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Os serviços de urgência enfrentam problemas com a superlotação de pacientese a ausência de leitos suficientes para atender essa demanda. Entretanto, afalta de informação acaba levando as pessoas que não necessitam detratamento aos hospitais e emergências, o sistema adotado atualmente levaem conta o tempo de chegada e o estado em que o paciente se encontra,entretanto, se o serviço de triagem funcionar corretamente muitos casos teráatendimento rápido e o volume irá diminuir numa proporção considerável e oatendimento será mais curto. Por isso, o objetivo do presente trabalho é pormeio de analise integrativa descrever e analisar a atuação do enfermeiro noacolhimento e classificação de risco em emergências.
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UNIVERSIDADE PAULISTAINSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE FARMACIA
DANIELA DE SOUZA
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO ACOLHIMENTO E CLASSIFICAÇAO DERISCO EM EMERGÊNCIAS
São Paulo2011
UNIVERSIDADE PAULISTAINSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE FARMACIA
DANIELA DE SOUZA
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO ACOLHIMENTO E CLASSIFICAÇAO DE
RISCO EM EMERGÊNCIAS
Trabalho apresentado ao instituto deciências e saúde da UniversidadePaulista – UNIP, como pré-requisitopara obtenção da graduação emEnfermagem.
São Paulo2011
RESUMO
Os serviços de urgência enfrentam problemas com a superlotação de pacientese a ausência de leitos suficientes para atender essa demanda. Entretanto, afalta de informação acaba levando as pessoas que não necessitam detratamento aos hospitais e emergências, o sistema adotado atualmente levaem conta o tempo de chegada e o estado em que o paciente se encontra,entretanto, se o serviço de triagem funcionar corretamente muitos casos teráatendimento rápido e o volume irá diminuir numa proporção considerável e oatendimento será mais curto. Por isso, o objetivo do presente trabalho é pormeio de analise integrativa descrever e analisar a atuação do enfermeiro noacolhimento e classificação de risco em emergências.
Palavras- Chave: Critério seleção. Atendimento. Enfermeiro. Acolhimento em
Emergência.
ABSTRACT
The emergency services are facing problems with overcrowding of patients and
the lack of enough beds to meet this demand. However, the lack of information
ends up getting people who do not require treatment to hospitals and
emergency, the system adopted today takes into account the time of arrival and
the state in which the patient is, however, if the screening service run correctly
many cases will have quick service and the volume will decrease and a
significant proportion of service will be shorter. Therefore, the aim of this work is
through integrative analysis to describe and analyze the performance of the
nurse in the admission and classification of risk in emergencies.
Key-words: Selection criteria. Service. Nurse. Home Emergency.
LISTA DE GRAFICOS
GRÁFICO 1 - Representação dos artigos selecionados no estudo.................. 33
GRÁFICO 2 - Representação da quantidade de artigos referente à base de
dados. .............................................................................................................. 34
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 - Quadro sinóptico - Apresentação dos artigos selecionados. ...... 39
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – Tipos de ação .............................................................................. 20
TABELA 2 – Tipo de análise realizada no acolhimento.................................... 21
TABELA 3 – Objetivos da assistência técnica.................................................. 21
TABELA 4 – Objetivos da avaliação de risco ................................................... 22
TABELA 5 – Pré-requisitos de implantação da central de acolhimento ........... 23
TABELA 6 – Necessidade específica dos pacientes........................................ 24
TABELA 7 – Pronto atendimento ..................................................................... 25
TABELA 8 - Objetivos da central de acolhimento............................................. 26
TABELA 9 – Classificação de risco .................................................................. 27
TABELA 10 – Classificação dos níveis de risco ............................................... 27
TABELA 11 – Protocolo de classificação de risco nível vermelho.................... 28
TABELA 12 – Condições de risco dos pacientes de nível vermelho ................ 29
TABELA 13 – Protocolo de classificação de risco nível amarelo ..................... 30
TABELA 14 – Protocolo de classificação de risco nível verde ......................... 31
TABELA 15 – Protocolo de classificação de risco nível azul............................ 31
TABELA 16 - Distribuição da quantidade de artigos referente ao ano. ............ 32
SUMARIO1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 9
1.2 Objetivo................................................................................................... 11
1.3 Metodologia ............................................................................................ 12
1.3.1 Primeira Etapa: formulação da questão norteadora ......................... 12
1.3.2 Segunda etapa: Coleta de dados ..................................................... 13
1.3.3 Terceira Etapa: avaliação dos dados ............................................... 14
1.3.4 Quarta Etapa: analise e interpretação.............................................. 14
1.3.5 Quinta Etapa: apresentação dos resultados .................................... 14
2 CRIAÇÃO DO SUS E OS SERVIÇOS DE SAÚDE EM URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA NO BRASIL ............................................................................. 15
2.1 Acolhimento em emergências / saúde .................................................... 20
2.2 Classificação de risco na emergência em saúde .................................... 22
2.3 Protocolo de Classificação de Risco ....................................................... 28
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................... 32
3.1 Caracterização dos dados ...................................................................... 32
3.2 Enfermeiro na implantação da classificação de risco.............................. 40
3.3 Segurança do paciente e do profissional na classificação de risco......... 42
3.4 Dificuldades de referência e contra-referência na rede........................... 43
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ................................................................. 46
9
1 INTRODUÇÃO
Nos últimos anos o serviço de saúde voltado ao segmento de emergência
vem sofrendo com diversos problemas relacionados à superlotação, o que
primeiramente vem relacionado aos altos índices de violência nas grandes cidades e
em segundo passo pela grande procura do segmento por pessoas que
necessitariam de assistência relacionada a problemas de menor escala de urgência.
(TOLEDO, 2010).
Desse modo os Serviços Hospitalares de Emergências são,muitas vezes
utilizados com o intuito de resolver queixas que poderiam ser facilmente
solucionadas no atendimento primário. Tal situação faz dos Serviços de
Emergências uma porta de entrada para o atendimento, aumentando a demanda de
trabalho dos profissionais de saúde, gerando excesso de atendimentos passiveis de
resolução na rede básica de saúde e consequentemente aumentando o tempo de
espera para o primeiro atendimento e superlotando os serviços de emergências.
(FRANCO et al, 2009)
Os serviços públicos de saúde sofrem grande pressão da sociedade e dasautoridades públicas, pois, o grande número de pessoa que necessitam deatendimento acaba sendo muito maior do que a estrutura que irá recebertais pacientes é necessário repensar o modelo adotado e criar situaçõesque possam desafogar os hospitais e emergências de saúde, a populaçãodeve ter consciência de que a prevenção deve fazer parte do seu cotidiano,e o atendimento triagem deve mais eficaz, com isso as filas poderão sermais bem organizadas e os pacientes serem direcionados de forma maisrápida, tudo isso irá contribuir para a diminuição das filas formadas hoje emdia.(VALENTIM, SANTOS (2009) apud PAI; LAUTERT (2011)
Diante desse fato o Ministério da Saúde – MS vem buscando alternativas para
padronizar e organizar o atendimento e fluxo no segmento de emergência em saúde
no país, propondo alternativas ao atendimento por competência e gravidade.
