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FACULDADES INTEGRADAS DA SOCIEDADEEDUCACIONAL TUJUTl
Sobre a Subversiio do Laco Amoroso
Roberta Machado Cavalcant; Kohler
INDlCE
I - lntrodw;;ao
II - E por falar em arnor
III - 0 arnor que tu me deste era espelho e se quebrou
IV - Do arnar-rne em ti ao arnar-te por ti
v - 0 arnor como tragedia ou a tragedia do arnor
VI - 0 arnor de transferencia
VII - "Urn Morro Charnado Arnor"
VIII - Notas BibliogrMicas
IX - Bibliografia
Pag.OI
Pag. 02
Pag. 08
Pag. II
Pag.14
Pag.21
Pag.23
Pag. 26
Pag.28
Sobre a Subversiio do Laco Amoroso
Sobre a subt·en.·uo do lafo lImoroso
INTRODUCAO
o amor e sem di.vida lUna questao humana que ha seculos ocupa
cora90es e mentes das pessoas, sejam quais forem suas dire90es de pensamento
011 ramo profissional. Em Psicanalise, 0 amar faz questao, entre outros, em sua
rela9ao com 0 ideal, a transferencia e a cura. Freud, ja dizia que curar-se e
poder amar e trabalhar. Mas de que amor nos propomos a falar entao?
o intuito deste trabalho, e de pensar 0 amor e sua transfonma9ao no
decolTerde lUnprocesso analitico, sua rela9ao com 0 ideal e a possibilidade
com a travessia fantasmatica de urn amor que poe em conta a alteridade. Do
adoecer por amar ao amar para nao adoecer.
Sohre 11sllbl'er.wio do 11I~0 tllIloroso
I -E por fatar em amor...
Ao nascer, 0 pequeno ser apenas e came, sem marcas. Na rela<;iio com a
mae, seu pequeno corpo biol6gico vai sendo pulsionalizado, nomeado,
significado. E arrancado assim da pura biologia. E portanto pelo Outro, ser que
porta a linguagem e para 0 Outro, que 0 infans vai construindo-se como sujeito.
Na bascula entre alienar-se e separar-se, nas tentativas vas de ao Outro
completar, tentando responder-lbe as demandas, vai criando la<;os, buscando
satisfazer-se e aos demais que lbe si!,'11ificam.E tambem pelo Outro, que,
prematurarnente as suas condi<;6es neurol6gicas, 0 sujeito percebe-se como
todo, pela imagem illtegradora e jubilosa que deste Outro Ihe chega como
sendo a sua pr6pria. Nesta rela<;ao, ou melhor, nestas rela<;5es, constr6i em si
wn ideal. E ama. Ama, odeia, enla<;a, e enla<;ado. Cresce, constr6i fantasias de
amor. De amar narcisico ao Outro. Cria para si imagens, ideias, e por mais
que nem saiba disso, e do que ille causa enquanto tarnbem ego; segue pel a vida
a amar segundo as leis que foram selldo tramadas no decorrer de seus dias.
Como um pequeno peseador, lan<;a fios e anz6is, porque deseja peixes para
si. Aprende sua fonna de pesear e com ela realiza suas pesearias, ora
eonseguilldo seu intellto, ora frustrando-se com ele.Mas e tambem como lUll
Sabre U .subJ'crs(;Odo IUfO (lllloro.'w
pescador que exagera sobre 0 tamanlto do peixe pescado, sobre 0 fracasso
em consegui-lo ou mesmo os gaubos. Geralmente responsabiliza 0 tempo, a
correnteza ou 0 pr6prio peixe. Por vezes, desanimado, desiste de pescar; por
vezes; troca de lugar. Entretanto, e raro que tente pensar sobre sua tecnica de
pescaria. Quando nao consegue entender 0 que the ocorre, porque nao vern
mais os peixes como supostamente the vinham; e sofre por isto; sente que
precisa falar. Necessita de ajuda, pois parece que tudo esta errado.Esta
metafora se propoe a falar do sujeito e seu adoecer por amar, sem entretanto
poder-se ainda por na conta nesta relayao ao objeto.
o neur6tico adoce pelo excesso de senti do. Cria, para dar conta da falta,
urn imaginario que pode deixa-lo paralizado, sintomatico ou angustiado. A
analise, longe de deixa-lo no puro real, na pura falta, tern como intento quebrar-
lhe alguns sentidos que the enrigeciarn a postura, deixando-lhe por isto mesmo,
sem muitas opyoes frente as situayoes da vida.
Ao falar de suas dores, temores, 6dios e amores, ao queixar-se,
in.icialmente do outro que nao the da, que nao the faz, que nao the ama, 0
sujeito percebe-se tarnbem neste jogo de trocas e pode iniciar tun caminho
simb6lico, percurso analitico, onde, por passar a incluir-se, tambem pode
questionar-se. A principio, 0 sujeito em analise colocara; como quem entrega
em bandeja e prata urn 6rgao doente, seu amor ao seu novo parceiro: 0
analista. A ele, se se instaura realmente a transferencia, conferira seus afetos.
