Upload
sicaalmeida
View
53
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
CURSO & COLÉGIO GABARITO
A IMPORTÂNCIA DA PERFURAÇÃO DOS POÇOS DE PETRÓLEO
ADRIANO MATOS MARTINS
ARACAJU
2014
ADRIANO MATOS MARTINS
A IMPORTÂNCIA DA PERFURAÇÃO DOS POÇOS DE PETRÓLEO
ARACAJU2014
2
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso & Colégio Gabarito como um dos pré-requisitos para obtenção do grau de Técnico em Eletromecânica. Sob a orientação do Professor
ADRIANO MATOS MARTINS
UTILIZAÇÃO DO SÓLIDO NA SECAGEM DO CASCALHO
Trabalho de conclusão de curso apresentada como exigência parcial para a obtenção do grau de Técnico em Eletromecânica à Comissão Julgadora do Curso & Colégio Gabarito.
Avaliado em ___/___/___
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________________________________
Nome do (a) orientador (a)
Instituição
___________________________________________________________________________
Nome do componente
Instituição
___________________________________________________________________________
Nome do componente
Instituição
ARACAJU, 20143
Dedico este trabalho primeiramente a
Deus pela vida, a meus pais por
acreditar mim e a minha família por
estarem ao meu lado durante toda
essa jornada.
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus que, pela sua graça me
capacitou a cumprir mais essa etapa da
minha vida e com seu imensurável amor
sempre traz a existência os meus sonhos.
Aos meus incondicionalmente pais,
exemplos de caráter, que desde tenra idade
me incentivam em prosseguir no caminho da
buscar pelo conhecimento.
A minha filha, pelo apoio e compreensão nas
horas de trabalhos e estudos, em que não
pudemos partilhar de suas companhias.
Aos meus irmãos e sobrinhos por me
proporcionar momentos de ternura e afeto.
Ao meu orientador_______________ pela
dedicação, incentivo, paciência,
profissionalismo e amizade durante a
realização deste trabalho.
Enfim, a todos que, de uma forma ou outra,
estiveram presentes em minha vida e foram,
com certeza, essenciais para a execução e
conclusão desta dissertação.
5
“Se o dinheiro for a sua esperança de independência, você jamais a terá. A única segurança verdadeira consiste numa reserva de sabedoria, de experiência e competência.”
Henry Ford
6
RESUMO
O estudo mostra que o secador de cascalho é um tipo de centrífuga vertical, desempenha papel fundamental na adequação dos resíduos às leis ambientais de descarte, principalmente em plataformas offshore, é um equipamento de extrema importância no processo de reaproveitamento do fluido de perfuração ainda presente nos sólidos gerados pela perfuração e que já passaram por diversos equipamentos de separação. Assim, visando futuramente a otimização ou mesmo reestruturação desta etapa do processo de descarte de resíduos. De acordo com esse estudo o presente levantamento com os pontos principais de sua estrutura e operação. Tal procedimento traz um estudo, em diferentes pontos do processo de controle de sólidos, através de pesquisas bibliográficas este estudo tem como objetivo de investigar o comportamento dos mesmo e sua alteração ao longo do processo. A secagem do cascalho é muitas vezes referida como uma limpeza secundária dos sólidos, a secagem tornou-se então um procedimento padrão de sistemas fechados de controle de sólidos.
Palavras-Chave: Controle de sólidos, caracterização, cascalho, secador de
cascalho, fluido de perfuração.
7
ABSTRACT
The study shows that the gravel dryer is a type of vertical centrifugal , plays a key role in adaptation to environmental waste disposal laws , especially on offshore platforms is a very important equipment in the process of reusing drilling fluid still present in solids generated by drilling and who have gone through various separation equipment . Then, in order to optimize future restructuring or even this step in the waste disposal process. According to this, study the present survey with the main points of its structure and operation. This procedure presents a study in different parts of solids control process, through bibliographic research this study aims to investigate the behavior of the same and its change throughout the process. Drying of gravel is often referred to as a secondary cleaning of the solids, then drying has become a standard closed system solids control procedure. With the aim of investigating the behavior of the same and its change throughout the process. Drying of gravel is often referred to as a secondary cleaning solids, then drying has become a standard closed systems for solids control procedure.
Word-key: Solids control, characterization, gravel, gravel dryer, drilling fluid.
8
LISTAS DE FIGURAS
Figura 1 – Vale Potássio Nordeste ........................................................................... 16
Figura 2 – Proteção do acionamento da transportadora ........................................... 18
Figura 3 – Corrente de transmissão da transportadora ............................................ 19
Figura 4 – Corrente de arrasto .................................................................................. 20
Figura 5 – Redutor do quebrador .............................................................................. 20
Figura 6 – Conjunto motor elétrico e redutor de velocidade da transportadora ........ 21
Figura 7 – Conjunto motor elétrico e redutor de velocidade do quebrador ............... 21
Figura 8 – Acoplamento de borracha ........................................................................ 22
Figura 9 – Estruturas metálicas............................................................................................... ..23
Figura 10 – Pontos de lubrificação ............................................................................ 23
Figura 11 – Feeder Breaker ...................................................................................... 26
9
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................11
2 HISTÓRICO...........................................................................................................12
3 FLUIDOS DE PERFURAÇÃO ...............................................................................16 3.1 Funções e Características dos Fluidos de Perfuração.....................................16 3.2 Propriedades dos Fluidos de Perfuração..........................................................17 3.2.1 Massa Específica......................................................................................17 3.2.2 Reologia e Força Gel.................................................................................... 3.2.3 Parametros de Filtração..............................................................................
4 CASCALHO DE PERFURAÇÃO............................................................................. 4.1 Secador de cascalho......................................................................................18 4.2 Limpeza...........................................................................................................18 4.3 Panorama .....................................................................................................19 4.4 fluido recuperado no secador de cascalho ...........................................20
5. CRITÉRIOS AMBIENTAIS.......................................................................................
6. CONCLUSÃO ......................................................................................................27
REFERENCIAS.............................................................................................................
10
1 INTRODUÇÃO
Na busca incessante pela extração do petróleo da crosta terrestre, os
engenheiros de perfuração necessitam alcançar a área onde ele se aloja tomando
inúmeros cuidados para não colocar em risco as operações de perfuração, a equipe
envolvida e muito menos o meio ambiente. Na intenção de retirada do petróleo da
crosta terrestre, enquanto se perfura, um fluido com propriedades especiais
conhecido como lama de perfuração é usado (Duarte, 2004). De acordo com o autor,
estes são bombeados da unidade de perfuração até o poço pelo interior de uma
coluna de perfuração. Essa unidade de perfuração é o local por onde o fluido circula
e é a partir desse sistema que ele é bombeado do tanque de sucção até o poço,
retornando pelo espaço entre coluna de perfuração e o poço conhecido como
espaço anular, chegando até a peneira vibratória, para a separação dos sólidos
extraídos e posteriormente resfriado e tratado, para ser novamente bombeado para
o poço.
