definição: O Modernismo foi um movimento datado de nascimento 11 de
fevereiro de 1922, com a Semana de arte moderna ,representou uma verdadeira renovação da linguagem, na busca de experimentação, na liberdade criadora e na ruptura com o passado.
• Características:
• A liberdade de expressão.• Incorporação do cotidiano.• Linguagem coloquial.• Inovações técnicas: emprego de imagens.• Aversão a Hipocrisia.• Uso da metalinguagem.
A polêmica da forma na poesia modernista.
Manoel Bandeira
João Gostoso era carregador de feira-livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem númeroUma noite ele chegou no bar Vinte de NovembroBebeuCantouDançouDepois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.
Manoel Bandeira Pedra no caminho.
• No meio do caminho tinha uma pedratinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimentona vida de minhas retinas tão fatigadas. Nunca me esquecerei que no meio do caminhotinha uma pedratinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
A poesia interagindo com a modalidade imagética.
No mundo da leitura imagética, a fusão entre verbal e não-verbal tem conceitos amplos, criando novas formas de interagirmos com o mundo.
O uso do símbolo (representação) é uma forma de comunicação não verbal.
Soneto de fidelidade. De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento
Quero vivê-lo em cada vão momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa lhe dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure Vinicius de Moraes
Texto imagético do poema
Soneto de separação De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a brumaE das bocas unidas fez-se a espumaE das mãos espalmadas fez-se o espanto.De repente da calma fez-se o ventoQue dos olhos desfez a última chamaE da paixão fez-se o pressentimentoE do momento imóvel fez o drama.De repente, não mais que de repenteFez-se de triste o que se fez amanteE de sozinho o que se fez contenteFez-se do amigo próximo o distanteFez-se da vida uma aventura erranteDe repente, não mais que de repente.
Vinícius de Morais
O Bicho Vi ontem um bicho
Na imundice do pátioCatando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa;Não examinava nem cheirava:Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,Não era um gato,Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem. Manuel Bandeira.