51
Hermano Perrelli de Moura Universidade Federal de Pernambuco Software Project Framework The Framework Recife, 29 de março de 2011

Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

Hermano Perrelli de Moura

Universidade Federal de Pernambuco

Software Project Framework

The Framework

Recife, 29 de março de 2011

Page 2: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

2

Resumo

Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando em torno de projetos

essenciais para o desempenho de suas atividades. A pesquisa sobre projetos e práticas de

gestão de projetos têm evoluído como uma resposta a esta abordagem à organização do

trabalho. Este artigo inicia com o relato de um estudo sobre a evolução do pensamento em

gerenciamento de projetos. Uma perspectiva histórica, sobre as abordagens na arte e na

ciência do gerenciamento de projetos, é apresentada por meio de uma metodologia de

revisão sistemática. O objetivo da análise resultante é verificar como o gerenciamento de

projetos e pesquisas relacionadas têm evoluído ao longo dos anos e identificar as

tendências relacionadas. A revisão sistemática aqui relatada tem por objetivo alcançar

uma melhor compreensão sobre projetos e sua gestão.

Explora-se ainda a definição de projeto de software e gerenciamento de projetos de

software. O principal objetivo é a compreensão profunda da própria natureza de um

projeto de software. Ao fazer isso, o desenvolvimento de uma melhor compreensão da

gestão de tais projetos é esperada. A partir de uma revisão sistemática da evolução do

pensamento em gestão de projetos e da compreensão da natureza do software e do

projeto de software, um framework para gestão de tais projetos é então proposto.

O framework para projetos de software (SPF) é proposto através da definição dos seus

elementos. Um conjunto de novas dimensões para a gestão de projetos de software é

definido: Aprendizado, Complexidade, Conhecimento, Incerteza, Inovação, Liderança,

Marketing, Metodologias, Mudança, Política, Simplicidade, Social, Stakeholder e Valor. Um

estudo da literatura relacionada com algumas dessas dimensões é feita, o que permite um

melhor entendimento das mesmas.

Finalmente, conclusões e oportunidades para pesquisas futuras são indicadas.

Palavras-chave

Projetos, software, projetos de software, gerenciamento de projetos de software,

gerenciamento de projetos, estrutura de gerenciamento de projetos de software,

pensamento em gerenciamento de projetos, ideias, história, evolução da gestão de

projetos.

Page 3: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

3

Conteúdo

INTRODUÇÃO 4

CONTEXTUALIZAÇÃO 4

OBJETIVOS 5

METODOLOGIA 6

EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO NA GESTÃO DE PROJETOS 7

ANTES DE 1960 7

1960-1969 8

1970-1979 8

1980-1989 9

1990-1999 10

2000-2009 12

2010 17

SOFTWARE E PROJETOS DE SOFTWARE 22

A NATUREZA DOS PROJETOS DE SOFTWARE 25

UM FRAMEWORK PARA PROJETOS DE SOFTWARE 26

FUNDAMENTOS 26

DIMENSÕES 27

COMPLEXIDADE 27

INCERTEZA 30

INOVAÇÃO 33

VALOR 35

RELACIONAMENTOS 37

SUCCESSO E FRACASSO 37

TIPOLOGIA E CATEGORIZAÇÃO 38

PROCESSOS, MÉTODOS, TÉCNICAS E FERRAMENTAS 38

CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS 39

AGRADECIMENTOS 39

REFERÊNCIAS 39

Page 4: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

4

Introdução Organizar o trabalho em projetos tem sido um fenômeno crescente em nossa sociedade.

Organizações e indivíduos estão se organizando em torno de projetos. Nós nos tornamos

uma sociedade orientada por projetos. A pesquisa e prática na área de gestão de

gerenciamento de projetos (PM – Project Management) têm evoluído como uma resposta a

esse fato.

As organizações vivem atualmente grande competitividade mercadológica, demandando

rápidas decisões, melhor alocação de recursos e uma clara definição de foco. Em um

ambiente de desenvolvimento de software típico não é diferente. Vários tipos de projetos

são propostos, com diferentes objetivos, em que é preciso gerenciar estrategicamente e de

acordo com as metas organizacionais.

A previsão do francês Hubert Landier, professor do Institut d’Études Politiques de Paris e

diretor da revista Management et Conjoncture Sociale, é de que em 2015, mantido o ritmo

atual das mudanças, as empresas não terão mais a concepção que têm hoje: corpórea,

cercada de muros e fronteiras. Segundo ele, em boa parte do planeta estará consolidado o

conceito de empresa virtual, operando a partir de estruturas altamente flexíveis, voltadas

para o atendimento de multiprojetos. "O ator principal da vida econômica será, então, o

projeto e não mais a empresa. Cada projeto, de acordo com o seu status, envolverá outras

empresas, que se ocuparão de partes específicas." Especializado em mudanças e

reestruturação organizacional, Landier tem percorrido o mundo, nos últimos anos, como

pesquisador, consultor e conferencista (MVC, 2003;, management-social.com, 2003). A

importância da utilização de teorias, métodos e ferramentas na gerência de projetos é cada

dia mais reconhecida em todas as áreas da atividade humana (Prado, 2000; PMI, 2004).

Após essa introdução, uma contextualização e reflexão sobre a gestão do é feita. A

metodologia utilizada para a revisão da literatura é apresentada. A evolução do

pensamento de gerenciamento de projetos é apresentada em seguida. Um estudo sobre

software e a natureza dos projetos de software é feito e apresentado na sequência. O

framework para projetos de software é definido e algumas de suas dimensões detalhadas

em termos de uma revisão da literatura. Finalmente, conclusões e oportunidades para

trabalhos futuros são indicadas.

Contextualização A relevância levantada na seção anterior é reconhecida por organizações, comunidade e

pessoas, tanto no setor público quanto no setor privado. Na área de software e tecnologia

da informação (TI) o assunto assume a cada dia uma importância maior. Isto se deve, em

parte, pelo entendimento de que parte significativa do insucesso em projetos de software

está relacionada com uma má gerência de projetos ou, algumas vezes, por uma ausência

completa de gerenciamento (The Standish Group, 1994).

A gestão de projetos de software, por sua vez, tem características singulares devido à

peculiaridade do produto resultante desses projetos. Segundo Walker Royce, a melhor

característica relacionada a software também é a pior: sua flexibilidade (Royce, 1998). A

característica que permite ao software transformar-se em “quase qualquer coisa” torna

difícil planejar, monitorar e controlar o desenvolvimento do software (Kruchten, 2002).

Page 5: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

5

Podemos enxergar o processo produtivo de software sobre dois aspectos: o aspecto

técnico (ou de engenharia do produto) e o aspecto gestão (da gestão do projeto de

software). O aspecto gestão tem recebido tanta atenção no desenvolvimento de novas

abordagens, métodos, técnicas e educação de pessoas quanto o aspectp técnico. Mesmo em

livros texto de Engenharia de Software encontramos, a cada edição de um dado livro, um

conteúdo maior e mais relevante do aspecto gestão. Processos como o RUP e o Scrum

trazem explicitamente suporte ao aspecto gestão.

Na tecnologia da informação (TI) e no ambiente da indústria de software não é diferente:

as empresas e seus negócios são baseados em projetos. Os projetos são, muitas vezes, o

instrumento para organizar a produção e o engajamento com clientes.

Este trabalho é parte de um programa de pesquisa em andamento cujo objetivo é estudar

e teorizar sobre projetos de software, procurando novas formas paradigmáticas para

gerenciar tais projetos. Analisando agora a evolução do pensamento sobre PM espera-se

tomar melhores decisões no futuro, no que tange o desenvolvimento de novas dimensões

para uma melhor compreensão de projetos de software. Acredita-se que essa nova

abordagem será mais eficaz na compreensão e gestão de projetos de software. Abordagens

instrumentais não são suficientes para um artefato de alta flexibilidade, incerto, inovador

e vagamente definido como software.

Objetivos O objetivo da pesquisa aqui apresentada foi estudar o pensamento e estado da arte em

gerenciamento de projetos de software sob quatro eixos iniciais – complexidade,

incerteza, inovação e valor, propondo um “modelo de referência” que contemple o

relacionamento entre estes eixos (e, possivelmente, outros eixos). Esses eixos serão

denominados “dimensões”.

A contribuição esperada dar-se-á, principalmente, pela definição de um framework para

gerenciamento de projetos de software, que contemple novos paradigmas de

gerenciamento e que contribua para responder a desafios da pesquisa atual em

gerenciamento de projetos (Santana & Moura, 2005; Saad Neto, 2008; Agile Alliance,

2009).

Além das quatro dimensões estudadas, outras dimensões são definidas. Por exemplo,

simplicidade. Embora paradoxal, a busca pela simplicidade nos projetos pode ser uma

abordagem promissora para lidar com a complexidade (Agile Alliance, 2009; Andersen,

2008; Schumpeter, 2004). De fato, metodologias ágeis exibem simplicidade; os princípios

declarados no Manifesto para Desenvolvimento Ágil de Software e seus autores tinham

por objetivo buscar formas mais simples e eficientes de construir software (Highsmith,

2004; Winter et al., 2006; Bjørn et al., 2004).

Na presente proposta, embora a identificação de outras dimensões seja feita, pretende-se

delimitar o estudo apenas às quatro dimensões já mencionadas (complexidade, incerteza,

inovação e valor).

Page 6: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

6

Metodologia A pesquisa realizada foi teórica (tem como objetivo ampliar generalizações, definir leis

mais amplas, estruturar sistemas e modelos teóricos, relacionar e enfeixar hipóteses),

exploratória (caracterização inicial do problema, sua classificação e sua definição,

constituindo-se no primeiro estágio de toda pesquisa científica), bibliográfica e qualitativa

(os modelos qualitativos são aqueles formulados a partir de descrições intuitivas do

pesquisador ou do indivíduo pesquisado).

A metodologia para desenvolvimento do projeto foi baseada em um processo iterativo e

incremental de gerenciamento de projetos (Kruchten, 2002; Rational Software

Corporation, 2000; Meneses, 2001): o resultado foi obtido através de ciclos de

desenvolvimento (iterações), onde cada ciclo é planejado, executado e avaliado.

A escolha da abordagem metodológica foi orientada pelo objetivo de mostrar uma

perspectiva histórica (evolução) do pensamento em PM com base na literatura existente.

Neste contexto, uma revisão sistemática (SR1) foi realizada para identificar as fontes

significativas de informações (dados).

Uma revisão sistemática é um resumo da pesquisa que usa métodos explícitos para

realizar uma pesquisa bibliográfica minuciosa e avaliação crítica de estudos individuais

para identificar evidências válidas e aplicáveis. É geralmente aplicada no contexto

biomédico ou de ciências da ‘saúde, mas as revisões sistemáticas podem ser aplicados em

qualquer domínio da investigação. Seleção ou triagem de artigos para a inclusão é

geralmente realizada através da revisão dos títulos e resumos dos artigos identificados, e

excluindo aqueles que não atendem aos critérios de elegibilidade. Frequentemente, mas

nem sempre, usa técnicas de estatística (meta análise) para combinar estes estudos

válidos, ou pelo menos usa classificação dos níveis de provas, dependendo da metodologia

utilizada (Wikipedia, 2010b). As revisões sistemáticas podem ser aplicadas a: (i) resumir a

evidência existente sobre um fenômeno, (ii) identificar as lacunas existentes em matéria

de investigação, (iii) estabelecer um arcabouço para posicionar uma pesquisa, (iv) apoiar a

geração de novas hipóteses, (v )realizar uma revisão da literatura (completa e imparcial)

(Travassos et al., 2006). Revisões sistemáticas têm por objetivo sintetizar as pesquisas

existentes de maneira justa (sem viés), rigor (de acordo com um procedimento definido) e

aberta (garantindo que o processo de revisão é visível para outros investigadores).

O objetivo da SR realizada foi verificar, com base na literatura, como a pesquisa e

pensamento em PM tem evoluído. Além disso, esperava-se identificar tendências na

pesquisa e no pensamento em PM. Como mencionado anteriormente, essa SR está no

contexto de um programa de pesquisa que visa definir um novo framework para a PM (em

especial para projetos de software). Assim, espera-se coletar informações para ajudar a

definir este framework e para identificar as suas dimensões.

Definir um novo framework para a PM é uma tarefa desafiadora. A evolução do

pensamento e da pesquisa em PM foram considerados como um ponto de partida.

Identificar as agendas, as questões de pesquisa, os problemas práticos e pensamento é um

processo caro. Além disso, se esse contexto não está claramente identificado e

1 SR – do inglês Systematic Review.

Page 7: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

7

compreendido, o futuro framework pode não ser relevante. Assim, o presente trabalho

visa responder às seguintes questões de investigação: (i) como o pensamento e a pesquisa

em PM têm evoluído? e (ii) quais são as perspectivas futuras para PM pensamento e de

pesquisa em PM? O restante desta seção apresenta o protocolo de pesquisa e os estudos

(artigos) resultantes da seleção.

Os seguintes termos foram definidos para identificação das fontes de informação: project,

project management, project management directions, project management history, project

management philosophy, project management research, project management researchers,

project management thinking, project management rethinking. Um conjunto de 38 estudos

estava disponível antes do início da revisão sistemática. As seguintes áreas de aplicação

são beneficiadas com os resultados da revisão sistemática: gerenciamento de projetos,

gestão. Tipos de profissionais que serão beneficiados: os pesquisadores de gerenciamento

de projetos, gerentes de projeto, gerentes, associações de gerenciamento de projetos

profissionais. Uma análise qualitativa foi realizada como meta-análise. Os seguintes

critérios para seleção das fontes de estudos foram definidos: revistas indexadas no ISI;

revistas de gerenciamento de projetos; periódicos de gestão; disponibilidade on-line, a

disponibilidade de mecanismos de busca.

Evolução do Pensamento na Gestão de Projetos Esta seção apresenta um subconjunto dos dados coletados a partir dos estudos

selecionados na SR (incluindo os estudos indiretos). A sequência cronológica é seguida.

Esse resultado, aqui apresentado, é uma seleção de trechos (texto) dos trabalhos originais.

No entanto, algumas partes foram editadas para melhor apresentação.

Antes de 1960 As ideias e realizações de Taylor - princípios da administração científica (1911) - foram

um marco para a gestão e, posteriormente, para todo o desenvolvimento do

gerenciamento de projetos como ainda hoje é entendida. Também a atividade

administrativa de Fayol, envolvendo planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar,

teve uma grande influência sobre como os projetos são gerenciados hoje. Por exemplo, o

Project Management Institute (PMI) PMBOK fases do projeto e grupos de processos -

iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle, e encerramento (Project

Management Institute, 2008) - são muito semelhantes às funções administrativas de Fayol

atividade. trabalho Adamiecki (1896) sobre harmonograms e Gantt na criação do gráfico

de Gantt (1919) também são importantes na compreensão das ideias da época: relacionar

as tarefas de produção e de seu progresso no tempo. A inclusão da dimensão tempo é,

talvez, um dos aspectos mais relevantes das contribuições de Adamiecki e Gantt (Wren,

1994). A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) coloca novos desafios em matéria de

gestão de produção. O esforço de guerra nos EUA deram a oportunidade para aplicação

dos instrumentos de gestão desenvolvido na primeira metade do século XX. Durante os

dois primeiros períodos da Guerra Fria (1947-1962) os métodos de diagramação de redes

foram desenvolvidos: o CPM (1957) e PERT (1957). Projetos são conjuntos de tarefas em

rede. Projetos e gerenciamento de projetos foram, na década de 1950, melhor

compreendidos e diferenciados da gestão dos sistemas de linha de produção. O

pensamento sistêmico (1950) abriu uma novo linha a ser explorada para resolver

Page 8: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

8

problemas de gestão. No entanto, naquela época, não houve aplicação a gerenciamento de

projetos. Gestão por objetivos Drucker (1955) lançado no contexto de gestão, mais tarde,

influencia contextos relacionados com PM. Em particular, o gerente de projeto é visto

como o executivo do projeto e no comando da entrega dos resultados do projeto. Vários

grandes projetos certamente começaram a construir um conhecimento prático que nas

décadas mais tarde viria a contribuir para o corpo de conhecimento em gestão do projetos.

Empire State Building (1930-1931), a represa Hoover (1931-1936), a construção do

Pentágono (1940-1941), e o desenvolvimento dos mísseis Polaris (1956-1961) são

exemplos de grandes projetos dessa época.

1960-1969 O desenvolvimento da abordagem Cost/Scheduling Control System Criteria (C/SCSC), por

parte do governo federal dos EUA produziu alguns bons resultados (Archibald e Villoria,

1967). CPM e PERT foram aplicados em projetos reais durante os anos 1960 como a

citação abaixo, sobre a Expo 67, de Montreal ilustra:

Apr 28, 1967 – To get Expo built in time, Churchill used the then new project

management tool known as the critical path method (CPM). On April 28, 1967, opening

day, everything was ready, with one exception: Habitat 67, which was then displayed

as a work in progress2.

Evolução no domínio da gestão de projetos na década de 1960 também incluiu a formação

de duas importantes associações profissionais (Stretton, 2007): IPMA – International

Project Management Association (INTERNET naquela época), em 1965, e o PMI – Project

Management Institute, em 1969. Esta foi uma clara indicação de uma forte atividade

prática associada com a disciplina de gerenciamento de projetos. As disciplinas de análise

de sistemas (AS) e engenharia de sistemas (SE) foram a linha principal de pensamento na

década, o que constituiu a chamada abordagem de sistemas ao gerenciamento de projetos.

O livro de Cleland e King (1983) é uma boa referência para essa linha de pensamento.

Entre os grandes projetos da década pode-se citar: Expo 67 (1962-1967) e os programas

Mercury, Gemini e Apollo (1961-1969).