Para Prado 2011, sabe-se que a indústria do petróleo tem o objetivo de
encontrar, fazer a produção e vender o mesmo. Para que estas atividades sejam
efetuadas de forma cada vez mais eficaz, todo o processo deve ser analisado
lentamente, para que nada passe desapercebido no decorrer da pesquisa. Fazer a
exploração do petróleo não é algo tão simples assim, pois deve-se primeiro fazer um
estudo aprofundado de cada região, se estas tem a capacidade de atender as
necessidades de uma perfuração de petróleo. Para que se faça a exploração é
necessário se encontrar campos de petróleo. Os Chamados campos de petróleo são
escolhidos mediante uma minuciosa análise, feita através de sísmica, onde o
objetivo principal é fazer a variação da velocidade de propagação do som que é
emitido pela superfície.
Para Duarte 2004, dessa maneira, antes de perfurar o poço, e fazer com
que o mesmo produza, é necessário avaliar se o local possui boas condições e
características necessárias para a exploração, bem como deve ser observado o
11
local de trabalho, se este é seguro para que as atividades operacionais sejam postos
em prática. Ocorrendo tudo de forma positiva, o óleo explorado é enviado para as
refinarias que é transformado em produtos derivados do petróleo (gasolina, gás de
cozinha, óleo diesel, querosene e etc.) sendo posteriormente comercializados.
O objetivo do presente trabalho é elencar a importância da perfuração dos
poços de petróleo, e, para melhor entender o tema foi feito uma análise de
pesquisas bibliográficas composta por partes específicas e importantes, onde será
desenvolvida pela presente introdução uma breve análise ao que será exposto no
corpo do trabalho. Em sequência, uma abordagem do histórico da perfuração dos
poços de petróleo para que se entenda qual a real importância da exploração.
Também será exposto os fluidos de perfuração que ganham espaço no trabalho,
estes que tem a função de transmitir dados no decorrer da coluna de perfuração
através de sensores e equipamentos, em tempo real, para que tais informações
possam chegar na superfície e a partir daí o trabalho seja colocado em prática.
Continuando na abordagem o secador de cascalho e como a defesa ambiental se
relaciona com a perfuração de petróleo.
12
2 HISTÓRICO
Segundo Thomas 2011, antigamente, as pessoas perfuravam o solo em
busca de água, seja ela para beber, lavar e irrigar, ao encontrar petróleo, por não
obter conhecimento, afirmavam que tal petróleo iria contaminar a água que
conseguiram com tanto sacrifício. No século XIX, as pessoas passaram a ser
convencidas de que o petróleo era necessário, foi a partir daí que a perfuração em
busca de petróleo teve inicio.
Ainda para o autor, no Brasil, a história do petróleo pode ser dividia em 4
fases importantes:
I. Em 1858, nesta época, a primeira sondagem profunda foi realizada
entre 1892 e 1896, em um município chamado bofete, no Estado de São Paulo, por
um rapaz chamado Eugênio Ferreira Camargo.
II. Em 1938 há a criação do Conselho Nacional do Petróleo;
III. No ano de 1953, com Getúlio Vargas na presidência, em 3 de outubro,
foi promulgada a lei 2004 criando a Petrobrás;
IV. E por fim, acaba o monopólio estatal do petróleo, com o Presidente
Fernando Henrique Cardoso.
Entre 1858 a 1938 é necessário observar que a história do petróleo
iniciou-se na Bahia, com o decreto 2266, assinado pelo Marquês de Olinda,
concedendo a José Barros Pimentel o direito de extrair mineral para fabricação de
querosene de iluminação na província da Bahia. Já no ano posterior o inglês Samuel
Allport, fez uma análise de um gotejamento de óleo em lobato, subúrbio de Salvador.
Mesmo com vários poços perfurados sem sucesso, não houve a perda da esperança
de que um dia uma perfuração iria dá certo.
Ainda de acordo com autor, depois de 70 anos de muita espera, em 1930,
um engenheiro agrônomo Manoel Inácio Bastos, teve o conhecimento de que nos
13
arredores de lobato, alguns moradores estavam utilizando uma lama preta e oleosa
que iluminava as residências, lama esta muito parecida com o petróleo. A partir daí,
passou a ser feito uma pesquisa minuciosa do local, com coleta do material, chegou
até a ir no ano de 1932 no Rio de Janeiro a encontro do Presidente Getúlio Vargas,
entregando o relatório ao mesmo, mas tais esforços foram em vão, chegando até a
ser considerado um “maníaco”.
Em 1938, a lei Federal entrou em cena para afirmar que o Petróleo era
altamente estratégico para o país. Neste mesmo ano foi criado o Conselho Nacional
do Petróleo (CNP). Em 1939 Oscar Cordeiro e o CNP descobrem petróleo na Bahia.
No ano de 1941, em candeias, um poço DNPM -163 foi perfurado, para que no
Estado da Bahia houvesse um maior desenvolvimento da atividade. Com este
passou a existir a primeira acumulação comercial de Petróleo. Em 1938, a indústria
de petróleo era basicamente Norte- Americana, a chamada Royal Dutch/Shell, com
a união das empresas Holandesa e Inglesa, só que como ainda era algo muito novo,
acabou não dando muito certo, pois outros países exploravam petróleo a um baixo
custo, com pagamentos de mínimos impostos, entre outros.
Já em 1953, há a criação da Petrobrás, e o país passou a consumir
150.000 barris por dia de derivados. Com a construção de refinarias a situação
passou a melhorar, em Manaus foram construídas refinarias que chegavam a
consumir 5.000 barris por dia, em Manguinhos que chegava a de 10.000 barris por
dia e em Capuava, inaugurada em 1954, com 20.000 barris por dia. Desta forma,
observa-se que após a dedicação da CNP, a quantidade de barris aumentou, mas
mesmo assim ainda não era satisfatório para atender a demanda e no ano de 1953,
a produção de petróleo era menor do que a demanda, tal situação tinha que mudar,
pois o lucro ainda estava distribuído nas atividades de derivados, ou seja, as
multinacionais que estavam lucrando mais do que deviam, dificultando cada vez
mais a expansão do negócio no Brasil. Podendo perceber que estava cada vez mais
complicado investir no petróleo, pois o lucro estava somente nas mãos das
multinacionais, os países mais ricos que tinham refinarias, estavam produzindo óleo
barato, e até chegar a outros países, o preço que era pago não compensava. Tudo
estava de encontro ao setor do Petróleo.
14
Na verdade, o país teria que fazer com que o mercado nacional se
desenvolvesse, senão as multinacionais iriam continuar importando derivados
indispensáveis na produção do petróleo, foi nessa época que o grupo Ipiranga
surgiu, na tentativa de bloquear o desenvolvimento das multinacionais, não foi fácil,
mas pela insistência o Brasil conseguiu vencer mais essa batalha.
