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Este caso foi preparado para discussão em sala de aula e não deve ser usado como fonte de dados ou ilustração de práticas de gestão eficazes ou ineficazes.
1
Science4you
Start-up global nascida em contexto de crise
“A maior parte das start-ups que são hoje
empresas muito conhecidas nasceram durante
crises económicas. A Microsoft é um exemplo.”
Carlos Silva, presidente e chief operating officer
da Seedrsi
A origem da Science4you
“Professor, podemos mudar de tema?”
Naquela manhã de Fevereiro de 2007, o grupo de trabalho, do 4º ano do curso
de Finanças do ISCTE-IUL, estava particularmente desanimado com o tema
do projeto de kits de física que lhes tinha sido atribuído, por sorteio, pelo
professor da disciplina de Projeto Empresarial Aplicado. Os projetos a
desenvolver pelos alunos finalistas de Finanças do ISCTE-IUL resultam de uma
parceria entre docentes e alunos do ISCTE-IUL e da FCUL - Faculdade de
Ciências de Lisboa, a qual consiste no desenvolvimento de um Plano de
Negócio sobre produtos geralmente propostos por alunos ou professores da
FCUL. O projeto de kits de física, que está na génese da Science4you,
consistia na comercialização de equipamento para laboratórios de física de
escolas secundárias públicas e privadas. Este equipamento vinha solucionar as
limitações sentidas com a oferta então existente. As escolas ou tinham que
pagar preços elevados com a importação de kits específicos, ou
encomendavam a construção e montagem, peça a peça, junto de empresas
portuguesas. O fabrico local era uma solução muito mais barata e com
2
vantagens ao nível quer da qualidade como da adequação aos programas
leccionados, mas morosa e repetitiva.
O grupo de trabalho, constituído por oito alunos (Anexo 1), todos do ISCTE-
IUL, acabou por aceitar o desafio do projeto, a fim de testar melhor a sua
própria capacidade de elaborar um plano de negócio sobre esse tema. Após
algumas visitas aos laboratórios da FCUL e a diversas escolas secundárias, o
nível de interesse pelo tema cresceu rapidamente. O projeto previa a
comercialização de três atividades complementares – equipamento dos
laboratórios das escolas, brinquedos que motivem as crianças para a ciência e
campos de férias com animadores que fazem experiências científicas. Na
apresentação final, em Junho de 2007, a equipa vestia batas brancas,
desempenhando o papel de cientistas. O elevator pitch foi feito perante
representantes de capitais de risco e business angels. Apesar de ser
considerado um projeto interessante não ficou em primeiro lugar, pelo que não
recebeu o prémio de €2.500 concedido à equipa vencedora.
O Verão foi dedicado à procura de emprego, como é habitual para os alunos
finalistas da licenciatura. O grupo de trabalho dispersou-se por empresas
diversas, sobretudo consultoras e bancos. Miguel Pina Martins não foi exceção,
tendo sido recrutado pelo Banco BiG. No entanto, após quatro meses de
trabalho na banca, decidiu arriscar a mudança de forma de vida e criar uma
empresa a partir do projeto dos kits de física.
Em 30 de Janeiro de 2008 nasceu a Science4you. O nome inicialmente
proposto – Science4All – não foi aprovado pelo registo de marcas, pelo que foi
necessário propor um nome alternativo. Seguiram-se grandes e simultâneas
batalhas pelo desenvolvimento da ideia de negócio, que entretanto progrediu
de forma notável. Ao implantar o conceito dos brinquedos científicos em
Portugal, e ao levá-lo a dez países em cinco anos, a Science4you tem vindo a
combinar um comportamento de “gazela” com níveis de rendibilidade positivos
quase desde o início das suas operações. As seções a seguir descrevem a
trajetória da empresa.
3
Atraindo capital: A batalha pelo financiamento
“O contato com a InovCapital foi através do
AUDAX/ISCTE. O benefício mais visível desta
parceria é o facto de se conseguir capital para
investir de forma relativamente acessível, sem
taxas de juros, e angariar um acionista ativo e
focado no sucesso da empresa.”
Miguel Pina Martins, em entrevista ao jornal OJE
(2009)ii
Em 2008, a Science4you necessitava de €55.000 para iniciar a sua atividade.
Já nesta altura, o despontar da crise económica em Portugal tornava
impossível o acesso a capitais pela via do financiamento bancário. Em
colaboração com o AUDAX-IUL, centro de empreendedorismo do ISCTE-IUL,
foi feito um pedido de financiamento à InovCapital (hoje Portugal Ventures) que
investiu €45.000 na nova empresa. Os restantes €10.000 foram angariados,
laboriosamente, junto de professores da FCUL e do ISCTE-IUL para além do
Miguel e do colega de grupo Luís Martins. Alguns destes business angels não
podiam ocultar o seu desconforto com a provável perda dos €500 ou €1000
investidos, mas não podiam contrariar o entusiasmo do fundador.
O negócio de brinquedos é de natureza fundamentalmente sazonal, pelo que
as necessidades de investimento em fundo de maneio são elevadas. A
disponibilidade de suporte financeiro adequado foi, portanto, crítica para que o
projeto superasse o “vale da morte”. O financiamento foi assegurado através de
três rondas para além da série A de 2008. Em 2010, a empresa concluiu a
segunda ronda de financiamento, de €45.000, com o apoio exclusivo de
investidores individuais oriundos do seu grupo de trabalho e de professores do
ISCTE e da FCUL. Esta ronda não contou com o apoio da Portugal Ventures,
que no entanto viria a subscrever uma parte substancial do financiamento
obtido em 2011 e a totalidade dos €660.000 angariados em 2013, confirmando
a progressiva confiança do investidor de risco face à ampla superação das
4
metas inicialmente previstas para a empresa (Anexo 2). Atualmente, a Portugal
Ventures detém cerca de 45% do capital social da empresa (Anexo 1).
