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ISBN: 978-972-9171-86-4

T Auditoria Pública com autores-versão revista-vf · necessitavam de prestar serviços administrativos eficientes e que a sua atuação seja eficaz, melhorando as suas condições

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ISBN: 978-972-9171-86-4

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O papel das Instituições Superiores de Controlo na Auditoria

Pública

Susana Maria de Oliveira e Silva

Doutoranda em Contabilidade

Universidade do Minho

E-mail: [email protected]

Helena Inácio

Instituto Superior de Contabilidade e Administração, Universidade de Aveiro, Portugal

Apartado 58, 3811-953 Aveiro - Portugal Telefone: + 351 234 380 110 / Fax: + 351 234

380 111 E-mail: [email protected]

Área temática: A8 | Auditoria

Metodologia: M3 | Empirical Archival

Palavras-Chave: Auditoria, Instituições Superiores de Controlo (ISC), transparência,

accountability, independência.

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Índice

Resumo .............................................................................................................................. 2

Abstract ............................................................................................................................. 3

1. Introdução .................................................................................................................. 4

2. Revisão da Literatura ................................................................................................. 6

2.1 A influência da “New Public Management” (NPM) na auditoria das ISC ............. 6

2.2 Importância da Comunicação nas ISC ................................................................... 10

2.3 A transparência e a accountability como estratégia de comunicação nas ISC ...... 11

2.4 Cooperação dos organismos internacionais na emissão de normas de auditoria .. 15

3. Considerações Finais ............................................................................................... 18

4. Referências Bibliográficas ....................................................................................... 20

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Resumo

Na década de 90 assistiu-se a uma mudança na auditoria por influência da “New Public

Management” (NPM), devido às alterações verificadas na atuação dos organismos que

controlam e fiscalizam a atividade económico-financeira das entidades públicas. Assim, as

auditorias financeiras tradicionais começam a perder preponderância relativamente às

auditorias de desempenho, tornando emergente a existência de organismos de controlo. As

Instituições Superiores de Controlo (ISC), como organismos reguladores superiores e

independentes, devem publicitar os relatórios de auditoria que realizam para aumentar a

transparência e a accountability, mas também o controlo, análise e reporte de informações

sobre as próprias ISC. Nesse âmbito, a International Organization of Supreme Audit

Institutions (INTOSAI) criou um fórum dirigido aos auditores governamentais para promover

a discussão de questões de interesse mútuo e dar a conhecer os recentes desenvolvimentos

registados na auditoria. Assim, o principal objetivo da presente investigação consiste em

analisar a influência da NPM na auditoria das ISC e as suas estratégias de comunicação,

baseada na teoria institucional e na teoria NPM. Simultaneamente, também se pretende

analisar a cooperação dos organismos internacionais no desenvolvimento de normas de

auditoria. Dessa forma, foi delineada uma abordagem de revisão de literatura. Os resultados

demostram que cada ISC deverá promover as suas formas de controlo, a sua auditoria, as suas

estratégias de comunicação e a divulgação dos resultados, de forma a promover a

transparência e aumentar a accountability.

Palavras-chave: Auditoria, Instituições Superiores de Controlo (ISC), transparência,

accountability, independência.

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Abstract

In the 90s there has been a change in the audit under the influence of "New Public

Management" (NPM) due to changes in the performance of organizations that control and

supervise the economic and financial activity of public entities. Thus, the traditional financial

audits begin to lose preponderance in relation to performance audits, making emerging the

existence of control bodies. The Supreme Audit Institutions (SAI), as superior and

independent regulatory bodies, shall publish the audit reports that perform to increase

transparency and accountability, but also the control, analysis and reporting of information on

ISC own. In this context, the International Organization of Supreme Audit Institutions

(INTOSAI) has created a targeted forum for government auditors to promote discussion of

issues of mutual interest and to report on the recent developments in the audit. Thus, the main

objective of this research is to analyze the influence of NPM in the audit of the ISC and their

communication strategies, based on institutional theory and NPM theory. Simultaneously, it is

also intended to analyze the cooperation of international organizations in developing auditing

standards. Thus, a literature review approach was outlined. The results demonstrate that each

SAI should promote forms of control, its audit, their communication strategies and

dissemination of results in order to promote transparency and increase accountability.