A Petrobrás então surge, em 10 de maio de 1954, e pouco tempo depois o
país já estava caminhando com as próprias pernas, sem multinacionais no caminho,
fazendo da indústria, um setor que alimenta o mundo de energia. É perceptível que
o esforço obteve sucesso nos resultados atuais acerca do petróleo Brasileiro, afirma
o autor.
15
3 FLUIDOS DE PERFURAÇÃO
De acordo com Thomas 2001, os fluidos de perfuração como misturas
complexas de sólidos, líquidos, produtos químicos e, por vezes, até de gases. Sendo
que, do ponto de vista químico, eles podem assumir aspectos de suspensão,
dispersão coloidal ou emulsão, dependendo do estado físico dos componentes. Do
ponto de vista físico, os fluidos de perfuração assumem comportamentos de fluidos
não-newtonianos, ou seja, a relação entre a taxa de cisalhamento e a taxa de
deformação não é constante. Na verdade os fluidos de perfuração tem a função de
transmitir dados no decorrer da coluna de perfuração através de sensores e
equipamentos, em tempo real Desta forma, as informações obtidas são levadas até
a superfície para a partir daí serem tomadas as decisões cabíveis através dos
resultados.
Ainda para Thomas 2001, esses fluidos são bombeados por dentro da
coluna, para que assim consigam atingir o fundo do poço. A comunicação é feita
através da diferença de pressão existente no fundo do tubo, que percorre o sentido
inverso ao da lama existente, até chegar os eu destino fim que é a superfície. Para
obter esse sinal existem 3 maneiras diferentes que são: telemetria com pulso
positivo, pulso negativo e pulso contínuo. Quando o sensor ou transdutor entra em
contato com a superfície, a comunicação é logo transformada em sinais digitais,
essa transmissão gera dados com uma ampla qualidade, auxiliando assim os
geólogos que estão de prontidão na superfície.
3.1 Funções e Características dos Fluidos de Perfuração
16
Duarte (2004. p. 123) afirma que um fluido de perfuração além de ter de
realizar suas funções primordiais, que são a suspensão, o controle de pressão, a
estabilização das formações, apresentar poder de flutuação e de resfriamento da
broca também devem apresentar características adequadas para que possam ser
utilizados nas diversas formações.
Thomas (2001, p. 82 – 82) relata que um fluido de perfuração deve ser
estável quimicamente, facilitar a separação dos cascalhos na superfície, ser inerte
(não reagir) com as rochas produtoras, ser capaz de aceitar tratamento físico e/ou
químico, ser passível de bombeamento, e ainda deve apresentar baixo grau de
corrosão e abrasão (esfoliamento) em relação à coluna de perfuração e a outros
equipamentos da coluna de perfuração, além de não ser agressivo ao meio
ambiente Além das funções cruciais de um fluido de perfuração, eles apresentam
funções e características secundárias, tais como: resfriar e limpar pequenas
impurezas, apresentar baixo custo de operação, facilitar as interpretações
geológicas do material retirado do poço.
Ainda para o autor, os fluidos de perfuração tem várias funções, uma
delas é fazer a limpeza do fundo dos poços dos cascalhos que são gerados pelas
brocas, e vão até a superfície. Bem como também tem o objetivo de fazer o
resfriamento e a lubrificação da broca e da coluna de perfuração. Outra função
interessante dos fluidos de perfuração é exercer uma pressão hidrostática, em frente
as rochas que são perfuradas com o objetivo de evitar o fluxo de fluidos que são
indesejados, evitando que estes caiam dentro do poço, ajudando-os a desmoronar
as paredes. Além dessas importantes funções, para que os fluidos de perfuração
consigam desenvolver melhor as atividades, eles devem possuir algumas
características que são: devem ser bombeável manter os cascalhos suspensos,
mesmo quando não haja bombeamento, deixar as paredes do poço estabilizadas,
não causar danos as rochas produtoras e nem as formações atravessadas, deve
possuir massa (peso) suficiente para que consiga evitar fluxos para dentro do poço.
17
Tem também o objetivo de não causar danos aos equipamentos, e por fim separar
os cascalhos que são retornados à superfície.
3.2 Propriedades dos Fluidos de Perfuração
3.2.2 Massa Específica
Para Thomas 2001, Massa específica é definida como massa por
unidade de volume, conhecido também como peso ou densidade do fluido de
perfuração. Esta é disponível em todas as sondas de perfuração. A função desta é
fazer o desenvolvimento da pressão hidrostática que evita o fluxo dos fluidos das
formações para o interior do poço. Esta é considerada bastante importante para que
exista o impedimento de fluxos indesejados para dentro do poço. Ou seja, indicar
alguma possível contaminação por fluidos da formação. És considerada como sendo
a massa do fluido por unidade de volume, que no geral é expressa por lb/gal (ppg).
3.2.3 Reologia e Força Gel
O comportamento de fluxo de um fluido é definido pelos parâmetros
reológicos, que vão influenciar diretamente no cálculo de perdas de carga na
tubulação e velocidade de transporte dos cascalhos. A reologia é a ciência da
deformação e fluxo da matéria. Fazendo certas medidas reológicas do fluido, é
possível determinar como o fluido escoará sob variadas condições de temperatura,
pressão e taxa de cisalhamento. Em termos reológicos, a viscosidade é o parâmetro
mais conhecido, sendo definida como a resistência que uma substância apresenta
ao fluxo. No campo, as principais propriedades reológicas de interesse, que se
encontram vinculadas ao desempenho do fluido são: índice de comportamento;
índice de consistência; viscosidade aparente; viscosidade plástica; limite de
18
escoamento e força gel que é a resistência ao movimento do fluido de perfuração
(THOMAS, 2001).
É importante controlar as propriedades reológicas do fluido visando
aperfeiçoar a operação de perfuração, através da maximização da limpeza do poço,
minimização da pressão de bombas, evitando o influxo da formação e prevenindo
perda de circulação para a formação perfurada.
3.2.4 Parâmetros de Filtração
Para Thomas 2001, a capacidade do fluido de perfuração em formar uma
camada de partículas sólidas úmidas, denominada reboco, sobre as rochas
permeáveis expostas pela broca é de fundamental importância para o sucesso da
perfuração e da completação do poço. Para formar o reboco, deve haver o influxo da
fase líquida do fluido do poço para a formação. Este processo é conhecido como
filtração. É essencial que o fluido tenha uma fração razoável de partículas com
dimensões ligeiramente menores que as dimensões dos poros das rochas expostas.
Quando existem partículas sólidas com dimensões adequadas, a obstrução dos
poros é rápida e somente a fase líquida do fluido, o filtrado, invade a rocha. O filtrado
e a espessura do reboco são dois parâmetros medidos rotineiramente para definir o
comportamento do fluido quanto à filtração.
19
4 CASCALHO DE PERFURAÇÃO
Cascalhos de perfuração são misturas de pequenos fragmentos de
rochas impregnados com o fluido usado para lubrificar e resfriar a broca durante a
perfuração (PEREIRA, 2010).