Desde 2003 o Ministério da Saúde propõe que seja incorporada às suas
práticas a humanização no atendimento Sistema Único de Saúde - SUS, por ser
uma iniciativa governamental que visa a transformar o modelo de atenção em saúde
por meio da valorização dos usuários, através de vínculos solidários, fortalecendo o
10
trabalho multiprofissional e a criação de redes de atendimentos interligados. E
assim, reafirmar o compromisso com a universalidade, equidade e a acessibilidade
dos usuários aos serviços de saúde.
Em 2006, este propósito foi reforçado através da Política Nacional de
Humanização - PNH, que traz como objetivo promover o acolhimento aos usuários
que procuram atendimento no SUS. O acolhimento apresenta-se como uma das
principais diretrizes da PNH, pois significa “estar com” ou “estar perto de”, o que traz
um novo conceito de prestação de serviços e de responsabilização dos profissionais
de saúde para com os usuários.
De acordo com o glossário de termos técnicos do Ministério da Saúde
(BRASIL, 2006):
A forma de recepção dos usuários deve ser realizada desde o momento desua chegada, e isso engloba o primeiro atendimento que deve averiguarquais os motivos que o levaram a procurar aquele órgão de saúde, eposteriormente, seu encaminhamento para atendimento até o momento emque este terá alta.
Desta maneira, o acolhimento é uma ferramenta que amplia a ação dos
profissionais de saúde que atuam no SUS, permitindo a promoção do acesso e da
atenção em saúde às reais necessidades de cada usuário (MEDEIROS et al., 2006).
Após o usuário ter sido acolhido e ter tido uma escuta qualificada de suas
necessidades, e constatada a necessidade de consulta de urgência/emergência, ele
é classificado conforme as cores vermelha, amarela, verde e azul, representando,
respectivamente, paciente com risco de morte, em estado crítico ou semi-critico,
paciente que requer observação e pacientes não graves. (BRASIL, 2009).
Com relação as queixas apresentadas nos Serviços Hospitalares de
Emergência não caracterizam necessidade de atendimento emergencial e muitos
acolhimentos são feitos de forma informal e descomprometida, o que não garante o
acesso ao serviço de saúde indicado e não otimiza a busca pelo atendimento
desejado, inutilizando o conceito de contra-referência. Assim, o acolhimento com
classificação de risco torna-se uma ferramenta difícil de ser aplicada nesse cenário
do Serviço Hospitalar de Emergência, seja ele adulto ou pediátrico, uma vez que a
rede de cuidados não se encontra articulada para manter a integralidade e
continuidade da assistência.
11
Nessas situações, caso a rede se encontrasse articulada e as diretrizes do
SUS contemplassem a PNH, o enfermeiro poderia realizar um primeiro atendimento,
apresentando resolutividade, ou seja, buscaria uma solução aos problemas do
usuário que se apresenta no serviço de emergência, de forma adequada, no local
mais próximo de sua residência ou encaminhando-o, garantindo o acesso através de
contato prévio e contribuindo para a prática da assistência organizada com o foco no
usuário.
O enfermeiro, ao realizar o acolhimento com classificação de risco, mostra
suas competências através de ações que detectam as necessidades do usuário, que
muitas vezes se encontra fora de risco de morte e fora de situação que gere
vulnerabilidade, e consequentemente, atendimento prioritário emergencial.
Portanto, o presente estudo surgiu da necessidade de compreender as
questões envolvidas na discussão acerca do acolhimento com classificação de risco
nos casos que realmente se configuram como emergências, e podem ter seu
atendimento prejudicado pela demanda não considerada de emergência que vem
ocupando os leitos e aumentando a demanda de trabalho aos profissionais de saúde
nos Serviços Hospitalares de Emergência, departamento destinado a lidar com o
pacientes em iminente risco de morte.
1.2 Objetivo
O objetivo do presente trabalho é por meio de analise integrativa descrever e
analisar a atuação do enfermeiro no acolhimento e classificação de risco em
emergências.
Os objetivos específicos foram:
• -Realizar levantamento da produção científica acerca do tema;
• -Caracterizar as pesquisas científicas divulgadas nas bases de dados
definidas;
• -Sintetizar e analisar a abordagem teórica metodológica dos artigos.
12
1.3 Metodologia
Foi utilizada a revisão integrativa mediante análise pormenorizada acerca da
atuação do enfermeiro no acolhimento e classificação de risco em emergências.
A revisão integrativa é um método de pesquisa que permite a busca, aavaliação crítica e a síntese das evidências disponíveis do temainvestigado, sendo o seu produto final o estado atual do conhecimento dotema investigado, a implementação de intervenções efetivas na assistênciaà saúde e a redução de custos, bem como a identificação de lacunas quedirecionam para o desenvolvimento de futuras pesquisas (MENDES, 2008).
Segundo Cooper (1984), a metodologia indutiva, deve estar estruturada em
cinco etapas: formulação da questão norteadora, coleta de dados, avaliação dos
dados, análise e interpretação e apresentação dos resultados.
1.3.1 Primeira Etapa: formulação da questão norteadora
A primeira etapa consistiu-se em identificar claramente o problema do estudo.
Segundo Mendes (2008), a formulação correta do problema facilita as demais
etapas da revisão integrativa.
O problema elencado para a realização desta pesquisa, foi pautado em
descrever e analisar a atuação do enfermeiro no acolhimento e classificação de risco
em emergências, buscando elucidar o que tem sido apresentar na literatura atual
sobre o assunto.
Assim, foi formulada a seguinte questão norteadora: Como deve atuar o
enfermeiro no acolhimento e classificação de risco nos serviços de emergência?
13
1.3.2 Segunda etapa: Coleta de dados
A segunda etapa do estudo consistiu-se pela definição das bases de dados a
serem utilizadas para a posterior coleta e os critérios de inclusão e exclusão das
publicações.
Como descritores desta revisão integrativa utilizaram-se os Descritores em
Ciência da Saúde (DeCS) - o vocabulário estruturado e trilíngue. A consulta aos
DeCS nos indicou os termos: Medição de Risco; Enfermagem em emergência e
Papel do Profissional de Enfermagem no acolhimento em emergência.
O levantamento dos artigos foi realizado nas bases de dados a saber: Medline
que se constitui em fonte de mais 4.000 títulos de revistas publicadas a partir de
1966, referentes as áreas de saúde (MARTINS; GOMES, 2001); PUBMED (National
Library of Medicine) e LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências
da Saúde).
A seleção dos artigos seguiu os seguintes critérios:
• Artigos publicados na íntegra entre os anos de 2005 a agosto de 2011,
em periódicos inglês e português.