O mercado de brinquedos na UE
O mercado de brinquedos tradicionais (isto é, excluindo-se jogos electrónicos e
consolas) da União Europeia é o principal a nível mundialiii, representando
cerca de €15,8 mil milhões em 2011 a preços de retalho (Anexo 3). Em
comparação, os mercados dos EUA e da China representam €14,0 e €4,8 mil
milhões, respetivamente. A produção, por sua vez, concentra-se na China, com
montantes cerca de três vezes maiores que os da UE.
A procura por brinquedos na UE e em outros mercados maduros é influenciada
pelo envelhecimento populacional (Anexo 4), pela aceleração do
amadurecimento infantil e, mais recentemente, pela crescente competição de
substitutos próximos tais como as consolas, os jogos eletrónicos e as
aplicações para smartphones e tablets. A sazonalidade significativa das
vendas, nomeadamente em torno do Natal nos países da UE, constitui-se num
desafio para fabricantes e retalhistas, em termos de disponibilidade de mão-de-
obra, capacidade de produção e de armazenamento. A regulação europeia
quanto à segurança dos brinquedos também desempenha um papel
importante. A Diretiva 2009/48/ECiv, a este respeito, estabelece obrigações de
conformidade física, mecânica e química que influenciam negativamente a
competitividade de custos dos fabricantes europeus, em particular de PMEs
com recursos limitados. Os exportadores europeus também enfrentam
barreiras ao comércio de brinquedos com países fora da UE, uma vez que
muitos destes adotam requisitos de segurança que incluem a necessidade de
testes locais. A indústria de brinquedos tradicionais na UE é fragmentada,
apesar de a Lego, a Hasbro e a Mattel serem detentoras, em conjunto, de uma
cota de mercado de 27% (Anexo 5). Os consumidores são, em geral, sensíveis
a preço e ávidos por inovação.
Os fabricantes europeus de brinquedos tradicionais tendem a ser mais
competitivos nos países em que os concorrentes chineses incorrem em
5
elevados custos de transporte (Anexo 6). Outros possíveis fatores internos de
competitividade são o controle dos processos de produção, a automação fabril,
a flexibilidade de adaptação às mudanças nas preferências dos consumidores
e a disponibilidade de matérias-primas produzidas localmente. Empresas como
a dinamarquesa Lego Group e a alemã Brandstätter GmbH, fabricante da linha
de bonecos Playmobil, são alguns exemplos.
Apesar das incertezas na envolvente macroeconómica, estima-se que o
consumo global de brinquedos tradicionais crescerá a um ritmo de 7,5% ao ano
até 2016v, com taxas bastante mais moderadas no plano europeu. Em termos
de segmentos de produtos, as previsões de crescimento são mais otimistas
para os brinquedos de ação, construção e outdoors (Anexo 7). Espera-se
também um crescimento mais acentuado em nichos tais como os brinquedos
produzidos com práticas de “comércio justo” e de produtos híbridos, que
combinam brinquedos físicos com plataformas eletrónicas. No que respeita aos
canais de distribuição, projeta-se um crescimento significativo das vendas
online, que atualmente representam cerca de 20% das vendas de alguns
mercados maduros.
Introduzindo o conceito de brinquedos científicos em
Portugal
Proposta de valor
Desde a sua fundação, a missão da Science4you é “Sensibilizar as crianças e
a comunidade para as questões das ciências experimentais no seu
quotidiano.”vi A génese da Science4you nos kits de física teve um papel
importante na vertente didática da sua proposta de valor. No entanto, desde o
princípio entendeu-se que a valia científica de um brinquedo não é suficiente
para captar a atenção das crianças a que se destina, pelo que foi necessário
associar a facilidade de manuseamento e a capacidade de diversão, a um
conceito de brinquedo ampliado.
6
A base da inovação da Science4you está no tipo de experiência que
proporciona, posicionando-se como uma empresa que vende brinquedos de
conteúdo didático e científico rigoroso. Os produtos são de índole lúdico-
pedagógica com base na realização de experiências científicas por crianças e
jovens. A Science4you, como o próprio nome indica, explora o conceito de
“ciência para ti”, dando a possibilidade às crianças de construírem os seus
próprios brinquedos, englobando diversas temáticas com manuais de
instruções incluídos.
A diferenciação em relação aos restantes fabricantes de brinquedos desta
categoria assenta na associação entre a construção, a brincadeira e uma
experiência científica completa, assegurada pelo rigor científico no desenho
dos kits e nas instruções para a realização dos experimentos, certificadas pela
FCUL. Não sendo muito caros, estes kits ainda oferecem a entrada para
museus, aproximando o seu público-alvo de outras fontes lúdico-educativas e
complementando a sua proposição de valor.
O eixo racional do posicionamento da marca impera na altura de adquirir um
brinquedo Science4you, uma vez que os pais, familiares e educadores
acreditam estar a contribuir para o desenvolvimento da criança em uma
experiência compartilhada (Figura 1). Miguel Pina Martins nunca considerou
que os brinquedos da Science4you eram “melhores” que os brinquedos
convencionais. O fundador define o posicionamento face à concorrência de
modo diferente, levando-o a especificar, em várias entrevistas, que “estes são
brinquedos para um pai que esteja preocupado com a educação do seu filho, e
que queira passar um tempo de qualidade com ele. ” Pelo lado do consumidor,
espera-se que a criança descubra a emoção de brincar com a ciência,
acabando por aprender de forma divertida através da experimentação.