Cascalhos de perfuração tendem a ter uma forma angular e podem ter
sua distribuição granulometria variando de cascalhos a argilas. A composição física
dos cascalhos refletem os materiais geológicos que compõem o subsolo que foi
perfurado, bem como outros componentes específicos sólidos e materiais químicos
que originalmente compunham o fluido de perfuração (LIMA, 2002).
A perfuração de poços de petróleo gera diversos resíduos entre os quais
estão os fluidos e cascalhos de perfuração. A administração desses resíduos tem
sido um problema para a indústria de petróleo e gás por causa da quantidade
gerada e seus contaminantes, que podem ser orgânicos e inorgânicos (PEREIRA,
2010). Os contaminantes presentes nos cascalhos dependem da composição
química utilizada no fluido de perfuração e da composição da formação rochosa, ou
seja, os fragmentos das rochas cortados pela broca (cascalhos) são carreados pelo
fluido de perfuração até as peneiras vibratórias na superfície, onde são separados
do fluido e descartados em um dique. Por não haver uma remoção total do fluido
impregnado nos cascalhos, estes podem conter contaminantes, tais como: Metais
pesados, Sais solúveis e Hidrocarbonetos.
4.1 Metais pesados
20
Segundo Lima 2002, o principal risco para o meio ambiente associado a
metais pesados está em suas formas solúveis em água ou trocáveis. Essas formas,
entretanto, estão presentes em quantidade mínima nos rejeitos sólidos da
perfuração.
4.2 Sais solúveis
Sais solúveis, como cloreto de sódio e cloreto de potássio, fazem parte da
composição básica dos fluidos de perfuração de poços de petróleo. E a disposição
desses sais no solo, dissolvidos nos resíduos da perfuração, pode trazer
consequências graves ao meio ambiente. A concentração excessiva de sal solúvel
no solo aumenta o potencial osmótico, que é a causa principal do dano e morte das
plantas. O potencial osmótico é a força com que os constituintes dissolvidos tentam
reter as moléculas de água, ou seja, o sal no solo compete com as plantas pelas
moléculas de água. Excesso de sal no solo faz com que as plantas tenham,
prematuramente, stress por secura, mesmo que quantidades substanciais de água
estejam disponíveis (PEREIRA, 2010). Além disso, a lixiviação desse sal (por
exemplo, pela chuva) pode vir a transportá-lo até lençóis de água doce
subterrâneos, alterando a qualidade dessas águas.
4.3 Hidrocarbonetos
Para De Sá 2008, hidrocarbonetos, quando derramados na superfície,
penetram a diferentes profundidades, dependendo do tipo de solo. Devido à baixa
permeabilidade dos solos argilosos, os hidrocarbonetos não penetram tão
profundamente nestes solos, como o fazem em solos arenosos. O poder de
percolação dos hidrocarbonetos no solo está direta e preponderantemente ligado à
maior ou menor mobilidade destes em função do tamanho de suas moléculas, para
o caso das argilas pouco reativas (ex.: caulinitas), e adicionalmente como função da
constante dielétrica, ou seja, do grau de polaridade das moléculas, para o caso das
argilas reativas (ex.: exmectitas). Hidrocarbonetos com moléculas constituídas por
21
cadeias de mais de oito carbonos são mais viscosos, ou seja, menor mobilidade no
solo. Já, os hidrocarbonetos com moléculas constituídas por cadeias com menos de
oito carbonos são bem fluidos, penetrando mais profundamente no solo, com maior
possibilidade de atingir aquíferos. Entre os compostos com baixo número de
carbonos em suas moléculas estão a gasolina, benzeno, tolueno e xileno.
5 PROPRIEDADES AMBIENTAIS DECORRENTES DOS CASCALHOS
DE PERFURAÇÃO
Os resíduos de perfuração de poços de petróleo, quando dispostos
inadequadamente, poluem o solo, deterioram a paisagem urbana e constituem um
passivo ambiental, caso sejam destinados a aterros sem tratamento prévio. A
quantidade de resíduos de perfuração de poços de petróleo gera impactos negativos
significativos (PEREIRA, 2010).
Está em vigor a lei de crimes ambientais (lei 6938/98), que responsabiliza
o gerador do resíduo pela sua deposição final. Além da lei nº 12.305, de 2 de agosto
de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos e em seu capítulo II art.
6o parágrafo VIII que tem como um dos princípios o reconhecimento do resíduo
sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de
trabalho e renda e promotor de cidadania (IBAMA, 2010).
No Brasil, quanto à competência legal para aprovação e
verificação das atividades offshore, cabe à Agência Nacional de Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis (ANP) a aprovação e supervisão das atividades de
perfuração, produção e processamento dos hidrocarbonetos produzidos; cabe à
Marinha a aprovação e supervisão das embarcações (navios de apoio e plataformas,
tanto de perfuração como de produção); e cabe ao Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Renováveis (IBAMA) a aprovação da área em que a
atividade será desenvolvida, sob o ponto de vista de impacto no meio ambiente, e a
aprovação do Plano de Emergência Individual, requisito para o licenciamento
ambiental (IBAMA, 2010).
22
O “cascalho” e o fluido de perfuração são os resíduos que caracterizam a
perfuração dos poços de petróleo e gás. A polêmica em torno da utilização e
descarte destes rejeitos tem os colocado em posição de destaque no debate
internacional sobre a preservação do ecossistema na etapa de exploração marítima
de petróleo e gás, o que vem exigindo uma legislação própria que regulamente a
matéria no Brasil, principalmente após a abertura do setor de petróleo no país em
1997. Nos Estados Unidos e na Europa essa legislação já existe há alguns anos e é
bastante exigente. A Agência de Proteção Ambiental Americana (US EPA) estipulou
que o teor de fluido sintético presente nos “cascalhos” descartados em plataformas
offshore não pode ultrapassar 6,9% e o descarte de “cascalhos” contaminados com
fluido a base de óleo estão proibidos. O principal risco para o meio ambiente
associado a metais pesados está em suas formas solúveis em água ou trocáveis
(PEREIRA, 2010).
De acordo com o IBAMA 2010, a medida mais comum do potencial de
impacto ambiental de um material é a sua toxicidade. Toxicidade é definida pela
norma NBR 10.004 (ABNT, 2004) como a propriedade potencial que o agente tóxico
possui de provocar, em maior ou menor grau, um efeito adverso em consequência
de sua interação com o organismo. Toxicidade ocorre quando um material causa um
efeito deletério sobre um organismo, população ou comunidade. A toxicidade de
uma substância é a medida de como ela prejudica a vida e a saúde dos seres vivos
após a exposição à substância. Dois tipos de medidas de toxicidade são comumente
usados: a dose e a concentração. A dose é a concentração de uma substância que
foi absorvida no tecido das espécies em estudo, enquanto a concentração é uma
medida da concentração de uma substância no ambiente que as espécies vivem e
também incluem um intervalo de tempo de exposição. Bioensaios de toxicidade são
realizados em animais e os resultados são extrapolados para criar os guias que
contém os valores máximos permitidos para cada elemento ou substância.