1970-1979 O modelo de gestão de projetos de Galbraith (1971) é um dos muitos modelos (Wideman,

2003) que apareceram para formalizar a gestão dos projetos. A ideia principal é ver o

gerenciamento de um projeto como um processo. Shenhar (1996) observa um foco no

trabalho em equipe como uma característica definidora da gestão de projetos na década de

1970, enquanto Stretton (2007) observa uma ênfase em estruturas de divisão (breakdown

structures) e o conceito de sistemas. O contexto organizacional de um projeto é uma

questão importante. Em particular, alternativas de estruturas organizacionais para

acomodar a execução do projeto foi um tema comum de estudo. Uma combinação de

estruturas funcionais com estruturas baseadas em projetos deu origem ao arranjo

matricial. Muitas das técnicas de gerenciamento de projetos que foram desenvolvidas ou

refinadas durante os anos 1970 parecem dever muito às abordagens racionais para

resolver problemas que eram característicos dos conceitos de sistemas da época. Estes

incluem WBS (Work Breakdown Structure), OBS (Organizational Breakdown Structure),

2 Source: http://en.wikipedia.org/wiki/Expo_67.

Page 9: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

9

matrizes de atribuição de responsabilidade, e métodos de "valor agregado" (Stretton,

2007). Aplicação do gerenciamento de projetos se espalha para muitas indústrias,

incluindo defesa, construção, produtos farmacêuticos, química, bancária, contabilidade,

publicidade, direito, governo e agências governamentais e as Nações Unidas (Kerzner,

1979). Análise de sistemas e engenharia de sistemas continuam a ser a base para reflexões

sobre PM.

1980-1989 A estrutura de adhocracia de Mintzberg (1983) é uma indicação da forte influência da

disciplina de gerenciamento de projeto sobre a organização executora do projeto. Uma

compreensão mais abrangente dos projetos começa a emergir, como ilustrado por

Högberg e Adamsson (1983):

“PM is not an exact science following given laws or established rules. It is, rather, a task

which is largely based on human relations and the specific knowledge, experiences,

character and cultural background of each individual.”

Estruturas de gerenciamento de projetos organizacionais são um tema recorrente.

Goldratt (1984) apresenta sua Teoria das Restrições (TOC). Um marco é o artigo de Larson

e Gobeli (1985), onde cinco termos utilizados por acadêmicos para definir estruturas de

PM (matriz, sistemas dispersos, gestão bipolar, e fase V) não puderam ser identificados

pelos profissionais. A tecnologia vem a desempenhar um papel importante em muitos

aspectos dos projetos. Esta década viu a popularização do PC3 (computador pessoal) e do

início da Internet e da web. Löwstedt (1985) apela à necessidade de novos frameworks

para investigar o significado da tecnologia no projeto (design) das organizações. O Guide to

the Project Management Body of Knowledge (PMBOK Guide) foi publicado, como um white

paper, pela primeira vez pelo PMI em 1987. Archibald posiciona projetos como veículos

para o crescimento estratégico (Russell D. Archibald, 1988). Esta é uma nova linha de

pensamento relevante: projetos em um contexto mais estratégico. Até agora, os projetos

eram vistos como arranjos operacionais. Projetos com características semelhantes são

frequentemente agrupados em programas e uma boa gestão estratégica do crescimento

futuro de uma organização requer uma seleção correta de projetos de crescimento

(Russell D. Archibald, 1988). Em (Kumar, 1989), a importante questão do planejamento é

abordada. No entanto, Kumar não apresenta nenhuma justificativa para as estratégias e

filosofias propostas, que foram baseadas em um projeto específico para o setor da

construção. Uma abordagem de sistemas para gestão de projetos estratégicos é

apresentado por Milosevic (1989). O artigo aborda um modelo de sistemas de gestão de

projetos estratégicos que podem ajudar o gerente de projeto a melhorar os resultados do

projeto. Como motivação Milosevic menciona que, apesar de vários modelos terem sido

desenvolvidos de apoio de gestão operacional do projeto (WBS, CPM, o conceito de valor

agregado, RAM - Atribuição de Responsabilidade Matrix, etc), há uma forte necessidade de

um modelo que aborde uma visão sistêmica sobre gestão de projetos estratégicos. No

modelo proposto por Milosevic, o ambiente é separado do sistema de gerenciamento de

projetos (PMS). No entanto, a questão sobre como incluir os elementos do ambiente é

colocada. Entradas e saídas são o resultado de uma troca de materiais, energia e

informações entre a PMS e outros sistemas. O PMS é apenas um subsistema de um sistema

3 PC – Personal Computer.

Page 10: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

10

maior. Ferramentas de software para PM baseadas no PC começaram a surgir, refletindo

uma mudança de plataformas do mainframe/microcomputadores para o PC.

1990-1999 Voropajev e Scheinberg (1992) afirmam que o desenvolvimento de métodos e ferramentas

para o gerenciamento de projetos do século 21 é um problema atual, cuja solução deveria

se tornar um grande projeto internacional de pesquisa e desenvolvimento (R&D) (o

programa PM-XXI). Métodos e ferramentas para a fase inicial têm sido ativamente

desenvolvidos para projetos de médio e grande porte técnicos e organizacionais. É

necessário modificar esses métodos para os programas nacionais e internacionais,

especialmente nos domínios econômico e social. No artigo mais citado da década de 1990,

James Barker provê uma descrição etnográfica de como um sistema de controle da

organização evoluiu em resposta a uma mudança de gestão do controle hierárquico

burocrático para controle concertivo sob a forma de auto-gestão de equipes (Barker,

1993). Ao contrário de alguns defensores de tais sistemas, controle concertivo não liberta

os trabalhadores da jaula de ferro de controle racional de Weber. A ironia da mudança

nesta organização pós-burocrática é que, em vez de afrouxar, a gaiola de ferro com base

em regras de controle racional, como Max Weber chamava, na verdade, tornou-a ainda

mais apertada. Yeo (1993) traz a relevância do pensamento sistêmico ao gerenciamento

de projetos. O pensamento sistêmico emergiu como uma das disciplinas intelectuais mais

importantes, e tem provido um framework mental poderoso de referência na

compreensão de situações problema e para orientar a tomada de decisões no dia-a-dia. A

prática do gerenciamento de projetos tem sua origem na análise de sistemas e engenharia

de sistemas. A análise de sistemas exige a definição de objetivos claros e credíveis e a

formulação de alternativas viáveis. Engenharia de sistemas (SE) é orientada a metas (goal-

seeking), e enfatiza o controle de comunicação e feedback. O trabalho de Yeo tem a

finalidade de construir pontes entre a gestão de projetos com o corpo estendido do

conhecimento em pensamento sistêmico, incorporando a metodologia sistêmica soft.

Segundo Yeo houve, no entanto, uma mudança gradual de ênfase em pensamento

sistêmico: das abordagens estruturadas ou ´hard´, "sistemáticas" dos anos 1950-60 para

uma abordagem “sistêmica”, ´soft´ no anos 1970-80. Finalmente, o autor sugere que é hora

de reunir gerenciamento de projetos com o corpo estendido de conhecimento em sistemas

de pensamento. Em (Lundin & Söderholm, 1995), o segundo artigo mais citados da década

de 1990, os autores afirmam que a ideia da empresa como uma entidade eterna

possivelmente veio com a era do industrialismo. Em qualquer caso, as consequências

práticas dessa ideia contrasta nitidamente com muitas ideias sobre projetos e

organizações temporárias. As principais teorias da organização são baseadas na suposição

de que as organizações são ou devem ser permanentes, teorias sobre configurações

organizacionais temporárias (por exemplo, projetos) são muito menos frequente. O artigo

aborda a necessidade de uma teoria das organizações temporárias, buscando assim,

complementar a sabedoria tradicional sobre gestão de projetos. Alguns componentes

dessa teoria são sugeridos, através da elaboração de determinadas ideias sobre projetos.

“Ação”, em oposição a “decisão”, é um componente, que é central para uma teoria da

organização temporária. O papel do “tempo” na empresa é diferente em relação ao seu

papel na organização temporária. Packendorff (1995) faz uma análise crítica do atual

corpo de conhecimentos em gerenciamento de projetos, e propõe uma agenda alternativa

de pesquisa sobre métodos de pesquisa, teorias e focos em estudos empíricos. “A WBS tem

Page 11: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

11

a mesma finalidade da especialização e divisão do trabalho no planejamento de produção

em massa: atribuir tarefas diferentes para pessoas diferentes, identificando sequências de

ação controlável. O problema do projeto como sendo de fato um fenômeno multifacetado,

depende da natureza da tarefa e as características ambientais, tem recebido atenção

apenas esporádicas na literatura de gerenciamento de projetos”. O impacto sobre a

pesquisa empírica, portanto, ainda está por vir. De acordo Packendorff, projetos são vistos

como ferramentas, não como organizações. O conceito de organização temporária é dado.

Uma organização temporária: (i) é um curso (coletivo) organizado de ação que visa evocar

um processo não-rotineiro e/ou a finalização de um produto não-rotineiro, (ii) tem um

ponto pré-determinado no tempo ou estado condicional temporal quando a organização

e/ou sua missão é coletivamente esperado deixar de existir, (iii) tem algum tipo de

critérios de avaliação de desempenho; (iv) é tão complexa em termos de funções e número

de papéis que requer esforços de organização consciente (ou seja, não uma auto-

organização espontânea). Partington (1996) afirma que o gerenciamento de projetos é

cada vez mais usado para gerenciar iniciativas de mudança organizacional e não há

evidência do uso inadequado de sistemas para a gestão de tais projetos. Isso pode estar

contribuindo para o fracasso de muitos projetos de mudança organizacional, que é

amplamente relatado e para que a má gestão é frequentemente culpado. Ele examina as

forças de mudança para uma abordagem baseada em projetos de gestão e considera

potencialmente produtivos novos rumos para a investigação de gerenciamento de projetos

no contexto da mudança organizacional. Uma ideia importante encontrada em papel

Partington é que “os sistemas de gestão prescritos raramente são transferíveis”. O objetivo

do Shenhar e Dvir (1996) é abordar algumas das questões teóricas de gestão de projetos e

de sugerir uma taxonomia bidimensional de projetos e seus estilos gerenciais. Apesar da

crescente utilização da prática de gerenciamento de projetos, como dizem os autores, a

literatura a maioria das pesquisas sobre a gestão de projetos é relativamente jovem e

ainda sofre de uma base teórica escassas e uma falta de conceitos. Shenrar e Dvir citam

Pinto e Covin (1989): “a tendência predominante entre a maioria dos acadêmicos tem sido

a de caracterizar todos os projetos como fundamentalmente similares”, e “a visão implícita

de muitos acadêmicos poderiam ser representada pelo axioma: ´um projeto é um projeto é

um projeto´”. Apesar da linha universal do pensamento existente, projetos reais

frequentemente apresentam diferenças extensivas. Seus resultados sugerem que os

projetos têm de fato uma ampla gama de variações e que, em contraste com a citação de

Covin e Pinto, "um projeto não é um projeto não é um projeto". Incerteza tecnológica

emergiu como o principal fator que influenciou as características dos projetos, e seus

quatro níveis diferentes apresentam padrões distintos de estilos gerenciais e práticas de

gestão. A identificação explícita, clara do tipo de projeto antes da execução deverá

proporcionar uma base para uma boa adaptação das atitudes gerenciais e para uma

melhor seleção de ferramentas gerenciais. Tal abordagem adaptativa pode aumentar a

probabilidade de sucesso do projeto e contribuir para uma melhor eficácia organizacional.

No entanto, outra fonte de incerteza pode ser a extensão da equivocidade (equivocality) do

projeto e a dificuldade de articular precisamente os requisitos do cliente. Algumas missões

do projeto não estão bem definidas, causando muitas vezes uma mudança no escopo do

projeto no meio do caminho. A publicação da primeira edição do PMBOK pelo PMI (1996)

é um marco desta década. O gerenciamento de projetos está estruturado em nove áreas de

conhecimento. Alguns processos, como a Gestão de Recursos Humanos do Projeto, são

superficiais refletindo uma abordagem mais orientada a sistemas no padrão. Em (Dawson,

Page 12: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

12

1997), o foco é uma questão metodológica (método de investigação processual). No

"mundo real" exemplos de experiência da empresa, estudos de caso processual são

capazes de contar sua própria história de mudar a maneira se desdobra na prática, e como

a substância, contexto e política de mudar tudo de interconexão e sobreposições na

definição da odisseia dinâmica de trabalho mudar. Como tal, a pesquisa processual oferece

a possibilidade de alargar as nossas interpretações, possibilitando a apresentação de

dados de mudança complexos. Foi alegado que não pode haver nenhum substituto para os

investigadores "sujar as mãos" em fazer a pesquisa. Dvir et al. (1998) tenta responder a

duas perguntas: Existe um caminho natural para classificar os projetos e quais são os

fatores específicos que influenciam o sucesso de vários tipos de projetos? Talvez um dos

principais obstáculos para a compreensão das razões por trás do sucesso de um projeto

tem sido a falta de especificidade dos construtos empregados em estudos de

gerenciamento de projetos. Muitos estudos dos fatores de sucesso do projeto usaram uma

abordagem universalista, assumindo uma semelhança fundamental entre os projetos. O

objetivo deste estudo é combinar a teoria dos fatores de sucesso do projeto com a busca de

uma classificação natural do projeto. No entanto, diferentemente da pesquisa anterior, que

apresentou um dado construir e, em seguida, identificou fatores específicos de cada tipo,

essa busca primeira pesquisa para um sistema de classificação apropriado usando análise

discriminante linear e então usa esta classificação, a fim de identificar os fatores de

sucesso de projetos específicos para diferentes classes de projetos . Lechler (1998), em

uma análise detalhada, mostra a importância fundamental das pessoas no sucesso do

projeto. Esta análise indicou uma tendência crescente para reconhecer o lado “humano” da

gestão de projetos como crucial para o sucesso do projeto. O Japan Project Management

Forum (JPMF) é fundado em dezembro de 1998 como uma divisão da Associação para o

Progresso da Engenharia do Japão (ENAA) para promover a gestão do projeto no Japão.

Mais tarde (em 2005) se combina com o Project Management Professionals Centro de

Certificação (PMCC) para dar forma à Project Management Association do Japão (PMAJ).

Em (Evaristo & Fenema, 1999), o objetivo é, em primeiro lugar, a introdução de uma

tipologia de novas formas de gerenciamento de projetos. Enraizado na literatura existente

de gerenciamento de projetos, o modelo compreende duas dimensões essenciais captar a

essência dos novos desafios à gestão de projetos: projetos em sites únicos versus projetos

multi-site e projeto único versus múltiplos projetos. Em segundo lugar, o artigo identifica

os padrões de evolução dos projetos através de três níveis através de formas projeto. O

modelo de estrutura e evolução servir como um guia para os profissionais de mapear o

tipo de projeto que estão envolvidos, e determinar quais as questões críticas surgem em

diferentes tipos de projetos. Novos métodos e ferramentas podem ser desenvolvidas para

se encaixarem em diferentes tipos de projetos. Em segundo lugar, o modelo suporta os

pesquisadores em gestão de projetos para estruturar a investigação e considera como sua

experiência se enquadra na tipologia. Vários grandes projetos muito ocorrem nesta

década, incluindo o Bug do Milênio, As Três Gargantas (China) e o Channel Tunnel Rail Link

(Reino Unido).

2000-2009 Em (Hobday, 2000) – o artigo mais citado na década de 2000 - o objetivo é identificar

algumas das características da organização baseada em projeto (PBO – project-based

organization), olhando em profundidade como os projetos CoPS são gerenciados em um

grande PBO, comparando-os com projetos CoPS produzidos em uma divisão funcional da

Page 13: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

13

mesma empresa. O propósito de adotar uma perspectiva “bottom-up” do projeto é

explorar a dinâmica das estruturas de projetos, processos e desempenho na PBO em

relação a uma organização funcional. CoPS são projetos de alta tecnologia, bens de capital

business-to-business usados para produzir bens e serviços para consumidores e

produtores. por exemplo, os sistemas aviônicos para aeronaves. Usando uma abordagem

de estudo de caso, o artigo compara a eficiência e a eficácia da organização funcional

orientada matriz, com o PBO, apontando os pontos fortes e fracos do PBO na gestão de

CoPS. Nightingale (2000) propõe que as tecnologias são construídas seguindo um conjunto

de tarefas de solução de problemas inter-relacionados que restringem a gama de

processos de inovação possíveis. O autor desenvolve uma estrutura que liga produtos a

seus processos de inovação, para mostrar como a complexidade de bens de capital

sistêmica produz problemas específicos de inovação que não são normalmente

encontrados em outros ambientes. Ao vincular conhecimento, tecnologia e organização, o

artigo explica como ambas as incertezas de projeto e o número de loops de feedback e

redesign podem ser reduzidos, mas não eliminada, produzindo um processo de

desenvolvimento mais eficaz de menor custo. Por fim, o framework argumenta que bens

de capital complexos têm problemas específicos de gestão da inovação que não são

encontrados na mesma medida em produtos simples. Em (Prencipe & Tell, 2001), o

objetivo é discutir a capacidade de aprendizagem em empresas baseadas em projeto. Os

autores do estudo se e como as empresas com base no projeto são capazes de capitalizar o

conhecimento que é adquirido durante a execução de um projeto e sua capacidade de

transferi-lo para outros projetos ou partes da organização. O foco é em CoPS. Em (White &

Fortune, 2002) os resultados de uma investigação destinada a captar a experiência do

"mundo real" de pessoas ativas na gestão de projetos é relatado. A pesquisa foi realizada

com um questionário a ser enviado para 995 gerentes de projeto que representa 620

organizações nos setores público e privado no Reino Unido. Dos 995 questionários que

foram enviados no inquérito principal, 236 foram devolvidos (taxa de resposta de

23,72%). Os três critérios utilizados para julgar o sucesso dos projetos mais citados na

literatura (no tempo, para o orçamento, com a especificação) também foram mais altos os

critérios de sucesso classificado identificados na pesquisa. No entanto, eles não foram o

único critério pelo qual resultado do projeto foi julgado, o ajuste entre o projeto e a

organização e as consequências do projeto para o desempenho da empresa também foram

relatados como critérios importantes. Steyn (2002) ilustra a utilização da Teoria das

Restrições (TOC) (Goldratt, 1984) para áreas como a gestão de riscos do projeto e

gerenciamento de custos do projeto. A possibilidade de aplicar TOC para seleção de

projetos é sugerido para investigação posterior. Até agora TOC foi aplicada na

programação do projeto único para reduzir a duração do projeto e simplificar o controle

do projeto (Goldratt, 1997). Em (Cooke & Arzymanow-Davies, 2003) os resultados de uma

investigação sobre a natureza e a extensão das variações entre as práticas de

gerenciamento de projetos em seis indústrias são apresentados. A investigação teve o

objetivo concreto de apoiar um grupo de organizações farmacêuticas de I & D na busca de

um modelo ideal de gestão de projetos. Um total de 10 'domínios' foi identificado através

de métodos qualitativos em seis indústrias. Cada entrevista suscitou uma avaliação

quantitativa das práticas relativas ao domínio, usando escalas pré-determinadas, e

comentários qualitativos sobre as práticas com base nas experiências do entrevistado. As

diferenças entre as empresas e indústrias de existir em cada domínio. Os modelos de

projeto de gestão mais desenvolvidos (que poderia ser dito que equivale a medida da