Keywords: Audit, Supreme Audit Institutions (SAIs), transparency, accountability,

independence.

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1. Introdução

Nos últimos 20 a 30 anos, a NPM tem influenciado as ISC de toda a Europa ocidental, dando-

se um maior ênfase ao controlo externo e menor relevo à burocracia. Neste período, para além

da realização das auditorias financeiras, começam-se a desenvolver auditorias de desempenho

com o objetivo de avaliar a economia, eficiência e eficácia da gestão das entidades públicas e

como forma de aumentar a accountability (Reichborn-Kjennerud, 2014).

O papel das ISC e dos auditores em geral, mais concretamente os auditores do governo,

assumem hoje um papel cada vez mais importante no reforço da accountability do setor

público, através do seu trabalho de análise e elaboração de relatórios sobre os resultados

financeiros governamentais. A importância das ISC é cada vez mais reforçada, no seu

trabalho de auditoria focado na eficiência e eficácia do uso dos fundos públicos. (Clark,

Martinis, & Krambia-Kapardis, 2007). Estas Instituições constituem uma parte essencial do

quadro institucional das nações democráticas, pelo que devem ser independentes, para desta

forma assegurarem convenientemente o cumprimento, por um lado, da legalidade das

despesas públicas e por outro da economia, eficiência e eficácia, aumentando desta forma a

accountability (Pollitt & Summa, 1997). Neste sentido, a auditoria é uma componente crucial

da accountability, uma vez que legitima as informações financeiras, dando maior

credibilidade à prestação de contas. Por outro lado, para manter a credibilidade e legitimidade

das mesmas é importante que o auditor seja independente (Gendron, Cooper, & Townley,

2001).

Neste contexto, e tendo em conta quer a independência do auditor e consequentemente das

ISC, é importante que estas divulguem os seus próprios relatórios de auditoria (Talbot &

Wiggan, 2010).

Neste âmbito, a INTOSAI desenvolveu um fórum de discussão para os auditores dos

governos em todo o mundo sobre questões de interesse comum, por forma, a mantê-los

atualizados sobre os desenvolvimentos recentes nas áreas de auditoria, normas profissionais e

melhores práticas. (INTOSAI - Plano estratégico 2011-2016). Em 2010 a aprovação do Plano

estratégico 2011-2016 da INTOSAI, vem reforçar as políticas de comunicação por parte das

ISC, com o objetivo de aumentar a transparência e accountability (González-Díaz, García-

Fernández & López-Díaz, 2012). Adicionalmente, para o desenvolvimento de normas

internacionais de auditoria para o setor público, e considerando que este setor tem algumas

especificidades, a INTOSAI, desenvolveu parecerias com o International Federation of

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Accountants (IFAC), e o International Auditing and Assurance Standards Board (IAASB)

(Ânerud, 2004).

Assim, e considerando o atual contexto de globalização e de crise mundial este tema revela-se

de extrema relevância dado que, o setor público assume um papel cada vez mais

preponderante. Neste sentido, e considerando que as ISC auditam de forma independente as

entidades do setor público, devem adotar políticas de comunicação com a estratégia de

aumentar a transparência e a accountability na divulgação dos relatórios de auditoria das

entidades do setor público, e dos seus próprios resultados. A motivação por este tema, centra-

se na importância que a auditoria, no setor público, tem vindo a assumir nos últimos anos,

nomeadamente pela influência da NPM.

Desta forma, o objetivo deste artigo é analisar a influência da NPM na auditoria das ISC, as

suas estratégias de comunicação, como forma de aumentar a transparência e a accountability e

ainda, analisar a cooperação dos organismos internacionais no desenvolvimento de normas de

auditoria. Para dar cumprimento ao objetivo proposto, o artigo encontra-se divido em cinco

secções. Na primeira secção abordamos a influência da NPM na auditoria das ISC e na

segunda secção a importância da comunicação nestas Instituições. Na terceira secção

analisamos transparência e a accountability como estratégia de comunicação nas ISC e na

quarta secção debruçamo-nos sobre a cooperação dos organismos internacionais na emissão

de normas de auditoria. Por último, na quinta secção, são efetuadas as considerações finais.