23
6 SECADOR DE CASCALHOS
Para Pereira 2010, com a crescente restrição ambiental para o descarte
de resíduos oriundos da perfuração de poços de petróleo, houve grande
necessidade de introduzir uma alternativa técnica-econômica após a etapa de
peneiramento. Tal alternativa é uma centrífuga filtrante vertical que reduz o volume
de líquido que está junto com o de descarte sólido, o “Secador de cascalho”. No
entanto, tal equipamento não influencia na eficiência do processo de controle
moderno de sólidos, pois trata-se de um equipamento que, como dito anteriormente,
visa a redução do volume de resíduos gerados e a recuperação de boa parte da
fração liquida que seria descartados com os sólidos.
O resíduo que se deseja tratar (~12% de fluido em massa) é alimentado
na porção superior do equipamento e cai em um compartimento composto de um
tronco cônico rotativo dotado de aletas raspadoras. O resíduo adquire então um
movimento rotativo – de 800 a 1200 rpm – e é arremessado contra uma tela de 10 a
30 mesh, também em movimento rotativo, e que impede a passagem dos sólidos
mais grosseiros. (PEREIRA, 2010).
O fluido recuperado com grande porcentagem de sólidos é estocado em
um tanque de espera para posterior processamento em uma centrífuga decantadora.
A torta formada sobre a superfície interna da tela é raspada pelas aletas presas ao
cone rotativo, desta forma os sólidos são direcionados para a parte inferior do
equipamento. Esse procedimento ocorre pelo fato de que a tela e o cone giram com
uma pequena decalagem: o cone gira uma volta a mais a cada volta da tela. O
“cascalho” seco é transportado até um compartimento de armazenamento e
24
posteriormente segue para a disposição final de acordo com o tratamento proposto.
(DE SÁ, 2008).
6.1 Funcionamento do Secador
O Secador de “cascalho” é alimentado na porção superior e
posteriormente faz a separação sólido-líquido da lama de perfuração. Os sólidos
retidos nas peneiras são transportados até o “Secador de cascalho” através de
diferentes sistemas que incluem alimentação por gravidade, transferência por bomba
a vácuo com funil rotativo, transporte pneumático, bombas de deslocamento positivo
e roscas transportadoras. O cascalho então, é direcionado ao “Secador” com adição
de fluido para facilitar seu transporte. No interior do “Secador” a mistura é acelerada
e lançada em direção à tela onde formará uma torta que acaba retendo partículas
muito mais finas do que a abertura da tela poderia reter nominalmente. A filtração é
realizada pela torta e não pela tela, o líquido é coletado no compartimento lateral e o
sólido seco é descartado na parte inferior do equipamento. Tal processo de
separação pode ser otimizado pela mudança na vazão de “cascalho” que é
alimentado na centrífuga, pelo ajuste da distância entre os raspadores e a tela, o
que se faz movendo o cone na vertical, ou ainda alterando a abertura da tela, sendo
as mais comumente utilizadas de 10 ou 20 mesh. Devido às altas forças centrífuga
criadas pelo grande diâmetro do cone que gira com elevada rotação, a separação
sólido-líquido ocorre gradativamente conforme a lama entra em contato com a
superfície da tela de alta capacidade, produzindo um descarte de sólidos seco e
recuperando fluido de perfuração. A taxa de fluxo sobre a tela é controlada pela
diferença de velocidade entre o cone e a tela, sendo que os raspadores giram uma
volta a mais a cada volta da tela e cada 75 rotações dos raspadores correspondem a
74 rotações do rotor, e também pela ação das aletas raspadoras, as quais movem
os sólidos na direção do local de descarte. Os “cascalhos” são descarregados por
gravidade na parte inferior do equipamento e podem ser recolhidos logo após o
secador ou levados até determinado local por roscas transportadoras. O fluido que
atravessa a tela é bombeado até uma centrífuga decantadora e depois de
processado retorna em seguida ao processo. (PEREIRA, 2010).
25
6.2 Telas
As telas verticais permitem secagem eficiente e fácil deslocamento do
“cascalho”. Alguns exemplos de abertura de tela são: 0,010 (10 mesh) => 254µ;
0,015 (15 mesh) => 381µ; 0,020 (20 mesh) => 508µ; 0,030 (30 mesh) => 762µ.
(PEREIRA, 2010).
6.3 Raspadores
Os raspadores são fundamentais para o bom desempenho da máquina,
portanto, é importante sempre manter uma folga ótima entre a tela e os raspadores o
que controla a espessura da torta filtrante. Raspadores padrão são ajustáveis,
independentes e com revestimento de carbonato de tungstênio, reduzindo o
desgaste; são construídos em tamanho definido e vendidos em conjunto de oito
peças. O espaçamento ótimo entre a tela e os raspadores é de 0,015 in (~0,4 mm),
este valor foi determinado para diversas aplicações, no entanto, alguns materiais
podem exigir valores diferentes. Uma folga excessivamente pequena pode reduzir a
vida útil da tela, aumentar a sua degradação, elevar o teor de sólidos no fluido
recuperado e o teor de fluido no “cascalho” seco. Os raspadores têm a função de
manter a tela limpa e de direcionar os sólidos para a área de descarte. (PEREIRA,
2010). O suporte é feito de metal, tem uma vida útil longa e geralmente seu
desgaste não altera o funcionamento do Secador.
6.4 Rotor
É muito importante verificar a condição do rotor a cada mudança de tela.
Isto é necessário, pois o rotor é o membro de ligação entre o eixo de acionamento
externo e o suporte da tela, e é uma das partes que está sujeita a um desgaste
abrasivo. A forma do rotor, o seu funcionamento e o tratamento de sua superfície
são projetados para manter o mínimo de desgaste possível. Além disso, o desgaste
inerente que existe pode ser diminuído se as inspeções periódicas e os trabalhos de
26
manutenção necessários forem realizados antes que o rotor se desgaste a um ponto
onde há danos físicos ao equipamento. (PEREIRA, 2010).
6.5 Descarga
O compartimento de descarga de sólidos vai do fundo do rotor ao fundo
da base da centrífuga. Uma inspeção diária nesta parte do equipamento deve ser
realizada a fim de se prevenir a formação de acúmulo de produto nessa área, tal fato
levaria a uma excessiva resistência de partes móveis, o que poderia acarretar em
uma sobrecarga da máquina e consequente desgaste no rotor. (PEREIRA, 2010).