Sobre {/ .•.•Ilbl'erslio tlo /tIro (11l1oroso
Entregar-Ihe-a seu amor, mas tambem seu 6dio, seus enganos, suas duvidas.
Como se 0 pequeno pescador da metafora, por cansado de seus rraeassos,
entregasse sua vara, motinete, fios e anzois e !he pedisse: ja nao sei mais como
se faz e tenho fome. Pesque para mim, pois nao tenho foryas. 0 analista, nao
tern a fi.l11yiiode pescar para 0 pescador, pois alem do mais tem seus proprios
peixes :i conseguir, mas certamente por ja ter vivido esta inseguranya, e longe
de ter inclusive condiyoes para ensinar-lhe tecnicas infaliveis, 0 convida a falar
de sua angustia, pontua sua imptical'ao, auxiliando para que se ouya em seus
ditos, ate que possa perceber que pescar nao e faeil mesmo; mas e preciso; e
que por vezes se faz necessilrio que troque posiyoes e iscas; que aceite e possa
saborear peixes de diversos tamanhos e qualidades; ou mesmo que os rechace;
que chove, mas tambem faz sol; e que sem duvida so se aprende a pescar,
pescalldo.
No seminario VII - "A Etica da Psicamilise", Lacan nos diz: "0 que 0
analista tern a dar, contrariamente ao parceiro do amor, e 0 que a mais linda
noiva do mundo nao pode ultrapassar, ou seja, 0 que ele tern. E 0 que ele tern
nada mais e do que seu desejo, como 0 analisado, com a diferellya de que e
um desejo prevenido." I
o amor, do qual se pode adoecer, nao poe na eonta a diferellya. Ele
busca a completude, como sua matriz: 0 amOT a mamae, 0 arnOT da mamae.
Sobre a sub,'en;iio 110 laft' 1l1ll0rOSO
"Voce e meu, eu sou tua", "voce me completa'~,'~elltenho 0 seio, portanto
voce tern a fome". Esta demanda inicial, onde se misturam 0 "eu tenho e te
dou" ao "voce 16, me complete", ftmdaa relayao do sujeito ao ideal. Como
faltante, portanto desejante, sai em busca "do" objeto, como se possive! fosse
encontni-Io.Vive na impotencia de "ainda na~ ter, 0 que sem duvida urn dia
teni", pais viveu a sensayao de que algo teve de fato e de direito, algo que se
perdeu entao s6 Uleresta reave-Io.
E not6ria esta relayao a impotencia, na clinica. Escutando uma paciente
e suas queixas sobre seus fracassos amorosos ela um dia me diz: "Ainda
encontrarei 0 Homem. Aquele, perfeito para milD.Que s6 brilhe 0 tempo
todo aos meus olhos. E quando acha-Io, nao mais terei olhos para nenhnm
outro." 0 sujeito cre de fato, que 0 objeto, no caso 0 homelD sonhado,
aparecera. E com urnbrilho e perfeiyao tal, que com ele sera totalmente
feliz. Nao precisara mais dar-se ao trabalho de desejar e encarar as
imperfeiyoese fracassos. COlDpletar-se-ao,tal como diz a musica de Roberto
Carlos, como 0 C6ncavo e 0 Convexo. Total encaixe. Esta completude chega a
fazer-se supostamente no amor paixao.Puramente imaginario, 0 arnor paixao
encontra no outro a resposta aos apelos do SIUeito.Nao pelo fato de 0 outro
ter os supostos atributos a felicidade do sujeito, mas porque recebe do
mesmo, nnma catexe total de libido, qualidades que geralmente nao possui.
Sohre {/ .wlhven;t;o do IlIfO tlllroroso
Nwn empreendimento tao alto, tal investimento maci90 empobrece 0
pr6prio eu do investidor, e quando algo ocorre, e 0 encanto acaba por
quebrar-se, 0 eu empobrecido e vazio, pena por sua negligencia. Tanto
illvesteneste espelho que ja nao tem em si sua imagem.Com 0 objeto, foi-
se ele tambem. E a pr6pria morte. "Sem ele morrerei", frase de alb'1.1em,que
em analise, sofre os efeitos de tal desencanto.
Na simbiose inicial que ocorre entre 0 pequeno ser e a mile, 0 sujeito
nada sabe sobre limites, pois eles nao existem. Seu corpo, extensao do
matemo, necessita de wn corte, de algo que de fora venba a sepani-Ios desta
massa (mica, deixando nele a marca da falta, porem a possibilidade de desejar.
o nome do pai, produto da metafora patema, efeito simb61ico que
pennite a inscri9aodo desejo no reb>istroda divida simb6lica. Urn novo sentido,
a possibilidade da inscri9ao do desejo de acordo com seu sexo, pela
instaura9aoda Lei e sua ordena9ilo.
o analista, fazendo fim9ilo de corte, trabalha na dire9ao de novos
sentidos pelo sujeito. Suas marca90es, interpreta90es e pontua90es, funcionam
como possibilidades que poderao auxiliar 0 sujeito em lUna subversao entre
outras, em relay30 ao arnoT.