Page 14: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

14

maturidade em gerenciamento de projeto) foram encontrados nas indústrias

petroquímicas e de defesa, que, em média, teve alta na maioria das dimensões. Outras

indústrias (R&D Farmacêutica, Construção, Telecomunicações e Serviços Financeiros)

apresentado algumas diferenças interessantes em diferentes domínios, mas não mostrar a

coerência ou as pontuações dos dois principais indústrias. Em (Engwall, 2003), o segundo

papel mais citados da década de 2000, menciona que, com poucas exceções (por exemplo,

(Brown & Eisenhardt, 1997), (Eskerod, 1998), (Hobday, 2000)), a pesquisa PM tem sido

dominada por uma perspectiva baseada na "o projeto só". Há provavelmente poucos

teóricos organizacionais hoje que iria desafiar a ideia de que fatores externos influenciam

fortemente a vida interna de uma organização. Estudos com uma abordagem de sistemas

mais abertos a projetos são raros. O trabalho aborda a importância da análise dos

processos interiores de um projeto em relação ao seu contexto histórico e organizacional,

ou seja, o ambiente de projeto. Assim, o que exige uma mudança ontológica, em vez de

sistemas solitário e fechado, os projetos têm de ser conceituada como contextualmente

sistemas embarcados aberto, aberto no tempo, bem como no "espaço". Söderlund (2004a)

elabora um framework para análise das pesquisas relacionadas a projetos. Conceitos como

a gestão de projetos e gestão por projetos apontam claramente para a devoção do atual

projeto de pesquisa para a gestão das empresas com base no projeto. Pesquisadores

ocupados com o desenvolvimento do conhecimento sobre os projetos vêm de diversas

disciplinas, tais como a sociologia, a geografia econômica, teoria das organizações,

comportamento organizacional e gestão estratégica. Por exemplo, o trabalho tem girado

em torno da política, a complexidade, mudança, tempo e aprendizagem. Esta pesquisa

reconhece claramente a perspectiva de que Packendorff (1995) rotula de organizações

temporária sem dar referência à pesquisa publicada em outras áreas, sobre temas

semelhantes. Söderlund sugere o termo “ecologias de projeto” de interesse desta pesquisa

nas ligações entre projetos e intervenientes (por exemplo, empresas), a sociologia dos

projetos, a economia dos projetos e na relação entre participação no projeto e

desenvolvimento da empresa. Investigação sobre ecologias do projeto, portanto, tem

interesse no estudo das inter-relações entre os projetos e seus ambientes. Lundin e

Söderholm (1998), por exemplo, destacar a importância dos descritores macro de

projetos, a fim de analisar a sociedade projetizada (projectified). Para Söderlund (2004b)

gerenciamento de projetos tem sido considerado como um campo acadêmico de técnicas

orientadas ao planejamento e, em muitos aspectos, uma aplicação da ciência da

engenharia e da teoria da otimização. Muita pesquisa tem sido dedicado à busca de fatores

genéricos de sucesso do projeto. O gerenciamento de projetos, no entanto, na última

década recebeu maior o interesse de outras disciplinas acadêmicas. Como o campo se

expande rapidamente, a necessidade de uma discussão interna e do debate sobre o

aumento projeto de pesquisa de gestão. Projeto de gestão e organização do projeto é um

assunto complexo e, argumentam os autores, é útil examinar a partir de diversas

perspectivas. O artigo discute as perspectivas emergentes no campo do projeto e também

apresenta uma série de perguntas que a pesquisa sobre projeto, em maior medida deve

reconhecer. As perguntas dizem respeito a questões como por que as organizações de

projeto existem, como eles se comportam e porque diferem, qual é a função ou de valor

acrescentado através, unidade de gestão do projeto, o que determina o sucesso ou fracasso

das organizações do projeto? O argumento principal é que muito esforço tem sido

dedicado a esclarecer as razões do sucesso do projeto e do fracasso, enquanto

minimizando uma série de questões de pesquisa importantes que precisam ser discutidos,

Page 15: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

15

a fim de promover o conhecimento sobre gerenciamento de projetos. Em (Dvir e Lechler,

2004), com base numa amostra de 448 projetos, as interações entre três variáveis de

planejamento do projeto, a qualidade do planejamento, mudanças de objetivos, mudanças

de planos e o sucesso do projeto são analisados. Os resultados mais importantes deste

estudo são as interações entre as variáveis de planejamento e suas influências sobre o

sucesso do projeto. Ao usar a modelagem de equações estruturais, um insight sobre estas

relações indiretas complexas foi ganho. Os resultados mostram claramente que o efeito

positivo total da qualidade do planejamento é quase completamente substituído pelo

efeito negativo das mudanças objetivo. Este artigo é um bom exemplo de pesquisa

quantitativa PM. Em (Ibert, 2004) a principal característica dos projetos é a sua natureza

como "organizações temporário". Este artigo analisa a interação dos projetos e do seu

contexto social em relação à criação de conhecimento e aprendizagem organizacional. A

principal diferença entre um projeto e uma empresa é sua concepção de tempo. O artigo

apresenta um estudo exploratório de um setor dinâmico (software) para revelar os modos

específicos de aprendizagem organizacional relacionados com projetos e empresas e

delinear o relacionamento entre estes modos. O pressuposto teórico deduzido de uma

complementaridade entre o projeto - e firme - modos específicos de aprendizagem é

confrontado com os resultados empíricos a partir da ecologia software Munique. Em

(Hoegl & Proserpio, 2004) como o grau de proximidade dos membros da equipe afeta

processos colaborativos de desempenho relevantes equipe é investigada. Nesta

investigação, no entanto, os autores enfocaram o grau em que os membros da equipe estão

em proximidade geográfica (ou dispersão) e identificar como isso afeta a qualidade do

trabalho de equipa realizado. O estudo investiga a influência da proximidade dos membros

da equipe com a colaboração de equipes de desenvolvimento de software, atuando como

profissionais de TI com tecnologia avançada, tais como Computer Aided Software

Engineering (CASE), ferramentas. Para além de uma "única melhor maneira" para

descrever o campo, Tanaka (2004), na apresentação da sua visão histórica dos modelos de

gestão do projeto ao longo de quatro gerações, oferece uma vista sobre as oportunidades e

os desafios de gerenciamento de projetos no futuro. modelos de gestão do projeto pode

ser elaborado a partir de atributos como a estrutura de gerenciamento de projetos e

métodos, os motoristas socioeconômicas que solicitam que o acúmulo do modelo em

questão, as técnicas de projeto típico de gestão oferecidos pelo modelo, as áreas de

aplicação primária, e o mecanismo para a popularização do modelo. modelos de gestão de

projeto são classificados em sete modelos ao longo dos quatro gerações. Uma hipótese é

que um modelo de "versátil" (quarta geração) é próximo no futuro em que a gerência geral

tradicional terá sido substituída ou se fundir em gerenciamento de projetos. Em (Jugdev &

Müller, 2005), a compreensão evolutiva do sucesso do projeto durante um período de 40

anos é avaliada. Condições para o sucesso, fatores críticos de sucesso e os frameworks de

sucesso são discutidos. Em (Winter et al, 2006), o artigo de abertura da edição especial do

IJPM sobre Repensando a Gestão de Projetos, os resultados de uma rede britânica de

investigação denominado "Repensando Gerenciamento de Projetos: Desenvolvimento de

uma Nova Agenda de Investigação" são apresentados. A Rede RPM4, entre 2004 e 2006,

definiu cinco novos rumos para futuras pesquisas que indica, na sua essência, a

necessidade de um novo pensamento nas áreas da complexidade do projeto, o processo

social, a criação de valor, a conceituação de projeto e desenvolvimento profissional. Em

4 RPM – Rethinking Project Management.

Page 16: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

16

essência, a Rede tem encontrado é necessário que haja um foco muito maior em pesquisas

futuras sobre os conceitos e teorias de perto em ressonância com estas realidades,

podendo fornecer aos seus conceitos e abordagens práticas mais em alinhamento com o

pensamento contemporâneo. A última teoria posição, na prática, é essencialmente uma

referência ao modo como os praticantes aprendem seu ofício e como eles realmente

exercer seu ofício por meio da teoria relevante da literatura sobre gerenciamento de

projetos. Em (Cicmil et al, 2006) uma posição controversa sobre a investigação de PM é

apresentada. De acordo com os autores, sabemos muito pouco sobre a realidade do

trabalho baseado em projeto e sua gestão. O objetivo do trabalho é formular e mapa de

uma vertente de investigação no campo da gestão de projeto que trata de forma adequada

a "atualidade" do projeto de base de trabalho e de gestão. Um framework para

conceituação da "realidade do projeto" é proposto. A prática de gestão de projetos é vista

como um condutor social, definido pela história, contexto, valores individuais e

frameworks estruturais mais abrangentes. Pesquisando a realidade dos projetos significa

focar no processo social e como pensam os profissionais em ação, a situação local de um

presente vivo. Este trabalho representa uma mudança em direção a uma teoria da práxis

baseada e investigação, que incide sobre a realidade empírica dos projetos, tendo em

conta diferentes contextos em que gerenciamento de projetos é promulgada, eliminando

assim a complexidade, não-linearidade, valores, perspectivas múltiplas e processos sociais

em ambientes de projeto. Pesquisando a realidade dos projetos, portanto, consiste em

"reunir, analisar e disseminar conhecimento sobre as pessoas que trabalham em conjunto

com as coisas, tecnologias, e uns aos outros e os meios através dos quais essas relações são

coordenadas e controladas, para que fins" (Clegg & Ross-Smith, 2003). O artigo, referindo-

se a um conjunto de estudos na literatura, demonstra que os profissionais competentes

têm uma compreensão muito mais ampla e intelectualmente complexos de gerenciamento

de projetos do que o discurso embutido no Guia PMBOK - mas que eles sentem que devem

pedir desculpas por usar algumas das habilidades “virtuosas” que não são reconhecidas no

discurso tradicional. Isto implica uma visão alternativa sobre o conhecimento e

competências gerenciais, desafiando a imagem tradicional do gerente do projeto

'profissional' como pensador, propositivo, decisivo e racional. Cicmil e Hodgson (2006)

abordam a necessidade de identificação fora do espaço da paisagem bem definidos e

densamente povoadas conceitual de gestão de projetos comuns onde a outras

perspectivas, outras preocupações, e outra agenda podem ser articulados e explorados. As

questões fundamentais se colocam como um guia para a reflexão sobre como os projetos

são concebidos e como eles poderiam ser concebidos: existe uma explicação universal de

que os projetos são projetos e como evoluir? Qual é o significado por trás dos conceitos em

uso, ou seja, os termos "projeto" como "gerenciamento de projetos" e "o sucesso do

projeto"? Quais são as implicações do atuais definições de "projeto" e "gerenciamento de

projetos" para a natureza do conhecimento e os fundamentos intelectuais de estudos de

organização de projeto, trabalho e gestão? Quais são as consequências do projeto de

organização, tal como atualmente previsto, tanto para os gerentes de projeto e de

trabalhadores do projeto? Que perspectivas alternativas sobre os projetos existem para

além do mainstream? Quais interesses estão sendo atendidos pela reprodução do status

quo no campo? Não são apenas projetos considerados formas adequadas para controlar os

esforços em um ambiente turbulento, mas também mais importante, eles são

considerados como a forma adequada de estimular um ambiente de aprendizagem e

estimular a criatividade de forma a oferecer produtos complexos (Hobday, 2000). Apesar

Page 17: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

17

da contradição intrínseca entre esses dois argumentos para a organização de projetos

(Tjaeder & Thomas, 2000), é precisamente sobre essa promessa ambiciosa para entregar

os dois “controlabilidade e aventura” (Sahlin-Andersson & Soderholm, 2002) que a atração

da organização "projectification" é encontrado. O direcionamento resultante para a

profissionalização da disciplina de gerenciamento de projetos tem sido acompanhado pela

luta e as tensões envolvendo conceituar, promover e concordar com o documento

universalmente aceitável que deve delinear o corpo de conhecimento formal de

gerenciamento de projetos. Procurando diagnósticos e prescrições para as questões

fundamentais de gestão de projetos, Cicmil e Hodgson salientam que foi principalmente na

década de 1990 que a análise crítica do poder social e político associados a projetos como

os aspectos organizacionais e sociais, e gestão de projetos como prática e como um

agrupamento social emergiu. Os argumentos se voltam para estudos críticos em

administração, destacando as implicações dessa tradição intelectual para estudos de

projetos, gerenciamento de projetos, o desempenho do projeto, e as habilidades e

competências individuais para lidar com arranjos sociais rotulados como "projetos". Fazer

projetos críticos é a trajetória nova proposta. Cicmil et al. (2009), depois de uma

caracterização do contexto e das ambições da pesquisa crítica em projetos, apresentam

seis artigos incluídos numa edição especial da revista ephemera intitulada Project

management behind the façade. Como janelas na fachada do gerenciamento de projetos

"que contribuem novos insights sobre as realidades da prática no trabalho do projeto e

novas perspectivas teóricas que podem inspirar a pesquisa crítica sobre estas práticas. Em

relação ao pensamento e a pesquisa em PM a década de 2000 foi a mais produtiva e

diversificada até agora. Vários grandes projetos ocorrem nesta década como o Airbus 380,

Boeing 787 Dreamliner.

2010 Em (Sage et al., 2010) os autores a apresentar um pequeno resumo dos "projetos críticos

de Movimento (CPM). Em seguida, examina a abordagem reflexiva de destaque nesse

movimento crítico. Em segundo lugar, posições essas abordagens dentro da tradição

dialética da criação do conhecimento. Em terceiro lugar, se baseia em críticas dialética

dentro da gestão organizacional crítica e os estudos que sugerem alguns pressupostos

importantes irrefletida que têm consequências para a gestão de forma reflexiva tem sido

conceituada como central para a produção de conhecimentos novos projetos. um grupo de

autores diferentes, mas que passa a ser articulada com mais evidência por autores de auto

identificados como 'crítica' na orientação. A intenção deste trabalho é proporcionar uma

intervenção teórica crítica, em outras palavras, para abordar o pensamento existente

sobre a prática, em vez de dar um contributo imediato a prática de gestão do projeto. Em

(Blomquist et al., 2010) os autores afirmam que há uma necessidade de ir além dos

modelos de gestão de projetos, avaliação do programa A Project Management Body of

Knowledge (PMBOK® Guide), planos de projeto, a estrutura de divisão de trabalho (WBS),

e técnica de revisão (PERT), e os horários de Gantt (Maylor, 2001) quando se tenta

entender projetos. Projetos estão no nível mais básico de uma organização de sistema

aberto com muitas dependências contextuais, bem como a variação individual. Esta ainda

é a investigação sobre os projetos. Mas esta é a investigação sobre o que as pessoas fazem

em projetos (prática) e não sobre a confirmação de modelos de melhores práticas para

gerenciamento de projetos. Os autores defendem uma perspectiva prática, que começa

com ações individuais e pergunta quais são os modelos e conceitos básicos resultantes

Page 18: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

18

dessas ações. O objetivo é delinear elementos para projeto de pesquisa como prática e

discutir as principais questões que precisam ser abordados na presente abordagem. Os

autores não estão descartando o conhecimento atual sobre os projetos. Em vez disso, eles

estão sugerindo uma abordagem complementar. Em (Eskerod, 2010) o pensamento

reflexivo, ou seja, pessoas envolvidas em uma determinada atividade refletindo sobre o

que eles fizeram, é reconhecido como uma forma eficiente de facilitar o desenvolvimento

de liderança (Parkes, 1998). No entanto, a investigação tem demonstrado que “a reflexão

não é natural nem fácil para a maioria dos gerentes” e “tentativas explícitas para

incentivar a adopção de aprendizagem e de práticas reflexivas, quer através de explicações

lógicas ou sessões de desenvolvimento têm falhado” (Smith, 2001). A aprendizagem pela

ação (action learning)pode ser uma maneira promissora de facilitar o desenvolvimento de

liderança, uma vez que envolve o pensamento reflexivo (Smith, 2001). Com base no estudo

de caso, o artigo discute as condições necessárias para melhorar o desenvolvimento das

competências entre os gerentes de projeto através de uma ação de aprendizagem. De

acordo com Lehmann (2010), associar gerenciamento da mudança (CM – Change

Management) com gerenciamento de projetos (PM) tornou-se, recentemente, um novo

desafio para as organizações: elas querem que mudanças sejam mais bem sucedidas e

veem em gerenciamento de projetos uma forma de ganho de desempenho. Usando

“mudanças como projetos", ele traz à tona a ideia de que (todas) mudanças dependendo

de seus objetos podem ser tratadas como projetos. Em seu estudo Lehmann resume as

duas abordagens – as escolas tradicionais e renovação – na gestão de projetos. Tal como

no gerenciamento de mudanças, essas duas abordagens representam dois polos de um

continuum e não são abordagens opostas. Uma nova abordagem para o estudo das

mudanças de gestão de projetos baseada em três elementos: a abordagem mineral,

orgânica e a abordagem mista é apresentada. Leybourne (2010) observa um sector onde

as técnicas de projeto são usados extensivamente: a construção de alto valor

"superyachts". A questão das mudanças é uma dificuldade específica, os contratos maiores

podem levar de 6 a 7 anos desde a concepção até o lançamento, em uma indústria em

algumas áreas da tecnologia está mudando rapidamente. Este artigo propõe a utilização de

uma variedade de dados, incluindo entrevistas individuais com os gerentes de projeto e

executivos da indústria de superyachts do Reino Unido, juntamente com os dados do

projeto e dos dados secundários a partir de dentro e fora do setor, a considerar alguns dos

desafios inerentes à gestão de projetos destes projetos complexos. Dentro desta pesquisa,

no entanto, o foco está no desvio daquilo que é inicialmente acordado, mas muitas vezes a

natureza improvisada de qualquer solução é devido à necessidade de cumprir as metas de

entrega que são de algum tempo longe, indicando que a bricolagem não é sempre a

exigência predominante. Isso gera pressão temporal dentro do projeto. Essa atividade

ocorre geralmente no final da construção, resultando em compressão dos prazos e

complexidade, que tem de ser resolvido. Isso nos leva à consideração do tempo nas

organizações. Há provas de uma confiança na experiência e capacidade para desenhar em

uma biblioteca pré-experimental de intervenções bem sucedidas anteriormente

improvisação, que podem ser adaptadas e ajustadas para atender a um requisito específico

para resolver um problema baseado em projeto. Indiscutivelmente, esta é uma mudança

do paradigma tradicional baseado em projeto de "planejar, depois executar", mas no

domínio cada vez mais complexo, estudado aqui, onde a aceitação do modelo de sistema

complexo adaptativo. Saynisch (2010) argumenta que mudanças fundamentais nas

ciências oferecem novas perspectivas para a gestão da complexidade. Maior complexidade

Page 19: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

19

na sociedade, economia e tecnologia exige uma nova organização e adequados e de gestão.