• A população dos estudos selecionados devem ser compostos por
enfermeiros que atuavam em serviços de emergência.
• Artigos indexados nos bancos de dados selecionados ou disponíveis
para os pesquisadores.
A seleção dos artigos nas bases de dados ocorreu no período compreendido
entre 20 de Maio a 20 de Junho de 2012.
14
1.3.3 Terceira Etapa: avaliação dos dados
A terceira etapa constituiu-se em determinar os procedimentos a serem
utilizados na avaliação dos estudos selecionados, que permitiram encontrar as
evidencias.
Foram realizadas avaliações de 492 resumos obtidos aplicando os critérios de
inclusão e exclusão. Após a avaliação exploratória dos resumos, a amostra deste
estudo compreendeu 29 artigos selecionados, sendo desses 10 incluídos.
1.3.4 Quarta Etapa: analise e interpretação
A quarta etapa foi constituída pela analise dos artigos selecionados conforme
literatura disponível, e, as informações extraídas foram apresentadas em um quadro
sinóptico já utilizado em outros estudos que tinham a mesma referência da presente
pesquisa, contemplando os seguintes aspectos considerados pertinentes: nome da
pesquisa; autor; título e ano; objetivos; metodologia; e principais evidências.
1.3.5 Quinta Etapa: apresentação dos resultados
Esta etapa consiste na apresentação sistematizada dos resultados obtidos,
facilitando a compreensão dos mesmos.
15
2 CRIAÇÃO DO SUS E OS SERVIÇOS DE SAÚDE EM URGÊNCIA EEMERGÊNCIA NO BRASIL
A constituição de 1988, na seção que trata da saúde, cria o SUS e, no
primeiro artigo que trata deste tema determina que a saúde é um direito de todos e
cabe ao Estado oferecê-la de forma universal e igualitária a toda a população.
(BRASIL, 2006c).
O SUS pode ser considerado uma das maiores conquistas sociais propostas
pela constituição de 1988. Seus princípios apontam para uma democratização das
ações e dos serviços, que deixam de ser restritos e passam a ser universais, além
de buscar uma descentralização gradual das atividades de saúde (BRASIL, 2000).
Antes do surgimento do SUS o atendimento era realizado as pessoas
seguradas pelo INSS e que mantinham algum tipo de vínculo trabalhista, ou seja, o
atendimento realizado era feito somente as pessoas com registro em carteira, dessa
forma, a Constituição Federal passou a dar novo tratamento ao tema ao dispor que
todos os brasileiros tenham acesso a assistência à saúde. (BRASIL, 2000).
De acordo com Carvalho e Santos (2006), a nova disposição constitucional é
uma decorrência natural do novo conceito de saúde que está afirmado pelo texto da
constituição, não havendo mais a necessidade de haver qualquer tipo de
contribuição por parte do cidadão para ser assistido por qualquer órgão de saúde.
A Lei Federal 8.080/1990, conhecida como “Lei Orgânica da Saúde”, instituem
de que forma irá se organizar o SUS, mantendo-se em consonância com o texto
constitucional, e dentre outras determinações, reforça o caráter da universalidade de
acesso à assistência citando este item como um dos princípios norteadores das
atividades do então novo sistema de saúde do país (CARVALHO; SANTOS, 2006).
Com o surgimento do SUS, muda-se a concepção de saúde como ausência
de doença e passa-se a ampliar este conceito alcançando esferas como a
alimentação, o transporte, o lazer, o saneamento básico entre outras, de forma a
não se buscar apenas cura, mas de se oferecer melhor qualidade de vida a
população (BRASIL, 2000).
A partir da criação do SUS, um dos grandes desafios surgidos, levando em
consideração o princípio da universalidade, foi o de garantir acesso a todos os
16
usuários aos serviços de saúde, e que estes, o fizessem com qualidade e
resolutividade.
Na prática, uma grande parcela da população ainda encontra dificuldades
para acessar o sistema de saúde, sobretudo os mais necessitados, vislumbrando-se
assim o grande desafio do SUS: garantir acesso universal com efetividade e
resolutividade (CARVALHO; SANTOS, 2006).
Historicamente, os serviços de urgência e emergência de hospitais e centros
de saúde são reconhecidos pelos usuários como as portas preferenciais de entrada
ao sistema de saúde, fato que aliado à falta de dispositivos eficazes para determinar
as prioridades de atendimento desses locais, colaboram para o extrapolamento da
capacidade de atendimento e quase inoperância desses serviços. As dificuldades
são tantas, que a impressão que se tem é que se as instituições pudessem
simplesmente livrar-se dos seus setores de urgência e pronto-atendimentos, elas o
fariam (O’DWYER; MATTA; PEPE, 2008).
O acesso dos usuários nos serviços de urgência e emergência até então, dá-
se através de filas organizadas por ordem de chegada, sem levar em consideração o
que motiva a pessoa a buscar atendimento, e na maioria dos casos estas filas são
organizadas por profissionais sem conhecimento técnico para definir algum tipo de
prioridade de atendimento. Segundo relata Bittencourt e Hortale (2007), em muitas
emergências, além das péssimas condições ambientais, quem tem o primeiro
contato com o usuário são funcionários da segurança, e estes, sem o necessário
conhecimento técnico acabam definindo a prioridade de atendimento tornando o
usuário exposto a uma seleção espúria onde os casos mais graves podem ser
omitidos, colocando-se em risco a vida dos usuários.
Oferecer acesso a todos os usuários com qualidade implica na necessidade
de formular uma estratégia de trabalho que possibilite a resolução destes problemas,
capacitando os profissionais e reorganizando o fluxo das portas de entrada do
sistema de saúde para que não se comprometa a capacidade de atendimento dos
serviços.
A utilização desordenada dos serviços de urgência, com casos que não
necessitariam destes serviços, acabam por desgastar os trabalhadores desses
serviços e cria um sentimento de abandono por parte do usuário, evidenciando a
necessidade de se repensar a comunicação entre usuários, trabalhadores e
17
gestores do sistema de saúde, construindo práticas que privilegiem o indivíduo como
centro da assistência (MARQUES et al, 2007).
Nesta linha, o Ministério da Saúde passa a elaborar políticas públicas para
reorganizar a assistência das unidades de saúde em todos os níveis, buscando
atender as reais necessidades da população. Destacam-se nesse plano a Política
Nacional de Qualificação do SUS (QualiSUS), a Política Nacional de Humanização
(PNH) e a Política Nacional de Atenção às Urgências.
O QualiSUS tem o objetivo de qualificar a assistência dos serviços de
saúde,oferecendo apoio na implantação de programas e de outras políticas, através
do acompanhamento in loco por profissionais do Ministério da Saúde na construção
e na aplicação das citadas políticas e fornecendo subsídios financeiros para a
compra de equipamentos e adequação física que muitas vezes se fazem
necessárias para o funcionamento dos serviços (BRASIL, 2009).