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2. Revisão da Literatura

2.1 A influência da “New Public Management” (NPM) na auditoria das ISC

Os países europeus e norte-americanos que implementaram reformas baseadas na teoria da

NPM, introduziram abordagens orientadas para o desempenho, para o cliente, e com base em

princípios de mercado. Nesses países, as ISC desempenharam um papel importante, na gestão

do desempenho e na reforma do sistema de contabilidade pública. “As reformas baseadas no

NPM foram implementadas não apenas nos países anglo-saxónicos, tais como o Reino Unido

e Nova Zelândia, mas também têm-se expandido para países continentais e está a tornar-se

uma tendência global” (Azuma, 2005:69).

Neste sentido, cada ISC está a trabalhar na melhoria do sistema de medição de desempenho e

no sistema contabilístico na ótica da contabilidade do acréscimo, procurando desta forma

garantir a confiança nos relatórios de desempenho e das demostrações financeiras. Segundo

Azuma (2005), as reformas baseadas na teoria da NPM, implementadas na segunda metade da

década de 1980 ou após essa data, foram essenciais, na medida em que, os países

necessitavam de prestar serviços administrativos eficientes e que a sua atuação seja eficaz,

melhorando as suas condições administrativas e fiscais. Esta situação não seria possível com

um sistema de gestão administrativa burocrático convencional, mas sim, com um sistema de

gestão baseado nos métodos das empresas do setor privado. Assim, o autor considera que as

razões que podem levar a reformas nos sistemas administrativos e fiscais baseadas na teoria

da NPM, são:

1. Objetivos das atividades de ISC

Os objetivos das auditorias de cada ISC, são para promoção da eficiência administrativa e

financeira, apesar do status e autoridade de cada ISC diferir entre os diversos países. Contudo,

como “os objetivos da NPM e das ISC são os mesmos, cada ISC de cada país irá cooperar

ativamente com os esforços de reforma com base na teoria NPM através das suas atividades

de auditoria” (Azuma, 2005:81).

2. Necessidade de auditorias do ponto de vista da economia, eficiência e eficácia

Uma vez que, com a NPM existe uma mudança do método de gestão administrativa, existindo

uma abordagem centrada nos resultados e no cliente, as ISC devem alterar a filosofia das suas

auditorias, passando de auditorias de regularidade para auditorias de economia, eficiência e

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eficácia. Desta forma, este tipo de auditorias exige que sejam bem definidos e de forma

atempada, os objetivos, o tipo de indicadores e os processos administrativos.

Na figura 1 abaixo, podemos observar o ciclo de gestão administrativa e pontos de vista da

auditoria de desempenho.

Economia Eficiência Eficácia

Recursos Input Processo Output Resultados

Fatores Externos

Regularidade

Custo-Efetividade

Figura 1: Ciclo de gestão administrativa e pontos de vista da auditoria de desempenho

Fonte: Azuma (2005:82).

Segundo Azuma (2005) o ciclo de gestão administrativa é constituído pelos recursos tais

como fundos e pessoal; as entradas são os recursos em atividades administrativas (execução

do orçamento, etc.); o processo da atividade administrativa são atividades de produção de

serviços administrativos; o output administrativo são os serviços administrativos prestados; os

resultados são os efeitos provocados por meio de serviços administrativos e os fatores

externos constituem todos os fatores que não são serviços administrativos, que terão um

impacto sobre o resultado, como por exemplo queda nas taxas de juros de mercado, economia

lenta, aumento no número de empréstimos oferecidos pelas instituições financeiras, etc..

Na auditoria de regularidade verifica-se se os recursos de entrada e as atividades

administrativas são realizadas de acordo com os orçamentos, leis e regulamentos.

Numa auditoria de desempenho, e neste contexto de gestão administrativa, deve-se atender: à

economia, ou seja, se os esforços são realizados para minimizar o recurso de entrada na

entrega de determinado serviço administrativo; à eficiência, os esforços são feitos para

maximizar a entrega de serviços administrativos com um determinado recurso de entrada; à

eficácia, se o serviço administrativo alcança os resultados pretendidos. No custo-efetividade

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deve-se verificar se o serviço administrativo está a gerar resultados comparáveis com os

recursos de entrada.