Um fenômeno é a variação de crescimento rápido da complexidade, as novas tecnologias

(inovação) em produtos industriais e sociais (os resultados dos projetos) - por exemplo, os

microssistemas, os sistemas de bioenergia, nanotecnologia e suas conexões com

dimensões da escala “humana” (Kroy, 2004) bem como a biológica ou sistemas vivos com

mega características complexas, especialmente os sistemas sociais humanos, e espaços

virtuais. Outro fenômeno mencionado por Saynisch é a "dinâmica de instabilidade", como

afirmado por Ervin Laszlo: o desenvolvimento do nosso mundo e da sociedade com os

seus mercados, tecnologias, pessoas e organizações, não é previsível (ou seja, estável e

linear). Na vida real é instável e não-linear. Os fenómenos exigem uma nova abordagem de

gestão. Os métodos tradicionais e do pensamento mecanicista perdem sua eficiência. Os

resultados do programa de longo alcance de pesquisa (iniciada em 1990) para além das

fronteiras tradicionais da Gestão de Projetos são apresentados. O conceito de "projeto de

gestão de segunda ordem", como principal resultado do programa de investigação, é

discutido. Em (Skulmoski & Hartman, 2010) as competências soft por fase de projeto que

são requeridas pelos gerentes de projetos de sistemas de informação (SI) para o sucesso

do projeto são investigadas. Os autores realizaram 33 entrevistas qualitativas para coletar

dados de uma amostra de 22 é gerentes de projeto e líderes de negócios localizado em

Calgary, Alberta, Canadá. Os autores identificaram as principais habilidades para cada uma

das fases do projeto de SI (iniciação, planejamento, implementação e close-out). As

competências foram classificadas em categorias de competências: os atributos pessoais

(por exemplo, olho para detalhes), comunicação (por exemplo, eficaz interrogatório), a

liderança (por exemplo, criar um ambiente de projeto efetivo), as negociações (por

exemplo, a construção de consenso), o profissionalismo (por exemplo, ao longo da vida

aprendizado), habilidades sociais (por exemplo, o carisma), e competências de gestão de

projetos (por exemplo, gerenciar as expectativas). Cada uma das competências mais

importante é discutida e as interconexões entre as competências identificadas.

Com base nos resultados obtidos a partir do estudo sobre evolução do pensamento em

gerenciamento de projetos, uma linha do tempo com os principais marcos identificados é

apresentada na Figura 1.

Figura 1. Timeline do pensamento em gerenciamento de projetos.

1898 Adamiecki´s harmonograms

1911 Principles of Scientific Management (Taylor)

1919 Gantt´s charts

1954 Drucker´s management by objectives

1957 CPM

1957 PERT

1950 Systems thinking

1959 PDM initiated

1960s EVM

1965 IPMA (INTERNET) created

1969 PMI created

1979 Kerzner´s book first edition

1983 First issue of International Journal of Project Management

1984 First PMP certifications were awarded

Page 20: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

20

1987 PMI “The Project Management Body of Knowledge” published

1993 IRNOP created

1994 IRNOP Conference on PM and Temporary Organization

1995 New directions for project management research (Scandinavian Journal of

Management)

1996 PMBOK (first edition) published

2002 Frontiers of Project Management Research (PMI)

2003 Making Projects Critical Workshops (Critical Projects Movement)

2006 RPM Network Final Report (UK EPSRC)

2009 Project Management Behind the Façade (ephemera special issue)

A Tabela 1 resume as principais características de cada período estudado.

Tabela 1. Características de cada período estudado.

Período Principais Características Antes de 1960 CPM, PERT, projects as networked sets of tasks. 1960-1969 Systems analysis, systems engineering, systems

approach to project management, professional associations.

1970-1979 Project management as a process, techniques, tools, organizational structures.

1980-1989 Strategic PM, standards, wider PM context, human relations becomes a strong issue, PM tools implemented for the PC.

1990-1999 Hard and soft PM, systemic approach, systems thinking, temporary organization, “brackets”, formalization of PM, projects are different, different theories for different projects, project equivocality, multiproject contexts, foundations for the critical movement.

2000-2009 Critical management perspective, management of projects, reflective approach.

2010 Beyond PM models, project-as-practice research, reflective thinking, action learning, changes as projects, management of complexity.

O estudo da evolução do pensamento PM foi um esforço intelectual e reflexivo, que deu

origem a muitas perguntas. Quais são as atuais correntes ou escolas de gestão de projetos?

O que está à frente em termos de investigação e questões práticas? Qual o papel da

tecnologia no processo de projeto? O que faz uma disciplina de projeto? Como projeto de

educação e formação deve proceder? Caso projeto metodologias de pesquisa de gestão

sejam distintas metodologias de pesquisa de gestão? Cada uma dessas questões - talvez já

abordadas por alguns pesquisadores – merecem um estudo completo per si. Na sequência,

algumas considerações preliminares sobre elas são feitas.

Muitos pesquisadores seguem a ideia básica de que as duas abordagens (soft e hard) para

gerenciamento de projetos são complementares. Para Lehmann (2010) "essas duas

abordagens representam dois polos de um continuum e não são abordagens opostas".

Page 21: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

21

É precisamente sobre a promessa ambiciosa de entregar ambos "controlabilidade e

aventura" (Sahlin-Andersson & Soderholm, 2002) que a atração de "projectification"

organizacional é encontrada. A abordagem quântica à gestão de projetos vai nessa direção:

você pode ter previsibilidade de cronograma ou riscos controlados, mas não ambos, em,

por exemplo, projetos inovadores.

Os processos de produção foram fortemente influenciados por mudanças tecnológicas. O

processo do projeto deve ser transformado pela mudança de tecnologia nas próximas

décadas. Novas tecnologias da informação, as tecnologias nano, experiências sociais, redes

de sensores, a ciência neural, novos processos de aprendizagem, entre outros podem

influenciar fortemente o processo de projeto. Nos sistemas de informação em particular,

visto como o principal integrador e sintetizador dessas tecnologias podem desempenhar

um papel importante. Estudos sobre o impacto da mudança tecnológica sobre o processo

de projeto (bem como sobre a organização) são, então, necessário, pois ele pode

remodelar completamente o ambiente de projeto (Löwstedt, 1985).

Embora artigos foram a fonte básica de informação neste estudo, vários livros apontam

para novas direções para a compreensão dos projetos e sua gestão. Vale a pena citar

alguns deles aqui:

The social psychology of organizing, by Karl Weick (1979).

The reflective practitioner: how professionals think in action, by Donald Schön

(1983).

Sensemaking in organizations, by Karl Weick, (1995).

Of grammatology, by Jacques Derrida (1998).

Projects as arenas for renewal and learning processes, by Rolf A. Lundin and Midler,

editors (1998).

Making sense of the organization, by Karl Weick (2000).

Projects as business constituents and guiding motives, by Rolf A. Lundin and Francis

Hartman, editors (2000).

Making social science matter: why social inquiry fails and how it can succeed again,

by Bent Flyvbjerg (2001).

Making projects critical, by Damian Hodgson and Svetlana Cicmil (2006).

A grammar of organizing, by Maria Bengtsson (2007).

Making sense of project realities: theory, practice and the pursuit of performance, by

Charles Smith (2007).

Images of projects, by Mark Winter and Tony Szczepanek (2009).

Existe uma "nova vertente na forma de pensar" sobre projetos ou gerenciamento de

projetos? Embora esta seja uma questão de desafio, pode-se ver a partir deste estudo que

há uma série de investigações na direção da abordagem suave. Em particular, após a Rede

RPM (Winter et al., 2006) e o número especial da revista ephemera sobre PM (Cicmil et al.,

Page 22: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

22

2009) novas ideias e direções começaram a ser discutidas. As publicações em 2010, em

ambas as publicações sobre gerenciamento de projetos, sinalizam uma tendência na

direção de novas formas de pensar sobre os projetos e sua gestão. Este novo pensamento

considera a abordagem hard combinada com novas dimensões, como as interações sociais,

a análise da realidade do projeto, sensemaking, etc

Projeto é o elemento central de estudo e investigação. Gestão é um aspecto de um projeto.

Projeto como uma organização é um conceito prático, pois ele pode nos permite usar todas

as linhas de pesquisa em administração no estudo de projetos. A seguir, são áreas de

investigação possível (ou disciplinas) para estudos de projeto: a teoria do projeto, a

estrutura do projeto e design, análise de projetos, análise de macro do projeto, análise de

projetos de micro, gerenciamento de projetos, etc. Gerenciamento de projetos é, então,

uma disciplina em particular (ou fase), no estudo e na prática de projetos. Projeto de

educação deve seguir uma estrutura semelhante de disciplinas.

Em relação à generalidade dos métodos e técnicas de projeto, sugere-se a introdução dos

quantificadores universal e existencial. Estes quantificadores (lógico "para todos" e

"existe") deve ser usado para tornar claro como a teoria geral ou um determinado projeto

ou modelo. Juntamente com as imagens dos projetos (Winter & Szczepanek, 2009) e uma

abordagem quântica projetos uma nova forma de pensar em projetos emerge.

A investigação sobre tempo (não cronograma ou timing) e reflexividade em estudos

organizacionais pode contribuir para fomentar a nossa compreensão sobre projetos e sua

gestão.

Pesquisando a realidade dos projetos (Dawson, 1997; Cicmil et al, 2006) apontam para

uma disciplina mais geral do análise de projeto do que o método baseado em análise de

sistemas. O controle concertivo por equipes de auto-gestão (Barker, 1993) representa um

tema com potencial para futuras pesquisas.

Fatores de sucesso do projeto tem sido um tema de estudo frequentemente encontrado

nas duas principais revistas de gestão de projetos. A disciplina sugerida de análise de

projetos pode ser uma forma de estruturar o estudo do sucesso do projeto. Isso também

pode ser combinado com a abordagem de pesquisa de realidade de projetos (project

actuality).

O conceito de ciclo de vida do projeto deverá ser ampliado, integrando-se com o

desenvolvimento do produto e o ciclo de vida da organização. Isso certamente ajudará a

compreender melhor os ambientes do projeto e as novas abordagens. Em particular, o pré-

desenvolvimento (front-end) e o desenvolvimento de novos produtos merecem

tratamento especial neste ciclo de vida ampliado.

Software e Projetos de Software Esta seção explora a definição de projeto de software e gestão de projetos de software

(SPM). O principal objetivo é a compreensão profunda da natureza de um projeto de

software. Ao fazer isso, espera-se uma melhor compreensão da gestão de tais projetos.

Page 23: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

23

Apresenta-se aqui os dados coletados a partir da revisão de literatura realizada sobre

gerenciamento de projetos de software. Cada parágrafo desta seção é uma extração da

fonte real. Algumas mudanças foram feitas pelo autor para melhorar a legibilidade. Por

questões de espaço, somente um subconjunto dos trabalhos pesquisados é mostrado.

Simpson (1987) usa a "gestão do programa" para se referir à gestão de programas de

software ou computador. De acordo com Simpson "a gama de postos de trabalho

abrangidos pelo projeto de software expressão parece, à primeira vista, ser tão diverso

que não há procedimentos simples podem ser formuladas para cobrir todo o campo. Até

certo ponto isso é verdade. Existem, certamente, os projetos de software chamado de

código que envolvem tão pouco e tão pouca interação com o mundo exterior, que a gestão

formal é necessária ". Um projeto de software é composto por um conjunto de tarefas que

estão relacionados uns aos outros e todos devem ser preenchidos para o total do projeto

para ser concluída conforme o planejado. Simpson apresenta um diagrama de primeira

passagem simples para um plano de projeto composto por tarefas como a definição,

concepção, desenvolvimento, etc codificação, teste, quando falamos de projetos de

software em geral, não é tão óbvio como uma grande tarefa, estamos nos referindo ou que

metodologias devem ser empregadas para completar a tarefa. Neste contexto, a

classificação do tamanho do projeto de software e metodologias é desejável. Simpson

oferece oito níveis de classificação de tamanho com base no número de linhas de código

(LOC).

Whitten (1995) apresenta “disciplina” como "a cola que mantém tudo junto". A disciplina é

uma dimensão particular do desenvolvimento de software. Whitten apresenta uma

maneira para implementação da disciplina em um projeto: (1) definir metas realistas; (2)

obter compromissos; (3) acompanhar o progresso em relação ao planejado (4); cobrar o

compromisso.

Turner (2004) chama a atenção para projetos web. Muitas definições de e-projetos são

apresentados: "um e-projeto é um projeto que envolve a criação ou alteração de código

fonte que está implantado na Internet", "a transformação dos processos de negócios

através da utilização de tecnologias da Internet". As principais características dos projetos

web são apresentadas. características inerentes: prazos mais curtos, o alcance global com

as exigências de diversos usuários, gerenciados fora da organização de TI, equipes

multidisciplinares com alto foco em criatividade e usabilidade, ampla gama de

necessidades dos usuários (requisitos). Características temporais: diversas tecnologias,

aplicações menos provadas, de evolução rápida, indústria imatura, com a escassez de

competências; metodologias indefinidas integrando todos os elementos de projetos web;

rápida mudança na indústria, maior risco percebido. Turner também apresenta as

diferenças entre projetos Web e é projetos de SI. Projetos Web são mais do que apenas

projetos de SI/TI. Esta é a sua principal característica, mas como a maioria dos projetos SI,

os projetos de entrega da web não são só sobre tecnologia da informação, são projetos de

mudança; projetos de inovação; projetos de reengenharia do processo empresarial,

projetos editoriais, projetos de marketing.

Segundo McConnell software não é soft. A noção de que o software é fácil de mudar se

tornou uma das ideias mais perniciosas no desenvolvimento de software (McConnell,

2004).

Page 24: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

24

Stepanek (2005) questiona a peculiaridade do software: o software é complexo, software é

abstrato, a tecnologia muda rapidamente, a tecnologia é um vasto domínio, os requisitos

são incompletos; melhores práticas não estão maduras; experiência em tecnologia é

incompleta; trabalho repetitivo é automatizado; desenvolvimento de software é pesquisa;

construção é realmente design, a mudança é considerada fácil, a mudança é inevitável.

Armour (2001) apresenta uma metáfora interessante, onde o cenário Zeppelin representa

projetos do passado, 20 ou mais anos atrás, e o cenário avião a jato representa os projetos

de hoje. Ao olhar para as características de cada um, algumas semelhanças são

apresentadas. Zeppelin: alvo em movimento lento, grandes e bem definidos (em

comparação com a velocidade do projétil), a abordagem determinística e previsível, a

resposta previsível do alvo dentro do alcance da operação de regime de metas, o sucesso

definido pelo conhecimento prévio e precisão. Avião a jato: alvo móvel rápido, pequeno,

pode estar utilizando medidas de segurança, resposta imprevisível, velocidade do alvo

próxima da velocidade do projétil, o sucesso determinado pela flexibilidade da resposta.

Os atuais projetos avião-a-jato são muito diferentes. O alvo aparece e desaparece através

de uma janela de oportunidade cada vez mais estreita. Temos de lançar o projeto, às vezes

sem a certeza de um sucesso. Lançamos, não com uma estimativa exata, mas com a melhor

probabilidade de atingir o alvo, e temos que aceitar probabilidades de menos de 100%. O

projeto pode fugir de nós tão rapidamente quanto podemos rastreá-lo. Ele certamente vai

mudar de direção e os progressos podem ser cíclicos. O próprio ato atirar (tentativa de

construir o sistema) fará com que o alvo escape (requisitos para a mudança). Esta é uma

situação intrinsecamente não-determinística, que não pode ser efetivamente controlada

inteiramente do “chão”. Os projetos devem ser não somente muito mais rápidos do que

costumavam ser, elas também devem ser muito mais flexíveis (Armour, 2001).

Um relatório de um grupo de trabalho da Royal Academy of Engineering e da British

Computer Society (BCS) traz aspectos importantes dos projetos de TI (BCS, 2004). De

acordo com a conclusão do relatório "a importância do gerenciamento de projetos não é

bem compreendida e, geralmente, subestimada, e gerentes seniores são muitas vezes mal

qualificados para lidar com questões relativas a projetos complexos de TI. Este estudo

preocupa-se projetos de TI de grande escala com um componente de software significativo

e complexo. O termo "sistema IT" ou "projeto de TI ' é usada em todo o relatório para se

referir a estes sistemas complexos baseados em software e projetos. Características dos

projetos de TI no relatório: falta de restrições ("o software fornece alcance ilimitado "para

a funcionalidade, sem o inconveniente de restrições existentes nas leis da física, não há

nada que você não possa fazer com software”; visualização (“se eu fosse um diretor

formado em direito ou contabilidade eu não iria pedir a um engenheiro para construir um

lance de 1.000 metros de concreto suspenso por um lado, porque sei que não pode ser

feito, eu tenho uma perspectiva física sobre ele. Com o software, nunca é assim, não temos

qualquer base para sentir se algo é mesmo viável”); flexibilidade (“as pessoas acreditam

que software é flexível e, portanto, que eles podem flexibilizá-lo além dos limites

razoáveis”); complexidade (“em um grande projeto de software é uma sorte se uma pessoa

em 50 tem qualquer coisa parecida com uma compreensão global da estrutura conceitual

do projeto, e divinamente abençoado, se essa pessoa tem a capacidade explicá-la em

termos leigos”); incerteza (“o resultado de qualquer projeto de software é

necessariamente incerto... Não existe problema em ´produzir´ um software – o problema é

Page 25: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

25

saber o que produzir”); software e falha (“em cada pedaço de software do mundo real, há

embutido um número ilimitado de suposições. A maioria das premissas não são decisões

que você tomou, mas coisas sobre as quais você não tinha pensado.”); apoio à mudança

(“projetos de software são raramente, ou nunca, unicamente para a entrega do software

em si”). Quanto à gestão de projetos de engenharia de software o relatório afirma que "os

processos de gestão que tradicionalmente são aplicadas a projetos de software foram

derivadas, em grande parte dos processos que eram vistos como ser bem sucedido em

outras áreas da engenharia. Não é óbvio que esta abordagem histórica para o

desenvolvimento do software foi totalmente bem sucedida, apesar das muitas tentativas

por pessoas talentosas para acomodar as suas deficiências”.

