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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA – UNIPAMPA CAMPUS JAGUARÃO LICENCIATURA EM LETRAS PORTUGUÊS E ESPANHOL LINGUÍSTICA APLICADA AO ENSINO DA LÍNGUA ESPANHOLA II Linguística Sistêmico-Funcional, Linguística Aplicada e Linguística Educacional Orlando Vian Jr. Acadêmico: Santiago Bretanha

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA – UNIPAMPACAMPUS JAGUARÃO

LICENCIATURA EM LETRAS PORTUGUÊS E ESPANHOLLINGUÍSTICA APLICADA AO ENSINO DA LÍNGUA ESPANHOLA II

Linguística Sistêmico-Funcional, Linguística Aplicada e Linguística Educacional

Orlando Vian Jr.

Acadêmico:Santiago Bretanha

Orlando Vian Junior

Orlando Vian Jr é mestre (1997) e doutor (2002) em Lingüística Aplicada e Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Desenvolveu estágio pós-doutoral sob supervisão de Antonieta Celani na PUC-SP (2010) e sob supervisão de James R. Martin na Universidade de Sydney, Austrália (2014). Foi professor na graduação e pós-graduação em Lingüística Aplicada e Estudos da Linguagem da PUC-SP, Universidade Federal de São Paulo e Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Atualmente é professor adjunto de inglês no curso de Letras da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas e no Programa de Pós-Graduação em Letras, área de Estudos Linguísticos, da Universidade Federal de São Paulo. Suas áreas de ensino, publicação e pesquisa incluem: ensino/aprendizagem de inglês como língua estrangeira, formação do professor de línguas, análise e ensino de gêneros do discurso, tomando-se por base a Linguística Sistêmico-Funcional. É co-organizador e autor de Avaliação na linguagem em língua portuguesa (Pedro e João Editores), Língua(gem) e suas múltiplas faces (Mercado de Letras) e O ensino e a pesquisa em língua inglesa na universidade - mapeando caminhos, explorando novas trilhas (Editora da UFRN).

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Estrutura do artigo:

• Diálogos interdisciplinares;• A visão de Linguagem na LSF;• A inserção da LSF no Brasil e sua interface com a LA• A interface LSF/LE;• A LE no Brasil;• Considerações finais e perspectivas.

A Linguística Aplicada parece ter vocação para uma atitude transdisciplinar.Essa preocupação com o social, com o humano, há tempos tem sido objeto de pesquisas em Linguística Aplicada e, de fato, é componente fundamental na definição da disciplina.

Celani, 1998

Estamos nós, linguistas aplicados, no caminho do aprendizado da arte da transdisciplinariedade?

Celani, 1998

“O objetivo deste texto é incitar a reflexão sobre os possíveis diálogos entre a Linguística Aplicada (LA), a Linguística Sistêmico-funcional (LSF) e a Linguística Educacional (LE).” (VIAN Jr., 2013, p. 123-124)

Justificativa: (breve histórico da LA no Brasil)

• A LA, em seu inicio no Brasil, era compreendida como ensino/aprendizagem de línguas (Celani, 1992);

Desdobramentos: LC (Rajagopalan, 2003); LI (Moita Lopes (2006).

• Existe (persiste) ainda a estreita afiliação aos estudos sobre ensino e aprendizagem (Menezes, Silva e Gomes, 2009: 48) e, por conseguinte, à educação.

“Nas discussões sobre o campo da LA no final da década de 1990, Rojo (2006: 258) afirma haver ‘urna insistência discursiva no tema da solução de problemas contextualizados, socialmente relevantes, ligados ao uso da linguagem e ao discurso, e na elaboração de resultados pertinentes e relevantes, de conhecimento útil a participantes sociais em um contexto de aplicação (escolar ou não escolar)’” (VIAN Jr., 2013, p. 124)

“Moita Lopes (2006: 20) assevera: ‘Foi certamente o viés de interdisciplinaridade que causou mais impacto no desenvolvimento da LA contemporânea. E é esse viés que leva à formulação de uma LA mestiça ou nômade...’ e, por essa razão, Moita Lopes (2006: 23) indica serem ‘necessárias teorizações que dialoguem com o mundo contemporâneo, com as práticas sociais que as pessoas vivem, como também desenhos de pesquisa que considerem diretamente os interesses daqueles que trabalham, agem etc. no contexto de aplicação’.” (VIAN Jr., 2013, p. 124)

LSF

LA LE

Objetivo Específico

LSF LE

LSF BRASILRelação mais próxima entre as disciplinas (Contexto

australiano)

Adequação epistemológica ao contexto brasileiro

“A LE, de acordo com o preceituado por Spolsky (2008: 1), tem como foco os aspectos linguísticos relevantes para a educação, uma vez que, como área de estudos, integra instrumentos de pesquisa não só das ciências da linguagem, mas também de outras disciplinas nas ciências sociais, com o objetivo de investigar questões relacionadas à linguagem e à educação (Hult, 2008: 10).” (VIAN Jr., 2013, p. 124)

LA LE

“A LE e a LA são estritamente relacionadas, e, segundo Hult (2008: 10) ‘se estabelecem em uma relação simbiótica’, ou, conforme argumenta Schmitz (2010: 35) ‘ambas tendem a se sobrepor’.” (VIAN Jr., 2013, p. 125)

“A relação entre elas, no entanto, pode ser pensada a partir de uma visão de linguagem que não apenas embase a prática dos sujeitos envolvidos com as atividades de linguagem, mas que forneça elementos tanto teóricos quanto metodológicos que possam contribuir para a educação linguística de cidadãos em diferentes contextos.” (VIAN Jr., 2013, p. 125)