3. Independência na estrutura do governo do estado

O princípio básico da teoria NPM do ponto de vista da governação baseia-se no aumento de

objetividade por parte do governo nos relatórios de desempenho e nas demostrações

financeiras. Desta forma, as ISC de cada país, devem analisar os relatórios e as demonstrações

financeiras como um órgão independente do Conselho de Ministros que implementa as

políticas.

Na mesma medida Barzelay (1997) defende que o principal objetivo da auditoria financeira

tradicional é a verificação da conformidade de acordo com as normas aplicáveis na prestação de

contas e impedir ou corrigir os desvios, enquanto a auditoria de desempenho, tem como principal

objetivo a medição da economia, eficiência e eficácia. A economia significa eliminar o

desperdício nas entradas, a eficiência refere-se à otimização de processos para transformar

entradas em saídas, e a eficácia significa atingir os resultados através da entrega das saídas. As

auditorias de desempenho podem-se designar como "accountability performance", sendo que as

organizações devem ser responsabilizadas pelos resultados do que fazem, ao contrário de como o

fazem. No seu estudo, Barzelay (1997), considera que a auditoria de desempenho pode assumir

vários tipos: auditoria eficiência, de eficácia, auditoria da capacidade de desempenho da gestão e

auditoria de informações de desempenho, sendo que, este tipo de auditorias são distintas dentro

dos estados membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico

(OCDE). A auditoria de desempenho é praticada por organismos do governo central nos países

de língua inglesa, na Europa, Austrália, América do Norte, França, Alemanha e Holanda. O

Tribunal de Contas de Portugal parece não realizar auditorias de desempenho, assim como se

verificou que, em países tais como Dinamarca, Grécia, Itália, República da Coreia, México,

Espanha e Turquia também não é praticada auditoria de desempenho pelos organismos centrais.

No quadro 1 são apresentadas os principiais tipos de auditoria de desempenho praticada por país.

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Quadro 1: Principiais tipos de auditoria de desempenho por país

Auditoria de

eficiência Auditoria de

eficácia

Auditoria da capacidade de

desempenho da gestão

Auditoria de informações

de desempenho

Austrália � � � Canadá � � Finlândia � � � França � � Alemanha � � � Irlanda � � Holanda � � � Nova Zelândia � � Noruega � � Portugal Suécia � � � � Reino Unido � � E. U. A. � � �

Fonte: Barzelay (1997:246)

Como se pode verificar pelo quadro acima, as auditorias de desempenho não são praticadas

por todas as ISC e segundo Barzelay (1997), isto deve-se ao modelo mais ou menos

burocrático de cada país, à resistência à mudança e às formas de autonomia.

Nesta sequência, a INTOSAI, no International Journal of Government auditing de 2013,

refere que o Australian National Audit Office (ANAO) iniciou em outubro de 2012, um

projeto piloto que pretende contribuir para a recolha de informações sobre auditorias de

desempenho. Esta iniciativa, baseada numa ferramenta web destina-se a fomentar a

aproximação do cidadão, dos governos e de outros stakeholders, contribuindo para o

desenvolvimento da auditoria de desempenho. O governo Australiano tem como objetivo

promover o uso das tecnologias para incentivar um governo mais aberto e transparente. De

referir ainda que, um estudo do ANAO em 2007, comprova que o governo australiano, desde

há 30 anos que continua a realizar auditorias de desempenho, considerando que são uma

componente importante para a administração pública e de informação para o público em geral

sobre questões de eficiência e eficácia dos programas dos governos.

Ainda neste âmbito, a INTOSAI publicou em 2013, a International Standards of Supreme

Audit Institutions (ISSAI) 300 – Fundamental Principles of Performance Auditing, que define

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como princípios gerais das auditorias de desempenho, os princípios de economia, eficiência e

eficácia e destaca que as auditorias de desempenho são fundamentais porque fornecem

informações relevantes das entidades do setor público,

2.2 Importância da Comunicação nas ISC

Na década 90 as ISC iniciam a publicação de alguns dos trabalhos e relatórios de auditoria,

começando a estabelecer alguma comunicação o que até à data excecionalmente acontecia.

Assiste-se à divulgação, através dos sites das ISC de manuais de boas práticas, relatórios de

auditoria, artigos de imprensa, apresentando-se dessa forma o impacto das auditorias ao

público em geral (González, López & García, 2008).