Vários outros estudos abordam aspectos da natureza do projeto de software: Tulip (1986),

(Keil, 1995) , (Mahaney et al., 2003), (de Amescua et al., 2004), (McManus, 2004), (Verner

& Cerpa, 2005), (Fichman, 2005), (Shenhar et al., 2005), (Agarwal, 2006), (Summer et al.,

2006), (Procaccino et al., 2006), (Nelson, 2007), (He et al., 2007), (Petter, 2008), (McBride,

2008), (Al-Ahmad et al., 2009), (Tynjälä, 2009), (Rivard, 2009), e (Sauer & Reich, 2009).

A Natureza dos Projetos de Software A partir dos dados coletados na revisão da literatura, as seguintes características resumem

a caracterização de um projeto de software.

• Prazos mais curtos, alcance global com requisitos de usuários diversificados,

equipes multidisciplinares, com foco na criatividade e usabilidade, ampla gama de

requisitos dos usuários; diversas tecnologias, aplicações pouco provadas, de

evolução rápida, indústria imatura e com escassez de competências; rápida

mudança na indústria; risco maiores percebidos. Projetos Web não são somente

sobre tecnologia da informação, eles são: projetos de mudança, projetos de

inovação; projetos de reengenharia de processos empresariais; projetos editoriais,

projetos de marketing.

• Software é complexo, software é abstrato, a tecnologia muda rapidamente, a

tecnologia é um domínio vasto; os requisitos são incompletos; melhores práticas

não estão maduras; experiência com tecnologia é incompleta; trabalho repetitivo é

automatizado, desenvolvimento de software é pesquisa; construção é realmente

design; a mudança é considerada fácil; a mudança é inevitável.

• Os projetos de software são rápidos, com alvo pequeno, pode estar utilizando

medidas de segurança, resposta imprevisível, alvo com velocidade próxima a

velocidade do projétil, o sucesso determinado pela flexibilidade da resposta.

Gestão dos stakeholders, engenharia, qualidade e gestão são aspectos importantes.

• Características dos projetos de TI: falta de restrições; visualização; flexibilidade,

complexidade; incerteza, software e fracasso; apoio à mudança.

• A incerteza é um fato da vida para a maioria dos grandes investimentos de capital

em TI.

• A orientação psicológica dos profissionais de TI influencia seus estilos de liderança

do projeto, porque a liderança eficaz inclui “soft skills”, como a capacidade de

gerenciar pessoas e comunicação eficaz.

• Como projetos de desenvolvimento adaptam-se a mudanças circunstanciais, a

gestão desses projetos também deve se adaptar.

Page 26: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

26

• Foco em valor; profunda identificação pessoal com as metas do projeto,

investimento em confiança; responsabilidade coletiva descentralizada; vontade de

se adaptar continuamente, desenvolvimento de pessoas, orientação a

aprendizagem, criatividade e inovação; visão proativa. Tensões principais: entre

controlar a mudança e abraçar a mudança, entre o controle de decisões e o

empowering da equipe; e entre conseguir resultados a curto prazo e construir uma

infraestrutura sólida para o futuro.

• “Valor” pode ser a promoção de estratégias de organização, melhoria no

desempenho dos principais processos, ou o aprimoramento do processo decisório.

Neste trabalho, como uma tentativa inicial de um novo framework para gestão de projetos

de software um conjunto de dimensões foi definido: Aprendizado, Complexidade,

Conhecimento, Incerteza, Inovação, Liderança, Marketing, Metodologias, Mudança,

Política, Simplicidade, Social, Stakeholder e Valor. Estas dimensões podem ser utilizadas

como áreas para uma melhor compreensão e gestão de projetos de software.

Um Framework para Projetos de Software Baseado no estudo da evolução do pensamento em gestão de projetos, na investigação da

natureza do projeto de software e sua gestão, em trabalhos anteriores e experiências

profissionais do autor, um framework para projetos de software é proposto. Tal

framework tem implicações para pesquisa e para a prática. A seguir passamos a descrever

os principais elementos do framework aqui denominado Software Project Framework –

SPF.

Fundamentos O elemento “fundamentos” define a base, através da definição de princípios e disciplinas,

sobre a qual o framework proposto está construído. Princípios constituem linhas gerais de

pensamento, paradigmas, valores que norteiam a aplicação do framework. Disciplinas são

corpos de conhecimento usados nos demais elementos do framework.

São os seguintes os princípios (iniciais) que norteiam o SPF:

Organizing.

Sensemaking.

Constructivism.

Reflective Learning.

Singularity. One size does not fit all.

Critical Thinking.

Integration.

Temporary.

As seguintes disciplinas, entre outras, são fontes de conhecimento para o SPMF:

Engenharia de Software

Administração (Management – Gestão)

Gestão de Projetos

Gestão da Inovação

Page 27: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

27

Pensamento Sistêmico.

Dinâmica de Sistemas.

Análise de Sistemas.

Engenharia de Sistemas.

Desenvolvimento de Novos Produtos.

Marketing.

Sociologia.

Comportamento Organizacional.

Aprendizagem Organizacional.

Gestão do Conhecimento.

Os princípios e disciplinas acima foram oriundas do levantamento sobre evolução do

pensamento em gestão de projetos e o estudo da natureza dos projetos de software.

Dimensões O elemento “dimensões” reflete uma visão de variabilidade e complexidade do projeto de

software (images). Ele incorpora também o conceito de foco ou aspecto: entendimento do

projeto sob um determinado aspecto (ou dimensão). São as seguintes as dimensões do

SPMF:

Aprendizado (Learning)

Complexidade

Conhecimento (Knowledge)

Incerteza

Inovação

Liderança

Marketing

Metodologias

Mudança

Política

Simplicidade

Social

Stakeholder

Valor

Uma forma mais prática de ver as dimensões é focar no aspecto de gestão das mesmas. Por

exemplo, gestão do aprendizado do projeto, gestão da complexidade do projeto, e assim

por diante.

Na sequencia descrevemos, brevemente, as seguintes dimensões: Complexidade,

Incerteza, Inovação e Valor. As demais dimensões ainda são objetos de pesquisa e

detalhamento.

Complexidade

Em (Gonzalez 2005) complexidade do software é definida como uma medida dos recursos

que devem ser gastos no desenvolvimento, teste, depuração, manutenção, treinamento de

usuários, operação, e correção de produtos de software (Shooman, 1983). A complexidade

é uma propriedade do ciclo de vida do software, mas por medir as propriedades do

Page 28: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

28

programa como um produto final do processo de desenvolvimento, pode-se aferir o nível

de complexidade em um sistema de software. Esta complexidade depende (1) a natureza

do problema em si, (2) o número de objetos criados na concepção da solução (módulos

funcionais e estruturas de dados), (3) as interfaces e relações entre os objetos (4), o

algorítmica e infraestrutura lógica dos programas (5), métodos e ferramentas utilizadas

no desenvolvimento de soluções, (6) linguagens de programação usadas para implementar

soluções (7), o nível de conhecimentos humanos envolvidos no processo de

desenvolvimento (8) o hardware do computador e ambiente de software (9), organização

do projeto, e (10) de gerenciamento de projetos. Quando pensamos sobre os problemas do

computador, vemos a solução de software não apenas em uma camada, mas em várias

camadas paralelas ou domínios. Esses domínios têm certa relação e interdependência,

porque os mesmos componentes do programa desempenham papéis distintos em

diferentes domínios. Esta ideia pode ser uma poderosa ferramenta em ligar o texto

estático de um programa com o processo dinâmico que invoca em execução (Mills, 1972).

Neste contexto, um programa pode ser concebido em três domínios fundamentais de

complexidade: sintático, funcional e computacional. Cada um tem três magnitudes:

comprimento, tempo e nível. Isso é semelhante a magnitudes padrões da física

fundamental como comprimento, tempo e massa. Assim, estamos diante de um problema

multidimensional de complexidade do software.

Williams (1999) discute o que constitui a complexidade do projeto. Ela pretende ser

inclusiva e não exclusiva. Destacadas estão complexidade estrutural, o número e

interdependência de elementos (na sequência de um artigo de Baccarini) e da incerteza

nos objetivos e meios (após um trabalho de Turner e Cochrane). O artigo considera se

estes aspectos podem ser operacionalizados. Ele dá algumas ideias sobre o porquê de a

complexidade do projeto estar aumentando, em particular a complexidade crescente dos

produtos que estão sendo desenvolvidos, e o movimento para prazos mais curtos.

Baccarini (1996) propõe uma definição de complexidade do projeto como “constituída por

muitas” peças variadas inter-relacionadas, que ele operacionaliza em termos de

diferenciação – o número de elementos variados e interdependência - o grau de inter-

relacionamento entre estes elementos (ou conectividade ). Essas medidas devem ser

aplicadas em relação a várias dimensões do projeto, e ele discute duas delas. (i) Em termos

de complexidade organizacional, 'diferenciação significaria o número de níveis

hierárquicos, o número de unidades formais organizacionais, divisão de tarefas, o número

de especializações, etc; "interdependência" seria o grau de interdependências

operacionais – dependências entre os elementos organizacionais. (ii) Em termos de

complexidade tecnológica, “diferenciação”' significaria o número e a diversidade de

entradas, saídas, funções ou especialidades; “interdependência” seriam as

interdependências entre as tarefas, equipes, tecnologias ou insumos.

Sensemaking é uma perspectiva bem estabelecido na gestão estratégica e estudos de

organização, mas até agora teve pouco impacto sobre a análise da teoria e da prática de

gerenciamento de projetos. Em (Alderman et al., 2005), os autores consideram os insights

da literature sobre sensemanking na análise de projetos de engenharia liderado por

serviços (complex long-term service-led engineering project), que combina o fornecimento

de bens de capital ou infraestrutura com uma prestação de serviço a longo prazo. Usando

um estudo de caso do trem de inclinação Pendolino, que ilustra como descontinuidades

Page 29: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

29

significativas deram origem à necessidade de sentido de decisões pelos participantes do

projeto diferente e as partes interessadas e como as narrativas diversificadas expressas

por diferentes grupos sociais em forma de gestão e progresso do projeto. Sensemaking está

menos preocupado com a identificação de formas específicas de organização para atender

a circunstâncias particulares ou tarefas e muito mais com o processo de organizar-se, isto

é, os meios pelos quais a organização está continuamente decretada e cumprida. Neste

artigo, ilustram esse processo de sentido no contexto de um grande projeto complexo que

envolve a concepção, montagem, entrega e manutenção de trens de alta velocidade para a

ferrovia West Coast Main Line do Reino Unido (WCML). Este projeto representa um tipo

cada vez mais comum de projetos complexos, onde o projeto ciclo de vida é estendido para

a fase de exploração da atividade. Os autores denominam tais projetos de service-led

projects, uma vez que é conduzido por as exigências dos clientes do serviço se manifesta

durante esta fase de operações. Essa complexidade adicional cria uma exigência de sentido

de decisões pelos participantes do projeto e sugerimos que os insights da literatura de

fazer sentido fornecem uma maneira de compreender algumas das atividades e decisões

que foram observados durante o projeto e a maneira pela qual as diferentes perspectivas e

os diferentes intervenientes e interessados no projeto foram interpretados e reconciliada.

Projetos de software podem ser vistos como service-led projects. E talvez uma abordagem

baseada em sensemaking possa ajudar a entender melhor esses projetos.

Descontinuidades significativas nos projetos complexos necessidade de criar um sentido

de decisão por atores diferentes e mundos sociais (usuários, clientes, empreiteiros,

fornecedores, engenharia e outras disciplinas técnicas). Por exemplo, descontinuidades

pode ocorrer na tradução dos requisitos do cliente em especificações de projeto, de

especificação em detalhamentos de projeto, de projetos em artefatos de trabalho e

sistemas, e a tradução desses artefato na operação do serviço. Neste contexto, o

gerenciamento de projetos pode ser entendida como o processo pelo qual as narrativas de

fazer sentido, são postos em comunicação com o outro a evoluir a solução mais satisfatória

para todos os interessados. A perspectiva de sensemaking, portanto, se coloca em oposição

a visões convencionais da função de gestão do projeto e como ela deve ser realizada.

Projetos de software são ricos em descontinuidades (Alderman et al., 2005).

A complexidade do software (complexidade do produto) influencia a complexidade do

projeto, mas ela própria é tratada por vários métodos de engenharia de software (como os

métodos formais) e linguagens de programação. Mas também a existência (ou não) de

métodos bem definidos e comprovados fazem parte da percepção da complexidade do

projeto.

Vale ressaltar, que a dimensão Complexidade pode incluir também a medida da

complexidade do software (produto) com base em algum artefato utilizado durante o ciclo

de vida do desenvolvimento.

Finalmente, diagramas UML talvez possam ser vistos em termos de imagens distintas para

um mesmo projeto (visões). Portanto, precisamos estender UML para incorporar imagens

de projetos. Um relacionamento entre imagens e a complexidade de projetos de software

pode ser estabelecida.

Page 30: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

30

Incerteza

Projetos de software podem ser caracterizados como projetos que envolvem alto nível de

incerteza. Como veremos adiante, tal nível de incerteza tem uma relação com o nível de

inovação desses projetos.

Souder e Moenaert (1992) afirmam que a inovação tecnológica na empresa pode ser

modelada como um processo de redução da incerteza. Necessidades do usuário, ambientes

tecnológicos, ambientes competitivos e recursos organizacionais são, segundo os autores,

as principais fontes de incertezas. Eles defendem a integração e colaboração entre as

funções de pesquisa e desenvolvimento (R&D) e marketing para redução das incertezas.

Neste contexto, um framework é apresentado que mostra o efeito determinante da

trasferência de informação interfuncional.

Nidumolu (1995) conduziu um estudo sobre os efeitos de mecanismos de coordenação e

riscos (como as incertezas de um projeto) no desempenho de projetos de

desenvolvimento de software. Um modelo de pesquisa foi desenvolvido usando a

perspectiva contingencial estrutural (da Teoria Organizacional) e a perspectiva baseada

em risco da Engenharia de Software. O modelo sugere que os riscos de desempenho

residuais, isto é, a dificuldade em estimar resultados relacionados com desempenho

durante os estágios finais de um projeto podem clarificar a relação entre incerteza,

mecanismos de coordenação e desempenho.

Tatikonda e Rosenthal (2000) usam o construto da incerteza da tarefa para estudar os

relacionamentos entre as características de projetos de desenvolvimento de produtos e os

seus resultados. Projetos de desenvolvimento de produtos são caracterizados em termos

das suas inovações tecnológicas e níveis de complexidade. Esta caracterização é baseada

na literatura sobre desenvolvimento de produtos e na teoria de processamento da

informação organizacional. Segundo os autores, as características de inovação tecnológica

e complexidade do projeto contribuem para a incerteza das tarefas do projeto que estão,

por sua vez, relacionadas com os resultados da execução do projeto.

Apesar de terem um relacionamento forte, riscos (Charette, 1990; Gusmão & Moura, 2004)

e incertezas oferecem perspectivas diferentes em termos de gerenciamento de projetos

(De Meyer et al., 2002; Ward & Chapman, 2003; Ramgopal, 2003). Ward e Chapman [39]

argumentam os atuais processos de gerenciamento de riscos induzem a um foco restrito

no gerenciamento das incertezas de um projeto. Isto tem causa no fato que o termo “risco”

encoraja uma perspectiva de ameaça e pelo fato de que este termo tem sido associado a

“eventos” não a fontes mais gerais de incertezas relevantes. Ward e Chapman discutem as

razões para esta visão e argumentam que o foco na “incerteza” no lugar do risco pode

melhorar o gerenciamento dos riscos e, principalmente, das oportunidades do projeto.

Uma visão geral de como modificar o processos de gerenciamento de riscos para facilitar a

perspectiva de gerenciamento de incertezas é apresentada.

Em (Bjørn et al., 2004), os autores argumentam que o lucro potencial de um projeto está

inversamente relacionado com o seu grau de incerteza. Uma caracterização do perfil de

projetos baseada em incertezas é feita. Uma análise de quatro grandes projetos mostra

que a escolha da estratégia de um projeto pode alterar fortemente o seu perfil de incerteza

e, consequentemente, seu potencial de lucro.

Page 31: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

31

Galbraith (1974) afirma que "quanto maior a incerteza da tarefa, maior a quantidade de

informação que tem queser processado entre os tomadores de decisão durante a execução

da tarefa para obter um determinado nível de desempenho". A incerteza reduz a

capacidade de planejar uma atividade. Galbraith considera que as variações nas

organizações são as variações nas estratégias para aumentar a capacidade pré-

planejamento e para diminuir o nível de desempenho exigido para a continuidade da sua

viabilidade". Nesse contexto, um ponto relevante é como uma melhor compreensão da

estrutura/design organizacional pode vir a reduzir as incertezas de um projeto. Um estudo

sobre esse relacionamento pode clarificar esse ponto.

Em (Pich et al., 2002) duas contribuições são feitas. Primeiro, com base na teoria da

decisão sequencial, conceituamos um projeto como uma função payoff do projeto que

depende de estados do mundo e uma rede de ações escolhidas. Usando este modelo

conceitual, os autores mostram que a ambiguidade e complexidade são os fatores que

explicam a coexistência de diferentes abordagens para a gestão do projeto.

Em (Ward at al., 2003) os autores argumentam que todo o gerenciamento de risco atual

projeto de processos de induzir um foco restrito sobre a gestão da incerteza do projeto.