Sohre II :mbl'ersiio 110Illfo umoroso
Ao falannos de objeto, sabemos que em psicanalise, trata-se de objeto de
investimento, de catexe. Portanto, a rela9ao amorosa doelltia da qual se fala,
nao necessariamente propoe um ser encamado, um IHunano, mas tambem. 0
sujeito pode apaixonar-se par uma ideia, uma causa, um lugar. Alga que
suporte seus investimentos de libido, que responda ao seu ideal.
No Seminano I, Os Escritos tecnicos de Freud, Lacan aborda a questao
narcisica. Utiliza 0 experimento da otica, chamado experimento do buque
invertido para, seglmdo ele " ... ilustrar de uma forma particulannente simples a
que resulta da intrinca9ao estreita do mundo imaginario e do mWldo real na
economia psiquica." 2. Se bem este experimento, de fonna metaforica; e claro;
nos pennite perceber a constitui9ao do eu em sua origem , constitui9ao
imaginaria, tambem fica patente a rela9iio ao ideal. Para Freud, 0 amado ocupa
a lugar do ideal do eu, e claro, no ponto onde a proprio sujeito projeta 0 seu eu
ideal. 0 sujeito aspira a ideal construido na rela9ao especl~ar, e escolhido entre
valores morais e eticos. Num lim de analise, num processo de cura analitica,
nao se deixa de investir, nao se para de amar. Entretanto, a relayao ao ideal,
aos supostos objetos e portanto ao amor, transfonnam-se. Pile-se na conta a
incompletude, e por se contar com a diferen9a, pode-se sem duvida amar coisas
e pessoas, sem necessitar morrer ou matar par elas.
Sobre a .mb,'erst;o clolafo tlllloroso
II-0 amor qlle til me deste era espel//O e se qllebroll.
"Um egoismo forte constitui limaprote9ao contra 0 adoecer, mas, mun
(litimo recurso. devemos comeyar a amar a fam de nao adoecennos. e estamos
destinados a cair doentes se , em conseqlllenciada fiustrayao, fonnos incapazes
de amar. [sso acompanha mais ou menos os versos do quadro que Heine traya
sobre a psicogellese da Crial'ao: Imagina-se Deus dizendo: A doeoya foi sem
duvida a causa final de todo 0 allseio de criayao. Criando, pude recuperar-me;
criando, tomei-me saudave\. New Gedichte, Schopfungslieder VII"., Este
trecho do texto: "Sobre 0 Narcismo: Uma llltrodul'ao", de 1914, fala bern da
necessidade que Freud aponta do homem amar, e sua rela9ao com a sailde e
com a falta dela. Amar, criar, trabalhar, direyao da libido a produyilo, pennite
que sua energia, dirigida a ayao criadora mantenha-o vivo e ativo.
Como perceber a diferenya entre 0 amor paixao e 0 amor citado por
Lacan como arnor a diferenya; 0 arnor como dom ativo? A fonna em que se
estabelecem tais la90s ao objeto, a relayao do sujeito aos mesmos, falam
de como isto esta se dando. 0 amor paixiio, ama 0 idealizado, 0 que portanto
tera como base, a suposiyao de que este Ihe garantira a felicidade.
Sobre a slIbl'er!J"';o tlo ItI~o1I1110rOSO
"Exaltar 0 objeto sexual transfonnando-o nwn ideal sexual pode fazer parte de
uma interessante rela~ao auxiliar com 0 ideal do ego. Ele pode ser empregado
para satisfa~ao substitutiva onde a satisfa~ao narcisista en contra reais agraves.
Neste caso urna pessoa amara segundo 0 tipo narcisista de escolha objetal:
amara 0 que foi outrora e nao e mais ou entao 0 que possui excelencias que
ela jamais teve". 4
o narcisismo primario, narcisismo do corpo, ilusao da realidade, abre-se
para a possibilidade outra de identifica~ao: 0 narcisismo secundario, rela~ao ao
OLltrO,possibilidade de investimento libidinal objeta\. Retlexao da imagem real
agora como virtual, aliena~ao importante, que pennitirit ao SLUeitOLIma
posi~ao, Lunlugar aD seu ser. Em sua ida ao Outro, toma-Ihe, em si,
tra~os importantes, fonnadores de um eu e de LUTIideal, e que 0 fara seguir pela
vida a fora l1um movimento de tentativa de se fazer objeto de desejo. Se
existem dois narcisismos, supoe-se tambem haverem dois amores: Eros e
Agape. Eros, pulsoes de vida, arnor de integra~ao inicial, de totalidade, amor
ao ideal. .Agape, intima relar;ao entre duas almas, refeic;:ao em comUffi, amor
que toma em conta a diferen~a, a alteridade. Sem dilvida, 0 homem passa por
uma necessaria identifica9ao ao Outro; atna pel a igualdade suposta, pelo
Sobrc a .'illb,'erscio c/o /Ut;O amoroso
complemento. Identifica-se ao Outro, pela lillguagem, inscreve-se no
mWldo e escreve-se frases, ditos que tenta seguir; mesmo sem que Ihe seja
consciente, em busca de ser feliz. 0 neur6tico idealiza 0 objeto para ten tar
garantir 0 amor.