“Vislumbra-se, dessa forma, a LSF (Halliday, 1978, 1985,1994; Halliday e Hasan, 1989; Halliday e Matthiessen, 2004) como uma teoria de linguagem na interface LA/LE, urna vez que essa teoria, a partir de sua perspectiva metafuncional, bem como de sua relação com os contextos de cultura e de situação em que os textos são produzidos, permite descrições de gêneros/registros, de aspectos tipológicos e topológicos, léxico-gramaticais e semântico-discursivos e suas relações com comunidades de prática (Lave e Wenger, 1991) locais e globais, estabelecendo um diálogo promissor entre ambos os 4, campos e permitindo a adoção de posicionamentos mais realistas para as e pesquisas em linguagem, o ensino de línguas, a formação dos professores e outras áreas afins no campo dos estudos da linguagem.” (VIAN Jr., 2013, p. 125)

Desses diálogos, emergem questões relacionadas à educação linguística dos indivíduos inseridos em suas comunidades de prática e o poder que a linguagem exerce em suas interações, assim como na formação dos professores de línguas que, ainda obcecados por questões gramaticais, parecem não ter sido despertados para o papel empoderador da linguagem e do ensino da língua como prática libertadora (Freire, 1986).

A partir deste pano de fundo passará a discutir:

• Os elementos característicos da LSF e sua inserção no Brasil;• Justificar a interface LSF/LE na Austrália;• Tratar como ambas circulam no contexto brasileiro;• Discutir os diálogos entre a LA e a LSF/LE no Brasil.

“A de linguagem na LSF”:

“A linguagem é um recurso para fazer e trocar significados, utilizada no meio social de modo que o indivíduo possa desempenhar papéis sociais. É a instanciação de um potencial amplo de significados, que pode, simultaneamente, construir experiências e estabelecer relações sociais de modo organizado. A linguagem é, então, uma forma de agir, de dar e solicitar bens e serviços e informações.” (FUZER; SCOTTA CABRAL, 2014, p. 21)

• “A linguagem é apenas um, dos vários, sistemas semióticos; se baseia na gramática, caracterizada pela organização em estratos e pela diversidade funcional”. (FUZER; SCOTTA CABRAL, 2014, p. 21)

Sistemas interdependentes envolvidos pelo contexto

• Estrutura: eixo sintagmático (o que vai junto com o quê?);• Sistema: eixo paradigmático (o que pode figurar em lugar de

quê?).

Léxico-gramática (fraseado)

Semântica (Sign.)

Contexto

Fonologiagrafologia

A linguagem como sistema se materializa em textos; Segundo Fuser e Scotta Cabral (2014, p. 22), texto é “qualquer instância da linguagem, em qualquer meio, que faz sentido a alguém que conhece a linguagem”.Ainda de acordo com as autoras (p. 23) “em essência, o texto é uma entidade semântica, isto é, um constructo de significados, e, ao mesmo tempo, uma troca social de significados. O texto é um evento intersubjetivo, em que o falante e o ouvinte trocam significados em um contexto de situação.”

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1- Fonologia e grafologia;2- Léxico-gramática;3- Semântica e pragmática;4- Registro: contexto e situação;5- Gênero: contexto de cultura6- Discurso: ideologia.

“Linguagem é um sistema sociossemiótico.”

Variáveis do contexto de situação:

Campo/Relações/Modo

Metafunções (propósitos subjacentes a todos os usos da língua):

Campo – Ideacional (representação)• Experiencial: modelo de representação do mundo (oração);• Lógica: responsável pela combinação léxico-oração;(sistema de transitividade)

Relações – Interpessoal (troca)• Recurso gramatical para expressar interação entre os participantes de um evento comunicativo;(sistema de modo, modalidade, polaridade.

Modo – Textual (mensagem)• Progressão Tema-Rema;(Estrutura temática)

• Contexto situacional;

CampoRelaçõesModo

• Contexto Cultural;

• Relação entre dados contextuais e os elementos textuais na produção de sentidos;

“A inserção da LSF no Brasil e a sua interface com a LA”:

• A LSF se dissemina entre outras disciplinas, constituindo-se uma teoria de “entre-lugar” (design gráfico, ensino de línguas, análise de discurso, linguística forense, etc.);

• Disseminou-se no Brasil por meio dos constantes intercâmbios entre estudiosos (USA-BR, AU-BR);

• LA já era uma disciplina institucionalizada no Brasil quando os estudos de Halliday chegaram em território nacional;

“A interface LSF e LE/ A LE no Brasil”:

• A antropofagia acadêmica brasileira;

Considerações finais:

A LSF no campo da LA, resultados no Brasil:• O uso da linguagem em sala de aula;• O desenvolvimento de letramentos (“multi” e “trans”);• A aprendizagem de línguas;• O planejamento linguístico para contextos educacionais;• A avaliação do conhecimento linguístico.

Referências:

FUZER, C. SCOTTA CABRAL, S. R. Introdução à gramática sistêmico-funcional em língua portuguesa. São Paulo: Mercado de Letras, 2014.

VIAN Jr. O. Linguística Sistêmico-Funcional, Linguística Aplicada e Linguística Educacional. In: MOITA LOPES, L. P. (Orgs.). Linguística Aplicada e a Modernidade Recente: Festschriff para Antonieta Celani. São Paulo: Parábola Editorial, 2013. p. 123-141.