Em parte isso éporque 'risco ' do termo estimula uma perspectiva de ameaça. Em parte

isso ocorre porque "risco" o termo passou a ser associado com "eventos" em vez de fontes

mais geral de incerteza significativa. O artigo discute as razões para essa visão, e sustenta

que o foco em 'incerteza' de risco e não pode melhorar a gestão de riscos do projeto,

fornecendo uma importante diferença em perspectiva, incluindo mas não limitado a, o

reforço de gestão de oportunidades. O artigo descreve como os processos de gestão de

riscos, podem ser modificadas para facilitar uma perspectiva de gestão da incerteza. Risco

é definido no PMBOK Guide 2000 como um evento ou condição incerta que, se ocorrer,

tem um efeito positivo ou negativo em um objetivo do projeto. Essa visão mais ampla

corrobora a necessidade da dimensão Incerteza.

Ramgopal (2003) fala sobre gestão da incerteza e considera o que poderia ser feito para

desenvolver uma abordagem de gestão da incerteza, que engloba todas as formas de

incerteza relacionados ao projeto. Os processos de gestão de risco são um ponto de partida

óbvio, mas estes precisam de modificações e ampliação se forem usados para facilitar o

tratamento global de incerteza do projeto:

• Revisar Terminologia

• Endereçar a Incerteza sobre Relacionamentos Fundamentais, Design e Logística

• Endereçar a Incerteza sobre Objetivos e Prioridades

• Expor e Investigar a Variabilidade

• Clarificar a Incerteza sobre a Base de Estimativas

• Endereçar a Incerteza Associada com a Natureza Condicional das Estimativas

Os resultados acima podem ser usados na definição de processos, métodos, técnicas e

ferramentas para dimensão Incerteza do SPF.

Em (Na et al., 2004) encontra-se uma menção às incertezas relacionadas com requisitos.

Em particular, a instabilidade dos requisitos de software em um projeto de software é

fator preponderante no desenvolvimento do projeto. Os autores afirmam que é

amplamente aceito que a gestão eficaz de incerteza dos requisitos pode substancialmente

Page 32: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

32

afetar o desempenho do projeto. Também foi demonstrado que o nível padronização das

saídas (ou seja, marcos) e comportamentais impactam o desempenho do projeto. Técnicas

para gerir a incerteza dos requisitos e a padronização tornaram-se procedimentos comuns

em engenharia de software (Ropponen, 1999).

Em (Atkinson et al., 2006), os autores afirmam que, ao considerar-se o escopo apropriado

para gestão de projetos e a correspondente gestão da incerteza, é útil caracterizar os

diversos tipos de projetos e contextos em termos do alcance da incerteza envolvida.

Abordagens convencionais de gerenciamento de projeto pode ser mais eficaz para alguns

tipos de projeto do que outros. Na prática, o conceito de ´projeto´ foi ampliado a partir de

um enfoque inicial na gestão de grandes projetos, unitários e isolados, com objetivos bem

definidos e acordados, e produtos finais, para um conceito que inclui múltiplos projetos e

programas que são multidisciplinares, e que não são “pré-definido”, mas '”permeável,

contestável e totalmente aberto a renegociação”. Estas duas extremidades de um espectro

são referidas muitas vezes como 'hard' e 'soft ', mas na realidade há uma série de

dimensões de dureza e suavidade dos projetos. Projetos e programas podem exibir,

simultaneamente, as duas características (hard e soft) sobre essas dimensões e essas

características podem mudar ao longo do ciclo de vida do projeto.

Crawford e Pollack (2004) identificam sete dimensões de “dureza” e “suavidade” de

projetos com base em: pesquisas anteriores, o uso dos termos “hard” e 'soft', na prática de

gerenciamento de projetos e na literatura, e nas diferenças de base filosófica da dicotomia

hard/soft. Estas sete dimensões de dureza e maciez são ilustrados na Figura 2 (Crawford &

Pollack, 2004).

Figura 2. Dimensões de “dureza” e “suavidade” de projetos. Fonte: (Crawford & Pollack,

2004).

Page 33: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

33

O objetivo de (Perminova et al., 2008) é discutir o fenômeno da incerteza em projetos e

tentar integrá-lo como parte do gerenciamento de projetos. Apesar do fato de que o

projeto da disciplina de gestão de risco tem ganhado muita atenção nos últimos dez anos

da academia e profissionais, ainda há um considerável potencial de desenvolvimento neste

campo. As recentes tendências em gerenciamento de projetos evidenciam a necessidade

de retomar a questão da incerteza. Embora se possa encontrar a noção de incerteza no

risco do projeto e da literatura tradicional incerteza de gestão com bastante frequência,

não há entendimento comum entre os estudiosos, como o que este termo significa. Com

base na análise das pesquisas existentes, apresentamos nossa própria definição de

incerteza como um elemento crucial na gestão de projetos. Argumenta-se que os

elementos-chave na gestão de incerteza são reflexivos de aprendizagem e sensemaking

como catalisadores de flexibilidade e rapidez na tomada de decisão quanto à escolha de

alternativas de ação em resposta à situação. Esta abordagem é sugerida a fim de facilitar e

maximizar o resultado de práticas de gestão de riscos. A incerteza não é um termo

autoexplicativo, e consideramos que é importante para distingui-lo do termo "risco". De

acordo com a descrição dos riscos apresentados acima, pode-se fazer uma conclusão de

que o risco é a incerteza. No entanto, esses dois fenômenos não são sinônimos, pois eles

são mais bem descritos como causas e consequências. Fazendo uma distinção entre

incerteza e risco é necessário para ser capaz de explicar a influência destes sobre o

desempenho do projeto. Do ponto de vista gerencial, definindo a incerteza é um elemento

importante da gestão orientada para o desempenho do projeto de risco. Um importante

insight no entendimento da incerteza é fornecido por Karl Weick, cuja pesquisa mostrou

exemplos de organizações “proativas em relação a seus ambientes ao invés de reativas a

eles" Karl Weick (1977, apub Perminova et al., 2008). Além disso, ele argumenta que

compreensão (understanding) e a sensemaking afetam as decisões estratégicas e,

consequentemente, o desempenho da empresa.

A presença de incertezas em projeto de software não é um fato novo. Lehman (1990) já

mencionava a incerteza existente nas aplicações computacionais.

Finalmente, falar de incertezas nos conduz aos princípios da Física Quântica e sua

aplicação à gestão de projetos. Brenner (2008) apresenta algumas idéias: na Física

Quântica alguns fenômenos são inerentemente desconhecidos. Por exemplo, o quanto

mais sabemos sobre a posição de um corpo em movimento, menos sabemos sobre sua

velocidade; e vice-versa. A Física Clássica não tem esta restrição. Pode-se fazer uma

analogia com gerenciamento: se queremos saber o custo e o prazo precisamente, devemos

reduzir a inovação, porque a inovação cria riscos. Se aceitarmos riscos, devemos esperar

uma menor previsibilidade de custo e prazo. O gerenciamento quântico reconhece que não

se pode ter precisão em um contexto de risco. Temos que escolher: inovação ou

previsibilidade; mas não ambos (Brenner, 2008).

Inovação

Em geral, o termo inovação significa uma nova maneira de fazer alguma coisa. Pode se

referir a mudanças incrementais, radicais ou revolucionárias na forma de pensar,

desenvolver produtos, definir e melhorar processos e estruturar organizações. Inovação é

um tema de estudo importante na economia, administração, tecnologia, sociologia e

engenharia. Desenvolvimento de produtos e projetos são áreas onde o tema é cada dia

mais relevante em termos de busca de uma maior competitividade de organizações e da

Page 34: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

34

sociedade de forma mais geral. Schumpeter define inovação (econômica) como a

introdução de um novo método de produção ou na forma de manusear comercialmente

uma commodity (Schumpeter, 1934).

Van de Ven (1986) identifica os problemas principais no gerenciamento da inovação. Em

(Shenhar & Dvird, 1996) os autores argumentam que a distinção encontrada na literatura

sobre inovação entre inovação incremental e radical não é encontrada no gerenciamento

de projetos. Publicações na área de gerenciamento de projetos tendem a assumir que

projetos são fundamentalmente similares. Segundo os autores, no entanto, projetos

exibem variações consideráveis. Como um passo na direção do desenvolvimento de uma

teoria para gerenciamento de projetos, os autores apresentam uma tipologia

bidimensional para definir o espectro dos diversos projetos e seus diversos estilos de

gerenciamento.

Gann e Salter (2000) mostram a necessidade de um melhor entendimento conceitual e

novas práticas de gerenciamento para ligar processos de projeto e de negócio.

Keegan e Turner indagam se empresas baseadas em projetos proveem um contexto de

apoio à inovação ou se de fato tais empresas veem a inovação como útil. Baseados em uma

pesquisa envolvendo empresas de uma variedade de setores, incluindo sistemas de

informação, computadores, telecomunicação, financeiro, engenharia, aquisição e

construção, o artigo revela que os mesmos sistemas de controle de projetos em torno dos

quais as empresas operam servem para sufocar a inovação.

Em (Bresnen et al., 2003), os autores descobriram que processos de captura, transferência

e aprendizado do conhecimento em ambientes centrados em projetos baseiam-se muito

fortemente em padrões sociais, práticas e processos de maneira a enfatizar o valor e a

importância da adoção de uma abordagem baseada em comunidades (comunidades de

prática) para o gerenciamento do conhecimento. Thieme et al. (2003) desenvolveram um

modelo conceitual para desenvolvimento de novos produtos (NPD – New Product

Development), baseado em artigos seminais, para responder à seguinte questão: que

características do gerenciamento de projetos fomentam o desenvolvimento de novos

produtos que têm maior chance de sobreviver no mercado?

Argyris e Schon (1982) focam em modelos de aprendizagem de laço único (single loop) e

laço duplo (double loop) para o gerenciamento da atenção que pode melhorar o processo

de inovação.

Em (Glass et a., 1994) a natureza do trabalho de desenvolver um software é investigada. O

trabalho é predominantemente de software de escritório, intelectual ou criativo? Uma

série de opiniões sobre o assunto atualmente coexistir no campo, e eles não podem ser

válidos: O software é simples de construir, construção de software é automatizável,

construção de software é a atividade mais complexa já realizada pela humanidade, o

software não pode ser construída sem atos criativos. Este artigo relata a continuação de

um estudo prévio sobre a questão. Ele resume as conclusões do estudo anterior - que o

trabalho intelectual do software é de 80% e 20% de escrita - e explora a questão ainda do

grau em que o trabalho é criativo. Os resultados, embora interessantes, não são definitivos.

Eles sugerem, no entanto, que esta resposta é pelo menos possível: as tarefas de software

exige um certo grau de criatividade. A extensão do que a criatividade ainda não foi

Page 35: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

35

determinado Isto ajuda a compreender a natureza inovadora e criativa de

desenvolvimento de software.

Em (Quinn et al., 1997), com o objetivo de tirar vantagem da inovação baseada em

software, os autores argumentam que as empresas devem ter a capacidade de, pelo

menos, gerenciar o desenvolvimento de software para suas necessidades específicas. Isso

inclui o projeto da sua infraestruturas, com foco na inovação e não apenas na redução de

custos, reconhecendo e gerenciando o fato de que software restringe os modos de

interação humana, utilizando software como ferramenta de aprendizagem para gerar

inovação, e instituindo uma abordagem sistemática para o desenvolvimento software

apropriado.

Koc (2007) investiga a relação entre fatores organizacionais e capacidade de inovação em

empresas de desenvolvimento de software. Por meio desta investigação o trabalho tem

como objetivo determinar os fatores organizacionais que tenham impacto significativo na

capacidade de inovação das empresas. Para este efeito, uma pesquisa empírica, incluindo

91 pequenas e médias empresas de desenvolvimento de software foi realizada. O estudo

revela que as empresas de software inovadoras levam em conta três indicadores básicos

muito importantes para a capacidade de inovação. Geração de ideias e recursos humanos

impactaram a capacidade de inovação positivamente. No entanto, o terceiro indicador, a

integração interfuncional, impactou negativamente a capacidade de inovação.

Finalmente, Highsmith (2004) associa o gerenciamento ágil de projetos à criação de

produtos inovadores e, em (Burgelman et al., 2008), os autores abordam o importante

tema da gestão estratégica da tecnologia e a inovação.

Valor

Kerzner e Saladis (2009) afirmam que “por mais de 40 anos, a visão tradicional de

gerenciar-mento do projeto foi baseadaem uma crença de que se completou o projeto,

respeitando o bem - conhecido triplarestrição de tempo, custo e desempenho, o projeto foi

considerado bem-sucedido .Talvez nos olhos do gerente de projeto e possivelmente o

patrocinador, o projeto surgiupara ser um sucesso. Mas aos olhos do cliente ou mesmo o

pai ou empresapatrocinadora da alta administração, o projeto pode ser considerado um

fracasso. A mudança do clima econômico eo ambiente cada vez mais competitivo global,

está impulsionando os gerentes de projeto para tornar-se mais orientadas para empresas.

Projetos estão agora a ser visto de uma perspectiva estratégica, como parte de umnegócio

ou empresa com a finalidade de proporcionar valor para ambos, cliente final eda empresa-

mãe. Os gerentes de projeto devem compreender as operações de negócios muito mais

hoje do que no passado”.

Nas diretrizes para pesquisa em gerenciamento de projetos apresentadas em (Winter et

al., 2006) (Diretriz 3) o estudo indica uma mudança do foco principal (no desenvolvimento

de teorias para apoiar as práticas): da criação de produto para a criação de valor. Para

muitas organizações, a principal preocupação atualmente não é mais o principal ativo,

sistema ou infraestrutura, etc, mas sim o desafio crescente de alinhar e ligar a estratégia

organizacional aos projetos, maximizando a geração de receita, e gerenciando a entrega de

benefícios em relação a diferentes grupos de interessados (stakeholders). No entanto,

atualmente, a principal preocupação da corrente principal do pensamento sobre

Page 36: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

36

gerenciamento de projetos é essencialmente aquela da criação de produto: o

desenvolvimento ou o aperfeiçoamento de um produto físico, sistema ou infraestrutura,

etc, de acordo com a especificação, custo e prazo. Mesmo o conjunto de ideias conhecido

como “gerenciamento do valor” é historicamente e intelectualmente mais alinhado com a

perspectiva de criação de produto do que a perspectiva de criação de valor (Winter et al.,

2006).

Assim, uma das tendências para a pesquisa em gerenciamento de projetos para os

próximos anos é o estudo da ênfase na criação de valor pelos projetos (Skibniewski et al.,

2001; Skibniewski, 2004). Este tema envolve uma maior preocupação com o alinhamento

dos projetos aos objetivos estratégicos das organizações. No contexto dos projetos de

desenvolvimento de software, tal preocupação passa pela revisão das metodologias de

desenvolvimento de software que os suportam. A Engenharia de Software Baseada em

Valor (Value-Based Software Engineering, ou VBSE) (Biffl et al., 2006) é uma abordagem

que adiciona considerações de valor aos aspectos técnicos da engenharia de software,

estabelecendo um conjunto de elementos necessários à evolução das técnicas e práticas

atuais para que enfatizem a criação de valor. D´Anunciação (2009) faz uma análise do

Rational Unified Process, um framework de processos de software, quanto à ênfase em

criação de valor que ele possibilita, usando os elementos-chave da VBSE como diretriz

para a análise. A aderência do RUP aos elementos-chave é analisada, e uma extensão do

processo é proposta para suprir as lacunas encontradas.

Em (Thiry, 2001) esta perspectiva de sensemaking afirma que não há avaliação

"definitiva" de uma situação ou uma solução para um problema, mas sim um "válido"

(Thiry, 1997) ou "plausível" (Weick, 1995) de avaliação ou solução, que é aquele que "faz

sentido" para os agentes interessados, para quem "em risco".

Sensemaking tem sido descrita, tanto, como uma atividade individual ou como um

processo individual fundamentada na interação social , por causa da natureza social de VM

este trabalho concentrá-se na última perspectiva.

Devido à sua substância, sensemaking é muito influenciado por um conceito chamado de

ansiedade cartesiana (Bernstein, 1984). A expressão significa que, mantido por Descartes

e os seus discípulos, a maioria das pessoas acredita que tem que haver uma explicação

lógica para cada situação. Se isso não for possível porque eles estão em um contexto de

fluidos e mutáveis, constante negociação e subjetividade são a regra, se encontram em um

estado de ansiedade ou insegurança. “Tendo a escolha não é necessariamente um

sentimento agradável, que bem pode ser vivenciado como um fardo. "(Deetz, 1995, p. 71).

A ansiedade Cartesian desencadeia a necessidade de sensemaking e ancoragem aos

paradigmas existentes. Devido à sua substância, sensemaking é muito influenciado por um

conceito chamado de ansiedade cartesiana (Bernstein, 1984). A expressão significa que,

mantido por Descartes e os seus discípulos, a maioria das pessoas acredita que tem que

haver uma explicação lógica para cada situação. Se isso não for possível porque eles estão

em um contexto de fluidos e mutáveis, constante negociação e subjetividade são a regra, se

encontram em um estado de ansiedade ou insegurança. Tendo a escolha não é

necessariamente um sentimento agradável, que bem pode ser vivenciado como um fardo”

(Deetz, 1995, p. 71). A ansiedade cartesiana desencadeia a necessidade de sensemaking e a

ancoragem aos paradigmas existentes.

Page 37: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

37

Uma baixa concordância e certeza vai exigir uma perspectiva construtivista, com objetivos

mais subjetivos e um processo de negociação, mais associada a questões 'soft' de VM.

Uma vez que os praticantes valor tornam-se conscientes deste problema, uma série de

técnicas passarão a fazer parte da sua “caixa de ferramentas” para análise funcional:

análise SWOT, cadeias de valor, Mindmaps, metodologia de sistemas soft, análise de gap,

etc. Estas técnicas e outras são as “representações existentes”, que permitem ao praticante

efetivamente dar sentido às necessidades e expectativas dos stakeholers e construir tanto

uma representação compartilhada de uma situação existente e a representação negociada

da situação desejada.

Relacionamentos Espera-se que o estudo dos relacionamentos existentes entre os vários elementos do SPF

ajudem a compreender melhor o framework, sua integração e a aplicação prática do

mesmo.

Em (Thiry, 2002) gerenciamento de valor (VM – Value Management) e aprendizado são

estudados. O autor acredita que VM pode oferecer aos gestores de programas as

ferramentas e técnicas que estão faltando em gerenciamento de projetos para lidar com o

ciclo de aprendizagem do programa.