Atualmente as ISC utilizam as tecnologias de informação e comunicação (TIC) como uma

oportunidade de comunicação, de forma a promover a accountability e a transparência,

reforçando o papel do público e garantindo o cumprimento e maior qualidade na utilização

dos recursos públicos (González, López & García, 2008).

Desta forma, torna-se fundamental que as ISC possuam sites com informação atualizada para

consulta dos vários stakeholders. A informação disponível poderá ser no âmbito das

auditorias realizadas, mas também sobre os seus programas anuais, participação em

congressos do pessoal, tomada de possa dos seus quadros, etc. (González, López & García,

2008).

Neste âmbito, a INTOSAI desenvolveu uma política de comunicação designada “o

intercâmbio de informações que beneficia a todos”, com a publicação do INTOSAI

Communication Policy, com o objetivo de melhorar o conhecimento e experiência dentro de

toda a comunidade INTOSAI, promovendo a transparência e accountability. Esta política foi

reforçada em 2010, com a publicação e aprovação do Plano estratégico 2011-2016.

“As ISC desempenham um papel importante na vida política e administrativa dos países”

(Pollitt & Summa, 1997:313) atuando como controladores independentes da accountability

pública. Desta forma, as ISC poderão ser capazes de aumentar a eficiência, eficácia, economia

e transparência do desempenho do governo ao fornecer informação detalhada sobre a política

e sobre os seus programas. Para uma auditoria pública eficaz, os auditores devem reportar os

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seus resultados para o público e para os seus representantes democraticamente eleitos

(González, López & García, 2008).

As razões, segundo González-Díaz, García-Fernández & López-Díaz (2012) que explicam a

necessidade das ISC adotarem uma política de comunicação, de forma a aumentar a

transparência e a accountability são:

1. A conclusão do ciclo da accountability, com a divulgação dos resultados das

auditorias;

2. A capacidade dos organismos públicos demonstrarem os resultados da sua atividade,

permitindo-lhes justificar a sua existência e aumentando a credibilidade das ISC.

3. A capacidade da comunicação servir os objetivos estratégicos da organização (está no

centro da estratégia da organização), sendo que as ISC têm liberdade para definir a sua

própria política de comunicação;

4. A influência no cumprimento pela liberdade de informação na medida em que a

informação é transmitida através dos diversos canais de comunicação à disposição de

cada ISC;

5. O facto da estratégia de comunicação poder ajudar as ISC a combater a corrupção,

especialmente em países em desenvolvimento, quando os referidos organismos usam

os meios de comunicação para chamar a atenção da sociedade para os casos de

corrupção descobertos, durante o curso do seu trabalho.

Neste sentido, os meios de comunicação, sejam: internet, rádio, televisão, jornais, etc.,

assumem um papel primordial na relação das ISC com o público em geral, pois permite maior

transparência no uso dos recursos públicos e maior accountability por parte das entidades

públicas em geral, aquando a divulgação dos resultados das auditorias por parte das ISC.

2.3 A transparência e a accountability como estratégia de comunicação nas ISC

A INTOSAI e o Tribunal de Contas Europeu consideram que a transparência é um dos

princípios básicos da política de comunicação das ISC e neste sentido torna-se fundamental a

relação com os meios de comunicação, com o objetivo de divulgar os resultados das suas

atividades (González, López & García, 2008).

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A INTOSAI em 2010, publicou duas normas internacionais, nomeadamente, a ISSAI 20-

Principles of transparency and accountability - que aprova os princípios de transparência e

accountability e a ISSAI 21- Principles of Transparency and Accountability - Principles and

Good Practices, que aprova as boas práticas dos princípios da transparência e accountability.

Estas normas têm como objetivo: propor princípios e boas práticas de transparência e

accountability para as ISC; promover os serviços públicos do Estado, para que haja uma

maior compreensão da sua função e do seu papel na sociedade; “e servir de exemplo aos

organismos públicos auditados” (González-Díaz, García-Fernández, & López-Díaz, 2012:2).

A accountability e a transparência são dois elementos importantes da boa governação e não

são facilmente separados uma vez que abrangem muitas vezes as mesmas ações. “A

transparência é uma força poderosa que, quando aplicada de forma consistente, pode ajudar

a combater a corrupção, melhorar a governação e promover a accountability” (ISSAI 20:4).