Por meio da criação da PNH, HumanizaSUS, entre outras propostas,
inicialmente, buscou-se modificar o modelo de atendimento das unidades básicas
através do uso de uma nova estratégia de trabalho e interação entre profissionais e
usuários: o acolhimento. Surge como uma proposta para enfrentar o desafio de criar
um modelo de atenção e gestão das práticas de saúde, que tomem como espelho os
princípios do SUS, priorizando o atendimento prestado aos usuários de forma que
este trabalho possa ser integrado com outros órgãos da administração. (BRASIL,
2004).
O acolhimento denota um modo de operar os processos de trabalho em
saúde de forma a atender a todos que procuram os serviços, ouvindo seus pedidos
e assumindo no serviço uma postura capaz de acolher, escutar e definir respostas
mais adequadas aos usuários, prestando um atendimento resolutivo e responsável
(BRASIL, 2008).
Tradicionalmente o acolhimento pode ser pensado como uma estrutura física
confortável e uma forma de triagem para repassar os casos que extrapolam a
capacidade de atendimento do serviço, o que é um equívoco. Mais do que isso, o
acolhimento é uma postura ética do profissional que visa realizar seu trabalho, pois,
sua atitude engloba vários tipos de conhecimento, de modo que suas angústias não
façam parte de uma simples triagem, pois, essa atitude representaria um retrocesso
a tudo que já foi realizado para melhorar a saúde da população. (BRASIL, 2006b).
18
Por isso, quando há intenção por parte do profissional de saúde em ajudar
uma pessoa que está com problema de saúde, este profissional deverá escutar as
queixas, os medos e as expectativas do usuário buscando identificar seus riscos e
vulnerabilidades, acolhendo inclusive a avaliação do próprio usuário e dar uma
resposta responsável ao problema oferecendo resolução as necessidades imediatas
e encaminhando de forma resolutiva a demanda não resolvida (BRASIL, 2006b).
Em toda situação de atendimento prestado por profissionais de saúde, o
acolhimento deve estar presente com o intuito de atender a todos, ouvindo seus
pedidos e assumindo uma postura capaz de dar respostas mais adequadas aos
usuários, utilizando os recursos disponíveis e tendo uma postura responsável,
buscando articular uma solução com outros serviços quando esta não está ao
alcance do nível local (MARQUES; LIMA, 2007).
Com a crescente demanda e procura dos serviços de urgência e emergência,
observou-se um enorme fluxo de “circulação desordenada” dos usuários nas portas
de pronto-socorros, tornando-se necessária a reorganização do processo de
trabalho destes serviços de saúde para possibilitar uma maneira de atender os
variados níveis de especificidade, com resolutividade na assistência prestada, de
forma que o atendimento oferecido seja de acordo com diferentes graus de
necessidades ou sofrimento e não mais impessoal e por ordem de chegada
(BRASIL, 2004).
Referindo-se aos serviços de urgência e emergência, um dos primeiros
passos dados foi a criação da Política Nacional de Atenção às Urgências que, por
meio da Portaria GM 2.048 de 2002, institui uma série de parâmetros que deverão
ser adotados, definindo a capacitação necessária aos profissionais para trabalharem
nos serviços de urgências, a estrutura física necessária para os diversos serviços
fazerem parte da rede de atendimento à emergências e principalmente a definição
dos fluxos e responsabilidades de cada serviço dentro do sistema (BRASIL, 2006a).
Justifica-se a necessidade de uma política pública que oriente as ações dos
serviços de urgência e emergência na tentativa de alterar uma assistência baseada
na produção de consultas de urgência e na pouca seletividade protagonizada por
estes serviços, sobrecarregados com atendimentos que poderiam ser realizados em
outros níveis de assistência e ainda têm dificuldade de reconhecer as prioridades de
atendimentos dentre os usuários que os acessam (BRASIL, 2006a).
19
Por meio da Política Nacional de Atenção às Urgências, também se instituiu a
criação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e de suas Centrais
de Regulação que contribuíram decisivamente para a readequação do fluxo dos
atendimentos. O SAMU, por meio de suas centrais de regulação, mais do que
simplesmente atender as situações de urgência e emergência que necessitam de
uma intervenção no cenário onde se produz o agravo, passa a funcionar como um
observatório privilegiado da saúde e do sistema, com a capacidade de monitorar de
forma dinâmica, sistematizada, e em tempo real, todo o seu funcionamento
(BRASIL, 2006a).
Para viabilizar a utilização da estratégia do acolhimento em serviços de
urgência e emergência, o Ministério da Saúde cria a ferramenta do acolhimento com
avaliação e classificação de risco. A tecnologia de avaliação e classificação de risco
visa determinar qual o tipo de tratamento que o usuário será submetido e com isso
espera-se ganhar em tempo e qualidade no atendimento. (BRASIL, 2004).
A avaliação e classificação de risco é um processo heterogêneo aplicado aos
pacientes, e isso faz com que o processo muitas vezes apresente falhas, por isso,
todo trabalho deve ser realizado por profissionais qualificados, a fim de minimizar os
efeitos negativos desse processo aos usuários. (BRASIL, 2004).
O usuário que antes chegava a um serviço e aguardava seu atendimento por
ordem de chegada, atualmente, por meio da utilização do acolhimento com
avaliação e classificação de risco, passa a ser avaliado e classificado dentro de
parâmetros técnicos que irão definir a necessidade de atendimento desse usuário e
a agilidade que este atendimento terá considerando o quadro apresentado no
momento da avaliação.
Desta maneira, se exerce uma análise com relação as necessidades dos
usuários e das melhorias que devem ser realizadas para que o tempo de
atendimento seja rápido e a espera seja curta. (BRASIL, 2004).
20
2.1 Acolhimento em emergências / saúde
Segundo Nascimento (2011), o acolhimento em emergência de saúde se
refere a forma com que o atendimento é realizado, desse modo, se deve levar em
conta a solidariedade humana, mas, como esse processo pode ser complexo é
necessário observar o seguinte:
TABELA 1 – Tipos de açãoFonte: Nascimento, 2011.
Por isso, o acolhimento visa minimizar os efeitos negativos sofridos pelo
usuário, e nesse contexto, o profissional de saúde deve estar preparado para lidar
com os fatores físicos e emocionais de cada paciente.
De acordo com Nascimento (2011), no acolhimento realizado é necessário
observar o seguinte:
21
TABELA 2 – Tipo de análise realizada no acolhimentoFonte: Nascimento, 2011.
Segundo Nascimento (2011), a assistência técnica prestada ao usuário deve
ter como objetivo o seguinte:
TABELA 3 – Objetivos da assistência técnicaFonte: Nascimento, 2011.