Relacionamentos entre Valor e Sucesso e Fracasso existem. Yu et al. (2005) propõem uma

abordagem conceitual centrada em valor para medir o sucesso do projeto. O artigo adota

uma definição de projeto baseada em produto e um correspondente modelo de ciclo de

vida do projeto.

Successo e Fracasso A compreensão do sucesso e fracasso de projetos de software certamente contribui para

projetos com maior índice de sucesso no futuro. Existe um enorme esforço da comunidade

de pesquisa em gestão de projetos no estudo dos fatores de sucesso e fracasso dos

projetos. O aprendizado em projetos (incluindo o conceito de lições aprendidas) pode ser

exercitado através da análise dos fatores de sucesso e insucesso de projetos. Dessa forma,

esse elemento do SPF reúne e sistematiza esse conhecimento com o objetivo de aplicá-lo.

Em particular, esse elemento contribui diretamente para a estruturação e design de um

novo projeto, incluindo a singularização das suas dimensões e dos processos, métodos,

técnicas e ferramentas associadas.

Whitty e Maylor (2009) propõe a seguinte questão de pesquisa na investigação de projetos

complexos (que os autores denominam “major projects”):

Qual tem sido as causas principais de fracasso em projetos complexos (major

projects?

Sucesso e Fracasso, como um dos elementos do framework proposto, parece ser relevante,

podendo funcionar também como um parâmetro para atualizações do próprio framework

– por exemplo, ajudando a identificar novas dimensões ou descartados já existentes.

Page 38: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

38

Tipologia e Categorização Reconhecendo a singularidade de projetos (one size does not fit all), define-se esse

importante element do SPF. A arquitetura associada a esse elemento deve permitir a

singularização, por exemplo, das dimensões da abordagem dado um projeto específico.

Vários trabalhos têm abordado a questão de categorização e adaptação de projetos.

Abaixo alguns trabalhos relevantes:

Shenhar, A.J., and D. Dvir, “Toward a Typological Theory of Project Management,”

Research Policy, 25 (1996), pp. 607–32.

Jaafari, Ali (2003). Project Management in the Age of Complexity and Change. PMJ

34(4).

Shenhar, A.J., and D. Dvir, “How Projects Differ, and What to Do About It,” in The

Wiley Guide to Managing Projects (P.W.G. Morris and J.K. Pinto eds.), Wiley & Sons

(2004), pp. 1265–86.

Shenhar, Aaron, Dov Dvir, Dragan Milosevic, Jerry Mulenburg, Peerasit Patanakul,

Richard Reilly, Michael Ryan, Andrew Sage, Brian Sauser, Sabin Srivannaboon, Joca

Stefanovic, Hans Thamhain (2005). Toward a NASA-Specific Project Management

Framework. Engineering Management Journal, 17(4), December 2005.

McLain, David (2009). Quantifying Project Characteristics Related to Uncertainty.

PMJ 40(4), pp. 60-73.

Barbosa, Igor de Mesquita (2009). Uma Proposta de um Modelo de Referência para

Categorização de Projetos. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de

Pernambuco, agosto, 2009.

Ebert, Cassiano (2009). Uma proposta para gerenciamento ágil de projetos de TI

baseada em sua complexidade. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de

Pernambuco, outubro, 2009.

Howell, D., Windahl, C., Seidel, R. (2010), A project contingency framework based

on uncertainty and its consequences. International Journal of Project Management

28 (2010), pp. 256–264.

Shenhar e Dvir (2004) sugerem um modelo que consiste de quatro dimensões: inovação

(novelty), complexidade, tecnologia e velocidade (pace), oNCTP ("Diamond” Model).

Processos, Métodos, Técnicas e Ferramentas O SPF é concretizado, do ponto de vista de aplicação prática, através de um conjunto de

processos, métodos, técnicas e ferramentas. Este conjunto habilitará membros da equipe

de projeto e demais stakeholders a aplicação prática do framework proposto.

A singularização de um dado projeto, através do elemento Tipologia e Categorização, deve

facilitar a escolha de processos, métodos, técnicas e ferramentas para tal projeto.

Não está no escopo desse artigo um maior detalhamento desse elemento, que é deixado

para estudos futuros.

Page 39: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

39

Conclusões e Perspectivas Como dito no início este esforço de pesquisa é parte de um programa de pesquisa cujo

objetivo é desenvolver um framework para a gestão de projetos de software, procurando

novas paradigmas que permitam entender e gerenciar tais projetos. Aprendizado,

Complexidade, Conhecimento, Incerteza, Inovação, Liderança, Marketing, Metodologias,

Mudança, Política, Simplicidade, Social, Stakeholder e Valor são as novas dimensões

extraídas deste estudo e com potencial para um melhor entendimento de projetos de

software e sua gestão.

Um desafio que se coloca para aplicação prática do SPF é o grande número de dimensões

(14; por exemplo, o PMBOK do PMI tem 9 áreas de conhecimento). O processo de

singularização de projetos poderá sem dúvida amenizar essa dificuldade.

Embora ambicioso, o SPF é também um framework para pesquisa. Os seus elementos,

incluindo suas dimensões, representam uma nova agenda para pesquisa em gestão de

projetos.

Algumas limitações do processo de SR devem ser indicadas. Palavras-chaves de pesquisa

adicionais poderiam ser utilizadas (“teoria”, “futuro” são, por exemplo, novas palavras-

chaves que foram pensadas após a SR). Uma validação mais independente do protocolo de

pesquisa poderia também ser realizada. No entanto, o último conjunto de estudos obtido

pareceu bastante consistente. De forma mais geral, há necessidade de validação do

framework aqui proposto. Esse assunto será endereçado em um trabalho futuro.

Segundo Bredillet (2010) “estamos nos movendo de um velho paradigma – positivista –

para um novo ou para um mais equilibrado que combine o positivismo, o construtivismo, e

subjetivismo, o que nos permite abordar complexidade, incerteza e ambiguidade, porque o

antigo não está mais funcionando”.

Finalmente, de forma mais ampla, espera-se que este trabalho de pesquisa dê sentido e

uma melhor compreensão da natureza dos projetos e sua gestão.

Agradecimentos A todos os meus alunos e orientandos com os quais aprendi e aprendo muito. A todos que

fazem o Centro de Informática da UFPE, pela manutenção desse excelente ambiente

acadêmico. A Capes, CNPq, Finep e Facepe pelo apoio em vários projetos desenvolvidos

durante nossa vida acadêmica.

Referências Aaron J. Shenhar and Dov Dvirb (1996). Toward a typological theory of project

management. Research Policy. Volume 25, Issue 4, June 1996, Pages 607-632. 1999.

Abraham, T., C. Beath, C. Bullen, K. Gallagher, T. Goles, K. Kaiser, and J. Simon. (2006). “IT

Workforce Trends: Implications for IS Programs,” Communications of the Association for

Information Systems (17), pp. 1147-1170.

Page 40: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

40

Agarwal, Nitin, Urvashi Rathod (2006). Defining success for software projects: An

exploratory revelation. International Journal of Project Management 24 (2006) 358–370.

Agile Alliance (2009). www.agilealliance.org. Última visita em 25 de maio de 2009.

Al-Ahmad, Walid, Khalid Al-Fagih, Khalid Khanfar, Khalid Alsamara, Saleem Abuleil, Hani

Abu-Salem (2009). A Taxonomy of an IT Project Failure: Root Causes. International

Management Review, Vol. 5 No. 1, 2009.

Alderman, N., Chris Ivory, Ian McLoughlin, Roger Vaughan (2005). Sense-making as a

process within complex service-led projects. International Journal of Project Management

23 (5) (2005), pp. 380–385.

Andersen, Erling S. (2008). Rethinking Project Management – An Organizational

Perspective. Pearson Education. May 2008.

André Felipe Lemos Santana, Hermano Perrelli de Moura (2005). Programas de Melhoria

de Processos de Software: Reflexões sob a Ótica de uma Teoria de Intervenção. SBQS 2005.

Andrew H. Van de Ven (1986) . Central Problems in the Management of Innovation.

Management Science, Vol. 32, No. 5, Organization Design (May, 1986), pp. 590-607.

Published by: INFORMS. URL: http://www.jstor.org/stable/2631848. 1986.

Archibald, Russel D., & Villoria, R. L. (1967). Network-based management systems

(PERT/CPM) (p. 508). Wiley.

Archibald, Russell D. (1988). Projects: Vehicles for Strategic Growth. Project Management

Journal, 19(4), 31-34.

Armour, Phillip (2001). Zeppelins and Jet Planes: A Metaphor for Modern Software

Projects. Communications of the ACM, October 2001/Vol. 44, No 10.

Atkinson, R., Lynn Crawford, Stephen Ward (2006). Fundamental uncertainties in projects

and the scope of project management. International Journal of Project Management 24

(2006) 687–698.

Audi, R. (2008). Cambridge Dictionary of Philosophy. Paw Prints.

Baccarini, D. (1996). The concept of project complexity—a review. International Journal of

Project Management, 1996, 14, 201–204.

Barker, J. R. (1993). Tightening the Iron Cage: Concertive Control in Teams. Administrative

Science Quarterly, 38(3), 408-437.

Bernstein, R. (1984). Beyond objectivism and relativism. Philadelphia: University of

Pennsylvania Press, 1984.

Betts, M., & Lansley, P. (1995). International Journal of Project Management: a review of

the first ten years. International Journal of Project Management, 13, 207-217.

Page 41: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

41

Bjørn, Johs. Kolltveit, Jan Terje Karlsen, and Kjell Grønhaug (2004). Exploiting

Opportunities in Uncertainty During the Early Project Phase. J. Mgmt. in Engrg. Volume 20,

Issue 4, pp. 134-140 (October 2004) Issue Date: October 2004.

Blomquist, T., Hällgren, M., Nilsson, A., & Söderholm, A. (2010). Project-as-Practice: In

Search of Project Management Research That Matters. Project Management Journal.

Bredillet, C. N. (2010). Blowing Hot and Cold on Project Management. SKEMA Business

School, Lille, France.

Bredillet, C. N. (2008). Mapping the Dynamics of the Project Management Field: Project

Management in Action (Part 1). Project Management Journal, 39(4), 2-4. Also parts 2-6

(2008-2010).

Brenner, Richard (2008). Quantum Management. In www.chacocanyon.com. Última visita

em 25 de maio de 2008.

Brown, S. L., & Eisenhardt, K. M. (1997). The Art of Continuous Change: Linking Complexity

Theory and Time-paced Evolution in Relentlessly Shifting Organizations. Administrative

Science Quarterly, 42(1), 1-34.

Ebert, Cassiano (2009). Uma proposta para gerenciamento ágil de projetos de TI baseada

em sua complexidade. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Pernambuco,

outubro, 2009.

Charette, R (1990).. Application Strategies for Risk Analysis. New York: MultiScience Press.

pp 17-21. 1990.

Cicmil, S, & Hodgson, D. (2006). New possibilities for project management theory: a critical

engagement. Project Management Journal, 37(3), 111-122.

Cicmil, S, Williams, T., Thomas, J., & Hodgson, D. (2006). Rethinking project management:

researching the actuality of projects. International Journal of Project Management, 24,

675-686.

Cicmil, Svetlana, Hodgson, Damian, Lindgren, M., Packendorff, Johann, Case, P., Piñeiro, E.,

et al. (2009). theory & politics in organization. ephemera, 9(2), 78-194.

Clegg S., Ross-Smith A. (2003). Revising the boundaries: management education and

learning in postpositivist world. Acad Manage Learn Educ, 2(1), 85–98.

Cleland, D., King W. (1983). Systems analysis and project management. McGraw-Hill Book

Company, 509 pages.

Cooke-davies, T. J., & Arzymanow, A. (2003). The maturity of project management in

different industries: An investigation into variations between project management models.

International Journal of Project Management, 21, 471-478.

Crawford L, Pollack J. (2004). Hard and soft projects: a framework for analysis.

International Journal of Project Management ;22(8):645–53.

Page 42: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

42

Crawford, L., Pollack, J., & England, D. (2006). Uncovering the trends in project

management: Journal emphases over the last 10 years. International Journal of Project

Management, 24, 175-184.

d´Anunciação, Gustavo (2009). Análise e extensão do Rational Unified Process com relação

à ênfase na criação de valor. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de

Pernambuco, Centro de Informática.

David M. Gann and Ammon J. Salter (2000). Innovation in project-based, service-enhanced

firms: the construction of complex products and systems. SPRU – Science and Technology

Policy Research, University of Sussex, Mantell Building, Brighton BN1 9RF, UK. Elsevier

Science. 2000.

Dawson, P. (1997). In at the deep end: conducting processual research on organisational

change. Scandinavian Journal of Management, 13(4), 389-405.

de Amescua, Antonio, José García, Manuel Velasco, Paloma Martínez, Belén Ruiz, Juan

Llorens, Luis García, Antonio Calvo-Manzano, and Tomás San Feliu (2004). Software

project management framework. Information Systems Management. Spring 2004.

De Meyer, Arnoud, Christoph H. Loch, Michael T. Pich (2002). Managing Project

Uncertainty: From Variation to Chaos. Dec 1, 2002. 10p.

Deetz, S. (1995). Transforming communication, transforming business. Creskill, NJ:

Hampton Press, 1995.

Drucker, Peter F. (1955). The practice of management. Allied Publishers.

Dvir, D, Lipovetsky, S., Shenhar, A., & Tishler, A. (1998). In search of project classification: a

non-universal approach to project success factors. Research Policy, 27, 915-935.

Dvir, Dov, & Lechler, T. (2004). Plans are nothing, changing plans is everything: the impact

of changes on project success. Research Policy, 33, 1-15.

Engwall, M. (2003). No project is an island: linking projects to history and context.

Research Policy, 32(5), 789-808.

Eskerod, P. (1998). The human resource allocation process when organizing by projects.

In R. Lundim & C. Midler (Eds.), Projects as Arenas for Renewal and Learning Processes

(pp. 125-131). Kluwer Academic.

Eskerod, P. (2010). Action learning for further developing project management

competencies: A case study from an engineering consultancy company. International

Journal of Project Management, 28(4), 352-360. Elsevier Ltd and IPMA.

Evaristo, R., & Fenema, P. C. V. (1999). A typology of project management: emergence and

evolution of new forms. International Journal of Project Management, 17(5), 275-281.

Fichman, Robert G., Mark Keil, Amrit Tiwana (2005). Beyond Valuation: “Options

Thinking” in IT project management. California Management Review vol. 47, no.2, winter

2005.

Page 43: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

43

Galbraith, J. R. (1971). Matrix Organization Designs - How to Combine Functional and

Project Forms. Business Horizons, 29-40.

Galbraith, J. R. (1974). "Organization Design: An Information Processing View" Interfaces,

4 (1974), 28-36.

Glaser, John (2009). Strategies for ensuring an IT project delivers value. Healthcare

Financial Management, July 2009.

Glass, Robert L., Iris Vessey (1994). Software Tasks: Intellectual, Clerical ... or Creative?

Computing Trends.

Goldratt, E. M. (1984). The goal. Great Barrington: The North River Press.

Goldratt, E. M. (1997). Critical chain. Great Barrington: The North River Press.

Gonzalez, R. R. (1995). A Unified Metric of Software Complexity: Measuring Productivity,

Quality, and Value.

Gusmão, C. M. G e Moura, H. P. (2004.) Gerência de Risco em Processos de Qualidade de

Software: uma Análise Comparativa. III Simpósio Brasileiro de Qualidade de Software.

Artigo Técnico. SBC. Brasília, Distrito Federal. Junho 2004.

Harzing, A.-W. (2010). The publish or perish book (p. 250). Melbourne: Tarma Software

Research Pty Ltd.

Hazebroucq, J. M., & Badot, O. (1997). Le management de projet (Collection.). Paris, France:

Editions PUF.

He, Jun, Brian S. Butler, William R. King (2007). Team Cognition: Development and

Evolution in Software Project Teams. Journal of Management Information Systems, Fall

2007, Vol. 24, No. 2, pp. 261–292.

Highsmith, J. (2004). Agile project management: creating innovative products. Addison

Wesley Longman Publishing Co., Inc. Redwood City, CA.

Hobday, M. (2000). The project-based organisation: an ideal form for managing complex

products and systems. Research Policy, 29, 871-893.

Hodgson, Damian, & Cicmil, Svetlana (Eds.). (2006). Making projects critical (p. 361).

Palgrave Macmillan.

Hoegl, M., & Proserpio, L. (2004). Team member proximity and teamwork in innovative

projects. Research Policy, 33, 1153-1165.

Hogberg, O., & Adamsson, A. (1983). A Scandinavian view of project management.

International Journal of Project Management, 216-219.

Howell, D., Windahl, C., Seidel, R. (2010), A project contingency framework based on

uncertainty and its consequences. International Journal of Project Management 28 (2010),

pp. 256–264.

Page 44: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

44

Ibert, O. (2004). Projects and firms as discordant complements: organisational learning in

the Munich software ecology. Research Policy, 33, 1529-1546.

Jonassen, D.A., Hernandez-Serrano, J. (2002). Case-based reasoning and instructional

design: using stories to support problem solving. ETR&D 50 (2), 65–77.

Jugdev, K., & Müller, R. (2005). A retrospective look at our evolving understanding of

project success. Project Management Journal, 36(4), 19-31.

Keil, Mark (1995). Pulling the Plug: Software Project Management and the Problem of

Project Escalation. MIS Quarterly/December, 1995.

Kerzner, H. (1979). Project Management: A Systems Approach to Planning, Scheduling and

Controlling (p. 487). Van Nostrand Reinhold.

Kerzner, Harold, Frank P. Saladis (2009). Value-Driven Project Management. Wiley.

Kitchenham, B., Budgen, D., Brereton, P., Woodall, P. (2005). An investigation of software

engineering curricula. Journal of Systems and Software 74 (3), 325–335.

Kloppenborg, T., & Opfer, W. (2002). The current state of project management research:

trends, interpretations and predictions. Project Management Journal, 33(2), 5-19.

Koc, Tufan (2007). Organizational determinants of innovation capacity in software

companies. Computers & Industrial Engineering 53, 373–385.

Kruchten, P. (2002). “The Rational Unified Process: An Introduction”, Addison-Wesley,

Second Edition. 2002.