Parcerias
A certificação e o apoio à inovação por parte de universidades constituem um
fator importante de diferenciação da Science4you. Desde a sua fundação,
estabeleceu-se uma parceria com a FCUL. Mais recentemente, estabeleceu
7
uma parceria com a Universidade de Oxford e com a Universidade de East
London. O aspeto mais saliente destas parcerias é a inserção do selo de
certificação técnica das universidades nas embalagens dos produtos.
O acordo com a Universidade de Oxford foi firmado na feira de Londres, em 22
de Janeiro de 2013. Nuno Gato, um dos vice-presidentes da Science4you, foi
abordado pela empresa que administra os acordos de merchandising da
Universidade de Oxford. Esta perguntou-lhe se a Science4you estaria
disponível para uma cooperação que envolvia a inclusão do logo da
Universidade de Oxford nas embalagens, à semelhança do que é feito em
Portugal com o logo da FCUL. O Nuno e o Miguel, que estava noutro local da
feira, não podiam acreditar na sua sorte dado que há meses andavam a tentar
contactar Oxford ou Cambridge, pela via menos eficaz – a dos professores. O
acordo envolve a revisão dos textos – conteúdo e nível do inglês – a que os
peritos de Oxford já dedicaram centenas de horas de trabalho, sem qualquer
contrapartida significativa entre as partes, já que a Universidade também
valoriza a exposição e a cooperação com uma empresa especializada em
brinquedos científicos (Figura 2).
A empresa também firmou parcerias com diversos museus em Portugal e com
o Oceanário de Lisboa visando credibilizar a sua marca e aumentar a perceção
de valor através da oferta de bilhetes junto com os brinquedos. Miguel Pina
Martins conta que foi ao deslocar-se ao Planetário de Lisboa, em busca de
inspiração para os brinquedos, que teve a ideia de adicionar bilhetes para
museus de ciência aos produtos. Esta solução revelou-se ser importante e
ganhadora para ambas as partes, uma vez que os bilhetes oferecidos podem
ser de valor superior ao próprio brinquedo, e a criança que visita o museu
geralmente é acompanhada de um adulto pagante.
Ajustamento à procura e opções estratégicas de marketing
A aposta inicial, em 2008, na venda de kits de física para as escolas, mostrou-
se fracassada. As primeiras encomendas só foram feitas em 2010, a um preço
médio de €6.000. Por outro lado, os empreendedores identificaram que existia
8
uma escassez de oferta de kits científicos de ensino e divertimento para
crianças e jovens. Não havia concorrentes diretos em Portugal, embora
algumas empresas estrangeiras já oferecessem brinquedos científicos em
outros países, sem que nenhuma delas tivesse uma quota de mercado muito
elevada.
Decidiu-se, então, redirecionar a oferta da empresa para os brinquedos
científicos. A decisão de se colocar claramente no mercado dos brinquedos
científicos e de se dirigir a um target consumidor constituído por crianças e
adolescentes, foi tomada na sequência de uma vasta recolha de informação
em diversas fontes de informação, como censos, estudos da Marktest,
estatísticas do Ministério da Educação e um inquérito realizado em várias
escolas. A previsão de vendas foi elaborada com base numa estimativa do
número de escolas da região de Lisboa interessadas em adquirir kits de física,
tendo contabilizado um público-alvo de 800.000 crianças com idades
compreendidas entre os 6 e os 14 anos. As ações de venda e de comunicação
seriam selecionadas junto das escolas e de grandes superfícies. A angariação
nas escolas seria feita por vendedores, com a realização de workshops de
divulgação e experimentação dos seus produtos. Nas grandes superfícies, foi
desenvolvida uma estratégia idêntica porém voltada para as épocas festivas.
Estas ações visavam criar empatia com os potenciais consumidores e também
os seus familiares e amigos – os compradores.
A estratégia de target e de posicionamento escolhida revelou-se bem sucedida
já que o crescimento de vendas se mostrou exponencial. As expectativas dos
empreendedores, que eram de um crescimento anual entre os 10 e os 20%,
foram largamente ultrapassadas (Anexo 8). As vendas da empresa têm
crescido consistentemente, tendo atingido os 3 milhões de euros em 2013
(Anexo 9 e 10). O portfolio de produtos aumentou de sete brinquedos no início
das operações para mais de duzentos em 2013 (Figura 3 e 4, e Anexo 11). Em
2013, os produtos mais vendidos eram o “kit solar 6 em 1” e a “Casa Solar”
(Figura 5 e Anexo 12).
9
Concorrência em Portugal
A Science4you foi a precursora no mercado Português de brinquedos
científicos, porém não tardou a ser seguida. Atualmente, os principais
concorrentes no mercado local são a Edicare e a Navir (Anexo 13). A Edicarevii
é uma empresa portuguesa que comercializa brinquedos envoltos nas
temáticas da física, química e ambiente, e que possui uma mascote
semelhante ao “Eino” da Science4you. A Navirviii é uma empresa sediada em
Itália que desenvolve produtos científicos. Em Portugal, a empresa
comercializa binóculos, periscópios, observadores de insetos, telescópios,
lentes, ferramentas multifunções, microscópios, projetores de arte e
giroscópios. São também concorrentes, as marcas dos grandes distribuidores
nacionais, tais como a do Continente e a do Grupo Auchan.