22
2.2 Classificação de risco na emergência em saúde
A Classificação de Risco visa identificar a situação do paciente para
determinar a melhor forma de tratá-lo, esse tratamento deve ser realizar em curto
prazo quando a saúde do paciente estiver em risco. Segundo Nascimento (2011), os
objetivos avaliados na ação de risco são:
TABELA 4 – Objetivos da avaliação de riscoFonte: Nascimento, 2011.
Alguns requisitos são necessários para que possa ser implantada uma central
de acolhimento, tais como:
23
TABELA 5 – Pré-requisitos de implantação da central de acolhimentoFonte: Nascimento, 2011.
Com relação às situações de emergência é necessário que esta possa dar
todo suporte no atendimento prioritário realizado ao paciente, assim é necessário
observar:
24
TABELA 6 – Necessidade específica dos pacientesFonte: Nascimento, 2011.
Já com relação ao pronto atendimento, segundo Nascimento (2011) está área
deve obedecer ao seguinte:
25
TABELA 7 – Pronto atendimentoFonte: Nascimento, 2011.
26
Processo de Acolhimento e Classificação de Risco:
O usuário ao procurar o Pronto Atendimento deverá direcionar-se a Central de
Acolhimento que terá como objetivos:
TABELA 8 - Objetivos da central de acolhimentoFonte: Nascimento, 2011.
Por isso, toda central de acolhidamente necessita contar com médicos e
enfermeiros, pois, o paciente será passado por um setor de triagem que irá
encaminhá-lo para o melhor tipo de tratamento segundo a sua capacidade física,
assim é necessário observar o seguinte:
27
TABELA 9 – Classificação de riscoFonte: Nascimento, 2011.
Segundo Nascimento (2011), a classificação de risco é dividida em níveis
para poder dar melhor atendimento aos usuários, assim os níveis são classificados
em:
TABELA 10 – Classificação dos níveis de riscoFonte: Nascimento, 2011.
28
Toda identificação realizada aos pacientes deve ser identificada com um
adesivo que será anexado ao boletim de atendimento emergencial.
2.3 Protocolo de Classificação de Risco
O nível vermelho indica atenção máxima com relação aos pacientes e estes
necessitam de atendimento imediato, nesse contexto, os pacientes podem ser
enquadrados segundo o disposto abaixo:
TABELA 11 – Protocolo de classificação de risco nível vermelhoFonte: Nascimento, 2011.
Entretanto, algumas condições podem ser mais perigosas para a saúde dos
pacientes, e se deve levar em conta o seguinte:
29
TABELA 12 – Condições de risco dos pacientes de nível vermelhoFonte: Nascimento, 2011.
O nível amarelo indica que os pacientes necessitam de atendimento rápido,
pois, não apresenta nenhum tipo de risco de vida, os pacientes enquadrados nessa
categoria podem ser enquadrados segundo o disposto abaixo:
30
TABELA 13 – Protocolo de classificação de risco nível amareloFonte: Nascimento, 2011.
Já os pacientes de nível verme são os que apresentam condições aguda e
necessitam de atendimento considerado simples, cujo prazo de espera é de
aproximadamente 30 minutos e podem ser enquadrados segundo o disposto abaixo:
31
TABELA 14 – Protocolo de classificação de risco nível verdeFonte: Nascimento, 2011.
Por fim, os pacientes enquadrados no nível azul podem ser enquadrados
segundo o disposto abaixo:
TABELA 15 – Protocolo de classificação de risco nível azulFonte: Nascimento, 2011.
Portanto, se verifica que o atendimento realizado aos pacientes é classificado
segundo a condição física em que se encontram, e essa classificação visa dar
atendimento especializado ao paciente para melhor atendê-lo.
32
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Realizou-se a análise dos artigos em estudo resultando no agrupamento dos
mesmos em três núcleos temáticos: o enfermeiro na implantação da classificação de
risco; segurança do paciente e do profissional na classificação de risco; dificuldades
de referência e contra referência na rede.
3.1 Caracterização dos dados
A busca às referências nas bases de dados foi feita utilizando-se formulário
avançado, disponibilizado no sistema BIREME. Primeiro, fez-se à busca somente
por descritores de assunto, em cada base de dados entre as referenciadas.
Em seguida, a pesquisa foi refinada, selecionando-se referências publicadas
a partir de 2005 a agosto de 2011, em cada base de dados, com cada um dos
descritores de assunto. E, por fim, utilizou-se novamente o método de refinamento,
incluindo o idioma português.
A busca resultou em um total de 492 artigos. Destes, 29 artigos foram
referências selecionadas que atendiam aos critérios de inclusão, das quais somente
dez artigos atenderam o objetivo deste estudo, conforme a tabela 1.
Ano Artigoslocalizados
Artigosselecionados
Artigos incluídos
2005 43 1 -2006 65 1 -2007 41 2 22008 91 1 -2009 118 4 22010 91 12 42011 43 8 4
TOTAL 492 29 10TABELA 16 - Distribuição da quantidade de artigos referente ao ano.Fonte: DUTRA, Iuri. Atuação do Enfermeiro no acolhimento e classificação de riscoem emergências. São Paulo. 2012.
Na tabela 1, também podemos observar, a partir de 2010, um aumento nas
publicações relacionadas à classificação de risco na área de enfermagem,
33
demostrando um interesse maior dos enfermeiros em publicar artigos referentes ao
tema, anos seguintes da implantação das políticas públicas relacionadas à atenção
às urgências e emergências. Isso reflete na importância dos registros científicos de
como esta sendo aplicada essa experiência e como esta a atuação do enfermeiro
diante da classificação de risco.
17 17
33 33
0
5
10
15
20
25
30
35
2007 2009 2010 2011
%
GRÁFICO 1 - Representação dos artigos selecionados no estudo.Fonte: DUTRA, Iuri. Atuação do Enfermeiro no acolhimento e classificação de riscoem emergências. São Paulo. 2012.
No gráfico 1, temos os artigos selecionados em forma de porcentagem,
demonstrando a quantidade de artigos distribuída nos anos. Nos anos de 2005 e
2006, não foram encontrados publicações que pudessem ser incluídas neste estudo.
O gráfico 2, mostra a representação dos 10 artigos selecionados e as bases
de dados onde estão indexadas. Percebe-se que vários artigos se repetem entre as
bases de dados, resultando em: somente no SCIELO, dois artigos; somente no
LILACS, três artigos; ambos, SCIELO E LILACS, três artigos; ambos, LILACS e
BDENF, um artigo; e, por fim, um artigo numa revista indexada.
34
5
0
1
2
3
4
5
6
7
8
LILACS SCIELO BDENF REVISTA
REVISTA
BDENF
SCIELO
LILACS
GRÁFICO 2 - Representação da quantidade de artigos referente à base de dados.Fonte: DUTRA, Iuri. Atuação do Enfermeiro no acolhimento e classificação de riscoem emergências. São Paulo. 2012..