"Nada me trollxe esse al1lor.Cilegoll-Ille de lIIaos vazias,e todo aqllele explelldor,de brill lOSepedrarias,era elifilll lIIell proprio alllor,qlle tell alllor rejletia" s
Esta poesia, traz, ah!m de beleza, a crueza. Pode-se sentir a dor de
quem escreveu-a e sua frustrayilo ao descobrir que 0 que seu objeto portava,
nada mais era do que pura reflexilo do que 0 apaixonado nele colocava.
Sobre (/ slIblJerslio do I(lro llllloroso
III -Do amar-me em Ii 00 amar-Ie por Ii
"Tudo chega em seu tempo, Nathanael; cada coisa nasce de sua
necessidade, e nao passa por assim dizer de uma necessidade exteriorizada.
Eu precisava de mn pulmao, disse-me a arvore: entao, minIm seiva fez-se
folha, a fun de que com ela eu respirasse. Depois que acabei de respirar, minha
folha caiu e nao mom por isso. Meu fruto contem todo 0 meu pensarnento
sobre a vida", Este trecho do livro "Os Frutos da Terra"de Andre Gide, servem
para l1tuna alusao ao que se deixa para tras nmn processo analitico; falar de
morte e amor. Se par tun lado, e necessario montar alguns sentidos que
suportem 0 ser durante tun tempo de sua vida, par outro lado, perde-Ios, deixa-
los morrer por nao necessitar mais deles e poder tambem optar pela vida. 0
[mto, 0 resto que se tem, possibilidade de por em jogo a falta.. Novo
sentido, sem dilvida, novos amores. Porque manter mna folha, sustenta-Ia, se
esta seca, ja nao mais vive; nao serve mais nem para respirar? Que venha agora
o fruto, sinal do arnadurecimento da arvore, sinal de mcompletude da folba,
moslra da possibilidade da morte de mn sentido para 0 nascimento de oulros.
Sabre 1I .mh,'ersiio ,10 la~oanlorm;o
o que entao precisa morrer, para que se possa amar? Precisa mOITer 0
ideal. 0 arnor sofrido, 0 arnor paixao, para qlle 0 arnor "dorn ativo" possa
sllrgir. Segundo Lacan, " ... arnar e arnar urn ser para alem do que ele parece
ser. 0 Dorn alivo do arnor visa 0 outro, nao na sua especificidade, mas no sell
ser"7. Ecompleta: "0 amor, nao mais como paixao, mas como dom ativo, visa
sempre, para alern da cativayao irnagim\ria, 0 ser do sujeito amado, a sua
particlliaridade.. ...Sem a palavra enquanto ela afinna 0 ser, ha sornente
Verliebtheit, fascinayao irnagim\ria, mas nao ha amor. Ha amor sofrido, mas
nao 0 dom ativo do amor" 8
No percurso analitico, algumas mortes se dao. A cada urn de sell jeito a
cada 11mde seus proprios mortos. Cada qual sabe os mortos que enterrar e tal
como na vida material, na vida psiquica na~ se dao sem dor. 0 destino do ideal,
constituido na relayao ao outro e a morte. Morre este ideal, desfalece este amor
sufocante. "A morte e aqlli 0 eqllivalente de tllD apelo ao simbolico" 9 . Nasce
11m OlltrO tipo de amor, para cada urn diferente, pois Bern e Verdade sao de
cada sujeito. Conta-se com a impossibiJidade em detrimento a impotencia, a
morte entra como certeza, ja nao se tern sobre ela a ideia de que so acontece
ao vizinJlO.
Sobre a .Wlb,!ersao do larD {lIIlOrOSO
"A morte toma 0 lugar fWlcional do simb6lico, porque, nesta falsa
identidade do objeto it sua imagem, a identidade de um, se a ilusao do espelho
nao existe, se faz ao prel'o da morte do outro. Existe entao uma luta mortal do
homem com seu duplo, do homem com sua sombra, que da conta dos fracassos
da ilusao da identidade, tal como The da 0 espelbo". 10
A troca de discurso e patente numa subversao analitica. Troca de
discurso porque troca de lugar e vice-versa. 0 sujeito sabe que ele deve e s6
ele pode produzir significantes que tentem dizer algo dele, mas tarnbem; sabe
que nenhuma palavra 0 podera dizer totalmente. Tem que falar, na
procura de exprimir-se, emboraja saiba que pela equivocidade significante, 0
que fala ja nao mais Ihe pertence.
5'obre (I slIbl1er.wlo do lafo IImoro.w)
IV - 0 Alllor COIIIO tragh/ia 011 a tragedia do amor
Os diretores da setima alte, produtores e escritores, sao mestres em
abordar 0 amor paixao em suas facyoes diversas, bem como seus tragicos fins.
As tragedias gregas e suas mortes tambem nos apontam para a impossibilidade,
par vezes, de um amante sustentar-se vivo sem a presen~aau sem 0 amor do
OUlTO.