A internacionalização como motor do crescimento
“Os planos de internacionalização são uma forma
de combatermos as limitações do mercado
nacional.”
Miguel Pina Martinsix
A vocação internacional da Science4you manifestou-se desde a fase inicial, e
de forma mas rápida do que se esperava (Figuras 6 e 7). Em 2013, a
Science4you estava presente em dez países de quatro continentes.
A exportação de brinquedos para Espanha teve início em 2009, a pedido da
FNAC. A empresa decidiu aceitar o desafio por se tratar de um mercado similar
e próximo, com risco e investimento reduzidos. Um ano depois, iniciou-se a
exportação de produtos para Angola, Moçambique e Brasil. Em 2011, a
empresa abriu o primeiro escritório fora de Portugal, localizado no Parque
Científico da Universidad Autónoma de Madrid, com quem estabeleceu uma
10
parceria que incluiu a inserção do respetivo logotipo nos brinquedos
comercializados em Espanha.
Em 2012, começou a exportar para França e Cabo Verde. Posteriormente,
iniciou exportações para a Grécia. Em Janeiro de 2013, um conjunto
selecionado de produtos da Science4you deu entrada no mercado polaco,
através de uma parceria com o grupo Jerónimo Martins que os colocou à venda
nas redes Biedronka e Jumbo. A abertura do escritório em Londres também se
deu em 2013, em função do potencial de mercado e da língua inglesa (Anexo
14).
Durante os três primeiros anos, a Science4you não participou em qualquer feira
do setor. A sua primeira participação em feiras foi em 2011, na Nuremberg Toy
Fair e na London Toy Fair, na qual também participou em 2012. Em 2013, a
empresa ampliou o investimento em feiras setoriais internacionais, tendo
participado de seis delas.
Quanto aos modos de entrada, segue-se uma política de exportação indireta
(via distribuidores) para mercados de potencial mais reduzido, e de
investimento direto (abertura de sucursais) em mercados considerados de
maior potencial. A empresa não utiliza critérios formais de seleção de país.
Contudo, a entrada em mercados internacionais não tem sido livre de
percalços. Por exemplo, o Miguel observou que “Os espanhóis têm um apreço
pela língua que, nós portugueses, infelizmente, não temos. Em Portugal, de
uma maneira geral, as pessoas sabem falar o inglês, o que é ótimo, mas o
certo é que, em Espanha, tudo o que não for espanhol não é preferido”. Já o
mercado brasileiro é caraterizado por entraves alfandegários, segundo o
Miguel: “Nós achamos que somos burocráticos, mas os brasileiros é que são
os reis da burocracia: tudo é lentíssimo, há uma série de entraves às
importações, é uma situação complexa”.
Os manuais dos produtos são atualmente escritos em sete línguas: Português,
Espanhol, Inglês, Francês, Italiano, Polaco e Grego (Anexo 15).
Os planos de internacionalização da Science4you são agressivos. Segundo o
Miguel, “O nosso objetivo é que, num curto/médio prazo, os mercados externos
11
venham a representar cerca de 50 por cento da nossa faturação. Continuamos
a explorar novas possibilidades para a abertura de mais escritórios noutros
países, sendo que é necessário não esquecer a consolidação dos mercados
onde já estamos presentes.”x A empresa pretende consolidar a sua presença
em países de língua oficial portuguesa, devido à facilidade de entrada nos
mesmos, não só pela língua, mas também pela proximidade cultural. Para além
dos países lusófonos, s principais alvos de expansão internacional são a
Rússia, os EUA, a Alemanha e a China.
A cadeia de valor da Science4you
Desenvolvimento de produtos
O processo de inovação e desenvolvimento de novos produtos é levado a cabo
em Portugal, sob supervisão das universidades parceiras. Para a geração da
ideia, a Science4you recorre a várias fontes: pesquisas de mercado,
brainstorming com a equipa e interação com cientistas e professores da FCUL.
Por vezes, são os próprios retalhistas que sugerem a criação de um novo
produto.
Produção
Ao contrário de muitos dos seus concorrentes, que subcontratam a produção, a
Science4you fabrica alguns dos seus produtos. Assim, após o desenvolvimento
da ideia, é necessário identificar os materiais que podem ser utilizados na
fabricação do brinquedo, sem descurar os testes de qualidade. Diversas
matérias-primas são adquiridas junto a fornecedores geograficamente
próximos, por forma a facilitar a adequação das características técnicas e as
eventuais retificações que venham a ser introduzidas. Em 2008, a produção
concentrava-se no exterior. Hoje, cerca de 50 a 60% das compras de
componentes são colocadas junto a fornecedores nacionais.
12
Em paralelo, é feita a pesquisa dos conteúdos para os manuais e embalagens
que irão acompanhar os novos produtos. Tanto os conteúdos como os próprios
componentes dos brinquedos são revistos por professores especialistas na
área de conhecimento em que o brinquedo se insere. A tradução dos
conteúdos para os idiomas dos países de destino é realizada por alunos
provenientes do programa Erasmus. A produção dos manuais é feita em
Portugal, tendo em conta que a indústria gráfica portuguesa é uma das mais
competitivas a nível europeu.
Distribuição
“Os parceiros da Science4you, como a FNAC,
Toys “R” Us, Faculdade de Ciências da
Universidade de Lisboa e o Sr. Brinquedo são
exemplo de parceiros de grande qualidade e
confiança. Sem eles seria totalmente impossível o
sucesso da nossa marca.”