Nos dez artigos utilizados nesse estudo, buscou-se conhecer qual a
importância do enfermeiro na implantação da classificação de risco na emergência.
No entanto, com base no material consultado, constatamos que as ações de
enfermagem na implantação da classificação de risco em emergência apresentaram
pouquíssimos tipos de publicações que refletem na produção científica da
enfermagem referente ao tema.
Desta forma surgiram os questionamentos citados abaixo:
Como está sendo implantada a classificação de risco na emergência
pelo enfermeiro?
Qual é a importância do enfermeiro diante da classificação de risco na
emergência?
Frente aos questionamentos expostos acima, e após as leituras e registros
das informações, observou-se que a atuação da enfermagem é fundamental junto ao
paciente em situações de urgência e emergência, no entanto, verificou-se que essas
atuações não se referem à classificação de risco em si ou a triagem destes clientes.
Essa falta de registros escritos por enfermeiros referentes à triagem destes
pacientes, só vem confirmar que no âmbito da enfermagem, poucos estudos têm
privilegiado o referido tema e, nesse sentido, este trabalho configura-se como um
espaço pouco explorado em trabalhos científicos. A enfermagem é uma ciência que
35
atua atendendo a saúde do paciente em variadas situações, estas ações ainda são
pouco documentadas pela classe, porém observasse um aumento de publicações
em relação ao tema, conforme tabela e gráfico 1.
Para uma melhor análise e discussão dos dados e com intuito de facilitar a
compreensão dos resultados obtidos, demonstra-se a seguir o quadro sinóptico com
os artigos sintetizados para serem analisados no presente estudo. O quadro
apresenta itens relevantes dos artigos e um resumo rápido sobre a implantação da
classificação de risco direcionado pelo presente trabalho.
ART. AUTORES TÍTULO DOTRABALHO
PERIÓDICO,ANO,
VOLUME,NÚMERO
IMPLANTAÇÃO DACLASSIFICAÇÃO DE
RISCO
01ALBINO, RM;
GROSSEMAN,S;
RIGGENBACH,V
Classificação derisco: Uma
necessidadeinadiável em um
serviço deemergência de
qualidade
ArquivosCatarinensesde Medicina.2007. Vol. 36.
N. 4
Proposta deimplantação de triagem
estruturada comclassificação de risco
nos serviçoshospitalares de
emergência. O presenteartigo descreve umainevitável resistência
por parte dosprofissionais que atuam
no serviço deemergência e
capacitação dosenfermeiros que
realizaram a Recepção,Acolhimento e
Classificação (RAC)
02AZEVEDO,
JMR;BARBOSA, MA
Triagem emServiços de
Saúde:percepções dos
usuários
Revista deEnfermagemUERJ. 2007.Vol. 15. N.1
Discutir a percepçãodos usuários diante doatendimento do serviçode triagem em Goiânia.Conclui que a satisfação
do usuário estárelacionada com as
característicasfacilitadoras doatendimento e
qualidade do serviçoprestado. Descreve que
a coordenação e
36
operacionalização doserviço de triagem é
realizada peloenfermeiro, porém este
artigo apresentoupoucas implicações daclassificação de risco
pelo enfermeiro.
03GARLET, ER;LIMA, MADS;
SANTOS, JLG;MARQUES,
GQ.
Organização dotrabalho de uma
equipe desaúde no
atendimento aousuário em
situações deurgência eemergência
TextoContexto
Enfermagem,2009. Vol.18.
N. 2.
Analisar a organizaçãodo trabalho da equipe
de saúde de umaunidade hospitalar.Constatou-se que otrabalho da equipe
divide-se entreatendimento aos casoscom potencial risco àvida, assistência aospacientes na sala de
observação e atençãoaos usuários com
demandas nãourgentes. O artigodescreve poucasimplicações na
classificação de riscorealizada pelo
enfermeiro.
04
NASCIMENTO,ERP;
HILSENDEGER, BR;
NETH, C;BELAVER, GM;BERTONCELL,
KCG
Classificação derisco na
emergência:avaliação da
equipe deenfermagem
RevistaenfermagemUERJ. 2011.Vol.19.N.1.
Conhecer e analisarcomo os profissionaisde enfermagem de umserviço de emergênciahospitalar avaliaram o
acolhimento comclassificação de risco. O
presente artigoevidenciou importantes
mudanças com aimplantação da
classificação de risco,priorizando os pacientes
mais graves econferindo maior
segurança, estabilidadee controle da situação
para o enfermeiro.Avaliar as emergências
a partir do programaQualiSUS. Os
profissionais não têm
37
05O‟DWYER,
GO; OLIVEIRA,SP; SETA, MH
Avaliação dosserviços
hospitalares deemergência do
programaQualiSUS
Ciência &saúde
Coletiva,2009. Vol.14.
N. 5.
qualificação específica esó um hospital utiliza
protocolos. Constatou-se pouca influência doprograma QualiSUS. Oartigo descreve poucas
implicações daclassificação de risco do
enfermeiro.
06OHARA, R;
MELO, MRAC;LAUS, AM
Caracterizaçãodo perfil
assistencial dospacientes
adultos de umpronto socorro
RevistaBrasileira deEnfermagem,2010. Vol.63.
N.5.
Caracterizar o perfilassistencial dos
pacientes adultosinternados no pronto-
socorro clínico ecirúrgico de um hospital
geral público nomunicípio de São Paulocomo subsídio para odimensionamento da
equipe de enfermagem.O presente estudo
sugere conscientizar osenfermeiros que a
utilização do sistema declassificação de
pacientes devendo serimplantada como
método de gestão paramelhor priorizar e
reorganizar o fluxo dospacientes.
07OLIVEIRA, GN;SILVA, MFN;
ARAUJO, IEM;FILHO, MAC
Perfil dapopulação
atendida emuma unidade de
emergênciareferenciada
Rev. Latino-Am.
Enfermagem.2011. Vol. 19.
N. 3.
Identificar o perfil sóciodemográfico e as
principais queixas dapopulação adulta,
atendida na unidade deemergência
referenciada. Este artigoconsidera que oenfermeiro é o
profissional qualificadopara realizar a
classificação de risco,porém não existe
protocolo de avaliaçãode risco, o que permite
interpretaçõessubjetivas das queixasdos usuários, por partedos profissionais que
38
realizam a avaliação.
08
ROCHA, RG;HANDEM, PC;FIGUEIREDO,
NMA; ARAGÃO,DM;
ALBUQUERQUE, DC
Classificação deriscos em
emergência:como os
enfermeirosentendem eparticipam
desse programa
Revistapesquisacuidado
fundamental,2010. Vol. 2
Descrever ofuncionamento do
programa declassificação de riscos
oferecido numa Unidadede Emergência;
Verificar o que pensamos enfermeiros sobre os
papeis quedesempenham na
classificação de riscose; Discutir os achadoscom vistas ao aumento
da qualidade dosserviços de
enfermagem durante oprocesso de
classificação de riscos.Todas essas
informações foramreveladoras de uma
ocupação indevida dosespaços e dos papéisdesenvolvidos pelos
profissionais (médicos eenfermeiros) da unidade
de emergência,percebendo-se nas
respostas dosenfermeiros a
desvalorização deações que deveriam
competir à enfermagem.Este artigo descrevepouco interesse do
enfermeiro em realizar aclassificação de risco.