6.6 Kit Retorta
A Retorta é usada para determinar a quantidade de líquidos e sólidos em
um fluido de perfuração. Em um teste de réplica, uma amostra de fluido medida é
colocado em um copo e aquecido até que os componentes líquidos sejam
vaporizados. Os vapores são passados através de um condensador e recolhidos em
uma proveta ou tubo de centrífuga que tem sido calibrado para registrar o volume
dos líquidos condensados em 20 ° C. O destilado é lido diretamente como
porcentagem de volume do volume original da amostra de sólidos. Sólidos
suspensos e dissolvidos são determinados subtraindo-se estes a partir de 100 por
cento da amostra inicial. Para fluidos de água doce, a quantidade relativa de barita e
argila pode ser estimada. Correções relativas à presença de sal devem ser feitas no
cálculo de teor de sólidos por volume. A Retorta fornece um método simples e
diretas de campo para determinação da porcentagem em volume de óleo e água em
amostras de lama de perfuração ou em amostras de núcleo da formação. A Retorta
foi projetada para ser especialmente útil na determinação do teor de óleo de lamas
de emulsão. (DE SÁ, 2008).
27
7 LIMPEZA
O fluido recuperado no secador ainda contém um alto teor de sólidos
(45% em massa) e é então submetido, geralmente a uma centrífuga decantadora,
dimensionada e preparada para processar fluidos com grande quantidade de
sólidos. O overflow das 8 centrífugas decantadoras que processam o fluido
recuperado no secador é direcionado para um tanque e depois para o sistema ativo
de circulação juntamente com o fluido recuperado no Mud Cleaner enquanto que o
underflow (sólidos separados) é levado para um compartimento de armazenamento
para posterior disposição final juntamente com os sólidos processados no “Secador
de cascalho”. Todo o sistema de controle de sólidos descrito é de suma importância
no processo de perfuração de poços de petróleo, uma vez que a lama de perfuração
pode ser considerada como a “força vital do poço”, principalmente para poços de
grande profundidade. Portanto é bastante clara a necessidade de se recuperar de
forma eficaz e eficiente o fluido de perfuração. Além disso, o processo de controle de
sólidos é essencial na adequação dos resíduos de perfuração às leis ambientais
vigentes e cada vez mais restritas (PEREIRA, 2010).
7.1 Tratamento primário – Controle de sólidos e Limpeza
Os fragmentos das rochas que foram removidos com o auxílio do fluido de
perfuração retornam à superfície através do espaço anular formado pelas paredes
do poço e a coluna. O fluido de perfuração para ser reaproveitado na perfuração
28
deve passar por um separador de sólidos. Estes equipamentos em conjunto são
capazes de reter até 99% dos fragmentos das rochas cortados pela broca contidos
no fluido, denominados cascalhos de perfuração. Perfazendo um circuito típico de
controle dos sólidos, o fluido de perfuração ao sair do poço entra na peneira
vibratória onde são parcialmente separados do fluido os sólidos de granulometria
maior e são descartados geralmente em uma caçamba de 5 m³. O fluido que passa
pelas telas das peneiras é processado por um conjunto de dois a quatro
hidrociclones de 8 a 20 polegadas. A função de um hidrociclone é acelerar o
processo natural de decantação de partículas de um fluido, no caso basicamente a
areia, o que os torna conhecidos como desareiadores onde existe outra caçamba
para receber o resíduo. Saindo deste equipamento a lama passa ao dessiltador.
Este nome vem do inglês silt, que caracteriza uma partícula de tamanho maior que a
argila e menor que a areia, denominada silte. O dessiltador é um hidrociclone de 4 a
5 polegadas (dependendo da vazão de fluido a ser processada pode haver de oito a
doze dessiltadores), que irá descartar as partículas sílticas em uma terceira
caçamba. Saindo do dessiltador o fluido pode ser direcionado a um mud cleaner,
que trata-se de um dessiltador com uma peneira para recuperar partículas que não
foram retidas nos equipamentos anteriores. Dependendo do caso, pode haver
também uma centrífuga para retirar as partículas menores que ainda não tenham
sido descartadas pelos hidrociclones. A partir daí, a lama volta a ser bombeada para
o poço. Há também os desgaseificadores, com a função de eliminar o gás do fluido
de perfuração (THOMAS, 2001).
Dentre os equipamentos citados, a centrífuga é o que apresenta maior
eficiência na separação sólido-líquido, portanto, o resíduo descartado pela centrífuga
apresenta menor umidade e contaminação que os descartado nos demais
equipamentos.
29
8 FLUIDO RECUPERADO NO SECADOR DE CASCALHO
Os estudos para o reuso do cascalho em materiais de construção são
recentes. Eles apontam alternativas para a construção de sub-base de
pavimentação, materiais cerâmicos e concretos. A técnica de solidificação e
estabilização, chamada no Brasil de encapsulamento, é citada por diversos autores
como uma boa alternativa para resíduos inorgânicos, não inertes e perigosos. Essa
técnica possui vantagens tais como consumo mínimo de energia e pouca emissão
de gases. Entretanto, em alguns trabalhos com cascalhos de perfuração de Al-
Ansary, Al-Tabbaa (2004, 2007); Leonard; Stegemann (2010) são apontadas
limitações e desvantagens. O principal problema apontado é a alta concentração de
componentes orgânicos, cloretos e bentonita que dificulta o processo de hidratação
do cimento e pode diminuir a resistência à compressão do concreto. Além disso, a
alta concentração de cloretos impede a utilização em estruturas de concreto armado,
pois pode provocar a corrosão das armaduras.
A administração desses resíduos tem sido um problema para a
indústria de petróleo e gás por causa da quantidade gerada e seus contaminantes,
que podem ser orgânicos e inorgânicos (LEONARD; STEGEMANN, 2010).
Os fluidos de perfuração são misturas de sólidos, líquidos, aditivos
químicos e/ou gases. Podem assumir o aspecto de suspensões, emulsões ou
dispersões coloidais, dependendo do estado físico de seus componentes. Quando
30
da perfuração dos primeiros poços de petróleo, utilizava-se a própria argila da
formação misturada à água, formando uma espécie de lama, motivo do fluido
também ser denominado lama de perfuração (VEIGA, 1998).
Lama de perfuração é um fluido especial, composto basicamente de uma
base aquosa, ou não aquosa, e viscosantes e adensantes (agentes utilizados para
conferir peso) injetado no poço a fim de manter a pressão ideal, impedindo que as
paredes do poço desmoronem. A lama de perfuração serve, também, para lubrificar
e resfriar a broca e deter a subida do gás e do petróleo, em caso de descoberta.
Para manter as condições hidrostáticas ideais para a perfuração em cada formação
geológica, profundidade e ângulo são utilizados fluidos com diversos aditivos
químicos. Um determinado fluido aquoso pode ter propriedades e constituintes que
permitiriam enquadrar em mais de uma classificação. Os principais tipos de fluidos à
base de água são os fluidos convencionais, fluidos naturais, fluidos dispersos
tratados com lignosulfonados, fluidos tratados com cal, fluidos tratados com gesso,
fluidos não dispersos tratados com cal e polímeros, fluidos salgados tratados com
polímeros, fluidos de base cloreto de potássio (KCl), fluidos isentos de sólidos e os
fluidos biopoliméricos (VEIGA, 1998).