A transparência está estreitamente ligada à comunicação, pelo que o ISSAI 20 estabelece que:

“a transparência refere-se à comunicação pública oportuna, clara, fiável, das ISC, sobre o

seu estatuto, a estratégia, gestão financeira e performance. Inclui ainda a obrigação de

publicitação dos relatórios sobre as constatações e conclusões de auditoria e o acesso

público da informação sobre as ISC” (ISSAI 20:4).

No que respeita ao conceito de accountability o ISSAI 20 atribui-lhe um carácter mais

jurídico considerando que se refere “ ao enquadramento jurídico dos relatórios, estrutura

organizacional, estratégia, procedimentos e ações para ajudar a garantir que as ISC:

- Cumpram as suas obrigações legais no que diz respeito ao seu mandato de auditoria e aos

relatórios necessários, dentro de seu orçamento;

- Avaliem e acompanhem o seu próprio desempenho, bem como o impacto da sua auditoria;

- Comuniquem sobre a regularidade e a eficiência do uso dos recursos públicos, incluindo

suas próprias ações e atividades” (ISSAI 20:4).

Neste sentido, a ISSAI 20 invoca e explica os nove princípios de transparência e

accountability, nomeadamente, o facto de as ISC deverem:

1. Realizar as suas funções num quadro legal que preveja a obrigação de accountability e

transparência;

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2. Disponibilizar publicamente o seu mandato, responsabilidades, missão e estratégia;

3. Ter normas de auditoria objetivas e transparentes, assim como processos e métodos

transparentes;

4. Aplicar deveres de ética e integridade, para todos os funcionários, e em todos os níveis;

5. Zelar pelo respeito dos princípios de accountability e transparência quando exteriorizam as

suas atividades;

6. Gerir as suas atividades com economia, eficiência e eficácia, em conformidade com as leis

e regulamentos, e devem divulgar publicamente os resultados dessas atividades;

7. Fornecer publicamente os relatórios sobre os resultados e conclusões das suas atividades de

auditoria;

8. Comunicar as suas atividades e resultados de auditoria atempadamente e de forma oportuna

através dos meios de comunicação, sites da internet e outros meios;

9. Contratar conselheiros externos independentes para melhorar a qualidade e credibilidade do

seu trabalho

Na sequência dos princípios enumerados, a ISSAI 21, refere como exemplo de boas práticas

quanto á obrigação de accountability e transparência (princípio n.º1):

• Existência de um site onde conste uma rubrica intitulada "Legislação" ou "mandato

Legal", que detalhe o quadro jurídico da ISC, e em alguns casos, com links diretos

para os documentos relevantes;

• Referências da legislação aplicável às ISC e alguma referência às regras de

responsabilização das ISC.

No que se refere ao princípio n.º 7 e n. º 8 da ISSAI 20, que aludem aos meios de

comunicação utilizados pelas ISC, a ISSAI 21 aponta como exemplos de boas práticas:

• Divulgação dos relatórios das auditorias nos sites da internet das ISC e informação

sobre o número de potenciais infrações reveladas nas suas auditorias;

• Oferta de alguns sumários sobre publicações das ISC, e permissão do acesso por e-

mail ás últimas publicações, mediante uma subscrição;

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• Apresentação dos resultados que as ISC apresentam às comissões parlamentares, ao

Presidente, ou ao Rei, dependendo do país;

• Comunicação dos resultados anticorrupção das instituições governamentais;

• Apresentação e disponibilização de um porta-voz da ISC para os média, que realize os

comunicados para a imprensa, discursos, e que ajude a compreender os relatórios de

auditoria que são publicados.

Quanto á comunicação e divulgação dos relatórios, a INTOSAI concluiu que um grande

número das ISC está a praticar esta política corretamente, nomeadamente através da

realização de conferências de imprensa e contratação de peritos em comunicação para resumir

e simplificar os relatórios de auditoria (González-Díaz, García-Fernández, & López-Díaz,

2012).