William Shakespeare em "Romeu e Julieta" aborda bem esta questao.Ao
conhecerem-se e encontrarem-se, pois ha de fato um encontro, por imaginario
que seja, seus corpos e almas unem-se de tal forma, que deliram sobre que
passaro canta, se a cotovia ou 0 sabia, muna tentativa de com sua fantasia
anular 0 que 0 mundo real os mostra: amanheceu, tern de separar-se. Agem
como se sell arnor pudesse parar 0 mundo para manterem-se assim, completos e
unidos em sua dupla fascinayao. Burlando a lei das farnilias, inimigas que sao,
casam-se escondido, contando com 0 aval de POllCOSque admirarn e se poe
como cilmplices deste amor. Encontrarn-se perigosamente. Romeu pl~a os
muros do castelo de sua amada, corre riscos de vida. 0 que e a morte frente a
Sobre (I sIIbl1ersiio tfo i(lro lImoroso
possibilidade de !laOestar com sua amada? Por infortimio, !lumadiscusao entre
rapazes, Romeu fere mortalmente urn primo de Julieta, e os Mios entre
Montecquios e Capuletos que ja eram fortes, passam a ser piores. Romeu
foge.Precisa fugir ou morreni. Mas e entao? E sua amada? Sera melbor a morte
a deixar de ve-Ia, "trazendo consigo mmba propria imagem, investida de toda
minha libido", poderia ele pensar se disto soubesse. Mas nao sabia e nao
adiantaria saber. Este amor paixao nao tern olhos, nem ouvidos, nem razao, so
paixao. Enfim, sofrendo esta terrivel separa9ao, que chega a minar-Ihes 0 que
Ibes sobra de vida, vida esta que se sustenta por ter esperan9a do reencontro
breve, um de seus simpatizantes oferece-Ihes a solU9ao: Julieta tomara LUna
p09ao. P09ao esta que a deixara como morta, embora nao 0 esteja. Nao
precisara desposar outro homem, confonne designios de seu pai, e ao acordar
de sua suposta ida ao alem, tera diante de seus OU1OS, aquele que Ihe alimenta a
alma. Tudo corre a contento, nao fosse 0 fato, de os amantes nao porem em
jogo 0 Real. Pois a vida, com seus desencontros e suspresas continua apesar
deles e de seu "amar que tudo pode". Romeu recebe a nolicia da morte de sua
amada, porem, 0 bilhete que 0 avisa do plano, ja nao 0 encontra em seu
esconderijo. Louco de desespero, supoe ter-se separado por definitivo de sua
Sobre a sllh"ers(;o tlo larD cl/lJOrmiQ
propria vida: Julieta. Em seu cavalo, carre desesperadamente, pais nao pode
crer, precisa ver. Irrompe na cripta onde a corpo inerte de sua amada repousa
confiante no acordar, alheia a toda possibilidade de desencontro: "afillal, a que
pode a mtmdo, a que pode a impossibilidade frente a este amorT' poderia
pensar Jnlieta; se de fato pudesse. Mas nao podia. Nao se conta com as
fracassos quando se esta fascinado neste amor. Frente ao quadro, onde sua
amada supostamente a abandona; troca-o pela morte; provavelmente nummisto
entre desespero, amor e Odio pelo abandono; Romeu mata-se. Ja mlo tem
porque viver. Julieta levou consigo ele proprio, a que Ihe resta? a morte. E e
com a mesmo desespero que ao acordar, rosto tranquilo illicialmente; pais tem
a certeza de eucontrar seu amor il sua espera; Julieta, apos tentar arrancar vida
de seu Deus sem nada conseguir, pragueja sabre a abandono que sofreu par
parte de seu amado, e como se Romeu pudesse ouvi-Ia, queixa-se de ter tido
urn amante egoista, par nao ter-Ihe deixado urn pouco de veneno para que
tambern ela pudesse matar este corpo vazio doravante e que sem ele ja nao tem
mais vida. Tambem munmisto de amor, odio e desespero, beija-lhe as labios
na tentativa de poder malar-se com algo do veneno que par ventura Ihe tivesse
sobrado nos labios ainda quentes. Mas a que e impossivel aos amantes?
Sobre II!mbl'ersl;o l/O Itl~o tlmoroso
encontra algo com que ferir-se, desfere golpes contra seu corpo ate consseguir
apagar dele toda a vida. Seu corpo inerte cai sobre 0 de seu amado. Mortos, urn
ao lado do outro, encontram de fato 0 que tal paixao pode trazer: a morte.
Morre num a imagem de si que 0 outro pOItava, no outro 0 mesmo deve se dar.
Para tal paixao, s6 a morte pode responder it demanda de completude. Somente
por ela, podem amar neste amor. 0 amor sem diferenya, sem limite de corpos
ou almas. 0 amor que frente ao Real nao sucumbe. Mata para se fazer vivo.