Pires (2009) sugere uma alternativa inovadora para o tratamento e
disposição do cascalho de perfuração. O trabalho avaliou a incorporação de
cascalho de perfuração na massa argilosa para produção de cerâmica vermelha. O
método avaliado consiste no processamento industrial, realizado a elevadas
temperaturas, a fim de se obter um material sólido, resistente e inerte. A pesquisa
concluiu que a incorporação de cascalho de perfuração na produção de cerâmica
vermelha é uma alternativa economicamente viável e tecnicamente segura para o
tratamento e destinação final deste resíduo. Uma vez que o processo de queima,
inerente à produção de peças cerâmicas, encapsulou e reduziu a baixos teores os
constituintes perigosos do cascalho de perfuração. A utilização de fluidos de
perfuração começou em 1901 no poço de Spindletop no Texas. Seu
desenvolvimento permanece até hoje como um grande desafio para a indústria do
31
petróleo, na busca pelo ponto ótimo entre custo, performance técnica, e a partir da
década de 80, o atendimento às exigências ambientais. A eficiência da perfuração
de um poço depende em grande parte do casamento entre o fluido de perfuração
utilizado com as formações perfuradas. (BOURGOYNE et al., 1991).
9 CRITÉRIOS AMBIENTAIS
9.1 Gerenciamento
É consenso, a nível internacional, que o potencial dos resíduos provenientes
das atividades industriais de causar danos à saúde e ao meio ambiente pode ser
minimizado quando um gerenciamento adequado é utilizado. O manuseio e
disposição final dos resíduos de forma efetiva e responsável são a chave de um
Sistema de Gerenciamento de Risco Ambiental na perfuração de poços de petróleo.
O eficiente gerenciamento dos resíduos pode reduzir ainda os custos operacionais e
potenciais responsabilidades futuras. O potencial de sensibilidade ecológica do local
onde as operações de perfuração estiverem ocorrendo é a chave para o sistema de
gerenciamento de resíduos a ser adotado. É necessária a obtenção de informações
geológicas, hidrológicas, climáticas e da biota local.
9.2 Aspectos negativos
Os impactos ambientais que podem advir da atividade de perfuração de um
poço de petróleo podem ser resumidos em: danos à fauna e flora devido à remoção
da vegetação no local onde será perfurado o poço; erosão provocada pela
destruição da vegetação; agressões ao meio ambiente causadas pelos resíduos dos
fluidos de perfuração, fragmentos das rochas (cascalhos) perfuradas dispostos em
diques de perfuração e/ou percolação de contaminantes para lençóis freáticos; e
contaminação dos lençóis freáticos e aquíferos subterrâneos, causada por perdas
dos fluidos de perfuração para as formações geológicas durante a perfuração. É o
32
efeito provocado por qualquer alteração causada pelas atividades humanas ao meio
ambiente. Essas ações podem ser negativas ou positivas, dependendo da
intervenção desenvolvida. Além disso, podem acontecer nas esferas ecológica,
social e/ou econômica. (SANCHEZ, 2006).
Os efeitos segundo Lima 2001, podem ser:
Vazamentos de petróleo
Riscos Químicos
Problemas de Saúde
Fechamento de Negócios Locais
9.2.1 Vazamentos de petróleo
A explosão de uma plataforma de perfuração ou o vazamento de
petroleiros têm efeitos extremamente devastadores. Vazamentos por explosões, de
plataformas e petroleiros transportando petróleo põem em risco vidas e a renda,
além de afetar o ecossistema de muitas formas. À medida que a gosma negra se
espalha pelo oceano e praias arenosas, plantas, animais e pássaros marinhos
morrem. Desde 1969, as precauções aumentaram muito, mas a ameaça permanece.
9.2.2 Riscos Químicos
O bombeamento de petróleo do fundo do oceano pode permitir a entrada
de chumbo, mercúrio e outros elementos tóxicos ou químicos, como arsênico e
benzeno, na água. Segundo o Mineral Management Service, a maioria dessas
descargas não significa o suficiente para causar preocupações com as
regulamentações estaduais e federais, mas estão presentes na água e muitos se
preocupam com elas. Também dizem que o mercúrio não será absorvido pelo tecido
dos peixes, mas ainda são vistos avisos sobre o mercúrio publicados para a pesca
em determinadas áreas. O político americano, o republicano John Peterson, diz: "A
melhor pesca do Golfo é onde se encontram as plataformas de petróleo". Os fluidos
de perfuração são misturas complexas de sólidos, líquidos, produtos químicos e, por
vezes, até gases. Do ponto de vista químico, eles podem assumir aspectos de
suspensão, dispersão coloidal ou emulsão, dependendo do estado físico dos
componentes (Lima, 2001).
33
9.2.3 Problemas de Saúde
O laboratório Metametrix fez exames de sangue que encontraram uma
mistura de substâncias químicas tóxicas relacionadas à produção de petróleo.
9.2.4 Fechamento de negócios locais
Muitos negócios dependem do comércio nas áreas afetadas por
vazamentos de petróleo. Pescadores, restaurantes, empresas de abastecimento,
operadoras de locação de barcos e hotéis à beira-mar são apenas alguns deles.
Muitos foram forçados a fechar ou enfrentar as nítidas quedas nos negócios. Isto
também se soma aos números de desemprego.
ASPECTOS POSITIVOS
Antes de se perfurar um poço de petróleo, várias ações devem ser
executadas. Deve haver uma análise que garanta o confinamento do petróleo na
rocha reservatório. Feita esta análise e definidos os prováveis pontos a serem
explorados, deve ser feita uma análise de campo, nos locais definidos, a fim de se
verificar a viabilidade da perfuração, em função de possíveis acidentes naturais (rios,
montanhas, matas de preservação ambiental) ou não naturais (construções como
pontes, edifícios, etc.). Só então, inicia-se a elaboração do projeto do poço.
Cumpridas as etapas acima, estará definido o local exato da perfuração, além
de qual equipamento (sonda de perfuração) deverá ser utilizado, em função da
profundidade do poço para alcançar a rocha reservatório. Inicia-se a fase da
construção da base da sonda.
Durante a perfuração, os usos de ferramentas como LWD, responsáveis por
medições, sendo as mais comuns: raios gama, resistividade, porosidade, densidade
e nêutron-densidade são largamente utilizados. Com o auxílio de tais dados, tem-se
um controle e uma maior monitoração do comportamento do poço. Monitoração essa
essencial ao bom andamento de todo o processo de perfuração.