Miguel Pina Martins , em entrevista ao jornal OJE
(2010)xi
A política de distribuição da Science4you envolve um reduzido mas criterioso
número de canais de venda, tendo passado progressivamente de um circuito
exclusivamente indireto, para uma venda por múltiplos canais: diretos,
indiretos, físicos e de comércio electrónico.
Quando iniciou a sua atividade, a Science4you recorreu à FNAC e ao El Corte
Inglês por serem as únicas superfícies comerciais de prestígio, em Portugal,
que comercializam brinquedos científicos (Anexo 16). O El Corte Inglês,
fundado em 1935 em Madrid, é o primeiro grupo espanhol no sector da
distribuição e um dos líderes mundiais no segmento de grandes armazéns xii.
Em Portugal, dispõe de 13 lojasxiii. A FNAC foi fundada em Françaxiv e tem 19
lojas no paísxv. Posteriormente, negociou com a Toys’R’Us e com as lojas
Brinka, visto serem lojas com alguma dimensão mas que até a data não
13
vendiam brinquedos científicos. Na sequência, Progressivamente, e de forma
seletiva, outros retalhistas de grande e pequeno porte foram agregados, além
de alguns distribuidores. Um exemplo é a rede Sr. Brinquedoxvi, uma empresa
portuguesa com plataforma logística na Guarda e lojas em todo o país. A
empresa é especializada na comercialização de brinquedos didáticos e é
responsável pela distribuição dos produtos Science4you para os pequenos
retalhistas espalhados por mais de 400 pontos de venda. Os produtos também
são comercializados nas lojas dos museus com os quais a empresa mantém
parceria, assim como em pontos de venda dos CTT, REN, Sonae e Banco
Barclays.
A Science4you também realiza vendas diretas ao consumidor final através de
canais online (site da empresa, Amazon) e de pontos de venda próprios em
grandes superfícies. A empresa percebeu que arrendar uma mesa ou banca de
vendas nos corredores dos centros comerciais é bastante mais económico que
uma loja tradicional, além de permitir lidar com a sazonalidade nas vendas de
modo mais eficiente (50% das vendas da empresa são concentradas na época
do Natal). Este formato também permite atrair um maior número de clientes,
pois não existem barreiras físicas como portas de entrada ou montras de vidro.
A exposição da marca é um benefício adicional das bancas de vendas.
A logística do transporte e armazenamento tem vindo a aumentar a
preocupação da direção da empresa com o desenvolvimento de um serviço de
apoio pós-venda e de garantia da satisfação do cliente. Refere Miguel Pina
Martins poder acontecer que “da Alemanha ou de Taiwan até Portugal e,
depois, até à FNAC ou outra loja qualquer, os brinquedos cheguem estragados.
Mas, nesses casos, nós asseguramos a assistência gratuita. O nosso objetivo
é manter sempre o cliente satisfeito”.
Comunicação
A Science4you procura obter uma divulgação maioritariamente gratuita junto a
diversos públicos-alvo: consumidores, distribuidores, fornecedores de matérias-
primas e serviços. Para dirigir-se a estes alvos de forma eficiente, a empresa
14
tem o objetivo de mediatizar ativamente os novos produtos, a Science4you e o
próprio fundador através de publicidade, press-releases e ações de relações
públicas na televisão, imprensa e redes sociais. A empresa também tem
apostado em ações de força de vendas e de promoção nos espaços
comerciais. O design das bancas de exposição dos produtos tem vindo a
modernizar-se e a dimensão a aumentar, quer nos espaços dos retalhistas,
quer nas bancas próprias (Figura 8).
Com o objetivo de associar o brinquedo científico com a sua experiência, a
empresa tem vindo a inovar na oferta de serviços centrados em atividades de
lazer com componente pedagógica, como festas de aniversário, oficinas
científicas e ocupação de tempos livres durante as férias escolares. Estes
eventos, além de ativarem a procura e gerarem receita, servem para testar o
potencial de aceitação de novos produtos, quer de um ponto de vista técnico,
quer na vertente do entretenimento.
A equipa: mobilizando jovens em torno da inovação e do
crescimento
Colaboradores
Desde a sua fundação, em que o Miguel Pina Martins era o único colaborador,
a Science4you atraiu uma equipa de colaboradores com formação académica
relevante para impulsionar a inovação e a expansão da empresa. Atualmente,
a equipa dirigente e de quadros técnicos (Figura 9) conta com 56 profissionais
de diversas áreas, com 90% dos quadros abaixo dos 30 anos de idade. Esta
equipa contém 13 elementos formados em gestão, finanças e economia; 10 em
ciências, 9 em design e demais com formação em psicologia, ação social,
engenharia e relações internacionaisxvii. Como um todo, a empresa possui,
atualmente, 140 colaboradores.
15
A empresa contrata essencialmente jovens dinâmicos pois, segundo o Miguel,
pessoas com este perfil são mais cooperantes e comunicativas, contribuindo
para uma maior geração de ideias para novos produtos e processos.
A Science4you é gerida pelo CEO (o próprio Miguel) e por três vice-presidentes
em Portugal, Espanha e Reino Unido (Figura 9). Durante a maior parte do ano
a empresa mantém a sua estrutura organizacional. Sazonalmente, durante as
épocas festivas e especialmente no período anterior ao Natal, é necessário
contratar mais colaboradores, nomeadamente para a montagem e o
empacotamento dos diversos kits e para as bancas Science4you instaladas
nos centros comerciais.