Esta tragedia de "Romeu e Julieta", nos pode fazer pensar sobre 0 amor
paixao. Sobre 0 que de morte ele traz. Para Lacan, "0 arnor e uma forma de
suicidio". 11 Enquanto paixao que fascina e alucina, pode ser suicidio, e
mortifero viver pelo e para 0 outro. Nao se ter na conta, a nao ser pela imagem
de si que com 0 outro esta, tira a responsabilidade da vida das maos do sujeito.
o Outro vai. E se ele vai, morreril com ele, pois foi junto. Se 0 ego e formado
de fora para dentro, se e de imagens que se constitui, urna vez sem elas, 0 que
Ihe sobra?
o filme "As loucuras do Rei George", filme que trata do enlouquecer de
urn rei ingles, mostra outra facyao deste amar sem limites. E claro que se pode
analisar muitos aspectos na riqueza que e esta verdadeira j6ia para aqueles que
Sobre a .<mbvcrslio do IUfO (mllJroso
se poe a estuda•.as relal'oes dos humanos. La estao a vontade do espectador
possibilidades de se perceber 0 homem e suas relal'oes com a pulsilo, 0 desejo,
o ideal, a palavra, entre outros. Detenho-me entretanto em analisar 0 que pude
perceber desta hist6ria , abordando 0 Rei e sua relal'30 ao amor paixao e aloucura. Tal rei vivendo em sua realeza, "dono" da colonia americana que
movimenta-se para a independencia" casado com uma rainha que ama, pai de
15 filhos, relata sua tristeza por perder 0 que considera seu parafso. Em suas
palavras, percebe-se a dar e a tristeza par perder a que era tao seu. "Aquelas
belas planfcies, aqueles vales somente la encontrados, flares tao belas
qlle s6 la existem", a rei comel'a a enlollqllecer.0 rei nao pode falar. Sells
silditos nao devem ouvf-Ioa praguejar, pode perder a posse do trona por
ser julgado como 10uco.Entretanto,esta perda 0 faz agir desmesuradamente,
realiza atrocidades aos olhos dos demais, e tido como 101lco e afastado do
trono e tambern de sua arnada rainba, falta igualmente dificil de suportar. E
sllbmetidoa tratamentos agressivos, 0 machucarn 0 separam de sellSamados,
reino e familia.Ate que, a ama da rainha em conversa particular com um dos
seus subordinados, leva ao conhecimento deste, 0 nome de urn medico que
diz ter curado sua sOb'!"aem condil'oes parecidas. 0 medico qlle trata sells
doentes pelo trabalho no campo, e levado ao castelo para tratar 0 rei. Ninguem
Subre II .'IlIbJlernlo (/0 /II~O allloro.'iO
pode olhar 0 soberano nos olhos, entretanto, e esta a primeira atitude do
doutor, que diz ao rei, te-Io agora nos olhos, e que para ele 0 rei e agora urn
paciente, nao lim rei.
Adoecer de paixao e quase que 0 caminho certo destes amantes suicidas,
entretanto, 0 medico do filme parece saber algo deste tipo de adoecer. Sua
ordem inicial e a de que, cada vez que 0 rei nao lute contra sucumbir as
loucuras que estas paixoes 0 trouxeram, seja imobilizado, amordayado.
Tecnicas terapeuticas a parte, este medico parecia de certa forma sacar, qlle
algo do eu, doente, despersonalizado, necessitava achar foryas por qllerer
viver. Era preciso lutar, querer continuar vivo para poder sair da loucura
neurotica. 0 tratamento se da, entre imobilizayoes, conversas, desenhos
realizados pelo rei, e ate dramatizayoes entre medico e paciente da leitura do
ciassico de Shakespeare, Rei Lear. Recllpera-se 0 rei. Porem tun novo Rei. Urn
rei que aD retomar aD sell reino e a sua rainIm, e agora George, apesar de ser
rei. Ama sua rainha, ainda nao Ilecessita de concubinas, por escolha propria. E
diz quando interpel ado por sua companheira sobre 0 fato de nao te-Ias, diz:
"Nao ha tuna so vida sem arrependimento, mas tam bern nao ha uma so vida
sem consolo. Voce e uma boa esposa. Sou feliz estando so com voce".
Retoma a sua rainha e pode ama-Ia, retoma ao sell reino e sobre a antiga
Sobre a SllbVCTS(iodo loro Ol1lor()so
colonia ja pode dizer: "Como e mesmo seu nome? Eslados Unidos da
America? Parece que vamos ler que conviver com iSlo." Nesle percurso
sofiido que faz lal rei do nada, loma-se ao menos dono de algo: do seu desejo.
Guardadas as propor~6es desle caso, pode-se dizer que houve uma
subversao. Uma subversao inclusive do amor: Do amar-se no outro, ao poder
amar 0 outro. Seu medico percebe islo. E agora, em sinal de respeilo, ja
l1aO mais mira-o nos othos. 0 reverencia como os demais, e mistura-se a
multidao para junlo com ela desejar longa vida ao rei e sua familia.
"Soma Inglalerra, seu velho rei esla de voIla! ". Seu velho rei? Sun, nao
e um novo rei. E mesmo 0 velho, s6 aprendeu a amar, esla renovado.
v - 0 amor de transferencia.