Kumar, D. (1989). Developing strategies and philosophies early for successful project

implementation. International Journal of Project Management, 7(3), 164-171.

Langley, A., & Royer, I. (2006). Perspectives on doing case study research in organisations.

Management, 9(3), 73-86.

Larson, E. W., & Gobeli, D. (1985). Project Management Structures: Is There a Common

Language?. Project Management Journal, 16(2), 40-44.

Lechler, T (1998). When it comes to project management, it´s the people that matter.

Proceedings of IRNOP III Conference: The Nature and Role of Projects in the Next 20

Years: Research Issues and Problems, Calgary, Alberta, Canada.

Lee, D. M. S., E. M. Trauth, and D. Farwell. (1995). “Critical Skills and Knowledge

Requirements of IS Professionals: A Joint Academic/Industry Investigation,” MIS Quarterly

(19)3, pp. 313-340.

Lehman, M.M. (1990) Uncertainty in Computer Application, Communications of the ACM,

Technical Correspondence 33(5) (1990) 584–586.

Lehmann, V. (2010). Connecting changes to projects using a historical perspective:

Towards some new canvases for researchers. International Journal of Project

Management, 28, 328-338.

Page 45: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

45

Leybourne, S. (2010). Project Management and High-Value Superyacht Projects: An

Improvisational and Temporal Perspective. Project Management Journal, 41(1), 17-27.

Linberg KR (1999). Software developer perceptions about software project failure: a case

study. J Syst Software 1999;49:177–92.

Liu, J.Y.-C., et al., (2010). Relationships among interpersonal conflict, requirements

uncertainty, and software project performance, Int. J. Proj. Manag. (2010),

doi:10.1016/j.ijproman.2010.04.007.

Löwstedt, J. (1985). Contingencies or cognitions? Two paths for research on organization

and technology. Scandinavian Journal of Management Studies, 1(3), 207-225.

Lundin, Rolf A, & Söderholm, A. (1995). A theory of the temporary organization.

Scandinavian Journal of Management, 11(4), 437-455.

Lundin, Rolf A, Söderholm A. (1998). Conceptualizing a projectified society: discussion of

an eco-institutional approach to a theory on temporary organizations. In Rolf A. Lundin &

C. Midler (Eds.), Projects as arenas for learning and renewal. Boston: Kluwer Academic.

Lundin, Rolf A., & Midler, Christophe (Eds.). (1998). Projects as arenas for renewal and

learning processes. Kluwer Academic. 259 pages

Lyons, M. (1985). The DP Psyche. Datamation. August 15.

Mahaney, Robert C., Albert L. Lederer (2003). Information systems project management:

an agency theory interpretation. The Journal of Systems and Software 68 (2003) 1–9.

Management-social.com (2003). Groupe Management social. http://www.management-

social.com. Hubert Landier. Última visita em 23 de fevereiro de 2003.

Maylor, H. (2001). Beyond the Gantt chart: Project management moving on. European

Management Journal, 19(1), 92-100.

McBride, Tom (2008). The mechanisms of project management of software development.

The Journal of Systems and Software 81 (2008) 2386–2395.

McConnell, S. (2004). Professional software development: shorter schedules, higher

quality products, more successful projects, enhanced careers. Addison-Wesley, 2004. 243

páginas. ISBN 0321193679, 9780321193674.

McManus, John (2004). A Stakeholder Perspective in Software Project Management.

Management Services, May 2004.

Meneses, Javé (2001). Inspector: Um Processo de Avaliação de Progresso para Projetos de

Software. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Pernambuco. 2001.

Mike Bresnen, Linda Edelmanb, Sue Newellb, Harry Scarbrougha and Jacky Swana (2003).

Social practices and the management of knowledge in project environments. International

Journal of Project Management. Volume 21, Issue 3, April 2003, Pages 157-166. 2003.

Page 46: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

46

Milosevic, D. Z. (1989). Systems approach to strategic project management. International

Journal of Project Management, 7(3), 173-179.

Morris, P. W. G. (2000). Researching the unanswered questions of project management.

Paris: PMI Research Conference.

MVC (2003). Site do Futuro. Instituto MVC.

http://www.institutomvc.com.br/Futuro/Temporaria/empre_conceitos.htm. Última visita

em 22 de fevereiro de 2003.

Na, Kwan-Sik, Xiaotong Li, James T. Simpson, Ki-Yoon Kim (2004). Uncertainty profile and

software project performance: A cross-national comparison. The Journal of Systems and

Software 70 (2004) 155–163.

Nelson, R. Ryan (2007). IT project management: infamous failures , classic mistakes, and

best practices. MIS Quarterly Executive Vol. 6 No. 2 / June 2007, 67-78.

Nidumolu, Sarma (1995). The Effect of Coordination and Uncertainty on Software Project

Performance: Residual Performance Risk as an Intervening Variable. Information Systems

Research. Vol. 6, No. 3, September 1995, pp. 191-219. DOI: 10.1287/isre.6.3.191.

Nightingale, P. (2000). The product-process-organisation relationship in complex

development projects. Research Policy, 29, 913-930.

Packendorff, J. (1995). Inquiring into the temporary organization: new directions for

project management research. Scandinavian Journal of Management, 11(4), 319-333.

Parkes, D. (1998). Action learning: business applications in North America. Journal of

Workplace Learning, 10(3), 165-168.

Partington, D. (1996). The project management of organizational change. International

Journal of Project Management, 14(1), 13-21.

Perminova, Olga, Magnus Gustafsson, and Kim Wikström (2008). Defining uncertainty in

projects – a new perspective. International Journal of Project Management. Volume 26,

Issue 1, January 2008, Pages 73-79. European Academy of Management (EURAM 2007)

Conference.

Petter, Stacie (2008). Managing user expectations on software projects: Lessons from the

trenches. International Journal of Project Management 26 (2008) 700–712.

Pich, 2002: Michael T., Christoph H. Loch, Arnoud De Meyer (2002). On Uncertainty,

Ambiguity, and Complexity in Project Management. Management Science © 2002

INFORMS Vol. 48, No. 8, August 2002 pp. 1008–1023.

Pinto, J. K., & Covin, J. G. (1989). Critical factors in project implementation: a comparison of

construction and R&D projects. Technovation, 9, 49-62.

Prado, D.(2000). Gerenciamento de Projetos nas Organizações, Vol-I, Belo Horizonte, FDG.

2000.

Page 47: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

47

Prencipe, A., & Tell, F. (2001). Inter-project learning: processes and outcomes of

knowledge codification in project-based firms. Research Policy, 30, 1373-1394.

Procaccino, J. Drew, June M. Verner (2006). Software project managers and project

success: An exploratory study. The Journal of Systems and Software 79 (2006) 1541–

1551.

Project Management Institute (1996). A guide to the project management body of

knowledge (PMBOK Guide). Project Management Institute.

Project Management Institute (2008). A guide to the project management body of

knowledge (PMBOK Guide) – Fourth Edition. Project Management Institute. 459 pages.

Project Management Institute (PMI) (2004) “A Guide to the Project Management Body of

Knowledge: PMBOK® Guide Third Edition”, USA. 2004.

Quinn, James Brian, Jordan J. Baruch, and Karen Anne Zien (1997). Innovation Explosion:

Using Intellect and Software to Revolutionize Growth Strategies, by New York: The Free

Press, 1997. 448 pages.

R. A. Burgelman, C. M. Christensen, S. C. Wheelwright (2008). Strategic management of

technology and innovation. McGraw-Hill/Irwin.

R. Jeffrey Thieme, X. Michael Song, and Geon-Cheol Shin (2003). Project Management

Characteristics and New Product Survival. Journal of Product Innovation Management.

Volume 20 Issue 2, Pages 104-119.

Ramgopal, Maruboyina (2003). Project uncertainty management. Cost engineering. ISSN

0274-9696. 2003, vol. 45, n 12, pp. 21-24. Association for the Advancement of Cost

Engineering, Morgantown, WV, US. 2003.

Ramgopal, Maruboyina (2003). Project Uncertainty Management. Cost Engineering Vol.

45/No. 12 DECEMBER 2003.

Rational Software Corporation, (2000). “Rational Solutions for Windows – Rational Unified

Process”, versão 2001.03.00. Propriedade e direitos reservados da Rational Software

Corporation. 2000.

Rivard, Suzanne, Ruth Dupré (2009). Information Systems Project Management in PMJ: A

Brief History. December 2009, Project Management Journal. DOI: 10.1002/pmj.

Royce, Walker (1998). “Software Project Management: A Unified Framework”, Addison-

Wesley. ISBN: 0201309580. 416 pages, September 1998.

Saad Neto, Emílio Georges (2008). Uma avaliação das ferramentas de gerenciamento de

múltiplos projetos. Trabalho de Graduação, Centro de Informática, Universidade Federal

de Pernambuco. Janeiro, 2008.

Sage, D., Dainty, A., & Brookes, N. (2010). A consideration of reflexive practice within the

critical projects movement. International Journal of Project Management, 28(6), 539-546.

Elsevier Ltd and IPMA.

Page 48: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

48

Sahlin-Andersson, K., & Söderholm, A. (Eds.). (2002). Beyond project management: new

perspectives on the temporary-permanent dilemma. Liber.

Sauer, Chris, Blaize Horner Reich (2009). Rethinking IT project management: Evidence of a

new mindset and its implications. International Journal of Project Management 27 (2009)

182–193.

Saynisch, M. (2010). Beyond Frontiers of Traditional Project Management: An Approach to

Evolutionary, Self-Organizational Principles and the Complexity Theory - Results of the

Research Program. Project Management Journal, 41(2), 21-37.

Schmidt R, Lyytinen K, Keil M, Cule P (2001). Identifying software project risks: an

international Delphi study. J Manage Inform Syst 2001;17(4):5–36.

Schumpeter, Peter (1934). The Theory of Economic Development. Harvard University

Press, Boston. 1934.

Shenhar, A. J. (1996). Project management theory: the road to better practice. Project

Management Institute 27th Annual Seminar.

Shenhar, A. J., & Dvir, Dov. (1996). Toward a typological theory of project management.

Research Policy, 25, 607-632.

Shenhar, A.J., and D. Dvir (2004). How Projects Differ, and What to Do About It, in The

Wiley Guide to Managing Projects (P.W.G. Morris and J.K. Pinto eds.), Wiley & Sons (2004),

pp. 1265–86.

Shenhar, Aaron, Dov Dvir, Dragan Milosevic, Jerry Mulenburg, Peerasit Patanakul, Richard

Reilly, Michael Ryan, Andrew Sage, Brian Sauser, Sabin Srivannaboon, Joca Stefanovic,

Hans Thamhain (2005). Toward a NASA-Specific Project Management Framework.

Engineering Management Journal, 17(4), December 2005.

Simpson, W. D. (1987). New techniques in software project management. Wiley, 1987. 250

pp. ISBN 0471855510, 9780471855514.

Skibniewski, M. (2004). Critical Factors in Assuring Application Success of Web-Based

Project Management Systems in Construction. Invited Keynote Theme Speaker, INCITE

2004 – International Conference on Construction Information Technology, Langkawi,

Malaysia, February 2004.

Skibniewski, M., Harmelink, D., Jiang, J-P. (2001) “Methodology for Valuation of

Information Technology for Construction Management Applications, Zeszyty Naukowe

(Scientific Letters), Vol. 5, College of Communication and Management (WSKiZ), Poznan,

ISSN 1640-2839, pp. 16-38.

Skulmoski, G. J., & Hartman, F. T. (2010). Information Systems Project Manager Soft

Competencies: A Project-Phase Investigation. Project Management Journal, 41(1), 61-80.

Smith, P. A. C. (2001). Action learning and reflective practice in project environments that

are related to leadership development. Management Learning, 32(1), 31-48.

Page 49: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

49

Söderlund, J. (2004). On the broadening scope of the research on projects: a review and a

model for analysis. International Journal of Project Management, 22, 655-667.

Söderlund, Jonas. (2004). Building theories of project management: past research,

questions for the future. International Journal of Project Management, 22, 183-191.

Souder, William E. and Rudy K. Moenaert (1992). Integrating marketing and R&D project

personnel within innovation projects: an information uncertainty model. Journal of

Management Studies. Volume 29, Issue 4, pages 485-512. 1992.

Stamelos, Ioannis (2010). Software project management anti-patterns. The Journal of

Systems and Software 83 (2010) 52–59.

Stefan Biffl, Aybüke Aurum, Barry Boehm, Hakan Erdogmus, Paul Grünbacher (Editors).

Value-Based Software Engineering. Springer. 2006.

Stepanek, G. (2005). Software project secrets: why software projects fail. Apress, 2005.

166 páginas. ISBN 1590595505, 9781590595503.

Steyn, H. (2002). Project management applications of the theory of constraints beyond

critical chain scheduling. International Journal of Project Management, 20, 75-80.

Stretton, A. (2007). A Short History of Modern Project Management. PM World Today,

IX(X), 1-18.

Summer, Mary, Douglas Bock, and Gary Giamartino (2006). Exploring the linkage between

the characteristics of it project leaders and project success. Information Systems

Management, Fall 2006.

Tanaka, H. (2004). The Changing Landscape of Project Management. Originally published

at the Global Symposium New Delhi, hosted by the Project Management Associates (PMA),

India, in December 2003.

Tatikonda, M.V. e Rosenthal, S.R. (2000). Technology novelty, project complexity, and

product development project execution success: a deeper look at task uncertainty in

product innovation. In IEEE Transactions on Engineering Management. Volume: 47, Issue

1, pages 74-87. ISSN: 0018-9391. February, 2000.

The British Computer Society – BCS (2004). The Challenges of Complex IT Projects. The

report of a working group from The Royal Academy of Engineering and The British

Computer Society. 2004.

The Standish Group (1994). The Chaos Report – 1994. The Standish Group.

www.standishgroup.com. Última visita em 9 de março de 2008.

Thiry, M. (1997). Value management practice. Sylva, NC: Project Management Institute,

1997.

Thiry, Michel (2001). Sensemaking in value management practice. International Journal of

Project Management 19 (2001) 71–77.

Page 50: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

50

Thiry, Michel (2002). Combining value and project management into an effective

programme management model. International Journal of Project Management 20 (2002)

221–227.

Tjaeder, J., & Thomas, J. (2000). On learning and control—competing paradigms or co-

existing requirements for managing projects in ambiguous situations? International

Research Network on Organizing by Projects (IRNOP) fourth bi-annual conference,

Australia. Unpublished.

Travassos, G., Kitchenham, B., Dybå, T. (2006). Systematic reviews in Software

Engineering. Presentation. Available from http://www.cos.ufrj.br/~ese.

Tulip, Arthur (1986). Project management techniques applied to Computing. Project

Management. Vol. 4 No. 3. August 1986. 128-131 pp.

Turner, J. R. (2004). Managing Web projects: the management of large projects and

programmes for Web-space delivery. Gower Publishing, Ltd., 2004. 228 páginas. ISBN

0566085674, 9780566085673.

Turner, J. R. (2010). Evolution of project management research as evidenced by papers

published in the International Journal of Project Management. International Journal of

Project Management, 28, 1-6. Editorial.

Tynjälä, Päivi, Maritta Pirhonen, Tero Vartiainen, Laura Helle (2009). Educating IT Project

Managers through Project-Based Learning: A Working-Life Perspective. Communications

of the Association for Information Systems. Volume 24, Article 16, pp. 270-288, February

2009.

Verner, J. M., N. Cerpa (2005). Australian Software Development: What Software Project

Management Practices Lead to Success? Proceedings of the 2005 Australian Software

Engineering Conference (ASWEC’05), 2005.

Voropajev, V., & Scheinberg, M. (1992). Project-management methods and tools for the

21st century: the SOVNET view. International Journal of Project Management, 10(4), 253-

257.

Ward, Stephen and Chris Chapman (2003). Transforming project risk management into

project uncertainty management. International Journal of Project Management, Volume

21, Issue 2, February 2003, pages 97-105.

Ward, Stephen, Chris Chapman (2003). Transforming project risk management into

project uncertainty management. International Journal of Project Management 21 (2003)

97–105.

Wateridge J. (1998). How can IS/IT projects be measured for success. Int J Project Manage

1998;16(1):59–63.

Weick, K. (1977). Entactment processos nas organizações. In: M. Staw e G.R. Salancik,

Editors, Novos Rumos em Comportamento Organizacional, St. Clair, Chicago (1977).

Weick, K. E. (1995). Sensemaking in organizations. London: Sage, 1995.

Page 51: Software Project Frameworkcin.ufpe.br/hermano/spf/SPF The Framework br v1.pdf · Recife, 29 de março de 2011 . 2 Resumo Cada vez mais, organizações e indivíduos estão se organizando

51

White, D., & Fortune, J. (2002). Current practice in project management - an empirical

study. International Journal of Project Management, 20, 1-11.

Whitten, Neal (1995). Managing software development projects: formula for success.

Wiley, 1995. ISBN 047107683X, 9780471076834. 384 pp.

Whitty, Stephen Jonathan, Harvey Maylor (2009). And then came Complex Project

Management (revised).

Wideman, R. M. (2003). Modeling Project Management. Available from

http://www.maxwideman.com/papers/pm-models/intro.htm.

Wikipedia. (2010a). Wikipedia idea article. Wikipedia. Retrieved from

http://en.wikipedia.org/wiki/Idea.

Wikipedia. (2010b). Systematic review article. Wikipedia. Retrieved from

http://en.wikipedia.org/wiki/Systematic_review.

Williams, T. M. (1999). The need for new paradigms for complex projects.

Winter, M., & Szczepanek, T. (2009). Images of Projects. Gower Publishing. 264 pages.

Winter, M., Smith, C., Morris, P. e Cicmil, S. (2006). Directions for future research in project

management: The main findings of a UK government-funded research network.

International Journal of Project Management, vol. 24, pp. 638-649, 2006.

Winter, M., Smith, C., Morris, P., & Cicmil, S. (2006). Directions for future research in

project management: The main findings of a UK government-funded research network.

International Journal of Project Management, 24(8), 638-649.

Wren, D. (1994). The evolution of management thought. John Wiley. 466 pages.

Yeo, K. T. (1993). Systems thinking and project management - time to reunite.

International Journal of Project Management, 11pp, 111-117.

Yu, Angus G. Yu, Peter D. Flett, John A. Bowers (2005). Developing a value-centred

proposal for assessing project success. International Journal of Project Management 23

(2005) 428–436.