O empreendedor
“Neste tipo de projeto é preciso ter uma
insistência enorme e uma vontade muito grande
de fazer mais e melhor todos os dias, por isso
também é preciso acreditar muito e nunca atirar a
toalha ao chão.”
Miguel Pina Martins, em entrevista ao jornal OJE
(2010)xix
Miguel Pina Martins (Figura 10) nasceu na margem sul do Tejo, no concelho do
Seixal, em 1985. Cedo revelou um perfil empreendedor e uma atitude pró-ativa,
sendo eleito deputado da Assembleia Municipal do Seixal com 19 anos. Após a
conclusão da licenciatura em Finanças, decidiu experimentar a banca de
investimento durante 4 meses. Cedo percebeu que “não era aquilo que queria
fazer para o resto da sua vida”, regressando ao projeto de criação da
Science4you mesmo sem possuir conhecimentos em química, física ou
biologia. São várias as entrevistas em que Miguel refere que “não tinha pais
ricos, não tinha uma conta bancária recheada e não tinha uma cunha mágica
quando abriu a empresa.”xx.
16
O sucesso da start-up no auge da crise da economia portuguesa angariou ao
Miguel uma rápida e constante exposição mediática. O CEO da Logoplaste,
Filipe de Botton, reconheceu Miguel Pina Martins como uma das “Caras de
Futuro” devido à sua visão cosmopolita, dinâmica, que o faz estar um passo à
frente em termos de inovaçãoxxi. A Science4you obteve ganhos expressivos de
notoriedade (Figura 11) por via da presença do fundador nos órgãos de
comunicação que, interessados no fenómeno do empreendedorismo, passaram
a acompanhar as diferentes etapas do desenvolvimento da empresa.
Dores de crescimento: os desafios para a Science4you
Nos próximos anos a Science4you irá enfrentar uma série de desafios. Apesar
da introdução de novos brinquedos como os dinossauros articulados com
aplicações para tablets, o mercado português aproxima-se da saturação, pelo
que o crescimento da Science4you só pode ser assegurado através da
expansão nos mercados externos. A consolidação da presença em mercados
como o espanhol e o inglês e a entrada em mercados exigentes, como a
Rússia, EUA, a Alemanha e a China é uma prova decisiva. A empresa
encontra-se numa fase de transição em que deixa de ser um pequeno player
praticamente ignorado pelas grandes marcas, dado que o setor é bastante
atomizado. Porém, se mantiver as taxas de crescimento atuais, a Science4you
não deixará de ser notada tanto pelas principais distribuidoras (oportunidade)
como pelos concorrentes (ameaça).
O Miguel Pina Martins sente uma elevada pressão sobre as próximas etapas
da empresa. Qual o nível de adaptação e modo de entrada a usar nos
diferentes países de destino e quais os mercados onde deve concentrar os
seus esforços? Será possível manter o ritmo de inovação que lhe permitiu
sustentar a taxa de crescimento dos primeiros anos da empresa? O
alargamento da gama de produtos não criará dificuldades ao nível dos custos e
margens? Será possível continuar a financiar a expansão da empresa na fase
de transição de start-up para empresa madura?
17
Figuras
Figura 1 – Campanha “Já ensinou algo ao seu filho hoje?”, exposta no centro comercial Amoreiras em abril de 2014
Figura 2 – Brinquedos certificados pela Universidade de Oxford
18
Figura 3 - Primeiros brinquedos desenvolvidos pela Science4you
Figura 4 – Categorias do portfolio da Science4you em 2014
19
Figura 5 – Brinquedos mais vendidos em 2013
Figura 6 – Países onde a Science4you está presente
Figura 7 – Cronograma de Internacionalização da Science4you
20
Figura 8 - Banca Science4you em 2008 (lado esquerdo) e Ponto de Venda Science4you 2013 (lado direito)
Figura 9 – organigrama da Science4you
21
Figura 10 – Miguel Pina Martins, fundador da Science4you
2009: Prémio Empreendedor Finicia Jovem 2009 IAPMEI. 2010: Prémio de Empreendedor do Ano 2010 (Comissão Europeia). 2013: Prémio Empreendedor nos Prémios Novos 2013, na categoria de Empreendedor. 2014: Prémio Personalidades Masculinas Lux 2013 na categoria de Negócios. Figura 11 – Prémios recebidos por Miguel Pina Martins
22
Anexos
Anexo 1 - Membros do grupo responsável pelo desenvolvimento do projeto “Science4you”, na altura designado por “Science4all”
Nome Cargo Atual Funções na Science4you Participação no capital
Carina Gomes Subgerente do Banco Popular Nenhuma 0%
Catarina Coelho Gestora de particulares do Banco
Santander
Nenhuma 0%
José Santos Gestor no departamento Auditoria FSI na
Deloitte Angola
Acionista 0,1%
Luís Matos Martins Diretor Geral do AUDAX Acionista e administrador não
executivo
4,79%
Mafalda Vicente Analista no Millennium BCP Acionista 0,1%
Miguel Martins CEO da empresa Science4you Acionista 29,5%
Nuno Mendes Analista Sénior no Millennium BCP -
Departamento de Investimentos em Angola
Acionista 0,1%
Tânia Valente Consultora Sénior na
PriceWaterhouseCoopers
Nenhuma 0%
Docentes ISCTE - Acionista 4.11%
Docentes FCUL - Acionista 11.85%
InovCapital (Portugal
Ventures)
- Acionista 49.97%
Fonte: Science4you
23
Anexo 2 – Rondas de Financiamento
Ano Valor (em euros) Fontes
2008 55.000 Portugal Ventures e
acionistas
2010 45.000 Acionistas
2011 50.000 Portugal Ventures e