"Vinculo arelivo intenso, que se instaura de forma automatica e atual,
entre 0 paciente e 0 analista, comprovando que a organiza~ao subjetiva do
paciente e comandada por urn objeto, que Jacques Lacan denominou de
objeto a". 12
Este vinculo afetivo que ocorre na situa~ao ana\itica da-se
independentemente do contexto da realidade. Se tal vinculo nao se opera, na~
se da 0 processo analitico. Ele e ao mesmo tempo possibilitador; facilitador,
como pode vir ser obstacularizador de tal processo.
A transferencia, na~ e exclusiva da psicanruise. Esta presente nas
rela~oes diversas do ser Illnnano.Percebe-se tal fenomeno em dire~ao it
medicos, professores, colegas, amigos, parentes, amantes. Entretanto, na
analise, trata-se de acoUle-la, porem na~ gratifica-Ia, nem tarnpouco frusta-Ia.
"Trata-se apenas de reconbecer estes direitos, deixa-Ia proceder, para decifrar
sua significa~aonos significantesem que ficava presa". 13 0 analista assume de
certa forma 0 lugar de interprete, estando disponivel, portanto, a escutar seu
paciente. Nesta escuta, percebeni que lugar ocupara na transferencia, ouvindo 0
fantasma, as repeti~5es, podera ter em mente a dire~ao de cura. Presta-se 0
analista, ao pape\ de suportar a transferencia e a revivescencia dos afetos
trazidos a tona por fatos rememorados durante a analise, por sell paciente: 0
analista paga com 0 seu seL Abre mao de desejar 0 que ere como Bem para
que seu paciente pragrida e possa falar e ir em direyiio ao seu Bem.
"A transferencia, se e verdade que ela se estabelece na e pela dimensao
da palavra, so traz a reveiayiio dessa relayao imagimiriaocorrida em certos'
pontos cruciais do encontro falado com 0 outro, quer dizer aqui, com 0
analista.. ...0 sujeito desenvolve no discurso analitico 0 que e sua verdade,
sua integrayaO, sua hist6ria."14
o psicanalista, frente a este amor que Ihe e entregue e que e real, deve
agir segundo Freud, com 0 mesmo cuidado com que age urn quimico em
laboratorio, pois mexe com delicados e ate perigosos componentes " ...se
pensannos no momento da interpretayao: 0 analista esta. entao estilTIulando
deliberadamente urna parte da enerb~a pulsional do paciente que e viva, real,
univoca e dirib~dadiretamente para ele. Percebe-se que tal momento deve, mais
do que qualquer outro, por a prava suas relayiies com suas proprias pulsiies
inconscientes". 15
Vl~"Vm Morro chamado amor"16
"Entao, a diferenl'a da sublimal'ao e que nela se come,a a aprender a
grande lil'ao da psicanalise. A mais extraordinaria: a psicanalise de cada
analista quando se cum pre 0 circuito do lim de analise e de ensinar a amar wn
pouco melhor, ainda que lique urn semi-dizer, 0 "echte liebe"de Freud, 0 amor
autentico, sem sintoma. Nao 0 amor a partir do gozo do sintoma"l7
E possivel que amor e morte possam conjugar-se de diferentes fonnas, a
partir de que ponto do amor se fala e de que morte trata-se entao. 0 amor
paixao, tern como sua companheira absoluta a morte da diferen,a. Este casal
inseparavel de am antes, promove a despersonilica,ao dos parceiros, levando
por vezes ;\ morte inclusive do corpo fisico. Nao somente de seu esvaziamento
imab~nario. 0 amor dom ativo, traz em sua companhia a morte do ideal. Algo
deve morrer para que se possa de fato amar. Algo do estabelecido como
possibilidade de complemento absoluto, de "inspiro quando e se expiras", algo
da fascina,ao total.
Se nao se pade viver bern, produzir, se nao se conseb'1.leamar, e bem
pelo fato de que somente investindo em objetos que tam bern Ihe dao 0 lucro do
retorno, pode-se equilibrar a economia libidinal. Bern, 0 homem e tun ser
narcisico, e com ele, em verdade, tudo se trata de economia libidinal.
Entretanto, poder investir mLmobjeto de amor sem misturar-se a ele perdendo
assim sua identidade, demanda ai!,'um percurso pel a vida, as vezes, pel a amilise
e possibilidades muitas de deparar-se invariaveltnente com alguns lutos a se
fazer. Quebras narcisicas ocorrem neste percurso, onde geralmente e a duras
pen as que 0 sujeito descobre, pagan do por vezes com Iibras de seu proprio
corpo, que aquela "bandeirinha" que assinalava ao longe como: "Aqui temos
completude e felicidade aos moldes do que se imaginou ter perdido"sao doces
ilusiles que podem tomar-se bern amargas. Entretanto, neste percurso que se
faz, citando agora 0 analitico, em dire9ao a castra9ao, por nao mais sustentar-se
na ilusao, 0 sujeito acaba por deparar-se com 0 autro como OLltrO,e nao mais
como extensao de si proprio. a reconhecimento da difereu9a leva tambem a
possibilidade de amar. Amar a partir de urn novo ponto. Amar como nos diz 0
poeta Vinicius de Morais, sobre 0 amor: "Que nao seja etemo, posto que echama, mas que seja infinito enquanto dure". Sofrer quando este amor ja nao
mais e possivel, mas nao precisar sucumbir por isto.