A INTOSAI estabeleceu cinco princípios na sua política de comunicação: disponibilização de

informações atualizadas, relativamente às atividades da INTOSAI; garantir que a INTOSAI é

acessível a todos os stakeholders; promover os princípios básicos de abertura e transparência

na comunicação e garantir que ela é objetiva, atual, clara, de fácil compreensão; assim como a

comunicação do plano estratégico, necessário para o sucesso da respetiva implementação e

assegurar que todas as comunicações externas são consistes com a missão, visão e objetivos

estratégicos da INTOSAI.

No que se refere à missão e visão da INTOSAI, o plano estratégico 2011-2016 refere que a

INTOSAI é uma organização apolítica, autônoma, independente e profissional, com o

objetivo de promover o intercâmbio de ideias, conhecimentos e experiências, tem como visão

promover o bom governo, permitindo que as ISC possam ajudar os respetivos governos a

melhorar o desempenho, aumentar a transparência, garantir a responsabilização, manter a

credibilidade, lutar contra a corrupção, promover a confiança do público, e fomentar a

eficiente e eficaz utilização de recursos públicos, para o benefício de seus povos.

Na mesma perspetiva, Hollingsworth, White, & Harden, (1998) referem que as informações

de auditoria devem estar publicamente disponíveis, seja para os contribuintes locais, seja para

consulta de outros organismos auditores (National Audit Office e Public Accounts

Committee). Neste sentido, distingue-se a accountability em três perspetivas diferentes: a

“accountability democrática do governo para com os cidadãos; accountability da

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administração, na qual os funcionários públicos dos departamentos governamentais,

agências e governo local são responsabilizados por seus superiores hierárquicos; e

accountability de legalidade, que consiste no acompanhamento e execução das regras e

princípios estabelecidos previamente para orientar os comportamentos” (Hollingsworth,

White, & Harden, 1998:96-97).

Neste âmbito Clark, Martinis, & Krambia-Kapardis (2007) consideram que a independência

das ISC aumenta a accountability do governo, das agências governamentais e das outras

entidades do setor público, sendo que os códigos de ética e as normas de auditoria são um

referencial no que diz respeito à independência das ISC.

2.4 Cooperação dos organismos internacionais na emissão de normas de auditoria

Vários fatores influenciaram o desenvolvimento das normas internacionais de auditoria nos

últimos anos. As falências e fraudes mundiais, como os casos da ENRON, Parmalat, Tyco,

WorldCom e Xerox, fizeram sentir a necessidade de reforçar a regulamentação no sentido de

proporcionar auditorias de qualidade e com maior Independência do auditor (Clark, Martinis,

& Krambia-Kapardis, 2007).

Neste sentido existe necessidade de restabelecer a confiança na contabilidade e na auditoria.

A Lei Sarbanes-Oxley, de 2002 dos Estados Unidos, levou à criação da “Public Company

Accounting Oversight Board” (PCAOB), - Conselho de supervisão de contabilidade das

empresas públicas, que é uma entidade do setor privado, sem fins lucrativos, cuja finalidade é

supervisionar os auditores das empresas públicas, a fim de proteger os interesses dos

investidores e promover o interesse do público na elaboração de relatórios de auditoria

informativos, justos e independentes (Ânerud, 2004).

Desta forma, o comité de normas de auditoria da INTOSAI, o IFAC e o IAASB elaboraram

um memorando de entendimento com o objetivo de emitir um conjunto de normas

harmonizadas importantes para o desenvolvimento dos trabalhos de auditoria, conforme

podemos analisar na figura 2. Esta convergência e harmonização foi também sentida pela

União Europeia (UE), nomeadamente na exigência da aplicação das normas internacionais de

auditoria, nas auditorias realizadas na UE. Como consequência, existe também uma tendência

cada vez maior para a harmonização das normas de auditoria do setor público e setor privado.

No âmbito do setor público e no que diz respeito à emissão de normas internacionais de

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auditoria, a INTOSAI está representada no IAASB e no Consultative Advisory Group (CAG)

- Grupo de assessoria consultiva. Em países como os Estados Unidos e o Reino Unido,

determinados trabalhos de auditoria do governo são realizados por empresas privadas e

posteriormente supervisionados pelas ISC (Ânerud, 2004).