09SOUZA, CC;
TOLEDO, AD;TADEU, LFR;
CHIANCA, TCM
Classificação derisco em pronto-
socorro:concordância
entre umprotocolo
RevistaLatino
Americana deEnfermagem,
Verificar o grau deconcordância entre umprotocolo institucional e
o protocolo deManchester, para a
classificação de risco depacientes atendidos nopronto socorro de um
hospital de BeloHorizonte, MG. O
protocolo deManchester aumentou o
39
institucionalbrasileiro eManchester
2011. Vol. 19.N. 1
nível de prioridade dospacientes,
demonstrando oprotocolo mais inclusivo.O artigo descreve que oenfermeiro teve maior
neutralidade esegurança no processode classificação, sendo
um instrumentoconfiável na tomada de
decisão acurada.
10
ULBRICH, EM;MANTOVANI,
MF;BALDUINO, AF;
REIS, BK
Protocolo deenfermagem em
atendimentoemergencial:
subsídios para oacolhimento às
vítimas
CogitareEnfermagem,2010. Vol. 15.
N. 2.
Propor protocolos deatendimento de
enfermagem a partir daidentificação dos
motivos de demanda eda caracterização do
perfil das vítimasacolhidas no setor detriagem de um ProntoSocorro. Este artigo
possibilitou aimplantação de um
protocolo declassificação de risco
baseado nasreferências do Ministérioda Saúde, subsidiando
o atendimentoemergencial
desenvolvido peleenfermeiro.
QUADRO 1 - Quadro sinóptico - Apresentação dos artigos selecionados.Fonte: DUTRA, Iuri. Atuação do Enfermeiro no acolhimento e classificação de riscoem emergências. São Paulo. 2012.
A seguir apresenta-se a análise dos artigos separados em três núcleos
temáticos: o enfermeiro na implantação da classificação de risco; segurança do
paciente e do profissional na classificação de risco; dificuldades de referência e
contra referência na rede.
40
3.2 Enfermeiro na implantação da classificação de risco
Para o enfermeiro que atua na classificação de risco é importante a habilidade
da escuta qualificada, avaliação e registro completo da queixa principal, saber
trabalhar em equipe, ter raciocínio crítico e agilidade para tomada de decisões, e
ainda, o conhecimento dos sistemas de apoio na rede assistencial para o melhor
encaminhamento do usuário (SOUZA et al, 2011).
Oliveira et al (2011), também consideram que o enfermeiro é o profissional
qualificado para fazer a classificação de risco, porém, relatam no estudo realizado
que não existe protocolo de avaliação de risco, o que permite interpretações
subjetivas das queixas dos usuários por parte dos profissionais que realizam a
avaliação. Corroborando essa afirmação a implantação de um protocolo mais
inclusivo oferece maior segurança e neutralidade no processo de
classificação (SOUZA et al, 2011). Assim, os enfermeiros devem considerar que a
utilização do sistema de classificação de pacientes deve ser implantada como
método de gestão para melhor priorizar e reorganizar o fluxo dos pacientes (OHARA
et al, 2010).
Estudos de Azevedo e Barbosa referem que a importância do serviço de
triagem está, principalmente, em identificar e prevenir os quadros agudos que
implicam risco à vida, assim, tem a finalidade de avaliação inicial, seleção e
encaminhamento do cliente às unidades/especialidades adequadas à assistência. A
triagem é mais do que classificar os doentes, é também garantir o direito à
cidadania, é resgatar os princípios do SUS, acolhendo e orientando (AZEVEDO;
BARBOSA, 2007).
Em locais onde existe superlotação, realizar a triagem identificando os mais
graves e os que podem esperar é fundamental para o atendimento com segurança.
O processo de recepção, acolhimento e classificação deve ser dinâmico e contínuo.
Informações claras sobre o tempo de espera, zona de destino dos pacientes e
orientação do fluxo gera confiança no sistema, tranquilizando pacientes e familiares
(ALBINO et al, 2007).
41
O Ministério da Saúde, como já citado, vem buscando padronizar
nacionalmente o processo de acolhimento com classificação de risco e o Estado de
Minas Gerais optou pelo Protocolo de Manchester. Souza et al (2011), analisa o
grau de concordância entre dois protocolos: o protocolo institucional do Hospital
Municipal de Odilon Behrens (HOB) em Belo Horizonte-Minas Gerais e o protocolo
de Manchester. Os dois protocolos classificam os pacientes em cinco níveis, sendo
o protocolo de Manchester o que aumentou o nível de prioridade dos pacientes,
demonstrando ser um protocolo mais inclusivo oferecendo maior segurança e
neutralidade no processo de classificação feita pelo enfermeiro.
Albino et al (2007) também sugere uma classificação de risco em cinco níveis.
Os pacientes classificados em níveis I e II são direcionados imediatamente a sala de
reanimação cardiorrespiratória, nivel III para sala de observação, IV e V para sala de
espera. Sugere também que os pacientes devem ser periodicamente avaliados
conforme o nível classificado, como por exemplo, pacientes de nível III devem ser
reavaliados a cada 30 minutos, de nível IV a cada hora ímpar e V a cada hora par.
Assim o paciente é periodicamente visto e reclassificado se o quadro agravar.
Rocha et al (2010), relata que somente 23% dos enfermeiros indicaram uma
participação efetiva no processo de triagem e classificação de risco junto com o
médico, sendo que 77% informaram não ter participação efetiva no processo de
classificação de riscos e identificou, também, que 61,5% dos enfermeiros
informaram que se vêem subutilizados no serviço de classificação de riscos, pois
informaram que apenas verificam os sinais vitais do cliente, enquanto o médico é
quem realiza os questionamentos e a avaliação do mesmo para a classificação de
riscos. Sendo assim, diante das respostas dos enfermeiros, é nítida a
desvalorização de ações que deveriam competir à enfermagem (ROCHA et al,
2010).
42
3.3 Segurança do paciente e do profissional na classificação de risco
Nascimento et al (2011), o acolhimento com classificação de risco organizou a
dinâmica de trabalho, priorizando o atendimento aos pacientes graves conferindo-
lhes maior segurança, estabilidade e controle da situação.