acionistas
2013 600.000 Portugal Ventures
Fonte: Science4you
Anexo 3 – Consumo, produção e postos de trabalho criados no subsetor dos brinquedos tradicionais e jogos
País Consumo em milhões de €
Produção em milhões de €
Nº de colaboradores diretos
União Europeia - 28 países
UE - 28 Total 15828 5833 50902
Outros
EUA 13971 4382 35037
China 4802 16011 128012
Japão 5201 2200 17590 Fonte: Eurostat, Euromonitor, e Ecorys
24
Anexo 4 - Número de crianças com idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos na UE, nos EUA e na China (em milhões)
25
Anexo 5 - Vendas (em milhões de euros) das principais empresas europeias em 2011
Empresa Milhões de € % do total
Mattel Inc 1343.6 10,1
LEGO Group 1108.5 8,3
Hasbro Inc 1084.9 8,1
Private Label 575.2 4,3
Simba-Dickie Group GmbH & Co KG
386.2 2,9
Giochi Preziosi SpA 375.7 2,8
Geobra Brandstätter GmbH & Co KG
316.8 2,4
VTech Holdings Ltd 296.9 2,2
Ravensburger AG 234.1 1,8
Takara Tomy Co Ltd 203.6 1,5
outras 7403.8 55,5
Science4you 0.6 0,00045
Fonte: Dados da Science4you e relatório “Study on the Competitiveness of the Toy Industry”
26
Anexo 6 – Top five das empresas por vendas de brinquedos tradicionais
Ranking China União Europeia EUA Mundo
1 Guangdong Alpha Animation Mattel Inc Mattel Inc Mattel Inc
2 Toyroyal Co Ltd Grupo LEGO Hasbro Inc Hasbro Inc
3 Lepo Toys Ltd Hasbro Inc Grupo LEGO Grupo LEGO
4 Mattel Inc Private Label Spin Master Ltd Grupo Bandai Namco
5 Shanghai Yaoji Playing Cards Simba-Dickie Group
Hallmark Cards Inc Takara Tomy Co Ltd
Fonte: Euromonitor
Anexo 7 – Vendas de brinquedos tradicionais em nove mercados europeus, 2011
Fonte: Euromonitor
13%
13%
12%
9%
53%
Jogos e puzzles
Jogos infanto-juvenis
Jogos de construção
Bonecas e Acessórios
Brinquedos de desporto e outdoors
27
Anexo 8 - Volume de vendas (em milhares de euros) e taxas de crescimento
2008 2009 2010 2011 2012 2013
Volume de Vendas Previsional - 439 531 629 717 795
Taxa de crescimento previsional - - 21% 19% 14% 11%
Volume de Vendas Real 53 190 245 606 1.214 3078
Taxa de Crescimento Real 258% 29% 147% 100% 153% Fonte: Documentos da empresa e Relatório do projeto inicial, ainda designado por Science4you.
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Anexo 9 - Indicadores Financeiros da Science4you (em milhares de euros)
Anos 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Demonstração de Resultados
Proveitos 53 190 245 606 1.214 3.078
Custos Operacionais 51 168 216 513 1.016 2.741
Impostos 0 2 8 19 41 86
Resultado Líquido -17 23 22 89 140 275
Balanço
Ativo Corrente 99 120 287 582 1.980 4.324
Inventários 22 32 62 115 599 1.269
Total do Ativo 104 128 315 632 2.104 4.526
Passivo Corrente 66 22 115 243 742 966
Total do Passivo 66 22 136 365 1.263 2.538
Total Capital Próprio 38 106 179 267 841 1.988
Fluxos de caixa
Fluxos de caixa das Atividades Operacionais - -46 -27 -89 -479 -526
Fluxos de caixa das Atividades de Investimento - -1 -16 -34 -86 -201
Fluxos de caixa das Atividades de Financiamento - 45 75 137 943 1500
Total Fluxos de caixa - -2 32 13 378 773
Caixa no início do exercício - 31 29 61 74 453
Caixa no final do exercício - 29 61 74 453 728 Fonte: Science4you
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Anexo 10 - Rácios Financeiros da Science4you
Anos 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Rácios de Liquidez
Liquidez Geral 1,5 5,6 2,5 2,4 2,7 4,5
Liquidez Reduzida 1,2 4,1 2,0 1,9 1,9 3,2
Fundo de Maneio (em milhares de euros) 33 99 172 339 1.238 3.358
Rácios Operacionais
Rotação dos Ativos 0,5 1,5 0,8 1,0 0,6 0,7
Rotação dos Inventários 2,4 5,9 4,0 5,3 2,0 2,4
Rotação das contas a receber 1,2 3,2 1,5 1,6 1,3 -
Rácios de Rentabilidade
Margem operacional 0% 7% 41% 26% 46% 7%
EDITDA (Margem) -32% 13% 12% 18% 15% 0%
Margem de lucro -32% 12% 9% 15% 11% 9%
Rentabilidade do capital próprio -44% 22% 13% 33% 17% 14%
Rentabilidade do ativo -16% 18% 7% 14% 7% 6% Fonte: Science4you
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Anexo 11 – Indicadores operacionais da Science4you
Ano Número de Brinquedos
Volume de vendas por brinquedo
(milhares de euros)
Número de Colaboradores
Volume vendas por colaborador (milhares
de euros)
2008 6 9 1 53
2009 13 15 4 47
2010 27 9 12 20
2011 52 12 24 25
2012 103 12 55 22
2013 200 15 100 31
Fonte: Science4you
Anexo 12 – Top five dos produtos mais vendidos em lojas próprias da Science4you em Portugal (2013)
Ranking Produto Quantidade Valor %
1º Animal Planet 7.652 43.576 € 6,0%
2º Bola de Plasma 1.329 26.566 € 3,6%
3º Kit Solar - 6 em 1 2.612 26.093 € 3,5%
4º Química 1000 1.146 22.908 € 3,1%
5º Carro Ecológico
Fuel Cell 536 18.754 € 2,5%
Fonte: Science4you
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Anexo 13 – Principais players em Portugal
Edicare Navir Science4you
Produto Kits ciência COG Brinquedos científicos e óticos
Brinquedos científicos
Preço do produto
8,70 € – 29,90 € 5€ - 30€ 7€ - 129€
Características Simples e divertido com real conteúdo didático, adequação à aprendizagem escolar, boa relação qualidade - preço
Um produto de alta qualidade, produzido na Itália.