Em Portugal, também está previsto, na Lei 48/2006, de 29 de agosto, o recurso a empresas de

auditoria e a consultores técnicos, sempre o Tribunal de Contas não possa desempenhar a

realização de tarefas indispensáveis ao exercício das suas funções (art.º56º da Lei 48/2006) ou

nos casos dos processos de verificação de contas, para realizar exames, vistorias, avaliações

ou outras diligências (art.º 87º da Lei 48/2006).

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Figura 2: Cooperação no desenvolvimento de normas internacionais de auditoria da INTOSAI/ IFAC

INTOSAI nota prática Considerações

Final

Primeira Leitura

Painel de referência

Observadores

Documento draft

IFAC/IAASB Processo para desenvolvimento das Normas Internacionais de Auditoria

INCOSAI (Congressos INTOSAI)

Documento de reflexão

Trabalho Normas de Auditoria

INTOSAI Comissão de normas de auditoria

INTOSAI Conselho de Administração

Diretor de Projeto e Secretariado do Projeto

Diretrizes de auditoria financeira do grupo de

trabalho

Fonte: Ânerud (2004:22)

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A INTOSAI e os representantes da IFAC, participaram em 2004 numa reunião em

Estocolmo organizada pelo secretariado Sueco, onde foi discutido o quadro geral para o

desenvolvimento e execução de normas internacionais de auditoria no âmbito da

cooperação entre INTOSAI, IFAC e IAASB. Para a coordenação deste trabalho foi

nomeado um “diretor de projeto e secretariado” do tribunal de contas Sueco, com a

principal função de selecionar os especialistas da INTOSAI que irão colaborar no

desenvolvimento de normas, e de tratar questões específicas do setor público,

juntamente com o IAASB. Foram nomeados 84 especialistas de 43 países diferentes,

onde cada um contribui com o seu conhecimento e experiência em nome geral da

INTOSAI e não em representação dos interesses dos seus países. Estes peritos tinham

como missão analisar e se necessário propor, conjuntamente com o IAASB, notas

práticas às diretrizes de forma a fornecer orientações sobre a forma como as normas

devem ser aplicadas no setor público (Ânerud, 2004).

No âmbito desta cooperação discutiu-se a necessidade de uma linguagem comum das

normas internacionais de auditoria do setor público e do setor privado e ainda os termos

de referência para o desenvolvimento de diretrizes de auditorias financeiras e auditorias

de regularidade, uma vez que estas últimas são particularmente realizadas nas entidades

do setor público (Ânerud, 2004).

3. Considerações Finais

Decorrente da revisão da literatura efetuada, podemos concluir que a NPM impulsionou

o desenvolvimento de auditorias de desempenho como forma de avaliar a economia,

eficiência e eficácia das entidades públicas. No entanto, é necessário garantir a

fiabilidade dos relatórios de desempenho e das demonstrações financeiras dos governos

para que estes possam funcionar de forma eficaz (Azuma, 2005).

As novas formas de gestão são cruciais para a transparência da informação, pois o

cidadão adquire nos dias de hoje um papel fundamental no âmbito da gestão pública,

pois a informação é a ele que se dirige (Marques & Almeida, 2004). A influência da

NPM na auditoria pública exigiu por parte das entidades públicas, e por parte das ISC,

maior accountability e independência do auditor no setor público.

Concluímos ainda que, ao longo dos últimos cinco anos, a INTOSAI conseguiu projetar

a política de comunicação que resultou na aprovação do “ INTOSAI Communication

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Policy” e que foi reforçada pela aprovação do plano estratégico, em vigor até 2016. A

aprovação das ISSAI 20 e 21 também impulsionaram a comunicação, reconhecendo que

é necessário promover a transparência e accountability.

Na nossa opinião, e considerando que este artigo apenas contribui para o aumento da

investigação na área de auditoria pública, verificamos, que cada ISC deverá promover

as suas formas de auditoria/ controlo, de comunicação/ divulgação dos resultados, de

forma a promover a transparência e aumentar a accountability.

Este artigo, adotando uma investigação interpretativa, baseia-se na teoria institucional, e

na teoria NPM, tal como defende Azuma (2005) pelo que apresenta as limitações

impostas pela adoção das próprias teorias.

Sugerimos, para investigações futuras um estudo sobre as estratégias de comunicação

adotadas pelo Tribunal de Contas Português.

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4. Referências Bibliográficas

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