A avaliação técnica das condições do usuário é desenvolvida pelo enfermeiro
no momento da consulta. Por meio desta, o enfermeiro procura identificar os
sintomas, faz uma avaliação precisa e concisa sobre o estado de saúde do usuário e
decide a conduta mais adequada (AZEVEDO e BARBOSA, 2007). É importante a
necessidade da reavaliação constante do paciente após a classificação, para
acompanhamento do quadro clínico, garantindo-lhe segurança e qualidade (SOUZA
et al, 2011).
A utilização de protocolos aliada à classificação de risco oferece respaldo
legal para a atuação do enfermeiro, subsidiando o desenvolvimento das
intervenções de enfermagem, de forma sistematizada e organizada no atendimento
a vítima (SOUZA et al, 2011; ULBRICH et al, 2010).
A satisfação do usuário quanto ao atendimento está relacionada às
características facilitadoras do processo de atendimento. A abordagem do indivíduo
como sujeito participante de todo o processo de recuperação, responsabilidade,
resolução e integração ao sistema são dimensões assistências com o objetivo de
qualificar e resgatar a saúde de todos. Este mesmo autor relata que, para o usuário
a falta de resolutividade de seu problema é caracterizada como mau atendimento,
porém, uma boa recepção e tratamento cortês satisfazem o usuário mesmo que o
seu problema não tenha sido resolvido (AZEVEDO e BARBOSA, 2007).
A insatisfação com o trabalho na emergência diante da baixa remuneração,
sobrecarga de trabalho, nível alto de exigência, responsabilidade e o esforço
empregado no processo de trabalho diante das tensões pessoais, sociais e
organizacionais são itens citados e apontam para a não preparação da equipe de
trabalho no setor de emergência. A equipe de emergência está sendo qualificada, e
resulta em contratações e vínculos temporários, o que dificulta a fixação profissional
43
nesta área e aumenta a necessidade de qualificação dos mesmos (O DWYER et al,
2007).
Nascimento et al (2011), em estudo que analisou da visão dos profissionais
de enfermagem apresentou evidências de que o fluxo de atendimento e a prioridade
aos mais graves potencializaram o atendimento mais rápido direcionando as
intervenções médica e de enfermagem aos agravos agudos.
O gerenciamento da superlotação seria uma saída para melhorar o fluxo dos
pacientes. É observado, por estudo realizado, que a existência de gerenciamento de
reguladores de leitos seria uma estratégica para minimizar a superlotação, porém
não é uma prática aplicada na maioria dos hospitais. Nos hospitais que apresentam
regulação de leitos disponíveis se vê um melhor aproveitamento do leito hospitalar e
o fluxo de internação é mais efetivo (O DWYER, G.O. et al, 2007).
3.4 Dificuldades de referência e contra-referência na rede
Os meios utilizados para verificar a articulação entre os diferentes níveis de
serviços de saúde, a organização do fluxo de pacientes e a obtenção de referências
resolutivas, são elementos indispensáveis para se promover a universalidade do
acesso, a equidade na alocação de recursos e a integralidade da atenção prestada.
Porém, na prática, esse sistema não funciona e a inexistência de referência e
contra-referência interfere na qualidade do atendimento, resultando no acúmulo de
usuários no serviço que não estão vinculados em serviços de atenção básica,
gerando insatisfação e sobrecarga de trabalho dos profissionais de enfermagem.
Mesmo sendo o usuário classificado como não grave e referenciado a seu posto de
saúde para atendimento, a maioria dos pacientes preferem esperar horas para
serem avaliados pelo médico da emergência (NASCIMENTO et al, 2011).
Azevedo e Barbosa (2007), visando à percepção do usuário aos serviços de
triagem, relatam que os usuários estão insatisfeitos quanto aos encaminhamentos
para outras unidades de saúde e a demora nos agendamentos de consultas de
especialidades e que preferem aguardar o tempo que for na emergência, pois
sabem que serão atendidos por um profissional.
44
Após o atendimento emergencial deve existir uma relação de referência e
contra referência para que possa ocorrer o seguimento do tratamento. A falência da
rede e a grave situação social da população refletem no paciente atendido na
emergência e que não consegue ser encaminhado. As demandas são geradas por
questões culturais e por deficiência dos recursos tecnológicos e sociais, apontando
para a ineficácia do sistema de saúde incapaz de oferecer a esses indivíduos um
acesso mais fácil à rede de atenção primária (O DWYER et al, 2007).
Para aumentar a credibilidade da assistência à população, os profissionais de
atenção básica precisam ter recursos diagnósticos e se capacitar para atender as
pequenas urgências, sendo assim, necessários incentivos financeiros à rede
assistencial básica e que as centrais de regulação disponibilizem consultas e
exames especializados (O DWYER et al, 2007; GARLET et al, 2009).
Idealmente, os diferentes níveis de atenção devem relacionar-se de forma
que exista um apoio entre os diferentes sistemas. Assim, a rede deve estar
estruturada, de modo que, cada serviço complete a ação do outro por meio de
mecanismos organizados e pactuados. Porém, esse ideal só irá ocorrer se as partes
do sistema se reconhecer como integrante do sistema de urgência, atendendo
adequadamente a necessidade do paciente naquilo que corresponder na sua
capacidade resolutiva (GARLET et al, 2009).
45
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Verificou-se ao longo do trabalho a importância do enfermeiro como o
referencial na aplicação da classificação de risco, sendo este o profissional
qualificado desde a sua formação, direcionado a avaliação integral do paciente e
não apenas direcionado ao diagnóstico.
A população deseja que seus problemas sejam resolvidos rapidamente,
aumentando a demanda do serviço de emergência. Existe a necessidade de divulgar
a população sobre a importância do cuidado continuado, que permite esclarecer
diagnósticos definidos e tratamentos adequados.
O enfermeiro de urgência e emergência deve conhecer as disponibilidades de
serviços de saúde de seu município, obtendo assim, a capacidade de articular e
direcionar o atendimento ao serviço especializado. Assim, permite caracterizar o
fluxo dos usuários no sistema de saúde, bem como a avaliação da pertinência de
encaminhamentos a outros sistemas que fazem parte da atenção à saúde.
A classificação de risco é um instrumento utilizado que busca a minimização
dos agravos à saúde. Os artigos analisados indicam que a classificação de risco
melhora o fluxo dos pacientes atendidos na emergência e proporciona maior
resolutividade nas respostas ao usuário. A padronização na aplicação do protocolo
de risco oferece respaldo legal e institui menor interferência pessoal na conduta e
direciona a tomada de decisão mais acurada.
A capacitação e a reflexão contínua devem ser buscadas, de forma, a
aprimorar e incentivar a padronização de condutas dos profissionais enfermeiros e
possíveis planejamentos de ações que visem ao aumento da satisfação dos
trabalhadores de saúde e dos usuários.
Recomenda-se a realização de novos estudos no sentido de analisar as
contribuições efetivas do enfermeiro e seu papel estratégico, pois oportuniza meios
para gerenciar o atendimento ao paciente de forma mais eficiente e eficaz.
46
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