Ao sainnos do litera matemo, diferenciamo-nos por portannos ou nao
um penis.Saimos do edipo como meninos ou meninas. Da analise, podemos sair
como homens ou mulheres. Nas palavras de alguem em amilise: "Ja nao quera
ser mais pau para toda e qualquer obra e sim obra para todo, mas nilo qualquer
pall."
Embora 0 objeto l! esteja, para escolha do objeto de amor, 0 SlUeito, com
seu desejo agora advertido pode oplar sobre se quer 0 que deseja ou nilo. Ha
uma possibilidade de escolha e nilo apenas de ser escolhido.
Ha entao entre homens e mulheres lima nova reJa~ao HO acesso ou
perrnissilo que lUll homem pode dar a uma mulher de que ela goze, desde que
cIa concorde que algo deva morrer.
o altar do thalamo talvez seja sacrificial, mas para os dois, pois a rnulher
entrega 0 corpo ao hornern que 0 perde.
E seus corpos poderilo ser dispostos nwn morro, que, como lernbrou-rne
rninha amiga Ana Callegari, os cemiterios sempre ficam no alto das cidades,
nas colinas rnais bel as, portanto seus corpos poderiio ser dispostos num morro
chamado amor." 18
NOTAS BIBLIOGRAFICAS
1- LACAN, J. - Semimirio V[JJ- A Etica da Psicanalise, pag. ,360.
2- LACAN, J. - Seminario 1- Os Escritos Tecnicos de Freud, pag., 95 .
3- FREUD, S. - Obras Completas , Sobre 0 narcisismo : Uma Introdul'iio,pag.,IOI.
4- FREUD, S .- Obras Completas , Sobre 0 narcisismo : Uma lntrodul'ilo ,pag.,l18.
5- Autor desconhecido.
6-GIDE, A.-
7-LACAN ,J.
Os Frutos da Terra, pag ,38.
Seminario I-Os Escritos Tecnicos de Freud, pag.,315
8-LACAN,J. Semillario I-Os Escritos Tecllicos de Freud, pag.,3J5
9- LAFONT, J.G. - A Topologia de Jacques Lacan, pag.,95
10-.LAFONT, J.G. - A Topologia de Jacques Lacan, pag.,95
11- LACAN, J. - Seminario I-Os Escritos Tecnicos de Freud, pag., 175
12- LAROUSSE / ARTES MEDICAS - Dicionano de Psicanalise, pag.,217-219
13- CABAS, A.G.- Um Saber Certo, in: Letras da coisa n° 04
14- LACAN, J - Semimirio 1- Os Escritos Tecnicos de Freud, pag.,322
15- REVUE FRAN<;;AlSE DE PSYCANALYSE - La Nature de J'actiontherapeutique de Ja psycanalyse pag.,255 - 284
16- CALLIGARIS, E. - Um Morro Chamado A.mor, in: 0 La90 Conjugal,pag.,117
17- SC1ARRETTA, R. - Seminario proferido na Biblioteca Freudiana deCuritiba, Mar90 de 1.995
18-CALLIGARIS, E. - 0 La90 Conjugal - Texto: Um Morro Chamado Arnor,pag., 1J 6 - ]]7
BIBLIOGRAFIA
1- CABAS, A.G : Um Saber Certo in: Letras da Coisa n° 04 - Publieayao deCoisa Freudiana - Transmissao em Psieamilise.
2- CALLlGARlS, E : Um Morro Chamado Amor in: 0 Layo Conjugal. PortoAlegre; Artes e Ofieios, 1.994
3- FREUD, S : Obras Completas - A Dinfuniea da Transfereneia, 1.912, Vol.XII, Editora Imago.
4- FREUD, S : Obras Completas - Sobre 0 Nareisismo: Urna Introdlleao,1.914, Vol. XIV; Editora Imago.
5- GIDE, A.: Os Frutos da Terra - Trad. Sergio Milliet. Rio de Janeiro; NovaFronteira, 1.982
6- LACAN,J.: 0 Seminario. Semin:irio I - Os Eseritos Teenieos de Freud. Riode Janeiro; Zahar, 1.986.
7- LACAN,J.· 0 Semin:irio.Sernin:irio VII - A Etiea da Psieanalise. Rio deJaneiro; Zahar, 1.988.
8- LACAN,J. :0 Sernimirio. Sernin:irio XX - Mais Ainda. Rio de Janeiro;Zahar, 1.985.
Sobre a sub,'ers(lO (/0 lclfO (llIloroso
9- LAFONT,J.G.: A Topologia de Jacques Lacan. Rio de Janeiro; Zahar,1.985.
10- LAROUSSE / ARTES MEDlCAS : Diciomirio de Psicamilise. Trad.Francisco Franke Settineri (APPOA).Porto Alegre, 1.985.
11- REVUE FRAN<;:AISE DE PSICANALlSE: La Nature de L'actionTherapeutique de LaPsycamilyse; PUF, 1.970