34
MÉTODOS DE PERFURAÇÃO
Dois métodos de perfuração são possíveis: a percussão e rotativo. No método
a percussão, as rochas são golpeadas por uma broca pontiaguda de aço com
movimentos alternados ocasionando faturamento ou esmagamento. Periodicamente
é preciso remover os detritos cortados pela broca, o que é conseguido através da
descida no poço de um tubo equipado com uma alça na sua extremidade superior e
uma válvula na inferior (caçamba). A válvula de fundo é alternadamente aberta e
fechada por uma haste saliente que bate contra o fundo do poço quando a caçamba
está sendo movimentada. Isto provoca a entrada na caçamba dos detritos, que são
retirados do poço. Este processo, por suas características, é muito limitado,
atingindo profundidades máximas entre 200 e 250 metros. O método rotativo
emprega uma tecnologia diferente. Neste, a broca é girada e comprimida sobre as
formações, que se fragmentam. Esses fragmentos são carreados por um fluido - o
fluido de perfuração – que é injetado pelo interior de tubos de aço até o fundo do
poço, retornando à superfície pelo espaço anular entre o poço e as paredes externas
da tubulação. À medida que o poço vai sendo aprofundado, novos tubos de aço vão
sendo conectados à coluna que se encontra no poço. Este é o método utilizado nos
tempos modernos para a perfuração de poços de petróleo (Lima, 2001).
O fluido é separado dos cascalhos em peneiras vibratórias, retornando aos
tanques e, se preciso, é tratado, sendo injetado no poço, operando-se assim em
circuito fechado. A análise contínua dos cascalhos permite detectar os primeiros
indícios de hidrocarbonetos nas formações. (Lima, 2001).
LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO LICENCIAMENTO AMBIENTAL DAS ATIVIDADES DE PETRÓLEO NO BRASIL
A Lei nº 6.938/81, que institui a Política Nacional de Meio Ambiente, é a
primeira a mencionar a necessidade de licenciamento ambiental para os
empreendimentos utilizadores dos recursos naturais efetiva ou potencialmente
poluidores ou capazes de causar degradação ambiental. Considera ainda, a
Avaliação de Impacto Ambiental e o Zoneamento Ambiental como alguns de seus
instrumentos.
35
A Resolução CONAMA nº 01/86 estabelece as definições, as
responsabilidades, os critérios básicos e diretrizes gerais para uso e implementação
da Avaliação de Impacto Ambiental na Política Nacional de Meio Ambiente. Nesta
resolução foram definidos termos técnicos e procedimentos comumente utilizados no
licenciamento ambiental.
Em consonância com o disposto nas Resoluções CONAMA nº 001/86 e nº
009/87 e no sentido de garantir a ampla participação dos interessados no processo
de licenciamento ambiental, realizam-se Audiências Públicas para discussão do
EIA/RIMA solicitado para a atividade. Nos casos de áreas de maior sensibilidade
ambiental, o órgão licenciador pode considerar necessária a realização de mais de
uma audiência pública nas comunidades afetadas.
A Constituição Federal, promulgada em 05.10.1988, em seu Capítulo VI, do
Meio Ambiente, Artigo 225, define a exigência, na forma da lei, de Estudo Prévio de
Impacto Ambiental para instalações de obras ou atividades potencialmente
causadoras de significativa degradação do meio ambiente.
O Decreto Lei nº 99.274/90, que regulamenta a Lei nº 6.938/81, define as
atribuições do Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA no que tange ao
licenciamento ambiental e à necessidade de regulamentações específicas em seus
procedimentos.
Neste sentido, a Resolução CONAMA nº 23/94, calcada nas prerrogativas
dos instrumentos legais superiores, dispõe sobre a regulamentação específica do
licenciamento ambiental das atividades de perfuração e produção de
hidrocarbonetos, considerando-os bastantes distintos do licenciamento ambiental
usual. A partir desta normativa, são solicitados Relatório de Controle Ambiental -
RCA para atividade de perfuração, Estudo de Viabilidade Ambiental - EVA para os
testes de longa duração, Relatório de Avaliação Ambiental - RAA para produção em
campos nos quais já houve produção e Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de
Impacto Ambiental - EIA/RIMA para campos onde ainda não houve atividade de
produção. Tais Estudos são considerados instrumentos de Avaliação de Impacto
conforme preconiza a Política Nacional de Meio Ambiente.
36
A Resolução CONAMA nº 237/97 regulamenta diversos aspectos do
licenciamento ambiental, incluindo a competência do órgão federal e dos estaduais e
municipais sobre o licenciamento. Adicionalmente, considera as atividades de
exploração e produção de petróleo e gás como potencialmente poluidoras ou
causadoras de significativa degradação ambiental.
A Lei nº 9.966/00, que foi decretada após um vultoso derramamento de óleo
na Baía da Guanabara, dispõe sobre a elaboração de Planos de Ação de
Emergência (individual, local, estadual e nacional) com vistas a promover ações
efetivas de combate a acidentes que envolvam óleo. Por fim, recentemente foi
aprovada a Resolução CONAMA nº 350/04, normatizando o licenciamento ambiental
da atividade de aquisição de dados sísmicos marítimos, exigindo a elaboração de
EIA/RIMA para atividades que ocorrerem em áreas de sensibilidade ambiental, ou
seja, em profundidades inferiores a 50 metros, e a realização de audiências públicas
em áreas onde a atividade pesqueira artesanal seja expressiva.
37
6 CONCLUSÃO
Atualmente, para o petróleo conseguir chegar à superfície, é preciso que
faça a perfuração do poço, para que consiga atingir o reservatório e o leve
informações até a superfície.
Antigamente não se imaginava que um dia pudesse alcançar tais
profundidades, era considerado impossível, hoje a perfuração de poços podem ser
tanto por terra quanto por mar.
38
REFERÊNCIAS
DUARTE, RICARDO G. Avaliação da Interação Folhelho-Fluido de Perfuração para Estudos de Estabilidade de Poços. Junho 2004. Dissertação de mestrado, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Engenharia Civil, Rio de Janeiro, 2004.
THOMAS, Perfuração. In:Fundamentos de Engenharia do Petróleo. Editora Interciência. Rio de Janeiro, 2002. Pg 81-87.
www.mma.gov.br/conama. link p/ página do MMA
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
Diretrizes Ambientais e Procedimentos. Disponível em: http://www.ibama.gov.br/
licenciamento/. Acesso em: 05 dez. 2010.
LIMA, V. L.; SOUZA, P. J.; Avaliação das Técnicas de Disposição de Rejeitos da
Perfuração Terrestre de Poços de Petróleo. Departamento de Hidráulica e
Saneamento, Escola Politécnica, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2002,
38p.
PERFURAÇÃO DE POÇOS DE PETRÓLEO/Anderson Prado. Disponível em
<http://www.petroleoetc.com.br/fique-sabendo/perfuracao> acesso em: 16 de agos.
2014.
PEREIRA; M. S.; Caracterização de “Cascalho” e Lama de perfuração ao longo do
processo de controle de sólidos em sondas de perfuração de petróleo e gás, 2010.
Dissertação (Mestrado em Engenharia Química) – Departamento de Engenharia
Química, Universidade Federal de Uberlândia.
39
THOMAS, E. J.; Fundamentos de Engenharia do Petróleo. Petrobras. Editora
Interciência. Rio de Janeiro 2001.
DE SÁ, M. H. C.; Separação de Sólidos na Perfuração de Poços. Relatório Interno da Petrobras, 2008.
40