Produto certificado pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Parceria com 15 museus de ciência Nacionais. Produto de Alta Qualidade e que permite aliar aprendizagem e divertimento.
Comunicação Fóruns de ciência, campanhas com a rede de distribuição
Web site, distribuidores
Web site/ distribuidores/ Comunicados de Imprensa
Distribuição Livrarias, lojas especializadas de jogos/brinquedos didáticos, lojas on-line
Espaços comerciais (exemplo: boutiques) em museus
Comércio on-line, FNAC, Lojas Brinka, El Corte Inglés, Toys’RUs, Senhor Brinquedo e outras lojas espalhadas um pouco por todo o país
Vendas Potencial de cerca de 200.000 € /ano 2,5 milhões de euros 1,1 milhões euros
Fonte: Science4you
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Anexo 14 - Volume de vendas no mercado interno e externo (em milhares de euros)
Anos 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Mercado Interno 53 184 229 536 1.069 2.462
Mercado Externo 0 6 16 7 145 616
Total Volume de Vendas e Serviços Prestados 53 190 245 606 1.214 3.078
Taxa de crescimento - 258% 29% 147% 100% 153%
Resultado Líquido -17 23 22 89 140 275
Rendibilidade das Vendas -32 12 9 15 11 9 Fonte: Science4you
Anexo 15 – Brinquedos Science4you comercializados por país em 2013
País Número de Brinquedos
Portugal 200
Espanha 100
Reino Unido 50
França 25
Polónia 8
Itália 20
Grécia 20
Fonte: Science4you
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Anexo 16 – Volume de vendas, em 2013, nos principais distribuidores
Distribuidor Volume de vendas (milhares de €)
Lojas próprias 727
FNAC 200
El corte Inglês 50
Fonte: Science4you
34
Referências
i Disponível em http://www.jornaldenegocios.pt/empresas/start_ups/detalhe/carlos_silva_as_crises_sao_a_melhor_altura_para_lancar_uma_start_up.html, consultado em março de 2014 ii Disponível em http://www.science4you.pt/quem-somos/imprensa/jornais, consultado em abril
de 2014 iii Study on the Competitiveness of the Toy Industry, disponível em
http://ec.europa.eu/enterprise/sectors/toys/files/reports-and-studies/final-report-competitiveness-toys-ecsip_en.pdf iv Disponível em http://eur-lex.europa.eu/legal-
content/en/ALL/;jsessionid=JHwjT2pdthdLCghWgv7hNhwlsZDgpffk4jpLJLvKcJTPjnwQ9zwm!-1113595201?uri=CELEX:32009L0048 v Study on the Competitiveness of the Toy Industry, disponível em
http://ec.europa.eu/enterprise/sectors/toys/files/reports-and-studies/final-report-competitiveness-toys-ecsip_en.pdf, p.16 vi Disponível em http://www.science4youtoys.com/science4you/about-u
vii
Disponível em http://edicare.pt/quemsomos/, consultado em março de 2014 viii
Disponível em http://www.navir.it/en/about.htm, consultado em março de 2014 ix Disponível em https://infoeuropa.eurocid.pt/files/database/000055001-
000056000/000055517.pdf x Ibidem.
xi Disponível em http://www.science4you.pt/quem-somos/imprensa/jornais
xii
Disponível em http://www.elcorteingles.pt/corporativo/corporativo/elcorteingles/03_historia.asp, consultado em abril de 2014 xiii
Disponivel em https://www.elcorteingles.pt/, consultado em abril de 2014 xiv
Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Fnac, consultado em abril de 2014 xv
Disponível em http://www.fnac.pt/Localization/pt-PT/Guides/LojasFnac.aspx~, consultado em abril de 2014 xvi
Disponível em http://www.srbrinquedo.pt/pagina-sr-brinquedo, consultado em abril de 2014 xvii
Disponível em http://www.science4you.pt/quem-somos/equipa, consultado em abril, 2014 xix
Disponível em http://www.science4you.pt/quem-somos/imprensa/jornais, consultado em abril de 2014 xx
Entrevista à revista online “MAIS SUPERIOR”, disponível em http://www.maissuperior.com/tag/miguel-pina-martins/ xxi
Entrevista de Miguel Pina Martins à Revista Visão, disponível em http://visao.sapo.pt/caras-do-futuro-miguel-pina-martins=f724765